especializaÇÃo em gestÃo em auditoria, perÍcia e...
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AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÀO DO VALE DO
JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
ELDERSON LUCIANO MEZZOMO
ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO
NOVO PROGRESSO/2013
AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÀO DO VALE DO
JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS
ELDERSON LUCIANO MEZZOMO
ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO
"Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Gestão em Auditoria, Perícia e Licenciamento Ambiental."
NOVO PROGRESSO/2013
DEDICATÓRIA Esta pesquisa é dedicada a todos que contribuíram para o avanço deste trabalho e, principalmente, àqueles que fomentam o debate sobre as questões ambientais.
AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os familiares e amigos que contribuíram de uma forma ou de outra, para a realização desta pesquisa.
“Entre dois males, escolha sempre o que você ainda não experimentou.”
RESUMO
A Administração Ambiental nas Empresas refere-se a uma nova forma de
lidar com questões ambientais relativas às demandas atuais. O objetivo geral da
pesquisa foi demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e
quais as principais ferramentas de gestão. Metodologicamente trata-se de uma
pesquisa bibliográfica elaborada a partir de material publicado, constituído de livros,
artigos de periódicos, teses e outros, inclusive com material disponibilizado na
internet. Neste ínterim está incluída a fundamentação teórica concernente à
Administração Ambiental (História da Administração Ambiental, Objetivos e
Finalidades da Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da Administração
Ambiental) e Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância
(Norma NBR ISO 14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos Básicos,
Avaliação Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental, Planejamento
do Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental).
Na análise principal da pesquisa aborda-se o Sistema de Gestão Ambiental,
o Marketing Verde, A Logística Reversa e por fim o Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável.
Palavras chave: administração, meio ambiente, ferramentas.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
REVISÃO DA LITERATURA 11
1.1 Administração Ambiental 11
1.1.1 História da Administração Ambiental 11
1.1.2 Objetivos e Finalidades da Administração Ambiental 12
1.1.3 Fundamentos Básicos da Administração Ambiental 13
1.2 Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância 15
1.2.1 NBR ISO 14.001 15
1.2.2 Finalidades Básicas 15
1.2.3 Princípios e Elementos Básicos 16
1.2.4 Avaliação Ambiental Inicial 17
1.2.5 Comprometimento e Política Ambiental 18
1.2.2.6 Planejamento do Processo 19
1.2.7 Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental 20
CAPÍTULO II
METODOLOGIA 21
2.1 Tipo e Descrição da Pesquisa 21
2.2 População e Amostra 22
2.3 Instrumentos de Pesquisa 22
2.4 Procedimentos 23
CAPÍTULO III
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 24
CAPÍTULO IV
MARKETING VERDE 27
CAPÍTULO V
LOGÍSTICA REVERSA 29
5.1 Coleta Seletiva e Reciclagem 30
5.2 Resíduos Industriais 31
5.3 Classificação dos Resíduos 33
CAPÍTULO VI
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 36
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA 45
07
INTRODUÇÃO
A Administração Ambiental nas Empresas refere-se a uma nova forma de
lidar com questões ambientais relativas às demandas atuais. Por administração
ambiental empresarial entende-se “as diferentes atividades administrativas e
operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais
decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro.” (BARBIERI,
2004, p. 137). Por ser um tema altamente proeminente nesta época (administração
ambiental ecologicamente correta), seu estudo torna-se relevante e necessário.
JUSTIFICATIVA
Em diversas áreas do mundo empresarial a questão ambiental é assunto de
destaque, pois está envolvido, seja no fornecimento de matérias primas, nos
processos de produção e, inclusive, na comercialização e consumo.
A escassez cada vez maior dos recursos naturais leva as empresas a
aperfeiçoar sua utilização, evitando desperdícios e a degradação desnecessária e
buscando o reaproveitamento (reciclagem ou logística reversa). Com esse novo
prisma, as empresas modificaram sua visão assimilando o conceito de preservação
e sustentabilidade ambiental, incorporando assim, uma gestão voltada para o meio
ambiente.
Outro fator relevante é a legislação e normas ambientais, as quais as
empresas se submetem com a finalidade de evitar prejuízos (punições) e
aumentarem a qualidade. As leis ambientais abrangem todo o processo empresarial,
desde a implantação do negócio, matéria primas, industrialização, descarte e
comercialização, não sendo, portanto, irrelevantes e nem podendo ser
desconsideradas.
Além de adequar-se às normas ambientais para evitarem punições, as
empresas visam atender aos consumidores cada vez mais exigentes quanto à
questão ambiental. Nesse sentido, torna-se muito lucrativo agradar consumidores
ecologicamente corretos, ou seja, produzindo produtos e serviços que não
deteriorem ou não degradem (ou minimizem a degradação) o meio ambiente,
ajustando-se às novas expectativas do mercado ao que é ecologicamente correto,
evitando ou diminuindo impactos ambientais.
PROBLEMATIZAÇÃO
A principal questão a ser abordada é qual a importância e quais ferramentas
podem ser utilizadas eficientemente para a administração ambiental das empresas.
A necessidade de maior eficiência quanto à gestão ambiental das empresas
se dá em decorrência da exigência de consumidores para evitar a degradação do
ambiente ou minimizá-la, produzindo produtos e serviços ecologicamente corretos,
com pouco ou nenhum impacto ao meio ambiente.
HIPÓTESES
Vislumbram-se três hipóteses a serem comprovadas:
- que a administração ambiental é importante para as empresas;
- que há normas ambientais a serem seguidas;
- que o processo de gestão ambiental pode ser melhorado nas empresas;
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral da pesquisa é demonstrar a importância da administração
ambiental das empresas e quais as principais ferramentas de gestão.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Para demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e
quais suas principais ferramentas de gestão requer-se:
- investigar o processo de gestão ambiental das empresas;
- analisar a norma ambiental série NBR ISO 14.000;
09
- mostrar as principais ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas no
intuito de se tornarem ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental NBR
ISO 14.000.
ESTRUTURA DA PESQUISA
A pesquisa está estruturada em seis capítulos que compreendem: 1-revisão
da literatura (Administração Ambiental [História da Administração Ambiental,
Objetivos e Finalidades da Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da
Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas Empresas [Necessidade e
Importância Norma NBR ISO 14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos
Básicos, Avaliação Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental,
Planejamento do Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental]), 2-
metodologia, 3-sistema de gestão ambiental, 4-logística reversa, 5-marketing verde,
6-meio ambiente e desenvolvimento sustentável .
10
CAPÍTULO I
REVISÃO DA LITERATURA
Fundamentalmente o referencial teórico está ancorado no conceito acerca
da gestão ambiental (definição, história, objetivo e finalidades) e na norma ambiental
série ISO 14.000. Inclui também as principais ferramentas de gestão como: o SGA
(Sistema de Gestão Ambiental), Logística Reversa e conceitos de sustentabilidade.
1.1 ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
A abrangência do termo “gestão ambiental” ou “administração ambiental” é
grande. Geralmente utiliza-se para designar ações ambientais em determinados
lugares (por exemplo: gestão ambiental de bacias hidrográficas). Para BARBIERI,
Entende-se por gestão ambiental empresarial as diferentes atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro. (2004, p.137).
Para outros autores, a administração ambiental é o principal instrumento
para a obtenção de um desenvolvimento industrial sustentável podendo ser
aplicadas a empresas de qualquer tamanho e setor. A administração ambiental “é a
expressão utilizada para se denominar a gestão empresarial que se orienta para
evitar, na medida do possível, problemas para o meio ambiente.” (DIAS, ZAVAGLIA
E CASSAR, 2003, p. 238).
Portanto, a administração ambiental empresarial originalmente está voltada
para organizações, isto é, companhias, corporações, instituições ou empresas,
podendo ser definida como um conjunto de políticas, programas e práticas
administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e segurança das
pessoas e a proteção do meio ambiente por meio da eliminação ou minimização de
impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implementação,
ampliação, operação, realocação ou desativação de empreendimentos, incluindo-se
todas as etapas do ciclo de vida de um produto.
1.1.1 HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
Com a industrialização do Brasil (anos 60) surgiu uma série de problemas
em decorrência do êxodo rural e consequente aumento da população urbana,
causando intensificação dos impactos ambientais nessas áreas.
No Brasil a criação da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) se deu em 30
de outubro de 1973. Ainda em 1973 fora criada a Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (CETESB) e o Conselho Estadual de Proteção Ambiental
(CEPRAM) na Bahia. Em seguida foram criados vários órgãos ambientais com
objetivo de controlar o Meio Ambiente, especialmente verificando a atuação da
poluição industrial. (DIAS, ZAVAGLIA E CASSAR, 2003, p. 240).
Na Segunda Conferencia Mundial da Indústria sobre Gestão do Meio
Ambiente (em abril de 1991), várias empresas assinaram a Carta Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável, que trazia a seguinte abordagem:
-A empresa ter como prioridade a gestão ambiental. Estabelecer políticas, programas e procedimentos para conduzir suas atividades de forma segura para o meio ambiente.
-Fazer com que essas políticas, programas e procedimentos, sejam integrados dentro de cada empresa.
-O aperfeiçoamento contínuo das políticas, seus programas e o desempenho ambiental, levando em consideração dos desenvolvimentos técnicos, o conhecimento científico, os requisitos dos consumidores.
-Formar, treinar e motivar o pessoal para desempenhar suas atividades de maneira responsável em face do ambiente.
- Antes de iniciar nova atividade ou projeto e antes de desativar uma instalação ou abandoná-la avaliar os danos ambientais causados.
-Produzir produtos e/ou serviços que não causem impactos indevidos sobre o meio ambiente, que possam ser reciclados e reutilizados.
-Desenvolver, projetar e operar instalações, tendo em conta a eficiência no consumo de energia e dos materiais, a utilização sustentável dos recursos renováveis, a minimização dos impactos ambientais adversos e da produção de resíduos e o tratamento ou a disposição final desses resíduos de forma segura e responsável.
-Realizar e/ou patrocinar pesquisas sobre danos ao meio ambiente, causados pela exploração da matéria prima, sobre os processos, emissões e dos resíduos associados às atividade da empresa e sobre os meios de minimizar tais impactos sobre o mesmo, entre outros (VALLE, 2002, p.152-153).
1.1.2 OBJETIVOS E FINALIDADES DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
A administração ambiental é uma busca constante pela qualidade ambiental,
ou seja, um processo de aprimoramento constante do sistema de gestão de forma
12
global e de acordo com a política ambiental estabelecida pela empresa. Nesse
sentido,
Os objetivos estratégicos são extraídos do plano estratégico com o intuito de preservar o foco estratégico preferido para os negócios da organização e dizem respeito aos objetivos centrais ou corporativos (TACHIZAWA, 2002, p. 126).
Portanto, esses objetivos visam buscar permanentemente a melhoria da
qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer
empresa pública ou privada. A norma NBR ISO 14.001, traz os seguintes objetivos
da gestão ambiental:
-Implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental; -Assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida; -Demostrar tal conformidade a terceiros; -Buscar certificação/registro do seu sistema de gestão ambiental por uma organização externa; -Realizar uma auto avaliação e emitir auto declaração de conformidade com esta Norma.
Através da administração ambiental, além dos objetivos destacados pela
norma NBR ISO 14.001, pode-se complementar, na prática, com outras finalidades:
Planejar, proteger e desenvolver suas atividades levando em consideração todas as implicações ambientais. Considerar a bacia hidrográfica como uma unidade de gestão ambiental. Gerir as tarefas da empresa no que diz respeito a políticas, diretrizes e programas relacionados ao meio ambiente e externo da companhia. Considerar a conservação da energia dependente da conservação dos recursos naturais. Assegurar a participação dos indivíduos, grupos e organizações afetos pelo empreendimento, já nas fases de estudo e projetos da atividade que será exercida e na implementação de programas ambientais. Manter, em geral, em conjunto com área de segurança do trabalho, a saúde dos trabalhadores. Produzir com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os trabalhadores, produtos ou serviços ambientalmente compatíveis. Colaborar com setores econômicos, a comunidade e com os órgãos ambientais para que sejam desenvolvidos e adotados processos produtivos que evitem ou minimizem agressões ao meio ambiente. Integrar a qualidade ambiental à qualidade total (TACHIZAWA, 2002, p. 128).
1.1.3 FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL
A prática da gestão ambiental para alguns pode ser simplesmente para
perpassar procedimentos obrigatórios da legislação ambiental. Na verdade, os
fatores fundamentais predominantes podem variar de uma empresa para outra. Um
dos fundamentos da administração ambiental é fazer com que a empresa e sua
13
imagem sejam reconhecidas por todos como uma empresa conscientemente
responsável (ambientalmente) até que isso represente a conscientização de todo o
pessoal da organização através da fixação de políticas ambientais. Portanto a
adoção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e a busca de procedimentos
ambientalmente corretos encontram inúmeras razões que os justificam. (WEBER,
1999, p. 01).
Uma das razões é o fato de os recursos naturais (matérias primas) serem
finitos e cada vez mais caros e escassos, sendo grandemente afetados pelos
processos de utilização, exaustão e degradação decorrentes de atividades
empresariais (públicas ou privadas), e por isso mesmo, cada vez mais protegidos
legalmente. (WEBER, 1999, p. 01).
Exemplo desse quadro é a água, um recurso natural (não mais grátis) sobre
o qual se paga cada vez mais. Indústrias de alta tecnologia também necessitam de
ambientes com relativa pureza atmosférica e, inclusive, residências em bairros com
menor poluição é bem mais valorizado.
O crescimento da população global e a concentração em grandes centros
urbanos (principalmente em países menos desenvolvidos) tem proporcionado uma
maior degradação do meio ambiente. A consequência dessa forte pressão sobre o
meio ambiente é o desenvolvimento de uma legislação ambiental cada vez mais
exigente, levando todos a um aumento na preocupação com o mesmo (inclusive
empresas). (SILVA, 2007, p. 22).
A responsabilidade ambiental exigida das empresas é crescente, tanto em
recompensas às menos poluidoras quanto às punições das mais degradantes.
Financiadoras, bancos e seguradoras dão incentivo a empresas ambientalmente
sadias e cobram taxas financeiras e valores de apólices maiores d empresas
poluidoras. A sociedade em geral está mais exigente quanto às práticas e produtos
que geram danos ambientais, ocupando assim, a administração ambiental, lugar
cada vez mais destacado, tanto em países industrializados quanto em países em
desenvolvimento (SILVA, 2007, p. 22).
A demanda por produtos ambientalmente compatíveis, ou seja, produzidos
ou cultivados com o mínimo impacto e/ou degradação ambiental possível vem
crescendo mundialmente. Exemplo disso é a exigência cada vez mais frequente de
selos e certificados ambientais tais como a NBR ISO 14.000 (que trata do Sistema
14
de Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental) e os chamados “selos verdes”,
conforme rotulagem ambiental. Esta tendência já afeta o mercado mundial
envolvendo tratados internacionais, tarifas alfandegárias e outros quesitos, cuja
tendência é ser ampliado cada vez mais.
1.2 ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS: NECESSIDADE E
IMPORTÂNCIA
Todos os impactos sobre o meio ambiente e sobre a saúde humana
decorrentes dos processos de produção (obtenção de matéria prima, transporte e
transformação), comercialização (distribuição, venda, uso dos produtos e assistência
técnica) e a destinação final dos produtos (descarte) podem ser considerados como
danos e efeitos ambientais.
Nesse sentido, a empresa é a única responsável pela adoção de um
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e, consequentemente, por uma política
ambiental. Após a adoção, cumprimento e conformidade de sua política ambiental
através do SGA, a empresa passa a ser avaliada concernente aos próprios
mecanismos administrativos, sob pena de cair em descrédito caso não seja rigorosa
na prática dos mesmos quanto às questões ambientais. (DONAIRE, 2003, p. 43).
1.2.1 NBR ISO 14.001
A NBR ISO 14.001 foi criada em 1993 em vistas a fornecer assistência para
as organizações na implantação e aprimoramento do Sistema de Gestão Ambiental
(SGA). Ela pode ser dividida em dois blocos: um relativo ao processo e o outro à
organização. A família das normas NBR ISO 14.000 trazem todos os requisitos para
a implantação do SGA e pode ser aplicada a qualquer economia: fabril ou
prestadora de serviços. Com a adequação à norma referida, o produto recebe o selo
verde atestando que ele não causa impactos negativos ao meio ambiente. (SILVA,
2007, p. 24).
1.2.2 FINALIDADES BÁSICAS
15
A família NBR ISO 14.000 traz como finalidades básicas da Administração
Ambiental servir de instrumento de gestão e assegurar a economia e o uso racional
de matérias-primas e insumos da empresa, bem como destacar a sua
responsabilidade ambiental:
-orientar consumidores quanto à compatibilidade ambiental dos processos produtivos e dos seus produtos ou serviços;
-subsidiar campanhas institucionais da empresa com destaque para a conservação e a preservação da natureza;
-servir de material informativo a acionistas, fornecedores e consumidores para demonstrar o desempenho empresarial na área ambiental;
-orientar novos investimentos privilegiando setores com oportunidades em áreas correlatas;
-subsidiar procedimentos para a obtenção da certificação ambiental nos moldes da série de normas ISO 14.000;
-subsidiar a obtenção da rotulagem ambiental de produtos.
Em consonância com o conjunto e atividades afins, devem estar também os
objetivos e as finalidades de uma administração ambiental. Portanto, as finalidades
ambientais não podem ser abordadas separadamente aos outros objetivos da
empresa, e sim, estar inclusa na responsabilidade econômica e social.
1.2.3 PRINCÍPIOS E ELEMENTOS BÁSICOS
No contexto empresarial a administração ambiental é considerada de grande
importância, inclusive, do ponto de vista estratégico. Para que a administração
ambiental possa efetivamente ser implantada é necessário o comprometimento da
alta administração, ou seja, está proporcionalmente ligada ao grau de sensibilidade
às questões ambientais da diretoria (SILVA, 2007, p. 25).
Independente do nível de implantação em que se encontra o Sistema de
Gestão Ambiental (SGA) da empresa (já praticando ou ainda em fase de definição
de diretrizes e políticas para iniciarem o gerenciamento ambiental) e se estão muito
ou pouco vinculado às questões ambientais, as empresas devem levar em conta os
princípios e elementos de um SGA, bem como as principais tarefas e atribuições que
elementarmente são exigidas para que se possa realizar a tarefa com sucesso.
A norma NBR ISO 14.004 traz os seguintes elementos e princípios:
Comprometimento e política – é recomendado que uma organização defina sua política ambiental e assegure o comprometimento com seu SGA.
16
Planejamento – é recomendado que uma organização formule um plano para cumprir sua política ambiental. Implementação – para uma efetiva implementação, é recomendado que uma organização desenvolva a capacitação e os mecanismos de apoio necessários para atender sua política, seus objetivos e metas ambientais. Medição e avaliação – é recomendado que uma organização mensure, monitore e avalie seu desempenho ambiental. Análise crítica e melhoria – é recomendado que uma organização analise criticamente e aperfeiçoe continuamente seu sistema de gestão ambiental, com o objetivo de aprimorar seu desempenho ambiental global.
1.2.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL INICIAL
Inicialmente, para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental é
necessário uma avaliação (diagnóstico). O diagnóstico da situação ambiental da
empresa (avaliação inicial) poderá ser feito utilizando-se recursos humanos internos
(da própria empresa) ou externos (empresas especializadas e consultoria ambiental)
(SILVA, 2007, p. 26).
As empresas geralmente possuem uma série de problemas e
desconformidades ambientais, particularmente as mais poluentes, tais como: fontes
poluidoras, destino de resíduos e descumprimento da legislação ambiental. Esses
problemas são mal percebidos hodiernamente, exigindo-se, para isso, uma analise
inicial específica. Dentre os principais fatores que levam a essa situação, destacam-
se: falta de conscientização ecológica dos dirigentes, forma tradicional de produção
(sem levar em conta a questão ambiental e novas tecnologias), redução de
despesas em detrimento ao meio ambiente e falta de monitoramento/fiscalização
dos órgãos ambientais. (SILVA, 2007, p. 27).
A avaliação ambiental inicial fornece um retrato da empresa com seu perfil,
estado e desempenho ambiental. A avaliação contribui na aquisição de experiência
na identificação e análise de problemas ambientais, na identificação dos pontos
fortes e fragilidades, torna mais eficiente o uso de matérias primas e insumos, além
de subsidiar (fornecendo elementos) a fixação da política ambiental da empresa.
Dependendo da atividade ou da empresa a ser avaliada, são utilizadas
várias técnicas para a avaliação ambiental inicial, sendo que as mais comuns
sugeridas pela NBR ISO 14.000 são:
- aplicação de questionários previamente desenvolvidos para fins específicos;
- realização de entrevistas dirigidas, com o devido registro dos resultados obtidos;
- utilização de listas de verificação pertinentes às características da organização. Estas se mostram muito apropriadas para analisar atividades,
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linhas de produção ou unidades fabris semelhantes, permitindo comparações;
- inspeções e medições diretas em casos específicos, como por exemplo: emissões atmosféricas, quantidade e qualidade de despejos;
- avaliação de registros de ocorrências ambientais, como infrações, multas, entre outros;
- benchmarking, ou seja, técnica de estudo das melhores práticas, sejam elas de setores da própria organização ou de terceiros, permitindo adotá-las ou aprimorá-las.
Sobre a identificação dos requisitos legais e regulamentares, a NBR ISO
14.004 traz o seguinte:
- identificação dos aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços, de modo a determinar aqueles que têm ou possam ter impactos ambientais significativos e impliquem em responsabilidade civil. - avaliação do desempenho em relação a critérios internos pertinentes, padrões externos, regulamentos, código de prática, princípios e diretrizes; - práticas e procedimentos de gestão ambiental existente; - identificação de políticas e procedimentos existentes relativos as atividade de aquisição e contratação; - informações resultantes da investigação de incidentes anteriores, envolvendo não conformidades; - oportunidades de vantagens competitivas; - os pontos de vista das partes interessadas; - funções ou atividades de outros sistemas organizacionais que possam facilitar ou prejudicar o desempenho ambiental.
1.2.5 COMPROMETIMENTO E POLÍTICA AMBIENTAL
A fixação de princípios de ação, a postura e empresarial e o senso geral de
orientação quanto às questões ambientais formam a política ambiental de uma
empresa. Após a avaliação inicial, deve ser discutida e implementada a política
ambiental na perspectiva de estabelecer os objetivos, ou seja, onde se pretende
chegar (a qual nível). (SILVA, 2007, p. 29).
O objetivo primordial é a obtenção de uma política ambiental e o
comprometimento de toda a organização. Ela deve ser elaborada de forma objetiva
e clara (sem declarações vagas) e, inclusive, disponibilizar uma declaração de
missão concisa, expondo seus propósitos.
Num segundo momento (após elaboração da política ambiental da
organização) requer-se a disseminação em todas as áreas administrativas e
operativas da empresa, em todos os níveis hierárquicos: da alta administração até o
chão de fábrica. Em seguida devem ser escolhidas as áreas óbvias que devem ser
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focalizadas quanto ao cumprimento da legislação e das normas ambientais. (SILVA,
2007, p. 30).
O comprometimento com a política e a conformidade ambiental da empresa
é de suma importância para o sucesso da administração ambiental, pois, conforme a
própria norma NBR ISO 14.000, a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental é
voluntária. Portanto, nenhuma empresa é obrigada a desenvolver um SGA, sendo
que sua implantação é espontânea (salvo em casos exigidos por lei: licenciamento
ambiental, controle de emissões, tratamento de resíduos, etc.).
Os pontos essenciais , segundo a NBR ISO 14.001, é que a alta
administração deve definir a política ambiental da organização e assegurar que ela:
- seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades;
- inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção da poluição;
- inclua o comprometimento com o atendimento à legislação e normas ambientais aplicáveis e demais requisitos subscritos pela organização;
- forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas ambientais;
- seja documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados;
- esteja disponível para o público.
1.2.6 PLANEJAMENTO DO PROCESSO
O planejamento é composto por todas as etapas importantes para a
implementação do Sistema de Gestão Ambiental. Nele devem estar inclusos: o
próprio planejamento; procedimentos de avaliação, controle e melhorias dos
aspectos ambientais; verificação do cumprimento da legislação pertinente, normas;
uso racional de matérias primas e insumos; saúde e segurança dos trabalhadores;
minimização dos danos ambientais, etc. (SILVA, 2007, p. 31).
Expressamente o entendimento da NBR ISO 14.004 é o de causa e efeito,
ou seja, os aspectos ambientais estão diretamente relacionados aos impactos
(danos) ambientais. Ela traz os seguintes itens que devem ser relacionados à
elaboração do planejamento:
- projetos prioritários;
- modificações de processos;
19
- gerenciamento de materiais perigosos;
- gerenciamento de resíduos;
- gerenciamento de água (por exemplo: águas servidas, pluviais e subterrâneas);
- gerenciamento da qualidade do ar;
- gerenciamento da energia;
- transporte.
1.2.7 CICLO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Segue abaixo o Ciclo de Sistema de Gestão Ambiental da NBR ISO 14.001:
20
CAPÍTULO II
METODOLOGIA
Para elaboração desse estudo científico foram utilizados determinados tipos
de pesquisa, instrumentos e análise, de acordo com o público alvo e objetivos,
devidamente definidos. A definição da metodologia utilizada é importante para
caracterizar a pesquisa como científica, pois “se não houver utilização do método
científico, a monografia ou estudo não será considerado científico.” (ACEVEDO;
NOHARA, 2004, p. 50).
A pesquisa será documental e bibliográfica, visando examinar os conceitos
relativos ao tema e seus desdobramentos na literatura concernente à mesma. A
fonte de pesquisa serão livros publicados e, principalmente, documentos e literatura
em formato digital, acessados via internet em sites de instituições conceituadas e
sites governamentais (teses, dissertações, legislação e livros digitalizados). A
pesquisa bibliográfica é uma base imprescindível, pois “constitui uma preciosa fonte
de informações, com dados já organizados e analisados como informações e ideias
prontas.” (SANTOS, 2002, p.29).
2.1 TIPO E DESCRIÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa é tipificada segundo três critérios: por meio de seus objetivos,
fontes e procedimentos. (RYTHOWEM; OLIVEIRA; SOARES FILHO, 2006, p. 33).
Visando atender ao objetivo geral de demonstrar a importância da
administração ambiental nas empresas e quais as principais ferramentas de gestão,
juntamente com seus objetivos secundários: a investigação do processo de gestão
ambiental das empresas, a análise da norma ambiental série NBR ISO 14.000 e
mostrar as principais ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas no
intuito de se tornarem ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental NBR
ISO 14.000, opta-se pela pesquisa exploratória (objetivando proporcionar maior
familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito) e descritivo-analítica
(RYTHOWEM; OLIVEIRA; SOARES FILHO, 2006, p. 34).
Quanto às fontes e procedimentos, esta pesquisa é bibliográfica. A pesquisa
bibliográfica é elaborada a partir de material publicado, constituído de livros, artigos
de periódicos, teses e outros, inclusive com material disponibilizado na internet.
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído, principalmente de livros e artigos científicos.
Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente, a partir de fontes bibliográficas (GIL, 2007, p. 65).
Neste ínterim está incluída a fundamentação teórica concernente à
Administração Ambiental (História da Administração Ambiental, Objetivos e
Finalidades da Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da Administração
Ambiental) e Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância
(Norma NBR ISO 14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos Básicos,
Avaliação Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental, Planejamento
do Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental). Na análise principal da
pesquisa aborda-se o Sistema de Gestão Ambiental, o Marketing Verde, A Logística
Reversa e por fim o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Pode-se afirmar ainda que quanto à natureza ela é uma pesquisa aplicada,
pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de
problemas específicos, envolvendo verdades e interesses específicos e possui
aspectos qualitativos (análise).
2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Conforme BRAGA, "população é o conjunto de interesse para o problema
que se quer estudar. Os objetos que a constituem tem pelo menos um atributo em
comum; amostra é um subconjunto finito representativo de uma população." (2010,
p. 32).
A população pesquisada corresponde à literatura como um todo, ou seja, a
bibliografia concernente ao assunto. Como amostra desta pesquisa foi considerada
a publicação específica, incluindo a legislação e as normas.
2.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
22
Os instrumentos utilizados na pesquisa são compostos por visitas às
bibliotecas e publicações virtuais por meio da internet e utilização do software
Microsoft Word (versão 2010) para formatação da apresentação escrita.
As visitas às bibliotecas virtuais, bem como artigos e outras publicações
científicas se deram no decorrer da pesquisa (nas datas referidas na bibliografia) por
dois motivos principais: devido à ausência no município de biblioteca física com
acervo literário sobre o tema e pela facilidade e amplitude de acesso à vasta
literatura sobre o assunto online, ou seja, acesso a livros, artigos, teses,
dissertações, monografias, etc.
Outro instrumento muito utilizado na elaboração da pesquisa foi o software
Microsoft Word. O Microsoft Word facilitou a apresentação gráfica (impresso) de toda
a pesquisa, inclusive sua formatação final conforme normas da ABNT (Associação
Brasileira de Normas e Técnicas).
2.4 PROCEDIMENTOS
Os procedimentos da pesquisa se deram em dois momentos: coleta de
dados e análise.
A coleta de dados constitui-se a pesquisa bibliográfica. A pesquisa
bibliográfica permeou todo o processo de elaboração da pesquisa, desde a
fundamentação teórica, metodologia, até a análise. Através desta pesquisa obteve-
se êxito em abordar as principais questões referentes à administração ambiental,
legislação e normas.
A análise dos dados visou demonstrar a importância da administração
ambiental nas empresas e quais as principais ferramentas de gestão, inclusive a
conformação à norma ambiental série NBR ISO 14.000 pelas empresas no intuito de
se tornarem ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental.
23
CAPÍTULO III
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) implantado em uma empresa de
acordo com os requisitos da norma técnica NBR ISO 14.001 constitui-se em um
conjunto inter-relacionado de políticas, objetivos, prática e procedimentos
organizacionais, técnicos e administrativos de uma organização que visa um melhor
desempenho ambiental. A administração ambiental configura-se por uma série de
etapas como: identificar características e impactos ambientais, priorizá-los, monitorá-
los e controlá-los sistemicamente. Inclui também a avaliação da aplicabilidade e
conformidade dos aspectos ambientais verificados à legislação, sendo este um dos
fatores mais relevantes ao sucesso de um SGA .
Para que o Sistema de Gestão Ambiental em uma empresa seja
institucionalizado e funcional são necessários a observação de alguns princípios e
condições, ou seja, percorrer algumas etapas para sua implementação. As etapas
do SGA contém a elaboração da política ambiental da empresa, planejamento,
estabelecimento de objetivos e metas, definição de regras e responsabilidades e sua
comunicação a todos, a capacitação dos colaboradores, canais de comunicação
interna, uma descrição dos elementos fundamentais do SGA, sistema de
procedimentos para atender situações emergenciais, monitoramento e controle
frequentes, a determinação de conformidade com a legislação e por fim um
processo contínuo de adaptação e melhoria, em vistas a aumentar sua adequação e
eficácia (SILVA, 2007, p. 33).
O primeiro passo na direção da implantação de um Sistema de Gestão
Ambiental é a formulação da Política Ambiental da Empresa, ou seja, definir qual
sua posição frente à questão ambiental. A Política Ambiental da empresa é,
portanto, uma espécie de compromisso da organização com as questões ambientais
no sentido de uma relação de melhoria constante.
Para uma eficiência e obtenção de um resultado satisfatório na implantação
de um Sistema de Gestão Ambiental, um dos principais fatores é a elaboração de
um bom planejamento. No planejamento deve constar, inicialmente, a identificação
dos aspectos ambientais (ruídos, resíduos, água, etc.) e a avaliação do impacto de
cada um. Nesse sentido a empresa deve estabelecer e manter procedimentos de
verificação dos aspectos ambientais sob seu controle, no intuito de garantir a devida
consideração dos mesmos na elaboração de sua política ambiental (SILVA, 2007, p.
33).
O estabelecimento de metas e objetivos deve se dar em consonância com
os requisitos legais relativos em todos os aspectos verificados, o que proporcionará
maior clareza e facilitará a escolha da estratégia adotada para a consecução dos
mesmos. A principal característica dos objetivos definidos deve ser sua relevância
para a empresa. A definição do responsável para atingir cada meta (em todos os
níveis hierárquicos), quais os meios disponibilizados e o prazo são requisitos
imprescindíveis ao sucesso do Sistema de Gestão Ambiental (SILVA, 2007, p. 34).
Após a definição da política ambiental, planejamento e definição de metas e
objetivos, a implementação deve ser precedida da elaboração de regras claras,
definição de responsabilidades e bem documentada (e comunicada a todos). A
gestão ambiental deve incluir o provimento dos meios, isto é, os recursos humanos,
tecnológicos e financeiros para a implementação e controle de todo o processo
administrativo. Todo o processo deve estar bem documentado e registrado pelo
gestor de acordo com a norma vigente, e acessível a todos (SILVA, 2007, p. 35).
Sabendo-se o que e como fazer, o próximo passo é a capacitação dos
colaborados, ou seja, a conscientização e treinamento para incorporar e atender as
exigências ambientais. Os principais temas abordados devem ser: a importância da
Política Ambiental e do Sistema de Gestão Ambiental, a relevância do impacto
ambiental de suas atividades, da responsabilidade em implementar o SGA e as
consequências (resultados) em exercer sua prática em conformidade às normas
ambientais. O estabelecimento e a manutenção de procedimentos para
comunicação interna entre os vários níveis hierárquicos e, inclusive, a comunicação
externa (receber e responder), também deve ser efetuada. Os elementos base do
Sistema de Gestão Ambiental devem ser mantidos pela empresa de forma acessível
e organizados, com todos os documentos exigidos pela norma (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR: ISO 14.004, 2004, p.14).
Outro procedimento que deve estar bem estabelecido é o referente a ações
que buscam atender a situações emergenciais, no intuito de minimizar os danos
ambientais.
O planejamento e implementação do Sistema de Gestão Ambiental inclui
aas etapas de planejamento, execução, operação e avaliação dos resultados
25
alcançados. Este último deve ser desenvolvido para que haja verdadeira verificação
e monitoramento com objetivo de investigar problemas, corrigi-los e aumentar a
eficiência do SGA (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR: ISO
14.004, 2004, p.15).
A aferição das características chaves dos processos que tenham impacto
sobre o meio ambiente deve ser bem definida. Essas aferições, auditorias e demais
atividades da administração ambiental precisam estar devidamente registradas e
acessíveis, inclusive as ações preventivas e corretivas. Também devem ser
estabelecidos e mantidos os procedimentos e planos que objetivem garantir
auditorias periódicas para determinar a conformidade aos padrões normativos do
Sistema de Gestão Ambiental (SILVA, 2007, p. 36).
O Sistema de Gestão Ambiental deve ser revisto com determinada
frequência pela própria direção, avaliando sua eficácia e adequação, devidamente
documentado. Esse processo contínuo de revisão deve propiciar a possibilidade de
alteração da Política Ambiental, bem como dos objetivos e procedimentos
estabelecidos, buscando adequar-se às expectativas externas, legislação e novas
alterações organizativas, em forma de melhorias contínuas (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR: ISO 14.004, 2004, p.16).
Executadas todas as etapas (que precisam ser repetidas indefinidamente)
da implementação do Sistema de Gestão Ambiental, a empresa poderá se submeter
a uma auditoria ambiental externa e proceder à respectiva certificação de seu SGA.
26
CAPÍTULO IV
MARKETING VERDE
Surgido nos anos setenta por ocasião da realização de um Workshop da
AMA (American Marketing Association), o termo Marketing Verde (marketing
ecológico ou ambiental) teve a intenção de discutir a influência do marketing sobre o
meio ambiente. A definição dada pela AMA de Marketing Verde foi conceituada
como “o estudo dos aspectos positivos e negativos das atividades de marketing em
relação à poluição, ao esgotamento de energia e ao esgotamento dos recursos não
renováveis.” (TEIXEIRA, 2008, p. 01). Outra definição diz que o Marketing Verde é
um “movimento das empresas para criarem e colocarem no mercado produtos
responsáveis com relação ao meio ambiente.” (KOTLER, 2000, p. 480).
O Marketing Verde é utilizado por algumas empresas para, antes de
realizarem uma ação que está destinada em seu planejamento, verificar os
resultados potenciais, pois o Marketing Verde fará estudos baseado em dados reais
que detectarão ameaças, fraquezas e oportunidades.
As abordagens seguidas pelas empresas podem ser adotadas, de acordo
com a atuação de cada uma delas frente a questões ambientais, como: controle de
poluição, prevenção da poluição e a incorporação dessas abordagens na estratégia
empresarial. (BARBIERI, 2004, p. 56).
A seguir o quadro do paradigma cartesiano versus paradigma da
sustentabilidade:
Cartesiano Sustentável
Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico
Orgânico, holístico, participativo
Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados
Preceitos éticos desconectados das práticas cotidianas
Ética integrada ao cotidiano
Separação entre o objetivo e o subjetivo
Interação entre o objetivo e o subjetivo
Seres humanos e ecossistemas separados, em uma relação de dominação
Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, em uma relação de sinergia
Conhecimento compartilhamentado e empírico
Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo
Relação linear de causa e efeito Relação não linear de causa e efeito
Natureza entendida como descontínua, o todo formado pela soma das partes
Natureza entendida como um conjunto de sistemas inter-relacionados, o todo maior que a soma das partes
Bem estar avaliado por relação de poder (dinheiro, influência, recursos)
Bem estar avaliado pela qualidade das inter-relações entre os sistemas ambientais e sociais
Ênfase na quantidade (renda per capita)
Ênfase na qualidade (qualidade de vida)
Análise Síntese
Centralização de poder Descentralização de poder
Especialização Transdisciplinaridade
Ênfase na competição Ênfase na cooperação
Pouco ou nenhum limite tecnológico Limite tecnológico definido pela sustentabilidade
Fonte: ALMEIDA (2002, p. 35).
28
CAPÍTULO V
LOGÍSTICA REVERSA
As questões ambientais não podem ser tratadas isoladamente e sim,
consideradas como parte integrante do processo econômico e empresarial. O
fornecimento de matérias primas ao setor produtivo oriundas da floresta utilizadas de
forma desordenada, inclusive de áreas preservadas, tem contribuído negativamente
para o meio ambiente. Uma boa gestão da cadeia de abastecimento deve considerar
a valorização do meio ambiente, desde a obtenção da matéria prima, produção,
transporte dos produtos ou na reutilização (reciclagem) dos produtos já utilizados e
no manejo. (BERTAGLIA, 2003, p. 47).
A definição de Logística Reversa ainda é confusa para alguns, sendo
considerada por alguns administradores como um processo de reciclagem de
embalagens apenas, representando uma fonte de custos quando não planejada
adequadamente. No entanto, a Logística Reversa é uma função complexa que deve
envolver a criação de um canal reverso próprio que seja provedor de matéria prima
secundária, advinda do descarte de produtos já utilizados. (SILVA, 2007, p. 39).
A abordagem que considera a Logística Reversa como uma fonte de custos
apenas baseia-se somente na reciclagem sem o adequado planejamento, o que
pode ser o inverso se utilizada de forma planejada, contribuindo para que os
produtos retornem ao ciclo produtivo, transformando-se em uma fonte de lucro para
a empresa (e em alguns casos o produto reciclado chega a custar menos que a
matéria prima original). (SILVA, 2007, p. 40).
A Logística Reversa é o planejamento, implementação e controle do fluxo de
matérias primas, estoque em processo e produtos acabados, bem como seu fluxo de
informação, do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de
recaptura valor ou realizar descarte adequado. (ROGERS e TIBBEN LEMBKE,
1999, p. 67).
O processo da Logística Reversa é um conjunto de atividades desenvolvidas
pela empresa que consiste em coletar, separar, embalar e expedir itens usados,
danificados ou obsoletos dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento,
revenda ou descarte. (LACERDA, 2002, p. 39).
Entre as vantagens obtidas na implementação da Logística Reversa estão
os menores custos na obtenção de matéria prima, melhora no serviço ao
consumidor e uma maior fidelização na relação de negócios (e tudo isso ao
contribuir para evitar e minimizar danos ao meio ambiente).
Sem dúvida o reaproveitamento da matéria prima através da Logística
Reversa não é um fenômeno novo (pode ser citado, por exemplo, o caso da
reciclagem de vidro praticada há muito tempo), no entanto, tem-se percebido que o
escopo e a escala das atividades de reciclagem e reaproveitamento dos produtos e
embalagens têm aumentado consideravelmente nos últimos anos (LACERDA, 2002,
p. 41).
A preocupação da Logística Reversa é equacionar a multiplicidade de
aspectos logísticos do retorno ao ciclo produtivo dos diferentes tipos de bens
industriais, dos materiais constituintes do mesmo e seus resíduos.
5.1 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM
A Coleta Seletiva (Reciclagem ou Processo Reverso) é o principal fator no
processo reverso permitindo que as embalagens tenham um destino
ambientalmente correto. Conforme levantamento realizado pelo CEMPRE
(Compromisso Empresarial para Reciclagem), cerca de 443 cidades (em 2010)
mantém programa de coleta seletiva, e destas, 55% são contratadas pelo Tetra
Park, inclusive constando embalagens longa vida em sua coleta. (CEMPRE, 2010, p.
02).
A implementação da Coleta Seletiva resulta no desenvolvimento de novas
tecnologias no intuito de reaproveitar os materiais utilizados nas embalagens longa
vida, na doação, ou empréstimo de equipamentos e assessoria às cooperativas de
catadores de lixo reciclável e às empresas que reutilizam material reciclado e, por
fim, na educação ambiental das comunidades. (CEMPRE, 2010, p. 02).
Após o lixo ser separado (seletivamente) pela população, o material é
encaminhado para centros de triagem (que fazem a separação dos diversos
materiais), embalado (enfardamento) e enviado para as empresas recicladoras. Em
30
muitas cidades o centro de triagem é formado por cooperativa, que, em alguns
casos, é responsável não apenas pela triagem, mas também pela coleta.
Mesmo o principal objetivo da logística reversa sendo minimizar o impacto
ambiental, ela acaba gerando receita para as empresas (ao fornecer matéria prima a
um preço mais baixo) e funcionando como agente de transformação social através
do centro de reciclagem (com a criação de novos postos de trabalho e renda).
Os produtos oriundos do processo de reciclagem são vários, dentre eles
destacam-se: a produção de papel, caixas de papelão, bandejas, cestos, telhas,
móveis, compensado, etc.
As fibras de celulose, por exemplo, são separadas do plástico e alumínio
através da adição de água e produtos químicos, que, depois de lavadas e
purificadas, são utilizadas para confecção de papel gráfico, papel higiênico, papel
toalha, caixas de papelão, bandejas para ovos, palmilhas para sapatos, etc.
Já o plástico é processado por meio de secagem, trituração, extrusão e
injeção. Destinado às fábricas de processamento de plásticos, o material é utilizado
para produzirem-se as mais variadas peças plásticas: cestos de lixo, cabides,
vassouras, cabos de pá, coletores, réguas, etc.
O caso do alumínio (misturado com plástico) após seu trituramento e
prensagem quente, é muito utilizado na construção civil e indústria moveleira.
Formando uma chapa semelhante ao compensado de madeira, o alumínio misturado
ao plástico tem grande aplicação, transformando-se em muitos produtos: divisória,
móveis, peças decorativas, telhas, encostos, painéis, etc. No caso específico das
telhas, destaca-se o fato que o produto é homogêneo, mais resistente (que as telhas
de fibrocimento), mais impermeável e com maior conforto térmico, além disso,
chegam a custar 30% menos. (CEMPRE, 2010, p. 02).
5.2 RESÍDUOS INDUSTRIAIS
Resíduo é considerado como sendo o resultado de diversas atividades
humanas, que podem ser de origem: industrial, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços, domésticas ou de limpeza pública. Os resíduos são encontrados nas
formas sólidas, líquidas ou gasosas.
31
Cronologicamente pode-se afirmar que as ênfases em questões ambientais
recaíram sobre a água na década de 70, o ar na década de 80 e os resíduos sólidos
na década de 90. Esse fato ocorreu tanto no Brasil como também nos Estados
Unidos, onde a EPA (Agência de Proteção Ambiental) instaurou o “Superfund”
(Federal Register nº 40) que é uma legislação específica com objetivo de recuperar
os grandes lixões de resíduos sólidos espalhados nos EUA. (CAVALCANTI, 1998, p.
18).
Atualmente a sociedade é considerada como a “sociedade do lixo”, pois está
totalmente cercada por ele. Num período de 20 anos, o lixo cresceu mais que a
própria população. Entre 1970 e 1990 a população mundial cresceu em torno de
18% enquanto a quantidade de lixo aumentou 25%, ou seja, a produção de resíduos
sólidos aumentou desproporcionalmente em relação à população (LERÍPIO, 2013, p.
36).
Na sociedade Norte Americana a grande produção de lixo está relacionada
ao padrão de vida que alimenta o consumismo, incentivando a produção de bens
descartáveis e a difusão de materiais artificiais. Esse estilo de vida está
fundamentado no “american way of life” que associa a qualidade de vida ao
consumo de bens materiais, resultando assim no grande volume de lixo (LERÍPIO,
2013, p. 37).
Já na Europa, a escassez energética e a preocupação quanto ao assunto,
tem favorecido a reciclagem, principalmente no que tange ao seu aproveitamento
térmico. A dificuldade em gerar energia (e seu consumo cada vez maior) tem levado,
por exemplo, as indústrias de alumínio a reaproveitarem 99% dos resíduos de
produção e 88% de reaproveitamento de suas sobras nas indústrias de plástico. De
todos os municípios europeus, 24% dos resíduos são destinados à incineração,
sendo que 16% com reaproveitamento energético (LERÍPIO, 2013, p. 38).
A China, mesmo possuindo um território de dimensões continentais e grande
contingente populacional, traz um tratamento diferente se comparado ao ocidente:
fundamentada em valores culturais onde cada cidadão produtor (de lixo) é o
responsável pelo seu próprio lixo, facilitando assim aplicação de métodos racionais
no tratamento do lixo, tornando-o uma solução ao invés de problema. A maior parte
do lixo (que é orgânica) é reintegrada à cadeia natural da vida em forma de
32
fertilizantes para agricultura, direcionada para a grande rede de compostagem e
biodigestão de resíduos.
5.3 CLASSIFICAÇÕES DOS RESÍDUOS
Os resíduos podem ser classificados quanto às características físicas,
origens e seus riscos potenciais.
Quanto às características físicas os resíduos podem ser classificados como:
secos, molhados, orgânicos e inorgânicos.
- Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.
- Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc.
- Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim.
- Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc. (AMBIENTE BRASIL, 2013, p. 01).
Relativos à origem, os resíduos são classificados em: domiciliar, comercial,
serviços públicos, hospitalar, portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários,
industrial, radioativo, agrícola e entulho.
- Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiénico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos. - Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. - Serviços públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, entre outros, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, entre outros. - Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário. - Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos.
33
Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países. - Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, Iodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento. - Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicas adequados. - Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial. - Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento (AMBIENTE BRASIL, 2013, p. 01).
Publicada em 31 de maio de 2004 a NBR 10.004 da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) traz a classificação dos resísuos sólidos quanto aos
seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública (classe l- perigosos,
classe II- não inertes e classe III- inertes), para que possam ser gerenciados
adequadamente. A Norma NBR 10.004 é imprescindível para a gestão ambiental
das empresas e órgãos fiscalizadores, facilitando a identificação do potencial de
risco dos resíduos e a identificação das melhores alternativas para destinação final
e/ou reciclagem.
- Classe 1 - Resíduos perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. - Classe 2 - Resíduos não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico. - Classe 3 - Resíduos inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações. O quadro 1 mostra a origem, classes e responsável pêlos resíduos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR: ISO 10.004, 2004, p.12).
O processo industrial é caracterizado pela transformação da matéria prima
em produtos que resultarão em subprodutos e resíduos. O Sistema de Gestão
34
Ambiental (SGA) na empresa propiciará, além dos ganhos ambientais, geração de
lucros ao reaproveitar-se, reduzir-se e reciclar matérias primas e resíduos. Muitas
oportunidades podem ser aproveitadas observando-se alternativas para redução de
custos, poupança de energia e recursos naturais e os potenciais recursos ociosos ou
mal aproveitados dispostos no meio ambiente. Outro ganho com o SGA é o bem-
estar da população através do empenho das empresas na manutenção de
condições saudáveis do colaborador como a segurança, treinamento e lazer. E por
fim, a comunidade é beneficiada com a contenção ou eliminação dos níveis de
resíduos tóxicos (decorrentes de seu processo produtivo e do uso ou consumo de
seus produtos) e a elaboração e entrega de produtos ou serviços, de acordo com as
condições de qualidade e segurança desejadas pelos consumidores (SILVA, 2007,
p. 49).
35
CAPÍTULO VII
MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Com objetivo de minimizar impactos ambientais a logística reversa reutiliza
bens e materiais, reintroduzindo-os ao ciclo produtivo. Este processo é utilizado
pelas organizações no intuito de posicionar-se no mercado como ecologicamente
corretas, através do Sistema de Gestão Ambiental e do desenvolvimento
sustentável.
A preocupação com questões ambientais pelas empresas é oriunda da
formação de consciência ambiental por parte das pessoas (consumidores). A
chamada Revolução Ambiental tornou-se um dos mais importantes movimentos
sociais dos últimos anos e, como fruto dessa revolução, está a promoção de
importantes transformações no comportamento da sociedade, inclusive, na sua
organização política e econômica. Após a 2a Guerra Mundial percebeu-se que os
recursos naturais são finitos e que seu uso irracional pode representar o fim da
própria existência humana, fazendo emergir, assim, a questão ambiental. Em
consonância ao surgimento dessa consciência ambiental a ciência e a tecnologia
passaram a ser questionadas diante de alguns episódios catastróficos relacionados
ao meio ambiente. (CUNHA e GUERRA, 2003, p. 73).
Essa sensibilidade ecológica veio se afirmando com a progressiva constatação de três grandes ameaças sofridas pelo meio ambientes, principalmente a partir da década de 70, intensificando-se na década seguinte. A primeira foi a destruição da natureza por catástrofes provocadas pelo homem: a desertificação do Mar de Arai pela retirada da água pela irrigação, as queimadas na Amazónia, comprometendo o equilíbrio climático do planeta A segunda diz respeito à extinção de recursos e formas de vida. O derramamento de petróleo no litoral do Alaska e na região do Golfo Pérsico, durante a guerra de 1991. A terceira ameaça é o comprometimento da qualidade de vida, bem como dos produtos. A poluição atmosférica da Cidade do México, bem como em todo leste europeu, as chuvas ácidas sobre os Estados Unidos e o Canadá, a exploração de um tanque nos depósitos da Union Caribe, em Bhopal (índia), em 1984, espalhando uma nuvem tóxica que matou cerca de 2 mil pessoas e deixou 200 mil feridos e doentes. E em, 1986, a tragédia de Chernobyl, com a explosão de um reator nuclear cuja nuvem radioativa atingiu quase toda Europa (VAZ, 2003, p. 342).
A partir dessa mudança (com a consciência ambiental), as empresas
passaram a repensar seus negócios e valorizar ainda mais suas estratégias
institucionais. Tanto a Gestão Ambiental quanto a Logística Reversa passaram a ser
desenvolvidas em conjunto para aproveitar essa oportunidade e adequar-se à nova
realidade, pois o “avanço do marketing ecológico foi desencadeado pela nova
dimensão que o meio ambiente passou a ocupar, como fator de condicionamento
mercadológico dos negócios.” (VAZ, 2003, p. 341).
Não só a questão social, mas também a variável ambiental foi introduzida na
reflexão estratégica das organizações como um ítem altamente valioso para
evidenciar um diferencial competitivo, ou seja, para causar percepção por parte dos
consumidores (e colaboradores) de que o posicionamento ambiental da empresa é
positivo, fazendo-a sobresssair sobre a concorrência, o que é muito difícil por meio
de outras variáveis mercadológicas.
Mesmo tornando-se um ítem relevante na estratégia da empresa, a questão
ambiental tornou-se mais um artifício para melhorar a imagem da instituição do que
causou melhorias na prática, pois “grandes empresas passaram a incluir a questão
ambiental em sua agenda. Entretanto, assinala que a maioria de nossos problemas
ainda persiste.” (CASTELLS, apud CUNHA e GUERRA, 2003, p. 121). Portanto,
para que haja mudança efetiva neste cenário, é preciso ocorrer uma mudança na
organização social e uma transformação nos meios de produção e de consumo:
Podemos observar nessas últimas décadas um grande crescimento das atividades de produção e consumo e, conseqüentemente um aumento no lançamento de resíduos nos diversos meios receptores (atmosfera, águas superficiais e subterrâneas e solos), cuja capacidade de assimilação é fixa, não levando em conta as mudanças climáticas a longo prazo (BURSZIYN, 1994, p. 13).
Para permitir uma utilização mais racional dos recursos, evitar que a
sociedade e as empresas se vulnerabilizem e econômica e ecologicamente (perante
futuros danos ambientais) é preciso que desde o início, ainda nas fases de
elaboração das políticas de desenvolvimento, se comtemplar a compatibilização dos
interesses econômicos com a proteção do meio ambiente.(BURSZIYN, 1994, p. 17).
Destacam-se alguns aspectos muito positivos relacionados à questão
ambiental tais como: o desenvolvimento de uma imagem corporativa
ambientalmente correta, o compromisso da gerência e dos colaboradorres, a criação
e desenvolvimento de produtos e processos produtivos ecológicos (que economizam
recursos e não provocam riscos ambientais) e o desenvolvimento de tecnologias
pela área de pesquisa e desenvolvimento. (DONAIRE, 1999, p. 93).
37
Para que uma empresa desenvolva um programa ambiental e realize a
Gestão Ambiental, o primeiro passo (que deve ser repetido indefinidamente) é o
processo de avaliação que incluem as seguinte etapas:
Do planejamento e elaboração do projeto; identificação prévia dos impactos; diagnóstico ambiental; identificação dos impactos; previsão e medição dos impactos; interpretação e avaliação dos impactos; e programas de acompanhamento e monitoramento (BURSZIYN, 1994, p. 52).
O momento mais adequado para avaliar o impacto ambiental dos produtos é
durante seu projeto, pois poderá considera-se seus materiais constituintes, bem
como prever a facilidade de desmontagem, separação e identificação dos materiais
visando à reciclagem, ou seja, objetivando reduzir os impactos sobre o meuio
ambiente e facilitar o ciclo reverso. Ao equacionar os custos do produto com a
recapturação de valor correspondente através da logística reversa, estará
agregando valor ecológico ao bem (LEITE, 2003, p. 46).
A identificação pela empresa dos impactos ambientais gerados pelo produto
leva em consideração todo o processo de pré-produção até a pós-produção,
inclusive a logística reversa. Portanto é necessária a análise do ciclo de vida útil dos
produtos para diagnosticar os impactos ambientais desde a extração da matéria
prima, dos insumos para produção, transporte, comercialização e retorno (logística
reversa). Nesse sentido, o ciclo de vida do produto é avaliado sob enfoque da
gestão ambiental de seus impactos, pois:
A avaliação do ciclo de vida do produto é um instrumento de gestão ambiental aplicável aos bens e serviços. O ciclo de vida que interessa à gestão ambiental refere-se aos aspectos ambientais de um bem ou serviço em todos os seus estágios. (BARBIERI, 2004, p. 146).
Para a análise metodológica do ciclo de vida dos produtos são verificadas,
dentre outras coisas, as quantidades de matérias-primas e insumos para produção,
embalagens, energia utilizada, bem como as quantidades de resíduos e impactos do
transporte. Esta preocupação e cuidado das empresas em avaliar todo o ciclo
produtivo do produto se devem não apenas para conformidade às leis ambientais,
mas para melhorar a competitividade e melhoria da imagem corporativa:
Pesquisas realizadas no Brasil em 1998 pelo CNI, pelo Sebrae e pelo BNDES revelam que 90% das grandes empresas e 35% das pequenas e microempresas realizaram investimentos ambientais, independente de legislação, mas com propósitos de melhoria de competitividade em exportações, de serviço aos clientes, de atendimento às comunidades, de atendimento a organizações não-governamentais e de melhoria da imagem corporativa. (ANDRADE, apud LEITE, 2003, p.124).
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Buscando o desenvolvimento sustentável, as empresas que sustentam um
comportamento ambiental estratégico adotam uma atitude ética e de
responsabilidade ambiental, estendendo essa responsabilidadde aos seus parceiros,
tais como fornecedores e clientes.
A definição de desenvolvimento sustentável da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento constituída pela ONU em 1991 diz ser aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades (SILVA, 2007, p. 53).
O conceito de desenvolvimento sustentável constitui-se num processo que
visa harmozizar e reforçar o potencial presente e futuro, no qual a exploração de
recursos, a direção de investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e
a mudança institucional busca atender às necessidades e aspirações humanas
(LEITE, 2003, p. 137). Essa nova visão sobre as questões ambientais traz em seu
bojo a necessidadde de autoconservação da espécie humana, pois “as novas
condições de sensibilidade ambiental se refletirão em novos posicionamentos
estratégicos nas organizações, por instinto de conservação ou espírito proativo.”
(LEITE, 2003, p. 139).
A imagem corporativa tem sido um dos grandes motivadores das empresas
que, mesmo quando o impacto ambiental não é de extrema gravidade, a crescente
percepção por parte dos clientes de que os produtos e processos produzem impacto
no meio ambiente, levam as empresas a tentar converterem sua imagem em
ambientalmente corretas. Outro desafio que as instituições enfrentam é o de
equilibrar o desenvolvimento sustentável com a regulamentação do governo
(legislação), cuja influência é importante.
Sobre a imagem corporativa da empresa, pesa, de início, o custo da
consequência da poluição por excesso de produtos de pós-consumo despejados ao
meio ambiente, causando-lhe repercussão negativa:
Alguns indicadores caracterizam empresas com orientação ecológica: embalagens em recipientes recicláveis, embalagens fabricadas com materiais recicláveis; a empresa ter um ativo programa de reciclagem e estar comprometida a adquirir artigos que tenham certo conteúdo de materiais recicláveis; variáveis ambientais nas reflexões estratégicas da empresa; o abandono da obsolescência planejada; a procura de modificações ambientais por meio de inovações (MILES e UNILLA, apud LEITE, 2003, p.140).
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Há três abordagens que as instituições podem adotar realativas às questões
ambientais: controle da poluição, prevenção da poluição e incorporação dessas
abordagens na estratégia empresarial. (BARBIERI, 2004, p.102).
O controle da poluição “se caracteriza pelo estabelecimento de práticas para
impedir os efeitos decorrentes da poluição gerada por um dado processo produtivo.”
(BARBIERI, 2004, p. 104). Essas práticas podem ser de dois tipos: remediação e
controle final. A tecnologia de remediação não visa interferir significativamente no
processo de produção, mas a aplicação de tecnologia para remediar impacto já
existente. Já as tecnologias de controle final, é o processo que almeja tratar a
poluição resultante antes que seja lançada ao meio ambiente.
A abordagem prevenção da poluição é a abordagem pela qual a empresa procura atuar sobre os produtos e processos produtivos para prevenir a geração de poluição, empreendendo ações com vistas a uma produção mais eficiente e, portanto, poupadora de materiais e energia em diferentes fases do processo de produção e comercialização. (SILVA, 2007, p. 54).
Na busca de uma posição benéfica para o presente e futuro do seu negócio,
a empresa incorpora essas abordagens na estratégia empresarial tratando os
problemas ambientais como uma das questões estratégicas da empresa. A gestão
ambiental pode proporcionar os seguintes benefícios estratégicos:
- Melhoria da imagem institucional;
- Renovação do portfolio de produtos;
- Produtividade aumentada;
- Maior comprometimento dos funcionários e melhores relações de trabalho;
- Criatividade e abertura para novos desafios;
- Melhores relações com autoridades públicas, comunidade e grupos ambientalistas ativistas;
- Acesso assegurado aos mercados externos; e
- Maior facilidade para cumprir os padrões ambientais (NORTH apud BARBIERI, 2004, p. 108).
Além da imagem corporativa ambientalmente correta (e para corroborá-la)
as empresas que trabalham com um Sistema de Gestão Ambiental se preocupam
em obter a certificação ISO 14.000 (norma que visa à qualidade em nível industrial).
O objetivo da ISO é desenvolver a normalização e atividades relacionadas para facilitar as trocas de bens e serviços no mercado internacional e a cooperação entre os países nas esferas científicas, tecnológicas e produtivas. (SILVA, 2007, p. 55).
A estratégia de marketing corporativa precisa estar focada em quatro
aspectos fundamentais: o reconsumo, o redirecionamento das necessidades dos
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consumidores, a reorientação do mix de produtos e reorganização. (LEITE, 2003, p.
142).
Reconsumo: implica considerar a possibilidade de reutilização do produto, em parte ou totalmente, por vários ciclos de vida ou gerações, fazendo com que a fabricação, o uso e o modo de desembaraço e sua reutilização seja compatível com as ideias de desenvolvimento sustentável. Redirecionamento das necessidades dos consumidores: envolve pesquisar novos hábitos de consumo e comportamento, para satisfazer essas novas necessidades ou promovê-las quando necessário. Reorientação do mix de produtos: visa identificar oportunidades de redução dos impactos das diversas fases. Reorganização: significa a aplicação de técnicas de conscientização requeridas nas mudanças de paradigmas nas organizações (SILVA, 2007, p. 56).
Portanto, visando um posicionamento diferenciado no mercado, redução de
custos (aumento de lucro) com aplicação de novas tecnologias e reaproveitamento
de materiais, bem como evitando punição (por não conformidade com a legislação) e
sansão dos consumidores, a Administração Ambiental nas empresas e a Logística
Reversa são derramentas em crescimento que devem ser utilizadas e trabalhadas
de forma interrelacionadas pelas empresas.
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CONCLUSÃO
Finalmente são abordados os principais resultados alcançados pela
pesquisa, sua análise crítica quanto ao objetivo e limitações, bem como o
direcionamento final.
PRINCIPAIS RESULTADOS
Através desta pesquisa ficou evidenciado a importância da administração
ambiental das empresas e a utilização de suas principais ferramentas. Optando-se
por estabelecer na empresa um Sistema de Gestão Ambiental deverar-se gerenciar
suas atividades através da identificação dos impactos gerados (buscando minimizá-
los) e maximizando as atividades positivas numa constante melhoria na relação com
meio ambiente.
A finalidade fundamental na implementação de um Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) é buscar a melhoria do desempenho ambiental da empresa, a
prevenção da poluição, a redução de resíduos, o reaproveitamento de matéria e o
cumprimento da legislação ambiental que a ela é aplicável.
Outro ressultado da utilização do Sistema de Gestão Ambiental é a obtenção
de ganhos e oportunidades como, por exemplo: melhor relacionamento entre os
clientes e a empresa, aumento do lucro com a utilização da ferramenta Logística
Reversa e ganho na imagem institucional ao apresentar-se como empresa
ambientalmente correta (funcionando como um diferencial competitivo). Além da
melhoria na imagem da empresa, uma instituição com responsabilidade ambiental
agrega valor ao seu produto/serviço com qualidade ecológica.
O produto/serviço é valorizado ao receber a rotulagem ambiental conhecida
como “selo verde”, confirmando sua adequação à norma NBR ISO 14.001 e,
consequentemente causando menor impacto ao meio ambiente. Através do “selo
verde” a empresa tem estampado seu compromisso ambiental nas suas ferramentas
promocionais e em seus produtos/serviços de forma a atingir o seu público-alvo.
ANÁLISE CRÍTICA QUANTO AO OBJETIVO
Pode-se afirmar que todos os objetivos foram alcançados, tanto o objetivo
geral da pesquisa que é demonstrar a importância da administração ambiental das
empresas e quais as principais ferramentas de gestão como, inclusive, seus
objetivos específicos que foram: investigar o processo de gestão ambiental das
empresas, analisar a norma ambiental série NBR ISO 14.000 e mostrar as principais
ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas no intuito de se tornarem
ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental NBR ISO 14.000.
Por outro lado, reconhece-se, especificamente sobre as ferramentas de
gestão, que muitas outras podem ser aplicadas e desenvolvidas e que novas
tecnologias já estão à disposição das empresas. No entanto, foram abordadas as
principais e mais relevantes ferramentas, sendo suficientes para este escopo.
LIMITAÇÕES
Mesmo atingindo seus objetivos, a pesquisa encontra algumas lacunas que
carecem de estudos complementares. Com o propósito principal de fornecer
demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e quais as
principais ferramentas de gestão ela é, em si, um passo fundamental.
Particularmente quanto a novas ferramentas administrativas que continuam surgindo
no intuito de auxiliar a administração ambiental, tem-se a opção de investigar mais
alternativas.
Quanto à fundamentação teórica e pesquisa bibliográfica encontrou-se uma
carência no acesso à literatura concernente ao tema (ausência de biblioteca), o que
foi em parte superado com auxílio da internet com acesso a acervo e publicações
digitais online.
DIREÇÃO DA PESQUISA
A partir desta pesquisa elementar, espera-se haver contribuído com
fundamentação e orientação básica quanto à implementação e importância do uso
de ferramentas na Gestão Ambiental. Longe de esgotar, o tema deve ser
aprofundado e abordado das mais diferentes formas. No entanto, o referencial ficou
estabelecido, ou seja, que as empresas não podem ficar alheios à Administração
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Ambiental, sob pena de perderem receitas e ficarem para trás em relação à
concorrência.
Por fim, do ponto de vista acadêmico, espera-se que novas pesquisas
possam ampliar o conhecimento, especialmente no que tange ao aperfeiçoamento e
elaboração de novas ferramentas de gestão ambiental.
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