edição 253 - dezembro 2015

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MARINGÁ JAZZ FESTIVAL - Saiba como foi a produção de um dos maiores festivais de jazz do Paraná | GIGPLACE - ALEXANDRE ROSA e o dia a dia do empresário artístico | ILUMINAÇÃO: MUSE E A FÍSICA - Banda britânica traz projeto de iluminação utilizando bases da física | NORTON E SOM & CIA: trazem nova sonorização para o Barra Music | ABLETON: Conheça o "Groove Pool", uma ferramenta que ajusta o "timing"

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12 VitrineUm novo modelo de cabo deguitarra, o Instrument Cable75, possui plugs conectoresmono com baixíssimaresistência elétrica modelotipo P10 (1/4 “) reto ou tipo

P10(1/4”) 90° niquelados.

16 Rápidas e RasteirasA Prolight+SoundGuangzhou vai sediar umadas maiores feiras noComplexo China Import &Export Fair, em Guangzhou,

entre os dias 29 de fevereiroe 3 de março de 2016. E aAES Internacional temnovo presidente.

20 Gustavo VictorinoConfira as notícias maisquentes dos bastidores

do mercado.

NESTA EDIÇÃO

22 Gigplace

Nesta série de entrevistas, saimos dosbastidores dos shows para trilhar osbastidores das produções de forma

geral. A profissão desta edição é a deempresário artístico e o entrevistado éAlexandre Rosa.

64 Vida de artista

Fale sinceramente: mesmo com sono, você

recusaria tomar um vinho com o Almir

Sater? Duvido. O vinho vai ser bom e a

conversa melhor ainda. Nesta edição, LuizCarlos Sá divide uma noite de muita prosae melodia durante uma visita à casa da

família Sater.

SumárioSumárioAno. 22 - dezembro / 2015 - Nº 253

Ana Carolina e o novo show na BarraSistema Norton, da Som & Cia, foi o escolhido para sonorizar a

casa de shows na Barra da Tijuca. A empresa também forneceu

toda a estrutura de luz e vídeo, além de geradores.

A quarta edição do Maringá JazzFestival levou para a cidade do

norte do Paraná uma diversidadede bandas e estilos instrumentaisdurante quatro noites. Orquestra

Spok Frevo, Duo Taufic, MazinSilva trio e Celso Pixinga trioforam alguns dos nomes que

subiram ao palco do TeatroMarista, durante três noites. O

festival, que é parte de um circuitode jazz que acontece em mais

quatro cidades do Paraná, resumeuma oportunidade ímpar de acesso

gratuito à música de qualidade.

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Expediente

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected]@backstage.com.brCoordenadora de redaçãoDanielli [email protected]ãoDanielli MarinhoReportagem:Miguel SáColunistasCezar Galhart, Cristiano Moura, GustavoVictorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg, LuizCarlos Sá, Marcello Dalla, Ricardo Mendes eVera MedinaEdição de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Divulgação

Publicidade / AnúnciosPABX: (21) [email protected]

Webdesigner / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected] de CirculaçãoErnani [email protected] de CirculaçãoAdilson SantiagoCrí[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85

Distribuída pela DINAP Ltda.Distribuidora Nacional de Publicações,Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678Cep. 06045-390 - São Paulo - SPTel.: (11) 3789-1628CNPJ. 03.555.225/0001-00

Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Épermitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviadacópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

CADERNO TECNOLOGIA42 Logic Pro

Neste mês, seguimos explorandoos recursos do Logic Pro X deforma prática duas funcionalida-des: Overlapping Recording

(também conhecido comoGravação sobreposta) e variaçõesno Drum Machine Designer.

54 Vitrine iluminaçãoO Patt 2013 é o primeiro de uma

série de modelos no estilo retro,desenhados especificamente paraalcançar o efeito de eye-candy nospalcos e sets de filmagens de TVs efilmes. O conceito é desse aparelhoé: equipamentos de iluminação

podem ser mais do que apenasobjetos práticos de necessidade.

58 Iluminação CênicaNa conversa deste mês, sobre aapresentação da banda Musena cidade de São Paulo,princípios da Física aplicadosaos projetos de iluminação são odestaque de forma intensa e

(super)massiva.

46 AbletonO Ableton Live possui o “GroovePool”, uma ferramenta que ajusta o“timing”, o Swing do segmento deáudio (loop), com informações que o

“Live” coleta ao analisar cada peçade áudio no seu computador.

CADERNO ILUMINAÇÃO

Adicione e equalize canais em monoExistem algumas variáveis que fazem uma mixagem soar bem,

como estrutura de ganhos, equalização, compressão, distribuição

no panorama estéreo, construção de ambiências etc. No entanto,

a mais decisiva é a equalização. Não erre mais nesse processo.

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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

lgumas pessoas são dotadas de um poder de transformar matéria-pri-ma em algo produtivo, deixando e produzindo um legado para o mé-

dio e longo prazo. Esse dom, embora muitos discordem, é algo nato, quepassados alguns anos são aperfeiçoados, algumas vezes com a aplicação dealguma técnica.

Apesar de 2015 ter sido um ano difícil, empreendimentos e projetos fo-ram mantidos graças aos dotados desse espírito empreendedor, que, deuma forma ou de outra não deixam a “peteca cair” quando os rumos domercado e da economia parecem confusos ou nebulosos.

Nesse ano de 2015, mesmo com a forte retração que se abateu sobre onosso mercado em geral, projetos já consolidados não deixaram de serexecutados frente a retirada de alguns apoios ou verbas. O compromissofirmado entre seus realizadores e público não deixou de ser cumprido.São essas ações, de que mesmo na dificuldade é encontrada uma solução,que injetam ânimo para a realização de outros projetos que ainda virão.

Antes que alguém questione sobre o lucro sobre a bilheteria, a referên-cia aqui é, sobretudo, acerca dos projetos que promovem música de qua-lidade e gratuita para a população. Festivais que necessitam de apoio deentidades que “comprem” a ideia e que também concordem em oferecermúsica boa de qualidade e de graça para todos. Esses apoiadores tambémsão dignos de receber elogios.

O que se pode levar como lição dessas iniciativas é que não é por causada crise que o público deixará de gostar do que é bom. Oferecer eventosde qualidade, mesmo que isso demande muito mais esforço do que antes,é a chave para merecer e manter o respeito e credibilidade junto à soci-edade, público-alvo, patrocinadores e apoiadores.

Boa leitura.Danielli Marinho

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De um limão

fazemosduas limonadas

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VS184A - VIDEO SPLITTERwww.ezaki.com.br

O Vídeo Splitter HDMI da ATEN é asolução perfeita para quem deseja exi-bir o conteúdo de uma fonte de vídeode altíssima definição, 3D e 4K, eáudio digital em até quatro exibidoressimultaneamente. Presente no mer-cado há 34 anos a ATEN é especi-alizada em conectividade e em tec-nologias de compartilhamento egerenciamento de acesso.

INSTRUMENT CABLE 75(CABO DE GUITARRA)www.tiaflex.com.brEsse modelo possui plugs conectores mono com baixís-sima resistência elétrica modelo tipo P10 (1/4 “) reto outipo P10(1/4”) 90° niquelados. A bitola é formada por con-dutores em cobre OFHC flexível, de secção 0,75mm2 (18AWG) mais condutor sólido reforço tipo coaxial. Além disso, afabricação do condutor e da blindagem são em cobre eletrolíticoOFHC (Oxygen Free High Conductivity), isento de oxigênio, altacondutividade, melhor transmissão de sinal, melhor condutibilidade elétrica.A dupla proteção é composta por material semi-condutor mais trança de fios de cobre OFHC, protegendo o sinalcontra interferências externas (eletromagnéticas e rádio frequência). Entre as vantagens estão: mais durabilida-de, mais flexibilidade, mais definição nos graves, médios e agudos (fidelidade ao timbre). Maior condução de sinal(transparência), sonoridade limpa e linear, melhor resistência mecânica e excelente relação custo-benefício.

SISTEMA WIRELESSHANDHELD SAMSON SYNTH 7www.equipo.com.br

O sistema Samson Synth 7 define o padrão de desempenhowireless UHF premium. Apresentando construção robusta,tanto o receptor quanto o transmissor são feitos em metal re-sistente. Com recursos avançados e operação a prova de fa-lhas, o Synth 7 é o futuro do wireless profissional para canto-res, apresentadores, educadores e outros. O Synth 7 permiteoperação segura com até 20 sistemas simultâneos (dependen-do da região) com distância de até 100 metros entre o receptore transmissor. O receptor UR7 combina ótima construçãocom estabilidade e segurança oferecendo uma incrível experi-ência para o usuário. O display de LCD multifuncional “full-color” apresenta uma variedade de características surpreen-dentes, incluindo um analisador de espectro de frequênciaautomática, que procura a frequência de operação que estejamais livre garantindo a operação segura.

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MX 4X1 SMwww.powerclick.com.br

O MX 4X1 SM é um sistema profissional de audição por headphone para quemdeseja monitorar até 4 sons diferentes com opção estereofônica. É composto deum mixer de alta qualidade com 4 canais, projetado para acoplamento no potenteamplificador estéreo Power Click especial para headphones. Cada um dos 4 ca-nais possui input e output (Direct Out), controles de volume, graves, agudos ePAN (que direciona o som para um lado ou outro do headphone).O DIRECT OUT de cada canal transfere o áudio para outro equipamento sem in-terferência dos controles do MX 4x1 SM. O equipamento possui opção paraconectores de headphones P2 ou P10 estéreo com controle de volume MASTER eacompanha fonte de alimentação, além de um prático suporte para fixação empedestal de microfone (SPP).

BAIXO CORTSIG JEFF BERLIN | RITHIMICwww.equipo.com.br

Esse instrumento tem sua constru-ção com braço parafusado, DuploCutaway, Corpo em Alder, Top emPadouk e Spalted Maple, Braço emHard Maple, escala em Rosewood,Escala 34" (864mm), tarraxas Hip-shot Ultralight Tuners, ponte Ba-bicz FCH4 e captadores BartoliniJeff Berlin Custom Soapbar. Possuiainda controles Eletrônicos Passi-vos: 1 volume, 1 Balance, 1 Tone,Ferragens Douradas e vem nas co-res NAT – Natural.

MA5.0Q AMPLIFIERwww.martin-audio.com

Igualmente versátil tanto em versões de sistema portátil ou instalado, e com seus 4 canais entregandomais de 5.000W, o novo MA5.0Q da Martin Audio e um sistema de som flexível e de real solução paracusto-benefício em termos de pequenas e médias instalações. Beneficiado pela tecnologia encontradaem todos os produtos da marca Martin Audio, o MA5.0Q entrega eficiência, baixo consumo de ener-gia elétrica e ainda possui dissipação de calor que permite que o equipamento também seja usado emambientes de temperatura inconstante ou muito quentes. Entre as características podemos citar qua-tro canais em 1 RU e, 358mm /14.1”, mais potência, menos peso (5.000W em 7,3 kg), chave internacomutadora 230/115V, entre outros.

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AES INTERNACIONAL TEMNOVO PRESIDENTEFoi durante o encerramento da 139a

Convenção da AES, em Nova Ior-

que, que foi apresentado o novo

presidente da associação. O norte-

americano John Krivit substituirá

Andrés Mayo na direção da entida-

de. A Convenção aconteceu entre

os dias 29 de outubro e 1 de novem-

bro, no Javits Center, e reuniu públi-

co recorde de mais de 18 mil partici-

pantes e mais de 350 empresas.

A Shure Incorporated anunciouno dia 12 de novembro que a pre-sidência da companhia será assu-mida por Christine Schyvinck, apartir de 1º de julho de 2016.Christine Schyvinck substituiráSandy LaMantia presidente e di-retor-executivo (CEO), que du-rante 20 anos contribuiu de for-ma significativa para o cresci-mento estratégico da companhia,solidificando sua liderança globalcomo uma das empresas de áudiomais respeitadas e reconhecidasde todo o mundo.

SHURE NOVO PRESIDENTE

2016 reforça marca na AsiaProlight+Sound Guangzhou

A Prolight+Sound Guangzhouvai sediar uma das maiores feirasno Complexo China Import &Export Fair, em Guangzhou, entreos dias 29 de fevereiro e 3 de mar-ço de 2016. O evento acontecedurante o pico sazonal de maté-ria-prima para a indústria. Naedição 2015, a feira foi visitadapor 1.186 expositores e 63.785 vi-sitantes. A edição de 2016 terácerca de 130 mil metros quadra-dos de área de negócios, tomandotodo o complexo Area A, bem

como um espaço exterior. O espa-ço estendido servirá como plata-forma para os expositores apre-sentarem novos produtos, fazernetwork com representantes daindústria e aumentar o alcance daimagem de suas marcas. Entre al-gumas novas empresas que foramatraídas pela feira estão: AdamHall, ALESIS, ArphoniA, BOSE,clearvoice systems, DiGiCo, GTD,K-array, Kling & Freitag, HK Au-dio, L-Acoustics, Maquinas Ibe-rica, NEXT Audio e SHURE.

HARMAN PARTICIPA DAEXPOCINE 2015A HARMAN do Brasil estará presente,

através da sua divisão Professional

Solutions, na EXPOCINE 2015. O

evento é considerado o maior da

América Latina, voltado à indústria ci-

nematográfica de exibição, e aconte-

ce nos dias 17, 18 e 19 de novembro,

no Centro de Convenções Frei Ca-

neca, em São Paulo. Na ocasião, a

empresa vai apresentar ao mercado

produtos das renomadas marcas do

seu portfólio e soluções completas em

projetos de áudio e automação para

salas de cinema. Entre os diferenciais

da Harman do Brasil que serão des-

tacados no evento, estão os projetos

customizados de áudio, que são de-

senvolvidos pela equipe da empresa

para a perfeita aplicação da linha de

caixas acústicas JBL e amplificadores

Crown. Além disso, as soluções de

automação que integram o portfólio

da HARMAN são ideais para a gestão

de recursos das salas, como projeto-

res e lâmpadas, energia elétrica e

moderno controle de sistemas AV,

que levam a assinatura da AMX.A Loud Technologies Inc. anun-ciou recentemente Jon Rundlecomo o novo gerente de produtosda Mackie. Rundle foi promovidoa essa posição após quase uma dé-cada na área de vendas e treina-mento dentro da Mackie. Seuprofundo conhecimento com osusuários de base da empresa, nossetores de áudio profissional e MIdá ao novo gerente uma perspec-tiva única em ambos relaciona-

MACKIE TEM NOVO GERENTE DE PRODUTOS

mentos com clientes e desenvol-vimento de produtos. Nesse no-vo desafio, Rundle ficará envolvi-do diretamente em todos os as-pectos de desenvolvimento deprodutos, pesquisa e análise demercado, ajudando a empresa acontinuar a entregar produtosque darão continuidade ao objeti-vo da Mackie: continuar a ser re-conhecida como uma indústrialíder em áudio profissional.

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MIDAS NA TERÇA TÉCNICANo dia 17 de novembro, a reunião dos

profissionais de áudio da terça técnica

do Rio de Janeiro foi brindado com o

workshop sobre os consoles Midas.

Na ocasião, o Consultor e especia-

lista em Midas Emerson Duarte ex-

plicou todo o funcionamento e as

principais características dos consoles. Depois de mais de 3 horas, o evento

terminou com perguntas do público. O workshop foi realizado pela equipe

da Terça Técnica e contou com o apoio da Laredo Audio. O Grupo se reúne

as terças feiras no Jacarepaguá Tênis Clube, Travessa Cap. Meneses, s/n -

Praça Seca - Jacarepaguá

OFICINA DEBATERIA NO RJNo dia 8 de novembro, a Oficina de

bateria Rui Motta realizou, no teatro

da Pequena Cruzada, na Lagoa,

zona sul do Rio de Janeiro, a apre-

sentação de fim de ano dos seus

alunos com idade entre 5 e 17 anos.

Na ocasião, os aspirantes a bateris-

tas apresentaram canções ensaia-

das ao longo de 2015 e colocaram

à prova suas experiências de aulas.

Para mais informações, acesse

www.oficinadebateria.com.br

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ORQUESTRA EM LIVRO

A Orquestra Sinfônica Nacional(ONS), ligada à UFF, ganhou re-centemente sua primeira biogra-fia oficial que conta histórias ecuriosidades do meio século deexistência da ONS. No dia 22 denovembro, quando se comemorao aniversário de Niterói, haveráum lançamento, logo após o con-certo da orquestra, que será às10h30, no Cine Arte UFF.Fruto de um cuidadoso trabalhode pesquisa de Robson Leitão, aobra elucida dúvidas quanto a da-tas, fatos e personagens marcantese conecta o leitor ao universo dosmúsicos, composições e repertóri-os. Para a primeira biografia oficialda orquestra, o autor se baseou emdocumentos governamentais, en-trevistas com compositores e re-gentes, relatos pessoais de músicose ex-integrantes, programas deconcertos e notícias jornalísticas.A narrativa busca um encadea-mento cronológico dos fatos que

marcaram sua trajetória, tendocomo ponto de partida sua criaçãojunto ao Serviço de RadiodifusãoEducativa do MEC, em 1961, coma missão de difundir a música eru-dita composta por brasileiros. Apartir da publicação, é possível en-tender a real importância da or-questra, não somente para aquelesque a integraram ou que ainda fa-zem parte dela, mas para o país.

AUDINATE ANUNCIA O LANÇAMENTO DO DANTE VIA

A Audinate, criadora do Dante,uma tecnologia de conexão acabade lançar no mercado mundial seumais novo software Dante Via™.Tendo revolucionado com o siste-ma de rede de áudio sobre IP, agora aempresa decidiu que é hora de tan-to o usuário final como os consul-tores e engenheiros de som do mer-cado de todo o mundo devem termais fácil ao acesso às vantagensproporcionadas pela conexão em

rede com o Dante. Esse novo soft-ware conecta qualquer aplicação deáudio ou dispositivo de seu compu-tador a uma rede Dante. Com oDante Via é possível incorporardispositivos USB, FireWire® ouThunderbolt™, incluindo micro-fones, consoles de diversas origensou caixas E/S a uma rede de audioDante. Também permite criar umarede Dante sem necessidade decontar com um hardware da marca.

MÚSICA CAIPIRAGANHA LIVROA editora Realejo Livros lança o livro

Música Caipira: as 270 maiores mo-

das, do jornalista José Hamilton Ri-

beiro. Trata-se da segunda edição

ampliada - a primeira, batizada de A

Bíblia da Música Caipira, publicada

pela Editora Globo em 2006, está

esgotada há quase três anos -, com

cerca de 500 páginas e mais de 60

fotografias. A publicação acompa-

nha dois DVDs exclusivos, origina-

dos a partir do conteúdo da obra,

com participações de Sérgio Reis,

Chitãozinho e Xororó, Irmãs Galvão,

Zé Mulato e Cassiano, Ivan Vilela,

Tinoco e Inezita Barroso.

O conteúdo teve como base a sele-

ção das 270 maiores canções caipi-

ras de todos os tempos, com a histó-

ria de cada música e seus autores,

bem como o contexto em que foram

criadas. A curadoria foi feita pelo au-

tor, com orientação e voto de dois

violeiros de Minas Gerais: Júnior

Borges, de Uberaba, e o médico e

catireiro José Maria Campos, de

Bom Despacho.

Só entraram no

livro as compo-

sições que tive-

rem três votos,

ou no mínimo

dois. Além das

canções, o li-

vro ainda apre-

senta as defi-

nições e as

característi-

cas tão mar-

cantes da mú-

sica caipira,

e indica co-

mo diferen-

ciar o estilo

da música sertaneja e do serta-

nejo universitário, por exemplo. Dos

dois DVDs exclusivos, o primeiro é

um documento sobre autores impor-

tantes da música rural – com a última

entrevista de Tinoco e um sugestivo

encontro com Inezita Barrozo em

sua casa. Já o segundo, é um musi-

cal que mostra na íntegra algumas

das “270 maiores modas”, interpre-

tadas por seus autores ou por artis-

tas de peso.

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r20 DESAFIO

A exemplo de outros eventos, a FestaNacional da Música também foi atin-gida pela crise que assola o país. Des-percebida, a escassez de recursos nãorepresentou qualquer tipo de reduçãono tamanho da Festa ou limitação dequalquer espécie. A engenharia finan-ceira do “pai” do evento, o jornalistaFernando Vieira, foi mais uma vez mo-tivo de reconhecimento e aplauso daclasse artística.

CONSELHOFafá de Belém não economizou simpa-tia e objetividade com os jovens queparticipavam de sua palestra na FestaNacional da Música. A cantora falousobre a carreira artística: “O sucesso

exige trabalho, dedicação e personalidade.

Essa conquista cobra um preço e, para al-

cançar isso, vocês precisam estar dispostos

a pagar com sacrifício e profissionalismo”.Palmas para a diva.

SIMPATIAMarina Lima debutou em alto estilo naFesta 2015. Além de distribuir simpatiae bom humor, a cantora foi receptivaaos artistas assumidamente fãs que a as-

sediavam por uma foto ou algumas pala-vras em contato pessoal. Não bastasseisso, ela se apresentou com uma bandamontada duas horas antes da noite depremiação e esbanjou segurança e gene-rosidade com os músicos. Ganharia fácilo troféu simpatia 2015.

A BANDACom Mike Maeda na bateria, Regis Pes-soa no baixo, Thais Andrade e Alexan-dre Pio nos teclados, Dney Bitencourtna guitarra e George Israel e Leo Gan-delman formando a dupla de saxofones,a banda montada para acompanharMarina na clássica Fullgás foi um capítu-lo à parte em Canela. Músicos consagra-dos e experientes não se furtaram a im-provisar uma formação que fez bonito emereceu elogios da cantora e autora damúsica. Marina se mostrou surpresaquando descobriu que a banda tinhaapenas duas horas de vida.

CASIOO piano Celviano mais uma vez foi des-taque no palco principal do evento.Num móvel branco e classudo, o instru-mento chamou a atenção pela qualida-de sonora e beleza. Tinha pianista rindosozinho ao sentar no xodó da Casio. NaFesta 2015 a empresa mostrou tambémnovos equipamentos voltados aos DJs.

ROLANDNo outro extremo do palco principal,o espetacular RD800 da Roland foitambém motivo de suspiros dos pia-nistas que subiam para se apresentar.Como disse o versátil e irrequietoAlexandre Pio: “É difícil saber paraque lado do palco a gente deve ir. Deum lado o melhor da Roland, e do ou-tro o melhor da Casio”. Coisas da Fes-ta Nacional da Música.

NOVATAA Earth surpreendeu positivamenteaqueles que testaram seus instrumen-tos. Debutando no evento, a nova mar-

A prudência marcouos pedidos para

formação de estoquesde final de ano.

Grande parte doscomerciantes preferiu

o risco de perdervenda a comprometer

sua liquidez oucapacidade deadimplemento

durante o verão quesabidamente tem

queda de movimento.De outro lado, alguns

apostaram naspromoções defabricantes e

importadorescomprando itens de

fácil comercializaçãoa curto e médio

prazo. Alguma coisame diz que esses vão

se dar melhor.

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ca de instrumentos fechou parce-rias e teve seus violões elogiadospor quem os usou nos muitos pal-cos do encontro.

EQUIPOA empresa da família Waldman foia responsável pela maior parte dosequipamentos dos cinco palcosque compuseram a Festa 2015.Destaque para as espetacularesbaterias Tama e os devastadoresamplificadores da Hartke e daLaney. Já a babação pelos instru-mentos da Ibanez não causaramsurpresa, afinal quem não sonhaempunhar a marca. Não bastasseisso, o estande da Equipo na Mos-tra de Instrumentos, mais uma vezfoi um show à parte.

MAIS UMO novo palco patrocinado peloSebrae foi uma novidade que apro-vou no encontro de Canela. Sembateria e voltado a um som maisacústico, o palco Sebrae recebeudezenas de artistas que buscavamalgo mais introspectivo e sutil.Novidade que veio para ficar.

SAMBAE como sempre, o palco voltado aosamba foi equipado pela Timbra,marca de percussão da Izzo, que aospoucos começa a dominar o merca-do nacional do segmento. A quali-dade dos instrumentos aliada aocapricho no acabamento faz damarca Timbra uma das atrações dopalco do samba.

IDENTIFICAÇÃOA Festa 2015 revelou uma surpre-endente identificação do dublê deator e músico Sergio Loroza com aJovem Guarda. Conhecido tam-bém como produtor e soul man,Serjão assumiu seu lado jovem-

guardista e subiu ao palco principal

para se apresentar ao lado dos Fe-vers, Jerry Adriani e Sérgio Reis.

O INSÓLITO... DE NOVOQuem vai pela primeira vez aoevento ainda se choca com o ina-creditável intervalo do Grenaldos artistas realizado no EstádioMunicipal com capacidade paracinco mil pessoas. Esse ano, ochurrasco regado a cerveja nomeio do campo foi aditivado poruma paleta de cordeiro que fezcom que jogadores, árbitros, jor-nalistas e artistas presentes ima-ginassem tudo, menos o intervalode um jogo de futebol.

PERSONAGENSAlguns artistas se destacam pelaparticipação e forma como encar-nam o espírito da Festa. Confra-ternizam com todos, atendem fãs,sobem em todos os palcos de todosos estilos e ainda encontram fôle-go para cantar e tocar improvisa-damente com amigos. Em 2015,Sandra de Sá e Ivo Meirelles foraminsuperáveis nesse quesito.

PREFERIDOLeo Gandelman vai lembrar pormuito tempo de Canela. Foi dispa-rado o artista mais convidado paratocar e participar nos muitos pal-cos do evento. O mega saxofonistaé admirado por todos e não bastas-se isso é um boa praça que esbanjasimpatia e boa vontade. Fez estreiade ouro na Festa desse ano.

A NOITE DAS NOVIDADESAo longo do tempo, a última noi-te da Festa Nacional da Músicatem se caracterizado pela apresen-tação das novidades que farão a mú-sica brasileira de amanhã. Muitagente nova e boas surpresas trans-formam a terceira noite da Festanuma verdadeira caça a pedras

preciosas da nossa MPB. Produto-res e executivos há muito tempojá descobriram isso.

ECADParece que o bom senso começa a seimpor e os artistas descobrem quemesmo com críticas, o ECAD pre-cisa ser preservado como única al-ternativa de evitar que a política e acorrupta máquina pública brasilei-ra tomem conta da arrecadação dosdireitos autorais no Brasil. Transpa-rência nas contas e participação nagestão se obtém com debates, pro-postas e novas ideias. Já entregar osegmento para os políticos seria umretrocesso devastador.

EMOÇÃOO cantor e líder do Grupo Pixote,Dodô Monteiro, não escondeu aslágrimas ao subir ao palco e, juntocom a banda, receber a homenagemda Festa. Lembrou os momentos di-fíceis vividos pelo grupo que, aolongo de mais de 20 anos de carrei-ra, conquistou o respeito e o sucessono mundo do samba. Emoção sin-cera e muito aplaudida por todos.

TALENTOAlguns instrumentistas brasilei-ros chegam ao longo de sua carreiraa patamares dignos dos grandes no-mes mundiais do jazz e da músicainstrumental. O baterista Alfre-do Dias Gomes é um dos maisperfeitos exemplos disso. Músicoexperiente e dotado do mais ab-soluto domínio do seu instru-mento, o artista lança seu sextotrabalho cercado por um time demúsicos dar inveja. Esbanjandosensibilidade e furor nas baque-tas, Alfredo dá uma aula de bate-ria e mostra que a música instru-mental continua universal e semfronteiras. E nos dá orgulho, co-mo brasileiro...

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igplace- Alexandre, conte um pou-co sobre a sua história, sua forma-

ção acadêmica e sobre como você foiparar no mercado de entretenimento.Alexandre - Sai de casa aos 17 anos, soude Jacareí cidade do interior de SP, ter-minei o que se chamava na época de co-legial e fui para São Paulo buscando umcaminho, mas sem ter ideia do que gos-taria de fazer. Trabalhei em lojas e fuigarçom para me manter e por conta dosamigos comecei a trabalhar como se-gundo assistente de produção de objetospara filmes e campanhas publicitárias.Por conta de contatos e amizades feitasneste primeiro trabalho fui passandopor vários estágios dentro da produçãode TV, Teatro, Cinema e Moda. Até queum dia uma grande amiga produtora deshows, que trabalhava com Lulu Santosme ligou e me propôs iniciar um traba-lho com ele.Entrei no meio musical, “oficialmente”como camareiro do Lulu, porém estavamais para um produtor pessoal pelo ta-manho da demanda de trabalho. Comosempre fui dedicado, fui acumulandofunções dentro da produção do Lulu, fa-zendo a pré-produção, produção-exe-cutiva de Estrada, nunca deixando de

[email protected]

Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

Profissões do

backstage’backstage‘

E M P R E S Á R I O A R T Í S T I C O

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A L E X A N D R E R O S A

exercer nenhumadas funções, assimpassaram-se seteanos, o que consi-dero minha fa-culdade no mun-do da música.Fazendo algumasapresentaçõescom o Lulu nacasa de show daIvete Sangalo,o Pier Bahia,conheci a Va-léria Sangalo,que me con-vidou para assu-mir a pré-produção do Turnê Maracanã,e assim me mudei para Salvador. Comcerteza essa experiência foi minha pós-graduação e mestrado, pois fui o únicorodar mais de uma vez o Brasil com amaior cantora do Brasil. Ivete é a maiorem todos os sentidos: estrutura de pro-dução e seu coração e profissionalismosão únicos. Passei quatro anos na produ-ção da Ivete, até o início da Turnê Ma-dison; após a tour na Europa, decidi queera hora de seguir minha intuição e irpara o Rio de Janeiro. Foi difícil sair, pois

Nesta série deentrevistas em que

procuramos darmais extensão ao

conceito debackstage, algumasvezes, sairemos dos

bastidores dosshows para trilhar

os bastidores detodas as produções

que tiveremprofissionais

trabalhando emáreas que sequer

sonhamos queexistam. A

profissão destaedição é a de

empresário artísticoe o entrevistado éAlexandre Rosa.

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na produção da Ivete eu tinha estabi-lidade e amigos (que se tornaram fa-mília), mas estava decidido a dar iní-cio a uma nova etapa na minha vida.No Rio de Janeiro, fui chamado pelacantora Vanessa da Mata para cuidardo seu comercial, vendas de show ecaptação de projetos e patrocínios.Durante o ano de 2012 eu captei oProjeto Nívea - Viva Tom Jobim quefoi executado em 2013. Após esta cap-tação, Vanessa da Mata me convidoupara ser empresário artístico dela, naqual assumi a gerência de sua carreirapelo ano que seguiu ao projeto.Após esse período decidi que era horade expandir a minha produtora. Ob-servei que o mercado da música esta-va precisando de novas estratégiaspara lançamentos e planejamentos de

carreiras, e me uni a Cláudia Linha-res, minha sócia. Começamos a bus-car novos artistas no mercado e de-pois de uma longa pesquisa, hoje te-mos dois novos nomes que cuida-mos de toda carreira: a cantoraAlice Caymmi, que lançamos aturnê Rainha dos Raios, em maiode 2015 com o DVD já gravado aser lançado pela Universal Mu-sic, e o cantor, compositor e po-eta Sylvio Fraga, que lançaremos

seu CD Cigarra no Trovão agora em de-zembro de 2015, no Rio de Janeiro eem São Paulo, com turnê já em proces-so de pré-produção para maio de 2016.

Gigplace - Quais as atribuições deum empresário e como seria o dia adia de trabalho deste profissional?Alexandre - Além de um conheci-mento amplo de produção e vendas,formar uma boa equipe é crucial parao andamento de um escritório, bonsprofissionais ao seu lado faz toda a di-ferença, pois acredito que para seformatar o planejamento de uma car-reira é preciso saber como levar o tra-balho do artista ao alcance máximodo público-alvo, unindo logísticacom contatos certos com o contra-tantes/parceiros nacionais e interna-cionais e uma equipe que te dê supor-

Alexandre Rosa na Produtora Roda dos Ventos

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te a todos assuntos relacionados ao seuartista. O meu dia a dia segue entre mui-tas reuniões de estratégias de redes soci-ais e plataformas de web, vendas, proje-tos de turnê, projetos de captação deapoios e patrocínios, sempre focados noperfil de cada artista do escritório.

Gigplace - A tecnologia tem nos aju-dado a desenvolver melhor o nossodia a dia, quais os aparatos tecnoló-gicos (equipamentos, softwares) quesão vitais para o desenvolvimento doseu trabalho?Alexandre - Sou muito conectado, tenho35 grupos de trabalho no Whatsapp, tal-vez hoje seja a maneira mais rápida e bara-ta de se comunicar em grupo. No sentidode planejamento de carreira utilizamostodos as plataformas digitais para nos co-municar com o público-alvo dos nossosartistas, no intuito de potencializar aaproximação entre artista e público. Masainda sim, esses recursos não substituem(para meu gosto) a “boa” ligação, seja portelefone fixo, Skype ou FaceTime.

Gigplace - Na sua visão empresarialqual a importância da equipe técnicapara o(s) artistas que você empresaria?Alexandre - A equipe técnica, junta-mente com a produção executiva, são asmolas propulsoras na engrenagem de fa-zer shows. É de fundamental importân-cia o reconhecimento positivo destesprofissionais, que são nossos parceiros;dando a eles sempre a melhor condiçãode trabalho possível.

Gigplace - Ainda falando sobre equipetécnica, você participa ativamente naseleção da equipe de apoio dos seus ar-tistas, e quais os critérios para a esco-lha dos profissionais?Alexandre - Sim, sempre monto a equi-pe que acredito se encaixar com o perfildo artista, avalio sempre o tempera-mento e a experiência do profissional.Para mim, profissionalismo e bom hu-mor são elementos imprescindíveis.

Gigplace - Com a atual situação dopaís como o empresário concilia aretração do mercado de entretenimentoe a turnê dos seus artistas?Alexandre - Sou da política que negóciobom é para os dois lados. Hoje não te-mos só contratantes, temos acima detudo parceiros, que devem ser privilegi-ados com uma produção coesa, sem des-perdícios, a fim de diminuir os custos.Uma alternativa para viabilizar é nosfidelizarmos com bons fornecedores,que nos atenda com qualidade e preçoem todas as necessidades da produção.Como tenho um trabalho direcionado anovos talentos, busco também parceriascom marcas que se identifiquem com osartistas, que possam apoiar ou patroci-nar a turnê ou projeto.

Gigplace - Uma pergunta provocativa,no mercado brasileiro, grava-se oDVD antes do artista levar o show praestrada e muitas vezes o que é criadopara o DVD é inviável de levar para aestrada. O que você acha desse mode-

Alexandre Rosa, Marcela Oliva e Lucio Avila - Madison, em Portugal

No sentido deplanejamento de

carreira utilizamostodos as

plataformasdigitais para noscomunicar com o

público-alvo dosnossos artistas, no

intuito depotencializar a

aproximação entreartista e público.

Mas ainda sim,esses recursos não

substituem (parameu gosto) a “boa”

ligação, seja portelefone fixo, Skype

ou FaceTime.

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lo, ele é o inverso do que se faz nosEUA, por exemplo?Alexandre - Acho que temos hojeuma necessidade grande de gerarconteúdo para o artista, por contadas redes sociais, etc. O formatoDVD é um recurso que gera natu-ralmente bastante conteúdo, e deuma única vez, já que de um DVDpode-se extrair clips e mesmo umCD ao vivo. Mas atualmente acre-dito que, com planejamento, po-demos diminuir a diferença do queacontece no show de gravação do

produto, para o show de turnê, emtermos cênicos e, principalmente,em termos musicais. Inclusive,(apesar de ainda ser uma exceção)alguns artistas nacionais já usamcomo expediente, deixar para gra-var o DVD depois da estreia deuma turnê.

Gigplace - Na sua visão qual for-mato de show é mais rentável paraperíodos de retração como o atual?Alexandre - O que traga novida-de, para que possa ser atrativo

para o público e justifique o valordos ingressos.

Gigplace - Mesmo nos períodos di-fíceis se abrem novas oportunida-des de negócios, com a alta do dó-lar vender artistas brasileiros noexterior se torna uma modalidadede negocio atrativa, ou não?Alexandre - Sim, desde que vocêtenha um formato de produçãoque não inviabilize a viagem inter-nacional. Trabalhar com equipereduzida e formatos menores, são

Equipe Lulu Santos (2005)Equipe Alice Caymmi, Rock in Rio 2015

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mais fáceis de “Fazer Rodar” uma turnêinternacional. E concentrar o maiornúmero possível de apresentações, evi-tando espaços longos entre os shows,pois numa turnê no exterior, muitas ve-zes temos que contemplar dentro do or-çamento do artista o custo de day off daequipe (ou seja, hospedagem, diária dealimentação, transportes internos, etc).

Gigplace - Os incentivos do governopara a área de entretenimento como alei Rouanet e a de meia entrada aju-dam ou atrapalham o artista?Alexandre - Sobre a Lei Rouanet, é umótimo incentivo, mas o fato de ter umprojeto aprovado na Lei não significa queele conseguirá ser realizado. Pois apósaprovação, o projeto está apto para sercaptado e “despertar” um possível inte-resse nas empresas. Atualmente tenhoobtido melhores resultados trabalhandocom verba de marketing das empresas.Quanto à meia entrada, acabou que nosadaptamos a ela. A ideia nasceu de forma afacilitar o acesso à cultura a populaçãomais carente, o que é maravilhoso, porémnossos custos para realização de um espe-táculo, não diminuíram. Logo, é umaequação difícil de administrar, já que oscustos permaneceram e a renda diminuiu.

Gigplace - Com as atuais mudançaseconômicas, como você acha que omercado de entretenimento vai se por-tar diante do quadro atual e num futu-ro a curto prazo?Alexandre - Acho que quem não seadaptar a ter eventos, shows ou espetá-culos que contemplem novidade, quali-dade e preço terá dificuldade em semanter. O público está escolhendo cadavez mais o que quer assistir tendo sua di-versão e conforto garantidos.

Gigplace - Na nossa jornada semprecruzamos com pessoas que fazem a di-ferença, que nos incentivam a dar maisum passo em nossa vida profissional.Quem ou quais foram essas pessoas emsua carreira e em qual a situação elasforam importantes?

Alexandre - Ivete Sangalo com certeza foia maior das minhas inspirações, ela é for-ça e inteligência a frente de sua carreira, oconvívio com ela e sua equipe me fez en-tender como profissionalismo, educaçãoe carisma fazem toda a diferença dentrodo seu trabalho. Com certeza, estas são asmaiores referências que coloco para mi-nha equipe hoje.

Gigplace - Sempre perguntamos aosnossos entrevistados sobre casos e ausosque já aconteceram com eles. Qual fatoou situação você riu muito depois deleacontecer, ou seja seu mico preferido?Alexandre - No meu trabalho com a Iveteeu viajava sempre um dia antes sozinho,chegando na cidade e vendo se o combi-nado tinha sido cumprido, estava naquelalogística maluca sem dormir há 3 dias, equando entrei no avião que ia para PortoAlegre, cidade que eu tinha que descer, deiaquela dormida errada e quando acordei oavião estava taxiando para seguir paraBuenos Aires. Conclusão: tive que armaruma certa confusão para fazer o avião vol-tar para o finger para eu descer.

Gigplace - O que falta ainda pra que setorne um profissional ainda melhor?Alexandre - Acredito que temos que es-tar sempre nos reciclando e trocando omáximo possível com os profissionaisda nossa área, por isso me mantenhosempre aberto a tudo.

Gigplace - Quais são os seus planospara o futuro, onde pretende estar da-qui a 10 anos, nos planos profissionale pessoal?Alexandre - Meu plano é apostar em novasplataformas de lançamento, direcionadopara novos talentos. Unindo forças comgrandes marcas e possibilitando expandir oalcance da música brasileira.”

Sobre a LeiRouanet, é um

ótimo incentivo,mas o fato de ter

um projetoaprovado na Lei

não significa queele conseguirá ser

realizado. Pois apósaprovação, o projeto

está apto para sercaptado e

“despertar” umpossível interesse

nas empresas.

Este espaço é de responsabilidadeda Comunidade Gigplace. Enviecríticas ou sugestões para [email protected] ou [email protected]. E visite osite: http://gigplace.com.br.

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MARINGÁcidade paranaense de Maringá setransformou na capital do Jazz en-

tre os dias 6 e 11 de outubro, com umaprogramação de shows e workshops demúsica instrumental gratuitos. Osshows aconteceram no teatro Marista eo encerramento previsto para aconte-cer na praça da Catedral (cartão postalda cidade). Como a chuva não deu tré-gua, as apresentações do domingo tam-bém aconteceram no mesmo teatro. Aideia do encerramento do festival serao ar livre é prova de que o festival vemtomando fôlego a cada ano e que a mú-sica instrumental vem encontrando

[email protected]

Fotos: Bulla Jr. / Divulgação

público cativo, principalmente entre anova geração.Para William Fischer, idealizador do pro-jeto, esse é um dos objetivos maiores doFestival de Maringá, dar oportunidadepara o público assistir de graça shows demúsica instrumental e de qualidade.“Uma das propostas é também procurartrazer, a exemplo dessa edição do MaringáJazz, uma programação eclética, temosnesses sete shows dessa edição, uma vari-edade de estilos grande, de experiências,de carreiras e isso é muito bom para o pú-blico, além de artistas locais e regionaisque estão fazendo parte dessa edição no-

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JAZZ FESTIVALJAZZ FESTIVAL

A quarta edição doMaringá Jazz

Festival levou paraa cidade do norte

do Paraná umadiversidade de

bandas e estilosinstrumentais

durante quatronoites. OrquestraSpok Frevo, Duo

Taufic e CelsoPixinga trio foram

alguns dos nomesque subiram aopalco do Teatro

Marista, além dedois grupos locais,

mais workshopsgratuitos de música

instrumental. Oobjetivo maior é

dar oportunidadepara músicos locais

e público de tercontato com

grandes músicos emúsica de

qualidade.

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vamente”, explica. O Maringá Jazzé parte da etapa de um projeto, oCascavel Jazz, que já existe há 20anos. Segundo Fischer, há quatroanos surgiu a ideia de ampliar aqui na

região norte do estado paranaensetambém, onde habitualmente nãoexistem eventos desse porte. “Tra-dicionalmente, a etapa mais co-nhecida é a etapa de Cascavel, oCascavel Jazz Festival, e aí a etapade Maringá vem somar às etapas deCampo Mourão, Toledo e Foz doIguaçu, chamado de Cataratas Jazz.A ideia é fazer um circuito instru-mental para músicos brasileiros; éum festival que tem essa caracterís-tica de valorizar os músicos brasi-leiros, talentos locais e regionais. Oprojeto é realizado anualmente enos últimos quatro anos temos to-

das essas etapas nessas cidades, di-vididas entre o primeiro e o segun-do semestre”, completa.

PRODUÇÃOPlanejamento é a palavra-chave.Um dos desafios da produção, comoconta William, é por ser uma pro-dução com grupo reduzido de pes-soas. Longe de ser uma superprodu-ção, o Maringá Jazz tem custo bas-tante razoável e enxuto, tendocomo fonte de recursos predomi-nantemente a Lei de Incentivo àCultura Federal. “Diante dessas ca-racterísticas, procuramos montaruma programação adequada a essescustos para que possamos atender àexpectativa do público e dos músi-cos que vêm. Então é um festival queprocura também, dentro de sua ges-tão, adequar essa receita com as des-pesas sem extrapolá-las e podercumprir tudo o que festival propõe aoferecer para o seu público, que já écativo, pelo menos nas cidades quevêm sendo realizadas”, pondera.

Duo Taufic na primeira noite no Teatro Marista

Mazin Silva trio se apresentou no sábado

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Além da Lei de Incentivo, William con-ta que existem os parceiros, que são asempresas apoiadoras de serviços. “É fun-damental, porque temos que juntar aspeças como num quebra-cabeça. Entãoexistem as peças grandes, que são as des-pesas maiores, e que temos que buscar naLei do Incentivo, e existem os valoresmenores que são os serviços menores, decustos menores, é aí que temos que bus-car parceiros que tenham condições deapoiar nesse sentido”, fala.O objetivo é que o Festival seja sempreacessível para o público. Por isso, a ideiade cobrar ingresso é descartada. “Nãoacredito que a cobrança de ingresso váreduzir o público. No entanto, é fatoque ele vai inibir a possibilidade demuita gente que gosta e não tem condi-ções de acesso a um evento dessa quali-dade, porque são eventos que se for co-brar um preço de venda de ingresso demercado não seria barato e a maioria dopúblico que gosta são músicos que estãocomeçando a carreira. São estudantesde música, pessoas que não tem umacondição financeira consolidada. Ecomo a própria legislação vem com esseintuito, de democratizar o acesso à cul-tura, nós unimos o útil ao agradável, éum evento de qualidade, com patrocí-nios, que cobrem os custos da equipe, deprodução, de artistas, e um acesso gra-tuito controlado”.

EXPANSÃOPara as próximas edições está previsto aapresentação ao ar livre, que este anonão aconteceu por conta das fortes chu-vas que atingiram a região no períodoem que foi realizado o Festival. “Juntocom a nossa patrocinadora maior aquina etapa de Maringá, que é a ViaPAR,que é uma concessionária de rodovias,que também quer que o público tenhaesse acesso à cultura, por isso investemem cultura, surgiu a ideia de dar esseupgrade e colocar de uma forma maisaberta ainda para a comunidade. E apossibilidade de fazer o encerramentodo Festival ao ar livre encantou a pro-dução. Montamos uma programação ar-

tística que fosse condizente com essemomento. Por isso foi importante aSpok Frevo Orquestra estar conoscoaqui esse ano”, comenta.Embora não tenha acontecido em 2105, aideia de ter apresentação ao ar livre já estáconsolidada. “Estamos pensando nas pró-ximas edições de ampliar as apresentaçõesao ar livre, colocar em locais específicos nacidade que possam receber grupos em pal-cos alternativos, em casas de cultura, esco-las de música. Mais os workshops, comofizemos esse ano, com aulas, cursos com osmúsicos que se apresentaram. Isso é umaforma de também você devolver para a co-munidade aquilo que o patrocíncio, a Leide Incentivo à Cultura preconiza, que éesse desenvolvimento técnico, esse inter-câmbio, uma cultura de outras regiões comuma cultura local”, planeja.

SONORIZAÇÃOAs três noites de música instrumental noteatro Marista exigiram da equipe técnicauma forte planejamento para que tudo sa-ísse de forma mais entrosada possível. Deacordo com os técnicos Fábio e FelipeBrandalize, técnicos da equipe de produ-ção da BR Instrumental, a ideia é dar umcontorno e atendimento de padrão inter-nacional aos músicos que vão se apresen-tar. “Minha função no monitor é propor-cionar conforto para os músicos enquantoestão tocando, para que lá na frente, saia aenergia correta dos instrumentos no PA”,explica Felipe. “O rider técnico chega enossa função é fazer o meio de campo en-tre os técnicos e a locadora para que esserider seja atendido”, completa.

Spok Frevo durante a passagem de som

Não acredito que acobrança de

ingresso vá reduziro público. No

entanto, é fato queele vai inibir a

possibilidade demuita gente quegosta e não tem

condições de acessoa um evento dessaqualidade, porquesão eventos que se

for cobrar umpreço de venda de

ingresso demercado não seriabarato e a maioria

do público quegosta são músicos

que estãocomeçando a

carreira (William)

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Não faltam exigências. Em uma or-questra complexa, como a SpokFrevo, é preciso dar conta de instru-mentos como sopro e percussão,bateria, guitarra, baixo, acordeon,montado de maneira certa. “Emuma música instrumental traba-lham-se dinâmicas diferentes,você vai do pianíssimo ao fortís-simo e isso exige tanto do equipa-mento quanto do técnico uma cer-ta sensibilidade. Por isso achamosinteressante, quando o técnico desom é músico, ou toque algum ins-trumento, não é uma regra, claro”,comenta Fábio.No PA do teatro Marista, um sis-tema JBL, modelo, que atendeu deforma satisfatória. No monitor, ostécnicos contaram com uma Yama-ha LS9 e na house mix uma X-32,da Berhinger, ambas da locadora desom local.

ACÚSTICAPara os dois técnicos, uma das di-ficuldades no Brasil é encontrarum local que seja “pensado acusti-

camente”. Então o técnicotem que estar ciente disso eter as ferramentas para con-tornar a imperfeição do am-biente. Em todas as ediçõesdo jazz acontecem proble-mas do local e temos queafinar tudo da melhor ma-neira possível e dentro danossa capacidade para pro-porcionar um som agradá-vel. E quando falo agradá-vel, é importante citar quemuito pouca gente no Bra-sil aprecia música de quali-dade. Geralmente é acos-tumado com muita inten-sidade sonora, barulho, equando a gente traba-lha no festival, além deproporcionar para es-sas pessoas essa experi-ência nova, a gente tem que dei-xar mais ou menos perto, próximodo som ouvido lá fora. Então a gen-te tem esse compromisso de ofere-cer o mesmo som que essas equipestécnicas lá de fora”, fala Felipe, que

cita o pai, Gilberto, comoseu principal mentor.Segundo o técnico de PA da bandaSpok Frevo, Délbert Lins, o PAJBL atendeu muito bem ao showda orquestra. “Percebi o cuidado

Sistema JBL do teatro Marista atendeu as expectativas dos músicos e técnicos

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com os equipamentos, o cuidado com oscabos. Então a gente já percebe que teveum carinho especial para a coisa não terdefeito, para funcionar direitinho. Acheique ficou interessante, mas por estar aber-to ali no meio, ficou com uma falta. Acre-dito que podia ter um front fill ou um nocentro, jogando para as cinco primeirasfilas. Mas com um front fill seria bem in-teresante. Só precisei de tirar um poucodo grave. De 80 tirei 5dB, de 100 e 125,tirei 3dB e de 160 tirei mais 4dBs. Preci-sei tirar, pois não sei se foi a sala, estouvendo muita madeira, por conta da acús-tica do teatro ter muita madeira, então atendência é ter uma reverberação de gra-ve maior. E o JBL tem uma abertura de180 graus”, ressaltou.De acordo com Délbert, durante a turnêinstrumental, o rider da banda é o parashow instrumental, diferente do shows decarnaval, que acontecem em fevereiro.Para o show apresentado em Maringá, fo-ram solicitados, além do rider, mapa depalco, backline e número de vias usadasno palco. “Tanto nacional quanto inter-nacional é o mesmo mapa, só muda parainglês ou francês. E o outro show de car-

naval, que é um pouco maior porque entramais um músico e tem percussão, eu peçomais uma via para monitoração”, explica.No Marista, o técnico cita que foramusados 30 canais, para 17 músicos nopalco. A bateria usa até o canal 9, a cai-xa sempre microfonada com um micem cima e em baixo, para pegar a estei-ra, a pele, a caixa e os dois over pegandoa bateria toda, mais um pouco de re-verb. “Determinadas músicas que o ba-terista vai solar eu acrescento o reverbnos microfones de overall, para a salaficar um pouco maior e dar amplitude,sem precisar aumentar o volume. E aítem a percussão, que a gente usa 4 ca-nais, aí vem o baixo e a guitarra. E essedisco que a gente está trazendo de lan-çamento, Frevo Sanfonado, tem sempreum músico convidado, que é o acor-deonista. E aí tem também o acordeon,que não faz parte da orquestra, mas estáviajando com a gente por conta dessedisco. E aí entram 4 trompetes, 4 trom-bones e 4 saxes”, acrescenta.Quanto aos consoles, o técnico afirmaque trabalha com o que tiver. “Solicitodesde a M7, da Yamaha, ou mesmo a

Fabio (à esquerda) e técnico de PA da Spok Frevo

Determinadasmúsicas que o

baterista vai solareu acrescento o

reverb nosmicrofones de

overall, para asala ficar um

pouco maior e daramplitude, sem

precisar aumentaro volume. E aí tema percussão, que a

gente usa 4canais, aí vem o

baixo e a guitarra.(técnico de PA Spok

Frevo)

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LS9, que é o mesmo pré, à Sound-craft, a Vi6, a Midas. Quando es-tou fora do país, pego muito aMidas e a Soundcraft. Não fico fa-zendo tanta exigência e acho que omais importante é fazer tudo funci-onar. Você chega no local e vê oequipamento tudo certo, o cabea-mento correto, a tendência é acon-tecer tudo em ordem”, comenta.

DIREÇÃO E DESAFIOSMas para acontecer tudo de acordocom o planejado, é preciso sincro-nismo entre as equipes. Tal comoum maestro, que não deixa nenhuminstrumento entrar fora de hora, odiretor de palco tem a missão de or-ganizar de forma minuciosa toda amovimentação dentro e fora dopalco. Segundo Ricardo Leandro,fazer essa 4a edição teve mais umacomplexidade, por conta de colocarno palco uma orquestra com 17músicos. “Nos anos anteriores eramais trio, quarteto, e esse ano tive-ram 23 pessoas só na equipe da or-questra. Então essa logística de-mandou mais tempo, mais cuidado,mais preparação, nos planejamospara casar os shows para ficar maisfácil. A troca de palco durou maisou menos uns 10 minutos, senão aplateia dispersa, então temos quetrocar rapidinho”, fala.

Para Ricardo, em um festival comoo Maringá, o rider e a logística sãoos principais ponto a serem obser-vados, porque dá uma confiança aomúsico para tocar. “O músico sem-pre vem um dia antes, por exemplo,porque pode acontecer de perder ovoo. Então estamos sempre comantecedência de um dia antes, omúsico nunca chega no dia doshow. Já o desafio é justamente co-ordenar as trocas, quando um mú-sico entrar deixar tudo funcionan-do e quando começar a tocar dei-xar tudo funcionando”, revela.

Trabalhando com William Fis-cher há mais de 20 anos, e semprefazendo a direção de palco, Ricar-do comenta que acaba até ficandomais fácil, embora dê trabalhoplanejar. No entanto, fazer trocade informação com as bandas com

antecedência é fundamental. “Pe-gamos o rider e já vamos discutin-do do que precisa, se tem que su-blocar algum tipo de equipamen-to de som que a locadora não te-nha, para atender o que a bandapediu no rider. Acho que isso émuito importante, a banda chegare ter o que foi pedido no rider enão apenas o similar. Por exem-plo, a Spok Frevo pediu um JazzChorus, e sublocamos para aten-dê-lo. E como o rider sempre vemdois ou três meses antes temosesse tempo de planejar”, afirma.

LINE UPA forte característica de atenderbem e dar espaço para o músicobrasileiro é que talvez tenha sidoa maior fonte de banco de dadosde músicos querendo se apresen-tar no Festival. “Como prezamosmuito a questão da qualidade noatendimento e damos muita aten-ção ao conforto do músico, porexemplo, acho que acabamos re-cebendo uma certa confiança domercado, dos músicos, dos produ-tores, que passam a indicar o pro-jeto para outros grupos. Assim re-cebemos vários CDs e acabamos

tendo um banco de dados grandede grandes músicos brasileiros, denovos talentos. Com base nisso éque montamos nossa programa-ção artística”, revela William.Outro segredo é dar foco no deta-lhe, por isso, essa grade é montada

A troca de palco durou mais ou

menos uns 10 minutos, senão a plateia

dispersa, então temos que trocar

rapidinho. (Ricardo)

Yamaha LS9 usada no monitor

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com bastante antecedência. “É impor-tante que o avião seja confortável, queo nome esteja no camarim, que o cama-rim esteja limpo, que o mapa de palcoesteja adequado com a necessidade domúsico. Prezo para que o mapa de palcoseja revisto, que seja confirmado. Con-verso sobre o atendimento. Sobre essaforma de tratamento, estamos semprenos colocando no lugar do músico. Etoda a minha equipe nesse sentido ésensacional e é isso que está fazendo onome do festival ao longo desses. Co-mo eu priorizo detalhe, quanto maistempo a gente tem para se organizarmenores erros ocorrerão durante aexecução. Impossível é não errar, mas agente procura minimizar isso”, afirmao diretor executivo.De acordo com Luciano Veronese, dire-tor artístico e musical do Festival, nocomeço a situação era inversa e a produ-ção tinha que ir atrás daqueles que que-riam participar. “Hoje já chega bastantematerial, e o critério é um mix de estilosmusical para que a gente possa dividir efique um certo equilíbrio entre tipos deinstrumentos. Por exemplo, não vamosfazer 3 noites com trio de baixo, bateriae guitarra, então tem uma variação deestilos e instrumentos e também umacerta indicação, uma certa afinidadecom o evento. Dos que vieram agora,geralmente eles já indicam para outraspessoas e essas pessoas mandam o mate-rial e já facilitou muito”, conta.

“Uma vez estávamos na Expomusic e oPepeu Gomes estava tomando café lá nobar onde a gente estava e ele falou: “OhCascavel Jazz Festival, quero tocar lá”. Elese ofereceu. Não foi no ano seguinte, masdepois ele foi. Pepeu tem um trabalho demúsica instrumental, e foi super legal oshow que ele fez lá. Então já tivemosHermeto Pascoal, Yamandú Costa, PauloMoura, Cama de Gato. É um festival que játem um certo nome no Brasil e pela serie-dade do William, e do Ricardo de fazeremum evento sempre com uma organização

Uma vez estávamosna Expomusic e o

Pepeu Gomesestava tomando

café lá no bar ondea gente estava e ele

falou: “OhCascavel JazzFestival, quero

tocar lá”. Ele seofereceu. Não foi no

ano seguinte, masdepois ele foi.

(Luciano)

Celso Pixinga trio durante apresentação no Marista. Os três músicos ministraram aulas durante oficina de música como parte da programação do Festival

Maurício Leite na bateria

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impecável e obsessão de que saiatudo certo”, comenta.Esse cuidado, Luciano acredita queacaba facilitando a escolha, além daquestão da viabilidade técnica. “Setem um trio com piano, aproveita-mos e trazemos mais um com piano,então vai fazendo a composição, masbasicamente a escolha é baseada nosestilos e na variação de instrumen-tos dentro da música instrumentalbrasileira, para que não seja uma coi-sa americanizada, não tenha aqueleestereótipo de jazz tradicional. Prio-rizamos música instrumental brasi-leira, então geralmente é o que man-tém a escolha”, fala.

MÚSICA INSTRUMENTALPara Eduardo Taufic, do Duo Taufic,a importância desses festivais é fun-damental para promover um tipode música que não é de fácil acesso.“Nos deixa muito felizes, porque nãoé um tipo de música de fácil acessopara a população, então é uma formade educar as pessoas de ouvirem mú-sica boa, uma forma sempre de mos-trar diversidade cultura no Brasil,que é muito forte”, comenta. O DuoTaufic, que se apresentou no dia 09,levou o repertório do primeiro discogravado, com 80% do repertório au-toral. “O Todas as Cores, são nossasmúsicas, com alguma releituras deTom Jobim, Edu Lobo, Ernesto Na-zareth”, comentou.Celso Pixinga, também apresen-tou ao público seu novo disco,acompanhado de Mello Jr. e Mau-rício Leite. “Tudo autoral e novís-simo e estamos lançando aqui”,comentou. Primeira vez se apre-sentando no Maringá Jazz, Pixinga,acredita que é importante eventoscomo o Festival sairem dos tradici-onais eixos, como Rio e São Paulo,e surgirem em cidade do interior. Omúsico aponta, no entanto, queembora tenha espaço para a músicainstrumental crescer e conquistarmais públicos no Brasil, carece de

divulgação nas grandes mídias.“Não temos uma rádio instrumen-tal, por exemplo. O que temos sãopessoas idealistas que têm a cora-gem de fazer um trabalho que oWilliam faz”, coloca.Para Luiz Barbosa, produtor da Or-questra Spok Frevo desde 2012, amaior dificuldade no gerencia-mento de carreira da banda é fazercom que os festivais de jazz do Bra-sil, pequenos e médios, enxerguema Spok Frevo como jazz. “É umfrevo, mas é jazz. Esse é nosso desa-fio, mostrar que o frevo é uma músi-ca instrumental, brasileira, talvez aúnica para orquestra e que as pesso-as e os programadores entendamque a gente é uma big band de jazzque toca frevo”, fala. “Tentamosplanejar dois anos pra frente. Eshow aqui de Maringá está planeja-do desde 2013. Então trabalhamosdessa forma, planejando a carreirada Orquestra, a médio prazo, procu-rando captar recursos através deeditais procurando viabilizar com25 pessoas viajando” completa.

WORKSHOPSDo dia 06 a 08 de outubro, o Insti-tuto da Música, em Maringá, foisede de uma série de workshops,que fizeram parte da programaçãodo Festival. Dirigido por MárciaCouto, o local abrigou oficinas

gratuitas de DesenvolvimentoMusical, com Sidney Linhares eSérgio Benevenuto, contrabaixo,com Celso Pixinga, bateria, comMaurício Leite, e guitarra, comMello Junior. Foram 60 alunos par-ticipantes, em uma média de 15workshops durante três dias.De acordo com Márcia Couto, aideia surgiu na segunda edição doFestival de Maringá. “Aproveitandoa vinda dos músicos para Maringá, oprodutor executivo Willian Fischerpropôs que os workshops aconteces-sem no Instituto da Música. Maringáé uma cidade localizada longe dosgrandes centros, mas a populaçãotem uma grande intimidade com amúsica. A música é fonte de rendapara muitas pessoas que atuam emescolas, bares, shows, eventos, con-servatórios. São estes músicos quenutrem a cultura musical de Ma-ringá e poucos conseguem buscarinformações fora da cidade. A vin-da de músicos renomados para nos-sa cidade ministrando workshopsdá a oportunidade para que estesmúsicos possam receber informa-ções diferentes, transformandoconceitos, buscando novas formasde se relacionar com a música e en-sinar. Assim toda a sociedade ga-nha”, afirma Couto, acrescentandoque já está em estudo a abertura denovos cursos e workshops.

Equipe do Maringá Jazz Festival

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NORTONNORTON

im de tarde do dia 23 de outubro naBarra da Tijuca. Dentro da casa de

shows, os funcionários terminavam alimpeza das amplas instalações, com ca-pacidade para 6 mil e seiscentas pessoas.Dentro, os profissionais do backstage –técnicos, produtores, roadies e músicos– preparavam a cena para a entrada deAna Carolina, seu trio e as composições

Miguel Sá

[email protected]

Fotos: Divulgação

que estão na boca do povo. A BandaCelebrare também aprontava seus equi-pamentos para o grande baile com os hitsde ontem e hoje.

EQUIPAMENTOSNo meio das preparações, os técnicos co-memoravam o novo equipamento insta-lado pela Som & Cia em agosto deste

F

Sistema Norton,da Som & Cia,foi o escolhido

para sonorizar acasa de shows naBarra da Tijuca.

A empresatambém forneceutoda a estrutura

de luz e vídeo,além de

geradores.

SONORIZAÇÃO DO BARRA MUSICO NOVO SISTEMA DE

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Sistema LS6 da Norton: 24 caixas de alta e 24 caixas de sub, com doze elementos de cada lado

ano, como explica Daniel Melo, di-retor da empresa. “Colocamos umsistema LS6 da Norton. São 24 cai-xas de alta e 24 caixas de sub comdoze em cada lado”, especifica. Osistema, que tem dois falantes de 12polegadas, quatro de 6,5 e doisdrivers com tecnologia dual voicecore tem a abertura de 150º na hori-zontal, ideal para cobrir uma bocade cena com 30 metros de compri-mento. Os dois falantes de 21 pole-gadas em cada uma das 24 caixasSB-221 garantiram o peso nos gra-ves. “Esta quantidade é suficientepara que se produza o mesmo volu-me do primeiro ao último ouvinte,sem perda em nenhum ponto dacasa”, reforça Daniel. Além das 12LS6 de cada lado, também foramcolocados os modelos LS2 na beirado palco para cobrir alguns metrosno gargarejo da boca de cena.A Som & Cia começou a repararnos equipamentos da Norton hácerca de dez anos, quando Leo Gar-rido apresentou a Daniel os equipa-mentos. “Gostei, me informei nafábrica da Norton e trouxe os LS3.Depois, o P1 e, finalmente, o LS6,que é o melhor sistema, na minhaopinião”. A empresa ainda trouxeequipamento da Clair Brothers.“Atendemos Ana Carolina, Zezédi Camargo e Luciano, Jorge eMatheus e Claudia Leitte, entreoutros”, enumera Daniel Melo.

HOUSEMIX,PALCO E LUZPara pilotar seus artistas, os técni-cos das bandas tinham à disposiçãoas consoles Mix Rack Profile, da Di-giDesign no P.A. e Yamaha PM5D-RH no monitor. “Temos também ospré-amplificadores Avalon 737 e747 para dar uma ‘esquentada’ nosom, se os técnicos quiserem”,conta Daniel. Mas a empresa desom tem flexibilidade para ofere-cer outros equipamentos tam-bém. “Hoje a Ana Carolina quis

usar uma Mix Rack no monitortambém e trouxemos esta mesa ex-tra. Se alguém quiser, ainda temostambém a Digico SD8. Vários ar-tistas pedem esta”, detalha.Os equipamentos de luz tambémsão fornecidos pela Som & Cia.São 120 aparelhos para a pista dacasa, sendo 80 Beam e 40 Wash. Nopalco são 24 Elation PlatinumSpots 15R mais 48 beam Sharpy da

V-Shine e 36 wash. A empresa tam-bém é responsável pelas estruturasde sustentação da iluminação. “Nósseguimos o rider do artista e emcima disso disponibilizamos oequipamento, mas tem um kit bá-sico que fica na casa. Sempre que hánecessidade, mandamos equipa-mentos a mais”. As mesas de somsão uma Avolite 2010 para a luz de

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Jobson Oliveira, monitor da Ana Carolina Além de som, empresa forneceu os geradores

Digidesign foi a escolhida para comandar o PA

O que uso nasmixagens, uso ao

vivo também. Claroque obedecendo àscondições de cada

show, de cadalugar, mas sempre

tento começar deonde terminei a

mixagem(Flavio Senna

Flavio Senna (à esquerda) e Daniel Melo

palco, uma Tiger Touch para a pista euma Grand MA Full Size.A casa de shows também funcionacomo boate aos sábados. “Temos queatender também a esse tipo de deman-da. Aos sábados temos um cenário pró-prio e fazemos um piso sobre o palcopara destacar a banda da casa, que tocaos sucessos da noite. E tudo funcionacom os três geradores de 250 KVA liga-dos em paralelo”, lembra Daniel Melo.

ARTISTAS & BANDASUm dos profissionais que comemorava onovo equipamento da casa era FlávioSenna. Além de mixar os discos de AnaCarolina ele também faz os shows da can-tora. “O que uso nas mixagens, uso ao

vivo também. Claro que obedecendo àscondições de cada show, de cada lugar, massempre tento começar de onde terminei amixagem”, explica o técnico de som.Entre os desafios apontados por FlávioSenna no Barra Music, está a diferençaentre o som que se propaga no mezanino eno andar de baixo, além das grandes di-

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Alberto Ramos operou a luz da Ana Carolina

mensões da boca de cena. “Na horada passagem de som minha referên-cia é mesmo embaixo. De qualquerforma, é sempre um conforto ter umbom equipamento”, aponta Senna.O input list da cantora não era gran-de. Ela tocou no Barra Music combateria pequena, baixo, teclados epercussões eletrônicas, além deuma guitarra dela mesma, que usamicrofones Shure KSM9 ou SM58,dependendo das condições do lo-cal do show. “Quando é muito

reverberante, por exemplo, vailogo pro 58, porque, apesar de oKSM ter um timbre mais bonito,ele pega mais ambiente”, diz o téc-nico de P.A., que ficou satisfeitocom o resultado final do áudio du-rante o show.E no palco, o produtor de Ana Ca-rolina, Jerry Burgos, já determinavaao técnico de monitor Jobson Oli-veira que preparasse o SM58 prontopara uso, mas deixando o KSM tam-bém pronto, caso a cantora decidis-se usar este. Além de operar omonitor, o técnico também ajuda osroadies a deixar tudo em cima parao show. Ele comenta os gostos deAna Carolina para o seu monitor.“Ela gosta de ouvir bem a voz, tim-brada e com efeito. Ouve bastanteclick também. Gosta de ter o ritmoe harmonia em cima e a percussãomais abaixo. Ela se preocupa com a

afinação, por isso a voz fica na frentecom a harmonia”, detalha Jobson.A luz, projetada por Bia Lessa eBinho Schaefeer foi operada porAlberto Ramos. “Nesse show, aluz tem pouco movimento, é bemteatral, com predomínio de ver-melho, branco e azul com algumasnuances de amarelo e verde”,completou Bruno.O balanço da Celebrare e seus su-cessos de todas as épocas fica nasmãos de Saulo Souza, que pilotanove pessoas no palco, sendo qua-tro vocalistas e os outros bateria,baixo, guitarra, sax e flauta, che-gando a um total de 32 canais comalgumas percussões e coros quevem do Pro Tools. “A questão échegar o mais próximo possívelaos arranjos originais das músi-cas”, explica Saulo, que tambémgostou do novo equipamento.

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ariações de sobreposições de grava-ção (overlapping recording)

Temos tantas opções de configuraçãono Logic Pro X úteis para trazer agilida-de para nosso trabalho de produção quenem sempre aproveitamos toda sua ca-pacidade. Uma destas opções que foiaprimorada recentemente é a possibili-dade de configurar como o Logic Pro Xse comportará quando quisermos so-brepor gravações de MIDI ou áudio jáexistentes na sessão ou clip.No menu File > Project Settings >Recording (Figura 1) é possível visua-lizer as novas opções para OverlappingRecordings (Figura 2) considerando seo modo Cycle está ou não ativo. Omodo Cycle significa fazer uma passa-gem em loop e pode ser ativado com atecla C. Overlapping Recordings signi-fica exatamente sobrepor gravações, oque sempre acontece quando queremostestar novas nuances na gravação oucorrigir partes indesejadas. As opçõespara Overlapping gravações de MIDI ouáudio também podem ser acessadas nomenu Record > Overlapping MIDIRecordings ou Record > OverlappingAudio Recordings (Figura 3).Para MIDI temos as seguintes op-ções: No Cycle: com a opção CycleMode desativada

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X

•Create Take Folder•Merge•Overlap•Overlap / Merge Selected Regions•Create Track•Replace

Cycle: com a opção Cycle Mode ativa•Create Take Folder•Merge•Merge current recording only•Create Takes•Create Takes and Mute•Replace

Para áudio, temos as seguintes op-ções: No Cycle: com a opção CycleMode desativada•Create Take Folder•Replace

Cycle: com a opção Cycle Mode ativa•Create Take Folder•Create Takes and Mute•Replace

Vamos explicar cada uma destas opçõesabaixo. Embora algumas sejam específicaspara MIDI ou áudio e ainda para os modosativado e desativado do Cycle, as opçõesem comum têm o mesmo significado.•Create Take Folder (com ou sem

O S R E C U R S O S D O P R O X

LOGIC PRO

Vera Medina é produtora, cantora,

compositora e professora de canto e

produção de áudio

E X P L O R A N D O

Vamos seguirexplorando os

recursos do LogicPro X de forma

prática. Neste texto,vamos explorar

duasfuncionalidades:

OverlappingRecording (também

conhecido comoGravação

sobreposta) evariações no DrumMachine Designer.

Vamos lá!

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Cycle Mode): é uma opção existen-te nos modos Cycle ativados e desa-tivados. Cria uma pasta com todasas gravações que foram sobrepostas,sendo que você pode escolher qualdeverá tocar.•Merge (MIDI com ou sem CycleMode): cada tomada gravada é com-binada com a anterior.

•Overlap: (MIDI sem Cycle Mode):ao gravar uma nova tomada, umanova região é criada em cima da jáexistente e é possível ouvir ambas asgravações ao mesmo tempo.•Overlap / Merge Selected Regions(MIDI sem Cycle Mode): nesta op-ção, caso a região esteja selecionada, oLogic Pro X faz uma combinação da

Figura 1

Figura 2

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região existente com a nova gravação emescla em uma única região. Caso a re-gião não esteja selecionada, será gravadauma tomada como uma nova região,conforme já mencionado.•Create Tracks: (MIDI em Cycle Mode):cada vez que é gravado um novo ciclo, é cri-ada uma track em sequência.

Como usar o Drum Machine Designer

com seus próprios sons.

Vamos aprender aqui como alterar al-guns padrões do Drum Machine Desig-ner utilizando sua biblioteca de sons.Primeiro vamos criar um projeto novoem File > New.Escolha Drummer e no Genre pode co-meçar, por exemplo, com Hip Hop epressione Create (Figura 4). Automati-camente o drummer Dez aparecerá com opreset Trap Door (Figura 5). Abra o Mixercom Command + 2. Você verá o canalcom o nome Trap Door e um triângulologo acima do nome. Ao clicar no triân-gulo, todos os canais individuais quecompõem esse padrão poderão ser vis-tos. Veja os instrumentos que estão sen-do usados e, particularmente, no kick(bumbo) você identificará o Ultrabeatno canal de instrumento virtual. Todosos sons que geram este padrão Trap Doorforam construídos no Ultrabeat.Abra o Ultrabeat (Figura 6), clicando so-bre o nome dele no primeiro canal (kick).Vamos neste exemplo alterar o Kick. OUltrabeat possui todos as peças sam-pleadas colocadas próximas ao tecladoque aparece do lado esquerdo da tela. A

Figura 3

Figura 4

Figura 5

Abra o Mixercom Command +

2. Você verá ocanal com o

nome Trap Doore um triângulo

logo acima donome. Ao clicar

no triângulo,todos os canaisindividuais que

compõem essepadrão poderão

ser vistos.

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primeira peça inferior é o Kick. Abra aárea de Media do Logic Pro X e escolhaem sua biblioteca de sons particular umbumbo em Format wave preferencial-mente que você queira usar no novopadrão. Arraste o bumbo para a regiãodo Ultrabeat onde aparece a forma deonda, região denominada Sample.

Para saber online

[email protected]

www.veramedina.com.br

Pronto, você alterou o bumbo ao seugosto, ouça agora o resultado.Vamos agora salvar esta alteração numnovo preset do Drum Designer paraque você possa utilizar outras vezes.Abra Library e ainda com o Trap Doorescolhido, clique em Save no lado in-ferior direito da janela Library (Figura7). Dê um nome novo para este padrãoque será gravado na biblioteca de User(usuário). Vá em Library > UserPatches e seu novo padrão estará lá.Explore os padrões da biblioteca doDrum Machine Designer e crie novospadrões com seus próprios samples.Você logo terá uma vasta bibliotecanos estilos desejados. Divirta-se! Atéa próxima edição!

Figura 6

Figura 7

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“GROOVE POOL”

“Live” vem integrado com sua jáconsagrada tecnologia de análise e

manipulação de áudio “WARP”, quepossibilita que áudio e Midi loops to-quem “juntinhos”. Apesar dessa habili-dade de colocar os tempos, timing doáudio, no “Beat” em sync, é bom lembrarque “groove é personalidade, é fator hu-mano, é swing”, e às vezes isso tudo nãobate, não soa bem e tem que ser ajustadopara evitar efeitos musicais indesejáveis.O Ableton Live faz isso com o “GoovePool”, que é uma ferramenta que ajusta

ABLETON LIVEABLETON LIVE

o “timing”, o Swing do segmento deáudio (loop), com informações que o“Live” coleta ao analisar cada peça deáudio no seu computador.O Ableton Live já traz em sua versãode fábrica uma verdadeira bibliotecacom mais de uma centena de presetstemplates dos mais consagrados méto-dos de quantização de vários progra-mas ou hardwares usados no mercadoao longo dessas últimas décadas. Comisso, o Ableton Live abre uma janelapara que você encontre o ajuste certo

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor,

sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de

Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee

College of Music em Boston.

O

O Ableton Live éum Loop Baseinterface! Mas

apesar dacomplexidade desse

software, o quedefine essa notávelpeça de software ésua capacidade de

operarsincronizadamente

várias fontes deloop (áudio ou

Midi) ao mesmotempo, não

importando otamanho desses

segmentos.

Groove Pool MPC preset groove

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para as mais esdrúxulas combi-nações de Grooves ou Swings,facilitando muito nossa vida!!!Abra o Ableton Live no “SessionView”, (siga a seta vermelha - ima-gem a seguir) e depois abra o Brow-ser (clique no triângulo cinza casoo Browser esteja escondido).

CATEGORIES > (seta verde)

PACKS > e sub-menu à direita> Core Library (clique no pe-

queno triangulo cinza) > e noúltimo diretório/pasta Swing

and Groove (marca amarela).Nesse diretório vamos encon-trar várias pastas com Preset templates com InfoQuantizer/Timing de programas ou Drum Machinestais como: Notator, Logic, MPC, SP1200 e outros.Essas programações foram consagradas ao longo de déca-das por fazerem verdadeiros milagres em nossas produ-ções, ajustando o swings e quantizando nossos trabalhos,poupando horas e horas de edições ou re-gravações.Quem se recorda que o diga!

Repare esse ícone em realce pela marca verde.

Ele corresponde ao Groove Pool e deve estar na corlaranja quando habilitado. Se ele estiver “cinza”, dêum clique com o mouse para ativar o Groove Pool Edi-tor (na parte inferior da imagem).Muito bem, vamos em frente com o nosso Tutorial.Ache a pasta MPC nesse diretório Swing and Groove(esse indicado pela marca rosa). Abra o diretó-rio(triângulo cinza) e verá algumas dezenas de Preset

templates. Clique em um qualquere você poderá ouvir o “Timing” dogroove (um clique como um me-trônomo com “swing”).O “Timing do groove” está repre-sentado visualmente nesse dis-play horizontal abaixo do di-retório que mostram o “Beat” dogroove (seta verde indicando).*Se você não estiver ouvindonada após selecionar algum tem-plate do Groove Pool, é provávelque você precise habilitar esse pe-queno ícone de audição do ladoesquerdo (uma representação deFone – oposto ao ícone “Raw”).

Tudo explicado, agora vamos então trabalhar algumLoop (clip audio)!!De novo...>Browser > Clips > Break Booty-90bpm.alc (o ter-

ceiro de cima para baixo).Todos que tiverem librarys com pacote original têm

esse Clip Audio-loop!Qualquer loop na verdade serve para esse demonstrativo!Arraste o clip escolhido para um Track (pista) ao ladocomo mostra a seta azul (acione barra de espaço do te-clado para ouvir) e então vamos procurar um GrooveTemplate para aplicar nesse Clip- Audio loop e vercomo ele se comporta.

Mais uma vez: BROWSER: CATEGORIES >PACKS > Core Library > Swing and Groove >

MPC > e vamos experimentar esse Groove, MPC16 Double Down – 60.agr.

*Outra opção de atalho para quem tem versões maisrecentes do Ableton Live é clicar com o botão direitodo mouse na área do Groove Pool (marca em azul abai-xo). Por esse ícone “Browse Groove Library” você ficaa um clique dos Template Presets.Clique no ícone abaixo à esquerda (onde mostra amarca amarela) para habilitar a audição (ícone fone –o ícone tem que estar azul). Agora arraste o presetTemplate “sobre” o Clip- Audio Loop (já no Track ouPista) como indica a seta em vermelho.Aperte a barra de espaço para ouvir o efeito do GroovePool sobre o Clip Audio loop.Reparem que no Groove Pool Editor (destacado poressa faixa verde-claro à esquerda)aparece o MPC 16 Double Down – 60.agr - templateescolhido e seu parâmetros.Aperte a tecla Shift –TAB para entrar em Clip/DeviseView (como mostra a marca verde).

Preset list

Break Boot loop

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Já temos nosso Groove Template habili-tado e também o Clip-Audio Loop comalgumas pré-definições. Falaremos maissobre esses parâmetros a seguir. De qual-quer forma, voltaremos aqui sempre quenecessário para edições e finalizações.

Agora vamos dar um zoom nesses parâ-metros do Groove Pool Editor e enten-der isso a fundo.Sublinhado pela faixa em verde-clarotemos o Groove Pool Editor.Da esquerda > para direita o GrooveName (Nome do Groove): aqui vocêpode salvar alterações e nominar. Nocampo Base, você pode modificar a Gra-de de Quantização por vários valores esuas subdivisões musicais.Quantize - podemos aqui alterar a per-centagem da quantização aplicada emrelação à Grade. Timing - controla aquantidade de Groove a ser aplicado noClip – Audio Loop original.Random - aplicamos aqui uma certa flutua-ção aleatória nos parâmetros dando um as-pecto de humanização quando necessário.Velocity - ajusta a quantidade de força/velocidade a ser aplicada nos eventos doClip-Audio Loop em relação às informa-ções armazenadas no template ou edição.Global Amount - refere-se à quantida-de de efeito global a ser aplicado.

Groove Libs

Explorando e aplicando o Groove

Groove aplicado

Quantize -podemos aqui

alterar apercentagem da

quantizaçãoaplicada em

relação à Grade.Timing - controla

a quantidade deGroove a ser

aplicado no Clip –Audio Loop

original.

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Observe que você tem outro controle deGlobal Amount na “Barra de TarefasPrincipal” do LIVE (na janela, em cima)entre o Time Signature e Metronome,destacado por esse retângulo verde.

No Clip View, nessa área destacadaem rosa concentram-se os parâme-tros para edição do Groove e Swing,como mencionado anteriormente.Do lado direito onde mostra a formade onda, se você passar o cursor domouse por aquela área indicada pelassetas verde, o Ableton Live vai mos-trar essas Pseudo Ancoras (ainda emcinza), enquanto o cursor está sobreesses pontos cinzas mais claro, quesão na verdade picos de transientescriados pelo analisador do programa eque só serão habilitados definitiva-mente depois de confirmado com obotão “Commit”, do lado esquerdono Clip View.Antes disso, podemos fazer qualqueralteração temporária com os parâ-metros do template.Após a efetivação com o botão “Com-mit” (cinza e desabilitado agora), ân-coras definitivas aparecem (em laran-

ja) exatamente nos locais dos Picos deTransientes do áudio (marcas azuis).Agora a informação ficará armazena-da nesse Clip-Audio loop (dentro doprojeto), mas poderá ser reajustada aqualquer momento necessário comouma verdadeira ancora “Warp”.Você na verdade pode usar o mesmoGroove Preset Templates para mais deum Loop ao mesmo tempo e esse é opropósito principal! No entanto, épossível que você precise fazer algumajuste individual aqui ou ali. Via de re-gra, o resultado é sempre muito satis-fatório. Eu uso sempre o Groove Poolpara misturar loops de fontes diversasque foram gravadas por pessoas dife-rentes com swing diferente. Usual-mente extraio o Groove de algum seg-

mento de áudio ou mesmo toco e gra-vo algo em Midi e posteriormente ex-traio o Groove (salvo) e aplico da mes-ma forma que fizemos com os GroovePresets Templates do pacote originaldo ABLETON LIVE SUITE.Farei um tutorial dedicado com Ex-tracts Groove(s) mostrando esse pro-cesso, acho que vale a pena. Ficamospor aqui amigos, boa sorte a todos.

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg

www.myspace.com/lmeinberg

Groove pool Closer look

Pre Ancora

Commit preset groove

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xistem algumas variáveis que fazemuma mixagem soar bem, como es-

trutura de ganhos, equalização, com-pressão, distribuição no panoramaestéreo, construção de ambiências etc.No entanto, a mais decisiva é a equa-lização. Porém, é na equalização (e tam-bém na compressão) que costumamoscometer os nossos maiores erros.E onde está a principal causa dos nossoserros com a equalização? Está no hábitode solar um canal para equalizá-lo. Naverdade, solar um canal para fazer aequalização é a coisa mais estúpida que agente pode fazer. E eu já fiz muito! Essecanal não irá ser ouvido isoladamentequando a música estiver pronta. Entãoqual é o sentido de procurar um somperfeito para um canal isolado se elenunca será escutado desta forma? E qua-se nunca o melhor som para um canalisolado é o melhor som para esse nocontexto da música.Por outro lado, abrir todos os canais damúsica, as vezes mais de 40, 50 canaisem uma só sessão, e tentar equalizartambém é um pouco difícil. É muita in-formação junta e pode ficar um poucodifícil discernir as mudanças de equa-

E lização que você está fazendo naqueledeterminado canal.Se equalizar separadamente não faz sen-tido, e tentar equalizar um canal ouvin-do 50 ao mesmo tempo seria complica-do, então qual a solução? Bem, eu nãosei se é uma solução padrão, e na verda-de escrevo aqui não para tentar estabe-lecer um método “definitivo” de mi-xagem. Apenas descrevo o meu método.A solução deste dilema, para mim, passapelo seguinte caminho: definir uma hie-rarquia de importância na música.Eu, frequentemente, mudo minha fi-losofia de mixagem. Seja porque estoubuscando um resultado melhor ousimplesmente por me cansar de fazerdo mesmo jeito por muito tempo. Já fizmixagem começando pela voz, pelabateria etc. Conversando recente-mente com um grande produtor ami-go, Paulo Jeveaux, ele me disse que asua hierarquia começava pelos gravese ia arrumando as frequências mais al-tas no final. Para ele os graves vêmprimeiro e depois os agudos. Acheium ponto de vista muito interessantee resolvi experimentar. Obtive óti-mos resultados. Recomendo.

Ricardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

CANAIS EM MONO

ADICIONANDO E

CANAIS EM MONO

ADICIONANDO EE Q U A L I Z A N D O

O equalizador é aferramenta mais

básica, e também amais difícil de ser

usada. Eu posso mearriscar a dizer que

ninguém é capazde fazer uma

grande mixagemna primeira vez

que mixa umamúsica. E,

provavelmente,também não o faránem na décima vez

que estivermixando uma

música. A arte demixar é um

processo que requerum bom tempo

para se dominar.

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A outra dica é fazer esse processo sem

abrir em estéreo. O estéreo facilita muito ouvir

a separação dos canais por conta do

posicionamento nas caixas de som.

Somei a esse método dele um outroprocedimento que eu já usava, apenascom uma hierarquia diferente. Eu de-cidi de antemão quem seria o princi-pal canal da música e o equalizei sola-do. Depois, adicionei o próximo ca-nal, mantendo o anterior. Então fiz aequalização do segundo canal ouvin-do o primeiro e o segundo. Depoisabri o terceiro canal e o equalizei ou-vindo-o agora somado ao primeiro eao segundo canal. Desta forma ainda éfácil discernir as decisões de equa-lização que estamos tomando, poisainda não há muitos canais para nosconfundir, mas, ao mesmo tempo, jáestamos tomando as decisões de equa-lização de cada canal em contexto comos canais anteriores.A outra dica é fazer esse processo semabrir em estéreo. O estéreo facilitamuito ouvir a separação dos canaispor conta do posicionamento nas cai-xas de som. Ao colocar em mono todoo material, fica muito mais difícil per-ceber a separação entre os canais, o que

nos forçará a tomar decisões de equa-lização diferentes do que tomaríamosse estivéssemos monitorando em es-téreo. Uma equalização feita em es-téreo, quando colocada em mono,pode não soar bem, mas uma equa-lização feita em mono, quando coloca-da em estéreo, soa melhor ainda.Independente do seu critério de hie-rarquia (como o meu, onde dou prio-ridade ao elemento que julgo carregara maior força emocional da música,ou o do Paulo Jeveaux, que dá a ordem

de prioridade das frequências gravespara as altas), o que proponho aqui éque você inicie uma mixagem esco-lhendo um elemento (um canal) e oequalize. Depois, adicione o próximocanal, sem tirar o primeiro, deixandotambém os dois em mono, e faça aequalização. Além da equalização,você pode ajustar o volume. Na ver-dade, pode também já tomar as deci-sões de compressão. Só não tome ain-da as decisões de distribuição no pa-norâmico. Deixe também para depoisas decisões de ambiências, comoreverbs e delays.Iniciar uma mixagem desta maneirapode não ser a maneira mais excitan-te de começar, mas com certeza é umamaneira diferente que pode trazergrandes benefícios. A verdade é quefazendo desta maneira, a mixagemfica um pouco “chata” de se fazer du-rante quase todo o seu processo, e sófica divertida no final quando abri-mos os panorâmicos e começamos acolocar as ambiências.

Bem, a pergunta que você tem que sefazer é: você quer uma mixagem di-vertida ou uma mixagem que soebem? Experimente fazer desta manei-ra e depois compare com outras mixa-gens que você já fez. Ou melhor ain-da: mixe da maneira que você costu-ma fazer e depois tente desta maneirae compare a diferença.Até a próxima.

Para saber mais

[email protected]

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PATT 2013www.robe.cz

O Patt 2013 é o primeiro de uma série de modelosno estilo retro, desenhados especificamente paraalcançar o efeito de eye-candy nos palcos e setsde filmagens de TVs e filmes. O conceito desseaparelho é de que equipamentos de iluminaçãopodem ser mais do que apenas objetos práticos denecessidade. Essas luminárias podem ser tambémpeças de arte para compor ambiente. Concebidopelo lighting designer Tim Routledge, esse mode-lo vem sendo usado em shows de TV e apresenta-ções por todo o mundo, incluindo artistas comoGary Barlow, The Prodigy, Robbie Williams, PaulMcCartney, X-Fator, entre outros. O spot de750W de potência é formado em torno de umcorpo suave de alumínio, conferindo ao equipa-mento um toque de modernidade.

LONG BAR IP65www.gobos.com.br

Esse novos equipamento é o que podemos chamar de ecologicamente correto. O Long Bar éintegrante da série IP65 e possui grau de proteção IP65 - à prova d’água, 18 Hexa LEDs x 15W,

Mix de cores: RGBWA+UV, ângulo de aber-tura de 25°, Protocolo DMX 512 - 6 ou 10 ca-nais, funções editáveis pelo display, Display deLED com menu e funções, Color Changer,Color Fader, Color Strobo, dimmer eletrônico0-100%, sincronismo Master/Slave, modo

Som ativo, temperatura de cor de 2700K a 8000K, e consumo de energia: 300W. Além disso,trabalha com tensão de alimentação de 100V / 240V, e possui medidas: 1020 x 190 x 100 mm(LxAxP). O peso é de 10 kg.

MEGA SPOT IP65www.gobos.com.br

Esse é mais um equipamento da série IP65. Esse refletorpossui grau de proteção à prova d’água, 18 Penta LEDs x15W, mix de cores: RGBWA, Ângulo de abertura de 25°,protocolo DMX 512 para 6 ou 9 canais, funções editáveispelo display, Display de LED com menu e funções, ColorChanger, Color Fader, ColorStrobo, além de dimmer ele-trônico de 0 a 100%, sincronismo Master/Slave, tempera-tura de cor 2700K a 8000K, consumo de energia de apenas300W e tensão de alimentação de 100V / 240V.

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SATURA PROFILEwww.elationlighting.com

A Elation apresenta o Satura Profile, um moving head que produzmudanças de cores e possui eficiência de energia CMY. O equipa-mento faz parte da série popular de equipamentos com base de LED,a Satura Series, e entrega uma saída de 440W cool-white LED, alémde possuir ferramentas com design criativo, incluindo zoom eframing interno. O aparelho entrega um total de 20,000 lumens, umnível de potência comparado com uma lâmpada de 1200W. Um sis-tema de obturador 4-blade com enquadramento rotativo flexívelpermite que o beam seja desenhado e angulado como desejado paradar destaque a cenários ou artistas. Os LDs também podem usar osistema de enquadramento flexível para criar projeções pendentesou efeitos mid-air. Além disso, um sistema de mistura de cores CMYfull-range com variável CTO oferece uma ampla paleta de tons decor, enquanto um extra de 7 cores dicróicas proporciona maiorpersonalização da cor. A variedade de texturas e gráficos estão dis-poníveis a partir de 6 gobos de vidro intercambiáveis com 7 gobos demetal estáticos. O feixe de ângulo também pode ser redimensionadovia um zoom motorizado de 11° a 38°, permitindo uma coberturamais precisa. Outra característica é o Modo Hibernação, que econo-miza energia quando o equipamento não está em uso.

REGIA 2015www.star.ind.br

A Star Lighting Divisionapresenta a Regia 2015,um Lighting Controller com2048 canais DMX (4 saídas de512 canais), que controla até240 aparelhos com até 80 canaiscada. Dispõe de 900 playbacks ar-mazenados em 60 páginas com 15Faders, 2 Encorders ópticos para ge-renciamento de atributos e valores, 200Grupos e 210 Presets controlados por 7 páginas com 30 teclas. Possui um displayde LCD, opção de nomear playbacks/cues/preset, área de atalhos que proporcionaacesso fácil para seleção de equipamentos/grupos/presets ou shape effects. O equi-pamento possui ainda uma biblioteca com mais de 8 mil equipamentos, ShapeGenerator com muitos efeitos, Importação/Exportação de Show e Patches via co-nexão USB, Upgrade de Software e Biblioteca gratuito, aceita Patches R20, é bivoltautomático e pesa apenas 14 quilos.

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ela quinta vez no Brasil, a banda in-glesa Muse incluiu nesta última

vinda duas capitais (São Paulo e Rio deJaneiro) em um roteiro que fez parte daprimeira etapa da turnê intitulada Dro-

nes World Tour, iniciada em maio desteano. E nesta, assim como nas outrasturnês, o projeto de iluminação cênicafoi elaborado e conduzido pelo reno-mado e premiado Lighting Designer in-glês Oli Metcalfe, que trabalha com abanda desde o início dos anos 2000.Metcalfe elabora seus projetos com supor-te de softwares específicos, para resultadosimpressionantes e admiráveis. Com omapeamento do palco e das estruturas desuporte aos instrumentos de iluminação

P cênica, construídas virtualmente com oauxílio das ferramentas Vectorworks eAutoCAD, softwares de construção e re-presentação bidimensional, todas as si-mulações, ajustes, agrupamentos e siste-mas são realizados com o ESP Vision Pro(produto da empresa americana Vector-works, Inc.) e integradas com o CatalystDigital Media System (da empresa ame-ricana High End Systems, Inc/BarcoCompany) para o controle e parametri-zação das imagens sincronizadas nos pai-néis de LEDs – realizado com o Diretorde Vídeo da turnê, Thomas Kirk -, sendoque todos os dispositivos e equipamen-tos são programados com os protocolosDMX 512 e Art-Net (DMX sobre IP).

CÊNICACÊNICAILUMINAÇÃOILUMINAÇÃO

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design

de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-

dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-

duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

SUPERMASSIVOS--------------------------------------------------------------------------------------------

P R I N C Í P I O S L U M I N O S O S

Na Física, um dosprincípios

fundamentais daótica geométrica

destaca aindependência dosfachos de luz que,

quando se cruzam,continuam suas

trajetórias,individualmente.

Nos projetos deiluminação cênica,

as dinâmicas deintensidade

proporcionampercepções visuaisúnicas de maneira

que os fenômenosluminosos e físicos

sejam identificados,comprovados e

muitos deles,admirados. Nestaconversa, sobre aapresentação dabanda Muse na

cidade de SãoPaulo, todos esses e

outros elementosforam percebidos,

de forma intensa e(super)massiva.

--------------------------------------------------------------------------------------------

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Mas não são somente os recursostecnológicos que permitem umaótima avaliação técnica e métricado trabalho de Metcalfe. Fica evi-denciado o meticuloso e lapidadotrabalho e pesquisa conceitual,principalmente pelo resultado fi-nal, no qual alguns princípios daótica geométrica se destacam naanálise dos elementos e formas quesão identificados na composiçãodas cenas e na disposição dos ins-trumentos de iluminação cênica –sem destacar as propostas e realiza-ções das outras turnês, tais como The

Resistance Tour (2009-2011) e The

2nd Law Tour (2012-2014), nas quaisas estruturas e formas dos palcos edos elementos cênicos (inclusivepainéis de LEDs e estruturas de ilu-minação) se configuravam em figu-ras geométricas regulares (de fato,sólidos em revolução).Na apresentação realizada no sába-

do, 24 de outubro, no

Allianz Parque (São Paulo), mui-tos desses elementos estéticos ecientíficos foram identificados epercebidos. Nesse sentido, cadaprincípio destacado anterior-

mente merece um destaque à parte.O primeiro a ser analisado, Prin-cípio da Independência dos Fachosde Luz, estabelece que quando osraios (fachos) de luz se cruzam,cada um segue a sua trajetória, in-dependente. Isso poderia ser fa-

cilmente e até obviamente

analisado para combinações mo-nocromáticas ou composiçõesdimensionadas para resultadosintensos e projeções distanciadasentre si. Mas, com uma combina-

ção de cores e integrações dos siste-mas e equipamentos, as percepçõesvisuais podem resultar em intera-ções visuais distorcidas e sensa-ções diferentes daquelas origi-nalmente dimensionadas.Mas, na realização do show, eviden-ciou-se o cuidado para que esse

princípio fosse também preserva-do. Os instrumen-tos de iluminaçãocênica se distribuí-am simetricamen-te em quatro linhassuperiores princi-pais, complemen-tadas por movingheads (beam LEDse spot LEDs) nasestruturas verticaise também em linhasfrontais para o Up-lighting. Para a cria-ção e desenvolvimen-to dos projetos, as ins-pirações se alinhamaos temas e assuntosabordados pelas letrasdas canções (relacio-nados à ficção científi-ca, obras da literaturauniversal, distopias,Leis da Física), muitosdeles representados em

Os instrumentos de iluminação

cênica se distribuíam simetricamente em

quatro linhas superiores principais,

complementadas por moving heads

Composição com repetição e ritmo - Apresentação da banda Muse - Drones World Tour Allianz Parque

(São Paulo, 24/10/2015)

Fonte: Cezar Galhart / Divulgação

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Cenas criadas e sequenciadas a

partir de referências geométricas

formavam texturas oblíquas e simétricas,

em contrapartida de outras...

imagens que são projetados nos pai-néis de LEDs – que formam clips e re-cursos midiáticos complementares aoespetáculo musical – e também emtransições dinâmicas e frenéticas, li-nhas estéticas monocromáticas eHigh Tech, mescladas com outras, fu-

turistas e também contrastantes. Defato, os recursos cênicos e visuais pro-jetam a banda Muse no rol de grandesespetáculos, e proporcionou diversasnomeações prêmios a Metcalfe – queem 2012 foi escolhido como o Lighting

Designer do ano na TPi Awards.Ao segundo princípio, temos a Propa-gação Retilínea da Luz – na qual todoo facho de luz percorre trajetórias

retilíneas em meios transparentes ehomogêneos – “solidificados” peloFog de maneira intensa e perceptível,em uma massiva sequência de linhasmarcantes e dominantes. As linhasretas, percebidas de maneiras distin-tas e propositais, criavam estruturas

simbólicas e dominantes. Também,em muitos momentos, repetições eritmo se configuravam nos elementosde composição, sempre alinhados aotema e também à velocidade ou dinâ-mica das canções.Cenas criadas e sequenciadas a partirde referências geométricas formavamtexturas oblíquas e simétricas, emcontrapartida de outras, assimétricas

Destaque para as estruturas verticais, ao fundo - Apresentação da banda Muse – Drones World Tour – Allianz Parque

(São Paulo; 24/10/2015).

Fonte

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e aleatórias, muitas vezes, caóticas –com alinhamento principalmente àdistopia, tema presente e determi-nante de algumas canções.Todos esses elementos criavam as con-dições mais adequadas para a recriaçãode cenários enérgicos e intrigantes,interações próprias para um trio – for-mado pelo guitarrista, pianista evocalista Matthew Bellamy; o baixista

e backing vocals Christopher Wols-tenholme; e o baterista e percussionistaDominic Howard. Acompanhou a ban-da o multi-instrumentista MorganNicholls, que na Drones World Tour tocateclados, sintetizadores e guitarras.Nas dezessete canções integrantes dorepertório executado na capital pau-lista, e que compreenderam toda aobra e carreira da banda, sendo cinco

Versatilidade nas composições de cenas - Apresentação da banda Muse – Drones World Tour – Allianz Parque (São

Paulo) (24/10/2015). Fonte: Cezar Galhart.

Fonte

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Fonte

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delas integrantes do sétimo e último ál-bum que denomina a turnê – Drones

(2015) - alguns momentos se destaca-ram, significativamente. Na abertura,com Psycho, a ênfase nas imagens nospainéis de LEDs – e iluminação pura-mente branca, em uma proposta mini-malista; em The 2nd Law: Unsustainable,referências diretas à Termodinâmica;Muscle Museum, canção do primeiro ál-bum, marcada pelos recortes suaves defachos com gobos em ambientes mono-cromáticos – com vermelho intenso;Supermassive Black Hole – predomíniode vídeo e moving heads com alter-nações de intensidade e simulação deastros celestes; e no encerramento, comKnights of Cydonia, com alternânciassincopadas e frenéticas, para cenáriosazulados intensos e velozes transiçõesde cenas diversificadas e mesmo aleató-rias para o amarelo e vermelho. Emsuma, escolhas que agradaram conside-ravelmente os fãs – e que demonstraramos talentos dos músicos, das equipestécnicas e da produção local – um showmuito qualificado e muito profissional.

Apresentação da banda Muse – Drones World Tour – Allianz Parque (São Paulo) (24/10/2015)

Para saber mais

[email protected]

Com este show, a banda Muse conso-lidou suas competências técnicas emusicais em uma apresentação irre-tocável, marcada também pela discre-ta interação com o público, mas comatributos necessários para posicioná-los em patamares destacados nas listasde espetáculos imperdíveis. Ótimascanções, executadas com acurácia eenergia, cujas referências e significa-dos foram contextualizados por meiode métodos e texturização muito in-teressantes, com criativas interven-ções proporcionadas pela iluminaçãocênica, fundamentada em princípiosfísicos e conceituais.Abraços e até a próxima conversa!!!

P.S.: Desejo a todos os nossos leitores,parceiros e profissionais da RevistaBackstage, que este Natal seja repleto deiluminados momentos e que 2016 sejamuito promissor, com muitas realiza-ções e muita Luz!!!

Fonte

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Na abertura, comPsycho, a ênfasenas imagens nos

painéis de LEDs – eiluminação

puramente branca,em uma propostaminimalista; em

The 2nd Law:Unsustainable,

referências diretasà Termodinâmica

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NoitesNoitesm fim de primavera, São Paulo ganha uma chuva euma frente fria para minorar o forno gerado pelo

cimento da cidade. Longe dali, ali mesmo - hospedado(e devidamente mimado) na casa do meu parceiroGabriel Sater e sua mineiríssima Paula - curto o frio dosescondidos da serra da Cantareira e me atiro mais cedoque de costume debaixo de um aconchegante cobertor,

pronto pra adormecer satisfeito com o frutífero começode semana que nos rendeu duas músicas novas e umaterceira devidamente acertada. Mas antes mesmo queeu desse linha aos meus sonhos, Gabriel bate à porta:- Já vai dormir?Percebi pelo tom dele que a noite só não era criançapra mim. Cortei a preguiça e menti:

E - Ainda não. O que rola?- Meu pai tá chamando a gente pra tomar um vinhocom ele.Fale sinceramente: mesmo com sono, você recu-saria tomar um vinho com o Almir Sater? Duvi-do. O vinho vai ser bom e a conversa melhor ain-da. Almir é uma dessas pessoas que têm muito o

que contar e muito o que dizer. Se co-meçar a tocar então... Já nos conhe-cemos há tempos, mas nossos encon-tros foram sempre mais eventuaise esporádicos que o desejável.Pulo da cama e visto-me rápido:- Fui.Almir e Gabriel moram pratica-mente em frente um do outro.Atravessar lá pelas onze os maisou menos cinquenta metros queseparam as casas em meio à matapraticamente virgem daquele pe-

daço da serra foi um prenúncio do tanto que aquelefim de noite seria agradável. O ar cristalino acaboude me despertar e as criaturas da floresta falavamaquelas suas línguas naturalmente misteriosas, fa-zendo com que eu e Gabriel abaixássemos instinti-vamente as vozes, em respeito àquilo que nos cerca-va. Portão aberto, cruzamos o gramado e fomos rece-

CANTAREIRAS

O vinho vai ser bom e a conversa

melhor ainda. Almir é uma dessas pessoas

que têm muito o que contar e muito o que dizer.

Se começar a tocar então...

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[email protected] | LUIZCARLOSSA.BLOGSPOT.COM

bidos com um coro de “ahhhhhhs!” que significava“ôba! bem-vindos!”Sentir-se em casa num lugar onde você nunca veioantes é o melhor sinal de que você está onde devia,precisava e queria estar. A família Sater tem esse dom.Sem-cerimoniosamente, como aliás é também do meujeito, fui entrando,abraçando, beijandoo povo e sentando.Além de pai e filho,eu compartilhava amesa com o letrista,jornalista e poetaPaulo Simões, par-ceiro de Almir - quelembrou-se de ter-me entrevistado al-guns anos antes, oque nos tornou ins-tantaneamente velhos novos amigos - e o produtoramericano Eric Silver, oriundo de Nashville e tambémdesde há muito parte da turma. Senti logo em Eric umincomum interesse pelo folk brasileiro, aquela músicaque parte da raiz e passa ao largo do rock, mas moderni-za-se pela procura de outras linguagens dentro desi mesma. É o território - que muito admiro - lide-rado por Almir, Renato Teixeira, GuilhermeRondon, pela família Espíndola e muitos outrosseguidores. De repente a conversa chegou no rockBrasil e eu soltei a pergunta que não queria calar naminha cabeça desde há muito tempo. Antes de di-zer qual ela era, explico: sempre senti nos roquei-ros brasileiros - principalmente na sua vertente demaior criatividade, nos anos 80 - uma espécie de“ternura” que pouco ou nada tinha a ver com asraízes punk e depois grunge que tiveram influênciasimportantes em seu trabalho. Eric clareou minhasdúvidas com uma explicação muito lúcida e sim-ples: a quantidade de acordes. Nós, brasileiros,mesmo de gerações pós-bossa nova, carregamos opeso e o desejo da harmonização. Podemos até co-meçar com três ou quatro acordes, mas logo que“amadurecemos” - seria esse o termo? - buscamosas passagens harmônicas que parecem estar grava-das em nossos genes. Daí, talvez, a paixão de váriasgerações nossas pelos Beatles, que corromperamessa lei rock’n’roll a partir do “Revolver”, títuloque provocava com a ambiguidade da palavra:arma ou revolução? Ambas funcionaram, separa-das e em conjunto.Mas Eric falava do básico: o rock’n’roll, desde suaorigem country/blues, branca e negra, dedica-se a

sentimentos básicos expressos em três acordes -ou poucos mais, introduzidos por exceções queconfirmavam a regra, tipo Roy Orbison - tocadosem infinitas variações que partiam e partem aindahoje, por exemplo, da criatividade do pop de cadadia para “iludir”, no bom sentido, ouvidos cansa-

dos de uma eventual mesmice. Já o Rock Brasilpasseou por muitas outras fontes. Os acordes decordas soltas de Frejat e Dado Vilalobos, a ricaboleragem da Rita Lee pós-Tutti Frutti com Ro-berto de Carvalho, as versões mais puxadas pro ro-mântico dos Titãs, a passagem do juvenil para oadulto dos Paralamas, tudo isso é muito mais quequatro acordes. Sem desdouro pros gringos: nós dige-rimos as deles e eles digeriram as nossas. Antropofa-gia do bem, preconizada pelos tropicalistas.E assim passou-se a noite, do sertanejo de raiz ao folkrock de Nashville, animada por um parcial esvazia-mento da variada adega do Almir, que me pediu desaideira a Primeira Canção da Estrada e o Cumpadre

Meu do primeiro disco do Sá, Rodrix & Guarabyra. Efoi exatamente enquanto tocava essas músicas quepercebi melhor aquilo do que Eric falava: a preocupa-ção brasileiríssima com passagens, acordes, nonas,décimas primeiras e etcetera, que nos parecem natu-rais, mas que - mesmo quando simples e naturalmen-te colocadas nas canções - brilham como faróis àsorelhas mais básicas, nem por isso menos inventivas,dos nossos colegas gringos. Entenda-se aqui, reforço,que não estou generalizando ou falando de exceções,mas de regras.Três e meia da manhã. Eu e Gabriel saímos de voltapra casa pela estradinha que corta a mata. Oscinquenta e poucos metros viram duzentos, mas agente não tá nem aí. Estamos imersos em música,com a alma tranquilizada pela certeza de que amamoso que fazemos. Sorrimos um para o outro, nos despe-dimos e vamos dormir em paz, embalados pelaimperturbável calma da serra da Cantareira.

Sentir-se em casa num lugar onde você

nunca veio antes é o melhor sinal de que você

está onde devia, precisava e queria estar. A família

Sater tem esse dom.

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Empresa ......................... Telefone ............... Home Page/e-mail .................................................... Pág

AH Lights ............................... (21) 2242-0456 ......... www.ahlights.com.br .................................................................. 51

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Decomac Antari ..................... (11) 3333-3174 ......... www.decomac.com.br ............................................................... 55

Decomac DAS ....................... (11) 3333-3174 ......... www.decomac.com.br ............................................................... 05

Gigplace ....................................................................... www.gigplace.com.br ................................................................. 43

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