ensino de relações públicas: uma proposta de estrutura curricular
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INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao
XXIV Congresso Brasileiro da Comunicao Campo Grande /MS setembro 2001
ENSINO DE RELAES PBLICAS:
UMA PROPOSTA DE ESTRUTURA CURRICULAR
Dra. Cludia Peixoto de Moura
(FAMECOS/PUCRS)
Este trabalho versa sobre a aplicao das diretrizes curriculares na Comunicao Social,
no que tange a habilitao em Relaes Pblicas, possibilitando a elaborao de uma nova
estrutura modular proposta para a formao na rea. Como metodologia foram utilizadas: a) a
tcnica de pesquisa bibliogrfica, que abordou investigaes anteriormente feitas em Relaes
Pblicas, dirigidas questo do novo currculo para a rea; b) a tcnica de pesquisa documental,
que possibilitou o estudo do documento final das diretrizes curriculares encaminhadas
aprovao no Conselho Federal de Educao CFE/MEC.
As pesquisas realizadas a respeito do currculo adequado para o curso datam de 98. Por
ocasio do Frum do Movimento pela Qualidade de Ensino e Encontro Nacional dos
Representantes de Entidades de Comunicao (INTERCOM, ABECOM, ENECOS, COMPS,
FENAJ, UCBC)xii, ocorrido na Universidade Federal de Pernambuco, dia 10 de setembro de
1998, realizamos um levantamento da posio dos participantes do evento a respeito da questocurricular do Curso de Comunicao Social, mediante a aplicao de um questionrio O Frum
contou com a representao das entidades acima citadas que apresentaram suas posies sobre o
assunto, contribuindo para o debate com os participantes, durante o XXI Congresso Brasileiro de
Cincias da Comunicao, promovido pela INTERCOM, na cidade de Recife.
Na ocasio 40 questionrios foram respondidos por docentes interessados no assunto, de
29 Instituies de Ensino Superior que possuem o Curso de Comunicao Social com uma, duas
ou trs habilitaes (Jornalismo, Relaes Pblicas, Publicidade e Propaganda), sendo utilizados
para a tabulao dos dados, que revelou diferentes posies, informaes e conhecimento sobre o
assunto. Os dados obtidos demonstram suas posies a respeito das seis questes do instrumento
de pesquisa. relevante o registro das Matrias ou disciplinas do Tronco Comum, da Resoluo
n 02/84, que, na opinio dos pesquisados, devero ser conservadas. Foi considerado, para o
trabalho, as matrias que obtiveram percentual acima de 50%, pois este valor demonstra que mais
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da metade dos respondentes indicaram tais contedos. So elas, em ordem decrescente de
percentual:
com 92,50% Teoria da Comunicao com 87,50% Teoria e Mtodo de Pesquisa em Comunicao
com 85,00% Sociologia (Geral e da Comunicao)
com 80,00% Filosofia
com 80,00% Lngua Portuguesa - Redao e Expresso Oral
com 60,00% Psicologia
com 60,00% Histria da Comunicao
com 57,50% Realidade Socioeonmica e Poltica Brasileira
com 50,00% Cultura Brasileira
Como resultado, h nove matrias indicadas, sendo que quatro delas apresentam a palavra
Comunicao em sua denominao, e as outras cinco esto relacionadas formao social e
humanstica. Igualmente, matrias ou disciplinas da parte especfica da habilitao em Relaes
Pblicas, da Resoluo n 02/84, foram avaliadas pelos pesquisados. Apenas 30 docentes nesta
habilitao indicaram as matrias a serem conservadas no novo currculo. E, das sete matrias
apresentadas (Resoluo n 02/84), todas obtiveram um percentual superior a 50%, conforme
pode ser observado: com 86,66% Planejamento de Relaes Pblicas
com 83,33% Lngua Portuguesa Redao e Expresso Oral
com 76,66% Teoria e Pesquisa de Opinio Pblica
com 73,33% Tcnicas de Relaes Pblicas
com 73,33% Legislao e tica de Relaes Pblicas
com 63,33% Tcnica de Comunicao Dirigida
com 56,66% Administrao e Assessoria de Relaes Pblicas
Nesta pesquisa, os docentes tambm sugeriram matrias ou disciplinas para compor o
novo currculo da habilitao em Relaes Pblicas. O resultado foi o seguinte:
Novas Tecnologias de Comunicao/Multimdia(Novos Meios)
Marketing em Comunicao (Tcnicas)
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Cincias Sociais/Sociologia/Sociologia das Organizaes
Comunicao Organizacional
Teorias de Relaes PblicasO fato dos docentes indicarem matrias ou disciplinas j contempladas na Resoluo n
02/84 (MEC) demonstra uma falta de conhecimento do Currculo Mnimo para o Curso de
Comunicao Social. Este o caso da indicao de Sociologia, embora a nfase em Organizaes
tenha sido identificada em algumas respostas.
Outro aspecto relevante o registro das opinies de representantes de entidades a respeito
de questes relacionadas ao ensino da Comunicao. Para tanto, na coleta de dados utilizamos a
tcnica de Entrevista a fim de obter informaes junto aos referidos representantes das entidades
selecionadas. Estas possuem abrangncia nacional, representam a classe profissional nas trs
reas (Jornalismo, Relaes Pblicas, Publicidade e Propaganda), representam as instituies de
ensino, com Cursos de Comunicao Social, em nvel de graduao, e em nvel de ps-
graduao, representam os pesquisadores e os estudantes da rea da Comunicao.
A partir dos registros das opinies dos entrevistados, representantes da FENAJ,
CONFERPxii, APPxii, ABECOM, INTERCOM, COMPS, ENECOS, foi possvel estabelecer a
tendncia observada como resposta para a pauta utilizada na entrevista. Uma das questes
pertinentes ao trabalho foi a sugesto dos entrevistados para as novas diretrizes curriculares. Demodo geral foi indicado:
liberao, flexibilizao dos currculos;
projetos interdisciplinares;
diversidade de projetos acadmicos/pedaggicos;
valorizao dos aspectos regionais;
indicao de 4 ou 5 contedos;
indicao das Cincias Sociais como Psicologia, Histria, Filosofia,
Antropologia, Sociologia para compor os contedos;
indicao de disciplinas de anlise do prprio mercado (do fazer da
profisso);
suporte nas novas tecnologias;
equilbrio entre matrias tericas e prticas;
ensino fora da sala de aula;
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De modo especfico, o representante do CONFERP sugeriu o desenvolvimento da
capacidade de inter-relacionar conhecimentos, das habilidades de gesto, de conduzir o processo
administrativo, mediante disciplinas para estimular o pensamento mercadolgico.As sugestes identificadas na pesquisa realizada junto a docentes tambm indicam
algumas matrias para compor um novo currculo. Isto nos permite afirmar que os novos
contedos curriculares sugeridos esto atrelados tecnologia, produo das mensagens e s
instituies, apresentando um vnculo com a Comunicao. Na verdade, h uma confirmao das
expectativas dos docentes pesquisados e dos entrevistados em relao ao novo currculo para o
curso.
Quanto s Diretrizes Curriculares elaboradas para a rea, sua definio coube Comisso
de Especialistas de Ensino em Comunicao, da Secretaria de Educao Superior - SESu/MEC.
Apesar de serem genricas, apresentam parmetros para os Cursos de Comunicao Social, com
uma ou mais habilitaes. O estudo desta questo motivou muitos debates, crticas e sugestes,
sendo constatada uma grande influncia da rea de Jornalismo na verso final do documento. Nos
tpicos de estudo, temas abrangentes foram identificados, permitindo que os cursos sejam
diferenciados em todo o Pas. A diversidade uma possibilidade para as instituies de ensino
elaborarem projetos pedaggicos/acadmicos inovadores.
A verso final do documento das Diretrizes Curriculares para a rea da Comunicao
Social contm caractersticas relevantes para a elaborao da nova estrutura curricular do curso, a
ser dividida em duas partes: contedos bsicos relacionados ao contexto da sociedade (indicados
pelo MEC) e contedos especficos definidos pela prpria Instituio de Ensino Superior. No
existe um elenco de matrias/disciplinas obrigatrias e eletivas para o Tronco Comum e Parte
Especfica. O que h so indicaes de Tpicos de Estudo de contedos bsicos e especficos.
Quanto aos Tpicos de Estudo, estes so apresentados da seguinte forma:
a) Tpicos de Estudo Contedos Bsicos:
Relativos formao geral na rea da Comunicao e formao especfica de cada
habilitao, envolvendo conhecimentos tericos, tcnicos, prticos, reflexes e aplicaes ao
campo, numa perspectiva crtica. Para estes tpicos de estudo so indicados:
conhecimentos tericos-conceituais conceitos e teorias gerais e especficas, para
interpretar a realidade social e profissional;
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conhecimentos analticos e informativos sobre a atualidade informao como
matria-prima essencial e anlises qualificadas da realidade;
conhecimentos de linguagens, tcnicas e tecnologias miditicas domnio, reflexo,pesquisa e inovao das linguagens, tcnicas e tecnologias empregadas na
Comunicao e nas habilitaes;
conhecimentos tico-polticos atuao dos profissionais, exerccio do poder,
constrangimentos, repercusses sociais, demandas e necessidades da sociedade na
rea da Comunicao.
b) Tpicos de Estudo Contedos Especficos:
Definidos pela Instituio de Ensino Superior, envolvendo conhecimentos tericos,
tcnicos, com reflexes e prticas na rea da Comunicao e em cada uma das habilitaes
especficas, numa perspectiva humanstica, que ultrapasse os aspectos utilitrios das tecnologias.
Para estes tpicos de estudo so indicados:
parte geral dos contedos referncia ao campo geral da Comunicao, com
nfase nas questes bsicas, trabalhadas de forma terica e prtica e relacionadas
rea;
parte especfica dos contedos (habilitacional) referncia especfica profissional,
inserida no campo geral da Comunicao, com nfase nas questes bsicas,trabalhadas de forma terica e prtica, relacionada s habilitaes.
Considerando os tpicos bsicos para uma estrutura curricular na rea, possvel buscar
nos resultados das pesquisas anteriormente citadas o elenco de matrias fundamentais para a
formao adequada em Relaes Pblicas. Nas diretrizes curriculares os dois contedos (bsicos
e especficos) dizem respeito s teorias e prticas da Comunicao, sendo tratadas
simultaneamente, assim como recomendadas as perspectivas humanstica e crtica. Quanto aos
tpicos especficos, com contedos indicados pela Instituio de Ensino Superior, as sugestes
dos docentes pesquisados poderiam ser utilizadas conforme o perfil e as
competncias/habilidades traadas para identificar o seu egresso.
As informaes obtidas tanto no documento oficial como nos dados da pesquisa realizada,
permitem indicar os contedos necessrios para a formao profissional na rea. Convm
registrar que estes contedos no so disciplinas indicadas, e sim tpicos de estudo a serem
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ministrados no curso com a referida habilitao. Isto significa dizer que os contedos a serem
ministrados nos cursos com esta habilitao devem contemplar:
Quadro n 1 Tpicos de estudo para a habilitao
DIRETRIZES CURRICULARES
DOCUMENTO FINAL
SUGESTO PARA OS TPICOS DE
ESTUDO
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Contedos Bsicos relacionados ao contexto
da sociedade, formao geral na rea da
Comunicao e formao especfica decada habilitao (conhecimentos tericos,
tcnicos, prticos, reflexes e aplicaes ao
campo, numa perspectiva crtica)
conhecimentos tericos-conceituais
conceitos e teorias gerais e especficas, para
interpretar a realidade social e profissional;
conhecimentos analticos e informativos
sobre a atualidade informao como
matria-prima essencial e anlises
qualificadas da realidade;
conhecimentos de linguagens, tcnicas e
tecnologias miditicas domnio, reflexo,
pesquisa e inovao das linguagens, tcnicas e
tecnologias empregadas na Comunicao e nas
habilitaes;
conhecimentos tico-polticos atuao
dos profissionais, exerccio do poder,
constrangimentos, repercusses sociais,
demandas e necessidades da sociedade na
rea da Comunicao.
Teoria da Comunicao
Teoria e Mtodo de Pesquisa em
Comunicao
Sociologia (Geral e da Comunicao)
Filosofia
Lngua Portuguesa - Redao e Expresso
Oral
Psicologia
Histria da ComunicaoRealidade Socioeconmica e Poltica
Brasileira
Cultura Brasileira
Planejamento de Relaes Pblicas
Redao e Expresso em Relaes Pblicas
Teoria e Pesquisa de Opinio Pblica
Tcnicas de Relaes Pblicas
Legislao e tica de Relaes Pblicas
Tcnica de Comunicao Dirigida
Administrao e Assessoria de Relaes
Pblicas
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Contedos Especficos definidos pela
Instituio de Ensino Superior
(conhecimentos tericos, tcnicos, comreflexes e prticas na rea da Comunicao
e em cada uma das habilitaes especficas,
numa perspectiva humanstica, que
ultrapasse os aspectos utilitrios das
tecnologias)
- parte geral dos contedos referncia ao
campo geral da Comunicao, com nfase
nas questes bsicas, trabalhadas de forma
terica e prtica e relacionadas rea;
- parte especfica dos contedos
(habilitacional) referncia especfica
profissional, inserida no campo geral da
Comunicao, com nfase nas questes
bsicas, trabalhadas de forma terica e
prtica, relacionada s habilitaes.
Novas Tecnologias de Comunicao/
Multimdia(Novos Meios)
Marketing em Comunicao (Tcnicas)
Sociologia das Organizaes
Comunicao Organizacional
Teorias de Relaes Pblicas
Apesar das crticas Resoluo n 02/84, devido s imposies do Estado, os contedos
curriculares indicados so necessrios para a formao profissional. Com base na leitura das
ementas, cada matria da habilitao em Relaes Pblicas est vinculada a alguma atividade
especfica da profisso, identificando uma coerncia. As matrias apresentam, tanto em termos
tericos como prticos, o desenvolvimento das atividades profissionais. J a matria Legislao e
tica de Relaes Pblicas necessria a todas as atividades profissionais.
Percebemos que a busca pela qualidade do ensino em Comunicao Social est vinculada
ao desenvolvimento das competncias e habilidades no aluno em funo do perfil pretendido para
o futuro egresso do curso. Com a nova LDB, houve uma modificao na estrutura do ensino no
Pas. Os currculos mnimos impostos pelo Estado deixam de existir, determinando uma abertura
por parte do governo federal e uma responsabilidade pela qualidade do ensino por parte das
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instituies educacionais. A construo do currculo ser diferenciada nas escolas, porm os
contedos inerentes s atividades profissionais devero ser abordados. Cabe aos contedos
indicados explicitar o serefazerda profisso de relaes pblicas.Evidentemente, para a construo de um currculo adequado necessrio a definio do
perfil, competncias e habilidades pretendidas para o egresso. Os termos podem ser definidos
como:
- perfil caracterizar essencialmente e de modo sumrio o que o profissional egresso
de habilitao. Trata-se portanto do SER da profisso, explicitado de modo bsico e essencial,
por meio de uma caracterizao geral ou em poucos itensxii;
- competncias e habilidades explicitar o que um profissional deve ter condies de
fazer para se ajustar quele perfil. Trata-se portanto do FAZER da profisso, de modo concreto,
sumrio e direto, expresso em verbo no infinitivoxii;
Para Relaes Pblicas tanto o perfil como competncias e habilidades foram retiradas do
documento denominado CONCLUSES DO PARLAMENTO NACIONAL DE RELAES
PBLICAS, que foi um Frum de Debates promovido pelo Conselho Federal dos Profissionais
de Relaes Pblicas CONFERP. O resultado das discusses foi redigido em outubro de 1997,
por uma comisso nomeada pela entidade nacional, para estabelecer os consensos observados nos
fruns de debates organizados pelos Conselhos Regionais de Profissionais de Relaes Pblicas CONRERPs.
Um quadro demonstrativo foi elaborado a partir das caractersticas do perfil do egresso e
das competncias e habilidades a serem desenvolvidas na habilitao em Relaes Pblicas,
identificadas no documento final das diretrizes curriculares para a rea. Este tipo de registro
possibilitou um cruzamento de informaes relativas ao SER e FAZER da profisso, como pode
ser observado a seguir:
Perfil do Egresso: Ser o
qu?
Profissional caracterizado:
Competncias/habilidades:
O que fazer?
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Pela administrao do
relacionamento das
organizaes com seusdiversos pblicos, tanto
externos como internos,
atravs de estratgias de
comunicao
- Estabelecer programas que caracterizem a comunicao
estratgica para criao e manuteno do relacionamento
das instituies com seus pblicos de interesse- Acompanhar os desenvolvimentos de programas e avaliar
os resultados obtidos na administrao dos processos de
relacionamento das entidades com seus pblicos
Pela elaborao de
diagnsticos, prognsticos,
estratgias e polticas
voltadas para o
aperfeioamento das
relaes entre instituies,
grupos humanos organizados
- Desenvolver pesquisas e auditorias de opinio e imagem
- Realizar diagnsticos com base em pesquisas e auditorias
de opinio e imagem
- Elaborar planejamentos estratgicos de comunicao
institucional
- Fazer pesquisas de cenrio institucional
- Planejar, coordenar e executar programas de interesse
comunitrio, de informao para a opinio pblica, de
comunicao dirigida, de utilizao de tecnologias de
informao aplicadas opinio pblica, e de
esclarecimento de grupos, autoridades e opinio pblicasobre os interesses das instituies abordadas em seu
trabalho
- Coordenar o desenvolvimento de materiais de
comunicao, em diferentes meios e suportes, voltados
para a realizao dos objetivos estratgicos do exerccio da
funo de Relaes Pblicas
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Pelo trabalho na implantao
de programas e instrumentos
que assegurem estainterao, acompanhando,
avaliando e aperfeioando os
processos e produtos
pertinentes com base nos
resultados obtidos
- Desenvolver pesquisas e auditorias de opinio e imagem
- Realizar diagnsticos com base em pesquisas e auditorias
de opinio e imagem- Fazer pesquisas de cenrio institucional
- Planejar, coordenar e executar programas de interesse
comunitrio, de informao para a opinio pblica, de
comunicao dirigida, de utilizao de tecnologias de
informao aplicadas opinio pblica, e de
esclarecimento de grupos, autoridades e opinio pblica
sobre os interesses das instituies abordadas em seu
trabalho
- Coordenar o desenvolvimento de materiais de
comunicao, em diferentes meios e suportes, voltados
para a realizao dos objetivos estratgicos do exerccio da
funo de Relaes Pblicas
- Dominar as linguagens verbais e audiovisuais para seu
uso efetivo a servio dos programas de comunicao que
desenvolve- Acompanhar os desenvolvimentos de programas e avaliar
os resultados obtidos na administrao dos processos de
relacionamento das entidades com seus pblicos
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Pelo trabalho na implantao
de programas e instrumentos
que assegurem estainterao, acompanhando,
avaliando e aperfeioando os
processos e produtos
pertinentes com base nos
resultados obtidos
- Desenvolver pesquisas e auditorias de opinio e imagem
- Realizar diagnsticos com base em pesquisas e auditorias
de opinio e imagem- Fazer pesquisas de cenrio institucional
- Planejar, coordenar e executar programas de interesse
comunitrio, de informao para a opinio pblica, de
comunicao dirigida, de utilizao de tecnologias de
informao aplicadas opinio pblica, e de
esclarecimento de grupos, autoridades e opinio pblica
sobre os interesses das instituies abordadas em seu
trabalho
- Coordenar o desenvolvimento de materiais de
comunicao, em diferentes meios e suportes, voltados
para a realizao dos objetivos estratgicos do exerccio da
funo de Relaes Pblicas
- Dominar as linguagens verbais e audiovisuais para seu
uso efetivo a servio dos programas de comunicao que
desenvolve- Acompanhar os desenvolvimentos de programas e avaliar
os resultados obtidos na administrao dos processos de
relacionamento das entidades com seus pblicos
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Pelo trabalho junto a
instituies pblicas ou
privadas que incluamatividades caracterizadas em
termos das estratgias de
comunicao segundo as
quais aquelas instituies
possam desenvolver
interaes com os
interlocutores pertinentes
- Elaborar planejamentos estratgicos de comunicao
institucional
- Estabelecer programas que caracterizem a comunicaoestratgica para criao e manuteno do relacionamento
das instituies com seus pblicos de interesse
- Dominar as linguagens verbais e audiovisuais para seu
uso efetivo a servio dos programas de comunicao que
desenvolve
Pelo exerccio de
interlocuo entre as funes
tpicas de RRPP e as demais
funes profissionais ou
empresariais existentes na
rea da Comunicao, e
ainda com outras reas
sociais, culturais eeconmicas com as quais as
RRPP exeram interface
- Identificar a responsabilidade social da profisso,
mantendo os compromissos ticos estabelecidos
- Assimilar criticamente conceitos que permitam a
compreenso das prticas e teorias referentes s estratgias
e processos de Relaes Pblicas, repercutindo-os sobre
sua prtica profissional
- Ter as demais competncias e habilidades que
caracterizam o trabalho nas circunstncias em que oprofissional de relaes pblicas normalmente inserido
Pelo exerccio de todas as
demais atividades que, no
estado ento vigente da
profisso, sejam
reconhecidas pelo bom
senso, pelas entidades
representativas ou pela
legislao pertinente, como
caractersticas do
profissional de RRPP
- Identificar a responsabilidade social da profisso,
mantendo os compromissos ticos estabelecidos
- Assimilar criticamente conceitos que permitam a
compreenso das prticas e teorias referentes s estratgias
e processos de Relaes Pblicas, repercutindo-os sobre
sua prtica profissional
- Ter as demais competncias e habilidades que
caracterizam o trabalho nas circunstncias em que o
profissional de relaes pblicas normalmente inserido
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Podemos observar que dois itens apresentados para o perfil do egresso exigem o
desenvolvimento da maioria das competncias e habilidades. So eles:
- profissional caracterizado pela elaborao de diagnsticos, prognsticos, estratgias e polticasvoltadas para o aperfeioamento das relaes entre instituies, grupos humanos organizados,
setores de atividades pblicas ou privadas, e a sociedade em geral,
- profissional caracterizado pelo trabalho na implantao de programas e instrumentos que
assegurem esta interao, acompanhando, avaliando e aperfeioando os processos e produtos
pertinentes com base nos resultados obtidos.
Perrenoud (1999)xii define como competncias uma capacidade de agir eficazmente em
um determinado tipo de situao, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. O autor
ainda registra que as competncias so importantes metas da formao. Elas podem responder a
uma demanda social dirigida para a adaptao ao mercado e s mudanas e tambm podem
fornecer os meios para apreender a realidade e no ficar indefeso nas relaes sociais.xii Faz
referncia s reas interdisciplinares, como a Comunicao, na qual as competncias
profissionais desenvolvidas apiam-se em diversos conhecimentos, disciplinares,
interdisciplinares e profissionais.xii Assim, podemos constatar que as competncias indicadas
para a rea refletem a necessidade de um conhecimento adequado ao desenvolvimento de
capacidades profissionais e de aes sociais.
A discusso das diretrizes curriculares possibilitou uma identificao de aspectos
relevantes no que tange s competncias e habilidades desejadas aos egressos do curso, com base
na documentao do MECxii. As referidas habilidades esto relacionadas aos seguintes fatores:
formao profissional
formao interdisciplinar
especificidades da rea
habilidades cognitivas competncias formativas
aptides esperadas
desempenho de papis bsicos da profisso
preparao para o exerccio de funes profissionais
execuo de atividades tpicas da profisso
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E o currculo pleno do curso est vinculado :
estrutura com ncleo especfico que define a identidade do curso
estrutura flexvel que permite uma diversificao na formao do aluno perfil do egresso a atingir, com as habilidades a desenvolver
integrao entre teoria e prtica, pesquisa bsica e aplicada
Para a estruturao do referido currculo, pertinente utilizar o resultado do Seminrio
Nacional de Diretrizes Curriculares do Ensino de Jornalismo, que ocorreu nos dias 24 e 25 de
abril de 1999, na cidade de Campinas, So Paulo. Em seu documento que aponta uma
PROPOSTA DE DIRETRIZES CURRICULARES DA REA DE COMUNICAO E
HABILITAES ESPECFICAS, h o seguinte registro: na estrutura geral do curso, observando
disciplinas e atividades especficas para as habilitaes, alm da adequao entre disciplinas
tericas e prticas, existe a indicao de um percentual mnimo fixado em 50% para as
disciplinas tcnico-profissionais (tais como reportagem, redao e edio para diferentes mdias),
e de um ensino de redao jornalstica ministrado ao longo do curso.
Ora, estabelecendo um comparao com a habilitao em Relaes Pblicas, pode-se
igualmente indicar um percentual mnimo para as disciplinas tcnico-profissionais, que so
aquelas responsveis pelo ensino das atividades especficas da rea, alm de um ensino de
redao com nfase nas funes desempenhadas. H possibilidade tambm de compararmos aResoluo n 02/84 e o documento final das Diretrizes Curriculares, para ento formalizar uma
proposta de distribuio da carga horria para o Curso de Comunicao Social com habilitao
em Relaes Pblicas.
Quadro n 3 Distribuio da Carga Horria do curso
Carga Horria mnima de 2.700 horas-aula
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Resoluo n 2/84 DIRETRIZES
CURRICULARES
DOCUMENTO FINAL
PROPOSTA PARA O
CURSO com habilitao em
Relaes Pblicas
20% - para Contedos Bsicos
da Comunicao
(540 horas-aula)
45% - para matrias ou
disciplinas do Tronco Comum
(1.215 horas-aula)
30% - para Contedos Bsicos
de Relaes Pblicas (810
horas-aula)
10% - para Contedos
Especficos da Comunicao
(405 horas-aula)
45% - para matrias ou
disciplinas da Parte Especfica
(1.215 horas-aula)
Contedos Bsicos
Contedos Especficos
parte geral e especfica
20% - para ContedosEspecficos de Relaes
Pblicas (270 horas-aula)
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10% - para Projetos
Experimentais
(270 horas-aula). Deve serexcludo o tempo reservado a
Estudo de Problemas
Brasileiros e Educao
Fsica(Art. 6).
Projetos Experimentais ou
Trabalho de Concluso de
Curso
10% - para Projetos
Experimentais ou Trabalho de
Concluso de Curso (270horas-aula)
---- 10% (no mximo) para
aproveitamento de atividades
extra-escolares (270 horas-aula)
----
20% (no mximo excludo o
tempo dedicado a Projetos
Experimentais ou Trabalho de
Concluso de Curso)
para estgios e atividades
complementares (540 horas-
aula)
5% para aproveitamento de
atividades extra-escolares (135
horas-aula)MAIS
5% - para estgios e atividades
complementares
(270 horas-aula)
--------------------------------------
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OU
10% - para estgios e
atividades complementares
(405 horas-aula)
A carga horria mnima para o curso continua sendo 2.700 horas-aula. Entretanto, no
existe mais uma distribuio identificando aspectos tericos e prticos da estrutura do currculo
para o curso. Outra inovao o reconhecimento de atividades extra-escolares. E os estgios
continuam fazendo parte das atividades curriculares, quando a instituio de ensino assim
determinar, desde que respeite a porcentagem mxima estabelecida pelas novas diretrizes.A proposta apresentada prev um estrutura modular dividida em
- rea da Comunicao Social: com contedos bsicos, conforme o perfil,
competncias e habilidades indicadas no documento oficial, e contedos
especficos, de acordo com o perfil, competncias e habilidades indicadas pela
instituio de ensino, totalizando 30% da carga horria (810 horas-aula)
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7/31/2019 Ensino de Relaes Pblicas: uma proposta de estrutura curricular
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INTERCOM Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao
XXIV Congresso Brasileiro da Comunicao Campo Grande /MS setembro 2001
construo do currculo ser diferenciada nas escolas, porm os contedos inerentes s atividades
profissionais devero ser abordados. Cabe aos contedos indicados explicitar o sere fazer da
profisso de relaes pblicas, sendo esta uma preocupao que observamos nas novas diretrizescurriculares da Comunicao Social.
Fontes Consultadas:
CONCLUSES DO PARLAMENTO NACIONAL DE RELAES PBLICAS. Atibaia/So
Paulo: Conselho Federal de Profissionais de Relaes Pblicas CONFERP, outubro de
1997.
DIRETRIZES CURRICULARES DA REA DA COMUNICAO E SUAS
HABILITAES. Braslia: CEE/COM (Documento Final).
MEC/CFE. Documenta, Braslia, n.278, p.209-211, fev. 1984.
MOURA, Cludia Peixoto de. A Comunicao Social e a Legislao de Ensino Brasileira: do
currculo mnimo s novas diretrizes curriculares. So Paulo: ECA/USP, 2000 (Tese de
Doutorado)
PERRENOUD, Philippe. Construir as competncias desde a escola. Trad. Bruno CharlesMagne. Porto Alegre: Artes Mdicas Sul, 1999
PROPOSTA DE DIRETRIZES CURRICULARES DA REA DE COMUNICAO E
HABILITAES ESPECFICAS. Campinas: Seminrio Nacional de Diretrizes Curriculares
do Ensino de Jornalismo, 24 e 25 de abril de 1999.
http://www.mec.gov.br