edição n.º 1589

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SEXTA-FEIRA, 5 OUTUBRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXI, N. o 1589 (II Série) | Preço: 0,90 Autarcas de Beja chegam a vias de facto Pulido Valente (PS) acusa Miguel Ramalho (PCP) de agressões físicas. As ofensas terão ocorrido no final da última Assembleia Municipal onde a CDU chumbou o resgate da Câmara de Beja. pág. 10 Crimes diminuem em Beja Superintendente Viola Silva diz que o lugar da Polícia é na rua Entrevista nas págs. 6/7 JOSÉ FERROLHO JOSÉ FERROLHO DR PUB PUB Sofia Duarte Silva A atriz que é “madrinha” de Vila Nova de Milfontes pág. 13 Há centenas de lares no Baixo Alentejo onde o sinal TV deixou de existir após a migração para a Televisão Digital Terrestre. Foi há seis meses que os supostos avanços tecnológicos ao nível da teledifusão trouxeram, afinal, um apagão. As queixas junto da Autoridade de Comunicações acumulam-se. E as autarquias tentam mediar o diálogo no sentido de encontrar processos alternativos. págs. 16/17 João Rocha abandona Câmara de Serpa Ao fim de nove mandatos na presidência da Câmara de Serpa, João Rocha anunciou a sua renúncia ao cargo. A um ano das próximas Autárquicas, onde é dado como provável candidato à Câmara de Beja. pág. 10 Em Casével no derradeiro feriado da República Hoje é dia da República Portuguesa. O último que é assinalado com feriado nacional. E no dia em que caiu a monarquia em Portugal fomos revisitar a aldeia do regicida Alfredo Costa: Casével. págs. 4/5 Histórias de quem não vê TV

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Diario do Alentejo

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SEXTA-FEIRA, 5 OUTUBRO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXXI, N.o 1589 (II Série) | Preço: € 0,90

Autarcas de Bejachegam a vias de factoPulido Valente (PS) acusa Miguel Ramalho (PCP) de agressões físicas. As ofensas terão ocorrido no fi nal da última Assembleia Municipal onde a CDU chumbou o resgate da Câmara de Beja. pág. 10

Crimes diminuem em BejaSuperintendente Viola Silva diz que o lugar da Polícia é na rua

Entrevista nas págs. 6/7

JOSÉ FERRO

LHO

JOSÉ

FER

ROLH

OD

R

PU

B

PUB

Sofi a Duarte SilvaA atriz que é “madrinha”de Vila Nova de Milfontes

pág. 13

Há centenas de lares no Baixo

Alentejo onde o sinal TV deixou

de existir após a migração para a

Televisão Digital Terrestre. Foi há

seis meses que os supostos avanços

tecnológicos ao nível da teledifusão

trouxeram, afi nal, um apagão. As

queixas junto da Autoridade de

Comunicações acumulam-se. E as

autarquias tentam mediar o diálogo

no sentido de encontrar processos

alternativos. págs. 16/17

João Rocha abandona Câmara de SerpaAo fi m de nove mandatos na presidência da Câmara de Serpa, João Rocha anunciou a sua renúncia ao cargo. A um ano das próximas Autárquicas, onde é dado como provável candidato à Câmara de Beja. pág. 10

Em Casével no derradeiro feriado da RepúblicaHoje é dia da República Portuguesa. O último que é assinalado com feriado nacional. E no dia em que caiu a monarquia em Portugal fomos revisitar a aldeia do regicida Alfredo Costa: Casével. págs. 4/5

Histórias de quem não vê TV

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12 EditorialUltimatoPaulo Barriga

Apesar de nada ser defini-tivo na política, hoje as-sinala-se com feriado na-

cional o “último” 5 de Outubro. Festejávamo-lo deste 1911. Com desordenado entusiasmo até ao golpe militar de 1926. Com ba-fienta contenção durante o Estado Novo. E com progressivo desinte-resse desde o 25 de Abril de 1974. A República, o regime republicano, para o bem e para o mal, é dos pou-cos assuntos importantes para a sua vida em coletivo que o povo português tem como adquirido. Sobre o qual existe clareza e unani-midade. É quase um não assunto. Talvez por isso agora se extinga a celebração da nossa única certeza coletiva por imposição ou inge-rência externa. Sem se levantarem grandes ondas. Sem se olhar para trás. Sem qualquer tipo de respeito pela matriz fundamental do nosso Estado de direito. Deixámos, as-sim, nas mãos da tecnocracia e do economicismo de pacotilha, o po-der de se decidir sobre aquilo que para nós é elementar. Ainda que no campo simbólico. Muitas vezes confundimos a República, os ide-ais extremosos da República, com o período assanhado e desregrado do republicanismo. No entanto é lá, nas aspirações e nos objetivos formadores da República, na igual-dade, na fraternidade, na liberdade, que reside tudo aquilo que deixá-mos ir embora. E que agora recla-mamos com desespero nas ruas. A República, a nossa, nunca esteve tão doente como agora está. Porque os seus agentes políticos, então como hoje, nunca estiveram à sua altura. Mas não será demasiado re-lembrar que foi a intromissão es-trangeira nos assuntos pátrios que precipitou a queda da monarquia em Portugal. E que desde o tempo do ultimato britânico que este País, este povo, nunca foi tão acossado e humilhado como agora está a ser. Costuma dizer-se que a História não se repete. Mas que ela deixa (deveria deixar) sábios ensina-mentos, disso não restam dúvidas. Vivemos tempos fraturantes. De fora, impõem-nos a miséria. O País está vergado. O Governo anda num desnorte nunca visto. O Presidente da República é um ser insípido e desinteressante. Os partidos polí-ticos perderam a credibilidade. O empobrecimento da população é aflitivo. As empresas deixaram de gerar riqueza e emprego. A depres-são é assustadora e geral. E hoje ce-lebramos pela última vez a implan-tação da República Portuguesa. Celebramos pela última vez os ide-ais que nos deviam precisamente nortear na fuga desta crise. Deixar de celebrar a República é aceitar de ânimo leve o duríssimo ultimato alemão. Com os ingleses a coisa re-sultou mal à coroa. Será que estes se escapam melhor?

O vereador da CDU que, segundo Pulido Valente, “pediu desculpa” (não aceites porque “jogar o pé às canelas de uma pessoa não é sem querer”), afirma que o presidente está “completamente desesperado” e transformou “uma situação em que foi agressor, em vítima”.

Angelina Peste,

52 anos, domésticaSendo uma tradição, penso que as pessoas vão estranhar se este feriado deixar de existir. Esta data representa uma transfor-mação histórica da política por-tuguesa. É um marco na mu-dança do pensamento, uma evolução. Somos uma nação va-lente e imortal. Conseguimos dar sempre a volta às situ-ações. Mesmo quando pa-rece que está tudo perdido.

Isménio Moedas,

71 anos, reformadoAcho mal. Porque é uma data com uma simbologia histórica muito importante. Portugal é um país profundamente re-publicano. Só meia dúzia de-les é que ainda têm a mania que lhes corre sangue azul. Embora durante muitos anos não a tivéssemos, República significa liberdade. “Heróis do mar” é a expressão que me-lhor representa a história glo-riosa deste nosso povo.

Maria Antónia,

65 anos, servente de limpezaNão estou nada de acordo. Comemora-se esta data há já muitos anos e não encontro ló-gica nenhuma para que isso aconteça. Portugal é uma re-pública e isso deve ser cele-brado. Aliás, não se devia aca-bar nem com este, nem com nenhum outro feriado. Não consigo destacar nenhuma parte do hino nacional. Gosto do hino todo do princípio ao fim. É ele que melhor re-presenta o nosso Portugal.

Firmino Delgado,

78 anos, motorista de autocarros reformadoNão estou de acordo de ma-neira nenhuma. Se querem aca-bar com feriados, escolham ou-tros. Alguns católicos, que não fazem falta. Agora este é um dos feriados mais importan-tes para o nosso povo. O que esta gente está planeando é aca-bar com tudo. A população de-via levantar-se. Militares, po-lícias, todos. Sair para a rua contra isto. Contra os ca-nhões marchar, marchar.

Voz do povo O que pensa do fi m do feriado do 5 de Outubro? Inquérito de José Serrano

Vice-versaO presidente da Câmara de Beja, citado pela Rádio Pax, queixou-se de ter sido agredido “nas canelas” por Miguel Ramalho, à saída da Assembleia Municipal, e “ripostou”.

Fotonotícia Em Canhestros, outra vez. Na passada sexta-feira, dois homens não identificados tentaram assaltar a

caixa multibanco de Canhestros, com recurso a explosivos. Uma ação violenta que deixou o edifício da junta de freguesia local perfeita-

mente irreconhecível. Desta vez os assaltantes não foram bem-sucedidos nos seus intentos. Mas não há muito tempo, com recurso a uma

retroescavadora, conseguiram colocar a caixa numa carrinha, que se viria a despistar na autoestrada. A Caixa de Crédito Agrícola não

deverá repor o equipamento no local. Pelo que a população de Canhestros terá agora que se deslocar a Ferreira do Alentejo para levan-

tar dinheiro. PB Foto de José Ferrolho

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Rede social

Revelou recentemente que o

Teatro Municipal Pax Julia con-

quistou mais espetadores com me-

nos espetáculos e menos custos

do que na temporada 2010/2011.

A que se deve este fenómeno?

Penso que este fenómeno se prende com um trabalho que a autarquia, através do Teatro, tem vindo a fazer na formação de públicos, que é um dos pila-res que sustenta as nossas esco-lhas. Como forma de intensificar a aposta que temos vindo a fazer nesta área, é importante salientar a criação do Serviço Educativo do Teatro, em fevereiro deste ano, que desde então tem conseguido concretizar um conjunto de ati-vidades diversificadas que leva-ram ao teatro uma enorme fatia do número total de espetadores que tivemos.

Analisando os números, o que se

pode depreender dos hábitos cul-

turais dos bejenses?

Com base nos números que reco-lhemos, penso que os hábitos cul-turais dos bejenses estão dentro dos padrões de uma sociedade glo-bal e, como tal, mais direcionados para a área da música, com uma especial incidência para a música ligeira. Contudo, não deixam de fora a música erudita, o teatro, a dança e o bailado, assim como ou-tros tipos de espetáculos.

Em traços gerais, o que se poderá

esperar da próxima temporada,

tendo em conta o atual contexto

financeiro e o balanço deste úl-

timo ano?

Na próxima temporada tere-mos por base algumas das apos-tas da temporada que terminou em agosto e outras que estamos a tentar identificar, com a colabo-ração do público, através de um pequeno questionário que já es-tamos a aplicar no Teatro. Assim, esperamos poder continuar a usufruir de alguns espetácu-los de maior envergadura, de ca-riz nacional e até internacional. Ao nível regional e local, espera-mos também poder continuar a contar com os artistas locais e os agentes culturais que, noutro pa-tamar, que não é porém de menor importância, muito contribuíram para termos alcançado o número de espetadores que nos motiva a fazer mais e melhor na próxima temporada. Assim, e apesar do atual contexto, desafio todos os munícipes a continuarem a fre-quentar o Teatro.

Carla Ferreira

3 perguntasa Francisco

Marques Chefe da Divisão de Gestão Cultural e

Juventude da Câmara Municipal de Beja

Semana passada

QUINTA-FEIRA, DIA 27,

MOURA CÂMARA GANHA RECURSO NO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO SUL

O Tribunal Central Administrativo Sul revogou a sentença de outro tribunal, que tinha suspendido a decisão da Assembleia Municipal de Moura de denunciar o protocolo de delegação de competências entre o município e a Junta de Freguesia de Amareleja. Em comunicado, a Câmara de Moura refere que “ganhou o recurso” relativo à sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, que tinha julgado procedente a providência cautelar interposta pela Junta de Freguesia de Amareleja e decidido suspender a eficácia da deliberação da Assembleia Municipal de Moura. Um acórdão que a autarquia considera “favorável”, afirmando que vai “aguardar com serenidade” a decisão jurídica sobre a ação principal do processo, que ainda decorre.

BEJA EMPRESÁRIOS DA RESTAURAÇÃO MOBILIZAM-SE

O núcleo de Beja do Movimento Empresarial da Restauração reuniu-se com empresários do setor de diversos pontos do distrito, e apelou para a participação de todos na manifestação nacional de empresários da restauração, seus funcionários e fornecedores, agendada para o próximo dia 16 de outubro, junto à Assembleia da República. Recorde-se que os empresários da restauração consideram os custos com gás e eletricidade “insuportáveis” e alertam para o facto de o IVA e comissões para uso dos Terminais de Pagamento Automático (TPA) representarem 25 por cento da faturação.

SEXTA-FEIRA, DIA 28

FERREIRA ASSALTO A MULTIBANCO COM EXPLOSÃO

Dois homens tentaram assaltar, com recurso a uma explosão, uma caixa multibanco em Canhestros, Ferreira do Alentejo, mas não conseguiram levar o dinheiro. A tentativa de furto ocorreu por volta das quatro da madrugada, altura em que terá disparado o alarme da junta de freguesia local, onde está instalada a caixa multibando, como explicou à Lusa o capitão Eduardo Lérias, do Comando Territorial de Beja da GNR. Os assaltantes, “assim que se aperceberam que havia um alarme” na junta de freguesia e que “tinham sido intercetados”, “rapidamente pararam o que estavam a fazer e fugiram”, num veículo, adiantou. No local, “há sinais efetivos de uma explosão”, que “provocou danos” na caixa multibanco e em portas e janelas das instalações da junta de freguesia mas a GNR não encontrou “qualquer indício” relativo ao método usado pelos assaltantes para a provocar, disse. A Polícia Judiciária está a investigar a tentativa de furto.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 1

BEJA NERBE E INSTITUTO POLITÉCNICO COLABORAM

A Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal) apresentou publicamente esta segunda-feira, 1, uma iniciativa de colaboração com o Instituto Politécnico de Beja, que se reporta à licenciatura em Turismo, ministrada naquele estabelecimento de ensino. A parceria traduz-se na “realização de visitas de trabalho às empresas” por parte dos alunos que frequentem unidades curriculares nas áreas de Marketing e Inovação. E pretende que, “em ambiente laboral, os alunos conheçam e interajam com os empresários e funcionários, sendo a realidade de cada uma das empresas visitadas,um estudo de caso”. Os empresários, por seu turno, “terão oportunidade de apresentar a sua empresa e conhecer, antecipadamente, potenciais futuros colaboradores”.

QUARTA-FEIRA, DIA 3

BEJA II ENCONTRO COM CULTURAS DEBATE LUSOFONIA

Tendo como tema a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), decorreu no auditório do Instituto Politécnico de Beja, entre os últimos dias 3 e 4, o II Encontro com Culturas, evento bienal que reflete uma “aposta na internacionalização” por parte do estabelecimento de ensino bejense. Em debate estiveram temas como os projetos empresariais e a cooperação regional na CPLP, a cooperação no domínio da educação, e as experiências de cooperação testemunhadas por várias associações de desenvolvimento local da região. O último painel consistiu no Seminário Luso-brasileiro sobre “As Empresas no Desenvolvimento Sustentável”.

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Modas alentejanas na hora da despedida No último fim de semana, muitos foram os passageiros que disseram o último adeus a Portugal ao som de Os Alentejanos, de Serpa. O Aeroporto de Lisboa tornou-se assim o mais recente aliado da candidatura do cante a Património da Humanidade.

A brincar se aprende a poupar… águaFoi este o lema das comemorações do Dia Nacional da Água promovidas no início da semana, em Beja, pela EMAS. Entre jogos, pinturas faciais e insufláveis, a pequenada lá percebeu que se gastarmos muito hoje, não nos resta nada amanhã.

Militares fizeram a festa em Beja Foi o culminar do 7.º aniversário da Brigada de Reação Rápida em Beja, no sábado, 29. Um desfile com música na avenida do Brasil, em que participaram 800 militares, alguns deles acompanhados dos seus fiéis comparsas caninos. E uma manifestação de “apreço” à cidade.

Outeiro do Circo, o povoado que vigiava a planície Sob os pés, os despojos do passado urbano. Nos painéis, imagens do Outeiro do Circo, povoado do Bronze Final que tem vindo a ser escavado entre Mombeja e Beringel. A exposição, no Museu do Sembrano, integrou as Jornadas Europeias do Património em Beja.

Avós e netos na mesma dança Com a energia dos novos se contagiou os velhos. Ou vice-versa, que isto da juventude, já dizem os sábios, não está na idade. As atividades intergeracionais foram o forte da Semana Sénior promovida pela Câmara de Beja, que terminou na terça-feira, 2.

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Casével

O alcatrão rasga a planície. De um lado e outro da estrada, so-bretudo terra à espera de lavoura e pouca pastagem, ainda assim o gado sai para o campo. Calcorreia os torrões. Os

homens passam de trator em direção à terra que deverá acolher posteriormente as sementes. A torre da igreja avista-se e sobressai entre o casario branco. O que se enxerga, ao longe, é Casével.

As ruas estreitas levam ao largo, mas poucos ou quase ne-nhuns se avistam. O sol aquece e a rapariga que trouxe rou-pas para venda até à vila, montado ali uma banca improvisada, anuncia: “Está na hora de arrumar os trapos”. É o mote para as últimas compras. Mas ninguém. Ninguém se assoma.

A descida da rua leva até ao edifício da junta de freguesia, que à semelhança de muitas outras, luta contra a possível extinção. E no chão um monumento quase rasteiro, que ali se instalou não há muitos anos, evoca o regicídio e o regicida Alfredo Luís da Costa, filho da terra, embora tenha ido para Lisboa ainda em criança, para aprender o ofício de caixeiro-viajante com um tio rico.

Mas quem foi Alfredo da Costa? A resposta imediata, que se ouve de boca em boca, em Casével, é, sem dúvida, a mais sim-plista: Foi o homem que matou o rei. A versão elaborada acres-centaria mais dados à sua vida. Por exemplo, que escreveu jor-nais, que criou uma editora propagandística, que foi dirigente sindical, que imaginou A Filha do Jardineiro, o romance em fo-lhetim escrito por Aquilino Ribeiro, que entrou para a maçona-ria e para a Carbonária.

Mas tratou-se, sobretudo, de um assassinato, do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro D. Luís Filipe, e ainda hoje, tantos anos passados depois do ano de 1908, o assunto é falado com cuidados redobrados pela população. “Matar alguém nunca é bom”, diz um dos habitantes.

Ninguém abertamente lhe faz elogios, apenas falam do ho-mem que acabou por ter um papel preponderante na história do País. Do homem que fez parte de um acontecimento dramático.

Do homem que era de Casével e que por estes dias, derivado da efeméride que se comemora, a proclamação da República Portuguesa, que se assinala hoje, sexta-feira, dia 5 de Outubro, ganha mais relevo.

António Rosa é um dos habitantes que aceita comentar Alfredo da Costa. Sai da porta da sede do Grupo Coral de Casével, mas não canta. Apenas ali se entretém a passar o tempo, a jo-gar conversa fora, a jogar à carta. Ajeita a boina que enverga. Lá dentro, nas instalações dos guardiões do cante da terra, vislum-bram-se alfaias agrícolas. Aqui todos passaram pelo trabalho no campo. “Era outra vida. Outros tempos. Agora pouca agricultura há por estas paragens”, lembra António, que rapidamente desvia o assunto para voltar à conversa do regicida. “Conheço a história e para mim ele foi obrigado a matar o rei. Foi escolhido e por isso é que fez o que fez”.

Muitos, na verdade, ainda não se interessaram por conhe-cer a história a fundo, chega-lhes o que ouviram, o que passou de boca em boca e os debates que depressa começam, sem dia ou hora marcada. Os homens assentam os cotovelos sobre as mesas. A esta hora ninguém bebe um copo. É cedo de mais. E o almoço ainda está distante.

Francisco Iria é um dos que entra na discussão. “Foi polí-tica. Mataram o rei. Antigamente falava-se muito de Alfredo da Costa, mas foi passando. Uns acham que foi bem feito, outros acham que não”. Pedimos-lhe a sua opinião, mas a resposta sai-lhe vaga e ficará para depois, para que seja esquecida com o decorrer da conversa. Insistimos, mas novamente uma diva-gação. Vale-lhe Adelino Maria, um dos rouxinóis do grupo co-ral, que, ao invés de pegar numa moda, pega no assunto. “Era republicano. Não queria a monarquia. Queria uma mudança. Deu-se no Terreiro do Paço, em Lisboa. Fizeram-lhe aí uma coisinha [monumento de evocação] para o lembrar”. E assim resume o regicida.

De todos os intervenientes que se juntam à prosa o que mais idade tem é António Costa. Conta com 86 anos. Quebra o silêncio, apoia-se nos dois cajados que traz para se equili-brar e com a voz colocada diz: “Tudo se passou em 1908. Ainda eu não era nascido. Só nasci em 1926, mas desde sempre ouvi falar deste homem. E conto, inclusive, uma his-tória engraçada. Um tio dele andava a guardar uma égua já muitos anos depois de ele ter morto o rei e passou um via-jante e perguntou-lhe: ‘Que terra é esta’? Respondeu que era Casável. Rapidamente o viajante disse que esta era a terra do homem que matou o rei. Ao que o tio de Alfredo da Costa respondeu: ‘Era meu sobrinho’. O viajante despediu-se e disse: ‘Não tem aí outro sobrinho para matar o Salazar’?”. E assim se encerra o assunto.

Os ponteiros do relógio avançam na torre da igreja e os ho-mens hão de sair e entrar vezes sem conta, consoante o barulho de um carro, de uma motorizada ou de uma voz mais colocada. Na rua passa Maria Brito, uma das muitas mulheres que habi-tam a terra. “Vim ver o movimento cá para cima. É uma terra pequenina, mas ainda tem alguma vida. Temos cá tudo arran-jadinho, não temos falta de mais, o que falta aqui é pessoas”, ex-plica. A falta de gente, sempre a falta de gente.

E tudo se resume, segundo a transeunte, “à falta de traba-lho na região”. “Se houvesse por aqui trabalho, as pessoas man-tinham-se aqui”. E acrescenta: “Há mais é velhos. Há poucas crianças. A sorte é que a escola ainda se mantém aberta, com as crianças que chegam de sítios ainda mais pequenos”.

A hora de almoço recolhe os que se avistam. A carrinha do lar, maior entidade empregadora da terra, começa a distribuir os almoços ao domicílio. Os sinos tocam. Avisam a chegada da hora certa e a vida segue, como sempre, em Casével, onde residem já pouco mais de 300 pessoas, mas com a vontade de muitas.

Poucos mais de 300 com a vontade de muitos

Os dias da república na terra do regicida

Evoca-se hoje, sex ta-feira, o dia da

Implantação da República e em Casével, con-

celho de Castro Verde, nasceu e viveu um dos

mentores do regicídio. Alfredo Luís da Costa.

O assunto ainda hoje é tratado com cuidado

pela população, afinal tratou-se de um assas-

sinato. Em Casével vivem pouco mais de 300

pessoas e o seu principal problema é a saída

dos filhos da terra, que pode levar ao encerra-

mento da junta de freguesia. “Somos poucos,

mas temos a vontade de muitos”, dizem.

Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

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Alfredo Luís da Costa, regicida, é um filho da

terra. O que significa este homem para Casével?

É uma pessoa que o povo de Casével tem algumas reticências em falar, nomeadamente pelo aconte-cimento em si, porque é um ato sempre de con-denar, seja de quem for. É preciso compreender e entender. É uma pessoa que vivia contra a monar-quia. Era um republicano. Era uma pessoa que ti-nha ideias diferentes, o que fez com que saísse da localidade, indo para Lisboa, onde podia expan-dir as suas ideias. Deu o seu corpo, a sua vida pelo povo, por uma mudança. É um marco muito im-portante na história.

É conhecido como o assassino?

Reconheço isso. Nasci na mesma rua, junto quase à casa dos seus pais e fiquei sempre com essa ideia. Era a ideia que tinha. Mas morreu ele e outros regi-cidas. Hoje não penso da mesma forma. Fui cres-cendo, adquirindo outros conhecimentos e com-preendo que foi uma mudança na nossa história.

Quais são, neste momento, as principais preocu-

pações do povo de Casével?

São preocupações comuns a todos. Sente-se algum desemprego e as pessoas não se fixam na locali-dade. É uma população envelhecida e reduzida.

Acha que é possível manter os que ainda residem

e, se possível, atrair gente?

Neste momento, julgo que temos alguns incen-tivos. Com a Unidade de Cuidados Continuados e com o lar é possível dar alguma resposta, pelo menos as mulheres não estão desempregadas. Há postos de trabalho. O mesmo não se verifica para o sexo masculino. Tínhamos uma empresa junto à freguesia, a Tecnovia, que era a entidade empre-gadora número um, mas, neste momento, avan-çou para lay-off . Temos ainda um loteamento que poderia ser atrativo para a população, mas esta-mos todos a passar por esta crise.

A escola pode fechar?

Já esteve em risco, mas com o esforço da popula-ção, da junta de freguesia e da câmara consegui-mos manter a escola aberta. Se a escola fechar, se a junta fechar, quem é que se vai instalar numa lo-calidade onde se vai perdendo tudo?

A junta de freguesia também está em risco? É

uma perda muito grande?

É uma das juntas que corre esse risco. É a freguesia com menos população. Vejo isso como uma perda muito grande para a população. Desempenhamos um papel social. É o bater da porta para todos os problemas. A população de Casével vai ficar mais pobre sem a junta de freguesia. Não deveria en-cerrar. Faz muita falta. Temos uma população muito idosa e temos um papel muito importante na parte social.

O que deseja para Casével?

Que mantenhamos as condições que temos neste momento. Sei que não é desejar muito, mas se mantivermos estas condições (junta de fregue-sia, escola, postos de trabalho) já me considera-ria feliz.

História e património Recebeu o foral de D. Manuel I a 20 de setembro de 1510 e chegou a ser sede de concelho até 1836, altura em que passou a pertencer ao concelho de Messejana. Em 1855 vi-ria a ser incluída no concelho de Castro Verde. No que diz respeito ao património, possui uma peça única de ourive-saria com mais de oitocentos anos, a célebre cabeça-reli-cário de S. Fabião. Trata-se de uma cabeça em tamanho na-tural, toda em prata, contendo no seu interior um crânio humano que se diz ser do papa e mártir do Cristianismo, S. Fabião. Diz a história que esta relíquia veio para Portugal no século XIII, pela mão da princesa D. Vataça Lescaris. A peça pode ser apreciada na exposição do Tesouro da Basílica Real de Castro Verde.

Fernanda FelícioPresidente da Junta de Freguesia de Casével

Cante alentejanoÀ entrada da aldeia uma peça em ferro homenageia os grupos corais e o cante alentejano e deixa adivinhar que esta é uma terra onde a moda é cantada e preservada. A Associação Cante Alentejano Vozes das Terras Brancas di-namiza os grupos corais da freguesia e tem aberto ao pú-blico a sede da associação, em Casével. Sítio onde se pode ouvir cantar, petiscar e apreciar um vasto conjunto de utensílios ligados à tradição etnográfica da freguesia.

Fundação Joaquim António Franco e Seus PaisA Fundação Joaquim António Franco e Seus Pais é atu-almente a maior entidade empregadora da freguesia. Constituída no ano de 1961, em cumprimento de dispo-sição testamentária do empresário agrícola Joaquim António Franco, a fundação detém um vasto património. O apoio aos mais idosos é uma das partes mais visíveis do seu trabalho, contado com um lar, com uma unidade de cuidados continuados, com apoio domiciliário e centro de dia. Tem ainda em construção um novo lar. Detém tam-bém um vasto património rústico e desenvolve um amplo trabalho de índole social.

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Viola Silva comanda a PSP de Beja há três anos

“O que é importante para a polícia é a rua”

O Comando Distrital da PSP de Beja, liderado há três anos pelo superin-

tendente Viola Silva, está no topo nacional dos que têm menos ocor-

rências. Um cenário iniciado em 2011 e que tem tido seguimento este

ano. Resultados que são o fruto dos trabalhos de rua, de equipa e de

prevenção.

Entrevista Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho

Que balanço faz dos três anos à frente do

Comando Distrital da PSP?

O balanço é positivo, uma vez que temos uma cidade mais ou menos calma. Em ter-mos de criminalidade, tínhamos um pa-tamar médio de 900 queixas-crimes por ano e baixámos para as 700. Este ano es-tamos neste patamar. Claro que fico satis-feito. Obviamente que são números, mas preferimos baixar do que aumentar. Com mais ou menos crimes, acima de tudo está o sentimento de segurança das pessoas. E eu acho que estamos a conseguir isso.

E há um sentimento de segurança em

Beja?

Obviamente sempre houve crime e sempre vai haver, porque isto é uma cidade capital de distrito, não é uma aldeia, e mesmo nas aldeias já há crime. Penso que a quanti-dade de crime que temos aqui permite que as pessoas vivam mais ou menos em segu-rança. Uma noção de que as pessoas vivem em segurança é ver-se de manhã, à tarde ou noite, na via pedonal em torno da ci-dade, muitas senhoras sozinhas. Isso para mim é um barómetro. Se as pessoas se sen-tissem inseguras obviamente que não an-dariam sozinhas. Penso que as pessoas consideram que vivem com segurança. Por outro lado, para mim, o mais importante aqui em Beja é a segurança às escolas. Para mim, isso está no topo da pirâmide, por-que as crianças não se podem defender.

O que acha que mudou na polícia com a

sua vinda para Beja?

Se as coisas correm bem, é da equipa que temos. Eu sou contra personalizar alguma coisa. O que acontece é que temos uma boa

de segurança. Quando montámos este sistema de trabalho, de policiamento in-tegrado, em que toda a gente colabora, a mentalidade mudou. O pessoal que pre-varica sabe que não vale a pena, que a polícia está em força. Quando aparece a equipa de intervenção, desmotiva logo bastante, porque estamos a falar de gente muito bem preparada, que tem treino to-dos os dias. E quem está do outro lado também sabe que estamos bem prepara-dos. E o poder de embate de uma equipa

muito bem preparada é diferente de uma que não está bem preparada.

As detenções têm vindo a decair porque os confrontos com a po-

lícia têm vindo a diminuir.

Apesar da diminuição de

ocorrências, no início deste

ano ocorreu um crime atí-

pico para Beja e para o País.

Como é que foi gerir esta

equipa na altura do tri-

plo homicídio?

Uma noção de que as pessoas vivem em segurança é ver-se de

manhã, à tarde ou noite, na via pedonal em torno da cidade, muitas

senhoras sozinhas. Isso para mim é um barómetro. Se as pessoas se

sentissem inseguras obviamente que não andariam sozinhas”.

do há três anos pelo superin-

al dos que têm menos ocor-

ue tem tido seguimento este

alhos de rua, de equipa e de

o

dos os d as. que está do out o ado também sabe que estamos bem prepara-dos. E o poder de embate de uma equipa

muito bem preparada é diferente de uma que não está bem preparada.

As detenções têm vindo a decair porque os confrontos com a po-

lícia têm vindo a diminuir.

Apesar da diminuição de

ocorrências, no início deste

ano ocorreu um crime atí-

pico para Beja e para o País.

Como é que foi gerir esta

equipa na altura do tri-

plo homicídio?

equipa de chefia e uma boa equipa de agen-tes. Adaptámos o policiamento de acordo com o que eu achava que era a minha pers-petiva de polícia, temos o policiamento in-tegrado em que toda a gente colabora para o bem comum. Em Beja temos quatro es-quadras operacionais, sendo que uma foi criada na minha vigência, a esquadra de in-tervenção. Tínhamos aí uma criminalidade grupal que era complicada de gerir por-que não tínhamos capacidade de resposta. Sempre que havia problemas tínhamos que pedir apoio ao Corpo de Intervenção, que vinha de Faro ou de Lisboa. Assim, críamos a esquadra de intervenção, com 30 elementos, muito bem preparados fisi-camente. Para o crime grupal deu bastante jeito, porque nunca mais foi necessário chamar o Corpo de Intervenção. A PSP de Beja responde, com o seu efetivo, a tudo o que tem acontecido até hoje, exceto quando se trata da Ovibeja, devido à envergadura do evento. Mas o importante é que toda a gente trabalha para o bem comum e não é só sorte. A sorte procura-se e o pessoal tem-se empenhado.

Uma noção algo ge-

neralizada é que a

PSP de Beja está em

todo o lado e responde

com prontidão às

situações…

E está. Eu f iz toda a minha carreira na par te ope-racional, por isso dou mu ito va lor à

parte operacional em detrimento da bu-rocracia. E neste comando damos pri-mazia, sobretudo, à parte operacional. O que é importante para a polícia é a rua. Temos muita gente na rua e pouca gente impedida, nos serviços internos. O que eu acho que as pessoas sentem é que, sempre que há um problema, aparece a polícia em peso. E isso dá às pessoas um sentimento

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A nossa equipa resolveu o problema todo. Quando o pessoal de Lisboa chegou nós tí-nhamos tudo resolvido. Isso deu-me orgu-lho porque, numa fase de grande tensão, acho que a polícia de Beja deu uma ótima imagem para o País. O namorado da ví-tima, a primeira vez que veio a Beja fazer uma queixa, a polícia de imediato agarrou no serviço e levou-o até ao fim. Ninguém teve nada a apontar, não houve nenhuma incúria, nenhum desleixo. Apesar de, ao pessoal, lhe parecer a priori ser mais um namorado que tinha ficado sem namo-rada. Ninguém imaginaria uma coisa da-quelas. No nosso país há centenas de casos de namoradas que não querem nada com os namorados. Mas, apesar disso, o nosso pessoal, de forma profissional, agarrou no caso e levou-o até ao fim. Mesmo no cerco à casa, no tempo que durou, na tensão que houve, acho que o nosso pessoal de Beja prestigiou a cidade e a polícia. Foi uma atu-ação limpinha, foi detido, não houve nin-guém ferido. Esteve nos nossos calabou-ços quase dois dias e não aconteceu nada. Entregámo-lo ao tribunal incólume. A po-lícia demonstrou que estava prepara para enfrentar qualquer tipo de coisa.

A Associação Sindical dos Profissionais de

Polícia afirmou recentemente que o efe-

tivo e a frota automóvel de Beja está enve-

lhecida. Considera que sim?

O efetivo, obviamente, vai ter que ser re-forçado, porque vai saindo gente. Estou aqui há três anos e já saíram mais de 10 pessoas que não foram repostas. Há pes-soas que se vão reformando como em todo o país. Já saíram estes, mas estamos nos patamares aceitáveis. Se saírem mais 10, e se não forem repostos, aí é que já entra-mos no campo da falta de pessoal. Mas isto é um problema do País todo e nós teremos o efetivo recomposto sempre que houver uma escola de agentes. Quanto às viaturas, estamos um bocado mal. Temos viaturas muito, muito velhas e, se não fosse a boa vontade do pessoal que temos cá dentro a nível de oficinas, o dia a dia é muito com-plicado. Mas espero, sinceramente, que, logo que haja viaturas para a PSP, Beja re-ceba porque estamos no limite.

E face ao pessoal que têm, faz sentido ha-

ver um destacamento 24 horas por dia no

aeroporto?

Já tinha vindo reforço para o aeroporto há três anos, o Comando de Beja recebeu gente para o aeroporto. Mas tem de ser. Imagine-se que, amanhã, alguém parte aquilo tudo. Depois como é que era? Está sempre lá um efetivo, 24 horas, e depois vai daqui pessoal para patrulhar o aeroporto. A polícia está no aeroporto desde o prin-cípio e a PSP deve ser uma força que ajuda aquela infraestrutura a ir para a frente. Haja voos ou não, aquilo existe legalmente e está lá. A minha obrigação é colaborar para que o aeroporto tenha êxito.

Em que ponto está a mudança para a an-

tiga escola primária de Salvador?

Isto vão ser verbas da União Europeia, através de um programa comunitário, e julgo que, mais dia menos dia, virão esses dinheiros. Se aquilo fosse da minha com-petência, começar as obras adaptadas à polícia, já há muito tempo que lá estaría-mos. Neste momento ultrapassa-me por-que são verbas que vêm da Comunidade Europeia e o processo está no Ministério da Administração Interna. Não é incúria da polícia de Beja, não é incúria da PSP na-cional, é sim o estarmos à espera das ver-bas que hão de vir de fundos europeus.

Mas, de qualquer maneira, há algum tempo

que a renda está a ser paga à câmara muni-

cipal. A PSP já usufrui do espaço?

Só de parte. A formação já é feita lá, a parte desportiva também é feita lá. Estamos a usar para isso. E para guardar as viaturas apreendidas. Já estamos a dar algum uso à escola.

E não considera que o sentimento de segu-

rança, com a mudança da polícia para um

local mais escondido, será prejudicado?

Mas estamos a falar de 100, 200 metros. O policiamento que se faz não é ao pé da es-quadra. O crime ocorre longe da esquadra, Só um ladrão muito burro é que vai assal-tar junto à esquadra. O problema que te-mos ali é que os carros estão na via pública, sujeitos a serem esfaqueados os pneus, o que já aconteceu. Os carros estão ali a noite toda e não podemos ter um homem a olhar para os carros. Na escola há esta grande vantagem: está tudo lá dentro guardado. É uma questão de segurança, é um sítio cen-tral, no centro da cidade, vai ter melhores condições para atender as pessoas e tam-bém para o pessoal trabalhar. E há uma vantagem muito grande, que, para mim, é o principal: temos toda a gente concen-trada em termos operacionais. Havendo uma ocorrência, sai tudo dali e temos um poder de impacto muito maior.

Quais são os seus objetivos daqui para a

frente?

Daqui para a frente é manter os núme-ros das queixas-crime nos patamares em que estão. Baixar mais, tenho a noção de que não é fácil. No ano passado baixámos 17 por cento, este ano já baixámos, até ao momento, mais quatro por cento. Foi uma queda muito grande. Se conseguir man-ter estes números na casa das 700 queixas--crime já fico muito contente, porque são números muito baixos. Até porque há mui-tos crimes que nos passam ao lado, como o abastecimento com fuga de combustível, causado pela crise. Há determinados tipos de fatores que a polícia não consegue con-trolar, como este caso. Há muita violên-cia doméstica e acho que tem que ver com a crise, com a falta de dinheiro, que leva as pessoas a fazerem determinado tipo de coisas. Mas enquanto vir as pessoas a pas-sear à vontade na nossa cidade fico muito contente.

Quanto às viaturas, estamos um bocado mal. Temos viaturas muito, muito velhas e, se não fosse a boa vontade do pessoal que temos cá dentro a nível de oficinas, o dia a dia é muito complicado. Mas espero, sinceramente, que, logo que haja viaturas para a PSP, Beja receba porque estamos no limite.

Objetivo “Daqui para a frente é manter os números das queixas-crime nos patamares em que estão. Baixar mais, tenho a noção de que não é fácil”

Jornadas Ambientais em Ferreira do Alentejo

Vários especialistas vão estar reunidos

no próximo dia 12, em Ferreira do

Alentejo, para discutir o tema “Economia

de baixo carbono – Desafio inovador

para as PME”. Trata-se das VI Jornadas

Ambientais, a ter lugar no Centro

Cultural Manuel da Fonseca, com

abertura, pelas 14 e 45 horas, a cargo do

próprio presidente do município local,

Aníbal Reis Costa, e apresentação, ao

longo da tarde, do Plano Estratégico de

Alterações Climáticas para Ferreira do

Alentejo, por Sara Ramos, do Inenergi.

Prémio do Conto Manuelda Fonseca já tem vencedor

Rui Miguel Oliveira Herbon, autor de

O Prazer dos Estranhos, foi o vencedor

do Prémio Nacional do Conto Manuel

da Fonseca na sua nona edição. O júri

do concurso literário, promovido

pela Câmara Municipal de Santiago

do Cacém, foi consensual na escolha

desta obra assinada com o pseudónimo

Blumenau, assim como na atribuição

das menções honrosas a Luís Leiria (Luís

Ruão), pela obra O Barbeiro da Carecada, e

a João Paulo Vaz (Mário Marabatay), pelo

original Guerras, Revoluções, etc. Foram

jurados João Morales, jornalista e crítico

literário, José Correia Tavares, vice-

presidente da Associação Portuguesa de

Escritores, e Helena Cabral, professora.

O Prémio Nacional do Conto Manuel

da Fonseca, cujo valor monetário é de

cinco mil euros, admitiu a concurso 46

originais de autores lusófonos, e será

entregue no próximo dia 20, pelas 16

horas, na Biblioteca Municipal Manuel da

Fonseca.

Semana Sénior no concelho de Odemira

O concelho de Odemira acolhe, até

ao próximo dia 12, a Semana Sénior,

no âmbito das comemorações do Dia

Internacional do Idoso. Serão promovidas

ações de sensibilização sobre burlas e

furtos na população idosa, alimentação,

hidratação, doenças cardiovasculares,

diabetes, sedentarismo e riscos de queda,

higiene oral, e ainda sessões de ioga

do riso. A iniciativa é organizada pelo

município de Odemira, em colaboração

com as instituições de terceira idade do

concelho, GNR, centro de saúde local

e Associação de Paralisia Cerebral de

Odemira. Ações em: São Teotónio (dia

8), São Martinho das Amoreiras (dia 9),

Colos (dia 9), Odemira (dia 12), Saboia

(dia 12), Relíquias (8, 9 e 11), São Luís (9,

10 e 11), Vila Nova de Milfontes (10 e 12) e

Zambujeira do Mar (10 e 11).

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Na abertura do novo lagarda Casa Cortez de Lobão

Cristas recebida com protestos

em Serpa

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A ministra da Agricultura esteve na segunda-feira em Serpa, para a inauguração do novo lagar da Casa

Agrícola Cortez de Lobão, mas o que en-controu, antes mesmo de chegar à herdade Maria da Guarda, na freguesia de Vale de Vargo, foi um coro de protestos de vários quadrantes. Várias dezenas de manifes-tantes, entre representantes de sindicatos, como o Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), movimentos e freguesias do dis-trito de Beja, estavam à espera de Assunção Cristas, empunhan-do cartazes e faixas e gritando palavras de ordem – contra o Governo em geral e contra a própria mi-nistra em particular. Num deles, exibindo uma montagem de Assunção Cristas com um cacho de bananas sobre a ca-beça, perguntava-se “o que vai na cabeça da ministra?” e res-pondia-se “destruir o que resta da pro-dução nacional”.

U m “c o m i t é de boas vindas” a dada altura engros-sado pelos cerca de 30 funcionários da empresa alentejana RTS, produtora de pré-fabricados em cimento, que apro-veitaram a vista da governante para de-nunciar alegados sa-lários e subsídios em atraso, situação que consideram “insustentável”.

Segundo Fátima Messias, dirigente do Sindicato da Cerâmica do Sul, em declara-ções à Lusa, os funcionários desta empresa, que labora nos concelhos de Montemor-o--Novo e Beja, têm três meses de salário em atraso, assim como subsídios. “Estes traba-lhadores não recebem salários desde julho, agosto e, agora, setembro e têm em dívida o subsídio de Natal de 2011 e o subsídio de férias deste ano”, alegou, exclamando que

“estão a pagar para trabalhar”. A RTS – Pré-fabricados de Cimento (ex-Prediana) é, de acordo com a dirigente sindical, proprie-dade de João Paulo Ramôa, antigo governa-dor civil de Beja e, até recentemente, coor-denador do grupo de trabalho criado pelo Governo para definir uma estratégia para o aeroporto de Beja.

Questionada pelos jornalistas quanto aos protestos com que foi recebida, Assunção Cristas preferiu destacar o investimento efetuado na herdade Maria da Guarda. E

apenas disse que “o que é importante é mostrar que aqui dentro temos bons números, bom tra-balho, gente a tra-balhar satisfeita”.

Novo lagar produz

120 mil toneladas

A herdade Maria da Guarda, pro-priedade da Casa Agrícola Cortez de Lobão, concluiu esta semana, com a inauguração de um novo lagar, na segunda-feira, 1, o seu projeto agrí-cola, cujo investi-mento global se en-contra fixado nos 14 milhões de eu-ros, fazendo dele o “maior investi-mento privado al-guma vez feito em Portugal”, informa a empresa.

O novo lagar, com capacidade de moagem para 250 toneladas de azeitonas por dia, permitirá a Portugal produzir 120 mil to-neladas de azeite por ano. Presentemente com 575 hectares e 1,1 milhões de árvores de oliveira, a herdade Maria da Guarda po-siciona-se já “entre os cinco maiores players nacionais a atuar no segmento de produção e venda de azeite”. Em junho de 2011, as ex-portações da herdade Maria da Guarda re-presentavam já “cerca de 75 por cento do azeite vendido”.

Regantes reclamamgestão da água de Alqueva

As associações de regantes do Ardila e

Enxoé, Odivelas e Roxo denunciaram,

em uníssono, o que consideram

ser “uma afronta” da Empresa de

Desenvolvimento e Infraestruturas de

Alqueva (EDIA) no que diz respeito à

gestão da água de Alqueva. Aos regantes

alentejanos juntam-se também, nesta

demanda, a Federação das Associações

de Agricultores do Baixo Alentejo

(Faaba) e a Federação Nacional de

Regantes de Portugal (Fenareg). Na

origem do descontentamento está uma

proposta de protocolo apresentada

recentemente pela EDIA à Associação

de Beneficiários do Ardila e Enxoé,

“em que as premissas acerca da gestão

da água, bem como a sua faturação e

cobrança aparecem como competências

da EDIA”, sendo que aos regantes “é

destinado um papel fundamentalmente

administrativo”, explica a Faaba em

comunicado. Luís Mira Coroa, membro

da Associação de Beneficiários do

Ardila e Enxoé, disse que já comunicou

à EDIA a sua decisão de não assinar

o protocolo, segundo o qual “nós

ficaríamos como simples informadores

do que se passaria no campo no que diz

respeito à utilização da água. Esse não é

o objetivo da associação de regantes e os

estatutos em vigor, impostos por lei, não

preveem este tipo de participação por

parte das associações de regantes”. “Ao

assinarmos este protocolo estaríamos

a incorrer em ilegalidade”, concluiu.

Deputados do PCP visitaram obras suspensas no IP8/A26

Os deputados comunistas Bruno Dias

e José Ramos visitaram na segunda-

-feira, dia 1, as obras de construção

dos lanços IP8/A26, entre Sines e Santo

André e entre Sines e Santiago do

Cacém, suspensas por determinação

da Estradas de Portugal. Após a visita,

foi promovida, na Biblioteca Municipal

de Santiago do Cacém, uma audição

pública sobre “As parcerias público-

-privadas e as concessões rodoviárias no

Alentejo (suspensão das obras do IP8/

/A26 e IP2)”.

Santo Agostinho voltaà carga contra a extinção Na próxima terça-feira, dia 9, Santo

Agostinho, no concelho de Moura, vai

voltar a defender a sua manutenção

enquanto freguesia, através de uma

sessão extraordinária da Assembleia

de Freguesia, marcada para as 21

horas. A reunião, refere-se em

comunicado, servirá para que “mais

uma vez façamos ouvir a nossa voz e

mostremos a quem lidera os destinos

do nosso País que o futuro se constrói

com a presença das freguesias, e dos

seus órgãos, na vida das populações”.

Já em junho último, a Assembleia de

Freguesia havia tomado, de forma

unânime, posição contra a extinção,

num documento enviado para os

órgãos de soberania.

Morreu José Cândido Nobre

Faleceu esta terça-feira, dia 2, vítima de do-ença prolongada, o ouriquense José Cândido Nobre, presidente da Associação de Criadores

de Porco Alentejano (ACPA) e mentor de várias cau-sas ligadas ao mundo rural e ao seu desenvolvimento. O dirigente, tal como lembra a Câmara de Ourique numa nota de pesar, “foi uma figura decisiva na afir-mação da identidade de Ourique, Capital do Porco Alentejano” e deixa por terminar alguns projetos. Entre eles, salientam-se o projeto-piloto de recupe-

ração do montado de sobro e azinho do concelho de Ourique; o Congresso Mundial do Presunto, que se realizará em Ourique em maio de 2013; e a constru-ção de uma nova sede para a ACPA. “Trata-se de um momento de pesar pelo desaparecimento de um ho-mem com um ideal de vida, que sempre se bateu em prol da sua terra e da sua região”, afirma o município. José Cândido Nobre tinha 54 anos, era casado e pai de duas filhas. O funeral estava agendado para ontem, quinta-feira, no cemitério de Garvão.

A ministra da Agricultura, segunda-feira,em Serpa, encontrou,em Vale de Vargo,um coro de protestos de vários quadrantes.

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Municípios portugueses em congresso extraordinário

Compromissos impossíveisA Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso impediu que os autarcas presentes, no sábado, no Congresso Extraordinário da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), chegassem a consenso. A reu-nião acabou com grande parte dos con-gressistas afetos ao PSD a abandonar a sala do Centro Nacional de Exposições de Santarém, em sinal de protesto.

Texto Aníbal Fernandes

Face a face estavam duas propostas de moção. Uma, defendida pelos autar-cas do PSD, pedia ao Governo para até

ao fim do ano fazer uma “avaliação” da lei e, “caso não produzisse os resultados espera-dos”, que esta fosse alterada; outra, apoiada por socialistas e comunistas, exigia a sua “re-vogação imediata”.

O social-democrata Pedro Pinto acabou por retirar a proposta, na expetativa de que pudesse ser encontrada uma redação con-sensual, com base nas conclusões do con-gresso, elaborado pelo Conselho Diretivo (CD) da ANMP, em que se “repudiava” a lei e se “pedia a sua suspensão”.

Tal formulação não foi considerada sufi-cientemente assertiva por parte dos autarcas do PS e do PCP e a moção, posta à votação, foi aprovada com 210 votos a favor, 98 contra, e cinco abstenções.

As votações seguintes, onde se exigia tam-bém a revogação da lei que limita o número de cargos dirigentes nas autarquias, que im-põe a extinção de freguesias e de algumas

alíneas do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), fizeram aumentar as críticas por parte do PSD, que questionou a legali-dade das votações.

A proposta de conclusões apresentada pelo CD da ANMP acabou por ser apro-vada com 175 votos a favor e 76 abstenções, quando já muitos autarcas tinham abando-nado as instalações, o que levou Pedro Pinto, líder dos autarcas PSD, a pôr em dúvida a existência de quórum.

Jaime Soares (PSD), presidente de Vila Nova de Poiares, que já tinha entrado em di-álogo abespinhado com Mário de Almeida (PS), presidente da mesa do congresso, acu-sou os autarcas do PS e do PCP de “terem destruído a ANMP”, mas Rui Solheiro (PS), vice-presidente da associação, garantiu aos jornalistas, que mesmo no CD as conclusões tinham sido aprovadas por consenso, “mas não por unanimidade”.

Como o congresso era extraordinário não houve lugar à eleição dos órgãos dirigen-tes, continuando em funções os atuais CD e Conselho Geral. A eles cabe implementar os documentos saídos do congresso, mas entre os autarcas do partido do Governo há quem defenda que Fernando Ruas (PSD), presi-dente da ANMP, deve, quanto antes, convo-car eleições.

“Serenidade” é preciso José Maria Pós-de-Mina, presidente da Câmara de Moura (PCP), presente no conclave, diz que pe-rante este cenário “tem de haver sere-nidade”, e que os “órgãos diretivos têm de assumir a responsabilidade para

encontrarem pontos de equilíbrio” que permitam descobrir “consensos”.

O autarca comunista realça o facto de, na sequência do encontro de Alvito, onde os au-tarcas alentejanos prepararam o congresso, as propostas daí saídas terem tido uma res-posta positiva por parte dos congressis-tas, nomeadamente na exigência da revoga-ção da Lei dos Compromissos, e da Lei dos Dirigentes, bem como as questões relaciona-das com o PAEL.

Pós-de-Mina acredita que o caminho, para se atingir os objetivos aprovados em Santarém, passa por uma mobilização “de autarcas, trabalhadores dos municípios e po-pulação”, em ações de protesto que “envol-vam a maior parte dos municípios”.

Já Aníbal Costa (PS), presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, critica o CD e diz que “nunca até agora uma direção da ANMP esteve tão colada ao Governo”, como neste mandato de Fernando Ruas.

Segundo a sua análise, para além da questão partidária, o facto de grande parte do CD serem autarcas que, por força da Lei de Limitação de Mandatos se “vão des-ligar do Poder Local”, levou a uma situa-ção de não afrontamento do poder central, que culminou com a publicação da Lei dos Compromissos, “que pode fazer parar toda a atividade autárquica”. “Não devemos, nem podemos, estar de acordo com medi-das gravosas para as pessoas”, diz Aníbal Costa, acrescentando que “esgotadas todas as possibilidades de consenso, teremos de fazer o mesmo que o povo”: ir para a rua em defesa dos seus direitos.

Instituições mobilizam-se em torno da autoestrada

Marcha lenta a 27 de outubro

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Socialistas de Serpa defendem melhor educação Os eleitos PS na Assembleia Municipal de Serpa conseguiram fazer aprovar uma moção na última reunião deste órgão, realizada a 28, na qual instam o executivo a “aumentar a sua atitude reivindicativa

com o Ministério da Educação, para a manutenção e melhoria dos serviços educativos no concelho de Serpa”. A CDU absteve-se. O documento, revela a con-celhia socialista em comunicado, incide também so-bre a necessidade de defesa da qualidade do ensino

em Serpa, designadamente “através da recusa da con-centração de alunos, criação de cursos para adultos, abertura de turmas mistas no secundário ou o custea-mento dos passes pelo Ministério da Educação”, entre outras questões.

Luís Pita Ameixa, deputado socialista eleito pelo círculo

de Beja, recebeu na segunda-feira, dia 1, uma delegação

de representantes do setor da restauração do distrito

de Beja. O encontro decorreu em torno das grandes

dificuldades por que passa este ramo de atividade,

quer pela redução da atividade comercial devido à

perda do poder de compra, quer, por outro lado, pelo

aumento do IVA de 13 para 23 por cento. Na ocasião,

Pita Ameixa referiu que “não deixará de acompanhar

as preocupações manifestadas pelos empresários”, e

lembrou que o PS “já tinha chamado a atenção” para o

facto de o esforço de consolidação orçamental não poder

ser feito “asfixiando a atividade económica do País como

o Governo PSD+CDS tem vindo, erradamente, a fazer”.

Pita Ameixaouve

empresáriosda restauração

IPBeja suspendereceção aos novos alunos

O Instituto Politécnico de Beja decidiu

“suspender simbolicamente” todas as

atividades integradas no período de

receção aos novos alunos. A decisão,

anunciada em comunicado pelo seu

presidente, Vito Carioca, deve-se

à “doença súbita”, na quarta-feira,

dia 26, de uma das estudantes do

estabelecimento durante os rituais da

praxe, que a levou a receber assistência

no Hospital de Beja. Uma “infelicidade”

que “coincidiu” com o início do seu

percurso no ensino superior, “ainda

que dele se encontre dissociado”,

assegura o responsável, defendendo que

a situação merece de todos “respeito”,

“reserva” e “discrição”. O IPBeja

concentra agora “esforços, energias e

recursos, institucionais e especialmente

humanos, no apoio e solidariedade que

agora são preferencialmente dedicados

à aluna e à sua família, bem como a

todos os seus colegas”. Entretanto, no

dia seguinte à indisposição da aluna

em plena praxe, o curso de Gestão

de Empresas, da Escola Superior de

Tecnologia e Gestão, com o apoio das

associações de estudantes das escolas

do IPBeja e dos órgãos que regulam

a atividade da praxe em Beja, veio

isentar-se da culpa que publicamente

lhe foi imputada. Garantindo que a

colega não executou qualquer tipo de

esforço físico ou foi sujeita à prática de

qualquer praxe psicológica, estando

apenas a cantar com os restantes colegas

e tendo sido prontamente auxiliada

assim que disse estar a sentir-se

indisposta.

População de Odemiraparticipa no orçamento

A população do concelho de Odemira

pode escolher e votar, desde segunda-

-feira, dia 1, as 22 propostas finalistas

do Orçamento Participativo. As

propostas mais votadas, até ao

montante global de 500 mil euros, serão

incluídas no orçamento municipal

do próximo ano, informa a câmara

municipal, acrescentando que “a

população apresentou propostas para

projetos de investimento no território

odemirense, de interesse coletivo, que

vão desde construção e recuperação de

equipamentos desportivos, culturais e

sociais, requalificações urbanas, rede

de pontos wireless”, até “projetos de

sustentabilidade ambiental”. A votação

das propostas finalistas acontecerá

ao longo do mês de outubro, tanto

on line, no sítio do município, como

presencialmente, no Balcão Único

ou na mesa de voto itinerante que irá

deslocar-se às freguesias.

Vinte e uma entidades do Baixo Alentejo reuniram-se esta terça- -feira, 2, nas instalações do Nerbe,

em Beja, e tomaram uma posição conjunta face às recentes decisões governamentais sobre a concessão da A26 / IP8 e IP2, anun-ciando um conjunto de ações envolvendo as populações, nomeadamente “uma marcha lenta” neste itinerário, agendada para o pró-ximo dia 27, e uma visita às obras interrom-pidas, já na próxima quinta-feira, 11.

Num documento subscrito pelos pre-sidentes da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), José Maria Pós-de-Mina, do Núcleo Empresarial da Região de Beja (Nerbe), Filipe Pombeiro, e da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva, fica claro que a região considera “negativas” tais

opções por não corresponderem aos in-teresses do território, ou do País, quando se “abandonam investimentos em curso, com os prejuízos daí decorrentes em ter-mos financeiros e em termos de segurança do trânsito”.

Os subscritores reafirmam também “a necessidade de qualificação do IP8 entre Sines e Vila Verde de Ficalho” e defendem que, no imediato, “deve ser aproveitado o canal e a plataforma da A26 para o efeito, ao mesmo tempo que deve ser completada a qualificação do IP2”. Esta tomada de po-sição, continuam, será dada a conhecer ao secretário de Estado dos Transportes e Comunicações e ao presidente das Estradas de Portugal, através de reuniões a solicitar, que serão também uma opor-tunidade para “obter informação concreta

sobre o conteúdo do acordo de renegocia-ção da concessão”.

O mesmo documento chama a atenção para a “necessidade da adoção de um plano de qualificação da rede viária da região” e declara que as três entidades promotoras desta reunião em Beja, a Cimbal, o Nerbe e a Turismo do Alentejo, vão constituir “um grupo coordenador” das ações agendadas, nomeadamente a visita às obras, de dia 11, e a marcha lenta, prevista para 27.

Vários municípios (Moura, Ferreira do Alentejo, Ourique, Cuba, Almodôvar, Grândola, Beja, Serpa, Barrancos, Vidigueira, Alvito e Castro Verde) e enti-dades como a Faaba, a ACOS, o IPBeja, a União de Sindicatos e a Associação do Comércio do distrito de Beja estão entre os subscritores do documento.

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Última Assembleia Municipal de Beja chegou ao nível das “agressões”

Candidatura ao PAEL não seguiu e estalou o verniz

entre eleitos O prazo de apresentação da candida-tura ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL) por parte da Câmara de Beja terminou ontem, quinta-feira. E o documento não seguiu. Já chumbado em Assembleia Municipal, pela maio-ria CDU e BE, não voltou a ser discutido em sessão extraordinária, como pre-tendiam os socialistas.

O Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), cuja proposta de candidatura do executivo de Beja

foi chumbada no passado dia 24 de setem-bro, em reunião da Assembleia Municipal, pela maioria CDU e BE, continua a acender os ânimos nos órgãos do governo local be-jense. Esta segunda-feira, 1, em nova reu-nião da assembleia, o clima de tensão parece ter passado das marcas. Os trabalhos fo-ram suspensos por falta de quórum durante a votação de um requerimento do PS para uma Assembleia Municipal extraordinária até dia 3, quarta-feira, onde seria discutido de novo o PAEL. Mas os eleitos da CDU e do BE abandonaram a sala no momento da vo-tação. No final, já à porta da Biblioteca de Beja, onde havia decorrido a sessão, Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, disse ter sido “agredido” por Miguel Ramalho, vereador da autarquia, eleito pela CDU. Reagindo à alegada agressão, Pulido Valente “ripostou” e Miguel Ramalho terá pedido desculpa, dizendo que “foi sem que-rer”. Mas, como confessou a uma rádio local o presidente do executivo, “jogar o pé às ca-nelas de uma pessoa não é sem querer”. Para Pulido Valente, Miguel Ramalho terá ficado “bastante mal disposto” quando lhe foi re-cusada a permissão para falar. Já o vereador da CDU assume que houve um “episódio” à porta da biblioteca mas considera que as pessoas presentes podem testemunhar que não foi ele o agressor. Pulido Valente está “completamente desesperado” e “trans-forma uma situação em que foi agressor, em vítima”, disse.

Entretanto foi já convocada uma nova reunião para segunda-feira, dia 8, pelas 17 horas, que dará continuidade à reunião

ordinária de 24 de setembro, mas a discus-são do PAEL já não constará da ordem de trabalhos. É que o prazo de apresentação da candidatura por parte da Câmara de Beja terminou ontem, quinta-feira.

Na última sexta-feira, dia 28, a Câmara Municipal de Beja ainda fez distribuir uma informação aos munícipes em que justi-ficava a candidatura, na ordem dos qua-tro milhões de euros, como uma “possibili-dade” de “poder pagar a totalidade da dívida aos fornecedores e outros credores, permi-tindo assim que estes possam fazer face aos problemas que atravessam devido à crise e libertando a autarquia para responder mais rapidamente às necessidades do concelho”.

Uma medida censurada publicamente pelos eleitos da CDU em Beja, que acusam o executivo socialista de “utilizar meios do município para, numa postura claramente de cariz político-partidário denegrir” a sua posição e, por outro lado, “iludir a popula-ção do concelho sobre as verdadeiras con-sequências que teria a adesão do município” a este plano. Ao “tentar forçar a adesão” ao empréstimo, o executivo de Beja, conti-nuam, “está na prática a aceitar intromis-sões e imposições inaceitáveis e perda de autonomia do poder local, para além de ser injusto resolver problemas financeiros das autarquias prejudicando gravemente todos os cidadãos”.

Por seu turno, a concelhia de Beja do PS “lamenta o abandono”, por parte dos eleitos da CDU e BE, dos trabalhos na Assembleia Municipal de segunda-feira, apelidando a atitude de “boicote dogmático que não serve os interesses dos munícipes nem o conce-lho”. “Era fundamental a aprovação da re-alização de uma Assembleia extraordinária a tempo de reapreciar a proposta de adesão do município de Beja ao PAEL, já que após a apreciação do passado dia 24 setembro foi conhecido um novo dado: a taxa do em-préstimo, que se sabe agora ser de 2,69 por cento”, consideram os socialistas, concluído que se trata “de uma alteração significativa que coloca em causa a vontade manifestada pela Assembleia, podendo mesmo ter vi-ciado a vontade de deliberação da mesma”.

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Polo do Conservatório altera trânsito em Castro O sentido do tráfego na zona que envolve o edifício da Fábrica da Artes, em Castro Verde, passou a sofrer alterações desde segunda-feira, 1, dia em que foram aí inauguradas as novas instalações do polo local do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. As alterações são mo-tivadas por “questões de ordenamento e de segurança do tráfego

automóvel e pela previsão do aumento do número de peões, princi-palmente crianças e jovens”, informa a autarquia. As mudanças mais significativas ocorrerão na rua Dr. António Francisco Colaço, cuja circu-lação passa a fazer-se apenas no sentido descendente, e na rua de São Sebastião, com o trânsito a circular no troço entre a travessa da Fábrica e a rua do Poço.

A Câmara Municipal de Cuba deliberou, por unanimidade, que,

“a título excecional” , irá deferir para o ano letivo 2012/2013 os

pedidos para apoio em cantina escolar para os alunos integrados

no 1.º escalão de rendimentos dos Apoios de Ação Social Escolar.

E também “isentar os alunos do ensino pré-escolar do pagamento

de qualquer comparticipação familiar”, o que garantirá o

“acesso a uma refeição que se considera fundamental para o

seu regime alimentar”. Em nota de imprensa a vereadora da

Educação, Maria Teresa Calado, acrescenta que tal medida visa

“apoiar os agregados familiares mais carenciados”, “combater a

exclusão social e o abandono escolar” e, deste modo, “promover

a igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolar”.

Cuba isenta alunos do

pagamento de almoço

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Ao fim de nove mandatos consecutivos

João Rocha abandona Câmara de Serpa

O histórico presidente comunista da Câmara de Serpa, João Rocha, anunciou no último domingo que

abdicará do cargo ainda durante o presente mês. Ao fim de mais de três décadas à frente dos destinos da autarquia serpense, na hora da despedida, Rocha informou os seus ca-maradas de partido que era “chegada a hora” e que era “tempo de fechar um ciclo”.

O anúncio da suspensão do mandato do autarca de Serpa decorreu durante um al-moço concelhio da CDU que juntou, na-quela localidade, cerca de 500 militantes. Um convívio que contou com a presença de João Dias Coelho, membro da Comissão Política do PCP e responsável deste partido pelo Alentejo. O que leva a suspeitar que a carreira autárquica de João Rocha, que está impedido por limite legal a recandidatar-se em Serpa, poderá prosseguir noutro conce-lho vizinho.

Há já algum tempo que vem sendo venti-lada a hipótese de João Rocha vir a encabe-çar a lista da CDU em Beja, nas eleições de

outubro de 2013. Numa corrida onde tam-bém têm vindo a lume os nomes do atual presidente da Câmara de Moura, José Maria Pós-de-Mina, e do presidente da Assembleia Municipal de Beja, Rodeia Machado.

Aos 61 anos, João Rocha diz que sai da autarquia serpense em tempo certo e com o “sentimento de dever cumprido”. Em entre-vista concedida ao “Diário do Alentejo” há precisamente um ano atrás, Rocha não es-condeu a possibilidade de se manter ativo na política regional. Ideia reforçada agora por João Dias Coelho que, no almoço da CDU em Serpa, garantiu que o PCP conta com João Rocha para todos os combates que se possam colocar, “sejam eles sociais, cul-turais, políticos ou eleitorais”.

João Rocha deixa em Serpa “uma equipa que vai garantir a continuação das políti-cas traçadas”. Tudo aponta que essa equipa passe agora a ser liderada pelo atual vice--presidente, Tomé Pires. E que seja este o candidato da CDU em Serpa, nas próximas Autárquicas.

Serpa Presidente da Câmara suspende mandato e abre portas a uma candidatura a Beja

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Margens de lucro descem

Farmácias em risco

A consecutiva redução do preço dos medicamen-tos e a “degradação” das margens de lucro estão a conduzir muitas farmácias a situações difíceis. A

Associação Nacional de Farmácias (ANF) deu entretanto início a uma ação de sensibilização convidando as farmá-cias a explicar aos seus utentes “as dificuldades enfrenta-das” pelo setor e a alertar para o “risco de 600 farmácias poderem encerrar durante 2013”.

O diretor técnico da farmácia Central, de Beja, uma das que aderiu à iniciativa, diz ao “Diário do Alentejo” que a popula-ção se tem mostrado solidária com a situação atual das farmá-cias: “Há estudos que preveem que para o ano que vem cerca de 600 farmácias possam entrar em insolvência, ou seja, fechar, o que é grave. As pessoas ficam sensibilizadas porque têm receio que a sua farmácia possa ter esse destino”, acrescenta. “As mar-gens de lucro baixaram muito de repente e como também assis-timos a uma baixa sucessiva dos preços dos medicamentos as coisas tornam-se complicadas. Neste momento a grande parte dos medicamentos que têm mais procura e mais prescrição por parte dos médicos está a preços muito baixos”, acrescenta João Carlos Almeida, chamando a atenção para o facto de o funcio-namento das farmácias, e no caso concreto da que dirige, acar-retarem custos “bastante elevados”.

“Nós temos uma estrutura de custos bastante elevada há já alguns anos. Temos pessoal especializado, estruturas físicas que requerem cuidados de manutenção, todo um conjunto de leis que nos impõem determinadas situações que têm os seus cus-tos. Ora esses custos mantém-se ou aumentam, enquanto que os proveitos das farmácias são cada vez menores”. Perante este cenário, diz o responsável, resta “gerir a farmácia com muito cuidado, dia a dia”. “Infelizmente não se podem fazer grandes planos porque as margens de lucro são muito estreitas. O futuro não está muito famoso para a nossa área em geral”, conclui.

“Todas as farmácias têm problemas, umas mais do que ou-tras consoante a sua gestão e a farmácia em si, porque houve uma baixa muito acentuada do preço dos medicamentos, que se tem vindo a verificar há algum tempo, e este ano acresce a redução das margens. O lucro bruto das farmácias, digamos assim, diminuiu bastante”, diz, por sua vez, Isabel Pelica, di-retora da farmácia Fonseca, também em Beja. Como não tem compromissos com a banca, “para já”, adianta, a situação da sua farmácia “mantém-se”. “Está tudo na mesma, os funcio-nários mantêm-se, não perderam regalias, a não ser, claro, as inerentes à nova legislação. Mas o panorama para as farmá-cias não é muito famoso, naturalmente. As farmácias que têm mais funcionários, que fizeram investimentos e que têm que cumprir perante a banca, sentirão mais dificuldades”.

Mariana Paisana, diretora técnica da farmácia Silveira, também localizada na cidade, refere, por seu turno, que a dimi-nuição brusca das margens de lucro, “que são estipuladas pelo Governo”, dificulta “a gestão da própria farmácia”. “Uma pes-soa no início do ano faz um orçamento para uma coisa e algum tempo depois esse orçamento já não serve. De repente baixam as margens, não é uma coisa contínua, não é feito de forma su-ave, é uma descida brusca e isto, claro, dificulta o trabalho”. NP

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“Ferreira Solidária” com música, debate e gastronomia A iniciativa “Ferreira Solidária”, da responsabilidade da câ-mara municipal e da Associação de Desenvolvimento Terras do Regadio, vai andar pelo concelho de Ferreira do Alentejo até ao próximo dia 12, com um programa que inclui música, teatro, gastronomia e ainda atividades nas áreas do desporto, saúde e agricultura. Para hoje está prevista uma noite de baile, a partir das 22 horas, na Casa do Povo, e, para amanhã, sábado, uma tarde preenchida com cante alentejano, pelos grupos Alma Nova e Rosas de Março, e com o colóquio “Associativismo na caça e a gestão dos efetivos cinegéticos”. De tarde, a partir das 17 horas, decorrem várias atividades para assinalar o aniversário do Moto Grupo de Ferreira do Alentejo.

Do visconde da Ribeira Brava, no final do século XIX, até ao atual Manuel

Narra, passando por Carlos Goes, no pós-25 de Abril, o município de

Vidigueira faz uma retrospetiva de quem governou os seus destinos,

através de uma exposição “evocativa e de homenagem”. A mostra é

inaugurada hoje, Dia da Implantação da República, no edifício dos

paços do concelho, e tem por título “Presidentes na História Local”.

Município de Vidigueira homenageia

antigos presidentes

Produtos alentejanos “saboreados” em Lisboa e Porto

Os produtores do Algarve e do Alentejo vão marcar presença na

terceira edição do Mercado dos Sabores, entre hoje, sexta-feira, e até

domingo, 7, na Alfândega do Porto, e entre os próximos dias 12 e

14, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. A iniciativa é organizada pelo

hipermercado Continente com o objetivo de “apoiar a produção

nacional” e nela o território alentejano vai estar representado

por marcas como Carnalentejana, Montaraz, Barrancarnes e

Queijaria Guilherme (talho e charcutaria); Fermentopão (padaria/

/pastelaria); Iberian Salads; e Vale da Rosa (frutas e legumes).

Festival Alentejo das Gastronomias Mediterrânicas em Portalegre

O Festival Internacional Alentejo das Gastronomias

Mediterrânicas, cuja edição anterior se realizou em Beja, vai

este ano ter lugar em Portalegre, entre os próximos dias 17 e 21.

O evento, que elege como tema central o azeite, é organizado

pela Turismo do Alentejo, ERT e arranca com a conferência

internacional “Olivoturismo: um novo produto turístico para o

Alentejo”, que espera a presença de vários especialistas nacionais e

internacionais. A Festa das Gastronomias Alentejanas e a Semana

das Comidas de Azeite são outras das componentes deste festival.

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Luto Farmácias lutam pela sobrevivência

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Dia Mundial do Professor

Em defesada escola pública

Beja, à semelhança do que acontece um pouco por todo o País, assinala hoje o Dia Mundial do Professor, iniciativa,

esta, que, segundo o Sindicato de Professores da Zona Sul, “este ano ainda se reveste de mais importância”, até porque é preciso dig-nificar a profissão e continuar a luta pela de-fesa da escola pública de qualidade.

Em Beja a data vai ser assinalada com uma concentração de protesto e com a pin-tura de um mural, pelas 10 horas, na rua Pedro Vítor. As iniciativas, que deverão de-correr durante todo o dia, pretendem pro-mover e valorizar a profissão docente e de-fender a escola pública.

“Este é um dia extremamente signifi-cativo para os professores, mas também para a defesa da escola pública, ainda mais quando assistimos à aplicação de políticas que colocam cada vez mais em risco a sua continuidade”, defendeu, em declarações ao “Diário do Alentejo, Maria da Fé Carvalho, do Sindicato de Professores da Zona Sul.

Para a docente, “é necessária a colabora-ção e a luta de todos, para que possa prevale-cer um ensino de qualidade” e, neste sentido, o sindicato tem apelado à “mobilização de to-dos os docentes, mas também da população”. “Temos chamado a atenção para a importân-cia da participação nas comemorações que assinalam neste dia. A data, 5 de Outubro,

feriado nacional, cola-se a um fim de se-mana e sabemos que é um dia mais compli-cado para alguns, que aproveitam para estar, por exemplo, com a família. É de realçar, no entanto, que esta iniciativa vai acontecer um pouco por todo o País e que há assim a opor-tunidade de muita gente participar”.

A esta iniciativa vão ainda juntar-se ou-tras, como a marcha contra o desemprego, e Maria da Fé Carvalho acredita, assim, que “os docentes podem dispersar-se por vá-rias ações, mas que vão participar e assina-lar, sem dúvida, este dia”, que, em sua opi-nião, “este ano ainda se reveste de maior importância”. “Por tudo o que assistimos é um ano especial, é um ano onde não nos po-demos esquecer que se verificaram ainda mais reduções”, considerou, lembrando que “em algumas escolas ainda havia professo-res por colocar”.

“Reforçar a consciencialização da popu-lação para a importância da escola pública é também, sem dúvida, uma das ideias que se pretende assinalar neste dia. Esta não é uma luta só dos docentes, é uma luta de todos”, frisou Maria da Fé Carvalho. Até porque, para o Sindicato de Professores da Zona Sul, “a defesa de uma educação de qualidade deve ser defendida por todos, sem exceção, porque os alunos de hoje serão os homens e as mulheres de amanhã do País”. BS

Ações de informação para idosos em Aljustrel Decorrem desde o início do mês, no concelho de Aljustrel, diversas ações de informação sobre segurança, saúde e apoio social dirigidas a idosos, profissionais, cuidadores e população em geral. A organização é da Rede Social do Concelho de Aljustrel e surge no âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, envolvendo como dinamizadores militares da GNR, profissionais do centro de saúde local e técnicos da Segurança Social e da Câmara Municipal. A próxima sessão, agendada para dia 10, decorre no Centro de Convívio de Vale d’Oca.

Outubro foi decretado o Mês do Idoso em Vidigueira, com um leque variado

de atividades previstas para as várias freguesias, de Alcaria a Vila de Frades,

incluindo a entrega de medicamentos comparticipados. Na vila, sede de concelho,

os mais maduros vão passear a Fátima (dia 7), ver teatro (dia 9), ouvir “Memórias

Contadas” (dia 12), assistir a uma sessão informativa sobre teleassistência (dia

16), participar numa oficina de dança (dia 18) e, para finalizar em grande,

regressar aos velhos tempos dos bailes, numa matiné dançante (dia 30).

Vidigueira assinala

Mês do Idosoem todo

o concelho

No passado sábado, dia 27 de se-tembro, assina lou-se o Dia Internacional do Turismo. A

Entidade Regional de Turismo do Alentejo assinalou a data com o lançamento de um canal personalizado de vídeos no Youtube, mais uma achega para a “importante aposta” na promoção da região, como disse ao “Diário do Alentejo” Ceia da Silva, pre-sidente do organismo.

AntónioCeia da SilvaPresidente da ERT Alentejo

Alentejotem página oficialno Youtube

Dia 27 de setembro comemorou-se o Dia

Mundial do Turismo. Como assinalou a re-

gião a data?

Nós temos feito uma grande aposta no on line. Somos, a liás, a região de Portugal que trabalhou de forma pio-neira a área do web-marketing, e, nome-adamente, fomos os primeiros a ter uma página personalizada no Facebook, que é aquela, de todas as regiões, a que tem mais fãs. Nessa data lançámos uma pá-gina personalizada no Youtube e a ver-são mobile da página da ERT Alentejo na Internet.

Qual a importância destes novos canais de

divulgação?

Temos noção que cerca de 70 por cento das pessoas vêm filmes dos destinos antes de viajar e 90 por cento fazem pesquisas on line, e até decidem aí os itinerários de viagem, portanto, para nós, a aposta nesta área é muitíssimo importante.

Agora, que já entrámos no outono, já é

possível fazer um balanço do verão turís-

tico alentejano?

Com todos os perigos que a estatís-tica encerra, e correndo o risco de não ser verdade para todas as unidades turística, este verão correu bem. O número de turis-tas foi muito idêntico ao do ano passado – que tinha sido o melhor ano de sempre –, mas, de facto, assistiu-se a uma redução no consumo.

Assistiu-se a uma grande queda do tu-rismo de negócio, com evidentes dificul-dades para a restauração, e, obviamente, tendo o Alentejo uma quota muito elevada de turistas dos mercados português e es-panhol (cerca de 83 por cento), dois mer-cados que estão em quebra de consumo, foi, portanto, natural que se ref letisse nos resultados.

No entanto, dada a conjuntura, temos a ideia que em termos de verão foi uma performance positiva. No que diz respeito ao ano, atendendo a que tivemos três anos sempre a subir, 2012 acaba por ser um ano razoável.

O aumento do IVA na restauração também

não ajudou…

Tendo em conta que o peso do mercado interno neste subsetor é muito superior ao do mercado do alojamento, o aumento do IVA veio, de alguma forma, obrigar as fa-mílias portuguesas a mudarem o seu es-tilo de vida, e há, de facto, uma queda visível na restauração. Daí nós termos lan-çado um projeto, que vinha a ser estrutu-rado há algum tempo, no sentido de apoiar os restaurantes, entre outras coisas, inte-grando-os em roteiros enogastronómicos; ajudando-os na elaboração e tradução das ementas, dando-lhes preferência na divul-gação e participação de eventos; ou na área da segurança alimentar e qualidade de serviço.

Já fizemos reuniões em Beja, Serpa, Estremoz, Alcácer, e vamos realizar outras em Sines, Elvas e Portalegre. O nosso obje-tivo é certificar a restauração no Alentejo, dar-lhe qualificação, e criar roteiros gas-tronómicos com ementas tipo e grande di-vulgação on line. AF

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Perfil

“Embora não seja natural do Alentejo,

sinto-me completamente alentejana, pois

cresci em Milfontes e ainda hoje vou lá

sempre que posso. Daí o entusiasmo com que

aceitei ser madrinha da praia das Furnas”.

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A atriz Sofia Duarte Silva foi madrinha da praia das Furnas

Milfontes, princesa do Alentejo

Por volta de 1978, um casal formado por um médico e uma professora trocou o Barreiro por Vila Nova de

Milfontes. No sudoeste alentejano começa-ram uma vida nova, com a tranquilidade e o ar puro que lhes faltava na industriali-zada cidade da margem sul. Com eles tra-ziam uma filha, nascida no ano anterior, que é hoje a atriz Sofia Duarte Silva.

“Embora não seja natural do Alentejo, sinto-me completamente alentejana, pois cresci em Milfontes e ainda hoje vou lá sempre que posso”, afirma Sofia. “Daí o entusiasmo com que aceitei ser madri-nha da praia das Furnas”. Na sua opinião, “o concurso 7 Maravilhas foi uma grande promoção do sudoeste alentejano, dando a conhecer a qualidade das praias da re-gião e também as pessoas que lá vivem. A adesão do público notou-se no resultado final. Viu-se que as pessoas votaram com o coração”.

Sofia viveu e estudou em Milfontes até ao 10.º ano. Depois foi para Lisboa, onde frequentou os dois últimos anos do ensino secundário. Ser atriz não es-tava ainda nos seus planos: “De facto, não pensava em ser atriz. Prova disso é que quando acabei o secundário entrei para o curso de Matemática Aplicada, na Faculdade de Ciências de Lisboa. A minha família sempre gostou de artes – o meu irmão desenha muito bem e o meu pai canta maravilhosamente –, mas nunca me passou pela cabeça represen-tar. Quanto muito pensava em cantar, mas não como profissional.”

O gosto pelo canto levou-a a prestar provas para o Coro da Universidade de Lisboa. “Por azar, ou por sorte, o maes-tro faltou nesse dia. Mas fui ouvida por um violinista que me aconselhou a inscre-ver-me no Conservatório”. Sofia seguiu o conselho, sem imaginar que daí resulta-ria uma reviravolta na sua vida. “Quando procurava a secretaria do curso de Canto, no Conservatório, en-trei por engano na secreta-ria da Escola Superior de Teatro e Cinema, e isso levou-me a mudar de ideias. Inscrevi-me, fiz as provas para o curso de Formação de Atores e entrei. No ano seguinte entrei para o curso de Canto, e assim acabei por tirar as duas formações.”

Sofia tinha dúvidas sobre o caminho a

A atriz Sofia Duarte Silva foi madrinha da praia fluvial das Furnas, que

venceu, na sua categoria, o concurso 7 Maravilhas – Praias de Portugal.

Para isso contribuiu a beleza natural da praia, mas também a simpatia

da madrinha e a sua ligação afetiva às Furnas. Apesar de não ter nascido

no Alentejo, Sofia cresceu em Vila Nova de Milfontes e diz-se “completa-

mente alentejana”.

Texto Alberto Franco

Reis.” A série sobre a vida do genial bur-lão passou na RTP com grande sucesso, e o nome de Sofia Duarte Silva populari-zou-se junto dos telespetadores.

Seguiram-se anos de trabalho in-tenso. Sofia voltou a trabalhar com Moita Flores em mais duas séries, “O Processo dos Távoras”, na qual deu vida à rainha D. Maria Pia, e “A Ferreirinha”. Trabalhou em duas novelas “Nunca digas Adeus” e “Tudo por Amor”, e na série “Morangos com Açúcar”, exibidas na TVI. No tea-tro, participou em espetáculos como “A Canção de Lisboa” e “My Fair Lady”, de Filipe la Féria, e em peças musicais infan-tis. À margem da representação fez publi-cidade, dobragem de filmes e de jogos do computador.

Entre a televisão e o teatro, o que pre-fere Sofia? “Fazer televisão é como prati-car bungee jumping, aquele desporto ra-dical em que saltamos no espaço, presos por uma corda elástica. Tal como no bun-gee jumping, na televisão andamos para cima e para baixo. Podemos estar para-dos, mas temos de ter a personagem pre-parada para entrar em ação quando for preciso. O teatro exige uma disponibili-dade diferente, um tempo de preparação e maturação muito próprio. Faz-nos sentir emoções diferentes. Fazer teatro é como estar apaixonada, aquelas borboletas na barriga, o coração a saltar…”

Além do curso de Formação de Atores, Sofia fez um workshop de Teatro Musical na Guildford School of Acting, perto de Londres. Esta sólida preparação profis-sional permite-lhe dar aulas a jovens can-

didatos a atores. “Lecionei Expressão Dramática e Teatro no Colégio do

Ramalhão, para turmas do 10.º e 11.º anos. Também dei aulas da

disciplina de Voz no curso de Artes do Espetáculo, na Escola Secundária Passos Manuel”.

A escrita ocupa um lugar importante na vida de Sofia Duarte Silva. Em parceria com Paulo Duarte Ribeiro, escreveu “É Por Aqui”, “uma comédia em 15 ske-tches que aborda o tema do relacionamento entre as pessoas. Neste mo-mento estamos a pre-parar outro espetá-culo, que se estreará em Milfontes, no fi-nal de outubro”.

seguir. “Nessa altura, não tinha um grupo de amigos com os quais pudesse formar um grupo de teatro. Ao mesmo tempo, sentia-me mais virada para a literatura,

para a escrita criativa, para a drama-turgia. Então decidi continuar a estu-dar e inscrevi-me no curso de Português-Inglês, na Universidade Nova”.

O acaso voltou a ser determinante. “Vi um anúncio no jornal a pedir coristas para o cabaré da série ‘Alves dos Reis’, de Francisco Moita Flores. Depois de fazer

dois castings, fui escolhida para o pa-pel de Luísa, a mulher de Alves dos

ade das praias da re-ssoas que lá vivem. Aotou-se no resultadopessoas votaram com

tudou em Milfontespois foi para Lisboa,s dois últimos anosrio. Ser atriz não es-s planos: “De facto, atriz. Prova disso éo secundário entreiatemática Aplicada,iências de Lisboa. Apre gostou de artesenha muito bem e ovilhosamente –, masela cabeça represen--pensava em cantar,,ssional.”

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OpiniãoPórticosdo desempregoRuy Ventura Poeta e ensaísta

Regressei há dias de férias. Por en-quanto, ainda faço parte do grupo privilegiado cujas férias têm fim. Há quem tenha “férias” intermi-náveis e não saiba o que fazer à vida… Foi um mês de contenção, pois entre os trabalhadores deste País pertenço ao número daque-les que deixaram de ter ordenado dobrado no verão. Não fosse a re-

cente decisão do Tribunal Constitucional – e até pareceria que os únicos beneficiários do regabofe despesista dos últi-mos governos haviam sido os funcionários públicos, entre os quais orgulhosamente me incluo…

Dos poucos passeios que o orçamento familiar permi-tiu, trouxe na memória a rapidez com que agora se circula nas autoestradas. É uma maravilha…, fatal, da nossa idade. Sem dinheiro para o combustível, poucos se aventuram a sair da toca, num tempo de enganos em que a “conjun-tura internacional” é pretexto para aumentar desmesura-damente a gasolina e o gasóleo, mas já não serve para bai-xar os seus preços.

Nem só o preço do alimento fóssil aumentou, contudo, a velocidade de circulação nas vias rápidas. Agora temos so-bre autoestradas uns objetos metálicos novos e algo estra-nhos, chamados “pórticos”, que permitem a circulação ver-tiginosa, sem paragens para pagamento, sem a chatice da saudação a um portageiro. (Serão pórticos do paraíso ou do inferno?) Curiosamente, também nas portagens antigas o elemento humano está em vias de extinção. Aí temos ainda de parar, mas já não damos os “bons dias” a um simpático (ou antipático) cidadão. Temos de lidar, apenas, com uma maquineta que recolhe o carcanhol e agradece com uma voz metálica, gravada.

Não contesto a justiça do princípio do “utilizador-paga-dor” nas autoestradas portuguesas, desde que existam vias

alternativas onde se circule com segurança. Revolta-me con-tudo que o acréscimo de lucro das concessionárias não se tra-duza num retorno social justo, através da criação de um maior número de postos de trabalho. Pagaria a portagem com muito menor azedume se soubesse que esse dinheiro contribuiria para o emprego de um porta-geiro com família.

Nós, contudo, não estamos livres de culpas nesta substitui-ção do homem pela máquina – com consequente aumento do desemprego –, pois deixamo- -nos enganar pelos ardis de um capitalismo desumanizante e esclavagista, quando cedemos ao comodismo e à preguiça. Sempre que usamos uma má-quina para a execução de uma tarefa que poderia ser feita por um semelhante nosso, com a devida remuneração, estamos a contribuir para o despedimento

de trabalhadores úteis, em idade ativa. Se compramos em lojas on line estamos a fechar locais de comércio com rosto, se praticamos todas as operações bancárias no multibanco ou na Internet estamos a despedir pessoas com que nos cru-zamos todos os dias. São apenas dois exemplos.

O desemprego não é apenas um problema dos indivíduos afetados por uma rasteira da vida. É um terramoto social que, mais cedo ou mais tarde, provocará convulsões sociais seríssimas. Sempre que contribuímos para a substituição do homem pela máquina estamos a trabalhar ao lado daqueles que desejam a substituição de seres livres por seres escravi-zados (e, já agora, alienados por uma boca dose de trampa televisiva).

Beja o elegeu, Beja o perdeuLuís Covas Lima Bancário

A paciência começa a esgotar-se. A crueldade do programa de ajustamentos endereça inicia-tivas duvidosas como o supri-mento de subsídios, mexidas no IVA, alterações à TSU, mais taxas e sobretaxas. Medidas geradoras de incentivos para o crescimento económico, com-petitividade e produtividade,

nem vê las. O desemprego dispara a um ritmo alucinante. Entretanto, realizam-se grandes manifestações, sejam de cariz apartidário ou político. O povo sai à rua. São aos mi-lhares. A asfixia e o cinto cada vez mais apertado começam a desesperar quem já não consegue viver. Sobreviver é o es-tigma dos nossos tempos.

A propósito, há mais de um ano e na ressaca dos resulta-dos eleitorais da eleição deste Governo, escrevi nesta coluna uma crónica com o título de “Sustentabilidade”. Falava da necessidade de “(…) um rumo, sem desvios, assertivo nas convicções e decisões e, principalmente, intolerante com in-

definições. (…) Temos de ser competentes, exigentes e rigo-rosos na execução”. Ato de con-trição. O rumo proclamado pa-rece não existir. Os desvios são mais do que muitos, com avan-ços e recuos. As convicções são parcas na sua própria convic-ção. As decisões são sempre no mesmo sentido, um atentado a quem trabalha. As indefinições abundam. A execução é para a troika ver e para o povo sentir e sofrer.

Tudo custa. Mas aquilo que custa ainda mais prende-se com a desertificação ou com aquilo que a promove e que não a contraria. Dizia ainda que “(…) A maior parte das regi-ões refletem a imagem do país. Há a realçar a assimetria entre os grandes centros urbanos e o interior do país eternamente esquecido. Portugal tem que cumprir, não ignorando as suas regiões mais desfavorecidas e

sempre prejudicadas nas opções de investimento, com re-f lexos imediatos ao nível da sua competitividade. É uma luta desigual (…)”.

Na esperança do tangível, não obstante o intangível do alcance das promessas políticas, falei na altura com um certo orgulho no Carlos Moedas, entretanto regressado a Beja, e comentei tópicos de uma entrevista sua a uma rádio local. “(…) a economia enquanto polo aglutinador de opor-tunidades. É efetivamente um fator decisivo para o desen-volvimento. É a mola real para a existência de mercado e dos mecanismos de oferta e procura que lhe são inerentes. Propõe ainda incentivos ao empreendedorismo e à criação de empresas. O emprego será uma consequência”.

“(…) Retive, particularmente, o seu compromisso com investimentos de proximidade traduzidos em acessibilida-des e consequente progresso. Ficou bem vincada a ligação direta de Beja-Lisboa, através do Intercidades, a viabilidade do aeroporto, a concretização do IP8 e a dinamização do tu-rismo (…)”.

Esta crónica “cheira” a plágio. Meus caros leitores, plágio meu sobre uma crónica minha escrita anteriormente neste vosso jornal. É propositado. É para relembrar as promessas confiadas a alguém e que afinal se traduz em ninguém. Beja o elegeu, Beja o perdeu.

Mais um ano letivoManuel António Guerreiro do Rosário Padre

O ano escolar marca o ritmo de qualquer país, pois o futuro de uma sociedade depende da aposta que ela faz na educação. Este facto merecia por si só um amplo e transversal consenso entre todas as forças políticas e a inteira comunidade educa-tiva, de modo a que as opções feitas ou a fazer não se limitas-

sem a uma mera legislatura, mas se prolongassem por um leque de tempo suficientemente vasto que permitisse programar refor-mas a médio e longo prazos.

Há, ainda, duas questões que me preocupam e que gostaria de ver afrontadas com clareza e decisão.

É quase um refrão que se entoa com diferentes tonalidades e acentos que há cada vez menos alunos na escola. Mas porquê? Há uma causa que na minha opinião não tem sido enfrentada com a verdade que deveria: a quebra da taxa de natalidade! Há décadas que a sociedade portuguesa e a Europa em geral caminham para um inverno demográfico de consequências ainda imprevisíveis, mas que vários estudos consideram uma autêntica hecatombe. Mas que fazer? Quem deverá tomar a iniciativa? O Estado, as fa-mílias, a sociedade civil, a Igreja? A ordem não sei qual deverá ser, mas que algo tem de ser feito não há dúvida. Todos não so-mos de mais para darmos o nosso contributo e encontrarmos caminhos de solução e de esperança, e sem crianças, sem a in-versão de uma mentalidade que parece temer a vida humana en-quanto se entretém com questões secundárias, não há futuro. As pessoas não são coisas, nem números, nem meios.

Outra questão que me deixa particularmente preocupado é a desertificação do interior do nosso país. A teimosia em ex-trair, amputar tudo aquilo que é sinal de vida, e a escola é um desses sinais, está a ter consequências dramáticas no esva-ziamento, na morte anunciada, de uma parte significativa de Portugal? Não será tempo de parar, refletir e inverter a mar-cha? Aprendamos também com as boas práticas de alguns pa-íses europeus!

Apesar de tudo, creio que ainda há lugar para a esperança!

Há mais de um ano e na ressaca dos resultados eleitorais da eleição deste Governo, escrevi nesta coluna uma crónica com o título de “Sustentabilidade”. Falava da necessidade de “(…) um rumo, sem desvios, assertivo nas convicções e decisões e, principalmente, intolerante com indefinições. (…)Ato de contrição. O rumo proclamado parece não existir.

Não contesto a justiça do princípio do “utilizador-pagador” nas autoestradas portuguesas, desde que existam vias alternativas onde se circule com segurança. Revolta-me contudo que o acréscimo de lucro das concessionárias não se traduza num retorno social justo, através da criação de um maior número de postos de trabalho.

António Borges lamenta que haja quem pense que é preciso ter em consideração a vontade dos cidadãos. De pessoas mal vestidas, com hipotecas, se calhar comunistas. António Borges acha que essa chatice só vem complicar a aritmética. José Vítor Malheiros, “Público”, 2 de outubro de 2012

14 JOÃO ROCHA, ao fim de mais de três décadas à frente dos destinos da Câmara de Serpa, anunciou este domingo a sua renúncia ao

mandato. É a aguardada saída de um dos mais antigos autarcas do País. Que deixa a sua marca em Serpa e abre caminho ao seu sucessor natural, Tomé Pires. No ar fica algum alvoroço em relação ao seu futuro político. Muitos esperam-no no próximo concurso eleitoral em Beja. Outros nem por isso. Mas não deixa de ser um dos pesos pesados do PCP na região. PB

O Governo de Pedro Passos Coelho está a dar mau nome à democracia. E o PSD, o CDS e o PS estão a dar mau nome aos partidos. Vamos reparar só quando for tarde de mais? José Vítor Malheiros, “Público”, 2 de outubro de 2012

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Mas o que António Borges não percebe é como a vontade dos cidadãos, dos trabalhadores, dos patrões, possa ser incluída na equação quando se trata de tomar uma decisão política. O que António Borges não percebe é aquela coisa chamada democra-cia. José Vítor Malheiros, “Público”, 2 de outubro de 2012

15No final da última reunião da Assembleia Municipal de Beja o vereador da CDU, MIGUEL RAMALHO, terá agredido

fisicamente o presidente do município, PULIDO VALENTE (PS). A política em Beja está num processo de degradação nunca visto. A violência verbal subiu a um tom inaceitável. E agora chegaram a vias de facto. É por estas e por outras que as pessoas se desligam da política e dos partidos. E é com estas que a CDU continua a dar tiros nos pés. PB

A ministra da agricultura esteve esta segunda-feira na inauguração de uma nova unidade agroindustrial, em Serpa. Perante um coro

de protestos no local e uma forte mobilização das associações do setor, ASSUNÇÃO CRISTAS passou pelo Alentejo sem uma única palavra sobre o Alqueva. Numa altura em que se intensifica a luta dos agricultores pela gestão da água no novo perímetro de rega. Medida que não agrada ao único acionista da EDIA, o Estado, e que ainda vai fazer correr muita água. PB

Aindaa crise dofutebolregional(e não só)José Ramos Charneca da Caparica

Como sabemos, continua a crise em to-dos os setores da vida social, política, económica. Por tudo isto “ao fim de pouco mais de um ano de governo, as-sistiu-se à maior manifestação que há na memória regente”, como alguém es-creveu em meados de setembro, num jornal. E realmente “há os que tudo fa-zem para se manterem no poder e os que tudo fazem para irem para o po-der”. Ambição, egoísmo, materialismo, não pode faltar. Sabedoria, compre-ensão, justiça, humildade, faltam com certeza.

Como também outra pessoa escre-veu, “desde sempre, a luta contra a in-justiça tem sido a grande impulsio-nadora de mudança social. A base da sociedade é a justiça!”

Mas também no desporto há tre-mendas injustiças e não só nas arbi-tragens. Assim, como os governos no nosso País, (que se dizem democráticos e sociais) e concordam com chefes e pa-trões, dão ordenados e pensões exorbi-tantes ou excessivas a uns, e depois dão a outros, que não merecem menos, ven-cimentos e reformas de miséria, tam-bém os clubes desportivos (é de pasmar) não são nada justos nem sábios quando pagam a uns jogadores dinheiro a mais, faltando por vezes a outros jogadores que recebem menos! E dentro das qua-tro linhas do terreno muitas vezes não se nota diferença alguma nos atletas com mais nome, daqueles menos co-nhecidos. Estes até trabalham com a sua boa vontade para os companhei-ros de equipa, aqueles são quase sem-pre mais individualistas, mais egoístas, perdendo por isso jogadas que podiam dar mais golos.

Por vezes somos maus e injustos até para quem gostamos, para os nossos fa-miliares. A meu ver a Associação de Futebol de Beja não teve consideração alguma e foi injusta para com cinco clu-bes seus filiados. Sim, os cinco que fica-ram na II Divisão. Quatro clubes dessa divisão subiram para que a I Divisão ficasse completa com o número de 14 clubes.

Depois, dada a escassez de clubes na

divisão secundária, informou que não se disputava o próximo campeonato. Tem razão o Messejanense no seu pro-testo. Depois de gastar de suas fracas verbas para poder fazer uma boa prova, foi informado, como os outros quatro clubes, que não haveria campeonato! Mas será que o número de clubes na I Divisão Distrital de Beja é inalterável? Nunca poderá ser mudado ou alterado?

Lembremos que até no principal campeonato do nosso futebol, desde 1934/35, o número de clubes tem so-frido alterações conforme determina-dos interesses e conveniências… Assim a AFB teve muito tempo para resolver o problema, sem ter que pôr cinco dos seus clubes na inatividade (na categoria de seniores, claro). Bastaria incluir os 19 clubes na mesma categoria ou uma só divisão. Se este número obriga a muitas jornadas (36) seriam divididas em duas zonas – oriental e ocidental – conforme a localidade das equipas. Assim até ha-veria menos gastos nos transportes.

Depois seria resolvido quantos clu-bes iriam à segunda fase, os melhores de cada zona, para apurar o campeão que subirá à futura 2.ª Divisão nacional.

Sabe-se que uma das causas da 3.ª Divisão nacional acabar tem a ver com as enormes viagens. Em compa-ração, os clubes do nosso distrito, o maior de Portugal, e que vivem com a ajuda da carolice de alguns apaixo-nados, a associação devia dar mais fa-cilidades, senão vai perdendo mais clubes. O calendário da próxima época está feito. Como será depois?

“Numacidadeacordada,uma biblioteca sem sono”Manuel Dias Horta Beja

Sou um assíduo frequentador e um vi-ciado utente da biblioteca da nossa ci-dade, de que outros também são. Excluindo domingos e feriados, lá faço uma peregrinação diária. Costumo che-gar antes da sua abertura ao público e até lá deleito-me a contemplar aquele grande edifício, pintado de branco, de grandes janelas e medito na grande riqueza que aquelas paredes encer-ram. Olho para a larga escadaria e não me atrevo a subi-la, sei que as minhas

pernas não me oferecem a garantia de sair de lá, inteiro.

Recorro, então, à porta das trasei-ras. A fechadura elétrica que a comanda há três semanas que está avariada (no momento em que escrevo foi lá colo-cada outra, mas que também não ofe-rece garantia).

Lá dentro ocupo uma mesa entre as estantes, embora a minha preferida seja outra que está rodeada de dicionários e enciclopédias. Estico o braço, abro a mão e aleatoriamente abre-se uma pá-gina que eu não conhecia. Fico mais rico!

Quantas vezes terei palmilhado os corredores entre as estantes? Quantas vezes terei lido nas lombadas daque-les livro os seus títulos e no interior excertos dos seus conteúdos? Não sei. Mas sei que mesmo de olhos venda-dos irei parar à zona onde repousa Eça de Queirós, o indelével Padre Amaro, a infeliz Améliazinha, o Carlos dos Maias, o Bazílio de Brito, de quem não gosto, nada. Leiria, Lisboa, abades, pa-dres e vigários. Um pouco antes e na mesma estante, Camilo. O seu riquís-simo vocabulário, amores e desamo-res e o ódio ao Marquês de Pombal. Na estante de cima, sua excelência Miguel Torga. Aqui, não resisto, saco um dos volumes do diário e relei-o. A força do verbo e a rusticidade da pala-vra deste transmontano, contagia-nos. Cruzo-me com Virgílio Ferreira e a sua Manhã Submersa, já há anos que lhe tinha passado os olhos por cima, mas volto a constatar, quanto era dura e di-fícil a formação dos destinados à salva-ção das almas. Estou rodeado de livros por todos os lados. Que sensação!

O profissionalismo, a simpatia e a disponibilidade das pessoas que aqui trabalham é excelente.

Lá de cima o sol envia-lhe os seus raios que ao atravessarem as janelas a aquecem e a iluminam, deixando no ar uma poalha cinzenta, talvez produzida pelos seus residentes e que o escarlate de ricas encadernações tenta disfarçar.

A quietude e o silêncio reinantes lembram a solenidade e a grandiosi-dade de um templo em oração.

A paz de espírito, nesta sala, apenas é interrompida por pungentes lamenta-ções – conforme o estado do tempo, ai que frio! Ou ai que calor.

É que na Biblioteca Municipal José Saramago o ar condicionado que há três anos deu os primeiros sinais de avaria, já implodiu por completo, por falta de manutenção.

Mormente no Alentejo o ar condi-cionado, não ser nenhum luxo, antes uma necessidade.

Há 50 anosUma piscina– importantee almejado melhoramento

“Quando se construirá a pequena estrada para o Santuário da Senhora da Cola? [Ourique]”;

“Presença ultramarina – Despertou muito in-teresse a exibição do Grupo Coral do Baixo Limpopo ontem realizada no ginásio do Liceu [de Beja]”; “Chegou ontem a Beja uma nova viatura para os Bombeiros Voluntários”.

Eram estes os principais títulos da pri-meira página do “Diário do Alentejo” de 4 de outubro de 1962. E havia também, no espaço “Beja Dia-a-Dia”, um “Varandim da Cidade” assinado pelo jornalista Melo Garrido. Assim:

“Desde há muitos anos que neste jornal se lançou a sugestão de Beja ser dotada com uma piscina, melhoramento de uma utilidade tão flagrante que será supérfluo expô-la uma vez mais.

O decorrer do tempo e a indiferença que mereceu inicialmente esta ideia não nos leva-ram a pô-la de parte, pois com frequência a fo-mos agitando nas nossa colunas, na certeza de que ela acabaria por se impor á atenção das es-feras que mais poderiam agir no sentido da sua concretização.

Se a memória não nos atraiçoa, o alvi-tre chegou a ser apoiado numa reunião do Conselho Municipal, pela voz do represen-tante do Grémio do Comércio, sr. José Cândido Chícharo.

O certo, porém, é que, pelo menos que sai-bamos, não se deu ainda qualquer passo posi-tivo para que a cidade seja beneficiada, num futuro próximo, com tão importante como al-mejado melhoramento.

Existe, é verdade, uma piscina em Beja – a do Liceu. Mas esta constitui uma história alta-mente triste...”

O jornalista transcreve depois sobre o as-sunto parte de uma carta de um leitor, o sr. João Paulo Lopes:

“Estando esta cidade a um mínimo de 100 quilómetros de qualquer praia, sujeita a tem-peraturas que durante o dia oscilam, por lar-gos períodos, entre os 35 e os 40 graus á som-bra, estando frequentemente a ser ponto de passagem de estrangeiros, que se vêem força-dos a deambular pelas ruas com fatos próprios mais para a praia do que para usar num cen-tro urbano de hábitos pacatos e mais ou me-nos recatados, como o de Beja, não serão estas razões suficientes para se pretender a constru-ção da referida piscina?

Os estrangeiros que chegam encalorados a Beja não iriam com facilidade usar a piscina e um possível ‘bar’ que lá existisse? E as pes-soas de fracos recursos que, indo á praia uma vez por ano, poderiam com igual despesa fre-quentá-la várias vezes, assegurando-se, as-sim, uma frequência que animasse o empre-endimento que venho apontando.”

Conclui Melo Garrido o seu “Varandim da Cidade” apoiando a proposta:

“Registamos, portanto, mais uma voz a clamar por uma piscina. Uma voz que repre-senta muitas vozes e que merece ser ouvida.”

Carlos Lopes Pereira

Cartas ao diretor

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Reportagem

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População do distrito de Beja denuncia falhas constantes no sinal de TDT

“Se me tiram a televisão, tiram-me a vida”

Aldeia Nova da Favela,

Messejana e Canhestros

são apenas três exemplos

de localidades do distrito

de Beja onde continuam a

registar-se problemas com

a migração para a televi-

são digital terrestre (TDT),

passados que estão quase

seis meses sobre a conclu-

são do processo que ditou

a cessação da emissão te-

levisiva analógica terreste.

As populações queixam-se

de falhas frequentes de si-

nal de TDT, mesmo depois

de terem gasto dinheiro

em descodificadores, ante-

nas e até televisores. Várias

autarquias já procederam

ao levantamento das situ-

ações concretas de anoma-

lias e tentam agora, através

de acordos firmados com

a Anacom – Autoridade

de Comunicações (a enti-

dade coordenadora do pro-

cesso de transição) e com

a Telecom (a empresa res-

ponsável pela instalação

da infraestrutura de rede),

encontrar solução para o

problema.

Texto Nélia Pedrosa

Fotos José Ferrolho

Adélia delicia-se com a Júlia Pinheiro, “com a forma como ela fala com as pessoas”,

e com as telenovelas da TVI. Francisco aprecia as touradas e os noticiários.

Mas desde que fizeram a migração para a televisão digital terrestre (TDT),

raro não é o dia em que não se deparam com falhas na receção do sinal.

Sentado no poial à porta de casa, no Monte da Oliveirinha (Ourique), indiferente ao frio

e ao céu carregado de densas nu-vens negras, Francisco de Matos faz a barba tranquilamente. Bacia com água e pincel pousados no chão, lâ-mina de barbear numa mão, espelho apoiado nas costas de uma cadeira colocada à sua frente. Funcionário público aposentado da Câmara Municipal de Ourique, onde traba-lhou durante 33 anos nos mais va-riados serviços – “andei espalhando alcatrão aí por essas estradas, numa máquina, andei abrindo valetas, fui jardineiro no castelo” –, o septuage-nário preenche os dias cuidando “do hortejo e de duas ovelhinhas” e aju-dando a mulher, atualmente a recu-perar de uma cirurgia que lhe deixou algumas mazelas.

Agora que já não saem “para lado nenhum”, porque “a idade” de ambos e os problemas de saúde de Adélia “já não o permitem”, a televisão é uma das principais distrações do casal,

principalmente à hora de almoço e ao serão. Adélia delicia-se com a Júlia Pinheiro, “com a forma como ela fala com as pessoas”, e com as telenove-las da TVI. Francisco aprecia as tou-radas e os noticiários. Mas desde que fizeram a migração para a televisão digital terrestre (TDT), raro não é o dia em que não se deparam com fa-lhas na receção do sinal.

“Fico aborrecido por não se ver nada. À noite, ao serão, às vezes está a dar uma novela, ou outra coisa qual-quer que gostamos de ver, e depois aparece um quadrozito, por vezes le-tras, estamos ali um quarto de hora, meia hora, e a imagem não regressa, então desligamos e vamo-nos deitar, é o que a gente faz. Até já disse à mulher que o melhor é levar a televisão lá além para o balde do lixo, assim acabava-se com isso”, diz Francisco de Matos.

Em “descodificadores, cabos e antenas“, o casal Matos, a filha e o genro, que vivem na casa ao lado, gas-taram “cerca de 200 euros”. No caso da filha, acresce à conta uma nova

televisão. “Disseram para comprar-mos uma televisão das novas, que tem tudo incluído, que se via bem, que não havia problema. Não há pro-blema? Acontece o mesmo que à do meu sogro, que é velha. É a mesma coisa”, lamenta o genro, Alberto Samora.

Do Monte da Oliveirinha avista-se a Aldeia Nova da Favela, também co-nhecida por Favela Nova, localidade da freguesia de Ourique habitada por poucas dezenas de pessoas, na sua esmagadora maioria idosas e que se distribuem apenas por duas ruas – “a rua principal [rua Engenheiro Sena Cabral] e a rua da Igreja”. Aqui tam-bém as queixas de frequentes falhas de sinal se repetem.

Irene Guerreiro, 83 anos, que caiu na tarde do dia anterior, magoando uma perna, repousa na cozinha, im-pedida que está de fazer grandes movimentos. Se a televisão já lhe fa-zia companhia enquanto tratava dos seus afazeres domésticos, nos próxi-mos dias ainda lhe deverá fazer mais.

“É uma grande companhia, princi-palmente no inverno, porque sou só eu e o meu marido”, diz entre quei-xumes de dor.

“Com a perna assim vai ser com-plicado. Vai passar mais tempo em casa e precisará mais da televisão para lhe fazer companhia. Agora que estou de férias sempre estou mais acessível durante o dia, se não fosse assim só passaríamos à noite”, acres-centa a nora, Inês Ramos de 35 anos, também ela afetada pela falta de si-nal de TDT. “Sinceramente custa-me mais por causa das miúdas, uma tem oito anos e a outra tem três. E o meu marido também gosta de ver televi-são. Eu não ligo muito, nos telejor-nais também só dão desgraças. Mas também não estou para por televisão paga, eu e o meu marido não temos ordenado para isso”, conclui.

À Junta de Freguesia de Messejana, no concelho vizinho de Aljustrel, já chegou um número sig-nificativo de reclamações a dar conta de dificuldades na receção do sinal

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Autarquias identificam centenas de anomalias

Ourique, Santana da Serra, Panoias, Garvão e Conceição são as localidades do concelho de Ourique “onde as falhas de si-nal de TDT incidem mais”, adianta ao “Diário do Alentejo”

o presidente da câmara municipal. “O processo TDT continua com falhas. Há uma zona sombra em que as pessoas têm que adquirir equipamentos de captação via satélite e algumas delas não têm con-dições para o fazer. Por outro lado, por razões meteorológicas ou por falhas técnicas, há perdas constantes de sinal”. De acordo com Pedro do Carmo, de uma reunião realizada em agosto último resultou um acordo com a PT, sendo que “no prazo de uma semana a empresa irá efetuar em todos os locais que a câmara indicou medições de sinal”. “Depois de chegar à conclusão, caso a caso, se é falta de sinal, e aí te-mos que ir para a captação via satélite, ou se é algum defeito na ins-talação, as situações serão ultrapassadas”, assegura, adiantando que até ao momento foram identificadas “três centenas de situações”.

“Preocupante”. É assim que o presidente da Câmara de Aljustrel apelida a situação atual do concelho em termos de receção de sinal de TDT. “Temos muitos sítios do território em que há problemas da mais variada ordem, mas o mais confrangedor é sabermos que são territórios de baixa densidade, com pessoas muito idosas, que não têm a mesma disponibilidade para as novas tecnologias que outras gerações”. Nelson Brito considera que todo este processo acaba por ter “consequências muito graves”: “Volvidos estes anos todos as pes-soas não têm direito à televisão, que é de facto um meio de informa-ção por excelência, que em muitos sítios recônditos coloca as pessoas em contacto com o mundo. Retrocedemos 30, 40 anos nesta questão. Temos neste momento sítios onde as pessoas ouvem rádio para es-tarem ligadas ao mundo”. A câmara, em conjunto com as juntas de freguesia, está a proceder ao levantamento “de situações concretas de anomalias detetadas na receção do sinal da TDT”, que depois en-caminhará para a Telecom e para a Anacom, entidades a quem já so-licitou reuniões. Até ao momento as autarquias receberam “mais de 600 reclamações”.

O “Diário do Alentejo” tentou ainda obter declarações junto do presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, mas tal não foi possí-vel em tempo útil. NP

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de TDT. Edeme Correia, 84 anos, que encontramos na praça 1.º de Julho a caminho da mercearia, é uma das queixosas. Mas não o faz só a pen-sar em si, porque não é “egoísta”, vai logo avisando. Fá-lo também a pen-sar nos seus conterrâneos de parcos recursos, que não podem gastar “20 ou 25 euros por mês” por um serviço de televisão paga, neste momento “a única forma de se poder ver televisão sem problemas” [a TDT não afeta os serviços de televisão por subscrição]. “Eu não falo só por mim, falo é pelas outras pessoas, porque graças a Deus ainda podia pagar, mas há pessoas que não podem. Então uma pessoa que tenha uma reforma de 250 eu-ros, pode estar tirando 20 ou 25 eu-ros todos os meses por causa da tele-visão, e então o resto? Medicamentes e às vezes já fraldas, e essas coisas to-das. Tudo custa dinheiro”.

Como durante o dia anda “a se-rigaitar pelas ruas”, entre “visitas a amigos e a doentes a residir no lar”, é nos períodos em que prepara as suas refeições e ao serão que mais vê televi-são, ou melhor, que tenta ver, ironiza. “As falhas de sinal acontecem mais à noite. Mas há três dias que vejo bem. Depois sou capaz de estar quatro, cinco dias sem ver. Vejo um bocado, depois começam aquelas trapalha-das, parece roupa lavada pendurada na corda. E fico sem sinal, acabo por desligar e deixar-me dormir, mas aborrece porque sempre gosto de ver a telenovela ‘Louco amor’, da TVI, e as outras que dão a seguir, assim como o noticiário”. A viver sozinha, há dias em que acaba por ir ver televi-são a casa do irmão, que “tem os ca-nais todos”. Mas com a chegada do inverno, e das noites frias, diz, as sa-ídas noturnas acabarão: “Depois não posso vir às 10, 11 horas da noite para casa, que é quando acabam as nove-las, porque já está muito frio”.

Com uma modesta reforma e a viver sozinha, Mariana Salgueiro, de 84 anos, é uma das conterrâneas de Edeme Correia que não se pode dar ao luxo de subscrever um serviço pago de televisão. Por isso, quando o aparelho começa a ficar “com lis-tas encarnadas”, aproveita para fa-zer “um pouquinho de croché, se

ainda é cedo”, para ler uma revista herdada de uma das irmãs ou para rezar. “A televisão é a minha com-panhia, como não tenho gatos, nem gatas, é a televisão. As minhas vizi-nhas todas, e as minhas irmãs, têm televisão paga, com quarenta e tal ca-nais, mas a mim só me interessam os quatro, e a dois [RTP 2] quase nunca vejo”. Mas pior, diz, estão as pessoas “que moram nos montes isolados”, sem vizinhos por perto. “A gente aqui ainda tem uma vizinha ou outra, mas aquela gente que vive em montes iso-lados, quando fica sem televisão, vai ver o quê? Isto que fizeram [a migra-ção para a TDT] é, na verdade, uma tristeza”, desabafa.

Marisa Gonçalves, que vive a es-cassos metros de Mariana Salgueiro, à reclamação entregue na Junta de Freguesia de Messejana acrescenta um sem número de telefonemas fei-tos para o número disponibilizado pela Telecom (empresa responsá-vel pela instalação da infraestrutura de rede necessária para cobrir todo o País com televisão digital) para tra-tar de assuntos relacionados com o processo de migração. Num dos úl-timos contactos foi aconselhada “a comprar mais um aparelho para am-plificar a intensidade da rede”, mas mesmo assim ainda teria que adqui-rir uma antena parabólica “para re-solver o problema”. “Nós comprámos uma antena e dois descodificadores, gastámos cerca de 150 e 200 euros. Este novo aparelho de que falaram e a antena parabólica não sei quanto custam, mas eles é que deviam re-solver o problema”, diz a animadora sociocultural de 32 anos. Marisa vai continuar a aguardar pela resolu-ção do problema, mas não sabe por quanto tempo. “Sou apologista de es-perar mais algum tempo mas se não se resolver em alguns meses terei que optar pela televisão paga”, diz, quase resignada.

Seguimos para Canhestros, no concelho de Ferreira do Alentejo, onde o assunto do dia é o rebenta-mento da caixa automática instalada na junta de freguesia. Os assaltantes não conseguiram levar o dinheiro mas deixaram atrás de si um rasto de destruição. Joaquim Maia, 49 anos,

um dos funcionários da autarquia, mostra-nos as janelas, portas e esto-res destruídos ao mesmo tempo que vai dando conta da sua experiência com a TDT: “Já mudei de antena, já meti cabos e mais um aparelho que eles dizem que reforça o sinal, nem faço ideia do que já gastei, se calhar uns 200 euros. Às vezes a gente está com a cegueira de ver um programa qualquer e é quando a televisão fica cheia de manchas, vermelhas, azuis, e a imagem a desaparecer. Pode estar assim cinco minutos, como pode es-tar dois, incomoda e muito”.

O que também incomoda, diz, são os comerciais dos operadores priva-dos de televisão “que insistem, batem à porta das pessoas dia e noite, para as pessoas aderirem”. “Eu não faço intenções de aderir. Mas há pessoas na aldeia que já o fizeram, saturadas que estão de não verem televisão”.

“Se me tiram a televisão, tiram--me a vida”. As palavras de Eglantina Moderno, 76 anos, demostram bem a importância que a “caixinha má-gica” tem no seu dia a dia. Viúva há 11 anos e com os quatro filhos já in-dependentes, a televisão tornou-se a sua “companha”, a sua principal dis-tração, uma vez que por questões de saúde pouco pode fazer. “Não posso estar muito tempo de pé, são do-res nos joelhos, na coluna, em todo lado. Deixei de poder fazer a comida. Sempre limpo o pó, mas pouco, e as-sim vou indo”, diz, ainda abalada com a notícia da tentativa de assalto à caixa multibanco da sua aldeia.

Os seus gostos televisivos vão da telenovela “Dancing Days”, da SIC – “adoro a minha júlia” [persona-gem principal] – ao telejornal, em-bora “pouco” perceba, passando pela tourada, algo que aprendeu a apre-ciar com o marido. “A graça que isto tem é que eu nem gostava de tou-rada. O cavalo sofria, o touro sofria, o homem sofria, e eu sou muito cora-ção mole. Mas o meu marido era ca-paz de ir lá fora se fosse preciso para ver uma tourada, e eu comecei a ver com ele. Então não é que enceguei-rei? Agora não falho uma, principal-mente quando é com o meu primo segundo, o toureiro Luís Rouxinol. Ele é um artista”.

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Um derby em Moura com o Castrense à procura de pontos

Moura favorito no derby

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Desporto

Não se pode dizer que a jornada tenha produzido um rosário de golos, porque foram apenas 15, mas é verdade que se revelou um Rosairense realizador, as-sumindo já a liderança da prova.

Texto e foto Firmino Paixão

Futebol juvenil

Campeonato Nacional de Iniciados série G (4.ª jornada): São Luís-Odiáxere, 1-1; Louletano-Desportivo Beja, 3-2; Lagos-Olhanense, 0-3; V. Setúbal-Lusitano VRSA, 4-2; Despertar-Imortal, 2-3. Classificação: 1.º V. Setúbal e Olhanense, 12 pontos. 3.º Imortal, nove. 4.º Lagos e Louletano, seis. 6.º São Luís, quatro. 7.º Lusitano VRSA, Despertar e Desportivo de Beja, três. 10.º Odiáxere, um. Próxima jornada (7/10): São Luís-Louletano; Desportivo de Beja-Lagos; Olhanense-V.Setúbal; Lusitano VRSA-Despertar; Odiáxere-Imortal.

Campeonato Nacional de Juniores série E (5.ª jornada): Farense-Barreirense, 0-1; Oeiras-BM Almada (adiado 15/12); Louletano-Lusitano VRSA, 5-2; Olímpico --Moura, 2-2; Atlético-Lusitano Évora, 6-0. Classificação: 1.º Oeiras e BM Almada, 12. 3.º Atlético, 10. 4.º Barreirense, oito. 5.º Lusitano Évora e Olímpico Montijo, sete. 7.º Farense e Louletano, quatro. 9.º Lusitano VRSA, três. 10.º Moura, um. Próxima jornada (20/10): Barreirense-Atlético; BM Almada-Farense; Lusitano VRSA-Oeiras; Moura-Louletano; Lusitano Évora-Olímpico.

Moura e Castrense, dois candidatos com trajetos diferentes, serão os prota-gonistas do segundo derby alentejano desta temporada, marcado para o pró-ximo domingo na cidade Salúquia.

Texto Firmino Paixão

Ambos se afirmaram concorrentes a um lugar de topo, mas à terceira jor-nada os percursos têm sido substan-

cialmente diferentes. O campeonato ainda nem “saiu do adro”, mas o Moura ganhou os dois primeiros jogos da época e perdeu no domingo passado em Montemor-o-Novo. O

Castrense ainda não pontuou e vem da sua se-gunda derrota caseira. Depois de ter sido der-rotado em casa, pelo Vasco da Gama, na aber-tura da prova, naquele que foi o primeiro derby da época, voltou a perder em Castro Verde no passado domingo, com a equipa do Lusitano de Vila Real. Como não há tempo a perder e a turma de Castro Verde terá que inverter o sen-tido deste mau início de temporada, espera-se um grande jogo em Moura, onde a turma lo-cal assume natural favoritismo.

Mas há mais campeonato para além destas duas equipas sul alentejanas. O Aljustrelense vai receber o Atlético de Reguengos, com quem já jogou (e perdeu) esta época para a

Taça de Portugal. O Mineiro está a assinar uma boa carreira, vem de um empate no ter-reno do Juventude e ainda perdeu. Como não há jogos iguais, veremos se os mineiros vin-gam o afastamento da Taça de Portugal. Resta o Vasco da Gama de Vidigueira, que à terceira jornada sofreu a primeira derrota, e logo no terreno do Lagoa onde perspetivávamos um desfecho mais favorável aos alentejanos. No domingo voltam ao seu reduto e desta vez o adversário será o Juventude. A tabela é lide-rada pelo União de Montemor, só com vitó-rias. Aljustrelense, Moura e Vasco da Gama estão entre os primeiros seis classificados; o Castrense está no fundo da tabela.

3.ª Divisão – Série F

3.ª jornada

At. Reguengos-Esp. Lagos ............................................... 0-0 Juventude Évora-Aljustrelense .......................................1-1 Lagoa-CF Vasco da Gama ..................................................2-1 Monte Trigo-Sesimbra .......................................................2-3 Castrense-Lusitano VRSA ..................................................1-2 U. Montemor-Moura ..........................................................2-1

J V E D G P

U. Montemor 3 3 0 0 6-3 9

Esp. Lagos 3 2 1 0 5-1 7

Aljustrelense 3 2 1 0 5-1 7

Moura 3 2 0 1 5-3 6

CF Vasco da Gama 3 2 0 1 7-5 6

Sesimbra 3 2 0 1 4-4 6

At. Reguengos 3 1 1 1 3-2 4

Lusitano VRSA 3 1 0 2 4-5 3

Lagoa 3 1 0 2 3-7 3

Juventude Évora 3 0 1 2 1-5 1

Castrense 3 0 0 3 3-6 0

Monte Trigo 3 0 0 3 3-7 0

Próxima jornada (07/10/2012): Esp. Lagos-U. Montemor, Al-

justrelense-At. Reguengos, CF Vasco da Gama-Juventude

Évora, Sesimbra-Lagoa, Lusitano VRSA-Monte Trigo, Mour-

Castrense.

1.ª Divisão – AF Beja

1.ª jornada

Desp. Beja-Amarelejense ................................................. 0-0 Almodôvar-Aldenovense ..................................................2-1 Sp. Cuba-Serpa.................................................................... 0-0 Piense-Praia Milfontes .......................................................3-1 Cabeça Gorda-Rosairense ............................................... 0-4 Guadiana-São Marcos ........................................................1-2 Odemirense-Bairro da Conceição .................................. 1-0 J V E D G P

Rosairense 1 1 0 0 4-0 3

Piense 1 1 0 0 3-1 3

Almodôvar 1 1 0 0 2-1 3

São Marcos 1 1 0 0 2-1 3

Odemirense 1 1 0 0 1-0 3

Amarelejense 1 0 1 0 0-0 1

Serpa 1 0 1 0 0-0 1

Sp. Cuba 1 0 1 0 0-0 1

Desp. Beja 1 0 1 0 0-0 1

Aldenovense 1 0 0 1 1-2 0

Guadiana 1 0 0 1 1-2 0

Bairro da Conceição 1 0 0 1 0-1 0

Praia Milfontes 1 0 0 1 1-3 0

Cabeça Gorda 1 0 0 1 0-4 0

Próxima jornada (07/10/2012): Amarelejense-Odemirense, Al-

denovense-Desp. Beja, Serpa-Almodôvar, Praia Milfontes-Sp.

Cuba, Rosairense-Piense, São Marcos-Cabeça Gorda, Bairro da

Conceição-Guadiana.

Candidatos não se assumiram na jornada inaugural do Distritalão

Piense ao nível dos candidatosQ

uinze golos marcados em seis jo-gos de abertura do campeonato, oito deles em duas partidas e seis

equipas a ficarem em branco. O jogo da jor-nada teve como palco o 1.º de Maio, em Pias, onde o Piense mostrou os galões ao candi-dato Milfontes. Outra das equipas que tem vindo a ser pronunciada como favorita, o

Aldenovense, caiu em Almodôvar. O Serpa não foi capaz de desfazer a igualdade sem golos no terreno do Cuba e o Odemirense cumpriu os serviços mínimos com uma vi-tória magra, tangencial, sobre o Bairro da Conceição. Vai ser, assim, um campeonato pouco previsível e com algumas revelações. Na cidade de Beja estreou-se o Amarelejense,

levando um ponto na bagagem. O São Marcos foi a Mértola arrecadar os três em disputa e, na Cabeça Gorda, o campeão em título da se-gunda divisão, “que Deus tem”, foi goleado pelo Rosairense. Foi ainda e só a primeira jornada e “muita água terá que passar por baixo das pontes” até que o título desague, presumivelmente, em Milfontes.

No próximo domingo vira-se mais uma página, com o jogo de eleição marcado para Serpa, onde o Almodôvar terá que confirmar a justiça da reviravolta do jogo anterior e, não menos importante, a deslocação do Piense ao Rosário para atestarmos se mantém a atitude com que recebeu o Milfontes. Os restantes jo-gos, aparentemente, são de prognóstico favo-rável aos visitados.

Distritalão Piense e Milfontes (3-1) foram protagonistas do jogo grande na abertura do campeonato

Eleições no Desportivo de Beja – Realiza-se, no próximo dia 18, pelas 21 horas, uma assembleia-geral Extraordinária do Clube Desportivo de Beja, com o objetivo de ele-ger novos corpos sociais para o biénio 2012/2014. O clube tem sido gerido por uma comis-são administrativa presidida por Vasco Nascimento.

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12Hugo Felício

Hugo Felício tem 36 anos, é licenciado em Educação Física. Com mestrado

na especialidade de Gestão do Desporto, chegou ao futebol, como tantos jovens desta cidade, pe-los escalões de formação do Clube Desportivo de Beja, tendo inte-grado as seleções distritais de Sub/12, Sub/13 e Sub/15. Foi cam-peão distrital em todos os esca-lões de formação. Promovido a sé-nior, rumou a Ferreira do Alentejo e mais tarde vestiu a camisola do Sporting de Cuba. A sua carreira de treinador começou também no Desportivo de Beja (escolas, in-fantis, iniciados e seniores), con-quistando títulos nos dois primei-ros escalões e ganhando a Série F do Nacional de Iniciados. Orientou as seleções distritais de Sub/13, Sub/15 e Sub/18. Os restantes proje-tos como treinador passaram pelo Guadiana de Mértola (subida à 1.ª Divisão Distrital), Cabeça Gorda (campeão da 2.ª Divisão), Piense e, atualmente o FC de Serpa, com o qual venceu na época passada a Taça do Distrito de Beja. Vejamos os seus prognósticos.

(X) AMARELEJENSE/ODEMIRENSE O empate parece-me o resultado mais provável, entre uma equipa, o Amarelejense, que é forte no seu ter-reno, e um Odemirense muito expe-riente nestas andanças. (1) ALDENOVENSE / DESPOR TIVO DE BEJA O Aldenovense, como candidato que é, vai dar tudo para somar os primeiros três pontos do campeonato neste pri-meiro jogo que faz em casa. (1) SERPA/ALMODÔVARO Almodôvar tem uma boa equipa e vem motivado com o triunfo conse-guido na abertura do campeonato, mas em Serpa só se pensa na vitória. (1) MILFONTES/CUBA O Milfontes, com maior ou menor difi-culdade, acabará por vencer o jogo e somar os primeiros três pontos, frente a uma equipa bem organizada como é a de Cuba. (X) ROSAIRENSE/PIENSEJogo entre duas equipas que vêm de resultados motivadores, penso que dará empate. (X) SÃO MARCOS/CABEÇA GORDAO Cabeça Gorda tem o orgulho ferido pelo que tudo fará para trazer de São Marcos um bom resultado. (1) BAIRRO DA CONCEIÇÃO/GUA-DIANAO fator casa irá prevalecer justificando o sucesso da equipa bejense.

Hoje palpito eu... 19

O 10.º Campeonato do Mundo de Futebol de Rua começa amanhã, no México, com equipas de 68 países, entre elas a portuguesa, que ontem deixou a cidade de Beja, onde cumpriu os últimos apru-mos antes de atravessar o Atlântico.

Texto e foto Firmino Paixão

Carregados de esperança na conquista do título mundial, os oito jogado-res da seleção nacional estiveram no

Alentejo a aperfeiçoar competências des-portivas e sociais que potenciem a afirma-ção deste projeto de inclusão patrocinado pela Associação CAIS.

Na comitiva viajou Francisco Seita, um técnico bejense com experiência adqui-rida durante dois anos (2010/2011) à frente do projeto “Inclusão pela Arte” na equipa do Centro Social do Bairro da Esperança, e chamado pela Associação Cais para inte-grar a dupla de selecionadores que prepa-rou a presença portuguesa no Mundial de Futebol de Rua. Francisco Seita, 25 anos, comentou que “a observação dos atletas ocorreu durante a final nacional realizada em julho, na cidade de Beja. Foram as pri-meiras escolhas, tínhamos um leque mais vasto, mas estes foram os eleitos”. Os cri-térios assentam no relatório psicossocial de cada um, em avaliações como “a atitude dentro do campo e o companheirismo, e de-vem corresponder ao perfil social exigido pelo projeto; não chega serem bons jogado-res, têm que ser bons companheiros”, reve-lou o técnico alentejano.

O treinador explicou que o programa de

trabalho durante os dias em que estiveram na cidade de Beja incluiu “dois treinos des-portivos diários e treinos sociais”, porme-norizando que “na vertente desportiva o es-sencial é que assimilem as nossas ideias de jogo, aquilo que queremos que eles prati-quem dentro do campo, e depois temos os treinos sociais que são estratégias de união e coesão do grupo que visam fortalecer a sua formação enquanto homens, sobretudo a autoestima, o sentimento de união, dar tudo pelo parceiro”. E acrescentou: “nem sempre o mais importante é vencer, às vezes é preciso saber perder”.

Seita sabe que o desporto é uma ferra-menta de inclusão muito eficaz e sublinhou que “principalmente na vida destes jovens e num País onde o futebol é o desporto rei, pensamos que sendo esta uma experiência única para eles, se calhar até mudará a vida de alguns. Esperamos que seja assim por-que será importante se formos campeões, mas é mais importante valorizar o perfil de vida de um destes jogadores, ou de todos, do que trazermos a taça”. O conjunto nacional foi apresentado esta semana no salão no-bre da Câmara Municipal de Beja, na pre-sença de Miguel Góis, vereador do pelouro do Desporto do município de Beja, Carlos Coutada, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol, João Araújo, diretor regional do Instituto Português do Desporto e da Juventude, e Gonçalo Santos, coordena-dor da Associação Cais, além de outros pa-trocinadores institucionais e empresarias do projeto.

O autarca Miguel Góis sublinhou que “Beja está orgulhosa por vos ter recebido a

todos, desde o primeiro momento, que foi a final nacional aqui realizada em julho, como agora, durante o estágio da seleção nacio-nal, temos também aprendido muito con-vosco, aprendido que os melhores projetos nem sempre são aqueles que têm mais no-toriedade e mais investimento depositado”. E acentuou que “o projeto do qual vocês são a cara é muito importante, é um projeto que nos orgulha e que nos ensina muitas coisas. Aquilo que desejamos é que tenham toda a sorte do mundo”. E finalizou saudando o representante da cidade de Beja nesta mis-são: “Que o Francisco Seita leve também a nossa cidade até ao México e que em con-junto com todos os atletas do País inteiro possamos efetivamente ter uma excelente participação”. João Araújo, em represen-tação do Instituto Português do Desporto e da Juventude sublinhou que uma repre-sentação que é portadora de tantos valores só pode ser bem sucedida, congratulando --se com o que disse ser “o novo paradigma que está a despertar em muitas instituições e que é a realidade de o desporto ser um im-portante fator de inclusão”.

“Uma participação digna, responsá-vel e que orgulhe Portugal”, pediu o co-ordenador do projeto “Futebol de Rua”, da Associação Cais, aos jogadores que in-tegram a equipa nacional, referindo que “mais importante é o dia seguinte”. “Eles vão ter bons e maus momentos, alegrias e tristezas, vão aprender com cada vitória e com cada derrota, por isso, no dia seguinte, ficarão vazios por a experiência ter acabado mas, ao mesmo tempo, cheios e felizes por tudo o que fizeram”.

Seleção de Futebol de Rua afinou o Mundial do México em Beja

Uma comitiva com sotaque alentejano

A etapa final da Copa Alentejo/Torneio de Futebol

Infantil realiza-se no próximo domingo no Complexo

Desportivo Fernando Mamede. As decisões do título

de campeão do Alentejo nos vários escalões estão

marcadas para as 12 horas (petizes), 15 horas (traquinas)

e 16 horas (infantis e benjamins). A cerimónia de

encerramento realiza-se às 16 e 30 horas.

Final do Torneio

de Futebol Infantil Copa

Alentejo

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Nos arautos do desporto sul alentejano, ressaltam imagens de um passado que tende a não denegrir as origens das suas gentes. Os templos do tempo conduzem-nos, aliás, ao encontro de um envelhecido sistema desportivo, onde cruzamos épocas que nos trazem à tona das memórias personalidades que enalteceram o seu (nosso) torrão sagrado. Debruço-me, hoje, sobre a temática do ciclismo. Diz-nos a experiência de vida que longe vão os tempos em que no colorido pelotão velocipédico português pedalava um ciclista de nome Ilídio do Rosário. Um homem que conheceu a luz do dia numa pequena freguesia do concelho de Beja chamada Santa Vitória. Retrato fiel de um alentejano de gema, Ilídio do Rosário desafiou as adversidades que a sua velha pedaleira lhe impunha e partiu rumo a uma modalidade onde se afirmou como um verdadeiro às do pedal. Os seus princípios foram pautados pelo espírito de sacrifício. Porém, as provas amadoras onde participou, nos anos 50 do século passado, dar-lhe --iam uma visibilidade que o conduziu a uma tribuna, quiçá impensável, chamada Sport Lisboa e Benfica. Com a camisola do clube da Luz, Ilídio do Rosário conheceu dias de autênticas glórias desportivas. No ziguezaguear permanente de um pelotão que não dava tréguas aos mais novatos, o alentejano chegou a vestir a camisola amarela, símbolo de líder, e desafiar, sem pudor, velhos artistas do ciclismo nacional e internacional para gáudio dos amantes das pedaladas. Lembro-me, ainda criança, de acompanhar os feitos de Ilídio do Rosário. Extasiar-me com a sua carreira. O seu nome ficará eternamente perpetuado no mundo desportivo alentejano. Santa Vitória e as suas gentes avivam, até ao dia 7 de outubro, as memórias do filho da terra, numa homenagem documental que tem lugar num espaço da junta de freguesia, onde se contemplam as virtudes do saudoso às do pedal.

Às do pedal

José Saúde

O Clube Desportivo Sobral da Adiça (Sobralense) tem ao leme a dirigente Joaquina “Kina” Tubal, 44 anos, empre-sária agrícola, um exemplo de devoção ao futebol e amor pelo clube da sua terra. Uma heroína!

Texto e foto Firmino Paixão

A influência das mulheres no futebol, um desporto tido como o reino dos homens,

vai sendo cada vez mais mar-cante. Os órgãos sociais da Liga de Futebol Profissional incluem cinco mulheres. Na Federação Portuguesa de Futebol as senho-ras também têm lugar na estru-tura diretiva. Já o órgão distrital que tutela a modalidade não con-fiou a qualquer mulher nenhum dos 44 lugares que têm assento nos seus órgãos sociais, o que não impede que os seus sócios ordi-nários, os clubes, enveredem por essa mesma via de exclusão. E é, exatamente, de um modesto clube no concelho de Moura que vem o exemplo mais marcante. “Faço um pouco de tudo neste clube, sou dirigente, lavo equipamentos, es-tou à porta do campo, no bar, faço o petisco para o final dos jogos, de tudo um pouco, já tenho dito aos jogadores que só me falta jogar e marcar golos” diz Kina Tubal, pre-sidente do Clube Desportivo do Sobral da Adiça.

O que nasceu primeiro, o gosto

pelo futebol ou o amor pelo clube

da sua terra?

O gosto pelo futebol falou mais

alto. Tudo começou há muitos anos; eu tinha um irmão que era guarda-redes, jogava em Ficalho, que, infelizmente, faleceu com 19 anos. Acompanhava o meu irmão sempre que podia e nasceu aí este gosto pelo futebol, depois surgiu esta oportunidade.

Então está a dar continuidade ao

sonho do seu irmão?

Sim, é um pouco isso, apesar de o meu irmão nunca ter jogado no Sobral. Ele gostava muito de fute-bol e foi isso que me deu força para abraçar este projeto. Nunca prati-quei futebol, apenas apoiava muito o meu irmão e ficou-me esta paixão por tudo o que é desporto. Às vezes sinto pena de ter nascido nesta al-deia, se vivesse noutro meio acho que praticaria desporto.

Como chegou à presidência do

clube?

Fui convidada por um senhor que, na altura, era treinador da equipa. Propôs-me este desafio e eu aceitei sem hesitações. Assumi logo a pre-sidência do clube, nem cheguei a exercer qualquer outro cargo.

Não receou que o desafio fosse de-

masiado exigente?

Senti um pouco de receio porque não sabia como é que os meus pais aceitariam isso, mas pedi-lhes a opinião e eles delegaram essa de-cisão na minha vontade, mas como a minha vontade era essa, então a decisão estava tomada e aqui es-tou. Digamos que foi um passo co-rajoso do qual nunca me arrependi até hoje. Tenho-me sentido bem, quando gostamos do que fazemos

nada é difícil; tenho muito traba-lho, mas é compensador.

As mulheres estão a invadir o des-

porto …

Tenho essa noção, o futebol era um desporto quase exclusivo dos ho-mens, mas é uma modalidade onde também existe espaço para as mu-lheres. Não somos diferentes e so-mos tão capazes como os homens. Também gostava de ter aqui uma equipa feminina, mas não temos raparigas suficientes. Eu daria uma ajuda, não como jogadora, já não tenho idade, mas como massagista ou técnica da equipa.

Quais os principais obstáculos

que se lhe deparam?

Principalmente os de caráter fi-nanceiro, esses são os que mais me preocupam. No entanto, te-mos um bom apoio da Câmara Municipal de Moura, também a ajuda da junta de freguesia local, que colabora muito connosco e nos apoia, sobretudo, na cedência de transportes.

À sua volta está uma equipa de di-

rigentes que a apoiam?

Pouco. Normalmente sou eu e o meu marido, que é o tesoureiro do clube. Temos habitualmente uma ajuda de um dos nossos jogado-res que foi recentemente operado a um joelho, mas a operação não correu bem e as coisas estão com-plicadas. É o Nelson Candeias, que é jogador e secretário da direção. Esperamos que melhore rapida-mente para voltar a dar-nos a sua preciosa colaboração. Os outros homens vêm quando podem.

E empatam mais do que ajudam?

Às vezes é assim, podiam cola-borar um pouco mais, mas aju-dam sempre que podem e dão-me muita força para levar isto para a frente. Às vezes tenho que me im-por e puxar dos galões, mesmo com os jogadores, também tenho que lhes puxar as orelhas, claro que tudo com muito respeito.

Qual foi a decisão mais difícil que

tomou?

Foram tantas, nem sei a que hei de escolher. Olhe, já tive que man-dar alguém embora e logo a pes-soa que me convidou para a pre-sidência do clube. Mas não fazia o trabalho bem feito, era o treina-dor, houve um conflito entre ele e a equipa e eu tive que me pôr ao lado dos jogadores, se não eles iam todos embora e não podíamos fi-car sem equipa. Mas tenho tido outros momentos muito bons.

Espera uma época de vitórias?

A minha vontade é que ganhem as três equipas. Treinamos todos os dias. Entre segunda e sexta --feira, cá estou eu com o meu ma-rido e os treinadores, e também o vice-presidente da assembleia-ge-ral que dá uma ajuda a transpor-tar os miúdos.

E tem projetos para deixar a sua

marca …

No futebol já conseguimos inscre-ver três equipas (benjamins, ju-niores e seniores) e brevemente vamos iniciar uma classe de gi-nástica na Sociedade Monumental que funcionará duas vezes por semana.

De Sobral da Adiça vem um exemplo do poder das mulheres no futebol

“Homens ajudam quando podem”

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Fundada em Beja no dia 9 de outubro de 1975, a Zona Azul assinala 37 anos de existên-cia, na próxima terça-feira, com a realização de uma gala de aniversário que terá lugar no Teatro Municipal Pax Julia.

Texto e foto Firmino Paixão

Um clube com a idade da de-mocracia portuguesa, fun-dado com o impulso com

que a Revolução de Abril perfumou e dinamizou o associativismo cul-tural e desportivo, e que ao longo de quase quatro décadas tem seguido a mesma filosofia de proporcionar a prática desportiva e cultural à juven-tude da região. Vasco Cordeiro, atual presidente da Zona Azul recorda que “As bases da Zona Azul foram lança-das antes do 25 de Abril, no ano de 1973; houve um movimento dos jo-vens moradores nas Alcaçarias”. O grupo juntava-se e tinha alguma ati-vidade pontual, mas depois veio o 25 de Abril e a legalização da ACR Zona Azul deu-se em 1975.

A Associação Cultural e Recreativa Zona Azul, de Beja, comemora 37 anos

Queremos mostrar que existimosprática das nossas modalidades pode fazê-lo gratuitamente.

Neste período de quase quatro dé-

cadas a Zona Azul consolidou o seu

projeto e adquiriu património …

Os nossos objetivos, para além de proporcionarmos a prática despor-tiva a todo um vasto universo de pes-soas, jovens e menos jovens, foram sempre tentarmos ser o mais inde-pendentes possível. Com muitos sa-crifícios, muito esforço e com alguns apoios, conseguimos adquirir a nossa sede e, posteriormente, o 1.º andar do edifício, embora ainda esteja habi-tado. Construímos outras infraestru-turas desportivas, como o complexo de ténis, para além de termos uma boa frota de transportes. Temos sete carrinhas de nove lugares – somos praticamente autossuficientes.

A Zona Azul foi sempre um centro

de formação de referência?

Sem dúvida. Não só em termos de atletas, mas também de técnicos e dirigentes. Temos uma grande es-cola de dirigentes, por aqui têm passado inúmeras pessoas que se formaram numa época em que o dirigente fazia tudo e não se espe-cializava em determinadas moda-lidades. Aos nossos técnicos temos procurado dar formação especí-fica nas diversas modalidades e a grande maioria tem até formação académica superior.

A gala de aniversário vai repetir -se

em anos futuros?

Isto é o início de um ciclo. Dada a si-tuação por que o País está a passar, e no Alentejo ainda de forma mais agravada, pensámos dar um aba-não, mostrar que existimos, mos-trar o que temos, o que valemos e o potencial de crescimento que temos se tivermos mais alguns apoios. Essa é a ideia principal.

Qual é o grande projeto que falta à

Zona Azul concretizar?

São tantos. Felizmente, temos ideias antigas de novas infraestruturas, um ginásio, uma nova sede, mas em termos desportivos nunca demos um passo além daquilo que pode-mos. No passado talvez pudéssemos ter apostado mais e termos compe-tido em divisões superiores, mas, provavelmente, não estaríamos hoje a comemorar o 37.º aniversário.

Começámos a praticar andebol numa cidade onde ele não existia, e iniciámos outras modalidades como o xadrez, as damas e o badmington, o ciclismo, e o ténis, entre outras. Hoje em dia estamos com sete modalidades

Gala de aniversário Vasco Cordeiro, presidente da ACR Zona Azul

O Campeonato Nacional de Hóquei em Patins (3.ª

Divisão) terá início no próximo dia 13 de outubro,

com apenas seis equipas inscritas na Zona Sul. Na

primeira jornada defrontam-se o Estremoz e o

Vialonga; o Castrense recebe o Azeitonense e o Hóquei

de Santiago jogará em casa com o Boliqueime.

Disputa-se na tarde de amanhã a primeira fase do Troféu

Município de Beja, em futebol, competição em que participam

as equipas deste concelho inscritas na Taça Fundação Inatel.

A Série A engloba o Albernoense, o Beringelense e o São

Matias; na Série B estão o Neves, o Louredense, o Penedo

Gordo e o Salvadense; e na Série C, o Quintos, o Mombeja e

o Trindade. O Santa Vitória não participará na prova.

Troféu Município de Beja na

primeira fase

Campeonato Nacional

de Hóquei em Patins

O nome de Zona Azul deriva da

prática columbófila que existia na

altura?

O nome resultou da divisão colum-bófila que então existia na cidade de Beja. Toda esta zona circundante da nossa sede era a Zona Azul da Columbofilia e como alguns dos jo-vens dessa época, que posteriormente foram os fundadores da associação, estavam ligados a essa modalidade, resultou que a denominação Zona Azul imperasse.

O futebol foi a modalidade que

mais a projetou e da qual saíram al-

guns internacionais, mas viria a ser

abandonado...

Foram anos de ouro dessa grande equipa de juniores da Zona Azul, que em Beja nenhum dos grandes conse-guia vencer, e de onde saíram alguns internacionais, como o Francisco Fernandes e o António Rolim, como também já saíram de outras moda-lidades. Mas devido a certas vicissi-tudes, a secção de futebol achou por bem suspender a atividade. Alguns anos depois ainda foi reativada com

uma participação nas provas do Inatel e na 2.ª Divisão Distrital, mas voltou a fechar.

Tornaram-se então num dos clubes

mais ecléticos da região...

Já éramos, penso que desde a nossa fundação que somos um clube muito eclético. Começámos a praticar an-debol numa cidade onde ele não exis-tia, e iniciámos outras modalidades como o xadrez, as damas e o bad-mington, o ciclismo, e o ténis, en-tre outras. Hoje em dia estamos com sete modalidades que são o andebol, o ténis, atletismo, campismo, colum-bofilia, ginástica e natação.O andebol é atualmente a “menina

dos olhos” da Zona Azul?

O andebol, como modalidade co-letiva, é sem dúvida uma atividade muito forte no clube, sobretudo ao nível de formação e competição. No entanto, todas as outras, quer na área da formação e algumas já em pro-cesso competitivo, merecem o nosso melhor apoio e carinho. Devo referir que, até ao próximo dia 12, qualquer miúdo que queira experimentar a

Programa da Gala: Abertura às 21 e 30 horas; apresentação do Clube; passagem de modelos de vestuário desportivo (1.ª parte); música – “Os Bubedanas”, “Trilho Secreto” e “Tiago Bento”; histórias com Jorge Serafim; homenagem aos fundadores (Joaquim Santos, João Mimoso, Jerónimo Duro, Francisco Fresco, António Costa, António Vitória, Joaquim Cavaco, José Manuel, Manuel Serrano e José Carlos); passagem de modelos de vestuário desportivo (2.ª parte); música – Paulo Ribeiro.

Novo técnico no Castrense O treinador Francisco Fernandes, 52 anos, anunciou a sua saída do Futebol Clube Castrense em conse-quência dos maus resultados da equipa na época em curso (três derro-tas no campeonato e uma na taça). Mário Tomé, 25 anos, técnico que esta temporada tinha chegado ao Rosairense, depois de três épocas no Guadiana de Mértola, já foi apresentado como sucessor de Francisco Fernandes.

Diário do Alentejo5 outubro 2012

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Pélvico

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Diário do Alentejo5 outubro 2012

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Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas

e aos sábados, das 8 às 13 horas

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Telef. 284318490

Tms. 960284030 ou 915529387

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TAC – Corpo, Neuroradiologia,

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Gerência de Fernanda FaustinoAcordos:

SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E.,Portugal Telecom e Advancecare

Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

_______________________________________

Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira

e Castro – Jaime Cruz Maurício

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Mamografi a Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan

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Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare;

SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA;

Humana; Mondial Assistance.

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Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339;

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e-mail: [email protected]

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de ÉvoraDr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do SonoDr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante SantoDr. Jorge Araújo – Ecografi as ObstétricasDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação VocacionalDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da FalaDr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

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Diário do Alentejo5 outubro 2012

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Diário do Alentejo n.º 1589 de 05/12/2012 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA

EDITAL

Jorge Pulido Valente, Presidente da Câmara Municipal de Beja, em cumprimento do artigo 4.º,

da Lei n.º 26/94, de 19 de Agosto, faz publicar a relação das doações efectuadas pelo Município

de Beja, no 1.º semestre de 2012:

Beja, 17 de Setembro de 2012.

O Presidente da Câmara Municipal de Beja

Jorge Pulido Valente

Diário do Alentejo n.º 1589 de 05/10/2012 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE VIDIGUEIRA

AVISO N.º 1/2012

PROCEDIMENTO DE REVISÃO DO PLANO

DE URBANIZAÇÃO DE VIDIGUEIRA

MANUEL LUÍS DA ROSA NARRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE VIDIGUEIRA,

TORNA PÚBLICO, nos termos e para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 74.º do Decreto-Lei

n.º 380/99, de 22 de setembro, na redação atual, que esta Câmara Municipal em sua reunião

ordinária pública de 16 de agosto de 2012, deliberou por unanimidade:

– Iniciar o procedimento de revisão do plano de urbanização de Vidigueira nos termos do

disposto no n.º 1 do artigo 74.º do RJIGT, por remissão do artigo 98.º do mesmo diploma legal;

– Aprovar os Termos de Referência da revisão do plano de urbanização de Vidigueira, incluindo

o prazo previsto para a elaboração da revisão (90 dias);

– Dispensar o plano de urbanização de Vidigueira do procedimento de avaliação ambiental

estratégica nos termos do n.º 5 do artigo 74.º do RJIGT, tendo por base o Relatório de Dispensa

de Avaliação Ambiental Estratégica elaborado pela equipa;

– Fixar o período de participação preventiva com o prazo de 15 (quinze) dias a contar da data

da publicação do Aviso no Diário da República, de modo a permitir ao público a formulação de

sugestões e a apresentação de informações que possam ser consideradas no âmbito do proce-

dimento de revisão, conforme o previsto no n.º 2 do artigo 77.º do mesmo diploma legal.

Durante o referido período de participação preventiva o processo de revisão do plano de

urbanização estará disponível para consulta na Subunidade Orgânica de Gestão e Planeamento

Urbanístico de Câmara Municipal de Vidigueira, podendo os interessados apresentar as suas

sugestões e pedir informações pelo correio, para Câmara Municipal de Vidigueira – Praça da

República, 7960-225 Vidigueira, através do fax 284436110, ou por correio eletrónico para o en-

dereço [email protected]

Para conhecimento e devidos efeitos se mandou publicar este aviso em Diário da República,

na comunicação social de âmbito regional e na página da internet em www.cm-vidigueira.pt (em

Apoio ao munícipe Editais e Avisos).

Paços do Município de Vidigueira, 19 de setembro de 2012.

O Presidente da Câmara Municipal,

Manuel Luís da Rosa Narra

Diário do Alentejo n.º 1589 de 05/10/2012 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJARelação de subsídios e outros benefícios transferidos pelo município de Beja,

nos termos e para os efeitos da lei nº 26/94 de 19 de Agosto

1.º SEMESTRE 2012

Beja, 24 de Setembto de 2012.

O Presidente da Câmara Municipal de Beja

Jorge Pulido Valente

BENEFICIÁRIO OBJECTIVO MONTANTE DATA DA DECISÃO

AKABE – ACADEMIA DE BEJA Actividade Regular 2011 2.402,67 € 15-06-2011ARRUAÇA-ASSOCIAÇÃO JUVENIL Actividade Regular 2011 1.800,00 € 24-10-2012ASSOCIAÇÃO JOVENS DA SALVADA Actividade Regular 2011 1.750,00 € 24-10-2010ASSOCIAÇÃO ALENTEJO XXI Protocolo de Parceria 3.477,20 € 21-12-2011ASSOC. SOLIDARIEDADE MOMBEJENSE Projecto de Animação 10.800,00 € 07-12-2011ASSOC. ESTUDANTES ESCOLA SUPERIOR Actividade Regular 2011 750,00 € 24-10-2011DE EDUCAÇÃO DE BEJAASSOC. ESTUDANTES ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DE BEJA

Actividade Regular 2011 750,00 € 24-10-2011

ASSOCIAÇÃO CULT.REC.ZONA AZUL Actividade Regular 2011 32.855,00 € 15-06-2011

Actividade Regular 22.500,00 € 27-03-2012Apoio ao Investimento 25.000,00 € 06-10-2010

ASS.P/DEFESA ESTUDO PATRIMÓNIO Actividade Regular 2011 750,00 € 24-10-2011CULTURAL REG.BEJAASSOC.DESENV.REGIONAL PORTAS DO TERRITÓRIO

Apoio Proj.Abertura Igreja dos Prazeres

8.406,68 € 21-06-2010

Apoio ao Investimento 30.455,37 € 06-10-2010ASSOCIAÇÃO JUVENIL PAGAIA SUL Actividade Regular 2011 2.080,00 € 15-06-2011ASSOC.PAIS E ENC.EDUC.DA EB1,2 E JARDIM INFÂNCIA DE BERINGEL

Projecto Animação 3.000,00 € 07-12-2011

ASSOC. JOVENS CARPE DIEM NA ALDEIA Actividades c/Crianças 1ºCiclo 7.700,00 € 07-12-2011Actividade Regular 2011 2.000,00 € 24-10-2011

BEJA ATLETICO CLUBE Actividade Regular 2011 5.075,00 € 15-06-2011CERCIBEJA Subsidio Carnaval 36,00 € 17-12-2012

Experiencias a Sul 6.500,00 € 09-12-2011CEBAL Apoio ao Investimento 30.000,00 € 07-05-2010

ASS. HUMANITÁRIA BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS BEJA

CAIXA SOCIAL E CULT.PESSOAL DA C.M.B. Assistentes Sala 372,00 € 29-12-2011CASA DO BENFICA Actividade Regular 2011 1.978,67 € 15-06-2011CASA DO POVO DE BALEIZÃO Actividade Regular 2011 750,00 € 24-10-2011

Grupo Coral Infantil "Os Girassóis" 400,00 € 24-10-2011CASA DO POVO SÃO MATIAS Actividade Regular 2011 700,00 € 24-10-2011CASA DO POVO DO PENEDO GORDO Actividade Regular 2011 700,00 € 24-10-2011CASA DO POVO DE Nª SRª DAS NEVES Actividade Regular 2011 1.000,00 € 24-10-2011

VI Edição "Cante do Menino" 150,00 € 21-12-2012CENTRO CULT.DESP.HOSPITAL DIST.BEJA Actividade Regular 2011 750,00 € 24-10-2011CENTRO CULTURA DESP SANTA VITÓRIA Actividade Regular 2011 650,00 € 24-10-2011CENTRO DE CULTURA E DESPORTO DE Bº DA CONCEIÇÃO

Actividade Regular 2011 13.916,00 € 15-06-2011

CENTRO DESP. CULT. RECREIO PESS. CTT Actividade Regular 2011 600,00 € 24-10-2011CLUBE DESPORTIVO E RECREATIVO SALVADENSE

Actividade Regular 2011 1.430,50 € 15-06-2011

DESPORTIVACLUBE DE PATINAGEM DE BEJA Actividade Regular 2011 11.599,00 € 15-06-2011CLUBE DESPORTIVO DE BEJA Actividade Regular 2011 12.012,00 € 15-06-2011CLUBE CAÇADORES BAIXO ALENTEJO Actividade Regular 2011 3.035,33 € 15-06-2011CLUBE DE NATAÇÃO DE BEJA Actividade Regular 2011 15.565,00 € 15-06-2011CLUBE RECR.E DESP.CAB.GORDA Actividade Regular 2011 4.028,00 € 15-06-2011CONSERVATÓRIO REG.BAIXO ALENTEJO Comparticipação/Actividade Regular 114.991,38 € 15-06-2011CORO DE CÂMARA Actividade Regular 2011 3.000,00 € 24-10-2011CORO DO CARMO DE BEJA Actividade Regular 2011 1.800,00 € 24-10-2011DESPERTAR SPORTING CLUBE Actividade Regular 2011 19.080,00 € 15-06-2011FAMILIAS CARENCIADAS DE ACORDO COM REGULAMENTO

Auxilios Económicos 15.090,00 € 02-11-2011

FUTEBOL CLUBE ALBERNOENSE Actividade Regular 2011 2.050,67 € 15-06-2011GRUPO CORAL DE BALEIZÃO (masculino) Actividade Regular 2011 950,00 € 24-10-2011GRUPO CORAL DE BALEIZÃO (feminino)) Actividade Regular 2011 750,00 € 24-10-2011GRUPO CORAL CASA DO POVO DA Actividade Regular 2011 950,00 € 24-10-2011SALVADAGRUPO CORAL FREG. CABEÇA GORDA Actividade Regular 2011 1.250,00 € 24-10-2011GRUPO CORAL FEMININO DE MOMBEJA Actividade Regular 2011 700,00 € 24-10-2011GRUPO CORAL "SERÕES DE ALDEIA" DA TRINDADE

Actividade Regular 2011 650,00 € 24-10-2011

GRUPO DE TEATRO JODICUS Actividade Regular 2011 6.000,00 € 24-10-2011

15-06-2011Actividade Regular 2011 851,00 €CLUBE BEJENSE AMADORES PESCA

GRUPO DESP.CULTURAL DE MOMBEJA Actividade Regular 2011 930,50 € 15-06-2011GRUPO DESP.CULTURAL ALCOFORADO Actividade Regular 2011 500,00 € 24-10-2011

Actividade Regular 2011 680,50 € 15-06-2011GRUPO DESPORT. CASA POVO QUINTOS Actividade Regular 2011 680,50 € 15-06-2011

JUDO CLUBE DE BEJA Actividade Regular 2011 6.500,00 € 15-06-2011JUVENTUDE DESPORTIVA DAS NEVES Actividade Regular 2011 4.525,00 € 15-06-2011LOUREDENSE FUTEBOL CLUBE Actividade Regulat 2011 1.105,00 € 15-06-2011MADDOGS BEJA BASKET CLUBE Actividade Regular 2011 2.724,00 € 15-06-2011NUCLEO SPORTINGUISTA DE BEJA Actividade Regular 2011 3.376,00 € 15-06-2011QUERCUS ASSOC.NAC.CONS.NATUREZA Actividade Regular 2011 500,00 € 24-10-2011SOC.COLUMBÓFILA ASAS DE BEJA Actividade Regular 2011 700,50 € 15-06-2011SOC. FILARMONICA CAPRICHO BEJENSE Actividade Regular 2011 8.000,00 € 24-10-2011T.U.B.-ASS.TROVADORES DE BEJA Actividade Regular 2011 1.000,00 € 24-10-2011UNIÃO DESPORTIVA BERINGELENSE Actividade Regular 2011 4.932,00 € 15-06-2011ANA RITA MARTINS PALMA Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012ANGELA MARIA MESTRE CRISTOVÃO Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012CATARINA ISABEL SEVERINO RAMIRES Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012CECILIA TORRES VALENTE Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012EDNA MARIA REBOCHO CASCALHEIRA Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012HELENA ISABEL PEREIRA MORGADO Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012HELIA ADELAIDE BALHOTE S.NOBRE Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012HUGO MIGUEL SANTOS ANDRÉ Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012INÊS ISABEL DA SILVA GONÇALVES Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012JOSÉ MIGUEL PEREIRA BAIÃO Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012LUIS MIGUEL AFONSO NAVALHAS Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012LUIS PAULO BRANCO BERNARDINO Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012PATRICIA ALEXANDRA G.CORREIA Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012SANDRA ISABEL PRATAS PEREIRA Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012SILVIA ISABEL PINTO BEIÇUDO Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012TERESA CRISTINA DE ALMEIDA LOPES Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012VANESSA FILIPA CARVALHO SOTA Bolsa de Estudo 648,00 € 02-05-2012

Diário do Alentejo5 outubro 2012

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Diário do Alentejo n.º 1589 de 05/10/2012 Única Publicação

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO

DIREÇÃO GERAL DE ENERGIA E GEOLOGIA

AVISOFaz-se público, nos termos e para efeitos do n° 1 do artigo 6° do Decreto-

Lei no 88/90, de 16 de março e do n° 1 do art° 1º do Decreto-Lei n° 181/70,

de 28 de abril, que MAEPA – Empreendimentos Mineiros e Participações,

Lda., requereu a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos

minerais de cobre, chumbo, zinco, ouro, prata e outros minerais numa área

“Mértola”, localizada nos concelhos de Mértola, Serpa, Beja e Castro Verde

distrito de Beja, delimitada pela poligonal cujos vértices se indicam seguida-

mente, em coordenadas Hayford-Gauss,DATUM 73, (Melriça):

Área total do pedido: 762,899 km2

VÉRTICE MERIDIANA (m) PERPENDICULAR (m)

1 54854,954 -237000,000

2 41524,576 -230860,757

3 20917,054 -223360,233

4 36610,440 -204423,180

5 62651,555 -212277,752

Entre os vértices 5 e 1 segue a linha de fronteira.

Convidam-se todos os interessados a apresentar reclamações, ou a

manifestarem preferência, nos termos do n° 4 do art° 13° do Decreto-Lei

90/90, de 16 de março, por escrito com o devido fundamento, no prazo

de 30 dias a contar da data da publicação do presente Aviso no Diário da

República.

O pedido está patente para consulta, dentro das horas de expediente,

na Direção de Serviços de Minas e Pedreiras da Direção-Geral de Energia

e Geologia, sita na Avª 5 de Outubro, 87-5° Andar, 1069-039 LISBOA, en-

tidade para quem devem ser remetidas as reclamações. O presente aviso

e planta de localização estão também disponíveis na página eletrónica

desta Direção-Geral.

Direção Geral de Energia e Geologia, em 27 de setembro de 2012.

O subdiretor geral

Carlos A.A.Caxaria

Diário do Alentejo n.º 1589 de 05/10/2012 Única Publicação

NOTÁRIA DE OURIQUEMaria Vitória Amaro

CERTIFICADOCertifi co, para fi ns de publicação, que no dia vinte e sete de Setembro

do ano dois mil e doze, no Cartório Notarial em Ourique, a folhas nove e

seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Cinquenta-

D, se encontra exarada uma escritura de Justifi cação, na qual Celestino

Mestre Guerreiro, casado com Silvina Maria Mestre Guerreiro, segundo

o regime de comunhão de adquiridos, natural da freguesia de Santana

da Sena, concelho de Ourique, onde reside no Monte das Lagoinhas do

Guilherme. N.LF.138 036 020, o qual outorga na qualidade de cabeça

de casal das heranças de:

Ilídio Guerreiro e mulher Maria da Conceição Guerreiro Mestre,

casados que foram segundo o regime de comunhão geral de bens,

residentes no referido Monte das Lagoinhas do Guilherme, freguesia de

Santana da Serra, concelho de Ourique.

Que estas heranças são donas e legítimas possuidoras, com exclu-

são de outrém, do seguinte prédio:

Rústico denominado e sito nas Lagoinhas, freguesia de Santana

da Serra, concelho de Ourique, com a área de três hectares setecen-

tos e cinquenta centiares, composto de cultura arvense e sobreiros,

confrontando do norte com Lucinda Maria Pires (Herdeiros), sul com

José Felisberto Mestre e outros, nascente com José Francisco Mestre

Guerreiro e Assunção Francisca Mestre (Herdeiros) e poente com José

Felisberto Mestre e outros, inscrito na matriz em nome de Francisco

Mestre (cabeça de casal da herança de) sob o artigo 38 da Secção H,

com o valor patrimonial de €45,38, a que atribui o valor de quinhentos

euros, omisso na Conservatória do Registo Predial de Ourique.

Que o citado Ilídio Guerreiro, faleceu em vinte e nove de Julho de

mil novecentos e oitenta e seis no estado de casado segundo o regime

da comunhão geral de bens com a dita Maria da Conceição Guerreiro

Mestre, sucedendo-lhe como herdeiros: o cônjuge sobrevivo e os fi lhos

Arlindo de Sousa, Celestino Mestre Guerreiro, ora primeiro outorgante,

e Fernando Mestre Guerreiro.

Que, aquela Maria da Conceição Guerreiro Mestre faleceu em doze

de Junho de dois mil e onze, no estado de viúva de Ilídio Guerreiro,

sucedendo-lhe como herdeiros os fi lhos: Celestino Mestre Guerreiro,

ora primeiro outorgante, e Fernando Mestre Guerreiro.

Que o identifi cado prédio foi constituído em dia e mês que não pode

precisar, mas no verão de mil novecentos e sessenta e dois por Partilha e

simultânea divisão, demarcação, não titulada e nunca reduzida a escritura

pública, que os autores da herança fi zeram com os demais comproprietá-

rios, José Francisco Mestre e outros, do prédio denominado Lagoinhas e

destacado da descrição número cento e trinta e três – Santana da Serra e

da inscrição matricial 9 da secção H, portanto, antes da entrada em vigor

da Portaria 202/1970, tendo, desde logo, tomado posse do identifi cado

prédio e após o falecimento daqueles, os seus herdeiros.

Que, assim, o justifi cante não possui qualquer título para efectuar o

registo na Conservatória a favor dos herdeiros daqueles, do identifi cado

prédio embora os autores da herança tenham estado na sua posse,

ininterruptamente, desde o verão de mil novecentos e sessenta e dois,

portanto há mais de quarenta e oito anos.

Esta posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio

nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao

integral aproveitamento de todas as utilidades do prédio designadamente,

utilizando-o, procedendo à sua cultura, recebendo os seus rendimentos

e pagando os respectivos impostos.

É assim tal posse pacífi ca, pública e contínua e durando há mais

de vinte anos, facultando-lhes a aquisição do direito de propriedade do

citado prédio por USUCAPIÀO, direito que pela sua própria natureza, não

pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial.

Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o

seu direito, bem como dos demais herdeiros dos autores da herança ao

registo, vem justifi cá-lo nos termos legais.

Está conforme o original.

Cartório Notarial em Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos

vinte e sete de Setembro de 2012.

A Notária,

Maria Vitória Amaro

Diário do Alentejo5 outubro 2012

necrologia26

MISSA DO 30.º DIA

E AGRADECIMENTO

Bárbara Maria Figueira Jorge do Nascimento

Filhas e restante família partici-pam que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 07/10/2012, pelas 19 horas, na Igreja de Nossa Senhora do Monte do Carmelo (Salvador), em Beja, e, na impossibilidade de o fa-zerem pessoalmente, agrade-cem a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar.

Vila Ruiva

MISSA

Manuel Luís Ramos Gonçalves1.º Ano de Eterna Saudade

Esposa, fi lha e pais participam a todas as pessoas de suas rela-ções e amizade que será celebrada missa pelo eterno descan-so do seu ente querido no dia 07/10/2012, domingo, às 17 e 30 horas, na Igreja Matriz de Vila Ruiva, e agradecem desde já a todos os que nela comparecerem.

Santa Clara de Louredo

MISSA

Joaquim Januário das Dores1.º Ano de Eterna Saudade

Sua esposa e fi lhas participam a todas as pessoas de suas rela-

ções e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso

do seu ente querido no dia 09/10/2012, terça-feira, às 17 e 30

horas, na Igreja de Santa Clara de Louredo, e agradecem desde

já a todos os que nela participarem.

Vidigueira

AGRADECIMENTO

Leopoldo Fabião

Deodato Fragoso Nasceu 01.06.1936

Faleceu 26.09.2012Sua família na impossibilida-de de o fazer pessoalmente agradecem por este meio a todas as pessoas que a acompanharam á sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar.

Santa Iria de Azóia

Faleceu o Sr. Manuel Rita Galamba, de 77 anos, viú-vo, natural de Vila Nova de S. Bento. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 26 de Setembro, da casa mortuária de Vila Nova de S. Bento para o ce-mitério local. À família enluta-da apresentamos as nossas cordiais condolências.

Serpa

PARTICIPAÇÃO

Ana Maria da ConsolaçãoGonçalves

É com pesar que participa-mos o falecimento da Sra. D. Ana Maria da Consolação Gonçalves, ocorrido no dia 01/10/2012, de 95 anos, sol-teira, natural da freguesia de Santa Maria, Serpa. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no dia 02/10/2012, pelas 11 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério local. Apresentamos à família as cor-diais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA

Gerência: António Coelho

Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315

Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

AGÊNCIA FUNERÁRIA BARRADAS, LDA.

Rua do Outeiro nº 21 Vila Nova de S. Bento

Telm: 967026828 - 967026517

PENEDO GORDO

†. Faleceu a Exma. Senhora D. VITÓRIA ISIDORO AMARO, de 82 anos, natural de Aljustrel. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 03, da Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA BÁRBARA ALVES ACABADO, de 84 anos, natural de Baleizão - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 03, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas

apresentamos as nossas mais

sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapaxjulia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

ASSINATURA

Praceta Rainha D. Leonor, Nº 1 – Apartado 70 - 7801-953 BEJA • Tel 284 310 164 • E-mail [email protected]

Redacção: Tel 284 310 165 • E-mail [email protected]

Desejo assinar o Diário do Alentejo, com início em _______________, na modalidade que abaixo assinalo:

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Morada ______________________________________________________________________________

Localidade ___________________________________________________________________________

Código Postal ________________________________________________________________________

Nº Contribuinte ________________________Telefone / Telemóvel ______________________________

Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________

*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

Diá

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27Uma exposição de pintura e desenho da autoria de Nelson Freitas está patente

ao público até ao dia 31 na Biblioteca Municipal Manuel José “do Tojal”, em Vila

Nova de Santo André. Desde muito novo Nelson Freitas revelou um interesse

particular pelo desenho. Foi aluno de mérito na Escola EB 2/3 de Sines e na

Escola Secundária Padre António Macedo em Santo André e agora mostra-nos o

seu trabalho.

Nelson Freitas, uma nova geração

de artistasem Santo André

Dica da semanaA dica desta semana é sobre o trabalho da ar-tista alemã Mina Braun. Na escola já te pediram para desenhares uma árvore que corresponda à estação do ano em que te encontras. Ima-gina isso multiplicado pelos 12 meses do ano. Só pode dar um trabalho espantoso. Deixamos-te aqui algumas imagens, mas o melhor é dares um pulo até http://www.minabraun.com/

Pais A páginas tantas...Com o aproximar do dia 5 de Outubro, a página do “Vitó-ria, Vitória” tem de te mos-trar dois livros escritos e ilus-trados por dois autores, José Jorge Letria e Afonso Cruz.Tanto no livro A minha primeira República, como O dia em que mataram o rei, José Jorge Le-tria relata os acontecimentos ocorridos nesse dia e nos que se lhe seguiram. Foi um tempo de agitação, esperança e até mesmo de conflito, que mu-dou para sempre a História do nosso país. As ilustrações de Afonso Cruz dão à narrativa um tempero e uma força ainda maiores.

À solta

Jogo

Apesar de não termos o costume de comemorar o Halloween, a verdade é que aos poucos tem--se introduzido na nossa cultura. Fica aqui uma ideia se quiser preparar um lanche ou um jantar para os mais pequenos.

Retirado do blogue do pintor, mediador cultural, contador de histórias e ilustrador Miguel Horta, juntamente com Sofia Maul, os “sussuradores” mos-tram ser uma ótima ideia para fazeres com os teus amigos. Para as escolas ou bibliotecas interessadas vejam mais aqui e falem com eles. http://mi-guel-horta.blogspot.pt/2012/09/sussuradores.html

Fern

ando

Lad

eira

Vassouras de bruxa, mas muito doces. Vais precisar de um tronco, papel craft, cordel e al-guns doces para jun-tar à festa. Assim até sabe bem levar umas vassouradas.

Diá

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Boa vida

28 A Kaya é uma cadela de porte grande muito dócil. Apesar de já ter seis/sete anos é ainda

ativa e bem-disposta. Precisa de uma família que possa dar-lhe carinho e também

de viver numa casa com espaço exterior onde será mais feliz…Venham conhecê-la ao

Cantinho dos Animais. Já está esterilizada e desparasitada e será vacinada em breve.

Contactos: [email protected]

Comer Codornizes estufadas com arroz brancoIngredientes:6 codornizes,2 cebolas,3 dentes de alho,2 cenouras,1 dl. de azeite,2 colheres de sopa com banha,3 tomates grandes e maduros,q.b. de pimenta preta,q.b. de sal grosso,5 dl. de vinho branco,1 dl. de moscatel de Setúbal.

Confeção:Coloque um tacho ao lume com azeite, banha, cebola picada, a lho picado e cenoura cortada às rodelas grossas.Deixe refogar até a cebola ficar dourada.Junte as codornizes inteiras “ já lavadas e limpas”, o tomate esmagado com a mão e limpo de peles e grainhas, a pimenta e o sal.Adicione o vinho branco e deixe estufar lentamente com o tacho tapado. Ao longo da cozedura adicione água.Quando estas estiverem quase cozidas adicione o moscatel e retifique o tempero.Sirva com arroz branco.E bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

LetrasA submissão

O enredo de A submissão inicia-se com a reunião, tensa, de um júri que,

em 2003, está em vias de decidir o projeto vencedor para a cons-trução de um memorial às víti-mas do 11 de setembro, em Nova Iorque. Prossegue apresentando “Mo” – o arquiteto americano Mohammad Khan e muçulmano descendente de indianos - cuja ideia para a construção de um jardim como espaço de memória é escolhida após acesa discussão. Seguem-se capítulos que apre-sentam sucessivamente Sean, um protestante que perdeu o ir-mão no ataque às Torres Gémeas e que fez do luto a força para re-construir uma vida sem sentido, e Asma, uma viúva imigrante ile-gal, oriunda do Bangladesh, que acaba por tornar-se milionária devido à sua perda mas continua a incorrer no risco de ser depor-tada para o país de origem.

Editada em 2011, esta obra finalista de vários prémios foi, em geral, um êxito de crítica. Trata-se do primeiro livro da ex-jornalista do “The New York Times”, Amy Waldman que pa-rece ter rompido o silêncio a que os escritores de ficção norte- -americanos votaram, em geral, a tragédia do 11 de setembro.

A polémica em torno da es-colha – cega – do projeto vence-dor para o memorial, da autoria de alguém que pode ser um “ini-migo” é o pretexto para Waldman explorar as tensões e complexi-dades da sociedade americana e o modo como esta integra os seus seus membros, como vive com a sua vocação liberal e de defesa da liberdade. Estreia brilhante de Waldman, ora descreve com propriedade os dramas de uma imigrante “bangla” com a sua senhoria como as manobras or-questradas pelos membros e pre-sidente de um júri que lida mal com a sua escolha e com a polé-mica que resultará seguramente na sua assumpção. A ler.

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaOs últimos selos do ano entram este mês em circulação

Tal como se diz no título, as últimas emissões de selos deste ano entram em circulação durante o mês de outubro.

Para além da emissão “Palácios Nacionais – Queluz”, que no dia 3 entrou em circulação, preveem-se ainda as sete seguintes: “Palácios Nacionais – Ajuda”; “Correio Escolar”; “Ano Internacional da Energia”; “Fado”; “Humoristas Portugueses”; “Engenharia Portuguesa” e “Festas Populares”.

Assim, para a próxima semana preveem--se quatro emissões: dia 7, entrará em circu-lação “Palácios Nacionais – Palácio da Ajuda” (2.º grupo). Para o dia 9 estão previstas duas: “Onde te leva o selo – Correio Escolar” e “2012 Ano Internacional da Energia”. Esta última emissão é de um produto filatélico, também adesivo, as Etiquetas de Impressão de Franquia Automática, nome vulgarmente abreviado pelos filatelistas para a sua sigla EIFA. O “Fado” (2.ºgrupo) é a quarta e última emissão da semana.

Para a semana seguinte preveem-se mais duas: no dia 16, a que assinala o “1.º Salão dos Humoristas Portugueses – Centenário” e, no dia 19, a emissão dedicada à “Engenharia Portuguesa – Ordem dos Engenheiros”.

Para além destas é provável que, ainda em outubro, entre em circulação o novo grupo dedicado às “Festas Tradicionais Portuguesas” (selos AA – 2.º grupo).

A emissão prevista para o dia 9, “Onde te leva o selo – Correio Escolar”, tem três selos: 32 cêntimos; 68 cêntimos e 80 cêntimos. As suas ilustrações são, pela mesma ordem, de Martim dos Santos Onofre; Matilde Amaro Nunes e Ana Carolina Marques. A capa da pagela também é

de Martim dos Santos Onofre.A emissão dedicada ao 1.º Salão dos

Humoristas Portugueses (dia 16), tem quatro selos ( 0,32; 0,47; 0,68 e 0,80 €) e uma folha especial com mais oito (2 x €0,32; 2 x €0,47, 2 x €0,68 e 2 x €0,80), o que dá três selos de cada uma das franquias. Apesar desta tripli-cação os selos são diferentes. O desenho é do Atelier B2.

A efeméride que se assinala, realizou--se em Lisboa, no dia 9 de maio de 1912, no Grémio Literário ao Chiado.

A emissão “Engenharia Portuguesa” (dia 19) tem oito selos e um bloco (com um só selo). O selo do bloco é da franquia de 3 eu-ros e os restantes são de 32; 47; 57; 68 e 80 cêntimos; e um euro, todos eles do artista João Machado. A capa da pagela mostra-nos a fachada traseira, do edifício sede da Ordem dos Engenheiros.

A emissão dedicada ao “Fado” imorta-lizará, filatelicamente, as vozes de Maria da Fé, Argentina Santos, Mariza, Vicente da Câmara, Rodrigo e Camané. O 1.º grupo desta emissão entrou em circulação em 3 de outubro do ano passado e homenageou os fa-distas Alfredo Marceneiro, Carlos Ramos, Hermínia Silva, Maria Teresa de Noronha, Amália Rodrigues e Carlos do Carmo. Está agendada pelo Clube de Colecionadores dos Correios a edição de um livro, da autoria de Rui Vieira Nery, dedicado ao Fado.

Recorde-se que o o ano passado o Fado foi considerado, pela Unesco, Património Cultural Imaterial da Humanidade.

Geada de Sousa

Amy WaldmanTeorema416 pág.s16 euros

Diário do Alentejo5 outubro 2012

29

CrónicaA festado vinho, para além da crise

Era o vinho, meu bem, era o vi-nho ouvi cantar mil vezes, desde menino, na minha aldeia. Talvez

que a cantiga seja vulgar no nosso País, mas sempre ali a ouvi, repetidamente cantada. Coisa que parece de raiz, de tão corriqueira. Era a coisa que eu mais adorava, prosseguia, rematando com convicção que só por morte, meu bem, só por morte, o vinho eu deixava.

O vinho mais do que tudo uma paixão. Desde gregos e romanos, que lhe consagraram deuses e o venera-ram com sentimento, reconhecendo-lhe virtudes escondidas. In vino veri-tas, diziam. O vinho é coisa santa, faz o cantar miudinho emparelham, com eles, as nossas gentes, intentando o ca-minho do sagrado.

Todavia o Baixo Alentejo só agora desperta de um sono que deixou a vi-nha reduzida a pequenas ilhas, pouco mais que Vidigueira e Vila de Frades, Alvito, Cuba, Amareleja e Pias. A fi-loxera? A apetência alternativa pelo olival?

O país vinhateiro que somos, só o era do Tejo para cima até há pouco. Entretanto, o hábito de beber vinho não se perdeu no sul alentejano. Se que-res que eu cante bem, dá-me gotinhas de vinho. Mesmo no tempo da fome, as tabernas foram locais de ajunta-mento, de desabafo, de conversas mais arrastadas que o usual. De revolta. Os taberneiros incentivando o consumo (ou talvez não, só querendo fazer bo-nitos) proclamando em papéis amare-los espetados nas paredes Bebe à von-tade, sem medo/E se ficares de grão na asa/Nós guardamos segredo e vamos levar-te a casa. Só que muitos não iam. Alguns malhavam com os ossos no posto. A GNR tinha ordens para pren-der aqueles a quem se desatava a lín-gua com o vinho. Salazar, que gostava de vinho, parecia não gostar de ver nos outros os efeitos, especialmente os que punham em causa o seu regime.

O camelo é o animal que passa mais tempo sem beber: não seja você camelo tornavam os papéis da parede, sujos pelas moscas, ao lado da gaiola do pintassilgo. Se vires um homem ca-ído na rua, respeita-o, pode ser um bê-bado referiam os singulares prospetos, agora com acento filosófico. Tabernas antigas como templos, de balcão de mármore carcomido pelo vinho, som-brias, em ruas escusas. Lugares de per-dição, algumas.

O consumo dos rurais alentejanos sempre foi diferente dos do Norte. No Norte o vinho estava ligado ao traba-lho, fazia parte das contrapartidas pa-gas aos jornaleiros. Supunha-se que aumentava o rendimento da enxada. Homens e mulheres bebiam, em quan-tidade, vinhos de graduações geral-mente baixas. Até crianças, nas so-pas de cavalo cansado. No Sul, o vinho

estava (e ainda está) ligado ao lazer. Desde que me entendo é coisa de ho-mens, que nem em casa o bebem, quanto mais cheirá--lo no trabalho. Consomem-no nas vendas. Mais que menos, conforme as posses. Em grupo. Em rodadas. Criando laços. Uma espé-cie de cimento. Incendiando o rastilho do cante. Em tempos de escuridão, até o proibido: Há lobos sem ser na serra/Eu ainda não sabia...

As talhas alinhadas junto à parede das adegas da Cuba e da Vidigueira. O barro tentando baixar temperaturas nas ardentes fermentações. Momentos de ansiedade. As abóbadas dando uma mão. Mais tarde o cante ao disfarce: Quando eu vejo vir no campo/Carros à meia ladeira/Lembram-me as moças da Cuba/E o vinho da Vidigueira...

O humor à solta, parodiando vi-nho. Os dois de Vila Alva que, à beira de uma ribeira, só de verem um achigã saltar na água beberam cinco litros. O caleiro de Moura que prendeu o ma-cho na argola da adega e que, enfras-cando-se de vinho novo, não deu por uma trovoada que se abateu sobre Alvito e lhe derreteu a cal. Mas que já na rua, no meio da desgraça, ainda conseguiu glorificar o vinho novo com um grito tão forte que os mais velhos ainda recordam.

Quem bebe sem consciência, num contínuo, não lhe chamam uma pipa mas uma talha. Da Aldeia do Mato vi-nham essas grandes unidades de ce-râmica, de quinhentos litros ou tal-vez mais. Aí fervia o vinho, espreitado continuamente pelo adegueiro. O Zé Amante, o Pera, da Amareleja. Nunca abriram um livro de teoria. Viveram uma vida inteira encostados à tradi-ção. Reverenciando a uva de pendura, de vinhas velhas. O vinho branco sa-ído por uma cana mais fina que o dedo meiminho, atacada de junça, espe-tada no batoque de cortiça por onde as talhas se aliviavam para alguidares. Mesas esconsas recebendo os acólitos, que degustavam o vinho novo com um prato de azeitonas, também novas, re-talhadas ou pisadas. A linguiça da ma-tança recente, assada na brasa. O vinho ainda doce, aflorando espuma, em co-pos pequenos, de vidro muito lavado.

Vila de Frades que hoje já não tem abades/ mas adegas que são catedrais/ onde os palhetes fazem brilharetes/ que são de beber e chorar por mais como lhe cantam os de Ficalho, é ou-tro local mítico onde cai gente de toda a região logo que alguém, no distrito de Beja, passa a palavra de vinho novo. Fialho, filho da terra e o seu O país das uvas, glorificando tempos de produ-ção passada. Vinho e amigo, o mais antigo.

E o ano em que, dentro de uma ta-lha, caiu um rato lá na Vidigueira e em que o vinho foi tão barato já não há quem queira, como ainda hoje se re-corda numa moda de Entrudo.

A gente do Sul presa no bálsamo que vem da uva. O vinho como adubo da alma. Felizmente que, sobre ele, novos tempos despontam no Baixo Alentejo. A quantidade, mas especial-mente a qualidade, vieram ao de cima. O vinho continua uma festa.

João Mário Caldeira

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Francisco Ceia apresenta primeiro livro em Vidigueira Mais conhecido como compositor e intérprete, Francisco Ceia revela agora a sua veia de escritor em Jogo de Janelas, obra que se apresenta hoje, sexta-feira, pelas 17 horas, na Biblioteca Municipal de Vidigueira. Livro de es-treia, com o selo das Edições Colibri, Jogo de Janelas coloca à tona um “viajante de sonhos, e de lugares, desvendando histórias, tecidas no corpo das palavras, de que resulta uma literatura poética”.

São jovens, na idade e no tempo de formação. Têm a nobre missão de

“fazer renascer o cante alentejano” e, além disso, de “fazer respeitá-lo”. De

calça de ganga mas sem tirar o boné, os Bubedanas vão estar na cafetaria

da Biblioteca Municipal de Beja para um show case, agendado para as

17 horas de amanhã, sábado. O mais jovem grupo coral espontâneo da

região para conhecer em mais uma sessão do ciclo “Beja dá-lhe música”.

Bubedanas em skow

case na Biblioteca

de Beja

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Fim de semana

Beja celebra Dia Mundial da Música Inaugurada na passada segunda-feira, Dia Mundial da Música, a exposição “Para uma memória

de Michel Giacometti” reúne em Beja, na Galeria Municipal dos Escudeiros, até ao próximo

dia 31, 29 reproduções de fotografias do fundo do etnomusicólogo corso que revelou ao País

as suas próprias tradições musicais. Além das imagens, a mostra integra também um roteiro

com conteúdos informativos e descritivos que lhes servem

de legenda e um DVD com reproduções da série

de filmes “Povo que Canta”. Tendo já percorrido

vários pontos do País, o acervo chega agora a Beja

como parte do programa de comemorações do

Dia Mundial da Música. No pacote de iniciativas

estão também incluídas, ao longo do dia de

hoje, a inauguração, pelas 16 horas, da exposição “A

música na obra de Jorge Vieira”, patente no Museu Jorge

Vieira até janeiro, e um concerto pelo Coro do Carmo de

Beja na Pousada de São Francisco, agendado para as 21

e 30 horas. O dia de amanhã, sábado, será preenchido de

manhã à noite. Arrancando com um encontro de bandas

filarmónicas no jardim público (9 e 30 horas), prossegue com

um desfile de grupos corais no mesmo espaço (11 horas) e

culmina com o Festival Vento de Leste, que reúne, a partir

das 21 e 30 horas, vários grupos vocais, instrumentais

e de dança no palco do Teatro Municipal Pax Julia.

Cerca de 60 fotógrafos vão expor em Beja até final do mês

Outubro é “mês da fotografia”

na Casa da Cultura A

partir de amanhã, sábado, e até ao final do mês, a Casa da Cultura de Beja acolhe imagens de cerca de 60 fotógrafos, um ciclo que se denominou de “Outubro – Mês da Fotografia” e que se desdobra também em sessões de conversa, exibição de documentários, e exposições de BD que

prestam homenagem à fotografia. A inauguração está agendada para as 16 horas de amanhã, hora em que abrem ao público, em simultâneo, as mostras coletivas “Prémio de Fotojornalismo 2011 Estação Imagem/Mora” e “Fotógrafos de Beja”; e “O PREC já não mora aqui”, de João Pina.

Na primeira, patente no rés-do-chão do edifício, podem ser revisitados alguns dos momentos mar-cantes do ano de 2011, nomeadamente um caso de bullying com desfecho mortal, que abalou a comuni-dade de Mirandela, cujo acompanhamento fotojornalístico valeu a Nelson d’Aires o primeiro prémio. Mas, para além do vencedor principal, também lá estão trabalhos de Enric Vives Rubio, José Carlos Carvalho, Augusto Brázio, Artur Machado e Leonel de Castro, distinguidos nas categorias de Notícias, Vida Quotidiana, Ambiente, Arte e Espetáculos e Desporto, respetivamente. A mostra “O PREC já não mora aqui” exibe, por seu turno, as imagens vencedoras da Bolsa de Fotojornalismo 2010, também atribuída pela associação Estação Imagem, uma coleção em que João Pina se propõe ir à procura do que resta do Alentejo pós-revolucionário, quase 40 anos passados.

Subindo as escadas, abre-se ao visitante, no primeiro-andar, uma montra da fotografia que se pro-duz atualmente na capital de distrito, tanto no registo amador como no profissional. “Fotógrafos de Beja” reúne imagens de perto de 40 autores, desde fotojornalistas, como José Serrano e José Ferrolho, até fotógrafos de natureza, como Dinis Cortes, passando por amadores premiados como Luís Pinheiro da Silva e Miguel Teotónio.

No mesmo dia, decorre, pelas 17 e 30 horas, no âmbito da rubrica “Conversas de fotógrafos”, uma sessão sob o tema “Estação Imagem – Descentralização de projetos culturais”, que terá como convida-dos os fotógrafos Bruno Portela e Luís Vasconcelos. E abrem portas outras duas mostras que cruzam a oitava e a nona artes: “Lobato”, que leva o nome do autor, e “Territórios – Entre a Banda Desenhada e a Fotografia”, de John Bolton.

Exposição “Emergências 2012” na Biblioteca de Odemira A Biblioteca Municipal de Odemira acolhe, até ao próximo dia 20, a exposição

“Emergências 2012”, uma produção da Associação Cultivamos Cultura que

integrou já a programação da “Guimarães, Capital Europeia da Cultura”. Trata-se

de uma exposição de arte contemporânea experimental “que utiliza a ciência e

a tecnologia para desenvolver novos meios de expressão artística”. A comissária

é a artista Marta de Menezes, que nos últimos anos tem vindo a desenvolver o

conceito de Bioarte, ao explorar a interação entre a arte e a biologia, “tornando

os laboratórios locais de trabalho e provando que as novas tecnologias podem ser

usadas como uma nova forma de arte”. A Cultivamos Cultura é uma associação

que, desde 2009, promove em São Luís, Odemira, projetos com a comunidade.

JP Simões no aniversário de Os Infantes O espaço Os Infantes comemora o seu primeiro aniversário,

enquanto casa da companhia Lendias d’Encantar, com um

convidado muito especial. JP Simões, cantor e compositor de “O

Tango do antigamente” e “1970 (retrato)”, entre outros temas em

que cruza ironia e bossa-nova, vai estar hoje em Beja para um serão

em que se celebra o primeiro ano da nova vida da emblemática sala

de espetáculos bejense. Além de intérprete notável, o antigo rosto

dos Belle Chase Hotel e Quinteto Tati é também um entertainer

de luxo, pelo que se prevê um serão no mínimo bem passado.

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mÉdicos recusam-se

a vir para o alentejo

pois hÁ poucos sÍtios

para estacionar

os helicÓpteros

Segundo noticiou o “DA”, apenas um médico concorreu às 12 vagas abertas nos centros de saúde da região. A situa-ção está a exasperar as autoridades locais. Fonte da Administração Regional de Saúde do Alentejo tentou explicar- -nos o que se passava: “Temos feito de tudo, mas os médicos portugueses inventam as desculpas mais incríveis para não virem: «Ah, que não há sítio para estacionar o helicópetro», «lamento, mas a minha caneta não escreve a sul do rio Sado» ou «toda a gente sabe que no Alentejo é impossível curar virilhas assadas». Porra, pá! Às vezes te-nho a impressão que é mais fácil importar médicos cubanos de triciclo”.

Exclusivo “Não confirmo, nem desminto” Grupos de cantares alentejanos refazem letras de modas para se adaptarem às circunstâncias atuais

Numa altura em que a candidatura do cante alentejano a

Património Imaterial da Humanidade ainda está de pé, os

grupos de cantares regionais, decidiram começar a refazer

as modas de maneira a adaptarem-se aos tempos moder-

nos. Num exclusivo mundial, apresentamos algumas mo-

das alentejanas, versão 2.0:

Eu sou devedor ao Fisco

O Fisco me está comendo

O Fisco lixa-me a vida

Eu pago ao Fisco em morrendo

(Nova versão de ALENTEJO, ALENTEJO

- Terra sagrada do pão)

Gaspari!

Gaspari, lindo Gaspari!

Tu hás de,

Tu hás de acabar comigo!

Nas tabelas, nas tabelas do IRS

Nas tabelas do IRS

Levas-m’a desesperar, bandido

(Nova versão de CEIFEIRA LINDA CEIFEIRA)

Olha a carreira se vai linda,

De efetivo a precário

Também eu queria ser

Também eu queria ser

Também eu queria,

Também qu’ria ser coletado

Ser coletado e ter subsídio

É obrigação do Estado

Também eu queria ser

Também eu queria ser

Também eu queria,

Também qu’ria ser coletado

(Nova versão de OLHA A NOIVA SE VAI LINDA)

Manifestação CGTP: PSP dispersa manifestantes alentejanos com jatos de gaspacho

No passado dia 28 de setembro realizou-se uma grande

manifestação organizada pela CGTP, que contou com a

participação de elementos da manif. de 15 de setembro e

de adeptos do Sporting que exigem a demisão de Sá Pinto.

Do Alentejo partiram muitos autocarros e, ao que apu-

rámos, as coisas correram muito bem, como nos relatou

Arménio Carvalho da Silva Avoila: “Foi uma demonstração

da nossa grandeza! Até as forças de segurança estão con-

nosco: os camaradas da PSP tiveram a gentileza de nos dis-

persar com jatos de gaspacho… E era mesmo alentejano,

não daquela zurrapa espanhola! Fomos muito bem trata-

dos, bem melhor do que o pessoal das outras regiões. Uma

senhora de Aveiro partiu a cabeça quando foram dispersa-

dos com jatos de leitões da Mealhada… E pior ficou o ca-

marada da Guarda… Ele ficou com uma fratura exposta

em três sítios depois de ter sido dispersado com um jato de

broas de milho”.

Inquérito Mitt Romney, candidato republicano às eleições americanas, não percebe porque é que não se podem abrir janelas de aviões em voo. E o leitor percebe?

TEOTÓNIO TORRE DE CONTROLO, 36 ANOS

Licenciado em couratos e pipis

Realmente está uma coisa bem pensada, sim senhor... É uma chatice

um gajo ir no avião e não poder amandar uma lata de cerveja, um saco

de alcagoitas ou uma cunhada histérica que não diz os erres pela ja-

nela. Cá para mim, os americanos já inventarem uma maneira de abrir

as janelas em voo, mas isso é uma coisa que só se sabe lá na América.

Eles escondem essas coisas por causa de terem a mania… Eles inven-

tarem a Hepatite C para dominar o mundo, por exemplos…

NANDINHA PORTA DE EMBARQUE, 61 ANOS

Coisinha fofucha

Meu Deus! Vê-se mesmo que esse senhor é um reacionário da pior es-

pécie! Esse neoliberal cuspidor de lava e assassino de cachorrinhos!

Tomara ele chegar aos calcanhares do meu Obama, o ser humano mais

perfeito a seguir ao bonzão do Crespúsculo… Não só voltou a tornar

a América credível, como acabou com a Guerra no Iraque, matou o Bin

Laden com as próprias mãos, caminhou sobre a água e curou o Stevie

Wonder! Salvé, Obama!

VITORINO TERMINAL, 33 ANOS

Piloto da TAP e pessoa de bem

Não me diga nada! Eu já viajei com a janela aberta, mas é uma chatice

de se fazer, especialmente se não tiver óculos… Da última vez que fiz

isso, tive de tirar um flamingo que me entrou para a vista esquerda.

No voo Yokohama-Beja, ao chegar a Portugal, tinha tantos mosquitos

nos dentes que fui obrigado a lavar o estômago – o médico receitou-

-me Dum-Dum para as cólicas, veja lá!

Desacatos na Assembleia Municipal: Pulido Valente e Miguel Ramalho participam em tournée de luta na lama

A adesão da Câmara de Beja ao PAEL continua a dar que falar: a última sessão da Assembleia Municipal ficou marcada por alguns desacatos entre Pulido Valente e o vereador Miguel Ramalho. Ao que parece, entre acusações de pontapés nas canelas, dedos com cuspo no ouvido, papelinhos com frases como “O Pulido cheira a reles funcionário” e “O Ramalho cheira a Zita Seabra na clandestinidade”, os ânimos estiveram muito exaltados. Tudo começou com a ausência dos membros da CDU e do Bloco de Esquerda na assembleia, o que resultou na suspensão dos trabalhos por falta de quórum – ao que parece, a Mesa da Assembleia não reconheceu legitimidade aos bonecos de cartão, em tamanho real, de Odete Santos e do Major Tomé que substituiam os deputados daqueles dois partidos. Destes eventos às afrontas foi um passo: Pulido terá tentado agredir o vereador com um dos pilares prometidos na sua campanha eleitoral, mas, como referiu o próprio: “Olá a todos e a todas, portanto, não lhe acertei!”. Nessa altura, Ramalho terá tentado puxar o cabelo ao autarca, mas “parece que é careca só para me fazer pirraça”, afirmou o vereador. Os dois intervenientes só foram separados pelo Grupo de Comandos do Exército, entre mais acusações e bocas que incluiram trocadilhos com o apelido Ramalho e o desejo de ver Pulido na Praça de Touros, sozinho, com a Ganadaria Brito Paes. Este acontecimento, que marcou a atualidade em todo o mundo e também em Entradas, teve, contudo, um lado positivo, segundo afirma fonte da autarquia: “Houve quem se lembrasse que esta ocorrência seria boa para aproximar mais a classe política da população, tornando-a mais ativa civicamente. Assim sendo, decidimos promover um magnífico espetáculo de luta na lama com Pulido e Ramalho, e já temos tourneé marcada… Estãos agendados espetáculos em Mombeja, Vila Azedo, Trigaches, Albernôa e nas traseiras do LIDL, em Beja. A primeira parte ficará a cargo do PSD, com o seu magnífico número de «Invisibilidade Política». De certeza que irá atrair o povo – todos gostam de uma boa luta!”

Nº 1589 (II Série) | 5 outubro 2012

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Hoje, sexta-feira, o céu deverá apresentar-se nublado e a temperatura deverá oscilar entre os 15 e os 27 graus centígrados. Amanhã, sábado, são esperadas nuvens e no domingo o sol deverá brilhar em toda a região.

Bandeirante Raposo Tavares homenageado em Beja e Mértola

O bandeirante António Raposo Tavares vai ser

homenageado, entre hoje e amanhã, sábado, nas suas

terras de origem, Beja e Mértola, através de um conjunto

de iniciativas promovidas pelo Departamento do

Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e

Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, com

a colaboração dos municípios locais. Hoje, sexta-feira,

pelas 12 horas, terá lugar uma sessão de homenagem,

com a presença do Regimento de Infantaria n.º3, junto

à estátua de Raposo Tavares, em Beja. Amanhã, em

Mértola, a partir das 10 horas, o Cineteatro Marques

Duque acolhe o seminário “A Formação Territorial do

Brasil – O Contributo de António Raposo Tavares”, com

a colaboração de investigadores das universidades de

São Paulo e Estadual Paulista, do Instituto Histórico

e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da

História. Da parte da tarde, pelas 16 horas, far-se-á uma

romagem a São Miguel do Pinheiro, a que se associa a

comunidade local, com o descerramento de uma placa

na igreja onde o bandeirante foi batizado. Recorde-se que

António Raposo Tavares partiu para o Brasil em 1618,

com o pai, oriundo de Beja, fixou-se em São Paulo e nove

anos depois comandou a sua primeira expedição militar

(bandeira), atingindo o Rio Grande do Sul, de onde

expulsou os jesuítas espanhóis.

“Reviver a mouraria”no Festival Islâmico de Moura

O centro histórico de Moura vai acolher, já entre os

próximos dias 12 e 14, a primeira edição do Festival

Islâmico, com organização da cooperativa Comoiprel,

apoio da câmara municipal local e dinamização a cargo

da empresa Passado Vivo. O evento, que propõe a locais

e visitantes “reviver a mouraria”, contemplará rábulas

diárias, inspiradas no período de ocupação islâmica,

danças, música, fogo-de-artifício, e ainda artesanato ao

vivo. Durante o fim de semana, o comércio e os serviços

da zona de intervenção estarão abertos, o que promete

“grande animação, convívio e interação” entre mourenses

e forasteiros, considera Antónia Baião, da Comoiprel. Em

última instância, o que se pretende, admite a responsável,

é “promover o comércio e serviços da zona histórica da

cidade”, e “experimentar novas atividades culturais

e de animação que promovam a cidade de Moura e o

concelho”. PUB

Ainda não terminou o curso de mestrado que está a frequen-tar em Évora mas o prémio

que conquistou há dias já lhe permite pensar, pelo menos, “num futuro me-lhor”. Lurdes Chagas foi uma das ven-cedoras, em coautoria com uma co-lega, do Prémio Secil Universidades, o mais prestigiado galardão nacio-nal para estudantes de arquitetura. O projeto distinguido “questiona” a cidade de Lisboa, e o seu centro his-tórico, ao propor a transformação de um quarteirão numa zona residen-cial para idosos, obedecendo a uma inusitada estrutura vertical.

Recebeu recentemente o Prémio Secil

Universidades, o mais prestigiado

prémio de arquitetura para alunos fi-

nalistas a nível nacional. Além do ób-

vio reconhecimento, o que se ganha

com uma distinção destas? Devo sublinhar que o mais impor-tante é o reconhecimento que ad-vém do próprio prémio, uma vez que é o mais relevante galardão nacional para estudantes de arquitetura. Uma distinção destas torna-se bastante valiosa nesta área profissional, pelo facto de se concorrer contra os me-lhores alunos das universidades do País, dado que este concurso é um in-centivo à qualidade do trabalho aca-démico. Deste modo, esta distinção proporciona aos vencedores um ele-vado grau de prestígio, bem como ao curso de Arquitetura e às universida-des. A experiência adquirida com o concurso e o facto de se vencer possi-bilita uma crença num futuro melhor e um elevar da exigência profissional

dos futuros arquitetos nacionais.

Venceu em coautoria, com um pro-

jeto de habitações para idosos. Em

concreto, de que se trata?

O projeto foi realizado em coauto-ria com uma colega do curso, Elsa Barrelas, e coordenado pelo arquiteto João Trindade. Denomina-se “Casa Vertical – Design for Aging” e con-siste na reabilitação de um interior de quarteirão adjacente ao largo do Rato, em Lisboa. O programa visava a cria-ção de 120 habitações para a terceira idade, com várias valências adjacen-tes, nomeadamente ginásio, clínica, cafetaria, centro de dia, jardim de in-fância e uma zona termal. O projeto questiona a cidade de Lisboa e o lo-cal de intervenção através da imple-mentação no centro histórico de um programa que não é usual naquela

morfologia urbana. O programa – residências para idosos – que usu-almente apresenta uma estrutura horizontal, surge organizado verti-calmente através de uma justaposi-ção de módulos, que por sua vez se organizam em torno dos acessos ver-ticais e espaços comuns. Esta organi-zação dá origem a três torres (plano vertical) que possibilitam transfor-mar o interior do quarteirão num es-paço ajardinado. A base desta estru-tura (plano horizontal) adapta-se morfologicamente ao território e pre-para a implementação das torres. O projeto estabelece diferentes relações de escalas com o território e entre as diferentes partes do programa, sur-gindo a partir de temas cruciais em Arquitetura, nomeadamente a verti-calidade e a horizontalidade, que se realizam através de um pensamento bastante complexo.

Quais são os seus sonhos, na área

profissional que escolheu, e de que

forma este prémio pode dar-lhe um

empurrão para alcançá-los?

Acima de tudo, espero construir uma boa carreira na área da Arquitetura nacional e, se possível, trabalhar com alguns dos melhores profissionais da área. Acredito que este prémio me possibilitará alcançar um futuro melhor e mais promissor tendo em conta a situação atual do nosso país. Espero sinceramente que este aconte-cimento na minha vida profissional tenha sido o começo de um futuro re-pleto de bons momentos e de grandes projetos de Arquitetura.

Carla Ferreira

Lurdes Chagas26 anos,natural de Moura

Jovem arquiteta de Moura vence Prémio Secil Universidades

Desenhar para a terceira idade

É licenciada em Cultura Arquitetónica, pela Universidade de Évora, estabelecimento onde está de momento a concluir o mestrado com a tese “Água na Arquitetura: Do caráter prático, lúdico e simbólico”, com orientação do professor João Trindade. O projeto com que recentemente venceu

o Prémio Secil Universidades – “Casa Vertical – Design for Aging” – foi também candidato num concurso promovido pelo American Institute of Architects (AIA), justamente subordinado

a tema “Desenhar para a terceira idade”. Antes disso, já havia sido finalista do concurso “Arquitetura em Lugares Sagrados”, com o projeto “Célula Cartuxa”, promovido pela Turrel.

quadro de honra

O “DA” está no canal 475533 do