eia - rima - 2ª ponte br-py - progaia

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1 Estudo de Impacto Ambiental - EIA Acesso à Segunda Ponte Internacional entre Brasil (Foz do Iguaçu) e Paraguai (Presidente Franco) SUMÁRIO 1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................ 13 O acesso à Segunda Ponte Internacional entre o Brasil e o Paraguai.......................................................... 13 A Ponte da Amizade e a relação entre Brasil e Paraguai ............................................................................. 13 Plano de Aceleração do Crescimento - PAC ................................................................................................ 17 Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional Suramericana - IIRSA ..................................... 18 A Inserção da Ponte no Contexto da IIRSA .................................................................................................. 20 Acordo Internacional ................................................................................................................................... 25 A Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia ....................................................................................................... 25 Metodologia Geral aplicada aos estudos pela PROGAIA Engenharia e Meio Ambiente Ltda. .................... 26 1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR, DA EMPRESA CONSULTORA E DA EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELOS ESTUDOS . 28 1.1.1. Empreendedor............................................................................................................................. 28 1.1.2. Empresa Consultora .................................................................................................................... 28 1.1.3. Equipe técnica multidisciplinar ................................................................................................... 29 1.2. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO .............................................................................................................. 31 1.2.1. Localização e Inserção Geográfica .............................................................................................. 31 1.2.2. Descrição das Obras/Método Construtivo .................................................................................. 34 1.2.2.1. Características do Acesso à Segunda Ponte ........................................................................................... 34 1.2.2.2. Centros de Fronteira............................................................................................................................... 44 Funcionamento dos Centros de Fronteira ................................................................................................... 44 Partido Arquitetônico .................................................................................................................................. 45 Centro de Fronteira com o Paraguai ........................................................................................................... 48 Centro de Fronteira com a Argentina .......................................................................................................... 53 1.3. JUSTIFICATIVA TÉCNICA, ECONÔMICA E SOCIAL............................................................................................... 57 1.3.1. Objetivos do Empreendimento.................................................................................................... 57 1.3.1.1. Justificativas para o Empreendimento ................................................................................................... 58 1.3.2. Alternativas Locacionais e Tecnológicas ..................................................................................... 60 1.3.3. Saúde do Trabalhador ................................................................................................................. 64 1.4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO........................................................................................................ 65 1.4.1. Área Diretamente Afetada (ADA) ....................................................................................................... 65 1.4.2. Área de Influência Direta (AID) ........................................................................................................... 65 1.4.3. Área de Influência Indireta (AII) .......................................................................................................... 65 2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL .................................................................................................................... 67 2.1. MEIO FÍSICO............................................................................................................................................ 67 2.1.1. Caracterização Climática e Meteorológica ................................................................................. 67 2.1.1.1. Temperatura ................................................................................................................................................. 67 2.1.1.2. Pluviometria .................................................................................................................................................. 68 2.1.1.3. Umidade Relativa do Ar ................................................................................................................................ 71 2.1.1.4. Direção dos Ventos ....................................................................................................................................... 72 2.1.2. Qualidade do Ar .......................................................................................................................... 74 2.1.2.1. Particulados ............................................................................................................................................ 75 2.1.2.2. Gases ...................................................................................................................................................... 75 2.1.2.3. Líquidos .................................................................................................................................................. 76 2.1.2.4. Fontes de Poluição do Ar ........................................................................................................................ 77 2.1.3. Ruído ........................................................................................................................................... 78

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

SUMÁRIO

1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................ 13

O acesso à Segunda Ponte Internacional entre o Brasil e o Paraguai.......................................................... 13 A Ponte da Amizade e a relação entre Brasil e Paraguai ............................................................................. 13 Plano de Aceleração do Crescimento - PAC ................................................................................................ 17 Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional Suramericana - IIRSA ..................................... 18 A Inserção da Ponte no Contexto da IIRSA .................................................................................................. 20 Acordo Internacional ................................................................................................................................... 25 A Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia ....................................................................................................... 25 Metodologia Geral aplicada aos estudos pela PROGAIA Engenharia e Meio Ambiente Ltda. .................... 26

1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR, DA EMPRESA CONSULTORA E DA EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELOS ESTUDOS . 28

1.1.1. Empreendedor............................................................................................................................. 28

1.1.2. Empresa Consultora .................................................................................................................... 28

1.1.3. Equipe técnica multidisciplinar ................................................................................................... 29

1.2. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO .............................................................................................................. 31

1.2.1. Localização e Inserção Geográfica .............................................................................................. 31

1.2.2. Descrição das Obras/Método Construtivo .................................................................................. 34 1.2.2.1. Características do Acesso à Segunda Ponte ........................................................................................... 34 1.2.2.2. Centros de Fronteira............................................................................................................................... 44

Funcionamento dos Centros de Fronteira ................................................................................................... 44 Partido Arquitetônico .................................................................................................................................. 45 Centro de Fronteira com o Paraguai ........................................................................................................... 48 Centro de Fronteira com a Argentina .......................................................................................................... 53

1.3. JUSTIFICATIVA TÉCNICA, ECONÔMICA E SOCIAL............................................................................................... 57

1.3.1. Objetivos do Empreendimento.................................................................................................... 57 1.3.1.1. Justificativas para o Empreendimento ................................................................................................... 58

1.3.2. Alternativas Locacionais e Tecnológicas ..................................................................................... 60

1.3.3. Saúde do Trabalhador ................................................................................................................. 64

1.4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................................ 65

1.4.1. Área Diretamente Afetada (ADA) ....................................................................................................... 65

1.4.2. Área de Influência Direta (AID) ........................................................................................................... 65

1.4.3. Área de Influência Indireta (AII) .......................................................................................................... 65

2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL .................................................................................................................... 67

2.1. MEIO FÍSICO ............................................................................................................................................ 67

2.1.1. Caracterização Climática e Meteorológica ................................................................................. 67 2.1.1.1. Temperatura ................................................................................................................................................. 67 2.1.1.2. Pluviometria .................................................................................................................................................. 68 2.1.1.3. Umidade Relativa do Ar ................................................................................................................................ 71 2.1.1.4. Direção dos Ventos ....................................................................................................................................... 72

2.1.2. Qualidade do Ar .......................................................................................................................... 74 2.1.2.1. Particulados ............................................................................................................................................ 75 2.1.2.2. Gases ...................................................................................................................................................... 75 2.1.2.3. Líquidos .................................................................................................................................................. 76 2.1.2.4. Fontes de Poluição do Ar ........................................................................................................................ 77

2.1.3. Ruído ........................................................................................................................................... 78

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

2.1.3.1. Metodologia Aplicada............................................................................................................................. 79 2.1.3.2. Atividades Realizadas ............................................................................................................................. 81 2.1.3.3. Relação da Obra com a Emissão de Ruídos ............................................................................................ 92

2.1.4. Topografia................................................................................................................................... 97

2.1.5. Geologia e Geomorfologia .......................................................................................................... 98 2.1.5.1. Geologia Regional ................................................................................................................................... 98 2.1.5.2. Geologia e Geomorfologia Locais. ........................................................................................................ 104 2.1.5.3. Geologia Local ...................................................................................................................................... 105

a. Caracterização Geológica das Áreas de Influência. ................................................................................... 106 2.1.5.4. Geomorfologia Local ............................................................................................................................ 111 2.1.5.5. Avaliação das Características Geotécnicas dos Terrenos Atingidos Diretamente pelas Obras. ........... 119 2.1.5.6. Áreas de Apoio e Jazidas. ..................................................................................................................... 122

Substâncias de emprego imediato na construção civil. ............................................................................. 123 Material Pétreo (rochas) ........................................................................................................................... 123 Material Terrígeno (solo/argilas/areias).................................................................................................... 127 Áreas de Bota Fora. ................................................................................................................................... 135

2.1.6. Pedologia .................................................................................................................................. 144 2.1.6.1– Mapeamento dos Tipos de Solo ................................................................................................................. 144 2.1.6.2. Grau de Erodibilidade ................................................................................................................................. 148 2.1.6.3. Vulnerabilidade Ambiental dos Solos ......................................................................................................... 153 2.1.6.4 – Práticas de Conservação Adotadas nsa Áreas de Influência ..................................................................... 155

2.1.7. Recursos Hídricos ...................................................................................................................... 157 2.1.7.1. Enquadramento dos Corpos Hídricos em Classes de Uso ..................................................................... 159 2.1.7.2 Monitoramento da Qualidade da Água ....................................................................................................... 162 2.1.7.3 Parâmetros Utilizados para o Relatório ....................................................................................................... 165 2.1.7.4 Análise dos Resultados ................................................................................................................................ 166 1.1.7.5 Fontes de Poluição ....................................................................................................................................... 169

2.1.8. Fisiografia Fluvial ...................................................................................................................... 170 2.1.8.1. Dados Fluviométricos ........................................................................................................................... 171

Localização dos Postos Fluviométricos ....................................................................................................... 176 2.1.8.2. Influência das Cheias do Rio Iguaçu nos Níveis .................................................................................... 176 2.1.8.3. Hidrogramas das Maiores Cheias ......................................................................................................... 178 2.1.8.4. Hidrograma Da Cheia Excepcional De 1983 .......................................................................................... 179 2.1.8.5. Vazões Naturais Na Barragem De Itaipu ............................................................................................... 179 2.1.8.6. Estudo De Níveis D’água ....................................................................................................................... 180

Dados Fluviométricos ................................................................................................................................ 180 Cotas médias mensais ............................................................................................................................... 180 Níveis máximos Anuais x Período de Retorno ........................................................................................... 181 Níveis Sazonais x Período de Retorno ....................................................................................................... 182 Permanência dos Níveis ............................................................................................................................ 183 Número De Dias Com Sobrelevação Dos Níveis ........................................................................................ 184 Frequência das Sobrelevações .................................................................................................................. 186 Análise da cota 108 ................................................................................................................................... 187 Visualização das Estacas dos Blocos .......................................................................................................... 189 Níveis para navegação ............................................................................................................................... 190 Níveis Máximos Esperados ........................................................................................................................ 191 Vazões Máximas Esperadas ....................................................................................................................... 192 Níveis e Vazões de Projeto ........................................................................................................................ 193 Modelo Utilizado nas Simulações .............................................................................................................. 194 Resultados do modelo ............................................................................................................................... 194

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2.2. MEIO BIÓTICO ....................................................................................................................................... 198

2.2.1. Flora .......................................................................................................................................... 198 2.2.1.1. Caracterização da Vegetacão ............................................................................................................... 198

Floresta Estacional Semidecidual .............................................................................................................. 198 Formações Pioneiras com Influência Fluvial (Várzeas Aluviais) ................................................................. 200

2.2.1.2. Metodologia Aplicada........................................................................................................................... 201 2.2.1.3. Resultados Obtidos ............................................................................................................................... 202 2.2.1.4. Conclusões e Considerações Finais ....................................................................................................... 219

2.2.2. Fauna ........................................................................................................................................ 219 2.2.2.1. Ictiofauna.............................................................................................................................................. 219

Metodologia aplicada ................................................................................................................................ 220 Detalhamento do Esforço Amostral da Ictiofauna .................................................................................... 227 Tabela-resumo da Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna ................................. 228 Detalhamento do Esforço Amostral .......................................................................................................... 229 Composição regional da ictiofauna ........................................................................................................... 230 Caracterização da ictiofauna na área do empreendimento ...................................................................... 232 Espécies raras e ameaçadas ...................................................................................................................... 252 Discussão ................................................................................................................................................... 253

2.2.2.2. Mastofauna .......................................................................................................................................... 255 Metodologia Aplicada ............................................................................................................................... 256 Tabela-resumo da Caracterização/descrição dos pontos de Amostragem da fauna ................................ 261 Detalhamento do Esforço Amostral .......................................................................................................... 262 Resultados e Discussão ............................................................................................................................. 264 Espécies Ameaçadas de Extinção .............................................................................................................. 278 Espécies-chaves ......................................................................................................................................... 282

2.2.2.3. Avifauna ...................................................................................................................................................... 283 Metodologia Aplicada ............................................................................................................................... 285 Tabela -resumo da Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna ................................ 287 Detalhamento do Esforço Amostral .......................................................................................................... 288 Resultados ................................................................................................................................................. 288 Espécies Relevantes à Conservação .......................................................................................................... 297

2.2.2.4. Herpetofauna .............................................................................................................................................. 301 Metodologia Aplicada ............................................................................................................................... 317 Tabela-resumo da caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna ................................. 324 Detalhamento do Esforço Amostral .......................................................................................................... 324 Resultados e Discussão ............................................................................................................................. 325 Conclusões e Considerações Finais ........................................................................................................... 328 Quadro Geral de Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna ................................... 329

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FIGURAS

FIGURA 1. VISTA DA PONTE DA AMIZADE ....................................................................................................................... 16

FIGURA 2. PONTE DA AMIZADE E SEUS ACESSOS EM LADO BRASILEIRO. EM PRIMEIRO PLANO, BR-277/PR ................................ 16

FIGURA 3. REGIÃO FRONTEIRIÇA. EM PRIMEIRO PLANO, COMÉRCIO INTENSO EM LADO BRASILEIRO. AO FUNDO, EDIFICAÇÕES EM LADO

PARAGUAIO. ..................................................................................................................................................... 16

FIGURA 4. AO FUNDO PONTE DA AMIZADE, LIGANDO O BRASIL AO PARAGUAI. OBSERVA-SE UM ENORME CONGESTIONAMENTO DE

VEÍCULOS AO LONGO DE TODA A EXTENSÃO DA PONTE. ............................................................................................. 16

FIGURA 5. BR-277/PR ACESSO À PONTE DA AMIZADE, EM LADO BRASILEIRO, NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU. ...................... 17

FIGURA 6. INDICAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL BRASIL-PARAGUAI NO PLANO DE ACELERAÇÃO DO

CRESCIMENTO - PAC ......................................................................................................................................... 18

FIGURA 7. EIXOS DE INTEGRAÇÃO VINCULADOS AO BRASIL. ................................................................................................ 19

FIGURA 8. LOCALIZAÇÃO DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. RESSALTA-SE A POSSIBILIDADE DE INTERLIGAÇÃO ENTRE O OCEANO ATLÂNTICO E

PACÍFICO, BEM COMO A POSSIBILIDADE DE TRANSPORTE DE BENS E SERVIÇOS PELOS DIVERSOS MODAIS DISPONÍVEIS AO LONGO

DO EIXO. ......................................................................................................................................................... 21

FIGURA 9. DISPOSIÇÃO DOS GRUPOS DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. ........................................................................................ 23

FIGURA 10. DISPOSIÇÃO DOS PROJETOS RELACIONADOS AO GRUPO3 DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. .............................................. 24

FIGURA 11. FIGURA DE LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO. FONTE: VETEC, 2010. ............................................................ 32

FIGURA 12. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO. FONTE: PROGAIA, 2010. ...................................................................... 33

FIGURA 13. CROQUI DO CENTRO DE FRONTEIRA DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL ENTRE O BRASIL E O PARAGUAI. ................ 45

FIGURA 14. COBERTURA DO CENTRO DE FRONTEIRA ......................................................................................................... 46

FIGURA 15. CENTROS DE FRONTEIRA DO PARAGUAI ......................................................................................................... 47

FIGURA 16. MODELO DO CENTRO DE FRONTEIRA A SER IMPLANTADO NA SEGUNDA PONTE BRASIL - PARAGUAI ........................... 47

FIGURA 17. CENTRO DE FRONTEIRA............................................................................................................................... 47

FIGURA 18. ETAPA 1 DO CENTRO DE FRONTEIRA DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL ENTRE BRASIL E PARAGUAI. ..................... 49

FIGURA 19. ETAPA 2 DO CENTRO DE FRONTEIRA DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL BRASIL – PARAGUAI. .............................. 50

FIGURA 20. ESTRUTURAS ADICIONAIS DO CENTRO DE FRONTEIRA ........................................................................................ 52

FIGURA 21. VISÃO DE COMO SERÁ A SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL ................................................................................ 53

FIGURA 22. CENTRO DE FRONTEIRA BRASIL - ARGENTINA .................................................................................................. 53

FIGURA 23. VISTA DA ESTRUTURA PARA ATENDIMENTO DE ÔNIBUS DE TURISMO .................................................................... 55

FIGURA 24. VISTA DA PARTE INTERNA DO CENTRO DE FRONTEIRA DESTINADA À FISCALIZAÇÃO DE VEÍCULOS DE PASSEIO E MOTOS. ... 55

FIGURA 25. VISTA DA COBERTURA DO CONJUNTO............................................................................................................. 56

FIGURA 26. LOCALIZAÇÃO DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL BRASIL – PARAGUAI, CONTEXTUALIZANDO COM A PONTE DA

AMIZADE, A PONTE TANCREDO NEVES, A BR-277-PR E O ACESSO À PONTE EM LADO BRASILEIRO. ................................... 58

FIGURA 27. ALTERNATIVAS DE TRAÇADO PROPOSTAS PELA ENGEMIM, EM 2005. ................................................................ 61

FIGURA 28. ALTERNATIVA VETEC DESTACADA EM VERDE. ................................................................................................. 63

FIGURA 29. ÁREAS DE INFLLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. ............................................................................................... 66

FIGURA 30. COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA MÉDIA, MÍNIMA E MÁXIMA MENSAIS, MUNIC. DE FOZ DO IGUAÇU. FONTE:

MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA. DESTACAMENTO DE PROTEÇÃO AO VÔO DE FOZ DO IGUAÇU. .......................................... 68

FIGURA 31. DISTRIBUIÇÃO ANUAL DAS MÉDIAS MENSAIS PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR. FONTE: MINISTÉRIO DA

AERONÁUTICA. DESTACAMENTO DE PROTEÇÃO AO VÔO DE FOZ DO IGUAÇU. ............................................................... 69

FIGURA 32. BALANÇO HÍDRICO PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU - PR. FONTE: EMBRAPA – 2009. ............................... 70

FIGURA 33. EXTRATO DO BALANÇO HÍDRICO MENSAL MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU – PR. ................................................ 70

FIGURA 34. CARACTERIZAÇÃO HÍDRICA AO LONGO DO ANO DE 2009 PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU – PR. .................. 71

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

FIGURA 35. DISTRIBUIÇÃO ANUAL DAS MÉDIAS MENSAIS DE UMIDADE RELATIVA DO AR PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU - PR.

FONTE: MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA. DESTACAMENTO DE PROTEÇÃO AO VÔO DE FOZ DO IGUAÇU. ............................... 72

FIGURA 36. MAPA DE VENTOS DO BRASIL. ...................................................................................................................... 74

FIGURA 37. BR-277/PR - COORD: L – 749774/S – 7178182 ........................................................................................ 81

FIGURA 38. ÁREA COM BAIXA DENSIDADE HABITACIONAL. COORD: L – 748935/N – 7176489 ........................................... 83

FIGURA 39. ÁREA PRÓXIMA AO BAIRRO JARDIM EUROPA. COORD: L – 748661/S – 7175634 ............................................... 84

FIGURA 40 ÁREA PRÓXIMA AO BAIRRO MUTIRÃO. COORD: L – 748390/S – 7174143 ......................................................... 84

FIGURA 41. AV. REPÚBLICA ARGENTINA; PROXIMIDADES DO LOTEAMENTO RESIDENCIAL COORD: L – 748225/S – 7173350 ....... 85

FIGURA 42. AV. FELIPE WANDESCHEER, PRÓXIMO AOS BAIRROS JARDIM COPACABANA E JARDIM RESIDENCIAL. COORD: L –

747669/S – 7171915 ..................................................................................................................................... 86

FIGURA 43. BAIRRO JARDIM VITÓRIA. COORD: L – 747502/S – 7171135 ......................................................................... 87

FIGURA 44. ÁREA PREDOMINANTEMENTE RURAL. COORD: L – 746945/S – 7170469 .......................................................... 88

FIGURA 45. AVENIDA DAS CATARATAS; TREVO DA BR 469; ACESSO AO AEROPORTO DE FOZ DO IGUAÇU E À AVENIDA MERCOSUL;

ACESSO À CIDADE DE PORTO IGUAÇU. COORD: L – 746012/S – 7169139 ................................................................. 89

FIGURA 46. AVENIDA MERCOSUL. COORD: L – 744650/S – 7168243 ........................................................................... 90

FIGURA 47. A IMAGEM AO LADO RETRATA O PONTO DE NÚMERO 11. COORD: L – 742909/S – 7167733 ................................ 91

FIGURA 48. BR-277/PR. COORD: L – 745009/S – 7176301 ......................................................................................... 92

FIGURA 49. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EM FUNÇÃO DO FLUXO DE VEÍCULOS ........................................................................ 95

FIGURA 50. DECAIMENTO DO NPS EM FUNÇÃO DA DISTÂNCIA AO CENTRO DA PISTA. .............................................................. 96

FIGURA 51. VISTA DAS QUEBRAS DE RELEVO AO FUNDO DA PAISAGEM NAS MARGENS DO RIO PARANÁ. ...................................... 98

FIGURA 52. RELEVO LEVEMENTE ONDULADO, É POSSÍVEL OBSERVAR QUE NÃO HÁ ONDULAÇÕES NA LINHA DO HORIZONTE ............. 98

FIGURA 53. PROVÍNCIAS ESTRUTURAIS BRASILEIRAS. ........................................................................................................ 99

FIGURA 54. ESTRUTURAS DA PROVÍNCIA MANTIQUEIRA. ................................................................................................. 101

FIGURA 55. PROVÍNCIA PARANÁ. ................................................................................................................................ 102

FIGURA 56. COLUNA ESTRATIGRÁFICA PARCIAL DA BACIA DO PARANÁ (STRUGALE ET AL., 2004). .......................................... 105

FIGURA 57. MAPA GEOLÓGICO DO PARANÁ SIMPLIFICADO (2006). FONTE: MINEROPAR .................................................. 106

FIGURA 58. MAPA ADAPTADO DA SISMOLOGIA BRASILEIRA. 2008. (FONTE: OBIS – UNB). ................................................... 108

FIGURA 59. ROCHA BASÁLTICA NO TAMANHO DE BRITA ZERO. .......................................................................................... 109

FIGURA 60. AFLORAMENTO DE ROCHA BASÁLTICA AS MARGENS DO RIO IGUAÇU .................................................................. 109

FIGURA 61. AMOSTRA DE MÃO DOS BASALTOS TÍPICOS DA FM. SERRA GERAL. ..................................................................... 109

FIGURA 62. DETALHE DE AMOSTRA DE MÃO DE ROCHA BASÁLTICA. NO DETALHE, BASALTO DE COLORAÇÃO ACINZENTADA COM

PEQUENOS VEIOS DE QUARTZO. .......................................................................................................................... 110

FIGURA 63. AFLORAMENTO DE BASALTOS AS MARGENS DO RIO IGUAÇU. OS PONTOS BRANCOS NA FOTO MOSTRAM PEQUENAS

AMÍGDALAS. ................................................................................................................................................... 110

FIGURA 64. DETALHE DE ROCHA BASÁLTICA AS MARGENS DO RIO IGUAÇU. NO DETALHE SÃO OBSERVADOS VEIOS DE QUARTZO E

CAPEAMENTO AMARRONZADO FORMADO POR ÁGUAS METEÓRICAS. .......................................................................... 110

FIGURA 65. AMOSTRA DE AFLORAMENTO BASÁLTICO COM A PRESENÇA DE AMÍGDALAS ......................................................... 111

FIGURA 66. AMOSTRA DE AFLORAMENTO BASÁLTICO “BLOCO ROLADO” AS MARGENS DO RIO PARANÁ ..................................... 111

FIGURA 67. MAPA GEOMORFOLÓGICO DO ESTADO DO PARANÁ. FONTE: MINEROPAR 2006 ................................................. 113

FIGURA 68. CARTA GEOMORFOLÓGICA DE FOZ DO IGUAÇU – PR (ADAPTADA) .................................................................... 115

FIGURA 69. RELEVO ONDE PREDOMINAM FORMAS APLAINADAS ........................................................................................ 117

FIGURA 70. RELEVO COM PREDOMÍNIO DE ÁREAS PLANAS. ............................................................................................... 117

FIGURA 71. ÁREA COM PREDOMÍNIO DE ÁREAS PLANAS COM VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA. ........................................................ 117

FIGURA 72. ÁREA PLANA AS MARGENS DO CÓRREGO M’BOICY ......................................................................................... 118

FIGURA 73. RELEVO PREDOMINANTEMENTE APLAINADO ................................................................................................. 118

FIGURA 74. RELEVO PREDOMINANTEMENTE APLAINADO COM VALES EM “V” BEM ABERTOS. .................................................. 118

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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

FIGURA 75 RELEVO PREDOMINANTEMENTE APLAINADO COM VALES EM “V” BEM ABERTOS. ................................................... 119

FIGURA 76. RELEVO PREDOMINANTEMENTE APLAINADO COM VALES EM “V” BEM ABERTOS ................................................... 119

FIGURA 77. PROCESSO EROSIVO INICIADO AS MARGENS DE UMA RODOVIA VICINAL NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA DO

EMPREENDIMENTO .......................................................................................................................................... 122

FIGURA 78. (PE 01) – BANCADAS DE BASALTO DA PEDREIRA BRITA FOZ ............................................................................. 125

FIGURA 79. (PE 01) – ÁREA DE EXTRAÇÃO DA PEDREIRA BRITA FOZ .................................................................................. 125

FIGURA 80. (PE 03) – VISTA INFERIOR DA PEDREIRA DESATIVADA ..................................................................................... 127

FIGURA 81. (PE 03) – VISTA SUPERIOR DA PEDREIRA DESATIVADA. ................................................................................... 127

FIGURA 82. (AR 02) – EXTRAÇÃO DA EMPRESA MACUCO SAFÁRI ..................................................................................... 129

FIGURA 83. (AR 02) – BALSA DE EXTRAÇÃO DA EMPRESA MACUCO SAFÁRI ........................................................................ 129

FIGURA 84. (AE 02) – ÁREA DE EMPRÉSTIMO AO LADO DA EMPRESA CERÂMICA. ................................................................. 131

FIGURA 85. (AE 02) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO, AO FUNDO ESTÁ A OLARIA EM ATIVIDADE .......................................... 131

FIGURA 86. (AE 04) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO. ................................................................................................. 133

FIGURA 87. (AE 04) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO .................................................................................................. 133

FIGURA 88. (AE 04A) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO, COBERTA POR VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA. ........................................ 133

FIGURA 89. (AE 04A) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO, COBERTA POR VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA. ........................................ 134

FIGURA 90. (AE 05) – AO FUNDO ESTÃO OS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS. ................................................................... 135

FIGURA 91. (BF 01) – VISTA PARCIAL DA ÁREA PREVIAMENTE ESCOLHIDA COMO BOTA FORA ................................................. 138

FIGURA 92. (BF 01) – VISTA DA DRENAGEM EXISTENTE DENTRO DA ÁREA INICIALMENTE PROPOSTA COMO ÁREA DE BOTA FORA. .. 138

FIGURA 93. (BF 02) – ÁREA INICIALMENTE PROPOSTA COMO BOTA FORA. ......................................................................... 140

FIGURA 94. ESCOLA PRIMÁRIA JARDIM NAIPI ................................................................................................................ 140

FIGURA 95. (BF 03) – ÁREA INICIALMENTE PROPOSTA COMO BOTA FORA. O TERRENO NÃO APRESENTA ELEVAÇÕES ................... 141

FIGURA 96. (BF 03) – ÁREA INICIALMENTE PROPOSTA COMO BOTA FORA. O TERRENO NÃO APRESENTA ELEVAÇÕES ................... 141

FIGURA 97. (BF 04) – VISTA DA ÁREA DA PEDREIRA BRITA FOZ. MONTES DE BASALTOS BRITADOS AGUARDANDO TRANSPORTE. ... 142

FIGURA 98. (BF 04) – VISTA DAS BANCAS DE BASALTO DA PEDREIRA BRITA FOZ. ................................................................. 143

FIGURA 99 ALTERAÇÃO DE ÓXIDOS OBSERVADAS EM CAMPO ............................................................................................ 145

FIGURA 100. CORTE NO TERRENO MOSTRANDO AS CARACTERÍSTICAS DO HORIZONTE A DO LATOSSOLO OBSERVADO NA ÁREA ....... 145

FIGURA 101. RETIRADA DE SOLO MOSTRANDO NAS BANCADAS AS CARACTERÍSTICAS DO HORIZONTE A DOS SOLOS. (BANCADAS COM

APROXIMADAMENTE 2M).................................................................................................................................. 146

FIGURA 102. RETIRADA DE SOLO MOSTRANDO NAS BANCADAS AS CARACTERÍSTICAS DO HORIZONTE A DOS SOLOS. (BANCADAS COM

APROXIMADAMENTE 2M).................................................................................................................................. 146

FIGURA 103. RETIRADA DE SOLO MOSTRANDO NAS BANCADAS AS CARACTERÍSTICAS DO HORIZONTE A DOS SOLOS. (BANCADA COM

APROXIMADAMENTE 5M).................................................................................................................................. 147

FIGURA 104. EROSÃO CAUSADA PELA FALTA DE SISTEMAS ADEQUADOS DE DRENAGEM URBANA .............................................. 147

FIGURA 105. EROSÃO CAUSADA PELA FALTA DE SISTEMAS ADEQUADOS DE DRENAGEM URBANA. ............................................. 148

FIGURA 106. MAPA ADAPTADO DE VULNERABILIDADE GEOAMBIENTAL DO PARANÁ (2007) .................................................. 148

FIGURA 107. LATOSSOLO VERMELHO ARADO ................................................................................................................ 150

FIGURA 108. LATOSSOLO VERMELHO COM INÍCIO DO PROCESSO DE REMOÇÃO DO ELEMENTO FE. ............................................ 151

FIGURA 109. SOLO HIDROMÓRFICO AS MARGENS DO RIO TAMANDUAZINHO. ...................................................................... 151

FIGURA 110. SOLO COM ELEVADA REMOÇÃO DE FE. ....................................................................................................... 152

FIGURA 111. EROSÃO CAUSADA PELA FALTA DE SISTEMAS ADEQUADOS DE DRENAGEM URBANA. ............................................. 152

FIGURA 112. TERRAÇO COM INÍCIO DO PROCESSO DE EROSÃO PELA FALTA DE PROTEÇÃO NO TALUDE. ...................................... 153

FIGURA 113. MAPA ADAPTADO DE VULNERABILIDADE GEOAMBIENTAL DO PARANÁ (2007). ................................................. 154

FIGURA 114. LAVOURA COM TERRACEAMENTO. ............................................................................................................ 156

FIGURA 115. LAVOURA COM TERRACEAMENTO. ............................................................................................................ 156

FIGURA 116. TERRENO PREDOMINANTEMENTE PLANO SENDO PREPARADO PARA LAVOURA. ................................................... 157

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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

FIGURA 117. CHEIA DE 1992 .................................................................................................................................... 178

FIGURA 118. CHEIA DE 1990 .................................................................................................................................... 178

FIGURA 119. CHEIA DE 1983 .................................................................................................................................... 179

FIGURA 120. VAZÕES NATURAIS NA BARRAGEM DE ITAIPU .............................................................................................. 180

FIGURA 121. COTAS MÉDIAS MENSAIS ........................................................................................................................ 181

FIGURA 122. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL ............................................................................................................. 182

FIGURA 123. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL- PERMANÊNCIA DE NÍVEIS EM CADA MÊS ...................................................... 184

FIGURA 124. PROBABILIDADE DE SOBRELEVAÇÃO DA COTA DE REFERÊNCIA ........................................................................ 187

FIGURA 125. PROBABILIDADE DE SOBRELEVAÇÃO DA COTA 108M NOS QUADRIMESTRES ...................................................... 189

FIGURA 126. CHEIAS MÁXIMAS.................................................................................................................................. 192

FIGURA 127. LINHA D’ÁGUA NO TRECHO DA PONTE PARA Q100....................................................................................... 195

FIGURA 128. LINHA D’ÁGUA NO TRECHO DA PONTE PARA Q500....................................................................................... 195

FIGURA 129. SEÇÃO SOB A PONTE, FACE MONTANTE -Q100............................................................................................ 196

FIGURA 130. SEÇÃO SOB A PONTE – FACE JUSANTE - Q100 ............................................................................................. 196

FIGURA 131. SEÇÃO SOB A PONTE, FACE MONTANTE –Q500 ........................................................................................... 197

FIGURA 132. SEÇÃO SOB A PONTE, FACE JUSANTE –Q500 ............................................................................................... 197

FIGURA 133. VISÃO INTERNA DO FRAGMENTO, PARCELA B. ............................................................................................. 204

FIGURA 134. INDIVÍDUOS ARBÓREOS PRESENTES, E AS LIANAS, NA PARCELA A. .................................................................... 204

FIGURA 135. VISTA DO DOSSEL DA PARCELA A. .............................................................................................................. 205

FIGURA 136. ENTORNO DO FRAGMENTO, COM ÁREAS MAIS DEGRADADAS. ......................................................................... 205

FIGURA 137. ASPECTO DO DOSSEL NA PARCELA A. ......................................................................................................... 206

FIGURA 138. INTERIOR DO FRAGMENTO. ...................................................................................................................... 206

FIGURA 139. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 207

FIGURA 140. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 207

FIGURA 141. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 208

FIGURA 142. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 209

FIGURA 143. INTERIOR DA PARCELA C. ........................................................................................................................ 209

FIGURA 144. INTERIOR DA PARCELA C. ........................................................................................................................ 210

FIGURA 145. INTERIOR DA PARCELA C. ........................................................................................................................ 210

FIGURA 146. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 211

FIGURA 147. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 211

FIGURA 148. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 212

FIGURA 149. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 212

FIGURA 150. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 213

FIGURA 151. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 213

FIGURA 152. DOSSEL DA PARCELA A. .......................................................................................................................... 214

FIGURA 153. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 214

FIGURA 154 PONTO AMOSTRAL 1. RIO PARANÁ - MONTANTE DO EMPREENDIMENTO. ......................................................... 223

FIGURA 155. PONTO AMOSTRAL 2 – RIO PARANÁ – PONTE/ÁREA DO EMPREENDIMENTO ..................................................... 223

FIGURA 156. PONTO AMOSTRAL 3 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO EMPREENDIMENTO ............................................................ 224

FIGURA 157. PONTO AMOSTRAL 4 – RIO IGUAÇU .......................................................................................................... 224

FIGURA 158. PONTO AMOSTRAL 5 – RIACHO TRIBUTÁRIO DO RIO IGUAÇU .......................................................................... 224

FIGURA 159 PONTO AMOSTRAL 6 – RIACHO TRIBUTÁRIO DO RIO IGUAÇU ........................................................................... 224

FIGURA 160. GRUPO DE IMAGENS - AMOSTRAGEM COM REDES DE ESPERA ......................................................................... 226

FIGURA 161. AMOSTRAGEM COM TARRAFA .................................................................................................................. 226

FIGURA 162. AMOSTRAGEM COM PENEIRA ................................................................................................................... 227

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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

FIGURA 163. AMOSTRAGEM COM PUÇÁ ....................................................................................................................... 227

FIGURA 164. FAMÍLIAS COM SEUS RESPECTIVOS NÚMEROS DE ESPÉCIES (BARRAS AZUIS) OCORRENTES NA REGIÃO ESTUDADA DO RIO

PARANÁ ........................................................................................................................................................ 231

FIGURA 165. CURVA DO COLETOR, CALCULADA COM OS DADOS OBTIDOS EM CAMPO NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO

EMPREENDIMENTO. AS AMOSTRAGENS CORRESPONDEM AO ESFORÇO DE CAPTURA DOS DIVERSOS MÉTODOS NOS PONTOS

AMOSTRADOS DURANTE A FASE DE CAMPO ........................................................................................................... 236

FIGURA 166. PROPORÇÃO ENTRE ESPÉCIES ENDÊMICAS, NÃO ENDÊMICAS E INTRODUZIDAS REGISTRADAS NO TRECHO ESTUDADO DO

RIO PARANÁ DURANTE O PERÍODO DE ESTUDO. O NÚMERO DE ESPÉCIES DE CADA CATEGORIA FOI REGISTRADO ENTRE

PARÊNTESES ................................................................................................................................................... 237

FIGURA 167. CURVA DO COMPONENTE DOMINÂNCIA DA DIVERSIDADE PARA AS AMOSTRAS OBTIDAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL

1 – RIO PARANÁ – MONTANTE DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................... 238

FIGURA 168. CURVA DO COMPONENTE DOMINÂNCIA DA DIVERSIDADE PARA AS AMOSTRAS OBTIDAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL

1 – RIO PARANÁ – PONTE/ÁREA DO EMPREENDIMENTO ......................................................................................... 238

FIGURA 169. CURVA DO COMPONENTE DOMINÂNCIA DA DIVERSIDADE PARA AS AMOSTRAS OBTIDAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL

1 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................... 239

FIGURA 170. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE SHANNON (BARRAS ESCURAS) E DE UNIFORMIDADE DE PIELOU (BARRAS CLARAS) PARA AS

AMOSTRAGENS REALIZADAS NOS TRÊS PONTOS AMOSTRAIS (MONTANTE, PONTE E JUSANTE) NO RIO PARANÁ DURANTE O

PERÍODO DE ESTUDO ........................................................................................................................................ 240

FIGURA 171. FREQÜÊNCIA RELATIVA PERCENTUAL DE ESPÉCIES (EM RELAÇÃO AO TOTAL REGISTRADO) E ABUNDÂNCIA RELATIVA

PERCENTUAL DE EXEMPLARES (EM RELAÇÃO AO TOTAL REGISTRADO) PARA AS AMOSTRAGENS REALIZADAS NOS TRÊS PONTOS

AMOSTRAIS NO RIO PARANÁ DURANTE O PERÍODO DE ESTUDO.................................................................................. 240

FIGURA 172. ORDENAÇÃO DA ESTRUTURA DAS ASSEMBLÉIAS DE PEIXES ENTRE OS PONTOS AMOSTRAIS (P1 – PONTO AMOSTRAL 1 -

MONTANTE, P2 – PONTO AMOSTRAL 2 – PONTE/ÁREA DO EMPREENDIMENTO, P3 – PONTO AMOSTRAL 3 - JUSANTE) ATRAVÉS

DA ANÁLISE DE CORRESPONDÊNCIA COM REMOÇÃO DO EFEITO DO ARCO (DCA) .......................................................... 241

FIGURA 173. A MANJUBA LYCENGRAULIS GROSSIDENS (ENGRAULIDIDAE) ........................................................................... 252

FIGURA 174. O CANIVETE APAREIODON AFFINIS (PARODONTIDAE) .................................................................................... 252

FIGURA 175. O PIAU-BANANA HEMIODUS ORTHONOPS (HEMIODONTIDAE) ........................................................................ 252

FIGURA 176. O DOURADO SALMINUS BRASILIENSIS (CHARACIDAE) .................................................................................... 253

FIGURA 177. COBERTURA VEGETACIONAL SOBRE TRANSECÇÃO LESTE-OESTE NO ESTADO DO PARANÁ. FONTE: TEIXEIRA E LINSKER,

2010. ........................................................................................................................................................... 256

FIGURA 178. COBERTURA VEGETACIONAL SOBRE TRANSECÇÃO LESTE-OESTE NO ESTADO DO PARANÁ. FONTE: TEIXEIRA E LINSKER,

2010.2. COBERTURA VEGETACIONAL SOBRE TRANSECÇÃO LESTE-OESTE NO ESTADO DO PARANÁ. FONTE: TEIXEIRA E LINSKER,

2010. ........................................................................................................................................................... 258

FIGURA 179. CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ESPÉCIES ATRAVÉS DE ILUSTRAÇÕES CIENTÍFICAS DURANTE A REALIZAÇÃO DE

ENTREVISTAS. PONTO 3 .................................................................................................................................... 260

FIGURA 180. ENTREVISTA COM MORADOR LOCAL. PONTO 7. ........................................................................................... 260

FIGURA 181. CATEGORIAS DE STATUS DE ABUNDÂNCIA DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE. ....................................... 268

FIGURA 182. CURVA DE SUFICIÊNCIA AMOSTRAL PARA OS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE. ........................................ 274

FIGURA 183. PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU. FONTE: TEIXEIRA E LINSKER, 2010. .............................................................. 275

FIGURA 184. ALTERAÇÃO DO HABITAT. PONTO 3. .......................................................................................................... 279

FIGURA 185. PRESENÇA DE ANIMAIS DOMÉSTICOS. PONTO 1. .......................................................................................... 279

FIGURA 186. LEOPARDUS WIEDII (GATO-MARACAJÁ). FOTO DE TADEU GOMES DE OLIVEIRA E KATIA CASSARO, 1999. ............... 280

FIGURA 187. LONTRA LONGICAUDIS (LONTRA). FOTO DE FLÁVIO SILVA, 1994 .................................................................... 281

FIGURA 188. SYLVILAGUS BRASILIENSIS (TAPETI). FOTO DE WILSON FERNANDES, 2008. ....................................................... 282

FIGURA 189. REMANESCENTE FLORESTAL ENCONTRADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO ................................................ 293

FIGURA 190. ASPECTO DE AMBIENTE SEMI-FLORESTAL (CAPOEIRA) NA ÁREA DE INFLUÊNCIA ................................................... 294

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

FIGURA 191. CAMPOS DE PASTAGENS ENCONTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO ................................................... 295

FIGURA 192. AMBIENTE AQUÁTICO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO ........................................................................... 296

FIGURA 193. ASPECTO DE AMBIENTE SEMI-AQUÁTICO .................................................................................................... 296

FIGURA 194. IMAGENS DE ESPÉCIES DE OCORRÊNCIA PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO............................................... 301

FIGURA 195 FOTOGRAFIA AÉREA EVIDENCIANDO OS 15 CORPOS D’ÁGUA AMOSTRADOS E OS 10 FRAGMENTOS DE AMOSTRAGEM DA

HERPETOFAUNA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. FRAG (MARCADORES AZUL)= FRAGMENTO FLORESTAL

AMOSTRADO; SIT (MARCADORES AMARELOS)= CORPO D’ÁGUA AMOSTRADO. ESCALA = 5 KM. FONTE DA FOTO: GOOGLE

EARTH. .......................................................................................................................................................... 321

FIGURA 196FOTOGRAFIA AÉREA DETALHANDO CADA UM DOS 15 CORPOS D’ ÁGUA E DOS 10 FRAGMENTOS FLORESTAIS AMOSTRADOS

PARA O INVENTÁRIO DA HERPETOFAUNA NA ÁREA DO EMPRENDIMENTO. (A) FRAG 01, (B) FRAG02, (C) FRAG 03, (D) FRAG 04,

(E) FRAG 05, (F) FRAG06, (G) FRAG 07, (H) FRAG 08, (I) FRAG 09, (J) FRAG 10. FRAG (MARCADORES AZUL) = FRAGMENTO

FLORESTAL AMOSTRADO; SIT (MARCADORES AMARELOS)= CORPO D’ÁGUA AMOSTRADO. ESCALA = 500M. FONTE DA FOTO:

GOOGLE EARTH. ............................................................................................................................................. 322

FIGURA 197. CORPOS D’ÁGUA AMOSTRADOS NA REGIÃO DE ESTUDO. (A) SIT 01(1), (B) SIT 01(2), (C) SIT 02, (D) SIT 03(1), (E) SIT

03(2), (F) SIT 04, (G) SIT 05(1), (H) SIT 05(2), (I) SIT 05(3), (J) SIT 06(1), (K) SIT 06(2), (L) SIT 08, (M) SIT 09(1), (N)

SIT09(2), (O) SIT 09(3), (P) SIT 09(4). AS ABREVIAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DOS CORPOS D’ÁGUA ENCONTRAM-SE NA TABELA

4. ................................................................................................................................................................. 323

FIGURA 198. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES OU CURVA DO COLETOR REPRESENTANDO A RIQUEZA CUMULATIVA DE ESPÉCIES AO

LONGO DOS 10 FRAGMENTOS AMOSTRADOS ........................................................................................................ 326

FIGURA 199. CURVA DE RIQUEZA OBSERVADA (SOBS) E ESPERADA ATRAVÉS DOS ESTIMADORES DE RIQUEZA ACE (ABUNDANCE BASED

COVERAGE ESTIMATOR) E ICE (INCIDENCE BASED COVERAGE ESTIMATOR) AO LONGO DOS 10 FRAGMENTOS AMOSTRADOS. 327

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

TABELAS

TABELA 1. CRONOGRAMA DA RELAÇÃO ENTRE BRASIL E PARAGUAI. ..................................................................................... 14

TABELA 2. COMPARAÇÃO DO PIB ENTRE OS QUATRO PAÍSES QUE CONSTITUEM O EIXO DE CAPRICÓRNIO. ................................... 22

TABELA 3. GRUPOS DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. FONTE: MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO......................................................... 23

TABELA 4. PROJETOS VINCULADOS AO GRUPO3 DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. .......................................................................... 24

TABELA 1. COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA MÉDIA, MÍNIMA E MÁXIMA MENSAIS. ........................................................... 67

TABELA 2 PARÂMETROS AGROCLIMÁTICOS PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU ................................................................. 68

TABELA 3. COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE MÉDIA MENSAL PARA O ANO DE 2008. ......................................................... 69

TABELA 4. COMPORTAMENTO DA UMIDADE RELATIVA DO AR MÉDIA MENSAL (%). FONTE: MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA.

DESTACAMENTO DE PROTEÇÃO AO VÔO DE FOZ DO IGUAÇU...................................................................................... 72

TABELA 5. RELAÇÃO ENTRE AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS E O NPS CORRESPONDENTE. ....................................................... 81

TABELA 6. FLUXO DE VEÍCULOS (NOS DOIS SENTIDOS DA RODOVIA) CONTABILIZADO DURANTE OS 15 MINUTOS DE MEDIDA ............. 82

TABELA 7. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ........................................................................................................ 82

TABELA 8. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ........................................................................................................ 83

TABELA 9. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ........................................................................................................ 84

TABELA 10. NPS EQUIVALENTE .................................................................................................................................... 85

TABELA 11. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 86

TABELA 12. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 87

TABELA 13. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 87

TABELA 14. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 88

TABELA 15. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 89

TABELA 16. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 90

TABELA 17. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 90

TABELA 18. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 91

TABELA 19. NÍVEL DE CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO NCA PARA AMBIENTES EXTERNOS, EM DB(A) ................................................... 94

TABELA 20. CORPOS HÍDRICOS MONITORADOS. ............................................................................................................ 158

TABELA 21. PREPONDERANTES DAS ÁGUAS SEGUNDO CRITÉRIOS DA RESOLUÇÃO CONAMA Nº 20 E Nº 357. ......................... 159

TABELA 22. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS .......................................................................................... 161

TABELA 23. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS .......................................................................................... 166

TABELA 24. 20 MAIORES CHEIAS SÉRIE ANUAL ............................................................................................................. 177

TABELA 25. NÍVEIS MÁXIMOS ANUAIS X PERÍODO DE RETORNO ....................................................................................... 182

TABELA 26. NÍVEIS MÁXIMOS SAZONAIS X PERÍODO DE RETORNO .................................................................................... 183

TABELA 27. Nº DE DIAS COM SOBRELEVAÇÃO DA COTA DE REFERÊNCIA ............................................................................. 185

TABELA 28. DISCRIMINAÇÃO DOS EVENTOS PARA A COTA DE REFERÊNCIA 108M ................................................................. 186

TABELA 29. NÚMERO DE DIAS ACIMA DA COTA 108 NOS QUADRIMESTRES .......................................................................... 188

TABELA 30. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL (DIAS NO ANO COM COTAS ACIMA DA REFERÊNCIA) ........................................... 190

TABELA 31. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL - DIAS COM NÍVEIS ACIMA DA COTA DE REFERÊNCIA-PERÍODO: MAIO A NOVEMBRO 191

TABELA 32. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL- NÍVEIS MÁXIMOS ANUAIS X PERÍODO DE RETORNO .......................................... 191

TABELA 33. RIO PARANÁ NA SEÇÃO DA PONTE VAZÕES MÁXIMAS X PERÍODO DE RETORNO .................................................. 193

TABELA 34. PONTOS DE AMOSTRAGEM PARA A FLORA .................................................................................................... 202

TABELA 35. ESPÉCIES BOTÂNICAS COLETADAS E OBSERVADAS NA ADA. .............................................................................. 215

TABELA 36 RELAÇÃO DAS ESPÉCIES OCORRENTES E SEUS RESPECTIVOS USOS. ....................................................................... 217

TABELA 37. RELAÇÃO DOS PONTOS AMOSTRAIS INVENTARIADOS ....................................................................................... 222

TABELA 38. DETALHAMENTO DO ESFORÇO AMOSTRAL DA ICTIOFAUNA. ............................................................................. 227

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TABELA 39. CARACTERIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA FAUNA. ........................................................ 228

TABELA 40. DETALHAMENTO DO ESFORÇO AMOSTRAL PARA ICTIOFAUNA. ........................................................................... 229

TABELA 41. RELAÇÃO DAS ORDENS E RESPECTIVOS NÚMEROS DE ESPÉCIES DE PEIXES NATIVOS REGISTRADAS PARA O RIO PARANÁ

(TRECHO ESTUDADO), RIO PARAGUAI E SISTEMA DO ALTO RIO PARANÁ, SISTEMA ESTE QUE INCLUI TODA A DRENAGEM DO RIO

PARANÁ ACIMA DO ANTIGO SALTO DE SETE QUEDAS (HOJE INUNDADO PELO RESERVATÓRIO DE ITAIPU) .......................... 232

TABELA 42. ESPÉCIES REGISTRADAS NA REGIÃO (BACIA DO RIO PARANÁ), ORGANIZADAS DE ACORDO COM SEUS RESPECTIVOS TAXA.

() ESPÉCIE INTRODUZIDA, (♦) ESPÉCIE ENDÊMICA DO SISTEMA RIO PARANÁ - PARAGUAI ............................................. 234

TABELA 43. COMPRIMENTO TOTAL MÉDIO (CT) E PESO TOTAL MÉDIO (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO

AMOSTRAL 1 – RIO PARANÁ – MONTANTE DO EMPREENDIMENTO ............................................................................ 242

TABELA 44. PESO TOTAL (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 1 – RIO PARANÁ – MONTANTE

DO EMPREENDIMENTO ..................................................................................................................................... 243

TABELA 45. CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO EM NÚMERO DE INDIVÍDUOS (CPUE IND = NÚMERO DE INDIVÍDUOS / 100M2 DE

REDE DE ESPERA EM 24H) E BIOMASSA (CPUE PESO = G / 100M2 DE REDE DE ESPERA EM 24H) DAS ESPÉCIES DE PEIXES

REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 1 – RIO PARANÁ – MONTANTE DO EMPREENDIMENTO .......................... 244

TABELA 46. COMPRIMENTO TOTAL MÉDIO (CT) E PESO TOTAL MÉDIO (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO

AMOSTRAL 2 – RIO PARANÁ – ÁREA DO EMPREENDIMENTO .................................................................................... 246

TABELA 47. PESO TOTAL (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 2 –RIO PARANÁ – ÁREA DO

EMPREENDIMENTO .......................................................................................................................................... 247

TABELA 48. CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO EM NÚMERO DE INDIVÍDUOS (CPUE IND = NÚMERO DE INDIVÍDUOS / 100M2 DE

REDE DE ESPERA EM 24H) E BIOMASSA (CPUE PESO = G / 100M2 DE REDE DE ESPERA EM 24H) DAS ESPÉCIES DE PEIXES

REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 2 – RIO PARANÁ – ÁREA DO EMPREENDIMENTO ................................... 248

TABELA 49. COMPRIMENTO TOTAL MÉDIO (CT) E PESO TOTAL MÉDIO (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO

AMOSTRAL 3 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO EMPREENDIMENTO ................................................................................ 249

TABELA 50. PESO TOTAL (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 3 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO

EMPREENDIMENTO .......................................................................................................................................... 250

TABELA 51. CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO EM NÚMERO DE INDIVÍDUOS (CPUE IND = NÚMERO DE INDIVÍDUOS / 100M2 DE

REDE DE ESPERA EM 24H) E BIOMASSA (CPUE PESO = G / 100M2 DE REDE DE ESPERA EM 24H) DAS ESPÉCIES DE PEIXES

REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 3 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO EMPREENDIMENTO ............................... 251

TABELA 52. LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS AMOSTRAIS E TIPOS DE AMBIENTES......................................................................... 257

TABELA 53 MODELO DO FORMULÁRIO PARA ENTREVISTAS. .............................................................................................. 261

TABELA 54. CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA MASTOFAUNA.................................................................. 261

TABELA 55. DETALHAMENTO DO ESFORÇO AMOSTRAL. ................................................................................................... 262

TABELA 56. LISTA TAXONÔMICA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE COM DESTAQUE A FORMA DE REGISTRO E A

OCORRÊNCIA NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA. ADA – ÁREA DIRETAMENTE AFETADA; AID – ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA. ....... 265

TABELA 57. CATEGORIAS DE STATUS DE ABUNDÂNCIA DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE. ......................................... 266

TABELA 58. REGISTROS DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE NOS PONTOS AMOSTRAIS, ABUNDÂNCIA RELATIVA E

STATUS DE ABUNDÂNCIA. ............................................................................................................................... 2-269

TABELA 59. ABUNDÂNCIA RELATIVA, STATUS DE ABUNDÂNCIA E FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO

E GRANDE PORTE. ......................................................................................................................................... 2-271

TABELA 60. ÍNDICE DE DIVERSIDADE (H), EQUITABILIDADE (J) E DOMINÂNCIA (D). ............................................................... 273

TABELA 61. LISTA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NO PRESENTE DIAGNÓSTICO E NOS

TRABALHOS DE CRAWSHAW JÚNIOR (1995), ANTONELLI-FILHO (1999) E MORONE (2006). ....................................... 276

TABELA 62. ESPÉCIES DA MASTOFAUNA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO IDENTIFICADAS NAS ÁREAS DE AMOSTRAGEM. ....................... 279

TABELA 63. PONTOS DE COLETA DA AVIFAUNA. ............................................................................................................. 286

TABELA 64. CARACTERIZAÇÃO DOS PONOS DE AMOSTRAGEM DA AVIFAUNA. ....................................................................... 287

TABELA 65. ESFORÇO AMOSTRAL DA AVIFAUNA. ............................................................................................................ 288

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TABELA 66. ESPÉCIES DE RÉPTEIS COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA EM CARÁTER REGIONAL. ........................................................ 302

TABELA 67. ESPÉCIES DE ANUROS COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA EM CARÁTER REGIONAL ........................................................ 303

TABELA 68. CINQÜENTA DAS 58 ESPÉCIES DE RÉPTEIS COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA PARA A REGIÃO ........................................ 305

TABELA 69. TRINTA E UMA ESPÉCIES DAS 42 ESPÉCIES DE ANFÍBIOS ANUROS COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA PARA A REGIÃO ........... 313

TABELA 70. LISTA DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS AMOSTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO EM JUNHO DE 2010.

.................................................................................................................................................................... 319

TABELA 71. LISTA DOS CORPOS D’ÁGUA AMOSTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO EM JUNHO DE 2010. ....... 319

TABELA 72. CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA HERPETOFAUNA. .............................................................. 324

TABELA 73. DETALHAMENTO DO ESFORÇO AMOSTRAL PARA A HERPETOFAUNA. ................................................................... 324

TABELA 74. ESPÉCIES REGISTRADAS EM CAMPO NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO (MHNCI 13381 = NÚMERO DE TOMBO NO MUSEU

DE HISTÓRIA NATURAL DO CAPÃO DA IMBUIA ) ..................................................................................................... 325

TABELA 75. ACÚMULO DE ESPÉCIES POR FRAGMENTO. .................................................................................................... 326

TABELA 76. RIQUEZA OBSERVADA E ESTIMADA .............................................................................................................. 327

TABELA 77. QUADRO GERAL DE CARACTERIZAÇÃO/DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA FAUNA. ................................ 329

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1 . C AR AC T E R IZ AÇ Ã O D O E M PR E E N D IM E N T O

O acesso à Segunda Ponte Internacional entre o Brasil e o Paraguai

Este estudo trata especificamente dos levantamentos realizados no acesso à

Segunda Ponte. Este acesso, com extensão de 14,4 Km incluindo a Ponte (aprox.

745m), corre paralelamente à BR-277, passando por uma área rural, com

propriedades particulares de pequeno, médio e grande porte, descritos no

decorrer do estudo, além de uma área destinada a um Distrito Industrial que

encontra-se em processo de edificação.

A seguir apresenta-se um breve histórico da relação entre Brasil e Paraguai,

incluindo a Ponte da Amizade e a necessidade de construção de uma nova ponte

interligando o Brasil e o Paraguai.

A Ponte da Amizade e a relação entre Brasil e Paraguai

Como resultado e consolidação do reatamento das relações bilaterais entre o

Brasil e o Paraguai, foi inaugurada em 27 de março de 1965, sobre o rio Paraná,

a Ponte da Amizade, com uma extensão de 554 metros, ligando Foz do Iguaçu,

no Brasil a Puerto Presidente Strossner, no Paraguai hoje denominada Ciudad del

Este.

A Ponte da Amizade foi o primeiro passo de ligação do Paraguai com o Oceano

Atlântico, que foi concretizada com a inauguração da pavimentação da BR-

277/PR, em 27 de março de 1969.

A BR-277/PR liga Foz do Iguaçu, da margem do rio Paraná, onde está a Ponte da

Amizade, ao Porto de Paranaguá. Quando inaugurada, constituía-se na principal,

mais larga e mais extensa ligação rodoviária que cortava o Estado do Paraná,

uma extensão de aproximadamente 772 km, de leste a oeste. Esta estrada

pavimentada permitiu a ligação rodoviária de Assunção a Paranaguá.

No dia da inauguração os presidentes emitiram uma declaração conjunta que,

além de reafirmar os laços de amizade e cooperação econômica entre os dois

países, anunciava alguns compromissos. Entre outros, destacavam-se: o

oferecimento da Eletrobrás para prestar assistência financeira a Comissão Mista

Técnica Brasileira/Paraguaia, que fora criada em 12 de fevereiro de 1967, para

estudar o aproveitamento hidrelétrico do rio Paraná, implementando o que ficara

acertado na Ata de Iguaçu.

Tais acontecimentos tiveram os seguintes desdobramentos: para o Paraguai

representou a realização de uma antiga aspiração de conseguir uma ligação

rodoviária com o Oceano Atlântico, facilitando seu comércio exterior. Para o

Brasil representou o fortalecimento de relações comerciais e interesses

estratégicos e econômicos com o Paraguai. Para a região significou: a

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pavimentação de seu primeiro trecho rodoviário, ligando Cascavel a Foz do

Iguaçu e ligando este, por via rodoviária, ao Paraguai; significou ainda a inserção

deste Eixo em um eixo maior: o Eixo Assunção-Foz do Iguaçu-Curitiba-

Paranaguá. De Paranaguá o eixo liga, por via marítima, Assunção,Foz do Iguaçu

e Curitiba ao resto do mundo.

O fortalecimento das relações comerciais do Brasil com o Paraguai e a

conseqüente construção da Ponte da Amizade e ainda a pavimentação da BR-

277/PR, foram os primeiros fatores exógenos que exerceram forte influência

sobre a dinâmica do Eixo. Por uma decisão do Governo Federal, incentivado

pelos militares que planejavam a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, este

Eixo foi favorecido pelos encadeamentos que possibilitaram em sua extensão e

ao seu entorno, uma vez que o Paraguai concentrou suas relações com o resto

do mundo, através da ligação Assunção-Foz do Iguaçu-Curitiba-Paranaguá. A

partir desses acontecimentos, Foz do Iguaçu, a Região da Fronteira com o

Paraguai e a Argentina passaram a ser locais de intensas intervenções

governamentais, essencialmente vindas do Governo Federal, como se pode

observar na Tabela 1.

Tabela 1. Cronograma da relação entre Brasil e Paraguai.

1956

Criada comissão especial para construção da Ponte Brasil/Paraguai, chefiada pelo

engenheiro Almir França, por meio do Decreto nª 40350, do antigo DNER. Neste

mesmo ano foi lançada a pedra fundamental da Ponte da Amizade, pelos Presidentes

Juscelino Kubitscheck e Alfredo Stroessner.

1965 Inauguração da Ponte da Amizade sobre o rio Paraná, ligando o Brasil (Foz do

Iguaçu) ao Paraguai (Cuidad del Este).

1966

Assinada Ata do Iguaçu em 22 de junho pelos chanceleres do Brasil e do Paraguai,

nascendo Itaipu, para utilização do potencial hidráulico do rio Paraná, em condomínio

dos dois países, incluindo o Salto Grande de Sete Quedas até Foz do Iguaçu.

1969 27 de março: Entregue ao tráfego comum a BR-277/PR, pelos Presidentes Costa e

Silva, do Brasil e Alfredo Stroessner, do Paraguai.

1971 Em 30 de junho é assinada a Declaração de Assunção, sobre o aproveitamento

internacional do Rio Paraná.

1973 Em 26 de abril, é firmado pelos Presidentes Emílio Garrastazu Médici, do Brasil e

Alfredo Stroessner, do Paraguai, o Tratado de Itaipu.

1979

No início desse exercício, brasileiros e argentinos criaram uma comissão Binacional

pró-construção de uma ponte ligando o Brasil (Foz do Iguaçu) à Argentina (Puerto

Iguazú).

1982 Em 05 de novembro, na presença dos presidentes do Brasil e do Paraguai, João

Baptista Figueiredo e Alfredo Stroessner, foram abertas as comportas do vertedouro

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da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

1982

Em 06 de dezembro, com a presença dos Presidentes do Brasil, João Figueiredo e da

Argentina Roberto Binhone, foi dado início à construção da Ponte Brasil/Argentina

(Ponte Internacional Tancredo Neves).

1983 Em 05 de maio, foi acionada a primeira turbina da Usina Hidrelétrica de Itaipu, com

geração de energia para o Paraguai.

1984

Em 25 de outubro, na presença dos Presidentes do Brasil e do Paraguai, João Batista

Figueiredo e Alfredo Stroessner, foram inauguradas a Central Hidrelétrica de Itaipu e

a Subestação de Furnas.

1985

Em 29 de outubro, com presença do Presidente do Brasil José Sarney e do Presidente

da Argentina Raul Alfonsi, foi inaugurada a ponte que liga o Brasil a Argentina, sobre

o rio Iguaçu, a qual recebeu o nome de Ponte Internacional Tancredo Neves.

1986 17 de novembro: Tombamento do Parque Nacional do Iguaçu, como Patrimônio

Natural da Humanidade, pela UNESCO.

1992

Elaborado o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo

da República do Paraguai para a Construção de uma Segunda Ponte Internacional

sobre o rio Paraná e Criada a Comissão Mista Brasileiro – Paraguaia, integrada por

representantes de ambos os países.

1995 Duplicação da BR-277/PR, no trecho que liga Foz do Iguaçu a Santa Terezinha de

Itaipu.

1998 Inauguração do viaduto, na Avenida JK com a BR-277/PR, com acesso a Ponte da

Amizade.

O Eixo, mais especificamente, Foz do Iguaçu foi fortemente favorecido pelas

intervenções do Governo Federal, nas últimas quatro décadas do Século XX.

A cidade está na Tríplice Fronteira, o que já seria suficiente para se constituir

numa área de planejamento do Governo Federal. Todavia o potencial hidrelétrico

do rio Paraná, dentro do seu território foi decisivo não somente para Foz do

Iguaçu, como também para todo o Eixo.

O início das obras civis da Usina de Itaipu, em 1975, representou um marco na

alteração do comportamento do Eixo. Primeiro, o crescimento populacional

iniciado em Foz do Iguaçu nesse ano continuado nas décadas seguintes, elevou a

população de 28.080 habitantes em 1960, para 33.970 habitantes em 1970, e

136.320 habitantes em 1980, registrando um crescimento de 385%, estimando-

se hoje uma população de 279.620 habitantes.

Além disso, forçou o Governo Federal a realizar grandes investimentos,

principalmente em infra-estrutura na cidade, que oferecia serviços precários nas

áreas de infra-estrutura de educação, habitação, saúde, energia,

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telecomunicações e transportes ao contingente de população que para lá migrou,

assim como para as necessidades da Itaipu Binacional.

Ainda, a atração de um grande contingente populacional atraiu também capitais

e fez surgir uma série de novos empreendimentos comerciais, industriais e de

prestação de serviços, aumentando o nível de geração de renda, tributos e de

consumo.

Ao longo destes anos, Foz do Iguaçu teve seu crescimento acelerado,

intensificando seu comércio, principalmente com Ciudad del Este (Fotos 1,2,3,4

e 5).

Figura 1. Vista da Ponte da Amizade

Fonte: DNIT, 2010

Figura 2. Ponte da Amizade e seus acessos em lado brasileiro. Em primeiro plano, BR-277/PR Fonte: Apresentação DNIT/Foz do Iguaçu

Figura 3. Região Fronteiriça. Em primeiro plano, comércio intenso em lado brasileiro. Ao fundo, edificações em lado paraguaio.

Figura 4. Ao fundo Ponte da Amizade, ligando o Brasil ao Paraguai. Observa-se um enorme congestionamento de veículos ao longo de toda a extensão da ponte.

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Figura 5. BR-277/PR Acesso à Ponte da Amizade, em lado brasileiro, no município de Foz do Iguaçu.

Plano de Aceleração do Crescimento - PAC

O Programa de Aceleração de Crescimento - PAC, lançado em 22 de janeiro de

2007, é um programa do Governo Federal brasileiro que engloba um conjunto de

políticas econômicas, planejadas para os quatro anos subsequentes e que tem

como objetivo acelerar o crescimento econômico do Brasil, como também a

tentativa de aumentar a integração entre os países latino-americanos em

especial aqueles que incorporam o MERCOSUL. Prevendo, investimentos totais de

503 bilhões de reais até 2010, sendo uma de suas prioridades a infra-estrutura,

como portos e rodovias.

O Governo Brasileiro destinou, no PAC, a verba de R$ 4,5 bilhões para obras

rodoviárias de infra-estrutura no Estado do Paraná onde que, dentre outras

obras, prevê a construção da Segunda Ponte Internacional, conforme mostra

Figura 6.

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Figura 6. Indicação da Construção da Segunda Ponte Internacional Brasil-Paraguai no Plano de Aceleração do Crescimento - PAC

Tendo em vista o significativo incremento do fluxo de passageiros e cargas pela

Ponte da Amizade e, considerando ser de interesse recíproco aos países

promover a integração física de seus territórios e objetivando uma ampliação das

vias de ligação para o transporte terrestre entre as duas margens do rio Paraná,

por meio do Decreto número 1.436, de 03 de abril de 1995, foi promulgado o

Acordo para a Construção de uma Segunda Ponte sobre o rio Paraná. O Acordo

foi realizado entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai,

em Foz do Iguaçu.

Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional Suramericana -

IIRSA

A IIRSA – Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional

Suramericana, cuja coordenação técnica encontra-se a cargo do Banco

Interamericano de Desenvolvimento – BID, da Cooperação Andina de Fomento –

CAF e do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata –

FONPLATA, constitui um fórum de diálogo entre as autoridades responsáveis pela

infra-estrutura de transporte, energia e telecomunicações de doze países sul-

americanos (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana,

Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela).

Dos dez eixos de integração e desenvolvimento em discussão na macro-região

sul-americana que, além de outros fatores, levam em consideração a variável

transporte, em suas diferentes modalidades e territórios de abrangência, quatro

correlacionam-se e/ou influenciam o sistema viário da região fronteiriça entre o

Brasil e o Paraguai, em estudo, segundo figura 7:

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Figura 7. Eixos de Integração vinculados ao Brasil.

Eixo de Capricórnio;

O Eixo de Capricórnio está composto pela região norte da Argentina (Misiones, Corrientes, Formosa, Chaco, Santiago Del Estero, Tucumán, La Rioja, Catamarca, Salta, Jujuy), o estado do Rio Grande do Sul no Brasil, a região norte do Chile (Antofagasta, Atacama), a região sul-ocidental do

Paraguai e a extensão territorial de Assunção no Paraguai, perpassando a região da Ponte da Amizade no rio Paraná, estendendo-se através do estado do Paraná, no Brasil, até o Porto de Paranaguá.

Eixo Interoceânico Central;

O Eixo Interoceânico Central é um eixo transversal do qual fazem parte cinco países da região Sul Americana: Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Peru. A superfície total destes cinco países é de 12 milhões de quilômetros quadrados equivalente a 68% da superfície total da América do Sul, que é de 17,7 milhões de km2.

O Eixo abrange oito dos nove Departamentos da Bolívia, excetuando-se Pando; cinco estados do Brasil: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo; a primeira região do Chile; todo o Paraguai e as províncias de Arequipa, Moquegua e Tacna do Peru.

Eixo Mercosul – Chile;

Os países integrantes deste Eixo compõem o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) mais o Chile como país associado com o Bloco. Este é claramente o Eixo mais consolidado da região, gerando cerca de 70% da atividade econômica sul-americana, com os maiores fluxos de comércio inter-regional, assim como a conjunção dos oceanos Atlântico e Pacífico por meio de redes viárias e interconexões de transporte.

Eixo Hidroviário Paraguai – Paraná.

Segundo informações do CICPLATA (Comité Intergubernamental Coordinador de los Países de la Cuenca del Plata) o complexo Hidrovia Paraguay – Paraná nasce como um programa no marco do Sistema da Bacia do Prata a fim de individualizar as ações necessárias para melhorar a navegação nos rios Paraguay e Paraná. Esta iniciativa da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai pretende promover a integração física de uma importante zona produtora agrícola e industrial com o objetivo de gerar excedentes exportáveis para o comércio intra e extra regional.

Os quatro eixos de integração possuem interfaces significativas no que se refere

aos aspectos viários em seus diferentes modais: rodovias, ferrovias e hidrovias.

O desenvolvimento gradual e a melhoria, ampliação e implantação de

alternativas para o transporte de produtos e pessoas exercerá influências e

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interferências na viabilização de uma segunda ponte ligando Foz do Iguaçu

(Brasil) e Presidente Franco (Paraguai).

A falta de recursos financeiros, o sucateamento e a desativação de grande parte

do sistema ferroviário, como, por exemplo, a falta de sincronia de normas e

regulamentos e mesmo as distâncias a serem vencidas entre origem e destino de

vários trechos rodoviários, ferroviários e hidroviários levam a crer que o ajuste, a

implantação e a operação dos modais viários nos diferentes Eixos de Integração

só possa ser concretizado a longo prazo, por exemplo, num horizonte de 20 anos

(Dados fornecidos pela IIRSA).

A Inserção da Ponte no Contexto da IIRSA

A Segunda Ponte Internacional Brasil-Paraguai é um projeto de complementação

do Eixo de Capricórnio. O objetivo deste projeto é adequar as condições de

trafegabilidade ao longo das rodovias BR-277/PR, no Brasil, e Ruta7, no

Paraguai, eliminando o ponto de estrangulamento rodoviário na fronteira entre

os dois países.

O Eixo de Capricórnio se desenvolve ao longo do Trópico de Capricórnio, entre os

paralelos 20 e 30 de latitude sul. Nesta região podem ser encontradas

instalações portuárias nos oceanos Pacífico e Atlântico, o que caracteriza sua

importância transcontinental, conforme pode ser observado na figura abaixo:

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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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Figura 8. Localização do Eixo de Capricórnio. Ressalta-se a possibilidade de interligação entre o Oceano Atlântico e Pacífico, bem como a possibilidade de transporte de bens e serviços pelos diversos modais disponíveis ao longo do Eixo. Fonte: Ministério do Planejamento. www.planejamento.gov.br.

Constitui o Eixo:

Região A: os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, do Brasil;

Região B: nordeste (NEA) da Argentina (províncias de Misiones, Corrientes,

Formosa e Chaco) junto com a região sul do Paraguai;

Região C: noroeste (NOA) da Argentina (Santiago del Estero, Tucumán, La

Rioja, Catamarca, Salta e Jujuy) e sul da Bolívia (Tarija); e

Região D: norte do Chile (Antofagasta e Atacama).

Estão dentro deste contexto as cidades de Paranaguá, Ponta Grossa, Curitiba,

Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Erechim, Santa Maria, Santa Cruz do

Sul, São Borja, Foz de Iguaçu, Ciudad del Este, Puerto Iguazú, Encarnación,

Apóstoles, Posadas, Asunción, Corrientes, Resistencia, Formosa, Santiago del

Estero, Tucumán, Salta, Jujuy, Catamarca, La Rioja, Copiapó e Antofagasta

perfazendo uma região de aproximadamente 1.798.700 km².

O Eixo possui uma população de 24.504.000 habitantes, em dados de 2002, que

se distribui a uma densidade de 14.2 hab/km². Predomina uma ocupação urbana

(75% do total) e uma população economicamente ativa (PEA) que alcança 64 %

do total.

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No que diz respeito aos aspectos econômicos, pode-se afirmar que no ano de

2001 o Produto Interno Bruto (PIB) da região foi de aproximadamente U$ 84,0

bilhões, estruturada conforme tabela abaixo:

Tabela 2. Comparação do PIB entre os quatro países que constituem o Eixo de Capricórnio.

PAÍS CONTRIBUIÇÃO

Argentina 33,86%

Brasil 46,98%

Chile 10,95%

Paraguai 10,94%

Fonte: IIRSA. Referência 2000.

Em avaliação da infra-estrutura de transportes, pode-se dizer que o eixo de

Capricórnio possui uma formação que limita e concentra os fluxos de transportes

por meio de um pequeno número de pontes para a interconexão entre os países.

Em muitos casos, são deficientes no estado de conservação e em sua estrutura

da rede de rodovias, incluindo as pontes e aduanas, o que obriga a uma

circulação arbitrária que ocasiona maiores custos de transporte e dificuldades de

integração. (Fonte: IIRSA).

Ainda caracterizada como uma região de grande potencial para o

desenvolvimento, alguns pontos podem ser destacados como entraves dentro

dos aspectos voltados à infra-estrutura:

“O estado de conservação e estrutura das vias é deficiente, incluindo as

pontes e aduanas, o que ocasiona maiores custos de transporte e dificuldades

de integração.

A rede de vias do Eixo caracteriza-se por atravessar na maioria das

fronteiras, barreiras naturais de importância como a Cordilheira dos Andes, os

Rios Pilcomayo, Paraguai, Paraná e Uruguai. Esta formação limita e concentra

os fluxos de transporte através de um pequeno número de passos de altura e

pontes para a interconexão entre os países.

Em geral, os sistemas de transporte ferroviário são antigos e deteriorados.”

(Fonte: IIRSA)

Observa-se que as restrições relacionadas com a rede rodoviária são maiorias,

dada a preferência a este tipo de transporte para a movimentação de bens e

serviços ao longo do Eixo.

Estruturou-se o Eixo em quatro grupos a fim de organizar e planejar as obras de

infra-estruturas:

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Tabela 3. Grupos do eixo de Capricórnio. Fonte: Ministério do Planejamento.

AGRUPAMENTOS PAÍSES ENVOLVIDOS

Grupo 1: Antofagasta-Paso de Jama-Jujuy-Resistencia-Formosa-Asunción

Chile-Argentina-Paraguai

Grupo 2: Salta-Villazón-Yacuiba-Mariscal Estigarribia Argentina-Bolívia-Paraguai Grupo 3: Asunción-Paranaguá Paraguai-Brasil Grupo 4: Presidente Franco-Puerto Iguazú-Pilar-Resistencia Argentina-Paraguai

Na figura abaixo pode-se observar a disposição dos grupos.

Figura 9. Disposição dos grupos do Eixo de Capricórnio.

Fonte: Ministério do Planejamento

Dentre os países componentes do Eixo de Capricórnio, o Brasil encontra-se com

projetos no Grupo3, como pode ser observado na figura abaixo:

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Figura 10. Disposição dos projetos relacionados ao Grupo3 do Eixo de Capricórnio.

Fonte: Ministério do Planejamento

Resumidamente, no Grupo 3, podem ser elencados os seguintes projetos como

essenciais para o desenvolvimento da região do Eixo de Capricórnio:

Tabela 4. Projetos vinculados ao Grupo3 do Eixo de Capricórnio.

Eixo de Capricórnio: Grupo 3 Investimento Estimado (US$)

Nova Ponte Puerto Presidente Franco-Porto Meira, com Centro

de Fronteira Paraguai-Brasil

55.000.000

Ampliação da infra-estrutura portuária do Porto de Paranaguá 62.068.966

Conclusão do Anel de Via de Curitiba S/Inf.

Construção do Anel Ferroviário de Curitiba 30.000.000

Concessão de melhoramento das Rotas2 e7 (Asunción-Ciudad del Este)

136.000.000

Construção da Ferrovia Asunción-Ciudad del Este 297.500.000

Construção da Ferrovia Cascavel-Foz do Iguaçu e Cascavel-Guaira

S/Inf.

Modernização do Aeroporto Internacional de Asunción 60.000.000

Relocalização do Porto de Asunción S/Inf.

TOTAL 640.568.966

Fonte: IIRSA

Portanto, como se pode perceber, a conclusão da obra de implantação da

Segunda Ponte Internacional Brasil-Paraguai tem importância continental e está

intimamente associada a um projeto maior de desenvolvimento latino-

americano. Projeto este vinculado ao aumento da capacidade de transporte de

produtos e serviço e à interligação rodoviária dos oceanos Atlântico e Pacífico.

Page 25: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

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Acordo Internacional

Por meio do Decreto nº 1.436, de 3 de abril de 1995, foi promulgado o Acordo

Internacional para a Construção de uma Segunda Ponte Internacional sobre o rio

Paraná, entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai, em Foz

do Iguaçu, de 26/09/92.

Neste Acordo, anexo a este Estudo, as partes se comprometeram a iniciar o

exame das questões referentes à construção e à exploração de uma segunda

ponte internacional entre o Brasil e o Paraguai, sobre o rio Paraná, além de criar

a Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia.

A Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia

A Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia, integrada por representantes de ambos

os países, foi criada pelo "Acordo entre o Governo da República Federativa do

Brasil e o Governo da República do Paraguai para a Construção de uma Segunda

Ponte Internacional sobre o Rio Paraná", assinado em 08 de dezembro de 2005.

Conforme Decreto nº 6.676 de 04/12/2008, em seu Art. 3º, a Comissão Mista

terá as seguintes atribuições:

i. Preparar a documentação necessária à construção da ponte e à

realização de suas obras complementares e acessos, tendo-se em conta

os aspectos técnicos, econômicos, financeiros e ambientais;

ii. Preparar o projeto executivo da obra;

iii. Referendar à adjudicação da obra e;

iv. Supervisionar a construção das obras até o seu término e realizar duas

vistorias, a primeira apões seis meses e a segunda após um ano da

inauguração da obra;

Ainda:

“A Comissão Mista poderá solicitar toda informação e assistência técnica

que considerar necessárias ao cumprimento de suas atribuições.

Cada Parte poderá solicitar toda informação e assistência técnica que

considerar necessárias a o cumprimento de suas atribuições.

Cada Parte será responsável pelas despesas decorrentes de sua

representação na Comissão Mista. As despesas comuns da Comissão

Mista serão divididas entre as Partes, em igual proporção.

A Comissão Mista reger-se-á pelo Regulamento acordado pelas Partes

mediante Acordo por troca de Notas, datado de 25 de fevereiro de

1994.”

Até a finalização deste EIA foram realizadas um total de doze reuniões da

Comissão Mista, divididas entre os municípios de Foz do Iguaçu no Brasil e

Presidente Franco no Paraguai, conforme Atas em anexo.

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Além da integração das equipes de ambos os países, nessas reuniões foram

abordados vários aspectos dentre eles:

Processos de licenciamento ambiental brasileiro e paraguaio;

Andamento dos trabalhos da empresa VETEC – responsável pelos Projetos

Básico e de Engenharia do empreendimento;

Localização do Empreendimento;

Localização e características do acesso em lado brasileiro, etc.

Metodologia Geral aplicada aos estudos pela PROGAIA Engenharia e Meio

Ambiente Ltda.

Este Estudo de Impacto Ambiental constitui-se na identificação, avaliação dos

impactos ambientais conseqüentes da implantação do acesso à ponte, bem como

da proposição de medidas mitigadoras e/ou potencializadoras destes impactos

considerando - sempre – o acesso em lado brasileiro.

Por se tratar apenas do acesso à ponte em lado brasileiro, este estudo não

contempla o município de Presidente Franco no Paraguai, abrangendo apenas o

município de Foz do Iguaçu – PR.

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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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11 .. 11 .. II dd ee nn tt ii ff ii cc aa çç ãã oo dd oo EE mm pp rr ee ee nn dd ee dd oo rr ,, dd aa ee mm pp rr ee ss aa

cc oo nn ss uu ll tt oo rr aa ee dd aa ee qq uu ii pp ee tt éé cc nn ii cc aa rr ee ss pp oo nn ss áá vv ee ll pp ee ll oo ss

ee ss tt uu dd oo ss

1.1.1. Empreendedor

Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT -

Coordenação Geral de Meio Ambiente – CGMAB.

Sede: SAN Quadra 03, Bloco “A” – ED.Núcleo dos Transportes, 3ºandar

CEP: 70040-902 – Brasília/DF

Tel. (61) 3315-4191 / 3315-4185

Fax: (61) 3315-4083

1.1.2. Empresa Consultora

PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA.

Razão Social: PROGAIA Engenharia e Meio Ambiente LTDA

CNPJ. : 04.291.396/0001-24

Sede: CLN 309 BLOCO “A” SALA 213/215

CEP: 70.755-510 - Brasília/DF

E-mail: [email protected]

Tel. (61) 3202-9290 / 3201-1377

Fax: (61) 3349-2736

Representante Legal: Marcelo Inácio Reis Cardoso

CPF: 695.011.301-34

Endereço: CLN 309 BLOCO A SALA 213-215 - Cep: 70.755-510 - Brasília/DF,

Tel/Fax: (61) 3202-9290 / 3201-1377

Page 29: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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1.1.3. Equipe técnica multidisciplinar

Equipe Responsável pelo Estudo

Nome Área de Atuação Registro

Profissional Função

Coordenação Geral

Edmar Cabral da Silva Junior Geologia CREA-DF: 10.752/D Coordenador Geral

Marcelo Inácio Reis Cardoso Administração CPF: 695.011.301-34 Coordenador Administrativo

Meio Físico

Érico de Castro Borges Geologia CREA-DF: 10.290/D Coordenador do Meio Físico

Alexandre Eniz Física CPF: 564.336.891-91 Técnico do Meio Físico

Agostinho Antonio Inácio Química CPF: 424.794.441-04 Técnico do Meio Físico

Renan Lopes Geologia CREA/DF: 10.176/D Técnico do Meio Físico

Vomar Alves Miranda Química CRQ: 12400044 Técnico do Meio Físico

Meio Biótico

Elaine Cristina Reis Cardoso Biologia CRBIO: 49.690/04 Coordenadora do Meio Biótico

Gisele Cristina Sessegolo

Biologia CRBIO: 8.060-07/D Coordenadora do Meio Biótico

Celso Seger

Biologia/Avifauna CRBIO: 09806-07 Técnico do Meio Biótico

Lucas Batista Crivellari

Biologia/Hepertofauna CRBIO: 66372/07-2 Técnico do Meio Biótico

Munique Maria dos Santos Neto

Biologia/Mastofauna CRBIO: 25308-03/D Técnica do Meio Biótico

Vinícius Abilhôa Biologia/Ictiofauna CRBIO: 09506-03 Técnico do Meio Biótico

Meio Socioeconômico

Raquel Filgueiras da Silva Pedagogia CPF: 002.771.381-40 Coordenadora do Meio

Socioeconômico

Adriana Schelb da Rocha Geografia CPF: 909.340.831-34 Técnica do Meio Socioeconômico

Basílio Mendes P. Rocha Pedagogia CPF: 697.246.521-49 Técnico do Meio Socioeconômico

Laércio Loiola Brochier Arqueologia CPF: 795.152.319-49 Técnico do Meio Socioeconômico

Tatiana Costa Fernandes Arqueologia CPF: 920.289.009-97 Técnica do Meio Socioeconômico

Geoprocessamento

Érico Neiva Tavares Geografia CREA/DF: 16487/D Técnico em Geoprocessamento

Apoio Técnico

Fabiana Tavares Linhares Apoio CPF: 771.966.761-00 Apoio

Luciana de Aragão Veras Barra Apoio CPF: 991.741.621-87 Apoio

Page 30: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

30

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31 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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11 .. 22 .. DD ee ss cc rr ii çç ãã oo dd oo EE mm pp rr ee ee nn dd ii mm ee nn tt oo

A descrição do empreendimento foi realizada baseada em dados coletados nos

seguintes documentos:

i. “Informações Básicas para a Construção de uma Segunda Ponte ligando o

Brasil (Foz do Iguaçu) e o Paraguai (Presidente Franco)” - documento

preliminar ao Projeto Básico e ao Projeto Executivo, desenvolvido pela

empresa ENGEMIM em 2005;

ii. “Relatório Básico Inicial – Projeto Executivo de Engenharia para

Construção de Ponte Internacional sobre o rio Paraná – BR-277/PR” –

desenvolvido pela Empresa VETEC Engenharia no ano de 2010.

1.2.1. Localização e Inserção Geográfica

O acesso à ponte será implantado às margens do centro urbano da Cidade de

Foz do Iguaçu, contornando-a a sudeste e interceptando a Rodovia das Cataratas

(BR-469/PR) e o acesso à Ponte Internacional Tancredo Neves(Brasil-Argentina),

conforme figura abaixo.

O Centro de Fronteira Brasil-Paraguai faz parte do projeto e será implantado nas

proximidades do Marco das Três Fronteiras. Da mesma forma, o Centro de

Fronteira Brasil-Argentina será implantado na diretriz do acesso à ponte sobre o

rio Iguaçu.

Page 32: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

32 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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Figura 11. Figura de localização do empreendimento. Fonte: VETEC, 2010.

Page 33: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

33 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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Figura 12. Localização do empreendimento. Fonte: PROGAIA, 2010.

Page 34: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

34 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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1.2.2. Descrição das Obras/Método Construtivo

Neste tópico encontram-se as principais características do projeto apresentados

pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT.

Ressalta-se que o projeto encontra-se em fase final de atualização em função

das necessidades das instituições que farão parte da operação deste sistema e

que contribuíram para a conclusão do conceito do Centro de Fronteira, bem como

das observações efetuadas pelos diversos órgãos interessados na conclusão

desta obra, a saber: Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Polícia

Rodoviária Federal – PRF, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento –

MAPA, Polícia Federal – PF, dentre outras.

Em virtude desta atualização, os seguintes itens encontram-se em fase de

conclusão:

Volume de Tráfego Previsto e Projetado;

Caracterização dos Sistemas de Drenagens e de Proteção Superficial;

Mão de Obra; Lista de Equipamentos;

Cronograma Físico-Financeiro e;

Projeto Preliminar da OAE.

1 . 2 . 2 . 1 . C a r a c t e r í s t i c a s d o A c e s s o à S e g u n d a P o n t e

A Rodovia de Acesso à nova ponte internacional sobre o Rio Paraná apresenta

uma extensão de 14,7 km, sendo considerado o seu início na estaca 0+0,00 do

projeto geométrico, definida no encontro com a nova ponte (lado Brasil), e se

desenvolve nos limites do perímetro urbano (lado sul e leste) da cidade de Foz

do Iguaçu, até alcançar a Rodovia BR 277.

Com relação à Classe da Rodovia, conforme considerado no projeto geométrico,

o traçado apresenta um segmento inicial em pista simples, classificado como

Rodovia Classe I-B, com 2 faixas de rolamento de 3,60m cada uma e

acostamentos laterais de 2,50m. Este segmento vai da estaca 0+0,00 até a

estaca 115, onde está localizado o dispositivo de acesso à Ponte Tancredo

Neves,que liga Brasil à Argentina.

No segmento adiante, que vai deste dispositivo até o trevo com a BR 469

(Rodovia das Cataratas) na estaca 219, a Rodovia de Acesso está classificada

como Rodovia Classe Especial, em pistas duplas, com 2 faixas de rolamento de

3,60m em cada pista, separadas por uma barreira rígida tipo “New Jersey” e

acostamentos laterais de 2,50m.

Page 35: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

35 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

No segmento final, que vai da estaca 219 até a estaca 735, no final do projeto

junto ao trevo com a BR 277, a Rodovia de Acesso volta a apresentar pista

simples como no trecho inicial acima citado.

Ao longo dos 14,7 km de extensão do traçado estão projetados três dispositivos

em desnível, a saber: dispositivo de acesso à Ponte Internacional Tancredo

Neves(Brasil/Argentina), e trevos de 4 folhas nas interconexões com as rodovias

BR-469/PR e BR-277/PR.

O pavimento flexível foi o tipo de pavimento adotado para todas as pistas

principais, acostamentos e ramos das interseções.

Tipo de Revestimento na Faixa de Rolamento e Acostamento

Segundo projeto básico, as faixas de tráfego serão pavimentadas com pavimento

flexível de concreto betuminoso a quente (CBUQ), com espessura de 7cm.

Velocidade e o Limite de Peso que Será Permitido na Ponte

O sistema foi projetado para atender uma velocidade limite de até 80 km/h.

Além disso, a ponte foi projetada para suportar veículos até Classe 45 (segundo

NBR-7188/84), ou seja, com peso de até 45 toneladas.

Tipo de Veículos Permitidos Trafegar na Ponte

A ponte foi projetada para suportar veículos até Classe 45 (segundo NBR-

7188/84), ou seja, com peso de até 45 toneladas.

Tipos de Cargas que Serão Permitidas Transportar na Ponte

Não há especificação para o tipo de cargas que poderão ser transportadas na

ponte, estando as restrições vinculadas ao tipo de veículo para o qual a ponte foi

projetada.

Caracterização das Intervenções Necessárias em APP

O projeto não prevê até o momento estruturas especiais para intervenções em

áreas de APP.

Estudos Preliminares das OAEs

Em atendimento a este item, a equipe técnica menciona que será implantada

uma Obra de Arte Especial ao longo do acesso, sendo elas:

Viaduto sobre a BR-469/PR, na estaca 215, km 4.

Até o presente momento a equipe não teve acesso ao projeto específico para a

implantação desta obra, em função da constante necessidade de atualização dos

cálculos em atendimento às solicitações e complementações do município de Foz

do Iguaçu, bem como do Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes – DNIT.

Page 36: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

36 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Estimativa de Volumes Relativos à Movimentação de Terra e Rocha

Segundo dados fornecidos pela Projetista e que, segundo a mesma, deverão ser

atualizado em função da evolução do projeto, há uma previsão de movimentação

de 405.250 m³ de material de empréstimo e 60.000 m³ de material rochoso. No

que diz respeito a bota-fora, há uma disponibilidade de 512.000 m³ para

disposição de material.

Indicação Provável da Localização das Áreas de Apoio

AE-01 Jazida na Área de Implantação do Distrito Industrial

Esta é uma jazida potencial, localizada em área desapropriada pela Prefeitura de

Foz do Iguaçu. O material de empréstimo é de excelente qualidade, sendo

constituído por uma argila siltosa pouco arenosa.

A locação desta área é apresentada na Planta Geral das Pesquisas Realizadas.

A Prefeitura de Foz do Iguaçu, por meio de sua Secretaria de Obras, poderá

disponibilizar material remanescente de obras a serem implantadas, que no

momento não se encontram definidas. Neste contexto se incluem materiais do

Distrito Industrial.

Esta jazida apresenta as seguintes características:

- Área Estimada de Exploração = não definida

- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado ≥ 3,0m

- Volume Estimado da Jazida = não definido

- Distância de Transporte = 450 metros.

Conforme o exposto acima, a cubagem do material disponível não pode ser

determinada preliminarmente, uma vez que vai depender dos assentamentos

industriais a serem realizados.

AE-02 Jazida na Área Próxima à Cerâmica Foz

Esta é uma área potencial, porém de propriedade particular, que apresenta

indícios de exploração local.

Como esta área de empréstimo encontra-se próximo a uma cerâmica em

atividade, quando da implantação da obra, as cavas remanescentes de

exploração poderão ser, eventualmente, exploradas como bota-fora, levando-se

em conta a distância de transporte que é 500m.

A locação desta área é apresentada na Planta Geral das Pesquisas Realizadas.

Esta jazida apresenta as seguintes características:

- Área Estimada de Exploração = 33.750 m²

- Espessura Estimada do Material a Utilizado = 3,0m

- Volume Estimado da Jazida = 101.250m³

Page 37: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

37 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

- Distância de Transporte = 500 metros.

AE-03 Jazida na Área da Pedreira BRITAFOZ

A Pedreira BRITAFOZ, está localizada na Avenida Tancredo Neves, 3257 na

localidade de Porto Belo.

Esta pedreira encontra-se em atividade, e desta forma dispõe do material de

decapeamento das frentes de escavação.

Esta pedreira possui área para empréstimo de material terroso, que supre as

necessidades da obra da ligação rodoviária. O empréstimo disponível é

constituído por solo de alteração de basalto, que representa o capeamento da

pedreira, em área a ser explorada.

O material terroso a ser aproveitado como empréstimo corresponde ao

decapeamento da jazida de material pétreo, e apresenta na área espessuras de

até 7,0m, não apresentando custo do material, com incidência apenas do custo

de transporte.

Esta jazida apresenta as seguintes características:

- Área Estimada de Exploração = não definida

- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado = 7,0m

- Volume Estimado da Jazida ≥ 250.000m³

- Distância de Transporte 15,0Km

AE-04 Jazida na Área Próxima à Aduana Argentina

Esta área encontra-se localizada próximo à Aduana Argentina, em ambos os

lados da Rodovia BR-469, que dá acesso à Ponte Tancredo Neves.

Considerando-se o sentido Brasil – Argentina temos no lado direito:

-Comprimento da Área= 300m

- Largura da Faixa a ser Explorada = 60m

- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado = 3,0m

- Área Estimada de Exploração = 18.000m²

- Volume Estimado da Jazida = 54.000m³

- Distância de Transporte ≤ 500m

Considerando-se o sentido Brasil – Argentina temos no lado esquerdo:

-Comprimento da Área= 300m

- Largura da Faixa a ser Explorada = 20m

- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado = 1,50m

- Área Estimada de Exploração = 6.000m²

Page 38: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

38 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

- Volume Estimado da Jazida = 9.000m³

-Distância de Transporte ≤ 500m

AE-05 Jazida na Área Próxima ao Trevo de Quatro Folhas na BR-277

com o Traçado de Projeto

Esta jazida se localiza às margens da Rodovia BR-277, tendo como referência de

localização o Posto Paradão, próximo ao futuro trevo com o traçado de projeto.

Trata-se de uma área de propriedade particular.

Esta jazida apresenta as seguintes características:

- Área Estimada de Exploração = 15.000m²

- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado = 3,0m

- Volume Estimado da Jazida ≥ 45.000m³

- Distância de Transporte ≤ 5,0Km

ÁREAS PARA BOTA-FORA

BF-01 Área de Bota-Fora em Antigo Aterro Sanitário

Esta área está localizada na localidade do Arroio Dourado, e se constitui em um

antigo aterro sanitário.

Trata-se de uma área potencial, que deve ter sido desapropriada pela prefeitura,

e que apesar do volume disponível ser reduzido, oferece vantagens pela sua

distância de transporte.

Esta área de bota-fora apresenta as seguintes características:

- Área Estimada para Deposição = 35.000m²

- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 1,00m

- Volume Estimado para Deposição ≥ 35.000m³

- Distância de Transporte 3,0Km

BF-02 Área de Bota-Fora Subestação da COPEL

Esta área está localizada em Vila Iolanda, próximo à Subestação da COPEL, na

Avenida Felipe Wandscheer.

Trata-se de uma propriedade particular, que devido à sua distância de

transporte, de ser considerada como uma área potencial para bota-fora.

Esta área de bota-fora apresenta as seguintes características:

- Área Estimada para Deposição = 45.000m²

- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 3,0m

- Volume Estimado para Deposição ≥ 135.000m³

Page 39: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

39 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

- Distância de Transporte 6,0Km

BF-03 Áreas de Bota-Fora nas Laterais da Rodovia BR-277

Estas áreas encontram-se localizadas nas laterais da Rodovia BR-277, na altura

do Km 722+500, sendo que o lado correspondente ao sentido Cascavel,

apresenta maior área disponível.

Observou-se durante a visita de inspeção, que a área correspondente à pista

sentido Cascavel, já vem sendo utilizada como bota-fora de entulho.

Estas áreas de bota-fora apresentam as seguintes características:

Lateral da Pista Sentido Cascavel

- Área Estimada para Deposição = 60.000m²

- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 3,0m

- Volume Estimado para Deposição ≥ 180.000m³

- Distância de Transporte ≥ 15,0Km

Lateral da Pista Sentido Ponte da Amizade

- Área Estimada para Deposição = 5.000m²

- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 2,0m

- Volume Estimado para Deposição ≥ 10.000m³

- Distância de Transporte ≥ 15,0Km

BF-04 Área de Bota-Fora na Pedreira BRITAFOZ

Esta área está localizada na Pedreira BRITAFOZ, correspondendo às cavas de

extração o material pétreo.

A Pedreira BRITAFOZ, está localizada na Avenida Tancredo Neves 3257 na

localidade de Porto Belo, com contato telefônico através do número (45) 3577

6767.

Esta pedreira encontra-se em atividade, e desta forma dispõe de cavas de

escavação abandonadas que precisam ser recompostas

Esta área de bota-fora apresenta as seguintes características:

- Área Estimada para Deposição =30.000m²

- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 5,0m

- Volume Estimado para Deposição ≥ 150.000m³

- Distância de Transporte 15,0Km

Page 40: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

40 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

BF-05 Área de Bota-Fora na Pedreira REMANSO GRANDE

A Pedreira REMANSO GRANDE, está localizada na Rua Astorga, na localidade de

Remanso Grande, com contato telefônico através do número (45) 4141 1245,

com acesso pela Rodovia BR-469.

Esta pedreira encontra-se em atividade, e desta forma dispõe de área

topograficamente acidentada, que devido a ampliação da planta de exploração

precisa ser recomposta.

Esta área de bota-fora apresenta as seguintes características:

- Área Estimada para Deposição 4.000m²

- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 3,0m

- Volume Estimado para Deposição 12.000m³

- Distância de Transporte 10,0Km

PEDREIRAS

PE-01 Pedreira BRITAFOZ LTDA

A Pedreira BRITAFOZ, está localizada na Avenida Tancredo Neves, 3257 na

localidade de Porto Belo.

Esta pedreira encontra-se em atividade, e dispõe de material que atende a todas

as necessidades da obra da ligação rodoviária, no que se refere à qualidade e

volumes.

Esta pedreira executa todos os ensaios de controle tecnológico, incluindo o

ensaio de “Reação Alcali Agregado”.

Possui balança eletrônica para 80 toneladas, aferida.

Como carteira de clientes foi fornecedora de material para a construção de Itaipu

e da Aduana, além de atender a 02 (duas) concreteiras da cidade de Foz do

Iguaçu.

A distância de transporte é de 15,0Km, com acesso pela Avenida Juscelino

Kubistchek.

PE-02 Pedreira REMANSO GRANDE

A Pedreira REMANSO GRANDE, está localizada na Rua Astorga, na localidade de

Remanso Grande, com acesso pela Rodovia BR-469.

Esta pedreira encontra-se em atividade, apresenta uma distância de transporte

de aproximadamente 10Km, com uma produção mensal de 9.000m³.

Esta pedreira, além do material pétreo, possui uma área de empréstimo com

material para reforço do pavimento, num volume estimado de 60.000m³. Este

material é constituído por blocos de rocha basáltica medianamente a muito

alterada, imersos em matriz argilo arenosa.

Page 41: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

41 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

PE-03 Pedreira a Montante da Ponte a ser Construída

Trata-se de uma pedreira abandonada, de propriedade particular, localizada a

aproximadamente 120m a montante da ponte a ser construída.

A pedreira é constituída por basalto são com pequena cobertura de solo; dada a

sua proximidade da obra, a mesma deve ser considerada como uma pedreira

potencial.

PESQUISA DE AREAIS

AR-01 Areal da Mineração Mercantil Maracaju

Este areal, que se encontra em plena atividade, está localizado na Vila Vitorassi,

distando 4,0Km da Rodovia BR-277.

O material (areia fina, média e grossa), é extraído na região de Guaíra, e

transportado até o areal por meio de barcaças com capacidade de 500 a 650m³

por viagem.

Os pedidos feitos são atendidos em até 03 (três) dias.

Além da areia, atende de forma terceirizada, a pedidos de brita e pedrisco.

Este areal atende à obra no que se refere à qualidade e volumes exigidos.

Temos também, no mesmo local a Mineração Morumbi, com a mesma qualidade

de material.

AR-02 Areal Localizado no Porto Meira/Porto Iguaçu

Foi visitado também este areal localizado na margem direita do Rio Iguaçu,

atualmente em atividade, na localidade de Porto Meira, explorado pela empresa

Macuco Safari. Todavia, o mesmo não apresenta material com qualidade e

volume para atender a obra.

O material observado durante a visita de inspeção, constituído por areia fina e

média, apresentava-se contaminado por matéria orgânica, e apresentando um

alto percentual de material argiloso.

A produção diária é de 210m³, correspondendo a 03 (três) viagens diárias de

70m³.

Intervenções Necessárias à Implantação do Empreendimento e Ações

Previstas na Fase de Implantação do Empreendimento

Apresenta-se a seguir as etapas de construção:

1. Execução das Fundações

2. Execução das Caixas de equilíbrio

3. Execução dos Pilares

Page 42: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

42 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

4. Execução da aduela cimbrada sobre a travessa

5. Execução do Mastro de Estaiamento

6. Montagem da treliça de avanço

7. Execução da aduela de disparo

8. Avanço dos balanços

9. Preenchimento das caixas de equilíbrio com concreto magro

10. Fechamento dos vãos e protensão de continuidade

11. Pavimentação, iluminação e dispositivos de proteção (defensas e guarda-

corpos)

a) EXECUÇÃO DOS PILARES E CAIXAS DE EQUILÍBRIO

Os pilares dos mastros poderão ser executados simultaneamente com as caixas

de equilíbrio uma vez que seus processos executivos são independentes. As

caixas de equilíbrio deverão ser preenchidas com concreto ciclópico, como lastro.

b) EXECUÇÃO DA ADUELA CIMBRADA SOBRE A TRAVESSA

Construídos os pilares dos apoios 2 e 3, procede-se à execução da aduela

cimbrada acima da travessa, a partir da qual se desenvolverão os balanços.

A aduela cimbrada deve ser apoiada em apoios provisórios além dos apoios

centrais definitivos.

Os aparelhos de apoio serão fixos no apoio 3 e móveis para o apoio 2.

As aduelas disporão de bainhas onde serão posicionados os cabos de protensão,

com enfiação posterior.

c) EXECUÇÃO DO MASTRO DE ESTAIAMENTO

A execução do mastro de estaiamento será feita em parte com forma deslizante

e parte com forma trepante (região onde há interferência com os nichos das

ancoragens dos estais).

A obra foi concebida para que não ocorra interferência entre o tabuleiro e os

pilares/mastro, já que está posicionada por fora da projeção vertical das vigas.

Engastado no mastro há o desvio do passeio de pedestre que será executado

separadamente do tabuleiro já que esse se movimenta, enquanto o mastro é

fixo.

d) MONTAGEM DA TRELIÇA DE AVANÇO

Os dispositivos de avanço do tabuleiro (treliça) são compostos por estruturas

metálicas que se apoiam nos segmentos já executados, por meio de trilhos que

permitem seu deslocamento. Na direção longitudinal, essa treliça suporta, no

trecho em balanço, por meio de tirantes rosqueados, as formas para

concretagem da nova aduela, concreto e armadura, bem como cargas

Page 43: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

43 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

provenientes das etapas de execução (equipamento, mão-de-obra, etc). No seu

contorno (à frente e nas laterais) são dispostas passarelas de trabalho.

A geometria da treliça deve ser tal que permita que o estai do segmento que

tenha sido terminado possa ser tensionado antes de seu avanço para a próxima

aduela.

e) EXECUÇÃO DA ADUELA DE DISPARO

Montada a treliça sobre a aduela, é possível executar a aduela de disparo que

será suportada apenas com protensão (sem estai). Tal aduela pode ser

executada em várias etapas ou em uma etapa só.

f) AVANÇO DO BALANÇO

Executada a aduela de disparo, a treliça de avanço é posicionada para a

execução da primeira aduela do trecho estaiado. Após a concretagem da aduela,

são posicionados os estais, de modo a prover resistência para o peso da aduela

seguinte e da treliça. Após a movimentação da treliça para a sua nova posição,

será concretada a segunda aduela, sendo a mesma fixada de forma definitiva na

primeira aduela por meio de armadura ativa. Somente após o tensionamento dos

estais a treliça poderá ser deslocada.

Como visto, o avanço do tabuleiro é caracterizado por um ciclo de operações

(ciclo de construção da aduela), constituído por:

1. Deslocamento da treliça e ajustes de forma

2. Colocação da armadura passiva

3. Concretagem da aduela

4. Endurecimento do concreto (processo de cura)

5. Execução das operações de protensão (tabuleiro)

6. Execução das operações de tensionamento dos estais

7. Novo avanço da treliça e ajuste da forma

No final da execução das aduelas será tensionada a cablagem de continuidade.

O ciclo de construção previsto para a execução das aduelas é estimado entre 7 a

10 dias. Assim, observa-se que o concreto será fortemente solicitado em baixas

idades, sendo, portanto, necessária a utilização de materiais de alta qualidade e

um controle rigoroso de execução.

O avanço dos balanços deve ser controlado topograficamente, com rigor

suficiente de modo a garantir os corretos níveis do “greide”. Esse alinhamento é

obtido por meio de contra-flechas (em relação ao “greide” geométrico) a serem

aplicadas durante a construção, determinadas na fase de projeto em função das

deformações por fluência e retração do concreto, bem como as perdas de

protensão do tabuleiro e os acréscimos de alongamento dos estais.

Page 44: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

44 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

g) PREENCHIMENTO DAS CAIXAS DE EQUILÍBRIO COM CONCRETO

MAGRO

Após o tensionamento dos últimos estais, as caixas de equilíbrio deverão ter seus

trechos centrais preenchidos com concreto magro até formar uma borda livre

mínima de 20,0cm nas células centrais e até 3,0m de altura da face superior nas

cálulas das extremidades da caixa para eventual manutenção no estai. Deve-se,

portanto prever duas portas de acesso na parede da caixa de equilíbrio para esse

serviço.

h) FECHAMENTO DOS VÃOS

Completado o ciclo de construção das aduelas, procede-se o fechamento do vão

estaiado (vão 2) com a concretagem das aduelas centrais. Posteriormente é

executada a protensão de continuidade restante.

1 . 2 . 2 . 2 . C e n t r o s d e F r o n t e i r a

As reuniões referentes ao Controle Fronteiriço da Segunda Ponte Internacional

foram realizadas com presença de representantes da ANVISA, Polícia Rodoviária

Federal, Ministério da Agricultura, Policia Federal, ANTT e Receita Federal. Todos

os órgãos se manifestaram oficialmente através de carta, e todas as

preocupações e requisitos foram atendidos dentro do projeto da melhor maneira

possível. Todos os órgãos manifestaram aprovação aos projetos apresentados,

inclusive por funcionários locais que operam em Foz do Iguaçu.

Funcionamento dos Centros de Fronteira

Tanto para o Centro de fronteira com o Paraguai, quanto para o centro de

fronteira com a Argentina a concepção original é a de que todos os veículos e

pessoas tenham acesso controlado.

Portanto, o primeiro acesso dos viajantes será com a Polícia Federal (2). O

veículo ao chegar no centro será informado através de um painel de mensagens

variáveis(1) de qual guichê ele deverá se dirigir. Após o acesso liberado,

passarão pelo controle da Receita Federal(3), ou caso haja alguma

irregularidade, ANVISA(4), Ministério da Agricultura(5) entram em ação.

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45 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 13. Croqui do Centro de Fronteira da Segunda Ponte Internacional entre o Brasil e

o Paraguai.

A imagem acima ilustra para automóveis de passeio e vans, o procedimento a

ser adotado no Centro de Fronteira. O mesmo procedimento é realizado para

caminhões, ônibus, motos e pedestres.

Após esses dois controles, os veículos ainda passarão por uma guarita da Polícia

Rodoviária Federal. Há previsão de espaço para revistas mais rigorosas inclusive

com recursos para desmontagem de partes dos veículos e inspeções por baixo

dos mesmos.

Partido Arquitetônico

A arquitetura dos centros de fronteira foi concebida de maneira a organizar os

diferenciados fluxos buscando um maior controle e segurança. Os fluxos serão

organizados através de obstáculos físicos sob a forma de jardineiras que além de

organizar o fluxo oferecerão conforto, beleza e segurança.

O seu layout é fruto da melhor distribuição dos fluxos, o destaque do edifício se

dará pela distinção da cobertura que sobrepõem no conjunto. Esse elemento

conferirá identidade ao prédio, uma vez que buscou-se uma solução econômica e

racional para a resolução das plantas. A cobertura foi igualmente concebida de

maneira modular beneficiando-se de recursos da arquitetura de estruturas

metálicas e da industrialização dos elementos.

Page 46: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

46 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 14. Cobertura do Centro de Fronteira

As imagens abaixo foram confeccionadas para o centro de fronteira do Paraguai,

e a mesma concepção foi aplicada no centro de fronteira com a Argentina.

Page 47: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

47 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 15. Centros de Fronteira do Paraguai

Figura 16. Modelo do Centro de Fronteira a ser implantado na Segunda Ponte Brasil - Paraguai

Figura 17. Centro de Fronteira

A arquitetura do Centro de Fronteira será bem ordenada e clara, suas torres com

estais são compatíveis com o desenho da ponte que será implantada e se

tornarão um marco urbano. Seu ritmo será agradável e bem ordenado adequado

à estrutura de um centro de fronteira, pois representa uma estrutura ordenada e

simples de ser compreendida representando imponência e ordem aliada a leveza

de seus elementos.

A estrutura será modular, ou seja, dependendo da necessidade pode-se

aumentar ou reduzir a área coberta.

Page 48: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

48 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

A arquitetura dos centros também foi pensada baseada em conceitos modernos

de construção, usando de forros para implantação de ar condicionado central e

pisos elevados, conferindo agilidade na obra, facilidade de manutenção e

adaptabilidade para qualquer tipo de mudança que possa vir a ser feita no

futuro.

Centro de Fronteira com o Paraguai

Fases de Implantação

Conforme dito anteriormente, em virtude dos problemas existentes na ponte da

amizade hoje, se torna urgente a implementação de uma melhor estrutura para

se resolver a circulação e os tramites de caminhões entre os países.

Pensando em acelerar os benefícios trazidos a região da nova ponte e da PIA

(Ponte Internacional da Amizade), foi definido que o projeto seria implantado em

duas fases distintas.

Etapa 1

A etapa 1 contempla todo o serviço de terraplenagem e implementação da

estrutura para operação apenas um dos modos. Assim os benefícios seriam

imediatamente sentidos na região da Ponte da Amizade e entorno.

Selecionando apenas um modo de operação pode se criar uma estrutura

especializada e mais eficaz. O modo mais adequado ao momento é o de veículos

pesados. Os benefícios dessa transferência seriam imediatos, em virtude da

eliminação do tráfego pesado na Ponte da Amizade.

Além de desafogar a PIA dos veículos maiores, que hoje têm restrição de

circulação, a estrutura viária da ponte foi concebida de maneira a ter os veículos

maiores no centro do projeto, evitando-se raios complicados de curva. Os

veículos pesados passam através da porção central do edifício em uma reta, isso

é uma prevenção para os veículos de grande porte que, devido à tecnologia,

tornam-se cada vez maiores.

A Segunda Ponte seria usada para passagem apenas de tráfego de cargas. O uso

por pedestres seria restrito apenas a casos de emergência na via. Os acessos de

pedestres deverão ser proibidos nesse momento, pois nessa fase se implantaria

apenas estruturas mínimas para o funcionamento imediato de cargas, ou seja,

não haveriam os prédios nem a estrutura adequada a imigração de pedestres.

Um esboço da fase 1 (funcional) pode ser vista a seguir, a planta em escala mais

adequada no caderno em anexo.

Page 49: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

49 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 18. Etapa 1 do Centro de Fronteira da Segunda Ponte Internacional entre Brasil e Paraguai.

Programa Resumido Etapa 1

1. Fiscalização Policia Federal

2. Edifício Principal

a. Policia Federal

b. Receita Federal

c. Policia Rodoviária Federal

d. ANVISA

e. Ministério da Agricultura

f. Vigilância e administração

g. Terceirizados

h. Gerador de Energia

i. Arquivo

j. Depósito

3. Estacionamento de emergência para aguardar chegada de documentos

4. Pátio de Apreensão / Incinerador

Page 50: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

50 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

5. Base Policia Rodoviária Federal / Retorno

6. Estacionamento dos funcionários

7. Guarita de Controle de Acesso ao Parque / Porto Iguaçu

8. Acesso ao Marco da Três Fronteiras

9. Sugestão de Implantação de futuro estacionamento

10.Marco das Três Fronteiras

11.Espaço das Américas

A parte aterrada que não será utilizada nessa fase deve ser coberta por pintura

asfáltica diluída para manter a qualidade do solo até a implantação do resto do

complexo.

Etapa 2

O desenho abaixo ilustra a etapa 2.

Figura 19. Etapa 2 do Centro de Fronteira da Segunda Ponte Internacional Brasil – Paraguai.

Programa Resumido Etapa 2

1. Edifício Principal

a. Policia Federal

b. Receita Federal

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51 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

c. Policia Rodoviária Federal

d. ANVISA

e. Ministério da Agricultura

f. Vigilância e administração

g. Terceirizados

h. Gerador de Energia

i. Arquivo

j. Depósito

2. Área de Controle para Caminhões (fase 1), Ônibus e Vans

3. Área de Controle para Automóveis

4. Área de Controle para Motos

5. Área de Controle para Pedestres

6. Base Policia Rodoviária Federal / Retorno

7. Pátio de Apreensão / Incinerador

8. Estacionamento dos funcionários

9. Retorno

10.Pátio de Apreensão/ Fiscalização Rigorosa

11.Guarita de controle de acesso ao Marco das / Porto Iguaçu

12.Guarita de Controle de Acesso ao Parque / Porto Iguaçu

13.Sugestão de Implantação de futuro estacionamento

14.Marco das Três Fronteiras

15.Espaço das Américas

Na fase 2 segue a implantação das estruturas voltadas ao público geral:

automóveis, motos, vans, ônibus e pedestres. Sua implantação e operação será

bem mais complexa em virtude da natureza diferenciada dos fluxos. As

necessidades de fiscalização em uma moto, são diferentes das necessidades de

um carro ou uma van.

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52 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Da mesma maneira a ponte deverá ser preparada para receber o fluxo de

pedestres, os passeios deverão orientar o fluxo de maneira a não haver

dispersão e desorientação por parte dos mesmos.

Da mesma maneira, será proporcionado um trajeto agradável e seguro. As

soluções de arquitetura devem também estar bem integradas ao projeto da

ponte e ao meio onde está inserida. No trajeto em terra firma a solução adotada

consiste num pequeno jardim seguido por um obstáculo mais elevado. Essa

alternativa dificulta acesso às extremidades, dificultando ainda atos de

vandalismo e passagem ilegal de produtos.

Figura 20. Estruturas adicionais do Centro de Fronteira

De maneira análoga uma solução esteticamente compatível com a ponte para o

guarda-corpo e iluminação da ponte. Uma proteção que faça parte da arquitetura

é muito mais eficaz e agradável do que soluções paleativas tais como as grades

que hoje encontram-se instaladas na Ponte Internacional da Amizade.

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53 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 21. Visão de como será a Segunda Ponte Internacional

Centro de Fronteira com a Argentina

Usando-se os mesmos quesitos aplicados no centro de fronteira com o Paraguai

adaptou-se para a localidade Argentina.

Figura 22. Centro de Fronteira Brasil - Argentina

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54 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

1. Edifício Principal

a. Policia Federal

b. Receita Federal

c. Policia Rodoviária Federal

d. ANVISA

e. Ministério da Agricultura

f. Vigilância e administração

g. Terceirizados

h. Gerador de Energia

i. Arquivo

j. Depósito

2. Área de Controle para Automóveis

3. Área de Controle para Motos

4. Área de Controle para Ônibus e Pedestres

5. Saída para Ônibus e Pedestres inspecionados

6. Área de Controle para Vans de turismo e Caminhões

7. Área de Controle para Caminhões, ou acesso ao EADI

8. Controle de saída Caminhões, ônibus e vans de turismo

9. Entrada/Retorno

10.Área para expansão de cabines

11.Acesso ao estacionamento de funcionários / incinerador

12.Ponte Tancredo Neves

Page 55: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

55 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 23. Vista da Estrutura para atendimento de ônibus de turismo

Figura 24. Vista da parte interna do Centro de Fronteira destinada à fiscalização de veículos de passeio e motos.

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56 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 25. Vista da cobertura do conjunto.

1. Memorial Descritivo de Acabamentos Centro de Fronteira Argentina

O Projeto Básico de Arquitetura do Centro de Fronteira Brasil/ Argentina é

composto por 2 blocos de edifícios sendo um com 2 andares (bloco A) e outro

térreo (bloco B) com as seguintes áreas: BLOCO A- TÉRREO: hall de entrada

com guichês da polícia federal e receita federal, 2 sanitários para área da

recepção, 1 sala Anvisa, circulação, 1 escritório para a polícia federal com wc, 1

escritório agricultura com WC, 1 escritório receita federal com wc, 1 escritório

anvisa com wc e enfermaria, circulação com elevador para deficientes, 2 wcs

públicos e depósito. BLOCO A- 1° ANDAR: circulação, 1 sala chefia polícia

federal com wc, 1 sala chefia receita federal com wc, 1 sala de espera, 2

sanitários, 3 salas multiuso, 1 sala de monitoramento, 1 sala para arquivo/ cpd.

BLOCO B- TÉRREO: hall de entrada com guichês da polícia federal e receita

federal, 2 sanitários para área da recepção, 1 sala Anvisa, circulação, 1 escritório

para a polícia federal com wc, 1 escritório agricultura com WC, 1 escritório

receita federal com wc, 1 escritório anvisa com wc e enfermaria, circulação, 2

wcs públicos, 2 depósitos, 2 vestiários para funcionários, refeitório e cozinha

funcionários.

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57 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

11 .. 33 .. JJ uu ss tt ii ff ii cc aa tt ii vv aa TT éé cc nn ii cc aa ,, EE cc oo nn ôô mm ii cc aa ee SS oo cc ii aa ll

1.3.1. Objetivos do Empreendimento

A construção de uma Segunda Ponte Internacional sobre o rio Paraná objetiva o

desafogamento do trânsito na Ponte da Amizade que em virtude do excesso de

tráfego de veículos de carga, ônibus, automóveis, motocicletas e pedestres que

disputam espaço para passagem, torna a fiscalização precária em ambos os

países.

A oferta de uma segunda ponte naquela região certamente desafogaria o

movimento da primeira, oferecendo oportunidade para refazer os controles

federais naquela fronteira.

Os serviços aduaneiros seriam revitalizados na Ponte da Amizade e instituídos

nas cabeceiras da Segunda Ponte de modo a obter uma estrutura completa que

permitirá a execução dos controles aduaneiros de migração, vigilância sanitária e

aduaneira.

De acordo com a Secretaria da Receita Federal de Foz do Iguaçu (SRF), esta

proposta propiciaria uma real modificação da imagem de ambos os países

naquela fronteira, além de criar meios para garantir o incremento do comércio

legítimo bilateral.

Ainda seria favorecido o comércio entre os três países fronteiriços (Brasil,

Argentina e Paraguai), uma vez que a Segunda Ponte será construída em área

muito próxima à região conhecida como Tríplice Fronteira, na confluência entre

os rios Paraná e Iguaçu e distante aproximadamente 5 Km da Ponte

Internacional Tancredo Neves que liga o Brasil à Argentina.

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58 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 26. Localização da Segunda Ponte Internacional Brasil – Paraguai, contextualizando com a Ponte da Amizade, a Ponte Tancredo Neves, a BR-277-PR e o acesso à Ponte em lado brasileiro. Fonte: Google Earth, 2010.

1 . 3 . 1 . 1 . J u s t i f i c a t i v a s p a r a o E m p r e e n d i m e n t o

Segundo considerações feitas pela Secretaria da Receita Federal de Foz do

Iguaçu (SRF) sobre a construção da Segunda Ponte Internacional sobre o rio

Paraná, é real a necessidade de realização da referida obra. Para a SRF, a

fronteira do Brasil com o Paraguai, na região de Foz do Iguaçu e Ciudad del Leste

é a maior porta de entrada no País de mercadorias objeto de descaminho como

cigarros, armas, munições, produtos contrafeitos, inclusive drogas.

Ainda de acordo com as considerações da SRF, os órgãos federais de controle

naquela área – Receita Federal, Polícia Federal, Agência Nacional de Vigilância

Sanitária - Anvisa e Ministério da Agricultura - não têm as condições para

efetuar o controle efetivo na passagem da ponte atual, por absoluta inexistência

de condições logísticas e falta de espaço físico. Assim, a SRF não consegue

fiscalizar mais que 2% do movimento de mercadorias que atualmente passam

pela Ponte da Amizade.(Engemim, 2005)

Em reuniões realizadas pela Comissão Mista composta por várias delegações

lideradas pelo Ministério das Relações Exteriores – MRE a saber: Agência

Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Ministério de Agricultura, Pecuária e

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59 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Abastecimento – MAPA, Ministério dos Transportes, dentre outros, foi solicitada

pelo MRE as necessidades de todas as Instituições envolvidas de modo a serem

contempladas no estudo ambiental e também nos Projetos Básico e Executivo

desenvolvidos pela VETEC Engenharia, conforme Atas em anexo.

O Acordo firmado entre o Brasil e o Paraguai (Anexo), sustenta:

“ Tendo em vista o significativo incremento do fluxo de passageiros e cargas pela

Ponte da Amizade...

... e considerando ser de interesse recíproco promover a integração física de seus

territórios e firmemente convencidos de que os legítimos anseios das comunidades

residentes na região fronteiriça serão mais bem atendidos com a ampliação das vias

de ligação para o transporte terrestre entre as duas margens do rio Paraná...

... as partes se comprometem a iniciar o exame das questões referentes à construção

e à exploração de uma segunda ponte internacional entre o Brasil e o Paraguai, sobre

o rio Paraná.”

A alta quantidade de veículos que passa pela região supera a capacidade de

escoamento da ponte existente, o que se caracteriza como um ponto de

estrangulamento no tráfego entre os dois países. Segundo informações prestadas

pela representação do DNIT em Foz do Iguaçu, o volume acaba congestionando

o tráfego de veículos e dificultando a fiscalização. Segundo informações locais, às

quartas-feiras e aos sábados, são necessárias em média duas horas para cruzar

a fronteira.

A implantação do empreendimento desafogará o trânsito e facilitará a vistoria de

mercadorias e cargas nas cabeceiras da Ponte da Amizade, que tem um

movimento estimado de 40.380 veículos/dia (600 veículos de carga, 18.630

motocicletas, 14.520 veículos de passeio e 15.240 pedestres por dia), segundo

informações da Unidade Local do DNIT de Foz do Iguaçu. (Engemim, 2005)

Além da importância para a economia e o turismo, a Segunda Ponte será

importante para a população local. A região tem 772,3 mil habitantes em cinco

cidades: uma na Argentina, duas no Paraguai e uma no Brasil. O número

aumenta para 853 mil pessoas ao englobar os moradores dos municípios

brasileiros distantes num raio de 40 quilômetros de Foz do Iguaçu.

O Governo Federal do Brasil é o órgão financiador da obra de Implantação da

Segunda Ponte Internacional Brasil-Paraguai. O Ministério dos Transportes,

representado pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes

(DNIT) realizará os repasses de verba, que são garantidos pelos fundos

vinculados ao programa de governo denominado Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC), já mencionado neste estudo.

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60 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo

II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

1.3.2. Alternativas Locacionais e Tecnológicas

A definição da alternativa atual de traçado passou por estudos que iniciaram

ainda com a ENGEMIN Engenharia e Geologia, empresa contratada para a

confecção do Projeto de Engenharia. Nesta ocasião, ao longo da confecção do

Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) foram contemplados dois

traçados básicos que podem ser apreciados na figura a seguir.

Abaixo, encontram-se as considerações da Projetista para a determinação do

traçado ótimo, segundo a concepção de projeto da época.

“A alternativa 2 situa-se próxima, longitudinalmente, de um córrego existente.

Os aterros necessários para a execução do centro de fronteira seriam altos e

exigiriam ainda a construção de muros de arrimo altos para evitar que o córrego

fosse atingido. Não seria em princípio possível deslocar a ponte para o norte,

afastando-a do córrego, devido à presença de um clube de campo, patrimônio da

cidade. Nem para o sul, para o outro lado do córrego, porque atingiria no lado

paraguaio, as instalações do complexo portuário existente. Além disto, esta

posição estaria reservada para a implantação futura da ferrovia. Estes fatos são

a principal restrição à escolha da alternativa 2. Também deve ser lembrado que

a ponte na alternativa 2 se situa próxima e à montante do porto existente no

lado paraguaio, Porto Franco, de modo que a probabilidade de choque de uma

barcaça com a torre da ponte é maior que na alternativa 1.

Com relação à alternativa 1 não há problemas significativos para a construção

dos acessos e dos centros de fronteira (com exceção da travessia de um córrego

que exigiria aterro alto). O problema principal desta alternativa 1 está

relacionado com a passagem por área que exigiria a desapropriação de um

número maior de residências do que na alternativa 2, bem como maior corte de

vegetação.

Assim sendo, devido ao grande volume de terraplenagem exigido pela alternativa

2 para implantar o acesso e o centro de fronteira, além de exigir obras pesadas

de contenção, a opção do estudo é pela alternativa 1, ressalvando-se mais uma

vez que não é uma recomendação conclusiva. É necessário que ambas as

alternativas sejam detalhadas no projeto básico, antes de decisão final.

No entanto, depois da análise do DNIT do relatório preliminar surgiu a

possibilidade, já anteriormente comentada, da nova ponte formar com a Ponte

da Amizade um binário no qual a primeira funciona no sentido Paraguai - Brasil,

carreando todo o tipo de veículo, não apenas o de carga. Nestas condições as

necessidades de estacionamento diminuem assim como diminuem os volumes de

terraplenagem e de obras de contenção.

Page 61: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

61

Figura 27. Alternativas de traçado propostas pela ENGEMIM, em 2005.

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1-62

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

A possibilidade de implantação da segunda ponte considerando esta última

concepção de projeto implicaria na adequação da BR-277/PR dentro da cidade de

Foz do Iguaçu. Mesmo assim haveria o tráfego de veículos de carga dentro do

perímetro urbano e em uma rodovia que atualmente é utilizada pela população de

Foz do Iguaçu como uma das vias principais de ligação urbana.

Posteriormente, após a contratação da empresa VETEC Engenharia, outra

concepção de projeto foi adotada, sendo que o conceito mais importante adotado,

segundo o traçado proposto, foi a retirada do trânsito de todo o perímetro urbano

da cidade de Foz do Iguaçu. Utilizando em parte o traçado proposto para a

implantação da linha férrea, bem como a localização da ponte em local proposto

para a construção da ponte ferroviária, segundo figura 28.

A equipe desta Consultoria Ambiental entende esta última proposta como a de

conceito mais moderno e, mesmo que para sua implementação seja necessária a

implantação de um acesso ainda inexistente, os impactos atribuídos a este desenho

são menores, uma vez que a área a ser impactada possui alto grau de

antropização, sendo que a necessidade de desapropriação ou reassentamento é

menor do que nas alternativas anteriores.

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63

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 28. Alternativa VETEC destacada em verde.

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64

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

1.3.3. Saúde do Trabalhador

Na implantação de qualquer tipo de empreendimento existe a necessidade

de procedimentos visando a saúde e o bem-estar tanto dos trabalhadores

da obra em si, como da população residente nas áreas de entorno do

empreendimento.

No âmbito do Plano Básico Ambiental – PBA desse empreendimento,

constará o Programa de Segurança, Meio Ambiente e Saúdo –SMS do

Trabalhador. Nele serão abordadas todas as medidas mitigadoras a todos os

possíveis impactos advindos da instalação e operação da ponte e do seu

acesso em lado brasileiro, a saber:

Os requisitos legais atribuídos às empreiteiras, ou empresas

construtoras (Normas Regulamentadoras – NR 01 a NR-32);

Os indicadores e o público-alvo de cada subprograma, indicando os

índices de mortalidade, morbidade, doenças sexualmente

transmissíveis (DST), dentre outros;

Os Programas de Apoio (Base Legal): são programas cuja

responsabilidade de instalação, implantação, monitoramento, bem

como os custos, compete somente às empresas construtoras ou

empreiteiras, conforme descrito nas Normas Reguladoras (NR-01 a

NR-32), relativas à segurança e medicina no trabalho, e que são de

observância obrigatória pelas empresas (Lei 6.514/77 e Lei 3.214/78)

como:

- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO

(NR - 7);

- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR - 9)

- Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na

Indústria da Construção – PCMAT (NR-18);

Programas de competência do Empreendedor, como o Programa de

Educação em Saúde e de Identificação e Manejo de Endemias;

Serão ainda contemplados no PBA o Programa de Monitoramento da

Qualidade do Ar, onde serão propostas medidas mitigadoras para a emissão

de ruídos e material particulado.

No PBA durante o período de instalação bem como no período de operação

das obras, propõe-se atividades como proferimento de palestras, cursos,

confeccionadas cartilhas e panfletos tanto para os trabalhadores da obra

quanto para a população local, abordando saneamento básico, doenças

sexualmente transmissíveis, segurança no trabalho, uso de equipamento de

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65

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

proteção individual – EPIs, e ainda sobre meio ambiente, desenvolvimento

sustentável, dentre outros.

11 .. 44 .. ÁÁ rr ee aa dd ee II nn ff ll uu êê nn cc ii aa dd oo EE mm pp rr ee ee nn dd ii mm ee nn tt oo

A área de influência do empreendimento delimita a área geográfica a ser

direta e indiretamente afetada pelos impactos ambientais do

empreendimento, bem como suas intervenções propostas, de acordo com a

metodologia de trabalho adotada.

A base conceitual para a definição da área de influência reside no alcance

dos efeitos diretos e indiretos do empreendimento, respectivamente.

Porém, se forem considerados também os menores níveis de impactos, a

área de influência pode assumir dimensões muito extensas e não

operacionalizáveis em uma abordagem de EIA. Na verdade, a definição de

áreas de influência estabelece os níveis nos quais os impactos serão

considerados relevantes para análise.

Tal pressuposto remete a diferentes escopos ao considerarem-se os meios

físico, biótico e antrópico. Assim, para a instalação da Segunda Ponte

Internacional entre o Brasil (Foz do Iguaçu) e o Paraguai (Presidente

Franco), as áreas de influência foram determinadas conforme discriminado

nos itens abaixo.

1.4.1. Área Diretamente Afetada (ADA)

No contexto deste empreendimento a Área Diretamente Afetada (ADA)

refere-se à pista de rolamento.

De acordo com o Projeto Básico elaborado pela empresa VETEC Engenharia,

a Rodovia de Acesso da ponte à BR-277-PR está projetada com uma seção

transversal em pista simples, com 2 faixas de 3,60 m por sentido e

acostamentos laterais de 2,50 m.

1.4.2. Área de Influência Direta (AID)

Compreende uma área de 1,0 Km para cada lado da rodovia para os meios

físico, biótico e socioeconômico.

1.4.3. Área de Influência Indireta (AII)

Para os meios físico e biótico compreende uma área de 2,5 Km para cada

lado da rodovia.

Para o meio socioeconômico equivale à extensão do município de Foz do

Iguaçu.

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66

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 29. Áreas de inflluência do empreendimento.

Page 67: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

2 . D I AG N Ó ST IC O A M B IE N T AL

22 .. 11 .. MM ee ii oo FF íí ss ii cc oo

2.1.1. Caracterização Climática e Meteorológica

O clima na região do Município de Foz do Iguaçu é subtropical úmido

mesotérmico, classificado por Köppen como Cfa. A cidade tem uma das

maiores amplitudes térmicas anuais do Estado do Paraná, cerca de 11°C de

diferença média entre o inverno e o verão, isto deve-se a uma menor

influência da maritimidade do que a que ocorre em outros municípios. Por

isso os verões costumam ser muito quentes, com máximas médias em

torno dos 35°C, por vezes chegando a superar a marca dos 42°C e os

invernos apesar de, na média, serem considerados amenos, ainda assim

propiciam quedas bruscas de temperaturas que podem fazer a temperatura

cair abaixo de 0°C durante a passagem de frentes frias com a massas de ar

polar na retaguarda.

As chuvas costumam ser bem distribuídas durante o ano, com uma pequena

redução no inverno e a precipitação anual varia em torno dos 1.800 mm.

2 . 1 . 1 . 1 . T e m p e r a t u r a

A maior parte da área territorial do Estado do Paraná localiza-se na região

subtropical, onde dominam temperaturas amenas e uma pequena parte

encontra-se na região de clima tropical.

Apesar de as isotermas se enquadrarem entre as mais baixas do Brasil,

muitas vezes as temperaturas absolutas apresentam grandes contrastes. As

máximas diárias podem chegar a 40ºC (Norte, Oeste, vale do rio Ribeira),

ou até passar de 40°C (Litoral) e as mínimas, nas terras planálticas e nas

áreas serranas, freqüentemente registram temperaturas abaixo de zero

(Palmas -11,5ºC em 1975).

A temperatura máxima registrada no último período entre os anos de 1999

e 2005 ocorreu no mês de março de 2005, com 39,6 ºC. A menor

temperatura ocorreu no mês de agosto de 1999, com –2,6ºC, sendo que a

temperatura média anual do período analisado ficou em 21,7º C.

Tabela 1. Comportamento da temperatura média, mínima e máxima mensais.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

MEDIA MAXIMA 35,3 35,6 36,3 34,3 30,0 29,9 29,7 33,9 35,2 36,0 36,3 35,9

MEDIA MINIMA 16,5 16,2 15,3 8,7 4,7 4,2 0,6 3,1 4,4 8,9 10,5 14,5

TEMPERATURA MEDIA

25,9 25,9 25,8 21,5 17,3 17,1 15,2 18,5 19,8 22,5 23,4 25,2

Fonte: Ministério da Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.

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SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

TEMPERATURA (°C)

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

°C

Figura 30. Comportamento da temperatura média, mínima e máxima mensais, Munic. de Foz do Iguaçu. Fonte: Ministério da Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.

Tabela 2 Parâmetros agroclimáticos para o Município de Foz do Iguaçu

2 . 1 . 1 . 2 . P l u v i o m e t r i a

As isoietas registram, para o Estado do Paraná, índices pluviométricos

médios entre 1.200mm a 1.900mm anuais de chuvas, com exceção do

litoral onde os índices são superiores, particularmente em alguns trechos da

Serra do Mar (Véu de Noiva) com 4.000mm/ano. O índice pluviométrico

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

máximo é registrado no verão (dezembro a fevereiro) e o mínimo nos

meses de inverno (junho a agosto).

Tabela 3. Comportamento da pluviosidade média mensal para o ano de 2008.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

MEDIA

MENSAL 140,3 128,4 68,7 124,5 219,7 134,0 99,9 49,6 133,5 198,4 163,4 172,9

Fonte: Ministério da Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.

PLUVIOSIDADE (mm)

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

mil

ímetr

os

Figura 31. Distribuição anual das médias mensais para o Município de Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Ministério da

Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 32. Balanço Hídrico para o Município de Foz do Iguaçu - PR. Fonte: EMBRAPA – 2009.

Figura 33. Extrato do Balanço Hídrico Mensal Município de Foz do Iguaçu – PR. Fonte: EMBRAPA 2009.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 34. Caracterização hídrica ao longo do ano de 2009 para o Município de Foz do Iguaçu – PR. Fonte: EMBRAPA 2009.

2 . 1 . 1 . 3 . U m i d a d e R e l a t i v a d o A r

Um dos componentes do ar atmosférico é o vapor d’água que representa o

percentual relacionado à umidade de saturação em função da temperatura

da massa de ar naquele momento (massa de vapor de ar em gramas em

um metro cúbico de ar).

Para baixas temperaturas a massa de ar de saturação é baixa e para

temperaturas maiores esta massa é maior. Assim, quando se diz que em

certo dia do mês de agosto a umidade relativa do ar é de 15%, quando a

temperatura é de 30°C, isto significa dizer que naquele momento na

composição total do ar existe apenas 4,5g de vapor de água. Vapor este

oriundo dos processos de evaporação das águas superficiais e de

evapotranspiração.

As curvas isobáricas indicam que a umidade relativa do ar normalmente

apresenta-se elevada no Estado do Paraná. Na faixa litorânea, devido à

influência oceânica, os índices médios superam 85%. Nos planaltos do

interior as médias situam-se entre 80 e 85%, declinando estes valores à

medida que se avança para o norte e oeste, em exceção do vale do rio

Paraná, abaixo de Guaíra, que apresenta valores superiores a 80%.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

A umidade relativa do ar, em 2003, ocorreu com maior intensidade no mês

de junho, com 80%, e com menor intensidade no mês de setembro, com

65%.

Tabela 4. Comportamento da umidade relativa do ar média mensal (%). Fonte: Ministério da Aeronáutica.

Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

MEDIA

MENSAL 74 74 73 77 81 82 78 69 70 71 69 71

UMIDADE RELATIVA DO AR (%)

60

65

70

75

80

85

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

Figura 35. Distribuição anual das médias mensais de umidade

relativa do ar para o Município de Foz do Iguaçu - PR. Fonte: Ministério da Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.

2 . 1 . 1 . 4 . D i r e ç ã o d o s V e n t o s

A energia necessária para efetuar os complexos deslocamentos de ar na

atmosfera, bem como o aquecimento da superfície terrestre e da atmosfera,

é proveniente do Sol. A energia solar de ondas curtas é absorvida pela

superfície do solo, sendo então emitida e absorvida em forma de onda longa

pela atmosfera.

Devido à maior disponibilidade de energia solar recebida nos trópicos,

forma-se um gradiente de temperatura pólo-equador. Esta configuração dá

origem a deslocamentos de massas de ar frio em direção ao equador, que

estão associadas aos sistemas extratropicais.

Como não há diferenças significativas no gradiente de temperatura na

região tropical, a dinâmica de sua atmosfera é extremamente dependente

do calor latente liberado pelos aglomerados de nuvens convectivas, geradas

pelo aquecimento da superfície e do seu acoplamento com os sistemas

extratropicais.

Na América do sul, a circulação estrutura-se a partir de centros de ação

denominados anticiclones do Atlântico Sul e do Pacífico Sul, localizados

próximos das latitudes peritropicais. O escoamento, ou seja, a direção dos

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

ventos é condicionada pela localização dos centros de alta pressão

(anticiclones) ou de baixa pressão (ciclones).

Os anticiclones são células de alta pressão que se caracterizam por

movimentos descendentes de ar seco. Constituem centros localizados

preferencialmente sobre os oceanos, devido à estabilidade da temperatura

da água, que permite que os movimentos subsidentes atinjam a superfície.

O Anticiclone do Atlântico Sul, centrado à superfície sobre a Ilha de Santa

Helena, exerce uma grande influência sobre o clima do Brasil. Durante o

inverno, o anticiclone migra 5° para o norte e desloca-se para o continente,

provocando a subsidência do ar e consequentemente a ausência de chuvas

na região sobre a qual se localiza.

Sobre o continente sul-americano, como resultado do aquecimento da

superfície, principalmente durante o verão, forma-se células de baixa

pressão. Uma dessas estruturas situa-se sobre o Chaco Paraguaio e

denomina-se Baixa do Chaco. Os centros de baixa pressão caracterizam-se

por uma intensa atividade convectiva, ou seja, ocorre o deslocamento do ar

quente para níveis superiores da atmosfera, enquanto que, nos níveis

inferiores há uma grande convergência de ar. Normalmente, as

precipitações associadas com a Baixa do Chaco são fracas, uma vez que, o

ar ascendente é quente e seco, à exceção de períodos em que o Anticiclone

do Atlântico Sul fornece umidade para esse centro de ação.

No Brasil, como em várias partes do mundo quase não existem dados de

vento coletados com precisão e qualidade. Em geral os dados de vento

coletados são utilizados por aeroportos, estações meteorológicas e para a

agricultura. Estudos mais precisos passaram a ser praticados a partir da

década de 90, com a utilização dos primeiros anemógrafos

computadorizados, normalmente utilizados na determinação do potencial

eólico de determinadas regiões do Brasil, gerados a partir de simulações

computacionais com modelos atmosféricos. O mapa abaixo sugere que a

região de Foz do Iguaçu esteja inserida na maior faixa de velocidade média

dos ventos, superiores a 8,5m/s.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 36. Mapa de ventos do Brasil.

2.1.2. Qualidade do Ar

Qualidade do ar é o termo que se usa, normalmente, para traduzir o grau

de poluição no ar que respiramos. A poluição do ar é provocada pela

presença de substâncias físicas ou químicas lançadas no ar ou resultantes

de reações químicas, que alteram a constituição natural da atmosfera. Estas

substâncias poluentes podem ter maior ou menor impacto na qualidade do

ar, dependendo de suas características físicas e/ou química, concentração e

condições meteorológicas.

As fontes emissoras são numerosas e variáveis, podendo ser

antropogênicas ou naturais. As fontes antropogênicas são as que resultam

das atividades humanas, como indústria ou o tráfego de automóvel,

enquanto as fontes naturais englobam fenômenos da Natureza tais como as

emissões provenientes de erupções vulcânicas ou fogos florestais de origem

natural.

Os poluentes no ar são usualmente divididos em dois grupos: particulados e

gases. Recentemente, uma terceira forma de poluição tem sido reconhecida

que é o estado líquido.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

2 . 1 . 2 . 1 . P a r t i c u l a d o s

Os particulados são suspensões existentes no ar de substâncias fixas,

sólidas e/ou líquidas. Existem dois termos para designá-los: partículas e

aerosóis. As partículas referem-se às substâncias sólidas; os aerosóis à

substâncias líquidos e sólidas. Alguns exemplos de particulados são:

fuligem, partículas do solo, gotas oleagionosas, poeiras, névoas ácidas,

fumaça, fumos e neblina. Os particulados podem ser produzidos na queima

incompleta, moagem, corte, purificação. Na atmosfera, os particulados

ocorrem com vários tamanhos e formas.

Os particulados reduzem a visibilidade, a absorção e a dispersão da luz. É o

caso do nevoeiro em muitas áreas urbanas, que pode causar redução de luz

do sol. A dispersão de luz, devido aos particulados, pode produzir, também,

um céu avermelhado que algumas vezes é visto no nascer ou pôr do sol.

2 . 1 . 2 . 2 . G a s e s

Os gases ocorrem em pequena porcentagem na atmosfera, entretanto,

exercem um papel importante porque são perigosos e possuem efeitos

desagradáveis.

Podem ser liberados na atmosfera por processos de combustão ou

vaporização (mudança de um líquido para um estado gasoso), ou mesmo

serem formados por reações químicas na atmosfera.

Os principais poluentes gasosos na atmosfera podem ser categorizados

como gases contendo: carbono, enxofre, nitrogênio e ozônio.

Carbono: Os gases contendo carbono são os poluentes do tipo monóxido

de carbono (CO), hidrocarbonetos, hidrocarbonetos oxigenados. Os

hidrocarbonetos são caracterizados como compostos formados pela

combustão incompleta e pela evaporação da gasolina, óleo combustível e

solvente.

Enxofre: O principal poluente contendo enxofre é o dióxido de enxofre

(SO2). Quando os combustíveis contendo enxofre são queimados, o enxofre

retira o oxigênio do ar e produz dióxido de enxofre, o qual, em altas

concentrações, é um gás irritante. O dióxido de enxofre reage como os

materiais na atmosfera para formar partículas de ácido sulfúrico e partículas

de sais de sulfato. O ácido sulfúrico é perigoso , além ser um poluente

altamente corrosivo. É comum, em períodos de estagnação do ar, a

formação de dióxido de enxofre e ácido sulfúrico em altas concentrações,

produzindo sérios problemas pulmonares.

Nitrogênio: Os gases contendo nitrogênio são poluentes que incluem o

óxido de nitrogênio (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2). O óxido de

nitrogênio não apresenta cor, relativamente não perigoso e é produto da

queima de combustível a altas temperaturas. Embora, possa reagir com

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

átomos de oxigênio para formar o dióxido de nitrogênio. Esta reação ocorre,

especialmente, na presença e condições de formação do "smog"

fotoquímico. O dióxido de nitrogênio tem odor ligeiramente doce e cor

marrom amarelada. Em concentrações altas, pode parecer marrom. As duas

maiores fontes de geração de óxido de nitrogênio são combustão em fontes

estacionárias na indústria, na geração de energia, no aquecimento de

ambientes e, também, provenientes dos veículos automotores.

Ozônio: O ozônio é um gás sem cor e com característico cheiro de ar

fresco, em geral, percebido durante as trovoadas com tempestades. Ele

ocorre na atmosfera naturalmente, mas pode ser formado por reações

químicas envolvendo os óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos, na

presença de luz solar, próximo da superfície da Terra. As reações químicas

envolvendo a luz solar são chamadas de reações fotoquímicas. Existem três

fontes naturais de ozônio. A principal delas está na estratosfera, onde a

produção de ozônio ocorre com a reação fotoquímica da luz ultravioleta com

oxigênio. O ozônio estratosférico é, freqüentemente, trazido da superfície

da Terra e pode constituir em uma grande quantidade de ozônio, observado

ao nível do solo. O ozônio é, também, produzido por relâmpago, mas como

uma fonte menor. A terceira maneira de produção de ozônio é por reações

fotoquímicas envolvendo óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos

naturalmente emitidos pela vegetação. Como exemplos de hidrocarbonetos

naturais tem-se os terpenos, que são compostos químicos produzidos pelas

árvores coníferas.

2 . 1 . 2 . 3 . L í q u i d o s

A chuva ácida (precipitação ácida) tem recebido muita atenção devido ao

severo impacto ecológico que pode causar em áreas extensas. Em

decorrência da combustão de enorme quantidade de combustíveis fósseis

tais como carvão e óleo, no Brasil, são descarregadas anualmente na

atmosfera milhões de toneladas de compostos de enxofre e óxido de

nitrogênio. Através de uma série complexa de reações químicas, estes

poluentes podem ser convertidos para ácidos os quais podem retornar à

terra como componentes de uma chuva.

A acidez é medida em unidades de pH. O símbolo pH representa a

concentração de íons hidrogênio carregados eletricamente em uma solução

A chuva caindo através de uma atmosfera limpa tem pH variando de 5,6 a

7,0. A chuva ácida tem um pH abaixo de 5,6. Em geral, quanto mais baixo

o pH, mais poluída e mais corrosiva a chuva se tornará.

A chuva ácida vem contribuindo para destruição dos monumentos de pedras

em todo o mundo. Efeitos adversos na agricultura e nas florestas, têm sido

muito suspeitados, mas não foram ainda completamente documentados.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

2 . 1 . 2 . 4 . F o n t e s d e P o l u i ç ã o d o A r

Os poluentes do ar originam-se, principalmente, da combustão incompleta

de combustíveis fósseis para fins de transporte, aquecimento e produção

industrial.

Entretanto, em adição aos processos de combustão, a poluição do ar é

causada por vaporização (a mudança do líquido para o estado gasoso);

atrito (operações de redução de tamanhos tais como moagem, corte,

perfuração etc); combustão de materiais residuais; reações químicas na

atmosfera envolvendo poluentes primários que formam poluentes

secundários e, numa menor extensão, fontes naturais tais como polinização

e vulcões.

As principais categorias de fontes de poluição do ar são: transporte,

combustão, fontes estacionárias, processos industriais e resíduos sólidos.

Embora o Estado do Paraná disponha de um programa institucional de

monitoramento da qualidade do ar, o sistema de monitoramento,

administrado pelo Instituto Ambiental do Paraná – IAP, constituído por 12

(doze) estações de amostragem do ar, das quais 07 (sete) são automáticas,

restringem-se apenas à região metropolitana de Curitiba.

As equipes que se encaminharam à região de Foz do Iguaçu verificaram a

predominância de zonas com características rurais do município como sendo

o tipo de ambiente onde as obras serão realizadas. Muito embora haja

influência de rodovias importantes na região e a presença de veículos,

percebeu-se que o tráfego não é importante o suficiente, ao longo da

Avenida Perimetral Leste para a descaracterização da qualidade do ar

ambiente. Além do baixo tráfego de veículos motorizados, contribui ainda a

existência de uma área ampla, onde a circulação de ar é livre.

Mesmo onde o projeto coincide com as vias atualmente utilizadas não há

evidências importantes de poluição atmosférica. O único ponto crítico seria

a Fiscalização da Polícia Federal no sentido da Ponte Tancredo Neves

(Fronteira com a Argentina), local onde se acumulam veículos de diferentes

portes. Mas, semelhantemente à zona rural, o espaço é amplo e bem

ventilado.

Muito embora as condições atmosféricas sejam confortáveis, detectou-se a

presença de solo com grande capacidade de suspensão de partículas, uma

vez que fora de sua estrutura natural, as partículas possuem de tamanho

predominantemente argila.

Desta forma, ao iniciada a obra é fato a necessidade de observância das

medidas mitigadoras voltadas para a poluição atmosférica, devido à

necessidade de manutenção das boas condições atualmente existentes.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

2.1.3. Ruído

O trecho demarcado para a implantação da Segunda Ponte Internacional

Brasil/Paraguai, entre as cidades de Foz do Iguaçu e Presidente Franco, tem

como marco inicial, um ponto situado na Rodovia BR-277/PR, próximo ao

bairro Novo Mundo. Entre o ponto inicial e o ponto final, próximo ao marco

das Três Fronteiras, existem vários bairros, como Jardim Europa, Jardim

São Miguel, Jardim Vitória, Jardim Colônia etc, cujas residências e

estabelecimentos comerciais estão dentro da área de influência da via de

acesso à nova ponte. Essas localidades certamente sofrerão os impactos

devido à poluição sonora.

Excetuando-se os bairros, que são as localidades que apresentam maior

densidade populacional ao longo do trecho demarcado, o que se percebe é a

presença de grandes áreas verdes e propriedades rurais que se destinam ao

plantio de diversas culturas agrícolas pertinentes à região. Nessas áreas, o

número de edificações é reduzido, o que diminui significativamente a

densidade populacional, o que não significa dizer, que esses moradores, em

menor número, não sofrerão os impactos do excesso de ruído a ser gerado

pelo novo empreendimento.

Dentre as fontes de ruído não natural, observadas ao longo do trecho de

acesso à segunda ponte Brasil/Paraguai, destaca-se o intenso fluxo de

veículos leves (motocicletas e automóveis) e pesados (ônibus e carretas

utilizadas para transporte de carga) na rodovia BR-277/PR. Nos demais

pontos estudados, verifica-se reduzido fluxo de veículos (leves e pesados),

o que não altera significativamente os níveis de pressão sonora nessas

localidades.

A modificação pretendida deve dentro de certo limite, modificar a

configuração que hoje se apresenta, alterando a rotina da cidade de Foz do

Iguaçu, podendo prejudicar a saúde e a qualidade de vida da população,

principalmente dos moradores dos bairros dispostos dentro da área de

influência do empreendimento. Os problemas causados pelo excesso de

ruído como: cansaço, angústia, instabilidade, mudança de humor, maior

susceptibilidade ao desagrado, perturbação do sono, alteração

cardiovascular, irritabilidade, estresse, ansiedade, dores de cabeça, perda

de concentração, entre outros, são exemplos dos efeitos provocados pela

poluição sonora (DANI & GARAVELLI, 2001; MARQUIS-FAVRE et AL, 2005;

MARQUIS-FAVRE, PREMAT & AUBRÉE, 2005).

A Organização Mundial de Saúde considera que a partir de 55 dB(A),

aparecem as chamadas reações fisiológicas no organismo humano. O

estresse, em seu estágio inicial, pode até ser considerado benéfico na

medida em que funciona como excitante, mas quando se torna crônico é

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

capaz de degradar o corpo e o cérebro conduzindo à exaustão (WHO,

1999).

2 . 1 . 3 . 1 . M e t o d o l o g i a A p l i c a d a

Para a avaliação dos níveis de pressão sonora (NPS), com vistas à

elaboração do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) – Poluição Sonora –

foram realizadas medidas ao longo de toda a extensão do traçado da

segunda ponte entre Brasil e Paraguai, desde a BR-277/PR, ponto próximo

ao bairro Novo Mundo até o marco das Três Fronteiras.

Por melhor representar a exposição sonora em cada região, foi escolhido o

Leq(A)1 (nível de pressão sonora equivalente), uma vez que leva em

consideração a média das ocorrências sonoras num determinado ponto.

Os equipamentos utilizados foram: medidor de pressão sonora da Minipa,

modelo MSL 1352 A tipo 2, com protetor de vento e tripé; calibrador de

nível sonoro, marca TES, modelo 1356, n. de série 15918, certificado pela

CHROMPACK Instrumentos Científicos Ltda, n. 21.184 em 07/04/2008.

Os níveis de pressão sonora equivalente, Leq(A), foram obtidos conforme

Anexo A da NBR 10.151 da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT), para o equipamento da Minipa, onde os Li2 (nível de pressão

sonora em dB – decibels) foram lidos em resposta rápida (fast) a cada 1

segundo, no modo de compensação A. A NBR 10.151 recomenda que os

NPS sejam lidos em resposta rápida (fast) e a cada 5 segundos. Embora a

norma recomende intervalos de 5s entre uma medida e outra, a opção por

trabalhar com um intervalo menor – 1s – não traz absolutamente, prejuízo

ao estudo, pelo contrário, só torna a medida ainda mais criteriosa.

As medidas foram realizadas ao longo do dia 19/06 (das 8h às 18h30 –

aproximadamente), em intervalos de tempo aproximado de 15 minutos3 e

respeitaram as especificações da NBR 10.151. Os níveis de pressão sonora

(NPS) foram medidos em coordenadas geográficas devidamente

demarcadas com o uso de um GPS (Global Position System), da marca

GARMIN, modelo GPSMAP 60C, sempre de acordo com o traçado da nova

via, em formato de coordenadas Universal Transversa de Mercator (UTM)

Datum Horizontal South America ’69 (SAD 69).

1 O Leq(A) representa o nível contínuo estacionário equivalente em dB(A), que tem a

mesma energia que o nível variável considerado.

2 Li é o nível de pressão sonora, em dB (A), lido em resposta rápida (fast) a cada 5s,

durante o tempo de medição do ruído.

3 Em função dos níveis de pressão sonora terem sido avaliados em intervalos de 1s, cada medida

de 15 minutos, contém um universo de 900 dados.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Dentre os pontos demarcados para o estudo, destaca-se a medida realizada

na BR-277/PR, local onde se contabilizou o número de veículos leves (carros

de passeio), veículos pesados (caminhões, ônibus e carretas), além das

motocicletas, com o intuito de estimar os níveis de pressão sonora para o

trecho que dará acesso a nova ponte entre as cidades de Foz do Iguaçu

(Brasil) e Presidente Franco (Paraguai). Para estimar os níveis de pressão

sonora quando da operação do empreendimento, devido ao fluxo de

veículos, foi utilizado um modelo matemático desenvolvido e adaptado por

vários autores para a previsão dos NPS futuros. No caso específico desse

estudo, utilizou-se como referência, o modelo adotado na Alemanha,

RLS90.

O NPS pode ser estimado em função do fluxo de veículos, conforme a equação a

seguir:

Aeq 10 T VPL 10log ( (1 0,082P ) 37,3 dB(A), onde:

T representa o fluxo total de veículos, expresso em veículos por hora e

PVP o percentual de veículos pesados (>2,8 T).

Diagnóstico – Pressão Sonora

Qualquer obra de engenharia que modifique a paisagem natural de

determinada localidade, deve a priori, ser monitorada, no sentido de mitigar

os efeitos decorrentes dessa modificação. A avaliação inicial dos NPS ao

longo do traçado do empreendimento pode facilitar a compreensão dos

processos de evolução dos níveis de ruídos decorrentes da implantação da

Segunda Ponte Internacional Brasil/Paraguai, e assim indicar possíveis

caminhos ou medidas para a redução desse impacto sobre a saúde e a

qualidade de vida das populações diretamente envolvidas.

O objetivo da avaliação é conhecer a situação atual e proporcionar

comparações com as emissões sonoras produzidas durante a instalação e

operação do traçado que dá acesso à nova ponte, priorizando

principalmente os pontos com maior adensamento populacional. A partir

dos dados iniciais será possível, estabelecer de forma sistemática, o

controle da poluição sonora nas áreas de maior sensibilidade a essa

modalidade de poluição.

Page 81: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

81

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

2 . 1 . 3 . 2 . A t i v i d a d e s R e a l i z a d a s

Início – Perímetro do bairro Novo Mundo – BR-277/PR

O ponto inicial4 desse estudo, BR-277/PR, configura-se como o ponto de

maior NPS entre todos avaliados. Esse resultado se dá primordialmente em

função do fluxo de veículos na rodovia. A tabela a seguir expressa a relação

entre as coordenadas geográficas e o NPS correspondente.

Tabela 5. Relação entre as coordenadas geográficas e o NPS correspondente.

Coordenada Geográfica NPS dB(A)

L – 749774 S – 7178182

68,9

NOTA: Segundo a NBR 10.151, os valores medidos do NPS devem ser

aproximados ao valor inteiro mais próximo. Por melhor representar a

precisão do aparelho, optou-se por trabalhar com uma casa decimal.

Figura 37. BR-277/PR - Coord: L – 749774/S – 7178182

Trata-se de uma localidade com baixa densidade habitacional e intenso

tráfego de veículos, leves e pesados. Para esse ponto, além do nível de

pressão sonora equivalente Leq = 68,9 dB(A) destaca-se o nível de pressão

sonora mínimo Lmín = 54,0 dB(A) e o nível de pressão sonora máximo Lmáx =

85,0 dB(A). O fluxo de veículos (nos dois sentidos da rodovia) contabilizado

durante os 15 minutos5 de medida está registrado na tabela abaixo.

4 A caracterização dos níveis de pressão sonora ao longo do traçado do empreendimento foi dividida em

12 pontos. Por uma questão de conveniência, optou-se por adotar o ponto 1, situado na BR 277, como o

ponto inicial do estudo.

5 Embora a avaliação dos níveis de pressão sonora tenha sido realizada num intervalo de 15 minutos,

para efeito desse estudo, considerou-se o fluxo de veículos para um intervalo de 1h.

Page 82: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

82

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Tabela 6. Fluxo de veículos (nos dois sentidos da rodovia)

contabilizado durante os 15 minutos6 de medida

Veículos Quantidade

Automóveis 344

Carretas, ônibus e caminhões 28 Motocicletas 26

O segundo ponto de medida está localizado numa região de baixíssima

densidade habitacional. Nessa região, os níveis de pressão sonora não

ultrapassam 40,0 dB(A), a não ser quando há tráfego de veículos,

principalmente carros e motos. Durante a realização dessa medida, que

teve início às 16h45 e término às 17h, foi possível registrar a passagem de

10 motocicletas e 11 carros de passeios, o que permitiu registros de Lmáx =

73,0 dB(A). Devido a esse fluxo de veículos, o nível de pressão sonora

equivalente sofreu um significativo aumento, em relação a valor mínimo

Lmín = 36,0 dB(A), conforme tabela abaixo.

Tabela 7. Nível de pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS

dB(A)

L – 748935

S – 7176489

54,6

6 Embora a avaliação dos níveis de pressão sonora tenha sido realizada num intervalo de 15 minutos,

para efeito desse estudo, considerou-se o fluxo de veículos para um intervalo de 1h.

Page 83: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

83

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 38. Área com baixa densidade habitacional. Coord: L –

748935/N – 7176489

A medida de número 3 foi realizada num ponto próximo ao bairro Jardim

Europa. Os valores aqui medidos são muito semelhantes aos valores

associados à medida anterior.

Tabela 8. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS

dB(A)

L – 748661

S – 7175634

52,0

Os níveis registrados nessa região não costumam superar 40 dB(A), a não

ser quando da passagem de um veículo automotor. O menor nível

registrado foi de 37,0 dB(A), enquanto que o maior valor foi de 74,0 dB(A).

Por se tratar de um ponto próximo ao bairro Jardim Europa, destaca-se a

presença de residências próximas ao traçado da via de acesso à segunda

ponte. A foto abaixo permite visualizar a rua de acesso às residências,

localizadas a aproximadamente a 150m do ponto de medida.

Page 84: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

84

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 39. Área próxima ao bairro Jardim Europa. Coord: L –

748661/S – 7175634

O ponto 4, situado nas cercanias do bairro Mutirão, evidencia também,

baixos NPS. O maior nível registrado nesse ponto foi de 62,0 dB(A),

enquanto que o menor nível foi de 35,0 dB(A). O nível de pressão sonora

equivalente registrado foi de Leq = 46,4 dB(A), conforme tabela abaixo.

Tabela 9. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS dB(A)

L – 748390

S – 7174143

46,4

Figura 40 Área próxima ao bairro Mutirão. Coord: L – 748390/S –

7174143

Nessa região, a distância média entre as residências e o futuro traçado da

via de acesso à segunda ponte é de aproximadamente 250m.

Page 85: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

85

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

A medida de número 5 foi realizada na Av. República Argentina, num ponto

situado próximo a um loteamento residencial, nas proximidades do bairro

Cohapar III.

Trata-se de uma localidade sensível a essa modalidade de poluição, uma

vez que há uma grande concentração de residências próximas ao traçado

da via que dará acesso à nova ponte. A distância entre as primeiras

residências do bairro Cohapar III é de aproximadamente 140m, enquanto

que para o loteamento residencial essa distância cai para valores em torno

de 50m.

Figura 41. Av. República Argentina; proximidades do loteamento residencial Coord: L – 748225/S – 7173350

Durante a realização da medida, foi possível constatar a passagem de 28

veículos de passeio e 5 motocicletas, evento que gerou os maiores níveis de

pressão sonora para a localidade. O maior NPS registrado foi de Lmáx = 75,0

dB(A), enquanto que o menor nível foi de Lmín = 43,0 dB(A). Com exceção

à passagem dos veículos automotores, os níveis registrados seguem valores

próximos aos níveis registrados em áreas de pouco tráfego, ou seja, valores

entre 40,0 e 50,0 dB(A). O NPS equivalente para a região é o registrado na

tabela abaixo.

Tabela 10. NPS equivalente

Coordenada Geográfica NPS

dB(A)

L – 748225

S – 7173350

58,2

Page 86: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

86

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

A Avenida Felipe Wandescheer foi tomada como ponto de referência para a

medida de número 6. A Avenida separa os bairros Jardim Copacabana e

Jardim Residencial, cujas residências distam aproximadamente 400m do

eixo central do futuro empreendimento. Durante a maior parte do intervalo

de tempo de medição, os níveis não ultrapassaram 62,0 dB(A). O maior

nível registrado nessa região, certamente é devido ao fluxo de veículos. No

caso, o valor máximo registrado foi de Lmáx = 77,0 dB(A). O nível de

pressão sonora equivalente nesse ponto foi de 59,5 dB(A), conforme tabela

abaixo.

Tabela 11. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS dB(A)

L – 747669 S – 7171915

59,5

Figura 42. Av. Felipe Wandescheer, próximo aos bairros Jardim

Copacabana e Jardim Residencial. Coord: L – 747669/S – 7171915

A medida de número 7 foi realizada num ponto próximo ao bairro Jardim

Vitória. Nessa região, o fluxo de veículos é bastante reduzido, o que reduz

significativamente os níveis de pressão sonora para a localidade. O maior

nível de pressão sonora registrado foi de Lmáx = 65,0 dB(A), enquanto que o

menor nível foi de Lmín = 42,0 dB(A).

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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 43. Bairro Jardim Vitória. Coord: L – 747502/S – 7171135

O nível de pressão sonora equivalente para a região está expresso na tabela

abaixo. Além disso, vale destacar que a distância das residências ilustradas

na figura 43 até o eixo central da futura via de acesso à nova ponte é de

aproximadamente 60m.

Tabela 12. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS

dB(A)

L – 747557

S – 7171173

48,4

Diferentemente do ponto anterior, a medida 8 foi realizada numa área

predominantemente rural, com baixa densidade habitacional. No ponto de

coordenada (L – 746945) e (S – 7170469), numa via tipicamente rural,

onde os maiores NPS foram registrados na presença de um ou mais veículos

automotores (carros e motos).

Tabela 13. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS

dB(A)

L – 746945

S – 7170469

49,0

Page 88: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

88

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 44. Área predominantemente rural. Coord: L – 746945/S –

7170469

O maior nível de pressão sonora registrado nessa região foi de 72,0 dB(A),

enquanto que o menor nível foi de 39,0 dB(A). Durante 90% do tempo, os

níveis estiveram abaixo de 46,0 dB(A), níveis que evidenciam uma zona

tipicamente rural.

O trevo da Avenida das Cataratas (BR 469) permite acesso ao aeroporto da

cidade de Foz do Iguaçu e à Avenida MERCOSUL, que leva à cidade de Porto

Iguaçu, Argentina. Escolhido para a medida de número 9, essa localidade

apresenta níveis de ruído mais elevados do que os registrados ao longo do

traçado do empreendimento, com exceção do valor registrado na rodovia

BR-277/PR. Durante a realização da medida, anotou-se a passagem de 119

automóveis, 10 motocicletas e 6 veículos pesados, entre caminhões de

ônibus. O tráfego gerou um NPS máximo de 82,0 dB(A), e o nível de

pressão sonora equivalente registrado para este ponto foi de 66,2 dB(A).

Tabela 14. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS dB(A)

L – 746012

S – 7169139

66,2

Page 89: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

89

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 45. Avenida das Cataratas; Trevo da BR 469; acesso ao aeroporto de Foz do Iguaçu e à Avenida MERCOSUL; acesso à cidade de Porto Iguaçu. Coord: L – 746012/S – 7169139

A medida de número 10 foi realizada na Avenida MERCOSUL, ponto próximo

a Ponte Tancredo Neves. Essa localidade possui características muito

semelhantes ao ponto anterior, pois se trata de uma região com grande

fluxo de veículos automotores. O nível de pressão sonora equivalente nessa

região foi de 67,9 dB(A). A diferença primordial desse ponto para o ponto

anterior é a distância entre a avenida e as casas do bairro Jardim Guaíra,

em torno de 70m.

Tabela 15. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS dB(A)

L – 744650 S – 7168243

67,9

Page 90: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

90

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 46. Avenida MERCOSUL. Coord: L – 744650/S – 7168243

As medidas de número 11 e 12 foram realizadas em áreas com baixa

densidade habitacional, isentas de fontes de ruído tipicamente urbanas,

como tráfego de veículos automotores. Em função dessas características, o

Leq(A) para esses pontos não ultrapassou 50 dB(A).

Tabela 16. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS dB(A)

L – 742909 S – 7167733

46,1

Tabela 17. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS dB(A)

L – 742084 S – 7167692

41,0

Page 91: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

91

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 47. A imagem ao lado retrata o ponto de número 11. Coord: L –

742909/S – 7167733

Para obter um parâmetro de comparação com o ponto de número 1, ponto

que apresentou o maior NPS do estudo, realizou-se a medida de número

13, na BR-277/PR, próximo ao bairro Parque Presidente. O ponto de

coordenada (L – 745009) e (S – 7176301), distante aproximadamente

300m das residências mais próximas, revelou níveis de pressão sonora

semelhantes aos encontrados no ponto de número 1.

Tabela 18. Nível de Pressão sonora equivalente

Coordenada Geográfica NPS dB(A)

L – 745009

S – 7176301

69,1

Page 92: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

92

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 48. BR-277/PR. Coord: L – 745009/S – 7176301

Enquanto o NPS registrado no ponto 1 foi de 68,9 dB(A), o nível registrado

no ponto de número 13, foi de 69,1 dB(A), diferença de 0,2 dB(A). Os

valores registrados revelam que a metodologia utilizada no estudo foi

rigorosamente a mesma, o que permite concluir que os níveis de pressão

sonora gerados ao longo da BR-277/PR estão condicionados ao fluxo de

veículos na rodovia.

Essas medidas fornecem a base de dados necessária para se estimar os

níveis de pressão sonora, quando o empreendimento estiver em sua fase de

operação.

2 . 1 . 3 . 3 . R e l a ç ã o d a O b r a c o m a E m i s s ã o d e R u í d o s

1) FASE DE PLANEJAMENTO DO EMPREENDIMENTO

Na fase de planejamento do empreendimento os impactos ocasionados à

poluição sonora estão relacionados ao bem estar físico do ser humano e

serão decorrentes, principalmente, dos estudos e trabalhos preliminares ao

início das obras.

Elevação dos níveis de pressão sonora durante os trabalhos de caracterização

geológica

Este impacto é gerado em decorrência da utilização de equipamentos

destinados a realizar perfurações, com vistas a se determinar as

características geológicas de cada ponto do traçado. Haverá aumento

temporário dos níveis de pressão sonora nas proximidades dos pontos de

sondagens, aumento que dependerá do tipo de equipamento utilizado. Caso

os referidos equipamentos sejam de pequeno porte, a emissão de ruídos

será de pequena intensidade, não acarretando significativas alterações na

Page 93: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

93

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

rotina de regiões habitadas. São ruídos localizados em pontos determinados

e difusos entre os ruídos provocados por outras fontes locais.

É um impacto de natureza negativa, podendo causar desconforto,

principalmente para as pessoas que residem nas proximidades do traçado

do empreendimento. Nesta fase, os indivíduos mais expostos ao ruído, são

trabalhadores que operam os equipamentos. Apresenta probabilidade certa

de ocorrência e início imediato, pois é inerente ao processo tecnológico ao

qual está associado. É de pequena importância pelo fato de possuir curta

duração. Não é impacto sinérgico, ou seja, não ocorre relação mútua com

outros impactos.

2) FASE DE IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Nessa fase do empreendimento os impactos ocasionados ao bem estar físico

do ser humano serão decorrentes da interação dos processos tecnológicos

desenvolvidos para implantação das obras, que envolvem utilização de

máquinas, movimentos de solos e rochas e intervenções diretas no meio

físico, como escavações e construções. A fase de construção compreende

ainda a mobilização para instalação de canteiros de obras ou pátios para

guarda de equipamentos.

Aumento dos Níveis de Pressão Sonora Causados Pelas Obras

Para a operacionalização dos serviços de terraplanagem, por exemplo, será

necessária a utilização de maquinário pesado, tais como: caminhões,

tratores, escavadeiras etc. Durante a execução desta parte da obra, os NPS,

que hoje variam entre 41,0 e 69,1 dB(A), tendem a subir devido ao intenso

tráfego deste tipo de maquinário. Esse aumento trazido pela implantação da

via de acesso à segunda ponte manter-se-á por todo o trecho até a

finalização dessa fase do empreendimento.

De acordo com o estudo, os bairros diretamente afetados pelo intenso

tráfego de maquinário serão os bairros Jardim Europa, Mutirão, Cohapar III,

Jardim Copacabana, Jardim Residencial, Jardim Vitória e Jardim Guaíra, pois

são os bairros mais próximos do traçado de acesso à segunda ponte

Brasil/Paraguai.

Segundo a NBR 10.151, norma que fixa as condições exigíveis para

avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades, independente da

existência de reclamações, o nível de pressão sonora em áreas mistas,

predominantemente residencial é de 55 dB(A) para o período diurno e 50

dB(A) para o período noturno (entre 22h e 6h). A tabela seguir resume o

nível de critério para ambientes externos em dB(A).

Page 94: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

94

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Tabela 19. Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A)

Tipos de áreas Diurno Noturno

Áreas de sítios e fazendas 40 35

Área estritamente residencial urbana, de hospitais ou de escolas 50 45

Área mista, predominantemente residencial 55 50

Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55

Área predominantemente industrial 70 60

Tendo em vista os NPS detectados ao longo do traçado da via de acesso à

segunda ponte, verifica-se que qualquer movimento na área demarcada

deve elevar os níveis atuais. Dessa forma, é importante evitar a

implantação de canteiros de obras, naturais fontes de ruídos, próximos a

áreas residenciais, de hospitais ou escolas. De preferência, recomenda-se

que a distância mínima seja de 400m, o que evitará transtornos devido ao

ruído gerado nessas localidades.

É provável que os níveis de pressão sonora atualmente ocorrentes nas

áreas estudadas entre 41,0 e 69,1 dB(A) , quando somados aos gerados

pela implantação das obras, agrave o quadro atual, trazendo consigo um

impacto ambiental negativo de caráter local.

A probabilidade de ocorrência deste impacto é certa e seu início se dará

imediatamente após o início das obras de implantação da nova via. Poderá

causar irritabilidade e desconforto às pessoas que residem nas

proximidades, além dos próprios trabalhadores que operam os

equipamentos. É de grande importância, pois contribui para agravar o nível

de pressão sonora local; sua duração é por todo o período das obras e é

parcialmente reversível. É sinérgico, pois difunde-se com a pressão sonora

gerada ao longo do percurso.

3) FASE DE OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Nessa fase do empreendimento, o bem estar físico do ser humano está

diretamente ligado à operação da rodovia. Populações próximas ao traçado

da via férrea, obviamente, serão as mais afetadas, principalmente, as dos

bairros próximos às obras.

A seguir são descritos e analisados os impactos da poluição sonora nessa

fase do empreendimento.

Emissões Sonoras ao Longo do Traçado da Via de Acesso à Segunda Ponte

Brasil/Paraguai

O estudo realizado ao longo do traçado da nova via de acesso à segunda

ponte Brasil/Paraguai revelou significativa variação entre o menor nível –

Page 95: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

95

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

41,0 dB(A) e o maior nível de pressão sonora equivalente registrado – 69,1

dB(A); a diferença foi de 28,1 dB(A).

A partir do estudo realizado na BR 2777 (fluxo de veículos por hora e NPS),

estima-se que durante a fase de operação do empreendimento, os níveis de

pressão sonora devam variar entre 69 e 70 dB(A)8, levando-nos a

considerar a ocorrência certa de impacto negativo.

A Figura 13 representa o Leq(A), nível de pressão sonora equivalente em

dB(A) em função do fluxo de veículos, para PVP = 20%9. Como esperado, o

acréscimo do fluxo de veículos ao longo do traçado da nova via, provocará

acréscimo dos NPS ao longo desta.

Vale destacar, que a velocidade dos veículos também influencia o NPS

emitido, conforme trabalho de Steele.

Figura 49. Nível de pressão sonora em função do fluxo de veículos

Além da correlação (fluxo de veículos X NPS), estimada para a via de

acesso à segunda ponte Brasil/Paraguai, deve-se considerar a distância

7 Ponto 1.

8 Para estimar os NPS durante a fase de operação do empreendimento, adotou-se o ponto 1 como

referência. (ponto onde foi registrado o maior fluxo de veículos).

9 Apesar do fluxo de veículos pesados, observado durante a medida na BR 277, ter sido de 8% do total de

veículos, adotou-se o valor de 20% em função da destinação da nova via.

Page 96: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

96

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

entre edificações, tais como residências, comércio etc, e o eixo central da

nova via. Em relação à distância, merecem destaque os bairros residenciais

Jardim Europa, Cohapar III, Jardim Vitória e Jardim Guaíra, pois são os

bairros mais próximos do traçado de acesso à segunda ponte

Brasil/Paraguai.

Logo, áreas urbanas que apresentam edificações às margens da rodovia (d

< 220m), são as mais sensíveis ao impacto negativo da poluição sonora.

Segundo estudos realizados, a intensidade do nível sonoro sofre um

decaimento em função do aumento da distância entre a fonte geradora do

ruído e o receptor. O gráfico abaixo apresenta uma simulação do

decaimento do nível de pressão sonora equivalente Leq = 69,3 dB(A) a 25m

do centro da pista, realizada a partir do modelo matemático adotado

(RLS90).

Figura 50. Decaimento do NPS em função da distância ao centro da pista.

Logo, sugere-se que residências, comércio, escolas etc, sejam devidamente

alocados em áreas com pelo menos 250m de distância do eixo central da

rodovia. Com isso, espera-se que o Leq(A) gerado pelo fluxo de veículos na

via de acesso à segunda ponte decaia para níveis abaixo de 60 dB(A). Caso

não seja possível respeitar a distância mínima necessária, sugere-se para

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97

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100m < d < 220m a implantação de barreiras acústicas que atenuem os

NPS em pelo menos 10 dB(A).

Além desse tipo de medida mitigadora, pesquisas revelam que o tipo de

pavimento contribui para o aumento ou redução do ruído produzido pelo

trafego de veículos. Fujiwara e colaboradores concluíram que superfícies

porosas e elásticas10 contribuem para a redução dos níveis de pressão

sonora.

Ao garantir essas exigências (consideradas mínimas), o consórcio

responsável pelas obras de implantação da segunda ponte Brasil/Paraguai,

promoveria satisfatória compensação ambiental à população local,

garantindo assim condições de conforto acústico para todas as edificações

potencialmente prejudicadas pelo acréscimo de ruído decorrentes da

implantação do empreendimento.

Trata-se, portanto, de impacto de abrangência localizada, com probalidade

certa de ocorrência e parcialmente reversível com a adoção de tecnologias

alternativas e menos impactantes. É de grande importância e sinérgico,

especialmente em relação à questão de qualidade de vida da população.

2.1.4. Topografia

A região onde será implantado o empreendimento está inserida na porção

oeste do Terceiro Planalto (Unidade Morfoescultural), onde o relevo é

caracterizado por vertentes levemente onduladas, com altitude média de

192m. O relevo é predominantemente suave ondulado a ondulado, contudo

ocorrem pontos com descidas acentuadas para as margens dos rios Paraná

(a oeste) e Iguaçu (ao sul). Outras depressões são raras e se verificam

apenas na foz dos afluentes a esses grandes rios, caracterizando áreas com

inclinações maiores que 12%.

As declividades ocorrem, em sua maioria, entre 2% a 8%, tornando-se

propícios a ocupação urbana. Margeando os cursos d’água, ocorrem relevos

com declividades superiores a 12%. Exceção para as faixas de topografia

acidentada, nas vertentes do rio Paraná, onde será implantada a ponte

internacional, normalmente de relevo ondulado e em alguns pontos bem

acidentado, com declividades superiores a 20% e frequentemente atingindo

de 80% a 100%, formando grandes penhascos sustentados pelos basaltos

da Formação Serra Geral.

10

Asfalto Ecológico

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Figura 51. Vista das quebras de relevo ao fundo da paisagem nas

margens do rio Paraná.

Figura 52. Relevo levemente ondulado, é possível observar que não

há ondulações na linha do horizonte

2.1.5. Geologia e Geomorfologia

2 . 1 . 5 . 1 . G e o l o g i a R e g i o n a l

O Brasil foi dividido por Almeida et al. (1977, 1981) em Províncias

Estruturais para que fosse possível orientar os trabalhos de caracterização e

separação dessas Províncias, conforme suas características geológicas e

geomorfológicas. Os autores adotaram como parâmetros para a

caracterização dos limites dessas Províncias Estruturais as regiões

geológicas naturais que mostram/apresentam feições estratigráficas,

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tectônicas, magmáticas e metamórficas próprias e diferentes das

apresentadas pelas Províncias confinantes.

Na figura abaixo é apresentada uma divisão do Brasil em Províncias

Estruturais proposto pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM.

Figura 53. Províncias Estruturais Brasileiras.

Os limites escolhidos pelo Serviço Geológico Brasileiro para estas Províncias

foram de caráter geologicamente bem definido (falhas e zonas de falhas,

frontes metamórficos, zonas de antepaís, limites erosionais de áreas

sedimentares) e limites arbitrários/convencionais (limites mal definidos

geologicamente, falta de conhecimento adequado no então estágio de

conhecimento, etc.).

O Estado do Paraná está inserido nas Províncias Estruturais Mantiqueira e

Paraná as quais possuem características próprias tanto geomorfológicas

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quanto geológicas, possibilitando uma diferenciação entre essas

características no Estado.

A Província Mantiqueira é uma entidade geotectônica instalada a leste dos

crátons Soa Francisco e Rio da La Plata/Paraná, ao final do Neoproterozóico

e início do Paleozóico. Estende-se por cerca de 3.000km com orientação

NNE-SSW ao longo da costa atlântica, de Montevidéu (Uruguai) ao sul da

Bahia. A Província guarda o registro de uma longa e complexa evolução do

Neoproterozóico na América do Sul (900 – 520 Ma.) preservando também

remanescentes de unidades paleotectônicas arqueanas, paleoproterozóicas

e mesoproterozóicas. Constitui juntamente com a extremidade meridional

da Província Tocantins, o arcabouço pré-cambriano do sudeste brasileiro

desenvolvido em resposta ao “Ciclo Brasiliano” de Almeida (1967).

A configuração alongada da Província segundo a direção NNE-SSW (como

vista na figura 9) foi produzida por forte tectônica de escape orógeno-

paralela, associada a três extensos orógenos: Pelotas (domínio sul);

Paranapiacaba (domínio central) e Araçuaí-Rio Doce (domínio norte), com

vetores de extrusão indicando movimento de massa na direção às margens

cratônicas.

No domínio central, Figueiredo e Campos Neto (1993) discriminaram uma

“Orogênese Brasiliano I” mais antiga (670 – 600 Ma.), sendo que mais

recentemente Trouw et al. (2000) propuseram para o mesmo domínio uma

subdivisão baseada em três estágios orogênicos. O estágio mais antigo (670

– 600 Ma.) foi correlacionado à evolução da Província do Tocantins (Faixa

Brasília) em resposta ao fechamento do Oceano Brazilides. O segundo

estágio foi correlacionado ao “ramo Ribeira” do Oceano Adamastor (630 –

520 Ma.) e o terceiro (520 – 480 Ma.) seria representado pela orogênese

paleozóica Búzios de Schimitt et al.1999. Alguns trabalhos com foco na

evolução global da Província reconheceram no mesmo segmento central

distintos arcos magmáticos definindo uma sucessão de orógenos:

Paranapiacaba/Pien, Rio Negro, Rio Doce/Araçuaí e Pelotas (Brito Neves et

al. 1999, 2000).

É corrente nessa Província a agregação dos orógenos em três sistemas:

Brasiliano I, II e III que servem de base para o enfoque proposto e

fornecem novos subsídios ao modelo de evolução preconizado por Brito

Neves et al. (1999). Cada um dos orógenos tem como características:

Brasiliano I – desenvolvimento restrito aos períodos Toniano e

Criogeniano inicial, com clímax entre 880 e 700 Ma, correspondendo ao sistema Brasiliano Precoce, caracterizado pela acresção de crosta

juvenil (Orógeno São Gabriel).

Brasiliano II – clímax entre 640 – 610 Ma, foi totalmente

implantado no período crogeniano final e corresponde à “Orogênese Brasiliano I” de Campos Neto e Figueiredo (1993). É constituído

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dominantemente por orógenos colisionais (Pelotas,

Paranapiacaba/Rio Pien, Rio Negro).

Brasiliano III – desenvolvido na transição Neoproterozóico/Cambriano, apresentando seu ápice entre 590 – 570 Ma. (Orógenos Araçuaí – Rio Doce). Nesse período, 520 Ma, ocorre

também o Orógeno Búzios.

A figura abaixo representa os Domínios Tectônicos e principais estruturas da

Província Mantiqueira, sendo que no Estado do Paraná predominam os

Sistemas de Orógenos pertencentes ao Brasiliano II.

Figura 54. Estruturas da Província Mantiqueira.

A Província Paraná possui cerca de 1.050.000 km2 somente em território

brasileiro, uma vez que ela se estende para os territórios da Argentina,

Paraguai e Uruguai, segundo Milani e Thomaz Filho, 2000. Essa Província

compreende três áreas de sedimentação independentes, separadas por

profundas discordâncias: Bacia do Paraná (área de sedimentação que

primitivamente se abria para o oceano Panthasassa a oeste, Milani e

Ramos, 1998); Bacia Serra Geral (compreendendo os arenitos eólicos da

Formação Botucatu e os derrames basálticos da Formação Serra Geral) e a

Bacia Bauru (uma bacia intracratônica).

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O substrato da Província Paraná compreende blocos cratônicos e maciços

alongados na direção NE-SW (Rio Apa, Rio Aporé, Triângulo Mineiro, Rio

Paranapanema, Guaxupé, Joinville e Pelotas, separados por faixas móveis

brasilianas: de norte para sul, Paraguai-Araguaia, Rio Paraná, Apiaí e Tijuca

(Milani e Ramos, 1998).

A figura 55 apresenta as três áreas da Província Paraná, sendo que as três

áreas da Província são importantes para o entendimento e caracterização da

geologia, geomorfologia e conseqüentemente os tipos de solos presentes no

Estado do Paraná.

Figura 55. Província Paraná.

A Bacia do Paraná foi subdividida segundo Milani (1997) em quatro ciclos

de subsidência, correspondentes às Supersequencias: Rio Ivaí; Paraná;

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Gondwana I e Gondwana II; a fase rifte correspondente à Supersequencia

Rio Ivaí e a fase sinéclise às demais supersequencias.

A Supersequencia Rio Ivaí (Ordoviciana – Siluriana) é para Milani (1997)

um ciclo transgressivo, compreendendo as formações: Alto Garças

(constituída por arenitos depositados em ambiente fluvial, transicional e

costeiro), Iapó (composta por diamictitos de origem glacial conformando

limite de sequencia de terceira ordem interno a esta Supersequencia) e Vila

Maria (constituída por folhelhos, hospedando a superfície de inundação

máxima).

A Sequencia Paraná do período Devoniano compreende um ciclo

transgressivo-regressivo e é composta pela Formação Furnas de ambiente

em ambiente fluvial e transicional (predominância de arenitos e

conglomerados) e pela Formação Ponta Grossa, constituída principalmente

por folhelhos e dividida em três membros.

A Supersequencia Gondwana I é composta pelos diversos membros dos

Grupos Itararé, Guatá e Passa Dois. Para Milani (1997) a Supersequencia

compreende uma parte basal transgressiva, correspondendo ao Grupo

Itararé e ao Grupo Guatá. O Grupo Itararé é constituído por depósitos

sedimentares de origem glácio-marinha e é subdividido nas Formações

Lagoa Azul, Campo Mourão, Taciba e Aquidauana. Já o Grupo Guatá é

formado por rochas de ambiente deltaico, marinho e litorâneo da Formação

Rio Bonito e marinhos da Formação Palermo. A parte superior da

Supersequencia possui características regressivas e está registrada nas

rochas marinhas e transicionais do Grupo Passa Dois, formado pelas

Formações Irati, Serra Alta, Teresina, Corumbataí e Rio do Rastro.

A Supersequencia Gondwana II encerra a sedimentação na Bacia do Paraná,

ocorrendo apenas no Estado do Rio Grande do Sul e norte do Uruguai.

Composta pelas rochas sedimentares do Grupo Rosário do Sul, inclui as

Formações Sanga do Cabral, Santa Maria, Caturrita e Guará. Os arenitos e

pelitos oriundos de depósitos fluviais lacustres com coloração avermelhada

são característicos desse Grupo.

A Bacia Serra Geral, segundo Milani (1997), corresponde à Supersequencia

Gondwana III que compreende as Formações Botucatu e Serra Geral

reunidas no Grupo São Bento. As estruturas da Bacia Serra Geral atestam

que com a abertura do Oceano Atlântico Sul, as antéclises limitantes da

Província Sedimentar Meridional (Assuncion a oeste, Alto Xingu a NNW,

Paranaíba a NE, Ponta Grossa a SE e Rio Grande ao sul) foram reativadas e

transformadas nos arcos homônimos. Com o rebaixamento do fundo da

bacia, houve a formação de ampla depressão topográfica, onde se

depositaram arenitos de granulação fina a média, os quais de acordo com

Scherer (2002), podem ser separados em duas unidades genéticas: uma

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inferior, com espessura máxima de 100m, correspondente à Formação

Botucatu e outra discordante sobre a Bacia do Paraná, que inicia por

depósitos de rios efêmeros e lençóis de areia, seguidos por arenitos eólicos,

intercaladas nas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral.

A Formação Serra Geral consiste de derrames basálticos continentais que

forma uma das grandes Províncias Ígneas do mundo. Compreende uma

sucessão de derrames com cerca de 1.500m de espessura junto ao

depocentro da bacia e recobre área de 1.200.000 km2. O produto deste

magmatismo está constituído por sequencias toleíticas bimodais onde

predominam basaltos a riodacitos.

A terceira área de sedimentação independente da Província Paraná é a

Bacia Bauru, assim designada por Fernandes e Coimbra (1998), possui

370.000 km2 com seu substrato composto pelas rochas vulcânicas da

Formação Serra Geral. Os 300m de espessura máxima das suas rochas

sedimentares compõem duas unidades cronocorrelatas: Grupo Caiuá e

Grupo Bauru.

O Grupo Caiuá compreende as Formações Rio Paraná, Goio Erê e Santo

Anastácio, compostas predominantemente por arenitos finos a muito finos,

interpretados por Fernandes e Coimbra (2000) como lençóis de areia, wadis

e dunas. As Formações Uberaba, Vale do Rio do Peixe, Araçatuba, São José

do Rio Preto, Presidente Prudente e Marília compõem o Grupo Bauru.

A parte superior da Formação Vale do Rio do Peixe possui intercalações de

rochas ígneas alcalinas (pipes e derrames) extrusivas de natureza alcalina,

com espessura máxima de 15m, denominadas por Fernandes e Coimbra

(2000) de Analcimitos Taiúva.

2 . 1 . 5 . 2 . G e o l o g i a e G e o m o r f o l o g i a L o c a i s .

A execução das tarefas de mapeamento foi realizada no mês de junho de

2010, compreendendo estudos e levantamentos das áreas de influência

direta e indireta do empreendimento com o objetivo de caracterizar o meio

físico da área estudada.

A caracterização da área envolveu inicialmente o levantamento e

determinação de suas coordenadas geográficas através do uso de Global

Positioning System (GPS) e conferencia desses pontos em campo com o

objetivo de caracterizar localmente a geologia e a geomorfologia. A partir

dessa caracterização, inicialmente realizada através de consultas as

bibliografias técnicas especializadas, foram realizados levantamentos de

campo nas Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento, coleta

de amostras e com as correlações de campo foram possíveis identificar as

Unidades Geológicas e Geomorfológicas presentes nas áreas de influência

do empreendimento.

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Os trabalhos de campo contaram também com caracterização petrográfica

das amostras e baseados nas litologias existentes na área de estudo os

dados litológicos foram confrontados com aqueles existentes na bibliografia

consultada.

2 . 1 . 5 . 3 . G e o l o g i a L o c a l

A área estudada está completamente inserida no Município de Foz do

Iguaçu e toda a área desse Município está geologicamente incluída na Bacia

do Paraná, mais especificamente na Formação Serra Geral. A Formação

Serra Geral é representada por um espesso pacote de lavas basálticas

continentais, com variações químicas e texturais importantes, resultantes

de um dos mais derrames vulcânicos.

Figura 56. Coluna Estratigráfica Parcial da Bacia do Paraná (Strugale et al., 2004).

A designação de Formação Serra Geral (White, 1906 in: Melfi et al. 1988),

refere-se à província magmática relacionada aos derrames basálticos e as

rochas intrusivas que recobrem grande parte da Bacia do Paraná, (Melfi et

al., 1988). Abrangendo toda a região centro-sul do Brasil e estendendo-se

ao longo das fronteiras do Paraguai, Uruguai e Argentina, essa Formação é

constituída dominantemente por basaltos e basalto-andesitos de filiação

toleítica. Sua espessura média é de 350m nas bordas e mais de 1.000m no

centro da Bacia, o volume atual é estimado em torno de 790.000 km3,

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estando a zona principal de efusão das lavas situada ao longo do Arco de

Ponta Grossa. A área de afloramento da Formação Serra Geral corresponde

atualmente ao que restou da erosão sofrida a partir do período Cretáceo em

toda a Bacia do Paraná.

Área de Estudos

Mapa Geológico

Simplificado

Figura 57. Mapa Geológico do Paraná Simplificado (2006). Fonte: MINEROPAR

a. Caracterização Geológica das Áreas de Influência.

A geologia na área de estudos é relativamente simples, pois ocorrem na

área apenas os basaltos pertencentes à Formação Serra Geral. Nessa

Unidade cada “inserção” de lava vulcânica formou um pacote de rochas

chamado derrame.

Os estudos geológicos sobre derrames vulcânicos identificaram

determinadas características sobre esse tipo de estrutura onde a base

constitui a zona vítrea e vesicular, que se altera facilmente. A parte central

é a mais espessa e formada por basalto maciço, porém recortado por

numerosas juntas (ou fraturas) verticais a horizontais. Já o topo de um

derrame típico apresenta os famosos “olhos de sapo”, pois ao se resfriarem,

os gases tendem a ir para a superfície, formando nas porções superiores

dos derrames bolhas que foram posteriormente preenchidas (amídalas) ou

não (vesículas).

A ocorrência de fraturas nesses derrames ocorre por esforços tectônicos e

são também causadas pelo seu resfriamento. São comuns nesses basaltos

linhas de fraqueza verticais, características da mesma, em formas angulares

poliédricas.

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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Conforme sofrem intemperismos físicos e químicos esses basaltos possuem

como características deixarem “bolas” de resto de rocha, que vão se

escamando como “cascas de cebola” (esfoliação esferoidal). Aspecto comum

observado nas encostas e áreas isoladas da área estudada. Muitas vezes a

erosão e decomposição seletivas fazem ressaltar na topografia as unidades

de derrames, formando verdadeiras escarpas, representadas por áreas com

declividades acima de 20%, delimitadas por quebras de relevo positivas e

negativas, aproximadamente coincidentes com os contatos entre os

derrames. O padrão de fraturamento, juntamente com as zonas vesiculares

do topo dos derrames, pode funcionar como canais alimentadores de

aqüíferos subterrâneos.

Os basaltos mapeados nas áreas de influência do empreendimento

mostraram-se bastante fraturados, exibindo fraturas conchoidais

características dessa Formação. Os afloramentos de basaltos estão

concentrados nas margens dos rios Paraná e Iguaçu, ou blocos

remanescentes do intemperismo formando bolas residuais arredondados

com aspecto de folhas de cebola. Esses afloramentos apresentaram

coloração acastanhada acinzentada escura; intemperismo apenas nas

camadas mais superficiais, suavemente dobrados e com direções de

fraturas: N30-50W 40SE, N10E 80SW e N60-80E 30SW.

Algumas fraturas nesses afloramentos basálticos apresentaram percolação

de águas meteóricas mostrando coloração ferruginosa típica e em outros foi

observado amígdalas cobertas por crosta ferruginosa, decorrentes do rápido

resfriamento da lava toleítica e liberação de gases aprisionados na rocha

durante seu resfriamento.

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Área de

Estudo

Figura 58. Mapa adaptado da sismologia brasileira. 2008. (Fonte: OBIS – UnB).

Com relação às questões estruturais existentes na Bacia do Paraná e

consequentemente na área em questão, verifica-se que grandes

lineamentos destacam-se por toda extensão do maciço. Relacionando com

os processos de movimentação tectônica de separação dos continentes

americano e africano e somando-se ainda, a instalação de fraturas no

processo de resfriamento da lava vulcânica, é possível identificar alguns

lineamentos espalhados pela região. Ganham destaque principalmente os

lineamentos com trends de orientação NE e NO.

Tendo em vista o tipo de empreendimento e os aspectos da geologia

estrutural uma possível reativação de um lineamento de maior porte no

sudoeste do Estado do Paraná causada pelas obras ou a ocorrência de um

sismo é muito improvável, pois segundo os dados do Observatório

Sismológico da Universidade de Brasília, não foram registrados sismos na

região onde será implantado o empreendimento e somando a esse fato, a

Bacia do Paraná é uma Unidade Geológica tectonicamente estável.

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Figura 59. Rocha basáltica no tamanho de brita zero.

Figura 60. Afloramento de rocha basáltica as margens do rio Iguaçu

Figura 61. Amostra de mão dos basaltos típicos da Fm. Serra Geral.

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Figura 62. Detalhe de amostra de mão de rocha basáltica. No detalhe, basalto de coloração acinzentada com pequenos veios de quartzo.

Figura 63. Afloramento de basaltos as margens do rio Iguaçu. Os pontos brancos na foto mostram pequenas amígdalas.

Figura 64. Detalhe de rocha basáltica as margens do rio Iguaçu. No detalhe são observados veios de quartzo e capeamento amarronzado formado por águas meteóricas.

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Figura 65. Amostra de afloramento basáltico com a presença de amígdalas

Figura 66. Amostra de afloramento basáltico “bloco rolado” as margens do rio Paraná

2 . 1 . 5 . 4 . G e o m o r f o l o g i a L o c a l

Os trabalhos de Santos et al. (2006) aprimoraram a caracterização dos

estudos geomorfológicos no Estado do Paraná utilizando a metodologia

adotada por Ross (1977) com o objetivo de dar seqüência a uma

sistematização já adotada por aquele autor. Os trabalhos de Santos et al.

(2006) adotaram a escala de mapeamento de 1: 250.000 o que possibilitou

a representação cartográfica das Unidades Morfoestruturais, Unidades

Morfoesculturais e Sub-unidades Morfoesculturais. Sendo assim, no 1º

taxon foram identificadas as Unidades Morfoestruturais: Cinturão

Orogênico do Atlântico; Bacia Sedimentar do Paraná e Bacias

Sedimentares Cenozóicas e Depressões Tectônicas. No 2º taxon foram

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112

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

identificadas as Unidades Morfoesculturais: Serra do Mar e Morros

Isolados e Primeiro Planalto Paranaense; Segundo Planalto e

Terceiro Planalto; Planície Litorânea e Flúvio-Marinhas e Planícies

Fluviais. No 3º taxon foram mapeadas cinqüenta Sub Unidades

Morfoesculturais, onde considerou-se como elementos básicos para a

definição das sub-unidades a similitude de formas de relevo relacionada aos

condicionantes de natureza estrutural e litológica. O método de

interpretação foi definido pelo reconhecimento dos elementos texturais e

estruturais do relevo na imagem, os quais se organizam em zonas

homólogas ou padrões de relevo.

As Áreas de Influencia Diretas e Indiretas do empreendimento estão

compreendidas na Unidade Morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Paraná

e na Unidade Morfoescultural Terceiro Planalto Paranaense, sendo que após

o mapeamento da região, está apresentou características da Sub Unidade

Morfoescultural Planalto de Foz do Iguaçu. E portanto, apenas as

características de formação dessas Unidades serão descritas.

A Unidade Morfoestrutural Bacia Sedimentar do Paraná estende-se pelos

Estados brasileiros de Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa

Catarina e Rio Grande do Sul. Seu embasamento é constituído

principalmente por rochas cristalinas Pré Cambrianas e subordinadamente

por rochas Eopaleozóicas afossilíferas, onde predominam duas direções de

fraqueza, N45 – 60W e N50 – 70E, as quais influenciaram também o

desenvolvimento da bacia.

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113

EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA

SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee

PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))

Figura 67. Mapa Geomorfológico do Estado do Paraná. Fonte: Mineropar 2006

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114

No Estado do Paraná, a Unidade Morfoestrutural Bacia Sedimentar do Paraná é

possível distinguir, segundo Santos et al. (2006), duas Subunidades

Morfoesculturais: o Segundo Planalto Paranaense e o Terceiro Planalto

Paranaense.

O Segundo Planalto Paranaense encontra-se esculpido na faixa de rochas

Paleozóicas e, no Estado do Paraná, apresenta-se como um planalto modelado

em estruturas monoclinais, sub horizontais, mergulhando para o oeste. Tem seus

limites entre a escarpa Devoniana a leste, onde as altitudes médias de cimeira

estão entre 1100 a 1200m e, a oeste, com a escarpa arenito basáltica ou

Triássico Jurássico onde as altitudes variam entre 350 e 1.200m. Essa Unidade

Morfoescultural foi dividida nas seguintes Sub Unidades:

Planalto de São Luiz do Purunã, Planalto de Jaguariaúva,

Planalto de Tibagi, Planalto de Ponta Grossa,

Planalto do Guatá, Planalto de São Mateus do Sul,

Planalto de Irati, Planaltos Residuais da Formação Teresina, Planalto de Prudentópolis,

Planaltos Residuais da Formação Serra Geral, Planalto do Alto Ivaí,

Planalto Cândido de Abreu, Planalto de Ortigueira, Planalto de Santo Antônio da Platina,

Planalto do Médio Cinzas, Planalto de Carlópolis.

A Sub Unidade Morfoescultural Terceiro Planalto Paranaense (ou Planalto Arenito-

Basáltico) corresponde, segundo Santos et al. (2006), a um grande derrame

mesozóico de rochas eruptivas básicas associadas, na porção NO, às rochas

areníticas do Grupo Bauru. Essa Sub Unidade abrange cerca de 2/3 do território

paranaense apresentando em sua maioria um conjunto de relevos planálticos,

com inclinação geral para oeste-noroeste e subdivididos pelos principais

afluentes do rio Paraná, variando suas altitudes médias de cimeira de 1.100 a

1.250m, na Serra da Esperança, para altitudes entre 220 e 300m na calha do rio

Paraná.

Essa Sub Unidade Morfoesculturual foi dividida conforme suas características de

formação do relevo em:

Planalto Pitanga/Ivaiporã, Planalto do Foz do Areia/ Ribeirão Claro,

Planalto de Clevelândia,

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115

Planalto de Palmas/Guarapuava, Planalto do Alto/Médio Piquiri,

Planalto de Apucarana, Planalto de Londrina, Planalto do Médio Paranapanema,

Planalto de Maringá, Planalto de Campo Mourão,

Planalto de Paranavaí, Planalto de Umuarama, Planalto de Cascavel,

Planalto do Baixo Iguaçu, Planalto de Francisco Beltrão,

Planalto do Alto Capanema, Planalto do São Francisco,

Planalto de Foz do Iguaçu.

A área de influência do empreendimento está inserida na Sub unidade

Morfoescultural Planalto de Foz do Iguaçu, pertencente a Unidade Morfoescultural

Terceiro Planalto Paranaense. O aspecto da paisagem do Terceiro Planalto é

determinado pelas formas de mesetas e platôs recortados do nível geral dos

lençóis eruptivos. As linhas de serras mencionadas até agora nos mapas não

ultrapassam o nível geral do platô, mas representam realmente chapadas ou

linhas divisoras de água, levemente arredondadas, no nível do plano de declive.

Área de Influência

do empreendimento

Figura 68. Carta Geomorfológica de Foz do Iguaçu – PR (adaptada)

A área de influência do empreendimento está totalmente inserida no Município de

Foz do Iguaçu onde predominam vertentes levemente onduladas, com altitude

média de 192m (Atlas Geomorfológico do Paraná – 2006). Na área urbana o

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116

relevo é suave ondulado a ondulado, com descidas acentuadas para as margens

dos rios Paraná (a oeste) e Iguaçu (ao sul); outras depressões são raras e se

verificam na foz dos afluentes a esses grandes rios. A evolução topográfica

mostra-se praticamente estável nos entre rios ou arroios, onde as declividades

ocorrem, em sua maioria, entre 2% a 8%, tornando-se propícias à ocupação

urbana.

Margeando os cursos d’água, ocorrem relevos com declividades superiores a

12%, exceção para as faixas de topografia acidentada, nas vertentes do rio

Paraná, normalmente de relevo ondulado e montanhoso, com declividades

superiores a 20% e freqüentemente atingindo de 80% a 100%. As formas

predominantes de relevo observadas na área estudada possuem dissecação

baixa, topos dos morros aplainados, morfologias convexas e vales em “V” aberto.

As áreas potencialmente instáveis nas Áreas de Influência Direta e Indireta estão

relacionadas apenas ao grau de declividade e essas áreas com declividades

acentuadas encontram-se apenas nas margens do rio Paraná e do rio Iguaçu,

compreendidas nas Áreas de Proteção Permanentes – APP desses cursos d’água.

As altitudes no Município de Foz do Iguaçu são:

Altitude máxima do município: 321m (dentro do Parque Nacional, próximo à divisa com o Município de Santa Terezinha de Itaipu).

Altitude mínima do município: 100m (foz do rio Iguaçu).

Altitude máxima no perímetro urbano: 275m.

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117

Figura 69. Relevo onde predominam formas aplainadas

Figura 70. Relevo com predomínio de áreas planas.

Figura 71. Área com predomínio de áreas planas com vegetação

secundária.

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118

Figura 72. Área plana as margens do córrego M’boicy

Figura 73. Relevo predominantemente aplainado

Figura 74. Relevo predominantemente aplainado com vales em

“V” bem abertos.

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119

Figura 75 Relevo predominantemente aplainado com vales em

“V” bem abertos.

Figura 76. Relevo predominantemente aplainado com vales em

“V” bem abertos

2 . 1 . 5 . 5 . A v a l i a ç ã o d a s C a r a c t e r í s t i c a s G e o t é c n i c a s d o s

T e r r e n o s A t i n g i d o s D i r e t a m e n t e p e l a s O b r a s .

A avaliação das características geotécnicas das Áreas de Influência Direta e

Indireta do empreendimento foi realizada com o objetivo de obter um

conhecimento prévio das propriedades dos solos dessa região. A avaliação

realizada baseou-se principalmente nos aspectos visuais dos terrenos tendo

como principais parâmetros a declividade das áreas e o grau de erodibilidade dos

terrenos diretamente atingidas pelas obras.

A etapa de campo foi realizada com o objetivo de caracterizar a relação entre o

tipo de solo predominante nas Áreas de Influência Direta e Indireta do

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120

empreendimento e sua correlação com a declividade do terreno e sua influência

à implantação do empreendimento.

Erodibilidade dos terrenos

O processo erosivo caracteriza-se pelo desprendimento, transporte e

sedimentação de massas de solo por efeito de ações mecânicas naturais que

acabam por modificar as paisagens terrestres, sendo ou não aceleradas pela

ação humana.

A erosão dos solos pode ser provocada pela ação dos ventos, das águas, da

glaciação, entre outros. Quando provocado pela ação das águas, esta é chamada

de erosão hídrica, podendo ser subdividida em fluvial, causada pela água dos

rios, pluvial, que tem como agente a água das chuvas, ou marinha, causada pelo

efeito das ondas e correntes do mar.

Quando o processo erosivo é acelerado pela intervenção humana, esta

denomina-se erosão antrópica. Já em situações em que a erosão ocorre em solos

com cobertura vegetal e sem a interferência humana, o processo é denominado

erosão geológica, caracterizada pela lentidão com que ocorre.

O crescimento acelerado dos centros urbanos brasileiros, aliado à falta de

planejamento é a causa de grande parte dos problemas de erosão que vem

ocorrendo no país.

Do ponto de vista da suscetibilidade à erosão, as áreas mais críticas são aquelas

localizadas em elevações, onde a retirada da cobertura vegetal e movimentação

dos solos acabam por reduzir a coesão, a capacidade de infiltração, aumentando

assim a taxa de escoamento superficial destes. Esta associação de fatores torna

os solos mais susceptíveis às ações das intempéries.

Para Higashi e Davison Dias (2004), a preservação ambiental é o ponto chave

nas questões abordadas pelos problemas de erodibilidade e que mesmo com a

existência de rigorosas legislações ambientais, o que se observa na prática são

constantes agressões ao meio, sendo a retirada da mata ciliar uma das

principais, o que possibilita a potencialização dos processos erosivos ou

ocupações sem o devido planejamento que sobrecarregam o meio ambiente.

Nas Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento foram identificados

pontos com a propensão ao desenvolvimento de erosões devido, principalmente,

a pouca coesão do solo formado pela desagregação dos basaltos da Formação

Serra Geral em suas camadas superiores e também da retirada da vegetação

nativa em determinadas áreas.

São observados pequenos desmoronamentos as margens do rio Paraná, mas

foram causados pela retirada da mata ciliar e ocorrem em pequena escala não

representando risco ao empreendimento, desde que mantidas as ações de

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121

conservação e monitoramento necessárias a manutenção das condições de

estabilidades atuais.

As Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento podem ser divididas

em apenas duas categorias distintas: as áreas que possuem propensão a erosão

e as que não possuem.

A classificação em propensa a erosão ou não é dada principalmente pela

interação declividade, tipo de solo e cobertura vegetal. Com a predominância dos

latossolos vermelhos pouco coesos e com fração areia esse tipo de solo é

propenso a erosão no seu horizonte A e somados a alta declividade e falta de

cobertura vegetal, formam-se os bolsões de áreas com grau de erodibilidade

alto. Essas áreas são visíveis principalmente nas vertentes e nas proximidades

dos rios Paraná e Iguaçu, onde ocorrem quebras acentuadas dos relevos nas

suas respectivas margens.

Já as áreas com grau de erodibilidade baixo é formado pelas predominância de

relevos planos ou pouco ondulados e cobertura vegetal protegendo o horizonte A

do latossolo vermelho do carreamento pelas águas das chuvas. Essas áreas com

grau de erodibilidade baixo são encontradas em praticamente toda a região, pois

existe a predominância dos relevos planos ou pouco ondulados nas Áreas de

Influência Direta e Indireta do empreendimento.

Nas Áreas de Influência do empreendimento ocorrem predominantemente

apenas dois tipos de solos, os latossolos e os nitossolos. Para a determinação do

grau de erodibilidade dos terrenos essa diferença entre os tipos de solo não são

preponderantes para a caracterização em qual classe a área está inserida. Pois a

resposta aos impactos ambientais causados pelo empreendimento serão os

mesmos para os dois tipos distintos de solos nas Áreas. Essa ocorrência é

possível de ser observada nas fotos 6 e 7, onde o processo erosivo é

predominantemente de carreamento dos horizontes superficiais dos solos e

ocorrem nos dois casos devido a retirada da vegetação.

Ocorrem também processos erosivos pela falta de drenagem urbana adequada;

vias sem as devidas ações para dissipação da energia proveniente de tubulações

de águas pluviais (dissipadores de energia; caixas de contenção, etc.) e também

aterros sem a proteção dos seus taludes. Essas características demonstram que

devido ao tipo predominante de solo nas áreas de influência do empreendimento

estes tendem a ser facilmente erodíveis quando não “manuseados” de forma

adequada.

Corroborando aos aspectos observados em campo estão os trabalhos de Bertoni

(1990) demonstrando que as características físicas e morfológicas dos solos do

oeste paranaense apresentam capacidades distintas de resistência a ação da

água e aos processos erosivos, sendo denominadas de erodibilidade. Já os

trabalhos de Westphalen (2007) apresentaram uma classificação prévia dos solos

do oeste paranaense tendo como parâmetro o grau de erodibilidade. Os

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122

resultados preliminares classificaram a resistência dos solos a erosão laminar nas

classes:

Baixa - na qual se inclui os Latossolos Vermelhos, A moderado e A chernozêmico, textura argilosa, alta floculação, elevada intemperização e

baixa proporção de areia.

Média - estão os Nitossolos, A moderado, textura argilosa, alto grau de intemperização e baixa proporção de areia, o diferencial está na baixa

floculação nos horizontes superficiais.

Alta - estão os Neossolos Litólicos, A chernozêmico, textura média e argilosa.

Elevada - incluiu-se os Argissolos Vermelho-Amarelo, com mudança

textural abrupta, baixa floculação, alta proporção de areia. Os Latossolos Vermelho, textura média e arenosa, alta proporção de areia, e os Neossolos Quartzarênicos, com alta proporção de areia.

Figura 77. Processo erosivo iniciado as margens de uma rodovia vicinal na Área de Influência Indireta do empreendimento

2 . 1 . 5 . 6 . Á r e a s d e A p o i o e J a z i d a s .

O objetivo da caracterização das áreas de apoio e jazidas foi possibilitar ao

empreendedor uma expectativa de locais que poderão ser utilizados como áreas

de ‘bota fora’ e jazidas de materiais de emprego imediato na construção civil. Os

estudos se concentraram na região do Município de Foz do Iguaçu. Ademais, é

possível orientar os programas ambientais e adequá-los às diferentes situações

encontradas na área de estudo.

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123

Substâncias de emprego imediato na construção civil.

Os materiais naturais de emprego imediato na construção civil são uma classe de

bens minerais onde o custo com o transporte influi diretamente no preço final da

matéria-prima, estando o seu aproveitamento, por esta razão, sujeito à

proximidade da fonte produtora e local onde será empregado. Portanto, o

enfoque dado correlacionou as jazidas disponíveis com as distâncias que os

materiais encontrados se localizam do local onde será implantado o

empreendimento.

As substâncias de emprego imediato na construção civil são definidas pelo

Código de Mineração como:

Areias, cascalhos e saibros para utilização imediata na construção civil, no preparo de agregados e argamassas, desde que não sejam submetidos a processo industrial de beneficiamento, nem se destinem como matéria-

prima à indústria de transformação;

Rochas e outras substâncias minerais, quando aparelhadas para paralelepípedos, guias, sarjetas, moirões e afins;

Argilas usadas na fabricação de cerâmica vermelha; rochas, quando britadas, para uso imediato na construção civil e os calcários empregados

como corretivo do solo, na agricultura

A área estudada apresenta potencialidade para o fornecimento de material

pétreo através da ocorrência dos basaltos da Formação Serra Geral e áreas para

produção de areia retiradas do leito do rio Paraná. Os pontos foram escolhidos

devido a sua proximidade com o local de implantação do empreendimento.

Material Pétreo (rochas)

A maioria das rochas duras pode ser usada como agregados graúdos, pois a

experiência mostra que as mesmas se comportam adequadamente num amplo

espectro de aplicações menos rigorosas. Quantidades muito grandes de materiais

de "boa qualidade" são exigidas para concreto estrutural e pavimentação de

rodovias (os usos maiores de agregados), aos quais se aplicam rigorosas

especificações.

As características de aplicabilidade de um agregado só podem ser determinadas

por meio de testes em laboratório. Para esse levantamento foi utilizado a

premissa que existe uma correlação aproximada entre a qualidade do agregado e

a porosidade da rocha. Podendo ser considerado, como regra geral bastante

grosseira, que rochas com valores de absorção de água menores que cerca de

2% produzem agregados de boa qualidade e rochas cujo valor ultrapassa a 4%

não. Essa correlação foi utilizada para localização de novas fontes de agregados,

tendo em vista que em determinados pontos os basaltos da Formação Serra

Geral mostraram-se bastante fraturados mas com uma absorção de água inferior

a 2%, teste realizado de forma empírica com observações em campo.

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124

A partir dos trabalhos de campo foram identificados alguns locais para uso como

possíveis fontes de material pétreo para emprego imediato na construção civil, o

estudo se concentrou exclusivamente no Brasil, não sendo considerados pontos

no Paraguai ou Argentina. Os pontos escolhidos foram:

Pedreira 01 (PE 01) – área localizada dentro da cidade de Foz do Iguaçu,

conhecida como Pedreira Brita Foz. Coordenadas: S 25° 28’ 56.1’’ e W 54° 35’

36.1’’

Características:

Área estimada de exploração: 14.462m2.

Espessura estimada do material a ser utilizado: 7,0m

Volume estimado da jazida: 526.784m3.

Distância até o empreendimento: ≈ 15km.

Observações de campo:

A área da Pedreira Brita Foz está inserida na área urbana da cidade de Foz do

Iguaçu e está em operação como empresa comercial de fornecimento de

agregados graúdos com a britagem dos basaltos da Formação Serra Geral.

A empresa possui os alvarás necessários para o seu funcionamento e mostra-se

como uma excelente alternativa para o fornecimento de insumos para as obras

civis necessárias à implantação do empreendimento. O impacto ambiental desse

uso seria o já esperado para o funcionamento normal da empresa, sendo

necessárias medidas apenas para o funcionamento da área dentro dos horários

permitidos com o objetivo de não perturbar a comunidade próxima e a

implantação de programas ambientais de monitoramento da qualidade do ar,

ruídos e segurança para aquela área.

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125

Figura 78. (PE 01) – bancadas de basalto da Pedreira Brita Foz

Figura 79. (PE 01) – área de extração da Pedreira Brita Foz

Pedreira 02 (PE 02) – área localizada na rua Astorga, Município de Foz do

Iguaçu, acesso pela rodovia BR 469. A área proposta para bota fora foi escolhida

inicialmente por geoprocessamento e encontra-se localizada na Pedreira

Remanso Grande que opera comercialmente com o fornecimento de agregados

graúdos para construção civil.

Características:

Volume de produção estimado mensal: 9.000m3.

Volume estimado da jazida: 60.000m3.

Distância até o empreendimento: ≈ 10km.

Observações de campo:

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126

Devido à orientação da Polícia Federal não foi possível verificar em campo as

características físicas da Pedreira Remanso Grande, estando as avaliações

apenas pautadas em dados secundários. Mesmo sem ter sido realizada a visita

ao local, é possível supor que essa área seja passível de receber os materiais

inertes provenientes das obras civis, atuando como área de bota fora e por já

estar instalada há vários anos acredita-se que opere com toda a documentação

legal exigível para esse tipo de atividade, tornando-se uma alternativa para o

fornecimento de insumos as obras do empreendimento.

Pedreira 03 (PE 03) – área localizada a aproximadamente 120m a montante

do local proposto para a construção do empreendimento. Coordenadas: S 25°

35’ 02.1’’ e W 54° 35’ 26.0’’

Observações de Campo:

Essa área é ambientalmente passível de ser explorada como pedreira para o

empreendimento, pois existem poucas casas próximas que serão afetadas pelos

trabalhos de lavra e é uma área afastada do grande fluxo de transeuntes

diminuindo os riscos de acidentes inerentes a atividades de lavra da jazida. É

necessária a implantação de programas de monitoramento da qualidade do ar,

ruídos, segurança e também da qualidade das águas do rio Paraná.

Não existem informações sobre o possível volume de exploração dessa pedreira,

pois esta se encontra abandonada, contudo deve ser considerada como uma

fonte em potencial de material pétreo, tendo em vista principalmente sua

proximidade com o local de implantação do empreendimento e também sua

espessura aparente de basalto explorável.

Para o uso dessa pedreira deverão ser construídos novos acessos até o ponto do

empreendimento ou redimensionamento dos acessos viários já existentes com

cobertura asfáltica; sinalização adequada; alargamento das vias e controle de

tráfego.

A operação dessa pedreira deverá ser precedida dos trâmites legais junto ao

Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, se houver necessidade

segundo a legislação vigente.

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127

Figura 80. (PE 03) – Vista inferior da pedreira desativada

Figura 81. (PE 03) – Vista superior da pedreira desativada.

Material Terrígeno (solo/argilas/areias)

Os materiais terrígenos, também chamados de agregados miúdos, são

representados pelas areias originadas a partir da desagregação de rochas pré-

existentes. A areia é elemento essencial para a construção civil, sendo a matéria

prima de maior consumo mundial. As propriedades dos diversos tipos de areia é

que definem o seu uso, sendo também nesse aspecto necessária a caracterização

química dos constituintes principais com o objetivo de determinar quais os usos

possíveis desse insumo.

A partir dos trabalhos de campo foram identificados alguns locais para uso como

possíveis fontes de material terrígeno para emprego imediato na construção civil,

o estudo se concentrou exclusivamente no Brasil, não sendo considerados pontos

no Paraguai ou Argentina. Os pontos escolhidos foram:

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128

Areial 02 (AR 02) – área localizada na Planta Geral de Pesquisas.

Coordenadas: S 25° 35’ 23.8’’ e W 54° 34’ 41.8’’

Características:

Volume produzido diariamente: 210m3

Distância até o empreendimento: ≈ 500m.

Observações de campo:

O ponto de produção avaliado está localizado na margem direita do rio Iguaçu,

onde atualmente funciona a empresa Macuco Safári com produção estimada em

210 m3/dia. Contudo visualmente o material não apresenta qualidade para o

emprego nas obras civis tendo em vista o alto teor de material orgânica nas

amostras e também o alto grau de material argiloso. Além disso, a operação

desse areal afetaria as atividades turísticas na região, pois na margem paraguaia

do rio Paraná existem passeios de barco onde um grande número de turistas

visitam inclusive o Parque das Cataratas do Iguaçu. Portanto recomendamos que

esse areal não seja considerado, a não ser que sejam implantados Programas

Ambientais específicos para essa região.

Page 129: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

129

Figura 82. (AR 02) – Extração da empresa Macuco Safári

Figura 83. (AR 02) – Balsa de extração da empresa Macuco Safári

Área de Empréstimo 02 (AE 02) – área localizada na Planta Geral de

Pesquisas. Coordenadas: S 25° 32’ 42.5’’ e W 54° 31’ 42.3’’

Características:

Área estimada de exploração: 33.750m2

Espessura estimada do material a ser utilizado: 3,0m.

Volume estimado da jazida: 101.250m3

Distância até o empreendimento: ≈ 500m.

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130

Observações de campo:

A área pesquisada encontra-se em propriedade particular e ao lado de uma olaria

que estava em funcionamento no dia da visita. O acesso é realizado por uma

rodovia vicinal sem condições de suporte a um grande aumento no fluxo de

caminhões na região. Serão necessárias para essa via a implantação de

sinalização adequada, construção de alguns acessos viários novos que

possibilitem a manobra dos veículos com segurança e também o seu

asfaltamento, pois hoje encontra-se calçada por paralelepípedos de basalto que

são muito escorregadios e poderiam aumentar os riscos de acidentes nessa via.

Essa área não possui uma concentração de residências próximas, contudo tendo

em vista que se trata de uma região plana, sem vegetação arbórea e com ventos

“fortes”, os trabalhos de lavra poderiam afetar as residências mais distantes

tanto com a suspensão de particulados (poeira) como os ruídos dos trabalhos de

lavra do material terrígeno. Portanto será necessária a implantação de

programas de monitoramento ambiental para controle da qualidade do ar e

também de ruídos.

Não existem drenagens próximas que possam ser afetadas pelos trabalhos de

lavra do material terrígeno e portanto as possíveis contaminações oriundas dos

trabalhos de lavra estão restritas a contaminação do solo e lençol freático

diretamente afetado.

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131

Figura 84. (AE 02) – Área de empréstimo ao lado da empresa

cerâmica.

Figura 85. (AE 02) – Vista da área de empréstimo, ao fundo está a

olaria em atividade

Área de Empréstimo 04 e 04A (AE 04 e 04A) – área localizada na Planta

Geral de Pesquisas.

Características 04: Coordenadas: S 25° 35’ 09.3’’ e W 54° 34’ 03.6’’

Área estimada de exploração: 18.000m2

Espessura estimada do material a ser utilizado: 3,0m.

Volume estimado da jazida: 54.000m3

Distância até o empreendimento: ≈ 500m.

Características 04A: Coordenadas: S 25° 35’ 01.1’’ e W 54° 33’ 37.6’’

Page 132: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

132

Área estimada de exploração: 6.000m2

Espessura estimada do material a ser utilizado: 1,5m.

Volume estimado da jazida: 9.000m3

Distância até o empreendimento: ≈ 400m.

Observações de campo:

As áreas pesquisadas encontram-se nas proximidades da aduana brasileira na

rodovia que liga Brasil - Argentina. O acesso é realizado por uma rodovia com

grande fluxo de veículos e portanto serão necessárias para essa via a

implantação de sinalização adequada, construção de alguns acessos viários

novos que possibilitem a manobra dos veículos com segurança e a fiscalização do

tráfego de veículos pesados.

Apenas a AE 04 possui uma concentração de residências próximas que serão

afetadas pelos trabalhos de lavra. Contudo, considerando que se trata de uma

região plana, com pequena área de vegetação arbórea (restrita as margens do

rio Iguaçu) e com ventos “fortes”, os trabalhos de lavra poderiam afetar também

as residências mais distantes tanto com a suspensão de particulados (poeira)

como os ruídos dos trabalhos de lavra do material terrígeno. Portanto será

necessária a implantação de programas de monitoramento ambiental para

controle da qualidade do ar e também de ruídos.

Mesmo as duas áreas estando a aproximadamente 300m do rio Iguaçu,

dificilmente serão realizadas atividades de lavra que possam afetar a qualidade

daquele curso d’água. Contudo é de bom alvitre que seja implantado um

programa de monitoramento da qualidade da água para acompanhar a influência

das atividades de lavra no rio Iguaçu. Deverão ser determinadas também ações

que minimizem os riscos de possíveis contaminações oriundas dos trabalhos na

contaminação do solo e lençol freático diretamente afetado pelas atividades de

lavra.

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133

Figura 86. (AE 04) – Vista da área de empréstimo.

Figura 87. (AE 04) – Vista da área de empréstimo

Figura 88. (AE 04A) – Vista da área de empréstimo, coberta por

vegetação secundária.

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134

Figura 89. (AE 04A) – Vista da área de empréstimo, coberta por

vegetação secundária.

Área de Empréstimo 05 (AE 05) – área localizada na Planta Geral de

Pesquisas. Coordenadas: S 25° 29’ 41.3’’ e W 54° 31’ 08.7’’

Características:

Área estimada de exploração: 15.000m2 (Informação da Projetista)

Espessura estimada do material a ser utilizado: 3,0m.

Volume estimado da jazida: ≥ 45.000m3

Distância até o empreendimento: ≈ 5,0km.

Observações de campo:

A área pesquisada encontra-se em propriedade particular em meio a outras

construções comerciais próximas a BR-277/PR. A propriedade é circunvizinha de

uma empresa de transporte, um posto de gasolina e um galpão (por hora

desocupado).

A área não se mostrou adequada para servir de Área de Empréstimo devido à

proximidade de residências e estabelecimentos comerciais. As atividades de lavra

nesse local afetarão diretamente as comunidades vizinhas, seja com ruídos seja

com a suspensão de particulados (poeira). As atividades de lavra também

aumentaram o fluxo de veículos pesados na região e as ruas estreitas do bairro

não comportam um grande fluxo de veículos sem as devidas intervenções, que

sejam: melhorar a sinalização, os acessos viários e também alargar as vias.

Não existem drenagens próximas que possam ser afetadas pelos trabalhos de

lavra do material terrígeno e portanto as possíveis contaminações oriundas dos

Page 135: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

135

trabalhos de lavra estão restritas a contaminação do solo e lençol freático

diretamente afetado.

Verificou-se ainda em campo que a área apresentada pela projetista não

encontra-se coerente com o que foi observado em campo, uma vez que

encontrou-se um terreno de 40 x 30m e a projetista informa uma área de 15.000

m².

Figura 90. (AE 05) – Ao fundo estão os estabelecimentos

comerciais.

Áreas de Bota Fora.

Os locais pesquisados para serem utilizados como áreas de bota fora levaram em

conta a proximidade com as obras de implantação do emprendimento, possíveis

riscos ambientais e também as características físicas dos locais, tendo sempre

como parâmetros que serão utilizados apenas materiais inertes oriundos das

obras civis.

Segundo a literatura técnica especializada, os locais mais propícios para se

constituírem em áreas de bota-fora são: crateras de exploração industrial

desativadas; áreas abertas improdutivas e voçorocas em fase de formação.

Todos esses locais devem passar por avaliações técnicas e ambientais, pois os

critérios para seleção desse tipo de áreas também compreendem: áreas pouco

inclinadas de baixo run off, com o objetivo de evitar desmoronamentos nas

pilhas ou escoamento de águas pluviais em grandes concentrações; solos com

baixa permeabilidade, com o objetivo de evitar possíveis contaminações dos

solos e águas subterrâneas; locais afastados de aglomerações urbanas ou

intenso fluxo de transeuntes.

Page 136: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

136

De modo geral é recomendável que a formação de áreas de bota-fora deva

compreender os seguintes pontos básicos:

Limpeza dos terrenos de fundação;

Colocação de uma camada de material drenante entre o terreno de fundação e a pilha;

Deposição do material em camadas com compactação pelos próprios equipamentos de transporte ou então convencionais de compactação;

Drenagem superficial das bermas e plataformas;

Abertura de canais periféricos para evitar que águas superficiais drenem para o depósito;

Obedecer à geometria definida através de análises de estabilidade;

No caso de materiais erodíveis, proteger os taludes com grama ou película de material impermeável. A deposição dos rejeitos em locais adequados

deve ser efetuada em curtos períodos de tempo, de forma a interferir o menor tempo possível na rotina da população.

Ao longo de toda a área estudada existem também locais considerados

impróprios para a utilização de áreas para bota-fora, alguns por serem

considerados como Áreas de Proteção Permanentes – APP outros por não

possuírem características tecno-ambientais favoráveis. Tais como elevada

inclinação do terreno ou vegetação nativa conservada.

Áreas de Proteção Permanente são áreas protegidas por lei com a função

ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade

geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de flora e fauna, proteger o solo e

assegurar o bem estar das populações humanas. As principais leis que tratam

sobre essas definições e estabelecem seus critérios de seleção são: Lei Federal

n° 9.433/97; Lei Federal n° 4.771/65 e as Resoluções do CONAMA n° 302 e

303/2002.

É a partir das legislações citadas no parágrafo anterior que são definidas as

áreas consideradas APP. Para rios e córregos naturais com larguras entre

margens de 1 a 10 metros a Área de Preservação Permanente é de 30m a contar

da margem. Essa Área pode chegar até 500m para rios internacionais. Para

nascentes: um raio de 50m a partir da margem. Para lagos e lagoas naturais:

entre 30 a 100m, conforme a localização dos lagos. Para reservatórios artificiais:

entre 30 a 100m, conforme a localização dos reservatórios. E para banhados e

áreas úmidas: 50m a partir da cota máxima.

Também são consideradas APP: os topos de morros ou montanhas; áreas para

controle de erosões e fixação de dunas; faixas de proteção de rodovias e

ferrovias; asilar exemplares raros ou ameaçados da fauna; áreas indígenas; etc.

Page 137: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

137

Ao avaliarmos a região onde será implantado o empreendimento foram

consideradas previamente para áreas de bota-fora os seguintes locais:

Bota Fora 01 (BF 01) – área localizada na Planta Geral de Pesquisas.

Coordenadas: S 25° 32’ 44.1’’ e W 54° 33’ 34.6’’

Características:

Área estimada para deposição: 35.000m2.

Espessura estimada do material a depositado: 1,0m.

Volume estimado para deposição: ≥ 35.000m3

Distância até o empreendimento: ≈ 7,0km.

Observações de campo:

A área pesquisada inicialmente por geoprocessamento encontra-se em uma área

que já foi utilizada como aterro sanitário as margens da Avenida Felipe

Wandscheer em Foz do Iguaçu.

A partir da visita de campo constatou-se que a área não se mostrou adequada

para servir como Bota Fora, pois se encontra muito próxima ao rio M’boicy e

considerando uma área de APP de 30m para cada margem do rio, essa área seria

bem reduzida. Somando a isso a área encontra-se próxima a áreas residenciais e

comerciais onde as atividades de aterro afetarão diretamente as comunidades

vizinhas, seja com ruídos seja com a suspensão de particulados (poeira). As

atividades de aterro também aumentarão o fluxo de veículos pesados na região e

as ruas estreitas do bairro não comportam um grande fluxo de veículos sem as

devidas intervenções, que sejam: melhorar a sinalização, os acessos viários e

também alargar as vias. O tráfego de veículos na Av. Felipe Wandscheer é

grande e o aumento no seu fluxo por veículos pesados tornaria ainda mais

caótico esse trânsito.

Page 138: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

138

Figura 91. (BF 01) – Vista parcial da área previamente escolhida

como bota fora

Figura 92. (BF 01) – Vista da drenagem existente dentro da área

inicialmente proposta como área de bota fora.

Bota Fora 02 (BF 02) – área localizada na Planta Geral de Pesquisas.

Coordenadas: S 25° 32’ 45.1’’ e W 54° 33’ 58.0’’

Características:

Área estimada para deposição: 45.000m2.

Espessura estimada do material a depositado: 3,0m.

Volume estimado para deposição: ≥ 135.000m3

Distância até o empreendimento: ≈ 7,0km.

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139

Observações de campo:

A área pesquisada inicialmente por geoprocessamento encontra-se próxima a

subestação da COPEL as margens da Avenida Felipe Wandscheer em Foz do

Iguaçu.

A visita de campo mostrou que a área é ambientalmente passível de receber os

materiais inertes provenientes das obras civis, pois apresenta uma cava

acentuada destoando do restante da paisagem do terreno e portanto o acúmulo

adequado de material de bota fora ajudaria a recompor parte da paisagem.

Contudo, a área encontra-se a menos de 200m da Escola Municipal Jardim Naipi.

Onde as atividades de aterro poderão ocorrer apenas durante as férias escolares

com o objetivo de preservar os alunos da poluição do ar e sonora.

O ponto inicialmente escolhido encontra-se, assim como o BF 01, na Av. Felipe

Wandscheer e próxima a áreas residenciais e comerciais onde as atividades de

aterro afetarão diretamente as comunidades vizinhas, seja com ruídos seja com

a suspensão de particulados (poeira). As atividades de aterro também

aumentarão o fluxo de veículos pesados na região e as ruas estreitas do bairro

não comportam um grande fluxo de veículos sem as devidas intervenções, que

sejam: melhorar a sinalização, os acessos viários e também alargar as vias. O

tráfego de veículos na Av. Felipe Wandscheer é grande e o aumento no seu fluxo

por veículos pesados tornaria ainda mais caótico esse trânsito. Portanto, o BF 02

também não se mostrou favorável ao uso como bota fora por motivos de

logística.

Page 140: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

140

Figura 93. (BF 02) – Área inicialmente proposta como bota fora.

Figura 94. Escola primária Jardim Naipi

Bota Fora 03 (BF 03) – Área localizada na Planta Geral de Pesquisas.

Coordenadas:

Características: S 25° 29’ 32.7’’ e W 54° 31’ 15.7’’

Área estimada para deposição: 60.000m2.

Espessura estimada do material a depositado: 3,0m.

Volume estimado para deposição: ≥ 180.000m3

Distância até o empreendimento: ≈ 15,0km.

Observações de campo:

A área pesquisada inicialmente por geoprocessamento encontra-se as margens

da rodovia BR-277/PR sentido Cascavel.

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141

A visita a campo mostrou que a área escolhida é passível ambientalmente de

receber os materiais inertes das obras civis do empreendimento, pois apresenta

terreno plano com baixo run off, pequena aglomeração urbana próxima, sem

drenagens e a área já está desmatada. Contudo, ao se observar que o aterro

proposto nessa área de bota fora ficará a 3,0 acima do nível do terreno causando

um grande impacto visual pela pilha de entulhos; que as vias do bairro não

comportam grande fluxo de veículos e que o principal acesso viário (local da obra

– área de bota fora) é a BR-277/PR, a logística do local faz com que este não

seja considerado como oportuno para a deposição dos materiais.

Figura 95. (BF 03) – Área inicialmente proposta como bota fora. O

terreno não apresenta elevações

Figura 96. (BF 03) – Área inicialmente proposta como bota fora. O

terreno não apresenta elevações

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Bota Fora 04 (BF 04) – área localizada dentro da cidade de Foz do Iguaçu,

dentro da área da Pedreira Brita Foz. Coordenadas: S 25° 28’ 56.1’’ e W 54° 35’

36.1’’

Características:

Área estimada para deposição: 30.000m2.

Espessura média estimada do material a ser depositado: 5,0m

Volume estimado para deposição: ≥150.000m3.

Distância até o empreendimento: ≈ 15km.

Observações de campo:

A área da Pedreira Brita Foz está inserida na área urbana da cidade de Foz do

Iguaçu e está em operação como empresa comercial de fornecimento de

agregados graúdos com a britagem dos basaltos da Formação Serra Geral.

Tendo em vista que a empresa já possui os alvarás para sua operação e trabalha

com a deposição de rejeitos de suas atividades na própria área. Essa área é

ambientalmente passível de receber os materiais inertes provenientes das obras

civis. Cabendo apenas escolher os locais dentro da área da empresa com o

cuidado de estar adequados a estocagem dos materiais.

Figura 97. (BF 04) – Vista da área da Pedreira Brita Foz. Montes de basaltos britados aguardando transporte.

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143

Figura 98. (BF 04) – Vista das bancas de basalto da Pedreira Brita

Foz.

Bota Fora 05 (BF 05) – área localizada na rua Astorga, Município de Foz do

Iguaçu, acesso pela rodovia BR 469. A área proposta para bota fora foi escolhida

inicialmente por geoprocessamento e encontra-se localizada na Pedreira

Remanso Grande que opera comercialmente com o fornecimento de agregados

graúdos para construção civil.

Características:

Área estimada para deposição: 4.000m2.

Espessura média estimada do material a ser depositado: 3,0m

Volume estimado para deposição: ≈ 12.000m3.

Distância até o empreendimento: ≈ 10km.

Observações de campo:

Devido à orientação da Polícia Federal não foi possível verificar em campo as

características físicas da Pedreira Remanso Grande, estando as avaliações

apenas pautadas em dados secundários. Contudo, tendo em vista que a empresa

já possui os alvarás para sua operação e trabalha com o fornecimento de

agregados graúdos e a deposição de rejeitos de suas atividades na própria área.

Essa área é inicialmente passível de receber os materiais inertes provenientes

das obras civis. Cabendo apenas escolher os locais dentro da área da empresa

com o cuidado de estarem adequados a estocagem dos materiais.

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144

2.1.6. Pedologia

O oeste do Estado do Paraná caracteriza-se por apresentar processos acelerados

de erosão hídrica na qual comprometem estradas, áreas urbanizadas e áreas

agrícolas, trazendo prejuízos sociais, econômicos, diminuindo a capacidade

produtiva dos solos e causando também danos ambientais

2 . 1 . 6 . 1 – M a p e a m e n t o d o s T i p o s d e S o l o

A execução das tarefas de mapeamento foi realizada no mês de junho de 2010,

compreendendo estudos e levantamentos das áreas de influência direta e

indireta do empreendimento com o objetivo de caracterizar o meio físico da área

estudada.

A caracterização da área envolveu inicialmente o levantamento e determinação

de suas coordenadas geográficas através do uso de Global Positioning System

(GPS) e conferencia desses pontos em campo com o objetivo de caracterizar

localmente o meio físico da região. A partir dessa caracterização, inicialmente

realizada através de consultas as bibliografias técnicas especializadas, foram

realizados levantamentos de campo nas Áreas de Influência Direta e Indireta do

empreendimento, coleta de amostras e com as correlações de campo foram

possíveis identificar os tipos de solo predominante nas Áreas.

As amostras de solo foram descritas conforme a morfologia dos perfis

observados na área; sua espessura estimada; cor aparente; textura aparente;

porosidade aparente e a consistência aparente. Utilizamos também uma técnica

descrita como Classificação Tátil-visual de solos que é um sistema baseado no

tato e na visão onde esfregamos o solo na mão para sentir sua aspereza (areias

são mais ásperas que as argilas); tentamos moldar pequenos cilindros de solo

úmido (argilas são moldáveis e silte e areias não). Nesta etapa também foram

observadas combinações de óxidos de ferro e possivelmente de alumínio,

caulinita e matéria orgânica que são comuns em Latossolos, conferindo a estes

uma estrutura fina, muito estável que facilita o cultivo e oferece uma alta

permeabilidade e uma elevada aeração. Em caso de compactação subsuperficial,

a erodibilidade destes solos aumenta, exigindo cuidados redobrados no seu

manejo.

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145

Figura 99 Alteração de óxidos observadas em campo

Figura 100. corte no terreno mostrando as características do horizonte A do latossolo observado na área

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Figura 101. Retirada de solo mostrando nas bancadas as características do horizonte A dos solos. (Bancadas com aproximadamente 2m).

Figura 102. retirada de solo mostrando nas bancadas as características do horizonte A dos solos. (Bancadas com aproximadamente 2m)

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147

Figura 103. retirada de solo mostrando nas bancadas as características do horizonte A dos solos. (Bancada com aproximadamente 5m).

Figura 104. Erosão causada pela falta de sistemas adequados de drenagem urbana

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148

Figura 105. Erosão causada pela falta de sistemas adequados de drenagem urbana.

Figura 106. Mapa adaptado de Vulnerabilidade Geoambiental do Paraná (2007)

2 . 1 . 6 . 2 . G r a u d e E r o d i b i l i d a d e

O fluxo superficial da água da chuva, de acordo com o escoamento, produz

formas de erosão diferenciadas, como a erosão laminar (remoção aparentemente

uniforme da camada superior do solo) e a erosão linear (remoção de sedimentos

Page 149: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

149

pelo fluxo concentrado da água superficial ou de sub superfície) (GUERRA,

1999). As características físicas e morfológicas dos solos apresentam

capacidades distintas de resistência a ação da água e aos processos erosivos,

sendo denominadas de erodibilidade (BERTONI, 1990).

Os trabalhos de Westphalen (2007) apresentaram uma classificação prévia dos

solos do oeste paranaense tendo como parâmetro o grau de erodibilidade. Os

resultados preliminares classificaram a resistência dos solos a erosão laminar nas

classes:

Baixa - na qual se inclui os Latossolos Vermelhos, A moderado e A chernozêmico, textura argilosa, alta floculação, elevada intemperização e

baixa proporção de areia.

Média - estão os Nitossolos, A moderado, textura argilosa, alto grau de intemperização e baixa proporção de areia, o diferencial está na baixa floculação nos horizontes superficiais.

Alta - estão os Neossolos Litólicos, A chernozêmico, textura média e argilosa.

Elevada - incluiu-se os Argissolos Vermelho-Amarelo, com mudança textural abrupta, baixa floculação, alta proporção de areia. Os Latossolos

Vermelho, textura média e arenosa, alta proporção de areia, e os Neossolos Quartzarêmicos, com alta proporção de areia.

A partir dos trabalhos de campo foram identificadas nas Áreas de Influência

Direta e Indireta do empreendimento pontos com a propensão ao

desenvolvimento de erosões devido, principalmente, a pouca coesão do solo

formado pela desagregação dos basaltos da Formação Serra Geral em suas

camadas superiores e também da retirada da vegetação nativa em determinadas

áreas. São observados pequenos desmoronamentos as margens do rio Paraná,

mas foram causados pela retirada da mata ciliar e ocorrem em pequena escala

não representando risco ao empreendimento, desde que mantidas as ações de

conservação e monitoramento necessárias a manutenção das condições de

estabilidades atuais.

Ocorrem também processos erosivos pela falta de drenagem urbana adequada;

vias sem as devidas ações para dissipação da energia proveniente de tubulações

de águas pluviais (dissipadores de energia; caixas de contenção, etc.) e também

aterros sem a proteção dos seus taludes. Essas características demonstram que

devido ao tipo predominante de solo nas áreas de influência do empreendimento

estes tendem a ser facilmente erodíveis quando não “manuseados” de forma

adequada.

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150

Figura 107. Latossolo vermelho arado

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Figura 108. Latossolo vermelho com início do processo de remoção do

elemento Fe.

Figura 109. Solo hidromórfico as margens do rio Tamanduazinho.

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Figura 110. Solo com elevada remoção de Fe.

Figura 111. Erosão causada pela falta de sistemas adequados de

drenagem urbana.

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153

Figura 112. Terraço com início do processo de erosão pela falta de

proteção no talude.

2 . 1 . 6 . 3 . V u l n e r a b i l i d a d e A m b i e n t a l d o s S o l o s

O mapeamento da vulnerabilidade geoambiental do Estado do Paraná está

fundamentado no método da Análise Empírica da Fragilidade dos Ambientes

Naturais e Antropizados definidos nos trabalhos de Ross (1994). Esse trabalho

toma como parâmetros para determinação do grau de vulnerabilidade a geologia,

geomorfologia e a pedologia dos ambientes analisados. A partir desses

parâmetros foram determinadas três classes de vulnerabilidade e estas classes

estão condicionadas aos processos geoambientais: erosão, movimentos de

massa, queda de blocos, subsidência, recalques e colapsos de solo, inundações

periódicas e contaminação de águas subterrâneas.

Os trabalhos realizados por Santos et al. (2007) propuseram a classificação das

áreas de vulnerabilidade em: Baixa, Média e Alta. Cada uma delas com suas

respectivas interações entre a formação dos solos e suas formas de uso e

conservação.

Segundo Santos et al. (2007), a área de estudo está inserida na classe de

vulnerabilidade baixa a erosão laminar e linear, tendo como parâmetros a

predominância dos Latossolos no terço superior das vertentes e Nitossolos no

terço médio/inferior, com textura argilosa, associados a relevo com baixa

declividade. Mesmo considerando a classe de vulnerabilidade baixa o autor

recomenda a ocupação com práticas conservacionistas. Os trabalhos relatam

apenas, como observado em campo, que no Terceiro Planalto Paranaense

predominam as quedas de blocos e movimentos de massa associadas as rochas

basálticas em relevo de alta declividade, como os encontrados as margens do rio

Paraná.

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154

Analisando estes dados e confrontando com os trabalhos realizados e com o

traçado previsto para a implantação do acesso, a equipe técnica deste estudo

prefere classificar a vulnerabilidade do solo à erosão como sendo média no

acesso à ponte, neste caso considerando ainda os seguintes fatores:

a declividade em geral é favorável à desagregação de partículas;

a área encontra-se antropizada, sendo utilizada em grande parte para o

uso agrícola. Nestes locais é possível observar o bom manejo do solo,

porém a ausência desta prática expõe o solo a processos erosivos;

Nas áreas de APP a vulnerabilidade aumenta para ALTA, uma vez que as

drenagens são encaixadas e há tendência de aumento da inclinação local das

vertentes.

Este detalhe da vulnerabilidade da região pode ser observado no Mapa de

Erodibilidade, em Anexo.

Figura 113. Mapa adaptado de Vulnerabilidade Geoambiental do Paraná (2007).

Page 155: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

155

2 . 1 . 6 . 4 – P r á t i c a s d e C o n s e r v a ç ã o A d o t a d a s n s a Á r e a s d e

I n f l u ê n c i a

O solo é um recurso natural que deve ser utilizado como patrimônio da

coletividade, independente do seu uso ou posse. É um dos componentes vitais do

meio ambiente e constitui o substrato natural para o desenvolvimento das

plantas.

A ciência da conservação do solo preconiza um conjunto de medidas, objetivando

a manutenção ou recuperação das condições físicas, químicas e biológicas do

solo, estabelecendo critérios para o uso e manejo das terras, de forma a não

comprometer sua capacidade produtiva.

Estas medidas visam proteger o solo, prevenindo-o dos efeitos danosos da

erosão aumentando a disponibilidade de água, de nutrientes e da atividade

biológica do solo, criando condições adequadas ao desenvolvimento das plantas.

Dentre os princípios fundamentais do planejamento de uso das terras, destaca-

se um maior aproveitamento das águas das chuvas. Evitando-se perdas

excessivas por escoamento superficial, podem-se criar condições para que a

água pluvial se infiltre no solo. Isto, além de garantir o suprimento de água para

as culturas, criações e comunidades, previne a erosão, evita inundações e

assoreamento dos rios, assim como abastece os lençóis freáticos que alimentam

os cursos de água.

Uma cobertura vegetal adequada assume importância fundamental para a

diminuição do impacto das gotas de chuva. Há redução da velocidade das águas

que escorrem sobre o terreno, possibilitando maior infiltração de água no solo e,

diminuição do carreamento de suas partículas.

Durantes os trabalhos de campo foram observadas que nas Áreas de Influência

do empreendimento são adotadas apenas as técnicas de terraceamento nas

regiões onde os solos são utilizados para a agricultura.

A adoção de apenas essa prática de conservação deve-se ao relevo

predominante na região, onde não são observados grandes desníveis

topográficos predominando o relevo plano a suave ondulado.

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156

Figura 114. Lavoura com terraceamento.

Figura 115. Lavoura com terraceamento.

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157

Figura 116. Terreno predominantemente plano sendo preparado para lavoura.

2.1.7. Recursos Hídricos

Os critérios para a definição dos pontos de amostragem foram determinados pela

equipe, em função do Termo de Referência e para o atendimento das questões

ambientais envolvidas dentro do processo de Construção da Segunda Ponte

Internacional Brasil-Paraguai, entre Foz do Iguaçu (Brasil) e Presidente Franco

(Paraguai). Neste último caso, o órgão licenciador necessita de um diagnóstico

das condições das drenagens dentro da área de influência direta para se poder

traçar um plano de monitoramento durante as etapas posteriores do processo de

licenciamento.

Mais precisamente, o diagnóstico, além de demonstrar a situação da qualidade

da água da área de influência direta ao empreendimento, orienta as campanhas

de amostragem e análise de água que serão necessárias durante a execução de

programas vinculados ao monitoramento da qualidade da água durante a fase de

construção.

Os critérios para a escolha dos pontos tiveram dois objetivos: a determinação da

qualidade da água na área de influência e a determinação da qualidade da água

nas proximidades do local onde será implantada a ponte, termo final do acesso,

objeto do licenciamento em questão.

É importante mencionar que este trabalho auxilia o programa de monitoramento

da qualidade da água, mas não substitui qualquer campanha a ser realizada na

implantação do programa, uma vez que houve apenas uma coleta em pontos

pré-determinados para fins de diagnóstico ambiental. Não houve desta forma,

uma sistemática de coleta levando-se em consideração a época do ano, o que

interfere na vazão das drenagens, que são variáveis ao longo dos anos e,

Page 158: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

158

conseqüentemente em alguns parâmetros químicos, físicos, físico-químicos e

bacteriológicos das amostras coletadas, pois

Os critérios para a definição dos pontos dentro do objetivo de determinar a

qualidade da água na área de influência indireta foram:

Drenagens próximas aos locais de intervenção direta.

Proposta de pontos para o monitoramento ambiental da obra.

Para este trabalho foram realizadas 6 coletas ao longo da Área de Influência

direta, todas em corpos superficiais.

Os pontos de amostragem estão descritos na tabela abaixo, bem como a

justificativa para a escolha de cada um:

Tabela 20. Corpos Hídricos Monitorados.

Ponto Corpo D´Água Tipo Coordenadas Geográficas Justificativa

para sua escolha Sul Oeste

1 Rio Tamanduá Superficial 25º30’57.5”S 54º31’17”O

Acompanhamento

da qualidade da água na frente de obras

2 Rio Tamanduá Superficial 25º32’11,7“S 54º31’23,9”O

Acompanhamento da qualidade da

água na frente de obras

3 Rio Tamanduá Superficial 25º32’58,9”S 54º31’25,9” O

Acompanhamento da qualidade da

água na frente de obras

4 Rio Iguaçu Superficial 25º35’25,2”S 54º34’44,9” O

Acompanhamento da qualidade da água na frente de obras, bem como da implantação do Centro de

Fronteira.

5 Confluência dos Rios Iguaçu e

Paraná

Superficial 25º35’22,1”S 54º35’27,8”O

Determinação do padrão para

posterior comparação do

potencial de depuração da

poluição do rio Iguaçu com o as

águas do rio Paraná.

6 Rio Paraná Superficial 25º34’34,7”S 54º35’29,8”O

Determinação do padrão para

posterior comparação do

potencial de depuração da

poluição do rio Iguaçu com o as

águas do rio Paraná.

Page 159: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

159

2 . 1 . 7 . 1 . E n q u a d r a m e n t o d o s C o r p o s H í d r i c o s e m C l a s s e s d e U s o

A questão da qualidade das águas ganhou destaque com a sanção da Lei Federal

nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 que instituiu a Política Nacional de Recursos

Hídricos, tendo como um dos fundamentos gerir tais recursos, proporcionando

uso múltiplo, em consonância com objetivos que assegurem “à atual e às futuras

gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade

adequados aos respectivos usos”. Esse ponto demonstra a preocupação com a

integração da gestão quanto aos aspectos de qualidade e quantidade,

destacando-se, também, o ponto em que uma das ações principais é a

“integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental”.

No Brasil, a classificação das águas foi definida pela Resolução n° 20 de 18 de

junho de 1986, e pela Resolução nº 357/2005, do Conselho Nacional do Meio

Ambiente – CONAMA. A Resolução estabelece uma classificação para as águas,

em função dos seus usos. Os mananciais são enquadrados em classes, definindo-

se, para cada uma, os usos a que se destina e os requisitos a serem observados.

A Resolução estabeleceu 9 classes, sendo 5 de águas doces (com salinidade igual

ou inferior a 0,5%), 2 de águas salobras (salinidade entre 0,5 e 30%), e 2 de

águas salinas (salinidade igual ou superior a 30%). As classes Especial e de 1 a 4

referem-se às águas doces; as classes 5 e 6, às águas salinas; e as classes 7 e

8, às águas salobras. As coleções de águas estaduais são classificadas, segundo

seus usos preponderantes, em cinco classes (Deliberação Normativa COPAM

10/86), como mostra a Tabela a seguir:

Tabela 21. Preponderantes das Águas Segundo Critérios da Resolução CONAMA nº 20 e nº 357.

Uso Preponderante da Água

Classificação

Cla

sse

Esp

ecia

l

Cla

sse 1

Cla

sse 2

Cla

sse 3

Cla

sse 4

Abastecimento domestico, sem prévia ou com simples

desinfecção X

Abastecimento doméstico, após tratamento simplificado X

Abastecimento doméstico, após tratamento convencional X X

Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas X

Proteção das comunidades aquáticas X X

Recreação de contrato primário (natação, esqui aquático e

mergulho) X X

Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas

que se desenvolvem rentes ao solo e que sejam ingeridas

cruas sem remoção de película

X

Irrigação de hortaliças e plantas frutíferas X

Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras X

Criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies

destinadas à alimentação humana X X

Dessedentarão de animais X

Navegação X

Page 160: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

160

Uso Preponderante da Água Classificação

Harmonia paisagística X

Usos menos exigentes X

Fonte: Resolução CONAMA nº 20, 18/06/1986.

O enquadramento dos corpos d’água em classes pede um conhecimento da

qualidade das águas e das influências ambientais e antrópicas capazes de alterá-

la. Assim é possível a adequar a utilização atual do corpo hídrico com as normas

de qualidade das águas, garantindo os padrões para os usos múltiplos desejados

pela comunidade, preservando os aspectos qualitativos para a vida aquática e

demais usos.

Desta forma, o governo do Estado do Paraná, por forma de Portarias da

Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente (SUREHMA), assim

classificou os rios que estão inseridos na área de influência indireta (AII) do

empreendimento:

“Todos os cursos d’água da Bacia do Rio Iguaçú, de domínio do Estado do

Paraná, pertencem à classe 2.” (Portaria SUDEHMA nº 020/92, art. 1);

“Todos os cursos d’água da Bacia do Rio Paraná 3 pertencem à classe 2.”

(Portaria SUDEHMA nº 10/91).

Apesar de ocorrer um uso múltiplo das águas do rio Paraná, como represamento

para produção de energia e captação de água para consumo humano,

navegação, lazer, dentre outros vários ao longo de seu curso, não foi encontrado

nenhum tipo de classificação nacional para o seu tipo de uso, apenas a portaria

do órgão estadual deliberando sobre os rios que compõem a bacia hidrográfica

do Paraná na região em questão, vamos considerá-lo como enquadrado também

na classe 2, pois assim atendemos a diretriz estadual e não ferimos a resolução

do CONAMA, que diz que todos os corpos d’água ainda não classificados devem

ser considerados como de classe 2.

O objetivo de se classificar os rios pelo seu uso é, em conjunto do

monitoramento da qualidade da água, alcançar, manter ou até melhorar um

padrão de qualidade, garantindo assim o uso responsável das águas superficiais.

O enquadramento de um corpo hídrico em determinada classe não significa que

este já tenha atingido um padrão de qualidade compatível com sua classificação

e sim quais metas de qualidade e potabilidade da água que se deseja alcançar,

pois seu enquadramento visa um padrão de qualidade em relação ao tipo de uso

estipulado a ele.

O monitoramento da qualidade da água é feito, seguindo os parâmetros

estipulados pelo CONAMA e será apresentado em capítulo posterior.

Metodologia de coleta e análise química da água

1. Escolha dos pontos de Coleta:

Page 161: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

161

Os pontos de amostragem foram pré-selecionados nas atividades de pré-campo

e marcados manualmente nas cartas topográficas para servir como ponto de

referência para a coleta das amostras.

As coletas foram georreferenciadas com o auxílio de um GPS, utilizando-se

Coordenadas Geográficas.

As coletas foram georreferenciadas pela equipe responsável do laboratório

contratado, com o auxílio de um GPS, utilizando-se o sistema de Coordenadas

Geográficas.

2. Metodologia de coleta e armazenamento das amostras

As coletas foram realizadas manualmente e consistiram na imersão de um frasco

no corpo de água. Em seguida, inclinando-o com a boca posicionada na direção

da corrente, enchê-lo. Foram utilizados frascos inertes de polietileno ou vidro.

Para a preservação das amostras adotou-se a técnica de refrigeração, sem

congelamento, que minimiza o potencial de volatização de gases dissolvidos e

reduz atividades microbiológicas.

As metodologias de coleta e preservação das amostras foram baseadas no

roteiro do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, que

contém informações sobre a forma adequada do acondicionamento das

amostras, armazenamento e tempo máximo permitido entre a coleta e a análise,

de maneira a não comprometer a integridade da amostra e conseqüentemente

os resultados das análises.

3. Metodologia da análise química das amostras

Foram efetuados análises Físico-Químicas e Microbiológicas e o quadro abaixo

sumariza os parâmetros e seu respectivo método de análise das amostras:

Tabela 22. Análises Físico-Químicas e Microbiológicas

Parâmetro Método

Alumínio Total SM 3500 – AL.D

Cloretos SM 4500-Cˉ

Condutividade Elétrica SM 2510 B

Clorofila a SM 10200 H

Cor Aparente SM 2120 C

D.B.O. SM 5210 B

Ferro Total SM 3500 - Fe D

Fosfato SM 4500 - P.F

Fósforo Total SM 4500 - P.E

Nitrato SM 4500-NO3ˉH

Nitrito SM 4500-NO2ˉB

Nitrogênio Amoniacal SM 4500 NH3C

Nitrogênio Total SM 4500-N

Óleos e Graxas SM 5520 D

Oxigênio Dissolvido SM 4500-O C

pH SM 4500 Hˉ B

Sólidos Totais SM 2540 B

Page 162: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

162

Sólidos Dissolvidos SM 2540 C

Sólidos Suspensos SM 2540 D

Temperatura Ambiente SM 2550 B

Temperatura da Amostra SM 2550 B

Turbidez SM 2130 B

Coliformes Tolerantes SM 9221 E

Coliformes Totais SM 9221 B

Resultados laboratoriais (estes serão inseridos como anexo no

relatório)

2 . 1 . 7 . 2 M o n i t o r a m e n t o d a Q u a l i d a d e d a Á g u a

O monitoramento de um recurso hídrico tem como objetivos gerais o

acompanhamento das alterações de sua qualidade, a elaboração de previsões de

comportamento, o desenvolvimento de instrumentos de gestão e fornecer

subsídios para ações saneadoras.

No monitoramento realizado para este trabalho, são analisados 24 parâmetros

de qualidade da água: Oxigênio Dissolvido, pH, Coliformes Fecais, DBO

(Demanda Bioquímica de Oxigênio), Nitrogênio amoniacal, Nitrogênio orgânico,

Fosfato Total, Turbidez, Sólidos Totais, Condutividade, Alumínio, Ferro,

Temperatura da Água, Cloretos, Clorofila a, Cor aparente, Fósforo Total, Nitrato,

Nitrito, Sólidos Dissolvidos, Sólidos suspensos, Temperatura Ambiente e

Coliformes totais. A seguir, o esclarecimento dos principais parâmetros utilizados

e suas funções:

a) Parâmetros Físicos:

Temperatura: medida da intensidade de calor; é um parâmetro

importante, pois, influi em algumas propriedades da água (densidade,

viscosidade, oxigênio dissolvido), com reflexos sobre a vida aquática. A

temperatura pode variar em função de fontes naturais (energia solar) e

fontes antropogênicas (despejos industriais e águas de resfriamento de

máquinas).

Cor: resulta da existência, na água, de substâncias em solução;

pode ser causada pelo ferro ou manganês, pela decomposição da matéria

orgânica da água (principalmente vegetais), pelas algas ou pela introdução

de esgotos industriais e domésticos. Padrão de potabilidade: intensidade

de cor inferior a 5 unidades.

Turbidez: presença de matéria em suspensão na água, como

argila, silte, substâncias orgânicas finamente divididas, organismos

Page 163: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

163

microscópicos e outras partículas. O padrão de potabilidade: turbidez

inferior a 1 unidade.

Sólidos Totais: sólidos nas águas correspondem a toda matéria

que permanece como resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da

amostra a uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado.

Em linhas gerais, as operações de secagem, calcinação e filtração são as

que definem as diversas frações de sólidos presentes na água (sólidos

totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis). Os sólidos podem

causar danos aos peixes e à vida aquática. Eles podem se sedimentar no

leito dos rios destruindo organismos que fornecem alimentos, ou também

danificar os leitos de desova de peixes. Os sólidos podem reter bactérias e

resíduos orgânicos no fundo dos rios, promovendo decomposição

anaeróbia.

Sólidos em Suspensão: resíduo que permanece num filtro de

asbesto após filtragem da amostra. Podem ser divididos em:

- Sólidos sedimentáveis: sedimentam após um período t de repouso

da amostra;

- Sólidos não sedimentáveis: somente podem ser removidos por

processos de coagulação, floculação e decantação.

Sólidos Dissolvidos: material que passa através do filtro.

Representa a matéria em solução ou em estado coloidal presente na

amostra de efluente.

Condutividade Elétrica: capacidade que a água possui de conduzir

corrente elétrica. Este parâmetro está relacionado com a presença de íons

dissolvidos na água, que são partículas carregadas eletricamente. Quanto

maior for a quantidade de íons dissolvidos, maior será a condutividade

elétrica na água.

b) Parâmetros Químicos:

Alumínio Total: O alumínio e seus sais são usados no tratamento

da água, como aditivo alimentar, na fabricação de latas, telhas, papel

alumínio, na indústria farmacêutica, etc. O aumento da concentração de

alumínio está associado com o período de chuvas e, portanto, com a alta

turbidez. Outro aspecto da química do alumínio é sua dissolução no solo

para neutralizar a entrada de ácidos com as chuvas ácidas. Nesta forma,

ele é extremamente tóxico à vegetação e pode ser escoado para os corpos

d’água.

pH (Potencial Hidrogeniônico): Representa o equilíbrio entre íons

H+ e íons OH; varia de 7 a 14; indica se uma água é ácida (pH inferior a

7), neutra (pH igual a 7) ou alcalina (pH maior do que 7). O pH da água

depende de sua origem e características naturais, mas pode ser alterado

Page 164: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

164

pela introdução de resíduos; pH baixo torna a água corrosiva; águas com

pH elevado tendem a formar incrustações nas tubulações. A vida aquática

depende do pH, sendo recomendável a faixa de 6 a 9.

Cloretos: Os cloretos geralmente provêm da dissolução de minerais

ou da intrusão de águas do mar. Podem advir também dos esgotos

domésticos ou industriais. Em altas concentrações, conferem sabor

salgado à água ou propriedades laxativas.

Ferro: Pode originar-se da dissolução de compostos do solo ou de

despejos industriais. Causa coloração avermelhada à água. Confere sabor

metálico à água. As águas ferruginosas favorecem o desenvolvimento das

ferrobactérias, que causam maus odores e coloração à água e obstruem as

canalizações.

Nitrogênio: O nitrogênio pode estar presente na água sob várias

formas: molecular, amônia, nitrito, nitrato. É um elemento indispensável

ao crescimento de algas, mas, em excesso, pode ocasionar um exagerado

desenvolvimento desses organismos, fenômeno chamado de eutrofização.

São causas do aumento do nitrogênio na água: esgotos domésticos e

industriais, fertilizantes, excrementos de animais.

Fósforo: encontram-se na água nas formas de ortofosfato,

polifosfato e fósforo orgânico; é essencial para o crescimento de algas,

mas, em excesso, causa a eutrofização. Suas principais fontes são:

dissolução de compostos do solo; decomposição da matéria orgânica,

esgotos domésticos e industriais; fertilizantes; detergentes; excrementos

de animais.

Fosfato: fosfato utilizado em cultivos fertilizados e em produtos

detergentes pode causar a poluição de rios e mananciais, resultando na

superpopulação de algas de superfície, os quais diminuem o teor de

oxigênio dissolvido na água. Sem oxigênio, a fauna aquatica sofre

conseqüêcias diretas, podendo resultar até na morte de peixes em massa.

Oxigênio Dissolvido (OD): É indispensável aos organismos

aeróbios. A água, em condições normais, contém oxigênio dissolvido, cujo

teor de saturação depende da altitude e da temperatura. Águas com

baixos teores de oxigênio dissolvido indicam que receberam matéria

orgânica. A decomposição da matéria orgânica por bactérias aeróbias é,

geralmente, acompanhada pelo consumo e redução do oxigênio dissolvido

da água. Dependendo da capacidade de autodepuração do manancial, o

teor de oxigênio dissolvido pode alcançar valores muito baixos, ou zero,

extinguindo-se os organismos aquáticos aeróbios.

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é a quantidade de

oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica por ação de bactérias

aeróbias. Representa, portanto, a quantidade de oxigênio que seria

Page 165: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

165

necessário fornecer às bactérias aeróbias, para consumirem a matéria

orgânica presente em um líquido (água ou esgoto). A DBO é determinada

em laboratório, observando-se o oxigênio consumido em amostras do

líquido, durante 5 dias, à temperatura de 20 °C.

Óleos e Graxas: Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de

origem mineral, vegetal ou animal. Estas substâncias geralmente são

hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros. São raramente

encontradas em águas naturais, normalmente oriundas de despejos e

resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de oficinas mecânicas,

postos de gasolina, estradas e vias públicas. Os óleos e graxas em seu

processo de decomposição reduzem o oxigênio dissolvido elevando a

DBO5,20 e a DQO, causando alteração no ecossistema aquático.

c) Parâmetros Biológicos:

Coliformes: São indicadores de presença de microrganismos

patogênicos na água. Os coliformes fecais existem em grande quantidade

nas fezes humanas e, quando encontrados na água, significa que a mesma

recebeu esgotos domésticos, podendo conter microrganismos causadores

de doenças.

Clorofila a: A clorofila é um dos pigmentos, além dos carotenóides

e ficobilinas, responsáveis pelo processo fotossintético. A clorofila a é a

mais universal das clorofilas (a, b, c, e d) e representa, aproximadamente,

de 1 a 2% do peso seco do material orgânico em todas as algas

planctônicas e é, por isso, um indicador da biomassa algal. Assim a

clorofila a é considerada a principal variável indicadora de estado trófico

dos ambientes aquáticos.

2 . 1 . 7 . 3 P a r â m e t r o s U t i l i z a d o s p a r a o R e l a t ó r i o

Os pontos de amostragem foram pré-selecionados nas atividades de pré-campo

e marcados manualmente nas cartas topográficas para servir como ponto de

referência para a coleta das amostras.

As coletas foram georreferenciadas com o auxílio de um GPS, utilizando-se

Coordenadas Geográficas.

As coletas foram georreferenciadas pela equipe responsável do laboratório

contratado, com o auxílio de um GPS, utilizando-se o sistema de Coordenadas

Geográficas.

As coletas foram realizadas manualmente e consistiram na imersão de um frasco

no corpo de água. Em seguida, inclinando-o com a boca posicionada na direção

da corrente, enchê-lo. Foram utilizados frascos inertes de polietileno ou vidro.

Para a preservação das amostras adotou-se a técnica de refrigeração, sem

Page 166: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

166

congelamento, que minimiza o potencial de volatização de gases dissolvidos e

reduz atividades microbiológicas.

As metodologias de coleta e preservação das amostras foram baseadas no

roteiro do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, que

contém informações sobre a forma adequada do acondicionamento das

amostras, armazenamento e tempo máximo permitido entre a coleta e a análise,

de maneira a não comprometer a integridade da amostra e conseqüentemente

os resultados das análises.

Foram efetuados análises Físico-Químicas e Microbiológicas e o quadro abaixo

sumariza os parâmetros e seu respectivo método de análise das amostras:

Tabela 23. Análises Físico-Químicas e Microbiológicas

Parâmetro Método

Alumínio Total SM 3500 – AL.D

Cloretos SM 4500-Cˉ

Condutividade Elétrica SM 2510 B

Clorofila a SM 10200 H

Cor Aparente SM 2120 C

D.B.O. SM 5210 B

Ferro Total SM 3500 - Fe D

Fosfato SM 4500 - P.F

Fósforo Total SM 4500 - P.E

Nitrato SM 4500-NO3ˉH

Nitrito SM 4500-NO2ˉB

Nitrogênio Amoniacal SM 4500 NH3C

Nitrogênio Total SM 4500-N

Óleos e Graxas SM 5520 D

Oxigênio Dissolvido SM 4500-O C

pH SM 4500 Hˉ B

Sólidos Totais SM 2540 B

Sólidos Dissolvidos SM 2540 C

Sólidos Suspensos SM 2540 D

Temperatura Ambiente SM 2550 B

Temperatura da Amostra SM 2550 B

Turbidez SM 2130 B

Coliformes Tolerantes SM 9221 E

Coliformes Totais SM 9221 B

Em anexo encontram-se os originais dos resultados encaminhados pela equipe

de laboratório, bem como a metodologia utilizada para as análises químicas.

2 . 1 . 7 . 4 A n á l i s e d o s R e s u l t a d o s

Abaixo serão descritos os comentários sobre cada ponto de amostragem de

água, levando-se em consideração os valores de referência ditados pela

legislação brasileira. As drenagens próximas à rodovia enquadram-se na Classe

1, ou seja, são potáveis a partir de um tratamento simples, pois estas são

utilizadas pela população para consumo residencial. Destas, apenas a Amostra

Nº 1 apresentou-se com qualidade suficiente para o atendimento a este item. O

fato pode ser explicado pela proximidade deste ponto à nascente. Há uma

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167

depreciação da qualidade da água à medida que esta se afasta de sua nascente,

porém trata-se de uma situação normal na medida em que quanto mais longe de

sua origem a drenagem encontra-se sujeita ao acúmulo de sedimentos e demais

agentes poluentes que são inseridos naturalmente ou pela ação do homem.

Observou-se que apesar disso houve uma estabilização do padrão de qualidade

da água, passando esta a ser inserida na Classe 2. Interpreta-se esta

estabilização como parte do processo de diluição que as águas dos rio Iguaçu e

Paraná possuem, bem como seu poder de depuração, uma vez que a

geomorfologia local promove a oxigenação de suas águas.

Abaixo segue um resumo de cada amostra:

Amostra 1:

A Amostra 1 foi coletada no Rio Tamanduá, em ponto marginal ao futuro acesso.

Comparando-se os valores gerados pelas análises físico-químicas e

microbiológicas realizadas pelo laboratório e comparando-as com os valores de

referência ditados pela legislação brasileira, temos todos os parâmetros abaixo

do valor máximo permitido e o oxigênio dissolvido acima do valor mínimo

recomendável. Os valores de Coliformes tolerantes e totais foram abaixo de 1,8

mg/L.

Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, neste ponto as águas

possuem um padrão de qualidade compatível com a Classe 1. Sugere-se quee

seu uso deva ser destinado ao abastecimento doméstico após tratamento

simplificado, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato

primário, à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se

desenvolvem rentes ao solo que são ingeridas sem remoção da película.

Amostra 2:

A Amostra 2 foi coletada também no rio Tamanduá e em trecho marginal ao

futuro acesso, porém mais ao sul da primeira amostra. Todos os parâmetros

encontram-se abaixo do valor máximo permitido e o oxigênio dissolvido acima do

valor mínimo recomendável. Os valores de Coliformes Termotolerantes foram

abaixo de 1,8 mg/L e de coliformes totais foram 74,4 mg/L.

Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade

encontra-se compatível com a Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento

doméstico condicionado ao tratamento convencional.

Amostra 3:

A amostra 3 foi coletada também no rio Tamanduá e em trecho marginal ao

futuro acesso, porém mais ao sul das duas primeiras amostras. Os valores

analisados de óleos e graxas são acima do recomendado (0,1580 mg/L) e o

oxigênio dissolvido acima do valor mínimo recomendável. Os valores de

Coliformes Termotolerantes foram de 35,8 mg/L e de coliformes totais foram

332,2 mg/L.

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168

Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade

encontra-se compatível à Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento

doméstico condicionado ao tratamento convencional.

Amostra 4:

A Amostra foi coletada no Rio Iguaçu, perto da confluência com o rio Paraná,

ponto também dentro da AID do empreendimento. Os valores analisados de

óleos e graxas são acima do recomendado (0,194 mg/L) e o oxigênio dissolvido

acima do valor mínimo recomendável. Os valores de Coliformes tolerantes e

totais foram abaixo de 1,8 mg/L.

Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade

encontra-se compatível à Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento

doméstico condicionado ao tratamento convencional.

Amostra 5:

A amostra foi coletada na confluência dos Rios Iguaçu e Paraná, a jusante da

futura ponte, próxima a margem brasileira. Os valores analisados de óleos e

graxas são acima do recomendado (0,194 mg/L) e o oxigênio dissolvido acima

do valor mínimo recomendável. Vale ressaltar também que o valor mensurado

para a cor aparente da água (74,8 mg/L) ficou no limiar do máximo permitido

pela legislação vigente. Os valores de Coliformes Termotolerantes foram de 35,8

mg/L e de coliformes totais foram 161,9 mg/L.

Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade

encontra-se compatível à Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento

doméstico condicionado ao tratamento convencional.

Amostra 6:

A amostra foi coletada no Rio Paraná, a montante da futura ponte, próxima a

margem Brasileira. Temos todos os parâmetros abaixo do valor máximo

permitido e o oxigênio dissolvido acima do valor mínimo recomendável. Os

valores de Coliformes Termotolerantes foram de 74,4 mg/L e de coliformes totais

foram 600,3 mg/L.

Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade

encontra-se compatível à Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento

doméstico condicionado ao tratamento convencional. Destas, apenas a Amostra

Nº 1 apresentou-se com qualidade acima da satisfatória, podendo ser

enquadrado inclusive, no que tange as parâmetros físico-químico de sua água,

na classe 1. O fato pode ser explicado pela proximidade deste ponto à nascente.

Há uma depreciação da qualidade da água à medida que esta se afasta de sua

nascente, porém trata-se de uma situação normal na medida em que quanto

mais longe de sua origem a drenagem encontra-se sujeita ao acúmulo de

Page 169: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

169

sedimentos e demais agentes poluentes que são inseridos naturalmente ou pela

ação do homem.

Os valores encontrados de Coliformes Termotolerantes foram todos abaixo do

máximo permitido para a classe 2 (<1.000 mg/l) porém, cabe destacar que,

segundo a resolução 357/2005 do CONAMA, a quantidade de coliformes

termotolerantes em um corpo hídrico deve ser analisada em amostragens

bimestrais, por um período de um ano. Sendo assim, os valores encontrados de

coliformes termotolerantes não devem ser considerados como a real situação do

corpo hídrico e sim como parte estatística da realidade.

A análise das coletas apresentou pequena existência de Óleos e Graxas nas

amostras 3, 4 e 5. Essa pequena existência deve ser destacada, pois a legislação

vigente no país (resolução CONAMA 357/2005) não permite esses produtos nos

corpos hídricos, mostrando-se necessárias ações do gestor dos recursos hídricos

de Foz do Iguaçu e do poder público para identificar a causa da poluição e seu

controle, como forma de se adequar os corpos hídricos em questão nas classes

em que foram enquadrados.

Por fim, considerando que o enquadramento expressa metas finais a serem

alcançadas de qualidade da água para a manutenção do seu uso para a

prosperidade e não a situação presente do corpo hídrico, é necessário que o

poder público e o gestor de recursos hídricos do município de Foz do Iguaçu

tracem planos e ações para recuar esses valores que se encontram acima do

permitido, com o intuito de se alcançar os níveis de qualidade de água referentes

a classe em que esses corpos hídricos se encontram.

Os valores aqui encontrados na caracterização da qualidade da água nos cursos

hídricos relevantes ao empreendimento servirão, posteriormente, como base de

comparação no Plano de Monitoramento da Qualidade da Água (PMQA).

1 . 1 . 7 . 5 F o n t e s d e P o l u i ç ã o

Analisando os dados acima se verifica que coliformes fecais, graxas e óleos são

os agentes poluentes da maior parte das drenagens analisadas.

Uma vez que foram coletadas águas não tratadas a presença de coliformes é

normal, porém não se deve deixar de levar em consideração que este tipo de

contaminação pode ser proveniente da ação antrópica, uma vez que a ação na

zona rural é comum a poluição de solos e água devido à má disposição final de

efluentes. A presença de centros urbanos próximos ao futuro acesso também é

possibilidade de contaminação dos cursos d’água, pois é raro o atendimento,

pelo sistema de coletas e tratamento de esgotos, dos 100% das unidades

residenciais e industriais/comerciais.

A poluição por óleos e graxas é, certamente, efeito de ação antrópica que, da

mesma forma, são despejados no ambiente por problemas em sua destinação

Page 170: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

170

final. Sistema de esgotamento tratado de forma ineficiente, emissão direta em

cursos d’água, bem como tratamento inadequado de resíduos líquidos de

combustíveis.

O que se pode perceber é que o tipo de poluição detectado pelas análises de

água da região é fruto da ocupação humana e, notadamente, vinculado ao uso

doméstico dos recursos hídricos, bem como atividades que envolvem o

armazenamento e transportes de combustíveis.

Há possibilidade de que também sejam incluídos como fonte de poluição as

atividades relacionadas com a agricultura, como o uso de pesticidas e demais

defensivos agrícolas, porém não houve indicativo nas análises realizadas.

Como as coletas foram realizadas em períodos intercalados às chuvas e apenas

em uma bateria de coletas, representativamente as análises não podem

apresentar resultados formais. Ao longo do monitoramento da obra é que as

equipes vão identificar as reais características da qualidade da água, uma vez

que seja implantado o plano de monitoramento da qualidade da água.

Em atendimento ao questionamento do IBAMA a respeito da existência de

estruturas para a captação de água na área de influência indireta, equipe técnica

informa que não foi identificado sistema de coleta de água para abastecimento

humano na área em questão.

2.1.8. Fisiografia Fluvial

Os rios são alimentados por águas superficiais e subterrâneas, e são a forma

mais visível de escoamento da água, sendo assim integrante do ciclo hidrológico,

sendo assim, podemos concluir que um rio não é estático e sim dinâmico, com

seu nível, vazão e velocidade da água variando ao longo do tempo sobre

influência de vários fatores como clima, chuvas, solos, ações antrópicas e etc.

Seguindo este raciocínio, o estudo das cheias e do regime hidrológico do rio

torna-se crucial para o planejamento e inclusive para o projeto em si da Segunda

Ponte Internacional Brasil-Paraguai e seus acessos.

A VETEC Engenharia, em seu projeto executivo de engenharia apresentou

estudos hidrológicos para o acesso, bem como para o dimensionamento da Ponte

sobre o rio Paraná Paraná, corpo d’água mais relevante da região.

Os principais cursos d’água são o rio Paraná e o rio Iguaçu que desenvolvem-se

em leito de baixa declividade, assentado exclusivamente sobre rochas basálticas.

Prevalecem na região camadas de solos de pequena profundidade e pouca

permeabilidade. Essas características indicam baixa capacidade de

armazenamento dos aqüíferos, com uma limitada contribuição da água

subterrânea no escoamento dos rios em períodos de estiagem. A nova ponte

cruza o rio Paraná cerca de 350m a montante da foz do rio Iguaçu.

Page 171: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

171

A ponte está localizada cerca de 30km a jusante da barragem de Itaipu. Entre a

barragem e a ponte o único afluente de importância é o rio Acaraí, na margem

direita, que também possui lago para geração hidroelétrica formado por

barragem implantada 8km a montante da foz no rio Paraná.

No trecho de travessia o rio Paraná desenvolve-se em calha retilínea com largura

na linha d água da ordem de 400m. A inclinação das margens é da ordem de

30º. Em termos geomorfológicos a ponte está localizada ainda no alto curso do

rio Paraná. No trecho alto o rio corre em leito encaixado em rocha basáltica,

condição que o torna praticamente incapaz de alterar seu curso, deixando-o

voltado ao aprofundamento da calha.

Por não possuir leito secundário ou planície aluvial para acomodação de volumes

nas enchentes, os níveis do rio Paraná no trecho da ponte, sobem e baixam

rapidamente nas cheias. O reservatório de Itaipu também não possui volume

para regularização e/ou amortecimento de cheias, sendo que a usina de Itaipu é

classificada como a fio d’água. A declividade do rio Paraná no trecho da nova

travessia é de 0,12m/km.

2 . 1 . 8 . 1 . D a d o s F l u v i o m é t r i c o s

A seguir são apresentadas informações referentes as vazões e níveis de água dos

cursos d água da região do projeto. A apresentação dos dados está dividida em

Dados para o Dimensionamento das Travessias na Área de Acesso e Dados

Levantados para o Dimensionamento da Ponte

DADOS LEVANTADOS PARA O DIMENSIONAMENTO DAS TRAVESSIAS NA ÁREA

DE ACESSO

1. Obras de Transposição de Talvegues

Os bueiros de fundo de grota constituem-se de estruturas para conduzir as

águas de pequenos cursos d’água permanentes, ou as que provém do fluxo

superficial e da drenagem da via, destinadas a transposição estrada projetada.

Concluído o dimensionamento com a definição das dimensões, fez-se o

posicionamento destas, de acordo com as condições topográficas do terreno

natural, do terrapleno e do greide da rodovia, definindo-se as esconsidades e

declividades adequadas ao perfeito funcionamento da obra.

Os bueiros foram dimensionados a partir da Equação de Manning, associada à

Equação da Continuidade, considerando-se regime permanente e coeficiente de

rugosidade dos tubos de concreto igual a 0,015.

As velocidades deverão estar situadas no intervalo entre a mínima de 0,80m/s e

máxima de 6,00m/s, exceto no trecho final, no qual a velocidade máxima deverá

ser inferior a 4,50m/s.

Page 172: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

172

O diâmetro mínimo a ser utilizado deverá ser de Ø 0,80m nas pistas principais e

de Ø 0,60 em vias marginais e secundárias.

Para proteger contra as erosões, foram projetados dissipadores de energia

hidráulica para as bocas de jusante de todos os bueiros tubulares.

Foram projetados bueiros tubulares (BSTC) de dimensões variadas e bueiros

celulares de concreto (BSCC).

As cargas e classes dos tubos foram calculadas conforme os critérios

preconizados pelo “Iowa Engineering Experiment Station” e satisfazem as

exigências estabelecidas pela Norma Técnica NBR 8890/2003.

2. Obras de Drenagem Superficial

O sistema de drenagem superficial de plataforma constitui-se de um conjunto de

dispositivos que visam a interceptar, captar e escoar os deflúvios que afluem à

plataforma da rodovia, conduzindo-os para pontos de lançamento adequados.

Ele é composto basicamente, sarjetas de corte, sarjeta de borda de aterro,

valetas de canteiro central, valetas de proteção de cortes e aterros, saídas e

descidas d’água, caixas coletoras e dissipadores de energia entre outros.

Os dispositivos de drenagem deverão ser executados em conformidade com os

detalhes-padrão constantes no álbum de projetos da DNIT.

O sistema de drenagem superficial é composto dos seguintes dispositivos:

- Sarjetas Triangulares de Concreto (STC)

- Valetas de Proteção de Cortes (VPC) e Aterros (VPA)

- Sarjetas de Canteiro Central (SCC)

- Descidas d’água de Aterro Tipo Rápido(DAR)

- Dissipadores de Energia aplicados a sarjetas,valetas(DES),a bueiros tubulares e

descidas d’água de aterro(DEB) e a rápidos(DED)

- Caixa Coletora de sarjeta com grelha de concreto(CCS/TCC)

3. Obras de Drenagem Profunda e de Pavimento

A drenagem profunda é utilizada para evitar os problemas acarretados pela

incidência das águas subterrâneas na infra e superestrutura da rodovia.

Page 173: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

173

A necessidade de implantação será definida pela situação local do lençol freático

nos cortes bem como pela ocorrência de materiais com excesso de umidade,

observados em levantamentos geotécnicos.

Serão utilizados drenos longitudinais profundos para cortes em solo (DPS) e em

rocha(DPR)

Quanto a drenagem sub-superficial, constitui-se na implantação de um conjunto

de drenos rasos longitudinais e transversais que tem como objetivo drenar as

águas infiltradas no pavimento.

Serão projetados drenos longitudinais de pavimento (DSS) nas bordas mais

baixas da pista e drenos transversais rasos nos pontos baixos da rodovia e a

montante das O.A.E.(Obras de Arte Especiais)

4. Obras de Drenagem Pluvial Urbana

No trecho em que a rodovia atravessa o perímetro urbano foi previsto a

implantação da rede de galerias sob o passeio e interligadas no bueiro existente

e/ou projetadas, de maneira a assegurar eficiente tráfego de veículos e

protegendo as propriedades particulares dos efeitos de chuvas intensas.

Para os detalhes de drenagem urbana também serão utilizados os detalhes-

padrão constantes no Álbum de Projetos –Tipo de Dispositivos de Drenagem do

DNIT e que basicamente correspondem a:

- bocas de lobo simples (BLS)

- poços de visita (PV)

- caixa de ligação e passagem (CLP)

DADOS LEVANTADOS PARA O DIMENSIONAMENTO DA PONTE

Os estudos foram baseados nos dados fluviométricos das seguintes estações:

a) Estação: 64918000 - R4

Rio: Paraná

Latitude: 25:26:30S

Longitude: 054:36:10W

Dados:

seção batimétrica (Régua)

fonte : ITAIPU BINACIONAL

b) Estação: 64919000 - Ponte da Amizade

Rio: Paraná

Page 174: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

174

Latitude: 25:30:00S

Longitude: 054:38:00W

Dados:

Seção batimétrica (Régua)

Série histórica de cotas médias diárias: 01/12/1975 a 30/09/2009

fonte : ITAIPU BINACIONAL

c) Estação: 65999410 - R11

Rio: Paraná

Latitude: 25:36:50S

Longitude: 054:35:59W

Dados:

Seção batimétrica (Régua)

Curva chave

Série histórica de cotas médias diárias: 01/9/1977 a 30/9/2009

Série histórica de vazões médias diárias: 01/9/1977 a 30/9/2009

fonte : ITAIPU BINACIONAL

d) Estação: 65992500 – Hotel Cataratas

Rio: Iguaçu

Latitude: 25:41:00S

Longitude: 054:26:00W

Dados:

Seção batimétrica (Régua)

Curva Chave

Série histórica de vazões médias diárias: 01/01/1996 a 30/09/2009

Série histórica de cotas médias diárias: 01/01/1996 a 30/09/2009

fonte : ITAIPU BINACIONAL

e) Estação: 65999020 – Porto Meira

Rio: Iguaçu

Latitude: 25:35:00S

Longitude: 054:33:00W

Page 175: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

175

Dados:

Seção batimétrica (não tem)

curva-chave: não tem

Série histórica de cotas médias diárias: 01/12/1975 a 30/09/2009

fonte : ITAIPU BINACIONAL

g) Estação: 64925000 – Porto Oficial

Rio: Paraná

Latitude: 25:33:00S

Longitude: 054:35:00W

Dados:

Série histórica de cotas médias diárias: 10/01/1979 a 30/09/2009

Seção batimétrica (não tem)

Zero da régua: 86,57m (IBGE)

Curva-chave: não tem

fonte : ITAIPU BINACIONAL

g) Estação: 64918980 – UHE

Rio: Paraná

Local: Itaipu

Dados:

Série histórica das vazões naturais médias mensais: 01/1931 a

09/2009

fonte : ITAIPU BINACIONAL

a) Estação: 65993000 – Saltos Cataratas

Rio: Iguaçu

Latitude: 25:41:00S

Longitude: 054:26: 00W

Dados:

Seção batimétrica

Curva Chave

Série histórica de cotas e vazões médias diárias: 01/04/1942 a

30/06/2005

Page 176: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

176

fonte : Sistema de Informações Hidrológicas – ANA.

Localização dos Postos Fluviométricos

Os principais postos fluviométricos que orientaram os estudos de níveis na seção

da ponte são os seguintes:

Posto de Ponte da Amizade no rio Paraná, localizado cerca de 9km a

montante da obra.

Posto de Porto Oficial no rio Paraná, localizado cerca de 3,9 km a montante

da obra.

Posto R11 no rio Paraná, localizado cerca de 2,9km a jusante da obra.

Posto de Porto Meira no rio Iguaçu, 12,1km a montante da foz no rio Paraná.

2 . 1 . 8 . 2 . I n f l u ê n c i a d a s C h e i a s d o R i o I g u a ç u n o s N í v e i s

O eixo da nova travessia está localizado cerca de 350m a montante da margem

direita do rio Iguaçu na foz. Por essa razão os níveis d água na seção da ponte

recebem influencia direta das cheias desse rio. Na Tabela 28, são apresentadas

as 20 maiores cheias anuais observadas no posto fluviométrico de ponte da

Amizade, os respectivos níveis nos demais postos e vazões registradas no

mesmo evento nos postos R11 e Hotel Cataratas. A coluna 8 da tabela indica a

porcentagem da descarga registrada no posto Hotel Cataratas em relação à

medida no posto R11, representando aproximadamente a relação na foz entre as

descargas do rio Paraná e as do rio Iguaçu. Observa-se que as duas maiores

enchentes tiveram forte influência das descargas provenientes do rio Iguaçu. A

coluna 9 indica a diferença de nível observada nas cheias entre os postos de

Ponte da Amizade e R11, distantes 11,9km entre si.

Page 177: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

177

Tabela 24. 20 Maiores Cheias Série Anual

Page 178: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

178

2 . 1 . 8 . 3 . H i d r o g r a m a s d a s M a i o r e s C h e i a s

Os gráficos apresentados a seguir mostram os hidrogramas com as cotas

registradas nos vários postos para duas cheias: a primeira com influência

preponderante das vazões do rio Iguaçu (pico em 31/05/92), e a segunda com

essa influência minimizada (pico em 15/06/83).

Figura 117. Cheia de 1992

Figura 118. Cheia de 1990

Page 179: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

179

2 . 1 . 8 . 4 . H i d r o g r a m a D a C h e i a E x c e p c i o n a l D e 1 9 8 3

Na figura a seguir é apresentado o hidrograma no rio Paraná em Porto Oficial,

mostrando a evolução dos níveis na cheia excepcional do ano de 1983. Os dados

são apresentados para o período compreendido entre maio/1982 a

dezembro/1983. As cheias verificadas em 1982-1983 são atribuídas ao aumento

das chuvas na bacia provocadas pelo fenômeno “El Niño”.

Figura 119. Cheia de 1983

2 . 1 . 8 . 5 . V a z õ e s N a t u r a i s N a B a r r a g e m D e I t a i p u

Na figura a seguir são apresentadas as vazões naturais no rio Paraná na seção

da barragem de Itaipu, para o período de janeiro/1931 a setembro/2009. O

gráfico mostra em linha tracejada a tendência observada no crescimento das

vazões ao longo do tempo.

Observa-se também o período crítico entre 1952 a 1955, quando houve

considerável redução de chuvas na bacia.

Page 180: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

180

Figura 120. Vazões Naturais na Barragem de Itaipu

2 . 1 . 8 . 6 . E s t u d o D e N í v e i s D ’ á g u a

São apresentados a seguir os resultados dos estudos de níveis d’água

desenvolvidos para a seção da nova ponte, cujo objetivo é orientar o projeto e o

planejamento das obras.

Dados Fluviométricos

As análises foram desenvolvidas com base nas informações de cota do posto

fluviométrico Porto Oficial, cujos dados foram complementados por correlação

com dados do posto Ponte da Amizade e também do posto R11, perfazendo série

histórica entre dezembro de 1975 a setembro de 2009.

O posto Porto Oficial está localizado cerca de 3.900m a montante da seção da

ponte a ser construída. A diferença de níveis entre os dois locais nas maiores

cheias é da ordem de 0,50m. Por ser diferença pouco significativa para os

presentes estudos, adotou-se o posto Porto Oficial como seção representativa

para os estudos de níveis da nova ponte.

Cotas médias mensais

As cotas médias mensais do rio Paraná em Porto Oficial são apresentadas na

figura 121, a seguir. Os meses de dezembro a abril apresentam valores acima da

média (102,21m), enquanto o trimestre compreendido entre janeiro e março,

apresenta os níveis mais elevados do período.

Page 181: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

181

Figura 121. Cotas Médias Mensais

Os níveis máximos e mínimos para a seção da ponte são os seguintes:

Nível máximo: 126,50m, em 31/05/1992

Nível mínimo: 87,10m em 24/10/1982

Níveis máximos Anuais x Período de Retorno

Os níveis máximos anuais para vários períodos de recorrência obtidos a partir da

distribuição de log Person tipo III, para a série anual, são apresentados na figura

122 e na Tabela 29.

Page 182: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

182

Figura 122. Rio Paraná em Porto Oficial

Tabela 25. Níveis Máximos Anuais x Período de Retorno

Níveis Sazonais x Período de Retorno

Com o objetivo de orientar o planejamento das obras foram calculados também

os níveis máximos esperados considerando-se 4 meses consecutivos, a saber:

janeiro, fevereiro, março abril; fevereiro, março, abril e maio; março, abril, maio,

junho etc., perfazendo os 12 quadrimestres possíveis do ano.

Page 183: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

183

Esta consideração baseou-se na admissão de que a duração das obras, em que

há risco de ficarem submersas na fase de construção, é de 4 meses.

Os níveis associados aos períodos de recorrência de 2, 5, 10 e 25 anos, para

cada quadrimestre considerado estão indicados na Tabela 2-24. Essa análise tem

particular interesse na definição de obras para as quais é necessário minimizar

os riscos de galgamento, como geralmente é o caso das ensecadeiras. Por

exemplo: selecionado o quadrimestre agosto, setembro, outubro, novembro

(ASON), e selecionando-se o período de recorrência de 5 anos, o nível máximo a

ser considerado, conforme Tabela 30 será:112,20m (com risco de ser igualado

ou excedido de 20%).

Tabela 26. Níveis Máximos Sazonais x Período de Retorno

Permanência dos Níveis

Com base na série histórica de níveis d água do posto Porto Oficial foram

desenvolvidas as permanências das cotas diárias para os vários meses do ano.

Para cada mês foram calculadas as permanências referentes a 10%, 50% e

90%. Os resultados estão ilustrados na figura 2-5, apresentado a seguir:

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184

Figura 123. Rio Paraná em Porto Oficial- Permanência de Níveis em Cada Mês

Por exemplo: para janeiro as curvas indicam os seguintes valores: curva de

10%, cota 111,5m; curva de 50% cota de 103,2m; e curva de 90%, cota de

98,8m. Ou seja, no mês de janeiro em 90% dos dias (de registros) os níveis

ficaram acima da cota 98,8m; em 50% dos dias foram superiores à cota 103,2m,

e em apenas 10% dos dias superiores a 111,5m. O gráfico mostra ainda as

curvas referentes as cotas máximas e mínimas observadas em cada mês no

período de registro.

Número De Dias Com Sobrelevação Dos Níveis

Uma vez que os dados da tabela anterior não representam as irregularidades das

permanências ao longo do tempo, foram analisados para cada ano o número de

dias com níveis acima de uma determinada cota. Inicialmente as análises

enfocaram o quadrimestre: julho a outubro.

Os resultados estão apresentados na Tabela 31.

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185

Tabela 27. Nº de Dias com Sobrelevação da Cota de Referência

O número de dias indicado na tabela acima pode ser referente a uma ou mais

cheias. Para ilustrar essa possibilidade é apresentada a Tabela 32, onde a cota

de referência considerada é 108m. A tabela indica para cada ano o número de

dias de cada uma das cheia consideradas, bem como a data de pico do evento.

Os dados são para o quadrimestre julho a outubro.

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186

Tabela 28. Discriminação dos Eventos para a Cota de Referência 108m

Frequência das Sobrelevações

Com base nos dados da Tabela 32 foram desenvolvidas curvas de freqüência

acumulada visando estabelecer as probabilidades da cota de referência ser

ultrapassada em determinado número de dias. Os resultados das análises estão

apresentados na figura 124.

Page 187: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

187

Figura 124. Probabilidade de Sobrelevação da Cota de Referência

O gráfico permite estimar a cota máxima a ser considerada em função do

número de dias máximos desejados de sobrelevação e do risco do mesmo ser

ultrapassado. Por exemplo: caso se admita como viável 10 dias de sobrelevação

no quadrimestre entre julho a outubro; e ainda como 20% o risco desse número

de dias ser ultrapassado, a cota de referência a ser selecionada é a 108m, que

apresenta risco próximo a 20%. Como o período de retorno é o inverso da

probabilidade (T=1/p), o risco de 20% corresponde a admitir que o número de

dias será igualado ou superado em média a cada 5 anos (T=1/0,20).

Admitida a cota 108m, deve-se levar em conta ainda o freeboard para as obras.

Adotando-se freeboard de 1m, a cota de projeto para as obras será de 108+1=

109m.

Análise da cota 108

Adotada a cota 108m foram feitas verificações com o objetivo de avaliar os riscos

de ocorrer sobrelevação em outros quadrimestres do ano. A tabela apresentada

a seguir mostra em vários quadrimestres o número de dias em que a cota 108m

foi ultrapassada com base no período histórico de dados.

Page 188: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

188

Tabela 29. Número de dias acima da cota 108 nos quadrimestres

Com base nos dados da Tabela 33 foram desenvolvidas também curvas de

freqüência acumulada visando estabelecer as probabilidades da cota 108m ser

ultrapassada em determinado número de dias. Os resultados das análises estão

apresentados na figura 125.

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189

Figura 125. Probabilidade de Sobrelevação da Cota 108m nos Quadrimestres

Verifica-se no quadro acima que dentre os analisados, os quadrimestres mais

críticos são: Janeiro, fevereiro, março e abril (JFMA), fevereiro, março, abril e

maio (FMAM), e outubro, novembro, dezembro e janeiro (ONDJ). Os demais

apresentam, grosso modo, riscos de mesma ordem de grandeza quanto ao

número de dias de sobrelevação da cota 108m. Nesses quadrimestres,

admitindo-se risco de 20%, o número de dias com sobrelevação varia entre 8 a

13.

Não foram analisados os quadrimestres com início em novembro e dezembro

(NDJF, e DJFM). Como incorporam os meses das maiores cheias (janeiro,

fevereiro e março), os riscos podem ser incluídos no grupo dos mais críticos.

Visualização das Estacas dos Blocos

Para fins de análise do número de dias em que as obras projetadas estarão

submersas ou não, foi elaborada a Tabela 34 com base em análises de

permanência das cotas diárias.

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190

Tabela 30. Rio Paraná em Porto Oficial (dias no Ano com Cotas acima da Referência)

Por exemplo: admitindo-se a base do bloco dos pilares na cota 109m, e que a

visualização das estacas se dá a partir da cota 108m, ou seja, 1m abaixo, pela

tabela concluí-se que as estacas estarão encobertas em 12 % do tempo, ou seja,

aparentes, na média, em 88% dos dias do ano.

Níveis para navegação

Com o objetivo se subsidiar análises das condições de calado do rio Paraná no

trecho do projeto, apresenta-se na Tabela 35, a permanência dos níveis para o

período maio a novembro, que apresentam cotas médias mensais inferiores à

média anual.

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191

Tabela 31. Rio Paraná em Porto Oficial - Dias com Níveis Acima da Cota de Referência-Período: maio a novembro

Níveis Máximos Esperados

Os níveis de água máximos estimados no local da ponte a partir da série

histórica, para vários períodos de retorno, são os seguintes:

Tabela 32. Rio Paraná em Porto Oficial- Níveis Máximos Anuais x Período de Retorno

As cheias na seção da ponte sofrem influência das descargas do rio Iguaçu que

sobrelevam as águas na região da confluência provocando o alteamento dos

níveis a montante. Por essa razão altos níveis na ponte nem sempre coincidem

com as vazões máximas no rio Paraná na seção da ponte.

Note-se que os dois níveis mais elevados no trecho da ponte (31/05/92 e

13/06/83), foram gerados a partir de cheias onde a participação das descargas

do rio Iguaçu foram superiores às do rio Paraná, na seção do rio Paraná

imediatamente a jusante da foz.

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192

Nesse sentido as máximas cheias na seção da ponte para fins de análise devem

ser consideradas tanto em função dos níveis como das descargas do rio Paraná.

A velocidade da corrente na travessia, para mesmos níveis, é menor a medida

que é maior a participação do rio Iguaçu nas descargas na foz.

Vazões Máximas Esperadas

Com o objetivo de permitir as análises de velocidade do fluxo e do potencial de

erosão na seção da ponte foram estimadas cheias para diversos períodos de

recorrência. As vazões foram estimadas a partir de série histórica utilizando-se

dados de vazão do rio Paraná no posto R11, e no rio Iguaçu nos postos Hotel

Cataratas e Salto Cataratas.

As vazões máximas em função de diversos períodos de recorrência estão

indicadas no gráfico e tabela apresentados a seguir.

Figura 126. Cheias Máximas

Page 193: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

193

Tabela 33. Rio Paraná na Seção da Ponte Vazões Máximas x Período de Retorno

Segundo informações da Itaipu Binacional os estudos realizados para o projeto

da Usina Hidrelétrica de Itaipu consideraram a vazão máxima provável de

62.200m3/s.

Os dados das vazões naturais em Itaipu e dos postos do rio Iguaçu mostram o

aumento das contribuições da bacia com o tempo. Entretanto não se identificou

essa tendência quando analisadas as máximas do período histórico.

Por essa razão as estimativas das máximas enchentes foram feitas a partir dos

dados da série histórica. Não foram considerados efeitos como alterações no uso

do solo da bacia, mudanças no regime de chuvas, ou o efeito do amortecimento

devido aos vários reservatórios existentes a montante.

Níveis e Vazões de Projeto

As vazões de projeto referentes ao período de retorno de 100 anos e 500 anos,

são as seguintes:

• Vazão com período de retorno de 100 anos: Q100= 41.980,9m3/s

• Vazão com período de retorno de 500 anos: Q500= 53.697,8m3/s

Os níveis de projeto referentes ao período de retorno de 100 anos e 500 anos,

são os seguintes:

• Nível d’água com período de retorno de 100 anos: N.A.100 = 129,97m

• Nível d’água com período de retorno de 500 anos: N.A.500 = 135,87m

Conforme já explicado os níveis acima indicados não estão relacionados às

vazões de cheias de mesma recorrência.

Page 194: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

194

Modelo Utilizado nas Simulações

Para fins de verificação do desempenho hidráulico da seção da ponte foram

realizadas análises hidráulicas por meio do modelo HEC-RAS, desenvolvido pelo

U.S. Corps of Engineers.

O modelo foi desenvolvido para realizar simulações hidráulicas unidimensionais,

sendo que os dimensionamentos de projeto foram feitos no regime permanente,

onde os procedimentos de cálculo são fundamentados basicamente na equação

da energia. Os dados de entrada são constituídos por seções da calha ao longo

dos cursos d’água, obtidas a partir de informações topográficas, coeficientes de

rugosidade dos vários segmentos de cada seção e distância entre as seções.

Outros dados necessários dependendo da condição de simulação são as

declividades do curso d´água a montante e jusante das seções extremas, e

níveis máximos esperados a montante ou jusante.

Nas simulações de pontes o programa cria duas seções nas faces extremas do

tabuleiro, resultado da interpolação de dados de seções próximas. Os cálculos

hidráulicos para a ponte são desenvolvidos por meio dessas seções as quais são

denominadas de seção interna a montante e seção interna a jusante.

No modelo foram lançadas as seções transversais disponíveis na região da ponte,

utilizando-se também seções transversais disponíveis para os postos

fluviométricos.

Resultados do modelo

A seguir são apresentados figuras com os resultados do modelo de simulação.

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195

Figura 127. Linha d’água no trecho da ponte para Q100

Figura 128. Linha d’água no trecho da ponte para Q500

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196

Figura 129. Seção sob a ponte, face montante -Q100

Figura 130. Seção sob a ponte – face jusante - Q100

Page 197: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

197

Figura 131. Seção sob a ponte, face montante –Q500

Figura 132. Seção sob a ponte, face jusante –Q500

Page 198: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

198

22 .. 22 .. MM ee ii oo BB ii óó tt ii cc oo

2.2.1. Flora

2 . 2 . 1 . 1 . C a r a c t e r i z a ç ã o d a V e g e t a c ã o

Enquadramento Fitogeográfico

Na década de 70 o programa RADAMBRASIL criou uma escola fitogeográfica

adaptada a um sistema universal, baseada na proposta de Ellemberg e Mueller-

Dombois, a qual se utilizava das características fisionômico-ecológicas da

vegetação para classificar as diferentes fitofisionomias. Essa classificação da

vegetação do RADAMBRASIL sofreu algumas alterações por Veloso e Góes-Filho

(1982) e culminou com o trabalho intitulado “Classificação fisionômico-ecológica

das formações neotropicais” (VELOSO et al.,1991). Tal proposta foi adotada pelo

IBGE em 1992, instituindo o Sistema Fitogeográfico Brasileiro.

Os biomas e formações originalmente presentes em determinada região e que

não sofreram nenhuma alteração antrópica compõem o Sistema Primário de

Vegetação.

A partir do abandono de áreas de uso agropecuário, de mineração, corte raso de

florestas nativas ou plantadas, ocorre a ocupação gradual do solo pela

vegetação. No caso da pecuária, o processo de sucessão inicia-se em estágio

mais avançado que aquele com solo nu. Assim como o processo sucessional

secundário, os cultivos agrícolas, pastagens e reflorestamentos resultam de ação

antrópica e constituem o Sistema Secundário de Vegetação.

Conforme IBGE (1992) na região de Foz do Iguaçu a vegetação classifica-se na

tipologia Floresta Estacional Semidecidual. Além dessas encontram-se também

as Formações Pioneiras com Influência Fluvial.

Floresta Estacional Semidecidual

Também conhecida como Floresta Tropical Subcaducifólia, é uma região florística

florestal caracterizada pela perda de 20 a 50% de folhas no conjunto florestal,

daí resultando na terminologia “semidecidual” ou “subcaducifólia”. Essa

decidualidade parcial é originária da ocorrência de duas estações climáticas bem

definidas, uma tropical com época de intensas chuvas de verão, seguida por

estiagem acentuada e outra subtropical sem período seco, porém com seca

fisiológica provocada pelo rigoroso frio do inverno (VELOSO et al., 1991).

Os limites altimétricos da Floresta Estacional Semidecidual, descritos por VELOSO

et al. (1991), têm início a partir dos 5 m alcançando altitudes de 2.000 m. Na

região do empreendimento, ocorre a Floresta Estacional Semidecidual

Submontana e Aluvial.

Page 199: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

199

Nos levantamentos efetuados no Parque Nacional do Iguaçu, na fase inicial da

floresta estacional, verificou-se a predominância de canela-guaicá Ocotea

puberula, formando um estrato arbóreo contínuo com altura de 12 a 18m. À

medida que a riqueza aumenta, assim como a complexidade estrutural, há

mistura com angico-vermelho Parapiptadenia rigida e canela Nectandra sp.,

praticamente sempre presentes, jerivá Arecastrum romanzoffianum, cedro

Cedrela fissilis, miguel-pintado Matayba elaeagnoides, maria-preta Diatenopteryx

sorbifolium, baga-de-morcego Guarea cf. macrophylla, canjerana Cabralea

canjerana e pessegueiro-bravo Prunus sellowii, entre outras. Eventuais pioneiras

associadas são tapiá-graúdo Alchornea sidifolia, tapiá Alchornea triplinervia,

crindiúva Trema micrantha e embaúba Cecropia cf. pachystachya. Espécies

companheiras de menor porte são rabo-de-bugio Dalbergia frutescens, ingá Inga

marginata, figueiras Ficus spp., pata-de-vaca Bauhinia sp. e pau-cincho Sorocea

bonplandii.

No sub-bosque é característica a presença de criciúma Guadua chacoensis e

taquara Merostachys multiramea, ocupando clareiras em meio à vegetação

arbustiva composta por Piper gaudichaudianum, urtigão Urera baccifera,

Rubiaceae e Melastomataceae, entre outras. Ocorrem ainda em quantidade

considerável plantas trepadeiras e, entre a vegetação herbácea, diversas

espécies de Pterydophyta em grande profusão, Melastomataceae, Rubiaceae e

Apiaceae. Entre as lianas, é indicadora de áreas alteradas o cipó-de-são-joão

Pyrostegia venusta.

Ainda nos estudos efetuados no Parque Nacional do Iguaçu, obteve-se para a

fase intermediária, como espécies dominantes maria-preta Diatenopteryx

sorbifolium, angico-vermelho Parapiptadenia rigida e canela Nectandra sp. Como

comuns miguel-pintado Matayba elaeagnoides, canjerana Cabralea canjerana,

cedro Cedrela fissilis, louro-branco Bastardiopsis densiflora, guabirova

Campomanesia xanthocarpa, jerivá Arecastrum romanzoffianum, cutia-branca

Pilocarpus pennatifolius, guamirins, cambuís e araçás (Myrtaceae) e diversas

canelas (Lauraceae), entre as quais canela-guaicá Ocotea puberula, típica da

fase anterior, ainda em densidade significativa em algumas situações.

Como espécies ocasionais: alecrim Holocalyx balansae, paineira Chorisia

speciosa, jaracatiá Jacaratia spinosa, feijão-cru Lonchocarpus muehlenbergianus,

sapuva Machaerium sp., grápia Apuleia leiocarpa, canela-amarela Nectandra

megapotamica, aguaí Chrysophyllum gonocarpum, ariticum Rollinia salicifolia,

canela Endlicheria paniculata e rabo-de-bugio Dalbergia frutescens, entre outras.

No sub-bosque de áreas melhor conservadas, com maior número de

remanescentes das florestas primárias: palmito Euterpe edulis e agrupamentos

esparsos de xaxim-bravo Cyathea sp.; enquanto as áreas mais alteradas, com

maior freqüência de clareiras, verfica-se densos taquarais de criciúma Guadua

chacoensis, taquara Merostachys multiramea e, mais ocasionalmente, taquaruçu

Bambusa sp.

Page 200: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

200

Outra espécie significativa para caracterização do sub-bosque é pau-cincho

Sorocea bonplandii, comum em todos os pontos de observação. Como

contribuintes à riqueza deve-se citar laranjeira-do-mato Actinostemon concolor.

Ainda no Parque Nacional do Iguaçu, quando na fase avançada de sucessão, o

estrato emergente, de forma geral, é dominado pela peroba Aspidosperma

polyneuron, com diâmetros próximos de 1m e alturas de 35m. Dividem esse

estrato e o imediatamente abaixo, entre 18 e 25m, árvores de DAP em torno de

60cm e eventuais mais grossas, indicando a retirada dos maiores exemplares no

passado.

Entre as principais espécies observadas pode-se citar as espécies sob ameaça de

extinção pau-marfim Balfourodendron riedelianum, cabreúva Myrocarpus

frondosus, feijão-cru Lonchocarpus muehlenbergianus e ariticum Rollinia

salicifolia, acompanhadas por cedro Cedrela fissilis, canjerana Cabralea

canjerana, paineira Chorisia speciosa, alecrim Holocalyx balansae, canela-

amarela Nectandra megapotamica, jacarandá Dalbergia sp., louro-pardo Cordia

trichotoma, aguaí Chrysophyllum gonocarpum, sapuva Machaerium sp., jerivá

Arecastrum romanzoffianum, carvalho-brasileiro Roupala brasiliensis, grápia

Apuleia leiocarpa, figueira-branca Ficus insipida, guabirova Campomanesia

xanthocarpa, miguel-pintado Matayba elaeagnoides, cuvatã Cupania vernalis,

angico-vermelho Parapiptadenia rigida, caroba Jacaranda micrantha, angico-

branco Anadenanthera colubrina, maria-preta Diatenopteryx sorbifolium,

pessegueiro-bravo Prunus sellowii e cutia-branca Pilocarpus pennatifolius.

No estrato mais baixo são típicas pau-cincho Sorocea bonplandii, palmito Euterpe

edulis, vacum Allophylus edulis, baga-de-morcego Guarea kunthiana, canela

Endlicheria paniculata, pitanga Eugenia uniflora, erva-d’anta Psychotria sp.,

leiteiro Sapium glandulatum, catiguá Trichilia spp., jaborandi Piper

gaudichaudianum e caetê Calathea grandiflora, entre outras. A presença de

taquaras como Guadua chacoensis e Merostachys multiramea é eventual e

ocorrem, de forma dispersa, aglomerações de xaxim-bravo Cyathea sp. Entre as

epífitas, é eventual a ocorrência de costela-de-adão Monstera adansonii e

representantes de Bromeliaceae, Orchidaceae e Araceae, sendo comuns ainda

uma gama de plantas trepadeiras, entre as quais Tynnanthus micranthus.

Formações Pioneiras com Influência Fluvial (Várzeas Aluviais)

De acordo com IBGE (1992), estas áreas tratam-se de comunidades vegetais das

planícies aluviais que refletem os efeitos das cheias dos rios nas épocas chuvosas

ou, das depressões alagáveis todos os anos. Nestas superfícies, de acordo com a

quantidade e periodicidade da água acumulada, as comunidades vegetais variam

desde a pantanosa criptofítica (hidrófitos) até terraços alagáveis

temporariamente dos terófitos, geófitos e caméfitos. Typha, Cyperus e Juncus

são os três gêneros que dominam as depressões brejosas em todo o país. Nas

planícies alagáveis bem drenadas ocorrem predominantemente os gêneros

Page 201: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

201

Panicum e Paspalum, além de Thalia. Nos terraços bem drenados dominam os

gêneros Acacia e Mimosa, junto, principalmente, com as famílias pioneiras

Solanaceae, Compositae e Myrtaceae.

LEITE (1994), insere esta formação nas superfícies de acumulação quaternária,

que compreendem parte da planície marcada por hidromorfismo acentuado,

solos azonais e com dificuldade de drenagem. O autor cita a ocorrência dos

gêneros Poaceae, Asteraceae, Verbenaceae, Cyperaceae e Typhaceae nestes

ambientes, além de espécies arbóreas e arbustivas que ocorrem na floresta

fluvial.

PITELLI (1984), ressalta a importância ecológica destas áreas, denominadas de

várzeas, devido à grande diversidade de microhabitats que elas contém. Neste

sentido, as várzeas constituem-se em importantes áreas de refúgio para formas

jovens da fauna, para pequenos animais e espécies migratórias, além de

fornecerem as condições ecológicas específicas para a sobrevivência de inúmeras

espécies de animais e vegetais. Vale ressaltar o efeito das várzeas sobre a

regularização do caudal dos rios e no equilíbrio hídrico de regiões inteiras,

através do “efeito esponja”, retendo o excesso de água durante as enchentes e

restituindo em seguida, de forma progressiva a água armazenada.

Na região do Parque Nacional do Iguaçu, as Formações Pioneiras de Influência

Fluvial, compõem áreas de solos instáveis sujeitos a condições extremas de

inundação, em geral sobre solos Hidromórficos, Gleis ou Orgânicos. São áreas

mais comumente ocupadas por vegetação herbáceo-arbustiva, sendo freqüentes

capinzais compostos por espécies das famílias Cyperaceae e Poaceae.

2 . 2 . 1 . 2 . M e t o d o l o g i a A p l i c a d a

Visando caracterizar a vegetação da Área de Influência Direta, foram

selecionados os fragmentos existentes ao longo do traçado projetado, para a

realização de amostragem e descrição, com base em mapas topográficos e

imagem de satélite.

Em cada fragmento foram implantadas aleatoriamente 2 parcelas, com a

dimensão de 20x 10 m, efetuando-se a medição dos indivíduos arbóreos com

DAP acima de 10 cm. Efetuaram-se observações das características da formação

florestal e das espécies mais comuns ocorrentes no subosque.

Em cada fragmento, foram obtidos os dados dos indivíduos arbóreos, relativos a

DAP ( a 1,30 cm do solo), altura total e fuste. Em caso de dúvida na identificação

das espécies, foram coletadas amostras de material botânico, com auxílio de

tesouras de poda e podão, para o caso de árvores mais altas, para comparação

com exsicatas de material da região disponíveis em coleções particulares.

A distribuição dos pontos de amostragem baseou-se no uso de cartas

topográficas e nas informações levantadas em imagens de satélite, a partir do

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202

traçado projetado para o empreendimento. Os pontos de amostragem estão

apresentados a seguir, segundo suas coordenadas geográficas.

O mapa contendo os pontos abaixo encontra-se no Caderno de Anexos.

Tabela 34. Pontos de Amostragem para a

flora

PONTOS COORDENADAS

GEOGRÁFICAS

Ponto 1 25°35`17,12” S

54°35`28,95”W

Ponto 2 25°35`22,99”S

54°35`28,99”W

Ponto 3 25°35`21,25”S

54°35`14,06”W

Ponto 4 25°35`13,19”S

54°34`25,30”W

Ponto 5 25°35`04,90”S

54°33`54,82”W

Ponto 6 25°34`13,93”S

54º32`57,06”W

Ponto 7 25°33`44,04”S

54°32`27,04”W

Ponto 8 25°32`05,16”S

54°31`37,57”W

Ponto 9 25°30`54,70”S

54°31`37,51”W

Ponto 10 25°30`13,98”S

54°31`14,00”W

A análise dos dados obtidos no presente estudo foi realizada através do

agrupamento dos pontos de coleta de fisionomia e composição similares,

somadas às observações visuais em campo, em comparação com a literatura

especializada disponível.

2 . 2 . 1 . 3 . R e s u l t a d o s O b t i d o s

A cobertura vegetal da área de influência do projeto encontra-se bastante

alterada em relação à fisionomia original. No passado, a região era coberta pela

exuberante Floresta Estacional Semidecidual.

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203

Mas a intensa colonização da região provocou a substituição da floresta por áreas

essencialmente agrícolas e mais tarde, pela urbanização. Desta forma, na

atualidade, excetuando-se o grande fragmento existente de floresta protegido no

Parque Nacional do Iguaçu, encontram-se apenas pequenos fragmentos em

geral, bastante alterados devido ao uso antrópico.

Conforme o Plano de Manejo do Parque Nacional do Iguaçu, a exploração de

madeira, deixou remanescentes florestais fragmentados por toda a região,

causando o quase desaparecimento de algumas espécies mais procuradas em

função das propriedades da madeira. Entre essas, destacam-se a cabreúva

Myrocarpus frondosos, o pau-marfim Balfourodendron riedelianum, a peroba

Aspidosperma polyneuron, o ipê-roxo Tabebuia heptaphylla, o feijão-cru

Lonchocarpus muehlenbergianus e o ariticum Rollinia salicifolia, todas na lista de

espécies ameaçadas de extinção.

Visando avaliar a qualidade e descrever a vegetação da Àrea de Influência Direta

do empreendimento, selecionaram-se os fragmentos florestais, sujeitos a

alterações devido ao projeto, incluindo o acesso à ponte. Esses fragmentos,

muitos em estágio secundário de sucessão, raramente apresentam espécies mais

nobres, ou de grande porte, ou quando as apresentam, em geral tratam-se de

árvores que foram rejeitadas devido à sua baixa qualidade quando da exploração

madereira.

Os dados obtidos para a vegetação de cada fragmento, são apresentados a

seguir.

Ponto 01 – Coordenadas 25°35`17,12” S 54°35`28,95”W

O Ponto 1 situa-se nas proximidades da barranca do rio Paraná, em terreno com

inclinação de 35o a 40o, recoberto de pedras soltas, afloramentos rochosos,

contendo solo raso e pequena camada de serapilheira.

A vegetação se encontra em estágio inicial de sucessão, apresentando espécies

pioneiras, tais como lianas e gramíneas. Acima do fragmento, encontra-se um

campo remanescente de antiga pastagem e uma frente de lavra em rocha

basáltica desativada. Também encontram-se estradas de acesso, residências e

outras estruturas abandonadas.

Mas abaixo, na barranca, nas margens do rio Paraná, devido à flutuação do nível

da água, encontra-se uma formação pioneira, composta por gramíneas.

Neste remanescente foram instaladas duas parcelas de 20 m x 10 m, sendo uma

no sentido longitudinal do rio, em meia encosta, e outra no sentido transversal

ao rio, já próximo a alta encosta da calha do rio Paraná. Verificou-se no local

algumas nascentes que brotam em meio a rochas basálticas.

Nesta área verficou-se a ocorrência de pessegueiro-bravo Prunus selowii, tapiá

Alchornea triplinervia, louro-pardo Cordia trichotoma, mamica-de-cadela

Zanthoxylum riedelianum, aguaí Chrysophyllum gonocarpum e maior abundância

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204

das espécies jangada-brava Bastardiopsis densiflora, figueira Ficus sp. e peloteira

Guarea kunthiana, pertencentes às famílias Malvaceae, Moraceae e Meliaceae

respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de 6,7 m.

O subosque nessa área é caracterizado pela intensa presença do vacum

Allophyllus edulis e da crindiúva Trema micrantha, além de Piper sp., do alecrim

Holocalix balansae, do pau marfim Balfourodendrom riedelianum e catigua

Thichilia pallida.

Figura 133. Visão interna do fragmento, parcela B.

Figura 134. Indivíduos arbóreos presentes, e as

lianas, na parcela A.

Ponto 02 – Coordenadas 25°35`22,99”S 54°35`28,99”W

O Ponto 2, situa-se também às margens do rio Paraná, constando de uma

floresta em estágio de sucessão médio, com árvores de porte mais alto na

barranca do rio, mas onde há solos um pouco mais desenvolvidos. Este

fragmento situa-se um pouco acima do limite de cheias freqüentes. Verifica-se

uma vegetação exuberante, com sub-bosque aberto, poucas lianas, e sem

taquaras.

As parcelas foram instaladas, no sentido longitudinal do rio, visando caracterizar

a fisionomia ciliar. O fragmento amostrado representa apenas um resquício da

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205

vegetação original, intensamente alterado devido a ações antrópicas, exploração

seletiva, abertura de estradas, entre outros, mas que encontra-se reconstituindo

lentamente.

Nestas parcelas, observou-se embaúba Cecropia pachystachya, tapiá Alchornea

glandulosa, goiabeira Psidium guajava e marior abundância das espécies ingá

Inga uruguensis e sangue-de-dragão Croton urucurana, pertencentes às famílias

Fabaceae-Mimosoideae e Euphorbiaceae, respectivamente. Este fragmento

apresentou altura média de 8,6 m. No subosque, destacou-se a Psychotria, além

da presença da embaúba.

Figura 135. Vista do dossel da parcela A.

Figura 136. Entorno do fragmento, com áreas

mais degradadas.

Ponto 03 – Coordenadas 25°35`21,25”S 54°35`14,06”W

No Ponto 03, optou-se por amostrar um fragmento situado a cerca de 100 m, do

ponto original, para possibilitar a caracterização de uma floresta de maior porte,

que se situa na área prevista para implantação da futura aduana brasileira. A

amostragem da vegetação portanto, foi efetuada nas coordenadas 25 35'

15,80479''S 54 34' 57,51205''W.

Verificou-se uma floresta no planalto basáltico com árvores de porte alto, em

estágio avançado de sucessão. Essas árvores altas existentes em verdade,

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206

tratam-se de indivíduos que não poderiam ser aproveitadas para corte, por

apresentarem troncos tortos ou podres. Apresenta um sub-bosque bem

diferenciado com pequenos arbustos, vários estratos, de 3 m e 10 m, e dossel

sobressaindo com quase 20 m. O relevo é praticamente plano, seco, com

camada profunda de solo, e bom acúmulo de serapilheira.

Neste fragmento, verificou-se nas parcelas a ocorrência de espécies como

aroeira-branca Lithraea molleoides, tapiá Alchornea glandulosa, cedro Cedrela

fissilis, taiuva Maclura tinctoria, ipê-roxo Tabebuia avellanedae, ingá Inga

marginata, lingua-de-tucano Sorocea bonplandii, canela-guaicá Ocotea puberula,

canjerana Cabralea canjerana, angico Parapiptadenia rigida, aguaí Chysophyllum

gonocarpum e maior abundância da espécie peloteira Guarea kunthiana

pertencente à família Meliaceae. Este fragmento apresentou altura média de 9,8

m. No subosque, verificou-se a ocorrência de quaresmeira Tibouchina sp.,

Psycothria sp., Pisonia zapallo e Dioclea sp., entre outras. Ressalta-se que no

entorno do fragmento encontrava-se uma serraria.

Figura 137. Aspecto do dossel na parcela A.

Figura 138. Interior do fragmento.

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207

Ponto 04 – Coordenadas 25°35`13,19”S 54°34`25,30”W

No Ponto 4, encontra-se um fragmento de mata secundária, bem na borda da

encosta voltada para calha do rio Iguaçu, onde encontram-se nascentes e

pequenos córregos.

Nas parcelas amostradas, verificou-se açoita-cavalo Luehea divaricata, uva-

japonesa Hovenia dulcis, alecrim Holocalyx balansae, peloteira Guarea

kunthiana, Miconia sp., guabirova Campomanesia xanthocarpa, pata-de-vaca

Bauhinia candicans, camboatá Cupania vernalis, guapeva Pouteria torta,

corticeira-da-serra Erythrina falcata, mamica-de-porca Zanthoxylum rhoifolium e

abundância da espécie louro-pardo Cordia trichotoma e aguaí Chrysophyllum

gonocarpum pertencentes à família Boraginaceae e Sapotaceae respectivamente.

Este fragmento apresentou altura média de 11,8 m.

No subosque verificou-se a presença de Piper aducum, catigua Thichilia pallida,

Pisonia zapallo, algumas solanáceas, entre outras.

Figura 139. Interior da parcela A.

Figura 140. Interior da parcela B.

7. Interior da parcela A.

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208

Ponto 05 – Coordenadas 25°35`04,90”S 54°33`54,82”W

No Ponto 05, verifica-se sucessão vegetacional em estágios médio e avançado,

próximo à encosta do rio Iguaçu, contendo nascentes e córregos encachoeirados.

A mata apresenta algumas árvores de porte e muitos caminhos internos

intensamente utilizados, nas proximidades com a fronteira da Argentina. Foram

amostradas 3 parcelas, com 20 m x 10 m.

O sub-bosque na encosta encontra-se intacto, em meio a rochas aflorantes e

solos rasos, contendo camada expressiva de serapilheira, contendo catigua

Thichilia pallida, Psychotria, vacum Allophylus edulis, entre outras.

Nesse fragmento observa-se canela-guaicá Ocotea puberula, figueira Ficus sp.,

canjerana Cabralea canjarana, ingá-branco Inga laurina, alecrim Holocalyx

balansae, cedro Cedrela fissilis, angico Parapiptadenia rigida, cedro-do-brejo

Cedrela odorata, canela-amarela Nectandra lanciolata, tapiá Auchornea

glandulosa, açoita-cavalo Luehea divaricata, guabirova Campomansesia

xanthocarpa, feijão-cru Lonchocarpus muehlbergianus, embaúva Enterolobium

contortisiliquum, grápia Apuleia leocarpa, louro-pardo Cordia trichotoma,

peloteira Guarea guidonea e maior abundância da sapuva Machaerium stipitatum

e do tapiá Auchornea triplinervia, pertencentes à família Leguminosae e

Euphorbiaceae respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de

11,2 m.

Figura 141. Interior da Parcela A.

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209

Figura 142. Interior da parcela B.

Figura 143. Interior da parcela C.

Ponto 06 – Coordenadas 25°34`13,93”S 54º32`57,06”W

No Ponto 06, observou-se um fragmento em melhor estado de conservação,

contendo árvores de maior porte. Localiza-se no planalto, e é atravessado por

um pequeno córrego.

Observou-se espécies como canela-sassáfras Ocotea odorifera, leiteira Peschiera

fuchsiaefolia, farinha-seca Albizia hasslerii, uvaia Eugenia pyriformis, figueira

Ficus sp., guabiju Myrcianthes pungens, cambuí Myrcia selloi, canafistula

Peltophorum dubium, mata-olho Pachystroma longifolium, peloteira Guarea

guidonea, canela-amarela Nectandra megapotamica e maior abundância das

espécies angico Parapiptadenia rigida, feijão-cru Lonchocarpus muehlbergianus,

sapuva Machaerium stipitatum, guajuvira Patagonula americana, pertencentes às

famílias Fabaceae e Boraginaceae respectivamente. Este fragmento apresentou

altura média de 11,8 m. No subosque, destacam-se piperaceas e vacum

(Allophylus edulis).

9. Interior da parcela A.

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210

Figura 144. Interior da parcela C.

Figura 145. Interior da parcela C.

Ponto 07 – Coordenadas 25°33`44,04”S 54°32`27,04”W

O Ponto 07, apresenta ampla área de floresta em estágio médio de sucessão

secundária. Trata-se de área de mata já muito alterada, entremeada de roças e

pequenos sítios com casas. Situa-se em porção de planalto, em relevo

praticamente plano, seco, sem nenhum córrego ou nascente, com solo profundo

e boa camada de serapilheira.

Encontram-se alguns indivíduos arbóreos de maior porte, sendo as demais de

porte médio, e vários estratos. No sub-bosque destacam-se muitos xaxins

(Cyathea sp.), catiguá, cincho (Sorocea bonplandii) e Psychotria.

Neste fragmento foram observadas espécies como jangada-brava Bastardiopsis

densiflora, Casearia sp., catiguá Trichilia pallida, grápia Apuleia leiocarpa, tapiá

Alchornea triplinervia, alecrim Holocalyx balansae, peloteiras Guarea guidonea e

Guarea kunthiana e maior abundância das espécies canela-amarela Nectandra

lanceolata, pau-marfim Balfourodendrom riedelianum e aguaí Chrysophyllum

12. Interior da parcela C.

Page 211: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

211

gonocarpum pertencentes as famílias Lauraceae, Rutaceae e Sapotaceae

respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de 9,2 m.

Figura 146. Interior da parcela A.

Figura 147. Interior da parcela B.

Ponto 08 – Coordenadas 25°32`05,16”S 54°31`37,57”W

Nesse ponto como se tratava de uma área de cultivo agrícola, optou-se por

amostrar um fragmento próximo, situado nas margens do córrego

Tamanduazinho, que apresentava um remanescente de mata ciliar melhor

conservado, além de áreas pioneiras de influência fluvial. Este remanescente,

que dista cerca de 200 m do ponto original, situa-se nas coordenadas 25 32'

08,22880''S 54 31' 23,42117''W.

Na mata verifica-se a presença de angico Parapiptadenia rigida, erva-mate Illex

paraguariensis, açoita-cavalo Luehea candicans, pau-macuco Licania kunthiana,

Humiriastrum sp., catigua-morcego Guarea macrophylla, mamica-de-cadela

Zanthoxylum riedelianum e maior abundância das espécies açoita-cavalo Luehea

divaricata, ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha e canela-amarela Nectandra

grandiflora pertencentes às famílias Malvaceae, Bignoniaceae e Lauraceae

respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de 6,3 m. No

subosque verificou-se a ocorrência de embaúba, aroeira vermelha, catiguá,

14. Interior da parcela A.

Page 212: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

212

piperáceas, quaresmeira, mamoninha do mato (Esenbeckia febrifuga) e xaxins

(Dicksonia sellowiana).

Figura 148. Interior da parcela A.

Figura 149. Interior da parcela B.

Ponto 09 – Coordenadas 25°30`54,70”S 54°31`37,51”W

No ponto 09 encontra-se uma área agrícola, situada no entorno imediato de um

loteamento. Por tal razão, selecionou-se para amostragem da vegetação um

pequeno fragmento de mata situado a cerca de 200 m, nas coordenadas 25 30'

46,87493''S 54 31' 16,74840''W.

Essa mata, contém árvores com altura média de 15 m, e um sub-bosque ralo,

sem lianas e com facilidade de caminhamento, mas que se encontra degradado.

Localizado em um terreno plano ao longo do córrego (rio Tamanduazinho), este

remanescente é o único nas proximidades. No entorno, encontram-se cavas de

argila das olarias, pequenas chácaras, tanques de pesque-pague, áreas utilizadas

para cultivo e áreas degradadas.

Conforme a amostragem realizada, verificou-se a presença de mata-olho

Pachystroma longifolium, alecrim Holocalyx balansae, angico-preto

Anadinanthera macrocarpa, açoita-cavalo Luehea divaricata, pau-marfim

16. Interior da parcela A.

Page 213: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

213

Baulfouradendrum rideliana, uvaia Eugenia pyriformis, angico Parapiptadenia

rigida e guabiju Myrcanthes pungens, sendo mais abundantes espécies

pertencentes às famílias Boraginaceae, Sapindaceae e Myrtaceae

respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de 13,5 m.

Nesse subosque verificou-se a ocorrência de vacum, catiguá e laranjinha do

mato.

Figura 150. Interior da parcela A.

Figura 151. Interior da parcela B.

Ponto 10 – Coordenadas 25°30`13,98”S 54°31`14,00”W

O Ponto 10, se caracteriza por um um pequeno quadrado de mata em meio a

lavouras mecanizadas. Localiza-se em uma encosta suave, praticamente plana,

de solo profundo, e com pouca serapilheira. A mata apresenta árvores

esporádicas altas, o restante degradado com presença de cipós e taquaras.

Algumans porções do fragmento se encontram em estágios médio e outras em

estágio inicial de sucessão secundária.

Este remanescente era o único nas proximidades, pois o restante da vegetação

florestal foi suprimido e alterado, pelo avanço de áreas urbanizadas ou pela

agricultura. Foi selecionado por estar situado junto ao eixo da estrada.

18. Interior da parcela A.

Page 214: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

214

No fragmento verificou-se a presença das peloteiras Guarea kunthiana e G.

guidoneae, embaúva Cecropia pachystachya, pessegueiro-bravo Prunus sellowii,

pata-de-vaca Bauhinia candicans, aguaí Chrysophyllum gonocarpum, canela-

sassáfras Ocotea odorífera, pau-marfim Balfouradendron riedelianum, sapuva

Machaerium stipitatum, uva-japonesa Hovenia dulcis, canjerana Cabralea

canjarana e canela-ferrugem Nectandra rigida, sendo mais abundante o tapiá

Alchornea glandulosa pertencente à família Euphorbiaceae. Este fragmento

apresentou altura média de 10,2 m. Compondo o subosque: crindiuva (Trema

micrantha), lingua de tucano (Sorocea bonplandii), Ruellia brevifolia e Pizonia

zapallo, além de taquaras.

Figura 152. Dossel da parcela A.

Figura 153. Interior da parcela B.

20. Dossel da parcela A.

Page 215: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

215

Na Tabela 39, apresentada a seguir, constam as espécies identificadas nos

trabalhos de campo, conforme o ponto de ocorrência.

Tabela 35. Espécies botânicas coletadas e observadas na ADA.

Família Nome Científico Nome Comum Ocorrência

ANACARDIACEAE Lithraea molleoides Aroeira branca P3 B

APOCYNACEAE Peschiera fuchsiaefolia Leiteira P6 A

AQUIFOLIACEAE Ilex paraguariensis St. Hil. Erva mate P8 B

BIGNONIACEAE Tabebuia avellanedae Ipê-roxo P3 A

Tabebuia chrysotricha Ipê-amarelo P8 B

BORAGINACEAE Cordia trichotoma Louro pardo P1 A – P4 B – P5 C

Patagonula americana Guajuvira P6 B – P9 A e B

CHRYSOBALANACEAE Licania kunthiana Pau macuco P8 B

EUPHORBIACEAE Alchornea glandulosa Tapiá P2 A – P5 C

Alchornea triplinervia (Spr.) M. Arg. Tapiá P1 A

Croton urucurana Sangue de dragão P2 A e B

Pachystroma longifolium Mata-olho P6 B – P9 A

FABACEAE Albizia hassleri Farinha seca P6 A

Anadenanthera macrocarpa Angico preto P9 A

Apuleia leiocarpa Grápia P5 C – P7 A

Bauhnia candicans Benth. Pata de vaca P4 B – P10 B

Cassia ferruginea Tapira-coiana P1 B

Enterolobium contortisiliquum Embaúva P5 C

Erythrina falcata Benth. Corticeira da serra P4 B

Holocalyx balansae Micheli. Alecrim P4 A – P5 A – P7 A – P9

A

Inga laurina (Sw.) Willd. Inga-branco P5 A

Inga marginata Ingá P3 A

Inga uruguensis Hook. & Arn. Ingá P2 A e B

Lonchocarpus muehebergianus Feijão cru P5 B – P6 A

Machaerium stipitatum (DC.) Vogel Sapuva P5 A e B – P6 B – P7 B –

P10 B

Parapiptadenia rigida (Benth).

Brenan

Angico P3 B – P5 B e C – P6 A e

B – P8 A – P9 B

Peltophorum dubium Canafistula P6 B

HUMIRIACEAE Humiriastrum sp. Umiri P8 B

LAURACEAE Nectandra grandiflora Canela amarela P8 A

Nectandra lanceolata Canela amarela P5 B – P7 A

Page 216: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

216

Família Nome Científico Nome Comum Ocorrência

Nectandra megapotamica Canela amarela P6 B

Nectandra rigida Canela ferrugem P10 B

Ocotea sp. Canela P6 B

Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Canela sassafrás P6 A – P10 B

Ocotea puberula (Nees e Mart.)

Ness.

Canela guaicá P3 A e B – P5 A e B

MALVACEAE Bastardiopsis densiflora Jangada brava P1 A e B – P7 A

Luehea candicans Açoita cavalo P8 B

Luehea divaricata Açoita cavalo P4 A – P5 B – P9 B

MELASTOMATACEAE Miconia sp. Caá-itá P4 A

MELIACEAE Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana P5 B – P10 B

Cedrella fissilis Vell. Cedro P3 B – P5 A

Cedrella odorata L. Cedro do brejo P5 B

Guarea guidonea Peloteira P5 C – P6 B – P7 B –

P10 B

Guarea kunthiana A. Juss. Peloteira P1 A e B – P3 A e B – P4

A – P7 B – P10 A

Guarea macrophylla Catigua-morcego P8 B

Trichilia pallida Catigua P7 A

MORACEAE Ficus sp. Figueira P1 A – P5 A

Maclura tinctoria Taiuva P3 A

Sorocea bonplandii Lingua de tucano P3 A

MYRTACEAE Campomanesia xanthocarpa

(Mart.) Berg

Guabirova P4 A e B – P5 B – P9 A e

B

Eugenia pyriformis Uvaia P6 A – P9 B

Myrcia selloi Cambuí P6 B

Myrcianthes pungens Guabiju P6 B – P9 B

Psidium guajava Goiaba P2 A

RHAMNACEAE Hovenia dulcis Uva japonesa P4 A – P10 B

ROSACEAE Prunus sellowii Koehne Pessegueiro-Bravo P1 A – P10 B

RUTACEAE Balfourodendrom riedelianum Pau marfim P7 A e B – P9 B – P10 B

Zanthoxylum riedelianum Eng. Mamica de cadela P1 B – P8 B

Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-de-Porca P4 B

SALICACEAE Casearia sp. Pau-de-espeto P7 A

SAPINDACEAE Cupania vernalis Cambess. Camboatá P4 B

Diatenopteryx sorbifolia Maria preta P9 A e B

SAPOTACEAE Chrysophyllum gonocarpum Aguaí P1 B – P3 B – P4 A e B –

P7 B – P10 B

Page 217: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

217

Família Nome Científico Nome Comum Ocorrência

Pouteria torta Guapeva P4 B

URTICACEAE Cecropia pachystachya Trécul. Embaúva P2 B

Na Tabela 40, são apresentados os potenciais usos para as espécies identificadas

no levantamento.

Tabela 36 Relação das espécies ocorrentes e seus respectivos usos.

NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR USO

1 Prunus sellowii Pessegueiro-bravo madeira, medicinal

2 Bastardiopsis densiflora Jangada brava madeira

3 Guarea kunthiana Peloteira madeira

4 Ficus sp. Figueira madeira, arborização

5 Alchornea triplinervia Tapiá madeira

6 Cordia trichotoma Louro pardo madeira

7 Zanthoxylum riedelianum Mamica de cadela medicinal

8 Cassia ferruginea Tapira-coiana madeira

9 Chrysophyllum gonocarpum Aguaí frutos comestíveis

10 Inga uruguensis Ingá frutos comestíveis

11 Croton urucurana Sangue de dragão madeira, arborização

12 Alchornea glandulosa Tapiá madeira, recomposição de áreas

degradadas

13 Psidium guajava Goiabeira medicinal; frutos comestíveis

14 Cecropia pachystachya Embaúva ornamentação, frutos comestíveis

15 Ocotea puberula Canela guaicá madeira

16 Maclura tinctoria Taiuvá frutos comestíveis

17 Cedrella fissilis Cedro madeira

18 Lithraea molleoides Aroeira branca ornamentação, madeira

19 Tabebuia avellanedae Ipê-roxo ornamentação, madeira

20 Inga marginata Ingá-feijão madeira

21 Sorocea bonplandii Linguá de tucano madeira

22 Cabralea canjerana Canjerana madeira

23 Parapiptadenia rigida Angico madeira

24 Luehea divaricata Açoita cavalo madeira

25 Hovenia dulcis Uva japonesa madeira, ornamentação

26 Holocalyx balansae Alecrim madeira

27 Miconia sp. Caá-itá madeira, ornamentação

28 Campomanesia xanthocarpa Guabiroba ornamentação

29 Bauhnia candicans Pata de vaca ornamentação, medicinal

Page 218: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

218

NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR USO

30 Cupania vernalis Camboatá madeira

31 Pouteria torta Guapeva madeira

32 Erythrina falcata Corticeira da serra madeira

33 Zanthoxylum rhoifolium Mamica de porca medicinal

34 Guarea guidonea Peloteira madeira

35 Machaerium stipitatum Sapuva madeira, recomposição de áreas

degradadas

36 Inga laurina Ingá branco arborização

37 Nectandra lanceolata Canela amarela madeira

38 Lonchocarpus muehebergianus Feijão cru madeira, recomposição de áreas

degradadas

39 Enterolobium contortisiliquum Embauva ornamentação, madeira

40 Apuleia leiocarpa Grapiá madeira

41 Ocotea odorifera Canela sassafrás madeira

42 Peschiera fuchsiaefolia Leiteira ornamentação

43 Albizia hassleri Farinha seca madeira, recomposição de áreas

degradadas

44 Eugenia pyriformis Uvaia frutos comestíveis

45 Myrcianthes pungens Guabijú arborização, frutos comestíveis

46 Patagonula americana Guajuvira madeira

47 Cedrella odorata Cedro do brejo madeira

48 Myrcia selloi Cambuí ornamentação

49 Peltophorum dubium Canafistula madeira

50 Pachystroma longifolium Mata olho madeira, ornamentação

51 Nectandra megapotamica Canela amarela madeira

52 Balfourodendrom riedelianum Guatambu madeira

53 Casearia sp. Pau-de-espeto madeira, recomposição de áreas

degradadas

54 Trichilia pallida Catiguá madeira, recomposição de áreas

degradadas

55 Tabebuia chrysotricha Ipê-amarelo ornamentação, madeira

56 Nectandra gandiflora Canela amarela madeira, ornamentação

57 Ilex paraguariensis Erva mate medicinal

58 Luehea candicans Açoita cavalo madeira, recomposição de áreas

degradadas

59 Licania kunthiana Pau macuco arborização, madeira

60 Humiriastrum sp. Umiri ----

61 Guarea macrophylla Catigua morcego medicinal

Page 219: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

219

NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR USO

62 Diatenopteryx sorbifolia Maria preta arborização, madeira

63 Anadenanthera macrocarpa Angico preto medicinal, madeira, ornamentação

2 . 2 . 1 . 4 . C o n c l u s õ e s e C o n s i d e r a ç õ e s F i n a i s

A vegetação da área de influência direta do empreendimento é composta por

esparsos e relativamente alterados fragmentos da Floresta Estacional

Semidecidual. Em sua maior parte, constam de áreas em processo de sucessão

secundárias, e em alguns casos com componentes arbóreos de maior porte, os

quais foram rejeitados pela exploração madereira intensa que ocorreu na região.

Por tais razões, nos fragmentos dentre as espécies ocorrentes, foram

identificados em relação a espécies que constam nas listas de ameaçadas:

Ocotea odorifera (em perigo no PR e no Brasil ameaçada de extinção) e

Balfourodendrom riedelianum rara no PR.

Apesar dessas condições, tratam-se dos raros e esparsos fragmentos existentes,

em meio a uma região de intenso uso e ocupação do solo. São áreas com

potencial para regeneração, e com potencial para corredor ecológico com o

Parque Nacional do Iguaçu e as matas ao longo dos rios Iguaçu e Paraná.

Assim sendo, recomenda-se a adoção de medidas de compensação à remoção de

parcela de alguns desses fragmentos, devido à travessia pelo traçado,

investindo-se em recomposição dessa floresta na região, especialmente ao longo

dos rios, nas Áreas de Preservação Permanente.

Além disso, a unidade de conservação que protege o fragmento mais significativo

da floresta estacional, que deve ser contemplada em termos de medida

compensatória é o Parque Nacional do Iguaçu, um dos mais antigos e

importantes do país.

2.2.2. Fauna

2 . 2 . 2 . 1 . I c t i o f a u n a

O rio Paraná nasce em pleno triângulo mineiro, na confluência de dois

importantes rios brasileiros: os rios Grande e Paranaíba, a aproximadamente 20°

de latitude sul e 51° de longitude oeste. Durante seu trajeto percorre cerca de

3.800 km até a sua foz no estuário do Prata (latitude 34ºS) (STEVAUX et al.,

1997). A bacia do Prata é constituída pelas bacias hidrográficas dos rios Paraná,

Paraguai e Uruguai, drenando áreas do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e

Uruguai.

Com uma área aproximada de 2.800.000 km2, o rio Paraná é a segunda maior

bacia de drenagem da América do Sul. Seus trechos superior (rio Paranaíba –

Page 220: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

220

1.070 km), alto (da confluência dos rios Paranaíba e Grande até os antigos

Saltos de Sete Quedas - 619 km) e parte do médio (dos antigos Saltos de Sete

Quedas até a foz do rio Iguaçu - 190 km) encontram-se em território brasileiro,

drenando uma área de 891.000 km2, que corresponde a cerca de 10% da área

do País (PAIVA, 1982).

Esta região possui comunidades de peixes com muitas espécies e com

interrelações complexas entre seus membros, como conseqüência de uma ampla

área de drenagem e grande heterogeneidade ambiental (LOWE-McCONNELL,

1987). A ictiofauna da bacia hidrográfica do rio Paraná é composta por pelo

menos 600 espécies de pequeno (<20 cm), médio (entre 20 e 40 cm) e grande

porte (>40 cm) (BONETTO, 1986), entretanto, este número deve ser

considerado subestimado, em função do número insuficiente de levantamentos e

da falta de conhecimento da composição taxonômica de alguns táxons

representados. A participação das diferentes ordens reflete a situação descrita

para os rios neotropicais, sendo que mais de 90% dos peixes pertencem as

ordens Characiformes e Siluriformes (AGOSTINHO et al., 1997).

A ocorrência de distintos ambientes propicia a manutenção de um considerável

número de espécies, as quais apresentam variações na sua abundância e na fase

de desenvolvimento de acordo com o ambiente considerado. Segundo Agostinho

et al. (1997), este fato pode estar relacionado: (i) às maiores faixas de

tolerância às condições físicas, químicas e biológicas; (ii) a diferentes exigências

e tolerâncias durante o ciclo de vida; e (iii) a um comportamento nômade ou

errante da espécie, permanecendo em cada ambiente enquanto as condições

limnológicas estão próximas ao seu ótimo ecológico.

Aspecto também relevante é o estágio avançado de alteração ambiental em toda

a região, incluindo a descaracterização da vegetação ripária e ribeirinha, o que já

determina um grande prejuízo aos ambientes aquáticos. Essas condições não

representam boas perspectivas para a fauna aquática, pois essas alterações

provocaram modificações significativas nas comunidades, ou até mesmo o

desaparecimento de espécies, dos diversos grupos de organismos aquáticos de

menor plasticidade ecológica. Apesar desta constatação, de acordo com os dados

primários e secundários levantados, a ictiofauna da região é bastante

diversificada.

O atual conhecimento da ictiofauna na área de influência do empreendimento

não permite ainda a proposição de soluções definitivas para sua conservação,

todavia, medidas que visam diagnosticar e monitorar o processo de modificação

ambiental provocado pelo empreendimento, foram elaboradas com base no

conhecimento adquirido durante as etapas de levantamento e diagnóstico da

ictiofauna.

Metodologia aplicada

Page 221: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

221

A caracterização da ictiofauna foi desenvolvida utilizando-se técnicas

convencionais para coleta, onde além dos estudos realizados in loco foram

pesquisadas informações secundárias disponíveis em bibliografias e coleções

científicas.

As seguintes bases de dados foram utilizadas para o levantamento e a

sistematização dos dados secundários da fauna de peixes da região:

Base de dados do Sistema de Bibliotecas da UFPR.

Base de dados do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP

(www.usp.br/sibi).

Base de dados do Portal de Serviços e Conteúdo Digital da CRUESP-

Unibibliweb - USP, UNESP e UNICAMP (bibliotecas-

cruesp.usp.br/unibibliweb/ cruesp_ebooks.html).

Portal da informação – UFSCar. (www.ufscar.br).

Base de dados Scielo – Fapesp (www.scielo.org).

Sistema de Informação do Programa Biota – Fapesp (www.biota.org.br).

Sistema de Informação do Projeto Taxonline (www.taxonline.ufpr.br).

Fishbase (www.fishbase.org).

Neodat (www.neodat.org).

Além destas informações, coleções científicas de cinco instituições sediadas em

quatro estados brasileiros e que apresentam material coligido na bacia

hidrográfica em estudo também foram consultadas:

Paraná: MHNCI - Museu de História Natural Capão da Imbuia (Prefeitura

Municipal de Curitiba) (via on-line Specieslink), NUP - NUPELIA / Núcleo

de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Universidade

Estadual de Maringá) (via on-line www.nupelia.uem.br/colecao).

Rio de Janeiro: MNRJ - Museu Nacional do Rio de Janeiro (Universidade

Federal do Rio de Janeiro) (via on-line NEODAT).

São Paulo: MZUSP - Museu de Zoologia (Universidade de São Paulo) (via

on-line NEODAT).

Rio Grande do Sul: MCP – Museu de Ciências e Tecnologia (Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul) (via on-line NEODAT).

A localização das áreas de amostragem (Tabela 42) e o método de levantamento

dos dados para este trabalho foram determinados de forma que um plano

factível e integrado de amostragem pudesse ser realizado, com os objetivos de

caracterizar a ictiofauna nas áreas de influência do empreendimento.

O mapa contendo os pontos amostrados para a ictiofauna encontra-se no

Caderno de Anexos.

Page 222: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

222

Tabela 37. Relação dos pontos amostrais inventariados

Ponto

amostral

Localização Coordenadas

Ponto 1 rio Paraná – Montante do

empreendimento 25° 34’ 06” S - 54° 35’ 38” W

Ponto 2 rio Paraná – Ponte/Área do

empreendimento 25° 35’ 17” S - 54° 35’ 31” W

Ponto 3 rio Paraná – Jusante do empreendimento 25° 36’ 15” S - 54° 35’ 39” W

Ponto 4 rio Iguaçu 25° 35’ 42” S - 54° 32’ 17” W

Ponto 5 riacho – tributário do rio Iguaçu 25° 34’ 59” S - 54° 31’ 34” W

Ponto 6 riacho - tributário do rio Iguaçu 25° 35’ 13” S - 54° 33’ 37” W

Fonte: Dados de campo

As amostragens foram realizadas de forma sistematizada e padronizada nos três

pontos amostrais localizados no rio Paraná (Figuras 154, 155, 156), com a

finalidade de comparação de dados de riqueza, diversidade, abundância e

esforço. As coletas realizadas nos demais pontos amostrais (Figuras 157, 158,

159) não foram realizadas de forma padronizada, mas contribuíram para a

caracterização da ictiofauna da região.

Page 223: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

223

Figura 154 Ponto Amostral 1. rio Paraná - Montante do empreendimento.

Figura 155. Ponto amostral 2 – rio Paraná – Ponte/Área do empreendimento

Page 224: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

224

Figura 156. Ponto amostral 3 – rio Paraná – Jusante do empreendimento

Figura 157. Ponto amostral 4 – rio Iguaçu

Figura 158. Ponto amostral 5 – riacho tributário do rio Iguaçu

Figura 159 Ponto amostral 6 – riacho tributário do rio Iguaçu

Page 225: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

225

Os seguintes métodos de captura foram utilizados nas amostragens:

Amostragens com esforço padronizado:

o Redes de espera - método utilizado para a captura de diversas

espécies de médio e grande porte no leito do rio Paraná, através da

utilização de baterias de redes de 20 metros de comprimento, com

malhas variando entre 1,5 e 8 cm entre nós consecutivos. Esses

aparelhos de pesca ficaram expostos por períodos de 24 horas

(Figura 160).

Amostragens sem esforço padronizado:

o Tarrafa – Vários arremessos de tarrafa foram realizados ao longo

dos pontos amostrais (Figura 161).

o Peneira – este método foi utilizado para o registro de espécies de

pequeno porte, que ocorrem próximas à margem, onde ocorre

vegetação ripária e/ou aquática (Figura 162).

o Puçás – este método foi utilizado para a captura de pequenos peixes

pelágicos, próximo à margem (Figura 163).

Page 226: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

226

Figura 160. Grupo de imagens - amostragem com redes de espera

Figura 161. Amostragem com tarrafa

Page 227: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

227

Figura 162. Amostragem com peneira

Figura 163. Amostragem com puçá

Detalhamento do Esforço Amostral da Ictiofauna

Tabela 38. Detalhamento do Esforço Amostral da Ictiofauna.

Grupo Ponto Método Horário Esforço amostral/dia

Datas Esforço amostral total

Ictiofauna

1

Esforço padronizado – redes de espera baterias de redes de 20 metros de comprimento, com malhas variando entre 1,5 e 8 cm entre nós consecutivos

24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010

120 h

2

Esforço padronizado – redes de espera baterias de redes de 20

metros de comprimento, com malhas variando entre 1,5 e 8 cm entre nós consecutivos

24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010

120 h

3

Esforço padronizado – redes de espera baterias de redes de 20 metros de comprimento, com malhas variando entre 1,5 e 8 cm entre nós consecutivos

24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010

120 h

4 Sem esforço padronizado: Tarrafas , peneiras e anzóis.

6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010

30 h

5 Sem esforço padronizado: Tarrafas , peneiras e anzóis.

6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010

30 h

6 Sem esforço padronizado: 6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a 30 h

Page 228: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

228

Grupo Ponto Método Horário Esforço amostral/dia

Datas Esforço amostral total

Tarrafas , peneiras e anzóis.

11/06/2010

O material coletado foi fixado imediatamente em solução de formol 4%,

acondicionado em galões plásticos e levado para triagem em laboratório, onde

foram identificados através de literatura especializada. Posteriormente, os

exemplares foram transferidos para uma solução de álcool 70% e foi realizada

sua quantificação e correta identificação ao menor nível taxonômico possível,

inclusive por consultas on-line nos bancos de dados ictiofaunísticos do FISHBASE

(www.fishbase.org) e dos Projetos PRONEX e NEODAT II (Fish Collection –

www.neodat.org).

A triagem, identificação e quantificação dos indivíduos coletados foram realizadas

em laboratório. Exemplares testemunhos foram depositados no acervo de peixes

do Museu de História Natural Capão da Imbuia, para eventuais consultas de

outros pesquisadores ou instituições.

A diversidade ictiofaunística, estimada para cada local amostrado, foi baseada no

Índice de Shannon (H’), sendo que a uniformidade (e) e a riqueza de espécies

(S) foram determinadas segundo PIELOU (1975) e MAGURRAN (1988).

A densidade relativa dos componentes da ictiofauna foi analisada pelos valores

da Captura por Unidade de Esforço (CPUE), aplicado aos petrechos de pesca que

permitiram a padronização do esforço amostral (redes de espera). Os valores

foram utilizados para o estabelecimento de padrões de variação espacial. As

capturas por unidade de esforço (CPUE) para as redes de espera foram

expressas em número e peso total dos indivíduos amostrados. Utilizou-se para

este cálculo a expressão CPUE = (C/E), onde C = número de indivíduos (ou peso

total) capturado, E = esforço utilizado (100 m2 de rede em 24h de exposição).

A nomenclatura científica utilizada segue os catálogos e referências tradicionais

dos grupos aquáticos (BUCKUP et al., 2007; LANGEANI et al., 2007).

Tabela-resumo da Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da

fauna

Tabela 39. Caracterização e descrição dos pontos de amostragem da fauna.

Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação

Ictiofauna 1 25° 34’ 06” S - 54° 35’

38” W

rio Paraná – montante

do empreendimento

Às margens do bairro de Porto Meira em

Foz do Iguaçu, vegetação apresentando

espécies pioneiras, como lianas e

gramíneas. Acima da barranca do rio,

encontra-se um campo remanescente de

antiga pastagem

Na barranca, encontra-se uma formação

pioneira, composta por gramíneas.

Fotos 2-90 e 2-91.

Page 229: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

229

Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação

2 25° 35’ 17” S - 54° 35’

31” W

Rio Paraná – Ponte /

área do

empreendimento

Margens do rio Paraná, constando de

uma floresta em estágio de sucessão

médio, com árvores de porte mais alto

na barranca do rio, mas onde há solos

um pouco mais desenvolvidos. Este

fragmento situa-se um pouco acima do

limite de cheias freqüentes. Verifica-se

uma vegetação exuberante, com sub-

bosque aberto, poucas lianas, e sem

taquaras.

Fotos 2-94 e 2-95

3 25° 36’ 15” S - 54° 35’

39” W

Rio Paraná – jusante

do empreendimento

Margem do rio com vegetação

apresentando espécies pioneiras, como

lianas e gramíneas. Acima da barranca

do rio, encontra-se um campo

remanescente de antiga pastagem

Na barranca, encontra-se uma formação

pioneira, composta por gramíneas.

Fotos 2-92 e 2-93

4 25° 35’ 42” S - 54° 32’

17” W Rio Iguaçu

Margens do rio Iguaçu, próximo à cidade

de Puerto Iguaçu na Argentina.

Vegetação apresentando espécies

pioneiras, como lianas e gramíneas

Fotos 2-90 e 2-91.

5 25° 34’ 59” S - 54° 31’

34” W

Riacho - tributário do

rio Iguaçu

Área de floresta em estágio médio de

sucessão secundária, entremeada de

roças e pequenos sítios com casas.

Fotos 2-103 e 2-104

6 25° 35’ 13” S - 54° 33’

37” W

Riacho - tributário do

rio Iguaçu

Área com sucessão vegetacional em

estágios médio e avançado, próximo à

encosta do rio Iguaçu, contendo

nascentes e córregos encachoeirados. A

mata apresenta algumas árvores de

porte e muitos caminhos internos

intensamente utilizados, nas

proximidades com a fronteira da

Argentina.

Detalhamento do Esforço Amostral

Tabela 40. Detalhamento do esforço amostral para ictiofauna.

Grupo Ponto Método Horário Esforço

amostral/dia

Datas Esforço

amostral

total

Ictiofauna 1

Esforço padronizado –

redes de espera

baterias de redes de

20 metros de

comprimento, com

malhas variando

entre 1,5 e 8 cm

24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a

11/06/2010 120 h

Page 230: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

230

Grupo Ponto Método Horário Esforço

amostral/dia

Datas Esforço

amostral

total

entre nós

consecutivos

2

Esforço padronizado –

redes de espera

baterias de redes de

20 metros de

comprimento, com

malhas variando

entre 1,5 e 8 cm

entre nós

consecutivos

24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a

11/06/2010 120 h

3

Esforço padronizado –

redes de espera

baterias de redes de

20 metros de

comprimento, com

malhas variando

entre 1,5 e 8 cm

entre nós

consecutivos

24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a

11/06/2010 120 h

4

Sem esforço

padronizado: Tarrafas

, peneiras e anzóis.

6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a

11/06/2010 30 h

5

Sem esforço

padronizado: Tarrafas

, peneiras e anzóis.

6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a

11/06/2010 30 h

6

Sem esforço

padronizado: Tarrafas

, peneiras e anzóis.

6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a

11/06/2010 30 h

Composição regional da ictiofauna

A fauna aquática regional foi avaliada com base em dados secundários e através

da análise de material coletado anteriormente na região, que se encontra

depositado no acervo de peixes de instituições brasileiras.

A ictiofauna do trecho estudado do rio Paraná é representada por cerca de 200

espécies, agrupadas em 32 famílias e 10 ordens (figura 164). Esta região

aquática, que engloba parte da bacia hidrográfica do rio Paraná, apresenta

diversas denominações como: “Alto Paraná” (sensu RINGUELET, 1975),

“Província dos Grandes Rios” (sensu LÓPEZ et al., 2008) e “Baixo Paraná” (sensu

LANGEANI et al., 2007). A ictiofauna desta área apresenta o padrão generalizado

da ictiofauna de toda bacia do rio Paraná, incluindo aqui os rios Paraguai e

Uruguai, e a participação das diferentes ordens reflete a situação descrita para

os rios neotropicais por LOWE-McCONNELL (1987), sendo que a maioria dos

peixes pertence às ordens Characiformes e Siluriformes (Tabela 46).

Page 231: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

231

A ictiofauna do trecho estudado do rio Paraná apresenta espécies migradoras,

que são aquelas de ocorrência generalizada na região e que usam a calha do rio

para deslocamentos reprodutivos, alimentares e/ou de crescimento; espécies

de ampla distribuição, que são aquelas de médio (entre 20 e 40 cm) e grande

(>40 cm) porte que ocorrem em diversos ambientes aquáticos; espécies

introduzidas, que ocorrem nestes rios por causa da introdução acidental ou

deliberada, ambas com motivações diversas (culturais, sociais, econômicas); e

espécies de sistemas fluviais pequenos, com ictiocenoses normalmente

formadas por espécies de pequeno porte que ocorrem em riachos.

Figura 164. Famílias com seus respectivos números de espécies (barras azuis) ocorrentes na região estudada do rio Paraná

Apesar das confusões conceituais na utilização dos termos, as denominações

"espécie introduzida", "espécie exótica", “espécie alienígena”, "espécie não-

nativa" e "espécie não-indígena" devem ser consideradas sinônimas. De forma

geral e simplificada, estes termos correspondem a "toda e qualquer espécie

transportada e solta pelo homem, ou seja, introduzida, fora de sua área de

distribuição natural, intencional ou acidentalmente" (FAO 2006). Uma definição

Page 232: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

232

mais precisa é dada pela The World Conservation Union (IUCN, 2000; 2006):

"espécie, subespécie ou o menor nível taxonômico identificável, encontrado fora

de sua área de distribuição natural (atual ou precedente) e potencial dispersão

(i.e. fora da área que ocupa naturalmente ou que poderia ocupar sem auxílio

direto ou indireto do ser humano) incluindo qualquer parte, gameta ou propágulo

da espécie que possa sobreviver e posteriormente reproduzir". De acordo com as

referências técnicas tradicionais na área de bioinvasão (peixes de água doce,

principalmente), o termo mais apropriado é “espécie introduzida” (WELCOMME,

1988; DEAN, 2003; RUESINK, 2005; CASAL, 2006; VITULE et al., 2006;

GHERARDI, 2007; VITULE et al., 2009; GOZLAN; NEWTON, 2009; GOZLAN et

al., 2010).

Tabela 41. Relação das ordens e respectivos números de espécies de peixes nativos registradas para o rio Paraná (trecho estudado), rio Paraguai e Sistema do Alto rio Paraná, sistema este que inclui toda a drenagem do rio Paraná acima do antigo Salto de Sete Quedas (hoje inundado pelo Reservatório de Itaipu)

Ordens Rio Paraná (trecho

estudado)

Rio Paraguai Sistema Alto

Paraná

Characiformes 75 111 116

Siluriformes 86 105 127

Gymnotiformes 6 15 19

Perciformes 10 15 12

Cyprinodontiformes 2 4 19

Outras 21 9 10

Total 259 303

Fonte: CATELLA (1992), CALHEIROS; FERREIRA (1996), RESENDE et al. (1996), CATELLA;

PETRERE JR (1998), PEREIRA; RESENDE (1998), SÚAREZ (1998), RESENDE et al. (1998),

AGOSTINHO; JÚLIO JR. (1999), RESENDE et al. (2000), RESENDE (2000), RESENDE; PEREIRA

(2000), OLIVEIRA; NOGUEIRA (2000), WANTZEN et al. (2002), MACHADO (2003), SÚAREZ et al.

(2004), VERÍSSIMO et al. (2005), BRITSKI et al. (2007), PAVANELLI et al. (2007), LANGEANI et al.

(2007), CATELLA; PETRERE Jr (2008), LÓPEZ et al. (2008), CORRÊA (2008), PACHECO; DA-SILVA

(2009), SANTOS et al. (2009), TONDATO et al. (2010).

Caracterização da ictiofauna na área do empreendimento

Informações levantadas em campo através dos diversos métodos de coleta

registraram a ocorrência de 35 espécies de peixes no trecho estudado da bacia

do rio Paraná, distribuídas em seis ordens e 19 famílias (Tabela 47). As famílias

mais abundantes em número de espécies nas coletas realizadas foram

Characidae, com 19 espécies (54,3%) e Loricariidae, com 11 espécies (31,4%).

A análise da curva do coletor indica que os métodos de coleta utilizados foram

satisfatórios e que houve um aumento no número de espécies capturadas

concomitantemente ao acréscimo de amostragens (Tabela 48). Esses resultados

eram esperados, uma vez que a tendência natural de qualquer levantamento é o

aumento gradual no número total de espécies amostradas até um número

Page 233: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

233

próximo da riqueza local/regional. Além disso, esses resultados podem indicar a

ocorrência de muitas espécies raras, além de variações sazonais na comunidade,

características estas já conhecidas para este tipo de ambiente.

Page 234: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

234

Tabela 42. Espécies registradas na região (bacia do rio Paraná), organizadas de acordo com seus

respectivos taxa. () espécie introduzida, (♦) espécie endêmica do sistema rio Paraná - Paraguai

Taxa Nome vulgar

CLUPEIFORMES

Engraulididae

Lycengraulis grossidens (Agassiz, 1829) Manjuba

CHARACIFORMES

Parodontidae

Apareiodon affinis (Steindachner, 1879) ♦ Canivete

Curimatidae

Cyphocharax modestus (Fernández-Yépez, 1948) ♦ Saguaru

Psectrogaster curviventris Eigenmann; Kennedy,

1903 Sairu-cascudo

Prochilodontidae

Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) Corimba

Anostomidae

Abramites hypselonotus (Günther, 1868) Zebrinha

Leporinus striatus Kner, 1858 ♦ Piava

Leporinus friderici (Bloch, 1794) Piau-três-pintas

Leporinus elongatus (Valenciennes, 1874) Piapara

Hemiodontidae

Hemiodus orthonops Eigenmann; Kennedy, 1903 ♦ Piau-banana

Characidae

Astyanax cf. bimaculatus (Linnaeus, 1758) Tambiú

Astyanax cf. shubarti Britski, 1964 ♦ Lambari

Astyanax sp. ♦ Lambari

Galeocharax humeralis (Valenciennes, 1834) ♦ Cachorra

Roeboides paranensis Pignalberi, 1975 ♦ Dentudo

Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816) Dourado

Tetragonopterus argenteus Cuvier, 1816 Sauá

Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus pantaneiro Menezes, 1992 Peixe-cachorro

Cynodontidae

Page 235: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

235

Taxa Nome vulgar

Rhaphiodon vulpinus Spix; Agassiz, 1829 Dourado-facão

Erythrinidae

Hoplias aff. malabaricus (Bloch, 1794) Traíra

SILURIFORMES

Loricariidae

Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 Cascudo

Hypostomus regani (Ihering, 1905) ♦ Cascudo

Loricaria prolixa Isbrücker; Nijssen, 1978 ♦ Cascudo-chinelo

Loricarichthys anus (Valenciennes, 1840) Cascudo-chinelo

Loricarichthys platymepoton Isbrücker; Nijssen,

1979 ♦ Cascudo-chinelo

Heptapteridae

Pimelodella gracilis (Valenciennes, 1835) Bagre

Rhamdia quelen (Quoy; Gaimard, 1824) Jundiá

Pimelodidae

Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 Mandi

Iheringichthys labrosus (Lütken, 1874) ♦ Mandi

Doradidae

Trachydoras paraguayensis (Eigenmann; Ward,

1907) ♦ Armado

Auchenipteridae

Parauchenipterus galeatus (Linnaeus, 1766) Armado

GYMNOTIFORMES

Sternopygidae

Eigenmannia trilineata López; Castello, 1966 ♦ Tuvira

CYPRINODONTIFORMES

Poeciliidae

Poecilia reticulata Peters 1859 Lebiste

PERCIFORMES

Sciaenidae

Plagioscion squamossisimus (Heckel, 1840) Pescada

Cichlidae

Page 236: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

236

Taxa Nome vulgar

Bujurquina vittata (Heckel, 1840) ♦ Acará

Fonte: Dados de campo

Figura 165. Curva do coletor, calculada com os dados obtidos em campo nas áreas de influência do empreendimento. As amostragens correspondem ao esforço de captura dos diversos métodos nos pontos amostrados durante a fase de campo

O total de táxons registrado representa 14% da ictiofauna do trecho brasileiro da

bacia hidrográfica do rio Paraná (BONETTO, 1986; AGOSTINHO; JÚLIO JR.,

1999). Se considerarmos os estudos realizados por LÓPEZ et al. (2005) como

uma referência para a bacia do rio Paraná (região aquática denominada de “Alto

Paraná” sensu RINGUELET, 1975 ou “Província dos Grandes Rios” sensu LÓPEZ

et al., 2008), onde foram levantadas cerca de 400 espécies de peixes, este valor

representa 8,75%.

A ictiofauna registrada apresenta o padrão generalizado da ictiofauna da bacia do

rio Paraná, e pode ser dividida basicamente em três categorias de espécies, em

função da sua distribuição original: (i) endêmicas, com espécies exclusivas do

sistema hidrográfico composto pelas bacias do rio Paraná e Paraguai; (ii) não-

endêmicas, com espécies de ocorrência natural em outras bacias hidrográficas

neotropicais, além da bacia do rio Paraná, e introduzidas (iii), que são espécies

que se encontram fora de sua área de distribuição natural, normalmente

provenientes de outros continentes, que foram introduzidas intencional ou

acidentalmente na região (Figura 166).

Cerca de 40% das espécies registradas são exclusivas, ou seja, endêmicas dessa

ecorregião aquática (rio Paraná - Paraguai), e essa participação demonstra a

importância dos processos regionais na determinação da composição e estrutura

das ictiocenoses.

Page 237: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

237

Figura 166. Proporção entre espécies endêmicas, não endêmicas e introduzidas registradas no trecho estudado do rio Paraná durante o período de estudo. O número de espécies de cada categoria foi registrado entre parênteses

A diversidade ictiofaunística obtida para o conjunto de dados coletados nos

pontos amostrais localizados no rio Paraná (ponto 1 – montante, ponto 2 –

ponte/área do empreendimento, ponto 3 – jusante) ilustra uma curva de

dominância da diversidade (ou curva de importância de espécies) em um modelo

intermediário aos modelos log-linear do tipo "A" e log-normal do tipo "B", como

demonstrado em ODUM (1988) e PIANKA (1999) (figuras 167, 168, 169).

As curvas de importância de espécies indicam a presença de espécies

dominantes, espécies pouco abundantes e também espécies raras para todo o

trecho do rio Paraná estudado. Foi registrada a dominância de Lycengraulis

grossidens, Apareiodon affinis, Hemiodus orthonops e Trachydoras

paraguayensis. O padrão sigmoidal intermediário observado indica um padrão

complexo de diferenciação e superposição de nichos e, segundo ODUM (1988),

esse modelo sigmoidal da curva de dominância da diversidade é o padrão

encontrado principalmente em comunidades relativamente pouco perturbadas.

Page 238: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

238

Figura 167. Curva do componente dominância da diversidade para as amostras obtidas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Montante do empreendimento

Figura 168. Curva do componente dominância da diversidade para as amostras obtidas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Ponte/Área do empreendimento

Page 239: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

239

Figura 169. Curva do componente dominância da diversidade para as amostras obtidas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Jusante do empreendimento

O conjunto de estimativas de diversidade e de uniformidade para os três pontos

amostrais localizados no rio Paraná (ponto 1 – montante, ponto 2 – ponte/área

do empreendimento, ponto 3 – jusante) durante o período de estudo foi ilustrado

no gráfico acima. A diversidade foi estimada através do índice de Shannon e a

uniformidade pelo índice de Pielou. Os valores de diversidade e uniformidade não

apresentaram diferenças entre os pontos amostrais.

No ponto amostral MONTANTE foram capturadas 23 espécies, com 45,1% dos

exemplares capturados. No ponto JUSANTE foram registradas 21 espécies, sendo

que o número de exemplares representou 26,2% do total amostrado. Na área do

empreendimento (SEGUNDA PONTE) foram registradas 24 espécies, com 28,7%

dos exemplares capturados (Gráfico 170).

Page 240: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

240

Figura 170. Índice de diversidade de Shannon (barras escuras) e de uniformidade de Pielou (barras claras) para as amostragens realizadas nos três pontos amostrais (montante, ponte e jusante) no rio Paraná durante o período de estudo

Figura 171. Freqüência relativa percentual de espécies (em relação ao total registrado) e abundância relativa percentual de exemplares (em relação ao total registrado) para as amostragens realizadas nos três pontos amostrais no rio Paraná durante o período de estudo

Para avaliar a estrutura das assembléias de peixes entre os pontos amostrados

no rio Paraná (Montante, Ponte e Jusante) os dados de captura por unidade de

esforço em número de indivíduo de cada espécie foram transformados e

sumarizados através de uma análise de correspondência com remoção do efeito

Page 241: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

241

do arco (DCA). O eixo DCA 1 apresentou autovalor de 0,27, enquanto que o eixo

DCA 2 o autovalor foi de 0,06, sendo os dois então selecionados para

interpretação dos resultados . A ordenação dos resultados através da DCA

revelou um padrão de variação espacial da assembléia de peixes capturada,

muito embora os trechos do rio Paraná selecionados para a análise sejam

semelhantes. Para o eixo DCA 1 as maiores contribuições para o ordenamento

foram de Astyanax sp., L. platymetopon, P. maculatus e H. aff. malabaricus para

o ponto JUSANTE, enquanto que H. commersoni, L. friederici, A. hypselonotus,

G. humeralis e A. schubarti apresentaram as maiores contribuições no eixo DCA

2 para o ponto amostral PONTE (área do empreendimento). Em função desses

resultados, as tabelas de captura foram apresentadas separadamente para cada

ponto amostral.

Figura 172. Ordenação da estrutura das assembléias de peixes entre os pontos amostrais (P1 – ponto amostral 1 - montante, P2 – ponto amostral 2 – ponte/área do empreendimento, P3 – ponto amostral 3 - jusante) através da análise de correspondência com remoção do efeito do arco (DCA)

Para o ponto amostral MONTANTE, as médias de comprimento total e peso foram

de 19,5 ± 10,9 cm e 159,2 ± 233,9 g, sendo que os intervalos médios de

comprimento e peso variaram respectivamente de 7 até 44,2 cm e 5,6 até 783,6

g (Tabela 2.38). O peso total capturado no ponto MONTANTE foi de 8.071,6 g

(Tabela 2.39) e os maiores valores de CPUE ind foram registrados para L.

grossidens e A. affinis, enquanto que com relação a CPUE peso as maiores

contribuições ocorreram com H. orthonops (Tabela 48).

Para o ponto localizado na área do empreendimento, as médias de comprimento

total e peso foram de 18,1 ± 8,9 cm e 118,5 ± 174,4 g, sendo que os intervalos

Page 242: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

242

médios de comprimento e peso variaram respectivamente de 7,5 até 43,2 cm e

4,9 até 612,5 g (Tabela 51). O peso total capturado nesse ponto foi de 5.187,7 g

(Tabela 52) e os maiores valores de CPUE ind foram registrados para L.

grossidens, A. affinis e H. orthonops (Figura 173, 174, 175), enquanto que com

relação à CPUE peso as maiores contribuições ocorreram com H. orthonops

(Tabela 53).

Para o ponto JUSANTE as médias de comprimento total e peso foram de 15,3 ±

5,7 cm e 47,5 ± 48,6 g, sendo que os intervalos médios de comprimento e peso

variaram respectivamente de 8,1 até 27,3 cm e 5,2 até 193,2 g (Tabela 54). O

peso total capturado foi de 2.901,9 g (Tabela 55) e os maiores valores de CPUE

ind foram registrados para L. grossidens, H. orthonops e A. affinis, enquanto que

com relação à CPUE peso as maiores contribuições ocorreram com H. orthonops

(Tabela 56).

A ictiofauna amostrada é caracterizada por populações de peixes de médio e

grande porte, as quais podem ser divididas basicamente em duas categorias:

espécies migradoras, que apresentaram uma contribuição significativa em

termos de biomassa e número de indivíduos, e espécies de ocorrência

generalizada na bacia. Para os pontos amostrados, a ictiofauna migradora foi

caracterizada principalmente por peixes de grande porte como o Prochilodus

lineatus (corimbatá), Salminus brasiliensis (dourado), Leporinus elongatus

(piapara), Raphiodon vulpinus (dourado-facão) e Pimelodus maculatus (mandi).

Tabela 43. Comprimento total médio (CT) e peso total médio (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Montante do empreendimento

Espécies capturadas N CT médio (cm) Peso médio (g)

Acestrorhynchus pantaneiro 2 13,5 31,2

Apareiodon affinis 15 11,7 29,0

Astyanax cf. bimaculatus 4 12,9 39,3

Bujurquina vittata 2 7,5 15,6

Cyphocharax modestus 6 10,9 32,1

Eigenmania trilineata 1 28,0 21,1

Hemiodus orthonops 12 25,2 160,9

Hypostomus regani 8 13,1 22,4

Iheringichthys labrosus 1 14,5 43,7

Leporinus striatus 2 13,5 26,1

Leporinus elongatus 1 39,0 783,6

Loricaria prolixa 7 19,4 42,6

Loricarichthys anus 7 18,8 38,5

Page 243: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

243

Espécies capturadas N CT médio (cm) Peso médio (g)

Lycengraulis grossidens 18 15,3 45,8

Pimelodella gracilis 3 12,3 23,2

Plagioscion squamossisimus 1 34,1 546,1

Prochilodus lineatus 1 31,5 524,2

Rhaphiodon vulpinus 2 44,2 473,4

Roeboides paranensis 1 7,0 5,6

Salminus brasiliensis 1 34,2 498,8

Tetragonopterus argenteus 1 15,1 81,2

Trachelyopterus galeatus 1 11,5 35,6

Parauchenipterus galeatus 5 9,0 20,9

total 102 19,5 ± 10,9 cm 159,2 ± 233,9 g

Fonte: Dados de campo

Tabela 44. Peso total (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Montante do empreendimento

Espécies capturadas N Peso total (g)

Acestrorhynchus pantaneiro 2 31,2

Apareiodon affinis 15 435,1

Astyanax cf. bimaculatus 4 157,2

Bujurquina vittata 2 31,1

Cyphocharax modestus 6 192,7

Eigenmania trilineata 1 21,1

Hemiodus orthonops 12 1932,1

Hypostomus regani 8 184

Iheringichthys labrosus 1 43,7

Leporinus striatus 2 52,2

Leporinus elongatus 1 783,6

Loricaria prolixa 7 298,4

Loricarichthys anus 7 269,6

Lycengraulis grossidens 18 828,1

Pimelodella gracilis 3 69,7

Plagioscion squamossisimus 1 546,1

Page 244: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

244

Espécies capturadas N Peso total (g)

Prochilodus lineatus 1 524,2

Rhaphiodon vulpinus 2 946

Roeboides paranensis 1 5,6

Salminus brasiliensis 1 498,8

Tetragonopterus argenteus 1 81,2

Trachelyopterus galeatus 1 35,6

Parauchenipterus galeatus 5 104,3

total 102 8.071,6

Fonte: Dados de campo

Tabela 45. Captura por unidade de esforço em número de indivíduos (CPUE ind = número de indivíduos / 100m

2 de rede de espera em 24h) e biomassa (CPUE peso = g / 100m

2 de rede de espera em 24h) das

espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Montante do empreendimento

Espécies capturadas CPUE ind CPUE peso

Acestrorhynchus pantaneiro 0,8 12,5

Apareiodon affinis 6,0 174,0

Astyanax cf. bimaculatus 1,6 62,9

Bujurquina vittata 0,8 12,4

Cyphocharax modestus 2,4 77,1

Eigenmania trilineata 0,4 8,4

Hemiodus orthonops 4,8 772,8

Hypostomus regani 3,2 73,6

Iheringichthys labrosus 0,4 17,5

Leporinus striatus 0,8 20,9

Leporinus elongatus 0,4 313,4

Loricaria prolixa 2,8 119,4

Loricarichthys anus 2,8 107,8

Lycengraulis grossidens 7,2 331,2

Pimelodella gracilis 1,2 27,9

Plagioscion squamossisimus 0,4 218,4

Prochilodus lineatus 0,4 209,7

Rhaphiodon vulpinus 0,8 378,4

Page 245: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

245

Espécies capturadas CPUE ind CPUE peso

Roeboides paranensis 0,4 2,2

Salminus brasiliensis 0,4 199,5

Tetragonopterus argenteus 0,4 32,5

Trachelyopterus galeatus 0,4 14,2

Parauchenipterus galeatus 2,0 41,7

total 40,8 3.228,6

Fonte: Dados de campo

Page 246: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

246

Tabela 46. Comprimento total médio (CT) e peso total médio (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 2 – rio Paraná – Área do empreendimento

Espécies capturadas N CT médio (cm) Peso médio (g)

Abramites hypselonotus 1 14,1 46,4

Apareiodon affinis 8 12,3 27,2

Astyanax shubarti 2 11,1 19,8

Bujurquina vittata 1 8,5 15,8

Cyphocharax modestus 3 11,2 32,3

Eigenmania trilineata 1 28,3 23,1

Galeocharax humeralis 1 20,1 94,7

Hemiodus orthonops 8 23,2 164,3

Hoplias aff. malabaricus 1 26,5 198,2

Hypostomus regani 3 13,4 25,2

Hypostomus commersoni 1 27,2 224,5

Iheringichthys labrosus 3 14,7 42,7

Leporinus striatus 1 12,7 26,1

Leporinus friderici 1 32,5 540,4

Loricaria prolixa 4 18,3 41,7

Loricarichthys anus 2 18,7 38,6

Lycengraulis grossidens 13 14,3 44,4

Pimelodella gracilis 2 11,3 22,1

Rhaphiodon vulpinus 1 43,2 471,9

Roeboides paranensis 1 7,5 4,9

Salminus brasiliensis 1 27,5 612,5

Tetragonopterus argenteus 1 14,8 69,7

Trachelyopterus galeatus 1 12,1 34,7

Parauchenipterus galeatus 4 10,3 21,8

total 65 18,1 ± 8,9 cm 118,5 ± 174,4 g

Fonte: Dados de campo

Page 247: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

247

Tabela 47. Peso total (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 2 –rio Paraná – Área do empreendimento

Espécies capturadas N Peso total (g)

Abramites hypselonotus 1 46,4

Apareiodon affinis 8 217,6

Astyanax shubarti 2 39,6

Bujurquina vittata 1 15,8

Cyphocharax modestus 3 96,9

Eigenmania trilineata 1 23,1

Galeocharax humeralis 1 94,7

Hemiodus orthonops 8 1.314,4

Hoplias aff. malabaricus 1 198,2

Hypostomus regani 3 75,6

Hypostomus commersoni 1 224,5

Iheringichthys labrosus 3 128,1

Leporinus striatus 1 26,1

Leporinus friderici 1 540,4

Loricaria prolixa 4 166,8

Loricarichthys anus 2 77,2

Lycengraulis grossidens 13 577,2

Pimelodella gracilis 2 44,2

Rhaphiodon vulpinus 1 471,9

Roeboides paranensis 1 4,9

Salminus brasiliensis 1 612,5

Tetragonopterus argenteus 1 69,7

Trachelyopterus galeatus 1 34,7

Parauchenipterus galeatus 4 87,2

total 65 5.187,7

Fonte: Dados de campo

Page 248: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

248

Tabela 48. Captura por unidade de esforço em número de indivíduos (CPUE ind = número de indivíduos / 100m

2 de rede de espera em 24h) e biomassa (CPUE peso = g / 100m

2 de rede de espera em 24h) das

espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 2 – rio Paraná – Área do empreendimento

Espécies capturadas CPUE ind CPUE peso

Abramites hypselonotus 0,4 18,6

Apareiodon affinis 3,2 87,0

Astyanax shubarti 0,8 15,8

Bujurquina vittata 0,4 6,3

Cyphocharax modestus 1,2 38,8

Eigenmania trilineata 0,4 9,2

Galeocharax humeralis 0,4 37,9

Hemiodus orthonops 3,2 525,8

Hoplias aff. malabaricus 0,4 79,3

Hypostomus regani 1,2 30,2

Hypostomus commersoni 0,4 89,8

Iheringichthys labrosus 1,2 51,2

Leporinus striatus 0,4 10,4

Leporinus friderici 0,4 216,2

Loricaria prolixa 1,6 66,7

Loricarichthys anus 0,8 30,9

Lycengraulis grossidens 5,2 230,9

Pimelodella gracilis 0,8 17,7

Rhaphiodon vulpinus 0,4 188,8

Roeboides paranensis 0,4 2,0

Salminus brasiliensis 0,4 245,0

Tetragonopterus argenteus 0,4 27,9

Trachelyopterus galeatus 0,4 13,9

Parauchenipterus galeatus 1,6 34,9

total 26,0 2.075,1

Fonte: Dados de campo

Page 249: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

249

Tabela 49. Comprimento total médio (CT) e peso total médio (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 3 – rio Paraná – Jusante do empreendimento

Espécies capturadas N CT médio (cm) Peso médio (g)

Apareiodon affinis 4 11,1 26,1

Astyanax cf. shubarti 1 10,3 21,2

Astyanax sp. 2 9,8 12,1

Bujurquina vittata 1 8,7 13,9

Cyphocharax modestus 2 10,9 31,3

Eigenmania trilineata 1 27,3 22,1

Hemiodus orthonops 5 21,2 145,7

Hoplias aff. malabaricus 3 22,7 134,2

Hypostomus regani 2 15,6 25,3

Iheringichthys labrosus 3 14,7 42,7

Leporinus striatus 1 13,4 28,7

Loricaria prolixa 2 19,1 39,7

Loricarichthys anus 2 19,7 39,1

Loricarichthys platymepoton 3 22,3 43,2

Lycengraulis grossidens 11 12,1 39,8

Pimelodella gracilis 2 11,3 22,1

Pimelodus maculatus 2 18,7 56,7

Psectrogaster curviventris 1 23,4 193,2

Roeboides paranensis 1 8,1 5,2

Trachelyopterus galeatus 1 11,9 33,3

Parauchenipterus galeatus 9 10,1 22,3

total 59 15,3 ± 5,7 cm 47,5 ± 48,6 g

Fonte: Dados de campo

Page 250: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

250

Tabela 50. Peso total (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 3 – rio Paraná – Jusante do empreendimento

Espécies capturadas N Peso total (g)

Apareiodon affinis 4 104,4

Astyanax cf. shubarti 1 21,2

Astyanax sp. 2 24,2

Bujurquina vittata 1 13,9

Cyphocharax modestus 2 62,6

Eigenmania trilineata 1 22,1

Hemiodus orthonops 5 728,5

Hoplias aff. malabaricus 3 402,6

Hypostomus regani 2 50,6

Iheringichthys labrosus 3 128,1

Leporinus striatus 1 28,7

Loricaria prolixa 2 79,4

Loricarichthys anus 2 78,2

Loricarichthys platymepoton 3 129,6

Lycengraulis grossidens 11 437,8

Pimelodella gracilis 2 44,2

Pimelodus maculatus 2 113,4

Psectrogaster curviventris 1 193,2

Roeboides paranensis 1 5,2

Trachelyopterus galeatus 1 33,3

Parauchenipterus galeatus 9 200,7

total 59 2.901,9

Fonte: Dados de campo

Page 251: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

251

Tabela 51. Captura por unidade de esforço em número de indivíduos (CPUE ind = número de indivíduos / 100m

2 de rede de espera em 24h) e biomassa (CPUE peso = g / 100m

2 de rede de espera em 24h) das

espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 3 – rio Paraná – Jusante do empreendimento

Espécies capturadas CPUE ind CPUE peso

Apareiodon affinis 1,6 41,76

Astyanax cf. shubarti 0,4 8,48

Astyanax sp. 0,8 9,68

Bujurquina vittata 0,4 5,56

Cyphocharax modestus 0,8 25,04

Eigenmania trilineata 0,4 8,84

Hemiodus orthonops 2,0 291,4

Hoplias aff. malabaricus 1,2 161,04

Hypostomus regani 0,8 20,24

Iheringichthys labrosus 1,2 51,24

Leporinus striatus 0,4 11,48

Loricaria prolixa 0,8 31,76

Loricarichthys anus 0,8 31,28

Loricarichthys platymepoton 1,2 51,84

Lycengraulis grossidens 4,4 175,12

Pimelodella gracilis 0,8 17,68

Pimelodus maculatus 0,8 45,36

Psectrogaster curviventris 0,4 77,28

Roeboides paranensis 0,4 2,08

Trachelyopterus galeatus 0,4 13,32

Parauchenipterus galeatus 3,6 80,28

total 23,6 1.160,76

Fonte: Dados de campo

Page 252: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

252

Figura 173. A manjuba Lycengraulis grossidens (Engraulididae)

Figura 174. O canivete Apareiodon affinis (Parodontidae)

Figura 175. O piau-banana Hemiodus orthonops (Hemiodontidae)

Espécies raras e ameaçadas

Devido à falta de conhecimento básico sobre a distribuição dos peixes

neotropicais, as espécies raras ou ameaçadas dificilmente são consideradas na

elaboração de listas oficiais. Raras exceções são observadas na legislação do

Estado de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul,

na relação de peixes ameaçados do Brasil (ROSA; MENEZES, 1996), nas

publicações avulsas de sobre os padrões de Biodiversidade da Mata Atlântica do

Sudeste e Sul do Brasil (MENEZES et al., 1996) e sobre as ações prioritárias para

conservação de elasmobrânquios (LESSA et al., 2000).

Apesar da escassez de informações, na recente lista nacional (Instrução

Normativa n° 5, 21/05/2004 e MACHADO et al., 2008) e no livro vermelho da

fauna ameaçada no Paraná (ABILHOA; DUBOC, 2004), uma das espécies

capturadas no rio Paraná foi enquadrada em categorias de ameaça da IUCN, em

função da constatação do declínio de suas populações, da destruição de seus

habitats, do isolamento das populações sobreviventes e de áreas de distribuição

reduzidas: o Salminus brasiliensis (dourado) (Figura 176). Este caracídeo alcança

médio-grande porte e apresenta hábito alimentar especializado (ictiófago), e

necessita de áreas lóticas ou semilóticas para a reprodução.

Page 253: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

253

Figura 176. O dourado Salminus brasiliensis (Characidae)

Discussão

O diagnóstico da ictiofauna compila um grande conjunto de informações que

retratam de forma bastante satisfatória as características desse componente

importante da fauna regional. O levantamento de informações primárias e

secundárias indica que a ictiofauna do rio Paraná na região estudada é

representada por cerca de 200 espécies, distribuídas em 10 ordens e 32 famílias,

sendo Characidae, Loricariidae, Pimelodidae e Anostomidae as mais

representativas. A ictiofauna desta área apresenta o padrão generalizado da

ictiofauna do Sistema Paraná-Paraguai, e a participação das diferentes ordens

reflete a situação descrita para os rios neotropicais por LOWE-McCONNELL

(1987), sendo que a maioria dos peixes pertence às ordens Characiformes e

Siluriformes.

Em função das informações obtidas, dois ambientes aquáticos distintos foram

reconhecidos, os quais são controlados por fatores abióticos, bióticos,

antropogênicos e/ou relativos a interações entre espécies, que interferem

diretamente sobre seus domínios: o rio Paraná, incluindo aqui o trecho do rio

Iguaçu (foz) sob sua influência, e os córregos e riachos.

No trecho estudado do rio Paraná, a ictiofauna pode ser caracterizada

basicamente em espécies migradoras e espécies de ampla distribuição. As

espécies migradoras são aquelas de ocorrência generalizada na região, que

utilizam a calha do rio para deslocamentos reprodutivos, alimentares e/ou de

crescimento, e normalmente apresentam desova total, migrando sazonalmente

em cardumes à montante (primavera/verão). As espécies de ampla distribuição

são aquelas que ocorrem em diversos ambientes e apresentam normalmente

médio (entre 20 e 40 cm) e grande (>40 cm) porte.

A categoria composta pelas espécies que realizam migração são caracterizadas

principalmente por peixes de grande porte como os caraciformes Prochilodus

lineatus (corimbatá), Salminus brasiliensis (dourado), Leporinus sp. (piaus),

Schizodon sp. (piaus), Raphiodon vulpinus (dourado-facão) e os siluriformes

Pseudoplatystoma corruscans (pintado) e Pimelodus maculatus (mandi). Essas

Page 254: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

254

espécies realizam migrações reprodutivas e podem utilizar sucessivamente os

ambientes de várzea (planície de inundação) e o leito dos rios durante seu ciclo

de vida. Devem ser consideradas como componentes importantes dos programas

de monitoramento da região, seja em função da ameaça que sofrem ou de seu

interesse comercial.

A segunda categoria é representada por espécies que apresentam uma

distribuição ampla na bacia, freqüentando ambientes lóticos e/ou lênticos. Essa

categoria é representada por espécies de Astyanax (lambaris), Bryconamericus

(pequiras), Moenkhausia (pequis), Hoplias aff. malabaricus (traíra), Cyphocharax

(sagüirus), Pimelodella (mandis-chorão), Rhamdia quelen (bagres) e

Iheringichthys labrosus (bagre).

A ictiofauna registrada em riachos é composta principalmente por espécies

reofílicas (torrentícolas) de pequeno porte (<15 cm). Muito embora o termo

“ictiofauna de riachos” não possa definir uma unidade natural (BUCKUP, 1999), o

pequeno porte de seus componentes parece ser uma característica importante

desse ecossistema (CASTRO, 1999).

Comunidades de pequenos cursos d’água são afetadas de modo marcante por

mudanças decorrentes do regime hidrológico (ZWEIMÜLLER, 1995), sendo que a

expansão e contração desse ambiente aquático durante as variações climáticas

pode refletir em mudanças na composição (LEMES; GARUTTI, 2002),

alimentação (ESTEVES; ARANHA, 1999) e reprodução das populações de peixes.

Além de apresentar uma comunidade peculiar, este tipo de ambiente aquático

abriga normalmente espécies de pequeno porte, com limitado potencial de

dispersão (WEITZMAN; VARI, 1988), que apresentam interações ecológicas

complexas, sendo o endemismo uma característica importante (KNÖPPEL, 1970,

SABINO; ZUANON, 1998).

Embora os estudos das comunidades de peixes de riachos tenham se

intensificado nos últimos anos, destacando-se trabalhos realizados na Mata

Atlântica (SABINO; CASTRO, 1990; ARANHA et al., 1998), Amazônia (SABINO;

ZUANON, 1998), Floresta com Araucária (ABILHOA et al., 2008) e Alto Paraná

(CASTRO; CASATTI, 1997; LEMES; GARUTTI, 2002; CASTRO et al., 2003), pouco

se conhece ainda a respeito da taxonomia e ecologia desse tipo de ecossistema

aquático na bacia do rio Paraná.

A ictiofauna registrada apresenta uma forte relação com a vegetação marginal, a

qual pode proporcionar uma ampla gama de microambientes, pois além de evitar

a erosão dos solos, a queda de galhos e troncos dentro de um riacho pode

provocar inúmeros pequenos represamentos, e estes ambientes criam condições

favoráveis para abrigar diferentes grupos, como algumas espécies reofílicas

(torrentícolas) (como os lambaris e canivetes), bentônicas (como os bagres) e de

ambientes lênticos, como os ciclídeos.

Page 255: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

255

Além de fornecer uma grande quantidade de abrigo e de micro-habitats, a mata

ciliar observada nos riachos da área de estudo permite a existência na

comunidade de peixes de elementos com maior grau de especialização, pois

possibilita o uso de frutos, folhas e flores como alimento de várias espécies,

assim como artrópodes terrestres que caem da vegetação ciliar e larvas

aquáticas de insetos que se alimentam, direta ou indiretamente, deste material

orgânico alóctone importado da vegetação. Tendo isto em vista, a preservação

de remanescentes na área de estudo, mesmo que isolados, tem papel importante

na manutenção da diversidade faunística local, tendo em vista que a fauna

aquática dos riachos da área de estudo abrange diversas espécies dependentes

em maior ou menor grau de ambientes florestais.

2 . 2 . 2 . 2 . M a s t o f a u n a

No Planalto Meridional ocorrem as matas semideciduais (floresta tropical

estacional semidecidual) e as matas deciduais (floresta subtropical decidual)

(TEIXEIRA; LINSKER, 2010).

As matas semideciduais têm sua ocorrência limitada à porção setentrional e

ocidental do Paraná e Santa Catarina (Figura 177). Com exceção das áreas

protegidas no Parque Nacional do Iguaçu, pouco resta dessas matas atualmente

na região, devido à grande devastação sofrida para aproveitamento em

agricultura. Com árvores altas que podem atingir 40 metros de altura, podem ser

tão exuberantes em porte, estratificação e em riqueza de espécies como a Mata

Atlântica das encostas úmidas orientais (TEIXEIRA; LINSKER, op. cit.).

A Floresta Estacional Semidecidual está relacionada em toda a sua área de

ocorrência a um clima de duas estações definidas, uma chuvosa e outra seca, em

latitudes menores, ou então a uma acentuada variação térmica, especialmente

em latitudes maiores que 24ºS. Tais características climáticas são apontadas

como fatores determinantes de uma forte estacionalidade foliar dos elementos

arbóreos dominantes, como resposta ao período de deficiência hídrica, ou à

queda de temperatura nos meses mais frios (VELOSO et al. 1991).

Page 256: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

256

Figura 177. Cobertura vegetacional sobre transecção leste-oeste no Estado do Paraná. Fonte: Teixeira e Linsker, 2010.

Estima-se que exista menos de 5% da área total original ocupada pela Floresta

Estacional Semidecidual no Paraná, representada por fragmentos florestais de

diferentes tamanhos distribuidos irregularmente ao longo da área de distribuição

da formação (SOS MATA ATLÂNTICA /INPE/ISA, 1998).

A paisagem na região do Planalto de Foz do Iguaçu é constituída por um mosaico

de ecossistemas antropizados e naturais. Atualmente predominam nesta

paisagem campos agrícolas de monocultura, com sobreposição de uma rede de

florestas secundárias de galeria e de pequenos remanescentes florestais. No

extremo sul do Planalto de Foz do Iguaçu encontra-se a parte de maior contínuo

de floresta nativa desta eco-região, que se estendem ao longo do rio Iguaçu e,

hoje constitui parte do Parque Nacional do Iguaçu (RINALDI, 2010).

Para Murphy (1997), as reduções na diversidade biológica local são resultantes

de perdas de áreas de habitat e do isolamento de habitats remanescentes. A

fragmentação ou ruptura de corredores de habitat natural entre grandes

extensões de habitats pode levar à perda de espécies. Segundo Terborgh (1974)

as espécies com mais tendência à extinção incluem aquelas que estão no alto

das pirâmides tróficas, espécies com pouca capacidade de mobilidade, espécies

endêmicas e migratórias e espécies com hábitos de nidificação em colônia.

Entre as publicações mastofaunísticas para a região as principais contribuições

são de Crawshaw Júnior (1995), Antonelli-Filho (1999), Conforti e Azevedo

(2003), Casella (2006), Morone (2006), Vogliotti (2008), Ortêncio-Filho e Reis

(2009) e Rinaldi (2010).

Metodologia Aplicada

Page 257: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

257

A fim de atender às exigências do Termo de Referência elaborado pelo Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o

estudo da mastofauna consistiu de levantamentos secundários, através de

bibliografias, e dados primários através do levantamento de campo.

A partir do reconhecimento da área de estudo através de imagens de satélite,

foram estabelecidos dez pontos de amostragens, abrangendo três tipos de

ambientes identificados, a saber: ambiente florestal (fragmentos florestais),

ambiente não-florestal (áreas de cultivo agrícola) e ambiente aquático (rios).

Foi realizada uma fase de campo no período de 06 a 11 de junho de 2010 onde

percorreu-se a área de implantação do empreendimento, bem como as áreas de

influência, com auxílio de imagens de satélite, observando-se as características

fitofisionômicas naturais com potencial de suporte para a mastofauna e

caracterização das espécies. Durante a fase de campo foram amostrados dois

pontos por dia, aqueles situados mais próximos (p1-p2; p3-p4, p5-p6, p7-p8 e

p9-p10)11, um no período da manhã e outro à tarde (Tabela 57).

Tabela 52. Localização dos pontos amostrais e tipos de ambientes

Pontos Coordenadas Geográficas Ambientes

1 25°35`17,12” S - 54°35`28,95”W florestal e aquático

2 25°35`22,99”S - 54°35`28,99”W florestal e aquático

3 25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W florestal e aquático

4 25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W florestal

5 25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W florestal e não-florestal

6 25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W florestal e aquático

7 25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W florestal

8 25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W não-florestal

9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W florestal e não-florestal

10 25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W florestal

A metodologia empregada teve como objetivo caracterizar a mastofauna local e

regional, considerando-se também o estágio de conservação dos ambientes,

conexões entre fragmentos florestais e grau de antropização das áreas

amostradas.

O levantamento de campo consistiu também na avaliação de habitats com a

caracterização e descrição das principais espécies ocorrentes na região, com ênfase

11

p1 – ponto 1; p2 – ponto 2, p3 – ponto 3 e assim sucessivamente.

Page 258: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

258

nas espécies ameaçadas de extinção e as selecionadas como bioindicadoras a

serem utilizadas no monitoramento.

Na Área Diretamente Afetada (ADA) e na Área de Influência Direta (AID) do

empreendimento foi realizado o diagnóstico ambiental da composição da fauna

de mamíferos de médio e grande porte. A pesquisa de campo foi conduzida

através da busca por vestígios e realização de entrevistas. Já na Área de

Influência Indireta (AII) foi realizada a caracterização da mastofauna através de

levantamentos de dados secundários e neste caso foram incluídas menções sobre

os grupos dos quirópteros e pequenos mamíferos não voadores. Neste estudo,

foram considerados mamíferos de médio e grande porte todas as espécies cujos

adultos têm peso igual ou superior a um quilograma.

Destaca-se que devido à área amostral encontrar-se, em parte, em zona

fronteiriça entre Brasil e Paraguai foi necessário a escolta da Polícia Federal

durante dois dias de amostragem, visando garantir a segurança na coleta de

dados (Figura 178).

Figura 178. Cobertura vegetacional sobre transecção leste-oeste no Estado do Paraná. Fonte: Teixeira e Linsker, 2010.2. Cobertura vegetacional sobre transecção leste-oeste no Estado do Paraná. Fonte: Teixeira e Linsker, 2010.

A avaliação da presença da mastofauna nos habitats, bem como a sua

distribuição e ocorrência foram baseadas também em registros obtidos na

literatura (DEBLASE; MARTIN, 1981; Auricchio, 1995; Fonseca et al., 1996;

Emmons e Feer, 1990; Eisenberg e Redford, 1999; Reis et al., 2006 e Bonvicino

et al., 2008).

A lista elaborada das espécies seguiu o ordenamento taxonômico apresentado

por Wilson e Reeder (2005). As informações sobre espécies ameaçadas de

extinção e aspectos relacionados à conservação foram obtidas de Mikich e Bérnils

(2004) e IUCN (2009).

A seguir são descritas as metodologias que foram utilizadas para o diagnóstico

da mastofauna.

Page 259: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

259

Busca por Vestígios

Para obter informações sobre a mastofauna foi utilizado o método da observação

direta, onde ocorre a visualização casual do animal e da observação indireta

onde, buscam-se sinais típicos deixados pelos mamíferos, tais como pegadas,

fezes, tocas, rastros, restos alimentares e carcaças (Lange e Margarido, 1992).

Nos pontos amostrais foram realizados transectos de 200 m com a finalidade de

analisar a estrutura e composição deste grupo. A partir dos transectos foi

determinada a freqüência de ocorrência com que uma espécie foi registrada nos

habitats. Os transectos foram estabelecidos também, quando possível, próximos

a rios (ambiente aquático) com o propósito de eliminar as probabilidades de não

detecção de mamíferos semi-aquáticos.

A identificação dos vestígios encontrados baseou-se na comparação com os guias

de campo de Becker e Dalponte (1991), Mamede e Alho (2008), Pitman et al.

(2002) e Emmons e Feer (1990).

A partir dos dados levantados foram descritas estimativas de riqueza e

diversidade, abundância para a comunidade de mamíferos de médio e grande

porte. O esforço e eficiência amostral foi avaliado através do método da curva do

coletor, comparando-se o número de espécies acumuladas pelo período

amostral.

A abundância relativa das espécies foi calculada considerando a razão entre o

total de indivíduos de um táxon e o total de pontos amostrados. Uma vez

calculada a abundância relativa, estabeleceu-se o status de abundância dos

mamíferos de médio e grande porte, dentro das categorias incomum, comum e

abundante.

A diversidade (H’) e eqüitabilidade (J) das espécies foram calculadas pelo índice

de Shannon-Wiener, levando-se em conta todos os registros obtidos em cada

ponto amostrado. Para as análises foi utilizado o programa PAST 1.7 (Hammer et

al., 2001).

Entrevistas de Campo

No intuito de complementar as informações sobre a mastofauna local foram

realizadas entrevistas com os moradores nos pontos amostrais (Figuras 179 e

180). Para estas entrevistas foram utilizados livros ilustrados para identificação e

confirmação das espécies em caso de dúvida, e formulários (Anexo 2), contendo

informações, dentre outras, sobre a ocorrência da espécie no local, tipo de

registro, há quanto tempo foi registrada, número de indivíduos e tipo de

ambiente (Tabela 58).

Page 260: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

260

Figura 179. Confirmação da presença de espécies através de ilustrações científicas durante a realização de entrevistas. Ponto 3

Figura 180. Entrevista com morador local. Ponto 7.

Page 261: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

261

Tabela 53 Modelo do formulário para entrevistas.

EIA-RIMA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL BRASIL-PARAGUAI

QUESTIONÁRIO

Mastofauna

Nome do entrevistado:

Data: Nome do Local:

Município/Estado : Coordenadas:

Grupo taxônomico:

Entrevistador:

Valores Biológicos

( ) espécies ameaçadas de extinção

( ) espécies endêmicas

( ) espécies de valor econômico:

caça/comércio

( ) hábitats únicos

( ) espécies topo de cadeia

Espécies Tipo de registro

(visual, rastro,

vocalização)

Observação

( ) 1 a 6 meses

( ) 7 a 1,5 meses

( ) mais de 1,6 ano

No de

indivíduos

Ambiente

Fisionomia

( ) florestal

( ) arbustiva

( ) herbácea

( ) campo

( ) agricultura

OBS.

Tabela-resumo da Caracterização/descrição dos pontos de Amostragem da

fauna

Tabela 54. Caracterização dos pontos de amostragem da mastofauna.

Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação

Mastofauna 1 25°35’17,12”S –

54°35’28,95”W florestal e aquático

A vegetação se encontra em estágio

inicial de sucessão, apresentando

espécies pioneiras, tais como lianas e

gramíneas. Acima do fragmento,

encontra-se um campo remanescente de

antiga pastagem. Também encontram-

se estradas de acesso, residências e

Page 262: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

262

outras estruturas abandonadas.

Fotos 2-90 e 2-91.

2 25°35`22,99”S -

54°35`28,99”W

florestal e aquático Floresta em estágio de sucessão médio,

com árvores de porte mais alto na

barranca do rio, mas onde há solos um

pouco mais desenvolvidos.

Fotos 2-94 e 2-95

3

25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W florestal e aquático floresta no planalto basáltico com

árvores de porte alto, em estágio

avançado de sucessão.

Fotos 2-92 e 2-93

4

25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W florestal mata secundária, bem na borda da

encosta voltada para calha do rio

Iguaçu, onde encontram-se nascentes e

pequenos córregos.

Fotos 2-96 e 2-97

5

25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W florestal e não-florestal sucessão vegetacional em estágios

médio e avançado, próximo à encosta do

rio Iguaçu, contendo nascentes e

córregos encachoeirados. A mata

apresenta algumas árvores de porte e

muitos caminhos internos intensamente

utilizados, nas proximidades com a

fronteira da Argentina.

6 25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W florestal e aquático Área com árvores de maior porte.

Fotos 2-101 e 2-102

7

25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W florestal Floresta em estágio médio de sucessão

secundária. Trata-se de área de mata já

muito alterada, entremeada de roças e

pequenos sítios com casas.

Fotos 2-103 e 2-104

8 25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W não-florestal Área de cultivo agrícola

Fotos 2-105 e 2-106

9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W florestal e não-florestal Área de cultivo agrícola

Fotos 2-107 e 2-108

10

25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W florestal Área de cultivo agrícola

Fotos 2-109 e 2-110

Detalhamento do Esforço Amostral

Tabela 55. Detalhamento do esforço amostral.

Mastofauna 1

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia 06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo 08h00 às

12h00

Ao longo do

traçado -

Page 263: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

263

17h00 às

19h00

2

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

3

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

4

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

5

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

6

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

7 Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010 20 pontos

Page 264: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

264

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

8

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

9

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

10

Busca por vestígios

08h00 às

10h00

17h00 às

19h00

2 Transectos de

200 m, 2 vezes

por dia

06/06/2010 a

11/06/2010

20 pontos

Entrevistas de campo

08h00 às

12h00

17h00 às

19h00

Ao longo do

traçado -

Resultados e Discussão

Composição e Riqueza em Espécies

Foram identificadas 21 espécies, destas oito foram registradas através de busca

por vestígios e treze espécies somente por entrevistas, totalizando 106 registros,

sendo que a mastofauna associada aos ambientes amostrados está representada

por 11 famílias e 6 ordens (Tabela 61).

As ordens Carnivora e Rodentia apresentaram o maior número de espécies (8 e

5, respectivamente), seguidas pelas ordens Cingulata (3 espécies),

Didephimorphia (2 espécies), Lagomorpha (2 espécie) e Primates (1 espécie).

As espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas são comuns em

áreas de domínio da Mata Atlântica e a grande maioria está associada ao

ambiente florestal. Para a Mata Atlântica são registradas 250 espécies e 55

espécies endêmicas (Conservation International do Brasil et al., 2000; MMA,

2002; Fonseca et al., 1996). A presente listagem revelou que nos ambientes da

Page 265: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

265

área estudada ocorreram cerca de 27% das espécies de mamíferos de médio e

grande porte descritas para o bioma Mata Atlântica (sensu Fonseca et al., 1996).

De acordo com os estudos desenvolvidos por Emmons e Feer (1990), Eisemberg

e Redford (1999) e Reis et al. (2006) sobre a distribuição geográfica, os

mamíferos listados são esperados para a região.

As espécies registradas através de buscas por vestígios incluíram Didelphis aurita

(gambá, raposa), Dasypus novemcinctus (tatu-galinha), Euphractus sexcinctus

(tatu-peba, tatu-peludo), Cerdocyon thous (graxaim-do-mato, raposa), Procyon

cancrivorus (mão-pelada, raposa), Leopardus wiedii (gato-maracajá, jaguatirica),

Hidrochoerus hidrochaeris (capivara) e Myocastor coypus (ratão-do-banhado). Já

aquelas registradas através de entrevistas foram Didelphis albiventris (gambá,

raposa), Dasypus septemcinctus (tatu, tatu-mula), Cebus nigritus (macaco-

prego), Nasua nasua (quati), Eira Barbara (irara), Lontra longicaudis (lontra),

Galictis sp. (furão), Puma yagouaroundi (gato-mourisco, gato-cinza), Sphigurus

spinosus (ouriço-caheiro), Cavia aperea (preá, piriá), Dasyprocta azarae (cutia),

Sylvilagus brasiliensis (tapeti) e Lepus europaeus (lebre-européia) (Tabela 2-50).

Apesar de Cavia aperea (preá) não ser um mamífero de médio e grande porte,

pois seu peso é inferior a 1 kg, esta espécie foi incluída na relação devido às

menções feitas com relação a presença deste animal, citada várias vezes pelos

moradores locais.

Tabela 56. Lista taxonômica das espécies de mamíferos de médio e grande porte com destaque a forma de registro e a ocorrência nas áreas de influência. ADA – Área Diretamente Afetada; AID – Área de Influência Direta.

Taxa Nome Comum Forma de Registro

Área de Influência

ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE Subfamília Didelphinae Didelphis albiventris Lund, 1840 gambá, raposa entrevistas ADA e AID

Didelphis aurita (Wied-Neuwied, 1826)

gambá, raposa atropelado, entrevistas

ADA e AID

ORDEM CINGULATA FAMÍLIA DASYPODIDAE Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha tocas e

entrevistas ADA e AID

Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 tatu, tatu-mula entrevistas ADA e AID Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba, tatu-

peludo tocas e entrevistas

ADA e AID

ORDEM PRIMATES FAMÍLIA CEBIDAE Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) macaco-prego entrevistas ADA e AID ORDEM CARNIVORA

FAMÍLIA CANIDAE Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) graxaim-do-mato,

raposa pegadas, fezes e entrevistas

ADA e AID

FAMÍLIA PROCYONIDAE Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati entrevistas ADA e AID Procyon cancrivorus (G. [Baron] Cuvier,1798) mão-pelada,

raposa, cachorro-

do-mato

pegadas e

entrevistas

ADA e AID

Page 266: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

266

Taxa Nome Comum Forma de

Registro

Área de

Influência

FAMÍLIA MUSTELIDAE Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara entrevistas ADA e AID Galictis sp. furão entrevistas ADA e AID Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra entrevista

s

ADA e AID

FAMÍLIA FELIDAE Leopardus wiedii (Schinz, 1821) gato-maracajá,

jaguatirica

pegadas e entrevistas

ADA e AID

Puma yagouaroundi (É. Geoffory Saint-Hilare,

1803)

gato-mourisco,

gato-cinza

entrevista

s

ADA e AID

ORDEM RODENTIA FAMÍLIA ERETHIZONTIDAE Sphigurus spinosus ouriço-cacheiro entrevista

s

ADA e AID

FAMÍLIA CAVIIDAE Subfamília Caviinae

Cavia aperea Erxleben, 1777 preá, piriá entrevistas

ADA e AID

Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 cutia entrevistas

ADA e AID

Subfamília Hidrochoerinae Hidrochoerus hidrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara pegadas e

entrevista

s

ADA e AID

FAMÍLIA MYOCASTORIDAE Myocastor coypus (Molina, 1782) ratão-do-banhado pegadas,

fezes e entrevistas

ADA e AID

ORDEM LAGOMORPHA FAMÍLIA LEPORIDAE Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti entrevista

s ADA e AID

¹Lepus europaeus (Pallas, 1778) lebre-européia entrevistas

ADA e AID

Total Riqueza em Espécies = 21

¹ espécie exótica invasora

A abundância observada separou os mamíferos de médio e grande porte em três

categorias de status: incomuns, comuns e abundantes, segundo o número de

registros por táxon (Tabela 62).

Tabela 57. Categorias de status de abundância de mamíferos de médio e grande porte.

Número de Registros Status de Abundância

1 |—| 7 incomum

8 |—| 14 comum

15 |—| 21 abundante

As espécies incomuns estão representadas por dezessete espécies (cerca de 81%

do inventário), enquanto as categorias comum e abundante por três e uma

Page 267: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

267

espécie respectivamente. Entre as espécies mais registradas, destacam-se

Euphractus sexcinctus (tatu-peba) (abundante, 20%) e Cerdocyon thous

(cachorro-do-mato) (comum, 9%) (Tabela 63).

A ocorrência e a freqüência das espécies de mamíferos de médio e grande porte

ao longo dos dez pontos amostrais tiveram resultados diferenciados em relação à

abundância e divergem da seguinte forma: Dasypus novemcinctus (tatu-

galinha), Didelphis aurita (gambá) e Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) foram

as espécies com a maior freqüência de ocorrência nos pontos amostrais (todas

com 70% de freqüência de ocorrência), seguida pela espécie Euphractus

sexcinctus (tatu-peba) (60%), pelas espécies Leopardus wiedii (gato-maracajá),

Sphigurus vilosus (ouriço-cacheiro) e Procyon cancrivorus (mão-pelada) (50%),

pela espécie Eira barbara (irara) (40%), pelas espécies Lontra longicaudis

(lontra), Galictis sp. (furão), Dasyprocta azarae (cutia), Hidrochoerus

hidrochaeris (capivara) e Cebus nigritus (macaco-prego) (todas com 30% de

ocorrência), por Didelphis albiventris (gambá), Cavia aperea (preá), Myocastor

coypus (ratão-do-banhado) e Nasua nasua (quati) (todos com 20%) e finalmente

pelas espécies que totalizaram 10% da freqüência de ocorrência ao longo dos

dez pontos amostrais, entre elas, Dasypus septemcinctus (tatu), Puma

yagouaroundi (gato-mourisco) e Sylvilagus brasiliensis (tapeti).

Na Tabela 64 observa-se que o status de abundância do táxon não foi

exatamente proporcional a freqüência de ocorrência observada ao longo dos

fragmentos, por exemplo, Euphractus sexcinctus (tatu-peba) foi a espécie mais

abundante (abundância relativa = 21), porém não teve a maior freqüência de

ocorrência, pois se distribuiu em seis dos dez pontos amostrais (60%).

As amostragens realizadas abrangendo os ambientes florestal, não-florestal

(áreas de cultivo agrícola) e aquático (rios) nas áreas de influência do

empreendimento tiveram resultados distintos quanto aos registros das espécies

como era esperado (Figura 181). A utilização de diferentes ambientes (habitat)

pela mastofauna variou de acordo com o grau de associação das espécies em

relação ao habitat. Para o ambiente florestal foram registradas quinze espécies,

compondo 72% do total registrado (Didelphis aurita, Didelphis albiventris

Dasypus novemcinctus, Euphractus sexcinctus, Dasypus septemcinctus, Cebus

nigritus, Nasua nasua, Eira Barbara, Galictis sp., Puma yagouaroundi, Sphigurus

spinosus, Cavia aperea, Dasyprocta azarae, Sylvilagus brasiliensis e Lepus

europaeus), para o ambiente aquático três espécies semi-aquáticas, 14%

(Hidrochoerus hidrochaeris, Myocastor coypus e Lontra longicaudis), para o

ambiente não-florestal nenhuma espécie (0%) e três espécies (14%) utilizaram

tanto o ambiente florestal como o aquático (Procyon cancrivorus, Cerdocyon

thous e Leopardus wiedii), estas últimas são espécies que vivem em ambientes

florestais próximos de corpos hídricos, devido à dieta alimentar.

Page 268: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

268

Figura 181. Categorias de status de abundância de mamíferos de médio e grande porte.

Page 269: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

2-269

Tabela 58. Registros das espécies de mamíferos de médio e grande porte nos pontos amostrais, abundância relativa e status de abundância.

Táxon Nome comum P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10

Abundância

Relativa %

Status de

Abundância

Dasypus novemcinctus tatu-galinha 1 1 2 0 1 1 1 0 0 1 8 7% incomum

Dasypus septemcinctus tatu-mula 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1% incomum

Euphractus sexcinctus tatu-peba 0 0 3 3 4 5 5 0 1 0 21 20% abundante

Didelphis albiventris

gambá-de-orelha-

branca 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2 2% incomum

Didelphis aurita gambá-de-orelha-preta 1 2 1 0 0 1 0 1 1 1 8 7% incomum

Cerdocyon thous cachorro-do-mato 1 1 2 1 0 2 1 0 2 0 10 9% comum

Leopardus wiedii gato-maracajá 1 3 3 0 0 1 0 1 0 0 9 8% comum

Puma yagouaroundi gato-mourisco 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1% incomum

Eira barbara irara 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 4 4% incomum

Lontra longicaudis lontra 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 3 3% incomum

Galictis sp. furão 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 3 3% incomum

Dasyprocta azarae cutia 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 3 3% incomum

Sphigurus spinosus ouriço 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 5 5% incomum

Hidrochoerus hidrochaeris capivara 1 1 2 0 0 0 0 0 0 0 4 4% incomum

Cavia aperea preá 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2% incomum

Myocastor coypus ratão-do-banhado 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 4 4% incomum

Procyon cancrivorus mão-pelada 3 2 1 0 0 0 1 2 0 0 9 8% comum

Page 270: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

2-270

Táxon Nome comum P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10

Abundância

Relativa %

Status de

Abundância

Nasua nasua quati 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2% incomum

Cebus nigritus macaco-prego 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 3 3% incomum

Sylvilagus brasiliensis tapeti 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1% incomum

Lepus europaeus lebre 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 3 3% incomum

Total de registros 106

Total riqueza em

espécies 21

Total riqueza em espécies por pontos

amostrais 12 13 13 2 2 5 10 7 9 2

Page 271: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

2-271

Tabela 59. Abundância relativa, status de abundância e freqüência de ocorrência das espécies de mamíferos de médio e grande porte.

Táxon Nome comum

Abundância

Relativa %

Status de

Abundância Ocorrência/Pontos

Freqüência

de

Ocorrência

Dasypus novemcinctus tatu-galinha 8 7% incomum 7/10 70%

Dasypus septemcinctus tatu-mula 1 1% incomum 1/10 10%

Euphractus sexcinctus tatu-peba 21 20% abundante 6/10 60%

Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca 2 2% incomum 2/10 20%

Didelphis aurita gambá-de-orelha-preta 8 7% incomum 7/10 70%

Cerdocyon thous cachorro-do-mato 10 9% comum 7/10 70%

Leopardus wiedii gato-maracajá 9 8% comum 5/10 50%

Puma yagouaroundi gato-mourisco 1 1% incomum 1/10 10%

Eira barbara irara 4 4% incomum 4/10 40%

Lontra longicaudis lontra 3 3% incomum 3/10 30%

Galictis sp. furão 3 3% incomum 3/10 30%

Dasyprocta azarae cutia 3 3% incomum 3/10 30%

Sphigurus spinosus ouriço 5 5% incomum 5/10 50%

Hidrochoerus

hidrochaeris capivara 4 4% incomum 3/10 30%

Cavia aperea preá 2 2% incomum 2/10 20%

Myocastor coypus ratão-do-banhado 4 4% incomum 2/10 20%

Page 272: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

2-272

Táxon Nome comum

Abundância

Relativa %

Status de

Abundância Ocorrência/Pontos

Freqüência

de

Ocorrência

Procyon cancrivorus mão-pelada 9 8% comum 5/10 50%

Nasua nasua quati 2 2% incomum 2/10 20%

Cebus nigritus macaco-prego 3 3% incomum 3/10 30%

Sylvilagus brasiliensis tapeti 1 1% incomum 1/10 10%

Lepus europaeus lebre 3 3% incomum 3/10 30%

Page 273: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

273

Considerando-se a relação da distribuição de indivíduos entre as espécies

nos pontos amostrais, obteve-se que os pontos 4 e 5 apresentaram a

menor equitabilidade (J=0,81 e J=0,72) enquanto que o ponto10 a maior

(J=1). No caso das espécies com menor equitabilidade (J) o número de

espécimes foi de 4 e 5, respectivamente, com dominância D=0,63 e

D=0,68, as quais correspondem aos índices de maior dominância (D). Por

outro lado, o pontos 1, 2 e 3 apresentaram quase o mesmo número de

espécies (n=12; n=13 e n=13) e o menor índice de dominância (D=0,10;

0,9 e 0,10). Uma comunidade com maior diversidade terá uma menor

dominância e a equitabilidade será tanto maior quando a relação entre as

espécies e indivíduos variar pouco. Esta relação pode ser observada nos

pontos amostrais de maior diversidade, como indica o índice de Shannon

(H), que foram P1 (H=2,40), P2 (H=2,48) e P3 (H=2,46) e o de menor

diversidade o ponto 5 (H=0,50) (Tabela 2-54).

Tabela 60. Índice de diversidade (H), equitabilidade (J) e dominância (D).

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10

Espécies 12 13 13 2 2 5 10 7 9 2

Indivíduos 14 17 20 4 5 10 14 9 11 2

Dominância D 0,10 0,09 0,10 0,63 0,68 0,32 0,17 0,16 0,12 0,5

Shannon H 2,40 2,48 2,46 0,56 0,50 1,36 2,06 1,89 2,15 0,69

Equitabilidade

J 0,97 0,97 0,96 0,81 0,72 0,84 0,90 0,97 0,98 1

A baixa densidade local de muitas espécies de mamíferos e o tamanho das

suas áreas de vida, aliados ao hábito noturno, dificultam a realização de

estudos de determinação da composição, estrutura e dinâmica dessas

populações (Scoss et al., 2004). Na figura 182 observa-se que a curva de

suficiência amostral tendeu a estabilização a partir do segundo dia, mas

acabou não se estabilizando no período de amostragem, indicando que

novas espécies ainda devem ocorrer dentro das áreas de influência do

empreendimento.

Page 274: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

274

Figura 182. Curva de suficiência amostral para os mamíferos de médio e grande porte.

Embora o Parque Nacional do Iguaçu (PNI) se encontre um pouco afastado

do traçado previsto da Rodovia de Acesso à Ponte (implantação do

empreendimento), foi tomado como base alguns estudos realizados no PNI

no intuito de comparar a fauna inventariada na área do empreendimento

com a fauna regional. O Parque Nacional do Iguaçu com uma área de

185.262,5 hectares (Figura 183), um perímetro de 420 km, dos quais 300

km são limites naturais representados por cursos d’água, é sem dúvida o

maior remanescente contínuo do município de Foz do Iguaçu, e abriga,

dentro dos seus limites, os ecossistemas representativos da região, que

outrora se estendiam por todo o município, e senão a composição

mastofaunística original da região, pelo menos o maior percentual de táxons

que originariamente se distribuíam pelo município de Foz do Iguaçu.

Page 275: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

275

Figura 183. Parque Nacional do Iguaçu. Fonte: Teixeira e Linsker, 2010.

Os dados obtidos no presente diagnóstico se assemelham aos encontrados

por Crawshaw Júnior (1995), e, sobretudo, por Antonelli-Filho (1999) e por

Morone (2006), evidenciando a ampla distribuição das espécies (Tabela 2-

54). O estudo de Crawshaw Júnior (1995) menciona espécies mais

exigentes quanto ao tipo de habitat e que não foram mais registradas

posteriormente no PNI, tais como, Speothos venaticus (cachorro-vinagre),

Pteronura brasiliensis (ariranha), Tayassu pecari (queixada) e Mazama nana

(veado). A caça é uma prática muito comum na região e se constitui em

uma forte pressão de ameaça aos animais silvestres, dentro e fora do PNI.

Segundo Raphael Xavier (com. pess., 2010) dados muito preliminares e

iniciais dão conta de que pode existir uma baixa população de Panthera

onca (onça-pintada) no Parque Nacional do Iguaçu.

Com relação ao inventário realizado no contexto deste EIA, as espécies

supracitadas também não foram identificadas nos ambientes estudados.

Fato esperado visto que a região de abrangência do empreendimento

engloba áreas bastante alteradas devido ao processo de urbanização e a

prática da caça que foi constatada nas entrevistas realizadas junto aos

moradores locais. Atualmente a caça indiscriminada e sem qualquer

Page 276: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

276

controle é um grande obstáculo à conservação da fauna silvestre. Fatores

como valorização comercial da carne de caça e outros produtos e

subprodutos da fauna nos centros urbanos, maiores facilidades de acesso às

áreas florestadas, crescimento da densidade humana no entorno dessas

áreas, predominância da agricultura e queimadas, favorecem a

intensificação do uso da floresta e, conseqüentemente, contribuem para o

aumento da pressão da caça (Robinson e Bodmer, 1999).

Ao se observar imagens de satélite do município de Foz do Iguaçu, nota-se

que a ocupação humana eliminou ou descaracterizou quase que por

completo os ambientes regionais, restando poucos remanescentes

significativos para a fauna.

Tabela 61. Lista das espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas no presente diagnóstico e nos trabalhos de Crawshaw Júnior (1995), Antonelli-Filho (1999) e Morone (2006).

Taxa Nome Comum

Diagnóstico(2010)

Crawshaw Júnior (1995)

Antonelli-Filho

(1999)

Morone (2006)

Didelphis albiventris gambá, raposa

X X X Didelphis sp.

Didelphis aurita gambá, raposa

X X ---------- ----------

Dasypus novemcinctus

tatu-galinha X X X X

Dasypus

septemcinctus

tatu-mula X ---------- ---------- ----------

Euphractus sexcinctus tatu-peba X X ---------- ----------

Tamandua tetradactyla

tamanduá-mirim

--------- X ---------- X

Cebus nigritus macaco-prego X X X X

Alouatta fusca bugio, guariba --------- X X -----------

Cerdocyon thous graxaim-do-mato

X X X X

Speothos venaticus cachorro-vinagre

--------- X ---------- -----------

Nasua nasua quati X X X X

Procyon cancrivorus mão-pelada, raposa

X X X ---------

Eira barbara irara X X ---------- X

Galictis sp. furão X X ---------- X

Lontra longicaudis lontra X X X X

Pteronura brasiliensis ariranha --------- X ----------- ----------

Leopardus pardalis jaguatirica --------- X X X

Leopardus wiedii gato-maracajá X X ---------- ----------

Leopardus sp. gato-do-mato ---------- --------- ----------- X

Puma yagouaroundi gato-mourisco X X ---------- ---------

Puma concolor onça-parda ---------- X X X

Panthera onca onça-pintada ---------- X --------- ---------

Tapirus terrestris anta ---------- X X X

Pecari tajacu cateto ---------- X ---------- X

Tayassu pecari queixada ----------- X ---------- ----------

Mazama sp. veado ----------- X X X

Page 277: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

277

Taxa Nome

Comum

Diagnósti

co(2010)

Crawsha

w Júnior (1995)

Antonelli

-Filho (1999)

Morone

(2006)

Mazama americana veado-mateiro ---------- X X ---------

Mazama nana veado ---------- X --------- ---------

Sciurus aestuans esquilo, serelepe

---------- X --------- X

Sphigurus spinosus ouriço-cacheiro

X X --------- ---------

Cavia aperea preá, piriá X X X ---------

Dasyprocta azarae cutia X X X X

Cuniculus paca paca ---------- X ---------- X

Hidrochoerus hidrochaeris

capivara X X X X

Myocastor coypus ratão-do-banhado

X ---------- ---------- X

Sylvilagus brasiliensis tapeti X X X X

Lepus europaeus lebre-européia X ---------- ---------- ----------

Riqueza total 21 33 17 21

Segundo Pullian e Danielson (1991) quando o habitat sofre alteração

antrópica, a proporção de indivíduos de uma dada espécie pode ser

alterada, mas a distribuição e abundância dependerão da habilidade seletiva

das espécies em relação a esses habitats. Pequenos mamíferos e algumas

espécies que se beneficiam de ambientes alterados pelo homem, parecem

ser mais representativas quanto ao número de indivíduos, pois conseguem

sobreviver e adaptar-se, ao contrário de espécies da fauna que necessitam

de grandes áreas preservadas para sobreviver (Persson, 1993).

Se para algumas espécies existe o fator plasticidade para adaptar-se a um

novo ambiente, para muitas não há esta possibilidade, sendo a

fragmentação de ecossistemas uma das maiores ameaças à biodiversidade

(Fernandez, 1997).

A fragmentação traz para os remanescentes das populações, riscos como

diminuição de alimento, endocruzamento e diminuição da área de vida. No

que tange aos mamíferos, a fragmentação de florestas modifica

grandemente a sua diversidade e abundância, sendo que estas mudanças

ocorrem mais rapidamente em fragmentos pequenos do que em maiores

(Cosson et al., 1999).

Grandes predadores como, por exemplo, os felinos possuem baixas

densidades populacionais e demandam grandes áreas de vida, por isso

tendem a desaparecer, sendo geralmente substituídos por pequenos

predadores que tem hábitos generalistas (Laurance, 1994). Já as espécies

generalistas podem ter vantagem em hábitat de mosaico em paisagens de

agricultura, uma vez que são capazes de usar diferentes habitats e itens

alimentares (Gehring e Swihart, 2003).

Page 278: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

278

A composição da mastofauna regional deve variar de acordo com a área

analisada, uma vez que a oeste do traçado da Rodovia de Acesso à Ponte

encontram-se áreas onde o adensamento populacional é maior do que a

leste onde predominam áreas de agricultura e maior concentração de

fragmentos florestais.

A presença de ecossistemas florestais em paisagem de mosaico possibilita a

existência de espécies de pequenos mamíferos generalistas com ampla

distribuição geográfica e grande resiliência diante de impactos

antropogênicos. Dentre as espécies que podem ser registradas nestas

áreas, principalmente na Área de Influência Indireta, destacam-se os

morcegos, os marsupiais e os roedores.

Embora poucas espécies de morcegos se adaptem à vida nas cidades, os

insetívoros aéreos (Vespertiolinidae e Molossidae) correspondem a uma

porção significativa da comunidade de morcegos em ambientes urbanos.

Isto se deve a grande oferta de recursos como abrigos artificiais, insetos em

abundância atraídos pela iluminação artificial e de amplos espaços para

forrageamento. A oferta de alimento para morcegos frugívoros

(Phyllostomidae) também pode ser elevada em áreas urbanas, devido à

arborização urbana (Pulchério-Leite, 2008).

Espécies Ameaçadas de Extinção

No Estado do Paraná uma parcela significativa da riqueza da mastofauna se

encontra sob algum grau de ameaça. Isso em função da destruição e

redução dos ecossistemas, da caça e pesca predatória, do comércio ilegal

de espécimes, da poluição dos ecossistemas terrestres e aquáticos, da

introdução de espécies exóticas, da perda de fontes alimentares e do uso

indiscriminado de agroquímicos, entre outros fatores, que colocam em risco

não apenas a fauna, mas deterioram a qualidade de vida do homem, que

também depende de um ambiente saudável e equilibrado (Mikich e Bérnils,

2004).

Segundo Machado et al. (2005), em termos gerais, a maior ameaça aos

mamíferos é a destruição ou alteração do hábitat natural, especialmente da

Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga. Outras ameaças incluem a caça

predatória, desmatamento, poluição, desequilíbrio ecológico, perda da fonte

alimentar e o fogo. Nas áreas de influência do empreendimento alguns

destes fatores de ameaças foram verificados, tais como alteração do

hábitat, a caça, além da presença de animais domésticos (Figuras 184 e

185).

Page 279: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

279

Figura 184. Alteração do habitat. Ponto 3.

Figura 185. Presença de animais domésticos. Ponto 1.

Dentre as 21 espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas, três estão

ameaçadas no Estado (Mikich e Bérnils, 2004) e uma quase ameaçada mundialmente

(IUCN, 2009) (Tabela 67).

Tabela 62. Espécies da mastofauna ameaçadas de extinção identificadas nas áreas de amostragem.

Táxon Categoria de Ameaça Pontos Amostrais

Estadual* Mundial**

Leopardus wiedii VU NT P1, P2, P3, P6 e P8.

Lontra longicaudis VU DD P1, P2 e P9.

Sylvilagus brasiliensis VU LC P9

Dasypus septemcinctus DD LC P8

Puma yagouaroundi DD LC P7

LEGENDA

Acrônimos para as categorias de ameaça: VU – Vulnerável; NT – Quase Ameaçada; LC – De Menor Risco ou Não

Ameaçada; DD – Deficiente em Dados.

Page 280: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

280

*Segundo Mikich e Bérnils (2004). **Segundo IUCN (2009).

A seguir é descrita a caracterização das espécies de mamíferos de médio e grande

porte ameaçadas de extinção no Estado do Paraná identificadas nas áreas de

influência do empreendimento com notas sobre a história natural, ameaças e medidas

para a conservação extraídas de Mikich e Bérnils (2004).

Leopardus wiedii (Schinz, 1821) – gato-maracajá, jaguatirica

O gato-maracajá é um felino que varia de 90 a 120 cm e pode pesar de 3 a

9 kg (Figura 186). Esta espécie está associada a ambientes florestados,

utilizando inclusive os secundários. De hábito noturno, predominantemente

arborícola, apresenta adaptações a esse estrato. A fêmea tem um ou dois

filhotes, sem período do ano definido. Alimenta-se de pequenos vertebrados

arborícolas, principalmente de pássaros e roedores, consumindo também

artrópodes, gambás e frutas.

As ameaças a esta espécie estão representadas principalmente pela

destruição do habitat provocada pelo desmatamento, o comércio ilegal e a

caça.

Para a conservação desta espécie são necessárias medidas de proteção de

habitats, pesquisas envolvendo taxonomia, distribuição, biologia e ecologia,

monitoramento em ambientes naturais e conservação ex situ.

Figura 186. Leopardus wiedii (gato-maracajá). Foto de

Tadeu Gomes de Oliveira e Katia Cassaro, 1999.

Lontra longicaudis (Olfers, 1818) - lontra

A lontra tem cerca de 46 a 82 cm de corpo e pesa entre 3 e 4 kg (Figura

187). A cauda é longa e tem apenas a extremidade achatada, as pernas são

curtas e robustas e os pés são espalmados com dedos unidos por uma

membrana. Os machos são maiores do que as fêmeas. As lontras são

nadadoras ágeis e excelentes mergulhadoras. Freqüentam vários tipos de

ambientes aquáticos, tanto de água doce (rios, lagos, pequenos cursos

d’água) como de água salgada (baías, lagunas e enseadas). São animais

Page 281: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

281

predominantemente crepusculares e noturnos, vivendo solitários ou em

pares. Utilizam como abrigo tocas que escavam nos barrancos dos rios, ou

então fendas entre paredões rochosos nas margens da água. Alimentam-se

de peixes, crustáceos, pequenos mamíferos, aves e anfíbios. A fêmea dá a

luz de um a cinco filhotes.

As maiores ameaças a esta espécie são decorrentes da degradação dos

habitats, tais como desmatamento e destruição da mata ciliar, poluição da

água e alagamentos para formação de reservatórios. As lontras também são

perseguidas pelos prejuízos que podem causar às atividades de piscicultura.

A conservação desta espécie depende de medidas voltadas à proteção de

habitats, ao controle da qualidade da água, à recuperação de matas ciliares

e a pesquisas envolvendo sua distribuição, biologia e ecologia.

Figura 187. Lontra longicaudis (lontra). Foto de Flávio Silva, 1994

Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) - tapeti

O tapeti é semelhante à lebre-européia, porém de tamanho menor, orelhas

mais curtas e finas e cauda reduzida (Figura 188). Mede entre 35 e 40 cm

de comprimento, podendo pesar até 1,2 kg. Vivem em áreas próximas à

água, sendo encontrado em bordas de mata, campos e cerrados. É solitário

e noturno, passando o dia abrigado debaixo de troncos ou em ocos de

árvores. Nascem de dois a sete filhotes e a mesma fêmea pode ter quatro

ou cinco partos por ano. Alimenta-se de uma grande variedade de talos,

brotos e cascas de muitas espécies vegetais. Pode ocupar áreas de lavoura

pela disponibilidade de alimento, mas não existem dados sobre sua

capacidade de adaptação.

As principais ameaças à sobrevivência desta espécie são a destruição de

habitats e a caça, mas é possível que ela seja diretamente afetada pela

presença da espécie exótica lebre-européia (Lepus europaeus).

Page 282: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

282

As medidas de conservação recomendadas visam a proteção de habitats e a

realização de pesquisas abordando aspectos biológicos e ecológicos desta

espécie.

Figura 188. Sylvilagus brasiliensis (tapeti). Foto de Wilson Fernandes, 2008.

Espécies-chaves

Por serem espécies suscetíveis às modificações e simplificações dos

habitats, os mamíferos atuam como bioindicadores de áreas naturais e

servem como espécies-chave para a conservação dos ecossistemas

(Primack, 1995; August, 1983; Lacher e Alho, 2001).

De acordo com Paine (1996), as espécies-chave são aquelas que

desempenham funções chaves, com uma relação de dependência com

outras espécies, sendo importantes para monitorar a estrutura e dinâmica

do ecossistema.

Para Garay (2001) a espécie-chave contém uma maior quantidade de

informação sobre a sustentabilidade da biocenose, seja porque está

associada à manutenção do ecossistema, seja pela sua importância em

relação à sobrevida de outras espécies.

Os mamíferos têm um importante papel na manutenção e regeneração das

florestas tropicais, pois apresentam funções ecológicas essenciais e podem

ser considerados como espécies-chave na estruturação das comunidades

biológicas, através da predação, dispersão de sementes, polinização,

herbivoria e frugivoria (Cuarón, 2000).

Dentre a mastofauna, os carnívoros são importantes componentes

ecológicos dos ecossistemas, controlando as populações de suas presas,

influenciando os processos de dispersão de sementes e a diversidade de

comunidades (Terborgh, 1992). Ainda de acordo com o mesmo autor, os

grandes carnívoros têm um papel importante na regulação dos

ecossistemas, sendo considerados como espécies-chave por manter e

Page 283: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

283

restaurar a diversidade e a resiliência dos mesmos, e por isso, também

representam as espécies de maior importância para a conservação.

Segundo Soulé e Terborgh (1999), assegurando-se a manutenção das

populações de grandes carnívoros, protegem-se outras espécies de um

mesmo ecossistema.

Neste contexto, destacam-se os registros de dois felinos na área do

empreendimento, Leopardus wiedii (gato-maracajá, jaguatirica) e Puma

yagouaroundi (gato-mourisco).

Leopardus wiedii (gato-maracajá, jaguatirica) foi registrado em cinco dos

dez pontos amostrados. Já Puma yagouaroundi (gato-mourisco) foi

registrada somente no ponto 7.

Os resultados obtidos por Rinaldi (2010), que estudou a dieta de Leopardus

wiedii e Puma yagouaroundi no Planalto de Foz do Iguaçu, indicaram que a

dieta de L. wiedii apresentou registros de predação de espécies de médio

porte, como por exemplo, Cebus nigritus (macaco-prego), do carnívoro

Galictis cuja (furão), pequenos mamíferos com predominância de táxons

cursoriais e noturnos e aves. Segundo o autor, como Leopardus wiedii é

conhecida como uma espécie arborícola era esperada uma dieta constituída

predominantemente de espécies de presas de comportamento arbóreo. No

entanto, o consumo de espécies arborícolas por Leopardus wiedii foi menor

do que o consumo de espécies de hábito cursorial, fato que pode estar

relacionado à paisagem antropizada da área de estudo. Já a amplitude de

nicho alimentar de Puma yagouaroundi foi comparativamente menor que

Leopardus wiedii. Para esta espécie também houve predominância na dieta

alimentar de pequenos mamíferos de hábito cursorial e aves. A amplitude

de nicho alimentar pode variar conforme a menor ou maior disponibilidade

de recursos no ambiente. Rinaldi (2010) ainda registrou uma alta

freqüência de Mus musculus (camundongo) na dieta destes felinos, o que

pode indicar alta densidade desta espécie na paisagem antropizada.

Estas informações podem explicar a distribuição destes felinos na área do

empreendimento. Leopardus wiedii teve uma distribuição mais ampla do

que Puma yagouaroundi e parece estar mais adaptada aos ambientes na

região estudada. Segundo relatos de moradores locais Leopardus wiedii

caça as galinhas nas propriedades rurais, evidenciando a necessidade de

busca de recursos alimentares e também sofre a perseguição de cachorros

domésticos.

2 . 2 . 2 . 3 . A v i f a u n a

De acordo com Straube e Urban-Filho (2004), estimar o quanto se conhece

sobre a avifauna de uma determinada área ou região implica, dentre outras

ações, que se faça um levantamento do que já foi realizado em termos de

Page 284: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

284

pesquisa com as aves e do esforço amostral despendido. A falta de estudos

muitas vezes dificulta a determinação mais precisa da composição da

comunidade de aves, o que diretamente influencia na realização de

trabalhos que visem avaliar os impactos que venham a ser gerados às aves

pela implantação de uma determinada obra.

No caso da região de Foz do Iguaçu, essa é relativamente bem amostrada e

conhecida em relação à avifauna, mesmo que, as pesquisas ornitológicas

nessa região tenham se incrementado há poucos anos atrás. A gama de

dados que se tem sobre a composição avifaunística regional se deve

principalmente aos trabalhos realizados na área do Parque Nacional do

Iguaçu (lado brasileiro) e Parque Nacional do Iguazu (lado argentino). Essas

unidades de conservação preservam importantes remanescentes de Floresta

Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Mista no Oeste paranaense e

igualmente na Província de Missiones, Nordeste da Argentina,

possibilitando, a manutenção de elementos avifaunísticos autóctones em

face ao estado de conservação dessas unidades.

Além dos parques mencionados, também a construção da Usina Hidrelétrica

de Itaipu contribuiu para a geração de conhecimentos da avifauna regional,

tendo em vista que para compensar os impactos ambientais negativos

provocados com a formação da barragem, áreas no entorno do lago foram

adquiridas para a criação de refúgios biológicos em território brasileiro e

paraguaio. Assim como o Parque Nacional do Iguaçu, também os Refúgios

Biológicos da Itaipu atraíram a atenção de ornitólogos interessados em

pesquisar a avifauna desses espaços protegidos, resultando na elaboração

de listagens que possibilitaram maiores conhecimentos da composição

avifaunística regional.

Os trabalhos realizados nos referidos espaços protegidos servem de

referência para o presente estudo de impacto ambiental, possibilitando,

dessa forma, uma caracterização genérica da avifauna regional.

Os objetivos da realização do presente estudo consistiram no diagnóstico da

atual situação ambiental da área de influência do projeto e da

caracterização da avifauna de ocorrência para essa área. Com base nos

resultados obtidos pelo diagnóstico foram avaliados os impactos que

deverão ser gerados à avifauna e as medidas mitigadoras que deverão ser

tomadas para a minimização desses impactos.

Localização da Área do Projeto

A área de influência do projeto localiza-se no município de Foz do Iguaçu,

com extensão de aproximadamente 20 quilômetros entre a BR 277 e as

margens do rio Paraná, nas proximidades da confluência com o rio Iguaçu.

Page 285: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

285

Determinação das Áreas de Influência

A área de influência (área de estudo) foi definida como sendo a de

influência de impactos a serem gerados à avifauna. Essa área foi dividida

em três, conforme descrição a seguir.

Área Diretamente Afetada (ADA)

A área diretamente afetada compreende o espaço às margens do rio Paraná

onde será construída a nova ponte de ligação Brasil/Paraguai e o eixo da

rodovia de acesso até a mesma.

Área de Influência Direta (AID)

A área de influência direta para análise de impactos sobre a avifauna

abrange uma distância de 1000 metros no entorno da ponte e a mesma

distância linearmente ao logo do eixo da rodovia de acesso.

Área de Influência Indireta (AII)

Como área de influência indireta de impactos uma extensão de cinco 2,5

quilômetros a partir da área de influência direta no entorno da ponte e ao

longo do eixo da rodovia de acesso a ser construída. Considera-se essa

distância apenas para a área abrangida em território brasileiro.

Metodologia Aplicada

O presente diagnóstico da avifauna foi elaborado com base em duas etapas

de trabalhos, a saber: a primeira realizada em escritório e voltada à

definição de sítios de amostragens na área de influência e a busca de dados

secundários provenientes de revisão bibliográfica, e a segunda, por

campanha de campo para a coleta de dados primários in situ na área do

projeto.

Revisão Bibliográfica

A revisão bibliográfica teve por objetivo a busca de dados secundários de

trabalhos ligados à avifauna realizados na região de Foz do Iguaçu, dados

esses que subsidiaram a elaboração do diagnóstico e a analise dos impactos

que poderão ser gerados à avifauna. Dessa forma, foram realizadas

pesquisas em trabalhos da literatura referentes a relatórios técnicos e

publicações de resultados de estudos realizados na região.

Reconhecimento e Definição de Pontos de Amostragens

O reconhecimento da área de influência do projeto foi inicialmente realizado

em escritório através da análise de imagens de satélites. Posteriormente,

complementada durante a campanha de campo.

Durante o reconhecimento foram identificadas fácies ambientais da atual

paisagem da área nas quais foram definidos os pontos de amostragens para

Page 286: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

286

o estudo do meio biótico, onde se inclui a avifauna. Definiu-se um número

de 10 pontos de coleta de dados, sendo esses:

Tabela 63. Pontos de coleta da avifauna.

Ponto

amostral

Coordenadas

Ponto 1 25°35`17,12”S e 54°35`28,95”W

Ponto 2 25°35`22,99”S e 54°35`28,99”W

Ponto 3 25°35`21,25”S e 54°35`14,06”W

Ponto 4 25°35`13,19”S e 54°34`25,30”W

Ponto 5 25°35`04,90”S e 54°33`54,82”W

Ponto 6 25°34`13,93”S e 54º32`57,06”W

Ponto 7 25°33`44,04”S e 54°32`27,04”W

Ponto 8 25°32`05,16”S e 54°31`37,57”W

Ponto 9 25°30`54,70”S e 54°31`37,51”W

Ponto 10 25°30`13,98”S e 54°31`14,00”W

Diariamente dois pontos foram amostrados com duração de 4 horas de

trabalho de campo por ponto. Esses pontos abrangeram todos os

fragmentos florestais presentes na área de influência, além de áreas

abertas e sistemas aquáticos.

Obtenção de Dados Primários

Os dados primários (em campo) foram obtidos através do deslocamento por

entre os diferentes pontos de amostragens definidos. Diariamente dois

pontos foram amostrados com esforço de 4 horas de trabalho de campo por

ponto. Esses pontos abrangeram todos os fragmentos florestais presentes

na área de influência, além de áreas abertas e sistemas aquáticos.

Para a identificação das espécies foram empregadas duas técnicas

tradicionais de estudos avifaunísticos. A observação direta, com as aves

sendo identificadas por meio da plumagem e demais aspectos morfológicos

com auxilio de binóculos, e o reconhecimento auditivo onde a identificação

foi por meio das vocalizações emitidas pelas diferentes espécies de aves

que ocorrem na área de influência.

Compilação de Dados e Elaboração de Listagens de Espécies

A compilação dos dados primários e secundários gerou a elaboração de

listagem de espécies de avifauna de maior probabilidade de ocorrência para

a área de estudo (Anexo 2). Com base nessa listagem e a distribuição das

espécies nas diferentes áreas de influência do projeto, fez-se a análise dos

Page 287: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

287

impactos ambientais a serem gerados para a avifauna e a indicação de

medidas de mitigação.

Tabela -resumo da Caracterização/descrição dos pontos de amostragem

da fauna

Tabela 64. Caracterização dos ponos de amostragem da avifauna.

Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação

Avifauna

1 25°35’17,12”S –

54°35’28,95”W Semi-florestal

Fotos 2-90 e 2-91

2 25°35`22,99”S -

54°35`28,99”W Semi-florestal

Fotos 2-94 e 2-95

3 25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W Florestal

floresta no planalto basáltico com

árvores de porte alto, em estágio

avançado de sucessão.

Fotos 2-92 e 2-93

4 25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W Florestal

mata secundária, bem na borda da

encosta voltada para calha do rio

Iguaçu, onde encontram-se nascentes e

pequenos córregos.

Fotos 2-94 e 2-95

5 25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W Florestal

sucessão vegetacional em estágios

médio e avançado, próximo à encosta do

rio Iguaçu, contendo nascentes e

córregos encachoeirados. A mata

apresenta algumas árvores de porte e

muitos caminhos internos intensamente

utilizados, nas proximidades com a

fronteira da Argentina.

Fotos 2-96 e 2-97

6 25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W Florestal Área com árvores de maior porte.

Fotos 2-101 e 2-102

7 25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W Florestal

Floresta em estágio médio de sucessão

secundária. Trata-se de área de mata já

muito alterada, entremeada de roças e

pequenos sítios com casas.

Fotos 2-103 e 2-104

8 25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos

plantios de soja ou de campos cobertos

por capim

Fotos 2-105 e 2-106

9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos

plantios de soja ou de campos cobertos

por capim

Fotos 2-107 e 2-108

10 25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W

Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos /

/ambiente urbano

plantios de soja ou de campos cobertos

por capim ou com área urbana

localizada.

Fotos 2-109 e 2-110

Page 288: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

288

Detalhamento do Esforço Amostral

Tabela 65. Esforço amostral da avifauna.

Avifauna

1 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

2 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

3 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

4 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

5 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

6 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

7 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

8 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

9 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

10 Observação direta e

reconhecimento

auditivo

05h30 às

07h30

04h30 às

18h30

2 pontos/dia/4

horas = 8 h/dia

06/06/2010 a

10/06/2010

40 horas

Resultados

A Ornitologia na Região de Foz do Iguaçu

Page 289: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

289

De acordo com a revisão da literatura realizada para a obtenção de dados

secundários, constatou-se que os estudos com as aves na região de Foz do

Iguaçu tiveram maior intensidade nos últimos vinte anos. Em tempos

anteriores, os trabalhos foram mais escassos, com poucas citações na

literatura. O estudo pioneiro que se tem informação em território brasileiro

na região é o referente à expedição polonesa promovida pelo Museu de

História Natural de Varsóvia, a qual foi realizada entre os anos de 1921 e

1924 e coordenada pelos naturalistas Tadeusz Chrostowski e Tadeusz

Jaczewski (Straube; Urben-Filho, 2004). Essa expedição que percorreu toda

a porção Sul e Sudoeste do Paraná culminou com diversas coletas de

material ornitológico, incluindo a área que atualmente faz parte dos limites

do Parque Nacional do Iguaçu, resultando na primeira publicação da

avifauna da região (Sztolcman, 1926). Posteriormente na década de 1930,

Emil Kaempfer, naturalista alemão a serviço do Museu Americano de

História Natural visitou a região em curto período de tempo, coletando

material em toda a porção Oeste do Paraná e em parte do território

paraguaio. Infelizmente, apenas pequena parcela dos dados obtidos por

Kaempfer foi posteriormente publicada (Naumburg, 1935, 1937 e 1940), o

que pouco contribui para a ornitologia regional. Mais de uma década depois,

a região foi visitada por João Moojen de Oliveira, que a serviço do Museu

Nacional do Rio de Janeiro coletou material farto que atualmente se

encontra tombado no referido museu. Em 1948 o naturalista Andréas Mayer

trabalhando no Museu Paranaense também realizou coletas da área por

quase dois anos, com o material coletado catalogado no Museu de História

Natural Capão da Imbuia de Curitiba (Straube; Urben-Filho, 2004).

Após um período de estagnação, os estudos tiveram reinício nos anos de

1980 e 1990, culminando com a elaboração de listas preliminares da

avifauna do parque, citando o realizado pelo Clube de Observadores de

Aves do Paraná - COA-PR (Scherer-Neto et al. 1991) e os de Mähler-Jr.

(1993 e 1995), que resultaram em listagens preliminares que

posteriormente foram incrementadas com outros estudos. Em anos mais

recentes destaca-se o trabalho de Straube et al. (2004), realizado entre os

anos de 2001 e 2003, o qual resultou em publicação que pode ser

considerada como a que melhor reflete a composição da avifauna do

parque, levando em conta que as amostragens foram sazonais e realizadas

em diferentes pontos do parque, além de contemplar ambientes

diferenciados ali encontrados.

Para a área do Parque Nacional do Iguazu (lado argentino) e em outras

partes da província de Missiones, a literatura contém vários trabalhos que

foram realizados (Partridge, 1961; Seibene et al., 1993; Chebez, 1995;

Protomastro, 2001 e Krauczuk e Baldo, 2004), autores citados por Straube

et al. (2004). Esses trabalhos geraram importantes publicações referentes à

composição da avifauna da região do nordeste da Argentina, resultados

Page 290: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

290

esses que, em razão da proximidade de Foz do Iguaçu, podem ser

extrapolados para esse município e região.

De acordo com Straube et al. (2004) a diversidade avifaunística existente

no Parque Nacional do Iguaçu é de 335 espécies, correspondendo a

aproximadamente 52% das espécies registradas em campo no Estado do

Paraná (Scherer-Neto e Straube, 1995). Segundo Antonelli-Filho (1999), a

avifauna do parque se caracteriza basicamente como de ocorrência sub-

tropical, havendo, no entanto, também a presença de elementos andino-

patagônicos que se deslocam sazonalmente ao mesmo. Muitas das espécies

registradas para a unidade de conservação em questão são consideradas

como especialistas de ambientes florestais, ou seja, somente habitando

esse ambiente (Sick, 1997). Outras apresentam hábitos generalistas, ou

seja, além da vegetação florestal do parque, também habitam áreas abertas

e de vegetação secundária em estágios iniciais. Dentre as espécies

consideradas ameaçadas de acordo com MMA (2003) destacam-se

Tigrisoma fasciatum (socó-boi-escuro), Harpyhaliaetus coronatus (águia-

cinzenta) e Pipile jacutinga (jacutinga), todas registradas por Straube et al.

(2004).

Fora dos limites da área do Parque Nacional do Iguaçu são destacados os

trabalhos realizados nos Refúgios Biológicos da Itaipu Binacional. Do lado

brasileiro atenção especial ao estudo desenvolvido pela Sociedade de

Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS durante todo o

ano de 1991 na área do Refúgio Biológico Bela Vista, trabalho que resultou

num inventário sistemático da avifauna do referido refúgio (SPVS, 1993).

De acordo com SPVS (1993), foram listadas para o Refúgio Biológico Bela

Vista 280 espécies. Mais da metade dessas espécies pertencem à ordem

Passeriformes, das quais, cerca de 52% encontram-se inclusas na sub-

ordem sub-Oscines a qual tem origem filogenética no Velho Mundo e

ocupam especialmente áreas com fitofisionomia modificada.

Riqueza Específica da Avifauna da Área de Influência do Projeto

No estado do Paraná segundo Scherer-Neto e Straube (1995), são

encontradas em torno de 750 espécies de aves, correspondendo a

aproximadamente 47% de todas as espécies catalogadas para o território

brasileiro. Segundo os referidos autores, a grande diversidade de espécies

que ocorrem no território paranaense está ligada à diversidade ambiental

do Estado, constituídos por formações fitoecológicas diversas e pela

variedade de ambientes aquáticos que servem de local de abrigo,

reprodução e alimentação para as aves silvestres.

Para a área de influência do projeto, os resultados obtidos com os

trabalhados efetuados em campo e de revisão bilbiográfica possibilitam

estimar a presença de um número de espécies de aves que varia entre 200

Page 291: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

291

a 230, representando aproximadamente 30% da avifauna encontrada no

estado do Paraná de acordo com Scherer-Neto e Straube (1995). Embora

bastante alterada, a área mantém uma variedade até considerável de

espécies, sendo, no entanto, predominantes espécies de hábitos

generalistas e sinantrópicos que vivem em áreas alteradas.

Ao se analisar o atual estado de conservação da área de influência do

projeto, pode-se afirmar que a mesma é paisagisticamente similar a muitas

outras da região que tiveram seus ambientes primitivos severamente

alterados pela ação antrópica, resultando numa diminuição da diversidade

de espécies da avifauna autóctone. As alterações do ambiente primitivo

provocaram o desaparecimento de espécies de famílias tipicamente

florestais como Formicariidae, Thamnophilidae, Pipridae e Cotingidae dentre

outras, famílias compostas de várias espécies que têm dependência direta

para com ambientes florestais primários ou pouco alterados. Na atualidade,

o mosaico de ambientes da área propicia de forma predominante a

presença de espécies de ambientes abertos, como representantes das

famílias Columbidade, Emberizidae e Icteriidae, e de formações

vegetacionais em estágio inicial e médio de sucessão secundária (famílias

Furnariidae e Turdidae). Além dessas, espécies perfeitamente adaptadas a

ambientes urbanos. Nos poucos fragmentos florestais de vegetação mais

avançada ainda presentes ocorrem, além de generalistas, também espécies

tipicamente florestais, caso de elementos das famílias Picidae (pica-paus),

Dendrocolaptidae (arapaçus) e Thraupidae (sanhaços, gaturamos e saíras).

Dentre as famílias de aves identificadas para a área, a Tyrannidae (papa-

moscas) é a mais representativa, tanto pelo fato de apresentar maior

número de espécies dentre as diferentes famílias de aves, assim como,

pelas espécies dessa família terem em sua maioria hábito alimentar

insetívoro e frugívoro, alimentos abundantes mesmo em áreas alteradas

como a em questão. Outras famílias com grande número de espécies são

Columbidade (pombas) e Emberizidae (papa-sementes) que se alimentam

basicamente de grãos de cereais e de sementes de gramíneas, alimento

muito abundante na área.

Ambientes e Avifauna Associada

A comunidade avifaunística da área de influência do projeto distribui-se nas

diferentes fácies ambientes presentes de acordo com a preferência

ambiental das espécies.

Como toda a paisagem regional, a área do projeto encontra-se bastante

alterada pelas atividades agrícolas e pastoris, predominando áreas abertas

(campos) com avifauna característica desses ambientes, e, em pequenos

Page 292: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

292

trechos, espaços com vegetação arbórea em diferentes estágios de

sucessão secundária.

- Ambientes Florestais

Esse ambiente (Figura 189) é pouco representativo na área de influência do

projeto, sendo amostrado apenas nos pontos 3; 4; 5; 6 e 7, dentro da área

diretamente afetada (ADA) e na área de influência direta (AID). O ambiente

florestal compõe-se de vegetação arbórea em estágio mais avançado de

crescimento de Floresta Estacional Semidecidual Montana e Floresta

Estacional Semidecidual Aluvial (IBGE, 1992). Essa formação fitoecológica

que outrora compunha a matriz vegetacional da região foi intensamente

suprimida ao longo da área de influência, restando atualmente apenas

fragmentos esparsos e muitas vezes sem conectividade entre si. O maior

fragmento encontra-se às margens do rio Iguaçu, no trecho de sua foz com

o rio Paraná até a ponte que liga o Brasil à Argentina. Estruturalmente, os

fragmentos florestais constituem-se de florestas secundárias com vegetação

arbórea de portes diferenciados, contendo, em alguns casos, indivíduos

arbóreos remanescentes da floresta primitiva.

Pelo tamanho, estado de conservação e isolamento dos fragmentos, é de se

esperar que várias espécies de aves habitantes dessas formações e

dependentes de condições ecológicas primitivas tenham desaparecido,

predominando nos dias atuais espécies de hábitos mais generalistas que

habitam tanto as florestas como áreas abertas ou semi-florestais. No

entanto, mesmo com o empobrecimento específico ocorrido, os registros

realizados em campo somados aos dados obtidos pela revisão bibliográfica,

caracterizam esse ambiente como mantenedor de boa parcela das espécies

atualmente habitando a área de influência.

Dentre as espécies tipicamente florestais e de hábitos terrícolas que

ocorrem no ambiente em questão são exemplos: Crypturellus obsoletus

(inhambu-guaçu) e Chamaeza campanisona (tovaca-campainha). No estrato

inferior que vai do solo a uma altura de até 5 metros, Geotrigon Montana

(pariri) Baryphthengus ruficapillus (juruva), Turdus leucomelas (sabia-

branco) e Turdus albicollis (sabiá-coleira). No estrato médio, com altura

entre 5 e dez metros de altura, Trogon surucura (surucuá-de-barriga-

vermelha), Dryocopus lineatus (pica-pau-de-banda-larga) e Dendrocolaptes

platyrostris (arapaçu-grande). No dossel (estrato emergente), Pteroglossus

castanotis (araçari-castanho), Megarhynchus pitangua (neinei),

herpsylochmus rufimarginatus (chororozinho), Tityra cayna (anambezinho-

de-bochecha-vermelha), e Pyrrhura frontalis (tiriva), dentre outras.

Na Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (às margens do rio Iguaçu)

foram observadas espécies que habitam a vegetação ribeirinha e que tem

dependência do meio aquático para alimentação, caso de Megaceryle

Page 293: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

293

torquata (martim-pescador-grande) Chloroceryle amazona (martim-

pescador-verde) e C. americana (martim-pescador-pequeno) que se

alimentam basicamente de pequenos peixes, além de Nycticorax (socó-

dorminhoco) e Butorides striatus (socozinho).

Em áreas de transição entre as florestas e campos foram registradas

espécies generalistas, que tanto ocupam a borda da vegetação arbórea,

como os espaços abertos tomados por soja e demais culturas anuais, assim

como, de campos de pastagens. Exemplos de espécies que habitam essas

transições são: Guira guira (anu-branco) e Crotophaga ani (anu-preto),

Zonotrichia capensis (tico-tico) e Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira).

Figura 189. Remanescente florestal encontrado na área de influência do projeto

- Ambientes Semi-Florestais

Caracterizados botanicamente como capoeiras e capoeirinhas, compõe-se

de vegetação arbustiva e arbórea com idade entre 5 e 20 anos. Geralmente

a vegetação é densa (Figura 190), originando um microclima sombreado e

úmido. São pouco expressivas na área de influência, compondo-se, na

maioria das vezes, de pequenas manchas isoladas ou contíguas aos

fragmentos florestais mais avançados. Esse ambiente foi amostrado nos

pontos 1; 2; 6 e 9.

Como exemplos de espécies registradas em campo e por meio da literatura

para esse ambiente são citadas: Rupornis magnirostris (gavião-carijó),

Milvago chimachima (carapateiro), Leptotila rufaxila (juriti-gemedeira), L.

verreauxi (juriti-pupu), Piaya cayana (alma-de-gato), Phaetornis pretrei

(rabo-branco), Eupetonema macroura (tesourão), Sittasomus griseicapillus

(arapaçu-verde), Myiarchus swainsonii (irrê), Contopus cinereus (papa-

moscas-cinzento), Ciclarhrys gujanensis (gente-de-fora-vem), Tangara

cayana (sanhaço-de-cara-suja), Trichothraupis melanops (tié-de-topete),

Dysithamnus mentalis (choquinha-lisa), Myiodynastes maculatus (bem-te-

Page 294: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

294

vi-rajado), Tolmomyias sulphurescens (bico-chato), Hemithraupis guira

(saí-de-papo-preto), Dacnis cayana (saí-azul) e Icterus cayennensis

(encontro).

Figura 190. Aspecto de ambiente semi-florestal (capoeira) na área de influência

- Ambientes Abertos - Campos Antrópicos

Esse ambiente é o mais representativo em toda a área de influência do

projeto em face da intensa ação antrópica registrada. Na maioria das vezes

compõe-se de plantios de soja ou de campos cobertos por capim (Figura

191). As amostragens de aves nesse ambiente ocorreram nos pontos 1; 3;

8 e 9.

Habitantes desse ambiente na área constituem-se de espécies de aves que

apresentam alto grau de sinantropia e que facilmente se adaptam a

alterações ambientais antrópicas. Dentre uma relação de espécies

registradas para esse ambiente, são exemplos: Syrigma sibilatrix (maria-

faceira), Theristicus caudatus (curicaca), Buteo albicaudatus (gavião-do-

campo), Elanus leucurus (gavião-peneira), Falco sparverius (quiri-quiri),

Carcará plancus (carcará), Vanellus chilensis (quero-quero), Zenaida

auriculata (avoante), Columbina squamata (fogo-apagou) Athene

cunicularia (coruja-burraqueira), Colaptes campestris (pica-pau-do-campo),

Satrapa icterophrys (siriri-de-sobrancelhas), Tyranus melancholicus (siriri),

Tyranus savana (tesourinha), Knipolegus lophotes (maria-preta-cavaleira),

Xolmis cinerea (pombinha-das-almas), Mimus saturninus (sabiá-do-campo),

Sicalis flaveola (canário-da-terra), Zonotrichia capensis (tico-tico) e

Molothrus bonariensis (vira-bosta).

Assim como aconteceu em outras regiões do Paraná, principalmente no

Norte e Nordeste do Estado, a propagação das áreas abertas com

conseqüente uso do solo para agricultura, contribui significativamente para

Page 295: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

295

o aumento populacional de certas espécies granívoras e onívoras, como

Patagioenas Picazurro (asa-branca) Zenaida auriculata (avoante) e

Columbina talpacoti (rolinha-paruru) que hoje formam densos bandos que

se deslocam a essas áreas em busca de alimento.

Figura 191. Campos de pastagens encontrados na área de influência do projeto

- Ambientes Aquáticos

Correspondem às superfícies líquidas presentes na área de influência,

representados por sistemas hídricos de regime lótico (rios Paraná e Iguaçu

e outros de menor porte) e de regime lênticos (águas paradas de pequenos

açudes) (Figura 192). A amostragem da avifauna aquática foi nos pontos 1;

2; 3 e 9.

São habitados por espécies de aves especializadas na busca de alimento em

lâminas de água profundas, caso das espécies Phalacrocorax brasilianus

(biguá) e Anhinga anhinga (biguá-tinga) e de águas rasas citando Egretta

thula (garça-branca-pequena), Butorides striatus (socozinho), Amazonetta

brasiliensis (marreca-ananaí), Jacana jacana (jaçanã) e Gallinula chloropus

(frango-d’água).

Page 296: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

296

Figura 192. Ambiente aquático na área de influência do projeto

- Ambientes Semi-Aquáticos

Compõem os ambientes semi-aquáticos áreas encharcadas (banhados) que

podem ora se encontrar com maior quantidade de água, ora com menor

dependendo do período do ano e do regime das chuvas, e de vegetação

ribeirinho a cursos de água (Figura 193). A avifauna que habita esse

ambiente foi amostrada nos pontos 1, 5 e 9.

Nesse ambiente foram registradas dentre outras espécies, Pardirallus

nigricans (saracura-sanã), Aramides saracura (saracura), Tigrisoma

lineatum (socó-boi) e Rosthramus sociabilis (gavião-caramujeiro).

Figura 193. Aspecto de ambiente semi-aquático

Page 297: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

297

- Ambiente Urbano

O ambiente urbano na área é representado pela expansão de habitações

humanas da cidade de Foz do Iguaçu. Esse ambiente foi amostrado no

ponto 8.

Poucas foram as espécies registradas, citando dentre outras: Coragyps

atratus (urubu-comum), Furnarius rufus (joão-de-barro), Pitangus

sulphuratus (bem-te-vi), Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) e Troglodytes

aedon (curruíra).

Espécies Relevantes à Conservação

De acordo com a literatura que trata da ornitologia da região de Foz do

Iguaçu, existem diferentes espécies para essa região consideradas de

interesse à conservação devido ao status das mesmas em relação à ameaça

de extinção. Essas espécies estão, no entanto, restritas às grandes

extensões de florestas que compõe as unidades de conservação federais do

Brasil e da Argentina, e nos refúgios biológicos da Itaipu Binacional.

Para a área de influência do projeto não foi identificada nenhuma espécie

em estado mais crítico, devido principalmente à intensa descaracterização

da área que faz com que praticamente todas as espécies registradas sejam

comuns e com populações mais densas.

Phalacrocorax brasilianus (biguá) Fonte: internet

Coryphospingus cuculatus (tico-tico-rei) Fonte: do autor

Page 298: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

298

Cissops leverianus (tiêtinga) - fêmea Fonte: internet

Crotophaga ani (anu-preto) Fonte: internet

Schiffornis viresces (flautim) Fonte: do autor

Dendrocolaptes platyrostris (arapaçu-grande) Fonte: do autor

Euphonia chlorotica (fim-fim) Fonte: do autor

Melanerpes flavifrons (Benedito-de-testa-amarela) Fonte: internet

Page 299: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

299

Platyrhynchus mystaceus (patinho) Fonte: do autor

Elanus leucurus (gavião-peneira) Fonte: internet

Lathrotriccus euleri (enferujado) Fonte: do autor

Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) Fonte: internet

Milvago chimachima (carrapateiro) Fonte: internet

Baryphthengus ruficapillus (juruva) Fonte: internet

Page 300: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

300

Tersina viridis (saí-andorinha) Fonte: internet

Pitangus sulphuratus (bem-te-vi) Fonte: internet

Carcara plancus (carcará) Fonte: internet

Vanelus chilensis (quero-quero) Fonte: internet

Ardea Alba (garça-branca-grande) Fonte: internet

Buteo albicaudatus (gavião-de-cauda- branca)

Fonte: internet

Page 301: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

301

Chiroxiphia caudata (tangará-dançador) Fonte: internet

Tachyphonus coronatus (tiê-preto) Fonte: internet

Sicalis flaveola (canário-da-terra) Fonte: internet

Zonotrichia capensis (tico-tico) Fonte: internet

Figura 194. Imagens de espécies de ocorrência para a área de influência do projeto.

2 . 2 . 2 . 4 . H e r p e t o f a u n a

Atualmente o Brasil é o segundo país em diversidade de répteis com 721

espécies o país com maior a diversidade de anfíbios do mundo com 875

espécies, das quais 847 são da ordem anura e o (SBH, 2010). Entretanto, o

conhecimento sobre informações taxonômicas, biologia e ecologia da

maioria das espécies ainda são incipientes, principalmente quando nos

referimos aos planaltos interioranos (HADDAD, 1998). Devido ao potencial

como indicadores de qualidade ambiental, o presente estudo teve como

objetivo avaliar a composição da herpetofauna na área de influência direta e

indireta do empreendimento, fornecendo subsídios para a avaliação dos

possíveis impactos ambientais e suas respectivas medidas mitigadoras.

Caracterização Regional

Se tratando da caracterização da herpetofauna regional é esperado a

provável ocorrência de 42 espécies de serpentes, 42 de anuros, oito

lagartos, quatro anfisbenas, três de quelônios, uma de jacaré (Tabelas 72 e

73).

Page 302: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

302

Tabela 66. Espécies de répteis com provável ocorrência em caráter regional.

Taxa Nome vulgar

ORDEM CROCODYLIA

Família Alligatoridae

Caiman latirostris jacaré-de-papo-amarelo

ORDEM TESTUDINES

Família Chelidae

Hydromedusa tectifera cágado-pescoço-de-cobra

Mesoclemmys vanderhaegei cágado

Phrynops williamsi cágado

ORDEM SQUAMATA

Família Anguidae

Ophiodes sp. cobra-de-vidro

Família Gekkonidae

Hemidactylus mabouia lagartixa-de-parede

Família Gymnophthalmidae

Cercosaura schreibersii lagartixa

Família Leiosauridae

Anisolepis grilli calango

Família Scincidae

Mabuya frenata calango

Família Tropiduridae

Tropidurus torquatus calango

Família Teiidae

Ameiva ameiva Lagarto-verde

Tupinambis merianae teiú

Família Amphisbaenidae

Amphisbaena trachura cobra-cega

Amphisbaena mertensii cobra-cega

Amphisbaena microcephalum cobra-cega

Amphisbaema prunicolor cobra-cega

Família Anomalepididae

Liotyphlops beui cobra-cega

Família Boidae

Epicrates crassus Cobra-salamanta

Eunectes murinus sucuri

Eunectes notaeus sucuri-amarela

Família Viperidae

Bothropoides jararaca jararaca

Bothrops jararacussu jararacuçu

Bothrops moojeni jararaca

Bothropoides neuwiedi jararaca-pintada

Caudisona durissa cascavel

Família Elapidae

Micrurus corallinus coral verdadeira

Família Colubridae

Chironius bicarinatus cobra-cipó

Chironius exoletus cobra-cipó

Chironius laevicollis cobra-cipó

Leptophis ahaetulla cobra-cipó

Mastigodryas bifossatus jararacuçu-do-brejo

Spilotes pullatus caninana

Família Dipsadidae

Page 303: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

303

Taxa Nome vulgar

Atractus paraguayensis cobra-da-terra

Clelia plúmbea muçurana

Dipsas indica dormideira

Echinanthera cyanopleura cobra

Erythrolamprus aesculapii Coral-falsa

Helicops infrataeniatus. cobra-d'água

Hydrodynastes gigas sucuri

Imantodes cenchoa dormideira

Leptodeira annulata dormideira

Liophis miliaris cobrad'água

Liophis frenatus cobra lisa

Liophis poecilogyrus cobra-lisa

Liophis reginae cobra-lisa

Oxyrhopus clathratus coral-falsa

Oxyrhopus guibei coral-falsa

Oxyrhopus petola coral-falsa

Philodryas aestivus cobra-verde

Philodryas olfersii cobra-verde

Pseudoboa haasi muçurana

Sibynomorphus mikanii dormideira

Sibynomorphus ventrimaculatus dormideira

Thamnodynastes hypoconia cobra-espada

Thamnodynastes strigatus cobra-espada

Tomodon dorsatus cobra-espada

Xenodon merremii boipeva

Xenodon neuwiedii jararaca-falsa

Tabela 67. Espécies de anuros com provável ocorrência em caráter regional

Taxa Nome vulgar

ORDEM ANURA

Família Bufonidae

Rhinella ictérica sapo

Rhinella henseli sapo

Rhinella schneideri sapo

Melanophryniscus tumifrons sapinho-de-barriga-

vermelha

Família Centrolinidae

Vitreorana uranoscopa perereca-de-vidro

Família Cyclorhamphidae

Limnomedusa macroglossa rã-das-corredeiras

Odontophrynus americanus sapinho

Page 304: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

304

Taxa Nome vulgar

Proceratophrys avelinoi sapinho

Proceratophrys bigibbosa sapinho

Família Hylodidae

Crossodactylus schmidti ranzinha-da-água

Família Hylidae

Aplastodiscus perviridis Perereca-verde

Dendropsophus minutus perereca-pequena

Dendropsophus nanus perereca-anã

Dendropsophus sanborni perereca

Hypsiboas albopunctatus perereca-de-pontos-

brancos

Hypsiboas caingua Perereca-rajada

Hypsiboas prasinus perereca

Hypsiboas pulchellus perereca

Hypsiboas cf. semiguttatus perereca-da-mata

Itapotihyla langsdorffii perereca-grande-das-

árvores

Phyllomedusa tetraploidea Perereca verde

Pseudis platensis rã-da-água

Scinax cf. berthae perereca

Scinax squalirostris perereca

Scinax fuscovarius perereca-das-casas

Scinax perereca perereca

Trachycephalus venulosus perereca

Família Leiuperidae

Physalaemus cuvieri rã foi-gol-não-foi

Physalaemus gracilis rã-chorona

Família Leptodactylidae

Leptodactylus elenae ranzinha

Leptodactylus chaquensis ranzinha

Leptodactylus plaumani ranzinha

Leptodactylus gracilis ranzinha

Page 305: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

305

Taxa Nome vulgar

Leptodactylus fuscus ranzinha

Leptodactylus labyrinthicus rã-pimenta

Leptodactylus mystacinus ranzinha-de-toca

Leptodactylus podicipinus ranzinha

Leptodactylus latrans rã-paulista

Família Microhylidae

Elachistocleis bicolor ranzinha-de-barriga-

amarela

Família Ranidae

Lithobates catesbeianus rã-touro

Tabela 68. Cinqüenta das 58 espécies de répteis com provável ocorrência para a região

Caiman latirostris

Hydromedusa tectifera

Hydromedusa tectifera

Hydromedusa tectifera

Page 306: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

306

Hydromedusa tectifera

Hydromedusa tectifera

Hydromedusa tectifera

Phrynops williamsi

Hemidactylus mabouia

Cercosaura schreibersii

Anisolepis grilli

Mabuya frenata

Page 307: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

307

Tropidurus torquatus

Ameiva ameiva

Tupinambis merianae

Amphisbaena trachura

Amphisbaena microcephalum

Amphisbaema prunicolor

Liotyphlops beui

Epicrates crassus

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308

Bothropoides jararaca

Bothrops jararacussu

Bothrops moojeni

Bothropoides neuwiedi

Caudisona durissa

Micrurus corallinus

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309

Chironius bicarinatus

Chironius exoletus

Chironius laevicollis

Mastigodryas bifossatus

Spilotes pullatus

Atractus paraguayensis

Clelia plúmbea

Dipsas indica

Page 310: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

310

Echinanthera cyanopleura

Erythrolamprus aesculapii

Helicops infrataeniatus

Hydrodynastes gigas

Leptodeira annulata

. Liophis miliaris

Liophis frenatus

Liophis poecilogyrus

Page 311: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

311

Liophis reginae

Oxyrhopus clathratus

Oxyrhopus guibei

Oxyrhopus guibei

Philodryas aestivus

Philodryas aestivus

Pseudoboa haasi

Sibynomorphus mikanii

Page 312: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

312

Sibynomorphus mikanii

Thamnodynastes hypoconia

Thamnodynastes strigatus

Tomodon dorsatus

Xenodon neuwiedii

Page 313: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

313

Tabela 69. Trinta e uma espécies das 42 espécies de anfíbios anuros com provável ocorrência para a região

Rhinella icterica

Rhinella henseli

Rhinella schneideri

Melanophryniscus tumifrons

Vitreorana uranoscopa

Limnomedusa macroglossa

Odontophrynus americanus

Proceratophrys avelinoi

Page 314: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

314

Dendropsophus nanus

Hypsiboas prasinus

Hypsiboas pulchellus

Hypsiboas cf. semiguttatus

Itapotihyla langsdorffii

Phyllomedusa tetraploidea

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315

Scinax squalirostris

Scinax perereca

Trachycephalus venulosus

Physalaemus cuvieri

Physalaemus gracilis

Leptodactylus elenae

Page 316: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

316

Leptodactylus chaquensis

Leptodactylus plaumani

Leptodactylus gracilis

Leptodactylus fuscus

Leptodactylus labyrinthicus

Leptodactylus mystacinus

Page 317: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

317

Leptodactylus podicipinus

Leptodactylus latrans

Elachistocleis bicolor

Lithobates catesbeianus

Metodologia Aplicada

Área de estudo

O trabalho de campo para a herpetofauna foi desenvolvido no município de

Foz do Iguaçu, PR, latitude 25 32’ 52” S, longitude 54 35' 16" W (IBGE).

Destaca-se para a região a presença do Parque Nacional do Iguaçu (PIN)

com 185.262,5 hectares, abrangendo os municípios de Céu Azul, Foz do

Iguaçu , Matelândia, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu, sendo

margeado pelos municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques,

Lindoeste, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste e Santa Terezinha de Itaipu

(PLANO DE MANEJO PNI, 1999). A vegetação da região é caracterizada por

Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista, Formações

Pioneiras de Influência Pluvial e Formações Abertas que compreendem

todas as formações vegetais abertas de origem antrópica onde houve

substituição de sua formação original por pastagens, culturas diversas. A

região geográfica é caracterizada por possuir um clima subtropical úmido e

mesotérmico com verão pronunciado - Cfa de Köppen (PLANO DE MANEJO

PNI, 1999).

Page 318: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

318

Amostragem

Os trabalhos de campo para o inventário da fauna de répteis e anfíbios

foram realizados no período de 06 a 11 de junho de 2010, utilizando cinco

métodos distintos para a obtenção de informações acerca da herpetofauna

local:

I. Amostragem em sítio de reprodução (SCOTT JR.; WOODWARD, 1994).

Foram amostrados 10 corpos d’água (Figuras 2-142, 2-143 e Tabela 2-61)

com diferentes características (açudes, córregos, brejos, poças), de modo a

representar o panorama existente na área de estudo. A amostragem dos

adultos foi realizada durante o turno de vocalização das espécies 18h e no

máximo, 21 h. A procura dos espécimes foi efetuada por uma combinação

de busca visual e auditiva: o perímetro de cada açude, brejo, poça e trechos

com 50 m de comprimento selecionado ao longo das margens dos córregos

foram percorridos lentamente, a fim de registrar todas as espécies

encontradas em atividade de vocalização e/ou forrageio. A amostragem da

fase larvária foi efetuada quando estes eram visualizados ao longo das

margens dos corpos d’água entre 9 e 18 h com puçá de tela de arame com

malha 3mm2, passando intensivamente em toda área de margem. Os

girinos foram identificados no campo e libertados logo após a identificação.

Os exemplares que não puderam ser identificados no campo foram

anestesiados em solução de benzocaína a 5%, e fixados em formalina a

10% logo após a coleta para posterior identificação em laboratório.

II. Procura ativa. Deslocamentos a pé realizados muito lentamente em

diversos microambientes visualmente acessíveis à procura de répteis e

anfíbios em atividade ou em abrigos. O esforço amostral é medido em

horas/pesquisador de procura visual (MARTINS; OLIVEIRA, 1998). Esta

busca intencional consiste de caminhadas, durante as quais os ambientes

são explorados visualmente, havendo inspeção de tocas, formigueiros,

cupinzeiros, serapilheira, locais abrigados sob pedras, troncos caídos e nos

mais variados ambientes, como banhados, brejos, pastagens recentes e

antigas, margens de matas de galerias, rios e assim por diante, conforme

recomendado por Vanzolini et al. (1980).Este método foi realizado em todos

os 10 fragmentos selecionados das 9h até as 18 h e subseqüentemente até

as 21h este método foi efetuado concomitantemente com levantamento em

sítio reprodutivo as margens dos corpos da água.Totalizando no mínimo 5h

por fragmento.

III. Dados secundários. A riqueza de espécies de anfíbios e répteis foi obtida

através de consultas ao SpeciesLink "Sistema de Informação Distribuído

para Coleções Biológicas: a Integração do Species Analyst e do SinBiota

(FAPESP – www.splink.cria.org.br)", que disponibiliza dados de coleções

científicas do Brasil e consultas ao Museu de Historia Natural do Capão da

Imbuia, Curitiba, Paraná. Para o levantamento das espécies de anfíbios e

Page 319: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

319

répteis do município de Foz do Iguaçu, foram consultados os planos de

manejo do Parque Nacional do Iguaçu e Parque Nacional do Iguazu, este

localizado no município de Puerto Iguaçu, Argentina. Artigos científicos

assim como capítulos de livros (eg: GIRAUDO,R.A. et al., 2009; CONTE,C.E.

et al., 2009)

IV. Procura com carro. A procura com carro corresponde ao encontro de

répteis e anfíbios avistados em estradas da região (SAWAYA, 2004).

V. Colaboração de terceiros. Apoio oferecido por residentes através de

depoimentos e coleta eventual de exemplares (SAWAYA, 2004).

VI. Encontro ocasional. O método de encontros ocasionais corresponde ao encontro de répteis e anfíbios vivos ou mortos durante outras atividades que não a amostragem dos demais métodos (SAWAYA, 2004).

Tabela 70. Lista dos fragmentos florestais amostrados na área de influência do empreendimento em junho de 2010.

Código do fragmento Latitude Longitude

Frag 01 25°35`17,12” S 54°35`28,95”W

Frag 02 25°35`22,99”S 54°35`28,99”W

Frag 03 25°35`21,25”S 54°35`14,06”W

Frag 04 25°35`13,19”S 54°34`25,30”W

Frag 05 25°35`04,90”S 54°33`54,82”W

Frag06 25°34`13,93”S 54º32`57,06”W

Frag 07 25°33`44,04”S 54°32`27,04”W

Frag 08 25°32`05,16”S 54°31`37,57”W

Frag 09 25°30`54,70”S 54°31`37,51”W

Frag 10 25°30`13,98”S 54°31`14,00”W

Tabela 71. Lista dos corpos d’água amostrados na área de influência do empreendimento em junho de 2010.

Código D corpo d'água

Características

Latitude

Longitude

Métodos utilizados

Sit 01 (1) Córrego em borda de mata 25°35'15.8"S 54°35'27.0"W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 01 (2) Córrego em interior de mata 25°35'14.5"S 54°35'28.0"W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 02 Cavas formadas pela retirada de antigos silos de

grãos 25°35'20.4"S 54°35'26.5"W

Amostragem ( puçá e

tela de arame), procura ativa, busca visual, vocalização

Sit 03 (1) Nascente e córrego dentro de mata 25°35'27.0"S 54°35' 5.5"W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Page 320: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

320

Sit 03 (2) Banhado em área aberta 25º 5'23.8''S 54º35'15.4''W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 04 Córrego em interior de mata e área alagada em

borda de mata 25°35'13.0"S 54°34”31.2W

Amostragem ( puçá e tela de arame),

procura ativa, busca visual, vocalização

Sit 05 (1) Córrego dentro de mata 25°35'12.8"S 54°33'55.6"W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 05 (2) Nascente e Banhado em borda de mata 25°35'7.6"S 54°33'57.3"W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 05 (3) Córrego em borda de mata 25°35'13.8"S 54°33'48.6"W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 06 (1)

Córrego em interior de mata

25°34'15.3"S 54°33’3.67” W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 06 (2) Açude 25°34'19.9"S 54°33'18.8"W

Amostragem ( puçá e tela de arame),

procura ativa, busca visual, vocalização

Sit 07 Ausência de corpo d’ água 25°33'44.2"S 54°32'27.1"W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 08 Córrego em interior de mata e área alagada em

borda de mata 25°32'11.4"S 54°31'25.6"W

Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Sit 09 (1) Banhado originado de cavas formadas pela

retirada de argila (olaria) 25°30'55.4"S 54°31'21.5"W

Amostragem ( puçá e tela de arame),

procura ativa, busca visual, vocalização

Sit 09 (2) Lagoa 25°31'5.0"S 54°31'19.3"W

Amostragem ( puçá e tela de arame),

procura ativa, busca visual, vocalização

Sit 09 (3) Açude 25°31'8.0"S 54°31'11.4"W

Amostragem ( puçá e tela de arame),

procura ativa, busca visual, vocalização

Sit 09 (4) Banhado originado de cavas formadas pela

retirada de argila (olaria) 25°31'8.1"S 54°31'21.7"W

Amostragem ( puçá e tela de arame),

procura ativa, busca visual, vocalização

Sit 10 Ausência de corpo d’ água 25°30'14.5"S 54°31'13.9"W Amostragem, procura ativa, busca visual,

vocalização

Page 321: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

321

54º 35’ 54º 30’

25º 35’

25º 35’

Figura 195 Fotografia aérea evidenciando os 15 corpos d’água amostrados e os 10 fragmentos de amostragem da herpetofauna na área de influência do empreendimento. Frag (marcadores azul)= Fragmento florestal amostrado; Sit (marcadores amarelos)= Corpo d’água amostrado. Escala = 5 km. Fonte da foto: Google Earth.

Page 322: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

322

Figura 196Fotografia aérea detalhando cada um dos 15 corpos d’ água e dos 10 fragmentos florestais amostrados para o inventário da herpetofauna na área do emprendimento. (A) frag 01, (B) frag02, (C) frag 03, (D) frag 04, (E) frag 05, (F) frag06, (G) frag 07, (H) frag 08, (I) frag 09, (J) frag 10. Frag (marcadores azul) = Fragmento florestal amostrado; Sit (marcadores amarelos)= Corpo d’água amostrado. Escala = 500m. Fonte da foto: Google Earth.

Page 323: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

323

Figura 197. Corpos d’água amostrados na região de estudo. (A) Sit 01(1), (B) Sit 01(2), (C) Sit 02, (D) Sit 03(1), (E) Sit 03(2), (F) Sit 04, (G) Sit 05(1), (H) Sit 05(2), (I) Sit 05(3), (J) Sit 06(1), (K) Sit 06(2), (L) Sit 08, (M) Sit 09(1), (N) Sit09(2), (O) Sit 09(3), (P) Sit 09(4). As abreviações e características dos corpos d’água encontram-se na Tabela 4.

Esforço Amostral

Para todos os 10 pontos amostrados foi realizado o esforço amostral

conforme segue:

I. Amostragem: adultos: 18 h as 21 h por 5 dias. (3 h/dia) durante 5 dias,

totalizando : 15 horas

Larvas: 9 as 18 h (quando visualizados). (9 horas/dia)

durante 5 dias, totalizando: 40 horas.

II. Procura ativa. Este método foi realizado das 9h até as 18 h e

subseqüentemente até as 21h este método foi efetuado concomitantemente

com levantamento em sítio reprodutivo as margens dos corpos da

água.Totalizando no mínimo 5h por fragmento durante 5 dias. Totalizando

25 horas.

Concomitante à amostragem e à procura ativa foram também utilizadas a

colaboração de terceiros, a busca por carro e o encontro ocasional.

Page 324: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

324

Análise dos Dados

Para avaliar a eficiência da metodologia de amostragem, as curvas de

acumulação de espécies foram calculadas com base na riqueza observada

(Sobs Mao Tau) (COLWELL, 2004). Este procedimento foi realizado

aplicando-se a opção de 50 aleatorizações geradas com base na matriz de

dados de ocorrência das espécies em cada um dos 10 fragmentos

amostrados, As curvas de acumulação foram calculadas no programa

computacional "EstimateS 7.0" (COLWELL, 2004).

Tabela-resumo da caracterização/descrição dos pontos de amostragem

da fauna

Tabela 72. Caracterização dos pontos de amostragem da herpetofauna.

Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação

Herpetofauna

1 25°35`17,12” S -

54°35`28,95”W Semi-florestal

Córrego em borda/interior de mata

2 25°35`22,99”S -

54°35`28,99”W Semi-florestal

Cavas formadas pela retirada de antigos

silos de grãos

3 25°35`21,25”S -

54°35`14,06”W Florestal

Nascente e córrego dentro de mata Q

Banhado em área aberta

4 25°35`13,19”S -

54°34`25,30”W Florestal

Córrego em interior de mata e área

alagada em borda de mata

5 25°35`04,90”S -

54°33`54,82”W Florestal

Córrego dentro de mata / Nascente e

Banhado em borda de mata / Córrego

em borda de mata

6 25°34`13,93”S -

54º32`57,06”W Florestal

Córrego em interior de mata / Açude

7 25°33`44,04”S -

54°32`27,04”W Florestal

Ausência de corpo d’ água

8 25°32`05,16”S -

54°31`37,57”W

Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos

Córrego em interior de mata e área

alagada em borda de mata

9 25°30`54,70”S -

54°31`37,51”W Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos

Banhado originado de cavas formadas

pela retirada de argila (olaria) / lagoa /

açude

10 25°30`13,98”S -

54°31`14,00”W

Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos /

/ambiente urbano

Ausência de corpo d’ água

Fotos 2-109 e 2-110

Detalhamento do Esforço Amostral

Tabela 73. Detalhamento do esforço amostral para a herpetofauna. Grupo Ponto Método Horário Esforço

amostral/dia

Datas Esforço

amostral total

Herpetofauna 1 a 10

Amostragem

Adultos 18h00 às 21h00 5 horas/dia 06/06/2010 a

10/06/2010

15 horas

Larvas 09h00 às 18h00 9 horas/dia 40 horas

Procura ativa 09h00 às 18h00 Mínimo de 5h / 06/06/2010 a 25 horas

Page 325: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

325

Grupo Ponto Método Horário Esforço

amostral/dia

Datas Esforço

amostral total

Levantamento em sítio

reprodutivo

18h00 às 21h00 fragmento / 5 dias 10/06/2010

Resultados e Discussão

No período de atividades de campo foram registradas três espécies de

anfíbios pertencentes a duas famílias e duas espécies de répteis

pertencentes a duas famílias distintas. Anfíbios anuros são mais facilmente

amostrados por apresentarem agregações reprodutivas (DUELLMAN;

TRUEB, 1986), enquanto répteis apresentam comportamento críptico e

baixa abundância, o que dificulta sua localização. A curva do coletor (Figura

198), construída com base na ocorrência de espécies de anfíbios anuros e

répteis não tende a uma assíntota, sugerindo que a área estudada possui

um grande potencial para novos registros de espécies, já que o limite

máximo estimado foi de 15 espécies, 10 a mais do que o observado em

campo (figura 199). Esse resultado já era esperado pela realização de uma

única amostragem em campo e pelo curto espaço de tempo despendido

para o inventário das espécies. Além disso, a reprodução de anuros é

fortemente dependente da água, e por isso, geralmente limitada à estação

chuvosa (VASCONCELOS; ROSSA-FERES, 2005; SANTOS et al., 2007).

Assim como o período de maior atividade dos répteis é fortemente

influenciado por temperaturas mais elevadas. Portanto, ressaltamos a

importância da realização de um levantamento durante o período de maior

pluviosidade e de médias das temperaturas mensais mais elevadas

(novembro, dezembro, janeiro e fevereiro), para a obtenção de uma lista de

espécies mais robusta para essas localidades.

Tabela 74. Espécies registradas em campo na área do empreendimento (MHNCI 13381 = número de tombo no Museu de História Natural do Capão da Imbuia )

Taxa Nome vulgar Local de coleta Forma de registro

ORDEM ANURA

Família Cycloramphidae

Proceratophrys sp. sapo de chifre Sítio 05 (1) Coleta de girino e

observação auditiva

Família Hylidae

Hypsiboas albopunctatus Sítio 9 (1) Observação auditiva

Scinax squalirostris Sítio 9 (1) Observação auditiva

ORDEM SQUAMATA

Família Leiosauridae

Page 326: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

326

Anisolepis grilli calango Fragmento 02 Observação visual

Família Viperidae

Bothrops moojeni MHNCI 13381

caiçaca Fragmento 05 Captura e coleta

0

1

2

3

4

5

6

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

fragmentos amostrados

mero

cu

mu

lati

vo

de

esp

écie

s

Figura 198. Curva de acumulação de espécies ou curva do coletor representando a riqueza cumulativa de espécies ao longo dos 10 fragmentos amostrados

Tabela 75. Acúmulo de espécies por fragmento.

Acúmulo de espécies por

fragmento

Fragmentos Espécies

Frag01 0

Frag02 1

Frag 03 0

Frag 04 0

Frag 05 2

Frag 07 0

Frag 08 0

Page 327: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

327

Frag 09 2

Frag 10 0

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

fragmentos amostrados

mero

de

esp

écie

s

Sobs (Mao Tau)

ACE MEAN

ICE MEAN

Figura 199. Curva de riqueza observada (Sobs) e esperada através dos estimadores de riqueza ACE (Abundance Based Coverage Estimator) e ICE (Incidence Based Coverage Estimator) ao longo dos 10

fragmentos amostrados.

Tabela 76. Riqueza observada e estimada

Riqueza observada & Riqueza estimada

Sobs (Mao Tau)

Sobs SD (Mao Tau) ACE Mean

ACE SD (runs) ICE Mean

ICE SD (runs)

0.5 0.18 0.52 1.05 0.51 1.02

1 0.36 1.28 1.53 1.24 1.47

1.5 0.54 2.46 2.62 2.36 2.48

2 0.72 3.56 3.28 3.39 3.08

2.5 0.9 5.36 4.55 5.07 4.23

3 1.08 6.44 4.7 6.08 4.36

3.5 1.25 8.44 4.97 7.94 4.6

4 1.43 10.58 5.01 9.92 4.64

4.5 1.61 12.54 3.9 11.73 3.59

5 1.79 15 0 14 0

Page 328: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

328

Conclusões e Considerações Finais

A grande maioria das espécies que ocorrem na região possuem áreas de

distribuição amplas, contribuindo para que nenhuma das espécies de

ocorrência para a região e também aquelas registradas durante as

atividades de campo estejam incluídas na “Lista Oficial de Espécies da

Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção” com exceção de Phrynops williamsi

espécie com provável ocorrência para região que está caracterizada como

vulnerável para o Estado do Paraná (IBAMA, 2008).

Dentro da perspectiva de conservação das espécies, destacamos o ponto

amostral 05, como prioritário, uma vez que comporta duas espécies, das

quais são mais sensíveis às alterações antrópicas.

Por se tratar de um estudo de curto prazo, em um período de menor

atividade (inverno) do grupo em questão, os resultados obtidos foram

qualitativos representando um número muito pequeno de espécies. Estudos

em longo prazo com um número maior de amostragens poderiam levar a

um incremento significativo no conhecimento da composição e estrutura da

herpetofauna local e na área de influência do empreendimento. A carência

de estudos sistemáticos de médio e longo prazo e a dificuldade da obtenção

de informações sobre este grupo taxonômico não nos permite traçar um

diagnóstico mais conclusivo.

O monitoramento por meio de campanhas semestrais permitiria uma

investigação mais fiel do real estado de vulnerabilidade das populações de

répteis e anfíbios na área de influência do empreendimento. Assim

identificando preferencialmente as áreas onde podem ocorrer as espécies

mais sensíveis a perda e fragmentação florestal.

A proteção de remanescentes florestais e mananciais é imprescindível como

área de vida para a herpetofauna. Diversos estudos comprovam a

importância dos remanescentes florestais para diversas espécies de répteis

e anfíbios.

Existe uma ressalva quanto ao alto risco para os pesquisadores desse grupo

taxonômico. Principalmente por ter grande parte de seu esforço amostral no

período noturno e se tratar de uma zona fronteiriça e de conflito da polícia

contra o contrabando, tráfico de drogas e armas o que dificulta ainda mais a

obtenção de dados e o planejamento para futuros estudos na área.

Page 329: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

329

Quadro Geral de Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da

fauna

Tabela 77. Quadro geral de caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna.

Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação

Ictiofauna

1 25° 34’ 06” S - 54° 35’

38” W

rio Paraná – montante

do empreendimento

Às margens do bairro de Porto Meira em

Foz do Iguaçu, vegetação apresentando

espécies pioneiras, como lianas e

gramíneas. Acima da barranca do rio,

encontra-se um campo remanescente de

antiga pastagem

Na barranca, encontra-se uma formação

pioneira, composta por gramíneas.

Fotos 2-90 e 2-91.

2 25° 35’ 17” S - 54° 35’

31” W

Rio Paraná – Ponte /

área do

empreendimento

Margens do rio Paraná, constando de

uma floresta em estágio de sucessão

médio, com árvores de porte mais alto

na barranca do rio, mas onde há solos

um pouco mais desenvolvidos. Este

fragmento situa-se um pouco acima do

limite de cheias freqüentes. Verifica-se

uma vegetação exuberante, com sub-

bosque aberto, poucas lianas, e sem

taquaras.

Fotos 2-94 e 2-95

3 25° 36’ 15” S - 54° 35’

39” W

Rio Paraná – jusante

do empreendimento

Margem do rio com vegetação

apresentando espécies pioneiras, como

lianas e gramíneas. Acima da barranca

do rio, encontra-se um campo

remanescente de antiga pastagem

Na barranca, encontra-se uma formação

pioneira, composta por gramíneas.

Fotos 2-92 e 2-93

4 25° 35’ 42” S - 54° 32’

17” W Rio Iguaçu

Margens do rio Iguaçu, próximo à cidade

de Puerto Iguaçu na Argentina.

Vegetação apresentando espécies

pioneiras, como lianas e gramíneas

Fotos 2-90 e 2-91.

5 25° 34’ 59” S - 54° 31’

34” W

Riacho - tributário do

rio Iguaçu

Área de floresta em estágio médio de

sucessão secundária, entremeada de

roças e pequenos sítios com casas.

Fotos 2-103 e 2-104

Page 330: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

330

6 25° 35’ 13” S - 54° 33’

37” W

Riacho - tributário do

rio Iguaçu

Área com sucessão vegetacional em

estágios médio e avançado, próximo à

encosta do rio Iguaçu, contendo

nascentes e córregos encachoeirados. A

mata apresenta algumas árvores de

porte e muitos caminhos internos

intensamente utilizados, nas

proximidades com a fronteira da

Argentina.

Mastofauna

1 25°35’17,12”S –

54°35’28,95”W florestal e aquático

A vegetação se encontra em estágio

inicial de sucessão, apresentando

espécies pioneiras, tais como lianas e

gramíneas. Acima do fragmento,

encontra-se um campo remanescente de

antiga pastagem. Também encontram-

se estradas de acesso, residências e

outras estruturas abandonadas.

Fotos 2-90 e 2-91.

2 25°35`22,99”S -

54°35`28,99”W

florestal e aquático Floresta em estágio de sucessão médio,

com árvores de porte mais alto na

barranca do rio, mas onde há solos um

pouco mais desenvolvidos.

Fotos 2-94 e 2-95

3

25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W florestal e aquático floresta no planalto basáltico com

árvores de porte alto, em estágio

avançado de sucessão.

Fotos 2-92 e 2-93

4

25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W florestal mata secundária, bem na borda da

encosta voltada para calha do rio

Iguaçu, onde encontram-se nascentes e

pequenos córregos.

Fotos 2-96 e 2-97

5

25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W florestal e não-florestal sucessão vegetacional em estágios

médio e avançado, próximo à encosta do

rio Iguaçu, contendo nascentes e

córregos encachoeirados. A mata

apresenta algumas árvores de porte e

muitos caminhos internos intensamente

utilizados, nas proximidades com a

fronteira da Argentina.

6

25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W florestal e aquático Área com árvores de maior porte.

Fotos 2-101 e 2-102

7

25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W florestal Floresta em estágio médio de sucessão

secundária. Trata-se de área de mata já

muito alterada, entremeada de roças e

pequenos sítios com casas.

Fotos 2-103 e 2-104

8

25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W não-florestal Área de cultivo agrícola

Fotos 2-105 e 2-106

Page 331: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

331

9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W florestal e não-florestal Área de cultivo agrícola

Fotos 2-107 e 2-108

10

25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W florestal Área de cultivo agrícola

Fotos 2-109 e 2-110

Avifauna

1 25°35’17,12”S –

54°35’28,95”W Semi-florestal

Fotos 2-90 e 2-91

2 25°35`22,99”S -

54°35`28,99”W Semi-florestal

Fotos 2-94 e 2-95

3 25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W Florestal

floresta no planalto basáltico com

árvores de porte alto, em estágio

avançado de sucessão.

Fotos 2-92 e 2-93

4 25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W Florestal

mata secundária, bem na borda da

encosta voltada para calha do rio

Iguaçu, onde encontram-se nascentes e

pequenos córregos.

Fotos 2-94 e 2-95

5 25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W Florestal

sucessão vegetacional em estágios

médio e avançado, próximo à encosta do

rio Iguaçu, contendo nascentes e

córregos encachoeirados. A mata

apresenta algumas árvores de porte e

muitos caminhos internos intensamente

utilizados, nas proximidades com a

fronteira da Argentina.

Fotos 2-96 e 2-97

6 25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W Florestal Área com árvores de maior porte.

Fotos 2-101 e 2-102

7 25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W Florestal

Floresta em estágio médio de sucessão

secundária. Trata-se de área de mata já

muito alterada, entremeada de roças e

pequenos sítios com casas.

Fotos 2-103 e 2-104

8 25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos

plantios de soja ou de campos cobertos

por capim

Fotos 2-105 e 2-106

9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos

plantios de soja ou de campos cobertos

por capim

Fotos 2-107 e 2-108

10 25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W

Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos /

/ambiente urbano

plantios de soja ou de campos cobertos

por capim ou com área urbana

localizada.

Fotos 2-109 e 2-110

Herpetofauna 1 25°35`17,12” S -

54°35`28,95”W Semi-florestal

Córrego em borda/interior de mata

Page 332: EIA - RIMA - 2ª Ponte BR-PY - PROGAIA

332

2 25°35`22,99”S -

54°35`28,99”W Semi-florestal

Cavas formadas pela retirada de antigos

silos de grãos

3 25°35`21,25”S -

54°35`14,06”W Florestal

Nascente e córrego dentro de mata Q

Banhado em área aberta

4 25°35`13,19”S -

54°34`25,30”W Florestal

Córrego em interior de mata e área

alagada em borda de mata

5 25°35`04,90”S -

54°33`54,82”W Florestal

Córrego dentro de mata / Nascente e

Banhado em borda de mata / Córrego

em borda de mata

6 25°34`13,93”S -

54º32`57,06”W Florestal

Córrego em interior de mata / Açude

7 25°33`44,04”S -

54°32`27,04”W Florestal

Ausência de corpo d’ água

8 25°32`05,16”S -

54°31`37,57”W

Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos

Córrego em interior de mata e área

alagada em borda de mata

9 25°30`54,70”S -

54°31`37,51”W Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos

Banhado originado de cavas formadas

pela retirada de argila (olaria) / lagoa /

açude

10 25°30`13,98”S -

54°31`14,00”W

Ambientes Abertos -

Campos Antrópicos /

/ambiente urbano

Ausência de corpo d’ água

Fotos 2-109 e 2-110