educação física e práticas desportivas no 3º ciclo · o facto de não ter tido a possibilidade...
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Relatório de Estágio Profissional
Relatório de Estágio
Profissional apresentado com
vista à obtenção do 2º ciclo de
estudo conducente ao grau de
Mestre em Ensino de
Educação Física nos ensinos
básicos e secundários
Educação Física e Práticas Desportivas no 3º Ciclo
Orientador: Professor Doutor Mário Paiva
Estagiário: Frederico Castro (101186091)
Porto, 28 de Setembro de 2012
Castro, F. F. (2012): Educação Física e Práticas Pedagógicas no 3º ciclo.
Aveiro: Frederico, C. Relatório de estágio profissionalizante para a obtenção do
grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos ensinos Básico e
Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
Palavras Chave: EDUCAÇÂO FÍSICA, ESTÁGIO PEDAGÓGICO,
PROFESSOR, BASQUETEBOL, ESCOLA
III
Índice
Índice de Figuras VI
Índice de Quadros VII
Índice de Anexos VIII
Resumo IX
Abstract X
1. Introdução 1
2. Dimensão Pessoal 3
2.1. Reflexão Autobiográfica 3
2.2. Expectativas e impacto com o contexto de estágio 5
3. Enquadramento da Prática Profissional 8
3.1. Escola 8
3.2. Meio 10
3.3. Alunos 11
3.4. Disciplina de Educação Física 12
3.5. Grupo e Núcleo de Estágio de Educação Física 13
4. Realização da Prática Profissional 15
4.1. Planeamento 15
4.2. Planos de Aula 16
4.3. Unidades Didáticas 16
4.4. Aulas 17
4.5. Momentos Marcantes e Aprendizagens Pessoais e
Profissionais
18
4.6. Estratégias para o Sucesso 23
IV
4.7. Compromissos e Responsabilidades 24
4.8. Tarefas Realizadas 25
4.8.1. Jogos Tradicionais 25
4.8.2. Corta-Mato 26
4.8.3. Mega Sprint 27
4.8.4. Torneio Inter-Turmas de Basquetebol, Andebol e Voleibol 28
4.8.5. Torneio Inter-Turmas de Futebol 29
4.8.6. Dia do Basquetebol 30
4.9. Relação Professor-Aluno 33
4.10. O que é ser Professor 34
4.11. Investigação-Ação 36
5. Conclusão e Perspetivas para o Futuro 37
6. Elaboração do Estudo 40
6.1. Introdução 40
6.2. Revisão de Literatura 41
6.2.1. O Modelo de Educação Desportiva 41
6.2.2. Teaching Games for Understanding 42
6.2.3. Jogo Formal versus Jogo Reduzido 43
6.2.4. Ensino Centrado no Jogo Formal 45
6.2.5. Ensino Centrado no Jogo Reduzido 45
6.3. Objetivos 47
6.3.1. Objetivo Geral 47
6.3.2. Objetivos Específicos 47
6.4. Material e métodos 48
V
6.4.1. Caracterização da amostra 48
6.4.2. Instrumentos utilizados 48
6.4.3. Procedimentos estatísticos 48
6.5. Apresentação e discussão dos resultados 48
Conclusão 55
Referências Bibliográficas 57
7. Bibliografia 60
8. Anexos i
VI
Índice de Figuras
Figura 1. Adaptação do Modelo de ensino de jogos para a
compreensão
55
Figura 2. Jogos Desportivos Coletivos de Invasão 60
Figura 3. Média das percentagens do tempo das Unidades Didáticas 62
Figura 4. Avaliação Diagnóstico de Futebol 63
Figura 5. Avaliação Formativa de Futebol 64
Figura 6. Avaliação Diagnóstico de Andebol 64
Figura 7. Avaliação Formativa de Andebol 65
Figura 8. Avaliação Sumativa de Andebol 65
Figura 9. Avaliação Diagnóstico de Basquetebol 66
Figura 10. Avaliação Formativa de Basquetebol 66
Figura 11. Avaliação Sumativa de Basquetebol 67
IX
Resumo
Este relatório tem como objetivo a constatação e reflexão dos casos
sucedidos durante o Estágio Profissional, de acesso ao grau de Mestre, em
Ensino da Educação Física da Faculdade de Desporto da Universidade do
Porto.
Realizei o meu Estágio Profissional na Escola EB 2/3 de Leça do Balio,
existindo um núcleo de estágio composto por três elementos, por um professor
cooperante pertencente aos quadros da escola e um Professor
Orientador/Supervisor da Faculdade.
Ao longo deste relatório, tentarei demonstrar e rever todos os passos
marcantes da minha passagem pela escola, momentos estes, que me
permitiram adquirir uma identidade como professor, nas diferentes áreas de
intervenção na comunidade escolar.
Este relatório ramifica-se por diferentes áreas, entre elas a Introdução, a
Dimensão pessoal onde faço referência ao trajeto de vida até à realização do
Estágio Profissional; o Enquadramento da Prática Profissional que localiza o
estágio na conjuntura legal, conceptual e institucional; a Realização da Prática
Profissional, onde faço referências às diferentes caracterizações quer da
escola, alunos, meio, disciplina de Educação Física e por fim a caracterização
do núcleo de estágio; irei também abordar questões como a Realização
Profissional, onde entre outras farei um resumo das atividades realizadas
durante o ano letivo e por fim a Conclusão, onde termino uma reflexão sobre o
meu percurso e quais as minhas motivações, para o futuro.
Tive a oportunidade ainda de elaborar um estudo que se intitula de: O
Jogo Reduzido no 3º Ciclo do Ensino Básico, no qual pretendia identificar quais
as modalidades mais abordadas no 3º ciclo de ensino, quais as formas de jogo
mais adotadas nas aulas e na realização das diferentes avaliações do ano,
quais as formas de jogo a utilizar pelos docentes.
X
Abstract
This report aims at finding and reflecting of successful cases during the
Internship, access to the degree of Master in Teaching Physical Education,
Faculty of Sport, University of Porto.
I realized my Internship at EB 2/3 of Leça do Balio school, where was a
stage consisting of three elements, by a cooperating teacher cadres belonging
to the school and Teacher Advisor / Supervisor of the university.
Throughout this report, I will try to demonstrate and review all the steps
marked my passage through school, moments, which allowed me to acquire an
identity as a teacher in different areas of intervention in the school community.
This report, branches different areas, among them an introduction, an
personal dimension where I make reference to the course of my life until the
Internship; and Framework of Professional Pratice, which locates the stage at
the juncture legal, conceptual and institutional; an Realization of Professional
Practice, where I make references to the different characterization from school,
students, environment, physical education and by the end the group of
internship; I will approach questions like Professional Realization, where among
others I will make a resume of the activities made during the lective year and for
the end an Conclusion, where I finish with a review about my course and my
motivations for the future.
I had still the opportunity to elaborate a study witch titles as: The Small-
Sided Games in the 3rd Cycle of studies, where i tried to identify which sports
are more addressed in the 3rd cycle of studies, which forms of game are more
addressed in the classes and in the different evaluations, which forms of game
are used by the teachers.
1
1. Introdução
O estágio pedagógico orienta-se para uma formação profissional
envolvendo as dimensões pedagógicas, organizacionais, didáticas e científicas
com vista à integração do conhecimento prático dos estagiários. Visa a
integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada,
em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam
nos futuros docentes, um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder
aos desafios e exigências da profissão.
A realização deste Relatório Final de Estágio insere-se no âmbito do
Estágio Pedagógico, do 2º ano de Mestrado em Ensino de Educação Física
nos Ensinos Básico e Secundário, da Faculdade de Desporto da Universidade
do Porto.
Com a realização deste relatório, pretendo fazer uma reflexão sobre o
estágio e sobre quais as minhas expectativas iniciais e se foram
correspondidas ou não.
Este como o derradeiro ano do meu mestrado, era aguardado com algum
receio e ao mesmo tempo com alguma ânsia. O ano de estágio era aquele
onde iria ter supostamente o primeiro contacto com a escola enquanto
professor e sabia à priori que seria um ano bastante trabalhoso e que iria exigir
o máximo de mim. No entanto com a reformulação do curso e com as novas
medidas aplicadas pelo estado, a responsabilidade do professor estagiário
diminuiu substancialmente tal como o horário de intervenção do mesmo na
escola e como no 1º ano de mestrado, já pude ter um primeiro contacto com a
profissão de professor, apesar de trabalhar em grupos de trabalho, já consegui
tirar algumas ilações do que é ser professor e quais as responsabilidades desta
profissão. Desta forma encarei o estágio mais tranquilamente e com a
consciência que com trabalho e dedicação, os objetivos seriam alcançados
com sucesso. Numa fase inicial, senti que a minha preparação para o estágio,
estaria suficientemente adquirida e consolidada, para poder agir da melhor
forma perante as dificuldades que se irão apresentar no meu caminho, mas ao
chegar à escola e ter um primeiro contacto com a turma, surgiram algumas
2
dúvidas sobre como seria o comportamento dos alunos perante os professores;
como seria a relação com os orientadores e com os meus colegas de estágio;
como seria a receção por parte dos docentes da escola; como seríamos
tratados pelos funcionários da escola; como seria o tratamento por parte da
Direção Executiva. Dúvidas estas, que geraram um certo nervosismo que foi
aumentando à medida que ia chegando a “hora da verdade”. Felizmente a este
nível, tudo correu pelo melhor e fui acolhido por toda a comunidade escolar da
melhor maneira, e desta forma à medida que me ia integrando na escola, todo
o nervosismo se foi dissipando e cada vez mais me senti parte integrante da
escola.
O facto de não ter tido a possibilidade de poder lecionar o basquetebol,
fez com que a minha curiosidade sobre a mesma, me levasse a realizar um
trabalho de Investigação-Ação sobre as vantagens da utilização do jogo
reduzido nas modalidades categorizadas de jogos desportivos coletivos de
invasão e em especial na modalidade basquetebol.
Pretendia no decorrer do meu estágio, ser capaz de cumprir todos os
objetivos a que me propus e que me foram propostos tanto pela Faculdade,
como pelo Professor Cooperante e respetiva escola em que fiquei colocado.
3
2. Dimensão Pessoal
“Entre os deveres do professor de Educação Física conta-se
o de conduzir, durante toda a sua vida profissional, um
combate permanente consigo próprio, a fim de poder
desempenhar a incumbência social de educação da
juventude com uma motivação elevada, concordante com o
valor que atribui à sua profissão.” (Bento, 1987)
2.1. Reflexão Autobiográfica
Segundo Carr-Saunders (1928), cit. por Loureiro (2001, p.28) refere que
“uma profissão pode ser definida como uma ocupação baseada num estudo e
num treino intelectual, cujo objetivo é fornecer a outros, serviços ou conselhos
qualificados”. Assim, ser professor, é mais do que o ato de ensinar e para esse
ensino ser eficaz, o professor deve ser capaz de fazer uma análise pessoal e
intelectual dos objetivos a que se propõe alcançar, sendo esse objetivo, o
“ensinar” e “educar” os alunos no seu todo.
Segundo Roldão (2009), “A ação ensinar é pois em si mesma uma ação
estratégica, finalizada, orientada e regulada face ao desiderato da consecução
da aprendizagem pretendida no outro”.
Ensinar é uma prática social e cultural, que tem como função integrar
professores e alunos na cultura e diferentes contextos a que estes pertencem.
Assim, não podemos reduzir o conceito de prática educativa às ações de
responsabilidade apenas do professor, mas sim da interação entre ambos,
interação esta que transcende as relações do professor/aluno na sala de aula.
Dado que as minhas influências parentais sempre foram muito grandes,
pois cresci a ouvir falar de educação, estratégias/metodologias e do papel do
professor como interveniente no processo de ensino aprendizagem e da
importância de uma forte componente ética e profissional.
O facto de ter pais que sempre estiveram ligados à educação, fez com
que a mesma fosse muito centrada nas regras de boa educação, cumprimento
4
de regras, respeito, entre outros, e inesperadamente todas estas influências
fizeram crescer em mim uma vontade de seguir as suas pegadas.
Respeitante à questão da valorização da educação, cumprimento de
regras e valores, Valente (1989, p.1) refere que: “O professor na sala de aula,
explica, permite e não permite, incentiva, valoriza o que acham justo e não
justo, mas acima de tudo ensinam valores.”
Para sustentar a valorização do cumprimento de regras, normas e
valores, Seiça (2003), cit. por Caetano e Silva (2009, p.51) indica que os
professores devem ser capazes de: “formar os alunos mediante a transmissão
de valores”, valores esses, que me foram incutidos desde criança.
Uma das linhas de orientação a nível da educação passou, também, pela
prática desportiva. Desde que me lembro, sempre fui incentivado a praticar
desporto, como forma de estruturar o meu “ser” como um todo. Foram-me
proporcionadas várias disciplinas a nível do desporto, onde comecei pela
natação, posteriormente, tive uma passagem pelo futebol e terminei no
basquetebol, culminando a minha pequena carreira desportiva com 15 anos,
nesta modalidade, onde tive a oportunidade de ser campeão distrital por várias
vezes e chegar ao ambicionado título de campeão nacional.
Tive também a possibilidade de participar por várias vezes, em atividades
de âmbito lúdico, elaboradas pelo Município de Ílhavo, em que todos os anos, é
criado o “DIA ABERTO”, dia este em que todos os alunos do 1º ciclo, podem
passar um dia inteiro a praticar diversas modalidades com vários jogos lúdicos,
promovendo assim a atividade física e o gosto pela prática do desporto.
Ferreira (2010, p.4) refere ainda que “ser professor significa, antes de
tudo, ser um sujeito capaz de utilizar o seu conhecimento e a sua experiência
para desenvolver-se em contextos pedagógicos práticos preexistentes”.
O desporto sempre teve uma grande influência na minha vida e isso fez
com que no meu percurso académico, ao chegar ao 10º ano, optasse pela
vertente de Educação Física e Desporto e a partir daí, nunca mais olhei para
trás quanto à minha decisão futura. Ser professor era o meu desejo. Para
acrescentar o meu gosto pela profissão de professor, ao terminar a minha
5
carreira como jogador, dediquei-me à vida de treinador. Aí comecei a ter a
oportunidade de experienciar a vivência da prática do desporto noutra
perspetiva. Ver o desabrochar de algumas vocações e talentos e verificar que,
para que tudo corresse pelo melhor era necessário (que me deu algumas
ideias do que é ser professor) impor ordem, fazer cumprir regras e normas aos
nossos atletas e acima de tudo, fazê-los crescer como pessoas, tendo assim
adquirido algumas noções do que é ter o controlo de um grupo de jovens. Para
além de treinador, esta experiência permitiu-me crescer bastante a nível
relacional, sabendo dar, mas também receber. O ser professor passa muito por
este ponto, para podermos dar, temos de receber algo de positivo por parte dos
alunos.
Segundo Silva (1994), cit. por Caetano e Silva (2009, p.50), “ser professor
(…) obriga a um modo particular de ser e de estar”.
Assim sendo, este, só demonstra que o professor mais do que ser um
orientador da prática, deve ser um ator, em que por diferentes situações e em
diferentes contextos deve ser capaz de alterar a sua personalidade. Deve ser
então capaz de se adaptar às diferentes barreiras e problemas que surgem no
seu caminho.
2.2. Expectativas e impacto com o contexto de estágio
Alves (1997), cit. por Braga (2001, p.59) refere que “o primeiro ano de
prática profissional é um encontro com a realidade docente em que a imagem
ilídica de ser professor declina notoriamente face aos ditames realistas de uma
prática vivida (…)”, mas ao mesmo tempo, o mesmo autor refere que “se os
inícios profissionais são vividos como amargos e difíceis, também se regista
uma vivência exploratória e gratificante”.
A expectativa acerca do meu desempenho é certamente um dos aspetos
mais sensíveis do projeto de formação pessoal, uma vez que necessita de uma
clara capacidade de análise introspetiva, de forma a poder aferir todos os
aspetos pessoais, quer sejam estes positivos ou negativos, pois só desta forma
6
penso ser possível dar a conhecer as minhas reais expectativas a nível de
desempenho como pessoa, aluno e professor.
Ao fazer uma autoanálise baseando-me na imparcialidade e claro
tentando ser o menos subjetivo possível, dou por mim enredado num conjunto
de ideias e de emoções que carecem de uma grande organização e
autocontrolo, como por exemplo o sentimento de frio na barriga que se faz
sentir aquando da troca repentina de papéis a que fui sujeito.
Esta permuta do papel social de aluno para professor acarreta uma
mudança obrigatória de atitudes e valores, que visam não só o individuo que as
faz mas também aqueles que o rodeiam. Daí nasce o sentimento de uma nova
responsabilidade, de uma nova fasquia, de uma nova realidade.
Como escreve Labaree (2000), cit. por Nóvoa (2008), “as práticas
docentes são extremamente difíceis e complexas, mas, por vezes, alimenta-se
publicamente a ideia de que ensinar é muito simples, contribuindo assim para
um desprestígio da profissão”.
Portanto estando totalmente consciente desta nova realidade, revendo-
me como um indivíduo perfeitamente capaz de uma adaptação suave e tendo
plena noção da complexidade que a palavra “ensinar” acarreta consigo, é então
perfeitamente compreensível, o sentimento de medo face a uma possível
incapacidade de resposta imediata e correta, a uma qualquer situação nova do
âmbito sócio-escolar, contudo como sabemos o erro é algo imprescindível num
processo de aprendizagem saudável e portanto será através deste e da sua
análise que tirarei as melhores ilações.
Espero também poder ser capaz de absorver toda a informação e toda a
experiência que os meus colegas emanam e me transmitem, constantemente,
em especial aquela que advêm do meu orientador de estágio e professor
cooperante. Pois embora tenha tido alguma formação em práticas e teorias
pedagógicas, estas não se podem comparar aos anos de experiência de
campo vividos pelos profissionais acima mencionados.
7
No decorrer do ano letivo e do respetivo ano de estágio, fui
experienciando várias vivências pelas quais estava bastante receoso, entre
elas, o primeiro impacto com a turma.
Relativamente a este ponto e como já referi anteriormente, o facto de ter
estado presente em diversas atividades com bastantes atletas, e pelo facto de
ser treinador de uma equipa de basquetebol, fez com que a curto prazo a
minha relação com a turma fosse bastante positiva e apesar de manter sempre
a relação professor/aluno, fora da aula, tentei sempre criar uma relação de
amizade com todos eles, onde por exemplo quando me cruzava com os alunos
no refeitório, salas de aulas, fazia sempre questão de os cumprimentar e
“brincar” um pouco com eles, evitando assim que estes me vissem apenas
como um professor, mas sim como um amigo, o que acabou por ser bastante
positivo na minha integração e relação com a turma.
Segundo Nóvoa (2008), “Hoje, a complexidade do trabalho escolar
reclama um aprofundamento das equipas pedagógicas”. Assim, segundo este
pensamento, a forma de lidar com os restantes professores da escola e como
intervir reuniões de conselho de turma foram uma das dificuldades que senti a
nível do correto relacionamento. Numa fase inicial não consegui deixar de tratar
todos os professores da turma, dirigindo-me a eles como professor, e neste
ponto tenho de agradecer à diretora de turma, que foi excecional para comigo,
pondo-me logo à vontade na primeira reunião de conselho de turma, onde
minutos antes desta se iniciar, pondo-me a par de tudo o que se iria abordar na
mesma e pedindo-me que me dirigisse a ela, sempre como colega.
Com o decorrer do tempo e com as diversas oportunidades que tive de
passar alguns momentos com a diretora de turma e com o professor
cooperante Mestre Rui Pacheco, consegui uma rápida integração no mundo
dos professores e a cada dia que passava, me fui sentindo mais à vontade
para falar com todos os intervenientes da escola, quer professores, alunos,
diretores, funcionários, cada vez me fui sentindo mais professor e não aluno.
8
3. Enquadramento da Prática Profissional
3.1. Escola
No início do século, uma filosofia de vida e correspondente maneira de
estar, levava três gerações para ser alterada. Hoje, numa geração, essa
maneira de estar e de viver muda três vezes, devido a uma sociedade
impregnada de conflitos e lutas pelo poder. A escola deverá estar preparada
para acompanhar esta evolução, promovendo o diálogo e a troca de ideias
entre a comunidade escolar, sobre os conhecimentos da atualidade (Martí et
al.,1998).
Posto isto, a minha perspetiva inicial relativamente à ideia subjacente de
escola era vista de uma forma muito complexa. A relação educação/formação
depende de vários fatores, aos quais a escola não pode voltar as costas.
Qualquer instituição deverá entrar em permanente diálogo, adaptando-se e
acompanhando a sociedade, com sentido crítico, pois o objetivo máximo é
desenvolver capacidades, dar conhecimentos e experiências variadas, à
população para a qual está vocacionada, visando sempre uma melhor
integração na sociedade em que vivemos e que está em constante mutação.
Ao longo do espaço de tempo, no qual decorreu o Estágio Pedagógico,
pude verificar que a Educação está demasiado centralizada, e uniformizada
independentemente dos contextos socioeconomicos e culturais (caindo o
estado no erro de uniformizá-la em todas as escolas, ignorando as
necessidades locais e particulares de cada uma). O modelo educativo criado
está vocacionado para as escolas das grandes metrópoles, esquecendo-se da
necessidade de criar uma escola com programas de carácter mais técnico-
profissional, virados para a inserção profissional do aluno, num futuro próximo,
já que uma elevada percentagem da população estudantil não pretende
ingressar no ensino superior, ficando-se apenas pela conclusão, em muitos
casos, do 3.ºciclo ou do secundário. O sistema vigente tem um vínculo
excessivo de aspetos científicos, demasiado livresco, com pouca, ou nenhuma,
com a vida ativa futura dos alunos. Cabe ao Ministério da Educação debruçar-
se sobre a temática “Escola para todos”, repensá-la, pois a atual leva os alunos
9
ao desinteresse, à irresponsabilidade e à falta de valores, passando a ser
potenciais candidatos ao mercado de trabalho infantil, sem qualquer
qualificação para tal e, com consequências nefastas que daí advém.
Segundo Rebelo (2001), torna-se indiscutível a responsabilidade de
escola pela educação/formação da população infantil e juvenil. A mesma autora
refere que as pressões e exigências feitas ao sistema educativo aumentam,
cada vez mais, e por isso será um dever da escola, transmitir aos educadores e
sociedade em geral esta ideia, responsabilizando-os também dos seus deveres
na Educação/Formação da população estudantil.
Segundo Girodan (1991, p.10), cit. por Nóvoa (1995, p.28), a escola deve
promover o saber como instrumento: por um lado concentrando-se numa
dezena de conceitos de base interdisciplinares, que constituem a realidade dos
dias de hoje e por outro lado, deve organizar a massa de conhecimentos
atuais.
A Escola tem um papel de abrir horizontes, é um espaço no qual a criança
ou o jovem, convivem com um grupo da sua faixa etária, onde por vezes
surgem os confrontos de ideias com as gerações mais velhas. Cabe aos
professores, como agentes educativos, criar situações que promovam o diálogo
aberto, de forma a esclarecer as dúvidas desta população, neste período das
suas vidas, de constantes alterações, durante a sua maturação. Cabe de igual
modo aos professores sensibilizar os pais, criando uma conexão com o meio
em que os alunos estão inseridos, para melhor conhecimento e
desenvolvimento das suas capacidades, aperfeiçoando e explorando todas as
suas potencialidades e atividades.
Desta forma, a minha perceção sobre o conceito de “Escola”, será o local
onde é transmitida às gerações mais novas, todos os valores, regras,
conhecimentos e a cultura da sua sociedade, possibilitando a sua preparação
para o futuro, colocando ao seu alcance uma bagagem de possibilidades de
escolha, para a sua vida quando adultos.
A primeira impressão sobre a instituição escolar foi bastante positiva e
apesar de apenas me ter sido possível ter uma ideia dos espaços, das
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dimensões e do aspeto exterior da Escola EB 2/3 de Leça do Balio, fiquei
bastante entusiasmado. No entanto, foi no aprofundar do meu conhecimento
sobre a mesma, através de, por exemplo uma visita guiada pelo meu professor
cooperante Mestre Rui Pacheco, que tive uma verdadeira perspetiva da
instituição em questão. Deixando uma impressão agradável no que toca à sua
dimensão e espaços existentes.
No que se refere ao espaço destinado à educação física, a escola
apresentava boas condições, entre elas: um pavilhão gimnodesportivo de
grande dimensão, que podia ser dividido em três espaços, possibilitando
desenvolver um bom trabalho no decorrer das aulas. No entanto a falta de
isolamento sonoro condiciona negativamente o desenrolar das aulas. Ainda
dentro do pavilhão, existia uma sala destinada aos professores de educação
física, que permitia todas as condições essenciais de trabalho e por vezes até
reuniões do próprio núcleo de educação física e núcleo de estágio. No que se
refere à qualidade e quantidade de materiais de apoio pedagógico às aulas,
podemos considerá-los satisfatórios. Em termos de condições exteriores existia
um campo, com pista de atletismo e uma caixa de saltos com areia.
3.2. Meio
Relativamente à caracterização do meio, posso referir que, os
estabelecimentos de educação e de ensino que compõem o Agrupamento
Vertical de Escolas de Leça do Balio [AVELB] situam-se todos nesta freguesia.
Leça do Balio é uma das dez freguesias do concelho de Matosinhos e dela
fazem parte os lugares de Agrela, Araújo, Arroteia, Catassol, Custió, Gondivai,
Maínça, Monte da Mina, Monte do Vale, Padrão da Légua, Pedregal, Pintas,
Ponte de Moreira, Ponte da Pedra, Recarei, Recarei de Baixo, Recarei de
Cima, Santana, Santeiro, São Sebastião, Seixo e Souto. Tem uma superfície
de 9,41 hectares e uma população que ronda os 20 000 habitantes. Tem feira
semanal (à sexta-feira) no Parque de Santana. Do ponto de vista eclesiástico,
Leça do Balio pertence à diocese do Porto e tem três paróquias. As freguesias
limítrofes de Leça do Balio são: Do concelho da Maia, a norte, Moreira e Maia e
11
a este, Gueifães; do concelho da Matosinhos, a sul, São Mamede de Infesta e
a oeste, Santiago de Custóias. A escola-sede do Agrupamento ― Escola
Básica dos 2º e 3º ciclos de Leça do Balio ― dista oito quilómetros da cidade
de Matosinhos, sete da cidade do Porto e dois da cidade da Maia. Quanto à
acessibilidade, embora esta zona esteja em plena Área Metropolitana do Porto,
a verdade é que nem todos os estabelecimentos de educação e de ensino do
Agrupamento são servidos pela rede de transportes públicos.
3.3. Alunos
Segundo Pereira (2004, p.2), “A existência de diferentes alunos obriga os
professores a adotar diferentes métodos de ensino para as diferentes culturas
de base”.
Relativamente aos alunos, esta área é aquela em que devemos ter
especial atenção logo no início do ano letivo. Sobre estes, devemos
inicialmente fazer uma avaliação e retirar algumas ilações e informações que
nos permitam conhecer melhor a realidade de cada um.
Fazendo agora uma analise cuidada da turma, posso referir que na
respetiva caracterização da mesma, informei-me sobre: dados pessoais;
constituição do agregado familiar; habitação; saúde; hábitos diários;
alimentação; atividade desportiva e relação com a escola.
Relativamente à caracterização dos alunos posso concluir que depois de
analisadas todas as respostas ao inquérito que deu origem à caracterização da
turma, verifiquei estar na presença de um grupo de alunos que apresenta uma
heterogeneidade a nível de alguns aspetos como: idades; constituição do
agregado familiar; habilitações académicas dos pais/encarregados de
educação; situações relacionadas com a saúde; atividades extra curriculares;
regras alimentares; modalidades praticadas, disciplinas preferidas e não
preferidas e número de reprovações.
Relativamente à idade média dos alunos, pude verificar que esta se
encontra na ordem dos treze anos de idade, na sua maioria estes apresentam
um agregado familiar, que na sua maioria é constituída por quatro elementos.
12
Pude também verificar ao longo desta análise que a maior parte da turma
respondeu quanto à profissão do agregado familiar, que esse mesmo agregado
ou está desempregado ou não responderam à questão. Ainda relativamente ao
agregado familiar, a maioria dos alunos (40%) não respondeu à questão das
habilitações literárias, mas nas respostas obtidas, verifica-se que se situa entre
o 6º e 9º ano de escolaridade. Quanto à habitação, a maioria dos alunos
habitam em vivendas e apartamentos. Quanto aos dados relativos à saúde dos
alunos, apenas dois alunos apresentam necessidade de medicação, sendo
estes alvo de especial atenção. Pude verificar que a grande maioria dos alunos
48% utiliza o carro ou transporte particular como meio de transporte para se
deslocar para a escola, enquanto que, relativamente à forma como estuda, a
maioria dos alunos respondeu que têm o habito de estudar sozinho. (56%) da
turma, têm por hábito tomar quatro refeições por dia (pequeno-almoço, almoço,
lanche e jantar), onde o pequeno-almoço e almoço é feito maioritariamente em
casa. No que se refere às modalidades praticadas pelos alunos, 48%
respondeu o “futebol”. Grande parte dos alunos, indicaram que a disciplina de
Educação Física é muito importante para os seus percursos académicos, tal
como esta, se apresenta como sendo a disciplina preferida, ao contrário da
matemática, que se apresenta como a disciplina que os alunos menos empatia
sentem. Pude constatar que 68% dos alunos da turma, nunca foram alvo de
reprovação, onde os que reprovaram de ano, sucedeu no 8º, 7º e 3º ano de
escolaridade.
3.4. Disciplina de Educação Física
A disciplina de Educação Física costuma ter bastante popularidade, pelo
que devemos aproveitar esta circunstância, estabelecendo elos de ligação
fortes, afim de detetar os problemas e necessidades dos alunos e para apoiar
possíveis debilidades. Talvez isto se deva ao facto do ambiente nas aulas ser
mais informal, por vezes com aspetos lúdicos, de existir um contacto mais
direto com o professor, podendo assim exteriorizarem-se sentimentos mais
fortes. Supondo que os alunos gostam da disciplina, pois partem do princípio
13
que é a continuação do recreio, uma aula para relaxar. Talvez a aula de
Educação Física devido às suas particularidades leve à criação dessa
mentalidade.
A nossa disciplina, no fundo é vista de uma dimensão inferior sem grande
peso na formação dos alunos.
Relativamente à disciplina, considero que tentei dar o meu contributo para
alterar esta forma de pensar nos colegas de trabalho das outras disciplinas,
tentando sempre criar laços de interdisciplinaridade, fazendo ver a importância
da disciplina de Educação Física. Contudo observei com grande satisfação que
alguns professores de outras disciplinas consideram a Educação Física como
fundamental e indispensável ao desenvolvimento integral dos alunos. Aos
poucos a imagem do “professor de ginástica”, do “professor sapatilha” está aos
poucos a desaparecer, pelo que a nossa ação e intervenção nas novas
gerações é extremamente importante.
No que se refere aos professores do meu grupo disciplinar, apesar de
pequeno pude verificar os dois extremos, uns um pouco mais interessados que
outros, quer nas atividades da disciplina, quer nas atividades escolares, outros
com mais vontade e dinamismo, situações normais que advêm de diferentes
tipos de personalidade. No entanto, a verdade seja dita, sempre que necessitei
pude contar com ajuda de todos eles, assim como eles da minha.
3.5. Grupo e Núcleo de Estágio de Educação Física
O grupo de Educação Física desta Escola era constituído por onze
elementos, cinco professores da área de Educação Física, três professores
estagiários da FADEUP e três professores estagiários do ISMAI. O grupo de
Estágio era constituído por quatro elementos, contando com o professor
cooperante Mestre Rui Pacheco.
As primeiras impressões deixadas pelo Professor Cooperante, foram as
de um excelente profissional, com uma vasta experiência no campo educativo
e desportivo, exigente, simpático e com a certeza de que nos iria transmitir os
14
seus melhores conhecimentos, de forma a corrigir e aperfeiçoar as nossas
competências, no lecionar das aulas. De facto foi o que ocorreu. Sempre
coerente, acessível e claro no que pretendia indicar-nos, foi capaz de nos
transmitir e apurar o nosso sentido de responsabilidade. Em todas as
atividades levadas a cabo pelo núcleo, a sua presença ativa foi uma constante,
com palavras de incentivo, interesse e críticas construtivas. O apoio e a
orientação pelos quais apelamos foram sempre correspondidos. Será para
sempre uma grande referência na minha vida profissional e um bom amigo ao
nível social.
O Supervisor, Doutor Mário Paiva, é o expoente máximo da instituição
que representa. Muito frontal e sem rodeios esteve sempre disposto a orientar
e ajudar naquilo que lhe fosse possível. Orientou-nos sempre de forma
coerente e concisa, alertando-nos constantemente para os erros mais
evidentes no decorrer das aulas que observou. Teve também um papel
fundamental na orientação da Investigação-Ação, tal como no planeamento e
construção deste relatório de estágio.
Foram inúmeras as discussões saudáveis, no decorrer das nossas
“reuniões”, assim como a boa disposição e respeito mútuo, na aplicação dos
nossos projetos. Foi muito positivo passar por todas estas situações, pois
tornaram os laços mais fortes. Considero, ao olhar para trás, que realizei bons
trabalhos para a comunidade escolar, e quanto a mim, abriu-me, novas
perspetivas do ensino na sociedade atual, dando a possibilidade de dar o meu
contributo para uma melhor educação. Não me arrependo de ter escolhido este
grupo para atravessar a reta final da Formação Inicial, pois sempre nos
apoiamos, apesar de algumas naturais divergências, e comentamos as
experiências do dia-a-dia, apetrechando-nos melhor, para respondermos mais
facilmente aos problemas que iam surgindo.
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4. Realização da Prática Profissional
Quanto à realização da prática profissional e partindo do plano de
objetivos para cada área de desempenho, esta área é muito importante no
reconhecimento das capacidades de cada professor, quer a nível do
Planeamento, Planos de Aula, Unidade Didáticas, Aulas, entre outros pontos
essenciais na carreira de um professor.
4.1. Planeamento
Quadro 1. Planeamento Anual
Período 8º Ano
1º Período:
De 13-09-2011 a 16-12-2011
1. Avaliação da Condição Física (Teste de Fitnessgram; Velocidade e Resistência);
2. Atletismo; 3. Orientação; 4. Jogos Tradicionais; 5. Voleibol.
2º Período:
De 3-01-2012 a 23-03-2012
1. Patinagem; 2. Andebol; 3. Ginástica; 4. Avaliação da Condição Física (Força Superior
e Flexibilidade).
3º Período:
De 10-04-2012 a 15-06-2012
1. Badminton; 2. Futebol; 3. Avaliação da Condição Física (Força Média e
Força Inferior).
O planeamento é um instrumento didático-metodológico fundamental,
tratando-se pois, de um método de previsão, organização e orientação do
processo ensino-aprendizagem. Planificar envolve a realização de um conjunto
de tarefas de procura, seleção, definição de objetivos, seleção de conteúdos,
elaboração de estratégias, elaboração de instrumentos de avaliação. No
Planeamento Anual, ficou estabelecido pela Escola EB 2/3 de Leça do Balio em
conjunto com o Núcleo de Educação Física, que este deveria cumprir a
seguinte ordem: 1º período (avaliação da condição física incluindo na primeira
16
aula a realização dos testes de fitnessgram, atletismo. Orientação e jogos
tradicionais; 2º período (patinagem, andebol, ginástica e avaliação da condição
física) e 3º período (badminton, futebol e avaliação da condição física).
4.2. Planos de Aula
Desde o início do ano que a elaboração de um plano de aula não
constituiu, para mim, uma tarefa de grande complexidade; no entanto envolveu
sempre preparação, organização, reflexão e pesquisa no sentido de selecionar
as situações pedagógicas “para que os meus alunos quisessem mais e
melhor”. As justificações dos planos de aula assim como as suas reflexões
permitiram-me evoluir sobre a forma como pensava e adequava o processo de
ensino aprendizagem ao aluno.
4.3. Unidades Didáticas
Relativamente às Unidades Didáticas por mim lecionadas, no princípio do
ano comecei por realizar o levantamento do número de aulas e em seguida
defini com o Núcleo de Estágio, o número de aulas que iriamos atribuir a cada
Unidade Didática, de modo a promover uma relação justa entre o volume das
mesmas.
As Unidades Didáticas adotadas foram elaboradas e posteriormente
reestruturadas atendendo ao nível da turma.
No primeiro período, as Unidade Didáticas lecionadas foram:
Teste de Aptidão Física (3 aulas);
Atletismo (10 aulas);
Jogos Tradicionais (3 aulas);
Orientação (6 aulas);
Voleibol (14 aulas).
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No segundo período, as Unidade Didáticas lecionadas foram:
Andebol (12 aulas);
Ginástica (10 aulas);
Patinagem (10 aulas);
Testes de Aptidão Física (1 aula).
Finalmente no terceiro período, as Unidade Didáticas lecionadas foram:
Futebol (11 aulas);
Badminton (12 aulas);
Testes de Aptidão Física (1 aula).
4.4. Aulas
A aula é a unidade fundamental de todo o processo pedagógico, da sua
reflexão, organização, estratégias utilizadas e gestão depende o sucesso da
aprendizagem.
Para as minhas aulas procurei, desde o início, apresentar uma sequência
lógica na abordagem dos conteúdos e onde todos os detalhes fossem
pensados, sobretudo ao nível da racionalização espacial adequada e
transmissão da informação de forma clara e sucinta, criando sempre um clima
pedagógico favorável à aprendizagem. Contudo, nem sempre as situações
correram como tinha previsto e a aula não se desenvolvia da melhor forma.
Posto isto, procurei sempre refletir após as aulas no sentido de conseguir
resolver de forma eficaz as situações imprevistas, tendo sempre em mente a
expressão “ o imprevisível tem de ser previsto”.
Quanto à estrutura da aula a utilizar demorei algum tempo a identificar
qual delas deveria utilizar para as minhas aulas, pois perdi-me um pouco à
procura de exercícios interessantes que motivassem a turma. Entretanto, com
as indicações do Supervisor e do Professor Cooperante, entendi que era
importante introduzir a componente competitiva nos exercícios de forma a
dinamizar a aula, abordar os conteúdos aprendidos em situação de jogo
reduzido, adaptado e condicionado.
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Planifiquei e lecionei cento e três aulas, todas assistidas pelo Professor
Cooperante e três delas assistidas pelo Supervisor, uma em cada período.
4.5. Momentos Marcantes e Aprendizagens Pessoais e Profissionais
Segundo Nóvoa (1995) cit. por. Roldão (2007, p.96), “a afirmação
profissional dos professores é um percurso repleto de lutas e conflitos, de
hesitação e de recuos.”
Ao longo dos três períodos de lecionação, fui encontrando várias
dificuldades que se colocaram no meu caminho. Entre elas a primeira
dificuldade que me surgiu pelo caminho, foi a da comunicação.
Muitas vezes a comunicação é um meio muito importante para podermos
chegar à meta pretendida e logo na primeira aula, senti essa dificuldade, dado
que essa se destinava a conhecer a turma e dar-me a conhecer à mesma, tal
como apresentei as normas e regras que pretendia para as minhas aulas. A
comunicação foi extremamente importante pois foi através desta que consegui
que os alunos se mantivessem atentos, facto que nem sempre foi cumprido.
Mas sem sombra de dúvidas esta foi uma aula que me marcou, não só pelo
facto de ser a primeira da minha atividade como professor, mas pelo facto de
ter conseguido criar já algumas afinidades com determinados alunos, tal como
pude descortinar ou descobrir quais os alunos mais interessados e os mais
distraídos. De uma forma geral foi esta aula que me deu a conhecer a turma,
tal como o inverso.
Segundo Miranda (2008, p.2), a relação do professor com o aluno
“ultrapassa os limites profissionais e escolares, pois é uma relação que envolve
sentimentos e deixa marcas para toda a vida.”
Muitos foram os momentos marcantes da minha prática, entre eles, nunca
me irei esquecer, da grande amizade que fiz com diversos alunos da turma,
como de outras turmas, onde pude ter a oportunidade de lecionar algumas
aulas. Sem sombra de dúvidas, penso ter criado em todos os alunos um
sentimento de amizade e entreajuda.
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Para estes, também vai uma palavra de apreço, pois sem eles não
poderia passar pela experiência magnífica que passei. Eles foram os grandes
responsáveis pelo meu crescimento como professor e sem eles nada disto era
possível.
Freire (1996, p.96), cit. por Miranda (2008, p.3) refere que no
relacionamento entre professor e aluno, “o bom professor é o que consegue,
enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu
pensamento.”
De facto, a minha relação com todos os alunos foi extremamente
importante no meu desenvolvimento como professor mas também como ser
humano, onde pude ter contacto com alunos de diferentes realidades sociais
que me ensinaram através das suas atitudes, a saber lidar com estas
diferenças.
Entre muitos momentos marcantes, a criação das diferentes atividades
programadas no plano anual de atividades da escola, efetivamente,
contribuíram muito para a minha excelente relação com toda a comunidade
escolar, onde a interação entre todos foi excelente, alunos, professores,
auxiliares educativos, direção executiva da escola.
Em determinados momentos do meu ano letivo e dada a complexidade
das modalidades abordadas, pude também passar por diferentes estados de
espirito, em que por exemplo as aulas de ginástica foram aquelas em que
numa fase inicial me apresentei mais reticente devido aos riscos de segurança.
Desde início que fiz questão de frisar que não iria aceitar a qualquer
momento, comportamentos impróprios para as aulas e mais que nunca, fiz
questão de avisar constantemente para a correta atitude nas aulas de
ginástica. Dado que a turma possuía 26 alunos, a minha presença em todos os
grupos de trabalho tinha de ser distribuída de igual forma, mas isso fazia com
que em alguns momentos, os alunos se desligassem da aula e a sua
densidade motora acabava por reduzir. Para evitar estas questões, foi-me
indicado pelo professor cooperante Mestre Rui Pacheco, que adotasse uma
postura mais assertiva e mais atenta no decorrer das aulas de Ginástica e com
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o passar do tempo, fui conseguindo criar rotinas e adotar posições na aula, que
me permitiram estar atento a todos os grupos de trabalho.
Ao fim de algumas aulas e para minha satisfação, toda a turma já era
suficientemente responsável para que pudesse sentir-me mais à vontade, pois
verificava que todos se entreajudavam e motivavam-se para um melhor
desempenho, sem que houvesse qualquer incidente a registar.
Terminei a lecionação da modalidade de Ginástica, extremamente
satisfeito, pois consegui que toda a turma realizasse de forma eficaz, os
conteúdos de avaliação.
Uma das disciplinas que mais me marcou pela positiva, foi a modalidade
Badminton, talvez por esta ser uma modalidade em que não há “invasão”. No
decorrer das aulas de Badminton, consegui com a ajuda do professor
cooperante Mestre Rui Pacheco, criar rotinas que promovessem uma boa
dinâmica e organização da aula, criando exercícios mais analíticos, mas
sempre jogo 1x1 no final da aula, incutindo assim nos alunos a questão da
competitividade. Na realização de todos os jogos, criei uma regra em que cada
aluno que vencesse a partida, subia um campo e o aluno que perdesse descia
um campo. Isto fez com que o nível de densidade motora e aplicação na aula
fosse bastante positivo.
Tenho de referir também, que a modalidade Atletismo foi a mais
trabalhosa, tanto para os alunos como para mim, onde entre a utilização de
vários materiais didáticos e diferentes planeamentos para o nível da turma,
adequando diferentes níveis a cada grupo de alunos, este modalidade, fez com
que a minha capacidade de improvisação e estudo sobre a mesma, fosse
bastante superior às restantes modalidades por mim abordadas.
Dada a especificidade da modalidade Atletismo, sempre que chegava a
casa, sentia a necessidade de aprofundar o meu conhecimento teórico sobre a
mesma e com o auxílio do Professor Doutor Mário Paiva, consegui ao longo da
Unidade Didática, construir uma sequência de matérias adequadas ao nível do
grupos que tinha criado na turma, utilizando estratégias de ensino que me
21
permitissem observar as melhorias de cada aluno, e estes, demonstrando cada
vez menos receios, na realização de determinados exercícios.
Jogos Desportivos Coletivos
Relativamente às modalidades coletivas, senti algumas dificuldades mas
agora a nível do controlo da turma, na modalidade Futebol, em que esta sendo
vista como uma modalidade bastante apetecível pela maior parte da turma, fez
com que em determinados momentos, as suas atitudes e vocabulário, não
fosse o pretendido para a aula.
Logo na primeira aula, fiz questão de avisar os alunos que pelo facto de
estar a lecionar a modalidade Futebol, esta não poderia ser vista como um
momento de “brincadeira” ou um momento de “intervalo” entre aulas.
Ao longo da Unidade Didática, fui sentindo que os alunos estavam cada
vez mais empenhados nas aulas e que as suas atitudes menos positivas se
iam dissipando com o tempo, isto também dada a ajuda do professor
cooperante Mestre Rui Pacheco, que me ajudou bastante na criação de
diferentes estratégias para eliminar determinados comportamentos, criando
então exercícios bastante dinâmicos para que os alunos não estivessem
demasiado tempo parados e sendo assim, a criação de exercícios mais
analíticos na modalidade futebol, foram praticamente nulos, ou com um período
de tempo bastante reduzido em comparação aos períodos de jogo e exercícios
mais estimulantes e competitivos.
Com o passar do tempo e com as respetivas advertências dadas aos
alunos, consegui com que estes deixassem de ter um vocabulário impróprio
para a aula, e assim, a dinâmica e organização das aulas melhorou
significativamente.
Na modalidade Voleibol e dado que foi a primeiro modalidade coletiva que
abordei, umas das primeiras dificuldades com que me deparei, foi o tom de
voz, pois pude verificar desde as primeiras aulas, que em momentos de
instrução os alunos não conseguiam estar atentos devido à existência das
22
bolas, assim e com a pouco experiência que possuía em lidar com grupos de
trabalho, criei a regra que em todos os momentos de instrução, todos os alunos
que tivessem a bola em sua posse, ou a colocassem no chão ou a colocassem
debaixo do braço, evitando assim demasiado barulho e distrações.
Outro momento que me marcou bastante tal como à turma, foi a utilização
do Modelo de Educação Desportiva (MED) na modalidade Andebol.
Dado que já tinha tido um primeiro contacto com este modelo e tendo
então algumas noções básicas do mesmo, decidi no início da Unidade Didática,
ter uma aula teórica com a turma, demonstrando a importância e objetivos do
MED. No decorrer da aula teórica, mostrei aos alunos, fotos e vídeos da minha
vivência com o MED e logo nesse dia decidi dar aos alunos já algumas tarefas
para casa, como a criação dos hinos, escolha das cores das equipas.
Ainda na aula teórica, tentei incutir nos alunos o sentido de
responsabilidade e fair-play, fatores muito importantes no respetivo modelo,
pedindo aos grupos que se juntassem e decidissem qual o capitão de equipa
de cada grupo, e este, seria responsável durante toda a Unidade Didática pela
sua equipa.
A utilização deste modelo trouxe uma crescente competitividade dentro da
turma, mas ao mesmo tempo, acabou por uni-los cada vez mais, onde em
determinadas aulas, senti essa mesma união quando no início das aulas se
dirigiam ao placar por mim criado com as devidas pontuações de cada aula,
exercícios e jogos realizados até ao momento.
Efetivamente este será um modelo que irei aplicar durante toda a minha
carreira de professor, pois apesar do trabalho que exige a ambos (professor e
alunos) ser maior, o sentimento de realização e de satisfação ao concluir as
aulas, são inexplicáveis.
Para tornar este modelo ainda mais eficaz, decidi no último dia da
Unidade Didática, realizar como o próprio preconiza, dois torneios distintos: (1).
Torneio intra-turma e (2). Liga dos Campeões. Para cada torneio dado que os
alunos não conseguiram criar os seus trofeus, decidi então, ser eu a levar um
prémio para cada equipa e cada aluno.
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Para o torneio intra-turma, criei um diploma de participação, onde
coloquei o respetivo lugar de cada equipa e para a Liga do Campeões, criei
com bolas de esferovite, “medalhas” improvisadas representando uma bola de
andebol, para o primeiro, segundo e terceiro classificado.
Dado que as modalidades coletivas são aquelas que maior enfase tiveram
no decorrer do meu ano letivo e com uma maior carga horária, senti que ao
realizar esta investigação-ação, poderia então criar um leque de ferramentas
mais abrangente, para no futuro quando lecionar a modalidade basquetebol,
estar mais enquadrado com as diferentes metodologias de ensino e estratégias
que poderei usar para tornar as aulas mais ricas e fazer com que os alunos
possam adquirir as noções fundamentais para a respetiva modalidade.
4.6. Estratégias para o Sucesso
Relativamente ao processo de ensino-aprendizagem, desde início que
marquei a minha posição perante a turma e logo na primeira aula, decidi
dedicar algum tempo da aula, para apresentar aos alunos determinadas regras
e normas que gostaria de ver cumpridas durante todo o ano letivo. Umas das
estratégias que utilizei foi o uso de sinaléticas, como por exemplo o levantar o
braço, significava que pretendia que os alunos se aproximassem de mim quer
para ouvirem as explicações de exercícios, quer para comunicar alguma ideia
ou feedback à turma. Outra estratégia que utilizei para prevenir determinados
comportamentos inadequados em modalidades que introduzissem bolas, foi o
número limite de pontapés nas bolas. Lembro-me como se fosse ontem, onde
decidi numa aula de voleibol, colocar a regra que a partir do segundo pontapé
na bola, qualquer aluno teria automaticamente falta e ainda relativamente a
comportamentos inadequados com bolas, criei também a regra de que quando
estivesse a dar alguma informação ou a explicar exercícios, todos os alunos
que tivessem em posse de uma bola, teriam de a colocar debaixo do braço,
evitando assim o ruído das bolas a bater no solo ou a vontade de mexer na
mesma constantemente.
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Outras estratégias importantes por mim adotadas no decorrer do ano
letivo, foram a criação de grupos de trabalho. Em todas as modalidades, decidi
criar grupos de trabalho homogéneos para que a competitividade entre todos
fosse a mais aproximada possível.
Em cada modalidade abordada os grupos de trabalho eram diferentes
dadas as características de cada aluno, podendo assim, os alunos criarem
diferentes laços de amizade entre todos.
Relativamente à ginástica, utilizei a estratégia de trabalhar por estações,
proporcionando assim uma maior densidade motora e maior dinâmica na aula.
Ao criar várias estações estaria a dar mais tempo de prática e a aumentar a
densidade motora dos alunos, mas penso que a nível de segurança como de
controlo da turma, iria sair prejudicado adotando esta metodologia e sendo
assim, no decorrer das aulas, fui alterando o número de estações consoante o
número de habilidades introduzidas. Acabei o ano a utilizar apenas 4 estações
e sem sombra de dúvidas que foi a melhor estratégia a adotar, colocando-me
sempre de frente para todas, evitando assim perder de vista todos os alunos da
turma e controlando então melhor a mesma.
4.7. Compromissos e Responsabilidades
Neste ponto muitas foram as tarefas, compromissos e responsabilidades
que tive de cumprir durante o meu período de lecionação, entre elas: (1)
reuniões intercalares e de avaliação de turma; (2) reuniões semanais do
Núcleo de Estágio e realização de Atas, mas para além destes compromissos
mais formais, também fui responsável e participante/ajudante em diversas
atividades integrantes do Plano Anual de Atividades da Escola EB 2/3 de Leça
do Balio, tal como me comprometi a estar presente sempre que necessário em
reuniões da diretora de turma para poder começar a ter algumas noções de
como funciona o relacionamento do professor com os encarregados de
educação e quais as temáticas que são abordadas em cada reunião.
Comprometi-me desde início em ajudar constantemente os meus colegas
de estágio em tudo o que fosse necessário e sempre que abordado para tal.
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Em todas as aulas, fiquei responsável por saber e contabilizar todo o
material didático, evitando assim, que este fosse danificado ou se perdesse e
para isso, pedia sempre a todos os alunos que aguardassem antes de sair da
aula, até todo o material estar em ordem.
4.8. Tarefas Realizadas
Relativamente às atividades realizadas durante o ano e delineadas no
Plano Anual de Atividades da escola, participei como cooperante ou como
responsável em todas as atividades realizadas na escola, relacionadas com o
Núcleo de Educação Física.
4.8.1. Jogos Tradicionais
No que respeita à atividade Jogos Tradicionais, o objetivo desta atividade
tinha como função, promover o salto à corda, a tração à corda, a corrida de
andas, a corrida de pés atados, a corrida de sacos, o jogo dos arcos e ainda
promover um espírito de cooperação, de camaradagem e ao mesmo tempo a
competição entre os alunos intervenientes.
No decorrer da atividade, os alunos demonstraram bastante empenho
pelo que o desenrolar da mesma foi bastante satisfatório.
A programação da atividade foi desenvolvida com o intuito de todos os
alunos participarem de igual forma, experienciando todos os jogos, tendo sido
estabelecido regras e criadas fichas de classificação, para que os jogos se
tornassem dinâmicos e motivadores.
Durante toda a atividade os alunos estiveram muito empenhados e
concentrados na realização dos jogos, tendo o fator competitivo, criando uma
motivação extra para que os jogos tivessem tido uma dinâmica muito positiva.
Foram concebidas estações, para que os alunos estivessem em constante
atividade motora e organizadas equipas, que se distribuíram por cada uma. Em
cada estação estava presente um professor, que auxiliava e controlava cada
jogo. Cada professor era responsável por explicar o jogo e no final do mesmo,
26
preencher a ficha de pontuação. Na parte final, foram somados todos os pontos
de cada equipa em cada jogo e atribuídas as respetivas classificações finais
dos diferentes jogos realizados.
4.8.2. Corta-Mato
Mais uma vez, promover o gosto pela atividade física era o objetivo
principal da atividade, tal como verificar o nível de resistência aeróbica que os
alunos foram adquirindo ao longo do primeiro período nas aulas de Educação
Física. Pretendia também proporcionar a integração de toda a comunidade
escolar e comunidade local numa única atividade, tal como promover um
espírito de cooperação, de camaradagem e ao mesmo tempo de competição
entre os alunos intervenientes.
No decorrer da atividade, os alunos demonstraram um grande empenho,
pelo que o desenrolar da mesma foi bastante satisfatório.
Os horários estabelecidos para cada prova foram cumpridos, sem que
ocorressem grandes tempos de espera entre o terminar de uma prova e o início
de outra. A afixação dos resultados foi feita de uma forma rápida no final de
cada prova.
Durante toda a atividade notou-se empenho por parte dos alunos, sendo
de salientar o auxílio prestados por um grupo de alunos em determinados
pontos do percurso, na qualidade de juízes de prova. A competitividade esteve
patente em cada prova sendo, mais evidente na proximidade da meta em que
as disputas por lugares cimeiros, agitava os alunos, sendo evidente nesta zona
um último esforço por parte dos intervenientes.
Foram destacados para esta atividade todos, os professores pertencentes
à área disciplinar de educação física e até mesmo de outras áreas disciplinares
para que tudo pudesse correr pelo melhor, tendo sido estes distribuídos por
diversas funções, sendo de salientar o bom desempenho efetuado por todos.
Não se verificou qualquer problema no decurso da atividade, tendo sido
cumprido por todos, as tarefas de que estavam incumbidos.
27
Para que a atividade tivesse um mínimo de condições de segurança e
dado que o Corta-Mato é uma prova bastante exigente, a escola conseguiu
uma parceria com os bombeiros voluntários de Leça do Balio para servirem de
apoio a qualquer incidente que surgisse durante a atividade e dado que esta se
alargava ao espaço exterior da escola, foi possível também ter a presença da
PSP, para controlar o trânsito nas zonas de passagem da prova.
Em termos futuros sugerimos, que o percurso junto do pavilhão e meta,
seja vedado ao público, de modo a evitar a interferência de outros alunos junto
dos participantes, que geram algumas confusões no final da prova.
4.8.3. Mega Sprint
No decorrer da atividade, os alunos demonstraram um grande empenho,
pelo que o desenrolar da mesma foi bastante positivo.
Os horários estabelecidos para cada prova foram relativamente
adequados, apesar de ser ter dado um pequeno atraso inicial da atividade.
Após o seu início esta não apresentou grandes tempos de espera entre o
terminar de uma prova e o início de outra.
Durante toda a atividade notou-se empenho por parte dos alunos. A
competitividade esteve presente em cada prova, onde os alunos estiveram
bastante esforçados para atingir o melhor resultado possível. Foram
destacados para esta atividade três professores da escola e dois estagiários
(Ivo do ISMAI e eu próprio), tendo sido distribuídos por diversas funções, de
juízes de partida, responsáveis pelo aquecimento dos alunos e cronometrar e
apontar os resultados dos alunos. Devo salientar o bom desempenho efetuado
por todos. Não se verificou qualquer problema no decurso da atividade, tendo
sido cumprido por todos, as tarefas de que lhes estavam atribuídas.
Apenas houve a registar de negativo, a fraca afluência dos alunos a esta
atividade.
A atividade decorreu de forma muito positiva, pois os alunos estiveram
empenhados, dedicados, competitivos e concentrados na realização da
28
atividade. Como aspeto negativo apenas tenho a referir a existência de um
único balneário para os alunos se equiparem e o número de participantes foi
inferior ao previsto para a atividade. Assim, sugere-se que em termos futuros
se posso melhorar tanto as condições para os alunos se puderem equipar
como o número de participantes.
4.8.4. Torneio Inter-Turmas de Basquetebol, Andebol e Voleibol
No decorrer desta atividade, os alunos demonstraram um grande
empenho, pelo que o desenrolar da mesma foi muito positivo, criando assim
um ambiente bastante agradável.
Os horários estabelecidos para cada prova foram cumpridos, tendo a
atividade terminado dentro do que foi estipulado pela organização.
As transições dos jogos de cada modalidade e respetivas classificações
dos grupos e informação das equipas que passavam à fase seguinte, foi
bastante rápida e eficaz tendo sido colocada imediatamente no quadro de
pontuações após o término de cada jogo, facilitando o visionamento dos
resultados por parte dos alunos.
A motivação e competitividade estiveram presentes em todos os jogos,
onde a vontade de atingir o melhor resultado para a equipa eram os maiores
objetivos dos alunos, sendo visível um espírito de equipa e entreajuda em cada
jogo realizado. Foram destacados para esta atividade, todos os professores da
área disciplinar de Educação Física, tendo ficado com a coordenação das
modalidades os três professores estagiários, o André no voleibol, o António no
andebol e eu no basquetebol. Cada professor era também responsável por
registar as classificações dos jogos e os resultados bem como informar as
equipas que passavam às fases seguintes. Não se verificou qualquer problema
no decurso da atividade, tendo sido cumpridos por todos, as tarefas de que
lhes foram atribuídas.
29
Apesar de ser um torneio em que normalmente determinados alunos
acabam por se exceder, é de salientar que não houve qualquer incidente a
registar, nem falta de fair-play no decorrer do torneio.
Para terminar, tenho de salientar a boa afluência por parte dos alunos do
3º ciclo, existindo assim, um grande número de equipas para a realização do
torneio.
Assim, sugere-se que em eventos futuros, os torneios tenham ainda uma
maior participação por parte dos alunos pois são atividades que desenvolvem o
gosto pela atividade física, cujo empenhamento e alegria demonstrado pelos
alunos que nela participam, transmitiram aos professores, sentimentos e
valores que nos fazem orgulhosos da nossa profissão.
4.8.5. Torneio Inter-Turmas de Futebol
Dado que se tratava da atividade mais aguardada pelos alunos e sendo a
modalidade que é, o receio de que a atividade não corresse pelo melhor era
evidente no olhar de todos os professores. A ansiedade e apreensão antes de
se iniciar a atividade era bastante palpável, pois em anos anteriores, esta
atividade foi a que maiores problemas causou, mas de forma surpreendente,
no decorrer da atividade, os alunos demonstraram um grande empenho, pelo
que o desenrolar da mesma foi muito positivo, criando assim um ambiente
bastante agradável.
Os horários estabelecidos para cada jornada foram cumpridos, tendo a
atividade terminado dentro do que foi estipulado pela organização.
As transições dos jogos, respetivas classificações e informação das
equipas que passavam à fase seguinte foi bastante rápida e eficaz tendo sido
colocada imediatamente no quadro de pontuações após o término de cada
jogo, facilitando o visionamento dos resultados por parte dos alunos.
A motivação e competitividade estiveram presentes em todos os jogos,
onde a vontade de atingir o melhor resultado para a equipa foram os maiores
objetivos dos alunos, sendo visível um espírito de equipa e entreajuda em cada
30
jogo realizado. Foram destacados para esta atividade, seis professores de
Educação Física nomeadamente os que lecionam turmas do 3º ciclo e devo
salientar o excelente trabalho de todos os professores e auxiliares de educação
envolvidos na atividade, pois correu de forma bastante organizada e com uma
excelente dinâmica. Cada professor era também responsável por registar as
classificações dos jogos e os resultados bem como informar as equipas que
passavam às fases seguintes. Não se verificou qualquer problema no decurso
da atividade, tendo sido cumpridos por todos, as tarefas de que lhes foram
atribuídas.
Devo referir que a afluência ao torneio foi em elevado número, talvez pelo
facto de este ter sido realizado no campo sintético do complexo desportivo do
Clube Desportivo de Leça do Balio F.C.
Todos ficamos bastante satisfeitos com o resultado final do torneio e em
termos futuros, com certeza que esta é a atividade que deverá ser realizada,
pois devido à grande afluência dos alunos e dada a importância que a
modalidade futebol tem, será sem sombra de dúvidas um momento do ano que
todos os alunos de todas as escolas terão vontade de participar.
4.8.6. Dia do Basquetebol
Para me tentar destacar neste ano tão importante, criei o “Dia do
Basquetebol”, onde comecei por elaborar um projeto para expor ao diretor da
escola e posteriormente ser aprovado pelo mesmo. Depois de ter conseguido
esta aprovação, tive a facilidade de entrar em contacto com uma equipa
profissional de basquetebol, onde pedi que alguns elementos (portugueses e
americanos) dessa mesma equipa, se deslocassem à escola para poderem
passar algum tempo junto dos alunos na referida atividade de complemento
curricular. Esta atividade e como não tive a oportunidade de a lecionar, decidi
que apenas os alunos do 8º ano, pudessem disfrutar de um dia diferente e ao
mesmo tempo promover a modalidade basquetebol. Neste dia ocorreram várias
atividades entre elas:
31
Jogos 3x3;
Concurso de 3 pontos.
A atividade foi realizada no dia 16 de Maio de 2012 e teve como intenção
primeiro que tudo, promover o gosto pela prática desportiva. Pretendia também
com a realização desta atividade incentivar a participação dos alunos, através
da criação de um meio lúdico e competitivo de uma modalidade muito
apreciada, o basquetebol, proporcionando aos alunos uma experiência
enriquecedora, e diferente, pois envolve regras e conteúdos novos para os
alunos.
Esta atividade foi destinada aos alunos do 8º ano da Escola EB 2/3 de
Leça do Balio, onde no respetivo dia, contabilizei cerca de 50 alunos a
participar na atividade.
Na prévia elaboração do Dia do Basquetebol 3x3, tinha previsto poder
contar com a participação de uma equipa profissional de basquetebol, mas
dadas as circunstâncias, essa mesma participação foi-me negada pelos
dirigentes do clube e assim, tive de fazer uma pequena alteração no projeto da
atividade, onde substitui a elaboração de um pequeno debate entre os alunos e
os atletas do clube, o que seria muito interessante pois iria colocar a disciplina
de Educação Física e outras disciplinas (interdisciplinaridade) a alcançar um
objetivo comum, por um concurso de 3 pontos.
O “Dias do Basquetebol”, teve início da parte da manha, onde na fase
inicial da atividade, foram realizados todos os jogos entre grupos, atribuição
das classificações, que iam sendo anotadas à medida que os jogos
terminavam, e após concluída a fase de grupos, realizaram-se os jogos dos
quartos-de-final, meias-finais e final, final esta que se realizou dentro do
pavilhão, criando assim um ambiente mais agradável e com a bancada cheia
de alunos a observar.
Após concluída a final, tive o cuidado de arranjar um prémio que fosse um
tanto ao quanto diferente dos prémios que normalmente são entregues nestas
atividade, foi então que consegui arranjar uns pequenos troféus em acrílico,
com o logotipo do torneio e classificação do mesmo, estampada no troféu.
32
Apenas entregue os trofeus aos primeiros classificados, mas para os
restantes ficou um grande agradecimento da minha parte, por terem tornado
possível a realização da atividade. Em seguida e colocando uma folha em
branco num quadro afixado, para que os alunos se inscrevessem no concurso
de “3 pontos”, com um máximo de doze inscrições, e com o auxílio dos meus
colegas de estágio e desde já agradeço a sua colaboração, comecei a colocar
o material necessário para a realização do concurso.
Este consistia na realização de oito lançamentos de três pontos, onde em
quatro zonas do campo, estavam colocados dois cones com duas bolas em
cima destes. Durante todo o concurso tive a ajuda dos meus colegas de
estágio e alguns alunos da minha turma, tendo o cuidado de apanhar todas as
bolas que eram lançadas.
O sistema de apuramento era bastante fácil, onde cada aluno tinha um
minuto para lançar todas as bolas e quem conseguisse marcar o máximo de
bolas no menor tempo possível era apurado para a final, onde apenas existiam
seis vagas. Mais uma vez, tive o cuidado de comprar também três troféus,
entregando estes, aos três primeiros classificados do concurso.
De uma forma geral e em jeito de conclusão, fiquei bastante satisfeito
com todo o decorrer da atividade, pois consegui cumprir com os horários
estipulados, senti os alunos motivados, empenhados e acima de tudo bastante
alegres no decorrer de toda a atividade. Fiquei também bastante satisfeito com
a adesão que a atividade teve, pois nunca esperei que após ter sido realizado
um torneio inter-turmas de basquetebol no final do segundo período, os alunos
voltassem a aderir a uma atividade ao todo semelhante com a realizada
previamente.
33
4.9. Relação Professor-Aluno
Ainda para enfatizar a importância da boa relação entre o professor e
alunos, Miranda (2008, p.1) refere que “a relação professor-aluno representa
um momento de encontro e convivência entre educadores e educando que se
interagindo formam o cerne do processo educativo”.
Como já pude referir anteriormente, penso ter criado uma relação
professor/aluno, bastante proveitosa para ambos. De uma forma geral consegui
agradar a todos os alunos da turma, pois a meio do ano, no decorrer do
segundo período, tive a felicidade de vários alunos me perguntarem se seria o
seu professor para o ano seguinte, tal como sentia através dos seus
comportamentos nas aulas e extra aulas, que o sentimento de amabilidade era
recíproco.
Quando tive a sorte de ter alunos como estes, que criaram uma grande
relação de amizade, dentro da relação professor/aluno claro, não posso
terminar este ano desiludido, mas sim com uma mágoa de ter de abandonar
estes alunos que tantas alegrias e trabalho me deram.
Durante muitas ocasiões do respetivo ano letivo, tive oportunidade de
experienciar diferentes contactos com os alunos da turma, pois todos eles
possuíam a sua maneira de ser e forma de agir perante a disciplina de
Educação Física e o professor de Educação Física.
Em determinadas aulas, senti que muitos deles se afastaram da disciplina
e do meu relacionamento com eles devido à complexidade de determinadas
matérias que foram lecionadas durante o ano, como o caso da ginástica e do
atletismo, disciplinas em que o grau de especificidade das mesmas, faziam
com que alguns alunos acabassem por reduzir os seus índices de atividade
motora e respetivas presenças nas aulas.
De uma forma geral, consegui incutir nos alunos uma barreira no nosso
relacionamento, o professor/aluno nas aulas e o aluno/aluno nos intervalos e
todos os momentos fora das aulas. Devido a essa relação, tenho plena
consciência que esta apenas trouxe pontos positivos ao excelente ano letivo
que realizei e pelo qual passei.
34
4.10. O que é ser Professor
Segundo Sousa (2001, p.1), “se formos às suas raízes etimológicas,
vemos que “profissão” vem da palavra latina “professio”, do verbo “profeti”, que
quer dizer confessar, testemunhar, declarar abertamente.”
Ferreira (2010, p.4), constata que “ser professor significa tomar decisões
pessoais e individuais constantes, porém sempre reguladas por normas
coletivas, as quais são elaboradas por outros profissionais ou regulamentos
institucionais”.
Cosme (2009), cit. por (Neves, 2001 p.5) na sua obra intitulada “ ser
professor: ação docente como uma ação de interlocução qualificada”, refere
algumas questões que se relacionam com o papel do professor e o seu modo
de estar na profissão, nomeadamente aquelas que se prendem com a
necessidade de delimitar o campo de ação docente e de lhe conferir um
sentido mais congruente com os desafios e as exigências que se colocam a
todos, no seio das sociedades em que vivemos.
No decorrer do meu ano letivo, consegui tornar os meus alunos um pouco
mais maduros e mais atentos à realidade que os envolve. Mais do que tentar
ser um professor, tentei ser um adulto que procurou orientar os alunos para as
suas vidas futuras, arranjando diferentes estratégias para os incentivar a ser
cada vez melhores, transferindo as aprendizagens da Educação Física para o
seu quotidiano, através de regras, comportamentos adequados, respeito pelos
outros e criando jogos que promovessem relações pessoais entre os alunos.
Segundo Loureiro (2001, p.12), “a cultura dos professores, não é mais do
que a soma do que os professores pensam, dizem e fazem”.
Analisando este pensamento, os professores criam a sua cultura,
revelando, demonstrando e ensinando o que sabem, dizem e fazem sobre as
matérias e ensinamentos que transmitem aos seus alunos.
Para enfatizar a “cultura profissional”, Alonso (1987, p.4), sustenta que “a
essência duma profissão é possuir um corpo coerente e estruturado de
35
conhecimento constituído por conhecimento, técnicas, linguagem, valores e
destrezas que formam o que podemos chamar de “cultura profissional””.
Ainda relativamente ao que é referido pelo National Board for Professional
Teaching Standads, Nóvoa (2008) refere que, “ser professor é a) ter
conhecimento (aquisição e compreensão do conhecimento e das matérias que
se abordam; b) ter cultura profissional (compreender os sentidos da instituição
escolar, integrar-se numa profissão, aprender com os colegas mais
experientes); c) ter tato pedagógico (ser-se sereno, respeitar e ser respeitado,
e acima de tudo saber-se relacionar com toda a comunidade escolar); d)
trabalho em equipa (saber colaborar com todos os membros da comunidade
escolar ou “comunidades de prática” e e) compromisso social (saber ir além da
escola, conseguir incutir nos alunos conhecimentos de valores e princípios para
melhor os inserir na sociedade).”
De facto e depois de ter tido a possibilidade de encarar a escola e todos
os desafios que esta apresenta, devo salientar que de facto, todos os fatores
apresentados por Nóvoa anteriormente, são de extrema importância para nos
sentirmos à vontade e plenos de confiança para encarar o dia-a-dia, em que se
por algum momento perdermos a noção dos pontos referidos acima, a nossa
capacidade de ser “professor”, estará a ser afetada por diversos fatores que
por vezes nos são alheios.
Ainda no seguimento do pensamento de Nóvoa, Delors (2001), refere que
“um professor deve seguir 4 pilares do conhecimento: aprender a fazer;
aprender a conhecer; aprender a viver juntos e aprender a ser”. Só assim o
professor poderá atingir a sua principal missão, guiar e orientar o aluno para o
sucesso.
Em vários momentos da minha prática, tive noção do quão importante são
estes 4 piares, como por exemplo no que respeita a aprender a conhecer:
aprender a conhecer as matérias que lecionamos, aprender a conhecer a
escola em que estamos inseridos, aprender a conhecer os alunos.
Não se podendo desvalorizar qualquer dos pilares acima referidos, sem
sombra de dúvidas que o aprender a ser, foi aquele com que primeiramente me
36
deparei no decorrer do Estágio Pedagógico, acima de tudo porque tinha de me
deixar de ver como aluno para passar a ser um “professor”, ou neste caso
aprender a ser um professor.
Continuando na busca de definições para o “ser professor”, Alonso (1987,
p.5), refere que os professores devem ser capazes de: “criar, organizar ou
modificar as condições de aprendizagem com a intenção de facilitar o
desenvolvimento do processo de aprendizagem enriquecedora nos alunos”.
Posto isto, devemos olhar para os professores como um agente de crescimento
dos alunos como pessoas.
Este pensamento é de facto bastante importante na profissão “professor”,
pois quando refere que este deve ser capaz de modificar aprendizagens
facilitadoras para os alunos, podemos dar como exemplo (substituir barreiras
por cones no atletismo). Quando refere a organização de aprendizagens
facilitadores, podemos por exemplo enumerar a estruturação das Unidades
Didáticas, em que o grau de complexidade é feito de forma crescente,
facilitando assim a organização do professor na lecionação das aulas, ou por
exemplo organizar a Unidade Didática, utilizando apenas jogos simplificados ou
exercícios analíticos, nunca chegando à utilização do jogo formal ou
institucionalizado.
4.11. Investigação- Ação
Segundo Oliveira e Serrezina (2002, p.6), “Os professores são conduzidos,
através da reflexão na sua própria prática…”.
Para que neste ano pudesse tirar o maior proveito de toda a minha
experiência, foi-nos indicado pela FADEUP, que realizássemos um trabalho de
investigação no decorrer da prática. Para isso, o professor antes de realizar o
trabalho respeitante a uma momento da sua prática, deve primeiramente fazer
uma reflexão sobre que assunto tratar, e assim, após ter refletido sobre o
mesmo e dado que tenho uma certa admiração pela modalidade Basquetebol,
decidi realizar uma investigação relacionada com essa mesma modalidade.
37
Segundo Kemmis (1985), cit. por (Oliveira e Serrezina 2002, p.6) “a
reflexão deve ser orientada para a ação e o seu significado em relação a um
contexto ou situação”, assim e dado não ter tido a possibilidade de lecionar a
modalidade Basquetebol, fez com que a minha curiosidade sobre a mesma se
tornasse um fator motivador para melhor conhecer todo o envolvimento que
esta comporta, tentando assim refletir um pouco sobre ela.
Ainda relativamente a este ponto, Alcarão (1996) cit. por. Oliveira e
Serrezina (2002, p.4), refere que “essa reflexão consiste numa reconstrução
mental retrospetiva da ação para tentar analisá-la, constituindo um ato natural
quando percecionamos diferentemente a ação”.
Pretendo então com esta investigação-ação, tirar as minhas conclusões e
refletir sobre os aspetos que considero importantes de demonstrar a todos, em
específico “qual as vantagens da utilização do jogo reduzido nas modalidades
desportivas coletivas de invasão, em especial no Basquetebol”.
5. Conclusão e Perspetivas para o Futuro
O Estágio assume grande importância para a futura carreira como
docente, uma vez que proporciona uma visão mais ampla da realidade, assim
como uma previsão quanto ao futuro e à necessidade de uma atitude
profissional em relação ao processo educativo e à disciplina de Educação
Física.
O Estágio Pedagógico revelou-se uma experiência muito rica onde a
realidade escolar foi sentida de uma forma apoiada. A partir daqui, a minha
autonomia, a capacidade de descoberta e a identificação consciente e concreta
dos problemas será certamente decisiva na condução da minha intervenção
pedagógica futura.
Esta análise final da minha formação inicial, só veio aumentar a minha
convicção de que a Educação Física é uma disciplina, na qual cada vez mais
acredito ter grandes potencialidades no desenvolvimento socio-afetivo, motor e
cognitivo dos alunos. A questão é se estes irão prolongar um estilo de vida
38
ativo, na sua vida futura. Espero ter-lhes incutido esse prazer que envolve a
prática desportiva, o prazer de partilhar com os outros momentos de entrega
únicos, onde tentamos superar-nos em termos físicos e psicológicos, os limites
de um tempo, de um espaço, ou onde deixamos o corpo expressar toda uma
força interior e sentimentos contidos.
Nesta etapa, pude refletir a complexidade de todo o processo educativo e
como o professor é peça fundamental para que este funcione na sua plenitude.
É importante termos consciência do valor das populações que nos passam nas
mãos. Torna-se urgente deixar de comodismo, aceitando o desafio da
formação contínua, da reflexão do sistema, para procurar formas eficazes e
úteis de ensino.
Tive sempre o cuidado de permitir que nenhum de nós, professor ou
alunos, fosse um elemento passivo na aula. Tentei sempre comunicar, escutar
os alunos, tendo em consideração que sempre acreditei, de acordo com a
minha experiência como aluno, que a profissão de professor é eminentemente
relacional: ser professor é ser capaz de interagir com os outros e ser dedicado
para com eles, para assim ser, digamos, um profissional competente, um
profissional da relação. Contudo, para que tudo isto pudesse acontecer, foi
necessário conhecer muito bem os alunos.
Procuro e procurarei ser um professor que olha à sua volta e tenta
encontrar alternativas para situações que, aparentemente, não são fáceis de
solucionar. Tentei sempre construir um espaço de envolvimento pedagógico
permanente e ativo, dentro do “espaço de aula”. Enfim, estabelecer uma
relação pedagógica saudável dentro do “espaço de aula” e, consequentemente,
fora dele.
Tentei colmatar as minhas lacunas com a pesquisa e o estudo de
conceções, metodologias e estratégias pedagógicas sugeridas e defendidas
por autores conceituados do universo da Educação Física, contudo, é inegável
que ensinar é sobretudo um processo de experimentação e por isso mesmo, fui
cometendo alguns erros ao longo de todo este percurso.
39
Apesar de todos os contratempos, orgulho-me bastante do trabalho que
realizei, pois tenho plena consciência que foi o melhor que consegui fazer no
momento. Sinto que tenho um enorme caminho a percorrer no aperfeiçoamento
da minha ação pedagógica, mas acredito sinceramente, que um dia me tornarei
num profissional de Educação Física atento às necessidades dos seus alunos
e capaz de os motivar para a prática da atividade física.
Considero o meu ano de estágio como muito proveitoso, sem esquecer
uma palavra de agradecimento ao meu Orientador e professor cooperante que
me apoiaram muito.
Pretendo então alimentar sistematicamente os meus conhecimentos e a
minha experiência, consciente de que os conhecimentos são e serão sempre
transitórios e inacabados.
40
6. Elaboração do Estudo
6.1. Introdução
Segundo Graça (2007) (11) “os Jogos Desportivos Coletivos, pelas
diferentes razões que os qualificam para figurar no currículo como conteúdo de
educação, destacam-se: 1. o seu valor próprio; 2. o seu potencial edificante do
ser humano, como prática moral, cultural e social; 3. o seu potencial para
enriquecer de prazer, de significado e sentimento de realização, ligado à
prática dos jogos”.
Os jogos desportivos coletivos (JDC) são segundo Caillois (1958) (2)
“atividades lúdicas de grande prazer, regidas por regras institucionalizadas”. O
Centro de Estudos dos Jogos Desportivos (CEJD) sediado na FADEUP deu
voz a um movimento de renovação das ideias e das práticas de ensino dos
jogos desportivos coletivos na escola e no clube no âmbito das didáticas e das
metodologias específicas nomeadamente no basquetebol, no futebol, no
voleibol e no andebol. Graça (2008)(11)
Os Jogos Desportivos Coletivos habitualmente abordados no 3º ciclo do
ensino básico são o Futebol, o Basquetebol, o Andebol, o Voleibol embora
outros como o Corfebol, o Hóquei em campo, o Râguebi e o Softbol/Beisebol.
(Jacinto, 2001).(14)
Segundo Ellis (1983) (3) estes Jogos Desportivos Coletivos podem ser
diferenciados em jogos de invasão e jogos de rede (Ténis, Badminton,
Voleibol).
De acordo com Graça (2003) (8) ambos apresentam grande potencial
educativo, tendo um lugar de destaque no currículo e programas da educação
física nas escolas, mas o ensino dos JDC, pela forma tradicional como têm
vindo a ser ensinados, apresentam-se como um problema.
Segundo Graça (2007) (9) “A modalidade de Basquetebol, sendo um Jogo
Desportivo Coletivo (JDC), constitui conteúdo obrigatório do programa de
Educação Física do 3º Ciclo do Ensino Básico”, assim enquanto jogo de
invasão e de cooperação/oposição, contém um enorme potencial educativo
41
para ser utilizado na escola, mas alguns autores (Griffin et al., 1997) rotulam-no
de elitista, demasiado competitivo e que não conduz a um desenvolvimento das
aptidões cognitivas, afetivas e psicomotoras dos alunos.
O Basquetebol é jogado com duas equipas de 12 elementos e 5 jogadores
de campo em cada equipa num espaço de 450m2, cujo objetivo é introduzir a
bola no cesto da equipa adversária e cada cesto pode valer 1, 2 ou 3. O jogo é
dividido em 4 períodos de 10 minutos, em que na passagem do segundo
período para o terceiro período há um intervalo com a duração de 15 minutos.
6.2. Revisão de Literatura
6.2.1. O Modelo de Educação Desportiva
O Modelo de Educação Desportivo (MED)., segundo Siedentop (1994) (18),
“coloca o conteúdo lúdico em destaque nas práticas curriculares da educação
física”. Este autor, refere que este modelo comporta a inclusão de quatro eixos
fundamentais que se revêm nos objetivos da reforma educativa da educação
física atual: (1) competência desportiva; (2) literacia desportiva; (3) entusiasmo;
(4) culto.
Para garantir a autenticidade das experiências desportivas, Siedentop
(2002) (19), integrou seis características do desporto institucionalizado no
Modelo de Educação Desportiva: 1) época desportiva; 2) filiação; 3)
competição; 4) registo estatístico; 5) festividade e 6) eventos culminantes.
Segundo Graça (2008) “o calendário competitivo prevê normalmente uma
sucessão de torneios em que se aplicam vários tipos de jogos reduzidos, tal
como: 1x1; 2x2; 3x3, 4x4, respetivamente para a modalidade Basquetebol, de
acordo com o nível da turma, que pode nem chegar ao jogo formal 5x5”. Cada
tipo de jogo reduzido é estruturado de acordo com os seus elementos táticos
estruturantes, como por exemplo o sair da zona de ação do atacante (aclarar),
corte para o cesto, defesa individual, defesa à zona e respetivas técnicas de
suporte como por exemplo o passe, o drible, a receção, o lançamento. A
formulação desses elementos técnicos e táticos, irão estruturar todo o processo
42
de aprendizagem da modalidade, daí a importância dos jogos reduzidos na
abordagem do MED.
6.2.2. Teaching Games for Understanding
“Outro modelo relevante na demonstração da importância da utilização do
jogo reduzido no ensino dos JDC na escola é o Teaching Games For
Understanding de Bunker e Thorpe (1982) (22), desenvolvido na Universidade
Ingesa de Loughborough”. Werner (1996) (25). A ideia subjacente era deixar de
ver o jogo como um momento de aplicação de técnicas, para passar a vê-lo
como um espaço de resolução de problemas através de formas de jogo
apropriadas ao nível de compreensão e capacidade de intervenção dos alunos
no jogo (Griffin, 2005) (12). Esta forma de jogo, faz-se considerando quatro
princípios pedagógicos (Griffin 2005 (12), Thorpe 1984 (23) e Thorpe 1989 (24)): a
seleção do tipo de jogo, a modificação do jogo por representação (formas de
jogo reduzidas representativas das formas adultas de jogo), a modificação por
exagero (manipulação das regras de jogo, do espaço e do tempo de modo a
canalizar a atenção dos jogadores para o confronto com determinados
problemas táticos) e o ajustamento da complexidade tática (o repertório motor
que os alunos já possuem deve permitir-lhes enfrentar os problemas táticos ao
nível mais adequado para desafiar a sua capacidade de compreender e atuar
no jogo).
43
Figura 1. Adaptação do Modelo de ensino dos jogos para a compreensão (TGfU, Bunker e
Thorpe, 1982, pág.6)
O Modelo designado por (TGfU) e o Modelo de Educação Desportiva
(MED) têm evidentes pontos de contacto, apresentando alguns aspetos que se
podem complementar. Os modelos coincidem na crítica ao currículo de
múltiplas atividades, pelo seu carácter descontextualizado e inconsequente,
sendo que ambos favorecem os jogos reduzidos e a contextualização das
situações de jogo simplificadas (Graça, 2008) (10).
6.2.3. Jogo Formal versus Jogo Reduzido
Segundo, Graça (2003) (8), os JDC, na sua forma institucionalizada (Jogo
Formal) são atividades de elevada complexidade e de grande exigência
considerando fatores de rendimento, físico, técnico, tático e psicológico,
implicando da parte dos praticantes capacidade de adaptação e de resposta
nos domínios cognitivo, afetivo e motor.
Graça, Garganta e Tavares (1994) (7), referem que “é fundamental não só
a decomposição do jogo, respeitando as suas unidades funcionais, como
também uma evolução na apresentação das situações de aprendizagem com
complexidade crescente”.
44
Desta forma a questão central deste trabalho, é conhecer se a utilização
do jogo formal em oposição ao jogo reduzido, permite uma melhor
compreensão do jogo no 3º ciclo do ensino básico.
Gallahue e Osmum (1995) (17) referem que “na faixa etária dos 13 aos 14
anos, o ensino é parcialmente fechado, porque o processo de aprendizagem e
aquisição dos gestos de cada modalidade são bastante complexos, devendo
assim, aperfeiçoar-se apenas os gestos e somente após os 14 anos de idade
deve acontecer o ensino totalmente fechado de cada modalidade,
aperfeiçoando agora os sistemas táticos que estas necessitam.”
Segundo vários autores (Brandão 2002 (1), Garganta 1998 (5), Gréhaigne
1992 (13), Oliveira 1998 (16) e Tavares 1993 (20)), as situações de jogo reduzido
apresentam algumas vantagens relativamente ao Jogo Formal.
Na iniciação desportiva de uma modalidade na escola ou clube, a redução
das dimensões do campo, proporcionam um maior número de contactos com a
bola e assim um maior número de oportunidades de desenvolver as
competências necessárias para o jogo. Adicionalmente, a modificação das
áreas de jogo e do número de jogadores, promove uma maior riqueza no
desempenho, na aquisição das competências e habilidades para o jogo, fatores
estes, importantes para a resolução dos problemas e dificuldades
apresentadas.
Garganta (2000) (6), refere que “os jogos reduzidos, para além de outras
vantagens passíveis de serem enunciadas no que diz respeito ao jogo em si,
permitem uma maior participação dos sujeitos, a uma menor probabilidade de
passividade, uma elevada frequência de contactos com a bola, resultando, por
consequência, numa maior simplificação do jogo, aumentando também o grau
de sucesso na consumação das ações de jogo, sejam elas ofensivas ou
defensivas, assim como um menor número de sujeitos no espaço de jogo,
permite visualizar melhor as linhas de força do jogo (bola, campo, adversários e
colegas de equipa) e, em consequência, diversificar o tipo de contactos, dar
melhor continuidade às ações e otimizar as hipóteses de concretização”.
45
Segundo Garganta (1994), são as seguintes as diferenças os jogos
formais e os jogos reduzidos:
6.2.4. Ensino centrado no Jogo Formal
Segundo Garganta (1994) (4) as características desta forma de jogo são a
(1) utilização exclusiva do Jogo Formal, que não é decomposto nem
condicionado (não há alteração de áreas de jogo ou número de jogadores), (2)
a técnica surge para responder a situações globais não orientadas (a utilização
de ações técnicas como por exemplo o “drible”, servem como método para
melhorar as competências e habilidades, sem que haja qualquer ajuda por
parte do professor/treinador) e (3) ensina-se o modo de fazer “técnica”
separado das razões de fazer “tática” (ensina-se o “drible”, sem que o
aluno/atleta saiba o porquê de o utilizar e qual a sua função).
6.2.5. Ensino centrado no Jogo Reduzido
Segundo Garganta (1994) (4) são características desta forma de jogo (1)
partir-se do jogo para as situações particulares (aborda-se primeiramente o
jogo formal, para posteriormente serem resolvidos os problemas em situações
específicas ou particulares), (2) o jogo é sistematizado em unidades funcionais
de complexidade crescente, de acordo com a evolução dos alunos/atletas
(método utilizado nas escolas) e (3) a formação técnica é inseparável da tática
(antes de ensinar a técnica, são dadas indicações sobre a tática “ o porque de
utilizar determinada habilidade em determinada situação ou contexto”).
Segundo Musch e Mertens (1991) (15), cada Jogo Reduzido, deverá
satisfazer aos seguintes critérios: (1) o objetivo do jogo deve sempre estar
presente, (2) todos os elementos estruturais do jogo devem estar conservados,
(3) as ações de ataque e defesa são sempre mantidas, (4) uma transição
natural do ataque à defesa e vice-versa deverá ser possível, (5) as tarefas dos
jogadores não devem ser totalmente determinadas.
46
Segundo Tavares (1999) (21) apesar das inovações verificadas ao nível da
abordagem do jogo, verificamos que o processo de ensino dos JDC ainda é
caracterizado pela fragmentação dos seus elementos técnicos e centrada
quase exclusivamente na técnica. Só depois de exercitados e aperfeiçoados os
elementos técnicos, surgem de modo adequado no jogo formal. Em oposição a
esta forma de abordagem, aparece uma outra conceção em que é salientada a
ideia da unidade inerente ao jogo, que impede qualquer tipo de fragmentação
das habilidades e que reivindica a importância que o jogo assume em si.
Segundo Tavares (1999), nesta perspetiva, a capacidade de captar a
informação e de distinguir o essencial do acessório são bases importantes
quando se pretende incrementar o processo de aprendizagem técnico-tático
com o ritmo necessário e a qualidade pretendida para cada aluno.
Segundo Paes (2001) (17), “a sua abordagem escolar do jogo reduzido,
pressupõe que além das experiências aprendidas pelos atletas antes de
refinadas as habilidades para o jogo formal, sejam apreendidas também (1)
situações de jogo e sistemas ofensivos, (2) exercícios sincronizados cujo
principal objetivo, é proporcionarem aos alunos a execução e automatização de
todos os fundamentos aprendidos, (3) iniciar as organizações táticas ofensivas
e defensivas sem muitos detalhes, simplificando as ações de forma adequado
ao nível de cada aluno/atleta.”
Sendo assim, as situações de jogo devem ser trabalhadas em: 2x1, 2x2,
3x3 e 4x3, possibilitando aos alunos/atletas a oportunidade de aplicar os
fundamentos apreendidos em situações reais de jogo, com vantagens e
desvantagens numérica.
Segundo Paes (2001) (17), “a utilização dos jogos reduzidos, favorecem
também as situações de jogo, pois possibilitam aos alunos adquirir as
competências e habilidades necessárias para uma melhor compreensão do
jogo formal, através de um conjunto de ações técnico-táticas quer a nível
ofensivo, quer a nível defensivo.”
Segundo o mesmo autor, os jogos reduzidos utilizam pequenos jogos em
que as regras são adaptadas. Podemos referir que entre alguns benefícios,
47
encontram-se a reprodução de movimentos específicos em situação
competitiva, exigindo aos atletas várias tomadas de decisão, facilitando assim,
a aquisição das habilidades técnico-táticas e da inteligência e leitura do jogo.
6.3. Objetivos
6.3.1. Objetivo geral
Face às abordagens mencionadas anteriormente, pretendeu-se com a
aplicação do questionário face-a-face, estimar o nível de implementação dos
diferentes tipos de jogos na abordagem a cada Jogo Desportivo Coletivo. Dada
a elevada complexidade na aferição de benefícios adquiridos pelos discentes
sujeitos aos diferentes tipos de Jogos e uma vez que estes benefícios já se
encontram reconhecidos e publicados, optámos apenas pela quantificação dos
períodos dedicados a cada um dos tipos de jogo.
6.3.2. Objetivos específicos
Verificar quais os Jogos Desportivos Coletivos mais abordados no 3º
ciclo de ensino;
Analisar o qual a forma de jogo mais utilizada nas aulas;
Verificar a percentagem de aulas em que os professores utilizam as
diferentes estratégias de abordar os JDC;
Aferir se os professores têm por hábito reduzir o número de jogadores
e dimensões do campo;
Identificar a forma de jogo mais utilizada nas avaliações diagnóstico,
formativa e sumativa;
Verificar a estratégia e forma de jogo mais utilizada no Basquetebol.
48
6.4. Material e métodos
6.4.1. Caracterização da amostra
A amostra foi constituída por 29 professores de Educação Física do 3º
ciclo, dos distritos de Aveiro e Porto.
6.4.2. Instrumentos utilizados
O instrumento utilizado na obtenção dos respetivos dados foi a realização
de uma entrevista face-a-face com utilização de um formulário de questões.
6.4.3. Procedimentos estatísticos
Os dados obtidos através dos questionários respondidos foram
organizados e apresentados em tabelas. Optámos por apresentar e analisar os
gráficos um a um. Uma vez que as características estatísticas em estudo são
maioritariamente qualitativas, apenas podemos basear a nossa análise nos
valores mais ou menos observados.
6.5. Apresentação e discussão dos resultados
Os jogos de invasão preferencialmente abordados no 3º ciclo de ensino
são o basquetebol e o andebol (conforme figura 2).
Analisando a questão do “tipo de jogo adotado nas aulas para os Jogos
Desportivos Coletivos”, concluímos que a percentagem do Jogo Reduzido e
Jogo Reduzido Condicionado, são bastante semelhantes, surgindo com menor
utilização o Jogo Formal. Isto demonstra que todos os professores inquiridos,
responderam utilizar mais que um tipo de Jogo, dando então maior prevalência
ao Jogo Reduzido.
49
Figura 2. Jogos Desportivos Coletivos de Invasão abordados no 3º ciclo de ensino
No que respeita à figura 3, começando por uma análise mais geral,
observamos que existe uma grande disparidade de tempo de percentagem
utilizada nas diferentes unidades didáticas, onde o Jogo Reduzido se destaca
significativamente (entre 40 a 50%) do Jogo Formal (16% a 36%), o que
valoriza a revisão de literatura feita anteriormente. Devemos referir que o facto
de os professores inqueridos terem utilizado mais do que uma forma de jogo,
faz com que as percentagens não sejam de 100%. Ao analisar o gráfico mais
cuidadosamente, observa-se que tanto o Jogo Reduzido Condicionado e Jogo
Formal Condicionado, apresentam valores muito semelhantes, o que indica que
os professores ao longo das unidades didáticas valorizam equitativamente
estes dois tipos de jogo. Podemos também verificar que quanto à modalidade
Futebol, que a utilização do Jogo Formal é mais reduzida do que na
modalidade Futsal, isto porque dado que a maior parte dos professores
respondeu utilizar o 5x5 no Futebol tal como no Futsal, verificamos que a
percentagem do Jogo Formal (36%) é maior nesta ultima modalidade, onde o
jogo institucionalizado é jogado sobe a forma de 5x5, permitindo, desta forma,
explicar as diferenças. Por outro lado podemos referir que a falta de condições
físicas das infraestruturas escolares, podem ser um dos fatores que condiciona
os professores a abordar o Futebol na sua forma de jogo institucionalizada
(7x7).
16%
17%
29%
30%
2%
0%
5%
0%
Futebol
Futsal
Andebol
Basquetebol
Corfebol
Hóquei em campo
Râguebi
Softbol/Beisebol
50
28%
46%
30%
21%
36%
45%
21%
28%
21%
52%
28%
30%
16%
54%
29%
32%
20%
45%
20%
25%
27%
40%
27%
40%
Jogo Formal
Jogo Reduzido
Jogo Formal condicionado
Jogo Reduzido condicionado
Jogo Formal
Jogo Reduzido
Jogo Formal condicionado
Jogo Reduzido condicionado
Jogo Formal
Jogo Reduzido
Jogo Formal condicionado
Jogo Reduzido condicionado
Jogo Formal
Jogo Reduzido
Jogo Formal condicionado
Jogo Reduzido condicionado
Jogo Formal
Jogo Reduzido
Jogo Formal condicionado
Jogo Reduzido condicionado
Jogo Formal
Jogo Reduzido
Jogo Formal condicionado
Jogo Reduzido condicionado
Fu
teb
ol
Fu
tsa
lA
nd
eb
ol
Ba
sq
ue
teb
ol
Co
rfe
bo
lR
âg
ue
bi
Média das Percentagens de Tempo da Unidade Didática
Figura 3. Média das percentagens de tempo das Unidades Didáticas
A análise dos dados apurados relativamente à forma de jogo reduzido
mais adotada nas aulas de Basquetebol, revela que a grande maioria dos
professores (49%), utilizam a igualdade numérica e com menor importância
surge com (18%) a inferioridade numérica. Isto explica que os professores dão
maior importância ao igual peso entre ataque e defesa.
Numa situação de superioridade numérica, onde se privilegia o ataque,
verificamos que o 3x2 (50%) e 2x1 (46%) são as mais utilizadas, o que está de
acordo com o referido por Paes (2001). Apenas (4%) dos professores
inquiridos utilizam o 4x3.
51
O 3x3 com (69%) das respostas obtidas, é a estratégia mais utilizada e
em segundo lugar surge o 2x2 com (29%) e assim mais uma vez podemos
recorrer à bibliografia, onde Graça (2008), refere que “o calendário competitivo
prevê normalmente uma sucessão de torneios em que se aplicam vários tipos
de jogos reduzidos, tal como: 1x1; 2x2; 3x3, 4x4, respetivamente para a
modalidade Basquetebol, de acordo com o nível da turma, que pode nem
chegar ao jogo formal 5x5”.
O 2x3 com (50%) das respostas obtidas é a estratégia mais utilizada
pelos professores e relativamente perto surge também o 1x2 com (43%) das
respostas.
No que se refere à implementação do Jogo Reduzido no 3º ciclo nas
diferentes modalidades coletivas de invasão, considerando a questão da
redução das dimensões do campo e número de jogadores, verificou-se que
(100%) dos professores, responderam afirmando que nas três modalidades
referidas (Futebol, Andebol e Basquetebol) reduzem sempre as dimensões do
campo e número de jogadores.
Remetendo agora a nossa atenção para a avaliação diagnóstico de
Futebol, a grande maioria dos professores respondeu que no decorrer desta o
5x5 (87%) foi a forma de jogo pelo qual os alunos foram avaliados na
modalidade Futebol e apenas (13%) dos professores, respondeu ter avaliado
os alunos na forma de jogo 3x3.
Figura 4. Avaliação Diagnóstico de Futebol
0%
0%
13%
0%
87%
0%
0%
1x1
2x2
3x3
4x4
5x5
6x6
Formal
52
Quanto à Avaliação Formativa, houve uma maior quantidade de respostas
dadas pelos professores, onde o 5x5 (67%), mais uma vez foi a forma de jogo
mais avaliada. Surgem no decorrer desta avaliação, o 4x4 (7%) e o 1x1 (7%),
mas mais uma vez, a avaliação do Jogo Formal é inexistente.
Figura 5. Avaliação Formativa de Futebol
Passando agora à Avaliação Sumativa, esta remete para os valores da
Avaliação Diagnóstico, onde (87%) dos professores avaliou os alunos no 5x5 e
apenas (13%), avaliou os alunos em 3x3. O desaparecimento do 4x4 e 1x1,
pode dever-se ao facto de nenhuma das estratégias ter sido favorável e
facilitadora à aquisição das habilidades e competências para a modalidade.
A análise dos dados apurados relativamente à Avaliação Diagnóstico de
Andebol, verificamos que mais uma vez, o 5x5 (80%), é a estratégia de jogo
para ser avaliada, mais utilizada pelos professores. Na Avaliação Diagnóstica
de Andebol, surge também o 3x3 e 4x4 (16% e 4%) respetivamente.
Figura 6. Avaliação Diagnóstico de Andebol
7%
0%
20%
7%
67%
0%
0%
1x1
2x2
3x3
4x4
5x5
6x6
Formal
0%
0%
16%
4%
80%
0%
0%
1x1
2x2
3x3
4x4
5x5
6x6
Formal
53
No que concerne à Avaliação Formativa de Andebol, as estratégias de
jogo avaliadas foram as mesmas, sendo que o 5x5 passou agora a ter uma
maior percentagem (85%), reduzindo a percentagem de respostas para o 3x3
(11%).
Figura 7. Avaliação Formativa de Andebol
Quanto à Avaliação Sumativa de Andebol, mais uma vez, verifica-se um
acréscimo de respostas à utilização do jogo 5x5 (92%) para a forma de jogo a
ser avaliada, enquanto que apenas (8%) dos professores utilizaram o jogo 3x3.
Figura 8. Avaliação Sumativa de Andebol
0%
0%
11%
4%
85%
0%
0%
1x1
2x2
3x3
4x4
5x5
6x6
Formal
0%
0%
8%
0%
92%
0%
0%
1x1
2x2
3x3
4x4
5x5
6x6
Formal
54
Tendo por base os dados obtidos do inquérito, foi possível apurar que
(92%) dos professores no decorrer da Avaliação Diagnóstico de Basquetebol
utilizou o jogo 3x3, enquanto que, apenas (8%) dos professores avaliou os
alunos em Jogo Formal.
Figura 9. Avaliação Diagnóstico de Basquetebol
Na Avaliação Formativa de Basquetebol, surgem agora uma maior
variedade de estratégias de jogo, onde mais uma vez o 3x3 (81%) foi o mais
utilizado. Dado que qualquer professor poderia dar mais que uma resposta ou
utilizar mais que uma estratégia de jogo a avaliar, surge o 1x1 (4%), o 2x2 (8%)
e o Jogo Formal (8%), como outras formas de jogo avaliadas (conforme figura
10).
Figura 10. Avaliação Formativa de Basquetebol
0%
0%
92%
0%
8%
1x1
2x2
3x3
4x4
Formal
4%
8%
81%
0%
8%
1x1
2x2
3x3
4x4
Formal
55
Outro dos aspetos contemplados no inquérito foi a Avaliação Sumativa de
Basquetebol e aqui, em consonância com as respostas anteriores, o 3x3 foi a
forma de jogo que os professores mais valorizaram, apresentando (88%) das
respostas. Com (8%) das respostas surge a forma de Jogo Formal e com
apenas (4%) aparece o 2x2.
Figura 11. Avaliação Sumativa de Basquetebol
Conclusão
Ao longo do tratamento dos dados das perguntas constantes do
questionário fornecidos aos professores, fomos retirando conclusões relativas à
maior abordagem a determinados Jogos Desportivos Coletivos lecionados ao
longo do 3º ciclo. Quanto a este ponto, podemos concluir que as modalidades
mais abordadas são os Basquetebol e o Andebol, surgindo depois com um
peso semelhante o Futebol e o Futsal e dado que são consideradas
modalidades alternativas no plano curricular da disciplina de Educação Física,
surgem então o Corfebol e o Râguebi.
No que respeita à abordagem dos Jogos Desportivos Coletivos, o tipo de
jogo mais utilizado pelos professores foi o Jogo Reduzido, que em comparação
ao Jogo Formal, apresentou um número de respostas bastante superior. De
uma forma geral, entendemos que, o que este conjunto de dados nos
demonstra, é que tanto o Jogo Formal como o Jogo Reduzido são utilizados no
ensino, mas dada a complexidade do primeiro e dado que muito possivelmente
os níveis da grande parte das turmas apresentam baixos índices de
0%
4%
88%
0%
8%
1x1
2x2
3x3
4x4
Formal
56
desempenho exigidos para os respetivos objetivos do 3º ciclo, a estratégia
mais adequada para que os alunos melhorassem esses índices de
desempenho e conhecimento sobre as diferentes modalidades, passou por
uma maior utilização do Jogo Reduzido.
Relativamente ao Jogo Reduzido, verificamos após a análise dos dados,
que a estratégia mais utilizada na lecionação das aulas de Basquetebol foi o
jogo em igualdade numérica, onde a grande maioria dos professores
respondeu ter utilizado a forma de jogo 3x3.
No que se refere à redução das dimensões do campo e número de
jogadores, todos os professores concordaram que nas diferentes modalidades
(Futebol, Andebol e Basquetebol), estas reduções, são bastante favoráveis a
aprendizagem e aquisição das habilidades, por parte dos alunos.
Relativamente às avaliações diagnóstico, formativa e sumativa das
modalidades (Futebol, Andebol e Basquetebol), concluímos que tanto no
Futebol como no Andebol, a utilização do Jogo Formal é nula, mas por outro
lado, relativamente à modalidade Basquetebol, esta já apresenta alguma
utilização no que se refere ao jogo institucionalizado (5x5), onde os professores
inquiridos responderam que em todas as avaliações, abordaram o Jogo
Formal.
57
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