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Aluno (a): _____________________________________________________________________
Disciplina: Literatura Professor (a): Nicole
Série: 1º ano Turma: Data: ____/____/_____
ENSINO MÉDIO
Conteúdo: Texto literário e texto não literário
Figuras de linguagem
Texto I
Andorinha
Nome científico: Delichon urbica
Distribuição: As andorinhas podem ser encontradas
na Europa, Ásia, Norte da África e Médio Oriente.
Hábitos: A andorinha-dos-beirais anuncia, no
território português, a chegada da Primavera e adeus
ao frio de inverno. Além da sua grande resistência e
capacidade de orientação, a andorinha é uma ave que
exibe uma grande agilidade quando voa, o que lhe
permite fazer voos rasantes sem qualquer perigo para
a sua integridade física.
Texto II
As Andorinhas de Antônio Nobre
-Nos
-fios
-ten
sos
-da
-pauta
-de me-
tal
-as
-an
-do/
-ri/
-nhas
-gri-
tam
-por
-fal/
ta
-de -u
ma
-cl’a-
ve
-de
-sol
Ricardo Cassiano. Os sobreviventes. Rio de janeiro. José Olympio, 1791.
Questão 01- A andorinha-dos-beirais é uma ave migratória. Que frases ou expressões do texto 1 fazem referência a
essa característica?
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Questão 02- O poema possui uma só frase, cujas sílabas se separam formando os 24 versos. Que imagem essa
configuração visual no poema sugere?
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Questão 03- Uma das informações que lemos na ficha informativa (texto 1) está também presente no poema, mas
de modo implícito, sugerido. Em que época do ano se passa a cena de “As andorinhas de Antônio Nobre”?
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Questão 04- Qual dos dois textos trata-se de um texto literário? E qual é o texto não literário? Justifique sua
resposta.
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Texto III
Os Arroios
Os arroios são rios guris ...
Vão pulando e cantando dentre as pedras
Fazem borbulhas d’água no caminho: bonito!
Dão passagem aos burricos, às belas morenas,
Curiosos das pernas das belas morenas.
E às vezes vão tão devagar
Que conhecem o cheiro e a cor das flores,
Que se debruçam sobre eles nos matos que
atravessam
E onde parecem querer descansar.
Às vezes ma asa branca roça-os,
Súbita emoção,
Como a nossa se recebêssemos o miraculoso
encontrão de um anjo...
Mas nem nós nem os rios sabemos nada disso.
Os rios tresandam óleo e alcatrão
E refletem, em vez de estrelas,
Os letreiros das firmas que transportam utilidades.
Que pena me dão os arroios,
Os inocentes arroios.
Vocabulário:
Arroios: pequeno curso de água, pequeno rio da
nascente.
Guris- meninos
Borbulha: bolha
Tresandar: cheirar mal
No poema, o eu lírico fala sobre os arroios, empregando um linguagem figurada, construída a partir de imagens.
Questão 05- “Os arroios são rios guris”. Qual é figura de linguagem presente neste verso e que características
desses seres são atribuídas aos arroios?
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Questão 06- Que palavra poderia substituir a expressão asa branca no verso “Às vezes, uma asa branca roça-os,
súbita emoção.”, sem mudança de sentido? Qual figura de linguagem está presente neste verso.
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Questão 07- A partir de certo momento, o poema opõe os arroios aos rios.
Em que lugar ou ambiente se situam os arroios e os rios?
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Questão 08- “Que pena me dão os arroios, os inocentes arroios...”
a) Por que “os inocentes arroios” causam pena ao eu lírico?
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b) Que figura de linguagem é presente neste verso?
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Questão 09 - Identifique as figuras de linguagem marcando:
(1) Metáfora
(2) Metonímia
(3) Antítese
(4) Comparação
(5) Prosopopeia ou personificação
(6) Eufemismo.
(7) Hipérbole
a) ( ) Gosto de ouvir Titãs.
b) ( ) A doçura do teu olhar é minha vida.
c) ( ) O rio engasgou num barraco.
d) ( ) Ele foi descansar com os anjos.
e) ( ) Você é venenosa como uma cobra.
f) ( ) “A onda do mar beijava a Branca areia.”
g) ( ) “Ela foi uma leoa na defesa dos filhos.”
h) ( ) “Serão séculos de angústia em meu coração.”
i) ( ) “Vovô entregou a alma a Deus...”
Questão 10 (ENEM-2011) Paradoxo é uma construção textual que agrupa significados contrários. Nas alternativas
abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”. Pode-se afirmar que ocorre um
paradoxo em
a) "Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão."
b) "... a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão."
c) "Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava."
d) "... o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário."
e) "Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão."
Questão 11- (ENEM-2014)
Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete. (Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem
referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
Questão 12.(ENEM-2016)
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
(...)
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro:Civilização
Brasileira, 1980, p. 227-8.
A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente
na oposição entre a doçura do branco açúcar e
a) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.
b) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.
c) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar.
d) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
e) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.
Questão 13
Metáfora
Uma lata existe para conter algo,
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontável
Uma meta existe para ser um alvo,
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível
Por isso não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo nada cabe,
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível
Deixe a meta do poeta não discuta,
Deixe a sua meta fora da disputa Meta
dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora.
Disponível em: http://www.letras.terra.com.br. Acesso em: 5 fev. 2009.
A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva, pela semelhança ou analogia entre
elementos. O texto de Gilberto Gil brinca com a linguagem remetendo-nos a essa conhecida figura. O trecho em que
se identifica a metáfora é:
a) "Uma lata existe para conter algo".
b) "Mas quando o poeta diz: 'Lata'".
c) "Uma meta existe para ser um alvo".
d) "Por isso não se meta a exigir do poeta".
e) "Que determine o conteúdo em sua lata".
Questão 14- Da imagem abaixo se pode compreender que:
a) O texto acima é o gênero textual propaganda. Tem por função convencer o leitor a denunciar contra o abuso e a
exploração sexual de crianças e adolescentes.
b) Para chamar a atenção do leitor, o texto faz uso de uma metáfora quando diz: “Seu silêncio marca a vida de uma
criança”, há a comparação entre o silêncio e a vida de crianças abusadas sexualmente.
c) Para chamar a atenção do leitor, o texto faz uso de uma prosopopeia quando diz: “Seu silencio marca a vida de
uma criança”, há animação do substantivo “silêncio”, ganhando característica de ser vivo.
d) Os verbos no modo imperativo “ligue”, “denuncie” são um caso antítese, pois indicam ações verbais contrárias.
e) A imagem da criança colabora para o efeito de sentido pretendido pelo gênero cartaz, de que criança não deve
ficar sozinha em casa.
Questão 15- Observe o texto abaixo e assinale a ÚNICA alternativa CORRETA:
a) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de antítese.
b) No 1º balão há a presença de uma metonímia.
c) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de um paradoxo.
d) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio da hipérbole.
e) O efeito de sentido da imagem é produzido por meio de catacrese.
Questão 16- (Fuvest 2020)
Os textos literários são obras de discurso, a que falta a imediata referencialidade da linguagem corrente; poéticos,
abolem, “destroem” o mundo circundante, cotidiano, graças à função irrealizante da imaginação que os constrói. E
prendem‐nos na teia de sua linguagem, a que devem o poder de apelo estético que nos enleia; seduz‐nos o mundo
outro, irreal, neles configurado (...). No entanto, da adesão a esse “mundo de papel”, quando retornamos ao real,
nossa experiência, ampliada e renovada pela experiência da obra, à luz do que nos revelou, possibilita redescobri‐lo,
sentindo‐o e pensando‐o de maneira diferente e nova. A ilusão, a mentira, o fingimento da ficção, aclara o real ao
desligar‐se dele, transfigurando‐o; e aclara‐o já pelo insight que em nós provocou.
Benedito Nunes, “Ética e leitura”, de Crivo de Papel.
O argumento de Benedito Nunes, em torno da natureza artística da literatura, leva a considerar que a obra só
assume função transformadora se
a) estabelece um contraponto entre a fantasia e o mundo.
b) utiliza a linguagem para informar sobre o mundo.
c) instiga no leitor uma atitude reflexiva diante do mundo.
d) oferece ao leitor uma compensação anestesiante do mundo.
e) conduz o leitor a ignorar o mundo real.
Questão 17- (Unicamp 2020)
Este livro
Meu filho. Não é automatismo. Juro. É jazz do coração. É
prosa que dá prêmio. Um tea for two total, tilintar de verdade
que você seduz, charmeur volante, pela pista, a toda. Enfie a
carapuça.
E cante.
Puro açúcar branco e blue.
(Ana Cristina César, A teus pés. São Paulo: Companhia das Letras, 2019, p. 29.)
a) No poema “este livro” usa-se um recurso poético chamado aliteração. Explique o que é aliteração e identifique
um exemplo de aliteração presente nesse texto poético.
b) O poema propõe uma definição do próprio livro e inclui algumas “instruções” para o provável leitor. Identifique
dois verbos que instruem o leitor e explique a frase “Não é automatismo”, com base no conjunto do poema.
Questão 18
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o poema “O sobrevivente”, extraído do livro Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade, publicado em
1930.
O sobrevivente
Impossível compor um poema a essa altura da evolução da humanidade.
Impossível escrever um poema — uma linha que seja — de verdadeira poesia.
O último trovador morreu em 1914.
Tinha um nome de que ninguém se lembra mais.
Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um charuto aperte um botão.
Paletós abotoam-se por eletricidade.
Amor se faz pelo sem-fio.
Não precisa estômago para digestão.
Um sábio declarou a O Jornal que ainda
falta muito para atingirmos um nível razoável
de cultura. Mas até lá, felizmente,
estarei morto.
Os homens não melhoraram
e matam-se como percevejos.
Os percevejos heroicos renascem.
Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado.
E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio.
(Desconfio que escrevi um poema.)
(Poesia 1930-1962, 2012.)
a) Explicite a antítese contida em “Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.” (2ª
estrofe).
b) Identifique o pressuposto contido no trecho “E se os olhos reaprendessem a chorar” (4ª estrofe), relacionando-o
com o tema geral do poema.
Questão 19 (Fuvest 2019) Leia os textos.
– Eu acho que nós, bois, – Dançador diz, com baba – assim como os cachorros, as pedras, as árvores, somos pessoas
soltas, com beiradas, começo e fim. O homem, não: o homem pode se ajuntar com as coisas, se encostar nelas,
crescer, mudar de forma e de jeito… O homem tem partes mágicas… São as mãos… Eu sei…
João Guimarães Rosa, “Conversa de bois”. Sagarana.
Um boi vê os homens
Tão delicados (mais que um arbusto) e correm
e correm de um para o outro lado, sempre esquecidos
de alguma coisa. Certamente falta-lhes
não sei que atributo essencial, posto se apresentem nobres
e graves, por vezes. Ah, espantosamente graves,
até sinistros. Coitados, dir-se-ia não escutam
nem o canto do ar nem os segredos do feno,
como também parecem não enxergar o que é visível
e comum a cada um de nós, no espaço. E ficam tristes
e no rasto da tristeza chegam à crueldade.
(...)
Carlos Drummond de Andrade, “Um boi vê os homens”. Claro enigma.
a) Em ambos os textos, o assombro de quem vê decorre das avaliações contrastantes sobre quem é visto. Justifique
essa afirmação com base em cada um dos textos.
b) O conto de Rosa e o poema de Drummond valem-se de uma mesma figura de linguagem. Explicite essa figura e
justifique sua resposta.
Questão 20
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o poema de Manuel Bandeira (1886-1968) para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
(Libertinagem & Estrela da manhã, 1993.)
a) Cite uma característica distintiva da poesia lírica que não se encontra nesse poema.
b) Cite três elementos que evidenciam o caráter narrativo desse poema.
Gabarito:
Questão 01- “(...)anuncia, no território português, a chegada da Primavera e adeus ao frio de inverno.(...)”
Questão 02- As andorinhas pousadas no fio.
Questão 03- No inverno
Questão 04- O texto I é não literário e o texto II é o literário. O texto I é informativo, tem linguagem técnica,
objetiva, clara e denotativa. O texto II é o literário. O poeta utiliza recursos poéticos, criativos, para elaborar a poesia
concreta (visual). Tem linguagem conotativa, subjetiva, plurissignificativa.
Questão 05- Metáfora. São rios pequenos, que acabaram de “ nascer”.
Questão 06- Um pássaro branco. Metonímia ( a asa branca (parte) representa o pássaro(todo)).
Questão 07- Os arroios na floresta e os rios na cidade.
Questão 08
a) O eu-lírico sente pena, pois sabe que os arroios, quando transforma-se em rios e chegam à cidade, são poluídos
pelas fábricas.
b) Personificação (prosopopeia)]
Questão 09
a) (2)
b) (1)
c) (5)
d) (6)
e) (4)
f) (5)
g) (1)
h) (7)
i) (6)
Questão 10- B
Paradoxo na seguinte contradição :
"... a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão."
Era a sua liberdade, pois era a sua fonte de renda, e sua escravidão por ser um trabalho árduo, pouco valorizado.
Questão 11- C
(...)ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
O eu-lírico está sendo irônico ao dizer que a cidade é rica e notória, e , em seguida, dizer que já tem cinco favelas.
Questão 12- E
A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente
na oposição entre a doçura do branco açúcar e o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.
Questão 13- E
A lata está no sentido figurado, isto é, representa a cabeça do poeta.
Questão 14- A
O texto acima é o gênero textual propaganda. Tem por função convencer o leitor a denunciar contra o abuso e a
exploração sexual de crianças e adolescentes.
Questão 15- B
As oitocentas cabeças de gado substituem o gado , isto é , a parte substitui o todo.
Questão 16- C Nos últimos períodos do texto, o autor declara que os elementos imaginários presentes na obra literária permitem ao leitor ampliar a sua visão de mundo, pensando-o de forma diferente a partir das revelações súbitas que a obra lhe provoca: “possibilita redescobri-lo, sentindo-o e pensando-o de maneira diferente e nova”, “aclara-o já pelo insight que em nós provocou”. Assim, a obra só assume função transformadora se instiga no leitor uma atitude reflexiva diante do mundo, como transcrito em [C]. Questão 17
a) A aliteração consiste na repetição de fonemas idênticos ou parecidos no início de várias palavras na mesma frase
ou verso, visando obter efeito estilístico na prosa poética e na poesia, como acontece em “tea for two total, tilintar” pela repetição do fonema “t”.
b) Os termos verbais “enfie” e “cante” exercem a função conativa que, através do uso uma linguagem persuasiva, tem o intuito de convencer o leitor de que a poesia ou prosa poética não resultam de um projeto estrutural racional ou baseado em conceitos formais pré-estabelecidos, como sintetizado na frase “Não é automatismo”. Ao afirmar que o seu livro é “jazz do coração” a autora compara o fazer poético à produção de um gênero musical que tem como principal característica o improviso através da exteriorização espontânea de sentimentos e emoções de quem o executa. Questão 18 a) No trecho “Há máquinas terrivelmente complicadas para as necessidades mais simples.”, a aproximação de
palavras com sentidos opostos configura uma antítese, já que não existe coerência na fabricação de máquinas muito complicadas para satisfazer necessidades simples.
b) Na quarta estrofe, o eu lírico alude à sensibilidade com que o ser humano foi dotado em outros momentos da
História, para analisar e se emocionar com o mundo e os seres que o habitavam, o que parece não acontecer no momento em que se deflagra uma guerra mundial de consequências trágicas para a Humanidade. Ao estabelecer paralelo com o episódio bíblico do dilúvio (“E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo dilúvio”), o eu lírico enfatiza o tamanho do desastre e o seu lamento pela desvalorização do ser humano perante um mundo dominado pelo capital, na ânsia de tecnologia e disputa de mercados.
Questão 19
a) Tanto o excerto de “Conversa de bois” como o de “Um boi vê os homens” transcrevem reflexões dos animais
sobre a condição humana. No primeiro, o boi Dançador constata a supremacia do Homem sobre os irracionais pelo fato de ser provido de mãos: “O homem tem partes mágicas… São as mãos”. Já no segundo, as reflexões recaem sobre a natureza íntima do ser humano, desprovida de atributos essenciais que pudessem torná-lo mais sensível ao mundo que o rodeia:” Certamente falta-lhes/não sei que atributo essencial”, “não escutam/ nem o canto do ar nem os segredos do feno”.
b) O conto de Rosa e o poema de Drummond, por apresentarem conceitos elaborados por seres irracionais, valem-se da prosopopeia ou personificação, figura de linguagem pela qual o autor atribui características humanas a seres inanimados ou a animais. Questão 20 a) A principal característica do gênero lírico é a subjetividade, elemento com que o autor revela impressões,
pensamentos e sentimentos ligados ao mais profundo do eu lírico. “Poema tirado de uma notícia de jornal” apresenta tom prosaico, típico da linguagem jornalística, clara e objetiva, para noticiar o destino violento de uma pessoa simples.
b) Através de verbos no pretérito imperfeito e perfeito do indicativo, o poema de Manuel Bandeira narra, em sequência, a angustiante e radical falta de explicação racional para a causa de uma morte que, por tudo, parecia improvável, já que um instante de febril alegria se contrapõe, abruptamente, a um posterior momento fúnebre.