estratÉgias de enfrentamento em pacientes com …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf ·...

69
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde Leonardo Tadeu Vieira ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS NAS REGIÕES DE CABEÇA E PESCOÇO Montes Claros – Minas Gerais 2009

Upload: duongduong

Post on 09-Feb-2019

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde

Leonardo Tadeu Vieira

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM CARCI NOMA DE

CÉLULAS ESCAMOSAS NAS REGIÕES DE CABEÇA E PESCOÇO

Montes Claros – Minas Gerais

2009

Page 2: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde

ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM CARCI NOMA DE

CÉLULAS ESCAMOSAS NAS REGIÕES DE CABEÇA E PESCOÇO

Orientador: Prof. Dr. Alfredo Maurício Batista de Paula

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde, PPGCS, da Universidade Estadual de Montes Claros/Unimontes, como parte das exigências para a obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde. Acadêmico: Leonardo Tadeu Vieira

Palavras-chave:

1. Carcinoma de células escamosas

2. Cabeça e pescoço 3. Enfrentamento

4. Prognóstico

Montes Claros – Minas Gerais

2009

Page 4: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

Vieira, Leonardo Tadeu.

V658e Estratégicas de enfrentamento em pacientes com carcinoma de células escamosas nas regiões de cabeça e pescoço [manuscrito] / Leonardo Tadeu Vieira. – 2009.

65 f. : il. Bibliografia : f. 55-60.

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde/ PPGCS, 2009. Orientador: Prof. Dr. Alfredo Maurício Batista de Paula.

1. Câncer – Enfrentamento – Prognóstico. 2. Câncer – Carcinoma de células escamosas – Cabeça e pescoço. I. Paula, Alfredo Maurício Batista de. II. Universidade Estadual de Montes Claros. III. Título.

Page 5: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde

ALUNO: Leonardo Tadeu Vieira

TÍTULO DO PROJETO: E stratégias de enfrentamento em pacientes com carcinoma de células escamosas nas regiões de cabeç a e pescoço

BANCA (TITULARES) ASSINATURAS

PROF. DR. Alfredo Maurício Batista de Paula (ORIENTADOR) _____________________

PROF. DR. Sebastião Benício da Costa Neto ______________________

PROF. DR. André Luis Sena Guimarães ______________________

BANCA (SUPLENTES)

PROF. DR. Paulo Rogério Ferreti Bonan ______________________

PROF. DR. Célia Maria Lana da Costa Zanon ______________________

[ ] APROVADO [ ] REPROVADO

Page 6: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

IV

SUMÁRIO

Agradecimentos.......................................................................................... 5

Dedicatória................................................................................................. 7

Epígrafe..................................................................................................... 8

Lista de abreviaturas................................................................................. 9

Resumo...................................................................................................... 11

Abstract...................................................................................................... 12

1 Introdução................................................................................................. 13

2.

2.1

2.1.2

2.1.3

REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................

O carcinoma de células escamosas nas regiões de cabeça e pescoço..............

Abordagem terapêutica, seqüelas associadas e prognóstico no CCE................

CCE e estratégias psicológicas de enfrentamento..............................................

16

16

18

21

3 Justificativa............................................................................................. 26

4 Objetivos................................................................................................... 27

4.1 Objetivo Geral........................................................................................... 27

4.2 Objetivos Específicos.............................................................................. 27

5 Hipóteses................................................................................................... 28

6 Material e método................................................................................... 29

7 Artigo ....................................................................................................... 30

8 Conclusão.............................................................................................. 53

9 Referências............................................................................................... 55

Apêndices .................................................................................................. 61

Apêndice A ........................................................................................... 61

Apêndice B ........................................................................................... 63

Anexos ....................................................................................................... 65

Page 7: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

5

Agradecimentos Dizem que ao realizar um curso de mestrado o acadêmico tem duas alegrias: uma

quando entra e outra quando apresenta! Isso faz sentido, mas tive muitas alegrias

durante o curso inteiro. E muitas pessoas participaram de diversas formas que

resultaram em muitas alegrias. Primeiramente, gostaria de agradecer ao Grande

Mestre, Jesus, que ora me convida a caminhar junto a Si, ora me leva em Seus

braços. Agradeço à minha família natural, Luis e Cristina, e demais, Ivanilda,

Wendel, Larissa, Letícia, pelo entusiasmo para com os meus sonhos. Agradeço a

Lucyonara, meu amor, por caminhar junto comigo. E ao meu filho e “professor”,

Yeshua, o sentido mais bonito da minha vida. Estes tiveram que suportar mais as

minhas ausências, mas compreenderam que a solidão em alguns momentos era

necessária para que eu produzisse. I wish to thank my american family, mom Vicky

and dad Daniel, for the permanent support. I also thank Susan Folkman and Ralph

Schwarzer for sending me their articles. Agradeço a Célia Maria Lana da Costa

Zannon e ao Sebastião Benício da Costa Neto, pelas imensuráveis contribuições e

disponibilidade em ajudar. Sou também grato a todo um grupo de pessoas que

contribuiu de diferentes maneiras para que o trabalho fosse possível, como Kássia,

Dani, Elizene, Luciano, Sérgio, Ivone, Fátima, Rosa, Tadeu Lages, Príscila,

Eustáquio Xavier, Laura Tatyane e Sabrina. Agradeço muito pelo apoio de uma

equipe que me ajudou em diferentes momentos deste projeto, como Maria da

Conceição Aparecida Oliveira de Brito, Ana Cristina Rocha, Márcia Santos Cordeiro,

Lydianne de Urzedo Pereira, Amanda Chaves Moreira, Patrícia Soares Gomes,

Sarah Athayde Lemos, Arley Humberto Santos, Jurema Faria Porto, Arnaldo Oliveira

Rodrigues, Ayla Elísia da Silva Cavalcante, João Carlos de Andrade Aguiar, Arlindo

Souza Brito Sobrinho, Gefter Thiago Batista Corrêa, Marcos Vinícius Macedo de

Page 8: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

6

Oliveira e principalmente a Carla Patrícia Gomes Pataro Rocha. Agradeço o apoio

essencial de Francis Balduíno Guimarães Santos, Lucianne Maia Costa Lima e em

especial a Cláudio Marcelo Cardoso, por acreditar e abrir as portas para a

interdisciplinaridade de forma tão amigável. Sou grato a “dad Dan” e a Roosevelt

Riston Starling pela leitura do trabalho, e à Marise Fagundes pelo suporte estatístico.

Os colegas e professores do programa contribuíram compartilhando os seus

conhecimentos e fornecendo apoio. A Faculdade de Saúde Ibituruna financiou parte

deste projeto através do Programa de Iniciação Científica – obrigado! Este trabalho

não teria existido se não fossem os pacientes, que aceitaram participar permitindo

que entrássemos em suas vidas, em seus sofrimentos ou alegrias, sou eternamente

grato. Por fim, quero agradecer a uma pessoa que me surpreendeu a cada

momento: o meu orientador, Alfredo Maurício Batista de Paula. Alfredo é uma

daquelas pessoas que nos ensina das mais diversas formas, inclusive com o seu

humor leve, seu entusiasmo, a sua competência técnica. Além de todas essas

qualidades Alfredo mostrou-se uma pessoa profundamente sensível às angústias de

um acadêmico e de um ser humano, e a sua capacidade de lidar com diferentes

questões de forma tão humana, ajudou-me a atravessar situações na vida

acadêmica e pessoal. Ele estava lá, sempre pronto a colaborar, a somar, a

compartilhar tanto dores quanto alegrias, inclusive nos dando o prazer da companhia

da sua família. Sábio, educado e controlado. Eu não esperava que fosse tanto,

sempre tão positivo e acolhedor! Agradeço hoje ao meu orientador, meu caríssimo

amigo, Alfredo, por tudo que fez por mim. Sem a tua luz este trabalho não teria nem

mesmo sido iniciado. Que Deus lhe abençoe! A todos acima, a minha mais profunda

e sincera gratidão.

Page 9: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

7

Dedicatória

Dedico este trabalho à minha mãe, Maria de Lourdes Vieira e ao meu pai, Antonio Augusto Vieira, por terem me dado tanto.

Page 10: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

8

Epígrafe

“Procurem sempre deixar o mundo

um pouco melhor do que o encontraram.” Robert Baden Powell Fundador do Movimento Escoteiro

Page 11: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

9

Lista de abreviaturas

CCE – Carcinoma de Células Escamosas

CCP – Câncer de Cabeça e Pescoço

CID – Classificação Internacional de Doenças

CP – Cabeça e Pescoço

EMEP – Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas

INCA – Instituto Nacional do Câncer

TNM – Tumor Nodo Metástase

UICC – União Internacional Contra o Câncer

HNC – Head and Neck Cancer

HNSCC – Head and Neck Squamous Cell Carcinoma

WCCL - The Ways of Coping Checklist

Page 12: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

10

Resumo

Proposição/justificativa: O carcinoma de células escamosas (CCE) nas regiões de

cabeça e pescoço é uma doença associada com enormes índices de morbidade e

mortalidade, representando um relevante problema de saúde pública em vários

países, inclusive o Brasil. Geralmente os resultados da doença e do tratamento são

baseados em parâmetros clínicos de sobrevida e de remissão da doença. Contudo,

o papel de comportamentos de enfrentamento tem sido um crescente interesse

científico.

Objetivo : este estudo investigou as estratégias de enfrentamento de pacientes com

carcinoma de células escamosas nas regiões de cabeça e pescoço e sua relação

com parâmetros sócio-demográficos, clínicos e terapêuticos.

Material e método : pacientes (n=60) com CCE nas regiões de cabeça e pescoço

foram entrevistados ao receberem o diagnóstico de câncer e durante o tratamento

oncológico. Estratégias de enfrentamento foram medidas pela EMEP (Escala de

Modos de Enfrentamento de Problemas), instrumento adaptado e validado no Brasil.

Associações entre estratégias de enfrentamento e parâmetros sócio-demográficos,

clínicos e terapêuticos foram avaliadas utilizando análises univariadas e

multivariadas (α = 0,05).

Resultados : o enfrentamento ativo (focado na resolução de problemas) caracterizou

a estratégia predominante entre os pacientes com carcinoma de células escamosas

nas regiões de cabeça e pescoço. O foco na religião e pensamentos

místicos/fantasiosos foi estatisticamente similar ao foco no problema. A regressão

logística apontou que ter sido submetido à traqueostomia estava significativamente

associado às respostas focadas na emoção (p<0,05). O parâmetro estar

acompanhado nas consultas estava associado com busca por suporte social

(p<0,05). Renda, manifestação da lesão e desfiguração estética estavam associados

com foco na resolução do problema (p<0,05).

Conclusão : as estratégias de enfrentamento de pacientes com carcinoma de

células escamosas estão associadas com variáveis que os profissionais de saúde

Page 13: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

11

não podem controlar. Apresentar enfrentamento ativo ou passivo não depende de

parâmetros sócio-demográficos, clínicos ou terapêuticos. Os comportamentos de

enfrentamento de pacientes com carcinoma de células escamosas devem ser

levados em conta para aprimorar o tratamento.

Palavras-chave : carcinoma de células escamosas, cabeça e pescoço, câncer,

enfrentamento, prognóstico.

Page 14: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

12

Abstract

Introduction: Head and neck squamous cell carcinoma (HNSCC) is a disease

associated with major morbidity and mortality, representing a major worldwide public

health problem in many countries, including Brazil. Traditionally, the disease and

treatment outcomes are focused on clinical and disease-free survival parameters.

However, the role of behaviors for coping has been increasingly of scientific interest.

Objective: This study investigated the ways of coping exhibited by HNSCC patients

according to sociodemographic, clinic and therapeutic parameters.

Methods: HNSCC patients (n=60) were interviewed during diagnosis and oncologic

treatment. Coping strategies were measured by EMEP (Escala de Modos de

Enfrentamento de Problemas), a Brazilian validated and adapted instrument.

Associations between coping strategies and sociodemographic, clinic and

therapeutic parameters were evaluated using univariate and multivariate analysis

(α=0,05).

Results: Active coping (focusing on problem solving) characterized the most used

strategies by HNSCC patients. Focusing on religion/wishful thoughts was statistically

similar to focusing on the problem. The logistic regression analysis showed that

undergoing a tracheotomy was significantly associated with emotion-focused

response (p<0,05). The parameter having accompaniment to appointments was

associated with seeking for social support (p<0,05). Income, manifestation and

esthetic disfigurement parameters were associated with focus on problem-solving

(p<0,05).

Conclusions: HNSCC patients’ coping behaviors are associated with variables that

professionals can not control. Presenting active or passive coping behavior does not

depend on sociodemographic, clinical or therapeutic parameters. Coping behaviors

of HNSCC patients should be used to help improve treatment.

Key words: Squamous cell carcinoma, head and neck, cancer, coping, prognosis.

Page 15: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

13

1 – Introdução

O carcinoma de células escamosas ainda é uma doença que causa muitas

mortes em todo o mundo, e durante as suas fases de evolução traz consigo

alterações não somente orgânicas, mas também da ordem social e psicológica em

termos profundos e respostas comportamentais variadas.

Os avanços que a ciência tem alcançado no tratamento e prevenção ao câncer são

incomensuráveis, no entanto, muito ainda existe para se conhecer.

A dimensão comportamental é de extrema relevância no que concerne ao cuidado

com a saúde. Os comportamentos que visam à prevenção, o uso e abuso de

substâncias (tabaco, álcool, gorduras, carboidratos, sal etc.) que afetam condições

clínicas ou favorecem o seu surgimento, são aspectos que precisam ser

investigados. Da mesma forma, uma vez acometidos por um quadro patológico

como o câncer, o indivíduo enfrenta com frequência momentos de angústia,

ansiedade, tensão, sentimentos e emoções diversas, podendo também apresentar

respostas bem sucedidas. Nos casos de respostas disfuncionais, é necessário

intervir para que esta pessoa não tenha a sua condição clínica ainda pior devido aos

aspectos emocionais/cognitivos que ela esteja apresentando.

Os cânceres de cabeça e pescoço, especificamente o carcinoma de células

escamosas (CCE), apresentam peculiaridades, uma vez que se localiza em regiões

mais expostas às condutas de socialização e hábitos básicos como se alimentar e

ingerir água.

Page 16: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

14

O modo como cada pessoa enfrenta eventos estressores, como o surgimento de um

quadro patológico desta dimensão, influencia sobremaneira nos aspectos

supracitados. É possível trabalhar com o cliente ajudando-o a enfrentar o câncer de

uma maneira mais produtiva, realista, ou pelo menos, minimizar os efeitos

psicológicos negativos (a enfermidade) frente à doença. A forma com que o

paciente enfrenta o problema é chamada de coping, cuja tradução para o português

do Brasil é “Estratégia de enfrentamento”.

Existem mais de uma dezena de estratégias de enfrentamento descritas na

literatura, mas uma parte dos estudos tem privilegiado duas classes denominadas

de coping ativo e coping passivo. A primeira prevê atitudes mais realistas, racionais,

produtivas, em busca da resolução do problema ou minimização dos danos

relacionados. A segunda está relacionada com respostas emocionais, raiva,

depressão, agressividade, negação e esquiva. Com frequência ocorrem para a

diminuição de conseqüências aversivas, como a ansiedade e o medo gerados a

partir do conhecimento do diagnóstico ou de outro estímulo relacionado (por

exemplo, o tratamento e seus efeitos).

O instrumento utilizado para avaliar o enfrentamento dos pacientes foi a EMEP -

Escala de Modos de Enfrentamento de Problemas - uma versão brasileira, validada,

de um instrumento utilizado internacionalmente para a avaliação deste aspecto.

Este estudo objetiva avaliar como pacientes portado res de CCE enfrentam a doença e

o seu tratamento, assim como a possível associação entre as estratégias de

Page 17: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

15

enfrentamento adotadas pelos pacientes portadores d a doença com variáveis sócio-

demográficas, clínicas e terapêuticas.

Page 18: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

16

2 - Referencial teórico

2.1 O carcinoma de células escamosas nas regiões de cabeça e pescoço

Segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID), em sua décima versão, os

tumores de cabeça e pescoço são aqueles que envolvem os tumores da cavidade

oral, orofaringe, hipofaringe, laringe, nasofaringe, fossa nasal, seios paranasais,

glândulas salivares, tireóide e esôfago. O estadiamento destes é geralmente

classificado conforme o proposto pela União Internacional Contra o Câncer – UICC,

por meio do Sistema TNM (tumor, nodo, metástase) [6].

A neoplasia maligna ou câncer acontece quando um crescimento desordenado de

células se torna agressivo e incontrolável, formando tumores ou acumulando células

de crescimento rápido, infiltrativas e com delimitação imprecisa. Quando, no entanto,

uma massa de células tumorais é semelhante às de sua constituição tecidual, com

multiplicação mais lenta, as margens são bem delimitadas e não sofrem metástases,

essa é chamada neoplasia benigna ou tumor benigno [7].

Os cânceres de cabeça e pescoço (CCP) estão entre os oito tipos de neoplasias

malignas mais freqüentes. Dentre estes, a maior parte dos casos trata-se de câncer

da cavidade oral [3] e são de células escamosas. Segundo o Instituto Nacional do

Câncer (INCA) [4], as neoplasias malignas da cavidade oral representaram o terceiro

tipo de câncer mais comum entre os homens e o quarto mais comum entre as

mulheres no ano de 1993. A maior incidência do CCP encontra-se no sexo

masculino, e mais de 50% destes são diagnosticados já na fase avançada [3, 6].

Page 19: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

17

O carcinoma de células escamosas (CCE) nas regiões de cabeça e pescoço

representa um grande problema mundial de saúde pública [1, 2]. Seus coeficientes

de mortalidade são comparáveis aqueles encontrados nas doenças circulatórias,

infecciosas e parasitárias, assim como as infecções relacionadas ao período

perinatal. As mortes por câncer contribuem para o aumento do índice de mortalidade

devido às causas externas, elevando também o número de anos de vida perdidos

para a população [3]. Segundo o INCA [4], as estimativas para o ano de 2008, do

número de casos novos no Brasil, somente na cavidade oral, foi de 14.160 casos,

para ambos os sexos.

As causas do CCE ainda não foram totalmente definidas, mas estima-se que

aproximadamente 80% estão associadas a fatores ambientais, como o uso de álcool

e tabaco, exposição ao sol e à radiação ionizante, exposição a agentes genotóxicos,

à ingestão de certos componentes alimentares e à exposição a alguns tipos de vírus,

como o Human papilomavirus (HPV), o Human immunodeficiency virus (HIV) e o

Epstein-Barr Virus (EPV) [5, 8].

Em época tão recente, o município de Montes Claros, referência para uma macro

região para o tratamento oncológico, onde o presente estudo foi realizado, não

possuía este status na prestação destes serviços, o que nos faz supor um atraso

bastante elevado em relação aos grandes centros, dificultando o acesso da

população aos serviços especializados, contribuindo para prolongar ainda mais a

demora entre a possível identificação do problema e o início do tratamento [5].

Page 20: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

18

2.1.2 Abordagem terapêutica, seqüelas associadas e prognóstico no CCE

As neoplasias são tratadas geralmente com radioterapia, quimioterapia e cirurgia, ou

a associação de duas ou mais destas terapêuticas. Todas estas intervenções

apresentam efeitos adversos para o paciente. Alguns pacientes relatam que os

efeitos da quimioterapia são piores que o da própria doença [3]. Estes indivíduos

estarão expostos a uma série de novas variáveis (estímulos) que não lhe são

familiares, como o próprio hospital especializado, o bloco cirúrgico, as punções, a

radioterapia, a quimioterapia e os seus efeitos, entre outros [9-12].

Os pacientes submetidos à cirurgia de cabeça e pesc oço (CP) apresentam

singularidades resultantes deste tipo de intervençã o diferentes daqueles submetidos

a outros tipos de cirurgia para cânceres localizado s em outras partes. A imagem

corporal é afetada, especialmente a face. A cirurgi a na face é, por vezes, mutiladora,

como já citado e a percepção do sujeito quanto à pr ópria imagem é afetada,

principalmente na nossa cultura, onde a estética re presenta um grande fator de

aprovação social e está ligada a padrões comportame ntais para tal [13-16]. Além do

que, vale lembrar, afeta diretamente uma parte do c orpo que tem exclusivo papel nas

interações sociais (falar, olhar, escutar) e em nec essidades mais básicas, como se

alimentar, ingerir líquidos e respirar [17, 18].

Outras alterações possíveis são as de mobilidade, n áuseas, mudanças na rotina

profissional, preocupações acerca da situação finan ceira, manutenção dos cuidados

pessoais, libido, ira e dor. Também são afetados o desenvolvimento de atividades

físicas, recreativas ou outras atividades sociais, assim como o surgimento de

ansiedade, tensão, fadiga, alterações do sono-vigíl ia, atuação nas atividades

Page 21: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

19

domésticas, depressão ou tristeza, relações conjuga is, apetite, capacidade de

concentração, vontade, medos, constrangimentos asso ciados aos próprios

problemas de saúde entre outros [19-21].

Os efeitos dos procedimentos de radioterapia e quimioterapia, conforme Costa Neto

[3] e vários outros estudiosos [29, 37, 38], demonstram como o paciente é submetido

não somente ao tratamento, mas também a uma série de outras contingências

aversivas com as quais deverá lidar, como mucosite, xerostomia, alteração do

paladar, dermatite actímica, alopecia, fibrose cervical, exposição da raiz dentária,

cárie e perda dentária.

A presença de metástases à distância é influenciada pela proliferação extranodal de

linfonodos. A localização e número de linfonodos positivos, por sua vez,

representam um fator prognóstico relevante, devido à alta incidência de metástases.

Recidivas, respostas terapêuticas à cirurgia e radioterapia estão diretamente

relacionadas a estes fatores [39, 40].

O prognóstico também está relacionado a outros fatores, como aponta Reid et al.

[23], onde a idade pode significar a presença de comorbidades. O autor demonstra

que 68,7% dos pacientes com diagnóstico de câncer têm relato de comorbidades, e

estas podem causar a morte do paciente tanto quanto o câncer de cabeça e

pescoço. Portanto, as comorbidades devem ser alvo de intervenção para atingir

melhores resultados na taxa de sobrevivência dos pacientes portadores de CCP. O

prognóstico também é melhor em outros tipos de doenças crônicas, como aponta

Botega [41], quando as comorbidades são corretamente tratadas [42, 43]. Não há

Page 22: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

20

consenso entre os estudos em relação às variáveis que afetam o prognóstico desta

clientela [44].

Algumas cirurgias mais invasivas são escolhidas pela equipe levando-se em conta

diversos fatores, como idade [22, 23], sexo, ocorrência primária ou de recidivas.

Estas podem apresentar caráter mutilador, mas visa melhorar o quadro clínico do

indivíduo quando alternativas falharem ou tiverem de ser descartadas [24-27]. Com

freqüência têm-se realizado estas intervenções com equipes multidisciplinares,

especialmente porque o indivíduo começará a experimentar privações antes não

existentes e precisará desenvolver um novo repertório comportamental [9, 28-33]. A

presença de equipe multidisciplinar em casos de câncer de cabeça e pescoço é

preconizada pela literatura científica da área, mas consideramos interessante

ressaltar a indicação específica de psicólogos nos casos de câncer da cavidade

bucal, da orofaringe, da nasofaringe e da laringe. Em alguns destes casos, ao longo

do tratamento com radioterapia, e no pós-operatório quando a intervenção cirúrgica

for parte da escolha de tratamento [4]. Esta situação representa a necessidade de

um enfoque multidisciplinar e uma união de domínios de saberes, onde a

enfermidade pode ser olhada a partir de diversos pontos de vista, respeitando os

limites de cada área, e contribuindo para o bem estar do paciente como um todo,

uma vez que várias áreas da sua vida são afetadas [10, 13, 33-36].

Page 23: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

21

2.1.3 CCE e estratégias psicológicas de enfrentame nto

O termo câncer é traduzido, ainda hoje, por uma parcela significativa da população

brasileira, como sinônimo de uma sentença de morte [45, 46], uma vez que há

aproximadamente duas décadas atrás, poucas eram as alternativas de tratamento e

menos eficazes os resultados. Hoje, o aumento da taxa de sobrevida do paciente

trouxe esperanças e estímulos para esta população. O crescente aumento de casos

novos é influenciado também pelo aumento da expectativa de vida em todo o mundo

[10, 23, 46].

Estratégias de enfrentamento têm sido avaliadas em diferentes contextos da área de

saúde. O primeiro conceito ainda carece de melhores definições, mas diversos

estudos têm-se aprofundado nos aspectos metodológicos de sua apresentação e

aproximado os seus pontos mais relevantes, possibilitando uma abordagem mais

consensual do termo e sua aplicabilidade, assim como maior fidedignidade e

validade geral dos instrumentos utilizados para avaliar tais respostas

comportamentais [47-50].

O termo enfrentamento, traduzido para o português do Brasil vem da tradução da

língua inglesa “coping” – proposto inicialmente por Lazarus, como um “conjunto de

estratégias para lidar com a ameaça iminente” [45, 47, 51]. Ainda Lazarus, Gruen &

DeLongis e Seidl [48, 52], apontam que estas estratégias descrevem aspectos

cognitivos, comportamentais e emocionais em constante mutação, de modo que as

exigências internas ou do ambiente estarão sendo avaliadas em relação aos

recursos pessoais que o indivíduo apresenta.

Page 24: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

22

Sendo assim, o termo enfrentamento implicaria nesta função adaptativa do

comportamento presente na relação do organismo e o ambiente considerado

adverso. Aquele tem sido considerado na área da psicologia da saúde como útil para

uma melhor compreensão dos efeitos do estresse e das diferenças individuais

encontradas nos diferentes repertórios de indivíduos que vivem situações

estressantes [33, 36, 45, 48]. As diferentes formas de enfrentamento implicam em

diferentes esforços comportamentais e cognitivos visando lidar com exigências

consideradas como sobrecarga. Para Arruda & Zannon [45], as sínteses teóricas de

Lazarus & Folkman e de Gimenes [53] destacam as principais ênfases que

favorecem a aplicabilidade e a adequação do modelo interativo de estresse para a

psicologia da saúde e para a assistência psicológica no campo da saúde. As

estratégias de enfrentamento também têm sido avaliadas sob diversos paradigmas,

mas além de seus obstáculos conceituais, a validade de suas medições também tem

sido alvo de investigações [45, 47, 52].

É possível afirmar que a dimensão comportamental do paciente é de relevância tal

que está presente em todos os momentos da doença. Podemos evidenciar a

importância do comportamento dos sujeitos antes de um diagnóstico para câncer,

desde comportamentos preventivos na saúde bucal [54] ou em casos de

comportamentos que aumentam os fatores de risco, como o uso de álcool e tabaco

[8, 55]. Ainda, o comportamento pode ser influenciado durante o tratamento, no que

concerne à sua adesão ou não ao mesmo, a sua relação com a equipe que está lhe

tratando, as estratégias que o paciente e seus familiares usam para lidar com a

Page 25: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

23

doença [45, 50, 56], assim como sua conduta após o período do tratamento, mesmo

que longo, tendo ele sido considerado curado ou não [36, 45, 51, 57-63].

No que concerne à população de portadores de CCP do tipo CCE, em levantamento

na base de dados Lilacs e Scielo (Brasil), foram encontrados poucos estudos

nacionais a partir da busca dos descritores abaixo na língua portuguesa do Brasil.

Isso nos permite supor que o nosso país ainda carece de mais investigações nesta

área ou que os estudos realizados estão sendo publicados há muitos anos somente

em revistas não indexadas, ou que não estejam disponíveis nestas duas bases

brasileiras, ou publicados apenas em revistas estrangeiras. Para averiguar estas

possibilidades, foram utilizados alguns descritores em três grandes bases (tabela

01).

Tabela 1 – Estudos brasileiros sobre aspectos psicológicos de portadores de câncer de cabeça e

de pescoço (com ou sem CCE) publicados na língua portuguesa do Brasil. LILACS SCIELO PUBMED

Palavras-chave na busca

Estudos encontrados

Palavras-chave na busca

Estudos encontrados

Palavras-chave na

busca

Estudos encontrados

Enfrentamento + cabeça + pescoço 0 Enfrentamento +

cabeça + pescoço 0

Coping + cabeça + pescoço

0 Coping + cabeça + pescoço

0

Squamous cell + carcinoma + Psychological

+ Brazil

0

Enfrentamento + carcinoma + escamosas

0 Enfrentamento +

carcinoma + escamosas

0

Psicológicos + carcinoma + escamosas

0 Psicológicos + carcinoma + escamosas

0

coping + squamous cell + carcinoma

+ Brazil

0

psicológicos + cancer + cabeça 2 psicológicos + cancer

+ cabeça 0

psicossociais + cancer + cabeça

0 psicossociais + cancer + cabeça

0

Psicooncologia 0 Psicooncologia 2 Subtotal 2 Subtotal 2

Coping + head + neck + cancer

302 Sendo 01

estudo brasileiro

TOTAL = 5

Sabe-se que outros estudos de relevância têm sido desenvolvidos, mas devido a

razões não conhecidas, não estão disponíveis nestas fontes. Com os descritores

Page 26: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

24

psicológicos + cancer + cabeça, foram encontradas 2 referências na base Lilacs,

ambas já citadas no presente estudo. Com os descritores coping head neck cancer,

propositalmente ampla, foram encontrados 302 artigos, sendo somente 01 estudo

nacional. No Brasil merece destaque o trabalho de Costa Neto e de seus

colaboradores [3].

Ainda este autor realizou em sua tese de doutoramento um levantamento mais

completo, e identificou 47 estudos sobre qualidade vida de pacientes com câncer

cabeça pescoço, apresentando características relacionadas ao ano, autoria, número

de sujeitos e tipo de instrumento utilizado, no período entre 1989 e 2001. As

propostas encontradas por Costa Neto que se aproximam de enfrentamento por

parte dessa população seriam os estudos sobre “evitação social e estresse”,

“performance” e “ajustamento psicossocial” [3].

Sendo assim, é possível inferir que ainda existe uma demanda real e urgente na

oncologia de investigação sobre este processo adaptativo (enfrentamento), partindo

do pressuposto que o pequeno número de estudos encontrados implica em

incipiente comprovação desta necessidade. Os benefícios do trabalho psicológico

em relação ao enfrentamento são vários, podendo refletir em maior adesão ao

tratamento, o que aumenta a possibilidade de uma recuperação melhor e mais

rápida do paciente, e reflete também em menores custos para os serviços [13, 56,

64, 65]. Os aspectos comportamentais associados ao câncer são reconhecidos

amplamente na literatura especializada, seja ela originada no próprio campo da

psicologia seja nos campos afins que compõem a equipe de tratamento para estes

Page 27: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

25

quadros. A presença do conhecimento psicológico na oncologia é apontada por

diversos autores como essenciais [13, 50, 56, 61, 66].

Há autores que consideram até mesmo que muitos profissionais de saúde tendem a

não identificarem alterações psicológicas em pacientes, por exemplo, com câncer de

cabeça e pescoço [60] ou de não reconhecerem um quadro de depressão (uma

destas comorbidades1) adequadamente [41, 67, 68]. No Brasil, a Portaria nº 3.535

do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da União, em 14 de outubro de

1998 determina a presença obrigatória do psicólogo nos serviços de suporte, sendo

este um dos critérios para cadastramento de centros de atendimento em Oncologia

junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) [13]. Portanto, faz-se necessário ampliar a

atuação multidisciplinar no tratamento de pacientes acometidos por CCP. Mais

especificamente, o trabalho psicológico pode ajudar a melhorar as intervenções e

conseqüentemente os números que apontam ainda tantos óbitos, comorbidades,

queda elevada na qualidade de vida e, como não poderíamos deixar de mencionar,

a inabilidade emocional e comportamental para enfrentar o desafio que as

neoplasias malignas representam para a maioria das pessoas.

1 Destaque do autor deste texto.

Page 28: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

26

3 - Justificativa

Apesar dos efeitos ainda devastadores que várias neoplasias causam na vida das

pessoas, inclusive resultando em óbitos, existe uma escassez de estudos sobre as

estratégias de enfrentamento dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço,

especificamente portadores de CCE, salvo alguns estudos estrangeiros.

Avaliar as estratégias de enfrentamento contribui para conhecer melhor este

paciente - os seus recursos pessoais / seu repertório comportamental, incluindo as

emoções - para planejar intervenções mais específicas, que poderão influenciar no

seu prognóstico.

No município de Montes Claros – Minas Gerais, não existe registro de estudos sobre

esta clientela, nem tampouco um serviço de atendimento psicológico específico para

pacientes com este tipo de câncer.

Assim, é necessário buscar compreender como pacientes brasileiros, da região do

norte de Minas Gerais, com carcinoma de células escamosas enfrentam a doença e

o seu tratamento.

Page 29: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

27

4 – Objetivos

4.1 – Objetivo geral

Identificar as estratégias de enfrentamento de problemas nos pacientes com

carcinoma de células escamosas nas regiões de cabeça e pescoço, e suas

possíveis associações com variáveis sócio-demográficas, clínicas e terapêuticas.

4.2 – Objetivos específicos

1) Conhecer as estratégias de enfrentamento utilizadas por estes pacientes,

frente aos novos estressores relacionados à doença e ao tratamento.

2) Conhecer as contingências sócio-demográficas, clínicas e terapêuticas

associadas às estratégias de enfrentamento.

Page 30: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

28

5 – Hipóteses

As hipóteses que serão alvos de investigação:

1) As estratégias de enfrentamento dos indivíduos com carcinoma de células

escamosas nas regiões de cabeça e pescoço variam entre os pacientes conforme

suas características sócio-demográficas.

2) Estratégias de enfrentamento focadas na emoção (enfrentamento passivo)

podem influenciar negativamente no comportamento do indivíduo para com o seu

tratamento, correlacionando-se com piores prognósticos.

3) Pacientes com quadros mais graves (TNM III e IV) terão como estratégia

predominante aquela focada na emoção, ou seja, enfrentamento passivo.

Page 31: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

29

6 – Material e método

O trabalho foi apresentado em forma de artigo científico, cuja metodologia está

descrita no texto do artigo.

O artigo “Coping strategies among patients with head and neck squamous cell

carcinoma (HNSCC): sociodemographic, clinic, and therapeutic correlations” foi

escrito segundo as normas de publicação do periódico Psycho-Oncology.

Page 32: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

30

7 - Artigo

Coping strategies among patients with head and neck squamous

cell carcinoma (HNSCC): sociodemographic, clinic, and

therapeutic correlations

Vieira, LT1, Rocha, CPGP2, Cardoso, CM3, Lima, LMC4; De Paula, AMB5. 1 Specialist Psychologist. Program of Health Sciences. State University of Montes Claros, Montes Claros, Brazil. 2 Undegraduate. Department of Psychology. Ibituruna Faculty of Health, Montes Claros, Brazil. 3 Specialist Head and Neck Surgeon. Department of Medicine. State University of Montes Claros, Montes Claros, Brazil. 4 Specialist. Radiotherapist. Department of Medicine. State University of Montes Claros, Montes Claros, Brazil. 5 DDS, PhD, Lecturer, Program of Health Sciences. State University of Montes Claros, Montes Claros, Brazil.

Address:

Dr. Alfredo Maurício Batista De Paula Departamento de Odontologia. Campus Universitário Darcy Ribeiro. Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes. Av. Dr. Rui Braga, s/n. Vila Mauricéia. Montes Claros - MG. Brazil. CEP: 39401901. CP 126. Phone: 55- 21-38 32248327. Fax: 55-21-38 32245396 E-mail: [email protected]

Page 33: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

31

Abstract

Objective: Head and neck squamous cell carcinoma (HNSCC) is a disease associated with

major morbidity and mortality, representing a major worldwide public health problem in

many countries, including Brazil. Traditionally, the disease and treatment outcomes are

focused on clinical and disease-free survival parameters. However, the role of behaviors for

coping has been increasingly of scientific interest. This study investigated the ways of coping

exhibited by HNSCC patients according to sociodemographic, clinic and therapeutic

parameters.

Methods: HNSCC patients (n=60) were interviewed during diagnosis and oncologic

treatment. Coping strategies were measured by the Brazilian version of The Ways of Coping

Checklist, EMEP. Associations between coping strategies and sociodemographic, clinic and

therapeutic parameters were evaluated using univariate and multivariate analysis (α=0,05).

Results: Active coping (focusing on problem solving) characterized the most used strategies

by HNSCC patients. Focusing on religion/wishful thoughts was statistically similar to

focusing on the problem. The logistic regression analysis showed that undergoing a

tracheotomy was significantly associated with emotion-focused response (p<0,05). The

parameter having accompaniment to appointments was associated with seeking for social

support (p<0,05). Income, manifestation and esthetic disfigurement parameters were

associated with focus on problem-solving (p<0,05).

Conclusions: HNSCC patients’ coping behaviors are associated with variables that

professionals can not control. Presenting active or passive coping behavior does not depend

on sociodemographic, clinical or therapeutic parameters. Coping behaviors of HNSCC

patients should be used to help improve treatment.

Key words: Squamous cell carcinoma, head and neck, cancer, coping, oncology, prognosis.

Page 34: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

32

Introduction

Head and neck squamous cell carcinoma (HNSCC) is a disease associated with major

morbidity and mortality and represents a major worldwide public health problem in many

countries, including Brazil [1, 2]. There is a predominant ratio of men over women and most

common affected anatomical sites are oral cavity, pharynx and larynx [3, 4]. The incidence of

the disease varies according to geographic area and social and economic patterns [1]. HNSCC

arises as a consequence of multiple molecular events induced by the effects of various

carcinogens from habits such as tobacco and alcohol use, influenced by other environmental

factors in a background of inherited resistance or susceptibility [5]. Genetic influences on

HNSCC have been found in certain cases but the components are not yet entirely clear [6, 7].

Patients have to deal not only with a diagnosis of HNSCC, which is already a burden,

but also with inherent losses for this cancer and the sequelae of the treatment, such as

difficulties with breathing, sleeping, swallowing, drinking water and opening the mouth [8,

9]. Treatment often consists of radiotherapy, brachitherapy, surgery and chemotherapy, or the

combination of these as primary, secondary and tertiary therapies [10]. Mutilation of the face

with disfigurement, loss of voice, mobility difficulties, difficulties eating in public, difficulties

with using a breathing tube, xerostomia and pain are some of the consequences of treatment

[11-13]. These responses bring about other consequences, such as loss of work, financial

deprivation, socializing difficulties (isolation), and sexuality problems (especially for women

within our culture) [14], as well as depression, anxiety [15] and possible poorer immune

responses [16, 17].

Dealing with all these new contingencies requires some cognitive and behavioral

changes [18] the so called coping strategies. The coping behavior is an attempt to respond to

the new event appraised as exceeding one’s resources [19-21]. Coping is situational, once

internal or environmental demands are being evaluated with respect to the subject’s personal

repertoire. Besides regulating emotions, it is also a mechanism for problem solving [22].

There are different types of coping behaviors, but some studies have found it helpful to

investigate active and non-active coping strategies. Non-active coping (such as emotion

focused coping) involves behaviors towards his/her feelings and thoughts when stress is

appraised as a threat. Usually it is more related to depression, anxiety, avoidance, fatalism,

fantasies and vulnerability [23]. These behaviors intend to minimize the level of stress. Active

coping presumes appraising stress as a challenge, when the event will be faced positively and

Page 35: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

33

realistically. Usually one has high self-esteem and focuses on growth and mastery. It

decreases anxiety as one tries to solve the actual problem [19, 24-26].

The aim of the present study was to investigate the coping strategies exhibited by a

HNSCC Brazilian sample and its relationship with sociodemographic, clinic and therapeutic

parameters.

Material and Methods

Patients

This cross-sectional study was composed of 60 HNSCC patients who were treated

with surgery alone or combined with postoperative radiotherapy and chemotherapy, between

2005 and 2008, in Montes Claros (MG, Brazil). Patients were told about the study during the

medical appointment or while waiting for their appointment. Data were collected in two local

hospitals, in one specialized oncology clinic, in a psychology office and in patients’ natural

environments [15, 27]. Medical records were retrieved to obtain further information. Patients

fit the inclusion criteria if they were at least 21 years of age, had a morphological diagnosis of

HNSCC, understood and spoke Portuguese, had no severe behavior disorder, agreed to

participate through written consent, have clinical information available and filled in the

coping questionnaire. Subjects were excluded when they presented behavior disorders, were

affected by major medical conditions, did not understand the procedures, illiterate and unable

to communicate orally in that moment or refused participation.

Ethical approval for this study was obtained from the Ethics Committee of the State

University of Montes Claros - Unimontes (Number of approval protocol: 242, year 2005).

Sociodemographic, Clinical and Therapeutic Parameters

The sample was dichotomized according to sociodemographic, clinic, and therapeutic

parameters. Gender, age (patients who were younger than 55 years of age and patients who

were at least 55 years old), marital status (having ever/never had a spouse or equivalent

relationship), area of longest period of residence (rural or urban), income (the Brazilian

minimum wage is about U$ 200.00 per month), accommodation status (living with people or

alone), level of education (categories of studying years), and accompanying support (having a

companion at the medical appointments). Although ethnicity cannot be truly established in

Brazilian people, all the subjects self-reported as white or non-white categories. Tobacco and

alcohol drinking habits were investigated. Patients who never drank/smoked were considered

Page 36: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

34

non-drinkers/smokers. Ex-drinkers and ex-smokers were subjects who had abstained from any

type of drinking and smoking. Smokers/ex-smokers and drinkers/ex-drinkers were grouped

combined. Occurrence of cancer in a first relative was verified. Cancer term was defined

using WHO definition as ‘‘an uncontrolled growth and spread of cells that may affect almost

any tissue of the body’’. All patients were staged according to the UICC TNM Classification

of Malignant Tumors (1997) [28]. HNSCC was classified according to the primary site as

described in the International Classification of Diseases (ICD-10) for Oncology [29]. The

anatomical sites reviewed in this study included 1- Mouth and perioral region (C00, C01,

C02, C04, C05, C06.0, C06.2); 2- Oropharynx (C09-C10), 3- Hypopharynx-Larynx (C12,

C13, C32). Lesions located in oral cavity were considered as anterior group and those located

in oropharynx-hypopharynx-larynx as posterior group. TNM clinical staging (early= I/II and

late= III/IV), T parameter (T1/T2 and T3/T4) and N parameter (NO and N1, N2, N3) were

analyzed. Modality of treatment (surgery, radiotherapy, chemotherapy or any association of

these), tracheotomy (yes or no), symptomatology (present or absent), lesion occurrence

(primary and non-primary lesion, as secondary tumor, metastasis and recurrence) and

observed and self-reported esthetic disfigurement and self-reported habit alteration were

investigated.

Instruments

Coping strategies were measured by EMEP (Escala de Modos de Enfrentamento de

Problemas), an adapted validated Brazilian version of The Ways of Coping Checklist (WCCL)

[30], derived of transactional model of stress and coping from Lazarus and Folkman (1984). It

consists of four coping strategies factors: problem-focused coping, emotion-focused coping,

religion/wishful thought-focused coping and seeking for social support-focused coping. It is

45-item-instrument, developed as a 5-point Likert scale that regards to the major stressor of

the last week, ranging between 1 (I never do this), 2 = I seldom do this, 3 = I sometimes do

this, 4 = I often do this and 5 (I always do this). Scores are calculated for each factor and high

scores (above median) indicate more use of the strategy. The last item is an open/optional

question [30]. Patients were divided into groups with low and high scores according to

median value obtained in each sub-scale.

Statistical Analysis

Descriptive statistics were performed to gain knowledge of the characteristics of the

sample. Raw scores were calculated for each of the sub-scales of EMEP. The possible

Page 37: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

35

associations between independent variables (sociodemographic, clinical, and therapeutic

parameters) and sub-scales of coping strategies were examined by Pearson’s Chi-square test.

Most of the tests for statistical significance were two-sided. Odds ratio (ORs) was calculated

in Logistic regression and confidence interval was set at 95%. Significance level for variables

entering the logistic regression was set at 0.2 and for removing from the model at 0.4. The

model was adjusted to the best significance. Statistical analysis showing a confidence above

95% (p<0.05) was considered significant. All analyses were performed with the Statistical

Package for Social Sciences, SPSS® (SPSS Inc., Chicago, IL, USA), version 13.0 for

Windows®.

Page 38: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

36

Results

Out of 83 patients approached, 10 did not fill in the coping questionnaires, 10

responded the interviews but did not understand the procedures of the questionnaire and 3 had

missing important information. So, 60 patients fulfilled inclusion criteria.

Descriptive results of parameters are described in Table 1. The male-to-female ratio

was 5.6:1 with a mean age of 55,2 years (ranging from 43 to 78 years). The Cronbach

coefficient of EMEP was calculated for this population (α = 0,82). EMEP results

exhibited the following values on problem-focused coping (mean= 3,93, median= 3,94, SD=

0,54, variance= 0,30, minimum value= 1,88, and maximum value= 4,90); emotion-focused

coping (mean= 2,42, median= 2,40, SD= 0,52, variance= 0,27, minimum value= 1,20, and

maximum value= 3,60); religion/wishful thought-focused coping (mean= 3,93, median= 4,0,

SD= 0,63, variance= 0,40, minimum value= 2,70, and maximum value= 5,0); and seeking for

social support-focused coping (mean= 3,44, median= 3,40, SD= 0,78, variance= 0,61,

minimum value= 1,40, and maximum value= 4,80).

Focus on problem solving and religious/wishfull thoughts were the most predominant

behaviors. Focus on problem solving is considered active coping, and among 7 items of Focus

on religious/wishfull thoughts, four are considered passive [30]. Seeking for social support

can also include passive coping behaviors, such as negative perceptions of received support or

not acceptance of support (avoidance) [31].

Tables 2 and 3 show the comparative analysis of the socio-demographic, clinic and

therapeutic variables according to each sub-scales of EMEP. Significant differences were

found between patients relating to tracheotomy (χ2 = 0,007), in the behavior focused on

emotion, when 31,66% have undergone tracheotomy and 53,33% scored above median. It was

observed a significant difference between patients who had company at appointments (χ 2 =

0,035), 70% of them had some company, and 48,34% scored above median on the behavior of

seeking for social support. Statistical differences were also found for voice alteration (χ 2 =

0,033) and seeking for social support, when 86,66% of patients had voice/speech alteration,

and 48,33% scored above median for this sub-scale. Table 4 reveals significant differences

only between patients who had company at appointments who focused on the problem.

Logistic regression showed that income (OR 3.770), manifestation (OR 0,074) and

esthetic disfigurement (OR 0.145) parameters were associated with focus on problem-solving.

For focus on emotion, it was verified a statistical association with tracheotomy (OR 4,272).

Company at appointments (OR 0,226) was associated with focus on seeking for social

Page 39: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

37

support. When patients were dichotomized between their behaviors of focusing on problem

and focusing on other strategies, logistic regression analysis did not show any significant

statistical association (Tables 5 and 6).

Page 40: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

38

Discussion

Coping literature is ample and not consensual about its conceptualization.

Nevertheless, coping strategies presume a class of behaviors developed according to

contingencies, a relation to here-and-now, it is process-oriented, relational, involving

appraisal and emotions [19, 31-33]. It includes active and passive behaviors. Literature

suggests that the most successful coping behaviors are related to active coping [24, 34].

HNSCC patients had a variety of associations between active coping and other ways

of coping with interesting variables investigated in the current study. Focusing on problem-

solving is an active coping behavior [34]. In this study income was significantly associated

with this way of coping. Other studies have found socioeconomic status as an important

prognostic factor for HNSCC patients [22] and for patients with oral cancer [35, 36]. Most

patients live with the Brazilian minimum wage or a little more than that. Probably a higher

income facilitates their access to services, information and other variables that may influence

this behavior.

The manifestation of the tumor was also significantly associated with focusing on

problem-solving. Out of the total, 83,34% of patients had primary tumors. Being exposed to

the diagnosis and treatment may establish occasion to learn new and more successful

behaviors depending on one’s repertoire [18], or the opposite, including recurrence, a

secondary tumor and metastasis occurrence, which are associated with worse prognosis [8]. It

was found in another study found relationships between passive coping behaviors in HNC

patients with primary tumors [37]. Their later study [38] found passive coping behaviors

associated with fear of recurrence in one third of HNC patients with primary tumors. We

don’t believe that the fact of having a first manifestation of the tumor has determined the

focus on problem-solving, though the design of the study does not allow other inferences. As

coping is situational, here-and-now-oriented, patients may change their behaviors according

to several contingencies [39, 40].

Aesthetic disfigurement is one of the most remarkable results of HNSCC treatment,

especially when surgery proceeding has been used [11, 14]. In the current study, esthetic

disfigurement was significantly associated with the behavior of problem-solving. Hassanein et

al.[9] found strong association between worse functioning status and disfigurement in oral

cancer patients [35]. Despite disfigurement being an aversive event in our culture, successful

adjustment is not rare, depending on patients’ perceptions or meanings concerning that [19,

37, 41, 42]. During this investigation, we observed patients being curious about what they

Page 41: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

39

would look like immediately after surgery proceeding. They considered having a different

appearance, but did not emphasize that as the most discriminative event. This association with

focusing on the problem can mean that one will do things for solving/improving one’s health

problem, this being more relevant than its sequelae [8, 13, 43, 44]. Additionally, good sense

of humor combined with positive thoughts and feelings has helped HNC patients to socialize

irrespective to their changed appearance [15]. In our work, some patients even mentioned that

their appearance had improved. As in the occidental world cultures esthetics is such an

important issue, this variable was not expected to be associated with active coping behaviors

[35].

It was surprising that none of the patients in the current study focused on emotion

(passive coping) as their predominant behavior [22, 34], having typical psychological

problems with unsuccessful consequences, usually being part of their personal repertoire

history [19, 23-25, 45]. Being submitted to the surgical procedure of tracheotomy was

statistically significant for emotion-focused coping. This may be due to one’s repertoire to

deal with stressful situations especially related to this procedure [44]. Losing one’s voice,

having surgery in the head and neck region and living with a hole on the neck can be

traumatic [15].

Problem-solving focusing was statistically similar to focus on religion/wishful

thoughts, as the two most predominant ways of coping in this study. The latter showed no

significant association with any of the parameters investigated. Finding religious coping is

congruent with the literature, once religiosity, spirituality and related behaviors have been

very common among people facing difficult and stressful situations, especially cancer [31, 45,

46]. Some HNSCC patients hope for a miracle, would like to forget about the entire problem

(avoidance) and in the open interview, give God the responsibility for the cause and the cure

of cancer [30, 47]. We believe this is because Brazil is a very religious country (99% of

Brazilians believe in God) [48] with a variety of churches, temples and spiritual approaches

offering comfort and other kinds of support.

In the current study, voice alteration showed significant differences between groups

for seeking for social support coping. Tracheotomy affects voice/speech, and changes in

speech are clearly related to social interactions, since oral communication is one of our most

common behaviors [44]. Speech is usually included in the category of functioning, which is

largely mentioned as harmed for these patients [35, 49-51]. Having good social support

during treatment helps patients develop more successful behaviors, once they would not have

to fight alone with the new challenges. Studies have demonstrated that patients need different

Page 42: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

40

kinds of support for different moments of the disease [31, 39, 50, 52], as in the beginning of

the treatment, when individuals need to make decisions, the support of the health team is

crucial [49, 50, 53]. Having company to appointments was also significantly associated with

seeking for social support. Most HNSCC patients (72%) had some kind of company at

appointments, usually a first grade relative [54]. Usually, at the moment of diagnosis, patients

need emotional support, and having that has a meaning of not being abandoned by their love

ones [15]. Link et al.[55], points out that patients who do not have close family or friends

extend their close circle of acquaintances to distant relatives or even to professionals, who

will help them be able to cope [56]. Involving the families is also a duty of the staff, since

they are the ones who will continue supporting patients at home [41, 55, 57]. Some patients

feel that this experience can mean a burden to others, which will depend on one’s history, and

his/her way of coping will be influenced by the relation he/she has with others and by the

meaning attributed to the disease/treatment [27, 58]. Both hospitals where data were collected

for this research offered support groups, as well as a temporary residence for patients who

came from other cities, a place where patients can talk about their fears, sufferings, anxiety

and compare themselves to others [59]. One of the patients in the study whose way of coping

was seeking for social support lived in an elderly institution.

In our study, focusing on problem-solving was the most active coping strategy used by

HNSCC patients. We performed a dichotomization of focusing on problem-solving and

focusing on other strategies for this research, in which having company to appointment was

the only variable with significant statistical value in Pearson’s Chi-square test. Some authors

[31, 60] have found individuals who used active coping strategies finding benefit after

interventions, specifically surgery. The latter [60] suggest that especially in the social

comparison domain there is a more active response if we consider the optimistic look one

may have over his/her coping efficacy comparing to others. Active coping is useful when the

context provides ample scope for individuals to behave, otherwise, in irreversible situations,

reinterpretation or acceptance is a more appropriate behavior [31].

Some actions listed for focus on religion/wishful thoughts in the questionnaire

characterizes passive coping. When religious practices or beliefs influence patients to have

healthy behaviors, this active coping results in better outcomes [47]. There is evidence

suggesting a lower incidence of cancer among religious people, probably because of these

healthy behaviors, but there is no consensus on religious coping investigation [61].

Additionally, studies point how religious coping/wishful thoughts and fatalistic attitudes may

Page 43: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

41

lead persons to delay searching for help and for facing the problem, being harmful to patients

[34, 47].

Considering that this current study has some limitations, such as sample size, the

judgment of patients’ physical status as poor for participating in the study, made only by their

physician (selection bias) and low educational level of patients which makes us doubt if their

answers were really a result of a good understanding of the procedures and of the

questionnaire or not, it was shown that coping behaviors were related to contingencies that

neither patients nor professionals have good control on. However, this can be used to guide

clinical interventions and practical changes in daily care of these patients because coping

behaviors may influence important variables. Health teams can give emotional support,

improve information delivering, build support groups and require family company at

appointments, if patients agree. Also, staff can help patients who present poor repertories by

teaching them coping strategies. Considering the results of the study, the role of culture

aspects on the ways of coping of HNSCC patients should be investigated.

Page 44: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

42

Acknowledgments

This study was supported in part by grants from a Brazilian agency, the Foundation for

the Support of Research of the State of Minas Gerais (Fapemig). We thank the Santa Casa

Hospital and the Dilson Godinho Hospital - Montes Claros - Minas Gerais - Brazil.

Dr. AMB De Paula is researcher fellow of Fapemig.

Page 45: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

43

Reference List 1. Antunes, JL; Biazevic, MG; de Araujo, ME; Tomita, NE; Chinellato, LE; Narvai, PC.

Trends and spatial distribution of oral cancer mortality in Sao Paulo, Brazil, 1980-1998. Oral Oncol 2001; 37 : 345-350.

2. Franceschi, S; Levi, F; La, VC; Conti, E; Dal, ML; Barzan, L; Talamini, R. Comparison of the effect of smoking and alcohol drinking between oral and pharyngeal cancer. Int J Cancer 1999; 83 : 1-4.

3. Reid, BC; Winn, DM; Morse, DE; Pendrys, DG. Head and neck in situ carcinoma: incidence, trends, and survival. Oral Oncol 2000; 36 : 414-420.

4. Warnakulasuriya, S. Global epidemiology of oral and oropharyngeal cancer. Oral Oncol 2008.

5. Scully, C; Field, JK; Tanzawa, H. Genetic aberrations in oral or head and neck squamous cell carcinoma 2: chromosomal aberrations. Oral Oncol 2000; 36 : 311-327.

6. Drummond, SN; De, ML; Noronha, JC; Gomez, RS. GSTM1 polymorphism and oral squamous cell carcinoma. Oral Oncol 2004; 40 : 52-55.

7. Schantz, SP; Hsu, TC; Ainslie, N; Moser, RP. Young adults with head and neck cancer express increased susceptibility to mutagen-induced chromosome damage. JAMA 1989; 262 : 3313-3315.

8. Fortunato, L; Ridge, JA. Surgical palliation of head and neck cancer. Curr Probl Cancer 1995; 19 : 153-165.

9. Hassanein, KA; Musgrove, BT; Bradbury, E. Psychological outcome of patients following treatment of oral cancer and its relation with functional status and coping mechanisms. J Craniomaxillofac Surg 2005; 33 : 404-409.

10. Rogers, SN. Quality of life for head and neck cancer patients - has treatment planning altered? Oral Oncol 2009.

11. Biazevic, MG; Antunes, JL; Togni, J; de Andrade, FP; de Carvalho, MB; Wunsch-Filho, V. Immediate impact of primary surgery on health-related quality of life of hospitalized patients with oral and oropharyngeal cancer. J Oral Maxillofac Surg 2008; 66 : 1343-1350.

12. Lin, A; Kim, HM; Terrell, JE; Dawson, LA; Ship, JA; Eisbruch, A. Quality of life after parotid-sparing IMRT for head-and-neck cancer: a prospective longitudinal study. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2003; 57 : 61-70.

13. Pourel, N; Peiffert, D; Lartigau, E; Desandes, E; Luporsi, E; Conroy, T. Quality of life in long-term survivors of oropharynx carcinoma. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2002; 54 : 742-751.

14. Kunkel, EJ; Rodgers, C; Field, HL; Snyderman, DA; Woods, C; Zager, RP; Walker, M. Treating the patient who is disfigured by head and neck cancer. Gen Hosp Psychiatry 1995; 17 : 444-450.

Page 46: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

44

15. Bjorklund, M; Sarvimaki, A; Berg, A. Health promotion and empowerment from the perspective of individuals living with head and neck cancer. Eur J Oncol Nurs 2008; 12 : 26-34.

16. Garssen, B; Goodkin, K. On the role of immunological factors as mediators between psychosocial factors and cancer progression. Psychiatry Res 1999; 85 : 51-61.

17. Thomas, GR; Panedo, F; Dahn, J; Hernandez, M; Traeger, L; Wen, J; Raynor, T; Goodwin, WJ. Psychosocial distress and T cell immunity in patients with head and neck carcinoma. Otolaryngology-Head and Neck Surgery 2004; 131 : P184.

18. Tsai M, Kohlenberg RJ. Functional Analytic Psychotherapy Creating Intense and Curative Therapeutic Relationships. Plenum Press: N.Y., 1991;

19. Folkman, S. Personal control and stress and coping processes: a theoretical analysis. J Pers Soc Psychol 1984; 46 : 839-852.

20. Folkman, S; Lazarus, RS; Gruen, RJ; DeLongis, A. Appraisal, coping, health status, and psychological symptoms. J Pers Soc Psychol 1986; 50 : 571-579.

21. Lazarus, RS. Toward better research on stress and coping. Am Psychol 2000; 55 : 665-673.

22. de, GA; de, L, Jr.; Ros, WJ; Hordijk, GJ; Blijham, GH; Winnubst, JA. Sociodemographic factors and quality of life as prognostic indicators in head and neck cancer. Eur J Cancer 2001; 37 : 332-339.

23. Skinner BF. Science and human behavior. Macmillan: N.Y., 1953;

24. Dysvik, E; Natvig, GK; Eikeland, OJ; Lindstrom, TC. Coping with chronic pain. Int J Nurs Stud 2005; 42 : 297-305.

25. Folkman, S; Lazarus, RS. Coping as a mediator of emotion. J Pers Soc Psychol 1988; 54 : 466-475.

26. Kopp, M; Bonatti, H; Haller, C; Rumpold, G; Sollner, W; Holzner, B; Schweigkofler, H; Aigner, F; Hinterhuber, H; Gunther, V. Life satisfaction and active coping style are important predictors of recovery from surgery. J Psychosom Res 2003; 55 : 371-377.

27. McPherson, CJ; Wilson, KG; Murray, MA. Feeling like a burden: exploring the perspectives of patients at the end of life. Soc Sci Med 2007; 64 : 417-427.

28. Sobin, LH. TNM: evolution and relation to other prognostic factors. Semin Surg Oncol 2003; 21 : 3-7.

29. WHO. International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems. WHO: Geneve, 2007;

30. Seidl, EMF; Tróccoli, BT; Zannon, CMLC. Factorial Analysis of a Coping Measure. Psicologia: Teoria e Pesquisa 2001; 17 : 225-234.

Page 47: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

45

31. Schulz, U; Mohamed, NE. Turning the tide: benefit finding after cancer surgery. Soc Sci Med 2004; 59 : 653-662.

32. Folkman, S; Moskowitz, JT. Positive affect and the other side of coping. Am Psychol 2000; 55 : 647-654.

33. Sand, L; Olsson, M; Strang, P. Coping strategies in the presence of one's own impending death from cancer. J Pain Symptom Manage 2009; 37 : 13-22.

34. Watson, JM; Logan, HL; Tomar, SL. The influence of active coping and perceived stress on health disparities in a multi-ethnic low income sample. BMC Public Health 2008; 8 : 41.

35. Hassanein, KA; Musgrove, BT; Bradbury, E. Functional status of patients with oral cancer and its relation to style of coping, social support and psychological status. Br J Oral Maxillofac Surg 2001; 39 : 340-345.

36. Koifman, S; Koifman, RJ. Environment and cancer in Brazil: an overview from a public health perspective. Mutat Res 2003; 544 : 305-311.

37. Llewellyn, CD; McGurk, M; Weinman, J. Illness and treatment beliefs in head and neck cancer: is Leventhal's common sense model a useful framework for determining changes in outcomes over time? J Psychosom Res 2007; 63 : 17-26.

38. Llewellyn, CD; Weinman, J; McGurk, M; Humphris, G. Can we predict which head and neck cancer survivors develop fears of recurrence? J Psychosom Res 2008; 65 : 525-532.

39. Folkman, S; Lazarus, RS. If it changes it must be a process: study of emotion and coping during three stages of a college examination. J Pers Soc Psychol 1985; 48 : 150-170.

40. Humphris, GM; Rogers, S; McNally, D; Lee-Jones, C; Brown, J; Vaughan, D. Fear of recurrence and possible cases of anxiety and depression in orofacial cancer patients. Int J Oral Maxillofac Surg 2003; 32 : 486-491.

41. Whale, Z. Head and neck cancer: an overview of literature. European Journal of Oncology Nursing 1998; 2 : 99-105.

42. Wood, S; Bisson, JI. Experience of incorporating a mental health service into patient care after operations for cancers of the head and neck. Br J Oral Maxillofac Surg 2004; 42 : 149-154.

43. Andrykowski, MA; Lykins, E; Floyd, A. Psychological health in cancer survivors. Semin Oncol Nurs 2008; 24 : 193-201.

44. Ramirez, MJ; Ferriol, EE; Domenech, FG; Llatas, MC; Suarez-Varela, MM; Martinez, RL. Psychosocial adjustment in patients surgically treated for laryngeal cancer. Otolaryngol Head Neck Surg 2003; 129 : 92-97.

45. Aquino, VV; Zago, MM. The meaning of religious beliefs for a group of cancer patients during rehabilitation. Rev Lat Am Enfermagem 2007; 15 : 42-47.

Page 48: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

46

46. Rezaei, M; dib-Hajbaghery, M; Seyedfatemi, N; Hoseini, F. Prayer in Iranian cancer patients undergoing chemotherapy. Complement Ther Clin Pract 2008; 14 : 90-97.

47. Taylor, EJ. Spirituality, culture, and cancer care. Semin Oncol Nurs 2001; 17 : 197-205.

48. Faria, JB; Seidl, EMF. Religiosity and coping in health and illness: a review. Psicologia: Reflexão e Crítica 2005; 18 : 381-389.

49. de, L, Jr.; de, GA; Ros, WJ; Blijham, GH; Hordijk, GJ; Winnubst, JA. Prediction of depressive symptomatology after treatment of head and neck cancer: the influence of pre-treatment physical and depressive symptoms, coping, and social support. Head Neck 2000; 22 : 799-807.

50. Dunn, J; Steginga, SK; Rose, P; Scott, J; Allison, R. Evaluating patient education materials about radiation therapy. Patient Educ Couns 2004; 52 : 325-332.

51. Humphris, GM; Ozakinci, G. Psychological responses and support needs of patients following head and neck cancer. Int J Surg 2006; 4 : 37-44.

52. DiTomasso RA, Martin DM, Kovnat KD. Medical patients in crisis In Cognitive-behavioral Strategies in Crisis Intervention, Dattilio FM, Freeman AM (ed.).Guilford Press: N.Y., 1994;409-428.

53. Sehlen, S; Hollenhorst, H; Lenk, M; Schymura, B; Herschbach, P; Aydemir, U; Duhmke, E. Only sociodemographic variables predict quality of life after radiography in patients with head-and-neck cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2002; 52 : 779-783.

54. Germino, BB; Fife, BL; Funk, SG. Cancer and the partner relationship: what is its meaning? Semin Oncol Nurs 1995; 11 : 43-50.

55. Link, LB; Robbins, L; Mancuso, CA; Charlson, ME. How do cancer patients choose their coping strategies? A qualitative study. Patient Educ Couns 2005; 58 : 96-103.

56. Feber, T. Design and evaluation of a strategy to provide support and information for people with cancer of the larynx. European Journal of Oncology Nursing 1998; 2 : 106-114.

57. Larsson, M; Hedelin, B; Athlin, E. A supportive nursing care clinic: conceptions of patients with head and neck cancer. Eur J Oncol Nurs 2007; 11 : 49-59.

58. Fife, BL. The measurement of meaning in illness. Soc Sci Med 1995; 40 : 1021-1028.

59. Bennenbroek, FT; Buunk, BP; van der Zee, KI; Grol, B. Social comparison and patient information: what do cancer patients want? Patient Educ Couns 2002; 47 : 5-12.

60. Schwarzer, R; Luszczynska, A; Boehmer, S; Taubert, S; Knoll, N. Changes in finding benefit after cancer surgery and the prediction of well-being one year later. Soc Sci Med 2006; 63 : 1614-1624.

61. Vachon, ML. Meaning, spirituality, and wellness in cancer survivors. Semin Oncol Nurs 2008; 24 : 218-225.

Page 49: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

47

Legends

Tables

Table 1 - Distribution of HNSCC patients according to demographic, clinic-therapeutic

parameters (n=60).

Table 2 - Association between sub-scales of EMEP and sociodemographic parameters.

Table 3 - Association between sub-scales of EMEP and clinic-therapeutic parameters.

Table 4 - Association between sub-scales Focus on problem-solving and Focus on other

strategies of EMEP with sociodemographic and clinic-therapeutic parameters.

Table 5 - Logistic regression analyzes in the HNSCC patients according to factors of EMEP

and sociodemographic, clinic, and therapeutic parameters.

Table 6 - Logistic regression analyzes in the HNSCC patients according to sub-scales Focus

on problem-solving and Focus on other strategies of EMEP with sociodemographic and

clinic-therapeutic parameters.

Page 50: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

48

Table 1

Parameter n % Parameter n %

Age Tobacco Habit

<55 years 29 48,33 User 14 23,3

≥ 55 years 31 51,67 Ex-user 42 70

Gender Non-user 4 6,7

Female 9 15 Anatomical Site

Male 51 85 Oral Cavity 25 41,7

Ethnicity Oropharynx 16 26,7

White 26 43,3 Hypopharynx/Larynx 19 31,7

Non White 34 56,7 T parameter

Level of Education T1 4 6,7

Non-literate 10 16,7 T2 6 10

Between 1-4 years 33 55 T3 25 41,7

> 4 years 17 28,3 T4 25 41,7

Marital Status N parameter

Ever married 53 88,3 N0 26 43,3

Never married 7 11,7 N1 11 18,3

Residence N2 15 25

Rural 14 23,3 N3 8 13,3

Urban 46 76,7 Symptoms

Income Absent 36 60

< 1.m.w 41 68,3 Present 24 40

≥ 1s.m.w 19 31,7 Initial Treatment

Accomodation Surgery 34 56,7

Alone 7 11,7 Radiotherapy 16 26,7

With people 53 88,3 Chemotherapy 6 10

Companion at Appointments Not treated 4 6,7

Yes 42 70 Esthetic Disfigurement

No 18 30 Yes 43 71,7

Alcohol Drink Habit No 17 28,3

User 9 15 Habit Alteration

Ex-user 44 73,3 Yes 50 83,3

Non-user 7 11,7 No 10 16,7

Voice alteration Tracheaotomy

Yes 52 86,7 Yes 19 31,7

No 8 13,3 No 41 68,3

Page 51: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

49

Table 2

VARIABLES

FOCUS ON PROBLEM-SOLVING

FOCUS ON EMOTION

FOCUS ON RELIGION/WISHFUL

THOUGHT

FOCUS ON SEEKING FOR SOCIAL

SUPPORT

Low n (%) High n (%) p value Low n (%) High n (%) p value Low n (%) High n (%) p value Low n (%) High n (%) p value Age

<55 years 16 (26,67) 16 (26,67) 0,385 14 (23,34) 18 (30) 0,411 14 (23,34) 18 (30) 0,520 16 (26,67) 16 (26,67) 0,493

≥ 55 years 16 (26,67) 12 (20) 14(23,34) 14 (23,34) 13 (21,66) 15 (25) 15 (25) 13 (21,66) Gender Female 5 (08,34) 4 (06,67) 0,588 5 (08,34) 4 (06,67) 0,412 3 (05,0) 6 (10,0) 0,349 3 (05,0) 6 (10,0) 0,203 Male 27 (45) 24 (40) 23 (38,34) 28 (46,67) 24 (40) 27 (45) 28 (46,67) 23 (38,34)

Ethnicity White 12 (20) 14 (23,34) 0,238 13 (21,66) 13 (21,66) 0,424 13 (21,66) 13 (21,66) 0,337 13 (21,66) 13 (21,66) 0,514

Non White 20 (33,34) 14 (23,34) 15 (25) 19 (31,67) 14 (23,34) 20 (33,34) 18 (30) 16 (26,67) Level of Education

≤ 4 years study 24 (40) 21 (35) 0,618 22 (36,67) 23 (38,34) 0,384 21 (35) 24 (40) 0,443 23 (38,34) 22 (36,67) 0,560 > 4 years study 8 (13,34) 7 (11,67) 6 (10,0) 9 (15,0) 6 (10) 9 (15) 8 (13,34) 7 (11,67) Status Marital Ever Married 27 (45,0) 26 (43,34) 0,272 24 (40) 29 (48,34) 0,423 23 (38,34) 30 (50,0) 0,386 25 (41,67) 28 (46,67) 0,062

Never Married 5 (08,34) 2 (03,34) 4 (06,67) 3 (05,0) 4 (06,67) 3 (05,0) 6 (10,0) 1 (01,67) Residence

Rural 7 (11,67) 7 (11,67) 0,507 6 (10,0) 8 (13,34) 0,493 7 (11,67) 7 (11,67) 0,449 7 (11,67) 7 (11,67) 0,564 Urban 25 (41,67) 21 (35,0) 22 (36,67) 24 (40,0) 20 (33,34) 26 (43,34) 24 (40,0) 22 (36,67) Income < 1.m.w 24 (40,0) 17 (28,34) 0,182 21 (35,0) 20 (33,34) 0,224 21 (35,0) 20 (33,34) 0,126 22 (36,67) 19 (31,67) 0,430 ≥ 1.m.w. 8 (13,34) 11 (18,34) 7 (11,67) 12 (20,0) 6 (10,0) 13 (21,67) 9 (15,0) 10 (16,67)

Accomodation With people 27 (45,0) 26 (43,34) 0,272 24 (40,0) 29 (48,34) 0,423 22 (36,67) 31 (51,67) 0,138 26 (43,34) 27 (45,0) 0,241

Alone 5 (08,34) 2 (03,34) 4 (06,67) 3 (05,0) 5 (08,34) 2 (03,34) 5 (08,34) 2 (03,34)

Company to Appointments

Yes 23 (38,34) 19 (31,67) 0,477 19 (31,67) 23 (38,34) 0,477 19 (31,67) 23 (38,34) 0,591 18 (30,0) 24 (40,0) 0,035* No 9 (15,0) 9 (15,0) 9 (15,0) 9 (15,0) 8 (13,34) 10 (16,67) 13 (21,67) 5 (08,34)

Cancer Family History

Absent 18 (30,0) 13 (21,67) 0,309 15 (25,0) 16 (26,67) 0,493 13 (21,67) 18 (30,0) 0,408 18 (30,0) 13 (21,67) 0,222 Present 14 (23,34) 15 (25,0) 13 (21,67) 16 (26,67) 14 (23,34) 15 (25,0) 13 (21,67) 16 (26,67)

Habit Alterations Yes 28 (46,67) 22 (36,67) 0,281 21 (35,0) 29 (48,34) 0,101 23 (38,34) 27 (45,0) 0,503 26 (43,34) 24 (40,0) 0,590 No 4 (06,67) 6 (10,0) 7 (11,67) 3 (05,0) 4 (06,67) 6 (10,0) 5 (08,34) 5 (08,34)

All values were calculated by χ2-statistical test. * Results statistically significant.

Page 52: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

50

Table 3

VARIABLES

FOCUS ON PROBLEM-SOLVING

FOCUS ON EMOTION

FOCUS ON RELIGION/WISHFUL

THOUGHT

FOCUS ON SEEKING FOR SOCIAL

SUPPORT

Low n (%) High n (%) p value Low n (%) High n (%) p value Low n (%) High n (%) p value Low n (%) High n (%) p value Localization

Anterior 14 (23,34) 11 (18,34) 0,466 14 (23,34) 11 (18,34) 0,168 11 (18,34) 14 (23,34) 0,553 12 (20,0) 13 (21,67) 0,414 Posterior 18 (30,0) 17 (28,34) 14 (23,34) 21 (35,0) 16 (26,67) 19 (31,67) 19 (31,37) 16 (26,67)

Manifestation Primary 24 (40,0) 26 (43,34) 0,064 23 (38,34) 27 (45,0) 0,544 22 (36,67) 28 (46,67) 0,497 24 (40,0) 26 (43,34) 0,178

Non-primary 8 (13,34) 2 (3,34) 5 (08,34) 5 (08,34) 5 (08,34) 5 (08,34) 7 (11,67) 3 (05,0) Symptoms

Absent 14 (23,34) 10 (16,67) 0,356 11 (18,34) 13 (21,67) 0,563 13 (21,67) 11 (18,34) 0,184 12 (20,0) 12 (20,0) 0,521 Present 18 (30,0) 18 (30,0) 17 (28,34) 19 (31,67) 14 (23,34) 22 (36,67) 19 (31,67) 17 (28,34)

T parameter T1/T2 05 (08,34) 05 (08,34) 0,544 6 (10,0) 4(06,67) 0,281 04 (06,67) 06 (10,0) 0,503 04 (06,67) 06 (10,0) 0,322 T3/T4 27 (45,0) 23 (38,34) 22 (36,67) 28 (46,67) 23 (38,34) 27 (45,0) 27 (45,0) 23 (38,34)

N parameter N0 13 (21,67) 13 (21,67) 0,424 14 (23,34) 12 (20,0) 0,238 12 (20,0) 14 (23,34) 0,541 13 (21,67) 13 (21,67) 0,514

N1,.N2,N3 19 (31,67) 15 (25,0) 14 (23,34) 20 (33,34) 15 (25,0) 19 (31,67) 18 (30,0) 16 (26,67) TNM I-II 01 (01,67) 04 (06,67) 0,138 02 (03,34) 03(05,0) 0,565 02 (03,34) 03 (05,0) 0,596 01 (01,67) 04 (06,67) 0,157

III-IV 31 (51,67) 24 (40,0) 26 (43,34) 29(48,34) 25 (41,67) 30 (50) 30 (50,0) 25 (41,67) Combination of

Treatments

Yes 28 (46,67) 24 (40,0) 0,567 25 (41,67) 27 (45,0) 0,433 23 (38,34) 29 (48,34) 0,526 27 (45,0) 25 (41,67) 0,608 No 4 (06,67) 4 (06,67) 3 (05,0) 5 (08,34) 4 (06,67) 4 (06,67) 4 (06,67) 4 (06,67)

Recurrence Yes 4 (06,67) 1 (01,67) 0,234 1 (01,67) 4 (06,67) 0,210 2 (03,34) 3 (05,0) 0,582 4 (06,67) 1 (01,67) 0,187 No 28 (46,67) 26 (43,34) 27 (45,0) 27 (45,0) 25 (41,67) 29 (48,34) 26 (43,34) 28 (46,67)

Esthetic Disfigurement

Yes 26 (43,34) 17 (28,34) 0,070 19 (31,67) 24 (40,0) 0,372 19 (31,67) 24 (40,0) 0,533 22 (36,67) 21 (35,0) 0,565 No 6 (10,0) 11 (18,34) 9 (15,0) 8 (13,34) 8 (13,34) 9 (15,0) 9 (15,0) 8 (13,34)

Voice Alteration

Yes 28 (46,67) 24 (40,0) 0,567 25 (41,67) 27 (45,0) 0,433 23 (38,34) 29 (48,34) 0,526 24 (40,0) 28 (46,67) 0,033* No 4 (06,67) 4 (06,67) 3 (05,0) 5 (08,34) 4 (06,67) 4 (06,67) 7 (11,67) 1 (1,67)

Tracheotomy Yes 9 (15,0) 10 (16,67) 0,362 4 (06,67) 15 (25,0) 0,007* 7 (11,67) 12 (20,0) 0,280 10 (16,67) 9 (15,0) 0,570 No 23 (38,34) 18 (30,0) 24 (40,0) 17 (28,34) 20 (33,34) 21 (35,0) 21 (35,0) 20 (33,34)

All values were calculated by χ2-statistical test. * Results statistically significant.

Table 4

Variables

Focus on problem-solving n (%)

Focus on other strategies

n (%)

p value

Variables

Focus on problem-solving n (%)

Focus on other strategies

n (%)

p value

Age Localization <55 years 11 (18,34) 21 (35,0) 0,450 Anterior 06 (10,0) 19 (31,67) 0,073

≥ 55 years 11 (18,34) 17 (28,34) Posterior 16 (26,67) 19 (31,67) Gender Manifestation Female 02 (03,34) 07 (11,67) 0,281 Primary 18 (30,0) 32 (53,34) 0,539 Male 20 (33,34) 31 (51,67) Non-primary 04 (06,67) 06 (10,0)

Ethnicity Symptoms White 10 (16,67) 16 (26,67) 0,506 Absent 11 (18,34) 13 (21,67) 0,176

Non White 12 (20,0) 22 (36,67) Present 11 (18,34) 25 (41,67) Level of Education T parameter ≤ 4 years study 16 (26,67) 29 (48,34) 0,494 T1/T2 03 (05,0) 07 (11,67) 0,461 > 4 years study 06 (10,0) 09 (15,0) T3/T4 19 (31,67) 31 (51,67) Status Marital N parameter Ever Married 18 (30,0) 35 (58,34) 0,216 N0 09 (15,0) 17 (28,34) 0,494

Never Married 04 (06,67) 03 (05,0) N1,.N2,N3 13 (21,67) 21 (35,0) Residence TNM

Rural 05 (08,34) 09 (15,0) 0,597 I-II 01 (01,67) 04 (06,67) 0,389 Urban 17 (28,34) 29 (48,34) III-IV 21 (35,0) 34 (56,67) Income Combination of

Treatments

< 1s.m 13 (21,67) 28 (46,67) 0,188 Yes 21 (35,0) 31 (51,67) 0,128 ≥ 1s.m 09 (15,0) 10 (16,67) No 01 (01,67) 07 (11,67)

Accomodation Recurrence With people 18 (30,0) 35 (58,34) 0,216 Yes 01 (01,67) 04 (06,67) 0,389

Alone 04 (06,67) 03 (05,0) No 21 (35,0) 34 (56,67) Company to

Appointments Esthetic

Disfigurement

Yes 12 (20,0) 30 (50,0) 0,046* Yes 13 (21,67) 30 (50,0) 0,090 No 10 (16,67) 08 (13,3) No 09 (15,0) 08 (13,34)

Cancer Family History Voice Alteration Absent 12 (20,0) 19 (31,67) 0,472 Yes 19 (31,67) 33 (55,0) 0,623 Present 10 (16,67) 19 (31,67) No 03 (05,0) 05 (08,34)

Habit Alterations Tracheotomy Yes 18 (30,0) 32 (53,34) 0,539 Yes 08 (13,34) 11 (18,34) 0,376 No 04 (06,67) 06 (10,0) No 14 (23,34) 27 (45,0)

All values were calculated by χ2-statistical test. * Results statistically significant.

Page 53: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

51

Table 5

FOCUS ON PROBLEM-SOLVING

FOCUS ON SEEKING FOR SOCIAL SUPPORT

Variables Categories OR C.I. (95%) p value Variables Categories OR C.I. (95%) p value

Income < 1.m.w 1 Status Marital Never

Married 1

≥ 1.m.w. 3,770 1,006 - 4,133 0,049*

Ever

Married 0,204

0,019-2,169 0,188

Manifestation Primary 1 Company to

Appointments Yes 1

Non-

primary 0,138

0,021 - 0,921 0,041* No 0,288

0,087-0,957 0,042*

TNM Clinical Staging I-II 1 Manifestation

Non- primary 1

III-IV 0,204

0,020 - 2,068 0,178

Primary 0,821

0,095-7,075 0,858

Esthetic Disfigurement No 1

TNM Clinical Staging III-IV 1

Yes 0,197

0,048 - 0,815 0,025*

I-II 0,391

0,036-4,291 0,443

FOCUS ON EMOTION Recurrence Yes 1

Variables Categories OR C.I. (95%) p value No 0,159

0,007-3,412 0,240

Habit Alterations

Yes 1 Voice

alterations Yes 1

No 1,871 0,404 – 8,667 0,423

No 7,715 0,770-77,338 0,082

Localization Posterior 1

Anterior 1,280

412 – 3,979 0,670

Tracheotomy No 1

Yes 5,294 1,493–18,774 0,010*

FOCUS ON RELIGION/WISHFUL THOUGHT

Variables Categories OR C.I. (95%) p value

Income < 1.m.w 1

≥ 1.m.w. 2,312 0,704-7,594 0,167

Accomodation Alone 1

With people 0,354

0,059-2,135 0,258

Symptoms Absent 1

Present 0,515 0,171-1,554 0,239

OR: odds ratio; CI: confidence interval. The model was fitted to the best significant model.

Page 54: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

52

Table 6

FOCUS ON PROBLEM SOLVING OR ON OTHER STRATEGIES

Variables Categories OR C.I. (95%) p value

Income < 1s.m 1

≥ 1s.m 1,483 0,422-5,206 0,539

Company to Appointments

No 1

Yes 2,318 0,677-7,935 0,181

Localization Posterior 1

Anterior 1,696 0,467-6,154 0,422

Symptoms Absent 1

Present 1,395 0,414-4,698 0,591

Combination of Treatments

No 1

Yes 0,255 0,026-2,550 0,245

Esthetic Disfigurement

No 1

Yes 0,385 0,122-1,221 0,105

OR: odds ratio; CI: confidence interval. The model was fitted to the best significant model.

Page 55: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

53

8 – Conclusão

O carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço apresenta ainda alta

letalidade. Os prejuízos estéticos e funcionais na vida do indivíduo exigem do

mesmo uma avaliação dos seus recursos pessoais, assim como uma adaptação do

seu repertório atual às novas contingências que lhes são impostas.

As estratégias de enfrentamento podem ser ativas ou passivas, com diferentes

conseqüências para cada forma. No presente estudo a forma predominante foi

aquela focada na resolução de problemas (enfrentamento ativo), e estatisticamente

similar, foco na religião e pensamentos místicos/fantasiosos. Futuros estudos podem

aprofundar no conhecimento dos repertórios destes sujeitos para averiguar se os

mesmos têm uma forma mais ativa ou passiva de utilização desta última estratégia.

Contudo, apesar de ocorrerem respostas focadas na religião e pensamentos

místicos/fantasiosos, a predominância de enfrentamento no estudo foi de

enfrentamento ativo. Nenhum paciente apresentou foco na emoção como forma de

enfrentamento predominante. A história pessoal dos indivíduos demonstrou ser

relevante para compreender a estratégia utilizada pelos mesmos.

As estratégias de enfrentamento de indivíduos com carcinoma de células

escamosas nas regiões de cabeça e pescoço não variaram significativamente entre

os pacientes conforme características sócio-demográficas, refutando então a

hipótese 1. As hipóteses 2 e 3 não puderam ser comprovadas, uma vez que nenhum

paciente apresentou a estratégia passiva de foco na emoção. Portanto, todas as

hipóteses foram refutadas.

Page 56: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

54

A religiosidade, espiritualidade, pensamentos místicos e fantasiosos são produtos de

práticas culturais. É importante inserir este conteúdo na formação dos profissionais

de saúde nos níveis de graduação e pós-graduação, assim como arranjar

contingências de modo a estimular tais práticas, quando estas significarem

benefícios à saúde. Faz-se necessária maior investigação sobre o assunto, cujas

conseqüências serão um maior conhecimento sobre este ser humano neste contexto

e melhor atendimento aos mesmos.

Page 57: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

55

9 - Referências 1. Antunes, JL; Biazevic, MG; de Araujo, ME; Tomita, NE; Chinellato, LE; Narvai,

PC. Trends and spatial distribution of oral cancer mortality in Sao Paulo, Brazil, 1980-1998. Oral Oncol 2001; 37 : 345-350.

2. Warnakulasuriya, S. Global epidemiology of oral and oropharyngeal cancer. Oral Oncol 2008.

3. Costa Neto, SB. Qualidade de vida dos portadores de neoplasia de cabeça e de pescoço: o bem-estar, o bem-ser, o bem-ter e o bem-viver. 2002.

4. Noronha CP, Ferreira JMO, Oliveira JFP, Souza MM, Santos MO, Rebelo MS, Reis RS, Lima RJC. Estimativas 2008: Incidência de Câncer no Brasil. Instituto Nacional do Câncer: Rio de Janeiro, 2007; 1-94.

5. Vieira, MI; Souza, IK; Petroianu, A. Identificação e procedência de pacientes laringectomizados em hospitais de referência de Belo Horizonte – Minas Gerais. Revista Brasileira de Cancerologia 1997; 43 : 111-115.

6. Sobin, LH. TNM: evolution and relation to other prognostic factors. Semin Surg Oncol 2003; 21 : 3-7.

7. Brandão, LG; Ferraz, AR. A cirurgia de cabeça e pescoço. Roca 1989.

8. La Vecchia, C; Tavani, A; Franceschi, S; Levi, F; Corrao, G; Negri, E. Epidemiology and prevention of oral cancer. Oral Oncol 1997; 33 : 302-312.

9. Almeida, FCS; Cazal, C; Durazzo, MD; Ferraz, AR; Silva, DP. Radioterapia em cabeça e pescoço: efeitos colaterais agudos e crônicos bucais. Revista Brasileira de Patologia Oral 2004; 3 : 62-69.

10. Garcia, HF. Compreendendo a necessidade do paciente com câncer de receber orientações para a cirurgia: implicações da visita pré-operatória pelo enfermeiro. Revista Brasileira de Cancerologia 1999; 45 : 15-26.

11. Labbate, R; Lehn, CN; Denardin, OVP. Efeito da cloredixina na mucosite induzida por radioterapia em câncer de cabeça e pescoço. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia 2003; 69.

12. Lúcia, MBI; Lopez-Neto, FC; Padovani-Júnior, JA; Branchini, PS; Nonato, ER. Protocolo de abordagem terapêutica para a mucosite radioinduzida. Revista Brasileira de Patologia Oral 2004; 3 : 208-210.

13. Carvalho, MM. Psico-oncologia: história, características e desafios. Revista de Psicologia da USP 2002; 13.

14. Castilho SM. A imagem corporal. ESETEC: Santo Andre, 2001;

15. Flavio, PGC; Zago, MMF. "Como se tivesse ganho na loteria": o significado da reabilitação vocal na visão de um paciente laringectomizado. Revista latino-americana de Enfermagem 1997; 5 : 19-25.

Page 58: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

56

16. Van Doorne JM; Van Waas MA; Bergsma J. Facial disfigurement after cancer resection: a problem with an extra dimension. J Invest Surg 1994; 7 : 321-326.

17. Hassanein, KA; Musgrove, BT; Bradbury, E. Functional status of patients with oral cancer and its relation to style of coping, social support and psychological status. Br J Oral Maxillofac Surg 2001; 39 : 340-345.

18. Hassanein, KA; Musgrove, BT; Bradbury, E. Psychological outcome of patients following treatment of oral cancer and its relation with functional status and coping mechanisms. J Craniomaxillofac Surg 2005; 33 : 404-409.

19. Angelotti G. Tratamento da dor crônica In Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria, Rangé B (ed.).Artmed: Porto Alegre, 2001;

20. Pimenta, CAM; Koizumi, MS; Teixeira, MJ. Dor no doente com câncer: características e controle. Revista Brasileira de Cancerologia 1997; 43 : 21-44.

21. Silva Jr, S.C. Fisiologia e manejo da dor In Sobre comportamento e cognição: psicologia comportamental e cognitiva - da reflexão teórica à diversidade da aplicação, Kerbauy RR (ed.).ESETEC: Santo André, 2000;

22. Neri AL. Qualidade de vida na velhice In Sobre comportamento e cognição: a prática da análise do comportamento e da terapia cognitivo-comportamental no Hospital Geral e nos transtornos psiquiátricos, Delitti M (ed.).ESETEC: Santo André, 2001;

23. Reid, BC; Alberg, AJ; Klassen, AC; Samet, JM; Rozier, RG; Garcia, I; Winn, DM. Comorbidity and survival of elderly head and neck carcinoma patients. Cancer 2001; 92 : 2109-2116.

24. Amar, A; Rapoport, A; Franzi, SA; Bisordi, C; Lehn, CN. Qualidade de vida e prognóstico nos carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia 2002; 68 : 400-403.

25. Biazevic, MG; Antunes, JL; Togni, J; de Andrade, FP; de Carvalho, MB; Wunsch-Filho, V. Immediate impact of primary surgery on health-related quality of life of hospitalized patients with oral and oropharyngeal cancer. J Oral Maxillofac Surg 2008; 66 : 1343-1350.

26. Lin, A; Kim, HM; Terrell, JE; Dawson, LA; Ship, JA; Eisbruch, A. Quality of life after parotid-sparing IMRT for head-and-neck cancer: a prospective longitudinal study. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2003; 57 : 61-70.

27. Pourel, N; Peiffert, D; Lartigau, E; Desandes, E; Luporsi, E; Conroy, T. Quality of life in long-term survivors of oropharynx carcinoma. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2002; 54 : 742-751.

28. Andrykowski, MA; Lykins, E; Floyd, A. Psychological health in cancer survivors. Semin Oncol Nurs 2008; 24 : 193-201.

Page 59: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

57

29. Caccelli, EMN; Rapoport, A. Para-efeitos das irradiações nas neoplasias de boca e orofaringe. Rev Bras Cir Cabeça Pescoço 2008; 37 : 198-201.

30. DiTomasso RA, Martin DM, Kovnat KD. Medical patients in crisis In Cognitive-behavioral Strategies in Crisis Intervention, Dattilio FM, Freeman AM (ed.).Guilford Press: N.Y., 1994;409-428.

31. Dysvik, E; Natvig, GK; Eikeland, OJ; Lindstrom, TC. Coping with chronic pain. Int J Nurs Stud 2005; 42 : 297-305.

32. Feber, T. Design and evaluation of a strategy to provide support and information for people with cancer of the larynx. European Journal of Oncology Nursing 1998; 2 : 106-114.

33. Tsai M, Kohlenberg RJ. FAP: Psicoterapia Analítica Funcional. ESETEC: Santo André, 2004;

34. Faria, JCM; Rodrigues, ML; Santos, IRB; Kowalsky, LP. Reanimação da face na cirurgia da parótida com sacrifício do nervo facial. Acta Oncológica Brasileira 2001; 21.

35. Peto, AC. Terapia através da dança com laringectomizados: relato de experiência. Revista latino-americana de Enfermagem 2000; 8 : 35-39.

36. Starling RR. Análise funcional da enfermidade: um quadro analítico-comportamental para orientar a intervenção psicológica em contextos médicos In Sobre comportamento e cognição, Guilhardi HJ, Madi MB, Queiroz PP, SCOZ MC (ed.).ESETEC: Santo Andre, 2001;292-296.

37. Sawada, NO; Dias, AM; Zago, MMF. O efeito da radioterapia sobre a qualidade de vida dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Revista Brasileira de Cancerologia 2006; 52 : 323-329.

38. Volpato, LER; Silva, TC; Oliveira, TM; Sakai, VT; Machado, MAAM. Radiation therapy and chemotherapy-induced oral mucositis. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia 2007; 73 : 562-568.

39. Mamelle, G; Pampurik, J; Luboinski, B; Lancar, R; Lusinchi, A; Bosq, J. Lymph node prognostic factors in head and neck squamous cell carcinomas. Am J Surg 1994; 168 : 494-498.

40. Shingaki, S; Nomura, T; Takada, M; Kobayashi, T; Suzuki, I; Nakajima, T. The impact of extranodal spread of lymph node metastases in patients with oral cancer. Int J Oral Maxillofac Surg 1999; 28 : 279-284.

41. Botega NJ, Furlanetto L, Fráguas Jr R. Depressão no paciente acometido por outras doenças In Sobre comportamento e cognição: contribuições para a construção da teoria do comportamento, Guilhardi HJ (ed.).ESETEC: Santo André, 2002;

Page 60: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

58

42. de, GA; de, L, Jr.; Ros, WJ; Hordijk, GJ; Blijham, GH; Winnubst, JA. Pretreatment factors predicting quality of life after treatment for head and neck cancer. Head Neck 2000; 22 : 398-407.

43. de, GA; de, L, Jr.; Ros, WJ; Hordijk, GJ; Blijham, GH; Winnubst, JA. Sociodemographic factors and quality of life as prognostic indicators in head and neck cancer. Eur J Cancer 2001; 37 : 332-339.

44. Sehlen, S; Hollenhorst, H; Lenk, M; Schymura, B; Herschbach, P; Aydemir, U; Duhmke, E. Only sociodemographic variables predict quality of life after radiography in patients with head-and-neck cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys 2002; 52 : 779-783.

45. Arruda PM, Zannon CMLC. Tecnologia comportamental em saúde: adesão ao tratamento pediátrico da doença crônica – evidenciando o desafio enfrentado pelo cuidador. ESETEC: Santo André, 2002;

46. Moraes, M. Câncer e velhice no Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia 1997; 43 : 5-7.

47. Cerqueira ATAR. O conceito e metodologia de coping: existe consenso e necessidade? In Sobre comportamento e cognição: psicologia comportamental e cognitiva - da reflexão teórica à diversidade da aplicação, Kerbauy RR (ed.).ESETEC: Santo Andre, 2000;279-289.

48. Folkman, S; Lazarus, RS; Gruen, RJ; DeLongis, A. Appraisal, coping, health status, and psychological symptoms. J Pers Soc Psychol 1986; 50 : 571-579.

49. Humphris, GM; Ozakinci, G. Psychological responses and support needs of patients following head and neck cancer. Int J Surg 2006; 4 : 37-44.

50. Rezende, VL; Derchain, SM; Botega, NJ; Vieira, MI. Revisão crítica dos instrumentos utilizados para avaliar aspectos emocionais, físicos e sociais do cuidador de pacientes com câncer na fase terminal da doença. Revista Brasileira de Cancerologia 2005; 51.

51. Gimenes LS. Comportamento adjuntivo: um possível modelo para análise e intervenção em problemas de saúde In Sobre comportamento e cognição: aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista, Banaco RA (ed.).ESETEC: Santo André, 2001;

52. Seidl, EMF; Tróccoli, BT; Zannon, CMLC. Factorial Analysis of a Coping Measure. Psicologia: Teoria e Pesquisa 2001; 17 : 225-234.

53. Gimenes MGG, Queiroz B. As diferentes fases de enfrentamento durante o primeiro ano após a mastectomia In A mulher e o câncer, Gimenes MGG, Fávero MH (ed.).Psy: Campinas, 1997;171-195.

54. Moraes ABA. Saúde bucal e comportamento In Sobre comportamento cognição: a aplicação da análise do comportamento e da terapia cognitivo-

Page 61: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

59

comportamental no Hospital Geral e nos transtornos psiquiátricos, Zamignani DR (ed.).ESETEC: Santo André, 2001;

55. Pedreira, RHS; Remencius, L; Navarro, MFL; Tomita, NE. Condições de saúde bucal de drogaditos em recuperação. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo 1999; 13.

56. Deitos, TFH; Gaspary, JFP. Efeitos biopsicossociais e psiconeuroimunológicos do câncer sobre o paciente e familiares. Revista Brasileira de Cancerologia 1997; 43 : 117-125.

57. Braga TMS. Análise das condições facilitadoras de doenças cardiovasculares In Sobre comportamento e cognição: a aplicação da análise do comportamento e da terapia cognitivo-comportamental no Hospital Geral e nos transtornos psiquiátricos, Zamignani DR (ed.).ESETEC: Santo André, 2001;

58. Caballo VE. Manual de técnicas de Terapia e modificação do comportamento. Santos, 1999;

59. Haydu VB. Comportamento adjuntivo em humanos: uma análise crítica dos estudos de laboratório In Sobre comportamento e cognição: aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista, Banaco RA (ed.).ESETEC: Santo André, 2001;

60. Humphris, GM; Rogers, S; McNally, D; Lee-Jones, C; Brown, J; Vaughan, D. Fear of recurrence and possible cases of anxiety and depression in orofacial cancer patients. Int J Oral Maxillofac Surg 2003; 32 : 486-491.

61. Martins PS. Barreiras psicológicas à prevenção do câncer: uma discussão analítico comportamental In Sobre comportamento e cognição: expondo a variabilidade, Guilhardi HJ (ed.).ESETEC: Santo André, 2001;

62. Neves Neto AR. Psicoterapia cognitivo-comportamental: possibilidades em clinica e saúde. ESETEC: Santo André, 2003;

63. Teixeira, JBA; Nogueira, MS. Câncer gástrico: fatores de risco em clientes atendidos nos serviços de atenção terciária em um município do interior paulista. Revista latino-americana de Enfermagem 2003; 2.

64. Godoy JF. Medicina comportamental In Manual de técnicas de Terapia e modificação do comportamento, Caballo VE (ed.).Santos, 1999;

65. Medeiros, RHA; Nunes, MLT. A influência do vídeo de informação adicional em pacientes submetidas à mastectomia: o estudo da ansiedade. Psicologia em Estudo 2001; 6.

66. Angerami-Camon VA, Chiattone HBC. E a psicologia entrou no hospital. Pioneira Thomson Learning: São Paulo, 1996;

67. Banaco RA. Aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. ESETEC: Santo André, 2001;

Page 62: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

60

68. Lotufo Neto F, Yacubian J, Scaldo AZ, Gonçalves L. Terapia comportamental cognitiva dos transtornos afetivos In Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria, Rangé B (ed.).Artmed: Porto Alegre, 2001;

Page 63: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

61

Apêndices

Apêndice A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA

Título da pesquisa : estratégias de enfrentamento de pacientes com carci noma de células escamosas nas regiões de cabeça e pescoço.

Instituição promotora: UNIMONTES Patrocinador: Recursos próprios Coordenadores: Prof. Leonardo Tadeu Vieira; Prof. Dr. Alfredo Maurício Batista de Paula Atenção : Antes de aceitar participar desta pesquisa, é importante que você (ou o entrevistador) leia esta explicação sobre a pesquisa. Este é um documento que descreve o objetivo, os métodos, procedimentos, benefícios, riscos, desconfortos e precauções da pesquisa, assim como os procedimentos alternativos. Informa também que você tem o direito de sair do estudo a qualquer momento, sem nenhum problema. O objetivo desse estudo é avaliar como as pessoas estão enfrentando o seu problema de saúde neste momento. Como vai acontecer: se concordar em participar do estudo, faremos uma entrevista com você, e depois outras perguntas de uma escala sobre Enfrentamento de Problemas relacionados à saúde. As pesquisas têm mostrado que se as pessoas apresentarem alguma necessidade de apoio psicológico durante o seu tratamento, e tiverem este apoio, podem ter melhores resultados no tratamento. Os benefícios deste estudo são: 1) conheceremos como você está enfrentando esta situação, e se necessário, poderemos lhe ajudar, sem lhe custar nenhum dinheiro. 2) Ainda, os resultados deste estudo poderão servir para ajudar outras pessoas, pois faremos projetos para melhorar o atendimento. Não há nenhum tipo de risco ou desconforto para você, pois todo o trabalho acontece apenas com perguntas sobre você, e não há perguntas constrangedoras. Durante o atendimento psicológico, não há situações constrangedoras ou que lhe ofereçam riscos. Nenhum dano físico ou moral acontecerá a você por causa desta pesquisa. Métodos e procedimentos alternativos : se necessário, você será encaminhado para atendimento com a psicóloga do hospital/clínica, gratuitamente. Todas as informações sobre você serão mantidas em segredo. Somente os pesquisadores terão acesso. Após terminarmos o estudo, os resultados de todos os pacientes serão publicados para profissionais de saúde, mas ninguém é identificado. Compensação ou indenização : não elaboramos critérios para esta situação, mas todos os seus direitos serão respeitados. Outras informações importantes : todos os procedimentos são de graça. Caso os envolvidos no estudo não possam atendê-lo, você será encaminhado para outro atendimento psicológico também de graça, através do SUS ou com outro psicólogo que nós providenciaremos.

Page 64: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

62

(neste momento o entrevistador pergunta se há dúvid as a esclarecer)

Sobre o meu consentimento: como eu li (ou o pesquisador leu para mim) entendi as informações acima. Tive oportunidade de fazer perguntas e esclarecer bem todas as minhas dúvidas. Este documento está sendo assinado por mim por livre e espontânea vontade, indicando meu consentimento para participar desta pesquisa, até que eu decida o contrário. Receberei uma cópia assinada deste consentimento. ________________________________ ___________________________ ____________ Nome do participante Assinatura do participante Data ___________________________________ ____________________________ ___________ Nome da testemunha Assinatura da testemunha Data ___________________________________ ______________________ ___________ Prof. Leonardo Tadeu Vieira Assinatura Data ________________________________________________________________________ Observações: Telefones de contato do pesquisador Leonardo (psicólogo) – 38 - 3221-4379 (residência); 3081-0962 (fixo); 9941-5083 (celular).

Page 65: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

63

Apêndice B

Estratégias de enfrentamento de pacientes com carcin oma de células escamosas nas regiões de cabeça e pescoço

Roteiro de Entrevista Semi-estruturada

1-Nome: _______________________________________________________ Data: ______________

2 – Endereço e telefone de contato ______________________________________________________

___________________________________________________________________________________

3 - Sexo: ( ) M ( ) F 4 - Estado civil: _________________________

5 – O Sr.(a) mora na cidade ou na zona rural (roça) ? ( ) zona rural ( ) zona urbana

6 – Qual é a sua idade por favor? ______________________________________

7 – Qual cor o Sr(a) considera que seja a sua pele? ( ) BRANCA-leucoderma ( ) NEGRO-melanoderma ( )

PARDO/MULATO-feoderma ( ) AMARELO-xantoderma (descendente de asiáticos)

8 – Escolaridade em anos de estudo: _____________________ ( ) não alfabetizado

9 – O Sr.(a) veio acompanhado (a) ? ( )S ( )N. Com quem? ________________________________

10 – Qual é aproximadamente a renda mensal da família do Sr.(a)? ____________________________

11 – Com quem o Sr.(a) mora? _________________________________________________________

Nas perguntas 12 e 13, se a resposta for NÃO, investigar se já fumou ou bebeu no passado, há quanto tempo parou e por quanto tempo fez uso . 12 – O Sr.(a) Bebe? ( )Sim ( )Não. Obs: ______________________________________________________

13 - O Sr.(a) fuma? ( )Sim ( )Não. Obs: ______________________________________________________

14 – O Sr.(a) tem contato com agrotóxicos (“algum veneno” etc)? ( )Sim ( )Não. Obs. (especificar se possível):

________________________________________________________________________________

15 – Outras pessoas na sua família já tiveram tumor maligno? Quem? ( ) NS ____________________

_________________________________________________________________________________________

16 – O Sr.(a) considera que a sua aparência está diferente devido ao tratamento / à doença? (cirur.;

radio.;quimio.; OBS.: perguntar “à doença ” caso seja momento do diagnóstico [visão do paciente e do

profissional] ). ( ) Sim ( ) Não ( ) NA Obs.: _____________________________________________________

17 – O Sr.(a) notou alguma mudança nos seus hábitos devido ao tratamento ? Qual?

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

18 – O Sr.(a) sente alguma dor? ( ) Sim ( ) Não ______________________________________________

_______________________________________________________________________________________

19 – O Sr.(a) já suspeitava que iria receber o diagnóstico de tumor maligno? (como o Sr.[a] se sentiu?) ( ) Sim

( ) Não __________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

Page 66: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

64

20 – O Sr.(a) tem recebido apoio de alguém para atravessar esta situação? De quem?

_________________________________________________________________________________________

21 – O quê o Sr.(a) está pensando neste momento? _______________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

22 – O Sr.(a) gostaria de falar mais alguma coisa? ________________________________________________

_________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________ MUITO OBRIGADO .

FASES DO TRATAMENTO

Tratamento inicial

1 – Cirurgia 2 – Radioterapia 3 – Quimioterapia 4 – Não realizou tratamento

Tratamento secundário

1 – Cirurgia 2 – Radioterapia 3 – Quimioterapia 4 – Não realizou tratamento

Tratamento terciário

1 – Cirurgia 2 – Radioterapia 3 – Quimioterapia 4 – Não realizou tratamento

Fonte: (1) Santa Casa (2) F. Dilson Godinho (3) Unimontes (4) Consultório privado (5) Outro

Page 67: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

65

Anexos

Page 68: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 69: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM PACIENTES COM …livros01.livrosgratis.com.br/cp083356.pdf · Lucyonara, meu amor, ... CID – Classificação Internacional de Doenças CP ... uma

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo