emissÕes de gases poluentes por veÍculos...

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João Pessoa - PB, 26 a 29 de julho de 2015 SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural EMISSÕES DE GASES POLUENTES POR VEÍCULOS AUTOMOTORES RODOVIÁRIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO: BREVE ANÁLISE EMISSIONS OF GASEOUS POLLUTANTS BY ROAD MOTOR VEHICLES IN THE STATE OF SÃO PAULO: A BRIEF ANALYSIS Kellen Rocha de Souza Doutoranda em Economia Aplicada pela ESALQ / USP, Piracicaba SP - Brasil [email protected] Sílvia Helena Galvão de Miranda Professora do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ / USP Piracicaba SP - Brasil [email protected] Grupo de Pesquisa: 6 - Agropecuária, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Resumo Em decorrência do crescimento populacional, do aumento da frota circulante de veículos automotores e da intensidade de utilização do transporte individual pela população, o setor de transportes passa a ser cada vez mais pressionado a adotar medidas que reduzam os impactos ambientais e sociais gerados. Nos centros urbanos a emissão de gases poluentes por veículos automotores é, reconhecidamente, a principal fonte de poluição atmosférica, a qual tem implicações tanto na saúde da população quanto no meio ambiente. Utilizando estimativas de emissões de gases poluentes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a presente pesquisa objetiva analisar a evolução das emissões desses gases no Estado, no período de 2008 a 2013, comparativamente ao tamanho da frota circulante de veículos automotores. Verifica-se que significativas e importantes reduções nas emissões de alguns gases poluentes vêm sendo alcançadas tanto no Estado de São Paulo como no país todo devido primordialmente à implantação de programas federais de controle de poluição do ar por veículos automotores, tais como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE) e o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares (PROMOT). Outros fatores que contribuíram para a redução das emissões foram o Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV) do Estado e a inspeção veicular na cidade de São Paulo. Palavras-chave: emissões de gases poluentes; veículos automotores; poluição do ar.

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EMISSÕES DE GASES POLUENTES POR VEÍCULOS AUTOMOTORES

RODOVIÁRIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO: BREVE ANÁLISE

EMISSIONS OF GASEOUS POLLUTANTS BY ROAD MOTOR VEHICLES IN THE

STATE OF SÃO PAULO: A BRIEF ANALYSIS

Kellen Rocha de Souza

Doutoranda em Economia Aplicada pela ESALQ / USP, Piracicaba – SP - Brasil

[email protected]

Sílvia Helena Galvão de Miranda

Professora do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ / USP

Piracicaba – SP - Brasil

[email protected]

Grupo de Pesquisa: 6 - Agropecuária, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Resumo

Em decorrência do crescimento populacional, do aumento da frota circulante de veículos

automotores e da intensidade de utilização do transporte individual pela população, o setor de

transportes passa a ser cada vez mais pressionado a adotar medidas que reduzam os impactos

ambientais e sociais gerados. Nos centros urbanos a emissão de gases poluentes por veículos

automotores é, reconhecidamente, a principal fonte de poluição atmosférica, a qual tem

implicações tanto na saúde da população quanto no meio ambiente. Utilizando estimativas de

emissões de gases poluentes da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a

presente pesquisa objetiva analisar a evolução das emissões desses gases no Estado, no

período de 2008 a 2013, comparativamente ao tamanho da frota circulante de veículos

automotores. Verifica-se que significativas e importantes reduções nas emissões de alguns

gases poluentes vêm sendo alcançadas tanto no Estado de São Paulo como no país todo

devido primordialmente à implantação de programas federais de controle de poluição do ar

por veículos automotores, tais como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos

Automotores (PROCONVE) e o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e

Veículos Similares (PROMOT). Outros fatores que contribuíram para a redução das emissões

foram o Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV) do Estado e a inspeção veicular na

cidade de São Paulo.

Palavras-chave: emissões de gases poluentes; veículos automotores; poluição do ar.

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Abstract

As a result of population growth, increasing current fleet of motor vehicles and use of

intensity of individual transport by the population, the transportation sector becomes

increasingly pressured to adopt measures to reduce the environmental and social impacts. In

urban centers the emission of gaseous pollutants from motor vehicles is recognized as the

major source of air pollution, which has implications for both the health of the population

and the environment. Using estimates of pollutant gases emissions of Environmental

Company of São Paulo State (CETESB), this research aims to analyze the evolution of

pollutant gases emissions in the state of São Paulo, in the period of 2008-2013, compared to

the size of the current fleet automotive vehicles. Due primarily to the implementation of

federal programs for air pollution control caused by motor vehicles, such as the PROCONVE

and the PROMOT, meaningful and significant reductions of some pollutant gases emissions

have been achieved, both in the state of São Paulo and throughout the country. Others factors

contributing to the reduction of emissions were the Vehicular Pollution Control Plan (PCPV)

of the State and the vehicle inspection in São Paulo city.

Key words: greenhouse gas emissions; motor vehicles; air pollution.

1. Introdução

Diferentemente do que se observa nos países desenvolvidos, onde a maior parte das

emissões de gases de efeito estufa é proveniente do uso energético de combustíveis fósseis, no

Brasil outras fontes são importantes. No caso das emissões de dióxido de carbono (CO2), por

exemplo, a principal fonte no Brasil é a proveniente da mudança do uso da terra e florestas

(77% das emissões líquidas totais de CO2 em 2005), principalmente da conversão de florestas

para o uso de atividades agropecuárias. Ainda assim, o subsetor de transportes foi

responsável, em 2005, por 43% das emissões de CO2 do setor de Energia (este setor

compreende as emissões por queima de combustíveis e emissões fugitivas) e por 8,1% do

total de emissões de CO2 totais (MCT, 2010).

No que se referem às emissões de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) no Brasil, em

2005, as principais fontes foram respectivamente fermentação entérica (gado bovino) com

participação percentual de 61% do total e dejetos de animais em pastagem (40% do total). A

queima de combustíveis respondeu por 2% do total de emissões de metano no Brasil e foi a

principal responsável pelas emissões de óxido nitroso do setor de Energia, que contribuiu com

2,2% do total das emissões de N2O do país.

Nos grandes centros, no entanto, as emissões de gases poluentes por veículos

automotores se destacam. De acordo com Carvalho (2011) o transporte tanto de pessoas

quanto de mercadorias sempre esteve associado à geração de algum tipo de poluição, seja

atmosférica (resíduos emitidos no ar pelos veículos), sonora (ruídos gerados pelos veículos)

ou pela intrusão visual (degradação da paisagem urbana). Vale ressaltar que mesmo quando se

utilizava, nos centros urbanos, o transporte com a tração animal, havia o despejo de dejetos

animais nas vias, o que consequentemente gerava tanto sujeira quanto mau cheiro.

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A despeito do decréscimo dos fatores de emissão de gases poluentes dos veículos

novos e dos ganhos atingidos pelos avanços tecnológicos, outras variáveis, como o aumento

da frota de veículos, o congestionamento das vias e a utilização do diesel no transporte

público, fazem com que os impactos sociais e ambientais ainda sejam expressivos. Soma-se a

este cenário a intensidade de utilização do transporte individual pela população, o que resulta

em baixa eficiência de transporte já que, segundo estimativa da Associação Nacional de

Transportes Públicos (ANTP, 2014), cada automóvel transportava apenas 1,5 passageiros em

2012. Vale ressaltar também apesar dos avanços até então alcançados, que de acordo com

CETESB (2014a) as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Estado de São Paulo

continuam crescendo, em grande parte devido à utilização da gasolina em substituição ao

etanol, ao aumento da frota e do consumo de diesel.

Utilizando estimativas de emissões de gases poluentes da Companhia Ambiental do

Estado de São Paulo (CETESB), este trabalho objetiva analisar a evolução das emissões de

gases poluentes no Estado de São Paulo, no período de 2008 a 2013, comparativamente ao

tamanho da frota circulante de veículos automotores.

Além desta introdução, o presente artigo está dividido em outras quatro seções. Na

segunda seção é feita uma revisão bibliográfica sobre os gases poluentes emitidos pelos

veículos automotores, descrevendo os tipos de gases, as principais fontes e impactos ao meio

ambiente e à sociedade. Na seção seguinte é apresentada a metodologia deste trabalho, bem

como a metodologia utilizada pela CETESB no cálculo das estimativas de emissões, adotadas

para a discussão proposta por este artigo. Ademais, os dados utilizados na presente pesquisa

também estão descritos nesta seção. A apresentação e discussão dos resultados estão na quarta

seção. Por fim, na quinta e última seção são feitas as considerações finais.

2. Emissões de gases poluentes por veículos automotores rodoviários

De acordo com Resolução CONAMA nº 3, de 28/06/1990, poluente atmosférico pode

ser considerado:

Qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em

quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com

os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: I)

impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; II) inconveniente ao bem-estar

público; III) danoso aos materiais, à fauna e flora; IV) prejudicial à

segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da

comunidade.

Os poluentes podem ser classificados em primários ou secundários. Os poluentes

primários são aqueles emitidos diretamente pelas fontes de poluição, como o monóxido de

carbono, enquanto os poluentes secundários são os formados a partir de reações químicas

entre poluentes primários. Além desta classificação, os gases poluentes também podem ser

divididos quanto à fonte emissora: fixa ou móvel. As indústrias são os principais exemplos de

fontes fixas, sendo que nesta categoria também se enquadram os incineradores de resíduos, as

usinas termoelétricas que utilizam carvão, óleo combustível ou gás, e as fontes fixas naturais

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como maresia e vulcanismo. Como exemplos de fontes móveis, por sua vez, têm-se os

veículos automotores, os trens, aviões e embarcações marítimas. Nas cidades, no entanto, as

principais fontes poluidoras são os veículos.

Por veículos automotores rodoviários, segundo CETESB (2014a), entendem-se os

automóveis (veículos destinados ao transporte de passageiros, com capacidade para até oito

pessoas, incluindo o condutor), os veículos comerciais leves (destinados ao transporte de

pessoas ou carga, com peso bruto total até 3.856 kg), as motocicletas (veículos de duas rodas,

com ou sem side-car, dirigido em posição montada), os caminhões (veículos destinados ao

transporte de carga, com carroçaria e peso bruto total superior a 3.856 kg) e os ônibus

(veículos de transporte coletivo).

De acordo com CETESB (2014a), as emissões de poluentes de um veículo automotor

ocorrem tanto pela queima de combustível (emissão direta) no motor quanto pela evaporação

do combustível, seja durante o uso ou o repouso do veículo. Assim, podem ser distinguidos

dois tipos de emissões por veículo automotor, a saber, emissões de escapamento e emissões

evaporativas. No primeiro caso os poluentes são emitidos pelo escapamento dos veículos e no

segundo pela tampa do bocal de abastecimento, pelas mangueiras de combustível, suas

conexões, entre outros.

As emissões de escapamento são responsáveis pela liberação na atmosfera de distintas

substâncias, dentre as quais podem se citar monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono

(CO2), hidrocarbonetos (HC), aldeídos (RCHO), óxidos de nitrogênio (NOX) e material

particulado (MP). As emissões evaporativas são constituídas pelos hidrocarbonetos (THC) e

ocorrem durante os seguintes processos (MMA, 2011):

Emissões diurnas: são as originadas no sistema de alimentação de combustível estando

o veículo em repouso. Elas ocorrem em decorrência das mudanças de temperatura

ambiente ao longo de todo o dia. À medida que a temperatura aumenta, eleva-se o

escape de vapores de combustível, tanto pela permeabilidade própria dos materiais

empregados quanto pela estanqueidade imperfeita de conexões;

Perdas em movimento: são as emissões que ocorrem enquanto o veículo está em

circulação. Assim como no caso das emissões diurnas, também são geradas devido ao

aumento da pressão e da temperatura do combustível;

Emissões evaporativas do veículo em repouso com o motor quente: são geradas após o

uso do veículo e “caracterizam-se pelo fato do combustível estar parado e

despressurizado, porém ainda aquecido devido à circulação no período em que o

veículo estava em funcionamento e ao calor residual desprendido do motor” (MMA,

2011, p.19).

Em consequência dos números crescentes da frota de veículos automotores no Brasil

na década de 1980, bem como devido às precárias situações de manutenção desta frota, foi

instituído em 1986, por meio da Resolução nº 18 de 06/05 do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA), o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores

(PROCONVE). Coordenado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA), o PROCONVE definiu os primeiros limites de emissão de

poluentes para veículos leves no país o que, ao tornar obrigatória a redução dos níveis de

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emissão de origem veicular (Lei nº 8.723, de 28/10/1993), contribuiu para o desenvolvimento

tecnológico dos fabricantes tanto de combustíveis quanto de motores e autopeças.

Com o crescimento das motocicletas e veículos similares e seu perfil de utilização,

predominantemente no segmento de entregas em regiões urbanas, tornou-se primordial a

implementação de um programa de controle da poluição do ar para este segmento de veículo

automotor. Estima-se que um carro percorra em média 30 quilômetros por dia, enquanto as

motocicletas de entrega rodam até 180 quilômetros, o que faz com que estas poluam tanto

quanto 120 automóveis (MMA, 2015b). Assim, foi criado em 2002, pela Resolução nº 297 do

CONAMA, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares

(PROMOT) com o objetivo de estender para os motociclos e veículos similares o controle

estabelecido pelo PROCONVE, de forma a reduzir as emissões de poluentes por fontes

móveis no país.

Tanto para o PROMOT quanto para o PROCONVE são definidas “fases” para a

implantação das normas a serem seguidas. De acordo com (MMA, 2015b, p.1) as fases são os

“interregnos de tempo entre a vigência de um determinado limite de emissão dado pela

legislação e a entrada em vigor de novos limites mais restritivos”. Na tabela 1 é possível

identificar as fases, o período em que foram estabelecidas, suas principais características e as

inovações tecnológicas implementadas.

Tabela 1 – Implantação, características e inovações tecnológicas de cada uma das fases do

PROMOT e PROCONVE – Categorias: veículos leves (L), veículos pesados (P) e motociclos

e veículos similares (M)

Veículos leves

Fases Implantação Características Inovações tecnológicas

L-1 1988-1991 Eliminação dos modelos mais

poluentes e aprimoramento

dos projetos dos modelos já

em produção. Início do

controle das emissões

evaporativas.

Reciclagem dos gases de

escapamento para controle das

emissões de NOX; injeção

secundária do ar no coletor de

exaustão para o controle de CO e

HC; implantação de amortecedor

da borboleta do carburador para

controle do HC e a otimização do

avanço da ignição.

L-2 1992-1996 Investimentos na adequação

de catalisadores e sistemas de

injeção eletrônica para uso

com mistura de etanol, em

proporção única no mundo.

Injeção eletrônica; carburadores

assistidos eletronicamente e

conversores catalíticos. Em 1994,

início do controle de ruído dos

veículos.

L-3 1997-2004 Ocorreram reduções bastante

significativas em relação aos

limites anteriores em face da

exigência de atender aos

limites estabelecidos em

O fabricante/importador

empregou as melhores

tecnologias disponíveis para a

formação de mistura e controle

eletrônico do motor como, por

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01/01/1997 (Resolução

CONAMA 15 de 1995).

exemplo, o sensor de oxigênio

(denominado “sonda lambda”).

L-4 2005-2008 Prioridade: redução das

emissões de HC e NOX

(substâncias precursoras de

Ozônio), tendo como

referência a Resolução

CONAMA nº315 de 2002.

Desenvolvimento de motores

com novas tecnologias como a

otimização da geometria da

câmara de combustão e dos bicos

de injeção, o aumento da pressão

da bomba injetora e a injeção

eletrônica.

L-5 2009-2013 Prioridade: redução das

emissões de HC e NO. Nesta

fase deu-se a redução de 31%

das emissões de

hidrocarbonetos não-metano

para os veículos leves do

ciclo Otto e de 48% e 42%

para as emissões de NOX para

os veículos leves do ciclo

Otto e Diesel,

respectivamente. Além disso,

as emissões de aldeídos

foram reduzidas em,

aproximadamente, 67% para

os veículos do ciclo Otto.

Otimização da geometria da

câmara de combustão e dos

bicos, o aumento da pressão da

bomba injetora e a injeção

eletrônica.

Veículos pesados

Fases Implantação Características Inovações tecnológicas

P-1 e

P-2

1990-1993 Nesse período, os limites

para emissão gasosa (fase P-

1) e material particulado (fase

P-2) não foram exigidos

legalmente.

Já em 1990 estavam sendo

produzidos motores com níveis

de emissão menores que aqueles

que seriam requeridos em 1993

(ano em que teve início o

controle de emissão para veículos

deste tipo com a introdução das

fases P-1 e P-2).

P-3 1994-1997 Nesta fase de seu uma

redução drástica das emissões

de CO (43%) e HC (50%).

Desenvolvimento de novos

modelos de motores visaram a

redução do consumo de

combustível, aumento da

potência e redução das emissões

de NOX por meio da adoção de

intercooler e motores turbo.

P-4 1998-2002 Reduziu ainda mais os limites

criados pela fase P-3.

P-5 2003-2008 Objetivo: redução de

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emissões de material

particulado, NOX e HC.

P-6 2009-2011 Objetivo principal: redução

de emissões de material

particulado (MP), NOX e HC.

Motociclos e veículos similares

Fases Implantação Características Inovações tecnológicas

M-1 2003-2005 Estabeleceu os limites

iniciais máximos de emissão

de gases de escapamento pra

ciclomotores novos (veículos

de duas rodas e seus

similares, providos de um

motor de combustão interna,

cuja cilindrada não exceda a

cinquenta centímetros

cúbicos.

M-2 2006-2008 Iniciou a segunda fase com

reduções drásticas dos limites

estabelecidos pela 1ª fase

(CO = redução de 83% na

emissão; Hidrocarbonetos +

NOx = redução de 60%).

M-3 2009 em

diante

Contemplou todos os

modelos de ciclomotores,

motociclos e veículos

similares novos e veículos em

produção. Nesta fase,

também ocorre uma redução

significativa das emissões de

poluentes sendo, em alguns

casos, superiores a 50% dos

limites previstos na fase

anterior.

Fonte: Adaptado de MMA (2015 b, c).

Em 2009 por meio da Resolução CONAMA nº 418, foram estabelecidos critérios para

a elaboração de Planos de Controle de Poluição Veicular (PCPV) e para a implantação de

Programas de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso – I/M pelos órgãos estaduais e

municipais de meio ambiente. No Brasil duas regiões realizam a inspeção veicular, a saber, o

Estado do Rio de Janeiro, desde 1997, e o município de São Paulo, desde 2008 (CETESB,

2014b). Segundo pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade (2013), a inspeção veicular

na cidade de São Paulo reduziu em 28% a emissão de material particulado em 2011, onde

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foram examinadas 75% da frota. Como a inspeção de material particulado ocorre apenas para

veículos movidos a diesel, os efeitos da inspeção veicular são ainda maiores.

No Estado de São Paulo, o Plano de Controle da Poluição Veicular (PCPV)

2011/2013, apresentado em 2011, propôs a adoção de diversas medidas que promovessem o

controle das emissões veiculares, tais como: inspeção ambiental, fiscalização, gestão de

frotas, incentivo à manutenção preventiva e qualificada. As ações de controle listadas no

PCPV para o período 2014-2016 foram: seleção de áreas prioritárias, inspeção ambiental de

veículos, fiscalização de fumaça dos veículos diesel, aperfeiçoamento da fiscalização com o

uso do opacímetro, expansão do Programa de Melhoria da Manutenção de Veículos a Diesel

(PMMVD), incentivo à gestão ambiental de frotas e garagens, renovação e reciclagem de

veículos, aperfeiçoamento do PROCONVE e PROMOT, implantação de novos laboratórios

de emissões veiculares, Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), Programa

Brasileira de Etiquetagem Veicular (PBEV), compras públicas sustentáveis e tributação verde

e melhoria de eficiência energética (combustível com baixo teor de enxofre, orientação e

capacitação da população a respeito da emissão veicular e as suas consequências à saúde e ao

meio ambiente, campanhas de orientação a motorista e proprietários de veículos para a correta

manutenção da frota circulante, capacitação) (CETESB, 2014b).

Para que as ações acima listadas sejam atingidas, no entanto, o PCPV sugere a adoção

de políticas públicas que incentivem ou adotem medidas como: redução do número de viagens

motorizadas e o incentivo ao transporte não motorizado; implantação de medidas que levem

ao aumento da qualidade do transporte público; incentivo ao teletrabalho e ao comércio

eletrônico; políticas que incentivem a substituição do modal rodoviário pelo ferroviário,

dutoviário ou aquaviário, o afastamento das vias com vocação para a carga dos centros

urbanos e a implantação de polos logísticos para distribuição mais eficiente de carga;

gerenciamento do tráfego; compensação das emissões; operação, contratação e concessão de

frotas com critérios ambientais; desenvolvimento e aperfeiçoamento tecnológico; e, restrição

à utilização de diesel em veículos leves (CETESB, 2014b).

As emissões de gases poluentes no ar, principalmente nos grandes centros urbanos,

podem acarretar diversos problemas tanto na saúde da população quanto no meio ambiente

como um todo, tal como se pode observar na Tabela 2 e no Quadro 1.

Tabela 2 – Impactos do setor de transportes na sustentabilidade

Impactos do Transporte na Sustentabilidade

Econômico Social Ambiental

Congestionamento de tráfego Inequidade dos impactos Poluição do ar, água e solos

Barreiras na mobilidade Mobilidade Perda do habitat natural

Acidentes Impactos na saúde Poluição sonora e visual

Infraestrutura + Custos Qualidade de vida Depleção dos recursos

naturais

Depleção dos recursos

naturais

PMC e transporte sustentável

Fonte: Ministério do Meio Ambiente apud CNT (2009).

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Quadro 1 – Descrição dos principais gases poluentes, suas fontes e efeitos

Poluentes Descrição Fontes Efeitos

Aldeídos (RCHO) Compostos químicos resultantes

da oxidação parcial dos álcoois

ou de reações fotoquímicas na

atmosfera, envolvendo

hidrocarbonetos.

São emitidos na queima de combustível em veículos

automotores, principalmente nos que utilizam etanol.

Os aldeídos emitidos pelos carros são o Formaldeído

e o Acetaldeído (predominante).

Principais: irritação das mucosas, dos olhos, do

nariz e das vias respiratórias em geral e podem

causar crises asmáticas, são ainda compostos

carcinogênicos potenciais.

Dióxido de enxofre

(SO2)

É um gás tóxico e incolor, pode

ser emitido por fontes naturais

ou por fatores antropogênicas e

pode reagir com outros

compostos na atmosfera,

formando material particulado

de diâmetro reduzido.

Fontes naturais, como os vulcões, contribuem para o

aumento das concentrações de SO2 no ambiente,

porém na maior parte das áreas urbanas as atividades

humanas são as principais fontes emissoras. A

emissão antropogênica é causada pela queima de

combustíveis fósseis que contenham enxofre em sua

composição. As atividades de geração de energia, uso

veicular e aquecimento doméstico são as que

apresentam emissões mais significativas.

Saúde: agravamento dos sintomas da asma e

aumento de internações hospitalares, decorrentes

de problemas respiratórios. São precursores da

formação de material particulado secundários.

Ambiente: podem reagir com a água na atmosfera

formando chuva ácida.

Dióxido de

nitrogênio (NO2)

É um gás poluente com ação

altamente oxidante, sua presença

na atmosfera é fator chave na

formação do ozônio

troposférico. Além de efeitos

sobre a saúde humana apresenta

também efeitos sobre as

mudanças climáticas globais.

Naturais: vulcanismos, ações bacterianas e descargas

elétricas. Antropogênicas: processos de combustão

em fontes móveis e fixas. As emissões naturais são

em maior escala que as antropogênicas, porém, em

razão de sua distribuição sobre o globo terrestre, tem

menor impacto sobre as concentrações deste poluente

nos centros urbanos.

Saúde: altas concentrações podem levar ao

aumento de internações hospitalares, decorrente

de problemas respiratórios, problemas

pulmonares e agravamento à resposta das pessoas

sensíveis a alérgenos. Ambiente: pode levar a

formação de smog fotoquímico e a chuvas ácidas.

Hidrocarbonetos

(HC)

Compostos formados de carbono

e hidrogênio e que podem se

apresentar na forma de gases,

partículas finas ou gotas. Podem

Provêm de uma grande variedade de processos

industriais e naturais. Nos centros urbanos as

principais fontes emissoras são os carros, ônibus e

caminhões, nos processos de queima e evaporação de

São precursores para a formação do ozônio

troposférico e apresentam potencial causador de

efeito estufa (metano).

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ser divididos em: THC -

hidrocarbonetos totais; CH4 -

hidrocarboneto simples,

conhecido como metano;

NMHC - hidrocarbonetos não

metano, compreendem os HC

totais (THC) menos a parcela de

metano (CH4).

combustíveis.

Material

particulado (MP)

É uma mistura complexa de

sólidos com diâmetro reduzido,

cujos componentes apresentam

características físicas e químicas

diversas. Em geral o material

particulado é classificado de

acordo com o diâmetro das

partículas, devido à relação

existente entre diâmetro e

possibilidade de penetração no

trato respiratório.

Principais: queima de combustíveis fósseis, queima

de biomassa vegetal, emissões de amônia na

agricultura e emissões decorrentes de obras e

pavimentação de vias.

Estudos indicam que os efeitos do material

particulado sobre a saúde incluem: câncer

respiratório, arteriosclerose, inflamação de

pulmão, agravamento de sintomas de asma,

aumento de internações hospitalares e podem

levar à morte.

Monóxido de

carbono (CO)

É um gás inodoro e incolor,

formado no processo de queima

de combustíveis.

É emitido nos processos de combustão que ocorrem

em condições não ideais, em que não há oxigênio

suficiente para realizar a queima completa do

combustível. A maior parte das emissões em áreas

urbanas é decorrente dos veículos automotores.

Tem alta afinidade com a hemoglobina no

sangue, substituindo o oxigênio e reduzindo a

alimentação deste ao cérebro, coração e para o

resto do corpo, durante o processo de respiração.

Em baixa concentração causa fadiga e dor no

peito, em alta concentração pode levar a asfixia e

morte. Fonte: Elaboração própria a partir de MMA (2015a)

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3. Metodologia e dados

As comparações entre o tamanho da frota circulante de veículos automotores

rodoviários do Estado de São Paulo e as emissões de gases poluentes geradas foram feitas via

análise gráfica dos índices de cada variável considerada e do cálculo de taxas de crescimento

das emissões.

Apesar de não terem sido calculados indicadores para cada variável analisada, a

metodologia adotada na presente pesquisa se assemelha à empregada na análise da ocorrência

do decoupling (OECD, 2002; SOUZA e MIRANDA, 2014).

Os dados de estimativas de emissões de poluentes e da frota circulante utilizados na

presente pesquisa foram coletados no relatório de emissões veiculares no Estado de São

Paulo, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 2014a). As estimativas

de emissões de poluentes inventariadas pelo relatório supracitado referem-se aos veículos

rodoviários no Estado de São Paulo no período de 2008 a 2013, sendo que os compostos

considerados foram os seguintes: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOX),

hidrocarbonetos não metano (NMHC), dióxido de enxofre (SO2), aldeídos (RCHO) e material

particulado (MP) de veículos movidos a gasolina e óleo diesel. Ademais, o relatório apresenta

também estimativas de emissões de gases do efeito estufa, o que abrange as emissões de

dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) (CETESB, 2014a).

No que se refere a frota de veículos rodoviários do Estado de São Paulo é importante

ressaltar que a metodologia desenvolvida pela CETESB diferencia-se da frota registrada pelo

Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (DETRAN-SP), já que esta última não

exclui os veículos que estão fora de uso. A frota circulante é estimada pela CETESB a partir

dos dados de vendas de veículos novos nos últimos 40 anos e submetida às curvas de

sucateamento. Estas se constituem numa função derivada de modelo estatístico ou observada

e desconsideram veículos que não circulam mais em decorrência de acidentes com perda total,

furtos, abandono, desmonte, etc (CETESB, 2014a).

A metodologia adotada pela CETESB (2014a) para o cálculo da maioria dos poluentes

inventariados foi a bottom-up, onde além dos fatores de emissão dos veículos, também são

considerados no cálculo o tamanho da frota de veículos e a distância percorrida por estes. As

emissões de escapamento foram estimadas de acordo com a equação 1.

(1)

Sendo:

E = Massa de poluente emitida no período considerado (g/ano);

Fe = Fator de emissão, depende do tipo de veículo, do poluente e combustível

utilizado (g/km);

lu = Intensidade de uso ou quilometragem média anual percorrida pelo veículo

(km/ano);

Fr = Frota circulante, por tipo de veículo e por ano (número de veículos).

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A metodologia top-down foi empregada pela CETESB (2014a) para o cálculo das

emissões de dióxido de enxofre (SO2) por veículos movidos a diesel, sendo utilizados para

tanto o consumo de combustível da área geográfica analisada e o fator de emissão

característico do combustível e não do veículo.

Para o cálculo das emissões evaporativas a CETESB (2014a) utilizou a equação 2. O

ensaio evaporativo é dividido em duas fases, a saber, fase hot soak, onde é quantificado o

vapor de combustível emitido pelo aquecimento do motor após o uso, e a fase diurnal, onde

mensura-se a emissão de vapor de combustível devido à exposição do automóvel ao sol após

um período desligado. De posse de tais resultados, a CESTESB (2014a) calculou o running

losses, fator que representa a emissão evaporativa ocorrida quando o veículo encontra-se em

funcionamento (CETESB, 2014a):

(2)

Sendo:

Evoc = Emissões evaporativas de hidrocarbonetos anuais (g);

Ds = Números de dias no qual o fator de emissão deve ser aplicado;

Nj = Quantidade de veículos na categoria inventariada;

HSj = Média diária hot soak (g/dia);

edj = Média diária da emissão na fase diurnal (g/dia);

RLj = Média diária da emissão na fase running losses (g/dia).

4. Resultados

Analisando a Figura 1, construída após transformação em índice dos dados de

emissões e da frota circulante de veículos automotores da CETESB (2014a), observa-se que

enquanto o tamanho da frota de veículos que circulam no Estado de São Paulo apresenta

crescimento no período de 2008 a 2013, as emissões por estes veículos dos gases monóxido

de carbono, hidrocarboneto não metano, aldeído, óxidos de nitrogênio e material particulado

vem diminuindo desde então. A taxa de crescimento anual de emissões destes gases é

negativa enquanto a da frota circulante de veículos do Estado é positiva, como se pode

observar na Tabela 3. Isto mostra que vem havendo um distanciamento entre as variáveis de

emissões de gases poluentes e a frota circulante de veículos, ou seja, apesar desta frota ter

crescido desde 2008, as emissões dos gases supracitados vêm diminuindo.

Sob a ótica da análise do decoupling (OECD, 2002; SOUZA e MIRANDA, 2014)

quando se observa um distanciamento entre as variáveis analisadas, diz-se que o decoupling

(dissociação) está ocorrendo no período analisado. No caso demonstrado pela Tabela 3, a

dissociação observada entre as variáveis pode ser caracterizada como absoluta, ou seja,

enquanto a variável econômica, neste caso, representada pela frota circulante de veículos

automotores rodoviários, apresenta crescimento no período 2008 a 2013, as variáveis

ambientais (emissões de gases poluentes) apresentam comportamento estável ou decrescente.

Esse tipo de decoupling é mais raro de acontecer e também mais importante, tanto em termos

ambientais quanto econômicos, já que demonstra que a atividade produtiva, neste caso,

aumento da frota circulante de veículos, está conseguindo crescer concomitantemente à

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geração de menor impacto ambiental (emissões de gases poluentes). Ao produzir veículos

menos poluentes, as empresas criam uma melhor imagem perante os seus consumidores, o

que, portanto, pode gerar benefícios econômicos para os produtores. O decoupling absoluto se

contrapõe ao relativo, que ocorre quando a taxa de crescimento da variável ambiental apesar

de ser positiva é menor do que a taxa de crescimento da variável econômica.

Figura 1 – Índice da frota circulante de veículos automotores rodoviários versus índice das

emissões de monóxido de carbono, hidrocarboneto não metano, aldeído, óxidos de nitrogênio

e material particulado por veículos automotores rodoviários – Estado de São Paulo (2008 a

2013) – Ano base = 2008 Fonte: Elaboração própria a partir de CETESB (2014a).

Tabela 3 – Taxa de crescimento anual da frota circulante de veículos e gases poluentes

diversos – Estado de São Paulo (2008-2013)

Variável Taxa de crescimento anual (%)

Frota circulante de veículos 5,58

Monóxido de carbono - 6,76

Hidrocarbonetos não metano - 6,46

Aldeído - 10,64

Óxidos de nitrogênio -2,18

Material particulado - 4,77

Dióxido de enxofre 2,41

Gases de efeito estufa (GEE) 8,04 Fonte: Elaboração própria.

Além da importância ambiental e econômica da redução das emissões dos gases

poluentes presentes na Figura 1, a ocorrência da dissociação entre essas emissões e a frota

circulante de veículos no Estado constitui numa das bases de transição para uma economia

eficiente no uso de recursos naturais, minimizadora de riscos ambientais, promotora da

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melhora do bem estar da população e que atenue a possibilidade de escassez ecológica, ou

seja, uma economia verde.

Na Tabela 3, dois tipos de gases despertam particular interesse, a saber, dióxido de

enxofre e gases de efeito estufa (GEE), que apresentam taxa de crescimento anual positiva e,

no caso dos GEE, maior do que a da frota circulante. Para esses dois gases, portanto, se

observa a ocorrência do decoupling relativo somente entre a frota circulante de veículos e as

emissões de dióxido de enxofre. No caso dos gases de efeito estufa não há a ocorrência do

decoupling no período analisado porque a taxa de crescimento das emissões de GEE é

superior a da frota circulante. Posteriormente discutir-se-ão melhor as emissões de dióxido de

enxofre e GEE.

Uma possível explicação para a conciliação entre crescimento da frota de veículos

automotores e diminuição das emissões de alguns gases poluentes seria a renovação da frota

por veículos mais novos e que emitem menos gases e/ou o uso de combustíveis menos

poluentes. Contudo, quando se observa a Tabela 4, nota-se que a renovação da frota não

parece ter sido a responsável pela diminuição das emissões de alguns gases poluentes. Com

exceção dos veículos das categorias comercial leve e caminhões, cuja frota sofreu redução da

idade média, as demais categorias se mantiveram constantes ou aumentaram a idade média

desde 2008. A idade média de toda a frota de veículos automotores no Estado de São Paulo,

por sua vez, se manteve constante, a saber, 8 anos, durante todo o período avaliado.

Tabela 4 - Evolução da idade média, em anos, da frota de veículos automotores no Estado de

São Paulo (2008-2013)

Categoria 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Automóvel 9 9 9 9 9 9

Comercial Leve 9 8 8 8 7 7

Caminhões 13 12 12 12 12 11

Ônibus 11 11 11 11 11 11

Motocicletas 5 5 6 6 6 7

Média do Estado de SP (1) 8 8 8 8 8 8 Fonte: CETESB (2014a).

Nota: (1) Média ponderada da idade média, conforme a frota circulante do Estado em cada ano.

No Brasil como um todo também se observa uma redução nas emissões de monóxido

de carbono, sendo que a principal causa apontada é o sucesso de programas de controle de

poluição veicular como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores

(PROCONVE) e o Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Similares

(PROMOT). É importante ressaltar, no entanto, que ainda sejam programas federais, no

Estado de São Paulo, o PROCONVE e o PROMOT contam com a parceira da CETESB tanto

na formulação da legislação, quanto na elaboração dos procedimentos de testes e na aplicação

propriamente dita (CETESB, 2014b).

A partir do início da década de 1990, há uma queda expressiva nas emissões de

monóxido de carbono por veículos leves em decorrência da adoção de novas tecnologias de

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controle de emissões, o que inclui o uso de catalisadores e melhorias nos sistemas de

alimentação de combustível (MMA, 2013).

A partir de 2003 com a inserção dos veículos flex fuel no mercado, aumentou-se

concomitantemente o consumo de etanol hidratado de uso rodoviário. Como os aldeídos são

poluentes emitidos principalmente pelos veículos movidos a etanol, poder-se-ia esperar um

crescimento das emissões de aldeídos. Isso, no entanto, não ocorreu devido ao controle mais

restritivo para automóveis e veículos comerciais leves. Ademais, desde a segunda metade de

1990, as emissões de aldeídos por veículos automotores se reduziram no Brasil devido ao

aumento no número de veículos equipados com catalisadores. A evolução de limites mais

restritivos para as emissões também contribuiu para a queda das emissões de hidrocarbonetos

não metano, tanto no Brasil como um todo, quanto no Estado de São Paulo (MMA, 2013).

A queda das emissões de hidrocarbonetos e de óxidos de nitrogênio no Estado de São

Paulo desde 2008 coincide com a implantação das fases L-4 e L-5 do PROCONVE para

veículos leves, em que a prioridade foi a redução destas duas substâncias precursoras de

Ozônio. Também contribuiu para a redução das emissões dos poluentes supracitados e de

material particulado no período analisado, a implantação das fases P-5 e P-6 para veículos

pesados, nas quais o objetivo foi a redução das emissões de material particulado, óxidos de

nitrogênio e hidrocarbonetos. Também contribuiu para a redução das emissões de material

particulado no Estado a inspeção veicular realizada na cidade de São Paulo, que segundo

estudo do Instituto Saúde e Sustentabilidade (2013) foi responsável pela queda de 28% na

emissão deste gás no ano de 2011.

No que se refere ao combustível utilizado pelo setor rodoviário no Estado de São

Paulo, conforme se observa na Figura 2, desde meados de 2010 o consumo de gasolina C

ultrapassou o de etanol hidratado. Por gasolina C entende-se a gasolina comercial que é

vendida nos postos de combustíveis e possui em sua composição etanol anidro em percentual

estabelecido em legislação, variando de 18% a 25% do volume, dependendo da época

(CETESB, 2014a).

A despeito da importância tanto em termos ambientais quanto na saúde da população,

da redução das emissões de monóxido de carbono, hidrocarboneto não metano, aldeído,

óxidos de nitrogênio e material particulado por veículos automotores rodoviários,

concomitantemente ao aumento do tamanho da frota, desde 2009, observa-se o aumento das

emissões de dois outros gases, a saber, dióxido de enxofre e gases do efeito estufa, tal como

demonstrado pela Figura 3. Pela Tabela 3, observa-se também que ambos os gases apresentam

taxa de crescimento anual positiva, sendo que as emissões de gases de efeito estufa por

veículos automotores crescem a uma taxa maior do que a da frota circulante, a saber, 8,04% e

5,58% respectivamente.

O dióxido de enxofre, tal como já explicitado, contribui para o agravamento de

problemas respiratórios, como a asma, elevando o número de internações hospitalares. De

acordo com pesquisa do Instituto Saúde e Sustentabilidade (2013), o número de internações

públicas atribuíveis à poluição no Estado de São Paulo, em 2011, foi de 68.499,

correspondendo a aproximadamente 32% do total de todas as internações pelas causas listadas

naquele ano. Dessas internações, 38% delas corresponderam a doenças respiratórias em

adultos, 33% a doenças cardiovasculares, 26% a doenças respiratórias em crianças e por fim,

3% corresponderam ao câncer.

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Figura 2 - Evolução do consumo aparente de combustíveis no segmento rodoviário no Estado

de São Paulo (2008-2013)

Fonte: CETESB (2014a).

No meio ambiente, o dióxido de enxofre ao reagir com a água presente na atmosfera

forma a chuva ácida. Já os gases do efeito estufa, apesar de não provocarem danos

significativos à saúde nos níveis ambientais encontrados, contribuem para o fenômeno do

aquecimento global. Dentre estes gases, tem-se o dióxido de carbono, o metano e o óxido

nitroso (MMA, 2015a; CETESB, 2014a).

Figura 3 – Índice da frota circulante de veículos automotores rodoviários versus índice das

emissões de dióxido de enxofre e de gases do efeito estufa por veículos automotores

rodoviários – Estado de São Paulo (2008 a 2013) – Ano base = 2008

Fonte: Elaboração própria a partir de CETESB (2014a).

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É importante ressaltar que ainda que reduções significativas nas emissões de gases

poluentes por veículos automotores tenham sido atingidas no Estado de São Paulo,

primordialmente em função da implantação de programas de controle da poluição, muitas

emissões poderiam ser evitadas pelo uso sustentável dos meios de transporte. Assim, deve-se

pensar também na sustentabilidade das cidades, o que por sua vez, deve incluir o transporte

público eficiente e de qualidade e não o incentivo cada vez maior do transporte individual.

Além disto, o PCPV do Estado, segundo CETESB (2014b) recomenda medidas que incluem,

entre outras, a redução do número de viagens motorizadas e o incentivo ao transporte não

motorizado; políticas que incentivem a substituição do modal rodoviário pelo ferroviário,

dutoviário ou aquaviário; compensação das emissões; desenvolvimento e aperfeiçoamento

tecnológico; e, restrição à utilização de diesel em veículos leves.

5. Considerações finais

Como evidenciado na presente pesquisa, importantes e expressivas reduções nas

emissões de gases poluentes vêm sendo atingidas tanto no Estado de São Paulo como no país

todo, primordialmente como resultado da implantação de programas federais de controle de

poluição do ar por veículos automotores, tais como o PROCONVE e o PROMOT. No Estado

de São Paulo, no entanto, vale ressaltar que esses programas federais tem o apoio da CETESB

na formulação da legislação, elaboração dos procedimentos de testes e na aplicação em si.

Ademais, outros fatores que contribuíram para a redução das emissões foram o PCPV do

Estado e a inspeção veicular na cidade de São Paulo.

As reduções nas emissões de gases poluentes por veículos automotores no Estado de

São Paulo, a saber, monóxido de carbono, hidrocarboneto não metano, aldeído, óxidos de

nitrogênio e material particulado, por sua vez, possibilitaram a ocorrência da dissociação

(decoupling) absoluta entre essas emissões e o aumento da frota circulante de veículos no

período de 2008 a 2013. Isto significa que apesar da frota circulante de veículos ter

aumentado no período, menores quantidades de gases poluentes foram emitidos, ou seja,

menor impacto ambiental foi gerado. A ocorrência do decoupling, por consequência,

constitui-se num dos caminhos para que se promova a transição para uma economia verde, o

que torna, portanto, as reduções das emissões de gases poluentes questão de suma importância

para o desenvolvimento das cidades.

Embora se observem reduções nas emissões dos gases poluentes supracitados, dois

outros gases, a saber, dióxido de enxofre e gases do efeito estufa, no entanto, apresentam taxa

de crescimento anual positiva, sendo que as emissões de GEE crescem a uma taxa anual

maior do que a da própria frota de veículos automotores, o que evidencia a não ocorrência do

decoupling.

Além da importância da implantação de programas de controle de poluição do ar por

veículos automotores, vide exemplo do PROCONVE e PROMOT, questões como a baixa

eficiência dos transportes gerada pela intensidade de utilização do transporte individual pela

população e a sustentabilidade das cidades precisam ser repensadas.

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