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Page 1: Escolas Indígenas e Democracia · Educação Indígena da Semed (Secreta-ria Municipal de Educação), iniciou o processo de discussão para que isso fos-se efetivado. E precisamente
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Izaque de Souza

Durante longos anos as escolasindígenas foram gerenciadas

por pessoas indicada pelo município,geralmente um não-índio. Na década de1990, a Escola Municipal Indígena Ten-gatui Marangatu foi a primeira da Re-serva Indígena de Dourados (RID) a sergerenciada por diretor indígena. No dia18 de novembro, as escolas indígenasda RID – Tengatui, Ramão Martins, Ara-porã, Agustinho e Lacu’i Roque – passa-ram pelo processo de eleição para ele-ger diretores para o período 2012 a 2014.

A comunidade escolar indígenateve o direito de indicar um índio paraa função, que vai assumir a direçãoda escola pelo período de dois anos.É o profissional indígena conquistan-do seu espaço.

É a conquista da democracia da edu-

Escolas Indígenas e Democraciacação escolar indígena, após muita lutade professores e lideranças indígenas naesfera política, apoiados pela Constitui-ção de 88, pelo Parecer 14/99 do CEB/MEC e pela criação de categoria EscolaIndígena, pelo município.

No início de cada ano letivo, gera-va-se intensa especulação entre profes-sores indígenas interessados, seduzidospela envergadura que o cargo reluzia nasociedade. As reuniões eram exaustivas,muitos queriam “mandar”. Essa era avisão que se tinha sobre direção deescola.Nesse ínterim, fomentava-se apolítica de se regulamentar a função dediretor das escolas indígenas.

A Associação dos Profissionais daEducação Escolar Indígena de Dourados(APEEID), juntamente com o Núcleo deEducação Indígena da Semed (Secreta-ria Municipal de Educação), iniciou oprocesso de discussão para que isso fos-

se efetivado. E precisamente no dia 20de outubro deste ano saiu o dispositivolegal, no Diário Oficial nº 3.089, reso-lução nº 254 20/10/2011, que veio brin-dar a comunidade indígena, outorgan-do-lhe autonomia para que possa, daquipara frente, escolher o profissional devi-damente capacitado para administrar apolítica educacional na aldeia.

A faca e o queijo estão nas mãos dacomunidade indígena. Aumenta a res-ponsabilidade para que educação dequalidade seja de fato oferecida aos alu-nos. A APEEID, deseja sucesso a todosos diretores e diretoras eleitos. Que Deusos ilumine a todos, dando sabedoria nacondução dessa tarefa difícil, porémhumanamente gratificante.

* Especialista em Gestão Escolar,presidente da APEEID e Diretor da

EMI Lacu‘i Roque Isnard.

Os professores Osvaldo(Artes) e Simone Godoy (In-glês), da Escola Francisco Mei-reles, desenvolveram o proje-to “Arte e Cultura do MatoGrosso do Sul: Interagindo coma sua própria história” com osalunos do 9º ano A e B.

No dia 11 de agosto, oprojeto foi finalizado comuma viagem a Campo Gran-de. O passeio pedagógico pro-

Arte e Cultura Indígenas de MS:Interagindo com sua própria história

porcionou aos alunos e pro-fessores momentos gratifican-tes, como a visita à Universi-dade Católica Dom Bosco(UCDB), onde os alunos pu-deram conhecer o laboratóriode anatomia, a biblioteca, olaboratório de história entreoutros, incentivando a conti-nuidade de seus estudos.

Outro momento marcantefoi a visita ao Museu do índio,

um lugar fantástico e repletode objetos da cultura indíge-na. Para finalizar o passeio,visitamos o aeroporto, espaçoem que os alunos puderam verna prática a aplicação do usoda língua inglesa.

O projeto contou com acolaboração dos professoresEduardo (História), Pedro (Por-tuguês), Olinda (Português) eKarla (Ciências), assim como

da coordenadora Eunice e daNilva (da Secretaria Munici-pal de Educação).

Foi um momento muitogratificante, que proporcionouaos alunos a oportunidade deampliar sua vivência, conhe-cendo outros lugares, trocandoinformações e experiências.Além de proporcionar vivênciade situações que ilustram ostemas aprendidos na escola.

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Ana Cláudia de Souza*

O Observatório de Direitos Indígenas Regional do Centro Oes-

te (ODIN) foi lançado em Dourados em25 de fevereiro de 2011. O ODIN é umarede articulada de advogados bacharéise estudantes de Direitos Indígenas, cujoobjetivo principal é oferecer as condi-ções necessárias para que esses profissi-onais possam agir de maneira eficientenos locais onde atuam.

A criação desse órgão foi motivadapelo grande número de casos de viola-ção aos Direitos Indígenas e suas comu-nidades, pela carência de dados sobre asituação dos Povos Indígenas no Brasil emrelação às leis nacionais e internacionaise também pela necessidade de trabalhara formação do profissional indígena dodireito, formando um centro de referên-cia e apoio a esses profissionais.

Atualmente, o ODIN/Centro Oeste écoordenado pelo advogado indígena Wil-son Mattos da Silva e assessorado pelosbacharéis em Direito Arildo França e Ge-nivaldo da Silva Vieira, ambos Terena. Aatuação do órgão em Dourados se resu-me basicamente em três frentes.

A primeira delas é a orientação aindígenas que buscam acesso a direitosprevidenciários tais como: auxílio doen-ça, auxílio acidente, aposentadoria es-

Observatório de Direitos IndígenasÓrgão criado em fevereiro deste ano oferece auxílio

a indígenas com relação a questões jurídicas

pecial, auxílio natalidade e auxílio re-clusão, além de realizar encaminha-mentos para a rede de assistência socialdo município.

A segunda frente de atuação refere-se à orientação de indígenas para o exer-cício pleno de sua cidadania e a con-quista de seus direitos. Nesse sentido,são acompanhados casos para obtençãode documentos civis, transferência doRegistro Administrativo Nacional Indí-gena (RANI) - documento emitido pelaFunai com pouco reconhecimento foradas aldeias - para a certidão civil, ob-tenção de certidões negativas criminaispara ingresso no mercado de trabalho,dentre outros.

Por fim, o ODIN/Centro Oeste temse dedicado a combater o preconceito ea discriminação contra indígenas na re-gião. Essa ação se concretiza por meioda atuação do advogado indígena e co-ordenador do ODIN/Centro Oeste, Wil-son Matos da Silva na defesa de indíge-nas que são vítimas de processos de cri-minalização, assim como por meio dedefesas preliminares, acompanhamentode audiências e apresentação de reque-rimentos, alegações finais, recursos emjuízo e apelações, dentre outros.

Algumas ações que o ODINvem desenvolvendo atualmente:* Apoiar processos de capacitação

para advogados indígenas através decursos de atualização jurídica e especi-alizações, oferecidos pelo CINEP e porinstituições de ensino jurídico.

* Propiciar intercâmbios nacionaise internacionais para formação e aper-feiçoamento acadêmico.

* Capacitar e articular observado-res e defensores dos direitos indígenas.

* Criar e manter um banco de da-dos sobre a aplicação dos direitos indí-genas no Brasil.

* Formar grupos de estudos para tra-tar de temas jurídicos de interesse dascomunidades indígenas.

* Produzir e publicar material es-pecífico sobre os direitos indígenas.

* Acompanhar o andamento de pro-jetos de lei, políticas públicas e proporações judiciais.

* Fortalecer a aplicação dos direi-tos costumeiros dos povos indígenas.

O escritório do ODIN/Centro Oesteestá localizado em Dourados, na RuaCiro Melo nº 986, Centro. O horário defuncionamento é de segunda a sexta-fei-ra, das 7h às 11h e das 13h às 17h.

*Esta matéria foi elaborada com aatenção especial do advogado indíge-

na Wilson Mattos da Silva e dosbacharéis em direitos Arildo França e

Genivaldo da Silva Vieira.

FOTO: JOSÉ CRUZ/ABR

Mais um líder indígena assassinado no conflito de luta por terras (Tekohá),desta vez em Amambai (sul de MS). Exigimos que a justiça seja feita e os culpados

sejam punidos. Somos cidadãos e queremos justiça!

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Jaqueline Gonçalves

A saúde dos povos indígenas está em discussão na mí-dia. Foi no Jornal Nacional, emnovembro de 2011, a situação emque se encontra a saúde dos índiosGuarani-Kaiowá, Guarani-Ñandevae Terena de Mato Grosso do Sul,mais especificamente em Doura-dos, onde se encontra a segundamaior população indígena do país.

A transição da Funasa (Funda-ção Nacional de Saúde) para a Se-sai (Secretaria de Saúde Indígena)está gerando muita polêmica, masera o esperado. A Funasa atuavadesde 1999 como responsável pelasaúde indígena, agora a Secretariade Saúde Indígena está assumindo essa grande responsabi-lidade.

A população indígena espera melhoras, os trabalha-dores da saúde aguardam melhorias, reivindicam melho-

Saúde Indígena em discussãoAutoridades dizem que investimentos serão feitos, funcionários e

pacientes aguardam melhoras no atendimento

João Machado *

Num olhar geral e superficial docontexto linguístico das comu-

nidades Guarani (Nhandeva e Kaiowá)e Terena das aldeias Jaguapiru e Bororó,que compõem a Reserva Indígena deDourados, o falar cotidiano é uma lín-gua híbrida-Jopara, com expressões lin-guais indígenas e do português. O Uni-verso linguístico local é composto porsujeitos bilíngues – falantes da línguaindígena e do português – e os monolín-gües – falantes somente do português ousomente da língua étnica.

A negação da valorização das lín-guas indígenas é histórica. O esta-belecimento do ensino público, nosmoldes dos não-índios foi o principalresponsável pela omissão e falta desensibilidade, por não colocar noscurrículos uma prática pedagógicalinguística na língua materna.

O contexto linguísticonas aldeias Bororó e Jaguapirú

Nos dias atuais, as escolas indí-genas das aldeias não possuem umprojeto ou prática bilíngue, com va-lorização e manutenção das línguasnativas, uma evidência disso são osaltos índices de evasão e reprovaçãodos alunos, principalmente os Gua-rani Nhandeva e Kaiowá. Se educa-dores indígenas não atentarem paraesse dilema, as línguas autóctonespodem ser simplesmente substituídas

pela língua dominante portuguesa.As escolas das aldeias devem repla-

nejar, rever suas práticas pedagógicas eimplementar um currículo diferenciado,específico e atento para o ensino tantodas línguas indígenas quanto da línguadominante portuguesa, para não preju-dicar os discentes.

Numa comunidade indígena a lín-gua nativa faz parte da cultura. A so-ciedade, as lideranças e os educado-res são responsáveis pela propagaçãodessa essência cultural. A perda e odesaparecimento de uma língua deum povo é deixar acontecer o empo-brecimento de uma nação.

* professor da Escola TengatuíMarangatu, na Reserva Indígena de

Dourados e mestrando em Letras pelaUniversidade Federal da Grande

Dourados (UFGD) [email protected]

res condições de trabalho, reformas de postos de saúde,entrega de medicamentos, condições para que possam tra-balhar em campo, melhoria de salário e outros.

O prefeito de Dourados, em en-trevista à TV Morena (retransmissoralocal da Rede Globo) disse que hádinheiro a ser investido para a me-lhoria na saúde indígena e que já estáno papel tudo o que será feito.

Em entrevista à emissora de rá-dio 92,1 FM, o presidente do Con-selho Distrital da Saúde Indígena Fer-nando de Sousa disse que toda essamudança é para que haja uma saú-de de melhor qualidade para a po-pulação indígena.

Independentemente de tudoisso, os índios aguardam melhoria na

saúde e que o dinheiro da SAS (Secretaria de Atenção àSaúde), que vai ser investido na parte material da saúdeindígena, seja bem aproveitado para que os indígenas te-nham o cuidado que merecem com sua saúde.

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Fernando Junior

No Brasil há diversasetnias indígenas e

cada uma delas tem um mo-delo de artesanato diferente.Muitos povos indígenas fa-zem do artesanato o seu sus-tento, vendendo para turistasou admiradores da arte indí-gena. Na Reserva Indígena deDourados não é diferente e,apesar de serem poucas, ain-da temos pessoas que produ-zem artesanato.

Na aldeia Jaguapiru, lo-calizada na Reserva Indíge-na de Dourados, se encontraum casal que dedica boa par-te de suas vidas ao artesana-to e atualmente vive dessaprodução.

"Antigamente, por nãotermos conhecimento, sermosinexperientes nós ganháva-mos uma renda de pratica-mente nada. Mas com a per-sistência e a força de vonta-de, hoje vivemos bem: temosum carro, uma casa e tudo oque temos dentro dela foicomprado com a renda doartesanato", afirma a artesãClaudia Gonçalves Nunes.

O artesanato tambémexige muito capricho e qua-lidade, pois é através dissoque ele será exposto. É preci-

Vivendo de arteCasal da Reserva Indígena de Douradostem sua renda mensal baseada naprodução e venda de artesanato

so ter um cuidado especialcom ele, desde a seleção daspeças que serão utilizadas aoacabamento do produto.

"Nosso artesanato tam-bém tem que ter qualidade,pois não adianta a pessoa tero produto, mas não ter a qua-lidade. Por isso nós sempreprocuramos caprichar, fazertudo perfeito para sempre ter-mos uma referência. Nós pro-curamos selecionar as peças:trabalhamos com as sementesque estão bonitas e não utili-zamos as que estão estraga-das", complementa Cláudia.

Essas pessoas escolhemproduzir artesanatos, muitasvezes, porque não conseguemter um bom emprego e, en-tão, a produção do artesana-to lhes garante renda e quali-dade de vida.

"Eu comecei a trabalharcom artesanato há 11 anos. Eutrabalhava na cidade e o tra-balho na cidade é complica-do para nós que não temosestudo suficiente. Então eucomecei a trabalhar com ar-tesanato aos poucos e, hojeem dia, a nossa renda é bemmelhor do que se trabalhás-semos como empregados. Etambém ficou bem mais fá-cil para mim, porque eu nãotenho estudo suficiente para

poder me empregar em algu-ma empresa", declara o arte-são Valdelírio Pontes Junior.

O casal explica que oartesanato possui dois proces-sos: o de produção e o da ex-posição. A produção é a cria-ção e a modelagem do pro-duto e a exposição é a apre-sentação, demonstração ouvenda do produto. Para serexposto, o artesanato devepossuir uma variabilidade deprodutos, ou seja, deve havervários tipos de artesanato di-ferentes.

"Nós vendemos o artesa-nato nos eventos, para as pes-soas e turistas que vêm parti-cipar desses eventos. E tam-

bém na loja de economia so-lidária [no centro de Doura-dos] e em outros lugares", afir-ma Valdelírio.

Para Cláudia e Valdelírio,a vocação é fundamental navida de um artesão. Para eles,é o que faz de uma pessoaum artesão, pois é através davocação que tudo começa.

"Eu acho que produzir ar-tesanatos é a minha vocação.Quando eu trabalhava demarceneiro, eu pegava qual-quer pedaço de madeira quesobrava e começava a mode-lar, aí eu peguei essa voca-ção e fui melhorando e hojeeu já não a largo mais", fina-liza Valdelírio.

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Zuleica Tiago Terena

Como enfermeira forma-da pela Universidade Estadu-al de Mato Grosso do Sul(UEMS), participei da organi-zação dos Jogos dos PovosIndígenas, atuando na equi-pe de saúde, oferecendo as-sistência a cerca de 1300 in-dígenas de 38 etnias de todasas regiões do Brasil. A parti-cipação na 11ª edição doevento, que ocorreu em Por-

Indianara Ramires Machado

Durante a 11ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas,na cidade de Porto Nacional em Tocantins, foi reali-

zado o Fórum Indígena, entre os dias 6 e 9 de novembro. Asjovens Ana Cláudia e Indianara Guarani, membros da AJI (Açãodos Jovens Indígenas de Dourados), participaram desse fórumcomo comentaristas do debate sobre a juventude e registran-do os momentos.

Foram debatidos temas como igualdade social e direitoda mulher indígena; direito indígena – identidade, cultura eeducação; economia verde, povos indígenas e a Kari-oca;PELC- Esporte; tradição e afirmação étnica. E nós, jovens in-dígenas, realizamos um debate sobre temas considerados re-levantes para que a juventude conheça e compartilhe.

No nosso encontro, ao qual demos o nome de “EncontroJovem”, foi realizada uma apresentação cultural da etnia Pa-taxó. Além disso, nos dividimos em grupos de trabalho paraprepararmos um manifesto de apoio aos parentes afetados pelaconstrução de usinas hidrelétricas e para integração, intera-ção e rodas de discussão.

Foram momentos de celebração com os parentes vin-dos de todas as regiões do país. E também momentos departilha, em que tivemos com jovens indígenas de outrasetnias, conhecendo suas realidades.

Jovens em Ação

Além de competições esportivas, a 11ª ediçãodos Jogos dos Povos Indígenas também tevemomentos de discussão envolvendo jovens;representantes da AJI marcaram presença

Mensagem da Juventude elaboradadurante os Jogos dos Povos Indígenas

Nós, jovens participantes da XI edição dos Jogos dosPovos Indígenas, manifestamos em nome de todas as etniaspresentes nosso apoio aos parentes afetados pela constru-ção de usinas hidrelétricas e o repúdio à desapropriação deterras indígenas para grandes empreendimentos que afe-tam de modo irreversível a natureza e o nosso modo devida, principalmente os parentes prejudicados pela UsinaBelo Monte, que já estão em luta há mais de 30 anos con-tra este desastre.

Rica experiência Indígena formada em Enfermagem pela UEMS, emDourados, atuou na equipe de saúde que prestouatendimento aos participantes da 11ª edição dosJogos dos Povos indígenas

to Nacional (TO) entre os dias5 a 12 de novembro, foi pos-sível graças ao convite doComitê Intertribal Memória eCiência Indígena, coordena-do por Samira Tsibodowaprée pelos irmãos Marcos Tere-na e Carlos Terena.

Foi muito emocionantee gratificante participar des-se evento que integra tan-tas etnias, pois trabalheicom muito prazer e honrapara os povos indígenas.

Prestei assistência de en-fermagem no posto de saúdeque ficava na arena. Muitosficaram maravilhados por euser indígena. Acompanheicasos que precisaram de re-ferência hospitalar, já que namaioria dos casos não há as-sistência especializada ne-cessária em suas aldeias.

Também tive a oportuni-dade de cantar hino nacionalna língua Terena.

Com cada indígena

atendido, tive a experiênciade compartilhar as diferen-ças culturais, tradicionais ede sua língua, assim entran-do em consenso entre a me-dicina ocidental e medici-na tradicional. Para os indí-genas, o conceito de doen-ça-saúde é diferente, poistambém recorrem à medici-na tradicional. Assim dialo-guei com eles sobre essetema, que é muito importan-te para os povos indígenas.

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Rosivânia Espíndola*

A 11ª edição dos Jogos dos PovosIndígenas foi realizada este ano

na cidade de Porto Nacional, no Estadodo Tocantins, entre os dias 5 a 12 de no-vembro. Lá se encontraram 38 etniaspara participar dos jogos. De Mato Gros-so do Sul, participaram as etnias Guara-ni-Ñandeva, Guarani-Kaiowá e Terena.

No primeiro dia, aconteceu umagrande abertura, em que cada etniamostrava a sua própria cultura de dan-ça. No dia seguinte, a programação in-cluía jogos de futebol, tanto femininoquanto masculino, com todas as etniasdisputando.

“Os Jogos dos Povos Indígenas sãomuito bons para a gente conhecer no-vas etnias do Brasil. Para mim está sen-do muito legal, estou aprendendo mui-

A vitória é de todos

Na 11ª edição dos Jogos dosPovos Indígenas, todos osparticipantes ganham comas trocas de experiência e odivertimento dascompetições

to com os jogos”, um participante daetnia Pataxó, da Bahia, disse ao Jor-nal AJIndo.

Para os povos indígenas, os Jogosforam muito importantes para conhe-cer outras tradições de cultura e lín-guas diferentes.

“Eu estou gostado muito dos Jogosdos Povos Indígenas, estamos participa-do de cabo de guerra, futebol, laço eoutros. À noite mostramos a nossa pró-pria cultura de dança para outras etni-as”, disse Márcio da etnia Javaé, da Ilhado Bananal, no Estado do Tocantins.

“Para mim, os Jogos dos Povos In-dígenas também estão sendo muito le-gais, é divertido conhecer outras etni-as, suas danças, línguas. Estamos com-petindo todas as provas de jogo, paramim não é importante ganhar, impor-tante é participar”, contou Rafael, da

etnia Manoki, de Mato Grosso.Os Jogos dos Povos Indígenas são

uma interação entre os povos indíge-nas, não só com os jogos, mas tam-bém com troca de cultura. Várias mo-dalidades são disputadas, como fute-bol, cabo de guerra, natação, corrida,flecha, lança, entre outras. O eventoé considerado um dos maiores encon-tros esportivos e culturais de povos in-dígenas do continente americano.

As 38 etnias diferentes que parti-ciparam dos Jogos dos Povos Indíge-nas são de vários Estados. “Ao final,todas as etnias são vencedoras”, dis-se Luciano Gomes, da etnia KarajáXabiova, do Tocantins.

* é membro da AJI eparticipou dos Jogos dos PovosIndígenas, em Porto Nacional.

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Jaqueline Gonçalves

Na Reserva Indígena deDourados (RID), há aproxima-damente 15 mil índios dasetnias Guarani-Kaiowá, Gua-rani-Ñandeva e Terena. Boaparte dessa população possuiapenas os documentos daFunai (Fundação Nacionaldo Índio) e não possui o RG(Registro Geral), emitidopela Secretaria de Seguran-ça Pública de cada Estado.

Assim, muitos indígenasda RID têm como documen-

Sem documentosIndígenas aguardam entrega de documentoscivis que foram feitos em mutirão este ano

to de identificação somenteo registro de nascimento.Com o passar dos anos, noentanto, o registro de nasci-mento não tem tido serven-tia para outros fins, a não serdentro da Reserva.

Hoje em dia, para seabrir conta em banco, fazercrediário em loja, viajar parafora do país e várias outrassituações, o documento deidentidade exigido do cida-dão indígena é o RG.

Em 2011, a Funai reali-zou, em parceria com cartó-rios de Dourados e da região,um mutirão na Reserva Indí-gena de Dourados para a co-munidade fazer seus docu-mentos de identificação,como CPF, RG, carteira detrabalho e título de eleitor. E

foram marcadas datas para aentrega desses documentosaos indígenas.

Mas nem tudo aconteceucomo se esperava: nem to-dos os indígenas receberamseus documentos. O que hou-ve foi que os cartórios de forada cidade de Dourados nãoentregaram os documentos equem precisa hoje dos docu-mentos tem que ir atrás.

Um exemplo da impor-tância dos documentos paraos indígenas é o acesso aoauxílio-maternidade. Paraconceder esse benefício auma mãe, exige-se o regis-tro de nascimento da crian-ça. Porém, para a mãe po-der tirar esse documento nocartório, ela precisa ter seupróprio RG.

Muitas mães indígenasestão perdidas depois domutirão realizado pela Fu-nai, pois além de não teremseus documentos civis en-tregue em mãos, elas nãosabem em que cartório es-tão. Outro problema é quea maioria não tem condi-ções de ir buscar os seusdocumentos nos cartóriosfora da cidade de Dourados.Com essa falta de documen-tos, está complicado rece-ber o auxílio-maternidade,um direito de toda mãe in-dígena maior de idade.

A comunidade indígenaespera que os documentossejam entregues porque pre-cisa deles, já que os docu-mentos cedidos pela Funainão têm tido muita serventia.

Dhenelis Oliveira

No dia 28 de setembro, foi lançado em

São Paulo o terceiro livrode fotografia da AJI (Açãodos Jovens Indígenas), dasérie “Nossos Olhares”. Olançamento aconteceu noMuseu Brasileiro de Es-cultura (MuBE) e contoucom a presença de cercade 50 pessoas, além dosfotógrafos indígenas auto-res do livro.

Com o título “NossosOlhares sobre a Cidade”, olivro contém fotos de setejovens indígenas da Reser-va de Dourados (RID) e éfruto de uma oficina minis-trada pelos professores AnaCláudia de Souza, Jaqueli-ne Gonçalves e EmersonMachado, também jovensindígenas de Dourados.

Nossos Olhares sobre a CidadeAJI lança, em São Paulo, terceiro livro da série “Nossos Olhares”

Os dois livros anteriores,“Nossos Olhares” e “NossosOlhares sobre o Futuro”, tam-bém eram compostos por fo-tos tiradas por jovens indíge-nas da RID, mas as oficinashaviam sido ministradas pornão-índios.

O livro foi produzido

por jovens que nunca ti-nham usado uma máquinafotográfica e os que já ha-viam tido essa experiêncianão sabiam fazer o uso cor-reto do aparelho. Com a ofi-cina, os jovens tiveram aoportunidade de aprendertécnicas e souberam fazer

o uso correto da máquinafotográfica. E isso os aju-dou muito.

O livro “Nossos Olha-res sobre a Cidade” tevecomo autores: Fernando Jú-nior, Rosivânia Espíndola,Rosiane Espíndola, TâniaPorto, Suelem Nascimento,Dhenelis Oliveira e Nata-nieli Fernandes.

A viagem para São Pau-lo foi muito boa para todos.Muitos dos jovens nunca ti-nham saído de Douradospara outro lugar, essa foi aprimeira oportunidade deconhecerem uma cidadegrande.

No dia seguinte ao lan-çamento, o grupo fez pas-seios no centro de São Pau-lo, foi ao Masp (Museu deArte de São Paulo), um mu-seu muito importante, e vi-sitou alguns outros lugares.

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Participação da Escola Francisco Meireles

A equipe do jornal escolar Francisco Meireles foi muitobem recebida pelo indígena da etnia Terena Laucídio Flores,especialista em arremesso de dardo e lança. Flores contouum pouco sobre sua experiência com o esporte, suas conquis-tas, como bi-campeão nacional de arremesso de lança e aoportunidade de ter sido um dos dois atletas que conduziu atocha olímpica, em 2007, representando o estado de MatoGrosso do Sul.

Podemos notar que o arremesso de lança, é o forte dafamília Ribeiro Flores, pois Laucídio afirma que hoje o rivalque ele mais teme é seu próprio irmão, Rocleiton Ribeiro

Flores, atualcampeão do, Jo-inpa (Jogos Indí-genas do Panam-bizinho).

No decorrerda entrevista, oatleta aprovei-tou para deixaruma mensagempara os jovensindígenas, in-centivando a

prática e a valorização dos jogos, principalmente os tipica-mente indígenas.

A equipe do jornal escolar aproveitou para pedir umaaulinha de arremesso e fomos atendidos prontamente, tornan-do a entrevista também em um momento de diversão!

A equipe do jornal escolar contou com a presença dosrepórteres Leandro e Jessé; do cinegrafista Emerson Rossati,da editora-chefe teacher Simone e seu esposo Manoel.

A equipe do Jornal esco-lar Francisco Meireles este-ve presente na coletiva con-cedida pelo ex-jogador doflamengo e da seleção brasi-leira, Artur Antunes Coimbra,conhecido popularmentecomo Zico. Galinho de ouro,um outro apelido de ArturCoimbra, esteve na cidade deDourados, no dia 19 de maio,para inaugurar a escola defutebol Zico 10 e para umamistoso entre Master Zico eMaster Dourados. O jornalescolar Francisco Meirelesteve oportunidade de partici-par da coletiva com duasperguntas.

Na aula de língua ingle-sa, os alunos dos 8º anos A eB e os alunos do 9º ano Bparticiparam de uma entre-vista feita pelos alunos doJornal Escolar FranciscoMeireles com Eliane Olivei-ra dos Santos, douradenseque hoje vive na Inglaterra,na cidade de Liverpool!

Ela trabalhava em Dou-rados, como chefe de cozi-nha em diversas festas e hoje

Entrevista com profissional dearremesso de Lança Laucídio Flores

Entrevista exclusiva com Zico

Laucídio Flores fala sobre suas conquistas comobi-campeão nacional de arremesso de lança e a

oportunidade de ter sido um dos dois atletas queconduziu a tocha olímpica em 2007

Escola Francisco Meireles marcapresença na entrevista coletiva concedida por

Zico, em sua vinda a DouradosFoi perguntado, então o

que o esporte traz de benefí-cio para os jovens atletas eZico respondeu que os bene-fícios são muitos. Ele deu oexemplo de Paulo Henrique,o Ganso, jogador do santos,que foi descoberto em umaescolinha de futebol.

A outra pergunta foi se háa possibilidade de inauguraruma escolinha de futebol naReserva Indígena de Doura-dos. Ele disse que dependedos resultados da escolinhaque estava sendo inaugura-da, se tudo der certo, ele nãodescarta a possibilidade deimplantar uma escola de fu-tebol na Reserva.

Além de participar dacoletiva, a equipe marcousua presença no amistoso eficou muito alegre de ver aReserva Indígena representa-da na partida pelo professorAnderson Mamede, professorde educação física da Esco-la Francisco Meireles, comojogador do time Master Dou-rados.

Foi um dia inesquecívelpara a equipe do jornal es-colar, que contou com a pre-sença dos seguintes integran-tes: Mariléia, Crislaine, Le-andro, Ivanio e Jessé, alunosdo 9º ano B, e Diod, alunodo 8º B, além da editora-che-fe teacher Simone e o dire-tor da escola Cícero Griff.

Uma douradense no Reino UnidoJornal escolar Francisco Meireles entrevista Eliane Oliveira Santos,

que vive em Liverpool, na Inglaterra

é funcionária do jogador Lu-cas Leiva, atual jogador doLiverpool e também da se-leção brasileira. Em sua en-trevista ela conta a dificul-dade de viver em um paísestrangeiro muito diferentedo nosso, com culturas dife-rentes, comidas diferentes,línguas diferentes. E desta-ca como maior dificuldadea questão de não dominar alíngua inglesa, que é falada

em Liverpool.Foi uma entrevista mui-

to produtiva porque os alu-nos perceberam a importân-cia de se estudar a línguainglesa. E também que asoportunidades existem emuitas vezes está mais pró-xima do que imaginamos,portanto quanto mais prepa-rados estivermos maioresserão a chances de realiza-ções e sucesso!

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Desenhos○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Poesia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

COM ELA APRENDIQuando eu era pequena minha avó me ensinouA dançar guachire e guahu.Até hoje me lembro...Aprendi respeitar e mais ou menos cantar.

Às vezes sinto que ela está viva.Com ela aprendi falar e cozinharE pegar peixe na mãoAté hoje me lembro...Que fazíamos juntos farofa, pudim eRemédio caseiro

Valdenice F. Rolim – 6º ano BDANÇAA minha dança é bonita e legalTodo mundo gosta de dançarQuando uma começa a dançaTodo mundo vai atrásA nossa dança traz felicidade, sonho e paz.

O índio dança guachirepara cumprimento às pessoas que estão assistidoEle dança, canta bem lindoFazendo uma rodaE todo mundo fica sorrindo.

Edilaine Goncalves (Oficina da AJI, tema: meio ambiente/água) Cristiano (Escola Agostinho)

Jaime (5º Ano) Moises (Oficina da AJI, tema: meio ambiente/água)

Mapa da ReservaIndígena deDourados, porAnderson (EscolaAraporã)

Dara (5º Ano - Escola Agostinho)

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A comunidade continua cobran-do o funcionamento da Vila Olímpica,que continua com as portas fechadas.Enquanto isso, os campinhos vermelhosde terra vão fazendo a alegria da cri-ançada.

Transição da Funasa (FundaçãoNacional de Saúde) para Sesai (Secre-taria Especial de Saúde Indígena) pro-voca desorganização no atendimentoà saúde na Reserva de Dourados.

A AJI (Ação dos Jovens Indíge-nas) convida todos para participar do2º Encontro Internacional de Jovens in-dígenas de MS, que acontecerá entre

Notas ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

os dias 27, 28 e 29 de Janeiro de 2012. Índios Guaranis, que moram em

cima do aquífero Guarani, o maior doBrasil, estão sem água. As comunidadesdas Aldeias Bororó e Jaguapiru afirmamque a água não chega em suas moradi-as na Reserva Indígena de Dourados.

Mais um líder indígena assassi-nado no conflito de luta por terras (Teko-há), desta vez em Amambai (sul deMS). Exigimos que a justiça seja feitae os culpados sejam punidos. Somoscidadãos e queremos justiça!

Tenham todos um Feliz Natal! Énos pequenos gestos e atitudes do nos-

so dia-a-dia que devemos proporcionaro mínimo de alegria e compreensão atodos que nos cercam.

Que as realizações alcançadaseste ano sejam as sementes plantadas,que serão colhidas com maior sucessono ano que chega.

Eleições nas escolas elegem osseguintes diretores: Tengatui Maranga-tu: Aguinaldo Rodrigues; Araporã: Adri-ana da Silva; Ramão Martins: NormaRicarte Carmona; Pai Chiquito: Laucí-dio Ribeiro Flores; Lacui Roque Isnard:Izaque de Souza; Agustinho: RomildaFrancisco Gerônimo.

Desenhos○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Jorge 5º Ano Jorge

Sedimar 5º Ano B Ronaldinho 5º Ano A

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FotosEventos 2011

ApoioApoio

Rosiane,uma dasfotógrafas,autografalivros nolançamentodo livro emSampa

Equipe do jornal escolar da Francisco Meirelesaprendendo arremesso de lança

Lançamento do livro “Nossos Olharessobre a cidade”, em São Paulo

AJI nos Jogos dos Povos Indígenas,no Porto Nacional (TO)

Manifestação pela paz na comunidade Guaviry, em Amambai(MS), após o desaparecimento do cacique Nísio Gomes

ESSA FOTO NÃOLEGENDA?????????????????