entrevista jn valongo dez 2012 parte 3

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Página Dezembro 2012 5 Entrevista (conclusão da pág. anterior) 15) Resgate da Câmara Municipal pelo Programa de Apoio à Econo- mia Local - PAEL? Quem faz dividas deve pagá-las, e a candidatura ao PAEL, a que muitas câmaras não recorreram porque fo- ram bem geridas, só acontece porque a nossa Câmara deve mais de 22 mi- lhões de Euros a fornecedores e em- preiteiros, pagando em média a 337 dias, o que mata qualquer empresa. A actual gestão camarária tenta desesperadamente vender esta can- didatura ao PAEL como um grande feito, mas na verdade, trata-se tão só de pagar a quem se deve e por isso tiveram de recorrer a um empréstimo, que terá prestações anuais de mais de 1 milhão e 800 mil euros, durante os próximos 14 anos. O lamentável neste triste episódio foi o facto muito grave da actual gestão municipal ter escondido à As- sembleia Municipal a longa lista de porte público para regressar a casa. Continuamos a aguardar que seja pública a avaliação do desempenho e custos de funcionamento dos equi- pamentos municipais, mais um dos compromissos assumidos pela actual gestão camarária no início de 2011. 17) Problemas do centro de Valon- go? A cidade de Valongo sofre de há muito no seu centro da falta de dina- mismo comercial, por exclusiva res- ponsabilidade desta Câmara, que co- meteu vários erros nos últimos anos, o principal dos quais ter mudado o lugar da feira semanal. Revitalizar o centro de Valongo é uma prioridade, até para dar vida ao comércio tradicional que está mori- bundo, e isso só se consegue com o regresso da feira semanal ao centro da cidade acompanhada da reabili- tação do Mercado Municipal e do antigo edifício do quartel dos Bom- beiros. 18) Desafios que se colocam à ci- agora, que todos terão que ter muito mais respeito pelos Alfenenses e por Alfena, em especial a Câmara Muni- cipal que pouco se preocupa com este “filho” do Concelho. Alfena é uma terra muito especial, de gente determinada que tem sofri- do ao longo dos anos com a falta de atenção por parte desta Câmara Mu- nicipal, que só promete mas nunca quis avançar com a construção de equipamentos essenciais à vida numa cidade, como um centro cívico e es- paços verdes para as famílias e para as crianças. É tempo de mudar Alfena, com gente nova e credível, que consiga afirmar a cidade e garantir um maior reconhecimento da sua importância e do seu papel no futuro deste Conce- lho. 20) Desafios que se colocam a Sobrado, a freguesia mais rural do Concelho? O PSD que está na Câmara só se lembra de Sobrado em ano de elei- ções, e em 2013 prepara-se para vol- tar a fazer o mesmo. Basta olhar para o aproveitamento que estão a tentar obter com as Bugiadas e Mourisca- das, e muito em particular a candi- datura a património imaterial da hu- manidade, ideia aliás lançada pelo PS nas últimas eleições autárquicas. Sobrado é onde se realiza a mais importante manifestação cultural do concelho, uma vez por ano no São João. É urgente criar condições para que seja possível a qualquer visitante que queira conhecer mais dessa tradi- ção nos restantes dias do ano, o possa fazer, e isso poderia ser alcançado por exemplo, através da criação de um Museu vivo das Bugiadas e das Mouriscadas. Não se compreende, mas em Sobra- do o diálogo da Câmara com a Junta não existe, apesar de ser o mesmo partido, porque se existisse não te- riam decidido gastar quase 200 000 Euros na construção de um segundo Centro Cultural em Sobrado, até por- que o que já existe está quase fecha- do. Acredito que o Povo de Sobrado na sua grande sabedoria saiba avaliar o que ganhou nos últimos anos com os seus governantes! 21) Desafios que se colocam a Campo? A Vila de Campo é a capital da Ar- “Criar emprego no Concelho é uma prioridade” “... esta Câmara não quis estar ao lado das pessoas, pois se as respeitasse dava- lhes toda a informação para que as famí- lias com imóveis se pudessem defender de muitas das avaliações erradas que as Finanças estão a remeter.” calotes em atraso, com mais de 529 páginas relativas a cerca de 11000 dívidas, entre 2000 e final de 2011, num total de mais de 22 Milhões de Euros. No processo do PAEL, a actual ges- tão municipal perdeu uma excelente oportunidade de se distinguir pela positiva, talvez porque pense que a Câmara Municipal é propriedade do PSD, mas esquecem-se que são me- ros inquilinos e que por isso mesmo estão de passagem! 16) Situação dos Centros Culturais nas freguesias? Assim como o investimento na construção de Piscinas Municipais em cada uma das cinco freguesias do Concelho correspondeu a uma apos- ta do Partido Socialista no desporto, também o investimento na constru- ção de Centros Culturais nas cinco freguesias foi uma boa aposta. Só que, políticas de desporto e de cultura não se limitam a edifícios, é necessário formar públicos para esses equipamentos, e esta Câmara pouco fez a esse nível, e as consequências estão à vista com o encerramento das Piscinas Municipais de Sobrado e de Campo, e o quase encerramento dos Centros Culturais de Sobrado e de Campo. Esta Câmara pouco se importa com a situação difícil das pessoas, e basta pensar que existem muitas famílias neste Concelho, que não podem pro- gramar uma simples ida a um espectá- culo em Valongo ou Ermesinde, num sábado à noite por exemplo, porque pura e simplesmente não têm trans- dade de Ermesinde? Encaro a Cidade de Ermesinde como um gigante adormecido, com várias dezenas de milhares de ta- lentos e capacidades, muitas vezes esquecidos, mas também de muitos dramas humanos como a solidão, o desemprego e a exclusão social, e só uma Câmara que acredita nas pessoas poderá ajudar a construir uma cidade mais solidária e empreendedora. Não é aceitável que se continue à espera de uma decisão municipal re- lativa ao futuro do edifício do Mer- cado e da sua área envolvente, já tão degradada, nem é aceitável que se te- nha construído um estádio Municipal em Valongo e o de Ermesinde ainda esteja no papel. Continuamos a pagar caro a falta de poder reivindicativo desta Câmara junto dos governos para criar uma sa- ída mais digna da A4, que acabe com as filas diárias intermináveis. E não aceitamos que voltem a introduzir o pagamento de portagens em Erme- sinde, como se começa a ouvir com frequência, perante o silêncio inad- missivel da Câmara de Valongo. Os maus exemplos são inúmeros, e por isso, parece-me que os Erme- sindenses só conseguirão recuperar o tempo perdido com uma Câmara Mu- nicipal mais atenta a Ermesinde. 19) Desafios que se colocam à jo- vem Cidade de Alfena, já que foi au- tor do Projecto de Lei que a elevou à categoria de Cidade? Valeu a pena ter lutado na Assem- bleia da República pela elevação de Alfena à categoria de Cidade, e sei mais pela dinamização da ZIC, pois o futuro desta freguesia está muito ligado ao futuro da ZIC. 22) Tornou público no início do ano que gostaria de construir uma coligação com as forças políticas na oposição, Coragem de Mudar, BE e CDU. Como estão as coisas? Desafiamos essas forças políticas para a construção de um amplo mo- vimento de mudança no Concelho, a CDU não se disponibilizou para esse diálogo, o que respeitamos ob- viamente, com o Bloco de Esquerda mantivemos um diálogo muito im- portante mas sinto que não haverá ainda condições para dar esse passo. Em relação à Coragem de Mudar iniciamos um diálogo muito respei- toso e interessante, e neste momento aguardamos uma decisão de fundo por parte dos seus associados. 23) Em relação às candidaturas às Juntas de Freguesia como está o processo de escolha de candidatos? Está a decorrer num ambiente de grande tranquilidade, união e demo- craticidade, e estará totalmente con- cluído durante o início do próximo ano. Vamos apostar em candidaturas “No processo do PAEL, a actual gestão municipal perdeu uma excelente opor- tunidade de se distinguir pela positiva, talvez porque pense que a Câmara Muni- cipal é propriedade do PSD, mas esque- cem-se que são meros inquilinos e que por isso mesmo estão de passagem.” dósia, pedra simbólica do nosso Con- celho. Terra de gente lutadora e gene- rosa, atitude que está bem patente no forte envolvimento com que os habi- tantes desta freguesia se envolvem no movimento associativo, um dos mais dinâmicos do Concelho. A mais importante zona industrial do Concelho está localizada em Campo, mas infelizmente continua a marcar passo por falta de vontade de muitos intervenientes, públicos e pri- vados, e a actual Câmara Municipal assobia para o lado, porque se gos- tasse de Campo, poderia fazer muito fortes e respeitadas, pois acreditamos na vitória em todas as freguesias! 24) Tem andado pelo terreno, como tem sentido a reacção dos va- longuenses à sua candidatura? Sinto muita expectativa nas pessoas com quem tenho dialogado, até por- que sabem que as próximas eleições autárquicas serão as mais importan- tes dos últimos anos. Em 2013 aca- ba um ciclo político e inicia-se outro muito diferente, que será sem dúvida de Mudança! José Manuel Ribeiro no centro de Sobrado, junto ao símbolo das Bugiadas e Mouriscadas José Manuel Ribeiro junto ao Centro Cultural de Campo.

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Dezembro 2012

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Entrevista

(conclusão da pág. anterior)

15) Resgate da Câmara Municipal pelo Programa de Apoio à Econo-mia Local - PAEL?

Quem faz dividas deve pagá-las, e a candidatura ao PAEL, a que muitas câmaras não recorreram porque fo-ram bem geridas, só acontece porque a nossa Câmara deve mais de 22 mi-lhões de Euros a fornecedores e em-preiteiros, pagando em média a 337 dias, o que mata qualquer empresa.

A actual gestão camarária tenta desesperadamente vender esta can-didatura ao PAEL como um grande feito, mas na verdade, trata-se tão só de pagar a quem se deve e por isso tiveram de recorrer a um empréstimo, que terá prestações anuais de mais de 1 milhão e 800 mil euros, durante os próximos 14 anos.

O lamentável neste triste episódio foi o facto muito grave da actual gestão municipal ter escondido à As-sembleia Municipal a longa lista de

porte público para regressar a casa.Continuamos a aguardar que seja

pública a avaliação do desempenho e custos de funcionamento dos equi-pamentos municipais, mais um dos compromissos assumidos pela actual gestão camarária no início de 2011.

17) Problemas do centro de Valon-go?

A cidade de Valongo sofre de há muito no seu centro da falta de dina-mismo comercial, por exclusiva res-ponsabilidade desta Câmara, que co-meteu vários erros nos últimos anos, o principal dos quais ter mudado o lugar da feira semanal.

Revitalizar o centro de Valongo é uma prioridade, até para dar vida ao comércio tradicional que está mori-bundo, e isso só se consegue com o regresso da feira semanal ao centro da cidade acompanhada da reabili-tação do Mercado Municipal e do antigo edifício do quartel dos Bom-beiros.

18) Desafios que se colocam à ci-agora, que todos terão que ter muito mais respeito pelos Alfenenses e por Alfena, em especial a Câmara Muni-cipal que pouco se preocupa com este “filho” do Concelho.

Alfena é uma terra muito especial, de gente determinada que tem sofri-do ao longo dos anos com a falta de atenção por parte desta Câmara Mu-nicipal, que só promete mas nunca quis avançar com a construção de equipamentos essenciais à vida numa cidade, como um centro cívico e es-paços verdes para as famílias e para as crianças.

É tempo de mudar Alfena, com gente nova e credível, que consiga afirmar a cidade e garantir um maior reconhecimento da sua importância e do seu papel no futuro deste Conce-lho.

20) Desafios que se colocam a Sobrado, a freguesia mais rural do Concelho?

O PSD que está na Câmara só se lembra de Sobrado em ano de elei-ções, e em 2013 prepara-se para vol-tar a fazer o mesmo. Basta olhar para o aproveitamento que estão a tentar obter com as Bugiadas e Mourisca-das, e muito em particular a candi-datura a património imaterial da hu-manidade, ideia aliás lançada pelo PS nas últimas eleições autárquicas.

Sobrado é onde se realiza a mais importante manifestação cultural do concelho, uma vez por ano no São João. É urgente criar condições para que seja possível a qualquer visitante que queira conhecer mais dessa tradi-ção nos restantes dias do ano, o possa fazer, e isso poderia ser alcançado por exemplo, através da criação de um Museu vivo das Bugiadas e das Mouriscadas.

Não se compreende, mas em Sobra-do o diálogo da Câmara com a Junta não existe, apesar de ser o mesmo partido, porque se existisse não te-riam decidido gastar quase 200 000 Euros na construção de um segundo Centro Cultural em Sobrado, até por-que o que já existe está quase fecha-do. Acredito que o Povo de Sobrado na sua grande sabedoria saiba avaliar o que ganhou nos últimos anos com

os seus governantes!

21) Desafios que se colocam a Campo?

A Vila de Campo é a capital da Ar-

“Criar emprego no Concelho é uma prioridade”

“... esta Câmara não quis estar ao lado das pessoas, pois se as respeitasse dava-lhes toda a informação para que as famí-lias com imóveis se pudessem defender

de muitas das avaliações erradas que as Finanças estão a remeter.”

calotes em atraso, com mais de 529 páginas relativas a cerca de 11000 dívidas, entre 2000 e final de 2011, num total de mais de 22 Milhões de Euros.

No processo do PAEL, a actual ges-tão municipal perdeu uma excelente oportunidade de se distinguir pela positiva, talvez porque pense que a Câmara Municipal é propriedade do PSD, mas esquecem-se que são me-ros inquilinos e que por isso mesmo estão de passagem!

16) Situação dos Centros Culturais nas freguesias?

Assim como o investimento na construção de Piscinas Municipais em cada uma das cinco freguesias do Concelho correspondeu a uma apos-ta do Partido Socialista no desporto, também o investimento na constru-ção de Centros Culturais nas cinco freguesias foi uma boa aposta.

Só que, políticas de desporto e de cultura não se limitam a edifícios, é necessário formar públicos para esses equipamentos, e esta Câmara pouco fez a esse nível, e as consequências estão à vista com o encerramento das Piscinas Municipais de Sobrado e de Campo, e o quase encerramento dos Centros Culturais de Sobrado e de Campo.

Esta Câmara pouco se importa com a situação difícil das pessoas, e basta pensar que existem muitas famílias neste Concelho, que não podem pro-gramar uma simples ida a um espectá-culo em Valongo ou Ermesinde, num sábado à noite por exemplo, porque pura e simplesmente não têm trans-

dade de Ermesinde?Encaro a Cidade de Ermesinde

como um gigante adormecido, com várias dezenas de milhares de ta-lentos e capacidades, muitas vezes esquecidos, mas também de muitos dramas humanos como a solidão, o desemprego e a exclusão social, e só uma Câmara que acredita nas pessoas poderá ajudar a construir uma cidade mais solidária e empreendedora.

Não é aceitável que se continue à espera de uma decisão municipal re-lativa ao futuro do edifício do Mer-cado e da sua área envolvente, já tão degradada, nem é aceitável que se te-nha construído um estádio Municipal em Valongo e o de Ermesinde ainda esteja no papel.

Continuamos a pagar caro a falta de poder reivindicativo desta Câmara junto dos governos para criar uma sa-ída mais digna da A4, que acabe com as filas diárias intermináveis. E não aceitamos que voltem a introduzir o pagamento de portagens em Erme-sinde, como se começa a ouvir com frequência, perante o silêncio inad-missivel da Câmara de Valongo.

Os maus exemplos são inúmeros, e por isso, parece-me que os Erme-sindenses só conseguirão recuperar o tempo perdido com uma Câmara Mu-nicipal mais atenta a Ermesinde.

19) Desafios que se colocam à jo-vem Cidade de Alfena, já que foi au-tor do Projecto de Lei que a elevou à categoria de Cidade?

Valeu a pena ter lutado na Assem-bleia da República pela elevação de Alfena à categoria de Cidade, e sei

mais pela dinamização da ZIC, pois o futuro desta freguesia está muito ligado ao futuro da ZIC.

22) Tornou público no início do ano que gostaria de construir uma coligação com as forças políticas na oposição, Coragem de Mudar, BE e CDU. Como estão as coisas?

Desafiamos essas forças políticas para a construção de um amplo mo-vimento de mudança no Concelho, a CDU não se disponibilizou para esse diálogo, o que respeitamos ob-viamente, com o Bloco de Esquerda mantivemos um diálogo muito im-portante mas sinto que não haverá ainda condições para dar esse passo. Em relação à Coragem de Mudar iniciamos um diálogo muito respei-toso e interessante, e neste momento aguardamos uma decisão de fundo por parte dos seus associados.

23) Em relação às candidaturas às Juntas de Freguesia como está o processo de escolha de candidatos?

Está a decorrer num ambiente de grande tranquilidade, união e demo-craticidade, e estará totalmente con-cluído durante o início do próximo ano. Vamos apostar em candidaturas

“No processo do PAEL, a actual gestão municipal perdeu uma excelente opor-tunidade de se distinguir pela positiva,

talvez porque pense que a Câmara Muni-cipal é propriedade do PSD, mas esque-cem-se que são meros inquilinos e que por isso mesmo estão de passagem.”

dósia, pedra simbólica do nosso Con-celho. Terra de gente lutadora e gene-rosa, atitude que está bem patente no forte envolvimento com que os habi-tantes desta freguesia se envolvem no movimento associativo, um dos mais dinâmicos do Concelho.

A mais importante zona industrial do Concelho está localizada em Campo, mas infelizmente continua a marcar passo por falta de vontade de muitos intervenientes, públicos e pri-vados, e a actual Câmara Municipal assobia para o lado, porque se gos-tasse de Campo, poderia fazer muito

fortes e respeitadas, pois acreditamos na vitória em todas as freguesias!

24) Tem andado pelo terreno, como tem sentido a reacção dos va-longuenses à sua candidatura?

Sinto muita expectativa nas pessoas com quem tenho dialogado, até por-que sabem que as próximas eleições autárquicas serão as mais importan-tes dos últimos anos. Em 2013 aca-ba um ciclo político e inicia-se outro muito diferente, que será sem dúvida de Mudança!

José Manuel Ribeiro no centro de Sobrado, junto ao símbolo das Bugiadas e Mouriscadas

José Manuel Ribeiro junto ao Centro Cultural de Campo.