empreendedor - jacinta furtado
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NOME: JACINTA FURTADO
IDADE: 37ANOS
NATURAL: S.TOME E PRINCIPE
NACIONALIDADE: CABO-VERDIANA
AREA DE NEGOCIO: CABELEIREIRO AFRICANO – “ADELIA”
LOCAL DE NEGOCIO: MEM-MARTINS – SINTRA
CONTACTO: 965328126
Natural de S.Tomé e Príncipe, oriunda de uma família humilde e trabalhadora,
aos 9 anos de idade, por força do destino, Jacinta Furtado foi para Cabo-Verde
acompanhada dos pais, após o término do contrato de trabalho que outrora
faziam aos Cabo-verdianos para trabalharem em S.Tomé e Príncipe, a segunda
terra mãe dos pais de Jacinta e dos muitos outros Cabo-verdianos.
Chegado a Cabo-verde, Adélia, conforme é conhecida, ingressou no ensino
primário onde teve os primeiros contactos com caneta e papel.
Aos 12 anos de idade, concluiu a sua 4ª classe, e foi forçada a abandonar os
estudos por recomendações médicas, por força de uma cegueira que apanhou no
olho direito. Desde então, dedicou a sua vida ao trabalho, fazendo doces e
pequenos negócios, como forma de ajudar a família e contribuir na educação e
formação da sua irmã mais nova.
Dos “males que vêm por bem”, Adélia, acompanhada do seu pai, passou por
Portugal aos seus 13 anos de idade, em busca de tratamento. Após uma
intervenção cirúrgica sem sucesso, Adélia deu um salto até aos Estados Unidos,
onde viu o seu problema resolvido.
Aos 15 anos de idade, regressou a Cabo – Verde, onde começou a praticar a arte
de cabeleireiro, como ajudante de uma vizinha que tinha estabelecimento na
zona.
Aos 16 anos, abriu seu próprio cabeleireiro. Durante longos anos, Adélia foi
ganhando prática e aperfeiçoando cada vez mais a sua arte de beleza feminina.
Por não se sentir conformada com o seu negócio, e em busca de querer mais e
melhor, em 2003, Adélia parte para uma grande aventura em Portugal.
Nos primeiros tempos, o destino foi-lhe ingrato.
Nunca baixando os braços, Jacinta trabalhava arduamente sem descanso em
vários cabeleireiros. Muitas das vezes, era confrontada com inúmeras situações
de não pagamento do seu salário pela entidade patronal.
Por ser uma mulher de luta e vencedora, Jacinta foi trabalhar para limpeza em
2007, nunca mais deixando para trás a sua profissão. Em casa, com as amigas e
conhecidas, nas suas horas vagas, ganhava sempre uns tostões em troco de uma
trança ou desfriso que fazia.
Com o dinheiro que foi ganhando e juntando, Adélia resolveu ir tirar um curso
profissional de cabeleireiro no início de 2009.
Desempregada e em casa com o marido, que por sua vez se encontrava no
fundo de desemprego, vivendo de pequenos biscates que faziam de vez
enquanto, Jacinta tomou conhecimento do Projecto para Promoção de
Empreendedorismo Imigrante, promovido pelo Alto Comissariado de Imigração e
Dialogo Intercultural (ACIDI), através do grupo “Os Caças”, em Mem-Martins.
Foi então que Jacinta resolveu abraçar com toda a força o projecto e participar
na formação que dela fazia parte.
Daí para a frente, as coisas foram melhorando, a luz lhe aparecia no fundo de
túnel. Jacinta sentia, que tinha tudo para dizer: - “que dessa era para valer”.
A coragem, determinação, e a perseverança, fazem da Jacinta uma mulher
empreendedora.
Foi então, com a ajuda dos técnicos do projecto e dos “Caças”, que Jacinta
Furtado se tornou numa mulher autónoma e empresária, vendo realizado o seu
sonho que outrora parecia ofuscar – se.
Caso para dizer: - “ deus quer sempre, o homem sonha e a obra nasce”!
Jacinta Furtado “mulher que nunca foi criança” – Soeiro Pereira Gomes.