esporte e solidariedade - fea.usp.br · saram por abrigos da prefeitura e participam agora de...
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uma publicação mensal da FEA-USP
Depois do sucesso da primeira edição do Festival
Solidário de Futebol, em 2009, a Comissão de Cul-
tura e Extensão da FEA reuniu, no dia 16 de outu-
bro, professores, alunos, funcionários e comunidade
para mais um encontro de esporte e solidariedade.
As partidas de futebol de campo aconteceram no
Centro de Práticas Esportivas da USP (CEPEUSP)
entre times mistos de alunos, professores e funcio-
nários de algumas unidades da USP, além da FEA.
A novidade desta segunda edição foi a participação
dos times de futebol feminino da FEA e dos proje-
tos sociais Recreart e Comunidade São Reminho,
formados por crianças de 9 até 11 anos (categoria
sub-11).
Para a professora Marina Mitiyo Yamamoto,
presidente da Comissão de Cultura e Extensão da
FEAUSP (CCEx) e responsável pelo Festival, a es-
colha do futebol como modalidade esportiva é im-
portante para o sucesso do evento. “O futebol faz
parte da cultura brasileira e, neste caso, tem um pa-
pel primordial na integração da comunidade USP,
alunos, professores e funcionários em prol de uma
causa social”, diz ela.
O festival teve apoio da Pró-Reitoria de Cultura
e Extensão, do restaurante Sweden, do Clube dos
13, da Livraria Visconde de Cairú, da Copiadora
RCS e da diretoria da FEA. Participaram da comis-
são Moisés Santana, João Corrêa, Valdir dos San-
tos, Marcos Gonçalves, Edson Wanderley de Souza,
Milena Neves Ramos, Rosemeire Batista e a profes-
sora Marina Mitiyo Yamamoto, do Departamento
de Controladoria e Contabilidade.
p.02p.10p.11p.12p.14
ANÁLISE & OPINIÃO
FEA PROFESSORES
FEA ALUNOS
FEA FUNCIONÁRIOS
FEA MIX
FEA PROFESSORESPAINELFEA PROF. E ALUNOS E AINDA...
p.04 p.06 p.08
Competições deResolução de Casomovimentam a FEA
Os desafiosdo próximogoverno
Programas DINTERampliam fronteirasda FEA
Esp
orte
e
soli
dar
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ade
ano 07_edição 64_nov/dez_2010
Equipes dos projetos Restart e da Comunidade São Reminho
#02
ANÁLISE E OPINIÃO
“Para dar conta da complexidade e da diversidade das demandas, minha convicção é que nada pode ser mais importante do que as nossas crenças e valores.”
Um
exc
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011
pa
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odos
nós
Meu objetivo na Fea é Fazer uM
belo trabalho. Mas para que isso
aconteça, preciso contar com todos os
funcionários. Essa foi a mensagem que
deixei para todos os que estavam pre-
sentes na primeira reunião geral, que
conduzi como diretor da FEA, no dia
12 de novembro.
O desafio é imenso. Os números da
FEA dão uma medida do nosso dia a
dia. São três mil alunos de graduação,
500 de pós-graduação, 120 alunos es-
trangeiros, 175 mil visitas à Biblioteca,
35 eventos em média por mês. Para dar
conta da complexidade e da diversida-
de das demandas, não podemos per-
der de vista as nossas crenças e valo-
res: o bom uso dos recursos, o sentido
de coletividade, a responsabilidade, a
cobrança constante de resultados e a certeza de que tudo
é importante. Acredito mesmo que o segredo é fazer tudo,
mesmo as pequenas coisas, de maneira grandiosa.
Encerramos 2010 celebrando a avaliação da Coordena-
ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Ca-
pes), que conferiu notas máximas para os programas de Eco-
nomia, Administração e Controladoria e Contabilidade. Foi
uma conquista merecida que renova a nossa responsabilida-
de. Por essa razão, 2010 representa também o início de um
novo ciclo. Precisamos concentrar esforços e apurar o nosso
olhar para não apenas manter os conceitos do último triênio,
mas avançar mais. Há muito trabalho a ser feito.
Entre os desafios de 2011, temos o megaprojeto da nova
Biblioteca, uma obra muito desejada e necessária que, final-
mente, começa a se concretizar. De certa forma, a execução
das obras representa um transtorno, mas tenho certeza de
que não vai faltar paciência e colaboração. Estamos inician-
do uma campanha para captar recursos que vão garantir o
nível de serviços que desejamos implementar.
Por fim, uma discussão profunda que não pode mais ser
adiada é a renovação da graduação. Precisamos fazer um diag-
nóstico, integrar os cursos e as disciplinas e entender melhor
as necessidades até mesmo para avaliar se o que fazemos está
afinado com o que é preciso fazer, se está alinhado às tendên-
cias internacionais. Vamos descobrir juntos o que é preciso
fazer para mudar para melhor. Estamos diante dessa oportu-
nidade e vamos perseguir esse sonho com muita negociação.
Essa é a palavra! Descobri nesses poucos meses que o dire-
tor, na verdade, não manda em nada nem em ninguém. Pode-
mos inspirar as pessoas, induzir os processos e encaminhar as
ideias para os colegiados, fóruns em que as decisões são toma-
das. Vamos, portanto, descobrir juntos o caminho do futuro e
garantir a evolução rumo à excelência, a verdadeira vocação
da FEA. Desejo um grande 2011 para todos!
reinaldo Guerreiro
ProFessor do dePartaMento de Controladoria e Contabilidade e diretor da Fea
gente vê no sorriso delas, a diferença que
isso faz”, diz Rosemeire.
Os jogadores da Comunidade São Re-
minho, vizinha à USP, e do Recreart, lo-
calizado na zona sul, também tiveram um
dia diferente. Esses projetos sociais atuam
em comunidades carentes e utilizam o
esporte para mudar a realidade das crian-
ças. Para Moisés Santana, da comissão
organizadora, o festival deve ser repetido
nos próximos anos. “Queremos ajudar
quem tem a responsabilidade de transmi-
tir para a garotada a importância da edu-
cação e do esporte no desenvolvimento
do espírito de cidadania. No Festival não
tem time vencedor, todos ganham” diz.
Promover atividades e eventos que
possam agregar ações de cunho social,
trazendo sempre a reflexão e a prática
da cidadania para a comunidade feana,
é a proposta da CCEx. “É muito grande
a mobilização para fazer dar certo. Todos
ajudam e podem ajudar. Isso é gratifican-
te”, diz a professora Marina.
#03
“O principal não são as doações, mas o carinho e a atenção. Todos ajudam e isso é muito gratificante.”
FEA X FEA
Esporte e solidariedade
o 2º Festival solidário de Fute-
bol reuniu FunCionários, ProFes-
sores e alunos da Fea, FunCioná-
rios da Fia e da FiPe, da Coor-
denadoria do CaMPus da CaPital
(CoCesP), da reitoria e da Fa-
Culdade de MediCina veterinária
e zooteCnia. O sucesso do festival atraiu muita gente e foi
encerrado com uma animada confraternização, no jardim in-
terno do FEA 1. O grupo Andarilhos, formado por funcioná-
rios terceirizados da Faculdade, garantiu o som.
Cada time doou duas cestas básicas e brinquedos que foram
entregues ao Centro de Referência da Criança e do Adolescen-
te de Osasco. O Centro cuida de 80 crianças e jovens que pas-
saram por abrigos da Prefeitura e participam agora de programa
socioeducativo. Eles também foram convidados para a festa.
Para Rosemeire Batista, secretária da Comissão de Cultura e
Extensão (CCEx) e uma das organizadoras do Festival, o que
importa não são as doações. “Para essas crianças, o mais im-
portante é o carinho e a atenção. Elas passam o dia inteiro no
abrigo, sem nenhum contato familiar. Enfrentaram maus tra-
tos de familiares e foram recolhidas por decisão judicial. É uma
emoção quando elas descem do ônibus e se deparam com um
monte de gente. Elas brincam, correm e se divertem muito. A Profa. Marina, Moisés, João, Rosemeire e Geraldo
#04
FEA PROFESSORES E ALUNOS
As competições agregam aspectos como o aperfeiçoamento da formação dos graduandos de todos os departamentos, contato com o mercado e executivos de empresas e instituições.
Com
pet
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do
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l
Em 2010, várias competições de Re-
solução de Casos movimentaram a FEA
e mobilizaram alunos de todos os depar-
tamentos. São iniciativas que colocam
os alunos diante de problemas e desafios
reais, proporcionando a aplicação do co-
nhecimento teórico, a tomada de deci-
sões e o desenvolvimento de habilidades
analíticas e de comunicação. Tudo isso
num ambiente protegido, com a supervi-
são de professores.
Para os alunos e professores envol-
vidos nessas iniciativas, as competições
agregam diversos aspectos interessantes
como proporcionar o aperfeiçoamento da
formação dos graduandos, contato com o
mercado e executivos de empresas e instituições e maior visibi-
lidade para a FEA.
A parceria entre a FEA e a Universidade de Illinois em Urba-
na-Champaign concretizou o Concurso Internacional de Resolu-
ção de Casos e premiou os finalistas brasileiros com uma viagem
para os Estados Unidos, na primeira quinzena de setembro. Or-
ganizada pelos professores Graziella Maria Comini e Moacir de
Miranda Oliveira Junior, do Departamento de Administração,
a iniciativa foi apoiada pelo Centro de Estudos Werner Bauer e
pelo programa de internacionalização da AmBev.
A competição recebeu 60 inscrições para as 18 vagas da
FEA. As equipes foram formadas, por sorteio, com dois estu-
dantes brasileiros e dois da Universidade de Illinois. O trabalho
foi desenvolvido em São Paulo com as nove equipes finalistas
que tiveram pouco mais de um dia para preparar o case. “Os
alunos não se conheciam e tiveram que interagir com os colegas
estrangeiros. Executivos da AmBev participaram das bancas e
se surpreenderam com o nível dos trabalhos e das apresenta-
ções. O feedback foi muito positivo para todos os participantes e
para a imagem da FEA”, comenta professora Graziella.
Nos Estados Unidos, a equipe finalista visitou a Universida-
de e as empresas AmBev e Caterpillar, além de assistir a uma
partida de futebol americano. De acordo com a professora Gra-
ziella, a AmBev abriu as portas.
Equipe Arquivos V (André de Geus Cervi
e Rafael Manocchio, de Administração,
e Leandro Cizotto e Ricardo de Carli, de
Economia) vencedora da XIV CRC
Prof. Moacir, profa. Graziella, Terry McKoy (Illinois) e estudantes da FEA e de Illinois
#05
“A nossa preocupação é preparar a equipe para a apresentação. Os alunos devem argumentar e defender a recomendação. O relatório deve ser em inglês.”
Em 2009, a FEA foi convidada para participar do Invest-
ment Research Challenge (IRC), competição de resolução
de casos da Chartered Financial Analyst (CFA), organização
global que, entre outras atribuições, é responsável pela Certi-
ficação CFA de recomendação de investimentos. Em 2010, a
professora Liliam Sanchez Carrete, do Departamento de Admi-
nistração, assumiu a incumbência de preparar a equipe da FEA
para o torneio que tem como tema o Grupo Fleury.
Além da FEAUSP, participam da etapa Brasil, a FEA Ribei-
rão Preto, a Fundação Getulio Vargas SP, o IBMEC-RJ, o Ins-
tituto de Ensino e Pesquisa (Insper-SP), PUC-SP, e Mackenzie.
Os cinco integrantes da equipe vencedora ganham o direito de
participar da etapa Américas.
A divulgação do torneio e das inscrições foi feita pela Liga de
Mercado Financeiro. “Os 18 inscritos passaram por entrevista e
os selecionados estão no último ano de Economia e Adminis-
tração. A competição é muito exigente e coloca os participantes
em contato com executivos do mercado que atuam como men-
tores. A nossa preocupação é preparar a equipe para a apre-
sentação. Eles devem argumentar e defender a recomendação.
O conteúdo do relatório que deve ser em inglês não será um
problema,” explica a professora Liliam.
Para Guilherme Mendes de Araújo, líder da equipe, a opor-
tunidade é essencial para quem quer trabalhar na área de in-
vestimentos. “O trabalho é difícil, coincidiu com o período de
provas e conclusão de TCC, mas vale a pena”, diz ele, que já
participou da competição Mega Case da Procter & Gamble
A primeira Competição de Políticas Econômicas – Co-
peco –, realizada de 19 a 21 de setembro, pela Comissão
FEAUSP Educação e Futuro, levou a metodologia para a
área de macroeconomia e abriu um novo e importante es-
paço para os alunos de graduação testarem e consolidarem
conhecimentos na área econômica. Foi organizada pelo pro-
fessor Carlos Eduardo Soares Gonçalves, do Departamento
de Economia, e teve patrocínio da comissão de graduação
da FEA, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), da
Tendências Consultoria Econômica e da BM&FBOVESPA.
A FEA júnior realiza também, duas
vezes por ano, sua Competição de
Casos (CRC). É uma das suas frentes
de atuação como entidade dedicada
à complementação da formação dos
alunos para o mercado de trabalho.
“A competição é fundamental para
os alunos colocarem os conhecimen-
tos em prática. Ela traz problemas que
acontecem nas empresas e os alunos
têm que encontrar a solução como se
fossem os profissionais responsáveis”,
explica Cristiane Gazzanel, diretora de
eventos da FEA júnior USP.
Este ano, a XIV CRC contou com
equipes da FEA, Poli, UNESP, UNI-
CAMP, MACKENZIE e Insper. O
case proposto foi Banco FEA e o Ci-
tibank foi o patrocinador. Para Rafa-
el Manocchio, integrante da equipe
vencedora Arquivos V, o prêmio não
é a única motivação para participar da
CRC. “É a experiência de ‘colocar a
mão na massa’, de enfrentar essa carga
de trabalho e de se expor para as em-
presas que patrocinam o evento para
obter um feedback”, diz ele.
Equipe IRC: Júlio Cezar Mezzalina Martins, Ana Carolina Garcia, Guilherme Mendes de Araújo, Jáder Gonçalves Pires e profa. Liliam Sanchez Carrete (foto menor)
#06
PAINEL
“É importante não mexer no tripé que deu sustentação à economia nos últimos 12 anos: controlar as despesas do governo, não interferir no Banco Central e na taxa de câmbio.”
Os
des
afi
os d
o p
róxi
mo
gov
ern
o não serão PouCos os desaFios do
PróxiMo Governo. O aumento cres-
cente do gasto público, o ineficiente
sistema tributário, o financiamento
da Previdência e a pressão geral por
educação e saúde de qualidade pesam
na agenda da presidente eleita, Dilma
Roussef. Na fatura que ela vai receber
em 1º de janeiro de 2011 estará tam-
bém a força do voto da continuidade
que a conduziu ao cargo.
Para o professor Edgard Bruno
Cornachione Junior, chefe do depar-
tamento de Contabilidade e Atuária,
o maior impacto é o da área tribu-
tária. “Dependendo dos instrumentos
tributários que o governo venha a uti-
lizar, o impacto na carga tributária das
empresas será enorme, bem como as
consequências sobre o desenvolvimento
da nação. É preciso repensar as formas
de compatibilizar arrecadação e gastos.
Outra questão fundamental, no âmbito
da Atuária, é a reforma previdenciária,
a questão dos fundos de
pensão e o financiamen-
to da aposentadoria. A
regulação da previdência
oficial, complementar ou
privada tem impacto na
sociedade como um todo.
Com o avanço etário da
população, existe a ne-
cessidade emergencial de se operar nessa linha. A Contabili-
dade deve ser ‘a linguagem dos negócios’. Por meio de balan-
ços, relatórios, a empresa se comunica com os meios externo
e interno, expõe a sua performance. O Brasil passa por um
processo de harmonização contábil e até está na dianteira da
implantação das regras do IFRS. Essa harmonização acon-
tece também na esfera pública e o papel do governo federal
é fundamental. A qualidade da informação contábil deve ser
preservada porque só assim o Brasil pode avançar e ganhar a
confiança dos investidores locais e internacionais. O mercado
reage imediatamente diante de relatórios pouco confiáveis. A
Contabilidade está no meio dessas duas pontas: é um agente
público como ciência e como atividade, porque de um lado
existem as empresas com seus negócios, do outro, os finan-
ciadores, bancos, fundos de pensão, pessoas físicas. No meio,
tem que ter alguém falando: essa história que a empresa x está
contando é verídica, pode confiar, tomar suas decisões com
base nas informações fornecidas.”
reForMas
O professor Simão Davi Silber, do Departamento de
Economia, divide os desafios como de curto e longo pra-
zo. “No curto prazo, é fundamental que o governo não deixe
acontecer uma farra fiscal. O aumento do gasto público já
vem ocorrendo desde o final de 2008. A crise financeira mun-
dial exigiu medidas porque era preciso agir para
amenizar o impacto. Mas o governo passou muito
da medida e haverá consequências de curto e longo
prazo. Quanto maior é o Estado, menor é o dina-
mismo. É importante que não se mexa no tripé que
deu sustentação à economia nos últimos 12 anos:
não deixar explodir as despesas do governo, não in-
terferir no Banco Central – isso seria temerário – e
não controlar a taxa de câmbio. Manter o que tem
sido feito, o que deu credibi-
lidade ao governo. Medidas
de longo prazo
seriam as de
#07
“Precisamos também investir em infraestrutura porque estamos no limiar de um apagão logístico. Como o país vive em função do mercado internacional, não há espaço para grandes aventuras.”
um estadista. Não dá para fugir mais das reformas e a mais ur-
gente é a previdenciária. Temos também um sistema tributário
confuso, é preciso flexibilizar a legislação trabalhista, a relação
trabalho/empresas. E, juntando a isso, um investimento maciço
em educação. Nenhum país é rico com população ignorante.
Precisamos também investir em infraestrutura porque estamos
no limiar de um apagão logístico. Como o país vive em função
do mercado internacional, não há espaço para grandes aven-
turas ou mudanças. O que mais me incomoda é que tivemos
quatro mandatos e muito pouco foi feito em reformas. O avanço
em pessoas, tecnologia e infraestrutura é modesto”.
neGoCiação
Para o professor Arnaldo José França Mazzei Nogueira,
do Departamento de Administração, o Brasil encontrou um
caminho saudável que concilia interesses e favorece o cres-
cimento econômico. “O ambiente é favorável para atrair os in-
vestimentos necessários e atender interesses empresariais, finan-
ceiros, sociais e das classes trabalhadoras. Não foi à toa que, nessa
eleição, o voto foi de continuidade. Quase 20 milhões de pessoas
passaram a ter acesso ao consumo e ao crédito. Isto afeta três áre-
as importantes: o emprego, a distribuição de renda e a diminuição
da pobreza no país. Para nós, que trabalhamos com gestão, recur-
sos humanos e relações de trabalho, a necessidade de fazer uma
revisão de conceitos é urgente. Precisamos entender o que está
acontecendo no Brasil, como podemos contribuir para que esse
processo seja cada vez mais qualitativo e que, em cada instân-
cia das empresas, das universidades, na atuação dos professores,
sejam agregados elementos para diminuir a desigualdade social
no país. Ver o que é possível fazer para que o Brasil tenha outra
cara daqui a 10 anos. Na minha área, isso envolve diretamente
pensar qual é o futuro das relações do trabalho, do mercado de
trabalho, da legislação trabalhista. Ao contrário do que se dis-
cute, o momento não é favorável para uma revisão da legislação
trabalhista. A regulação das políticas públicas favoráveis à ma-
nutenção do emprego formal, à maior distribuição de renda, aos
salários e à Previdência Social deve ganhar força. Não vejo pers-
pectiva de alterações radicais na legislação trabalhista por mais
que haja pressão
sobre gargalos e
demandas. Uma
desoneração da
folha de pagamen-
tos vai gerar uma
controvérsia gran-
de. A tendência é
que os compromis-
sos desse governo
com os sindicatos
organizados se
mantenham. No
âmbito da gestão
de RH das em-
presas, o desafio
é grande. Num
governo favorável
aos sindicatos, ao
trabalhismo, vai
ser difícil continu-
ar a fazer coisas
como terceirizar,
demitir sem nego-
ciar. Como futuros
gestores e líderes,
nossos alunos te-
rão que desenvol-
ver habilidades de
negociação e de
compartilhamento.
Entender o que in-
teressa a todos no
país: a diminuição
da desigualdade e
a ampliação das
oportunidades.”
#08
“Entre os critérios da avaliação trimestral da Capes, os projetos de inserção social são muito valorizados. Estamos contribuindo para a formação de novos núcleos.”
FEA PROFESSORES
As
nov
as
fron
teir
as
da
FE
A o ProCesso de internaCionalização da
Fea já é uMa realidade, Mas PouCa Gen-
te sabe que a FaCuldade está Presente
taMbéM no “Coração do rio Grande
do sul”. Desde agosto, os professores
Martinho Isnard Ribeiro de Almeida,
Roberto Sbragia e Hamilton Luiz Corrêa,
do Departamento de Administração, se
revezam na ponte aérea com o município
de Santa Maria, a quase 300 quilômetros
de Porto Alegre, ministrando as aulas
do curso de Doutorado Interinstitucio-
nal em Administração (DINTER Novas
Fronteiras) entre a Universidade de São
Paulo (USP), a Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM) e a Universidade
Federal do Pampa (UNIPAMPA).
Custeada pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), a parceria estratégi-
ca dessas três instituições responde ao
desafio de contribuir para a redução das
desigualdades e assimetrias regionais,
por meio da forma-
ção de dou-
tores na
R e -
g i ã o
S u l ,
c a -
pac i -
t a ç ã o
de docentes do
ensino superior,
formação e conso-
lidação de grupos de
pesquisa, fortalecimen-
to das estruturas de pós-graduação existentes ou que vierem
a ser desenvolvidas e intercâmbio acadêmico, inclusive na
forma de estágios de pós-doutorado.
Com esse primeiro DINTER em andamento e com 15
vagas, a FEA está expandindo suas fronteiras. “Entre os cri-
térios da avaliação trimestral da Capes, os projetos de in-
serção social são muito valorizados. Além de receber alunos
e de formar professores para outras universidades, estamos
contribuindo para a formação de novos núcleos”, explica
professor Lindolfo Galvão de Albuquerque, coordenador da
pós-graduação em Administração.
O Departamento de Contabilidade e Atuária também
recebeu aprovação da Capes e está estruturando seu progra-
ma com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
que será a receptora, Universidade Federal de Goiás (UFG)
e Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). “O
processo seletivo está em andamento. Os candidatos fizeram
o teste Anpad e já enviaram os seus projetos de tese para
serem avaliados. Depois das provas específicas de Contabili-
dade Gerencial e Societária, serão feitas as entrevistas com
os candidatos no dia 9 de dezembro. O planejado é que as
aulas se iniciem no primeiro semestre de 2011”, explica pro-
fessor Luís Eduardo Afonso, coordenador da pós-graduação
em Contabilidade.
Outras instituições demonstraram interesse em cursos si-
milares de Contabilidade, mas de acordo com as regras da Ca-
pes, cada programa pode desenvolver apenas um DINTER por
vez. “Nossa expectativa é que o curso possa ter uma contri-
buição efetiva para a formação de doutores em Contabilidade
da região Centro-Oeste, carente de docentes com titulação
de doutor. Ou seja, há um caráter bastante importante de
descentralização do conhecimento e de aprimoramento dos
quadros de docentes das universidades federais envolvidas no
processo. Este caráter social é parte do Departamento, por
suas características de liderança e pioneirismo na área contábil
do país”, afirma professor Luís Eduardo.
O Departamento de Economia, por sua vez, está estrutu-
pela professora Clandia Maffini Go-
mes, que fez o doutorado na FEAUSP
com a orientação do professor Isak
Kruglianskas, então chefe do Departa-
mento de Administração que, não por
acaso, foi o professor da aula inaugural.
ParCeria
A parceria envolve o
Programa de Pós-Gradua-
ção em Administração da
FEA, que lidera o proje-
to no papel de promotora
conferindo a expertise aca-
dêmica fundamental para
a capacitação e o desenvol-
vimento das Instituições de
Ensino Superior (IES).
A Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), com o Programa de
Pós-Graduação em Administração,
atuará como receptora das atividades
fora de sede do DINTER. Esse progra-
ma apresenta uma estru-
tura em nível de mestrado
capaz de sediar, com qua-
lidade acadêmica, o de-
senvolvimento do curso.
A Universidade Federal
do Pampa (UNIPAMPA),
que é uma IES recém-
criada, localizada na me-
tade sul do Rio Grande do Sul, fronteira
do Estado com o Uruguai, se caracteriza
pela importância estratégica no desenvol-
vimento econômico e social da região e
pela carência de professores com forma-
ção stricto sensu.
#09
“A acolhida tem sido calorosa e somos bastante valorizados. O interesse e a dedicação têm sido excepcionais. Dá orgulho em contribuir para alavancar as competências locais.”
rando uma proposta de DINTER com a Universidade Fede-
ral do Piauí (UFPI), em Teresina (PI).
Projetos reGionais
Não deixa de ser uma aventura, mesmo nos dias de hoje,
se deslocar para a distante Santa Maria. Depois de quase
duas horas de voo até Porto Alegre, tem mais outro tanto
em avião pequeno e a incerteza de pousar num aeroporto
que não tem instrumentos. “Quando chove, o jeito é arru-
mar uma caminhonete o que leva mais tempo e atrasa tudo”,
conta professor Martinho de Almeida, coordenador e profes-
sor do DINTER.
Cada professor se encarrega de 60 horas presenciais por
semestre e os alunos terão que fazer duas disciplinas obri-
gatórias na FEA. A seleção privilegiou os professores mais
antigos das universidades gaúchas que até o momento não
tinham tido oportunidade de fazer um doutorado. “É muito
gratificante para todos. A região é carente e a cooperação
veio em boa hora. Os projetos apresentados são de bom nível
e refletem a realidade da região. Os professores são experien-
tes, dão consultorias. Há muito interesse na gestão de peque-
nas empresas e cooperativas”, comenta professor Martinho.
O professor Roberto Sbragia foi convidado para ministrar
a disciplina Gestão da Inovação. “A acolhida tem sido calo-
rosa e somos bastante valorizados. O pessoal é de bom para
excelente nível e o rendimento tem sido muito bom, apesar
da sobrecarga nos períodos em que lá estamos dando aulas. O
interesse e a dedicação têm sido excepcionais. Dá orgulho em
contribuir para alavancar as competências locais”, diz profes-
sor Roberto.
A estrutura curricular básica do DINTER da Adminis-
tração foi projetada para desenvolver a linha de pesquisa Es-
tratégias e Organizações. O curso foi alinhado ao mestrado
da UFSM que, por sua vez, tem sua área de concentração
definida em Estratégia e Competitividade. Esse alinhamento
permitirá um maior aproveitamento da troca de expertise e de
experiências entre os programas parceiros.
Vale destacar que as portas da UFSM foram abertas
Prof. Martinho de Almeida
Prof. Roberto Sbragia
#10
FEA PROFESSORES
“Os alunos se sentiram prestigiados com o interesse do professor Mesut, que também estava interessado em aprender com eles.”
Pre
sen
ça
ma
rca
nte O professor e pesquisador da Universidade de Wiscon-
sin-Milwaukee (Estados Unidos) Mesut Akdere foi convi-
dado para ministrar uma disciplina no curso de pós-gradua-
ção da FEA. Foram duas semanas muito ricas e de trabalho
intenso, de 14 a 29 de setembro, em torno do tema – Hu-
man Research Development (HRD) ou Desenvolvimento
de Recursos Humanos.
Tendência nos Estados Unidos e na Ásia, mas pouco co-
nhecida no Brasil que está mais ligado à linha européia, a
abordagem reúne desempenho organizacional, capacitação
gerencial, gestão da qualidade, liderança, treinamento e edu-
cação. Falando dessa conexão com entusiasmo, o professor
Mesut encantou a turma de alunos formada por alunos da
FEA, dos cursos de pós-graduação em Administração e em
Controladoria e Contabilidade, e da FECAP (Fundação Es-
cola de Comércio Álvares Penteado).
“O objetivo desse curso foi trazer essa perspectiva para
a FEA, uma abordagem inovadora que privilegia o agente
humano. Foi interessante provocar essa reflexão no contex-
to tecnicista como o da Contabilidade. Conheci o professor
Mesut, que é um pesquisador dessa área em congressos inter-
nacionais, e ele demonstrou interesse em conhecer o Brasil.
Ele trouxe oxigênio novo para a pós”, comenta Edgard Cor-
nachione, chefe do Departamento de Contabilidade e Atuá-
ria e responsável pela aula inaugural do curso.
Para os participantes, a dinâmica e a metodologia do cur-
so foram um capítulo à parte, com apresentações de vídeos,
d e b a t e s
e muita
r e f l e x ã o
sobre as
experiên-
cias abor-
dadas. “O
professor
Mesut se
preocupou
também em conhecer o ambiente em-
presarial brasileiro e, sempre que possí-
vel fazia comparativos entre os cenários
dos Estados Unidos, da Turquia, seu
país de origem, e o Brasil. E o fato de
ser ministrado em inglês, aspecto que,
a princípio gerou um certo receio, aca-
bou se transformando em uma experi-
ência enriquecedora para todos”, apon-
ta Renato Azevedo, que atuou como
assistente do professor.
Para o professor Edgard, aumentar
a presença de professores visitantes se
transformou numa meta. “Os alunos se
sentiram prestigiados com o interesse
do professor Mesut, que também esta-
va interessado em aprender com eles.
Mesmo com a barreira da língua, o
intercâmbio abre a cabeça das pessoas
para visões diferentes e desperta para a
inovação”, comenta professor Edgard.
Conhecer o Brasil tem sido uma mo-
tivação constante entre os visitantes es-
trangeiros, mas o interesse do professor
Mesut era ainda maior. “Como sua es-
posa é meio brasileira, eles queriam res-
gatar os parentes desse lado da família.
O interessante é que encontraram um
primo que é marido de uma funcionária
da FEA, Cleusa Soares”, conta Renato.
Além de conhecer e se reunir com
familiares, a visita propocionou ao pro-
fessor Mesut a oportunidade de conhe-
cer iguarias como água de coco e caldo
de cana. “Simpático e falante, ele real-
mente se tornou uma presença marcan-
te na FEA”, lembra Renato.
#11
“O evento teve um altíssimo nível de discussão e excelente ambiente de networking.”
FEA ALUNOS
Feamais debate economiao FeaMais, ProGraMa de relaCionaMento CoM ex-alunos
da Fea, enCerrou o ano CoM uM evento esPeCial: o Pai-
nel Internacional Economic Conjuncture and Impacts of Inco-
me Distribution in the Emerging Countries, que aconteceu no
dia 9 de novembro, na sala da Congregação, reunindo espe-
cialistas da área financeira, alunos e ex-alunos da Faculdade.
O evento foi organizado em parceria com o IE Business
School e contou com a participação de Júlio Callegari, eco-
nomista-sênior do banco JP Morgan e ex-aluno da FEA;
Ignácio Muñoz Alonso, professor do IE e CEO da Addax
Capital; e Jordana Viotto, jornalista do Grupo Folha, con-
vidada para conduzir o painel. Edgard Cornachione, profes-
sor e chefe do Departamento de Contabilidade e Atuária da
FEA, abriu o evento.
Alonso falou sobre a mudança estrutural na base da econo-
mia global, depois das transformações nas grandes economias
emergentes. Para ele, a China é o símbolo desta grande mu-
dança. “Há uma onda de transferência da produtividade do
centro para a periferia, o que representa um quadro geral de
mudança na balança de poder e influência dos países desen-
volvidos para as economias em desenvolvimento”, afirmou.
Callegari argumentou que os EUA devem se recuperar
dentro de dois anos e serão novamente uma grande força
econômica. “Não subestimem a economia dos Estados Uni-
dos”, disse. Sobre a China, sua opinião é que o país é uma
grande promessa, mas que, para ser potência econômica,
precisa se preocupar com o envelhecimento da sociedade.
“A China tem mais ou menos dez anos antes da população
ativa envelhecer. Os chineses vão ficar velhos, antes de ficar
ricos”, afirmou.
Por isso, países como o Brasil, podem e devem aproveitar
essa onda de crescimento, que impulsiona principalmente a
venda de commodities, riqueza que a China e o mundo estão
comprando. Mas para manter esse crescimento precisam se
preocupar, e muito, com as bases estruturais da economia.
“Em termos de mudanças estruturais é frustrante não ter o
que dizer. Falta investimento em ino-
vação, educação e infraestrutu-
ra. E no caso do
Brasil, se
o novo
g o -
verno
n ã o
se pre-
o c u p a r
em mudar essa
realidade, teremos grandes
problemas no futuro”, alerta.
Para Milton Junior Daré, da área de
eventos e captação do Feamais, a in-
tenção foi trazer um tema atual para ser
debatido na faculdade por ex-alunos
que trabalham em bancos e áreas de
bens de consumo. “A qualidade do de-
bate foi muito boa, o tema foi elogiado
e, mais importante: o feedback foi exce-
lente, tanto por parte dos palestrantes
quanto dos participantes”, diz.
O evento foi o primeiro da nova gestão
do Feamais, que também está utilizando
uma nova logomarca. “O evento teve um
altíssimo nível de discussão e excelente
ambiente de networking”, diz Mário Lúcio
Corrêa Neto, gestor do programa.
Os palestrantes Ignácio Alonso e Júlio Callegari (da esq. para dir.)
#12
FEA FUNCIONÁRIOS
“O modelo da FEA é peculiar. Ao longo do tempo, foram construídos métodos e processos de trabalho que se incorporaram à cultura da instituição.”
Com
pa
rtil
ha
nd
o ex
per
iên
cia
s
a assistênCia téCniCa de CoMuni-
Cação e desenvolviMento (atCed)
da Fea desenvolveu e Consolidou
nesses sete anos de atividades, uM
jeito PróPrio de atender as deMan-
das da FaCuldade, de Fazer CirCu-
lar a inForMação e, PrinCiPalMente,
de CoMPartilhar o ConheCiMento.
Integrando conceitos de compe-
tência, comunicação integrada e de
educação corporativa, a ATCeD, da
FEA, criada pela professora Maria
Tereza Fleury quando assumiu a di-
retoria, abriu espaço para um mode-
lo de atuação pioneiro na USP, que
tem despertado a atenção de
outras unidades e que
se tornou
referên-
cia em
l e v a n t a -
mentos de
benchmarking.
Várias uni-
dades da USP já se interessaram pela
experiência da FEA, entre elas, os Institutos de Matemáti-
ca e Estatística (IME) e de Astronomia, Geofísica e Ciên-
cias Atmosféricas (IAG) e a Escola de Enfermagem de São
Paulo, além da Fundação Getulio Vargas.
Atendendo convite da Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto (EERP), Lu Medeiros, responsável pela
ATCeD, fez uma apresentação do trabalho desenvolvido
pela área no dia 13 de setembro. “Não existe padrão na
USP para uma assistência técnica voltada para comuni-
cação. Algumas vezes, a assistência equivale a uma área
de eventos ou até agrega áreas de informática e de audio-
visual. O modelo da FEA é peculiar. Ao longo do tempo,
foram construídos métodos e processos de trabalho que se
incorporaram à cultura da instituição e geraram produtos
que são conhecidos na USP. O mais importante, porém,
é que ao ampliar o acesso à informação, o aprendizado
propiciou a conectividade entre os públicos da FEA e a
área se transformou em uma das ferramentas que ajudam
a compartilhar conhecimento”, explica Lu Medeiros.
Dessa forma, a agilidade e a riqueza do ambiente da FEA
estão presentes no informativo Semana na FEA, que foi o ponto
de partida, e tem no jornal Gente da FEA um registro histórico
significativo do que acontece na instituição desde 2003.
Para Ida Mara Brunelli, assistente acadêmica da EERP
e responsável pela comunicação, o convite foi formulado
com o objetivo de conhecer a experiência da FEA no uso
da comunicação para melhorias internas, uma das metas
do programa de gestão da diretora, professora Sílvia Hele-
na De Bortoli Cassiani.
“Foi constituída uma comissão com o objetivo inicial
de desenvolver um novo portal, um veículo de comunica-
ção interna para disseminar os principais eventos acadê-
micos e administrativos e desenvolvimento de uma nova
logomarca. Ficamos impressionados com o trabalho que
vem sendo realizado, os resultados positivos alcançados
e a estrutura disponível. A apresentação de Lu Medeiros
nos motivou e inspirou”, afirma Ida Mara.
Lu Medeiros: “Modelo da FEA é peculiar”
#13
“Minha visão para a FEA é que ela seja o referencial entre as unidades da USP. Vamos fazer da FEA o lugar ideal para se trabalhar.”
Orgulho em trabalhar na FEAdePois de 12 anos, olGa Maria zulzke de Miranda está
de volta à assistênCia téCniCa adMinistrativa (atad).
Com a mesma energia e disposição, assumiu a área no início
de novembro e já imprimiu o seu ritmo ao trabalho.
Na primeira reunião geral com os funcionários, convoca-
da pelo diretor da FEA, professor Reinaldo Guerreiro, no dia
12 de novembro, sua apresentação foi arrematada com um
calendário das reuniões que pretende realizar com diferentes
grupos de funcionários. O objetivo da ação é ouvir as pessoas
e levantar um diagnóstico com as oportunidades de melhoria
que podem ser implementadas.
Com 32 funcionários diretos e 40 indiretos, a ATAd é
responsável pelas áreas de Protocolo, Zeladoria, Gráfica, Ma-
nutenção, Recursos Audiovisuais, Veículos e Recursos Hu-
manos. “A Assistência Administrativa é um mundo comple-
xo que interfere naturalmente em todas as áreas e na própria
dinâmica da FEA. Afinal, todos nós queremos um ambiente
limpo, em que os banheiros, fechaduras e equipamentos fun-
cionem. Queremos prestar um serviço de qualidade e sermos
valorizados pelo que representamos para a Faculdade. Por
isso, minha visão para a FEA é que ela seja o referencial en-
tre as unidades da USP. Vamos investir no contínuo aperfei-
çoamento dos processos e fazer da FEA o lugar ideal para se
trabalhar”, afirma Olga.
Para atingir esse objetivo, a nova assistente destacou que
o fundamental é cumprir as “regras do jogo”. “Dos funcio-
nários esperamos participação, colaboração, envolvimento,
responsabilidade, compromisso, iniciativa e criatividade.
Gosto de lembrar uma frase que ouvi de um executivo da
AMBEV: ‘Boas ideias não respeitam organograma’. Mas, por
outro lado, a FEA também deve fazer a sua parte: estabelecer
as diretrizes; definir metas e indicadores; garantir boas con-
dições de trabalho, desenvolvimento pessoal e transparên-
cia das ações; valorizar funcionários; divulgar informações e
manter a comunicação interna”, acrescenta.
Além das reuniões programadas, Olga acredita que incen-
tivar o trabalho em equipe e praticar a
política de portas abertas para todos os
funcionários é o melhor caminho. “Sou
apenas a facilitadora do processo. Por
isso, quero ouvir as pessoas e trabalhar
com elas, priorizando as tarefas, apro-
veitando o potencial de cada um e re-
conhecendo o esforço e o empenho”,
afirma Olga.
A nova assistente encontrou pra-
ticamente a mesma estrutura que co-
ordenou de 1994 a 1998, período em
que também fez o mestrado na FEA e
teve a oportunidade de aplicar os novos
conhecimentos adquiridos. Olga traba-
lhou na Unicamp e na USP e, em abril
deste ano, concluiu o doutorado em
Administração na FEA, apresentando
a tese sobre o Programa de Qualidade
e Produtividade da USP, um dos temas
que mais a entusiasma. “Foi muito pra-
zeiroso receber o convite para voltar à
FEA”, conclui Olga.
Olga de Miranda, pronta para novos desafios
#14
FEA MIX
Escultura da artista Tomie Ohtake é o símbolo da conexão da FEA com todos aqueles que fizeram e ainda fazem parte da Faculdade.
Sustentabilidade
Autor: professor José Eli da Veiga, da FEAUSP
Editora Senac - patrocínio do Itaú Unibanco
O lançamento aconteceu dia 24 de novembro, no Centro de Cultura Judaica, em São Paulo, como
parte do evento Diálogos Itaú de Sustentabilidade. Os impactos que a emergente consciência de susten-
tabilidade está tendo sobre a economia, a política e a sociedade em geral foram debatidos por especia-
listas convidados: Eduardo Giannetti da Fonseca, economista e professor do Insper, a senadora Marina
Silva e Sérgio Abranches, cientista político e comentarista da CBN.
lançaMentos
Curso de Contabilidade para Gesto-
res, Analistas e outros Profissionais
Autores: professores Márcio Luiz Bo-
rinelli (FEAUSP) e Renê Coppe Pi-
mentel (FIPECAFI) - Editora Atlas
Autores orientam profissionais a
utilizar a Contabilidade em processos de tomada de decisão e
em consonância com as práticas internacionais. O livro oferece
ainda questões discursivas, testes elaborados pelos autores e uti-
liza um exercício-exemplo construído com base numa empresa
fictícia, na qual ilustra o desenvolvimento de todas as demons-
trações contábeis e suas respectivas análises.
livros
esCultura ConCluída
Depois de alguns con-
tratempos e dificuldades, a
instalação da nova escultu-
ra da artista Tomie Ohtake
foi concluída. Sem nunca
deixar de lado a confiança
depositada no projeto, a
Instituição concluiu a obra
e agora tem, em seu jardim
frontal, o símbolo da co-
nexão da FEA com todos
aqueles que fizeram e ainda
fazem parte da Faculdade.
síMbolo
Educação Corporativa: Fundamentos,
Evolução e Implantação de Projetos
Autores: Marisa Éboli e André Luiz Fis-
cher, da FEA, Wilson Amorim e Fábio
Moraes -Editora Atlas
No lançamento que aconteceu no dia
dia 24 de novembro, no Auditório da
Febraban, o economista Ricardo Amorim coordenou debate
sobre o tema Desafios à Formação em um Cenário de Acele-
ração da Economia. Participaram André Luiz Fischer, um dos
organizadores do livro; Cláudia Costin, da Secretaria Municipal
de Educação do Rio de Janeiro; e Cláudio Moura, especialista
em educação.
enContros MusiCais
Música clássica na FEA foi a novidade do segundo semes-
tre. Em três concertos, realizados nos dias 15/9, 19/10 e 10/11,
funcionários, professores e alunos tiveram oportunidade de ou-
vir obras de autores diversos como Mozart, Sarti, Yuri Prado e
Puccini, entre outros. Quinteto de metais, piano e voz, flautas e
outras formações se apresentaram no auditório FEA 5.
Os encontros musicais foram organizados pelos professo-
res Michael Alpert, do Laboratório de Música de Câmara da
ECA-USP, e Edson Luiz Riccio, presidente da CCInt-FEA.
A parceria com a FEA é recente e, para o próximo ano, o
objetivo é continuar os encontros mensais, trazendo boa mú-
sica e cultura para os feanos.
#15
“A expectativa é que haja interesse pelo assunto, propiciando pesquisas bilaterais entre doutorandos brasileiros e os de universidades no mundo islâmico.”
Finanças islâMiCas
A FEA recebeu em outubro a visita de quatro executivos do
Banco Islâmico de Desenvolvimento, que são também professo-
res de Finanças em universidades dos Estados Unidos (Illinois)
e da Inglaterra.
A iniciativa do encontro foi da parceria entre o Banco ABC
BRASIL e a FIPECAFI, interessados em difundir os conceitos
de Finanças Islâmicas, tão distintos dos conhecidos conceitos
de finanças ocidentais. “O objetivo foi promover a aproximação
entre a FEA, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e insti-
visita
tuições financeiras interessadas em explorar os instrumentos
financeiros de finanças islâmicas em suas dependências no ex-
terior, além de promover discussões sobre carga tributária dos
instrumentos financeiros de finanças islâmicas no Brasil e se-
minários sobre o tema nos três departamentos da Faculdade.
A expectativa é que haja interesse pelo assunto, propiciando
pesquisas bilaterais entre doutorandos brasileiros e os de univer-
sidades no mundo islâmico”, explica o professor Nelson Carva-
lho, um dos organizadores da visita.
Cultura
Prof. Salman Syed Ali fala sobre Finanças Islâmicas no auditório da FIPECAFI
Músicos do Departamento de Música da ECA-USP que se apresentaram na FEA
“ E s s e
d e s e m -
p e n h o
reflete a
qualidade
do ensino
na FEA,
colocan-
do-a no
p a t a m a r
de instituições internacionais, respeitadas por suas contri-
buições ao desenvolvimento do conhecimento e por sua
atuação acadêmica”, diz o professor Reinaldo Guerreiro,
diretor da FEAUSP.
Segundo o professor Reinaldo, os resultados do triênio
2007/2009 mostram que “os três departamentos traçaram e
cumpriram metas como aumentar a publicação de trabalhos,
a participação em eventos acadêmicos, o intercâmbio e a in-
serção social. A FEA pode e deve comemorar essa merecida
conquista. Merecemos a posição, mas não podemos nos en-
ganar. O trabalho continua.”
O pró-reitor de pós-graduação da USP, professor Vahan
Agopyan, prestigiou o evento e fez uma apresentação deta-
lhada sobre os programas de pós-graduação da USP. Ao des-
tacar a capacidade alcançada nos últimos 10 anos, enfatizou
que o desafio será muito maior para o futuro que já começou.
A festa foi especial para toda a FEA, mas principalmente
para os professores Dante Aldrighi, Lindolfo Galvão de Al-
buquerque e Luís Eduardo Afonso, coordenadores da pós-
graduação dos departamentos de Economia, Administração
e Contabilidade e Atuária da FEA.
FEA MIX
“Os três departamentos traçaram e cumpriram metas como aumentar a publicação de trabalhos, a participação em eventos acadêmicos, o intercâmbio e a inserção social.”
#16
Gente da FeaUma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e DesenvolvimentoNov/Dez 2010_tiragem 2.000 exemplares
Av. Prof. Luciano Gualberto, 908Cidade Universitária - CEP 05508-900
Diretor da FEA Reinaldo Guerreiro
Coordenação GeralLu Medeiros
AssistênciA de coMunicAção e desenvoLviMento dA FeA-usP
Edição: Printec coMunicAção LtdA.
vAnessA GiAcoMetti de Godoy – MtB 20.841Antonio cArLos de Godoy – MtB 7.773
Reportagem:dinAurA LAndini e cAMiLA BroGLiAto riBeiro
Projeto Gráfico: eLos coMunicAção e edeMiLson MorAis
Layout e Editoração Eletrônica: cAroL issA
Fotos:cAMiLA rosA, MiLenA neves e PrisciLA HAtsue cAssiMiro
Para CoMeMorar o deseMPenho de
seus três ProGraMas de Pós-Gradua-
ção na avaliação trienal da CaPes
– Coordenação de aPerFeiçoaMen-
to de Pessoal de nível suPerior, a
Fea realizou dia 23 de noveMbro,
uM evento esPeCial que reuniu Pro-
Fessores, alunos e FunCionários da
FaCuldade, aléM de FunCionários de
outras instituições universitárias
e Conselhos.
Foi o momento de celebrar uma
conquista importante. A Capes confe-
riu a nota máxima, 7, para os progra-
mas de pós-graduação em Economia
e Administração da FEA e nota 6
para o programa de pós-graduação
em Controladoria e Contabi-
lidade da Faculdade, a mais
alta do país. O programa de
Administração da FEA foi o
único do Brasil que recebeu a
nota máxima. Na área
de Economia, apenas
os programas da FEA
e da FGV-RJ fo-
ram ava-
l i a d o s
com a
n o t a
máxima.
O time da pós-graduação: Dante Aldrighi, Lindolfo de Albuquerque e Luís Eduardo Afonso