especial freguesia de vagos

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Ed. 280 de 16 de maio 2013 «Vagos, a minha Freguesia» Vagos (vila) Lombomeão A Junta de Freguesia de Vagos saúda os seus habitantes bem como os seus emigrantes, e dá as boas vindas a todos quantos nesta época festiva nos visitam...

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Especial sobre a freguesia de Vagos

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Page 1: Especial Freguesia de Vagos

Ed. 280 de 16 de maio 2013

«Vagos,a minha Freguesia»

Vagos (vila)

Lombomeão

A Junta de Freguesia de Vagos

saúda os seus habitantes bem como os seus emigrantes, e dá as boas vindas a todos quantos nesta época festiva nos visitam...

Page 2: Especial Freguesia de Vagos

Especial Freguesia de VAGOSO Ponto | 10/II

Restaurante Churrasqueira

FerraduraRefeições diárias e económicasPrato do dia 6 eurosTakeaway

VAGOS

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Depois de um mandato distante da liderança da junta de freguesia, como veio encontrar Vagos desde que foi reeleito há quase quatro anos?

Praticamente como deixei. Mas todos sabe-mos que as juntas têm pouco dinheiro para promover obras e a câmara também nada fez; e sem a câmara a ajudar não se consegue fazer nada. Se calhar encontrei pior do que aquilo que tinha deixado, porque nem se fizeram limpezas das valas, aliás, foi a pri-meira coisa que mandámos fazer quando chegámos. Não estou a acusar o anterior executivo de não ter feito porque sei que não se fez por falta de dinheiro.

Mas continua a não haver e este executivo procedeu a essa limpeza.

Sim, fizemos. Mas tivemos que cortar noutras coisas para conseguirmos essa despesa geral.

Em 2005, em entrevista a O PONTO, afirmou que o rio Boco poderia desaparecer caso não fosse alvo de intervenção de desassoreamento, algo que ainda não aconteceu. No entanto, estão previstas algumas obras no âmbito do Polis da Ria. Com essas obras, acredita que a vila se poderá virar para o rio como sempre apelou?

Julgo que sim, porque é uma zona bonita e com potencial. Começou-se a construir aquele jardim, mas não se acabou e falta os candeeiros e bancos. Se o estado der dinheiro para desassorear a ria pode-se construir uma marinha e colocar lá barcos. Acho que é necessário dar outra vida àquela zona, para que a própria vila ganhe mais vida. Falta, na vila, um espaço de lazer e prova disso é a sua procura em dias de bom tempo porque não temos muitos espaços verdes aqui na freguesia – exceto junto ao Santuário de Vagos – onde possamos dar uns passeios ou simplesmente descansar.

Muitas queixas têm vindo a ser proferidas relativamente ao estado de degradação da estrada dos Cardais. Que perspetivas tem para aquela via que, para muitas pessoas, serve de entrada à vila de Vagos?

Se fosse apenas a estrada dos Cardais era muito bom. Mas para além dessa, no mesmo estado estão a rua de Cantanhede (que dá acesso ao santuário de Vagos) ou a rua Porto Gonçalo. Excetuando-se a rua Banda Vaguense, que ainda tem um piso em condições, todas as outras quase que são intransitáveis. Mas até mesmo nesta irão instalar o gás e já se sabe como irá terminar: fazem-se os buracos, mas depois não se tapam como deve ser. A freguesia de Vagos é das freguesias com piores estradas no concelho. Não temos uma via em condições. Andamos há anos, na câmara, a pedir que nos arranjem algumas vias, sobretudo a rua de Cantanhede. Dizem que é este ano e que já há projeto de requalificação, com direito a pista pedonal e ciclável e parque de estacio-namento, mas não sei se não será apenas no papel. Sabemos que as festas estão aí à porta e continua na mesma, pior do que há 4 ou

5 anos. E depois gasta-se a tapar os buracos, que acabam em lombas, esquecendo-se que esta via é muito procurada não só para quem se desloca ao santuário mas também pelo trânsito pesado que não tem outra alternativa. Fala-se muito em muitas vias novas, mas logo desaparece tudo e não se faz nada. Estou cá a morar há mais de 30 anos e sempre ouvi falar de vias circulares, mas os projetos têm-se alterado e suspendido e não saem do papel e teremos que esperar mais 20 ou 30 anos para ter novamente luz verde. É um dos males do concelho: há muita coisa no papel, mas depois faz-se pouco ou nada.

Nos últimos anos, a vila tem vindo a sofrer com o fecho ou deslocalização de

algumas infraestruturas. Acredita que a construção da biblioteca municipal na antiga escola João Grave trará mais vida ao centro?

A morte do centro da vila foi a deslocalização da câmara para sul. Havia um projeto eng-raçado para a câmara, no mesmo local mas, como hoje está um presidente e amanhã está outro, nunca se leva ao fim as coisas boas que estão prontas a arrancar e alteram-se. Não sei se a biblioteca trará mais movimento; irá trazer meia dúzia de pessoas que vão ver os livros, embora não saiba como irá funcionar. O tribunal está na decadência e qualquer dia também fecha depois de se terem gasto ali milhões de euros em arranjos e tirou-se dali a conservatória, quando podia continuar no mesmo local. O centro de saúde trazia muito

movimento porque, apesar de mais afastado, obrigava a passagem das pessoas pelo centro da vila. Mas foi sobretudo a câmara, notário e conservatória que tiraram o movimento do centro. Não há nada que obrigue as pessoas do resto do concelho a cá virem, a não ser os bancos e ao tribunal.

Qual foi a sua reação ao saber da deslocalização do festival Vagos Open Air para a Quinta do Ega no próximo mês de agosto?

É mau para Calvão, porque o comércio vai-se ressentir, mas será ótimo para a vila de Vagos. Terá mais movimento e mais pes-soas. É um tipo de música que não agrada a toda a gente - agrada sobretudo aos mais jovens -, mas todos os vaguenses têm que acarinhar aquilo que será uma mais-valia para a vila. A junta de freguesia não foi consultada para a realização do festival aqui na freguesia – trata-se de uma decisão única e exclusiva da câmara – mas achamos que é uma mais-valia para o centro da vila e até mesmo para a freguesia.

Sabendo que a junta não tem possibilidades financeiras para executar grandes obras, qual o papel da junta numa freguesia considerada urbana onde está implantada a câmara? Justifica-se a sua existência?

Todos os anos, a câmara solicita-nos aquilo que mais gostaríamos de fazer ou imple-mentar na freguesia. Nós informamos mas a câmara faz aquilo que quer, onde quer e quando quer. 95% daquilo que se pede não é concretizado. Sabemos que a dívida municipal é elevada, mas vemos tantas câmaras que estão cheias de dívidas, mas que têm obras feitas enquanto aqui não se vê nada, apesar de haver a dívida que é do conhecimento público. Na freguesia de Vagos queixamo-nos da falta de condições na via pública, que prejudica pneus e jantes, e a câmara deixa andar. Alcatroou uma ou outra rua, mas eu defendo que onde houver residências deve haver alcatrão na estrada porque de inverno há lama e de verão poeira.

O papel da junta é sensibilizar a câmara para as obras?

Sim, porque não temos capacidade económi-co-financeira para promover as obras. Há autarquias que dão subsídios às juntas para que estas façam as obras necessárias. Era o que acontecia, antigamente, no concelho de Vagos. Depois, cortaram o FEF e todos os subsídios e as juntas deixaram de ter capaci-dade ou poder económico. Mas a existência de qualquer junta justifica-se porque diari-amente somos procurados para pedir decla-rações ou informações diversas. Para mim, a extinção de freguesias é prejudicial, sobretudo quando se lutou tanto para as criar. Não é aí que o estado vai poupar dinheiro; poupava, sim, se reduzisse os políticos ou deputados e os seus vencimentos.

Um tema polémico que está em

cima da mesa é a união de freguesias integrada na reforma administrativa do território. Nela está prevista a união das freguesias de Vagos com Santo António de Vagos. Qual a sua opinião?

É mau para as pessoas da freguesia de Santo António porque acredito que a sede será em Vagos - embora na freguesia exista a câmara municipal. Qualquer junta tem razão para existir porque há assuntos que apenas aí são tratados (o número de polícia por exemplo). Se eu continuasse presidente, faria com que a junta estivesse como agora (aberta a meio tempo) e duas ou três vezes por semana abriríamos a junta de Santo António para atender as pessoas dessa freguesia, para promover a continuidade da proximidade que hoje existe. Não iria obrigar as pessoas a deslocarem-se a Vagos, só em caso de urgência. Mas quem vier é que terá que ver.

A junta de freguesia não colocou nenhuma providência cautelar para travar esta reforma. Porquê?

Não colocámos porque sempre nos disseram que não era necessário já que seríamos a freguesia agregadora. No entanto, sempre estivemos e estamos ao lado da freguesia de Santo António. Sempre defendemos a não extinção de qualquer freguesia.

Recentemente a junta disponibilizou um terreno destinado à criação de uma horta comunitária. Como surgiu essa ideia?

O terreno estava destinado à construção de um armazém para a junta. Mas como ali só se pode construir habitações, decidimos lan-çar esta ideia. Como surgiu? Estávamos aqui numa reunião do executivo, e a Ilda Martinez disse que ia plantar uns legumes em casa e lembrámo-nos que este terreno era propício para promover a agricultura e decidimos propor essa ideia. Estamos à espera que haja inscrições para depois colocarmos água para as pessoas poderem regar o seu canteiro. A ideia é poderem plantar os seus legumes e hortaliças, mas sobretudo para convidar as pessoas a sair de casa, promover o convívio entre as pessoas e troca de impressões

Na sua ótica, o que faz falta à freguesia de Vagos?

Muita coisa. Faz falta termos boas estradas, termos carreiras de autocarros de ligação a Aveiro e Ílhavo com mais frequência e uma rede de transportes públicos pelo concelho para as pessoas se poderem deslocar. Se os nossos impostos têm que pagar os prejuízos do metro de Lisboa, Coimbra e Porto e mais alguns, devíamos receber também subsí-dios para termos a nossa própria rede de transporte público. Estamos praticamente isolados, e quem tem carro é que se consegue safar. O problema é que a gasolina cada vez está mais cara e as pessoas têm menos dinheiro para gastar. Por outro lado, o san-tuário de Vagos deveria ser ampliado – há muitos terrenos para isso – por forma a ser um ponto de turismo religioso, e a vala ali existente deveria ser arranjada.

Costa Pereira, presidente da junta de freguesia de Vagos

A morte do centro da vila foi a deslocalização da câmara para sul

Page 3: Especial Freguesia de Vagos

Especial Freguesia de VAGOS O Ponto | 11/III

Santa Casa da Misericórdia de Vagos

Sonho cinquentenário suspenso por falta de verbas estataisFoi criada em 16 de dezembro de 1959 com o objetivo de construir um hospital na vila de Vagos mas, quase 54 anos depois, o sonho da Santa Casa da Misericórdia de Vagos ainda não se concretizou. Esteve para arrancar, com projeto e apoio já aprovados, mas teve que ser suspenso à semelhança de todas as unidade de cuidados continuados de todo o país cujas obras ainda não se tinham ini-ciado por falta de verbas da tutela.No entanto, nem assim a luta pela sua concretização esmoreceu. «O hospital sem-pre foi um sonho da Misericórdia de Vagos. No início adquirimos um terreno, mas não foi aceite porque, segundo o ministério da altura, ficava em cima da 109», recorda o provedor Paulo Gravato. Um ano depois, a comunidade promoveu um cortejo para angariação de verbas e, assim, se adquirir novo terreno. «Arranjámos o terreno onde hoje está implementada a Santa Casa. O centro de saúde, que na altura estava para ser construído em Vagos, chegou a ser pensado para ali, mas a presidente de câmara, d. Alda Vítor, optou por um centro de saúde com projeto pré-definido e não o projeto que tínhamos planeado, em que um piso teria espaço para internamentos de curta duração».Goradas as expectativas iniciais, os mesários

não cruzaram os braços, mas antes decidi-ram arregaçar as mangas e partir para novas, mas também necessárias, valências. No início dos anos 80 surge o centro infantil e, mais tarde, o centro de dia. «Como o centro de dia não estava a resultar, porque é difícil uma valência destas em zonas ru-rais, ponderámos no lar, que se localiza no primeiro andar».E, para que a instituição não ficasse de-pendente apenas das verbas e subsídios da câmara e entidades tutelares, a forma encontrada para equilibrar as contas foi o centro de reabilitação física. «Pensamos que foi uma boa aposta, hoje com maior desenvolvimento por causa do acordo com a segurança social».Com o passar dos anos, as instalações começaram a ser demasiado pequenas, obrigando à sua ampliação através do recurso a verbas conseguidas em candida-turas aprovadas. Construiu-se uma creche nova e o centro de noite, que também não resultou, foi transformado em lar. As insta-lações foram sendo modernizadas, foram construídas novas instalações sanitárias, a cozinha e lavandaria que abrangem toda a estrutura, restando apenas a remodelação do refeitório da parte infantil. Uma obra que se espera iniciar «no final deste ano».

Apesar de o número de crianças reduzir de ano para ano, a Santa Casa abriu creche na zona industrial de Vagos, destinado essen-cialmente para os filhos dos trabalhadores. Mantém, ainda, o Centro de Acolhimento Temporário “Astrolábio”, para jovens dos 12 aos 18 anos, encaminhadas pelos tribunais ou CPCJ. «É uma valência complicada, mas tentamos ser uma família para estas jovens, dando-lhes um incentivo para estudarem ou alcançarem aptidões profissionais. Desde o início do ano, a Santa Casa tem um novo serviço ao dispor da sociedade: a cantina social (no concelho existe ainda a de Santa Catarina). Com acordo para 65 refeições diárias, neste momento apoia apenas 40. «Achamos que, para além das pessoas que não têm conhecimento de como funciona ou a quem se destina, existe ainda muita pobreza envergonhada que impede o pedido de ajuda». Razão pela qual a Misericórdia decidiu, com o apoio de um mesário voluntário, levar as refeições porta-a-porta, longe dos olhares curiosos. Paulo Gravato, que entrou nos órgãos sociais em 1982 e é provedor desde 1985, destaca ainda o trabalho desenvolvido pelo grupo de teatro O Fantástico, mordomia da Santa Casa. «O desempenho é como o nome que os intitula: fantástico», elogia.

Agrupamento nº 822 do Centro Nacional de EscutasNossa Senhora de Vagos

Sempre Alerta há quase três décadasOs alicerces do movimento escutista em Vagos surgiram em 1984, após terem sido sensibilizados, por parte da junta regional de Aveiro, alguns adultos da paróquia para a importância de o fazer surgir na região. Manuel Augusto Frade, 1º chefe, e o padre Manuel Teixeira, 1º chefe assistente, foram os impulsionadores do Agrupamento nº 822 do centro nacional de escutas – Nossa Senhora de Vagos.Dois anos depois, em maio de 1986, surgiram as duas primeiras patrulhas juniores do agrupamento com sede situada na rua da Central em casas disponibilizadas pela câmara municipal e por um casal de Vagos. A 8 de dezembro desse mesmo ano, dia da Imaculada Conceição, realizaram-se as primeiras promessas.A comunidade começou a perceber que o escutismo complementa a ação da escola e da família, preenchendo necessidades específicas dos jovens de ambos os sexos, pelo que era urgente um local condigno onde os escuteiros pudessem reunir e continuar a dar vida a este projeto. Deste modo, em 2001 optou-se por construir a sede na área do Santuário de Nossa Senhora de Vagos, em terreno cedido pela paróquia. A construção iniciou-se em junho de 2003 e foi inaugurada em 17 de outubro do ano seguinte.O agrupamento nº822 de Vagos é atualmente constituído por 14 dirigentes, 18 lobitos (dos 6 aos 9 anos), 22 exploradores (dos 10 aos 13 anos), 23 pioneiros (dos 14 aos 17 anos) e 8 caminheiros (dos 18 aos 22 anos) que participam em variadas atividades, desde atividades religiosas a atividades ambientais, e de atividades financeiras a atividades de solidariedade. Anualmente, este agrupamento também participa no acampamento de agrupamento, em que participam as quatro secções (lobitos, exploradores, pioneiros e caminheiros), e que se realiza normalmente na última semana de julho. «A finalidade do escutismo é que a criança ou jovem se desenvolva em crescente autonomia, logo o papel do adulto não pode ser se¬não o da promoção dessa au-tonomia, devendo a relação com ele per-spetivar-se de uma forma dinâmica, progressivamente decrescente e quali-tativamente dife-renciada, ao longo do percurso educa-tivo da criança ou jovem através das secções», afirma Ana Maria Ferro, atual chefe de agrupa-mento. Angélica Jesus

Page 4: Especial Freguesia de Vagos

Especial Freguesia de VAGOSO Ponto | 12/IV

Orfeão de Vagos

Criado por solidariedade, a promover cultura há quase meio séculoNascido a 11 de dezembro de 1968 de um impulso generoso e sem finalidades projetivas para o futuro, o Orfeão de Vagos formou-se com o fim de conseguir fundos para ajudar as vítimas das inundações no Alentejo. Ainda hoje, de acordo com o presidente da direção, Carlos Cazaux, sempre que é necessário ou solicitado, o Orfeão continua a atuar com intuitos benéficos.A sua primeira atuação aconteceu no salão paroquial de Vagos, mas logo o grupo liderado pelo vaguense Duarte Gravato passou a percorrer toda a região para mostrar os seus dotes, nomeadamente no Teatro Aveirense e Casino da Figueira da Foz, bem como um pouco por todo o país (Leiria, Guarda, Viseu, Espinho, Viana do Castelo, Vila Real, entre muitas outras localidades).No início, o grupo era exclusivamente masculino e com um reportório assente na música portuguesa, sacra, clássica e áreas de ópera muito conhecidas, cuja interpretação foi responsável por alguns dos seus grandes êxitos. Em 1991 alarga o seu âmbito de recrutamento, o que permitiu formar o coro juvenil e arrancar com o coro misto, como hoje se mantém.Atualmente, o diretor artístico é António Bastos. Licenciado em percussão pela universidade de Aveiro, participou em masterclasses de música e em variados espetáculos pelo país e estrangeiro (Espanha, França, Bélgica, Itália, Suíça e Estados Unidos da América). É responsável da empresa MrBeat Studio como produtor musical, e desde 1998 que é professor de percussão, bateria, combo, som e informática musical e produção, tendo contribuído para um “novo” Orfeão de Vagos.

Grupo de teatro O Fantástico

Amador nas origensmas profissional em cada encenaçãoO doente imaginário; A Crónica atribulada do esperançoso Fagundes; O casamento e a vida; A cidade não é para mim; A galinha ruiva; Um Pai Natal azarado; Vanessa vai à luta; Falar a verdade a mentir; Ninguém dá prendas ao Pai Natal; Um roubo na véspera de Natal; Palhaços e palhaçadas; O Papiniano; Vernisage; O espantalho teso; Na terra dos procópios, D. Giovanni; Viúva porém honesta; Sapateira; Maluquinha de Arroios; Tartufo; Na sombra do desejo e, em breve, Retalhos do passado (espetáculo musical) e Um Deus dormiu lá em casa”. Este é o resumo do vasto currículo do grupo de teatro O Fantástico, mordomia da Santa Casa da Misericórdia de Vagos. Geralmente, as suas estreias já marcam a agenda do concelho de Vagos: na sexta-feira ou sábado antes do domingo de Pentecostes, aquando das festas da vila de Vagos.Criado no feriado de 1 de novembro de 1996 por sete elementos, com o “alto patrocínio” da Misericórdia vaguense, foi em maio do ano seguinte que o grupo levou à cena a sua primeira peça, escrita pelo pai da comédia teatral Molière. Os sete “magníficos”, ou melhor, os sete “Fantásticos”, tinham por objetivo a promoção e realização de espetáculos teatrais, formação de agentes teatrais, fomento do gosto dos jovens pelo teatro e promoção de atividades recreativas que se inserissem nos estatutos sociais da Santa Casa.Nesta década e meia, o grupo foi crescendo, tendo por aqui passado cerca de 80 elementos. «Por força e contingência de vidas pessoais e profissionais, alguns veem-se obrigados a acompanhar à distância, mas sem nunca cortarem os laços de afetividade, marcando presença nas estreias», afirma João Domingues, da coordenação da mordomia. Congregando a comunidade e todas as forças vivas (já contaram com o apoio dos bombeiros, escolas, autarquia e outras instituições), O Fantástico é constituído por um grupo de atores amadores, encenados por João Mário Fernandes, de amadorismo o grupo não tem nada, tal é a «entrega» de cada elemento em cada peça. «Somos muito profissionais, empenhamo-nos pela paixão e nunca pela recompensa económica». Para João Domingues, acima de tudo, «pautamo-nos sempre por elevar o bom nome da instituição que nos acolheu em 1996».De salientar que todas as peças escolhidas para levar à cena compreendem, em si, uma mensagem que a todos faz refletir. «Peça sem mensagem, que não nos faça refletir, não levamos à cena; provocação também não; acima de tudo, o que interpretamos pretende contribuir para a maior consciencialização de quem nos vê e ouve, seja o tema histórico, atual ou uma antevisão do futuro».

Filarmónica Vaguense

Século e meio de crescimento… mas já sem espaçoQuando a Banda Vaguense atuou pela primeira vez, em 24 de junho de 1860, certamente que o empreendedor e dinâmico padre João de Miranda Ascenso não imaginaria que perdurasse por mais de 150 anos. Foi este pároco de Vagos que ponderou a possibilidade de se criar uma banda na vila, apresentando a sua ideia ao presidente da câmara de então, Duarte Justiniano da Rocha Vidal. Guilherme Santana foi convidado para, uma vez por mês, se deslocar de Aveiro a Vagos, mais propriamente à casa paroquial, para ministrar os ensinamentos aos alunos que se iam inscrevendo. O pároco mandou fazer um salão na casa paroquial para melhor acomodar as aulas e a música começou a surgir com instrumentos emprestados pela coletividade “Música de Aveiro”. Foram dois anos de preparação, para se estrearem numa festa dedicada a S. João.Ao longo de século e meio, pela associação Filarmónica passaram centenas de elementos, entre regentes, maestros e alunos. Durante muito tempo, a coletividade mais antiga do concelho foi constituída apenas pela Banda Vaguense, constituída atualmente por cerca de 65 elementos. Nos últimos anos foram criadas a Orquestra Ligeira (26 elementos), Orquestra Juvenil (25 elementos), o grupo Groove da Villa (6 elementos), tem um grupo de jazz e a escola de música com cerca de 40 alunos. Nesta última, o número de alunos poderia ser mais elevado não fosse a evidente falta de espaço. «Andamos a dar aulas na sede da junta de freguesia de Vagos, no palacete do Visconde de Valdemouro e em todas as salas disponíveis do Centro de Educação e Recreio de Vagos, onde estamos sedeados. Gostaríamos de desenvolver mais a escola mas como não temos condições logísticas temos de nos limitar e é pena, pois a nossa instituição tem muita procura», lamenta Carlos Ribau. Segundo o presidente da direção, o desenvolvimento da escola permite a formação de novos alunos para colmatar eventuais saídas pelas mais variadas razões, sendo mesmo «fundamental», na sua ótica, para a garantia da continuidade da Filarmónica Vaguense. Por outro lado, com mais espaço, para além de poder aceitar mais inscrições, as aulas poderiam ser mais diversificadas. «Já nos procuraram para aulas de outros instrumentos como violino ou piano mas, infelizmente, tivemos que negar» porque o espaço é reduzido (apenas 10m2 quando devia ter, no mínimo e segundo as suas contas, cerca de 60m2).Para a quantidade de músicos existente, a Filarmónica Vaguense necessitaria de um espaço com 100m2 para os seus concertos, mas o disponível tem apenas 63m2. «Só por aí, as pessoas já conseguem avaliar a nossa dificuldade», acrescenta Carlos Ribau. «É curioso que, em todas as aldeias que nos convidam para atuarmos, encontramos um auditório grande e condigno; em Vagos, em todos os espaços fechados nem a orquestra cabe no palco, o que nos impede de convidar outras bandas para fazermos intercâmbios».Recentemente, falou-se na recuperação e transformação do edifício do antigo centro de saúde numa sala de ensaio e espetáculos para a Filarmónica, mas a luz ao fundo do túnel cada vez está mais distante. «Infelizmente não vemos nada e é pena porque a nossa instituição é muito conceituada», refere o presidente da direção.

Page 5: Especial Freguesia de Vagos

Especial Freguesia de VAGOS O Ponto | 13/V

Cuide da Sua Saúde!

Tel e Fax: 234792831

Telm: 925402278Av. Dr. Lúcio Vidal s/n 3840-401 [email protected]

EspecialidadesClínica GeralOtorrinolaringologiaEndocrinologia / NutriçãoGinecologia /ObstetríciaGastrenterologiaOrtopediaNeurologiaPediatriaDermatologiaUrologiaPsiquiatriaCardiologiaCirurgia

Exames de Diagnóstico Complementar pelo Serviço Nacional de Saúde e Particular _Análises Clínicas_Endoscopia Digestiva Alta_Colonoscopia Total_Retosigmoidoscopia flexível Ecografias:_Abdominal_Renal_Vesical

_Pélvica (Prostática)

Exames de Diagnóstico Complementar Particular

_Teste Resp. Helicobacter pylori_Enteroscopia por Cápsula_Audiograma Tonal_Eletrocardiograma (ECG)

---------------------------------------------Medicina no TrabalhoMedicina DentáriaMedicina EstéticaPodologiaTerapia da FalaPsicologia AcupuncturaOsteopatiaReumatologiaFisioterapia

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos

85 anos a servir a comunidadeFoi com ânimo e brio, espírito altruísta e humanitarista de um punhado de homens sensibilizados para bem servir a comunidade, nas mais diversas vertentes, que nasceu, em 15 de setembro de 1928, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos (AHBVV).Mas foi só no ano seguinte, sob comando de Narciso João Gravato, que começou a ser ministrada a instrução dos primeiros “soldados da paz” vaguenses, pelos bombeiros da Companhia da Salvação Pública Guilherme Gomes Fernandes de Aveiro. Sem grandes equipamentos ou veículos de apoio, o corpo de bombeiros de Vagos contou com a comunidade vaguense em Newark (Estados Unidos) para adquirir um carro para o transporte de escadas e um carro de “atuação imediata”. O quartel funcionava na antiga escola primária, entretanto adaptada pela autarquia. Passando para a alçada da câmara municipal durante alguns anos, por dificuldades financeiras, foi quando voltou a ser independente que, com influências do sozense Mário Júlio de Almeida e Costa, juiz conselheiro do Supremo, junto do ministério da saúde, que a corporação “ganhou” a sua primeira ambulância para transporte de doentes e o primeiro barco de socorro

a náufragos.O trabalho desenvolvido nos primeiros 50 anos de vida foi alvo de atribuição de louvor pelo ministério da administração interna, considerando «meritória a ação desenvolvida no serviço do bem público e o alto espírito humanitário relevado na defesa das vidas e bens pela associação».Com altos e baixos – dos quais se destaca o incêndio de julho de 1980 que destruiu por completo o quartel –, no atual quartel, inaugurado a 14 de dezembro de 1986, o corpo de bombeiros tem feito o que melhor sabe fazer: defender as pessoas e bens no concelho, para qualquer ocorrência, sendo também, por vezes, solicitado para dar apoio ao distrito, região e até ao país.Nos últimos anos, apesar dos cortes no sector, a tarefa tem sido sustentabilizar a “casa”, tanto ao nível financeiro como de corpo ativo (com cerca de cem elementos). Sob a direção de Ricardo Fernandes (ex comandante) e do comando de Miguel Sá, este é um corpo que tem pautado pela formação para melhor responder, ao segundo, a todas as solicitações. Para promover a formação (dos bombeiros vaguenses e da região bem como da comunidade em geral) e, ao mesmo tempo, conseguir algumas

receitas, a AHBVV criou dois novos polos de formação (um já está em funcionamento) nas instalações da central de camionagem e no antigo posto da GNR da Praia da Vagueira.Para trás têm ficado as obras de beneficiação no quartel por falta de verbas. «A ideia é, quando se avançar por obras, começar por fases mediante as necess idades e prioridades», menciona Ricardo Fernandes. O objetivo é criar boas condições para acolher os bombeiros que, no seu dia-a-dia, se deslocam ao quartel e que têm condições superiores em casa».A caminho dos 85 anos de vida da Associação humanitária, Ricardo Fernandes aproveita para agradecer o apoio e o orgulho que a comunidade vaguense tem depos i tado na corporação. «Somos de todo o concelho e não apenas da freguesia onde estamos sedeados», garante, confirmando que também em Vagos, tal como em estudos feitos anualmente, a profissão que mais segurança transmite à população é a dos bombeiros. «Vê-se, diariamente, que as pessoas gostam e acarinham o seu corpo de bombeiros porque sabe que está disponível para elas 24h/dia, todos os dias da semana».

NEVAHá vários anos a residir no Edifício Sócio-Administrativo da Zona Industrial de Vagos (ZIV), só no ano passado é que a sede do Núcleo Empresarial de Vagos (NEVA) foi inaugurada. Uma cerimónia que contou com muitas entidades e representação da grande maioria das forças vivas de todo o concelho, não fosse ela presidida pelo presidente da república, Aníbal Cavaco Silva, numa visita empresarial que fez ao município.Antes das mudanças de instalações onde passou a estar mais próximo do maior polo industrial do concelho, o NEVA estava sedeada junto à preparatória João Grave, mesmo no centro da vila de Vagos, depois de receber obras de remodelação e beneficiação, no sentido de proporcionar um melhor funcionamento da estrutura. A sede foi inaugurada pelo então secretário de estado da indústria e energia, Fernando Pacheco, e presidente da câmara Carlos Bento.De âmbito multissectorial, o núcleo tem como missão contribuir para o fomento e solidificação da estrutura empresarial da respetiva área de influência. Foi fundado a 7 de dezembro de 1993, fruto da vontade associativa de um conjunto de empresários locais e da câmara municipal de Vagos. No entanto, apenas cinco anos mais tarde é que viria a iniciar a sua atividade com protagonismo e dinamismo na ação, desempenhando atualmente um papel essencial na definição dos destinos e das grandes linhas programáticas fundamentais ao progresso do concelho de Vagos. Para tal, ao longo dos anos, tem vindo a estabelecer parcerias de atuação com as mais variadas entidades, desde a autarquia local, escolas, Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Conselho Empresarial do Centro.Atualmente presidido pelo empresário Vítor Santos, que conta com o serviço prestado do secretário-geral António Miguel Cordeiro, ao longo dos tempos o NEVA criou o gabinete de apoio aos empresários de Vagos, celebrou parcerias com diversas entidades ligadas ao sector a nível regional e distrital, passando a emitir boletins de informação a todos os seus associados, para além de lhes disponibilizar diversos serviços de apoio tais como consultadoria económica e financeira, elaboração de estudos de marketing, promoção e comunicação empresarial, apoio jurídico, licenciamento de empresas e gabinete de dinamização empresarial. É, ainda, a entidade promotora da Universidade Sénior de Vagos.Outra área desenvolvida e que tem captado a atenção dos empresários locais, associados ou não do NEVA, é a formação de recursos humanos. Todos os programas e cursos promovidos são adequados às necessidades detetadas junto dos empresários, comércio local e até da própria comunidade em geral.

GNR

Pela Grei vaguenseFoi em 1948 que foi instalada a Guarda Nacional Republicana no concelho de Vagos.Partilhando o mesmo espaço com o quartel dos bombeiros de Vagos, na antiga escola primária cedida e requalificada para acolher as duas entidades pela câmara municipal de Vagos, a GNR era comandada, na altura, pelo 1º cabo Grilo. Ali permaneceram até meados do ano de 1980, altura em que o edifício onde estavam instaladas as duas entidades ardeu. Enquanto o quartel dos bombeiros foi instalado num edifício junto ao atual posto da GNR, os militares passaram a operar a partir de instalações provisórias no já demolido edifício da Casa do Povo de Vagos (que ficava próximo da Santa Casa da Misericórdia de Vagos). Ali permaneceram até 1983, altura em que terminaram as obras que transformaram a antiga cadeia no posto que atualmente existe. «As obras foram feitas no mandato de D. Alda», recordou a’O PONTO Augusto Castro, que foi comandante de posto entre 1962 e 1964 e depois mais tarde, antes de ser colocado no comando na secção de Aveiro. Já estava na reforma quando, ainda se recorda, o atual posto foi inaugurado. De salientar que, depois de extinta a guarda-fiscal, a GNR de Vagos usava o quartel da Praia da Vagueira na época balnear. O posto sazonal acabaria por ser encerrado em 2006, passando a existir equipas que patrulham as áreas balneares em velocípedes.Atualmente, o posto da GNR de Vagos é comandando pelo sargento-adjunto António Prado (na foto) e nele trabalham, no total, 23 militares, agindo no âmbito da missão geral da GNR por todo o concelho de Vagos.

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Especial Freguesia de VAGOSO Ponto | 14/VI

Morada:Rua Dr. Mendes Correia (Pai) 3840-443 VAGOS

Telefone 234 791685 Fax 234 700102farmá[email protected]

Terras de Vagos

Mensal do arciprestado alimenta alma e cultura dos leitores20 de março de 1978. Esta é a data da primeira edição do “Terras de Vagos”, fruto da experiência de outros jornais (sucede o “Notícias de Vagos”, mensário da paróquia de Vagos que existiu quatro anos antes, e retoma o trabalho do boletim informativo “Caminhos da Ponte de Vagos”).Tendo como pretensão «estabelecer laços de união, estreitar fraternidades, tornar as distâncias mais próximas e levar mensagens de umas terras para as outras», o jornal da paróquia auto intitula-se mesmo como o «jornal das mensagens». Verdade, lealdade, justiça e a fraternidade são os valores que estiveram na base do seu lançamento e no trabalho desenvolvido até aos dias de hoje não pelos “tradicionais” jornalistas mas por «homens de boa vontade». «Não teremos um jornal erudito, mas um jornal que quer fomentar a amizade e o progresso dos povos. Terras de Vagos espera vir a ser um grande jornal e conta com a ajuda e a compreensão de todos», apresentava-se, na altura.Pela direção passaram o padre Manuel Vieira Carvalho e Silva (desde o início até janeiro de 1987), tendo-se seguido o padre António Correia Martins (de fevereiro de 1987 a maio de 1996). Atualmente o diretor é o pároco de Vagos e arcipreste Manuel António Carvalhais.De acordo com o diretor, o objetivo continua a ser «servir os grandes valores cristãos». «Preocupamo-nos com o crescimento da fé no coração dos leitores, uma vez que a nossa posição e a essência deste tipo de jornalismo se define habitualmente como jornalismo de inspiração cristã», continua.No entanto, para além dos valores cristãos e do trabalho desenvolvido em todas as paróquias do arciprestado vaguense, não se tem alheado no acompanhamento da atualidade do concelho, seja ao nível da cultura, desporto, social ou política. «A atualidade também é necessária para aculturar as pessoas», vinca, elogiando o trabalho efetuado pelos vários voluntários que colaboram com os textos mensais ou mesmo na distribuição aos cerca de 3.300 assinantes (apenas 220 seguem via correio).

Universidade Sénior de Vagos

Jovens da 3ª idade voltam à escolaO saber não ocupa lugar e a prova disso é a Universidade Sénior de Vagos (USV), fundada no ano 2000. Teixeira Carneiro, juntamente com a Fundação para o estudo de desenvolvimento da região de Aveiro (FEDRAVE), teve esta iniciativa de abrir uma instituição para dar novos conhecimentos a estes “jovens” alunos da terceira idade.Inicialmente, sob coordenação de Isabel Achando, a USV abriu portas na antiga escola primária João Grave, no centro da vila, porém atualmente as instalações encontram-se no edifício do NEVA. Ao longo destes treze anos, a Universidade - coordenada anteriormente por Pedro Mateus e Hugo Carvalho, e atualmente por Carlos Cazaux - já acolheu mais de trinta professores, alguns dos quais vaguenses conhecidos, que partilharam os seus conhecimentos em diversas áreas, tais como a filosofia, o turismo, o yoga, o inglês, as artes e história da pintura, entre muitas outras. A USV também já colaborou em estudos para mestrados de gerontologia com a Universidade de Aveiro, com a Universidade de Coimbra, com a Clínica do Stress (Caramulo) e, por último, colaborou com o Instituto Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria. A USV tem uma biblioteca com mais de 1200 livros e promove a “Hora do Conto” nas escolas básicas do concelho. Esta Universidade Sénior tem vindo a promover atividades com base na preparação dada aos estudantes: no âmbito da disciplina de teatro atuou no CER e no d’Orfeu (Águeda) com a peça Romeu e Julieta, sob a responsabilidade da professora Anabela Mateus, e na disciplina de turismo publicou o “Roteiro Turístico de Vagos”. Recentemente, no âmbito da disciplina de Oficina da Escrita, publicou um livro para crianças intitulado «Pairando… Bailando... Sobrevoando a Quinta de Ega». Angélica Jesus

Centro de Educação e Recreio

Uma casa da e para a culturaImplementar a educação física, cívica, moral e cultural na vila de Vagos. Foi com este objetivo que um grupo de 50 vaguenses decidiu, a 12 de fevereiro de 1939, fundar o Centro de Educação e Recreio (CER) de Vagos.Localizado primeiramente num edifício de rés-do-chão, com apenas uma grande sala que albergava o espaço de jogos (snooker, matraquilhos, cartas ou ping-pong), salão de bailes e espetáculos variados (teatro, ilusionismo, entre muitos outros), o CER entrou em obras nos finais dos anos 80, tendo o atual edifício sido inaugurado em novembro de 1990, num projeto do arquiteto vaguense João Carlos Sarabando.Hoje, é um dos dois espaços com auditório capaz de receber as mais variadas e diversas iniciativas (religiosas, políticas, culturais, recreativas, musicais, …), continua a ter espaço de jogos e bar e passou a albergar diversas coletividades e entidades. A Filarmónica Vaguense e o Orfeão de Vagos são as duas associações “residentes”, não tivessem elas (ainda que com o apoio da Câmara) contribuído monetariamente para a construção do novo edifício. Para além destas, é aqui que se localiza a redação do Jornal O PONTO e a sede do clube MINInos, apesar de estar quase de partida. Esta também é a “casa” do grupo de teatro O Fantástico (mordomia da Santa Casa) e de um grupo de senhoras que promove o convívio e a troca de lavores e experiências nas artes manuais no âmbito do “CER no Feminino”. Até há pouco tempo funcionava, no 2º andar, a biblioteca municipal. «Para além das associações, oferecemos ainda outras iniciativas todas as semanas: as aulas de zumba (às quartas e sextas) e, há cerca de um mês, a ginástica rítmica com uma academia da Gafanha da Nazaré. Em breve prevê-se o início de danças jazz para crianças, adianta o presidente da direção.«Pode não parecer, mas semanalmente passam pelo CER centenas de pessoas, entre alunos da filarmónica e praticantes de zumba», vinca Mário Oliveira, lamentando, ao contrário dos seus tempos de juventude, a pouca adesão ao salão de jogos/bar. «Antigamente havia mais bairrismo, mais convívio entre as pessoas e menos oferta do que atualmente, em que as condições que temos em casa são bem melhores». Para reverter a situação, a direção pretende beneficiar o salão de jogos, dando outro colorido ao espaço e colocando um ecrã panorâmico «como não existe em qualquer lado na vila».Tendo tomado posse no início do ano, nos primeiros seis meses a direção pretende conhecer ao pormenor o CER e seu funcionamento, melhorar o que é necessário reservando para o segundo semestre as atividades por si organizadas. Dia aberto à comunidade (para mostrar a vivência do CER), continuidade do ciclo de concertos conCERart e uma s. Silvestre na vila de Vagos são as iniciativas que constam do programa de atividades para este ano.

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Especial Freguesia de VAGOS O Ponto | 15/VII

Conferência Vicentina Nossa Senhora de Vagos

120 famílias alimentadasfísica e espiritualmente

Já teve altos e baixos, passando por períodos de inatividade, mas logo ressuscitou para atenuar a fome dos mais humilhados e empobrecidos da comunidade da paróquia de S. Tiago de Vagos.Hoje, os 13 elementos (incluindo o pároco Manuel Carvalhais como conselheiro espiritual) que integram a Conferência Vicentina Nossa Senhora de Vagos apoiam 35 famílias (cerca de 120 pessoas), entregando frequentemente bens alimentares. «São pessoas de etnia cigana e de outras nacionalidades que escolheram a paróquia de Vagos (sendo que 4 famílias residem na paróquia de Santo António) e que têm baixos rendimentos», explica Azevedo Novo, presidente da direção desde março de 2007.Para tal, esta entidade conta com o apoio anual da câmara e da comunidade local através da entrega de alimentos ou com o peditório na eucaristia do primeiro domingo de cada mês. Os vicentinos vaguenses colaboram na recolha de produtos alimentares para o Banco Alimentar contra a fome, sendo um dos pontos de distribuição, e recebem ainda bens alimentares por intermédio do Programa Comunitário de Ajuda Alimentar ao Carenciado, através da segurança social. «Nós também promovemos algumas iniciativas para recolher fundos ou produtos alimentares e, felizmente, temos uma comunidade atenta que nos apoia porque sabe as nossas dificuldades diárias», agradece, destacando o período de Natal, em que a conferência vicentina oferece um cabaz de Natal a cada família que apoia.A conferência Vicentina remonta a 1935, quando a paróquia de Vagos era constituída pelas atuais paróquias de Vagos, Santo António, Santo André e Gafanha da Boa Hora. Exclusivamente masculina, nasceu com o apoio do padre Alírio Gomes de Melo e foi com a sua saída para o seminário de Aveiro, em 1940, que o trabalho acabou por sessar. Numa segunda fase, em 1948, a conferência passou a ser exclusivamente feminina, constituída por jovens e senhoras que integravam a Juventude e Liga Operária Católica Feminina e Juventude e Liga Agrária Católica Feminina. Tinha preocupações não apenas assistenciais, mas também de promoção da atividade cristã, promovendo o casamento das famílias ditas irregulares e a catequese dos seus filhos. Depois de algum tempo de interrupção, a conferência vicentina foi formalmente constituída em 1969, perdurando até 1976.Seria, anos mais tarde, já no início do ano de 1995, e depois da vinda do pároco Manuel Carvalhais para a paróquia de Vagos, que seria reativada a Conferência Vicentina Nossa Senhora de Vagos, mantendo-se em atividade até aos dias de hoje.

Associação Diferentes e Especiais

No combateà (in)diferençaTodos somos diferentes uns dos outros, mas há diferenças que saltam à vista e que, facilmente, são colocadas à margem pelo preconceito. Para lutar contra este preconceito e à indiferença, um grupo de pais, familiares e amigos de crianças e jovens com deficiência e/ou doença crónica de Vagos decidiu, em 2011, constituir-se formalmente como Associação Diferentes e Especiais (ADE), continuando com o grupo de autoajuda criado pela Equipa de Intervenção Precoce de Vagos dois anos antes, onde eram partilhados, de igual para igual, os medos, angústias e desespero, mas também as suas histórias de sucesso e perseverança.Cristina Felizardo é a presidente do grupo, mas também mãe de uma criança “diferente e especial”. Tem sido o rosto e porta-voz de um vasto e unido conjunto de mães e pais em situação semelhante e que lutam diariamente para criar condições, estruturas e meios para facilitar a «integração plena» destas crianças e jovens, numa «sociedade livre de preconceito».«A ADE, sediada no Centro Social e Administrativo da zona industrial de Vagos, tem como fio condutor o apoio a familiares de crianças com necessidades especiais e/ou doença crónica, desenvolvendo o seu plano de ação em duas vertentes: uma direcionada para o trabalho direto com estas famílias e outra dirigida ao público em geral», explica Cristina Felizardo. Na primeira vertente, a ADE foi criando e disponibilizando os mais variados serviços, tais como Grupo de Partilha com Orientação Técnica (GPOT), Banco de Equipamento Adaptado (BEA), ações de formação e workshops sobre a deficiência na infância e juventude. Junto da comunidade, várias têm sido as iniciativas promovidas, desde atividades de sensibilização para a área da deficiência nestas idades, ciclo de tertúlias sobre esta temática, publicação de crónicas nos meios de comunicação social locais, bem como realização de campanhas de angariação de fundos em prol de uma das crianças “diferentes e especiais”. Neste âmbito, já foram atribuídas duas cadeiras de transporte (uma será entregue em breve), uma cadeira de banho e um elevador de banho. Os fundos são ainda recolhidos aquando do jantar de beneficência que tendo vindo a realizar nos últimos três anos (no último ano, os fundos angariados reverteram a favor da Unidade de Multideficiência do Agrupamento de Escolas de Vagos). Outras iniciativas que já marcam a agenda concelhia e que pretendem esbater o preconceito são a pedalada pela diferença e o festival Coração Especial.«O crescimento da associação tem sido exponencial, quer em termos qualitativos como quantitativos», confirma a presidente da direção, seja no número de associados, voluntários, instituições e empresas que se têm aliado a esta missão. Um trabalho que também tem sido reconhecido, nomeadamente com a atribuição do galardão Vaga D’Ouro Social no decorrer da Gala Vaga D’Ouro de 2011 e 2013, promovida pelo jornal O PONTO e rádio Vagos FM.

Lions Clube de Vagos

23 anos a trabalhar em prol da saúde e apoio a criançasFoi em 1990 que um grupo de 30 vaguenses, sob a égide do Lions Clube de Santa Joana Princesa, de Aveiro, decidiu criar o Lions Clube de Vagos. Presidido por Pedro Mateus, ainda hoje companheiro lionístico vaguense, ao longo dos 23 anos de existência, o clube tem trabalhado no sentido de criar e promover o espírito de compreensão entre as pessoas, para além de promover os princípios de boa governança e cidadania e o bem-estar cívico, social e moral da comunidade.As “joias da coroa” eleitas pelo grupo sempre foram a saúde e o apoio a crianças como forma de «conseguirmos chegar à maioria da comunidade de todo o concelho», explica à nossa redação o atual presidente João Paiva. Deste modo, ao longo dos anos, o Lions Clube de Vagos tem realizado rastreios diversos (tensão arterial, diabetes, colesterol, massa corporal e pesquisa de sinais na pele que poderiam degenerar em melanomas), ações de caminhadas para sensibilizar a população sobre as doenças do coração, rastreio de visão a crianças que frequentam o 3º e 4º anos de escolaridade e participaram numa campanha a nível mundial de recolha de óculos usados.Contando sempre com o apoio e parceria da câmara municipal, das atividades promovidas destacam-se a recolha de brinquedos para distribuição a crianças de famílias carenciadas pelo Natal, a ação “Eu sou vigilante da Floresta”, em parceria com os bombeiros de Vagos e destinada a crianças do 4º ano. Uma iniciativa que já marca a agenda é, na praça central da Praia da Vagueira, ano após ano, o mega rastreio aberto a todos os veraneantes ao longo de uma manhã.Presidente há dois anos, depois de ter sido um dos sócios-fundadores e ter passado por todos os cargos nas diversas direções, João Paiva aponta baterias no futuro para manter as iniciativas que desenvolve, mas sobretudo para aumentar o quadro social do clube, atualmente com 18 elementos.

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Especial Freguesia de VAGOSO Ponto | 16/VIII

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Clube MINInos de Vagos

Clássicos conduzem concelho a todo o paíse à EuropaHá quem defenda que o tamanha conta e muito, mas o Clube MINInos de Vagos veio provar exatamente o contrário. O carro/clássico que promove, o Mini, apesar de pequeno no tamanho, é grande na elegância e, por diversas vezes, já demonstrou ser capaz de percorrer grandes distâncias, ligando Vagos a Itália, Inglaterra ou Polónia, por exemplo. A primeira grande viagem, que ligou Vagos a Itália, num total de 2600km, foi encetada por Roberto Conde (na altura presidente da direção) e dois associados da Associação Clube MINInos de Vagos. Dez anos depois, mais propriamente neste fim de semana (dias 18 a 20), o clube vaguense volta estará representado por Ricardo Neves, associado do clube vaguense (far-se-á acompanhar por dois amigos - na foto), novamente em Itália, aquando da realização de mais uma edição do International Mini Meating (IMM 2013). Fundado a 11 de junho de 2002, o clube era formado, inicialmente, por 12 elementos residentes no concelho de Vagos. Surgiu de uma ideia partilhada, dois anos antes, por Roberto Conde, Rui Cruz e Pedro Julião em querer criar um clube de clássicos no concelho de Vagos, neste caso de Minis.Desde a sua criação, o clube já foi presidido por Roberto Conde, Marco Capela e, atualmente, por Margarida Silva (de destacar o trabalho desenvolvido pelo sócio João Pequeno desde o início).Hoje, o clube tem mais de 400 sócios, apesar de nem todos estarem ativos, provenientes de todo o país e «até mesmo fora de Portugal, uma vez que muitos dos nossos associados, sobretudo a camada mais jovem, tem vindo a emigrar», refere Margarida Silva.Tendo por objetivo fomentar o «bom convívio» entre os “apaixonados” pelo Mini e a troca de conhecimentos, o MINInos de Vagos tem levado o nome do concelho aos “quatro cantos” do país, participando em exposições ou eventos/encontros promovidos por sócios ou por outros clubes. Sempre que possível marca presença também no IMM, como acontecerá este ano, embora a viagem seja feita de… avião. «Os tempos mudaram e não podemos tirar férias quando queremos. Por isso, a viagem será feita, este ano, de avião e não ao volante de um Mini», lamenta a presidente.Mensalmente, nos quartos domingos, os associados vaguenses mostram as suas “máquinas”, em exposição, no Largo Parracho Branco, na Praia da Vagueira. O seu encontro anual marca a agenda de julho, sempre com elevado número de participantes.

Confraria As Sainhas

Na defesa de uma gastronomia de pobres mas de ricos saboresDefender em qualquer momento ou lugar a gastronomia regional, defender as suas virtudes, salientar a sua nobreza e promovê-la enquanto símbolo das gentes locais e defender as tradições, costumes e produtos da região e, paralelamente, lavar sempre as sainhas antes de as usar, limpar cuidadosamente os delicados véus das sainhas, torná-las apetecíveis e sedutoras ou criar desejos para todos as saborearem com prazer. Estas são algumas das premissas do juramento que cada “sainha” presta para poder passar a integrar a família da confraria gastronómica “As Sainhas”, de Vagos.A confraria foi criada, casualmente, por um conjunto de pessoas durante um festival gastronómico que aconteceu na Praia da Vagueira. A primeira reunião aconteceu no dia da mulher de 2008, e, no ano seguinte, também no dia 8 de março, o grupo de 30 mulheres propuseram-se a ser entronizadas. Nascia, assim, a primeira confraria gastronómica no concelho de Vagos, apadrinhadas pelas vizinhas Confraria Gastronómica do Bacalhau (Ílhavo) e Confraria Nabos e Companhia (Carapelhos – Mira).Adotando a capa negra das tricanas vaguenses, que simboliza a elegância e sobriedade da mulher vaguense quando se preparava em dia de festa, e o chapéu da cor da terra em homenagem ao homem vaguense que trabalhava no campo, a insígnia não poderia deixar de ser uma caldeira de rojões de sainhas. Às 30 confrades fundadoras juntaram-se muitas mais desde 2008, todas mulheres, e outras entidades, associações ou personalidades (homens e mulheres) como confrades de honra.Sainha-mor até muito recentemente (substituída por Albina Rocha, uma das confrades fundadoras e vereadora da área da cultura), Maria Eugénia Mateus sempre destacou a «cozinha de pobres mas rica em sabores» conseguidos da terra, da ria e do mar, da horta ou do pomar, dos currais ou das vinhas. É uma cozinha de pobres, é certo, mas rica em sabores. A herança de um povo que do pouco conseguiu imenso. De um povo que, quando faltava o leite, fazia com um pedaço de pão duro, uma açorda, para alimentar os filhos. Um povo que, com o rabo de uma sardinha amarela, temperava uma panela de couves com batatas, com um pedaço de carne gorda frita e crocante, temperava as favas. Um povo que aproveitava o porco até às entranhas, retirando os véus que transformava em gostosas e estaladiças sainhas», disse no seu discurso de apresentação à comunidade.«As pessoas sempre souberam ultrapassar as suas carências económicas, aproveitando o que a natureza colocava ao seu alcance», sempre afirmou, acrescentando que «o povo revolveu, misturou e fez magia com a terra», tendo resultado dessa «feitiçaria» a química ideal e perfeita para a agricultura.

Dunameão

Jovens na defesa da tradiçãoFoi com o objetivo de reavivar costumes e tradições, promover cultura e atividades desportivas e recreativas de Lombomeão, freguesia de Vagos, que um grupo de jovens ali residente decidiu criar a Dunameão – Associação Cultural e Recreativa de Lombomeão.Corria o ano de 1997. Com a desativação da EB1 de Lombomeão, a nova associação passou a ter “casa”. Depois de recuperar minimamente o espaço, o grupo arregaçou mangas e começou a trabalhar. Ajudaram a promover, por duas vezes, o concurso cultural “Sabichões”, promoveram alguns torneios de futebol de salão e voleibol, gincana de tratores, e nos últimos anos marcam já a agenda o Festival de teatro da Dunameão em novembro e, uns meses antes, um evento mais ligado à gastronomia, o “Sabores no Lumião”.Na sua sede, apesar de o espaço ser reduzido, conseguiram instalar, num mesmo espaço, a biblioteca e a sala de informática. «Por aqui já passaram dois milhares de jovens e adolescentes que, mediante protocolo com o Instituto Português da Juventude (IPJ), fizeram provas e formação no âmbito do fomento das novas tecnologias da informação», lembra o presidente da direção, Nelson Neves.À procura de mais espaço, há anos a Dunameão encetou uma nova luta: a ampliação da sede e requalificação do edifício existente. O projeto foi elaborado pelo arquiteto conterrâneo João Carlos Sarabando, que também apoiou na angariação de verbas para a construção, oferecendo os lucros da venda do seu livro “Lumião – tempos do arco da velha”. A construção já está concluída e, até ao final deste ano, prevê-se que se iniciem as obras de beneficiação do edifício da antiga EB1. Concluídas as obras, orçadas em 140 mil euros (a beneficiação tem um custo previsto de cerca de 50 mil euros), a direção não prevê o aumento de valências «para já», mas espera das mais espaço e melhores condições para a biblioteca e sala de informática e no convívio dos 267 associados.

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Especial Freguesia de VAGOS O Ponto | 17/IX

FC Vaguense

Mais de meio séculoa dar vida ao futebolFundado em 1 de maio de 1956, o Futebol Clube Vaguense é a associação desportiva da freguesia de Vagos mais antiga e que se mantém no ativo, apesar de um interregno de cerca de dez anos por falta de elementos diretivos.O clube federou-se por volta do ano 76 sendo que na época de 80-81 conseguiu ser campeão da zona sul da 2ª divisão distrital. Mais tarde os vaguenses conseguiram ser finalistas da taça distrito de Aveiro, perdendo com o Mourisquense, no estádio Mário Duarte, por 1-0, e na época 92-93, o clube passou à fase final do campeonato distrital onde lutou por um lugar na competição nacional. Estes são alguns dos marcos mais importantes da história muito vasta e rica de um clube onde quase todos os vaguenses praticaram o futebol. Filial nº81 do Futebol Clube do Porto, já trouxe à freguesia jogadores tão conhecidos como Vítor Baía e Jorge Costa, bem como outras caras para o jogo de futebol organizado habitualmente na altura das festas de Vagos.Em 1998 o clube deixou de ter atividade por falta de direção e, dez anos depois, Nuno Paiva e um grupo de amigos formou uma nova equipa de direção e deu de novo cor e futebol ao FC Vaguense. No primeiro treino, no dia 15 de outubro compareceram 15 atletas. Quase quatro anos depois são oficialmente 168 atletas distribuídos pelos escalões de petizes a juvenis, sem saltar nenhum. Sempre ligado ao clube desde a reativação e há dois anos como presidente, Miguel Fernandes destaca a evolução e reviravolta que o clube sofreu para chegar ao que representa hoje em dia. «Foi crescer todos os dias, principalmente nos últimos dois anos», disse. Sempre com a formação de jogadores em primeiro plano, segue-se a competitividade. «Também já somos temidos por outras equipas», afirmou, garantindo querer dar um passo de cada vez, até chegar ao objetivo. Qual o segredo? «A entrega das pessoas que trabalham neste clube e a dos pais que também são dedicados ao clube», reconheceu.

Um clube aberto à comunidade e a elasPara além do futebol no estádio municipal, o FCV consegue interagir de uma forma mais abrangente com a população da freguesia e do concelho participando e organizando iniciativas, tais como a caminhada e a noite de fados. São ações que abrangem os mais variados escalões etários para conviver e fazer com que estejam ao lado do clube «todos os nossos sócios, dos mais novos aos mais velhos».Para o futuro, o presidente pretende continuar a dar «o bem-estar aos atletas e as melhores condições», afirmando que o Estádio Municipal já começa a ser pequeno para o FC Vaguense. Assim, o presidente anunciou o alargamento do campo de futebol pelado «para lhes dar mais espaço aos seus treinos/jogos e, também a pensar “nelas”, a criação da secção feminina do clube. AC

AD Vagos

Duas décadasa encestar troféusA Associação Desportiva de Vagos (ADV) é o clube da freguesia e concelho de Vagos mais internacional de sempre. E foi desde 28 de junho de 1994, data da sua fundação, que tem vindo a surpreender. Proporcionando formação a centenas de jovens com «excelentes» resultados desportivos e sociais, a ADV dedicou-se a modalidades tão diversas como a ginástica e o futsal, mas “escolheu” o basquetebol como seu principal tesouro. Durante algumas épocas, a equipa vaguense competiu em simultâneo nas principais ligas de basquetebol nacional, masculino e feminino, com assinaláveis êxitos desportivos em ambas, e as presenças dos treinadores Costa Dias e Nuno Ferreira, respetivamente, ficarão para sempre ligados à história deste clube. «Por opção centrámos, há algumas temporadas, todo o esforço na equipa da liga feminina, com a pretensão e subsequente confirmação de um projeto altamente competitivo de continuidade», refere o presidente do clube Mário Luís Rocha. A equipa que milita na liga feminina é hoje o «maior símbolo» do clube em termos competitivos e nos últimos seis anos somou oito títulos nacionais à sua vitrina de troféus: Liga Feminina (2009-2010); Taça de Portugal (2007-2008 e 2011-2012); Supertaça (2008-2009) e Taça Vítor Hugo (2009-2010; 2010-2011; 2011-2012 e 2012-2013).Vagos no mapa da Europa com a ADVA associação liderada por Mário Luís Rocha há mais de dez anos tem colocado a freguesia no mapa nacional e internacional, não só pelas competições mas também pelas organizações a nível nacional bem como pelas transmissões televisivas que foram conseguindo ao longo dos anos. Para além das competições nacionais, a AD Vagos também já cumpriu um percurso internacional na importante competição europeia feminina, representando Portugal diante das melhores equipas europeias de países como Rússia, Sérvia, Lituânia, França, Suíça, Alemanha, entre outros. Formação: o pilar para o sucessoDepois da criação de uma escola de basquetebol que visa «potenciar a formação de jovens da região nesta modalidade», a equipa de sub19 feminina sagrou-se campeã nacional, sobe a batuta de João Janeiro, em 2010-2011, e no ano seguinte foi vice-campeã, alcançando nessas duas épocas o título distrital. Atualmente com várias dezenas de praticantes, é com uma forte aposta na formação que o projeto AD Vagos deverá continuar, a par com a sua equipa sénior feminina. «Atingimos um patamar bastante elevado e o maior desafio para o futuro será a consolidação do que já se conseguiu. Em termos de formação, pretendemos dar também o salto quantitativo e qualitativo digno de projeção que temos tido ao longo do basquetebol nacional», deseja. AC

Clube de Natação

Braçadasde sucesso9 de junho de 2011. Esta é uma data simbólica, mas marcante, para a vida da natação em Vagos. Trata-se da data da assinatura da escritura do Clube de Natação de Vagos. O sonho era de Mário Pandeirada e Pedro Gamelas, e tornou-se realidade com o apoio da Associação de Pais da antiga EB 2,3 de Vagos em 2010. Nove meses depois o clube ganhou a sua própria vida fazendo parte do rol das coletividades desportivas da freguesia de Vagos.Inicialmente com cerca de três dezenas de atletas, o clube pretende integrar no mínimo doze no escalão inicial no arranque de cada época. «Só assim poderei criar uma base de formação forte, porque como em todas as modalidades, a estrutura da base da pirâmide tem de ser alargada para se conseguir chegar ao topo», referia na altura o presidente e treinador Mário Pandeirada.O clube foi crescendo e duas épocas desportivas depois o número de nadadores que o compõem mantem-se, mesmo com algumas desistências, albergando os mais variados escalões (desde cadetes e até aos seniores). «Face ao trabalho que tem sido desenvolvido, continuamos a estar no bom caminho», comentou o treinador. «A nossa equipa de infantis está com um bom nível e dá-nos garantias de evolução para o futuro», acrescentou, destacando o pódio no torneio zonal de inverno alcançado por Inês Monteiro, tendo sido a primeira vez que o clube alcançou um pódio a nível nacional e a entrada para o top10 dos clubes do distrito de Aveiro. A curto prazo o clube pretende entrar com a equipa sénior e júnior nos 10 primeiros a nível regional, continuando a ter um trabalho «mais intenso com os infantis para os pódios e tentar conseguir mínimos para os nacionais», como desejou. AC

Museu do Brincar

Onde o brincar não tem idadeO Museu do Brincar assinalou o seu primeiro aniversário no passado dia 14 de abril. Apesar de ser uma estrutura recente, já deu provas da sua grandiosidade. Os próprios números falam por si: mais de 20 mil visitas em 12 meses, mais de 42 mil visitas no site, a atribuição da vaga d’ouro na área cultural e os comentários dos “miúdos e graúdos” que visitam a única unidade museológica da vila de Vagos.«Os frutos do trabalho que a nossa equipa tem vindo a desenvolver ultrapassaram, substancialmente, aqueles que eram perspetivados inicialmente», afirma Carlos Rocha (mais conhecido por Jackas), da direção.E o que é o Museu do Brincar? Como o nome indica, é um espaço onde estão perpetuados no tempo diversos objetos, neste caso objetos que eram antigamente utilizados nas brincadeiras. Há brinquedos e brincadeiras ancestrais, outras mais modernas, brincadeiras de meninos e outras de meninas, da cultura local e de um pouco de todo o mundo; ao todo são mais de 15 mil peças de espólio. Mas engane-se quem pensar que todas estas brincadeiras estão inacessíveis. Todos os miúdos e até mesmo os mais graúdos – a única condição para entrar é soltarem a criança que têm dentro de si – têm oportunidade de brincar em todos os espaços do museu, seja com marionetas, numa réplica de uma sala de aula de tempos antigos, fantasiado de príncipe ou nas oficinas e laboratórios da brincadeira.

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Especial Freguesia de VAGOSO Ponto | 18/X

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Comunidade escolar vaguense reunida numa só entidadeTeve origem no externato de S. João de Vagos, fundado em outubro de 1963, funcionando como uma secção do liceu de Aveiro. Começou apenas com 30 alunos que frequentavam a única turma do 1º ano (atual 5º ano), primeiro em frente à igreja matriz e, mais tarde, em 1967, para o edifício onde hoje está implementada a câmara municipal. Deixou de ser particular dez anos depois e seriam necessários mais onze para mudar para as atuais instalações. Falamos da Escola Secundária de Vagos, atualmente sede do Agrupamento de Escolas de Vagos.O “mega” agrupamento – que une a secundária de Vagos ao antigo agrupamento, cuja sede era na EB2,3 Dr. João Rocha Pai – foi criado pela tutela no ano letivo passado. Este foi o ano de adaptação e «harmonização» de procedimentos das duas escolas. Para o presidente da atual Comissão Administrativa Provisória (CAP), este primeiro ano foi «difícil» porque não se começou do zero, mas acredita que, a partir deste ano, com a harmonização já efetuada, tudo «funcionará muito bem». Melhor funcionamento será atingido com a abertura dos dois centros escolares que estão a ser construídos nas freguesias de Fonte de Angeão e da Gafanha da Boa Hora, que irão encurtar distâncias e deslocações e, ao mesmo tempo, concentrar recursos e dar melhores condições a alunos e docentes.Uma mudança que implicou algumas alterações sobretudo na estratégia de organização das escolas que, no entanto, não devem ficar por aqui. Enquanto o 7º ano ficou concentrado na EB2,3 e o 9º na secundária, o 8º ano continua dividido entre as duas escolas. Também o 3º e 4º anos da EB1 de Vagos passaram para a EB2,3, enquanto o 1º e 2º ano dividem a escola primária com as salas de jardim-de-infância. «Não é muito positivo dividirmos o mesmo ciclo ou ano por escolas distintas; esta será uma situação a estudar para o próximo ano letivo», vinca Hugo Martinho.

Boas práticas partilhadas por todosMantendo-se os Cursos de Educação e Formação, para dar resposta aos alunos com retenções, e os cursos secundários no ensino regular e profissional (neste âmbito, o agrupamento encontra-se em negociações com outras escolas do concelho para que não haja duplicação de oferta mas antes um maior leque de opções), o novo agrupamento passou a partilhar as boas práticas de cada uma das escolas.Deste modo, os clubes e projetos de ambas as escolas mantiveram-se para promover o «desenvolvimento de outras competências dos alunos», para que estes percebam que «há mais coisas para fazer na escola que não apenas estar na sala; é uma forma de contribuírem para um projeto de referência que dê a conhecer a escola que frequenta», acrescenta o presidente da CAP. E a escolha é variada: há o clube do desporto escolar, eco-escolas, clube da saúde, olaria, fotografia, música, eletrónica, ciência e estação de rádio. «Podem ser frequentadas por qualquer aluno do agrupamento», acrescenta, lamentando que a adesão não seja a desejada. «Temos também aulas de apoio a partir do 2º período nas disciplinas com exame no final do ano e notamos que os alunos só aderem em véspera do exame ou testes intermédios. Falta um pouco o vestir da camisola por parte dos alunos, para fazer face ao esforço que é feito pelos professores».Outra boa prática continuada foi o projeto Fénix. No entanto, com o fim deste ano letivo, chega também ao fim os 4 anos de contratualização deste programa, não se sabendo qual o seu futuro. «Se, por um lado, a tutela aumenta o número de alunos por turma, parece-me um contrassenso conceder créditos horários a um projeto que reduz, ainda que temporariamente, o número de alunos da turma». Contudo, a situação poderá ser ultrapassada com a atribuição de horas para a metodologia fénix a professores sem horário. A solução, na ótica de Hugo Martinho, passaria pela «autonomia» das escolas e na «confiança» na figura do diretor, que seria responsável pela sua gestão da bolsa de horas e cumprimento de objetivos.

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Especial Freguesia de VAGOS O Ponto | 19/XI

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Especial Freguesia de VAGOSO Ponto | 20/XII

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Armindo Fernandes

O fadoque sai de suas mãosTem 67 anos e à medida que os anos vão passando por si a paixão pela música da “sua” guitarra portuguesa vai aumentando. E não é por cada vez ter mais prática que dispensa, diariamente, à guitarra e ao fado, cerca de seis a oito horas.Para os mais distraídos, que ainda não perceberam de quem estamos a falar, apresentamos o guitarrista Armindo Fernandes, distinguido, recentemente, pelo júri da IX Gala Vaga D’Ouro/Crédito Agrícola, promovida pelo jornal O PONTO e rádio Vagos FM, com o Prémio Carreira. Outra homenagem que ressalta e que lhe foi atribuída em 1989, foi a medalha de prata de mérito municipal, atribuída pela câmara municipal de Vagos.E que carreira! Famosa porém humilde, talentosa mas reservada. É assim que pode ser classificado todo o percurso percorrido desde os seus 18 anos. Foi nessa altura, em Vagos, que o seu talento começou a emergir, tendo sido mais aprofundado em Lisboa. Aí, decidiu fazer da música, sobretudo do fado, a sua profissão. Passou a ser disputado pelos melhores na sua área e acompanhado pelos mais capazes, passou a ser presença assídua em programas de rádio e televisão e continuou, apesar da sua preenchida agenda, a estar disponível para colaborar com as instituições da sua terra, nomeadamente os Bombeiros Voluntários, em ações de solidariedade.Acompanhou nomes sonantes do fado português, como António Mourão, Teresa Tarouca e Cidália Moreira, entre muitos outros e atualmente acompanha os primeiros passos de novos e jovens valores no mundo do fado, como é o caso da jovem fadista Mariana Oliveira, da Praia de Mira e aluna do colégio de Calvão, com que irá lançar um disco em breve.Tem vindo a participar em projetos de diversos projetos, nomeadamente na promoção de espetáculos ou gravação de discos. Para perpetuar a sua “magia”, em 1984 gravou o disco “Cantos de minhas mãos”, ainda hoje considerado obra-prima, na execução da guitarra portuguesa e que o fez estar citado na página oficial do museu do fado. Até à data, foi único disco da sua autoria mas, depois de homenageado em março passado, Armindo Fernandes já anunciou que, em jeito de agradecimento a quem o acompanha, elogia e distingue o seu trabalho, irá publicar novo álbum, tendo material suficiente para começar já a gravar.

Carlos Maia

De médico a político,

confessa-se idealistaÉ emocionado que Carlos Maia explica que decidiu ser médico, desde muito novo, para tentar ajudar uma tia em 3º grau «muito doente» que o acolheu aos 3 anos, na sua casa no Boco (Soza), quando os pais regressaram ao Congo Belga (em África), país onde nasceu em 1952.Frequentou a primária no Boco, passou pelo colégio de Ílhavo (onde tinha estatuto especial porque um dos diretores era residente no Boco, dando-lhe boleia sempre que necessário) e acabou por partir para Coimbra, em 1969, onde frequentou o liceu e tirou o curso de medicina na Faculdade de Medicina na Universidade de Coimbra. «Fui para lá com 16 anos e vivi toda a crise académica de 1969 e suas lutas.Como médico, fez internato em vários locais - internato no centro público das Caldas da Rainha, trabalhou como serviço de médico de periferia em Estarreja e em Castro d’Aire – e no início da década de 80 acabou por “parar” no centro de saúde de Vagos como médico de medicinal geral e familiar, funções que ainda hoje desempenha. É também médico de medicina no trabalho e, durante anos, trabalhou com os tribunais enquanto perito de medicina-legal.De mãos dadas com a sua vida profissional andou sempre o sector social e movimento associativo. Desde cedo que se fez associado de um lar de idoso de Coimbra, esteve ligado ao Centro de Educação e Recreio de Vagos, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos e é membro de várias sociedades clínicas, tendo sido cofundador da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose. «Estive ainda ligado à Liga Portuguesa Contra o Cancro como membro diretivo a nível da região centro e também a nível nacional, e ainda hoje sou associado», enumera, não esquecendo os anos em que presidiu à comissão de Proteção de Jovens e Crianças em Risco (CPCJ) de Vagos, depois de ter sido nomeado pela assembleia municipal de Vagos.E o “bichinho” que guardou em si desde a crise académica levou-o a aceitar, em 1997, o convite para encabeçar a lista à assembleia municipal pelo PSD, naquela que foi a primeira candidatura de Rui Cruz à câmara (perdida para Carlos Bento). Confessando-se da ala esquerda, diz agora que aceitou porque «havia identificação com o projeto», porém, nunca chegou a tomar posse enquanto deputado. Regressa agora à política, com a já anunciada candidatura à assembleia pelo PS. «As condições sociopolíticas do nosso concelho, o índice e a formação política, e até mesmo a organização política do concelho deixam algumas dúvidas, não são as suficientes para deixarmos de combater», vinca, garantindo que o “rosa” ou o “vermelho” não devem assustar. «Como é possível que assim seja 40 anos depois do 25 de abril? Parece que o medo é quase o mesmo e temos que mudar essa realidade», diz, ainda que se confesse um idealista.

Carlos Bento

Médico por opção, político por acasoNasceu em 1954 em Zambujal, no concelho de Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra. Foi na cidade dos estudantes que completou o curso de medicina, mas, opções da vida, escolheu a vila de Vagos para viver.Carlos Bento trabalhou nas urgências do Hospital de Aveiro e depois no centro de saúde de Vagos e neste momento exerce na Cliria, em Aveiro, tem especialidade de medicina no trabalho trabalhando com algumas empresas da região e tem um consultório mesmo no centro da vila de Vagos. «Foi uma opção de vida», diz, acreditando que, caso tivesse permanecido por Coimbra, teria seguido uma carreira académica, sendo a cirurgia ou neurocirurgia opções viáveis. «São opções que se fazem, não sei se melhores ou piores», reforça.O seu percurso profissional fica completo com os oito anos em que foi presidente da câmara municipal de Vagos, depois de ter vencido as autárquicas de 1993 e 1997.Desligado, até então, da política, decidiu tentar contribuir para o progresso do «potencial de desenvolvimento muito bom» que via em Vagos. Tinha 25 anos e hoje, depois de 33 anos enquanto vaguense, confessa que o sentimento é de frustração, vendo o concelho de Vagos «como um dos mais atrasados que conheço do litoral e interior da região. É um concelho que parou e estagnou no tempo». Deixou no concelho alguns projetos de grande envergadura, dos quais destaca a escola secundária, o tanque de aprendizagem da piscina municipal e o estádio municipal, entre outros.

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Especial Freguesia de VAGOS O Ponto | 21/XIII

Z

Fernando Gaspar

A levar traços vaguenses pelo mundoNasceu em Vagos em 1966 e aproveitou o clima criado de berço pelo pai, Humberto Gaspar, para intensificar os estudos sobre pintura e iniciar um percurso próprio.Autodidata em formação contínua desde 1986, metódico, o pintor Fernando Gaspar assinalou 25 anos de carreira em 2011, com a exposição “ad infinitum/silêncio” no consulado-geral em Paris (França) e a “remind25”, no Museu Cidade de Aveiro.Fernando Gaspar confessa que o seu trabalho se desenvolve, essencialmente, a partir da «exploração do traço e do desenho, mais do que da mancha ou da cor». Considera a sua obra em progresso e, por isso, consequentemente, garante que o seu trabalho «deriva, retorna, mas não se repete nem mastiga; é um caminhar, um corpo sempre novo que desliza e tateia, se perde, por vezes cego, por vezes vidente». Tem consciência de que as suas obras «não são sempre objetos de empatia fácil, não são planos lisos, nem exercícios dérmicos».Começou a expor, ainda que participando numa mostra coletiva, em Viseu, em 1986, e oito anos depois dá o “salto” para o estrangeiro, tanto com exposições coletivas como individuais. Bruxelas, Paris, Brasil e Barcelona são alguns dos países por onde já passou, algumas das quais que considera de «importantes» para o seu percurso.Lamenta apenas que a atividade artística não seja muito apreciada no país, o que acaba por representar uma grande dificuldade para qualquer artista português. No entanto, Fernando Gaspar garante que tudo se consegue desde que se exija, a si próprio, um «trabalho diferente, mais metódico, e uma dedicação diferente em termos de tempo e disponibilidade mental».

João Carlos Sarabando

A arquitetaras palavrasNascido na localidade de Lombomeão, na freguesia de Vagos, em julho de 1950, João Carlos Sarabando licenciou-se em arquitetura pela Escola Superior das Belas-Artes do Porto (ESBAP), em 1980. Residente no Porto e profissional liberal desde então, projetou inúmeros edifícios públicos, privados e cooperativos tendo sido agraciado com Prémio do Instituto Nacional de Habitação “INH 1989”, pelo complexo Habitacional da Cooperativa “Mãos-à-Obra” na Areosa, Porto. Do seu vasto currículo arquitetónico, destaque para os projetos do pavilhão desportivo e quartel de bombeiros e da GNR em Montemor-o-Velho, Soure, Baião e Vila Real, o convento e centro paroquial em Gondomar, complexos residenciais em Vila Real, Ílhavo e Gondomar, colégios e instituições culturais em Vila Real, Gondomar e Porto e inúmeras residências em vários pontos do país. No concelho de Vagos, para além de diversas residências e complexos residenciais, foi o responsável pelo projeto de arquitetura do atual Centro de Educação e Recreio de Vagos, da nova sede da associação Dunameão (localizada na antiga escola primária de Lombomeão) e do Café Esplanada, na Praia da Vagueira. Para além de participações em jornais e revistas, realizou, em 2010, a exposição “Esquisso Big Bang do projeto”, para dar uma ideia de como surgem os primeiros traços de um projeto.Paralelamente, ao lado da arquitetura de edifícios e imóveis, João Carlos Sarabando tem vindo a arquitetar algumas obras de histórias e estórias de gente sem história. Estreando-se em 2004 com o livro “Lumião – tempos do arco da velha”, sobre a terra que o viu nascer e cujas verbas da venda do livro reverteram para a construção da sede da Dunameão, o arquiteto vaguense publicou também “As hienas também choram” (2006) e, mais recentemente, o “Gosto pela Aventura” (2012). Nesta última, é retratada episódios de pessoas que foram forçados a emigrar em busca de melhores condições de vida, um livro que é baseado em factos reais e testemunhados por conhecidos e familiares seus. Neste âmbito, a convite da Liga dos Combatentes também participou na tertúlia “O fim do império”.Neste momento, ultima o seu mais recente título: “O mundo é quadrado (para mim)”.

Eduardo Jaques

A vida da regiãoem notíciasEduardo Manuel Neves Fernandes, mais conhecido por Eduardo Jaques, nasceu na freguesia de Eixo, Aveiro (1945). Frequentou o Liceu Nacional de Aveiro, tendo publicado o seu primeiro conto, em 1963, na revista O Farol. Mais tarde, ainda como estudante, colaborou no semanário Litoral. Já em Moçambique, foi correspondente em António Enes, onde viria a radicar-se após ter cumprido serviço militar, dos diários Tribuna e Notícias de Lourenço Marques (hoje Maputo). A partir de 1971, passou a colaborar com o semanário A Voz do Norte, que se publicava em Nampula.Enquanto militar, então sob o pseudónimo de Emanefe, publicou, ao longo de dois anos, diversas entrevistas e reportagens no suplemento “Coluna em Marcha”, do matutino Notícias. Porventura polémicas, algumas das peças que assinou sofreram a intervenção da Comissão de Censura.Mantendo colaboração assídua com os semanários Correio do Vouga, Litoral e Lutador, fez publicar, neste último, reportagem alargada sobre as obras da barragem de Cabora Bassa, que visitou em 1973 a convite do comando militar.Regressado a Portugal em 1976, Eduardo Jaques esteve na génese do surgimento do semanário Jornal de Aveiro, ligado à estrutura local do PPD-PSD/Aveiro. Em Vagos, onde reside, passou a colaborar com os mensários Notícias de Vagos (já extinto), Terras de Vagos e Eco de Vagos, e mais tarde com o quinzenário O Ponto.Nomeado correspondente do Jornal Notícias, a partir de 1983, em substituição de António Dionísio, colaborou assiduamente com o Comércio do Porto, O Século, Diário de Coimbra, Jornal da Bairrada e Soberania do Povo. Colaborador do Diário de Aveiro desde o seu primeiro número, assinou centenas de textos em diversas publicações da região, nomeadamente no Jornal da Província, Região Bairradina, Gandarez e Macua.A já longa história de colaborações na imprensa escrita, sobretudo regional, foi compilada recentemente no livro “Política(s) à moda de Vagos – na rota das palavras ditas”. Em mais de 300 páginas, Eduardo Jaques recorda alguns das centenas de artigos e entrevistas efetuadas, ao longo dos anos, aos responsáveis pela atividade pública local, nas mais variadas áreas de atuação. «Da cultura ao ensino, das instituições e organismos sociais à política camarária ou partidária, procurei acompanhar e revisitar, talvez com algum idílio bairrista, o pulsar e vivência do concelho que me acolheu para viver, nas diferentes atividades», escreve na nota prévia.

Artur Dionísio

Pincel que comunicaQuis a sorte, infelizmente, que tivesse uma deficiência na audição. Mas se não consegue transmitir oralmente aquilo que vê ou sente, quis o empenho e o gosto pela arte que o desenho fosse o seu modo de comunicar com os outros, com o mundo.Natural de Vagos, Artur Dionísio nasceu em 1936. Entre 1945 e 1947, estudou no Instituto “Araújo Porto”, no Porto, sob a tutela da Santa Casa da Misericórdia do Porto, onde também esteve internado o pintor de grande mérito Fausto Sampaio, para reeducação (por serem deficientes auditivos). Foi transferido, depois para o Instituto da Imaculada Conceição, na capital, onde, até 1951, recebeu o mesmo tipo de ensino especial, ministrado pelas Religiosas da Ordem Franciscana. No final, concluiu os exames de admissão ao ensino técnico profissional, aprovado com distinção, embora não continuasse estudos. Nos dois anos seguintes, na Casa Pia de Lisboa, optou por aprender o ofício de serralheiro, mas foi das aulas de desenho, que frequentava periodicamente e onde obteve bom proveito, que decidiu prosseguir. Foi para a Vista Alegre, no concelho vizinho, como pintor cerâmico no período de aprendizagem, onde se manteve até 1974 como desenhador de serigrafia. Colaborou oito anos numa serigrafia em Alcobaça, regressando depois às origens, onde tem vindo a desenvolver, até hoje, a sua atividade profissional em pintura de arte a óleo e aguarela, pintura cerâmica de painel em azulejos e porcelana clássica.A sua primeira exposição individual aconteceu em 1996, no Hotel Imperial, em Aveiro. As suas mais variadas obras de arte, que retratam pessoas, paisagens ou tradições, já foram objeto de exposições (individuais e coletivas) um pouco por toda a região e todo o país. De acordo com o pintor vaguense Paulo Frade, «estas obras de Dionísio são, para nós, uma lufada de ar fresco e um retorno à beleza simples da “áurea mediocridade”, um refúgio cândido da humilde simplicidade do ser».

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Especial Freguesia de VAGOSO Ponto | 22/XIV

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Manuel (Silva) dos Rádios

Uma “Radiolândia” por explorar em VagosChama-se Manuel Silva mas, em Vagos e um pouco por toda a região, é conhecido como Manuel dos Rádios. Não fosse ele o maior colecionador de aparelhos de todo o país tendo, há alguns anos, feita da sua casa, na rua Eng. Humberto Mendes Correia, na vila de Vagos, uma espécie de “museu” de rádios antigos. Mas eram tantos e tantos – já ultrapassam os 1700! – que a filha decidiu construir uma galeria junto a sua casa. O nome atribuído, como não poderia deixar de ser, é “Radiolândia”, não fosse o nome da loja de venda e reparação de rádios que teve em Bustos, localidade onde nasceu, desde 1950.E como surgiu este gosto e interesse por colecionar rádios? Foi na altura do FM, que veio substituir as ondas curtas, médias ou longas que faziam funcionar os aparelhos. «As pessoas começaram a trocar os seus aparelhos, adquirindo os que funcionavam por FM, deixando os antigos na loja. Determinados aparelhos eram belíssimas e magníficas peças e comecei a sentir pena de destruir alguns deles. Fui conservando e conservando até que me entusiasmei», conta à nossa redação.No início, as aquisições eram feitas na sua loja, na troca dos aparelhos antigos pelos mais recentes, e quando sabia de algum conhecido que tinha um rádio antigo e que já não o queria mais. Com a internet, Manuel dos Rádios tem conseguido aumentar os “negócios”, com a aquisição de «peças valiosíssimas» em variados pontos do país, da Europa e do mundo. Os mais recentes são seis aparelhos (três de cada série), vindos da Alemanha e que datam de 1950. «Estes ainda cá estão em casa, porque

já não têm espaço na galeria», diz enquanto nos vai mostrando alguns dos aparelhos e a sua história. Uns maiores e outros mais pequenos, uns têm mais botões e outros muito mais simples, mas todos ou quase todos funcionam, depois de terem passado pela “oficina” onde “jazem” dezenas de aparelhos que servem para peças. Já perdeu conta ao dinheiro que já gastou naquilo que considera ser o seu «passatempo», sobretudo nos tempos em que ocupava os seus sábados, logo pela madrugada, a viajar até às feiras de velharias de Lisboa e Porto à procura de mais “achados”. «Quem corre por vício não cansa», diz, rindo-se, garantindo no entanto ter terminado a sua busca. O espaço já está todo ocupado, já possui quase todos os tipos de rádios desde os anos 20 e, já com 83 anos, queixa-se da falta de visão para reparar os rádios que consegue encontrar. «Agora só compro se for mesmo muito especial, como eram estas séries alemãs», garante.Apesar de a galeria não estar aberta ao público, Manuel dos Rádios faz a visita guiada a pessoas ou grupos, marcadas via telefone ou email, que se mostram interessados em conhecer. Abrir um espaço público ou museu propriamente está fora dos seus planos, porque, segundo diz, «é meio caminho andado para que comecem a desaparecer peças e todo o espólio, como aconteceu com o Museu da Rádio». Foi por essa mesma razão que deixou de promover exposições em Vagos. «Havia muitas peças que se estragavam ou desapareciam, ainda que involuntariamente», lamenta.

Salão Estrela “apadrinhou” orquestra Pinto CameloFoi demolido há três semanas um imóvel onde, na década 40 do século passado, funcionou o salão de baile “Estrela”. Propriedade de gente de Vagos, foi “casa” da mítica orquestra Pinto Camelo, que havia surgido por essa mesma altura, alegadamente como tributo ao emblemático mestre Berardo, que foi regente da Banda Vaguense entre 1901 e 1906, e mais tarde de 1936 a 1943.Fundada por um grupo de músicos de Vagos, o arranque foi dado por João Carlos Melo, que curiosamente não era executante da banda. Trabalhava nos escritórios da fábrica e morava na Vista Alegre. Foi nomeado diretor, e seria o 1º saxofone alto da orquestra. A ele se vieram juntar o Artur de Almeida, popularmente conhecido por “brajonas”, que tocava trombone de pistões, Reinaldo Ribeiro (2º saxofone alto), Eugénio Sarabando (saxofone tenor e clarinete), João Batista Ribeiro, o “São Martinho” (baterista), João Venâncio (contrabaixo de cordas), Eduardo Francisco Sarabando, a quem chamavam

“fusil” (1º trompete), e o Manuel Francisco Sarabando, “Manel d’Alzira” (2º trompete).Do grupo de executantes fazia, ainda, parte o Mário Vasconcelos, vocalista e violinista. Quando a orquestra terminou, foi morar para Lisboa e por lá ficou. Terá sido o último elemento do grupo a falecer, há meia dúzia de anos.Diz quem sabe que se tratava de uma orquestra “de excelência”, tipo Glenn Miller. Tinham reportório «para todos os gostos», que mandavam vir das casas que em Lisboa «vendiam músicas», disse Manuel Ribeiro de Almeida (Mendes), irmão de um dos executantes, que ainda se recorda da existência da Pinto Camelo.A orquestra começou por ensaiar na primitiva sede do Centro de Educação e Recreio (CER), que ficava frente à

capela da Misericórdia, junto ao beco do Baxarel. A sua estreia aconteceu no tal “salão Estrela”, localizado no primeiro andar de um prédio na rua do Ribeiro, com vistas para o rio Boco e pinheirais da Pedricosa.«Foi um dia de festa, com o salão à cunha», contou Manuel Mendes, acrescentando que o salão tinha sido ornamentado pelo Mário Graça, um presidiário que «apenas ia dormir à cadeia». Um «empregado» do Luís Gonçalves (Luizinho), o carcereiro, que lhe dava de comer como contrapartida de tratar o quintal.A orquestra passou, então, a trabalhar em Vagos e nas localidades vizinhas. Um ano depois, já animava os fins de semana da época balnear, na Costa Nova. Seria nesta praia que, por força da popularidade granjeada, a orquestra foi contratada por uma aristocrata de Condeixa, de nome Elsa Sotto Mayor, para atuar no seu palácio, aos sábados. Como tudo na vida, a orquestra finou-se “sem mais nem menos”. Ficou a memória. Eduardo Jaques (Colaborador)

Arminda da Cruz

35 anos a vender o tremoçoTodos a conhecem e todos lhe querem comprar uma ou duas ou até mais medidas de tremoços, pevides e amendoins. Falamos de Arminda da Cruz, a tremoceira.Todos os fins de semana prepara cerca de quarenta e cinco quilos de tremoços para vender pelos seus fregueses habituais ou a quem por si passa na rua, onde é fácil de encontrar. Depois das duas da tarde, ao sábado, Arminda da Cruz coloca o avental, os sapatos de pano e um boné e lá vai ela com a sua carreta palmilhar as ruas de Vagos desde a ponta mais a norte à mais a sul, não esquecendo a nascente e poente da vila. No domingo de manhã viaja até ao lugar de Lombomeão, também na freguesia de Vagos, onde percorre as artérias para a venda daqueles acepipes. E é há mais de 35 anos que assim passa o fim de semana numa arte que “herdou” da sua irmã Maria. Os dias da semana seguem uma determinada rotina para que no sábado o tremoço ou a pevide esteja “no ponto” para a sua clientela. Depois da primeira volta, coloca a semente num alguidar com água para esta crescer. No domingo, quando chega da volta, «coloco logo duas panelas ao lume e à segunda-feira volto a cozer. Depois nos restantes dias vou mudando a água e quando chega a sábado estão prontos para a volta», contou. Para além dos cerca de vinte quilómetros que faz, as tardes de domingo são passadas no largo Branco de Melo com o tabuleiro. «Tenho muitas pessoas que passam na rua e vêm ter comigo. Muitos de Ílhavo, Aveiro e do Porto até, compram-me e eu fico toda contente», disse gargalhando.Viúva e reformada, sabe e confessa que não enriquece a vender o tremoço, no entanto, «vou-me entretendo sempre a trabalhar e enquanto as forças me permitirem podem sempre contar com os meus tremoços», garantiu. AC

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Page 15: Especial Freguesia de Vagos

Especial Freguesia de VAGOS O Ponto | 23/XV

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Quando o comendador Pandeirada tratava a agricultura por tuPERGUNTEI um dia ao senhor comendador, nos idos de 1989, se achava natural que, no seio da sua cooperativa, houvesse alguns associados contestatários. Respondeu-me, naquele seu jeito tão peculiar, que a culpa era toda dos industriais ligados ao setor leiteiro. Eles é que estavam a «instrumentalizar» os produtores. Ao sabor das suas conveniências. «É verdade que a Cooperativa de Vagos já começou a meter medo a muita gente», confessou, perentório. Agraciado, em 1979, pelo presidente Ramalho Eanes, com a comenda da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial, João (Alberto) Simões Pandeirada tinha, afinal, razão quando alertava para a culpa dos industriais. Sabia bem do que falava. Eleito em 1976, pela primeira vez, presidente desta organização da lavoura, conhecia como poucos os meandros da política agropecuária na região. Para combater o setor privado, que em 1989 estava a ganhar terreno, pondo em causa a sobrevivência da própria cooperativa, Pandeirada defendia que os produtores não podiam ser enganados. A luta era desigual, mas «nem sempre o dinheiro era o mais importante», argumentava, acrescentando que o agricultor devia saber aquilo que a cooperativa «lhe podia garantir, em termos de futuro».De permeio, o surto de peripneumonia, e mais tarde a brucelose, que viriam a dizimar o gado bovino de grande parte dos agricultores desta região. Em 1986, Lombomeão era a zona mais afetada do concelho, o que levou Sousa Veloso (TV Rural), amigo pessoal do comendador Pandeirada, a transmitir de Vagos o programa televisivo. Terá sido essa, porventura, uma das razões que o levaram a deslocar-se com mais frequência ao Terreiro do Paço, para tentar solucionar os problemas do setor. Numa altura em que Vagos tinha algum “peso” no contexto da agricultura e produção leiteira, o comendador falava com ministros e demais governantes. «Era sempre muito bem recebido, mesmo sem marcar audiência, e todos me sabiam ouvir», confessava, no diálogo que mantinha com os agricultores.Passou também a sair do país. Visitou, entre outros, França, Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia, Holanda, Dinamarca e Polónia, onde contatou com diferentes organizações de produtores de batata.

A PROMESSA. Com uma breve incursão na política – foi vereador do CDS, no primeiro mandato de Alda Vítor, antes de abraçar “de corpo e alma” o cooperativismo – João Pandeirada começou cedo, em 1954, a amanhar as terras que havia herdado de seu pai.Dizia, sem falsos sofismas, que a sua «primeira aventura» tinha sido transformar o solo, então arenoso e improdutivo, em terra arável de grande aptidão agrícola. Com o auxílio de instrumentos agrícolas, que ele próprio terá construído, para adaptar à charrua

e à fresa e permitir o cultivo mais rápido e eficiente. Aliás, gabava-se que o primeiro trator do Lombomeão foi o seu. Comprou-o em segunda mão e construiu um atrelado, tendo «inventado» uma marca com as siglas do seu nome. Um dos familiares até lhe chamou tolo, mas os cunhados haveriam de lhe seguir, aos poucos, o rasto.Só depois comprou o primeiro gado, uma vaca de leite e duas bezerras de raça marinhoa. Depois vendeu a bezerra e comprou mais outra vaca de leite. Quando chegaram as ordenhas mecânicas tinha 18 e, poucos meses depois, já eram 33. Estava cumprida, ainda que por excesso, a promessa que o casal Pandeirada fizera em segredo: por cada filho que nascesse, onze ao todo (seis raparigas e cinco rapazes), haveriam de comprar uma vaca e uma terra de cultivo. Eduardo Jaques (colaborador)

Palacete dos Viscondes de Valdemouro

Rastos dos últimos caseirosÉ um dos edifícios mais emblemáticos e simbólicos do concelho de Vagos. O Palacete do Visconde de Valdemouro, localizado mesmo no centro da vila de Vagos, foi construído no último terço do século XIX, tendo pertencido a José Maria Branco de Melo, visconde de Valdemouro, que o deixou ao “filho perfilhado” Alfredo Pereira da Luz. Tendo doado um palacete idêntico localizado na cidade de Aveiro à diocese, o de Vagos acabaria por ser vendido, em março de 1925, à câmara municipal de Vagos, na altura presidida pelo padre Manuel de Oliveira Júnior. Custou 77.500 escudos.Passou a constituir propriedade do município, mas apenas porque os últimos caseiros – o casal José Tomás de Abreu e Maria de Jesus Nazaré (na foto), nascidos em 1877 e 1884 respetivamente –, que tinham acabado de comprar casa, não tinham tal quantia disponível. Quem o diz é Maria de Lurdes, Helena Maria e Fernanda Susana, duas irmãs e uma prima que são netas (do lado materno) do casal. Recordando algumas histórias que as mães e tias (o casal teve cinco filhas e um filho, que morreu ano e meio depois por doença) lhe contaram e que foram retendo, o palacete e sua quinta ocupavam a área desde a atual 109 até ao rio, ocupando toda a atual quinta do Ega, até à frente do atual quartel dos bombeiros. A quinta era toda cultivada e tinha avenidas de magnólias, de pereiras, de pessegueiros, de limoeiros e de muitas mais árvores de flor e de fruto. «Diziam elas que as hortaliças e legumes eram plantados no meio e criava-se ainda gado». Aliás, foi através do gado que o casal se conheceu: José Abreu, muito novo, já era caseiro e conheceu Maria de Jesus Nazaré que, diariamente, vinha de Salgueiro, a pé, buscar leite à quinta para curar uma úlcera que tinha no estômago. Ao lado da quinta fez-se um rasgo (que ainda hoje existe) no Rio Boco para que os barcos de carga, vindos de Aveiro, pudessem descarregar mais facilmente os mantimentos que vinham para o palacete. Sendo nobres, muitas foram as festas que os viscondes de Valdemouro promoveram. «As nossas mães e tias não podiam participar, mas tinham autorização para verem os nobres e as damas, com os seus bonitos vestidos, a bailar e conviver, sentadas nas escadas

que davam acesso para o sótão. Aliás, elas eram meninas da casa, quando não havia convidados, tendo acesso a toda a casa, porque os viscondes não faziam distinção entre patrões e caseiros, eram como uma família», contam. Antes das festas, o caseiro e filhas iam a Aveiro (a pé!) buscar os cristais, porcelanas e pratas ao palacete de Aveiro. «Apesar de ali terem passado poucos anos, as nossas mães recordavam estes e outros episódios sempre que vínhamos votar, porque as urnas, há anos, eram no palacete que se transformou em paços do concelho durante décadas», rematam.

João Grave

O lavradorde históriasÉ, indubitavelmente, o mais ilustre escritor vaguense, mesmo que desde a sua morte já se tenham passado mais de sete décadas. Ainda hoje, o nome de João Grave é homenageado pelo município, com a atribuição do seu nome à escola preparatória – atualmente em obras para acolher a biblioteca municipal – e a um concurso literário e através da reedição dos seus romances e livros. Mas quem foi João Grave? Nasceu na vila de Vagos a 11 de julho de 1872 e faleceu, no Porto, a 11 de janeiro de 1934. Filho de pais lavradores nas terras gandarezas, pela mão do padre Joaquim Rocha fez os seus estudos liceais em Aveiro e, posteriormente, na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, concluiu o curso de farmacêutico. E é nos seus tempos académicos que começa a dar os primeiros passos na escrita e no jornalismo. Iniciou-se no matutino “Província”, chegando mais tarde a chefe de redação do “Diário da Tarde”. Foi, igualmente, assíduo colaborador do “Jornal de Notícias”, “O Século” e outros jornais brasileiros.Distinto romancista do seu tempo, João Grave retratava temas históricos ou sobre costumes e pessoas. Os Famintos, A Eterna Mentira, O Último Fauno, O Passado, Gente Pobre são algumas das obras que publicou. Para além do romance, o vaguense foi também bastante conhecido nas áreas da poesia, conto, ensaio, crónica, ficção e epistolografia. Do seu currículo consta ainda funções de sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa e direção da Biblioteca Pública Municipal do Porto, onde deixou assinalável e meritória obra de biblioteconomia, nomeadamente na reprodução e interpretação de manuscritos inéditos e catálogos, tendo ainda dirigido a primeira edição do Dicionário Enciclopédico Lello Universal, da casa editora Lello & Irmão.

Frederico de Moura

O médico que foi um brilhante deputadoO Dr. Frederico de Moura poderia ter sido apenas um exemplo dos médicos portugueses da segunda metade do século XX. Um homem culto, que estremecia com as condições de vida dos seus concidadãos e que compensava o défice de tertúlias frequentes com uma sofreguidão de saber que começava na vida e acabava nas letras. Ou vice- versa.Longe daquilo a que Vargas Llosa apelidou de civilização do espectáculo, aqueles eram tempos em que os produtos da cultura “pretendiam transcender o tempo presente, durar, continuar vivos nas gerações futuras”. Por isso, revisitar alguns papéis do Dr. Frederico de Moura não só transpira erudição como constitui uma leitura da realidade perfeitamente actual na sua abordagem e inquietação.O Dr. Frederico de Moura poderia ter sido apanhado pelos “retratos da vida de um médico” e tal já justificaria a evocação. Mas foi mais, foi muito mais. O Dr. Frederico de Moura foi das pessoas que mais prestigiou Vagos nas últimas décadas e, Ilhavo que me perdoe, todos sabiam que ele era o Dr. Frederico de Vagos.O Dr. Frederico de Moura foi um deputado brilhante, quando lhe pediram para servir a causa pública.O Dr. Frederico de Moura foi um homem cativante e bom, que deixou uma legião de fãs das suas tiradas de humor.O Dr. Frederico de Moura foi um cidadão empenhado, um homem que deixou o mundo melhor pela sua capacidade de diálogo e porque nunca deixou que cataratas algumas da vida o impedissem de procurar o belo. Oscar Gaspar

Page 16: Especial Freguesia de Vagos

A Santuário de Nossa Senhora de Vagos

Oração e devoção centenáriasLocalizado na freguesia e paróquia de Vagos, em local sereno e pacífico, o santuário de Nossa Senhora de Vagos é um local de devoção popular mariana e centro de peregrinações fundado em 1204 por D. Sancho I.A maior peregrinação anual dá-se na primeira oitava do Pentecostes (do Divino Espírito Santo) e, dos milhares de peregrinos que marcam a sua presença nesse dia, o destaque vai para a comunidade vaguense (que aproveita o facto de ser feriado municipal) e a comunidade de Cantanhede. Reza a lenda que, no século XIII, a seca era persistente e ruinosa há quatro anos. Vendo-se incapaz de alterar a situação, o povo de Cantanhede decide olhar para os céus e implorar por ajuda divina. Ouvindo um sino para os lados do mar, os homens e mulheres

decidem partir em procissão seguindo o som, pensando tratar-se da ermida de S. Tomé de Mira. Chegados à então pequena capela em Vagos, prostraram-se e a chuva começou a cair. Ficou ali a promessa de regressarem todos os anos, em peregrinação, em sinal de agradecimento. Ainda hoje a união das comunidades das paróquias de Vagos e Cantanhede é evidente na segunda-feira das festas religiosas em honra do Espírito Santo e Nossa Senhora de Vagos. Uma tradição que, desde há muito se mantém, é a distribuição do “bodo”. Trata-se de pães benzidos e que as pessoas trocam entre si para pagar promessas feitas e que, dizem, não se estraga ao longo dos tempos.O santuário como hoje conhecemos foi requalificado nos anos 60 e novamente na década de 90, sendo a segunda ermida

a ser construída em Vagos. Segundo documentação recuperada, a primeira ermida terá sido construída no tempo do reinado de D. Sancho I, que ali pretendia um «lugar privilegiado de oração, um oásis de paz, recolhimento e de encontro com Deus, pela mão de Maria». Doado ao Mosteiro de Grijó em 1190, o santuário sempre teve a atenção por parte de todos os reis portugueses. Acredita-se que a primeira ermida tenha tido lugar a alguns metros de distância, no chamado local “Paredes da Torre”, já que ali existia uma torre militar, de vigia e refúgio a todos os crentes. Acredita-se que o atual santuário tenha sido construído em meados do século XVI. O património da primeira ermida ter-se-á perdido.Para além da lenda da sua construção, várias outras estão associadas ao santuário

e à figura de Nossa Senhora de Vagos (ou Santa Maria de Vagos). A “lenda dos gritos da Senhora” sobre a mutilação da imagem para ser vestida; o mediatismo em torno da figura depois de um grupo de crianças que ali brincava e orava ter visto Nossa Senhora de Vagos a chorar (em 1975); o regresso da imagem a Vagos depois de os paroquianos a terem levado, por uns dias, para uma ermida que tinham construído em sua honra; a lenda da cura do leproso (fidalgo Estêvão Coelho) e, mais tarde, de muitos dos leprosos que se refugiavam nas costas de Lavandeira e, olhando para o santuário, rezavam, são algumas delas. Contudo, lendas ou realidade, a fé tem movido, anualmente, centenas de milhares de pessoas ao santuário vaguense, para rezar ou cumprir a sua promessa.

Quinta do Ega transformada em parque municipalMuitas são as vozes que defendem que a vila de Vagos deveria estar mais voltada para o rio Boco e para a magnífica paisagem que proporciona diariamente.Com apenas uma pista de corta-mato, utilizada anualmente pelo clube de atletismo da freguesia de Santo António de Vagos – o GRECAS – e pelas escolas no âmbito do desporto escolar, foi em 2006 que o executivo municipal decidiu dar novo rumo e nova cara ao espaço, transformando-o em parque municipal.O projeto contemplava a beneficiação do espaço até à “velhinha” ponte da Fareja, de madeira, e construção de um campo de ténis, seguido de um espaço relvado e campo de futebol de cinco, tudo com iluminação pública. Um circuito de manutenção e um parque de merendas, na zona adjacente da floresta, iriam completar o projeto.Até ao momento, o espaço tem apenas uma pista ideal para a prática de atletismo ou caminhada, um enorme relvado onde podem ser realizadas as mais diversas atividades recreativas e desportivas, incluindo as “peladinhas” de futebol.Os cross do Grecas e outros realizados pela Associação de Atletismo de Aveiro continuam a ter lugar na quinta do Ega, bem como os corta-matos do desporto escolar, que trazem centenas de alunos de toda a região.Tendo já sido palco de alguns eventos, em breve será a nova casa do Vagos Open Air, o maior festival de metal da Península Ibérica. Durante dois dias serão esperados milhares de pessoas vindas um pouco de todo o país, Espanha e da Europa.

Especial Freguesia de VAGOSO Ponto | 24/XVI

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Freguesiade Vagosem númerosÁrea: 36 km2População: 4.566 habitantes (censos 2011) Recenseados: 3.979 eleitores (legislativas 2011)Localidades: Vagos e Lombomeão

Locais de interesse público:- Cais das Folsas Novas (antigo cais dos moliceiros)- Centro de Educação e Recreio de Vagos- Igreja Matriz de Vagos- Museu do Brincar- Parque Municipal Quinta do Ega- Rio Boco- Salão Paroquial de Vagos- Santuário de Nossa Senhora de Vagos

Associações/instituições:- Agrupamento de Escuteiros de Vagos- Associação Cultural e Recreativa Dunameão- Associação Desportiva de Vagos- Associação Diferentes e Especiais- Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos- Conferência Vicentina Nossa Senhora de Vagos- Confraria Gastronómica As Sainhas- Clube de Natação de Vagos- Clube MINInos- Filarmónica Vaguense- Futebol Clube Vaguense- Grupo de teatro O Fantástico (mordomia da Santa Casa M. Vagos)- Guarda Nacional Republicana – posto de Vagos- Lions Clube de Vagos- Núcleo Empresarial de Vagos- Orfeão de Vagos- Santa Casa da Misericórdia de Vagos- Universidade Sénior de Vagos

Ensino público:- Agrupamento de Escolas de Vagos (no qual se inclui EB1 de Vagos, JF Vagos, Secundária e Escola Dr. João Rocha Pai)- Santa Casa da Misericórdia (jardim-de-infância)

Atividade económica:- Serviços, comércio e indústria- Agricultura- Cerâmica/porcelana