estresse de enfermeiros em unidade de...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM ENFERMAGEM
MESTRADO EM ENFERMAGEM
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA
DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
Graciele Fernanda da Costa Linch
Santa Maria RS Brasil 2009
2
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE
HEMODINAcircMICA
por
Graciele Fernanda da Costa Linch
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cuidado educaccedilatildeo
e trabalho em enfermagem e sauacutede Linha de Pesquisa Trabalho e Gestatildeo em Enfermagem e Sauacutede da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM RS) como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de
Mestre em Enfermagem
Orientadora Drordf Laura de Azevedo Guido
Santa Maria RS Brasil
2009
3
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo ( CIP )
L736e Linch Graciele Fernanda da Costa
Estresse de Enfermeiros em Unidade de
Hemodinacircmica orientaccedilatildeo por Profordf Drordf Laura de
Azevedo Guido ndash Santa Maria RS Universidade
Federal de Santa Maria 2010
111p
1 Estresse no trabalho 2 Enfermagem
3Hemodinacircmicsa
I Tiacutetulo II Guido Laura de Azevedo
CDU 331442 616-083
Bibliotecaacuteria Paula Schoenfeldt Patta CRB 101728
4
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Mestrado em Enfermagem
A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertaccedilatildeo de Mestrado
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA
elaborado por Graciele Fernanda da Costa Linch
como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Enfermagem
Comissatildeo Examinadora
______________________________
Drordf Laura de Azevedo Guido (Presidente Orientadora)
______________________________
Drordf Liana Lautert (UFRGS) (membro efetivo)
______________________________
Drordf Tacircnia Bosi de Souza Magnago (UFSM) (membro efetivo)
______________________________
Drordf Carmem Luacutecia Colomeacute Beck (UFSM) (membro suplente)
Santa Maria 11 de Dezembro de 2009
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DEDICATOacuteRIA
Agrave minha matildee com todo o meu amor
Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo
Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho
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AGRADECIMENTOS
Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute
em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos
momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo
Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se
fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente
em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas
especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e
princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer
acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel
Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas
atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das
pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e
determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar
Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito
mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute
da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na
minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas
minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela
companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas
conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos
Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus
pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria
espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias
Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre
presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o
que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo
Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que
protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado
Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos
85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees
Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada
dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente
e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta
trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e
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festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa
principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com
minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo
Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e
estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito
Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz
sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que
nos ligaraacute para sempre
A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis
JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e
pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos
As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia
Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa
Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste
estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas
Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que
iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa
trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado
As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela
oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais
As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela
contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional
Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio
na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas
Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf
Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos
seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)
pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias
singulares
A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram
na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos
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ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia
e para chegar onde quer que seja
aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila
mas a razatildeo
Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo
Amyr Klink
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RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
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ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
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RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
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LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
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6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
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atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
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predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
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idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
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resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
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(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
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gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
REFEREcircNCIAS
ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990
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99
APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
2
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE
HEMODINAcircMICA
por
Graciele Fernanda da Costa Linch
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Aacuterea de Concentraccedilatildeo Cuidado educaccedilatildeo
e trabalho em enfermagem e sauacutede Linha de Pesquisa Trabalho e Gestatildeo em Enfermagem e Sauacutede da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM RS) como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de
Mestre em Enfermagem
Orientadora Drordf Laura de Azevedo Guido
Santa Maria RS Brasil
2009
3
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo ( CIP )
L736e Linch Graciele Fernanda da Costa
Estresse de Enfermeiros em Unidade de
Hemodinacircmica orientaccedilatildeo por Profordf Drordf Laura de
Azevedo Guido ndash Santa Maria RS Universidade
Federal de Santa Maria 2010
111p
1 Estresse no trabalho 2 Enfermagem
3Hemodinacircmicsa
I Tiacutetulo II Guido Laura de Azevedo
CDU 331442 616-083
Bibliotecaacuteria Paula Schoenfeldt Patta CRB 101728
4
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Mestrado em Enfermagem
A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertaccedilatildeo de Mestrado
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA
elaborado por Graciele Fernanda da Costa Linch
como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Enfermagem
Comissatildeo Examinadora
______________________________
Drordf Laura de Azevedo Guido (Presidente Orientadora)
______________________________
Drordf Liana Lautert (UFRGS) (membro efetivo)
______________________________
Drordf Tacircnia Bosi de Souza Magnago (UFSM) (membro efetivo)
______________________________
Drordf Carmem Luacutecia Colomeacute Beck (UFSM) (membro suplente)
Santa Maria 11 de Dezembro de 2009
5
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha matildee com todo o meu amor
Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo
Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho
6
AGRADECIMENTOS
Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute
em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos
momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo
Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se
fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente
em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas
especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e
princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer
acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel
Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas
atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das
pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e
determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar
Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito
mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute
da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na
minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas
minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela
companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas
conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos
Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus
pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria
espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias
Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre
presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o
que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo
Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que
protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado
Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos
85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees
Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada
dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente
e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta
trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e
7
festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa
principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com
minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo
Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e
estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito
Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz
sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que
nos ligaraacute para sempre
A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis
JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e
pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos
As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia
Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa
Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste
estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas
Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que
iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa
trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado
As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela
oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais
As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela
contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional
Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio
na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas
Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf
Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos
seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)
pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias
singulares
A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram
na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos
8
ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia
e para chegar onde quer que seja
aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila
mas a razatildeo
Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo
Amyr Klink
9
RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
REFEREcircNCIAS
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APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
3
Dados Internacionais de Catalogaccedilatildeo na Publicaccedilatildeo ( CIP )
L736e Linch Graciele Fernanda da Costa
Estresse de Enfermeiros em Unidade de
Hemodinacircmica orientaccedilatildeo por Profordf Drordf Laura de
Azevedo Guido ndash Santa Maria RS Universidade
Federal de Santa Maria 2010
111p
1 Estresse no trabalho 2 Enfermagem
3Hemodinacircmicsa
I Tiacutetulo II Guido Laura de Azevedo
CDU 331442 616-083
Bibliotecaacuteria Paula Schoenfeldt Patta CRB 101728
4
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Mestrado em Enfermagem
A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertaccedilatildeo de Mestrado
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA
elaborado por Graciele Fernanda da Costa Linch
como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Enfermagem
Comissatildeo Examinadora
______________________________
Drordf Laura de Azevedo Guido (Presidente Orientadora)
______________________________
Drordf Liana Lautert (UFRGS) (membro efetivo)
______________________________
Drordf Tacircnia Bosi de Souza Magnago (UFSM) (membro efetivo)
______________________________
Drordf Carmem Luacutecia Colomeacute Beck (UFSM) (membro suplente)
Santa Maria 11 de Dezembro de 2009
5
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha matildee com todo o meu amor
Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo
Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho
6
AGRADECIMENTOS
Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute
em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos
momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo
Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se
fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente
em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas
especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e
princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer
acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel
Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas
atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das
pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e
determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar
Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito
mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute
da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na
minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas
minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela
companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas
conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos
Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus
pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria
espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias
Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre
presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o
que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo
Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que
protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado
Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos
85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees
Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada
dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente
e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta
trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e
7
festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa
principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com
minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo
Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e
estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito
Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz
sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que
nos ligaraacute para sempre
A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis
JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e
pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos
As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia
Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa
Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste
estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas
Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que
iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa
trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado
As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela
oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais
As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela
contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional
Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio
na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas
Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf
Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos
seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)
pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias
singulares
A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram
na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos
8
ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia
e para chegar onde quer que seja
aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila
mas a razatildeo
Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo
Amyr Klink
9
RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
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LINCH GFC GUIDO LA PITTHAN LO UMANN J Unidades de hemodinacircmica a produccedilatildeo do conhecimento Revista Gauacutecha de Enfermagem No prelo 2009a LINCH GFC GUIDO LA UMANN JU Estresse e profissionais da sauacutede produccedilatildeo do conhecimento Revista Cogitare No prelo 2009b LIPP MEN (Org) Pesquisas sobre stress no Brasil sauacutede ocupaccedilotildees e grupos de risco Campinas Papirus 1996 LOPES LFDet al Estatiacutestica Geral Caderno Didaacutetico 2ordf ed Santa Maria Ed UFSM 2007 MAGNAGO TSBS Aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbio musculoesqueleacutetico em trabalhadores de enfermagem [tese] Escola de enfermagem Anna Nery 2008 MAGNAGO TSBS LISBOA MTL GRIEP RH Estresse aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbios musculoesqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem Revista de Enfermagem UERJ v17 n1 p118-23 2009 MARQUEZE EC MORENO CRC Satisfaccedilatildeo no trabalho uma breve revisatildeo Revista Brasileira de Sauacutede Ocupacional v 30 n 112 p 69-79 2005 MARTINS MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em ambiente hospitalar Millenium - Revista do ISPV ndash n 28 Out 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwipvptmilleniumMillenium2818htmgt Acesso em Marccedilo 2007 MARTINS CB ASSAD ALD A poacutes-graduaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de recursos humanos para inovaccedilatildeo Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 5 n 10 p 322-352 2008 McVICAR A Workplace stress in nursing a literature review Journal Advanced Nursing v44 n6 p633-642 2003 MIDDAUGH DJ Presenteeism sick and tired at work Nursing Management v 15n1 p103-105 2006
97
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Indicadores de serviccedilo especializado [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em ltwwwcnesdatasusgovbrgt Acesso em Set 2008 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Portaria Nordm 210 de 15 de JUNHO de 2004 [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsassas04sasjun04gt Acesso em Set 2009 HEMODINAcircMICA Ferreira Aureacutelio Buarque de Holanda Novo Dicionaacuterio Aureacutelio da Liacutengua Portuguesa Satildeo Paulo Positivo 2009 OrsquoCALLAGHAN JP MILERDB Neuroendocrine Aspects of the Response to Stress Metabolism v51n6 p5-10 2002 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE The challenges of a changing world Relatoacuterio 2008 PILATI O Especializaccedilatildeo falaacutecia ou conhecimento aprofundado Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 3 n 5 p 7-26 2006 PORTARIA DO MINISTEacuteRIO DO TRABALHO E EMPREGO nordm485 11 de Novembro de 2005 Aprova a Norma regulamentadora nordm 32 ndash Seguranccedila e sauacutede no trabalho em estabelecimentos de sauacutede DOU de 161105 QUICK JC COOPER CL Stress and Strain 2ordf Ed Oxford Fast Fact 2003 SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo IBRASA 1959 STACCIARINI JM TROacuteCCOLI BT O estresse na atividade ocupacional do enfermeiro Revista Latino americana de enfermagem v9 n2 p17-25 2001 SANTOS PR Estudo do processo de trabalho da enfermagem em hemodinacircmica desgastes cargas de trabalho e fatores de riscos agrave sauacutede do trabalhador [Dissertaccedilatildeo] Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 SANGIULIANO LA Stress na atuaccedilatildeo dos enfermeiros em um hospital privado e as consequumlecircncias no seu estado de sauacutede [Dissertaccedilatildeo] Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2004
98
SARQUIS LMM et al Uma reflexatildeo sobre a sauacutede do trabalhador de enfermagem e avanccedilos da legislaccedilatildeo trabalhista Cogitare enfermagem v9 n1 p 15-24 2004 SILVA RM et al Anaacutelise quantitativa da satisfaccedilatildeo profissional dos enfermeiros que atuam no periacuteodo noturno Texto amp Contexto v18 n2 p298-305 2009 VANTALLIE TB Stress A Risk Factor for Serious Illness Metabolism v51 n6 p40-45 2002 ZAMBERLAN C SIQUEIRA HCH A terceirizaccedilatildeo nos serviccedilos e consequumlecircncias no cuidar em enfermagem Revista Brasileira de Enfermagem v58 n6 p727-30 2005
99
APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
4
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem Mestrado em Enfermagem
A Comissatildeo Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertaccedilatildeo de Mestrado
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA
elaborado por Graciele Fernanda da Costa Linch
como requisito parcial para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Enfermagem
Comissatildeo Examinadora
______________________________
Drordf Laura de Azevedo Guido (Presidente Orientadora)
______________________________
Drordf Liana Lautert (UFRGS) (membro efetivo)
______________________________
Drordf Tacircnia Bosi de Souza Magnago (UFSM) (membro efetivo)
______________________________
Drordf Carmem Luacutecia Colomeacute Beck (UFSM) (membro suplente)
Santa Maria 11 de Dezembro de 2009
5
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha matildee com todo o meu amor
Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo
Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho
6
AGRADECIMENTOS
Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute
em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos
momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo
Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se
fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente
em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas
especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e
princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer
acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel
Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas
atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das
pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e
determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar
Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito
mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute
da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na
minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas
minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela
companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas
conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos
Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus
pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria
espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias
Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre
presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o
que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo
Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que
protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado
Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos
85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees
Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada
dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente
e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta
trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e
7
festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa
principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com
minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo
Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e
estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito
Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz
sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que
nos ligaraacute para sempre
A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis
JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e
pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos
As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia
Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa
Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste
estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas
Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que
iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa
trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado
As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela
oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais
As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela
contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional
Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio
na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas
Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf
Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos
seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)
pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias
singulares
A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram
na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos
8
ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia
e para chegar onde quer que seja
aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila
mas a razatildeo
Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo
Amyr Klink
9
RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
REFEREcircNCIAS
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99
APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
5
DEDICATOacuteRIA
Agrave minha matildee com todo o meu amor
Agrave minha orientadora com toda minha admiraccedilatildeo
Aos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica com todo carinho
6
AGRADECIMENTOS
Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute
em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos
momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo
Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se
fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente
em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas
especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e
princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer
acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel
Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas
atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das
pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e
determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar
Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito
mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute
da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na
minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas
minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela
companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas
conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos
Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus
pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria
espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias
Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre
presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o
que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo
Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que
protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado
Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos
85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees
Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada
dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente
e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta
trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e
7
festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa
principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com
minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo
Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e
estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito
Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz
sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que
nos ligaraacute para sempre
A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis
JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e
pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos
As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia
Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa
Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste
estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas
Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que
iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa
trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado
As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela
oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais
As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela
contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional
Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio
na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas
Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf
Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos
seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)
pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias
singulares
A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram
na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos
8
ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia
e para chegar onde quer que seja
aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila
mas a razatildeo
Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo
Amyr Klink
9
RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
REFEREcircNCIAS
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99
APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
6
AGRADECIMENTOS
Acredito que nosso trabalho eacute um desafio a cada dia mas que o sucesso estaacute
em enfrentar as diferentes situaccedilotildees e buscar o equiliacutebrio junto a pequenos
momentos e a pessoas que amamos Dentre elas agradeccedilo
Agrave minha Matildee Elizabete pelo amor incondicional por mesmo de longe se
fazer presente sempre por simplesmente SENTIR e me ligar repentinamente
em vaacuterios momentos por entender o meu afastamento em algumas datas
especiais e acima de tudo por me respeitar por ter me ensinado valores e
princiacutepios que regem minha vida Agradeccedilo pelo apoio por sempre me fazer
acreditar e permitir que tudo na minha vida se tornasse possiacutevel
Ao meu Pai Joatildeo Heacutelio (in memorian) por ter me ensinado pelas suas
atitudes o quanto somos importantes e podemos fazer diferenccedila na vida das
pessoas Agradeccedilo pelo exemplo de trabalho honestidade dedicaccedilatildeo e
determinaccedilatildeo e por ter herdado o seu carisma e o seu jeito de trabalhar
Aacute minha orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido por ser muito
mais que minha orientadora e sim uma matildee e amiga que participou natildeo soacute
da construccedilatildeo da dissertaccedilatildeo mas de momentos e decisotildees importantes na
minha vida Pela competecircncia em ensinar acreditar e confiar sempre nas
minhas ideacuteias principalmente com estiacutemulos constantes Agradeccedilo pela
companhia nas viagens nas tardes de estudo e do grupo e ainda pelas
conversas e risadas que nos acompanharam em todos esses momentos
Aos meus sobrinhos Joatildeo Victor Joseacute Eduardo e Joseacute Antocircnio meus
pequenos heroacuteis e siacutembolos de uma felicidade maior de uma alegria
espontacircnea e contagiante obrigada pela diversatildeo risos e histoacuterias
Ao s meus tios Joseacute Zinser e Tere ele meu pai do coraccedilatildeo por estar sempre
presente nas decisotildees por me fazer acreditar que podemos conseguir tudo o
que queremos basta querer e fazer para isso tudo eacute uma questatildeo de tempo
Ela pela forccedila e determinaccedilatildeo por ser mais uma das minhas matildees que
protege que se preocupa e estaacute sempre ao meu lado
Agrave minha avoacute Adolfina pelo amor carinho e dedicaccedilatildeo por me ensinar aos
85 anos como se manteacutem forte e de bom humor nas diferentes situaccedilotildees
Aacute amiga Clarissa pela imensa amizade que nos une e nos fortalece a cada
dia por dividir a paixatildeo pela pesquisa e pela cardiologia por estar presente
e me apoiar tanto nos momentos mais difiacuteceis quanto nos mais felizes desta
trajetoacuteria e da minha vida pelo periacuteodo em Porto Alegre pelos estudos e
7
festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa
principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com
minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo
Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e
estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito
Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz
sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que
nos ligaraacute para sempre
A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis
JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e
pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos
As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia
Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa
Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste
estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas
Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que
iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa
trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado
As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela
oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais
As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela
contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional
Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio
na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas
Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf
Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos
seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)
pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias
singulares
A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram
na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos
8
ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia
e para chegar onde quer que seja
aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila
mas a razatildeo
Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo
Amyr Klink
9
RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
REFEREcircNCIAS
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APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
7
festas inesqueciacuteveis por vivenciar junto comigo cada etapa desta pesquisa
principalmente das emoccedilotildees da coleta de dados pela preocupaccedilatildeo com
minhas viagens Amiga sou imensamente grata por tudo
Agrave amiga Mariele pelo conviacutevio pela paciecircncia pelas longas conversas e
estudos na madrugada tudo foi fundamental e me ajudou muito
Agrave amiga colega e comadre Luiza por me acalmar e me transmitir paz
sempre por ter me dado a Julia minha afilhada como bdquopresente‟ um elo que
nos ligaraacute para sempre
A todas as amigas e amigos em especial Aline Daiana Jociele Joseacute Luis
JulianeVitor pelo apoio e incentivo pelo companheirismo pelas conversas e
pelos momentos inesqueciacuteveis A amizade e carinho por vocecircs seratildeo eternos
As professoras Drordf Liana Lautert Drordf Carmem Colomeacute Beck e Drordf Tacircnia
Magnago pela disponibilidade e pelas contribuiccedilotildees nesta pesquisa
Aos enfermeiros(as) de Unidade de Hemodinacircmica pela participaccedilatildeo neste
estudo pela disposiccedilatildeo e atenccedilatildeo e pelas manifestaccedilotildees positivas
Agrave Enfordf Simone Fantin pelo carinho pela amizade que construiacutemos e que
iniciou junto com esta pesquisa por me mostrar caminhos durante essa
trajetoacuteria pela oportunidade do conviacutevio e do aprendizado
As equipes das unidades de hemodinacircmica do HUSM ICOR e HCPA pela
oportunidade de aprendizado e pelas experiecircncias profissionais
As docentes do PPGEnfUFSM e do Curso de EnfermagemUFSM pela
contribuiccedilatildeo de maneira singular na minha formaccedilatildeo profissional
Ao estatiacutestico e epidemiologista Prof Dr Seacutergio Kakuta Kato pelo auxiacutelio
na anaacutelise estatiacutestica dos dados e pelas sugestotildees oportunas
Agrave Zeli e agrave Luana pela simpatia e paciecircncia junto agrave secretaacuteria do PPGEnf
Agrave Universidade Federal de Santa Maria por proporcionar qualidade nos
seis anos da minha formaccedilatildeo e por possibilitar a realizaccedilatildeo deste estudo
Agrave Coordenaccedilatildeo de Aperfeiccediloamento de Pessoal de Niacutevel Superior (CAPES)
pela concessatildeo da bolsa de mestrado o que me oportunizou experiecircncias
singulares
A todos aqueles que natildeo tendo sido citados acompanharam e colaboraram
na realizaccedilatildeo deste trabalho meus sinceros agradecimentos
8
ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia
e para chegar onde quer que seja
aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila
mas a razatildeo
Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo
Amyr Klink
9
RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
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LINCH GFC GUIDO LA PITTHAN LO UMANN J Unidades de hemodinacircmica a produccedilatildeo do conhecimento Revista Gauacutecha de Enfermagem No prelo 2009a LINCH GFC GUIDO LA UMANN JU Estresse e profissionais da sauacutede produccedilatildeo do conhecimento Revista Cogitare No prelo 2009b LIPP MEN (Org) Pesquisas sobre stress no Brasil sauacutede ocupaccedilotildees e grupos de risco Campinas Papirus 1996 LOPES LFDet al Estatiacutestica Geral Caderno Didaacutetico 2ordf ed Santa Maria Ed UFSM 2007 MAGNAGO TSBS Aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbio musculoesqueleacutetico em trabalhadores de enfermagem [tese] Escola de enfermagem Anna Nery 2008 MAGNAGO TSBS LISBOA MTL GRIEP RH Estresse aspectos psicossociais do trabalho e distuacuterbios musculoesqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem Revista de Enfermagem UERJ v17 n1 p118-23 2009 MARQUEZE EC MORENO CRC Satisfaccedilatildeo no trabalho uma breve revisatildeo Revista Brasileira de Sauacutede Ocupacional v 30 n 112 p 69-79 2005 MARTINS MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em ambiente hospitalar Millenium - Revista do ISPV ndash n 28 Out 2003 Disponiacutevel em lthttpwwwipvptmilleniumMillenium2818htmgt Acesso em Marccedilo 2007 MARTINS CB ASSAD ALD A poacutes-graduaccedilatildeo e a formaccedilatildeo de recursos humanos para inovaccedilatildeo Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 5 n 10 p 322-352 2008 McVICAR A Workplace stress in nursing a literature review Journal Advanced Nursing v44 n6 p633-642 2003 MIDDAUGH DJ Presenteeism sick and tired at work Nursing Management v 15n1 p103-105 2006
97
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Indicadores de serviccedilo especializado [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em ltwwwcnesdatasusgovbrgt Acesso em Set 2008 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Secretaacuteria de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede Portaria Nordm 210 de 15 de JUNHO de 2004 [on line] Brasiacutelia 2004 Disponiacutevel em lthttpdtr2001saudegovbrsassas04sasjun04gt Acesso em Set 2009 HEMODINAcircMICA Ferreira Aureacutelio Buarque de Holanda Novo Dicionaacuterio Aureacutelio da Liacutengua Portuguesa Satildeo Paulo Positivo 2009 OrsquoCALLAGHAN JP MILERDB Neuroendocrine Aspects of the Response to Stress Metabolism v51n6 p5-10 2002 ORGANIZACcedilAtildeO MUNDIAL DE SAUacuteDE The challenges of a changing world Relatoacuterio 2008 PILATI O Especializaccedilatildeo falaacutecia ou conhecimento aprofundado Revista Brasileira de Poacutes-graduaccedilatildeo v 3 n 5 p 7-26 2006 PORTARIA DO MINISTEacuteRIO DO TRABALHO E EMPREGO nordm485 11 de Novembro de 2005 Aprova a Norma regulamentadora nordm 32 ndash Seguranccedila e sauacutede no trabalho em estabelecimentos de sauacutede DOU de 161105 QUICK JC COOPER CL Stress and Strain 2ordf Ed Oxford Fast Fact 2003 SELYE H Stress a tensatildeo da vida Satildeo Paulo IBRASA 1959 STACCIARINI JM TROacuteCCOLI BT O estresse na atividade ocupacional do enfermeiro Revista Latino americana de enfermagem v9 n2 p17-25 2001 SANTOS PR Estudo do processo de trabalho da enfermagem em hemodinacircmica desgastes cargas de trabalho e fatores de riscos agrave sauacutede do trabalhador [Dissertaccedilatildeo] Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 SANGIULIANO LA Stress na atuaccedilatildeo dos enfermeiros em um hospital privado e as consequumlecircncias no seu estado de sauacutede [Dissertaccedilatildeo] Escola de Enfermagem USP Satildeo Paulo 2004
98
SARQUIS LMM et al Uma reflexatildeo sobre a sauacutede do trabalhador de enfermagem e avanccedilos da legislaccedilatildeo trabalhista Cogitare enfermagem v9 n1 p 15-24 2004 SILVA RM et al Anaacutelise quantitativa da satisfaccedilatildeo profissional dos enfermeiros que atuam no periacuteodo noturno Texto amp Contexto v18 n2 p298-305 2009 VANTALLIE TB Stress A Risk Factor for Serious Illness Metabolism v51 n6 p40-45 2002 ZAMBERLAN C SIQUEIRA HCH A terceirizaccedilatildeo nos serviccedilos e consequumlecircncias no cuidar em enfermagem Revista Brasileira de Enfermagem v58 n6 p727-30 2005
99
APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
8
ldquoDescobri como eacute bom chegar quando se tem paciecircncia
e para chegar onde quer que seja
aprendi que natildeo eacute preciso dominar a forccedila
mas a razatildeo
Eacute preciso antes de mais nada QUERERrdquo
Amyr Klink
9
RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
REFEREcircNCIAS
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99
APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
9
RESUMO
Dissertaccedilatildeo de Mestrado Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagem
Universidade Federal de Santa Maria
ESTRESSE DE ENFERMEIROS EM UNIDADE DE HEMODINAcircMICA Autora Graciele Fernanda da Costa Linch
Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido Data e Local da defesa Santa Maria 11 de Dezembro 2009
Trata-se de um estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa que tem como objetivo avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica (UHD) do Rio Grande do Sul Os dados foram coletados por meio um questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de aspectos relacionados ao seu trabalho (parte I) A parte II do instrumento foi composta por duas escalas tipo Likert (Escala de Estressores e Escala de sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees sobre haacutebitos sociais Para a anaacutelise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) sendo que os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p lt 005 com intervalo de 95 de confianccedila A populaccedilatildeo constituiu-se de 63 enfermeiros com predomiacutenio do sexo feminino (905) e idade meacutedia de 3524(plusmn821) anos A maioria dos enfermeiros era assistencial (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) cursou poacutes-graduaccedilatildeo (778) e natildeo possuiacutea outro emprego (778) Eles apresentaram tempo de formaccedilatildeo entre um a dez anos (619) e 651 dos enfermeiros trabalhavam a menos de cinco anos em UHD Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel (8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048) Quanto ao estresse 524 dos enfermeiros obtiveram escores entre 111 e 197 classificados com meacutedio estresse sendo que os domiacutenios com maiores meacutedias foram situaccedilotildees criacuteticas (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de trabalho (156plusmn036) As variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees importantes (217plusmn098) Em relaccedilatildeo aos sintomas o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Dentre as variaacuteveis destaca-se dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112) Neste estudo verificou-se correlaccedilatildeo positiva alta estatisticamente significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001) Dessa maneira conclui-se que o estresse estaacute diretamente relacionado aos sintomas apresentados
Descritores estresse enfermagem hemodinacircmica trabalho sauacutede ocupacional
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
REFEREcircNCIAS
ANABUKI MH Situaccedilotildees geradoras de estresse percepccedilatildeo das enfermeiras de um hospital de ensino [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo (SP) Escola de Enfermagem USP 2001 AREIAS MEQ GUIMARAtildeES LAM Gecircnero e estresse em trabalhadores de uma universidade Puacuteblica do estado de satildeo paulo Psicologia em estudo v9 n2 p 255-262 2004 ASSUNCcedilAtildeO AA Uma contribuiccedilatildeo ao debate sobre as relaccedilotildees sauacutede e trabalho Ciecircncia amp Sauacutede Coletiva v8 n4 p1005-1008 2003 BABBIE E Meacutetodos de Pesquisas de Survey Ed UFMG Belo Horizonte 1999 BALLONE G J Estresse- Fisiologia do estresse ndash in Psiqweb 2005a Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em marccedilo 2007a BALLONE GJ Estresse e Trabalho in PsiqWeb 2005b Disponiacutevel em wwwpsiqwebmedbr Acesso em Agosto de 2007b BATISTA AAV et al Fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no trabalho do enfermeiro Revista da Escola de Enfermagem USP v39 n1 p85-91 2005 BATISTA KM Stress entre enfermeiro de unidades de emergecircncia [dissertaccedilatildeo] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade Federal de Satildeo Paulo 2005 BEATON D et al Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures Disponiacutevel em lt httpwwwiwhonca gt Acesso em Set 2009 BELANCIERI MF BIANCO MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em trabalhadores da aacuterea da enfermagem de um hospital universitaacuterio Texto Contexto Enfermagem Florianoacutepolis v13 n1 p124-31 2004 BIANCHI ERF Estresse em enfermagem anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro em centro ciruacutergico [Tese] Satildeo Paulo Escola de Enfermagem Universidade de Satildeo Paulo 1990
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99
APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP
10
ABSTRACT
Masterrsquos Degree Dissertation Nursing Graduation Program
Universidade Federal de Santa Maria
STRESS IN NURSES AT A HEMODYNAMICS WARD Author Graciele Fernanda da Costa Linch
Adviser Laura de Azevedo Guido PhD Date and Place of presentation Santa Maria December 11th 2009
The following study is a transversal survey with a quantitative approach that aims to assess the relation between stress and symptoms presented by nurses working in Hemodynamics Wards (HW) in the state of Rio Grande do Sul The data were collected through a survey for the identification of the nurses and the aspects related to their work (part I) Part II of the instrument composed by two Likert-like scales (Stressors Scale and Symptoms Scale presented by the nurses) and questions about the social habits The piece of software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) has been used for data analysis being the results considered statistically relevant if p lt 005 with an interval of 95 of reliability The population was constituted by 63 nurses predominantly female (905) and average age of 3524(plusmn821) years old Most of the nurses were clinical ones (556) worked in private institutions (774) attended post-graduation studies (778) and did not have another position (778) They presented a formation time between one and ten years (619) and 651 of the nurses worked for less than five years in HW Most of the nurses got training to work with the HW (5873) did not make effort to go to work (8571) was satisfied with the work (8571) did not consider the day endless (8413) and were not willing to change profession (9048) Regarding stress 524 of the nurses had an average between 111 and 197 classified as medium stress and the areas with the highest averages were critical situations (163 plusmn 029) followed by conflict function (158 plusmn 038) and overwork (156 plusmn 036) The variables that got higher score overwork (234plusmn084) having not very competent subordinated (231plusmn116) intermediate conflicts between the areas sectors and wards (223plusmn034) pressure concerning time (218plusmn118) implement important decisions (217plusmn098) Regarding symptoms the domain skeletal-muscle alterations presented highest average (139plusmn094) followed by changes in sleep and rest (101 plusmn 088) Among the variables stand out lumbar pain (186plusmn133) nape or cervical pain (178plusmn130) excessive necessity to sleep (159plusmn134) headache (156plusmn116) sore muscle (148plusmn112) In this study there was a relevant positive high correlation between stress and symptoms presented by the nurses (r=0629 plt0001) it is concluded thus that stress is strictly related to the presented symptoms Descriptors stress nursing hemodynamic work occupational health
11
RESUMEN
Disertacioacuten de Maestriacutea Programa de Pos-grado en Enfermeriacutea Universidade Federal de Santa Maria
ESTREacuteS DE ENFERMEROS EN UNA UNIDAD DE HEMODINAMICA
Autora Graciele Fernanda da Costa Linch Orientadora Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Fecha y Sitio de defensa Santa Mariacutea 11 de Diciembre de 2009
Este estudio es un transversal del tipo survey con abordaje cuantitativo que tiene por objetivo evaluar la relacioacuten entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros que actuacutean en Unidades de Hemodinaacutemica de Rio Grande del Sur Los datos fueron recogidos a traveacutes de un cuestionario para la identificacioacuten de los enfermeros y de los aspectos relacionados a su trabajo (parte I) La parte II del instrumento que compuesta por dos escalas del tipo Likert (Escala de Estresores y Escala de siacutentomas presentados por los enfermeros) y cuestiones sobre haacutebitos sociales Para el anaacutelisis de los datos fue utilizado el programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) siendo que los resultados fueron considerados estadiacutesticamente significativos si plt 005 con intervalo de 95 de confianza La poblacioacuten se constituye de 63 enfermeros con prevalencia del sexo femenino (905) y edad media de 3524 (plusmn821) antildeos La mayoriacutea de los enfermeros era asistencial (556) trabajaba en instituciones privadas (774) hicieron posgrado (778) y no poseiacutean otro empleo (778) Ellos presentaron un tiempo de formacioacuten entre uno y diez antildeos (619) y 651 de los enfermeros trabajaban hace menos de cinco antildeos en UHD Pudo percibirse que la mayoriacutea de los enfermeros recibioacute entrenamiento para actuar en UHD (5873) no haciacutea ninguacuten esfuerzo para ir a trabajar (8571) estaba satisfecho con el trabajo (8571) no consideraba el diacutea de trabajo interminable (8413) y no teniacutea ganas de mudar de profesioacuten (9048) Con relacioacuten al estreacutes 524 de los enfermeros obtuvieron entre 111 y 197 clasificados con medio estreacutes y las aacutereas con los dominios maacutes elevados fueron situaciones criacuteticas (163 plusmn 029) seguido por los conflictos la funcioacuten (158 plusmn 038) y la carga de trabajo (156 plusmn 036) Las variables que alcanzaron mayores medias fueron estafa de trabajo (234plusmn084) tener subordinados poco competentes (231plusmn116) intermediar los conflictos entre aacutereas sectores y unidades (223plusmn098) Con relacioacuten a los siacutentomas las alteraciones musculo-esqueleacuteticas presentoacute la mayor media (139plusmn094) seguido por los cambios en el suentildeo y el descanso (101 plusmn 088) Entre las variables se destaca dolores en la regioacuten lumbar (186+133) dolores en la nuca o en la cervical (178plusmn130) necesidad excesiva de dormir (159plusmn134) cefalea (156plusmn116) dolores musculares (148plusmn112) En este estudio se encontroacute correlacioacuten positiva alta significativa entre el estreacutes y los siacutentomas presentados por los enfermeros (r=0629plt0001) Por tal motivo se concluye que el estreacutes estaacute directamente relacionado a los siacutentomas presentados Descriptores estreacutes enfermeriacutea hemodinaacutemica trabajo salud laboral
12
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo 42
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de
Estressores Santa MariaRS 2009 45
Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas
Santa MariaRS 2009 46
Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 47
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009 48
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria
Santa MariaRS 2009 50
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 50
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho
em UHD Santa MariaRS 2009 51
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa
MariaRS 2009 51
Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro
emprego Santa MariaRS 2009 52
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa
MariaRS 2009 52
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-
graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009 53
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de
formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 53
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno
(manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009 54
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de
trabalho em UHD Santa MariaRS 2009 54
Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso
Santa MariaRS 2009 55
13
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho
e profissatildeo Santa MariaRS 2009 55
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e
profissatildeo Santa MariaRS 2009 56
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o
trabalho Santa MariaRS 2009 57
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa
MariaRS 2009 57
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS
2009 58
Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa MariaRS 2009 59
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de
estressores Santa Maria RS 2009 59
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho
Santa MariaRS 2009 60
Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa
MariaRS 2009 61
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de
sintomasSanta MariaRS 2009 61
Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de
Sintomas Santa MariaRS 2009 62
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS
2009 62
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa
MariaRS 2009 63
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e
sintomas Santa MariaRS 2009 64
14
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACTP ndash Angioplastia Coronaacuteria Transluminal Percutacircnea
CCS ndash Centro de Ciecircncias da Sauacutede
CEP ndash Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa
CEPEN ndash Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem
CENIC ndash Central Nacional de Intervenccedilotildees Cardiovasculares
COFEN ndash Conselho Federal de Enfermagem
DEPE ndash Departamento de Ensino Pesquisa e Extensatildeo
DP ndash Desvio Padratildeo
GAP ndash Gabinete de Projetos
HUSM ndash Hospital Universitaacuterio de Santa Maria
ICP ndash Intervenccedilotildees Coronaacuterias Percutacircneas
NR ndash Norma Regulamentadora
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
OIT ndash Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho
RS ndash Rio Grande do Sul
SPSS ndash Statistical Package for the Social Sciences
SUS ndash Sistema Uacutenico de Sauacutede
UFSM ndash Universidade Federal de Santa Maria
UHD ndash Unidade de Hemodinacircmica
UTI ndash Unidade de Terapia Intensiva
Domiacutenios Escala de Estressores
CF ndash Conflito de Funccedilotildees
ST ndash Sobrecarga de Trabalho
DR ndash Dificuldade de Relacionamento
GR ndash Gerenciamento Pessoal
SC ndash Situaccedilotildees criacuteticas
Domiacutenios Escala de Sintomas
CV ndash Cardiovasculares
AltA ndash Alteraccedilotildees do aparelho digestivo
15
AltI ndash Alteraccedilotildees imunoloacutegicas
AltS ndash Alteraccedilotildees do sono e repouso
AltM ndash Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico
AltC ndash Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
16
LISTA DE ANEXOS
Anexo A ndash Escala de Estressores e Sintomas106
Anexo B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP111
17
LISTA DE APEcircNDICES
Apecircndice A ndash Lista das Unidades de Hemodinacircmicas do RS99
Apecircndice B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido101
Apecircndice C ndash Protocolo de Pesquisa103
Apecircndice D ndash Termo de Confidencialidade104
Apecircndice E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia105
18
LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande
do Sul Santa MariaRS 200949
19
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 21
2 OBJETIVOS 25
21 Objetivo Geral 25
22 Objetivos Especiacuteficos 25
3 REVISAtildeO DE LITERATURA 26
31 Estresse 26
311 Psicofisiologia do Estresse 29
32 Unidade de Hemodinacircmica 30
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica 32
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO 37
41 Delineamento do Estudo 37
42 Meacutetodo do Estudo 37
43 Campo de Estudo 38
44 Populaccedilatildeo de Estudo 38
441 Criteacuterios de Inclusatildeo 38
442 Criteacuterios de Exclusatildeo 38
45 Logiacutestica do Estudo 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica 39
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna 40
462 Anaacutelise de Validade Convergente 40
463 Estatiacutestica Descritiva 40
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov 40
465 Testes Natildeo Parameacutetricos 41
466 Testes Parameacutetricos 41
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo 42
47 Aspectos Eacuteticos 42
20
5 RESULTADOS 44
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento 44
511 Confiabilidade 45
512 Validade Convergente 46
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares 48
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo 48
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo 52
54 Questotildees Relacionadas ao trabalho e profissatildeo 55
541 Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo 56
55 Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo 57
56 Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica 57
561 Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e
profissatildeo e haacutebitos sociais 59
57 Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
60
58 Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica 62
59 Correlaccedilotildees 63
591 Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas 63
592 Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da escala de estressores e escala de sintomas
64
6 DISCUSSOtildeES 65
7 CONCLUSOtildeES 84
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 88
REFEREcircNCIAS 90
APEcircNDICES 99
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS 99
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa 103
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade 104
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia 105
ANEXOS 106
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas 106
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP 111
21
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil e no mundo as doenccedilas cardiovasculares (DCV) prevalecem como
a principal causa de mortalidade Segundo a Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)
nos uacuteltimos anos a taxa de mortalidade por DCV variou entre 28 a 34 milhotildees de
oacutebitos na populaccedilatildeo mundial e estima-se que esse nuacutemero possa atingir valores
superiores a 35 milhotildees em 2030 (OMS 2008) Esse crescimento representa uma
das questotildees de sauacutede puacuteblica mais relevantes na atualidade
A globalizaccedilatildeo a urbanizaccedilatildeo e o envelhecimento mundial satildeo os principais
fatores que agravam a sauacutede puacuteblica (OMS 2008) Eacute evidente o progresso de
alguns paiacuteses nas uacuteltimas deacutecadas no entanto este aumenta a desigualdade social
que repercute diretamente na sauacutede da populaccedilatildeo sendo que esta vive um
processo intenso de urbanizaccedilatildeo Nos uacuteltimos 30 anos houve um aumento da
populaccedilatildeo urbana de 38 que passou para mais de 50 junto a este aumento deu-
se o envelhecimento populacional sendo estimado que ateacute 2050 seratildeo dois bilhotildees
de pessoas com mais de 60 anos e destas em torno de 85 estaratildeo concentradas
em paiacuteses em desenvolvimento como eacute o caso do Brasil (OMS 2008)
Vistos os panoramas e as estimativas em relaccedilatildeo agrave sauacutede mundial e as
DCVs as poliacuteticas puacuteblicas de sauacutede tecircm se mostrado favoraacuteveis em relaccedilatildeo agrave
atenccedilatildeo primaacuteria agrave sauacutede e a intervenccedilotildees (prevenccedilatildeo) de fatores de risco
modificaacuteveis No entanto a demanda de pacientes para atendimento primaacuterio
acompanhamento cuidados e tratamentos eacute elevada nos serviccedilos de sauacutede e
onerosa
Dessa maneira com a tendecircncia de uma demanda maior de pacientes
cardiacuteacos que a oferta pelos serviccedilos de atenccedilatildeo primaacuteria podem ocorrer agravos agrave
sauacutede dos indiviacuteduos levando-os a hospitalizaccedilotildees o que pode gerar custos
desnecessaacuterios Essas hospitalizaccedilotildees geralmente envolvem serviccedilos de
emergecircncia unidades de terapia intensiva serviccedilos de apoio para exames
diagnoacutesticos e intervenccedilotildees como as unidades de hemodinacircmicas (UHDs) e ainda
por vezes o centro ciruacutergico
Diante dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos tecircm-se as UHDs como serviccedilos
que dispotildeem de meacutetodos diagnoacutesticos e terapecircuticos por vezes mais raacutepidos e
precisos com teacutecnicas que visam menores riscos para o paciente Dentre as
22
principais intervenccedilotildees coronaacuterias percutacircneas (ICPs) realizadas em UHD estatildeo o
cateterismo cardiacuteaco e a angioplastia coronaacuteria transluminal percutacircnea (ACTP) O
primeiro eacute um exame diagnoacutestico invasivo que visa identificar o grau e a localizaccedilatildeo
de lesotildees nas arteacuterias coronaacuterias O segundo apresenta-se como um forma
alternativa agrave revascularizaccedilatildeo do miocaacuterdio que passou a ser aplicada a partir de
1977 quando foi realizada pela primeira vez por Andreacuteas Gruentzig na Europa e
introduzida no Brasil em fins de 1979 A ACTP tem como objetivo uacutenico aliviar a
estenose do vaso restaurando a normalidade do fluxo para debelar a isquemia
miocaacuterdica e seus sintomas e evitar a sua oclusatildeo (DIRETRIZES 1995)
A UHD apresenta-se como um campo de trabalho relativamente novo para a
enfermagem sendo um serviccedilo de alta complexidade com condiccedilotildees peculiares de
trabalho Observa-se no cotidiano laboral de uma UHD uma pressatildeo do tempo uma
diversidade de atividades e responsabilidades o que exige uma equipe
multiprofissional a qual eacute constantemente exposta a desafios mas que tem
autonomia para as decisotildees e mecanismos de feedback o que eacute possiacutevel pelo
dinamismo de suas atividades
Eacute um campo que exigem uma variedade de competecircncias no trabalho
principalmente do enfermeiro o que leva a oportunidades de aprendizagem e
permite o crescimento pessoal e profissional Destaca-se o horaacuterio diferenciado
geralmente as atividades satildeo realizadas durante os dias de semana ou em turno
sobreaviso que compete agrave noite e aos finais de semana
Dessa maneira a UHD eacute um serviccedilo dinacircmico que compreende situaccedilotildees de
emergecircncia vistos os riscos aos pacientes submetidos agrave ICP com tecnologia e
artigos meacutedico-hospitalares especiacuteficos para cada procedimento Quanto ao
ambiente eacute uma unidade fechada com iluminaccedilatildeo artificial sons e ruiacutedos
caracteriacutesticos dos equipamentos e ainda emprega radiaccedilatildeo ionizante na realizaccedilatildeo
dos procedimentos Em vista disso o processo de trabalho de enfermagem em UHD
envolve riscos potenciais desse trabalho dentre eles as cargas fiacutesicas quiacutemicas
bioloacutegicas mecacircnicas e psiacutequicas
A Organizaccedilatildeo Internacional do Trabalho (OIT) e a OMS recomendam a
promoccedilatildeo e a manutenccedilatildeo de um trabalho com qualidade e condiccedilotildees saudaacuteveis
garantindo o bem estar fiacutesico e mental dos trabalhadores Preconizam ainda
proteccedilatildeo contra riscos ocupacionais e um ambiente de trabalho adaptado agraves suas
condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas (CAIROLA e CHIARABINI 1999)
23
Estudos apontam que o trabalho em unidades fechadas com cuidados a
pacientes criacuteticos causam maior desgaste e consequente estresse ao enfermeiro
devido aos ruiacutedos caracteriacutesticos agrave alta tecnologia aos cuidados complexos a
pacientes em estado agudo ou criacutetico ao contato com a morte e situaccedilotildees de
emergecircncia (STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 HAYS et al 2006 CAVALHEIRO
2008) Espera-se portanto que os profissionais que atuam nessas unidades tenham
qualidades teacutecnicas e assistenciais que acompanhem as mudanccedilas e que sejam
especializados
O enfermeiro em UHD tem a exigecircncia de qualidades que permitam assumir
as responsabilidades de uma unidade com caracteriacutesticas de cuidados criacuteticos deve
ter capacitaccedilatildeo intelectual accedilotildees de lideranccedila atualizaccedilatildeo e treinamento e ainda
pensamento criacutetico Esse profissional deve acompanhar a evoluccedilatildeo da tecnologia
presente no serviccedilo e da constante inovaccedilatildeo de materiais
Por vezes o ambiente de trabalho modifica-se para acompanhar o avanccedilo da
ciecircncia com maior rapidez do que a capacidade de adaptaccedilatildeo dos trabalhadores Eacute
possiacutevel que novos desafios superem os limites adaptativos levando o trabalhador
ao estresse (BALLONE 2005b)
O estresse ocupacional eacute o processo de interpretaccedilatildeo do ambiente de
trabalho tendo em vista que a variaacutevel adaptaccedilatildeo especificamente consiste no
―desequiliacutebrio entre as expectativas do indiviacuteduo e a realidade de suas condiccedilotildees de
trabalho ou seja a diferenccedila percebida entre as exigecircncias profissionais e a
capacidade do individuo realizaacute-las (DOLAN 2006 p29)
Para Lazarus e Folkman (1984) o estresse se caracteriza por um processo
psicofisioloacutegico em que estatildeo envolvidos o estressor a interpretaccedilatildeo do sujeito a tal
situaccedilatildeo e a reaccedilatildeo do organismo diante dessa interpretaccedilatildeo Nesse sentido a
avaliaccedilatildeo do estressor iraacute depender do indiviacuteduo das suas experiecircncias e possiacuteveis
recursos para seu enfrentamento
Os estressores como pressotildees conflitos ou traumas desencadeiam no
indiviacuteduo um processo psicofisioloacutegico com respostas que envolvem o Sistema
Nervoso Autocircnomo e o Sistema Endoacutecrino Essas respostas podem apresentar
inicialmente uma sintomatologia caracteriacutestica devido agrave irregularidade na produccedilatildeo
hormonal e posteriormente agravar o estado de sauacutede do indiviacuteduo (QUICK e
COOPER 2003)
24
Dessa maneira salientam-se alguns estudos realizados nos uacuteltimos dez anos
que investigaram o estresse na atuaccedilatildeo do enfermeiro e o estado de sauacutede ou a
sintomatologia apresentada (FERREIRA 1998 LAUTERT et al 1999
SANGIULIANO 2004 CAVALHEIRO 2008) Destes dois foram realizados com
enfermeiros de unidades de terapia intensiva um com enfermeiros em diferentes
cargos e funccedilotildees em um hospital privado e outro com enfermeiros em atividades
gerenciais
Contudo destaca-se que nenhum estudo semelhante foi realizado com
enfermeiros de UHD o que pocircde ser verificado a partir da realizaccedilatildeo de dois
estudos bibliograacuteficos (LINCH et al 2009a LINCH et al 2009b) O primeiro com o
objetivo de identificar a partir dos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em
Enfermagem (CEPEN) teses e dissertaccedilotildees publicadas que adotam o referencial
teoacuterico de estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador o
segundo com o objetivo de investigar o que tem sido publicado sobre enfermagem
em hemodinacircmica realizados em outras bases de dados (LINCH et al 2009b)
Apesar do aumento do nuacutemero de produccedilotildees cientiacuteficas relacionadas ao tema
(estresse) no CEPEN natildeo foram identificados trabalhos que tivessem como sujeitos
profissionais de UHD
No segundo estudo percebeu-se que a produccedilatildeo relacionada agrave enfermagem
em hemodinacircmica eacute escassa No entanto identifica-se um aumento dessa produccedilatildeo
nos uacuteltimos dez anos o que pode estar relacionado ao aumento consideraacutevel de
unidades de hemodinacircmicas Nesse estudo foram encontrados dois trabalho sobre
a sauacutede do trabalhador em UHD um relacionado a radiaccedilatildeo ionizante e suas
consequecircncias e outro que estudou o processo de trabalho em UHD identificando
cargas de trabalho e fatores de risco agrave sauacutede do trabalhador (SANTOS 2001 FLOR
e KIRCHHOF 2005)
Em vista do exposto tecircm-se os questionamentos
Quais os estressores presentes no trabalho dos enfermeiros em UHD
Quais os sintomas percebidos pelos enfermeiros
Existe relaccedilatildeo entre os sintomas e o estresse identificados nestes
profissionais
E a partir desses questionamentos defende-se a seguinte hipoacutetese o
estresse repercute diretamente na sauacutede do profissional sendo os estressores
fatores de exposiccedilatildeo e os sintomas fatores de repercussatildeo
25
2 OBJETIVOS
21 Objetivo Geral
Avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
que atuam em Unidades de Hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
22 Objetivos Especiacuteficos
Traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de
Hemodinacircmica
Identificar os principais estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidade de
Hemodinacircmica
Levantar os principais sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho
em Unidade de Hemodinacircmica
Avaliar as propriedades psicomeacutetricas do instrumento utilizado
26
3 REVISAtildeO DE LITERATURA
Diante das questotildees propostas neste estudo torna-se pertinente discorrer
sobre o referencial teoacuterico que sustenta a temaacutetica relacionada ao estresse sua
psicofisiologia assim como questotildees referentes as unidades de hemodinacircmica e
especificamente o trabalho do enfermeiro no setor
31 Estresse
Por volta de 1936 o endocrinologista Hans Seyle (1959) introduziu no campo
das ciecircncias bioloacutegicas o termo ―estresse sendo definido como ―conjunto de
fatores de origem natildeo determinada que pode agir sobre o organismo ou ainda um
estado manifestado por uma siacutendrome especiacutefica constituiacuteda por alteraccedilotildees natildeo
especiacuteficas produzidas no organismo Ao interpretar as repercussotildees fisioloacutegicas de
estresse o autor descreveu a Siacutendrome de Adaptaccedilatildeo Geral (SAG) que foi
caracterizada como uma reaccedilatildeo defensiva fisioloacutegica do organismo em resposta a
qualquer estiacutemulo Essa siacutendrome inclui trecircs fases reaccedilatildeo de alarme de resistecircncia
e de exaustatildeo
A reaccedilatildeo de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um
estressor Ocorre a quebra da homeostase preparando o organismo para a luta ou
fuga o que pode minimizar o estressor ou adaptar-se a ele Na persistecircncia do
estressor entra-se na fase da resistecircncia na qual o organismo permanece na
tentativa de restabelecer o equiliacutebrio No entanto se o estressor natildeo for controlado
procede a fase de exaustatildeo Nesta ocorrem sinais semelhantes aos sinais da fase
de alarme mas de forma intensa que caracterizam a deterioraccedilatildeo do organismo o
que pode levar ao surgimento de doenccedilas ou ainda agrave morte como uma maneira
verdadeira de o indiviacuteduo livrar-se do estresse (SEYLE 1959)
Para Lipp (1996) o estressor pode ser definido com algo que quebra a
homeostase interna que exija alguma adaptaccedilatildeo Essa adaptaccedilatildeo gera desgaste e
pode ser considerada um processo de estresse
27
Atualmente alguns pesquisadores (BIANCHI 1990 STACCIARINI e
TROacuteCOLI 2001 GUIDO 2006) tecircm se voltado para o estresse nos profissionais da
aacuterea da sauacutede mais especificamente os profissionais de enfermagem Em vista dos
mesmos desenvolverem atividades de grande responsabilidade envolvendo
conhecimento cientiacutefico competecircncias teacutecnicas e ainda habilidades de
relacionamento tanto entre equipes quanto com pacientes e familiares Aleacutem dessas
responsabilidades a enfermagem depara-se por vezes com condiccedilotildees precaacuterias de
trabalho com o excesso de atividades a realizar em um curto periacuteodo com conflitos
nas relaccedilotildees interpessoais Assim no momento em que essas atividades satildeo
desgastantes podem ser tomadas como estressores dos quais advecircm a ansiedade
e tensatildeo
A sauacutede do trabalhador e o desempenho organizacional estatildeo
constantemente associados ao estresse ocupacional Lazarus (1995) afirma que ―o
estresse ocupacional ocorre quando o indiviacuteduo avalia as demandas do trabalho
como excessivas para os recursos de enfrentamento que possui Assim o estresse
natildeo seria uma propriedade da pessoa ou do ambiente mas poderia se desenvolver
a partir de uma interaccedilatildeo entre o ambiente e a pessoa
Heart e Cooper (2001) apresentam o estresse ocupacional como um
problema crescente e com um custo real para o empregado e para as organizaccedilotildees
de trabalho no mundo O que pode ser justificado pelos efeitos deleteacuterios sobre a
produtividade absenteiacutesmo sauacutede e bem-estar do trabalhador
As organizaccedilotildees hospitalares satildeo sistemas complexos compostos por
diversos departamentos e profissotildees tornando-as sobretudo organizaccedilotildees de
pessoas confrontadas com situaccedilotildees emocionalmente intensas tais como a vida
doenccedila e morte as quais causam ansiedade tensatildeo fiacutesica e mental (MARTINS
2003)
Segundo Belancieri e Bianco (2004) a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do
trabalhador especialmente na aacuterea de Enfermagem enfocando estresse e trabalho
surge na deacutecada de 60 com pesquisadores estrangeiros No Brasil essas
investigaccedilotildees foram desenvolvidas principalmente a partir da deacutecada de 90
Com o intuito de aproximar o referencial teoacuterico de estresse com o princiacutepio
de que o mesmo apresenta-se como um risco ocupacional para os trabalhadores na
aacuterea da sauacutede desenvolveu-se uma pesquisa bibliograacutefica exploratoacuteria descritiva
realizada nos cataacutelogos do Centro de Ensino e Pesquisas em Enfermagem (CEPEN)
28
no periacuteodo de 1979 a 2007 (LINCH et al 2009b) Essa pesquisa teve como objetivo
identificar teses e dissertaccedilotildees realizadas que adotam o referencial teoacuterico de
estresse e realizam a relaccedilatildeo deste com a sauacutede do trabalhador
Dentre os achados destaca-se que em 1990 a defesa da tese de Bianchi
pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Satildeo Paulo intitulada
―Estresse em enfermagem uma anaacutelise da atuaccedilatildeo do enfermeiro de centro
ciruacutergico a qual representou o iniacutecio das pesquisas relacionadas ao estresse no
Brasil (BIANCHI 1990) No entanto verificou-se uma lacuna na produccedilatildeo de
conhecimento no periacuteodo de sete anos Sendo que nos uacuteltimos dez anos houve
maior nuacutemero de produccedilotildees relacionadas ao tema e nesse periacuteodo os anos de
2002 e 2006 reuniram a maior quantidade de trabalhos produzidos sendo
contabilizados seis para cada ano
Em relaccedilatildeo agrave abordagem (qualitativa ou quantitativa) utilizada houve
predomiacutenio de pesquisas quantitativas Dentre os profissionais da sauacutede
pesquisados os enfermeiros apresentaram-se entre a maioria seguidos pela equipe
de enfermagem sendo o restante desenvolvido com agentes comunitaacuterios de sauacutede
e outros profissionais
Quanto agrave unidade de trabalho verificou-se como foco de algumas pesquisas
o centro ciruacutergico a emergecircncia e outros setores hopitalares Cabe salientar que
natildeo foi idenficado nenhum estudo em unidades de hemodinacircmica
Diante da anaacutelise dessas pesquisas pode-se verificar que em sua maioria
encontram-se em uma fase inicial satildeo descritivas identificando os estressores e
levantando a relaccedilatildeo causal Essa fase eacute importante para identificar problemas que
envolvem os profissionais de sauacutede no ambiente laboral no intuito de solucionaacute-los
e ainda serve de subsiacutedio para uma atuaccedilatildeo cientiacutefica
Ainda destacam-se estudos como o de Bianchi (1990)que avaliou o estresse
dos enfermeiros de centro ciruacutergico Candeias et al (1988) que pesquisaram o
estresse da equipe de enfermagem atuante num hospital de cardiologia Stacciarini
e Troacutecoli (2001) que investigou o estresse na atividade ocupacional do enfermeiro
dentre outros Salienta-se a pesquisa de Guido (2006) desenvolvida em um hospital
puacuteblico no sul do Brasil com o objetivo de conhecer as situaccedilotildees que os enfermeiros
identificavam como causadores de estresse e de desgaste fiacutesico eou emocional
assim como identificar o estado geral de sauacutede e as formas de enfrentamento
utilizadas pelos enfermeiros no ambiente de trabalho O referido estudo demonstrou
29
que o estresse estaacute presente em diversas unidades da instituiccedilatildeo hospitalar
Apontou alguns itens de maior estresse como relacionamento com outras unidades
e supervisores atividades relacionadas ao funcionamento inadequado da unidade
atividades relacionadas agrave administraccedilatildeo de pessoal entre outras
Bianchi (2004) realizou um estudo que demonstra os principais estressores
junto agraves enfermeiras que prestam assistecircncia em unidades de cardiologia quais
sejam condiccedilotildees de trabalho (barulho ambiente) organizaccedilatildeo de pessoal
(distribuiccedilatildeo e treinamento) assistecircncia de enfermagem e ainda a coordenaccedilatildeo da
unidade Gasperi e Raduumlnz (2006) complementam que o cuidar de pacientes
cardiopatas causa estresse e anguacutestia nos cuidadores pois esses pacientes estatildeo
sob sua responsabilidade e correm risco de morte
Algumas pesquisas aleacutem de identificar o estresse ocupacional e os
estressores tendem a relacionaacute-lo com o estado de sauacutede ou ainda a sintomas
apresentados por profissionais de enfermagem Dentre essas pesquisas destaca-se
o estudo realizado por Lautert et al (1999) que investiga o estresse da atividade
gerencial do enfermeiro tendo este como causa de alteraccedilotildees na sauacutede dos
profissionais principalmente imunoloacutegicas muacutesculo-articulares cardiovasculares e
gastrintestinais Em outro estudo Sangiuliano (2004) investigou estresse e estado
de sauacutede de enfermeiros e natildeo se observaram correlaccedilotildees estatiacutesticas entre ambas
as variaacuteveis E por fim Cavalheiro (2008) ao investigar o estresse de enfermeiros
com atuaccedilatildeo em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e os sintomas apresentados
conclui que os profissionais apresentavam intensidade moderada de estresse e
sintomas cliacutenicos diretamente relacionados aos estressores e ainda a insatisfaccedilatildeo
com o trabalho
311 Psicofisiologia do Estresse
Sabe-se que o estresse eacute um processo que envolve o todo o organismo no
entanto cada indiviacuteduo pode reagir de maneira diferente diante de um estressor No
momento em que o indiviacuteduo percebe um estressor o mesmo de forma
inconsciente estimula o hipotaacutelamo e desencadeia o mecanismo de produccedilatildeo
hormonal
30
Para os fisiologistas Guyton e Hall (2002) o hipotaacutelamo eacute ―um centro coletor
de informaccedilotildees relativas ao bem-estar interno (homeostase) do corpo e por sua
vez grande parte dessa informaccedilatildeo eacute utilizada para controlar as secreccedilotildees de
muitos hormocircnios hipofisaacuterios de importacircncia global
Assim a partir da produccedilatildeo do Fator Liberador da Corticotrofina (CRF) o
hipotaacutelamo estimula a hipoacutefise para aumentar a produccedilatildeo do hormocircnio Adreno-
Coacuterticotroacutefico (ACTH) o qual por sua vez agiraacute nas glacircndulas supra-renais que
liberam os hormocircnios corticoacuteides (cortisol) e as catecolaminas (Adrenalina e
Noroadrenalina) (GUYTON e HALL 2002)
Estando o indiviacuteduo na fase de alarme ocorre uma produccedilatildeo elevada de
cortisol aumenta o niacutevel de glicose causa quebra de proteiacutena em energia e inibe as
respostas do sistema imune Quando a concentraccedilatildeo de cortisol fica
excessivamente alta os mecanismos de feedback reduzem automaticamente o
ACTH para seu niacutevel normal de controle (fase de resistecircncia) No entanto se o
estressor persistir o organismo continua a produccedilatildeo de cortisol causando um
desequiliacutebrio hormonal que pode repercutir em riscos a sauacutede do indiviacuteduo
(GUYTON e HALL 2002 BALLONE 2005a)
E ainda o hipotaacutelamo ativa o Sistema Nervoso Autocircnomo (SNA) em sua
porccedilatildeo Simpaacutetica ativando as respostas fiacutesicas mentais e psicoloacutegicas ao estresse
(BALLONE 2005a) Dentre as principais respostas fisioloacutegicas e respectivos oacutergatildeos
estatildeo aumento frequecircncia cardiacuteaca e forccedila de contraccedilatildeo (coraccedilatildeo) pupila dilatada
(olhos) dilataccedilatildeo de brocircnquios (pulmotildees) aumento de secreccedilotildees e da atividade
intestinal (intestino) contraccedilatildeo (muacutesculos) sudorese (pele) (QUICK e COOPER
2003)
Assim os referidos autores apresentam o estresse como um fator de risco
para doenccedilas cardiovasculares e ainda com implicaccedilotildees diretas em doenccedilas
psicossomaacuteticas Dentre as psicossomaacuteticas Ballone (2005a) acredita que o
estresse estaacute intimamente relacionado agrave depressatildeo agrave siacutendrome do pacircnico aos
transtornos da ansiedade e agraves fobias
32 Unidade de Hemodinacircmica
31
Hemodinacircmica eacute uma palavra originaacuteria do grego ―haima (sangue) e
―dynamis (forccedila) significando portanto o estudo dos movimentos do sangue e dos
fatores que neles intervecircm (HEMODINAcircMICA 2009) Satildeo unidades que aleacutem da
cardiologia servem de apoio para outras aacutereas da medicina como neurocirurgia
radiologia eletrofisiologia e cirurgia vascular
Historicamente os estudos hemodinacircmicos tiveram iniacutecio em 1905 com Fritz
Bleichroeder que introduziu um cateter em veias e arteacuterias de catildees e em suas
proacuteprias veias sem controle radioloacutegico Jaacute em 1929 Forssman repetindo a
experiecircncia introduziu o cateter ateacute o aacutetrio direito sob controle radioscoacutepico
caracterizando assim o primeiro cateterismo cardiacuteaco (GOTTSCHALL 2009)
Com o aperfeiccediloamento estudo e desenvolvimento das teacutecnicas de
intervenccedilatildeo por Sones (1959) e Judkins (1964) realizou-se em 1977 a primeira
ACTP por Andreas R Gruntzig na Europa No Brasil os primeiros exames em
hemodinacircmicas iniciaram-se em 1966 sendo a primeira ACTP realizada em
CuritibaPR em 1979 (GONCcedilALVES et al 1991 GOTTSCHALL 2009)
Dessa maneira pode-se perceber que as UHDs satildeo recentes tanto como um
serviccedilo de apoio para diversas aacutereas da medicina como para a atuaccedilatildeo do
enfermeiro Aleacutem disso satildeo unidades em constante avanccedilo cientiacutefico e tecnoloacutegicos
o que tem contribuiacutedo para a complexidade dos processos de trabalho nesse setor
de sauacutede
Atualmente segundo dados da Central Nacional de Intervenccedilotildees
Cardiovasculares (CENIC) foram realizados 241178 ICPs entre 1992 a 2005 no
Brasil (CENIC 2008) Esse dado pode ser considerado pequeno se comparado agraves
intervenccedilotildees realizadas nos Estados Unidos (EUA) sendo que durante o ano de
2000 foram estimadas 561000 ICPs (LEEPER 2004)
Para o desenvolvimento dos procedimentos em UHD faz-se necessaacuterio uma
aacuterea fiacutesica com elementos como recepccedilatildeo sala de exame fiacutesico e preparo sala de
recuperaccedilatildeo sala de exame expurgo vestiaacuterios e aacuterea destinada agrave atividades
administrativas Sendo necessaacuterios na sala de exames aparelho de raio X e
monitores para controle e manuseio de cateteres e equipamentos para gravaccedilatildeo de
imagens
Em relaccedilatildeo agrave equipe ela eacute multiprofissional composta por meacutedicos
enfermeiros teacutecnicos de enfermagem teacutecnicos em radiologia e secretaacuterios
32
Nesse contexto o enfermeiro desenvolve funccedilotildees de lideranccedila
gerenciamento de recursos humanos e materiais o que exige conhecimento teacutecnico-
cientiacutefico especializado e tomada de decisotildees raacutepidas e precisas
321 Trabalho do Enfermeiro em Unidade de Hemodinacircmica
O enfermeiro que trabalha em UHD desenvolve atividades assistenciais
gerenciais de ensino e de pesquisa Faz parte de sua atuaccedilatildeo o cuidado direto ao
paciente sendo responsaacutevel pela assistecircncia integral Durante a realizaccedilatildeo dos
procedimentos o enfermeiro deve estar atento a possiacuteveis intercorrecircncias Posterior
agrave intervenccedilatildeo fazem-se as orientaccedilotildees e o encaminhamento dos pacientes para a
recuperaccedilatildeo
A avaliaccedilatildeo e as orientaccedilotildees aos pacientes fazem parte dos periacuteodos preacute
trans e poacutes procedimento da mesma forma os registros de enfermagem No primeiro
momento torna-se fundamental o conhecimento dos temores duacutevidas e
expectativas dos pacientes em relaccedilatildeo aos exames para que o enfermeiro possa
assistiacute-lo de maneira individualizada Durante os exames a atenccedilatildeo a traccedilado
eletrocardiograacutefico e suas alteraccedilotildees e aos sinais ou sintomas sugestivos de
complicaccedilotildees eacute essencial Apoacutes os procedimentos eacute retirado o introdutor arterial
observado possiacutevel sangramento e ainda realizados curativos necessaacuterios controle
dos sinais vitais e o encaminhamento para a sala de recuperaccedilatildeo do serviccedilo ou
unidade de internaccedilatildeo (DAUBERMANN e SILVA 1986 GONCcedilALVES et al 1991)
Em meio a esse processo compete ao enfermeiro o dimensionamento de
pessoal supervisatildeo e treinamento da equipe controle dos artigos meacutedico
hospitalares utilizados em cada procedimento bem como o conhecimento de
condutas em relaccedilatildeo ao reprocesso de cateteres entre outros Aleacutem de preocupar-se
com o ensino de residentes e acadecircmicos de enfermagem e com o
desenvolvimento de pesquisas Dessa maneira exige-se desse profissional
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico para desempenho de suas funccedilotildees
Assim evidencia-se o enfermeiro no atendimento das muacuteltiplas demandas na
UHD para isso necessita agilidade e flexibilidade sendo que esses fatores podem
afetar o processo e as relaccedilotildees no trabalho agregando potenciais riscos tanto
fiacutesicos quanto emocionais
33
Nos serviccedilos de sauacutede o processo de trabalho tem caracteriacutesticas comuns a
outros processos de trabalho presentes na sociedade poreacutem na sauacutede ele organiza
numa relaccedilatildeo pessoal e intensa com o outro O produto eacute indissociaacutevel do processo
que o produz sendo a assistecircncia de sauacutede produzida no mesmo momento em que
eacute consumida exigindo do profissional adequaccedilatildeo a cada situaccedilatildeo
Santos (2001) em estudo sobre o processo de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica caracteriza esse setor como de alta complexidade com elevado niacutevel
tecnoloacutegico atividades excessivas e variadas ambiente estressante pela exigecircncia
dinacircmica das accedilotildees ritmo de produccedilatildeo intenso fatores que impotildeem a sobrecarga
de trabalho para a equipe de enfermagem Relaciona agraves cargas de trabalho e fatores
de riscos agrave sauacutede do trabalhador
Ainda a autora conclui que as condiccedilotildees de trabalho de enfermagem em
hemodinacircmica se assemelham a outros setores como questotildees ergonocircmicas
pertinentes agrave natildeo adequaccedilatildeo do trabalho ao trabalhador fatores de exposiccedilatildeo ao
processo de adoecimento perturbaccedilotildees de ordem organizacional referentes ao
nuacutemero de profissionais e agrave demanda de atividades Assim em hemodinacircmica
estes satildeo elementos fortemente definidos como agentes causais de adoecimento no
trabalho devido agrave complexidade do setor (SANTOS 2001)
Como a UHD possui equipamentos sofisticados e diferenciados para a
realizaccedilatildeo dos procedimentos e tem caracteriacutesticas de unidade de cuidados criacuteticos
a qual exige uma equipe treinada para atendimentos de emergecircncia que possam ser
desencadeados durante os procedimentos
A atuaccedilatildeo em UHD requer um saber complexo para desempenhar desde
tarefas simples ateacute as que exijam uma formaccedilatildeo teacutecnico-cientiacutefica adequada e
especiacutefica Devido agrave complexidade da UHD por vezes a enfermeira percebe falhas
na sua formaccedilatildeo que seu conhecimento eacute insuficiente para desempenhar seu papel
perante pacientes instituiccedilatildeo meacutedicos funcionaacuterios etc Sendo esta uma
dificuldade que pode ser superada pelo aprimoramento de seus conhecimentos e
sua experiecircncia (CUNHA 2007)
Destaca-se a especificidade da UHD quanto agrave exposiccedilatildeo ao risco fiacutesico de
radiaccedilatildeo o que eacute inerente ao processo de trabalho fragilizando o profissional a
leucopenias plaquetopenias e vulnerabilidade imunoloacutegica entre outros Apesar de
equipamentos de proteccedilatildeo como avental de chumbo oacuteculos e protetor de tireoide a
equipe de enfermagem das UHD fica exposta agrave radiaccedilatildeo O efeito da radiaccedilatildeo eacute
34
considerado cumulativo portanto qualquer dose eacute considerada risco para esse
profissional (FLOR e KIRCHHOF 2005)Com o avanccedilo da legislaccedilatildeo atualmente
esses profissionais satildeo amparados pela lei quanto aos riscos da radiaccedilatildeo
A legislaccedilatildeo trabalhista avanccedilou a partir da promulgaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo
Federal de 1988 com a qual houve melhorias na condiccedilatildeo social dos trabalhadores
A partir dela as leis referentes agrave sauacutede do trabalhador foram regulamentadas pelo
Ministeacuterio da Sauacutede sendo anteriormente de responsabilidade do Ministeacuterio do
Trabalho (SARQUIS et al 2004)
Dessa maneira a assistecircncia agrave sauacutede do trabalhador passa a ser de
competecircncia do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS) O artigo 200 que regula o Direito agrave
Sauacutede aleacutem de outras atribuiccedilotildees refere que compete ao SUS executar as accedilotildees de
vigilacircncia sanitaacuteria e epidemioloacutegica bem como de sauacutede do trabalhador (BRASIL
2006)
Outro avanccedilo na legislaccedilatildeo foi a Portaria nordm 321478 pela qual foram
aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs) relacionadas agrave Seguranccedila e
Medicina do Trabalho que satildeo de observacircncia obrigatoacuteria para empresas puacuteblicas e
privadas (SARQUIS et al 2004)
Por parte do Ministeacuterio de Trabalho e Emprego (MTE) entra em vigor em
2005 a NR 32 para a Seguranccedila e Sauacutede no Trabalho em Serviccedilos de Sauacutede que
beneficia os profissionais de sauacutede que se expotildeem a riscos bioloacutegicos quiacutemicos
radiaccedilotildees ionizantes e trabalhadores que cuidam da limpeza e conservaccedilatildeo dos
ambientes tendo como focos a capacitaccedilatildeo contiacutenua dos trabalhadores definiccedilatildeo
dos programas que tratam dos riscos e medidas de proteccedilatildeo contra os riscos
(BRASIL 2005)
No entanto anterior agrave NR 32 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn)
formulou em 1ordm de julho de 1998 a Resoluccedilatildeo 21198 que dispotildee sobre a atuaccedilatildeo
dos profissionais de enfermagem que trabalham com radiaccedilatildeo ionizante nos
serviccedilos de radiodiagnoacutestico na aacuterea da sauacutede (RESOLUCcedilAtildeO 21198)
Estudo realizado com o objetivo de verificar o cumprimento dessa Resoluccedilatildeo
pelos profissionais de enfermagem nos setores de hemodinacircmica e outros em
alguns hospitais puacuteblicos mostrou que os mesmos natildeo cumprem a referida
Resoluccedilatildeo devido ao desconhecimento e agrave falta de capacitaccedilatildeo (FLOR e
KIRCHHOF 2005)
35
A deficiecircncia de informaccedilotildees quanto aos efeitos da radiaccedilatildeo assim como a
ausecircncia de exames perioacutedicos de sauacutede na aacuterea de radiodiagnoacutestico favorece
maior desgaste do trabalhador e consequentemente adoecimento
Por fim acredita-se que para o ecircxito da atuaccedilatildeo do enfermeiro eacute necessaacuterio
o desenvolvimento de pesquisas em busca de evidecircncias que fundamentem essa
praacutetica Em particular percebe-se uma escassez da produccedilatildeo cientiacutefica relacionada
agrave UHD mesmo sendo este um setor que requer do enfermeiro constante atualizaccedilatildeo
e aplicabilidade dos avanccedilos cientiacuteficos e tecnoloacutegicos que envolvem a assistecircncia
nesta aacuterea
Eacute evidente que para o desenvolvimento de pesquisas se faz necessaacuterio
identificar problemas levantar questionamentos e que a partir destes possa-se
traccedilar objetivos No entanto a realizaccedilatildeo de estudos demanda tempo dedicaccedilatildeo
experiecircncia orientaccedilotildees e o envolvimento do pesquisador Sendo que por vezes o
enfermeiro encontra-se diante dos questionamentos mas natildeo se sente capacitado
eou incentivado para analisar sua praacutetica por meio da investigaccedilatildeo
As pesquisas apresentam-se como um instrumental onde os profissionais tecircm
a oportunidade de revisar e atualizar os referenciais teoacuterico-metodoloacutegicos e dessa
maneira buscar melhorias em seu processo de trabalho Aleacutem disso os estudos
devem atender agraves necessidades postas pelos usuaacuterios dos serviccedilos pela instituiccedilatildeo
e pelo proacuteprio pesquisador
Contudo a escassez de estudos na literatura brasileira sobre enfermagem em
Unidades de Hemodinacircmica dentre as especialidades e a necessidade de
identificar pesquisas relacionadas agrave temaacutetica impulsionaram o desenvolvimento de
uma pesquisa bibliograacutefica com o objetivo de investigar o que tem sido publicado
sobre Enfermagem em Hemodinacircmica desde a criaccedilatildeo dessas unidades
Investigaram-se nas bases de dados SCIELO (Scientific Eletronic Library Online)
MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line) LILACS
(Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede) BDENF (Base de
Dados em Enfermagem) com os descritores Enfermagem Hemodinacircmica e
Nursing Hemodynamics
A partir da busca foram selecionados 15 estudos Desses 13 eram artigos e
duas dissertaccedilotildees (uma apresentada na Escola de Enfermagem da Universidade de
Satildeo Paulo e outra na Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica) Apoacutes a leitura os dados
foram divididos pelas seguintes categorias assistecircncia de enfermagem a pacientes
36
submetidos a estudos hemodinacircmicos reprocesso de cateteres e sauacutede dos
profissionais de enfermagem em hemodinacircmica
Destaca-se que as categorias apresentadas foram classificadas de acordo
com a semelhanccedila dos assuntos abordados
Com relaccedilatildeo agrave liacutengua de publicaccedilatildeo dois artigos foram publicados em
espanhol sendo o restante em portuguecircs
Constatou-se que as publicaccedilotildees tiveram iniacutecio em 1975 mas de maneira
esporaacutedica e escassa tendo maior concentraccedilatildeo a partir de 2005 Pode-se perceber
que no ano de 2006 identificou-se como o de maior nuacutemero de artigos publicados
No que se refere agraves dissertaccedilotildees estas concentraram-se em 2001
Em relaccedilatildeo agraves categorias dos itens observa-se um percentual maior
relacionando agrave assistecircncia de enfermagem a pacientes submetidos a estudos
hemodinacircmicos (n= 10 6667) seguido de reprocesso de cateteres (n=3 20 ) e
sauacutede dos profissionais de enfermagem em hemodinacircmica (n=2 1333)
Diante do exposto salienta-se que os estudos em sua maioria destacam
questotildees especiacuteficas relacionadas agrave assistecircncia de enfermagem e sua importacircncia
junto aos pacientes E ainda demonstram a preocupaccedilatildeo referente ao reprocesso
de cateteres o que pode ser identificado como uma das principais responsabilidades
do enfermeiro nessa unidade
No que tange agraves pesquisas sobre a sauacutede dos profissionais de enfermagem
em UHD confirma-se um nuacutemero reduzido de publicaccedilotildees (duas) Assim justifica-se
e percebe-se a relevacircncia de pesquisas direcionadas a este objeto de estudo
Com o exposto evidencia-se que mesmo diante da crescente produccedilatildeo
nenhum trabalho foi desenvolvido junto aos profissionais de sauacutede inseridos em
UHD com o objetivo de avaliar a relaccedilatildeo entre estresse e sintomas percebidos por
esses profissionais Assim apresenta-se a carecircncia e destaca-se a necessidade de
desenvolver pesquisas com e para esses profissionais
37
4 CASUIacuteSTICA E MEacuteTODO
41 Delineamento do Estudo
Estudo transversal do tipo survey com abordagem quantitativa
42 Meacutetodo do Estudo
No estudo transversal todas as mediccedilotildees satildeo realizadas em um uacutenico
momento ou durante um curto periacuteodo de tempo sem seguimento Os
delineamentos transversais satildeo uacuteteis quando se quer descrever variaacuteveis e seus
padrotildees de distribuiccedilatildeo tambeacutem podem examinar associaccedilotildees entre as variaacuteveis
preditoras e de desfecho que satildeo definidas com base nas hipoacuteteses de causa-efeito
do pesquisador (HULLEY 2008)
Dessa maneira espera-se que os estudos transversais sejam raacutepidos e de
baixo custo Uma alternativa para o seu desenvolvimento eacute o meacutetodo de pesquisa
survey que apresenta-se como um meacutetodo eficiente para a coleta de dados
Os primeiros estudos que utilizaram o survey foram desenvolvidos por volta
de 1880 pelos socioacutelogos como Karl Marx e Max Weber sendo que o primeiro
avaliou o grau de exploraccedilatildeo de trabalhadores e o segundo investigou questotildees
sobre a eacutetica protestante (BABBIE1999)
Babbie (1999) destaca as seguintes caracteriacutesticas cientiacuteficas da pesquisa
survey loacutegica determiniacutestica geral parcimoniosa e especiacutefica Apresenta-se loacutegica
pelos dados facilitarem a aplicaccedilatildeo cuidadosa do pensamento loacutegico Assume uma
postura determiniacutestica pois procura explicar as razotildees para as fontes de eventos
caracteriacutesticas e correlaccedilotildees observadas Eacute considerada geral pois pelo relato
cuidadoso da metodologia facilita reacuteplicas posteriores por outros pesquisadores
eou outras amostras Eacute parcimoniosa por permitir a obtenccedilatildeo de um grande
nuacutemero de variaacuteveis para que o cientista obtenha o maacuteximo de compreensatildeo E
ainda especiacutefica pela descriccedilatildeo precisa das medidas que satildeo cada vez mais
sofisticadas e uacuteteis
Evidencia-se que o meacutetodo survey otimiza o tempo minimiza custos atinge
maior nuacutemero de sujeitos e proporciona uma quantidade maior de dados
38
43 Campo de Estudo
O estudo foi desenvolvido junto aos enfermeiros das unidades de
hemodinacircmica privadas e puacuteblicas inseridas em instituiccedilotildees hospitalares de alta
complexidade1 localizadas no Estado do Rio Grande do Sul (RS) A lista das UHD
estaacute descrita no apecircndice A conforme as cidades
44 Populaccedilatildeo de Estudo
A populaccedilatildeo do estudo foi composta de acordo com os criteacuterios descritos
abaixo
441 Criteacuterios de Inclusatildeo
- Enfermeiros com tempo miacutenimo de trecircs meses de atividade profissional em
unidades de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- Enfermeiros que aceitaram voluntariamente participar da pesquisa
442 Criteacuterios de Exclusatildeo
- Instrumentos com preenchimento incompleto ou em branco
- Enfermeiros em periacuteodo de feacuterias ou em licenccedilas de qualquer natureza
45 Logiacutestica do Estudo
Os dados foram coletados por meio de questionaacuterio autoaplicaacutevel agrave populaccedilatildeo
do estudo sendo que os sujeitos foram consultados antecipadamente sob sua
participaccedilatildeo Ela foi documentada por meio do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecida (Apecircndice B) disponibilizado em duas vias uma delas retida pelo
sujeito da pesquisa e outra de mesmo teor arquivada pela pesquisadora
Para a coleta de dados foi utilizado um protocolo de pesquisa dividido em
duas partes
PARTE I ndash Questionaacuterio para a identificaccedilatildeo dos enfermeiros e de
aspectos relacionados ao seu trabalho (Apecircndice C) Para tal foram abordados os
seguintes itens idade sexo estado civil poacutes-graduaccedilatildeo cargo ocupado tempo de
1 Entende-se como instituiccedilotildees hospitalares de alta complexidade aquelas que oferecem
especialidades em neurologia cardiologia e ortopedia aleacutem de possuir indicador de serviccedilo especializado em urgecircncia e emergecircncias (MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2004)
39
formaccedilatildeo tempo de trabalho em unidade de hemodinacircmica e turno de trabalho E
ainda a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo do enfermeiro quanto ao trabalho e profissatildeo
PARTE II ndash Instrumento composto por duas escalas tipo Likert (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros) e questotildees
sobre haacutebitos sociais (Anexo A) Esse instrumento foi publicado por Lautert et al
(1999) em estudo com um grupo de enfermeiros em funccedilotildees gerenciais tendo sido
adaptado e utilizado para enfermeiros que atuavam em unidades fechadas e de alta
complexidade por Cavalheiro (2003 2008)
A Escala de Estressores eacute composta por 57 itens agrupados de acordo com
a sua semelhanccedila semacircntica em cinco categorias conflito de funccedilotildees (itens 1 5
18 29 39 40 41 49) sobrecarga de trabalho (itens 3 8 12 13 14 15 17 19 22
55 56) dificuldade de relacionamento (itens 11 21 25 30 31 32 37 38 42 43)
gerenciamento pessoal (itens 10 26 27 46 47) e situaccedilotildees criacuteticas (itens 2 4 6 7
9 16 20 23 24 28 33-36 44 45 51-54 57)
A Escala de Sintomas apresentados pelos enfermeiros subdivide-se em
cardiovasculares (itens 1-9) alteraccedilotildees do aparelho digestivo (itens 10-15)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas (itens 16-20) alteraccedilotildees de sono e repouso (itens 22-25)
alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (itens 26-30) alteraccedilotildees do ciclo menstrual (itens
31-35)
Os haacutebitos sociais na uacuteltima parte do instrumento compotildeem as questotildees 36
37 e 38
46 Anaacutelise Estatiacutestica
Os dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e satisfaccedilatildeo em
relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo bem como as respostas ao instrumento foram
compilados em um uacutenico banco de dados utilizando-se o programa Statistical
Package for the Social Sciences (SPSS) versatildeo 160 Esses dados foram digitados
duplamente por duas pessoas distintas de forma independente e posteriormente
conferidos eletronicamente
Os resultados foram considerados estatisticamente significantes se p lt 005
com intervalo de 95 de confianccedila
Em consonacircncia com o protocolo de pesquisa foram realizadas as seguintes
anaacutelises
40
461 Anaacutelise de Consistecircncia Interna
Avaliada pelo Coeficiente Alfa de Cronbach o qual atesta a confiabilidade do
instrumento Os itens que compotildeem um domiacutenio devem ser homogecircneos para que
consigam mensurar o mesmo atributo Assim a consistecircncia interna diz respeito agrave
anaacutelise dos itens separadamente considerando-se sua respectiva dimensatildeo e o
instrumento na sua totalidade O valor do Alfa de Cronbach pode variar entre zero e
um (1) sendo que quanto mais alto o valor maior a consistecircncia interna do
instrumento ou maior a congruecircncia entre os itens indicando a homogeneidade da
medida do mesmo fenocircmeno (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004)
Geralmente um valor superior a 070 atesta a confiabilidade do instrumento no
entanto para alguns constructos psicoloacutegicos valores abaixo de 070 podem ser
esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
462 Anaacutelise de Validade Convergente
Caracteriza-se pela avaliaccedilatildeo realizada a partir do estudo das correlaccedilotildees
entre os interdomiacutenios do instrumento Pressupotildee-se que as correlaccedilotildees sejam
satisfatoacuterias na maioria dos domiacutenios para atestar a capacidade convergente do
instrumento (BEATON et al 2002)
463 Estatiacutestica Descritiva
Para anaacutelises dos dados de identificaccedilatildeo dos enfermeiros a percepccedilatildeo e
satisfaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao trabalho e profissatildeo e descriccedilatildeo dos itens da Escala de
Estressores Escala de Sintomas e Haacutebitos Sociais foram utilizadas medidas de
tendecircncia central (frequecircncia simples frequecircncia relativa frequecircncia absoluta
meacutedia maacuteximo e miacutenimo) e medidas de dispersatildeo (desvio-padratildeo)
464 Teste de Kolmogorov-Smirnov
Testa a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo A maioria dos valores observados sobre variaacuteveis
quantitativas costuma aproximar-se do que se conhece como distribuiccedilatildeo normal
(Curva de Gauss) a qual apresenta algumas caracteriacutesticas eacute simeacutetrica a meacutedia
mediana e moda coincidem (XasympMoasympMd) tem-se 50 dos valores antes do valor
central e 50 apoacutes esse valor (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004) Se o
41
teste eacute natildeo significativo (pgt005) informa que os dados natildeo diferem
significativamente de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009)
Dessa maneira foram utilizados testes parameacutetricos para os dados que
atenderam agrave distribuiccedilatildeo normal e testes natildeo parameacutetricos para dados com
distribuiccedilatildeo natildeo normal
465 Testes Natildeo Parameacutetricos
Procedimentos estatiacutesticos que natildeo dependem das hipoacuteteses restritivas dos
testes parameacutetricos especificamente natildeo presumem que os dados sejam
provenientes de uma distribuiccedilatildeo normal (FIELD 2009) A seguir seratildeo descritos os
testes natildeo parameacutetricos utilizados neste estudo
- Teste Qui-quadrado utilizado para comparar duas ou mais populaccedilotildees
com relaccedilatildeo a uma variaacutevel categoacuterica e para verificar se existe a associaccedilatildeo entre
duas variaacuteveis qualitativas (CALLEGARI 2003)
- Teste Exato de Fisher para a comparaccedilatildeo de frequumlecircncias quando se tem
tabelas de convergecircncia 2x2 que apresentam nuacutemeros demasiadamente pequenos
ou seja para comparaccedilatildeo de duas variaacuteveis dicotocircmicas (FIELD 2009)
466 Testes Parameacutetricos
Satildeo testes baseados na distribuiccedilatildeo normal que requerem quatro hipoacuteteses
baacutesicas dados normalmente distribuiacutedos homogeneidade da variacircncia dados por
intervalo ou razatildeo e independecircncia (FIELD 2009) Foram realizados os seguintes
testes parameacutetricos
- Teste t-student utilizado para comparar duas meacutedias sendo t
independente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e diferentes
participantes e t dependente quando existem duas condiccedilotildees experimentais e os
mesmos participantes (BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004 FIELD 2009)
- Teste de Levene verifica a hipoacutetese de que as variacircncias nos grupos sejam
idecircnticas ou seja a diferenccedila entre as variaacuteveis eacute zero (FIELD 2009)
- Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) realizada para comparar meacutedias entre
duas condiccedilotildees ou grupos quando existem trecircs quatro ou mesmo cinco niacuteveis da
variaacutevel independente (FIELD 2009)
42
- Teste post hoc realizado apoacutes o ANOVA para comparar as diferentes
combinaccedilotildees dos grupos testados Neste estudo optou-se como post hoc pelo teste
de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (FIEDL 2009)
467 Anaacutelise de Correlaccedilatildeo
A correlaccedilatildeo eacute interpretada como a relaccedilatildeo existente entre duas variaacuteveis e
tem como objetivo encontrar o grau de relaccedilatildeo entre elas ou seja um coeficiente de
correlaccedilatildeo (r) que estaacute compreendido entre -1 lt r lt 1 Quando r apresenta valores
positivos as variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas quando r apresenta valores
negativos as variaacuteveis estatildeo inversamente relacionadas (BISQUERRA SARRIELA
MARTINEZ 2004) A Tabela 1 apresenta valores do coeficiente e sua interpretaccedilatildeo
Tabela 1 - Valores para a interpretaccedilatildeo do coeficiente de correlaccedilatildeo
Coeficiente Interpretaccedilatildeo
r = 1 Correlaccedilatildeo perfeita
080 lt r lt 1 Muito alta
060 lt r lt 080 Alta
040 lt r lt 0 60 Moderada
020 lt r lt 040 Baixa
0 lt r lt 020 Muito baixa
r = 0 Nula
Fonte BISQUERRA SARRIELA MARTINEZ 2004
Para avaliar a correlaccedilatildeo entre as variaacuteveis foram calculados os coeficientes
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Pearson quando os dados atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
- Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman quando os dados natildeo atenderam agrave
distribuiccedilatildeo normal
47 Aspectos Eacuteticos
Diante da singularidade da pesquisa que atingiu enfermeiros que atuavam
em 38 serviccedilos de hemodinacircmica localizados em diferentes cidades do Estado do
Rio Grande do Sul a tramitaccedilatildeo eacutetica foi realizada no Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
(CEP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) instituiccedilatildeo na qual estaacute
43
alocada a pesquisadora responsaacutevel junto ao Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em
Enfermagem- MestradoPPGEnf
Destaca-se que a pesquisa visou por meio de questionaacuterios avaliar a relaccedilatildeo
entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades
de hemodinacircmica do Rio Grande do Sul e natildeo criteacuterios ou identificaccedilotildees das
instituiccedilotildees ou serviccedilos de sauacutede
Dessa maneira o projeto de pesquisa foi registrado junto ao Gabinete de
Projetos (GAP) do Centro de Ciecircncias da Sauacutede (CCSUFSM) assim como
encaminhado agrave Direccedilatildeo de Ensino Pesquisa e Extensatildeo (DEPE) do Hospital
Universitaacuterio de Santa Maria (HUSM) para registro avaliaccedilatildeo e liberaccedilatildeo Em
seguida o projeto foi encaminhado ao CEP (ReitoriaUFSM) onde obteve parecer
favoraacutevel ao estudo (Anexo B) E ainda junto ao projeto foi entregue ao CEP o
Termo de Confidencialidade (Apecircndice D) o qual afirma o compromisso dos
pesquisadores diante da utilizaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do material (por um periacuteodo de
cinco anos) com informaccedilotildees sobre os sujeitos
Por orientaccedilatildeo do CEPUFSM elaborou-se o Termo de Concordacircncia e
Ciecircncia (Apecircndice E) o qual foi entregue e assinado em todas as instituiccedilotildees onde a
pesquisa foi realizada
Atendendo agraves Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas
Envolvendo Seres Humanos (Resoluccedilatildeo CNS 19696) foi encaminhado um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido junto aos instrumentos com informaccedilotildees
referentes agrave pesquisa o qual foi assinado (em duas vias uma para o sujeito e outra
para o pesquisador) autorizando a participaccedilatildeo voluntaacuteria na pesquisa
A aplicaccedilatildeo dos questionaacuterios apresentou um risco miacutenimo como o
desconforto emocional que pode ter surgido quando das respostas ao mesmo Aleacutem
disso se assegurou aos enfermeiros que natildeo seratildeo divulgados dados individuais ou
dos serviccedilos que possibilitem ou facilitem a identificaccedilatildeo dos sujeitos
44
5 RESULTADOS
A apresentaccedilatildeo dos resultados seraacute realizada em etapas quais sejam
Avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do instrumento
Confiabilidade
Validade convergente
Anaacutelise da normalidade das variaacuteveis escalares
Perfil sociodemograacutefico da populaccedilatildeo
Comparaccedilotildees entre caracteriacutesticas da populaccedilatildeo
Questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilotildees entre questotildees relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo e questotildees relacionadas ao
trabalho e profissatildeo
Estresse dos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais
Sintomas apresentados pelos enfermeiros em unidades de hemodinacircmica
Haacutebitos Sociais dos enfermeiros de unidades de hemodinacircmica
Correlaccedilotildees
Correlaccedilotildees entre estresse e sintomas
Correlaccedilotildees entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
51 Avaliaccedilatildeo das Propriedades Psicomeacutetricas do Instrumento
As propriedades psicomeacutetricas do instrumento foram verificadas por meio da
avaliaccedilatildeo da confiabilidade e validade convergente para ambas as escalas (Escala
de Estressores e Escala de Sintomas)
45
Salienta-se que essas propriedades natildeo satildeo atributos estaacuteveis pois satildeo
influenciadas pelas caracteriacutesticas da populaccedilatildeo estudada e pela situaccedilatildeo sob a
qual a medida eacute conduzida
Os resultados a seguir referem-se agraves propriedades psicomeacutetricas do
instrumento aplicado aos sujeitos do estudo
511 Confiabilidade
Para atestar a confiabilidade do instrumento foi realizada a anaacutelise de
consistecircncia interna dos itens e dos domiacutenios das duas escalas (Escala de
Estressores e Escala de Sintomas) avaliadas pelo Coeficiente Alfa de Cronbach
Ao analisar os 57 itens da Escala de Estressores obteve-se um Alfa de
Cronbach igual a 096 Verificam-se na Tabela 2 os valores dos Coeficientes Alfa de
Cronbach para os domiacutenios dessa escala
Tabela 2 ndash Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Conflito de Funccedilotildees 8 079
Sobrecarga de Trabalho 11 071
Dificuldade de Relacionamento 10 086
Gerenciamento Pessoal 05 083
Situaccedilotildees Criacuteticas 21 091
O valor do Coeficiente Alfa de Cronbach para os 35 itens da Escala dos
Sintomas foi de 092 sendo que os valores para os domiacutenios podem ser
evidenciados na Tabela 3
46 Tabela 3 - Coeficiente Alfa de Cronbach para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios N Alfa de Cronbach
Cardiovasculares 09 082
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 06 064
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 06 078
Alteraccedilotildees no Sono e Repouso 04 073
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 05 086
Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual 05 067
avaliado pelas respostas vaacutelidas (N=57 sexo feminino)
Pode-se identificar na Tabela 3 que dois domiacutenios da Escala de Sintomas
obtiveram valores inferiores a 070 ou seja Alteraccedilotildees do aparelho digestivo (064)
e Alteraccedilotildees no ciclo menstrual (067) Dessa maneira fez-se uma anaacutelise de cada
item buscando uma consistecircncia interna satisfatoacuteria para os mesmos
Na anaacutelise do domiacutenio Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo identificou-se que
com a eliminaccedilatildeo do item 10 (falta de apetite) o Coeficiente Alfa de Cronbach eacute
elevado para 071 De modo semelhante a eliminaccedilatildeo do item 33 (Dores ou
moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo) do domiacutenio Alteraccedilotildees no Ciclo Menstrual aumenta
o Coeficiente Alfa de Cronbach para 070 No entanto optou-se por manter os itens
em anaacutelises posteriores pois para alguns constructos valores abaixo de 070 podem
ser esperados devido agrave diversidade do que estaacute sendo medido (FIELD 2009
CORTINA 1993)
512 Validade Convergente
A correlaccedilatildeo dos domiacutenios da escala eacute uma forma de avaliar a validade
convergente Assim devido ao comportamento gaussiano dos domiacutenios da Escala
de Estressores adotou-se o Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson para atestar tal
validade Na Tabela 4 evidenciam-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente
significativas entre todos os domiacutenios
47 Tabela 4 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Estressores Santa MariaRS 2009
CF ST DR GP SC
CF 1000
ST 0576 1000
DR 0710 0689 1000
GP 0417 0628 0677 1000
SC 0726 0704 0751 0514 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Pearson CF=Conflito de funccedilotildees ST=Sobrecarga de trabalho DR=Dificuldade de relacionamento GP=Gerenciamento pessoal SC=Situaccedilotildees criacuteticas
Para a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios da Escala de Sintomas adotou-se o
Coeficiente de Correlaccedilatildeo de Spearmann devido agrave natildeo normalidade destes dados
e assim identificaram-se correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas (Tabela
5)
Tabela 5 ndash Matriz de correlaccedilatildeo dos domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
CV AltD AltI AltS AltM AltC
CV 1000
AltD 0693 1000
AltI 0511 0567 1000
AltS 0616 0543 0402 1000
AltM 0593 0566 0473 0479 1000
AltC 0471 0496 0262 0388 0324 1000
Correlaccedilatildeo significativa plt005 Coeficiente de Correlaccedilatildeo de SpermannCV=Cardiovasculares AltD=Alteraccedilotildees no aparelho digestivo AltI=Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas AltS=Alteraccedilotildees do Sono e Repouso AltM=Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico AltC=Alteraccedilotildees no ciclo menstrual
A partir dos valores apresentados nas Tabelas 4 e 5 verifica-se que o
instrumento apresenta capacidade convergente no que se propotildee a medir para
ambas as escalas
Dessa maneira com a avaliaccedilatildeo das propriedades psicomeacutetricas do
instrumento verificou-se que o mesmo apresenta consistecircncia interna por ter
atingido valores superiores a 070 para o Coeficiente Alfa de Cronbach nas escalas
(estressores e sintomas) Assim como apresentou capacidade convergente no que
48
se propocircs a medir devido agraves correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas
entre os domiacutenios de cada escala
52 Anaacutelise da Normalidade das Variaacuteveis Escalares
A Tabela 6 apresenta o resultado do teste de Kolmogorov-Smirnov realizado
para avaliar a hipoacutetese de normalidade da distribuiccedilatildeo das variaacuteveis contiacutenuas
mensuradas neste estudo
Tabela 6 ndash Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov Santa MariaRS 2009
Kolmogorov-Smirnov(a)
Variaacutevel Estatiacutestica p
Idade 0147 0002
Tempo de formaccedilatildeo 0162 lt0001
Tempo de trabalho em UHD 0202 lt0001
Meacutedia Escala de Estressores 0071 0200
Conflito de Funccedilotildees 0092 0200
Sobrecarga Trabalho 0067 0200
Dificuldade de Relacionamento 0075 0200
Gerenciamento Pessoal 0106 0076
Situaccedilotildees Criacuteticas 0050 0200
Meacutedia Escala de Sintomas 0179 lt0001
Cardiovasculares 0172 lt0001
Alteraccedilotildees do Aparelho Digestivo 0180 lt0001
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0231 lt0001
Alteraccedilotildees de Sono e Repouso 0188 lt0001
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0168 lt0001
Alteraccedilotildees do Ciclo Menstrual 0184 lt0001
pgt005
Verifica-se que a Escala de Estressores assim como seus domiacutenios
atenderam agrave normalidade ou seja apresentaram um valor de pgt005 Dessa
maneira identifica-se que os dados natildeo diferem significativamente de uma
distribuiccedilatildeo normal As demais variaacuteveis continuas testadas apresentam-se
significativamente diferentes de uma distribuiccedilatildeo normal
53 Perfil Sociodemograacutefico da Populaccedilatildeo
49
No Rio Grande do Sul (RS) encontram-se 38 unidades de hemodinacircmica as
quais estatildeo distribuiacutedas entre cinco regiotildees do estado No entanto a maioria
(5264) concentra-se em cidades da regiatildeo metropolitana como pode ser
visualizado na figura 1
Figura 1 - Distribuiccedilatildeo das unidades de hemodinacircmicas por regiotildees do Rio Grande do Sul
Santa MariaRS 2009
No periacuteodo da coleta de dados entre os 66 enfermeiros atuantes nessas
UHD 63 atenderam os criteacuterios de elegibilidade sendo que um natildeo foi incluiacutedo por
natildeo ter tempo de serviccedilo superior a trecircs meses e outros dois excluiacutedos por estarem
em licenccedila de qualquer natureza
Cabe ressaltar que os 63 enfermeiros encontravam-se distribuiacutedos em 32
UHD no momento da coleta de dados cinco unidades informaram natildeo ter enfermeiro
em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades encontrava-se fechada
aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)
50
A seguir satildeo apresentados os dados de caracterizaccedilatildeo da populaccedilatildeo do
estudo
Tabela 7 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo estado civil e faixa etaacuteria Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Sexo Feminino 57 905 Masculino 06 95 Estado Civil Casado 35 556 Solteiro 20 317 Outro 8 127 Faixa Etaacuteria (anos) 21 a 30 23 365 31 a 40 24 381 gt 40 16 254
Total 63 100
De acordo com a Tabela 7 evidencia-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) e casados (556) Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos
profissionais tinha menos de 40 anos
Pode-se verificar na Tabela 8 que a maioria dos enfermeiros apresentava
tempo de formaccedilatildeo entre um e 10 anos (619) Quanto ao tempo de trabalho em
UHD identifica-se uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos podendo-se
considerar que 651 dos enfermeiros trabalham cinco anos ou menos em UHD
Tabela 8 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo tempo de formaccedilatildeo e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) N
Tempo de FormaccedilatildeoGraduaccedilatildeo 1 a 10 39 619 11 a 20 13 206 21 a 30 10 159 31 a 40 1 16 Tempo de trabalho em UHD le 1 17 270 2 a 5 24 381 6 a 10 14 222 11 a 15 6 95 16 a 20 2 32
Total 63 100
51
As medidas descritivas para as variaacuteveis como idade tempo de formaccedilatildeo e
tempo de trabalho em UHD podem ser visualizadas na Tabela 9
Tabela 9 - Medidas descritivas para idade tempo de formaccedilatildeo tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Variaacutevel (anos) Meacutedia Desvio Padratildeo Mediana Miacutenimo Maacuteximo
Idade 3524 821 3300 24 57 Tempo de formaccedilatildeo 1090 842 900 01 31 Tempo de trabalho em UHD
485 471 300 033 19
Em relaccedilatildeo agrave poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros cursou poacutes-
graduaccedilatildeo (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo Assim na Tabela 10 pode-se verificar que um maior nuacutemero
de enfermeiros (25) era especialista em cardiologia com o restante distribuiacutedo em
diferentes tipos de especialidades
Tabela 10 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo a poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Poacutes-graduaccedilatildeo em N
Enfermagem em Cardiologia 25 3788 Administraccedilatildeo Hospitalar 7 1060 Terapia Intensiva 4 606 Mestrado 4 606 MBA 3 455 Urgecircncia e Emergecircncia 3 455 Outras 6 909 Nenhuma 14 2121
Total 66 100
numero superior ao da populaccedilatildeo devido aos trecircs enfermeiros que realizaram mais de uma
poacutes-graduaccedilatildeo
Observa-se na Tabela 11 que a maioria dos enfermeiros exercia funccedilotildees
assistenciais (556) trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) e natildeo possuiacutea
outro emprego (778)
52 Tabela 11 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado instituiccedilatildeo outro emprego
Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Cargo Ocupado
Chefe 28 444 Assistencial 35 556 Instituiccedilatildeo Puacuteblica 18 286 Privada 45 774 Outro emprego Sim 14 222 Natildeo 49 778
Total 63 100
Em relaccedilatildeo ao turno de trabalho pode-se verificar que alguns profissionais
trabalhavam em mais de um turno Assim optou-se por apresentar na Tabela 12 a
distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo os turnos de trabalho
Tabela 12 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo o turno de trabalho Santa MariaRS 2009
Turno de Trabalho
Manhatilde Tarde Noite Sobreaviso
N N N N
Sim 43 683 44 698 11 175 15 238
Natildeo 20 317 19 302 52 825 48 762
Total 63 100 63 100 63 100 63 100
Dessa maneira identifica-se que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia de manhatilde (683) e agrave tarde (698) e ainda natildeo fazia sobreaviso
(762)
531 Comparaccedilotildees entre Caracteriacutesticas da Populaccedilatildeo
Para a comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis de identificaccedilatildeo foram utilizados o
teste Qui-quadrado teste exato de Fisher e teste t-student Salienta-se que foram
realizados os testes para todas as variaacuteveis que compotildeem as caracteriacutesticas da
53
populaccedilatildeo no entanto seratildeo apresentados os resultados que apresentam diferenccedila
estatiacutestica significativa (plt005)
Quando comparados os grupos de enfermeiros com e sem poacutes-graduaccedilatildeo
com relaccedilatildeo ao cargo ocupado pode-se identificar uma diferenccedila estatisticamente
significativa (plt005) Sendo que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupavam o
maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-graduaccedilatildeo
desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (Tabela 13)
Tabela 13 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e poacutes-graduaccedilatildeo Santa MariaRS 2009
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Poacutes-graduaccedilatildeo Sim 25 24 49
Natildeo 3 11 14
Total 28 35 63
p=0049 (teste Qui-quadrado)
Na Tabela 14 pode-se identificar que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
apresentavam maiores meacutedias para o tempo de formaccedilatildeo e o tempo de trabalho na
UHD do que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo
Tabela 14 - Comparaccedilatildeo entre enfermeiros segundo poacutes-graduaccedilatildeo e tempo de formaccedilatildeo e o de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Tempo Poacutes-graduaccedilatildeo N Meacutedia DP p
De formaccedilatildeo Sim 49 1220 790
0021 Natildeo 14 636 889
De trabalho em UHD Sim 49 551 473
0036 Natildeo 14 252 398
Total - 63 - - -
valor em anos
Em relaccedilatildeo ao cargo ocupado e agrave variaacutevel turno de trabalho identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) para os turnos manhatilde (plt0001) tarde
(plt0001) e sobreaviso (p=001) conforme apresentados na Tabelas 15
54
O turno de trabalho estaacute associado ao cargo ocupado sendo que os
enfermeiros chefes desempenham suas funccedilotildees predominantemente durante os
periacuteodos da manhatilde e tarde quando comparados com os enfermeiros assistenciais
(Tabela 15)
Tabela 15 ndash Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e turno (manhatilde tarde sobreaviso) Santa MariaRS 2009
Turno Cargo Ocupado
Total Chefe Assistencial
Manhatilde Sim 27 16 43
Natildeo 1 19 20
Tarde Sim 27 17 44
Natildeo 1 18 19
Sobreaviso Sim 11 4 15
Natildeo 17 31 48
plt0001 (teste Qui-quadrado) p=001 (teste Qui-quadrado)
Ainda a partir da comparaccedilatildeo entre as variaacuteveis cargo ocupado e sobreaviso
identificou-se que os enfermeiros chefes cumprem sobreaviso em proporccedilatildeo maior
do que os enfermeiros assistenciais conforme dados da Tabela 15
Na Tabela 16 identifica-se que os enfermeiros com cargos de chefia
trabalham em UHDs por um periacuteodo de anos maior do que os enfermeiros
assistenciais
Tabela 16 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo cargo ocupado e tempo de trabalho em UHD Santa MariaRS 2009
Cargo ocupado N Meacutedia DP p
Tempo de trabalho em UHD
Chefe 28 661 498 0007
Assistencial 35 343 401
Total - 63 - - -
valores em anos
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e o fato de ter outro trabalho
identificou-se diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros
que cumprem sobreaviso natildeo tecircm outro trabalho conforme Tabela 17
55 Tabela 17 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros segundo outro trabalho e sobreaviso Santa MariaRS 2009
Turno - Sobreaviso Outro trabalho
Total Sim Natildeo
Sim Natildeo
0 15 15 14 34 48
Total 14 34 63
p=0028 (teste exato de Fisher)
54 Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 18 estatildeo apresentados os resultados obtidos nas questotildees
relacionadas ao trabalho e profissatildeo
Tabela 18 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Recebeu treinamento para atuar na UHD
Sim 37 5873
Natildeo 26 4137
Vocecirc deve frequentemente fazer esforccedilo para ir trabalhar
Sim 9 1429
Natildeo 54 8571
Vocecirc estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim 54 8571
Natildeo 9 1429
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Sim 10 1587
Natildeo 53 8413
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 952
Natildeo 57 9048
Total 63 100
Pode-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) natildeo fazia esforccedilo para ir trabalhar (8571) estava
satisfeita com o trabalho (8571) natildeo considerava o dia de trabalho interminaacutevel
(8413) e natildeo tinha vontade de mudar de profissatildeo (9048)
56
541 Comparaccedilotildees entre Questotildees Relacionadas ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 19 seratildeo apresentados os valores em porcentagem distribuiacutedos
entre as variaacuteveis assim como o valor de p para cada comparaccedilatildeo
Tabela 19 - Comparaccedilatildeo entre os enfermeiros a partir das questotildees sobre trabalho e profissatildeo Santa MariaRS 2009
plt005 teste exato de Fisher
Quando comparados o esforccedilo para ir ao trabalho e o dia de trabalho
interminaacutevel identificou-se que os enfermeiros que natildeo faziam esforccedilo para
trabalhar natildeo percebiam o dia trabalhado como interminaacutevel
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo com o trabalho entre os enfermeiros que tinham de
se esforccedilar para ir ao trabalho e aqueles que natildeo o faziam identificou-se que os
enfermeiros que natildeo necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho
apresentaram-se mais satisfeitos
Esforccedilo para ir trabalhar
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p Sim Natildeo p
Treinamento para atuar em UHD
Sim
Natildeo
4 33 0469
34 3 0144
5 32 0728
1 36 0073
5 21 20 6 5 21 5 21 Tem
vontade de mudar de profissatildeo
Sim
Natildeo
2 4
0201
5 1
1000
1 5
1000
7 50 49 8 9 48
Dia de trabalho parece
interminaacutevel
Sim
Natildeo
5 5 0003
7 3 0122
4 49 47 6
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Sim
Natildeo
4 50 0002
5 4
57
55 Comparaccedilatildeo entre as Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo e Questotildees Relacionadas
ao Trabalho e Profissatildeo
Na Tabela 20 pode-se identificar que quando comparada a satisfaccedilatildeo com o
cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se mais insatisfeitos com
seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
Tabela 20 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo cargo ocupado e satisfaccedilatildeo com o trabalho Santa MariaRS 2009
Estaacute satisfeito com seu trabalho
Cargo Ocupado Total
Chefe Assistencial
Sim Natildeo
27 27 54
1 8 9
Total 28 35 63
p=0036 (teste exato de Fisher)
56 Estresse dos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
A fim de analisar o estresse da populaccedilatildeo estudada optou-se pelo uso da
meacutedia dos estressores como escore para cada enfermeiro Os escores dos
enfermeiros variaram de 032 agrave 258 sendo que quatro era o valor maacuteximo da
escala Desse modo os 63 enfermeiros foram distribuiacutedos entre quartis Verificou-se
que 222 dos enfermeiros apresentaram meacutedias iguais ou inferiores a 110
classificados com baixo estresse 254 com meacutedias iguais ou superiores a 198
classificados com alto estresse e a maioria (524) obteve meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse conforme Tabela 21
Tabela 21 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo classificaccedilatildeo de estresse Santa MariaRS 2009
Classificaccedilatildeo Meacutedia N
Baixo le 110 14 222
Meacutedio 111 a 197 33 524
Alto ge 198 16 254
Total - 63 100
58
Destaca-se que foram realizados testes estatiacutesticos para analisar as
diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados quanto ao estresse
com o intuito de identificar possiacuteveis caracteriacutesticas que poderiam influenciar nos
escores de estresse No entanto natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas
significativas entre os grupos e demais variaacuteveis
Na Tabela 22 apresentam-se as medidas descritivas de estresse pelos
domiacutenios da escala de estressores na qual verifica-se que o domiacutenio Situaccedilotildees
Criacuteticas foi o de maior escore (163plusmn029) seguido de Conflito de Funccedilotildees
(158plusmn038) e Sobrecarga de Trabalho (156plusmn036) O domiacutenio de menor escore
(131plusmn020) foi Dificuldade de Relacionamento
Tabela 22 - Medidas descritivas para os domiacutenios de estresse Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Conflito de Funccedilotildees 158 A 038 038 343
Sobrecarga de Trabalho 156 A 036 036 333
Dificuldade de Relacionamento 131 B 020 020 260
Gerenciamento Pessoal 148 000 000 320
Situaccedilotildees Criacuteticas 163 A 029 029 286
Meacutedias identificadas pelas letras (A e B) diferem significativamente pela Anaacutelise de Variacircncia utilizando o delineamento em blocos casualizados complementada pelo Teste de Comparaccedilotildees Muacuteltiplas de Tukey (plt005)
Quando comparados os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios Conflitos de Funccedilotildees Sobrecarga de Trabalho e Situaccedilotildees Criacuteticas foram
significativamente maiores do que a do domiacutenio Dificuldade de Relacionamento
Sendo que o domiacutenio Gerenciamento Pessoal natildeo difere do restante
Ao analisar cada um dos itens da escala de estressores podem-se verificar
as cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 23
59 Tabela 23 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias a partir da escala de estressores Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Sobrecarga de trabalho 234 084 0 4
Ter subordinados pouco competentes 231 116 0 4
Intermediar os conflitos entre aacutereas setores e unidades
223 084 0 4
Pressotildees quanto ao tempo 218 118 0 4
Implementar decisotildees importantes 217 098 0 4
Assim como pode-se observar na Tabela 24 os cinco itens de menores
meacutedias e demais medidas descritivas
Tabela 24 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias a partir da escala de estressores Santa Maria RS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Luminosidade da unidade 063 080 0 4
Disputa de cargos com os colegas 066 097 0 4
Atitudes do seu cocircnjugue com respeito agrave sua carreira
085 099 0 4
Relaccedilotildees com os colegas 082 085 0 4
Percurso realizado de casa para o trabalho 087 114 0 4
561 Comparaccedilatildeo entre Escores de Estresse e Variaacuteveis de Identificaccedilatildeo Trabalho
e Profissatildeo e Haacutebitos Sociais
Para a comparaccedilatildeo entre escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo
trabalho e profissatildeo e haacutebitos sociais foram utilizados o teste de Levene e teste t
Salienta-se que os mesmos foram realizados entre todas as variaacuteveis no entanto
seratildeo apresentados os resultados que mostraram diferenccedila estatiacutestica significativa
(plt005)
60
Na Tabela 28 identifica-se que os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho apresentavam maiores meacutedias de estresse quando comparados com os
enfermeiros que natildeo precisavam se esforccedilar para ir ao trabalho
Tabela 25 - Comparaccedilatildeo entre escores de estresse e esforccedilo para ir ao trabalho Santa MariaRS 2009
N Meacutedia de Estresse
DP p
Esforccedilo para ir ao trabalho
Sim 9 194 035 0021
Natildeo 54 147 057
Satisfeito com seu trabalho
Sim 54 147 056 0014
Natildeo 9 196 040
Tem vontade de mudar de profissatildeo
Sim 6 211 039 0009
Natildeo 57 148 055
Indutor do sono Sim 3 125 005
0001 Natildeo 60 155 057
Em relaccedilatildeo agrave satisfaccedilatildeo identifica-se que os enfermeiros satisfeitos com seu
trabalho apresentavam menores meacutedias de estresse conforme dados da Tabela 28
Verifica-se ainda na Tabela 28 que a meacutedia de estresse eacute maior para o
grupo de enfermeiros que tinha vontade de mudar de profissatildeo Assim como a
meacutedia de estresse eacute maior para os enfermeiros que natildeo faziam uso de indutor do
sono
57 Sintomas Apresentados pelos Enfermeiros em Unidades de Hemodinacircmica
Na Tabela 29 apresentam-se as medidas descritivas dos domiacutenios da Escala
de Sintomas
61 Tabela 26 - Medidas descritivas para os domiacutenios da Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Cardiovasculares 060 057 000 278
Alteraccedilotildees no aparelho digestivo 061 060 000 233
Alteraccedilotildees imunoloacutegicas 040 054 000 280
Alteraccedilotildees sono e repouso 101 088 000 300
Alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico 139 094 000 400
Alteraccedilotildees do ciclo menstrual 051 053 000 220
Verifica-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior
meacutedia (139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) Observou-
se menor meacutedia para o domiacutenio alteraccedilotildees imunoloacutegicas (040plusmn054)
Ao analisar cada um dos itens da Escala de Sintomas podem-se verificar as
cinco variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias conforme Tabela 30
Tabela 27 - Medidas descritivas para itens de maiores meacutedias segundo escala de sintomasSanta MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Dores na zona lombar 186 133 0 4
Dores na nuca ou zona cervical 178 130 0 4
Necessidade excessiva de dormir 159 134 0 4
Cefaleacuteia 156 116 0 4
Dores musculares 148 112 0 4
Da mesma maneira podem-se verificar na Tabela 31 as cinco variaacuteveis que
atingiram as menores meacutedias e demais medidas descritivas
62 Tabela 28 - Medidas descritivas para itens de menores meacutedias segundo a Escala de Sintomas Santa MariaRS 2009
Itens Meacutedia DP Miacutenimo Maacuteximo
Hipertermia 005 021 0 1
Pressatildeo arterial alta 022 052 0 2
Enfermidades infecciosas em geral 022 058 0 3
Suores Frios 024 058 0 3
Diarreacuteia 030 071 0 3
58 Haacutebitos Sociais dos Enfermeiros de Unidades de Hemodinacircmica
Em relaccedilatildeo aos haacutebitos sociais pode-se verificar na Tabela 32 que a maioria
dos enfermeiros ingeria bebida alcooacutelica agraves vezes (794) natildeo fumava (984) e
natildeo fazia uso de indutores do sono (952)
Tabela 29 - Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo haacutebitos sociais Santa MariaRS 2009
Variaacutevel N
Ingestatildeo Alcooacutelica
Natildeo bebe jamais 11 175
Agraves vezes 50 794
Muitas vezes por semana 2 32 Consumo de cigarros
Natildeo fuma 62 984
1 a 5 cigarros por dia 1 16
Destaca-se que foram realizados os testes estatiacutesticos para avaliar a
associaccedilatildeo entre as variaacuteveis que compotildeem os haacutebitos sociais e as caracteriacutesticas
da populaccedilatildeo e as questotildees relacionadas a trabalho e profissatildeo Identificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (plt005) entre as variaacuteveis sexo e indutores do
sono (p=002) dados apresentados na Tabela 33
Indutor do sono
Sim 3 48
Natildeo 60 952
Total 63 100
63
Tabela 30 ndash Distribuiccedilatildeo dos enfermeiros segundo sexo e indutor do sono Santa MariaRS 2009
Indutor do sono Sexo Total
Feminino Masculino
Sim Natildeo
1 2 3
56 4 60
Total 57 6 63
p=0022 (Teste exato de Fisher)
Quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em relaccedilatildeo
ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre os homens era
proporcionalmente maior que entre as mulheres (p=0022) apesar de ser pequeno
nos dois grupos
59 Correlaccedilotildees
A seguir seratildeo apresentados os estudos de correlaccedilotildees entre as variaacuteveis
estresse e sintomas assim como a correlaccedilatildeo entre os domiacutenios das Escalas de
Estressores e de Sintomas
591 Correlaccedilotildees entre Estresse e Sintomas
A correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros foi
analisada pelo coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman onde r=0629 (plt0001) o
que caracteriza uma correlaccedilatildeo alta Dessa maneira identifica-se que essas
variaacuteveis estatildeo diretamente relacionadas ou seja quanto maior for o estresse
maiores seratildeo os sintomas apresentados assim como quanto menor o estresse
menos sintomas seratildeo identificados
64
592 Correlaccedilotildees entre os Domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de
Sintomas
Na Tabela 34 satildeo apresentados os valores do coeficiente de correlaccedilatildeo de
Spearman entre os domiacutenios da Escala de Estressores e Escala de Sintomas Pode-
se observar que as correlaccedilotildees significativas foram positivas (domiacutenios diretamente
relacionados) variando de baixas a moderadas para a maioria dos domiacutenios
Tabela 31 - Coeficiente de correlaccedilatildeo de Spearman entre os domiacutenios de estresse e sintomas Santa MariaRS 2009
Domiacutenios CF ST DR GP SC
Cardiovasculares 0436 0555 0522 0369 0600
Alteraccedilotildees Aparelho Digestivo 0407 0396 0451 0250 0460
Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas 0318 0383 0315 0163 0409
Alteraccedilotildees SonoRepouso 0460 0575 0426 0291 0486
Alteraccedilotildees Muacutesculo-esqueleacuteticas 0346 0338 0391 0199 0405
Alteraccedilotildees Ciclo Menstrual 0327 0384 0348 0283 0418
Correlaccedilatildeo significativa (plt005)
Salienta-se que natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio
gerenciamento de pessoal com os domiacutenios Alteraccedilotildees Imunoloacutegicas e Alteraccedilotildees
Muacutesculo-esqueleacuteticas
65
6 DISCUSSOtildeES
Os avanccedilos da ciecircncia e da tecnologia tecircm resultado em desenvolvimento de
novas teacutecnicas de investigaccedilatildeo e tratamento de doenccedilas na diferentes aacutereas da
sauacutede A partir desses avanccedilos busca-se minimizar custos assegurar a efetividade
dos procedimentos e garantir a seguranccedila dos pacientes As UHDs satildeo exemplos de
serviccedilos que dispotildeem de alta tecnologia para a realizaccedilatildeo de procedimentos menos
invasivos principalmente nas aacutereas de cardiologia radiologia e neurologia
No Brasil os primeiros procedimentos hemodinacircmicos ocorreram a partir da
deacutecada de 60 sendo em 1966 foi realizada a primeira cinecoronariografia e em
1979 a primeira angioplastia coronariana (GOTTSCHALL 2009) Nos anos
seguintes houve expansatildeo das UHDs assim como em 1993 fundou-se a Sociedade
Brasileira de Hemodinacircmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) a qual visa o
reconhecimento da especialidade a normatizaccedilatildeo de condutas e procedimentos a
divulgaccedilatildeo cientiacutefica e o estiacutemulo a novas conquistas na aacuterea (GOTTSCHALL
2009)
O Departamento de Enfermagem em Hemodinacircmica e Cardiologia
Intervencionista (DEHCI) estaacute ligado agrave SBHCI e teve seu estatuto aprovado em
Assembleia Geral em 1997 O DEHCI congrega enfermeiros e demais profissionais
que atuam em UHD tem como finalidade a promoccedilatildeo de eventos cientiacuteficos que
incentivem o desenvolvimento profissional dos associados apoio agrave produccedilatildeo e
divulgaccedilatildeo sobre temas de interesse e promoccedilatildeo da capacitaccedilatildeo de recursos
humanos pela certificaccedilatildeo da especializaccedilatildeo na aacuterea da enfermagem em
hemodinacircmica (FANTIN 2009)
Destaca-se a equipe de hemodinamicistas do Instituto de Cardiologia de Porto
Alegre em especial o Dr Carlos Gottschall como precursores dos procedimentos
hemodinacircmicos no Estado do RS
No presente estudo identificaram-se 38 UHDs no RS Destas 15 localizam-
se na capital e outras cinco em cidades da regiatildeo metropolitana o que caracteriza
uma concentraccedilatildeo de 5264 Esse fato pode estar relacionado a dois fatores O
primeiro a densidade populacional da regiatildeo que repercute na demanda de
66
atendimento e o segundo pela existecircncia de centros de referecircncia com
infraestrutura qualificada para a implantaccedilatildeo dessas unidades
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) a
distribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo em territoacuterio gauacutecho natildeo eacute uniforme Dos 27 municiacutepios
com mais de 200 habkmsup2 17 estatildeo na regiatildeo metropolitana de Porto Alegre
constituindo-se na aacuterea mais densamente povoada (IBGE 2009) Em relaccedilatildeo aos
leitos hospitalares do Estado de acordo com o banco de dados do Sistema Uacutenico de
Sauacutede (DATASUS 2008) em julho de 2008 a regiatildeo metropolitana com seus 31
municiacutepios possuiacutea 385 dos leitos hospitalares do estado (DATASUS 2008)
Esses dados comprovam a densidade populacional e a demanda por serviccedilos de
sauacutede na referida regiatildeo onde da mesma forma se concentram as UHDs
Estudo desenvolvido em uma UHD do RS em 2001 registrou que neste ano
existiam 16 UHDs no Estado Destas oito (500) estavam localizadas em Porto
Alegre e as demais distribuiacutedas em cidades do interior (KERBER 2001) A partir
dessas informaccedilotildees evidencia-se a expansatildeo do nuacutemero de UHDs no RS no
entanto a concentraccedilatildeo dessas unidades se manteacutem na regiatildeo metropolitana
No presente estudo identificaram-se 66 enfermeiros atuantes nas UHDs do
Estado Todavia 63 enfermeiros atenderam aos criteacuterios de elegibilidade e eles se
encontravam distribuiacutedos em 32 UHDs pois no momento cinco unidades
informaram natildeo ter enfermeiro em seu quadro de funcionaacuterios e uma das unidades
encontrava-se fechada aguardando credenciamento junto ao Sistema Uacutenico de
Sauacutede (SUS)
Esses dados satildeo preocupantes por dois motivos Primeiro que se tem
aproximadamente dois enfermeiros em meacutedia por unidade e considerando a
complexidade do setor e a demanda de pacientes e procedimentos evidencia-se a
carecircncia de profissionais para suprir essas necessidades Segundo algumas
unidades natildeo atendem a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 que dispotildee sobre
a exigecircncia de enfermeiro em serviccedilos de alta complexidade (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004)
Em relaccedilatildeo agrave variaacutevel sexo identificou-se predomiacutenio do sexo feminino
(905) resultado que coincide com o perfil dos enfermeiros no Brasil Indicadores
de 2006 descrevem que aproximadamente 90 do total de enfermeiros satildeo do sexo
feminino (MACHADO et al 2006) Esses dados vecircm ao encontro de estudos
nacionais e internacionais que caracterizam a enfermagem como
67
predominantemente feminina (BIANCHI 1990 LAUTERT 1995 GUIDO 2003
BURKE 2005 EDWARDS et al 2007 GUERRER 2007 CAVALHEIRO 2008
GRAZZIANO 2008)
Nas uacuteltimas deacutecadas verifica-se um aumento significativo e contiacutenuo da
presenccedila de mulheres na forccedila de trabalho no entanto a maioria dos empregos
femininos continua concentrada em alguns setores como serviccedilos domeacutesticos
administrativos sociais educacionais e de sauacutede No setor de sauacutede a participaccedilatildeo
feminina chega a 70 do total (MACHADO etal 2006)
A enfermagem eacute uma das dez profissotildees da aacuterea de sauacutede que contribui para
a feminizaccedilatildeo da forccedila de trabalho no setor de sauacutede no paiacutes (MACHADO etal
2006) Atualmente a maioria dessas profissionais desenvolve muacuteltiplas atividades
com o gerenciamento de dupla jornada entre vida familiar e profissional o que pode
favorecer o desgaste e consequente estresse
Por outro lado alguns pesquisadores apontam que atividades familiares
podem funcionar como suporte para gerenciar o estresse (STACCIARINI TROacuteCOLI
2001) E ainda destacam que o trabalho remunerado e muacuteltiplos papeacuteis podem ter
resultados beneacuteficos ao inveacutes de adversos (AREIAS GUIMARAtildeES 2004)
Neste estudo quando comparado o estresse entre enfermeiros do sexo
feminino e masculino natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa Deve ser
considerado que outras variaacuteveis sociodemograacuteficas estatildeo relacionadas a esse
processo e podem ser de confusatildeo
Em relaccedilatildeo agrave faixa etaacuteria observa-se que a maioria dos profissionais tinha
menos de 40 anos (746) apresentava tempo de formaccedilatildeo entre um a 10 anos
(619) e uma tendecircncia para a faixa de dois a cinco anos de tempo de trabalho em
UHD (651) Esses dados demonstram enfermeiros jovens no iniacutecio de carreira e
com curto periacuteodo de trabalho em UHD Quando analisadas essas variaacuteveis com
relaccedilatildeo ao estresse natildeo houve diferenccedila estatiacutestica significativa na populaccedilatildeo
pesquisada
Dados semelhantes quanto agrave faixa etaacuteria tempo de formaccedilatildeo e tempo de
trabalho foram encontrados em estudos de Bianchi (1990) Ferreira (1998)
Sangiuliano (2004) e Cavalheiro (2008) Salienta-se que Ferreira (1998) identificou
correlaccedilatildeo estatiacutestica significativa e invertida (negativa) entre o estresse e a idade do
grupo estudado sendo que pessoas mais velhas revelaram-se menos estressadas
Assim eacute possiacutevel que exista uma tendecircncia a diminuir o estresse com o aumento da
68
idade pois as respostas agraves situaccedilotildees de estresse satildeo adaptativas e a experiecircncia
de vida e de trabalho podem favorecer a avaliaccedilatildeo de diferentes situaccedilotildees
Observa-se na literatura que o tempo de formaccedilatildeo pode estar relacionado agrave
experiecircncia pessoal e profissional do individuo tornando o mesmo mais seguro em
relaccedilatildeo agraves atividades e possivelmente com maior controle sobre as situaccedilotildees
fatores que podem oferecer subsiacutedios para adequada identificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e
minimizaccedilatildeo do estresse (FERREIRA 1998 GUIDO 2003)
Quanto ao tempo de trabalho em uma unidade ou serviccedilo pesquisadores
apontam que o tempo prolongado propicia maior adaptaccedilatildeo ao ambiente e menor
estresse ou ateacute mesmo a banalizaccedilatildeo do processo de trabalho e das atividades
(GUIDO 2003 SILVA et al 2009)
Grazziano (2008) apresenta o turnover (rotatividade) como uma caracteriacutestica
que poderia justificar um tempo menor que cinco anos de trabalho em uma mesma
unidade Define turnover como um processo de saiacuteda voluntaacuteria da instituiccedilatildeo ou
transferecircncia do trabalhador para outra unidade da mesma organizaccedilatildeo Destaca
que a rotatividade eacute beneacutefica quando proporciona crescimento para o trabalhador ou
instituiccedilatildeo mas eacute prejudicial agrave medida que leva agrave sobrecarga de trabalho e
insatisfaccedilatildeo profissional
Com relaccedilatildeo aos cursos de poacutes-graduaccedilatildeo a maioria dos enfermeiros era
poacutes-graduada (778) sendo que destes trecircs afirmaram ter realizado mais do que
uma especializaccedilatildeo e 3788 realizaram especializaccedilatildeo em cardiologia
Salienta-se que de acordo com a Portaria SASMS 210 de junho de 2004 eacute
exigido aos serviccedilos de assistecircncia de alta complexidade em procedimentos da
cardiologia intervencionista um enfermeiro coordenador com especializaccedilatildeo em
cardiologia reconhecida pelo MEC ou com certificado de Residecircncia em Cardiologia
reconhecido pelo MEC ou com tiacutetulo de Especialista em Enfermagem
Cardiovascular reconhecido pela Sociedade Brasileira de Enfermagem
Cardiovascular-SOBENC e ainda enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem
em quantitativo suficiente para o atendimento de enfermaria (MINISTEacuteRIO DA
SAUacuteDE 2004) O serviccedilo que natildeo possuir um enfermeiro coordenador conforme a
portaria tem um periacuteodo de trecircs anos para se adequar
Neste estudo identificou-se que os enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo
ocupavam o maior nuacutemero de cargos de chefia e os que natildeo possuiacuteam poacutes-
graduaccedilatildeo desempenhavam mais as funccedilotildees assistenciais (p=0049) Esse
69
resultado pode ser reflexo do cumprimento da portaria a qual preconiza enfermeiros
coordenadores (chefes) com especializaccedilatildeo em cardiologia
Assim evidencia-se a necessidade do aperfeiccediloamento profissional
especiacutefico em cardiologia para os enfermeiros que atuam em UHD No RS destaca-
se o Instituto de CardiologiaFundaccedilatildeo Universitaacuteria de Cardiologia como uma
instituiccedilatildeo que proporciona aos enfermeiros a residecircncia multiprofissional integrada
em sauacutede cardiologia e ainda a especializaccedilatildeo em cardiologia (ICFUC 2009)
Os cursos de especializaccedilatildeo no Brasil estatildeo em expansatildeo e apresentam-se
como uma modalidade de formaccedilatildeo com possibilidades de aprofundamento de
conhecimento teacutecnico e cientiacutefico (PILATI 2006) A demanda pela especializaccedilatildeo eacute
dada pela atualizaccedilatildeo de conhecimentos e pela exigecircncia de profissionais
capacitados para diferentes aacutereas de atuaccedilatildeo
Devido ao desenvolvimento socioeconocircmico da sociedade moderna tem sido
exigido dos sistemas de ensino superior profissionais com elevada formaccedilatildeo
acadecircmica Entretanto esses sistemas encontram-se envolvidos com as profundas
transformaccedilotildees que estatildeo ocorrendo na sociedade tais como mercado capitalista
amplo processo de globalizaccedilatildeo aceleradas mudanccedilas tecnoloacutegicas constantes
mudanccedilas de exigecircncias de qualificaccedilatildeo profissional processo de crescente
incerteza quanto ao futuro dos profissionais titulados pela academia dentre outras
(MARTINS ASSAD 2008)
Dessa maneira torna-se fundamental a inserccedilatildeo dos enfermeiros nos cursos
de poacutes-graduaccedilatildeo para melhorar a qualidade do seu trabalho disseminar a
produccedilatildeo e o conhecimento assim como atender agraves exigecircncias da sociedade e do
proacuteprio mercado de trabalho Salienta-se que cursos de poacutes-graduaccedilatildeo especiacuteficos
em hemodinacircmica natildeo satildeo oferecidos no Brasil no entanto esses profissionais
podem realizar especializaccedilotildees eou residecircncias em aacutereas como cardiologia ou
terapia intensiva e ainda mestrados profissionais ou acadecircmicos com
direcionamento dos estudos para a aacuterea de hemodinacircmica
Nesta pesquisa os enfermeiros poacutes-graduados apresentaram maiores meacutedias
para o tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho na UHD (p=0036) do
que os enfermeiros sem poacutes-graduaccedilatildeo Nesse sentido eacute possiacutevel identificar que a
poacutes-graduaccedilatildeo eacute uma variaacutevel que estaacute associada tanto ao tempo de formaccedilatildeo
quanto ao tempo de trabalho em UHD Assim agrave medida que passam-se os anos os
70
enfermeiros buscam o aperfeiccediloamento aumentando da mesma forma a meacutedia de
anos trabalhados em UHD
Na categorizaccedilatildeo dos cargos exercidos pelos enfermeiros atribuiu-se a
denominaccedilatildeo de enfermeiro assistencial agravequele que trabalha agrave beira do leito no
cuidado direto ao paciente e de enfermeiro chefe por sua vez ao que responde
teacutecnica e administrativamente pela unidade fato que natildeo o exime de exercer
funccedilotildees assistenciais Salienta-se que na maioria das instituiccedilotildees os enfermeiros
assistenciais tambeacutem exercem funccedilotildees administrativas delegando funccedilotildees e
supervisionando os demais membros da equipe de enfermagem assumindo ambas
as atividades
Verificou-se que a maioria dos enfermeiros exercia atividade assistencial
(556) e trabalhava em instituiccedilotildees privadas (774) A demanda maior de
profissionais nas instituiccedilotildees privadas pode estar relacionada ao nuacutemero de UHDs
privadas em relaccedilatildeo agraves puacuteblicas
Acredita-se que devido aos avanccedilos tecnoloacutegicos e a produccedilatildeo do
conhecimento as organizaccedilotildees sofrem mudanccedilas em ritmo cada vez mais veloz o
que altera os processos e as relaccedilotildees de trabalho com impacto direto nos
profissionais Nesse cenaacuterio destaca-se a policronia na atividade de enfermagem
ou seja a realizaccedilatildeo de atividades simultacircneas (CUNHA 2008) No processo de
trabalho de enfermagem em hemodinacircmica eacute perceptiacutevel a policronia com os
enfermeiros que realizam diversas atividades ao mesmo tempo dinacircmica
igualmente importante para a unidade as quais requerem habilidades essenciais
aleacutem de conhecimento teacutecnico-cientiacutefico
Independente da especificidade de atribuiccedilotildees chefes ou assistenciais
ambos requerem competecircncias e habilidades para a execuccedilatildeo de atividades
simultacircneas seja no gerenciamento da unidade ou da equipe Poreacutem a
simultaneidade de tarefas pode ser responsaacutevel pelo estresse do enfermeiro e sua
equipe e ainda pelos riscos agrave assistecircncia prestada
Neste estudo quando analisados o cargo e o estresse natildeo se encontrou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa No entanto verificou-se que ao comparar a
satisfaccedilatildeo com o cargo ocupado os enfermeiros assistenciais apresentavam-se
mais insatisfeitos com seu trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia
(p=0036)
71
Um estudo que analisou a satisfaccedilatildeo de enfermeiros a partir de seis
componentes do trabalho (autonomia interaccedilatildeo status profissional requisitos do
trabalho normas organizacionais e remuneraccedilatildeo) identificou que a autonomia eacute o
componente considerado mais importante no que se refere agrave satisfaccedilatildeo profissional
(SILVA et al 2009) Os autores supotildeem que o enfermeiro que tem oportunidades de
exteriorizar suas opiniotildees e que atua no processo de tomada de decisatildeo tem retorno
do seu trabalho o que pode contribuir para a sua satisfaccedilatildeo pessoal e profissional
A autonomia profissional estaacute diretamente relacionada agrave independecircncia e
liberdade na tomada de decisatildeo frente agraves atividades diaacuterias ou ainda na efetividade
do seu processo de trabalho No caso dos profissionais estudados o cargo estava
repercutindo na satisfaccedilatildeo dos profissionais Supotildee-se que os chefes se sentem
mais autocircnomos no gerenciamento de suas atividades o que pode refletir em maior
prazer e satisfaccedilatildeo
Salienta-se que os enfermeiros com cargos de chefia trabalhavam em UHD
por um periacuteodo maior de anos (662plusmn498) do que os enfermeiros assistenciais
(343plusmn401) com diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0007) Nesse sentido a
experiecircncia adquirida na atividade profissional traz maior seguranccedila e permite maior
autonomia desses profissionais
Ainda quando comparados os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao
trabalho e os que natildeo o fazem identificou-se que os enfermeiros que natildeo
necessitavam de algum tipo de esforccedilo para ir ao trabalho apresentaram-se mais
satisfeitos (p=0002) Assim acredita-se que o esforccedilo para ir ao trabalho influencia
a satisfaccedilatildeo E entre as possiacuteveis causas desse esforccedilo podem ser destacadas as
dificuldades com o meio de transporte e o envolvimento com outras atividades
profissionais ou pessoais
Os enfermeiros que faziam esforccedilo para ir ao trabalho apresentavam maiores
meacutedias de estresse (194plusmn035) quando comparados com os enfermeiros que natildeo
faziam esforccedilo para ir ao trabalho (147plusmn057) (p=0021)
Quando o trabalho eacute adaptado agraves condiccedilotildees fiacutesicas e psiacutequicas do
trabalhador e garante controle de riscos ocupacionais favorece o alcance de metas
e a realizaccedilatildeo pessoal do indiviacuteduo no trabalho aumentando dessa maneira sua
satisfaccedilatildeo e autoestima (DOLAN 2006)
Identificou-se que a maioria dos enfermeiros pesquisados natildeo possuiacutea outro
emprego (778) o que corrobora com os trabalhos de Guido (2003) Sangiuliano
72
(2004) Grazziano (2008) Esse aspecto pode ser visualizado como positivo para os
profissionais pois ao duplicar ou triplicar a atividade laboral o profissional fica mais
vulneraacutevel ao estresse No entanto Guido (2003) afirma que quando se tem um
populaccedilatildeo hegemonicamente feminina a dupla jornada eacute uma realidade
As UHDs geralmente funcionam durante o dia (manhatilde e tarde) em turnos em
que se realizam os procedimentos cumprem-se as rotinas e faz-se a recuperaccedilatildeo
da maioria dos pacientes que realizam exames Os pacientes que precisam de uma
recuperaccedilatildeo prolongada satildeo transferidos para outras unidades de apoio Existe
ainda a equipe de sobreaviso que interveacutem caso ocorra alguma intercorrecircncia ou
emergecircncia
Os dados encontrados neste estudo em relaccedilatildeo ao turno refletem o horaacuterio
de funcionamento de cada serviccedilo visto que a maioria dos enfermeiros trabalhava
durante o dia manhatilde (683) e tarde (698) e a minoria faz sobreaviso (238)
Quando comparadas as variaacuteveis sobreaviso e ter outro trabalho verificou-se
diferenccedila estatiacutestica significativa (p=0028) sendo que os enfermeiros que cumpriam
sobreaviso natildeo tinham outro trabalho Da mesma forma identificou-se que os chefes
cumpriam sobreaviso em proporccedilatildeo maior do que os enfermeiros assistenciais
(p=001)
Esses dados evidenciam que para realizar sobreaviso eacute necessaacuterio maior
tempo disponiacutevel e um maior envolvimento com a unidade de trabalho Nesse
sentindo os enfermeiros com cargo de chefia acabavam assumindo tambeacutem a
responsabilidade pelo turno extra (sobreaviso) um dado que reflete a praacutetica
adotada por diversas UHDs principalmente onde a demanda de pacientes eacute menor
Assim o mesmo profissional desenvolve atividades assistenciais gerencia a
unidade e ainda atua em emergecircncias que possam ocorrer durante a noite ou em
finais de semana
Pocircde-se constatar que a maioria dos enfermeiros recebeu treinamento para
atuar na UHD (5873) O treinamento possibilita ao profissional conhecer as
rotinas o ambiente e proporciona um melhor entrosamento com a equipe assim
como gera seguranccedila profissional
A demanda de tecnologia e a inovaccedilatildeo de equipamentos procedimentos e
materiais satildeo fatores determinantes para a necessidade de atualizaccedilotildees e
capacitaccedilotildees constantes para os profissionais de UHD Nesse sentido essas
unidades contam com enfermeiros altamente capacitados e treinados para que
73
gerenciem da melhor forma possiacutevel seu processo de trabalho e que desenvolvam
as suas competecircncias e dos demais membros da equipe
Atualmente se discute a diversidade de papeacuteis do enfermeiro o qual
desenvolve funccedilotildees assistenciais de chefia (supervisatildeo) e na educaccedilatildeo continuada
Em relaccedilatildeo ao papel de educador discute-se sobre coaching como uma ferramenta
para potencializar a lideranccedila por meio de estrateacutegias educativas pautadas em
valores e princiacutepios de estiacutemulo apoio investimento criatividade comprometimento
responsabilidade e efetividade dos processos e resultados (CUNHA 2008)
Cunha (2008) define coaching como ―um conceito que dirige a atenccedilatildeo para a
responsabilidade profissional pela conduccedilatildeo da equipe tendo clareza das metas da
missatildeo e da visatildeo institucionais
A literatura apresenta o coaching como um novo modelo de referencia para o
exerciacutecio do enfermeiro em contexto hospitalar Estudo desenvolvido com
enfermeiros de um hospital geral apresenta que o treinamento a partir dos princiacutepios
de coaching pode ser implementado para desenvolver conhecimentos habilidades e
atitudes desses profissionais (CARDOSO 2006)
Dessa maneira o coaching pode ser visualizado com um potencializador no
processo de trabalho em enfermagem visto que o profissional eacute estimulado
capacitado e responsabilizado pelo desenvolvimento de suas competecircncias Assim
gerencia e acompanha da melhor maneira possiacutevel as transformaccedilotildees dos
processos e das relaccedilotildees de trabalho na enfermagem fato que poderaacute auxiliar o
profissional a minimizar os estressores postos pelo trabalho
No desempenho das atividades profissionais em instituiccedilotildees de sauacutede sejam
puacuteblicas ou privadas por vezes os enfermeiros assumem um trabalho fragmentado
com carga horaacuteria elevada e com circunstacircncias peculiares do ambiente hospitalar
como o conviacutevio com a dor e sofrimento do outro o que pode acarretar no processo
de estresse interferir no desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no
trabalho
Diversos estudos tecircm discutido questotildees relacionadas ao estresse tais como
a resposta neuroendoacutecrina ao estressor e a quebra da homeostase (OrsquoCALLAGHAN
e MILER 2002) o estresse como fator de risco para doenccedilas como hipertensatildeo
aterosclerose e outras que envolvem alteraccedilotildees do sistema imunoloacutegico
(VANTALLIE 2002) os efeitos do estresse no trabalho na economia global (KALIA
2002) Da mesma forma evidenciam-se pesquisas nacionais e internacionais que
74
abordam questionamentos em relaccedilatildeo ao estresse do enfermeiro (BIANCHI 1990
LAUTERT 1995 FERREIRA 1998 STACCIARINI TROacuteCCOLI 2001 GUIDO 2003
SANGIULIANO 2004 BURKE 2005 HAYS et al 2006 GUERRER 2007
EDWARDS et al 2007 GRAZZIANO 2008 CAVALHEIRO 2008 GOLUBIC et al
2009)
Observa-se a teoria cognitiva de Lazarus e Folkman como a mais
amplamente discutida e aplicada nos estudos de estresse ocupacional a qual
sustenta que a reaccedilatildeo ao estresse vai depender da avaliaccedilatildeo do individuo frente a
determinada situaccedilatildeo e suas formas de enfrentamento (McVICAR 2003)
McVicar (2003) realizou uma revisatildeo de literatura com o objetivo de identificar
os principais estressores no trabalho do enfermeiro e para isso utilizou-se de trecircs
bases de dados de ampla abrangecircncia e um longo periacuteodo de investigaccedilatildeo (de 1985
a 2003) Dentre seus achados destacou como principais estressores sobrecarga de
trabalho questotildees de lideranccedila demandas emocionais no ato de cuidar conflitos de
funccedilotildees Em particular os enfermeiros inexperientes apontaram a falta de confianccedila
em suas habilidades Os estudos sugerem que apesar da semelhanccedila nas
atividades a identificaccedilatildeo do estresse pode variar de acordo com a aacuterea de atuaccedilatildeo
ou seja entre as diferentes unidades e suas peculiaridades como espaccedilo fiacutesico e
complexidade Por fim o autor afirma que aleacutem das caracteriacutesticas do ambiente de
trabalho a avaliaccedilatildeo individual de cada profissional eacute fundamental frente aos
estressores
Outra revisatildeo de literatura objetivou a identificaccedilatildeo de pesquisas relacionadas
ao estresse e agrave enfermagem ao redor do mundo Esse estudo avaliou investigaccedilotildees
realizadas em 17 paiacuteses distribuiacutedas principalmente entre Ameacuterica do Norte e
Europa Os autores comparam e contrastam os resultados resumindo que a maioria
dos estudos investiga fatores semelhantes que interferem no estresse em ambiente
de trabalho Destes destacam-se caracteriacutesticas sociodemograacuteficas demanda de
trabalho satisfaccedilatildeo sintomas apresentados Com a anaacutelise os autores apontam a
necessidade da realizaccedilatildeo de estudos que indiquem intervenccedilotildees no intuito de
auxiliar o enfermeiro no gerenciamento dos possiacuteveis estressores (LAMBERT e
LAMBERT 2001)
Eacute fato que algumas situaccedilotildees no trabalho do enfermeiro tais como
sobrecarga de trabalho dificuldades de relacionamento mudanccedilas organizacionais
75
entre outras satildeo percebidas como estressores Todavia cabe ao indiviacuteduo avaliar
cada situaccedilatildeo
Com relaccedilatildeo ao estresse os enfermeiros deste estudo pontuaram as
situaccedilotildees (estressores) com uma variaccedilatildeo entre 0 (ausecircncia de estresse) a 4
(estresse maacuteximo) A partir dos escores meacutedios foram distribuiacutedos entre baixo
meacutedio e alto estresse A maioria 33 enfermeiros (524) obtiveram meacutedia de
estresse entre 111 e 197 Evidencia-se que os enfermeiros de UHD uma maneira
geral tenderam a baixos escores com valores meacutedios mais proacuteximos de 0 do que
de 4
Ao analisar as diferenccedilas entre os trecircs grupos de enfermeiros classificados
quanto ao estresse natildeo foram encontradas diferenccedilas estatiacutesticas significativas
entre os grupos e demais variaacuteveis Esse dado indica uma populaccedilatildeo homogecircnea
com relaccedilatildeo agraves suas caracteriacutesticas
O instrumento permitiu uma anaacutelise dos estressores distribuiacutedos em cinco
domiacutenios Verificou-se que o domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas foi o de maior escore
(163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038) e sobrecarga de funccedilotildees
(156plusmn036) O domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento E ao comparar os domiacutenios pode-se identificar que as meacutedias dos
domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e situaccedilotildees criacuteticas foram
significativamente maiores do que o domiacutenio dificuldade de relacionamento Sendo
que o domiacutenio gerenciamento pessoal natildeo diferiu do restante
O domiacutenio situaccedilotildees criacuteticas eacute composto por itens que abordam diferentes
situaccedilotildees (estressores) relacionadas ao cuidado do paciente criacutetico a peculiaridades
dessas unidades e ainda a itens relacionados agrave proacutepria competecircncia profissional
Conflito de funccedilotildees eacute um domiacutenio que contempla questotildees diretamente relacionadas
a conflitos entre o profissional e sua equipe ou instituiccedilatildeo aleacutem dos conflitos na vida
social que repercutam no trabalho Por fim a sobrecarga de trabalho relaciona-se
com situaccedilotildees ligadas ao tempo e agrave demanda de atividades
Assim as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
dentre os domiacutenios foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados
pouco competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118) implementar decisotildees
importantes (217plusmn098)
76
Lautert (1999) se propocircs a investigar como enfermeiras esgotadas ou natildeo
com o seu trabalho percebem suas tarefas Na anaacutelise a sobrecarga de trabalho se
destacou em ambos os grupos Essa sobrecarga de trabalho se traduz em trecircs
subcategorias acuacutemulo de funccedilotildees que desenvolvem ao longo da jornada de
trabalho o que gera tensatildeo e esgotamento pressatildeo do tempo devido ao excesso de
trabalho para o tempo de que se dispotildee e falta de colaboraccedilatildeo dos colegas gerada
pelo descomprometimento do grupo de trabalho
As questotildees relacionadas agrave pressatildeo quanto ao tempo (estressor com elevado
escore) estatildeo diretamente relacionadas agrave sobrecarga de trabalho na populaccedilatildeo
estudada O indiviacuteduo percebe-se sobrecarregado quando sente que tem atividades
demais para desenvolver natildeo possui o tempo suficiente para realizaacute-las e por
vezes nem os recursos para o bom desenvolvimento de suas atividades Dessa
maneira ocorre o desequiliacutebrio entre as exigecircncias do trabalho e a capacidade do
indiviacuteduo para atendecirc-las
A sobrecarga de trabalho eacute inerente ao profissional de enfermagem causa a
rotatividade de profissionais afeta a sauacutede desses profissionais e sua satisfaccedilatildeo da
mesma forma que diminui a qualidade do trabalho ou seja da assistecircncia prestada
ao paciente (GOLUBIC 2009)
Batista (2005) levando em conta o porte e abrangecircncia de cada unidade
pesquisada identificou que as instituiccedilotildees trabalham com um nuacutemero reduzido de
enfermeiros o que acarreta na sobrecarga de trabalho desse profissional Nesse
sentido o mesmo fato ocorreu com a populaccedilatildeo estudada visto que havia carecircncia
de profissionais
Outro fator visto na literatura para justificar a sobrecarga de trabalho eacute a
manutenccedilatildeo de mais de um viacutenculo empregatiacutecio em instituiccedilotildees de sauacutede
desenvolvendo atividades assistenciais Esse fato pode aumentar o cansaccedilo apoacutes a
jornada de trabalho diminuir o tempo de descanso e ateacute mesmo o tempo para a
realizaccedilatildeo de atividades que tenham a finalidade de aliviar o desgaste inerente ao
trabalho (ANABUKI 2001) No entanto essa questatildeo dificilmente estaacute relacionada agrave
sobrecarga de trabalho da populaccedilatildeo estuda pois a maioria (778) natildeo possuiacutea
outro viacutenculo empregatiacutecio aleacutem da UHD
Bianchi (1999) identificou uma associaccedilatildeo entre a sobrecarga de trabalho e
maiores niacuteveis de estresse para enfermeiros assistenciais fato justificado pelas suas
77
atividades No entanto neste estudo natildeo foi verificada diferenccedila significativa entre o
cargo (chefe ou assistencial) e os escores de estresse
Absenteiacutesmo e presenteiacutesmo satildeo outros fatores importantes que repercutem
na sobrecarga de trabalho do enfermeiro podendo levar ao estresse O primeiro eacute a
ausecircncia do profissional que pode ser decorrente de falta folgas e feacuterias sem
substituiccedilotildees o que leva agrave carga excessiva de trabalho esgotamento pessoal
acuacutemulo de atividades cansaccedilo e desatenccedilatildeo dos demais profissionais (LIMA
JUNIOR ESTER 2001) O segundo eacute caracterizado pela presenccedila sem
produtividade ou seja o profissional encontra-se trabalhando mesmo doente
Pesquisadores indicam que o presenteiacutesmo se torna cada vez mais visiacutevel entre
enfermeiros e que muitas vezes aleacutem de causa eacute uma reaccedilatildeo ao excesso de
trabalho e ao estresse no trabalho (MIDDAUGH 2006)
Neste estudo dois enfermeiros foram excluiacutedos por estarem em licenccedila de
qualquer natureza no periacuteodo da coleta no entanto natildeo foi identificada a causa da
licenccedila Em relaccedilatildeo ao presenteiacutesmo o instrumento permitiu uma avaliaccedilatildeo de
sintomas apresentados pelos enfermeiros poreacutem natildeo foram investigados
diagnoacutesticos de doenccedilas nem questotildees sobre produtividade assim o presenteiacutesmo
da populaccedilatildeo estudada natildeo pocircde ser mensurado
Para Stacciarini e Troacutecoli (2001) a sobrecarga de trabalho eacute a queixa mais
comum na aacuterea da assistecircncia a sauacutede devido a diversos fatores Dentre os
principais cita o direcionamento inadequado de profissionais as exigecircncias
excessivas dos pacientes e da proacutepria equipe processo de trabalho fragmentado
recursos materiais escassos ou inadequados entre outros
O processo de trabalho em enfermagem eacute fundamentado no trabalho em
equipe onde cada profissional seja enfermeiro ou teacutecnico de enfermagem ocupa
um papel importante nesse processo A partir dessa premissa pode-se destacar a
complexidade da praacutetica profissional do enfermeiro que se vecirc diante da tarefa de
gerenciar a equipe de enfermagem
Para a populaccedilatildeo estudada ter subordinados pouco competentes eacute um dos
maiores estressores no seu trabalho Obviamente que o enfermeiro precisa
gerenciar a assistecircncia e delegar funccedilotildees Com isso os outros profissionais
assumem diferentes responsabilidades diante do seu trabalho Caso esse
profissional natildeo tenha competecircncia para a execuccedilatildeo das atividades todo o processo
de trabalho seraacute prejudicado o que pode resultar no estresse de toda a equipe
78
Os enfermeiros apontaram que intermediar os conflitos entre aacutereas setores e
unidades eacute um dos principais estressores dentre as suas atividades Cabe salientar
que em alguns municiacutepios as UHDs satildeo serviccedilos terceirizados dentro de uma
instituiccedilatildeo hospitalar Por exemplo se pocircde identificar duas UHDs em um mesmo
hospital sendo que cada uma atuava de forma independente
Zamberlan (2005) apresenta aspectos que influenciam a assistecircncia de
enfermagem como a influecircncia da terceirizaccedilatildeo no processo de cuidado de
enfermagem aos pacientes submetidos a estudos hemodinacircmicos Destaca
dificuldades de integraccedilatildeo e continuidade dos cuidados entre serviccedilos terceirizados
e natildeo terceirizados e ainda evidencia a necessidade de uma equipe integrada entre
o serviccedilos de hemodinacircmicas e outras unidades de internaccedilatildeo
Possivelmente os conflitos ocorrem nos momentos de admissatildeo ou
encaminhamento dos pacientes para as unidades de internaccedilatildeo ou cuidados
intensivos Ou ainda com unidades de apoio geralmente responsaacuteveis pela dieta
dos pacientes pela limpeza das unidades e pela esterilizaccedilatildeo dos artigos meacutedico-
hospitalares Evidencia-se que o processo de trabalho de enfermagem em UHD se
daraacute de forma efetiva a partir do apoio de outras unidades e profissionais Assim o
enfermeiro deve gerenciar da melhor maneira possiacutevel os conflitos com outras
unidades vista a importacircncia de cada um nesse processo dessa maneira evitando
eventuais situaccedilotildees que possam ser consideradas estressantes
Ainda implementar decisotildees importantes destacou-se como um estressor
para os enfermeiros pesquisados Essa situaccedilatildeo geralmente proveacutem de mudanccedilas
no processo de trabalho Agrave medida que ocorrem elas necessitam ser
implementadas e cabe ao enfermeiro essa funccedilatildeo
Segundo Cunha (2008) a evoluccedilatildeo das instituiccedilotildees de sauacutede determina a
necessidade de mudanccedilas contiacutenuas e tem gerado certo desconforto e inseguranccedila
na equipe de enfermagem A autora complementa que nem sempre as organizaccedilotildees
disponibilizam estrateacutegias e tempo para efetivar as mudanccedilas
Por outro lado a variaacutevel que apresentou menor meacutedia na avaliaccedilatildeo dos
estressores foi a luminosidade da unidade (063plusmn080) Esse fato evidencia que
esses profissionais estatildeo adaptados a essa condiccedilatildeo posta pelo trabalho visto que
a luminosidade das UHDs eacute uma peculiaridade desse serviccedilo pois durante os
procedimentos a intensidade da luz permanece diminuiacuteda para melhor visualizaccedilatildeo
das imagens produzidas
79
As caracteriacutesticas do trabalhador e condiccedilotildees de trabalho satildeo variaacuteveis
importantes para a anaacutelise do estresse Assim foram realizadas comparaccedilotildees entre
os escores de estresse e variaacuteveis de identificaccedilatildeo trabalho e profissatildeo e haacutebitos
sociais Entre as variaacuteveis investigadas nesse estudo encontrou-se diferenccedila
estatiacutestica significativa para o esforccedilo realizado para ir ao trabalho satisfaccedilatildeo
vontade de mudar de profissatildeo e o uso de indutores do sono
A maioria dos enfermeiros de UHD do RS considera-se satisfeita com o
trabalho (8571) sendo que os enfermeiros satisfeitos apresentaram menores
meacutedias de estresse (147plusmn056) quando comparados com os insatisfeitos
(196plusmn040) (p=0014)
A partir de uma revisatildeo de literatura alguns autores apresentam
caracteriacutesticas que interferem e determinam a satisfaccedilatildeo bem como consequecircncias
da satisfaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo no ambiente de trabalho Dentre os determinantes
estatildeo a carga de trabalho excessiva a interferecircncia do trabalho na vida particular a
carecircncia de autoridade e influecircncia necessaacuterias agrave execuccedilatildeo de seu trabalho E entre
as consequecircncias da insatisfaccedilatildeo destaca-se principalmente o estresse
complementando que ambos contribuem para um efeito negativo na sauacutede do
trabalhador (MARQUEZE e MORENO 2005)
Marqueze e Moreno (2005) afirmam que o processo de satisfaccedilatildeo no trabalho
resulta da complexa e dinacircmica interaccedilatildeo das condiccedilotildees gerais de vida das
relaccedilotildees de trabalho do processo de trabalho e do controle que os proacuteprios
trabalhadores possuem sobre suas condiccedilotildees de vida e trabalho
Em estudo que avaliou fatores de motivaccedilatildeo e insatisfaccedilatildeo dos enfermeiros
com o trabalho pode-se identificar que dentre os principais fatores motivacionais
destacam-se o gostar do que faz o relacionamento satisfatoacuterio com a equipe
multiprofissional a possibilidade de obter crescimento profissional entre outros
(BATISTA 2005)
Um pequeno percentual de enfermeiros do estudo tinha vontade de mudar de
profissatildeo (952) E quando comparados com os enfermeiros que natildeo tinham
vontade de mudar de profissatildeo os primeiros apresentam maiores meacutedias de
estresse (p=0009)
Eacute possiacutevel que o estresse relacionado agrave sobrecarga de trabalho relatado
pelos enfermeiros fosse responsaacutevel pela insatisfaccedilatildeo com seu trabalho bem como
pela vontade de mudar de profissatildeo
80
Segundo Coomber e Barriball (2007) a insatisfaccedilatildeo no trabalho tem sido um
fator que contribui para a intenccedilatildeo de mudar de profissatildeo no entanto esta eacute uma
aacuterea complexa Assim realizaram uma revisatildeo de literatura com o objetivo de
explorar o impacto de componentes da satisfaccedilatildeo no trabalho para enfermeiros com
vontade de mudar de profissatildeo a fim de identificar os fatores mais influentes As
principais conclusotildees sugerem que o estresse e problemas de lideranccedila exercem
influecircncia sobre a insatisfaccedilatildeo
Larrabee et al (2003) apresenta que nos Estados Unidos a taxa nacional de
evasatildeo de enfermeiros foi de 12 em 1996 15 em 1999 e 262 em 2000 O
mesmo estudo mostra que o volume de saiacutedas (turnouver) tem como maior indicador
a insatisfaccedilatildeo profissional
A rotatividade de profissionais em um serviccedilo pode ser vista como maleacutefica
para o processo de trabalho e a proacutepria instituiccedilatildeo Esse fato pode elevar custos
relacionados ao processo de seleccedilatildeo e treinamento e ainda pode comprometer a
qualidade dos serviccedilos prestados (GRAZZIANO 2008)
Destaca-se que dos 63 enfermeiros trecircs faziam uso de indutores do sono e
apresentavam menores meacutedia de estresse (125plusmn005) quando comparados com os
que natildeo faziam uso dessa medicaccedilatildeo (155plusmn057) (p=0001) Com isso evidencia-se
uma possibilidade da medicaccedilatildeo utilizada pelos profissionais estar repercutindo no
estresse desses enfermeiros
Acredita-se que a frequecircncia dos estressores estaacute diretamente relacionada ao
risco Quanto mais frequentes mais o corpo fica em atividade (alerta) o que acelera
o ritmo e o desgaste do sistema bioloacutegico Isso pode levar o indiviacuteduo ao
esgotamento diminuindo a capacidade do corpo de se defender e em
consequecircncia aumentando o risco do desenvolvimento de doenccedilas (DOLAN 2006)
Neste estudo com relaccedilatildeo aos sintomas apresentados pelos profissionais
verificou-se que o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088) As variaacuteveis que
atingiram maiores meacutedias foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca
ou zona cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134) cefaleia
(156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
Pesquisadores a partir de uma revisatildeo bibliograacutefica concluem que o estresse
e os aspectos psicossociais do trabalho satildeo importantes fatores de risco a serem
identificados e compreendidos em ambiente laboral Em particular a relaccedilatildeo entre
81
estresse e distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico se daacute a partir de um estressor que
desencadeia uma cascata de reaccedilotildees fisioloacutegicas que levam o indiviacuteduo a
manifestar sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos (MAGNAGO et al 2009)
Ainda essas autoras apontam uma mudanccedila em relaccedilatildeo aos fatores de risco
dos distuacuterbios muacutesculo-esqueleacuteticos Tradicionalmente eles satildeo relacionados a
fatores como levantamento de peso adoccedilatildeo de posturas inapropriadas e ao trabalho
repetitivo mas recentemente os estressores mentais vecircm sendo acrescidos como
fatores de risco (MAGNAGO et al 2009)
Iwatsubo e Caillard (2000) apontam que os profissionais de sauacutede estatildeo entre
os trabalhadores com alta prevalecircncia de doenccedilas crocircnicas muacutesculo-esqueleacuteticas
(dores na zona lombar cerca de 50 outros locais 20 a 50) Dados que
corroboram com os encontrados neste estudo
Esses autores apontam que vaacuterias pesquisas objetivam determinar fatores de
risco de doenccedilas muacutesculo-esqueleacuteticas em particular para a dor nas costas Eentre
os principais fatores fiacutesicos estatildeo o levantamento e transferecircncia manual de
pacientes tarefas envolvendo movimentos como puxar e empurrar posturas
incorretas e ficar de peacute durante grande parte do dia Aleacutem disso outros fatores tal
como atores psicossociais e a organizaccedilatildeo do trabalho tambeacutem tecircm sido apontados
mais recentemente poreacutem a contribuiccedilatildeo destes fatores segundo os autores natildeo
tem sido claramente demonstrada (Iwatsubo e Caillard 2000)
Recentemente Magnago (2008) confirma a hipoacutetese de que trabalhadores
sob alta exigecircncia no trabalho apresentariam prevalecircncia mais elevada para
distuacuterbio muacutesculo-esqueleacutetico A alta exigecircncia engloba alta demanda psicoloacutegica e
baixo controle o primeiro diz respeito agraves exigecircncias psicoloacutegicas enfrentadas pelo
trabalhador durante a execuccedilatildeo das suas tarefas e o segundo engloba
aspectos referentes ao uso de habilidades e autoridade de decisatildeo (KARASEK e
THEOumlRELL 1990)
Cabe ressaltar que em UHD aleacutem dos potenciais estressores do trabalho os
profissionais de enfermagem estatildeo expostos agrave radiaccedilatildeo ionizante pois durante
procedimentos eacute utilizada a fluoroscopia (imagem em tempo real) a qual pode ter
longa duraccedilatildeo com potencial de alto risco de exposiccedilatildeo agrave radiaccedilatildeo ionizante para os
trabalhadores Assim para a proteccedilatildeo radioloacutegica faz-se necessaacuterio o uso dos
aventais de chumbo como parte dos Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual (EPIs)
exigidos na referida unidade Salienta-se que o peso dos aventais varia entre 2kg e
82
5kg conforme suas dimensotildees (altura largura e comprimento) e esse fato pode
estar diretamente relacionado agraves dores identificadas na populaccedilatildeo estudada
Batista (2005) em estudo sobre o estresse entre enfermeiros de unidades de
emergecircncia evidenciou que as maiores meacutedias estavam relacionadas com a
ausecircncia de condiccedilotildees de trabalho para o desempenho das atividades do
enfermeiro Quanto ao estado de sauacutede pocircde ser avaliado como regular havendo
comprometimento de todo o sistema orgacircnico com os distuacuterbios do sistema
cardiovascular prevalentes seguidos dos distuacuterbios respiratoacuterios e gastrointestinais
Dados que diferem dos apresentados nesse estudo
Contudo a fim de identificar a relaccedilatildeo do estresse com os sintomas
apresentados pelos enfermeiros pesquisados foi realizada a correlaccedilatildeo entre essas
duas variaacuteveis A partir dessa anaacutelise identificou-se correlaccedilatildeo positiva alta
significativa entre estresse e sintomas apresentados pelos enfermeiros
(r=0629plt0001) Assim evidencia-se que agrave medida que aumentam os escores de
estresse aumentam os sintomas apresentados por esses profissionais
Os estudos de Lautert et al (1999) Sanguiuliano (2004) Guido (2006)
Cavalheiro (2008) sobre estresse em enfermeiros mostram correlaccedilotildees entre
alteraccedilotildees da sauacutede e o estado de sauacutede Satildeo dados que se aproximam dos
encontrados neste estudo no entanto devem ser consideradas as particularidades
de cada estudo e possiacuteveis variaacuteveis confunditoacuterias
Salienta-se que a conjunccedilatildeo de fatores decorrentes do processo de trabalho
dos enfermeiros de UHD especificamente discutidos neste estudo favorece o
processo de estresse Entretanto deve-se considerar que por vezes indiviacuteduos
expostos agraves mesmas situaccedilotildees natildeo o desenvolvem
Na enfermagem nas diferentes funccedilotildees e unidades de trabalho os
profissionais diferenciam-se tambeacutem pelo perfil de suas caracteriacutesticas e
competecircncias frente a estressores alguns se mostram mais fragilizados outros
mais resilientes Resiliecircncia eacute o aprendizado decorrente das vivecircncias em situaccedilotildees
traumaacuteticas eacute um processo em que o indiviacuteduo se adapta a partir de experiecircncias
(CUNHA 2008)
Perceber que no trabalho eacute importante ter condiccedilotildees fiacutesicas e psicoloacutegicas
adequadas para exercecirc-lo com autonomia seguranccedila e capacidade aleacutem do
reconhecimento pela equipe e instituiccedilatildeo tornam-se fatores indispensaacuteveis para
83
garantir a realizaccedilatildeo de um trabalho com motivaccedilatildeo satisfaccedilatildeo compromisso e
produtividade
Ser enfermeiro em UHD hoje significa vivenciar dinacircmicas de trabalho
caracterizadas por avanccedilos tecnoloacutegicos aliados a transformaccedilotildees institucionais
muacuteltiplas demandas pressatildeo do tempo sobrecarga de trabalho vulnerabilidade ao
estresse Cabe a esse profissional avaliar as diferentes situaccedilotildees postas pelo
trabalho e gerenciaacute-las da melhor maneira possiacutevel para que natildeo interfiram no
desempenho de suas accedilotildees e na qualidade de vida no trabalho assim como para
evitar o desencadeamento de possiacuteveis sintomas de sauacutede
84
7 CONCLUSOtildeES
A partir dos objetivos propostos para este estudo os resultados permitiram as
seguintes conclusotildees
O instrumento utilizado apresentou consistecircncia interna nas duas escalas
(estressores e sintomas) para a populaccedilatildeo estudada Assim como
demonstrou capacidade convergente no que se propocircs a medir devido agraves
correlaccedilotildees positivas estatisticamente significativas entre os domiacutenios de
cada escala
5264 das UHD do RS encontram-se na capital e cidades da regiatildeo
metropolitana
Quanto aos dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que atuam em
UHD no RS conclui-se que
905 dos enfermeiros satildeo do sexo feminino
556 dos enfermeiros satildeo casados
Idade meacutedia de 3524 (plusmn821) variando entre 24 e 57 anos
619 dos enfermeiros apresentam tempo de formaccedilatildeo entre um a dez
anos
651 dos enfermeiros trabalham a menos de cinco anos em UHD
778 dos enfermeiros tem curso de poacutes-graduaccedilatildeo
378 dos enfermeiros satildeo especializados em cardiologia
556 dos enfermeiros satildeo assistenciais
774 dos enfermeiros trabalham em UHD privadas
778 dos enfermeiros natildeo tem outro emprego
683 dos enfermeiros trabalha no turno da manhatilde 698 de tarde e
ainda 762 natildeo faz sobreaviso
Quando comparados os dados sociodemograacuteficos dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
85
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo ocupam o maior numero de cargos de
chefia e os que natildeo possuem poacutes-graduaccedilatildeo desempenham mais
funccedilotildees assistenciais (p=0049)
enfermeiros com poacutes-graduaccedilatildeo apresentam maiores meacutedias para o
tempo de formaccedilatildeo (p=0021) e o tempo de trabalho em UHD
(p=0036)
enfermeiros com cargos de chefia trabalham predominantemente nos
turnos da manhatilde (plt0001) e tarde (plt0001) cumprem sobreaviso
(p=001) e ainda tem em meacutedia tempo maior de trabalho em UHD
(p=0007)
enfermeiros que cumprem sobreaviso natildeo tem outro emprego
(p=0028)
Quanto agraves variaacuteveis relacionadas ao trabalho e profissatildeo e a
comparaccedilatildeo entre estas e demais variaacuteveis conclui-se que
587 dos enfermeiros receberam treinamento para atuar em UHD
857 dos enfermeiros natildeo fazem esforccedilo para trabalhar
857 dos enfermeiros estatildeo satisfeitos com o trabalho em UHD
841 dos enfermeiros natildeo considera o dia de trabalho interminaacutevel
enfermeiros que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam-se
satisfeitos (p=0002) e natildeo percebem o dia de trabalho como
interminaacutevel (p=0003) quando comparados com os enfermeiros que
fazem esforccedilo para ir ao trabalho
enfermeiros assistenciais apresentam-se mais insatisfeitos com seu
trabalho do que enfermeiros com cargos de chefia (p=0036)
Quanto aos haacutebitos sociais dos enfermeiros que atuam em UHD no RS
conclui-se que
794 dos enfermeiros ingerem bebida alcooacutelica agraves vezes
984 dos enfermeiros natildeo fumam
952 dos enfermeiros natildeo fazem uso de indutores do sono
86
quando comparados enfermeiros do sexo feminino e masculino em
relaccedilatildeo ao uso de indutores do sono identifica-se que o consumo entre
os homens eacute maior do que o consumo entre o grupo de mulheres
(p=0022)
Quanto aos dados relacionados ao estresse dos enfermeiros que atuam
em UHD no RS conclui-se que
524 dos enfermeiros obtiveram meacutedia entre 111 e 197
classificados com meacutedio estresse
situaccedilotildees criacuteticas foi o domiacutenio de estresse que apresentou maior
escore (163plusmn029) seguido de conflito de funccedilotildees (158plusmn038)
o domiacutenio de menor escore (131plusmn020) foi dificuldade de
relacionamento
as meacutedias dos domiacutenios conflitos de funccedilotildees sobrecarga de trabalho e
situaccedilotildees criacuteticas foram significativamente maiores do que o domiacutenio
dificuldade de relacionamento (plt005) Sendo que o domiacutenio
gerenciamento pessoal natildeo difere do restante
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de estressores
foram sobrecarga de trabalho (234plusmn084) ter subordinados pouco
competentes (231plusmn116) intermediar os conflitos entre aacutereas setores
e unidades (223plusmn034) pressotildees quanto ao tempo (218plusmn118)
implementar decisotildees importantes (217plusmn098)
as variaacuteveis com menores meacutedias na escala de estressores foram
luminosidade da unidade (063plusmn080) disputa de cargos com os
colegas (066plusmn097) atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua
carreira (085plusmn089) relaccedilotildees com os colegas (082plusmn085) percurso
realizado de casa para o trabalho (087plusmn114)
os enfermeiros que fazem esforccedilo para ir ao trabalho apresentam
maiores meacutedias de estresse quando comparados com os enfermeiros
que natildeo fazem esforccedilo para ir ao trabalho (p=0021)
os enfermeiros satisfeitos com seu trabalho apresentam menores
meacutedias de estresse (p=0014)
87
os enfermeiros que tem vontade de mudar de profissatildeo apresentam
maiores meacutedias de estresse (p=0009)
os enfermeiros que natildeo fazem uso de indutor do sono apresentam
maiores meacutedia de estresse (p=0001)
Quanto aos dados relacionados aos sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
o domiacutenio alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacutetico apresentou maior meacutedia
(139plusmn094) seguido de alteraccedilotildees no sono e repouso (101plusmn088)
alteraccedilotildees imunoloacutegicas foi o domiacutenio que apresentou menor meacutedia
(040plusmn054)
as variaacuteveis que atingiram maiores meacutedias na escala de sintomas
foram dores na zona lombar (186plusmn133) dores na nuca ou zona
cervical (178plusmn130) necessidade excessiva de dormir (159plusmn134)
cefaleacuteia (156plusmn116) dores musculares (148plusmn112)
as variaacuteveis que atingiram menores meacutedias foram hipertermia
(005plusmn021) pressatildeo arterial alta (022plusmn052) enfermidades infecciosas
(022plusmn058) suores frios (024plusmn058) diarreacuteia (030plusmn071)
Quanto a correlaccedilatildeo entre estresse e sintomas dos enfermeiros que
atuam em UHD no RS conclui-se que
Houve correlaccedilatildeo positiva alta significativa entre estresse e sintomas
apresentados pelos enfermeiros (r=0629plt0001)
Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa para o domiacutenio gerenciamento de
pessoal com os seguintes domiacutenios alteraccedilotildees imunoloacutegicas (r=0163
plt005) e alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas (r=0199plt005)
88
8 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Estudos acerca de estresse entre enfermeiros no Brasil datam de mais de
duas deacutecadas Nesse periacuteodo buscou-se identificar sua ocorrecircncia e sua correlaccedilatildeo
com variaacuteveis sociodemograacuteficas ou com caracteriacutesticas do ambiente laboral e
ainda identificar estressores a fim de compreender o processo de estresse no
trabalho
O estresse eacute um desafio permanente ao enfermeiro no trabalho repercute na
sua sauacutede e na qualidade da assistecircncia prestada ao paciente aleacutem de refletir em
custos para as instituiccedilotildees de sauacutede Atualmente tecircm-se exigido dos profissionais
constantes adaptaccedilotildees a fim de acompanhar os avanccedilos da ciecircncia que por vezes
supera os limites dos profissionais levando o ao desgaste fiacutesico e emocional
Investigar conjuntamente a sauacutede o estresse e o trabalho eacute possiacutevel pois
esses satildeo elementos incorporados ao processo de vida e do proacuteprio trabalho Poreacutem
satildeo elementos norteadores que podem sofrer interferecircncia de diferentes aspectos
os quais podem contribuir ou natildeo com a sauacutede do enfermeiro no trabalho
Os estressores identificados no trabalho do enfermeiro de hemodinacircmica se
assemelham aos encontrados em outros estudos com particularidades por razotildees
da especificidade desse setor Sendo este um processo complexo torna-se difiacutecil
apontar situaccedilotildees definitivas e conclusivas No entanto salienta-se que neste
estudo as questotildees pertinentes ao nuacutemero reduzido de trabalhadores e agrave
consequente sobrecarga de trabalho bem como aspectos relacionados ao tempo
demonstram a exigecircncia de uma otimizaccedilatildeo da produccedilatildeo em meio ao processo de
trabalho
Em relaccedilatildeo aos sintomas destacam-se as alteraccedilotildees muacutesculo-esqueleacuteticas
apresentadas pelos enfermeiros do estudo Essas alteraccedilotildees refletem um conjunto
de fatores associados o que converge com a literatura As atividades desenvolvidas
pelo enfermeiro em UHD propiciam fatores de riscos fiacutesicos para doenccedilas muacutesculo-
esqueleacuteticas acrescidos de fatores mentais relacionados aos potenciais estressores
do trabalho
89
Ao fim deste estudo confirma-se a hipoacutetese de que o estresse repercute
diretamente na sauacutede do profissional tendo os estressores como fatores de
exposiccedilatildeo e os sintomas como fatores de repercussatildeo
Dentre as limitaccedilotildees do estudo destacam-se a ausecircncia de dados preacutevios
para possiacuteveis comparaccedilotildees a escassez de publicaccedilotildees relacionadas agrave questatildeo de
pesquisa a natildeo inclusatildeo de todas as UHDs do Brasil para evidenciar possiacuteveis
diferenccedilas entre regiotildees a natildeo avaliaccedilatildeo caracteriacutesticas de cada unidade como
nuacutemero de profissionais que compotildeem a equipe de enfermagem nuacutemero de
procedimentos realizados condiccedilotildees de trabalho entre outros fatores que possam
repercutir diretamente no processo de trabalho do enfermeiro de UHD
Ressalta-se a importacircncia dessas limitaccedilotildees agrave medida que apontam
caminhos para novas pesquisas e instiguem investigaccedilotildees que envolvam a temaacutetica
proposta Dessa maneira estudos que complementem ou ainda que confrontem
esses achados satildeo necessaacuterios
Poreacutem cabe destacar aspectos positivos de operacionalizar um estudo deste
porte como o desafio na busca pelo referencial a ser adotado ao longo do estudo a
coleta de dados com abrangecircncia no Rio Grande do Sul o apoio e a colaboraccedilatildeo de
pesquisadores envolvidos com a temaacutetica mas sobretudo o estiacutemulo constante e a
participaccedilatildeo efetiva de todos os sujeitos envolvidos neste estudo
Por fim acredita-se que as implicaccedilotildees deste estudo estatildeo principalmente
relacionadas a um diagnoacutestico situacional vistos os dados apresentados e
discutidos Eles possibilitam aos enfermeiros uma visualizaccedilatildeo do seu processo de
trabalho em relaccedilatildeo aos demais profissionais de diferentes municiacutepios ou unidades
da mesma forma que oportunizam uma reflexatildeo sobre os muacuteltiplos aspectos que
compotildeem essa praacutetica E ainda pode vir a fornecer subsiacutedios para instituiccedilotildees que
tenham interesse no direcionamento de poliacuteticas de recursos humanos e formaccedilatildeo
profissional
90
REFEREcircNCIAS
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99
APEcircNDICES
APEcircNDICE A ndash Listas das Unidades de Hemodinacircmicas do RS
Cidade Instituiccedilatildeo
Bento Gonccedilalves HOSPITAL TACCHINI
Canoas HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE CANOAS - ULBRA
Caxias do Sul PIO SODAL DAMAS CARIDADE MANTENEDORA HOSPITAL
NOSSA SENHORA DE POMPEacuteIA
Caxias do Sul HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL UNIMED CAXIAS DO SUL
Caxias do Sul HOSPITAL NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
Caxias do Sul HOSPITAL DEL MESE (CATH)
Gravataiacute HOSPITAL DOM JOAtildeO BECKER
Ijuiacute HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUIacute
Lajeado SOCIEDADE BENEFICENCIA E CARIDADE DE LAJEADO ndash HOSPITAL BRUNO BORN
Novo Hamburgo HOSPITAL GERAL DE NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo HOSPITAL REGINA (CARDIOSINOS)
Passo Fundo
SOCIEDADE HOSPITALAR BENEFICENTE SAtildeO VICENTE DE
PAULO
Passo Fundo HOSPITAL PRONTO CLIacuteNICA
Pelotas SANTA CASA DE MISERICOacuteRDIA DE PELOTAS
Pelotas SOCIEDADE PORTUGUESA DE BENEFICEcircNCIA
Porto Alegre FUN UNIVERSITAacuteRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE
CARDIOLOGIA ndash ICFUC
Porto Alegre HOSPITAL DE CLIacuteNICAS DE POA ndash HCPA
Porto Alegre HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEICcedilAtildeO
Porto Alegre UNIAtildeO BRASILEIRA EDUCACcedilAtildeO E ASSISTEcircNCIA
HOSPSAtildeO LUCAS PUC
Porto Alegre HOSPITAL GERAL DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
Porto Alegre SISTEMA DE SAUacuteDE MAtildeE DE DEUS
100
Porto Alegre MAtildeE DE DEUS CENTER
Porto Alegre SANTA CASA COMPLEXO HOSPITALAR PORTO ALEGRE
Porto Alegre CINECORacuteS
Porto Alegre HOSPITAL ULBRA
Porto Alegre HOSPITAL DIVINA PROVIDEcircNCIA (LABOCATH)
Porto Alegre ISCMPA HOSPITAL SANTA CLARA HOSP UNIV MEC MPAS
Porto Alegre HOSPITAL ERNESTO DORNELES
Porto Alegre HOSPITAL BENEFICIENCIA PORTUGUESA
Rio Grande ASSOCIACcedilAtildeO CARIDADE SANTA CASA DE RIO GRANDE
Santa Cruz do Sul HOSPITAL ANA NERY (INTERVALE ndash INTERVENCcedilOtildeES
VASCULARES DO VALE DO RIO PARDO)
Santa Cruz do Sul HOSPITAL SANTA CRUZ - CDI
Santa Maria HOSPITAL UNIVERSITAacuteRIO DE SANTA MARIA ndash HUSM
Santa Maria INSTITUTO DO CORACcedilAtildeO ndash ICOR
Santa Maria HEMOCOR
Satildeo Leopoldo HOSPITAL CENTENAacuteRIO
101
APEcircNDICE B ndash Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Tiacutetulo do estudo Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador(es) responsaacutevel(is) Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa MariaDepartamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Prezado(a) Senhor(a)
Vocecirc estaacute sendo convidado(a) a responder agraves perguntas deste questionaacuterio de forma
totalmente voluntaacuteria
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este questionaacuterio eacute
muito importante que vocecirc compreenda as informaccedilotildees e instruccedilotildees contidas neste
documento
Os pesquisadores deveratildeo responder todas as suas duacutevidas antes que vocecirc se
decida a participar
Vocecirc tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento sem
nenhuma penalidade e sem perder os benefiacutecios aos quais tenha direito
Objetivo do estudo Avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos
enfermeiros que atuam em Unidades de Hemodinacircmica
Procedimentos Sua participaccedilatildeo nesta pesquisa consistiraacute no preenchimento deste
questionaacuterio respondendo agraves perguntas formuladas
Benefiacutecios Esta pesquisa traraacute maior conhecimento sobre o tema abordado sem benefiacutecio
direto para vocecirc
Riscos O preenchimento deste questionaacuterio apresentaraacute risco miacutenimo desconforto
emocional que pode surgir quando das respostas do mesmo
Sigilo As informaccedilotildees fornecidas por vocecirc teratildeo sua privacidade garantida pelos
pesquisadores responsaacuteveis Os sujeitos da pesquisa natildeo seratildeo identificados em nenhum
102 momento mesmo quando os resultados desta pesquisa forem divulgados em qualquer
forma
Ciente e de acordo com o que foi anteriormente exposto eu __________________ estou
de acordo em participar desta pesquisa assinando este consentimento em duas vias
ficando com a posse de uma delas
Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 -------------------------------------------------- Assinatura do sujeito de pesquisa Declaro que obtive de forma apropriada e voluntaacuteria o Consentimento Livre e Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participaccedilatildeo neste estudo Santa Maria 04 de Fevereiro de 2009 ------------------------------------------------------ Assinatura do responsaacutevel pelo estudo
Endereccedilo pesquisador Rua Silva Jardim 1899 apto 402 CEP 97010-493 ndash Santa Maria ndash RS ndash tel (55)32177608 ndash emailgracielelinchgmailcom
Se vocecirc tiver alguma consideraccedilatildeo ou duacutevida sobre a eacutetica da pesquisa entre em contato Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa - CEP-UFSM Av Roraima 1000 - Preacutedio da Reitoria ndash 7ordm andar ndash Campus Universitaacuterio ndash 97105-900 ndash Santa Maria-RS - tel (55) 32209362 - email comiteeticapesquisamailufsmbr
103
APEcircNDICE C ndash Protocolo de Pesquisa
11 IDENTIFICACcedilAtildeO
Data_____________
Idade______
Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino
Estado Civil ( ) Casado ( ) Solteiro ( ) Viuacutevo ( ) Outro
Poacutes-graduaccedilatildeo ( ) Natildeo ( )Sim Qual__________________
Cargo Ocupado___________
Tempo (anos) de formaccedilatildeo________
Tempo de trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
Turno de trabalho ( ) Manhatilde ( ) Tarde ( ) Noite ( )Sobreaviso ( )Outro
Qual_________
Instituiccedilatildeo ( ) Puacuteblica ( )Privada
Tem outro emprego ( ) Sim ( ) Natildeo
12 TRABALHO E PROFISSAtildeO
Assinale com um ldquoXrdquo sua resposta agraves seguintes questotildees
SIM NAtildeO
Recebeu treinamento para atuar na Hemodinacircmica
Vocecirc deve frequumlentemente fazer um esforccedilo para ir trabalhar
Vocecirc estaacute satisfeito com o seu trabalho
Seu dia de trabalho parece interminaacutevel
Vocecirc tem vontade de mudar de profissatildeo
104
APEcircNDICE D ndash Termo de Confidencialidade
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
Tiacutetulo do projeto Estresse de Enfermeiros em Unidade de Hemodinacircmica
Pesquisador responsaacutevel Drordf Laura de Azevedo Guido
InstituiccedilatildeoDepartamento Universidade Federal de Santa Maria Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato 32208263
Local da coleta de dados Unidade de Hemodinacircmica
Os pesquisadores do presente projeto se comprometem a preservar a
privacidade dos profissionais cujos dados seratildeo coletados pelo uso de questionaacuterios
Concordam igualmente que estas informaccedilotildees seratildeo utilizadas uacutenica e
exclusivamente para execuccedilatildeo do presente projeto As informaccedilotildees somente
poderatildeo ser divulgadas de forma anocircnima e seratildeo mantidas no (a) departamento de
enfermagem por um periacuteodo de cinco anos sob a responsabilidade da Profordf Drordf
Laura de Azevedo Guido Apoacutes este periacuteodo os dados seratildeo destruiacutedos Este
projeto de pesquisa foi revisado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa da
UFSM em com o nuacutemero do CAAE
Santa Maria de de 2008
Drordf Laura de Azevedo Guido
RG 5007594665
COREN 22213
105
APEcircNDICE E ndash Termo de Concordacircncia e Ciecircncia
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciecircncias da Sauacutede
Departamento de Enfermagem Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Enfermagemmestrado
Santa Maria __ ________ 2009
A Gerecircncia de Enfermagem
Eu Laura de Azevedo Guido docente da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) convido os
enfermeiros desta Instituiccedilatildeo para participar de uma pesquisa sobre Estresse em Unidade de Hemodinacircmica
para tanto venho consultar sobre a possibilidade e aceitaccedilatildeo desta Instituiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo da coleta de
dados Este estudo denominado ldquoEstresse em enfermeiros de unidade de hemodinacircmicardquo tem como
objetivos
- avaliar a relaccedilatildeo entre o estresse e os sintomas apresentados pelos enfermeiros que atuam em unidades de
hemodinacircmica do Rio Grande do Sul
- traccedilar o perfil sociodemograacutefico dos enfermeiros atuantes em Unidade de Hemodinacircmica
- identificar os estressores na atuaccedilatildeo do enfermeiro em Unidades de Hemodinacircmica
- relacionar os sintomas identificados pelos enfermeiros no trabalho em Unidade de Hemodinacircmica
O projeto de pesquisa eacute vinculado ao grupo de pesquisa ldquoTrabalho Educaccedilatildeo Sauacutede e Enfermagemrdquo
credenciado junto ao CNPq sob minha coordenaccedilatildeo e autoria da mestranda Graciele Fernanda da Costa Linch
Os dados seratildeo coletados utilizando um questionaacuterio auto-aplicaacutevel constituiacutedo de questotildees
sociodemograacuteficas e relacionadas ao trabalho estressores sintomas apresentados
O presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica de Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Santa Maria como pode ser observado no documento que segue
Destaco que natildeo haveraacute ocircnus nem para a Instituiccedilatildeo nem para os enfermeiros participaccedilatildeo eacute livre
espontacircnea e se daraacute apoacutes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Ressalto a importacircncia da participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo para a consecuccedilatildeo dos resultados que com
certeza proporcionaratildeo repercussotildees para a profissatildeo nos aspectos de ensino e assistecircncia Assim solicito sua
concordacircncia e ciecircncia da participaccedilatildeo dos enfermeiros desta Instituiccedilatildeo na pesquisa
Se houver necessidade de outras providencias a fim de viabilizar a participaccedilatildeo dessa Instituiccedilatildeo
solicito que sejam indicadas para serem tomadas em tempo haacutebil
Coloco me a disposiccedilatildeo para quaisquer esclarecimentos E-mail lguidoterracombr
Atenciosamente
__________________________________
Profordf Drordf Laura de Azevedo Guido
Professor Adjunto
Concordo e dou ciecircncia
___________________________________
Gerecircncia de Enfermagem
106
ANEXOS
ANEXO A ndash Escala de Estressores e Sintomas
ESCALA DE ESTRESSORES
Entende-se por estresse o fenocircmeno de natildeo se conseguir uma adequada
adaptaccedilatildeo frente a situaccedilotildees percebidas como agressoras ao indiviacuteduoorganismo
Para medir a intensidade de estresse provocada pelas situaccedilotildees abaixo circule a
alternativa que corresponde agrave sua escolha de acordo com a escala
0= Ausecircncia de estresse
1= pouco estresse
2=estresse moderado
3= muito estresse
4= estresse maacuteximo
Se a situaccedilatildeo natildeo se aplica a seu caso coloque um ―x na uacuteltima coluna
Estressores 0 1 2 3 4 Natildeo se
aplica
1 - Convencer membros da chefia 0 1 2 3 4
2 - Reuniotildees com a chefia 0 1 2 3 4
3 - Implantar decisotildees importantes 0 1 2 3 4
4 - Enfrentar as criacuteticas da chefia 0 1 2 3 4
5 - Intermediar os conflito entre aacutereas setores e unidades 0 1 2 3 4
6 - Enfrentar as criacuteticas dos subordinados 0 1 2 3 4
7 - Enfrentar as crises 0 1 2 3 4
8 - Vencer resistecircncia agraves mudanccedilas 0 1 2 3 4
9 ndash Sentir- se soacute nas tomadas de decisotildees 0 1 2 3 4
10 - Impor decisotildees aos outros 0 1 2 3 4
11 - Consultar muitas pessoas antes de tomar decisotildees 0 1 2 3 4
12 - Sobrecargas de trabalho 0 1 2 3 4
13 - Pouco trabalho ―atividades reduzidas 0 1 2 3 4
14 - Longas jornadas de trabalho 0 1 2 3 4
15 - Levar trabalho para casa 0 1 2 3 4
16 - Falta de poder e influecircncia 0 1 2 3 4
107
17 - Assistir a grande nuacutemero de reuniotildees de trabalho 0 1 2 3 4
18 - A organizaccedilatildeo da empresa impotildee ideacuteias e meacutetodos que entram em conflito com os seus
0 1 2 3 4
19 - Medo de ser ultrapassado pelo ritmo do desenvolvimento tecnoloacutegico
0 1 2 3 4
20 - Receio de perder o emprego 0 1 2 3 4
21 - Disputas de cargos com os colegas 0 1 2 3 4
22 - Ter que realizar tarefas acima do seu niacutevel de competecircncia
0 1 2 3 4
23 - Executar tarefas inferiores ao seu niacutevel de competecircncia 0 1 2 3 4
24 - Ter subordinados pouco competentes 0 1 2 3 4
25 - Preocupaccedilotildees em manter relaccedilotildees profissionais satisfatoacuterias
0 1 2 3 4
26 - Avaliar pessoal 0 1 2 3 4
27 - Orientar e treinar pessoal 0 1 2 3 4
28 - Incompatibilidade com o superior hieraacuterquico 0 1 2 3 4
29 - Implantar metas realistas 0 1 2 3 4
30 - Negociar com seus pares na empresa 0 1 2 3 4
31 - Negociar com equipe de sauacutede 0 1 2 3 4
32 - Negociar com pacientes e familiares 0 1 2 3 4
33 - Lidar com a morte de paciente 0 1 2 3 4
34 - Lidar com a dor do paciente 0 1 2 3 4
35 - Lidar com paciente em estado terminal 0 1 2 3 4
36 - Incertezas quanto tratamento do paciente 0 1 2 3 4
37 - Negociar com aacutereas de apoio 0 1 2 3 4
38 - Negociar com subordinados 0 1 2 3 4
39 - Atitudes do seu conjugue com respeito agrave sua carreira 0 1 2 3 4
40 - Conflitos entre as exigecircncias da empresa e as obrigaccedilotildees familiares
0 1 2 3 4
41 - Conflitos entre a vida social e a vida familiar 0 1 2 3 4
42 - Relaccedilotildees com os colegas 0 1 2 3 4
43 - Relaccedilotildees com os subordinados 0 1 2 3 4
44 - Erros cometidos por vocecirc 0 1 2 3 4
45 - Sentir ndashse desvalorizado 0 1 2 3 4
46 - Assumir cargo de chefia 0 1 2 3 4
47 - Gerenciar seus colaboradores 0 1 2 3 4
48 ndash Niacutevel de remuneraccedilatildeo 0 1 2 3 4
108
49 - Falta de deliberaccedilatildeo e de comunicaccedilatildeo da empresa 0 1 2 3 4
50 - Falta de mudanccedilas ndash trabalho repetitivo 0 1 2 3 4
51 - Odores desagradaacuteveis 0 1 2 3 4
52 - Ruiacutedos constantes das unidades 0 1 2 3 4
53 - Exposiccedilotildees constantes a riscos 0 1 2 3 4
54 - Pressotildees quanto ao tempo 0 1 2 3 4
55 - Percurso realizado de casa para o trabalho 0 1 2 3 4
56 - Turnos em que trabalha 0 1 2 3 4
57 - Luminosidade da unidade 0 1 2 3 4
ESCALA DE SINTOMAS
Os itens abaixo relacionados representam sintomas de estresse Para medir a
presenccedila e intensidade dos sintomas associados a situaccedilatildeo de estresse circule a
alternativa que corresponde agrave sua percepccedilatildeo de acordo com a escala
0 = Ausecircncia de sintoma
1 = sintoma percebido com baixa intensidade
2 = sintoma percebido com meacutedia intensidade
3 = sintoma percebido com alta intensidade
4 = sintoma percebido com excessiva intensidade
Sintomas 0 1 2 3 4
Sessatildeo 1
1 ndash Cefaleacuteia 0 1 2 3 4
2 ndash Palpitaccedilotildees 0 1 2 3 4
3 ndash Arritmias cardiacuteacas 0 1 2 3 4
4 ndash Pressatildeo arterial alta 0 1 2 3 4
5 ndash Pressatildeo arterial baixa 0 1 2 3 4
6 ndash Sensaccedilotildees de dor ou pressatildeo no peito 0 1 2 3 4
7 ndash Tonturas 0 1 2 3 4
8 ndash Suores Frios 0 1 2 3 4
9 ndash Respiraccedilatildeo raacutepida 0 1 2 3 4
Sessatildeo 2
10 ndash Falta de apetite 0 1 2 3 4
109
11 ndash Flatulecircncia 0 1 2 3 4
12 ndash Naacuteuseas vocircmitos 0 1 2 3 4
13 ndash Gastrite uacutelcera dor no estomago 0 1 2 3 4
14 ndash Diarreacuteia 0 1 2 3 4
15 ndash Constipaccedilatildeo 0 1 2 3 4
Sessatildeo 3
16 ndash Calafrio resfriado comum ou gripe 0 1 2 3 4
17 ndash Hipertermia 0 1 2 3 4
18 ndash Enfermidades infecciosas em geral 0 1 2 3 4
19 ndash Tosse 0 1 2 3 4
20 ndash Obstruccedilatildeo nasal 0 1 2 3 4
21 ndash Sensaccedil0otildees de dor 0 1 2 3 4
Sessatildeo 4
22 ndash Dificuldade para conciliar o sono 0 1 2 3 4
23 ndash Insocircnia 0 1 2 3 4
24 ndash Pesadelos 0 1 2 3 4
25 - Necessidade excessiva de dormir 0 1 2 3 4
Sessatildeo 5
26 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
27 ndash Catildeibras ou espasmos musculares 0 1 2 3 4
28 ndash Dores musculares 0 1 2 3 4
29 ndash Dores na nuca ou zona cervical 0 1 2 3 4
30 ndash Dores na zona lombar 0 1 2 3 4
31 ndash Rigidez eou dor nas articulaccedilotildees 0 1 2 3 4
Sessatildeo 6
32 ndash Hemorragias interminaacuteveis 0 1 2 3 4
33 ndash Dores ou moleacutestias antes da menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
34 ndash Amenorreacuteia 0 1 2 3 4
35 ndash Dores durante a menstruaccedilatildeo 0 1 2 3 4
36 ndash Ciclos irregulares 0 1 2 3 4
HAacuteBITOS SOCIAIS
37 ndash Ingesta alcooacutelica
110
( ) natildeo bebo jamais ( )agraves vezes ( )muitas vezes por semana
( ) regularmente 1 a 2 copos por dia ( )regularmente 3 a 6 copos por dia
( ) mais de 6 copos por dia
38 ndash Consumo de cigarros
( ) eu natildeo fumo ( ) 1 a 5 por dia ( ) 6 a 10 por dia
( ) 11 a 20 por dia ( ) 21 a 40 por dia ( ) 41 ou mais por dia
39 ndash Indutor do sono
( ) Sim ( )Natildeo
111
ANEXO B ndash Carta de Aprovaccedilatildeo CEP