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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO
Departamento de Odontologia Restauradora
ESTUDO DA ABERTURA BUCAL MÁXIMA DETERMINADA
CLINICAMENTE E DA HIPERMOBILIDADE CONDILAR VERIFICADAS EM
RADIOGRAFIAS TRANSCRANIANAS.
VASTI CLARO DE ARAUJO
Ribeirão Preto
2013
VASTI CLARO DE ARAUJO
ESTUDO DA ABERTURA BUCAL MÁXIMA DETERMINADA CLINICAMENTE E DA HIPERMOBILIDADE CONDILAR
VERIFICADAS EM RADIOGRAFIAS TRANSCRANIANAS.
Ribeirão Preto 2013
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Mestre em Ciências. Programa: Odontologia Restauradora. Área de concentração: Odontologia Restauradora (Opção: Dentística). Orientador: Prof. Dr. César Bataglion.
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
FICHA CATALOGRÁFICA
Araujo, Vasti Claro Estudo da abertura bucal máxima determinada clinicamente e da
hipermobilidade condilar verificadas em radiografias transcranianas. Ribeirão Preto, 2013.
58 p.: il.; 30cm Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto/USP – Área de concentração: Dentística.
Orientador: Bataglion, César.
1. Abertura Bucal Máxima. 2. Hipermobilidade Condilar. 3. Radiografia Transcraniana.
FOLHA DE APROVAÇÃO
Candidata: Vasti Claro de Araujo
Título da Dissertação: Estudo da abertura bucal máxima determinada clinicamente
e da hipermobilidade condilar verificadas em radiografias transcranianas.
A comissão julgadora dos trabalhos de defesa da dissertação de Mestrado,
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (USP) – área de concentração
Dentística, em sessão pública realizada a ____/_____/ 2013, considerou o
candidato____________.
BANCA EXAMINADORA
1. Prof. Dr.__________________________Instituição: ____________________
Julgamento: _______________________Assinatura: ____________________
2. Prof. Dr.__________________________Instituição: ____________________
Julgamento: _______________________Assinatura: ____________________
3. Prof. Dr.__________________________Instituição: ____________________
Julgamento: _______________________Assinatura: ____________________
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo, como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Mestre em Ciências.
Programa: Odontologia Restauradora
Área de concentração: Dentística
Orientador: Prof. Dr. César Bataglion
DEDICATÓRIA
À Deus.
Quem me deu a vida, concedeu me sabedoria nas inúmeras vezes em que pedi, confortou meu coração nos momentos
difíceis, proporcionou paz a minha alma e inundou minha vida esperança. Se hoje estou concluindo com sucesso mais
uma etapa da minha vida...
À Ti seja toda honra e glória.
Aos meus pais Miquéias Figueiredo de Araujo e Raquel Cristina Claro de Araujo.
Meus amores, meus educadores, que me ensinaram o melhor caminho a trilhar; meus incentivadores, que nunca
deixaram que eu desistisse dos meus sonhos; grandes exemplos de amor e dedicação, que abdicaram de muitas coisas
para que meus objetivos fossem alcançados; espero retribuir todo amor por mim demonstrado.
Estarão eternamente em meu coração.
À Marcos Milani Junior.
Meu amado que sempre me apoiou, me compreendeu, me tranquilizou, esteve ao lado em todos os momentos e me
esperou pacientemente todos esses anos.
Sempre te amarei.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
A minha irmã Miriã Claro de Araujo.
Quando criança era minha bonequinha e minha amiga, com o passar dos anos nada mudou. Muito obrigada por me
ouvir, continuar sendo minha amiga, me amar e fazer parte da minha vida.
Ao Armando Amorim de Mendonça.
Pessoa mais que especial, que Deus colocou na minha vida para me apresentar a Odontologia, grande exemplo de
profissional que desejo seguir. Muito obrigada por me acolher em seu lar e permitir que eu fosse mais um membro de
sua família.
À Vera Márcia Campos Amorim de Mendonça.
Mulher maravilhosa, exemplo de Cirurgiã Dentista, mãe, filha, esposa e principalmente, serva de Deus. Muito obrigada
por me adotar como filha, me dar sábios conselhos e ser minha amiga.
Ao meu orientador Prof. Dr. César Bataglion.
Por ter me orientado desde a graduação. Por ter me convidado, incentivado e acolhido na pós graduação. Por me
introduzir à carreira de docência. Por me mostrar como é gratificante ser Cirurgião Dentista. Serei eternamente
agradecida por toda paciência, compreensão e dedicação a mim demonstrado.
À Profa. Dra. Solange Aparecida Caldeira Monteiro.
Que esteve sempre pronta a me ajudar, solucionando minhas dúvidas e compartilhando seus ricos conhecimentos.
Muito obrigada por colaborar carinhosamente na formação da minha vida acadêmica.
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, por proporcionar minha formação
acadêmica e crescimento profissional.
À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), pela auxílio financeiro.
À Clínica de Oclusão, Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial do DAPE (Desmistificando o Atendimento a
Pacientes com Necessidades Especiais), pela oportunidade de desenvolver minha pesquisa e meus conhecimentos.
Aos Professores do Curso de Pós Graduação do Departamento de Odontologia Restauradora da FORP – USP,
pelo conhecimento a mim transmitido.
Aos funcionários da FORP – USP, Carlos Feitosa dos Santos (Secretário da Pós Graduação do Departamento de
Odontologia Restauradora), Maria Amália Viesti de Oliveira (Secretária do Departamento de Odontologia
Restauradora), Maria Isabel Cezário Francisco Miguel (Secretária do Departamento de Odontologia Restauradora),
Regiane Cristina Moi Sacilotto (Técnica Acadêmica do Serviço de Pós Graduação), Isabel Cristina Galino Sola
(Técnica Acadêmica Chefe Administrativa do Serviço de Pós Graduação), Renata Cristina Rosa (Assistente Social),
Fátima Aparecida Rizoli (Auxiliar Odontológica da Clínica de Pacientes Especiais) e Benedita Viana Rodrigues
(Secretária da Clínica de Pacientes Especiais), que diretamente e indiretamente colaboraram com minha formação.
Aos colegas de turma do mestrado Carolina Almeida Rodrigues, Julia Olien Sanches, Ana Barbara Loyola, Mateus
Sgobi Cazal, João B. Mattos Lellis e André Mario Maia Dante, pelo companheirismo nas disciplinas e seminários.
À Profa. Dra. Takami Hotta e Profa. Dra. Camila Tirapelli, pelos conselhos que foram importantíssimos para minha
formação profissional, tanto clínica como acadêmica.
Aos queridos Prof. Dr. Christiano de Oliveira Santos, Damaris Stopato da Fonseca (Técnica de Radiologia), Carla
Perez Fabbris (Secretária do Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia) e Silvia Helena Fabris
Flausino de Campos (Recepcionista da Clínica III), pelas divertidas tardes de quinta feira,
por toda colaboração e apoio.
A querida Antuanett Mercedes Cornejo Lecaros.
Muito obrigada por estar sempre disposta a ouvir minhas lamentações e reclamações, mas também a rir comigo nos
momentos divertidos. Muito obrigada pela companhia nos almoços no “bandejão” e nas horas de estudo na biblioteca.
Muito obrigada pelas deliciosas “galletitas” e chocolates que você trazia do Peru para adoçar minha vida.
Muito obrigada pela amizade.
Ao meu cunhado Diego Orcioli da Silva.
Que sempre disposto me auxiliou com todos os detalhes técnicos da minha tese, artigos, formatação, programas de
computador... tudo que envolveu informática. Sem a sua ajuda seria muito mais difícil.
Muito obrigada por tudo.
Aos meus “irmãozinhos” Davi Campos Amorim de Mendonça e Lucas Campos Amorim de Mendonça, por dividirem
suas guloseimas comigo todos esses anos, por me acolherem carinhosamente.
Muito obrigada meus lindinhos.
A todos meus familiares (Avós, Tios, Tias, Primos, Primas, Sogro, Sogra, Cunhado e Cunhada) e
irmãos da Igreja Presbiteriana de Batovi, pelas orações, apoio, incentivo, amor e carinho que recebi
durante meus estudos.
Amo muito vocês.
RESUMO
Araujo, VC. Estudo da abertura bucal máxima determinada clinicamente e da
hipermobilidade condilar verificadas em radiografias transcranianas
(dissertação). Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo; Ribeirão Preto, 2013.
A articulação temporomandibular (ATM) representa a ligação da mandíbula
com o crânio, ela é uma das articulações mais complexas do corpo humano, devido
aos complicados mecanismos envolvidos em seu funcionamento, podendo levar a
alta incidência de disfunção temporomandibular (DTM). As DTMs envolvem o
sistema mastigatório, afetando músculos, articulações e estruturas relacionadas.
São classificadas em DTM muscular, DTM articular e DTM mista (muscular e
articular). Subdividindo a DTM articular encontramos a hipermomibilidade condilar ou
subluxação, caracterizada pelo deslocamento da cabeça da mandíbula além da
eminência articular durante a abertura bucal, condição que predispõe a ATM à
sobrecarga mecânica e instabilidade de suas estruturas. Portanto, o objetivo deste
estudo foi analisar a relação entre hipermobilidade condilar e abertura bucal máxima,
através de radiografias transcranianas.
Foram traçadas 57 radiografias transcranianas da ATM, totalizando 114
traçados de articulações temporomandibulares. Sobre o traçado foram
confeccionadas retas verticais e paralelas que passaram pelo ponto mais convexo
da cabeça da mandíbula na posição de boca aberta e pelo ponto mais convexo da
eminência articular. A distância entre as duas retas foi obtida através de paquímetro
digital, assim como a medida da abertura bucal máxima durante a tomada
radiográfica. Os dados foram analisados estatisticamente através de análise
descritiva, teste de correlação e regressão.
Foi encontrada uma moderada correlação entre abertura bucal máxima e
deslocamento condilar, a média entre as medidas de máxima abertura bucal foi
42,5mm e de deslocamento condilar 5,3mm. Concluindo, o aumento na medida de
abertura bucal promove o aumento no deslocamento da cabeça da mandíbula para
além do ápice da eminência articular durante o movimento de máxima abertura
bucal.
Palavras – Chave: Abertura Bucal Máxima, Hipermobilidade Condilar, Radiografia
Transcraniana.
ABSTRACT
Araujo, VC. Study of the maximum mouth opening determined clinically and of
the condylar hypermobility observed in transcranial radiographs (Dissertation).
Dentistry School of Ribeirão Preto of University of São Paulo; Ribeirão Preto, 2013.
The temporomandibular joint (TMJ) is the link between the mandible and skull.
The TMJ is considered one of the most complex joint in the human body due to the
complex mechanisms involved in its joint function, which may cause the high
incidence of temporomandibular disorder (TMD). The TMDs involves the masticatory
system, affecting muscles, joints and related structures. The TMDs are classified in
muscular TMD, joint TMD and mixed TMD (muscle and joint). In the subdivision of
the joint TMD, we can find the condylar hypermobility or subluxation, which is
characterized by head of the mandible displacement jointly with the articular
eminence during mouth opening, predisposing the TMJ to mechanical overload and
structural instability. Furthermore, the aim of this study was to analyze the relation
between condylar hypermobility and maximum mouth opening, using transcranial
radiographs.
Fifty-seven transcranial radiographs of TMJ and one hundred and fourteen
temporomandibular joint were traced. Vertical and parallel straight were made
through the most convex point of head of the mandible with maximum mouth opening
and the most convex point of articular eminence. The distance between straights and
the maximum mouth opening during radiographic were measured by digital caliper.
The data were analyzed through descriptive analysis, correlation test and regression
test.
The results indicated a moderate correlation between maximum mouth
opening and condylar displacement. The mean value of maximum mouth opening
was 42,5mm, and the mean value of condylar displacement was 5,3mm. In
conclusion, the increase in the measurement of mouth opening caused increase in
displacement of the head of mandible, which is beyond of the articular eminence
apex during maximum movement of mouth opening.
Keywords: Maximum mouth opening, Condylar hypermobility, Transcranial
radiograph.
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Paquímetro Digital 6`` - ZAAS PRECISION...............................................29
Figura 2. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo
para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR)...........................................30
Figura 3. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo
para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada.......30
Figura 4. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo
para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada
lateral..........................................................................................................................31
Figura 5. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo
para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada
lateral..........................................................................................................................31
Figura 6. Processadora automática de filmes radiológicos - A/T 2000 XR da Air
Techniques inc............................................................................................................32
Figura 7. Radiografia transcraniana da ATM do lado direito, sem deslocamento
condilar.......................................................................................................................32
Figura 8. Radiografia transcraniana da ATM do lado esquerdo, com deslocamento
condilar.......................................................................................................................32
Figura 9. Paciente posicionada para tomada radiográfica na posição boca aberta..33
Figura 10. Tomada da medida de máxima abertura bucal........................................34
Figura 11. Traçado da radiografia transcraniana da ATM.........................................35
Figura 12. Diagrama de dispersão entre máxima abertura bucal (mm) e
deslocamento condilar (mm), obtido através da análise de correlação linear de
Pearson......................................................................................................................38
Figura 13. Diagrama de dispersão entre máxima abertura bucal (mm) e
deslocamento condilar (mm), com linha de regressão e intervalo de confiança de
95%, obtido através da análise de regressão linear..................................................39
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Análise descritiva dos dados da máxima abertura bucal...........................37
Tabela 2. Análise descritiva dos dados de deslocamento condilar durante o
movimento de máxima abertura bucal.......................................................................37
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16
1.1. Hipermobilidade condilar................................................................................18
1.2. Máxima abertura bucal...................................................................................20
1.3. Radiografia transcraniana da ATM.................................................................22
2. PROPOSIÇÃO ...................................................................................................... 25
3. MATERIAL E MÉTODO ........................................................................................ 27
3.1 Obtenção da radiografias ................................................................................. 29
3.2 Obtenção da máxima abertura bucal ............................................................... 33
3.3 Traçado das radiografias ................................................................................. 34
3.4 Análise dos dado e estatística ......................................................................... 35
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 36
5. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 40
6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 47
ANEXOS....................................................................................................................54
Introdução 17
1. INTRODUÇÃO
A articulação temporomandibular (ATM) representa a ligação articulada da
mandíbula com o crânio. Ela é uma das articulações mais complexas do corpo
humano, pois é composta por duas articulações separadas que devem funcionar em
sintonia (ROSENBAUER; KARLHEINZ, 2001), sendo a única articulação do corpo
humano que possui estruturas a distância que interferem em seu posicionamento –
os dentes, ou seja, é no momento em que os dentes se encontram durante o
fechamento bucal que a rotação das cabeças da mandibula são determinadas em
suas respectivas fossas articulares (eixo terminal de rotação). Quando as cabeças
da mandibula estão acomodadas em uma posição mais superior na fossa articular e
é iniciado o movimento de abertura bucal através da rotação condilar, o eixo ao
redor do qual o movimento ocorre é chamado eixo terminal de rotação. Além de
outras estruturas como músculo e ligamento que influenciam na movimentação
mandibular.
Esta complexidade e os mecanismos envolvidos no funcionamento da
articulação temporomandibular são fatores que podem levar à alta incidência de
disfunção temporomandibular (NASSRI, SZEJNFELD e NASSRI, 2009).
Disfunção temporomandibular (DTM) é o termo adotado pela America Dental
Association que inclui todos os distúrbios funcionais do sistema mastigatório,
engloba problemas clínicos relacionados aos músculos, articulações
temporomandibulares e estruturas associadas (OKESON, 2008).
A Academia de Dor Orofacial classifica a DTM em: Disfunção
Temporomandibular Muscular, Disfunção Temporomandibular Articular e Disfunção
Temporomandibular Mista (articular e muscular) (CONSALTER, SANCHES e
GUIMARÃES, 2010). Subdividindo a DTM articular, encontramos a hipermobilidade
condilar ou subluxação.
Durante a abertura bucal a cabeça da mandíbula se move anteriormente até o
limite máximo da eminência articular (OSBORN, 1989; MUTO et al., 1994), quando
ela ultrapassa esse limite, pode-se considerar que a articulação é hipermóvel
(MENG et al., 1987; BUCKINGHAM et al., 1991), predispondo a ATM à sobrecarga
mecânica com consequente instabilidade para os tecidos intra e extra capsulares
(DIJKSTRA et al., 1993; DIJKSTRA et al., 1994; MUTO et al., 1998).
18 Introdução
O conhecimento da capacidade de abertura bucal do paciente é de grande
valor para a prática clínica e a determinação de valores de normalidade oriundos de
investigações devem ser objeto de pesquisas.
Portanto, saber diagnosticar a hipermobilidade condilar, compreender porque
ela ocorre e quais os fatores associados a ela, é de fundamental importância na
clínica odontológica, desde a prevenção até o tratamento da disfunção
temporomandibular.
1.1. Hipermobilidade condilar
Na abertura bucal os côndilos executam movimento de rotação e translação,
a extensão ideal da translação condilar foi descrita como um movimento que se
estende da fossa mandibular até o ápice do tubérculo articular ou ligeiramente
anterior a ele (GERRY, 1954), enquanto a designação da hipermobilidade se refere
mais frequentemente a qualquer movimento do côndilo que ultrapasse o ápice do
tubérculo articular (ISBERG, 2005), podendo ocorrer uni ou bilateralmente
(CARLSSON, 2006). A trajetória do côndilo é limitada anteriormente pelo tubérculo
articular, o qual funciona como uma barreira biomecânica, impedindo com que a
cabeça mandibular o ultrapasse. Além da inserção bilateral de feixes musculares e
ligamentos responsáveis por permitir e limitar os movimentos mandibulares
(PEREIRA, 2007; LEEUW, 2010; GUTIERREZ, GROSSMANN e GROSSMANN,
2011).
Pacientes com hipermobilidade da articulação temporomandibular podem
apresentar complicações durante o fechamento bucal, em casos mais severos os
côndilos podem ficar travados anteriormente a eminência articular e os músculos
não conseguirem reposiciona-los dentro de suas respectivas fossas articulares
(TUIJT et al., 2012).
A hipermobilidade condilar pode ocorrer na ausência de qualquer condição
patológica (OKESON, 2008), muitas pessoas exibem um movimento excessivo do
côndilo sem apresentarem dor ou qualquer outra sintomatologia.
Sua etiologia pode estar associada à lassidão articular generalizada
(ISBERG, 2005). Kavuncu et al. (2006) avaliaram a relação entre a hipermobilidade
sistêmica, hipermobilidade condilar da ATM e disfunção da articulação
Introdução 19
temporomandibular. Encontraram uma estreita relação entre hipermobilidade
sistêmica e hipermobilidade condilar da ATM. No entanto, foi observado um maior
risco no desenvolvimento da DTM nos pacientes que apresentaram
concomitantemente a hipermobilidade sistêmica e a hipermobilidade condilar da
ATM, sugerindo um efeito aditivo das duas condições na etiopatogenia da DTM.
Outro fator contribuinte na etiologia da hipermobilidade condilar é a variação
da forma anatômica da eminência articular, uma parede posterior da eminência
articular mais curta e íngreme seguida de uma parede anterior mais longa e plana
(OKESON, 2008), pode favorecer o deslocamento do côndilo a frente da eminência
articular durante a abertura bucal.
Tuijt et al. (2012) apresentaram que a eminência articular com um maior
ângulo anterior, não necessariamente torna o sistema articular mais vulnerável ao
travamento mandibular aberto, desde que os côndilos mandibulares sejam
suficientemente dirigidos para trás através da ação dos músculos. Concluíram que o
travamento aberto ocorre no início do fechamento bucal, quando o conjunto das
forças musculares torna-se insuficiente para completar o movimento. A interação da
inclinação do ângulo anterior da eminência articular e a orientação dos músculos
durante o fechamento mandibular determina o travamento condilar nos casos de
hipermobilidade da articulação temporomandibular.
Alguns sinais e sintomas podem ser observados, como um estalito durante o
último estágio da máxima abertura bucal (CARLSSON, 2006) e desvio mandibular
durante a abertura bucal, frequentemente encontrado em casos de hipermobilidade
unilateral (ISBERG, 2005). A dor também pode estar associada em determinados
casos, ela tem sido explicada pela contração reflexa dos músculos mastigatórios,
pela ação do estiramento da capsula articular e da junção do disco articular, pela
irritação mecânica dos feixes nervosos e traumatismo do tecido extra-articular
(JOHANSSON e ISBERG, 1991).
Kalaykova et al. (2006) relacionaram a posição condilar com os sinais de
hipermobilidade da articulação temporomandibular. Os autores encontraram o
deslocamento condilar além da eminência articular em paciente com hipermobilidade
sintomática, assim como em pacientes livres da sintomatologia. Concluindo, que a
posição do côndilo além da eminência articular não é condição suficiente para
hipermobilidade sintomática, mas sim o conjunto do seu posicionamento e a ação
dos músculos do sistema mastigatório.
20 Introdução
No entanto, a controvérsia na correlação entre sinais e sintomas da DTM e
posição condilar (VASCONCELOS et al., 2007).
Duarte et al. (2001) analisando pacientes com queixa de sintomas de
Disfunção Craniomandibular, concluíram que o grau de hipermobilidade condilar não
influenciou os sintomas de Disfunção Craniomandibular, no entanto, quando
exacerbado e associado a outros fatores pareceu aumentar a predisposição à
disfunção.
Senna et al. (2009) concluíram que o aumento da excursão condilar pode
influenciar significativamente na sintomatologia dolorosa de pacientes com DTM.
Porém, o tipo de disfunção e a gravidade da DTM não foram relacionadas com a
severidade da dor ou com a amplitude dos movimentos mandibulares.
Portanto, a hipermobilidade condilar pode ser um fator contribuinte para a
Disfunção Temporomandibular, mas não um fator determinante em seu
desenvolvimento.
1.2. Máxima abertura bucal
Os movimentos mandibulares são considerados um dos fatores mais
importantes durante a avaliação da articulação temporomandibular (KIM et al.,
2010). Alterações nesses movimentos estão frequentemente associadas a distúrbios
na articulação temporomandibular e/ou na musculatura do sistema mastigatório.
Entre os movimentos examinados a medida da máxima abertura bucal geralmente é
utilizada para analisar a mobilidade e função da articulação temporomandibular
(WALKER, BOHANNON e CAMERON, 2000).
A abertura bucal ocorre quando há simultaneamente o relaxamento dos
músculos levantadores da mandíbula e contração dos músculos abaixadores, a
cabeça da mandíbula executa movimentos de rotação e translação sobre a cavidade
e eminência articular do osso temporal. No primeiro estágio a mandíbula abaixa num
movimento exclusivo de rotação ao redor de um eixo horizontal até uma distância de
20 a 25mm entre as bordas incisais dos incisivos superiores e inferiores. A medida
que a cabeça da mandibula é transladada, ocorre o segundo estágio do movimento
da abertura bucal, onde a abertura máxima é limitada pelos ligamentos capsulares
que impedem os movimentos condilares adicionais. A máxima abertura bucal varia
Introdução 21
entre 40 e 60mm quando medimos as bordas incisais dos dentes superiores e
inferiores. Em uma ATM em que seus movimentos são considerados normais,
durante a abertura bucal a cabeça da mandibula desliza inferiormente à eminência
articular até a crista da eminência articular, ou seja, a crista condilar fica alinhada a
crista da eminência articular.
É considerada uma abertura de boca restrita qualquer distância menor que
40mm. Apenas 1,2% de adultos jovens abrem menos de 40mm (OKESON, 2000).
Em relação ao índice de normalidade para máxima abertura bucal e aos
fatores a ela relacionados, ainda existe muita controvérsia na literatura. Posselt
(1962) relatou que a capacidade da máxima abertura mandibular em adultos esta
entre 50 e 60mm. Bianchini (1998) apresentou valores entre 45mm e 60mm para
adultos e alertou que uma abertura inferior a 40mm no adulto e inferior a 35mm na
criança é um indicativo de possíveis problemas musculares e/ou articulares. Uma
abertura bucal menor que 40,0mm, portanto, parece representar um ponto aceitável
para designar restrição desse movimento, e o valor igual ou superior a 40,0mm é
considerado como dentro da normalidadde para o movimento de abertura
mandibular, segundo Helkimo (HELKIMO,1974).
Comparando a capacidade da máxima abertura bucal e o percurso condilar
em adultos e crianças, Reicheneder et al. (2008) encontraram uma média de
abertura bucal de 51,8mm nas crianças entre 6 e 10 anos de idade, e 56,9mm em
adultos entre 18 e 44 anos de idade, todos indivíduos livres de sintomas de
desordem temporomandibular. Subdividindo o grupo das crianças em cinco
subgrupos de acordo com as idades (6, 7, 8, 9 e 10 anos, respectivamente), a média
dos valores encontrados foram 48,7mm para o subgrupo I; 50,4mm para o II;
51,0mm para o III; 52,5mm para o IV e 56,3mm para o V. Concluindo, a capacidade
da máxima abertura bucal aumenta com a idade da criança e ela se apresenta ainda
maior em indivíduos adultos.
Sawair et al. (2010) apresentam valores médios de 45,3mm para a máxima
abertura bucal em homens e 41,5mm nas mulheres, concluindo que o gênero
influencia nas medidas, assim como a idade e estrutura corporal do indivíduo.
Kitsoulis et al. (2011), relacionaram o grau de abertura bucal com os sinais e
sintomas das desordens temporomandibulares e encontraram os seguintes
resultados: analisando a diferença da máxima abertura bucal entre os gêneros,
obtiveram uma média de 46,5mm nos homens e 44,3mm nas mulheres; em
22 Introdução
indivíduos com DTM a média dos valores foi 44,5mm e em indivíduos sem DTM foi
46,4mm; subdividindo os indivíduos com DTM em três subgrupos foi observado uma
média de máxima abertura bucal de 45,3mm no subgrupo de portadores de DTM
leve, 44,0mm para DTM moderada e 44,4mm para DTM severa. Concluindo que o
grau de abertura bucal esta relacionada com o gênero e com a intensidade da
desordem temporomandibular.
Além de fatores como gênero, idade, peso e altura dos pacientes, a forma
anatômica das estruturas ósseas da articulação temporomandibular pode influenciar
diretamente no movimento de máxima abertura bucal (FUKUI et al., 2002; FARELLA
et al., 2005; KIM et al., 2010), assim como há diferença no grau de abertura bucal
entre as etnias (FONSECA, 1992; OLIVEIRA et al., 2006; KITSOULIS et al., 2011).
1.3. Radiografia transcraniana da ATM
As radiografias são os exames complementares mais utilizados na clínica
odontológica. Para avaliação da articulação temporomandibular existem diferentes
métodos de diagnóstico por imagem, que auxiliam na investigação da integridade ou
não das estruturas e o relacionamento entre elas. White e Pharoah (2007)
apresentam a radiografia panorâmica, transcraniana, transfaríngea, transorbitária,
submentovértice, tomografia convencional, tomografia computadorizada, artrografia
e ressonância magnética, como métodos de diagnóstico por imagem da articulação
temporomandibular.
As técnicas para se obter imagens da articulação temporomandibular são
muito difíceis, devido ao posicionamento da ATM em relação as outras estruturas
ósseas do crânio e suas complexidades.
Hildebrand (1931) foi o pioneiro na análise dos movimentos mastigatórios
através de métodos radiológicos.
Estudos radiológicos com radiografia bilateral da ATM, radiografia do tipo
transfacial e radiografia transcraniana da ATM tem sido realizados para avaliação da
ampla excursão condilar ou hiperexcursão (LEMOS, 1988; MUTO et al, 1994; ILHA
et al, 2006).
A radiografia transcraniana foi muito utilizada no passado para determinar a
posição do côndilo mandibular em relação à fossa e avaliar alterações ósseas
Introdução 23
(MENEZES et al., 2008). Ainda é um método frequentemente utilizado na clínica
odontológica para estudo da ATM, devido ao fácil acesso e baixo custo.
A projeção transcraniana fornece uma visão sagital da porção lateral do
côndilo e do componente temporal, evidenciando o forame auditivo externo, o
côndilo, a cavidade e a eminência articular. O paciente é posicionado em um
cefalostado; o feixe de raio X é direcionado para baixo, pelo lado oposto da cabeça,
através do crânio e acima da porção petrosa do osso temporal, numa angulação
positiva de aproximadamente 25° centralizada na articulação (WHITE e PHAROAH,
2007).
No entanto, a literatura apresenta muitas críticas em relação à utilização da
radiografia transcraniana para análise da posição condilar, devido as sobreposições
de estruturas e distorções que ela pode apresentar. Vários autores compararam a
técnica transcraniana com outros métodos de imagem para avaliação da articulação
temporomandibular (KNOERNSCHILD, AQUILINO e RUPRECHT, 1991; MAHL e
SILVEIRA, 2002; MENEZEs et al., 2008).
De acordo com Knoernschild, Aquilino e Ruprecht (1991), as radiografias
transcranianas não reproduzem com precisão a anatomia das estruturas da
articulação temporomandibular, devido as distorções radiográficas que o método
apresenta. Limitando o valor de sua utilização clínica na determinação da posição
condilar.
No entanto, Menezes et al. (2008) avaliaram imagens de radiografias
transcranianas e ressonâncias magnéticas de 70 articulações temporomandibulares
(35 pacientes) com o objetivo de analisarem a eficácia das radiografias
transcranianas no estudo da posição condilar. As imagens foram obtidas na posição
de máxima intercuspidação (MIH) e máxima abertura bucal. No resultado final não
foi encontrado diferença estatisticamente significante entre os dois métodos, e
concluíram que a radiografia transcraniana é um método aceitável para avaliação da
posição condilar.
Apesar das limitações, a técnica de radiografia transcraniana não deve ser
rejeitada no estudo da ATM. Existem métodos mais sofisticados que proporcionam
maior precisão de imagem, como a ressonância magnética e as técnicas de
tomografia, porém, não são técnicas que estão disponíveis a todos pacientes. É
necessário considerar a finalidade para a qual o exame complementar será
24 Introdução
solicitado e assim selecionar a técnica mais apropriada, levando em consideração o
custo beneficio que o exame proporcionará para o paciente e para o profissional.
Proposição 26
2. PROPOSIÇÃO
O propósito do presente estudo foi verificar se há correlação entre a medida
de abertura bucal e a medida de deslocamento da cabeça da mandíbula além da
eminência articular, durante a máxima abertura bucal, através de radiografias
transcranianas. Os resultados deste trabalho poderão auxiliar o cirurgião dentista na
clínica odontológica durante o exame clínico, diagnóstico e tratamento dos pacientes
com disfunção temporomandibular, pois será possível estimar o quanto a cabeça da
mandíbula esta deslocando durante a máxima abertura bucal do paciente.
Material e Método 28
3. MATERIAL E MÉTODO
O presente estudo foi realizado no Centro de Pacientes Especiais da
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Foram avaliadas 69 fichas clínicas e as radiografias transcranianas presentes
nos prontuários dos pacientes atendidos no Curso de Oclusão, Disfunção
Temporomandibular e Dor Orofacial em Pacientes com Necessidades Especiais –
atendimento de extensão do Departamento de Odontologia Restauradora da
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP-USP), inserido no projeto DAPE
(Desmistificando o Atendimento a Pacientes com Necessidades Especiais), das
quais 57 foram selecionadas para compor nossa pesquisa.
Critérios de inclusão – prontuários de pacientes com idade superiores a 18
anos, ambos os gêneros, totalmente ou parcialmente dentados, que possuíam
radiografias das articulações temporomandibulares de boa qualidade e
hiperexecursão condilar durante a máxima abertura bucal.
Critérios de exclusão – prontuários de pacientes com problemas neurológicos
ou mentais, com alterações anatômicas das ATMs, que não apresentaram
hiperexecursão condilar durante a máxima abertura bucal, desdentados totais,
radiografias de qualidade duvidosa e prontuários que não estavam adequadamente
preenchidos.
Seguindo os critérios de inclusão e exclusão a amostra foi composta por 57
prontuários, sendo 15 pacientes do gênero masculino e 42 do gênero feminino, com
idade entre 18 e 68 anos. Considerando que cada paciente possui duas articulações
temporomandibulares, foram avaliadas um total de 114 ATMs através do exame
radiológico transcraniano (ILHA et al., 2006).
As radiografias selecionadas foram traçadas e medidas com o auxílio de
paquímetro digital (Paquímetro Digital 6`` - ZAAS PRECISION – Figura 1),
negatoscópio, esquadros de precisão, régua milimetrada, papel vegetal, lapiseira
com grafite 0,5mm e borracha.
A medida da máxima abertura bucal dos pacientes foi realizada no momento
da tomada radiográfica com auxilio do mesmo paquímetro digital utilizado para
obtenção das medidas das radiográficas (Figura 1).
29 Material e Método
3.1. Obtenção das radiografias
As radiografias foram obtidas em aparelho de raios X periapical de marca
Gnatus Timex 70C operando com 7 mA , 70 kV e o tempo de exposição variando de
acordo com a compleição física do paciente (geralmente entre 0,8 a 1,2 segundos),
o aparelho estava acoplado a um dispositivo construído para tomadas radiográficas
das ATMs fabricado pela Fabinject – PTR (Taubaté/SP – Brasil) (Figuras 2, 3, 4 e 5).
Foram utilizados filmes Kodak com dimensões 13x18cm e para proteção dos
pacientes foi utilizado avental e protetor de tireóide de chumbo. As radiografias
foram processadas na processadora automática de filmes radiográficos modelo A/T
2000 XR da Air Techniques inc (Figura 6).
As tomadas radiográficas foram realizadas em duas posições: MIH e máxima
abertura bucal (Figuras 7 e 8).
Figura 1. Paquímetro Digital 6`` - ZAAS PRECISION.
Material e Método 30
Figura 2. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao
dispositivo para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR).
Figura 3. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo
para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada.
31 Material e Método
Figura 4. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo
para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada lateral.
Figura 5. Aparelho de raios X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo
para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada lateral.
Material e Método 32
Figura 6. Processadora automática de filmes radiológicos - A/T 2000 XR da Air Techniques inc.
Figura 7. Radiografia transcraniana da ATM do lado direito, sem deslocamento condilar.
Figura 8. Radiografia transcraniana da ATM do lado esquerdo, com deslocamento condilar.
33 Material e Método
3.2. Obtenção da máxima abertura bucal
Os pacientes foram posicionados de acordo com o protocolo para a tomada
de radiografia transcraniana da ATM. Foi pedido para o paciente abrir a boca o
máximo que lhe era possível e com o paquímetro digital foi registrada a medida da
máxima abertura bucal (Figuras 9 e 10), após o registro foi pedido para o paciente
manter a boca aberta até o final do disparo do raio X.
A máxima abertura bucal foi obtida com paquímetro digital em dois momentos
(AB-I, máxima abertura bucal para tomada radiográfica da ATM direita e AB-II,
máxima abertura bucal para tomada radiográfica da ATM esquerda). A medida
mensurada foi a distância da incisal dos incisivos inferiores até a incisal dos incisivos
superiores em milímetros (OBWEGESER, FARMAND e AL- MAJALI, 1987).
Figura 9. Paciente posicionada para tomada radiográfica na posição boca aberta.
Material e Método 34
3.3. Traçado das radiografias
Sobre a radiografia foi colocado um papel vegetal onde o meato acústico, a
cavidade articular e a cabeça da mandíbula da posição boca fechada foram
decalcados, o mesmo papel foi transferido sobre a imagem radiográfica de boca
aberta de tal forma que o meato acústico e a cavidade articular do decalque ficaram
sobrepostos as imagens correspondentes da imagem boca aberta, a nova posição
da cabeça da mandíbula foi então decalcada (Figura 11).
Com o auxílio de esquadros de precisão para desenhos geométricos foram
traçadas duas retas tangentes: A’ passando pelo ponto mais convexo da eminência
articular e B’ passando pelo ponto mais convexo (mais superior) da cabeça da
mandíbula na posição de boca aberta. Perpendicularmente as tangentes foram
traçadas duas retas paralelas (A e B) passando pelos mesmos dois pontos: A
passando pelo ponto mais convexo da eminência articular e B passando pelo ponto
mais convexo da cabeça da mandíbula na posição de boca aberta.
Figura 10. Tomada da medida de máxima abertura bucal.
35 Material e Método
Com um paquímetro digital foi realizado a medida AB, distância entre as retas
A e B em milímetros.
Foram considerados apenas as radiografias dos pacientes que tiveram pelo
menos uma de suas articulações com hiperexcursão.
As distâncias em milímetros foram anotadas em uma planilha Excel,
juntamente com as medidas em milímetros da máxima abertura bucal, idade e
gênero dos pacientes para posterior cálculo e análise estatística.
3.4. Análise dos dados e estatística
Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística utilizando o software
SPSS versão 12.0 para Windows (SPSS Inc.; Chicago, IL, USA). Foi realizado a
análise descritiva (médias, desvios padrão, valor máximo e valor mínimo), para cada
variável, assim como análise de correlação de Pearson e análise de regressão, para
associação entre máxima abertura bucal e deslocamento condilar. O nível de
significância adotado nos testes foi de 5%.
Figura 11. Traçado da radiografia transcraniana da ATM.
Resultados 37
4. RESULTADOS
Foram analisados 57 prontuários, a partir dos quais foram obtidas 114
medidas de deslocamento condilar e de máxima abertura bucal. Considerando que
cada paciente possui duas articulações temporomandibulares e a tomada
radiográfica para a imagem transcraniana da ATM é realizada em dois momentos.
A amostra foi composta de 42 prontuários de pacientes do gênero feminino
(73,7%) e 15 do gênero masculino (26,3%). A média de idade foi de 39,07 anos,
com idade mínima de 18 anos e máxima de 68 anos.
Os resultados da análise descritiva foram: média de abertura bucal 42,51mm,
com desvio padrão de 7,56, valor mínimo da abertura bucal 26,0mm, valor máximo
da abertura bucal 58,71mm, média do deslocamento condilar 5,30mm, com desvio
padrão de 3,02, valor mínimo do deslocamento condilar 0,0 mm (ausência de
deslocamento condilar) e valor máximo do deslocamento condilar 12,38mm (Tabela
1 e Tabela 2).
Tabela 1. Análise descritiva dos dados da máxima abertura bucal.
Grupo Número de indivíduos
Média (mm)
Desvio Padrão
Valor máximo (mm)
Valor mínimo (mm)
AB I 57 41.97 7.58 55.63 26.00 AB II 57 43.05 7.57 58.71 26.21 AB I + II 114 42.51 7.56 58.71 26.00
Tabela 2. Análise descritiva dos dados de deslocamento condilar durante o
movimento de máxima abertura bucal.
Grupo Número de indivíduos
Média (mm)
Desvio Padrão
Valor máximo (mm)
Valor mínimo (mm)
Desl dir 57 5.12 3.03 12.38 0.00 Desl esq 57 5.46 3.03 11.88 0.00 Desl dir + esq 114 5.30 3.02 12.38 0.00
38 Resultados
A associação entre a máxima abertura bucal e o deslocamento condilar foi
determinada por meio do teste de Correlação Linear de Pearson (r=0,3344;
p=0,0003), os valores indicaram a existência de uma correlação moderada entre as
variáveis (Figura 12).
Diagrama de dispersão – Correlação linear de Pearson
Figura 12. Diagrama de dispersão entre máxima abertura bucal (mm) e deslocamento condilar (mm),
obtido através da análise de correlação linear de Pearson.
Os dados também foram submetidos à análise de regressão linear, com o
objetivo de encontrarmos a reta que melhor representa o aumento do deslocamento
condilar em consequência do aumento da abertura bucal. O coeficiente de
correlação linear encontrado foi (r) = 03207; p = 0,0005. Confirmando que o aumento
da medida de abertura bucal promove um aumento na medida do deslocamento
condilar (Figura 13).
Deslo
cam
en
to c
on
dila
r (m
m)
Máxima abertura bucal (mm)
Resultados 39
Diagrama de dispersão – Regressão Linear
Linha de regressão
----- 95% Intervalo de confiança
Figura 13. Diagrama de dispersão entre máxima abertura bucal (mm) e deslocamento condilar (mm),
com linha de regressão e intervalo de confiança de 95%, obtido através da análise de regressão
linear.
Máxima abertura bucal (mm)
De
slo
cam
en
to c
on
dila
r (m
m)
Discussão 41
5. DISCUSSÃO
A hipermobilidade da articulação temporomandibular é frequentemente
encontrada nos pacientes, porém, só é notada quando interfere nos movimentos
mandibulares. Essa interferência às vezes nem é percebida pelo paciente, e sim
pelo profissional que durante a avaliação clínica percebe visualmente ou por meio de
medida dos movimentos mandibulares que o paciente apresenta excessiva abertura
da boca. Essa demasiada abertura da boca pode ser traduzida em subluxação
mandibular, caracterizada por hipermobilidade da articulação temporomandibular em
que o paciente executa movimentos de abertura e fechamento bucal normalmente,
no entanto, com uma ampla abertura. A subluxação condilar pode evoluir para
episódios de luxação mandibular ou deslocamento espontâneo, em que o paciente é
impossibilitado de fechar a boca por si só, necessitando de auxilio profissional. Este
quadro normalmente tem característica aguda e de dor intensa, podendo levar o
paciente ao desespero.
Para compor a amostra deste trabalho de pesquisa, que constou de 57
indivíduos com hipermobilidade condilar, foram avaliados 69 prontuários, de uma
clínica especializada no atendimento de pacientes com DTM e dor orofacial,
portanto, 82,6% dos prontuários avaliados tiveram pacientes que apresentaram
hiperexecursão condilar durante o movimento de máxima abertura bucal, resultado
próximo ao encontrado na pesquisa de Obwegeser, Farmand e Al-Majali (1987), que
observaram hiperexcursão em 80,39% do total de pacientes avaliados, sem sinais e
sintomas de DTM, através de tomografia linear.
Diferentemente, Ilha et al. (2006), Lemos (1988) e Palacios-Moreno,
Chilvalquer e Luz (1997), relataram predominância da normoexcursão, seguida da
hiperexcursão e uma menor porcentagem de hipoexcursão em seus trabalhos
realizados com pacientes portadores de disfunção craniomandibular. A
hiperexcursão condilar nem sempre esta associada a uma condição patológica, e
em várias pesquisas que associaram sinais e sintomas clínicos de disfunção
temporomandibular com a excessiva excursão condilar não encontraram relação
positiva entre as duas condições (DUARTE et al., 2001; ILHA et al., 2006;
KALAYKOVA et al., 2006; OKESON, 2008). Entretanto, Senna et al. (2009)
concluíram que o aumento da excursão do côndilo pode influenciar significadamente
na sintomatologia dolorosa de pacientes com DTM.
42 Discussão
A literatura é escassa em relação a valores de medida do quanto a cabeça da
mandíbula ultrapassa a eminência articular durante o movimento de abertura bucal.
Muto et al. (1994) encontraram os seguintes valores para indivíduos saudáveis:
9,2mm para os homens e 7,8mm para as mulheres, medidas superiores ao da nossa
amostra, na qual, observamos a média de 5,3mm.
Reicheneder et al. (2008) mensuraram o percurso da cabeça da mandíbula
durante toda a abertura bucal e observaram uma média de 16,5mm nas crianças
entre 6 e 10 anos de idade e uma média de 19,2mm nos adultos, resultado
semelhante ao encontrado por Muto et al. (1994), que encontraram 19,0mm nos
homens e 18,4mm nas mulheres.
Analisando a medida de máxima abertura bucal dos pacientes no presente
trabalho de pesquisa durante a tomada radiográfica, obtivemos a média de 42,5mm,
valor que condiz com os achados de Sawair et al. (2010), que observaram a média
de 42,9mm na população estudada; no entanto, a medida foi inferior a encontrada
por Kitsoulis et al. (2011), que avaliaram uma amostra de 464 pacientes, dos quais
340 apresentaram DTM e obtiveram uma média de 44,5mm de máxima abertura de
boca, quando mensurada a medida dos 124 pacientes sem DTM o valor encontrado
foi 46,4mm.
Comparado esses resultados com outros estudos realizados em pacientes
saudáveis, Reicheneder et al. (2008) encontraram a média de 56,9mm, resultado
similar ao encontrado por Nevakari (1960), que em um grupo de indivíduos entre 20
a 25 anos de idade observaram uma média de máxima abertura bucal de 56,0mm.
Em ambos os trabalhos, os resultados encontrados na abertura bucal em pacientes
saudáveis, foram superiores aos encontrados no presente trabalho, que foi de
42,9mm e em pacientes com disfunção temporomandibular.
Posselt (1962) analisou os limites dos movimentos mandibulares, em relação
a máxima abertura bucal e encontrou valores entre 50 e 60 mm.
Devemos, porém considerar que a capacidade da máxima abertura bucal,
assim como os outros movimentos mandibulares, é influenciada por vários fatores,
tais como gênero, idade, etnia, estrutura física, número de dentes, anatomia da
fossa mandibular, flacidão ligamentar e a atividade muscular.
A amplitude de abertura bucal é maior nos homens, quando comparado com
as mulheres (LEWIS, BUSCHANG e THOROCKMORTON, 2001; SAWAIR et al.,
2010). Em relação a idade, estudos realizados em crianças mostraram que a
Discussão 43
medida de abertura bucal aumenta com a idade (REICHENEDER et al., 2008;
HAMAZAKI et al., 2002), e nos adultos ela reduz (GALLAGHER et al., 2004; YAO,
LIN e HUNG, 2009; SAWAIR et al., 2010). A estrutura física analisada através do
índice de massa corporal foi correlacionado positivamente com o aumento da
abertura bucal (PULLINGER et al., 1987; SAWAIR et al., 2010). O número de dentes
presentes na cavidade bucal também influencia a abertura bucal, a ausência de
elementos dentais foi associada positivamente com a diminuição da abertura bucal
(TALLENTS et al., 2002; GÖKÇE et al., 2009; SAWAIR et al., 2010). E a etnia do
paciente (FONSECA, 1992; OLIVEIRA et al., 2006; KITSOULIS et al., 2011).
Relacionando a máxima abertura bucal e o deslocamento da cabeça da
mandíbula além da eminência articular dos pacientes da amostra do nosso estudo,
observamos uma moderada correlação entre os dois movimentos. No entanto, Muto
et al. (1994) encontraram uma significativa correlação entre as duas variáveis,
quando analisadas em indivíduos saudáveis, ou seja sem disfunções no sistema
mastigatório.
Estudos anteriores avaliaram os movimentos realizados pelos côndilos
durante a abertura bucal em dois momentos, primeiramente o movimento de rotação
condilar e posteriormente o de translação condilar. Foi observado correlação entre o
movimento de abertura bucal e o movimento de rotação dos côndilos; porém, entre a
translação condilar e a máxima abertura bucal não foi encontrado correlação
(TRAVERS et al., 2000; LEWIS, BUSCHANG e THROCKMORTON , 2001; NAEIJE,
2002; MAPELLI et al., 2009).
Alguns autores afirmam que a abertura bucal pode ser realizada mesmo com
limitação do movimento de translação, devido a rotação dos côndilos ser o principal
componente no movimento de abertura bucal (LEWIS, BUSCHANG e
THROCKMORTON , 2001; MONTEVERDI et al., 2006; MAPELLI et al., 2009).
Como relatado anteriormente, não há um consenso na literatura em relação
ao índice de normalidade para abertura bucal, pois existem vários fatores que
influenciam neste valor. Porém, pode-se considerar 40,0mm uma medida aceitável
para abertura mandibular (Bianchini, 1998; Ríspoli e Bacha, 1998; OKESON), valor
próximo ao encontrado em nossa pesquisa.
No entanto, foi observado em nosso estudo que pacientes com abertura bucal
inferior à 40,0mm apresentaram deslocamento condilar considerável, assim como
pacientes que apresentaram uma abertura bucal superior à 40,0mm e sua respectiva
44 Discussão
cabeça da mandíbula não ultrapassou a eminência articular do osso temporal
(Tabela – Anexo C). Tal resultado pode ser atribuído ao fato da abertura bucal ser
influenciada principalmente pelo movimento de rotação dos côndilos, como relatado
anteriormente.
Apesar da correlação moderada encontrada em nosso trabalho entre o
movimento de abertura bucal e o deslocamento da cabeça da mandíbula, esses
resultados poderão auxiliar o Cirurgião Dentista a realizar uma estimativa de quanto
a cabeça da mandíbula ultrapassa a eminência articular no movimento de abertura
bucal, durante o exame clínico, colaborando com o diagnóstico e tratamento das
disfunções temporomandibulares.
Entretanto, outras pesquisas são necessárias para uma melhor compreensão
da correlação entre os movimentos de abertura bucal e a hipermobilidade condilar.
Conclusão 46
6. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que o aumento na
medida de abertura bucal promoveu o aumento no deslocamento da cabeça da
mandíbula para além do ápice da eminência articular durante o movimento de
máxima abertura bucal.
Referências Bibliográficas 48
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Anexos 57
Anexo C – Tabela de referência para análise estatística.
Gênero Idade (anos)
Abertura bucal (mm)
Deslocamento condilar (mm)
I II Direto Esquerdo Paciente 1 M 18 51,00 52,50 4,20 1,71 Paciente 2 M 41 37,59 41,44 1,21 0 Paciente 3 F 32 26,50 30,87 5,59 3,40 Paciente 4 F 53 42,00 36,00 5,13 0 Paciente 5 M 23 38,00 47,10 6,69 8,60 Paciente 6 F 43 26,00 32,50 0 3,84 Paciente 7 F 22 41,00 43,00 1,72 4,65 Paciente 8 F 67 36,02 35,87 0,50 6,87 Paciente 9 F 59 37,44 38,48 0 6,24 Paciente 10 F 32 31,55 33,71 1,76 0 Paciente 11 F 56 34,77 36,18 4,90 6,33 Paciente 12 F 24 46,78 53,72 0 4,06 Paciente 13 M 18 47,89 49,28 8,89 5,35 Paciente 14 F 19 31,33 27,94 7,33 2,89 Paciente 15 F 19 40,93 38,60 7,74 7,64 Paciente 16 M 30 48,48 43,72 8,78 8,45 Paciente 17 F 41 26,28 32,61 6,36 0 Paciente 18 F 21 51,82 51,03 9,63 7,25 Paciente 19 F 66 46,74 47,66 4,14 7,32 Paciente 20 F 46 33,97 36,45 7,80 10,59 Paciente 21 F 52 40,51 41,85 4,37 6,96 Paciente 22 M 25 41,22 38,40 7,20 9,48 Paciente 23 M 61 51,08 50,75 8,95 9,30 Paciente 24 M 49 49,05 55,41 8,75 6,40 Paciente 25 M 38 35,90 35,23 2,30 2,02 Paciente 26 F 42 32,86 31,59 2,03 4,07 Paciente 27 F 31 28,43 26,21 0 7,45 Paciente 28 M 32 48,26 49,48 12,38 3,83 Paciente 29 M 68 52,01 47,88 9,21 11,88 Paciente 30 F 36 46,80 46,75 4,88 3,31 Paciente 31 F 46 45,70 50,70 7,80 5,90 Paciente 32 F 36 50,65 50,20 4,96 6,11 Paciente 33 F 18 41,20 42,31 5,10 2,40 Paciente 34 M 61 50,45 51,73 10,61 6,17 Paciente 35 F 24 43,85 45,62 2,92 9,50 Paciente 36 F 45 38,72 39,68 8,64 9,77 Paciente 37 F 21 55,63 56,70 7,70 6,90 Paciente 38 M 43 44,62 45,71 4,35 4,08 Paciente 39 F 41 36,27 43,24 2,18 3,86 Paciente 40 F 28 44,13 44,55 5,65 8,08 Paciente 41 F 51 43,28 35,58 7,55 7,54 Paciente 42 F 21 47,53 46,19 5,34 3,76 Paciente 43 M 33 54,94 58,71 7,12 5,89 Paciente 44 F 49 43,72 45,11 6,34 7,81
58 Anexos
Paciente 45 F 44 36,07 38,57 3,09 0 Paciente 46 F 52 37,58 38,33 1,69 3,32 Paciente 47 F 44 51,43 52,41 7,30 3,90 Paciente 48 F 38 40,60 41,18 5,13 3,52 Paciente 49 F 56 39,19 42,34 6,08 4,40 Paciente 50 F 51 44,20 47,31 7,03 9,39 Paciente 51 F 28 41,39 43,42 3,95 6,66 Paciente 52 F 48 43,49 42,46 6,00 10,43 Paciente 53 F 56 38,19 41,97 2,76 6,64 Paciente 54 M 31 50,05 50,42 5,89 8,76 Paciente 55 F 19 41,24 41,01 0 2,86 Paciente 56 F 28 55,33 54,01 2,28 0 Paciente 57 F 51 31,11 32,31 2,38 4,05