especializaÇÃo em gestÃo em auditoria, perÍcia e...

47
AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÀO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E LICENCIAMENTO AMBIENTAL ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS ELDERSON LUCIANO MEZZOMO ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO NOVO PROGRESSO/2013

Upload: dinhque

Post on 07-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÀO DO VALE DO

JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E LICENCIAMENTO

AMBIENTAL

ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS

ELDERSON LUCIANO MEZZOMO

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

NOVO PROGRESSO/2013

Page 2: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÀO DO VALE DO

JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E LICENCIAMENTO

AMBIENTAL

ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS

ELDERSON LUCIANO MEZZOMO

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

"Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Gestão em Auditoria, Perícia e Licenciamento Ambiental."

NOVO PROGRESSO/2013

Page 3: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

DEDICATÓRIA Esta pesquisa é dedicada a todos que contribuíram para o avanço deste trabalho e, principalmente, àqueles que fomentam o debate sobre as questões ambientais.

Page 4: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os familiares e amigos que contribuíram de uma forma ou de outra, para a realização desta pesquisa.

Page 5: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

“Entre dois males, escolha sempre o que você ainda não experimentou.”

Page 6: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

RESUMO

A Administração Ambiental nas Empresas refere-se a uma nova forma de

lidar com questões ambientais relativas às demandas atuais. O objetivo geral da

pesquisa foi demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e

quais as principais ferramentas de gestão. Metodologicamente trata-se de uma

pesquisa bibliográfica elaborada a partir de material publicado, constituído de livros,

artigos de periódicos, teses e outros, inclusive com material disponibilizado na

internet. Neste ínterim está incluída a fundamentação teórica concernente à

Administração Ambiental (História da Administração Ambiental, Objetivos e

Finalidades da Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da Administração

Ambiental) e Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância

(Norma NBR ISO 14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos Básicos,

Avaliação Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental, Planejamento

do Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental).

Na análise principal da pesquisa aborda-se o Sistema de Gestão Ambiental,

o Marketing Verde, A Logística Reversa e por fim o Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável.

Palavras chave: administração, meio ambiente, ferramentas.

Page 7: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

REVISÃO DA LITERATURA 11

1.1 Administração Ambiental 11

1.1.1 História da Administração Ambiental 11

1.1.2 Objetivos e Finalidades da Administração Ambiental 12

1.1.3 Fundamentos Básicos da Administração Ambiental 13

1.2 Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância 15

1.2.1 NBR ISO 14.001 15

1.2.2 Finalidades Básicas 15

1.2.3 Princípios e Elementos Básicos 16

1.2.4 Avaliação Ambiental Inicial 17

1.2.5 Comprometimento e Política Ambiental 18

1.2.2.6 Planejamento do Processo 19

1.2.7 Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental 20

CAPÍTULO II

METODOLOGIA 21

2.1 Tipo e Descrição da Pesquisa 21

2.2 População e Amostra 22

2.3 Instrumentos de Pesquisa 22

2.4 Procedimentos 23

CAPÍTULO III

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 24

CAPÍTULO IV

MARKETING VERDE 27

CAPÍTULO V

LOGÍSTICA REVERSA 29

5.1 Coleta Seletiva e Reciclagem 30

5.2 Resíduos Industriais 31

5.3 Classificação dos Resíduos 33

CAPÍTULO VI

Page 8: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 36

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA 45

07

Page 9: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

INTRODUÇÃO

A Administração Ambiental nas Empresas refere-se a uma nova forma de

lidar com questões ambientais relativas às demandas atuais. Por administração

ambiental empresarial entende-se “as diferentes atividades administrativas e

operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais

decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro.” (BARBIERI,

2004, p. 137). Por ser um tema altamente proeminente nesta época (administração

ambiental ecologicamente correta), seu estudo torna-se relevante e necessário.

JUSTIFICATIVA

Em diversas áreas do mundo empresarial a questão ambiental é assunto de

destaque, pois está envolvido, seja no fornecimento de matérias primas, nos

processos de produção e, inclusive, na comercialização e consumo.

A escassez cada vez maior dos recursos naturais leva as empresas a

aperfeiçoar sua utilização, evitando desperdícios e a degradação desnecessária e

buscando o reaproveitamento (reciclagem ou logística reversa). Com esse novo

prisma, as empresas modificaram sua visão assimilando o conceito de preservação

e sustentabilidade ambiental, incorporando assim, uma gestão voltada para o meio

ambiente.

Outro fator relevante é a legislação e normas ambientais, as quais as

empresas se submetem com a finalidade de evitar prejuízos (punições) e

aumentarem a qualidade. As leis ambientais abrangem todo o processo empresarial,

desde a implantação do negócio, matéria primas, industrialização, descarte e

comercialização, não sendo, portanto, irrelevantes e nem podendo ser

desconsideradas.

Além de adequar-se às normas ambientais para evitarem punições, as

empresas visam atender aos consumidores cada vez mais exigentes quanto à

questão ambiental. Nesse sentido, torna-se muito lucrativo agradar consumidores

ecologicamente corretos, ou seja, produzindo produtos e serviços que não

deteriorem ou não degradem (ou minimizem a degradação) o meio ambiente,

Page 10: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

ajustando-se às novas expectativas do mercado ao que é ecologicamente correto,

evitando ou diminuindo impactos ambientais.

PROBLEMATIZAÇÃO

A principal questão a ser abordada é qual a importância e quais ferramentas

podem ser utilizadas eficientemente para a administração ambiental das empresas.

A necessidade de maior eficiência quanto à gestão ambiental das empresas

se dá em decorrência da exigência de consumidores para evitar a degradação do

ambiente ou minimizá-la, produzindo produtos e serviços ecologicamente corretos,

com pouco ou nenhum impacto ao meio ambiente.

HIPÓTESES

Vislumbram-se três hipóteses a serem comprovadas:

- que a administração ambiental é importante para as empresas;

- que há normas ambientais a serem seguidas;

- que o processo de gestão ambiental pode ser melhorado nas empresas;

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

O objetivo geral da pesquisa é demonstrar a importância da administração

ambiental das empresas e quais as principais ferramentas de gestão.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e

quais suas principais ferramentas de gestão requer-se:

- investigar o processo de gestão ambiental das empresas;

- analisar a norma ambiental série NBR ISO 14.000;

09

Page 11: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

- mostrar as principais ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas no

intuito de se tornarem ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental NBR

ISO 14.000.

ESTRUTURA DA PESQUISA

A pesquisa está estruturada em seis capítulos que compreendem: 1-revisão

da literatura (Administração Ambiental [História da Administração Ambiental,

Objetivos e Finalidades da Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da

Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas Empresas [Necessidade e

Importância Norma NBR ISO 14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos

Básicos, Avaliação Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental,

Planejamento do Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental]), 2-

metodologia, 3-sistema de gestão ambiental, 4-logística reversa, 5-marketing verde,

6-meio ambiente e desenvolvimento sustentável .

10

Page 12: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

CAPÍTULO I

REVISÃO DA LITERATURA

Fundamentalmente o referencial teórico está ancorado no conceito acerca

da gestão ambiental (definição, história, objetivo e finalidades) e na norma ambiental

série ISO 14.000. Inclui também as principais ferramentas de gestão como: o SGA

(Sistema de Gestão Ambiental), Logística Reversa e conceitos de sustentabilidade.

1.1 ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

A abrangência do termo “gestão ambiental” ou “administração ambiental” é

grande. Geralmente utiliza-se para designar ações ambientais em determinados

lugares (por exemplo: gestão ambiental de bacias hidrográficas). Para BARBIERI,

Entende-se por gestão ambiental empresarial as diferentes atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes da sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro. (2004, p.137).

Para outros autores, a administração ambiental é o principal instrumento

para a obtenção de um desenvolvimento industrial sustentável podendo ser

aplicadas a empresas de qualquer tamanho e setor. A administração ambiental “é a

expressão utilizada para se denominar a gestão empresarial que se orienta para

evitar, na medida do possível, problemas para o meio ambiente.” (DIAS, ZAVAGLIA

E CASSAR, 2003, p. 238).

Portanto, a administração ambiental empresarial originalmente está voltada

para organizações, isto é, companhias, corporações, instituições ou empresas,

podendo ser definida como um conjunto de políticas, programas e práticas

administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e segurança das

pessoas e a proteção do meio ambiente por meio da eliminação ou minimização de

impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implementação,

ampliação, operação, realocação ou desativação de empreendimentos, incluindo-se

todas as etapas do ciclo de vida de um produto.

1.1.1 HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

Page 13: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Com a industrialização do Brasil (anos 60) surgiu uma série de problemas

em decorrência do êxodo rural e consequente aumento da população urbana,

causando intensificação dos impactos ambientais nessas áreas.

No Brasil a criação da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) se deu em 30

de outubro de 1973. Ainda em 1973 fora criada a Companhia de Tecnologia de

Saneamento Ambiental (CETESB) e o Conselho Estadual de Proteção Ambiental

(CEPRAM) na Bahia. Em seguida foram criados vários órgãos ambientais com

objetivo de controlar o Meio Ambiente, especialmente verificando a atuação da

poluição industrial. (DIAS, ZAVAGLIA E CASSAR, 2003, p. 240).

Na Segunda Conferencia Mundial da Indústria sobre Gestão do Meio

Ambiente (em abril de 1991), várias empresas assinaram a Carta Empresarial para o

Desenvolvimento Sustentável, que trazia a seguinte abordagem:

-A empresa ter como prioridade a gestão ambiental. Estabelecer políticas, programas e procedimentos para conduzir suas atividades de forma segura para o meio ambiente.

-Fazer com que essas políticas, programas e procedimentos, sejam integrados dentro de cada empresa.

-O aperfeiçoamento contínuo das políticas, seus programas e o desempenho ambiental, levando em consideração dos desenvolvimentos técnicos, o conhecimento científico, os requisitos dos consumidores.

-Formar, treinar e motivar o pessoal para desempenhar suas atividades de maneira responsável em face do ambiente.

- Antes de iniciar nova atividade ou projeto e antes de desativar uma instalação ou abandoná-la avaliar os danos ambientais causados.

-Produzir produtos e/ou serviços que não causem impactos indevidos sobre o meio ambiente, que possam ser reciclados e reutilizados.

-Desenvolver, projetar e operar instalações, tendo em conta a eficiência no consumo de energia e dos materiais, a utilização sustentável dos recursos renováveis, a minimização dos impactos ambientais adversos e da produção de resíduos e o tratamento ou a disposição final desses resíduos de forma segura e responsável.

-Realizar e/ou patrocinar pesquisas sobre danos ao meio ambiente, causados pela exploração da matéria prima, sobre os processos, emissões e dos resíduos associados às atividade da empresa e sobre os meios de minimizar tais impactos sobre o mesmo, entre outros (VALLE, 2002, p.152-153).

1.1.2 OBJETIVOS E FINALIDADES DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

A administração ambiental é uma busca constante pela qualidade ambiental,

ou seja, um processo de aprimoramento constante do sistema de gestão de forma

12

Page 14: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

global e de acordo com a política ambiental estabelecida pela empresa. Nesse

sentido,

Os objetivos estratégicos são extraídos do plano estratégico com o intuito de preservar o foco estratégico preferido para os negócios da organização e dizem respeito aos objetivos centrais ou corporativos (TACHIZAWA, 2002, p. 126).

Portanto, esses objetivos visam buscar permanentemente a melhoria da

qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer

empresa pública ou privada. A norma NBR ISO 14.001, traz os seguintes objetivos

da gestão ambiental:

-Implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental; -Assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida; -Demostrar tal conformidade a terceiros; -Buscar certificação/registro do seu sistema de gestão ambiental por uma organização externa; -Realizar uma auto avaliação e emitir auto declaração de conformidade com esta Norma.

Através da administração ambiental, além dos objetivos destacados pela

norma NBR ISO 14.001, pode-se complementar, na prática, com outras finalidades:

Planejar, proteger e desenvolver suas atividades levando em consideração todas as implicações ambientais. Considerar a bacia hidrográfica como uma unidade de gestão ambiental. Gerir as tarefas da empresa no que diz respeito a políticas, diretrizes e programas relacionados ao meio ambiente e externo da companhia. Considerar a conservação da energia dependente da conservação dos recursos naturais. Assegurar a participação dos indivíduos, grupos e organizações afetos pelo empreendimento, já nas fases de estudo e projetos da atividade que será exercida e na implementação de programas ambientais. Manter, em geral, em conjunto com área de segurança do trabalho, a saúde dos trabalhadores. Produzir com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os trabalhadores, produtos ou serviços ambientalmente compatíveis. Colaborar com setores econômicos, a comunidade e com os órgãos ambientais para que sejam desenvolvidos e adotados processos produtivos que evitem ou minimizem agressões ao meio ambiente. Integrar a qualidade ambiental à qualidade total (TACHIZAWA, 2002, p. 128).

1.1.3 FUNDAMENTOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL

A prática da gestão ambiental para alguns pode ser simplesmente para

perpassar procedimentos obrigatórios da legislação ambiental. Na verdade, os

fatores fundamentais predominantes podem variar de uma empresa para outra. Um

dos fundamentos da administração ambiental é fazer com que a empresa e sua

13

Page 15: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

imagem sejam reconhecidas por todos como uma empresa conscientemente

responsável (ambientalmente) até que isso represente a conscientização de todo o

pessoal da organização através da fixação de políticas ambientais. Portanto a

adoção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e a busca de procedimentos

ambientalmente corretos encontram inúmeras razões que os justificam. (WEBER,

1999, p. 01).

Uma das razões é o fato de os recursos naturais (matérias primas) serem

finitos e cada vez mais caros e escassos, sendo grandemente afetados pelos

processos de utilização, exaustão e degradação decorrentes de atividades

empresariais (públicas ou privadas), e por isso mesmo, cada vez mais protegidos

legalmente. (WEBER, 1999, p. 01).

Exemplo desse quadro é a água, um recurso natural (não mais grátis) sobre

o qual se paga cada vez mais. Indústrias de alta tecnologia também necessitam de

ambientes com relativa pureza atmosférica e, inclusive, residências em bairros com

menor poluição é bem mais valorizado.

O crescimento da população global e a concentração em grandes centros

urbanos (principalmente em países menos desenvolvidos) tem proporcionado uma

maior degradação do meio ambiente. A consequência dessa forte pressão sobre o

meio ambiente é o desenvolvimento de uma legislação ambiental cada vez mais

exigente, levando todos a um aumento na preocupação com o mesmo (inclusive

empresas). (SILVA, 2007, p. 22).

A responsabilidade ambiental exigida das empresas é crescente, tanto em

recompensas às menos poluidoras quanto às punições das mais degradantes.

Financiadoras, bancos e seguradoras dão incentivo a empresas ambientalmente

sadias e cobram taxas financeiras e valores de apólices maiores d empresas

poluidoras. A sociedade em geral está mais exigente quanto às práticas e produtos

que geram danos ambientais, ocupando assim, a administração ambiental, lugar

cada vez mais destacado, tanto em países industrializados quanto em países em

desenvolvimento (SILVA, 2007, p. 22).

A demanda por produtos ambientalmente compatíveis, ou seja, produzidos

ou cultivados com o mínimo impacto e/ou degradação ambiental possível vem

crescendo mundialmente. Exemplo disso é a exigência cada vez mais frequente de

selos e certificados ambientais tais como a NBR ISO 14.000 (que trata do Sistema

14

Page 16: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

de Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental) e os chamados “selos verdes”,

conforme rotulagem ambiental. Esta tendência já afeta o mercado mundial

envolvendo tratados internacionais, tarifas alfandegárias e outros quesitos, cuja

tendência é ser ampliado cada vez mais.

1.2 ADMINISTRAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS: NECESSIDADE E

IMPORTÂNCIA

Todos os impactos sobre o meio ambiente e sobre a saúde humana

decorrentes dos processos de produção (obtenção de matéria prima, transporte e

transformação), comercialização (distribuição, venda, uso dos produtos e assistência

técnica) e a destinação final dos produtos (descarte) podem ser considerados como

danos e efeitos ambientais.

Nesse sentido, a empresa é a única responsável pela adoção de um

Sistema de Gestão Ambiental (SGA) e, consequentemente, por uma política

ambiental. Após a adoção, cumprimento e conformidade de sua política ambiental

através do SGA, a empresa passa a ser avaliada concernente aos próprios

mecanismos administrativos, sob pena de cair em descrédito caso não seja rigorosa

na prática dos mesmos quanto às questões ambientais. (DONAIRE, 2003, p. 43).

1.2.1 NBR ISO 14.001

A NBR ISO 14.001 foi criada em 1993 em vistas a fornecer assistência para

as organizações na implantação e aprimoramento do Sistema de Gestão Ambiental

(SGA). Ela pode ser dividida em dois blocos: um relativo ao processo e o outro à

organização. A família das normas NBR ISO 14.000 trazem todos os requisitos para

a implantação do SGA e pode ser aplicada a qualquer economia: fabril ou

prestadora de serviços. Com a adequação à norma referida, o produto recebe o selo

verde atestando que ele não causa impactos negativos ao meio ambiente. (SILVA,

2007, p. 24).

1.2.2 FINALIDADES BÁSICAS

15

Page 17: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

A família NBR ISO 14.000 traz como finalidades básicas da Administração

Ambiental servir de instrumento de gestão e assegurar a economia e o uso racional

de matérias-primas e insumos da empresa, bem como destacar a sua

responsabilidade ambiental:

-orientar consumidores quanto à compatibilidade ambiental dos processos produtivos e dos seus produtos ou serviços;

-subsidiar campanhas institucionais da empresa com destaque para a conservação e a preservação da natureza;

-servir de material informativo a acionistas, fornecedores e consumidores para demonstrar o desempenho empresarial na área ambiental;

-orientar novos investimentos privilegiando setores com oportunidades em áreas correlatas;

-subsidiar procedimentos para a obtenção da certificação ambiental nos moldes da série de normas ISO 14.000;

-subsidiar a obtenção da rotulagem ambiental de produtos.

Em consonância com o conjunto e atividades afins, devem estar também os

objetivos e as finalidades de uma administração ambiental. Portanto, as finalidades

ambientais não podem ser abordadas separadamente aos outros objetivos da

empresa, e sim, estar inclusa na responsabilidade econômica e social.

1.2.3 PRINCÍPIOS E ELEMENTOS BÁSICOS

No contexto empresarial a administração ambiental é considerada de grande

importância, inclusive, do ponto de vista estratégico. Para que a administração

ambiental possa efetivamente ser implantada é necessário o comprometimento da

alta administração, ou seja, está proporcionalmente ligada ao grau de sensibilidade

às questões ambientais da diretoria (SILVA, 2007, p. 25).

Independente do nível de implantação em que se encontra o Sistema de

Gestão Ambiental (SGA) da empresa (já praticando ou ainda em fase de definição

de diretrizes e políticas para iniciarem o gerenciamento ambiental) e se estão muito

ou pouco vinculado às questões ambientais, as empresas devem levar em conta os

princípios e elementos de um SGA, bem como as principais tarefas e atribuições que

elementarmente são exigidas para que se possa realizar a tarefa com sucesso.

A norma NBR ISO 14.004 traz os seguintes elementos e princípios:

Comprometimento e política – é recomendado que uma organização defina sua política ambiental e assegure o comprometimento com seu SGA.

16

Page 18: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Planejamento – é recomendado que uma organização formule um plano para cumprir sua política ambiental. Implementação – para uma efetiva implementação, é recomendado que uma organização desenvolva a capacitação e os mecanismos de apoio necessários para atender sua política, seus objetivos e metas ambientais. Medição e avaliação – é recomendado que uma organização mensure, monitore e avalie seu desempenho ambiental. Análise crítica e melhoria – é recomendado que uma organização analise criticamente e aperfeiçoe continuamente seu sistema de gestão ambiental, com o objetivo de aprimorar seu desempenho ambiental global.

1.2.4 AVALIAÇÃO AMBIENTAL INICIAL

Inicialmente, para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental é

necessário uma avaliação (diagnóstico). O diagnóstico da situação ambiental da

empresa (avaliação inicial) poderá ser feito utilizando-se recursos humanos internos

(da própria empresa) ou externos (empresas especializadas e consultoria ambiental)

(SILVA, 2007, p. 26).

As empresas geralmente possuem uma série de problemas e

desconformidades ambientais, particularmente as mais poluentes, tais como: fontes

poluidoras, destino de resíduos e descumprimento da legislação ambiental. Esses

problemas são mal percebidos hodiernamente, exigindo-se, para isso, uma analise

inicial específica. Dentre os principais fatores que levam a essa situação, destacam-

se: falta de conscientização ecológica dos dirigentes, forma tradicional de produção

(sem levar em conta a questão ambiental e novas tecnologias), redução de

despesas em detrimento ao meio ambiente e falta de monitoramento/fiscalização

dos órgãos ambientais. (SILVA, 2007, p. 27).

A avaliação ambiental inicial fornece um retrato da empresa com seu perfil,

estado e desempenho ambiental. A avaliação contribui na aquisição de experiência

na identificação e análise de problemas ambientais, na identificação dos pontos

fortes e fragilidades, torna mais eficiente o uso de matérias primas e insumos, além

de subsidiar (fornecendo elementos) a fixação da política ambiental da empresa.

Dependendo da atividade ou da empresa a ser avaliada, são utilizadas

várias técnicas para a avaliação ambiental inicial, sendo que as mais comuns

sugeridas pela NBR ISO 14.000 são:

- aplicação de questionários previamente desenvolvidos para fins específicos;

- realização de entrevistas dirigidas, com o devido registro dos resultados obtidos;

- utilização de listas de verificação pertinentes às características da organização. Estas se mostram muito apropriadas para analisar atividades,

17

Page 19: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

linhas de produção ou unidades fabris semelhantes, permitindo comparações;

- inspeções e medições diretas em casos específicos, como por exemplo: emissões atmosféricas, quantidade e qualidade de despejos;

- avaliação de registros de ocorrências ambientais, como infrações, multas, entre outros;

- benchmarking, ou seja, técnica de estudo das melhores práticas, sejam elas de setores da própria organização ou de terceiros, permitindo adotá-las ou aprimorá-las.

Sobre a identificação dos requisitos legais e regulamentares, a NBR ISO

14.004 traz o seguinte:

- identificação dos aspectos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços, de modo a determinar aqueles que têm ou possam ter impactos ambientais significativos e impliquem em responsabilidade civil. - avaliação do desempenho em relação a critérios internos pertinentes, padrões externos, regulamentos, código de prática, princípios e diretrizes; - práticas e procedimentos de gestão ambiental existente; - identificação de políticas e procedimentos existentes relativos as atividade de aquisição e contratação; - informações resultantes da investigação de incidentes anteriores, envolvendo não conformidades; - oportunidades de vantagens competitivas; - os pontos de vista das partes interessadas; - funções ou atividades de outros sistemas organizacionais que possam facilitar ou prejudicar o desempenho ambiental.

1.2.5 COMPROMETIMENTO E POLÍTICA AMBIENTAL

A fixação de princípios de ação, a postura e empresarial e o senso geral de

orientação quanto às questões ambientais formam a política ambiental de uma

empresa. Após a avaliação inicial, deve ser discutida e implementada a política

ambiental na perspectiva de estabelecer os objetivos, ou seja, onde se pretende

chegar (a qual nível). (SILVA, 2007, p. 29).

O objetivo primordial é a obtenção de uma política ambiental e o

comprometimento de toda a organização. Ela deve ser elaborada de forma objetiva

e clara (sem declarações vagas) e, inclusive, disponibilizar uma declaração de

missão concisa, expondo seus propósitos.

Num segundo momento (após elaboração da política ambiental da

organização) requer-se a disseminação em todas as áreas administrativas e

operativas da empresa, em todos os níveis hierárquicos: da alta administração até o

chão de fábrica. Em seguida devem ser escolhidas as áreas óbvias que devem ser

18

Page 20: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

focalizadas quanto ao cumprimento da legislação e das normas ambientais. (SILVA,

2007, p. 30).

O comprometimento com a política e a conformidade ambiental da empresa

é de suma importância para o sucesso da administração ambiental, pois, conforme a

própria norma NBR ISO 14.000, a adoção de um Sistema de Gestão Ambiental é

voluntária. Portanto, nenhuma empresa é obrigada a desenvolver um SGA, sendo

que sua implantação é espontânea (salvo em casos exigidos por lei: licenciamento

ambiental, controle de emissões, tratamento de resíduos, etc.).

Os pontos essenciais , segundo a NBR ISO 14.001, é que a alta

administração deve definir a política ambiental da organização e assegurar que ela:

- seja apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades;

- inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção da poluição;

- inclua o comprometimento com o atendimento à legislação e normas ambientais aplicáveis e demais requisitos subscritos pela organização;

- forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas ambientais;

- seja documentada, implementada, mantida e comunicada a todos os empregados;

- esteja disponível para o público.

1.2.6 PLANEJAMENTO DO PROCESSO

O planejamento é composto por todas as etapas importantes para a

implementação do Sistema de Gestão Ambiental. Nele devem estar inclusos: o

próprio planejamento; procedimentos de avaliação, controle e melhorias dos

aspectos ambientais; verificação do cumprimento da legislação pertinente, normas;

uso racional de matérias primas e insumos; saúde e segurança dos trabalhadores;

minimização dos danos ambientais, etc. (SILVA, 2007, p. 31).

Expressamente o entendimento da NBR ISO 14.004 é o de causa e efeito,

ou seja, os aspectos ambientais estão diretamente relacionados aos impactos

(danos) ambientais. Ela traz os seguintes itens que devem ser relacionados à

elaboração do planejamento:

- projetos prioritários;

- modificações de processos;

19

Page 21: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

- gerenciamento de materiais perigosos;

- gerenciamento de resíduos;

- gerenciamento de água (por exemplo: águas servidas, pluviais e subterrâneas);

- gerenciamento da qualidade do ar;

- gerenciamento da energia;

- transporte.

1.2.7 CICLO DE UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Segue abaixo o Ciclo de Sistema de Gestão Ambiental da NBR ISO 14.001:

20

Page 22: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

CAPÍTULO II

METODOLOGIA

Para elaboração desse estudo científico foram utilizados determinados tipos

de pesquisa, instrumentos e análise, de acordo com o público alvo e objetivos,

devidamente definidos. A definição da metodologia utilizada é importante para

caracterizar a pesquisa como científica, pois “se não houver utilização do método

científico, a monografia ou estudo não será considerado científico.” (ACEVEDO;

NOHARA, 2004, p. 50).

A pesquisa será documental e bibliográfica, visando examinar os conceitos

relativos ao tema e seus desdobramentos na literatura concernente à mesma. A

fonte de pesquisa serão livros publicados e, principalmente, documentos e literatura

em formato digital, acessados via internet em sites de instituições conceituadas e

sites governamentais (teses, dissertações, legislação e livros digitalizados). A

pesquisa bibliográfica é uma base imprescindível, pois “constitui uma preciosa fonte

de informações, com dados já organizados e analisados como informações e ideias

prontas.” (SANTOS, 2002, p.29).

2.1 TIPO E DESCRIÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa é tipificada segundo três critérios: por meio de seus objetivos,

fontes e procedimentos. (RYTHOWEM; OLIVEIRA; SOARES FILHO, 2006, p. 33).

Visando atender ao objetivo geral de demonstrar a importância da

administração ambiental nas empresas e quais as principais ferramentas de gestão,

juntamente com seus objetivos secundários: a investigação do processo de gestão

ambiental das empresas, a análise da norma ambiental série NBR ISO 14.000 e

mostrar as principais ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas no

intuito de se tornarem ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental NBR

ISO 14.000, opta-se pela pesquisa exploratória (objetivando proporcionar maior

familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito) e descritivo-analítica

(RYTHOWEM; OLIVEIRA; SOARES FILHO, 2006, p. 34).

Page 23: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Quanto às fontes e procedimentos, esta pesquisa é bibliográfica. A pesquisa

bibliográfica é elaborada a partir de material publicado, constituído de livros, artigos

de periódicos, teses e outros, inclusive com material disponibilizado na internet.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído, principalmente de livros e artigos científicos.

Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente, a partir de fontes bibliográficas (GIL, 2007, p. 65).

Neste ínterim está incluída a fundamentação teórica concernente à

Administração Ambiental (História da Administração Ambiental, Objetivos e

Finalidades da Administração Ambiental e Fundamentos Básicos da Administração

Ambiental) e Administração Ambiental nas Empresas: Necessidade e Importância

(Norma NBR ISO 14.001, Finalidades Básicas, Princípios e Elementos Básicos,

Avaliação Ambiental Inicial, Comprometimento e Política Ambiental, Planejamento

do Processo, Ciclo de um Sistema de Gestão Ambiental). Na análise principal da

pesquisa aborda-se o Sistema de Gestão Ambiental, o Marketing Verde, A Logística

Reversa e por fim o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Pode-se afirmar ainda que quanto à natureza ela é uma pesquisa aplicada,

pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de

problemas específicos, envolvendo verdades e interesses específicos e possui

aspectos qualitativos (análise).

2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Conforme BRAGA, "população é o conjunto de interesse para o problema

que se quer estudar. Os objetos que a constituem tem pelo menos um atributo em

comum; amostra é um subconjunto finito representativo de uma população." (2010,

p. 32).

A população pesquisada corresponde à literatura como um todo, ou seja, a

bibliografia concernente ao assunto. Como amostra desta pesquisa foi considerada

a publicação específica, incluindo a legislação e as normas.

2.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

22

Page 24: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Os instrumentos utilizados na pesquisa são compostos por visitas às

bibliotecas e publicações virtuais por meio da internet e utilização do software

Microsoft Word (versão 2010) para formatação da apresentação escrita.

As visitas às bibliotecas virtuais, bem como artigos e outras publicações

científicas se deram no decorrer da pesquisa (nas datas referidas na bibliografia) por

dois motivos principais: devido à ausência no município de biblioteca física com

acervo literário sobre o tema e pela facilidade e amplitude de acesso à vasta

literatura sobre o assunto online, ou seja, acesso a livros, artigos, teses,

dissertações, monografias, etc.

Outro instrumento muito utilizado na elaboração da pesquisa foi o software

Microsoft Word. O Microsoft Word facilitou a apresentação gráfica (impresso) de toda

a pesquisa, inclusive sua formatação final conforme normas da ABNT (Associação

Brasileira de Normas e Técnicas).

2.4 PROCEDIMENTOS

Os procedimentos da pesquisa se deram em dois momentos: coleta de

dados e análise.

A coleta de dados constitui-se a pesquisa bibliográfica. A pesquisa

bibliográfica permeou todo o processo de elaboração da pesquisa, desde a

fundamentação teórica, metodologia, até a análise. Através desta pesquisa obteve-

se êxito em abordar as principais questões referentes à administração ambiental,

legislação e normas.

A análise dos dados visou demonstrar a importância da administração

ambiental nas empresas e quais as principais ferramentas de gestão, inclusive a

conformação à norma ambiental série NBR ISO 14.000 pelas empresas no intuito de

se tornarem ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental.

23

Page 25: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

CAPÍTULO III

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) implantado em uma empresa de

acordo com os requisitos da norma técnica NBR ISO 14.001 constitui-se em um

conjunto inter-relacionado de políticas, objetivos, prática e procedimentos

organizacionais, técnicos e administrativos de uma organização que visa um melhor

desempenho ambiental. A administração ambiental configura-se por uma série de

etapas como: identificar características e impactos ambientais, priorizá-los, monitorá-

los e controlá-los sistemicamente. Inclui também a avaliação da aplicabilidade e

conformidade dos aspectos ambientais verificados à legislação, sendo este um dos

fatores mais relevantes ao sucesso de um SGA .

Para que o Sistema de Gestão Ambiental em uma empresa seja

institucionalizado e funcional são necessários a observação de alguns princípios e

condições, ou seja, percorrer algumas etapas para sua implementação. As etapas

do SGA contém a elaboração da política ambiental da empresa, planejamento,

estabelecimento de objetivos e metas, definição de regras e responsabilidades e sua

comunicação a todos, a capacitação dos colaboradores, canais de comunicação

interna, uma descrição dos elementos fundamentais do SGA, sistema de

procedimentos para atender situações emergenciais, monitoramento e controle

frequentes, a determinação de conformidade com a legislação e por fim um

processo contínuo de adaptação e melhoria, em vistas a aumentar sua adequação e

eficácia (SILVA, 2007, p. 33).

O primeiro passo na direção da implantação de um Sistema de Gestão

Ambiental é a formulação da Política Ambiental da Empresa, ou seja, definir qual

sua posição frente à questão ambiental. A Política Ambiental da empresa é,

portanto, uma espécie de compromisso da organização com as questões ambientais

no sentido de uma relação de melhoria constante.

Para uma eficiência e obtenção de um resultado satisfatório na implantação

de um Sistema de Gestão Ambiental, um dos principais fatores é a elaboração de

um bom planejamento. No planejamento deve constar, inicialmente, a identificação

dos aspectos ambientais (ruídos, resíduos, água, etc.) e a avaliação do impacto de

cada um. Nesse sentido a empresa deve estabelecer e manter procedimentos de

Page 26: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

verificação dos aspectos ambientais sob seu controle, no intuito de garantir a devida

consideração dos mesmos na elaboração de sua política ambiental (SILVA, 2007, p.

33).

O estabelecimento de metas e objetivos deve se dar em consonância com

os requisitos legais relativos em todos os aspectos verificados, o que proporcionará

maior clareza e facilitará a escolha da estratégia adotada para a consecução dos

mesmos. A principal característica dos objetivos definidos deve ser sua relevância

para a empresa. A definição do responsável para atingir cada meta (em todos os

níveis hierárquicos), quais os meios disponibilizados e o prazo são requisitos

imprescindíveis ao sucesso do Sistema de Gestão Ambiental (SILVA, 2007, p. 34).

Após a definição da política ambiental, planejamento e definição de metas e

objetivos, a implementação deve ser precedida da elaboração de regras claras,

definição de responsabilidades e bem documentada (e comunicada a todos). A

gestão ambiental deve incluir o provimento dos meios, isto é, os recursos humanos,

tecnológicos e financeiros para a implementação e controle de todo o processo

administrativo. Todo o processo deve estar bem documentado e registrado pelo

gestor de acordo com a norma vigente, e acessível a todos (SILVA, 2007, p. 35).

Sabendo-se o que e como fazer, o próximo passo é a capacitação dos

colaborados, ou seja, a conscientização e treinamento para incorporar e atender as

exigências ambientais. Os principais temas abordados devem ser: a importância da

Política Ambiental e do Sistema de Gestão Ambiental, a relevância do impacto

ambiental de suas atividades, da responsabilidade em implementar o SGA e as

consequências (resultados) em exercer sua prática em conformidade às normas

ambientais. O estabelecimento e a manutenção de procedimentos para

comunicação interna entre os vários níveis hierárquicos e, inclusive, a comunicação

externa (receber e responder), também deve ser efetuada. Os elementos base do

Sistema de Gestão Ambiental devem ser mantidos pela empresa de forma acessível

e organizados, com todos os documentos exigidos pela norma (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR: ISO 14.004, 2004, p.14).

Outro procedimento que deve estar bem estabelecido é o referente a ações

que buscam atender a situações emergenciais, no intuito de minimizar os danos

ambientais.

O planejamento e implementação do Sistema de Gestão Ambiental inclui

aas etapas de planejamento, execução, operação e avaliação dos resultados

25

Page 27: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

alcançados. Este último deve ser desenvolvido para que haja verdadeira verificação

e monitoramento com objetivo de investigar problemas, corrigi-los e aumentar a

eficiência do SGA (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR: ISO

14.004, 2004, p.15).

A aferição das características chaves dos processos que tenham impacto

sobre o meio ambiente deve ser bem definida. Essas aferições, auditorias e demais

atividades da administração ambiental precisam estar devidamente registradas e

acessíveis, inclusive as ações preventivas e corretivas. Também devem ser

estabelecidos e mantidos os procedimentos e planos que objetivem garantir

auditorias periódicas para determinar a conformidade aos padrões normativos do

Sistema de Gestão Ambiental (SILVA, 2007, p. 36).

O Sistema de Gestão Ambiental deve ser revisto com determinada

frequência pela própria direção, avaliando sua eficácia e adequação, devidamente

documentado. Esse processo contínuo de revisão deve propiciar a possibilidade de

alteração da Política Ambiental, bem como dos objetivos e procedimentos

estabelecidos, buscando adequar-se às expectativas externas, legislação e novas

alterações organizativas, em forma de melhorias contínuas (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR: ISO 14.004, 2004, p.16).

Executadas todas as etapas (que precisam ser repetidas indefinidamente)

da implementação do Sistema de Gestão Ambiental, a empresa poderá se submeter

a uma auditoria ambiental externa e proceder à respectiva certificação de seu SGA.

26

Page 28: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

CAPÍTULO IV

MARKETING VERDE

Surgido nos anos setenta por ocasião da realização de um Workshop da

AMA (American Marketing Association), o termo Marketing Verde (marketing

ecológico ou ambiental) teve a intenção de discutir a influência do marketing sobre o

meio ambiente. A definição dada pela AMA de Marketing Verde foi conceituada

como “o estudo dos aspectos positivos e negativos das atividades de marketing em

relação à poluição, ao esgotamento de energia e ao esgotamento dos recursos não

renováveis.” (TEIXEIRA, 2008, p. 01). Outra definição diz que o Marketing Verde é

um “movimento das empresas para criarem e colocarem no mercado produtos

responsáveis com relação ao meio ambiente.” (KOTLER, 2000, p. 480).

O Marketing Verde é utilizado por algumas empresas para, antes de

realizarem uma ação que está destinada em seu planejamento, verificar os

resultados potenciais, pois o Marketing Verde fará estudos baseado em dados reais

que detectarão ameaças, fraquezas e oportunidades.

As abordagens seguidas pelas empresas podem ser adotadas, de acordo

com a atuação de cada uma delas frente a questões ambientais, como: controle de

poluição, prevenção da poluição e a incorporação dessas abordagens na estratégia

empresarial. (BARBIERI, 2004, p. 56).

A seguir o quadro do paradigma cartesiano versus paradigma da

sustentabilidade:

Cartesiano Sustentável

Reducionista, mecanicista, tecnocêntrico

Orgânico, holístico, participativo

Fatos e valores não relacionados Fatos e valores fortemente relacionados

Preceitos éticos desconectados das práticas cotidianas

Ética integrada ao cotidiano

Page 29: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Separação entre o objetivo e o subjetivo

Interação entre o objetivo e o subjetivo

Seres humanos e ecossistemas separados, em uma relação de dominação

Seres humanos inseparáveis dos ecossistemas, em uma relação de sinergia

Conhecimento compartilhamentado e empírico

Conhecimento indivisível, empírico e intuitivo

Relação linear de causa e efeito Relação não linear de causa e efeito

Natureza entendida como descontínua, o todo formado pela soma das partes

Natureza entendida como um conjunto de sistemas inter-relacionados, o todo maior que a soma das partes

Bem estar avaliado por relação de poder (dinheiro, influência, recursos)

Bem estar avaliado pela qualidade das inter-relações entre os sistemas ambientais e sociais

Ênfase na quantidade (renda per capita)

Ênfase na qualidade (qualidade de vida)

Análise Síntese

Centralização de poder Descentralização de poder

Especialização Transdisciplinaridade

Ênfase na competição Ênfase na cooperação

Pouco ou nenhum limite tecnológico Limite tecnológico definido pela sustentabilidade

Fonte: ALMEIDA (2002, p. 35).

28

Page 30: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

CAPÍTULO V

LOGÍSTICA REVERSA

As questões ambientais não podem ser tratadas isoladamente e sim,

consideradas como parte integrante do processo econômico e empresarial. O

fornecimento de matérias primas ao setor produtivo oriundas da floresta utilizadas de

forma desordenada, inclusive de áreas preservadas, tem contribuído negativamente

para o meio ambiente. Uma boa gestão da cadeia de abastecimento deve considerar

a valorização do meio ambiente, desde a obtenção da matéria prima, produção,

transporte dos produtos ou na reutilização (reciclagem) dos produtos já utilizados e

no manejo. (BERTAGLIA, 2003, p. 47).

A definição de Logística Reversa ainda é confusa para alguns, sendo

considerada por alguns administradores como um processo de reciclagem de

embalagens apenas, representando uma fonte de custos quando não planejada

adequadamente. No entanto, a Logística Reversa é uma função complexa que deve

envolver a criação de um canal reverso próprio que seja provedor de matéria prima

secundária, advinda do descarte de produtos já utilizados. (SILVA, 2007, p. 39).

A abordagem que considera a Logística Reversa como uma fonte de custos

apenas baseia-se somente na reciclagem sem o adequado planejamento, o que

pode ser o inverso se utilizada de forma planejada, contribuindo para que os

produtos retornem ao ciclo produtivo, transformando-se em uma fonte de lucro para

a empresa (e em alguns casos o produto reciclado chega a custar menos que a

matéria prima original). (SILVA, 2007, p. 40).

A Logística Reversa é o planejamento, implementação e controle do fluxo de

matérias primas, estoque em processo e produtos acabados, bem como seu fluxo de

informação, do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de

recaptura valor ou realizar descarte adequado. (ROGERS e TIBBEN LEMBKE,

1999, p. 67).

O processo da Logística Reversa é um conjunto de atividades desenvolvidas

pela empresa que consiste em coletar, separar, embalar e expedir itens usados,

danificados ou obsoletos dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento,

revenda ou descarte. (LACERDA, 2002, p. 39).

Page 31: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Entre as vantagens obtidas na implementação da Logística Reversa estão

os menores custos na obtenção de matéria prima, melhora no serviço ao

consumidor e uma maior fidelização na relação de negócios (e tudo isso ao

contribuir para evitar e minimizar danos ao meio ambiente).

Sem dúvida o reaproveitamento da matéria prima através da Logística

Reversa não é um fenômeno novo (pode ser citado, por exemplo, o caso da

reciclagem de vidro praticada há muito tempo), no entanto, tem-se percebido que o

escopo e a escala das atividades de reciclagem e reaproveitamento dos produtos e

embalagens têm aumentado consideravelmente nos últimos anos (LACERDA, 2002,

p. 41).

A preocupação da Logística Reversa é equacionar a multiplicidade de

aspectos logísticos do retorno ao ciclo produtivo dos diferentes tipos de bens

industriais, dos materiais constituintes do mesmo e seus resíduos.

5.1 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM

A Coleta Seletiva (Reciclagem ou Processo Reverso) é o principal fator no

processo reverso permitindo que as embalagens tenham um destino

ambientalmente correto. Conforme levantamento realizado pelo CEMPRE

(Compromisso Empresarial para Reciclagem), cerca de 443 cidades (em 2010)

mantém programa de coleta seletiva, e destas, 55% são contratadas pelo Tetra

Park, inclusive constando embalagens longa vida em sua coleta. (CEMPRE, 2010, p.

02).

A implementação da Coleta Seletiva resulta no desenvolvimento de novas

tecnologias no intuito de reaproveitar os materiais utilizados nas embalagens longa

vida, na doação, ou empréstimo de equipamentos e assessoria às cooperativas de

catadores de lixo reciclável e às empresas que reutilizam material reciclado e, por

fim, na educação ambiental das comunidades. (CEMPRE, 2010, p. 02).

Após o lixo ser separado (seletivamente) pela população, o material é

encaminhado para centros de triagem (que fazem a separação dos diversos

materiais), embalado (enfardamento) e enviado para as empresas recicladoras. Em

30

Page 32: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

muitas cidades o centro de triagem é formado por cooperativa, que, em alguns

casos, é responsável não apenas pela triagem, mas também pela coleta.

Mesmo o principal objetivo da logística reversa sendo minimizar o impacto

ambiental, ela acaba gerando receita para as empresas (ao fornecer matéria prima a

um preço mais baixo) e funcionando como agente de transformação social através

do centro de reciclagem (com a criação de novos postos de trabalho e renda).

Os produtos oriundos do processo de reciclagem são vários, dentre eles

destacam-se: a produção de papel, caixas de papelão, bandejas, cestos, telhas,

móveis, compensado, etc.

As fibras de celulose, por exemplo, são separadas do plástico e alumínio

através da adição de água e produtos químicos, que, depois de lavadas e

purificadas, são utilizadas para confecção de papel gráfico, papel higiênico, papel

toalha, caixas de papelão, bandejas para ovos, palmilhas para sapatos, etc.

Já o plástico é processado por meio de secagem, trituração, extrusão e

injeção. Destinado às fábricas de processamento de plásticos, o material é utilizado

para produzirem-se as mais variadas peças plásticas: cestos de lixo, cabides,

vassouras, cabos de pá, coletores, réguas, etc.

O caso do alumínio (misturado com plástico) após seu trituramento e

prensagem quente, é muito utilizado na construção civil e indústria moveleira.

Formando uma chapa semelhante ao compensado de madeira, o alumínio misturado

ao plástico tem grande aplicação, transformando-se em muitos produtos: divisória,

móveis, peças decorativas, telhas, encostos, painéis, etc. No caso específico das

telhas, destaca-se o fato que o produto é homogêneo, mais resistente (que as telhas

de fibrocimento), mais impermeável e com maior conforto térmico, além disso,

chegam a custar 30% menos. (CEMPRE, 2010, p. 02).

5.2 RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Resíduo é considerado como sendo o resultado de diversas atividades

humanas, que podem ser de origem: industrial, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços, domésticas ou de limpeza pública. Os resíduos são encontrados nas

formas sólidas, líquidas ou gasosas.

31

Page 33: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Cronologicamente pode-se afirmar que as ênfases em questões ambientais

recaíram sobre a água na década de 70, o ar na década de 80 e os resíduos sólidos

na década de 90. Esse fato ocorreu tanto no Brasil como também nos Estados

Unidos, onde a EPA (Agência de Proteção Ambiental) instaurou o “Superfund”

(Federal Register nº 40) que é uma legislação específica com objetivo de recuperar

os grandes lixões de resíduos sólidos espalhados nos EUA. (CAVALCANTI, 1998, p.

18).

Atualmente a sociedade é considerada como a “sociedade do lixo”, pois está

totalmente cercada por ele. Num período de 20 anos, o lixo cresceu mais que a

própria população. Entre 1970 e 1990 a população mundial cresceu em torno de

18% enquanto a quantidade de lixo aumentou 25%, ou seja, a produção de resíduos

sólidos aumentou desproporcionalmente em relação à população (LERÍPIO, 2013, p.

36).

Na sociedade Norte Americana a grande produção de lixo está relacionada

ao padrão de vida que alimenta o consumismo, incentivando a produção de bens

descartáveis e a difusão de materiais artificiais. Esse estilo de vida está

fundamentado no “american way of life” que associa a qualidade de vida ao

consumo de bens materiais, resultando assim no grande volume de lixo (LERÍPIO,

2013, p. 37).

Já na Europa, a escassez energética e a preocupação quanto ao assunto,

tem favorecido a reciclagem, principalmente no que tange ao seu aproveitamento

térmico. A dificuldade em gerar energia (e seu consumo cada vez maior) tem levado,

por exemplo, as indústrias de alumínio a reaproveitarem 99% dos resíduos de

produção e 88% de reaproveitamento de suas sobras nas indústrias de plástico. De

todos os municípios europeus, 24% dos resíduos são destinados à incineração,

sendo que 16% com reaproveitamento energético (LERÍPIO, 2013, p. 38).

A China, mesmo possuindo um território de dimensões continentais e grande

contingente populacional, traz um tratamento diferente se comparado ao ocidente:

fundamentada em valores culturais onde cada cidadão produtor (de lixo) é o

responsável pelo seu próprio lixo, facilitando assim aplicação de métodos racionais

no tratamento do lixo, tornando-o uma solução ao invés de problema. A maior parte

do lixo (que é orgânica) é reintegrada à cadeia natural da vida em forma de

32

Page 34: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

fertilizantes para agricultura, direcionada para a grande rede de compostagem e

biodigestão de resíduos.

5.3 CLASSIFICAÇÕES DOS RESÍDUOS

Os resíduos podem ser classificados quanto às características físicas,

origens e seus riscos potenciais.

Quanto às características físicas os resíduos podem ser classificados como:

secos, molhados, orgânicos e inorgânicos.

- Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças.

- Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc.

- Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim.

- Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc. (AMBIENTE BRASIL, 2013, p. 01).

Relativos à origem, os resíduos são classificados em: domiciliar, comercial,

serviços públicos, hospitalar, portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários,

industrial, radioativo, agrícola e entulho.

- Domiciliar: originado da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como cascas de frutas, verduras, etc.), produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiénico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Pode conter alguns resíduos tóxicos. - Comercial: originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. - Serviços públicos: originados dos serviços de limpeza urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, entre outros, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, entre outros. - Hospitalar: descartados por hospitais, farmácias, clínicas veterinárias (algodão, seringas, agulhas, restos de remédios, luvas, curativos, sangue coagulado, órgãos e tecidos removidos, meios de cultura e animais utilizados em testes, resina sintética, filmes fotográficos de raios X). Em função de suas características, merece um cuidado especial em seu acondicionamento, manipulação e disposição final. Deve ser incinerado e os resíduos levados para aterro sanitário. - Portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários: resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter germes patogênicos.

33

Page 35: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Basicamente originam-se de material de higiene pessoal e restos de alimentos, que podem hospedar doenças provenientes de outras cidades, estados e países. - Industrial: originado nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como: o metalúrgico, o químico, o petroquímico, o de papelaria, da indústria alimentícia, etc. O lixo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, Iodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas. Nesta categoria, inclui-se grande quantidade de lixo tóxico. Esse tipo de lixo necessita de tratamento especial pelo seu potencial de envenenamento. - Radioativo: resíduos provenientes da atividade nuclear (resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto), que devem ser manuseados apenas com equipamentos e técnicas adequados. - Agrícola: resíduos sólidos das atividades agrícola e pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. O lixo proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de tratamento especial. - Entulho: resíduos da construção civil: demolições e restos de obras, solos de escavações. O entulho é geralmente um material inerte, passível de reaproveitamento (AMBIENTE BRASIL, 2013, p. 01).

Publicada em 31 de maio de 2004 a NBR 10.004 da ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas) traz a classificação dos resísuos sólidos quanto aos

seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública (classe l- perigosos,

classe II- não inertes e classe III- inertes), para que possam ser gerenciados

adequadamente. A Norma NBR 10.004 é imprescindível para a gestão ambiental

das empresas e órgãos fiscalizadores, facilitando a identificação do potencial de

risco dos resíduos e a identificação das melhores alternativas para destinação final

e/ou reciclagem.

- Classe 1 - Resíduos perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. - Classe 2 - Resíduos não-inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico. - Classe 3 - Resíduos inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações. O quadro 1 mostra a origem, classes e responsável pêlos resíduos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR: ISO 10.004, 2004, p.12).

O processo industrial é caracterizado pela transformação da matéria prima

em produtos que resultarão em subprodutos e resíduos. O Sistema de Gestão

34

Page 36: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Ambiental (SGA) na empresa propiciará, além dos ganhos ambientais, geração de

lucros ao reaproveitar-se, reduzir-se e reciclar matérias primas e resíduos. Muitas

oportunidades podem ser aproveitadas observando-se alternativas para redução de

custos, poupança de energia e recursos naturais e os potenciais recursos ociosos ou

mal aproveitados dispostos no meio ambiente. Outro ganho com o SGA é o bem-

estar da população através do empenho das empresas na manutenção de

condições saudáveis do colaborador como a segurança, treinamento e lazer. E por

fim, a comunidade é beneficiada com a contenção ou eliminação dos níveis de

resíduos tóxicos (decorrentes de seu processo produtivo e do uso ou consumo de

seus produtos) e a elaboração e entrega de produtos ou serviços, de acordo com as

condições de qualidade e segurança desejadas pelos consumidores (SILVA, 2007,

p. 49).

35

Page 37: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

CAPÍTULO VII

MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Com objetivo de minimizar impactos ambientais a logística reversa reutiliza

bens e materiais, reintroduzindo-os ao ciclo produtivo. Este processo é utilizado

pelas organizações no intuito de posicionar-se no mercado como ecologicamente

corretas, através do Sistema de Gestão Ambiental e do desenvolvimento

sustentável.

A preocupação com questões ambientais pelas empresas é oriunda da

formação de consciência ambiental por parte das pessoas (consumidores). A

chamada Revolução Ambiental tornou-se um dos mais importantes movimentos

sociais dos últimos anos e, como fruto dessa revolução, está a promoção de

importantes transformações no comportamento da sociedade, inclusive, na sua

organização política e econômica. Após a 2a Guerra Mundial percebeu-se que os

recursos naturais são finitos e que seu uso irracional pode representar o fim da

própria existência humana, fazendo emergir, assim, a questão ambiental. Em

consonância ao surgimento dessa consciência ambiental a ciência e a tecnologia

passaram a ser questionadas diante de alguns episódios catastróficos relacionados

ao meio ambiente. (CUNHA e GUERRA, 2003, p. 73).

Essa sensibilidade ecológica veio se afirmando com a progressiva constatação de três grandes ameaças sofridas pelo meio ambientes, principalmente a partir da década de 70, intensificando-se na década seguinte. A primeira foi a destruição da natureza por catástrofes provocadas pelo homem: a desertificação do Mar de Arai pela retirada da água pela irrigação, as queimadas na Amazónia, comprometendo o equilíbrio climático do planeta A segunda diz respeito à extinção de recursos e formas de vida. O derramamento de petróleo no litoral do Alaska e na região do Golfo Pérsico, durante a guerra de 1991. A terceira ameaça é o comprometimento da qualidade de vida, bem como dos produtos. A poluição atmosférica da Cidade do México, bem como em todo leste europeu, as chuvas ácidas sobre os Estados Unidos e o Canadá, a exploração de um tanque nos depósitos da Union Caribe, em Bhopal (índia), em 1984, espalhando uma nuvem tóxica que matou cerca de 2 mil pessoas e deixou 200 mil feridos e doentes. E em, 1986, a tragédia de Chernobyl, com a explosão de um reator nuclear cuja nuvem radioativa atingiu quase toda Europa (VAZ, 2003, p. 342).

A partir dessa mudança (com a consciência ambiental), as empresas

passaram a repensar seus negócios e valorizar ainda mais suas estratégias

institucionais. Tanto a Gestão Ambiental quanto a Logística Reversa passaram a ser

desenvolvidas em conjunto para aproveitar essa oportunidade e adequar-se à nova

Page 38: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

realidade, pois o “avanço do marketing ecológico foi desencadeado pela nova

dimensão que o meio ambiente passou a ocupar, como fator de condicionamento

mercadológico dos negócios.” (VAZ, 2003, p. 341).

Não só a questão social, mas também a variável ambiental foi introduzida na

reflexão estratégica das organizações como um ítem altamente valioso para

evidenciar um diferencial competitivo, ou seja, para causar percepção por parte dos

consumidores (e colaboradores) de que o posicionamento ambiental da empresa é

positivo, fazendo-a sobresssair sobre a concorrência, o que é muito difícil por meio

de outras variáveis mercadológicas.

Mesmo tornando-se um ítem relevante na estratégia da empresa, a questão

ambiental tornou-se mais um artifício para melhorar a imagem da instituição do que

causou melhorias na prática, pois “grandes empresas passaram a incluir a questão

ambiental em sua agenda. Entretanto, assinala que a maioria de nossos problemas

ainda persiste.” (CASTELLS, apud CUNHA e GUERRA, 2003, p. 121). Portanto,

para que haja mudança efetiva neste cenário, é preciso ocorrer uma mudança na

organização social e uma transformação nos meios de produção e de consumo:

Podemos observar nessas últimas décadas um grande crescimento das atividades de produção e consumo e, conseqüentemente um aumento no lançamento de resíduos nos diversos meios receptores (atmosfera, águas superficiais e subterrâneas e solos), cuja capacidade de assimilação é fixa, não levando em conta as mudanças climáticas a longo prazo (BURSZIYN, 1994, p. 13).

Para permitir uma utilização mais racional dos recursos, evitar que a

sociedade e as empresas se vulnerabilizem e econômica e ecologicamente (perante

futuros danos ambientais) é preciso que desde o início, ainda nas fases de

elaboração das políticas de desenvolvimento, se comtemplar a compatibilização dos

interesses econômicos com a proteção do meio ambiente.(BURSZIYN, 1994, p. 17).

Destacam-se alguns aspectos muito positivos relacionados à questão

ambiental tais como: o desenvolvimento de uma imagem corporativa

ambientalmente correta, o compromisso da gerência e dos colaboradorres, a criação

e desenvolvimento de produtos e processos produtivos ecológicos (que economizam

recursos e não provocam riscos ambientais) e o desenvolvimento de tecnologias

pela área de pesquisa e desenvolvimento. (DONAIRE, 1999, p. 93).

37

Page 39: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Para que uma empresa desenvolva um programa ambiental e realize a

Gestão Ambiental, o primeiro passo (que deve ser repetido indefinidamente) é o

processo de avaliação que incluem as seguinte etapas:

Do planejamento e elaboração do projeto; identificação prévia dos impactos; diagnóstico ambiental; identificação dos impactos; previsão e medição dos impactos; interpretação e avaliação dos impactos; e programas de acompanhamento e monitoramento (BURSZIYN, 1994, p. 52).

O momento mais adequado para avaliar o impacto ambiental dos produtos é

durante seu projeto, pois poderá considera-se seus materiais constituintes, bem

como prever a facilidade de desmontagem, separação e identificação dos materiais

visando à reciclagem, ou seja, objetivando reduzir os impactos sobre o meuio

ambiente e facilitar o ciclo reverso. Ao equacionar os custos do produto com a

recapturação de valor correspondente através da logística reversa, estará

agregando valor ecológico ao bem (LEITE, 2003, p. 46).

A identificação pela empresa dos impactos ambientais gerados pelo produto

leva em consideração todo o processo de pré-produção até a pós-produção,

inclusive a logística reversa. Portanto é necessária a análise do ciclo de vida útil dos

produtos para diagnosticar os impactos ambientais desde a extração da matéria

prima, dos insumos para produção, transporte, comercialização e retorno (logística

reversa). Nesse sentido, o ciclo de vida do produto é avaliado sob enfoque da

gestão ambiental de seus impactos, pois:

A avaliação do ciclo de vida do produto é um instrumento de gestão ambiental aplicável aos bens e serviços. O ciclo de vida que interessa à gestão ambiental refere-se aos aspectos ambientais de um bem ou serviço em todos os seus estágios. (BARBIERI, 2004, p. 146).

Para a análise metodológica do ciclo de vida dos produtos são verificadas,

dentre outras coisas, as quantidades de matérias-primas e insumos para produção,

embalagens, energia utilizada, bem como as quantidades de resíduos e impactos do

transporte. Esta preocupação e cuidado das empresas em avaliar todo o ciclo

produtivo do produto se devem não apenas para conformidade às leis ambientais,

mas para melhorar a competitividade e melhoria da imagem corporativa:

Pesquisas realizadas no Brasil em 1998 pelo CNI, pelo Sebrae e pelo BNDES revelam que 90% das grandes empresas e 35% das pequenas e microempresas realizaram investimentos ambientais, independente de legislação, mas com propósitos de melhoria de competitividade em exportações, de serviço aos clientes, de atendimento às comunidades, de atendimento a organizações não-governamentais e de melhoria da imagem corporativa. (ANDRADE, apud LEITE, 2003, p.124).

38

Page 40: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Buscando o desenvolvimento sustentável, as empresas que sustentam um

comportamento ambiental estratégico adotam uma atitude ética e de

responsabilidade ambiental, estendendo essa responsabilidadde aos seus parceiros,

tais como fornecedores e clientes.

A definição de desenvolvimento sustentável da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento constituída pela ONU em 1991 diz ser aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades (SILVA, 2007, p. 53).

O conceito de desenvolvimento sustentável constitui-se num processo que

visa harmozizar e reforçar o potencial presente e futuro, no qual a exploração de

recursos, a direção de investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e

a mudança institucional busca atender às necessidades e aspirações humanas

(LEITE, 2003, p. 137). Essa nova visão sobre as questões ambientais traz em seu

bojo a necessidadde de autoconservação da espécie humana, pois “as novas

condições de sensibilidade ambiental se refletirão em novos posicionamentos

estratégicos nas organizações, por instinto de conservação ou espírito proativo.”

(LEITE, 2003, p. 139).

A imagem corporativa tem sido um dos grandes motivadores das empresas

que, mesmo quando o impacto ambiental não é de extrema gravidade, a crescente

percepção por parte dos clientes de que os produtos e processos produzem impacto

no meio ambiente, levam as empresas a tentar converterem sua imagem em

ambientalmente corretas. Outro desafio que as instituições enfrentam é o de

equilibrar o desenvolvimento sustentável com a regulamentação do governo

(legislação), cuja influência é importante.

Sobre a imagem corporativa da empresa, pesa, de início, o custo da

consequência da poluição por excesso de produtos de pós-consumo despejados ao

meio ambiente, causando-lhe repercussão negativa:

Alguns indicadores caracterizam empresas com orientação ecológica: embalagens em recipientes recicláveis, embalagens fabricadas com materiais recicláveis; a empresa ter um ativo programa de reciclagem e estar comprometida a adquirir artigos que tenham certo conteúdo de materiais recicláveis; variáveis ambientais nas reflexões estratégicas da empresa; o abandono da obsolescência planejada; a procura de modificações ambientais por meio de inovações (MILES e UNILLA, apud LEITE, 2003, p.140).

39

Page 41: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Há três abordagens que as instituições podem adotar realativas às questões

ambientais: controle da poluição, prevenção da poluição e incorporação dessas

abordagens na estratégia empresarial. (BARBIERI, 2004, p.102).

O controle da poluição “se caracteriza pelo estabelecimento de práticas para

impedir os efeitos decorrentes da poluição gerada por um dado processo produtivo.”

(BARBIERI, 2004, p. 104). Essas práticas podem ser de dois tipos: remediação e

controle final. A tecnologia de remediação não visa interferir significativamente no

processo de produção, mas a aplicação de tecnologia para remediar impacto já

existente. Já as tecnologias de controle final, é o processo que almeja tratar a

poluição resultante antes que seja lançada ao meio ambiente.

A abordagem prevenção da poluição é a abordagem pela qual a empresa procura atuar sobre os produtos e processos produtivos para prevenir a geração de poluição, empreendendo ações com vistas a uma produção mais eficiente e, portanto, poupadora de materiais e energia em diferentes fases do processo de produção e comercialização. (SILVA, 2007, p. 54).

Na busca de uma posição benéfica para o presente e futuro do seu negócio,

a empresa incorpora essas abordagens na estratégia empresarial tratando os

problemas ambientais como uma das questões estratégicas da empresa. A gestão

ambiental pode proporcionar os seguintes benefícios estratégicos:

- Melhoria da imagem institucional;

- Renovação do portfolio de produtos;

- Produtividade aumentada;

- Maior comprometimento dos funcionários e melhores relações de trabalho;

- Criatividade e abertura para novos desafios;

- Melhores relações com autoridades públicas, comunidade e grupos ambientalistas ativistas;

- Acesso assegurado aos mercados externos; e

- Maior facilidade para cumprir os padrões ambientais (NORTH apud BARBIERI, 2004, p. 108).

Além da imagem corporativa ambientalmente correta (e para corroborá-la)

as empresas que trabalham com um Sistema de Gestão Ambiental se preocupam

em obter a certificação ISO 14.000 (norma que visa à qualidade em nível industrial).

O objetivo da ISO é desenvolver a normalização e atividades relacionadas para facilitar as trocas de bens e serviços no mercado internacional e a cooperação entre os países nas esferas científicas, tecnológicas e produtivas. (SILVA, 2007, p. 55).

A estratégia de marketing corporativa precisa estar focada em quatro

aspectos fundamentais: o reconsumo, o redirecionamento das necessidades dos

40

Page 42: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

consumidores, a reorientação do mix de produtos e reorganização. (LEITE, 2003, p.

142).

Reconsumo: implica considerar a possibilidade de reutilização do produto, em parte ou totalmente, por vários ciclos de vida ou gerações, fazendo com que a fabricação, o uso e o modo de desembaraço e sua reutilização seja compatível com as ideias de desenvolvimento sustentável. Redirecionamento das necessidades dos consumidores: envolve pesquisar novos hábitos de consumo e comportamento, para satisfazer essas novas necessidades ou promovê-las quando necessário. Reorientação do mix de produtos: visa identificar oportunidades de redução dos impactos das diversas fases. Reorganização: significa a aplicação de técnicas de conscientização requeridas nas mudanças de paradigmas nas organizações (SILVA, 2007, p. 56).

Portanto, visando um posicionamento diferenciado no mercado, redução de

custos (aumento de lucro) com aplicação de novas tecnologias e reaproveitamento

de materiais, bem como evitando punição (por não conformidade com a legislação) e

sansão dos consumidores, a Administração Ambiental nas empresas e a Logística

Reversa são derramentas em crescimento que devem ser utilizadas e trabalhadas

de forma interrelacionadas pelas empresas.

41

Page 43: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

CONCLUSÃO

Finalmente são abordados os principais resultados alcançados pela

pesquisa, sua análise crítica quanto ao objetivo e limitações, bem como o

direcionamento final.

PRINCIPAIS RESULTADOS

Através desta pesquisa ficou evidenciado a importância da administração

ambiental das empresas e a utilização de suas principais ferramentas. Optando-se

por estabelecer na empresa um Sistema de Gestão Ambiental deverar-se gerenciar

suas atividades através da identificação dos impactos gerados (buscando minimizá-

los) e maximizando as atividades positivas numa constante melhoria na relação com

meio ambiente.

A finalidade fundamental na implementação de um Sistema de Gestão

Ambiental (SGA) é buscar a melhoria do desempenho ambiental da empresa, a

prevenção da poluição, a redução de resíduos, o reaproveitamento de matéria e o

cumprimento da legislação ambiental que a ela é aplicável.

Outro ressultado da utilização do Sistema de Gestão Ambiental é a obtenção

de ganhos e oportunidades como, por exemplo: melhor relacionamento entre os

clientes e a empresa, aumento do lucro com a utilização da ferramenta Logística

Reversa e ganho na imagem institucional ao apresentar-se como empresa

ambientalmente correta (funcionando como um diferencial competitivo). Além da

melhoria na imagem da empresa, uma instituição com responsabilidade ambiental

agrega valor ao seu produto/serviço com qualidade ecológica.

O produto/serviço é valorizado ao receber a rotulagem ambiental conhecida

como “selo verde”, confirmando sua adequação à norma NBR ISO 14.001 e,

consequentemente causando menor impacto ao meio ambiente. Através do “selo

verde” a empresa tem estampado seu compromisso ambiental nas suas ferramentas

promocionais e em seus produtos/serviços de forma a atingir o seu público-alvo.

ANÁLISE CRÍTICA QUANTO AO OBJETIVO

Page 44: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Pode-se afirmar que todos os objetivos foram alcançados, tanto o objetivo

geral da pesquisa que é demonstrar a importância da administração ambiental das

empresas e quais as principais ferramentas de gestão como, inclusive, seus

objetivos específicos que foram: investigar o processo de gestão ambiental das

empresas, analisar a norma ambiental série NBR ISO 14.000 e mostrar as principais

ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas no intuito de se tornarem

ambientalmente corretas e com a qualidade ambiental NBR ISO 14.000.

Por outro lado, reconhece-se, especificamente sobre as ferramentas de

gestão, que muitas outras podem ser aplicadas e desenvolvidas e que novas

tecnologias já estão à disposição das empresas. No entanto, foram abordadas as

principais e mais relevantes ferramentas, sendo suficientes para este escopo.

LIMITAÇÕES

Mesmo atingindo seus objetivos, a pesquisa encontra algumas lacunas que

carecem de estudos complementares. Com o propósito principal de fornecer

demonstrar a importância da administração ambiental das empresas e quais as

principais ferramentas de gestão ela é, em si, um passo fundamental.

Particularmente quanto a novas ferramentas administrativas que continuam surgindo

no intuito de auxiliar a administração ambiental, tem-se a opção de investigar mais

alternativas.

Quanto à fundamentação teórica e pesquisa bibliográfica encontrou-se uma

carência no acesso à literatura concernente ao tema (ausência de biblioteca), o que

foi em parte superado com auxílio da internet com acesso a acervo e publicações

digitais online.

DIREÇÃO DA PESQUISA

A partir desta pesquisa elementar, espera-se haver contribuído com

fundamentação e orientação básica quanto à implementação e importância do uso

de ferramentas na Gestão Ambiental. Longe de esgotar, o tema deve ser

aprofundado e abordado das mais diferentes formas. No entanto, o referencial ficou

estabelecido, ou seja, que as empresas não podem ficar alheios à Administração

43

Page 45: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

Ambiental, sob pena de perderem receitas e ficarem para trás em relação à

concorrência.

Por fim, do ponto de vista acadêmico, espera-se que novas pesquisas

possam ampliar o conhecimento, especialmente no que tange ao aperfeiçoamento e

elaboração de novas ferramentas de gestão ambiental.

44

Page 46: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001: Sistemas da gestão ambiental – requisitos com orientações para uso. 2. ed. rio de janeiro: abnt, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14004: Sistemas de gestão ambiental – diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 10004: resíduos sólidos. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ALMEIDA, F. O bom negócio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. ACEVEDO, C.R.; NOHARA, J. J. Monografia no curso de administração: guia completo de conteúdo e forma. São Paulo: Atlas, 2004. AMBIENTE BRASIL. Classificação do lixo quanto às características físicas, composição química, origem. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/residuos/classificacao,_origem_e_caracteristicas.html>. Acesso em: 15 jun. 2013. BARBIERI, José C. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. BRAGA, Luis Paulo Vieira. Compreendendo probabilidade e estatística. Rio de Janeiro: E-Papers, 2010. BURSZIYN, Augusta. Gestão ambiental: instrumentos e práticas. Brasília: IBAMA, 1994. CAVALCANTI, J. E. A década de 90 é dos resíduos sólidos. Revista Saneamento Ambiental, São Paulo: nº 54, p. 16-24, nov/dez. 1998. CEMPRE. Política nacional de resíduos sólidos: agora é lei. Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE). São Paulo: CEMPRE, 2010. CUNHA, Sandra B.; GUERRA, Antônio. A questão ambiental: diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertran Brasil, 2003. DIAS, Reinaldo, ZAVAGLIA, Tércia, CASSAR, Maurício. Introdução à administração: da competitividade à sustentabilidade. Campinas: Alínea, 2003.

Page 47: ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM AUDITORIA, PERÍCIA E ...biblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia_20140208150859.pdf · Administração Ambiental] e Administração Ambiental nas

DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2007. KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000. LACERDA, L. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Centro de Estudos em Logística, COPPEAD. Rio de Janeiro; UFRJ, 2002. Disponível em: <http://www.cel.coppead.ufrj.br/fspublic.htm>. Acesso em: 15 jun. 2013. LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: Meio Ambiente e Competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003. LERÍPIO, A. A. Gerenciamento de resíduos. Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/~lgqa/Coferecidos.html>. Acesso em: 15 jun. 2013. RYTHOWEM, Marcelo; OLIVEIRA, Thereza Martins de; FILHO, Valtuir Soares. Metodologia da pesquisa. Palmas: Unitins, 2006. ROGERS, D.S; TIBBEN-LEMBKE, R.S. Going backwards: reverse logistics trends and practices. Reno: University of Nevada: 1999. SANTOS, Antônio Raimundo dos Santos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. SILVA, Natércia Nascimento de Oliveira. Gestão ambiental empresarial. Universidade de Brasília: 2007. 58 páginas. Monografia (pós graduação) – Universidade de Brasília, Centro de Excelência e Turismo, Pós Graduação Latu Sensu, Curso de Especialização em Turismo e Desenvolvimento Sustentável, 2007. VALLE, Cyro Eyer. Qualidade ambiental: ISO 14000. 4. ed. ver. e ampl. São Paulo: SENAC/SP, 2002. TACHIZAWA, Takeshy. Gestão ambiental e responsabilidade social corporativa. São Paulo: Atlas, 2002. TEIXEIRA, Alessandra. Marketing verde. < http://www.marketing.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=121:marketing-verde&catid=39:ambiental&Itemid=88>. Acesso em: 15 jun. 2013. VAZ, Gil N. Marketing Institucional: o mercado de idéias e imagens. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 2003. WEBER, Péricles S. A gestão ambiental na empresa. Revista Sanare V.12 julho a dezembro de 1999. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/gestao/artigos/a_gestao_ambiental_na_empresa.html?query=gest%C3%A3o+ambiental>. Acesso em: 15 jun.2013.

46