edição 106 abril 2015 - safra indefinida

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Revista Canavieiros - Abril de 2015 1

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

3Editorial

A revista de abril traz em sua matéria de capa uma análise das principais consultorias do Brasil sobre a safra 2015/2016, que teve início no dia 1º de abril e mostra que, devido ao emaranhado de problemas enfrentados pelo setor sucroenergético nos últimos anos e intensificado pelo fator climáti-co em 2014, a temporada atual sofre vários impactos. Entre eles, se destaca o atraso na colheita pela baixa qualidade dos canaviais do início de safra e do estoque de etanol, até recentemente confortáveis, devido à estratégia dos principais grupos de usinas de dar mais tempo para recuperação do atraso fisiológico do canavial e melhor amadurecimento.

Diante desse fato, as projeções iniciais para a safra 2015/2016 de cana-de-açúcar no Brasil oscilam entre 694 e 672 milhões de toneladas. A matéria destaca também quais são os desafios a serem en-frentados no setor ao longo do ano.

O leitor também saberá como foi o tradicional jantar beneficente em prol do Hospital de Câncer de Barretos, organizado pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred e que dessa vez contou com show da cantora baiana, Ivete Sangalo. Em sua 9ª edição, o evento foi realizado pela primeira vez no Centro de Eventos Copercana, em Sertãozinho-SP. A iniciativa proporcionará o repasse de mais de R$ 600 mil (receita líquida) para o Hospital.

A edição 106 da Canavieiros mostra também o resultado da Biocoop, projeto mantido pelo Siste-ma, que está completando dez anos. Também nesta edição o leitor encontrará quais são as propostas da Governança Corporativa para reerguer o setor sucroenergético e as novidades da Fenasucro & Agrocana 2015, entre outras notícias.

Entrevistas com o engenheiro agrônomo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Academia Nacional de Agricultura, da SNA, e com Luís Roberto Pogetti, presidente do Conselho Deliberativo da União da UNICA (Indústria de Cana-de-Açúcar), também podem ser conferidas na edição de abril. Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor Marcos Fava Neves, opinam no “Ponto de Vista”, Vicente Abade, presidente da ABIFER; Marcos Mattos, diretor-executivo da ABAG-RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto); José Oswaldo Bozzo, consultor tributarista e sócio da MJC; Luis A. F. Bellini, engenheiro mecânico da Bellmec Consultoria; José Rezende e Luiz Barbosa, da PwC Brasil.

As notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, entre elas, a assembleia ordinária da Copercana, dicas sobre a queima rural, assuntos legais, informações setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidas na revista de abril.

Safra indefinida

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Andréia Vital, Fernanda Clariano, Igor Saven-hago e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica e Editora

Revisão: Lueli Vedovato

tiRagem desta edição: 22.100 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)

[email protected]

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10 - Ponto de VistaVicente Abate

Presidente da ABIFER (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária

Ano IX - Edição 105 - Abril de 2015 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 42Safra IndefinidaEstimativas entre consultorias

indicam que a produção de cana--de-açúcar na temporada 2015/16 ficará entre 649 a 672 milhões de toneladas

22 - Notícias Copercana- Show de Ivete Sangalo marca Jantar Beneficente em prol do Hospital de Câncer de

Barretos - Quase uma tonelada por dia- Copercana realiza assembleia geral e apresenta balanço de 2014

40 - Notícias Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Entrevista IILuís Roberto Pogetti

.....................página 08

Pontos de VistaVicente Abate

.....................página 11Marcos Matos

.....................página 12José Osvaldo Bozzo

.....................página 13Luis A. F. Bellini

.....................página 16José Rezende e Luiz Barbosa

.....................página 18

Coluna Caipirinha.....................página 20

Assuntos Legais.....................página 42

Destaques:Governança Corporativa apresen-ta propostas para reerguer setor

.....................página 49

Fenasucro 2015 deverá movi-mentar R$ 2,8 bilhões

.....................página 52

Seminário de Mecanização.....................página 54

Artigo Técnico II:Ferrugem Alaranjada da Cana--de-açúcar

.....................página 58

Informações Setoriais.....................página 60

Classificados.....................página 62

Cultura.....................página 66

Foto

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57 - Artigo Técnico- Avanços técnologicos do setor

sucroenergético nos últimos anos

05 - EntrevistaCaio CarvalhoPresidente da Abag e da Academia Nacional de Agricultura“Fazer mais com menos”

- Geladeiroteca instala a sétima unidade, no Hospital Dia, em Ribeirão Preto-SP

36 - Notícias Canaoeste

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Revista Canavieiros: Quais são seus objetivos como novo presidente da Academia Nacional de Agricultura?

Caio Carvalho: Dar sequência aos trabalhos em andamento, focados no acompanhamento das políticas públi-cas essenciais ao agronegócio, carac-terizados na documentação enviada aos candidatos quando da eleição para Presidente da República. Sem dúvida alguma, a melhoria nas relações das entidades de classe nacionais no agro-negócio é fundamental para governança deste setor.

Revista Canavieiros: Com 118 anos, a SNA é a mais antiga institui-ção brasileira voltada para a defesa e promoção do setor rural. Quais são os desafios que a entidade deverá ter nos próximos anos?

Caio Carvalho: Além do monitora-mento das políticas essenciais, entende-

Caio Carvalho

Fazer mais com menosAo assumir a presidência da Academia Nacional de Agricultura, no final de março, o engenheiro agrô-

nomo Luiz Carlos Corrêa Carvalho, conhecido como Caio Carvalho, afirmou que o agronegócio mostra grande capacidade de sobrevivência e tem uma resiliência formidável. “Veja o caso da cana-de-açúcar, que é uma cadeia produtiva que continua sofrendo muito apesar de tudo”, alegou o executivo, que também é presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio).

A Academia Nacional de Agricultura é uma entidade pertencente à SNA (Sociedade Nacional da Agricul-tura) e tem como missão estudar, discutir e opinar sobre questões de interesse técnico, jurídico e econômico nas áreas do agronegócio, alimentação e meio ambiente. Carvalho sucede no comando da entidade o ex--ministro da Agricultura Roberto Rodrigues.

Em sua posse, o engenheiro agrônomo fez uma análise sobre as mudanças na geopolítica mundial, afeta-da, sobretudo, pela volta dos Estados Unidos como grandes produtores de energia e também de alimentos, fato que pode comprometer as perspectivas de crescimento do Brasil. Ele também abordou os sistemas protecionistas de vários países que trazem as mais variadas dificuldades para o produtor brasileiro.

Para ele, a crise atual da economia brasileira afeta muito o agronegócio. “O primeiro impacto tem a ver com a questão de consumo, que sinaliza a inexistência de estoques, queda de preços, além de perdas nos mercados nacional e internacional. O segundo é a dificuldade de acesso a crédito, no volume e no custo. Essas são as duas questões que nos afligem”, comentou o engenheiro agrônomo durante cerimônia, que marcou também o ingresso da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, na Academia. Na ocasião, o ex-minis-tro da Agricultura e Fazenda Antônio Delfim Netto também foi homenageado.

Confira entrevista completa com o novo presidente da Academia Nacional de Agricultura:

Andréia Vital

Entrevista I

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mos que trabalhar a imagem do setor junto ao meio urbano é condição essencial para a valorização do agronegócio nacional.

Revista Canavieiros: Embora o agronegócio tenha se desenvolvido muito e mantenha a sua importância no desempenho da economia nacio-nal, ainda sofre com um deficit de comunicação. Na sua opinião, o que deve ser feito para que a população entenda a “língua do campo”?

Caio Carvalho: Nesse século XXI, as grandes mudanças que se notam es-tão na ruptura tecnológica da questão energética, no crescimento populacio-nal global com efetivos ganhos de ren-da, no processo de urbanização rápido e, como diferencial e se somando à retomada geopolítica da energia pelos Estados Unidos da América, a questão das redes sociais e a velocíssima comu-nicação no meio urbano.

Desse modo, trabalhar a questão das informações e da mídia através do acompanhamento e ativa participação nas redes sociais, será essencial para o melhor entendimento do meio rural.

Revista Canavieiros: A infraestrutu-ra do Brasil é um dos principais garga-los do agronegócio. Que ajustes são ne-cessários para resolver este problema?

Caio Carvalho: Todos os diagnós-ticos já foram feitos e são conhecidos. O Brasil não fez a lição de casa nos in-vestimentos necessários em logística e infraestrutura e, ao mesmo tempo, ex-pandiu de forma espetacular a oferta de produtos do agronegócio. Atingimos o limite. Hoje, o agronegócio não se ex-pandirá se não ocorrer o efetivo inves-timento e as realizações das obras de logística e infraestrutura do Brasil. Afi-nal, a nova realidade geográfica da pro-

dução de grãos, caracterizada no Estado de Mato Grosso, e a região conhecida como MAPITOBA requerem estradas, hidrovia, ferrovia e portos adequados, além do armazenamento ampliado nas propriedades agrícolas.

Revista Canavieiros: A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to, Kátia Abreu, afirmou, recentemen-te, que é necessário o Brasil ter uma “Lei de Política Agrícola”, como existe nos Estados Unidos e na Europa. Qual é a sua análise sobre o tema?

Caio Carvalho: Conforme relatado na primeira pergunta, uma lei agrícola com visão de médio e longo prazos, incluindo questões chave ao desenvol-vimento do agronegócio, é, de fato, fun-damental. Elogios à ministra pela visão.

Revista Canavieiros: A atual crise da economia brasileira afeta o agrone-gócio e impacta o consumo e o acesso a crédito. Como reverter esse quadro, na sua visão?

Caio Carvalho: Esse quadro é parte da grave crise por que passa o País, que inclui não somente a questão do crédito, mas, principalmente, o recuo nos inves-timentos no Brasil, incluído nisso o ca-pital estrangeiro. Além das medidas em curso coordenadas pelo ministro Levy, o chamado “corte na carne” com a re-dução dos ministérios (incríveis 39) é questão chave para acelerar a retomada do Brasil que queremos.

Revista Canavieiros: Na sua análi-se, quais são os desafios que o agrone-gócio enfrentará nos próximos anos?

Caio Carvalho: A dificuldade de acesso a crédito, o ciclo de baixos pre-ços das commodities e a atual realidade da contaminação do ambiente político com o ambiente empresarial.

Revista Canavieiros: E o setor su-croenergético? Há uma luz no final do túnel para o segmento?

Caio Carvalho: As últimas medi-das do retorno da CIDE (Contribui-ções de Intervenção no Domínio Eco-nômico) no âmbito federal e o bom exemplo do governo de Minas Gerais com a redução do ICMS (Imposto so-bre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação) do etanol e o aumento do ICMS da gaso-lina, são importantes medidas que, se atingirem níveis adequados, poderão de fato trazer a recuperação do setor.

Revista Canavieiros: Conforme apontam especialistas, para aten-der ao crescimento da população do mundo, será preciso ampliar a produção de alimentos em 60% até 2050 e o Brasil será o responsável por 40% do total desse incremento. O senhor acredita que o País possa atender essa demanda?

Caio Carvalho: Do ponto de vis-ta físico e a capacidade produtiva do produtor brasileiro, não tenho a menor dúvida. O que faltam são as condições essenciais da redução do Custo Brasil e de efetiva prioridade ao agronegócio.

Revista Canavieiros: Em sua pos-se, o senhor afirmou ser fundamen-tal o trabalho pela sustentabilidade do agronegócio e que essa função cabe às entidades de classe. O que a SNA pode fazer no sentido de contri-buir para um crescimento constante e sustentável da produção nos próxi-mos anos?

Caio Carvalho: Tanto a SNA como a ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), a SRB (Sociedade Rural Brasileira) e outras entidades devem atuar efetiva-mente no sentido de ter foco nas ações que visem à sustentável expansão de oferta do agronegócio. Isso requer com-petência em governança, que inclui não apenas o relacionamento com os pode-res públicos, mas, sobretudo, na busca de eficiência que se resume no lema de “fazer mais com menos”. RC

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Entrevista I

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Revista Canavieiros: O senhor aca-ba de assumir a presidência do Conse-lho Deliberativo da UNICA. Qual é a sua missão frente ao novo cargo?

Luís Roberto Pogetti: As mais de 120 companhias associadas à UNICA são responsáveis por mais de 50% do etanol e 60% do açúcar produzidos no Brasil. Nosso trabalho é defender os interesses dos produtores brasileiros de açúcar, etanol e bioeletricidade no País e no mundo, além de garantir a sinto-nia e harmonização desses interesses. Também estamos concentrados em desenvolver as condições para aperfei-çoar o ambiente institucional a fim de favorecer a competitividade do setor sucroenergético no Brasil, um dos mais estratégicos para o futuro do País.

Revista Canavieiros: Na sua visão, o aumento da mistura de etanol anidro à gasolina, de 25% para 27%, benefi-ciará o setor sucroenergético a ponto de alavancar a sua retomada?

Entrevista II

Luís Roberto Pogetti

Em busca do reconhecimento para o setor

Andréia Vital

“O etanol se caracteriza como um produto pronto para atender às demandas necessárias de mi-tigação de gases efeito estufa não só do Brasil, mas de todo o mundo. O Brasil dispõe de recursos naturais para viabilizar o atendimento dessa demanda, de modo sustentável”. A afirmação é de Luís Roberto Pogetti, presidente do Conselho Deliberativo da UNICA - União da Indústria de Cana--de-Açúcar, que assumiu o cargo em fevereiro, em substituição ao ex-ministro Roberto Rodrigues.

Formado em Administração de Empresas pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Mes-trado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pogetti é também presidente do Conselho Deliberativo da Copersucar, do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), da Alvean Sugar e da Eco Energy Biofuels. Além de integrar o Conselho de Administração da Logum Logística S.A., empresa responsável pelo projeto do etanolduto no Brasil.

Para o executivo, após forte investimento nos anos 2000, a crise de 2008 acabou afetando forte-mente toda a cadeia produtiva, pegando algumas empresas altamente endividadas, o que dificultou a recuperação de muitas delas. “Agora, o momento é de acomodação, de arrumação de casa, inves-tindo na redução de custos e ganhos de eficiência e em produtividade. Além disso, o desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias têm sido fundamentais para a retomada da competividade”.

Nesta entrevista, Pogetti fala sobre seus desafios no novo cargo. Confira:

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LRP: O aumento da mistura deve elevar a demanda por anidro em torno de 1 bilhão de litros por ano. O setor sucroenergético, que passa pela maior crise de sua história, está preparado para atender a esse aumento da mistura de etanol à gasolina porque a capaci-dade de produção instalada nas unida-des produtoras garante o atendimento dessa nova demanda de consumo. En-tretanto, a retomada de crescimento do setor só ocorrerá por meio de um mar-co regulatório para o etanol e a bioele-tricidade, que permita previsibilidade para investimentos.

Revista Canavieiros: Aportes de grandes tradings para operação conjunta no setor sucroenergético, através de novas joint ventures, têm sido cada vez mais comuns no seg-mento. O senhor acredita que este tipo de negociação, de concentração de grandes grupos, seja um caminho para o desenvolvimento da cadeia produtiva canavieira?

LRP: No início dos anos 2000, ob-servou-se uma grande movimentação de aquisições e fusões de empresas, formação de joint ventures, e houve um forte investimento no setor. A crise de 2008 acabou afetando fortemente toda a cadeia produtiva, pegando algumas empresas altamente endividadas, o que dificultou a recuperação de muitas de-las. Agora, o momento é de acomoda-ção, de arrumação de casa, investindo na redução de custos e ganhos de efici-ência e em produtividade. Além disso, o desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias têm sido fundamen-tais para a retomada da competividade.

Revista Canavieiros: Especialis-tas do setor alegam que é essencial o Governo definir o papel do etanol e da bioeletricidade na matriz energéti-ca, contribuindo assim para o retorno da confiabilidade na agroindústria da cana-de-açúcar, consequentemente atraindo novos investimentos. O se-nhor concorda com essa afirmação?

LRP: A UNICA está trabalhando para contribuir com o governo na cons-trução de uma proposta de demarcação do setor. É preciso definir qual o papel do etanol no longo prazo, o que asse-gurará previsibilidade e viabilizará a definição das ações que o setor deverá tomar para o futuro. É fundamental para a indústria sucroenergética a existência de políticas públicas estáveis, de longo prazo, que reconheçam as externalida-des positivas dos biocombustíveis, so-bretudo ao meio ambiente. Estudos re-alizados apontam que cada 1.000 m³ de etanol, em substituição ao combustível fóssil, resulta na mitigação de 2 tonela-das de CO² equivalentes. Assim, a pro-dução brasileira de etanol combustível da ordem de 27 milhões de m³ propicia a redução anual de 48 mil toneladas de CO². Outro dado relevante: em 2014, estima-se que o uso de etanol no Bra-sil evitou a ocorrência de 1.400 óbitos decorrentes de doenças vasculares e respiratórias associadas à utilização de combustíveis fósseis.

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Por tudo isso, a UNICA continuará buscando junto ao Governo a aprova-ção de uma diferenciação tributária entre etanol e gasolina, de forma a re-munerar o biocombustível pelo efeito positivo que ele traz ao ambiente e, por consequência, à saúde pública.

Revista Canavieiros: Como está o diálogo entre o Governo Federal e o setor sucroenergético? O posicio-namento da ministra da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, até o momento, têm sido bom para o setor?

LRP: A UNICA sempre manteve e mantém um diálogo franco com os Go-vernos nas três esferas, federal, estadu-al e municipal, e mantém abertos seus canais de comunicação com a opinião pública e sociedade em geral influindo junto ao poder público na defesa dos in-teresses do setor de uma maneira asser-tiva, clara e eficaz. No caso da ministra Kátia Abreu, assim como em relação às demais autoridades, mantemos um diá-logo constante e trabalhamos em con-junto para alcançar as metas traçadas no planejamento estratégico do setor.

Revista Canavieiros: Na sua opi-nião, quais são as prioridades para a recuperação do segmento? Como a UNICA poderá contribuir para que isso aconteça?

LRP: Em fevereiro deste ano, o Go-verno autorizou a volta da incidência da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e aumento da alí-quota de PIS/COFINS (Programas de Integração Social/Contribuição para Fi-nanciamento da Seguridade Social) so-bre a gasolina, em um montante de R$ 0,22 por litro, mas essa recomposição foi parcial. De acordo com a UNICA, trazida para valores de 2015, a CIDE deveria incidir em R$ 0,50 por litro. Trata-se de diferenciação tributária ne-cessária para compensação dos benefí-cios que o etanol proporciona ao meio ambiente, comentados anteriormente. Outro eixo será a defesa do livre merca-do de açúcar, buscando afastar a criação de subsídios e atitudes protecionistas que distorcem a concorrência e compe-titividade da indústria.

Por isso, no ano passado, a UNICA,

por meio do Itamaraty, fez questiona-mentos à Índia na OMC (Organização Mundial do Comércio) para entender mecanismos de incentivos dados pelo país a seus produtores. Neste ano, fez o mesmo com a Tailândia. Ainda não ob-teve resposta, mas está preparada para iniciar, se for o caso, um contencioso internacional para ambos os casos.

Revista Canavieiros: A produção de energia via biomassa tem potencial para crescer cerca de 15% este ano, de acordo com especialistas. Na sua ava-liação, a cogeração poderá servir de trampolim para o setor sair da crise?

LRP: A geração e comercialização de energia pela biomassa contribuem de forma importante para o desempenho econômico e financeiro da nossa indús-tria, mas, por si só, não são suficientes para redundar na saída da crise.

Revista Canavieiros: Seu ante-cessor, Roberto Rodrigues, defendia a criação de um Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao For-talecimento do Sistema Financeiro Nacional) - implementado no governo de Fernando Henrique Cardoso para ajudar os bancos – dedicado às usinas. Qual é a sua opinião a respeito?

LRP: Devemos buscar um conjun-

to de ações que restabeleça a competi-tividade do setor, que permita então a geração de recursos suficientes para fa-zer frente às obrigações financeiras da indústria.

Revista Canavieiros: O senhor já afirmou que o etanol contempla o tripé da sustentabilidade, ou seja, é econô-mico, social e ambiental. Mesmo as-sim, enfrenta muitas barreiras. Então, o que esperar do etanol brasileiro? A 2ª geração do produto pode ser consi-derada passagem garantida para um futuro promissor?

LRP: Acredito na reabilitação da competitividade do etanol. O etanol se caracteriza como um produto pronto para atender às demandas necessárias de mitigação de gases efeito estufa não só do Brasil, mas de todo o mundo. O Brasil dispõe de recursos naturais para viabilizar o atendimento dessa demanda, de modo sustentável. Além disso, o setor está investindo fortemente em inovação tecnológica através, principalmente, do CTC (Centro de Tecnologia Canaviei-ra), na busca de variedades de cana mais produtivas e processos de produção mais eficientes. O etanol de segunda geração integra este esforço de inovação tecnoló-gica e deverá contribuir para a melhoria de competitividade da produção.RC

Entrevista II

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11Ponto de Vista I

Setor agrícola nacional, cada vez mais pujante*Vicente Abate

Vicente Abate

Espera-se um novo recorde na sa-fra 2014/2015, que deverá atin-gir pouco mais de 200 milhões

de toneladas de grãos e cereais, além de um volume expressivo de cana-de-açú-car. A cogeração de energia renovável, através da biomassa originada de cana- -de-açúcar e do eucalipto, faz parte do avançado desenvolvimento tecnológico do setor agrícola.

Em que pese a depreciação dos pre-ços internacionais das “commodities” agrícolas, fatores favoráveis como o clima, aplicação de tecnologia e câm-bio, ensejam resultados auspiciosos para o agronegócio brasileiro, susten-táculo do que ainda há de positivo na balança comercial do País.

Tudo isso, como sabemos, acontece da porteira para dentro, pois falta ao Brasil uma infraestrutura de transporte e de armazenagem que permita movi-mentar, com menores custos, os mais variados produtos aos seus destinos, seja o mercado consumidor doméstico ou a exportação.

Com a expansão crescente da frontei-ra agrícola para o Centro-Oeste e Nor-deste brasileiros, torna-se imperiosa a construção de ferrovias que, integradas aos modos rodoviário e hidroviário, pos-sibilitem um transporte de grãos mais competitivo, incentivando a sua saída para os portos do Norte e Nordeste e de-safogando os do Sul e Sudeste do País.

A Ferrovia Norte-Sul, de Palmas a Anápolis, já se encontra em fase inicial de operação comercial. Até o primeiro semestre de 2016, sua continuação até Estrela D’Oeste (680 km) será também uma realidade, que se conectará com a Malha Paulista da Rumo-ALL. Se-rão 2.700 km desde São Luís a Estrela D’Oeste e 1.700 km de Rondonópolis até Santos, ininterruptos, na mesma bi-tola (1,60m) de alta capacidade.

Falta, ainda, destravar os projetos iniciais do PIL ferroviário. Espera-se que no segundo semestre de 2015 seja lançado o leilão do primeiro trecho, en-tre Lucas do Rio Verde e Campinorte. Para isso, seria oportuno que o Gover-no Federal e as concessionárias atuais chegassem a uma convergência entre o modelo vertical vigente e o modelo ho-rizontal proposto, aproveitando e maxi-mizando as vantagens que cada modelo oferece, em prol de um sistema ferrovi-ário mais eficaz.

Do lado da indústria ferroviária bra-sileira, as concessionárias e os usuários do transporte ferroviário já contam com vagões bastante produtivos, com maior capacidade de carga e menor tempo de carga e descarga, disponíveis para todos os tipos de produtos.

Modernas locomotivas, de alta po-tência e com motores de corrente al-ternada, economizam cerca de 30% de combustível e são menos poluentes.

Os materiais para a construção e ma-nutenção da via permanente garantem a qualidade e segurança requeridas nas operações ferroviárias.

Enfim, toda a cadeia produtiva desta indústria está apta a fornecer todos os materiais e equipamentos necessários, projetados por engenheiros e técnicos brasileiros.

A união de uma ferrovia forte, com uma indústria forte, contribui para me-lhorar o necessário e premente desen-volvimento do Brasil.

*Vicente Abate – Presidente da ABIFER (Associação Brasileira da

Indústria Ferroviária) RC

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12Ponto de Vista II

O futuro do Agronegócio: a Sustentabilidade frente aos cenários políticos e econômicos*Marcos Matos

Se o Brasil é, sem contestação, uma grande potência na produ-ção de alimentos, fibras e ener-

gia e também na geração e difusão de conhecimento e tecnologia, muitos esforços foram empreendidos. A com-petitividade do agronegócio brasileiro é resultado do empreendedorismo e da melhor organização dos produtores em cooperativas e associações somados ao trabalho de instituições de ensino, pes-quisa, desenvolvimento e inovação.

O agronegócio brasileiro é exemplo de produção e preservação, pois, se tra-balhasse ainda sob as condições tecno-lógicas dos anos 1990, seriam necessá-rios mais 68 milhões de hectares para atingir a atual produção.

Além do desmatamento evitado, o uso da tecnologia na agri-cultura vem reduzindo a pressão sobre os re-cursos naturais, como solo e água. As chama-das boas práticas adota-das no campo, como o plantio direto, o uso ra-cional dos insumos por meio da agricultura de precisão, a construção e manutenção de terraços e a integração lavoura--pecuária-floresta, entre outras, têm ajudado a reduzir desperdícios, aumentar a recarga de aquíferos e regular o fluxo hídrico ao longo do ano. A adoção de boas práticas de produção, somada à recuperação da vegetação nativa nas áre-as ao redor dos cursos d’água e nascentes, contribui significativamente para a pre-servação dos recursos hídricos, fornecen-do um importante serviço ecossistêmico a ser incentivado.

O agronegócio apresenta relevante importância na economia brasileira e

mundial, principalmente devido à in-tegração das cadeias produtivas e dos diversos agentes envolvidos, o que re-sulta na geração de riqueza e empregos entre os elos produtivos. Segundo o CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o PIB do agro-negócio foi de R$ 1,79 trilhão em 2014, 1,59% de crescimento em relação ao ano anterior. Embora o resultado con-solidado tenha encerrado 2014 abaixo das expectativas, a expansão observada é significativa frente aos resultados am-plamente divulgados para a economia como um todo.

O contexto macroeconômico de 2014 foi marcado por inflação em alta e estagnação econômica, devido às in-certezas do cenário econômico, influen-ciadas pelos desdobramentos políticos

e pela perda de con-fiança do setor priva-do. Somado a isso, o deficit de infraestru-tura do Brasil que resulta em elevados custos logísticos, o complexo sistema tributário, a falta de segurança jurídica e a carência de po-líticas consistentes de seguro de renda demandam esforços ainda maiores aos produtores rurais e a todos os agentes dos elos das cadeias pro-

dutivas do agronegócio.

Para os próximos anos, as preocu-pações do setor produtivo se acentuam frente aos desafios esperados para toda a economia. De acordo com o Boletim Focus do Banco Central, a estimativa para do IPCA (Índice Nacional de Pre-ços ao Consumidor Amplo) em 2015 atingiu 8,30%, superando o teto da meta oficial de 6,50%. As projeções

para o PIB mostram retração de 1,01% em 2015 e ligeira recuperação de 1,10% em 2016. Em relação ao câm-bio, estimativas do mercado financeiro mostram o dólar valendo R$ 3,25 no fechamento de 2015.

A despeito dos desafios que o País enfrenta em 2015, o agronegócio tende-rá a ser o grande condicionante do de-sempenho da economia brasileira, fren-te às estimativas para os demais setores. Diante disso, é crescente a necessidade de fortalecer e ampliar a representativi-dade do agronegócio, a fim de que seja possível consolidar as ações em defesa dos legítimos interesses do agronegócio e de valorização institucional do setor. Para tanto, os esforços deverão se con-centrar na criação de uma estratégia abrangente, articulada e consistente en-tre o executivo, o legislativo, o judiciá-rio e a sociedade.

A sustentabilidade de todo o agro-negócio brasileiro só estará assegu-rada diante do apoio e de reconheci-mento, tanto da sociedade quanto do ambiente político.

*Marcos Matos é engenheiro agrô-nomo e diretor-executivo da Associação

Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto (ABAG/RP)

Marcos Matos

RC

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

13Ponto de Vista III

Boa gestão tributária garante sustentabilidade às empresas*José Osvaldo Bozzo

José Osvaldo Bozzo

Em momentos de instabilidade econômica como o que vivemos, utilizar a criatividade pode ser

essencial para garantir a sobrevivência de uma empresa. O grande problema é quando o gestor empresarial é tentado a utilizar criatividade em uma área sensí-vel, como é a das obrigações tributárias.

Um dos elementos de gestão que é bastante lembrado em momentos de cri-se é o chamado planejamento tributário. Este termo – que não é visto com bons olhos pelos agentes do Fisco, pois reme-teria a possíveis tentativas de elisão ou até de evasão fiscal por parte das empre-sas – engloba uma série de iniciativas de administração voltadas a viabilizar ins-trumentos que permitam a redução da in-cidência de taxas, contribuições e tribu-tos sobre o faturamento das companhias.

Em um momento em que vemos na imprensa nacional graves investigações de supostos desvios praticados por em-presas, instituições e por servidores pú-blicos contra a Receita Federal – como é o caso da Operação Zelotes, da Polí-cia Federal e do Ministério Público, que apura possíveis irregularidades que so-mam até R$ 19 bilhões em autuações fis-cais –, buscar medidas “milagrosas” para fugir da “mordida do leão” pode não ser a melhor das saídas. Vale destacar que as punições impingidas pelo Fisco contra operações tributárias consideradas em desacordo com as normas vigentes são graves e podem, em alguns casos, invia-bilizar a sobrevivência de uma empresa.

Por outro lado, não manter uma per-feita, organizada e adequada gestão fis-cal, de acordo com tudo aquilo que leis, normas, princípios e ferramentas atuais estabelecem, pode significar a perda de importantes recursos de uma organi-zação, especialmente se ela for objeto de multas fiscais pelo simples fato de haver desatenção no cumprimento das obrigações tributárias.

Todo gestor empresarial brasileiro conhece muito bem a complexidade no cumprimento das exigências do sistema tributário nacional. Aliás, tal complexi-dade, e o custo que seu gerenciamento representa para as corporações, é um dos elementos comumente incluídos no chamado “custo Brasil”. Dispor de pro-fissionais preparados e plenamente atua-lizados nas ordenações desse complexo sistema e manter perfeita organização na gestão tributária são fatores essenciais para: primeiro, cumprir no limite míni-mo estrito as obrigações fiscais – o que representa a economia de recursos por evitar o recolhimento de valores não de-vidos ao Fisco; e, segundo, e não menos importante, evitar erros no cumprimento das obrigações mínimas que possam ge-rar indesejadas punições e multas pelas autoridades fiscais.

Retomando o tema da criatividade aplicada à gestão empresarial, é impor-tante perceber que ser criativo no cam-po tributário é algo temerário, e pode gerar transtornos tremendos às empre-sas e a seus gestores. Afinal, sabemos que, por exemplo, o Fisco abomina a chamada elisão fiscal (quando os ad-ministradores buscam brechas nas leis e normas para que as empresas paguem menos impostos). São comuns os casos em que uma empresa pensa estar pra-ticando a elisão, enquanto que o Fisco considera a atitude uma evasão fiscal.

Esteja certo de que o Fisco irá sem-pre priorizar a forma de arrecadar mais recursos para as instâncias governa-mentais, impondo punições graves àqueles que são considerados infratores de suas regras. É claro que as empre-sas têm direito de recorrer de multas e punições fiscais a outras instâncias, seja no nível administrativo – como é o caso do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), instituição que está no olho do furacão da Operação Zelotes – ou do Judiciário. O problema é saber

se vale a pena apostar na possível rever-são de decisões do Fisco, conhecendo a morosidade da Justiça brasileira e os altos custos que podem representar a perda de processos nessa área.

Sem contar os riscos relativos à pos-sível responsabilização dos próprios gestores caso as autoridades fiscais considerem ter havido gestão malicio-sa e, portanto, crime contra o erário. Os exemplos atuais estão repletos de casos de empresários sendo responsabiliza-dos criminalmente pela má gestão de suas empresas, alguns deles, inclusive, encarcerados.

Atenção, experiência, conhecimento e cautela são, portanto, qualidades es-senciais exigidas dos gestores fiscais na atualidade. Contar com equipes prepa-radas para dar as respostas mais ade-quadas aos desafios da administração tributária moderna é um passo primor-dial para evitar a perda de importantes recursos, assim como preservar o prin-cipal patrimônio de uma corporação, que é a sua sustentabilidade.

*José Osvaldo Bozzo ([email protected]) é

consultor tributarista e sócio da MJC Consultores. Formado em Direito,

iniciou carreira na PwC. Foi também Sócio da BDO e da KPMG e professor de Planejamento Tributário na USP –

MBA de Ribeirão Preto. RC

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16Ponto de Vista IV

A crise não passou.... e agora?* Luis A. F. Bellini

Luis A. F. Bellini

Nunca nosso setor sofreu tanto. Vimos e estamos vendo usi-nas de todos os “tamanhos” e

“idades” fechando as portas ou fazen-do malabarismos para tentar passar por essa crise que ninguém sabe quando vai acabar. Qualquer sinal de otimismo é na minha opinião... chute!

Numa análise mais detalhada, as em-presas “sobreviventes” ou menos endi-vidadas são as que no passado comete-ram menos erros e buscaram se adiantar em ações que buscavam produtividade e baixos custos. Aprendi muito cedo, ainda no início de minha carreira, que a área agrícola tinha que ser lucrativa independente da indústria.

Os orçamentos eram separados. As metas eram sempre apertadas, fazen-do com que a busca por produtividade fosse constante em todos os setores das áreas envolvidas na produção de cana.

Uma grande parte das usinas naque-

la época tinha um raciocínio diferente daquele que priorizava custos. As mar-gens de lucro eram gordas, o governo “amiguinho”, o etanol era largamente utilizado e competia em igualdade com a gasolina e a mecanização da colhei-ta (principalmente) era só uma questão de estratégia de algumas usinas, muito mais do que uma questão de redução de custos como é hoje.

Quando a legislação trabalhista e ambiental forçou as usinas a adotarem a prática da colheita mecanizada foi um “Deus nos acuda”. Faltaram máquinas, operadores, mecânicos e grandes erros foram cometidos pelos quais muitos es-tão pagando um preço bem salgado até

hoje e outros certamente fecharam as portas por não terem feito a migração da colheita manual para a mecanizada de forma planejada.

A falta de respeito com a lavoura na hora da colheita, nos pisoteios e no ex-cessivo trânsito sobre a palhada, leva-ram a uma compactação e redução de produtividade absurdas, fazendo com que o denominador da equação de cus-tos ficasse cada vez menor enquanto o numerador dessa mesma fração só cres-cia, por conta das exigências trabalhis-tas, ambientais e custos de insumos e de manutenção da frota.

Para as empresas que ainda podem e

têm tempo, a busca por produtividade e redução de custos passou a fazer parte das rotinas e os profissionais envolvidos nes-sa tarefa vêm aos poucos contando com importantes evoluções nessa direção.

Novas tecnologias que podem signifi-

car a economia de importantes centavos na fração de custos estão aí ao alcance de quem ainda pode pagar, tais como:

Agricultura de precisão - tecnologia

tão largamente utilizada no exterior está começando a tomar corpo no Brasil. Os preços dos equipamentos, GPS, bases, antenas, programas, sinais de satélite estão caindo, permitindo um melhor planejamento dos talhões com aumento de linhas plantadas, diminuição das ma-nobras dos equipamentos, aumentando a produtividade e reduzindo custos ope-racionais, além de disciplinar o tráfego fora das linhas de cana, diminuindo, as-sim, a destruição das soqueiras.

Plantadoras de toletes mais eficien-tes - com câmeras de vídeo que permi-tem o monitoramento da deposição dos colmos e a diminuição de falhas, além de permitirem que um único operador dirija o trator e gerencie a plantadora.

Pesquisa intensiva em minitoletes e mudas pré-brotadas (MPB) - que vi-

sam um menor desperdício de mudas, homogeneidade na distribuição e maior garantia de germinação.

Cogeração de energia através da pa-lha de cana - mercado em crescimento que ainda não definiu se a melhor for-ma é trazer a palha agregada na cana ou compactá-la na lavoura e transportá-la em caminhões, mas que de qualquer forma é uma rica fonte de energia que tem potencial, numa visão modesta, de gerar energia para o Brasil equivalente a uma hidroelétrica de Belomonte, que tanta polêmica vem causando por seu impacto ambiental.

Novos espaçamentos de plantio - que permitem a canterização da lavoura, evi-tando o pisoteio e disciplinando a com-pactação, além de aumentar a produtivi-dade da colheita e reduzir o consumo de combustível por tonelada colhida.

Enfim, acho que estamos num mo-mento importante, em que, apesar da crise instalada somos chamados a re-ver paradigmas e práticas que podem nos levar a um novo patamar de desen-volvimento. Cabe a cada um de nós, técnicos, gestores, administradores e empreendedores, arregaçar as mangas, reclamar menos e acreditar que pode-mos fazer a diferença, sabendo que é um bom negócio plantar cana, produzir etanol, açúcar e gerar energia.

*Engenheiro mecânico da Bellmec Consultoria Ltda RC

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Fonte: PwC Brasil

Ponto de Vista V

Mapeamento e controle de processos: uma necessidade das usinasJosé Rezende*Luiz Barbosa**

Luiz BarbosaJosé Rezende

A complexidade de uma usina de cana pode ser medida pelo número de processos e riscos

para sua operação. Em média, as usinas possuem 16 macroprocessos, os quais estão permeados por diversos riscos, sendo, principalmente, riscos opera-cionais, financeiros, ambientais e de imagem. Esses elementos podem gerar desde ineficiência e retrabalho até frau-des com impacto financeiro e exposição indevida do nome da usina na mídia.

Segundo levantamento realizado pela PwC Brasil, existem cerca de 840 riscos relacionados a esses processos, que vão desde o plantio da cana até a comercialização dos produtos finais, passando por todos os seus processos principais e também de apoio admi-nistrativo. O processo Agrícola é o que possui o maior número de riscos identi-ficados (213). Em seguida, vem o pro-

cesso de Suprimentos, com 123 riscos e, em terceiro lugar, o processo de Re-cursos Humanos, com quase 70 riscos mapeados. Juntas, essas três áreas res-pondem por quase metade de todos os riscos mapeados em uma usina.

O controle e o mapeamento de cada processo são essenciais para uma boa gestão, evitam falhas e ineficiências e permitem uma melhor administração dos custos de produção. No entanto,

o levantamento da PwC mostrou que cerca de 72% dos processos das usinas apresentam alguma ineficiência.

Os processos da área agrícola, res-ponsável por cerca de 70% dos custos de produção de açúcar e etanol, são os principais pontos que requerem melho-ria e estão relacionados com o registro das operações e manejo da cultura. No caso do registro, também chamado de apontamento, é muito comum o uso

de controles manuais, apontamentos duplica-dos de operações, au-sência de registro de serviços terceirizados, falta de rastreabilidade dos insumos e serviços, possibilidade de desvio de insumos, registros de colheitas em áreas não colhidas, entre ou-tros. Já no que se refere ao manejo da cultura, a eficiência e redução de custos estão atreladas ao uso correto dos in-sumos, desde a escolha dos produtos a serem utilizados até a forma de aplicação.

Um instrumento que pode propiciar melhor controle no manejo e contribuir para os ga-

Riscos identificados por tipo de processos das usinas

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nhos de eficiência agrícola é a Agricul-tura de Precisão (AP). Essa tecnologia possibilita a identificação das condições gerais das áreas produtivas e permite administrar o uso de insumos por meio de dosagens espe-cíficas de acordo com as ne-cessidades de cada área. Na prática, isso se traduz no uso de tecnologia para gerar in-formações confiáveis para a tomada de decisão no campo, aumentando a precisão.

A Agricultura de Precisão é, portan-to, uma excelente ferramenta para su-portar a melhoria dos controles adota-dos em uma usina ou em qualquer outra agroindústria com produção agrícola.

Vale ressaltar, porém, a importância das fases que antecedem a adoção da tec-

nologia, como o devido mapeamento e gestão dos diversos processos e contro-les pertinentes a cada área.

Enfim, o mercado vem passando por diversas mudanças, em um ambien-

te competitivo crescente a cada ano. A existência de processos bem defini-

dos, normas, procedimentos e controles documentados e regularmente testados pode aumentar a confiança das informações, tornar a toma-da de decisão mais precisa e ágil e oferecer maior con-fiança aos acionistas e ao mercado. Conhecer e pro-mover melhorias no nível de eficiência de seus processos é vital para que uma empresa

possa buscar crescimento estruturado e de longo prazo.

*Sócio da PwC Brasil**Gerente da PwC Brasil e

especialista em Agribusiness RC

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Primeiro, queria dar ao leitor da Caipirinha uma boa notícia. Te-remos este ano a reedição do Ca-

minhos da Cana, que em 2014 circulou mais de 20 cidades fazendo pesquisas, palestras e propostas ao setor. Iremos em 2015 para mais 20 cidades, concen-trando as visitas no segundo semestre. Queria aqui mais uma vez agradecer ao apoio financeiro da Bayer e da Case, e ao apoio institucional da Orplana, Unica, FEA-RP, Fundace, Markestrat e Canao-este, além, é lógico, de todas as demais associações do setor, que nos receberão para o trabalho. Estou muito animado e vocês acompanharão as visitas, as prin-cipais fotos, aqui nesta coluna.

Voltando agora às notícias ruins... Comecei o semestre dizendo aos meus alunos da disciplina de planejamento, que este ano de 2015 seria o pior dos meus 20 anos dando aulas em Ribeirão Preto, na FEA/USP. E, desde minha primeira aula no final de fevereiro, as coisas só pioraram...

A gestão econômica dos últimos anos nos entregou um deficit em conta corrente de 4%. O ano será difícil, pois buscaremos um superavit de cerca de 1% ao final do ano;

Depreciação do real foi de 40% em um ano, algo que dificilmente tenha entrado nos cenários das empresas;

Itaú BBA acredita em redução de 1,5% no PIB do país em 2015;

A inflação em alta e o IPCA de-vem superar 8,5%, reconhecido até pelo Governo;

Juros devem ir a 13%, dificultan-do ainda mais quem tem endividamento;

Vale sempre lembrar que fazer um forte ajuste fiscal em economia em recessão é muito ruim, pois a própria recessão tira arrecadação do Governo;

Câmbio ajudou a reverter a ques-tão da desconfiança do agronegócio, mas esta segue muito grande na popu-lação brasileira, o que deve agravar o quadro econômico;

Desemprego aumentando vai reduzir médias salariais e reduzir for-temente o consumo das famílias, agra-vando o quadro;

O fator câmbio é o que vai trazer a retomada da competitividade, mas ele seleciona, pois os grupos mais fortes te-rão mais impactos positivos.

Como está nossa cana? CONAB divulga estimativa de

safra de 592 milhões de toneladas no Centro-Sul. A produção de açúcar será de 33,72 milhões de toneladas, (5,4% maior). Para a CONAB, a produção to-tal de etanol será de 26,89 bilhões de litros (1,4% maior);

Estudo do IEA/Apta mostrou que a produtividade da cana em SP na safra 14/15 caiu 9,6%, principalmente devi-do ao clima seco que caracterizou este período.

Como está nosso açúcar? Expectativa da Índia é de produ-

zir 2% a mais que a safra anterior, che-gando a 26,5 mi t.;

Em recente análise de custos de produção atualizados com as desva-lorizações das moedas frente ao US$, Arnaldo Correa aponta que o custo no Brasil está em 11,71 cents/libra peso. Quando FOB, aumenta para 13,70. Na África do Sul o custo é de 11,14 e na Austrália, de 12,38. Estes países tive-ram forte desvalorização das moedas. Já Índia e a Tailândia não tiveram, e seus custos ficaram maiores. Na Índia é de 23,17 (com o subsídio cai para 20) e na Tailândia é de 16,21. O real desva-loriza bem mais que as demais moedas dos países competidores do Brasil;

A ISO acredita que a produção mundial supera o consumo nesta safra em 620 mil toneladas;

Cada ponto adicional no mix para alcooleiro reduz a produção de açúcar entre 750 até 800 mil toneladas. Portan-to, a solução seria produzir mais etanol, mas com a remuneração em reais do açúcar está havendo movimento inverso;

Arnaldo Correa aponta que o custo no Brasil está em 11,71 cents/li-bra peso. Quando FOB, aumenta para 13,70. Na África do Sul o custo é de 11,14 e na Austrália, de 12,38. Estes países tiveram forte desvalorização das moedas. Já Índia e a Tailândia não ti-veram, e seus custos ficaram maiores. Na Índia é de 23,17 (com o subsídio cai para 20) e na Tailândia é de 16,21;

Subsídio sendo dado pela Índia e pela Tailândia faz com que a produção não se reduza. Expectativa da Índia é de produzir mais de 24 milhões de tonela-das, 13% a mais;

Com o real desvalorizado, esti-ma-se que os preços de break even do açúcar passaram a algo próximo a 12 cents por libra peso;

Efeitos do câmbio: preços médios em R$/tonelada (FOB Santos) foram de 864 (2013), 880 (2014) e expectativa para 2015 de R$ 920/t.;

As Usinas que estão fixadas apre-sentam preço médio de R$ 971/t (Archer);

Primeiros dois meses: exporta-ções de açúcar foram de apenas 3,4 mi-lhões de toneladas, 13,5% menores que em 2014;

Finalmente, compartilho com o leitor fotos (ao lado) que tirei deste açú-car nos EUA. Vejam que interessante, na embalagem coloca-se o número de calorias, para mostrar que são poucas, tem-se o diferencial exaltado que é fei-to de cana, e no verso, vejam como a

Coluna Caipirinha

Marcos Fava Neves*

CaipirinhaComo está o nosso agro e o cenário econômico?

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

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empresa está ligada nas novas mídias sociais, participando de praticamente todas as plataformas existentes.

Como está nosso etanol? Etanol hidratado chegou a atingir

R$ 1,41/l em 2 a 6/fev. Agora em que-da livre, desnecessária, atingindo R% 1,15. Alguns traders estão enxugando o mercado via exportações de anidro, favorecidas pelo câmbio atual;

Os prejuízos da Petrobras no Lu-lopetismo foram impressionantes, su-peram qualquer das piores expectativas existentes, e a empresa está sem crédito e reduzindo investimentos. A nova ges-tão e da Petrobras será benéfica ao se-tor. Nível de alavancagem bastante alto, vai ter que virar e isto implica positiva-mente o setor de cana. Crescimento da produção da Petrobras será bem menor, o que ajuda no etanol como substituto;

O ministro das Minas e Energia deu impactante palestra onde mostra o buraco que estamos na questão de su-primento de combustíveis, e isto pode representar um novo alento ao etanol, com planos de longo prazo;

Estoques (final de março) estão mais elevados nas usinas (2,8 bilhões de litros, contra 1,6 bi l no ciclo ante-rior). Destes, 1,1 bilhão de litros é de hidratado, acima em cerca de 500 mi-lhões do ano anterior (Bioagência);

Consumo de hidratado no pri-meiro bimestre foi de 2,5 bilhões de litros, 16% a mais que em 2014. E con-sumo da gasolina foi 0,72% menor (6,9 bilhões de litros);

Preços do etanol na usina caem, mesmo na entressafra. Queda este ano entre 10 a 15%, enquanto que nos pos-tos recuou apenas 2%. Mais uma vez se transfere renda do setor produtor para o setor distribuidor;

No primeiro bimestre de 2015 o consumo de etanol hidratado no Bra-sil subiu da participação de 16,5% em 2014 para 20,4%;

Apesar de não remunerador, as vendas de etanol pelas usinas em março bateram importante marca, 47% maior que em 2014. Foi comercializado 1,45 bilhão de litros.

Quem é o homenageado do mês? Todos os meses esta coluna home-

nageia uma personagem do setor de cana. Este mês faremos uma homena-gem ao grande Antonio Cesar Salibe, presidente executivo da UDOP, que tem enorme e histórico trabalho em defesa do setor sucroenergético, fora a grande simpatia!

Haja Limão: A popularidade da presidente (em

minúscula propositalmente) atingiu níveis muito baixos, e praticamente 2/3 da população brasileira defende sua saída. Eu pegaria meu boné. Um governo paralisado, desidratado, e já temos praticamente o PMDB coman-dando o Brasil, com o vice-presidente na articulação política e os presiden-tes da Câmara e do Senado ditando as reformas e a agenda. Dia 12 de abril tivemos outra manifestação enorme no Brasil, repercutindo internacionalmen-te, e os movimentos sociais de nova geração, entre eles o Vem Pra Rua, fo-carão agora sua atuação no Congresso. Para nosso alento, todos defendem a redução do tamanho do Estado, e a efi-ciência, algo que o PT fará apenas na marra, pois não é de seu perfil e visão ideológica. Haja limão para o Estado brasileiro. E digo mais, com a recente aproximação de Cuba dos EUA, cada vez mais os bolivarianos vão ficando isolados no continente.

*Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP,

Campus de Ribeirão Preto.Em 2013 foi Professor Visitante

Internacional da Purdue University (EUA)

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Show de Ivete Sangalo marca Jantar Beneficente em prol do Hospital de Câncer de Barretos

Ivete Sangalo foi a estrela do 9º Jan-tar Beneficente realizado pelo Siste-ma Copercana, Canaoeste e Sicoob

Cocred em prol do Hospital de Câncer de Barretos-SP, no último dia 2 de abril. Com um show romântico e intimista, a cantora baiana ocupou, por duas horas, o palco do Centro de Eventos Coperca-na, em Sertãozinho-SP, novíssimo es-paço inaugurado em junho de 2014 com a Feira de Agronegócios Copercana. No repertório, composições próprias e can-ções que ficaram marcadas nas vozes de outros artistas.

O show é uma parceria com o Hos-pital de Câncer de Barretos para arreca-dar recursos que garantam o tratamento de pacientes de todo o país, neste que é considerado o mais avançado centro oncológico do Brasil. Nos anos anterio-res, também estiveram presentes nomes consagrados da Música Popular Brasi-leira: Chitãozinho e Xororó, Leonardo, Daniel, Zezé di Camargo e Luciano, Sérgio Reis e Renato Teixeira, Victor e Léo, Paula Fernandes e Jorge e Mateus.

Fernanda ClarianoIgor Savenhago

O evento deste ano recebeu cerca de 1.400 pessoas, que puderam desfrutar do conforto do Centro de Eventos, um local moderno e sofisticado que con-ta com área total de 10,3 mil metros quadrados, estacionamento, vestiário, sanitários, palco e camarins, cozinha e apoio para buffets e estrutura completa

para receber feiras, shows, formaturas e outros eventos.

Além de se divertir com o carisma de Ivete, o público assistiu à cantora ser homenageada pela dedicação às ações do hospital. O “pedacinho do céu”, peça em acrílico desenvolvida especialmente

Pela primeira vez, o evento, promovido pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, foi realizado no novíssimo Centro de Eventos Copercana, em Sertãozinho

Centro de Eventos Copercana

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Estruturapara os cantores que participam do jan-tar, foi entregue por Henrique Prata, di-retor do Hospital de Câncer de Barretos, e por Antonio Eduardo Tonielo, presi-dente da Copercana e do Sicoob Cocred.

“Tem muitas coisas que eu gosta-ria de fazer. São crianças, são idosos, é uma série de outras doenças que são marginalizadas. Mas que felicidade eu poder ser cantora e ajudar com uma coisa que sei fazer e que nem dá tanto trabalho. É só prazer”, afirmou Ivete.

Para Tonielo, a realização do jantar é motivo de satisfação. “Pra nós, da famí-lia Copercana, é muito importante porque não estamos ajudando só o hospital, mas a população da região e de grande parte do país, porque o hospital atende o Brasil inteiro. Com essas ações, o pessoal dá va-lor ao hospital, o que é fundamental para que a gente continue sempre apoiando”.

A diretoria do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, através dos diretores Antonio Eduardo To-nielo, Manoel Ortolan e Pedro Esrael Bighetti, agradece a todas as pessoas, empresários e fornecedores de produ-tos e serviços que se empenharam para a realização do evento. E lembram que o sucesso do show também é mérito da equipe de colaboradores, que não medi-ram esforços para que tudo ocorresse de forma tranquila e harmônica.

Mais de R$ 600 mil (receita líqui-da) serão repassados para o Hospital de Câncer de Barretos.

Reconhecido internacionalmente, o Hospital de Câncer de Barretos realiza 100% dos atendimentos via SUS (Sis-tema Único de Saúde). Recebe, anual-mente, mais de dez mil novos casos de câncer e realiza 4,5 mil atendimentos diários. Com mais de 3,5 mil colabora-dores e um corpo clínico de quase 400 médicos, oferece, ainda, alojamentos gratuitos e cerca de dez mil refeições to-dos os dias a pacientes e acompanhantes.

Gerido pela Fundação Pio XII, que existe desde 1967, está presente não só em Barretos, mas possui unidades de prevenção e tratamento em Jales-SP e Fernandópolis-SP, Porto Velho-RO, Juazeiro-BA e Campo Grande-MS.

O desafio de manter toda essa es-trutura em funcionamento cresce dia a

dia, na medida em que a instituição se torna cada vez mais conhecida e requi-sitada. Como a tabela do SUS e outras verbas estaduais e federais não cobrem os custos, o deficit mensal chega a R$ 11 milhões, valor que precisa ser arre-cadado por meio de doações e eventos beneficentes, como o jantar promovido pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.

“Eu sou encantado com o projeto, que sempre foi, na cabeça e no cora-ção do Antonio Tonielo, a vontade de sempre nos ajudar. É um grande exemplo e uma grande parceria que o hospital tem. Um orgulho, para que a gente possa ter a motivação se saber que todo ano existe um interesse e uma vontade, cada vez maiores, de nos aju-dar”, disse Henrique Prata.

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Antonio Eduardo Tonielo e Henrique Prata entregaram um “Pedacinho do Céu” para a Ivete Sangalo

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Sandra e Pedro Esrael Bighetti

Danilo Lima, Manoel, Sandra e Érica Ortolan Márcio, Rodolfo e Rita Meloni

Andrea e Giovanni RossanezDaniel e Solange Annibal

Luiz Carlos Tasso JúniorSérgio Sicchieri e Rosali Bonato

Antonio Eduardo e Neli Tonielo

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oNotícias Copercana

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Francisco César, Maria José e Lívia Urenha

Márcio Zeviani

Danilo Lima e Érica Ortolan

Dra. Rita Tonielo

Fabiola Ali Meri e Fernanda Pinoti

Natália, Giovana e Solange Tonielo

Cláudia Tonielo e Arnaldo Jardim

Patricia SelegatoFo

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DepoimentosConfira outras opiniões sobre o 9º

Jantar Beneficente em prol do Hospital de Câncer de Barretos:

Pedro Esrael BighettiDiretor da Copercana

Temos que agradecer a Deus, em primeiro lugar, por estarmos aqui numa casa nova e o pessoal colaborando com uma causa social, principalmente para o Hospital de Câncer de Barretos, mui-to bem organizado e administrado pelo Henrique Prata e pela equipe dele. Es-tão todos de parabéns. Por isso, faze-mos esse evento com ânimo. Sabemos onde a verba vai ser aplicada. Graças à diretoria, aos funcionários e à equipe da Copercana, conseguimos fazer uma ação desse porte com sucesso.

Sandra Bighetti Esposa de Pedro Esrael BighettiInicialmente, parabenizo ao Sistema

Copercana pela construção do Centro de Eventos, que é monumental e abriga muitas pessoas de forma bem aconche-gante. Este evento tem um grande obje-

tivo, que é angariar fundos para o Hos-pital de Câncer de Barretos e do qual nos sentimos muito bem em participar. Por isso, parabenizo o Sistema Coper-cana mais uma vez.

Frederico Dalmaso Gerente de Comercialização Insu-

mos da Copercana

Esse é o nono ano do evento e os recursos arrecadados são muito im-portantes para o Hospital de Câncer de Barretos. Acho que é uma obrigação do ser humano colaborar com os mais ne-cessitados. E que bom que a Copercana

consegue juntar essas pessoas e empre-sas que têm condições de ajudar. Somos apenas o veículo e levamos essa doação até o hospital. É um grande evento e está de parabéns o Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.

Manoel Ortolan Presidente da Canaoeste

Não é só desse evento que as nossas empresas participam. Apoiamos mui-tas outras entidades da região, mas este, sem dúvida, é o maior evento que temos feito nos últimos anos. Um motivo maior de satisfação é estarmos no nosso Centro de Eventos. Quando o planejamos, tínhamos em mente a nossa feira de Agronegócios e, tam-bém, um conforto maior aos nossos convidados. Esse sonho está sendo re-alizado aqui hoje. Então, estamos du-plamente felizes. Primeiro, por poder contribuir com o hospital que tem um trabalho fabuloso, reconhecido não só no Brasil, mas mundialmente. E tam-bém por estarmos estreando o Centro de Eventos Copercana.

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Sandra Ortolan Esposa de Manoel Ortolan

Acho importante participar desses eventos que têm sido realizados durante esses nove anos porque, de certa for-ma, eles contribuem para a melhoria de qualidade de vida de pessoas com difi-culdades financeiras para fazer os tra-tamentos. Por isso, todos os envolvidos estão de parabéns.

Neli Tonielo Esposa de Antonio Eduardo Tonielo

Para começar, a diretoria da Coper-cana está de parabéns pelo evento. O prédio é maravilhoso, o pessoal está comentando muito, dando os para-béns e dizendo que nem Ribeirão Pre-to tem um local como esse que temos aqui em Sertãozinho. Agradecemos muito a Deus e ao pessoal da Coper-cana, que está sempre se empenhando em ajudar o Hospital de Câncer de Barretos. Infelizmente, aqui em Ser-tãozinho, tem muita gente com essa doença e que procura a diretoria da Copercana para ser encaminhada. En-tão, todos contribuem com este even-to porque conhecem o trabalho que é feito lá em Barretos.

Luiz Carlos Tasso Júnior Superintendente da CanaoesteÉ com muita alegria que participo

de um evento como este, que angaria

recursos ao Hospital de Câncer de Barretos e que tem um pessoal muito

dedicado à saúde de pessoas debili-tadas e simples. Sempre trabalhamos em prol disso, da comunidade, de aju-dar as pessoas. E um evento deste ta-manho permite contribuir e retribuir tudo que a sociedade faz por nós, do-ando um pouquinho para o Hospital de Câncer de Barretos.

Márcio MeloniDiretor Administrativo e Financei-

ro da Sicoob Cocred

Acho que empresas como a Co-percana, a Canaoeste e a Sicoob Co-cred têm quase que uma obrigação de contribuir com essa área social, prin-cipalmente com o Hospital de Câncer de Barretos, que dá uma assistência muito boa não só para Barretos, mas para a região e para o país. Nesse momento de crise que vivemos, um evento como esse é essencial para o hospital. Tenho certeza de que é muito bem-vindo esse dinheiro nes-sa hora. Têm muitas outras empresas contribuindo e a gente só tem a agra-decer a elas.

Francisco César UrenhaDiretor de Crédito da Sicoob CocredÉ uma alegria poder participar de um

evento desse porte, com artistas desse nível, tudo por uma causa muito nobre,

que é ajudar o Hospital de Câncer de Barretos. Eu me sinto muito feliz de fa-

zer parte e estar vivendo este momento junto com todos os diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.

Manoel Sérgio SicchieriAssessor das diretorias do Sistema

Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred

É uma grande satisfação, para a di-retoria e todos os presentes, trazermos a Ivete Sangalo neste nono ano, junta-mente com a inauguração da parte social do Centro de Eventos da Copercana. A Ivete é uma grande cantora. Acredito que todo mundo tenha gostado. Espero que nos próximos anos tenhamos outros eventos de sucesso como foi o de 2015, para uma causa tão nobre que é ajudar o Hospital de Câncer de Barretos.

Ismael Perina Presidente do Sindicato Rural de

Jaboticabal É nessa hora que a gente vê que o

ser humano não mede esforços para co-laborar com uma causa extremamente nobre, que é o trabalho do Hospital de Câncer de Barretos. Acho que o empe-nho das empresas, das pessoas, é o que permite que ele funcione da maneira como funciona, podendo atender gen-te do Brasil inteiro. Felizmente, graças a eventos como este, muitas pessoas têm sido curadas. Parabenizo, então,

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Barretos, na própria Ibitiúva, que é a minha cidade, todo ano tem um evento em prol do hospital e procuro sempre estar à disposição para o que for pre-ciso. Quero parabenizar o Toninho To-nielo e toda a diretoria da Copercana, porque é um belo evento.

João Luiz SverzutDiretor da Caldema

Fico muito grato, muito satisfeito. Es-tou contente por estar aqui, ser convidado da Copercana a participar desse evento. É uma ação muito bonita, porque é uma caridade que a gente faz para um hospital que tem tanta necessidade. Também fico satisfeito de ver toda essa estrutura que foi montada. A Copercana está de parabéns.

Francisco Luiz GaloGerente de Suprimentos da Usina

da Pedra

Estamos muito felizes porque a Co-percana representa um elo muito impor-tante da cadeia de suprimentos do setor de produção de etanol e açúcar. E quan-do vemos um parceiro tão importante preocupado em mobilizar a sociedade para trazer benefícios e ajudar entida-des com as quais o governo deixa de se comprometer mais intensamente, isso fortalece ainda mais a cadeia produtiva. Além de ter produtos, serviços, você tem um bem social que é conseguido com esse trabalho.

de confraternização. Que possamos fa-zer com que este exemplo se prolifere, se multiplique por aí.

José MarossiGerente estratégico da Dupont

É uma honra para a Dupont colabo-rar com um evento beneficente do porte que é este aqui. A empresa participou de todos os nove anos do jantar e continu-ará participando. Engrandece muito a relação entre a Dupont e o Sistema Co-percana uma ação deste nível.

Cássio Lucenti Fornecedor de cana

Todos nós devemos, dentro do possí-vel, colaborar com o Hospital de Câncer de Barretos, que ajuda tantas pessoas. Isso é muito importante, principalmente para as pessoas com mais necessidade. Não só aqui em Sertãozinho, mas em

a Copercana, a Canaoeste e a Sicoob Cocred, que juntas realizam um pou-quinho mais para que o atendimento continue caminhando e acontecendo de maneira tão bonita como está sendo ao longo de todos esses anos.

Letícia PignataEncarregada do Departamento de

Marketing

Se não fosse toda a equipe da Coper-cana, que envolve gestores em todas as áreas, não conseguiríamos realizar esse evento. Conto com o apoio de todos e só tenho a agradecer todo mundo que está sempre me ajudando. Para montar o show, tem todo um trabalho, mas, na hora em que você termina e vê a realização, tudo organizado, tudo tranquilo, é mara-vilhoso. É todo mundo unido pelo bem.

Arnaldo Jardim Secretário de Agricultura e Abas-

tecimento do Estado de São PauloNove anos já. Imagino quantas pes-

soas tiveram uma vida melhor por conta disso. Este evento contribuiu para que pessoas se curassem, ajudou a terem menos sofrimento. Uma vida já valeria a pena, mas foram muitas. Então, quero cumprimentar a Copercana, a Canaoes-te e a Sicoob Cocred por essa iniciativa, que é um exemplo. Se muitas outras en-tidades fizessem isso, seria maravilho-so. Cumprimento, também, a todos os que estão aqui, por este dia de alegria, RC

Notícias Copercana

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Milena Talamoni, encarregada da BioCoop

Notícias Copercana

Quase uma tonelada por dia

Quase três milhões de quilos de materiais reaproveitados. Este é o saldo de uma década de

trabalho da BioCoop, projeto mantido pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. Todo esse volume cor-responde a uma média de 300 mil qui-los/ano, ou 25 mil/mês – perto de uma tonelada por dia. São embalagens plás-ticas, de papel, vidro e até sucata. O que potencialmente era lixo não vai mais para descarte. É vendido para empresas de reciclagem, o que gera recursos para bancar campanhas que visam recolher ainda mais material. Um círculo virtuo-so. O meio ambiente agradece.

Os próprios números da BioCoop mostram que é possível aumentar, ano a ano, a carga que, retirada da natureza, não polui mais. E ainda vira renda. O levantamento, de abril de 2005, quan-do o projeto foi inaugurado, até o final do ano passado, mostra um crescimen-to substancial de praticamente todos os materiais recebidos. Na comparação com o ano de 2006, o primeiro em que o recolhimento foi feito durante os 12 me-ses, o volume de papelão reaproveitado subiu 38%, passando de 213.291 qui-los para 294.570 em 2014. No mesmo período, plástico e papel praticamente dobraram. O primeiro saltou de 14.520 quilos para 30.604. Já o outro teve um incremento de 14.654 para 29.425.

Ao todo, nesses dez anos de atu-ação, a BioCoop soma 2.895.277,4 quilos de recicláveis. E é bom lembrar que, nesse placar, nem estão compu-tadas as sacarias, caixas de madeira e lâmpadas, que são processadas não por quilo, mas por unidade.

O sucesso do empreendimento pode ser explicado por alguns fatores. Um de-les foi a aposta do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred quando ain-da pouco se falava em preservação am-

Igor Savenhago

Este é o volume médio de materiais recicláveis processados pela BioCoop, projeto do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred que está completando dez anos

biental. Pioneirismo que também ficou evidente com as campanhas de cons-cientização, que incentivam os próprios colaboradores a separar o lixo em casa. Elas não existiam até 2009. A partir de setembro daquele ano, com a chegada de Milena Talamoni, atual responsável pelo departamento, a divulgação passou a ser mais efetiva. A receita era simples. Aqueles que contribuíssem com os pro-gramas de reaproveitamento receberiam cupons para concorrer a brindes.

“Na época, muitos funcionários do sis-tema sabiam da existência da BioCoop, mas não exatamente o que ela fazia. Hoje,

acredito que o reconhecimento do traba-lho já é bem maior”, afirma Milena. Além de coordenar as campanhas e cuidar da triagem dos materiais, ela conta com o apoio de outros dois colaboradores, Ota-ciano Dionísio de Oliveira e Claudirene de Mattos, que fazem a separação.

Milena se formou no fim de 2008 e, sete meses depois, conquistava seu primeiro emprego como bióloga, jus-tamente na BioCoop. Percebeu um ambiente propício para a implantação das campanhas. E não demorou para que houvesse a adesão de vários co-laboradores.

Claudirene de MattosOtaciano Dionísio de Oliveira

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HáBITOA assistente de contas a receber do

departamento financeiro do sistema, Carmen Sílvia Nadaleto Cancian, já ti-nha o hábito de separar os recicláveis em casa. Todo o volume era entregue no bairro mesmo, a pessoas conhecidas e que sobreviviam da venda. Mas elas pararam de passar. Carmen, no entanto, persistiu. E precisava dar outro destino aos materiais. “Quando vieram as cam-panhas da BioCoop, passei a levar para lá”. Hábito que virou herança. “Tenho duas filhas e, quando elas consomem algum alimento, como enlatado ou lei-te, já lavam e separam”.

A cada 15 dias, a assistente entrega ao projeto três sacolas cheias de reci-cláveis. Tanto zelo rendeu prêmio. Em 2014, Carmen foi contemplada com uma cesta básica e uma de higiene pes-soal, doadas a um amigo. “Eu já estava pensando até em comprar uma cesta para ele, mas não foi necessário”.

CAMPANHASAlém de fazer a reciclagem de mate-

riais que seriam descartados pelas lojas e supermercados do Sistema Coperca-

na, Canaoeste e Sicoob Cocred, a Bio-Coop promove, anualmente, duas cam-panhas que visam ampliar a destinação correta de materiais: “Seu reciclável vale muito” e “Natal Socioambiental”. No ano passado, só estas iniciativas evitaram o descarte, na natureza, de mais de três toneladas de resíduos. De-pendendo da campanha, a cada 15 ou 20 itens de recicláveis enviados à Bio-Coop, o colaborador entra num sorteio para concorrer a cestas básicas e de hi-giene mensalmente e dezenas de brin-des em dezembro de cada ano.

Participante ativa o ano todo, Car-men também destina à BioCoop lacres de latas de alumínio. Eles são trocados por cadeiras de rodas, que, por sua vez, são direcionadas a entidades assisten-ciais – 11 delas já foram beneficiadas, em quatro anos de existência dessa campanha, em diferentes municípios da área de cobertura do sistema.

Só em 2014, foi arrecadada, apro-ximadamente, uma tonelada de lacres, que podem ser entregues em qualquer unidade da Copercana, da Canaoeste e do Sicoob Cocred, como supermer-cados, postos de combustíveis, auto center, lojas de ferragens, magazines, unidade de grãos, agências bancárias, biblioteca e no Cred Clube. A extensa divulgação do trabalho ajudou a BioCo-op a se tornar conhecida e requisitada também em vários pontos de Sertãozi-nho-SP. Tanto que moradores passaram a colaborar com o projeto, doando não só lacres como materiais recicláveis.

Outra marca inconfundível da Bio-Coop são as campanhas de reforma de

Milena Talamoni e Carmen Sílvia Nadaleto Cancian

Entrega da Cadeira de Rodas emJaborandi no Centro de Promoção da Sabedoria e Experiência da 3ª idade

Entrega de Cadeira no Lar dos Velhos de Cajuru

uniformes usados pelos colaboradores do sistema. Em vez de serem descar-tados, eles são lavados e passam por ajustes para que sejam reutilizados por pessoas que precisam de roupas. No ano passado, mais de 450 peças foram entregues à Polícia Militar de Sertãozi-nho e, posteriormente, doadas ao Fundo Social de Solidariedade.

SERVIÇO: BIOCOOPRua Expedicionário Lellis, nº 702Sertãozinho-SPTelefone: (16) 3946-3300 (Ramal 2140)

PRINCIPAIS MATERIAIS 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 TOTAL Em quilos Papelão 149.790 213.291 214.050 228.474 242.760 247.490 248.530 232.990 289.817 294.570 2.361.762Plástico 7.348 14.520 18.150 18.831 20.230 21.280 20.560 26.636,7 29.230 30.604 207.389,7Papel 9.720 14.654 7.386 15.281 21.069 24.672 24.619 24.419 22.646 29.425 193.891Sucata 1.190 1.320 0 3.220 13.670 21.480 8.930 21.040 10.760 28.852 110.462Vidro 0 0 0 0 0 370 440 3.820 3.630 5.680 13.940 Em Unidades Caixas Madeira 8.970 21.801 25.291 30.437 30.248 30.657 35.812 30.051 19.548 17.392 250.206,9Sacarias 1.533 4.048 0 3.765 6.986 6.502 4.563 4.485 5.174 5.061 42.117Lâmpadas 0 0 0 0 1.086 1.573 2.246 1.184 1.000 1.400 8.489

Fonte: BioCoopRC

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Copercana realiza assembleia geral e apresenta balanço de 2014

Com o propósito de fazer a pres-tação de contas da administração referente ao exercício de 2014, a

Copercana (Cooperativa dos Plantado-res de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) realizou sua Assembleia Geral Ordinária, no dia 26 de março, no audi-tório da Canaoeste, em Sertãozinho-SP. Com a participação de diretores e coope-rados, o encontro foi conduzido pelo di-retor presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, participando também da mesa diretora o diretor superinten-dente Manoel Ortolan e o diretor secre-tário, Pedro Esrael Bighetti. Na ocasião, eles foram assessorados pelo advogado, Clóvis Aparecido Vanzella, e pelo gestor de Controladoria e Contabilidade, Mar-cos Molezin.

A reunião teve como pauta a desti-

nação das sobras líquidas do exercício, além da eleição do Conselho Fiscal 2015/2016, que assim ficou definido: efetivos: Gaspar Carmanhan da Silvei-ra, Célio Márcio Sorci e Luis Antonio Lovato e seus suplentes: Silvio Lovato, Milton Martelli e Carlos Cesar Rodri-gues da Silva.

“Apesar do cenário de instabilidades atravessado pelo setor sucroenergéti-co, resultado de políticas equivocadas adotadas pelo Governo Federal, que prejudicam, principalmente, o etanol, ficamos satisfeitos em informar que com o trabalho e empenho de todos, a rentabilidade da Copercana segue em ritmo crescente, não sofrendo grandes impactos, uma prova de que a coope-rativa tem aproveitado os momentos de crise para ousar e crescer, oferecen-do produtos e serviços de qualidade”, afirmou Tonielo, ao dar início à assem-bleia. Ele enfatizou, ainda, que diante desse fato, a cooperativa cumpriu o objetivo de estimular a atividade agrí-cola e que as metas da cooperativa, que

Andréia Vital

A cooperativa terminou o ano de 2014 com 6.299 cooperados e 1.438 funcionários

terminou o ano com 6.299 cooperados e 1.438 funcionários, foram alcançadas com sucesso.

Ao apresentar os dados referentes ao ano de 2014, o gestor de Controladoria e Contabilidade, Marcos Molezin, desta-cou que a Copercana ofereceu produtos e serviços agrícolas para facilitar o dia a dia do agricultor, como defensivos, fertilizantes, corretivos e implementos destinados às lavouras em geral, espe-cialmente à cultura da cana-de-açúcar, combustíveis e lubrificantes, prestação de serviços e recebimento e armazena-gem de soja, amendoim e milho. Como também os produtos das lojas de maga-zine, ferragens e supermercados, além de serviços automotivos.

Os destaques ficaram por conta da inauguração do Centro de Eventos Co-percana, uma área total de 10,3 mil m², com estacionamento próprio e toda es-trutura completa para feiras, shows, for-maturas e outras festividades, inclusive para o Agronegócio Copercana e o jantar beneficente em prol do Hospital de Cân-cer de Barretos. Além do centro, foram inauguradas as lojas de Paulo de Faria/SP, em março; Barretos-SP, em maio; e Batatais-SP, em dezembro; do posto de combustíveis em Jaboticabal-SP, em abril; e a reinauguração da loja de Santa Rita do Passa Quatro-SP, em junho. Já em Sertãozinho-SP foram feitas várias melhorias, entre elas, a modernização e reinauguração do supermercado.

Também foi proporcionada a par-ticipação dos produtores em diversos eventos do setor, realizadas reuniões técnicas e treinamentos.

O laboratório, localizado no mes-mo espaço da Uname (Unidade de Grãos da Copercana) realizou 12.980 análises de solo, 2.194 análises de micronutrientes, 456 análises entre gesso, fertilizantes e torta de filtro e 1.100 análises texturais. Já o sistema de recolhimento de embalagens regis-trou 98,7 toneladas, sendo 74 tonela-das de embalagens laváveis e 24,7 to-neladas de embalagens não laváveis. O projeto amendoim registrou o plan-tio em 13.457 hectares e, o projeto soja, 3.200 hectares. Também foram comercializados: 180.666 sacas de 60kg de milho; 214.936 sacas de 60kg de soja; 1.812.107 sacas de 25 kg de amendoim; 190.000 toneladas de fer-tilizantes; 7.958.874 quilos/litros de defensivos; 18.582.000 litros de com-bustíveis (diesel, gasolina e etanol); 126.919 toneladas de corretivos de solo, sendo 96.282 toneladas de cal-cário e 30.637 toneladas de gesso.

No encerramento da assembleia, o presidente da Copercana ressaltou que o “trabalho em prol do cooperado con-tinuará firme em 2015 para que todos tenham as melhores oportunidades e para isso contamos com a colaboração e dedicação dos funcionários”. RC

Notícias Copercana

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36Notícias Canaoeste

Geladeiroteca instala a sétima unidade, no Hospital Dia, em Ribeirão Preto-SP

Abrir as portas para o conheci-mento e para o prazer da leitura. Esses são alguns dos objetivos

do projeto Geladeiroteca, desenvolvido pela Biblioteca General Álvaro Tavares Carmo, da Canaoeste, e que entregou, no dia 24 de março, sua sétima unida-de – a primeira fora de Sertãozinho--SP. Desta vez, o local escolhido para receber a antiga geladeira, que, com intervenções artísticas, se transforma em estante de livros, foi o Hospital Dia (anexo ao HC - Hospital das Clínicas), onde são promovidas reuniões do Gru-po Comunitário de Saúde Mental de Ri-beirão Preto-SP.

O dia da entrega foi de festa. A sole-nidade, acompanhada por participantes do grupo, começou com reverência a Tom Jobim. A canção “Eu sei que vou te amar”, executada pelos músicos Vic-cenzo Sampaio e Gildo Legure, do Co-ral e Orquestra Del Chiaro, de Ribeirão, deu o tom do evento, lembrando que são múltiplas as formas de declarar o amor aos livros.

“Acho que leitura e música cami-nham juntas. Quanto mais a gente ouve, mais quer ouvir, mais quer conhecer. Como um livro, faz com que os senti-mentos aflorem”, afirmou Sampaio. Já Legure ficou encantado ao ver o públi-co vidrado, tanto no som quanto nas le-tras. “A emoção é algo inerente, à mú-sica e à leitura. Impossível separar uma coisa da outra. Nosso principal objetivo é atingir as pessoas e ficamos muito fe-lizes quando isso é possível”.

Além do Hospital Dia, as reuniões do Grupo Comunitário são feitas em outras três instituições de Ribeirão: no ECEU (Espaço Cultural e de Extensão Uni-versitária), na Avenida Nove de Julho; no Centro de Saúde Escola, localizado no bairro Vila Tibério; e na Unidade de Saúde da Família do bairro Eugênio Mendes Lopes. São rodas de conversa

Igor Savenhago

É a primeira vez que o projeto é implantado fora de Sertãozinho-SP; proposta é atender aos participantes do Grupo Comunitário de Saúde Mental

que duram cerca de uma hora e meia, sempre iniciadas com um sarau. Os usuários levam músicas, relatos de filmes, poe-sias e outros textos e contam os motivos daquelas escolhas. Na sequência, compartilham expe-riências e reflexões sobre a vida.

O Grupo Comunitário existe há 18 anos, por meio de uma parceria entre o Hospital Dia e o Centro de Psicologia Aplicada da Faculdade de Filosofia, Ciên-cias e Letras da USP-Ribeirão. O psiquiatra Sérgio Ishara, co-ordenador do grupo, que, duran-te o evento de entrega da Geladeiroteca declarou o amor aos livros recitando trechos de poemas que ouvia na infân-

cia, explica que o projeto desenvolvido pela Canaoeste irá contribuir para ar-ticular ainda mais as propostas do tra-balho realizado no hospital. “Os livros trazem sempre, de alguma forma, uma experiência. E poder estar perto dos livros significa poder conhecer mais sobre experiências, sobre a vida, o que é entusiasmante. Os livros podem nos ajudar a amar a vida”.

Ishara soube da Geladeiroteca por meio da secretária do grupo, Maria Luiza, que conheceu o projeto durante a Feira do Livro de Ribeirão Preto, em 2014. Eles entraram em contato com o bibliotecário da Canaoeste, Haroldo Luís Beraldo, com quem foi estabele-cida, também, uma parceria. A partir daí, começou o desafio de selecionar

Dr. Sérgio Ishara e o Bibliotecário Haroldo Beraldo

Lola Cauchick

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Amor, trabalho e reconhecimentoalguém que pudesse ilustrar a geladei-ra. O nome sugerido foi o de Lola Cau-chick, artista de rua, acostumada a fazer intervenções em espaços urbanos. “O convite foi interessante. Eu nunca havia feito algo nesse tipo de suporte. Já pin-tei até kombis. Mas uma geladeira foi a primeira vez”, disse ela.

Utilizando a técnica do grafite, de várias cores, ela desenhou corujas. O motivo? Só mesmo uma declaração aos livros com arte. “Não tenho uma razão específica para as corujas. Pinto outros tipos de personagem, mas acabei me apaixonando pelas corujas. Fui desen-volvendo, agregando mais detalhes e cores e elas se tornaram o que são hoje”.

Com a pintura, o que antes se limi-tava a uma carcaça de geladeira vira uma ferramenta lúdica, interativa, com um conteúdo que remete ao ali-mento. “Mas, diferente dos alimentos comuns, que, quando comemos fica-mos saciados, o livro é um alimento que quanto mais lemos mais quere-mos ler”, disse Ishara.

A proposta de transformar geladei-ras velhas em bibliotecas, que teve iní-cio em 2013, rendeu ao bibliotecário Haroldo Luís Beraldo e à Canaoeste reconhecimentos importantes no ano passado, como o Prêmio Vivaleitura, recebido em Brasília-DF – que classifi-cou a Geladeiroteca entre os 20 melho-res projetos do Brasil e entre os cinco vencedores na Categoria “Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias” –, além de participação, na capital pau-lista, do 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias (Biblioteca Viva).

Antes do Hospital Dia, seis pontos em Sertãozinho foram contemplados: o ambulatório da UBS (Unidade Básica de Saúde) Plínio de Lima Rubião, no Jardim Recreio; a EMEI (Escola Muni-cipal de Educação Infantil) Aracy Pelá, no Jardim Porto Seguro; a ABA (Asso-ciação de Amigos do Bairro Alvorada); o CEJUSC (Centro de Solução de Con-flitos e Cidadania), no bairro Shangri-

-lá; o CCI (Centro de Convivência do Idoso), no Jardim Soljumar; e o CRAS V (Centro de Referência de Assistência Social), na Vila Garcia.

Para a inauguração da sétima unida-de, foram cedidos livros do acervo da própria Biblioteca da Canaoeste e hou-ve, também, doações, como a liderada por Uanda Cristina Silva, funcionária

Uanda Cristina Silva

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Biblioteca da Canaoeste promove tarde cultural

Outra ação realizada pela Biblioteca General Álvaro Tavares Carmo no mês de março, sob coordenação do biblio-tecário Haroldo Luís Beraldo, foi uma tarde cultural, com a peça teatral “O Buraco”. A apresentação, no dia 31, foi no Teatro Municipal Olympia Faria de Aguiar Adami, reunindo várias gerações da comunidade sertanezina. A iniciativa contou com o apoio do grupo de teatro Dalapagarapa e do Departamento de Cultura e Turismo de Sertãozinho.

Mais que uma expressão artística, o teatro trabalha a noção de importância do indivíduo e do coletivo, quando des-perta para ações em equipe, por meio das quais cada um aprende a lidar com situações de grupo, possibilitando a so-cialização. Na peça, isso aparece quan-

Fernanda Clariano

do dois palhaços passam a enfrentar um grande desafio. Ignorando um alerta, um deles acaba caindo em um buraco fundo e, na tentativa de resgate pelo amigo, o

que se vê é uma sequência de situações bastante engraçada. Dividem o palco os atores Toninho Costa e Sérgio Coelho.

“Essa é a segunda vez que trabalha-mos o teatro através da biblioteca. É uma forma que estamos adotando para propiciar outros tipos de atividades cul-turais para a população, ou seja, não se restringir aos serviços de informações de acervo, livros, revistas, internet, mas oferecer várias formas de linguagem ar-tística gratuitamente”, disse o bibliote-cário da Canaoeste.

do serviço de psicoterapia do HC. Co-movida com a iniciativa, ela reuniu os amigos de uma rede social e arrecadou dezenas de exemplares, de autores re-nomados da nossa literatura, como José de Alencar e Clarice Lispector.

“Gosto muito de leitura. Então, fui atrás do meu grupo do WhatsApp e até de um grupo de corrida do qual faço par-te. O pessoal foi se simpatizando com a ideia e um foi pedindo para outro, que pediu para outro, e conseguimos uma doação bem expressiva”, conta. “Con-sidero a doação também como ato de amor aos livros, que são companheiros nas horas mais difíceis. Acho muito im-portante ir espalhando a ideia, divulgan-do isso que é um recurso maravilhoso que temos, a literatura”, declarou.

Para Haroldo Beraldo, que diz de-clarar o amor aos livros com muito trabalho, levar a Geladeiroteca ao Hos-

pital Dia é especial. “Principalmente por conta da parceria que fizemos com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, algo muito simbólico, que de-monstra que o trabalho está sendo re-conhecido, visto e apropriado, inclusive fora de Sertãozinho”.

Ele acredita que o projeto permiti-rá ampliar a atuação do Grupo Comu-nitário de Saúde Mental. “O trabalho envolve temáticas ligadas à literatura, música e outros tipos de arte com os pacientes. E a geladeira como supor-te lúdico pode ser uma ferramenta di-versificada de trabalho, uma forma de proporcionar um pequeno acervo, que eles não tinham aqui ainda”.

E para quem pensa que a missão do dia está cumprida, Beraldo avisa: “Saio daqui para buscar mais uma geladeira”. O endereço é um apartamento na Zona Sul de Ribeirão. Doação de um casal

que conheceu o projeto há alguns dias. Agora, ela será adaptada e receberá um novo toque artístico para que possa, também, abrir as portas para o conheci-mento e se transformar, em algum can-to da região, numa mensageira do amor aos livros. “Logo, teremos novidades”, conclui o bibliotecário.

Haroldo Beraldo

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40Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal - (prazos segregados)Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do

Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Fevereiro/2015 - “valores em milhares de reais”

Sertãozinho/SP, 28 de Fevereiro de 2015.

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Queima Rural - Procedimentos a serem adotados em caso de incêndio de origem desconhecida

Estimados produtores de cana-de--açúcar, inobstante as autoriza-ções de queima de palha a serem

obtidas junto à Secretaria do Meio Am-biente, no Estado de São Paulo, os pro-dutores de cana de açúcar podem sofrer autuações administrativas decorrentes de incêndios descontrolados, origina-dos por terceiras e desautorizadas pes-soas, que atingem os seus canaviais.

Apraz esclarecer que o requerimen-to de queima deve ser feito por todo produtor rural, independente de utili-zar-se do fogo, pois o órgão ambiental assim exige. Então, mesmo aqueles que não mais se utilizam do fogo, devem fazer o requerimento, que, no caso, servirá como “declaração de não-queima”, a ser utilizada em seu favor oportunamente.

Digo isto porque o novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), vigente desde 28 de maio de 2012, disciplinou em seu artigo 38, § 3º, que “na apuração da responsabilidade pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particu-lares, a autoridade competente para fis-calização e autuação deverá comprovar o nexo de causalidade entre a ação do proprietário ou qualquer preposto e o dano efetivamente causado” e, no pará-grafo 4º do mesmo artigo, que é “neces-sário o estabelecimento de nexo causal

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

na verificação das responsabilidades por infração pelo uso irregular do fogo em terras públicas ou particulares”, sig-nificando isso que o agente fiscalizador deve encontrar o real infrator, e não apenas multar o proprietário ou possui-dor do imóvel pelo fogo criminoso ali ocorrido.

Então, por precaução e para con-seguir pleitear eventual autorização EXTRAORDINáRIA de colheita de cana queimada por incêndio descontro-lado, junto à CETESB, deve o produ-tor de cana-de-açúcar buscar produzir o maior número possível de provas negativas, ou seja, aquelas capazes de demonstrar que não teve intenção de utilizar-se do fogo na lavoura atingida criminosamente pelo incêndio. Provas essas que servirão em prováveis defesas administrativas e judiciais.

Mais uma vez, venho enumerar al-guns exemplos de provas que o produ-tor DEVE fazer para tanto:

Sempre fazer o requerimento de eli-minação de queima até 2 de abril de cada ano, independente se não for uti-lizar-se do fogo – neste caso informar que não procederá ao uso do fogo;

Fazer o Boletim de Ocorrências acerca do incêndio;

Fazer análise da cana queimada para poder constatar que o rendimento industrial, medido em quilos de ATR, não está no ponto ideal, ou seja, a cana queimada não estava no seu nível de maturação máximo para ser colhida, não sendo justificável, portanto, o uso do fogo como auxiliar da colheita;

Pedir declaração da unidade indus-trial e/ou prestadora de serviços que enviou o caminhão tanque (bombei-ro), onde conste que o produtor assim solicitou para apagar um incêndio de origem desconhecida ocorrido em seu canavial;

Manter e informar ao agente público sobre a existência de procedimento de controle de prevenção e combate de in-

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cêndio, seja através de estrutura própria (caminhão bombeiro, brigadistas, ob-servadores da lavoura, etc.) ou de ter-ceiros (unidades industriais e vizinhos);

MANTER OS ACEIROS COM NO MÍNIMO 6 METROS e tirar fotos dos aceiros existentes na pro-priedade bem como do não plantio em áreas proibidas de serem exploradas (abaixo das linhas de transmissão de energia elétrica, por exemplo), de-monstrando com isso obediência à legislação pertinente;

Caso possua autorização, informar ao agente autuador, caso esse apareça, que não estava programada a queima, tanto que sequer efetuou as comunica-ções aos confrontantes e à Secretaria do Meio Ambiente;

Caso não possua autorização, infor-mar ao agente autuante que não possuía interesse em utilizar-se do fogo em sua

lavoura, tanto que sequer informou isto no requerimento;

Demonstrar, através de fotos, tes-temunhas e laudo pericial, que a área queimada estava preparada para o corte mecânico, não justificando, por-tanto, o seu interesse em utilizar-se do fogo, assim como a correta área atin-gida pelo fogo;

Demonstrar que a queima na área ocorreu em um período inferior a 12 meses. Isso pode ser feito através de documento que comprove a data da colheita da área queimada na safra an-terior, inclusive por meio da comuni-cação de queima feita à Secretaria do Meio Ambiente;

Apresentar laudo técnico, assinado por profissional habilitado, demons-trando a origem desconhecida do fogo ou a origem provocada por terceiros que poderá ser solicitado pelo Escritó-

rio Regional da Coordenadoria de As-sistência Técnica Integral – CATI (Casa da Agricultura), da Secretaria de Agri-cultura e Abastecimento Estadual;

Apresentar o histórico da colheita mecanizada e/ou evolução desta nas úl-timas três safras.

Portanto, estes são alguns exemplos de provas que o produtor rural deverá pro-duzir em caso de incêndio acidental ou criminoso em sua propriedade, para pos-sibilitar, inclusive, o pedido EXTRA-ORDINáRIO de colheita perante a CETESB devendo, ainda, caso receba a visita de um Policial Ambiental ou agente ambiental, informar esses fatos para que sejam apostos no respectivo Boletim de Ocorrências ou Auto de Infração, além de procurar orientação jurídica adequada IMEDIATAMENTE, onde o Depar-tamento Jurídico da Canaoeste estará à inteira disposição do associado para de-fendê-lo nestes casos. RC

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e, em março, mais de 16%, sobre os mes-mos meses do ano anterior”.

Com relação à temporada atual, em sua segunda estimativa, a consultoria projeta a moagem de 649 milhões de toneladas para o Brasil, sendo que o primeiro terço da safra deve apresentar canas que sofreram mais intensamen-te os efeitos do clima desfavorável de 2014. O segundo e terceiro terços da safra devem apresentar canas com me-lhor desempenho.

Já do ponto de vista de valores, a expectativa da consultoria é de pre-ços de etanol anidro e hidratado de 10 a 15 centavos por litro superiores aos observados em 2014. “No que tange ao açúcar, a desvalorização do real trouxe uma redução do preço avaliado em dó-lares no mercado livre de Nova York. Este efeito aumentou a relação de com-

Safra indefinidaEstimativas entre consultorias indicam que a produção de cana-de-açúcar

na temporada 2015/16 ficará entre 649 e 672 milhões de toneladas Andréia Vital

Reportagem de Capa44

Plínio Nastari

O emaranhado de problemas enfrentados pelo setor sucro-energético nos últimos anos e

intensificado pelo fator climático em 2014 se reflete de forma diferente em vários períodos da atual temporada ca-navieira, que teve sua colheita iniciada oficialmente no dia 1º de abril.

Um dos primeiros impactos se desta-ca pelo atraso na colheita neste início de safra. “Exatamente pela baixa qualida-de dos canaviais do início de safra e do estoque de etanol, até recentemente em níveis confortáveis, o início da moagem deve apresentar atraso de 15 a 20 dias, pela estratégia dos principais grupos de usinas de dar mais tempo para recupera-ção do atraso fisiológico do canavial, e melhor amadurecimento”, identifica Plí-nio Nastari, presidente da DATAGRO.

Ao fazer um balanço sobre a safra 2014/15, o consultor afirma que, do ponto de vista agronômico, a tempora-da sofreu o impacto das chuvas abaixo do normal durante o verão passado e um comportamento do clima durante o ano de 2014, com variações significa-tivas em relação à media histórica. “A situação econômica financeira delica-da de vários produtores fez com que o canavial ficasse mais heterogêneo com situações de boa condução agronômica

e situações de infestação de mato e pes-tes”, justificou.

Segundo dados da consultoria, na safra 2014/15, a oferta total de ATR no Brasil (Regiões Centro-Sul mais Norte Nordeste) atingiu 85,4 milhões de to-neladas, volume que representou uma ligeira redução em relação à safra an-terior, de 86,3 milhões de toneladas. Já o mix de produção, a nível Brasil, foi de 2,6% mais alcooleiro, resultando numa redução da produção de açúcar de 37,6 para 35,4 milhões de toneladas. “Em contrapartida, a produção de eta-nol cresceu de 27,5 para 28,3 bilhões de litros, atingindo um novo recorde que precisa ser registrado e comemorado”, afirma o presidente da consultoria, Plí-nio Nastari.

O destaque para a safra 2014/15 fica por conta do elevado crescimento do con-sumo do etanol combustível, alega Nasta-ri. “Enquanto o consumo de combustíveis do ciclo Otto cresceu 9,2%, em gasolina equivalente, o consumo de hidratado cresceu 20,1% e o de anidro, 14,5%”, argumentou o consultor, lembrando que este mesmo comportamento tem se man-tido no primeiro trimestre de 2015, e deve ser observado durante todo o ano. “Em janeiro, o consumo de hidratado cresceu mais de 13%, em fevereiro mais de 16%

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Mesmo com situação crítica, consultorias apontam crescimento da produção

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petitividade do Brasil no mercado mun-dial e o seu impacto deverá ser medido nos próximos dois anos”, declara o pre-sidente da consultoria;

A DATAGRO trabalha com três cená-rios de evolução da moagem até 2024, e considera mais provável um cenário de expansão moderada, o que levaria a moagem a cerca de 780 milhões de tone-ladas até este horizonte. “O cenário mais conservador é o que leva em conta a per-sistência da crise setorial nos próximos dois a quatro anos. Os outros cenários levam em conta uma expansão modes-ta e uma expansão moderada. Acredita-mos que o cenário mais conservador é o de menor probabilidade, pois o próprio mercado já dá sinais de uma luz no fim do túnel. Obviamente o volume e o aces-so ao crédito terão uma influência nestas probabilidades, mas o humor do merca-do pode passar do cenário de descrédito para um cenário de gradual recuperação econômica-financeira. O que não pode acontecer de novo é um efeito manada irresponsável quando a situação tiver melhorado”, diz.

Para a safra mundial 2014/15, ini-ciada em outubro de 2014 com tér-mino em setembro de 2015, a DA-

TAGRO estima um ligeiro deficit de 400 mil toneladas e um deficit de 3,7 milhões de toneladas para a sa-fra 2015/16. “Isto significa que em setembro de 2016 a relação estoque/consumo ainda vai estar no nível de 43,7%. Portanto, uma recuperação do preço mundial deve ocorrer apenas num prazo de 6 a 12 meses”, diz Nas-tari. “Por este motivo, e pela força do consumo de etanol hidratado e anidro, que passa ao nível de 27% a partir de 16 de março, estimamos uma safra mais alcooleira com 57,5% do ATR sendo direcionado para o etanol”, afirma. Nos últimos dois anos a va-riação acumulada do mix na direção de etanol foi de 7,3% e esta tendên-cia deverá se manter em 2015/16 com outros 0,5% sendo direcionados para o etanol. “Com tudo isso entendemos que, em 2015, a remuneração do ATR deve crescer entre 7% e 10%”.

Para o consultor, o otimismo em re-lação ao setor só acontecerá daqui doze a dezoito meses. “Mas 2015 com cer-teza indica uma condição melhor que 2014 pela recuperação do consumo de etanol aos níveis recordes observados em 2009, e pela dependência que as refinarias independentes de açúcar es-

palhadas pelo mundo têm pelo açúcar VHP do Brasil”.

Ele lembra também que o consumo mundial de açúcar continua crescendo 2,0% ao ano e que seu maior fornece-dor mundial, que é o Brasil, reduziu sua produção e, consequentemente, o excedente exportável, de 38,2 mi-lhões de toneladas em 2012/13 para estimados 35,7 milhões de toneladas em 2015/16. Já o vigor do mercado doméstico tem feito com que o Brasil gere pouco excedente de etanol para exportação, o que tem feito com que os Estados Unidos estejam avançando na sua participação do mercado mundial. “Em 2014, os Estados Unidos foram responsáveis por 45,2% do mercado enquanto o Brasil 19,5%”.

Para o economista, a necessidade de energia e a força do mercado de etanol serão as alavancas de recuperação do se-tor. “Segundo nossos levantamentos, das 354 usinas que operaram em 2014/15, 127 colocaram energia excedente no grid. Em 2013, a energia excedente colocada na rede foi de 12,8 mil GWh, e em 2014 foi de 14,3 mil GWh, um crescimento de 11,16%. Em 2015, poderá haver um cres-cimento de 5 a 10%”, conclui.

As projeções da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que di-vulgou o seu primeiro levantamento sobre a safra de cana 2015/2016, no dia 13/4, apontam que o Brasil deve-rá produzir 654,6 milhões de tonela-das de cana-de-açúcar na safra atual. A estimativa é de que a produção do País tenha um incremento de 3,1% em relação à safra passada, que chegou a 634,8 milhões de toneladas, segundo seus relatórios.

De acordo com a estatal, só não é maior porque o aumento da área plan-tada no País foi relativamente pequeno (0,7%), chegando a pouco mais de 9 milhões de hectares. “A baixa produ-tividade nos canaviais de São Paulo, o maior Estado produtor da cultura, tam-

bém influenciou o volume estimado”, afirmou a companhia.

A maior parte da cana-de-açúcar co-lhida vai ser destinada à fabricação de etanol, o que representa 56,2% da produ-ção. O combustível total deve ter um au-mento de 1,9%, passando de 28,66 para 29,20 bilhões de litros, com o hidratado, utilizado nos veículos “flex-fuel”, redu-zindo 2,8%, ou seja, sai da marca de 16,9 bilhões para 16,5 bilhões de litros. Já o anidro, destinado à mistura com gasolina, apresenta aumento de 8,6%. A produção de açúcar deverá ter um aumento de 5%, devendo passar das 35,56 milhões de to-neladas para 37,35 milhões.

A atual safra também deverá ser maior conforme a Archer Consul-

ting, que apontou crescimento de 0,62% sob os 570,10 milhões previs-tos para o ciclo passado, ou seja, será de 573,69 milhões de toneladas. Ao fazer a sua primeira projeção para a temporada, a consultoria também pre-vê a produção de 32,21 milhões de to-neladas de açúcar e 26,26 bilhões de litros de etanol, sendo 15,38 bilhões de litros de hidratado e 10,88 bilhões de litros de anidro.

Já o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que trabalha com ano-civil e não ano-safra, esti-ma que a cana-de-açúcar está entre os quatorze produtos que deverão ter queda na produção, ficando 2,5% abaixo do que foi produzido em 2014: 672.6 mil toneladas.

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UNICA ainda não divulgou suas projeções para a temporada atual

Os dados finais da safra 2014/2015 da região Centro-Sul do Brasil, apre-sentados pela UNICA (União da Indús-tria de Cana-de-Açúcar) no dia 14 de abril, apontam para uma moagem de 571,34 milhões de toneladas de cana--de-açúcar, volume 4,31% menor dian-te das 597,06 milhões de toneladas pro-cessadas na safra 2013/2014.

A produção de açúcar alcançou 31,99 milhões de toneladas, retração superior a 2,30 milhões de toneladas sobre o re-sultado do ciclo agrícola anterior (34,29 milhões de toneladas). Em contraparti-da, o volume fabricado de etanol au-mentou 2,23% no período, totalizando 26,15 bilhões de litros.

“Este aumento decorre da ampliação do mercado de etanol hidratado, cuja produção atingiu 15,39 bilhões de litros - contra 14,57 bilhões de litros na safra 2013/2014. Em relação ao etanol ani-dro, o volume fabricado somou 10,75 bilhões de litros”, explicou a UNICA.

De acordo com a presidente executi-va da UNICA, Elizabeth Farina, a safra 14/15 foi menor devido à seca muito pronunciada e que reduziu principal-mente a produção no Estado de São

ISO DATAGROA consultoria organiza a conferência

ISO DATAGRO, em Nova York, em maio, e irá discutir diversos temas rela-cionados ao setor sucroenergético. Entre eles, se destacam as perspectivas e ten-dências para os mercados mundiais de açúcar e etanol; o surgimento de novos tigres da produção na América Central e do Sul; a União Europeia como novo hub de exportação mundial; a produtividade da produção de beterraba açucareira nos EUA e Europa; os fatores de influência dos ativos no setor de açúcar e etanol; lições a serem aprendidas com a disputa entre EUA e o México e as políticas pú-blicas, planejamento do setor privado e como o setor empresarial tem enfrentado a crise do setor no Brasil.

Paulo. “Isso certamente trouxe custos inesperados para o setor, uma vez que uma produção menor resulta, normal-mente, num custo unitário maior, custo médio maior, e eu acho que essa foi a tônica dessa safra, foi uma safra mais alcooleira do que açucareira, suficiente para abastecer adequadamente o merca-do, mas foi menor”, explicou.

Para a executiva, embora a cogeração tenha representado um elemento impor-tante na equação econômica financeira das usinas que exportam energia para a rede, no ciclo passado, não será suficiente para tirar o setor da crise. “Apenas 40% das usinas exportam energia para a rede. Para essas, que têm a cogeração de fato, a renda de energia representou importan-tes elementos nessa equação econômica financeira”, disse, completando. “Eu não entendo que a produção de energia elétri-ca, a partir da biomassa, possa sozinha ser um trampolim para o setor sair da crise. Eu acho que é um dado importante, não só para as usinas, mas para o Brasil por-que significa uma fonte renovável, alter-nativa, que reduz emissões de gás efeito estufa e melhora o abastecimento de ener-gia elétrica no local que tem demanda for-te dessa energia”, disse.

A UNICA ainda não informou as projeções para a safra atual. Dados ini-ciais da nova temporada divulgados no dia 14 de abril, pela entidade, mostram um volume processado de cana-de-açú-car pelas usinas do Centro-Sul de 5,42 milhões de toneladas, no acumulado até 1º de abril de 2015. Esta quantida-de representa um acréscimo de 44,20% comparativamente às 3,76 milhões de toneladas moídas em igual período do ano safra 2014/2015.

Já a produção de açúcar alcançou 152,80 mil toneladas, enquanto o mon-tante fabricado de etanol somou 231,57 milhões de litros (38,92 milhões de li-tros de etanol anidro e 192,65 milhões de litros de etanol hidratado) no acumu-lado até 1º de abril de 2015.

Em relação ao número de unidades produtoras em safra, estas totalizaram 53 usinas ao final da segunda quinze-na de março, contra 62 registradas até a mesma data de 2014. Apesar deste re-cuo, o aumento mencionado de 44,20% da moagem acumulada decorre do maior número de unidades em operação durante a segunda metade de fevereiro e os primeiros 15 dias de março de 2015.

Embora o setor tenha conseguido alguns elementos favoráveis recente-mente, como o avanço no desenho dos leilões de bioeletricidade, retorno da CIDE e aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, a executiva adverte que isso não seja suficiente para superar as dificuldades enfrentadas pelo setor. “Acho que neste momento essa para-lização de investimentos que tem sido anunciada e mostrada por especialistas, pela pesquisa Focus, do Banco Central, sinaliza exatamente a perda de confiança que vai ter que ser resgatada para que o investimento volte”, argumentou, res-saltando que isso também se aplica ao setor sucroenergético. “Apesar de ter al-gumas novidades positivas, há também que se ter confiança de que elas vieram para ficar, são instáveis, são previsíveis, é isso que vai poder tirar o setor da crise que ele enfrenta hoje”, afirmou Elizabe-th, que foi empossada no dia 15 como novo membro do Conselho Consultivo do Setor Privado – Conex, criado por iniciativa do Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio. Trata-se de um grupo de empresários incumbidos de apresentar propostas para melhorar a política de comércio exterior brasileira.

Elizabeth Farina, presidente da UNICA

Reportagem de Capa46

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Mais uma década para colocar a casa em ordemMesmo que a curva de retomada ainda

esteja distante, os sinais de novos cená-rios já começam a aparecer com as novas conquistas do setor. Mas há muita água para correr embaixo da ponte antes de se conseguir, por exemplo, operar o recorde de 2009, quando a produção chegou a 659 milhões. “Eu vejo um cenário de retração no curto prazo até 2020 e vejo que este cenário por retração leva a um cenário de retomada, leva a um ajuste do mer-cado de açúcar, leva um ajuste de preço e leva as empresas voltarem a investir, a reformar canavial, trocar variedade, fazer manutenção. Não é que surjam no-vas usinas, mas podemos voltar a repetir a safra recorde de 659 milhões de tone-ladas de 2009, talvez em 2025”, afirmou o diretor técnico da UNICA, Antônio de Pádua Rodrigues, em evento realizado em Sertãozinho-SP, recentemente.

O executivo ressaltou que a grande conquista que muda toda a perspectiva

dessa safra é a alteração na tributação entre a gasolina e o etanol hidratado ocorrida em Minas Gerais, que aumen-tou o tributo da gasolina de 25 para 29% e reduziu do etanol de 19 para 14%. “Minas tem hoje a segunda maior frota brasileira, mais o share de merca-do do etanol hidratado não passa de 11 a 12%, enquanto em São Paulo é mais de 40% e em Goiás é mais de 30%. Se o Estado mineiro, dentro dessa política, chegar a 30% de mercado, isso significa que a demanda de etanol hidratado, que hoje é na faixa de 80 mil m³ por mês, aumente para 200 mil m³ por mês. Nós estamos falando em criar uma demanda para o etanol hidratado em condições muito mais favoráveis de 1 bilhão e meio do ano safra”, argumentou.

Pádua alertou também que apesar do potencial de demanda existir e ser evidente, o setor enfrenta a crise finan-ceira e caminha para o encolhimento

no curto prazo. “Infelizmente, hoje, o Brasil tem 640 milhões de toneladas de cana, com apenas 14% da área de co-lheita de cana de primeiro corte, quan-do devíamos ter 18 a 20%, ou seja, temos um canavial velho, sucateado, e não há dinheiro para fazer reformas neste canavial”, diz. “Nós sabemos de todas as variedades que nós devemos plantar, nós sabemos qual o melhor manejo de plantio, qual é o melhor manejo de cultivo, nós sabemos tudo,

Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da UNICA

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mas as empresas infelizmente não têm dinheiro para nada”, explicou.

Para o executivo a solução eficiente

para equacionar a crise se encontra na

empresa mais famosa do Brasil. “Essa política do passado levou a gente para o buraco que vai encolher o setor no curto prazo, apesar de ter um potencial enorme de demanda e de mercado. Só

existe uma solução para o setor, além das ações políticas públicas: é resolver o problema da Petrobras, que com isso efetivamente vai resolver o problema do país e do nosso setor”.

Canaplan divulga sua primeira projeção no final de abril

Alto custo estrangula o fornecedor de cana

A Consultoria Canaplan também não divulgou a sua estimativa para a temporada que teve início oficial no dia 1º de abril. Mas de acordo com seu presidente, Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Caio Carvalho), será uma safra complexa, com ambiente políti-co-econômico conturbado no Brasil e outro ano de baixos preços. “As pers-pectivas devem ser avaliadas frente ao que irá acontecer durante a safra em termos do clima. O canavial está “atrasado” e será crucial observar as condições do outono. Tende a ser ou-tra safra ruim”, alega ele.

Ao fazer o balanço sobre a tem-porada passada, Carvalho afirma ter sido também uma safra complexa, au-xiliada pelo ano úmido de 2013. “A

“Anos atrás o preço da colheita participava em 30% do valor da cana, hoje chega 40, a 50%, está muito di-fícil para o produtor”, afirma Mano-el Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e da Orplana (Organização de Planta-dores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil).

Segundo ele, será a quinta safra em que a produtividade ficará abaixo de 80 toneladas por hectares. “Esta situa-ção complicada é fruto, principalmen-te, de dois fatores que pesaram muito: a condição climática e a colheita me-canizada, que afetou a produtividade devido à velocidade como foi imple-mentada, não respeitando a curva de aprendizagem do novo sistema que é um pouco longa, mas a usina precisa-va colher, andar com as coisas”, ex-plicou Ortolan, lembrando que muitos

produtividade agrícola foi levemente melhor do que se esperava e a quali-dade da cana também, face à seca do ano. Do ponto de vista econômico-fi-nanceiro foi uma má safra. Houve au-mento efetivo do endividamento, face a ociosidade industrial, baixos preços e dificuldades de acesso ao crédito”, diz, lembrando que a seca do ano passado e a herança maldita deixadas para a safra 2015/16 se destacam nes-sa análise. “A conta da seca será paga este ano”, resume.

Para o consultor, o setor ainda en-frentará pelo menos mais três safras “travadas”, à espera da recuperação. “São muitos variáveis e muita com-plexidade interna e externamente”. Além disso, sofre o impacto da va-

grupos já lidavam com colheita meca-nizada há mais de quinze anos, Por-tanto, agora, estão bem à frente nesta questão. “Mas a maioria que veio nes-te atropelo tem muito ainda a melho-rar neste processo de mecanização”, advertiu o presidente.

Para o executivo, não basta mais somente recuperar o que foi perdido. “A cana tem este problema, você não vira o jogo de um ano para o outro, mas o estrago que foi feito pelo clima, pela colheita mecanizada, pela falta de tratos, até por conta de preço, de renda, tudo isso debilitou o canavial, envelheceu o canavial, as reformas foram menores, nós estamos com um número de falhas grandes no canavial, em função principalmente desse últi-mo ano, da seca que aumentou a praga de solo, provocou morte de soqueira. E então, para recuperar, é necessário um ciclo, ou seja, cinco anos”, previu.

riação cambial. “O relevante peso do Brasil no mercado internacional do açúcar cria uma relação complexa: sobe a força do dólar, cai o preço do açúcar! O mercado do etanol ainda é muito limitado no exterior”, explica.

O aumento da produtividade e pre-ços melhores são apontados como trampolim para o início de uma nova fase. “Em se falando em média, será fundamental a recuperação dos preços e da produtividade, além do acesso ao crédito. Isso tudo é desejo, não condiz com o mundo real. O Brasil passará por um “vale” econômico e o setor estará nele. Se houver sucesso, a par-tir de 2017 talvez tenhamos recupera-ção efetiva pela volta dos temas aqui apontados”, afirma o executivo.

“Com a tecnologia de hoje, nós poderíamos, com certeza, estar traba-lhando para colher 100 toneladas por hectares em média, mas este ano de-vemos chegar a 75 ton/ha”, conclui.

Na visão do prof. titular da FEA/USP, Marcos Fava Neves, o setor en-frentará ainda mais dificuldade nesta nova temporada, com juros elevados (custo de capital) e maiores riscos de refinanciamento (rebaixamento ratin-gs), fatores que aumentarão o endi-vidamento das empresas e o número de pedidos de recuperação judicial. “A receita do setor em 14/15 ficou em torno de R$ 70 bilhões. Já a dí-vida passou de R$ 77 bilhões, poden-do ter chegado a R$ 90 bilhões com os efeitos do novo real”, afirma Fava Neves, ressaltando que o desânimo e desconfiança afetam brutalmente o in-vestimento, que seria necessário para a retomada do segmento.

Reportagem de Capa48

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

49Destaque I

Governança Corporativa apresenta propostas para reerguer setor sucroenergético

Unir forças contra a grave crise enfrentada pelo setor da cana--de-açúcar. Este é o objetivo

do projeto de Governança Corporativa da Cadeia Produtiva Sucroenergética, que realizou, no último dia 8 de abril, no auditório da Canaoeste, em Sertão-zinho-SP, sua primeira reunião plenária oficial, para divulgar as ações que fo-ram planejadas até o próximo mês de julho para cobrar do Governo Federal medidas que permitam uma retomada dos investimentos na produção de cana, nas usinas e na indústria de base.

O projeto, que começou a ser es-boçado em dezembro do ano passado e cuja primeira atitude foi o apoio ao Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergético, que reuniu, segundo a organização, 15 mil pessoas em Ser-tãozinho no dia 27 de janeiro, pretende promover, nas principais regiões produ-toras de cana-de-açúcar do país, vários road shows, reuniões com a presença de profissionais de reconhecido conheci-mento agrícola, para que sejam discuti-das as melhores tecnologias disponíveis no mercado que permitam aumentos de produtividade.

Também estão entre as propostas,

numa segunda etapa, uma audiência com o governador de São Paulo, Ge-raldo Alckmin, que integra a Frente dos Governadores, a rearticulação das Frentes Parlamentares em defesa do etanol e da bioenergia, tanto nas esfe-ras estaduais quanto na federal, e, final-mente, uma Marcha a Brasília, para que as reivindicações cheguem diretamente à Presidência da República. O projeto todo está orçado em R$ 3 milhões.

Apoiam a iniciativa, que é gerida pelo Brasil Agro, a UNICA (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), o

Projeto, que está orçado em R$ 3 milhões, prevê a realização de reuniões técnicas, audiência com o governador de SP e a organização de uma Marcha a Brasília

Igor Savenhago

Fórum Nacional Sucroenergético, a Orplana (Organização dos Plantado-res de Cana da Região Centro-Sul), o SIMESPI (Sindicato das Indústrias de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras), o CEISE Br (Centro Nacional das In-dústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), a Força Sindical, a Feplana (Federação dos Plantadores de Cana do Brasil), a Unida (União Nor-destina dos Produtores de Cana), além da Copercana (Cooperativa dos Plan-tadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), da Coplacana (Cooperati-va dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo) e da Coopercitrus (Coo-perativa de Produtores Rurais).

O evento foi aberto pelo coordena-dor da Governança Corporativa, Evan-dro Ávila. Ele apresentou notícias re-centes sobre os escândalos políticos no país, apontando para a necessidade de uma grande mobilização do setor sucroenergético a fim de evitar que os esforços empreendidos historicamen-te, sobretudo para os biocombustíveis, sejam desperdiçados. Na luta contra os desmandos, é preciso, segundo ele,

“elencar ações de esclarecimento e aproximação com a opinião pública e com os governos municipais, estaduais e federal”, de forma a criar uma ima-gem proativa para os produtos brasilei-ros e fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias.

Além dele, participaram da reu-nião, apresentada por Ronaldo Knack, presidente do BrasilAgro, represen-tantes de diversas entidades e empre-sas que atuam no setor. Compuseram a mesa o presidente da Copercana e do Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, que representou a UNICA e o Fórum Nacional Sucroenergético; Manoel Ortolan, presidente da Orpla-na e da Canaoeste; Adézio Marques, vice-presidente do CEISE Br, Antonio Vitor, presidente do Sindicato dos Tra-balhadores na Indústria de Alimenta-ção de Sertãozinho e Região, vice-pre-sidente da Força Sindical no Estado de São Paulo e diretor da Força Sindical Nacional; além de Tarcísio Ângelo Mascarim, diretor do SIMESPI e se-cretário de Desenvolvimento Econô-mico de Piracicaba-SP.

Evandro Ávila, Antonio Vitor, Antonio Eduardo Tonielo, Manoel Ortolan, Tarcísio Ângelo Mascarim e Adézio Marques

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O tamanho da criseEm debate, os números mais recen-

tes da crise, que se agravou em 2008, com as instabilidades econômicas mundiais, mas cujo embrião data de dois anos antes, quando, por conta da descoberta do pré-sal, o Governo Lula já dava indícios de distanciamento do setor sucroenergético. De lá para cá, o que se viu foram grupos endividados, que passaram a transferir o controle acionário das suas empresas, em gran-de parte, para o capital estrangeiro, que aumentou a participação nos ne-gócios envolvendo a cana-de-açúcar de 5% para 40%.

Nos últimos seis anos, de acordo com os dados apresentados durante a reunião, 83 usinas fecharam e outras 70 entraram com pedido de recupera-ção judicial, o que representou a ex-tinção de 300 mil vagas de emprego. Outras dez unidades industriais dão mostras de que não irão moer na safra deste ano. Como efeitos, a indústria de base, que trabalha com 60% de ocio-sidade, perdeu mercados no exterior, produtores estão vendendo suas terras ou mudando de atividade agrícola e municípios que dependem da cana re-duziram suas receitas tributárias e es-tão convivendo com crescimento dos índices de criminalidade.

Para virar este jogo, a Governança Corporativa se baseia na situação de 1999, que era parecida com a atual. Naquele ano, lideranças do setor se reuniram para o “Grito pelo Emprego e pela Produção”, ação semelhante a do dia 27 de janeiro deste ano. Na época, milhares de litros de etanol foram dis-tribuídos gratuitamente como protesto. O resultado foi que o grupo conseguiu um diálogo com o então Presidente da República, Fernando Henrique Car-doso. Com maior atenção, a cadeia produtiva da cana-de-açúcar viveu um período de intensa prosperidade, com a abertura de mais de 100 novas usi-nas e a expectativa de atrair para o país as atenções de países preocupados em adotar tecnologias limpas e renováveis e, com isso, reduzir a emissão de po-

luentes. Mas uma nova crise, menos de uma década depois, atrapalhou os planos.

As entidades que integram a go-vernança acreditam que as recentes mudanças anunciadas pelo Governo Federal já são resultado de uma maior integração entre os diversos elos da cadeia. Em janeiro, antes mesmo da realização do Movimento pela Reto-mada do Setor Sucroenergético, foram anunciados o aumento da mistura de etanol na gasolina, de 25% para 27%, e retorno da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) para combustíveis fósseis. No mês seguinte, o Ministério da Agricultura anunciou três novos leilões de energia de biomassa: para 24 de abril, com ge-ração a partir de janeiro de 2016; 30 de abril, com entrega a partir de janeiro de 2020; e 24 de julho, para ser gerada a partir de janeiro de 2018.

Como as medidas não são suficien-tes para reerguer o setor, a Governança Corporativa estabeleceu um calendário de ações até julho deste ano, quando será feito um balanço dos trabalhos de-senvolvidos e a definição das próximas etapas. Nesta primeira fase, além dos road shows, estão previstas reuniões para captação de recursos e contrata-ção de profissionais para coordenar e implementar o projeto.

O presidente da Copercana e do Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, afirmou que o projeto é de

extrema importância, tendo em vista que irá priorizar, além das tentativas de diálogo com o governo, discussões sobre tecnologias, fundamentais para alavancar, rapidamente, a produtivi-dade do setor. Ele prevê, porém, difi-culdades para a obtenção dos recursos necessários, por causa dos problemas atravessados pela economia brasileira.

O presidente da Orplana e da Ca-naoeste, Manoel Ortolan, disse que considera prioritário conseguir, junto ao Governo Federal, a definição da participação do etanol e da bioeletri-cidade na matriz energética brasileira. E projetou mais uma safra difícil, com produtividade dos canaviais estimada em menos de 80 toneladas por hecta-re, a exemplo do que vem ocorrendo desde 2011.

Antonio Vitor chamou a atenção para a angústia vivida pelos trabalha-dores desempregados e defendeu que os investimentos da esfera pública fe-

Destaque I

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deral sejam feitos no capital produtivo, “não no especulativo”. Para Adézio Marques, do CEISE Br, a meta, ambi-ciosa, de unir toda a cadeia produtiva, faz da Governança Corporativa um dos mais importantes projetos do setor nos últimos anos.

Já Tarcísio Ângelo Mascarim dis-se que o congelamento dos preços da gasolina pelo Governo Federal, que comprometeu seriamente a rentabili-dade do etanol, foi um “crime”. Para o diretor do SIMESPI, todos os esforços do projeto da governança devem ser direcionados para garantir a chegada ao destino final: Brasília. Ele entregou, à gestão do grupo, um estudo mostran-do que, a partir de 2020, o país preci-sará instalar 134 novas usinas em rela-ção ao atual número. Caso contrário, enfrentará o risco de desabastecimento de açúcar e etanol.

Protesto reuniu 15 mil O primeiro ato do

setor sucroenergético com a participação da Governança Corpora-tiva da Cadeia Produ-tiva Sucroenergética foi o Movimento pela Retomada do Setor, no dia 27 de janeiro, em Sertãozinho-SP. Com o envolvimento de entidades repre-sentativas da cadeia canavieira e da prefei-tura local, o protesto, que, segundo a orga-nização, reuniu 15 mil pessoas, entre traba-lhadores da indústria e do comércio, em-presários e políticos, se concentrou em dois pontos: na rotatória da empresa Dedini, no distrito empresa-rial, e na Praça Thirso Pelá, na saída para Ribeirão Preto-SP.

O primeiro pelotão, formado basi-camente por metalúrgicos e conduzido por tratores, percorreu parte da Rodovia Armando Salles de Oliveira até se en-contrar com o segundo grupo, em que estavam, predominantemente, políticos e comerciários. Juntos, os manifestantes

marcharam até o entroncamento com outra rodovia, a Carlos Tonani, Com apoio da Polícia Militar, as duas vias, que estão entre as principais da região de Ribeirão Preto, ficaram totalmen-te bloqueadas por cerca de três horas. Faixas e cartazes pediram mudanças em prol da produção e do emprego e deram o tom do protesto, que terminou sobre um trio elétrico, onde discursaram as lideranças do movimento. RC

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Rodapé Canavieiros Centro Eventos Copercana

sexta-feira, 17 de abril de 2015 16:12:31

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52Destaque II

Fenasucro 2015 deverá movimentarR$ 2,8 bilhões

Apontada como um dos princi-pais vetores de soluções e pla-taforma de negociações para

o setor sucroenergético, a Fenasucro (Feira Internacional de Tecnologia Su-croenergética) continua gerando ex-pectativas quanto a ser um trampolim para a retomada da cadeia produtiva canavieira. A feira, que está em sua 23ª edição, acontece entre 25 a 28 de agosto de 2015 e deverá receber 33 mil profissionais de várias partes do mun-do ávidos a conhecer as novidades em serviços e equipamentos oferecidos por 550 expositores, espalhados por 75 mil m² de exposição, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho - SP.

Realizada pelo CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Su-croenergético e Biocombustíveis) e a Reed Alcantara Exhibitios Machado, a feira, segundo seus organizadores, deve gerar R$ 2,8 bilhões em novos ne-gócios, 27,2% a mais do que a edição passada, que movimentou em torno de R$ 2,2 bilhões. Já a visitação deverá ser a mesma de 2014: em torno de 33 mil profissionais, sendo que, na ocasião, o evento foi muito movimentado pela presença de diversos parlamentares e candidatos ao Governo Federal, como a ex-ministra do Meio Ambiente, Ma-rina Silva (PPS), e o então senador da República e candidato a vice-presidente da República na chapa de Aécio Neves, Aloysio Nunes (PSDB).

“Em 2015, o principal objetivo do evento é fomentar novos negócios e fortalecer ainda mais o setor su-croenergético”, afirmou o diretor do portfólio de energia do Grupo Reed Exhibitions Alcantara Machado, Igor Tavares, ao fazer uma retrospectiva da Fenasucro 2014, durante coletiva de imprensa realizada no dia 31 de março, em Ribeirão Preto - SP. Na oportunida-de, Tavares divulgou o nome de Paulo Montabone, como novo gerente geral responsável pelo escritório da promo-tora na cidade. “Estamos devolvendo a

Organizadores apostam na tradição do evento e nos leilões de energia de biomassa para justificar os 27,2% de incremento nos negócios diante do volume gerado em 2014

Andréia Vital

chave do escritório para Ribeirão Pre-to, para a equipe que sempre o tocou, dando toda a assessoria necessária da maior empresa do mundo. Montabone tem 24 anos de experiência, tem todo gabarito e todo relacionamento neces-sário para fazer a feira chegar aonde queremos”, assegurou o diretor.

De acordo com Montabone, 93% dos espaços da Fenasucro já estão pre-enchidos. “O novo setor, que integra o portfólio da feira, além do agrícola e de fornecedores industriais, processos industriais, transporte e logística, será o de energia que este ano passa a ser uma vertente muito pujante dentro do setor sucroenergético nacional e in-ternacional”, alegou Montabone, con-tando que novos eventos de conteúdo também são apostas da promotora para incrementar a feira este ano. Além dis-so, o evento terá o Club Premium Plus, uma espécie de rodadas de negócios entre usinas do Brasil e expositores; o Programa de Acesso à Micro e Pe-quenas Empresas, que receberá, des-ta vez, 24 empresas subsidiadas pelo SEBRAE-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o cartão de benefícios pelo qual coo-perativas, apoiadores e os expositores poderão ter algumas facilidades em es-tacionamento, restaurantes, bares e até na companhia TAM.

Ao enfatizar que as recentes medidas em benefício ao setor sucroenergético darão fôlego ao segmento, mas não re-solverão o problema da crise, o presi-dente do CEISE Br, Antonio Eduardo Tonielo Filho, explicou que a ação ago-ra é no sentido de buscar solução para a energia desprezada, a que vem da bio-massa da cana. “Para se ter uma ideia, em 2014, essa fonte renovável gerou 21 mil gigawatts/hora (GWh). Isso é metade da demanda de Portugal e duas vezes a do Uruguai e a energia que está aí, desprezada, sendo que conseguimos chegar a seis vezes mais essa quantida-de, com investimento na indústria, no plantio, em variedades”, alegou o exe-cutivo, lembrando que o setor já conse-guiu algumas vitórias nesta área, como a isenção do ICMS (Imposto sobre Cir-culação de Mercadorias e Serviços) do

Igor Tavares, diretor do portfólio de energia do Grupo Reed Exhibitions Alcantara Machado

Paulo Montabone, gerente geral do escritório da promotora na cidade

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bagaço da cana e os investimentos que a CESP (Companhia Energética de São Paulo) fará no ramo da bioeletricidade através de parcerias com usinas, con-forme determinou decreto do governa-dor de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Tonielo Filho ressaltou ainda que o setor vem ganhando espaço nesta área de energia, prova disso são os três lei-lões dedicados somente à biomassa, que ocorrerão em abril, maio e a partir de julho, tendo 75 projetos cadastra-dos. “O interessante é que os leilões acontecem antes da feira, então, se me-tade desses projetos forem aprovados, pode animar as negociações e é isso que a gente está esperando”, afirmou, destacando que os esforços também se concentram na luta para a implan-tação da emenda da Medida Provisória 638/2014, do deputado licenciado e atual secretário da Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim - que reduziu o IPI (Imposto sobre Produto Industriali-zado) para os carros com motores flex movidos a etanol com maior eficiência energética - nos termos do Inovar-Au-to (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores).

Já o presidente da Copercana e do

Sindicato Rural de Sertãozinho-SP, An-tonio Eduardo Tonielo, foi taxativo ao afirmar que o setor só terá uma guinada quando os preços internacionais do açú-car subirem. “Porque produzir açúcar a 12 cents por libra-peso não é fácil para país nenhum conseguir e manter em es-toques”, alegou esperançoso que o se-gundo semestre seja melhor. “É muito

difícil de você conseguir melhorar ou ganhar dinheiro com o preço do açúcar hoje e, infelizmente, quando o açúcar fica ruim, reflete no etanol e aí eu deixo de fazer açúcar e eu vou fazer etanol, com isso, o preço do etanol cai”, expli-cou. Ele destacou ainda o importante papel da feira na busca de soluções para o segmento canavieiro. “É com tecno-logia que conseguimos diminuir o nos-so custo, podendo assim investir mais no campo. Com certeza isso muda o perfil tanto da área produtiva quanto da área da indústria, e tecnologia, a gen-te encontra na Fenasucro e Agrocana”, afirmou Tonielo, que é o presidente de honra da feira.

Opinião compartilhada com o pre-sidente da STAB Nacional (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcoolei-ros do Brasil), José Paulo Stupiello. “Há uma expectativa mundial sobre a feira, pois todos querem saber o que tem de novo, o que poderá contribuir para aumentar a produtividade que é uma grande preocupação, como é também, a questão dos custos, que querem baixar”, disse. Stupiello con-tou ainda que tem recebido visitantes do mundo inteiro interessados em co-nhecer a produção canavieira e que eles estão copiando o modo brasilei-ro de tocar o setor. “Queremos criar um sistema para trazer o pessoal para a Feira, em 2016. Vamos fazer uma parceria com o CEISE Br e recriar o Brasil Cana Show, como fizeram no passado, com uma programação es-pecial para receber os visitantes in-ternacionais, e mostrar nosso parque industrial e lavouras”.

Para Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Planta-dores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro--Sul do Brasil), a redução de custo com ganhos de eficiência e produtividade é essencial para a alavancagem do seg-mento. “Estamos no quinto ano de crise e vários fatores contribuíram para isso, como a queda da produtividade, que na safra 2011, era em média 85 toneladas por hectares, caiu para 68 t/ha devido a problemas enfrentados, saltamos para 73 t/ha um tempo depois, fechando em 78 t/ha na safra 13/14 e voltamos para 73 t/ha na safra passada, e novamente este ano deverá ficar entre 73 e 77t/ha, dependendo do clima”, explicou Orto-lan, advertindo que a situação é com-plicada para produtores, que estão tra-balhando durante todo este tempo com baixa produtividade e a preços que não pagam os custos de produção.

“A feira nunca regrediu desde que foi criada, em 1993, e desde então vem crescendo e apontando as novas ten-dências em tecnologias. Acho que nes-te ano, com esta angústia que a gente está vivendo, aguardando por melho-rias, faz até bem ir lá, encontrar todo mundo do setor, conversar, encontrar as pessoas que hoje estão no Gover-no, que certamente serão convidadas e vamos nos empenhar para trazê-las e, com elas, discutir e continuar salien-tando os principais problemas que te-mos para que elas encontrem solução para nós”, finalizou.

Eventos paralelosAlém da exposição, a Fenasuscro &

Agrocana 2015 contará com eventos paralelos, tais como o Prêmio Mas-terCana; a 4ª Conferência DATAGRO CEISE Br; o 3º Congresso de Auto-mação e Inovação Sucroenergética; o Seminário Agroindustrial da STAB (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil); o Seminário Agroindustrial do GEGIS (Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro); o WorkShop Temá-tico do GEHAI (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria); o III Seminário de Transporte e Logística ESALQ-LOG/PECEGE; as Rodadas de Negócios Internacionais; a Conferência da Bioenergy e o XV Encontro Anual de Produtores de Cana-de-Açúcar, or-ganizado pela Canaoeste e Orplana.

Paulo Montabone (Reed Alcantara Machado), Sebastião Macedo (CEISEBR),José Paulo Stupiello (STAB), Antonio Eduardo Tonielo Filho (CEISEBR),

Manoel Ortolan (Canaoeste), Antonio Eduardo Tonielo (Copercana e Sicoob Cocred) e Igor Tavares (Reed Alcantara Machado)

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

54Destaque III

Seminário de Mecanização reúne a cadeia produtiva de cana-de-açúcar no interior paulista

Cada vez mais a tecnologia tem atuado no campo proporcio-nando melhores condições de

trabalho visando à otimização e viabi-lidade da produtividade, permitindo a criação das mais altas tecnologias para o campo e, ao mesmo tempo, exigindo um aprimoramento contínuo. No entan-to, o conhecimento e a troca de expe-riências são ferramentas fundamentais para a cadeia produtiva da cana-de-açú-car, principalmente quando o objetivo é ganhar em produtividade, reduzir cus-tos e aumentar a eficiência.

Nos dias 25 e 26 de março, Ribeirão Preto-SP, no interior do Estado de São Paulo, foi palco do tradicional evento voltado à mecanização canavieira. O 17º Seminário de Mecanização contou com a participação de palestrantes re-nomados que atuam em usinas, consul-torias especializadas e fabricantes de equipamentos.

Três grandes painéis abordaram os temas: transportes, manutenção e novas tecnologias; plantio e colheita mecani-zados e uso e conservação do solo; e aproveitamento da palha e análise de espaçamentos combinados.

Especialistas apresentaram concei-tos e oportunidades para o setor sobre as mais novas tecnologias disponíveis no mercado para a cultura da cana-de--açúcar; aproveitamento da palha para geração de bioenergia e também novi-dades na área de enfardamento de pa-lha, assuntos que vêm ganhando cada vez mais forças dentro do setor, além de “cases” de sucesso.

Os avanços e desafios sobre a lei da balança foram o primeiro assunto dis-corrido no Seminário pelo presidente da SIAMIG (Sindicato das Indústrias

Mais de 700 profissionais entre técnicos de usinas, pesquisadores, representantes de empresas de bens e serviços e produtores de cana de vários Estados, acompanharam apresentações de temas relevantes para o setor agrícola nas áreas de mecanização e produção de cana-de-açúcar e recolhimento da palha

Fernanda Clariano

de Açúcar e Álcool do Estado de Mi-nas Gerais), Mário Campos, que falou das novidades com as negociações no CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), em Brasília, sobre o trans-porte de cana e também contextualizou toda a problemática no transporte nos últimos anos dentro do setor.

Um debate sobre a evolução da co-lheita e plantio mecanizado foi con-duzido por Marco Rípoli, gerente de Marketing Estratégico para Cana-de--Açúcar para toda América Latina da John Deere, e por Fábio Balaban, espe-cialista de Marketing da Case IH.

Para o coordenador do GMEC (Grupo de Motomecanização do Se-tor Sucroenergético), Luis Antonio

Bellini, uma colheita bem feita exige planejamento. “O foco do produtor não pode ser apenas no equipamento, no caso, a colhedora de cana. Todo o sistema precisa ser preparado, planeja-do”, disse Bellini.

Além do planejamento ressaltado por Bellini, o organizador do even-to, Dib Nunes, lembrou que é preci-so colher melhor. “O setor demorou a ser atendido, mas agora nós temos que fazer a nossa parte, que é produ-zir melhor e com qualidade. Nós não estamos colhendo bem ainda e temos tecnologia para isso. Precisamos plantar melhor, buscar novidades, alternativas e saber explorar toda a tecnologia que temos a nossa dispo-sição”, afirmou.

Mário Campos, presidente da SIAMIGMarco Rípoli, John Deere e

Fábio Balaban, Case IH.

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Um celeiro de novidades Paralelo às palestras aconteceu a 6ª

Mostra de Máquinas e Equipamentos Agrícolas, que apresentou vários equi-pamentos revolucionários, dentre eles, preparador de solo com base de enxada rotativa, pá carregadeira de altíssimo rendimento vinda da Alemanha, plan-tadora de mudas pré-brotadas, monitor de produtividade para as colhedoras de cana e muitas outras inovações.

Segundo o gerente de Marketing da DMB, Auro Pereira Pardinho, o Se-minário de Mecanização é um evento esperado pelo setor mesmo em época de mercado não muito aquecido. “As usinas, os produtores e os pesquisado-res estão sempre em busca de novas

alternativas e novidades tecnológicas para a cultura da cana-de-açúcar e, por isso, não deixam de participar des-se evento. Para nós, este seminário é muito importante porque trata da me-canização de cana-de-açúcar, que é o nosso negócio. No ano passado, fize-mos o lançamento comercial da plan-tadora PCP 6000 automatizada e, este ano, estamos apresentando os “cases” de sucesso, os resultados que os nossos clientes obtiveram com a plantadora”, destacou Pardinho.

De carona nas novidades, a CASE IH lançou durante o seminário uma importante publicação bibliográfica

do setor sucroenergético brasileiro: Processos Agrícolas e Mecanização da Cana-de-Açúcar. O livro reúne as melhores práticas entre todas as etapas produtivas, contando com a participa-ção dos principais profissionais, em-presários, pesquisadores e técnicos do setor. Todos os participantes do evento receberam um exemplar.

Prêmio usinas campeãsApesar da seca e das dificulda-

des, várias usinas se destacaram no Centro-Sul do País no quesito produ-tividade agrícola e foram homenage-adas durante o seminário através do Prêmio Usinas Campeãs de Produti-vidade. O grupo IDEA, juntamente com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), analisou cerca de 200 unidades sucroenergéticas e 11 rece-beram o prêmio. A campeã Brasileira de Produtividade do Centro-Sul na Safra 2014/15 foi a Usina Santo Ân-gelo, de Minas Gerais, que obteve a média de 97,8 t/ha. Este ano houve empate na região de Piracicaba e no Estado de Goiás. Conheça as outras unidades premiadas:

Auro Pereira Pardinho, DMB

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Associada da Canaoeste já realiza em seus canaviais a operação de recolhimento de palha

*André VolpeAntes rejeitada, agora disputada, a

palha se tornou um produto estratégico para os produtores de cana-de-açúcar e as unidades industriais, podendo ser utilizada para a produção de bioenergia ou etanol celulósico (etanol de segunda geração), e também para outras finali-dades como nutrição animal. No atual cenário, com as margens de lucrativida-de bastante estreitas, o aproveitamento da palha cria expectativas sobre a me-lhora da rentabilidade do setor assim como as influências do recolhimento da palha no manejo dos canaviais.

A Canaoeste, buscando esclarecer al-gumas questões referentes à operação de recolhimento de palha, foi até sua asso-ciada Agropastoril Campanelli, referên-cia em uso de tecnologias voltadas para produção e gerenciamento agrícola de cana-de-açúcar, para levantar suas expe-riências e impressões sobre a operação.

Em meio a alta de preços do bagaço de cana, fonte de fibra utilizada para a alimentação de seu rebanho em regime de confinamento, a Agropastoril Campa-nelli foi em busca de uma fonte alternati-va de fibra e encontrou na palha da cana uma solução. Desta forma, em julho de 2014 iniciou suas operações de recolhi-mento de palha, visando à demanda de

seu confinamento (cerca de 12 mil tone-ladas de fibra por ano). Atualmente são recolhidas cerca de 6 mil toneladas de palha de cana-de-açúcar, provenientes apenas das áreas de reforma dos cana-viais. As outras 6 mil toneladas enfarda-das são de tifton, uma gramínea forragei-ra específica para alimentação bovina.

A estrutura de enfardamento foi su-perdimensionada, a fim de garantir a oferta de fibra para o confinamento, sendo composta por duas enfardadoras, equipadas com um sistema de pré-pro-cessamento, que pica a palha de cana antes de ser enfardada, gerando fardos de alta densidade e dispensando a ne-cessidade de picagem da palha pós-en-fardamento. Além das enfardadoras, a frente de recolhimento é composta por uma enleiradora de palha, uma carreta recolhedora e estrutura de apoio (ca-minhão bombeiro e caminhão oficina). Nas áreas de cana, é recolhida cerca de 50% da palhada, o que equivale a 6 to-neladas por ha.

Em áreas de soqueira, a Agropastoril Campanelli, em experimentação, pôde perceber alguns pontos positivos, como a diminuição da infestação de cigarri-nha das raízes. Por outro lado, alguns pontos negativos interferiram no ma-nejo do canavial. Dentre eles, a maior

dificuldade encontrada foi na alteração da dinâmica dos herbicidas, já que a quantidade de palha retirada é suficien-te para influenciar na germinação de algumas espécies de plantas daninhas, além de interferir na logística da apli-cação, que acaba sendo realizada com a soqueira já brotada.

A Agropastoril Campanelli estuda a possibilidade de investir na operação e aumentar sua estrutura, porém con-sidera os valores de mercado da palha destinada para cogeração de energia elétrica baixos, não remunerando ade-quadamente o capital investido e alerta para a complexidade da operação, que depende de muitas variáveis, interferin-do diretamente no manejo da cultura.

*Engenheiro agrônomo da filial da Canaoeste em Bebedouro

• Região de Jaú: Usina São Manoel;• Região de São José do Rio Preto:

Usina Santa Isabel;• Região de Piracicaba: Usina Irace-

ma e Usina São João (empatadas);• Região de Assis: Nova América

Agrícola;• Região de Ribeirão Preto: Usina

Batatais;• Região de Araçatuba: Usina Lins -

Grupo Batatais;• Estado do Paraná: Usina Dacalda;• Estado de Goiás: Usina Jalles Macha-

do e Usina Porto das Águas (empatadas).

Aproveitamento da palhaNos últimos anos, o setor sucroe-

nergético vem se destacando pelo in-vestimento não apenas em inovação tecnológica, mas também em políticas e ações voltadas à produção sustentável da cana-de-açúcar. A grande preocupa-

ção é com o aproveitamento da palha, em retirá-la do campo e levá-la para a indústria para geração de bioenergia e etanol de 2ª geração.

No segundo dia do seminário, as atenções foram voltadas para o apro-veitamento da palha e análise de es-paçamento combinados, dois assuntos de grande importância para o setor. Especialistas renomados apresenta-ram as maneiras mais modernas de re-colher a palha diretamente do campo por enfardadoras, e também os índices de rendimento operacional, custos de operação tanto no enfardamento e no transporte e no recolhimento, além de análises sobre sistemas operacionais. O encerramento contou com uma apresentação sobre os prós e contras dos espaçamentos duplos combinados no plantio da cultura.

“Este ano, trouxemos para o seminário temas de bastante relevância para o setor, principalmente neste período em que pro-dutor precisa reagir, buscar alternativas e novidades tecnológicas. Na medida do possível, tudo o que reivindicamos junto ao Governo, aos poucos estamos conse-guindo. O setor agora precisa unir forças e trabalhar”, disse Dib Nunes.

Dib Nunes, Grupo IDEA

Destaque III

RC

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

57Artigo Técnico

Avanços técnologicos do setor sucroenergético nos últimos anos

Com o avanço da colheita meca-nizada da cana crua nos últimos anos, houve uma grande sobra de

palha na lavoura, calculamos em média 13 toneladas por hectare. O volume de palha que fica no campo após a colheita é proporcional à produtividade do canavial, à época do ano e à variedade cultivada. Com este volume na lavoura surgiu uma nova oportunidade para os produtores de cana, e as usinas que já utilizavam o bagaço para cogeração viram que era o momento de estudar e desenvolver tecno-logias para esta nova atividade.

Em 2004, na região de Lençóis Paulis-ta, foi iniciado um trabalho para aprovei-tar este potencial energético nas caldeiras e ampliar o sistema de cogeração adicio-nando um percentual de palha seca ao bagaço, enriquecendo este combustível e aumentando o período de cogeração.

O recolhimento da palha seca no campo não é uma atividade simples, exige equipamentos com alta tecnolo-gia e com altos investimentos no siste-ma de manejo da palha.

Naquela época encontramos algu-mas dificuldades, pois as enfardadoras existentes no mercado foram projetadas originalmente para trabalhar com feno,

Uso de Biomassa: palha da cana-de-açúcar na cogeração de energia elétrica

*Luiz Carlos Dalben

trigo e gramíneas na Europa e América do Norte, onde as condições de abra-sividade, impurezas e agressividade dos materiais não são semelhantes as da cana-de-açúcar, sendo que, as con-dições de trabalho na lavoura da cana apresentam altíssimo grau de desgaste e, consequentemente, maior incidência de manutenção nos equipamentos.

A biomassa como matéria-prima e fonte de energia se mostra um bom ne-gócio, diante o momento pelo qual o Brasil atravessa, onde os investimentos em energia elétrica não tiveram a aten-ção merecida.

Acreditamos que pelas suas carac-teríscas, volume, logística e potencial das usinas, o mercado para os próximos anos estará em pleno desenvolvimento.

Outra utilização para esta biomassa é o etanol de segunda geração, ou etanol celulósico, que com seu desenvolvi-mento comercial ainda em fase inicial poderá ter um futuro promissor.

CONCLUSãO• Em nossa opinião, o recolhimento

da palha da cana-de-açúcar com retira-da de 50% do volume é recomendável, pois facilita os tratos culturais e atua no

Luiz Carlos Dalben

Enleiramento Faz. Rio Claro em Lençóis Paulista-SP

Campo com fardos de palhaFaz. Rio Claro, em Lençóis Paulista-SP.

controle de cigarrinhas. E nas regiões mais ao Centro-Sul de São Paulo (basi-camente abaixo do Rio Tietê, com lati-tude abaixo de 22º10’, onde a tempera-tura apresenta-se com valores menores nos meses de outono/inverno) há me-lhora na temperatura do solo, ajudando na brotação da soca.

• Mais ao Norte do Estado de São Paulo, o recolhimento pode ser opcio-nal, com cuidados e monitoramento às pragas de solo.

• Atualmente temos uma tecnologia disponível e viável para o manejo da pa-lha com enleiramento e enfardamento.

*Produtor de cana e biomassa, sócio-proprietário da Agrícola Rio Claro e da Dalplan ConsultoriaRC

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

58Artigo Técnico II

Ferrugem Alaranjada da Cana-de-açúcar

A Ferrugem Alaranjada da cana--de-açúcar (Puccinia kuehnii) teve seu primeiro relato no Bra-

sil no final de 2009 e, desde então, tem acometido algumas cultivares de im-portância econômica.

Em função do curto período de tem-po desde sua introdução, há muitas dúvidas a respeito da importância eco-nômica que representa a Ferrugem Ala-ranjada e sobre as melhores estratégias de controle que os produtores devem adotar, pois a dinâmica da doença ainda não foi totalmente compreendida, assim como os seus prejuízos nos canaviais. Por isso, esse artigo tem como propósi-to esclarecer os principais pontos sobre a doença.

A ferrugem pode ser diagnosticada por meio de pequenos pontos (fleks) amarelados na face inferior da folha. Em pouco tempo, os fleks evoluem para pústulas alaranjadas que podem se juntar resultando em áreas necrosadas. As avaliações no campo não permitem

Alan Pavani – Líder de produto do CTCEnrico De Beni Arrigoni – Especialista em Fitossanidade do CTCMarcos Virgílio Casagrande – Gerente de Desenvolvimento de Produto do CTC

diferenciar com segurança pústulas provocadas pela Ferrugem Marrom (Puccinia melanocephala) daquelas provocadas pela Ferrugem Alaranjada. Para saber qual o tipo de ferrugem que pode atacar determinada cultivar basta

contatar os técnicos da empresa que a desenvolveu.

As doenças de plantas geralmente são causadas por microrganismos que interferem no seu metabolismo, provo-

Figura 1 - Mapa de favorabilidade climática para a ocorrência de Ferrugem Alaranjada

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

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cando uma série de distúrbios prejudi-ciais à fisiologia da planta. A Ferrugem Alaranjada pode provocar redução no desenvolvimento e diminuição no teor de sacarose nas cultivares suscetíveis a essa doença. Os prejuízos variam em função da cultivar, do ambiente edafo-climático e do ano agrícola. A ferrugem Alaranjada é transmitida por meio de esporos do fungo que são carregados de uma planta para outra, principalmente pelo vento.

Para que uma doença possa ocasio-nar epidemias no campo são neces-sários três fatores para a formação do “triangulo das doenças”: hospedeiro, inóculo virulento do patógeno e am-biente favorável.

• Hospedeiro: Cultivar suscetível.• Inóculo virulento do patógeno: es-

poros viáveis do fungo com capacidade de causar doença.

• Ambiente favorável: condições ambientais favoráveis à interação do inóculo com o hospedeiro.

Quando o ambiente não é favorável ao patógeno, a doença não ocorre ou ocorre em baixa escala mesmo quan-do se utiliza cultivares suscetíveis. No caso da Ferrugem Alaranjada é o que normalmente se observa em climáticos III, IV ou V.

Para preveni-la, o ideal é que em regi-ões favoráveis à doença se utilizem culti-vares resistentes ou fazer uso de fungicidas (Figura 2C). Os fungicidas, amplamente utilizados em outras culturas, devem fazer parte do arsenal do produtor no combate à Ferrugem Alaranjada, principalmente em cultivares com diferenciais produtivos.

O mapa de favorabilidade climática para a ocorrência de Ferrugem Alaran-jada (Figura 1) é uma poderosa fer-ramenta para auxiliar o produtor a se posicionar em relação ao risco de apa-recimento da doença.

As cores do mapa indicam onde o cli-ma é mais ou menos favorável à doença. Além do mapa o produtor precisa conhe-cer a reação dos cultivares à Ferrugem Alaranjada e determinar se em seu plan-tel varietal possui cultivares intermediá-rios ou suscetíveis à doença. Ao cruzar estas informações será possível avaliar o risco à produtividade em suas condições e determinar as medidas cabíveis.

Na Austrália, país onde teve início a epidemia de Ferrugem Alaranjada no ano 2000 que provocou sérios prejuízos na cultivar Q124, algumas cultivares de reação intermediária continuam a ser cultivadas, se desenvolvendo muito bem na presença da doença.

Importante observar que, indepen-dentemente da região onde a cultura está localizada, canaviais em áreas serranas favoráveis devem ser considerados den-tro da zona de alta favorabilidade à ocor-rência de Ferrugem Alaranjada.

A época ideal para o levantamento da Ferrugem Alaranjada está entre os meses de novembro a março, pois fora dessa época podemos ter uma nota supe-restimada, não representando a realida-de da cultivar. Avaliações realizadas no inverno superestimam a severidade da doença, pois a planta e suas folhas não estão se desenvolvendo e as múltiplas gerações do patógeno ocorrem sobre uma mesma área foliar. A avaliação de Ferrugem Alaranjada deve ser sempre realizada na folha + 3 (terceira folha do topo para a base com dewlap visível).

O controle químico da Ferrugem Ala-ranjada é realizado com a aplicação de fungicidas, seguindo as recomendações dos fabricantes. O controle deve ser realizado nos meses de novembro a março preventivamente ou quando o produtor notar o início da doença (nota 2). A escala diagramática do CTC para Ferrugens com notas e respectivas por-centagens de infecção (Figura 2) deve ser usada para quantificar a doença au-xiliando nas medidas de controle. RC

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

60Informações Setoriais

Chuvas de março e previsões climáticas para abril a junho de 2015

Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de março de 2015.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

A média das chuvas de março de 2015 (193mm) ficou pouco acima (+15%) da média histórica (164mm), e uma vez e meia acima das chuvas do mês de março de 2014 (128mm). Os mapas A1 e A2, abaixo, ilustram estes diferenciais a nível de Estado de São Paulo. Destacaram-se menores volumes de chuvas em Barretos, C.E.Moreno, Uname, Descalvado e Usina da Pedra.

Face à escassez de chuvas até janeiro inclusive, a Canaoeste havia reco-mendado cautela aos produtores

sobre os noticiários sensacionalistas a respeito. A Climatologia do Globo Ter-restre tem comportamentos cíclicos, ou seja, com períodos (25-30 anos) em que a média das chuvas anuais são inferiores às normais históricas e períodos quando as médias das chuvas superam as históricas.

Mapas A1 e B1 - Volumes observa-dos de chuvas, em todo março de 2014, nos estados da Região Centro-Sul e no Estado de São Paulo. Vide as legendas abaixo dos mapas.

Mapas A2 e B2 - Volumes observa-dos de chuvas, em todo março de 2015,

nos Estados da Região Centro-Sul e no Estado de São Paulo. Vide as legendas abaixo dos mapas.

Os mapas acima “retratam” os vo-lumes de chuvas registrados durante os meses de março de 2014 e 2015. Di-ferem dos mapas anteriores, que apre-sentavam DAAS - Disponibilidades de Água no Solo em períodos de 3 a 4 dias em meados e aos finais dos meses.

Os mapas A1 e A2 mostram que as “águas de março” de 2015 ocorreram em maiores volumes e melhor distribu-ídas que em março de 2014, exceto na Região Central do Estado.

Os mapas B1 e B2 referem-se às distri-

buições das chuvas em todos os Estados da Região Centro-Sul do Brasil. Em mar-ço de 2014, os Estados do Mato Grosso, Centro-Norte do Mato Grosso do Sul, Centro-Oeste do Paraná e áreas intercala-das em Goiás tiveram maiores volumes e melhores distribuições de chuvas que em São Paulo, Minas Gerais e Nordeste do Paraná. Já em março de 2015, observa-se que ocorreram inversões espaciais (áre-as), exceto na faixa acima de Cuiabá-MT.

Os artigos mensais de Informações Setoriais-Climatologia contam com o trabalho diário de anotações de chuvas dos Escritórios Regionais e que são con-densados em Viradouro. Estes dados são disponibilizados diariamente no site Canaoeste e, as suas médias mensais e normais climáticas, são apresentadas também neste artigo (Vide Quadro 2).

Mapa B1- Região Centro-SulMapa A1- Estado de São Paulo

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

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Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

Mapa A2- Estado de São Paulo Mapa B2- Região Centro-Sul

Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-

INPE para abril a junho de 2015.

Quadro 2:- Chuvas de janeiro e fevereiro de 2013, 2014 e 2015 anotadas pelos Escritórios Regionais

bem como as respectivas médias das chuvas e normais climáticas mensais.

uma estação mais fria que a registrada em 2014. Diante deste quadro, apesar de um outono frio, o inverno 2015 não deverá registrar ondas de frio frequen-tes e intensas.

Pelas recentes previsões, consulta-das em abril (dia 07), os Meteorologis-tas SOMAR, já afirmam que as chuvas para os meses de Outono - abril a junho - e os iniciais de Inverno - julho e agos-to - poderão ser entre próximas a supe-riores às médias históricas. Chuvas es-tas que não serão de maiores volumes, porém poderão ser mais frequentes.

Somando-se os efeitos de maior umidade do solo e menores tempera-turas, a Canaoeste recomenda redobrar atenções em colheita mecanizada e, tampouco, postergar entregas de cana. Pois o período “mais seco” desta safra poderá ser mais curto.

Estes prognósticos serão revisados

nas edições seguintes da Revista Ca-navieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em:

www.canaoeste.com.br ewww.revistacanavieros.com.br. RC

OBS:- Normais climáticas (ou mé-dias históricas) correspondem as dos locais enumerados de 1 a 9 e mais a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto.

Os dados do Quadro 2 mostram no destaque do canto inferior direito as ex-pressivas diferenças observadas entre as médias mensais dos meses de Janeiro a Março de 2013, comparativamente às inferiores em 2015 (Janeiro) e as muito críticas de 2014 (Janeiro e Fevereiro). As diferenças em Normais Climáticas (de 2013 com as dos demais anos) se devem às menores chuvas observadas nos me-ses de janeiro a março de 2014 e 2015.

Para planejamentos próximo-futu-ros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre INMET-Instituto Na-cional de Meteorologia e INPE-Institu-

to Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses abril a junho de 2015, como descrito abaixo e ilustrado no Mapa 4:

• Nestes meses, as temperaturas ten-dem a serem próximas das respectivas normais climáticas para toda Região Centro-Sul do Brasil;

• Pelo consenso climático INMET--INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades entre as catego-rias acima, próxima e abaixo das nor-mais climáticas em todas as regiões Centro-Oeste (salvo o extremo Sul do Mato Grosso do Sul) e Sudeste. Nos es-tados da Região Sul, as chuvas poderão ficar acima das respectivas médias.

• Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas para Ribeirão Preto e municípios próximos são de 70, 55 e 30mm, respec-tivamente, para abril, maio e junho.

Quanto ao fenômeno El Niño, a

SOMAR relata, com base em recente relatório NCEP-NOAA, que depois de vários meses com aquecimento cons-tante, porém fraco e diferenciado, mas sem gerar um típico fenômeno El Niño, a região do Pacífico Leste (próxima à costa oeste da América do Sul), chama-da de Niño 1+2, esfriou neste primei-ro trimestre de 2015. Estas variações térmicas da água no Pacífico Leste são sentidas muito rapidamente na atmosfe-ra do Brasil. Por exemplo, em fevereiro houve diminuição da chuva no Sul do Rio Grande do Sul, mas foram até ge-nerosas desde o Paraná para cima. De acordo com as simulações da NOAA, a temperatura do Pacífico Leste perma-necerá mais fria que o normal até o fim do outono (meados a final de junho). Combinado com um Atlântico também mais frio que o normal, deverá gerar

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

63

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OBB, 1999;- Arrancador nº 68, azul e preto, OBB,

2000;- Arrancador nº 70, verde e laranja, San-

tal, 2001;- Arrancador nº 59, AIA BM 4 litros BM

Dumont, 2012;- Pulverizador, Advanced, Jacto, 2003;- Pulverizador, Columbia, Jacto, 1995. Tratar com Adailton pelo telefone

(16) 9 9174-4912.

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para 150.000 litros de etanol hidratado por dia: composta por preparo de cana com pi-cador, nivelador, desfibrador, turbina e es-teira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários TGM; caldeira; destilaria; trocadores de calor; tratamento de caldo e Gerador 2000 KVA, enfim, Des-tilaria completa a ser realocada. Na última-safra obteve uma moagem de aproximada-mente 350.000 toneladas. Preço a combinar. Localizada no município de Tambaú-SP. Tratar com Edson pelos telefones e/ou e-mail (19) 9 9381-3391 / 9 9381-3513 / 9 9219-4414 e-mail: [email protected]

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22 facas, esteira de cana picada, dois ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²;

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capacidade de 50.000 litros cada; Valor Total R$ 600.000,00. Estudo troca

por imóvel. Localização: Laranjal Paulista. Tratar com Adriano pelos contatos:

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www.youtube.com/watch?v=_mzWp3PCavA.

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Francisco para cana crua e queimada, com haste dupla e com motor hidráulico. Acom-panha asas para sulcar e marcador de ban-quetas com pistão.Valor: R$16.000,00.

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Revista Canavieiros - Abril de 2015

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AV: Prof. João Fiusa;- Casa no Condomínio Quinta do Golfe,

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- 01 estabelecimento comercial, montado com base para Academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ân-gelo Pignata, 23, em Sertãozinho-SP. Valor: R$ 230.000,00;

- 01 casa de aproximadamente 500m², com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056, Sertãozinho--SP. Preço a combinar.

Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634.

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Tratar com José Antônio pelo telefone: (16) 9 9142-5362 ou 16 3491-7144 à noite.

VENDEM-SE

- Colheitadeira Case A7700, ano 2009, - 7700, esteira, motor Cummins M11, Au-totrac, máquina utilizada na última safra.Valor: R$ 128.000,00;

- Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira máquina na colheita de cana fun-cionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;

- Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania, motor novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 118.000,00;

- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas.

- Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máqui-na revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 250.000,00;

-Transbordo de 10 toneladas ano: 2006 e 2007 - R$ 20.000,00;

-Transbordode 8,5toneladas ano 2002, R$ 15.000,00.

Tratar com Marcelo pelos telefones: (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.

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brificante e abastecimento;- VW 31-320 / 11 tanque novo Gascom

pipa bombeiro;- VW 31-310 / 10 tanque novo Gascom

pipa bombeiro;- VW 15180 / 12 tanque-pipa bombeiro;- VW 31320 / 12 tanque-pipa bombeiro;- VW 15180 / 11 Oficina Móvel;- VW 26260 / 11 Comboio lubrificante e

abastecimento;- VW 31320 / 10 tanque-pipa bombeiro;- VW 15180 / 10 Comboio lubrificante e

abastecimento;- VW 15180 / 09 Comboio lubrificante e

abastecimento;- VW 17180 / 08 Munck;- VW 13180 / 09 Comboio lubrificante e

abastecimento;- VW 12140 / 95 Oficina Móvel;- MB 2726 / 09 Betoneira;- MB 1725 / 09 4x4 Comboio abasteci-

mento;- MB 2423k / 04 Basculante;- MB 2423K / 01 tanque-pipa bombeiro;- MB 2318 / 94 tanque-pipa bombeiro;- MB 2013 / 81 Munck;- MB 1113 / 69 Toco Chassi;- MB 1513 / 76 Toco Chassi;- F.Cargo 1719 / 13 Toco Chassi;- F.Cargo 2628 / 07 Basculante;- F.Cargo 2626 / 05 tanque-pipa bombeiro;- F 12000 / 95 tanque-pipa bombeiro;- F14000 / 90 tanque-pipa bombeiro;- Prancha Facchini 2008 3 eixos;- Hilux SRV 2010 AUT. Diesel;-S10 2007 Executive 4x4 diesel;- MunckHincol 43.000;-MunckHincol 4.000;- Munck 640-18;- Tanque Ferro 15.000 litros;- Tanque Ferro 14.000 litros;- Tanque Ferro 8.000 litros;- Tanque Fibra 16.000 litros;- Tanque Fibra 15.000 litros;- Caçamba Basculante Toco;- Caçamba Basculante Truck;- Baú Sider;- Comboio 2.000 litroslubrificante e

abastecimento;- Borracharia Móvel.Tratar com Alexandre pelos telefo-

nes: (16) 39451250 / 9 97669243 Oi / 9 92402323 Claro, whatsApp / 78133866 id 96*81149 Nextel.

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- Bazuca com capacidade de 6.000 Kg R$ 4.000,00;

- Pá carregadeira, modelo 938 GII, ano 2006, série 0938 GERTB, em bom estado de conservação. R$ 150.000,00;

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- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar - condicionado e hiflow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso R$ 120.000,00;

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Tratar com Raul pelo telefone (34) 9972-3073.

VENDEM-SE - Cultivador e sulcador de cana DMB,

com marcador de pistão completo para cana crua e queimada, ano 2004;

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2001; - Arado 3 bacias, reversível marca

Santa Isabel;- Carpideira de 5 linhas;- Gradearadora mecânica, 16x26, espa-

çamento 230mm, com transporte de pneus, marcaTatu.

Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9253-6989

(16) 9 8186-9035 (Tim) / 9 9739-6005 (Vivo).

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

...sem pressa, meu amor. Os corações já se pousaram...se encaixaram. Livro: trechos Tecidos com Palavras...Sentimentos...

Afins...Sem Fim... Madras Editora, Renata Carone Sborgia

Cultivando a Língua Portuguesa

1) Foram jantar: sentaram “na mesa” reservada com os requintes de uma noite à luz de velas!

Com a expressão incorreta... noite sem requintes, prezado leitor.

O correto é: sentar à mesa.Dica fácil: “sentar-me na mesa” é sentar literalmente em cima da mesa, sen-

tar-se sobre, sentar-se em cima da mesa (e não na cadeira). “Sentar-me à mesa” significa se sentar próximo à mesa (ou seja: na cadeira). Este verbo é pronominal, assim sendo, diga sempre “sentar-se” e não sentar.

É importante observar que “sentar-se à mesa” tem hífen, que se transforma em “ao”. Ex.: se ao invés de “mesa” usarmos alguma palavra masculina teremos: “sentar-se ao balcão”.

2) Ele a cada dia tem tarefas para fazer, “mais” nunca se cansa do trabalho.Precisa acrescentar na tarefa: estudar a diferença entre mais e mas.MAS: indica oposição.MAIS: indica quantidade. Ex. correto: Ele a cada dia tem mais tarefas para fazer, mas nunca se cansa do

seu trabalho.

3) Maria tem a casa “enfrente” a um cinema.Maria enfrente a expressão correta!O correto é: em frente.Dica fácil: em frente - algo frontalEnfrente - forma verbal do verbo enfrentarEx.: Enfrente seus medos!!!

Biblioteca “General Álvaro Tavares Carmo”

Processos Agrícolas e Mecanização da Cana-de-Açúcar

“Neste livro, estão reunidos artigos das principais referências em pesquisa e ensino das melhores Universidades e Institutos de Pesquisa do setor sucroenergético: ESALQ/USP, UNESP JABOTICABAL, UNESP BO-TUCATU, UNICAMP, UFSCAR ARARAS, IAC, APTA, CTC, PECEGE, UFMS, UFC, que pesquisam a aplicação da teoria com experiências e uso na prática adotada pelos principais gestores e agrônomos das Usinas e Empresas que vêm se destacando em cada uma das áreas de atuação no setor sucroener-gético. Dessa forma, tentamos aproximar a teoria à prática, trazendo ao leitor os princi-pais ensinamentos aplicados ao campo.”

Referência:BELARDO, Guilherme de Castro. Pro-

cessos agrícolas e mecanização da cana--de-açúcar / Guilerme de Castro Belardo,

Marcelo Tufaile Cassia e Rouverson Prerei-ra da Silva. – Jaboticabal: SBEA, 2015.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem

procurar a Biblioteca da [email protected]

www.facebook.com/BibliotecaCanaoesteFone: (16) 3524-2453

Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:

....amigo é assim. Precisamos de um minuto de silêncio em vida. Precisamos do enterro em vida. Enterrar culpas, histórias mal redigidas, escolhas indevidas, saudades que nos atormentam sem fundamentos...fantasmas que rodopiam nosso pensamento... tudo precisa de um minuto de silêncio e um ritual para este cerimonial: enterro. Sem medo, amigo, de sair da tal zona de conforto (ou desconforto?) e mudar. Esta conversa entre mim e mim basta. Dói. Mas diga aí... quem quer se tornar melhor precisa rasgar-se, limpar-se, purificar-se, enterrar tudo aquilo que nada contra a nossa maré. E depois desse ritual... a capacidade de reerguer-se é que me mostra como está a minha força interior. Estou em pé. Ereta e renascida. Amigo é assim.

RENATA CARONE SBORGIA—autora—trecho protegido pela Lei dos Direitos Autorais 9610/98

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