efeito das pastilhas de silÍcio secas e embebidas em...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENFERMAGEM SHEILA KATIA COZIN NOSOW EFEITO DAS PASTILHAS DE SILÍCIO SECAS E EMBEBIDAS EM FLORAIS DE BACH, EM PONTOS DA AURICULOTERAPIA CHINESA, SOBRE A QUALIDADE DO SONO CAMPINAS 2018

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENFERMAGEM

SHEILA KATIA COZIN NOSOW

EFEITO DAS PASTILHAS DE SILÍCIO SECAS

E EMBEBIDAS EM FLORAIS DE BACH, EM

PONTOS DA AURICULOTERAPIA CHINESA,

SOBRE A QUALIDADE DO SONO

CAMPINAS

2018

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SHEILA KATIA COZIN NOSOW

EFEITO DAS PASTILHAS DE SILÍCIO SECAS

E EMBEBIDAS EM FLORAIS DE BACH, EM

PONTOS DA AURICULOTERAPIA CHINESA,

SOBRE A QUALIDADE DO SONO

Tese apresentada à Faculdade de Enfermagem

da Universidade Estadual de Campinas como

parte dos requisitos exigidos para a obtenção do

título Doutora em Ciências da Saúde, na Área de

Concentração: Enfermagem e Trabalho.

Orientadora: Profª. Drª. Maria Filomena Ceolim

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA SHEILA

KATIA COZIN NOSOW, E ORIENTADA PELA

PROF(a). DR(a). MARIA FILOMENA CEOLIM

CAMPINAS 2018

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Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.

Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas Maristella Soares dos Santos - CRB 8/8402

Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Effect of silicon tablets impregnated with Bach flower

remedies and dry ones in chinese auriculotherapy in quality of sleep Palavras-chave em inglês: Auriculotherapy Silicon dioxide Flower essences Sleep Nursing Área de concentração: Enfermagem e Trabalho Titulação: Doutora em Ciências da Saúde Banca examinadora: Maria Filomena Ceolim [Orientador] Luiz Silveira Menna Barreto Danilo Forghieri Santaella Mariana Alvina dos Santos Nelson Filice de Barros Data de defesa: 31-08-2018 Programa de Pós-Graduação: Enfermagem

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BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE DOUTORADO

SHEILA KATIA COZIN NOSOW

ORIENTADOR: Profª. Drª. Maria Filomena Ceolim

MEMBROS:

1. PROFª. DRª. MARIA FILOMENA CEOLIM (PRESIDENTE)

2. PROF. DR. LUIZ SILVEIRA MENNA BARRETO

3. PROF. DR. DANILO FORGHIERI SANTAELLA

4. PROFª. DR. MARIANA ALVINA DOS SANTOS

5. PROF. DR. NELSON FILICE DE BARROS

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Trabalho da Faculdade de

Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca

examinadora encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na

Secretaria do Programa da Unidade.

Data: 31/08/2018

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos enfermeiros que já visualizam o cuidar além da

fronteira física e a todos os que buscam na energia sutil uma forma de se elevar.

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“The scientific man does not aim at an immediate result. He does not expect that

his advanced ideas will be readily taken up. His work is like that of the planter—

for the future. His duty is to lay the foundation for those who are to come, and

point the way”.

Nikola Tesla

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à FENF/UNICAMP pela acolhida nesta etapa da minha vida.

Agradeço à Healing Herbs do Brasil e à Stiper por acreditarem nesta

pesquisa e fornecerem o material necessário para sua execução.

Agradeço a minha orientadora, Professora Dra. Maria Filomena Ceolim,

pelo interesse, dedicação e paciência por esta aluna e sua forma diferente de

pensar cuidado e enfermagem.

Agradeço do fundo do meu coração ao meu companheiro de jornada, de

vida, de busca, de libertação, Vitor Nosow, por tudo o que ele é capaz de me

proporcionar.

Agradeço pela oportunidade de melhorar sempre e ainda poder ver a

nossa continuação neste mundo e busca - Sabrina e Ícaro, vocês são os meus

tesouros!

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RESUMO

Os trabalhadores de enfermagem constituem uma população sujeita a distúrbios de

sono, para os quais as Terapias Complementares podem representar uma possibilidade

mais atraente em relação ao tratamento farmacológico tradicional. Realizou-se um

estudo experimental, com dois grupos submetidos à intervenção proposta e um grupo

com o qual nenhum procedimento foi realizado. Como intervenção, foram empregues

pastilhas de silício impregnadas com florais de Bach (grupo experimental úmido - GEU)

ou secas (grupo experimental seco - GES), em pontos específicos da auriculoterapia

chinesa para tratamento de distúrbios do sono, aplicadas em duas sessões semanais

ao longo de quatro semanas consecutivas. Entre 154 mulheres da equipe de

enfermagem de um hospital universitário do interior do estado de São Paulo abordadas

quanto ao interesse em participar desta pesquisa, foram recrutadas 112, todas com

sono de má qualidade de acordo com o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh

(PSQI-BR), as quais foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos experimentais e

um grupo sem intervenção (GSI). O pesquisador que realizou a intervenção

desconhecia qual era o GEU e qual era o GES. As participantes foram avaliadas antes

da intervenção (T0) e ao término desta (T1), por meio do PSQI-BR e da Escala de

Sonolência de Epworth (ESS-BR), além de responderem a um questionário com

variáveis sociodemográficas e clínicas. Completaram o estudo 35 mulheres: 15 no GEU,

13 no GES e sete no GSI. Os grupos foram comparados em relação às características

socioeconômicas e escores obtidos no PSQI-BR e ESS-BR, sem diferença estatística

significativa entre eles ou entre os escores de cada grupo em T0 e em T1. Ambos os

grupos experimentais apresentaram redução no escore médio do PSQI-BR em T1, de

2,5 pontos em relação a T0. Em T1, as participantes do GES tiveram redução de 3,0

pontos em média no escore indicativo de sonolência diurna em relação a T0. Os

resultados desse estudo sugerem que pode haver melhora na qualidade do sono com

o uso de pastilhas de silício, secas ou umedecidas com floral de Bach, no curto prazo.

Portanto, esta investigação deve ser replicada com grupos maiores para obtenção de

maiores informações sobre os achados no presente estudo. O estudo foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAAE: 56895716.6.0000.5404) e registrado

na plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos sob o número U1111-1218-

4570.

Descritores: Auriculoterapia; Dióxido de Silício; Medicamentos Florais; Sono; Enfermagem.

Linha de pesquisa: Processo de cuidar em Saúde e Enfermagem.

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ABSTRACT

Nursing workers are a population subject to sleep disorders, for which Complementary

Therapies may represent an attractive alternative to traditional pharmacological

treatment. A experimental study was performed, where two groups were submitted to

the proposed intervention and one group did not receive any procedure. The intervention

consisted in the use of silicon tablets, either impregnated with Bach flower remedies (wet

experimental group - WEG) or dry ones (dry experimental group - DEG), applied in

specific points of Chinese auriculotherapy for the treatment of sleep disorders in two

weekly sessions during four consecutive weeks. Among 154 women from the nursing

team of a university hospital in the countryside of São Paulo State asked about the

interest in participating in this research, 112 were recruited, all with poor sleep quality

according to the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI -BR), which were randomly

assigned to two experimental groups and one non-intervention group (NIG). The

researcher who carried out the intervention did not know which was the WEG and the

DEG. Participants were evaluated before the intervention (T0) and at the end of the study

(T1) through the PSQI-BR and the Epworth Sleepiness Scale (ESS-BR), in addition to

responding to a questionnaire with sociodemographic and clinical variables. The study

was completed by 35 women: 15 in the WEG, 13 in the DES and seven in the NIG. The

groups were compared in relation to socioeconomic characteristics and scores obtained

in PSQI-BR and ESS-BR, with no significant statistical difference between them or

between the scores of each group in T0 and in T1. Both experimental groups presented

reduction in the mean PSQI-BR score in T1, of 2.5 points in relation to T0. In T1, DES

participants had a 3.0 point reduction on average in the daytime sleepiness score in

relation to T0. The results of this study suggest that there may be improvement in sleep

quality with the use of silicon tablets, dried or moistened with Bach flower remedies, in

the short term. Therefore, this research should be replicated with larger groups to obtain

more results of the findings present study. The study was approved by the Research

Ethics Committee of the institution (CAAE: 56895716.6.0000.5404) and registered in the

Brazilian Registry of Clinical Trials platform under number U1111-1218-4570.

Keywords: Auriculotherapy; Silicon dioxide; Flower Essences; Sleep; Nursing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Modelo de reflexologia auricular utilizado atualmente pela Medicina

Tradicional Chinesa para emprego de auriculoterapia chinesa....................................20

Figura 2. Pontos de Auriculoterapia Chinesa tradicionalmente indicados para

tratamento de alterações do sono, com as pastilhas de silício auriculares

posicionadas..................................................................................................................23

Figura 3. Dimensionamento de uma pastilha de silício auricular brasileira em um

centímetro quadrado.....................................................................................................24

Figura 4. Fluxograma do procedimento de coleta proposto para este estudo.............38

Figura 5. Fluxograma da constituição da amostra e perdas ao longo do seguimento do

estudo............................................................................................................................40

Figura 6. Distribuição individual dos escores do Índice de Qualidade do Sono de

Pittsburgh (PSQI-BR) antes (T0) e após as intervenções (T1), para cada grupo de

estudo........................................................................................................................... 47

Figura 7. Distribuição individual dos escores da Escala de Sonolência de Epworth (ESS-

BR), antes (T0) e após as intervenções (T1), para cada grupo de

estudo............................................................................................................................48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Frequência relativa e absoluta das trabalhadoras de enfermagem de um

hospital público de Campinas/SP segundo a classificação da qualidade do sono pelo

Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR), a unidade de internação por

complexidade de cuidado e horário de trabalho (N=152).............................................41

Tabela 2. Comparação entre os grupos de estudo em relação às variáveis

sociodemográficas e clínicas (n=35).............................................................................43

Tabela 3. Distribuição e comparação dos escores do Índice de Qualidade do Sono de

Pittsburgh (PSQI-BR) antes (T0) e após a intervenção (T1).........................................44

Tabela 4. Distribuição e comparação dos escores da Escala de Sonolência de Epworth

(ESS-BR) antes (T0) e após a intervenção (T1)...........................................................44

Tabela 5 Distribuição das participantes de cada grupo segundo melhora de pelo menos

um ponto dos escores de cada componente do Índice de Qualidade de Sono de

Pittsburgh (PSQI-BR) entre os valores obtidos antes (T0) e depois (T1) da intervenção

proposta (N=35).............................................................................................................45

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AA (Acupuntura Auricular)

CAAE (Certificado de Apresentação para Apreciação Ética)

COFEN (Conselho Federal de Enfermagem)

ESS-BR ou ESS (Escala de sonolência de Epworth, na sua versão brasileira)

MTC (Medicina Tradicional Chinesa)

OMS (Organização Mundial da Saúde)

PIC (Práticas Integrativas e Complementares)

PNPIC (Programa Nacional de Práticas Integrativas e Complementares)

PSQI-BR ou PSQI (Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, na sua versão

brasileira)

STIPER® (Stimulation and Permanency)

TCLE (Termo de consentimento livre e esclarecido)

UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas)

UICC (Unidades de Internação Clínicas e Cirúrgicas)

UTI (Unidade de Terapia Intensiva)

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................14

Motivação para o estudo ....................................................................................................14

Alterações do sono nos profissionais de enfermagem ...................................................15

Terapias Energéticas nas Práticas Integrativas e Complementares ............................17

Auriculoterapia Chinesa .....................................................................................................19

As pastilhas de silício ..........................................................................................................24

Os florais de Bach ...............................................................................................................26

OBJETIVO ...............................................................................................................................30

MÉTODO ..................................................................................................................................31

Tipo de Estudo .....................................................................................................................31

Local de estudo....................................................................................................................31

Aspectos éticos ....................................................................................................................32

Amostra .................................................................................................................................32

Instrumentos para coleta de dados ...................................................................................33

Cálculo amostral ..................................................................................................................35

Procedimentos para coleta de dados ...............................................................................35

Tempo de seguimento ........................................................................................................35

Preparo da intervenção proposta .......................................................................................36

Divulgação e recrutamento de interessados ......................................................................36

Logística dos atendimentos ................................................................................................37

Análise estatística dos dados ............................................................................................39

Variáveis do estudo ............................................................................................................39

RESULTADOS ........................................................................................................................40

DISCUSSÃO ............................................................................................................................49

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................59

APÊNDICE 1– Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................................64

APÊNDICE 2 – Questionário de caracterização sociodemográfica e clínica ..........66

APÊNDICE 3 – Protocolo de Atendimento da Pesquisa ..............................................67

ANEXO I – Parecer Consubstanciado do CEP ...............................................................68

ANEXO II – Autorização para a realização do estudo pelo local de coleta da

dados ........................................................................................................................................72

ANEXO III - Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh - PSQI ................................73

ANEXO IV - Escala de sonolência de Epworth versão em Português do Brasil

(ESS-BR) ..................................................................................................................................77

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14

INTRODUÇÃO

Motivação para o estudo

Observei, nos últimos dez anos de minha prática assistencial com acupuntura e

terapia floral, um grande número de pessoas que me procuravam com queixas de

alteração no sono. Ainda que na maioria das vezes não fosse a queixa principal,

frequentemente estava relacionada a ela e, pela sua cronicidade, não mais mobilizava

grande atenção do paciente. Havia casos de indivíduos muito preocupados pela

utilização de benzodiazepínicos por longos anos e completa dependência do

medicamento para dormir. Ainda que para a acupuntura haja formas de tratar problemas

de sono, certos aspectos associados como a dependência de medicamentos e as

questões emocionais não seriam contempladas pelo tratamento protocolar.

Quando me especializei na área, em 2009, já era bem conhecido pelos

acupunturistas um dispositivo alternativo às tradicionais agulhas de acupuntura, para

ser aplicado sobre a pele nos pontos de tratamento dessa prática, inclusive os de

auriculoterapia. Trata-se de uma pastilha de algodão, arredondada e fina, impregnada

com pó de dióxido de silício, com dois tamanhos disponíveis: um para tratar de pontos

sistêmicos, com cerca de um centímetro de diâmetro, e outro para uso em

auriculoterapia, com cerca de meio centímetro de diâmetro. Sua utilização mais comum

é para amenizar dores osteomusculares, mas poderia ser empregado também para

modular meridianos com alteração energética, em deficiência ou excesso. A pastilha

Stiper®, como é conhecida (acrônimo do inglês Stimulation and Permanency), é

amplamente comercializada e utilizada e são muitos os relatos sobre seus benefícios.

Entretanto, são escassos os estudos em que foi testado o seu uso, e não há evidências

científicas sobre sua eficácia.

Foi em um caso bastante específico que decidi utilizar a pastilha Stiper® e

associá-la aos florais de Bach. Atendi uma criança com cinco anos de idade, com

autismo, que, conforme relatado pela mãe, totalizava no máximo cinco horas de sono

por dia, apresentava agitação psicomotora durante o dia e a noite e tinha um medo

incomensurável de agulhas. Com a mãe exausta pelos cuidados noturnos,

considerando a dependência que a criança apresentava e pela possibilidade de

sonambulismo, a prioridade do tratamento foi melhorar o sono da criança. Sem o uso

de agulhas a velocidade de resposta poderia ser menor se utilizados outros dispositivos

mais tradicionais como as sementes na orelha, por exemplo. Devido ao medo de

agulhas da criança e à necessidade de um tratamento com resultados rápidos, testei a

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15

pastilha Stiper®. Uma vez que os florais são utilizados para melhorar aspectos

psicoemocionais poderiam ser úteis nesse caso e, pensando na dificuldade de dosar os

florais por via oral pela agitação da criança e sua dificuldade em cumprir ordens simples,

umedeci a pastilha Stiper® com o floral escolhido. Apliquei-a sobre um ponto de

acupuntura conhecido como de Assentimento (ponto Shu), localizado paralela e

bilateralmente à coluna espinal e direcionado também a tratar alterações

psicoemocionais. Na semana seguinte a criança ainda estava com o dispositivo e os

relatos da mãe foram surpreendentes: pela primeira vez a criança havia dormido por

cerca de seis horas seguidas durante a noite e houve melhora da agitação psicomotora

diurna e da ansiedade.

Ainda que este caso seja um relato isolado, foi o que me estimulou a buscar

evidências do efeito das pastilhas de silício em auriculoterapia na melhora da qualidade

do sono, e da possível associação destas aos florais de Bach. Saliento que essa

utilização não é usual, e que foi uma solução concebida face ao resultado obtido no

caso relatado anteriormente.

Sendo graduada em enfermagem há pouco mais de dez anos, com frequência

ouço relatos de colegas enfermeiros que, com menos de 35 anos de idade, apresentam

sono de má qualidade e também grande incômodo pela dificuldade em obter soluções

para isso. Outros autores têm identificado a ocorrência de distúrbios do sono em

enfermeiros em todo o mundo, conforme será exposto a seguir, contribuindo para

evidenciar a magnitude e a recorrência desse problema em âmbito mundial.

Alterações do sono nos profissionais de enfermagem

As alterações do sono vêm sendo investigadas cada vez mais por pesquisadores

em diferentes países, e os distúrbios e a privação crônica de sono têm sido apontados

como um problema de saúde pública, bem como uma das principais queixas

relacionadas à saúde no mundo (An et al., 2016).

Uma única noite de privação de sono em indivíduos saudáveis foi associada ao

aumento da reação das amígdalas a estímulos visuais negativos, aumento da reação

pupilar à informação emocional negativa e julgamento mais negativo de imagens

neutras (Simon et al., 2015). Também já foi observada a redução da conectividade

funcional bilateral entre partes posteriores e anteriores do giro cingulado, que

desempenham papel importante na memorização e aprendizagem (Silva et al., 2014).

Contudo, revelando a complexidade desse comportamento e dos efeitos (ainda

incompletamente conhecidos) de sua manipulação, autores demonstraram que a

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16

privação de sono, em uma única noite e assistida, parece ser útil em casos específicos

como de depressão (Dopierała e Rybakowski, 2015). Há também interpretações que a

privação de sono provocou, em indivíduos com episódios depressivos e com depressão,

um aumento da concentração de cortisol e aumento da transmissão noradrenérgica,

dopaminérgica e serotoninérgica no sistema nervoso central, entre outros fatores, além

de propiciar melhor efeito antidepressivo quando comparada com eletroconvulsoterapia

e fluoxetina (Dopierała e Rybakowski, 2015).

São muitos os fatores de risco encontrados para a ocorrência de distúrbios de

sono. Entre eles, podemos citar fatores endógenos tais como o sexo feminino, o

envelhecimento, a presença de doenças mentais e/ou doenças clínicas; e exógenos,

como o trabalho em turnos, principalmente em turnos alternados e não rotineiros, a

aposentadoria, a inatividade e a viuvez (Bacelar, 2013).

Em estudo realizado com enfermeiras chinesas, pelo menos um tipo de distúrbio

do sono foi relatado por 69,7% das entrevistadas, sendo as taxas de dificuldade de início

do sono, dificuldade em manter o sono e despertar precoce atingiram de 54,6%, 54,7%

e 55,9%, respectivamente (An et al., 2016). Outros autores verificaram associação entre

sono de má qualidade e curta duração e a má qualidade de vida de 1456 enfermeiros

que trabalhavam em hospitais de duas cidades no Irã (Zamanian et al., 2016).

O risco para ocorrência de acidentes fatais no trabalho mostrou-se dobrado para

pessoas que apresentavam mais de 20 anos de sono alterado, de acordo com os

resultados de um estudo com mais de 50.000 entrevistados realizado na Suécia e, nos

Estados Unidos da América, cerca de 100.000 mortes ocorrem a cada ano nos hospitais

devido a erros por parte da equipe de saúde, sendo a privação do sono um dos fatores

contribuintes para tal situação (Ferrie et al., 2011).

Na cidade de Campinas (SP), região sudeste do Brasil, 203 enfermeiros que

trabalhavam em turnos diurno e noturno, em plantões de 6, 8 e 12 horas, em um hospital

de grande porte, foram estudados quanto às associações entre o estresse e a qualidade

do sono. Os autores do estudo verificaram que quanto maior o nível de estresse dos

enfermeiros, pior a qualidade do sono por eles referida (Rocha e Martino, 2010).

É, portanto, muito importante que os trabalhadores em geral, e especialmente a

equipe de enfermagem, cujas falhas podem ter consequências fatais, tenham um sono

de boa qualidade tanto para a manutenção de sua saúde quanto para que executem

suas tarefas com menor possibilidade de erros ou acidentes causados pelo cansaço

físico e mental.

Com esses apontamentos sobre os aspectos negativos que as alterações de

sono provocam nos profissionais de saúde (An et al., 2016; Zamanian, Nikeghbal e

Khajehnasiri, 2016; Rocha e Martino, 2010), as investigações a respeito de intervenções

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17

eficientes e acessíveis para a melhora do sono direcionadas a estes trabalhadores

podem ser de grande valia.

As práticas ou terapias complementares podem ser uma boa opção para cumprir

estes requisitos, além de existir a possibilidade de sua execução de forma autônoma

pelos enfermeiros, visando o autocuidado e o cuidado da equipe de enfermagem.

Terapias Energéticas nas Práticas Integrativas e Complementares

As Práticas Complementares ou Terapias Complementares, foram definidas em

1995 por sete profissionais da área, um deles professor pioneiro no ensino desta prática

no ocidente, como:

"diagnóstico, tratamento e/ou prevenção que complementa a

medicina convencional, contribuindo para um todo comum,

satisfazendo uma demanda não atendida pelos ortodoxos, ou

diversificando a estrutura conceitual da medicina." (Ernest et al,

1995)

No Brasil, o Ministério da Saúde aprovou em 2006, pela Portaria 971, a inserção

das Práticas Complementares através do Programa Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares (PNPIC), incentivado pela “Estratégia da Organização Mundial da

Saúde (OMS) sobre Medicina Tradicional 2002-2005”, que, por sua vez, considera a

Medicina Complementar como o conjunto de práticas e cuidados que não fazem parte

da medicina tradicional e convencional daquele país (Brasil, 2006).

As Práticas Integrativas e Complementares (PIC) trouxeram à tona na saúde

pública brasileira abordagens que visam os mecanismos naturais de prevenção de

doenças e recuperação da saúde, por meio de uma visão ampliada do processo saúde-

doença e da promoção global do cuidado humano. Valorizam, principalmente, a escuta

acolhedora, integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade,

desenvolvimento do vínculo terapêutico e o autocuidado (Brasil, 2006).

Essa forma de olhar a saúde do ser humano é bastante afinada aos conceitos

de cuidados que regem a profissão de enfermagem desde seu início. O Conselho

Federal de Enfermagem (COFEN) desde 1997, em sua Resolução 197, dispõe que as

terapias complementares (acupuntura, iridologia, fitoterapia, reflexologia, quiropraxia,

massoterapia, dentre outras), por serem praticadas tradicionalmente no oriente através

de treinamento específico, mas sem vínculo com alguma categoria profissional,

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18

puderam ser reconhecidas como especialidade e/ou qualificação do profissional de

Enfermagem (COFEN, 1997).

As práticas complementares escolhidas para este trabalho têm em comum seu

efeito sobre o aspecto energético de um indivíduo. Mas o que seria essa energia

exatamente?

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), um contexto médico oriental que traz

consigo algumas práticas tidas para nós no ocidente como complementares, baseada

na manipulação energética para a recuperação da saúde, traz uma elucidação

interessante sobre energia, chamada pelos praticantes dessa vertente de Qi (pronuncia-

se Chi). A função da mente e do corpo são resultados da interação de determinadas

substâncias vitais (tipos de Qi), que se manifestam em vários “níveis” de materialização

(Maciocia, 2005; p. 34-49).

No Livro do Imperador Amarelo (Huang Di Nei Jing), clássico da acupuntura

chinesa, possivelmente datado de mais de 5.000 anos atrás, encontra-se uma analogia

que dispõe este conceito de uma forma muito simples que, inclusive, dá origem ao

ideograma do Qi. Diz-se que o Qi pode ser tão rarefeito e imaterial como o vapor erguido

de uma panela de arroz em cozimento, e tão denso e material quanto o próprio arroz. O

Qi seria, então, uma substância universal, invisível, que permeia e constitui todas as

coisas, em dinâmica interação e transformação e várias formas de apresentação

(Maciocia, 2005; p34 a 36).

Pela visão da MTC, o ser humano se mantém vivo pela presença do seu Qi

Original (Yuan Qi) e pela incorporação ao longo de toda a vida do Qi Celestial e do Qi

do Alimento. O Qi Original é estabelecido principalmente no momento da união dos dois

gametas que formaram o ser, como uma herança energética dos pais. O Qi do Alimento

é a energia obtida por meio da ingestão dos alimentos e o Qi Celestial, a energia obtida

pelo ar inspirado e absorvida pelos pontos de acupuntura na pele. Segundo essa

concepção, junto com os gases inspirados (oxigênio, nitrogênio, gás carbônico) também

são incorporadas ondas eletromagnéticas do cosmos e particularmente do sol (luz

visível, radiação infravermelha e ultravioleta, ondas térmicas), que variam de acordo com

ciclos e fatores geofísicos, como as estações do ano e variações climáticas, ciclos

circadianos, latitude (Yamamura, 2001; p. 635-636).

No período fetal, o Qi Original gera o esboço energético dos órgãos e vísceras

que se exteriorizam, formando os meridianos, responsáveis pela incorporação da

matéria constitucional do indivíduo e pela veiculação do Qi e do sangue (Xue),

estabelecendo-se como o meio de ligação entre o interior e o exterior (Yamamura, 2001;

p3). O Qi Celestial adentrará o organismo através dos pontos de acupuntura, que se

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estabelecem na pele em pontos específicos com a superficialização dos meridianos ou

Canais de Energia.

As agulhas de acupuntura sistêmicas ou auriculares seriam, neste sentido,

instrumentos para facilitar a entrada de Qi Celestial nos meridianos quando a energia

interna está deficitária ou para promover o escoamento de energia em excesso do corpo

para o ambiente. Podemos propor que isso ocorreria pela diferença de potencial elétrico

formado entre uma ponta e outra da agulha, dependendo do seu material metálico e do

estímulo nela empregado (giro, agitação aleatória, movimento pistão ou emprego

eletrônico de carga elétrica e ultrassom), o que a fará operar como um condutor

eletromagnético (Yamamura, 2001; p635 e 636).

Auriculoterapia Chinesa

A auriculoterapia chinesa faz parte da abordagem da MTC, porém não é

completamente aceita como meio de tratamento pelos praticantes ortodoxos de

acupuntura, os quais preconizam o uso das agulhas em pontos sistêmicos. Eles

defendem que a auriculoterapia trata-se de um método diagnóstico e até terapêutico,

mas limitado por não ter efeitos duradouros quando utilizada isoladamente. (Yamamura,

2001; p669 a 673)

A estimulação da orelha tem sido empregada há aproximadamente 2500 anos,

sendo a orelha externa considerada pela MTC como um órgão de reflexologia, direta ou

indiretamente ligado aos 12 meridianos existentes, que quando estimulada pode

restabelecer o equilíbrio de Qi no corpo. Na Europa, tem sido aplicada de forma

sistemática e abrangente desde que o Doutor Nogier propôs em 1957 um mapa

"somatotópico", com o corpo aparecendo na orelha como um feto invertido, com a

cabeça voltada para o lóbulo inferior, os pés na parte mais superior da aurícula e o corpo

no meio. Este mapa, após acréscimos do mesmo autor e de outros pesquisadores,

determinou o mapa usado atualmente entre os acupunturistas da MTC (Figura 1), no

qual a orelha aparece dividida em várias partes, cada uma relativa a uma área corporal,

tendo por vezes pontos específicos de estimulação, mas prevalecendo a divisão por

regiões, ainda que na prática essas regiões são comumente referidas como pontos –

motivo pelo qual neste trabalho também será utilizada essa designação com mais

frequência. Vários são os métodos atualmente existentes para estimulação dessas

regiões somatotópicas da orelha: agulhas, sementes, pedras magnetos, lasers,

ultrassom, sangria, moxabustão, tratamento elétrico e pressão pelas mãos (Hou et al.,

2015).

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Convencionalmente, a auriculoterapia chinesa emprega agulhas como fonte de

estimulação (Yamamura, 2001; p. 669-673), mas outros materiais têm sido usados como

alternativas com a intenção de diminuir a dor e possíveis inflamações. Entre esses

podemos citar sementes de plantas como mostarda ou vaccaria, esferas de metal ou de

quartzo, pequenos magnetos e as pastilhas de silício. As sementes e esferas têm, no

máximo, um milímetro de diâmetro e são duras, causando estímulo por pressão sobre

a pele. No caso das esferas, também haveria a interferência do material constituinte:

ouro é estimulante energético para o meridiano, prata é sedativo e quartzo modulador.

Os magnetos e as pastilhas de silício auriculares são circulares, em torno de cinco

milímetros de diâmetro e um a dois milímetros de altura. Os magnetos agem como

Figura 1. Modelo de reflexologia auricular utilizado atualmente pela Medicina

Tradicional Chinesa para emprego de auriculoterapia chinesa. Campinas, Brasil, 2018.

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estimulante quando seu polo positivo está em contato com a pele, e sedativo quando é

o polo negativo, e a pastilha de silício age como estimulante, como será visto à frente.

A auriculoterapia é uma das PIC mais estudadas no mundo. Utilizamos o

descritor “auriculotherapy”, obtido no Medical Subject Headings (MeSH) da base de

dados US National Library of Medicine - National Institutes of Health

(MEDLINE/PubMed), para buscar artigos tratando sobre o assunto. Nessa base de

dados encontramos cerca de 150 artigos publicados nos últimos cinco anos.

Em um artigo de revisão de ensaios clínicos com proposta de tratamento de

auriculoterapia chinesa para a insônia, isolada ou concomitante a outros tratamentos

(Chen et al., 2007), os autores identificaram seis ensaios clínicos controlados e

randomizados dentre 878 achados. Após realizar metanálise, indicaram que as taxas

de melhoria dos sintomas de insônia produzidas pela auriculoterapia foram maiores e

estatisticamente significativas em relação às obtidas pelo uso de benzodiazepínico

(p≤0,05). A eficácia da utilização de sementes de vaccaria em regiões conhecidas da

auriculoterapia foi maior do que quando utilizadas em pontos aleatórios da orelha

(p<0,01). Os experimentos com magnetos não mostraram nenhuma alteração

considerável na melhora da insônia. Seis pontos/regiões de auriculoterapia chinesa

foram mais utilizados: Shenmen (100% dos estudos), Coração (83,33%), Occipital

(66,67%), Subcórtex (50%), Cérebro e Rim (33,33% cada). Ao final, os autores do

estudo (Chen et al., 2007) concluíram que a auriculoterapia parece ser eficaz no

tratamento da insônia, ainda que somente seis artigos pudessem ser utilizados devido

à dificuldade de comparar os métodos dos demais trabalhos para análises conclusivas.

O uso de auriculoterapia em insônia primária foi objeto de outra revisão

sistemática, seguida de metanálise, em que os autores identificaram 1381 publicações

das quais 15 foram consideradas elegíveis para a análise proposta (Lan et al. 2015).

Entretanto, a qualidade global da evidência dos estudos analisados foi classificada como

baixa pelo sistema Grading of Recommendations, Assessment, Development and

Evaluation (GRADE). Os pontos de auriculoterapia chinesa mais utilizados nos artigos

avaliados foram Fígado, Baço e Rim. Os indivíduos que receberam auriculoterapia

mostraram-se mais predispostos a apresentar melhoria na duração e eficiência do sono,

redução do número de despertares e da latência para o início do sono, bem como

avaliaram o sono como de melhor qualidade, quando comparados com os que

receberam intervenção placebo. Os autores verificaram que houve também menos

efeitos adversos relatados com o uso de auriculoterapia, quando comparados com os

resultados de medicamentos tradicionalmente utilizados para a melhoria do padrão de

sono (Lan et al., 2015).

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O tempo de aplicação dos tratamentos propostos nos artigos analisados nos

trabalhos de revisão citados anteriormente (Lan et al., 2015; Chen et al., 2007) variou

entre 10 e 60 dias, sendo que em aproximadamente 75% dos casos a avaliação final foi

realizada entre 20 e 30 dias após o início do tratamento proposto, sujeitando os

participantes à troca dos dispositivos auriculares a cada três a cinco dias.

Na perspectiva da MTC, a consciência, os pensamentos, a memória, a

perspicácia, a cognição, a inteligência, os sentimentos, os afetos, os sentidos e até o

sono são funções específicas do Shen* que é a denominação atribuída, em chinês, ao

Qi da mente, e que deve ser distinguido do Shen (usado sem asterisco para diferenciar

do Shen*) que é o termo utilizado para a energia dos rins. O Shen* é uma das formas

sutis do Qi de um indivíduo, sofrendo interferência do estado energético do sangue

(Xue) e da energia fria presente em todos os órgãos e vísceras (Yin). Durante a noite a

energia Yin deve predominar para proporcionar a ancoragem do Shen* e da Energia

Etérea no coração (Xin) e no Shen (Maciocia, 2005; p34 a 49).

Distúrbios do sono, na perspectiva da MTC, podem ocorrer por falta de energia

Yin no Xin e no Shen. Além disso, outros eventos poderão desequilibrar indiretamente

estas condições como, por exemplo, as infecções bacterianas, que aumentam o calor

interno do corpo, consumindo a energia Yin (Maciocia, 2005; p.34 a 49).

Padrões energéticos anormais que alteram a condição do Shen* interferem

negativamente no sono de um indivíduo e podem ser tratados, segundo a MTC, por

meio da utilização de pontos de acupuntura sistêmicos específicos, ou ainda, utilizar-se

de pontos na orelha específicos descritos na auriculoterapia chinesa.

Após avaliação dos métodos descritos nos artigos publicados sobre o uso de

auriculoterapia para insônia, bem como da indicação dos livros brasileiros clássicos de

fundamentação em acupuntura, verificamos que alguns pontos se repetem (Maciocia,

2005; Yamamura, 2001). Decidimos então utilizar, para o protocolo de intervenção desta

pesquisa, os pontos mais frequentemente coincidentes entre essas referências (Figura

2) descritos da seguinte forma (Yamamura, 2001; p. 669-703):

Shenmen – ponto utilizado para acalmar o Xin e o Shen*, sendo também um

ponto analgésico e importante no tratamento da insônia, ansiedade, desordens

mentais, dores de toda a natureza, doenças anafiláticas e outras. Localiza-se na

fossa triangular auricular.

Rins – Este ponto fortalece o Qi Essencial e o Ancestral, tonifica o cérebro,

estimula o Yin do Shen e a disponibilização do Yin para o corpo, propiciando

situação favorável ao sono de boa qualidade. Localiza-se na concha auricular.

Occipital – útil no tratamento das doenças do sistema nervoso, psicoses,

alterações circulatórias cerebrais, espasmos, opistótono, trismo, cervicalgia e

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dor na nuca, das quais algumas situações teriam possível associação à insônia.

Localiza-se no antítrago auricular.

Coração – este ponto pode ser usado para armazenar energia mental (Shen*),

tranquilizando a mente, melhorando a ansiedade, controlando a circulação

sanguínea. Também é útil no controle da transpiração, em doenças cardíacas e

cardiovasculares, nas doenças mentais, incluindo a insônia, neurastenia e

sonhos excessivos, e no tratamento de afecções da boca. Localiza-se na concha

auricular.

Frontal – ponto que tem por função sedar e aliviar a dor, também utilizado no

tratamento de cefaleia frontal, neurastenia, insônia, sonhos excessivos, rinite e

sinusite frontal. Localiza-se no antítrago auricular.

Figura 2. Pontos de Auriculoterapia Chinesa tradicionalmente

indicados para tratamento de alterações do sono, com as pastilhas

de silício auriculares posicionadas. Campinas, 2018.

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As pastilhas de silício

As pastilhas de silício usadas por acupunturistas na Europa, em meados da

década de 90, constituíram uma inovação e com crescente frequência vêm sendo

empregadas por acupunturistas e fisioterapeutas que buscam tratar pessoas com

queixas de dor1. Comercializadas no mercado brasileiro exclusivamente sob a marca

Stiper®, as pastilhas de silício estão disponíveis em dois tamanhos: Stiper Pastilhas

para uso sistêmico, com cerca de um centímetro de diâmetro e dois milímetros de

espessura, e Stiper Auricular (Figura 3) para uso no pavilhão auricular, com cerca de

meio centímetro de diâmetro e também dois milímetros de espessura. Embora

apresentem um diâmetro maior que os dispositivos mais tradicionais como as agulhas

e as sementes de vaccaria, as pastilhas auriculares de silício podem ser consideradas

adequadas para uso nas regiões pré-determinadas pela auriculoterapia chinesa.

(Moreno, 2012)

As pastilhas de silício Stiper® são produzidas em manta de algodão

impregnadas com pó de quartzo (dióxido de silício ou simplesmente silício puro cristalino

em pó), tendo sua concentração por milímetro quadrado pré-determinada e

granulometria rigidamente controlada para o uso externo em humanos. Uma vantagem

de sua utilização é o seu uso tópico e o fato de ser confortável para a permanência no

paciente pelo tempo que normalmente é indicado, de três a cinco dias (Moreno, 2012).

1 Esse relato foi encontrado no site de propaganda e comercialização do Stiper® (stiper.com.br). Não encontramos publicações sob a forma de artigos ou de livros que discorressem sobre as origens e fundamentação de seu uso.

Figura 3. Dimensionamento de uma

pastilha de silício auricular brasileira

em um centímetro quadrado.

Campinas, 2016.

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O dióxido de silício em sua forma cristalina pura apresenta como propriedade

intrínseca ser um meio extremamente condutor de luz, com pouquíssima perda ao longo

de um trajeto, além de ser isolante elétrico (Tronco et al., 2007). Desta forma tem sido

utilizado como matéria prima para fibras ópticas, nas quais um sinal luminoso transmite

uma informação por centenas de quilômetros com pouquíssima interferência ou ruído

(Tronco et al., 2007).

A luz ou luz visível é, para a física moderna, uma onda eletromagnética com

frequência entre 400 e 750 Tera-hertz. No seu limite inferior está a onda ou radiação

conhecida como infravermelho, nomeada desta forma por estar no limite da cor

vermelha do espectro de luz visível, que é a cor com menor frequência neste espectro.

A radiação infravermelha não é perceptível à visão, mas é percebida, sob a forma de

calor, por termorreceptores presentes na pele do corpo; além disso, é amplamente

utilizada como meio de transmissão de informação entre aparelhos eletrônicos (Tronco

et al., 2007). Seu efeito biológico de regeneração celular já foi demonstrado em

experimentos há mais de 20 anos (Inoue e Kabaya, 1989; Udagawa e Nagasawa, 2000;

Wong-Riley, et al., 2001). Há evidências de que o organismo dispõe de receptores

especializados em radiação infravermelha no nível, nas mitocôndrias, por exemplo, que

no estudo in vitro foram capazes de desencadear, a partir do estímulo com luz de

frequência próxima do infravermelho, as alterações decorrentes do metabolismo celular

(Aalbersberg et al., 2014).

Se considerarmos a energia (Qi) como foi descrita no “Livro do Imperador

Amarelo”, ela se aproxima do comportamento da luz. As pastilhas de silício, então,

poderiam funcionar como um meio condutor eficiente para que o Qi Celestial (luz solar,

com seu componente visível e infravermelho) atinja o ponto de auriculoterapia sobre o

qual o dispositivo esteja posicionado, com eficiência de condução, já que a perda de

potencial eletromagnético pela resistência física ou campo eletromagnético da pele.

Visto sob este prisma, o ponto em contato com a pastilha está sendo bem mais

estimulado com energia do ambiente do que a pele nua e, por isso, poderíamos

considerar a pastilha como um dispositivo de estímulo.

Os estudos sobre o funcionamento das pastilhas de silício Stiper® são escassos

e muito poucos se encontram na literatura em que é proposta sua utilização.

Encontramos, até o momento de finalização deste trabalho, apenas uma dissertação de

Mestrado, não publicada (Alves, 2012), em que a autora utilizou pastilhas de silício de

forma sistêmica para tratamento de ansiedade e obesidade em crianças, na qual há

menção a relatos de melhoria de sono. Foram estudadas apenas 11 crianças e o estudo

é exploratório e não conclusivo. Não encontramos, após exaustiva busca (termos:

acupuncture; auriculotherapy; silicon; Stiper / operador booleano: and), nenhuma

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pesquisa em que fosse testado o seu efeito na melhora de alterações de sono, sendo,

portanto, necessárias iniciativas neste sentido.

Os florais de Bach

Descritos por Edward Bach de 1930 a 1936, os 38 florais de Bach concretizam

a busca deste médico homeopata por um método de tratamento de doenças que

ultrapassasse os conceitos usuais de medicina praticados na sua época. Dizia ele que

a doença não era material, física, mas resultado de forças atuantes há muito tempo

sobre o ser humano, causados por um conflito interno subjacente a duas possibilidades.

A primeira possibilidade de conflito aconteceria quando o indivíduo despreza os intuitos

do seu Eu, de sua Alma. A segunda possibilidade aconteceria quando o indivíduo se

entrega às paixões ou, como dito por ele, comete pecados contra os “Princípios da

Unidade”: orgulho, crueldade, ódio, egoísmo, ignorância, indecisão e avidez (Scheffer,

1995; p17 a 23).

O conceito defendido por ele estabelece a doença como um meio de

enxergarmos esses conflitos internos e, a partir do sofrimento gerado, voltarmos ao

caminho interno verdadeiro. O princípio de cura, neste sentido, sugere superar a doença

ao invés de lutar contra ela, devendo a equipe de saúde estar apta a auxiliar o indivíduo

a se conhecer e a se curar (Scheffer, 1995;p17 a 23).

Os florais ou essências florais são preparados até hoje do mesmo modo que

Bach descreveu e realizou. As flores das plantas alvo são colhidas antes das nove horas

da manhã, em dias de pleno sol, acondicionadas imediatamente em frascos de vidro

transparente já com água mineral, normalmente recolhida dos arredores do local de

colheita, e essa composição é disposta ao sol por cerca de quatro horas, estabelecendo

o método solar de Bach. Para as plantas que não florescem no verão, a flor e, neste

caso, hastes, folhas, brotos são colhidos e todo este material é acondicionado

imediatamente em um vasilhame de metal esmaltado também preenchido com água

mineral, e o composto é levado ao fogo e permanece nele até atingir meia hora de

fervura. Em ambos os métodos não é possível detectar, ao final dos processos, nos

líquidos armazenados e utilizados como tintura-estoque, substâncias provenientes das

plantas utilizadas (Scheffer, 1995;p28 e 29).

Sobre o potencial do método solar, mas em outro contexto, um grupo de

químicos da Índia, em busca de obter nanopartículas de prata com custo acessível,

propôs a utilização de um extrato aquoso de tulsi (Ocimum sanctum Linn), planta com

potencial antimicrobiano e anti-inflamatório, na redução de nitrato de prata a íons de

prata através da exposição da solução ao sol pleno por 60 minutos. A solução com

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melhor desempenho antimicrobiano tinha uma diluição de 7% de extrato de Tulsi e

obteve a maior concentração de prata cerca de 30 minutos após o início da exposição

ao sol, mantendo ótima estabilidade das partículas iônicas após a finalização do

processo de obtenção, indicando que o método solar foi bastante eficaz para catalisar

o processo (Brahmachari et al., 2014).

Aparentemente, o método solar e provavelmente também o de fervura na

obtenção dos florais de Bach têm potencial para gerar uma solução com uma

informação específica. A crença de Bach, que o levou a usar esses métodos, era de que

a planta, em especial a flor, continha o máximo de energia na época da floração,

principalmente no momento que as flores se abriam pela manhã. Essa energia

disponível nas plantas trazia uma informação eletromagnética com qualidades positivas

específicas que poderiam ser benéficas ao ser humano (Scheffer, 1995;p28 e 29;

Kaminski e Katz, 1997).

Ainda que Bach não se empenhasse em demonstrar este efeito ou informação

vibracional, pesquisadores franceses e americanos puderam observar um

comportamento vibracional proveniente de bactérias bastante surpreendente. Eles

observaram alguns procedimentos de filtração visando à esterilização de sobrenadante

de cultura de linfócitos humanos infectados com a bactéria Mycoplasma pirum. Embora,

sob microscopia, a cultura se apresentasse negativa para o micoplasma, este meio era

capaz de regenerar o micoplasma original quando incubado com novos linfócitos

humanos sem contaminação após duas ou três semanas. Os autores detectaram que

essas bactérias produziam ondas eletromagnéticas com frequência em torno de 1000

hertz, reproduzíveis após diluições entre 10-5 e 10-12 em água estéril, indicando que a

informação vibracional gerada pelas bactérias era mantida no líquido de cultura após a

esterilização, permitindo infectar novas células hospedeiras (Montagnier et al., 2009).

Se este comportamento eletromagnético for possível para qualquer ser vivo,

quando preparados os florais, as flores ou outras partes de uma planta poderiam

imprimir, no meio líquido, ondas eletromagnéticas com uma frequência e amplitude

específicas que poderiam ser benéficas a um ser humano. Se entendermos este

processo sob o ponto de vista descrito pela MTC, podemos admitir que o floral agirá

sobre o corpo como uma fonte de energia do ambiente, equiparando-se ao Qi Celestial,

com frequência e amplitudes estáveis e rítmicas que poderiam estabilizar o Qi, se ele

estiver desorganizado.

Ainda que o uso do floral corriqueiro seja a ingestão, o seu uso tópico pode

acontecer, havendo inclusive a comercialização de florais veiculados com base aquosa

cremosa. Mas sob o ponto de vista aqui defendido, em que o floral está equiparado ao

Qi Celestial, a ideia foi testá-lo como uma fonte de energia direcionada (sabendo-se a

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indicação de cada floral), utilizando as pastilhas de silício como meio condutor deste tipo

de Qi, em pontos da auriculoterapia direcionados às alterações do sono, tentando ainda

optar pelos florais de Bach que teriam, de alguma forma, relação com os padrões

observados pela MTC que desencadeiam as alterações do sono.

Em dois estudos de revisão sistemática da literatura sobre o uso de florais em

ensaios clínicos controlados e randomizados, realizados em 2009 e 2010, os autores

não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre os resultados obtidos

com o uso de florais ou de placebo, em todos os artigos avaliados. (Ernest, 2010; Thaler

et al., 2009). Por outro lado, o número de artigos encontrados que cumpriam os critérios

de inclusão e que foram avaliados foi muito pequeno (seis artigos utilizados de 181

identificados em uma das revisões e sete entre 86 artigos na outra) e não havia, entre

esses artigos considerados nas duas revisões, uma única indicação terapêutica para o

mesmo floral, dificultando a avaliação de sua efetividade por ser impossível compará-

los neste sentido.

Destacamos que não encontramos estudos que avaliassem os efeitos dos florais

de Bach na melhora da qualidade do sono ou na redução das queixas a respeito do

sono, tampouco localizamos estudos que os utilizassem sob a forma tópica como

pretendemos nesta pesquisa, o que nos encorajou a realizar os testes nessas novas

condições.

Para tanto, realizamos uma revisão teórica sobre a indicação de cada floral de

Bach visando à seleção das essências que poderiam apresentar alguma relação com

um sono de má qualidade (Cozin Nosow e Ceolim, 2016).

Percebemos que alguns florais de Bach têm suas indicações relacionadas com

a má qualidade do sono por conformidade fisiológica ou energética. Na primeira

circunstância estão os florais indicados para padrões de excessos de pensamentos,

preocupações, medo e exaustão, e na segunda circunstância estão os florais

relacionados aos padrões desarmônicos descritos pela MTC para alterações do sono,

como a falta de ancoramento da Mente durante a noite. Apresentamos a seguir a

descrição dos cinco florais selecionados para uso nesta pesquisa, por entendermos que

seriam os mais adequados às circunstâncias relacionadas ao padrão de sono (Scheffer,

1995):

Aspen – indicado para temores vagos e inexplicáveis, para indivíduos que são

acometidos por um medo irracional, inclusive os medos noturnos, tais como

medo de algo que possa acontecer no escuro, medo de espíritos, medo da

ocorrência de alguns sonhos; deficiência de Yin e/ou presença de calor.

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Clematis – indicado para os indivíduos que mantém devaneios e o pensamento

distante das situações reais imediatas, indicando a ausência da consciência no

presente; falta de ancoramento do Shen*.

Hornbeam – indicado para o cansaço mental, a falta de ânimo mental para

realizar as atividades diárias, estafa; deficiência do Yin do Rim.

Red Chestnut – indicado para indivíduos que se preocupam exageradamente

com o bem-estar alheio, vinculando sua mente, mesmo durante a noite, de forma

consciente e inconsciente com outras pessoas, mantendo a mente em estado de

alerta; deficiência do Yin do Coração e do Rim.

White Chestnut – indicado para as situações de excesso de pensamentos ou

pensamentos cíclicos, dos quais o indivíduo não consegue de desligar e relaxar;

deficiência do Yin do Coração e do Rim.

Desta forma, na proposta deste estudo, consideramos a possibilidade de

atuação autônoma do enfermeiro com o uso das terapias complementares; a

necessidade de propor métodos que possam interferir positivamente em seu bem-estar

e no de sua equipe, com custos acessíveis e facilidade de execução no local de trabalho,

ou seja, de aplicação rápida e sem a necessidade de móveis ou outros aparatos

especiais; e a elevada frequência de queixas a respeito do sono entre os enfermeiros,

em âmbito mundial. Optamos por utilizar pontos da auriculoterapia chinesa e neles

aplicar as pastilhas de silício Stiper® como meio de tratamento, e o repertório floral de

Bach como um possível acréscimo à terapia. Buscamos, por meio de um ensaio clínico,

trazer subsídios que possam fundamentar o seu uso e assim estimular o seu emprego

na melhora da qualidade do sono da equipe de enfermagem.

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OBJETIVO

Avaliar o efeito das pastilhas de silício associadas ou não aos florais de Bach em

uso tópico, aplicadas em pontos de auriculoterapia chinesa previstos para distúrbios do

sono, sobre a qualidade do sono de trabalhadoras da equipe de enfermagem.

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MÉTODO

Tipo de Estudo

Tratou-se de um estudo experimental controlado e randomizado, prevendo duas

intervenções intencionais e um grupo sem intervenção, totalizando três grupos de

estudo:

Grupo Experimental Úmido: indivíduos que foram alvo da intervenção nos pontos

selecionados da auriculoterapia chinesa, utilizando-se pastilhas de silício

embebidas com os florais de Bach escolhidos para a pesquisa.

Grupo Experimental Seco: indivíduos que foram alvo da intervenção nos pontos

selecionados da auriculoterapia chinesa, utilizando-se pastilhas de silício secas.

Grupo sem intervenção: indivíduos selecionados e avaliados no início do estudo

e após o intervalo de tempo estipulado para os outros dois grupos, porém não

submetidos a nenhuma intervenção, sendo acompanhados concomitantemente

aos outros dois grupos.

A pesquisadora que executou a intervenção desconhecia qual dos dois grupos

experimentais utilizava as pastilhas secas ou úmidas com florais, pois eram preparadas

por outra pessoa, como descreveremos a seguir. O grupo sem intervenção não pode

ser oculto da pesquisadora. O profissional estatístico que realizou o tratamento dos

dados não pode distinguir entre os grupos, pois eram identificados por letras no banco

de dados apresentados para análise.

Local de estudo

O cenário desta pesquisa foi um complexo hospitalar público e universitário

situado em Campinas, interior de São Paulo, de grande porte e ordem quaternária, sob

a responsabilidade do estado de São Paulo e da universidade pública da qual faz parte.

No hospital são mantidos atendimento ambulatorial e serviço de internação e

intervenção cirúrgica, contando para isso com as seguintes unidades: Cardiologia,

Centro Cirúrgico (incluindo Central de Material Esterilizado), Cirurgia do Trauma,

Dermatologia, Endocrinologia, Enfermaria Geral de Adultos, Gastrocirurgia,

Gastroclínica, Hematologia, Imunologia, Moléstias Infecciosas, Nefrologia,

Neurocirurgia, Neuroclínica, Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Pediatria,

Plástica, Psiquiatria, Retaguarda da Emergência, Reumatologia, Transplante de Medula

Óssea, Traumatologia, Unidade de Emergência Referenciada, Unidades de Terapia

Intensiva para Adultos e Pediátrica, Urologia e Vascular.

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Aspectos éticos

O projeto foi submetido à aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e obteve parecer favorável à execução

em 30/06/2016 (CAAE: 56895716.6.0000.5404) (ANEXO I).

Além disso, foi solicitada autorização para a realização do estudo ao

coordenador de assistência e à diretoria de enfermagem do hospital, responsáveis pelo

campo de pesquisa (ANEXO II).

A cada participante do estudo foi apresentado o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (APÊNDICE 1) após explicação individual sobre o funcionamento e

utilização das pastilhas de silício e dos florais de Bach em uso tópico empregados na

Auriculoterapia Chinesa, além do cronograma e logística da pesquisa. Explicamos

também sobre a possibilidade de ser alocado no grupo que não receberia intervenção.

Amostra

A população de estudo foi constituída de mulheres adultas, enfermeiras, técnicas

e auxiliares de enfermagem que demonstraram interesse em participar da pesquisa

após divulgação nas unidades de internação e unidades de terapia intensiva pela própria

pesquisadora, acompanhada dos supervisores de área. A pesquisa foi realizada apenas

com mulheres, pois constituem a maioria dos trabalhadores de enfermagem,

representando 84,6% no cenário nacional2.

Os critérios de inclusão previstos para esta amostra foram:

Ter entre 18 e 60 anos de idade;

Apresentar escore indicativo de má qualidade do sono, ou seja, superior a cinco

pontos pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) na sua versão

brasileira (Bertolazi et al., 2011) (ANEXO III);

Ter um único vínculo empregatício em horário diurno fixo.

Foram excluídos do estudo indivíduos com as seguintes características:

2 Dados de 2015 da Pesquisa de Perfil da Enfermagem realizada pela FioCruz em conjunto com o COFEN,

sendo seus dados publicados somente nos sites das duas organizações

(https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-inedita-traca-perfil-da-enfermagem-no-brasil;

http://www.cofen.gov.br/perfilenfermagem ).

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Estar em uso de alguma prática complementar energética em saúde como

Essências Florais, Cromoterapia, Aromaterapia, Acupuntura, Reiki, Toque

Terapêutico, entre outros;

Ser alérgico à fita cirúrgica de polietileno utilizada para fixação das pastilhas;

Apresentar inflamação ou infecção na orelha;

Estar em tratamento qualquer direcionado ao sono;

Estar em período gestacional;

Ter como posto de trabalho unidades de internação onde a exposição à luz

natural é restrita, tais como Centro Cirúrgico, Central de Material Esterilizado e

Unidade de Emergência Referenciada (as profissionais que trabalhavam nas

Unidades de Terapia Intensiva foram incluídas neste estudo, pois no local de

coleta de dados essas unidades têm janelas por toda a unidade, recebendo luz

natural da mesma forma que as Unidades de Internação).

Foram descontinuados do estudo indivíduos que:

Apresentaram alguma alteração inflamatória auricular associada ou não à

intervenção;

Vieram a sofrer afastamento das atividades de trabalho no local escolhido para

o estudo;

Faltaram em algum dos atendimentos pré-agendados para esta pesquisa, não

sendo possível novo atendimento em até 24 horas após a data da falta.

Instrumentos para coleta de dados

O efeito das intervenções sobre a qualidade do sono foi avaliado por meio do

Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) e sobre a sonolência diurna por

meio da Escala de Sonolência de Epworth (ESS-BR) (ANEXO IV), ambos validados

para uso na cultura brasileira (Bertolazi et al., 2009: Bertolazi et al., 2011). Informações

sobre características sociodemográficas e clínicas foram obtidas para caracterização e

comparação dos grupos, por meio de um questionário (APÊNDICE 2) construído

exclusivamente para este estudo pelas autoras do projeto. Os instrumentos são

descritos a seguir:

Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR): utilizado para eleição dos

participantes desta pesquisa e mensuração dos resultados obtidos pela

intervenção proposta; permite avaliar a qualidade do sono e a ocorrência de

distúrbios do sono e disfunção diurna. Foi utilizado de forma autoadministrada

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pelos participantes. O instrumento é composto por dez questões distribuídas em

sete componentes: qualidade subjetiva do sono; latência do sono; duração do

sono; eficiência habitual do sono; transtornos do sono; uso de medicamentos

para dormir; disfunção diurna (Buysse et al., 1989). Cada componente é

pontuado de zero a três e o escore total varia de zero a 21 pontos, sendo que

escores menores ou iguais a cinco indicam boa qualidade de sono e escores

maiores que cinco, sono de má qualidade (Buysse et al., 1989). Este instrumento

foi validado para a cultura brasileira com boa confiabilidade e consistência

interna pelo índice alfa de Cronbach de 0,82 (Bertolazi et al., 2011).

Escala de sonolência de Epworth (ESS-BR): utilizada para avaliar a

probabilidade de adormecer em oito situações cotidianas, algumas delas tidas

como facilitadoras do sono para a maioria das pessoas. O escore global varia de

0 a 24 pontos, sendo os escores acima de dez sugestivos de sonolência diurna

excessiva, sendo amplamente usado por sua simplicidade, facilidade de

entendimento e rápido preenchimento. Este instrumento foi validado para a

cultura brasileira com boa confiabilidade e consistência interna pelo índice de

alfa de Cronbach de 0,83 (Bertolazi et al., 2009). A sonolência diurna excessiva

determina o aumento da disposição para dormir em circunstâncias socialmente

avaliadas como inapropriadas, interferindo nas atividades profissionais,

familiares e relacionamentos sociais, além de reduzir o desempenho cognitivo,

aumentando consequentemente o risco de acidentes e mostrando-se

relacionada frequentemente ao sono de má qualidade (Bertolazi et al., 2009). Foi

utilizada nesta pesquisa como avaliação complementar ao PSQI-BR.

Questionário para caracterização sociodemográfica e clínica: estruturado pelas

pesquisadoras e avaliado por juízes quanto à sua viabilidade, pertinência e

praticidade, foi utilizado para obter dados sociodemográficos e clínicos. Os

dados sociodemográficos foram idade, estado civil, com quem reside, ocupação,

escolaridade e horário de trabalho, e foram empregues na caracterização da

população de estudo, bem como na comparação de uniformidade entre os

grupos de intervenção. Os dados clínicos foram: presença de morbidades

(hipertensão arterial, diabetes mellitus, doença renal, cardíaca, hepática

psiquiátrica, endócrina, osteomuscular e outras), dor aguda ou crônica, início da

dificuldade de dormir, possíveis causas para essa dificuldade (estresse,

mudanças de vida e outras), prática de hábitos possivelmente nocivos para a

qualidade do sono (tabagismo, ingestão de cafeína, sedentarismo, alimentação

próxima do horário de deitar), uso de medicações ou tratamento para insônia e

uma caracterização geral sobre o próprio sono.

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Cálculo amostral

O tamanho amostral foi calculado considerando-se o objetivo de comparar a

qualidade do sono entre três grupos de participantes e em dois períodos de avaliação,

a saber, antes e após todo o procedimento de intervenção proposto, cuja duração foi de

quatro semanas após o atendimento inicial. A metodologia utilizada foi a de um cálculo

amostral para um modelo de ANOVA de medidas repetidas, para o qual se adotou nível

de significância de 5%, poder do teste de 80% e tamanho de efeito de 0,25 que pode

ser considerado um tamanho de efeito de grau médio (Cohen, 1988). O cálculo resultou

em uma amostra mínima de 120 indivíduos (40 indivíduos por grupo), portanto 144

participantes (48 por grupo), devido ao acréscimo de 20% sobre o cálculo amostral para

suprir possíveis perdas.

Para a distribuição das participantes nos grupos foi realizada uma aleatorização

do número amostral pretendido (144 indivíduos) pela ferramenta disponibilizada no site

“randomization.com”. O pesquisador responsável pela aleatorização, que não foi o

mesmo pesquisador responsável pela intervenção, separou a ordem já aleatorizada de

distribuição das participantes em envelopes sequenciais. A alocação nos grupos, ao

longo da coleta de dados, foi feita seguindo-se a sequência dos envelopes, que

continham em seu interior a informação sobre o grupo em que a participante deveria ser

alocada em cada atendimento inicial realizado. Os grupos de estudo neste momento

foram codificados com os números “1”, “2” e “3”, para que o estatístico não soubesse

quais grupos eram os de intervenção e qual o grupo sem intervenção, neutralizando

assim a análise final dos dados obtidos nesta pesquisa. O mesmo pesquisador que

realizou a randomização também sorteou os números “1”, “2” e “3” para identificar qual

seria a codificação para cada grupo de estudo.

Procedimentos para coleta de dados

Tempo de seguimento

Estipulou-se para esta pesquisa a realização de oito atendimentos em duas

sessões por semana a cada três ou quatro dias, totalizando quatro semanas de

intervenção efetiva. A determinação de tempo de intervenção foi embasada na

durabilidade do efeito das pastilhas de silício, de até cinco dias, e o tempo de tratamento

utilizado usualmente pela MTC. Esse intervalo de tempo já foi utilizado com sucesso em

18 pacientes com diagnóstico clínico de insônia e que apresentavam também

ansiedade, atendidos no laboratório de estudos sobre o sono do hospital universitário

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Toronto Western Hospital, os quais foram tratados com acupuntura sistêmica duas

vezes por semana ao longo de cinco semanas (Spence et al., 2004).

Além disso, em um estudo de revisão sistemática com metanálise, publicado em

2015, todos os 15 estudos incluídos revelaram um efeito positivo da acupuntura auricular

(com agulhas, sementes ou pastilhas de imã) sobre a insônia primária, sendo que em

11 deles o tempo de intervenção proposto foi entre 17 e 30 dias (Lan at el., 2015).

Preparo da intervenção proposta

Um enfermeiro especialista em Acupuntura, que não foi o mesmo que aplicou a

intervenção, aderiu as pastilhas auriculares de silício em pedaços de um centímetro

quadrado de fita cirúrgica de algodão, cor de pele, com tratamento adesivo em látex e

hipoalergênica. Foram preparadas pastilhas secas (Grupo Experimental Seco) ou com

uma gota do preparado obtido pela mistura de partes iguais das tinturas-estoque de

cada um dos cinco florais de Bach selecionados (Grupo Experimental Úmido). O

conjunto de pastilhas foi identificado com os números sorteados para cada grupo

(codificado em “1”; “2” ou “3”), como foi descrito no item “Cálculo amostral” deste projeto.

A mistura das tinturas-estoque dos cinco florais escolhidos para esta pesquisa

era preparada em quantidade suficiente para uma única semana de tratamento, sendo

refeita no início de cada semana.

Para evitar que o os florais evaporassem das pastilhas e para que a

pesquisadora não percebesse diferença entre os dois conjuntos de pastilhas prontas,

tantos as pastilhas secas como as úmidas eram preparadas para um único dia de

atendimento e descartadas no final do dia se não utilizadas.

Divulgação e recrutamento de interessados

Inicialmente foi realizada divulgação interna no local de coleta, pelas

supervisoras das unidades de internação, diretamente à equipe de enfermagem por

aproximadamente três semanas. Após a divulgação inicial, extrapolando o início da

coleta de dados, ainda foi realizada explanação do estudo em cada unidade de

internação para os presentes no momento, buscando um alto número de interessados,

com explanação sobre os possíveis benefícios, ainda não comprovados, da

auriculoterapia chinesa para a melhora de problemas do sono, ressaltando a ausência

de efeitos colaterais de tal tratamento. Além disso, foi proposto disponibilizar, ao final do

estudo, a intervenção que apresentasse resultado positivo sobre a melhora da qualidade

do sono para todas as participantes que assim o desejassem.

A partir desta abordagem, as interessadas preencheram o PSQI-BR e o TCLE

no próprio local de estudo conforme previamente acordado com a direção da instituição.

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Este recrutamento foi realizado em dois horários distintos, para que fosse igualmente

acessível aos trabalhadores dos turnos da manhã e da tarde.

Neste momento e em todos os outros em que os pretendentes procurassem a

pesquisadora, foram informados sobre a pesquisa, seus prós e contras, fatores de

inclusão e exclusão, objetivo e cronograma de intervenção, bem com apresentados os

dois questionários iniciais. As participantes foram incluídas por até duas semanas a

partir do início do experimento com a primeira participante, para que não houvesse

influência das percepções das que já estavam sendo tratadas para aquelas que iriam

começar os atendimentos. Para facilitar a logística por proximidade, a abordagem das

trabalhadoras foi separada em dois blocos, recrutando-se primeiramente as

participantes em unidades de internação de baixa e média complexidade, ao longo de

50 dias aproximadamente, e a seguir as participantes das unidades de internação de

alta complexidade (Unidades de Terapia Intensiva) ao longo de um mesmo intervalo de

tempo.

Logística dos atendimentos

Quando a participante concordava com a pesquisa, solicitava-se que

respondesse ao PSQI, preenchendo-o com nome e número de telefone celular. Ao final

do dia as respostas ao PSQI eram apuradas. As pessoas com escore referente à má

qualidade do sono e que cumpriam os critérios de inclusão foram contatadas por

mensagem do Whatsapp® ou ligação para agendamento do primeiro atendimento e

alocadas no grupo indicado pela sequência de randomização. No primeiro atendimento

a participante preenchia a ESS-BR e o Questionário de Caracterização

Sociodemográfica e Clínica, recebia a seguir a primeira intervenção e era feito o

agendamento do atendimento subsequente. Nestes encontros era realizada a

colocação de novas pastilhas de silício após limpeza do pavilhão auricular com álcool

70%. No último atendimento previsto era solicitado novo preenchimento do PSQI-BR e

da ESS-BR.

As participantes randomizadas para o grupo sem intervenção eram contatadas

para que preenchessem a ESS-BR e o Questionário de Caracterização

Sociodemográfica e Clínica, que foram preenchidos presencialmente na unidade de

trabalho ou por via de um link criado com os questionários on line e enviado por

mensagem de Whatsapp®. Essas participantes eram informadas que seriam abordadas

novamente após quatro semanas. Após esse intervalo de tempo eram chamadas para

novo preenchimento do PSQI-BR e da ESS- BR, preenchidos da mesma forma que a

primeira vez, insistindo-se por via mensagem de celular por duas vezes quando não

eram achadas nas suas unidades de trabalho, e, se desejassem, recebiam uma das

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duas intervenções propostas, segundo escolha própria, sendo informadas que ainda

não havia conclusões sobre sua eficácia.

Para controle dos atendimentos foi elaborada uma lista identificando os

indivíduos que pertenciam a cada grupo, codificados em ‘1’, ‘2’ e ‘3’, para manter o

indivíduo no grupo correto nos atendimentos subsequentes. A lista ficou de posse da

pesquisadora responsável pelos atendimentos.

As pastilhas secas e as úmidas foram separadas em duas placas de plástico

distintas pela cor, uma azul e outra vermelha, cada qual identificada com números que

correspondiam à codificação dos grupos antes sorteados pelo enfermeiro que preparava

as pastilhas. Somente após o término do estudo e da análise de dados é que a

pesquisadora tomou ciência da codificação dos grupos. Apresenta-se a seguir um

fluxograma dos procedimentos (Figura 3):

Figura 4. Fluxograma do procedimento de coleta de dados. Campinas, 2016.

Questionário de caracterização

sociodemográfica e clínica e ESS-BR

Randomização

Participantes com boa qualidade do sono pelo PSQI-BR

Participantes com má qualidade do sono pelo PSQI-BR

Legenda: - PSQI-BR: Índice de Qualidade do Sono de Pittisburg – versão brasileira - EES-BR: Escala de Sonolência de Epworth – versão brasileira

8 Atendimentos (2 por semana) - 4 semanas depois

Avaliação final do PSQI-BR + Escala de ESS-BR (Último atendimento)

4 semanas

depois

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Para ser possível a reprodução futura fidedigna e também para clarificar

sistematicamente todo o atendimento aqui proposto, colocamos anexado ao fim trabalho

o Protocolo de Atendimento da Pesquisa passo-a-passo (APÊNDICE 3).

Análise estatística dos dados

Para apresentação dos dados sociodemográficos e clínicos foram utilizadas

frequências absolutas e relativas e medidas de tendência central e dispersão.

Para as comparações entre os grupos com relação às variáveis quantitativas

discretas foi aplicado o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis (Pagano e Gauvreau,

2004) e para as comparações entre os tempos com relação às variáveis quantitativas

discretas foi aplicado o teste não-paramétrico de Wilcoxon.

A análise de associação entre os grupos em relação às variáveis categóricas foi

efetuada com o teste exato de Fisher (Mehta e Patel, 1983).

A correção de Bonferroni foi utilizada para as análises em que foram comparados

os grupos e tempos (Johnson e Wichern, 1992) sendo, portanto, considerado o nível de

significância de 1% (p<0,01). As demais análises tiveram o valor de p<0,05 como valor

crítico.

As análises foram realizadas por meio dos softwares estatísticos Statistical

Analysis System (SAS) versão 9.4 e Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)

versão 22.

Variáveis do estudo

As variáveis deste estudo foram dividas e encaradas como a descrição abaixo.

- Variáveis quantitativas discretas: idade (anos); escore total e dos componentes

do PSQI-BR; escore total da EES-BR.

- Variáveis qualitativas nominais: unidade de trabalho; turno de trabalho; estado

civil; com quem reside; ocupação; comorbidades; estresse; mudanças de vida;

tabagismo; uso de cafeína; prática de atividade física; uso de medicamentos para dormir

ou não; classificação da qualidade do sono de acordo com o ponto de corte do PSQI-

BR; classificação da sonolência diurna de acordo com o ponto de corte da ESS-BR.

- Variável qualitativa ordinal: escolaridade.

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Final do estudo

Seguimento do estudo

Critérios de inclusão cumpridos

Triagem pelo critério de elegibilidade

Abordagem e avaliação de qualidade do sono (Índice de Qualidade de Sono de

Pittsburgh, versão brasileira - PSQI-BR)

154 vonluntárias

115

Sono de má Qualidade (PSQI-BR)

102

participantes

Grupo sem intervenção

35

7

Grupo Experimental

Seco

34

20

13

Grupo Experimental

Úmido

33

22

15

39

Sono de boa Qualidade (PSQI-BR)

28 não encontradas ou não queriam responder aos questionários

17 desistências 11 desistências

4 não encontradas 7 não encontradas

04 gestantes/ 9 em início de férias ou recusaram participar

RESULTADOS

Durante o mês de junho de 2017 foram abordadas 154 trabalhadoras da equipe

de enfermagem para participação neste estudo. Entre elas 98 (63,3%) estavam locadas

nas unidades de internação de adultos, clínicas e cirúrgicas (UICC) ou em cargos

administrativos e 56 (36,7%) em unidades de terapia intensiva (UTI). A maioria das

trabalhadoras que se disponibilizou a participar da pesquisa cumpria o turno matutino

(110; 71,4%).

Figura 5. Fluxograma da constituição da amostra e perdas ao longo do seguimento do

estudo. Campinas, 2018.

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As 154 trabalhadoras da equipe de enfermagem preencheram o PSQI-BR e

entre elas 39 (25,3%) apresentaram escore indicativo de boa qualidade do sono,

portanto 115 (74,7%) atendiam ao critério de inclusão pelo escore compatível com má

qualidade do sono. Entre as 115 participantes, 13 foram descontinuadas na primeira

semana de seguimento, pois quatro estavam grávidas, e nove tinham férias iminentes

ou se recusaram a continuar no estudo. Dessa forma, 102 participantes foram

randomizadas entre os três grupos de estudo, como mostra o fluxograma da Figura 5.

Houve perda de seguimento de 21 mulheres no Grupo Experimental Seco e 18 do Grupo

Experimental Úmido, por desistência, incompatibilidade de tempo para participar ou

licença do trabalho durante o período, bem como em decorrência de algumas

participantes não terem sido encontradas pela pesquisadora, após duas tentativas, para

a realização do último atendimento. No Grupo Sem Intervenção 28 mulheres não foram

encontradas ou não responderam os instrumentos ao final da pesquisa.

Na tabela 1, a seguir, apresenta-se a distribuição de 152 voluntárias das 154

avaliadas no início da pesquisa, por turno e unidade de trabalho, de acordo com a

qualidade do sono avaliada pelo PSQI-BR. Foram excluídas duas voluntárias, pois não

havia designação do turno de trabalho no questionário respondido.

Tabela 1. Frequência relativa e absoluta das trabalhadoras de enfermagem de um hospital público de Campinas/SP segundo a classificação da qualidade do sono pelo Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR), a unidade de internação por complexidade de cuidado e horário de trabalho (N=152). Campinas, SP, Brasil, 2017.

Unidades de Internação

Turno Matutino Turno Vespertino

Qualidade do Sono Total

Qualidade do Sono Total

Boa Ruim Boa Ruim

n % n % N n % n % N

UICC* 24 33,3% 48 66,7% 72 2 7,7% 24 92,3% 26

UTI† 8 21,6% 29 78,4% 37 5 29,4% 12 70,6% 17

TOTAL 32 29,4% 77 70,6% 109 7 16,3% 36 83,7% 43

* UICC: unidades de internação clínicas e cirúrgicas † UTI: unidades de terapia intensiva

Não houve associação significativa entre a qualidade do sono e a menor (UICC)

ou maior (UTI) complexidade das unidades de internação em que as trabalhadoras

exerciam sua função, segundo o teste do Qui-quadrado (p=0,5474). O escore final do

PSQI-BR também não alcançou diferença significativa ao teste de Mann-Whitney

(p=0,3533) na comparação entre as trabalhadoras da UICC (média 8,54 pontos, desvio

padrão 4,24, mediana 8,00) e da UTI (média 8,27 pontos, desvio padrão 3,78, mediana

8,00).

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Ainda que as frequências relativas sugiram que maior proporção de

trabalhadoras do turno vespertino apresentasse sono de má qualidade em relação ao

turno matutino, não foi encontrada associação significativa, ao teste do Qui-quadrado,

entre a qualidade do sono e o fato de trabalhar no turno matutino ou vespertino

(p=0,1296). O escore final do PSQI-BR também não obteve diferença significativa

quando comparado entre as trabalhadoras do turno matutino (média de 8,17, desvio

padrão 4,22 e mediana 8,00) ou vespertino (média 8,57, desvio padrão 3,27, mediana

8,00), ao teste de Mann-Whitney (p=0,3666).

As 35 mulheres que participaram de todas as sessões programadas de acordo

com o proposto estavam divididas pela randomização em: sete mulheres no Grupo Sem

Intervenção (GSI); 13 no Grupo Experimental Seco (GES); e 15 no Grupo Experimental

Úmido (GEU), conforme já apresentado anteriormente no fluxograma da Figura 5.

As trabalhadoras em UTI representaram 40,0% (14) da amostra estudada, e as

demais participantes eram de diferentes unidades de internação clínicas e cirúrgicas, de

adultos e pediátricas, bem como no setor administrativo. Houve um pequeno número de

participantes de cada unidade, sendo a maior adesão por parte das trabalhadoras da

unidade de Gastroclínica, em que houve seis participantes (17,1%). Encontrou-se

62,9% (22) das mulheres no turno matutino e 14,3% (5) no turno vespertino, cumprindo

jornadas de seis horas diárias em ambos os casos, por seis dias da semana, bem como

22,8% (8) em jornada de oito horas diárias, por cinco dias da semana, com início entre

07h30min e 08h30min.

As características sociodemográficas e clínicas foram comparadas entre os

grupos, observando-se que não houve associação significativa entre qualquer das

variáveis e os diferentes grupos (Tabela 2). A média de idade entre os grupos também

não apresentou diferença significativa, ao teste de Kruskal-Wallis (p=0,6681). Em toda

a amostra, a idade variou entre 22 e 52 anos, com média 34,7 anos e desvio padrão de

6,7 anos.

Verificou-se que 65,7% (23) das participantes residiam com marido e/ou filhos,

22,9% (8) moravam com outros familiares ou amigos, 8,5% (3) moravam sozinhas e

uma participante (2,9%) não respondeu a esta pergunta.

Todas as participantes relataram que as alterações de sono haviam iniciado há

mais de um ano, não se tratando, portanto, de problema recente. Verificou-se que 23

(65,7%) participantes referiam sono agitado ou não reparador.

Quanto às morbidades analisadas, na Tabela 2 é possível observar que foi a

variável com maior diferença na proporção entre os grupos, porém com ausência de

associação significativa. A esse respeito, observou-se que, dentre as 17 (51,4%)

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participantes que apresentaram alguma queixa, dez referiam dor/enxaqueca, quatro

hipertensão arterial, duas depressão e uma delas, vitiligo.

Tabela 2. Comparação entre os grupos de estudo em relação às variáveis sociodemográficas e clínicas (n=35). Campinas, SP, Brasil, 2018.

Variável

Grupo**

p-valor* GSI GES GEU

n % n % n %

Comorbidades 0,0559

Não 2 28,57 10 76,92 6 40,00

Sim 5 71,43 3 23,08 9 60,00

Turno de trabalho 0,2875

Matutino 5 71,43 6 46,15 11 73,33 Vespertino 2 28,57 7 53,85 4 26,67

Estado civil 0,4156

Sem companheiro 3 42,86 8 61,54 5 33,33 Com companheiro 4 57,14 5 38,46 10 66,67

Ocupação 0,5932

Enfermeira 3 42,86 6 46,15 4 26,67 Técnica/Auxiliar 4 57,14 7 53,85 11 73,33 Escolaridade 0,4772

Médio completo 3 50,00 4 30,77 3 21,43 Superior/Pós-graduação 3 50,00 9 69,23 11 78,57

Estresse referido 0,5047

Não 0 0,00 1 7,69 3 20,00 Sim 7 100,00 12 92,31 12 80,00

Mudança de vida 0,6904

Não 1 14,29 3 23,08 5 33,33 Sim 6 85,71 10 76,92 10 66,67

Tabagismo 0,6723

Não 7 100,00 13 100,00 13 86,67 Sim 0 0,00 0 0,00 2 13,33

Uso de cafeína 0,8839

Não 2 28,57 4 30,77 3 20,00 Sim 5 71,43 9 69,23 12 80,00

Atividade física 0,3575

Não 7 100,00 9 69,23 12 80,00 Sim 0 0,00 4 30,77 3 20,00

Uso de medicamento 0,3132

Não 5 71,43 11 84,62 14 93,33 Sim 2 28,57 2 15,38 1 6,67

* p-valor obtido por meio do teste exato de Fisher; valores significativos se p<0,05. ** GSI: Grupo sem intervenção; GES: Grupo Experimental Seco; GEU: Grupo Experimental Úmido.

A maioria das participantes (26, 74,3%) referiu que havia passado por alguma

mudança marcante em sua vida e que essa tivera relação com as queixas de sono.

Entre elas encontravam-se: mudança de casa e de cidade, casamento, separação e

nascimento de filhos. Foi encontrado também alto índice de estresse referido: 31

(88,6%) participantes se sentiam estressadas.

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O hábito do tabagismo foi pouco frequente na amostra estudada, sendo referido

por duas mulheres (5,7%), assim como o uso de medicamentos, por cinco participantes

(14,3%). O consumo de cafeína foi relatado por 26 (74,3%) e o sedentarismo por 28

(80,0%) das participantes.

Os escores iniciais (T0) e finais (T1) do PSQI-BR e da ESS-BR foram

comparados entre os grupos por meio do teste de Kruskal-Wallis. Quanto ao PSQI-BR,

a comparação entre os três grupos em T0 obteve o p-valor de 0,9191 e em T1 de 0,5951.

Em relação à ESS-BR, o p-valor foi de 0,1982 em T0 e de 0,2153 em T1.

Os resultados da análise descritiva, com medidas de tendência central e

dispersão para os grupos, podem ser verificados nas tabelas 3 e 4, que trazem também

a análise de comparação entre os escores do PSQI-BR e da ESS-BR, respectivamente,

em T0 e em T1, para cada um dos grupos de intervenção. Não foi encontrada diferença

estatística significante, porém observou-se redução do escore médio do PSQI-BR em

cerca de 2,5 pontos de T0 para T1, em ambos os grupos experimentais, e redução de

3 pontos em média no escore do ESS-BR para o grupo GES de T0 para T1.

Tabela 3. Distribuição e comparação dos escores do Índice de Qualidade do

Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) antes (T0) e após a intervenção (T1). Campinas, SP, Brasil, 2018.

Grupos* n PSQI-BR - T0 PSQI - BR – T1

p-valor Média DP Média DP

GSI 7 8,71 1,60 8,29 3,15 0,8539†

GES 13 9,54 2,85 7,08 3,33 0,0140†

GEU 15 9,53 3,52 7,00 3,51 0,0371† * GSI: Grupo sem intervenção; GES: Grupo Experimental Seco; GEU: Grupo Experimental Úmido. † Valor de p ao teste de Wilcoxon; valores significativos se p<0,01 devido à correção de Bonferroni.

Tabela 4. Distribuição e comparação dos escores da Escala de Sonolência de Epworth (ESS-BR) antes (T0) e após a intervenção (T1). Campinas, SP, Brasil, 2018.

Grupos* n ESS-BR - T0 ESS-BR – T1

p-valor Média DP Média DP

GSI 7 10,14 7,20 13,43 6,92 0,6741†

GES 13 13,54 5,01 10,46 4,56 0,0324†

GEU 15 10,07 3,83 9,40 5,57 0,6370† * GSI: Grupo sem intervenção; GES: Grupo Experimental Seco; GEU: Grupo Experimental Úmido. † Valor de p ao teste de Wilcoxon; valores significativos se p<0,01 devido à correção de Bonferroni.

Além dos escores totais do PSQI-BR e ESS-BR, foram avaliados também os

valores obtidos em cada componente do PSQI-BR, quanto a indicarem ou não a melhora

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de pelo menos um ponto no componente específico (Tabela 5). Observou-se melhora

de pelo menos um ponto nos escores relativos do PSQI para a “latência do sono” em

53,8% das mulheres do GES e para a “qualidade subjetiva do sono” em 53,3% das

participantes do GEU. Em outros componentes do PSQI-BR observou-se melhora em

menos de 50% das participantes de cada grupo.

Tabela 5 Distribuição das participantes de cada grupo segundo redução de pelo menos um ponto nos componentes do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR) entre os valores obtidos antes (T0) e depois (T1) da intervenção proposta (n=35). Campinas, SP, Brasil, 2018.

Componentes do PSQI-BR

Participantes com redução de pelo menos um pontos nos componentes do PSQI-BR

Grupo sem intervenção

(n=7)

Grupo Experimental seco (n=13)

Grupo Experimental úmido (n=15)

n % n % n %

Qualidade subjetiva do sono 2 28,6% 5 38,5% 8 53,3%

Latência do sono 0 0,0% 7 53,8% 5 33,3%

Duração do sono 1 14,3% 4 30,8% 7 46,7%

Eficiência do sono 0 0,0% 3 23,1% 3 20,0%

Distúrbios de sono 2 28,6% 5 38,5% 5 33,3%

Uso de medicamentos para dormir

1 14,3% 2 15,4% 5 33,3%

Disfunção diurna 2 28,6% 6 46,2% 7 46,7%

Para que fosse possível a visualização de diferenças interindividuais e do

comportamento das participantes em cada grupo, os escores obtidos no PSQI-BR

(Figura 6) e na ESS-BR (Figura 7) para cada participante foram representados em

gráficos.

Na Figura 6 é possível visualizar que seis participantes (85,7%) do GSI

apresentaram alterações mínimas entre T0 e T1, em relação à qualidade do sono

estimada pelo PSQI-BR, e uma (14,3%) apresentou redução do escore em T1 de três

pontos; duas mulheres (28,6%) apresentaram escore indicativo de sono de boa

qualidade em T1. Quanto às participantes do GES, observou-se comportamento mais

homogêneo, em que seis mulheres (46,2%) apresentaram redução de pelo menos três

pontos nos escores em T1, e as demais mantiveram escores iguais ou próximos aos

anteriores; seis participantes (46,2%) passaram a apresentar escore indicativo de sono

de boa qualidade. Houve maior variabilidade no comportamento entre as mulheres do

GEU, em que oito mulheres (53,3%) tiveram redução de três pontos ou mais no escore

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do PSQI-BR em T1, enquanto que seis (40,0%) mantiveram valores semelhantes em

T1 e T0 e uma (6,7%) teve aumento de cinco pontos no escore em T1; seis mulheres

(40,0%) passaram a apresentar escore indicativo de sono de boa qualidade.

Na figura 7 observa-se maior variabilidade interindividual das componentes do

GSI, bem como o aumento da sonolência diurna segundo a ESS-BR para quatro

participantes (57,1%/) e redução para duas (28,6%), em T1. Dez participantes do GES

(76,9%) mostraram redução do escore da ESS-BR em T1, com exceção de três

mulheres (23,1%), com um comportamento mais homogêneo entre o grupo. Quanto ao

GEU, houve grande variabilidade interindividual, com redução da sonolência diurna em

T1, segundo a ESS-BR, para seis mulheres (40,0%), aumento para cinco (33,3%) e

manutenção para quatro participantes (26,8%).

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Figura 6. Distribuição individual dos escores do Índice de Qualidade do Sono de

Pittsburgh (PSQI-BR) antes (T0) e após as intervenções (T1), para cada grupo de

estudo. Campinas, 2018.

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Figura 7. Distribuição individual dos escores da Escala de Sonolência de Epworth

(ESS-BR), antes (T0) e após as intervenções (T1), para cada grupo de estudo.

Campinas, 2018.

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DISCUSSÃO

Neste estudo verificou-se a ausência de diferença estatística significante na

qualidade do sono de mulheres trabalhadoras da equipe de enfermagem, ao comparar

o efeito de pastilhas de silício secas ou umedecidas com florais de Bach aplicadas

durante oito sessões em pontos de auriculoterapia chinesa, previstos para distúrbios do

sono. Da mesma forma, não houve diferença significativa na qualidade do sono das

mulheres que foram submetidas a qualquer das intervenções (pastilhas secas ou

umedecidas), comparadas àquelas que se encontravam no grupo em que nenhuma

intervenção foi realizada.

Embora sem diferença estatística significante ao comparar os valores médios

obtidos pelos grupos por meio do escore do PSQI-BR, instrumento utilizado para a

avaliação da qualidade do sono, antes (T0) e após (T1) as intervenções, pode-se

observar que esse escore teve uma redução de cerca de dois pontos e meio nos dois

grupos de intervenção e de somente meio ponto para o grupo sem intervenção. Além

disso, emergiram as diferenças interindividuais dentro dos grupos em uma análise mais

detalhada sob esse prisma. Verificou-se que em torno de 50% das participantes de cada

grupo experimental apresentaram redução expressiva do escore do PSQI-BR, de mais

de três pontos após a intervenção proposta, o que não se observou nas mulheres do

grupo sem intervenção.

Existem, portanto, indicativos de que um número maior de participantes nos

grupos poderia produzir resultados mais conclusivos sobre o efeito das pastilhas de

silício seca ou associada aos florais sobre a qualidade do sono, já que amostras restritas

dificultam a análise de subgrupos e comprometem o desempenho dos testes estatísticos

(Miot, 2011). Entende-se que a análise individual deva ser considerada com a devida

cautela, porém cabe ressaltar que reforça os indícios para que se replique o estudo com

maior número de participantes.

A redução dos pontos do escore do PSQI-BR não foi suficiente para que se

obtivesse mudança da classificação de má para boa qualidade do sono para a maior

parte das participantes dos grupos experimentais, tendo sido observada para cerca de

40% em cada um desses grupos. Deve-se considerar ainda que o fato de despertar a

atenção das participantes para a qualidade do sono, a interação com a pesquisadora e

o fato de receber uma intervenção poderiam ter contribuído para a melhora do escore

do PSQI-BR observada nos grupos experimentais – o grupo sem intervenção, sob este

ponto de vista, não auxiliou no controle dessas condições confundidoras, mas também

entende-se que estas terapias energéticas deveriam ser testadas sob as mesmas

condições que devem ser aplicadas na sua prática, como terapias integrativas e

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complementares, visando como parte inerente de sua eficácia o bem-estar e satisfação

do paciente, logo, se essas condições confundidoras produziram algum efeito de

melhora, tratou-se de um resultado esperado.

Em um ensaio clínico randomizado e controlado realizado na China com 31

participantes, os autores propuseram a avaliação dos efeitos em curto prazo da

autoadministração de acupressão em pontos sistêmicos de acupuntura para melhora da

insônia, utilizando como instrumento de avaliação o Insomnia Severity Index. (Yeung et

al., 2018). Os resultados obtidos não alcançaram significância estatística, mas os

indivíduos do grupo de acupressão auto administrada apresentaram, ao final, um escore

indicativo de melhora em relação aos indivíduos do grupo sem intervenção, que

receberam instruções para realizar higiene do sono (Yeung et al., 2018).

Diferentemente do observado nos resultados desta pesquisa, em uma revisão

sistemática com metanálise sobre o uso de auriculoterapia em insônia primária, a

auriculoterapia mostrou benefícios, com diferenças significativas entre os grupos de

tratamento e os controles ou placebo, dependendo do estudo (Lan et al., 2015). Nos

estudos de caso-controle avaliados, os grupos controle receberam como tratamento

estazolam ou diazepam via oral, ou auriculoterapia com esferas de metal prateado; nos

ensaios clínicos avaliados, os grupos foram tratados com agulhas, sementes ou

magnetos em pontos de auriculoterapia para tratamento de insônia ou, como placebo,

o uso de pontos falsos de auriculoterapia (Lan et al., 2015). A auriculoterapia

apresentou-se associada à melhora da duração e da eficiência do sono, redução do

número de despertares durante o sono e melhora da qualidade do sono de acordo com

o PSQI. Algumas dessas diferenças estatísticas, porém, não eram clinicamente

relevantes. (Lan et al., 2015)

Em outro estudo de revisão sistemática, no qual foram eleitos seis ensaios

clínicos dentre 878 trabalhos, também foram observados indícios de maior eficiência da

auriculoterapia em relação ao uso de benzodiazepínicos na melhora da insônia (Chen

et al., 2007). O uso de sementes de vaccaria como método de estímulo na orelha foi

considerado mais eficaz do que o estímulo com agulhas em pontos falsos de

auriculoterapia, enquanto que, com o uso de magnetos, não houve significância

estatística para a mesma comparação (Chen et al., 2007).

Não foram encontrados artigos publicados em português, inglês ou espanhol

contendo relatos sobre intervenções com PIC em enfermeiros com alterações no sono,

para comparação de resultados.3

3 Foi encontrado um artigo publicado em coreano (Kim W, Hur MH. Inhalation Effects of Aroma Essential

Oil on Quality of Sleep for Shift Nurses after Night Work. J Korean Acad Nurs. 2016 Dec;46(6):769-779.

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De qualquer forma, independentemente do método utilizado para estímulo dos

pontos indicados pela auriculoterapia, há indícios de que seja um tratamento

complementar com bons resultados para melhoria do sono, os quais devem ser ainda

melhor estudados, contando com maior número de sujeitos e com maior controle e

acompanhamento das condições experimentais entre os grupos e condições individuais

que possam interferir nos resultados.

Avaliando os componentes da qualidade do sono pelo PSQI-BR obtidos neste

estudo, as participantes do GEU apresentaram redução, ou seja, melhora, no escore do

componente “qualidade subjetiva do sono” e as participantes do GES, para “latência do

sono”. Podemos propor que o escore do componente “qualidade subjetiva do sono”

pode ter apresentado melhora no grupo que recebeu a intervenção com florais por este

método terapêutico ser indicado para resolução de conflitos internos e sofrimento

(Scheffer, 1995), além de já ter sido indicado como placebo eficaz para tratar a

ansiedade (Walach H, Rilling C e Engelke U, 2001) e alívio de emoções negativas

(Howard, 2007), devendo esta hipótese ser testada em estudos futuros para melhores

conclusões sobre a interferência dos florais em aspectos subjetivos do sono.

Salientamos que a qualidade do sono provém de uma interpretação pessoal e,

portanto, permite aferir a sensação subjetiva do indivíduo após uma noite de sono, e até

mesmo a sua resiliência no enfrentamento do sono de má qualidade e de suas

consequências. Desta forma, a avaliação subjetiva do sono não está necessariamente

relacionada às medidas objetivas que representam sono de boa qualidade, tais como

curta latência, pequeno número de despertares e elevada eficiência do sono (Roth,

2007). Entretanto, a medida subjetiva da qualidade do sono é considerada

extremamente válida e essencial, podendo ser sugestiva da presença de comorbidades

psíquicas, como a depressão, no caso do sono de má qualidade (Chellappa e Araújo,

2007).

A latência do sono foi o componente que, com maior frequência, apresentou

melhora em outros estudos experimentais com auriculoterapia (Lan et al., 2015) e

acupressão sistêmica (Waits et al., 2018). Isso pode estar relacionado à resposta vagal

desencadeada por estímulos na orelha externa, que provocaria relaxamento corporal,

diminuindo a latência do sono (Hou et al., 2015).

Autores de um estudo realizado com idosos em Hong Kong observaram, após

tratamento de três semanas seguidas com auriculoterapia utilizando magnetos, que

houve melhora na duração e eficiência do sono. Entre 60 idosos que realizaram o

DOI: https://doi.org/10.4040/jkan.2016.46.6.769) sobre o uso de óleo essencial de lavanda na melhora da

qualidade do sono em enfermeiros do turno noturno. Devido ao idioma de publicação, não foi possível sua

leitura e aproveitamento na discussão deste trabalho.

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tratamento, 15 voluntários foram avaliados quanto à manutenção da melhora dentro de

um mês, três e seis meses após a intervenção, por meio de actimetria. O efeito positivo

sobre a duração e eficiência do sono foi mantido até três meses após o fim da

intervenção. Os autores sugerem que deveria ocorrer nova aplicação de auriculoterapia

com magnetos para reforço dos resultados positivos sobre o sono (Suen et al, 2003), e

apontam que, além do estímulo auricular eficaz de acordo com a lógica da MTC, a

duração proposta para a intervenção foi suficiente para a melhora da qualidade do sono.

Destaca-se que, apesar da participação voluntária, a avaliação do sono foi realizada por

um método objetivo, a actimetria, o que é favorável à validade dos resultados (Suen et

al., 2003).

Como mostra a Figura 6 (do capítulo Resultados), optamos aqui por realizar a

análise individual dos escores obtidos no PSQI-BR, entendendo que os

comportamentos humanos, dos quais o sono é um dos mais complexos, provavelmente

seguem a dinâmica não-linear observada em modelos biológicos, no qual a

padronização por agrupamentos, como análise isolada, pode limitar a visualização de

ocorrências importantes, mas incomuns, em uma população (Ferr, 2012), possibilitando

intervenções mais abrangentes.

Sob esta ótica, a redução do escore do PSQI-BR final em relação ao inicial,

efetivamente ocorreu nos grupos experimentais após as duas intervenções realizadas,

porém com variabilidade interindividual acentuada intragrupos. Somado ao pequeno

número de participantes em cada grupo, esse comportamento variável claramente

impede conclusões definitivas a respeito dos resultados e, em nosso entendimento, há

a necessidade de replicação do estudo, conforme já mencionado, com grupos de maior

número.

Os florais de Bach, considerados em seu contexto de criação, teriam a

propriedade de propiciar ao indivíduo o impulso necessário para chegar por si mesmo à

cura (Scheffer, 1995). Como fármacos inertes em que os efeitos terapêuticos seriam

devidos aos efeitos da crença da pessoa que está a ser tratada, os florais permitiriam

ao indivíduo sofrer a doença com a magnitude dos seus sintomas para, na visão de

Bach, operarem como um estímulo ao seu autocontrole e sua força interna (Scheffer,

1995). Sendo assim, cada pessoa se mobilizaria de maneira singular frente ao mesmo

problema, em direção à melhora, mas com resultados não lineares, dependentes de

fatores como a crença na efetividade da terapia e também de outros fatores

motivacionais individuais (Hyland, Whalley e Geraghty, 2007). Outros autores

analisaram estudos em que a espiritualidade (definida como um senso de “conexão

especial” com pessoas, lugares, natureza ou com o universo, de sentido religioso ou

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não) foi o principal preditor na obtenção de opiniões positivas sobre os resultados do

uso de florais (Rodríguez-Martín et al., 2017).

A dificuldade em obter resultados que confirmem a eficiência dos florais,

independentemente da crença de quem os utiliza, torna frágil a validade científica das

evidências sobre o funcionamento dessas substâncias. O cegamento quanto ao uso dos

florais nos ensaios clínicos, tal como realizado no presente estudo, é essencial, pois

pode minimizar os efeitos apenas subjetivos da intervenção, em favor do efeito do floral

em si. Neste estudo, as participantes que utilizaram pastilhas de silício com florais

obtiveram resultados semelhantes àquelas que usaram pastilhas de silício secas,

sugerindo que a eficácia dos florais poderia ser dependente de uma crença positiva

sobre seu efeito.

Porém, a interação entre o paciente e o provedor das terapias tidas como

complementares e integrativas pode ser exatamente a característica diferenciadora

dessas racionalidades em relação às abordagens de saúde ocidentais, e a que promove

a melhora do estado de saúde -objetivo primordial de qualquer terapia-, mesmo que de

forma subjetiva. Um grupo de autores norte-americanos buscou respostas nesse

sentido quando propuseram um ensaio clínico para testar o efeito das consultas típicas

dessas racionalidades alternativas, normalmente mais longas e com perguntas

adicionais às realizadas por um médico ortodoxo ocidental. Apesar de uma amostra

pequena (seis indivíduos em cada um dos quatro grupos de estudo), eles testaram uso

de um placebo e uma medicação homeopática normalmente indicada para refluxo

gastroesofágico (Acidil) e comprada sem a necessidade de receita médica em duas

situações de atendimento: consultas terapêuticas curtas e consultas terapêuticas

extensas; e observaram melhoras dos sintomas estatisticamente significantes nos dois

grupos que foram acompanhados com consulta terapêutica longa, independente se

estavam tomando o placebo ou o medicamento homeopático, mas não puderam

determinar se é o tempo, as questões em si ou a combinação que é responsável pelos

resultados (Dossett et al, 2015).

Quanto à sonolência diurna aferida pela ESS-BR, um dos instrumentos

amplamente utilizados no mundo para essa avaliação, observou-se que as mulheres

dos grupos experimentais apresentaram redução do escore após a intervenção, ou seja,

redução da sonolência diurna, embora sem significância estatística. Essa redução foi

maior para o grupo que usou pastilhas de silício secas do que para as que usaram

pastilhas com florais. No grupo sem intervenção houve aumento dos escores médios da

ESS-BR na segunda avaliação. Em média os grupos experimentais passaram de um

escore anterior indicativo de sonolência excessiva para um escore próximo do limite

indicativo de uma sonolência diurna habitual. Com a devida cautela, pode-se sugerir

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que a pastilha de silício seca poderia ter efeito na redução da sonolência diurna, pelo

menos em resultados em curto prazo, ou seja, em quatro semanas de seguimento.

Por outro lado, deve-se apontar que a redução nos escores de sonolência diurna

poderia estar relacionada à melhora da qualidade do sono, tratando-se de efeitos que

devem ser considerados em conjunto e não separadamente. Os resultados médios dos

grupos parecem apoiar essa sugestão, porém os resultados individuais são bastante

variados e não corroboram com a mesma.

Entre as morbidades relatadas pelas participantes, dor e estresse foram muito

frequentes na população estudada e podem ter contribuído para a má qualidade de sono

das mulheres estudadas, sendo ocorrências muito comuns na profissão (Silva et al.,

2014; Magalhães, Dall'Agnol e Marck, 2013). Observou-se também que o grupo de

mulheres que utilizou as pastilhas de silício secas apresentou menor proporção de

relatos de morbidades em relação aos outros dois grupos. É possível que a presença

de morbidades tenha operado como uma variável de interferência nos resultados

obtidos neste estudo, visto que a presença de doenças pode alterar a qualidade do sono

(Tentindo et al., 2018; Kobayashi e Howell, 2018).

Observou-se também que, no grupo que não sofreu intervenção, foi menor a

proporção de mulheres que completaram curso de nível superior, o que poderia indicar

menor remuneração; além disso, as mudanças de vida, o sedentarismo e uso de

medicamentos tiveram maior proporção entre as mulheres do grupo que não sofreu

intervenção. Todos esses fatores poderiam interferir de forma negativa sobre a

qualidade do sono. Embora esses resultados não tenham se mostrado estatisticamente

significativos na comparação entre os grupos, sugere-se, com a devida cautela, que

poderiam ter contribuído para os resultados menos favoráveis no que concerne à

qualidade do sono do grupo que não recebeu intervenções.

Como já indicado por outros autores, a equipe de enfermagem é alvo de alto

desgaste, fadiga e alterações no sono e, ainda que na maior parte desses estudos sejam

priorizados os trabalhadores do turno noturno (Moreira, Marcondes e Geremia, 2015;

Fernandes et al., 2013), verificou-se no presente estudo que também há alto índice de

má qualidade do sono entre as trabalhadoras de turnos diurnos. De acordo com esses

resultados, e corroborando com outros autores, pode-se sugerir que diversos fatores

associados ao trabalho de enfermagem podem ter impacto negativo na qualidade do

sono, tais como situações estressantes frequentes, baixa autonomia no trabalho e

remuneração insuficiente (Moreira, Marcondes e Geremia, 2015; Freire e Costa, 2016;

Silva et al., 2016). Por outro lado, o fato de terem sido recrutadas apenas pessoas do

sexo feminino, cujo predomínio é característica também do trabalho de enfermagem,

pode ter contribuído para o elevado índice de sono de má qualidade encontrado.

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55

Faz-se ainda importante chamar a atenção para possíveis fatores associados ao

abandono do seguimento ou recusa em continuar a participação, que ocorreu com

68,6% (70) das participantes. O atendimento era realizado no posto de trabalho das

participantes, o tempo dedicado por elas para a aplicação das intervenções era inferior

a dois minutos e não houve relato de nenhum efeito colateral indesejado. A utilização

de mensagens pelo Whatsapp®, ferramenta moderna e bastante acessível de

mensagens instantâneas, para incentivo às respostas aos instrumentos de coleta de

dados e para remarcar novas datas de atendimento nos casos de falta não foi bem-

sucedida, pois as respostas por essa via, nos casos em que não foi possível o encontro

presencial, foram muito raras (menos de 5 participantes responderam os instrumentos

por esta via).

Podem-se propor alguns questionamentos a respeito, tais como: será que a

expectativa das participantes para uma intervenção em terapia complementar era para

um atendimento personalizado, com ambiente específico, preparado para esta

abordagem, e a abordagem rápida experimentada foi frustrante ou desestimulante? As

relações de trabalho e o absenteísmo poderiam ter influenciado na disponibilidade das

participantes? Poderia a participante, após percepção de melhora (ou de ausência de

melhora) decidir-se por descontinuar a participação no estudo?

A Medicina Tradicional Chinesa, assim como outras racionalidades alternativas

à ortodoxa ocidental, tem ganhado força e influência no mundo, mas sua consolidação

deve ser feita de forma cuidadosa, apoiando suas raízes e conceitos, mas com a

responsabilidade necessária para a comprovação de seus efeitos, descrição meticulosa

de seus métodos para que seja reproduzível, atingindo, assim, seu ideal popular, com

abordagem diferenciada e custo acessível, numa tentativa real de prover saúde para

todos no contexto coletivo e humanista subjetivo (Cyranoski, 2018).

Em estudos posteriores sugerimos o incremento de avaliações das dimensões

exploradas pela fenomenologia, tais como corporalidade, tempo, espaço e relações,

para melhor compreensão dos mecanismos de funcionamento e aceitação das terapias

complementares.

Entende-se que o uso de auriculoterapia chinesa para melhoria do padrão e

qualidade do sono parece ser um método complementar interessante, visto que foram

obtidos resultados indicativos de que exerçam efeito positivo na qualidade do sono e

sonolência diurna encontradas entre as trabalhadoras de enfermagem, além de não

terem sido observadas alterações consideráveis no escore do PSQI entre as

participantes que não receberam intervenção alguma. Também não foram relatados

efeitos colaterais indesejados.

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56

Sobre os florais, um ponto importante a ser avaliado futuramente em outros

estudos refere-se à possível redução do efeito dos florais pelo uso uniformizado, ou

seja, as mesmas flores para todos os indivíduos. Entendendo que seus efeitos ocorrem

sobre campo energético, e este pode estabelecer-se de formas muito diferentes, talvez

a indicação personalizada seja mais eficaz do que a protocolar para um problema global.

Nesse caso, amostras maiores também devem ser consideradas.

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LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Este estudo teve limitações, das quais se mencionam como principais as perdas

de seguimento, que resultaram em grupos de tamanho pequeno para resultados

conclusivos e a falta de controle de algumas variáveis potencialmente confundidoras,

como a presença de morbidades e a prática de atividade física.

Apesar de observarmos uma melhora clínica interessante neste estudo com as

intervenções propostas, a reprodução deste estudo em amostras maiores poderá

apresentar resultados estatísticos mais confiáveis em relação à eficácia dessas

terapêuticas testadas no contexto de sono e sonolência diurna.

Outras fragilidades foram a curta duração do seguimento e ausência de

avaliação em um intervalo de tempo maior após o término da intervenção, para melhor

observação do possível efeito diferencial dos florais e para verificação da manutenção

do efeito.

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CONCLUSÃO

O efeito de pastilhas de silício, secas ou embebidas em florais de Bach,

aplicadas nos pontos de auriculoterapia chinesa previstos para distúrbios do sono, foi

comparado em mulheres trabalhadoras da equipe de enfermagem dispostas

aleatoriamente em três grupos: Grupo Experimental Seco – pastilhas de silício secas;

Grupo Experimental Úmido – pastilhas de silício embebidas em florais de Bach; e um

grupo que não recebeu intervenção. Os resultados obtidos permitiram concluir que:

- não houve diferença significativa nos escores médios de qualidade do sono e

de sonolência diurna na comparação entre os três grupos, antes da intervenção e após

a mesma;

- não houve diferença significativa nos escores médios de qualidade do sono e

de sonolência diurna, ao comparar cada grupo antes e após a realização da intervenção.

- houve redução de cerca de três pontos no escore médio do PSQI-BR após a

intervenção para as mulheres dos dois grupos experimentais, o que sugere melhora da

qualidade do sono nesses grupos.

- houve acentuada variabilidade interindividual intragrupos, verificando-se

melhora dos escores individuais do PSQI-BR para 46,2% das mulheres do Grupo

Experimental Seco e 53,3% das mulheres do Grupo Experimental Úmido.

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64

APÊNDICE 1– Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

PASTILHAS DE SILÍCIO E FLORAIS DE BACH NA AURICULOTERAPIA

CHINESA PARA TRATAMENTO DA INSÔNIA

Pesquisador responsável: Sheila Katia Cozin Nosow Número do CAAE: 56895716.6.0000.5404

Você está sendo convidado a participar como voluntário de um estudo. Este documento, chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, visa assegurar seus direitos como participante e é elaborado em duas vias, uma que deverá ficar com você e outra com o pesquisador. Por favor, leia com atenção e calma, aproveitando para esclarecer suas dúvidas. Se houver perguntas antes ou mesmo depois de assiná-lo, você poderá esclarecê-las com o pesquisador. Se preferir, pode levar para casa e consultar seus familiares ou outras pessoas antes de decidir participar. Se você não quiser participar ou retirar sua autorização, a qualquer momento, não haverá nenhum tipo de penalização ou prejuízo. Justificativa e objetivos: Este estudo pretende avaliar o efeito das pastilhas de silício aplicadas em pontos de auriculoterapia chinesa previstos para distúrbios do sono, associadas ou não aos florais de Bach em uso tópico, sobre a Qualidade do Sono de trabalhadores da equipe de Enfermagem em horário fixo diurno. Procedimentos: Participando do estudo você está sendo convidado a: inicialmente responder a perguntas de um instrumento que avalia a qualidade do sono (PSQI-BR) e, se atingir a pontuação compatível à má Qualidade do Sono (> 5 pontos), a participar de oito atendimentos, um a cada 3 ou 4 dias, para tratamento com auriculoterapia chinesa, utilizando para isso pastilhas de algodão com menos de 6mm que serão colocadas em pontos específicos de uma de suas orelhas, sendo trocadas duas vezes por semana por novas. No primeiro atendimento será ainda realizada a avaliação da sonolência diurna e levantamento de questões socioeconômicas e de morbidade e no último atendimento, bem como três meses após essa data, será realizada mais uma vez a avaliação da qualidade do sono e de sonolência diurna para saber da durabilidade do efeito observado com a intervenção aqui proposta, seja qual for o efeito observado.

Observações:

Serão realizados oito atendimentos, uma a cada três ou quatro dias, por quatro semanas seguidas, em dias pré-agendados com cada participante no momento do atendimento anterior (durante ou não do horário de trabalho do mesmo, mas sempre no prédio do local de trabalho dos mesmos), sendo descontinuados da pesquisa os participantes que não conseguirem cumprir esta frequência.

Cada participante será alocado em um dos três grupos de pesquisa possíveis neste projeto, cada qual com uma proposta, mas com teores diversos, sendo dois desses grupos direcionados a tratamentos propostos e um sem intervenção. Ao fim dos oito atendimentos propostos, todos os participantes do grupo sem intervenção e do grupo de intervenção com pior desenvoltura serão convidados a receberem o tratamento intencional funcional.

Estima-se para o atendimento inicial e final cerca de 15 minutos (tempo para a execução do tratamento proposto e para o participante responder ao questionário) e para os demais seis atendimentos cerca de um minuto (tempo para a execução do tratamento proposto somente).

Desconfortos e riscos: Os desconfortos e riscos são mínimos. Apesar de não haver trabalhos que já tenham testado o uso de pastilhas de silício associadas a florais, existe a possibilidade de que algumas pessoas desenvolvam alergia à fita adesiva transparente ou ao silício (componente das pastilhas). Nesse caso o estudo será imediatamente descontinuado para o indivíduo acometido, bem como indicado o melhor tratamento ou necessidade de atendimento médico para possíveis

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alterações de pele inflamatórias que podem acontecer em rejeição ao material utilizado para a intervenção. Benefícios: Não está confirmado que a intervenção traga realmente melhoras para a qualidade do sono. Esta pesquisa busca de forma pioneira avaliar os efeitos da auriculoterapia chinesa com pastilhas de silício e florais, que, se apresentarem bom desempenho, podem constituir uma intervenção eficiente e acessível para a melhoria do sono de trabalhadores de enfermagem, com poucos ou nenhum efeito indesejável, podendo contribuir para um melhor desempenho profissional e qualidade de vida desses indivíduos. Acompanhamento e assistência: Ao fim dos oito atendimentos propostos, todos os participantes do grupo sem intervenção e do grupo de intervenção com pior desenvoltura serão convidados a receberem o tratamento intencional funcional, a fim de que todos tenham acesso igualitário a esta oportunidade. No caso de participantes que venham a apresentar algum desconforto após o início dos atendimentos por esta pesquisa, serão esclarecidos sobre a necessidade de descontinuidade de sua participação, bem como indicado o melhor tratamento ou necessidade de atendimento médico para possíveis alterações de pele inflamatórias que podem acontecer em rejeição ao material utilizado para a intervenção. Sigilo e privacidade: Você tem a garantia de que sua identidade será mantida em sigilo e nenhuma informação será dada a outras pessoas que não façam parte da equipe de pesquisadores. Na divulgação dos resultados desse estudo, seu nome não será citado. Ressarcimento: Sua participação nesta pesquisa NÃO prevê nenhum ressarcimento ou ajuda de custo, sendo ela realizada, por conta disso, nos dias e horários mais apropriados a cada participante. Contato: Em caso de dúvidas sobre o estudo, você poderá entrar em contato com o pesquisador pelo email [email protected] ou com a orientadora do estudo, no telefone (19)3521-8823.

Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação e sobre questões éticas do estudo, você pode entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNICAMP: Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP; telefone (19) 3521-8936; fax (19) 3521-7187; e-mail: [email protected] Consentimento livre e esclarecido:

Após ter sido esclarecimento sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar, aceito participar:

Nome do(a) participante: ________________________________________________________ _______________________________________________ Data: ____/_____/______ Assinatura do participante Responsabilidade do Pesquisador:

Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido uma cópia deste documento ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo CEP perante o qual o projeto foi apresentado e pela CONEP, quando pertinente. Comprometo-me a utilizar os dados obtidos nesta pesquisa exclusivamente para as finalidades previstas neste documento ou conforme o consentimento dado pelo participante.

______________________________________________________ Data: 01/06/2017

(Assinatura do pesquisador)

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APÊNDICE 2 – Questionário de caracterização sociodemográfica e clínica

Data avaliação inicial: _____/______/_______

Data 1ª intervenção:_____/______/_______

Data 2ª intervenção:_____/______/_______

Data 3ª intervenção:_____/______/_______

Data 4ª intervenção:_____/______/_______

Data 5ª intervenção:_____/______/_______

Data 6ª intervenção:_____/______/_______

Data 7ª intervenção:_____/______/_______

Data avaliação final:_____/______/_______

Identificação do sujeito:_________________________________________________

Idade:________anos Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Estado civil:( )Casado(a) ( )União Estável ( )Solteiro(a) ( )Divorciado(a) ( )Viúvo(a)

Com quem reside: _____________________________________________________

Ocupação:_________________________ Escolaridade:______________________

Horário de trabalho:____________________

Apresenta alguma morbidade?

( ) HAS

( ) DM

( ) Dor aguda / crônica

( ) Enxaqueca

( ) Doença Renal

( ) Doença Cardíaca

( ) Doença Hepática

( ) Doença Psiquiátrica

( ) Doença Endócrina

( ) Câncer

( ) Doença Osteomusculares

( ) Outras _______________________

Quando você começou a ter dificuldade para dormir? _______________________

Nesta ocasião...

Você se sentia estressado/preocupado? ( ) Sim ( ) Não

Passou por alguma mudança significativa de vida (mudança de casa, de emprego, de

profissão, de fase de vida)? ( ) Sim ( ) Não - Se sim, qual?_____________________

É fumante? ( ) Sim ( ) Não

Ingere bebidas que contenham cafeína diariamente? ( ) Sim ( ) Não

Faz algum tipo de atividade física por mais de 30 minutos por dia, por pelo menos

4 dias na semana? ( ) Sim ( ) Não

Quanto tempo antes de dormir você se alimenta pela última vez? _________horas

Faz uso de alguma medicação ou tratamento para a insônia? ( ) Sim ( ) Não -

Se sim, qual?__________________________________________________________

Gostaria de fazer alguma consideração sobre seu sono? ____________________

_____________________________________________________________________

Contatos do participante:

( ) __________-__________

( ) __________-__________

e-mail:_______________________________

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APÊNDICE 3 – Protocolo de Atendimento da Pesquisa

Divulgação do estudo

• Divulgamos o estudo através do setor de Educação Continuada da Enfermagem do hospital, que passou para os supervisores de área sobre o estudo, que, por sua vez, replicou nas unidades de atendimentos em que eram responsáveis, dizendo sobre a possível abordagem da pesquisadora nos próximos dias.

Abordagem inicial

• A pesquisadora responsável pela abordagem e aplicação dos experimentos foi uma semana após o inicio da divulgação unidade por unidade, começando pelas unidades de internação proximais (ficavam no mesmo andar ou na mesma ala do prédio) e 15 dias após o inicio aproximadamente nas unidades de terapia intensiva (que ficavam em outra ala do hospital, mas eram proximais entre si.

• A pesquisadora explicava o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), façando sobre os objetivos da pesquisa.

• Quem se interessava respondia imediatamente, na propria unidade de atendimento que trabalhava ao PSQI-BR e o TCLE, e era orientado que a pesquisadora retornaria ainda mesma semana para o primeiro atendimento dos que apresentassem má qualidade do sono (a indicação se a participante era elegivel foi feita por mensagem pelo celular).

Cálculo e classificação do

escore do PSQI-BR

• Os instrumentos de PSQI-BR preenchidos eram tabulados no final do mesmo dia e calculado seu escore total e parciais, além de já realizar a classificação em boa ou mã qualidade do sono, em planilha do excel programada com fórmulas para receber estes dados e já realizar os cálculos automaticamente. Estas fórmulas encontram-se no site oficial do instrumento em sua versão original (http://www.sleep.pitt.edu/research/instruments.html).

•As participantes com má qualidade do sono pela classificação do escore obtido pelas respostas ao PSQI-BR eram alocadas nos grupos de estudo segundo randomização realizada pelo programa "Randomization", respeitando o numero de identificação em ordem cresente dado a cada questionário respondido, pela ordem em que eram respondidos.

•As participantes que se alocavam em algum dos dois grupos de intervenção eram avisadas por mensagem de celular e combinada a data do primeiro atendimento. As participantes que foram alocadas no grupo sem intervenção eram avisadas também por mensagem que assim que houvesse a possibilidade de serem encaixadas na agenda de atendimento, seriam novamente contatadas.

Primeiro atendimento

• A pesquisadora, após agendamento por mensagem do celular, encontrava-se com cada participante no local (unidade) em que trabalhava.

• Neste primeiro atendimento era solicitado à participante o preenchimento do instrumentos de sonolência diurna (ESS-BR) e o questionário sociodemográfico construido pelas autoras.

• Após o preenchimento, a pesquisador olhava na lista que guaradava consigo em qual dos dois grupos a participantes estava alocada e eram colocadas as pastilhas de silicio na participante nos pontos especificos da orelha, de acordo com o grupo em que estava alocada (foram feitas por outro enfermeiro especialista em acupuntura duas placas contendo as pastilhas de silicio, já com o adesivo a ser colado na pele, cada uma com uma letra codificando o grupo, que eram as mesmas letras que foram designadas aos dois grupos de intervenção. Somente este enfermeiro sabia qual eram cada um dos dois grupos para que pudesse preparar a intervenção). As pastilhas eram aplicadas sobre a pele após limpeza com alcool 70% e algodão, para retirar sujidades e oleosidade, melhorando a aderencia do esparadrapo.

Atendimentos subsequentes

• Todos os atendimentos subsequentes eram pré-agendados no ultimo atendimento realizado.

• Novamente a pesquisadora se encontrava com a participante no local em que a ultima trabalhava (unidade de internação) e as pastilhas anteriores eram retiradas e novas eram colocadas no lugar, realizando-se limpeza da orelha com alcool e algodão antes de colocar as novas pastilhas (estes atendimentos duravam em torno de 2 minutos cada).

Último

atendimento

• No ultimo atendimento, seguindo o pré-agendamento realizado no último encontro, a participante respondia novamente aos instrumentos PSQI-BR e ESS-BR, e se houvesse interesse, eram trocadas as pastilhas antigas por novas.

•Este atendimento, assim como o primeiro, durava em torno de 5 minutos.

•No fim do dia eram tabuladas as respostas obtidas, evitando perda de informação.

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ANEXO I – Parecer Consubstanciado do CEP

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ANEXO II – Autorização para a realização do estudo pelo local de coleta

da dados

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ANEXO III - Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh - PSQI

Instruções: As seguintes perguntas são relativas aos seus hábitos usuais de sono

durante o último mês somente. Suas respostas devem indicar a lembrança mais exata

da maioria dos dias e noites no último mês. Por favor, responda a todas as perguntas.

1. Durante o mês passado, a que horas você foi deitar à noite, na maioria das vezes?

Hora usual de deitar________________

2. Durante o mês passado, quanto tempo (em minutos) você demorou para pegar no

sono na maioria das vezes?

Número de minutos ________________

3. Durante o mês passado, a que horas você geralmente levantou de manhã.

Hora usual de levantar_________________

4. Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu? (pode ser

diferente do número de horas que você ficou na cama)

Horas de sono por noite ________________

Para cada uma das questões seguintes, escolha uma única resposta, que você ache

mais correta. Por favor, responda todas as questões.

5. Durante o mês passado, com que frequência você teve dificuldade de dormir porque

você...

a) Não conseguiu adormecer em até 30 minutos

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

b) Acordou no meio da noite ou muito cedo pela manhã

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

c) Precisou levantar para ir ao banheiro

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

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d) Teve dificuldade para respirar

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

e) Tossiu ou roncou alto

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

f) Sentiu muito frio

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

g) Sentiu muito calor

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

h) Teve sonhos ruins ou pesadelos

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

i) Sentiu dores

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

j) Outra(s) razão(ões), por favor descreva:______________________

_______________________________________________________________

Com que frequência você teve dificuldade para dormir devido a esta razão:

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

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6. Durante o mês passado como você classificaria a qualidade do seu sono de uma

maneira geral?

( ) Muito boa

( ) Boa

( ) Ruim

( ) Muito ruim

7. Durante o mês passado com que frequência você tomou medicamento (prescrito ou

“por conta própria”) para lhe ajudar a dormir?

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

8. Durante o mês passado, com que frequência você teve problemas para ficar acordado

enquanto dirigia, comia ou participava de uma atividade social (festa, reunião de amigos,

trabalho ou estudo)

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

9. Durante o mês passado, você sentiu indisposição ou falta de ânimo para realizar suas

atividades diárias?

( ) Nenhuma indisposição nem falta de ânimo

( ) Pequena indisposição e falta de ânimo

( ) Moderada indisposição e falta de ânimo

( ) Muita indisposição e falta de ânimo

10. Você tem um(a) parceiro(a) ou colega de quarto?

( ) Não

( ) Parceiro ou colega, mas em outro quarto

( ) Parceiro no mesmo quarto, mas não na mesma cama

( ) Parceiro na mesma cama

Se você tem um(a) parceiro(a) ou colega de quarto, pergunte a ele(a) com que

frequência no último mês você teve...

a) Ronco alto:

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

b) Longas paradas na respiração enquanto dormia:

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

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c) Contrações ou puxões nas pernas enquanto você dormia:

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

d) Episódios de desorientação ou de confusão durante o sono:

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

e) Outras alterações (inquietações) enquanto você dorme; por favor,

descreva:_______________________________________________________

( ) Nenhuma no último mês

( ) Menos de 1 vez por semana

( ) 1 ou 2 vezes por semana

( ) 3 ou mais vezes por semana

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ANEXO IV - Escala de sonolência de Epworth versão em Português do

Brasil (ESS-BR)

Qual a probabilidade de vocês cochilar ou dormir, e não apenas se sentir cansado, nas seguintes

situações? Considere o modo de vida que você tem levado recentemente. Mesmo que você não

tenha feito algumas dessas coisas recentemente, tente imaginar como elas te afetariam. Escolha

o número mais apropriado para responder cada questão:

0 = nunca cochila 1 = pequena probabilidade de cochilar 2 = probabilidade média de cochilar 3 = grande probabilidade de cochilar

Situação Probabilidade de Cochilar

Sentado e lendo 0 1 2 3

Assistindo TV 0 1 2 3

Sentado, quieto, em um lugar público (por exemplo, teatro, reunião ou palestra)

0 1 2 3

Andando de carro por uma hora sem parar, como passageiro 0 1 2 3

Ao deitar-se à tarde para descansar, quando possível 0 1 2 3

Sentado conversando com alguém 0 1 2 3

Sentado quieto após o almoço sem bebida de álcool 0 1 2 3

Em um carro parado no trânsito por alguns minutos 0 1 2 3