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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO BRUNO FERNANDES DEFEU DIEGO MARTIN SORIA CUESTA MURILO AFFONSO PRANDO SENSOR DE NÍVEL PARA DEFICIENTES VISUAIS Santos SP Dezembro/2013

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  • UNIVERSIDADE SANTA CECLIA

    ENGENHARIA DE PRODUO

    BRUNO FERNANDES DEFEU

    DIEGO MARTIN SORIA CUESTA

    MURILO AFFONSO PRANDO

    SENSOR DE NVEL

    PARA DEFICIENTES VISUAIS

    Santos SP

    Dezembro/2013

  • UNIVERSIDADE SANTA CECLIA

    ENGENHARIA DE PRODUO

    BRUNO FERNANDES DEFEU

    DIEGO MARTIN SORIA CUESTA

    MURILO AFFONSO PRANDO

    SENSOR DE NVEL

    PARA DEFICIENTES VISUAIS

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado como exigncia parcial para obteno do ttulo de Engenheiro ao curso de Engenharia de Produo da Universidade Santa Ceclia, sob orientao do Prof. Dr. Jos Luis Alves de Lima.

    Santos SP

    Dezembro/2013

  • BRUNO FERNANDES DEFEU

    DIEGO MARTIN SORIA CUESTA

    MURILO AFFONSO PRANDO

    SENSOR DE NVEL

    PARA DEFICIENTES VISUAIS

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado como exigncia parcial para

    graduao no curso de Engenharia de Produo da Universidade Santa Ceclia.

    Data da Aprovao: __/__/__

    Banca Examinadora

    _____________________________________________ Prof. Jos Luis Alves de Lima Orientador

    _____________________________________________ Prof. Ms. Dr. XXXXXX _____________________________________________ Prof. Ms. Dr. XXXXXX

  • DEDICATRIA

    Aos meus amigos

    minha famlia

    Aos integrantes do grupo

    Bruno Fernandes Defeu

    minha famlia

    Aos meus amigos

    minha namorada

    Diego Martin Soria Cuesta

    minha famlia

    Aos meus amigos

    minha namorada

    Ao meu grupo do trabalho

    Murilo Affonso Prando

  • AGRADECIMENTOS

    Agradecemos primeiramente ao coordenador do curso Prof. Dr. Jos Carlos

    Morilla, ao orientador do trabalho Prof. Dr. Jos Luis Alves de Lima e ao Ademir

    Pereira onde foram os responsveis pelo auxlio que possibilitou o nosso sonhado

    objetivo profissional.

    A minha me, Maria Clotilde F. Defeu, por de certa forma, fazer de sua vida o

    cuidado com a minha. Ao meu pai, Mario Srgio Defeu, pelo exemplo de trabalho e

    perseverana. Por no ter medido esforos para dispor os recursos necessrios

    minha formao pessoal e profissional. A minha av, Ida Zibella Fernandes, que

    pela convivncia, aprendi que podemos encontrar dificuldades ao longo do caminho,

    mas sempre teremos a escolha de enfrent-las com um sorriso no rosto.

    Bruno Fernandes Defeu

    Agradeo aos meus pais, Julio Cuesta e Lila Soria Cuesta, pelo que sou hoje, pelos

    ensinamentos, educao e por sempre terem me incentivado. Aos meus irmos,

    Michelle Soria Cuesta, Gustavo Soria Cuesta e Maria Gabriela Soria Cuesta, por

    terem servido de exemplo e inspirao em todas minhas escolhas de vida. minha

    namorada, Juliane Molina, por estar sempre ao meu lado, principalmente nos

    momentos mais difceis, me dando fora para seguir em frente. Agradeo tambm

    aos meus colegas de grupo, Bruno Defeu e Murilo Prando, por termos conseguido

    prosseguir e concluir o trabalho mesmo quando as ideias entravam em conflito.

    Diego Martin Soria Cuesta

    Agradeo a minha me, Maria Claudia Affonso Prando, meu pai, Gerson

    Prando, minha irm Marina Affonso Prando e todos os meus familiares que sempre

    foram exemplos de educao e perseverana para mim e me ensinaram tudo que eu

    sei. minha namorada Giovanna Rosien, ao meu irmo de considerao Daniel

    Pizzo e todos os meus amigos da faculdade e infncia pelo apoio e companheirismo

    dentre todos esses anos. Ao meu grupo de trabalho, Bruno Defeu e Diego Cuesta,

    onde mesmo com indiferenas e dificuldades, pudemos caminhar juntos para o

    nosso sucesso.

    Murilo Affonso Prando

  • EPGRAFE

    "Que os vossos esforos desafiem as

    impossibilidades, lembrai-vos de que

    as grandes coisas do homem foram

    conquistadas do que parecia

    impossvel."

    - Charles Chaplin

  • RESUMO

    A crescente concorrncia entre organizaes faz com que o mercado viva em

    constantes processos de adaptaes, investindo em produtos inovadores e que

    agreguem valor ao cliente. O presente trabalho aborda a implantao da tecnologia

    para a criao de um produto voltado para os deficientes visuais, o produto ir

    auxili-los em tarefas domsticas e, de acordo com a pesquisa de mercado

    elaborada, dever ter um preo acessvel devido ao pblico alvo ter sua maior

    concentrao na renda familiar de nvel inferior. Neste trabalho sero utilizados

    conceitos de segmentao de mercado, anlises de fornecedores e concorrentes,

    pesquisa de campo, projeto da fbrica de montagem do produto e a viabilidade

    econmica. Neste contexto, a fabricao do sensor de nvel para deficientes visuais

    se mostrou eficiente, ou seja, por ele atuar em um mercado com poucos

    concorrentes no Brasil, trar resultados financeiros positivos alm de ser um

    facilitador em tarefas dos deficientes.

    Palavras chaves: Deficiente visual. Tecnologia assistiva. Sensor de nvel.

  • ABSTRACT

    The growing competition between organizations makes the market to

    experience a constant process of adaptation by investing in innovative products

    which add value to the customer. This paper discusses the deployment of technology

    for creating a product designed for the visually impaired. The product will help them

    in household chores and, according to the market research conducted, should be

    affordable because the target audience has its highest concentration in the lower

    level of family income. During this project, concepts of market segmentation,

    suppliers and competitors analysis, field research, designing an assembly plant and

    economic viability. Within this context, the manufacturing of a level sensor for the

    visually impaired is efficient. In other words, do to its participation in a market with

    few competitors in Brazil; it will bring positive financial results in addition to being a

    facilitator in the handicapped tasks.

    Key words: Visually impaired. Assistive technology. Level sensor.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Figura conceitual do produto ..................................................................... 16

    Figura 2 - Concentrao de Deficientes Visuais no Brasil (Dados IBGE 2010)......... 19

    Figura 3 - Distribuio Geogrfica na Baixada Santista (Dados IBGE 2010) ............ 20

    Figura 4 - Dados sobre a faixa etria (Dados IBGE 2010 e Pesquisa autores) ........ 21

    Figura 7 - Dados sobre consumo .............................................................................. 22

    Figura 5 - Gneros (Pesquisa autores) ..................................................................... 22

    Figura 6 - Gneros (Dados IBGE 2010) .................................................................... 22

    Figura 8 - Dados sobre residncia ............................................................................ 23

    Figura 9 - Dados sobre Utilizao do equipamento ................................................... 24

    Figura 10 - Dados sobre Renda Familiar (Dados IBGE 2010 e Pesquisa autores) ... 24

    Figura 11 - Dados sobre precificao (Pesquisa autores) ......................................... 25

    Figura 12 - Produto I ................................................................................................. 27

    Figura 13 - Produto II ................................................................................................ 28

    Figura 14 - The Braun Bell Mug ................................................................................ 29

    Figura 15 - EZ Fill Pour Aid ....................................................................................... 30

    Figura 16 - Anlise SWOT......................................................................................... 31

    Figura 17 - Projeto do Produto .................................................................................. 33

    Figura 18 - Tecnologia do Sensor de nvel ................................................................ 34

    Figura 19 - Montagem do Sensor de nvel ................................................................ 35

    Figura 20 - Placa impressa........................................................................................ 36

    Figura 21 - Reed Switch ............................................................................................ 36

    Figura 22 - Buzzer ..................................................................................................... 37

    Figura 24 - Localizao ............................................................................................. 42

    Figura 25 - Regio ..................................................................................................... 43

    Figura 26 - Sazonalidade Loja Varejista .................................................................... 49

    Figura 27 - Matriz de layout e grfico volume-variedade ........................................... 53

    Figura 28 - Fluxo de operaes em uma linha de produo ..................................... 54

    Figura 30 - Logotipo .................................................................................................. 57

    Figura 31 - Estrutura Organizacional ......................................................................... 59

    Figura 32 Sazonalidade ......................................................................................... 70

    Figura 33 Grfico Receita x Custo Total ................................................................ 71

  • Figura 34 Cenrios com variao de 10% ............................................................. 71

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Pesquisa Mensal de Emprego IBGE (dez-2012) ...................................... 21

    Tabela 2 - Dvidas dos Entrevistados (Pesquisa autores) ........................................ 26

    Tabela 3 - Projeto de rede operaes ....................................................................... 38

    Tabela 4 - Pontuao por critrio .............................................................................. 40

    Tabela 5 - Preo insumos ......................................................................................... 44

    Tabela 6 Investimento Fixo .................................................................................... 66

    Tabela 7 - Faturamento Mensal ................................................................................ 67

    Tabela 8 - Mo de obra ............................................................................................. 67

    Tabela 9 - Custos Fixos ............................................................................................ 68

    Tabela 10 - Tributos .................................................................................................. 69

    Tabela 11 - Indicadores Financeiros ......................................................................... 70

    Tabela 12 - Demonstrativo de Resultado - DRE ....................................................... 72

  • LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    KPI Indicadores de Desempenho (Key-Performance Indicators)

    PVEF Projeto de Viabilidade Econmica e Financeira

    SIDRA Sistema IBGE de Recuperao Automtica

  • SUMRIO

    INTRODUO ............................................................................................... 14

    Objetivo ....................................................................................................... 18

    1 PESQUISA DE MERCADO ...................................................................... 19

    1.1 Compreendendo o Mercado Atual ................................................... 19

    1.2 Coleta e Tratamento de Informaes ............................................... 20

    1.3 Metodologia de Avaliao ................................................................ 20

    1.4 Resultados ....................................................................................... 21

    1.5 Anlise de Concorrncia .................................................................. 26

    1.6 Introduo do produto no mercado .................................................. 31

    1.7 Estratgia de Comercializao ........................................................ 31

    2 PROJETO DO PRODUTO ........................................................................ 33

    2.1 Caractersticas Tcnicas .................................................................. 33

    2.2 Tecnologia do produto ..................................................................... 34

    2.3 Materiais .......................................................................................... 35

    2.4 Informaes sobre as peas utilizadas ............................................ 35

    3 PROJETO DA FBRICA .......................................................................... 38

    3.1 Projeto da Rede de Operaes ........................................................ 38

    3.2 Fornecedores ................................................................................... 39

    3.3 Grau de Integrao Vertical / Horizontal .......................................... 40

    3.4 Deciso entre comprar e fazer ......................................................... 41

    3.5 Localizao da operao ................................................................. 42

    3.6 Custo do local .................................................................................. 43

    3.7 Custo do transporte.......................................................................... 43

    3.8 Custo de energia .............................................................................. 44

    3.9 Custo de material terceirizado ......................................................... 44

    4 TECNOLOGIA DO PROCESSO .............................................................. 45

    4.1 Tecnologia de processamento de materiais ..................................... 45

    4.2 Tecnologia de processamento de informaes ................................ 46

    5 CAPACIDADE DE PRODUO .............................................................. 49

    5.1 Etapa 1: Medir a demanda e a capacidade agregadas .................... 49

    5.2 Etapa 2: Identificar as polticas alternativas de capacidade ............. 50

  • 6 ARRANJO FSICO DE LAYOUT .............................................................. 52

    6.1 Objetivos do Arranjo Fsico .............................................................. 52

    6.2 Tipos de Arranjos Fsicos ................................................................. 52

    6.3 Arranjo fsico escolhido .................................................................... 53

    6.4 Arranjo Linear, em linha, por produto, flow shop .............................. 54

    6.5 Layout projetado .............................................................................. 56

    7 DADOS DA EMPRESA ............................................................................ 57

    7.1 Dados Gerais ................................................................................... 57

    7.2 Logotipo ........................................................................................... 57

    7.3 Misso, Viso e Valores ................................................................... 57

    8 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .......................................................... 59

    8.1 Departamentos ................................................................................ 59

    8.2 Centros de custo .............................................................................. 62

    8.3 Administrao da Produo ............................................................. 62

    9 VIABILIDADE ECONMICA .................................................................... 65

    9.1 Abertura de empresa ....................................................................... 65

    9.2 Investimento Fixo ............................................................................. 66

    9.3 Faturamento Mensal ........................................................................ 66

    9.4 Custos com Mo de Obra ................................................................ 67

    9.5 Custos Fixos .................................................................................... 68

    9.6 Tributos ............................................................................................ 68

    9.7 Sazonalidades ................................................................................. 69

    9.8 Indicadores Financeiros ................................................................... 70

    9.9 Demonstrativo de Resultado DRE ................................................ 72

    10 CONCLUSO ........................................................................................ 73

    11 REFERNCIAS ..................................................................................... 75

    APNDICE ..................................................................................................... 79

  • 14

    INTRODUO

    De acordo com o censo demogrfico de 2010, realizado pelo Instituto

    Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE, o Brasil possui 19% de sua populao

    com alguma deficincia visual onde 3%, de toda populao, no consegue ou possui

    grande dificuldade em enxergar, sendo assim, necessitando do sistema braile de

    leitura e escrita. (IBGE, 2010)

    Ainda existe uma necessidade de servios e produtos adequados para que os

    deficientes visuais possam gozar de uma vida independente, necessitando de auxlio

    em simples tarefas domsticas. No mbito de obter essa independncia, o homem

    junto com a tecnologia, vem propondo solues que visam fornecer a autonomia

    para os dependentes.

    Como afirma Bersch (2005), desde 1988, essas solues que visam melhorar

    a qualidade de vida dos deficientes e propor a eles a incluso social j possui nome,

    Tecnologia Assistiva. O nome pouco popular, mas vem ganhando adeptos, na

    maioria sendo empresas.

    O termo Assistive Technology, traduzido no Brasil como Tecnologia Assistiva, foi criado em 1988 como importante elemento jurdico dentro da legislao norte-americana conhecida como Public Law 100-407 e foi renovado em 1998 como Assistive Technology Act de 1998 (P.L. 105-394, S.2432). Compe, com outras leis, o ADA - American with Disabilities Act, que regula os direitos dos cidados com deficincia nos EUA, alm de prover a base legal dos fundos pblicos para compra dos recursos que estes necessitam. (BERSCH, 2005)

    Diariamente so utilizadas ferramentas tecnolgicas que foram desenvolvidas

    especialmente para simplificar e auxiliar em tarefas de qualquer ser humano. Tem-se

    por exemplo desses produtos: o controle remoto, relgios, telefones, computadores

    e diversos outros objetos. Esses facilitadores, quando feitos pensando em solucionar

    tarefas da vida dos portadores de deficincia, recebem o nome de Tecnologia

    Assistiva, fazendo atividades de alto grau de dificuldade se tornarem possveis.

    Introduzindo o conceito de Tecnologia Assistiva, tem-se a citao:

  • 15

    Para as pessoas sem deficincia, a tecnologia torna as coisas mais fceis.

    Para as pessoas com deficincia, a tecnologia torna as coisas possveis.

    (RADABAUGH, 1993).

    Segundo o Secretariado Nacional para a Reabilitao e Integrao das

    Pessoas com Deficincia (SNRIPD) de Portugal:

    Entende-se por ajudas tcnicas qualquer produto, instrumento, estratgia, servio e prtica utilizada por pessoas com deficincia e pessoas idosas, especialmente, produzido ou geralmente disponvel para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficincia, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivduos. (SNRIPC, 2005)

    No Brasil, o Comit de Ajudas Tcnicas - CAT, institudo pela PORTARIA N

    142, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2006 prope o seguinte conceito para a tecnologia

    assistiva:

    Tecnologia Assistiva uma rea do conhecimento, de caracterstica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratgias, prticas e servios que objetivam promover a funcionalidade, relacionada atividade e participao de pessoas com deficincia, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independncia, qualidade de vida e incluso social. (CAT, 2006)

    Esse setor de negcio no bem explorado e desenvolvido pelas empresas

    nacionais. Existe pouca variedade de produtos e empresas dedicadas a esse

    segmento. Essa limitao faz com que haja uma baixa competio e os poucos

    produtos disponveis apresentem preos no compatveis com a renda mdia

    nacional dos deficientes. A falta de oferta nacional suficiente faz com que grande

    parte dos produtos necessite ser importados, elevando, mais uma vez, o preo. Vale

    lembrar que, de acordo com o IBGE, os portadores de deficincia tm pouco espao

    no mercado de trabalho e com salrio reduzido em comparao com o restante do

    mercado concorrente.

    O produto do estudo consiste em um dispositivo que poder ser acoplado a

    qualquer tipo de recipiente de armazenamento de lquidos. Este dispositivo ter o

    seu funcionamento baseado em um sensor de nvel, que emitir um sinal sonoro

    quando o lquido disposto no reservatrio atingir um nvel pr-determinado pelo

    usurio.

  • 16

    Figura 1 - Figura conceitual do produto

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Exemplificando a utilizao deste dispositivo, citada uma atividade rotineira,

    que executada por uma pessoa com deficincia visual em que consiste no

    individuo servindo um copo dgua a si mesmo. A fim de evitar que o lquido

    transborde, o deficiente visual utiliza, na maioria dos casos, um recurso prtico que

    baseado em um dos sentidos do corpo humano, o tato. Utiliza-se o prprio dedo,

    para se orientar do momento em que o recipiente atingir o nvel em que ele

    considera adequado. Este tipo de tcnica pode solucionar a dificuldade que esta

    pessoa enfrenta, porm, pode causar danos sade. Segundo a Agncia Nacional

    de Vigilncia Sanitria (ANVISA):

    As mos constituem a principal via de transmisso de microrganismos durante a assistncia prestada aos pacientes, pois a pele um possvel reservatrio de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfcie para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, atravs do contato com objetos e superfcies contaminados (ANVISA, 2007).

    Para o desenvolvimento deste estudo foi primeiramente desenvolvido o

    cronograma do projeto e posteriormente realizada uma pesquisa de mercado para

    definir o perfil do pblico-alvo. O objetivo inicial da pesquisa ser de quantificar

    demograficamente o indivduo, sua condio socioeconmica, as faixas etrias, a

    concentrao do gnero e o levantamento sobre a aceitao e utilizao do produto,

    todas as informaes sendo separadas pelo nvel de deficincia visual.

  • 17

    Uma vez definido o escopo do projeto, iniciou-se o estudo para o

    desenvolvimento do produto, envolvendo pesquisa de alternativas de materiais,

    dispositivos eletrnicos, montagem e embalagem. Um dos principais focos abordado

    ser a manuteno de um baixo custo do produto final, sendo preservada a

    qualidade.

    Ser feito o estudo para definio da produo da fbrica, trabalhando

    primeiramente com produo sob encomenda. A equipe de colaboradores ser

    definida pela necessidade observada pelo estudo da fbrica.

    A unidade fabril, assim como o estoque do produto, ser definida levando em

    considerao a proximidade do pblico alvo, o custo do aluguel, s leis municipais

    de zoneamento e a operao logstica tanto de fornecedores quanto de distribuio,

    visando logstica com o menor custo.

    A logstica de distribuio do produto concentrada em entrega via correio, o

    que permite uma total cobertura do territrio nacional, aliada escolha de pontos de

    venda seletivos que permitam acesso fsico pelos potenciais usurios e

    demonstrao in-loco do produto.

    A estratgia de marketing est focada na divulgao do novo produto atravs

    da internet, com criao de contedo conceitual, artigos explicativos, vdeos em sites

    especializados, materiais em braile, parcerias com associaes de apoio aos

    deficientes visuais e obteno de cadastros para mailings e contatos com o pblico-

    alvo. Divulgao a mdicos oftalmologistas e clinicas tambm ser utilizada.

    Associaes beneficentes e especializadas sero comunicadas sobre o

    produto para um possvel patrocnio na fabricao, para reduo do custo e

    divulgao.

    Todos esses fatores remetem elaborao do estudo de um produto que

    possa agir como facilitador para portadores de incapacidade visual. A elaborao

    deste estudo inicialmente foi feita com a consolidao de dados da populao com

    deficincia visual, disponibilizados pelo SIDRA (Sistema IBGE de Recuperao

    Automtica), com a inteno de mapear a concentrao de portadores de deficincia

    visual no territrio nacional dando enfoque ao Estado de So Paulo, mais

    precisamente Baixada Santista, por ser esse o local de realizao do estudo. Alm

    de ser um facilitador, o produto visa ter baixo custo de fabricao, objetivando a

    obteno de um preo final acessvel ao consumidor.

  • 18

    Objetivo

    O objetivo desse trabalho visa o desenvolvimento de um produto, desde sua

    fabricao at a viabilidade econmica, utilizando conceitos da tecnologia assistiva e

    focando o pblico de deficientes visuais. O produto deve ter seu preo baixo devido

    a renda mdia do pblico alvo no dar privilgios de compras de equipamentos com

    preos elevados.

  • 19

    1 PESQUISA DE MERCADO

    Como soluo de coleta de dados sobre o mercado regional, foi elaborada

    uma pesquisa de campo (Apndice 1 pg. 79), com sete questes de nica

    escolha e uma para insero de comentrios adicionais, voltada somente para

    deficientes com grande dificuldade ou com viso nula. A mesma foi realizada com

    deficientes nas instituies de apoio a deficientes visuais.

    1.1 Compreendendo o Mercado Atual

    De acordo com o IBGE 2010, a maior concentrao de deficientes visuais no

    Brasil encontrada na regio Sudeste (50% do total), s o estado de So Paulo

    representa 28% de do Brasil e Baixada Santista representa 3% do mercado de So

    Paulo, segue representao grfica da concentrao:

    Figura 2 - Concentrao de Deficientes Visuais no Brasil (Dados IBGE 2010)

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Focando no pblico alvo inicial que engloba a Baixada Santista, possvel

    observar a maior concentrao no municpio de Santos, e tambm nas cidades

    prximas. Obteve-se as seguintes distribuies geogrficas:

    Norte 6%

    Nordeste 25%

    Centro-Oeste 6%

    Sul 13%

    Sudeste (s/ SP) 22%

    Outras Regies 97%

    Baixada Santista 3%

    So Paulo 28%

  • 20

    Figura 3 - Distribuio Geogrfica na Baixada Santista (Dados IBGE 2010)

    Fonte: Elaborada pelos autores

    1.2 Coleta e Tratamento de Informaes

    A coleta foi realizada na quinta-feira dia 04 de abril de 2013 na Instituio do

    Lar das Moas Cegas, (especializada em atendimento de deficientes visuais de

    variados nveis). Foram selecionadas 30 pessoas para preenchimento do formulrio,

    sendo elas, de diversas idades e classes sociais.

    A pesquisa realizada contou com o apoio de uma funcionria da prpria

    Instituio, realizando uma pr-seleo eliminando da realizao da pesquisa os

    deficientes de baixo grau de cegueira, sobrando apenas o pblico alvo.

    1.3 Metodologia de Avaliao

    A pesquisa tem como objetivo conhecer o mercado de atuao do produto

    sensor de nvel e a adquirir dados para posteriormente transform-los em

    informaes sobre o mercado consumidor. Sendo esse o primeiro passo para a

    realizao de um projeto.

  • 21

    1.4 Resultados

    Segue uma anlise dos dados obtidos nas questes propostas na pesquisa

    de campo comparando-os com os indicadores da populao deficiente visual

    (Grande dificuldade de viso e viso nula) do IBGE 2010:

    Com relao faixa etria, o grfico da figura 4 mostra:

    Figura 4 - Dados sobre a faixa etria (Dados IBGE 2010 e Pesquisa autores)

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Os dados obtidos pelo IBGE 2010 se diferenciaram dos dados obtidos da

    pesquisa de campo, onde que, o resultado da pesquisa mostrou uma concentrao

    elevada na faixa de 20 a 49 anos, sendo 24 pontos percentuais acima da mdia do

    Brasil. Sendo um timo resultado por ser a faixa considerada economicamente ativa

    pois, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Emprego, realizada em

    dezembro de 2012 pelo IBGE, a faixa de 18 a 49 anos corresponde a 75,6% da

    populao economicamente ativa no Brasil.

    10 a 14 anos

    15 a 17 anos

    18 a 24 anos

    25 a 49 anos

    50 anos ou mais

    0,2% 1,8% 14,7% 60,9% 22,4%

    Tabela 1 - Pesquisa Mensal de Emprego IBGE (dez-2012)

    Fonte: Elaborada pelos autores

    9% 10%

    33%

    57%

    58%

    33%

    IBGE 2010 PESQUISA

    Faixa Etria

    0 a 19 anos 20 a 49 anos 50 anos ou mais

    10

    17

    3

    2.187 mil

    583 mil

    3.791 mil

  • 22

    Com os dados obtidos sobre os gneros, obteve-se a seguinte concentrao:

    Em anlise dos grficos acima, pode-se observar a efetiva predominncia no

    gnero feminino no geral de deficientes, tanto no Brasil quanto na pesquisa

    realizada. Indicador favorvel na elaborao do produto, de acordo com a pesquisa

    do SEBRAE (2011), se trata do gnero que possuem maior gasto mensal.

    Figura 7 - Dados sobre consumo

    Fonte: Estudo de Comportamento de Consumo SEBRAE 2011

    Ao analisar a convivncia no lar dos portadores de deficincia visual

    entrevistados, tem-se:

    41%

    59%

    Gneros IBGE 2010

    Homens Mulheres

    3.887 mil 2.674 mil

    37%

    63%

    Gneros Pesquisa

    Homens Mulheres

    19 11

    Figura 5 - Gneros (Pesquisa autores)

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Figura 6 - Gneros (Dados IBGE 2010)

    Fonte: Elaborada pelos autores

  • 23

    Figura 8 - Dados sobre residncia

    Fonte: Elaborada pelos autores

    De acordo com a pesquisa, 83% das pessoas entrevistadas no residem

    sozinhas, onde para se ter um diagnstico correto necessita-se de convvio, pois

    necessrio estudar a cultura dos residentes para entender se ele incentivar a

    independncia do portador de deficincia ou prefere auxili-lo nas tarefas.

    Em relao utilizao do produto pelos entrevistados, obteve-se o seguinte

    grfico.

    20%

    53%

    17%

    10%

    Residncia

    Sim No - Familiar

    No - Amigo No - Outro

    6

    5 3

    16

  • 24

    Figura 9 - Dados sobre Utilizao do equipamento

    Fonte: Elaborada pelos autores

    A aceitao do produto pelo pblico um dos principais pilares para a

    produo do equipamento. 93% dos entrevistados utilizariam o produto no dia-a-dia,

    valor elevado e satisfatrio.

    Considerando a renda familiar:

    Figura 10 - Dados sobre Renda Familiar (Dados IBGE 2010 e Pesquisa autores)

    Fonte: Elaborada pelos autores

    93%

    7%

    Utilidade

    Utilizaria No Utilizaria

    2 28

    58% 43%

    37%

    40%

    5% 17%

    IBGE 2010 PESQUISA

    Renda Familiar

    At 01 salrio mnimo Entre 01 a 05 salrios mnimos Mais de 5 salrios mnimos

    2.892 mil

    5

    12

    13

    1.828 mil

    236 mil

  • 25

    Na pesquisa obteve-se resultado semelhante aos dados coletados pelo IBGE

    2010, onde que a maior concentrao do IBGE est presente na populao com at

    01 salrio mnimo. Como anlise dos resultados, sabe-se que devido a Instituio

    ser sem custo para os alunos, por conta com de ter diversos apoios, tal como o do

    governo, por isso existe a alta concentrao de classes de renda inferior.

    Levando-se em conta o possvel gasto que os entrevistados teriam com o

    produto, obteve-se:

    Figura 11 - Dados sobre precificao (Pesquisa autores)

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Outro dado de grande importncia para a produo em massa do produto o

    preo que o consumidor poder pagar por ele. Como se observou no grfico de

    renda familiar que a maior concentrao se encontra nas classes baixas, 50% dos

    entrevistados escolheram a alternativa mais barata, de R$20 a R$40. Fazendo com

    que a empresa tenha um enorme esforo na escolha dos materiais e

    consequentemente a precificao, sendo que, com o aumento do preo poder

    ocorrer a inviabilidade do projeto, onde o consumidor no aceitar as condies

    propostas.

    Principais Comentrios dos Entrevistados

    Muitos entrevistados tiveram dvidas sobre como ser feita a assistncia

    tcnica do produto, fato de extrema importncia. Hoje em dia os consumidores

    analisam muito o produto pelos servios de ps venda. Tambm gostariam de saber

    sobre o material utilizado e a durao da bateria, dados:

    50% 23% 23% 3%

    Possvel Preo Pago

    De R$20 a R$40 De R$40 a R$60 De R$60 a R$80 Mais de R$100

    15 7 7 1

  • 26

    Tabela 2 - Dvidas dos Entrevistados (Pesquisa autores)

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Sobre a dvida em relao a assistncia tcnica e os servios de ps venda

    Anlise Geral

    Conforme anlises dos resultados da pesquisa anteriormente realizadas, foi

    obtido um resultado satisfatrio para a realizao do produto, principalmente devido

    ao grande mercado e aos 93% de aceitao dos entrevistados em relao ao

    produto

    Como resultado tambm foi decidido a alterao do projeto do produto, onde

    antes teria sensores trmicos e por comentrios dos pesquisados, foi decidido a

    extino desse indicador permanecendo somente com o sensor de nvel, que

    satisfatrio e de melhor serventia para os deficientes visuais.

    1.5 Anlise de Concorrncia

    Encontra-se no mercado internacional um nvel escasso de opes com a

    mesma finalidade do sensor de nvel, tornando o mercado como um grande

    potencial para a entrada de um produto novo.

    Segue uma anlise de alguns produtos encontrados no mercado observando

    suas caractersticas e apresentando seus pontos fortes e fracos de cada um.

    Questo *

    A:

    R:

    A:

    R:

    A:

    R:

    A:

    R: 6 3

    A:

    R:

    A:

    R:

    A:

    R:

    * A: Al ternativa / R: Resultado Dados: Pesquisa TCC Sensor Termo/Volumtrico

    Principais temas comentados

    I) Assisncia Tcnica.

    II) Material Utilizado.

    III) Durao de uso de bateria.

    IV) Higienizao do equipamento.

    V) Possveis lquidos utilizveis.

    VI) No utilizao do sensor de temperatura.

    Sim No

    246

    Com famlia Com amigos Com outros

    16

    + de 5 salrios

    mnimos

    2

    Entre 01 e 05

    salrios mnimos

    14

    At 01 salrio

    mnimo

    12

    De R$40 a

    7

    De R$60 a

    7

    Mais de R$100

    1

    De R$20 a

    15

    Masculino Feminino

    Sim No

    228

    11 19

    At 20 anos + de 50 anos

    3

    Entre 20 a 49 anos

    1710

    Comentrios

    Amostra

    Se sim, quanto voc

    pagaria por ele?

    Sexo

    Idade:

    Mora sozinho?

    Se no com quem?

    Renda Familiar:

    O dispositivo Termo /

    Volumtrico seria til?

  • 27

    Produto I

    Figura 12 - Produto I

    Fonte: VISIONFARMA

    O produto vendido na Espanha e encontrado na farmcia VISIONFARMA,

    feito em polietileno, funciona com bateria modelo CR243C e seu preo de 43,24 .

    Pontos Fortes: Material de alta durabilidade, fcil substituio de bateria,

    vendido pela web e possvel utilizao em diversos recipientes.

    Pontos Fracos: Preo Elevado, no possvel importar para o Brasil e de

    nico indicador de nvel.

  • 28

    Produto II

    Figura 13 - Produto II

    Fonte: VISIONFARMA

    O produto vendido pela mesma farmcia do Produto I pelo preo de 99,00

    e funciona a pilha. No foi possvel encontrar maiores informaes sobre ele.

    Pontos Fortes: Produto vendido pela web e possvel utilizao em variados

    recipientes.

    Pontos Fracos: Preo Elevado, no possvel importar para o Brasil e de

    nico indicador de nvel.

  • 29

    Produto III - The Braun Bell Mug (Conceitual)

    Figura 14 - The Braun Bell Mug

    Fonte: Adaptado de YANKO DESIGN

    O projeto foi elaborado em 2009 pelos designers Sang-hoon Lee e Yong-bum

    Lim e ainda no foi liberado no mercado, conta com trs nveis de sensores

    possveis de pr-seleo pelo usurio.

    Pontos Fortes: Trs nveis de sensores e possibilidade de seleo de nvel.

    Pontos Fracos: Produto ainda no se encontra no mercado e a

    impossibilidade de utilizar o sensor em outros recipientes.

    Sensores de superfcie da gua

    Nveis dos sensores

    Alto-falante

  • 30

    Produto IV - EZ Fill Pour Aid

    Figura 15 - EZ Fill Pour Aid

    Fonte: HARRIS COMUNICATIONS

    O produto um dispositivo leve, adaptvel e possvel de utilizar em

    recipientes com lquidos quentes e frios, dispara um rudo contnuo quando o lquido

    entrar em contato com o produto at que o mesmo seja removido, funciona a base

    de trs baterias de 1,5 Volts modelo LR44 e custa 15,00 US$. Produto retirado de

    estoque.

    Pontos Fortes: J vem com as baterias necessrias, produto adaptvel a

    diversos recipientes, um ano de garantia.

    Pontos Fracos: Rudo contnuo, apenas possvel verificar o lquido em apenas

    um nvel.

    Ao analisar o mercado conclui-se que dentre as poucas opes encontradas,

    observa-se o preo elevado e a falta de maior quantidade de sensor por aparelho,

    onde apenas um produto apresentou mais do que um sensor, sendo ele ainda um

    prottipo. possvel verificar que esses objetos no so importados para o Brasil.

  • 31

    1.6 Introduo do produto no mercado

    A tarefa de colocar um produto no mercado no to simples quando a

    empresa desenvolvedora visa lucro e sua estabilidade econmica. Fazendo assim a

    necessidade do uso de uma ferramenta que auxilie no projeto e possa ajudar nas

    melhores decises a serem tomadas.

    Anlise SWOT

    Conhecida no Brasil como FOFA (Fora, Oportunidades, Fraquezas e

    Ameaas), a anlise SWOT uma ferramenta utilizada como base para gesto de

    planejamento estratgico da empresa, onde possvel posiciona-la no ambiente que

    ela ser inserida e planejar as aes de negcio.

    Figura 16 - Anlise SWOT

    Fonte: Elaborada pelos autores

    1.7 Estratgia de Comercializao

    Devido ao pblico alvo ser bem definido e o produto no ser interessante para

    no deficientes visuais, ele ser negociado para uma disponibilizao de vendas na

    Instituio Lar das Moas Cegas em Santos e anunciado em sites especializados

    Necessidade de produtos

    facilitadores;

    Produto adaptvel;

    Uso dirio do produto;

    Mercado valorizado.

    Pblico restrito;

    Grande quantidade de

    pessoas dependentes.

    Baixa quantidade de

    produtos concorrentes;

    Falta de produtos nacionais.

    Aceitao do produto;

    Possvel alta precificao.

    S W

    O T

  • 32

    em deficincia visual como o Bengala Branca e Laratec. Tambm ser realizada

    uma pesquisa para encontrar parceiros no negcio que possam ajudar outras

    Instituies na compra dos sensores volumtricos para disponibilizar para seus

    membros.

  • 33

    2 PROJETO DO PRODUTO

    O produto ser desenvolvido atendendo aos pr-requisitos j estipulados,

    sendo eles: o baixo custo de fabricao, que seja higinico para o usurio, material

    confivel e adaptvel para ser utilizado em diversas atividades cotidianas.

    2.1 Caractersticas Tcnicas

    Foram estudadas diversas opes para o funcionamento e para o layout do

    sensor de nvel para deficientes visuais, o projeto do produto adotado foi o que

    obteve o melhor balano entre materiais de boa qualidade, menor custo e sistema

    eletrnico de preo acessvel.

    O Sensor de nvel contar com sua carcaa em vidro acrlico, com um design

    simples e de fcil manuseio e utilizao. Ter um clipe na parte de trs para que

    possa ser acoplado em diferenciados recipientes.

    Funcionar com trs sensores de nvel para melhor servir os consumidores,

    podendo assim alcanar mais que um nvel no recipiente. Quando o nvel da gua

    atingir a altura de um dos sensores, um alarme sonoro ser disparado, advertindo ao

    usurio o posicionamento do fluido.

    Figura 17 - Projeto do Produto

    Fonte: Elaborada pelos autores

  • 34

    2.2 Tecnologia do produto

    A tecnologia do produto baseia-se atravs de trs Reed Switches (2),

    separados e ligados a uma pequena buzina denominada de Buzzer (1) e a uma

    bateria (3). Ao lado da placa em que estar montado o circuito, haver um tubo

    aberto nas duas sadas e extremidade com um dimetro menor para que o m

    preso em uma pequena boia fique no interior do tubo sem correr o risco de sair do

    caminho guia, isso para que quando o usurio derrame o lquido no recipiente o

    lquido entrar no tubo e empuxo do fluido, faa a boia e o m subir de acordo com o

    nvel. Ao subir, o m passar pelo primeiro Reed Switch, e atravs do campo

    magntico, fechar o circuito e um som ser emitido, avisando ao usurio de que o

    lquido alcanou o primeiro nvel.

    Figura 18 - Tecnologia do Sensor de nvel

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Ao continuar derramando o lquido, o m continuar subindo e deixar de

    fechar o contato com o campo magntico do primeiro Reed Switch, com isso abrir

    novamente o circuito e o buzzer deixar de emitir o som at que o m alcance o

  • 35

    segundo Reed Switch, fechando o circuito novamente, a ao ser repetida at o

    ltimo sensor, assim, o usurio saber que o recipiente estar cheio e ir

    interromper o derramamento do lquido. Podendo retirar o Sensor de nvel do

    recipiente.

    Figura 19 - Montagem do Sensor de nvel

    Fonte: Elaborada pelos autores

    2.3 Materiais

    O produto pode ser divido em duas partes: Exterior e o interior.

    Carcaa: a carcaa ser feita em vidro acrlico e ter um formato

    cbico com um tubo atravs dele, a ala ser em alumnio para no

    oxidar, ter o formato em V e fixado na parte de trs da carcaa para

    servir de clipe fixador.

    Circuito: o circuito contar com uma placa impressa com as ligaes

    eletrnicas do circuito, trs Reed Switches para servirem de sensores

    de nvel, um buzzer 12V, uma bateria de 3V, um adaptador para a

    bateria, uma boia e um m de alto magnetismo.

    2.4 Informaes sobre as peas utilizadas

    Placa impressa: O circuito impresso consiste de uma placa de

    fenolite, fibra de vidro, fibra de polister, filme de polister, filmes

    especficos base de diversos polmeros, que possuem a superfcie

    coberta numa ou nas duas faces por fina pelcula de metais condutores

    como por exemplo, cobre, prata, ligas base de ouro e nquel, nas

  • 36

    quais so desenhadas pistas condutoras que representam o circuito

    onde sero fixados os componentes eletrnicos.

    Figura 20 - Placa impressa

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Reed Switches: funcionam como um interruptor ou chave. Este

    componente consiste numa ampola de vidro, cujo interior existem duas

    lminas flexveis de material ferroso. Quando h a presena de um

    campo magntico, ativada por um im por exemplo, forado um

    contato entre estas lminas, fechando o circuito eltrico.

    Figura 21 - Reed Switch

    Fonte: WIKIPEDIA

  • 37

    Buzzer: so dispositivos de alta impedncia, fabricados com um

    material base de uma cermica, denominada titanato de brio. Eles

    so muito sensveis podendo ser usados como fones ou pequenos

    alto-falantes em sistemas de aviso ou alarmes.

    Figura 22 - Buzzer

    Fonte: RapidOnline

    Bateria: sero utilizadas baterias de ltio com voltagem de 3 volts que,

    comparada com as alcalinas, tem maior durabilidade.

  • 38

    3 PROJETO DA FBRICA

    Para a fabricao do produto, necessria a implantao de uma fbrica,

    para isso, foi desenvolvimento o projeto de fbrica, onde nela sero utilizadas as

    melhores prticas disponvel no mercado.

    3.1 Projeto da Rede de Operaes

    A fbrica no produzir todos os insumos necessrios e por isso dever

    contar com uma rede de fornecedores.

    O gerenciamento da cadeia de suprimentos surge assim, como uma possibilidade de diferencial estratgico, e passa a ser encarado como uma das mais poderosas ferramentas para garantir a competitividade e a prpria sobrevivncia empresarial. (SANTOS, 2008)

    Tabela 3 - Projeto de rede operaes

    Fonte: Elaborada pelos autores

    Fbrica do Sensor de

    nvel

    Distribuidor de materias

    eletrnicos

    Fbrica de componentes

    eletrnicos

    Casas de apoio especializadas

    e-Commerce - Lojas On-line

    Fbrica de peas de plstico

    Empresa de embalagens

    Vendas em lojas

    especializadas

    Fornecedores

    Rede de Insumos

    2 camada 1 Camada

    Clientes

    Rede de Distribuio

    1 camada

  • 39

    3.2 Fornecedores

    O cliente necessita ter a garantia do atendimento do seu pedido na qualidade

    e pontualidade desejada e o fornecedor assegura a colocao do produto no

    mercado. Para isso necessrio que o fornecedor atenda aos prazos e a qualidade

    esperada, segundo Francischini e Gurgel (2002), no resta dvida de que a seleo

    dos fornecedores uma tarefa difcil e onerosa para a empresa, mas foi

    demonstrado que cuidados essenciais, quanto ao fornecimento de componentes e

    servios, so muito mais vantajosos do que procurar corrigir os defeitos encontrados

    durante o processo produtivo ou gerenciar problemas sistemticos de prazos de

    entrega.

    Na fbrica do sensor, os fornecedores podem ser considerados como

    Fornecedores Especiais, pois a mercadoria fornecida j ser pr-moldada com

    requisitos estipulados, sendo assim o fornecedor dever ser pr-selecionado e

    qualificado com notas para posteriormente ser analisado e escolhido dentre as

    opes.

  • 40

    Critrios de seleo

    A nota ser, para cada critrio, de 0 para quando no atender e 1 quando

    atender as necessidades da empresa, tambm dever ser multiplicado pelo peso do

    critrio. Segue descrio abaixo.

    Critrio Nota 0 Nota 1 Peso

    o fabricante do material e

    no revendedor No Sim 1

    Custo do lote de mercadoria Acima da mdia

    dos fornecedores

    Abaixo da mdia

    dos fornecedores 1

    Custo do frete Acima da mdia

    dos fornecedores

    Abaixo da mdia

    dos fornecedores 1

    Possvel fabricao por lote

    varivel No Sim 2

    Procedncia da matria prima No confivel Confivel 2

    Fbrica o produto com os pr-

    requisitos No Sim 3

    Soma de Peso 10

    Tabela 4 - Pontuao por critrio

    Fonte: Elaborada pelos autores

    3.3 Grau de Integrao Vertical / Horizontal

    Inicialmente no existe a necessidade de acontecer uma integrao vertical,

    isto , no existe a necessidade de adquirir uma empresa fornecedora. A empresa

    s ser responsvel pela fabricao do Sensor de nvel e com isso no h um

    motivo para controlar, por exemplo a fabricante de componentes eletrnicos.

    A integrao horizontal no vivel para a empresa a ser desenvolvida, isso

    porque no existem no mercado nacional outras empresas que possam ser

    adquiridas e se beneficiar da marca e aceitao j existente no mercado.

  • 41

    3.4 Deciso entre comprar e fazer

    Inicialmente, a deciso tomada pelos integrantes do grupo, ser de terceirizar

    a fabricao do produto, ou seja, comprar os materiais de outros fabricantes, realizar

    a montagem e elaborar uma estratgia de venda e distribuio.

    Essa deciso foi tomada aps um estudo sobre os custos que essa transao

    pode alcanar. Considerando a frmula bsica para analisar se o custo de

    fabricao do produto maior ou menor que o preo para adquiri-lo no mercado

    (PEROBA, 2007):

    Em que: CT = Custo Total

    CV = Custo Varivel do item a ser comprado ou produzido

    CF = Custo Fixo

    q = quantidade a ser produzida ou comprada

    entendido que, por se tratar de um equipamento de baixo valor agregado,

    ou seja, custo baixo de matria-prima, insumos, consumo de energia e outros custos

    relacionados diretamente produo do produto, a melhor opo a de terceirizar a

    produo.

    Com a terceirizao, o Custo Fixo (CF), torna-se nulo, pois no haver a

    necessidade de investimento em instalaes para fabricao, maquinrio e novas

    tecnologias.

    Devido demanda inicial no ser alta e regular, e, como j dito anteriormente,

    matria-prima, insumos e consumo de energia ter um custo baixo, o Custo Varivel

    (CV), no alcana um valor alto para um investimento inicial.

    Com isso, conclumos que o Custo Total (CT), para a terceirizao da

    fabricao do produto, torna-se a opo mais vantajosa para o investimento inicial

    que os integrantes do grupo devero realizar.

    sabido que com terceirizao, perde-se uma parte do lucro, pois haver a

    necessidade de repassar uma parte do lucro para os fornecedores, porm com a

    terceirizao conseguimos alcanar um melhor nvel de servio, ganhando eficincia

    na operao, reduzindo custos e podendo trabalhar com materiais de qualidade.

  • 42

    3.5 Localizao da operao

    Foi definido que a empresa deveria ser alocada em um lugar de fcil acesso e

    de boa localizao levando em conta a logstica e um baixo custo de aluguel. Muitas

    reas e locais foram averiguados e o que melhor se adequava aos requisitos foi um

    galpo localizado na Rua Joo Pessoa, 271 Centro Santos/SP.

    Figura 23 - Localizao

    Fonte: Google Mapas

    O local se encontra no centro da cidade de Santos, prximo de diversas

    empresas e possveis fornecedores. Prximo do maior porto brasileiro, facilitando

    possveis entregas de exportaes de materiais. Possui 350m, com dimenses de

    7m x 50m, que so capazes de armazenar todas as matrias primas e os produtos

    prontos para distribuio de forma organizada e com qualidade. H tambm uma

    rea destinada para seus funcionrios, a administrao e vestirio.

  • 43

    Figura 24 - Regio

    Fonte: Google Mapas

    3.6 Custo do local

    A empresa ter um custo de R$ 2.500,00 mensais no aluguel do local

    escolhido. As reformas iniciais para instalao da empresa consistem de pintura,

    colocao de divisrias e mobilirias. As despesas foram estimadas em R$

    5.000,00.

    3.7 Custo do transporte

    Os custos do transporte da matria prima, peas e componentes do produto

    j esto includos no custo dos mesmos, sendo incorporado pelos prprios

    fornecedores.

    O nico custo de transporte est relacionado entrega do produto final aos

    parceiros e revendedores. A opo mais apropriada para essa operao foi o envio

    pelos Correios, especificamente via Sedex, tambm em razo do pequeno volume e

    alto valor proporcional.

    No caso de entregas em Santos e na Baixada Santista, o transporte escolhido

    foi moto courrier, por tratar-se de baixo custo e rpida entrega.

  • 44

    3.8 Custo de energia

    A empresa ter um turno de trabalho de 8 horas por dia, tendo 1 hora de

    almoo e 1 hora de preparo e limpeza, totalizando 10 horas dirias de consumo de

    energia. Para o funcionamento da empresa sero utilizadas lmpadas fluorescentes,

    computadores, condicionadores de ar, maquinrios, ferramentas, telefones,

    bebedouro, entre outros que iro gerar custos de energia. Os custos com energia

    sero calculados quando finalizado o projeto de layout da fbrica de montagem do

    produto.

    3.9 Custo de material terceirizado

    Visando a reduo de custos, as matrias primas sero adquiridas por

    terceiros. Deciso feita de acordo com estudo anterior para definir qual a melhor

    opo para esse projeto.

    Com base em pesquisa de mercado obteve-se uma base de preo mdio

    para os produtos necessrios para montagem de uma unidade. Segue tabela a

    seguir.

    Preo Unitrio

    Peas Necessrias

    Componentes Preo Final

    R$ 0,80 2 Reed Switch R$ 1,60

    R$ 0,70 1 Buzzer R$ 0,70

    R$ 0,80 1 Bateria R$ 0,80

    R$ 3,00 1 Carcaa R$ 3,00

    R$ 0,60 1 Im R$ 0,60

    R$ 0,60 1 Bia R$ 0,60

    Total: R$ 7,30 Tabela 5 - Preo insumos

    Fonte: Elaborada pelos autores

  • 45

    4 TECNOLOGIA DO PROCESSO

    4.1 Tecnologia de processamento de materiais

    Solda de componentes eletrnicos

    O processo de montagem do sensor de nvel se iniciar na solda dos

    componentes eletrnicos na placa impressa recebida de fornecedores. Ser

    necessrio a soldagem dos 3 reed switches, buzzer e do mdulo em que a bateria

    ser acoplada. Para isto, ser utilizado um ferro de solda de modelo bsico com

    30W de potncia.

    A solda formada basicamente por estanho e chumbo.

    Anteriormente ao processo de soldagem, ser aplicada uma pasta de solda, a

    fim de melhorar a superfcie da placa em que as peas sero presas. Esta pasta faz

    com que o estanho gurde no metal com maior facilidade.

    Os componentes que sero soldados a placa devero ser encaixados no local

    correto, e assim o ferro de solda ser aplicado unindo a placa ao componente

    eletrnico de forma definitiva.

    Montagem

    O processo de montagem do sensor de nvel se iniciar seguidamente ao

    trmino do processo de soldagem.

    A carcaa do sensor de nvel que ser fabricada por terceiros, vir com uma

    predisposio de modo a facilitar a montagem. O auxiliar de produo dever

    simplesmente pegar a placa impressa j soldada com os equipamentos eletrnicos e

    acoplar a mesma na carcaa no local de encaixe.

    Com a placa no devido lugar, antes de realizar o fechamento do sensor de

    nvel ser necessrio colocar a boia com o im acoplado na cavidade cilndrica no

    interior da carcaa por onde o fludo subir. Em seguida, ser realizado o

    fechamento da tampa da carcaa e o produto estar pronto para utilizao.

  • 46

    4.2 Tecnologia de processamento de informaes

    Segundo Prando(2013), sistema de Informao uma definio de um

    sistema de manipulao e gerao de dados e informaes, utilizando ou no

    recursos de tecnologia de informao como RFID, cdigo de barras, GPS, etc.

    O sistema de informaes funciona com entradas e sadas. Sendo as

    entradas dados, informaes, registros, regras predefinidas. E, as sadas geram

    relatrios, grficos, informaes em geral. Com isso, o sistema de informao auxilia

    no controle de uma produo, integrando reas, ajudando a tomar decises e

    automatizando o processo.

    No processo de fabricao do sensor de nvel, ser utilizado um sistema

    automatizado, que realizar o acompanhamento de todo o processo, desde a

    compra de matria-prima at o processo de emisso dos sensores para os clientes.

    Este sistema dever atender aos seguintes requisitos:

    Dever atender a uma rede de computadores de forma que os

    colaboradores da empresa tenham acesso s informaes dos

    clientes, a partir das estaes de trabalho instaladas em seus

    ambientes.

    Dever permitir consulta on-line atravs da internet, para que os

    clientes consigam verificar como anda o processo da compra, como o

    prazo de entrega, quando ocorreu o faturamento e emisso do pedido.

    O sistema somente dever permitir acesso s informaes mediante o

    registro do usurio e senha de acesso.

    O sistema dever ser integrado em todas as reas da empresa,

    auxiliando em controle de estoque, compra de matria-prima,

    pagamento e recebimento de compras, servio de atendimento ao

    consumidor, para que todo o processo seja agilizado.

  • 47

    O sistema dever conter uma opo para cadastro de clientes,

    registrando assim um Banco de Dados com informaes que somente

    sero acessadas por colaboradores com os devidos acessos.

    Para realizar a instalao deste sistema, a empresa ir contratar uma

    empresa na rea de Tecnologia da Informao (TI). E ser solicitada desta empresa

    a compra da infraestrutura para utilizao do sistema (rede de computadores), a

    instalao e configurao da mesma, o desenvolvimento deste sistema de

    informao citado acima e o treinamento e capacitao para os colaboradores que

    utilizaro o sistema.

    Para controle de custos, e otimizao do processo, esta empresa dever

    atender aos requisitos contratados atravs de trs projetos.

    O primeiro projeto caber infraestrutura, e nele a empresa de TI ser

    responsvel pela especificao, compra, instalao e configurao da rede de

    computadores que ser necessria para utilizao do sistema.

    O projeto da rede de computadores que dever ser implantada dever levar

    em conta, toda a infraestrutura de transmisso de dados, fornecimento de energia e

    demais equipamentos para atender um plano de contingncia, no caso de quebras

    ou falhas.

    O projeto de desenvolvimento do sistema dever atender toda a especificao

    do sistema desejado, inicialmente sendo preferida a opo de um sistema

    customizado para a necessidade da empresa contratante, ou, caso o custo para isto

    seja maior que o oramento disponvel para o sistema, ser solicitado a instalao

    de um sistema j existente ou at mesmo um freeware para reduo de custos.

    O projeto de capacitao dos colaboradores que utilizaro o sistema, dever

    atender todas as reas da empresa, capacitando assim um colaborador a utilizar o

    sistema como um todo, independente da rea que ele trabalhe, atendendo assim

    um plano de contingncia em caso de ausncia de um colaborador em um dia de

    trabalho.

    A empresa de Tecnologia da Informao contratada dever realizar todo o

    gerenciamento do projeto, indicando inteiramente o escopo do projeto, todos os

    custos envolvidos, riscos e prazos.

  • 48

    A empresa que ser escolhida para desenvolver o sistema ser aquela que

    melhor fornecer um plano de ao, considerando todas as fases do projeto,

    fornecendo o melhor custo-benefcio para a empresa contratante.

  • 49

    5 CAPACIDADE DE PRODUO

    Segundo Slack (1997), a definio de capacidade de uma operao o

    mximo nvel de atividade de valor adicionado em determinado perodo de tempo,

    que o processo pode realizar sob condies normais de operao.

    A capacidade de projeto foi determinada seguindo os passos para o

    planejamento e controle de capacidade citados pelo Slack (1997), sendo eles:

    Etapa 1: Medir a demanda e a capacidade agregadas

    Etapa 2: Identificar as polticas alternativas de capacidade;

    5.1 Etapa 1: Medir a demanda e a capacidade agregadas

    A previso da demanda o insumo principal para a deciso do planejamento

    e controle de capacidade.

    O produto seguir a sazonalidade de vendas semelhante a de uma loja

    varejista que, segundo o Slack (1997), conforme distribuio a seguir.

    Figura 25 - Sazonalidade Loja Varejista

    Fonte: Adaptado de SLACK (1997)

    J F M A M J J A S O N D

    Sazonalidade Loja Varejista

  • 50

    O volume de produo ser de acordo com a demanda. Sendo de a

    capacidade de projeto ser de 1 pea a cada 20 minutos e a linha de montagem

    opera 8 horas por dia, 5 dias por semana (40 horas semanais).

    A capacidade de projeto 3 peas por hora x 8 horas x 5 dias = 120 peas

    semanais. Porm deve ser calculado possveis tempos gastos em que no haja

    produo, sendo algumas ocorrncias inevitveis, como:

    Manuteno regular (2 horas por semana)

    Amostragem de qualidade (1 horas por semana)

    Paradas para manuteno (1 horas por semana)

    Falta de estoque, atraso de pessoal, investigao de falha de

    qualidade, tempo ocioso e outros (4 horas por semana)

    Considerando esses tempos gastos o volume de produo real reduziria de

    120 peas semanais para 102 peas produzidas (120 peas - 3 peas por hora x 8

    horas de tempo gasto).

    O Resultado em horas de produo ser:

    Capacidade de projeto = 40 horas por semana

    Volume de produo real = 40 horas 8 horas = 32 horas por semana

    A taxa de utilizao pode ser calculada da seguinte forma:

    tilizao Volume de produo real

    apacidade efetiva

    ,

    5.2 Etapa 2: Identificar as polticas alternativas de capacidade

    Em seguida da compreenso da demanda e a capacidade, necessrio

    definir como ser feita a resposta para as flutuaes de demanda. Slack (1997) cita

    trs formas de resposta:

    Poltica de capacidade constante: Ignorar as flutuaes e manter os

    nveis das atividades constantes;

  • 51

    Poltica de acompanhamento de demanda: Ajustar a capacidade para

    refletir as flutuaes da demanda;

    Gesto da demanda: Tentar mudar a demanda para ajust-la

    disponibilidade da capacidade.

    A linha de montagem do projeto responder seguindo a segunda opo,

    sendo ela a Poltica de acompanhamento de demanda. Isso porque o produto ser

    montado apenas quando a venda estiver negociada.

  • 52

    6 ARRANJO FSICO DE LAYOUT

    A fase de elaborao do layout ou arranjo fsico das instalaes da empresa

    definir o arranjo mais adequado de homens, equipamentos e materiais sobre uma

    determinada rea fsica, dispondo esses elementos de forma a minimizar os

    transportes, eliminar os pontos crticos da produo e suprimir as demoras

    desnecessrias entre vrias atividades.

    Nesta fase, estabelece-se a posio relativa entre as diversas reas. Os

    modelos de fluxo e as inter-relaes entre as diversas reas so visualizadas, tendo-

    se a noo clara do fluxo industrial, desde a entrada das matrias-primas at a sada

    do produto. Depois, defini-se claramente a localizao de cada mquina e posto de

    trabalho. Dito de uma forma simples, definir o arranjo fsico decidir onde colocar

    todas as instalaes, mquinas, equipamentos e pessoal da produo.

    O principal campo do arranjo fsico o interior da empresa, definindo e

    integrando os elementos produtivos. No somente uma disposio racional das

    mquinas, mas tambm, o estudo das condies humanas de trabalho (iluminao,

    ventilao, etc.), de corredores eficientes, de como evitar controles desnecessrios e

    de qual meio de transporte vai ser utilizado para movimentao da pea.

    O arranjo fsico do layout visa harmonizar e integrar equipamento, mo de

    obra, material, reas de movimentao, estocagem, administrao, mo de obra

    indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial.

    6.1 Objetivos do Arranjo Fsico

    O projeto de arranjo fsico busca minimizar custos de movimentao, reduzir o

    congestionamento de materiais e pessoas, incrementar a segurana, o moral e a

    comunicao, aumentar a eficincia de mquinas e mo de obra e apoiar a

    flexibilidade.

    6.2 Tipos de Arranjos Fsicos

    H diferentes maneiras de se arranjarem os recursos produtivos de

    transformao. Os recursos individuais de transformao so muito diferentes, por

  • 53

    isso a variedade de arranjos parece ainda mais ampla do que realmente (SLACK;

    CHAMBERS; JOHNSON, 2002). Corra e Corra (2004) afirmam que o tipo bsico

    de arranjo fsico a forma geral do arranjo de recursos produtivos da operao. Os

    tipos de arranjo so:

    I. Arranjo fsico por processo ou funcional;

    II. Arranjo fsico em linha ou por produto;

    III. Arranjo fsico posicional ou por posio fixa;

    IV. Arranjo fsico celular;

    V. Arranjo fsico hbrido, combinado ou misto.

    6.3 Arranjo fsico escolhido

    Para definio do processo preferencial para o planejamento do layout,

    preciso identificar a melhor situao e que apresente a maior afinidade com o

    processo que ser realizado na empresa. Em um estudo de manufatura, a

    caracterstica de volume-variedade ditar o processo mais adequado para o

    planejamento.

    Para indicar o processo apropriado, Slack, Chambers e Johnson (2002)

    fornecem uma matriz associada caracterstica volume-variedade, conforme

    ilustrado na imagem a seguir.

    Figura 26 - Matriz de layout e grfico volume-variedade

    Fonte: SLACK; CHAMBERS; JOHNSON, (2002)

  • 54

    Aps o estudo feito, segue no prximo tpico o arranjo escolhido.

    6.4 Arranjo Linear, em linha, por produto, flow shop

    Nesse tipo de arranjo os postos de trabalho, mquinas e equipamentos so

    colocados em sequncia lgica das operaes que devem ser executadas, no

    ocorrendo caminhos alternativos, o que facilita o controle do processo e minimiza o

    manuseio de materiais, ou seja, o material passa pelas operaes e existe um nico

    produto fabricado.

    Esse arranjo tem uma nica entrada e uma nica sada. O material percorre

    um caminho previamente determinado dentro do processo como pode ser observado

    na figura 25. O arranjo por produto permite obter um fluxo rpido na fabricao de

    produtos padronizados, que exigem operaes de montagem ou produo sempre

    iguais, os equipamentos so especializados para se dedicarem fabricao de um

    produto em particular.

    Figura 27 - Fluxo de operaes em uma linha de produo

    Fonte: SLACK; CHAMBERS; JOHNSON, (2002)

    Quando se fala em arranjo em linha, no se trata necessariamente de uma

    disposio em linha reta. Uma linha de produo retilnea tende a ficar

    excessivamente comprida, exigindo grandes reas, o que nem sempre possvel.

  • 55

    Para contornar este problema comum que os engenheiros projetem linhas em

    forma de , S ou outra forma de circuito diferente, que possa ser possvel em

    funo das instalaes que a empresa dispe.

    O arranjo em linha bastante usado em indstrias montadoras, alimentcias,

    frigorficos e at mesmo restaurantes por quilo.

    Vantagens do Arranjo Linear:

    Produo em massa com grande produtividade, os funcionrios so

    especializados na rea em que esta trabalhando e sempre est

    fazendo o mesmo trabalho, assim diminuindo o risco de falhas;

    Carga de mquina e consumo de material constante ao longo da

    linha de produo, mais fcil obter uma condio de balanceamento

    da produo uma vez que o mesmo tipo de produto est sendo

    fabricado na linha, a qualquer momento;

    Fcil controle de produtividade, a velocidade do trabalho em uma

    linha de produo mais fcil de ser controlada, principalmente

    quando se trata de linha motorizada;

    Relativamente fcil de controlar, por apresentar um fluxo produtivo

    muito claro e previsvel;

    Desvantagens do Arranjo Linear:

    Costumam gerar tdio nos operadores, devido ao alto grau de

    diviso deste trabalho, quase sempre as operaes de montagem so

    montonas, pobres e repetitivas, causando uma rotina cansativa para

    os funcionrios;

    Falta de flexibilidade da prpria linha, o sistema tem longo tempo de

    resposta para mudanas de volume de produo, tanto para aument-

    la como para reduzi-la;

  • 56

    Fragilidade a paralisaes e subordinao aos gargalos, tal como

    acontece com os elos de uma corrente, basta que uma operao deixe

    de funcionar e a linha toda para, assim como se houver uma operao

    mais lenta, o gargalo produtivo, toda a linha ir seguir essa mesma

    velocidade;

    6.5 Layout projetado

    Aps pesquisas e entendimento do melhor arranjo de layout foi feito o projeto

    de fbrica que melhor atendesse s necessidades, vide apndice III e IV para

    visualizao do projeto.

  • 57

    7 DADOS DA EMPRESA

    7.1 Dados Gerais

    A empresa a ser aberta ser na forma de Sociedade Limitada, devido ter trs

    scios majoritrios.

    7.2 Logotipo

    Desenhado especialmente para a empresa. O logotipo usa o prprio nome

    como slogan, New vision, que em portugus significa Viso Nova que se refere

    misso.

    Figura 28 - Logotipo

    Fonte: Elaborada pelos autores

    7.3 Misso, Viso e Valores

    Misso

    Prover produtos de qualidade para deficientes visuais para obteno de sua

    independncia.

  • 58

    Viso

    Ser lder de inovao de produtos no mercado voltados para os deficientes

    visuais.

    Valores

    Respeitar o potencial do ser humano;

    Dedicao causa do deficiente visual;

    Ter tica, compromisso e responsabilidade.

  • 59

    8 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

    A empresa ser estruturada de forma funcional, que definida por Picchaia

    (2 1 ) como: aquela em que se encontra uma chefia para cada funo, de modo

    que os subalternos exeram mais de uma funo, ficando sob o mando de mais de

    um chefe.

    Figura 29 - Estrutura Organizacional

    Fonte: Elaborada pelos autores

    A desvantagem encontrada na estrutura funcional, que ocorrer o acumulo

    de funes para os funcionrios. Primeiramente, as funes sero alocadas no

    mnimo pessoais, devido reduo de custos.

    8.1 Departamentos

    Departamento de Gesto Estratgica

    O Departamento de Gesto Estratgica ter como atribuio desenvolver

    ferramentas de planejamento e gesto, coordenando a elaborao, a execuo e o

    monitoramento das aes estratgicas da empresa, prospectar negcios, fazer

    Conselho Administrativo

    Gesto Estratgica

    Produo

    Logstica

    Comercial

    Marketing

    Ps-Vendas

    Financeiro Gesto de

    Pessoas

    Empresa terceirizada

  • 60

    estudos de mercado, acompanhar e fazer projetos visando a excelncia do

    desempenho, desenvolver estudos de novas tecnologias em mtodos e executar

    projetos em conjunto com outros departamentos, sendo eles conforme necessidade

    ou antecipando demanda.

    Departamento Comercial (Marketing, vendas e ps-vendas)

    O Departamento Comercial ser responsvel por dirigir e coordenar as

    atividades relacionadas com a comercializao e venda dos produtos.

    A funo comercial corresponde funo do marketing, relaciona-se com a

    compra, venda e permuta dos bens produzidos e consumidos pela empresa

    (FERREIRA, 2008).

    Suas funes so de suma importncia para a empresa, pois com elas que

    vai se gerar a receita para futuros investimentos e projetos.

    As atividades principais so: controle de vendas, relacionamento com os

    vendedores, levantamento de dados comerciais, negociaes com fornecedores e

    vendedores, fidelizar os clientes, fazer relatrios dirios, e acompanhar as metas de

    venda, treinamentos para os consumidores, analise de canais de distribuio e

    outras atividades.

    O departamento utilizar os quatro instrumentos bsicos de ao de

    Marketing: produzir bens e servios que satisfao os desejos dos consumidores;

    precificar o produto de maneira correta; distribuir o produto de forma eficiente; ter

    uma boa comunicao com o pblico.

    Departamento Contbil Financeiro

    Caber ao Departamento Contbil Financeiro responsabilidade de gerar as

    demonstraes contbeis da empresa.

    Pereira defini a funo contbil sendo:

    A funo contbil financeira tem por objetivo elaborar as demonstraes contbeis da empresa extraindo informaes que mostrar nmeros, e atravs deles, poder analisar como a empresa est - uma boa situao financeira ou no. Estas demonstraes so de suma importncia tanto pela exigncia legal quanto para a tomada de decises por parte dos gestores (PEREIRA, 1996).

  • 61

    Outras atividades desenvolvidas por ele sero: controle dos pagamentos a

    serem realizados e recebidos; tesouraria; controle de caixa; controle bancrio,

    planejamento financeiro e de investimentos.

    Departamento de Produo

    Segundo Leonardi (SEBRAE, 2013), a gesto de produo a administrao

    adequada dos recursos destinados produo de bens ou servios de uma

    empresa. A Gesto da Produo envolve planejamento, direo, organizao e

    controle, sempre visando integrao dessas reas para que a empresa alcance

    melhores resultados.

    O departamento de Produo ser responsvel por administrar a manufatura

    do sensor, a adequao e melhorias no sistema de produo para o uso das

    melhores prticas em administrao da produo, sendo elas para o arranjo fsico

    dos equipamento, planejamento e controle da produo, controle de estoque, entre

    outras funes.

    Ter tambm que assegurar que as metas de produo sejam cumpridas, o

    produto esteja dentro dos padres de qualidade, custos e prazos estabelecidos.

    Departamento de Logstica

    Jos Meixa de Carvalho define Logstica como:

    Logstica a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econmico de matrias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informaes a eles relativas, desde o ponto de origem at o ponto de consumo, com o propsito de atender s exigncias dos clientes. (CARVALHO, 2002, p. 31)

    Caber a esse departamento a gesto de transporte, armazenagem e

    distribuio de todos os insumos vindo de fornecedores e dos sensores prontos.

    Ser responsvel tambm por monitorar constantemente esses processos e sempre

    em busca de reduo de custos.

    Departamento de Gesto de Pessoas

  • 62

    Gesto de Pessoas a funo gerencial que visa cooperao das pessoas

    que atuam nas organizaes para o alcance dos objetivos tanto organizacionais

    quanto individuais (GIL, 6).

    Antes conhecido como Recursos Humanos, o departamento de Gesto de

    Pessoas da empresa ser responsvel por lidar com questes de treinamento,

    capacitao dos funcionrios e pelo sistema de remuneraes e benefcios dos

    funcionrios. As questes de recrutamento e seleo de candidatos sero de

    responsabilidade de uma empresa terceirizada especializada, obtendo ento uma

    reduo de custos com um profissional especializado fixo na empresa.

    A mudana de nome, de Recursos Humanos para Gesto de Pessoas, representa muito mais do que uma simples alterao na forma de nomear esta prtica. O que ocorreu foi uma transformao nas relaes entre empregado/empregador. Hoje, o que se valoriza uma administrao conjunta, onde os colaboradores so parceiros e no apenas recursos empresariais. (SEBRAE)

    Aspectos legais

    Todas as aes de carter legal sero tomadas, desde a abertura da empresa

    at a regularizao de todos os rgos reguladores.

    8.2 Centros de custo

    Para melhor apurao e controle de gastos dos departamentos, sero

    utilizados centros de custos diferentes para cada departamento. Cada setor ter seu

    oramento estipulado e dever segui-lo no decorrer do perodo.

    8.3 Administrao da Produo

    Sistema de informao para funes logsticas

    Inicialmente o sistema informatizado que ser utilizado pela empresa no

    conter um mdulo de funo logstica.

    Esta deciso foi tomada tendo em vista que o processo de distribuio do

    sensor de nvel ser feito principalmente pelos Correios como citados anteriormente.

  • 63

    E, com isto, no ser necessrio traar o melhor cenrio de distribuio j que a

    mesma tambm ser terceirizada.

    Planejamento e controle da produo

    Devido a demanda inicial no ser alta e regular, o planejamento e controle da

    produo ser feito por meio da previso da demanda em curto prazo e pela

    demanda de fato quando for solicitado um novo produto por um cliente.

    O produto demora em torno de 20 minutos para ficar pronto, com isto

    possvel atender aos pedidos de uma demanda inicial, tendo em vista que quando

    um cliente solicitar um produto, j ser estipulado um prazo mnimo de entrega,

    viabilizando totalmente assim a parte produtiva da empresa de atender um mercado

    que no est aquecido ainda devido a falta de empresas atuantes.

    A empresa ir produzir exatamente aquilo que for solicitado diariamente para

    que assim no seja gerado um estoque alto.

    O estoque ser de uma pequena quantidade e o mesmo dever apenas suprir

    a necessidade dos sensores em caso que a demanda mdia diria ultrapasse a

    capacidade de produo em 3 dias consecutivos.

    No sistema informatizado utilizado pela empresa, inicialmente tambm no

    haver um mdulo dedicado ao PCP, pois por se tratar de poucos componentes e

    de uma capacidade de produo consideravelmente baixa, possvel realizar o

    controle e planejamento de acordo com o recebimento de encomendas.

    Sem os mdulos de planejamento e controle da produo e de logstica, o

    investimento inicial ser mais baixo, e isto impactar positivamente no preo final do

    produto no qual se caracteriza um dos principais objetivos do projeto que de

    fornecer um produto de qualidade a um baixo preo.

    Indicadores de desempenho

    Segundo Peter Drucker, no h gerenciamento sem a medio do processo.

    Para isto, sero utilizados KPIs (Key-Performance Indicators), que so

    medies quantificveis que refletem os fatores crticos de sucesso de uma

    organizao. Eles devem consistir no objetivo, sempre mensurvel, daquilo que

    dever ser alcanado.

  • 64

    O primeiro KPI ser a produo diria dos sensores de nvel, com uma

    capacidade de produo diria definida anteriormente de 480 peas mensais, o

    auxiliar tcnico ter como meta realizar esta produo.

    O segundo KPI ser voltado para o desperdcio de material, ser estipulado

    uma quantidade mnima de componentes que podero ser perdidos durante o

    processo de montagem do produto, pois se tratando de componentes frgeis, a

    quebra ou perda do material natural, porm, para que a perda no processo seja a

    menor possvel, ser feita a medio desta quantidade de peas desperdiadas para

    efeito de melhorias futuras no processo.

    O terceiro KPI ser baseado em um controle de reclamaes realizado pelos

    clientes. Ser mensurado o nmero de reclamaes de insatisfaes com a

    qualidade do produto, e tambm o nmero de reclamaes em que sejam solicitadas

    trocas ou devolues.

    Este KPI ser tambm utilizado para efeito de melhorias no processo, visando

    melhorar a qualidade e tambm controlar para que no sejam solicitadas diversas

    trocas de produtos afetando assim a capacidade de produo diria para novos

    pedidos.

  • 65

    9 VIABILIDADE ECONMICA

    O Projeto de Viabilidade Econmica e Financeira (PVEF), ou Plano de

    Negcio (PN) o meio que o empreendedor formaliza os estudos sobre seu projeto

    e qual roteiro deve ser seguido transform-lo em um negcio real, reduzindo os

    riscos e incertezas ao mnimo. O PVEF serve de apoio para o empresrio poder

    dimensionar sua necessidade de recursos ao longo do tempo, estimar suas receitas

    e custos, projetar seu retorno financeiro, por fim, poder demonstrar a viabilidade

    econmica e financeira do projeto de financiamento em questo, servindo como

    elemento chave para a deciso do agente financeiro de concesso do emprstimo.

    (SEBRAE, 2011)

    As atividades econmicas realizadas pelas diferentes organizaes podem

    ser viveis ou no. O estudo de viabilidade a anlise detalhada, que tem como

    objetivos identificar e fortalecer as condies necessrias para o projeto dar certo e

    identificar e tentar neutralizar os fatores que podem dificultar as possibilidades de

    xito do projeto. Levando em considerao isso, o estudo deve ser realizado antes

    de o projeto e ideias serem iniciadas.

    9.1 Abertura de empresa

    Para abrir uma nova empresa, necessrio passar por todo o processo de

    legalizao, o custo para isso varia de um estado para outro. Em So Paulo o custo

    de todo o processo fica prximo a R$ 1.500,00. As etapas para a abertura de uma

    empresa so:

    Viabilidade de Localizao e de Nome;

    Contrato Social;

    Registro na Junta Comercial;

    Obter CNPJ;

    Alvar Corpo de Bombeiros;

    Alvar da Prefeitura;

    Alvar Sanitrio.

  • 66

    9.2 Investimento Fixo

    O investimento fixo a aplicao de capital em bens, como instalaes,

    mquinas, infraestrutura e mveis.

    Na tabela a seguir os investimentos fixos que sero necessrios para a

    empresa e suas depreciaes.

    DISCRIMINAO VALOR R$ % Depreciao

    Construes 15.000,00 4,0%

    Reforma do armazm 15.000,00 Equipamentos 80,00 10,0%

    Ferros de Solda 80,00 Mveis e Utenslios 4.800,00 10,0%

    Armrios 1.200,00 Mesas e cadeiras de escritrio 2.200,00 Mesas e cadeiras da rea de

    montagem 900,00 Artigos de Banheiro 500,00 Computadores 3.400,00 20,0%

    Computadores 3.000,00 Impressora 400,00 Outros 700,00 20,0%

    Equipamentos de Proteo Individual 200,00 Equipamentos de Proteo Coletiva 500,00 Total Investimento Fixo 23.980,00

    Tabela 6 Investimento Fixo

    Fonte: Elaborada pelos autores com base em Planilha do SEBRAE

    9.3 Faturamento Mensal

    O Faturamento mensal toda a venda de produtos e servios de uma

    empresa. Para obter-se valor do faturamento mensal de uma empresa necessitamos

    multiplicar a quantidade de vendas pelo preo de venda do produto.

  • 67

    Descrio do Produto / Servio

    Estimativa de Custos Estimativa de Vendas

    Vendas

    Unitrias

    Custo

    Unit.

    Custo da

    Mercadoria

    Preo de Venda

    Unitrio Faturamento

    Sensor de Nvel para deficientes visuais

    480 8,00 3.840,00 50,00 24.000,00

    CMV 3.840,00

    VENDA TOTAL

    MENSAL 24.000,00

    Tabela 7 - Faturamento Mensal

    Fonte: Elaborada pelos autores com base em Planilha do SEBRAE

    9.4 Custos com Mo de Obra

    Mo de obra o trabalho manual empregado geralmente na produo de

    indstrias, mas tambm pode ser utilizado para se referir ao trabalhador de qualquer

    empresa.

    A mo de obra pode ser dividida em mo de obra direta, que quando o

    trabalho diretamente empregado na fabricao de um bem ou servio, e a mo de

    obra indireta que quando o trabalho realizado em atividades frequentemente

    indivisveis, como a superviso ou apoio produo de manuteno de mquinas e

    equipamentos, limpeza ou vigilncia.

    A seguir tabela em que est definido o custo da mo de obra da empresa.

    Cargo/Funo Qtd. func.

    Salrio %* Encargos Total

    Auxiliar Administrativo

    1 700,00 37,56% 262,92 962,92

    Auxiliar Tcnico 2 700,00 37,56% 262,92 1.925,83

    Zelador 1 700,00 37,56% 262,92 962,92

    TOTAL 4 2.800,00

    1.051,67 3.851,67

    Tabela 8 - Mo de obra

    Fonte: Elaborada pelos autores com base em Planilha do SEBRAE

  • 68

    9.5 Custos Fixos

    Custo fixo um fator de produo que tem custos independentes do nvel de

    atividade da empresa. Qualquer que seja a quantidade produzida ou vendida, os

    custos fixos se mantm os mesmos. Na tabela a seguir constam os custos fixos que

    a empresa ir ter.

    Discriminao Valor R$

    Mo de Obra + Encargos 3.852

    Retirada dos Scios (Pr-Labore) 300

    gua 40

    Luz 120

    Telefone / Internet 60

    Contador 120

    Material de Expediente e Consumo 180

    Aluguel 2.500

    Seguros 100

    Propaganda e Publicidade 50

    Depreciao Mensal 159

    Manuteno 80

    TOTAL 7.560,67

    Tabela 9 - Custos Fixos

    Fonte: Elaborada pelos autores com base em Planilha do SEBRAE

    9.6 Tributos

    Tributo a obrigao imposta as pessoas fsicas e jurdicas de recolher

    valores ao Estado atravs de impostos, taxas e encargos. A seguir esto listados

    todos os tributos e seus valores.

  • 69

    Faturamento Mensal 24.000,00

    IMPOSTOS SIMPLES

    IR - Imposto de Renda

    1.202,40

    CSLL - Contribuio Social

    COFINS - Contribuio Financeira Social

    PIS - Programa de Integrao Social

    IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados

    ICMS - Imposto de Circulao de Mercadorias e Servios

    ISS - Imposto sobre Servios

    TOTAL DE IMPOSTOS 1.202,40

    PERCENTUAL DE IMPOSTOS 5,0%

    ENCARGOS INSS -

    SESI, SESC OU SEST -

    SENAI, SENAC OU SENAT -

    SEBRAE -

    INCRA -

    FGTS 224,00

    Acidente de Trabalho -

    Salrio Educao -

    TOTAL DE ENCARGOS 224,00

    TOTAL GERAL 1.426,40

    TRIBUTAO EM REALAO AO FATURAMENTO 5,94%

    Tabela 10 - Tributos

    Fonte: Elaborada pelos autores com base em Planilha do SEBRAE

    9.7 Sazonalidades

    a ocorrncia de eventos em algumas pocas do ano. Em um negcio,

    importante identificar a sazonalidade das vendas, ou seja, os meses em que voc ir

    vender mais e os meses em que vender menos. Temos como exemplo Dezembro,

    em que as vendas gerais tendem a crescer devido ao Natal.

  • 70

    Figura 30 Sazonalidade

    Fonte: Elaborada pelos autores com base em Planilha do SEBRAE

    9.8 Indicadores Financeiros

    Investimento 23.980,00

    Faturamento 24.000,00

    Capital de Giro 2.000,00

    Custos Variveis 6.074,40 25,3%

    Total 25.980,00

    Custos Fixos 7.560,67 31,5%

    Investimentos - 0,0%

    Financiamento -

    Resultado 10.364,93 43,2%

    Capital Prprio 25.980,00

    Tabela 11 - Indicadores Financeiros

    Fonte: Elaborada pelos autores com base em Planilha do SEBRAE

    A partir de 50% da realizao da Receita prevista a empresa passar a ter

    lucro, pois ser superior ao Custo total, como podemos ver na Figura 33. Levando

    em conta o total de R$ 25.980,00 em investimento, e tendo um resultado de R$

    10.364,93 de lucro por ms, a empresa ter um prazo de retorno de investimento de

    3 meses.