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ENCONTRO NACIONAL DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS E TUBERCULOSE
A Iniciativa PAL (Practical Approach to Lung Health)
Ailton C. Alves Júnior
Médico especialista em Pneumologia Sanitária pela ENSP – FIOCRUZ
Ex-Residente Prog. Reg. TB da PAHO/WHO, em WDC – USA.
Goiânia, 29 de junho de 2012.
Quem sou eu?
Exatamente. O próprio. O Mycobacterium tuberculosis.
Agora, me encontre aqui…
e aqui!
Sistemas de saúde atuais
• Fragmentados.• Organizados para atenção ao usuário com
condição aguda.• APS não exerce a sua função. • Sub-financiados.• Pouco eficazes, efetivos e eficientes.
A carga de TB no Mundo, 2010
100 milhões de novos infectados pelo bacilo da TB
Quase 9 milhões de doentes (25 mil/dia)
Quase 1,5 milhão de mortes
Quase 10 milhões de crianças órfãs pela TB (2009)
Fonte: OMS. Global Tuberculosis Control, 2011
Fonte: Alves, A. Escola Comunitária Moçambicana, 2011
A Estratégia STOP-TB, recomendada pela OMS para alcançar os ODM
(2015)
Linhas Estratégicas de TrabalhoLinha estratégica 1: Expansão e/ou fortalecimento do DOTS de alta qualidade Linha estratégica 2: Abordagem de TB/HIV, TB-MDR e outras necessidades das
populações pobres e vulneráveis
Linha estratégica 3: Contribuir para o fortalecimento dos Sistemas de Saúde, com base na APS, por meio de uma abordagem compreensiva para as doencas respiratórias (iniciativa PAL), além da rede de laboratório e o desenvolvimento de políticas de recursos humanos.
Linha estratégica 4: Engajamento de todos os provedores de saúde (PPM) para a melhoria do acesso da populacão ao diagnóstico e tratamento de TB
Linha estratégica 5: Empoderamento das pessoas afetadas e da comunidade por meio de parcerias
Linha estratégica 6: Capacitação e promoção de pesquisas (diagnóstico, tratamento,
vacina, etc.)
Fonte: The Global Plan to STOP TB, 2011-2015
Plano 2011-2015Metas, objetivos, alvos e atividades• A principal meta do componente DOTS do Plano Global é
reduzir a carga global de TB, por meio do diagnóstico precoce, tratamento de alta qualidade para todos os casos e prevenção da transmissão da TB.
• Para alcançar esta meta, há seis objetivos críticos e alvos associados.
Fonte: The Global Plan to STOP TB, 2011-2015
Plano 2011-2015Objetivo 1: garantir o diagnóstico precoce de todos os casos de TB
• Educar os trabalhadores de saúde sobre a abordagem prática de saúde pulmonar (PAL), incluindo a cessação do tabaco e o manejo coordenado das enfermidades respiratórias, que também pode aumentar a detecção dos casos, como também a sensibilização sobre a TB na população geral.
• PAL está entre as atividades principais do Objetivo 1: - “fortalecer PAL (incluindo a cessação do hábito de fumar e a prevenção) e ACMS”.
Fonte: The Global Plan to STOP TB, 2011-2015
PAL: Practical Approach to Lung Health
Abordagem aos portadores de queixas respiratórias:
• Baseada na APS;• Sindrômica;• Sistematizada;• Integrada (TB, IRA’s, Asma e DPOC).
Como a Iniciativa PAL pode fortalecer o sistema de
saúde?
1) As queixas/condições respiratórias são muito frequentes e impactantes na APS mundial:
◦ Respondem por 20% – 35% da demanda dos usuários.◦ 11 milhões de mortes/ano e mortalidade proporcional de
20%.
2) SR são identificados pelos programas de TB na APS, mas respondem por apenas 5% dos consultantes > 15 anos de idade.
3) Casos de TB e outros pacientes têm sintomas similares.
Sistemas de saúde e casos respiratórios: uma relação com problemas...
Assim eu reino há milhares de anos...
Consultantes
30% 70%
Sintomas respiratórios Outros sintomas
10% 90%
Tosse persistente≥ 2 semanas
Sintomas respiratórios Agudos
Estratégia PalOpção: RX para triagem
(Anormal → Escarro)
Exame de escarro
5 a 10% 90 a 95%
Positivo Negativo
TB Atenção integrada (incl. diagnóstico TB)Monitoramento de TB nos casos de DRC
Estratégia Pal???
4) Casos BK+ são uma pequena porcentagem dos SR.
5) A presenca de muitos guidelines de doenças em separado na APS tende a resultar em um incoordenado manejo da saúde respiratória do usuário.
A Iniciativa PAL reúne todos esses protocolos em seus níveis de atenção.
Qual é a proposta da Estratégia PAL?
Estandarizacão e integracão do manejo de casos para priorizar as enfermidades respiratórias
em cada nível do sistema de saúde
Objetivos gerais - PAL 1. Melhorar o manejo clínico (qualidade da atenção) para
as doenças respiratórias, especialmente na APS. 2. Melhorar a capacidade de tomada de decisões
(eficiência) do sistema de saúde para as doenças respiratórias.
El Salvador
Perú
Objetivos epidemiológicos – PAL 1) Diminuir a morbi-mortalidade por TB e o risco de
transmissão da infecção TB.
2) Diminuir o índice de letalidade por PNM.
3) Prevenir complicacões das IVAS bacterianas.
4) Reduzir o número de crises de asma e exacerbações de DPOC, assim como reduzir o número de casos de formas graves de asma.
1) Melhorar a detecção de casos de TB nos usuários com outras pneumopatias.
2) Melhorar a qualidade do diagnóstico de TB.
3) Reforçar a qualidade da atenção de pacientes com TB.
4) Estandarizar/melhorar o manejo das IRAs, asma e DPOC.
Objetivos de qualidade de atenção - PAL
1) Estandarizar a farmacoterapia das enfermidades respiratórias.
2) Promover o estabelecimento de listas de medicamentos essenciais.
3) Ajudar a definir e formular os critérios de solicitação de exames complementares.
4) Estabelecer critérios de referência e contra-referência.
Objetivos de gestão - PAL
5) Definir as atribuições de cada profissional de saúde por nível de atenção.
6) Determinar os equipamentos essenciais necessários no diagnóstico e tratamento das enfermidades respiratórias.
7) Contribuir na racionalização do manejo dos recursos existentes no sistema de saúde.
8) Definir indicadores de vigilância e avaliação da eficiência da prestação dos serviços de saúde.
Objetivos de gestão - PAL
1) Reduzir o custo por paciente com quadro respiratório. 2) Reduzir o custo total do manejo da asma e o grau de
absenteísmo e incapacidade associados à asma e ao DPOC.
3) Reduzir o número de consultas de urgência e necessidade de unidade de cuidados intensivos por parte de pacientes com asma e DPOC.
4) Aumentar o número de pacientes com sintomas respiratórios manejados na APS.
5) Reduzir o nível de morbilidade hospitalar relacionado com as enfermidades respiratórias.
Objetivos de rentabilidade - PAL
Resultados de Estudos de Viabilidade PAL
Resultados Países
Diminuição do referenciamento de pacientes respiratórios Guiné, Quirguistão, África do Sul e Bolívia
Aumento de solicitações de microscopia de escarro (BAAR) Síria, África do Sul, Argélia
Aumento da probabilidade de detecção de Tuberculose África do Sul, Argélia
Diminuição do número de drogas prescritas por paciente respiratório
Tunísia, Marrocos, Síria, Jordânia,Argélia, Bolívia e Quirguistão
Diminuição de hospitalizações e procura à urgência Chile
Aumento do custo efetividade do cuidado com tuberculose e outras doenças respiratórias
Nepal, África do Sul
Fonte: Finding the way through the respiratory symptoms jungle: PAL can help. M. van den Boom*, A. Seita*, S. Ottmani# and G.B. Migliori. Eur Respir J 2010; 36: 979–982 DOI: 10.1183/09031936.00116810 CopyrightERS 2010
Diretrizes para implantação de PAL1. Compromisso político.2. Avaliação preliminar para adaptar melhor PAL.3. Criação de um Grupo de Trabalho específico.4. Criação de uma linha-guia PAL/adaptação de outros
protocolos específicos (política, recursos, prioridades e perfil epidemiológico).
5. Desenvolvimento de material de capacitação.6. Implantação de área-piloto.7. Desenvolvimento de um plano para implementar PAL.8. Adoção do plano pelas autoridades de saúde.9. Mobilização de recursos para implementar o plano.10. Inclusão de PAL no currículo das instituições de ciências de
saúde.
Países com atividades PAL (Dez/2011): 67 • Fase preliminar:
– Discussão ou disponibilidade de plano para iniciar PAL: Afghanistan, Bhutan, Cameroon, DRC, Ethiopia, Gambia, Guinea Bissau, Iran, Kazakhstan, Kosovo, Lesotho, Lithuania, Maldives, Myanmar, Oman, Sao Tome et Principe, Somalia, Sudan, Timor Leste, Turkmenistan, Ukraine, Venezuela, Yemen, Zambia
– Adaptação e desenvolvimento: Belarus, Bosnia-Herzegovina, Costa Rica, Fiji, Kenya, Kuwait, Lebanon, Nicaragua, Rep.
Korea (South), Rwanda, Senegal, Sri-Lanka, Tajikistan, Uruguay
• Fase piloto: Argentina (Santa Fe Province), Armenia, Brazil (Minas Gerais State), Burundi, India
(Kerala State), Indonesia, Malawi, Mali, Mexico (Mexico City), Romania, Solomon Islands, Uganda and Uzbekistan
• Fase preparatória de expansão:Algeria, Guinea and Peru
• Fase de expansão:Bolivia, Chile (100%), Cuba, Egypt, El Salvador (100%), Jordan, Kyrgyzstan (100%), Morocco, Nepal, South Africa (90%), Syria, Tunisia, Vietnam
Fonte: Ottmani, S. WHO, maio de 2012.