elementos funcionais e ornamentais da arquitetura eclética ... · dentre os elementos funcionais e...
TRANSCRIPT
1
Elementos funcionais e ornamentais da arquitetura eclética pelotense:
1870-1931. Portas e pára-ventos.
Erika Romaniuk Morgana Ávila
Carlos Alberto Ávila Santos
Dentre os elementos funcionais e ornamentais utilizados para compor
as fachadas ecléticas de Pelotas, erguidas entre os anos de 1870 e 1931, as
portas e os pára-ventos foram aqueles enfocados nessa pesquisa. As portas
das casas têm a função primeira de dar fechamento aos vãos de acesso aos
espaços interiores dos edifícios. Mas, pelas decorações que receberam
durante o período estudado, se tornaram também elementos ornamentais dos
frontispícios. Nos casarões assobradados do ecletismo pelotense, foram
também usadas, frequentemente, estruturas de madeira e vidro agregadas às
portas de entrada dos prédios, que são denominadas de pára-ventos, cuja
função inicial era impedir a entrada do vento e do frio para os ambientes
internos das moradias, numa região onde os invernos apresentam baixas
temperaturas e alternam dias ventosos ou úmidos.
Em uma grande quantidade de edificações ecléticas, as portas de
entrada abrem-se para vestíbulos com degraus de mármore e paredes forradas
com escaiolas ou decoradas com azulejos importados, no fundo dos quais
surge uma segunda porta em madeira e vidro que dá entrada às salas internas,
que também denominamos como pára-ventos. Como já salientamos, à função
primeira das portas e pára-ventos, de dar acesso ao interior das casas e
impedir a entrada do frio e do vento, se somou a função ornamental desses
elementos, através de trabalhos de marcenaria ou de escultura acrescentados
às folhas das portas, ou dos desenhos dos pinásios1 e dos vidros coloridos ou
trabalhados em ácido que apresentam os pára-ventos, como veremos no
decorrer deste artigo.
1 “FASQUIA ou filete de madeira que,nos CAIXILHOS das portas e janelas,serve para segurar e separar os
vidros.” ÁVILA, Affonso; MACHADO , João Marcos; MACHADO, Reinaldo Guedes. Barroco Mineiro :
glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Co-edição Fundação João Pinheiro. 1979. P.
62.
2
De acordo com o dicionário Aurélio, os pára-ventos ou guarda-ventos
são definidos como “anteparo de madeira que se põe internamente diante das
portas, sobretudo portas de igrejas, para que o recinto não fique devassado e
para resguardo do vento; pára-vento, contravento.”2. Na obra Barroco Mineiro:
Glossário de Arquitetura e Ornamentação, esse elemento é conceituado como:
“Anteparo de madeira que se coloca, geralmente, atrás da porta principal de
uma igreja, entre o vestíbulo e a nave central, para resguardo do vento”.3
Na arquitetura brasileira do período colonial, os pára-ventos foram
amplamente utilizados nas igrejas barrocas das cidades mineiras que, como no
ecletismo pelotense, buscavam impedir a entrada do vento aos interiores dos
templos e apagavam as velas dos candelabros ou aquelas depositadas pelos
fiéis nos altares que ornavam as naves. Nos santuários barrocos, esses
elementos também cumpriam a função decorativa e eram ornamentados com
superfícies esculpidas em madeira, que apresentavam símbolos, filetes e
guirlandas florais policromadas. (fig. 1)
Figura 1: Igreja de Santa Luzia, Rio de Janeiro - RJ. Na imagem à esquerda, 1: a fachada. Na imagem à
direita, 2: . Detalhe do para vento. Fonte: fotos do autor, 2010.
2 FERREIRA, Aurélio B. de Hollanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0
3 ÁVILA, Affonso; MACHADO , João Marcos; MACHADO, Reinaldo Guedes. Barroco Mineiro : glossário
de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Co-edição Fundação João Pinheiro. 1979.
3
Nos programas de composição das fachadas do ecletismo pelotense
os frontispícios são tripartidos. Ou seja, as fachadas são compostas, no sentido
vertical, do embasamento através do porão alto, da fachada propriamente dita,
com um ou dois pavimentos e do arremate feito pelas platibandas. No sentido
horizontal, são divididas em três módulos, individualizados pelas pilastras que
os arrematam e pelos frontões que os complementam. Muitas vezes, esses
módulos se destacam por meio de saliências ou de reentrâncias dos mesmos,
erguidos junto aos alinhamentos fronteiros dos lotes de terreno ou construídos
com afastamentos destes limites. (Figura 2)
Figura 2: Fachada do prédio da Reitoria da Universidade Católica de Pelotas. Fonte: fotos do autor,
2010;
O porão alto permitia, através dos óculos ou gateiras,4 a ventilação dos
assoalhos das salas interiores das casas. Mas, também contribuiu para dar
imponência aos prédios, por meio dos altivos embasamentos rusticados dos
edifícios. O porão alto resultou na altura elevada dos vãos e, nas grandes
dimensões verticais das portas de entrada dos prédios, cujas vergas5
buscavam harmonizar com o nível das vergas das janelas e das portas-
sacada,6 que se desenvolviam a partir do porão alto. Ou seja, as portas tinham
acrescidas à sua altura a metragem correspondente aos porões. (Figura 3)
4 Segundo FERREIRA, Aurélio B. de Hollanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0 : “Buraco
que se deixa na parte superior dos alicerces das casas à maneira de respiradouro dos porões.”
5 Ibid. s/n. “Peça que se põe horizontalmente sobre ombreiras de porta ou de janela; torça, padieira,
sobrearco”.
6 “Janela rasgada por inteiro, com guarda-corpo de balaustrada entalado ou não ao plano da parede”.
ÁVILA, Affonso; MACHADO , João Marcos; MACHADO, Reinaldo Guedes. Barroco Mineiro : glossário de
arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Co-edição Fundação João Pinheiro. 1979. Pág. 65.
4
Figura 3: Biblioteca pública de Pelotas. Imagem a cima, 1: observação para o nivelamento do hall de
entrada com a altura do porão. Imagem a baixo, 2: esquema representando a simetria horizontal do
prédio. Fonte: fotos do autor, 2009.
Dessa maneira, as portas principais das residências, cujas soleiras se
erguiam sobre o nível das calçadas por meio de um ou três degraus,
alcançaram dimensões monumentais e reforçaram a suntuosidade dos
programas de composição das fachadas, ampliada pelos degraus de mármore
dos vestíbulos, pelas ornamentações das superfícies das paredes desses
recintos de entrada e pelos pára-ventos e suas decorações. Sempre
imponentes, as portas principais dos prédios se faziam em madeiras nobres e
apresentavam aspecto pesado e maciço, onde se inseriam aldravas,
5
maçanetas e porta-cartas executados em bronze ou metal dourado ou
prateado. (Figura 4)
Figura 4: Imagem à esquerda, 1: detalhe da aldrava da porta principal do prédio da CEEE . Imagem à
direita, 2: detalhe do puxador da porta principal da Prefeitura de Pelotas. Fonte: fotos do autor, 2009.
Os construtores do período de “consolidação” do ecletismo pelotense,
determinado pelas datas de 1870-1930,7 também relevavam o número de
aberturas para a composição dos frontispícios em simetria. Segundo Santos,8
quando o número dos vãos das fachadas é ímpar, com três aberturas, a porta
se localiza em uma extremidade, gerando uma quebra da simetria corrigida
pela situação do frontão, disposto sobre a janela central. Quando a fachada
apresenta mais de três aberturas, há uma coincidência entre a porta principal, o
eixo de simetria e o frontão. (Figura 5).
Um segundo esquema se desenvolveu em fachadas com número de
aberturas pares, quando uma das janelas compõe com a porta principal uma
unidade central, que se destaca do restante da fachada através da utilização
de pilastras que a limitam e do frontão que a arremata. O eixo de simetria,
neste caso, se situa entre a porta e a janela principal. (Figura 6).
7 SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Ecletismo na fronteira meridional do Brasil: 1870-1931. Tese
(Doutorado em Arquitetura e Urbanismo – Área de Conservação e Restauro) Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2007. p. 4.
8 Ibid. p. 184.
6
O mesmo equilíbrio simétrico se repete nas portas principais das
construções, geralmente compostas de duas folhas, que possuem a mesma
decoração em cada uma delas. Essas decorações eram feitas em alto ou em
baixo-relevo. Quando em baixo relevo, as superfícies das espessas madeiras
usadas eram escavadas por meio dos formões utilizados pelos artífices,
formando frisos ou almofadas. Quando em alto relevo, as peças esculpidas
eram agregadas às superfícies das portas compondo desenhos decorativos ou
almofadados.
De acordo com o Novo Dicionário Aurélio, denominam-se almofadas os
relevos, quase sempre trabalhados, das superfícies planas de vedações ou de
móveis.9 Diz-se portas ou janelas de almofada, aquelas constituídas por
engradamentos que suportam painéis ou relevos almofadados, encaixados
como adornos sobre as superfícies das portas ou janelas.10 Geralmente essas
decorações apresentam forma geométrica. Superfícies almofadadas ocorrem
também em púlpitos, arcazes e outras peças do mobiliário. (fig. 6)
Figura 6: Biblioteca pública de Pelotas. Na imagem à esquerda, 1: Porta principal do prédio. Na imagem
central, 2: Pára-vento. Na imagem superior à direita, 3: detalhe almofadado da porta. Na imagem
inferior à direita, 4: detalhe almofadado do pára-vento.
9 “ Peça saliente, reentrante ou simplesmente guarnecida por filete, moldura ou ran
hura, geralmente retangular, em obras de madeira, pedra ou outro material.” (FERREIRA, Aurélio B. de
Hollanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio versão 5.0 )
10 ÁVILA, Affonso; MACHADO , João Marcos; MACHADO, Reinaldo Guedes. Barroco Mineiro : glossário
de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Co-edição Fundação João Pinheiro. 1979. Pág. 107.
7
É curioso salientar que no momento em que o prédio da Biblioteca
Pública foi construído, o pára-vento ainda não existia, sendo instalado apenas
alguns anos depois. 11
É comum encontrarmos, decorando portas e os pára-ventos, delicados
ornamentos em ferro, detalhes torneados, almofadas, baixo-relevos, vidros
coloridos, decorados por processo de corrosão com ácido fluorídrico e, até
mesmo brasões com as iniciais das famílias ou da instituição. Com isso,
percebemos que há uma tendência de que, as famílias com mais poder
econômico, pudessem decorar de forma mais arrojada suas residências,
estabelecendo assim um padrão a ser adotado.
Para um melhor entendimento destas características, definimos cada
uma com os exemplos que se seguem, de acordo com ÁVILA, MACHADO e
MACHADO:
Almofadas:
Relevo, quase sempre trabalhado, na superfície plana de vedações,
móveis, etc. Diz-se porta ou janela de almofada as constituídas por
engradamento que suporta painéis ou relevos almofadados; ou ainda; peça de
madeira, em relevo, sobre a superfície de porta ou janela e encaixada como
adorno. Geralmente apresenta forma geométrica. A almofada ocorre também
em púlpitos, arcazes e outras peças do mobiliário. (Fig. 7)
Figura 7: Na imagem à esquerda, 1: detalhe almofadado da porta da Biblioteca Pública Pelotense. Na
imagem à direita, 2: detalhe almofadado da porta do Clube Caixeiral. Fonte: fotos do autor, 2009.
11
“Já foi dado começo ao paravento que a directoria da Biblioteca está mandando construir, na porta
principal d’aquelle estabelecimento”. Dário Popular. 7 de outubro de 1904.
8
Relevo:
Trabalho de escultura, de largo emprego na arquitetura, no qual as
figuras não sobressaem no seu volume total, mas apenas em parte, ficando
aderentes à superfície a que se aplicam. (Fig. 8)
Figura 8: Na imagem à esquerda, 1: detalhe da porta do Clube Caixeiral. Na imagem à direita, 2: detalhe
da porta da Prefeitura Municipal de Pelotas. Fonte: fotos do autor, 2009.
Vidros decorados:
As decorações e monogramas realizados sobre os vidros utilizavam o
processo de corrosão utilizando o ácido fluorídrico. O entorno dos desenhos
ornamentais e monogramas eram protegidos com verniz ou cera, depois a
vidraça era submetida ao banho de corrosão (era mergulhada no ácido),
gravando dessa forma àquilo que se pretendia registrar. O ácido sulfúrico
poderia ser misturado ao fluorídrico, para efeitos texturizados da superfície
gravada. (Fig. 9)
Figura 9: Na imagem à esquerda, 1: detalhe da porta Catedral São Francisco de Paula. Na imagem à
direita, 2: detalhe da porta da Estação de fornecimento de Energia CEEE com antigo brasão. Fonte: fotos
do autor, 2009.
9
Ornamentos e utilitários (maçanetas aldravas – porta cartas e
maçanetas)
Outros elementos que são encontrados nessas portas e pára-ventos
são as grades em ferro, onde além de ornamentarem ainda mais as portas,
demonstravam força e segurança. “O ferro era em boa parte fabricado em
forjas locais e rudimentares, das quais provinha geralmente a matéria prima
com que os ferreiros confeccionavam peças de uso geral nas construções, a
exemplo de fechaduras, pregos, dobradiças, etc. bem como instrumentais de
mineração. Também ocorria a importação de ferro estrangeiro, vindo de
preferência da Espanha, Suécia, Inglaterra, etc.”12 (Fig. 10)
Figura 10: Na imagem à esquerda, 1: detalhe da porta Estação de fornecimento de Energia CEEE com
gradil torcido13
. Na imagem ao meio, 2: detalhe da porta da Faculdade de Turismo. Na imagem à direita,
3: detalhe da aldrava porta-cartas de um prédio que hoje é uma acadêmia de boxe, na Praça Vinte de
Setembro. Fonte: fotos do autor, 2010.
Outros elementos de ferro eram inseridos nessas portas, como os
aldravas14, fechaduras, espelhos de fechaduras, trincos, ferro-lhos, puxadores,
dobradiças, argolas de bater, etc.
12
ÁVILA, Affonso; MACHADO , João Marcos; MACHADO, Reinaldo Guedes. Barroco Mineiro : glossário
de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Co-edição Fundação João Pinheiro. 1979. P. 38
13 TORCIDOS: Diz-se de ornatos sob forma espiralada,usados na guarnição de móveis, na estrutura de
RETÁBULOS, balaustradas,GRADIS, etc. ÁVILA, Affonso; MACHADO , João Marcos; MACHADO, Reinaldo
Guedes. Barroco Mineiro : glossário de arquitetura e ornamentação. Belo Horizonte: Co-edição
Fundação João Pinheiro. 1979. P. 38.
14 Tranqueta de metal para abrir e fecharas portas, levantando, abaixando ou girando o ferrolho.
10
TIPOLOGIAS
O critério para adotar uma tipologia pertinente a nossa temática pode
ser o referente ao poder econômico dos proprietários desses prédios.
Podemos também, classificar esses elementos de acordo com o fim o
qual era dado, e a quantidade de decoração tanto em madeiras (como
almofadas, baixo e alto relevo) como em vidro e ferro.
Da mesma forma, essa classificação pode se encaminhar para o
formato e disposição que esses têm como aqueles arredondados, quadrados,
com ou sem caixa, com duas ou mais folhas, disposição em relação à fachada,
no centro da fachada ou deslocada para o lado.
Pára-ventos Arredondados: normalmente dessa forma a fim de
acompanharem a geometria arredondada da porta principal (fig. 10). Essa
estrutura arredondada na parte superior é chamada bandeira. As folhas das
portas na maioria dos casos são quadradas, o elemento utilizado para adotar
essa tipologia é a bandeira, a qual terá esse formato, arredondado. Importante
destacar a utilização de vidro nas grande maioria das bandeiras sobre as
portas e pará-ventos. Esse elemento permite a passagem da luz solar, mesmo
com a porta principal fechada, auxiliando a diminuir o ambiente úmido, devido
ao alto percentual de umidade relativa do ar, característica da cidade de
Pelotas.
11
Figura 10: Na imagem à esquerda, 1: porta do Clube Caixeiral. Na imagem central, 2: pára-vento do
Clube Caixeiral. Na imagem superior à direita, 3: visão interna do pára-vento da Igreja da Santa Casa de
Pelotas. Na imagem inferior à direita, 4: visão externa do pára-vento da Igreja da Santa Casa de Pelotas
Fonte: fotos do autor, 2009.
Bandeira: elemento existente na parte superior das portas e pára-
ventos. Se constitui em um elemento fixo, de tamanho variável, que acaba por
compor o marco superior da porta, estrutura essa, semelhante aos tímpanos
das igrejas romanas, compostas por um arco de meia circunferência no vão. A
altura que a porta alcança para se alinhar com a linha superior das janelas, é
permitida com o auxílio da bandeira. Muitas vezes em vidro, permitindo a
passagem de luz no interior do ambiente. (fig. 11) As estruturas que servem
para segurar e separar os vidros são chamados pinázios.
Figura 11: Na imagem supeior à esquerda, 1: porta da Prefeitura Municipal de Pelotas. Na imagem
superior à direita, 2: pára-vento da Prefeitura Municipal de Pelotas. Na imagem inferior à esquerda, 3:
porta principal da Biblioteca Pública de Pelotas. Na imagem inferior à direita, 4: detalhe da bandeira da
porta principal da Biclioteca Pública de Pelotas. Fonte: fotos do autor, 2009.
12
Pinázios: Cada uma das pequenas fasquias que nos caixilhos das
portas servem como suporte para segurar os vidros. Podendo esses, conter
características próprias de cada estilo. Na arquitetura eclética é possível
encontrar pinázios que vão do barroco ao déco e até mesmo pinásios que eram
colocados por cima dos vidros, exercendo assim uma função decorativa
somente. Entre eles as suas formas variam, desde os mais orgânicos aos mais
retos.(fig. 12)
Figura 12: Na imagem superior à esquerda, 1: pára vento do Teatro Guarany. Na imagem superior à
direita, 2: detalhe do pára-vento do Teatro Guarany. Na imagem inferior à esquerda, 3: porta e pára-
vento interna lateral da Catedral São Francisco de Paula. Na imagem inferior à direita, 4: detalhe dos
pinázios do pára-vento da porta interna da Catedral. Fonte: fotos do autor, 2009.
13
Pára-ventos quadrados: são compostos por vergas, que é a
estrutura de madeira ou cantaria colocada transversalmente sobre as
ombreiras15 das portas, para suster a parede acima do vão. (fig. 13)
Figura 13: Na imagem superior à esquerda, 1: porta da Prefeitura Municipal de Pelotas. Na imagem
superior à direita, 2: pára-vento da Prefeitura Municipal de Pelotas. Na imagem inferior à esquerda, 3:
porta da Estação de Fornecimento de Energia CEEE. Na imagem inferior à direita, 4: pára-vento da
Estação de Fornecimento de Energia da CEEE. Fonte: fotos do autor, 2009.
15
Rebaixo ou ombreira, onde se encaixam as folhas dos vãos.
p. 24
14
Pára-ventos com caixa: esse elemento geralmente é utilizado em
igrejas, por possuírem duas portas laterais para acesso diário e duas portas
centrais, para ocasiões especiais, como matrimônios e batismos. Chamado
também de montante, obra de carpintaria, serralheria etc. que serve para
sustentar e guarnecer vidros, estes quadros de madeira ou metal estruturam
geralmente superfícies de vidro. (fig. 14)
Figura 14: Na imagem superior à esquerda, 1: pára-vento da Igreja do Porto vista pelo lado de fora. Na
imagem superior à direita, 2: pára-vento da Igreja do Porto vista pelo lado de dentro. Na imagem
inferior à esquerda, 3: porta principal e pára-vento de consultório médico. Na imagem inferior à direita,
4: detalhe do pára-vento de consultório médico . Fonte: fotos do autor, 2009.
15
Pára-ventos disjuntos da porta principal: nessa situação temos um
pára-vento o qual não é ligado à porta pela estrutura de madeira, como
explicado acima. Ele forma uma segunda parede, muitas vezes criando um vão
entre ele e a porta principal, conhecido como vestíbulo16. Nas casas com porão
alto, quando os pára-ventos são dessa forma, há degraus no vestíbulo para
que se possa acessar o pára-vento. Encontramos também esse tipo de pára-
vento nos teatros, sendo os vestíbulos nesse caso, área destinada à bilheteria
e à aglomeração do público. (fig. 15)
Figura 15: Imagem à esquerda superior, 1:Igreja de Santa Luzia, Rio de Janeiro - RJ. Na imagem à direita
superior, 2: Detalhe do pára-vento da Igreja de Santa Luzia. Na imagem a esquerda inferior, 3: pára-
vento da Faculdade Católica de Pelotas. Na imagem a direita inferior, 4: porta principal e pára-vento do
Teatro Guarany. Fonte: fotos do autor, 2010.
16
Rebaixo ou ombreira, onde se encaixam as folhas dos vãos.
p. 24
16
Pára-ventos esculpidos: normalmente esculpidos ressaltando
detalhes decorativos nas almofadas ou nos panázios tanto nas portas quanto
nos pára-ventos. (fig. 16)
Figura 15: Imagem à esquerda superior, 1:pára-vento do Clube Caixeral. Na imagem à direita superior, 2:
Detalhe do pára-vento do Clube Caixeral. Na imagem a esquerda inferior, 3: pára-vento da Catedral São
Francisco de Paula. Na imagem a direita inferior, 4: detalhe esculpido do pára-vento da Catedral São
Francisco de Paula. Fonte: fotos do autor, 2010.
17
Bibliografia:
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa_; Editora Positivo, 2004 Universidade Federal de Pelotas. _Pelotas...essência de mundo em pequeno universo_;
CORONA, Eduardo & LEMOS, Carlos. _Dicionário da Arquitetura Brasileira._ São Paulo Livraria Editora. São Paulo. São Paulo,1972 AVILA, Affonso; MACHADO, João Marcos; MACHADO, Reinaldo Guedes. _Barroco Mineiro: Glossário de Arquitetura e Ornamentação._ São Paulo, 1980. CUNHA, Almir Paredes. _Dicionário de artes plásticas_. Rio de Janeiro: EBA/UFRJ, 2005. p. 491_ _ FABRIS, Anna Teresa. Ecletismo na Arquitetura Brasileira. São Paulo: Nobel; 198