enraizamento de estacas e teor de glicosÍdeos … · (dados sem transformação) para mudas de...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CAMPUS DE JABOTICABAL ENRAIZAMENTO DE ESTACAS E TEOR DE GLICOSÍDEOS CARDIOATIVOS EM MUDAS DE Nerium oleander L. Denise Renata Pedrinho Engenheira Agrônoma JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL Julho de 2006

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS E TEOR DE

GLICOSÍDEOS CARDIOATIVOS EM MUDAS DE Nerium

oleander L.

Denise Renata Pedrinho

Engenheira Agrônoma

JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL

Julho de 2006

2

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E

VETERINÁRIAS

CAMPUS DE JABOTICABAL

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS E TEOR DE

GLICOSÍDEOS CARDIOATIVOS EM MUDAS DE Nerium

oleander L.

Denise Renata Pedrinho

Orientadora: Profa. Dra. Kathia Fernades Lopes Pivetta

Co-Orientador: Prof. Dr. Silvio Favero

Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Unesp, Campus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Agronomia (Produção Vegetal).

JABOTICABAL – SP

Julho de 2006

3

DADOS CURRICULARES DA AUTORA

Denise Renata Pedrinho - nascida em 22 de junho de 1968, em Jaú, SP, filha

de Dilson Pedrinho e Apparecida Eugenia do Carmo Pedrinho, formada em

dezembro de 1992, pela Faculdade de Agronomia Dr. Francisco Maeda -

FAFRAM - Ituverava, SP. Ingressou em março de 2001, no Curso de Mestrado

em Agronomia na FCAV/UNESP, Área de Concentração em Produção Vegetal.

Desenvolveu o trabalho intitulado: ‘Efeito de armazenamento de hastes e

estacas no enraizamento de roseiras para corte nas quatro estações do ano’,

concluindo em julho de 2002. Em agosto de 2002, ingressou no curso de

Doutorado na mesma Universidade, sendo bolsista da CAPES. Atualmente é

professora no Curso de Agronomia e Gestão Ambiental da Universidade para o

Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal – UNIDERP – MS.

4

Dedico e Ofereço

Aos meus Pais – “Dilson Pedrinho (in memorian) e

Eugenia Pedrinho”

Ao meu esposo Rogério Possionatto Giroldo

A toda minha família: Dilma, Lú, Tata, Jú, Junior, Cris e

Davi.

5

HOMENAGEM ESPECIAL

A MINHA QUERIDA ORIENTADORA – Profa. Dra. Kathia Fernandes Lopes

Pivetta, por todos os momentos especiais que passamos. Pela dedicação,

confiança, amizade e paciência. Pela força com que me conduziu até o

presente momento. Pelo grande incentivo em minha vida profissional e pelo

amor em orientar.

AO MEU CO-ORIENTADOR – Prof. Dr. Silvio Favero, pela grande contribuição

no trabalho desenvolvido. Pela orientação, estímulo e principalmente paciência.

6

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

A DEUS, que sempre e em todos os momentos me acolhe e ilumina.

Obrigada.

Ao Prof. Dr. Silvio Fávero

A Profa. M.Sc.Soraya Sólon

A Profa . M.Sc. Rosemary Mattias

Ao técnico da Horta do Campus III da UNIDERP, Marlos.

A acadêmica do Curso de Farmácia Danielle, pela dedicação e carinho.

A minha querida amiga Patrícia Unger Cesar Pizetta

7

AGRADECIMENTOS

À CAPES, pela concessão da bolsa de estudo.

À Coordenação do curso de pós-graduação em Agronomia: Produção

Vegetal, pela oportunidade.

A Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do

Pantanal - UNIDERP – MS

MUITO OBRIGADA À TODOS

8

SUMÁRIO

Página

LISTA DE TABELAS........................................................................................... viii

LISTA DE FIGURAS............................................................................................ x

RESUMO.............................................................................................................. 01

ABSTRACT.......................................................................................................... 03

1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 05

2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 06

2.1. Aspectos gerais da espécie Nerium oleander L....................................... 06

2.2. Enraizamento de estacas........................................................................... 07

2.3. Aspectos gerais das plantas tóxicas........................................................ 08

2.4. Aspectos gerais dos metabólitos secundários.......................................... 12

2.5. Relação entre fertilidade de solo, estresse hídrico e saturação de

bases na produção de principio ativos..................................................... 15

2.6. Cromatografia por adsorção em CCD....................................................... 19

3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................ 20

3.1. Experimento I - Efeito de diferentes doses de nitrogênio no teor de

glicosídeos cardioativos...........................................................................

23

3.2. Experimento II - Efeito de diferentes doses de calcário (saturação de

base) no teor de glicosídeos cardioativos..............................................

23

3.3. Experimento III - Efeito do estresse hídrico, verificado por meio da

capacidade de campo na concentração de glicosídeos

cardioativos...............................................................................................

24

3.4. Análise quantitativa de glicosídeos cardioativos..................................... 25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 27

4.1. Enraizamento de estacas herbáceas de duas variedades de Nerium

oleander L. em diferentes concentrações de IBA, no verão e no

inverno.......................................................................................................

27

4.2. Efeito de diferentes doses de nitrogênio na concentração de

glicosídeos cardioativos...........................................................................

37

4.3. Efeito de diferentes doses de calcário (Saturação de Base) no teor de

glicosídeos cardioativos.............................................................................

40

9

4.4. Efeito do estresse hídrico, verificado por meio da capacidade de campo

no teor de glicosídeos cardioativos...........................................................

44

4.5. Considerações gerais................................................................................. 45

5. CONCLUSÕES................................................................................................ 49

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 50

10

LISTA DE TABELAS

TABELAS Página

TABELA 1. Quadrados médios e médias obtidos nas análises de

variância para porcentagem de enraizamento em

estacas de espirradeira (Nerium oleander L.), de flores

branca e rosa, retiradas no verão e no inverno e tratadas

com diferentes concentrações de IBA (mg.kg-1).

Jaboticabal, SP, 2006........................................................

28

TABELA 2. Quadrados médios e médias obtidos nas análises de

variância para número de raízes em estacas de

espirradeira (Nerium oleander L.), de flores branca e

rosa, retiradas no verão e no inverno e tratadas com

diferentes concentrações de IBA (mg.kg-1). Jaboticabal,

SP, 2006............................................................................

31

TABELA 3. Quadrados médios e médias obtidos nas análises de

variância para comprimento médio de raízes (cm) em

estacas de espirradeira (Nerium oleander L.), de flores

branca e rosa, retiradas no verão e no inverno e tratadas

com diferentes concentrações de IBA (mg.kg-1).

Jaboticabal, SP, 2006........................................................

33

TABELA 4. Quadrados médios e médias obtidos nas análises de

variância para massa seca de raízes (g) em estacas de

espirradeira (Nerium oleander L.), de flores branca e

rosa, retiradas no verão e no inverno e tratadas com

diferentes concentrações de IBA (mg.kg-1). Jaboticabal,

SP, 2006............................................................................

35

TABELA 5. Quadrados médios obtidos nas análises de variância

para massa fresca (g), massa seca (g) e teor de

glicosídeos cardioativos (Mg) em mudas de Nerium

oleander L. tratadas com diferentes doses de

adubaçãonitrogenada.........................................................

37

11

TABELA 6. Quadrados médios obtidos nas análises de variância

para massa fresca (g), massa seca (g) e teor de

glicosídeos cardioativos (Mg) em mudas de Nerium

oleander L. tratadas com diferentes doses de calcário.....

41

TABELA 7. Quadrados médios obtidos nas análises de variância

para massa fresca (g), massa seca (g) e teor de

glicosídeos cardioativos (Mg) em mudas de Nerium

oleander L. cultivadas com diferentes quantidades de

água...................................................................................

45

12

LISTA DE FIGURAS

FIGURAS Página

FIGURA 1. Curva de regressão entre as concentrações de IBA

(mg.kg-1) e a porcentagem de enraizamento (dados

transformados em arc sen 100/x ), para estacas de

espirradeira de flores rosa e branca no verão e no

inverno. Jaboticabal, SP, 2006............................................

29

FIGURA 2. Curva de regressão entre as concentrações de IBA

(mg.kg-1) e o número de raiz (dados transformados em arc

sen 100/x ), para estacas de espirradeira de flores rosa

e branca no verão e no inverno. Jaboticabal, SP, 2006......

32

FIGURA 3. Curva de regressão entre as concentrações de IBA

(mg.kg-1) e o comprimento médio de raiz (dados

transformados em arc sen 100/x ), para estacas de

espirradeira de flores rosa e branca no verão e no

inverno. Jaboticabal, SP, 2006..........................................

34

FIGURA 4. Curva de regressão entre as concentrações de IBA

(mg.kg-1) e a massa seca de raiz (dados transformados

em arc sen 100/x ), para estacas de espirradeira de

flores rosa e branca no verão e no inverno. Jaboticabal,

SP, 2006..............................................................................

36

FIGURA 5. Curva de regressão entre doses de nitrogênio (sem a

presença de adubação nitrogenada; 2,5 g. N-1; 5 g. N-1;

7,5 g. N-1) e a massa fresca (dados sem transformação)

para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS,

2006....................................................................................

38

FIGURA 6. Curva de regressão entre doses de nitrogênio (sem a

presença de adubação nitrogenada; 2,5 g. N-1; 5 g. N-1;

7,5 g. N-1) e a massa seca (dados sem transformação)

para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS,

2006.....................................................................................

38

13

FIGURA 7. Curva de regressão entre doses de nitrogênio (sem a

presença de adubação nitrogenada; 2,5 g. N-1; 5 g. N-1;

7,5 g. N-1) e o teor de glicosídeos cardioativos (dados sem

transformação) para mudas de espirradeira. Campo

Grande, MS, 2006................................................................

39

FIGURA 8. Perfil cromatográfico obtido em cromatografia de camada

delgada de sílica - gel das amostras de glicosídeos

cardioativos de plantas de Nerium oleander L. de quatro

tratamentos (sem a presença de adubação nitrogenada;

2,5 g. N-1; 5 g. N-1; 7,5 g. N-1). Campo Grande, MS,

2006.....................................................................................

39

FIGURA 9. Curva de regressão entre doses de calcário (zero, 25%,

50%, 75% e 100%) e massa fresca (dados sem

transformação) para mudas de espirradeira. Campo

Grande, MS, 2006................................................................

41

FIGURA 10. Curva de regressão entre doses de calcário (zero, 25%,

50%, 75% e 100%) e massa seca (dados sem

transformação) para mudas de espirradeira. Campo

Grande, MS, 2006................................................................

42

FIGURA 11. Curva de regressão entre doses de calcário (zero, 25%,

50%, 75% e 100%) e teor de glicosídeos cardioativos

(dados sem transformação) para mudas de espirradeira.

Campo Grande, MS, 2006..................................................

43

FIGURA 12. Perfil cromatográfico obtido em cromatografia em camada

delgada de Sílica-gel das amostras de glicosídeos

cardioativos de plantas de Nerium oleander L. entre doses

de calcário (zero, 25%, 50%, 75% e 100%). Campo

Grande, MS, 2006................................................................

44

FIGURA 13. Curva de regressão entre capacidade de campo (25%,

50%, 75% e 100%) e massa fresca (dados sem

transformação) para mudas de espirradeira. Campo

Grande, MS, 2006................................................................

45

FIGURA 14. Curva de regressão entre capacidade de campo (25%,

14

50%, 75% e 100%) e massa seca (dados sem

transformação) para mudas de espirradeira. Campo

Grande, MS, 2006................................................................

46

FIGURA 15. Curva de regressão entre capacidade de campo (25%,

50%, 75% e 100%) e teor de glicosídeos cardioativos

(dados sem transformação) para mudas de espirradeira.

Campo Grande, MS, 2006...................................................

47

FIGURA 16. Perfil cromatográfico obtido em cromatografia em camada

delgada de sílica gel das amostras de glicosídeos

cardioativos de plantas de Nerium oleander L capacidade

de campo (25%, 50%, 75% e 100%). Campo Grande, MS,

2006.....................................................................................

47

15

ENRAIZAMENTO DE ESTACAS E TEOR DE GLICOSÍDEOS CARDIOATIVOS EM MUDAS DE NERIUM OLEANDER L.

RESUMO - A espirradeira, Nerium oleander L., apresenta grande importância

pela utilização no meio urbano e pela alta toxicidade da substância glicosídeos

cardioativos. Esta espécie é propagada por estacas, porém, não há estudos

sobre fatores que influenciam este processo. Muitas plantas utilizadas no meio

urbano apresentam substâncias consideradas tóxicas cuja produção pode ser

influenciada por vários fatores como fertilidade do solo e estresse hídrico. Este

trabalho objetivou, portanto, estudar o efeito das estações do ano e do ácido

indolbutírico (IBA) no enraizamento de estacas de 2 variedades de espirradeira,

determinadas pela coloração das flores (rosa e branca), bem como, estudar o

teor de glicosídeos cardioativos em mudas de Nerium oleander L. Os

experimentos sobre enraizamento de estacas foram instalados na UNESP,

Campus de Jaboticabal, no verão e no inverno. O delineamento experimental

foi em blocos casualizados, seguindo esquema fatorial 2 x 2 x 4 (2 variedades,

combinadas com 2 estações do ano e com 4 concentrações de IBA – 0, 1000,

2000 e 4000 mg.kg-1). As avaliações foram realizadas 60 dias após a estaquia,

observando-se: porcentagem de enraizamento; número médio, comprimento e

massa seca de raízes. Concluiu-se que o enraizamento das variedades de

Nerium oleander L. definidas pela coloração da flor, ou seja, rosa e branca foi

superior no verão, ou seja, 97% para ambas as variedades quando comparado

com o inverno (77% e 56%, respectivamente para as variedades de flores rosa

e branca); a variedade de flores rosa apresentou maior porcentagem de

enraizamento e massa seca de raiz no inverno e maior número e comprimento

de raiz no verão; o acido indolbutírico foi efetivo para aumentar a porcentagem

de enraizamento nas concentrações de 1000 e 2000 mg.L-1 e número,

comprimento e massa seca de raiz na concentração de 2000 mg.L-1. Para

estudar o efeito do nitrogênio, calagem (saturação de bases) e quantidade de

água no solo (capacidade de campo) na concentração de glicosídeos

cardioativos em mudas de Nerium oleander L., o trabalho foi conduzido na

Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal –

UNIDERP, em Campo Grande, MS, utilizando o delineamento experimental foi

16

em blocos casualizados. Para o estudo do efeito do nitrogênio, foram 4

tratamentos, (sem a presença de adubação nitrogenada; 2,5 g planta-1 de N;

5,0 g planta-1 de N; 7,5/g planta-1 de N), 5 repetições e 4 plantas por parcela,

totalizando 80 plantas. Para o estudo do efeito da saturação de bases foram 5

tratamentos (testemunha, 25% da saturação de bases recomendada; 50% da

saturação de bases recomendada; 75% da saturação de bases recomendada;

100% da saturação de bases recomendada) 4 repetições e 4 plantas por

parcela, totalizando 80 plantas e para o estudo do efeito da capacidade de

campo foram 4 tratamentos (25% da capacidade de campo - CC; 50% CC;

75% CC; 100% CC), 5 repetições e 4 plantas por parcela, totalizando 80

plantas. As avaliações foram realizadas 60 dias após o plantio das mudas. A

análise quantitativa dos glicosídeos cardioativos foi realizada por meio de

ensaio gravimétrico após extração seletiva dos glicosídeos. Concluiu-se a

adubação nitrogenada e a calagem aumentaram a produção de biomassa e

diminuíram no teor de glicosídeos cardioativos e o aumento da quantidade de

água no solo aumentou a produção de biomassa até 75% da capacidade de

campo e aumentou também o teor de glicosídeos cardioativos.

Palavras-chave: estaquia, IBA, espirradeira, oleandrina

17

ROOTING OF CUTTINGS AND GRADE OF CARDIOATIVE GLUCOSIDES IN

SEEDLINGS OF NERIUM OLEANDER L.

ABSTRACT – The oleandrine, Nerium oleander L., shows a great importance

by the use in urban center and by the rise of toxicity of the substance

cardioative glucoside. This specie is propagated by cutting, but there are not

studies about the factors that have influence in this process. Many plants

utilized in the urban center shows substances considered toxic whose

production could be influenced by some factors, like fertility of the soil and

hydric stress. This research had the objective, therefore, study the effect of the

seasons of the year and the indolbutiric acid (IBA) in rooting of cuttings of two

varieties of oleandrine, determined by the color of the flowers (rose and white),

so study the grade of cardioative glucosides in seedlings of Nerium oleander L.

The experiments about rooting of cuttings were carried in the UNESP, Campus

of Jaboticabal, São Paulo State, Brazil, in summer and winter. The experimental

delineation was in randomized blocks, in factorial 2 x 2 x 4 (2 varieties,

combined with 2 seasons of the year and 4 concentration of IBA – 0, 1000,

2000 and 4000 mg.Kg-1. The evaluations were realized 60 days after the

cutting, observing: percentage of rooting; number medium, length and dray

mass to varieties of Nerium oleander L. defined by the color of the flowers,

being rose and white higher in the summer, with 97% when compared with

winter (77% and 56% respectily for the varieties with flowers rose and white);

the variety with rose flower showed better percentage of rooting and dry mass

in the winter and better number and length of root in summer; the indolbutiric

acid increased the percentage of rooting in the concentrations of 1000 and 2000

mg. kg-1and number, length and dry mass of the root in concentration of 2000

mg. kg-1. To study the effect of nitrogen fertilization, saturation for bases, and

quantity of water in the soil (field capacity) in concentration of cardioative

glucosides in seedlings of Nerium oleander L., the research were carried in the

UNIDERP, in Campo Grande city, MS state, Brazil, using the experimental

delineation in randomized blocks. To the study of the effect of the nitrogen,

were 4 treatments (without nitrogen; 2,5g of N per plant; 5,0 g of N per plant;

and 7,5 g of N per plant), 5 replications and 4 plants by parcel, totalizing 80

plants. To the study of saturation for bases were 5 treatments (witness, 25%,

18

50%, 75% and 100% of saturation for bases recommended), 4 replications and

4 plants by parcel, totalizing 80 plants, and to the study of the field capacity

were 4 treatments (25%; 50%; 75% and 100% of the field capacity), 5

replications and 4 plants by parcel, totalizing 80 plants. The evaluations were

realized 60 days after the seedlings were planted. The quantitative analysis of

the cardioative glucosides was realized by gravimetric test, after selective

extraction of the glucoside. Were conclude that the nitrogen fertilization and the

saturation for bases increase the biomass production and reduce the grade of

cardioative glucoside, and the increase of the quantity of water in the soil raised

the biomass production until 75% of the field capacity and increased the grade

of cardioative glucosides too.

Key-words: cutting; IBA; oleandrine; oleander.

19

1. INTRODUÇÃO

A espécie (Nerium oleander L.), pertencente à família Apocynaceae,

apresenta grande importância pela sua utilização generalizada no paisagismo

de vários países, tanto em praças públicas, residências, como na arborização

urbana. É uma planta arbustiva muito ramificada e florífera que atinge de 3 a 4

m de altura. A propagação comercial é feita por estaquia herbácea, entretanto,

a produção de mudas por este processo é influenciada por diversos fatores,

que podem ser inerentes à própria planta ou às condições do ambiente, como,

a variedade, a época de coleta das estacas e a utilização de auxinas.

A espirradeira é uma planta ornamental considerada altamente tóxica

devido à presença de metabólitos secundários (glicosídeos cardioativos), em

todas as suas partes, podendo causar danos em potencial quando ingerida

pelo homem ou animal.

Embora existam relatos de fatores fitotécnicos influenciando na

concentração de princípios ativos tóxicos (metabólitos secundários) de diversas

espécies vegetais, utilizadas para as mais variadas finalidades, entre elas

medicinais, não foi encontrado na literatura trabalhos com o objetivo de diminuir

a concentração destes metabólitos, em plantas consideradas tóxicas e que são

amplamente utilizadas no paisagismo e na arborização urbana, como é o caso

da ornamental Nerium oleander L., visando uma convivência com menores

riscos à população.

Diante do exposto, estudos que possam interferir na qualidade das

mudas e na quantidade do princípio ativo de espécies ornamentais

consideradas tóxicas, influenciando a diminuição dos mesmos, são muito

importantes, visto que, nada foi encontrado sobre o assunto.

Neste contexto, este trabalho objetivou estudar o efeito das estações do

ano e do ácido indolbutírico (IBA) no enraizamento de estacas de 2 variedades

de espirradeira, determinadas pela coloração das flores (rosa e branca), bem

como, estudar o efeito da adubação nitrogenada, da saturação de bases e da

capacidade de campo na biomassa e no teor de glicosídeos cardioativos em

mudas de Nerium oleander L.

20

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Aspectos gerais da espécie Nerium oleander L.

A espécie Nerium oleander L., comumente chamada de espirradeira ou

oleandro, é originaria do Mediterrâneo e pertence à Família Apocynaceae. É

um arbusto grande ou arvoreta, apresentando 3 a 5m de altura, lactescente,

muito ramificado e florífero, de folhas persistentes e coriáceas. As flores são

brancas, róseas ou vermelhas e formam-se na primavera e verão. Há diversas

variedades que se diferenciam pelo colorido das flores, as quais podem se

simples ou dobradas, bem como as folhas variegadas. É muito cultivada em

parques, jardins e arborização de ruas, inclusive em regiões de clima frio e

mesmo áridas (LORENZI e SOUZA, 2001).

De acordo com OLIVEIRA et al. (2003), a espécie Nerium oleander é

muito apreciada como ornamento, porém, em alguns paises da África do Sul,

são comumente utilizadas em suicídio. Segundo os autores a ingestão dessa

planta causa distúrbios gastrintestinais intensos, caracterizados por náuseas,

vômitos, cólicas abdominais, diarréia e arritmia cardíaca.

Seu emprego como abortivo tem provocado inúmeros acidentes tóxicos,

alguns deles fatais, mãe e feto morrem juntos. A análise fotoquímica desta

planta mostrou que as folhas, cascas, raízes, sementes e flores, contêm vários

glicosídeos cardioativos (metabólitos secundários), sendo o principal deles a

oleandrina, bem como, flavonóides e outros compostos comuns a diversas

plantas, sem atividade apreciável, como o ácido betulínico e outros de estrutura

triterpenóide livre ou combinado com ácido cumárico, dos quais o cis e o trans-

carenino tem atividade citotóxica (LORENZI e MATOS, 2002).

SIMÕES et al. (2000) consideram a espirradeira uma planta de grande

importância toxicológica devido à presença de metabólitos secundários

(glicosídeos cardioativos), sendo que, por esse motivo, todas as partes da

planta são consideradas tóxicas e quando ingeridas causam náuseas, vômitos,

diarréia, sintomas neurológicos como desorientação e dor de cabeça e ainda

arritmia cardíaca.

21

De acordo com STEYN (1934), há também uma série de plantas

ornamentais, cujo néctar é tóxico e que, conseqüentemente, quando visitadas

por abelhas melíferas produz mel tóxico. Destaca ainda que pode existir muitos

casos de intoxicação por mel e que até as abelhas podem ser intoxicadas pelo

mel produzido a partir dessas plantas tóxicas. O autor comenta que Nerium

oleander L. pode ter produzido mel tóxico na África do Sul e que o mel de

Rhododendron luteum, é tido como causa de intoxicação em massa de

soldados gregos numa campanha na Ásia Menor, na antiguidade; ressalta

ainda que o conhecimento da toxidez das plantas se remota aos nossos

antepassados.

2.2. Enraizamento de estacas

A estaquia é um processo de propagação assexuada altamente

desejável, principalmente pelo fato das plantas originadas serem geralmente

idênticas, além de simples, rápido e não requer técnicas especiais

(HARTMANN et al., 1997).

Estaca é qualquer parte destacada da planta-mãe, capaz de regenerar

uma nova planta completa. A formação de raízes adventícias ocorre em duas

fases que, geralmente, são seqüenciais: a iniciação, caracterizada pela divisão

e diferenciação de certas células em um primórdio radicular, e o crescimento,

no qual a raiz primordial se expande por meio da divisão e alongamento das

células (JANICK, 1966).

As estacas são classificadas quanto à posição no ramo, em apicais,

medianas e basais e, quanto ao estádio de desenvolvimento, em lenhosas,

herbáceas e semilenhosas ou semi-herbáceas (SOUZA, 1977).

Estacas lenhosas seriam aquelas que possuem tecidos fortes,

endurecidos e resistentes, enquanto herbáceas as têm com aspecto suculento,

pouco consistente. As semilenhosas ou semi-herbáceas apresentam um

intermediário entre os dois extremos (SOUZA e INFORZATO, 1959).

A diferenciação e o desenvolvimento de raízes na propagação de

plantas por estaquia dependem de diversos fatores, tais como características

intrínsecas da espécie, tipo de estaca, ambiente de enraizamento e presença

22

de indutores (HARTMANN et al., 1997), além de outros, como substrato,

irrigação, fotoperíodo, pragas e doenças.

As auxinas desempenham um papel importante, sendo que, o efeito

principal sobre o enraizamento de estacas está ligado à sua ação sobre a

indução de primórdios radiculares (KRAMER e KOZLOWSKI, 1960; HAISSIG,

1970; HARTMANN et al., 1997).

A aplicação exógena de auxina também proporciona maior

porcentagem, velocidade, qualidade e uniformidade de enraizamento de

estacas (HARTMANN et al., 1997).

Segundo KRAMER e KOZLOWSKI (1960), os fitormônios artificiais

(reguladores de crescimento), como os ácidos naftalenoacético (ANA),

indolbutírico (IBA) e indolacético (AIA) e seus sais de ésteres de potássio, são

habitualmente utilizados no tratamento de estacas com vista a um melhor

enraizamento.

Muitos estudos têm sido realizados para traçar a curva de resposta de

diferentes espécies, cultivares e tipos de estaca às diferentes concentrações de

auxina, entre eles LORETI e HARTMANN (1965), GRAZIANO (1981),

HOWARD (1985), THOMPSON (1986), PETRECHEN (1988), STOLTZ e

ANDERSON (1988), SHARMA e CLAVERIE (1989), PIVETTA (1990),

PIVETTA (1994), MARTINS (1998), BASTOS (2002), PEDRINHO (2002),

SARZI (2002), OLIVEIRA et al. (2003), RAMOS et al. (2003), CARVALHO

(2005) e FARIA e SACRAMENTO (2005).

A época de coleta das estacas influencia o enraizamento das espécies,

sendo a primavera e o verão as estações que proporcionam maior capacidade

às plantas de enraizar; porém, a coleta pode ser realizada em qualquer época

do ano, dependendo apenas da disponibilidade e necessidade de material

(MARTINS, 1998).

O melhor enrazaimento que ocorre, para muitas espécies, nas estações

de primavera e verão é devido ao fato de serem períodos de intenso

crescimento vegetativo, em que as estacas estão mais herbáceas, facilitando,

de modo geral, o desenvolvimento de raízes em espécies com dificuldade de

enraizamento (FACHINELLO et al., 1995).

23

HARTMANN e LORETI (1965) verificaram que estacas de oliveira (Olea

europea L.) enraizaram bem na primavera ou verão e muito pouco no inverno.

ONO e RODRIGUES (1996) explicam este fato pela baixa taxa fotossintética

no inverno, em conseqüência da baixa luminosidade e temperatura ambiente.

Assim, os metabólicos da fotossíntese são reduzidos, sendo insuficientes para

a iniciação e desenvolvimento das raízes.

FERNANDES et al. (1979), ao realizarem o estaqueamento de azaléia

(Rhododendron simsii, Planch) em épocas diferentes, correspondentes a

quatro estações do ano, observaram que o estaqueamento feito na primavera

foi o que apresentou o maior número de plantas enraizadas.

BASTOS (2002), também verificou em seu trabalho de enraizamento de

estacas de carambola (Averrhoa carambola L.) que no verão o enraizamento

foi superior.

CARVALHO et al. (2005), afirmam que o verão é a melhor época para a

o enraizamento de estacas de lichieira (Litchi chinensis).

2.3. Aspectos gerais das plantas tóxicas

Definem-se como plantas tóxicas todo vegetal que, ingerido pelo

homem ou animais, em condições naturais, é capaz de causar danos que

refletem na saúde e vitalidade (HOEHNE, 1939; BARCELLOS, 1998;

TOKARNIA et al., 2000; HARAGUCHI, 2003).

Existem em todas as partes do mundo plantas que encerram venenos ou

princípios tóxicos, capazes de perturbar ou aniquilar as funções essenciais à

vida dos organismos animais e do próprio homem (HOEHNE, 1939).

Segundo BARCELLOS (1998), muitas plantas tóxicas também são

plantas ornamentais e utilizadas no paisagismo, sendo facilmente encontradas

nos jardins causando inúmeros acidentes. O autor afirma que vive-se em um

mundo privilegiado em que tem-se amplo conhecimento sobre os usos das

plantas, inclusive sobre os efeitos tóxicos de inúmeras espécies, principalmente

quando comparados aos nossos antepassados. Entretanto, destaca que,

apesar deste amplo conhecimento, ocorrem hoje inúmeros acidentes com

plantas tóxicas, e geralmente acontece com espécies já caracterizadas como

tóxicas, o que leva a crer que este conhecimento não é bem difundido.

24

Muitos fatores influenciam na condição de uma planta ser tóxica ou não,

tais como a concentração do princípio considerado tóxico, o qual pode ser

afetado pela fertilidade do solo, luminosidade e umidade (HOHENE, 1939).

BARCELLOS (1998) cita que o poder de elaborar substâncias tóxicas,

cuja composição química é extremamente variável, (alcalóides, glicosídeos,

toxalbuminas, saponinas, compostos cianogenéticos, enzimas, etc) se distribui

de modo absolutamente irregular nos diferentes grupos que integram o reino

vegetal, havendo casos em que numa mesma espécie existam, lado a lado,

variedades inócuas e venenosas. Estas substâncias podem ser encontradas

em todas as partes de um vegetal, contudo em um ou mais órgãos haverá um

acúmulo preferencial dessas substâncias, tais como: tecidos com crescimento

ativo, células epidérmicas, bainhas vasculares e ainda vasos lactíferos.

Em diversas ocasiões e em diferentes grupos sociais, o sumo de plantas

tóxicas foi empregado como meio de execução da pena capital como no caso

de Sócrates, condenado a beber uma taça de sumo de cicuta. Já os grupos

primitivos, por outro lado, utilizavam plantas tóxicas para pescas, (plantas

ictiotóxicas), para preparar iscas envenenadas e assim abater feras e animais

predadores. Usavam-nas no fabrico de venenos sagitários, para caça e para

guerra e ainda como medicamentos. Este último uso foi incorporado pelos

civilizados e muitas plantas consideradas venenosas são hoje cultivadas e

constituem valiosos recursos no tratamento de várias enfermidades, sendo

que, de plantas tóxicas para animais de sangue frio, fizeram-se inseticidas que

ajudam o homem a combater os insetos nocivos e vetores de doenças, com

isso, tem-se observado que muitas plantas consideradas tóxicas são evitadas

por animais ou insetos em sua dieta (HOEHNE, 1939).

BARCELLOS (1998) destaca que o modo de ação destes princípios

tóxicos dependem da forma de intoxicação, podendo esta ser via ingestão,

contato e até inalação de odores. Além disso, a reação do ser humano,

também é bastante variável, em função, principalmente, da faixa etária,

nutrição e a própria constituição genética do individuo.

O mesmo autor explica que o estudo sobre os efeitos da ingestão de

plantas ornamentais tóxicas em seres humanos tem apenas como base

indicações de plantas com potencial tóxico, já que não há a possibilidade da

25

realização de testes experimentais, ao contrário de estudos feitos em animais

experimentalmente intoxicados.

Em algumas obras clássicas como HOEHNE (1939) destacam-se

centenas de plantas como sendo tóxicas. No entanto, a margem de certeza

sobre a toxicidade de uma planta é limitada por uma série de fatores. Para

ocorrer à intoxicação, seja por ingestão ou pelo contato com a pele, devem ser

vencidos, no processo, os mecanismos próprios de defesa de cada organismo.

Assim, uma planta pode ser potencialmente tóxica e, apesar disso, não

provocar a intoxicação; nesse caso, há uma convicção equivocada de ausência

de toxidade. Apesar dessa margem de incerteza, existe um número elevado de

plantas tóxicas documentadas.

HOEHNE (1939) explica que a intoxicação pode ser aguda ou crônica.

Aguda ocorre quase sempre por ingestão, geralmente crianças ou pessoas não

esclarecidas, que desconhecem as plantas e as ingerem. Existe também a

exposição crônica, evidenciada por manifestações cutâneas em decorrência do

contato sistemático com vegetais, além da utilização continuada de certas

espécies vegetais sob a forma de pó para inalação, fumos ou infusões, a fim de

obter efeitos alucinógenos ou entorpecentes. Sendo assim, é extremamente

importante, listar as plantas ornamentais que apresentam substâncias que

comprovadamente causam problemas ao ser humano e aqueles onde já foram

observados efeitos nocivos após a ingestão, contato ou inalação.

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas da

Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ, 2006) mostram que no ser humano, os

sinais causados pela ingestão de plantas tóxicas no organismo vão desde

cólicas até a morte, passando por irritações na pele, convulsões e vômitos.

Para BARCELLOS (1998), as plantas ornamentais são as que se

encontram mais próximas ao homem sendo de fácil acesso, plantas essas que

embelezam trazendo sensação de bem-estar. Entretanto, podem também

trazer danos irreparáveis, pois por trás de tanta beleza pode existir na sua

constituição química, elemento não apropriado à espécie humana e animais.

O termo tóxico quando aplicado a um vegetal é adjetivo bastante vago,

porque cada um o interpreta de modo diferente. Os químicos dão-lhe um

sentido, os leigos outro e os fisiologistas ainda outro. Dizer o que é tóxico é tão

difícil como explicar o que faz bem e o que faz mal, porque o que para um é

26

veneno, para outro pode ser completamente inócuo, e mesmo as substâncias

mais tóxicas, quando usadas em doses moderadas podem ser terapêuticas;

entretanto, existem algumas substâncias tóxicas que sempre e em qualquer

via, são nocivas (HOEHNE, 1939).

Segundo dados da FIOCRUZ (2006), cerca de 60% dos casos de

intoxicação por plantas tóxicas no Brasil ocorrem com crianças menores de

nove anos, sendo a maioria acidental, por desconhecimento do potencial tóxico

da espécie.

OLIVEIRA et al. (2003) afirma que as intoxicações por plantas

correspondem a uma parcela significativa do número de atendimentos em

hospitais, ocupando no Brasil o nono lugar, sendo responsável por 2% dos

casos de envenenamentos.

2.4. Aspectos gerais dos metabólitos secundários

SCHENKEL et al. (2003) afirmam que, o número de vegetais superiores

é estimado em mais de 250 mil espécies, sendo que, muitas dessas espécies

produzem substâncias capazes de exercer ação tóxica sobre organismos vivos.

Essas substâncias são denominadas metabólitos secundários e tem função de

defesa contra predadores.

Os vegetais produzem uma grande quantidade de compostos orgânicos

que parecem não ter função direta no seu crescimento e desenvolvimento. Tais

substâncias são conhecidas como metabólitos secundários, produtos

secundários ou produtos naturais. Os metabólitos secundários não apresentam

ação direta sobre os processos como fotossíntese, respiração, transporte de

solutos, translocação e síntese de proteínas, assimilação de nutrientes,

diferenciação ou síntese de carboidratos e lipídeos (TAIZ e ZEIGER, 2004).

Segundo os mesmos autores, os metabólitos secundários também

diferem dos metabólitos primários (aminoácidos, nucleotídeos, açucares e acil

lipídeos) por apresentarem distribuição restrita no reino vegetal, ou seja,

metabólitos secundários específicos são restritos a uma espécie vegetal ou um

grupo de espécies relacionadas, enquanto que metabólitos primários são

encontrados em todo reino vegetal.

27

De acordo com CARVALHO et al. (2003) as plantas são ricas em

substâncias químicas que aparentemente não estão relacionadas com os

processos metabólicos normais como a fotossíntese a respiração e o

crescimento. Estas, chamadas de substâncias químicas secundárias, devem

estar relacionadas, pelo menos parcialmente, com a imobilidade das plantas,

uma vez que elas não podem escapar das pressões ambientais, sendo suas

únicas defesas as estruturas físicas e a composição química.

GOTTILIEB (1996) sugere que as plantas sintetizam apenas metabólitos

primários e genéricos, sendo todos igualmente necessários à vida vegetal.

Esses metabólitos genéricos chamados pelo autor de metabólitos especiais,

também poderiam adaptar o organismo vegetal a pressão de herbivoria, mas

sua função de proteção seria apenas acidental, e não predestinada a essa

atividade.

CASTRO et al. (2004) explica que a biossíntese de metabólitos

secundários é realizada por rotas metabólicas específicas do organismo

vegetal, ocorrendo estreita relação entre essas rotas e aquelas responsáveis

pela síntese de metabólitos primários. Essas rotas metabólicas são

interconectadas, e as rotas que sintetizam metabólitos primários fornecem

moléculas que são utilizadas como precursoras nas principais rotas de síntese

de metabólitos secundários. Para os autores, embora se faça a divisão em

metabolismos primário e secundário, o metabolismo deve ser considerado

como um todo, na produção de metabólitos secundários e primários.

Embora o nível de metabólitos secundários seja controlado

geneticamente, a quantidade e a concentração desses compostos variam

acentuadamente em função das condições ambientais. Apresentam-se como

importantes fatores ambientais a luz, a latitude, a temperatura, as propriedades

químicas e físicas do solo, os ventos, os macro e micro nutrientes e a

disponibilidade hídrica (PALEVITCH, 1987). Segundo o autor, a produção de

biomassa e de fotoquímicos também está estreitamente relacionada com

aspectos agronômicos como o preparo do solo, fertilização e irrigação.

GROS et al. (1985) comentam que a característica mais importante da

maioria dos metabólitos secundários é a sua distribuição restrita na natureza,

que se limita a uma espécie ou a espécies relacionadas, permitindo a ela se

adequar às condições impostas pelo ambiente. É possível que alguns desses

28

compostos não sejam essenciais para o organismo que os produzem, mas em

geral devem ter algum significado biológico, presumindo-se que possuam

alguma função, provavelmente especifica.

GOTTLIEB et al, (1996) citam que outra característica dos metabólitos

secundários é a de proteger o metabolismo vegetal contra a ação de agentes

destruidores, como em situações de estresse.

Segundo TAIZ e ZEIGER (2004), os compostos que agem como defesa

nas plantas, contra fungos, bactérias e herbívoros, podem também torná-los

indesejáveis para o homem.

Os metabólitos secundários são divididos em três grupos principais,

sendo estes: terpenos, compostos fenólicos e compostos nitrogenados. Os

terpenos são tóxicos e agem na defesa dos vegetais, é o maior grupo de

produtos secundários e nessa classe estão inclusos os glicosídeos cardioativos

– triterpenos e óleos essenciais – monoterpenos (VICKERY e VICKERY, 1981;

HARBONE e BAXTER 1995; TAIZ e ZEIGER, 2004).

Os glicosídeos cardioativos são definidos por TAIZ e ZEIGER (2004),

especificamente, como triterpenos ativos, contra herbívoros vertebrados. São

compostos que contêm um ou mais resíduos de açúcar ligados, e apresentam

um gosto amargo, sendo extremamente tóxicos. Em humanos, eles

apresentam efeitos drásticos na musculatura cardíaca devido a sua influencia

nas ATPases ativadas por Na+/K+. Em doses cuidadosamente reguladas, eles

diminuem e fortalecem os batimentos cardíacos.

Os glicosídeos cardioativos são divididos em dois grupos, um com

compostos de cadeia de vinte e três carbonos, os cardenolídeos, e outro

composto de cadeia de vinte e quatro carbonos, os bufadienolídeos. Sua

atividade cardíaca esta associada a uma cadeia insaturada de lactona e a

estereoquímica da molécula. Os cardenolídeos são encontrados em varias

famílias vegetais, especialmente em Apocynaceae e nas espécies Digitalis,

enquanto bufadienolídeos são encontrados nas famílias Ranunculaceae e

Liliaceae (OLIVEIRA et al., 2003).

Segundo o mesmo autor esses glicosídeos são usados na medicina para

o tratamento da insuficiência cardíaca, e intoxicações podem ocorrer depois do

consumo de flores, folhas ou sementes de plantas que contem glicosídeos

cardioativos. Sintomas gastrintestinais são normalmente os primeiros

29

envolvidos. Eles incluem náuseas, vômitos, dores abdominais, diarréia, e

anorexia. Sintomas neurológicos são tardios e incluem vertigem, dor de

cabeça, tontura, fadiga, debilidade e alucinações, sendo que, overdoses levam

a parada cardíaca e a morte.

Para VICKERY e VICKERY (1981), embora os glicosídeos cardioativos

serem usados na medicina para o tratamento de insuficiência cardíaca,

intoxicações podem ocorrer depois do consumo de chás preparados por partes

da planta ou depois do consumo de flores, folhas ou sementes.

2.5. Relação entre fertilidade de solo, estresse hídrico e saturação de

bases na produção de principio ativos

De acordo com SALOMON (1994), variações nas condições edáficas

(fertilidade, teor de matéria orgânica e pH) e climáticas (temperatura e

precipitação) no cultivo influenciam a produção de óleo essencial, ou seja,

princípios ativos em flores de camomila.

MING (1992), estudando a adubação orgânica em Lippia alba, verificou

maiores produções de biomassa em níveis crescentes de incorporação de

matéria orgânica e uma relação inversa quanto aos teores de óleo essencial. O

autor discute um papel de defesa dos óleos essenciais em ambientes

desfavoráveis, enquanto em ambientes mais favoráveis, a energia da planta

estaria voltada para atividades de crescimento e desenvolvimento, do

metabolismo primário.

HORNOK (1983) ao utilizar quatro níveis de N (0, 80, 160 e 240

kg/ha), quatro de P (0, 50, 100 e 150 kg/ha) e quatro de K (0, 60, 120 e 180

kg/ha) em Ocimum basilicum, observou que o teor de óleo essencial aumentou

proporcionalmente com os níveis de N, P e K.

Para DRAGAR e MENARY (1995) soluções nutritivas contendo baixas

concentrações de N resultou em baixas taxas de crescimento, mas favoreceu

alto rendimento de óleo essencial para Olearia phlogopappa Labill. D. C.

Altos níveis de N no solo causam aumento na massa de folhas de

Mentha arvensis, embora tenha havido redução de óleo essencial com baixos

níveis de mentol (MAIA et al., 2001).

30

TAIZ e ZEIGER (2004) comentam que a deficiência ou excesso de

nutrientes podem interferir na biomassa e quantidade do principio ativo das

plantas.

Segundo TOKARNIA et al. (2000) a fertilidade do solo em pastagens,

influencia a toxidez de Manihot spp. e outras plantas cianogênicas.

Trabalhando com Lathyrus tingitanus e Mimosa sp., NOWACKI et al.

(1975) verificaram que com o aumento da adubação nitrogenada houve síntese

desproporcional do aminoácido lisina, o qual, uma vez acumulado torna-se

tóxico.

O mesmo ocorreu para Tabernaemontana pachysiphon Stapf sob três

concentrações de fertilizantes nitrogenados de liberação lenta (0, 3 e 6 kg m-3

de Osmocote) em casa de vegetação, quando HOFT et al. (1996) encontraram

maior acúmulo de principio ativo com aumento da fertilização nitrogenada.

BECKER et al. (2000), estudando o efeito da adubação nitrogenada e

calagem na produção de alcalóides totais em quebra-pedra Phyllanthus niruri

L., observaram um aumento gradual na concentração de alcalóides na matéria

seca da parte aérea à medida que aumentaram as doses de nitrogênio e

calcário aplicadas. Destacam ainda que, apesar do pouco conhecimento das

exigências e requerimentos nutricionais, a correção do solo e a fertilização

nitrogenada mostraram-se importantes na produção de biomassa e no aumento

do teor de alcalóides de quebra-pedra.

Por outro lado, SCHERMEISTER et al. (1960) observou que, em Atropa

belladonna L. um aumento no suprimento de nitrogênio promoveu maior

acúmulo de proteínas e compostos nitrogenados nos tecidos, enquanto os

níveis de alcalóides encontrados foram relativamente baixos sugerindo,

portanto, não haver relação direta entre alcalóides e proteínas.

Resultados semelhantes foram obtidos por MAPELI et al. (2005), onde

estudando o efeito do nitrogênio e fósforo na produção de biomassa e óleo

essencial em Camomilla recutita L., observaram que a adubação não

influenciou na produção de óleo essencial, porém, aumentou a produção de

biomassa.

OLIVEIRA JUNIOR et al. (2005) estudando o teor e rendimento de óleo

essencial na massa fresca de arnica em função da adubação e da calagem,

concluiu que, para massa fresca, há efeito positivo da calagem quando

31

aplicada juntamente com adubo orgânico. Entretanto, para o teor de óleo

essencial, o autor afirma que a calagem influenciou negativamente.

UNANDER e BLUMBERG (1990) afirmam que os princípios ativos das

plantas medicinais podem ser influenciados pelas condições ambientais, como

fertilidade do solo, pH, umidade, temperatura qualidade da luz.

Com relação ao estresse hídrico, STEPONKUS (1990) afirma que, a

deficiência de água altera vários processos bioquímicos e fisiológicos nas

plantas, induzindo respostas metabólicas e fisiológicas como o fechamento

estomático, declínio na taxa de crescimento, acúmulo de solutos e substâncias

antioxidantes, podendo causar injurias as plantas, no entanto a planta ajusta-se

fisiologicamente ao estado de menor disponibilidade de água.

TAIZ e ZEIGER (2004) definem déficit hídrico como todo conteúdo de

água de um tecido ou célula que está abaixo do conteúdo de água mais alto

exibido no estado de maior hidratação. Os autores afirmam que o estresse

hídrico tem vários efeitos sobre o crescimento, um dos quais é a limitação da

expansão foliar. A área foliar é importante, porque em geral a fotossíntese é

proporcional a ela. No entanto, a expansão foliar rápida pode afetar

desfavoravelmente a disponibilidade de água.

CARVALHO et al. (2003) estudando a disponibilidade de água no solo

com relação ao crescimento de artemísia, concluiu que quanto maior a

disponibilidade de água no solo, maior a massa seca e fresca da planta.

DHRU et al. (1991), estudando duas espécies Nerium oleander L. e

Urginea indica, demonstraram que o déficit hídrico reduziu a produção de

biomassa de ambas as plantas.

Segundo KUDREV (1994), a deficiência hídrica interrompe o processo

de crescimento, não apenas diminuindo o acúmulo de massa fresca e seca,

mas também alterando o processo de crescimento e acelerando o processo de

catabólicos.

EGERT e TEVINI (2002), não verificaram alterações significativas nos

teores de clorofila, proteínas e compostos antioxidantes quando expuseram a

planta condimentar Allium schoenoprosum à seca. Entretanto, TAIZ e ZEIGER

(2004) explicam que o estresse hídrico reduz, tanto a fotossíntese quanto o

consumo de assimilados nas folhas em expansão. Como conseqüência o

estresse hídrico diminui indiretamente a quantidade de fotossintatos exportados

32

das folhas. Entretanto, SANTOS et al. (2004) estudando o efeito do estresse

hídrico no teor de óleo essencial em Hyptis pectinata L. afirma que para as

plantas submetida à falta de água, o teor de óleo foi aproximadamente 55%

maior em relação aquelas irrigadas.

PALEVITCH (1987) comenta que, embora o nível de metabólitos

secundários seja controlado geneticamente, a quantidade e a concentração

desses compostos variam acentuadamente em função das condições

ambientais. Apresentam-se como importantes fatores ambientais a luz, a

latitude, a temperatura, as propriedades químicas e físicas do solo, os ventos,

os macro e micro nutrientes e a disponibilidade hídrica. Segundo o autor, a

produção de biomassa e de fotoquímicos também está estreitamente

relacionada com aspectos agronômicos como o preparo do solo, fertilização e

irrigação.

2.6. Cromatografia por adsorção em CCD

De acordo com SHARAPIN et al. (2000), a cromatografia baseia-se em

diferentes mecanismos de separação que empregam uma fase estacionária e

uma fase móvel, as quais são capazes de realizar a migração diferencial de

cada componente da amostra a ser analisada. Os diferentes mecanismos de

separação fundamentam-se em competição eletrostática, tamanho molecular,

capacidade de partição e ionização das substâncias a serem separadas com

relação às diferentes afinidades pela fase estacionária e fase móvel do

sistema.

Segundo o mesmo autor, na cromatografia por adsorção, o processo

cromatográfico ocorre pela capacidade adsortiva da fase fixa (sólido

adsorvente). A interação entre uma molécula e o adsorvente existirá por meio

de forças eletrostáticas. Como a maioria das fases fixas adsortivas é polar, as

substâncias de maior polaridade tendem a permanecerem retidas na fase fixa

ocorrendo, nesse caso, deslocamento de substâncias apolares pela afinidade

com o eluente (fase móvel menos polar do que a fase fixa).

33

Quando se utiliza um adsorvente póla, o eluente deve apresentar menor

polaridade, sendo que, o contrário também é verdadeiro. A migração diferencial

para o uso de adsorvente polar ocorrerá no sentido de deslocar as substâncias

mais apolares, por terem mais afinidade pela fase móvel e, reter as substâncias

mais polares, por terem mais afinidade pela fase fixa (WAGNER e

BLADT,1996).

Segundo os mesmos autores, no desenvolvimento tecnológico do

cromatográfo, emprega-se a fase fixa aderida a um suporte plano. Esse tipo de

sistema é conhecido como cromatografia em camada delgada e é

caracterizado por ser um método rústico (simples), de baixo custo e rápido,

entretanto, sua resolução oferece resultados qualitativos e em experimentos

comparativos com amostras padrão de concentração conhecida, pode fornecer

resultados semi-quantitativos. Os resultados são obtidos por manchas que se

revelam em diferentes locais da cromatoplaca (Rf: retention factor).

34

3. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em duas etapas:

Etapa I: Enraizamento de estacas herbáceas de duas variedades de

Nerium oleander L. (rosa e branca) em diferentes concentrações

de IBA, no verão e no inverno

As estacas foram coletadas de duas variedades de Nerium oleander L,

definidas pela coloração das flores (rosa e branca), no município de

Jaboticabal, SP.

Foram utilizadas estacas herbáceas, com aproximadamente 15 cm de

comprimento, com um par de folhas e duas gemas.

As estacas cortadas foram tratadas com ácido indolbutírico via pó,

sendo cada concentração misturada com talco industrial. Para o tratamento,

passou-se a extremidade basal da estaca em um recipiente contendo a

mistura, sendo logo depois estaqueadas em bandejas de poliestireno com 72

células, preenchidas com vermiculita de granulometria média. As bandejas

foram mantidas em câmara de nebulizaçao intermitente do Viveiro

Experimental de Plantas Ornamentais e Florestais da FCAV/UNESP, município

de Jaboticabal, SP. O município localiza-se a 21o 15’ 22” de latitude Sul e 48o

18’ 58” de longitude Oeste, a uma altitude média de 595 metros acima do nível

do mar. O clima, de acordo com classificação de Köppen, é do tipo Cwa, ou

seja, subtropical úmido com estiagem no inverno. No período de 1971 a 2005 a

média da temperatura máxima foi de 28,9ºC, a média da temperatura mínima

de 16,8ºC, a média da temperatura média de 22,2ºC e a média da umidade

relativa do ar de 70,8%, segundo dados coletados na Estação

Agrometeorológica da FCAV/UNESP, Campus de Jaboticabal.

Os tratamentos utilizados foram 2 épocas de estaquia (verão – 12/02/04,

e inverno – 21/07/2004) e 4 concentrações de ácido indolbutírico - IBA (0,

1000, 2000 e 4000 mg.kg-1) para 2 variedades de espirradeira determinadas

pela coloração das flores (rosa e branca).

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,

seguindo o fatorial 2 x 2 x 4 (duas estações, duas variedades e quatro

35

concentrações de IBA), apresentando assim 16 tratamentos e quatro

repetições perfazendo um total de 64 parcelas. Cada parcela constituída por

três estacas, num total de192.

As avaliações foram feitas 60 dias após a estaquia, anotando-se o

número de estacas enraizadas (calculando posteriormente a porcentagem de

enraizamento), número de raízes, comprimento médio de raízes e massa seca

de raízes.

Como critério adotado no experimento para a contagem de raízes, toda

estaca que apresentava pelo menos uma raiz adventícia com comprimento

igual ou superior a 0,2cm foi considerada enraizada e estas raízes foram

anotadas e medidas. A medição do comprimento destas raízes foi feita com

régua, calculando a média por estaca.

Para a avaliação da massa seca das raízes, o material foi submetido à

secagem em estufa de aeração forçada, a 70°C, até que permanecesse em

massa constante, utilizando-se para a pesagem uma balança digital de

precisão (quatro dígitos decimais).

Para as análises estatísticas os dados de porcentagem de enraizamento

foram transformados em arc sen 100/x ; os de número de raízes em 50,0+x

e os de comprimento médio de raízes e peso da matéria seca de raízes não

foram transformados.

Os dados coletados, transformados quando necessários, foram

analisados estatisticamente, sendo realizada a análise de variância e, quando

cabível, o desdobramento dos graus de liberdade de concentrações de IBA,

para avaliar a regressão polinomial, a fim de se verificar o comportamento das

variáveis em função do aumento da concentração de IBA (BANZATTO e

KRONKA, 1992).

Etapa II: Determinação de glicosídeos cardioativos em mudas de Nerium

oleander L.

O trabalho foi conduzido a campo, instalado na Horta Experimental do

Campus III da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do

Pantanal – UNIDERP, Campo Grande (MS), em Neossolo Quartzarênico. O

36

município de Campo Grande está localizado a latitude de 20º 26’ 34’’ e

longitude de 54º 38’ 47’’ a 532,1 m do nível do mar. O clima na região é tropical

úmido, com uma estação de chuvas no verão e outra de seca no inverno. A

temperatura média anual é de 26º C e o índice de precipitação chega a 1.500

mm por ano.

As análises cromatográficas foram realizadas no Laboratório de

Farmacologia também da UNIDERP.

O trabalho foi composto por três experimentos: (1) Efeito de diferentes

doses de nitrogênio na concentração de glicosídeos cardioativos; (2) Efeito de

diferentes doses de calcário na concentração de glicosídeos cardioativos; (3)

Efeito do estresse hídrico, verificado por meio da capacidade de campo, na

concentração de glicosídeos cardioativos.

As mudas de Nerium oleander L. variedade rosa, foram produzidas por

estaquia, cujas estacas, utilizadas nos três experimentos, foram obtidas de

matrizes localizadas no Campus III da UNIDERP.

As estacas foram cortadas, medindo aproximadamente 15 cm de

comprimento com um par de folhas e duas gemas e foram tratadas com ácido

indolbutírico, via pó, na concentração de 2000 mg.Kg-1 e estaqueadas, em

bandejas de isopor com 72 células, contendo vermiculita como substrato. As

estacas foram postas para enraizar no dia 04/02/2005. Imediatamente após o

estaqueamento, as bandejas foram colocadas em estufa com nebulizaçao

intermitente, até o enraizamento total das plantas, ou seja, aproximadamente

60 dias.

Após o enraizamento no dia 12/04/2005, as mudas foram transplantadas

para o campo, de acordo com cada experimento.

Para todos os experimentos o delineamento experimental utilizado foi o

de blocos casualizados.

As avaliações dos três experimentos foram realizadas aos 60 dias após

o transplante das mudas, cortando-se o caule rente ao solo com tesoura de

poda, sempre entre as 7:00 e 9:30 horas. Separou-se 4 folhas/planta da altura

mediana da planta para extração e determinação do teor de glicosídeos

cardioativos. Anotou-se a massa fresca da parte aérea pesando-se a cada

planta em balança analítica, em seguida, foram colocadas separadamente em

sacos de papel tipo Kraft, previamente identificados, para determinação da

37

massa seca da parte aérea, realizada após secagem em estufa de aeração

forçada.

3.1. Experimento I - Efeito de diferentes doses de nitrogênio no teor de

glicosídeos cardioativos

O experimento foi composto por quatro tratamentos (sem a presença de

adubação nitrogenada; 2,5 g. N-1; 5,0 g. N-1; 7,5 g. N-1), cinco repetições e

quatro plantas por parcela, totalizando 80 plantas.

O experimento foi conduzido em estufa de cultivo, coberta com filme

plástico de 150 micras e com as laterais protegidas por tela de sombreamento

30%. As mudas foram transplantas em sulcos, espaçadas com 2 m entre linhas

e 0,5 m entre plantas. Para cada tratamento realizou-se a adubação de base

com P e K, de acordo com análise de solo e recomendações de RIBEIRO et al.

(1999). Entre cada tratamento, respeitou-se uma distância de 0,5 m, como

margem de segurança para que não houvesse interferência de um tratamento

para o outro.

A aplicação da adubação nitrogenada (sulfato de amônia – 20% de N) foi

feita na cova de plantio no transplante das mudas. A quantidade de sulfato de

amônia indicada para cada tratamento, foi previamente misturada com

aproximadamente 1 L de solo e colocado ao fundo da cova, evitando-se desta

forma o contato das raízes com o adubo. O sistema de irrigação foi por

gotejamento.

3.2. Experimento II - Efeito de diferentes doses de calcário (saturação de

base) no teor de glicosídeos cardioativos

As mudas foram transplantadas para canteiros de 1,20 x 2,0 m a campo,

sendo a distância entre os canteiros de 0,5 m. A adubação química de base (N-

P-K) e a orgânica foram realizadas de acordo com análise de solo e

recomendações de RIBEIRO et al. (1999). A saturação de bases (V%) também

foi determinada após a análise de solo, sendo a recomendação de 2,8

toneladas por hectare. As diferentes quantidades de calcário aplicadas em

cada tratamento foram determinadas por meio da fórmula:

38

NC= (V2 – V1). CTC / 100, onde:

V1= 100. SB / T, onde:

SB = soma de bases (Ca + Mg + K + Na);

T ( CTC pH) = SB + (H + Al).

A saturação de bases foi atingida utilizando-se calcário filler (de reação

rápida).

O experimento constou de cinco tratamentos (testemunha; 25% da

saturação de bases recomendada - 168 g de calcário por canteiro; 50% da

saturação de bases recomendada - 336 g de calcário por canteiro; 75% da

saturação de bases recomendada - 504 g de calcário por canteiro; 100% da

saturação de bases recomendada - 672 g de calcário por canteiros) 4

repetições e 4 plantas por parcela, totalizando 80 plantas.

3.3. Experimento III - Efeito do estresse hídrico, verificado por meio da

capacidade de campo na concentração de glicosídeos cardioativos

O experimento foi composto por quatro tratamentos (25% da

capacidade de campo CC; 50% CC; 75% CC; 100% CC), cinco repetições e

quatro plantas por parcela, totalizando 80 plantas.

Conduziu-se o experimento em casa de vegetação, coberta com filme

plástico de 150 micras e com as laterais protegidas por tela de sombreamento

30%. As mudas foram transplantadas para vasos plásticos com capacidade

para 1 L, preenchidos 50% com composto orgânico (esterco de galinha) e 50%

com solo comum.

A capacidade de campo foi determinada previamente (CARVALHO et

al., 2003), por meio de curva de retenção de umidade, a partir do substrato

seco, peneirado e homogeneizado em laboratório.

O estabelecimento e controle dos níveis hídricos foram feitos por meio

de monitoramento diário da massa de uma amostra, constituída de dez vasos

por nível hídrico, incluindo o substrato e a planta. Previamente foi determinada

a massa referência, ou seja, a massa que cada vaso precisa ter, em cada nível

hídrico. Isso foi feito a partir dos dados da massa do vaso vazio, da massa do

vaso com substrato seco e na capacidade de campo (CARVALHO et al., 2003).

A cada dia após a pesagem dos vasos foi comparada essa massa com a

39

massa referência, foi calculada a diferença, completando-se a massa do vaso

com o volume de água correspondente.

3.4. Análise quantitativa de glicosídeos cardioativos

A análise quantitativa da glicosídeos cardioativos foi realizada por meio

da extração seletiva da glicosídeos cardioativos que, por sua vez, foi baseada

em proposta metodológica utilizada por SHARAPIN et al. (2000) para extração

de digoxina e digitoxina de Digitalis lanata considerando, também, as

características físico-químicas da glicosídeos cardioativos descritas pelo Index

Merck (MERCK, 2001).

Inicialmente, foi preparado o extrato metanólico por meio da extração

exaustiva do esgotamento da matéria fresca (3g da planta fragmentada com

faca em partículas menores do que 2 mm) com 60 mL de metanol PA, por

maceração sob agitação, seguido de eliminação do solvente extrator até

obtenção de 30 mL, sob exaustão em capela.

Buscando garantir o esgotamento, a matéria fresca foi extraída três

vezes consecutivas com metanol na proporção de 1:20, da seguinte maneira:

1ª maceração – agitação 15 minutos (agitador magnético), descanso 6 horas,

agitação 15 minutos (agitador magnético), descanso 24 horas, filtração; 2ª

maceração – agitação 15 minutos (agitador magnético), descanso 2 horas,

filtração; 3ª maceração – agitação 15 minutos (agitador magnético), descanso 2

horas, filtração.

Ao extrato metanólico proveniente da maceração foi adicionado 20 mL

de água destilada, originando um extrato hidrometanólico (50 mL), que foi

inicialmente, desengordurado com hexano por meio de partição líquido-líquido,

visando eliminar as substâncias lipofílicas indesejáveis (interferentes). Esta

extração foi realizada três vezes consecutivas com 40 mL de hexano PA.

Para extração da glicosídeos cardioativos, a fase hidrometanólica

desengordurada foi particionada com clorofórmio PA, também, por três vezes

consecutivas com 40 mL. Nesta etapa, adicionou-se cerca de 50 mL de água

destilada para favorecer a afinidade da glicosídeos cardioativos pelo

clorofórmio.

40

O teor de glicosídeos cardioativos foi obtido por meio da determinação

do peso da fase clorofórmica após eliminação total do solvente (sob exaustão

em capela) e da água residual (dessecador sob vácuo).

41

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Enraizamento de estacas herbáceas de duas variedades de

espirradeira, Nerium oleander L., em diferentes concentrações de

IBA, no verão e no inverno

Na Tabela 1, são apresentados os resultados referentes à porcentagem

de enraizamento de estacas de espirradeira de flores rosas e brancas, no

verão e no inverno.

Observa-se que a interação entre os fatores foi significativa somente

entre as variedades e as estações do ano. A porcentagem de enraizamento foi

significativamente superior no verão onde ambas às variedades apresentaram

97% de enraizamento. No inverno, houve diferença significativa entre as duas

variedades sendo que a de flores rosas apresentou maior porcentagem de

enraizamento (77%) quando comparada com a de flores brancas (56%). Já no

verão, não houve diferença significativa entre as duas variedades.

FACHINELLO et al. (1995) explicam que esta superioridade do verão,

juntamente com a primavera, é em virtude de serem períodos de intenso

crescimento vegetativo, em que as estacas estão mais herbáceas, facilitando,

de modo geral, o desenvolvimento de raízes em espécies com dificuldade de

enraizamento. ONO e RODRIGUES (1996) explicam ainda, que no inverno, a

taxa fotossintética é baixa, em conseqüência da baixa luminosidade e

temperatura ambiente; assim, os metabólicos da fotossíntese são reduzidos,

sendo insuficientes para a iniciação e desenvolvimento das raízes. MARTINS

(1998) reforça que o verão e a primavera proporcionam maior capacidade às

plantas de enraizar. Maiores porcentagens de enraizamento obtidas no verão

e/ou na primavera em detrimento do inverno, também foram observadas para

outras espécies como oliveira, Olea europea L. (HARTMANN e LORETI, 1965),

azaléia, Rhododendron simsii Planch (FERNANDES et al., 1979), carambola,

Averrhoa carambola L. (BASTOS, 2002) e lichieira, Litchi chinensis

(CARVALHO et al., 2005).

42

Tabela 1. Quadrados médios e médias obtidos nas análises de variância para porcentagem de enraizamento em estacas de espirradeira (Nerium oleander L.), de flores branca e rosa, retiradas no verão e no inverno e tratadas com diferentes concentrações de IBA (mg.kg-1). Jaboticabal, SP, 2006.

CV GL Porcentagem de enraizamento1

Variedade (V) 1 684,70 **

Estação (E) 1 10510,55 **

IBA (I) 3 211,96 **

V x E 1 758,74 **

V x I 3 106, 64 NS

E x I 3 30,45 NS

V x E x I 3 106,41 NS

Blocos 3 84,61 NS

Resíduo 45 45,22

CV(%) 9,93

Regressões R2 (%)

Regressão linear 302,58 * 47,6

Regressão quadrática 198,68 * 78,8

Regressão cúbica 134,62 NS 100,0

Médias

Branca Rosa Média

Verão 80, 731(97,41) 2/aA 80,39 (97,21) aA 80,56 (97,31) a

Inverno 48,22 (55,61) bB 61,65 (77,45) bA 54,93 (66,99) b

Média 64,48 (81,44) B 71,02 (89,42) A

1/ Dados transformados em arc sen 100/x . 2/ Dados não transformados. NS - não significativo (P>0,05); * significativo (P< 0,05); ** significativo (P<0,01) Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%)

43

Alguns estudos (CORRÊA, 2001, CHALFUN, 1989; HESS, 1963,

OVERBEEK et al., 1946) têm mostrado que as variedades com flores coloridas

têm apresentado maior porcentagem de enraizamento ou enraizamento mais

rápido quando comparadas com as de flores brancas, como mostrou este

estudo na época de inverno.

Relacionada à aplicação de IBA, houve diferença entre as

concentrações (Tabela 1), observando-se ajuste de regressão quadrática

(Figura 1), em que se evidencia um pico máximo de porcentagem de

enraizamento nas estacas tratadas com 1000 e 2000 mg.kg-1, diminuindo a

partir desta concentração.

Y= 68,33445 + 0,002647325X - 0,0000009938681X**2R2 = 78,83%

62

63

64

65

66

67

68

69

70

71

0 1000 2000 3000 4000

Figura 1. Curva de regressão entre as concentrações de IBA (mg.kg-1) e a porcentagem de enraizamento (dados transformados em arc sen

100/x ), para estacas de espirradeira de flores rosa e branca no verão e no inverno. Jaboticabal, SP, 2006.

PIVETTA (1994), em seu estudo sobre enraizamento de estacas de

roseira ‘Red Success’ observou resultados semelhantes em que a maior

porcentagem de enraizamento, 15 dias após a estaquia, para estacas apicais e

medianas, foi próxima de 1000 mg.L-1 e para estacas basais, 2000 mg.L-1.

% d

e en

raiz

amen

to

Concentrações de IBA

44

MARTINS (1998) também obteve curva semelhante quando tratou estacas de

lichieira ‘Bengal’ com IBA.

Igualmente, BASTOS (2002) verificou ajuste de regressão quadrática

para porcentagem de enraizamento de estacas de caramboleira, com o

aumento da concentração de IBA.

Na Tabela 2, são apresentados os resultados referentes ao número de

raízes por estaca. Semelhantemente ao que ocorreu para porcentagem de

enraizamento, a interação entre os fatores foi significativa somente entre as

variedades e as estações do ano. O número de raízes por estaca também foi

significativamente superior no verão, para ambas as variedades e, também, as

estacas de espirradeira de flores rosas tiveram número de raízes

significativamente superior quando comparadas com as de flores brancas,

porém, esta diferença foi verificada no verão.

No que diz respeito à aplicação de IBA, observa-se (Tabela 2 e Figura 2)

ajuste de regressão quadrática, onde o número de raízes é crescente até a

concentração de 2000 mg.K-1, decrescendo a partir deste ponto.

Vários autores também observaram aumento do número de raízes em

função da utilização de IBA, para diferentes espécies, entre eles PIVETTA

(1994), QUINTANILHA (1995), MARTINS (1998), BASTOS (2002) e

CARVALHO et al. (2005).

45

Tabela 2. Quadrados médios e médias obtidos nas análises de variância para número de raízes em estacas de espirradeira (Nerium oleander L.), de flores branca e rosa, retiradas no verão e no inverno e tratadas com diferentes concentrações de IBA (mg.kg-1). Jaboticabal, SP, 2006.

CV GL Número médio de raízes1

Variedade (V) 1 0, 20 NS

Estação (E) 1 9,56 **

IBA (I) 3 0,68 **

V x E 1 0,40 *

V x I 3 0,10 NS

E x I 3 0,07 NS

V x E x I 3 0,15 NS

Blocos 3 0,12 NS

Resíduo 45 0,06

CV(%) 6,21

Regressões R2 (%)

Regressão linear 0,24 NS 8,8

Regressão quadrática 2,33 ** 94,0

Regressão cúbica 0,16 NS 100,0

Médias

Branca Rosa Média

Verão 4,081(16,15) 2/ aB 4,35 (18,42) aA 4,22 (17,31) a

Inverno 3,47 (11,54) bA 3,42 (11,20) bA 3,45 (11,40) b

Média 3,78 (13,79) A 3,89 (14,63) A

1/ Dados não transformados em 50,0+x . 2/ Dados não transformados. NS - não significativo (P>0,05); * significativo (P< 0,05); ** significativo (P<0,01) Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%)

46

Y=3,666940 + 0,0004041508X - 0,0000001075627**XR2 = 94,03%

3,5

3,6

3,7

3,8

3,9

4

4,1

0 1000 2000 3000 4000

Figura 2. Curva de regressão entre as concentrações de IBA (mg.kg-1) e o

número de raiz (dados transformados em 50,0+x ) para estacas de espirradeira de flores rosas e brancas no verão e no inverno. Jaboticabal, SP, 2006.

A Tabela 3 diz respeito ao comprimento médio de raízes. Igualmente ao

observado para porcentagem de enraizamento e número de raízes por estaca,

a interação entre os fatores foi significativa somente entre as variedades e as

estações do ano, com superioridade do verão para ambas as variedades. De

forma semelhante ao que foi verificado para número de raízes, o comprimento

médio das raízes da variedade de flores rosas foi significativamente superior

quando comparado com as de flores brancas, sendo esta diferença verificada

somente no verão.

SCALOPPI JR. e MARTINS (2003) também observaram maiores

comprimentos de raízes de estacas das espécies Annona glaba L. e Annona

montana Macfad., no verão.

Núm

ero

de r

aiz

Concentações de IBA

47

Tabela 3. Quadrados médios e médias obtidos nas análises de variância para comprimento médio de raízes (cm) em estacas de espirradeira (Nerium oleander L.), de flores branca e rosa, retiradas no verão e no inverno e tratadas com diferentes concentrações de IBA (mg.kg-1). Jaboticabal, SP, 2006.

CV GL Comprimento médio de raízes (cm)

Variedade (V) 1 9,30 **

Estação (E) 1 16,61 **

IBA (I) 3 3,25 **

V x E 1 2,48 **

V x I 3 0,37 NS

E x I 3 0,64 NS

V x E x I 3 0,44 NS

Blocos 3 0,18 NS

Resíduo 45 0,30

CV(%) 15,22

Regressões R2 (%)

Regressão linear 0,80 NS 8,2

Regressão quadrática 8,82 ** 98,6

Regressão cúbica 0,13 NS 100,0

Médias

Branca Rosa Média

Verão 3,51 aB 4,67 aA 4,09 a

Inverno 2,89 bA 3,26 bA 3,07 b

Média 3,20 B 3,96 A

NS - não significativo (P>0,05); * significativo (P< 0,05); ** significativo (P<0,01) Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%)

Em relação às concentrações de IBA (Tabela 3 e Figura 3) houve ajuste

de regressão quadrática onde se observa que a concentração de 2000 mg.kg-1

foi a que proporcionou maior comprimento de raízes.

48

Vários autores, entre eles CARVALHO et al. (2005), GONTIJO et al.

(2003) RAMOS et al. (2003), MARTINS (1998) e PIVETTA (1994) também

verificaram a influência do IBA no comprimento médio de raízes.

Y= 3,030000 + 0,0009431250X - 0,000002093750X**2R2 = 98,62%

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

0 1000 2000 3000 4000

Figura 3. Curva de regressão entre as concentrações de IBA (mg.kg-1) e o

comprimento médio de raiz para estacas de espirradeira de flores

rosa e branca no verão e no inverno. Jaboticabal, SP, 2006.

Também para massa seca de raiz (Tabela 4), a interação entre os

fatores foi significativa somente para as variedades e as estações do ano.

Porém, a superioridade do verão foi verificada somente para a variedade de

flores branca; para as de flores rosa, não houve diferença entre as duas

estações. No entanto, a variedade de flores rosa foi significativamente superior

à de flores branca no inverno.

Com

prim

ento

de

raiz

(cm

)

Concentrações de IBA

49

Tabela 4. Quadrados médios e médias obtidos nas análises de variância para massa seca de raízes (g) em estacas de espirradeira (Nerium oleander L.), de flores branca e rosa, retiradas no verão e no inverno e tratadas com diferentes concentrações de IBA (mg.kg-1). Jaboticabal, SP, 2006.

CV GL Massa seca de raízes (g)

Variedade (V) 1 67,24 **

Estação (E) 1 79,66 **

IBA (I) 3 65,41 **

V x E 1 60,06 **

V x I 3 2,62 NS

E x I 3 4,49 NS

V x E x I 3 10,20 NS

Blocos 3 12,90 NS

Resíduo 45 7,72

CV(%) 10,83

Regressão polinomial R2 (%)

Regressão linear 13,80 NS 7,0

Regressão quadrática 181,70 ** 99,6

Regressão cúbica 0,72 NS 100,0

Médias

Branca Rosa Média

Verão 26,71 aA 26,83 aA 26,77 a

Inverno 22,54 bB 26,53 aA 24,54 b

Média 24,63 B 26,68 A

NS - não significativo (P>0,05); * significativo (P< 0,05); ** significativo (P<0,01) Médias seguidas da mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%)

Houve ajuste de regressão quadrática (Tabela 4 e Figura 4) para

concentrações de IBA, observando-se que, a melhor concentração foi 2000

mg.kg-1. Resultados semelhantes foram obtidos por GONTIJO et al. (2003) e

RAMOS et al. (2003)

50

Y= 24,30165 + 0,003623551X - 0,0000009504261X**2R2 = 99,63%

23

24

25

26

27

28

29

0 1000 2000 3000 4000

Figura 4. Curva de regressão entre as concentrações de IBA (mg.kg-1) e a

massa seca de raiz para estacas de espirradeira de flores rosa e

branca no verão e no inverno. Jaboticabal, SP, 2006.

4.2 Efeito de diferentes doses de nitrogênio na concentração de

glicosídeos cardioativos

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 5, observa-se que

houve um ajuste de regressão linear para massa fresca, massa seca e teor de

glicosídeos cardioativos. Verifica-se que houve efeito crescente para os

parâmetros massa fresca e seca (Figuras 5 e 6) em relação às quantidades de

nitrogênio (N) aplicadas. Vários autores, como BECKER et al. (2000), ABREU

et al. (2002), SILVA et al. (2003) e MAPELI et al. (2005), estudando a eficiência

da adubação nitrogenada de diferentes plantas também verificaram

interferência positiva do nitrogênio na produção de biomassa.

Mas

sa s

eca

de r

aiz

(g)

Concentrações de IBA

51

Tabela 5. Quadrados médios obtidos nas análises de variância para massa fresca (g), massa seca (g) e teor de glicosídeos cardioativos (mg) em mudas de Nerium oleander L. tratadas com diferentes doses de adubação nitrogenada.

CV Massa Fresca Massa Seca Teor de Glicosídeos

Regressão linear 147516,6782* 14680,4726* 0,0040*

Regressão quadrática 14385,7116 NS 16,4348 NS 0,0006 NS

Regressão cúbica 11441,0834 NS 9,1144 NS 0,0001 NS

Resíduo 25656,8861 1633,5995 0,0008

*significativo (P<0,05); NS – Não significativo (P>0,05)

Y= 375,771 + 6,145264XR2 = 85,10%

370

380

390

400

410

420

430

0 1 2 3 4 5 6 7

Figura 5. Curva de regressão entre doses de nitrogênio (sem a presença

de adubação nitrogenada; 2,5 g. N-1; 5 g. N-1; 7,5 g. N-1) e a massa fresca (dados sem transformação) para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS, 2006.

Mas

sa fr

esca

(g)

Gramas de N/planta

52

Y= 111,0366 + 1,938608XR2 = 99,83%

108

112

116

120

124

128

0 1 2 3 4 5 6 7

Figura 6. Curva de regressão entre doses de nitrogênio (sem a

presença de adubação nitrogenada; 2,5 g. N-1; 5 g. N-1; 7,5 g. N-1) e a massa seca (dados sem transformação) para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS, 2006.

Para o teor de glicosídeos cardioativos (Figura 7), pode-se observar que

à medida que as doses de N aumentaram, o teor de glicosídeos cardioativos

decresceu. Na Figura 8, esses resultados se confirmam com a cromatografia

de camada delgada (CCD).

Y= 0,05266000 - 0,00101011XR2 = 84,85%

0,044

0,045

0,0460,047

0,048

0,049

0,050,051

0,052

0,053

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Figura 7. Curva de regressão entre doses de nitrogênio (sem a presença de

adubação nitrogenada; 2,5 g. N-1; 5 g. N-1; 7,5 g. N-1) e o teor de glicosídeos cardioativos (dados sem transformação) para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS, 2006.

Gramas de N/planta

Mas

sa s

eca

(g)

Teor

de

glic

osíd

eos

(mg)

Gramas de N/planta

53

Figura 8. Perfil cromatográfico obtido em cromatografia em camada delgada de sílica - gel das amostras de glicosídeos cardioativos de plantas de Nerium oleander L obtidas de quatro tratamentos (sem a presença de adubação nitrogenada; 2,5 g. N-1; 5 g. N-1; 7,5 g. N-1).

A adubação nitrogenada, portanto, mostrou ser uma prática muito

importante para a Nerium oleander L., sendo benéfica no desenvolvimento da

planta e reduzindo o teor da substância tóxica.

Também MING (1992), estudando a adubação orgânica em erva-cidreira

(Lippia alba) verificou maiores produções de biomassa em níveis crescentes de

matéria orgânica, entretanto observou uma relação inversa, quanto aos teores

de óleo essencial. O autor comenta o papel de defesa dos óleos essenciais em

ambientes desfavoráveis, enquanto em ambientes mais favoráveis, a energia

da planta estaria voltada para atividades de crescimento e desenvolvimento, do

metabolismo primário.

Contrariamente ao resultado obtido neste trabalho, o aumento da

concentração de nitrogênio aumentou o teor de metabólitos secundários em

Mimosa sp. (NOWACKI et al., 1975), em Tabernaemontana pachysiphon

(HOFT et al. 1996) e em quebra-pedra, Phyllanthus niruri (BECKER et al.,

2000).

Já MAPELI et al. (2005), estudando o efeito do nitrogênio e do fósforo no

teor de óleo essencial, em camomila (Chamomilla recutita L.), verificaram que

as adubações não influenciaram na produção de óleo essencial.

Zero

2,5 g. N-1

5 g. N-1

7,5 g. N-1

54

4.3. Efeito de diferentes doses de calcário (saturação de base) no teor de

glicosídeos cardioativos

Houve ajuste regressão cúbica para massa fresca (Tabela 6 e Figura 9);

se observa pequeno aumento até 50% e aumento considerável até 75%

diminuindo a partir deste ponto. OLIVEIRA JUNIOR et al. (2005) também

observaram aumento da massa fresca de arnica com o aumento das doses de

calcário quando aplicado juntamente com adubo orgânico.

Tabela 6. Quadrados médios obtidos nas análises de variância para

massa fresca (g), massa seca (g) e teor de glicosídeos cardioativos (Mg) em mudas de Nerium oleander L. tratadas com diferentes doses de calcário.

CV Massa Fresca Massa Seca Teor de Glicosídeos

Regressão linear 73105,0650** 4537,5390** 0,0069 **

Regressão quadrática 1,1173 NS 342,1940 NS 0,0004 NS

Regressão cúbica 55291,1216* 937,1208 NS 0,0001 NS

Resíduo 6814,7056 487,9825 0,0001

1/ Dados não transformados.

NS – Não significativo (P>0,05); *significativo (P<0,05); **significativo (P<0,01)

55

Y= 390,8600 + 8,970550X + 0,2976580X**2 - 0,001982880X**3 R2 =96,58

0

100

200

300

400

500

600

0 25 50 75 100

Figura 9. Curva de regressão entre doses de calcário (zero,

25%, 50%, 75% e 100%) e massa fresca (dados sem transformação) para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS, 2006.

Para massa seca, houve um ajuste de regressão linear positiva (Tabela

6 e Figura 10).

Também BECKER et al. (2000), estudando o efeito da calagem na

produção de alcalóides totais em quebra-pedra Phyllanthus niruri L.,

observaram aumento de massa seca da parte aérea à medida que

aumentaram as doses de calcário aplicadas.

Mas

sa fr

esca

(g)

Saturação de bases (V%)

56

Y= 107,5475 + 0,4260300X

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0 20 40 60 80 100

Figura 10. Curva de regressão entre doses de calcário (zero, 25%, 50%, 75% e 100%) e massa seca (dados sem transformação) para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS, 2006.

Para o teor de glicosídeos cardioativos, pode-se constatar (Tabela 6 e

Figura 11) que houve ajuste de regressão linear negativa. Os resultados

mostram que à medida que as doses de calcário aumentam, diminui o teor de

glicosídeos cardioativos.

Mas

sa s

eca

(g)

Saturação de bases (V%)

57

Y= 0,06095000 - 0,000524000XR2 = 94,37

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0,07

0 25 50 75 100

Figura 11. Curva de regressão entre doses de calcário (zero, 25%,

50%, 75% e 100%) e teor de glicosídeos cardioativos

(dados sem transformação) para mudas de espirradeira.

Campo Grande, MS, 2006.

Igualmente ao que foi verificada para a adubação nitrogenada, a prática

da calagem foi benéfica às plantas e diminuiu o teor da substância tóxica.

De acordo com OLIVEIRA JUNIOR et al. (2005), o aumento da

saturação de base, está ligado a uma diminuição do estresse nutricional, ou

seja, em plantas bem nutridas, a produção de princípios ativos tóxicos é

prejudicada. Semelhantemente, o mesmo autor verificou diminuição do teor de

óleo essencial em arnica, com aumento das doses de calcário.

Já BECKER et al. (2000), observaram aumento gradual na concentração

de alcalóides à medida que se aumentaram as doses de calcário, em quebra-

pedra, Phyllanthus niruri L.,

De acordo com a Figura 12, CCD, observa-se que há uma menor

intensidade das manchas para os tratamentos com doses crescentes de

calcário.

Teor

de

glic

osíd

eos

(mg)

Saturação de bases (V%)

58

Figura 12. Perfil cromatográfico obtido em cromatografia em camada delgada de Sílica-gel das amostras de glicosídeos cardioativos de plantas de Nerium oleander L. entre doses de calcário (zero, 25%, 50%, 75% e 100%). Campo Grande, MS, 2006.

4.4. Efeito do estresse hídrico, verificado por meio da capacidade de

campo no teor de glicosídeos cardioativos.

Pelos resultados obtidos na Tabela 7, observa-se que houve ajuste de

regressão cúbica tanto para massa fresca, como massa seca em plantas de

Nerium oleander L. quando submetidas a diferentes quantidades de água. Nas

Figuras 13 e 14, observa-se que o aumento da quantidade de água no solo

promove aumento da massa fresca e seca das plantas até 75% da capacidade

de campo, decrescendo a partir deste ponto.

DHRU et al. (1991), também verificaram que o déficit hídrico reduziu a

produção de biomassa de Nerium oleander L. e Urginea indica.

Resultados semelhantes também foram descritos por CARVALHO et al.

(2003), que concluíram que quanto maior a disponibilidade de água no solo,

maior a massa fresca e seca das plantas de artemísia.

Zero

25%

50%

75%

100%

59

Tabela 7. Quadrados médios obtidos nas análises de variância para massa fresca (g), massa seca (g) e teor de glicosídeos cardioativos (Mg) em mudas de Nerium oleander L. cultivadas com diferentes quantidades de água.

CV Massa Fresca Massa Seca Teor de Glicosídeos

Regressão linear 171,7803** 24,6661** 3,2070**

Regressão quadrática 34,9140* 5,5704* 0,2192

Regressão cúbica 75,3337** 13,4286** 0,1759

Resíduo 4,7336 0,7995 0,0740

NS – Não significativo (P>0,05); *significativo (P<0,05); **significativo (P<0,01)

Y= 26,22800 - 1,563533X + 0,03260400X**2 - 0,0001851627X**3R2 = 100%

0

2

4

6

8

10

12

14

16

25 40 55 70 85 100

Figura 13. Curva de regressão entre capacidade de campo (25%,

50%, 75% e 100%) e massa fresca (dados sem transformação) para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS, 2006.

Mas

sa fr

esca

(g)

% Capacidade de Campo

60

Y= 11,40600 - 0,6706800X + 0,01381360X**2 - 0,00007817600X**3R2 = 100%

0

1

2

3

4

5

6

7

25 40 55 70 85 100

Figura 14 Curva de regressão entre capacidade de campo (25%, 50%,

75% e 100%) e massa seca (dados sem transformação) para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS, 2006

TAIZ e ZEIGER (2004) relatam que a área foliar é consideravelmente

aumentada em plantas, cuja capacidade de campo do solo é próxima a 100%.

STEPONKUS (1990) afirma que a deficiência de água altera vários

processos bioquímicos e fisiológicos, e induz respostas metabólicas e

fisiológicas como o fechamento estomático, declínio na taxa de crescimento,

acúmulo de solutos e ajusta-se fisiologicamente ao estado de menor

disponibilidade de água.

SANTOS et al. (2004) estudando o efeito do estresse hídrico na

produção de massa foliar da espécie Hyptis pectinata L., observaram que

quanto menor o estresse hídrico, maior a massa foliar.

Para o teor de glicosídeos cardioativos constata-se que houve ajuste de

regressão linear positiva (Tabela 7 e Figura 15), ou seja, quanto maior

quantidade de água fornecida para a planta, maior o teor de glicosídeos. Esses

resultados são confirmados pela Figura 16, onde por meio da CCD pode-se

verificar claramente que os teores de glicosídeos cardioativos aumentam

gradativamente com o aumento da capacidade de campo, apresentando

manchas mais intensas.

Mas

sa s

eca

(g)

% Capacidade de Campo

61

Y=0,4676000 + 0,01432640XR2 = 89,03%

00,20,40,60,8

11,21,41,61,8

2

25 40 55 70 85 100

Figura 15. Curva de regressão entre capacidade de campo (25%,

50%, 75% e 100%) e teor de glicosídeos cardioativos (dados sem transformação) para mudas de espirradeira. Campo Grande, MS, 2006

25%

50%

75%

100%

Figura 16. Perfil cromatográfico obtido em cromatografia em camada delgada de sílica gel das amostras de glicosídeos cardioativos de plantas de Nerium oleander L. obtidas de quatro tratamentos (25%, 50%, 75% e 100% de capacidade de campo).

Teor

de

glic

osíd

eos

(mg)

% Capacidade de Campo

62

TAIZ e ZEIGER (2004) explicam que o estresse hídrico reduz, tanto a

fotossíntese quanto o consumo de assimilados nas folhas em expansão. Como

conseqüência o estresse hídrico diminui indiretamente a quantidade de

fotossintatos exportados.

EGERT e TEVINI (2002), não verificaram alterações significativas nos

teores de clorofila, proteínas e compostos antioxidantes quando expuseram a

condimentar Allium schoenoprosum à seca.

4.5. Considerações gerais

É fato que a espirradeira, Nerium oleander L. e várias outras plantas

tóxicas são amplamente utilizadas no meio urbano, seja em jardins, na

arborização urbana ou em ambientes internos. Desta forma, além do trabalho

de conscientização da população, o uso de práticas fitotécnicas que possam

diminuir o teor das substâncias tóxicas possibilitarão um convívio com menos

riscos; no entanto, as pesquisas ainda são muito incipientes.

Este trabalho possibilitou verificar que a adubação nitrogenada e a

calagem, além de contribuírem para o melhor desenvolvimento das mudas,

reduziram o teor de glicosídeos cardioativos e, também, que o manejo da água

é muito importante, devendo ser fornecido somente o necessário para o

desenvolvimento da planta.

63

5. CONCLUSÕES

O enraizamento das variedades de Nerium oleander L. definidas pela

coloração da flor, ou seja, rosa e branca foi superior no verão, ou seja, 97%

para ambas as variedades quando comparado com o inverno (77% e 56%,

respectivamente para as variedades de flores rosa e branca)

A variedade de flores rosa apresentou maior porcentagem de

enraizamento e massa seca de raiz no inverno e maior número e comprimento

de raiz no verão.

O acido indolbutírico foi efetivo para aumentar a porcentagem de

enraizamento nas concentrações de 1000 e 2000 mg.L-1 e número,

comprimento e massa seca de raiz na concentração de 2000 mg.L-1.

A adubação nitrogenada e a calagem aumentaram a produção de

biomassa em plantas de Nerium oleander L. e diminuíram no teor de

glicosídeos cardioativos produzido pelas plantas.

O aumento da quantidade de água no solo até 75% da capacidade de

campo aumentou a produção de biomassa em plantas de Nerium oleander L. e

também o teor de glicosídeos cardioativos produzido pelas plantas.

64

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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