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ENSINO DE HISTÓRIA E A HISTÓRIA LOCAL: ABORDAGEM A PARTIR DOS TEMAS TRABALHO E A PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR EM

ITAÚNA DO SUL/PR.

Édina Maria Miranda Costa1 Altair Bonini2

Resumo: Este artigo visa socializar os resultados obtidos com a implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), implementado na Escola Estadual Machado de Assis – Ensino Fundamental, da cidade de Itaúna do Sul – Pr., com os alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, no ano de 2011. O presente projeto foi elaborado enfocando a história local, onde foram abordados aspectos econômicos do município de Itaúna do Sul, principalmente sobre a influência do cultivo da cana-de-açúcar no último quinquênio. O objetivo foi entender os impactos desta atividade para a economia e população do município. Para tanto, além do levantamento histórico da economia da cidade e do cultivo de cana-de-açúcar no Brasil, foram desenvolvidas com os alunos, várias pesquisas de campo com trabalhadores rurais, comerciantes e trabalhadores e representantes do poder político e econômico local.

Palavras chaves: História local; economia; cana-de-açúcar; Itaúna do Sul

1. Introdução

Uma das ênfases apregoada pelas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação

Básica do Paraná (2008) para o ensino de História, diz respeito a iniciar um tema de

estudo a partir da realidade do aluno. Esta não é uma indicação nova, mas ainda pouco

praticada pelos professores. Ainda, relacionado a está indicação, o documento

recomenda que no Ensino Fundamental, seja dada prioridade nos conteúdos voltados

para a história local e do Brasil e ―suas relações ou analogias com a História Geral‖ dando

significado aos sujeitos históricos locais e nacionais, considerados de menor importância

pelo ensino tradicional. Está metodologia é importante, pois favorece formação da

consciência histórica ao permitir a investigação dos lugares onde os alunos vivem

podendo compará-la com a de outras cidades e regiões. Isto favorece aos alunos se

verem como protagonistas da própria história.

Seguindo estas indicações metodológicas, realizamos projeto de intervenção

pedagógica com alunos do 8º ano, da Escola Estadual Machado de Assis – Ensino

1 Professora de História da Rede Pública Estadual do Paraná, participante do Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE/turma 2010/2011. E-mail: [email protected] 2 Professor do Colegiado de História da Universidade Estadual do Paraná — UNESPAR - Campus Paranavaí.

E-mail: [email protected]

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Fundamental, localizada na cidade de Itaúna do Sul – Pr. Este projeto trouxe como tema

―Os impactos sociais e econômicos do cultivo da cana-de-açúcar em Itaúna do Sul (2005-

2010)‖, e enfocou a análise histórica das atividades econômicas do município,

concentrando-se na influência do cultivo da cana-de-açúcar no último quinquênio.

O tema se justifica tendo em vista que nos últimos anos o cultivo da cana-de-

açúcar tornou-se de grande importância para o desenvolvimento da Região Noroeste do

Paraná. Neste contexto integra-se Itaúna do Sul, município localizado no Noroeste do

Paraná, sendo uma cidade pequena porte, com 3.585 habitantes, segundo dados do

IBGE/2010. Sempre teve sua atividade econômica voltada para a produção agrícola.

Sendo que em um passado próximo tinha como característica a agricultura diversificada

mas, devido às grandes dificuldades enfrentada pelos produtores e a falta de incentivo por

parte do estado brasileiro, os agricultores começaram a se dedicar ao cultivo da cana-de-

açúcar, por apresentar boa lucratividade e facilidades de créditos junto ao governo e às

instituições financeiras.

Por ser um município pequeno, que como já mencionamos, tem sua economia

voltada para a produção agrícola, sendo a principal atividade geradora de empregos, a

maioria dos moradores, de forma direta ou indireta está envolvida com a produtividade da

cana-de-açúcar. Observa-se que se por um lado esta atividade é muito questionada,

principalmente na questão ambiental, por outro se impôs como uma alternativa para os

proprietários de terras das cidades pequenas, maior lucratividade para os produtores, ao

mesmo tempo, gerando oportunidades de emprego e renda para os trabalhadores desta

localidade, sendo esta a condição do momento.

Nosso objetivo foi entender os impactos desta atividade para a economia e

população de Itaúna do Sul, sendo que consideramos importante, para os educandos,

conhecerem a história de sua região e de seu município, seu desenvolvimento econômico

e social, percebendo as mudanças que se processam no interior da sociedade,

impulsionada pela nova atividade econômica. Para tanto, além do levantamento histórico

da economia da cidade e do cultivo de cana-de-açúcar no Brasil, foram desenvolvidas

com os alunos, várias pesquisas de campo com trabalhadores rurais, comerciantes e

trabalhadores e representantes do poder político e econômico local.

Para facilitar nossa exposição dividimos o texto em três partes, sendo que

iniciaremos com uma breve discussão sobre as possibilidades do uso da história local na

sala de aula, em seguida apresentaremos aspectos da história de Itaúna do Sul e a

questão da produção de cana-de-açúcar no âmbito local e nacional. Por fim, realizamos

um breve relato dos resultados obtidos com o projeto.

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2. A história local e ensino de história

No projeto de intervenção pedagógica que realizamos intitulado ―Os impactos

sociais e econômicos do cultivo da cana-de-açúcar em Itaúna do Sul (2005-2010)‖,

buscamos fazer uma abordagem histórica mais regionalizada, abordando como se deu a

ocupação da região Noroeste a da cidade de Itaúna do Sul, bem como foi abordado os

aspectos econômicos da ocupação da região para enfim poder realizar uma explicação da

exploração da terra na atualidade. Sendo assim, foi necessário primeiramente discutir o

conceito de região e de história regional.

O conceito de história regional e local foi muito discutido no inicio dos anos de

1980. Sendo que por muito tempo foi vista como sinônimo de uma história menor,

―caracterizada como mera narração e descrição dos fatos, sem nenhuma preocupação de

ordem teórica e metodológica‖ (RECKZIEGEL, 1999, p. 20) ou por ser escrita por

representantes locais de oriundos diversos segmentos e não por historiadores, que

geralmente estavam ligadas aos interesses das elites locais.

O debate sobre sua relevância veio a tona com a renovação historiográfica da

Nova História Francesa que se abriu possibilidades de estudos de novos temas e formas

de abordagens, tais como o cotidiano, imaginário e as representações coletivas, nos

estudos de Emmanuel Le Roy, por exemplo, estabelecendo relações entre a história

regional e a história geral. Em outra vertente surgiram importantes estudos, grandes

contribuições e discussões teóricas, se deu por influência da História Social Inglesa ―ao

recuperar a experiência social de outros sujeitos históricos até então relegados pela

historiografia tradicional elegeram como objeto de estudo não mais os grandes temas,

mas, sobretudo os micro-temas, tendo como referência a história local‖ (ORIA

FERNANDES, 1995, p. 46). Desta forma, com a história regional e local, busca-se

produzir narrativas históricas que incorporarem os fenômenos históricos da região,

conseqüentemente do município ao invés de ser fundamentada em temas distantes.

A história regional e local dialoga com geografia, buscando nesta ciência categorias

importantes como de espaço, território e região.

Quanto ao conceito de região a que se considerar que não existe um consenso, havendo

acepções variadas e até mesmo contraditórias. Neste sentido, a região não é mais vista apenas como

região natural, mas sim carregada de sociabilidades, identidades e representações, tais como

apresentada a seguir:

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A região constitui uma estrutura, por isso possui uma identidade que permite diferenciá-la de seu entorno. Essa personalidade regional possibilita sua delimitação a partir compreensão da especificidade que ela contém. Como qualquer segmento do espaço, é dinâmica, historicamente construída e faz parte da totalidade social; portanto, suas características internas são determinadas e determinantes de sua interação como um todo. No entanto, apesar de suas relações com o sistema maior a região possui relações internas autônomas que lhe confere caráter próprio e

diferenciado. (RECKZIEGEL, 1999, p. 20)

Como vemos, a explicação exposta permite perceber que a região está mais

próxima dos fatores históricos e culturais que naturais. A região é uma construção antes

de tudo humana, e, portanto, submetida a uma determinada historicidade. A autora

destaca ainda, a questão da interação como todo e a relevância de suas características

particulares. Desta forma, a história regional e local permite aos historiadores investigar

atividades de comunidades em território ―com a identificação das suas interações internas

e articulações exteriores, na perspectiva da totalidade histórica, como meio de se alcançar

o conhecimento de viveres e saberes em dimensões inatingíveis por outras abordagens

sistêmicas ou de abrangências espaciais mais amplas‖ (NEVES, 2008).

Como a história regional ganhou mais destaque no mundo acadêmico também

passou a despertar atenção como possibilidade metodológica no ensino de história no

Ensino Fundamental. Desta forma, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do

Paraná de História (2008) coloca ênfase no estudo e no ensino da história local como

mais uma opção metodológica, isto faz com que, o aluno perceba que também é sujeito

da história, que sua comunidade contribuiu com a formação do estado do Paraná e do

Brasil. Neste sentido, a história ganha outro significado para o jovem estudante, se torna

viva e abre possibilidades para o maior entendimento da realidade do qual está inserido.

Seguindo está lógica, no qual o ensino de história deveria ter maior significado

para os estudantes que o estudioso José Ricardo Oirá Fernandes assevera:

Hoje, todos nós sabemos que a finalidade básica do ensino de história na escola é fazer com que o aluno produza uma reflexão de natureza histórica, para que pratique um exercício de reflexão crítica, que o encaminhe para outras reflexões, de natureza semelhante, na sua vida e não só na escola. Afinal de contas, a história produz um conhecimento que nenhuma outra ciência produz e nos parece fundamental para a vida do homem – individuo eminentemente histórico. (Fernandes, 1995, p. 03)

Entretanto, para que haja uma melhor compreensão por parte do aluno de que a

história não é um processo pronto e acabado, que estes jovens e a comunidade em que

vivem e atuam, também faz parte do processo histórico mais amplo, faz-se necessário

desenvolver uma consciência histórica que tenha uma função prática no qual o próprio

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aluno venha ser investigador, interessado pela sua história e de seus antepassados,

podendo elaborar projetos para seu futuro e dos que os rodeiam.

Neste sentido, Schimdt esclarece que:

Uma realidade local não contém em si mesma, a chave de sua própria explicação, pois os problemas culturais, políticos, econômicos e sociais de uma localidade explicam-se, também, pela relação com outras localidades, outros países, até mesmo, por processos históricos mais amplos (SCHMIDT e CAINELLI, 2004, p.112).

Partindo dessa compreensão, percebe-se então, que a história local não é

independente, é o resultado da própria história do país, ou seja, a história local está

vinculada a uma história mais ampla, havendo uma articulação entre história local,

regional, continental e mundial; de modo a proporcionar o estabelecimento de relações

de suas próprias experiências e lutas cotidianas com as experiências e lutas de

outras pessoas em outros locais e épocas, construindo assim sua identidade social.

O trabalho com a história local pode, ainda, ser instrumento para construção de uma

história mais plural, menos homogênea, que não silencie a multiplicidade de vozes dos

diferentes sujeitos da história; pois facilita a construção de problematizações com

exemplos mais próximos de suas vivências, bem como, perceber histórias que foram

silenciadas (SCHMIDT; CAINELLI, 2004, p. 114);

As historiadoras Marlene Cainelli e Maria Auxiliadora Schimdt alertam para as

dificuldades de se trabalhar com a história local, pois, de modo geral, as obras sobre

história local reportam-se à história de pequenas localidades, escritas por pessoas

de diferentes segmentos sociais, não necessariamente historiadores, acrescenta-se a

estas observações a escassez de fontes primárias e secundárias e de obras de

referências que dêem conta da historicidade mais geral da região. (CAINELLI; SCHMIDT,

2004, p.111).

3. A história regional e nacional e suas relações com a produção de cana-de-

açúcar.

Como mencionamos acima o estudo da história local pode ser uma opção

metodológica que enriquece e inova a relação de conteúdos a serem abordados, além de

promover a busca de produções historiográficas diversas. Tendo como perspectiva a

analise da história local o foco de nosso projeto se volta para o estudo da economia de

Itaúna do Sul e os impactos após a expansão do cultivo de cana-de-açúcar. Para tanto,

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faz-se necessário um entendimento histórico do desenvolvimento econômico da região e

do município.

Para entendermos a importância da economia da cana-de-açúcar no município,

torna-se relevante estabelecer relações históricas entre a importância da economia da

cana para o Brasil e o mundo. Para tanto, será necessário partir do estudo da descoberta

de seu cultivo por volta de 6000 a.C. perfazendo sua trajetória na história econômica

mundial através dos tempos.

Desta forma, foi na Nova Guiné, na Ásia, que o homem teve o primeiro contato

com a cana-de-açúcar. Nessa época, descobriu-se a forma de extrair o açúcar da planta e

transformá-lo em um produto sólido, semelhante à rapadura. Mais tarde, este processo

foi aperfeiçoado e o produto passou a ser produzido em pequenos grãos cristalizados,

que eram mais fáceis de ser guardados e transportados.

De Nova Guiné, a planta foi levada para a Índia, onde originou-se a palavra

―açúcar‖, derivado de ―shakkar‖ ou açúcar em sânscrito, antiga língua da Índia, chegando

até nós por meio dos árabes, que o chamam al-sukkar. Da Índia, o produto foi levado

pelas tropas de Alexandre, o Grande, para a Grécia e para Roma.

Monges budistas levaram o açúcar para a China e, pelas mãos de mercadores,

passou a ser cultivada, também, em regiões do Oriente Médio. Somente no século VIII

d.C., com a conquista da Península Ibérica pelos árabes que aperfeiçoaram o processo

de fabricação, o produto chegou ás mesas da Espanha e de Portugal e daí para outros

países, e este passou a ser consumido por reis e nobres europeus.

E não só o algodão, o bicho-da-seda e a laranjeira introduziram os árabes e

mouros na Península: desenvolveram a cultura da cana-de-açúcar que, transportada

depois da Ilha da Madeira para o Brasil, condicionaria o desenvolvimento econômico e

social da colônia portuguesa na América. Dando-lhe organização agrária e possibilidades

de permanência e fixidez. O mouro forneceu ao colonizador do Brasil os elementos

técnicos de produção e utilização econômica da cana (FREYRE, 1998, p., 212).

Segundo Caio Prado Junior, no ano 1532, Martim Afonso de Sousa trouxe para

o Brasil as primeiras mudas de cana-de-açúcar, e iniciou o seu cultivo na capitania de

São Vicente, com poucos recursos por parte dos produtores, como explica o autor:

A perspectiva principal do negócio está na cultura da cana-de-açúcar. Tratava-se de um produto de grande valor comercial na Europa. Forneciam-no, mas em pequena quantidade, a Sicília, as Ilhas do Atlântico ocupadas e exploradas pelos portugueses desde o século anterior (Madeira, Cabo Verde), e o Oriente de onde chegava por intermédio dos árabes e dos traficantes italianos do Mediterrâneo. (PRADO JUNIOR, 1994, p.32)

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Como exposto acima, podemos entender que o inicio da ocupação efetiva do

Brasil teve como base a economia da cana-de-açúcar. Esta atividade seria a atividade de

maior importância, como assevera o autor:

Durante mais de século e meio a produção do açúcar representará praticamente a única base em que assenta a economia brasileira. Aliás sua importância, mesmo internacional, é considerável. Até meados do século XVII o Brasil será o maior produtor mundial de açúcar, e somente então que começarão a aparecer concorrentes sérios: as colônias da América Central e Antilhas (PRADO JUNIOR, 1994, p.38-39).

A história da cana-de-açúcar no país se confunde com a própria história do Brasil.

Presente desde a fundação das primeiras cidades até o desenvolvimento da tecnologia

de automação, ela criou relações entre si que ultrapassam muito do que somos hoje.

Atualmente, cerca de um terço das terras cultivadas com cana está no Brasil, graças ao

clima, tipo de solo e da herança colonial do país. Já no começo do século XX, eram 300

mil hectares plantados com cana no território brasileiro. Desde então, o crescimento

ocorreu de modo gradual, mas com alguns saltos importantes. O primeiro deles

aconteceu nos anos 50, quando estados do Centro-Sul, como São Paulo, Paraná e Minas

Gerais passaram e assumiram parte da produção.

Duas décadas depois, em 1975, o Programa Governamental de Incentivo ao

Etanol (Pro-álcool), encarregou-se de triplicar a produção. No ano de 1980, o Brasil

ultrapassou a Índia e assumiu o topo do ranking mundial. O impulso final veio com a

entrada no mercado dos veículos com motor Flex, em 2003. Hoje, o setor sucroenergético

nacional, produz anualmente cerca de 645 milhões de toneladas. A região Centro-Sul

detém quase 90% desse total. (PRADO JUNIOR, 1994, p. 41)

Durante o ciclo da cana-de-açúcar no Brasil Colônia, no Paraná, não se cultivava

a cana-de-açúcar, este participava apenas fornecendo mão-de-obra indígena, como

coloca Steca e Flores:

O Paraná participou da economia açucareira, na fase da colonização, apenas como fornecedor de uma parte dos índios escravizados, que foram retirados dos aldeamentos localizados em seu território, e vendidos para trabalharem nos engenhos de Pernambuco, e em outros Estados do Nordeste açucareiro, além de São Paulo e Minas Gerais. (STECA; FLORES, 2002, p.176).

Tradicionalmente, o Estado do Paraná, é conhecido por sua economia agrícola,

não sendo diferente com a colonização ocorrida no Norte e Noroeste do estado, ―desde

fins do século XIX, que as terras no Norte do Paraná apresentavam-se aos olhos de

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paulistas e mineiros, plantadores de café, como favoráveis para o incremento do cultivo

do produto. Historicamente, a ocupação daquela parte do Paraná inicia-se como

resultado da expansão do café‖. (CANCIAN, 1981, p. 11)

A ocupação das terras do interior do estado, embora tenha se iniciado pela região

Norte na década de 1930, somente nos anos de 1940 que se inicia na porção Noroeste,

tendo nas lavouras de café a sua principal sustentação econômica e, ao mesmo tempo o

principal motivo que vai justificar o rápido e intenso processo de comercialização dos lotes

rurais.

A ocupação pelas lavouras de café começa a se esgotar nos anos de 1960,

quando finda-se também a marcha da colonização na região Norte e, particularmente na

sua porção Noroeste. Considerando que praticamente todos os lotes negociados foram

ocupados pelo mesmo tipo de lavoura, o café.

A queda nos preços vai justificar uma série de medidas tomadas pelo Estado, no

sentido de desestimular a atividade cafeeira na região e de convencer os agricultores a

optarem por uma nova forma de cultivo, mais rentável e mais segura que o café. Sobre

este assunto comenta Nadir Aparecida Cancian:

Na década de 1950 esgotou-se rapidamente a disponibilidade de terras no Norte Novo e na década de 1960, no Norte Novíssimo. Quando se deu o deslocamento, breve e temporário, do centro dinâmico da produção para o Norte Novíssimo, a queda de preços provocada por uma nova fase de superprodução, as terras menos propícias (arenito Caiuá abundante) se constituíram em novo desestímulo e o IBC/GERCA ofereceu em dois programas consecutivos (1962 e 1966) alternativas de racionalização agrícola, com erradicação paga e financiamento da substituição do café por lavouras temporárias e pastagens. (CANCIAN, 1981, p. 11)

No entanto, alguns agricultores ainda resistem, mas encontram sua maior barreira

em meados dos anos 1970, quando fortes geadas destroem completamente os cafezais

da região. Com a decadência da economia do café, outras culturas vem sendo adotadas

para substituí-lo, sempre atendendo ao mercado econômico.

O desenvolvimento do capitalismo provoca transformação. Ao se expandir, o

capitalismo encontra espaços com peculiaridades sociais, políticas e culturais diante das

quais adaptar-se para lograr sua implantação. Flexível, o capitalismo assume, por

conseguinte, colorações diversas sobre a superfície do planeta, conservando e/dando

novos significados a certos aspectos das culturas e dos espaços nacionais, regionais e

locais‖. (PINSKY, 2009, p. 138)

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Nas últimas décadas, a paisagem da região Noroeste do Paraná vem sofrendo

transformações representadas pelas lavouras da cana-de-açúcar, que criou profundas

alterações no campo e uma nova dinâmica nas cidades.

Considerando que as lavouras de cana passaram a avançar para atender aos

apelos do mercado de combustíveis automotivos, sem levar em conta, as condições

ambientais e sociais e as características construídas no decorrer do processo histórico,

baseado na pequena propriedade, a fixação do homem no campo e as lavouras de café

associadas a lavouras de subsistência. Ainda, que no campo, a incorporação de novas

tecnologias e a utilização de máquinas como tratores e colheitadeiras, fizeram com que o

trabalhador rural passasse a morar na cidade, tornando-se assim os chamados boias-frias

ou trabalhadores temporários.

Um estudo exemplar sobre o trabalho dos cortadores de cana foi realizado por

Marcos Henrique Broietti:

A expressão boia-fria é utilizada porque este trabalhador, geralmente, é contratado para desempenhar suas tarefas em pequenos intervalos de tempo, na maioria dos casos não se fixando no local de trabalho, viajando diariamente para o mesmo. Leva sua marmita ou caldeirão com alimento que lhe servirá de almoço e, normalmente, não tem como aquecê-la. (BROIETTI, 2000, p. 33).

Essa população enquanto residia no campo, dedicando-se a lavoura cafeeira, o

trabalho era realizado por pessoas da própria família que moravam na propriedade, sem

pagar aluguel, produzia-se lavoura de subsistência, criava-se animais para o consumo,

portanto dependia pouco do comércio local.

Após a mudança dessa população para a cidade, algumas ainda continuavam

trabalhando no campo, contudo, com intensas mudanças na sua relação de trabalho, pois

agora o seu transporte passa a ser feito por caminhões ou ônibus, passando a ser

assalariado ou diarista, tornando-se dependente do comércio local.

Com a decadência da economia cafeeira a partir de 1975, no Noroeste

paranaense surge então a mecanização no campo, a expropriação da terra, onde a

pequena propriedade começa a desaparecer e dá-se início a um grande êxodo rural.

Não sendo diferente, no município de Itaúna do Sul, localizado na região do

extremo Noroeste do Estado do Paraná, segundo o documento Plano Diretor Municipal de

Itaùna Do Sul (2008).

A década de 1970, foi o período em que ocorreu as maiores transformações na estrutura produtiva do Noroeste do Paraná, no qual a cafeicultura deu lugar a pastagens extensivas ou a lavouras temporárias mecanizadas, deprimindo severamente as relações de produção no

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campo. Em Itaúna do Sul, a cafeicultura foi substituída pela pecuária extensiva e por lavouras permanentes e temporárias, sendo todas essas atividades praticadas em propriedades cada vez maiores e com menos emprego de mão-de-obra, o que veio a provocar a expulsão de pequenos produtores e a maciça migração de trabalhadores rurais do campo. Com isso, a população do Município residente no meio rural, que era de 3.517 habitantes em 1970, caiu para apenas 1.657 em 2000, com um decréscimo de 52,9% em 30 anos. (Plano Diretor Municipal, 2008).

Fazendo parte da Região Noroeste do Estado do Paraná, estando inserido neste

contexto histórico, assim sendo é que se pretende desenvolver este trabalho de pesquisa

e produção que se dará inicialmente com um estudo de textos sobre a história e a

importância da cana-de-açúcar e sua trajetória até os dias atuais; também se faz

necessário um estudo sobre a Região Noroeste e do município de Itaúna do Sul.

Nessa perspectiva de mudança de escala, que passa de um olhar da História

Geral para uma analise da História Local cujo objetivo é possibilitar ao aluno que tenha a

compreensão de sua dinâmica social e se perceba enquanto sujeito histórico.

4. Estudando a economia do município entendo a história local

A fim de discutir estas questões com os alunos elaboramos um projeto de

intervenção pedagógica na Escola Estadual Machado de Assis - Ensino Fundamental,

no Município de Itaúna do Sul, com os alunos da 7ª série (8º ano), de 2011. Para tanto

produzimos um material didático específico no formato de uma unidade didática.

O trabalho foi desenvolvido durante as aulas e contou muito com várias pesquisas

de campo, realizadas em período de contra turno dos alunos. O produto destas pesquisas

de campo foi a elaboração de textos com a posição inicial dos alunos sobre o tema e ao

final foi realizada a comparação dos textos produzidos pelos alunos participantes do

projeto para verificação de aprendizagem. Também foram produzidas tabelas e gráficos

comparativos apresentados na forma de cartazes.

Com este trabalho os alunos compreenderam sobre a história local. Como a

história do município não está escrita nos livros didáticos distribuídos pelo governo

federal, raramente eles tem contato com sua própria história, na qual geralmente podem

figurar pessoas conhecidas, familiares, locais sagrados, espaços de sociabilidade da

cidade, governos municipais, etc. Para tanto, foi necessário trabalhar com fotografias

antigas, documentos do município, mapas, e historiografia que abordava a ocupação da

região.

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Em suas produções ficaram marcadas as transformações por que vem passando

a cidade, devido o grande êxodo rural, marcado pela desativação da mão-de-obra fixa na

cultura cafeeira. Os habitantes oriundos deste êxodo fixaram residência na cidade e

dependiam de serviços temporários na região, chegando a trafegar até 80 km em busca

de diárias, em virtude de os proprietários não mais aceitarem residências em suas

propriedades devido aos grandes transtornos com os sindicatos rurais.

No texto do aluno de 13 anos/8º ano, nota-se a compreensão destes fatores e a

visão que o trabalho de entrevistas possibilitou em relação às transformações que a

cultura canavieira trouxe ao município de Nova Londrina:

Eu não sabia porque as pessoas tiveram que deixar o sítio e mudar para a cidade. Mais (sic) foi por causa dos acertos que os empregados pediam quando tinham que sair dos sítios ou eram mandados embora pelo patrão quando acabava (sic) os serviços. Aí eles tiveram que mudar para a cidade e trabalhar em diárias onde tivesse. Com a chegada da cana-de-açúcar abriu espaço para eles trabalharem boa parte do ano, porque a Copagra contrata eles para cortar a cana de todas as fazendas que tem o plantio e isto é bom porque eles não precisam mudar da cidade e não falta emprego para aquele pessoal que tiveram que sair das casas dos sítios. Teve um político que falou que nossa cidade recebe imposto do álcool que é produzido aqui. Não sei se é verdade. (aluno do 8º ano da Escola Estadual Machado de Assis, Itauna do Sul/ grifos nossos).

Como podemos ver o estudante conseguiu compreender o processo de

expropriação da terra, ocorrido principalmente nas décadas de 1970 e 1980.

Consequentemente a condição do trabalhador no passado, quanto a condição de trabalho

no presente alguns aspectos importantes foram levantados pelo aluno, como por

exemplo, as questões consideradas como positivas no momento, como o emprego, que

como vemos, é temporário por causa do avanço da tecnologia, a questão desta qualidade

deste emprego também deve ser considerada e discutida com os estudantes. Chama

atenção o fato de mencionar os impostos, se ficam na cidade ou não, e se a cana trouxe

mais movimentação de dinheiro para a cidade por outro lado não se configurou em

recursos e investimentos de longo tempo. Consideramos muito rica a compreensão do

aluno sobre o processo histórico e as questões levantadas que podem ser retomadas pelo

professor nas aulas seguintes.

Já a aluna de 14 anos/ 8º ano, abordou a importância de a escola ir até a

comunidade e conhecer sua história:

Notei que as pessoas que conversamos ficavam orgulhosas de poder contar a história de vida delas e em saber que a escola se preocupa com isso. Pude aprender que as coisas acontecem de acordo com as

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vontades dos grande proprietários, porque eles acabaram com as colônias que existiam quando tinha muita plantação de café e hoje ainda tem café e outros produtos, só que a mão de obra é das mesmas pessoas que ao precisam de carteira profissional (sic). A chegada da cana de açúcar em nosso município veio trazer de novo a possibilidade de carteira assinada e de emprego para boa parte do ano. Alem disto os trabalhadores não chegam mais tarde em casa, de quando eles tinham que andar em caminhões quase 100 km para ir e vir, nas roças da região. Notei também que eles conversam com filhos e netos para valorizarem as escolas, pois não querem que eles tenham que ganhar a vida como cortadores de cana. Conheci somente uma família que tinha um parente que trabalhava no escritório da Copagra. A gente fica feliz porque sabe que o álcool produzido pelo trabalho de pessoas de nossa cidade está no tanque de muitos carros de nossa região e um vereador falou que o imposto disto vem para nosso município. (aluna do 8º ano da Escola Estadual Machado de Assis, Itauna do Sul/ grifos nossos)

A citada acima, também demonstrou ter assimilados ideias históricas sobre o

processo de desenvolvimento da região e da cidade, uma vez que se remete ao papel

exercido pelos grandes proprietários da região, também coloca em discussão muitos

fatores relacionados a preocupação com o trabalho e o emprego. Fato que deve ser

considerado, foi a consciência que o produto (mercadoria) é fruto do trabalho coletivo da

cidade e região e não de uma indústria, bem como, retoma a questão dos impostos, que

também pode ser retomado com os alunos.

5. Considerações Finais

A importância do estudo da história local está na tentativa de fazer com que o

educando reaprenda e valorize a historicidade de sua comunidade e, de sua própria

história. Mostrar ao educando que o mesmo é partícipe da história e torná-la importante é

o principal desafio do professor. Desmistificar o ensino de História desconstruindo o

ensino tradicional de simples memorização sistemática de datas e fatos ocorridos, para a

construção de um estudo participativo, investigativo e crítico da realidade histórica das

comunidades e seus membros.

Ao inserir a história local através do estudo do cotidiano, o professor consegue

aproximar a realidade com a história, trazendo significado para o aluno, contribuindo na

sua formação para a vida, valorizando, respeitando e resgatando as diversas culturas

existentes na comunidade.

Ao fazer um estudo da história local o ensino de história ganha um novo sentido,

e o envolvimento da comunidade e dos alunos fazem com que aja um maior interesse,

pois estarão redescobrindo sua própria história e cultura.

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A introdução da história do cotidiano como objeto de estudo escolar requer que se

explorem as possibilidades inerentes do cotidiano, sem se limitar a constatar o ―real‖ ou

as motivações possíveis para alunos pouco sensibilizados com a História escolar mais

tradicional. ―O cotidiano deve ser utilizado como objeto de estudo escolar pelas

possibilidades que oferece de visualizar as transformações possíveis realizadas por

homens comuns, ultrapassando a idéia de que a vida cotidiana é repleta e permeada de

alienação.‖ (BITTENCOURT, 2004).

Quanto ao conteúdo em questão, cana-de-açúcar, foi interessante o interesse dos

alunos em conhecer melhor sobre a origem, a plantação, o destino da produção, a

produção do álcool, etc. Isto acontecendo após as visitas em propriedades, entrevistas

com trabalhadores, proprietários, funcionários da destilaria e, até mesmo com autoridades

do município. Nestas visitas, conversas, demonstravam interesse em entender os

processos de produção, desde o arrendamento das terras pela Copagra – Cooperativa

Agrária dos Cafeicultores de Nova Londrina – o plantio, o tempo de maturação, a colheita,

transporte, moagem, usinagem, processos de purificação, estoque, comercialização.

As discussões sobre cada etapa mencionada traziam aos alunos a possibilidade

de interdisciplinaridade, pois conseguiam relacionar os conteúdos trabalhados pelos

professores de Ciências, Matemática e Geografia com o que estava sendo trabalhado nas

aulas de história.

Sabemos que a realização deste projeto foi apenas um inicio de trabalhos e

estudos que devem ser aprofundados e ampliados no interior da escola, por esta razão a

questão não tem a intenção de se encerrar aqui.

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Referências Bibliográficas

BITTENCOURT,Circe M.F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.

BROIETTI, Marcos Henrique. Os Assalariados Rurais Temporários da Cana. São Paulo: CUT/Integração, 2000.

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FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história: experiências, reflexões e aprendizados. São Paulo: Papirus, 2003.

FREYRE, Gilberto. Casa-Grande e Senzala. 34ªed. Rio de Janeiro: Ed. Record ou Afiliada, 1998.

GADOTTI, Moacir. Diversidade Cultural e Educação Para Todos. São Paulo: Graal,1992.

NEVES, Erivaldo F. História e região: tópicos de história regional e local. Revista Ponta de Lança, São Cristóvão, v.1, n. 2, abr.-out. 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica-História. Curitiba: SEED-Pr, 2008.

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PRADO, JR. Caio. História Econômica do Brasil. 41ªed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.

RECKZIEGEL, Ana Luzia. História Regional: dimensões teórico-conceituais. Revista História: debates e tendências. Passo Fundo:PPH/UPF , v. 1, n. 1, junho/1999.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Ed. Scipione, 2004.

STECA, Lucinéia Cunha; FLORES, Mariléia Dias. História do Paraná do Século XVI à Década de 1950. Londrina : Ed. UEL, 2002.

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Locais consultados e sites:

EMATER. Escritório de Itaúna do Sul, 2010.

Sindicato dos trabalhadores Rurais de Nova Londrina, 2010.

ITAUNA DO SUL, Plano Diretor Municipal de Itaúna do Sul. Volume I, 2008.

Site: http://www.municipioscanavieiros.com.br acessado no dia 17/04/2011.

http://mais.uol.com.br/view/oi3ig17k2f26/fazenda-babilonia 0402386EC4C10346?types=A& Acessado no dia:28/06/2011.