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SUMÁRIO
1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................ 13
O acesso à Segunda Ponte Internacional entre o Brasil e o Paraguai.......................................................... 13 A Ponte da Amizade e a relação entre Brasil e Paraguai ............................................................................. 13 Plano de Aceleração do Crescimento - PAC ................................................................................................ 17 Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional Suramericana - IIRSA ..................................... 18 A Inserção da Ponte no Contexto da IIRSA .................................................................................................. 20 Acordo Internacional ................................................................................................................................... 25 A Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia ....................................................................................................... 25 Metodologia Geral aplicada aos estudos pela PROGAIA Engenharia e Meio Ambiente Ltda. .................... 26
1.1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR, DA EMPRESA CONSULTORA E DA EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELOS ESTUDOS . 28
1.1.1. Empreendedor............................................................................................................................. 28
1.1.2. Empresa Consultora .................................................................................................................... 28
1.1.3. Equipe técnica multidisciplinar ................................................................................................... 29
1.2. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO .............................................................................................................. 31
1.2.1. Localização e Inserção Geográfica .............................................................................................. 31
1.2.2. Descrição das Obras/Método Construtivo .................................................................................. 34 1.2.2.1. Características do Acesso à Segunda Ponte ........................................................................................... 34 1.2.2.2. Centros de Fronteira............................................................................................................................... 44
Funcionamento dos Centros de Fronteira ................................................................................................... 44 Partido Arquitetônico .................................................................................................................................. 45 Centro de Fronteira com o Paraguai ........................................................................................................... 48 Centro de Fronteira com a Argentina .......................................................................................................... 53
1.3. JUSTIFICATIVA TÉCNICA, ECONÔMICA E SOCIAL............................................................................................... 57
1.3.1. Objetivos do Empreendimento.................................................................................................... 57 1.3.1.1. Justificativas para o Empreendimento ................................................................................................... 58
1.3.2. Alternativas Locacionais e Tecnológicas ..................................................................................... 60
1.3.3. Saúde do Trabalhador ................................................................................................................. 64
1.4. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................................ 65
1.4.1. Área Diretamente Afetada (ADA) ....................................................................................................... 65
1.4.2. Área de Influência Direta (AID) ........................................................................................................... 65
1.4.3. Área de Influência Indireta (AII) .......................................................................................................... 65
2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL .................................................................................................................... 67
2.1. MEIO FÍSICO ............................................................................................................................................ 67
2.1.1. Caracterização Climática e Meteorológica ................................................................................. 67 2.1.1.1. Temperatura ................................................................................................................................................. 67 2.1.1.2. Pluviometria .................................................................................................................................................. 68 2.1.1.3. Umidade Relativa do Ar ................................................................................................................................ 71 2.1.1.4. Direção dos Ventos ....................................................................................................................................... 72
2.1.2. Qualidade do Ar .......................................................................................................................... 74 2.1.2.1. Particulados ............................................................................................................................................ 75 2.1.2.2. Gases ...................................................................................................................................................... 75 2.1.2.3. Líquidos .................................................................................................................................................. 76 2.1.2.4. Fontes de Poluição do Ar ........................................................................................................................ 77
2.1.3. Ruído ........................................................................................................................................... 78
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2.1.3.1. Metodologia Aplicada............................................................................................................................. 79 2.1.3.2. Atividades Realizadas ............................................................................................................................. 81 2.1.3.3. Relação da Obra com a Emissão de Ruídos ............................................................................................ 92
2.1.4. Topografia................................................................................................................................... 97
2.1.5. Geologia e Geomorfologia .......................................................................................................... 98 2.1.5.1. Geologia Regional ................................................................................................................................... 98 2.1.5.2. Geologia e Geomorfologia Locais. ........................................................................................................ 104 2.1.5.3. Geologia Local ...................................................................................................................................... 105
a. Caracterização Geológica das Áreas de Influência. ................................................................................... 106 2.1.5.4. Geomorfologia Local ............................................................................................................................ 111 2.1.5.5. Avaliação das Características Geotécnicas dos Terrenos Atingidos Diretamente pelas Obras. ........... 119 2.1.5.6. Áreas de Apoio e Jazidas. ..................................................................................................................... 122
Substâncias de emprego imediato na construção civil. ............................................................................. 123 Material Pétreo (rochas) ........................................................................................................................... 123 Material Terrígeno (solo/argilas/areias).................................................................................................... 127 Áreas de Bota Fora. ................................................................................................................................... 135
2.1.6. Pedologia .................................................................................................................................. 144 2.1.6.1– Mapeamento dos Tipos de Solo ................................................................................................................. 144 2.1.6.2. Grau de Erodibilidade ................................................................................................................................. 148 2.1.6.3. Vulnerabilidade Ambiental dos Solos ......................................................................................................... 153 2.1.6.4 – Práticas de Conservação Adotadas nsa Áreas de Influência ..................................................................... 155
2.1.7. Recursos Hídricos ...................................................................................................................... 157 2.1.7.1. Enquadramento dos Corpos Hídricos em Classes de Uso ..................................................................... 159 2.1.7.2 Monitoramento da Qualidade da Água ....................................................................................................... 162 2.1.7.3 Parâmetros Utilizados para o Relatório ....................................................................................................... 165 2.1.7.4 Análise dos Resultados ................................................................................................................................ 166 1.1.7.5 Fontes de Poluição ....................................................................................................................................... 169
2.1.8. Fisiografia Fluvial ...................................................................................................................... 170 2.1.8.1. Dados Fluviométricos ........................................................................................................................... 171
Localização dos Postos Fluviométricos ....................................................................................................... 176 2.1.8.2. Influência das Cheias do Rio Iguaçu nos Níveis .................................................................................... 176 2.1.8.3. Hidrogramas das Maiores Cheias ......................................................................................................... 178 2.1.8.4. Hidrograma Da Cheia Excepcional De 1983 .......................................................................................... 179 2.1.8.5. Vazões Naturais Na Barragem De Itaipu ............................................................................................... 179 2.1.8.6. Estudo De Níveis D’água ....................................................................................................................... 180
Dados Fluviométricos ................................................................................................................................ 180 Cotas médias mensais ............................................................................................................................... 180 Níveis máximos Anuais x Período de Retorno ........................................................................................... 181 Níveis Sazonais x Período de Retorno ....................................................................................................... 182 Permanência dos Níveis ............................................................................................................................ 183 Número De Dias Com Sobrelevação Dos Níveis ........................................................................................ 184 Frequência das Sobrelevações .................................................................................................................. 186 Análise da cota 108 ................................................................................................................................... 187 Visualização das Estacas dos Blocos .......................................................................................................... 189 Níveis para navegação ............................................................................................................................... 190 Níveis Máximos Esperados ........................................................................................................................ 191 Vazões Máximas Esperadas ....................................................................................................................... 192 Níveis e Vazões de Projeto ........................................................................................................................ 193 Modelo Utilizado nas Simulações .............................................................................................................. 194 Resultados do modelo ............................................................................................................................... 194
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2.2. MEIO BIÓTICO ....................................................................................................................................... 198
2.2.1. Flora .......................................................................................................................................... 198 2.2.1.1. Caracterização da Vegetacão ............................................................................................................... 198
Floresta Estacional Semidecidual .............................................................................................................. 198 Formações Pioneiras com Influência Fluvial (Várzeas Aluviais) ................................................................. 200
2.2.1.2. Metodologia Aplicada........................................................................................................................... 201 2.2.1.3. Resultados Obtidos ............................................................................................................................... 202 2.2.1.4. Conclusões e Considerações Finais ....................................................................................................... 219
2.2.2. Fauna ........................................................................................................................................ 219 2.2.2.1. Ictiofauna.............................................................................................................................................. 219
Metodologia aplicada ................................................................................................................................ 220 Detalhamento do Esforço Amostral da Ictiofauna .................................................................................... 227 Tabela-resumo da Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna ................................. 228 Detalhamento do Esforço Amostral .......................................................................................................... 229 Composição regional da ictiofauna ........................................................................................................... 230 Caracterização da ictiofauna na área do empreendimento ...................................................................... 232 Espécies raras e ameaçadas ...................................................................................................................... 252 Discussão ................................................................................................................................................... 253
2.2.2.2. Mastofauna .......................................................................................................................................... 255 Metodologia Aplicada ............................................................................................................................... 256 Tabela-resumo da Caracterização/descrição dos pontos de Amostragem da fauna ................................ 261 Detalhamento do Esforço Amostral .......................................................................................................... 262 Resultados e Discussão ............................................................................................................................. 264 Espécies Ameaçadas de Extinção .............................................................................................................. 278 Espécies-chaves ......................................................................................................................................... 282
2.2.2.3. Avifauna ...................................................................................................................................................... 283 Metodologia Aplicada ............................................................................................................................... 285 Tabela -resumo da Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna ................................ 287 Detalhamento do Esforço Amostral .......................................................................................................... 288 Resultados ................................................................................................................................................. 288 Espécies Relevantes à Conservação .......................................................................................................... 297
2.2.2.4. Herpetofauna .............................................................................................................................................. 301 Metodologia Aplicada ............................................................................................................................... 317 Tabela-resumo da caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna ................................. 324 Detalhamento do Esforço Amostral .......................................................................................................... 324 Resultados e Discussão ............................................................................................................................. 325 Conclusões e Considerações Finais ........................................................................................................... 328 Quadro Geral de Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna ................................... 329
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FIGURAS
FIGURA 1. VISTA DA PONTE DA AMIZADE ....................................................................................................................... 16
FIGURA 2. PONTE DA AMIZADE E SEUS ACESSOS EM LADO BRASILEIRO. EM PRIMEIRO PLANO, BR-277/PR ................................ 16
FIGURA 3. REGIÃO FRONTEIRIÇA. EM PRIMEIRO PLANO, COMÉRCIO INTENSO EM LADO BRASILEIRO. AO FUNDO, EDIFICAÇÕES EM LADO
PARAGUAIO. ..................................................................................................................................................... 16
FIGURA 4. AO FUNDO PONTE DA AMIZADE, LIGANDO O BRASIL AO PARAGUAI. OBSERVA-SE UM ENORME CONGESTIONAMENTO DE
VEÍCULOS AO LONGO DE TODA A EXTENSÃO DA PONTE. ............................................................................................. 16
FIGURA 5. BR-277/PR ACESSO À PONTE DA AMIZADE, EM LADO BRASILEIRO, NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU. ...................... 17
FIGURA 6. INDICAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL BRASIL-PARAGUAI NO PLANO DE ACELERAÇÃO DO
CRESCIMENTO - PAC ......................................................................................................................................... 18
FIGURA 7. EIXOS DE INTEGRAÇÃO VINCULADOS AO BRASIL. ................................................................................................ 19
FIGURA 8. LOCALIZAÇÃO DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. RESSALTA-SE A POSSIBILIDADE DE INTERLIGAÇÃO ENTRE O OCEANO ATLÂNTICO E
PACÍFICO, BEM COMO A POSSIBILIDADE DE TRANSPORTE DE BENS E SERVIÇOS PELOS DIVERSOS MODAIS DISPONÍVEIS AO LONGO
DO EIXO. ......................................................................................................................................................... 21
FIGURA 9. DISPOSIÇÃO DOS GRUPOS DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. ........................................................................................ 23
FIGURA 10. DISPOSIÇÃO DOS PROJETOS RELACIONADOS AO GRUPO3 DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. .............................................. 24
FIGURA 11. FIGURA DE LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO. FONTE: VETEC, 2010. ............................................................ 32
FIGURA 12. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO. FONTE: PROGAIA, 2010. ...................................................................... 33
FIGURA 13. CROQUI DO CENTRO DE FRONTEIRA DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL ENTRE O BRASIL E O PARAGUAI. ................ 45
FIGURA 14. COBERTURA DO CENTRO DE FRONTEIRA ......................................................................................................... 46
FIGURA 15. CENTROS DE FRONTEIRA DO PARAGUAI ......................................................................................................... 47
FIGURA 16. MODELO DO CENTRO DE FRONTEIRA A SER IMPLANTADO NA SEGUNDA PONTE BRASIL - PARAGUAI ........................... 47
FIGURA 17. CENTRO DE FRONTEIRA............................................................................................................................... 47
FIGURA 18. ETAPA 1 DO CENTRO DE FRONTEIRA DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL ENTRE BRASIL E PARAGUAI. ..................... 49
FIGURA 19. ETAPA 2 DO CENTRO DE FRONTEIRA DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL BRASIL – PARAGUAI. .............................. 50
FIGURA 20. ESTRUTURAS ADICIONAIS DO CENTRO DE FRONTEIRA ........................................................................................ 52
FIGURA 21. VISÃO DE COMO SERÁ A SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL ................................................................................ 53
FIGURA 22. CENTRO DE FRONTEIRA BRASIL - ARGENTINA .................................................................................................. 53
FIGURA 23. VISTA DA ESTRUTURA PARA ATENDIMENTO DE ÔNIBUS DE TURISMO .................................................................... 55
FIGURA 24. VISTA DA PARTE INTERNA DO CENTRO DE FRONTEIRA DESTINADA À FISCALIZAÇÃO DE VEÍCULOS DE PASSEIO E MOTOS. ... 55
FIGURA 25. VISTA DA COBERTURA DO CONJUNTO............................................................................................................. 56
FIGURA 26. LOCALIZAÇÃO DA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL BRASIL – PARAGUAI, CONTEXTUALIZANDO COM A PONTE DA
AMIZADE, A PONTE TANCREDO NEVES, A BR-277-PR E O ACESSO À PONTE EM LADO BRASILEIRO. ................................... 58
FIGURA 27. ALTERNATIVAS DE TRAÇADO PROPOSTAS PELA ENGEMIM, EM 2005. ................................................................ 61
FIGURA 28. ALTERNATIVA VETEC DESTACADA EM VERDE. ................................................................................................. 63
FIGURA 29. ÁREAS DE INFLLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. ............................................................................................... 66
FIGURA 30. COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA MÉDIA, MÍNIMA E MÁXIMA MENSAIS, MUNIC. DE FOZ DO IGUAÇU. FONTE:
MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA. DESTACAMENTO DE PROTEÇÃO AO VÔO DE FOZ DO IGUAÇU. .......................................... 68
FIGURA 31. DISTRIBUIÇÃO ANUAL DAS MÉDIAS MENSAIS PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR. FONTE: MINISTÉRIO DA
AERONÁUTICA. DESTACAMENTO DE PROTEÇÃO AO VÔO DE FOZ DO IGUAÇU. ............................................................... 69
FIGURA 32. BALANÇO HÍDRICO PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU - PR. FONTE: EMBRAPA – 2009. ............................... 70
FIGURA 33. EXTRATO DO BALANÇO HÍDRICO MENSAL MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU – PR. ................................................ 70
FIGURA 34. CARACTERIZAÇÃO HÍDRICA AO LONGO DO ANO DE 2009 PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU – PR. .................. 71
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FIGURA 35. DISTRIBUIÇÃO ANUAL DAS MÉDIAS MENSAIS DE UMIDADE RELATIVA DO AR PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU - PR.
FONTE: MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA. DESTACAMENTO DE PROTEÇÃO AO VÔO DE FOZ DO IGUAÇU. ............................... 72
FIGURA 36. MAPA DE VENTOS DO BRASIL. ...................................................................................................................... 74
FIGURA 37. BR-277/PR - COORD: L – 749774/S – 7178182 ........................................................................................ 81
FIGURA 38. ÁREA COM BAIXA DENSIDADE HABITACIONAL. COORD: L – 748935/N – 7176489 ........................................... 83
FIGURA 39. ÁREA PRÓXIMA AO BAIRRO JARDIM EUROPA. COORD: L – 748661/S – 7175634 ............................................... 84
FIGURA 40 ÁREA PRÓXIMA AO BAIRRO MUTIRÃO. COORD: L – 748390/S – 7174143 ......................................................... 84
FIGURA 41. AV. REPÚBLICA ARGENTINA; PROXIMIDADES DO LOTEAMENTO RESIDENCIAL COORD: L – 748225/S – 7173350 ....... 85
FIGURA 42. AV. FELIPE WANDESCHEER, PRÓXIMO AOS BAIRROS JARDIM COPACABANA E JARDIM RESIDENCIAL. COORD: L –
747669/S – 7171915 ..................................................................................................................................... 86
FIGURA 43. BAIRRO JARDIM VITÓRIA. COORD: L – 747502/S – 7171135 ......................................................................... 87
FIGURA 44. ÁREA PREDOMINANTEMENTE RURAL. COORD: L – 746945/S – 7170469 .......................................................... 88
FIGURA 45. AVENIDA DAS CATARATAS; TREVO DA BR 469; ACESSO AO AEROPORTO DE FOZ DO IGUAÇU E À AVENIDA MERCOSUL;
ACESSO À CIDADE DE PORTO IGUAÇU. COORD: L – 746012/S – 7169139 ................................................................. 89
FIGURA 46. AVENIDA MERCOSUL. COORD: L – 744650/S – 7168243 ........................................................................... 90
FIGURA 47. A IMAGEM AO LADO RETRATA O PONTO DE NÚMERO 11. COORD: L – 742909/S – 7167733 ................................ 91
FIGURA 48. BR-277/PR. COORD: L – 745009/S – 7176301 ......................................................................................... 92
FIGURA 49. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EM FUNÇÃO DO FLUXO DE VEÍCULOS ........................................................................ 95
FIGURA 50. DECAIMENTO DO NPS EM FUNÇÃO DA DISTÂNCIA AO CENTRO DA PISTA. .............................................................. 96
FIGURA 51. VISTA DAS QUEBRAS DE RELEVO AO FUNDO DA PAISAGEM NAS MARGENS DO RIO PARANÁ. ...................................... 98
FIGURA 52. RELEVO LEVEMENTE ONDULADO, É POSSÍVEL OBSERVAR QUE NÃO HÁ ONDULAÇÕES NA LINHA DO HORIZONTE ............. 98
FIGURA 53. PROVÍNCIAS ESTRUTURAIS BRASILEIRAS. ........................................................................................................ 99
FIGURA 54. ESTRUTURAS DA PROVÍNCIA MANTIQUEIRA. ................................................................................................. 101
FIGURA 55. PROVÍNCIA PARANÁ. ................................................................................................................................ 102
FIGURA 56. COLUNA ESTRATIGRÁFICA PARCIAL DA BACIA DO PARANÁ (STRUGALE ET AL., 2004). .......................................... 105
FIGURA 57. MAPA GEOLÓGICO DO PARANÁ SIMPLIFICADO (2006). FONTE: MINEROPAR .................................................. 106
FIGURA 58. MAPA ADAPTADO DA SISMOLOGIA BRASILEIRA. 2008. (FONTE: OBIS – UNB). ................................................... 108
FIGURA 59. ROCHA BASÁLTICA NO TAMANHO DE BRITA ZERO. .......................................................................................... 109
FIGURA 60. AFLORAMENTO DE ROCHA BASÁLTICA AS MARGENS DO RIO IGUAÇU .................................................................. 109
FIGURA 61. AMOSTRA DE MÃO DOS BASALTOS TÍPICOS DA FM. SERRA GERAL. ..................................................................... 109
FIGURA 62. DETALHE DE AMOSTRA DE MÃO DE ROCHA BASÁLTICA. NO DETALHE, BASALTO DE COLORAÇÃO ACINZENTADA COM
PEQUENOS VEIOS DE QUARTZO. .......................................................................................................................... 110
FIGURA 63. AFLORAMENTO DE BASALTOS AS MARGENS DO RIO IGUAÇU. OS PONTOS BRANCOS NA FOTO MOSTRAM PEQUENAS
AMÍGDALAS. ................................................................................................................................................... 110
FIGURA 64. DETALHE DE ROCHA BASÁLTICA AS MARGENS DO RIO IGUAÇU. NO DETALHE SÃO OBSERVADOS VEIOS DE QUARTZO E
CAPEAMENTO AMARRONZADO FORMADO POR ÁGUAS METEÓRICAS. .......................................................................... 110
FIGURA 65. AMOSTRA DE AFLORAMENTO BASÁLTICO COM A PRESENÇA DE AMÍGDALAS ......................................................... 111
FIGURA 66. AMOSTRA DE AFLORAMENTO BASÁLTICO “BLOCO ROLADO” AS MARGENS DO RIO PARANÁ ..................................... 111
FIGURA 67. MAPA GEOMORFOLÓGICO DO ESTADO DO PARANÁ. FONTE: MINEROPAR 2006 ................................................. 113
FIGURA 68. CARTA GEOMORFOLÓGICA DE FOZ DO IGUAÇU – PR (ADAPTADA) .................................................................... 115
FIGURA 69. RELEVO ONDE PREDOMINAM FORMAS APLAINADAS ........................................................................................ 117
FIGURA 70. RELEVO COM PREDOMÍNIO DE ÁREAS PLANAS. ............................................................................................... 117
FIGURA 71. ÁREA COM PREDOMÍNIO DE ÁREAS PLANAS COM VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA. ........................................................ 117
FIGURA 72. ÁREA PLANA AS MARGENS DO CÓRREGO M’BOICY ......................................................................................... 118
FIGURA 73. RELEVO PREDOMINANTEMENTE APLAINADO ................................................................................................. 118
FIGURA 74. RELEVO PREDOMINANTEMENTE APLAINADO COM VALES EM “V” BEM ABERTOS. .................................................. 118
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FIGURA 75 RELEVO PREDOMINANTEMENTE APLAINADO COM VALES EM “V” BEM ABERTOS. ................................................... 119
FIGURA 76. RELEVO PREDOMINANTEMENTE APLAINADO COM VALES EM “V” BEM ABERTOS ................................................... 119
FIGURA 77. PROCESSO EROSIVO INICIADO AS MARGENS DE UMA RODOVIA VICINAL NA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA DO
EMPREENDIMENTO .......................................................................................................................................... 122
FIGURA 78. (PE 01) – BANCADAS DE BASALTO DA PEDREIRA BRITA FOZ ............................................................................. 125
FIGURA 79. (PE 01) – ÁREA DE EXTRAÇÃO DA PEDREIRA BRITA FOZ .................................................................................. 125
FIGURA 80. (PE 03) – VISTA INFERIOR DA PEDREIRA DESATIVADA ..................................................................................... 127
FIGURA 81. (PE 03) – VISTA SUPERIOR DA PEDREIRA DESATIVADA. ................................................................................... 127
FIGURA 82. (AR 02) – EXTRAÇÃO DA EMPRESA MACUCO SAFÁRI ..................................................................................... 129
FIGURA 83. (AR 02) – BALSA DE EXTRAÇÃO DA EMPRESA MACUCO SAFÁRI ........................................................................ 129
FIGURA 84. (AE 02) – ÁREA DE EMPRÉSTIMO AO LADO DA EMPRESA CERÂMICA. ................................................................. 131
FIGURA 85. (AE 02) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO, AO FUNDO ESTÁ A OLARIA EM ATIVIDADE .......................................... 131
FIGURA 86. (AE 04) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO. ................................................................................................. 133
FIGURA 87. (AE 04) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO .................................................................................................. 133
FIGURA 88. (AE 04A) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO, COBERTA POR VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA. ........................................ 133
FIGURA 89. (AE 04A) – VISTA DA ÁREA DE EMPRÉSTIMO, COBERTA POR VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA. ........................................ 134
FIGURA 90. (AE 05) – AO FUNDO ESTÃO OS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS. ................................................................... 135
FIGURA 91. (BF 01) – VISTA PARCIAL DA ÁREA PREVIAMENTE ESCOLHIDA COMO BOTA FORA ................................................. 138
FIGURA 92. (BF 01) – VISTA DA DRENAGEM EXISTENTE DENTRO DA ÁREA INICIALMENTE PROPOSTA COMO ÁREA DE BOTA FORA. .. 138
FIGURA 93. (BF 02) – ÁREA INICIALMENTE PROPOSTA COMO BOTA FORA. ......................................................................... 140
FIGURA 94. ESCOLA PRIMÁRIA JARDIM NAIPI ................................................................................................................ 140
FIGURA 95. (BF 03) – ÁREA INICIALMENTE PROPOSTA COMO BOTA FORA. O TERRENO NÃO APRESENTA ELEVAÇÕES ................... 141
FIGURA 96. (BF 03) – ÁREA INICIALMENTE PROPOSTA COMO BOTA FORA. O TERRENO NÃO APRESENTA ELEVAÇÕES ................... 141
FIGURA 97. (BF 04) – VISTA DA ÁREA DA PEDREIRA BRITA FOZ. MONTES DE BASALTOS BRITADOS AGUARDANDO TRANSPORTE. ... 142
FIGURA 98. (BF 04) – VISTA DAS BANCAS DE BASALTO DA PEDREIRA BRITA FOZ. ................................................................. 143
FIGURA 99 ALTERAÇÃO DE ÓXIDOS OBSERVADAS EM CAMPO ............................................................................................ 145
FIGURA 100. CORTE NO TERRENO MOSTRANDO AS CARACTERÍSTICAS DO HORIZONTE A DO LATOSSOLO OBSERVADO NA ÁREA ....... 145
FIGURA 101. RETIRADA DE SOLO MOSTRANDO NAS BANCADAS AS CARACTERÍSTICAS DO HORIZONTE A DOS SOLOS. (BANCADAS COM
APROXIMADAMENTE 2M).................................................................................................................................. 146
FIGURA 102. RETIRADA DE SOLO MOSTRANDO NAS BANCADAS AS CARACTERÍSTICAS DO HORIZONTE A DOS SOLOS. (BANCADAS COM
APROXIMADAMENTE 2M).................................................................................................................................. 146
FIGURA 103. RETIRADA DE SOLO MOSTRANDO NAS BANCADAS AS CARACTERÍSTICAS DO HORIZONTE A DOS SOLOS. (BANCADA COM
APROXIMADAMENTE 5M).................................................................................................................................. 147
FIGURA 104. EROSÃO CAUSADA PELA FALTA DE SISTEMAS ADEQUADOS DE DRENAGEM URBANA .............................................. 147
FIGURA 105. EROSÃO CAUSADA PELA FALTA DE SISTEMAS ADEQUADOS DE DRENAGEM URBANA. ............................................. 148
FIGURA 106. MAPA ADAPTADO DE VULNERABILIDADE GEOAMBIENTAL DO PARANÁ (2007) .................................................. 148
FIGURA 107. LATOSSOLO VERMELHO ARADO ................................................................................................................ 150
FIGURA 108. LATOSSOLO VERMELHO COM INÍCIO DO PROCESSO DE REMOÇÃO DO ELEMENTO FE. ............................................ 151
FIGURA 109. SOLO HIDROMÓRFICO AS MARGENS DO RIO TAMANDUAZINHO. ...................................................................... 151
FIGURA 110. SOLO COM ELEVADA REMOÇÃO DE FE. ....................................................................................................... 152
FIGURA 111. EROSÃO CAUSADA PELA FALTA DE SISTEMAS ADEQUADOS DE DRENAGEM URBANA. ............................................. 152
FIGURA 112. TERRAÇO COM INÍCIO DO PROCESSO DE EROSÃO PELA FALTA DE PROTEÇÃO NO TALUDE. ...................................... 153
FIGURA 113. MAPA ADAPTADO DE VULNERABILIDADE GEOAMBIENTAL DO PARANÁ (2007). ................................................. 154
FIGURA 114. LAVOURA COM TERRACEAMENTO. ............................................................................................................ 156
FIGURA 115. LAVOURA COM TERRACEAMENTO. ............................................................................................................ 156
FIGURA 116. TERRENO PREDOMINANTEMENTE PLANO SENDO PREPARADO PARA LAVOURA. ................................................... 157
7
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
FIGURA 117. CHEIA DE 1992 .................................................................................................................................... 178
FIGURA 118. CHEIA DE 1990 .................................................................................................................................... 178
FIGURA 119. CHEIA DE 1983 .................................................................................................................................... 179
FIGURA 120. VAZÕES NATURAIS NA BARRAGEM DE ITAIPU .............................................................................................. 180
FIGURA 121. COTAS MÉDIAS MENSAIS ........................................................................................................................ 181
FIGURA 122. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL ............................................................................................................. 182
FIGURA 123. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL- PERMANÊNCIA DE NÍVEIS EM CADA MÊS ...................................................... 184
FIGURA 124. PROBABILIDADE DE SOBRELEVAÇÃO DA COTA DE REFERÊNCIA ........................................................................ 187
FIGURA 125. PROBABILIDADE DE SOBRELEVAÇÃO DA COTA 108M NOS QUADRIMESTRES ...................................................... 189
FIGURA 126. CHEIAS MÁXIMAS.................................................................................................................................. 192
FIGURA 127. LINHA D’ÁGUA NO TRECHO DA PONTE PARA Q100....................................................................................... 195
FIGURA 128. LINHA D’ÁGUA NO TRECHO DA PONTE PARA Q500....................................................................................... 195
FIGURA 129. SEÇÃO SOB A PONTE, FACE MONTANTE -Q100............................................................................................ 196
FIGURA 130. SEÇÃO SOB A PONTE – FACE JUSANTE - Q100 ............................................................................................. 196
FIGURA 131. SEÇÃO SOB A PONTE, FACE MONTANTE –Q500 ........................................................................................... 197
FIGURA 132. SEÇÃO SOB A PONTE, FACE JUSANTE –Q500 ............................................................................................... 197
FIGURA 133. VISÃO INTERNA DO FRAGMENTO, PARCELA B. ............................................................................................. 204
FIGURA 134. INDIVÍDUOS ARBÓREOS PRESENTES, E AS LIANAS, NA PARCELA A. .................................................................... 204
FIGURA 135. VISTA DO DOSSEL DA PARCELA A. .............................................................................................................. 205
FIGURA 136. ENTORNO DO FRAGMENTO, COM ÁREAS MAIS DEGRADADAS. ......................................................................... 205
FIGURA 137. ASPECTO DO DOSSEL NA PARCELA A. ......................................................................................................... 206
FIGURA 138. INTERIOR DO FRAGMENTO. ...................................................................................................................... 206
FIGURA 139. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 207
FIGURA 140. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 207
FIGURA 141. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 208
FIGURA 142. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 209
FIGURA 143. INTERIOR DA PARCELA C. ........................................................................................................................ 209
FIGURA 144. INTERIOR DA PARCELA C. ........................................................................................................................ 210
FIGURA 145. INTERIOR DA PARCELA C. ........................................................................................................................ 210
FIGURA 146. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 211
FIGURA 147. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 211
FIGURA 148. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 212
FIGURA 149. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 212
FIGURA 150. INTERIOR DA PARCELA A. ........................................................................................................................ 213
FIGURA 151. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 213
FIGURA 152. DOSSEL DA PARCELA A. .......................................................................................................................... 214
FIGURA 153. INTERIOR DA PARCELA B. ........................................................................................................................ 214
FIGURA 154 PONTO AMOSTRAL 1. RIO PARANÁ - MONTANTE DO EMPREENDIMENTO. ......................................................... 223
FIGURA 155. PONTO AMOSTRAL 2 – RIO PARANÁ – PONTE/ÁREA DO EMPREENDIMENTO ..................................................... 223
FIGURA 156. PONTO AMOSTRAL 3 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO EMPREENDIMENTO ............................................................ 224
FIGURA 157. PONTO AMOSTRAL 4 – RIO IGUAÇU .......................................................................................................... 224
FIGURA 158. PONTO AMOSTRAL 5 – RIACHO TRIBUTÁRIO DO RIO IGUAÇU .......................................................................... 224
FIGURA 159 PONTO AMOSTRAL 6 – RIACHO TRIBUTÁRIO DO RIO IGUAÇU ........................................................................... 224
FIGURA 160. GRUPO DE IMAGENS - AMOSTRAGEM COM REDES DE ESPERA ......................................................................... 226
FIGURA 161. AMOSTRAGEM COM TARRAFA .................................................................................................................. 226
FIGURA 162. AMOSTRAGEM COM PENEIRA ................................................................................................................... 227
8
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
FIGURA 163. AMOSTRAGEM COM PUÇÁ ....................................................................................................................... 227
FIGURA 164. FAMÍLIAS COM SEUS RESPECTIVOS NÚMEROS DE ESPÉCIES (BARRAS AZUIS) OCORRENTES NA REGIÃO ESTUDADA DO RIO
PARANÁ ........................................................................................................................................................ 231
FIGURA 165. CURVA DO COLETOR, CALCULADA COM OS DADOS OBTIDOS EM CAMPO NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO
EMPREENDIMENTO. AS AMOSTRAGENS CORRESPONDEM AO ESFORÇO DE CAPTURA DOS DIVERSOS MÉTODOS NOS PONTOS
AMOSTRADOS DURANTE A FASE DE CAMPO ........................................................................................................... 236
FIGURA 166. PROPORÇÃO ENTRE ESPÉCIES ENDÊMICAS, NÃO ENDÊMICAS E INTRODUZIDAS REGISTRADAS NO TRECHO ESTUDADO DO
RIO PARANÁ DURANTE O PERÍODO DE ESTUDO. O NÚMERO DE ESPÉCIES DE CADA CATEGORIA FOI REGISTRADO ENTRE
PARÊNTESES ................................................................................................................................................... 237
FIGURA 167. CURVA DO COMPONENTE DOMINÂNCIA DA DIVERSIDADE PARA AS AMOSTRAS OBTIDAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL
1 – RIO PARANÁ – MONTANTE DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................... 238
FIGURA 168. CURVA DO COMPONENTE DOMINÂNCIA DA DIVERSIDADE PARA AS AMOSTRAS OBTIDAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL
1 – RIO PARANÁ – PONTE/ÁREA DO EMPREENDIMENTO ......................................................................................... 238
FIGURA 169. CURVA DO COMPONENTE DOMINÂNCIA DA DIVERSIDADE PARA AS AMOSTRAS OBTIDAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL
1 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO EMPREENDIMENTO ............................................................................................... 239
FIGURA 170. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE SHANNON (BARRAS ESCURAS) E DE UNIFORMIDADE DE PIELOU (BARRAS CLARAS) PARA AS
AMOSTRAGENS REALIZADAS NOS TRÊS PONTOS AMOSTRAIS (MONTANTE, PONTE E JUSANTE) NO RIO PARANÁ DURANTE O
PERÍODO DE ESTUDO ........................................................................................................................................ 240
FIGURA 171. FREQÜÊNCIA RELATIVA PERCENTUAL DE ESPÉCIES (EM RELAÇÃO AO TOTAL REGISTRADO) E ABUNDÂNCIA RELATIVA
PERCENTUAL DE EXEMPLARES (EM RELAÇÃO AO TOTAL REGISTRADO) PARA AS AMOSTRAGENS REALIZADAS NOS TRÊS PONTOS
AMOSTRAIS NO RIO PARANÁ DURANTE O PERÍODO DE ESTUDO.................................................................................. 240
FIGURA 172. ORDENAÇÃO DA ESTRUTURA DAS ASSEMBLÉIAS DE PEIXES ENTRE OS PONTOS AMOSTRAIS (P1 – PONTO AMOSTRAL 1 -
MONTANTE, P2 – PONTO AMOSTRAL 2 – PONTE/ÁREA DO EMPREENDIMENTO, P3 – PONTO AMOSTRAL 3 - JUSANTE) ATRAVÉS
DA ANÁLISE DE CORRESPONDÊNCIA COM REMOÇÃO DO EFEITO DO ARCO (DCA) .......................................................... 241
FIGURA 173. A MANJUBA LYCENGRAULIS GROSSIDENS (ENGRAULIDIDAE) ........................................................................... 252
FIGURA 174. O CANIVETE APAREIODON AFFINIS (PARODONTIDAE) .................................................................................... 252
FIGURA 175. O PIAU-BANANA HEMIODUS ORTHONOPS (HEMIODONTIDAE) ........................................................................ 252
FIGURA 176. O DOURADO SALMINUS BRASILIENSIS (CHARACIDAE) .................................................................................... 253
FIGURA 177. COBERTURA VEGETACIONAL SOBRE TRANSECÇÃO LESTE-OESTE NO ESTADO DO PARANÁ. FONTE: TEIXEIRA E LINSKER,
2010. ........................................................................................................................................................... 256
FIGURA 178. COBERTURA VEGETACIONAL SOBRE TRANSECÇÃO LESTE-OESTE NO ESTADO DO PARANÁ. FONTE: TEIXEIRA E LINSKER,
2010.2. COBERTURA VEGETACIONAL SOBRE TRANSECÇÃO LESTE-OESTE NO ESTADO DO PARANÁ. FONTE: TEIXEIRA E LINSKER,
2010. ........................................................................................................................................................... 258
FIGURA 179. CONFIRMAÇÃO DA PRESENÇA DE ESPÉCIES ATRAVÉS DE ILUSTRAÇÕES CIENTÍFICAS DURANTE A REALIZAÇÃO DE
ENTREVISTAS. PONTO 3 .................................................................................................................................... 260
FIGURA 180. ENTREVISTA COM MORADOR LOCAL. PONTO 7. ........................................................................................... 260
FIGURA 181. CATEGORIAS DE STATUS DE ABUNDÂNCIA DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE. ....................................... 268
FIGURA 182. CURVA DE SUFICIÊNCIA AMOSTRAL PARA OS MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE. ........................................ 274
FIGURA 183. PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU. FONTE: TEIXEIRA E LINSKER, 2010. .............................................................. 275
FIGURA 184. ALTERAÇÃO DO HABITAT. PONTO 3. .......................................................................................................... 279
FIGURA 185. PRESENÇA DE ANIMAIS DOMÉSTICOS. PONTO 1. .......................................................................................... 279
FIGURA 186. LEOPARDUS WIEDII (GATO-MARACAJÁ). FOTO DE TADEU GOMES DE OLIVEIRA E KATIA CASSARO, 1999. ............... 280
FIGURA 187. LONTRA LONGICAUDIS (LONTRA). FOTO DE FLÁVIO SILVA, 1994 .................................................................... 281
FIGURA 188. SYLVILAGUS BRASILIENSIS (TAPETI). FOTO DE WILSON FERNANDES, 2008. ....................................................... 282
FIGURA 189. REMANESCENTE FLORESTAL ENCONTRADO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO ................................................ 293
FIGURA 190. ASPECTO DE AMBIENTE SEMI-FLORESTAL (CAPOEIRA) NA ÁREA DE INFLUÊNCIA ................................................... 294
9
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
FIGURA 191. CAMPOS DE PASTAGENS ENCONTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO ................................................... 295
FIGURA 192. AMBIENTE AQUÁTICO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO ........................................................................... 296
FIGURA 193. ASPECTO DE AMBIENTE SEMI-AQUÁTICO .................................................................................................... 296
FIGURA 194. IMAGENS DE ESPÉCIES DE OCORRÊNCIA PARA A ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO............................................... 301
FIGURA 195 FOTOGRAFIA AÉREA EVIDENCIANDO OS 15 CORPOS D’ÁGUA AMOSTRADOS E OS 10 FRAGMENTOS DE AMOSTRAGEM DA
HERPETOFAUNA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO. FRAG (MARCADORES AZUL)= FRAGMENTO FLORESTAL
AMOSTRADO; SIT (MARCADORES AMARELOS)= CORPO D’ÁGUA AMOSTRADO. ESCALA = 5 KM. FONTE DA FOTO: GOOGLE
EARTH. .......................................................................................................................................................... 321
FIGURA 196FOTOGRAFIA AÉREA DETALHANDO CADA UM DOS 15 CORPOS D’ ÁGUA E DOS 10 FRAGMENTOS FLORESTAIS AMOSTRADOS
PARA O INVENTÁRIO DA HERPETOFAUNA NA ÁREA DO EMPRENDIMENTO. (A) FRAG 01, (B) FRAG02, (C) FRAG 03, (D) FRAG 04,
(E) FRAG 05, (F) FRAG06, (G) FRAG 07, (H) FRAG 08, (I) FRAG 09, (J) FRAG 10. FRAG (MARCADORES AZUL) = FRAGMENTO
FLORESTAL AMOSTRADO; SIT (MARCADORES AMARELOS)= CORPO D’ÁGUA AMOSTRADO. ESCALA = 500M. FONTE DA FOTO:
GOOGLE EARTH. ............................................................................................................................................. 322
FIGURA 197. CORPOS D’ÁGUA AMOSTRADOS NA REGIÃO DE ESTUDO. (A) SIT 01(1), (B) SIT 01(2), (C) SIT 02, (D) SIT 03(1), (E) SIT
03(2), (F) SIT 04, (G) SIT 05(1), (H) SIT 05(2), (I) SIT 05(3), (J) SIT 06(1), (K) SIT 06(2), (L) SIT 08, (M) SIT 09(1), (N)
SIT09(2), (O) SIT 09(3), (P) SIT 09(4). AS ABREVIAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DOS CORPOS D’ÁGUA ENCONTRAM-SE NA TABELA
4. ................................................................................................................................................................. 323
FIGURA 198. CURVA DE ACUMULAÇÃO DE ESPÉCIES OU CURVA DO COLETOR REPRESENTANDO A RIQUEZA CUMULATIVA DE ESPÉCIES AO
LONGO DOS 10 FRAGMENTOS AMOSTRADOS ........................................................................................................ 326
FIGURA 199. CURVA DE RIQUEZA OBSERVADA (SOBS) E ESPERADA ATRAVÉS DOS ESTIMADORES DE RIQUEZA ACE (ABUNDANCE BASED
COVERAGE ESTIMATOR) E ICE (INCIDENCE BASED COVERAGE ESTIMATOR) AO LONGO DOS 10 FRAGMENTOS AMOSTRADOS. 327
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
TABELAS
TABELA 1. CRONOGRAMA DA RELAÇÃO ENTRE BRASIL E PARAGUAI. ..................................................................................... 14
TABELA 2. COMPARAÇÃO DO PIB ENTRE OS QUATRO PAÍSES QUE CONSTITUEM O EIXO DE CAPRICÓRNIO. ................................... 22
TABELA 3. GRUPOS DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. FONTE: MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO......................................................... 23
TABELA 4. PROJETOS VINCULADOS AO GRUPO3 DO EIXO DE CAPRICÓRNIO. .......................................................................... 24
TABELA 1. COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA MÉDIA, MÍNIMA E MÁXIMA MENSAIS. ........................................................... 67
TABELA 2 PARÂMETROS AGROCLIMÁTICOS PARA O MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU ................................................................. 68
TABELA 3. COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE MÉDIA MENSAL PARA O ANO DE 2008. ......................................................... 69
TABELA 4. COMPORTAMENTO DA UMIDADE RELATIVA DO AR MÉDIA MENSAL (%). FONTE: MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA.
DESTACAMENTO DE PROTEÇÃO AO VÔO DE FOZ DO IGUAÇU...................................................................................... 72
TABELA 5. RELAÇÃO ENTRE AS COORDENADAS GEOGRÁFICAS E O NPS CORRESPONDENTE. ....................................................... 81
TABELA 6. FLUXO DE VEÍCULOS (NOS DOIS SENTIDOS DA RODOVIA) CONTABILIZADO DURANTE OS 15 MINUTOS DE MEDIDA ............. 82
TABELA 7. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ........................................................................................................ 82
TABELA 8. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ........................................................................................................ 83
TABELA 9. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ........................................................................................................ 84
TABELA 10. NPS EQUIVALENTE .................................................................................................................................... 85
TABELA 11. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 86
TABELA 12. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 87
TABELA 13. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 87
TABELA 14. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 88
TABELA 15. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 89
TABELA 16. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 90
TABELA 17. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 90
TABELA 18. NÍVEL DE PRESSÃO SONORA EQUIVALENTE ...................................................................................................... 91
TABELA 19. NÍVEL DE CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO NCA PARA AMBIENTES EXTERNOS, EM DB(A) ................................................... 94
TABELA 20. CORPOS HÍDRICOS MONITORADOS. ............................................................................................................ 158
TABELA 21. PREPONDERANTES DAS ÁGUAS SEGUNDO CRITÉRIOS DA RESOLUÇÃO CONAMA Nº 20 E Nº 357. ......................... 159
TABELA 22. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS .......................................................................................... 161
TABELA 23. ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS .......................................................................................... 166
TABELA 24. 20 MAIORES CHEIAS SÉRIE ANUAL ............................................................................................................. 177
TABELA 25. NÍVEIS MÁXIMOS ANUAIS X PERÍODO DE RETORNO ....................................................................................... 182
TABELA 26. NÍVEIS MÁXIMOS SAZONAIS X PERÍODO DE RETORNO .................................................................................... 183
TABELA 27. Nº DE DIAS COM SOBRELEVAÇÃO DA COTA DE REFERÊNCIA ............................................................................. 185
TABELA 28. DISCRIMINAÇÃO DOS EVENTOS PARA A COTA DE REFERÊNCIA 108M ................................................................. 186
TABELA 29. NÚMERO DE DIAS ACIMA DA COTA 108 NOS QUADRIMESTRES .......................................................................... 188
TABELA 30. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL (DIAS NO ANO COM COTAS ACIMA DA REFERÊNCIA) ........................................... 190
TABELA 31. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL - DIAS COM NÍVEIS ACIMA DA COTA DE REFERÊNCIA-PERÍODO: MAIO A NOVEMBRO 191
TABELA 32. RIO PARANÁ EM PORTO OFICIAL- NÍVEIS MÁXIMOS ANUAIS X PERÍODO DE RETORNO .......................................... 191
TABELA 33. RIO PARANÁ NA SEÇÃO DA PONTE VAZÕES MÁXIMAS X PERÍODO DE RETORNO .................................................. 193
TABELA 34. PONTOS DE AMOSTRAGEM PARA A FLORA .................................................................................................... 202
TABELA 35. ESPÉCIES BOTÂNICAS COLETADAS E OBSERVADAS NA ADA. .............................................................................. 215
TABELA 36 RELAÇÃO DAS ESPÉCIES OCORRENTES E SEUS RESPECTIVOS USOS. ....................................................................... 217
TABELA 37. RELAÇÃO DOS PONTOS AMOSTRAIS INVENTARIADOS ....................................................................................... 222
TABELA 38. DETALHAMENTO DO ESFORÇO AMOSTRAL DA ICTIOFAUNA. ............................................................................. 227
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
TABELA 39. CARACTERIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA FAUNA. ........................................................ 228
TABELA 40. DETALHAMENTO DO ESFORÇO AMOSTRAL PARA ICTIOFAUNA. ........................................................................... 229
TABELA 41. RELAÇÃO DAS ORDENS E RESPECTIVOS NÚMEROS DE ESPÉCIES DE PEIXES NATIVOS REGISTRADAS PARA O RIO PARANÁ
(TRECHO ESTUDADO), RIO PARAGUAI E SISTEMA DO ALTO RIO PARANÁ, SISTEMA ESTE QUE INCLUI TODA A DRENAGEM DO RIO
PARANÁ ACIMA DO ANTIGO SALTO DE SETE QUEDAS (HOJE INUNDADO PELO RESERVATÓRIO DE ITAIPU) .......................... 232
TABELA 42. ESPÉCIES REGISTRADAS NA REGIÃO (BACIA DO RIO PARANÁ), ORGANIZADAS DE ACORDO COM SEUS RESPECTIVOS TAXA.
() ESPÉCIE INTRODUZIDA, (♦) ESPÉCIE ENDÊMICA DO SISTEMA RIO PARANÁ - PARAGUAI ............................................. 234
TABELA 43. COMPRIMENTO TOTAL MÉDIO (CT) E PESO TOTAL MÉDIO (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO
AMOSTRAL 1 – RIO PARANÁ – MONTANTE DO EMPREENDIMENTO ............................................................................ 242
TABELA 44. PESO TOTAL (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 1 – RIO PARANÁ – MONTANTE
DO EMPREENDIMENTO ..................................................................................................................................... 243
TABELA 45. CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO EM NÚMERO DE INDIVÍDUOS (CPUE IND = NÚMERO DE INDIVÍDUOS / 100M2 DE
REDE DE ESPERA EM 24H) E BIOMASSA (CPUE PESO = G / 100M2 DE REDE DE ESPERA EM 24H) DAS ESPÉCIES DE PEIXES
REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 1 – RIO PARANÁ – MONTANTE DO EMPREENDIMENTO .......................... 244
TABELA 46. COMPRIMENTO TOTAL MÉDIO (CT) E PESO TOTAL MÉDIO (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO
AMOSTRAL 2 – RIO PARANÁ – ÁREA DO EMPREENDIMENTO .................................................................................... 246
TABELA 47. PESO TOTAL (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 2 –RIO PARANÁ – ÁREA DO
EMPREENDIMENTO .......................................................................................................................................... 247
TABELA 48. CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO EM NÚMERO DE INDIVÍDUOS (CPUE IND = NÚMERO DE INDIVÍDUOS / 100M2 DE
REDE DE ESPERA EM 24H) E BIOMASSA (CPUE PESO = G / 100M2 DE REDE DE ESPERA EM 24H) DAS ESPÉCIES DE PEIXES
REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 2 – RIO PARANÁ – ÁREA DO EMPREENDIMENTO ................................... 248
TABELA 49. COMPRIMENTO TOTAL MÉDIO (CT) E PESO TOTAL MÉDIO (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO
AMOSTRAL 3 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO EMPREENDIMENTO ................................................................................ 249
TABELA 50. PESO TOTAL (G) DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 3 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO
EMPREENDIMENTO .......................................................................................................................................... 250
TABELA 51. CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO EM NÚMERO DE INDIVÍDUOS (CPUE IND = NÚMERO DE INDIVÍDUOS / 100M2 DE
REDE DE ESPERA EM 24H) E BIOMASSA (CPUE PESO = G / 100M2 DE REDE DE ESPERA EM 24H) DAS ESPÉCIES DE PEIXES
REGISTRADAS EM CAMPO NO PONTO AMOSTRAL 3 – RIO PARANÁ – JUSANTE DO EMPREENDIMENTO ............................... 251
TABELA 52. LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS AMOSTRAIS E TIPOS DE AMBIENTES......................................................................... 257
TABELA 53 MODELO DO FORMULÁRIO PARA ENTREVISTAS. .............................................................................................. 261
TABELA 54. CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA MASTOFAUNA.................................................................. 261
TABELA 55. DETALHAMENTO DO ESFORÇO AMOSTRAL. ................................................................................................... 262
TABELA 56. LISTA TAXONÔMICA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE COM DESTAQUE A FORMA DE REGISTRO E A
OCORRÊNCIA NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA. ADA – ÁREA DIRETAMENTE AFETADA; AID – ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA. ....... 265
TABELA 57. CATEGORIAS DE STATUS DE ABUNDÂNCIA DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE. ......................................... 266
TABELA 58. REGISTROS DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE NOS PONTOS AMOSTRAIS, ABUNDÂNCIA RELATIVA E
STATUS DE ABUNDÂNCIA. ............................................................................................................................... 2-269
TABELA 59. ABUNDÂNCIA RELATIVA, STATUS DE ABUNDÂNCIA E FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO
E GRANDE PORTE. ......................................................................................................................................... 2-271
TABELA 60. ÍNDICE DE DIVERSIDADE (H), EQUITABILIDADE (J) E DOMINÂNCIA (D). ............................................................... 273
TABELA 61. LISTA DAS ESPÉCIES DE MAMÍFEROS DE MÉDIO E GRANDE PORTE REGISTRADAS NO PRESENTE DIAGNÓSTICO E NOS
TRABALHOS DE CRAWSHAW JÚNIOR (1995), ANTONELLI-FILHO (1999) E MORONE (2006). ....................................... 276
TABELA 62. ESPÉCIES DA MASTOFAUNA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO IDENTIFICADAS NAS ÁREAS DE AMOSTRAGEM. ....................... 279
TABELA 63. PONTOS DE COLETA DA AVIFAUNA. ............................................................................................................. 286
TABELA 64. CARACTERIZAÇÃO DOS PONOS DE AMOSTRAGEM DA AVIFAUNA. ....................................................................... 287
TABELA 65. ESFORÇO AMOSTRAL DA AVIFAUNA. ............................................................................................................ 288
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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
TABELA 66. ESPÉCIES DE RÉPTEIS COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA EM CARÁTER REGIONAL. ........................................................ 302
TABELA 67. ESPÉCIES DE ANUROS COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA EM CARÁTER REGIONAL ........................................................ 303
TABELA 68. CINQÜENTA DAS 58 ESPÉCIES DE RÉPTEIS COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA PARA A REGIÃO ........................................ 305
TABELA 69. TRINTA E UMA ESPÉCIES DAS 42 ESPÉCIES DE ANFÍBIOS ANUROS COM PROVÁVEL OCORRÊNCIA PARA A REGIÃO ........... 313
TABELA 70. LISTA DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS AMOSTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO EM JUNHO DE 2010.
.................................................................................................................................................................... 319
TABELA 71. LISTA DOS CORPOS D’ÁGUA AMOSTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO EM JUNHO DE 2010. ....... 319
TABELA 72. CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA HERPETOFAUNA. .............................................................. 324
TABELA 73. DETALHAMENTO DO ESFORÇO AMOSTRAL PARA A HERPETOFAUNA. ................................................................... 324
TABELA 74. ESPÉCIES REGISTRADAS EM CAMPO NA ÁREA DO EMPREENDIMENTO (MHNCI 13381 = NÚMERO DE TOMBO NO MUSEU
DE HISTÓRIA NATURAL DO CAPÃO DA IMBUIA ) ..................................................................................................... 325
TABELA 75. ACÚMULO DE ESPÉCIES POR FRAGMENTO. .................................................................................................... 326
TABELA 76. RIQUEZA OBSERVADA E ESTIMADA .............................................................................................................. 327
TABELA 77. QUADRO GERAL DE CARACTERIZAÇÃO/DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA FAUNA. ................................ 329
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1 . C AR AC T E R IZ AÇ Ã O D O E M PR E E N D IM E N T O
O acesso à Segunda Ponte Internacional entre o Brasil e o Paraguai
Este estudo trata especificamente dos levantamentos realizados no acesso à
Segunda Ponte. Este acesso, com extensão de 14,4 Km incluindo a Ponte (aprox.
745m), corre paralelamente à BR-277, passando por uma área rural, com
propriedades particulares de pequeno, médio e grande porte, descritos no
decorrer do estudo, além de uma área destinada a um Distrito Industrial que
encontra-se em processo de edificação.
A seguir apresenta-se um breve histórico da relação entre Brasil e Paraguai,
incluindo a Ponte da Amizade e a necessidade de construção de uma nova ponte
interligando o Brasil e o Paraguai.
A Ponte da Amizade e a relação entre Brasil e Paraguai
Como resultado e consolidação do reatamento das relações bilaterais entre o
Brasil e o Paraguai, foi inaugurada em 27 de março de 1965, sobre o rio Paraná,
a Ponte da Amizade, com uma extensão de 554 metros, ligando Foz do Iguaçu,
no Brasil a Puerto Presidente Strossner, no Paraguai hoje denominada Ciudad del
Este.
A Ponte da Amizade foi o primeiro passo de ligação do Paraguai com o Oceano
Atlântico, que foi concretizada com a inauguração da pavimentação da BR-
277/PR, em 27 de março de 1969.
A BR-277/PR liga Foz do Iguaçu, da margem do rio Paraná, onde está a Ponte da
Amizade, ao Porto de Paranaguá. Quando inaugurada, constituía-se na principal,
mais larga e mais extensa ligação rodoviária que cortava o Estado do Paraná,
uma extensão de aproximadamente 772 km, de leste a oeste. Esta estrada
pavimentada permitiu a ligação rodoviária de Assunção a Paranaguá.
No dia da inauguração os presidentes emitiram uma declaração conjunta que,
além de reafirmar os laços de amizade e cooperação econômica entre os dois
países, anunciava alguns compromissos. Entre outros, destacavam-se: o
oferecimento da Eletrobrás para prestar assistência financeira a Comissão Mista
Técnica Brasileira/Paraguaia, que fora criada em 12 de fevereiro de 1967, para
estudar o aproveitamento hidrelétrico do rio Paraná, implementando o que ficara
acertado na Ata de Iguaçu.
Tais acontecimentos tiveram os seguintes desdobramentos: para o Paraguai
representou a realização de uma antiga aspiração de conseguir uma ligação
rodoviária com o Oceano Atlântico, facilitando seu comércio exterior. Para o
Brasil representou o fortalecimento de relações comerciais e interesses
estratégicos e econômicos com o Paraguai. Para a região significou: a
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pavimentação de seu primeiro trecho rodoviário, ligando Cascavel a Foz do
Iguaçu e ligando este, por via rodoviária, ao Paraguai; significou ainda a inserção
deste Eixo em um eixo maior: o Eixo Assunção-Foz do Iguaçu-Curitiba-
Paranaguá. De Paranaguá o eixo liga, por via marítima, Assunção,Foz do Iguaçu
e Curitiba ao resto do mundo.
O fortalecimento das relações comerciais do Brasil com o Paraguai e a
conseqüente construção da Ponte da Amizade e ainda a pavimentação da BR-
277/PR, foram os primeiros fatores exógenos que exerceram forte influência
sobre a dinâmica do Eixo. Por uma decisão do Governo Federal, incentivado
pelos militares que planejavam a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, este
Eixo foi favorecido pelos encadeamentos que possibilitaram em sua extensão e
ao seu entorno, uma vez que o Paraguai concentrou suas relações com o resto
do mundo, através da ligação Assunção-Foz do Iguaçu-Curitiba-Paranaguá. A
partir desses acontecimentos, Foz do Iguaçu, a Região da Fronteira com o
Paraguai e a Argentina passaram a ser locais de intensas intervenções
governamentais, essencialmente vindas do Governo Federal, como se pode
observar na Tabela 1.
Tabela 1. Cronograma da relação entre Brasil e Paraguai.
1956
Criada comissão especial para construção da Ponte Brasil/Paraguai, chefiada pelo
engenheiro Almir França, por meio do Decreto nª 40350, do antigo DNER. Neste
mesmo ano foi lançada a pedra fundamental da Ponte da Amizade, pelos Presidentes
Juscelino Kubitscheck e Alfredo Stroessner.
1965 Inauguração da Ponte da Amizade sobre o rio Paraná, ligando o Brasil (Foz do
Iguaçu) ao Paraguai (Cuidad del Este).
1966
Assinada Ata do Iguaçu em 22 de junho pelos chanceleres do Brasil e do Paraguai,
nascendo Itaipu, para utilização do potencial hidráulico do rio Paraná, em condomínio
dos dois países, incluindo o Salto Grande de Sete Quedas até Foz do Iguaçu.
1969 27 de março: Entregue ao tráfego comum a BR-277/PR, pelos Presidentes Costa e
Silva, do Brasil e Alfredo Stroessner, do Paraguai.
1971 Em 30 de junho é assinada a Declaração de Assunção, sobre o aproveitamento
internacional do Rio Paraná.
1973 Em 26 de abril, é firmado pelos Presidentes Emílio Garrastazu Médici, do Brasil e
Alfredo Stroessner, do Paraguai, o Tratado de Itaipu.
1979
No início desse exercício, brasileiros e argentinos criaram uma comissão Binacional
pró-construção de uma ponte ligando o Brasil (Foz do Iguaçu) à Argentina (Puerto
Iguazú).
1982 Em 05 de novembro, na presença dos presidentes do Brasil e do Paraguai, João
Baptista Figueiredo e Alfredo Stroessner, foram abertas as comportas do vertedouro
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da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
1982
Em 06 de dezembro, com a presença dos Presidentes do Brasil, João Figueiredo e da
Argentina Roberto Binhone, foi dado início à construção da Ponte Brasil/Argentina
(Ponte Internacional Tancredo Neves).
1983 Em 05 de maio, foi acionada a primeira turbina da Usina Hidrelétrica de Itaipu, com
geração de energia para o Paraguai.
1984
Em 25 de outubro, na presença dos Presidentes do Brasil e do Paraguai, João Batista
Figueiredo e Alfredo Stroessner, foram inauguradas a Central Hidrelétrica de Itaipu e
a Subestação de Furnas.
1985
Em 29 de outubro, com presença do Presidente do Brasil José Sarney e do Presidente
da Argentina Raul Alfonsi, foi inaugurada a ponte que liga o Brasil a Argentina, sobre
o rio Iguaçu, a qual recebeu o nome de Ponte Internacional Tancredo Neves.
1986 17 de novembro: Tombamento do Parque Nacional do Iguaçu, como Patrimônio
Natural da Humanidade, pela UNESCO.
1992
Elaborado o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo
da República do Paraguai para a Construção de uma Segunda Ponte Internacional
sobre o rio Paraná e Criada a Comissão Mista Brasileiro – Paraguaia, integrada por
representantes de ambos os países.
1995 Duplicação da BR-277/PR, no trecho que liga Foz do Iguaçu a Santa Terezinha de
Itaipu.
1998 Inauguração do viaduto, na Avenida JK com a BR-277/PR, com acesso a Ponte da
Amizade.
O Eixo, mais especificamente, Foz do Iguaçu foi fortemente favorecido pelas
intervenções do Governo Federal, nas últimas quatro décadas do Século XX.
A cidade está na Tríplice Fronteira, o que já seria suficiente para se constituir
numa área de planejamento do Governo Federal. Todavia o potencial hidrelétrico
do rio Paraná, dentro do seu território foi decisivo não somente para Foz do
Iguaçu, como também para todo o Eixo.
O início das obras civis da Usina de Itaipu, em 1975, representou um marco na
alteração do comportamento do Eixo. Primeiro, o crescimento populacional
iniciado em Foz do Iguaçu nesse ano continuado nas décadas seguintes, elevou a
população de 28.080 habitantes em 1960, para 33.970 habitantes em 1970, e
136.320 habitantes em 1980, registrando um crescimento de 385%, estimando-
se hoje uma população de 279.620 habitantes.
Além disso, forçou o Governo Federal a realizar grandes investimentos,
principalmente em infra-estrutura na cidade, que oferecia serviços precários nas
áreas de infra-estrutura de educação, habitação, saúde, energia,
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telecomunicações e transportes ao contingente de população que para lá migrou,
assim como para as necessidades da Itaipu Binacional.
Ainda, a atração de um grande contingente populacional atraiu também capitais
e fez surgir uma série de novos empreendimentos comerciais, industriais e de
prestação de serviços, aumentando o nível de geração de renda, tributos e de
consumo.
Ao longo destes anos, Foz do Iguaçu teve seu crescimento acelerado,
intensificando seu comércio, principalmente com Ciudad del Este (Fotos 1,2,3,4
e 5).
Figura 1. Vista da Ponte da Amizade
Fonte: DNIT, 2010
Figura 2. Ponte da Amizade e seus acessos em lado brasileiro. Em primeiro plano, BR-277/PR Fonte: Apresentação DNIT/Foz do Iguaçu
Figura 3. Região Fronteiriça. Em primeiro plano, comércio intenso em lado brasileiro. Ao fundo, edificações em lado paraguaio.
Figura 4. Ao fundo Ponte da Amizade, ligando o Brasil ao Paraguai. Observa-se um enorme congestionamento de veículos ao longo de toda a extensão da ponte.
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Figura 5. BR-277/PR Acesso à Ponte da Amizade, em lado brasileiro, no município de Foz do Iguaçu.
Plano de Aceleração do Crescimento - PAC
O Programa de Aceleração de Crescimento - PAC, lançado em 22 de janeiro de
2007, é um programa do Governo Federal brasileiro que engloba um conjunto de
políticas econômicas, planejadas para os quatro anos subsequentes e que tem
como objetivo acelerar o crescimento econômico do Brasil, como também a
tentativa de aumentar a integração entre os países latino-americanos em
especial aqueles que incorporam o MERCOSUL. Prevendo, investimentos totais de
503 bilhões de reais até 2010, sendo uma de suas prioridades a infra-estrutura,
como portos e rodovias.
O Governo Brasileiro destinou, no PAC, a verba de R$ 4,5 bilhões para obras
rodoviárias de infra-estrutura no Estado do Paraná onde que, dentre outras
obras, prevê a construção da Segunda Ponte Internacional, conforme mostra
Figura 6.
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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
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Figura 6. Indicação da Construção da Segunda Ponte Internacional Brasil-Paraguai no Plano de Aceleração do Crescimento - PAC
Tendo em vista o significativo incremento do fluxo de passageiros e cargas pela
Ponte da Amizade e, considerando ser de interesse recíproco aos países
promover a integração física de seus territórios e objetivando uma ampliação das
vias de ligação para o transporte terrestre entre as duas margens do rio Paraná,
por meio do Decreto número 1.436, de 03 de abril de 1995, foi promulgado o
Acordo para a Construção de uma Segunda Ponte sobre o rio Paraná. O Acordo
foi realizado entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai,
em Foz do Iguaçu.
Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional Suramericana -
IIRSA
A IIRSA – Iniciativa para la Integración de la Infraestructura Regional
Suramericana, cuja coordenação técnica encontra-se a cargo do Banco
Interamericano de Desenvolvimento – BID, da Cooperação Andina de Fomento –
CAF e do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata –
FONPLATA, constitui um fórum de diálogo entre as autoridades responsáveis pela
infra-estrutura de transporte, energia e telecomunicações de doze países sul-
americanos (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana,
Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela).
Dos dez eixos de integração e desenvolvimento em discussão na macro-região
sul-americana que, além de outros fatores, levam em consideração a variável
transporte, em suas diferentes modalidades e territórios de abrangência, quatro
correlacionam-se e/ou influenciam o sistema viário da região fronteiriça entre o
Brasil e o Paraguai, em estudo, segundo figura 7:
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Figura 7. Eixos de Integração vinculados ao Brasil.
Eixo de Capricórnio;
O Eixo de Capricórnio está composto pela região norte da Argentina (Misiones, Corrientes, Formosa, Chaco, Santiago Del Estero, Tucumán, La Rioja, Catamarca, Salta, Jujuy), o estado do Rio Grande do Sul no Brasil, a região norte do Chile (Antofagasta, Atacama), a região sul-ocidental do
Paraguai e a extensão territorial de Assunção no Paraguai, perpassando a região da Ponte da Amizade no rio Paraná, estendendo-se através do estado do Paraná, no Brasil, até o Porto de Paranaguá.
Eixo Interoceânico Central;
O Eixo Interoceânico Central é um eixo transversal do qual fazem parte cinco países da região Sul Americana: Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Peru. A superfície total destes cinco países é de 12 milhões de quilômetros quadrados equivalente a 68% da superfície total da América do Sul, que é de 17,7 milhões de km2.
O Eixo abrange oito dos nove Departamentos da Bolívia, excetuando-se Pando; cinco estados do Brasil: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo; a primeira região do Chile; todo o Paraguai e as províncias de Arequipa, Moquegua e Tacna do Peru.
Eixo Mercosul – Chile;
Os países integrantes deste Eixo compõem o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) mais o Chile como país associado com o Bloco. Este é claramente o Eixo mais consolidado da região, gerando cerca de 70% da atividade econômica sul-americana, com os maiores fluxos de comércio inter-regional, assim como a conjunção dos oceanos Atlântico e Pacífico por meio de redes viárias e interconexões de transporte.
Eixo Hidroviário Paraguai – Paraná.
Segundo informações do CICPLATA (Comité Intergubernamental Coordinador de los Países de la Cuenca del Plata) o complexo Hidrovia Paraguay – Paraná nasce como um programa no marco do Sistema da Bacia do Prata a fim de individualizar as ações necessárias para melhorar a navegação nos rios Paraguay e Paraná. Esta iniciativa da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai pretende promover a integração física de uma importante zona produtora agrícola e industrial com o objetivo de gerar excedentes exportáveis para o comércio intra e extra regional.
Os quatro eixos de integração possuem interfaces significativas no que se refere
aos aspectos viários em seus diferentes modais: rodovias, ferrovias e hidrovias.
O desenvolvimento gradual e a melhoria, ampliação e implantação de
alternativas para o transporte de produtos e pessoas exercerá influências e
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interferências na viabilização de uma segunda ponte ligando Foz do Iguaçu
(Brasil) e Presidente Franco (Paraguai).
A falta de recursos financeiros, o sucateamento e a desativação de grande parte
do sistema ferroviário, como, por exemplo, a falta de sincronia de normas e
regulamentos e mesmo as distâncias a serem vencidas entre origem e destino de
vários trechos rodoviários, ferroviários e hidroviários levam a crer que o ajuste, a
implantação e a operação dos modais viários nos diferentes Eixos de Integração
só possa ser concretizado a longo prazo, por exemplo, num horizonte de 20 anos
(Dados fornecidos pela IIRSA).
A Inserção da Ponte no Contexto da IIRSA
A Segunda Ponte Internacional Brasil-Paraguai é um projeto de complementação
do Eixo de Capricórnio. O objetivo deste projeto é adequar as condições de
trafegabilidade ao longo das rodovias BR-277/PR, no Brasil, e Ruta7, no
Paraguai, eliminando o ponto de estrangulamento rodoviário na fronteira entre
os dois países.
O Eixo de Capricórnio se desenvolve ao longo do Trópico de Capricórnio, entre os
paralelos 20 e 30 de latitude sul. Nesta região podem ser encontradas
instalações portuárias nos oceanos Pacífico e Atlântico, o que caracteriza sua
importância transcontinental, conforme pode ser observado na figura abaixo:
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Figura 8. Localização do Eixo de Capricórnio. Ressalta-se a possibilidade de interligação entre o Oceano Atlântico e Pacífico, bem como a possibilidade de transporte de bens e serviços pelos diversos modais disponíveis ao longo do Eixo. Fonte: Ministério do Planejamento. www.planejamento.gov.br.
Constitui o Eixo:
Região A: os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, do Brasil;
Região B: nordeste (NEA) da Argentina (províncias de Misiones, Corrientes,
Formosa e Chaco) junto com a região sul do Paraguai;
Região C: noroeste (NOA) da Argentina (Santiago del Estero, Tucumán, La
Rioja, Catamarca, Salta e Jujuy) e sul da Bolívia (Tarija); e
Região D: norte do Chile (Antofagasta e Atacama).
Estão dentro deste contexto as cidades de Paranaguá, Ponta Grossa, Curitiba,
Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Erechim, Santa Maria, Santa Cruz do
Sul, São Borja, Foz de Iguaçu, Ciudad del Este, Puerto Iguazú, Encarnación,
Apóstoles, Posadas, Asunción, Corrientes, Resistencia, Formosa, Santiago del
Estero, Tucumán, Salta, Jujuy, Catamarca, La Rioja, Copiapó e Antofagasta
perfazendo uma região de aproximadamente 1.798.700 km².
O Eixo possui uma população de 24.504.000 habitantes, em dados de 2002, que
se distribui a uma densidade de 14.2 hab/km². Predomina uma ocupação urbana
(75% do total) e uma população economicamente ativa (PEA) que alcança 64 %
do total.
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No que diz respeito aos aspectos econômicos, pode-se afirmar que no ano de
2001 o Produto Interno Bruto (PIB) da região foi de aproximadamente U$ 84,0
bilhões, estruturada conforme tabela abaixo:
Tabela 2. Comparação do PIB entre os quatro países que constituem o Eixo de Capricórnio.
PAÍS CONTRIBUIÇÃO
Argentina 33,86%
Brasil 46,98%
Chile 10,95%
Paraguai 10,94%
Fonte: IIRSA. Referência 2000.
Em avaliação da infra-estrutura de transportes, pode-se dizer que o eixo de
Capricórnio possui uma formação que limita e concentra os fluxos de transportes
por meio de um pequeno número de pontes para a interconexão entre os países.
Em muitos casos, são deficientes no estado de conservação e em sua estrutura
da rede de rodovias, incluindo as pontes e aduanas, o que obriga a uma
circulação arbitrária que ocasiona maiores custos de transporte e dificuldades de
integração. (Fonte: IIRSA).
Ainda caracterizada como uma região de grande potencial para o
desenvolvimento, alguns pontos podem ser destacados como entraves dentro
dos aspectos voltados à infra-estrutura:
“O estado de conservação e estrutura das vias é deficiente, incluindo as
pontes e aduanas, o que ocasiona maiores custos de transporte e dificuldades
de integração.
A rede de vias do Eixo caracteriza-se por atravessar na maioria das
fronteiras, barreiras naturais de importância como a Cordilheira dos Andes, os
Rios Pilcomayo, Paraguai, Paraná e Uruguai. Esta formação limita e concentra
os fluxos de transporte através de um pequeno número de passos de altura e
pontes para a interconexão entre os países.
Em geral, os sistemas de transporte ferroviário são antigos e deteriorados.”
(Fonte: IIRSA)
Observa-se que as restrições relacionadas com a rede rodoviária são maiorias,
dada a preferência a este tipo de transporte para a movimentação de bens e
serviços ao longo do Eixo.
Estruturou-se o Eixo em quatro grupos a fim de organizar e planejar as obras de
infra-estruturas:
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Tabela 3. Grupos do eixo de Capricórnio. Fonte: Ministério do Planejamento.
AGRUPAMENTOS PAÍSES ENVOLVIDOS
Grupo 1: Antofagasta-Paso de Jama-Jujuy-Resistencia-Formosa-Asunción
Chile-Argentina-Paraguai
Grupo 2: Salta-Villazón-Yacuiba-Mariscal Estigarribia Argentina-Bolívia-Paraguai Grupo 3: Asunción-Paranaguá Paraguai-Brasil Grupo 4: Presidente Franco-Puerto Iguazú-Pilar-Resistencia Argentina-Paraguai
Na figura abaixo pode-se observar a disposição dos grupos.
Figura 9. Disposição dos grupos do Eixo de Capricórnio.
Fonte: Ministério do Planejamento
Dentre os países componentes do Eixo de Capricórnio, o Brasil encontra-se com
projetos no Grupo3, como pode ser observado na figura abaixo:
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 10. Disposição dos projetos relacionados ao Grupo3 do Eixo de Capricórnio.
Fonte: Ministério do Planejamento
Resumidamente, no Grupo 3, podem ser elencados os seguintes projetos como
essenciais para o desenvolvimento da região do Eixo de Capricórnio:
Tabela 4. Projetos vinculados ao Grupo3 do Eixo de Capricórnio.
Eixo de Capricórnio: Grupo 3 Investimento Estimado (US$)
Nova Ponte Puerto Presidente Franco-Porto Meira, com Centro
de Fronteira Paraguai-Brasil
55.000.000
Ampliação da infra-estrutura portuária do Porto de Paranaguá 62.068.966
Conclusão do Anel de Via de Curitiba S/Inf.
Construção do Anel Ferroviário de Curitiba 30.000.000
Concessão de melhoramento das Rotas2 e7 (Asunción-Ciudad del Este)
136.000.000
Construção da Ferrovia Asunción-Ciudad del Este 297.500.000
Construção da Ferrovia Cascavel-Foz do Iguaçu e Cascavel-Guaira
S/Inf.
Modernização do Aeroporto Internacional de Asunción 60.000.000
Relocalização do Porto de Asunción S/Inf.
TOTAL 640.568.966
Fonte: IIRSA
Portanto, como se pode perceber, a conclusão da obra de implantação da
Segunda Ponte Internacional Brasil-Paraguai tem importância continental e está
intimamente associada a um projeto maior de desenvolvimento latino-
americano. Projeto este vinculado ao aumento da capacidade de transporte de
produtos e serviço e à interligação rodoviária dos oceanos Atlântico e Pacífico.
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Acordo Internacional
Por meio do Decreto nº 1.436, de 3 de abril de 1995, foi promulgado o Acordo
Internacional para a Construção de uma Segunda Ponte Internacional sobre o rio
Paraná, entre a República Federativa do Brasil e a República do Paraguai, em Foz
do Iguaçu, de 26/09/92.
Neste Acordo, anexo a este Estudo, as partes se comprometeram a iniciar o
exame das questões referentes à construção e à exploração de uma segunda
ponte internacional entre o Brasil e o Paraguai, sobre o rio Paraná, além de criar
a Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia.
A Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia
A Comissão Mista Brasileiro-Paraguaia, integrada por representantes de ambos
os países, foi criada pelo "Acordo entre o Governo da República Federativa do
Brasil e o Governo da República do Paraguai para a Construção de uma Segunda
Ponte Internacional sobre o Rio Paraná", assinado em 08 de dezembro de 2005.
Conforme Decreto nº 6.676 de 04/12/2008, em seu Art. 3º, a Comissão Mista
terá as seguintes atribuições:
i. Preparar a documentação necessária à construção da ponte e à
realização de suas obras complementares e acessos, tendo-se em conta
os aspectos técnicos, econômicos, financeiros e ambientais;
ii. Preparar o projeto executivo da obra;
iii. Referendar à adjudicação da obra e;
iv. Supervisionar a construção das obras até o seu término e realizar duas
vistorias, a primeira apões seis meses e a segunda após um ano da
inauguração da obra;
Ainda:
“A Comissão Mista poderá solicitar toda informação e assistência técnica
que considerar necessárias ao cumprimento de suas atribuições.
Cada Parte poderá solicitar toda informação e assistência técnica que
considerar necessárias a o cumprimento de suas atribuições.
Cada Parte será responsável pelas despesas decorrentes de sua
representação na Comissão Mista. As despesas comuns da Comissão
Mista serão divididas entre as Partes, em igual proporção.
A Comissão Mista reger-se-á pelo Regulamento acordado pelas Partes
mediante Acordo por troca de Notas, datado de 25 de fevereiro de
1994.”
Até a finalização deste EIA foram realizadas um total de doze reuniões da
Comissão Mista, divididas entre os municípios de Foz do Iguaçu no Brasil e
Presidente Franco no Paraguai, conforme Atas em anexo.
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Além da integração das equipes de ambos os países, nessas reuniões foram
abordados vários aspectos dentre eles:
Processos de licenciamento ambiental brasileiro e paraguaio;
Andamento dos trabalhos da empresa VETEC – responsável pelos Projetos
Básico e de Engenharia do empreendimento;
Localização do Empreendimento;
Localização e características do acesso em lado brasileiro, etc.
Metodologia Geral aplicada aos estudos pela PROGAIA Engenharia e Meio
Ambiente Ltda.
Este Estudo de Impacto Ambiental constitui-se na identificação, avaliação dos
impactos ambientais conseqüentes da implantação do acesso à ponte, bem como
da proposição de medidas mitigadoras e/ou potencializadoras destes impactos
considerando - sempre – o acesso em lado brasileiro.
Por se tratar apenas do acesso à ponte em lado brasileiro, este estudo não
contempla o município de Presidente Franco no Paraguai, abrangendo apenas o
município de Foz do Iguaçu – PR.
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11 .. 11 .. II dd ee nn tt ii ff ii cc aa çç ãã oo dd oo EE mm pp rr ee ee nn dd ee dd oo rr ,, dd aa ee mm pp rr ee ss aa
cc oo nn ss uu ll tt oo rr aa ee dd aa ee qq uu ii pp ee tt éé cc nn ii cc aa rr ee ss pp oo nn ss áá vv ee ll pp ee ll oo ss
ee ss tt uu dd oo ss
1.1.1. Empreendedor
Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT -
Coordenação Geral de Meio Ambiente – CGMAB.
Sede: SAN Quadra 03, Bloco “A” – ED.Núcleo dos Transportes, 3ºandar
CEP: 70040-902 – Brasília/DF
Tel. (61) 3315-4191 / 3315-4185
Fax: (61) 3315-4083
1.1.2. Empresa Consultora
PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA.
Razão Social: PROGAIA Engenharia e Meio Ambiente LTDA
CNPJ. : 04.291.396/0001-24
Sede: CLN 309 BLOCO “A” SALA 213/215
CEP: 70.755-510 - Brasília/DF
E-mail: [email protected]
Tel. (61) 3202-9290 / 3201-1377
Fax: (61) 3349-2736
Representante Legal: Marcelo Inácio Reis Cardoso
CPF: 695.011.301-34
Endereço: CLN 309 BLOCO A SALA 213-215 - Cep: 70.755-510 - Brasília/DF,
Tel/Fax: (61) 3202-9290 / 3201-1377
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
1.1.3. Equipe técnica multidisciplinar
Equipe Responsável pelo Estudo
Nome Área de Atuação Registro
Profissional Função
Coordenação Geral
Edmar Cabral da Silva Junior Geologia CREA-DF: 10.752/D Coordenador Geral
Marcelo Inácio Reis Cardoso Administração CPF: 695.011.301-34 Coordenador Administrativo
Meio Físico
Érico de Castro Borges Geologia CREA-DF: 10.290/D Coordenador do Meio Físico
Alexandre Eniz Física CPF: 564.336.891-91 Técnico do Meio Físico
Agostinho Antonio Inácio Química CPF: 424.794.441-04 Técnico do Meio Físico
Renan Lopes Geologia CREA/DF: 10.176/D Técnico do Meio Físico
Vomar Alves Miranda Química CRQ: 12400044 Técnico do Meio Físico
Meio Biótico
Elaine Cristina Reis Cardoso Biologia CRBIO: 49.690/04 Coordenadora do Meio Biótico
Gisele Cristina Sessegolo
Biologia CRBIO: 8.060-07/D Coordenadora do Meio Biótico
Celso Seger
Biologia/Avifauna CRBIO: 09806-07 Técnico do Meio Biótico
Lucas Batista Crivellari
Biologia/Hepertofauna CRBIO: 66372/07-2 Técnico do Meio Biótico
Munique Maria dos Santos Neto
Biologia/Mastofauna CRBIO: 25308-03/D Técnica do Meio Biótico
Vinícius Abilhôa Biologia/Ictiofauna CRBIO: 09506-03 Técnico do Meio Biótico
Meio Socioeconômico
Raquel Filgueiras da Silva Pedagogia CPF: 002.771.381-40 Coordenadora do Meio
Socioeconômico
Adriana Schelb da Rocha Geografia CPF: 909.340.831-34 Técnica do Meio Socioeconômico
Basílio Mendes P. Rocha Pedagogia CPF: 697.246.521-49 Técnico do Meio Socioeconômico
Laércio Loiola Brochier Arqueologia CPF: 795.152.319-49 Técnico do Meio Socioeconômico
Tatiana Costa Fernandes Arqueologia CPF: 920.289.009-97 Técnica do Meio Socioeconômico
Geoprocessamento
Érico Neiva Tavares Geografia CREA/DF: 16487/D Técnico em Geoprocessamento
Apoio Técnico
Fabiana Tavares Linhares Apoio CPF: 771.966.761-00 Apoio
Luciana de Aragão Veras Barra Apoio CPF: 991.741.621-87 Apoio
30
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31 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
11 .. 22 .. DD ee ss cc rr ii çç ãã oo dd oo EE mm pp rr ee ee nn dd ii mm ee nn tt oo
A descrição do empreendimento foi realizada baseada em dados coletados nos
seguintes documentos:
i. “Informações Básicas para a Construção de uma Segunda Ponte ligando o
Brasil (Foz do Iguaçu) e o Paraguai (Presidente Franco)” - documento
preliminar ao Projeto Básico e ao Projeto Executivo, desenvolvido pela
empresa ENGEMIM em 2005;
ii. “Relatório Básico Inicial – Projeto Executivo de Engenharia para
Construção de Ponte Internacional sobre o rio Paraná – BR-277/PR” –
desenvolvido pela Empresa VETEC Engenharia no ano de 2010.
1.2.1. Localização e Inserção Geográfica
O acesso à ponte será implantado às margens do centro urbano da Cidade de
Foz do Iguaçu, contornando-a a sudeste e interceptando a Rodovia das Cataratas
(BR-469/PR) e o acesso à Ponte Internacional Tancredo Neves(Brasil-Argentina),
conforme figura abaixo.
O Centro de Fronteira Brasil-Paraguai faz parte do projeto e será implantado nas
proximidades do Marco das Três Fronteiras. Da mesma forma, o Centro de
Fronteira Brasil-Argentina será implantado na diretriz do acesso à ponte sobre o
rio Iguaçu.
32 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
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Figura 11. Figura de localização do empreendimento. Fonte: VETEC, 2010.
33 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
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Figura 12. Localização do empreendimento. Fonte: PROGAIA, 2010.
34 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
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1.2.2. Descrição das Obras/Método Construtivo
Neste tópico encontram-se as principais características do projeto apresentados
pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT.
Ressalta-se que o projeto encontra-se em fase final de atualização em função
das necessidades das instituições que farão parte da operação deste sistema e
que contribuíram para a conclusão do conceito do Centro de Fronteira, bem como
das observações efetuadas pelos diversos órgãos interessados na conclusão
desta obra, a saber: Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Polícia
Rodoviária Federal – PRF, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento –
MAPA, Polícia Federal – PF, dentre outras.
Em virtude desta atualização, os seguintes itens encontram-se em fase de
conclusão:
Volume de Tráfego Previsto e Projetado;
Caracterização dos Sistemas de Drenagens e de Proteção Superficial;
Mão de Obra; Lista de Equipamentos;
Cronograma Físico-Financeiro e;
Projeto Preliminar da OAE.
1 . 2 . 2 . 1 . C a r a c t e r í s t i c a s d o A c e s s o à S e g u n d a P o n t e
A Rodovia de Acesso à nova ponte internacional sobre o Rio Paraná apresenta
uma extensão de 14,7 km, sendo considerado o seu início na estaca 0+0,00 do
projeto geométrico, definida no encontro com a nova ponte (lado Brasil), e se
desenvolve nos limites do perímetro urbano (lado sul e leste) da cidade de Foz
do Iguaçu, até alcançar a Rodovia BR 277.
Com relação à Classe da Rodovia, conforme considerado no projeto geométrico,
o traçado apresenta um segmento inicial em pista simples, classificado como
Rodovia Classe I-B, com 2 faixas de rolamento de 3,60m cada uma e
acostamentos laterais de 2,50m. Este segmento vai da estaca 0+0,00 até a
estaca 115, onde está localizado o dispositivo de acesso à Ponte Tancredo
Neves,que liga Brasil à Argentina.
No segmento adiante, que vai deste dispositivo até o trevo com a BR 469
(Rodovia das Cataratas) na estaca 219, a Rodovia de Acesso está classificada
como Rodovia Classe Especial, em pistas duplas, com 2 faixas de rolamento de
3,60m em cada pista, separadas por uma barreira rígida tipo “New Jersey” e
acostamentos laterais de 2,50m.
35 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
No segmento final, que vai da estaca 219 até a estaca 735, no final do projeto
junto ao trevo com a BR 277, a Rodovia de Acesso volta a apresentar pista
simples como no trecho inicial acima citado.
Ao longo dos 14,7 km de extensão do traçado estão projetados três dispositivos
em desnível, a saber: dispositivo de acesso à Ponte Internacional Tancredo
Neves(Brasil/Argentina), e trevos de 4 folhas nas interconexões com as rodovias
BR-469/PR e BR-277/PR.
O pavimento flexível foi o tipo de pavimento adotado para todas as pistas
principais, acostamentos e ramos das interseções.
Tipo de Revestimento na Faixa de Rolamento e Acostamento
Segundo projeto básico, as faixas de tráfego serão pavimentadas com pavimento
flexível de concreto betuminoso a quente (CBUQ), com espessura de 7cm.
Velocidade e o Limite de Peso que Será Permitido na Ponte
O sistema foi projetado para atender uma velocidade limite de até 80 km/h.
Além disso, a ponte foi projetada para suportar veículos até Classe 45 (segundo
NBR-7188/84), ou seja, com peso de até 45 toneladas.
Tipo de Veículos Permitidos Trafegar na Ponte
A ponte foi projetada para suportar veículos até Classe 45 (segundo NBR-
7188/84), ou seja, com peso de até 45 toneladas.
Tipos de Cargas que Serão Permitidas Transportar na Ponte
Não há especificação para o tipo de cargas que poderão ser transportadas na
ponte, estando as restrições vinculadas ao tipo de veículo para o qual a ponte foi
projetada.
Caracterização das Intervenções Necessárias em APP
O projeto não prevê até o momento estruturas especiais para intervenções em
áreas de APP.
Estudos Preliminares das OAEs
Em atendimento a este item, a equipe técnica menciona que será implantada
uma Obra de Arte Especial ao longo do acesso, sendo elas:
Viaduto sobre a BR-469/PR, na estaca 215, km 4.
Até o presente momento a equipe não teve acesso ao projeto específico para a
implantação desta obra, em função da constante necessidade de atualização dos
cálculos em atendimento às solicitações e complementações do município de Foz
do Iguaçu, bem como do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes – DNIT.
36 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Estimativa de Volumes Relativos à Movimentação de Terra e Rocha
Segundo dados fornecidos pela Projetista e que, segundo a mesma, deverão ser
atualizado em função da evolução do projeto, há uma previsão de movimentação
de 405.250 m³ de material de empréstimo e 60.000 m³ de material rochoso. No
que diz respeito a bota-fora, há uma disponibilidade de 512.000 m³ para
disposição de material.
Indicação Provável da Localização das Áreas de Apoio
AE-01 Jazida na Área de Implantação do Distrito Industrial
Esta é uma jazida potencial, localizada em área desapropriada pela Prefeitura de
Foz do Iguaçu. O material de empréstimo é de excelente qualidade, sendo
constituído por uma argila siltosa pouco arenosa.
A locação desta área é apresentada na Planta Geral das Pesquisas Realizadas.
A Prefeitura de Foz do Iguaçu, por meio de sua Secretaria de Obras, poderá
disponibilizar material remanescente de obras a serem implantadas, que no
momento não se encontram definidas. Neste contexto se incluem materiais do
Distrito Industrial.
Esta jazida apresenta as seguintes características:
- Área Estimada de Exploração = não definida
- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado ≥ 3,0m
- Volume Estimado da Jazida = não definido
- Distância de Transporte = 450 metros.
Conforme o exposto acima, a cubagem do material disponível não pode ser
determinada preliminarmente, uma vez que vai depender dos assentamentos
industriais a serem realizados.
AE-02 Jazida na Área Próxima à Cerâmica Foz
Esta é uma área potencial, porém de propriedade particular, que apresenta
indícios de exploração local.
Como esta área de empréstimo encontra-se próximo a uma cerâmica em
atividade, quando da implantação da obra, as cavas remanescentes de
exploração poderão ser, eventualmente, exploradas como bota-fora, levando-se
em conta a distância de transporte que é 500m.
A locação desta área é apresentada na Planta Geral das Pesquisas Realizadas.
Esta jazida apresenta as seguintes características:
- Área Estimada de Exploração = 33.750 m²
- Espessura Estimada do Material a Utilizado = 3,0m
- Volume Estimado da Jazida = 101.250m³
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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
- Distância de Transporte = 500 metros.
AE-03 Jazida na Área da Pedreira BRITAFOZ
A Pedreira BRITAFOZ, está localizada na Avenida Tancredo Neves, 3257 na
localidade de Porto Belo.
Esta pedreira encontra-se em atividade, e desta forma dispõe do material de
decapeamento das frentes de escavação.
Esta pedreira possui área para empréstimo de material terroso, que supre as
necessidades da obra da ligação rodoviária. O empréstimo disponível é
constituído por solo de alteração de basalto, que representa o capeamento da
pedreira, em área a ser explorada.
O material terroso a ser aproveitado como empréstimo corresponde ao
decapeamento da jazida de material pétreo, e apresenta na área espessuras de
até 7,0m, não apresentando custo do material, com incidência apenas do custo
de transporte.
Esta jazida apresenta as seguintes características:
- Área Estimada de Exploração = não definida
- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado = 7,0m
- Volume Estimado da Jazida ≥ 250.000m³
- Distância de Transporte 15,0Km
AE-04 Jazida na Área Próxima à Aduana Argentina
Esta área encontra-se localizada próximo à Aduana Argentina, em ambos os
lados da Rodovia BR-469, que dá acesso à Ponte Tancredo Neves.
Considerando-se o sentido Brasil – Argentina temos no lado direito:
-Comprimento da Área= 300m
- Largura da Faixa a ser Explorada = 60m
- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado = 3,0m
- Área Estimada de Exploração = 18.000m²
- Volume Estimado da Jazida = 54.000m³
- Distância de Transporte ≤ 500m
Considerando-se o sentido Brasil – Argentina temos no lado esquerdo:
-Comprimento da Área= 300m
- Largura da Faixa a ser Explorada = 20m
- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado = 1,50m
- Área Estimada de Exploração = 6.000m²
38 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
- Volume Estimado da Jazida = 9.000m³
-Distância de Transporte ≤ 500m
AE-05 Jazida na Área Próxima ao Trevo de Quatro Folhas na BR-277
com o Traçado de Projeto
Esta jazida se localiza às margens da Rodovia BR-277, tendo como referência de
localização o Posto Paradão, próximo ao futuro trevo com o traçado de projeto.
Trata-se de uma área de propriedade particular.
Esta jazida apresenta as seguintes características:
- Área Estimada de Exploração = 15.000m²
- Espessura Média Estimada do Material a Utilizado = 3,0m
- Volume Estimado da Jazida ≥ 45.000m³
- Distância de Transporte ≤ 5,0Km
ÁREAS PARA BOTA-FORA
BF-01 Área de Bota-Fora em Antigo Aterro Sanitário
Esta área está localizada na localidade do Arroio Dourado, e se constitui em um
antigo aterro sanitário.
Trata-se de uma área potencial, que deve ter sido desapropriada pela prefeitura,
e que apesar do volume disponível ser reduzido, oferece vantagens pela sua
distância de transporte.
Esta área de bota-fora apresenta as seguintes características:
- Área Estimada para Deposição = 35.000m²
- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 1,00m
- Volume Estimado para Deposição ≥ 35.000m³
- Distância de Transporte 3,0Km
BF-02 Área de Bota-Fora Subestação da COPEL
Esta área está localizada em Vila Iolanda, próximo à Subestação da COPEL, na
Avenida Felipe Wandscheer.
Trata-se de uma propriedade particular, que devido à sua distância de
transporte, de ser considerada como uma área potencial para bota-fora.
Esta área de bota-fora apresenta as seguintes características:
- Área Estimada para Deposição = 45.000m²
- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 3,0m
- Volume Estimado para Deposição ≥ 135.000m³
39 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
- Distância de Transporte 6,0Km
BF-03 Áreas de Bota-Fora nas Laterais da Rodovia BR-277
Estas áreas encontram-se localizadas nas laterais da Rodovia BR-277, na altura
do Km 722+500, sendo que o lado correspondente ao sentido Cascavel,
apresenta maior área disponível.
Observou-se durante a visita de inspeção, que a área correspondente à pista
sentido Cascavel, já vem sendo utilizada como bota-fora de entulho.
Estas áreas de bota-fora apresentam as seguintes características:
Lateral da Pista Sentido Cascavel
- Área Estimada para Deposição = 60.000m²
- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 3,0m
- Volume Estimado para Deposição ≥ 180.000m³
- Distância de Transporte ≥ 15,0Km
Lateral da Pista Sentido Ponte da Amizade
- Área Estimada para Deposição = 5.000m²
- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 2,0m
- Volume Estimado para Deposição ≥ 10.000m³
- Distância de Transporte ≥ 15,0Km
BF-04 Área de Bota-Fora na Pedreira BRITAFOZ
Esta área está localizada na Pedreira BRITAFOZ, correspondendo às cavas de
extração o material pétreo.
A Pedreira BRITAFOZ, está localizada na Avenida Tancredo Neves 3257 na
localidade de Porto Belo, com contato telefônico através do número (45) 3577
6767.
Esta pedreira encontra-se em atividade, e desta forma dispõe de cavas de
escavação abandonadas que precisam ser recompostas
Esta área de bota-fora apresenta as seguintes características:
- Área Estimada para Deposição =30.000m²
- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 5,0m
- Volume Estimado para Deposição ≥ 150.000m³
- Distância de Transporte 15,0Km
40 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
BF-05 Área de Bota-Fora na Pedreira REMANSO GRANDE
A Pedreira REMANSO GRANDE, está localizada na Rua Astorga, na localidade de
Remanso Grande, com contato telefônico através do número (45) 4141 1245,
com acesso pela Rodovia BR-469.
Esta pedreira encontra-se em atividade, e desta forma dispõe de área
topograficamente acidentada, que devido a ampliação da planta de exploração
precisa ser recomposta.
Esta área de bota-fora apresenta as seguintes características:
- Área Estimada para Deposição 4.000m²
- Espessura Média Estimada do Material a ser Depositado = 3,0m
- Volume Estimado para Deposição 12.000m³
- Distância de Transporte 10,0Km
PEDREIRAS
PE-01 Pedreira BRITAFOZ LTDA
A Pedreira BRITAFOZ, está localizada na Avenida Tancredo Neves, 3257 na
localidade de Porto Belo.
Esta pedreira encontra-se em atividade, e dispõe de material que atende a todas
as necessidades da obra da ligação rodoviária, no que se refere à qualidade e
volumes.
Esta pedreira executa todos os ensaios de controle tecnológico, incluindo o
ensaio de “Reação Alcali Agregado”.
Possui balança eletrônica para 80 toneladas, aferida.
Como carteira de clientes foi fornecedora de material para a construção de Itaipu
e da Aduana, além de atender a 02 (duas) concreteiras da cidade de Foz do
Iguaçu.
A distância de transporte é de 15,0Km, com acesso pela Avenida Juscelino
Kubistchek.
PE-02 Pedreira REMANSO GRANDE
A Pedreira REMANSO GRANDE, está localizada na Rua Astorga, na localidade de
Remanso Grande, com acesso pela Rodovia BR-469.
Esta pedreira encontra-se em atividade, apresenta uma distância de transporte
de aproximadamente 10Km, com uma produção mensal de 9.000m³.
Esta pedreira, além do material pétreo, possui uma área de empréstimo com
material para reforço do pavimento, num volume estimado de 60.000m³. Este
material é constituído por blocos de rocha basáltica medianamente a muito
alterada, imersos em matriz argilo arenosa.
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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
PE-03 Pedreira a Montante da Ponte a ser Construída
Trata-se de uma pedreira abandonada, de propriedade particular, localizada a
aproximadamente 120m a montante da ponte a ser construída.
A pedreira é constituída por basalto são com pequena cobertura de solo; dada a
sua proximidade da obra, a mesma deve ser considerada como uma pedreira
potencial.
PESQUISA DE AREAIS
AR-01 Areal da Mineração Mercantil Maracaju
Este areal, que se encontra em plena atividade, está localizado na Vila Vitorassi,
distando 4,0Km da Rodovia BR-277.
O material (areia fina, média e grossa), é extraído na região de Guaíra, e
transportado até o areal por meio de barcaças com capacidade de 500 a 650m³
por viagem.
Os pedidos feitos são atendidos em até 03 (três) dias.
Além da areia, atende de forma terceirizada, a pedidos de brita e pedrisco.
Este areal atende à obra no que se refere à qualidade e volumes exigidos.
Temos também, no mesmo local a Mineração Morumbi, com a mesma qualidade
de material.
AR-02 Areal Localizado no Porto Meira/Porto Iguaçu
Foi visitado também este areal localizado na margem direita do Rio Iguaçu,
atualmente em atividade, na localidade de Porto Meira, explorado pela empresa
Macuco Safari. Todavia, o mesmo não apresenta material com qualidade e
volume para atender a obra.
O material observado durante a visita de inspeção, constituído por areia fina e
média, apresentava-se contaminado por matéria orgânica, e apresentando um
alto percentual de material argiloso.
A produção diária é de 210m³, correspondendo a 03 (três) viagens diárias de
70m³.
Intervenções Necessárias à Implantação do Empreendimento e Ações
Previstas na Fase de Implantação do Empreendimento
Apresenta-se a seguir as etapas de construção:
1. Execução das Fundações
2. Execução das Caixas de equilíbrio
3. Execução dos Pilares
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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
4. Execução da aduela cimbrada sobre a travessa
5. Execução do Mastro de Estaiamento
6. Montagem da treliça de avanço
7. Execução da aduela de disparo
8. Avanço dos balanços
9. Preenchimento das caixas de equilíbrio com concreto magro
10. Fechamento dos vãos e protensão de continuidade
11. Pavimentação, iluminação e dispositivos de proteção (defensas e guarda-
corpos)
a) EXECUÇÃO DOS PILARES E CAIXAS DE EQUILÍBRIO
Os pilares dos mastros poderão ser executados simultaneamente com as caixas
de equilíbrio uma vez que seus processos executivos são independentes. As
caixas de equilíbrio deverão ser preenchidas com concreto ciclópico, como lastro.
b) EXECUÇÃO DA ADUELA CIMBRADA SOBRE A TRAVESSA
Construídos os pilares dos apoios 2 e 3, procede-se à execução da aduela
cimbrada acima da travessa, a partir da qual se desenvolverão os balanços.
A aduela cimbrada deve ser apoiada em apoios provisórios além dos apoios
centrais definitivos.
Os aparelhos de apoio serão fixos no apoio 3 e móveis para o apoio 2.
As aduelas disporão de bainhas onde serão posicionados os cabos de protensão,
com enfiação posterior.
c) EXECUÇÃO DO MASTRO DE ESTAIAMENTO
A execução do mastro de estaiamento será feita em parte com forma deslizante
e parte com forma trepante (região onde há interferência com os nichos das
ancoragens dos estais).
A obra foi concebida para que não ocorra interferência entre o tabuleiro e os
pilares/mastro, já que está posicionada por fora da projeção vertical das vigas.
Engastado no mastro há o desvio do passeio de pedestre que será executado
separadamente do tabuleiro já que esse se movimenta, enquanto o mastro é
fixo.
d) MONTAGEM DA TRELIÇA DE AVANÇO
Os dispositivos de avanço do tabuleiro (treliça) são compostos por estruturas
metálicas que se apoiam nos segmentos já executados, por meio de trilhos que
permitem seu deslocamento. Na direção longitudinal, essa treliça suporta, no
trecho em balanço, por meio de tirantes rosqueados, as formas para
concretagem da nova aduela, concreto e armadura, bem como cargas
43 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
provenientes das etapas de execução (equipamento, mão-de-obra, etc). No seu
contorno (à frente e nas laterais) são dispostas passarelas de trabalho.
A geometria da treliça deve ser tal que permita que o estai do segmento que
tenha sido terminado possa ser tensionado antes de seu avanço para a próxima
aduela.
e) EXECUÇÃO DA ADUELA DE DISPARO
Montada a treliça sobre a aduela, é possível executar a aduela de disparo que
será suportada apenas com protensão (sem estai). Tal aduela pode ser
executada em várias etapas ou em uma etapa só.
f) AVANÇO DO BALANÇO
Executada a aduela de disparo, a treliça de avanço é posicionada para a
execução da primeira aduela do trecho estaiado. Após a concretagem da aduela,
são posicionados os estais, de modo a prover resistência para o peso da aduela
seguinte e da treliça. Após a movimentação da treliça para a sua nova posição,
será concretada a segunda aduela, sendo a mesma fixada de forma definitiva na
primeira aduela por meio de armadura ativa. Somente após o tensionamento dos
estais a treliça poderá ser deslocada.
Como visto, o avanço do tabuleiro é caracterizado por um ciclo de operações
(ciclo de construção da aduela), constituído por:
1. Deslocamento da treliça e ajustes de forma
2. Colocação da armadura passiva
3. Concretagem da aduela
4. Endurecimento do concreto (processo de cura)
5. Execução das operações de protensão (tabuleiro)
6. Execução das operações de tensionamento dos estais
7. Novo avanço da treliça e ajuste da forma
No final da execução das aduelas será tensionada a cablagem de continuidade.
O ciclo de construção previsto para a execução das aduelas é estimado entre 7 a
10 dias. Assim, observa-se que o concreto será fortemente solicitado em baixas
idades, sendo, portanto, necessária a utilização de materiais de alta qualidade e
um controle rigoroso de execução.
O avanço dos balanços deve ser controlado topograficamente, com rigor
suficiente de modo a garantir os corretos níveis do “greide”. Esse alinhamento é
obtido por meio de contra-flechas (em relação ao “greide” geométrico) a serem
aplicadas durante a construção, determinadas na fase de projeto em função das
deformações por fluência e retração do concreto, bem como as perdas de
protensão do tabuleiro e os acréscimos de alongamento dos estais.
44 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
g) PREENCHIMENTO DAS CAIXAS DE EQUILÍBRIO COM CONCRETO
MAGRO
Após o tensionamento dos últimos estais, as caixas de equilíbrio deverão ter seus
trechos centrais preenchidos com concreto magro até formar uma borda livre
mínima de 20,0cm nas células centrais e até 3,0m de altura da face superior nas
cálulas das extremidades da caixa para eventual manutenção no estai. Deve-se,
portanto prever duas portas de acesso na parede da caixa de equilíbrio para esse
serviço.
h) FECHAMENTO DOS VÃOS
Completado o ciclo de construção das aduelas, procede-se o fechamento do vão
estaiado (vão 2) com a concretagem das aduelas centrais. Posteriormente é
executada a protensão de continuidade restante.
1 . 2 . 2 . 2 . C e n t r o s d e F r o n t e i r a
As reuniões referentes ao Controle Fronteiriço da Segunda Ponte Internacional
foram realizadas com presença de representantes da ANVISA, Polícia Rodoviária
Federal, Ministério da Agricultura, Policia Federal, ANTT e Receita Federal. Todos
os órgãos se manifestaram oficialmente através de carta, e todas as
preocupações e requisitos foram atendidos dentro do projeto da melhor maneira
possível. Todos os órgãos manifestaram aprovação aos projetos apresentados,
inclusive por funcionários locais que operam em Foz do Iguaçu.
Funcionamento dos Centros de Fronteira
Tanto para o Centro de fronteira com o Paraguai, quanto para o centro de
fronteira com a Argentina a concepção original é a de que todos os veículos e
pessoas tenham acesso controlado.
Portanto, o primeiro acesso dos viajantes será com a Polícia Federal (2). O
veículo ao chegar no centro será informado através de um painel de mensagens
variáveis(1) de qual guichê ele deverá se dirigir. Após o acesso liberado,
passarão pelo controle da Receita Federal(3), ou caso haja alguma
irregularidade, ANVISA(4), Ministério da Agricultura(5) entram em ação.
45 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 13. Croqui do Centro de Fronteira da Segunda Ponte Internacional entre o Brasil e
o Paraguai.
A imagem acima ilustra para automóveis de passeio e vans, o procedimento a
ser adotado no Centro de Fronteira. O mesmo procedimento é realizado para
caminhões, ônibus, motos e pedestres.
Após esses dois controles, os veículos ainda passarão por uma guarita da Polícia
Rodoviária Federal. Há previsão de espaço para revistas mais rigorosas inclusive
com recursos para desmontagem de partes dos veículos e inspeções por baixo
dos mesmos.
Partido Arquitetônico
A arquitetura dos centros de fronteira foi concebida de maneira a organizar os
diferenciados fluxos buscando um maior controle e segurança. Os fluxos serão
organizados através de obstáculos físicos sob a forma de jardineiras que além de
organizar o fluxo oferecerão conforto, beleza e segurança.
O seu layout é fruto da melhor distribuição dos fluxos, o destaque do edifício se
dará pela distinção da cobertura que sobrepõem no conjunto. Esse elemento
conferirá identidade ao prédio, uma vez que buscou-se uma solução econômica e
racional para a resolução das plantas. A cobertura foi igualmente concebida de
maneira modular beneficiando-se de recursos da arquitetura de estruturas
metálicas e da industrialização dos elementos.
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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 14. Cobertura do Centro de Fronteira
As imagens abaixo foram confeccionadas para o centro de fronteira do Paraguai,
e a mesma concepção foi aplicada no centro de fronteira com a Argentina.
47 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 15. Centros de Fronteira do Paraguai
Figura 16. Modelo do Centro de Fronteira a ser implantado na Segunda Ponte Brasil - Paraguai
Figura 17. Centro de Fronteira
A arquitetura do Centro de Fronteira será bem ordenada e clara, suas torres com
estais são compatíveis com o desenho da ponte que será implantada e se
tornarão um marco urbano. Seu ritmo será agradável e bem ordenado adequado
à estrutura de um centro de fronteira, pois representa uma estrutura ordenada e
simples de ser compreendida representando imponência e ordem aliada a leveza
de seus elementos.
A estrutura será modular, ou seja, dependendo da necessidade pode-se
aumentar ou reduzir a área coberta.
48 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
A arquitetura dos centros também foi pensada baseada em conceitos modernos
de construção, usando de forros para implantação de ar condicionado central e
pisos elevados, conferindo agilidade na obra, facilidade de manutenção e
adaptabilidade para qualquer tipo de mudança que possa vir a ser feita no
futuro.
Centro de Fronteira com o Paraguai
Fases de Implantação
Conforme dito anteriormente, em virtude dos problemas existentes na ponte da
amizade hoje, se torna urgente a implementação de uma melhor estrutura para
se resolver a circulação e os tramites de caminhões entre os países.
Pensando em acelerar os benefícios trazidos a região da nova ponte e da PIA
(Ponte Internacional da Amizade), foi definido que o projeto seria implantado em
duas fases distintas.
Etapa 1
A etapa 1 contempla todo o serviço de terraplenagem e implementação da
estrutura para operação apenas um dos modos. Assim os benefícios seriam
imediatamente sentidos na região da Ponte da Amizade e entorno.
Selecionando apenas um modo de operação pode se criar uma estrutura
especializada e mais eficaz. O modo mais adequado ao momento é o de veículos
pesados. Os benefícios dessa transferência seriam imediatos, em virtude da
eliminação do tráfego pesado na Ponte da Amizade.
Além de desafogar a PIA dos veículos maiores, que hoje têm restrição de
circulação, a estrutura viária da ponte foi concebida de maneira a ter os veículos
maiores no centro do projeto, evitando-se raios complicados de curva. Os
veículos pesados passam através da porção central do edifício em uma reta, isso
é uma prevenção para os veículos de grande porte que, devido à tecnologia,
tornam-se cada vez maiores.
A Segunda Ponte seria usada para passagem apenas de tráfego de cargas. O uso
por pedestres seria restrito apenas a casos de emergência na via. Os acessos de
pedestres deverão ser proibidos nesse momento, pois nessa fase se implantaria
apenas estruturas mínimas para o funcionamento imediato de cargas, ou seja,
não haveriam os prédios nem a estrutura adequada a imigração de pedestres.
Um esboço da fase 1 (funcional) pode ser vista a seguir, a planta em escala mais
adequada no caderno em anexo.
49 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 18. Etapa 1 do Centro de Fronteira da Segunda Ponte Internacional entre Brasil e Paraguai.
Programa Resumido Etapa 1
1. Fiscalização Policia Federal
2. Edifício Principal
a. Policia Federal
b. Receita Federal
c. Policia Rodoviária Federal
d. ANVISA
e. Ministério da Agricultura
f. Vigilância e administração
g. Terceirizados
h. Gerador de Energia
i. Arquivo
j. Depósito
3. Estacionamento de emergência para aguardar chegada de documentos
4. Pátio de Apreensão / Incinerador
50 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
5. Base Policia Rodoviária Federal / Retorno
6. Estacionamento dos funcionários
7. Guarita de Controle de Acesso ao Parque / Porto Iguaçu
8. Acesso ao Marco da Três Fronteiras
9. Sugestão de Implantação de futuro estacionamento
10.Marco das Três Fronteiras
11.Espaço das Américas
A parte aterrada que não será utilizada nessa fase deve ser coberta por pintura
asfáltica diluída para manter a qualidade do solo até a implantação do resto do
complexo.
Etapa 2
O desenho abaixo ilustra a etapa 2.
Figura 19. Etapa 2 do Centro de Fronteira da Segunda Ponte Internacional Brasil – Paraguai.
Programa Resumido Etapa 2
1. Edifício Principal
a. Policia Federal
b. Receita Federal
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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
c. Policia Rodoviária Federal
d. ANVISA
e. Ministério da Agricultura
f. Vigilância e administração
g. Terceirizados
h. Gerador de Energia
i. Arquivo
j. Depósito
2. Área de Controle para Caminhões (fase 1), Ônibus e Vans
3. Área de Controle para Automóveis
4. Área de Controle para Motos
5. Área de Controle para Pedestres
6. Base Policia Rodoviária Federal / Retorno
7. Pátio de Apreensão / Incinerador
8. Estacionamento dos funcionários
9. Retorno
10.Pátio de Apreensão/ Fiscalização Rigorosa
11.Guarita de controle de acesso ao Marco das / Porto Iguaçu
12.Guarita de Controle de Acesso ao Parque / Porto Iguaçu
13.Sugestão de Implantação de futuro estacionamento
14.Marco das Três Fronteiras
15.Espaço das Américas
Na fase 2 segue a implantação das estruturas voltadas ao público geral:
automóveis, motos, vans, ônibus e pedestres. Sua implantação e operação será
bem mais complexa em virtude da natureza diferenciada dos fluxos. As
necessidades de fiscalização em uma moto, são diferentes das necessidades de
um carro ou uma van.
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AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Da mesma maneira a ponte deverá ser preparada para receber o fluxo de
pedestres, os passeios deverão orientar o fluxo de maneira a não haver
dispersão e desorientação por parte dos mesmos.
Da mesma maneira, será proporcionado um trajeto agradável e seguro. As
soluções de arquitetura devem também estar bem integradas ao projeto da
ponte e ao meio onde está inserida. No trajeto em terra firma a solução adotada
consiste num pequeno jardim seguido por um obstáculo mais elevado. Essa
alternativa dificulta acesso às extremidades, dificultando ainda atos de
vandalismo e passagem ilegal de produtos.
Figura 20. Estruturas adicionais do Centro de Fronteira
De maneira análoga uma solução esteticamente compatível com a ponte para o
guarda-corpo e iluminação da ponte. Uma proteção que faça parte da arquitetura
é muito mais eficaz e agradável do que soluções paleativas tais como as grades
que hoje encontram-se instaladas na Ponte Internacional da Amizade.
53 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
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II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 21. Visão de como será a Segunda Ponte Internacional
Centro de Fronteira com a Argentina
Usando-se os mesmos quesitos aplicados no centro de fronteira com o Paraguai
adaptou-se para a localidade Argentina.
Figura 22. Centro de Fronteira Brasil - Argentina
54 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
1. Edifício Principal
a. Policia Federal
b. Receita Federal
c. Policia Rodoviária Federal
d. ANVISA
e. Ministério da Agricultura
f. Vigilância e administração
g. Terceirizados
h. Gerador de Energia
i. Arquivo
j. Depósito
2. Área de Controle para Automóveis
3. Área de Controle para Motos
4. Área de Controle para Ônibus e Pedestres
5. Saída para Ônibus e Pedestres inspecionados
6. Área de Controle para Vans de turismo e Caminhões
7. Área de Controle para Caminhões, ou acesso ao EADI
8. Controle de saída Caminhões, ônibus e vans de turismo
9. Entrada/Retorno
10.Área para expansão de cabines
11.Acesso ao estacionamento de funcionários / incinerador
12.Ponte Tancredo Neves
55 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 23. Vista da Estrutura para atendimento de ônibus de turismo
Figura 24. Vista da parte interna do Centro de Fronteira destinada à fiscalização de veículos de passeio e motos.
56 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 25. Vista da cobertura do conjunto.
1. Memorial Descritivo de Acabamentos Centro de Fronteira Argentina
O Projeto Básico de Arquitetura do Centro de Fronteira Brasil/ Argentina é
composto por 2 blocos de edifícios sendo um com 2 andares (bloco A) e outro
térreo (bloco B) com as seguintes áreas: BLOCO A- TÉRREO: hall de entrada
com guichês da polícia federal e receita federal, 2 sanitários para área da
recepção, 1 sala Anvisa, circulação, 1 escritório para a polícia federal com wc, 1
escritório agricultura com WC, 1 escritório receita federal com wc, 1 escritório
anvisa com wc e enfermaria, circulação com elevador para deficientes, 2 wcs
públicos e depósito. BLOCO A- 1° ANDAR: circulação, 1 sala chefia polícia
federal com wc, 1 sala chefia receita federal com wc, 1 sala de espera, 2
sanitários, 3 salas multiuso, 1 sala de monitoramento, 1 sala para arquivo/ cpd.
BLOCO B- TÉRREO: hall de entrada com guichês da polícia federal e receita
federal, 2 sanitários para área da recepção, 1 sala Anvisa, circulação, 1 escritório
para a polícia federal com wc, 1 escritório agricultura com WC, 1 escritório
receita federal com wc, 1 escritório anvisa com wc e enfermaria, circulação, 2
wcs públicos, 2 depósitos, 2 vestiários para funcionários, refeitório e cozinha
funcionários.
57 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
11 .. 33 .. JJ uu ss tt ii ff ii cc aa tt ii vv aa TT éé cc nn ii cc aa ,, EE cc oo nn ôô mm ii cc aa ee SS oo cc ii aa ll
1.3.1. Objetivos do Empreendimento
A construção de uma Segunda Ponte Internacional sobre o rio Paraná objetiva o
desafogamento do trânsito na Ponte da Amizade que em virtude do excesso de
tráfego de veículos de carga, ônibus, automóveis, motocicletas e pedestres que
disputam espaço para passagem, torna a fiscalização precária em ambos os
países.
A oferta de uma segunda ponte naquela região certamente desafogaria o
movimento da primeira, oferecendo oportunidade para refazer os controles
federais naquela fronteira.
Os serviços aduaneiros seriam revitalizados na Ponte da Amizade e instituídos
nas cabeceiras da Segunda Ponte de modo a obter uma estrutura completa que
permitirá a execução dos controles aduaneiros de migração, vigilância sanitária e
aduaneira.
De acordo com a Secretaria da Receita Federal de Foz do Iguaçu (SRF), esta
proposta propiciaria uma real modificação da imagem de ambos os países
naquela fronteira, além de criar meios para garantir o incremento do comércio
legítimo bilateral.
Ainda seria favorecido o comércio entre os três países fronteiriços (Brasil,
Argentina e Paraguai), uma vez que a Segunda Ponte será construída em área
muito próxima à região conhecida como Tríplice Fronteira, na confluência entre
os rios Paraná e Iguaçu e distante aproximadamente 5 Km da Ponte
Internacional Tancredo Neves que liga o Brasil à Argentina.
58 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 26. Localização da Segunda Ponte Internacional Brasil – Paraguai, contextualizando com a Ponte da Amizade, a Ponte Tancredo Neves, a BR-277-PR e o acesso à Ponte em lado brasileiro. Fonte: Google Earth, 2010.
1 . 3 . 1 . 1 . J u s t i f i c a t i v a s p a r a o E m p r e e n d i m e n t o
Segundo considerações feitas pela Secretaria da Receita Federal de Foz do
Iguaçu (SRF) sobre a construção da Segunda Ponte Internacional sobre o rio
Paraná, é real a necessidade de realização da referida obra. Para a SRF, a
fronteira do Brasil com o Paraguai, na região de Foz do Iguaçu e Ciudad del Leste
é a maior porta de entrada no País de mercadorias objeto de descaminho como
cigarros, armas, munições, produtos contrafeitos, inclusive drogas.
Ainda de acordo com as considerações da SRF, os órgãos federais de controle
naquela área – Receita Federal, Polícia Federal, Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - Anvisa e Ministério da Agricultura - não têm as condições para
efetuar o controle efetivo na passagem da ponte atual, por absoluta inexistência
de condições logísticas e falta de espaço físico. Assim, a SRF não consegue
fiscalizar mais que 2% do movimento de mercadorias que atualmente passam
pela Ponte da Amizade.(Engemim, 2005)
Em reuniões realizadas pela Comissão Mista composta por várias delegações
lideradas pelo Ministério das Relações Exteriores – MRE a saber: Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, Ministério de Agricultura, Pecuária e
59 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Abastecimento – MAPA, Ministério dos Transportes, dentre outros, foi solicitada
pelo MRE as necessidades de todas as Instituições envolvidas de modo a serem
contempladas no estudo ambiental e também nos Projetos Básico e Executivo
desenvolvidos pela VETEC Engenharia, conforme Atas em anexo.
O Acordo firmado entre o Brasil e o Paraguai (Anexo), sustenta:
“ Tendo em vista o significativo incremento do fluxo de passageiros e cargas pela
Ponte da Amizade...
... e considerando ser de interesse recíproco promover a integração física de seus
territórios e firmemente convencidos de que os legítimos anseios das comunidades
residentes na região fronteiriça serão mais bem atendidos com a ampliação das vias
de ligação para o transporte terrestre entre as duas margens do rio Paraná...
... as partes se comprometem a iniciar o exame das questões referentes à construção
e à exploração de uma segunda ponte internacional entre o Brasil e o Paraguai, sobre
o rio Paraná.”
A alta quantidade de veículos que passa pela região supera a capacidade de
escoamento da ponte existente, o que se caracteriza como um ponto de
estrangulamento no tráfego entre os dois países. Segundo informações prestadas
pela representação do DNIT em Foz do Iguaçu, o volume acaba congestionando
o tráfego de veículos e dificultando a fiscalização. Segundo informações locais, às
quartas-feiras e aos sábados, são necessárias em média duas horas para cruzar
a fronteira.
A implantação do empreendimento desafogará o trânsito e facilitará a vistoria de
mercadorias e cargas nas cabeceiras da Ponte da Amizade, que tem um
movimento estimado de 40.380 veículos/dia (600 veículos de carga, 18.630
motocicletas, 14.520 veículos de passeio e 15.240 pedestres por dia), segundo
informações da Unidade Local do DNIT de Foz do Iguaçu. (Engemim, 2005)
Além da importância para a economia e o turismo, a Segunda Ponte será
importante para a população local. A região tem 772,3 mil habitantes em cinco
cidades: uma na Argentina, duas no Paraguai e uma no Brasil. O número
aumenta para 853 mil pessoas ao englobar os moradores dos municípios
brasileiros distantes num raio de 40 quilômetros de Foz do Iguaçu.
O Governo Federal do Brasil é o órgão financiador da obra de Implantação da
Segunda Ponte Internacional Brasil-Paraguai. O Ministério dos Transportes,
representado pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes
(DNIT) realizará os repasses de verba, que são garantidos pelos fundos
vinculados ao programa de governo denominado Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), já mencionado neste estudo.
60 EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
AA cc ee ss ss oo àà SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo
II gg uu aa çç uu )) ee PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
1.3.2. Alternativas Locacionais e Tecnológicas
A definição da alternativa atual de traçado passou por estudos que iniciaram
ainda com a ENGEMIN Engenharia e Geologia, empresa contratada para a
confecção do Projeto de Engenharia. Nesta ocasião, ao longo da confecção do
Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) foram contemplados dois
traçados básicos que podem ser apreciados na figura a seguir.
Abaixo, encontram-se as considerações da Projetista para a determinação do
traçado ótimo, segundo a concepção de projeto da época.
“A alternativa 2 situa-se próxima, longitudinalmente, de um córrego existente.
Os aterros necessários para a execução do centro de fronteira seriam altos e
exigiriam ainda a construção de muros de arrimo altos para evitar que o córrego
fosse atingido. Não seria em princípio possível deslocar a ponte para o norte,
afastando-a do córrego, devido à presença de um clube de campo, patrimônio da
cidade. Nem para o sul, para o outro lado do córrego, porque atingiria no lado
paraguaio, as instalações do complexo portuário existente. Além disto, esta
posição estaria reservada para a implantação futura da ferrovia. Estes fatos são
a principal restrição à escolha da alternativa 2. Também deve ser lembrado que
a ponte na alternativa 2 se situa próxima e à montante do porto existente no
lado paraguaio, Porto Franco, de modo que a probabilidade de choque de uma
barcaça com a torre da ponte é maior que na alternativa 1.
Com relação à alternativa 1 não há problemas significativos para a construção
dos acessos e dos centros de fronteira (com exceção da travessia de um córrego
que exigiria aterro alto). O problema principal desta alternativa 1 está
relacionado com a passagem por área que exigiria a desapropriação de um
número maior de residências do que na alternativa 2, bem como maior corte de
vegetação.
Assim sendo, devido ao grande volume de terraplenagem exigido pela alternativa
2 para implantar o acesso e o centro de fronteira, além de exigir obras pesadas
de contenção, a opção do estudo é pela alternativa 1, ressalvando-se mais uma
vez que não é uma recomendação conclusiva. É necessário que ambas as
alternativas sejam detalhadas no projeto básico, antes de decisão final.
No entanto, depois da análise do DNIT do relatório preliminar surgiu a
possibilidade, já anteriormente comentada, da nova ponte formar com a Ponte
da Amizade um binário no qual a primeira funciona no sentido Paraguai - Brasil,
carreando todo o tipo de veículo, não apenas o de carga. Nestas condições as
necessidades de estacionamento diminuem assim como diminuem os volumes de
terraplenagem e de obras de contenção.
61
Figura 27. Alternativas de traçado propostas pela ENGEMIM, em 2005.
1-62
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
A possibilidade de implantação da segunda ponte considerando esta última
concepção de projeto implicaria na adequação da BR-277/PR dentro da cidade de
Foz do Iguaçu. Mesmo assim haveria o tráfego de veículos de carga dentro do
perímetro urbano e em uma rodovia que atualmente é utilizada pela população de
Foz do Iguaçu como uma das vias principais de ligação urbana.
Posteriormente, após a contratação da empresa VETEC Engenharia, outra
concepção de projeto foi adotada, sendo que o conceito mais importante adotado,
segundo o traçado proposto, foi a retirada do trânsito de todo o perímetro urbano
da cidade de Foz do Iguaçu. Utilizando em parte o traçado proposto para a
implantação da linha férrea, bem como a localização da ponte em local proposto
para a construção da ponte ferroviária, segundo figura 28.
A equipe desta Consultoria Ambiental entende esta última proposta como a de
conceito mais moderno e, mesmo que para sua implementação seja necessária a
implantação de um acesso ainda inexistente, os impactos atribuídos a este desenho
são menores, uma vez que a área a ser impactada possui alto grau de
antropização, sendo que a necessidade de desapropriação ou reassentamento é
menor do que nas alternativas anteriores.
63
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 28. Alternativa VETEC destacada em verde.
64
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
1.3.3. Saúde do Trabalhador
Na implantação de qualquer tipo de empreendimento existe a necessidade
de procedimentos visando a saúde e o bem-estar tanto dos trabalhadores
da obra em si, como da população residente nas áreas de entorno do
empreendimento.
No âmbito do Plano Básico Ambiental – PBA desse empreendimento,
constará o Programa de Segurança, Meio Ambiente e Saúdo –SMS do
Trabalhador. Nele serão abordadas todas as medidas mitigadoras a todos os
possíveis impactos advindos da instalação e operação da ponte e do seu
acesso em lado brasileiro, a saber:
Os requisitos legais atribuídos às empreiteiras, ou empresas
construtoras (Normas Regulamentadoras – NR 01 a NR-32);
Os indicadores e o público-alvo de cada subprograma, indicando os
índices de mortalidade, morbidade, doenças sexualmente
transmissíveis (DST), dentre outros;
Os Programas de Apoio (Base Legal): são programas cuja
responsabilidade de instalação, implantação, monitoramento, bem
como os custos, compete somente às empresas construtoras ou
empreiteiras, conforme descrito nas Normas Reguladoras (NR-01 a
NR-32), relativas à segurança e medicina no trabalho, e que são de
observância obrigatória pelas empresas (Lei 6.514/77 e Lei 3.214/78)
como:
- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO
(NR - 7);
- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR - 9)
- Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção – PCMAT (NR-18);
Programas de competência do Empreendedor, como o Programa de
Educação em Saúde e de Identificação e Manejo de Endemias;
Serão ainda contemplados no PBA o Programa de Monitoramento da
Qualidade do Ar, onde serão propostas medidas mitigadoras para a emissão
de ruídos e material particulado.
No PBA durante o período de instalação bem como no período de operação
das obras, propõe-se atividades como proferimento de palestras, cursos,
confeccionadas cartilhas e panfletos tanto para os trabalhadores da obra
quanto para a população local, abordando saneamento básico, doenças
sexualmente transmissíveis, segurança no trabalho, uso de equipamento de
65
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
proteção individual – EPIs, e ainda sobre meio ambiente, desenvolvimento
sustentável, dentre outros.
11 .. 44 .. ÁÁ rr ee aa dd ee II nn ff ll uu êê nn cc ii aa dd oo EE mm pp rr ee ee nn dd ii mm ee nn tt oo
A área de influência do empreendimento delimita a área geográfica a ser
direta e indiretamente afetada pelos impactos ambientais do
empreendimento, bem como suas intervenções propostas, de acordo com a
metodologia de trabalho adotada.
A base conceitual para a definição da área de influência reside no alcance
dos efeitos diretos e indiretos do empreendimento, respectivamente.
Porém, se forem considerados também os menores níveis de impactos, a
área de influência pode assumir dimensões muito extensas e não
operacionalizáveis em uma abordagem de EIA. Na verdade, a definição de
áreas de influência estabelece os níveis nos quais os impactos serão
considerados relevantes para análise.
Tal pressuposto remete a diferentes escopos ao considerarem-se os meios
físico, biótico e antrópico. Assim, para a instalação da Segunda Ponte
Internacional entre o Brasil (Foz do Iguaçu) e o Paraguai (Presidente
Franco), as áreas de influência foram determinadas conforme discriminado
nos itens abaixo.
1.4.1. Área Diretamente Afetada (ADA)
No contexto deste empreendimento a Área Diretamente Afetada (ADA)
refere-se à pista de rolamento.
De acordo com o Projeto Básico elaborado pela empresa VETEC Engenharia,
a Rodovia de Acesso da ponte à BR-277-PR está projetada com uma seção
transversal em pista simples, com 2 faixas de 3,60 m por sentido e
acostamentos laterais de 2,50 m.
1.4.2. Área de Influência Direta (AID)
Compreende uma área de 1,0 Km para cada lado da rodovia para os meios
físico, biótico e socioeconômico.
1.4.3. Área de Influência Indireta (AII)
Para os meios físico e biótico compreende uma área de 2,5 Km para cada
lado da rodovia.
Para o meio socioeconômico equivale à extensão do município de Foz do
Iguaçu.
66
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 29. Áreas de inflluência do empreendimento.
67
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
2 . D I AG N Ó ST IC O A M B IE N T AL
22 .. 11 .. MM ee ii oo FF íí ss ii cc oo
2.1.1. Caracterização Climática e Meteorológica
O clima na região do Município de Foz do Iguaçu é subtropical úmido
mesotérmico, classificado por Köppen como Cfa. A cidade tem uma das
maiores amplitudes térmicas anuais do Estado do Paraná, cerca de 11°C de
diferença média entre o inverno e o verão, isto deve-se a uma menor
influência da maritimidade do que a que ocorre em outros municípios. Por
isso os verões costumam ser muito quentes, com máximas médias em
torno dos 35°C, por vezes chegando a superar a marca dos 42°C e os
invernos apesar de, na média, serem considerados amenos, ainda assim
propiciam quedas bruscas de temperaturas que podem fazer a temperatura
cair abaixo de 0°C durante a passagem de frentes frias com a massas de ar
polar na retaguarda.
As chuvas costumam ser bem distribuídas durante o ano, com uma pequena
redução no inverno e a precipitação anual varia em torno dos 1.800 mm.
2 . 1 . 1 . 1 . T e m p e r a t u r a
A maior parte da área territorial do Estado do Paraná localiza-se na região
subtropical, onde dominam temperaturas amenas e uma pequena parte
encontra-se na região de clima tropical.
Apesar de as isotermas se enquadrarem entre as mais baixas do Brasil,
muitas vezes as temperaturas absolutas apresentam grandes contrastes. As
máximas diárias podem chegar a 40ºC (Norte, Oeste, vale do rio Ribeira),
ou até passar de 40°C (Litoral) e as mínimas, nas terras planálticas e nas
áreas serranas, freqüentemente registram temperaturas abaixo de zero
(Palmas -11,5ºC em 1975).
A temperatura máxima registrada no último período entre os anos de 1999
e 2005 ocorreu no mês de março de 2005, com 39,6 ºC. A menor
temperatura ocorreu no mês de agosto de 1999, com –2,6ºC, sendo que a
temperatura média anual do período analisado ficou em 21,7º C.
Tabela 1. Comportamento da temperatura média, mínima e máxima mensais.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
MEDIA MAXIMA 35,3 35,6 36,3 34,3 30,0 29,9 29,7 33,9 35,2 36,0 36,3 35,9
MEDIA MINIMA 16,5 16,2 15,3 8,7 4,7 4,2 0,6 3,1 4,4 8,9 10,5 14,5
TEMPERATURA MEDIA
25,9 25,9 25,8 21,5 17,3 17,1 15,2 18,5 19,8 22,5 23,4 25,2
Fonte: Ministério da Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.
68
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
TEMPERATURA (°C)
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
°C
Figura 30. Comportamento da temperatura média, mínima e máxima mensais, Munic. de Foz do Iguaçu. Fonte: Ministério da Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.
Tabela 2 Parâmetros agroclimáticos para o Município de Foz do Iguaçu
2 . 1 . 1 . 2 . P l u v i o m e t r i a
As isoietas registram, para o Estado do Paraná, índices pluviométricos
médios entre 1.200mm a 1.900mm anuais de chuvas, com exceção do
litoral onde os índices são superiores, particularmente em alguns trechos da
Serra do Mar (Véu de Noiva) com 4.000mm/ano. O índice pluviométrico
69
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
máximo é registrado no verão (dezembro a fevereiro) e o mínimo nos
meses de inverno (junho a agosto).
Tabela 3. Comportamento da pluviosidade média mensal para o ano de 2008.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
MEDIA
MENSAL 140,3 128,4 68,7 124,5 219,7 134,0 99,9 49,6 133,5 198,4 163,4 172,9
Fonte: Ministério da Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.
PLUVIOSIDADE (mm)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
mil
ímetr
os
Figura 31. Distribuição anual das médias mensais para o Município de Foz do Iguaçu/PR. Fonte: Ministério da
Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.
70
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 32. Balanço Hídrico para o Município de Foz do Iguaçu - PR. Fonte: EMBRAPA – 2009.
Figura 33. Extrato do Balanço Hídrico Mensal Município de Foz do Iguaçu – PR. Fonte: EMBRAPA 2009.
71
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 34. Caracterização hídrica ao longo do ano de 2009 para o Município de Foz do Iguaçu – PR. Fonte: EMBRAPA 2009.
2 . 1 . 1 . 3 . U m i d a d e R e l a t i v a d o A r
Um dos componentes do ar atmosférico é o vapor d’água que representa o
percentual relacionado à umidade de saturação em função da temperatura
da massa de ar naquele momento (massa de vapor de ar em gramas em
um metro cúbico de ar).
Para baixas temperaturas a massa de ar de saturação é baixa e para
temperaturas maiores esta massa é maior. Assim, quando se diz que em
certo dia do mês de agosto a umidade relativa do ar é de 15%, quando a
temperatura é de 30°C, isto significa dizer que naquele momento na
composição total do ar existe apenas 4,5g de vapor de água. Vapor este
oriundo dos processos de evaporação das águas superficiais e de
evapotranspiração.
As curvas isobáricas indicam que a umidade relativa do ar normalmente
apresenta-se elevada no Estado do Paraná. Na faixa litorânea, devido à
influência oceânica, os índices médios superam 85%. Nos planaltos do
interior as médias situam-se entre 80 e 85%, declinando estes valores à
medida que se avança para o norte e oeste, em exceção do vale do rio
Paraná, abaixo de Guaíra, que apresenta valores superiores a 80%.
72
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
A umidade relativa do ar, em 2003, ocorreu com maior intensidade no mês
de junho, com 80%, e com menor intensidade no mês de setembro, com
65%.
Tabela 4. Comportamento da umidade relativa do ar média mensal (%). Fonte: Ministério da Aeronáutica.
Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
MEDIA
MENSAL 74 74 73 77 81 82 78 69 70 71 69 71
UMIDADE RELATIVA DO AR (%)
60
65
70
75
80
85
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Figura 35. Distribuição anual das médias mensais de umidade
relativa do ar para o Município de Foz do Iguaçu - PR. Fonte: Ministério da Aeronáutica. Destacamento de Proteção ao Vôo de Foz do Iguaçu.
2 . 1 . 1 . 4 . D i r e ç ã o d o s V e n t o s
A energia necessária para efetuar os complexos deslocamentos de ar na
atmosfera, bem como o aquecimento da superfície terrestre e da atmosfera,
é proveniente do Sol. A energia solar de ondas curtas é absorvida pela
superfície do solo, sendo então emitida e absorvida em forma de onda longa
pela atmosfera.
Devido à maior disponibilidade de energia solar recebida nos trópicos,
forma-se um gradiente de temperatura pólo-equador. Esta configuração dá
origem a deslocamentos de massas de ar frio em direção ao equador, que
estão associadas aos sistemas extratropicais.
Como não há diferenças significativas no gradiente de temperatura na
região tropical, a dinâmica de sua atmosfera é extremamente dependente
do calor latente liberado pelos aglomerados de nuvens convectivas, geradas
pelo aquecimento da superfície e do seu acoplamento com os sistemas
extratropicais.
Na América do sul, a circulação estrutura-se a partir de centros de ação
denominados anticiclones do Atlântico Sul e do Pacífico Sul, localizados
próximos das latitudes peritropicais. O escoamento, ou seja, a direção dos
73
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
ventos é condicionada pela localização dos centros de alta pressão
(anticiclones) ou de baixa pressão (ciclones).
Os anticiclones são células de alta pressão que se caracterizam por
movimentos descendentes de ar seco. Constituem centros localizados
preferencialmente sobre os oceanos, devido à estabilidade da temperatura
da água, que permite que os movimentos subsidentes atinjam a superfície.
O Anticiclone do Atlântico Sul, centrado à superfície sobre a Ilha de Santa
Helena, exerce uma grande influência sobre o clima do Brasil. Durante o
inverno, o anticiclone migra 5° para o norte e desloca-se para o continente,
provocando a subsidência do ar e consequentemente a ausência de chuvas
na região sobre a qual se localiza.
Sobre o continente sul-americano, como resultado do aquecimento da
superfície, principalmente durante o verão, forma-se células de baixa
pressão. Uma dessas estruturas situa-se sobre o Chaco Paraguaio e
denomina-se Baixa do Chaco. Os centros de baixa pressão caracterizam-se
por uma intensa atividade convectiva, ou seja, ocorre o deslocamento do ar
quente para níveis superiores da atmosfera, enquanto que, nos níveis
inferiores há uma grande convergência de ar. Normalmente, as
precipitações associadas com a Baixa do Chaco são fracas, uma vez que, o
ar ascendente é quente e seco, à exceção de períodos em que o Anticiclone
do Atlântico Sul fornece umidade para esse centro de ação.
No Brasil, como em várias partes do mundo quase não existem dados de
vento coletados com precisão e qualidade. Em geral os dados de vento
coletados são utilizados por aeroportos, estações meteorológicas e para a
agricultura. Estudos mais precisos passaram a ser praticados a partir da
década de 90, com a utilização dos primeiros anemógrafos
computadorizados, normalmente utilizados na determinação do potencial
eólico de determinadas regiões do Brasil, gerados a partir de simulações
computacionais com modelos atmosféricos. O mapa abaixo sugere que a
região de Foz do Iguaçu esteja inserida na maior faixa de velocidade média
dos ventos, superiores a 8,5m/s.
74
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 36. Mapa de ventos do Brasil.
2.1.2. Qualidade do Ar
Qualidade do ar é o termo que se usa, normalmente, para traduzir o grau
de poluição no ar que respiramos. A poluição do ar é provocada pela
presença de substâncias físicas ou químicas lançadas no ar ou resultantes
de reações químicas, que alteram a constituição natural da atmosfera. Estas
substâncias poluentes podem ter maior ou menor impacto na qualidade do
ar, dependendo de suas características físicas e/ou química, concentração e
condições meteorológicas.
As fontes emissoras são numerosas e variáveis, podendo ser
antropogênicas ou naturais. As fontes antropogênicas são as que resultam
das atividades humanas, como indústria ou o tráfego de automóvel,
enquanto as fontes naturais englobam fenômenos da Natureza tais como as
emissões provenientes de erupções vulcânicas ou fogos florestais de origem
natural.
Os poluentes no ar são usualmente divididos em dois grupos: particulados e
gases. Recentemente, uma terceira forma de poluição tem sido reconhecida
que é o estado líquido.
75
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
2 . 1 . 2 . 1 . P a r t i c u l a d o s
Os particulados são suspensões existentes no ar de substâncias fixas,
sólidas e/ou líquidas. Existem dois termos para designá-los: partículas e
aerosóis. As partículas referem-se às substâncias sólidas; os aerosóis à
substâncias líquidos e sólidas. Alguns exemplos de particulados são:
fuligem, partículas do solo, gotas oleagionosas, poeiras, névoas ácidas,
fumaça, fumos e neblina. Os particulados podem ser produzidos na queima
incompleta, moagem, corte, purificação. Na atmosfera, os particulados
ocorrem com vários tamanhos e formas.
Os particulados reduzem a visibilidade, a absorção e a dispersão da luz. É o
caso do nevoeiro em muitas áreas urbanas, que pode causar redução de luz
do sol. A dispersão de luz, devido aos particulados, pode produzir, também,
um céu avermelhado que algumas vezes é visto no nascer ou pôr do sol.
2 . 1 . 2 . 2 . G a s e s
Os gases ocorrem em pequena porcentagem na atmosfera, entretanto,
exercem um papel importante porque são perigosos e possuem efeitos
desagradáveis.
Podem ser liberados na atmosfera por processos de combustão ou
vaporização (mudança de um líquido para um estado gasoso), ou mesmo
serem formados por reações químicas na atmosfera.
Os principais poluentes gasosos na atmosfera podem ser categorizados
como gases contendo: carbono, enxofre, nitrogênio e ozônio.
Carbono: Os gases contendo carbono são os poluentes do tipo monóxido
de carbono (CO), hidrocarbonetos, hidrocarbonetos oxigenados. Os
hidrocarbonetos são caracterizados como compostos formados pela
combustão incompleta e pela evaporação da gasolina, óleo combustível e
solvente.
Enxofre: O principal poluente contendo enxofre é o dióxido de enxofre
(SO2). Quando os combustíveis contendo enxofre são queimados, o enxofre
retira o oxigênio do ar e produz dióxido de enxofre, o qual, em altas
concentrações, é um gás irritante. O dióxido de enxofre reage como os
materiais na atmosfera para formar partículas de ácido sulfúrico e partículas
de sais de sulfato. O ácido sulfúrico é perigoso , além ser um poluente
altamente corrosivo. É comum, em períodos de estagnação do ar, a
formação de dióxido de enxofre e ácido sulfúrico em altas concentrações,
produzindo sérios problemas pulmonares.
Nitrogênio: Os gases contendo nitrogênio são poluentes que incluem o
óxido de nitrogênio (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2). O óxido de
nitrogênio não apresenta cor, relativamente não perigoso e é produto da
queima de combustível a altas temperaturas. Embora, possa reagir com
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
átomos de oxigênio para formar o dióxido de nitrogênio. Esta reação ocorre,
especialmente, na presença e condições de formação do "smog"
fotoquímico. O dióxido de nitrogênio tem odor ligeiramente doce e cor
marrom amarelada. Em concentrações altas, pode parecer marrom. As duas
maiores fontes de geração de óxido de nitrogênio são combustão em fontes
estacionárias na indústria, na geração de energia, no aquecimento de
ambientes e, também, provenientes dos veículos automotores.
Ozônio: O ozônio é um gás sem cor e com característico cheiro de ar
fresco, em geral, percebido durante as trovoadas com tempestades. Ele
ocorre na atmosfera naturalmente, mas pode ser formado por reações
químicas envolvendo os óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos, na
presença de luz solar, próximo da superfície da Terra. As reações químicas
envolvendo a luz solar são chamadas de reações fotoquímicas. Existem três
fontes naturais de ozônio. A principal delas está na estratosfera, onde a
produção de ozônio ocorre com a reação fotoquímica da luz ultravioleta com
oxigênio. O ozônio estratosférico é, freqüentemente, trazido da superfície
da Terra e pode constituir em uma grande quantidade de ozônio, observado
ao nível do solo. O ozônio é, também, produzido por relâmpago, mas como
uma fonte menor. A terceira maneira de produção de ozônio é por reações
fotoquímicas envolvendo óxido de nitrogênio e hidrocarbonetos
naturalmente emitidos pela vegetação. Como exemplos de hidrocarbonetos
naturais tem-se os terpenos, que são compostos químicos produzidos pelas
árvores coníferas.
2 . 1 . 2 . 3 . L í q u i d o s
A chuva ácida (precipitação ácida) tem recebido muita atenção devido ao
severo impacto ecológico que pode causar em áreas extensas. Em
decorrência da combustão de enorme quantidade de combustíveis fósseis
tais como carvão e óleo, no Brasil, são descarregadas anualmente na
atmosfera milhões de toneladas de compostos de enxofre e óxido de
nitrogênio. Através de uma série complexa de reações químicas, estes
poluentes podem ser convertidos para ácidos os quais podem retornar à
terra como componentes de uma chuva.
A acidez é medida em unidades de pH. O símbolo pH representa a
concentração de íons hidrogênio carregados eletricamente em uma solução
A chuva caindo através de uma atmosfera limpa tem pH variando de 5,6 a
7,0. A chuva ácida tem um pH abaixo de 5,6. Em geral, quanto mais baixo
o pH, mais poluída e mais corrosiva a chuva se tornará.
A chuva ácida vem contribuindo para destruição dos monumentos de pedras
em todo o mundo. Efeitos adversos na agricultura e nas florestas, têm sido
muito suspeitados, mas não foram ainda completamente documentados.
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
2 . 1 . 2 . 4 . F o n t e s d e P o l u i ç ã o d o A r
Os poluentes do ar originam-se, principalmente, da combustão incompleta
de combustíveis fósseis para fins de transporte, aquecimento e produção
industrial.
Entretanto, em adição aos processos de combustão, a poluição do ar é
causada por vaporização (a mudança do líquido para o estado gasoso);
atrito (operações de redução de tamanhos tais como moagem, corte,
perfuração etc); combustão de materiais residuais; reações químicas na
atmosfera envolvendo poluentes primários que formam poluentes
secundários e, numa menor extensão, fontes naturais tais como polinização
e vulcões.
As principais categorias de fontes de poluição do ar são: transporte,
combustão, fontes estacionárias, processos industriais e resíduos sólidos.
Embora o Estado do Paraná disponha de um programa institucional de
monitoramento da qualidade do ar, o sistema de monitoramento,
administrado pelo Instituto Ambiental do Paraná – IAP, constituído por 12
(doze) estações de amostragem do ar, das quais 07 (sete) são automáticas,
restringem-se apenas à região metropolitana de Curitiba.
As equipes que se encaminharam à região de Foz do Iguaçu verificaram a
predominância de zonas com características rurais do município como sendo
o tipo de ambiente onde as obras serão realizadas. Muito embora haja
influência de rodovias importantes na região e a presença de veículos,
percebeu-se que o tráfego não é importante o suficiente, ao longo da
Avenida Perimetral Leste para a descaracterização da qualidade do ar
ambiente. Além do baixo tráfego de veículos motorizados, contribui ainda a
existência de uma área ampla, onde a circulação de ar é livre.
Mesmo onde o projeto coincide com as vias atualmente utilizadas não há
evidências importantes de poluição atmosférica. O único ponto crítico seria
a Fiscalização da Polícia Federal no sentido da Ponte Tancredo Neves
(Fronteira com a Argentina), local onde se acumulam veículos de diferentes
portes. Mas, semelhantemente à zona rural, o espaço é amplo e bem
ventilado.
Muito embora as condições atmosféricas sejam confortáveis, detectou-se a
presença de solo com grande capacidade de suspensão de partículas, uma
vez que fora de sua estrutura natural, as partículas possuem de tamanho
predominantemente argila.
Desta forma, ao iniciada a obra é fato a necessidade de observância das
medidas mitigadoras voltadas para a poluição atmosférica, devido à
necessidade de manutenção das boas condições atualmente existentes.
78
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
2.1.3. Ruído
O trecho demarcado para a implantação da Segunda Ponte Internacional
Brasil/Paraguai, entre as cidades de Foz do Iguaçu e Presidente Franco, tem
como marco inicial, um ponto situado na Rodovia BR-277/PR, próximo ao
bairro Novo Mundo. Entre o ponto inicial e o ponto final, próximo ao marco
das Três Fronteiras, existem vários bairros, como Jardim Europa, Jardim
São Miguel, Jardim Vitória, Jardim Colônia etc, cujas residências e
estabelecimentos comerciais estão dentro da área de influência da via de
acesso à nova ponte. Essas localidades certamente sofrerão os impactos
devido à poluição sonora.
Excetuando-se os bairros, que são as localidades que apresentam maior
densidade populacional ao longo do trecho demarcado, o que se percebe é a
presença de grandes áreas verdes e propriedades rurais que se destinam ao
plantio de diversas culturas agrícolas pertinentes à região. Nessas áreas, o
número de edificações é reduzido, o que diminui significativamente a
densidade populacional, o que não significa dizer, que esses moradores, em
menor número, não sofrerão os impactos do excesso de ruído a ser gerado
pelo novo empreendimento.
Dentre as fontes de ruído não natural, observadas ao longo do trecho de
acesso à segunda ponte Brasil/Paraguai, destaca-se o intenso fluxo de
veículos leves (motocicletas e automóveis) e pesados (ônibus e carretas
utilizadas para transporte de carga) na rodovia BR-277/PR. Nos demais
pontos estudados, verifica-se reduzido fluxo de veículos (leves e pesados),
o que não altera significativamente os níveis de pressão sonora nessas
localidades.
A modificação pretendida deve dentro de certo limite, modificar a
configuração que hoje se apresenta, alterando a rotina da cidade de Foz do
Iguaçu, podendo prejudicar a saúde e a qualidade de vida da população,
principalmente dos moradores dos bairros dispostos dentro da área de
influência do empreendimento. Os problemas causados pelo excesso de
ruído como: cansaço, angústia, instabilidade, mudança de humor, maior
susceptibilidade ao desagrado, perturbação do sono, alteração
cardiovascular, irritabilidade, estresse, ansiedade, dores de cabeça, perda
de concentração, entre outros, são exemplos dos efeitos provocados pela
poluição sonora (DANI & GARAVELLI, 2001; MARQUIS-FAVRE et AL, 2005;
MARQUIS-FAVRE, PREMAT & AUBRÉE, 2005).
A Organização Mundial de Saúde considera que a partir de 55 dB(A),
aparecem as chamadas reações fisiológicas no organismo humano. O
estresse, em seu estágio inicial, pode até ser considerado benéfico na
medida em que funciona como excitante, mas quando se torna crônico é
79
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
capaz de degradar o corpo e o cérebro conduzindo à exaustão (WHO,
1999).
2 . 1 . 3 . 1 . M e t o d o l o g i a A p l i c a d a
Para a avaliação dos níveis de pressão sonora (NPS), com vistas à
elaboração do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) – Poluição Sonora –
foram realizadas medidas ao longo de toda a extensão do traçado da
segunda ponte entre Brasil e Paraguai, desde a BR-277/PR, ponto próximo
ao bairro Novo Mundo até o marco das Três Fronteiras.
Por melhor representar a exposição sonora em cada região, foi escolhido o
Leq(A)1 (nível de pressão sonora equivalente), uma vez que leva em
consideração a média das ocorrências sonoras num determinado ponto.
Os equipamentos utilizados foram: medidor de pressão sonora da Minipa,
modelo MSL 1352 A tipo 2, com protetor de vento e tripé; calibrador de
nível sonoro, marca TES, modelo 1356, n. de série 15918, certificado pela
CHROMPACK Instrumentos Científicos Ltda, n. 21.184 em 07/04/2008.
Os níveis de pressão sonora equivalente, Leq(A), foram obtidos conforme
Anexo A da NBR 10.151 da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), para o equipamento da Minipa, onde os Li2 (nível de pressão
sonora em dB – decibels) foram lidos em resposta rápida (fast) a cada 1
segundo, no modo de compensação A. A NBR 10.151 recomenda que os
NPS sejam lidos em resposta rápida (fast) e a cada 5 segundos. Embora a
norma recomende intervalos de 5s entre uma medida e outra, a opção por
trabalhar com um intervalo menor – 1s – não traz absolutamente, prejuízo
ao estudo, pelo contrário, só torna a medida ainda mais criteriosa.
As medidas foram realizadas ao longo do dia 19/06 (das 8h às 18h30 –
aproximadamente), em intervalos de tempo aproximado de 15 minutos3 e
respeitaram as especificações da NBR 10.151. Os níveis de pressão sonora
(NPS) foram medidos em coordenadas geográficas devidamente
demarcadas com o uso de um GPS (Global Position System), da marca
GARMIN, modelo GPSMAP 60C, sempre de acordo com o traçado da nova
via, em formato de coordenadas Universal Transversa de Mercator (UTM)
Datum Horizontal South America ’69 (SAD 69).
1 O Leq(A) representa o nível contínuo estacionário equivalente em dB(A), que tem a
mesma energia que o nível variável considerado.
2 Li é o nível de pressão sonora, em dB (A), lido em resposta rápida (fast) a cada 5s,
durante o tempo de medição do ruído.
3 Em função dos níveis de pressão sonora terem sido avaliados em intervalos de 1s, cada medida
de 15 minutos, contém um universo de 900 dados.
80
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Dentre os pontos demarcados para o estudo, destaca-se a medida realizada
na BR-277/PR, local onde se contabilizou o número de veículos leves (carros
de passeio), veículos pesados (caminhões, ônibus e carretas), além das
motocicletas, com o intuito de estimar os níveis de pressão sonora para o
trecho que dará acesso a nova ponte entre as cidades de Foz do Iguaçu
(Brasil) e Presidente Franco (Paraguai). Para estimar os níveis de pressão
sonora quando da operação do empreendimento, devido ao fluxo de
veículos, foi utilizado um modelo matemático desenvolvido e adaptado por
vários autores para a previsão dos NPS futuros. No caso específico desse
estudo, utilizou-se como referência, o modelo adotado na Alemanha,
RLS90.
O NPS pode ser estimado em função do fluxo de veículos, conforme a equação a
seguir:
Aeq 10 T VPL 10log ( (1 0,082P ) 37,3 dB(A), onde:
T representa o fluxo total de veículos, expresso em veículos por hora e
PVP o percentual de veículos pesados (>2,8 T).
Diagnóstico – Pressão Sonora
Qualquer obra de engenharia que modifique a paisagem natural de
determinada localidade, deve a priori, ser monitorada, no sentido de mitigar
os efeitos decorrentes dessa modificação. A avaliação inicial dos NPS ao
longo do traçado do empreendimento pode facilitar a compreensão dos
processos de evolução dos níveis de ruídos decorrentes da implantação da
Segunda Ponte Internacional Brasil/Paraguai, e assim indicar possíveis
caminhos ou medidas para a redução desse impacto sobre a saúde e a
qualidade de vida das populações diretamente envolvidas.
O objetivo da avaliação é conhecer a situação atual e proporcionar
comparações com as emissões sonoras produzidas durante a instalação e
operação do traçado que dá acesso à nova ponte, priorizando
principalmente os pontos com maior adensamento populacional. A partir
dos dados iniciais será possível, estabelecer de forma sistemática, o
controle da poluição sonora nas áreas de maior sensibilidade a essa
modalidade de poluição.
81
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
2 . 1 . 3 . 2 . A t i v i d a d e s R e a l i z a d a s
Início – Perímetro do bairro Novo Mundo – BR-277/PR
O ponto inicial4 desse estudo, BR-277/PR, configura-se como o ponto de
maior NPS entre todos avaliados. Esse resultado se dá primordialmente em
função do fluxo de veículos na rodovia. A tabela a seguir expressa a relação
entre as coordenadas geográficas e o NPS correspondente.
Tabela 5. Relação entre as coordenadas geográficas e o NPS correspondente.
Coordenada Geográfica NPS dB(A)
L – 749774 S – 7178182
68,9
NOTA: Segundo a NBR 10.151, os valores medidos do NPS devem ser
aproximados ao valor inteiro mais próximo. Por melhor representar a
precisão do aparelho, optou-se por trabalhar com uma casa decimal.
Figura 37. BR-277/PR - Coord: L – 749774/S – 7178182
Trata-se de uma localidade com baixa densidade habitacional e intenso
tráfego de veículos, leves e pesados. Para esse ponto, além do nível de
pressão sonora equivalente Leq = 68,9 dB(A) destaca-se o nível de pressão
sonora mínimo Lmín = 54,0 dB(A) e o nível de pressão sonora máximo Lmáx =
85,0 dB(A). O fluxo de veículos (nos dois sentidos da rodovia) contabilizado
durante os 15 minutos5 de medida está registrado na tabela abaixo.
4 A caracterização dos níveis de pressão sonora ao longo do traçado do empreendimento foi dividida em
12 pontos. Por uma questão de conveniência, optou-se por adotar o ponto 1, situado na BR 277, como o
ponto inicial do estudo.
5 Embora a avaliação dos níveis de pressão sonora tenha sido realizada num intervalo de 15 minutos,
para efeito desse estudo, considerou-se o fluxo de veículos para um intervalo de 1h.
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EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Tabela 6. Fluxo de veículos (nos dois sentidos da rodovia)
contabilizado durante os 15 minutos6 de medida
Veículos Quantidade
Automóveis 344
Carretas, ônibus e caminhões 28 Motocicletas 26
O segundo ponto de medida está localizado numa região de baixíssima
densidade habitacional. Nessa região, os níveis de pressão sonora não
ultrapassam 40,0 dB(A), a não ser quando há tráfego de veículos,
principalmente carros e motos. Durante a realização dessa medida, que
teve início às 16h45 e término às 17h, foi possível registrar a passagem de
10 motocicletas e 11 carros de passeios, o que permitiu registros de Lmáx =
73,0 dB(A). Devido a esse fluxo de veículos, o nível de pressão sonora
equivalente sofreu um significativo aumento, em relação a valor mínimo
Lmín = 36,0 dB(A), conforme tabela abaixo.
Tabela 7. Nível de pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS
dB(A)
L – 748935
S – 7176489
54,6
6 Embora a avaliação dos níveis de pressão sonora tenha sido realizada num intervalo de 15 minutos,
para efeito desse estudo, considerou-se o fluxo de veículos para um intervalo de 1h.
83
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 38. Área com baixa densidade habitacional. Coord: L –
748935/N – 7176489
A medida de número 3 foi realizada num ponto próximo ao bairro Jardim
Europa. Os valores aqui medidos são muito semelhantes aos valores
associados à medida anterior.
Tabela 8. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS
dB(A)
L – 748661
S – 7175634
52,0
Os níveis registrados nessa região não costumam superar 40 dB(A), a não
ser quando da passagem de um veículo automotor. O menor nível
registrado foi de 37,0 dB(A), enquanto que o maior valor foi de 74,0 dB(A).
Por se tratar de um ponto próximo ao bairro Jardim Europa, destaca-se a
presença de residências próximas ao traçado da via de acesso à segunda
ponte. A foto abaixo permite visualizar a rua de acesso às residências,
localizadas a aproximadamente a 150m do ponto de medida.
84
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 39. Área próxima ao bairro Jardim Europa. Coord: L –
748661/S – 7175634
O ponto 4, situado nas cercanias do bairro Mutirão, evidencia também,
baixos NPS. O maior nível registrado nesse ponto foi de 62,0 dB(A),
enquanto que o menor nível foi de 35,0 dB(A). O nível de pressão sonora
equivalente registrado foi de Leq = 46,4 dB(A), conforme tabela abaixo.
Tabela 9. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS dB(A)
L – 748390
S – 7174143
46,4
Figura 40 Área próxima ao bairro Mutirão. Coord: L – 748390/S –
7174143
Nessa região, a distância média entre as residências e o futuro traçado da
via de acesso à segunda ponte é de aproximadamente 250m.
85
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
A medida de número 5 foi realizada na Av. República Argentina, num ponto
situado próximo a um loteamento residencial, nas proximidades do bairro
Cohapar III.
Trata-se de uma localidade sensível a essa modalidade de poluição, uma
vez que há uma grande concentração de residências próximas ao traçado
da via que dará acesso à nova ponte. A distância entre as primeiras
residências do bairro Cohapar III é de aproximadamente 140m, enquanto
que para o loteamento residencial essa distância cai para valores em torno
de 50m.
Figura 41. Av. República Argentina; proximidades do loteamento residencial Coord: L – 748225/S – 7173350
Durante a realização da medida, foi possível constatar a passagem de 28
veículos de passeio e 5 motocicletas, evento que gerou os maiores níveis de
pressão sonora para a localidade. O maior NPS registrado foi de Lmáx = 75,0
dB(A), enquanto que o menor nível foi de Lmín = 43,0 dB(A). Com exceção
à passagem dos veículos automotores, os níveis registrados seguem valores
próximos aos níveis registrados em áreas de pouco tráfego, ou seja, valores
entre 40,0 e 50,0 dB(A). O NPS equivalente para a região é o registrado na
tabela abaixo.
Tabela 10. NPS equivalente
Coordenada Geográfica NPS
dB(A)
L – 748225
S – 7173350
58,2
86
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
A Avenida Felipe Wandescheer foi tomada como ponto de referência para a
medida de número 6. A Avenida separa os bairros Jardim Copacabana e
Jardim Residencial, cujas residências distam aproximadamente 400m do
eixo central do futuro empreendimento. Durante a maior parte do intervalo
de tempo de medição, os níveis não ultrapassaram 62,0 dB(A). O maior
nível registrado nessa região, certamente é devido ao fluxo de veículos. No
caso, o valor máximo registrado foi de Lmáx = 77,0 dB(A). O nível de
pressão sonora equivalente nesse ponto foi de 59,5 dB(A), conforme tabela
abaixo.
Tabela 11. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS dB(A)
L – 747669 S – 7171915
59,5
Figura 42. Av. Felipe Wandescheer, próximo aos bairros Jardim
Copacabana e Jardim Residencial. Coord: L – 747669/S – 7171915
A medida de número 7 foi realizada num ponto próximo ao bairro Jardim
Vitória. Nessa região, o fluxo de veículos é bastante reduzido, o que reduz
significativamente os níveis de pressão sonora para a localidade. O maior
nível de pressão sonora registrado foi de Lmáx = 65,0 dB(A), enquanto que o
menor nível foi de Lmín = 42,0 dB(A).
87
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 43. Bairro Jardim Vitória. Coord: L – 747502/S – 7171135
O nível de pressão sonora equivalente para a região está expresso na tabela
abaixo. Além disso, vale destacar que a distância das residências ilustradas
na figura 43 até o eixo central da futura via de acesso à nova ponte é de
aproximadamente 60m.
Tabela 12. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS
dB(A)
L – 747557
S – 7171173
48,4
Diferentemente do ponto anterior, a medida 8 foi realizada numa área
predominantemente rural, com baixa densidade habitacional. No ponto de
coordenada (L – 746945) e (S – 7170469), numa via tipicamente rural,
onde os maiores NPS foram registrados na presença de um ou mais veículos
automotores (carros e motos).
Tabela 13. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS
dB(A)
L – 746945
S – 7170469
49,0
88
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 44. Área predominantemente rural. Coord: L – 746945/S –
7170469
O maior nível de pressão sonora registrado nessa região foi de 72,0 dB(A),
enquanto que o menor nível foi de 39,0 dB(A). Durante 90% do tempo, os
níveis estiveram abaixo de 46,0 dB(A), níveis que evidenciam uma zona
tipicamente rural.
O trevo da Avenida das Cataratas (BR 469) permite acesso ao aeroporto da
cidade de Foz do Iguaçu e à Avenida MERCOSUL, que leva à cidade de Porto
Iguaçu, Argentina. Escolhido para a medida de número 9, essa localidade
apresenta níveis de ruído mais elevados do que os registrados ao longo do
traçado do empreendimento, com exceção do valor registrado na rodovia
BR-277/PR. Durante a realização da medida, anotou-se a passagem de 119
automóveis, 10 motocicletas e 6 veículos pesados, entre caminhões de
ônibus. O tráfego gerou um NPS máximo de 82,0 dB(A), e o nível de
pressão sonora equivalente registrado para este ponto foi de 66,2 dB(A).
Tabela 14. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS dB(A)
L – 746012
S – 7169139
66,2
89
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 45. Avenida das Cataratas; Trevo da BR 469; acesso ao aeroporto de Foz do Iguaçu e à Avenida MERCOSUL; acesso à cidade de Porto Iguaçu. Coord: L – 746012/S – 7169139
A medida de número 10 foi realizada na Avenida MERCOSUL, ponto próximo
a Ponte Tancredo Neves. Essa localidade possui características muito
semelhantes ao ponto anterior, pois se trata de uma região com grande
fluxo de veículos automotores. O nível de pressão sonora equivalente nessa
região foi de 67,9 dB(A). A diferença primordial desse ponto para o ponto
anterior é a distância entre a avenida e as casas do bairro Jardim Guaíra,
em torno de 70m.
Tabela 15. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS dB(A)
L – 744650 S – 7168243
67,9
90
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 46. Avenida MERCOSUL. Coord: L – 744650/S – 7168243
As medidas de número 11 e 12 foram realizadas em áreas com baixa
densidade habitacional, isentas de fontes de ruído tipicamente urbanas,
como tráfego de veículos automotores. Em função dessas características, o
Leq(A) para esses pontos não ultrapassou 50 dB(A).
Tabela 16. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS dB(A)
L – 742909 S – 7167733
46,1
Tabela 17. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS dB(A)
L – 742084 S – 7167692
41,0
91
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 47. A imagem ao lado retrata o ponto de número 11. Coord: L –
742909/S – 7167733
Para obter um parâmetro de comparação com o ponto de número 1, ponto
que apresentou o maior NPS do estudo, realizou-se a medida de número
13, na BR-277/PR, próximo ao bairro Parque Presidente. O ponto de
coordenada (L – 745009) e (S – 7176301), distante aproximadamente
300m das residências mais próximas, revelou níveis de pressão sonora
semelhantes aos encontrados no ponto de número 1.
Tabela 18. Nível de Pressão sonora equivalente
Coordenada Geográfica NPS dB(A)
L – 745009
S – 7176301
69,1
92
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 48. BR-277/PR. Coord: L – 745009/S – 7176301
Enquanto o NPS registrado no ponto 1 foi de 68,9 dB(A), o nível registrado
no ponto de número 13, foi de 69,1 dB(A), diferença de 0,2 dB(A). Os
valores registrados revelam que a metodologia utilizada no estudo foi
rigorosamente a mesma, o que permite concluir que os níveis de pressão
sonora gerados ao longo da BR-277/PR estão condicionados ao fluxo de
veículos na rodovia.
Essas medidas fornecem a base de dados necessária para se estimar os
níveis de pressão sonora, quando o empreendimento estiver em sua fase de
operação.
2 . 1 . 3 . 3 . R e l a ç ã o d a O b r a c o m a E m i s s ã o d e R u í d o s
1) FASE DE PLANEJAMENTO DO EMPREENDIMENTO
Na fase de planejamento do empreendimento os impactos ocasionados à
poluição sonora estão relacionados ao bem estar físico do ser humano e
serão decorrentes, principalmente, dos estudos e trabalhos preliminares ao
início das obras.
Elevação dos níveis de pressão sonora durante os trabalhos de caracterização
geológica
Este impacto é gerado em decorrência da utilização de equipamentos
destinados a realizar perfurações, com vistas a se determinar as
características geológicas de cada ponto do traçado. Haverá aumento
temporário dos níveis de pressão sonora nas proximidades dos pontos de
sondagens, aumento que dependerá do tipo de equipamento utilizado. Caso
os referidos equipamentos sejam de pequeno porte, a emissão de ruídos
será de pequena intensidade, não acarretando significativas alterações na
93
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
rotina de regiões habitadas. São ruídos localizados em pontos determinados
e difusos entre os ruídos provocados por outras fontes locais.
É um impacto de natureza negativa, podendo causar desconforto,
principalmente para as pessoas que residem nas proximidades do traçado
do empreendimento. Nesta fase, os indivíduos mais expostos ao ruído, são
trabalhadores que operam os equipamentos. Apresenta probabilidade certa
de ocorrência e início imediato, pois é inerente ao processo tecnológico ao
qual está associado. É de pequena importância pelo fato de possuir curta
duração. Não é impacto sinérgico, ou seja, não ocorre relação mútua com
outros impactos.
2) FASE DE IMPLANTAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Nessa fase do empreendimento os impactos ocasionados ao bem estar físico
do ser humano serão decorrentes da interação dos processos tecnológicos
desenvolvidos para implantação das obras, que envolvem utilização de
máquinas, movimentos de solos e rochas e intervenções diretas no meio
físico, como escavações e construções. A fase de construção compreende
ainda a mobilização para instalação de canteiros de obras ou pátios para
guarda de equipamentos.
Aumento dos Níveis de Pressão Sonora Causados Pelas Obras
Para a operacionalização dos serviços de terraplanagem, por exemplo, será
necessária a utilização de maquinário pesado, tais como: caminhões,
tratores, escavadeiras etc. Durante a execução desta parte da obra, os NPS,
que hoje variam entre 41,0 e 69,1 dB(A), tendem a subir devido ao intenso
tráfego deste tipo de maquinário. Esse aumento trazido pela implantação da
via de acesso à segunda ponte manter-se-á por todo o trecho até a
finalização dessa fase do empreendimento.
De acordo com o estudo, os bairros diretamente afetados pelo intenso
tráfego de maquinário serão os bairros Jardim Europa, Mutirão, Cohapar III,
Jardim Copacabana, Jardim Residencial, Jardim Vitória e Jardim Guaíra, pois
são os bairros mais próximos do traçado de acesso à segunda ponte
Brasil/Paraguai.
Segundo a NBR 10.151, norma que fixa as condições exigíveis para
avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades, independente da
existência de reclamações, o nível de pressão sonora em áreas mistas,
predominantemente residencial é de 55 dB(A) para o período diurno e 50
dB(A) para o período noturno (entre 22h e 6h). A tabela seguir resume o
nível de critério para ambientes externos em dB(A).
94
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Tabela 19. Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A)
Tipos de áreas Diurno Noturno
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana, de hospitais ou de escolas 50 45
Área mista, predominantemente residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área predominantemente industrial 70 60
Tendo em vista os NPS detectados ao longo do traçado da via de acesso à
segunda ponte, verifica-se que qualquer movimento na área demarcada
deve elevar os níveis atuais. Dessa forma, é importante evitar a
implantação de canteiros de obras, naturais fontes de ruídos, próximos a
áreas residenciais, de hospitais ou escolas. De preferência, recomenda-se
que a distância mínima seja de 400m, o que evitará transtornos devido ao
ruído gerado nessas localidades.
É provável que os níveis de pressão sonora atualmente ocorrentes nas
áreas estudadas entre 41,0 e 69,1 dB(A) , quando somados aos gerados
pela implantação das obras, agrave o quadro atual, trazendo consigo um
impacto ambiental negativo de caráter local.
A probabilidade de ocorrência deste impacto é certa e seu início se dará
imediatamente após o início das obras de implantação da nova via. Poderá
causar irritabilidade e desconforto às pessoas que residem nas
proximidades, além dos próprios trabalhadores que operam os
equipamentos. É de grande importância, pois contribui para agravar o nível
de pressão sonora local; sua duração é por todo o período das obras e é
parcialmente reversível. É sinérgico, pois difunde-se com a pressão sonora
gerada ao longo do percurso.
3) FASE DE OPERAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Nessa fase do empreendimento, o bem estar físico do ser humano está
diretamente ligado à operação da rodovia. Populações próximas ao traçado
da via férrea, obviamente, serão as mais afetadas, principalmente, as dos
bairros próximos às obras.
A seguir são descritos e analisados os impactos da poluição sonora nessa
fase do empreendimento.
Emissões Sonoras ao Longo do Traçado da Via de Acesso à Segunda Ponte
Brasil/Paraguai
O estudo realizado ao longo do traçado da nova via de acesso à segunda
ponte Brasil/Paraguai revelou significativa variação entre o menor nível –
95
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
41,0 dB(A) e o maior nível de pressão sonora equivalente registrado – 69,1
dB(A); a diferença foi de 28,1 dB(A).
A partir do estudo realizado na BR 2777 (fluxo de veículos por hora e NPS),
estima-se que durante a fase de operação do empreendimento, os níveis de
pressão sonora devam variar entre 69 e 70 dB(A)8, levando-nos a
considerar a ocorrência certa de impacto negativo.
A Figura 13 representa o Leq(A), nível de pressão sonora equivalente em
dB(A) em função do fluxo de veículos, para PVP = 20%9. Como esperado, o
acréscimo do fluxo de veículos ao longo do traçado da nova via, provocará
acréscimo dos NPS ao longo desta.
Vale destacar, que a velocidade dos veículos também influencia o NPS
emitido, conforme trabalho de Steele.
Figura 49. Nível de pressão sonora em função do fluxo de veículos
Além da correlação (fluxo de veículos X NPS), estimada para a via de
acesso à segunda ponte Brasil/Paraguai, deve-se considerar a distância
7 Ponto 1.
8 Para estimar os NPS durante a fase de operação do empreendimento, adotou-se o ponto 1 como
referência. (ponto onde foi registrado o maior fluxo de veículos).
9 Apesar do fluxo de veículos pesados, observado durante a medida na BR 277, ter sido de 8% do total de
veículos, adotou-se o valor de 20% em função da destinação da nova via.
96
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
entre edificações, tais como residências, comércio etc, e o eixo central da
nova via. Em relação à distância, merecem destaque os bairros residenciais
Jardim Europa, Cohapar III, Jardim Vitória e Jardim Guaíra, pois são os
bairros mais próximos do traçado de acesso à segunda ponte
Brasil/Paraguai.
Logo, áreas urbanas que apresentam edificações às margens da rodovia (d
< 220m), são as mais sensíveis ao impacto negativo da poluição sonora.
Segundo estudos realizados, a intensidade do nível sonoro sofre um
decaimento em função do aumento da distância entre a fonte geradora do
ruído e o receptor. O gráfico abaixo apresenta uma simulação do
decaimento do nível de pressão sonora equivalente Leq = 69,3 dB(A) a 25m
do centro da pista, realizada a partir do modelo matemático adotado
(RLS90).
Figura 50. Decaimento do NPS em função da distância ao centro da pista.
Logo, sugere-se que residências, comércio, escolas etc, sejam devidamente
alocados em áreas com pelo menos 250m de distância do eixo central da
rodovia. Com isso, espera-se que o Leq(A) gerado pelo fluxo de veículos na
via de acesso à segunda ponte decaia para níveis abaixo de 60 dB(A). Caso
não seja possível respeitar a distância mínima necessária, sugere-se para
97
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
100m < d < 220m a implantação de barreiras acústicas que atenuem os
NPS em pelo menos 10 dB(A).
Além desse tipo de medida mitigadora, pesquisas revelam que o tipo de
pavimento contribui para o aumento ou redução do ruído produzido pelo
trafego de veículos. Fujiwara e colaboradores concluíram que superfícies
porosas e elásticas10 contribuem para a redução dos níveis de pressão
sonora.
Ao garantir essas exigências (consideradas mínimas), o consórcio
responsável pelas obras de implantação da segunda ponte Brasil/Paraguai,
promoveria satisfatória compensação ambiental à população local,
garantindo assim condições de conforto acústico para todas as edificações
potencialmente prejudicadas pelo acréscimo de ruído decorrentes da
implantação do empreendimento.
Trata-se, portanto, de impacto de abrangência localizada, com probalidade
certa de ocorrência e parcialmente reversível com a adoção de tecnologias
alternativas e menos impactantes. É de grande importância e sinérgico,
especialmente em relação à questão de qualidade de vida da população.
2.1.4. Topografia
A região onde será implantado o empreendimento está inserida na porção
oeste do Terceiro Planalto (Unidade Morfoescultural), onde o relevo é
caracterizado por vertentes levemente onduladas, com altitude média de
192m. O relevo é predominantemente suave ondulado a ondulado, contudo
ocorrem pontos com descidas acentuadas para as margens dos rios Paraná
(a oeste) e Iguaçu (ao sul). Outras depressões são raras e se verificam
apenas na foz dos afluentes a esses grandes rios, caracterizando áreas com
inclinações maiores que 12%.
As declividades ocorrem, em sua maioria, entre 2% a 8%, tornando-se
propícios a ocupação urbana. Margeando os cursos d’água, ocorrem relevos
com declividades superiores a 12%. Exceção para as faixas de topografia
acidentada, nas vertentes do rio Paraná, onde será implantada a ponte
internacional, normalmente de relevo ondulado e em alguns pontos bem
acidentado, com declividades superiores a 20% e frequentemente atingindo
de 80% a 100%, formando grandes penhascos sustentados pelos basaltos
da Formação Serra Geral.
10
Asfalto Ecológico
98
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Figura 51. Vista das quebras de relevo ao fundo da paisagem nas
margens do rio Paraná.
Figura 52. Relevo levemente ondulado, é possível observar que não
há ondulações na linha do horizonte
2.1.5. Geologia e Geomorfologia
2 . 1 . 5 . 1 . G e o l o g i a R e g i o n a l
O Brasil foi dividido por Almeida et al. (1977, 1981) em Províncias
Estruturais para que fosse possível orientar os trabalhos de caracterização e
separação dessas Províncias, conforme suas características geológicas e
geomorfológicas. Os autores adotaram como parâmetros para a
caracterização dos limites dessas Províncias Estruturais as regiões
geológicas naturais que mostram/apresentam feições estratigráficas,
99
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
tectônicas, magmáticas e metamórficas próprias e diferentes das
apresentadas pelas Províncias confinantes.
Na figura abaixo é apresentada uma divisão do Brasil em Províncias
Estruturais proposto pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
Figura 53. Províncias Estruturais Brasileiras.
Os limites escolhidos pelo Serviço Geológico Brasileiro para estas Províncias
foram de caráter geologicamente bem definido (falhas e zonas de falhas,
frontes metamórficos, zonas de antepaís, limites erosionais de áreas
sedimentares) e limites arbitrários/convencionais (limites mal definidos
geologicamente, falta de conhecimento adequado no então estágio de
conhecimento, etc.).
O Estado do Paraná está inserido nas Províncias Estruturais Mantiqueira e
Paraná as quais possuem características próprias tanto geomorfológicas
100
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
quanto geológicas, possibilitando uma diferenciação entre essas
características no Estado.
A Província Mantiqueira é uma entidade geotectônica instalada a leste dos
crátons Soa Francisco e Rio da La Plata/Paraná, ao final do Neoproterozóico
e início do Paleozóico. Estende-se por cerca de 3.000km com orientação
NNE-SSW ao longo da costa atlântica, de Montevidéu (Uruguai) ao sul da
Bahia. A Província guarda o registro de uma longa e complexa evolução do
Neoproterozóico na América do Sul (900 – 520 Ma.) preservando também
remanescentes de unidades paleotectônicas arqueanas, paleoproterozóicas
e mesoproterozóicas. Constitui juntamente com a extremidade meridional
da Província Tocantins, o arcabouço pré-cambriano do sudeste brasileiro
desenvolvido em resposta ao “Ciclo Brasiliano” de Almeida (1967).
A configuração alongada da Província segundo a direção NNE-SSW (como
vista na figura 9) foi produzida por forte tectônica de escape orógeno-
paralela, associada a três extensos orógenos: Pelotas (domínio sul);
Paranapiacaba (domínio central) e Araçuaí-Rio Doce (domínio norte), com
vetores de extrusão indicando movimento de massa na direção às margens
cratônicas.
No domínio central, Figueiredo e Campos Neto (1993) discriminaram uma
“Orogênese Brasiliano I” mais antiga (670 – 600 Ma.), sendo que mais
recentemente Trouw et al. (2000) propuseram para o mesmo domínio uma
subdivisão baseada em três estágios orogênicos. O estágio mais antigo (670
– 600 Ma.) foi correlacionado à evolução da Província do Tocantins (Faixa
Brasília) em resposta ao fechamento do Oceano Brazilides. O segundo
estágio foi correlacionado ao “ramo Ribeira” do Oceano Adamastor (630 –
520 Ma.) e o terceiro (520 – 480 Ma.) seria representado pela orogênese
paleozóica Búzios de Schimitt et al.1999. Alguns trabalhos com foco na
evolução global da Província reconheceram no mesmo segmento central
distintos arcos magmáticos definindo uma sucessão de orógenos:
Paranapiacaba/Pien, Rio Negro, Rio Doce/Araçuaí e Pelotas (Brito Neves et
al. 1999, 2000).
É corrente nessa Província a agregação dos orógenos em três sistemas:
Brasiliano I, II e III que servem de base para o enfoque proposto e
fornecem novos subsídios ao modelo de evolução preconizado por Brito
Neves et al. (1999). Cada um dos orógenos tem como características:
Brasiliano I – desenvolvimento restrito aos períodos Toniano e
Criogeniano inicial, com clímax entre 880 e 700 Ma, correspondendo ao sistema Brasiliano Precoce, caracterizado pela acresção de crosta
juvenil (Orógeno São Gabriel).
Brasiliano II – clímax entre 640 – 610 Ma, foi totalmente
implantado no período crogeniano final e corresponde à “Orogênese Brasiliano I” de Campos Neto e Figueiredo (1993). É constituído
101
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
dominantemente por orógenos colisionais (Pelotas,
Paranapiacaba/Rio Pien, Rio Negro).
Brasiliano III – desenvolvido na transição Neoproterozóico/Cambriano, apresentando seu ápice entre 590 – 570 Ma. (Orógenos Araçuaí – Rio Doce). Nesse período, 520 Ma, ocorre
também o Orógeno Búzios.
A figura abaixo representa os Domínios Tectônicos e principais estruturas da
Província Mantiqueira, sendo que no Estado do Paraná predominam os
Sistemas de Orógenos pertencentes ao Brasiliano II.
Figura 54. Estruturas da Província Mantiqueira.
A Província Paraná possui cerca de 1.050.000 km2 somente em território
brasileiro, uma vez que ela se estende para os territórios da Argentina,
Paraguai e Uruguai, segundo Milani e Thomaz Filho, 2000. Essa Província
compreende três áreas de sedimentação independentes, separadas por
profundas discordâncias: Bacia do Paraná (área de sedimentação que
primitivamente se abria para o oceano Panthasassa a oeste, Milani e
Ramos, 1998); Bacia Serra Geral (compreendendo os arenitos eólicos da
Formação Botucatu e os derrames basálticos da Formação Serra Geral) e a
Bacia Bauru (uma bacia intracratônica).
102
EE ss tt uu dd oo dd ee II mm pp aa cc tt oo AA mm bb ii ee nn tt aa ll -- EE II AA
SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
O substrato da Província Paraná compreende blocos cratônicos e maciços
alongados na direção NE-SW (Rio Apa, Rio Aporé, Triângulo Mineiro, Rio
Paranapanema, Guaxupé, Joinville e Pelotas, separados por faixas móveis
brasilianas: de norte para sul, Paraguai-Araguaia, Rio Paraná, Apiaí e Tijuca
(Milani e Ramos, 1998).
A figura 55 apresenta as três áreas da Província Paraná, sendo que as três
áreas da Província são importantes para o entendimento e caracterização da
geologia, geomorfologia e conseqüentemente os tipos de solos presentes no
Estado do Paraná.
Figura 55. Província Paraná.
A Bacia do Paraná foi subdividida segundo Milani (1997) em quatro ciclos
de subsidência, correspondentes às Supersequencias: Rio Ivaí; Paraná;
103
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SS ee gg uu nn dd aa PP oo nn tt ee II nn tt ee rr nn aa cc ii oo nn aa ll ee nn tt rr ee BB rr aa ss ii ll (( FF oo zz dd oo II gg uu aa çç uu )) ee
PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
Gondwana I e Gondwana II; a fase rifte correspondente à Supersequencia
Rio Ivaí e a fase sinéclise às demais supersequencias.
A Supersequencia Rio Ivaí (Ordoviciana – Siluriana) é para Milani (1997)
um ciclo transgressivo, compreendendo as formações: Alto Garças
(constituída por arenitos depositados em ambiente fluvial, transicional e
costeiro), Iapó (composta por diamictitos de origem glacial conformando
limite de sequencia de terceira ordem interno a esta Supersequencia) e Vila
Maria (constituída por folhelhos, hospedando a superfície de inundação
máxima).
A Sequencia Paraná do período Devoniano compreende um ciclo
transgressivo-regressivo e é composta pela Formação Furnas de ambiente
em ambiente fluvial e transicional (predominância de arenitos e
conglomerados) e pela Formação Ponta Grossa, constituída principalmente
por folhelhos e dividida em três membros.
A Supersequencia Gondwana I é composta pelos diversos membros dos
Grupos Itararé, Guatá e Passa Dois. Para Milani (1997) a Supersequencia
compreende uma parte basal transgressiva, correspondendo ao Grupo
Itararé e ao Grupo Guatá. O Grupo Itararé é constituído por depósitos
sedimentares de origem glácio-marinha e é subdividido nas Formações
Lagoa Azul, Campo Mourão, Taciba e Aquidauana. Já o Grupo Guatá é
formado por rochas de ambiente deltaico, marinho e litorâneo da Formação
Rio Bonito e marinhos da Formação Palermo. A parte superior da
Supersequencia possui características regressivas e está registrada nas
rochas marinhas e transicionais do Grupo Passa Dois, formado pelas
Formações Irati, Serra Alta, Teresina, Corumbataí e Rio do Rastro.
A Supersequencia Gondwana II encerra a sedimentação na Bacia do Paraná,
ocorrendo apenas no Estado do Rio Grande do Sul e norte do Uruguai.
Composta pelas rochas sedimentares do Grupo Rosário do Sul, inclui as
Formações Sanga do Cabral, Santa Maria, Caturrita e Guará. Os arenitos e
pelitos oriundos de depósitos fluviais lacustres com coloração avermelhada
são característicos desse Grupo.
A Bacia Serra Geral, segundo Milani (1997), corresponde à Supersequencia
Gondwana III que compreende as Formações Botucatu e Serra Geral
reunidas no Grupo São Bento. As estruturas da Bacia Serra Geral atestam
que com a abertura do Oceano Atlântico Sul, as antéclises limitantes da
Província Sedimentar Meridional (Assuncion a oeste, Alto Xingu a NNW,
Paranaíba a NE, Ponta Grossa a SE e Rio Grande ao sul) foram reativadas e
transformadas nos arcos homônimos. Com o rebaixamento do fundo da
bacia, houve a formação de ampla depressão topográfica, onde se
depositaram arenitos de granulação fina a média, os quais de acordo com
Scherer (2002), podem ser separados em duas unidades genéticas: uma
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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
inferior, com espessura máxima de 100m, correspondente à Formação
Botucatu e outra discordante sobre a Bacia do Paraná, que inicia por
depósitos de rios efêmeros e lençóis de areia, seguidos por arenitos eólicos,
intercaladas nas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral.
A Formação Serra Geral consiste de derrames basálticos continentais que
forma uma das grandes Províncias Ígneas do mundo. Compreende uma
sucessão de derrames com cerca de 1.500m de espessura junto ao
depocentro da bacia e recobre área de 1.200.000 km2. O produto deste
magmatismo está constituído por sequencias toleíticas bimodais onde
predominam basaltos a riodacitos.
A terceira área de sedimentação independente da Província Paraná é a
Bacia Bauru, assim designada por Fernandes e Coimbra (1998), possui
370.000 km2 com seu substrato composto pelas rochas vulcânicas da
Formação Serra Geral. Os 300m de espessura máxima das suas rochas
sedimentares compõem duas unidades cronocorrelatas: Grupo Caiuá e
Grupo Bauru.
O Grupo Caiuá compreende as Formações Rio Paraná, Goio Erê e Santo
Anastácio, compostas predominantemente por arenitos finos a muito finos,
interpretados por Fernandes e Coimbra (2000) como lençóis de areia, wadis
e dunas. As Formações Uberaba, Vale do Rio do Peixe, Araçatuba, São José
do Rio Preto, Presidente Prudente e Marília compõem o Grupo Bauru.
A parte superior da Formação Vale do Rio do Peixe possui intercalações de
rochas ígneas alcalinas (pipes e derrames) extrusivas de natureza alcalina,
com espessura máxima de 15m, denominadas por Fernandes e Coimbra
(2000) de Analcimitos Taiúva.
2 . 1 . 5 . 2 . G e o l o g i a e G e o m o r f o l o g i a L o c a i s .
A execução das tarefas de mapeamento foi realizada no mês de junho de
2010, compreendendo estudos e levantamentos das áreas de influência
direta e indireta do empreendimento com o objetivo de caracterizar o meio
físico da área estudada.
A caracterização da área envolveu inicialmente o levantamento e
determinação de suas coordenadas geográficas através do uso de Global
Positioning System (GPS) e conferencia desses pontos em campo com o
objetivo de caracterizar localmente a geologia e a geomorfologia. A partir
dessa caracterização, inicialmente realizada através de consultas as
bibliografias técnicas especializadas, foram realizados levantamentos de
campo nas Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento, coleta
de amostras e com as correlações de campo foram possíveis identificar as
Unidades Geológicas e Geomorfológicas presentes nas áreas de influência
do empreendimento.
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Os trabalhos de campo contaram também com caracterização petrográfica
das amostras e baseados nas litologias existentes na área de estudo os
dados litológicos foram confrontados com aqueles existentes na bibliografia
consultada.
2 . 1 . 5 . 3 . G e o l o g i a L o c a l
A área estudada está completamente inserida no Município de Foz do
Iguaçu e toda a área desse Município está geologicamente incluída na Bacia
do Paraná, mais especificamente na Formação Serra Geral. A Formação
Serra Geral é representada por um espesso pacote de lavas basálticas
continentais, com variações químicas e texturais importantes, resultantes
de um dos mais derrames vulcânicos.
Figura 56. Coluna Estratigráfica Parcial da Bacia do Paraná (Strugale et al., 2004).
A designação de Formação Serra Geral (White, 1906 in: Melfi et al. 1988),
refere-se à província magmática relacionada aos derrames basálticos e as
rochas intrusivas que recobrem grande parte da Bacia do Paraná, (Melfi et
al., 1988). Abrangendo toda a região centro-sul do Brasil e estendendo-se
ao longo das fronteiras do Paraguai, Uruguai e Argentina, essa Formação é
constituída dominantemente por basaltos e basalto-andesitos de filiação
toleítica. Sua espessura média é de 350m nas bordas e mais de 1.000m no
centro da Bacia, o volume atual é estimado em torno de 790.000 km3,
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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
estando a zona principal de efusão das lavas situada ao longo do Arco de
Ponta Grossa. A área de afloramento da Formação Serra Geral corresponde
atualmente ao que restou da erosão sofrida a partir do período Cretáceo em
toda a Bacia do Paraná.
Área de Estudos
Mapa Geológico
Simplificado
Figura 57. Mapa Geológico do Paraná Simplificado (2006). Fonte: MINEROPAR
a. Caracterização Geológica das Áreas de Influência.
A geologia na área de estudos é relativamente simples, pois ocorrem na
área apenas os basaltos pertencentes à Formação Serra Geral. Nessa
Unidade cada “inserção” de lava vulcânica formou um pacote de rochas
chamado derrame.
Os estudos geológicos sobre derrames vulcânicos identificaram
determinadas características sobre esse tipo de estrutura onde a base
constitui a zona vítrea e vesicular, que se altera facilmente. A parte central
é a mais espessa e formada por basalto maciço, porém recortado por
numerosas juntas (ou fraturas) verticais a horizontais. Já o topo de um
derrame típico apresenta os famosos “olhos de sapo”, pois ao se resfriarem,
os gases tendem a ir para a superfície, formando nas porções superiores
dos derrames bolhas que foram posteriormente preenchidas (amídalas) ou
não (vesículas).
A ocorrência de fraturas nesses derrames ocorre por esforços tectônicos e
são também causadas pelo seu resfriamento. São comuns nesses basaltos
linhas de fraqueza verticais, características da mesma, em formas angulares
poliédricas.
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Conforme sofrem intemperismos físicos e químicos esses basaltos possuem
como características deixarem “bolas” de resto de rocha, que vão se
escamando como “cascas de cebola” (esfoliação esferoidal). Aspecto comum
observado nas encostas e áreas isoladas da área estudada. Muitas vezes a
erosão e decomposição seletivas fazem ressaltar na topografia as unidades
de derrames, formando verdadeiras escarpas, representadas por áreas com
declividades acima de 20%, delimitadas por quebras de relevo positivas e
negativas, aproximadamente coincidentes com os contatos entre os
derrames. O padrão de fraturamento, juntamente com as zonas vesiculares
do topo dos derrames, pode funcionar como canais alimentadores de
aqüíferos subterrâneos.
Os basaltos mapeados nas áreas de influência do empreendimento
mostraram-se bastante fraturados, exibindo fraturas conchoidais
características dessa Formação. Os afloramentos de basaltos estão
concentrados nas margens dos rios Paraná e Iguaçu, ou blocos
remanescentes do intemperismo formando bolas residuais arredondados
com aspecto de folhas de cebola. Esses afloramentos apresentaram
coloração acastanhada acinzentada escura; intemperismo apenas nas
camadas mais superficiais, suavemente dobrados e com direções de
fraturas: N30-50W 40SE, N10E 80SW e N60-80E 30SW.
Algumas fraturas nesses afloramentos basálticos apresentaram percolação
de águas meteóricas mostrando coloração ferruginosa típica e em outros foi
observado amígdalas cobertas por crosta ferruginosa, decorrentes do rápido
resfriamento da lava toleítica e liberação de gases aprisionados na rocha
durante seu resfriamento.
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Área de
Estudo
Figura 58. Mapa adaptado da sismologia brasileira. 2008. (Fonte: OBIS – UnB).
Com relação às questões estruturais existentes na Bacia do Paraná e
consequentemente na área em questão, verifica-se que grandes
lineamentos destacam-se por toda extensão do maciço. Relacionando com
os processos de movimentação tectônica de separação dos continentes
americano e africano e somando-se ainda, a instalação de fraturas no
processo de resfriamento da lava vulcânica, é possível identificar alguns
lineamentos espalhados pela região. Ganham destaque principalmente os
lineamentos com trends de orientação NE e NO.
Tendo em vista o tipo de empreendimento e os aspectos da geologia
estrutural uma possível reativação de um lineamento de maior porte no
sudoeste do Estado do Paraná causada pelas obras ou a ocorrência de um
sismo é muito improvável, pois segundo os dados do Observatório
Sismológico da Universidade de Brasília, não foram registrados sismos na
região onde será implantado o empreendimento e somando a esse fato, a
Bacia do Paraná é uma Unidade Geológica tectonicamente estável.
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Figura 59. Rocha basáltica no tamanho de brita zero.
Figura 60. Afloramento de rocha basáltica as margens do rio Iguaçu
Figura 61. Amostra de mão dos basaltos típicos da Fm. Serra Geral.
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Figura 62. Detalhe de amostra de mão de rocha basáltica. No detalhe, basalto de coloração acinzentada com pequenos veios de quartzo.
Figura 63. Afloramento de basaltos as margens do rio Iguaçu. Os pontos brancos na foto mostram pequenas amígdalas.
Figura 64. Detalhe de rocha basáltica as margens do rio Iguaçu. No detalhe são observados veios de quartzo e capeamento amarronzado formado por águas meteóricas.
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Figura 65. Amostra de afloramento basáltico com a presença de amígdalas
Figura 66. Amostra de afloramento basáltico “bloco rolado” as margens do rio Paraná
2 . 1 . 5 . 4 . G e o m o r f o l o g i a L o c a l
Os trabalhos de Santos et al. (2006) aprimoraram a caracterização dos
estudos geomorfológicos no Estado do Paraná utilizando a metodologia
adotada por Ross (1977) com o objetivo de dar seqüência a uma
sistematização já adotada por aquele autor. Os trabalhos de Santos et al.
(2006) adotaram a escala de mapeamento de 1: 250.000 o que possibilitou
a representação cartográfica das Unidades Morfoestruturais, Unidades
Morfoesculturais e Sub-unidades Morfoesculturais. Sendo assim, no 1º
taxon foram identificadas as Unidades Morfoestruturais: Cinturão
Orogênico do Atlântico; Bacia Sedimentar do Paraná e Bacias
Sedimentares Cenozóicas e Depressões Tectônicas. No 2º taxon foram
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PP aa rr aa gg uu aa ii (( PP rr ee ss ii dd ee nn tt ee FF rr aa nn cc oo ))
identificadas as Unidades Morfoesculturais: Serra do Mar e Morros
Isolados e Primeiro Planalto Paranaense; Segundo Planalto e
Terceiro Planalto; Planície Litorânea e Flúvio-Marinhas e Planícies
Fluviais. No 3º taxon foram mapeadas cinqüenta Sub Unidades
Morfoesculturais, onde considerou-se como elementos básicos para a
definição das sub-unidades a similitude de formas de relevo relacionada aos
condicionantes de natureza estrutural e litológica. O método de
interpretação foi definido pelo reconhecimento dos elementos texturais e
estruturais do relevo na imagem, os quais se organizam em zonas
homólogas ou padrões de relevo.
As Áreas de Influencia Diretas e Indiretas do empreendimento estão
compreendidas na Unidade Morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Paraná
e na Unidade Morfoescultural Terceiro Planalto Paranaense, sendo que após
o mapeamento da região, está apresentou características da Sub Unidade
Morfoescultural Planalto de Foz do Iguaçu. E portanto, apenas as
características de formação dessas Unidades serão descritas.
A Unidade Morfoestrutural Bacia Sedimentar do Paraná estende-se pelos
Estados brasileiros de Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. Seu embasamento é constituído
principalmente por rochas cristalinas Pré Cambrianas e subordinadamente
por rochas Eopaleozóicas afossilíferas, onde predominam duas direções de
fraqueza, N45 – 60W e N50 – 70E, as quais influenciaram também o
desenvolvimento da bacia.
113
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Figura 67. Mapa Geomorfológico do Estado do Paraná. Fonte: Mineropar 2006
114
No Estado do Paraná, a Unidade Morfoestrutural Bacia Sedimentar do Paraná é
possível distinguir, segundo Santos et al. (2006), duas Subunidades
Morfoesculturais: o Segundo Planalto Paranaense e o Terceiro Planalto
Paranaense.
O Segundo Planalto Paranaense encontra-se esculpido na faixa de rochas
Paleozóicas e, no Estado do Paraná, apresenta-se como um planalto modelado
em estruturas monoclinais, sub horizontais, mergulhando para o oeste. Tem seus
limites entre a escarpa Devoniana a leste, onde as altitudes médias de cimeira
estão entre 1100 a 1200m e, a oeste, com a escarpa arenito basáltica ou
Triássico Jurássico onde as altitudes variam entre 350 e 1.200m. Essa Unidade
Morfoescultural foi dividida nas seguintes Sub Unidades:
Planalto de São Luiz do Purunã, Planalto de Jaguariaúva,
Planalto de Tibagi, Planalto de Ponta Grossa,
Planalto do Guatá, Planalto de São Mateus do Sul,
Planalto de Irati, Planaltos Residuais da Formação Teresina, Planalto de Prudentópolis,
Planaltos Residuais da Formação Serra Geral, Planalto do Alto Ivaí,
Planalto Cândido de Abreu, Planalto de Ortigueira, Planalto de Santo Antônio da Platina,
Planalto do Médio Cinzas, Planalto de Carlópolis.
A Sub Unidade Morfoescultural Terceiro Planalto Paranaense (ou Planalto Arenito-
Basáltico) corresponde, segundo Santos et al. (2006), a um grande derrame
mesozóico de rochas eruptivas básicas associadas, na porção NO, às rochas
areníticas do Grupo Bauru. Essa Sub Unidade abrange cerca de 2/3 do território
paranaense apresentando em sua maioria um conjunto de relevos planálticos,
com inclinação geral para oeste-noroeste e subdivididos pelos principais
afluentes do rio Paraná, variando suas altitudes médias de cimeira de 1.100 a
1.250m, na Serra da Esperança, para altitudes entre 220 e 300m na calha do rio
Paraná.
Essa Sub Unidade Morfoesculturual foi dividida conforme suas características de
formação do relevo em:
Planalto Pitanga/Ivaiporã, Planalto do Foz do Areia/ Ribeirão Claro,
Planalto de Clevelândia,
115
Planalto de Palmas/Guarapuava, Planalto do Alto/Médio Piquiri,
Planalto de Apucarana, Planalto de Londrina, Planalto do Médio Paranapanema,
Planalto de Maringá, Planalto de Campo Mourão,
Planalto de Paranavaí, Planalto de Umuarama, Planalto de Cascavel,
Planalto do Baixo Iguaçu, Planalto de Francisco Beltrão,
Planalto do Alto Capanema, Planalto do São Francisco,
Planalto de Foz do Iguaçu.
A área de influência do empreendimento está inserida na Sub unidade
Morfoescultural Planalto de Foz do Iguaçu, pertencente a Unidade Morfoescultural
Terceiro Planalto Paranaense. O aspecto da paisagem do Terceiro Planalto é
determinado pelas formas de mesetas e platôs recortados do nível geral dos
lençóis eruptivos. As linhas de serras mencionadas até agora nos mapas não
ultrapassam o nível geral do platô, mas representam realmente chapadas ou
linhas divisoras de água, levemente arredondadas, no nível do plano de declive.
Área de Influência
do empreendimento
Figura 68. Carta Geomorfológica de Foz do Iguaçu – PR (adaptada)
A área de influência do empreendimento está totalmente inserida no Município de
Foz do Iguaçu onde predominam vertentes levemente onduladas, com altitude
média de 192m (Atlas Geomorfológico do Paraná – 2006). Na área urbana o
116
relevo é suave ondulado a ondulado, com descidas acentuadas para as margens
dos rios Paraná (a oeste) e Iguaçu (ao sul); outras depressões são raras e se
verificam na foz dos afluentes a esses grandes rios. A evolução topográfica
mostra-se praticamente estável nos entre rios ou arroios, onde as declividades
ocorrem, em sua maioria, entre 2% a 8%, tornando-se propícias à ocupação
urbana.
Margeando os cursos d’água, ocorrem relevos com declividades superiores a
12%, exceção para as faixas de topografia acidentada, nas vertentes do rio
Paraná, normalmente de relevo ondulado e montanhoso, com declividades
superiores a 20% e freqüentemente atingindo de 80% a 100%. As formas
predominantes de relevo observadas na área estudada possuem dissecação
baixa, topos dos morros aplainados, morfologias convexas e vales em “V” aberto.
As áreas potencialmente instáveis nas Áreas de Influência Direta e Indireta estão
relacionadas apenas ao grau de declividade e essas áreas com declividades
acentuadas encontram-se apenas nas margens do rio Paraná e do rio Iguaçu,
compreendidas nas Áreas de Proteção Permanentes – APP desses cursos d’água.
As altitudes no Município de Foz do Iguaçu são:
Altitude máxima do município: 321m (dentro do Parque Nacional, próximo à divisa com o Município de Santa Terezinha de Itaipu).
Altitude mínima do município: 100m (foz do rio Iguaçu).
Altitude máxima no perímetro urbano: 275m.
117
Figura 69. Relevo onde predominam formas aplainadas
Figura 70. Relevo com predomínio de áreas planas.
Figura 71. Área com predomínio de áreas planas com vegetação
secundária.
118
Figura 72. Área plana as margens do córrego M’boicy
Figura 73. Relevo predominantemente aplainado
Figura 74. Relevo predominantemente aplainado com vales em
“V” bem abertos.
119
Figura 75 Relevo predominantemente aplainado com vales em
“V” bem abertos.
Figura 76. Relevo predominantemente aplainado com vales em
“V” bem abertos
2 . 1 . 5 . 5 . A v a l i a ç ã o d a s C a r a c t e r í s t i c a s G e o t é c n i c a s d o s
T e r r e n o s A t i n g i d o s D i r e t a m e n t e p e l a s O b r a s .
A avaliação das características geotécnicas das Áreas de Influência Direta e
Indireta do empreendimento foi realizada com o objetivo de obter um
conhecimento prévio das propriedades dos solos dessa região. A avaliação
realizada baseou-se principalmente nos aspectos visuais dos terrenos tendo
como principais parâmetros a declividade das áreas e o grau de erodibilidade dos
terrenos diretamente atingidas pelas obras.
A etapa de campo foi realizada com o objetivo de caracterizar a relação entre o
tipo de solo predominante nas Áreas de Influência Direta e Indireta do
120
empreendimento e sua correlação com a declividade do terreno e sua influência
à implantação do empreendimento.
Erodibilidade dos terrenos
O processo erosivo caracteriza-se pelo desprendimento, transporte e
sedimentação de massas de solo por efeito de ações mecânicas naturais que
acabam por modificar as paisagens terrestres, sendo ou não aceleradas pela
ação humana.
A erosão dos solos pode ser provocada pela ação dos ventos, das águas, da
glaciação, entre outros. Quando provocado pela ação das águas, esta é chamada
de erosão hídrica, podendo ser subdividida em fluvial, causada pela água dos
rios, pluvial, que tem como agente a água das chuvas, ou marinha, causada pelo
efeito das ondas e correntes do mar.
Quando o processo erosivo é acelerado pela intervenção humana, esta
denomina-se erosão antrópica. Já em situações em que a erosão ocorre em solos
com cobertura vegetal e sem a interferência humana, o processo é denominado
erosão geológica, caracterizada pela lentidão com que ocorre.
O crescimento acelerado dos centros urbanos brasileiros, aliado à falta de
planejamento é a causa de grande parte dos problemas de erosão que vem
ocorrendo no país.
Do ponto de vista da suscetibilidade à erosão, as áreas mais críticas são aquelas
localizadas em elevações, onde a retirada da cobertura vegetal e movimentação
dos solos acabam por reduzir a coesão, a capacidade de infiltração, aumentando
assim a taxa de escoamento superficial destes. Esta associação de fatores torna
os solos mais susceptíveis às ações das intempéries.
Para Higashi e Davison Dias (2004), a preservação ambiental é o ponto chave
nas questões abordadas pelos problemas de erodibilidade e que mesmo com a
existência de rigorosas legislações ambientais, o que se observa na prática são
constantes agressões ao meio, sendo a retirada da mata ciliar uma das
principais, o que possibilita a potencialização dos processos erosivos ou
ocupações sem o devido planejamento que sobrecarregam o meio ambiente.
Nas Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento foram identificados
pontos com a propensão ao desenvolvimento de erosões devido, principalmente,
a pouca coesão do solo formado pela desagregação dos basaltos da Formação
Serra Geral em suas camadas superiores e também da retirada da vegetação
nativa em determinadas áreas.
São observados pequenos desmoronamentos as margens do rio Paraná, mas
foram causados pela retirada da mata ciliar e ocorrem em pequena escala não
representando risco ao empreendimento, desde que mantidas as ações de
121
conservação e monitoramento necessárias a manutenção das condições de
estabilidades atuais.
As Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento podem ser divididas
em apenas duas categorias distintas: as áreas que possuem propensão a erosão
e as que não possuem.
A classificação em propensa a erosão ou não é dada principalmente pela
interação declividade, tipo de solo e cobertura vegetal. Com a predominância dos
latossolos vermelhos pouco coesos e com fração areia esse tipo de solo é
propenso a erosão no seu horizonte A e somados a alta declividade e falta de
cobertura vegetal, formam-se os bolsões de áreas com grau de erodibilidade
alto. Essas áreas são visíveis principalmente nas vertentes e nas proximidades
dos rios Paraná e Iguaçu, onde ocorrem quebras acentuadas dos relevos nas
suas respectivas margens.
Já as áreas com grau de erodibilidade baixo é formado pelas predominância de
relevos planos ou pouco ondulados e cobertura vegetal protegendo o horizonte A
do latossolo vermelho do carreamento pelas águas das chuvas. Essas áreas com
grau de erodibilidade baixo são encontradas em praticamente toda a região, pois
existe a predominância dos relevos planos ou pouco ondulados nas Áreas de
Influência Direta e Indireta do empreendimento.
Nas Áreas de Influência do empreendimento ocorrem predominantemente
apenas dois tipos de solos, os latossolos e os nitossolos. Para a determinação do
grau de erodibilidade dos terrenos essa diferença entre os tipos de solo não são
preponderantes para a caracterização em qual classe a área está inserida. Pois a
resposta aos impactos ambientais causados pelo empreendimento serão os
mesmos para os dois tipos distintos de solos nas Áreas. Essa ocorrência é
possível de ser observada nas fotos 6 e 7, onde o processo erosivo é
predominantemente de carreamento dos horizontes superficiais dos solos e
ocorrem nos dois casos devido a retirada da vegetação.
Ocorrem também processos erosivos pela falta de drenagem urbana adequada;
vias sem as devidas ações para dissipação da energia proveniente de tubulações
de águas pluviais (dissipadores de energia; caixas de contenção, etc.) e também
aterros sem a proteção dos seus taludes. Essas características demonstram que
devido ao tipo predominante de solo nas áreas de influência do empreendimento
estes tendem a ser facilmente erodíveis quando não “manuseados” de forma
adequada.
Corroborando aos aspectos observados em campo estão os trabalhos de Bertoni
(1990) demonstrando que as características físicas e morfológicas dos solos do
oeste paranaense apresentam capacidades distintas de resistência a ação da
água e aos processos erosivos, sendo denominadas de erodibilidade. Já os
trabalhos de Westphalen (2007) apresentaram uma classificação prévia dos solos
do oeste paranaense tendo como parâmetro o grau de erodibilidade. Os
122
resultados preliminares classificaram a resistência dos solos a erosão laminar nas
classes:
Baixa - na qual se inclui os Latossolos Vermelhos, A moderado e A chernozêmico, textura argilosa, alta floculação, elevada intemperização e
baixa proporção de areia.
Média - estão os Nitossolos, A moderado, textura argilosa, alto grau de intemperização e baixa proporção de areia, o diferencial está na baixa
floculação nos horizontes superficiais.
Alta - estão os Neossolos Litólicos, A chernozêmico, textura média e argilosa.
Elevada - incluiu-se os Argissolos Vermelho-Amarelo, com mudança
textural abrupta, baixa floculação, alta proporção de areia. Os Latossolos Vermelho, textura média e arenosa, alta proporção de areia, e os Neossolos Quartzarênicos, com alta proporção de areia.
Figura 77. Processo erosivo iniciado as margens de uma rodovia vicinal na Área de Influência Indireta do empreendimento
2 . 1 . 5 . 6 . Á r e a s d e A p o i o e J a z i d a s .
O objetivo da caracterização das áreas de apoio e jazidas foi possibilitar ao
empreendedor uma expectativa de locais que poderão ser utilizados como áreas
de ‘bota fora’ e jazidas de materiais de emprego imediato na construção civil. Os
estudos se concentraram na região do Município de Foz do Iguaçu. Ademais, é
possível orientar os programas ambientais e adequá-los às diferentes situações
encontradas na área de estudo.
123
Substâncias de emprego imediato na construção civil.
Os materiais naturais de emprego imediato na construção civil são uma classe de
bens minerais onde o custo com o transporte influi diretamente no preço final da
matéria-prima, estando o seu aproveitamento, por esta razão, sujeito à
proximidade da fonte produtora e local onde será empregado. Portanto, o
enfoque dado correlacionou as jazidas disponíveis com as distâncias que os
materiais encontrados se localizam do local onde será implantado o
empreendimento.
As substâncias de emprego imediato na construção civil são definidas pelo
Código de Mineração como:
Areias, cascalhos e saibros para utilização imediata na construção civil, no preparo de agregados e argamassas, desde que não sejam submetidos a processo industrial de beneficiamento, nem se destinem como matéria-
prima à indústria de transformação;
Rochas e outras substâncias minerais, quando aparelhadas para paralelepípedos, guias, sarjetas, moirões e afins;
Argilas usadas na fabricação de cerâmica vermelha; rochas, quando britadas, para uso imediato na construção civil e os calcários empregados
como corretivo do solo, na agricultura
A área estudada apresenta potencialidade para o fornecimento de material
pétreo através da ocorrência dos basaltos da Formação Serra Geral e áreas para
produção de areia retiradas do leito do rio Paraná. Os pontos foram escolhidos
devido a sua proximidade com o local de implantação do empreendimento.
Material Pétreo (rochas)
A maioria das rochas duras pode ser usada como agregados graúdos, pois a
experiência mostra que as mesmas se comportam adequadamente num amplo
espectro de aplicações menos rigorosas. Quantidades muito grandes de materiais
de "boa qualidade" são exigidas para concreto estrutural e pavimentação de
rodovias (os usos maiores de agregados), aos quais se aplicam rigorosas
especificações.
As características de aplicabilidade de um agregado só podem ser determinadas
por meio de testes em laboratório. Para esse levantamento foi utilizado a
premissa que existe uma correlação aproximada entre a qualidade do agregado e
a porosidade da rocha. Podendo ser considerado, como regra geral bastante
grosseira, que rochas com valores de absorção de água menores que cerca de
2% produzem agregados de boa qualidade e rochas cujo valor ultrapassa a 4%
não. Essa correlação foi utilizada para localização de novas fontes de agregados,
tendo em vista que em determinados pontos os basaltos da Formação Serra
Geral mostraram-se bastante fraturados mas com uma absorção de água inferior
a 2%, teste realizado de forma empírica com observações em campo.
124
A partir dos trabalhos de campo foram identificados alguns locais para uso como
possíveis fontes de material pétreo para emprego imediato na construção civil, o
estudo se concentrou exclusivamente no Brasil, não sendo considerados pontos
no Paraguai ou Argentina. Os pontos escolhidos foram:
Pedreira 01 (PE 01) – área localizada dentro da cidade de Foz do Iguaçu,
conhecida como Pedreira Brita Foz. Coordenadas: S 25° 28’ 56.1’’ e W 54° 35’
36.1’’
Características:
Área estimada de exploração: 14.462m2.
Espessura estimada do material a ser utilizado: 7,0m
Volume estimado da jazida: 526.784m3.
Distância até o empreendimento: ≈ 15km.
Observações de campo:
A área da Pedreira Brita Foz está inserida na área urbana da cidade de Foz do
Iguaçu e está em operação como empresa comercial de fornecimento de
agregados graúdos com a britagem dos basaltos da Formação Serra Geral.
A empresa possui os alvarás necessários para o seu funcionamento e mostra-se
como uma excelente alternativa para o fornecimento de insumos para as obras
civis necessárias à implantação do empreendimento. O impacto ambiental desse
uso seria o já esperado para o funcionamento normal da empresa, sendo
necessárias medidas apenas para o funcionamento da área dentro dos horários
permitidos com o objetivo de não perturbar a comunidade próxima e a
implantação de programas ambientais de monitoramento da qualidade do ar,
ruídos e segurança para aquela área.
125
Figura 78. (PE 01) – bancadas de basalto da Pedreira Brita Foz
Figura 79. (PE 01) – área de extração da Pedreira Brita Foz
Pedreira 02 (PE 02) – área localizada na rua Astorga, Município de Foz do
Iguaçu, acesso pela rodovia BR 469. A área proposta para bota fora foi escolhida
inicialmente por geoprocessamento e encontra-se localizada na Pedreira
Remanso Grande que opera comercialmente com o fornecimento de agregados
graúdos para construção civil.
Características:
Volume de produção estimado mensal: 9.000m3.
Volume estimado da jazida: 60.000m3.
Distância até o empreendimento: ≈ 10km.
Observações de campo:
126
Devido à orientação da Polícia Federal não foi possível verificar em campo as
características físicas da Pedreira Remanso Grande, estando as avaliações
apenas pautadas em dados secundários. Mesmo sem ter sido realizada a visita
ao local, é possível supor que essa área seja passível de receber os materiais
inertes provenientes das obras civis, atuando como área de bota fora e por já
estar instalada há vários anos acredita-se que opere com toda a documentação
legal exigível para esse tipo de atividade, tornando-se uma alternativa para o
fornecimento de insumos as obras do empreendimento.
Pedreira 03 (PE 03) – área localizada a aproximadamente 120m a montante
do local proposto para a construção do empreendimento. Coordenadas: S 25°
35’ 02.1’’ e W 54° 35’ 26.0’’
Observações de Campo:
Essa área é ambientalmente passível de ser explorada como pedreira para o
empreendimento, pois existem poucas casas próximas que serão afetadas pelos
trabalhos de lavra e é uma área afastada do grande fluxo de transeuntes
diminuindo os riscos de acidentes inerentes a atividades de lavra da jazida. É
necessária a implantação de programas de monitoramento da qualidade do ar,
ruídos, segurança e também da qualidade das águas do rio Paraná.
Não existem informações sobre o possível volume de exploração dessa pedreira,
pois esta se encontra abandonada, contudo deve ser considerada como uma
fonte em potencial de material pétreo, tendo em vista principalmente sua
proximidade com o local de implantação do empreendimento e também sua
espessura aparente de basalto explorável.
Para o uso dessa pedreira deverão ser construídos novos acessos até o ponto do
empreendimento ou redimensionamento dos acessos viários já existentes com
cobertura asfáltica; sinalização adequada; alargamento das vias e controle de
tráfego.
A operação dessa pedreira deverá ser precedida dos trâmites legais junto ao
Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, se houver necessidade
segundo a legislação vigente.
127
Figura 80. (PE 03) – Vista inferior da pedreira desativada
Figura 81. (PE 03) – Vista superior da pedreira desativada.
Material Terrígeno (solo/argilas/areias)
Os materiais terrígenos, também chamados de agregados miúdos, são
representados pelas areias originadas a partir da desagregação de rochas pré-
existentes. A areia é elemento essencial para a construção civil, sendo a matéria
prima de maior consumo mundial. As propriedades dos diversos tipos de areia é
que definem o seu uso, sendo também nesse aspecto necessária a caracterização
química dos constituintes principais com o objetivo de determinar quais os usos
possíveis desse insumo.
A partir dos trabalhos de campo foram identificados alguns locais para uso como
possíveis fontes de material terrígeno para emprego imediato na construção civil,
o estudo se concentrou exclusivamente no Brasil, não sendo considerados pontos
no Paraguai ou Argentina. Os pontos escolhidos foram:
128
Areial 02 (AR 02) – área localizada na Planta Geral de Pesquisas.
Coordenadas: S 25° 35’ 23.8’’ e W 54° 34’ 41.8’’
Características:
Volume produzido diariamente: 210m3
Distância até o empreendimento: ≈ 500m.
Observações de campo:
O ponto de produção avaliado está localizado na margem direita do rio Iguaçu,
onde atualmente funciona a empresa Macuco Safári com produção estimada em
210 m3/dia. Contudo visualmente o material não apresenta qualidade para o
emprego nas obras civis tendo em vista o alto teor de material orgânica nas
amostras e também o alto grau de material argiloso. Além disso, a operação
desse areal afetaria as atividades turísticas na região, pois na margem paraguaia
do rio Paraná existem passeios de barco onde um grande número de turistas
visitam inclusive o Parque das Cataratas do Iguaçu. Portanto recomendamos que
esse areal não seja considerado, a não ser que sejam implantados Programas
Ambientais específicos para essa região.
129
Figura 82. (AR 02) – Extração da empresa Macuco Safári
Figura 83. (AR 02) – Balsa de extração da empresa Macuco Safári
Área de Empréstimo 02 (AE 02) – área localizada na Planta Geral de
Pesquisas. Coordenadas: S 25° 32’ 42.5’’ e W 54° 31’ 42.3’’
Características:
Área estimada de exploração: 33.750m2
Espessura estimada do material a ser utilizado: 3,0m.
Volume estimado da jazida: 101.250m3
Distância até o empreendimento: ≈ 500m.
130
Observações de campo:
A área pesquisada encontra-se em propriedade particular e ao lado de uma olaria
que estava em funcionamento no dia da visita. O acesso é realizado por uma
rodovia vicinal sem condições de suporte a um grande aumento no fluxo de
caminhões na região. Serão necessárias para essa via a implantação de
sinalização adequada, construção de alguns acessos viários novos que
possibilitem a manobra dos veículos com segurança e também o seu
asfaltamento, pois hoje encontra-se calçada por paralelepípedos de basalto que
são muito escorregadios e poderiam aumentar os riscos de acidentes nessa via.
Essa área não possui uma concentração de residências próximas, contudo tendo
em vista que se trata de uma região plana, sem vegetação arbórea e com ventos
“fortes”, os trabalhos de lavra poderiam afetar as residências mais distantes
tanto com a suspensão de particulados (poeira) como os ruídos dos trabalhos de
lavra do material terrígeno. Portanto será necessária a implantação de
programas de monitoramento ambiental para controle da qualidade do ar e
também de ruídos.
Não existem drenagens próximas que possam ser afetadas pelos trabalhos de
lavra do material terrígeno e portanto as possíveis contaminações oriundas dos
trabalhos de lavra estão restritas a contaminação do solo e lençol freático
diretamente afetado.
131
Figura 84. (AE 02) – Área de empréstimo ao lado da empresa
cerâmica.
Figura 85. (AE 02) – Vista da área de empréstimo, ao fundo está a
olaria em atividade
Área de Empréstimo 04 e 04A (AE 04 e 04A) – área localizada na Planta
Geral de Pesquisas.
Características 04: Coordenadas: S 25° 35’ 09.3’’ e W 54° 34’ 03.6’’
Área estimada de exploração: 18.000m2
Espessura estimada do material a ser utilizado: 3,0m.
Volume estimado da jazida: 54.000m3
Distância até o empreendimento: ≈ 500m.
Características 04A: Coordenadas: S 25° 35’ 01.1’’ e W 54° 33’ 37.6’’
132
Área estimada de exploração: 6.000m2
Espessura estimada do material a ser utilizado: 1,5m.
Volume estimado da jazida: 9.000m3
Distância até o empreendimento: ≈ 400m.
Observações de campo:
As áreas pesquisadas encontram-se nas proximidades da aduana brasileira na
rodovia que liga Brasil - Argentina. O acesso é realizado por uma rodovia com
grande fluxo de veículos e portanto serão necessárias para essa via a
implantação de sinalização adequada, construção de alguns acessos viários
novos que possibilitem a manobra dos veículos com segurança e a fiscalização do
tráfego de veículos pesados.
Apenas a AE 04 possui uma concentração de residências próximas que serão
afetadas pelos trabalhos de lavra. Contudo, considerando que se trata de uma
região plana, com pequena área de vegetação arbórea (restrita as margens do
rio Iguaçu) e com ventos “fortes”, os trabalhos de lavra poderiam afetar também
as residências mais distantes tanto com a suspensão de particulados (poeira)
como os ruídos dos trabalhos de lavra do material terrígeno. Portanto será
necessária a implantação de programas de monitoramento ambiental para
controle da qualidade do ar e também de ruídos.
Mesmo as duas áreas estando a aproximadamente 300m do rio Iguaçu,
dificilmente serão realizadas atividades de lavra que possam afetar a qualidade
daquele curso d’água. Contudo é de bom alvitre que seja implantado um
programa de monitoramento da qualidade da água para acompanhar a influência
das atividades de lavra no rio Iguaçu. Deverão ser determinadas também ações
que minimizem os riscos de possíveis contaminações oriundas dos trabalhos na
contaminação do solo e lençol freático diretamente afetado pelas atividades de
lavra.
133
Figura 86. (AE 04) – Vista da área de empréstimo.
Figura 87. (AE 04) – Vista da área de empréstimo
Figura 88. (AE 04A) – Vista da área de empréstimo, coberta por
vegetação secundária.
134
Figura 89. (AE 04A) – Vista da área de empréstimo, coberta por
vegetação secundária.
Área de Empréstimo 05 (AE 05) – área localizada na Planta Geral de
Pesquisas. Coordenadas: S 25° 29’ 41.3’’ e W 54° 31’ 08.7’’
Características:
Área estimada de exploração: 15.000m2 (Informação da Projetista)
Espessura estimada do material a ser utilizado: 3,0m.
Volume estimado da jazida: ≥ 45.000m3
Distância até o empreendimento: ≈ 5,0km.
Observações de campo:
A área pesquisada encontra-se em propriedade particular em meio a outras
construções comerciais próximas a BR-277/PR. A propriedade é circunvizinha de
uma empresa de transporte, um posto de gasolina e um galpão (por hora
desocupado).
A área não se mostrou adequada para servir de Área de Empréstimo devido à
proximidade de residências e estabelecimentos comerciais. As atividades de lavra
nesse local afetarão diretamente as comunidades vizinhas, seja com ruídos seja
com a suspensão de particulados (poeira). As atividades de lavra também
aumentaram o fluxo de veículos pesados na região e as ruas estreitas do bairro
não comportam um grande fluxo de veículos sem as devidas intervenções, que
sejam: melhorar a sinalização, os acessos viários e também alargar as vias.
Não existem drenagens próximas que possam ser afetadas pelos trabalhos de
lavra do material terrígeno e portanto as possíveis contaminações oriundas dos
135
trabalhos de lavra estão restritas a contaminação do solo e lençol freático
diretamente afetado.
Verificou-se ainda em campo que a área apresentada pela projetista não
encontra-se coerente com o que foi observado em campo, uma vez que
encontrou-se um terreno de 40 x 30m e a projetista informa uma área de 15.000
m².
Figura 90. (AE 05) – Ao fundo estão os estabelecimentos
comerciais.
Áreas de Bota Fora.
Os locais pesquisados para serem utilizados como áreas de bota fora levaram em
conta a proximidade com as obras de implantação do emprendimento, possíveis
riscos ambientais e também as características físicas dos locais, tendo sempre
como parâmetros que serão utilizados apenas materiais inertes oriundos das
obras civis.
Segundo a literatura técnica especializada, os locais mais propícios para se
constituírem em áreas de bota-fora são: crateras de exploração industrial
desativadas; áreas abertas improdutivas e voçorocas em fase de formação.
Todos esses locais devem passar por avaliações técnicas e ambientais, pois os
critérios para seleção desse tipo de áreas também compreendem: áreas pouco
inclinadas de baixo run off, com o objetivo de evitar desmoronamentos nas
pilhas ou escoamento de águas pluviais em grandes concentrações; solos com
baixa permeabilidade, com o objetivo de evitar possíveis contaminações dos
solos e águas subterrâneas; locais afastados de aglomerações urbanas ou
intenso fluxo de transeuntes.
136
De modo geral é recomendável que a formação de áreas de bota-fora deva
compreender os seguintes pontos básicos:
Limpeza dos terrenos de fundação;
Colocação de uma camada de material drenante entre o terreno de fundação e a pilha;
Deposição do material em camadas com compactação pelos próprios equipamentos de transporte ou então convencionais de compactação;
Drenagem superficial das bermas e plataformas;
Abertura de canais periféricos para evitar que águas superficiais drenem para o depósito;
Obedecer à geometria definida através de análises de estabilidade;
No caso de materiais erodíveis, proteger os taludes com grama ou película de material impermeável. A deposição dos rejeitos em locais adequados
deve ser efetuada em curtos períodos de tempo, de forma a interferir o menor tempo possível na rotina da população.
Ao longo de toda a área estudada existem também locais considerados
impróprios para a utilização de áreas para bota-fora, alguns por serem
considerados como Áreas de Proteção Permanentes – APP outros por não
possuírem características tecno-ambientais favoráveis. Tais como elevada
inclinação do terreno ou vegetação nativa conservada.
Áreas de Proteção Permanente são áreas protegidas por lei com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de flora e fauna, proteger o solo e
assegurar o bem estar das populações humanas. As principais leis que tratam
sobre essas definições e estabelecem seus critérios de seleção são: Lei Federal
n° 9.433/97; Lei Federal n° 4.771/65 e as Resoluções do CONAMA n° 302 e
303/2002.
É a partir das legislações citadas no parágrafo anterior que são definidas as
áreas consideradas APP. Para rios e córregos naturais com larguras entre
margens de 1 a 10 metros a Área de Preservação Permanente é de 30m a contar
da margem. Essa Área pode chegar até 500m para rios internacionais. Para
nascentes: um raio de 50m a partir da margem. Para lagos e lagoas naturais:
entre 30 a 100m, conforme a localização dos lagos. Para reservatórios artificiais:
entre 30 a 100m, conforme a localização dos reservatórios. E para banhados e
áreas úmidas: 50m a partir da cota máxima.
Também são consideradas APP: os topos de morros ou montanhas; áreas para
controle de erosões e fixação de dunas; faixas de proteção de rodovias e
ferrovias; asilar exemplares raros ou ameaçados da fauna; áreas indígenas; etc.
137
Ao avaliarmos a região onde será implantado o empreendimento foram
consideradas previamente para áreas de bota-fora os seguintes locais:
Bota Fora 01 (BF 01) – área localizada na Planta Geral de Pesquisas.
Coordenadas: S 25° 32’ 44.1’’ e W 54° 33’ 34.6’’
Características:
Área estimada para deposição: 35.000m2.
Espessura estimada do material a depositado: 1,0m.
Volume estimado para deposição: ≥ 35.000m3
Distância até o empreendimento: ≈ 7,0km.
Observações de campo:
A área pesquisada inicialmente por geoprocessamento encontra-se em uma área
que já foi utilizada como aterro sanitário as margens da Avenida Felipe
Wandscheer em Foz do Iguaçu.
A partir da visita de campo constatou-se que a área não se mostrou adequada
para servir como Bota Fora, pois se encontra muito próxima ao rio M’boicy e
considerando uma área de APP de 30m para cada margem do rio, essa área seria
bem reduzida. Somando a isso a área encontra-se próxima a áreas residenciais e
comerciais onde as atividades de aterro afetarão diretamente as comunidades
vizinhas, seja com ruídos seja com a suspensão de particulados (poeira). As
atividades de aterro também aumentarão o fluxo de veículos pesados na região e
as ruas estreitas do bairro não comportam um grande fluxo de veículos sem as
devidas intervenções, que sejam: melhorar a sinalização, os acessos viários e
também alargar as vias. O tráfego de veículos na Av. Felipe Wandscheer é
grande e o aumento no seu fluxo por veículos pesados tornaria ainda mais
caótico esse trânsito.
138
Figura 91. (BF 01) – Vista parcial da área previamente escolhida
como bota fora
Figura 92. (BF 01) – Vista da drenagem existente dentro da área
inicialmente proposta como área de bota fora.
Bota Fora 02 (BF 02) – área localizada na Planta Geral de Pesquisas.
Coordenadas: S 25° 32’ 45.1’’ e W 54° 33’ 58.0’’
Características:
Área estimada para deposição: 45.000m2.
Espessura estimada do material a depositado: 3,0m.
Volume estimado para deposição: ≥ 135.000m3
Distância até o empreendimento: ≈ 7,0km.
139
Observações de campo:
A área pesquisada inicialmente por geoprocessamento encontra-se próxima a
subestação da COPEL as margens da Avenida Felipe Wandscheer em Foz do
Iguaçu.
A visita de campo mostrou que a área é ambientalmente passível de receber os
materiais inertes provenientes das obras civis, pois apresenta uma cava
acentuada destoando do restante da paisagem do terreno e portanto o acúmulo
adequado de material de bota fora ajudaria a recompor parte da paisagem.
Contudo, a área encontra-se a menos de 200m da Escola Municipal Jardim Naipi.
Onde as atividades de aterro poderão ocorrer apenas durante as férias escolares
com o objetivo de preservar os alunos da poluição do ar e sonora.
O ponto inicialmente escolhido encontra-se, assim como o BF 01, na Av. Felipe
Wandscheer e próxima a áreas residenciais e comerciais onde as atividades de
aterro afetarão diretamente as comunidades vizinhas, seja com ruídos seja com
a suspensão de particulados (poeira). As atividades de aterro também
aumentarão o fluxo de veículos pesados na região e as ruas estreitas do bairro
não comportam um grande fluxo de veículos sem as devidas intervenções, que
sejam: melhorar a sinalização, os acessos viários e também alargar as vias. O
tráfego de veículos na Av. Felipe Wandscheer é grande e o aumento no seu fluxo
por veículos pesados tornaria ainda mais caótico esse trânsito. Portanto, o BF 02
também não se mostrou favorável ao uso como bota fora por motivos de
logística.
140
Figura 93. (BF 02) – Área inicialmente proposta como bota fora.
Figura 94. Escola primária Jardim Naipi
Bota Fora 03 (BF 03) – Área localizada na Planta Geral de Pesquisas.
Coordenadas:
Características: S 25° 29’ 32.7’’ e W 54° 31’ 15.7’’
Área estimada para deposição: 60.000m2.
Espessura estimada do material a depositado: 3,0m.
Volume estimado para deposição: ≥ 180.000m3
Distância até o empreendimento: ≈ 15,0km.
Observações de campo:
A área pesquisada inicialmente por geoprocessamento encontra-se as margens
da rodovia BR-277/PR sentido Cascavel.
141
A visita a campo mostrou que a área escolhida é passível ambientalmente de
receber os materiais inertes das obras civis do empreendimento, pois apresenta
terreno plano com baixo run off, pequena aglomeração urbana próxima, sem
drenagens e a área já está desmatada. Contudo, ao se observar que o aterro
proposto nessa área de bota fora ficará a 3,0 acima do nível do terreno causando
um grande impacto visual pela pilha de entulhos; que as vias do bairro não
comportam grande fluxo de veículos e que o principal acesso viário (local da obra
– área de bota fora) é a BR-277/PR, a logística do local faz com que este não
seja considerado como oportuno para a deposição dos materiais.
Figura 95. (BF 03) – Área inicialmente proposta como bota fora. O
terreno não apresenta elevações
Figura 96. (BF 03) – Área inicialmente proposta como bota fora. O
terreno não apresenta elevações
142
Bota Fora 04 (BF 04) – área localizada dentro da cidade de Foz do Iguaçu,
dentro da área da Pedreira Brita Foz. Coordenadas: S 25° 28’ 56.1’’ e W 54° 35’
36.1’’
Características:
Área estimada para deposição: 30.000m2.
Espessura média estimada do material a ser depositado: 5,0m
Volume estimado para deposição: ≥150.000m3.
Distância até o empreendimento: ≈ 15km.
Observações de campo:
A área da Pedreira Brita Foz está inserida na área urbana da cidade de Foz do
Iguaçu e está em operação como empresa comercial de fornecimento de
agregados graúdos com a britagem dos basaltos da Formação Serra Geral.
Tendo em vista que a empresa já possui os alvarás para sua operação e trabalha
com a deposição de rejeitos de suas atividades na própria área. Essa área é
ambientalmente passível de receber os materiais inertes provenientes das obras
civis. Cabendo apenas escolher os locais dentro da área da empresa com o
cuidado de estar adequados a estocagem dos materiais.
Figura 97. (BF 04) – Vista da área da Pedreira Brita Foz. Montes de basaltos britados aguardando transporte.
143
Figura 98. (BF 04) – Vista das bancas de basalto da Pedreira Brita
Foz.
Bota Fora 05 (BF 05) – área localizada na rua Astorga, Município de Foz do
Iguaçu, acesso pela rodovia BR 469. A área proposta para bota fora foi escolhida
inicialmente por geoprocessamento e encontra-se localizada na Pedreira
Remanso Grande que opera comercialmente com o fornecimento de agregados
graúdos para construção civil.
Características:
Área estimada para deposição: 4.000m2.
Espessura média estimada do material a ser depositado: 3,0m
Volume estimado para deposição: ≈ 12.000m3.
Distância até o empreendimento: ≈ 10km.
Observações de campo:
Devido à orientação da Polícia Federal não foi possível verificar em campo as
características físicas da Pedreira Remanso Grande, estando as avaliações
apenas pautadas em dados secundários. Contudo, tendo em vista que a empresa
já possui os alvarás para sua operação e trabalha com o fornecimento de
agregados graúdos e a deposição de rejeitos de suas atividades na própria área.
Essa área é inicialmente passível de receber os materiais inertes provenientes
das obras civis. Cabendo apenas escolher os locais dentro da área da empresa
com o cuidado de estarem adequados a estocagem dos materiais.
144
2.1.6. Pedologia
O oeste do Estado do Paraná caracteriza-se por apresentar processos acelerados
de erosão hídrica na qual comprometem estradas, áreas urbanizadas e áreas
agrícolas, trazendo prejuízos sociais, econômicos, diminuindo a capacidade
produtiva dos solos e causando também danos ambientais
2 . 1 . 6 . 1 – M a p e a m e n t o d o s T i p o s d e S o l o
A execução das tarefas de mapeamento foi realizada no mês de junho de 2010,
compreendendo estudos e levantamentos das áreas de influência direta e
indireta do empreendimento com o objetivo de caracterizar o meio físico da área
estudada.
A caracterização da área envolveu inicialmente o levantamento e determinação
de suas coordenadas geográficas através do uso de Global Positioning System
(GPS) e conferencia desses pontos em campo com o objetivo de caracterizar
localmente o meio físico da região. A partir dessa caracterização, inicialmente
realizada através de consultas as bibliografias técnicas especializadas, foram
realizados levantamentos de campo nas Áreas de Influência Direta e Indireta do
empreendimento, coleta de amostras e com as correlações de campo foram
possíveis identificar os tipos de solo predominante nas Áreas.
As amostras de solo foram descritas conforme a morfologia dos perfis
observados na área; sua espessura estimada; cor aparente; textura aparente;
porosidade aparente e a consistência aparente. Utilizamos também uma técnica
descrita como Classificação Tátil-visual de solos que é um sistema baseado no
tato e na visão onde esfregamos o solo na mão para sentir sua aspereza (areias
são mais ásperas que as argilas); tentamos moldar pequenos cilindros de solo
úmido (argilas são moldáveis e silte e areias não). Nesta etapa também foram
observadas combinações de óxidos de ferro e possivelmente de alumínio,
caulinita e matéria orgânica que são comuns em Latossolos, conferindo a estes
uma estrutura fina, muito estável que facilita o cultivo e oferece uma alta
permeabilidade e uma elevada aeração. Em caso de compactação subsuperficial,
a erodibilidade destes solos aumenta, exigindo cuidados redobrados no seu
manejo.
145
Figura 99 Alteração de óxidos observadas em campo
Figura 100. corte no terreno mostrando as características do horizonte A do latossolo observado na área
146
Figura 101. Retirada de solo mostrando nas bancadas as características do horizonte A dos solos. (Bancadas com aproximadamente 2m).
Figura 102. retirada de solo mostrando nas bancadas as características do horizonte A dos solos. (Bancadas com aproximadamente 2m)
147
Figura 103. retirada de solo mostrando nas bancadas as características do horizonte A dos solos. (Bancada com aproximadamente 5m).
Figura 104. Erosão causada pela falta de sistemas adequados de drenagem urbana
148
Figura 105. Erosão causada pela falta de sistemas adequados de drenagem urbana.
Figura 106. Mapa adaptado de Vulnerabilidade Geoambiental do Paraná (2007)
2 . 1 . 6 . 2 . G r a u d e E r o d i b i l i d a d e
O fluxo superficial da água da chuva, de acordo com o escoamento, produz
formas de erosão diferenciadas, como a erosão laminar (remoção aparentemente
uniforme da camada superior do solo) e a erosão linear (remoção de sedimentos
149
pelo fluxo concentrado da água superficial ou de sub superfície) (GUERRA,
1999). As características físicas e morfológicas dos solos apresentam
capacidades distintas de resistência a ação da água e aos processos erosivos,
sendo denominadas de erodibilidade (BERTONI, 1990).
Os trabalhos de Westphalen (2007) apresentaram uma classificação prévia dos
solos do oeste paranaense tendo como parâmetro o grau de erodibilidade. Os
resultados preliminares classificaram a resistência dos solos a erosão laminar nas
classes:
Baixa - na qual se inclui os Latossolos Vermelhos, A moderado e A chernozêmico, textura argilosa, alta floculação, elevada intemperização e
baixa proporção de areia.
Média - estão os Nitossolos, A moderado, textura argilosa, alto grau de intemperização e baixa proporção de areia, o diferencial está na baixa floculação nos horizontes superficiais.
Alta - estão os Neossolos Litólicos, A chernozêmico, textura média e argilosa.
Elevada - incluiu-se os Argissolos Vermelho-Amarelo, com mudança textural abrupta, baixa floculação, alta proporção de areia. Os Latossolos
Vermelho, textura média e arenosa, alta proporção de areia, e os Neossolos Quartzarêmicos, com alta proporção de areia.
A partir dos trabalhos de campo foram identificadas nas Áreas de Influência
Direta e Indireta do empreendimento pontos com a propensão ao
desenvolvimento de erosões devido, principalmente, a pouca coesão do solo
formado pela desagregação dos basaltos da Formação Serra Geral em suas
camadas superiores e também da retirada da vegetação nativa em determinadas
áreas. São observados pequenos desmoronamentos as margens do rio Paraná,
mas foram causados pela retirada da mata ciliar e ocorrem em pequena escala
não representando risco ao empreendimento, desde que mantidas as ações de
conservação e monitoramento necessárias a manutenção das condições de
estabilidades atuais.
Ocorrem também processos erosivos pela falta de drenagem urbana adequada;
vias sem as devidas ações para dissipação da energia proveniente de tubulações
de águas pluviais (dissipadores de energia; caixas de contenção, etc.) e também
aterros sem a proteção dos seus taludes. Essas características demonstram que
devido ao tipo predominante de solo nas áreas de influência do empreendimento
estes tendem a ser facilmente erodíveis quando não “manuseados” de forma
adequada.
150
Figura 107. Latossolo vermelho arado
151
Figura 108. Latossolo vermelho com início do processo de remoção do
elemento Fe.
Figura 109. Solo hidromórfico as margens do rio Tamanduazinho.
152
Figura 110. Solo com elevada remoção de Fe.
Figura 111. Erosão causada pela falta de sistemas adequados de
drenagem urbana.
153
Figura 112. Terraço com início do processo de erosão pela falta de
proteção no talude.
2 . 1 . 6 . 3 . V u l n e r a b i l i d a d e A m b i e n t a l d o s S o l o s
O mapeamento da vulnerabilidade geoambiental do Estado do Paraná está
fundamentado no método da Análise Empírica da Fragilidade dos Ambientes
Naturais e Antropizados definidos nos trabalhos de Ross (1994). Esse trabalho
toma como parâmetros para determinação do grau de vulnerabilidade a geologia,
geomorfologia e a pedologia dos ambientes analisados. A partir desses
parâmetros foram determinadas três classes de vulnerabilidade e estas classes
estão condicionadas aos processos geoambientais: erosão, movimentos de
massa, queda de blocos, subsidência, recalques e colapsos de solo, inundações
periódicas e contaminação de águas subterrâneas.
Os trabalhos realizados por Santos et al. (2007) propuseram a classificação das
áreas de vulnerabilidade em: Baixa, Média e Alta. Cada uma delas com suas
respectivas interações entre a formação dos solos e suas formas de uso e
conservação.
Segundo Santos et al. (2007), a área de estudo está inserida na classe de
vulnerabilidade baixa a erosão laminar e linear, tendo como parâmetros a
predominância dos Latossolos no terço superior das vertentes e Nitossolos no
terço médio/inferior, com textura argilosa, associados a relevo com baixa
declividade. Mesmo considerando a classe de vulnerabilidade baixa o autor
recomenda a ocupação com práticas conservacionistas. Os trabalhos relatam
apenas, como observado em campo, que no Terceiro Planalto Paranaense
predominam as quedas de blocos e movimentos de massa associadas as rochas
basálticas em relevo de alta declividade, como os encontrados as margens do rio
Paraná.
154
Analisando estes dados e confrontando com os trabalhos realizados e com o
traçado previsto para a implantação do acesso, a equipe técnica deste estudo
prefere classificar a vulnerabilidade do solo à erosão como sendo média no
acesso à ponte, neste caso considerando ainda os seguintes fatores:
a declividade em geral é favorável à desagregação de partículas;
a área encontra-se antropizada, sendo utilizada em grande parte para o
uso agrícola. Nestes locais é possível observar o bom manejo do solo,
porém a ausência desta prática expõe o solo a processos erosivos;
Nas áreas de APP a vulnerabilidade aumenta para ALTA, uma vez que as
drenagens são encaixadas e há tendência de aumento da inclinação local das
vertentes.
Este detalhe da vulnerabilidade da região pode ser observado no Mapa de
Erodibilidade, em Anexo.
Figura 113. Mapa adaptado de Vulnerabilidade Geoambiental do Paraná (2007).
155
2 . 1 . 6 . 4 – P r á t i c a s d e C o n s e r v a ç ã o A d o t a d a s n s a Á r e a s d e
I n f l u ê n c i a
O solo é um recurso natural que deve ser utilizado como patrimônio da
coletividade, independente do seu uso ou posse. É um dos componentes vitais do
meio ambiente e constitui o substrato natural para o desenvolvimento das
plantas.
A ciência da conservação do solo preconiza um conjunto de medidas, objetivando
a manutenção ou recuperação das condições físicas, químicas e biológicas do
solo, estabelecendo critérios para o uso e manejo das terras, de forma a não
comprometer sua capacidade produtiva.
Estas medidas visam proteger o solo, prevenindo-o dos efeitos danosos da
erosão aumentando a disponibilidade de água, de nutrientes e da atividade
biológica do solo, criando condições adequadas ao desenvolvimento das plantas.
Dentre os princípios fundamentais do planejamento de uso das terras, destaca-
se um maior aproveitamento das águas das chuvas. Evitando-se perdas
excessivas por escoamento superficial, podem-se criar condições para que a
água pluvial se infiltre no solo. Isto, além de garantir o suprimento de água para
as culturas, criações e comunidades, previne a erosão, evita inundações e
assoreamento dos rios, assim como abastece os lençóis freáticos que alimentam
os cursos de água.
Uma cobertura vegetal adequada assume importância fundamental para a
diminuição do impacto das gotas de chuva. Há redução da velocidade das águas
que escorrem sobre o terreno, possibilitando maior infiltração de água no solo e,
diminuição do carreamento de suas partículas.
Durantes os trabalhos de campo foram observadas que nas Áreas de Influência
do empreendimento são adotadas apenas as técnicas de terraceamento nas
regiões onde os solos são utilizados para a agricultura.
A adoção de apenas essa prática de conservação deve-se ao relevo
predominante na região, onde não são observados grandes desníveis
topográficos predominando o relevo plano a suave ondulado.
156
Figura 114. Lavoura com terraceamento.
Figura 115. Lavoura com terraceamento.
157
Figura 116. Terreno predominantemente plano sendo preparado para lavoura.
2.1.7. Recursos Hídricos
Os critérios para a definição dos pontos de amostragem foram determinados pela
equipe, em função do Termo de Referência e para o atendimento das questões
ambientais envolvidas dentro do processo de Construção da Segunda Ponte
Internacional Brasil-Paraguai, entre Foz do Iguaçu (Brasil) e Presidente Franco
(Paraguai). Neste último caso, o órgão licenciador necessita de um diagnóstico
das condições das drenagens dentro da área de influência direta para se poder
traçar um plano de monitoramento durante as etapas posteriores do processo de
licenciamento.
Mais precisamente, o diagnóstico, além de demonstrar a situação da qualidade
da água da área de influência direta ao empreendimento, orienta as campanhas
de amostragem e análise de água que serão necessárias durante a execução de
programas vinculados ao monitoramento da qualidade da água durante a fase de
construção.
Os critérios para a escolha dos pontos tiveram dois objetivos: a determinação da
qualidade da água na área de influência e a determinação da qualidade da água
nas proximidades do local onde será implantada a ponte, termo final do acesso,
objeto do licenciamento em questão.
É importante mencionar que este trabalho auxilia o programa de monitoramento
da qualidade da água, mas não substitui qualquer campanha a ser realizada na
implantação do programa, uma vez que houve apenas uma coleta em pontos
pré-determinados para fins de diagnóstico ambiental. Não houve desta forma,
uma sistemática de coleta levando-se em consideração a época do ano, o que
interfere na vazão das drenagens, que são variáveis ao longo dos anos e,
158
conseqüentemente em alguns parâmetros químicos, físicos, físico-químicos e
bacteriológicos das amostras coletadas, pois
Os critérios para a definição dos pontos dentro do objetivo de determinar a
qualidade da água na área de influência indireta foram:
Drenagens próximas aos locais de intervenção direta.
Proposta de pontos para o monitoramento ambiental da obra.
Para este trabalho foram realizadas 6 coletas ao longo da Área de Influência
direta, todas em corpos superficiais.
Os pontos de amostragem estão descritos na tabela abaixo, bem como a
justificativa para a escolha de cada um:
Tabela 20. Corpos Hídricos Monitorados.
Ponto Corpo D´Água Tipo Coordenadas Geográficas Justificativa
para sua escolha Sul Oeste
1 Rio Tamanduá Superficial 25º30’57.5”S 54º31’17”O
Acompanhamento
da qualidade da água na frente de obras
2 Rio Tamanduá Superficial 25º32’11,7“S 54º31’23,9”O
Acompanhamento da qualidade da
água na frente de obras
3 Rio Tamanduá Superficial 25º32’58,9”S 54º31’25,9” O
Acompanhamento da qualidade da
água na frente de obras
4 Rio Iguaçu Superficial 25º35’25,2”S 54º34’44,9” O
Acompanhamento da qualidade da água na frente de obras, bem como da implantação do Centro de
Fronteira.
5 Confluência dos Rios Iguaçu e
Paraná
Superficial 25º35’22,1”S 54º35’27,8”O
Determinação do padrão para
posterior comparação do
potencial de depuração da
poluição do rio Iguaçu com o as
águas do rio Paraná.
6 Rio Paraná Superficial 25º34’34,7”S 54º35’29,8”O
Determinação do padrão para
posterior comparação do
potencial de depuração da
poluição do rio Iguaçu com o as
águas do rio Paraná.
159
2 . 1 . 7 . 1 . E n q u a d r a m e n t o d o s C o r p o s H í d r i c o s e m C l a s s e s d e U s o
A questão da qualidade das águas ganhou destaque com a sanção da Lei Federal
nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 que instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos, tendo como um dos fundamentos gerir tais recursos, proporcionando
uso múltiplo, em consonância com objetivos que assegurem “à atual e às futuras
gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade
adequados aos respectivos usos”. Esse ponto demonstra a preocupação com a
integração da gestão quanto aos aspectos de qualidade e quantidade,
destacando-se, também, o ponto em que uma das ações principais é a
“integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental”.
No Brasil, a classificação das águas foi definida pela Resolução n° 20 de 18 de
junho de 1986, e pela Resolução nº 357/2005, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA. A Resolução estabelece uma classificação para as águas,
em função dos seus usos. Os mananciais são enquadrados em classes, definindo-
se, para cada uma, os usos a que se destina e os requisitos a serem observados.
A Resolução estabeleceu 9 classes, sendo 5 de águas doces (com salinidade igual
ou inferior a 0,5%), 2 de águas salobras (salinidade entre 0,5 e 30%), e 2 de
águas salinas (salinidade igual ou superior a 30%). As classes Especial e de 1 a 4
referem-se às águas doces; as classes 5 e 6, às águas salinas; e as classes 7 e
8, às águas salobras. As coleções de águas estaduais são classificadas, segundo
seus usos preponderantes, em cinco classes (Deliberação Normativa COPAM
10/86), como mostra a Tabela a seguir:
Tabela 21. Preponderantes das Águas Segundo Critérios da Resolução CONAMA nº 20 e nº 357.
Uso Preponderante da Água
Classificação
Cla
sse
Esp
ecia
l
Cla
sse 1
Cla
sse 2
Cla
sse 3
Cla
sse 4
Abastecimento domestico, sem prévia ou com simples
desinfecção X
Abastecimento doméstico, após tratamento simplificado X
Abastecimento doméstico, após tratamento convencional X X
Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas X
Proteção das comunidades aquáticas X X
Recreação de contrato primário (natação, esqui aquático e
mergulho) X X
Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas
que se desenvolvem rentes ao solo e que sejam ingeridas
cruas sem remoção de película
X
Irrigação de hortaliças e plantas frutíferas X
Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras X
Criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de espécies
destinadas à alimentação humana X X
Dessedentarão de animais X
Navegação X
160
Uso Preponderante da Água Classificação
Harmonia paisagística X
Usos menos exigentes X
Fonte: Resolução CONAMA nº 20, 18/06/1986.
O enquadramento dos corpos d’água em classes pede um conhecimento da
qualidade das águas e das influências ambientais e antrópicas capazes de alterá-
la. Assim é possível a adequar a utilização atual do corpo hídrico com as normas
de qualidade das águas, garantindo os padrões para os usos múltiplos desejados
pela comunidade, preservando os aspectos qualitativos para a vida aquática e
demais usos.
Desta forma, o governo do Estado do Paraná, por forma de Portarias da
Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente (SUREHMA), assim
classificou os rios que estão inseridos na área de influência indireta (AII) do
empreendimento:
“Todos os cursos d’água da Bacia do Rio Iguaçú, de domínio do Estado do
Paraná, pertencem à classe 2.” (Portaria SUDEHMA nº 020/92, art. 1);
“Todos os cursos d’água da Bacia do Rio Paraná 3 pertencem à classe 2.”
(Portaria SUDEHMA nº 10/91).
Apesar de ocorrer um uso múltiplo das águas do rio Paraná, como represamento
para produção de energia e captação de água para consumo humano,
navegação, lazer, dentre outros vários ao longo de seu curso, não foi encontrado
nenhum tipo de classificação nacional para o seu tipo de uso, apenas a portaria
do órgão estadual deliberando sobre os rios que compõem a bacia hidrográfica
do Paraná na região em questão, vamos considerá-lo como enquadrado também
na classe 2, pois assim atendemos a diretriz estadual e não ferimos a resolução
do CONAMA, que diz que todos os corpos d’água ainda não classificados devem
ser considerados como de classe 2.
O objetivo de se classificar os rios pelo seu uso é, em conjunto do
monitoramento da qualidade da água, alcançar, manter ou até melhorar um
padrão de qualidade, garantindo assim o uso responsável das águas superficiais.
O enquadramento de um corpo hídrico em determinada classe não significa que
este já tenha atingido um padrão de qualidade compatível com sua classificação
e sim quais metas de qualidade e potabilidade da água que se deseja alcançar,
pois seu enquadramento visa um padrão de qualidade em relação ao tipo de uso
estipulado a ele.
O monitoramento da qualidade da água é feito, seguindo os parâmetros
estipulados pelo CONAMA e será apresentado em capítulo posterior.
Metodologia de coleta e análise química da água
1. Escolha dos pontos de Coleta:
161
Os pontos de amostragem foram pré-selecionados nas atividades de pré-campo
e marcados manualmente nas cartas topográficas para servir como ponto de
referência para a coleta das amostras.
As coletas foram georreferenciadas com o auxílio de um GPS, utilizando-se
Coordenadas Geográficas.
As coletas foram georreferenciadas pela equipe responsável do laboratório
contratado, com o auxílio de um GPS, utilizando-se o sistema de Coordenadas
Geográficas.
2. Metodologia de coleta e armazenamento das amostras
As coletas foram realizadas manualmente e consistiram na imersão de um frasco
no corpo de água. Em seguida, inclinando-o com a boca posicionada na direção
da corrente, enchê-lo. Foram utilizados frascos inertes de polietileno ou vidro.
Para a preservação das amostras adotou-se a técnica de refrigeração, sem
congelamento, que minimiza o potencial de volatização de gases dissolvidos e
reduz atividades microbiológicas.
As metodologias de coleta e preservação das amostras foram baseadas no
roteiro do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, que
contém informações sobre a forma adequada do acondicionamento das
amostras, armazenamento e tempo máximo permitido entre a coleta e a análise,
de maneira a não comprometer a integridade da amostra e conseqüentemente
os resultados das análises.
3. Metodologia da análise química das amostras
Foram efetuados análises Físico-Químicas e Microbiológicas e o quadro abaixo
sumariza os parâmetros e seu respectivo método de análise das amostras:
Tabela 22. Análises Físico-Químicas e Microbiológicas
Parâmetro Método
Alumínio Total SM 3500 – AL.D
Cloretos SM 4500-Cˉ
Condutividade Elétrica SM 2510 B
Clorofila a SM 10200 H
Cor Aparente SM 2120 C
D.B.O. SM 5210 B
Ferro Total SM 3500 - Fe D
Fosfato SM 4500 - P.F
Fósforo Total SM 4500 - P.E
Nitrato SM 4500-NO3ˉH
Nitrito SM 4500-NO2ˉB
Nitrogênio Amoniacal SM 4500 NH3C
Nitrogênio Total SM 4500-N
Óleos e Graxas SM 5520 D
Oxigênio Dissolvido SM 4500-O C
pH SM 4500 Hˉ B
Sólidos Totais SM 2540 B
162
Sólidos Dissolvidos SM 2540 C
Sólidos Suspensos SM 2540 D
Temperatura Ambiente SM 2550 B
Temperatura da Amostra SM 2550 B
Turbidez SM 2130 B
Coliformes Tolerantes SM 9221 E
Coliformes Totais SM 9221 B
Resultados laboratoriais (estes serão inseridos como anexo no
relatório)
2 . 1 . 7 . 2 M o n i t o r a m e n t o d a Q u a l i d a d e d a Á g u a
O monitoramento de um recurso hídrico tem como objetivos gerais o
acompanhamento das alterações de sua qualidade, a elaboração de previsões de
comportamento, o desenvolvimento de instrumentos de gestão e fornecer
subsídios para ações saneadoras.
No monitoramento realizado para este trabalho, são analisados 24 parâmetros
de qualidade da água: Oxigênio Dissolvido, pH, Coliformes Fecais, DBO
(Demanda Bioquímica de Oxigênio), Nitrogênio amoniacal, Nitrogênio orgânico,
Fosfato Total, Turbidez, Sólidos Totais, Condutividade, Alumínio, Ferro,
Temperatura da Água, Cloretos, Clorofila a, Cor aparente, Fósforo Total, Nitrato,
Nitrito, Sólidos Dissolvidos, Sólidos suspensos, Temperatura Ambiente e
Coliformes totais. A seguir, o esclarecimento dos principais parâmetros utilizados
e suas funções:
a) Parâmetros Físicos:
Temperatura: medida da intensidade de calor; é um parâmetro
importante, pois, influi em algumas propriedades da água (densidade,
viscosidade, oxigênio dissolvido), com reflexos sobre a vida aquática. A
temperatura pode variar em função de fontes naturais (energia solar) e
fontes antropogênicas (despejos industriais e águas de resfriamento de
máquinas).
Cor: resulta da existência, na água, de substâncias em solução;
pode ser causada pelo ferro ou manganês, pela decomposição da matéria
orgânica da água (principalmente vegetais), pelas algas ou pela introdução
de esgotos industriais e domésticos. Padrão de potabilidade: intensidade
de cor inferior a 5 unidades.
Turbidez: presença de matéria em suspensão na água, como
argila, silte, substâncias orgânicas finamente divididas, organismos
163
microscópicos e outras partículas. O padrão de potabilidade: turbidez
inferior a 1 unidade.
Sólidos Totais: sólidos nas águas correspondem a toda matéria
que permanece como resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da
amostra a uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado.
Em linhas gerais, as operações de secagem, calcinação e filtração são as
que definem as diversas frações de sólidos presentes na água (sólidos
totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis). Os sólidos podem
causar danos aos peixes e à vida aquática. Eles podem se sedimentar no
leito dos rios destruindo organismos que fornecem alimentos, ou também
danificar os leitos de desova de peixes. Os sólidos podem reter bactérias e
resíduos orgânicos no fundo dos rios, promovendo decomposição
anaeróbia.
Sólidos em Suspensão: resíduo que permanece num filtro de
asbesto após filtragem da amostra. Podem ser divididos em:
- Sólidos sedimentáveis: sedimentam após um período t de repouso
da amostra;
- Sólidos não sedimentáveis: somente podem ser removidos por
processos de coagulação, floculação e decantação.
Sólidos Dissolvidos: material que passa através do filtro.
Representa a matéria em solução ou em estado coloidal presente na
amostra de efluente.
Condutividade Elétrica: capacidade que a água possui de conduzir
corrente elétrica. Este parâmetro está relacionado com a presença de íons
dissolvidos na água, que são partículas carregadas eletricamente. Quanto
maior for a quantidade de íons dissolvidos, maior será a condutividade
elétrica na água.
b) Parâmetros Químicos:
Alumínio Total: O alumínio e seus sais são usados no tratamento
da água, como aditivo alimentar, na fabricação de latas, telhas, papel
alumínio, na indústria farmacêutica, etc. O aumento da concentração de
alumínio está associado com o período de chuvas e, portanto, com a alta
turbidez. Outro aspecto da química do alumínio é sua dissolução no solo
para neutralizar a entrada de ácidos com as chuvas ácidas. Nesta forma,
ele é extremamente tóxico à vegetação e pode ser escoado para os corpos
d’água.
pH (Potencial Hidrogeniônico): Representa o equilíbrio entre íons
H+ e íons OH; varia de 7 a 14; indica se uma água é ácida (pH inferior a
7), neutra (pH igual a 7) ou alcalina (pH maior do que 7). O pH da água
depende de sua origem e características naturais, mas pode ser alterado
164
pela introdução de resíduos; pH baixo torna a água corrosiva; águas com
pH elevado tendem a formar incrustações nas tubulações. A vida aquática
depende do pH, sendo recomendável a faixa de 6 a 9.
Cloretos: Os cloretos geralmente provêm da dissolução de minerais
ou da intrusão de águas do mar. Podem advir também dos esgotos
domésticos ou industriais. Em altas concentrações, conferem sabor
salgado à água ou propriedades laxativas.
Ferro: Pode originar-se da dissolução de compostos do solo ou de
despejos industriais. Causa coloração avermelhada à água. Confere sabor
metálico à água. As águas ferruginosas favorecem o desenvolvimento das
ferrobactérias, que causam maus odores e coloração à água e obstruem as
canalizações.
Nitrogênio: O nitrogênio pode estar presente na água sob várias
formas: molecular, amônia, nitrito, nitrato. É um elemento indispensável
ao crescimento de algas, mas, em excesso, pode ocasionar um exagerado
desenvolvimento desses organismos, fenômeno chamado de eutrofização.
São causas do aumento do nitrogênio na água: esgotos domésticos e
industriais, fertilizantes, excrementos de animais.
Fósforo: encontram-se na água nas formas de ortofosfato,
polifosfato e fósforo orgânico; é essencial para o crescimento de algas,
mas, em excesso, causa a eutrofização. Suas principais fontes são:
dissolução de compostos do solo; decomposição da matéria orgânica,
esgotos domésticos e industriais; fertilizantes; detergentes; excrementos
de animais.
Fosfato: fosfato utilizado em cultivos fertilizados e em produtos
detergentes pode causar a poluição de rios e mananciais, resultando na
superpopulação de algas de superfície, os quais diminuem o teor de
oxigênio dissolvido na água. Sem oxigênio, a fauna aquatica sofre
conseqüêcias diretas, podendo resultar até na morte de peixes em massa.
Oxigênio Dissolvido (OD): É indispensável aos organismos
aeróbios. A água, em condições normais, contém oxigênio dissolvido, cujo
teor de saturação depende da altitude e da temperatura. Águas com
baixos teores de oxigênio dissolvido indicam que receberam matéria
orgânica. A decomposição da matéria orgânica por bactérias aeróbias é,
geralmente, acompanhada pelo consumo e redução do oxigênio dissolvido
da água. Dependendo da capacidade de autodepuração do manancial, o
teor de oxigênio dissolvido pode alcançar valores muito baixos, ou zero,
extinguindo-se os organismos aquáticos aeróbios.
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é a quantidade de
oxigênio necessária à oxidação da matéria orgânica por ação de bactérias
aeróbias. Representa, portanto, a quantidade de oxigênio que seria
165
necessário fornecer às bactérias aeróbias, para consumirem a matéria
orgânica presente em um líquido (água ou esgoto). A DBO é determinada
em laboratório, observando-se o oxigênio consumido em amostras do
líquido, durante 5 dias, à temperatura de 20 °C.
Óleos e Graxas: Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de
origem mineral, vegetal ou animal. Estas substâncias geralmente são
hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, entre outros. São raramente
encontradas em águas naturais, normalmente oriundas de despejos e
resíduos industriais, esgotos domésticos, efluentes de oficinas mecânicas,
postos de gasolina, estradas e vias públicas. Os óleos e graxas em seu
processo de decomposição reduzem o oxigênio dissolvido elevando a
DBO5,20 e a DQO, causando alteração no ecossistema aquático.
c) Parâmetros Biológicos:
Coliformes: São indicadores de presença de microrganismos
patogênicos na água. Os coliformes fecais existem em grande quantidade
nas fezes humanas e, quando encontrados na água, significa que a mesma
recebeu esgotos domésticos, podendo conter microrganismos causadores
de doenças.
Clorofila a: A clorofila é um dos pigmentos, além dos carotenóides
e ficobilinas, responsáveis pelo processo fotossintético. A clorofila a é a
mais universal das clorofilas (a, b, c, e d) e representa, aproximadamente,
de 1 a 2% do peso seco do material orgânico em todas as algas
planctônicas e é, por isso, um indicador da biomassa algal. Assim a
clorofila a é considerada a principal variável indicadora de estado trófico
dos ambientes aquáticos.
2 . 1 . 7 . 3 P a r â m e t r o s U t i l i z a d o s p a r a o R e l a t ó r i o
Os pontos de amostragem foram pré-selecionados nas atividades de pré-campo
e marcados manualmente nas cartas topográficas para servir como ponto de
referência para a coleta das amostras.
As coletas foram georreferenciadas com o auxílio de um GPS, utilizando-se
Coordenadas Geográficas.
As coletas foram georreferenciadas pela equipe responsável do laboratório
contratado, com o auxílio de um GPS, utilizando-se o sistema de Coordenadas
Geográficas.
As coletas foram realizadas manualmente e consistiram na imersão de um frasco
no corpo de água. Em seguida, inclinando-o com a boca posicionada na direção
da corrente, enchê-lo. Foram utilizados frascos inertes de polietileno ou vidro.
Para a preservação das amostras adotou-se a técnica de refrigeração, sem
166
congelamento, que minimiza o potencial de volatização de gases dissolvidos e
reduz atividades microbiológicas.
As metodologias de coleta e preservação das amostras foram baseadas no
roteiro do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, que
contém informações sobre a forma adequada do acondicionamento das
amostras, armazenamento e tempo máximo permitido entre a coleta e a análise,
de maneira a não comprometer a integridade da amostra e conseqüentemente
os resultados das análises.
Foram efetuados análises Físico-Químicas e Microbiológicas e o quadro abaixo
sumariza os parâmetros e seu respectivo método de análise das amostras:
Tabela 23. Análises Físico-Químicas e Microbiológicas
Parâmetro Método
Alumínio Total SM 3500 – AL.D
Cloretos SM 4500-Cˉ
Condutividade Elétrica SM 2510 B
Clorofila a SM 10200 H
Cor Aparente SM 2120 C
D.B.O. SM 5210 B
Ferro Total SM 3500 - Fe D
Fosfato SM 4500 - P.F
Fósforo Total SM 4500 - P.E
Nitrato SM 4500-NO3ˉH
Nitrito SM 4500-NO2ˉB
Nitrogênio Amoniacal SM 4500 NH3C
Nitrogênio Total SM 4500-N
Óleos e Graxas SM 5520 D
Oxigênio Dissolvido SM 4500-O C
pH SM 4500 Hˉ B
Sólidos Totais SM 2540 B
Sólidos Dissolvidos SM 2540 C
Sólidos Suspensos SM 2540 D
Temperatura Ambiente SM 2550 B
Temperatura da Amostra SM 2550 B
Turbidez SM 2130 B
Coliformes Tolerantes SM 9221 E
Coliformes Totais SM 9221 B
Em anexo encontram-se os originais dos resultados encaminhados pela equipe
de laboratório, bem como a metodologia utilizada para as análises químicas.
2 . 1 . 7 . 4 A n á l i s e d o s R e s u l t a d o s
Abaixo serão descritos os comentários sobre cada ponto de amostragem de
água, levando-se em consideração os valores de referência ditados pela
legislação brasileira. As drenagens próximas à rodovia enquadram-se na Classe
1, ou seja, são potáveis a partir de um tratamento simples, pois estas são
utilizadas pela população para consumo residencial. Destas, apenas a Amostra
Nº 1 apresentou-se com qualidade suficiente para o atendimento a este item. O
fato pode ser explicado pela proximidade deste ponto à nascente. Há uma
167
depreciação da qualidade da água à medida que esta se afasta de sua nascente,
porém trata-se de uma situação normal na medida em que quanto mais longe de
sua origem a drenagem encontra-se sujeita ao acúmulo de sedimentos e demais
agentes poluentes que são inseridos naturalmente ou pela ação do homem.
Observou-se que apesar disso houve uma estabilização do padrão de qualidade
da água, passando esta a ser inserida na Classe 2. Interpreta-se esta
estabilização como parte do processo de diluição que as águas dos rio Iguaçu e
Paraná possuem, bem como seu poder de depuração, uma vez que a
geomorfologia local promove a oxigenação de suas águas.
Abaixo segue um resumo de cada amostra:
Amostra 1:
A Amostra 1 foi coletada no Rio Tamanduá, em ponto marginal ao futuro acesso.
Comparando-se os valores gerados pelas análises físico-químicas e
microbiológicas realizadas pelo laboratório e comparando-as com os valores de
referência ditados pela legislação brasileira, temos todos os parâmetros abaixo
do valor máximo permitido e o oxigênio dissolvido acima do valor mínimo
recomendável. Os valores de Coliformes tolerantes e totais foram abaixo de 1,8
mg/L.
Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, neste ponto as águas
possuem um padrão de qualidade compatível com a Classe 1. Sugere-se quee
seu uso deva ser destinado ao abastecimento doméstico após tratamento
simplificado, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato
primário, à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvem rentes ao solo que são ingeridas sem remoção da película.
Amostra 2:
A Amostra 2 foi coletada também no rio Tamanduá e em trecho marginal ao
futuro acesso, porém mais ao sul da primeira amostra. Todos os parâmetros
encontram-se abaixo do valor máximo permitido e o oxigênio dissolvido acima do
valor mínimo recomendável. Os valores de Coliformes Termotolerantes foram
abaixo de 1,8 mg/L e de coliformes totais foram 74,4 mg/L.
Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade
encontra-se compatível com a Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento
doméstico condicionado ao tratamento convencional.
Amostra 3:
A amostra 3 foi coletada também no rio Tamanduá e em trecho marginal ao
futuro acesso, porém mais ao sul das duas primeiras amostras. Os valores
analisados de óleos e graxas são acima do recomendado (0,1580 mg/L) e o
oxigênio dissolvido acima do valor mínimo recomendável. Os valores de
Coliformes Termotolerantes foram de 35,8 mg/L e de coliformes totais foram
332,2 mg/L.
168
Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade
encontra-se compatível à Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento
doméstico condicionado ao tratamento convencional.
Amostra 4:
A Amostra foi coletada no Rio Iguaçu, perto da confluência com o rio Paraná,
ponto também dentro da AID do empreendimento. Os valores analisados de
óleos e graxas são acima do recomendado (0,194 mg/L) e o oxigênio dissolvido
acima do valor mínimo recomendável. Os valores de Coliformes tolerantes e
totais foram abaixo de 1,8 mg/L.
Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade
encontra-se compatível à Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento
doméstico condicionado ao tratamento convencional.
Amostra 5:
A amostra foi coletada na confluência dos Rios Iguaçu e Paraná, a jusante da
futura ponte, próxima a margem brasileira. Os valores analisados de óleos e
graxas são acima do recomendado (0,194 mg/L) e o oxigênio dissolvido acima
do valor mínimo recomendável. Vale ressaltar também que o valor mensurado
para a cor aparente da água (74,8 mg/L) ficou no limiar do máximo permitido
pela legislação vigente. Os valores de Coliformes Termotolerantes foram de 35,8
mg/L e de coliformes totais foram 161,9 mg/L.
Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade
encontra-se compatível à Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento
doméstico condicionado ao tratamento convencional.
Amostra 6:
A amostra foi coletada no Rio Paraná, a montante da futura ponte, próxima a
margem Brasileira. Temos todos os parâmetros abaixo do valor máximo
permitido e o oxigênio dissolvido acima do valor mínimo recomendável. Os
valores de Coliformes Termotolerantes foram de 74,4 mg/L e de coliformes totais
foram 600,3 mg/L.
Por se tratar de água doce, e pelo resultado da sua análise, sua qualidade
encontra-se compatível à Classe 2, sendo que seu uso para o abastecimento
doméstico condicionado ao tratamento convencional. Destas, apenas a Amostra
Nº 1 apresentou-se com qualidade acima da satisfatória, podendo ser
enquadrado inclusive, no que tange as parâmetros físico-químico de sua água,
na classe 1. O fato pode ser explicado pela proximidade deste ponto à nascente.
Há uma depreciação da qualidade da água à medida que esta se afasta de sua
nascente, porém trata-se de uma situação normal na medida em que quanto
mais longe de sua origem a drenagem encontra-se sujeita ao acúmulo de
169
sedimentos e demais agentes poluentes que são inseridos naturalmente ou pela
ação do homem.
Os valores encontrados de Coliformes Termotolerantes foram todos abaixo do
máximo permitido para a classe 2 (<1.000 mg/l) porém, cabe destacar que,
segundo a resolução 357/2005 do CONAMA, a quantidade de coliformes
termotolerantes em um corpo hídrico deve ser analisada em amostragens
bimestrais, por um período de um ano. Sendo assim, os valores encontrados de
coliformes termotolerantes não devem ser considerados como a real situação do
corpo hídrico e sim como parte estatística da realidade.
A análise das coletas apresentou pequena existência de Óleos e Graxas nas
amostras 3, 4 e 5. Essa pequena existência deve ser destacada, pois a legislação
vigente no país (resolução CONAMA 357/2005) não permite esses produtos nos
corpos hídricos, mostrando-se necessárias ações do gestor dos recursos hídricos
de Foz do Iguaçu e do poder público para identificar a causa da poluição e seu
controle, como forma de se adequar os corpos hídricos em questão nas classes
em que foram enquadrados.
Por fim, considerando que o enquadramento expressa metas finais a serem
alcançadas de qualidade da água para a manutenção do seu uso para a
prosperidade e não a situação presente do corpo hídrico, é necessário que o
poder público e o gestor de recursos hídricos do município de Foz do Iguaçu
tracem planos e ações para recuar esses valores que se encontram acima do
permitido, com o intuito de se alcançar os níveis de qualidade de água referentes
a classe em que esses corpos hídricos se encontram.
Os valores aqui encontrados na caracterização da qualidade da água nos cursos
hídricos relevantes ao empreendimento servirão, posteriormente, como base de
comparação no Plano de Monitoramento da Qualidade da Água (PMQA).
1 . 1 . 7 . 5 F o n t e s d e P o l u i ç ã o
Analisando os dados acima se verifica que coliformes fecais, graxas e óleos são
os agentes poluentes da maior parte das drenagens analisadas.
Uma vez que foram coletadas águas não tratadas a presença de coliformes é
normal, porém não se deve deixar de levar em consideração que este tipo de
contaminação pode ser proveniente da ação antrópica, uma vez que a ação na
zona rural é comum a poluição de solos e água devido à má disposição final de
efluentes. A presença de centros urbanos próximos ao futuro acesso também é
possibilidade de contaminação dos cursos d’água, pois é raro o atendimento,
pelo sistema de coletas e tratamento de esgotos, dos 100% das unidades
residenciais e industriais/comerciais.
A poluição por óleos e graxas é, certamente, efeito de ação antrópica que, da
mesma forma, são despejados no ambiente por problemas em sua destinação
170
final. Sistema de esgotamento tratado de forma ineficiente, emissão direta em
cursos d’água, bem como tratamento inadequado de resíduos líquidos de
combustíveis.
O que se pode perceber é que o tipo de poluição detectado pelas análises de
água da região é fruto da ocupação humana e, notadamente, vinculado ao uso
doméstico dos recursos hídricos, bem como atividades que envolvem o
armazenamento e transportes de combustíveis.
Há possibilidade de que também sejam incluídos como fonte de poluição as
atividades relacionadas com a agricultura, como o uso de pesticidas e demais
defensivos agrícolas, porém não houve indicativo nas análises realizadas.
Como as coletas foram realizadas em períodos intercalados às chuvas e apenas
em uma bateria de coletas, representativamente as análises não podem
apresentar resultados formais. Ao longo do monitoramento da obra é que as
equipes vão identificar as reais características da qualidade da água, uma vez
que seja implantado o plano de monitoramento da qualidade da água.
Em atendimento ao questionamento do IBAMA a respeito da existência de
estruturas para a captação de água na área de influência indireta, equipe técnica
informa que não foi identificado sistema de coleta de água para abastecimento
humano na área em questão.
2.1.8. Fisiografia Fluvial
Os rios são alimentados por águas superficiais e subterrâneas, e são a forma
mais visível de escoamento da água, sendo assim integrante do ciclo hidrológico,
sendo assim, podemos concluir que um rio não é estático e sim dinâmico, com
seu nível, vazão e velocidade da água variando ao longo do tempo sobre
influência de vários fatores como clima, chuvas, solos, ações antrópicas e etc.
Seguindo este raciocínio, o estudo das cheias e do regime hidrológico do rio
torna-se crucial para o planejamento e inclusive para o projeto em si da Segunda
Ponte Internacional Brasil-Paraguai e seus acessos.
A VETEC Engenharia, em seu projeto executivo de engenharia apresentou
estudos hidrológicos para o acesso, bem como para o dimensionamento da Ponte
sobre o rio Paraná Paraná, corpo d’água mais relevante da região.
Os principais cursos d’água são o rio Paraná e o rio Iguaçu que desenvolvem-se
em leito de baixa declividade, assentado exclusivamente sobre rochas basálticas.
Prevalecem na região camadas de solos de pequena profundidade e pouca
permeabilidade. Essas características indicam baixa capacidade de
armazenamento dos aqüíferos, com uma limitada contribuição da água
subterrânea no escoamento dos rios em períodos de estiagem. A nova ponte
cruza o rio Paraná cerca de 350m a montante da foz do rio Iguaçu.
171
A ponte está localizada cerca de 30km a jusante da barragem de Itaipu. Entre a
barragem e a ponte o único afluente de importância é o rio Acaraí, na margem
direita, que também possui lago para geração hidroelétrica formado por
barragem implantada 8km a montante da foz no rio Paraná.
No trecho de travessia o rio Paraná desenvolve-se em calha retilínea com largura
na linha d água da ordem de 400m. A inclinação das margens é da ordem de
30º. Em termos geomorfológicos a ponte está localizada ainda no alto curso do
rio Paraná. No trecho alto o rio corre em leito encaixado em rocha basáltica,
condição que o torna praticamente incapaz de alterar seu curso, deixando-o
voltado ao aprofundamento da calha.
Por não possuir leito secundário ou planície aluvial para acomodação de volumes
nas enchentes, os níveis do rio Paraná no trecho da ponte, sobem e baixam
rapidamente nas cheias. O reservatório de Itaipu também não possui volume
para regularização e/ou amortecimento de cheias, sendo que a usina de Itaipu é
classificada como a fio d’água. A declividade do rio Paraná no trecho da nova
travessia é de 0,12m/km.
2 . 1 . 8 . 1 . D a d o s F l u v i o m é t r i c o s
A seguir são apresentadas informações referentes as vazões e níveis de água dos
cursos d água da região do projeto. A apresentação dos dados está dividida em
Dados para o Dimensionamento das Travessias na Área de Acesso e Dados
Levantados para o Dimensionamento da Ponte
DADOS LEVANTADOS PARA O DIMENSIONAMENTO DAS TRAVESSIAS NA ÁREA
DE ACESSO
1. Obras de Transposição de Talvegues
Os bueiros de fundo de grota constituem-se de estruturas para conduzir as
águas de pequenos cursos d’água permanentes, ou as que provém do fluxo
superficial e da drenagem da via, destinadas a transposição estrada projetada.
Concluído o dimensionamento com a definição das dimensões, fez-se o
posicionamento destas, de acordo com as condições topográficas do terreno
natural, do terrapleno e do greide da rodovia, definindo-se as esconsidades e
declividades adequadas ao perfeito funcionamento da obra.
Os bueiros foram dimensionados a partir da Equação de Manning, associada à
Equação da Continuidade, considerando-se regime permanente e coeficiente de
rugosidade dos tubos de concreto igual a 0,015.
As velocidades deverão estar situadas no intervalo entre a mínima de 0,80m/s e
máxima de 6,00m/s, exceto no trecho final, no qual a velocidade máxima deverá
ser inferior a 4,50m/s.
172
O diâmetro mínimo a ser utilizado deverá ser de Ø 0,80m nas pistas principais e
de Ø 0,60 em vias marginais e secundárias.
Para proteger contra as erosões, foram projetados dissipadores de energia
hidráulica para as bocas de jusante de todos os bueiros tubulares.
Foram projetados bueiros tubulares (BSTC) de dimensões variadas e bueiros
celulares de concreto (BSCC).
As cargas e classes dos tubos foram calculadas conforme os critérios
preconizados pelo “Iowa Engineering Experiment Station” e satisfazem as
exigências estabelecidas pela Norma Técnica NBR 8890/2003.
2. Obras de Drenagem Superficial
O sistema de drenagem superficial de plataforma constitui-se de um conjunto de
dispositivos que visam a interceptar, captar e escoar os deflúvios que afluem à
plataforma da rodovia, conduzindo-os para pontos de lançamento adequados.
Ele é composto basicamente, sarjetas de corte, sarjeta de borda de aterro,
valetas de canteiro central, valetas de proteção de cortes e aterros, saídas e
descidas d’água, caixas coletoras e dissipadores de energia entre outros.
Os dispositivos de drenagem deverão ser executados em conformidade com os
detalhes-padrão constantes no álbum de projetos da DNIT.
O sistema de drenagem superficial é composto dos seguintes dispositivos:
- Sarjetas Triangulares de Concreto (STC)
- Valetas de Proteção de Cortes (VPC) e Aterros (VPA)
- Sarjetas de Canteiro Central (SCC)
- Descidas d’água de Aterro Tipo Rápido(DAR)
- Dissipadores de Energia aplicados a sarjetas,valetas(DES),a bueiros tubulares e
descidas d’água de aterro(DEB) e a rápidos(DED)
- Caixa Coletora de sarjeta com grelha de concreto(CCS/TCC)
3. Obras de Drenagem Profunda e de Pavimento
A drenagem profunda é utilizada para evitar os problemas acarretados pela
incidência das águas subterrâneas na infra e superestrutura da rodovia.
173
A necessidade de implantação será definida pela situação local do lençol freático
nos cortes bem como pela ocorrência de materiais com excesso de umidade,
observados em levantamentos geotécnicos.
Serão utilizados drenos longitudinais profundos para cortes em solo (DPS) e em
rocha(DPR)
Quanto a drenagem sub-superficial, constitui-se na implantação de um conjunto
de drenos rasos longitudinais e transversais que tem como objetivo drenar as
águas infiltradas no pavimento.
Serão projetados drenos longitudinais de pavimento (DSS) nas bordas mais
baixas da pista e drenos transversais rasos nos pontos baixos da rodovia e a
montante das O.A.E.(Obras de Arte Especiais)
4. Obras de Drenagem Pluvial Urbana
No trecho em que a rodovia atravessa o perímetro urbano foi previsto a
implantação da rede de galerias sob o passeio e interligadas no bueiro existente
e/ou projetadas, de maneira a assegurar eficiente tráfego de veículos e
protegendo as propriedades particulares dos efeitos de chuvas intensas.
Para os detalhes de drenagem urbana também serão utilizados os detalhes-
padrão constantes no Álbum de Projetos –Tipo de Dispositivos de Drenagem do
DNIT e que basicamente correspondem a:
- bocas de lobo simples (BLS)
- poços de visita (PV)
- caixa de ligação e passagem (CLP)
DADOS LEVANTADOS PARA O DIMENSIONAMENTO DA PONTE
Os estudos foram baseados nos dados fluviométricos das seguintes estações:
a) Estação: 64918000 - R4
Rio: Paraná
Latitude: 25:26:30S
Longitude: 054:36:10W
Dados:
seção batimétrica (Régua)
fonte : ITAIPU BINACIONAL
b) Estação: 64919000 - Ponte da Amizade
Rio: Paraná
174
Latitude: 25:30:00S
Longitude: 054:38:00W
Dados:
Seção batimétrica (Régua)
Série histórica de cotas médias diárias: 01/12/1975 a 30/09/2009
fonte : ITAIPU BINACIONAL
c) Estação: 65999410 - R11
Rio: Paraná
Latitude: 25:36:50S
Longitude: 054:35:59W
Dados:
Seção batimétrica (Régua)
Curva chave
Série histórica de cotas médias diárias: 01/9/1977 a 30/9/2009
Série histórica de vazões médias diárias: 01/9/1977 a 30/9/2009
fonte : ITAIPU BINACIONAL
d) Estação: 65992500 – Hotel Cataratas
Rio: Iguaçu
Latitude: 25:41:00S
Longitude: 054:26:00W
Dados:
Seção batimétrica (Régua)
Curva Chave
Série histórica de vazões médias diárias: 01/01/1996 a 30/09/2009
Série histórica de cotas médias diárias: 01/01/1996 a 30/09/2009
fonte : ITAIPU BINACIONAL
e) Estação: 65999020 – Porto Meira
Rio: Iguaçu
Latitude: 25:35:00S
Longitude: 054:33:00W
175
Dados:
Seção batimétrica (não tem)
curva-chave: não tem
Série histórica de cotas médias diárias: 01/12/1975 a 30/09/2009
fonte : ITAIPU BINACIONAL
g) Estação: 64925000 – Porto Oficial
Rio: Paraná
Latitude: 25:33:00S
Longitude: 054:35:00W
Dados:
Série histórica de cotas médias diárias: 10/01/1979 a 30/09/2009
Seção batimétrica (não tem)
Zero da régua: 86,57m (IBGE)
Curva-chave: não tem
fonte : ITAIPU BINACIONAL
g) Estação: 64918980 – UHE
Rio: Paraná
Local: Itaipu
Dados:
Série histórica das vazões naturais médias mensais: 01/1931 a
09/2009
fonte : ITAIPU BINACIONAL
a) Estação: 65993000 – Saltos Cataratas
Rio: Iguaçu
Latitude: 25:41:00S
Longitude: 054:26: 00W
Dados:
Seção batimétrica
Curva Chave
Série histórica de cotas e vazões médias diárias: 01/04/1942 a
30/06/2005
176
fonte : Sistema de Informações Hidrológicas – ANA.
Localização dos Postos Fluviométricos
Os principais postos fluviométricos que orientaram os estudos de níveis na seção
da ponte são os seguintes:
Posto de Ponte da Amizade no rio Paraná, localizado cerca de 9km a
montante da obra.
Posto de Porto Oficial no rio Paraná, localizado cerca de 3,9 km a montante
da obra.
Posto R11 no rio Paraná, localizado cerca de 2,9km a jusante da obra.
Posto de Porto Meira no rio Iguaçu, 12,1km a montante da foz no rio Paraná.
2 . 1 . 8 . 2 . I n f l u ê n c i a d a s C h e i a s d o R i o I g u a ç u n o s N í v e i s
O eixo da nova travessia está localizado cerca de 350m a montante da margem
direita do rio Iguaçu na foz. Por essa razão os níveis d água na seção da ponte
recebem influencia direta das cheias desse rio. Na Tabela 28, são apresentadas
as 20 maiores cheias anuais observadas no posto fluviométrico de ponte da
Amizade, os respectivos níveis nos demais postos e vazões registradas no
mesmo evento nos postos R11 e Hotel Cataratas. A coluna 8 da tabela indica a
porcentagem da descarga registrada no posto Hotel Cataratas em relação à
medida no posto R11, representando aproximadamente a relação na foz entre as
descargas do rio Paraná e as do rio Iguaçu. Observa-se que as duas maiores
enchentes tiveram forte influência das descargas provenientes do rio Iguaçu. A
coluna 9 indica a diferença de nível observada nas cheias entre os postos de
Ponte da Amizade e R11, distantes 11,9km entre si.
177
Tabela 24. 20 Maiores Cheias Série Anual
178
2 . 1 . 8 . 3 . H i d r o g r a m a s d a s M a i o r e s C h e i a s
Os gráficos apresentados a seguir mostram os hidrogramas com as cotas
registradas nos vários postos para duas cheias: a primeira com influência
preponderante das vazões do rio Iguaçu (pico em 31/05/92), e a segunda com
essa influência minimizada (pico em 15/06/83).
Figura 117. Cheia de 1992
Figura 118. Cheia de 1990
179
2 . 1 . 8 . 4 . H i d r o g r a m a D a C h e i a E x c e p c i o n a l D e 1 9 8 3
Na figura a seguir é apresentado o hidrograma no rio Paraná em Porto Oficial,
mostrando a evolução dos níveis na cheia excepcional do ano de 1983. Os dados
são apresentados para o período compreendido entre maio/1982 a
dezembro/1983. As cheias verificadas em 1982-1983 são atribuídas ao aumento
das chuvas na bacia provocadas pelo fenômeno “El Niño”.
Figura 119. Cheia de 1983
2 . 1 . 8 . 5 . V a z õ e s N a t u r a i s N a B a r r a g e m D e I t a i p u
Na figura a seguir são apresentadas as vazões naturais no rio Paraná na seção
da barragem de Itaipu, para o período de janeiro/1931 a setembro/2009. O
gráfico mostra em linha tracejada a tendência observada no crescimento das
vazões ao longo do tempo.
Observa-se também o período crítico entre 1952 a 1955, quando houve
considerável redução de chuvas na bacia.
180
Figura 120. Vazões Naturais na Barragem de Itaipu
2 . 1 . 8 . 6 . E s t u d o D e N í v e i s D ’ á g u a
São apresentados a seguir os resultados dos estudos de níveis d’água
desenvolvidos para a seção da nova ponte, cujo objetivo é orientar o projeto e o
planejamento das obras.
Dados Fluviométricos
As análises foram desenvolvidas com base nas informações de cota do posto
fluviométrico Porto Oficial, cujos dados foram complementados por correlação
com dados do posto Ponte da Amizade e também do posto R11, perfazendo série
histórica entre dezembro de 1975 a setembro de 2009.
O posto Porto Oficial está localizado cerca de 3.900m a montante da seção da
ponte a ser construída. A diferença de níveis entre os dois locais nas maiores
cheias é da ordem de 0,50m. Por ser diferença pouco significativa para os
presentes estudos, adotou-se o posto Porto Oficial como seção representativa
para os estudos de níveis da nova ponte.
Cotas médias mensais
As cotas médias mensais do rio Paraná em Porto Oficial são apresentadas na
figura 121, a seguir. Os meses de dezembro a abril apresentam valores acima da
média (102,21m), enquanto o trimestre compreendido entre janeiro e março,
apresenta os níveis mais elevados do período.
181
Figura 121. Cotas Médias Mensais
Os níveis máximos e mínimos para a seção da ponte são os seguintes:
Nível máximo: 126,50m, em 31/05/1992
Nível mínimo: 87,10m em 24/10/1982
Níveis máximos Anuais x Período de Retorno
Os níveis máximos anuais para vários períodos de recorrência obtidos a partir da
distribuição de log Person tipo III, para a série anual, são apresentados na figura
122 e na Tabela 29.
182
Figura 122. Rio Paraná em Porto Oficial
Tabela 25. Níveis Máximos Anuais x Período de Retorno
Níveis Sazonais x Período de Retorno
Com o objetivo de orientar o planejamento das obras foram calculados também
os níveis máximos esperados considerando-se 4 meses consecutivos, a saber:
janeiro, fevereiro, março abril; fevereiro, março, abril e maio; março, abril, maio,
junho etc., perfazendo os 12 quadrimestres possíveis do ano.
183
Esta consideração baseou-se na admissão de que a duração das obras, em que
há risco de ficarem submersas na fase de construção, é de 4 meses.
Os níveis associados aos períodos de recorrência de 2, 5, 10 e 25 anos, para
cada quadrimestre considerado estão indicados na Tabela 2-24. Essa análise tem
particular interesse na definição de obras para as quais é necessário minimizar
os riscos de galgamento, como geralmente é o caso das ensecadeiras. Por
exemplo: selecionado o quadrimestre agosto, setembro, outubro, novembro
(ASON), e selecionando-se o período de recorrência de 5 anos, o nível máximo a
ser considerado, conforme Tabela 30 será:112,20m (com risco de ser igualado
ou excedido de 20%).
Tabela 26. Níveis Máximos Sazonais x Período de Retorno
Permanência dos Níveis
Com base na série histórica de níveis d água do posto Porto Oficial foram
desenvolvidas as permanências das cotas diárias para os vários meses do ano.
Para cada mês foram calculadas as permanências referentes a 10%, 50% e
90%. Os resultados estão ilustrados na figura 2-5, apresentado a seguir:
184
Figura 123. Rio Paraná em Porto Oficial- Permanência de Níveis em Cada Mês
Por exemplo: para janeiro as curvas indicam os seguintes valores: curva de
10%, cota 111,5m; curva de 50% cota de 103,2m; e curva de 90%, cota de
98,8m. Ou seja, no mês de janeiro em 90% dos dias (de registros) os níveis
ficaram acima da cota 98,8m; em 50% dos dias foram superiores à cota 103,2m,
e em apenas 10% dos dias superiores a 111,5m. O gráfico mostra ainda as
curvas referentes as cotas máximas e mínimas observadas em cada mês no
período de registro.
Número De Dias Com Sobrelevação Dos Níveis
Uma vez que os dados da tabela anterior não representam as irregularidades das
permanências ao longo do tempo, foram analisados para cada ano o número de
dias com níveis acima de uma determinada cota. Inicialmente as análises
enfocaram o quadrimestre: julho a outubro.
Os resultados estão apresentados na Tabela 31.
185
Tabela 27. Nº de Dias com Sobrelevação da Cota de Referência
O número de dias indicado na tabela acima pode ser referente a uma ou mais
cheias. Para ilustrar essa possibilidade é apresentada a Tabela 32, onde a cota
de referência considerada é 108m. A tabela indica para cada ano o número de
dias de cada uma das cheia consideradas, bem como a data de pico do evento.
Os dados são para o quadrimestre julho a outubro.
186
Tabela 28. Discriminação dos Eventos para a Cota de Referência 108m
Frequência das Sobrelevações
Com base nos dados da Tabela 32 foram desenvolvidas curvas de freqüência
acumulada visando estabelecer as probabilidades da cota de referência ser
ultrapassada em determinado número de dias. Os resultados das análises estão
apresentados na figura 124.
187
Figura 124. Probabilidade de Sobrelevação da Cota de Referência
O gráfico permite estimar a cota máxima a ser considerada em função do
número de dias máximos desejados de sobrelevação e do risco do mesmo ser
ultrapassado. Por exemplo: caso se admita como viável 10 dias de sobrelevação
no quadrimestre entre julho a outubro; e ainda como 20% o risco desse número
de dias ser ultrapassado, a cota de referência a ser selecionada é a 108m, que
apresenta risco próximo a 20%. Como o período de retorno é o inverso da
probabilidade (T=1/p), o risco de 20% corresponde a admitir que o número de
dias será igualado ou superado em média a cada 5 anos (T=1/0,20).
Admitida a cota 108m, deve-se levar em conta ainda o freeboard para as obras.
Adotando-se freeboard de 1m, a cota de projeto para as obras será de 108+1=
109m.
Análise da cota 108
Adotada a cota 108m foram feitas verificações com o objetivo de avaliar os riscos
de ocorrer sobrelevação em outros quadrimestres do ano. A tabela apresentada
a seguir mostra em vários quadrimestres o número de dias em que a cota 108m
foi ultrapassada com base no período histórico de dados.
188
Tabela 29. Número de dias acima da cota 108 nos quadrimestres
Com base nos dados da Tabela 33 foram desenvolvidas também curvas de
freqüência acumulada visando estabelecer as probabilidades da cota 108m ser
ultrapassada em determinado número de dias. Os resultados das análises estão
apresentados na figura 125.
189
Figura 125. Probabilidade de Sobrelevação da Cota 108m nos Quadrimestres
Verifica-se no quadro acima que dentre os analisados, os quadrimestres mais
críticos são: Janeiro, fevereiro, março e abril (JFMA), fevereiro, março, abril e
maio (FMAM), e outubro, novembro, dezembro e janeiro (ONDJ). Os demais
apresentam, grosso modo, riscos de mesma ordem de grandeza quanto ao
número de dias de sobrelevação da cota 108m. Nesses quadrimestres,
admitindo-se risco de 20%, o número de dias com sobrelevação varia entre 8 a
13.
Não foram analisados os quadrimestres com início em novembro e dezembro
(NDJF, e DJFM). Como incorporam os meses das maiores cheias (janeiro,
fevereiro e março), os riscos podem ser incluídos no grupo dos mais críticos.
Visualização das Estacas dos Blocos
Para fins de análise do número de dias em que as obras projetadas estarão
submersas ou não, foi elaborada a Tabela 34 com base em análises de
permanência das cotas diárias.
190
Tabela 30. Rio Paraná em Porto Oficial (dias no Ano com Cotas acima da Referência)
Por exemplo: admitindo-se a base do bloco dos pilares na cota 109m, e que a
visualização das estacas se dá a partir da cota 108m, ou seja, 1m abaixo, pela
tabela concluí-se que as estacas estarão encobertas em 12 % do tempo, ou seja,
aparentes, na média, em 88% dos dias do ano.
Níveis para navegação
Com o objetivo se subsidiar análises das condições de calado do rio Paraná no
trecho do projeto, apresenta-se na Tabela 35, a permanência dos níveis para o
período maio a novembro, que apresentam cotas médias mensais inferiores à
média anual.
191
Tabela 31. Rio Paraná em Porto Oficial - Dias com Níveis Acima da Cota de Referência-Período: maio a novembro
Níveis Máximos Esperados
Os níveis de água máximos estimados no local da ponte a partir da série
histórica, para vários períodos de retorno, são os seguintes:
Tabela 32. Rio Paraná em Porto Oficial- Níveis Máximos Anuais x Período de Retorno
As cheias na seção da ponte sofrem influência das descargas do rio Iguaçu que
sobrelevam as águas na região da confluência provocando o alteamento dos
níveis a montante. Por essa razão altos níveis na ponte nem sempre coincidem
com as vazões máximas no rio Paraná na seção da ponte.
Note-se que os dois níveis mais elevados no trecho da ponte (31/05/92 e
13/06/83), foram gerados a partir de cheias onde a participação das descargas
do rio Iguaçu foram superiores às do rio Paraná, na seção do rio Paraná
imediatamente a jusante da foz.
192
Nesse sentido as máximas cheias na seção da ponte para fins de análise devem
ser consideradas tanto em função dos níveis como das descargas do rio Paraná.
A velocidade da corrente na travessia, para mesmos níveis, é menor a medida
que é maior a participação do rio Iguaçu nas descargas na foz.
Vazões Máximas Esperadas
Com o objetivo de permitir as análises de velocidade do fluxo e do potencial de
erosão na seção da ponte foram estimadas cheias para diversos períodos de
recorrência. As vazões foram estimadas a partir de série histórica utilizando-se
dados de vazão do rio Paraná no posto R11, e no rio Iguaçu nos postos Hotel
Cataratas e Salto Cataratas.
As vazões máximas em função de diversos períodos de recorrência estão
indicadas no gráfico e tabela apresentados a seguir.
Figura 126. Cheias Máximas
193
Tabela 33. Rio Paraná na Seção da Ponte Vazões Máximas x Período de Retorno
Segundo informações da Itaipu Binacional os estudos realizados para o projeto
da Usina Hidrelétrica de Itaipu consideraram a vazão máxima provável de
62.200m3/s.
Os dados das vazões naturais em Itaipu e dos postos do rio Iguaçu mostram o
aumento das contribuições da bacia com o tempo. Entretanto não se identificou
essa tendência quando analisadas as máximas do período histórico.
Por essa razão as estimativas das máximas enchentes foram feitas a partir dos
dados da série histórica. Não foram considerados efeitos como alterações no uso
do solo da bacia, mudanças no regime de chuvas, ou o efeito do amortecimento
devido aos vários reservatórios existentes a montante.
Níveis e Vazões de Projeto
As vazões de projeto referentes ao período de retorno de 100 anos e 500 anos,
são as seguintes:
• Vazão com período de retorno de 100 anos: Q100= 41.980,9m3/s
• Vazão com período de retorno de 500 anos: Q500= 53.697,8m3/s
Os níveis de projeto referentes ao período de retorno de 100 anos e 500 anos,
são os seguintes:
• Nível d’água com período de retorno de 100 anos: N.A.100 = 129,97m
• Nível d’água com período de retorno de 500 anos: N.A.500 = 135,87m
Conforme já explicado os níveis acima indicados não estão relacionados às
vazões de cheias de mesma recorrência.
194
Modelo Utilizado nas Simulações
Para fins de verificação do desempenho hidráulico da seção da ponte foram
realizadas análises hidráulicas por meio do modelo HEC-RAS, desenvolvido pelo
U.S. Corps of Engineers.
O modelo foi desenvolvido para realizar simulações hidráulicas unidimensionais,
sendo que os dimensionamentos de projeto foram feitos no regime permanente,
onde os procedimentos de cálculo são fundamentados basicamente na equação
da energia. Os dados de entrada são constituídos por seções da calha ao longo
dos cursos d’água, obtidas a partir de informações topográficas, coeficientes de
rugosidade dos vários segmentos de cada seção e distância entre as seções.
Outros dados necessários dependendo da condição de simulação são as
declividades do curso d´água a montante e jusante das seções extremas, e
níveis máximos esperados a montante ou jusante.
Nas simulações de pontes o programa cria duas seções nas faces extremas do
tabuleiro, resultado da interpolação de dados de seções próximas. Os cálculos
hidráulicos para a ponte são desenvolvidos por meio dessas seções as quais são
denominadas de seção interna a montante e seção interna a jusante.
No modelo foram lançadas as seções transversais disponíveis na região da ponte,
utilizando-se também seções transversais disponíveis para os postos
fluviométricos.
Resultados do modelo
A seguir são apresentados figuras com os resultados do modelo de simulação.
195
Figura 127. Linha d’água no trecho da ponte para Q100
Figura 128. Linha d’água no trecho da ponte para Q500
196
Figura 129. Seção sob a ponte, face montante -Q100
Figura 130. Seção sob a ponte – face jusante - Q100
197
Figura 131. Seção sob a ponte, face montante –Q500
Figura 132. Seção sob a ponte, face jusante –Q500
198
22 .. 22 .. MM ee ii oo BB ii óó tt ii cc oo
2.2.1. Flora
2 . 2 . 1 . 1 . C a r a c t e r i z a ç ã o d a V e g e t a c ã o
Enquadramento Fitogeográfico
Na década de 70 o programa RADAMBRASIL criou uma escola fitogeográfica
adaptada a um sistema universal, baseada na proposta de Ellemberg e Mueller-
Dombois, a qual se utilizava das características fisionômico-ecológicas da
vegetação para classificar as diferentes fitofisionomias. Essa classificação da
vegetação do RADAMBRASIL sofreu algumas alterações por Veloso e Góes-Filho
(1982) e culminou com o trabalho intitulado “Classificação fisionômico-ecológica
das formações neotropicais” (VELOSO et al.,1991). Tal proposta foi adotada pelo
IBGE em 1992, instituindo o Sistema Fitogeográfico Brasileiro.
Os biomas e formações originalmente presentes em determinada região e que
não sofreram nenhuma alteração antrópica compõem o Sistema Primário de
Vegetação.
A partir do abandono de áreas de uso agropecuário, de mineração, corte raso de
florestas nativas ou plantadas, ocorre a ocupação gradual do solo pela
vegetação. No caso da pecuária, o processo de sucessão inicia-se em estágio
mais avançado que aquele com solo nu. Assim como o processo sucessional
secundário, os cultivos agrícolas, pastagens e reflorestamentos resultam de ação
antrópica e constituem o Sistema Secundário de Vegetação.
Conforme IBGE (1992) na região de Foz do Iguaçu a vegetação classifica-se na
tipologia Floresta Estacional Semidecidual. Além dessas encontram-se também
as Formações Pioneiras com Influência Fluvial.
Floresta Estacional Semidecidual
Também conhecida como Floresta Tropical Subcaducifólia, é uma região florística
florestal caracterizada pela perda de 20 a 50% de folhas no conjunto florestal,
daí resultando na terminologia “semidecidual” ou “subcaducifólia”. Essa
decidualidade parcial é originária da ocorrência de duas estações climáticas bem
definidas, uma tropical com época de intensas chuvas de verão, seguida por
estiagem acentuada e outra subtropical sem período seco, porém com seca
fisiológica provocada pelo rigoroso frio do inverno (VELOSO et al., 1991).
Os limites altimétricos da Floresta Estacional Semidecidual, descritos por VELOSO
et al. (1991), têm início a partir dos 5 m alcançando altitudes de 2.000 m. Na
região do empreendimento, ocorre a Floresta Estacional Semidecidual
Submontana e Aluvial.
199
Nos levantamentos efetuados no Parque Nacional do Iguaçu, na fase inicial da
floresta estacional, verificou-se a predominância de canela-guaicá Ocotea
puberula, formando um estrato arbóreo contínuo com altura de 12 a 18m. À
medida que a riqueza aumenta, assim como a complexidade estrutural, há
mistura com angico-vermelho Parapiptadenia rigida e canela Nectandra sp.,
praticamente sempre presentes, jerivá Arecastrum romanzoffianum, cedro
Cedrela fissilis, miguel-pintado Matayba elaeagnoides, maria-preta Diatenopteryx
sorbifolium, baga-de-morcego Guarea cf. macrophylla, canjerana Cabralea
canjerana e pessegueiro-bravo Prunus sellowii, entre outras. Eventuais pioneiras
associadas são tapiá-graúdo Alchornea sidifolia, tapiá Alchornea triplinervia,
crindiúva Trema micrantha e embaúba Cecropia cf. pachystachya. Espécies
companheiras de menor porte são rabo-de-bugio Dalbergia frutescens, ingá Inga
marginata, figueiras Ficus spp., pata-de-vaca Bauhinia sp. e pau-cincho Sorocea
bonplandii.
No sub-bosque é característica a presença de criciúma Guadua chacoensis e
taquara Merostachys multiramea, ocupando clareiras em meio à vegetação
arbustiva composta por Piper gaudichaudianum, urtigão Urera baccifera,
Rubiaceae e Melastomataceae, entre outras. Ocorrem ainda em quantidade
considerável plantas trepadeiras e, entre a vegetação herbácea, diversas
espécies de Pterydophyta em grande profusão, Melastomataceae, Rubiaceae e
Apiaceae. Entre as lianas, é indicadora de áreas alteradas o cipó-de-são-joão
Pyrostegia venusta.
Ainda nos estudos efetuados no Parque Nacional do Iguaçu, obteve-se para a
fase intermediária, como espécies dominantes maria-preta Diatenopteryx
sorbifolium, angico-vermelho Parapiptadenia rigida e canela Nectandra sp. Como
comuns miguel-pintado Matayba elaeagnoides, canjerana Cabralea canjerana,
cedro Cedrela fissilis, louro-branco Bastardiopsis densiflora, guabirova
Campomanesia xanthocarpa, jerivá Arecastrum romanzoffianum, cutia-branca
Pilocarpus pennatifolius, guamirins, cambuís e araçás (Myrtaceae) e diversas
canelas (Lauraceae), entre as quais canela-guaicá Ocotea puberula, típica da
fase anterior, ainda em densidade significativa em algumas situações.
Como espécies ocasionais: alecrim Holocalyx balansae, paineira Chorisia
speciosa, jaracatiá Jacaratia spinosa, feijão-cru Lonchocarpus muehlenbergianus,
sapuva Machaerium sp., grápia Apuleia leiocarpa, canela-amarela Nectandra
megapotamica, aguaí Chrysophyllum gonocarpum, ariticum Rollinia salicifolia,
canela Endlicheria paniculata e rabo-de-bugio Dalbergia frutescens, entre outras.
No sub-bosque de áreas melhor conservadas, com maior número de
remanescentes das florestas primárias: palmito Euterpe edulis e agrupamentos
esparsos de xaxim-bravo Cyathea sp.; enquanto as áreas mais alteradas, com
maior freqüência de clareiras, verfica-se densos taquarais de criciúma Guadua
chacoensis, taquara Merostachys multiramea e, mais ocasionalmente, taquaruçu
Bambusa sp.
200
Outra espécie significativa para caracterização do sub-bosque é pau-cincho
Sorocea bonplandii, comum em todos os pontos de observação. Como
contribuintes à riqueza deve-se citar laranjeira-do-mato Actinostemon concolor.
Ainda no Parque Nacional do Iguaçu, quando na fase avançada de sucessão, o
estrato emergente, de forma geral, é dominado pela peroba Aspidosperma
polyneuron, com diâmetros próximos de 1m e alturas de 35m. Dividem esse
estrato e o imediatamente abaixo, entre 18 e 25m, árvores de DAP em torno de
60cm e eventuais mais grossas, indicando a retirada dos maiores exemplares no
passado.
Entre as principais espécies observadas pode-se citar as espécies sob ameaça de
extinção pau-marfim Balfourodendron riedelianum, cabreúva Myrocarpus
frondosus, feijão-cru Lonchocarpus muehlenbergianus e ariticum Rollinia
salicifolia, acompanhadas por cedro Cedrela fissilis, canjerana Cabralea
canjerana, paineira Chorisia speciosa, alecrim Holocalyx balansae, canela-
amarela Nectandra megapotamica, jacarandá Dalbergia sp., louro-pardo Cordia
trichotoma, aguaí Chrysophyllum gonocarpum, sapuva Machaerium sp., jerivá
Arecastrum romanzoffianum, carvalho-brasileiro Roupala brasiliensis, grápia
Apuleia leiocarpa, figueira-branca Ficus insipida, guabirova Campomanesia
xanthocarpa, miguel-pintado Matayba elaeagnoides, cuvatã Cupania vernalis,
angico-vermelho Parapiptadenia rigida, caroba Jacaranda micrantha, angico-
branco Anadenanthera colubrina, maria-preta Diatenopteryx sorbifolium,
pessegueiro-bravo Prunus sellowii e cutia-branca Pilocarpus pennatifolius.
No estrato mais baixo são típicas pau-cincho Sorocea bonplandii, palmito Euterpe
edulis, vacum Allophylus edulis, baga-de-morcego Guarea kunthiana, canela
Endlicheria paniculata, pitanga Eugenia uniflora, erva-d’anta Psychotria sp.,
leiteiro Sapium glandulatum, catiguá Trichilia spp., jaborandi Piper
gaudichaudianum e caetê Calathea grandiflora, entre outras. A presença de
taquaras como Guadua chacoensis e Merostachys multiramea é eventual e
ocorrem, de forma dispersa, aglomerações de xaxim-bravo Cyathea sp. Entre as
epífitas, é eventual a ocorrência de costela-de-adão Monstera adansonii e
representantes de Bromeliaceae, Orchidaceae e Araceae, sendo comuns ainda
uma gama de plantas trepadeiras, entre as quais Tynnanthus micranthus.
Formações Pioneiras com Influência Fluvial (Várzeas Aluviais)
De acordo com IBGE (1992), estas áreas tratam-se de comunidades vegetais das
planícies aluviais que refletem os efeitos das cheias dos rios nas épocas chuvosas
ou, das depressões alagáveis todos os anos. Nestas superfícies, de acordo com a
quantidade e periodicidade da água acumulada, as comunidades vegetais variam
desde a pantanosa criptofítica (hidrófitos) até terraços alagáveis
temporariamente dos terófitos, geófitos e caméfitos. Typha, Cyperus e Juncus
são os três gêneros que dominam as depressões brejosas em todo o país. Nas
planícies alagáveis bem drenadas ocorrem predominantemente os gêneros
201
Panicum e Paspalum, além de Thalia. Nos terraços bem drenados dominam os
gêneros Acacia e Mimosa, junto, principalmente, com as famílias pioneiras
Solanaceae, Compositae e Myrtaceae.
LEITE (1994), insere esta formação nas superfícies de acumulação quaternária,
que compreendem parte da planície marcada por hidromorfismo acentuado,
solos azonais e com dificuldade de drenagem. O autor cita a ocorrência dos
gêneros Poaceae, Asteraceae, Verbenaceae, Cyperaceae e Typhaceae nestes
ambientes, além de espécies arbóreas e arbustivas que ocorrem na floresta
fluvial.
PITELLI (1984), ressalta a importância ecológica destas áreas, denominadas de
várzeas, devido à grande diversidade de microhabitats que elas contém. Neste
sentido, as várzeas constituem-se em importantes áreas de refúgio para formas
jovens da fauna, para pequenos animais e espécies migratórias, além de
fornecerem as condições ecológicas específicas para a sobrevivência de inúmeras
espécies de animais e vegetais. Vale ressaltar o efeito das várzeas sobre a
regularização do caudal dos rios e no equilíbrio hídrico de regiões inteiras,
através do “efeito esponja”, retendo o excesso de água durante as enchentes e
restituindo em seguida, de forma progressiva a água armazenada.
Na região do Parque Nacional do Iguaçu, as Formações Pioneiras de Influência
Fluvial, compõem áreas de solos instáveis sujeitos a condições extremas de
inundação, em geral sobre solos Hidromórficos, Gleis ou Orgânicos. São áreas
mais comumente ocupadas por vegetação herbáceo-arbustiva, sendo freqüentes
capinzais compostos por espécies das famílias Cyperaceae e Poaceae.
2 . 2 . 1 . 2 . M e t o d o l o g i a A p l i c a d a
Visando caracterizar a vegetação da Área de Influência Direta, foram
selecionados os fragmentos existentes ao longo do traçado projetado, para a
realização de amostragem e descrição, com base em mapas topográficos e
imagem de satélite.
Em cada fragmento foram implantadas aleatoriamente 2 parcelas, com a
dimensão de 20x 10 m, efetuando-se a medição dos indivíduos arbóreos com
DAP acima de 10 cm. Efetuaram-se observações das características da formação
florestal e das espécies mais comuns ocorrentes no subosque.
Em cada fragmento, foram obtidos os dados dos indivíduos arbóreos, relativos a
DAP ( a 1,30 cm do solo), altura total e fuste. Em caso de dúvida na identificação
das espécies, foram coletadas amostras de material botânico, com auxílio de
tesouras de poda e podão, para o caso de árvores mais altas, para comparação
com exsicatas de material da região disponíveis em coleções particulares.
A distribuição dos pontos de amostragem baseou-se no uso de cartas
topográficas e nas informações levantadas em imagens de satélite, a partir do
202
traçado projetado para o empreendimento. Os pontos de amostragem estão
apresentados a seguir, segundo suas coordenadas geográficas.
O mapa contendo os pontos abaixo encontra-se no Caderno de Anexos.
Tabela 34. Pontos de Amostragem para a
flora
PONTOS COORDENADAS
GEOGRÁFICAS
Ponto 1 25°35`17,12” S
54°35`28,95”W
Ponto 2 25°35`22,99”S
54°35`28,99”W
Ponto 3 25°35`21,25”S
54°35`14,06”W
Ponto 4 25°35`13,19”S
54°34`25,30”W
Ponto 5 25°35`04,90”S
54°33`54,82”W
Ponto 6 25°34`13,93”S
54º32`57,06”W
Ponto 7 25°33`44,04”S
54°32`27,04”W
Ponto 8 25°32`05,16”S
54°31`37,57”W
Ponto 9 25°30`54,70”S
54°31`37,51”W
Ponto 10 25°30`13,98”S
54°31`14,00”W
A análise dos dados obtidos no presente estudo foi realizada através do
agrupamento dos pontos de coleta de fisionomia e composição similares,
somadas às observações visuais em campo, em comparação com a literatura
especializada disponível.
2 . 2 . 1 . 3 . R e s u l t a d o s O b t i d o s
A cobertura vegetal da área de influência do projeto encontra-se bastante
alterada em relação à fisionomia original. No passado, a região era coberta pela
exuberante Floresta Estacional Semidecidual.
203
Mas a intensa colonização da região provocou a substituição da floresta por áreas
essencialmente agrícolas e mais tarde, pela urbanização. Desta forma, na
atualidade, excetuando-se o grande fragmento existente de floresta protegido no
Parque Nacional do Iguaçu, encontram-se apenas pequenos fragmentos em
geral, bastante alterados devido ao uso antrópico.
Conforme o Plano de Manejo do Parque Nacional do Iguaçu, a exploração de
madeira, deixou remanescentes florestais fragmentados por toda a região,
causando o quase desaparecimento de algumas espécies mais procuradas em
função das propriedades da madeira. Entre essas, destacam-se a cabreúva
Myrocarpus frondosos, o pau-marfim Balfourodendron riedelianum, a peroba
Aspidosperma polyneuron, o ipê-roxo Tabebuia heptaphylla, o feijão-cru
Lonchocarpus muehlenbergianus e o ariticum Rollinia salicifolia, todas na lista de
espécies ameaçadas de extinção.
Visando avaliar a qualidade e descrever a vegetação da Àrea de Influência Direta
do empreendimento, selecionaram-se os fragmentos florestais, sujeitos a
alterações devido ao projeto, incluindo o acesso à ponte. Esses fragmentos,
muitos em estágio secundário de sucessão, raramente apresentam espécies mais
nobres, ou de grande porte, ou quando as apresentam, em geral tratam-se de
árvores que foram rejeitadas devido à sua baixa qualidade quando da exploração
madereira.
Os dados obtidos para a vegetação de cada fragmento, são apresentados a
seguir.
Ponto 01 – Coordenadas 25°35`17,12” S 54°35`28,95”W
O Ponto 1 situa-se nas proximidades da barranca do rio Paraná, em terreno com
inclinação de 35o a 40o, recoberto de pedras soltas, afloramentos rochosos,
contendo solo raso e pequena camada de serapilheira.
A vegetação se encontra em estágio inicial de sucessão, apresentando espécies
pioneiras, tais como lianas e gramíneas. Acima do fragmento, encontra-se um
campo remanescente de antiga pastagem e uma frente de lavra em rocha
basáltica desativada. Também encontram-se estradas de acesso, residências e
outras estruturas abandonadas.
Mas abaixo, na barranca, nas margens do rio Paraná, devido à flutuação do nível
da água, encontra-se uma formação pioneira, composta por gramíneas.
Neste remanescente foram instaladas duas parcelas de 20 m x 10 m, sendo uma
no sentido longitudinal do rio, em meia encosta, e outra no sentido transversal
ao rio, já próximo a alta encosta da calha do rio Paraná. Verificou-se no local
algumas nascentes que brotam em meio a rochas basálticas.
Nesta área verficou-se a ocorrência de pessegueiro-bravo Prunus selowii, tapiá
Alchornea triplinervia, louro-pardo Cordia trichotoma, mamica-de-cadela
Zanthoxylum riedelianum, aguaí Chrysophyllum gonocarpum e maior abundância
204
das espécies jangada-brava Bastardiopsis densiflora, figueira Ficus sp. e peloteira
Guarea kunthiana, pertencentes às famílias Malvaceae, Moraceae e Meliaceae
respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de 6,7 m.
O subosque nessa área é caracterizado pela intensa presença do vacum
Allophyllus edulis e da crindiúva Trema micrantha, além de Piper sp., do alecrim
Holocalix balansae, do pau marfim Balfourodendrom riedelianum e catigua
Thichilia pallida.
Figura 133. Visão interna do fragmento, parcela B.
Figura 134. Indivíduos arbóreos presentes, e as
lianas, na parcela A.
Ponto 02 – Coordenadas 25°35`22,99”S 54°35`28,99”W
O Ponto 2, situa-se também às margens do rio Paraná, constando de uma
floresta em estágio de sucessão médio, com árvores de porte mais alto na
barranca do rio, mas onde há solos um pouco mais desenvolvidos. Este
fragmento situa-se um pouco acima do limite de cheias freqüentes. Verifica-se
uma vegetação exuberante, com sub-bosque aberto, poucas lianas, e sem
taquaras.
As parcelas foram instaladas, no sentido longitudinal do rio, visando caracterizar
a fisionomia ciliar. O fragmento amostrado representa apenas um resquício da
205
vegetação original, intensamente alterado devido a ações antrópicas, exploração
seletiva, abertura de estradas, entre outros, mas que encontra-se reconstituindo
lentamente.
Nestas parcelas, observou-se embaúba Cecropia pachystachya, tapiá Alchornea
glandulosa, goiabeira Psidium guajava e marior abundância das espécies ingá
Inga uruguensis e sangue-de-dragão Croton urucurana, pertencentes às famílias
Fabaceae-Mimosoideae e Euphorbiaceae, respectivamente. Este fragmento
apresentou altura média de 8,6 m. No subosque, destacou-se a Psychotria, além
da presença da embaúba.
Figura 135. Vista do dossel da parcela A.
Figura 136. Entorno do fragmento, com áreas
mais degradadas.
Ponto 03 – Coordenadas 25°35`21,25”S 54°35`14,06”W
No Ponto 03, optou-se por amostrar um fragmento situado a cerca de 100 m, do
ponto original, para possibilitar a caracterização de uma floresta de maior porte,
que se situa na área prevista para implantação da futura aduana brasileira. A
amostragem da vegetação portanto, foi efetuada nas coordenadas 25 35'
15,80479''S 54 34' 57,51205''W.
Verificou-se uma floresta no planalto basáltico com árvores de porte alto, em
estágio avançado de sucessão. Essas árvores altas existentes em verdade,
206
tratam-se de indivíduos que não poderiam ser aproveitadas para corte, por
apresentarem troncos tortos ou podres. Apresenta um sub-bosque bem
diferenciado com pequenos arbustos, vários estratos, de 3 m e 10 m, e dossel
sobressaindo com quase 20 m. O relevo é praticamente plano, seco, com
camada profunda de solo, e bom acúmulo de serapilheira.
Neste fragmento, verificou-se nas parcelas a ocorrência de espécies como
aroeira-branca Lithraea molleoides, tapiá Alchornea glandulosa, cedro Cedrela
fissilis, taiuva Maclura tinctoria, ipê-roxo Tabebuia avellanedae, ingá Inga
marginata, lingua-de-tucano Sorocea bonplandii, canela-guaicá Ocotea puberula,
canjerana Cabralea canjerana, angico Parapiptadenia rigida, aguaí Chysophyllum
gonocarpum e maior abundância da espécie peloteira Guarea kunthiana
pertencente à família Meliaceae. Este fragmento apresentou altura média de 9,8
m. No subosque, verificou-se a ocorrência de quaresmeira Tibouchina sp.,
Psycothria sp., Pisonia zapallo e Dioclea sp., entre outras. Ressalta-se que no
entorno do fragmento encontrava-se uma serraria.
Figura 137. Aspecto do dossel na parcela A.
Figura 138. Interior do fragmento.
207
Ponto 04 – Coordenadas 25°35`13,19”S 54°34`25,30”W
No Ponto 4, encontra-se um fragmento de mata secundária, bem na borda da
encosta voltada para calha do rio Iguaçu, onde encontram-se nascentes e
pequenos córregos.
Nas parcelas amostradas, verificou-se açoita-cavalo Luehea divaricata, uva-
japonesa Hovenia dulcis, alecrim Holocalyx balansae, peloteira Guarea
kunthiana, Miconia sp., guabirova Campomanesia xanthocarpa, pata-de-vaca
Bauhinia candicans, camboatá Cupania vernalis, guapeva Pouteria torta,
corticeira-da-serra Erythrina falcata, mamica-de-porca Zanthoxylum rhoifolium e
abundância da espécie louro-pardo Cordia trichotoma e aguaí Chrysophyllum
gonocarpum pertencentes à família Boraginaceae e Sapotaceae respectivamente.
Este fragmento apresentou altura média de 11,8 m.
No subosque verificou-se a presença de Piper aducum, catigua Thichilia pallida,
Pisonia zapallo, algumas solanáceas, entre outras.
Figura 139. Interior da parcela A.
Figura 140. Interior da parcela B.
7. Interior da parcela A.
208
Ponto 05 – Coordenadas 25°35`04,90”S 54°33`54,82”W
No Ponto 05, verifica-se sucessão vegetacional em estágios médio e avançado,
próximo à encosta do rio Iguaçu, contendo nascentes e córregos encachoeirados.
A mata apresenta algumas árvores de porte e muitos caminhos internos
intensamente utilizados, nas proximidades com a fronteira da Argentina. Foram
amostradas 3 parcelas, com 20 m x 10 m.
O sub-bosque na encosta encontra-se intacto, em meio a rochas aflorantes e
solos rasos, contendo camada expressiva de serapilheira, contendo catigua
Thichilia pallida, Psychotria, vacum Allophylus edulis, entre outras.
Nesse fragmento observa-se canela-guaicá Ocotea puberula, figueira Ficus sp.,
canjerana Cabralea canjarana, ingá-branco Inga laurina, alecrim Holocalyx
balansae, cedro Cedrela fissilis, angico Parapiptadenia rigida, cedro-do-brejo
Cedrela odorata, canela-amarela Nectandra lanciolata, tapiá Auchornea
glandulosa, açoita-cavalo Luehea divaricata, guabirova Campomansesia
xanthocarpa, feijão-cru Lonchocarpus muehlbergianus, embaúva Enterolobium
contortisiliquum, grápia Apuleia leocarpa, louro-pardo Cordia trichotoma,
peloteira Guarea guidonea e maior abundância da sapuva Machaerium stipitatum
e do tapiá Auchornea triplinervia, pertencentes à família Leguminosae e
Euphorbiaceae respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de
11,2 m.
Figura 141. Interior da Parcela A.
209
Figura 142. Interior da parcela B.
Figura 143. Interior da parcela C.
Ponto 06 – Coordenadas 25°34`13,93”S 54º32`57,06”W
No Ponto 06, observou-se um fragmento em melhor estado de conservação,
contendo árvores de maior porte. Localiza-se no planalto, e é atravessado por
um pequeno córrego.
Observou-se espécies como canela-sassáfras Ocotea odorifera, leiteira Peschiera
fuchsiaefolia, farinha-seca Albizia hasslerii, uvaia Eugenia pyriformis, figueira
Ficus sp., guabiju Myrcianthes pungens, cambuí Myrcia selloi, canafistula
Peltophorum dubium, mata-olho Pachystroma longifolium, peloteira Guarea
guidonea, canela-amarela Nectandra megapotamica e maior abundância das
espécies angico Parapiptadenia rigida, feijão-cru Lonchocarpus muehlbergianus,
sapuva Machaerium stipitatum, guajuvira Patagonula americana, pertencentes às
famílias Fabaceae e Boraginaceae respectivamente. Este fragmento apresentou
altura média de 11,8 m. No subosque, destacam-se piperaceas e vacum
(Allophylus edulis).
9. Interior da parcela A.
210
Figura 144. Interior da parcela C.
Figura 145. Interior da parcela C.
Ponto 07 – Coordenadas 25°33`44,04”S 54°32`27,04”W
O Ponto 07, apresenta ampla área de floresta em estágio médio de sucessão
secundária. Trata-se de área de mata já muito alterada, entremeada de roças e
pequenos sítios com casas. Situa-se em porção de planalto, em relevo
praticamente plano, seco, sem nenhum córrego ou nascente, com solo profundo
e boa camada de serapilheira.
Encontram-se alguns indivíduos arbóreos de maior porte, sendo as demais de
porte médio, e vários estratos. No sub-bosque destacam-se muitos xaxins
(Cyathea sp.), catiguá, cincho (Sorocea bonplandii) e Psychotria.
Neste fragmento foram observadas espécies como jangada-brava Bastardiopsis
densiflora, Casearia sp., catiguá Trichilia pallida, grápia Apuleia leiocarpa, tapiá
Alchornea triplinervia, alecrim Holocalyx balansae, peloteiras Guarea guidonea e
Guarea kunthiana e maior abundância das espécies canela-amarela Nectandra
lanceolata, pau-marfim Balfourodendrom riedelianum e aguaí Chrysophyllum
12. Interior da parcela C.
211
gonocarpum pertencentes as famílias Lauraceae, Rutaceae e Sapotaceae
respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de 9,2 m.
Figura 146. Interior da parcela A.
Figura 147. Interior da parcela B.
Ponto 08 – Coordenadas 25°32`05,16”S 54°31`37,57”W
Nesse ponto como se tratava de uma área de cultivo agrícola, optou-se por
amostrar um fragmento próximo, situado nas margens do córrego
Tamanduazinho, que apresentava um remanescente de mata ciliar melhor
conservado, além de áreas pioneiras de influência fluvial. Este remanescente,
que dista cerca de 200 m do ponto original, situa-se nas coordenadas 25 32'
08,22880''S 54 31' 23,42117''W.
Na mata verifica-se a presença de angico Parapiptadenia rigida, erva-mate Illex
paraguariensis, açoita-cavalo Luehea candicans, pau-macuco Licania kunthiana,
Humiriastrum sp., catigua-morcego Guarea macrophylla, mamica-de-cadela
Zanthoxylum riedelianum e maior abundância das espécies açoita-cavalo Luehea
divaricata, ipê-amarelo Tabebuia chrysotricha e canela-amarela Nectandra
grandiflora pertencentes às famílias Malvaceae, Bignoniaceae e Lauraceae
respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de 6,3 m. No
subosque verificou-se a ocorrência de embaúba, aroeira vermelha, catiguá,
14. Interior da parcela A.
212
piperáceas, quaresmeira, mamoninha do mato (Esenbeckia febrifuga) e xaxins
(Dicksonia sellowiana).
Figura 148. Interior da parcela A.
Figura 149. Interior da parcela B.
Ponto 09 – Coordenadas 25°30`54,70”S 54°31`37,51”W
No ponto 09 encontra-se uma área agrícola, situada no entorno imediato de um
loteamento. Por tal razão, selecionou-se para amostragem da vegetação um
pequeno fragmento de mata situado a cerca de 200 m, nas coordenadas 25 30'
46,87493''S 54 31' 16,74840''W.
Essa mata, contém árvores com altura média de 15 m, e um sub-bosque ralo,
sem lianas e com facilidade de caminhamento, mas que se encontra degradado.
Localizado em um terreno plano ao longo do córrego (rio Tamanduazinho), este
remanescente é o único nas proximidades. No entorno, encontram-se cavas de
argila das olarias, pequenas chácaras, tanques de pesque-pague, áreas utilizadas
para cultivo e áreas degradadas.
Conforme a amostragem realizada, verificou-se a presença de mata-olho
Pachystroma longifolium, alecrim Holocalyx balansae, angico-preto
Anadinanthera macrocarpa, açoita-cavalo Luehea divaricata, pau-marfim
16. Interior da parcela A.
213
Baulfouradendrum rideliana, uvaia Eugenia pyriformis, angico Parapiptadenia
rigida e guabiju Myrcanthes pungens, sendo mais abundantes espécies
pertencentes às famílias Boraginaceae, Sapindaceae e Myrtaceae
respectivamente. Este fragmento apresentou altura média de 13,5 m.
Nesse subosque verificou-se a ocorrência de vacum, catiguá e laranjinha do
mato.
Figura 150. Interior da parcela A.
Figura 151. Interior da parcela B.
Ponto 10 – Coordenadas 25°30`13,98”S 54°31`14,00”W
O Ponto 10, se caracteriza por um um pequeno quadrado de mata em meio a
lavouras mecanizadas. Localiza-se em uma encosta suave, praticamente plana,
de solo profundo, e com pouca serapilheira. A mata apresenta árvores
esporádicas altas, o restante degradado com presença de cipós e taquaras.
Algumans porções do fragmento se encontram em estágios médio e outras em
estágio inicial de sucessão secundária.
Este remanescente era o único nas proximidades, pois o restante da vegetação
florestal foi suprimido e alterado, pelo avanço de áreas urbanizadas ou pela
agricultura. Foi selecionado por estar situado junto ao eixo da estrada.
18. Interior da parcela A.
214
No fragmento verificou-se a presença das peloteiras Guarea kunthiana e G.
guidoneae, embaúva Cecropia pachystachya, pessegueiro-bravo Prunus sellowii,
pata-de-vaca Bauhinia candicans, aguaí Chrysophyllum gonocarpum, canela-
sassáfras Ocotea odorífera, pau-marfim Balfouradendron riedelianum, sapuva
Machaerium stipitatum, uva-japonesa Hovenia dulcis, canjerana Cabralea
canjarana e canela-ferrugem Nectandra rigida, sendo mais abundante o tapiá
Alchornea glandulosa pertencente à família Euphorbiaceae. Este fragmento
apresentou altura média de 10,2 m. Compondo o subosque: crindiuva (Trema
micrantha), lingua de tucano (Sorocea bonplandii), Ruellia brevifolia e Pizonia
zapallo, além de taquaras.
Figura 152. Dossel da parcela A.
Figura 153. Interior da parcela B.
20. Dossel da parcela A.
215
Na Tabela 39, apresentada a seguir, constam as espécies identificadas nos
trabalhos de campo, conforme o ponto de ocorrência.
Tabela 35. Espécies botânicas coletadas e observadas na ADA.
Família Nome Científico Nome Comum Ocorrência
ANACARDIACEAE Lithraea molleoides Aroeira branca P3 B
APOCYNACEAE Peschiera fuchsiaefolia Leiteira P6 A
AQUIFOLIACEAE Ilex paraguariensis St. Hil. Erva mate P8 B
BIGNONIACEAE Tabebuia avellanedae Ipê-roxo P3 A
Tabebuia chrysotricha Ipê-amarelo P8 B
BORAGINACEAE Cordia trichotoma Louro pardo P1 A – P4 B – P5 C
Patagonula americana Guajuvira P6 B – P9 A e B
CHRYSOBALANACEAE Licania kunthiana Pau macuco P8 B
EUPHORBIACEAE Alchornea glandulosa Tapiá P2 A – P5 C
Alchornea triplinervia (Spr.) M. Arg. Tapiá P1 A
Croton urucurana Sangue de dragão P2 A e B
Pachystroma longifolium Mata-olho P6 B – P9 A
FABACEAE Albizia hassleri Farinha seca P6 A
Anadenanthera macrocarpa Angico preto P9 A
Apuleia leiocarpa Grápia P5 C – P7 A
Bauhnia candicans Benth. Pata de vaca P4 B – P10 B
Cassia ferruginea Tapira-coiana P1 B
Enterolobium contortisiliquum Embaúva P5 C
Erythrina falcata Benth. Corticeira da serra P4 B
Holocalyx balansae Micheli. Alecrim P4 A – P5 A – P7 A – P9
A
Inga laurina (Sw.) Willd. Inga-branco P5 A
Inga marginata Ingá P3 A
Inga uruguensis Hook. & Arn. Ingá P2 A e B
Lonchocarpus muehebergianus Feijão cru P5 B – P6 A
Machaerium stipitatum (DC.) Vogel Sapuva P5 A e B – P6 B – P7 B –
P10 B
Parapiptadenia rigida (Benth).
Brenan
Angico P3 B – P5 B e C – P6 A e
B – P8 A – P9 B
Peltophorum dubium Canafistula P6 B
HUMIRIACEAE Humiriastrum sp. Umiri P8 B
LAURACEAE Nectandra grandiflora Canela amarela P8 A
Nectandra lanceolata Canela amarela P5 B – P7 A
216
Família Nome Científico Nome Comum Ocorrência
Nectandra megapotamica Canela amarela P6 B
Nectandra rigida Canela ferrugem P10 B
Ocotea sp. Canela P6 B
Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Canela sassafrás P6 A – P10 B
Ocotea puberula (Nees e Mart.)
Ness.
Canela guaicá P3 A e B – P5 A e B
MALVACEAE Bastardiopsis densiflora Jangada brava P1 A e B – P7 A
Luehea candicans Açoita cavalo P8 B
Luehea divaricata Açoita cavalo P4 A – P5 B – P9 B
MELASTOMATACEAE Miconia sp. Caá-itá P4 A
MELIACEAE Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana P5 B – P10 B
Cedrella fissilis Vell. Cedro P3 B – P5 A
Cedrella odorata L. Cedro do brejo P5 B
Guarea guidonea Peloteira P5 C – P6 B – P7 B –
P10 B
Guarea kunthiana A. Juss. Peloteira P1 A e B – P3 A e B – P4
A – P7 B – P10 A
Guarea macrophylla Catigua-morcego P8 B
Trichilia pallida Catigua P7 A
MORACEAE Ficus sp. Figueira P1 A – P5 A
Maclura tinctoria Taiuva P3 A
Sorocea bonplandii Lingua de tucano P3 A
MYRTACEAE Campomanesia xanthocarpa
(Mart.) Berg
Guabirova P4 A e B – P5 B – P9 A e
B
Eugenia pyriformis Uvaia P6 A – P9 B
Myrcia selloi Cambuí P6 B
Myrcianthes pungens Guabiju P6 B – P9 B
Psidium guajava Goiaba P2 A
RHAMNACEAE Hovenia dulcis Uva japonesa P4 A – P10 B
ROSACEAE Prunus sellowii Koehne Pessegueiro-Bravo P1 A – P10 B
RUTACEAE Balfourodendrom riedelianum Pau marfim P7 A e B – P9 B – P10 B
Zanthoxylum riedelianum Eng. Mamica de cadela P1 B – P8 B
Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-de-Porca P4 B
SALICACEAE Casearia sp. Pau-de-espeto P7 A
SAPINDACEAE Cupania vernalis Cambess. Camboatá P4 B
Diatenopteryx sorbifolia Maria preta P9 A e B
SAPOTACEAE Chrysophyllum gonocarpum Aguaí P1 B – P3 B – P4 A e B –
P7 B – P10 B
217
Família Nome Científico Nome Comum Ocorrência
Pouteria torta Guapeva P4 B
URTICACEAE Cecropia pachystachya Trécul. Embaúva P2 B
Na Tabela 40, são apresentados os potenciais usos para as espécies identificadas
no levantamento.
Tabela 36 Relação das espécies ocorrentes e seus respectivos usos.
NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR USO
1 Prunus sellowii Pessegueiro-bravo madeira, medicinal
2 Bastardiopsis densiflora Jangada brava madeira
3 Guarea kunthiana Peloteira madeira
4 Ficus sp. Figueira madeira, arborização
5 Alchornea triplinervia Tapiá madeira
6 Cordia trichotoma Louro pardo madeira
7 Zanthoxylum riedelianum Mamica de cadela medicinal
8 Cassia ferruginea Tapira-coiana madeira
9 Chrysophyllum gonocarpum Aguaí frutos comestíveis
10 Inga uruguensis Ingá frutos comestíveis
11 Croton urucurana Sangue de dragão madeira, arborização
12 Alchornea glandulosa Tapiá madeira, recomposição de áreas
degradadas
13 Psidium guajava Goiabeira medicinal; frutos comestíveis
14 Cecropia pachystachya Embaúva ornamentação, frutos comestíveis
15 Ocotea puberula Canela guaicá madeira
16 Maclura tinctoria Taiuvá frutos comestíveis
17 Cedrella fissilis Cedro madeira
18 Lithraea molleoides Aroeira branca ornamentação, madeira
19 Tabebuia avellanedae Ipê-roxo ornamentação, madeira
20 Inga marginata Ingá-feijão madeira
21 Sorocea bonplandii Linguá de tucano madeira
22 Cabralea canjerana Canjerana madeira
23 Parapiptadenia rigida Angico madeira
24 Luehea divaricata Açoita cavalo madeira
25 Hovenia dulcis Uva japonesa madeira, ornamentação
26 Holocalyx balansae Alecrim madeira
27 Miconia sp. Caá-itá madeira, ornamentação
28 Campomanesia xanthocarpa Guabiroba ornamentação
29 Bauhnia candicans Pata de vaca ornamentação, medicinal
218
NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR USO
30 Cupania vernalis Camboatá madeira
31 Pouteria torta Guapeva madeira
32 Erythrina falcata Corticeira da serra madeira
33 Zanthoxylum rhoifolium Mamica de porca medicinal
34 Guarea guidonea Peloteira madeira
35 Machaerium stipitatum Sapuva madeira, recomposição de áreas
degradadas
36 Inga laurina Ingá branco arborização
37 Nectandra lanceolata Canela amarela madeira
38 Lonchocarpus muehebergianus Feijão cru madeira, recomposição de áreas
degradadas
39 Enterolobium contortisiliquum Embauva ornamentação, madeira
40 Apuleia leiocarpa Grapiá madeira
41 Ocotea odorifera Canela sassafrás madeira
42 Peschiera fuchsiaefolia Leiteira ornamentação
43 Albizia hassleri Farinha seca madeira, recomposição de áreas
degradadas
44 Eugenia pyriformis Uvaia frutos comestíveis
45 Myrcianthes pungens Guabijú arborização, frutos comestíveis
46 Patagonula americana Guajuvira madeira
47 Cedrella odorata Cedro do brejo madeira
48 Myrcia selloi Cambuí ornamentação
49 Peltophorum dubium Canafistula madeira
50 Pachystroma longifolium Mata olho madeira, ornamentação
51 Nectandra megapotamica Canela amarela madeira
52 Balfourodendrom riedelianum Guatambu madeira
53 Casearia sp. Pau-de-espeto madeira, recomposição de áreas
degradadas
54 Trichilia pallida Catiguá madeira, recomposição de áreas
degradadas
55 Tabebuia chrysotricha Ipê-amarelo ornamentação, madeira
56 Nectandra gandiflora Canela amarela madeira, ornamentação
57 Ilex paraguariensis Erva mate medicinal
58 Luehea candicans Açoita cavalo madeira, recomposição de áreas
degradadas
59 Licania kunthiana Pau macuco arborização, madeira
60 Humiriastrum sp. Umiri ----
61 Guarea macrophylla Catigua morcego medicinal
219
NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR USO
62 Diatenopteryx sorbifolia Maria preta arborização, madeira
63 Anadenanthera macrocarpa Angico preto medicinal, madeira, ornamentação
2 . 2 . 1 . 4 . C o n c l u s õ e s e C o n s i d e r a ç õ e s F i n a i s
A vegetação da área de influência direta do empreendimento é composta por
esparsos e relativamente alterados fragmentos da Floresta Estacional
Semidecidual. Em sua maior parte, constam de áreas em processo de sucessão
secundárias, e em alguns casos com componentes arbóreos de maior porte, os
quais foram rejeitados pela exploração madereira intensa que ocorreu na região.
Por tais razões, nos fragmentos dentre as espécies ocorrentes, foram
identificados em relação a espécies que constam nas listas de ameaçadas:
Ocotea odorifera (em perigo no PR e no Brasil ameaçada de extinção) e
Balfourodendrom riedelianum rara no PR.
Apesar dessas condições, tratam-se dos raros e esparsos fragmentos existentes,
em meio a uma região de intenso uso e ocupação do solo. São áreas com
potencial para regeneração, e com potencial para corredor ecológico com o
Parque Nacional do Iguaçu e as matas ao longo dos rios Iguaçu e Paraná.
Assim sendo, recomenda-se a adoção de medidas de compensação à remoção de
parcela de alguns desses fragmentos, devido à travessia pelo traçado,
investindo-se em recomposição dessa floresta na região, especialmente ao longo
dos rios, nas Áreas de Preservação Permanente.
Além disso, a unidade de conservação que protege o fragmento mais significativo
da floresta estacional, que deve ser contemplada em termos de medida
compensatória é o Parque Nacional do Iguaçu, um dos mais antigos e
importantes do país.
2.2.2. Fauna
2 . 2 . 2 . 1 . I c t i o f a u n a
O rio Paraná nasce em pleno triângulo mineiro, na confluência de dois
importantes rios brasileiros: os rios Grande e Paranaíba, a aproximadamente 20°
de latitude sul e 51° de longitude oeste. Durante seu trajeto percorre cerca de
3.800 km até a sua foz no estuário do Prata (latitude 34ºS) (STEVAUX et al.,
1997). A bacia do Prata é constituída pelas bacias hidrográficas dos rios Paraná,
Paraguai e Uruguai, drenando áreas do Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e
Uruguai.
Com uma área aproximada de 2.800.000 km2, o rio Paraná é a segunda maior
bacia de drenagem da América do Sul. Seus trechos superior (rio Paranaíba –
220
1.070 km), alto (da confluência dos rios Paranaíba e Grande até os antigos
Saltos de Sete Quedas - 619 km) e parte do médio (dos antigos Saltos de Sete
Quedas até a foz do rio Iguaçu - 190 km) encontram-se em território brasileiro,
drenando uma área de 891.000 km2, que corresponde a cerca de 10% da área
do País (PAIVA, 1982).
Esta região possui comunidades de peixes com muitas espécies e com
interrelações complexas entre seus membros, como conseqüência de uma ampla
área de drenagem e grande heterogeneidade ambiental (LOWE-McCONNELL,
1987). A ictiofauna da bacia hidrográfica do rio Paraná é composta por pelo
menos 600 espécies de pequeno (<20 cm), médio (entre 20 e 40 cm) e grande
porte (>40 cm) (BONETTO, 1986), entretanto, este número deve ser
considerado subestimado, em função do número insuficiente de levantamentos e
da falta de conhecimento da composição taxonômica de alguns táxons
representados. A participação das diferentes ordens reflete a situação descrita
para os rios neotropicais, sendo que mais de 90% dos peixes pertencem as
ordens Characiformes e Siluriformes (AGOSTINHO et al., 1997).
A ocorrência de distintos ambientes propicia a manutenção de um considerável
número de espécies, as quais apresentam variações na sua abundância e na fase
de desenvolvimento de acordo com o ambiente considerado. Segundo Agostinho
et al. (1997), este fato pode estar relacionado: (i) às maiores faixas de
tolerância às condições físicas, químicas e biológicas; (ii) a diferentes exigências
e tolerâncias durante o ciclo de vida; e (iii) a um comportamento nômade ou
errante da espécie, permanecendo em cada ambiente enquanto as condições
limnológicas estão próximas ao seu ótimo ecológico.
Aspecto também relevante é o estágio avançado de alteração ambiental em toda
a região, incluindo a descaracterização da vegetação ripária e ribeirinha, o que já
determina um grande prejuízo aos ambientes aquáticos. Essas condições não
representam boas perspectivas para a fauna aquática, pois essas alterações
provocaram modificações significativas nas comunidades, ou até mesmo o
desaparecimento de espécies, dos diversos grupos de organismos aquáticos de
menor plasticidade ecológica. Apesar desta constatação, de acordo com os dados
primários e secundários levantados, a ictiofauna da região é bastante
diversificada.
O atual conhecimento da ictiofauna na área de influência do empreendimento
não permite ainda a proposição de soluções definitivas para sua conservação,
todavia, medidas que visam diagnosticar e monitorar o processo de modificação
ambiental provocado pelo empreendimento, foram elaboradas com base no
conhecimento adquirido durante as etapas de levantamento e diagnóstico da
ictiofauna.
Metodologia aplicada
221
A caracterização da ictiofauna foi desenvolvida utilizando-se técnicas
convencionais para coleta, onde além dos estudos realizados in loco foram
pesquisadas informações secundárias disponíveis em bibliografias e coleções
científicas.
As seguintes bases de dados foram utilizadas para o levantamento e a
sistematização dos dados secundários da fauna de peixes da região:
Base de dados do Sistema de Bibliotecas da UFPR.
Base de dados do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP
(www.usp.br/sibi).
Base de dados do Portal de Serviços e Conteúdo Digital da CRUESP-
Unibibliweb - USP, UNESP e UNICAMP (bibliotecas-
cruesp.usp.br/unibibliweb/ cruesp_ebooks.html).
Portal da informação – UFSCar. (www.ufscar.br).
Base de dados Scielo – Fapesp (www.scielo.org).
Sistema de Informação do Programa Biota – Fapesp (www.biota.org.br).
Sistema de Informação do Projeto Taxonline (www.taxonline.ufpr.br).
Fishbase (www.fishbase.org).
Neodat (www.neodat.org).
Além destas informações, coleções científicas de cinco instituições sediadas em
quatro estados brasileiros e que apresentam material coligido na bacia
hidrográfica em estudo também foram consultadas:
Paraná: MHNCI - Museu de História Natural Capão da Imbuia (Prefeitura
Municipal de Curitiba) (via on-line Specieslink), NUP - NUPELIA / Núcleo
de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura (Universidade
Estadual de Maringá) (via on-line www.nupelia.uem.br/colecao).
Rio de Janeiro: MNRJ - Museu Nacional do Rio de Janeiro (Universidade
Federal do Rio de Janeiro) (via on-line NEODAT).
São Paulo: MZUSP - Museu de Zoologia (Universidade de São Paulo) (via
on-line NEODAT).
Rio Grande do Sul: MCP – Museu de Ciências e Tecnologia (Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul) (via on-line NEODAT).
A localização das áreas de amostragem (Tabela 42) e o método de levantamento
dos dados para este trabalho foram determinados de forma que um plano
factível e integrado de amostragem pudesse ser realizado, com os objetivos de
caracterizar a ictiofauna nas áreas de influência do empreendimento.
O mapa contendo os pontos amostrados para a ictiofauna encontra-se no
Caderno de Anexos.
222
Tabela 37. Relação dos pontos amostrais inventariados
Ponto
amostral
Localização Coordenadas
Ponto 1 rio Paraná – Montante do
empreendimento 25° 34’ 06” S - 54° 35’ 38” W
Ponto 2 rio Paraná – Ponte/Área do
empreendimento 25° 35’ 17” S - 54° 35’ 31” W
Ponto 3 rio Paraná – Jusante do empreendimento 25° 36’ 15” S - 54° 35’ 39” W
Ponto 4 rio Iguaçu 25° 35’ 42” S - 54° 32’ 17” W
Ponto 5 riacho – tributário do rio Iguaçu 25° 34’ 59” S - 54° 31’ 34” W
Ponto 6 riacho - tributário do rio Iguaçu 25° 35’ 13” S - 54° 33’ 37” W
Fonte: Dados de campo
As amostragens foram realizadas de forma sistematizada e padronizada nos três
pontos amostrais localizados no rio Paraná (Figuras 154, 155, 156), com a
finalidade de comparação de dados de riqueza, diversidade, abundância e
esforço. As coletas realizadas nos demais pontos amostrais (Figuras 157, 158,
159) não foram realizadas de forma padronizada, mas contribuíram para a
caracterização da ictiofauna da região.
223
Figura 154 Ponto Amostral 1. rio Paraná - Montante do empreendimento.
Figura 155. Ponto amostral 2 – rio Paraná – Ponte/Área do empreendimento
224
Figura 156. Ponto amostral 3 – rio Paraná – Jusante do empreendimento
Figura 157. Ponto amostral 4 – rio Iguaçu
Figura 158. Ponto amostral 5 – riacho tributário do rio Iguaçu
Figura 159 Ponto amostral 6 – riacho tributário do rio Iguaçu
225
Os seguintes métodos de captura foram utilizados nas amostragens:
Amostragens com esforço padronizado:
o Redes de espera - método utilizado para a captura de diversas
espécies de médio e grande porte no leito do rio Paraná, através da
utilização de baterias de redes de 20 metros de comprimento, com
malhas variando entre 1,5 e 8 cm entre nós consecutivos. Esses
aparelhos de pesca ficaram expostos por períodos de 24 horas
(Figura 160).
Amostragens sem esforço padronizado:
o Tarrafa – Vários arremessos de tarrafa foram realizados ao longo
dos pontos amostrais (Figura 161).
o Peneira – este método foi utilizado para o registro de espécies de
pequeno porte, que ocorrem próximas à margem, onde ocorre
vegetação ripária e/ou aquática (Figura 162).
o Puçás – este método foi utilizado para a captura de pequenos peixes
pelágicos, próximo à margem (Figura 163).
226
Figura 160. Grupo de imagens - amostragem com redes de espera
Figura 161. Amostragem com tarrafa
227
Figura 162. Amostragem com peneira
Figura 163. Amostragem com puçá
Detalhamento do Esforço Amostral da Ictiofauna
Tabela 38. Detalhamento do Esforço Amostral da Ictiofauna.
Grupo Ponto Método Horário Esforço amostral/dia
Datas Esforço amostral total
Ictiofauna
1
Esforço padronizado – redes de espera baterias de redes de 20 metros de comprimento, com malhas variando entre 1,5 e 8 cm entre nós consecutivos
24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010
120 h
2
Esforço padronizado – redes de espera baterias de redes de 20
metros de comprimento, com malhas variando entre 1,5 e 8 cm entre nós consecutivos
24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010
120 h
3
Esforço padronizado – redes de espera baterias de redes de 20 metros de comprimento, com malhas variando entre 1,5 e 8 cm entre nós consecutivos
24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010
120 h
4 Sem esforço padronizado: Tarrafas , peneiras e anzóis.
6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010
30 h
5 Sem esforço padronizado: Tarrafas , peneiras e anzóis.
6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a 11/06/2010
30 h
6 Sem esforço padronizado: 6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a 30 h
228
Grupo Ponto Método Horário Esforço amostral/dia
Datas Esforço amostral total
Tarrafas , peneiras e anzóis.
11/06/2010
O material coletado foi fixado imediatamente em solução de formol 4%,
acondicionado em galões plásticos e levado para triagem em laboratório, onde
foram identificados através de literatura especializada. Posteriormente, os
exemplares foram transferidos para uma solução de álcool 70% e foi realizada
sua quantificação e correta identificação ao menor nível taxonômico possível,
inclusive por consultas on-line nos bancos de dados ictiofaunísticos do FISHBASE
(www.fishbase.org) e dos Projetos PRONEX e NEODAT II (Fish Collection –
www.neodat.org).
A triagem, identificação e quantificação dos indivíduos coletados foram realizadas
em laboratório. Exemplares testemunhos foram depositados no acervo de peixes
do Museu de História Natural Capão da Imbuia, para eventuais consultas de
outros pesquisadores ou instituições.
A diversidade ictiofaunística, estimada para cada local amostrado, foi baseada no
Índice de Shannon (H’), sendo que a uniformidade (e) e a riqueza de espécies
(S) foram determinadas segundo PIELOU (1975) e MAGURRAN (1988).
A densidade relativa dos componentes da ictiofauna foi analisada pelos valores
da Captura por Unidade de Esforço (CPUE), aplicado aos petrechos de pesca que
permitiram a padronização do esforço amostral (redes de espera). Os valores
foram utilizados para o estabelecimento de padrões de variação espacial. As
capturas por unidade de esforço (CPUE) para as redes de espera foram
expressas em número e peso total dos indivíduos amostrados. Utilizou-se para
este cálculo a expressão CPUE = (C/E), onde C = número de indivíduos (ou peso
total) capturado, E = esforço utilizado (100 m2 de rede em 24h de exposição).
A nomenclatura científica utilizada segue os catálogos e referências tradicionais
dos grupos aquáticos (BUCKUP et al., 2007; LANGEANI et al., 2007).
Tabela-resumo da Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da
fauna
Tabela 39. Caracterização e descrição dos pontos de amostragem da fauna.
Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação
Ictiofauna 1 25° 34’ 06” S - 54° 35’
38” W
rio Paraná – montante
do empreendimento
Às margens do bairro de Porto Meira em
Foz do Iguaçu, vegetação apresentando
espécies pioneiras, como lianas e
gramíneas. Acima da barranca do rio,
encontra-se um campo remanescente de
antiga pastagem
Na barranca, encontra-se uma formação
pioneira, composta por gramíneas.
Fotos 2-90 e 2-91.
229
Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação
2 25° 35’ 17” S - 54° 35’
31” W
Rio Paraná – Ponte /
área do
empreendimento
Margens do rio Paraná, constando de
uma floresta em estágio de sucessão
médio, com árvores de porte mais alto
na barranca do rio, mas onde há solos
um pouco mais desenvolvidos. Este
fragmento situa-se um pouco acima do
limite de cheias freqüentes. Verifica-se
uma vegetação exuberante, com sub-
bosque aberto, poucas lianas, e sem
taquaras.
Fotos 2-94 e 2-95
3 25° 36’ 15” S - 54° 35’
39” W
Rio Paraná – jusante
do empreendimento
Margem do rio com vegetação
apresentando espécies pioneiras, como
lianas e gramíneas. Acima da barranca
do rio, encontra-se um campo
remanescente de antiga pastagem
Na barranca, encontra-se uma formação
pioneira, composta por gramíneas.
Fotos 2-92 e 2-93
4 25° 35’ 42” S - 54° 32’
17” W Rio Iguaçu
Margens do rio Iguaçu, próximo à cidade
de Puerto Iguaçu na Argentina.
Vegetação apresentando espécies
pioneiras, como lianas e gramíneas
Fotos 2-90 e 2-91.
5 25° 34’ 59” S - 54° 31’
34” W
Riacho - tributário do
rio Iguaçu
Área de floresta em estágio médio de
sucessão secundária, entremeada de
roças e pequenos sítios com casas.
Fotos 2-103 e 2-104
6 25° 35’ 13” S - 54° 33’
37” W
Riacho - tributário do
rio Iguaçu
Área com sucessão vegetacional em
estágios médio e avançado, próximo à
encosta do rio Iguaçu, contendo
nascentes e córregos encachoeirados. A
mata apresenta algumas árvores de
porte e muitos caminhos internos
intensamente utilizados, nas
proximidades com a fronteira da
Argentina.
Detalhamento do Esforço Amostral
Tabela 40. Detalhamento do esforço amostral para ictiofauna.
Grupo Ponto Método Horário Esforço
amostral/dia
Datas Esforço
amostral
total
Ictiofauna 1
Esforço padronizado –
redes de espera
baterias de redes de
20 metros de
comprimento, com
malhas variando
entre 1,5 e 8 cm
24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a
11/06/2010 120 h
230
Grupo Ponto Método Horário Esforço
amostral/dia
Datas Esforço
amostral
total
entre nós
consecutivos
2
Esforço padronizado –
redes de espera
baterias de redes de
20 metros de
comprimento, com
malhas variando
entre 1,5 e 8 cm
entre nós
consecutivos
24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a
11/06/2010 120 h
3
Esforço padronizado –
redes de espera
baterias de redes de
20 metros de
comprimento, com
malhas variando
entre 1,5 e 8 cm
entre nós
consecutivos
24h 24h por 5 dias 06/06/2010 a
11/06/2010 120 h
4
Sem esforço
padronizado: Tarrafas
, peneiras e anzóis.
6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a
11/06/2010 30 h
5
Sem esforço
padronizado: Tarrafas
, peneiras e anzóis.
6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a
11/06/2010 30 h
6
Sem esforço
padronizado: Tarrafas
, peneiras e anzóis.
6h 6h por 5 dias 06/06/2010 a
11/06/2010 30 h
Composição regional da ictiofauna
A fauna aquática regional foi avaliada com base em dados secundários e através
da análise de material coletado anteriormente na região, que se encontra
depositado no acervo de peixes de instituições brasileiras.
A ictiofauna do trecho estudado do rio Paraná é representada por cerca de 200
espécies, agrupadas em 32 famílias e 10 ordens (figura 164). Esta região
aquática, que engloba parte da bacia hidrográfica do rio Paraná, apresenta
diversas denominações como: “Alto Paraná” (sensu RINGUELET, 1975),
“Província dos Grandes Rios” (sensu LÓPEZ et al., 2008) e “Baixo Paraná” (sensu
LANGEANI et al., 2007). A ictiofauna desta área apresenta o padrão generalizado
da ictiofauna de toda bacia do rio Paraná, incluindo aqui os rios Paraguai e
Uruguai, e a participação das diferentes ordens reflete a situação descrita para
os rios neotropicais por LOWE-McCONNELL (1987), sendo que a maioria dos
peixes pertence às ordens Characiformes e Siluriformes (Tabela 46).
231
A ictiofauna do trecho estudado do rio Paraná apresenta espécies migradoras,
que são aquelas de ocorrência generalizada na região e que usam a calha do rio
para deslocamentos reprodutivos, alimentares e/ou de crescimento; espécies
de ampla distribuição, que são aquelas de médio (entre 20 e 40 cm) e grande
(>40 cm) porte que ocorrem em diversos ambientes aquáticos; espécies
introduzidas, que ocorrem nestes rios por causa da introdução acidental ou
deliberada, ambas com motivações diversas (culturais, sociais, econômicas); e
espécies de sistemas fluviais pequenos, com ictiocenoses normalmente
formadas por espécies de pequeno porte que ocorrem em riachos.
Figura 164. Famílias com seus respectivos números de espécies (barras azuis) ocorrentes na região estudada do rio Paraná
Apesar das confusões conceituais na utilização dos termos, as denominações
"espécie introduzida", "espécie exótica", “espécie alienígena”, "espécie não-
nativa" e "espécie não-indígena" devem ser consideradas sinônimas. De forma
geral e simplificada, estes termos correspondem a "toda e qualquer espécie
transportada e solta pelo homem, ou seja, introduzida, fora de sua área de
distribuição natural, intencional ou acidentalmente" (FAO 2006). Uma definição
232
mais precisa é dada pela The World Conservation Union (IUCN, 2000; 2006):
"espécie, subespécie ou o menor nível taxonômico identificável, encontrado fora
de sua área de distribuição natural (atual ou precedente) e potencial dispersão
(i.e. fora da área que ocupa naturalmente ou que poderia ocupar sem auxílio
direto ou indireto do ser humano) incluindo qualquer parte, gameta ou propágulo
da espécie que possa sobreviver e posteriormente reproduzir". De acordo com as
referências técnicas tradicionais na área de bioinvasão (peixes de água doce,
principalmente), o termo mais apropriado é “espécie introduzida” (WELCOMME,
1988; DEAN, 2003; RUESINK, 2005; CASAL, 2006; VITULE et al., 2006;
GHERARDI, 2007; VITULE et al., 2009; GOZLAN; NEWTON, 2009; GOZLAN et
al., 2010).
Tabela 41. Relação das ordens e respectivos números de espécies de peixes nativos registradas para o rio Paraná (trecho estudado), rio Paraguai e Sistema do Alto rio Paraná, sistema este que inclui toda a drenagem do rio Paraná acima do antigo Salto de Sete Quedas (hoje inundado pelo Reservatório de Itaipu)
Ordens Rio Paraná (trecho
estudado)
Rio Paraguai Sistema Alto
Paraná
Characiformes 75 111 116
Siluriformes 86 105 127
Gymnotiformes 6 15 19
Perciformes 10 15 12
Cyprinodontiformes 2 4 19
Outras 21 9 10
Total 259 303
Fonte: CATELLA (1992), CALHEIROS; FERREIRA (1996), RESENDE et al. (1996), CATELLA;
PETRERE JR (1998), PEREIRA; RESENDE (1998), SÚAREZ (1998), RESENDE et al. (1998),
AGOSTINHO; JÚLIO JR. (1999), RESENDE et al. (2000), RESENDE (2000), RESENDE; PEREIRA
(2000), OLIVEIRA; NOGUEIRA (2000), WANTZEN et al. (2002), MACHADO (2003), SÚAREZ et al.
(2004), VERÍSSIMO et al. (2005), BRITSKI et al. (2007), PAVANELLI et al. (2007), LANGEANI et al.
(2007), CATELLA; PETRERE Jr (2008), LÓPEZ et al. (2008), CORRÊA (2008), PACHECO; DA-SILVA
(2009), SANTOS et al. (2009), TONDATO et al. (2010).
Caracterização da ictiofauna na área do empreendimento
Informações levantadas em campo através dos diversos métodos de coleta
registraram a ocorrência de 35 espécies de peixes no trecho estudado da bacia
do rio Paraná, distribuídas em seis ordens e 19 famílias (Tabela 47). As famílias
mais abundantes em número de espécies nas coletas realizadas foram
Characidae, com 19 espécies (54,3%) e Loricariidae, com 11 espécies (31,4%).
A análise da curva do coletor indica que os métodos de coleta utilizados foram
satisfatórios e que houve um aumento no número de espécies capturadas
concomitantemente ao acréscimo de amostragens (Tabela 48). Esses resultados
eram esperados, uma vez que a tendência natural de qualquer levantamento é o
aumento gradual no número total de espécies amostradas até um número
233
próximo da riqueza local/regional. Além disso, esses resultados podem indicar a
ocorrência de muitas espécies raras, além de variações sazonais na comunidade,
características estas já conhecidas para este tipo de ambiente.
234
Tabela 42. Espécies registradas na região (bacia do rio Paraná), organizadas de acordo com seus
respectivos taxa. () espécie introduzida, (♦) espécie endêmica do sistema rio Paraná - Paraguai
Taxa Nome vulgar
CLUPEIFORMES
Engraulididae
Lycengraulis grossidens (Agassiz, 1829) Manjuba
CHARACIFORMES
Parodontidae
Apareiodon affinis (Steindachner, 1879) ♦ Canivete
Curimatidae
Cyphocharax modestus (Fernández-Yépez, 1948) ♦ Saguaru
Psectrogaster curviventris Eigenmann; Kennedy,
1903 Sairu-cascudo
Prochilodontidae
Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) Corimba
Anostomidae
Abramites hypselonotus (Günther, 1868) Zebrinha
Leporinus striatus Kner, 1858 ♦ Piava
Leporinus friderici (Bloch, 1794) Piau-três-pintas
Leporinus elongatus (Valenciennes, 1874) Piapara
Hemiodontidae
Hemiodus orthonops Eigenmann; Kennedy, 1903 ♦ Piau-banana
Characidae
Astyanax cf. bimaculatus (Linnaeus, 1758) Tambiú
Astyanax cf. shubarti Britski, 1964 ♦ Lambari
Astyanax sp. ♦ Lambari
Galeocharax humeralis (Valenciennes, 1834) ♦ Cachorra
Roeboides paranensis Pignalberi, 1975 ♦ Dentudo
Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816) Dourado
Tetragonopterus argenteus Cuvier, 1816 Sauá
Acestrorhynchidae
Acestrorhynchus pantaneiro Menezes, 1992 Peixe-cachorro
Cynodontidae
235
Taxa Nome vulgar
Rhaphiodon vulpinus Spix; Agassiz, 1829 Dourado-facão
Erythrinidae
Hoplias aff. malabaricus (Bloch, 1794) Traíra
SILURIFORMES
Loricariidae
Hypostomus commersoni Valenciennes, 1836 Cascudo
Hypostomus regani (Ihering, 1905) ♦ Cascudo
Loricaria prolixa Isbrücker; Nijssen, 1978 ♦ Cascudo-chinelo
Loricarichthys anus (Valenciennes, 1840) Cascudo-chinelo
Loricarichthys platymepoton Isbrücker; Nijssen,
1979 ♦ Cascudo-chinelo
Heptapteridae
Pimelodella gracilis (Valenciennes, 1835) Bagre
Rhamdia quelen (Quoy; Gaimard, 1824) Jundiá
Pimelodidae
Pimelodus maculatus Lacépède, 1803 Mandi
Iheringichthys labrosus (Lütken, 1874) ♦ Mandi
Doradidae
Trachydoras paraguayensis (Eigenmann; Ward,
1907) ♦ Armado
Auchenipteridae
Parauchenipterus galeatus (Linnaeus, 1766) Armado
GYMNOTIFORMES
Sternopygidae
Eigenmannia trilineata López; Castello, 1966 ♦ Tuvira
CYPRINODONTIFORMES
Poeciliidae
Poecilia reticulata Peters 1859 Lebiste
PERCIFORMES
Sciaenidae
Plagioscion squamossisimus (Heckel, 1840) Pescada
Cichlidae
236
Taxa Nome vulgar
Bujurquina vittata (Heckel, 1840) ♦ Acará
Fonte: Dados de campo
Figura 165. Curva do coletor, calculada com os dados obtidos em campo nas áreas de influência do empreendimento. As amostragens correspondem ao esforço de captura dos diversos métodos nos pontos amostrados durante a fase de campo
O total de táxons registrado representa 14% da ictiofauna do trecho brasileiro da
bacia hidrográfica do rio Paraná (BONETTO, 1986; AGOSTINHO; JÚLIO JR.,
1999). Se considerarmos os estudos realizados por LÓPEZ et al. (2005) como
uma referência para a bacia do rio Paraná (região aquática denominada de “Alto
Paraná” sensu RINGUELET, 1975 ou “Província dos Grandes Rios” sensu LÓPEZ
et al., 2008), onde foram levantadas cerca de 400 espécies de peixes, este valor
representa 8,75%.
A ictiofauna registrada apresenta o padrão generalizado da ictiofauna da bacia do
rio Paraná, e pode ser dividida basicamente em três categorias de espécies, em
função da sua distribuição original: (i) endêmicas, com espécies exclusivas do
sistema hidrográfico composto pelas bacias do rio Paraná e Paraguai; (ii) não-
endêmicas, com espécies de ocorrência natural em outras bacias hidrográficas
neotropicais, além da bacia do rio Paraná, e introduzidas (iii), que são espécies
que se encontram fora de sua área de distribuição natural, normalmente
provenientes de outros continentes, que foram introduzidas intencional ou
acidentalmente na região (Figura 166).
Cerca de 40% das espécies registradas são exclusivas, ou seja, endêmicas dessa
ecorregião aquática (rio Paraná - Paraguai), e essa participação demonstra a
importância dos processos regionais na determinação da composição e estrutura
das ictiocenoses.
237
Figura 166. Proporção entre espécies endêmicas, não endêmicas e introduzidas registradas no trecho estudado do rio Paraná durante o período de estudo. O número de espécies de cada categoria foi registrado entre parênteses
A diversidade ictiofaunística obtida para o conjunto de dados coletados nos
pontos amostrais localizados no rio Paraná (ponto 1 – montante, ponto 2 –
ponte/área do empreendimento, ponto 3 – jusante) ilustra uma curva de
dominância da diversidade (ou curva de importância de espécies) em um modelo
intermediário aos modelos log-linear do tipo "A" e log-normal do tipo "B", como
demonstrado em ODUM (1988) e PIANKA (1999) (figuras 167, 168, 169).
As curvas de importância de espécies indicam a presença de espécies
dominantes, espécies pouco abundantes e também espécies raras para todo o
trecho do rio Paraná estudado. Foi registrada a dominância de Lycengraulis
grossidens, Apareiodon affinis, Hemiodus orthonops e Trachydoras
paraguayensis. O padrão sigmoidal intermediário observado indica um padrão
complexo de diferenciação e superposição de nichos e, segundo ODUM (1988),
esse modelo sigmoidal da curva de dominância da diversidade é o padrão
encontrado principalmente em comunidades relativamente pouco perturbadas.
238
Figura 167. Curva do componente dominância da diversidade para as amostras obtidas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Montante do empreendimento
Figura 168. Curva do componente dominância da diversidade para as amostras obtidas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Ponte/Área do empreendimento
239
Figura 169. Curva do componente dominância da diversidade para as amostras obtidas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Jusante do empreendimento
O conjunto de estimativas de diversidade e de uniformidade para os três pontos
amostrais localizados no rio Paraná (ponto 1 – montante, ponto 2 – ponte/área
do empreendimento, ponto 3 – jusante) durante o período de estudo foi ilustrado
no gráfico acima. A diversidade foi estimada através do índice de Shannon e a
uniformidade pelo índice de Pielou. Os valores de diversidade e uniformidade não
apresentaram diferenças entre os pontos amostrais.
No ponto amostral MONTANTE foram capturadas 23 espécies, com 45,1% dos
exemplares capturados. No ponto JUSANTE foram registradas 21 espécies, sendo
que o número de exemplares representou 26,2% do total amostrado. Na área do
empreendimento (SEGUNDA PONTE) foram registradas 24 espécies, com 28,7%
dos exemplares capturados (Gráfico 170).
240
Figura 170. Índice de diversidade de Shannon (barras escuras) e de uniformidade de Pielou (barras claras) para as amostragens realizadas nos três pontos amostrais (montante, ponte e jusante) no rio Paraná durante o período de estudo
Figura 171. Freqüência relativa percentual de espécies (em relação ao total registrado) e abundância relativa percentual de exemplares (em relação ao total registrado) para as amostragens realizadas nos três pontos amostrais no rio Paraná durante o período de estudo
Para avaliar a estrutura das assembléias de peixes entre os pontos amostrados
no rio Paraná (Montante, Ponte e Jusante) os dados de captura por unidade de
esforço em número de indivíduo de cada espécie foram transformados e
sumarizados através de uma análise de correspondência com remoção do efeito
241
do arco (DCA). O eixo DCA 1 apresentou autovalor de 0,27, enquanto que o eixo
DCA 2 o autovalor foi de 0,06, sendo os dois então selecionados para
interpretação dos resultados . A ordenação dos resultados através da DCA
revelou um padrão de variação espacial da assembléia de peixes capturada,
muito embora os trechos do rio Paraná selecionados para a análise sejam
semelhantes. Para o eixo DCA 1 as maiores contribuições para o ordenamento
foram de Astyanax sp., L. platymetopon, P. maculatus e H. aff. malabaricus para
o ponto JUSANTE, enquanto que H. commersoni, L. friederici, A. hypselonotus,
G. humeralis e A. schubarti apresentaram as maiores contribuições no eixo DCA
2 para o ponto amostral PONTE (área do empreendimento). Em função desses
resultados, as tabelas de captura foram apresentadas separadamente para cada
ponto amostral.
Figura 172. Ordenação da estrutura das assembléias de peixes entre os pontos amostrais (P1 – ponto amostral 1 - montante, P2 – ponto amostral 2 – ponte/área do empreendimento, P3 – ponto amostral 3 - jusante) através da análise de correspondência com remoção do efeito do arco (DCA)
Para o ponto amostral MONTANTE, as médias de comprimento total e peso foram
de 19,5 ± 10,9 cm e 159,2 ± 233,9 g, sendo que os intervalos médios de
comprimento e peso variaram respectivamente de 7 até 44,2 cm e 5,6 até 783,6
g (Tabela 2.38). O peso total capturado no ponto MONTANTE foi de 8.071,6 g
(Tabela 2.39) e os maiores valores de CPUE ind foram registrados para L.
grossidens e A. affinis, enquanto que com relação a CPUE peso as maiores
contribuições ocorreram com H. orthonops (Tabela 48).
Para o ponto localizado na área do empreendimento, as médias de comprimento
total e peso foram de 18,1 ± 8,9 cm e 118,5 ± 174,4 g, sendo que os intervalos
242
médios de comprimento e peso variaram respectivamente de 7,5 até 43,2 cm e
4,9 até 612,5 g (Tabela 51). O peso total capturado nesse ponto foi de 5.187,7 g
(Tabela 52) e os maiores valores de CPUE ind foram registrados para L.
grossidens, A. affinis e H. orthonops (Figura 173, 174, 175), enquanto que com
relação à CPUE peso as maiores contribuições ocorreram com H. orthonops
(Tabela 53).
Para o ponto JUSANTE as médias de comprimento total e peso foram de 15,3 ±
5,7 cm e 47,5 ± 48,6 g, sendo que os intervalos médios de comprimento e peso
variaram respectivamente de 8,1 até 27,3 cm e 5,2 até 193,2 g (Tabela 54). O
peso total capturado foi de 2.901,9 g (Tabela 55) e os maiores valores de CPUE
ind foram registrados para L. grossidens, H. orthonops e A. affinis, enquanto que
com relação à CPUE peso as maiores contribuições ocorreram com H. orthonops
(Tabela 56).
A ictiofauna amostrada é caracterizada por populações de peixes de médio e
grande porte, as quais podem ser divididas basicamente em duas categorias:
espécies migradoras, que apresentaram uma contribuição significativa em
termos de biomassa e número de indivíduos, e espécies de ocorrência
generalizada na bacia. Para os pontos amostrados, a ictiofauna migradora foi
caracterizada principalmente por peixes de grande porte como o Prochilodus
lineatus (corimbatá), Salminus brasiliensis (dourado), Leporinus elongatus
(piapara), Raphiodon vulpinus (dourado-facão) e Pimelodus maculatus (mandi).
Tabela 43. Comprimento total médio (CT) e peso total médio (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Montante do empreendimento
Espécies capturadas N CT médio (cm) Peso médio (g)
Acestrorhynchus pantaneiro 2 13,5 31,2
Apareiodon affinis 15 11,7 29,0
Astyanax cf. bimaculatus 4 12,9 39,3
Bujurquina vittata 2 7,5 15,6
Cyphocharax modestus 6 10,9 32,1
Eigenmania trilineata 1 28,0 21,1
Hemiodus orthonops 12 25,2 160,9
Hypostomus regani 8 13,1 22,4
Iheringichthys labrosus 1 14,5 43,7
Leporinus striatus 2 13,5 26,1
Leporinus elongatus 1 39,0 783,6
Loricaria prolixa 7 19,4 42,6
Loricarichthys anus 7 18,8 38,5
243
Espécies capturadas N CT médio (cm) Peso médio (g)
Lycengraulis grossidens 18 15,3 45,8
Pimelodella gracilis 3 12,3 23,2
Plagioscion squamossisimus 1 34,1 546,1
Prochilodus lineatus 1 31,5 524,2
Rhaphiodon vulpinus 2 44,2 473,4
Roeboides paranensis 1 7,0 5,6
Salminus brasiliensis 1 34,2 498,8
Tetragonopterus argenteus 1 15,1 81,2
Trachelyopterus galeatus 1 11,5 35,6
Parauchenipterus galeatus 5 9,0 20,9
total 102 19,5 ± 10,9 cm 159,2 ± 233,9 g
Fonte: Dados de campo
Tabela 44. Peso total (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Montante do empreendimento
Espécies capturadas N Peso total (g)
Acestrorhynchus pantaneiro 2 31,2
Apareiodon affinis 15 435,1
Astyanax cf. bimaculatus 4 157,2
Bujurquina vittata 2 31,1
Cyphocharax modestus 6 192,7
Eigenmania trilineata 1 21,1
Hemiodus orthonops 12 1932,1
Hypostomus regani 8 184
Iheringichthys labrosus 1 43,7
Leporinus striatus 2 52,2
Leporinus elongatus 1 783,6
Loricaria prolixa 7 298,4
Loricarichthys anus 7 269,6
Lycengraulis grossidens 18 828,1
Pimelodella gracilis 3 69,7
Plagioscion squamossisimus 1 546,1
244
Espécies capturadas N Peso total (g)
Prochilodus lineatus 1 524,2
Rhaphiodon vulpinus 2 946
Roeboides paranensis 1 5,6
Salminus brasiliensis 1 498,8
Tetragonopterus argenteus 1 81,2
Trachelyopterus galeatus 1 35,6
Parauchenipterus galeatus 5 104,3
total 102 8.071,6
Fonte: Dados de campo
Tabela 45. Captura por unidade de esforço em número de indivíduos (CPUE ind = número de indivíduos / 100m
2 de rede de espera em 24h) e biomassa (CPUE peso = g / 100m
2 de rede de espera em 24h) das
espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 1 – rio Paraná – Montante do empreendimento
Espécies capturadas CPUE ind CPUE peso
Acestrorhynchus pantaneiro 0,8 12,5
Apareiodon affinis 6,0 174,0
Astyanax cf. bimaculatus 1,6 62,9
Bujurquina vittata 0,8 12,4
Cyphocharax modestus 2,4 77,1
Eigenmania trilineata 0,4 8,4
Hemiodus orthonops 4,8 772,8
Hypostomus regani 3,2 73,6
Iheringichthys labrosus 0,4 17,5
Leporinus striatus 0,8 20,9
Leporinus elongatus 0,4 313,4
Loricaria prolixa 2,8 119,4
Loricarichthys anus 2,8 107,8
Lycengraulis grossidens 7,2 331,2
Pimelodella gracilis 1,2 27,9
Plagioscion squamossisimus 0,4 218,4
Prochilodus lineatus 0,4 209,7
Rhaphiodon vulpinus 0,8 378,4
245
Espécies capturadas CPUE ind CPUE peso
Roeboides paranensis 0,4 2,2
Salminus brasiliensis 0,4 199,5
Tetragonopterus argenteus 0,4 32,5
Trachelyopterus galeatus 0,4 14,2
Parauchenipterus galeatus 2,0 41,7
total 40,8 3.228,6
Fonte: Dados de campo
246
Tabela 46. Comprimento total médio (CT) e peso total médio (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 2 – rio Paraná – Área do empreendimento
Espécies capturadas N CT médio (cm) Peso médio (g)
Abramites hypselonotus 1 14,1 46,4
Apareiodon affinis 8 12,3 27,2
Astyanax shubarti 2 11,1 19,8
Bujurquina vittata 1 8,5 15,8
Cyphocharax modestus 3 11,2 32,3
Eigenmania trilineata 1 28,3 23,1
Galeocharax humeralis 1 20,1 94,7
Hemiodus orthonops 8 23,2 164,3
Hoplias aff. malabaricus 1 26,5 198,2
Hypostomus regani 3 13,4 25,2
Hypostomus commersoni 1 27,2 224,5
Iheringichthys labrosus 3 14,7 42,7
Leporinus striatus 1 12,7 26,1
Leporinus friderici 1 32,5 540,4
Loricaria prolixa 4 18,3 41,7
Loricarichthys anus 2 18,7 38,6
Lycengraulis grossidens 13 14,3 44,4
Pimelodella gracilis 2 11,3 22,1
Rhaphiodon vulpinus 1 43,2 471,9
Roeboides paranensis 1 7,5 4,9
Salminus brasiliensis 1 27,5 612,5
Tetragonopterus argenteus 1 14,8 69,7
Trachelyopterus galeatus 1 12,1 34,7
Parauchenipterus galeatus 4 10,3 21,8
total 65 18,1 ± 8,9 cm 118,5 ± 174,4 g
Fonte: Dados de campo
247
Tabela 47. Peso total (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 2 –rio Paraná – Área do empreendimento
Espécies capturadas N Peso total (g)
Abramites hypselonotus 1 46,4
Apareiodon affinis 8 217,6
Astyanax shubarti 2 39,6
Bujurquina vittata 1 15,8
Cyphocharax modestus 3 96,9
Eigenmania trilineata 1 23,1
Galeocharax humeralis 1 94,7
Hemiodus orthonops 8 1.314,4
Hoplias aff. malabaricus 1 198,2
Hypostomus regani 3 75,6
Hypostomus commersoni 1 224,5
Iheringichthys labrosus 3 128,1
Leporinus striatus 1 26,1
Leporinus friderici 1 540,4
Loricaria prolixa 4 166,8
Loricarichthys anus 2 77,2
Lycengraulis grossidens 13 577,2
Pimelodella gracilis 2 44,2
Rhaphiodon vulpinus 1 471,9
Roeboides paranensis 1 4,9
Salminus brasiliensis 1 612,5
Tetragonopterus argenteus 1 69,7
Trachelyopterus galeatus 1 34,7
Parauchenipterus galeatus 4 87,2
total 65 5.187,7
Fonte: Dados de campo
248
Tabela 48. Captura por unidade de esforço em número de indivíduos (CPUE ind = número de indivíduos / 100m
2 de rede de espera em 24h) e biomassa (CPUE peso = g / 100m
2 de rede de espera em 24h) das
espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 2 – rio Paraná – Área do empreendimento
Espécies capturadas CPUE ind CPUE peso
Abramites hypselonotus 0,4 18,6
Apareiodon affinis 3,2 87,0
Astyanax shubarti 0,8 15,8
Bujurquina vittata 0,4 6,3
Cyphocharax modestus 1,2 38,8
Eigenmania trilineata 0,4 9,2
Galeocharax humeralis 0,4 37,9
Hemiodus orthonops 3,2 525,8
Hoplias aff. malabaricus 0,4 79,3
Hypostomus regani 1,2 30,2
Hypostomus commersoni 0,4 89,8
Iheringichthys labrosus 1,2 51,2
Leporinus striatus 0,4 10,4
Leporinus friderici 0,4 216,2
Loricaria prolixa 1,6 66,7
Loricarichthys anus 0,8 30,9
Lycengraulis grossidens 5,2 230,9
Pimelodella gracilis 0,8 17,7
Rhaphiodon vulpinus 0,4 188,8
Roeboides paranensis 0,4 2,0
Salminus brasiliensis 0,4 245,0
Tetragonopterus argenteus 0,4 27,9
Trachelyopterus galeatus 0,4 13,9
Parauchenipterus galeatus 1,6 34,9
total 26,0 2.075,1
Fonte: Dados de campo
249
Tabela 49. Comprimento total médio (CT) e peso total médio (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 3 – rio Paraná – Jusante do empreendimento
Espécies capturadas N CT médio (cm) Peso médio (g)
Apareiodon affinis 4 11,1 26,1
Astyanax cf. shubarti 1 10,3 21,2
Astyanax sp. 2 9,8 12,1
Bujurquina vittata 1 8,7 13,9
Cyphocharax modestus 2 10,9 31,3
Eigenmania trilineata 1 27,3 22,1
Hemiodus orthonops 5 21,2 145,7
Hoplias aff. malabaricus 3 22,7 134,2
Hypostomus regani 2 15,6 25,3
Iheringichthys labrosus 3 14,7 42,7
Leporinus striatus 1 13,4 28,7
Loricaria prolixa 2 19,1 39,7
Loricarichthys anus 2 19,7 39,1
Loricarichthys platymepoton 3 22,3 43,2
Lycengraulis grossidens 11 12,1 39,8
Pimelodella gracilis 2 11,3 22,1
Pimelodus maculatus 2 18,7 56,7
Psectrogaster curviventris 1 23,4 193,2
Roeboides paranensis 1 8,1 5,2
Trachelyopterus galeatus 1 11,9 33,3
Parauchenipterus galeatus 9 10,1 22,3
total 59 15,3 ± 5,7 cm 47,5 ± 48,6 g
Fonte: Dados de campo
250
Tabela 50. Peso total (g) das espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 3 – rio Paraná – Jusante do empreendimento
Espécies capturadas N Peso total (g)
Apareiodon affinis 4 104,4
Astyanax cf. shubarti 1 21,2
Astyanax sp. 2 24,2
Bujurquina vittata 1 13,9
Cyphocharax modestus 2 62,6
Eigenmania trilineata 1 22,1
Hemiodus orthonops 5 728,5
Hoplias aff. malabaricus 3 402,6
Hypostomus regani 2 50,6
Iheringichthys labrosus 3 128,1
Leporinus striatus 1 28,7
Loricaria prolixa 2 79,4
Loricarichthys anus 2 78,2
Loricarichthys platymepoton 3 129,6
Lycengraulis grossidens 11 437,8
Pimelodella gracilis 2 44,2
Pimelodus maculatus 2 113,4
Psectrogaster curviventris 1 193,2
Roeboides paranensis 1 5,2
Trachelyopterus galeatus 1 33,3
Parauchenipterus galeatus 9 200,7
total 59 2.901,9
Fonte: Dados de campo
251
Tabela 51. Captura por unidade de esforço em número de indivíduos (CPUE ind = número de indivíduos / 100m
2 de rede de espera em 24h) e biomassa (CPUE peso = g / 100m
2 de rede de espera em 24h) das
espécies de peixes registradas em campo no ponto amostral 3 – rio Paraná – Jusante do empreendimento
Espécies capturadas CPUE ind CPUE peso
Apareiodon affinis 1,6 41,76
Astyanax cf. shubarti 0,4 8,48
Astyanax sp. 0,8 9,68
Bujurquina vittata 0,4 5,56
Cyphocharax modestus 0,8 25,04
Eigenmania trilineata 0,4 8,84
Hemiodus orthonops 2,0 291,4
Hoplias aff. malabaricus 1,2 161,04
Hypostomus regani 0,8 20,24
Iheringichthys labrosus 1,2 51,24
Leporinus striatus 0,4 11,48
Loricaria prolixa 0,8 31,76
Loricarichthys anus 0,8 31,28
Loricarichthys platymepoton 1,2 51,84
Lycengraulis grossidens 4,4 175,12
Pimelodella gracilis 0,8 17,68
Pimelodus maculatus 0,8 45,36
Psectrogaster curviventris 0,4 77,28
Roeboides paranensis 0,4 2,08
Trachelyopterus galeatus 0,4 13,32
Parauchenipterus galeatus 3,6 80,28
total 23,6 1.160,76
Fonte: Dados de campo
252
Figura 173. A manjuba Lycengraulis grossidens (Engraulididae)
Figura 174. O canivete Apareiodon affinis (Parodontidae)
Figura 175. O piau-banana Hemiodus orthonops (Hemiodontidae)
Espécies raras e ameaçadas
Devido à falta de conhecimento básico sobre a distribuição dos peixes
neotropicais, as espécies raras ou ameaçadas dificilmente são consideradas na
elaboração de listas oficiais. Raras exceções são observadas na legislação do
Estado de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul,
na relação de peixes ameaçados do Brasil (ROSA; MENEZES, 1996), nas
publicações avulsas de sobre os padrões de Biodiversidade da Mata Atlântica do
Sudeste e Sul do Brasil (MENEZES et al., 1996) e sobre as ações prioritárias para
conservação de elasmobrânquios (LESSA et al., 2000).
Apesar da escassez de informações, na recente lista nacional (Instrução
Normativa n° 5, 21/05/2004 e MACHADO et al., 2008) e no livro vermelho da
fauna ameaçada no Paraná (ABILHOA; DUBOC, 2004), uma das espécies
capturadas no rio Paraná foi enquadrada em categorias de ameaça da IUCN, em
função da constatação do declínio de suas populações, da destruição de seus
habitats, do isolamento das populações sobreviventes e de áreas de distribuição
reduzidas: o Salminus brasiliensis (dourado) (Figura 176). Este caracídeo alcança
médio-grande porte e apresenta hábito alimentar especializado (ictiófago), e
necessita de áreas lóticas ou semilóticas para a reprodução.
253
Figura 176. O dourado Salminus brasiliensis (Characidae)
Discussão
O diagnóstico da ictiofauna compila um grande conjunto de informações que
retratam de forma bastante satisfatória as características desse componente
importante da fauna regional. O levantamento de informações primárias e
secundárias indica que a ictiofauna do rio Paraná na região estudada é
representada por cerca de 200 espécies, distribuídas em 10 ordens e 32 famílias,
sendo Characidae, Loricariidae, Pimelodidae e Anostomidae as mais
representativas. A ictiofauna desta área apresenta o padrão generalizado da
ictiofauna do Sistema Paraná-Paraguai, e a participação das diferentes ordens
reflete a situação descrita para os rios neotropicais por LOWE-McCONNELL
(1987), sendo que a maioria dos peixes pertence às ordens Characiformes e
Siluriformes.
Em função das informações obtidas, dois ambientes aquáticos distintos foram
reconhecidos, os quais são controlados por fatores abióticos, bióticos,
antropogênicos e/ou relativos a interações entre espécies, que interferem
diretamente sobre seus domínios: o rio Paraná, incluindo aqui o trecho do rio
Iguaçu (foz) sob sua influência, e os córregos e riachos.
No trecho estudado do rio Paraná, a ictiofauna pode ser caracterizada
basicamente em espécies migradoras e espécies de ampla distribuição. As
espécies migradoras são aquelas de ocorrência generalizada na região, que
utilizam a calha do rio para deslocamentos reprodutivos, alimentares e/ou de
crescimento, e normalmente apresentam desova total, migrando sazonalmente
em cardumes à montante (primavera/verão). As espécies de ampla distribuição
são aquelas que ocorrem em diversos ambientes e apresentam normalmente
médio (entre 20 e 40 cm) e grande (>40 cm) porte.
A categoria composta pelas espécies que realizam migração são caracterizadas
principalmente por peixes de grande porte como os caraciformes Prochilodus
lineatus (corimbatá), Salminus brasiliensis (dourado), Leporinus sp. (piaus),
Schizodon sp. (piaus), Raphiodon vulpinus (dourado-facão) e os siluriformes
Pseudoplatystoma corruscans (pintado) e Pimelodus maculatus (mandi). Essas
254
espécies realizam migrações reprodutivas e podem utilizar sucessivamente os
ambientes de várzea (planície de inundação) e o leito dos rios durante seu ciclo
de vida. Devem ser consideradas como componentes importantes dos programas
de monitoramento da região, seja em função da ameaça que sofrem ou de seu
interesse comercial.
A segunda categoria é representada por espécies que apresentam uma
distribuição ampla na bacia, freqüentando ambientes lóticos e/ou lênticos. Essa
categoria é representada por espécies de Astyanax (lambaris), Bryconamericus
(pequiras), Moenkhausia (pequis), Hoplias aff. malabaricus (traíra), Cyphocharax
(sagüirus), Pimelodella (mandis-chorão), Rhamdia quelen (bagres) e
Iheringichthys labrosus (bagre).
A ictiofauna registrada em riachos é composta principalmente por espécies
reofílicas (torrentícolas) de pequeno porte (<15 cm). Muito embora o termo
“ictiofauna de riachos” não possa definir uma unidade natural (BUCKUP, 1999), o
pequeno porte de seus componentes parece ser uma característica importante
desse ecossistema (CASTRO, 1999).
Comunidades de pequenos cursos d’água são afetadas de modo marcante por
mudanças decorrentes do regime hidrológico (ZWEIMÜLLER, 1995), sendo que a
expansão e contração desse ambiente aquático durante as variações climáticas
pode refletir em mudanças na composição (LEMES; GARUTTI, 2002),
alimentação (ESTEVES; ARANHA, 1999) e reprodução das populações de peixes.
Além de apresentar uma comunidade peculiar, este tipo de ambiente aquático
abriga normalmente espécies de pequeno porte, com limitado potencial de
dispersão (WEITZMAN; VARI, 1988), que apresentam interações ecológicas
complexas, sendo o endemismo uma característica importante (KNÖPPEL, 1970,
SABINO; ZUANON, 1998).
Embora os estudos das comunidades de peixes de riachos tenham se
intensificado nos últimos anos, destacando-se trabalhos realizados na Mata
Atlântica (SABINO; CASTRO, 1990; ARANHA et al., 1998), Amazônia (SABINO;
ZUANON, 1998), Floresta com Araucária (ABILHOA et al., 2008) e Alto Paraná
(CASTRO; CASATTI, 1997; LEMES; GARUTTI, 2002; CASTRO et al., 2003), pouco
se conhece ainda a respeito da taxonomia e ecologia desse tipo de ecossistema
aquático na bacia do rio Paraná.
A ictiofauna registrada apresenta uma forte relação com a vegetação marginal, a
qual pode proporcionar uma ampla gama de microambientes, pois além de evitar
a erosão dos solos, a queda de galhos e troncos dentro de um riacho pode
provocar inúmeros pequenos represamentos, e estes ambientes criam condições
favoráveis para abrigar diferentes grupos, como algumas espécies reofílicas
(torrentícolas) (como os lambaris e canivetes), bentônicas (como os bagres) e de
ambientes lênticos, como os ciclídeos.
255
Além de fornecer uma grande quantidade de abrigo e de micro-habitats, a mata
ciliar observada nos riachos da área de estudo permite a existência na
comunidade de peixes de elementos com maior grau de especialização, pois
possibilita o uso de frutos, folhas e flores como alimento de várias espécies,
assim como artrópodes terrestres que caem da vegetação ciliar e larvas
aquáticas de insetos que se alimentam, direta ou indiretamente, deste material
orgânico alóctone importado da vegetação. Tendo isto em vista, a preservação
de remanescentes na área de estudo, mesmo que isolados, tem papel importante
na manutenção da diversidade faunística local, tendo em vista que a fauna
aquática dos riachos da área de estudo abrange diversas espécies dependentes
em maior ou menor grau de ambientes florestais.
2 . 2 . 2 . 2 . M a s t o f a u n a
No Planalto Meridional ocorrem as matas semideciduais (floresta tropical
estacional semidecidual) e as matas deciduais (floresta subtropical decidual)
(TEIXEIRA; LINSKER, 2010).
As matas semideciduais têm sua ocorrência limitada à porção setentrional e
ocidental do Paraná e Santa Catarina (Figura 177). Com exceção das áreas
protegidas no Parque Nacional do Iguaçu, pouco resta dessas matas atualmente
na região, devido à grande devastação sofrida para aproveitamento em
agricultura. Com árvores altas que podem atingir 40 metros de altura, podem ser
tão exuberantes em porte, estratificação e em riqueza de espécies como a Mata
Atlântica das encostas úmidas orientais (TEIXEIRA; LINSKER, op. cit.).
A Floresta Estacional Semidecidual está relacionada em toda a sua área de
ocorrência a um clima de duas estações definidas, uma chuvosa e outra seca, em
latitudes menores, ou então a uma acentuada variação térmica, especialmente
em latitudes maiores que 24ºS. Tais características climáticas são apontadas
como fatores determinantes de uma forte estacionalidade foliar dos elementos
arbóreos dominantes, como resposta ao período de deficiência hídrica, ou à
queda de temperatura nos meses mais frios (VELOSO et al. 1991).
256
Figura 177. Cobertura vegetacional sobre transecção leste-oeste no Estado do Paraná. Fonte: Teixeira e Linsker, 2010.
Estima-se que exista menos de 5% da área total original ocupada pela Floresta
Estacional Semidecidual no Paraná, representada por fragmentos florestais de
diferentes tamanhos distribuidos irregularmente ao longo da área de distribuição
da formação (SOS MATA ATLÂNTICA /INPE/ISA, 1998).
A paisagem na região do Planalto de Foz do Iguaçu é constituída por um mosaico
de ecossistemas antropizados e naturais. Atualmente predominam nesta
paisagem campos agrícolas de monocultura, com sobreposição de uma rede de
florestas secundárias de galeria e de pequenos remanescentes florestais. No
extremo sul do Planalto de Foz do Iguaçu encontra-se a parte de maior contínuo
de floresta nativa desta eco-região, que se estendem ao longo do rio Iguaçu e,
hoje constitui parte do Parque Nacional do Iguaçu (RINALDI, 2010).
Para Murphy (1997), as reduções na diversidade biológica local são resultantes
de perdas de áreas de habitat e do isolamento de habitats remanescentes. A
fragmentação ou ruptura de corredores de habitat natural entre grandes
extensões de habitats pode levar à perda de espécies. Segundo Terborgh (1974)
as espécies com mais tendência à extinção incluem aquelas que estão no alto
das pirâmides tróficas, espécies com pouca capacidade de mobilidade, espécies
endêmicas e migratórias e espécies com hábitos de nidificação em colônia.
Entre as publicações mastofaunísticas para a região as principais contribuições
são de Crawshaw Júnior (1995), Antonelli-Filho (1999), Conforti e Azevedo
(2003), Casella (2006), Morone (2006), Vogliotti (2008), Ortêncio-Filho e Reis
(2009) e Rinaldi (2010).
Metodologia Aplicada
257
A fim de atender às exigências do Termo de Referência elaborado pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), o
estudo da mastofauna consistiu de levantamentos secundários, através de
bibliografias, e dados primários através do levantamento de campo.
A partir do reconhecimento da área de estudo através de imagens de satélite,
foram estabelecidos dez pontos de amostragens, abrangendo três tipos de
ambientes identificados, a saber: ambiente florestal (fragmentos florestais),
ambiente não-florestal (áreas de cultivo agrícola) e ambiente aquático (rios).
Foi realizada uma fase de campo no período de 06 a 11 de junho de 2010 onde
percorreu-se a área de implantação do empreendimento, bem como as áreas de
influência, com auxílio de imagens de satélite, observando-se as características
fitofisionômicas naturais com potencial de suporte para a mastofauna e
caracterização das espécies. Durante a fase de campo foram amostrados dois
pontos por dia, aqueles situados mais próximos (p1-p2; p3-p4, p5-p6, p7-p8 e
p9-p10)11, um no período da manhã e outro à tarde (Tabela 57).
Tabela 52. Localização dos pontos amostrais e tipos de ambientes
Pontos Coordenadas Geográficas Ambientes
1 25°35`17,12” S - 54°35`28,95”W florestal e aquático
2 25°35`22,99”S - 54°35`28,99”W florestal e aquático
3 25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W florestal e aquático
4 25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W florestal
5 25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W florestal e não-florestal
6 25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W florestal e aquático
7 25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W florestal
8 25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W não-florestal
9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W florestal e não-florestal
10 25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W florestal
A metodologia empregada teve como objetivo caracterizar a mastofauna local e
regional, considerando-se também o estágio de conservação dos ambientes,
conexões entre fragmentos florestais e grau de antropização das áreas
amostradas.
O levantamento de campo consistiu também na avaliação de habitats com a
caracterização e descrição das principais espécies ocorrentes na região, com ênfase
11
p1 – ponto 1; p2 – ponto 2, p3 – ponto 3 e assim sucessivamente.
258
nas espécies ameaçadas de extinção e as selecionadas como bioindicadoras a
serem utilizadas no monitoramento.
Na Área Diretamente Afetada (ADA) e na Área de Influência Direta (AID) do
empreendimento foi realizado o diagnóstico ambiental da composição da fauna
de mamíferos de médio e grande porte. A pesquisa de campo foi conduzida
através da busca por vestígios e realização de entrevistas. Já na Área de
Influência Indireta (AII) foi realizada a caracterização da mastofauna através de
levantamentos de dados secundários e neste caso foram incluídas menções sobre
os grupos dos quirópteros e pequenos mamíferos não voadores. Neste estudo,
foram considerados mamíferos de médio e grande porte todas as espécies cujos
adultos têm peso igual ou superior a um quilograma.
Destaca-se que devido à área amostral encontrar-se, em parte, em zona
fronteiriça entre Brasil e Paraguai foi necessário a escolta da Polícia Federal
durante dois dias de amostragem, visando garantir a segurança na coleta de
dados (Figura 178).
Figura 178. Cobertura vegetacional sobre transecção leste-oeste no Estado do Paraná. Fonte: Teixeira e Linsker, 2010.2. Cobertura vegetacional sobre transecção leste-oeste no Estado do Paraná. Fonte: Teixeira e Linsker, 2010.
A avaliação da presença da mastofauna nos habitats, bem como a sua
distribuição e ocorrência foram baseadas também em registros obtidos na
literatura (DEBLASE; MARTIN, 1981; Auricchio, 1995; Fonseca et al., 1996;
Emmons e Feer, 1990; Eisenberg e Redford, 1999; Reis et al., 2006 e Bonvicino
et al., 2008).
A lista elaborada das espécies seguiu o ordenamento taxonômico apresentado
por Wilson e Reeder (2005). As informações sobre espécies ameaçadas de
extinção e aspectos relacionados à conservação foram obtidas de Mikich e Bérnils
(2004) e IUCN (2009).
A seguir são descritas as metodologias que foram utilizadas para o diagnóstico
da mastofauna.
259
Busca por Vestígios
Para obter informações sobre a mastofauna foi utilizado o método da observação
direta, onde ocorre a visualização casual do animal e da observação indireta
onde, buscam-se sinais típicos deixados pelos mamíferos, tais como pegadas,
fezes, tocas, rastros, restos alimentares e carcaças (Lange e Margarido, 1992).
Nos pontos amostrais foram realizados transectos de 200 m com a finalidade de
analisar a estrutura e composição deste grupo. A partir dos transectos foi
determinada a freqüência de ocorrência com que uma espécie foi registrada nos
habitats. Os transectos foram estabelecidos também, quando possível, próximos
a rios (ambiente aquático) com o propósito de eliminar as probabilidades de não
detecção de mamíferos semi-aquáticos.
A identificação dos vestígios encontrados baseou-se na comparação com os guias
de campo de Becker e Dalponte (1991), Mamede e Alho (2008), Pitman et al.
(2002) e Emmons e Feer (1990).
A partir dos dados levantados foram descritas estimativas de riqueza e
diversidade, abundância para a comunidade de mamíferos de médio e grande
porte. O esforço e eficiência amostral foi avaliado através do método da curva do
coletor, comparando-se o número de espécies acumuladas pelo período
amostral.
A abundância relativa das espécies foi calculada considerando a razão entre o
total de indivíduos de um táxon e o total de pontos amostrados. Uma vez
calculada a abundância relativa, estabeleceu-se o status de abundância dos
mamíferos de médio e grande porte, dentro das categorias incomum, comum e
abundante.
A diversidade (H’) e eqüitabilidade (J) das espécies foram calculadas pelo índice
de Shannon-Wiener, levando-se em conta todos os registros obtidos em cada
ponto amostrado. Para as análises foi utilizado o programa PAST 1.7 (Hammer et
al., 2001).
Entrevistas de Campo
No intuito de complementar as informações sobre a mastofauna local foram
realizadas entrevistas com os moradores nos pontos amostrais (Figuras 179 e
180). Para estas entrevistas foram utilizados livros ilustrados para identificação e
confirmação das espécies em caso de dúvida, e formulários (Anexo 2), contendo
informações, dentre outras, sobre a ocorrência da espécie no local, tipo de
registro, há quanto tempo foi registrada, número de indivíduos e tipo de
ambiente (Tabela 58).
260
Figura 179. Confirmação da presença de espécies através de ilustrações científicas durante a realização de entrevistas. Ponto 3
Figura 180. Entrevista com morador local. Ponto 7.
261
Tabela 53 Modelo do formulário para entrevistas.
EIA-RIMA SEGUNDA PONTE INTERNACIONAL BRASIL-PARAGUAI
QUESTIONÁRIO
Mastofauna
Nome do entrevistado:
Data: Nome do Local:
Município/Estado : Coordenadas:
Grupo taxônomico:
Entrevistador:
Valores Biológicos
( ) espécies ameaçadas de extinção
( ) espécies endêmicas
( ) espécies de valor econômico:
caça/comércio
( ) hábitats únicos
( ) espécies topo de cadeia
Espécies Tipo de registro
(visual, rastro,
vocalização)
Observação
( ) 1 a 6 meses
( ) 7 a 1,5 meses
( ) mais de 1,6 ano
No de
indivíduos
Ambiente
Fisionomia
( ) florestal
( ) arbustiva
( ) herbácea
( ) campo
( ) agricultura
OBS.
Tabela-resumo da Caracterização/descrição dos pontos de Amostragem da
fauna
Tabela 54. Caracterização dos pontos de amostragem da mastofauna.
Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação
Mastofauna 1 25°35’17,12”S –
54°35’28,95”W florestal e aquático
A vegetação se encontra em estágio
inicial de sucessão, apresentando
espécies pioneiras, tais como lianas e
gramíneas. Acima do fragmento,
encontra-se um campo remanescente de
antiga pastagem. Também encontram-
se estradas de acesso, residências e
262
outras estruturas abandonadas.
Fotos 2-90 e 2-91.
2 25°35`22,99”S -
54°35`28,99”W
florestal e aquático Floresta em estágio de sucessão médio,
com árvores de porte mais alto na
barranca do rio, mas onde há solos um
pouco mais desenvolvidos.
Fotos 2-94 e 2-95
3
25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W florestal e aquático floresta no planalto basáltico com
árvores de porte alto, em estágio
avançado de sucessão.
Fotos 2-92 e 2-93
4
25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W florestal mata secundária, bem na borda da
encosta voltada para calha do rio
Iguaçu, onde encontram-se nascentes e
pequenos córregos.
Fotos 2-96 e 2-97
5
25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W florestal e não-florestal sucessão vegetacional em estágios
médio e avançado, próximo à encosta do
rio Iguaçu, contendo nascentes e
córregos encachoeirados. A mata
apresenta algumas árvores de porte e
muitos caminhos internos intensamente
utilizados, nas proximidades com a
fronteira da Argentina.
6 25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W florestal e aquático Área com árvores de maior porte.
Fotos 2-101 e 2-102
7
25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W florestal Floresta em estágio médio de sucessão
secundária. Trata-se de área de mata já
muito alterada, entremeada de roças e
pequenos sítios com casas.
Fotos 2-103 e 2-104
8 25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W não-florestal Área de cultivo agrícola
Fotos 2-105 e 2-106
9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W florestal e não-florestal Área de cultivo agrícola
Fotos 2-107 e 2-108
10
25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W florestal Área de cultivo agrícola
Fotos 2-109 e 2-110
Detalhamento do Esforço Amostral
Tabela 55. Detalhamento do esforço amostral.
Mastofauna 1
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia 06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo 08h00 às
12h00
Ao longo do
traçado -
263
17h00 às
19h00
2
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
3
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
4
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
5
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
6
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
7 Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010 20 pontos
264
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
8
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
9
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
10
Busca por vestígios
08h00 às
10h00
17h00 às
19h00
2 Transectos de
200 m, 2 vezes
por dia
06/06/2010 a
11/06/2010
20 pontos
Entrevistas de campo
08h00 às
12h00
17h00 às
19h00
Ao longo do
traçado -
Resultados e Discussão
Composição e Riqueza em Espécies
Foram identificadas 21 espécies, destas oito foram registradas através de busca
por vestígios e treze espécies somente por entrevistas, totalizando 106 registros,
sendo que a mastofauna associada aos ambientes amostrados está representada
por 11 famílias e 6 ordens (Tabela 61).
As ordens Carnivora e Rodentia apresentaram o maior número de espécies (8 e
5, respectivamente), seguidas pelas ordens Cingulata (3 espécies),
Didephimorphia (2 espécies), Lagomorpha (2 espécie) e Primates (1 espécie).
As espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas são comuns em
áreas de domínio da Mata Atlântica e a grande maioria está associada ao
ambiente florestal. Para a Mata Atlântica são registradas 250 espécies e 55
espécies endêmicas (Conservation International do Brasil et al., 2000; MMA,
2002; Fonseca et al., 1996). A presente listagem revelou que nos ambientes da
265
área estudada ocorreram cerca de 27% das espécies de mamíferos de médio e
grande porte descritas para o bioma Mata Atlântica (sensu Fonseca et al., 1996).
De acordo com os estudos desenvolvidos por Emmons e Feer (1990), Eisemberg
e Redford (1999) e Reis et al. (2006) sobre a distribuição geográfica, os
mamíferos listados são esperados para a região.
As espécies registradas através de buscas por vestígios incluíram Didelphis aurita
(gambá, raposa), Dasypus novemcinctus (tatu-galinha), Euphractus sexcinctus
(tatu-peba, tatu-peludo), Cerdocyon thous (graxaim-do-mato, raposa), Procyon
cancrivorus (mão-pelada, raposa), Leopardus wiedii (gato-maracajá, jaguatirica),
Hidrochoerus hidrochaeris (capivara) e Myocastor coypus (ratão-do-banhado). Já
aquelas registradas através de entrevistas foram Didelphis albiventris (gambá,
raposa), Dasypus septemcinctus (tatu, tatu-mula), Cebus nigritus (macaco-
prego), Nasua nasua (quati), Eira Barbara (irara), Lontra longicaudis (lontra),
Galictis sp. (furão), Puma yagouaroundi (gato-mourisco, gato-cinza), Sphigurus
spinosus (ouriço-caheiro), Cavia aperea (preá, piriá), Dasyprocta azarae (cutia),
Sylvilagus brasiliensis (tapeti) e Lepus europaeus (lebre-européia) (Tabela 2-50).
Apesar de Cavia aperea (preá) não ser um mamífero de médio e grande porte,
pois seu peso é inferior a 1 kg, esta espécie foi incluída na relação devido às
menções feitas com relação a presença deste animal, citada várias vezes pelos
moradores locais.
Tabela 56. Lista taxonômica das espécies de mamíferos de médio e grande porte com destaque a forma de registro e a ocorrência nas áreas de influência. ADA – Área Diretamente Afetada; AID – Área de Influência Direta.
Taxa Nome Comum Forma de Registro
Área de Influência
ORDEM DIDELPHIMORPHIA FAMÍLIA DIDELPHIDAE Subfamília Didelphinae Didelphis albiventris Lund, 1840 gambá, raposa entrevistas ADA e AID
Didelphis aurita (Wied-Neuwied, 1826)
gambá, raposa atropelado, entrevistas
ADA e AID
ORDEM CINGULATA FAMÍLIA DASYPODIDAE Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 tatu-galinha tocas e
entrevistas ADA e AID
Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 tatu, tatu-mula entrevistas ADA e AID Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) tatu-peba, tatu-
peludo tocas e entrevistas
ADA e AID
ORDEM PRIMATES FAMÍLIA CEBIDAE Cebus nigritus (Goldfuss, 1809) macaco-prego entrevistas ADA e AID ORDEM CARNIVORA
FAMÍLIA CANIDAE Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) graxaim-do-mato,
raposa pegadas, fezes e entrevistas
ADA e AID
FAMÍLIA PROCYONIDAE Nasua nasua (Linnaeus, 1766) quati entrevistas ADA e AID Procyon cancrivorus (G. [Baron] Cuvier,1798) mão-pelada,
raposa, cachorro-
do-mato
pegadas e
entrevistas
ADA e AID
266
Taxa Nome Comum Forma de
Registro
Área de
Influência
FAMÍLIA MUSTELIDAE Eira barbara (Linnaeus, 1758) irara entrevistas ADA e AID Galictis sp. furão entrevistas ADA e AID Lontra longicaudis (Olfers, 1818) lontra entrevista
s
ADA e AID
FAMÍLIA FELIDAE Leopardus wiedii (Schinz, 1821) gato-maracajá,
jaguatirica
pegadas e entrevistas
ADA e AID
Puma yagouaroundi (É. Geoffory Saint-Hilare,
1803)
gato-mourisco,
gato-cinza
entrevista
s
ADA e AID
ORDEM RODENTIA FAMÍLIA ERETHIZONTIDAE Sphigurus spinosus ouriço-cacheiro entrevista
s
ADA e AID
FAMÍLIA CAVIIDAE Subfamília Caviinae
Cavia aperea Erxleben, 1777 preá, piriá entrevistas
ADA e AID
Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 cutia entrevistas
ADA e AID
Subfamília Hidrochoerinae Hidrochoerus hidrochaeris (Linnaeus, 1766) capivara pegadas e
entrevista
s
ADA e AID
FAMÍLIA MYOCASTORIDAE Myocastor coypus (Molina, 1782) ratão-do-banhado pegadas,
fezes e entrevistas
ADA e AID
ORDEM LAGOMORPHA FAMÍLIA LEPORIDAE Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) tapeti entrevista
s ADA e AID
¹Lepus europaeus (Pallas, 1778) lebre-européia entrevistas
ADA e AID
Total Riqueza em Espécies = 21
¹ espécie exótica invasora
A abundância observada separou os mamíferos de médio e grande porte em três
categorias de status: incomuns, comuns e abundantes, segundo o número de
registros por táxon (Tabela 62).
Tabela 57. Categorias de status de abundância de mamíferos de médio e grande porte.
Número de Registros Status de Abundância
1 |—| 7 incomum
8 |—| 14 comum
15 |—| 21 abundante
As espécies incomuns estão representadas por dezessete espécies (cerca de 81%
do inventário), enquanto as categorias comum e abundante por três e uma
267
espécie respectivamente. Entre as espécies mais registradas, destacam-se
Euphractus sexcinctus (tatu-peba) (abundante, 20%) e Cerdocyon thous
(cachorro-do-mato) (comum, 9%) (Tabela 63).
A ocorrência e a freqüência das espécies de mamíferos de médio e grande porte
ao longo dos dez pontos amostrais tiveram resultados diferenciados em relação à
abundância e divergem da seguinte forma: Dasypus novemcinctus (tatu-
galinha), Didelphis aurita (gambá) e Cerdocyon thous (cachorro-do-mato) foram
as espécies com a maior freqüência de ocorrência nos pontos amostrais (todas
com 70% de freqüência de ocorrência), seguida pela espécie Euphractus
sexcinctus (tatu-peba) (60%), pelas espécies Leopardus wiedii (gato-maracajá),
Sphigurus vilosus (ouriço-cacheiro) e Procyon cancrivorus (mão-pelada) (50%),
pela espécie Eira barbara (irara) (40%), pelas espécies Lontra longicaudis
(lontra), Galictis sp. (furão), Dasyprocta azarae (cutia), Hidrochoerus
hidrochaeris (capivara) e Cebus nigritus (macaco-prego) (todas com 30% de
ocorrência), por Didelphis albiventris (gambá), Cavia aperea (preá), Myocastor
coypus (ratão-do-banhado) e Nasua nasua (quati) (todos com 20%) e finalmente
pelas espécies que totalizaram 10% da freqüência de ocorrência ao longo dos
dez pontos amostrais, entre elas, Dasypus septemcinctus (tatu), Puma
yagouaroundi (gato-mourisco) e Sylvilagus brasiliensis (tapeti).
Na Tabela 64 observa-se que o status de abundância do táxon não foi
exatamente proporcional a freqüência de ocorrência observada ao longo dos
fragmentos, por exemplo, Euphractus sexcinctus (tatu-peba) foi a espécie mais
abundante (abundância relativa = 21), porém não teve a maior freqüência de
ocorrência, pois se distribuiu em seis dos dez pontos amostrais (60%).
As amostragens realizadas abrangendo os ambientes florestal, não-florestal
(áreas de cultivo agrícola) e aquático (rios) nas áreas de influência do
empreendimento tiveram resultados distintos quanto aos registros das espécies
como era esperado (Figura 181). A utilização de diferentes ambientes (habitat)
pela mastofauna variou de acordo com o grau de associação das espécies em
relação ao habitat. Para o ambiente florestal foram registradas quinze espécies,
compondo 72% do total registrado (Didelphis aurita, Didelphis albiventris
Dasypus novemcinctus, Euphractus sexcinctus, Dasypus septemcinctus, Cebus
nigritus, Nasua nasua, Eira Barbara, Galictis sp., Puma yagouaroundi, Sphigurus
spinosus, Cavia aperea, Dasyprocta azarae, Sylvilagus brasiliensis e Lepus
europaeus), para o ambiente aquático três espécies semi-aquáticas, 14%
(Hidrochoerus hidrochaeris, Myocastor coypus e Lontra longicaudis), para o
ambiente não-florestal nenhuma espécie (0%) e três espécies (14%) utilizaram
tanto o ambiente florestal como o aquático (Procyon cancrivorus, Cerdocyon
thous e Leopardus wiedii), estas últimas são espécies que vivem em ambientes
florestais próximos de corpos hídricos, devido à dieta alimentar.
268
Figura 181. Categorias de status de abundância de mamíferos de médio e grande porte.
2-269
Tabela 58. Registros das espécies de mamíferos de médio e grande porte nos pontos amostrais, abundância relativa e status de abundância.
Táxon Nome comum P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10
Abundância
Relativa %
Status de
Abundância
Dasypus novemcinctus tatu-galinha 1 1 2 0 1 1 1 0 0 1 8 7% incomum
Dasypus septemcinctus tatu-mula 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1% incomum
Euphractus sexcinctus tatu-peba 0 0 3 3 4 5 5 0 1 0 21 20% abundante
Didelphis albiventris
gambá-de-orelha-
branca 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2 2% incomum
Didelphis aurita gambá-de-orelha-preta 1 2 1 0 0 1 0 1 1 1 8 7% incomum
Cerdocyon thous cachorro-do-mato 1 1 2 1 0 2 1 0 2 0 10 9% comum
Leopardus wiedii gato-maracajá 1 3 3 0 0 1 0 1 0 0 9 8% comum
Puma yagouaroundi gato-mourisco 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1% incomum
Eira barbara irara 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 4 4% incomum
Lontra longicaudis lontra 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 3 3% incomum
Galictis sp. furão 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 3 3% incomum
Dasyprocta azarae cutia 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 3 3% incomum
Sphigurus spinosus ouriço 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 5 5% incomum
Hidrochoerus hidrochaeris capivara 1 1 2 0 0 0 0 0 0 0 4 4% incomum
Cavia aperea preá 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2% incomum
Myocastor coypus ratão-do-banhado 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 4 4% incomum
Procyon cancrivorus mão-pelada 3 2 1 0 0 0 1 2 0 0 9 8% comum
2-270
Táxon Nome comum P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10
Abundância
Relativa %
Status de
Abundância
Nasua nasua quati 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2% incomum
Cebus nigritus macaco-prego 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 3 3% incomum
Sylvilagus brasiliensis tapeti 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1% incomum
Lepus europaeus lebre 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 3 3% incomum
Total de registros 106
Total riqueza em
espécies 21
Total riqueza em espécies por pontos
amostrais 12 13 13 2 2 5 10 7 9 2
2-271
Tabela 59. Abundância relativa, status de abundância e freqüência de ocorrência das espécies de mamíferos de médio e grande porte.
Táxon Nome comum
Abundância
Relativa %
Status de
Abundância Ocorrência/Pontos
Freqüência
de
Ocorrência
Dasypus novemcinctus tatu-galinha 8 7% incomum 7/10 70%
Dasypus septemcinctus tatu-mula 1 1% incomum 1/10 10%
Euphractus sexcinctus tatu-peba 21 20% abundante 6/10 60%
Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca 2 2% incomum 2/10 20%
Didelphis aurita gambá-de-orelha-preta 8 7% incomum 7/10 70%
Cerdocyon thous cachorro-do-mato 10 9% comum 7/10 70%
Leopardus wiedii gato-maracajá 9 8% comum 5/10 50%
Puma yagouaroundi gato-mourisco 1 1% incomum 1/10 10%
Eira barbara irara 4 4% incomum 4/10 40%
Lontra longicaudis lontra 3 3% incomum 3/10 30%
Galictis sp. furão 3 3% incomum 3/10 30%
Dasyprocta azarae cutia 3 3% incomum 3/10 30%
Sphigurus spinosus ouriço 5 5% incomum 5/10 50%
Hidrochoerus
hidrochaeris capivara 4 4% incomum 3/10 30%
Cavia aperea preá 2 2% incomum 2/10 20%
Myocastor coypus ratão-do-banhado 4 4% incomum 2/10 20%
2-272
Táxon Nome comum
Abundância
Relativa %
Status de
Abundância Ocorrência/Pontos
Freqüência
de
Ocorrência
Procyon cancrivorus mão-pelada 9 8% comum 5/10 50%
Nasua nasua quati 2 2% incomum 2/10 20%
Cebus nigritus macaco-prego 3 3% incomum 3/10 30%
Sylvilagus brasiliensis tapeti 1 1% incomum 1/10 10%
Lepus europaeus lebre 3 3% incomum 3/10 30%
273
Considerando-se a relação da distribuição de indivíduos entre as espécies
nos pontos amostrais, obteve-se que os pontos 4 e 5 apresentaram a
menor equitabilidade (J=0,81 e J=0,72) enquanto que o ponto10 a maior
(J=1). No caso das espécies com menor equitabilidade (J) o número de
espécimes foi de 4 e 5, respectivamente, com dominância D=0,63 e
D=0,68, as quais correspondem aos índices de maior dominância (D). Por
outro lado, o pontos 1, 2 e 3 apresentaram quase o mesmo número de
espécies (n=12; n=13 e n=13) e o menor índice de dominância (D=0,10;
0,9 e 0,10). Uma comunidade com maior diversidade terá uma menor
dominância e a equitabilidade será tanto maior quando a relação entre as
espécies e indivíduos variar pouco. Esta relação pode ser observada nos
pontos amostrais de maior diversidade, como indica o índice de Shannon
(H), que foram P1 (H=2,40), P2 (H=2,48) e P3 (H=2,46) e o de menor
diversidade o ponto 5 (H=0,50) (Tabela 2-54).
Tabela 60. Índice de diversidade (H), equitabilidade (J) e dominância (D).
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10
Espécies 12 13 13 2 2 5 10 7 9 2
Indivíduos 14 17 20 4 5 10 14 9 11 2
Dominância D 0,10 0,09 0,10 0,63 0,68 0,32 0,17 0,16 0,12 0,5
Shannon H 2,40 2,48 2,46 0,56 0,50 1,36 2,06 1,89 2,15 0,69
Equitabilidade
J 0,97 0,97 0,96 0,81 0,72 0,84 0,90 0,97 0,98 1
A baixa densidade local de muitas espécies de mamíferos e o tamanho das
suas áreas de vida, aliados ao hábito noturno, dificultam a realização de
estudos de determinação da composição, estrutura e dinâmica dessas
populações (Scoss et al., 2004). Na figura 182 observa-se que a curva de
suficiência amostral tendeu a estabilização a partir do segundo dia, mas
acabou não se estabilizando no período de amostragem, indicando que
novas espécies ainda devem ocorrer dentro das áreas de influência do
empreendimento.
274
Figura 182. Curva de suficiência amostral para os mamíferos de médio e grande porte.
Embora o Parque Nacional do Iguaçu (PNI) se encontre um pouco afastado
do traçado previsto da Rodovia de Acesso à Ponte (implantação do
empreendimento), foi tomado como base alguns estudos realizados no PNI
no intuito de comparar a fauna inventariada na área do empreendimento
com a fauna regional. O Parque Nacional do Iguaçu com uma área de
185.262,5 hectares (Figura 183), um perímetro de 420 km, dos quais 300
km são limites naturais representados por cursos d’água, é sem dúvida o
maior remanescente contínuo do município de Foz do Iguaçu, e abriga,
dentro dos seus limites, os ecossistemas representativos da região, que
outrora se estendiam por todo o município, e senão a composição
mastofaunística original da região, pelo menos o maior percentual de táxons
que originariamente se distribuíam pelo município de Foz do Iguaçu.
275
Figura 183. Parque Nacional do Iguaçu. Fonte: Teixeira e Linsker, 2010.
Os dados obtidos no presente diagnóstico se assemelham aos encontrados
por Crawshaw Júnior (1995), e, sobretudo, por Antonelli-Filho (1999) e por
Morone (2006), evidenciando a ampla distribuição das espécies (Tabela 2-
54). O estudo de Crawshaw Júnior (1995) menciona espécies mais
exigentes quanto ao tipo de habitat e que não foram mais registradas
posteriormente no PNI, tais como, Speothos venaticus (cachorro-vinagre),
Pteronura brasiliensis (ariranha), Tayassu pecari (queixada) e Mazama nana
(veado). A caça é uma prática muito comum na região e se constitui em
uma forte pressão de ameaça aos animais silvestres, dentro e fora do PNI.
Segundo Raphael Xavier (com. pess., 2010) dados muito preliminares e
iniciais dão conta de que pode existir uma baixa população de Panthera
onca (onça-pintada) no Parque Nacional do Iguaçu.
Com relação ao inventário realizado no contexto deste EIA, as espécies
supracitadas também não foram identificadas nos ambientes estudados.
Fato esperado visto que a região de abrangência do empreendimento
engloba áreas bastante alteradas devido ao processo de urbanização e a
prática da caça que foi constatada nas entrevistas realizadas junto aos
moradores locais. Atualmente a caça indiscriminada e sem qualquer
276
controle é um grande obstáculo à conservação da fauna silvestre. Fatores
como valorização comercial da carne de caça e outros produtos e
subprodutos da fauna nos centros urbanos, maiores facilidades de acesso às
áreas florestadas, crescimento da densidade humana no entorno dessas
áreas, predominância da agricultura e queimadas, favorecem a
intensificação do uso da floresta e, conseqüentemente, contribuem para o
aumento da pressão da caça (Robinson e Bodmer, 1999).
Ao se observar imagens de satélite do município de Foz do Iguaçu, nota-se
que a ocupação humana eliminou ou descaracterizou quase que por
completo os ambientes regionais, restando poucos remanescentes
significativos para a fauna.
Tabela 61. Lista das espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas no presente diagnóstico e nos trabalhos de Crawshaw Júnior (1995), Antonelli-Filho (1999) e Morone (2006).
Taxa Nome Comum
Diagnóstico(2010)
Crawshaw Júnior (1995)
Antonelli-Filho
(1999)
Morone (2006)
Didelphis albiventris gambá, raposa
X X X Didelphis sp.
Didelphis aurita gambá, raposa
X X ---------- ----------
Dasypus novemcinctus
tatu-galinha X X X X
Dasypus
septemcinctus
tatu-mula X ---------- ---------- ----------
Euphractus sexcinctus tatu-peba X X ---------- ----------
Tamandua tetradactyla
tamanduá-mirim
--------- X ---------- X
Cebus nigritus macaco-prego X X X X
Alouatta fusca bugio, guariba --------- X X -----------
Cerdocyon thous graxaim-do-mato
X X X X
Speothos venaticus cachorro-vinagre
--------- X ---------- -----------
Nasua nasua quati X X X X
Procyon cancrivorus mão-pelada, raposa
X X X ---------
Eira barbara irara X X ---------- X
Galictis sp. furão X X ---------- X
Lontra longicaudis lontra X X X X
Pteronura brasiliensis ariranha --------- X ----------- ----------
Leopardus pardalis jaguatirica --------- X X X
Leopardus wiedii gato-maracajá X X ---------- ----------
Leopardus sp. gato-do-mato ---------- --------- ----------- X
Puma yagouaroundi gato-mourisco X X ---------- ---------
Puma concolor onça-parda ---------- X X X
Panthera onca onça-pintada ---------- X --------- ---------
Tapirus terrestris anta ---------- X X X
Pecari tajacu cateto ---------- X ---------- X
Tayassu pecari queixada ----------- X ---------- ----------
Mazama sp. veado ----------- X X X
277
Taxa Nome
Comum
Diagnósti
co(2010)
Crawsha
w Júnior (1995)
Antonelli
-Filho (1999)
Morone
(2006)
Mazama americana veado-mateiro ---------- X X ---------
Mazama nana veado ---------- X --------- ---------
Sciurus aestuans esquilo, serelepe
---------- X --------- X
Sphigurus spinosus ouriço-cacheiro
X X --------- ---------
Cavia aperea preá, piriá X X X ---------
Dasyprocta azarae cutia X X X X
Cuniculus paca paca ---------- X ---------- X
Hidrochoerus hidrochaeris
capivara X X X X
Myocastor coypus ratão-do-banhado
X ---------- ---------- X
Sylvilagus brasiliensis tapeti X X X X
Lepus europaeus lebre-européia X ---------- ---------- ----------
Riqueza total 21 33 17 21
Segundo Pullian e Danielson (1991) quando o habitat sofre alteração
antrópica, a proporção de indivíduos de uma dada espécie pode ser
alterada, mas a distribuição e abundância dependerão da habilidade seletiva
das espécies em relação a esses habitats. Pequenos mamíferos e algumas
espécies que se beneficiam de ambientes alterados pelo homem, parecem
ser mais representativas quanto ao número de indivíduos, pois conseguem
sobreviver e adaptar-se, ao contrário de espécies da fauna que necessitam
de grandes áreas preservadas para sobreviver (Persson, 1993).
Se para algumas espécies existe o fator plasticidade para adaptar-se a um
novo ambiente, para muitas não há esta possibilidade, sendo a
fragmentação de ecossistemas uma das maiores ameaças à biodiversidade
(Fernandez, 1997).
A fragmentação traz para os remanescentes das populações, riscos como
diminuição de alimento, endocruzamento e diminuição da área de vida. No
que tange aos mamíferos, a fragmentação de florestas modifica
grandemente a sua diversidade e abundância, sendo que estas mudanças
ocorrem mais rapidamente em fragmentos pequenos do que em maiores
(Cosson et al., 1999).
Grandes predadores como, por exemplo, os felinos possuem baixas
densidades populacionais e demandam grandes áreas de vida, por isso
tendem a desaparecer, sendo geralmente substituídos por pequenos
predadores que tem hábitos generalistas (Laurance, 1994). Já as espécies
generalistas podem ter vantagem em hábitat de mosaico em paisagens de
agricultura, uma vez que são capazes de usar diferentes habitats e itens
alimentares (Gehring e Swihart, 2003).
278
A composição da mastofauna regional deve variar de acordo com a área
analisada, uma vez que a oeste do traçado da Rodovia de Acesso à Ponte
encontram-se áreas onde o adensamento populacional é maior do que a
leste onde predominam áreas de agricultura e maior concentração de
fragmentos florestais.
A presença de ecossistemas florestais em paisagem de mosaico possibilita a
existência de espécies de pequenos mamíferos generalistas com ampla
distribuição geográfica e grande resiliência diante de impactos
antropogênicos. Dentre as espécies que podem ser registradas nestas
áreas, principalmente na Área de Influência Indireta, destacam-se os
morcegos, os marsupiais e os roedores.
Embora poucas espécies de morcegos se adaptem à vida nas cidades, os
insetívoros aéreos (Vespertiolinidae e Molossidae) correspondem a uma
porção significativa da comunidade de morcegos em ambientes urbanos.
Isto se deve a grande oferta de recursos como abrigos artificiais, insetos em
abundância atraídos pela iluminação artificial e de amplos espaços para
forrageamento. A oferta de alimento para morcegos frugívoros
(Phyllostomidae) também pode ser elevada em áreas urbanas, devido à
arborização urbana (Pulchério-Leite, 2008).
Espécies Ameaçadas de Extinção
No Estado do Paraná uma parcela significativa da riqueza da mastofauna se
encontra sob algum grau de ameaça. Isso em função da destruição e
redução dos ecossistemas, da caça e pesca predatória, do comércio ilegal
de espécimes, da poluição dos ecossistemas terrestres e aquáticos, da
introdução de espécies exóticas, da perda de fontes alimentares e do uso
indiscriminado de agroquímicos, entre outros fatores, que colocam em risco
não apenas a fauna, mas deterioram a qualidade de vida do homem, que
também depende de um ambiente saudável e equilibrado (Mikich e Bérnils,
2004).
Segundo Machado et al. (2005), em termos gerais, a maior ameaça aos
mamíferos é a destruição ou alteração do hábitat natural, especialmente da
Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga. Outras ameaças incluem a caça
predatória, desmatamento, poluição, desequilíbrio ecológico, perda da fonte
alimentar e o fogo. Nas áreas de influência do empreendimento alguns
destes fatores de ameaças foram verificados, tais como alteração do
hábitat, a caça, além da presença de animais domésticos (Figuras 184 e
185).
279
Figura 184. Alteração do habitat. Ponto 3.
Figura 185. Presença de animais domésticos. Ponto 1.
Dentre as 21 espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas, três estão
ameaçadas no Estado (Mikich e Bérnils, 2004) e uma quase ameaçada mundialmente
(IUCN, 2009) (Tabela 67).
Tabela 62. Espécies da mastofauna ameaçadas de extinção identificadas nas áreas de amostragem.
Táxon Categoria de Ameaça Pontos Amostrais
Estadual* Mundial**
Leopardus wiedii VU NT P1, P2, P3, P6 e P8.
Lontra longicaudis VU DD P1, P2 e P9.
Sylvilagus brasiliensis VU LC P9
Dasypus septemcinctus DD LC P8
Puma yagouaroundi DD LC P7
LEGENDA
Acrônimos para as categorias de ameaça: VU – Vulnerável; NT – Quase Ameaçada; LC – De Menor Risco ou Não
Ameaçada; DD – Deficiente em Dados.
280
*Segundo Mikich e Bérnils (2004). **Segundo IUCN (2009).
A seguir é descrita a caracterização das espécies de mamíferos de médio e grande
porte ameaçadas de extinção no Estado do Paraná identificadas nas áreas de
influência do empreendimento com notas sobre a história natural, ameaças e medidas
para a conservação extraídas de Mikich e Bérnils (2004).
Leopardus wiedii (Schinz, 1821) – gato-maracajá, jaguatirica
O gato-maracajá é um felino que varia de 90 a 120 cm e pode pesar de 3 a
9 kg (Figura 186). Esta espécie está associada a ambientes florestados,
utilizando inclusive os secundários. De hábito noturno, predominantemente
arborícola, apresenta adaptações a esse estrato. A fêmea tem um ou dois
filhotes, sem período do ano definido. Alimenta-se de pequenos vertebrados
arborícolas, principalmente de pássaros e roedores, consumindo também
artrópodes, gambás e frutas.
As ameaças a esta espécie estão representadas principalmente pela
destruição do habitat provocada pelo desmatamento, o comércio ilegal e a
caça.
Para a conservação desta espécie são necessárias medidas de proteção de
habitats, pesquisas envolvendo taxonomia, distribuição, biologia e ecologia,
monitoramento em ambientes naturais e conservação ex situ.
Figura 186. Leopardus wiedii (gato-maracajá). Foto de
Tadeu Gomes de Oliveira e Katia Cassaro, 1999.
Lontra longicaudis (Olfers, 1818) - lontra
A lontra tem cerca de 46 a 82 cm de corpo e pesa entre 3 e 4 kg (Figura
187). A cauda é longa e tem apenas a extremidade achatada, as pernas são
curtas e robustas e os pés são espalmados com dedos unidos por uma
membrana. Os machos são maiores do que as fêmeas. As lontras são
nadadoras ágeis e excelentes mergulhadoras. Freqüentam vários tipos de
ambientes aquáticos, tanto de água doce (rios, lagos, pequenos cursos
d’água) como de água salgada (baías, lagunas e enseadas). São animais
281
predominantemente crepusculares e noturnos, vivendo solitários ou em
pares. Utilizam como abrigo tocas que escavam nos barrancos dos rios, ou
então fendas entre paredões rochosos nas margens da água. Alimentam-se
de peixes, crustáceos, pequenos mamíferos, aves e anfíbios. A fêmea dá a
luz de um a cinco filhotes.
As maiores ameaças a esta espécie são decorrentes da degradação dos
habitats, tais como desmatamento e destruição da mata ciliar, poluição da
água e alagamentos para formação de reservatórios. As lontras também são
perseguidas pelos prejuízos que podem causar às atividades de piscicultura.
A conservação desta espécie depende de medidas voltadas à proteção de
habitats, ao controle da qualidade da água, à recuperação de matas ciliares
e a pesquisas envolvendo sua distribuição, biologia e ecologia.
Figura 187. Lontra longicaudis (lontra). Foto de Flávio Silva, 1994
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) - tapeti
O tapeti é semelhante à lebre-européia, porém de tamanho menor, orelhas
mais curtas e finas e cauda reduzida (Figura 188). Mede entre 35 e 40 cm
de comprimento, podendo pesar até 1,2 kg. Vivem em áreas próximas à
água, sendo encontrado em bordas de mata, campos e cerrados. É solitário
e noturno, passando o dia abrigado debaixo de troncos ou em ocos de
árvores. Nascem de dois a sete filhotes e a mesma fêmea pode ter quatro
ou cinco partos por ano. Alimenta-se de uma grande variedade de talos,
brotos e cascas de muitas espécies vegetais. Pode ocupar áreas de lavoura
pela disponibilidade de alimento, mas não existem dados sobre sua
capacidade de adaptação.
As principais ameaças à sobrevivência desta espécie são a destruição de
habitats e a caça, mas é possível que ela seja diretamente afetada pela
presença da espécie exótica lebre-européia (Lepus europaeus).
282
As medidas de conservação recomendadas visam a proteção de habitats e a
realização de pesquisas abordando aspectos biológicos e ecológicos desta
espécie.
Figura 188. Sylvilagus brasiliensis (tapeti). Foto de Wilson Fernandes, 2008.
Espécies-chaves
Por serem espécies suscetíveis às modificações e simplificações dos
habitats, os mamíferos atuam como bioindicadores de áreas naturais e
servem como espécies-chave para a conservação dos ecossistemas
(Primack, 1995; August, 1983; Lacher e Alho, 2001).
De acordo com Paine (1996), as espécies-chave são aquelas que
desempenham funções chaves, com uma relação de dependência com
outras espécies, sendo importantes para monitorar a estrutura e dinâmica
do ecossistema.
Para Garay (2001) a espécie-chave contém uma maior quantidade de
informação sobre a sustentabilidade da biocenose, seja porque está
associada à manutenção do ecossistema, seja pela sua importância em
relação à sobrevida de outras espécies.
Os mamíferos têm um importante papel na manutenção e regeneração das
florestas tropicais, pois apresentam funções ecológicas essenciais e podem
ser considerados como espécies-chave na estruturação das comunidades
biológicas, através da predação, dispersão de sementes, polinização,
herbivoria e frugivoria (Cuarón, 2000).
Dentre a mastofauna, os carnívoros são importantes componentes
ecológicos dos ecossistemas, controlando as populações de suas presas,
influenciando os processos de dispersão de sementes e a diversidade de
comunidades (Terborgh, 1992). Ainda de acordo com o mesmo autor, os
grandes carnívoros têm um papel importante na regulação dos
ecossistemas, sendo considerados como espécies-chave por manter e
283
restaurar a diversidade e a resiliência dos mesmos, e por isso, também
representam as espécies de maior importância para a conservação.
Segundo Soulé e Terborgh (1999), assegurando-se a manutenção das
populações de grandes carnívoros, protegem-se outras espécies de um
mesmo ecossistema.
Neste contexto, destacam-se os registros de dois felinos na área do
empreendimento, Leopardus wiedii (gato-maracajá, jaguatirica) e Puma
yagouaroundi (gato-mourisco).
Leopardus wiedii (gato-maracajá, jaguatirica) foi registrado em cinco dos
dez pontos amostrados. Já Puma yagouaroundi (gato-mourisco) foi
registrada somente no ponto 7.
Os resultados obtidos por Rinaldi (2010), que estudou a dieta de Leopardus
wiedii e Puma yagouaroundi no Planalto de Foz do Iguaçu, indicaram que a
dieta de L. wiedii apresentou registros de predação de espécies de médio
porte, como por exemplo, Cebus nigritus (macaco-prego), do carnívoro
Galictis cuja (furão), pequenos mamíferos com predominância de táxons
cursoriais e noturnos e aves. Segundo o autor, como Leopardus wiedii é
conhecida como uma espécie arborícola era esperada uma dieta constituída
predominantemente de espécies de presas de comportamento arbóreo. No
entanto, o consumo de espécies arborícolas por Leopardus wiedii foi menor
do que o consumo de espécies de hábito cursorial, fato que pode estar
relacionado à paisagem antropizada da área de estudo. Já a amplitude de
nicho alimentar de Puma yagouaroundi foi comparativamente menor que
Leopardus wiedii. Para esta espécie também houve predominância na dieta
alimentar de pequenos mamíferos de hábito cursorial e aves. A amplitude
de nicho alimentar pode variar conforme a menor ou maior disponibilidade
de recursos no ambiente. Rinaldi (2010) ainda registrou uma alta
freqüência de Mus musculus (camundongo) na dieta destes felinos, o que
pode indicar alta densidade desta espécie na paisagem antropizada.
Estas informações podem explicar a distribuição destes felinos na área do
empreendimento. Leopardus wiedii teve uma distribuição mais ampla do
que Puma yagouaroundi e parece estar mais adaptada aos ambientes na
região estudada. Segundo relatos de moradores locais Leopardus wiedii
caça as galinhas nas propriedades rurais, evidenciando a necessidade de
busca de recursos alimentares e também sofre a perseguição de cachorros
domésticos.
2 . 2 . 2 . 3 . A v i f a u n a
De acordo com Straube e Urban-Filho (2004), estimar o quanto se conhece
sobre a avifauna de uma determinada área ou região implica, dentre outras
ações, que se faça um levantamento do que já foi realizado em termos de
284
pesquisa com as aves e do esforço amostral despendido. A falta de estudos
muitas vezes dificulta a determinação mais precisa da composição da
comunidade de aves, o que diretamente influencia na realização de
trabalhos que visem avaliar os impactos que venham a ser gerados às aves
pela implantação de uma determinada obra.
No caso da região de Foz do Iguaçu, essa é relativamente bem amostrada e
conhecida em relação à avifauna, mesmo que, as pesquisas ornitológicas
nessa região tenham se incrementado há poucos anos atrás. A gama de
dados que se tem sobre a composição avifaunística regional se deve
principalmente aos trabalhos realizados na área do Parque Nacional do
Iguaçu (lado brasileiro) e Parque Nacional do Iguazu (lado argentino). Essas
unidades de conservação preservam importantes remanescentes de Floresta
Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Mista no Oeste paranaense e
igualmente na Província de Missiones, Nordeste da Argentina,
possibilitando, a manutenção de elementos avifaunísticos autóctones em
face ao estado de conservação dessas unidades.
Além dos parques mencionados, também a construção da Usina Hidrelétrica
de Itaipu contribuiu para a geração de conhecimentos da avifauna regional,
tendo em vista que para compensar os impactos ambientais negativos
provocados com a formação da barragem, áreas no entorno do lago foram
adquiridas para a criação de refúgios biológicos em território brasileiro e
paraguaio. Assim como o Parque Nacional do Iguaçu, também os Refúgios
Biológicos da Itaipu atraíram a atenção de ornitólogos interessados em
pesquisar a avifauna desses espaços protegidos, resultando na elaboração
de listagens que possibilitaram maiores conhecimentos da composição
avifaunística regional.
Os trabalhos realizados nos referidos espaços protegidos servem de
referência para o presente estudo de impacto ambiental, possibilitando,
dessa forma, uma caracterização genérica da avifauna regional.
Os objetivos da realização do presente estudo consistiram no diagnóstico da
atual situação ambiental da área de influência do projeto e da
caracterização da avifauna de ocorrência para essa área. Com base nos
resultados obtidos pelo diagnóstico foram avaliados os impactos que
deverão ser gerados à avifauna e as medidas mitigadoras que deverão ser
tomadas para a minimização desses impactos.
Localização da Área do Projeto
A área de influência do projeto localiza-se no município de Foz do Iguaçu,
com extensão de aproximadamente 20 quilômetros entre a BR 277 e as
margens do rio Paraná, nas proximidades da confluência com o rio Iguaçu.
285
Determinação das Áreas de Influência
A área de influência (área de estudo) foi definida como sendo a de
influência de impactos a serem gerados à avifauna. Essa área foi dividida
em três, conforme descrição a seguir.
Área Diretamente Afetada (ADA)
A área diretamente afetada compreende o espaço às margens do rio Paraná
onde será construída a nova ponte de ligação Brasil/Paraguai e o eixo da
rodovia de acesso até a mesma.
Área de Influência Direta (AID)
A área de influência direta para análise de impactos sobre a avifauna
abrange uma distância de 1000 metros no entorno da ponte e a mesma
distância linearmente ao logo do eixo da rodovia de acesso.
Área de Influência Indireta (AII)
Como área de influência indireta de impactos uma extensão de cinco 2,5
quilômetros a partir da área de influência direta no entorno da ponte e ao
longo do eixo da rodovia de acesso a ser construída. Considera-se essa
distância apenas para a área abrangida em território brasileiro.
Metodologia Aplicada
O presente diagnóstico da avifauna foi elaborado com base em duas etapas
de trabalhos, a saber: a primeira realizada em escritório e voltada à
definição de sítios de amostragens na área de influência e a busca de dados
secundários provenientes de revisão bibliográfica, e a segunda, por
campanha de campo para a coleta de dados primários in situ na área do
projeto.
Revisão Bibliográfica
A revisão bibliográfica teve por objetivo a busca de dados secundários de
trabalhos ligados à avifauna realizados na região de Foz do Iguaçu, dados
esses que subsidiaram a elaboração do diagnóstico e a analise dos impactos
que poderão ser gerados à avifauna. Dessa forma, foram realizadas
pesquisas em trabalhos da literatura referentes a relatórios técnicos e
publicações de resultados de estudos realizados na região.
Reconhecimento e Definição de Pontos de Amostragens
O reconhecimento da área de influência do projeto foi inicialmente realizado
em escritório através da análise de imagens de satélites. Posteriormente,
complementada durante a campanha de campo.
Durante o reconhecimento foram identificadas fácies ambientais da atual
paisagem da área nas quais foram definidos os pontos de amostragens para
286
o estudo do meio biótico, onde se inclui a avifauna. Definiu-se um número
de 10 pontos de coleta de dados, sendo esses:
Tabela 63. Pontos de coleta da avifauna.
Ponto
amostral
Coordenadas
Ponto 1 25°35`17,12”S e 54°35`28,95”W
Ponto 2 25°35`22,99”S e 54°35`28,99”W
Ponto 3 25°35`21,25”S e 54°35`14,06”W
Ponto 4 25°35`13,19”S e 54°34`25,30”W
Ponto 5 25°35`04,90”S e 54°33`54,82”W
Ponto 6 25°34`13,93”S e 54º32`57,06”W
Ponto 7 25°33`44,04”S e 54°32`27,04”W
Ponto 8 25°32`05,16”S e 54°31`37,57”W
Ponto 9 25°30`54,70”S e 54°31`37,51”W
Ponto 10 25°30`13,98”S e 54°31`14,00”W
Diariamente dois pontos foram amostrados com duração de 4 horas de
trabalho de campo por ponto. Esses pontos abrangeram todos os
fragmentos florestais presentes na área de influência, além de áreas
abertas e sistemas aquáticos.
Obtenção de Dados Primários
Os dados primários (em campo) foram obtidos através do deslocamento por
entre os diferentes pontos de amostragens definidos. Diariamente dois
pontos foram amostrados com esforço de 4 horas de trabalho de campo por
ponto. Esses pontos abrangeram todos os fragmentos florestais presentes
na área de influência, além de áreas abertas e sistemas aquáticos.
Para a identificação das espécies foram empregadas duas técnicas
tradicionais de estudos avifaunísticos. A observação direta, com as aves
sendo identificadas por meio da plumagem e demais aspectos morfológicos
com auxilio de binóculos, e o reconhecimento auditivo onde a identificação
foi por meio das vocalizações emitidas pelas diferentes espécies de aves
que ocorrem na área de influência.
Compilação de Dados e Elaboração de Listagens de Espécies
A compilação dos dados primários e secundários gerou a elaboração de
listagem de espécies de avifauna de maior probabilidade de ocorrência para
a área de estudo (Anexo 2). Com base nessa listagem e a distribuição das
espécies nas diferentes áreas de influência do projeto, fez-se a análise dos
287
impactos ambientais a serem gerados para a avifauna e a indicação de
medidas de mitigação.
Tabela -resumo da Caracterização/descrição dos pontos de amostragem
da fauna
Tabela 64. Caracterização dos ponos de amostragem da avifauna.
Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação
Avifauna
1 25°35’17,12”S –
54°35’28,95”W Semi-florestal
Fotos 2-90 e 2-91
2 25°35`22,99”S -
54°35`28,99”W Semi-florestal
Fotos 2-94 e 2-95
3 25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W Florestal
floresta no planalto basáltico com
árvores de porte alto, em estágio
avançado de sucessão.
Fotos 2-92 e 2-93
4 25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W Florestal
mata secundária, bem na borda da
encosta voltada para calha do rio
Iguaçu, onde encontram-se nascentes e
pequenos córregos.
Fotos 2-94 e 2-95
5 25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W Florestal
sucessão vegetacional em estágios
médio e avançado, próximo à encosta do
rio Iguaçu, contendo nascentes e
córregos encachoeirados. A mata
apresenta algumas árvores de porte e
muitos caminhos internos intensamente
utilizados, nas proximidades com a
fronteira da Argentina.
Fotos 2-96 e 2-97
6 25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W Florestal Área com árvores de maior porte.
Fotos 2-101 e 2-102
7 25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W Florestal
Floresta em estágio médio de sucessão
secundária. Trata-se de área de mata já
muito alterada, entremeada de roças e
pequenos sítios com casas.
Fotos 2-103 e 2-104
8 25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos
plantios de soja ou de campos cobertos
por capim
Fotos 2-105 e 2-106
9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos
plantios de soja ou de campos cobertos
por capim
Fotos 2-107 e 2-108
10 25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W
Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos /
/ambiente urbano
plantios de soja ou de campos cobertos
por capim ou com área urbana
localizada.
Fotos 2-109 e 2-110
288
Detalhamento do Esforço Amostral
Tabela 65. Esforço amostral da avifauna.
Avifauna
1 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
2 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
3 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
4 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
5 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
6 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
7 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
8 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
9 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
10 Observação direta e
reconhecimento
auditivo
05h30 às
07h30
04h30 às
18h30
2 pontos/dia/4
horas = 8 h/dia
06/06/2010 a
10/06/2010
40 horas
Resultados
A Ornitologia na Região de Foz do Iguaçu
289
De acordo com a revisão da literatura realizada para a obtenção de dados
secundários, constatou-se que os estudos com as aves na região de Foz do
Iguaçu tiveram maior intensidade nos últimos vinte anos. Em tempos
anteriores, os trabalhos foram mais escassos, com poucas citações na
literatura. O estudo pioneiro que se tem informação em território brasileiro
na região é o referente à expedição polonesa promovida pelo Museu de
História Natural de Varsóvia, a qual foi realizada entre os anos de 1921 e
1924 e coordenada pelos naturalistas Tadeusz Chrostowski e Tadeusz
Jaczewski (Straube; Urben-Filho, 2004). Essa expedição que percorreu toda
a porção Sul e Sudoeste do Paraná culminou com diversas coletas de
material ornitológico, incluindo a área que atualmente faz parte dos limites
do Parque Nacional do Iguaçu, resultando na primeira publicação da
avifauna da região (Sztolcman, 1926). Posteriormente na década de 1930,
Emil Kaempfer, naturalista alemão a serviço do Museu Americano de
História Natural visitou a região em curto período de tempo, coletando
material em toda a porção Oeste do Paraná e em parte do território
paraguaio. Infelizmente, apenas pequena parcela dos dados obtidos por
Kaempfer foi posteriormente publicada (Naumburg, 1935, 1937 e 1940), o
que pouco contribui para a ornitologia regional. Mais de uma década depois,
a região foi visitada por João Moojen de Oliveira, que a serviço do Museu
Nacional do Rio de Janeiro coletou material farto que atualmente se
encontra tombado no referido museu. Em 1948 o naturalista Andréas Mayer
trabalhando no Museu Paranaense também realizou coletas da área por
quase dois anos, com o material coletado catalogado no Museu de História
Natural Capão da Imbuia de Curitiba (Straube; Urben-Filho, 2004).
Após um período de estagnação, os estudos tiveram reinício nos anos de
1980 e 1990, culminando com a elaboração de listas preliminares da
avifauna do parque, citando o realizado pelo Clube de Observadores de
Aves do Paraná - COA-PR (Scherer-Neto et al. 1991) e os de Mähler-Jr.
(1993 e 1995), que resultaram em listagens preliminares que
posteriormente foram incrementadas com outros estudos. Em anos mais
recentes destaca-se o trabalho de Straube et al. (2004), realizado entre os
anos de 2001 e 2003, o qual resultou em publicação que pode ser
considerada como a que melhor reflete a composição da avifauna do
parque, levando em conta que as amostragens foram sazonais e realizadas
em diferentes pontos do parque, além de contemplar ambientes
diferenciados ali encontrados.
Para a área do Parque Nacional do Iguazu (lado argentino) e em outras
partes da província de Missiones, a literatura contém vários trabalhos que
foram realizados (Partridge, 1961; Seibene et al., 1993; Chebez, 1995;
Protomastro, 2001 e Krauczuk e Baldo, 2004), autores citados por Straube
et al. (2004). Esses trabalhos geraram importantes publicações referentes à
composição da avifauna da região do nordeste da Argentina, resultados
290
esses que, em razão da proximidade de Foz do Iguaçu, podem ser
extrapolados para esse município e região.
De acordo com Straube et al. (2004) a diversidade avifaunística existente
no Parque Nacional do Iguaçu é de 335 espécies, correspondendo a
aproximadamente 52% das espécies registradas em campo no Estado do
Paraná (Scherer-Neto e Straube, 1995). Segundo Antonelli-Filho (1999), a
avifauna do parque se caracteriza basicamente como de ocorrência sub-
tropical, havendo, no entanto, também a presença de elementos andino-
patagônicos que se deslocam sazonalmente ao mesmo. Muitas das espécies
registradas para a unidade de conservação em questão são consideradas
como especialistas de ambientes florestais, ou seja, somente habitando
esse ambiente (Sick, 1997). Outras apresentam hábitos generalistas, ou
seja, além da vegetação florestal do parque, também habitam áreas abertas
e de vegetação secundária em estágios iniciais. Dentre as espécies
consideradas ameaçadas de acordo com MMA (2003) destacam-se
Tigrisoma fasciatum (socó-boi-escuro), Harpyhaliaetus coronatus (águia-
cinzenta) e Pipile jacutinga (jacutinga), todas registradas por Straube et al.
(2004).
Fora dos limites da área do Parque Nacional do Iguaçu são destacados os
trabalhos realizados nos Refúgios Biológicos da Itaipu Binacional. Do lado
brasileiro atenção especial ao estudo desenvolvido pela Sociedade de
Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS durante todo o
ano de 1991 na área do Refúgio Biológico Bela Vista, trabalho que resultou
num inventário sistemático da avifauna do referido refúgio (SPVS, 1993).
De acordo com SPVS (1993), foram listadas para o Refúgio Biológico Bela
Vista 280 espécies. Mais da metade dessas espécies pertencem à ordem
Passeriformes, das quais, cerca de 52% encontram-se inclusas na sub-
ordem sub-Oscines a qual tem origem filogenética no Velho Mundo e
ocupam especialmente áreas com fitofisionomia modificada.
Riqueza Específica da Avifauna da Área de Influência do Projeto
No estado do Paraná segundo Scherer-Neto e Straube (1995), são
encontradas em torno de 750 espécies de aves, correspondendo a
aproximadamente 47% de todas as espécies catalogadas para o território
brasileiro. Segundo os referidos autores, a grande diversidade de espécies
que ocorrem no território paranaense está ligada à diversidade ambiental
do Estado, constituídos por formações fitoecológicas diversas e pela
variedade de ambientes aquáticos que servem de local de abrigo,
reprodução e alimentação para as aves silvestres.
Para a área de influência do projeto, os resultados obtidos com os
trabalhados efetuados em campo e de revisão bilbiográfica possibilitam
estimar a presença de um número de espécies de aves que varia entre 200
291
a 230, representando aproximadamente 30% da avifauna encontrada no
estado do Paraná de acordo com Scherer-Neto e Straube (1995). Embora
bastante alterada, a área mantém uma variedade até considerável de
espécies, sendo, no entanto, predominantes espécies de hábitos
generalistas e sinantrópicos que vivem em áreas alteradas.
Ao se analisar o atual estado de conservação da área de influência do
projeto, pode-se afirmar que a mesma é paisagisticamente similar a muitas
outras da região que tiveram seus ambientes primitivos severamente
alterados pela ação antrópica, resultando numa diminuição da diversidade
de espécies da avifauna autóctone. As alterações do ambiente primitivo
provocaram o desaparecimento de espécies de famílias tipicamente
florestais como Formicariidae, Thamnophilidae, Pipridae e Cotingidae dentre
outras, famílias compostas de várias espécies que têm dependência direta
para com ambientes florestais primários ou pouco alterados. Na atualidade,
o mosaico de ambientes da área propicia de forma predominante a
presença de espécies de ambientes abertos, como representantes das
famílias Columbidade, Emberizidae e Icteriidae, e de formações
vegetacionais em estágio inicial e médio de sucessão secundária (famílias
Furnariidae e Turdidae). Além dessas, espécies perfeitamente adaptadas a
ambientes urbanos. Nos poucos fragmentos florestais de vegetação mais
avançada ainda presentes ocorrem, além de generalistas, também espécies
tipicamente florestais, caso de elementos das famílias Picidae (pica-paus),
Dendrocolaptidae (arapaçus) e Thraupidae (sanhaços, gaturamos e saíras).
Dentre as famílias de aves identificadas para a área, a Tyrannidae (papa-
moscas) é a mais representativa, tanto pelo fato de apresentar maior
número de espécies dentre as diferentes famílias de aves, assim como,
pelas espécies dessa família terem em sua maioria hábito alimentar
insetívoro e frugívoro, alimentos abundantes mesmo em áreas alteradas
como a em questão. Outras famílias com grande número de espécies são
Columbidade (pombas) e Emberizidae (papa-sementes) que se alimentam
basicamente de grãos de cereais e de sementes de gramíneas, alimento
muito abundante na área.
Ambientes e Avifauna Associada
A comunidade avifaunística da área de influência do projeto distribui-se nas
diferentes fácies ambientes presentes de acordo com a preferência
ambiental das espécies.
Como toda a paisagem regional, a área do projeto encontra-se bastante
alterada pelas atividades agrícolas e pastoris, predominando áreas abertas
(campos) com avifauna característica desses ambientes, e, em pequenos
292
trechos, espaços com vegetação arbórea em diferentes estágios de
sucessão secundária.
- Ambientes Florestais
Esse ambiente (Figura 189) é pouco representativo na área de influência do
projeto, sendo amostrado apenas nos pontos 3; 4; 5; 6 e 7, dentro da área
diretamente afetada (ADA) e na área de influência direta (AID). O ambiente
florestal compõe-se de vegetação arbórea em estágio mais avançado de
crescimento de Floresta Estacional Semidecidual Montana e Floresta
Estacional Semidecidual Aluvial (IBGE, 1992). Essa formação fitoecológica
que outrora compunha a matriz vegetacional da região foi intensamente
suprimida ao longo da área de influência, restando atualmente apenas
fragmentos esparsos e muitas vezes sem conectividade entre si. O maior
fragmento encontra-se às margens do rio Iguaçu, no trecho de sua foz com
o rio Paraná até a ponte que liga o Brasil à Argentina. Estruturalmente, os
fragmentos florestais constituem-se de florestas secundárias com vegetação
arbórea de portes diferenciados, contendo, em alguns casos, indivíduos
arbóreos remanescentes da floresta primitiva.
Pelo tamanho, estado de conservação e isolamento dos fragmentos, é de se
esperar que várias espécies de aves habitantes dessas formações e
dependentes de condições ecológicas primitivas tenham desaparecido,
predominando nos dias atuais espécies de hábitos mais generalistas que
habitam tanto as florestas como áreas abertas ou semi-florestais. No
entanto, mesmo com o empobrecimento específico ocorrido, os registros
realizados em campo somados aos dados obtidos pela revisão bibliográfica,
caracterizam esse ambiente como mantenedor de boa parcela das espécies
atualmente habitando a área de influência.
Dentre as espécies tipicamente florestais e de hábitos terrícolas que
ocorrem no ambiente em questão são exemplos: Crypturellus obsoletus
(inhambu-guaçu) e Chamaeza campanisona (tovaca-campainha). No estrato
inferior que vai do solo a uma altura de até 5 metros, Geotrigon Montana
(pariri) Baryphthengus ruficapillus (juruva), Turdus leucomelas (sabia-
branco) e Turdus albicollis (sabiá-coleira). No estrato médio, com altura
entre 5 e dez metros de altura, Trogon surucura (surucuá-de-barriga-
vermelha), Dryocopus lineatus (pica-pau-de-banda-larga) e Dendrocolaptes
platyrostris (arapaçu-grande). No dossel (estrato emergente), Pteroglossus
castanotis (araçari-castanho), Megarhynchus pitangua (neinei),
herpsylochmus rufimarginatus (chororozinho), Tityra cayna (anambezinho-
de-bochecha-vermelha), e Pyrrhura frontalis (tiriva), dentre outras.
Na Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (às margens do rio Iguaçu)
foram observadas espécies que habitam a vegetação ribeirinha e que tem
dependência do meio aquático para alimentação, caso de Megaceryle
293
torquata (martim-pescador-grande) Chloroceryle amazona (martim-
pescador-verde) e C. americana (martim-pescador-pequeno) que se
alimentam basicamente de pequenos peixes, além de Nycticorax (socó-
dorminhoco) e Butorides striatus (socozinho).
Em áreas de transição entre as florestas e campos foram registradas
espécies generalistas, que tanto ocupam a borda da vegetação arbórea,
como os espaços abertos tomados por soja e demais culturas anuais, assim
como, de campos de pastagens. Exemplos de espécies que habitam essas
transições são: Guira guira (anu-branco) e Crotophaga ani (anu-preto),
Zonotrichia capensis (tico-tico) e Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira).
Figura 189. Remanescente florestal encontrado na área de influência do projeto
- Ambientes Semi-Florestais
Caracterizados botanicamente como capoeiras e capoeirinhas, compõe-se
de vegetação arbustiva e arbórea com idade entre 5 e 20 anos. Geralmente
a vegetação é densa (Figura 190), originando um microclima sombreado e
úmido. São pouco expressivas na área de influência, compondo-se, na
maioria das vezes, de pequenas manchas isoladas ou contíguas aos
fragmentos florestais mais avançados. Esse ambiente foi amostrado nos
pontos 1; 2; 6 e 9.
Como exemplos de espécies registradas em campo e por meio da literatura
para esse ambiente são citadas: Rupornis magnirostris (gavião-carijó),
Milvago chimachima (carapateiro), Leptotila rufaxila (juriti-gemedeira), L.
verreauxi (juriti-pupu), Piaya cayana (alma-de-gato), Phaetornis pretrei
(rabo-branco), Eupetonema macroura (tesourão), Sittasomus griseicapillus
(arapaçu-verde), Myiarchus swainsonii (irrê), Contopus cinereus (papa-
moscas-cinzento), Ciclarhrys gujanensis (gente-de-fora-vem), Tangara
cayana (sanhaço-de-cara-suja), Trichothraupis melanops (tié-de-topete),
Dysithamnus mentalis (choquinha-lisa), Myiodynastes maculatus (bem-te-
294
vi-rajado), Tolmomyias sulphurescens (bico-chato), Hemithraupis guira
(saí-de-papo-preto), Dacnis cayana (saí-azul) e Icterus cayennensis
(encontro).
Figura 190. Aspecto de ambiente semi-florestal (capoeira) na área de influência
- Ambientes Abertos - Campos Antrópicos
Esse ambiente é o mais representativo em toda a área de influência do
projeto em face da intensa ação antrópica registrada. Na maioria das vezes
compõe-se de plantios de soja ou de campos cobertos por capim (Figura
191). As amostragens de aves nesse ambiente ocorreram nos pontos 1; 3;
8 e 9.
Habitantes desse ambiente na área constituem-se de espécies de aves que
apresentam alto grau de sinantropia e que facilmente se adaptam a
alterações ambientais antrópicas. Dentre uma relação de espécies
registradas para esse ambiente, são exemplos: Syrigma sibilatrix (maria-
faceira), Theristicus caudatus (curicaca), Buteo albicaudatus (gavião-do-
campo), Elanus leucurus (gavião-peneira), Falco sparverius (quiri-quiri),
Carcará plancus (carcará), Vanellus chilensis (quero-quero), Zenaida
auriculata (avoante), Columbina squamata (fogo-apagou) Athene
cunicularia (coruja-burraqueira), Colaptes campestris (pica-pau-do-campo),
Satrapa icterophrys (siriri-de-sobrancelhas), Tyranus melancholicus (siriri),
Tyranus savana (tesourinha), Knipolegus lophotes (maria-preta-cavaleira),
Xolmis cinerea (pombinha-das-almas), Mimus saturninus (sabiá-do-campo),
Sicalis flaveola (canário-da-terra), Zonotrichia capensis (tico-tico) e
Molothrus bonariensis (vira-bosta).
Assim como aconteceu em outras regiões do Paraná, principalmente no
Norte e Nordeste do Estado, a propagação das áreas abertas com
conseqüente uso do solo para agricultura, contribui significativamente para
295
o aumento populacional de certas espécies granívoras e onívoras, como
Patagioenas Picazurro (asa-branca) Zenaida auriculata (avoante) e
Columbina talpacoti (rolinha-paruru) que hoje formam densos bandos que
se deslocam a essas áreas em busca de alimento.
Figura 191. Campos de pastagens encontrados na área de influência do projeto
- Ambientes Aquáticos
Correspondem às superfícies líquidas presentes na área de influência,
representados por sistemas hídricos de regime lótico (rios Paraná e Iguaçu
e outros de menor porte) e de regime lênticos (águas paradas de pequenos
açudes) (Figura 192). A amostragem da avifauna aquática foi nos pontos 1;
2; 3 e 9.
São habitados por espécies de aves especializadas na busca de alimento em
lâminas de água profundas, caso das espécies Phalacrocorax brasilianus
(biguá) e Anhinga anhinga (biguá-tinga) e de águas rasas citando Egretta
thula (garça-branca-pequena), Butorides striatus (socozinho), Amazonetta
brasiliensis (marreca-ananaí), Jacana jacana (jaçanã) e Gallinula chloropus
(frango-d’água).
296
Figura 192. Ambiente aquático na área de influência do projeto
- Ambientes Semi-Aquáticos
Compõem os ambientes semi-aquáticos áreas encharcadas (banhados) que
podem ora se encontrar com maior quantidade de água, ora com menor
dependendo do período do ano e do regime das chuvas, e de vegetação
ribeirinho a cursos de água (Figura 193). A avifauna que habita esse
ambiente foi amostrada nos pontos 1, 5 e 9.
Nesse ambiente foram registradas dentre outras espécies, Pardirallus
nigricans (saracura-sanã), Aramides saracura (saracura), Tigrisoma
lineatum (socó-boi) e Rosthramus sociabilis (gavião-caramujeiro).
Figura 193. Aspecto de ambiente semi-aquático
297
- Ambiente Urbano
O ambiente urbano na área é representado pela expansão de habitações
humanas da cidade de Foz do Iguaçu. Esse ambiente foi amostrado no
ponto 8.
Poucas foram as espécies registradas, citando dentre outras: Coragyps
atratus (urubu-comum), Furnarius rufus (joão-de-barro), Pitangus
sulphuratus (bem-te-vi), Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) e Troglodytes
aedon (curruíra).
Espécies Relevantes à Conservação
De acordo com a literatura que trata da ornitologia da região de Foz do
Iguaçu, existem diferentes espécies para essa região consideradas de
interesse à conservação devido ao status das mesmas em relação à ameaça
de extinção. Essas espécies estão, no entanto, restritas às grandes
extensões de florestas que compõe as unidades de conservação federais do
Brasil e da Argentina, e nos refúgios biológicos da Itaipu Binacional.
Para a área de influência do projeto não foi identificada nenhuma espécie
em estado mais crítico, devido principalmente à intensa descaracterização
da área que faz com que praticamente todas as espécies registradas sejam
comuns e com populações mais densas.
Phalacrocorax brasilianus (biguá) Fonte: internet
Coryphospingus cuculatus (tico-tico-rei) Fonte: do autor
298
Cissops leverianus (tiêtinga) - fêmea Fonte: internet
Crotophaga ani (anu-preto) Fonte: internet
Schiffornis viresces (flautim) Fonte: do autor
Dendrocolaptes platyrostris (arapaçu-grande) Fonte: do autor
Euphonia chlorotica (fim-fim) Fonte: do autor
Melanerpes flavifrons (Benedito-de-testa-amarela) Fonte: internet
299
Platyrhynchus mystaceus (patinho) Fonte: do autor
Elanus leucurus (gavião-peneira) Fonte: internet
Lathrotriccus euleri (enferujado) Fonte: do autor
Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) Fonte: internet
Milvago chimachima (carrapateiro) Fonte: internet
Baryphthengus ruficapillus (juruva) Fonte: internet
300
Tersina viridis (saí-andorinha) Fonte: internet
Pitangus sulphuratus (bem-te-vi) Fonte: internet
Carcara plancus (carcará) Fonte: internet
Vanelus chilensis (quero-quero) Fonte: internet
Ardea Alba (garça-branca-grande) Fonte: internet
Buteo albicaudatus (gavião-de-cauda- branca)
Fonte: internet
301
Chiroxiphia caudata (tangará-dançador) Fonte: internet
Tachyphonus coronatus (tiê-preto) Fonte: internet
Sicalis flaveola (canário-da-terra) Fonte: internet
Zonotrichia capensis (tico-tico) Fonte: internet
Figura 194. Imagens de espécies de ocorrência para a área de influência do projeto.
2 . 2 . 2 . 4 . H e r p e t o f a u n a
Atualmente o Brasil é o segundo país em diversidade de répteis com 721
espécies o país com maior a diversidade de anfíbios do mundo com 875
espécies, das quais 847 são da ordem anura e o (SBH, 2010). Entretanto, o
conhecimento sobre informações taxonômicas, biologia e ecologia da
maioria das espécies ainda são incipientes, principalmente quando nos
referimos aos planaltos interioranos (HADDAD, 1998). Devido ao potencial
como indicadores de qualidade ambiental, o presente estudo teve como
objetivo avaliar a composição da herpetofauna na área de influência direta e
indireta do empreendimento, fornecendo subsídios para a avaliação dos
possíveis impactos ambientais e suas respectivas medidas mitigadoras.
Caracterização Regional
Se tratando da caracterização da herpetofauna regional é esperado a
provável ocorrência de 42 espécies de serpentes, 42 de anuros, oito
lagartos, quatro anfisbenas, três de quelônios, uma de jacaré (Tabelas 72 e
73).
302
Tabela 66. Espécies de répteis com provável ocorrência em caráter regional.
Taxa Nome vulgar
ORDEM CROCODYLIA
Família Alligatoridae
Caiman latirostris jacaré-de-papo-amarelo
ORDEM TESTUDINES
Família Chelidae
Hydromedusa tectifera cágado-pescoço-de-cobra
Mesoclemmys vanderhaegei cágado
Phrynops williamsi cágado
ORDEM SQUAMATA
Família Anguidae
Ophiodes sp. cobra-de-vidro
Família Gekkonidae
Hemidactylus mabouia lagartixa-de-parede
Família Gymnophthalmidae
Cercosaura schreibersii lagartixa
Família Leiosauridae
Anisolepis grilli calango
Família Scincidae
Mabuya frenata calango
Família Tropiduridae
Tropidurus torquatus calango
Família Teiidae
Ameiva ameiva Lagarto-verde
Tupinambis merianae teiú
Família Amphisbaenidae
Amphisbaena trachura cobra-cega
Amphisbaena mertensii cobra-cega
Amphisbaena microcephalum cobra-cega
Amphisbaema prunicolor cobra-cega
Família Anomalepididae
Liotyphlops beui cobra-cega
Família Boidae
Epicrates crassus Cobra-salamanta
Eunectes murinus sucuri
Eunectes notaeus sucuri-amarela
Família Viperidae
Bothropoides jararaca jararaca
Bothrops jararacussu jararacuçu
Bothrops moojeni jararaca
Bothropoides neuwiedi jararaca-pintada
Caudisona durissa cascavel
Família Elapidae
Micrurus corallinus coral verdadeira
Família Colubridae
Chironius bicarinatus cobra-cipó
Chironius exoletus cobra-cipó
Chironius laevicollis cobra-cipó
Leptophis ahaetulla cobra-cipó
Mastigodryas bifossatus jararacuçu-do-brejo
Spilotes pullatus caninana
Família Dipsadidae
303
Taxa Nome vulgar
Atractus paraguayensis cobra-da-terra
Clelia plúmbea muçurana
Dipsas indica dormideira
Echinanthera cyanopleura cobra
Erythrolamprus aesculapii Coral-falsa
Helicops infrataeniatus. cobra-d'água
Hydrodynastes gigas sucuri
Imantodes cenchoa dormideira
Leptodeira annulata dormideira
Liophis miliaris cobrad'água
Liophis frenatus cobra lisa
Liophis poecilogyrus cobra-lisa
Liophis reginae cobra-lisa
Oxyrhopus clathratus coral-falsa
Oxyrhopus guibei coral-falsa
Oxyrhopus petola coral-falsa
Philodryas aestivus cobra-verde
Philodryas olfersii cobra-verde
Pseudoboa haasi muçurana
Sibynomorphus mikanii dormideira
Sibynomorphus ventrimaculatus dormideira
Thamnodynastes hypoconia cobra-espada
Thamnodynastes strigatus cobra-espada
Tomodon dorsatus cobra-espada
Xenodon merremii boipeva
Xenodon neuwiedii jararaca-falsa
Tabela 67. Espécies de anuros com provável ocorrência em caráter regional
Taxa Nome vulgar
ORDEM ANURA
Família Bufonidae
Rhinella ictérica sapo
Rhinella henseli sapo
Rhinella schneideri sapo
Melanophryniscus tumifrons sapinho-de-barriga-
vermelha
Família Centrolinidae
Vitreorana uranoscopa perereca-de-vidro
Família Cyclorhamphidae
Limnomedusa macroglossa rã-das-corredeiras
Odontophrynus americanus sapinho
304
Taxa Nome vulgar
Proceratophrys avelinoi sapinho
Proceratophrys bigibbosa sapinho
Família Hylodidae
Crossodactylus schmidti ranzinha-da-água
Família Hylidae
Aplastodiscus perviridis Perereca-verde
Dendropsophus minutus perereca-pequena
Dendropsophus nanus perereca-anã
Dendropsophus sanborni perereca
Hypsiboas albopunctatus perereca-de-pontos-
brancos
Hypsiboas caingua Perereca-rajada
Hypsiboas prasinus perereca
Hypsiboas pulchellus perereca
Hypsiboas cf. semiguttatus perereca-da-mata
Itapotihyla langsdorffii perereca-grande-das-
árvores
Phyllomedusa tetraploidea Perereca verde
Pseudis platensis rã-da-água
Scinax cf. berthae perereca
Scinax squalirostris perereca
Scinax fuscovarius perereca-das-casas
Scinax perereca perereca
Trachycephalus venulosus perereca
Família Leiuperidae
Physalaemus cuvieri rã foi-gol-não-foi
Physalaemus gracilis rã-chorona
Família Leptodactylidae
Leptodactylus elenae ranzinha
Leptodactylus chaquensis ranzinha
Leptodactylus plaumani ranzinha
Leptodactylus gracilis ranzinha
305
Taxa Nome vulgar
Leptodactylus fuscus ranzinha
Leptodactylus labyrinthicus rã-pimenta
Leptodactylus mystacinus ranzinha-de-toca
Leptodactylus podicipinus ranzinha
Leptodactylus latrans rã-paulista
Família Microhylidae
Elachistocleis bicolor ranzinha-de-barriga-
amarela
Família Ranidae
Lithobates catesbeianus rã-touro
Tabela 68. Cinqüenta das 58 espécies de répteis com provável ocorrência para a região
Caiman latirostris
Hydromedusa tectifera
Hydromedusa tectifera
Hydromedusa tectifera
306
Hydromedusa tectifera
Hydromedusa tectifera
Hydromedusa tectifera
Phrynops williamsi
Hemidactylus mabouia
Cercosaura schreibersii
Anisolepis grilli
Mabuya frenata
307
Tropidurus torquatus
Ameiva ameiva
Tupinambis merianae
Amphisbaena trachura
Amphisbaena microcephalum
Amphisbaema prunicolor
Liotyphlops beui
Epicrates crassus
308
Bothropoides jararaca
Bothrops jararacussu
Bothrops moojeni
Bothropoides neuwiedi
Caudisona durissa
Micrurus corallinus
309
Chironius bicarinatus
Chironius exoletus
Chironius laevicollis
Mastigodryas bifossatus
Spilotes pullatus
Atractus paraguayensis
Clelia plúmbea
Dipsas indica
310
Echinanthera cyanopleura
Erythrolamprus aesculapii
Helicops infrataeniatus
Hydrodynastes gigas
Leptodeira annulata
. Liophis miliaris
Liophis frenatus
Liophis poecilogyrus
311
Liophis reginae
Oxyrhopus clathratus
Oxyrhopus guibei
Oxyrhopus guibei
Philodryas aestivus
Philodryas aestivus
Pseudoboa haasi
Sibynomorphus mikanii
312
Sibynomorphus mikanii
Thamnodynastes hypoconia
Thamnodynastes strigatus
Tomodon dorsatus
Xenodon neuwiedii
313
Tabela 69. Trinta e uma espécies das 42 espécies de anfíbios anuros com provável ocorrência para a região
Rhinella icterica
Rhinella henseli
Rhinella schneideri
Melanophryniscus tumifrons
Vitreorana uranoscopa
Limnomedusa macroglossa
Odontophrynus americanus
Proceratophrys avelinoi
314
Dendropsophus nanus
Hypsiboas prasinus
Hypsiboas pulchellus
Hypsiboas cf. semiguttatus
Itapotihyla langsdorffii
Phyllomedusa tetraploidea
315
Scinax squalirostris
Scinax perereca
Trachycephalus venulosus
Physalaemus cuvieri
Physalaemus gracilis
Leptodactylus elenae
316
Leptodactylus chaquensis
Leptodactylus plaumani
Leptodactylus gracilis
Leptodactylus fuscus
Leptodactylus labyrinthicus
Leptodactylus mystacinus
317
Leptodactylus podicipinus
Leptodactylus latrans
Elachistocleis bicolor
Lithobates catesbeianus
Metodologia Aplicada
Área de estudo
O trabalho de campo para a herpetofauna foi desenvolvido no município de
Foz do Iguaçu, PR, latitude 25 32’ 52” S, longitude 54 35' 16" W (IBGE).
Destaca-se para a região a presença do Parque Nacional do Iguaçu (PIN)
com 185.262,5 hectares, abrangendo os municípios de Céu Azul, Foz do
Iguaçu , Matelândia, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu, sendo
margeado pelos municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques,
Lindoeste, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste e Santa Terezinha de Itaipu
(PLANO DE MANEJO PNI, 1999). A vegetação da região é caracterizada por
Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Mista, Formações
Pioneiras de Influência Pluvial e Formações Abertas que compreendem
todas as formações vegetais abertas de origem antrópica onde houve
substituição de sua formação original por pastagens, culturas diversas. A
região geográfica é caracterizada por possuir um clima subtropical úmido e
mesotérmico com verão pronunciado - Cfa de Köppen (PLANO DE MANEJO
PNI, 1999).
318
Amostragem
Os trabalhos de campo para o inventário da fauna de répteis e anfíbios
foram realizados no período de 06 a 11 de junho de 2010, utilizando cinco
métodos distintos para a obtenção de informações acerca da herpetofauna
local:
I. Amostragem em sítio de reprodução (SCOTT JR.; WOODWARD, 1994).
Foram amostrados 10 corpos d’água (Figuras 2-142, 2-143 e Tabela 2-61)
com diferentes características (açudes, córregos, brejos, poças), de modo a
representar o panorama existente na área de estudo. A amostragem dos
adultos foi realizada durante o turno de vocalização das espécies 18h e no
máximo, 21 h. A procura dos espécimes foi efetuada por uma combinação
de busca visual e auditiva: o perímetro de cada açude, brejo, poça e trechos
com 50 m de comprimento selecionado ao longo das margens dos córregos
foram percorridos lentamente, a fim de registrar todas as espécies
encontradas em atividade de vocalização e/ou forrageio. A amostragem da
fase larvária foi efetuada quando estes eram visualizados ao longo das
margens dos corpos d’água entre 9 e 18 h com puçá de tela de arame com
malha 3mm2, passando intensivamente em toda área de margem. Os
girinos foram identificados no campo e libertados logo após a identificação.
Os exemplares que não puderam ser identificados no campo foram
anestesiados em solução de benzocaína a 5%, e fixados em formalina a
10% logo após a coleta para posterior identificação em laboratório.
II. Procura ativa. Deslocamentos a pé realizados muito lentamente em
diversos microambientes visualmente acessíveis à procura de répteis e
anfíbios em atividade ou em abrigos. O esforço amostral é medido em
horas/pesquisador de procura visual (MARTINS; OLIVEIRA, 1998). Esta
busca intencional consiste de caminhadas, durante as quais os ambientes
são explorados visualmente, havendo inspeção de tocas, formigueiros,
cupinzeiros, serapilheira, locais abrigados sob pedras, troncos caídos e nos
mais variados ambientes, como banhados, brejos, pastagens recentes e
antigas, margens de matas de galerias, rios e assim por diante, conforme
recomendado por Vanzolini et al. (1980).Este método foi realizado em todos
os 10 fragmentos selecionados das 9h até as 18 h e subseqüentemente até
as 21h este método foi efetuado concomitantemente com levantamento em
sítio reprodutivo as margens dos corpos da água.Totalizando no mínimo 5h
por fragmento.
III. Dados secundários. A riqueza de espécies de anfíbios e répteis foi obtida
através de consultas ao SpeciesLink "Sistema de Informação Distribuído
para Coleções Biológicas: a Integração do Species Analyst e do SinBiota
(FAPESP – www.splink.cria.org.br)", que disponibiliza dados de coleções
científicas do Brasil e consultas ao Museu de Historia Natural do Capão da
Imbuia, Curitiba, Paraná. Para o levantamento das espécies de anfíbios e
319
répteis do município de Foz do Iguaçu, foram consultados os planos de
manejo do Parque Nacional do Iguaçu e Parque Nacional do Iguazu, este
localizado no município de Puerto Iguaçu, Argentina. Artigos científicos
assim como capítulos de livros (eg: GIRAUDO,R.A. et al., 2009; CONTE,C.E.
et al., 2009)
IV. Procura com carro. A procura com carro corresponde ao encontro de
répteis e anfíbios avistados em estradas da região (SAWAYA, 2004).
V. Colaboração de terceiros. Apoio oferecido por residentes através de
depoimentos e coleta eventual de exemplares (SAWAYA, 2004).
VI. Encontro ocasional. O método de encontros ocasionais corresponde ao encontro de répteis e anfíbios vivos ou mortos durante outras atividades que não a amostragem dos demais métodos (SAWAYA, 2004).
Tabela 70. Lista dos fragmentos florestais amostrados na área de influência do empreendimento em junho de 2010.
Código do fragmento Latitude Longitude
Frag 01 25°35`17,12” S 54°35`28,95”W
Frag 02 25°35`22,99”S 54°35`28,99”W
Frag 03 25°35`21,25”S 54°35`14,06”W
Frag 04 25°35`13,19”S 54°34`25,30”W
Frag 05 25°35`04,90”S 54°33`54,82”W
Frag06 25°34`13,93”S 54º32`57,06”W
Frag 07 25°33`44,04”S 54°32`27,04”W
Frag 08 25°32`05,16”S 54°31`37,57”W
Frag 09 25°30`54,70”S 54°31`37,51”W
Frag 10 25°30`13,98”S 54°31`14,00”W
Tabela 71. Lista dos corpos d’água amostrados na área de influência do empreendimento em junho de 2010.
Código D corpo d'água
Características
Latitude
Longitude
Métodos utilizados
Sit 01 (1) Córrego em borda de mata 25°35'15.8"S 54°35'27.0"W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 01 (2) Córrego em interior de mata 25°35'14.5"S 54°35'28.0"W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 02 Cavas formadas pela retirada de antigos silos de
grãos 25°35'20.4"S 54°35'26.5"W
Amostragem ( puçá e
tela de arame), procura ativa, busca visual, vocalização
Sit 03 (1) Nascente e córrego dentro de mata 25°35'27.0"S 54°35' 5.5"W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
320
Sit 03 (2) Banhado em área aberta 25º 5'23.8''S 54º35'15.4''W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 04 Córrego em interior de mata e área alagada em
borda de mata 25°35'13.0"S 54°34”31.2W
Amostragem ( puçá e tela de arame),
procura ativa, busca visual, vocalização
Sit 05 (1) Córrego dentro de mata 25°35'12.8"S 54°33'55.6"W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 05 (2) Nascente e Banhado em borda de mata 25°35'7.6"S 54°33'57.3"W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 05 (3) Córrego em borda de mata 25°35'13.8"S 54°33'48.6"W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 06 (1)
Córrego em interior de mata
25°34'15.3"S 54°33’3.67” W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 06 (2) Açude 25°34'19.9"S 54°33'18.8"W
Amostragem ( puçá e tela de arame),
procura ativa, busca visual, vocalização
Sit 07 Ausência de corpo d’ água 25°33'44.2"S 54°32'27.1"W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 08 Córrego em interior de mata e área alagada em
borda de mata 25°32'11.4"S 54°31'25.6"W
Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
Sit 09 (1) Banhado originado de cavas formadas pela
retirada de argila (olaria) 25°30'55.4"S 54°31'21.5"W
Amostragem ( puçá e tela de arame),
procura ativa, busca visual, vocalização
Sit 09 (2) Lagoa 25°31'5.0"S 54°31'19.3"W
Amostragem ( puçá e tela de arame),
procura ativa, busca visual, vocalização
Sit 09 (3) Açude 25°31'8.0"S 54°31'11.4"W
Amostragem ( puçá e tela de arame),
procura ativa, busca visual, vocalização
Sit 09 (4) Banhado originado de cavas formadas pela
retirada de argila (olaria) 25°31'8.1"S 54°31'21.7"W
Amostragem ( puçá e tela de arame),
procura ativa, busca visual, vocalização
Sit 10 Ausência de corpo d’ água 25°30'14.5"S 54°31'13.9"W Amostragem, procura ativa, busca visual,
vocalização
321
54º 35’ 54º 30’
25º 35’
25º 35’
Figura 195 Fotografia aérea evidenciando os 15 corpos d’água amostrados e os 10 fragmentos de amostragem da herpetofauna na área de influência do empreendimento. Frag (marcadores azul)= Fragmento florestal amostrado; Sit (marcadores amarelos)= Corpo d’água amostrado. Escala = 5 km. Fonte da foto: Google Earth.
322
Figura 196Fotografia aérea detalhando cada um dos 15 corpos d’ água e dos 10 fragmentos florestais amostrados para o inventário da herpetofauna na área do emprendimento. (A) frag 01, (B) frag02, (C) frag 03, (D) frag 04, (E) frag 05, (F) frag06, (G) frag 07, (H) frag 08, (I) frag 09, (J) frag 10. Frag (marcadores azul) = Fragmento florestal amostrado; Sit (marcadores amarelos)= Corpo d’água amostrado. Escala = 500m. Fonte da foto: Google Earth.
323
Figura 197. Corpos d’água amostrados na região de estudo. (A) Sit 01(1), (B) Sit 01(2), (C) Sit 02, (D) Sit 03(1), (E) Sit 03(2), (F) Sit 04, (G) Sit 05(1), (H) Sit 05(2), (I) Sit 05(3), (J) Sit 06(1), (K) Sit 06(2), (L) Sit 08, (M) Sit 09(1), (N) Sit09(2), (O) Sit 09(3), (P) Sit 09(4). As abreviações e características dos corpos d’água encontram-se na Tabela 4.
Esforço Amostral
Para todos os 10 pontos amostrados foi realizado o esforço amostral
conforme segue:
I. Amostragem: adultos: 18 h as 21 h por 5 dias. (3 h/dia) durante 5 dias,
totalizando : 15 horas
Larvas: 9 as 18 h (quando visualizados). (9 horas/dia)
durante 5 dias, totalizando: 40 horas.
II. Procura ativa. Este método foi realizado das 9h até as 18 h e
subseqüentemente até as 21h este método foi efetuado concomitantemente
com levantamento em sítio reprodutivo as margens dos corpos da
água.Totalizando no mínimo 5h por fragmento durante 5 dias. Totalizando
25 horas.
Concomitante à amostragem e à procura ativa foram também utilizadas a
colaboração de terceiros, a busca por carro e o encontro ocasional.
324
Análise dos Dados
Para avaliar a eficiência da metodologia de amostragem, as curvas de
acumulação de espécies foram calculadas com base na riqueza observada
(Sobs Mao Tau) (COLWELL, 2004). Este procedimento foi realizado
aplicando-se a opção de 50 aleatorizações geradas com base na matriz de
dados de ocorrência das espécies em cada um dos 10 fragmentos
amostrados, As curvas de acumulação foram calculadas no programa
computacional "EstimateS 7.0" (COLWELL, 2004).
Tabela-resumo da caracterização/descrição dos pontos de amostragem
da fauna
Tabela 72. Caracterização dos pontos de amostragem da herpetofauna.
Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação
Herpetofauna
1 25°35`17,12” S -
54°35`28,95”W Semi-florestal
Córrego em borda/interior de mata
2 25°35`22,99”S -
54°35`28,99”W Semi-florestal
Cavas formadas pela retirada de antigos
silos de grãos
3 25°35`21,25”S -
54°35`14,06”W Florestal
Nascente e córrego dentro de mata Q
Banhado em área aberta
4 25°35`13,19”S -
54°34`25,30”W Florestal
Córrego em interior de mata e área
alagada em borda de mata
5 25°35`04,90”S -
54°33`54,82”W Florestal
Córrego dentro de mata / Nascente e
Banhado em borda de mata / Córrego
em borda de mata
6 25°34`13,93”S -
54º32`57,06”W Florestal
Córrego em interior de mata / Açude
7 25°33`44,04”S -
54°32`27,04”W Florestal
Ausência de corpo d’ água
8 25°32`05,16”S -
54°31`37,57”W
Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos
Córrego em interior de mata e área
alagada em borda de mata
9 25°30`54,70”S -
54°31`37,51”W Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos
Banhado originado de cavas formadas
pela retirada de argila (olaria) / lagoa /
açude
10 25°30`13,98”S -
54°31`14,00”W
Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos /
/ambiente urbano
Ausência de corpo d’ água
Fotos 2-109 e 2-110
Detalhamento do Esforço Amostral
Tabela 73. Detalhamento do esforço amostral para a herpetofauna. Grupo Ponto Método Horário Esforço
amostral/dia
Datas Esforço
amostral total
Herpetofauna 1 a 10
Amostragem
Adultos 18h00 às 21h00 5 horas/dia 06/06/2010 a
10/06/2010
15 horas
Larvas 09h00 às 18h00 9 horas/dia 40 horas
Procura ativa 09h00 às 18h00 Mínimo de 5h / 06/06/2010 a 25 horas
325
Grupo Ponto Método Horário Esforço
amostral/dia
Datas Esforço
amostral total
Levantamento em sítio
reprodutivo
18h00 às 21h00 fragmento / 5 dias 10/06/2010
Resultados e Discussão
No período de atividades de campo foram registradas três espécies de
anfíbios pertencentes a duas famílias e duas espécies de répteis
pertencentes a duas famílias distintas. Anfíbios anuros são mais facilmente
amostrados por apresentarem agregações reprodutivas (DUELLMAN;
TRUEB, 1986), enquanto répteis apresentam comportamento críptico e
baixa abundância, o que dificulta sua localização. A curva do coletor (Figura
198), construída com base na ocorrência de espécies de anfíbios anuros e
répteis não tende a uma assíntota, sugerindo que a área estudada possui
um grande potencial para novos registros de espécies, já que o limite
máximo estimado foi de 15 espécies, 10 a mais do que o observado em
campo (figura 199). Esse resultado já era esperado pela realização de uma
única amostragem em campo e pelo curto espaço de tempo despendido
para o inventário das espécies. Além disso, a reprodução de anuros é
fortemente dependente da água, e por isso, geralmente limitada à estação
chuvosa (VASCONCELOS; ROSSA-FERES, 2005; SANTOS et al., 2007).
Assim como o período de maior atividade dos répteis é fortemente
influenciado por temperaturas mais elevadas. Portanto, ressaltamos a
importância da realização de um levantamento durante o período de maior
pluviosidade e de médias das temperaturas mensais mais elevadas
(novembro, dezembro, janeiro e fevereiro), para a obtenção de uma lista de
espécies mais robusta para essas localidades.
Tabela 74. Espécies registradas em campo na área do empreendimento (MHNCI 13381 = número de tombo no Museu de História Natural do Capão da Imbuia )
Taxa Nome vulgar Local de coleta Forma de registro
ORDEM ANURA
Família Cycloramphidae
Proceratophrys sp. sapo de chifre Sítio 05 (1) Coleta de girino e
observação auditiva
Família Hylidae
Hypsiboas albopunctatus Sítio 9 (1) Observação auditiva
Scinax squalirostris Sítio 9 (1) Observação auditiva
ORDEM SQUAMATA
Família Leiosauridae
326
Anisolepis grilli calango Fragmento 02 Observação visual
Família Viperidae
Bothrops moojeni MHNCI 13381
caiçaca Fragmento 05 Captura e coleta
0
1
2
3
4
5
6
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
fragmentos amostrados
nú
mero
cu
mu
lati
vo
de
esp
écie
s
Figura 198. Curva de acumulação de espécies ou curva do coletor representando a riqueza cumulativa de espécies ao longo dos 10 fragmentos amostrados
Tabela 75. Acúmulo de espécies por fragmento.
Acúmulo de espécies por
fragmento
Fragmentos Espécies
Frag01 0
Frag02 1
Frag 03 0
Frag 04 0
Frag 05 2
Frag 07 0
Frag 08 0
327
Frag 09 2
Frag 10 0
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
fragmentos amostrados
nú
mero
de
esp
écie
s
Sobs (Mao Tau)
ACE MEAN
ICE MEAN
Figura 199. Curva de riqueza observada (Sobs) e esperada através dos estimadores de riqueza ACE (Abundance Based Coverage Estimator) e ICE (Incidence Based Coverage Estimator) ao longo dos 10
fragmentos amostrados.
Tabela 76. Riqueza observada e estimada
Riqueza observada & Riqueza estimada
Sobs (Mao Tau)
Sobs SD (Mao Tau) ACE Mean
ACE SD (runs) ICE Mean
ICE SD (runs)
0.5 0.18 0.52 1.05 0.51 1.02
1 0.36 1.28 1.53 1.24 1.47
1.5 0.54 2.46 2.62 2.36 2.48
2 0.72 3.56 3.28 3.39 3.08
2.5 0.9 5.36 4.55 5.07 4.23
3 1.08 6.44 4.7 6.08 4.36
3.5 1.25 8.44 4.97 7.94 4.6
4 1.43 10.58 5.01 9.92 4.64
4.5 1.61 12.54 3.9 11.73 3.59
5 1.79 15 0 14 0
328
Conclusões e Considerações Finais
A grande maioria das espécies que ocorrem na região possuem áreas de
distribuição amplas, contribuindo para que nenhuma das espécies de
ocorrência para a região e também aquelas registradas durante as
atividades de campo estejam incluídas na “Lista Oficial de Espécies da
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção” com exceção de Phrynops williamsi
espécie com provável ocorrência para região que está caracterizada como
vulnerável para o Estado do Paraná (IBAMA, 2008).
Dentro da perspectiva de conservação das espécies, destacamos o ponto
amostral 05, como prioritário, uma vez que comporta duas espécies, das
quais são mais sensíveis às alterações antrópicas.
Por se tratar de um estudo de curto prazo, em um período de menor
atividade (inverno) do grupo em questão, os resultados obtidos foram
qualitativos representando um número muito pequeno de espécies. Estudos
em longo prazo com um número maior de amostragens poderiam levar a
um incremento significativo no conhecimento da composição e estrutura da
herpetofauna local e na área de influência do empreendimento. A carência
de estudos sistemáticos de médio e longo prazo e a dificuldade da obtenção
de informações sobre este grupo taxonômico não nos permite traçar um
diagnóstico mais conclusivo.
O monitoramento por meio de campanhas semestrais permitiria uma
investigação mais fiel do real estado de vulnerabilidade das populações de
répteis e anfíbios na área de influência do empreendimento. Assim
identificando preferencialmente as áreas onde podem ocorrer as espécies
mais sensíveis a perda e fragmentação florestal.
A proteção de remanescentes florestais e mananciais é imprescindível como
área de vida para a herpetofauna. Diversos estudos comprovam a
importância dos remanescentes florestais para diversas espécies de répteis
e anfíbios.
Existe uma ressalva quanto ao alto risco para os pesquisadores desse grupo
taxonômico. Principalmente por ter grande parte de seu esforço amostral no
período noturno e se tratar de uma zona fronteiriça e de conflito da polícia
contra o contrabando, tráfico de drogas e armas o que dificulta ainda mais a
obtenção de dados e o planejamento para futuros estudos na área.
329
Quadro Geral de Caracterização/descrição dos pontos de amostragem da
fauna
Tabela 77. Quadro geral de caracterização/descrição dos pontos de amostragem da fauna.
Grupo Ponto Coordenadas Ambiente Situação
Ictiofauna
1 25° 34’ 06” S - 54° 35’
38” W
rio Paraná – montante
do empreendimento
Às margens do bairro de Porto Meira em
Foz do Iguaçu, vegetação apresentando
espécies pioneiras, como lianas e
gramíneas. Acima da barranca do rio,
encontra-se um campo remanescente de
antiga pastagem
Na barranca, encontra-se uma formação
pioneira, composta por gramíneas.
Fotos 2-90 e 2-91.
2 25° 35’ 17” S - 54° 35’
31” W
Rio Paraná – Ponte /
área do
empreendimento
Margens do rio Paraná, constando de
uma floresta em estágio de sucessão
médio, com árvores de porte mais alto
na barranca do rio, mas onde há solos
um pouco mais desenvolvidos. Este
fragmento situa-se um pouco acima do
limite de cheias freqüentes. Verifica-se
uma vegetação exuberante, com sub-
bosque aberto, poucas lianas, e sem
taquaras.
Fotos 2-94 e 2-95
3 25° 36’ 15” S - 54° 35’
39” W
Rio Paraná – jusante
do empreendimento
Margem do rio com vegetação
apresentando espécies pioneiras, como
lianas e gramíneas. Acima da barranca
do rio, encontra-se um campo
remanescente de antiga pastagem
Na barranca, encontra-se uma formação
pioneira, composta por gramíneas.
Fotos 2-92 e 2-93
4 25° 35’ 42” S - 54° 32’
17” W Rio Iguaçu
Margens do rio Iguaçu, próximo à cidade
de Puerto Iguaçu na Argentina.
Vegetação apresentando espécies
pioneiras, como lianas e gramíneas
Fotos 2-90 e 2-91.
5 25° 34’ 59” S - 54° 31’
34” W
Riacho - tributário do
rio Iguaçu
Área de floresta em estágio médio de
sucessão secundária, entremeada de
roças e pequenos sítios com casas.
Fotos 2-103 e 2-104
330
6 25° 35’ 13” S - 54° 33’
37” W
Riacho - tributário do
rio Iguaçu
Área com sucessão vegetacional em
estágios médio e avançado, próximo à
encosta do rio Iguaçu, contendo
nascentes e córregos encachoeirados. A
mata apresenta algumas árvores de
porte e muitos caminhos internos
intensamente utilizados, nas
proximidades com a fronteira da
Argentina.
Mastofauna
1 25°35’17,12”S –
54°35’28,95”W florestal e aquático
A vegetação se encontra em estágio
inicial de sucessão, apresentando
espécies pioneiras, tais como lianas e
gramíneas. Acima do fragmento,
encontra-se um campo remanescente de
antiga pastagem. Também encontram-
se estradas de acesso, residências e
outras estruturas abandonadas.
Fotos 2-90 e 2-91.
2 25°35`22,99”S -
54°35`28,99”W
florestal e aquático Floresta em estágio de sucessão médio,
com árvores de porte mais alto na
barranca do rio, mas onde há solos um
pouco mais desenvolvidos.
Fotos 2-94 e 2-95
3
25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W florestal e aquático floresta no planalto basáltico com
árvores de porte alto, em estágio
avançado de sucessão.
Fotos 2-92 e 2-93
4
25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W florestal mata secundária, bem na borda da
encosta voltada para calha do rio
Iguaçu, onde encontram-se nascentes e
pequenos córregos.
Fotos 2-96 e 2-97
5
25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W florestal e não-florestal sucessão vegetacional em estágios
médio e avançado, próximo à encosta do
rio Iguaçu, contendo nascentes e
córregos encachoeirados. A mata
apresenta algumas árvores de porte e
muitos caminhos internos intensamente
utilizados, nas proximidades com a
fronteira da Argentina.
6
25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W florestal e aquático Área com árvores de maior porte.
Fotos 2-101 e 2-102
7
25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W florestal Floresta em estágio médio de sucessão
secundária. Trata-se de área de mata já
muito alterada, entremeada de roças e
pequenos sítios com casas.
Fotos 2-103 e 2-104
8
25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W não-florestal Área de cultivo agrícola
Fotos 2-105 e 2-106
331
9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W florestal e não-florestal Área de cultivo agrícola
Fotos 2-107 e 2-108
10
25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W florestal Área de cultivo agrícola
Fotos 2-109 e 2-110
Avifauna
1 25°35’17,12”S –
54°35’28,95”W Semi-florestal
Fotos 2-90 e 2-91
2 25°35`22,99”S -
54°35`28,99”W Semi-florestal
Fotos 2-94 e 2-95
3 25°35`21,25”S - 54°35`14,06”W Florestal
floresta no planalto basáltico com
árvores de porte alto, em estágio
avançado de sucessão.
Fotos 2-92 e 2-93
4 25°35`13,19”S - 54°34`25,30”W Florestal
mata secundária, bem na borda da
encosta voltada para calha do rio
Iguaçu, onde encontram-se nascentes e
pequenos córregos.
Fotos 2-94 e 2-95
5 25°35`04,90”S - 54°33`54,82”W Florestal
sucessão vegetacional em estágios
médio e avançado, próximo à encosta do
rio Iguaçu, contendo nascentes e
córregos encachoeirados. A mata
apresenta algumas árvores de porte e
muitos caminhos internos intensamente
utilizados, nas proximidades com a
fronteira da Argentina.
Fotos 2-96 e 2-97
6 25°34`13,93”S - 54º32`57,06”W Florestal Área com árvores de maior porte.
Fotos 2-101 e 2-102
7 25°33`44,04”S - 54°32`27,04”W Florestal
Floresta em estágio médio de sucessão
secundária. Trata-se de área de mata já
muito alterada, entremeada de roças e
pequenos sítios com casas.
Fotos 2-103 e 2-104
8 25°32`05,16”S - 54°31`37,57”W Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos
plantios de soja ou de campos cobertos
por capim
Fotos 2-105 e 2-106
9 25°30`54,70”S - 54°31`37,51”W Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos
plantios de soja ou de campos cobertos
por capim
Fotos 2-107 e 2-108
10 25°30`13,98”S - 54°31`14,00”W
Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos /
/ambiente urbano
plantios de soja ou de campos cobertos
por capim ou com área urbana
localizada.
Fotos 2-109 e 2-110
Herpetofauna 1 25°35`17,12” S -
54°35`28,95”W Semi-florestal
Córrego em borda/interior de mata
332
2 25°35`22,99”S -
54°35`28,99”W Semi-florestal
Cavas formadas pela retirada de antigos
silos de grãos
3 25°35`21,25”S -
54°35`14,06”W Florestal
Nascente e córrego dentro de mata Q
Banhado em área aberta
4 25°35`13,19”S -
54°34`25,30”W Florestal
Córrego em interior de mata e área
alagada em borda de mata
5 25°35`04,90”S -
54°33`54,82”W Florestal
Córrego dentro de mata / Nascente e
Banhado em borda de mata / Córrego
em borda de mata
6 25°34`13,93”S -
54º32`57,06”W Florestal
Córrego em interior de mata / Açude
7 25°33`44,04”S -
54°32`27,04”W Florestal
Ausência de corpo d’ água
8 25°32`05,16”S -
54°31`37,57”W
Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos
Córrego em interior de mata e área
alagada em borda de mata
9 25°30`54,70”S -
54°31`37,51”W Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos
Banhado originado de cavas formadas
pela retirada de argila (olaria) / lagoa /
açude
10 25°30`13,98”S -
54°31`14,00”W
Ambientes Abertos -
Campos Antrópicos /
/ambiente urbano
Ausência de corpo d’ água
Fotos 2-109 e 2-110