educação, cultura e sociedade

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EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE

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Educação, Cultura e Sociedade

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Page 1: Educação, Cultura e Sociedade

EDUCAÇÃO, CULTURA E SOCIEDADE

Page 2: Educação, Cultura e Sociedade

A educação, para os clássicos como

Durkheim, expressa uma doutrina

pedagógica, que se apoia na concepção do homem e sociedade. O processo educacional

emerge através da família, igreja, escola e

comunidade.

Page 3: Educação, Cultura e Sociedade

A ação exercida pelas gerações adultas sobre as

que ainda não estão maduras para a vida social, tem por objetivo suscitar e

desenvolver na criança determinados números de estados físicos, intelectuais

e morais que dele reclamam, por um lado, a sociedade política em seu conjunto, e por outro, o meio especifico ao qual

está destinado. (DURKHEIM, 1973:44)

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A criança só pode conhecer o dever através de seus pais e mestres. É preciso que estes sejam

para ela a encarnação e a personificação do dever. Isto é, que a autoridade moral seja a

qualidade fundamental do educador. A autoridade não é violenta, ela consiste em certa ascendência

moral. Liberdade e autoridade não são termos excludentes, eles se implicam. A liberdade é filha da autoridade bem compreendida. Pois, ser livre

não consiste em fazer aquilo que se tem vontade, e sim em ser dono de si próprio, em saber agir

segundo a razão e cumprir com o dever. E justamente a autoridade de mestre deve ser

empregada em dotar a criança desse domínio sobre si mesma (DURKHEIM, 1973:47).

Page 5: Educação, Cultura e Sociedade

De acordo com Durkheim a educação não é um elemento para a mudança social, pelo contrario, é um elemento fundamental para a conservação

e funcionamento do sistema social.

A educação não é preparação nem conformidade.

Educação é vida, é viver, é

desenvolver, é crescer. (DEWEY,

1971:29).

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Uma corrente oposta a Durkheim estaria constituída pela obra de Dewey e Mannheim. O ponto de

partida de ambos autores é que a educação constitui um mecanismo

dinamizador das sociedades através de um indivíduo que

promove mudanças. O processo educacional para Dewey e

Mannheim, possibilita ao indivíduo atuar na sociedade sem reproduzir

experiências anteriores, acriticamente. Pelo contrario, elas serão avaliadas criticamente , com

o objetivo de modificar seu comportamento e desta maneira

produzir mudanças sociais.

Page 7: Educação, Cultura e Sociedade

Para Dewey, a escola é definida como uma micro-comunidade democrática. Seria o esboço da

socialização democrática, ponto de partida para reforçar a democratização da sociedade.

Para Mannheim, a educação é uma técnica social, que tem como finalidade controlar a

natureza e a historia do homem e a sociedade, desde uma perspectiva

democrática. Define a educação como:O processo de socialização dos indivíduos

para uma sociedade harmoniosa, democrática porém controlada, planejada,

mantida pelos próprios indivíduos que a compõe.

Page 8: Educação, Cultura e Sociedade

A educação constitui um processo de transmissão cultural no sentido amplo do termo (valores,

normas, atitudes, experiências, imagens, representações) cuja função principal é a

reprodução do sistema socialEm resumo, longe de a educação ter por objeto único e principal o indivíduo e seus interesses, ela

é antes de tudo o meio pelo qual a sociedade renova perpetuamente as condições de sua

própria existência. A sociedade só pode viver se dentre seus membros existe uma suficiente

homogeneidade. A educação perpetua e reforça essa homogeneidade, fixando desde cedo na

alma da criança as semelhanças essenciais que a vida coletiva supõe

(DURKHEIM, 1973:52).

AS FUNÇÕES DO PROCESSO EDUCACIONAL

Page 9: Educação, Cultura e Sociedade

Para Bourdieu arbítrios culturais reproduzidos pela prática pedagógica constituem um dos principais mecanismos de reprodução social.

O que ocorre é a predominância de arbitrários culturais,

transformado assim em uma cultura legitimada, gerenciados por grupos ou classes sociais

predominantes de uma mesma sociedade. Em outros dizeres, os

valores ditatoriais que conseguem se impor como uma cultura reconhecida e validada

seriam aqueles assegurados pela classe dominante. Assim, a

cultura escolar seria a cultura compelida como legítima pelas

classes dominantes

Page 10: Educação, Cultura e Sociedade

Disseminação das desigualdades sociais

Em seu livro A Reprodução, Bourdieu (1992, p. 11) conclui que os textos que o

compõe assinalam para um mesmo princípio de inteligibilidade: o “das relações entre o sistema de ensino e a estrutura das relações entre as classes”. Para o autor a escola não seria um campo neutro onde o conhecimento superior seria transmitido,

mas, uma entidade a serventia da procriação e legitimação da dominação exercida pelas classes dominantes. Essa sua definição tem ligação com o conceito

de arbitrário cultural.

Page 11: Educação, Cultura e Sociedade

Para Bourdieu, a forma como fundamentar uma cultura arbitrária e socialmente

imposta somente se efetiva se houver, na sua natureza

basilar, dissimulação. Essa seria uma das formas como a

violência simbólica se concretiza na escola

transmutada em classe neutra. Desta maneira, não sendo reconhecida como portadora de um discurso

abusivo, autoritário e déspota, a escola passa a reiterar e

legalizar desigualdades sociais.

Page 12: Educação, Cultura e Sociedade

Ser oriundo de uma classe dominante proporcionaria, a priori, aquisição de bens

culturais e linguísticos como sendo partícipe de sua própria personalidade. Para os marginalizados, incapazes de

perceberem o caráter impositivo da cultura escolar, acreditariam que suas dificuldades

escolares seriam provenientes de uma inferioridade que seria imanente e

intrínseca, e que sua superação seria limitada intelectualmente ou por fraqueza

de sua própria vontade de superar os obstáculos.

Page 13: Educação, Cultura e Sociedade

A teoria de Foucault sobre o poder.

Este filósofo de nosso tempo

concebe o poder não de maneira vertical

ou mesmo maniqueísta em uma

dialética entre “opressores” ou

aqueles que exercem o poder e

“oprimidos” aqueles que sofrem com a

coerção do mesmo.

Page 14: Educação, Cultura e Sociedade

Para Foucault não existe algo unitário ou global que chamamos de poder, mas sim, formas díspares, heterogêneas em constante transformação, o poder é uma

prática social e, como tal, constituída historicamente, logo, as práticas ou

manifestações de poder variam em cada época ou sociedade.

Segundo Foucault, o poder não emana unicamente do sujeito, mas de uma

rede de relações de poder que formam o sujeito, dentre outros elementos, tal

como o discurso, a arquitetura ou mesmo a própria arte.

Page 15: Educação, Cultura e Sociedade

O poder é concebido como uma rede, não nasce por si só, mas de relações sociais.

Outro aspecto inovador da teoria de Foucault é observar este mesmo poder como algo muitas vezes positivo, inerente a

natureza humana, manifestado em pequenas coisas, através de pequenos dispositivos.

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DA SOCIEDADE DISCIPLINAR A SOCIEDADE DE CONTROLE

Para Foucault, nos séculos XVII e XVIII inaugurou -se, na sociedade, o momento das disciplinas, que, de forma

institucional, se servia da vigilância nas prisões, escolas, hospitais, quartéis e outras organizações, fabricando

corpos submissos, por meio de uma sujeição implantada nos indivíduos que se sabiam observados. Era um tipo de

poder microfísico que, nos termos de Foucault “[...] se exerce continuamente através da vigilância [...]”

(FOUCAULT, idem, p. 187).Foucault (2004 a, p. 218), escreve que o panóptico representava “Um olhar que vigia e que cada um, sentindo o peso sobre si, acabará por interiorizar, a ponto de observar a si mesmo; sendo assim, cada um

exercerá esta vigilância sobre e contra si mesmo” (Idem, p. 218). Desse modo, o panóptico representou, até o

início do século XX, um modelo de exercício de poder, cuja técnica disciplinar garantia a subordinação e o

adestramento espontâneo do sujeito a um poder que agia sobre ele.

Page 17: Educação, Cultura e Sociedade

A vigilância dos corpos e o controle do indivíduo no espaço e no tempo são, portanto, segundo Foucault,

estratégias utilizadas pelo

poder para garantir a

docilização do indivíduo e

torná-lo útil à sociedade.

Page 18: Educação, Cultura e Sociedade

Treze anos depois Deleuze irá formular a teoria de uma nova

ordem social que ele irá denominar de sociedade de

controle. Para o teórico, foi na segunda metade do século XX –

após a Segunda Guerra Mundial – que as sociedades

disciplinares deram lugar às sociedades de controle. Após o

término da Segunda Guerra Mundial, surgiram forças na

sociedade que estabeleceram uma nova ordem. Essas forças

estariam identificadas com mudanças que aconteceram por todo o mundo capitalista, ligadas

principalmente às inovações tecnológicas. O uso dessas novas tecnologias para o controle social seria a mais nova expressão do exercício do poder na sociedade

moderna.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir, Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2004.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder, Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979

BOURDIEU, Pierre. A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. (Org.) Escritos de educação. 3º ed. Petrópolis: Vozes, 1998. BOURDIEU, P.; PASSERON, J.-C. A reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino. Trad. de Reynaldo Bairão. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982.

DEWEY, Jonh. Vida e Educação. São Paulo, Edições Melhoramentos.

DURKHEIM, E. Educação e Sociologia.6 Ed. Ed. Melhoramentos. São Paulo. 1985