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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
KARINA DA SILVA FREIRE
LARISSA CLAUDINE PRADO VIANA
SIGNIFICADOS E SENTIMENTOS DO FAMILIAR EM ESTAR ACOMPANHANDO
A PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA
ITAJUBÁ - MG
2013
KARINA DA SILVA FREIRE
LARISSA CLAUDINE PRADO VIANA
SIGNIFICADOS E SENTIMENTOS DO FAMILIAR EM ESTAR ACOMPANHANDO
A PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA
Trabalho de Pesquisa do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC), da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) desenvolvido com apoio financeiro do fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
Orientadora: Profª. M.ª Aldaíza Ferreira Antunes Fortes Coorientadora: Profª. M.ª Ana Maria Nassar Cintra Soane
ITAJUBÁ - MG
2013
F866s Freire, Karina da Silva. Significados e sentimentos do familiar em estar acom- panhando a pessoa idosa hospitalizada / Karina da Silva Freire ; Larissa Claudine Prado Viana. - 2013. 75 f.
Orientadora: Profª. M.ª Aldaíza Ferreira Antunes F. Trabalho de Pesquisa (Programa de Bolsa de Iniciação Científica - PROBIC/FAPEMIG) -Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013. 1. Acompanhante familiar. 2. Pessoa idosa. 3. Hospi- talização. I. Viana, Larissa Claudine Prado. II. Título.
NLM: WT 100
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777
© reprodução autorizada pelo(s) autor(es)
Dedicamos este trabalho:
Primeiramente, a Deus, a quem dirigimos nossa maior gratidão, porque tem
sido tudo em nossas vidas.
Aos nossos amáveis pais, por serem a nossa referência e estarem sempre
presentes de forma indispensável.
Aos nossos amigos, familiares, professores e todos aqueles que cruzaram o
nosso caminho, participando, de alguma forma, da construção e realização
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos:
A Deus, por nos conceder a oportunidade de realizar este trabalho, nos dando força nos momentos difíceis;
Aos nossos Familiares, por serem nosso alicerce;
À Aldaíza e Ana Maria, docentes, orientadora e coorientadora deste trabalho, pelo grande apoio, dedicação e desprendimento em ajudar;
Aos participantes deste estudo, pela disponibilidade e interesse, colaborando de forma valiosa com a realização desta pesquisa;
A FAPEMIG, pelos recursos financiados para a execução do projeto e sem a qual seria improvável a realização do mesmo.
“Acompanhar meu familiar idoso hospitalizado é tudo:
família, amor, carinho, ternura e esperança. Acredito
que família é a força maior que tem pra um doente
recuperar mais rápido” (Acompanhante4).
RESUMO
Estudo de abordagem qualitativa, do tipo exploratório, descritivo e transversal; tendo como objetivos: identificar os significados para o familiar de estar acompanhando a pessoa idosa hospitalizada nas clinicas médica e cirúrgica do Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de Itajubá, Minas Gerais; identificar os sentimentos destes familiares acerca desta situação. A amostra foi constituída por 16 familiares. O tipo de amostragem foi a intencional ou teórica. A coleta de dados só foi iniciada após a autorização dos diretores das instituições de saúde envolvidas no estudo e a aprovação do projeto, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, de Itajubá – MG. Os dados foram coletados por meio de registro escrito de um instrumento estruturado e de registro gravado de um roteiro de entrevista semiestruturada. Para a análise dos dados do registro escrito utilizou-se a estatística descritiva, por meio das frequências absoluta e relativa. Os dados gravados, após serem transcritos, na íntegra, foram analisados e interpretados respaldados na técnica de análise de conteúdo. Quanto às “características pessoais dos participantes do estudo” observou-se uma variação entre as idades, sendo que a faixa etária oscilou entre 25 a 75 anos, prevalecendo as idades entre 35 e 44 anos, correspondendo a 37% deles. Verificou-se que 13 dos respondentes (81%) eram do gênero feminino. Em relação à religião, notou-se que prevaleceu a religião católica com quatorze integrantes do estudo (87%). Dos entrevistados, 11 eram casados (69%). Quanto ao grau de parentesco houve oscilações, prevalecendo como acompanhante os filhos (as), com sete participantes (44%). No tocante a remuneração, 100% dos entrevistados relataram não receber para exercer a função de acompanhante. Constatou-se que para o familiar acompanhar à pessoa idosa hospitalizada significa não sei; amor, carinho, ternura, esperança e gosto pelo familiar; acompanhamento e cuidado; maravilhoso e muito bom; importante; segurança para o familiar; medo; e ajuda e contribuição. Ao vivenciar essa situação o acompanhante familiar se sente triste, complicado e com dificuldade; importante, útil, feliz e bem em ajudar; com responsabilidade e carinho; mais apegado à familiar; medo, nervosismo e preocupação. Espera-se que os resultados, ora constatados, contribuam para que a equipe de enfermagem amplie a sua visão, estendendo a sua ação para além do cliente, abrangendo também o familiar em seu planejamento e processo de cuidar, para que ele tenha participação efetiva e para que esse momento passe a ser um momento de interação pessoal entre equipe e familiares.
Palavras-chave: Acompanhante familiar. Pessoa idosa. Hospitalização.
ABSTRACT
A qualitative, exploratory, descriptive and cross-cutting study, having as objectives: identify the significance for the family to accompany the elderly patient in medical and surgical clinics from the Hospital School and Santa Casa de Misericordia Hospital in Itajubá, Minas Gerais; identify the familiar feelings related to this situation. Thesample consisted of 16 families. The type of sample was the intentional or theoretical. The data collection was only initiated after the consent of the directors from the health institutions involved in the study and their approval on the project by the Research Ethics Committee of the University of Wenceslau Braz Nursing School, in Itajubá – MG. Data were collected through a written record of a structured instrument and taped record as semi-structured interviews. For the written data analysis it was used descriptive statistics, by means of absolute and relative frequencies. The recorded data, after being transcribed in full, were analyzed and interpreted in supported content analysis technique. As for the "personal characteristics of the participants", it was observed a variation between ages, and the age ranged was from 25 to 75 years, prevailing ages between 35 and 44 years, corresponding to 37% of them. It was found that 13 of the respondents (81%) were female. In relation to religion, it was noticed that the Catholic religion prevailed over fourteen members of the study (87%). Among the interviewed, 11 were married (69%). As to kinship, there were some variations, predominating the patient’s child as accompanying, with 7 participants (44%). Regarding to the remuneration, 100% of respondents reported not earning money to act as escort. It was found that for the familiar accompanying the elderly hospitalized means I do not know; love, affection, tenderness, hope and passion for patient; monitoring and care; wonderful and very good; important; safety for the patient; fear, and help and contribution. In experiencing this situation, the accompanying feels sad, complicated and with difficulties; important, useful, happy and glad to be helping; with responsibility and caring; more attached to the patient; fear, nervousness and worry. It is expected that the results observed contribute to the nursing staff to expand their vision, extending its action beyond the client, covering also the accompanying in their planning and care process, so they have effective participation and that situation becomes a moment of personal interaction between the hospital staff and the family.
Key-words: Familiar accompanying. Elderly. Hospitalization.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 11
1.1 INTERESSE PELO TEMA.............................................................................. 13
1.2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO....................................................................... 14
1.3 OBJETIVO DO ESTUDO............................................................................... 15
2 MARCO CONCEITUAL................................................................................. 16
2.1 A PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA............................................................ 16
2.2 O ACOMPANHAMENTO DA PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA................ 17
2.2.1 Direito da pessoa idosa em ter acompanhante......................................... 17
2.2.2 Tipos de acompanhantes............................................................................ 18
2.2.2.1 Tipos de família e suas funções..................................................................... 19
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA.................................................................. 23
3.1 CENÁRIO DE ESTUDO................................................................................. 23
3.1.1 Caracterização dos locais de pesquisa...................................................... 24
3.2 DELINEAMENTO DE ESTUDO..................................................................... 25
3.3 PARTICIPANTES, NATUREZA DA AMOSTRA E AMOSTRAGEM.............. 25
3.4 COLETA DE DADOS..................................................................................... 26
3.4.1 Instrumento para coleta de dados.............................................................. 26
3.4.2 Procedimentos para coleta de dados......................................................... 27
3.5 PRÉ-TESTE................................................................................................... 27
3.6 ANÁLISE DE DADOS..................................................................................... 28
3.7 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA............................................................ 29
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................. 31
4.1 CARACTERIZAÇÃO PESSOAL DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO........ 31
4.2 RESULTADOS DAS QUESTÕES ABERTAS DO ROTEIRO DE
ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA............................................................ 32
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................. 44
5.1 CONCLUSÕES.............................................................................................. 44
5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 45
REFERÊNCIAS..............................................................................................
48
APÊNDICE A – Caracterização pessoal dos participantes do estudo.... 52
APÊNDICE B – Roteiro de entrevista semiestruturada............................. 53
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido................ 54
APÊNDICE D – Extração das ideias principais.......................................... 56
APÊNDICE E – Identificação uniforme, por semelhanças, das idéias
principais extraídas......................................................................................
62
APÊNDICE F – Agrupamento das ideias principais semelhantes
originando as categorias.............................................................................
68
APÊNDICE G – Solicitação para a coleta de dados na Santa Casa de
Misericórdia da cidade de Itajubá...............................................................
70
APÊNDICE H – Solicitação para a coleta de dados no Hospital Escola
da Cidade de Itajubá.....................................................................................
72
ANEXO A – Parecer Consubstanciado N. 803/2012................................. 74
11
1 INTRODUÇÃO
Segundo Shiotsu e Takahashi (2000, p. 100), acompanhante é “a pessoa que
acompanha; acompanhador”, “pessoa que faz companhia ou dá assistência ao
indivíduo doente, idoso, inválido, etc.”
Para Melo, Marcon e Uchimura (2010) o hospital é uma instituição organizada
para proteger e manter a vida nos limites da doença e dos recursos tecnológicos
disponíveis. Porém a hospitalização configura uma experiência difícil, sendo um
evento gerador de ansiedade, devido ao diagnóstico não comunicado, relação de
doença grave ou crônica, distância do domicílio e familiares e procedimentos
invasivos e dolorosos.
Os mesmos autores mencionam que, além de lidar com o diagnóstico,
vivenciar o processo de sofrimento durante a hospitalização, adaptar-se a um
cenário hostil e à rotina hospitalar e conviver com outras experiências de sofrimento,
muitas vezes, o acompanhante é aconselhado pela equipe de saúde a se acostumar
às situações hospitalares para melhor ostentar o seu papel de cuidador.
A hospitalização, em qualquer indivíduo, pode repercutir no seu estado
emocional, já que o afastamento de seu meio, de seu cotidiano, de seu trabalho e de
sua família já produz por si só consequências importantes.
Silva e Bocchi (2005) afirmam que a hospitalização é uma fase do processo
em que o familiar, com a função de acompanhante, passa a enfrentar a realidade
movido pela crença de que a pessoa hospitalizada irá melhorar, mesmo que seja
informado pelo médico sobre os tipos de tratamentos e sobre as mínimas chances
de recuperação.
Os referidos autores dizem que o familiar quer permanecer junto ao doente no
hospital pelos seguintes motivos: insegurança, interesse no paciente, sentimento de
corresponsabilidade pela recuperação do paciente, oportunidade de aprender,
obrigação, respeito ou simplesmente por estar junto.
De acordo Brasil (2003) no Estatuto do Idoso, Capítulo IV – Do Direito à
Saúde, Lei n°10.741, de 1º de outubro de 2003, Art. 15, é assegurada a atenção
integral à saúde da pessoa idosa por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS,
garantindo-lhe o acesso universal e igualitário em conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde,
incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. O
12
artigo 16 desse estatuto ressalta que, à pessoa idosa internada ou em observação, é
assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as
condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério
médico.
Pena e Diogo (2005), dizem que a presença do familiar no decorrer da
hospitalização do idoso e seu envolvimento no cuidado não devem ser vistos como
delegação de responsabilidades ou como complementação de recursos humanos
para a assistência de enfermagem, mas sim como uma parceria entre o cuidador
familiar e a equipe de saúde.
Shiotsu e Takahashi (2000) consideram que o acompanhante familiar
necessita da atenção da equipe de saúde para que sejam minimizados os
sentimentos de ansiedade, expectativa, medo, preocupação e receio, visto que o
relacionamento desse cuidador com os profissionais da saúde é muito técnico e
distante, sem um envolvimento afetivo.
É necessário que o acompanhante familiar e os profissionais da saúde façam
que a comunicação entre eles venha a favorecer alguns aspectos, tais como:
orientação, informação, esclarecimento sobre o papel do familiar no cuidado,
importância do seu envolvimento, as normas e as rotinas do hospital, os deveres,
entre outros (PENA, DIOGO, 2005).
Os referidos autores mencionam que além da inter-relação pessoal e do
interesse do familiar em participar do método de cuidado a pessoa idosa
hospitalizada, outro fator que facilita sua participação nesse processo, diz respeito
ao fato de o acompanhante familiar possuir competência emocional, principalmente
para reagir diante da situação de doença do idoso e ter paciência. Competência
emocional e paciência são referidas qualidades indispensáveis no processo de
acompanhamento e cuidado da pessoa idosa hospitalizada.
De acordo com Schier (2003), o acompanhante hospitalar para pacientes
idosos vem se adaptando a uma realidade de serviço de saúde, a fim de contemplar
as necessidades da pessoa idosa, objetivando suavizar os efeitos da hospitalização
sobre este e, facilitando a capacitação do familiar cuidador para a continuidade dos
cuidados pós-alta hospitalar.
Desta forma, envolve a equipe de enfermagem e outros profissionais da
saúde, o familiar acompanhante e a própria pessoa idosa na aprendizagem e
familiarização do processo de cuidado, tratamento e recuperação.
13
1.1 INTERESSE PELO TEMA
O interesse pelo tema surgiu a partir de um convite realizado pelas docentes
do setor de pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz para a realização
de um trabalho científico. De acordo com os temas sugeridos, nos interessamos
pelo que abrangia “O significado e o sentimento dos acompanhantes familiares da
pessoa idosa hospitalizada”. Com base em pesquisas e estudos, percebemos que a
hospitalização pode refletir no estado emocional de qualquer indivíduo, mas com a
pessoa idosa esta condição afeta de maneira mais direta, pois esta possui
dificuldades em se adaptar a um novo ambiente, já que o afastamento do seu
cotidiano produz consequências importantes.
A presença do acompanhante durante a hospitalização da pessoa idosa é
importante e necessária e foi estabelecida pelo Ministério de Estado da Saúde, ao
considerar a melhoria da qualidade de vida que traz a ela. Além de tornar
obrigatórios os meios que viabilizam a permanência do acompanhante, a Portaria N°
280, de 7 de abril de 1999, do Ministério da Saúde, garante os recursos financeiros
para sua acomodação.
A pessoa idosa hospitalizada é dependente dos seus familiares uma vez que
essa circunstância o distancia do convívio familiar. A presença de um membro da
família no hospital é importante não só para acompanhar, mas também para ser
orientado já que este, na maioria das vezes, é um cuidador leigo.
A partir das pesquisas bibliográficas nos deparamos com os seguintes
questionamentos: “Que significados envolvem os acompanhantes familiares ao
acompanhar a pessoa idosa hospitalizada?” “Como esses acompanhantes se
sentem nesse momento?”.
Frente a esses questionamentos, pretendemos aprofundar nossos
conhecimentos a cerca da experiência desses familiares acompanhantes da pessoa
idosa durante o processo de hospitalização, uma vez que a ela é garantido o direito
a ter um acompanhante.
1.2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO
14
Estudos demográficos mostram que o crescimento da população idosa tem
ocorrido de forma bastante acelerada. Segundo Pavarini et al. (2009), estima-se que
em 2050 haverá dois bilhões de idosos no mundo e, nesse mesmo ano, no Brasil, as
projeções indicam mais de cinco milhões de homens e quase nove milhões de
mulheres com 80 anos ou mais.
Observa-se nas últimas décadas maior preocupação da equipe de saúde com
a humanização da assistência e facilitação do acesso de familiares ao cuidado a
pessoa idosa no ambiente hospitalar.
No entender de Dibai e Cade (2009), no Brasil, as unidades de internação
hospitalar enfrentam dificuldades ou estão iniciando sua estruturação quanto à
organização da assistência no que diz a respeito à permanência da família nesse
ambiente institucional, a sua participação no tratamento, bem como à natureza da
relação entre familiares e profissionais de saúde.
As equipes de saúde ainda não conseguiram fortalecer a ideia de que a
família é uma unidade que possui demandas e necessidades específicas no
contexto hospitalar e, que a criação de recursos de apoio e de espaços onde
possam manifestar suas crenças são ações que poderiam vir a promover o
enfrentamento da situação.
No âmbito social, os resultados desta pesquisa podem estimular e aprofundar
o conhecimento sobre o tema em questão e contribuir para o planejamento de uma
linha de cuidado a pessoa idosa e aos familiares, visto que o impacto social
decorrente do envelhecimento populacional leva em conta importantes
transformações e consequências para a sociedade como um todo. É importante
ressaltar que o enfermeiro integra uma sociedade relacionando com outras pessoas
e possuindo valores da sociedade em que se insere.
No âmbito profissional, esta pesquisa contribui para reflexões e
questionamentos relacionados à ação de cuidar. Os enfermeiros ao cuidarem
possuem expectativas de apoiar e ajudar o cliente na situação vivenciada, sendo
necessário estarem atentos as necessidades do acompanhante da pessoa idosa,
que de alguma forma interfere no cuidado.
No âmbito cientifico, contribui para futuras pesquisas sobre o tema, além de
esclarecer as questões que levaram a iniciativa deste estudo que diz a respeito ao
sentimento dos familiares acompanhantes da pessoa idosa hospitalizada em relação
ao cotidiano profissional.
15
Diante deste quadro, emergiram as seguintes questões que nortearam o
estudo: “Qual (is) o (s) significado (s) para o acompanhante de estar acompanhando
o seu familiar idoso hospitalizado?” “Quais os seus sentimentos acerca disto?”
1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO
Diante dos questionamentos levantados anteriormente, os objetivos deste estudo
são:
Identificar os significados para o familiar de estar acompanhando a pessoa
idosa hospitalizada nas clínicas médica e cirúrgica do Hospital Escola e Santa
Casa de Misericórdia da cidade de Itajubá/MG.
Identificar os sentimentos desses familiares acerca desta situação.
16
2 MARCO CONCEITUAL
Esta etapa do trabalho traz a fundamentação do objeto de estudo desta
pesquisa e está dividida em duas partes: o idoso hospitalizado e o acompanhante
familiar do idoso hospitalizado.
2.1 A PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA
De acordo com Sthal, Bert e Palhares (2011), na assistência hospitalar, a
idade é considerada um indicador na determinação da assistência do idoso enfermo
e o estado funcional é o parâmetro mais fidedigno no estabelecimento de critérios
específicos de atendimento. A avaliação funcional é a mensuração da capacidade
de uma pessoa de completar as tarefas funcionais e desempenhar as funções
sociais, abordando especificamente a capacidade de completar tarefas que variam
desde os simples cuidados pessoais até atividades de nível mais complexo.
Para eles, a capacidade funcional pode ser definida como sendo o grau de
preservação do indivíduo na capacidade de realizar Atividades Básicas da Vida
Diária (AVDS), como banhar-se, vestir-se, transferir, ter continência de esfíncteres e
alimentar-se, e também para desenvolver Atividades Instrumentais da Vida Diária
(AIVDS) como cozinhar, arrumar a casa, telefonar, lavar roupa, ir às compras, cuidar
das finanças domésticas e tomar remédios.
Os referidos autores afirmam que a incapacidade funcional ou desabilidade
definida pela dificuldade ou dependência do idoso na realização individual das
atividades de vida diária, limita a autonomia da pessoa idosa, reduz sua qualidade
de vida e aumenta o risco de dependência, institucionalização e morte prematura.
De acordo com eles a diminuição da capacidade funcional é referida também
como fator de aumento no risco de quedas, principalmente devido ao
comprometimento na realização de tarefas do dia a dia com limitações de força
muscular, equilíbrio e mobilidade; no Brasil, 30% dos idosos caem pelo menos uma
vez ao ano. A incapacidade funcional é um processo dinâmico e progressivo,
consequência das doenças crônico-degenerativas e de mudanças fisiológicas
associadas ao envelhecimento.
Os mesmos autores ainda relatam que, durante a hospitalização, a
capacidade funcional da pessoa idosa pode ser comprometida e levar à
17
dependência funcional, por se tratar de um evento complexo que ocorre num
momento de fragilidade, quando o idoso é retirado do seu meio, do convívio familiar
e social, e transferido para um ambiente estranho.
Segundo Jannuzzi e Cintra (2005), a internação passa a ser uma
desagradável experiência para as pessoas idosas uma vez que há uma grande
exigência de mudanças nos seus hábitos de vida, bem como o distanciamento de
familiares, amigos e objetos pessoais. Condições essas exacerbadas, considerando
que eles apresentam maior incidência no número de internações e permanecem
maior tempo hospitalizados.
Portanto, para Sthal, Bert e Palhares (2011), a avaliação funcional é essencial
no tratamento da pessoa idosa, uma vez que as condições crônico-degenerativas,
tão frequentes nessa faixa etária, tendem a afetar a capacidade funcional da pessoa
idosa. Idosos, classificados como totalmente dependentes, constituem um grupo
geralmente enquadrado como mais vulnerável. Os serviços de saúde deverão estar
preparados para identificá-los e promover-lhes assistência diferenciada e pautada na
participação de diferentes profissionais da área da saúde.
Sendo assim, para eles, torna-se importante perceber que são normais
algumas perdas e dificuldades que a pessoa idosa apresenta, bem como saber
diferenciar um processo normal de um patológico.
2.2 O ACOMPANHAMENTO DA PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA
Brasil (2003) refere que no estatuto do idoso, elaborado com intensa
participação das entidades de defesa dos interesses das pessoas idosas, aprovado
pelo Congresso Nacional e sancionado pelo ex. presidente Luís Inácio Lula da Silva,
ampliou em muito a resposta do Estado e da sociedade às necessidades da pessoa
idosa. Trata dos mais variados aspectos da sua vida, abrangendo desde direitos
fundamentais até o estabelecimento de penas para crimes mais comuns cometidos
contra esta população.
2.2.1 Direito da pessoa idosa em ter acompanhante
Pena e Diogo (2005) mencionam que a presença do acompanhante durante a
hospitalização da pessoa idosa, tão importante e necessária, foi assegurada pelo
18
Ministério de Estado da Saúde, ao considerar a melhoria da qualidade de vida que
traz a ela. Além de tornar obrigatórios os meios que viabilizam a permanência do
acompanhante, a Portaria Nº 280, de 7 de abril de 1999, do Ministério da Saúde,
garante os recursos financeiros para sua acomodação.
Dizem, também, que a necessidade da presença do acompanhante é
reforçada por vários estudos, ao considerarem que a pessoa idosa é dependente
dos seus familiares e que a hospitalização o que distancia do convívio familiar. A
presença de um membro da família no hospital é muito importante, não só para
acompanhar a pessoa idosa, mas também para ser orientado em seu papel de
cuidador leigo. A atividade de cuidar, realizada com a equipe de enfermagem do
hospital, torna o acompanhante um cliente e um parceiro da enfermagem.
Os referidos autores relatam que essa interação pode colaborar as reações
favoráveis das famílias frente à doença, pois, quando a família responde de forma
adequada e positiva às mudanças impostas pela doença, pode ocorrer a absorção
do impacto, diminuindo seus efeitos deletérios. Nessas circunstâncias, os familiares
passam a colaborar com o indivíduo doente para que enfrente as mudanças
ocorridas na sua rotina de vida, bem como as limitações advindas do próprio estado
de saúde. Contrariamente, quando as famílias respondem de forma inadequada,
pode surgir confusão de papéis, ocorrendo atritos e sentimentos de isolamento que
podem influir sensivelmente nos processos de ajuda ao indivíduo hospitalizado.
Os autores enfatizam que no estudo sobre a participação da família na
assistência a pessoa idosa hospitalizada, sob a ótica da equipe de enfermagem e do
próprio paciente, verificou-se que o familiar pode participar como membro da equipe
de trabalho, tornando-se, também, responsável pela assistência prestada e, desse
modo, contribuindo muito para a manutenção da integridade emocional da pessoa
idosa. Por isso, a importância da pessoa idosa perceber a participação de seus
familiares no seu tratamento. A participação destes familiares no cuidar pode ser
favorecida pelo fornecimento de informações relevantes sobre as possibilidades de
participar do planejamento, da tomada de decisão e da avaliação do cuidado.
2.2.2 Tipos de acompanhantes
Segundo Schier, Gonçalves e Lima (2003), o acompanhante hospitalar para
paciente geriátrico vem sendo uma realidade do serviço de saúde, a fim de
19
contemplar as necessidades da pessoa idosa e amenizar os efeitos da
hospitalização sobre ela e facilitar a capacitação do familiar cuidador para a
continuidade dos cuidados pós-alta hospitalar.
Para Dibai e Cade (2009) o cuidado não é uma tarefa fácil, pois envolve o
lidar com os limites humanos, com a vida, com a doença e com a própria morte,
elementos que rondam, constantemente, o cenário hospitalar. Desse modo, é
importante conhecer instrumentos que ajudam no reconhecimento e caracterização
do cuidador entre os membros familiares.
Os mesmos dizem que as principais atividades realizadas pelos
acompanhantes no hospital são aquelas que tem por objetivo atender às
necessidades humanas básicas do paciente internado.
Medeiros et al (2011), diz que, na maioria das vezes, esses acompanhantes é
membro da própria família e se torna uma pessoa de alta responsabilidade para com
ele e indispensável no processo de acompanhamento e cuidado.
Os autores dizem ainda que é necessário avaliar as condições pelas quais
estes se tornaram cuidadores, prevendo que seus sentimentos e sua ação sejam
contribuintes com o processo de saúde prestado aos cuidados à pessoa idosa.
Segundo as Faculdades Pestalozzi (2009), o cuidador da pessoa idosa é uma
pessoa capacitada para auxiliar o idoso em suas limitações nas tarefas do cotidiano,
fazendo o elo entre o idoso, a família e serviços de saúde na sociedade.
2.2.2.1 Tipos de família e suas funções
Ohara e Concone (2010) afirmam que a unidade família surgiu inicialmente
como um fenômeno biológico e posteriormente evoluiu para um fenômeno social. A
influência sobre as famílias como instituições sociais parece estar ligada à influência
do gênero, idade, status e papéis que lhe são atribuídos. As funções dessas
unidades são muito mais importantes que as pessoas que as compõem.
A família a partir do mercantilismo, perdeu suas funções públicas e passou a
ter funções privadas. Anteriormente, o espaço público era vivido com extensão da
casa e, posteriormente, uma segmentação e compartimentalização das relações em
uma “privatização” da família e em um contexto de uma “sociedade individualizada”
(MARCONI; PRESOTTO, 2007).
20
Segundo Ohara e Concone (2010, p. 80) as famílias podem ser classificadas
de acordo com a sua organização, estrutura de seus membros familiares, variáveis
no tempo e espaço:
Família elementar ou nuclear: é uma unidade formada por homem, sua
esposa e seus filhos, que vivem juntos em uma união reconhecida pelos membros
de uma sociedade. Quando a relação não é formal, recebe o nome de concubinato.
A família elementar é a base social, onde se originam as relações primárias de
parentesco. Ela vai diminuindo, quando seus filhos casam e formam uma nova
família nuclear ou pode desaparecer com a morte dos pais.
Família extensa: é uma unidade formada de duas ou mais famílias
nucleares, ligadas por laços consanguíneos, por um dos lados (esposa ou cônjuge)
ou ambos, e ainda, duas ou mais gerações. Nesse tipo de família, além do grau de
parentesco e dos laços consanguíneos, existem deveres e direitos mútuos
reconhecidos que fortalecem a união. A família extensa pode ser formada por avós,
tios e sobrinhos.
Família composta: também conhecida como família complexa ou conjugada,
formada por três ou mais cônjuges e seus filhos. Esta é formada por um núcleo de
famílias separadas, mas ligadas pela relação com um pai comum.
Família conjugada fraterna: uma família formada de dois ou mais irmãos,
suas respectivas esposas e filhos.
Família fantasma: é formada por uma mulher casada e seus filhos e o
fantasma. Nesse tipo de família, o pai não desempenha a função de pai, mas
apenas de genitor, sendo a função do pai desenvolvida pelo irmão mais velho da
mulher.
Funções da família
A família é um sistema ativo em constante mudança, ou seja, complexo que se
altera com o passar do tempo para assegurar a continuidade e o crescimento de
seus membros. Esse processo assegura a continuidade e crescimento que permitem
o desenvolvimento da família como uma unidade, ao mesmo tempo em que
assegura sua diferenciação de seus membros. Apesar de as funções da família
passarem por várias alterações durante os séculos, os estudiosos apontam quatro
funções básicas e quatro subsidiárias (CERVENY; BERTHOUD, 2002).
Dentre as funções básicas encontramos:
21
o Sexual, que atende as necessidades permitidas por meio da união ou
casamento, estabelecido o pai como o componente legal.
o Reprodução, que visa à perpetuação por meio dos filhos.
o Econômica, assegura o sustento e a proteção das mães e filhos, esses
cuidados podem ser desempenhados na própria família nuclear, mas
também pelos familiares com laços consanguíneos.
o Educação, do cuidado com os filhos, é reconhecida como função universal
da família.
Família brasileira
No Brasil, desde o início colonial deu-se a instalação de uma sociedade do
tipo paternalista, a família patriarcal, com base no relacionamento que estimula a
dependência da autoridade paterna e a solidariedade entre os parentes
(SAMARA, 1983).
No entender de Ohara e Concone (2010), na família patriarcal os indivíduos
eram ligados por laços sanguíneos, trabalho ou amizade, definindo a
complexidade do modelo, pois a composição do núcleo central estava, até certo
ponto, bem delimitada. Todos viviam no mesmo domicílio.
Os referidos autores dizem que a família brasileira é o resultado de
transplantação e adaptação da família portuguesa ao nosso ambiente colonial,
tendo como consequência um modelo com características patriarcais e
tendências conservadoras em sua essência.
A família patriarcal instalou-se nas regiões onde foram implantadas as
grandes unidades agrárias de produção, engenhos de açúcar, fazendas de
criação ou plantação de café. Nesse tipo de família, a incorporação de novos
membros ocorria de preferência por parentes legítimos, a extenso “clãs” que
asseguravam a individualidade de seu poder (OHARA; CONCONE, 2010).
Para os referidos autores, esta família tinha como funções os aspectos
econômicos e sociais. Desempenhava um papel fundamental na sociedade
colonial, apresentava-se também como solução para os problemas de
acomodação sociocultural da população livre e pobre.
O modelo patriarcal serviu para estruturar e caracterizar a família brasileira.
Esse tipo de concepção foi aceito pela historiografia, sendo de tal forma
representativa, estática e praticamente única para exemplificar toda a sociedade
22
brasileira. As variações na estrutura familiar ocorreram em função do tempo, do
espaço e de outros grupos sociais. A industrialização e a urbanização trouxeram
a ruptura de isolamento das comunidades tradicionais de autoridade, a negação
dos velhos valores, a adoção de novos comportamentos (DURHAN, 1973).
A transformação e a decadência da família caracterizada como patriarcal
ocorreram com o advento da industrialização e a ruína das grandes propriedades
rurais. Estudos mais recentes mostram que as estruturas familiares extensas tipo
patriarcal não são tão evidentes, sendo mais comuns famílias estruturadas com
menor número de integrantes. A família patriarcal assumiu configurações
regionalmente diferentes e mudou com o tempo (CARVALHO, 2003).
23
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Esta etapa do trabalho engloba os pontos relacionados com a caracterização
do cenário do estudo, delineamento do estudo, a amostra e amostragem, os
instrumentos de coleta de dados, o pré-teste, os procedimentos para a coleta de
dados, a estratégia de análise dos dados, além da ética da pesquisa.
3.1 CENÁRIO DE ESTUDO
O presente estudo foi realizado no Hospital Escola e na Santa Casa de
Misericórdia da cidade de Itajubá, Minas Gerais.
De acordo com a Prefeitura de Itajubá (2011), o município de Itajubá situa-se
no sul do Estado de Minas Gerais, numa altitude de 1746 metros no seu ponto mais
alto e de 830 metros no ponto mais baixo, acima do nível do mar, sendo que a área
urbana, sem considerar os morros, fica numa altitude média de 842 metros.
Ocupando uma área de 290,45 Km² de extensão, com população de 90.812
habitantes, de acordo com o IBGE de 2006, o equivalente a 312,65 hab./km², numa
taxa anual de crescimento de 1,26% habitantes por ano.
O município de Itajubá é centro de referência em assistência a saúde para
dezesseis municípios da chamada microrregião do Alto Sapucaí. A cidade conta com
2 (dois) hospitais credenciados para o Sistema Único de Saúde - SUS, Santa Casa
de Misericórdia de Itajubá e Hospital Escola de Itajubá, da Faculdade de Medicina
de Itajubá, com níveis de atendimento de atenção básica até alta complexidade.
Oferece ainda assistência na área privada de convênios com os Hospitais
Odontomed, Saúde Ceam e Unimed Itajubá, além do hospital Bezerra de Menezes,
voltado à saúde mental. A assistência ambulatorial, além dos serviços privados, é
realizada nos hospitais credenciados do SUS, nas Unidades Básicas de Saúde do
município e nas duas policlínicas municipais. Exames laboratoriais e de imagem são
realizados por prestadores de serviços credenciados para o SUS, e/ou contratados
pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Saúde.
3.1.1 Caracterização dos locais de pesquisa
24
O Hospital Escola de Itajubá é mantido pela Associação de Integração Social
de Itajubá (AISI) e segundo a AISI (2010), possui 13.450 m2 de área construída. É
classificado como Hospital Geral de Ensino certificado pelo Ministério da Educação e
Cultura e Ministério da Saúde conforme Portaria Interministerial nº 2.091 de
28/10/2005. Possui 137 leitos ativos de internação nas especialidades de Clinica
Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia, Obstetrícia, Ortopedia/ Traumatologia, Pediatria
e Unidade de Terapia Intensiva, dos quais 102 leitos são destinados ao SUS. O
Hospital possui serviço de Alta Complexidade de referência em Unidade de Terapia
Intensiva.
A Santa Casa de Misericórdia de Itajubá, como menciona o site Santa Casa
de Itajubá, foi inaugurada em 02 de maio de 1897. Antes os serviços prestados de
saúde eram de responsabilidade da Sociedade Beneficente de Itajubá, sob a direção
do médico Dr. Xavier Lisboa.
Havia grande necessidade de expansão da Santa Casa, o espaço era
insuficiente e a situação era precária. Em 1977, houve melhoramentos entrosados
nesta cadeia desenvolvimentista da Santa Casa, a construção e inauguração de um
novo bloco. Servido por elevadores, com 6 andares onde englobava um novo Centro
Cirúrgico, salas especializadas, serviço modelar de atendimento pediátrico, sala de
recuperação e tratamento intensivo, excelentes e arejadas enfermarias para homens
e mulheres, farmácia, quartos de apartamento, salão de reunião, assim a Santa
Casa acompanhava o progresso da nossa querida cidade, Itajubá.
Do passado até o presente, muito se criou e pessoas de responsabilidade
tiveram empreitadas de grande alcance social, a Santa Casa os teve e os têm com o
reconhecimento de seus grandes esforços.
Classificada como hospital geral de médio porte, não possui entidade
mantenedora. Disponibiliza de um total geral menos complementar de 95 leitos. É
campo de estágio, ensino clínico e pesquisa para alunos da área de saúde da
referida cidade e seu corpo clínico é composto em média por 100 médicos atuantes.
As unidades de clínica médica e cirúrgica são as unidades em que foram
escolhidos os familiares acompanhantes de pessoas idosas para participar do
estudo, pois são nessas unidades que as pessoas idosas internadas ficam com o
acompanhante.
3.2 DELINEAMENTO DE ESTUDO
25
O estudo foi de abordagem qualitativa, do tipo exploratório, descritivo e
transversal.
A pesquisa qualitativa, como refere Minayo (2003), trata de uma atividade da
ciência que visa à construção da realidade, mas que se preocupa com as ciências
sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com o
universo de crenças, valores, significados e outros construtos profundos das
relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
De acordo com Gil (2002), o estudo do tipo exploratório tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que essas pesquisas têm como
objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu
planejamento é bastante flexível de modo que possibilite a consideração dos mais
variados aspectos relativos ao fato estudado.
Gil (2002) ainda diz que o estudo descritivo tem como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômenos, ou então o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem
ser classificados sob este título e uma de suas características mais significantes está
na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário
e a observação sistemática.
No estudo transversal todas as medições são feitas num único momento, não
existindo, portanto, período de seguimento dos indivíduos. (MEDSTATWEB, 2010).
3.3 PARTICIPANTES, NATUREZA DA AMOSTRA E AMOSTRAGEM
Os participantes foram os familiares acompanhantes da pessoa idosa
hospitalizada nas clínicas médica e cirúrgica do Hospital Escola e Santa Casa de
Misericórdia da cidade de Itajubá, Minas Gerais, respectivamente selecionados a
partir dos seguintes critérios de elegibilidade:
Concordar em participar do estudo.
Ser acompanhante familiar da pessoa idosa hospitalizada em uma das
clínicas das instituições envolvidas no estudo.
Estar como acompanhante da pessoa idosa hospitalizada há pelo menos três
dias.
26
O período de estar acompanhando a pessoa idosa há pelo menos três dias foi
determinado por se acreditar que é o tempo suficiente para que o acompanhante
possa expressar seu significado e sentimento diante desta situação.
Os critérios de inelegibilidade dos participantes da pesquisa foram:
Não concordar em participar do estudo.
Ser acompanhante familiar da pessoa idosa hospitalizada nas demais
unidades das instituições envolvidas no estudo.
Estar como acompanhante no período inferior a três dias.
Segundo Polit, Beck e Hungler (2004), a amostra numa pesquisa qualitativa é
determinada pela necessidade de informações. Um princípio que orienta a
amostragem é a saturação de dados, ou seja, ao ponto que não é obtida nenhuma
informação nova e sim a redundância. Sendo assim, o número total de entrevistados
dependeu das respostas, fornecidas por eles, as questões abertas do roteiro de
entrevista semiestruturada, formando assim a amostra do estudo. Ao perceber que
os objetivos do estudo foram alcançados, não surgiram novos dados e iniciou-se a
redundância de informações, a coleta de dados e o acréscimo de participantes foram
interrompidos.
A amostragem foi do tipo intencional ou teórica, onde o pesquisador escolhe
membros da amostra de acordo com as necessidades de informação que emergem
dos resultados preliminares (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
3.4 COLETA DE DADOS
A seguir são descritos os instrumentos e os procedimentos utilizados, neste
trabalho, para coleta de dados.
3.4.1 Instrumento para coleta de dados
Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos (APÊNDICES A e
B). O primeiro contemplou informações relacionadas a caracterização pessoal dos
participantes do estudo, como: gênero, idade, religião, estado civil e grau de
parentesco. O segundo abordou um roteiro de entrevista semiestruturada contendo
duas questões abertas inerentes aos objetivos da pesquisa.
27
3.4.2 Procedimentos para coleta de dados
A coleta de dados ocorreu após a aprovação da pesquisa pelo Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) da EEWB (ANEXO A) e assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (APÊNDICE C), pelos pacientes que aceitaram
participar da pesquisa.
A coleta foi realizada em um local privativo nas unidades de clínica médica e
cirúrgica das instituições participantes da pesquisa. Antes de iniciar a entrevista, os
participantes foram informados sobre o trabalho, seus objetivos, e principalmente do
anonimato.
Após as explicações e esclarecimentos o entrevistado concordou ou não em
participar e, mediante sua decisão, assinou o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE, iniciando-se assim a pesquisa propriamente dita.
A entrevista não foi agendada previamente com o entrevistado, portanto não
houve escolha de um horário adequado para responder as perguntas, já que estes
deveriam estar acompanhando pessoas idosas internadas nas unidades
mencionadas anteriormente.
A coleta de dados foi feita de forma individual, garantindo a privacidade ao
participante, por meio de gravação em um gravador digital ou mesmo transcrição
manual das respostas de um participante no ato da entrevista, porque ele não quis o
uso do gravador. Para a transcrição das falas, obedeceu-se os critérios
metodológicos, permitindo a fidedignidade das informações colhidas.
Após a transcrição das falas do registro gravado, as gravações digitais foram
guardadas e permanecerão arquivadas por um período de cinco anos após o
término da pesquisa.
3.5 PRÉ-TESTE
De acordo com GIL (2006), o pré–teste é realizado mediante a aplicação da
entrevista em elementos que estejam respeitando os critérios de elegibilidade para o
estudo. Ele define o pré–teste como uma prova preliminar, cuja função é evidenciar
possíveis falhas na redação do questionário, tais como: complexidade das questões,
imprecisão na redação, desnecessidade da questão, constrangimento ao informante,
exaustão, entre outros fatores.
28
O pré-teste também serviu para fornecer uma base às autoras da pesquisa
sobre o tempo gasto para a aplicação do instrumento, analisar o nível de
compreensão das perguntas e a necessidade de acréscimos de dados para que, se
necessário, fossem feitas alterações e assim assegurar precisão e validade.
Nesta pesquisa foi realizado o pré–teste com quatro acompanhantes
familiares de pessoas idosas internadas, sendo dois do Hospital Escola e dois da
Santa Casa de Misericórdia, um da clínica médica e outro da cirúrgica de cada
instituição hospitalar. Eles não foram incluídos na amostra, pois houve necessidade
de modificar o instrumento referente à caracterização pessoal dos participantes do
estudo, visto que se percebeu durante a realização do pré-teste a necessidade de
acrescentar o item: é remunerado para exercer essa função? ( ) Sim ( ) Não.
O tempo gasto para cada entrevista foi em torno de 10 minutos.
3.6 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados referentes à caracterização pessoal dos participantes do estudo,
após analisados, foram apresentados em forma de tabela e comentados no item 4
deste trabalho, ou seja, na apresentação e discussão dos resultados.
Os dados coletados com a gravação das respostas dos participantes às
questões abertas, referente ao roteiro de entrevista semiestruturada, depois de
transcritos, foram analisados e interpretados por meio da análise de conteúdo, que,
segundo Marconi e Lakatos (2002), consiste em uma técnica para investigar o
conteúdo das comunicações humanas, isto é, visa os produtos das ações humanas,
voltando-se para o estudo das ideias e não das palavras em si.
As autoras ressaltam ainda que a análise do conteúdo é caracterizada pela
busca do atendimento da comunicação entre os homens, baseando-se no
reconhecimento do conteúdo das mensagens.
De acordo com Bardin (2011) a análise de conteúdo abrange três etapas:
o A pré-análise: que é a organização do material a ser analisado;
o A exploração do material: que consiste no tratamento dos resultados
obtidos, ou seja, na aplicação do que foi definido anteriormente;
29
o O tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação: que visa
sistematizar os resultados com os objetivos iniciais, buscando a
construção de conhecimento cientifico sobre o objeto pesquisado.
Para análise dos dados obtidos com este instrumento, inicialmente foi feita a
leitura integral dos relatos de cada participante com a finalidade de melhor
compreensão geral para depois proceder à releitura deles, com a intenção de
conhecer os significados e sentimentos dos acompanhantes familiares das pessoas
idosas hospitalizadas nas clínicas médica e cirúrgica de duas instituições de saúde
da cidade de Itajubá, MG.
Os relatos foram agrupados em categorias que Carandina (2003, p. 95),
define como “o ato de recortar, classificar e ordenar ideias ou fatos segundo as suas
semelhanças”.
Para efetuarmos a análise de conteúdo dos dados que obtivermos com a
nossa pesquisa utilizamos os APÊNDICES D, E e F. No APÊNDICE D organizamos
o material colhido realizando a extração das ideias principais. Logo depois, utilizando
o APÊNDICE E, exploramos o material codificando os dados, ou seja, efetuamos a
identificação uniforme, por semelhança, das ideias principais extraídas. Em seguida,
classificamos e categorizamos os dados, ou seja, no APÊNDICE F agrupamos as
ideias principais semelhantes, originando as categorias.
3.7 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
O estudo seguiu os preceitos estabelecidos pela resolução 196/96 versão
2012, do Conselho Nacional de Saúde.
Os aspectos éticos da pesquisa foram resguardados em todos os momentos
do estudo. É importante ressaltar que a coleta de dados só foi iniciada após o
consentimento do Responsável Técnico da Santa Casa de Misericórdia e do
Coordenador de Ensino do Hospital Escola (APÊNDICES G e H) e também, como
exposto anteriormente, após a aprovação deste projeto pelo CEP da EEWB.
Os participantes tiveram autonomia para decidirem se queriam ou não
participar da pesquisa, após o fornecimento das informações que foram dadas pelas
autoras.
30
O termo de consentimento livre e esclarecido oficializou a decisão do
respondente em participar do estudo de maneira livre e espontânea, podendo
desistir, se assim o desejasse e quando quisesse.
Foram respeitados os valores morais, religiosos, culturais, sociais e éticos dos
entrevistados.
A imagem dos participantes, bem como as informações fornecidas por eles,
foram confidenciais, de forma a garantir a privacidade. O anonimato de cada
participante foi preservado utilizando a codificação com a letra A (acompanhante)
seguida de números ordinais sequenciais de acordo com o número de entrevistados,
que neste caso foi 16. Ex.: A1 (Acompanhante 1), A2 (Acompanhante 2), A3
(Acompanhante 3,...).
Os resultados deste trabalho serão divulgados para a comunidade acadêmica
da EEWB e para os profissionais das instituições de saúde envolvidos no estudo.
Uma cópia, em CD, da pesquisa ficará disponível na biblioteca da EEWB, outra
impressa no setor de pesquisa da EEWB, uma cópia impressa será entregue ao
CEP da referida Escola e uma para cada local do nosso cenário de estudo.
Também, será elaborado, a partir do trabalho, um artigo que será encaminhado para
apreciação do Conselho Editorial de um periódico da área da saúde.
31
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Esta etapa do trabalho, primeiramente, apresenta as características pessoais
dos participantes da pesquisa, expondo os dados referentes a um dos instrumentos
utilizados para a coleta de dados (APÊNDICE A). Em seguida, apresenta e discute
os dados transcritos que foram obtidos das respostas dos integrantes do estudo às
duas questões abertas do roteiro de entrevista semiestruturada (APÊNDICE B).
4.1 CARACTERIZAÇÃO PESSOAL DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO
Para a análise dos dados relacionados à caracterização pessoal dos
acompanhantes familiares envolvidos no estudo, utilizou-se a estatística descritiva,
por meio da frequência absoluta e relativa. Tais dados estão contidos na TAB. 1 que
se encontra a seguir, apresentada na seguinte ordem: idade, gênero, religião, estado
civil e grau de parentesco.
Tabela 1 - Características pessoais dos participantes do estudo. Itajubá, MG, 2012. (n = 16)
Frequência Frequência Características
Absoluta Relativa
Idade (anos): 25 a 34 3 19% 35 a 44 6 37% 45 a 54 2 12% 55 a 64 3 19% 65 a 75 2 13% Gênero: Feminino 13 81% Masculino 3 19% Religião: Católico 14 87% Evangélico 2 13% Estado civil: Solteiro 5 31% Casado 11 69% Grau de Parentesco: Filho (a) 7 44% Nora 4 25% Irmã (o) 2 12% Neta (o) 2 13%
(continua)
32
Tabela 1 - Características pessoais dos participantes do estudo. Itajubá, MG, 2012. (n = 16)
(conclusão)
Frequência Frequência Características
Absoluta Relativa
Esposo (a) 1 6% Remuneração: Sim 0 0% Não 16 100% Fonte: Das autoras
Foram entrevistados 16 familiares que estavam acompanhando a pessoa
idosa hospitalizada na clínica médica e clínica cirúrgica do Hospital Escola e Santa
Casa de Misericórdia de Itajubá.
Observou-se variação entre as idades dos integrantes do estudo, sendo que a
faixa etária oscilou entre 25 a 75 anos, prevalecendo as idades entre 35 e 44 anos,
correspondendo a 37% dos participantes.
Verificou-se que 13 dos respondentes (81%) eram do gênero feminino.
Em relação à religião, notou-se que prevaleceu a religião católica com
quatorze integrantes do estudo (87%).
Dos entrevistados 11 eram casados (69%).
Quanto ao grau de parentesco houve oscilações, prevalecendo como
acompanhante os filhos, com 7 participantes (44%).
No tocante à remuneração, 100% (16) dos respondentes disseram não
receber para exercer a função de acompanhante.
4.2 RESULTADOS DAS QUESTÕES ABERTAS DO ROTEIRO DE ENTREVISTA
SEMIESTRUTURADA
Em seguida, são apresentados e discutidos os resultados das duas questões
abertas do roteiro de entrevista semiestruturada (APÊNDICE B), referentes aos
objetivos do estudo, a saber: identificar os significados para o familiar de estar
acompanhando a pessoa idosa hospitalizada no Hospital Escola e Santa Casa de
Misericórdia da cidade de Itajubá e identificar os sentimentos destes familiares
acerca desta situação.
33
Os dados, depois de transcritos, foram analisados, utilizando-se do método de
análise de conteúdo descrito anteriormente na trajetória metodológica.
Realizou-se uma pré-análise em que se organizou o material. Logo em
seguida, explorou-se o material, codificando, classificando e categorizando os
dados, ou seja, os depoimentos dos participantes foram agrupados em categorias,
de acordo com a similaridade de ideias contidas neles. (APÊNDICES D, E e F).
Finalmente, efetivou-se o tratamento, inferência e interpretação desses dados.
Neste contexto, ao analisar as respostas dos entrevistados inerentes à
primeira questão aberta: “O que significa, para você, estar acompanhando o seu
familiar idoso hospitalizado?”, evidenciaram-se as seguintes categorias:
Não sei;
Amor, carinho, ternura, esperança e gosto pelo familiar;
Acompanhamento e cuidado;
É maravilhoso e muito bom;
É importante;
Segurança para o familiar;
Medo;
Ajuda e contribuição.
Tais categorias retratam o significado para os familiares acerca do
acompanhamento prestado à pessoa idosa hospitalizada.
1ª Categoria: Não sei
Ao analisar esta categoria, percebe-se que um único participante relata não
saber o que significa para ele este acompanhamento, mas enfatiza gostar do ente
hospitalizado se dispondo a acompanhar, contribuindo afetivamente:
“[...] ah eu não sei, pra mim é uma pessoa que eu gosto [...] então eu quero
acompanhar.” (A1).
A partir desse discurso foi possível perceber a dificuldade do acompanhante
em identificar seus próprios conceitos em ralação ao acompanhamento, mesmo que
o tratamento do paciente fosse uma prioridade a ser atendida no momento.
34
Leal (2000) escreve que por imposição ou escolha, o acompanhante familiar é
aquele que considera a necessidade do outro em primeiro lugar e geralmente é tão
pressionado por necessidades imediatas que se esquece de si mesmo, sendo
modesto em suas demandas e relutante em falar sobre suas dificuldades.
2ª Categoria: Amor, carinho, ternura, esperança e gosto pelo familiar
Nesta categoria evidencia-se que quatro participantes relataram significar
amor, carinho, ternura e gosto pelo ente hospitalizado. Essas respostas destacam o
vinculo afetivo, onde a permanência próxima à pessoa idosa, no decorrer da
hospitalização, facilita a participação no cuidado, principalmente, quando essa
relação ocorre por sentimentos positivos e relação de apego.
Isso pode ser sinalizado nas falas:
“[...] se não tiver amor e carinho a gente não cuida de ninguém
direito.” (A2).
“[...] é tudo né, família, amor, carinho, ternura, é esperança [...] é
a força maior que tem pra um doente recuperar mais rápido”.
(A4).
“[...] ah significa um sentimento de amor, tá ajudando pra essa
pessoa viver melhor.” (A14).
“[...] eu gosto dela, quero estar acompanhando.” (A16).
Também é de parecer de Santos (2001), que sentimentos como amor, carinho
e o toque são um meio de comunicação com a pessoa idosa hospitalizada, uma vez
que torna o corpo mediador da relação do acompanhante com o idoso, pois permite
sair do seu isolamento.
3ª Categoria: Acompanhamento e cuidado
Apurando esta categoria, percebe-se que dois integrantes relataram ter como
significado o acompanhamento e cuidado da pessoa idosa hospitalizada:
35
“[...] se tano perto se tá acompanhando e cuidando”. (A3).
“[...] a gente fica por dentro dos acontecimentos né, pode
conversar com o médico [...] olha é uma segurança que eu acho
que eu transmito pra ele.”(A15).
O familiar ao acompanhar o ente querido fornece apoio emocional, segurança
e também auxilia nas tarefas, fazendo que a pessoa idosa mantenha intima relação
com as rotinas que antes eram desenvolvidas no seu ambiente doméstico.
O acompanhante constrói um elo com o profissional médico, para que haja
transmissão das informações, já que é o profissional que realiza o diagnóstico,
fornecendo assim os dados que realmente interessam a este familiar. Ele também
interage com os demais membros da equipe de saúde, como enfermeiros,
nutricionistas, fisioterapeutas e outros.
Neste sentido, Pena e Diogo (2005) enfatizam que a participação desses
familiares no cuidar pode ser favorecida pelo fornecimento de informações
relevantes sobre as possibilidades de participar do planejamento, da tomada de
decisão e da avaliação do cuidado.
Segundo os referidos autores a equipe de enfermagem deve promover a
participação do familiar, por meio do suporte emocional e cognitivo, com informações
sobre quando e como participar dos cuidados e sobre as condições da doença e
limitações do paciente, interagindo, dessa forma, com estes cuidadores familiares.
4ª Categoria: É maravilhoso e muito bom
Compreendendo esta categoria, verifica-se que dois respondentes afirmam
ser maravilhoso e muito bom acompanhar o familiar hospitalizado, uma vez que se
sentem participativos desse processo:
“[...] muito bom, é bom acompanhar”. (A6).
36
“[...] eu acho maravilhoso poder fazer alguma coisa por alguém
que tá aqui internado [...] eu adoro ficar aqui, acho muito bom”.
(A8).
A instituição concede a oportunidade de um familiar estar com o doente
durante a hospitalização, acredita que esteja favorecendo o desenvolvimento de um
processo interacional, em que a reciprocidade de sentimentos promova um
relacionamento terapêutico doente-família, que alivie o sofrimento de ambos.
(SILVA; BOCH, 2005).
5ª Categoria: É importante Ao analisar esta categoria, concluiu-se que três dos entrevistados relataram
ser importante estar acompanhando o ente querido hospitalizado:
“[...] pra mim isso é de suma importância porque é acho que ela
sozinha aqui não teria assim capacidade de se recuperar tão
bem como ela recuperou nesses últimos dias.” (A7).
“[...] importante né, não pode ficar sozinha por causa da idade”.
(A10).
“[...] pra mim significa muito importante [...] as vezes a
enfermeira não tá por perto, e a gente que tá acompanhando dá
ajuda né.” (A11).
A presença do familiar é importante, visto que ter alguém de confiança por
perto neste momento traz um maior sentimento de acolhimento e segurança. É
também importante ter alguém para conversar com a equipe de saúde sobre o
estado geral do ente hospitalizado, recebendo notícias de diagnósticos, informações
relevantes sobre procedimentos, tratamentos e medicações a serem administradas,
contribuindo também para que ocorra um cuidado adequado quando este idoso
voltar para a casa.
Com reflexões semelhantes estão Pena e Diogo (2005), que ressaltam que os
familiares e profissionais têm clara necessidade de uma comunicação bem-sucedida
para que as suas relações interpessoais possam favorecer em todos os aspectos
37
consistindo em orientação, informação, esclarecimento sobre o papel do familiar no
cuidado, a importância do seu envolvimento, as normas e rotinas do hospital e os
deveres, dentre outros pontos.
6ª Categoria: Segurança para a família
Um participante relatou que a família se sente mais segura quando se tem um
familiar acompanhando o idoso hospitalizado:
“[...] eu acredito que para o paciente isso é bom né, o
aconchego da família [...] e também a família de certa forma
sente mais segura quando uma das pessoas tá acompanhando
esse paciente.” (A9).
Seja qual for a função do acompanhante, para ele esta situação representa
muitas coisas, como elo com o paciente, companheirismo, mensageiro, anjo da
guarda, instrutor e responsável na tomada de decisões. A maneira pela qual esse
acompanhante desempenha suas funções poderá influenciar no processo de
recuperação da saúde deste ente hospitalizado.
Schier (2003) afirma que é importante a gratificação sentida pela família, mas
também, há sentimento positivo de autoestima da pessoa receptora dos cuidados,
na medida em que se sente como alguém importante e por isso merecedor dos
cuidados de outro.
As famílias constituem uma importante fonte de apoio psicossocial e físico
para idosos. A interação carinhosa entre netos, avós e outros membros da família
contribui para a saúde de todos. (SMELTZER, 2006).
7ª Categoria: Medo
Diante desta categoria, evidencia-se que apenas um participante diz ter como
significado o medo. O processo de hospitalização traz também aos acompanhantes
sensações de fragilidade e impotência.
Isso é ilustrado no depoimento:
38
“[...] significa medo assim, medo de estar no hospital.” (A12).
Em relação ao ambiente hospitalar, este é considerado pelo acompanhante
familiar, muitas vezes, desagradável, confuso, contrastante, que gera sentimento de
rejeição, insatisfação e insegurança. Por isso, o fato de estar em contato diário com
o ambiente hospitalar representa para ele uma dificuldade com a qual teve que se
deparar diante da necessidade de ficar com o ente internado.
Foucault (1979), ao fazer uma análise sobre a origem dos hospitais, já
descrevia essa imagem, pois o hospital aparecia como fragmento de um espaço
fechado sobre si, lugar de internamento de homens e de doenças que multiplica o
mal no seu interior. Assim, a questão relativa à imagem dos hospitais poderia estar
fundamentalmente ligada aos diferentes espaços que ele ocupa na sociedade,
podendo ser abstraída de diferentes formas pelas pessoas.
8ª Categoria: Ajuda e contribuição
Nesta categoria evidencia-se que dois participantes do estudo dizem que o
acompanhamento oferecido significa ajuda e contribuição ao ente hospitalizado:
“[...] significa uma força maior pra que a recuperação dela
também seja mais rápida.” (A5).
“[...] significa poder ajudar de perto, contribuir de perto. Vai que
ele precisa de alguma coisa [...] eu tô aqui pra ajudar e auxiliar
também.” (A13).
Este significado se revela como um papel despertado na família pela relação
de responsabilidade entre pessoas unidas por laços de afetividade, determinando o
apoio a um familiar que esteja vivenciando o processo de tratamento de uma
doença.
Dibai e Cade (2008) dizem que o fato de permanecerem por um período
juntos e estarem enfrentando as mesmas dificuldades, impostas pela doença e
hospitalização do seu familiar, desperta nesses acompanhantes um sentimento de
pertença em que se reconheceram como grupo e passam a estabelecer laços de
solidariedade e ajuda mútua.
39
Ao analisar as respostas dos integrantes do estudo referentes à segunda
questão aberta: “Como você se sente ao estar acompanhando o seu familiar idoso
hospitalizado?”, emergiram as seguintes categorias:
Triste, complicado e com dificuldade;
Importante, útil, feliz e bem em ajudar;
Com responsabilidade e carinho;
Mais apegado à família;
Medo, nervosismo e preocupação.
Tais categorias representam os sentimentos dos familiares em estar
acompanhando à pessoa idosa hospitalizada.
1ª Categoria: Triste, complicado e com dificuldade
Compreendendo esta categoria, verifica-se que três respondentes do estudo
relataram se sentir tristes, complicados e com dificuldades ao estar acompanhando
um ente querido hospitalizado:
“[...] é bem complicado né tem dia que ele tá bem, tem dia que ele tá pior.” (A1)“[...] sinto muito triste, às vezes entro em depressão em saber que ela está aqui [...] preocupada, sem saber se ela vai recuperar.” (A2)“[...] com bastante dificuldade, até porque você assiste né, você não pode participar muito daquilo porque não sou da área, você não conhece muito os detalhes.” (A9)
Silva e Bocchi (2005) reforçam o citado quando dizem que a experiência em
ser acompanhante não se configura como prazerosa nos eventos em que se
vivencia o prolongamento da internação, o sofrimento com o processo do
diagnóstico, quando se percebe as chances de recuperação diminuídas e quando se
percebe o sofrimento do familiar diante do tratamento submetido.
Os referidos autores destacam ainda que esta situação não se mostra
prazerosa, uma vez que o acompanhante acaba tendo que se adaptar ao cenário
hostil, que não pode ser modificado para lhe assegurar conforto.
40
Mesmo com as dificuldades enfrentadas, é identificado que os familiares
sujeitam-se ao assumir papéis no cuidado, amparados no sentimento de
solidariedade e na esperança de recuperação, despertado numa relação de
responsabilidade entre pessoas unidas por laços de afetividade.
2ª Categoria: Importante, útil, feliz e bem em ajudar
Ao analisar esta categoria, destacam-se dez participantes do estudo que
relatam sentirem-se importantes, úteis, felizes e bem em ajudar a pessoa idosa
hospitalizada:
“[...] acho que a gente é importante, somos as únicas pessoas
que ele conhece.” (A1).
“[...] ah eu me sinto bem, a gente pelo menos tá ajudando de
algum jeito.” (A3).
“[...] útil e feliz.” (A4).
“[...] muito bom porque você tá vendo né, a recuperação dela.”
(A6).
“[...] eu me sinto muito feliz em tá acompanhando, saber que eu
posso ajudar.” (A8).
“[...] bem né, pra não ficar sozinha.” (A10).
“[...] ah eu sinto que eu sou útil pra alguma coisa e que posso
ajudar minha mãe, e minha mãe precisa de mim nesse
momento.” (A11).
“[...] eu sinto que eu tô fazendo a minha parte, se acontecer
alguma coisa amanhã ou outro dia eu sei que a minha parte eu
fiz.” (A13).
41
“[...] de amor, muito amor.” (A14).
“[...] eu sinto bem de tá aqui com ela.” (A16).
A necessidade de ter acompanhante traz bem-estar tanto para o paciente
como proporciona um grande sentimento de satisfação no próprio acompanhante de
poder ajudar e ficar junto do familiar neste momento difícil, como é a sua
hospitalização.
Para Lautert, Echer e Unicovsky (1998), o familiar acompanhante contribui no
desenvolvimento de tarefas simples como auxiliar na alimentação, na deambulação,
nas eliminações, quando a instituição de saúde lhe proporciona esta liberdade de
ação.
Os autores acrescentam que o acompanhante também pode ser útil quando,
diante de qualquer alteração ou dúvida no quadro do paciente, solicita a ajuda ou
presença da equipe interdisciplinar para assistir o paciente, favorecendo o
atendimento imediato em algumas situações. Desta forma os acompanhantes
passam a ser verdadeiros parceiros na assistência à saúde de seu familiar.
3ª Categoria: Com responsabilidade e carinho
Nesta categoria evidencia-se que dois respondentes do estudo relatam se
sentir com reponsabilidade acerca do acompanhamento e carinho para com o
familiar hospitalizado:
“[...] é um termo de responsabilidade que eu sinto.” (A5).
“[...] é um sentimento de responsabilidade também, por ele ser
meu marido, de responsabilidade e carinho né que a gente tem.”
(A15).
O familiar assume uma atitude de comprometimento e empatia com o ente
hospitalizado, onde muitas vezes tenta resolver problemas do paciente com intuito
de proporcionar uma assistência de qualidade.
Um ambiente de cuidado, no entender de Waldow (2004), é aquele no qual as
pessoas se sentem reconhecidas e aceitas como são. Podem expressar-se de forma
42
autêntica, preocupam-se umas com as outras, oferecem apoio e ajuda,
responsabilizando-se e comprometendo-se com a manutenção desse clima de
cuidado.
4ª Categoria: Mais apegado à família
Compreendendo esta categoria, atenta-se que um participante diz se sentir
mais apegado à família por estar acompanhando o familiar hospitalizado:
“[...] eu me sinto fazendo até mais parte da família né, porque é
nesses momentos eu acho que a gente se apega mais e existe
uma atração mais forte.” (A7).
Ter a oportunidade de acompanhar um familiar hospitalizado faz que o
acompanhante se sinta mais próximo dos familiares, haja vista que ele representa a
ponte de informações para eles.
Amin (2011) relata que a relação do familiar com o seu ente hospitalizado
parece formar um todo e a separação os fragmenta, mesmo que razões demonstrem
a necessidade física de o paciente ficar internado. Os familiares têm o desejo de
acompanhar seu ente querido durante todo o tempo, dentro de suas possibilidades,
como se tentassem estender esse laço, esse cordão umbilical ao máximo, como
uma forma de sobrevivência afetiva de todos.
5ª Categoria: Medo, nervosismo e preocupação
Apurando esta categoria, percebe-se que um participante afirma se sentir
nervoso, preocupado e com medo diante do acompanhamento prestado ao ente
hospitalizado:
“[...] nervoso de tá ao lado dela né, o estado dela não tá bem,
então é isso, minha preocupação, medo, nervoso.” (A12).
Diante do expresso, verifica-se que quando o familiar vivencia o processo de
hospitalização de um ente querido, isto é entendido como uma missão, que na
maioria das vezes lhe gera tensão.
43
Nos dizeres de Foucalt (1979), a reação da família será proporcional à
representação do doente dentro do contexto vivenciado, portanto, quanto maior os
laços afetivos e de dependência, maior será o choque emocional dessa família.
44
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta parte do estudo engloba os aspectos relacionados às conclusões diante
aos objetivos do estudo, e as considerações finais.
5.1 CONCLUSÕES
De acordo com o objetivo da pesquisa que visou “identificar os significados
para o familiar de estar acompanhando a pessoa idosa hospitalizada nas clínicas
médica e cirúrgica do Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de
Itajubá/MG” chega-se as seguintes conclusões:
25% dos 16 participantes do estudo referem significar amor, carinho, ternura,
esperança e gosto pelo familiar diante do acompanhamento prestado. Este
significado está diretamente relacionando com a vontade de querer
acompanhar e ajudar no cuidado do ente querido.
Apenas 6% dos entrevistados, relatam medo em estar diariamente no
ambiente hospitalar, algo que trouxe dificuldades e inseguranças diante da
necessidade de acompanhar.
Um respondente diz não saber o significado do seu acompanhamento,
demonstrando dificuldades em relatar o que é vivenciado. Entretanto ele
expressa a vontade de assistir o ente querido. Essa falta de explicação pode
ser decorrente da forma como ocorre a hospitalização, o que gera desajuste
no familiar diante da nova realidade.
Para 12% dos participantes, o acompanhamento significa poder ajudar e
contribuir para a recuperação do ente querido. Estes relataram auxiliar nas
tarefas simples e acreditam transmitir força, amparados na esperança de uma
rápida recuperação.
Os familiares, que têm a oportunidade e o privilégio de acompanhar,
acreditam remeter segurança para o ente hospitalizado, além de vivenciar o
tratamento e ficar por dentro dos acontecimentos ocorridos.
No tocante ao objetivo que diz respeito a “identificar os sentimentos familiar de
estar acompanhando a pessoa idosa hospitalizada nas clínicas médica e cirúrgica
45
do Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de Itajubá/MG”, conclui-
se que:
62% dos participantes do estudo dizem se sentir importante, útil, feliz e bem
em ajudar. O familiar demonstra satisfações ao acompanhar a pessoa idosa
hospitalizada, uma vez que auxilia e colabora na recuperação dela. A família
se sente mais segura e confiante tanto no tratamento oferecido pela
instituição, quanto na situação que ela está vivenciando.
18% reportam o sentimento de tristeza, complicação e dificuldade diante da
internação do familiar. Percebe-se que esses sentimentos emergem nos
familiares por medo da morte, por saber que o ente querido está sofrendo e
por não poder ajudar diretamente aliviando a dor.
12% dos participantes do estudo relatam sentirem-se responsáveis pelo ente
hospitalizado.
6% dos entrevistados se sentem mais apegados quando estão
acompanhando o familiar idoso hospitalizado.
Apenas um dos respondentes denota medo, nervosismo e preocupação com
a pessoa idosa ao acompanhá-la. Isto se justifica por estar vivenciando o
internamento complicado do seu familiar.
Quanto às “características pessoais dos participantes do estudo”, observou-se
uma variação entre as idades, sendo que a faixa etária oscilou entre 25 a 75 anos,
prevalecendo as idades entre 35 e 44 anos, correspondendo a 37% deles. Verificou-
se que 13 dos respondentes (81%) eram do gênero feminino. Em relação à religião,
notou-se que prevaleceu a religião católica com quatorze integrantes do estudo
(87%). Dos entrevistados, 11 eram casados (69%). Quanto ao grau de parentesco
houve oscilações, prevalecendo como acompanhante os filhos, com 7 participantes
(44%). No tocante à remuneração, 100% dos respondentes disseram não receber
para exercer a função de acompanhante.
5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema desenvolvido neste trabalho emergiu, conforme relatado na
introdução, como convite da orientadora, com o qual as orientandas se identificaram
46
e interessaram em realizá-lo, sentindo a necessidade de buscar “identificar o
significado e o sentimento dos acompanhantes familiares das pessoas idosas
hospitalizadas nas clínicas médica e cirúrgica do Hospital Escola e Santa Casa de
Misericórdia da cidade de Itajubá-MG”.
Com o aumento da longevidade do ser humano, ano a ano tem-se constatado
um crescimento da população idosa, que na maioria das vezes vivencia um
processo de hospitalização. Tal fato refletiu em mudanças no âmbito hospitalar no
que se refere à dinâmica da internação permitindo a pessoa idosa ter um
acompanhante durante o seu período de hospitalização, o que é garantido pelo
Ministério da Saúde (1999), art. 2º, p. 1, ao relatar que “é assegurado à pessoa
maior de 60 anos o direito a um acompanhante durante todo o tempo em que estiver
internado ou em observação, exceto se a internação for em UTI ou por decisão
justificada do médico.”
Evidencia-se com a efetivação dessa pesquisa o quão importante é para o
familiar acompanhar a pessoa idosa hospitalizada. Esse acompanhamento fortalece
a relação familiar, haja vista que o familiar ao vivenciar esta situação se sente mais
envolvido, mais responsável e mais compromissado não só com a pessoa que esta
hospitalizada como também com os demais familiares.
A experiência dos entrevistados revelou que ser acompanhante é ser apoio
terapêutico para o familiar hospitalizado, transmitindo-lhe segurança, amor, carinho,
afeto. Entretanto, alguns respondentes ao vivenciarem esse processo expressam
dificuldades, medos, preocupações e conflitos.
Esta é uma condição evidenciada por afetividade. Os familiares que
acompanham, proporcionam ajuda emocional ao paciente, auxiliam nas atividades
de cuidado, acompanham a evolução, observam e fiscalizam a assistência prestada
pela equipe de saúde.
A família é o elemento fundamental para o bem-estar da pessoa idosa, pois é
onde encontra apoio e intimidade para as diferentes situações com que se deparam.
Apesar das mudanças frente às diversas situações, a família continua sendo de
extrema importância para nutrir afetos e proteção aos idosos (ARAÚJO, 2010).
Diante dos resultados obtidos, observa-se uma diversidade de significados e
sentimentos acerca do acompanhamento do familiar a pessoa idosa hospitalizada,
que necessitam ser questionados e repensados como forma de planejar um cuidado
aos familiares, ao considerar a família como parte integrante do processo de cuidar.
47
É preciso ressaltar a importância da equipe de enfermagem possuir uma ótica
ampla, compreendendo a sua ação para além do cliente, abrangendo também o
familiar acompanhante em seu planejamento e processo de cuidar, para que ele
tenha participação efetiva e para que esse passe a ser um momento de interação
pessoal entre equipe e familiares.
De acordo com a Portaria nº. 399/GM, que revisa e atualiza a Política
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), os cuidados informais realizados por
familiares devem ser valorizados na assistência. Além disso, o preparo desses
familiares cuidadores é de responsabilidade dos profissionais da enfermagem
(COSTA, 2010).
Finalmente, espera-se que esta pesquisa venha a contribuir com os
profissionais que trabalham nos serviços de internações hospitalares, principalmente
com a equipe de enfermagem, no sentido de ampliar e manter o olhar no cuidado e
estendê-los na assistência prestada aos acompanhantes familiares.
Diante do exposto anteriormente, recomenda-se:
A realização deste estudo em outras realidades, com o intuito de comparar os
dados evidenciados com os que foram constatados nesta pesquisa;
A implantação e implementação nas instituições de saúde de uma política de
atendimento ao acompanhante dos pacientes hospitalizados;
A discussão com os profissionais de saúde que atuam em ambientes
hospitalares acerca da importância da presença do acompanhante para os
pacientes internados.
48
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WALDOW, V. R. O cuidado na saúde: as relações entre o eu, o outro e o cosmos. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
52
APÊNDICE A – Caracterização pessoal dos participantes do estudo
1. Pseudônimo:...........................................................................
2. Gênero: M ( ) F ( )
3. Idade:............. anos
4. Religião:.................................................................................
5. Estado civil:............................................................................
6. Grau de Parentesco:................................................................
7. É remunerado para exercer essa função? ( ) Sim ( ) Não
53
APÊNDICE B – Roteiro de entrevista semiestruturada
o O que significa, para você, estar acompanhando o seu familiar idoso hospitalizado?
o Como você se sente ao estar acompanhando o seu familiar idoso hospitalizado?
54
APÊNDICE C Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Nós, Aldaíza Ferreira Antunes Fortes, Ana Maria Nassar Cintra Soane, Karina
da Silva Freire e Larissa Claudine Prado Viana, docentes e discente,
respectivamente, do Curso de Graduação em Enfermagem, da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), de Itajubá, MG, estamos desenvolvendo
uma pesquisa intitulada “SENTIMENTOS E SIGNIFICADOS DO FAMILIAR EM
ESTAR ACOMPANHANDO A PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA”. Ela será
realizada com os acompanhantes da pessoa idosa hospitalizada nas clínicas médica
e cirúrgica do Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de Itajubá.
Pretendemos, com a realização deste trabalho, “identificar os significados
para o familiar de estar acompanhando a pessoa idosa hospitalizada nas clínicas
médica e cirúrgica e de identificar os sentimentos destes familiares acerca desta
situação”.
Os resultados deste estudo poderão estimular e aprofundar o conhecimento
sobre o tema em questão e contribuir para o planejamento de uma linha de cuidado
a pessoa idosa e aos familiares. Desta forma, contribuirá para reflexões e
questionamentos relacionados à ação de cuidar.
Esta pesquisa ainda contribuirá para futuras pesquisas sobre o tema,
esclarecendo também as questões que levaram a iniciativa deste estudo.
Para realizarmos este estudo, precisamos que você concorde em responder
as indagações contidas em dois instrumentos de pesquisa, sendo que o primeiro
aborda seus dados pessoais, que uma das pesquisadoras registrará manualmente à
medida que você for respondendo e, o segundo é composto por duas questões
abertas relacionadas com os objetivos deste estudo, que terá suas respostas
gravadas pela mesma pesquisadora.
Gostaríamos de deixar claro que as informações obtidas serão mantidas em
sigilo e que você não será identificado (a) pelo nome e de nenhuma outra maneira.
Todas as suas informações ficarão sob nossa responsabilidade e trabalharemos
reunindo os dados de todas as pessoas que participarão do estudo.
É importante lembrar que a sua participação é estritamente voluntária e a
qualquer momento você terá liberdade de desistir, se assim o desejar.
Você concorda em participar deste estudo?
55
Este Termo de Consentimento Pós-informação e Esclarecimento é um
documento que comprova a sua permissão. Precisamos de sua assinatura para
oficializar o seu consentimento.
Para possíveis informações ou esclarecimentos a respeito da pesquisa, você
poderá entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da EEWB pelo telefone (35) 3622-0930 ramal 310, em Itajubá – MG, no período das
7h00min às 11h00min e das 13h00min às 16h00min de terça a sexta-feira.
Agradecemos desde já a sua valiosa colaboração e nos colocamos a sua
disposição para outros esclarecimentos necessários.
Por me achar plenamente esclarecido (a) e em perfeito acordo com este
termo de consentimento, eu, para oficializar minha participação como integrante
desta pesquisa, assino o presente documento.
NOME COMPLETO DO PARTICIPANTE: ....................................................................
ASSINATURA DO PARTICIPANTE: .............................................................................
ASSINATURA DA PESQUISADORA RESPONSÁVEL: ...............................................
DATA: ......./......./.......
56
APÊNDICE D – Extração das ideias principais
Questão1. O que significa para você, estar acompanhando o seu familiar idoso
hospitalizado?
Participantes Depoimentos Ideias principais extraídas
A1
Ah! Eu não sei, pra mim é uma pessoa que eu gosto então eu quero acompanhar, ainda mais que eu sei que ele não vai ficar aqui muito tempo e tal... O caso dele é complicado, é isso.
Não sei
A2
“Amor, carinho. Se não tiver amor e carinho a gente não cuida de ninguém direito.”
Amor e carinho
A3
“Se tano perto se tá néacompanhando,acompanhamento dos médicos né, o cuidado.”
Acompanhamento
A4
É tudo né, família, amor carinho, ternura, e esperança. Acredito que família é a força maior que tem pra um doente recuperar mais rápido.
Tudo
A5 Significa uma força maior pra que a recuperação dela também seja mais rápida.
Uma força maior
A6
Muito bom é bom acompanhar né, que se vê o tratamento né, se tá seno cuidado certinho né, tudo ok.
Muito bom
A7
Então veja bem é pra mim isso é de suma importância porque é acho que ela sozinha aqui ela não teria assim capacidade de se recuperar tão bem como ela recuperou nesses últimos dias entendeu, porque como diz né, no caso ela sofreu um derrame, eu não disse isso, mas, isso dai, o fato de a gente estar aqui né, no caso
Suma importância
57
eu ou própria minha irmã a noite então isso ajuda muito na recuperação entendeu, então eu vejo dessa forma.
A8 Eu acho maravilhoso poder fazer alguma coisa por alguém que tá aqui internado, as vezes está sozinho, que nem no caso ela hoje não tem ninguém pra ficar com ela, eu adoro ficar aqui, acho muito bom.
Muito bom
A9 Eu acho que do uma oportunidade né para o paciente e também pra família né de acompanhar e vivenciar esse estado que ele tá no momento, né. Eu acredito que para o paciente isso é bom né, o aconchego da família não mudar isso e também da família de certa forma sente mais seguro quando uma das pessoas tá acompanhando esse paciente.
Segurança
A10 Importante né, não pode ficar sozinha por causa da idade.
Importante
A11 Pra mim significa muito importante né, porque minha mãe, e às vezes a enfermeira não tá perto e a gente que tá acompanhando a gente dá ajuda né.
Muito importante
A12 Significa medo assim, medo de estar no hospital.
Medo
A13 Significa poder ajudar de perto, contribuir de perto. Vai que ele precisa de alguma coisa, como ele tá na cama, vai que ele precisa de uma água alguma coisa, eu tô aqui pra ajudar e auxiliar também. Qualquer coisa, num caso de dúvida, alguma pergunta ao médico, ajudar mesmo.
Poder ajudar, contribuir de perto
A14 Ah significa um sentimento de amor, tá ajudando né, que ele tá internado, porque ele fica sozinho, às vezes da depressão, a pessoa não fica
Amor e ajuda
58
muito feliz, então a gente tem que fazer acompanhamento, ajudando pra essa pessoa viver melhor.
A15 Olha é uma segurança que eu acho que eu transmito pra ele, e outra que a gente fica por dentro dos acontecimentos né, pode conversar com o médico, e aqui na santa casa, ela da uma liberdade pra gente acompanhar, uma que ele é de idade, ai a gente vem acompanhando passo a passo do que esta acontecendo com ele, e os enfermeiros e enfermeiras dão atendimento muito bom.
Segurança para o familiar
Ficar por dentro dos acontecimentos
A16 Olha significa que eu gosto dela, quero estar acompanhando, vê como ela tá, se ela tá melhorando, se ela não tá, fico preocupada com ela.
Gosto pelo familiar
Questão:2. Como você se sente ao estar acompanhando o seu familiar idoso
hospitalizado?
Participantes Depoimentos Ideias principais extraídas
A1
“Ah é bem complicado né tem dia que ele tá bem, tem dia que ele tá pior, mais acho que a gente é importante, a gente somos as únicas pessoas que ele conhece tá, eu acho q é importante.”
Complicado
Importante
A2
“Sinto muito triste, às vezes entro em depressão em saber que ela está aqui, preocupada,sem saber se ela vai recuperar de uma vez porque ela quebrou a perna, é isso aí, muita tristeza.”
Triste
Preocupada
A3
“Ah eu me sinto bem. A gente pelo menos tá ajudando de algum jeito, tá ajudando, uma parte a gente ta fazendo pra ajudar né, que nem todo tempo as enfermeiras tá ali,
Bem
59
pra socorrer, dar uma água, da uma comida na boca então é bom que a gente tá do lado, vendo né.”
A4 “Útil, feliz é útil e feliz.” Útil e feliz
A5
Ah sinto que é um termo de responsabilidade que eu sinto porque né não só pra aquela pessoa que você tá acompanhando mais pras outras também que tão aqui.
Com responsabilidade
A6
Muito bom porque você tá vendo NE, a recuperação dela, tá sendo muito bom graças a Deus, tudo certinho.
Muito bom
A7
Então eu me sinto assim como um, realmente é, vamos dizer assim, fazendo ate mais parte da família né porque é nesses momentos. eu acho que a gente se apega mais e existe uma atração mais forte, me sinto assim entendeu, mais apegado.
Fazendo mais parte da família
Mais apegado
A8 Eu me sinto muito feliz em tá acompanhando, saber que eu posso ajudar alguém né independente dela ser minha vó, se fosse outra pessoa e pudesse, tivesse a oportunidade queria também acompanhar outras pessoas, porque eu acho muito triste a pessoa de idade ficar sozinha sem ter ninguém, que muita das vezes tá sozinho no quarto sem ninguém, então eu gostaria, eu adoro, eu me sinto muito feliz em tá ajudando.
Muito feliz
A9 Olha com dificuldade né, com bastante dificuldade até porque você assiste né, você não pode participar muito daquilo, até porque não sou da área, você não conhece muito os detalhes, mais eu acho que é extremamente interessante. Eu acho que é importante até no sentido não digo o ideal
Com dificuldade
60
seria que a pessoa tivesse alguém da área né acompanhando ela o tempo todo, como isso é impossível né, a gente vê eu sou testemunha disso tanto dos médicos como as enfermeiras, atendente, técnico de enfermagem aquela correria que é o dia a dia deles né, eu acho que, mais é um pedacinho de certa forma deles que tá ali perto daquele paciente, até porque eu estou acompanhando e qualquer dúvida que surja ou qualquer estado que mude né eu já procuro por uma delas pra pedir uma ajuda, quer dizer, caso não tivesse isso teria que alguém tocar a campainha, talvez ela não tivesse condições então quer dizer, eu acho importantíssimo isso.
A10 Bem né, pra não ficar sozinha, pra ter mais, ter alguém acompanhando é melhor né, se precisar de alguma coisa pode só chamar as enfermeiras.
Bem
A11 Ah eu me sinto que eu sou útilpra alguma coisa e que posso ajudar minha mãe e minha mãe precisa de mim nesse momento, ninguém quer tá no hospital é um momento difícil né e os familiares são importante tá perto deles.
Útil
A12 Tudo pra mim é nervoso de tá ao lado dela né, o estado dela não tá bem, então é isso minha preocupação é tudo isso, medo, nervoso.
Medo, nervosismo e preocupação.
A13 Eu sinto que eu tô fazendo a minha parte, se acontecer alguma coisa amanhã ou outro dia eu sei que a minha parte eu fiz, entendeu de estar aqui perto, auxiliando de perto.
Fazendo a minha parte
61
A14 De amor, muito amor. Muito amor
A15 É um sentimento de responsabilidade também, por ele ser meu marido, de responsabilidade e carinho néque a gente tem, fica preocupada, tano em casa fica preocupada com o que será que tá acontecendo, então com essa liberdade de poder estar aqui com ele, é isso que agradeço, acho muito bom.
Responsabilidade e carinho
A16 Eu sinto bem, eu sinto bem de tá aqui com ela.
Bem
62
APÊNDICE E – Identificação uniforme, por semelhanças, das ideias principais extraídas
Questão:1. O que significa para você, estar acompanhando o seu familiar idoso hospitalizado?Participantes Depoimentos Ideias principais identificadas
por semelhanças
A1
“Ah eu não sei, pra mim é uma pessoa que eu gosto. Então eu quero acompanhar, ainda mais que eu sei que ele não vai ficar aqui muito tempo e tal o caso dele é complicado, é isso.”
A - Não sei
A2
“Amor, carinho. Se não tiver amor e carinho a gente não cuida de ninguém direito.”
B - Amor e carinho
A3
Se tano perto, se tá né acompanhando,acompanhamento dos médicos né, o cuidado.
C – Acompanhamento e cuidado
A4
É tudo né, família, amor carinho, ternura, e esperança. Acredito que família é a força maior que tem pra um doente recuperar mais rápido.
B – Tudo
A5
Significa uma força maior pra que a recuperação dela também seja mais rápida.
B - Uma força maior
A6
Muito bom é bom acompanhar né, que se vê o tratamento né, se tá seno cuidado certinho né, tudo ok.
D - Muito bom
A7
Então veja bem é pra mim isso é de suma importância porque é acho que ela sozinha aqui ela não teria assim capacidade de se recuperar tão bem como ela recuperou nesses últimos dias entendeu, porque como diz né, no caso ela sofreu um derrame, eu não disse isso mas, isso dai, o fato de a
E - Suma importância
63
gente estar aqui né, no caso eu ou própria minha irmã a noite então isso ajuda muito na recuperação entendeu, então eu vejo dessa forma.
A8 Eu acho maravilhoso poder fazer alguma coisa por alguém que tá aqui internado, as vezes está sozinho, que nem no caso ela hoje não tem ninguém pra ficar com ela, eu adoro ficar aqui, acho muito bom.
D – Maravilhoso e muito bom
A9 Eu acho que dou uma oportunidade né para o paciente e também pra família né de acompanhar e vivenciar esse estado que ele tá no momento, né. Eu acredito que para o paciente isso é bom né, o aconchego da família não mudar isso e também da família de certa forma sente mais seguro quando uma das pessoas tá acompanhando esse paciente.
F – Segurança para o familiar
A10 Importante né, não pode ficar sozinha por causa da idade.
E - Importante
A11 Pra mim significa muito importante né, porque minha mãe, e as vezes a enfermeira não tá perto e a gente que tá acompanhando a gente dá ajuda né.
E - Muito importante
A12 Significa medo assim, medo de estar no hospital.
G - Medo
A13 Significa poder ajudar de perto, contribuir de perto. Vai que ele precisa de alguma coisa, como ele tá na cama, vai que ele precisa de uma água alguma coisa, eu tô aqui pra ajudar e auxiliar também. Qualquer coisa, num caso de dúvida, alguma pergunta ao médico, ajudar mesmo.
H - Poder ajudar, contribuir de perto
A14 Ah significa um sentimento de amor, tá ajudando né, que ele tá internado, porque ele fica sozinho, às vezes da
I - Amor e ajuda
64
depressão, a pessoa não fica muito feliz, então a gente tem que fazer acompanhamento, ajudando pra essa pessoa viver melhor.
A15 Olha é uma segurança que eu acho que eu transmito pra ele, e outra que a gente fica por dentro dos acontecimentos né, pode conversar com o médico, e aqui na santa casa, ela da uma liberdade pra gente acompanhar, uma que ele é de idade, ai a gente vem acompanhando passo a passo do que esta acontecendo com ele, e os enfermeiros e enfermeiras dão atendimento muito bom.
F - Segurança para o familiar
C - Ficar por dentro dos acontecimentos
A16 Olha significa que eu gosto dela, quero estar acompanhando, vê como ela tá, se ela tá melhorando, se ela não tá, fico preocupada com ela.
J - Gosto pelo familiar
Questão:2. Como você se sente ao estar acompanhando o seu familiar idoso hospitalizado? Participantes Depoimentos Ideias principais identificadas
por semelhanças
A1
Ah! É bem complicado né tem dia que ele tá bem tem dia que ele ta pior mais acho que a gente é importante a gente somos as únicas pessoas que ele conhece tá, eu acho q é importante.
A – Complicado B - Importante
A2
Sinto muito triste, às vezes entro em depressão em saber que ela está aqui, preocupada, sem saber se ela vai recuperar de uma vez porque ela quebrou a perna, é isso aí, muita tristeza.
A - Tristeza
A3
Ah eu me sinto bem, a gente pelo menos tá ajudando de algum jeito, tá ajudando, uma parte a gente ta fazendo pra ajudar né, que nem todo tempo as enfermeiras tá ali,
B - Bem em ajudar
65
pra socorrer, dar uma água, da uma comida na boca então é bom que a gente tá do lado vendo né.
A4 Útil, feliz é útil e feliz. B - Útil e feliz
A5
Ah sinto que é um termo de responsabilidade que eu sinto porque né não só pra aquela pessoa que você tá acompanhando mais pras outras também que tão aqui.
D - Com responsabilidade
A6
Muito bom porque você tá vendo né a recuperação dela, tá sendo muito bom graças a Deus, tudo certinho.
B - Muito bom
A7
Então eu me sinto assim como um, realmente é, vamos dizer assim, fazendo até mais parte da família né porque é nesses momentos eu acho que a gente se apega mais e existe uma atração mais forte, me sinto assim entendeu, mais apegado.
F - Fazendo mais parte da famíliaF - Mais apegado
A8 Eu me sinto muito feliz em tá acompanhando, saber que eu posso ajudar alguém né independente dela ser minha vó, se fosse outra pessoa e pudesse, tivesse a oportunidade queria também acompanhar outras pessoas, porque eu acho muito triste a pessoa de idade ficar sozinha sem ter ninguém, que muita das vezes tá sozinho no quarto sem ninguém, então eu gostaria, eu adoro, eu me sinto muito feliz em tá ajudando.
B - Muito feliz
A9 Olha com dificuldade né, com bastante dificuldade até porque você assiste né, você não pode participar muito daquilo, até porque não sou da área, você não conhece muito os detalhes, mais eu acho que é extremamente interessante. Eu acho que é importante até no sentido não digo o ideal seria que a pessoa tivesse
A - Com dificuldade
66
alguém da área né acompanhando ela o tempo todo, como isso é impossível né, a gente vê eu sou testemunha disso tanto dos médicos como as enfermeiras, atendente, técnico de enfermagem aquela correria que é o dia a dia deles né, eu acho que, mais é um pedacinho de certa forma deles que tá ali perto daquele paciente, até porque eu estou acompanhando e qualquer dúvida que surja ou qualquer estado que mude né eu já procuro por uma delas pra pedir uma ajuda, quer dizer, caso não tivesse isso teria que alguém tocar a campainha, talvez ela não tivesse condições então quer dizer, eu acho importantíssimo isso.
A10 Bem né, pra não ficar sozinha, pra ter mais, ter alguém acompanhando é melhor né, se precisar de alguma coisa pode só chama as enfermeiras.
B - Bem
A11 Ah eu me sinto que eu sou útilpra alguma coisa e que posso ajudar minha mãe e minha mãe precisa de mim nesse momento, ninguém quer tá no hospital é um momento difícil né e os familiares são importante tá perto deles.
B - Útil
A12 Tudo pra mim é nervoso de tá ao lado dela né, o estado dela não tá bem, então é isso minha preocupação é tudo isso, medo, nervoso.
G - Medo, nervosismo e preocupação
A13 Eu sinto que eu tô fazendo a minha parte, se acontecer alguma coisa amanhã ou outro dia eu sei que a minha parte eu fiz, entendeu de estar aqui perto, auxiliando de perto.
B - Fazendo a minha parte
A14 De amor, muito amor. B - Muito amor A15 É um sentimento de D - Responsabilidade e
67
responsabilidade também, por ele ser meu marido, de responsabilidade e carinho néque a gente tem, fica preocupada, tano em casa fica preocupada com o que será que tá acontecendo, então com essa liberdade de poder estar aqui com ele, é isso que agradeço, acho muito bom.
carinho
A16 Eu sinto bem, eu sinto bem de tá aqui com ela.
B - Bem
68
APÊNDICE F – Agrupamento das ideias principais semelhantes originando as categorias
Questão:1. O que significa para você, estar acompanhando o seu familiar idoso hospitalizado?Participantes Ideias principais
semelhantes Categorias originadas
A1 A – Não sei Não sei
A2
A4
A14
A16
B - Amor, carinho. B - Tudo, amor, carinho, ternura e esperança. I – Amor J – Gosto pelo familiar
Amor, carinho, ternura, esperança e gosto pelo familiar
A3
A15
C – Acompanhamento e cuidadoC- A gente fica por dentro dos acontecimentos
Acompanhamento e cuidado
A6
A8
D – Muito bom acompanhar D – Maravilhoso e muito bom
É maravilhoso e muito bom
A7
A10
A11
E - Suma importância E – Importante E – Muito importante
É importante
A9 F - A família se sente mais segura quando há o acompanhamento.
Segurança para o familiar
A12 G - Medo de estar no hospital Medo A5
A13
B - Uma força maior.
H - Poder ajudar e contribuir de perto
Ajuda e contribuição
Questão:2. Como você se sente ao estar acompanhando o seu familiar idoso hospitalizado? Participantes Ideias principais semelhantes Categorias originadas
A1
A2
A9
A – Complicado A – Tristeza A – Com dificuldade
Triste, complicado e com dificuldade
A1
A3
A4
A6
A8
A10
A11
A13
B – Importante B - Bem em ajudar B - Útil e feliz B – Muito Bom B – Muito feliz em estar acompanhandoB – Bem B – Útil B - Fazendo a minha parte
Importante, útil, feliz e bem em ajudar
69
A14
A16
B – Muito amor B – Bem em estar aqui com ela
A5
A15
D - É um termo de responsabilidadeD – Responsabilidade e carinho
Com responsabilidade e carinho
A7 F – Mais apegado à família Mais apegado à família A12 G – Medo, nervosismo e
preocupação Medo, nervosismo e preocupação
70
APÊNDICE G – Solicitação para a coleta de dados na Santa Casa de Misericórdia da cidade de Itajubá
Itajubá, 08 de dezembro de 2011. Exmo. Sr. Dr. Lúcio Cezar Mendes Barros Diretor Técnico da Santa Casa de Misericórdia de Itajubá Nesta
Prezado Dr. Lúcio,
Nós Karina da Silva Freire, Larissa Claudine Prado Viana, Aldaíza Ferreira
Antunes Fortes e Ana Maria Nassar Cintra Soane, acadêmicas do 2º período do
curso de Graduação em Enfermagem e docentes, respectivamente, da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), vimos por meio desta, solicitar autorização
para realizarmos a coleta de dados para o nosso projeto de pesquisa, nas clínicas
médica e cirúrgica da Santa Casa de Misericórdia de Itajubá.
Os dados de identificação da pesquisa consistem nos seguintes:
-Título: Significados e sentimentos do familiar em estar acompanhando a pessoa idosa hospitalizada.
-Tipo de pesquisa: Abordagem qualitativa do tipo exploratório, descritivo e
transversal.
- Orientadores: Aldaíza Ferreira Antunes Fortes e Ana Maria Nassar Cintra Soane.
- Objetivo: Identificar os significados para o familiar de estar acompanhando a pessoa idosa hospitalizada nas clínicas médica e cirúrgica do Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de Itajubá/MG e identificar os sentimentos destes familiares acerca desta situação.
- Sujeitos: Familiares acompanhantes das pessoas idosas hospitalizadas no Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de Itajubá/MG.
- Tipo de coleta: Coleta de dados por meio de entrevista.
- Local de estudo: Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de
Itajubá/MG.
- Análise dos dados: Será utilizado o método de análise do conteúdo de Bardin
Sem outro particular, aproveitamos o ensejo para enviar nossos
agradecimentos antecipados pela atenção que nos será dispensada.
Atenciosamente,
Aldaíza Ferreira Antunes Fortes
Ana Maria Nassar Cintra Soane
71
Karina da Silva Freire
Larissa Claudine Prado Viana
De acordo:........................................................................ Data:......./......./.............
72
APÊNDICE H- Solicitação para a coleta de dados no Hospital Escola da cidade de Itajubá
Itajubá, 08 de dezembro de 2011. Exmo. Sr. Dr. Ângelo Flávio Adami Diretor de Ensino do Hospital Escola de Itajubá Nesta
Prezado Dr. Ângelo,
Nós Karina da Silva Freire, Larissa Claudine Prado Viana, Aldaíza Ferreira
Antunes Fortes e Ana Maria Nassar Cintra Soane, acadêmicas do 2º período do
curso de Graduação em Enfermagem e docentes, respectivamente, da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), vimos por meio desta, solicitar autorização
para realizarmos a coleta de dados para o nosso projeto de pesquisa, nas clínicas
médica e cirúrgica do Hospital Escola de Itajubá.
Os dados de identificação da pesquisa consistem nos seguintes:
-Título: Significados e sentimentos do familiar em estar acompanhando a pessoa
idosa hospitalizada.
-Tipo de pesquisa: Abordagem qualitativa do tipo exploratório, descritivo e
transversal.
- Orientadores: Aldaíza Ferreira Antunes Fortes e Ana Maria Nassar Cintra Soane.
- Objetivos: Os objetivos são os de identificar os significados para o familiar de estar
acompanhando a pessoa idosa hospitalizada nas clínicas médica e
cirúrgica do Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de
Itajubá/MG e de identificar os sentimentos destes familiares acerca desta
situação.
- Sujeitos: Familiares acompanhantes das pessoas idosas hospitalizadas no Hospital
Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de Itajubá/MG.
- Tipo de coleta: Coleta de dados por meio de entrevista.
- Locais de estudo: Hospital Escola e Santa Casa de Misericórdia da cidade de
Itajubá/MG.
- Análise dos dados: Será utilizado o método de análise do conteúdo de Bardin
Sem outro particular, aproveitamos o ensejo para enviar nossos
agradecimentos antecipados pela atenção que nos será dispensada.
73
Atenciosamente,
Aldaíza Ferreira Antunes Fortes
Ana Maria Nassar Cintra Soane
Karina da Silva Freire
Larissa Claudine Prado Viana
De acordo:........................................................................ Data:......./......./.............
74
ANEXO A – Parecer consubstanciado N. 803/2012
75