estudo da teologia de seitas e heresias

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    Estudo da Teologia de Seitas e Heresia

    EINSTEIN E OS CAMINHOS DA CRIAO Parte I A cosmogonia judaica e o conceito espao-tempo - em Gnesis Um Aos olhos de Hitler e de seus fiis, conforme descreve Raphal Dra [La Pense Juive et L'Interrogation Divine, Exgse et pistmologie (Paris: Presses Universitaires de France, 1966) 1], existia um perigoso pensamento judaico, caracterizado por sua essncia malfica, inspiradora da fsica de Einstein, da literatura de Kafka, da msica de Schoenberg e da psicanlise de Freud. Deixando de lado os delrios hitlerianos, podemos dizer que h um criativo e fecundo pensamento judaico, que atravs dos sculos soube combinar Torah e conhecimento, tica e epistemologia. Nosso propsito , numa primeira aproximao, mostrar que os estudos judaicos dos contedos de Gnesis Um produziram uma epistemologia que interliga o conceito espao/tempo em Gnesis Um com a teoria da relatividade. Essa dialtica tem especial importncia para a teologia crist, j que a partir dela podemos entender melhor a realidade de Gnesis Um.

    No comear Deus criando o fogogua e a terra. E a terra era lodo torvo e a treva sobre o rosto do abismo E o sopro-Deus revoa sobre o rosto da gua. [Traduo de Augusto de Campos in Bere'shith, A Cena da Origem, SP, Perspectiva, 1988, p. 45].

    O desafio maior para quem analisa significaes o prprio exerccio da leitura. O desejo de conservar a linguagem pode levar a uma soluo oposta quela se pretende. Considerar o simblico como abstrato e irrelevante , em ltima instncia, separar signo e objeto. Assim quando um texto passa a ser apenas e somente um conjunto fechado costumamos dizer que compreendemos o referido texto. Mas ao fazer isso, na verdade, eliminamos a possibilidade de restaurar sua inteno original e de ultrapassar a letra para captar o sentido primeiro de seu autor. Logicamente, esse midrash tem como ponto de partida, e exige como garantia, a compreenso do primeiro discurso.

    Em novembro de 1942, o poeta e crtico Ezra Pound afirmava que "o mistrio profundo da vida descobrir porque os outros no compreendem aquilo que se escreve e diz. A coisa parece simples e clara ao escritor, mas outros o tomam em sentido diferente. E se gastam anos para saber porque e como" [Ezra Pound, Lettere 1907-1958, Milo, Feltrinelli Editore, 1980, p. 7]. Logicamente, como autor e crtico, Pound falava de hermenutica em seu sentido laico, que no implica na inesgotabilidade do texto sagrado. Produto no inspirado, esse texto, fruto da inteligncia e arte de um homem, pode ser percorrido por outro homem em sua

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    totalidade, arrancando do discurso potico os elementos lgicos que lhe deram constituio, interpretando-o com tal maestria e clareza quanto poderia faz-lo seu prprio autor. Mas mesmo assim, como alerta Pound, isso pode transformar-se em tarefa de anos.

    Interpretar o texto bblico, decifr-lo, arrancar dele significaes um desafio que no se resume a um homem ou a um curto perodo de anos. nosso pressuposto que Gnesis Um enquanto palavra/ordem do Deus criador apresenta mais contedos do que perceptvel na leitura de toda uma gerao. Aqui h uma dialeticidade que permanecer no equilbrio de seus contrrios, sem soluo ou sntese enquanto houver histria: a revelao do que perfeito d-se atravs de um instrumento imperfeito, a linguagem humana. Nossa necessidade histrica de interpretar nasce da, dessa inadequao entre significante e significado. "A tarefa do intrprete consiste, pois, na explicitao da mensagem divina, atravs do raciocnio bem dirigido. As concluses a que se chega nada acrescentam ao significado do texto, pois j estavam contidas ali desde sempre; embora para ele sejam novas, uma vez que diferem do que est escrito, em si mesmas no o so, porque estavam gravadas no subsolo do texto que se interpretou. Contudo, sendo a Bblia obra de um ser infinito, as interpretaes jamais se esgotam. Cada novo corte no texto aprofunda o seu sentido, mas sempre possvel avanar mais. Elas se sucedem atravs do tempo, porm, por mais surpreendentes que paream, tm a garantia de se situarem no mesmo campo inicial". [Renato Mezan, Freud: A Trama dos Conceitos, SP, Perspectiva, 1982, p. 342].

    Exatamente, por isso, parto do pressuposto de que a teologia judaica nos ltimos mil e novecentos anos apresenta uma hermenutica bastante criativa do Gnesis Um. Essa hermenutica ou midrash no ficou restrita aos crculos rabnicos, mas fez parte da tradio e da cultura do judasmo atravs dos sculos. Escritores, artistas e cientistas judeus utilizaram esses conhecimentos em seus campos de trabalho. Einstein conhecia essas fontes, em parte desconhecidas para o mundo cristo, mas ricas e cheias de significados para todo intelectual judeu. Por isso, esta releitura da teoria do caos tem como roteiro a cosmogonia judaica e as idias centrais da teoria da relatividade.

    Albert Einstein era judeu, acreditava em Deus criador, mas no aceitava o conceito bblico de Deus pessoal. Foi um sionista militante durante toda sua vida, a ponto de em 1952 lhe ser oferecida a presidncia de Israel. No aceitou. Estava casado com a fsica. "As equaes so mais importantes para mim porque a poltica feita para o presente, ao passo que uma equao algo para toda a eternidade". [Stephen W. Hawking, Uma Breve Histria do Tempo, RJ, Rocco, 1988, pp. 240-241].

    DO TZIMTZUM AO PROCESSIO DEI AD EXTRA

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    Apesar de seus matizes, o judasmo mostrou uma coerncia em relao hermenutica de Gnesis Um, a defesa da criao ex nihilo. Assim, o recuo de Deus para permitir que surgisse o vazio, o nada, e nele o universo finito, desenvolvido na teoria da contrao, em hebraico tzimtzum. Essa teoria formalizada pelo rabino Luria (1534-1572) uma das concepes mais surpreendentes do pensamento judaico. Isaac Luria, um dos maiores expoentes da tradio mstica no judasmo, nasceu no Cairo, mas desenvolveu seu ministrio em Safed, na Palestina. A expresso tzimtzum significa originariamente concentrao, mas acabou sendo entendida como retirada. Segundo Scholem, Luria partiu de textos do Midrash, onde encontramos que Deus concentrou sua Shekin, sua presena divina, no Santo dos Santos, assim todo seu poder retraiu-se num nico ponto. assim que surge a expresso tzimtzum. [Exod Raba ao x 25:10, Lev. Raba ao Lv 23:24; Pessikta de Rab Kahana, Ed. Buber 20 a; Midrasch Schir Ha-Schidim, Ed. Griinhut (1899), f. 15b, citado por Gershom Scholem, A Mstica Judaica, SP, Perspectiva, 1972, p. 263].

    Infelizmente, as duas expresses, concentrao e retirada, que deveriam ser entendidas como complementares, j que Deus se retira e ento concentra a sua luz sobre este ponto, passa a dividir os estudiosos em dois grandes grupos: os que defendem o tzimtzum como base para a doutrina da creatio ex nihilo e tambm para aqueles que defendem a doutrina da emanao (em hebraico atsilu) ou processio Dei ad extra.

    Dessa maneira, o prprio Luria, apesar de partir de uma expresso que naturalmente deve levar creatio ex nihilo, torna-se o principal expositor dentro do misticismo judaico do processio Dei ad extra, que tem por base no um processo no tempo, mas uma estrutura da realidade, enquanto emanao, criao, formao e ao. Assim, para esses rabinos, nveis inferiores de realidade emanaram de nveis superiores que, por sua vez, tiveram origem em Deus. Dentro dessa concepo h um midrash, a teoria do vaso quebrado, que trabalha com a hiptese de que o mundo foi feito de remanescentes de mundos anteriores, que Deus havia destrudo. Uma conhecida lenda rabnica explica esse processo como o desprender de uma chama de carvo da roupa de Deus.

    "No princpio (Gnesis 1:1), a vontade do Rei comeou a gravar signos na esfera superior. Do recesso mais oculto, uma negra chama brotou do mistrio do ein sof, o Infinito, como um novelinho de massa informe, como que inserido no aro dessa esfera, nem branca nem preta, nem vermelha nem verde, de nenhuma cor. Somente depois de distender-se como um fio, produziu ela cores para luzir em si. Do mago da chama, jorrou uma fonte da qual brotaram cores e se espalharam sobre tudo embaixo, oculto na ocultao mais misteriosa do ein sof. Mal rompeu ela, inteiramente irreconhecvel, seu crculo de ter, sob o impacto da irrupo, um ponto oculto, superno fulgiu da irrupo final. Aqum desse ponto est excludo

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    todo conhecimento e por isso ele chamado reschit, princpio, a primeira palavra do Todo". [O Princpio, Sefer ha-Zohar (Livro do Esplendor), in J. Guinsburg, Do Estudo e da Orao, SP, Perspectiva, 1968, p. 605]. Apesar de sua riqueza teolgica, no estaramos longe da verdade ao classificar a doutrina da emanao como um panentesmo, que define o mundo material como o desdobramento de Deus em diferentes nveis. E porque o mundo existe dentro de Deus, os defensores do processio Dei ad extra consideram necessrio descobrir o que h de divino nos fenmenos do cotidiano.

    Se entendermos, porm, a teoria do tzimtzum, como a relao dialtica de dois movimentos, o da retirada e o da concentrao ficar mais fcil aproveitar os estudos de Luria. O tzimtzum explica o recuo de Deus para permitir que surgisse o vazio, o nada, e nele o universo finito. Como Deus infinito, sem o tzimtzum no haveria o nada no qual pudesse produzir a estrutura espao/tempo de uma criao separada. interessante notar, que se por um lado a dialtica da autocontrao e concentrao divinas deu origem ao mundo material, o choque entre o movimento restritivo e o transbordante amor de Deus criou tambm a possibilidade do mal. Nesse sentido, a cosmogonia judaica, v a criao em primeiro lugar como consciente autolimitao e na seqncia como revelao e julgamento. E como julgamento entendida a imposio de limites, ele faz parte da revelao, que se expressa pela primeira vez como criao de Deus. Em outras palavras: se o mal uma probabilidade que surge da dialtica amor divino e retrao, o julgamento passa a ser inerente a tudo na criao, j que todas as coisas esto determinadas enquanto limites. A tradio do debate sobre a creatio ex nihilo antiga no pensamento judaico. Na verdade, podemos dizer que comea a ser realizada no segundo sculo. Por isso, no de estranhar que encontremos reflexes profundas sobre Gnesis Um nos sculos posteriores. Assim, em um dos textos mais representativos do pensamento carata, movimento medieval de retorno letra da Escritura, considerado por muitos um protestantismo judeu de colorao pietista, a "Explanao dos Mandamentos", de Aha Nissi ben Noah de Bassor, que ensinou em Jerusalm na segunda metade do sculo IX, lemos:

    "No primeiro dia, Deus criou sete coisas: o cu, a terra, as trevas, a luz, a gua, o abismo e o vento (Gn.1:1-12). Primeiro criou tohu e bohu (a solido e o caos), dos quais surgiu a terra (Gn.1:1-2). Criou as trevas: 'Ele formou a luz e criou as trevas' (Isaas 45:6). Criou o vento, conforme a palavra: 'e criou o vento'. Criou a gua, pois com a criao da terra havia gua. Criou o abismo, para que a gua tivesse uma profundidade e uma submerso. Criou a luz (Gn.1:3). Para a criao do mundo foram necessrias quatro coisas: a ordem, o trabalho, a determinao e a proclamao" [Nissi ben Noach, Explanao dos Mandamentos, in J. Guinsburg, op. cit., p.309]. Nesse texto aparentemente to simples, encontramos dois conceitos muito importantes: tohu e bohu fazem parte da criao e para que haja criao necessrio ordem.

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    Outro grande telogo judeu, que fez oposio ao pensamento carata, foi Saadia Gaon (892-942). Influenciado pela efervescente teologia do Isl e pelo pensamento helenstico clssico, Gaon combateu a presena heterodoxa, de tendncia maniquesta, os remanescentes de Filo e a crtica gnstica. Seu texto sobre a doutrina da creatio ex nihilo de uma profunda beleza, apesar de apresentar imperfeies normais ao conhecimento da poca, como, por exemplo, sua viso geocntrica. Mas, de forma brilhante enfrenta opositores bem parecidos aos que encontramos hoje em dia.

    "Aqueles que acreditam na eternidade do mundo procuram provar a existncia de algo que no tem comeo nem fim. Por certo, nunca depararam com uma coisa que percebessem, pelos sentidos, sem ser comeo nem fim, mas procuram estabelecer sua teoria por meio de postulados da razo. Semelhantemente, os dualistas empenham-se em provar a coexistncia de dois princpios separados e opostos, cuja mistura fez que o mundo viesse a ser. Sem dvida, nunca testemunharam dois princpios separados e opostos, nem o pretenso processo da mistura, mas tentaram suscitar argumentos derivados da razo pura em favor de sua teoria. De maneira similar aqueles que acreditam numa matria eterna consideram-na como um hilo, isto , algo em que no h originalmente qualidade de quente ou frio, de mido ou seco, mas que se transforma por uma determinada fora e assim produz aquelas quatro qualidades. Indubitavelmente, seus sentidos nunca perceberam uma coisa carente de todas essas quatro quantidades, nem jamais perceberam um processo de transformao e a gerao das quatro qualidades como sugerido. (...) Assim sendo, claro que todos concordam em admitir alguma opinio concernente origem do mundo que no tem base na percepo sensorial". [Saadia Gaon, Criao Ex-Nihilo in J. Guinsburg, op. cit., p. 316].

    Para sua defesa da criao ex-nihilo, Gaon trabalha com quatro argumentos, trs dos quais muito bem expostos: de finitude do universo, estrutura e acidentalidade. "(...) continuou a afirmar que nosso Senhor, louvado e enaltecido seja, informou-nos que todas as coisas foram criadas no tempo, e que Ele as criou do nada (...). Ele nos comprovou essa verdade por meio de sinais e milagres, e ns a aceitamos. Examino ainda mais nesta matria com o intuito de saber se ela podia ser comprovada por especulao como foi comprovada por profecia. Achei que era este o caso por um certo nmero de razes, da quais, devido brevidade, selecionei as quatro seguintes: 1. A primeira prova baseia-se no carter finito do universo (...). 2. A segunda prova derivada da unio de partes e da composio de segmentos. Vi que os corpos consistem de partes combinadas e de segmentos ajustados entre si (...). 3. A terceira prova baseia-se na natureza dos acidentes. Verifiquei que nenhum dos corpos so desprovidos de acidentes que os afetem direta ou indiretamente. Animais, por exemplo, so gerados, crescem at que alcanam sua maturidade, ento, definham e se decompem. Ento eu disse a

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    mim mesmo: Ser que a terra como um todo livre destes acidentes? (...) 4. A quarta prova baseia-se na natureza do tempo. Sei que o tempo triplo: passado, presente, futuro. Embora o presente seja menor do que qualquer instante, tomo o instante como se toma um ponto e digo: Se um homem tentasse em seu pensamento ascender deste ponto no tempo ao ponto mais elevado, ser-lhe-ia impossvel faz-lo, porquanto o tempo agora admitido como infinito e impossvel ao pensamento penetrar no ponto mais remoto daquilo que infinito." [Saadia Gaon, Quatro Argumentos para a Criao, idem, op. cit., pp. 317-320].

    De todos os pensadores judeus medievais, talvez o mais conhecido fora dos meios judaicos, seja o talmudista francs Shlomo bar Itzhak, o rabi Rashi de Troyes (1040-1105). Exegeta, Rashi apresenta uma traduo para o versculo um de Gnesis que leva em conta estrutura e acidentalidade: "No princpio, ao criar Deus os cus e a terra, a terra era v..." E segundo seu midrash, o texto no est preocupado em mostrar a ordem da criao, mas em afirmar o ato criador de Deus. Rashi mostra-se preocupado com o sentido literal, mas define claramente sua hermenutica: "Todo texto se divide em muitos significados, mas, afinal nenhum texto est destitudo de seu sentido literal" [Herman Hailperin, Rashi and the Christian Scholars, Pittsburgh, University of Pittsburgh Press, 1963].

    A DIALTICA DA ESTRUTURA E ACIDENTALIDADE

    Dessa maneira, tanto para expositores da creatio ex nihilo como para os defensores do processio Dei ad extra a inteno primeira de Gnesis-Um apresentar Deus como criador, que utiliza tohu e bohu como matria prima para a formao do universo. E a partir dessa relao entre criao e revelao, que os estudiosos judeus entendero a redeno, j que o fim messinico ou estgio final do mundo revelado significa uma volta ao comeo, uma nova criao.

    "A Redeno deveria ser conseguida no por um movimento tempestuoso na tentativa de apressar crises e catstrofes histricas, mas antes pela remarcao do caminho que conduz aos primrdios da Criao e da Revelao, ao ponto em que o processo do mundo (a histria do universo e de Deus) principiou-se a desenvolver-se dentro de um sistema de leis. Aquele que conhecia a senda pela qual viera podia ter esperanas eventualmente de poder retornar sobre seus passos". [Gershom Scholem, A Mstica Judaica, SP, Perspectiva, 1972, p. 248].

    Assim, mais do que qualquer intencionalidade em apresentar a cronologia da criao, Gnesis Um apresenta uma ordem enquanto dialtica da estrutura e acidentalidade. Esse processo interpretado por Scholem como "o primeiro ato, o ato do tzimtzum, no qual Deus determina e (...) limita a Si mesmo, um ato de julgamento que revela as razes dessa qualidade em tudo o que existe. Essas razes do julgamento divino subsistem em mistura catica com o resduo da luz divina que remanesceu, aps a retirada ou retraimento original, dentro do espao

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    primrio da criao de Deus. Ento um segundo raio de luz emanado da essncia do Ein-Sof traz ordem ao caos e pe o processo csmico em movimento, ao separar os elementos ocultos e mold-los em nova forma" [Iossef ibn Tabul in Gershom Scholem, Kiriat Sefer, vol. XIX, pp. 197-199].

    E dois escritos antigos nos mostram que a doutrina da creatio ex nihilo tem suas bases tanto no Tanach, como apcrifos intertestamentrios. Lemos em Isaas: "Assim diz Iahveh, teu redentor, aquele que te modelou desde o ventre materno. Eu, Iahveh, que fiz tudo, e sozinho estendi os cus e firmei a terra. Com efeito, quem estava comigo?" (Is.44:24). E em II Macabeus 7:28: "Eu te suplico, meu filho, contempla o cu e a terra e observa tudo o que neles existe. Reconhece que no foi de coisas existentes que Deus os fez, e que tambm o gnero humano surgiu da mesma forma". Esta, alis, a primeira afirmao explcita da criao ex nihilo.

    A primeira vista, a cosmogonia judaica define a centralidade de Gnesis-Um no ato criativo de Deus apenas enquanto espacialidade. Seria uma busca do lugar, da centralidade espacial. O que leva muitos a afirmarem que no h nenhum elemento espao-temporal em Gnesis. Mas, isso no verdade. Em 1740, Anton Lazzaro Moro, cristo novo, gelogo e exegeta italiano, desenvolveu uma sofisticada defesa da hiptese espao-temporal em Gnesis Um. Dizia ele que tudo que est "envolto e fechado" precisa de um tempo para libertar-se e tornar-se evidente, e que Deus, ao criar a natureza, colocou-se com administrador das leis criadas. Da conclui: "Quando a Escritura afirma que 'Spiritus Dei ferebatur super aquas (...)' indica uma funo que traz consigo sucesso de tempo" [Anton Lazzaro Moro, De Crostacei e degli altri Corpi Marini che si Truovano su Monti, 1740, in Paolo Rossi, A Cincia e a Filosofia dos Modernos, So Paulo, Editora Unesp, 1992, p. 345].

    Desenvolvendo sua tese espao-temporal, explica que toda a criao sofreu duas produes diferentes, que precisam ser cuidadosamente separadas: "a primeira a do nada pela mo imediata do criador; a outra provm do seio das segundas causas acionadas pelo administrador da natureza. A primeira produo instantnea e ato divino proporcionado pela onipotncia e eternidade de Deus; a segunda [produo] implica que o ato divino seja adaptado s exigncias da natureza que Deus estabeleceu em cada coisa" [Idem, op. cit., p. 345]. A partir da sua cosmogonia surpreendente. Explica que Deus quem moveu circularmente "a celeste matria de todo o planetrio vrtice", obrigando essa matria que formaria o Sol a colocar-se no lugar que lhe era destinado. Constatando que seja qual for a velocidade que se queira atribuir ao movimento dirio do Sol e de seu vrtice, "isso no aconteceu num s dia e em s vinte e quatro horas". A formao do Sol, assim como a produo dos planetas, afirma Moro, "comprova que aqueles seis dias no foram de medida igual aos dias modernos, mas que foram espaos de tempo de durao muito mais longa, ou seja, de uma durao

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    proporcional atividade das causas segundas e exigncia dos efeitos produzidos; espaos esses que foram chamados dias, conforme o costume freqentemente usado nas Escrituras de exprimir com o nome de dias certos espaos de tempo longos e indeterminados" [Idem, op. cit., p. 347]. interessante ver como a fsica do sculo vinte, principalmente aquela que sofreu influncias dessa mesma cosmogonia, traduziu para uma nova linguagem antigos conceitos.

    verdade, que desde Aristteles a cincia avaliou equivocadamente o conceito tempo, considerando-o absoluto, sem relao imediata e causal com o espao. Pensou um tempo sem ambigidades, achando que se fosse medido corretamente, entre dois espaos ou eventos, o intervalo de mensurao seria sempre igual. Durante sculos, inclusive para Newton, o tempo foi independente do espao. Mas, em 1905, Einstein tornou pblica uma nova teoria de espao, tempo e movimento, que ele chamou de relatividade especial. Comprovada em experincias de laboratrio, essa teoria, aceita pela grande maioria dos fsicos atuais, levanta algumas hipteses simplesmente impressionantes, como a equivalncia da massa e da energia, a elasticidade do espao e do tempo e a criao e destruio da matria. Dez anos depois, na seqncia da teoria anterior, Einstein publica a sua teoria da relatividade geral, com novas e surpreendentes previses: a curvatura do espao e do tempo, a possibilidade de que o universo seja finito, mas ilimitado e a possibilidade de o espao e o tempo se esmagarem, deixando de existir.

    "(...) estas consideraes levou-nos a conceber teoricamente o universo real como um espao curvo, de curvatura varivel no espao e no tempo, de acordo com a densidade de distribuio da matria, susceptvel porm, quando considerada em larga escala, de ser tomado como um espao esfrico. Esta concepo tem, pelo menos, a vantagem de ser logicamente irrepreensvel, e de ser aquela que melhor se cinge ao ponto da teoria da relatividade geral". [Albert Einstein, Consideraes Cosmolgicas sobre a Teoria da Relatividade, in O Princpio da Relatividade, H. A Lorentz, A. Einstein, H. Minkowski, Lisboa, Fundao Calouste Gulbenkian, 1958, pp. 239-240].

    E ao criticar a teoria do tempo absoluto, Einstein vai mostrar que medida que o deslocamento de um objeto se aproxima da velocidade da luz, sua massa aumenta mais rapidamente, de forma que gasta mais energia para aumentar sua velocidade. Por isso, muito possivelmente nunca possa atingir a velocidade da luz, pois deixaria de ter massa intrnseca. O importante dessa teoria ter modificado a compreenso de tempo e de espao. Antes, considerava-se que a velocidade da luz era a distncia que ela percorre, dividida pelo tempo que leva para fazer isso. Agora, compreendemos que a velocidade pode ser a mesma, mas no a distncia percorrida. A partir da teoria da relatividade, o conceito de simultaneidade, ou seja, da existncia de um mesmo momento em dois lugares diferentes, deixou de ter qualquer significado em termos de universo.

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    O TEMPO ENQUANTO NO-DETERMINAO

    Em linguagem da fsica da relatividade o tempo gasto a velocidade da luz multiplicada pela distncia que a luz percorreu. Temos ento vrias medidas de tempo, ou seja, medies diferentes entre dois eventos ou espaos. Gnesis nos apresenta este conceito de tempo com

    Dessa maneira, medida que a luz percorre verticalmente o campo gravitacional da Terra perde energia e sua freqncia diminui. Em outras palavras, espao e tempo so quantidades dinmicas. Quando um corpo se move no universo afeta a curva do espao-tempo e, por sua vez, a curva do espao-tempo afeta a forma como os corpos se movem e as foras atuam. S que, e esse conceito importantssimo para a relatividade geral, no h como falar de espao-tempo fora dos limites do universo. Essa premissa interessante, pois descarta a idia de um universo imutvel, que sempre existiu, para trabalhar com a possibilidade de um universo que teve incio, plstico e encontra-se em expanso.

    Ora, o que Gnesis est mostrando que o universo teve um incio, que a criao no um mito. "No h nenhum paralelo bblico aos mitos pagos que relatam a morte de deuses mais velhos (ou poderes demonacos) pelos mais jovens; no se acham presentes nos tempos primevos quaisquer outros deuses. As batalhas de Iahveh com monstros primevos, aos quais feita ocasionalmente aluso potica, no so lutas entre deuses pelo domnio do mundo. As batalhas de Iahveh com Raabe, o drago, Leviat, no mar, a serpente veloz, etc., no so esclarecidas pela referncia ao mito da derrota de Tiamat por Marduc e sua subsequente tomada do poder supremo". [Yehezkel Kaufmann, A Religio de Israel, So Paulo, Perspectiva, 1989].

    Assim, para a teoria da relatividade o universo tem comeo como singularidade, que ficou conhecida como Big Bang e dever ter um final tambm singular, o colapso total ou Big Crunch. Mesmo sem querer forar, o Big Crunch nos leva ao texto de Pedro: "Ora, os cus e a terra esto reservados pela mesma palavra ao fogo (...) O dia do Senhor chegar como ladro e ento os cus se desfaro com estrondo, os elementos, devorados pelas chamas se dissolvero e a terra, juntamente com suas obras, ser consumida" (II Pedro 3.7 e 10). S que, como o espao-tempo finito, mas sem limites, o Big Crunch poderia levar a uma concentrao de energia tal, que muito possivelmente possibilitaria a formao de um novo universo. E essa formulao nos leva a outro texto bblico: "Vi ento um cu novo e uma nova terra, pois o primeiro cu e a primeira terra se foram (...)" Apocalipse 21.1.

    "De forma semelhante, se o universo explodisse novamente, deveria haver um outro estado de densidade infinita no futuro, o Big Crunch, que seria o fim do

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    tempo. Mesmo que o universo como um todo no entrasse novamente em colapso, haveria singularidades em algumas regies determinadas, que explodiriam para formar buracos negros. Essas singularidades seriam o fim do tempo para quem ali casse. Na grande exploso e demais singularidades todas as leis so inoperantes. Ento, Deus ainda teria tido completa liberdade para escolher o que aconteceu e como o universo comeou". [Stephen Hawking, op. cit., p. 236].

    Ora, como a expanso do universo implica em perda de temperatura, que uma medida de energia, quando o universo dobra de tamanho, sua temperatura cai pela metade. Assim, quando Deus cria o universo, supe-se que tinha tamanho zero e temperatura infinitamente quente. Mas medida que se expande, a temperatura cai. Isso explica porque o universo to uniforme, e parece igual mesmo nos mais diferentes pontos do espao. Uma das consequncias, caso consideremos o fiat divino como o Big Bang, que a partir da grande exploso no houve tempo de a luz se deslocar por ilimitadas distncias. por isso que Gnesis apresenta em primeiro lugar tohu e bohu, as trevas e o abismo, e s no versculo trs o surgimento da luz.

    interessante ver que uma das possibilidades que alguns fsicos baralham, um pouco a contragosto, a de que Deus escolheu a configurao inicial do universo por razes que no temos condies de compreender. Consideram que os acontecimentos do surgimento do universo no se deram de forma arbitrria, mas refletem um ordem comum. Hawking, como no telogo, opta por uma varivel que chama limitao catica ou escolha ao acaso. Dentro desse ponto de vista, o universo primordial surgiu como caos. Ora a segunda lei da termodinmica mostra que h essa tendncia no universo, e que a ordem e o equilbrio, ou seja, a vida, que a forma mais organizada da matria, surge como oposio a este caos.

    "Einstein uma vez formulou a pergunta: 'Que nvel de escolha Deus teria tido ao construir o universo?' Se a proposta do no limite for correta, ele no teve qualquer liberdade para escolher as condies iniciais. Teria tido, ainda naturalmente, a liberdade de escolher as leis a que o universo obedece. Isto, entretanto, pode no ter sido um grau assim to elevado de escolha. Pode ter sido apenas uma, ou um pequeno nmero de teorias completas unificadas, tal como a teoria do filamento hetertico, que so autoconsistentes e permitem a existncia de estruturas to complexas quanto os seres humanos, que podem investigar as leis do universo e fazer perguntas acerca da natureza de Deus". [Stephen Hawking, op. cit., p. 237].

    "Toda variao de entropia no interior de um sistema termodinmico pode ser decomposta em dois tipos de contribuio: a entrada exterior de entropia, que mede as trocas com o meio e cujo sinal depende da natureza dessas trocas, e a produo de entropia, que mede os processos irreversveis no interior do sistema.

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    essa produo de entropia que o segundo princpio define como positiva ou nula". [Ilya Prigogine e Isabelle Stengers, Entre o Tempo e a Eternidade, So Paulo, Companhia das Letras, 1992, p. 53].

    "(...) as leis cientficas no distinguem entre as direes para frente e para trs do tempo. Entretanto, h pelo menos trs setas de tempo que distinguem o passado do futuro, que so a seta termodinmica, direo do tempo em que a desordem aumenta; a seta psicolgica, direo do tempo na qual se recorda o passado e no o futuro; e a seta cosmolgica, direo do tempo em que o universo se expande mais do que se contrai. Demonstrei que a seta psicolgica essencialmente a mesma que a termodinmica, de modo que ambas sempre apontam para a mesma direo. A proposta do no limite para o universo prev a existncia de uma seta termodinmica do tempo bem definida, porque o universo deve comear num estado plano e ordenado. E a razo por que se observa esta seta termodinmica se adequar cosmologia que os seres inteligentes s podem existir na fase de expanso". [Stephen Hawking, idem, op. cit., pp. 210, 211].

    Coerente com sua viso de que Deus no joga dados com o universo, Einstein dar um feroz combate s teses de acausalidade na mecnica quntica, defendidas pelas escolas de Copenhagem e Gottingen. "No posso suportar a idia de que um eltron exposto a um raio de luz possa, por sua prpria e livre iniciativa, escolher o momento e a direo segundo o qual deve saltar. Se isso for verdade, preferia ser sapateiro ou at empregado de uma casa de jogos em vez de ser fsico". Citado por Franco Selleri, Paradoxos e realidade, Ensaios sobre os Fundamentos da Microfsica, Lisboa, Fragmentos, 1990, p. 41. Em 1944, voltaria carga: "Nem sequer o grande sucesso inicial da teoria dos quanta consegue convencer-me de que na base de tudo esteja o indeterminismo, embora saiba bem que os colegas mais jovens considerem esta atitude como um efeito de esclerose. Um dia saber-se- qual destas duas atitudes instintivas ter sido a atitude correta". [Ibidem, op. cit. p. 59].

    Guardadas as devidas propores, Agostinho, pai e mestre da igreja crist, tambm considera que o caos transcende o tempo. "E por isso o Esprito, Mestre do vosso servo, quando recorda que no princpio criaste o cu e a terra, cala-se perante o tempo. Fica em silncio perante os dias. O cu dos cus, criado por Vs no princpio, , por assim dizer, uma criatura intelectual, que apesar de no ser coeterna convosco, Trindade, participa contudo da vossa eternidade. (...) Sem movimento nenhum desde que foi criada, permanece sempre unida a Vs, ultrapassando por isso todas as volveis vicissitudes do tempo. Porm, este caos, esta terra invisvel e informe no foi numerada entre os dias. Onde no h nenhuma forma nem nenhuma ordem, nada vem e nada passa; e onde nada passa, no pode haver dias nem sucesso de espaos de tempo" [Santo Agostinho, Confisses, XII, 9, SP, Abril, 1973, pp. 264, 265].

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    O bispo de Hipona faz claramente uma separao, no somente neste texto, entre os cus dos cus, uma dimenso alm dos limites da cincia, e "o nosso cu e a nossa terra" (universo), que segundo ele terra. Para ele totalmente compreensvel que essa terra fosse "invisvel e informe", pois estava reduzida a um abismo sem luz, exatamente porque no tinha forma. Diramos hoje, no h espao-tempo. E, de maneira brilhante, tenta uma definio, apesar de alertar para suas limitaes: "um certo nada, que e no ". Interessante, Nissi ben Noach diria praticamente a mesma coisa.

    "O conceito de tempo no tem significado antes do comeo do universo. O que foi apontado pela primeira vez por Agostinho, quando indagou: 'O que Deus fazia antes de criar o universo?'"[Stephen Hawking, op. cit., p. 27].

    Conhecemos as trs principais teorias crists sobre a criao: tudo criao original, teoria da brecha e teoria do caos. A partir do que vimos, gostaria de fazer alguns acrscimos teoria do caos:

    1. O versculo primeiro de Gnesis-Um est fora do espao-tempo. Nesse sentido refere-se dimenso divina do cus dos cus conforme explicita Agostinho. A criao do espao-tempo comea com o prprio caos, que no deve ser entendido como negao ou pura ausncia, mas como entropia. ex-nihilo enquanto universo-espao-temporal que surge, mas no enquanto realidade de Deus, que repousa naqueles quatro conceitos enumerados por Noach: determinao, proclamao, trabalho e ordem.

    2. O tempo no pode ser medido pois no cronolgico, o tempo da ordem/organicidade de Deus, ou se quisermos kairoV, ou. Isso explicvel porque no h um tempo, mas diversos tempos. A criao implica na expanso do espao-tempo. Assim o espao-tempo de Gnesis 1:3 totalmente diferente do espao-tempo de Gnesis 1:12.

    3. Toda discusso que tente uma polaridade entre evoluo testa ou criao de seis dias de vinte e quatro horas no procede. Isto porque o espao-tempo entre os seis dias no so iguais e porque no h evoluo, uma teoria do progresso aplicada natureza. H criao e expanso da massa, o que na Bblia traduz-se em criao e sustentao. "s tu, Iahveh, que s o nico! Fizeste os cus, os cus dos cus, e todo o seu exrcito, a terra e tudo o que ela contm, os mares e tudo o que eles encerram. A tudo isso s tu que ds vida, e o exrcito dos cus diante de ti se prostra". (Neemias 9.6).

    Parte II A CONFISSO POSITIVA E AS ENFERMIDADES

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    A seguinte declarao de Jesus deve causar algum incmodo aos filhos da Confisso Positiva: As raposas tm covis, e as aves do cu tm ninhos, mas o Filho do homem no tem onde reclinar a cabea (Mt 8.20).

    Como que Jesus fez tal declarao negativa? Ele desconhecia que as palavras tm poder? Que o que falamos se transforma em realidade? Que confirmar misria duvidar da providncia divina? dar brecha ao diabo? claro que Jesus desconhecia tal doutrina. A doutrina dEle era a da Verdade. Jesus sabia que nem sempre o que positivo verdadeiro. No procurava enganar a Si prprio. Se um positivista, por algum motivo, for morar debaixo de uma ponte dir: Estou morando numa linda manso com piscina de gua cristalina.

    Jesus disse que Pedro O negaria trs vezes. Aconteceu exatamente como afirmara, apesar da confisso positiva de Pedro (Lc 22.34, 57-60). Que coisa! Como que o Mestre fez essa confisso negativa? Falou negativo, deu negativo. Em outra ocasio, Pedro disse a Jesus, em tom de branda repreenso, que de modo nenhum Ele iria padecer em Jerusalm, nas mos dos principais sacerdotes e escribas. Ouviu uma dura repreenso: Para trs de mim, Satans, que me serves de escndalo; porque no compreendes as coisas que so de Deus, mas s as que so dos homens (Mt 16.22,23). Jesus disse que Pedro estava agindo de modo semelhante ao diabo, querendo impedir Sua morte expiatria. Pedro j deveria ter aprendido que o positivo para Jesus era sempre o verdadeiro, e no o falso. Se ele disse que seria morto Jerusalm, porque Ele seria morto em Jerusalm.

    O rei Josaf andou na contramo da Confisso Positiva. Fez tudo ao contrrio. Em vez de levantar-se e exigir que o diabo sasse do seu caminho; em vez de confessar a Palavra de Deus que sempre prometeu livramento ao seu povo; em vez de decretar a sua vitria, ps-se a buscar o Senhor, e apregoou jejum em todo o Jud, e disse: Em ns no h fora perante esta grande multido que vem contra ns, e no sabemos o que faremos; porm os nossos olhos esto postos em ti (2 Cr 20.3,12). As palavras de Deus ainda estavam bem conservadas no corao daquele rei: Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, ento eu ouvirei dos cus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra (2 Cr 7.14).

    A Bblia nos ensina que nossas confisses positivas no podem contrariar a verdade dos fatos. Se um crente est com um cncer nos intestinos, com metstase no estmago e no fgado, no pode simplesmente afirmar que so apenas sintomas ou artimanhas do diabo para que haja confisso negativa. E quando o crente morre porque morreu mesmo; no so sintomas da morte. Se o apstolo Paulo fosse um positivista, teria negado a existncia de um espinho na sua carne. Teria dito: Saia de cima de mim, Satans. Voc quer me enganar com seus

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    sintomas, mas voc no me engana no. Ouviu bem, seu safado? Arrume tudo o que seu e esquea meu endereo. O Senhor j levou as minhas dores e enfermidades. J fui completamente curado por Suas pisaduras.

    Porm, com humildade, e reconhecendo a realidade da situao, revelou que orei [pediu] ao Senhor por trs vezes para que desviasse de mim esse espinho. A reposta de Deus foi um NO bem grande. Os positivistas no querem nem ouvir falar nessa fraqueza de Paulo. O apstolo era um pessimista? Ou era porque ele, seguindo o exemplo de Cristo, sempre falava a verdade? Falava o que era verdadeiro sem perder a confiana: Como a verdade de Cristo est em mim, esta glria no me ser impedida nas regies da Acaia (2 Cr 11.10). De modo algum Paulo seria admitido no rol dos arautos da Confisso Positiva. Como que um crente que j foi sarado pode sofrer tantas adversidades? Mas Paulo se gloriava nas fraquezas: Sinto prazer nas fraquezas, nas injrias, nas necessidades, nas perseguies, nas angstias por amor a Cristo. Porque quando estou fraco ento sou forte (2 Co 12.10). Os arautos ensinam e afirmam: No sou fraco, no fico doente, no passo necessidade, ento sou forte.

    No podemos confessar nossas doenas porque elas no existem, porque so apenas sintomas colocados pelo diabo para nos enganar? O Apstolo desconhecia essa estratgia do inimigo. No negou que estava doente quando pregou pela primeira vez aos glatas (Gl 4.13-14) e confessou a doena de Trfimo e a freqente enfermidade de Timteo (2 Tm 4.20; 1 Tm 5.23).

    Deus bom, no castiga ningum com doenas nem que seja para provar a f de seus filhos? Leiamos: 1) E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que v, ou o cego? No sou eu, o Senhor? (x 4.11). 2) E o Senhor feriu o rei, e ficou leproso at ao dia da sua morte (2 Rs 15.5). 3) A lepra lhe saiu na testa [de Uzias]... visto que o Senhor o ferira (2 Cr 26.19,20). 4) Miri ficou leprosa como a neve porque a ira do Senhor se acendeu contra ela (Nm 12.9-10). 5) J era homem ntegro, reto e temente a Deus e se desviava do mal; foi chamado por Deus de meu servo, mas Deus permitiu que a destruio viesse sobre ele: perdeu seus filhos e seus bens, e ficou coberto de lceras malignas, desde a planta do p ao alto da cabea (J 1.1,8,12; 2.5).

    Deus sempre atende ao que lhe pedimos? Deus disse no a Moiss quando este pediu para entrar em Cana: Rogo-te que me deixes passar, para que veja esta boa terra. Porm o Senhor no me ouviu. Antes o Senhor me disse: Basta, no me fales mais deste assunto (Dt 3.25-26). porque esse Deus era do Antigo Testamento? Mas na Nova Aliana Ele tambm no atendeu ao pedido de Paulo na questo do espinho na carne (2 Co 12.7-9). Hoje em dia, Ele diz no a muitos de seus filhos, porque muitas vezes pedimos coisas inconvenientes, ou que sero pedra de tropeo no futuro. Graas a Deus no somos atendidos em tudo que Lhe

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    pedimos. O melhor dizermos se Deus quiser, pois Ele sabe o que melhor para ns (Tg 4.15). A Confisso Positiva condena com veemncia a orao em que se diz se for da Sua vontade. Mas vejam:

    Porque melhor que padeais fazendo bem, se a vontade de Deus assim o quer, do que fazendo o mal (1 Pe 3.17; cf 4.19). Esta a confiana que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve (1 Jo 5.14). Os crentes so exortados a orarem para que a vontade de Deus seja feita (Mt 6.10; 26.42. Lc 11.2; Rm 15.30-32; Tg 4.13-15).

    Comparemos agora esses fatos bblicos com o pronunciamento de alguns arautos da Confisso Positiva:

    Jesus era sempre positivo em Sua mensagem (E.W.Kenyon). Positivo ou sincero? A conotao do Movimento diferente. Confessar positivo dizer as coisas boas segundo as promessas da Bblia. Exemplo: se algum est doente, nunca deve confessar que est doente, mas dizer que j foi curado. Se um casal crente tiver um filho paraplgico, deve dizer que a criana est curada. Levar uma criana ao mdico, ainda que os sintomas nos digam que se trata de grave enfermidade, no confiar na Palavra de Deus.

    Assim, podemos dizer que Deus foi sincero, e no positivo, quando disse ao primeiro casal: Porque no dia em que dela comeres certamente morrers (Gn 2.17). E quando disse mulher: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceio; com dor dars luz filhos (3.16). E quando disse a Ado: Maldita a terra por causa de ti; com dor comers dela todos os dias da tua vida (v.17).

    Nosso problema que oramos e confessamos muito., mas no mandamos. gostoso mandar!... Jesus pagou o preo para fazermos isso... (Kenneth Hagin Jr). Isto , orar muito no convm; confessar nossas fraquezas, idem. Mandar seria o melhor caminho. Que arrogncia! Tal ensino destoa dos termos da orao-modelo ensinada por Jesus: Pai nosso, que estais nos cus, seja feita a tua vontade... no nos deixes cair em tentao, livra-nos do mal.... Na relao com o Pai, Jesus no mandava: Se queres, passa de mim este clice (Lc 22.42).

    No ore mais por dinheiro... Exija tudo o que precisar. Deus quer que seus filhos usem a melhor roupa, dirijam os melhores carros e tenham o melhor de tudo... simplesmente exija o que voc precisa (Kenneth Hagin). O tema principal da Confisso Positiva dinheiro, sucesso, prosperidade para viver bem aqui e agora. Muito pouco ou quase nada se fala em arrependimento e perdo, uma das primeiras recomendaes de Pedro, no incio da Igreja (At 2.38).

    Satans, espritos demonacos da AIDS, eis que eu os amarro! Vocs, espritos

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    demonacos do cncer, da artrite, das infeces, da enxaqueca, da dor saiam j desse corpo. Espritos de enfermidades que atormentam o estmago, Satans, eu amarro voc, no nome de Jesus (Roberto Tilton, na televiso). Algumas dessas enfermidades no tm nada a ver com demnios, mas com desejos pecaminosos da carne. Infelizmente, porque esses vcios humanos [como o de fumar], como a lascvia, o egosmo e a glutonaria so tidos como provocados pelos demnios, os crentes se condicionam a interpret-los como ataques satnicos, fugindo sua responsabilidade pessoal. Quando um homem casado comete adultrio, ele pode racionalizar convenientemente o seu pecado, ser exorcizado do demnio da lascvia, e seguir seu caminho sem ao menos descobrir seu verdadeiro problema espiritual que a raiz de tudo e a nica e real soluo o arrependimento (Hank Hanegraaff).

    Quase a cada dia um novo personagem da F parece emergir do nada. Entretanto, todos tm uma coisa em comum: as conseqncias de seus ensinos so letais. Nalguns casos, o dano fsico; noutros, espiritual, e, tragicamente, em alguns poucos, o dano mltiplo, tanto um como o outro. S podemos orar para que a Igreja crist finalmente reconhea os proponentes da F [Confisso Positiva] como o que de fato so: falsos mestres que esto desviando seus seguidores da verdadeira f para o reino das seitas (Hank Hanegraaff, Cristianismo em Crise, p.393). Recuso-me a considerar o meu corpo, recuso-me a ser movido pelo que vejo e pelo que sinto...Escolho ouvir sua Palavra, em vez de dar crdito ao que meu corpo tenta dizer... Tenho visto pessoas morrerem, mas eu continuo firme, dizendo: `Bendito seja Deus, voc no vai morrer! E de qualquer jeito morrem! Mas permaneo alegre porque resisti (Kenneth Copeland). A temos uma confisso negativa da Confisso Positiva. Ou seja: h pessoas que adoecem e morrem, apesar da orao, apesar de por suas pisaduras fostes sarados. Copeland no deveria permanecer alegre ao ver os outros morrerem. Deveria se recolher em arrependimento e reconhecer que acima de tudo est a soberania de Deus, que no promete cura instantnea e automtica para todos os que passam condio de filhos de Deus (Jo 1.12).

    A f em Deus f que parte do corao acredita na Palavra de Deus, sem importar quais sejam as evidncias fsicas. Uma pessoa que busque cura deveria olhar para a Palavra de Deus e no para seus sintomas. Ela deveria dizer: Sei que estou curada, porque a Palavra diz que pelas suas pisaduras eu fui curada (Kenneth Hagin).

    Seguindo os passos doutrinrios de Hagin e de outros positivistas, o televangelista brasileiro R.R. Soares assim resume suas convices: errada a idia que o Senhor Deus quem cura, e que Ele o responsvel para que os milagres ocorram. Enquanto voc esperar que Ele venha cur-lo, provavelmente continuar sofrendo. Se voc descobre que certa coisa sua, voc no precisar

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    de nenhuma f para exigir aquilo que sabe que seu. Voc simplesmente tomar posse do que seu. Voc deve exigir o cumprimento do seu direito imediatamente e, logicamente, ficar curado. Voc deve exigir os seus direitos em Cristo. Usar a frase `se for a Tua vontade em orao pode parecer espiritual, e demonstrar atitude piedosa de quem submisso vontade do Senhor, mas alm de no adiantar nada, destri a prpria orao. No pela misericrdia de Deus que voc poder ser curado, mas sim que voc tem o direito de exigir a sua cura. s voc crer no que o Senhor declara e exigir a Sua bno [exigir de Deus a bno], ordenando ao mal que saia do seu corpo. Voc no precisa orar, jejuar ou pedir a quem quer que seja para orar por voc. Segundo estas declaraes [Is 53.4,5] voc pode ter certeza absoluta que Deus j o curou. Voc o nico responsvel por sua cura. Voc deve exigir o cumprimento do seu direito imediatamente e, logicamente, ficar curado (R.R.Soares, O Direito de Desfrutar Sade, pp. 6,7,8,10,17-19,23,31).

    Aquilo que voc diz invariavelmente torna-se no que voc ser ou ter. Falar em fracasso, comentar o quanto voc sofre, confessar o que o mal est lhe fazendo, dar aos poderes das trevas o senhorio da sua vida. As suas palavras faro de voc um vencedor ou um derrotado. So as nossas palavras que nos daro sade, ou que nos mantero enfermos. Os sintomas no significam que voc j esteja doente. Quando voc fala dos seus sofrimentos e dissabores... voc faz com que o inimigo tenha mais fora e controle sobre a sua vida. Quem confessa isso est semeando as piores sementes da destruio. Quando o diabo lhe trouxer qualquer sintoma de doena ou de qualquer outra coisa, recuse receber e resista-lhe usando a Palavra do Senhor. Assim, voc no ficar enfermo. impossvel algum confessar fracassos e derrota e viver vitoriosamente. No adianta ficar orando, jejuando e pedindo ao Senhor que o vena [o diabo] por voc. (R.R.Soares, A Sua Sade Depende do que Voc Fala, pp. 5,6,9,10,42,43).

    Os bereanos foram chamados de mais nobres em relao aos de Tessalnica porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim (At 17.11). Sejamos to nobres quanto aqueles irmos de Beria. Faamos um resumo da doutrina apresentada por R. R. Soares: 1) No Deus quem cura. 2) A ocorrncia de milagres no responsabilidade de Deus. 3) intil ficar esperando por Deus. 4) O crente no precisa de f para exigir o que seu. 5) O crente dever simplesmente exigir seus direitos em Cristo. 6) Colocar-se merc da vontade de Deus anula a orao. 7) A cura no decorre da misericrdia de Deus, mas do direito a que fizemos jus, o qual deve ser exigido. 8) Basta exigir que o mal saia do corpo, sem necessidade de orar ou jejuar, ou pedir orao a qualquer pessoa. 9) As doenas que os crentes julgam ter so apenas sintomas. 10) Quem fala de seus sofrimentos e dissabores est semeando as piores sementes da destruio.

    Essa doutrina estranha Bblia. Os expositores da teologia da prosperidade tm

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    a liberdade de criar dia aps dia novas teses, conceitos, dogmas, modismos sem fim. Agora mesmo escrevo em setembro de 2004 a Igreja Universal lanou a campanha para troca do anjo da guarda. Os cristos brasileiros foram convidados a comparecerem aos templos daquela Igreja para os procedimentos legais com vistas substituio do seu anjo guardio. Mas voltemos ao que foi ensinado pelo missionrio, que tentou sintetizar em dois ou trs livros a doutrina da teologia da prosperidade.

    Para contradizer esses ensinos, vejamos, em primeiro lugar, a carta de Paulo aos filipenses: Mas confio no Senhor que tambm eu mesmo, em breve, irei ter convosco. Julguei, contudo, necessrio mandar-vos Epafrodito, meu irmo, e cooperador, e companheiro nos combates... porquanto tinha muitas saudades de vs todos e estava muito angustiado de que tivsseis ouvido que ele estivera doente. E, de fato, esteve doente e quase morte, mas Deus se apiedou dele e no somente dele, mas tambm de mim, para que eu no tivesse tristeza sobre tristeza (Fp 2.24-27).

    Primeiro, deduz-se desse relato que crente adoece e poder chegar a morrer em conseqncia da doena. Paulo tambm declara que Timteo sofria de freqentes enfermidades no estmago (1 Tm 5.23) e que ele mesmo orou trs vezes ao Senhor para que se livrasse de um espinho na carne, e o Senhor no o atendeu (2 Co 12.7-10).

    Segundo, vimos que Epafrodito e Timteo no estavam com sintomas de doena, mas estavam enfermos mesmo.

    Terceiro, Paulo no apelou para exigir seus direitos em Cristo ou para mandar o diabo sair nem dele nem de seus discpulos. Pelo contrrio, considerou que a cura de Epafrodito foi resultado da misericrdia de Deus (Deus apiedou-se dele).

    Quarto, o texto nos revela que Paulo sempre esperava que a vontade de Deus prevalecesse. Isto est ainda mais claro na questo do espinho na carne.

    Quinto, v-se que no se pode interpretar em termos absolutos o versculo 22, captulo 21 de Mateus: E tudo o que pedirdes em orao, crendo, o recebereis (v.Mc 11.24). Vimos que Deus disse no para Paulo e Timteo e sim para Epafrodito. que nossos pedidos esbarram na soberana vontade de Deus, que pode agir ou deixar de agir, atender ou no atender. Sexto, vimos que em nenhum momento Paulo julgou que a enfermidade de Epafrodito e Timteo fosse de origem maligna, embora o apstolo fosse dotado de discernimento para detectar tal investida (v.Atos 13.8-11; 16.16-17). Stimo, deduz-se que a vontade de Deus prevaleceu nas enfermidades desses dois irmos, pois Deus, pelas mos de Paulo, fazia maravilhas extraordinrias, de sorte que at os lenos e aventais levavam do seu corpo aos enfermos, e as

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    enfermidades fugiam deles, e os espritos malignos saam (At 19.11-12). Apesar de tais poderes, no pde curar seus queridos companheiros. Entendemos portanto que tudo o que pedirmos receberemos... se for da vontade de Deus. Filipenses 2.24-17 talvez no tenha sido suficiente para convencer os contradizentes (Tt 1.9). Vamos ento obter mais subsdios no livro de Tiago, escrito para encorajar os crentes judeus que enfrentavam vrias provaes, que punham sua f prova, para corrigir crenas errneas a respeito da natureza da f salvfica. No h dvida quanto aos destinatrios do livro: Doze tribos da Disperso (Tg 5.1); irmos (5.2,19; 2.1,5; 5.7,9,10,12). Vejamos o que diz: Est algum entre vs aflito? Ore. Est algum contente? Cante louvores. Est algum entre vs doente? Chame os presbteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a orao da f salvar o doente, e o Senhor o levantar... Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a orao feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.13-16). Deduz-se que:

    Primeiro, em qualquer situao devemos falar com Deus e rogar por Sua misericrdia. Segundo, o pedido feito, mas quem levanta o enfermo o Senhor, se Ele quiser. No a nossa atitude isolada de levantar-se e exigir nossos direitos em Cristo Jesus. Terceiro, contrariando a doutrina da prosperidade, Tiago recomenda pedir orao a outro irmo, orai uns pelos outros. Falta mais alguma coisa. A Confisso Positiva diz que se confessarmos nossos problemas estaremos semeando destruio e dando brecha para o diabo nos dominar. Vamos recorrer em primeiro lugar ao Senhor, que revelou no ter onde repousar a cabea, como j dito no incio deste trabalho (Mt 8.20). E mais uma vez recorremos a Paulo, que de modo algum seria aceito como arauto da Confisso Positiva. Alm de no negar seu espinho na carne; de no ocultar a doena em Timteo e Epafrodito, ele jogou pesado ao falar de suas vicissitudes. Vejamos.

    So ministros de Cristo? Eu ainda mais; em trabalhos, muito mais; em aoites, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentena de aoites menos um; trs vezes fui aoitado com varas, uma vez fui apedrejado, trs vezes sofri naufrgio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, de salteadores; em perigos dos da minha nao, em perigos dos gentios, na cidade, no deserto, no mar, entre falsos irmos; em trabalhos e fadiga, em viglias muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez (2 Co 11.23-27).

    Como o prprio nome diz, a Confisso Positiva ensina que devamos falar positivamente, confessando a Palavra. O Esprito Santo no orientou Paulo nessa direo. Ele, segundo essa doutrina, deveria ter dito: Nunca passei fome nem sede, nem sofri aoites nem perseguies porque a Palavra diz que Deus supre as minhas necessidades. Porque Deus no deseja que nenhum filho seu sofra; porque Deus amor dEle no pode se originar o mal, por isso eu vivo num mar de

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    rosas, e a minha casa tem uma piscina de gua mineral e empregados minha disposio. Eu sou um homem prspero. Nada disso. Paulo falou simplesmente a verdade, sem receio de que suas poderosas palavras o colocasse sob o senhorio de foras malignas. No satisfeito com o relato de suas mazelas, Paulo ainda declarou que se gloriava em suas fraquezas (v.30), que sentia prazer nas fraquezas, nas injrias, nas necessidades, nas perseguies, nas angstias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, ento, sou forte (2 Co 12.10). Jamais um discpulo da Confisso Positiva diria tamanha asneira. Falaria assim: Sinto prazer na minha boa vida, quando estou no meu carro importado, comendo em bons restaurantes, ganhando muito dinheiro. Porque, enquanto sou prspero, sou forte.

    Nossas palavras tm poder? Aquilo que falamos se concretiza? No aconteceu com Jonas. Ele preferiu morrer a cumprir a misso em Nnive. Foi preciso passar pelo vale da sombra da morte para compreender que Deus soberano e faz o que lhe agrada (Jn 1.12,17): Agindo eu, quem o impedir? (Is 43.13). Eu mesmo, durante a doena de minha esposa, pedi que, se fosse da vontade de Deus lev-la para Si, levasse a mim. Eu a substituiria na morte. Deus tinha outro plano. Ele no me atendeu.

    Pelas suas pisaduras fomos sarados

    A principal coluna em que a Confisso Positiva se sustenta, com relao s enfermidades, Isaas 53.4-5, como segue: Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si... Mas ele foi ferido pelas nossas transgresses, e modo pelas nossas iniqidades. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. A partir da, os arautos defendem que, ao sermos aceitos como filhos de Deus pela f em Jesus Cristo, estamos automaticamente livres de qualquer espcie de doena; que a nossa conquista de sade perfeita se deu na cruz; que no precisamos orar, ter f ou pedir que a vontade de Deus seja feita; que cabe a cada um se levantar e tomar posse da bno e exigir de Deus seus direitos, e, do diabo, que saia do nosso corpo. Em sntese, assim que a Confisso Positiva apresenta sua doutrina. Benny Hinn tenta resumir a questo assim: Se seu corpo pertence a Deus, no pode pertencer s enfermidades. Kenneth Copeland: Depende de voc decidir se quer ou no viver sofrendo enfermidades. Kenneth Hagin: Faz grande diferena aquilo que algum pensa. Acredito que esse o motivo pelo qual muitas pessoas esto enfermas. O que faz um crente ser bem-sucedido o pensamento certo, a crena certa e a confisso certa.

    Devemos aceitar pacificamente tais ensinos, ou fazermos como os bereanos? A segunda opo a mais correta, pois tudo deve ser examinado e passado pela peneira da Palavra.

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    Vejamos a experincia pessoal. Voc conhece ou teve notcias de crentes verdadeiros que esto ou estiveram doentes? Muitos, no verdade? Voc conheceu crentes fiis que morreram em conseqncia de determinada doena, apesar das oraes e viglias? Muitos, no verdade? Talvez o prprio leitor esteja lutando contra determinado mal, apesar de se levantar, de exigir, de repreender.

    As evidncias nos revelam que os crentes adoecem e eventualmente morrem em conseqncia das enfermidades adquiridas. Isto um fato. Outra comprovao, alm das nossas experincias pessoais e dos exemplos bblicos, j relatados (Paulo, Timteo, Epafrodito), a que lemos no livro de Tiago, captulo cinco, j citado. Ali se diz que crente pode adoecer, e, quando, adoece, o melhor pedir orao (vv. 14,15 e 16).

    Tais evidncias nos levam a refletir no seguinte: a) Se pelas suas pisaduras fomos sarados, por que as doenas ocorrem? b) As doenas relatadas na Bblia e as que conhecemos por experincias pessoais so apenas sintomas? Elas no existem e nunca existiram? c) Se nossas doenas foram levadas por Jesus h dois mil anos, por que Deus na Sua Palavra, pela carta de Tiago aos crentes, recomenda que estes chamem os presbteros para receberem orao? d) Por que a doutrina de no pedir orao, de no aceitar, de decretar, estrebuchar, exigir somente foi dada aos santos da Confisso, depois de dois mil anos? e) Tiago no foi inspirado pelo Esprito Santo e portanto suas recomendaes no servem para os dias atuais? Tais proposies nos levam a examinar com maior ateno Isaas 53.4-5. O versculo quatro fala em enfermidades e dores. Os versculos 5 a 12 falam em transgresses, iniqidades, expiao do pecado justificar a muitos e levar sobre si o pecado de muitos. Ento, o livramento proporcionado por Jesus envolve os problemas fsicos e espirituais, isto , abrange enfermidades e pecados, porm em tempos diferentes. Como veremos mais adiante, a profecia de Isaas foi cumprida uma parte durante o ministrio de Jesus (Mt 8.16-17) e outra na Sua expiao (1 Pe 2.24). Se a morte expiatria de Cristo nos torna imune s doenas, como propem os positivistas, deveria tambm nos tornar imunes ao pecado, pois os efeitos da expiao envolvem transgresses. iniqidades e enfermidades (Is 53.4-5). Se a proposta dos positivistas diz que estamos livres das enfermidades, por que no encampa tambm o pecado? Seramos ento seres perfeitos em todos os aspectos, iguais a Ado e Eva antes da queda. No sofreramos sequer de dor de dente ou de unha cravada, e estaramos isentos de qualquer pecado. Mas no assim.

    J vimos que estamos sujeitos s doenas, e, quanto ao pecado, sabemos que no estamos isentos dele. No vivemos na prtica do pecado (1 Jo 5.18), o pecado no tem domnio sobre ns (Rm 6.14), mas pecamos eventualmente. Tiago recomenda aos crentes que confessem seus pecados uns aos outros (Tg

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    5.16). Ele foi ferido por nossas transgresses (Is 53.5) o mesmo que Cristo morreu por nossos pecados (1 Co 15.3). Os presbteros, assim como todos os crentes, esto sujeitos a pecar (1 Tm 5.20). Leiam mais: Se dissermos que no temos pecado nenhum, enganamo-nos a ns mesmos, e no h verdade em ns (1 Jo 1.8,10). A natureza pecaminosa uma ameaa constante na vida do crente. Contamos com o socorro do Esprito Santo para que as obras do corpo sejam mortificadas (Rm 8.13; Gl 5.16-25). Mas h um escape para quem peca: Se confessarmos nossos pecados, ele fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustia (1 Jo 1.9).

    Todos os dias os positivistas oram por crentes enfermos. uma incoerncia. Eles oram, rogam a Deus, expulsam as enfermidades chamando-as pelo nome e declaram que esto curados em nome de Jesus. Ora, seria o caso de agir conforme ensinam, isto , no adianta orar nem ter f; basta tomar posse do direito conquistado. Para que haja coerncia com o que pregam, em vez de orao deveriam dizer aos irmos doentes: Voltem para seus lugares. Vocs no esto enfermos. Ser preciso explicar tudo novamente? Vocs foram curados h dois mil anos. O que vocs esto sentindo apenas um sintoma colocado pelo diabo para enganar vocs. Essa miopia, essa dor de dente, dor na coluna, sinusite, cncer nas vias respiratrias, tudo isso vai passar. Basta mandar o diabo sair do corpo de vocs e proferir palavras de comando para que se cumpra o que est dito na Palavra. Voltem tranqilos; no procurem mdicos nem tomem remdios. Se algum morrer, porque j estava no tempo. Pelo menos morrem positivamente. Ademais, quando oram pela cura dos crentes esto confessando a doena de cada um. Incoerncia.

    Dizem que Deus no deseja que seus filhos fiquem doentes. Este argumento mais ou menos semelhante ao usado pelo espiritismo com relao ao inferno. Ora, Deus, sendo amor, bondade e misericrdia, tambm no deseja que nenhum se perca ou cometa qualquer pecado. Porm, ele conhece as nossas fraquezas. Para o pecado, temos o Esprito Santo que nos convence quando nos desviamos da Palavra. Pelo arrependimento, recebemos o perdo e a nossa conciliao com Deus se restabelece. Para a doena, Deus capacitou a Igreja com dons de curar destinados restaurao da sade (1 Co 12.9; cf. Mc 16.18). Deus estaria sendo incoerente? Observadas as recomendaes de Tiago 5.14-15, entende-se que os dons de curar se destinam a curar tambm os crentes. Como pode? Os crentes foram ou no foram curados h dois mil anos pelas pisaduras de Jesus? Podemos entender como dons de curar sintomas? Improvvel.

    Mateus 8.17 usado pela Confisso como prova de que nenhum vrus ou bactria ataca os crentes: E chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espritos e curou todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaas, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenas.

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    Quando realizou essa cura e outras mais, Jesus ainda no havia passado pelo Calvrio. Ao realiz-las durante seu ministrio, cumpriu-se a profecia messinica de Isaas 53. Foi necessrio que assim procedesse para mostrar que Ele era realmente o Messias esperado e profetizado; que se Ele tinha poder para curar, tambm o tinha para perdoar. Caso semelhante ocorreu quando, no incio de sua misso, leu Isaas 61.1, e, ao final, disse: Hoje, se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos (Lc 4.21). Ele veio para libertar os cativos, e libertou-os. A dois discpulos de Joo Batista, que lhe perguntaram se ele era o Messias esperado, Jesus respondeu: Ide e anunciai a Joo as coisas que ouvis e vedes: os cegos vem, os coxos andam, os leprosos so limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e aos pobres anunciado o evangelho (Mt 11.1-5). O reino de Deus chegou com demonstrao de poder. Jesus explica: Se eu expulso os demnios pelo Esprito de Deus, conseguintemente chegado a vs o Reino de Deus (Mt 12.28).

    Para melhor compreenso, vejamos: Elevando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudssemos viver para a justia. E pelas suas feridas fostes sarados (1 Pe 2.24). Pelas suas pisaduras fomos sarados, de Isaas 53.5, recebe aqui o seu significado maior e o seu cumprimento na morte expiatria. No a cura automtica das doenas, mas a remisso de nossos pecados, que se verificou no Calvrio, e no antes, visto que Ele morreu por nossos pecados (1 Co 15.3; cf. Jo 1.29; 2 Co 5.21; 1 Pe 3.18). Pedro no est afirmando que o sofrimento e morte de Jesus nos tornaram imunes s doenas. Ele ressalta que Cristo carregou os nossos pecados na cruz, tornando-se nosso substituto, quando tomou sobre Si a penalidade dos nossos pecados. O propsito de Sua morte vicria foi livrar-nos totalmente da culpa, poder e influncia do pecado. Cristo, pela sua morte, removeu nossa culpa e o castigo dos nossos pecados e proveu um caminho, mediante o qual pudssemos voltar a Deus, conforme a sua justia (Rm 3.14-26) e receber a graa de vier em retido diante dEle (Rm 6.2,3; 2 Co 5.15; Gl 2.20). Pedro usa a palavra sarados ao referirse salvao e todos os seus benefcios (Bblia de Estudo Pentecostal).

    A cura de enfermidades continua na Igreja. Para isso, Deus distribui dons de curar, como j dito. A Igreja tambm pode proclamar o perdo dos pecados, desde que haja sincero arrependimento (Mc 2.7; Jo 20.23; At 2.38; 1 Jo 1.9).

    guisa de concluso, destacamos:

    1 - No h uma cura automtica de todos os enfermos que se convertem. Um paraplgico poder ser curado na hora da converso, ou permanecer enfermo pelo resto da vida. Nem por isto deixar de ser feliz e ter paz no corao, pois a alegria em Cristo independe das circunstncias.

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    2 As conseqncias da queda de Ado, pelo que herdamos um corpo corruptvel e cheio de fraquezas, s sero desfeitas quando estivermos no cu, onde teremos um corpo incorruptvel e imortal (1 Co 15.54). Na glria, Deus limpar de seus olhos toda a lgrima, e no haver mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque j as primeiras coisas so passadas (Ap 21.4).

    3 Se acometido de alguma enfermidade, o crente dever seguir as recomendaes da Palavra de Deus, conforme Tiago 5.14-16: a) limpar sua vida de qualquer impureza; b) limpar o corao de qualquer sentimento de vingana ou dio, e perdoar as ofensas; c) solicitar orao aos lderes da Igreja e aos irmos; d) esperar no Senhor, confiante que Ele ouve as oraes de seus filhos e agir no tempo determinado, segundo a Sua vontade.

    4 O texto de Isaas 53.4-5, examinado o contexto, fala de cura espiritual (transgresses, iniqidades) como resultado da morte vicria de Cristo, isto , nossos pecados foram cancelados por suas pisaduras, no Calvrio. Tal interpretao evidenciada em 1 Pedro 2.24.

    5 A profecia de Isaas 53.4-5 concernente s enfermidades foi cumprida em Jesus durante seu ministrio. Tal evidncia est explicitada em Mateus 8.16-17.

    6 Assim como no precisamos decretar o perdo de nossos pecados, recebido pela f, no precisamos decretar a cura de nossas enfermidades, que depende, como vimos, de nossa f e da soberana vontade de Deus.

    Parte III A DIVINDADE DE JESUS CRISTO No espiritismo, Ele era um reformador da Judia, com a misso de ensinar aos homens uma elevada moral, a moral evanglico-crist; foi a segunda revelao de Deus (a primeira teria sido Moiss, e a terceira, o espiritismo); foi um mdium de primeira grandeza, um esprito iluminado. Para os testemunhas-de-Jeov, Ele um ser criado por Jeov, poderoso, mas no todo-poderoso. No budismo, Jesus foi um grande Mestre. No mormonismo, Jesus no foi gerado pelo Esprito Santo, e viveu em poligamia: Marta e Maria, irms de Lzaro, teriam sido suas esposas. No islamismo, um mensageiro de Deus, porm menor que Maom. Na Nova Era, Jesus no Deus porque todos somos deuses; a Era de Peixes, de Jesus, est se expirando, e um novo avatar surgir para conduzir a humanidade Era de Aqurios, que colocar o mundo em ordem e estabelecer a paz. Negar a divindade de Jesus uma das caractersticas das seitas, mas "as portas do inferno no prevalecero" contra a Igreja de Cristo. Para ns, cristos, Jesus Cristo Deus. A prova disso no apenas a nossa f. Contamos com a Bblia Sagrada, livro escrito por cerca de 40 escritores, divinamente inspirados; contamos com o testemunho de apstolos que caminharam com Jesus, ouviram

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    suas palavras e viram seus milagres, a exemplo de Pedro que declarou enftico: "TU S O CRISTO, O FILHO DO DEUS VIVO" (Mateus 16.16). Temos as palavras do prprio Jesus que afirmou: "EU E O PAI SOMOS UM" (Joo 10.30). Temos o testemunho do profeta Isaas que, 700 anos de o Verbo habitar entre ns, chamou-O de "Deus Forte" e "Pai da Eternidade" (Isaas 9.6). Contamos, tambm, com o testemunho de milhes de vidas transformadas pelo poder que h no nome de Jesus. Tratar-se-ia de apenas um esprito evoludo, um homem com poderes medinicos como desejam os kardecistas? Se Jesus apenas um esprito iluminado, por que no "baixa" nas sesses espritas? Se Jesus foi igual a Buda e Maom, onde esto seus ossos? Em lugar nenhum iremos encontr-los porque Jesus ressuscitou, e vive e reina para sempre. Aleluia! Vejamos o que dizem as Escrituras sobre a divindade de Jesus.

    CRISTO, O CRIADOR

    "Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez... estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo no o conheceu (Joo 1.3, 10)). "Pois nele foram criadas todas as coisas que h nos cus e na terra, visveis e invisveis, sejam tronos, sejam dominaes, sejam principados, sejam potestades, tudo foi criado por ele e para ele" (Colossenses 1.16). "...a ns falou-nos [Deus] nestes ltimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez o mundo (Hebreus 1.2).

    CRISTO, O DEUS

    "A virgem conceber e dar luz um filho, e o chamaro pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus conosco" (Mateus 1.23). "No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... e o Verbo se fez carne e habitou entre ns (Joo 1.1,14). Ateno: "O Verbo era Deus", e no "o Verbo era um deus", como desejam os testemunhas-de-Jeov. "Eu e o Pai somos um" (Joo 10.30); "Quem me v, v o Pai" (Joo 14.9). "O Pai est em mim, e eu nele" (Joo 10.38); "Disse-lhe Tom: Senhor meu e Deus meu" (Joo 20.28); "Deles so os patriarcas, e deles descende Cristo segundo a carne, o qual sobre todos, Deus bendito eternamente. Amm". (Romanos 9.5). "Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Colossenses 2.9). "Porque um filho nos nasceu...o seu nome ser: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Prncipe da Paz" (Isaas 9.6). "Este o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1 Joo 5.20). Outras referncias: Joo 1.15,18,30; Colossenses 1.15; 2 Corntios; 4.4; 5.19.

    CRISTO, O ETERNO

    "Eu sou o Alfa e o mega, o primeiro e o ltimo, o princpio e o fim" (Apocalipse 22.13). "Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abrao nascesse, eu sou" (Joo 8.58). "Eu e o Pai somos um" (Joo 10.30,38). "H tanto tempo estou

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    convosco e no me conheces, Filipe? Quem me v, v o Pai... crede-me quando digo que estou no Pai e o Pai est em mim" (Joo 14.9-11,20; 17.21). "Vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai" (Joo 16.28) Outras ref.: Joo 1.18; 6.57; 8.19.

    CRISTO, O TODO-PODEROSO

    "-me dado todo o poder no cu e na terra" (Mateus 28.18). "Eu sou o Alfa e o mega, o princpio e o fim, diz o Senhor, aquele que , que era e que h de vir, o Todo-poderoso" (Apocalipse 1.8). Outras referncias: Efsios 1.20-23; Joo 21.17.

    CRISTO, O SALVADOR

    "Mas quando apareceu a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens, no por obras de justia que houvssemos feito, mas segundo a sua misericrdia, ele nos salvou mediante a lavagem da regenerao e da renovao pelo Esprito Santo, que ele derramou ricamente sobre ns, por meio de Jesus Cristo nosso Salvador"(Tito 3.4-6). "E em nenhum outro h salvao, porque debaixo do cu nenhum outro nome h, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4.12). Vejam a nfase: "Em nenhum outro nome". No sobra para Buda, para Allan Kardec, para Maom, para Confcio, para Lao-Ts, para ningum. E mais: Joo 3.16; Lucas 4.18; Isaas 61.1.

    Jesus no foi um simples fundador de uma religio. Os afamados fundadores de seitas que surgiram na histria da humanidade esto todos mortos e devidamente enterrados; seus corpos foram comidos pelos vermes, e seus ossos, se ainda restam, esto em algum lugar. Com Jesus no aconteceu a mesma coisa. A terra no pde det-lo, a morte no teve domnio sobre Ele. Jesus ressuscitou do sepulcro e sobre isto h o testemunho das Escrituras; h o registro de testemunhas oculares que com Ele estiveram durante sua vida terrena e aps a sua ressurreio, e viram-no ascender aos cus (Mateus 28.1-10; 16-18; Marcos 16.1-14; Lucas 24.1-53; Joo 20.1-18).

    OS TTULOS DE JESUS

    De forma direta ou indireta, pelo nome ou pelos ttulos, o nosso Salvador permeia toda a Bblia, onde apresentado, por exemplo, como Messias, Redentor, Libertador, Perdoador de pecados, Juiz, Rei dos reis e Senhor dos senhores. Vejamos alguns dos ttulos de Jesus distribudos por vrios livros:

    Gnesis: Semente da mulher. J: Redentor. Salmos: Pedra angular.

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    Cantares: Rosa de Saron. Isaas: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Prncipe da Paz, Emanuel, Glria do Senhor, Legislador, Poderoso de Jac, Renovo, Santo de Israel. Jeremias: Justia nossa. Daniel: Ungido ou Messias. Miquias: Juiz de Israel. Ageu: Desejado de todas as naes. Zacarias: Rei. Malaquias: Mensageiro da aliana, Sol da justia. Mateus: Filho amado, Filho de Davi, Filho de Deus, Filho do homem, Guia, Rei dos judeus. Marcos: Filho do Deus Bendito, Santo de Deus. Lucas: Consolao de Israel, Filho do Altssimo, Poderoso Salvador, Profeta, Salvador, Sol nascente. Joo: A Porta, a Ressurreio e a Vida, Bom Pastor, Cordeiro de Deus, Criador, Deus Unignito, Eu Sou, Luz do mundo, Luz Verdadeira, Verbo, Verdade, Vida, Videira verdadeira. Atos: Justo, Santo, Senhor de todos. Romanos: Deus bendito, Libertador. 1 Corntios: Ado, Nossa Pscoa, Rocha, Senhor da glria. 2 Corntios: Imagem de Deus. Efsios: Cabea da Igreja. 1 Timteo: Bem-aventurado e nico Soberano, Mediador, Rei dos reis, Rei dos sculos, Senhor dos senhores. Tito: Salvador. Hebreus: Apstolo da nossa confisso, Herdeiro de todas as coisas, Autor e Consumador da f, Grande Sumo Sacerdote. 1 Pedro: Pastor e Bispo das almas, Prncipe dos pastores. 1 Joo: Advogado. Apocalipse: Alfa e mega, Cordeiro, Leo da Tribo de Jud, O Primeiro e o ltimo, Primognito, Rei dos santos, Resplandecente estrela da manh, Todo-poderoso.

    A TRINDADE

    Negar a divindade de Jesus negar a existncia do Deus trino, ou seja, do Deus nico, eternamente subsistente em trs Pessoas: a Primeira Pessoa, Deus Pai; a Segunda Pessoa, Deus Filho; e a Terceira Pessoa, Deus Esprito Santo. A unidade divina uma unidade composta dessas trs pessoas, coexistentes, porm distintas. Examinemos a Palavra:

    "Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, o nico SENHOR" (Deuteronmio 6.4). Este versculo muito usado pelos que no aceitam a Trindade. Sustentam que

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    no existem trs Deuses, mas apenas um. Ora, a idia do Deus trino, da unidade composta, est subjacente em outras passagens, como veremos a seguir.

    "Ento disse Deus: Faamos o homem nossa imagem..." (Gnesis 1.26). O uso da primeira pessoa do plural - FAAMOS - indica que Deus no estava s na obra da Criao: o Filho e o Esprito estavam presentes. Vejam tambm Gnesis 3.22; 11.7; Isaas 6.8.

    "Portanto, ide, ensinai todas as naes, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Esprito Santo" (Mateus 28.19).

    "A graa do Senhor Cristo, e o amor de Deus, e a comunho do Esprito Santo sejam com todos vs" (2 Corntios 13.13). Conhecida como a "bno apostlica", este versculo revela o Deus trino.

    No batismo de Jesus no Jordo, conforme Mateus 3.16-17, temos o Esprito de Deus "descendo sobre Jesus"; a voz do Pai dizendo "Este o meu Filho amado"; e o Verbo, o Deus Filho ali encarnado e habitando entre ns.

    O livro de Judas fala da Trindade: "Mas vs, amados, edificando-vos a vs mesmos sobre a vossa santssima f, orando no Esprito Santo, conservai a vs mesmos na caridade de Deus, esperando a misericrdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna" (Judas 20.021).

    O apstolo Pedro deixou o seu testemunho sobre as Pessoas da Trindade: "Eleitos segundo a prescincia de Deus Pai, em santificao do Esprito, para a obedincia e a asperso do sangue de Jesus Cristo" (1 Pedro 1.2).

    Na seguinte passagem Jesus mais uma vez revela sua divindade e reafirma a existncia da trindade em Deus: "E eis que sobre vs envio a promessa de meu Pai; ficai, porm, na cidade de Jerusalm, at que do alto sejais revestidos de poder" (Lucas 24.49). A promessa diz respeito ao batismo no Esprito Santo, plenamente cumprida em Atos 2.1-4. Vejam que a promessa do Pai, mas quem envia o Senhor Jesus; envia do alto, do cu. Jesus confirma o que j houvera dito: "Eu e o Pai somos um". Outra referncia: Atos 2.32-33.

    A verdade que "Deus estava em Cristo", como afirmou o apstolo Paulo (2 Corntios 5.19). Finalmente, fiquemos com estas palavras gloriosas: "O Filho o resplendor da sua glria e a expressa imagem da sua pessoa [do prprio Deus], sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder. Havendo feito por si mesmo a purificao dos nossos pecados, assentou-se destra da Majestade nas alturas" (Hebreus 1.3).

    Estejamos mais conscientes de que Deus habitou entre os homens, falou a

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    lngua dos homens, sofreu nossos sofrimentos, sentiu nossas dores; foi desprezado, perseguido, trado, injustamente condenado; morreu por ns numa cruz, ressuscitou ao terceiro dia, e voltou para sua glria.

    Parte IV AS FALSAS PROFECIAS das Testemunhas de Jeov (1914,1918,1920,1925 e 1975) As declaraes oficiais da Sociedade Torre de Vigia mencionadas neste trabalho foram extradas, com permisso dos autores, do livro `A Verdade sobre as Testemunhas de Jeov, de Cid de Farias Miranda e William do Vale Gadelha, Editora grfica LCR, 1a edio/2004). Os autores trabalharam por duas dcadas na Sociedade.

    "Mas o profeta que presumir de falar em meu nome alguma palavra que eu no lhe tenho mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, o tal profeta ser morto. Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e o que disse no acontecer nem se realizar, essa palavra no procede do Senhor. Com soberba a falou o tal profeta. No tenham temor dele" (Dt 18.20-22).

    "Assim diz o Senhor dos Exrcitos: No deis ouvidos s palavras dos profetas que entre vs profetizam; eles vos ensinam vaidades. Falam da viso do seu prprio corao, no da boca do Senhor. Dizem continuamente aos que me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis. No mandei esses profetas, todavia eles foram correndo; no lhes falei, todavia profetizaram. Ouvi o que dizem esses profetas, profetizando mentiras em meu nome. At quando continuar isso no corao desses profetas mentirosos, que profetizam o engano do seu prprio corao? O profeta que tem um sonho conte o sonho, mas aquele que tem a minha palavra, fale a minha palavra, com verdade. Portanto, eu sou contra esses profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras. Deveras, sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor. Eles os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades, mas eu no os enviei, nem lhes dei ordem. No trazem proveito nenhum a este povo, diz o Senhor" (Jr 23.1-32).

    "Acautelai-vos, porm dos falsos profetas, que vm at vs disfarados em ovelhas, mas interiormente so lobos devoradores. Pelos seus frutos conhecereis" (Mt 7.15-16). Surgiro muitos falsos profetas, e enganaro a muitos (Mt 24.11).

    Vejam que a advertncia no Antigo Testamento confirmada na Nova Aliana. Em resumo, qualquer profecia que no se cumpre no de Deus. Na maioria dos casos nem preciso esperar o longo tempo at a confirmao ou no da profecia. Basta examinar a Bblia. As profecias do Corpo Governante do grupo conhecido por Testemunhas de Jeov se enquadram perfeitamente nessa palavra. Alis, se enquadram aqui todas as palavras mentirosas que no saram da boca de Deus, mas do corao enganoso do homem. A Sociedade Torre de Vigia para Bblias e

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    Tratados, representada por seu Corpo Governante, se autoproclama:

    "Organiza