escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

16
Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê? Raquel Ramos Vila Nova de Famalicão, 04 de dezembro de 2015

Upload: antonio-pires

Post on 12-Feb-2017

2.860 views

Category:

Education


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê? Raquel Ramos Vila Nova de Famalicão, 04 de dezembro de 2015

Page 2: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?
Page 3: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Crescer a ler, ler para crescer

Page 4: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?
Page 5: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Ideias…

Page 6: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

1. A criança/ o jovem: ser humano em construção que

precisa de vitamina P

2. O escritor: uma figura comprometida

3. O mediador: um especialista que ama a leitura

Page 7: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

• A leitura ajuda a criança/o jovem a formar-

se enquanto ser humano: ajuda a cimentar valores como a amizade, a solidariedade, a compreensão, a fraternidade, a paz.

Vitamina P

• A criança/ o jovem tem interrogações metafísicas: pergunta-se sobre a morte, o divórcio, as diferenças, o bem, o mal, etc.

• O texto literário permite um questionar múltiplo e “violento”. A consciência aberta, o gosto pelo desconhecido, a preocupação com o outro educa-se, desenvolve-se e cuida-se.

O leitor

Page 8: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

• Até meados do século XIX não exista literatura para a infância e a juventude; mesmo os contos e As Fábulas de La Fontaine eram escritos para um público adulto.

• Não existia a noção de “teenager”. É já no século XX que surge uma cultura dos e para o jovens (cinema, música, roupa, literatura)

• Literatura infantil e juvenil

• Todos os textos narrativos, poéticos ou dramáticos que utilizam uma linguagem literária, que tencionam abordar assuntos da vida, emoções, e que não precisam de referentes reais (Rechou, 2013).

Page 9: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Henriette Bicchonnier

O termo genérico “literatura para crianças” recobre duas realidades contraditórias: o mundo da literatura e o mundo das crianças. Por literatura, entende-se geralmente escrita livre inspirada, uma estratégia pessoal do autor, não tendo a preocupação em agradar a ninguém em especial. É o mundo da literatura. Quando escrevemos para crianças, a estratégia é forçosamente muito diferente, uma vez que nos dirigimos a um público preciso, relativamente conhecido. Acrescentar “para crianças” à palavra literatura acaba, de certa maneira, por evocar um outro género literário, uma outra forma de escrita, adaptada a um público.

Page 10: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Porquê?

• O escritor é uma pessoa comprometida; põe a literatura ao serviço da sociedade

• Ajuda na aquisição e desenvolvimento da linguagem

• Influencia a formação do “gosto estético” e a formação literária

• É um meio de socialização • Conduz à identificação com uma variedade

grande de personagens e de situações • Ajuda a criança/o jovem a formar-se como

ser humano • Promove a literacia • Inspira a criatividade

O escritor

Page 11: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

O quê?

• Para que o livro infantil e juvenil cumpra a sua função é necessário agradar à criança e ao jovem

• Conhecimento do mundo deles; estar alerta;

conhecê-los (Os Cinco) identificação com as personagens, criação de laços, ligação com a literatura

• Escrever sobre a realidade local de uma forma universal

• Escrever textos que penetrem no espírito humano com fins estéticos e éticos

• Escrever livros que conduzam a perguntas ( e não o politicamente correto)

TEMAS: amizade, a família, racismo, sexualidade, guerra, doença, divórcio, morte, poder, crescimento, violência, tolerância, etc.

Page 12: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Judith Hillman

Como? Contéudo • Experiências típicas da infância/jovens,

escritas na perspetiva da criança/jovem • Personagens infantis ou similares • Intrigas simples e diretas, centradas na

ação • Um sentimento de otimismo e inocência

(o final feliz é a norma) • Uma tendência para combinar a

realidade e a fantasia

Qualidade • Poder para satisfazer, explicar, convidar

a ler

Page 13: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Algumas questões

1. Literatura infantil portuguesa percorre um caminho de inovação, experimentalismo e qualidade (à semelhança do que ocorre noutros países)

2. Faixas etárias/papéis que o leitor assume (Appleyard):

a) “Leitor como player” – ouvinte de histórias

b) “Leitor como herói” – 1.º e 2.º ciclos

c) “Leitor como pensador” – adolescentes procuram descobrir o sentido da vida

3. Fantasia e realidade: as obras para crianças tanto podem transportá-la para universos imaginários como dar-lhes a conhecer a História; a criança não se desorienta com a intervenção do imaginário e do fantástico

4. Menos é mais: tratamento simples (mas não simplista) tem um resultado eficaz;

5. “Literatura crossover”: um bom livro para crianças e jovens deve agradar também aos adultos

Page 14: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Na literatura infantil e juvenil os destinatários e os recetores não coincidem.

Ao mediador (um especialista) cabe:

1. Conhecer bons textos (cânone literário + textos contemporâneos de qualidade); a escola tem de ter uma certa abertura, porque o único contacto de muitas crianças com a leitura é feito na escola.

2. Saber desenvolver atividades de promoção da leitura:

• Ensinar a inferir, jogar com as palavras, as frases, as ideias

• Despertar para o desconhecido • Desenvolver atitudes múltiplas em torno da

leitura 3. Dedicar tempo; discutir à volta do livro 4. Ter uma postura aberta face a novos suportes e formas de motivação

O mediador

Page 16: Escrever para crianças e jovens: o quê e porquê?

Obrigada!