estudo de caso parque do ibirapuera-sp

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P P a a r r q q u u e e s s U U r r b b a a n n o o s s d d e e S S ã ã o o P P a a u u l l o o : : P P a a r r q q u u e e d d o o I I b b i i r r a a p p u u e e r r a a Universidade Bandeirante de São Paulo Professora Vera Disciplina: Planejamento Urbano 2 o Semestre 2006 Alunas: Érika Garcia de Divitiis Silva No 08 Fernanda Matos Pinho No 09 Luciana Alessandra da Paixão No 20

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Estudo de Caso Parque do Ibirapuera-SP

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Page 1: Estudo de Caso Parque do Ibirapuera-SP

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PPaarrqquuee ddoo IIbbiirraappuueerraa

Universidade Bandeirante de São Paulo

Professora Vera

Disciplina: Planejamento Urbano

2o Semestre 2006

Alunas:

Érika Garcia de Divitiis Silva No 08

Fernanda Matos Pinho No 09

Luciana Alessandra da Paixão No 20

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1. Sumário:

1. Sumário

2. Introdução

3. Considerações Iniciais

4. Análise

5. Proposta de Intervenção

6. Considerações Finais

7. Bibliografia

8. Anexos

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2. Introdução

AA mmaaiioorr áárreeaa ddee llaazzeerr ddaa cciiddaaddee ddee SSããoo PPaauulloo::

Parque do Ibirapuera

Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise da relação entre Cidade-Lazer-Cidadão com base no Estatuto

da Cidade de São Paulo, que garante o direito de todo cidadão de usufruir do espaço urbano onde ele reside. O estatuto

é uma lei que determina normas para a organização da cidade, buscando uma melhor qualidade de vida para a população,

fundamentados nos conceitos do Arquiteto Francês Le Corbusier no IV CIAM. (Congresso Internacional de Arquitetura

Moderna). Nas páginas deste estudo estaremos apresentando uma proposta de intervenção no Parque Ibirapuera com

base em pesquisas de campo e estudos preliminares acerca da história do parque.

Estatuto da Cidade: Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, entrou em vigor no dia 10 de outubro de 2001.

Funções de uma cidade: Habitar/Trabalhar/Recrear/Circular Carta de Atenas Le Corbusier Nov/1933

"A cidade. Os modernos quase que completamente esqueceram o verdadeiro sentido desta palavra: a maior parte confunde as construções materiais de uma

cidade com a própria cidade e o habitante da cidade com um cidadão. Eles não sabem que as casas constituem a parte material, mas que a verdadeira cidade é formada por cidadãos”.

Jean-Jacques Rousseau - O Contrato Social

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3. Considerações Iniciais

3.1 História do Parque

No início da colonização, a região do Ibirapuera (em tupi-guarani Ypy-ra-ouêra = pau pôdre ou árvore

apodrecida) era uma aldeia indígena, que compreendia uma vasta área de terras que iam além do bairro de Santo

Amaro. Com o crescimento da Província, a planície passou a ser uma área de chácaras e pastagens, destinada às boiadas

que seguiam para o Matadouro Municipal, localizado no bairro da Vila Mariana, e para os animais que puxavam os carros

do Corpo de Bombeiros da cidade. Em 1906, uma lei estadual transferiu a área para o Município de São Paulo.

No final da década de 20, o Prefeito Pires do Rio decidiu criar um parque semelhante aos existentes na

Europa, como o Bois de Bologne em Paris, o Central Park em New York, ou o Hyde Park em Londres. Mas como o terreno

era alagadiço, um funcionário da prefeitura, Manuel Lopes de Oliveira, conhecido como Manequinho Lopes, iniciou em

1927 o plantio de centenas de eucaliptos australianos, com a finalidade de drenar o solo e eliminar o excesso de

umidade. Também plantou um grande número de espécies ornamentais e exóticas, destinadas a arborizar as ruas e

praças da cidade, e cujas mudas também eram distribuídas à população.

Dessa paixão de um modesto e esforçado funcionário da Prefeitura pelas plantas, o que era um charco virou

paisagem. Nascia, assim, o embrião do Parque do Ibirapuera, com um raro acervo de árvores e plantas que hoje

encantam seus visitantes e freqüentadores.

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Em 1951, faltando três anos para a comemoração do IV Centenário da cidade de São Paulo, uma comissão

mista, composta por representantes da Prefeitura do Estado e da iniciativa privada foi instituída pelo Governador

Lucas Nogueira Garcez e pelo Prefeito Armando de Arruda Pereira para que o Parque do Ibirapuera se tornasse o

marco desta data. Sob o comando de Francisco Matarazzo Sobrinho, o "Cicillo", esta comissão elaborou um programa de

prioridades para o Parque. A idéia central que norteava esta obra seria de unir a modernidade urbana através de uma

arquitetura arrojada com um projeto paisagístico não menos avançado. Para tanto, o arquiteto Oscar Niemeyer se

responsabilizou pelo projeto arquitetônico. Já o projeto paisagístico ficou sob a responsabilidade de Roberto Burle

Marx.

Apesar de todos os esforços visando inaugurar o parque em 25 de janeiro de 1954, data do IV Centenário de

São Paulo, isto somente viria acontecer em 21 de agosto de 1954 (Aniversário do Parque do Ibirapuera, data em que foi

entregue à população). Na ocasião, 13 Estados e 19 países estiveram presentes na festividade montando 640 estandes.

Um dos participantes, o Japão, chegou a construir uma réplica do Palácio Katura, com material importado e que hoje é

uma das atrações do Parque, chamado de Pavilhão Japonês.

Das construções realizadas naquele período haviam edifícios estilizados, como o Pavilhão do Rio Grande do

Sul. Dos que sobrevivem até os dias de hoje estão: o "Palácio das Indústrias" (atual sede da Bienal e do MAC) - Pavilhão

Cicillo Matarazzo construído para apresentar uma visão da indústria paulista. "Palácio das Nações", conhecido

atualmente como Pavilhão Manoel de Nóbrega e que foi sede da Prefeitura até 1992, utilizado na inauguração do parque

visando reunir as representações dos diversos países. "Palácio das Exposições" - sedes atuais dos Museus da

Aeronáutica e Folclore, utilizado no IV Centenário para exposições culturais. "Palácio dos Estados" - atual Pavilhão

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Armando de Arruda Pereira, sede da PRODAM, local que na época tinha como finalidade abrigar a representação das

várias unidades da Federação. "Palácio da Agricultura" - atual sede do DETRAN e que foi construído inicialmente para

abrigar a Secretaria da Agricultura. Grande Marquise - local onde está situado o mam. Isto sem contar com o Ginásio

de Esportes, o Velódromo (o primeiro existente no país) e o conjunto de lagos.

Foram ainda construídos especialmente para as comemorações do IV Centenário os Pavilhões Verde e da I

Feira Internacional de São Paulo. Outra obra que chegou a ser construída para este evento foi da "Espiral", símbolo do

progresso, mas inviabilizada por dificuldades técnicas.

Passados dois anos de sua inauguração os planos do Prefeito Armando de Arruda Pereira de manter o parque

como uma área exclusiva ao lazer do paulistano foi desfeita par seu sucessor, Juvenal Lino de Matos, ao transferir para

o local, a Prefeitura que permaneceu no local até 1992.

O Conjunto Arquitetônico do Parque do Ibirapuera foi idealizado em 1951 pela equipe de arquitetos liderada

por Oscar Niemeyer a partir do convite que o arquiteto recebeu de Cicillo Matarazzo, então presidente da Comissão do

IV Centenário (autarquia municipal responsável pelo evento de comemoração do aniversário da cidade de São Paulo). A

proposta era centralizar todas as manifestações comemorativas dos 400 anos da cidade num conjunto que

representasse a grandiosidade e posição de vanguarda da cidade perante a nação.

O projeto concebido por Oscar Niemeyer é composto de cinco edifícios, então nomeados Palácios, tamanha

imponência que era agregada à imagem dos edifícios. Cada um deles estava destinado a abrigar exposições específicas a

uma determinada atividade de destaque da cultura e economia paulistanas. Assim, compunha o Conjunto o Palácio das

Indústrias, o Palácio das Exposições, o Palácio das Nações, o Palácio dos Estados e o Palácio da Agricultura. O

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projeto previa ainda um Auditório que centralizaria congressos, seminários e exibições artísticas. Esta obra só veio a

ser implantada em 2003, após longo processo político de interesses e, ainda, sob um novo desenho proposto por

Niemeyer. O projeto final aprovado para a construção do Conjunto Arquitetônico do Ibirapuera é resultado de

alterações nos anteprojetos anteriores. Foram dois momentos de definição no projeto anteriormente à sua finalização

e execução. Em 1951, surgiram as primeiras propostas. Nesse momento o conjunto ocupava maior espaço no Parque e a

arquitetura era mais arrojada, o que afetava a exeqüibilidade da construção e o orçamento final da obra. Em 1954, a

equipe apresentou uma nova disposição dos edifícios e uma arquitetura modernista de traços mais leves. No entanto,

este projeto ao ser executado sofreu mais uma alteração, pois não foram construídos um Auditório e um sub-conjunto

situado em face lindeira ao lago composto por um restaurante, danceteria e píer para barcos e pedalinhos. A descrição

de cada um dos edifícios nos auxilia a compreender melhor a trajetória do Conjunto.

O Palácio das Indústrias. Atual sede da Fundação Bienal de São Paulo. Foi concebido originalmente para

abrigar as exposições permanentes da indústria paulista. Os arquitetos desenvolveram, a princípio, um grande edifício

com uma casca de cobertura arredondada, protegendo os três pavimentos do prédio. A rápida construção do Palácio

deve-se ao emprego de modernos métodos da engenharia brasileira da época e ao programa aplicado pelos

construtores. O edifício tem aproximadamente 36.000 m2 de área para exposições. Durante as comemorações de 1954

abrigou diversos stands das mais variadas indústrias paulistas. Atualmente é a sede da Fundação Bienal de São Paulo,

onde acontecem as famosas Bienais Internacionais de Artes Plásticas e de Arquitetura. Além destas exposições, o

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edifício vem abrigando atualmente as apresentações de moda do São Paulo Fashion Week e outras exposições e

exibições de destaque.

O Palácio das Exposições. É atualmente denominado Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, também identificado como

a OCA. Foi projetado em 1951 para servir de abrigo a um Planetário. No entanto, em 1954 o edifício foi destinado à

exposição da História de São Paulo, entre outras manifestações. O Palácio é constituído por três pavimentos que

ocupam aproximadamente uma área de 11.000 m2. Sua cobertura é um dos elementos mais arrojados do Parque e

demandou um cuidadoso estudo para sua construção. As sapatas de fundação estruturam a casca de cobertura em

forma de cúpula que, devido a grande quantidade de ferro em sua armação, está livre de qualquer tipo de pilar ou apoio.

Este edifício tem base com 76m de diâmetro e alcança até 18m de altura. O Palácio já serviu de sede para um Museu de

Folclore e para o Museu da Aeronáutica. Em 2004, nas comemorações dos 450 anos de São Paulo, a Oca abrigou uma

das maiores exposições do artista espanhol Pablo Picasso, patrocinada pelo banco Bradesco.

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O Palácio das Nações. No projeto original de 1951, dividia o mesmo desenho e programa de construção com o

Palácio dos Estados. Naquela solução havia a proposta de semi-enterrar um pavimento do edifício a fim de reduzir a

altura e garantir acessos mais fáceis. No projeto aprovado de 1954, o Palácio foi destinado a abrigar as representações

dos vários países na Exposição Internacional do IV Centenário. O edifício também recebeu as mostras da II Bienal de

São Paulo. Atualmente conhecido como Pavilhão Manoel da Nóbrega, o edifício é resultado de um inegável sucesso

perante as diversas dificuldades encontradas na construção, principalmente nas questões estruturais, onde foram

exigidas soluções estruturais ousadas e inovadoras, como os pilotis externos. A prefeitura do município de São Paulo

instalou-se neste prédio após o IV Centenário e permaneceu no local até 1993. Desde então, o prédio passou a

pertencer ao Estado de São Paulo, que sondava a possibilidade de instalar no local um museu de arte afro-brasileira. A

implementação deste museu aconteceu em 2004, o que veio auxiliar a concepção da concretização de um Centro de

Artes no Ibirapuera.

O Palácio dos Estados. Possui características técnicas iguais as do Palácio das Nações. Em 1951, os

arquitetos já haviam desenhado um mesmo projeto para ambos os edifícios. Seu desenho simples e de formas

inusitadas caracterizam sua arquitetura. Um elemento presente neste Palácio que não foi implantado no semelhante

Palácio das Nações é o brise-soleil (quebra-sol) como proteção dos raios solares que aí incidem. Nas comemorações do

IV Centenário, em 1954, este palácio serviu de sede para a exposição dos vários Estados do Brasil. Ainda, dividiu a

exposição da II Bienal de Artes Plásticas de São Paulo com o Palácio das Nações. A partir de 1976, a Prodam-SP

instalou-se neste Palácio, atual Pavilhão Engenheiro Armando Arruda Pereira. Ocupando todo o prédio e dotado de

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estacionamento próprio controlado por guaritas, este órgão municipal confirma a inserção de repartições públicas no

Parque, o que desrespeita a concepção e função de um parque.

O Palácio da Agricultura. Foi encomendado aos arquitetos da equipe de Oscar Niemeyer pela Comissão do IV

Centenário sob os recursos financeiros do Estado de São Paulo. Já estava previsto que a Secretaria da Agricultura do

Estado ocupasse o edifício, após as comemorações de 1954. No entanto, o antigo Palácio da Agricultura é atualmente a

sede do Detran-SP. Em seu desenho original (1951), o pavimento térreo teria um salão de exposições e um restaurante

sob o terraço de formas curvas. O pavimento tipo apresenta um grande espaço para diversos departamentos e

repartições, previstos para o funcionamento da Secretaria. Na cobertura, estariam concentrados os 17 apartamentos

destinados à hospedagem, salão, copa e terraços. Um dos pontos marcantes na arquitetura deste edifício são os pilotis

em forma de “V”. Segundo o arquiteto Niemeyer, o desenho desses pilotis é uma solução para liberar mais espaço no

térreo.

Em 1954, o Parque do Ibirapuera deveria ter recebido, como previam os arquitetos, um auditório para

realizações de congressos, apresentações teatrais e musicais. No entanto, alguns documentos históricos mostram que

em agosto de 1953 as negociações para a construção do Auditório haviam sido encerradas e o prédio não seria erguido

para o IV Centenário de São Paulo. É interessante apontar que o arquiteto franco-suíço Le Corbusier, um dos maiores

representantes da arquitetura moderna internacional, foi convidado a elaborar duas pinturas que estariam nas laterais

do Auditório do Ibirapuera. Uma correspondência que a Comissão do IV Centenário enviou a Le Corbusier sobre a não

construção do auditório e, consecutivamente, a não execução de suas pinturas, marcou o final da possibilidade de

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executar o projeto para a construção do Auditório no Ibirapuera. O conjunto formado pelo Auditório e a atual Oca do

Ibirapuera sempre foi enfatizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer como o elemento de maior importância arquitetônica

e plástica para o Parque. Ambos edifícios, interligados por uma extensão da marquise, apresentam um “desenho simples

e puro”, como afirma Niemeyer. Esta integração era pretendida visando garantir a unidade arquitetônica do conjunto. A

discussão sobre a construção do Auditório foi mantida ao longo dos 50 anos de existência do Parque, ora se

aproximando da efetiva construção, ora se afastando de qualquer possibilidade para a implantação do edifício. Somente

em 2002, na gestão da prefeita Marta Suplicy, o assunto voltou à tona. Durante o ano de 2003, longas discussões entre

órgãos competentes aconteceram porque tal construção diminuiria a quantidade de área permeável no Parque e

alteraria o conjunto arquitetônico de Niemeyer tombado pelo CONDEPHAAT. De um lado, a prefeitura defendia que a

obra era legal, já que foi examinada e aprovada pelo CONDEPHAAT, além de representar mais uma função de cultura e

lazer para a população. De outro lado, o Ministério Público afirmava que a obra não poderia ser executada por

desrespeitar o terceiro artigo da mesma resolução do tombamento do Parque, que proíbe o acréscimo de áreas

construídas no parque, a fim de preservar a permeabilidade e meio ambiente do local. Felizmente, o projeto foi

aprovado e no início de 2005 a obra foi entregue à população completando o conjunto arquitetônico original do Parque

do Ibirapuera e garantindo a unidade plástica de ilustre beleza concebida por um dos maiores arquitetos do mundo,

Oscar Niemeyer.

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3.2 Outros:

* o Planetário

O Planetário do Ibirapuera foi o primeiro a ser instalado na América Latina, em 26 de janeiro de 1957. O prédio,

de autoria dos arquitetos Eduardo Corona, Roberto G. Tibau e Antônio Carlos Pitombo, é inspirado na arquitetura dos

anos 50, e é tombado pelo Conselho Municipal de Tombamento e Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e

Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,

Artístico e Turístico do Estado (Condephaat). Antes de fechar as portas, em 1999, o Planetário recebia anualmente

mais de 350 mil visitantes - na sua maioria estudantes - e quase 4 milhões de pessoas já haviam assistido às projeções.

O prédio foi interditado por apresentar problemas em sua infra-estrutura, causados por infiltrações e infestação de

cupins. Depois de um restauro completo voltou a funcionar no dia 22 de setembro deste ano.

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* o Obelisco

Galileo Emendabili é o autor do monumento Obelisco Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932, o Obelisco

dos Heróis. Além dessa importante obra, Emendabili fez inúmeras e belíssimas outras obras de arte e monumentos,

mas o Obelisco é mesmo um de seus melhores trabalhos, que presta homenagem a todos aqueles que fizeram a

Revolução Constitucionalista de 1932 ou participaram de sua criação. Embora o Obelisco não esteja inserido dentro do

Parque do Ibirapuera e sim em seus arredores, o citamos neste trabalho porque a partir das entrevistas que fizemos no

Parque, percebemos pessoas que o viam como um dos símbolos do parque.

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* o Pavilhão Japonês: O Pavilhão Japonês é um espaço destinado à difusão da cultura do Japão e sua comunidade

residente no Brasil. Abriga obras de arte, carpas coloridas e um imenso jardim japonês com uma réplica do Palácio

Imperial de Kyoto, no Japão.

* o Museu de Aeronáutica foi criado em 1959 pela Fundação Santos Dumont, que o administra até hoje. Ele ocupa uma

área coberta de cinco mil metros quadrados, em dois pavimentos do Pavilhão Governador Lucas Nogueira Garcez, no

Parque Ibirapuera, em São Paulo. Suas instalações incluem auditório para filmes, palestras e conferências, sala-cofre

blindada para peças valiosas e biblioteca com milhares de livros, revistas e documentos. Seu acervo inclui aviões,

motores, peças originais, maquetes em escala e outros objetos ligados à história da aviação no Brasil e no mundo.

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* o Viveiro Manequinho Lopes consiste num local para lazer diferenciado aos visitantes do Parque. Anualmente, suas

mudas e arbustos são utilizados pela administração pública em jardins e arborização de ruas e avenidas.

Além de produzir e manter as mudas executa serviços externos para jardins e canteiros da cidade de São

Paulo. No viveiro, os visitantes podem encontrar Pau-brasil, Ipê, Tipuana entre outras espécies.

* a Grande Marquise - local onde está situado o Museu de Arte Moderna (MAM); o Ginásio de Esportes,

* o Velódromo (o primeiro existente no país)

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* o Museu da Arte Moderna foi fundado em 1948 por Francisco Matarazzo. O MAM inscreve-se na história cultural

da América Latina como um dos primeiros museus de arte moderna do continente. Sua missão é colecionar, estudar e

difundir a arte moderna e contemporânea brasileira, tornando-a acessível ao maior número de pessoas possível. O

acervo do museu possui cerca de 4.000 obras de arte contemporânea brasileira, entre elas, pinturas, esculturas,

gravuras entre outras.

* o Auditório Ibirapuera: O prédio completa o conjunto de edifícios do parque paulistano, tal como concebido

originalmente pelo arquiteto, na década de 1950. Da proposta original está faltando somente a praça de acesso que o

separaria da Oca, cujo conjunto serviria de entrada principal do parque. O prédio possui simplicidade volumétrica

singular, sendo composto de um bloco, que em planta tem a forma de um trapézio e, em corte, a forma de um triângulo

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e, assim como os demais prédios do parque, e grande parte da obra do arquiteto, o auditório é inteiramente branco,

composto de concreto armado e pintura impermeabilizante na cor branca. O bloco único contrapõe-se à arquitetura

usual de auditórios para concertos, vigente desde a concepção da Ópera de Paris, no século 19, que era composta por

uma separação em três partes, vistas assim do exterior para o interior.

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* o Conjunto de lagos. Ocupam 157 mil m2 de área.

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3.3 Levantamento de Dados

Localização: Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana - São Paulo.

Horário de Funcionamento: das 6:00 às 22:00h.

Valor: Entrada Gratuita.

Data da Inauguração: 21 de agosto de 1954.

Área: 1 milhão e 584 mil m2. Os três lagos artificiais interligados ocupam 157 mil m2.

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Estacionamento: Interno.

Estimativa do Número de Visitantes: 200 mil pessoas por fim de semana

Autor da Obra: Arquiteto Oscar Niemeyer e Paisagista Burle Marx durante o governo do Prefeito Pires do Rio.

Tombamento; o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Conselho de Defesa do

Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEOPHAAT) e o Conselho

Municipal de Tombamento e Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo

(CONPRESP)

Administração: Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo.

Fauna e Flora: Árvores ornamentais, nativas e exóticas. Figueiras-benjamim, chichás, carvalhos brasileiros,

ipês-rosas, bosque de jaqueira, guapuruvus, conjuntos de sete-capotes, araribás, pau-ferro, banyan-da-Índia,

paineiras e tamareira-das-canárias. Mais de cem espécies de aves catalogadas. Biguá, coruja orelhuda, tuim,

beija-flor de garganta roxa, risadinha, etc. Durante o inverno, o lago abriga aves migratórias como irerês,

garças-brancas, socós-dorminhocos e Martins-pescadores, bem como um grande número de tilápias e carpas. Com

funções ornamentais, os cisnes negros, gansos, patos, marrecos, galinhas d’angola e pavões.

Infra-estrutura: Sanitários, sanitários com fraldário, sanitários para cadeirantes, enfermaria, área para

piquenique, serviço de alimentação. Quatro lagos, pistas de cooper, quadras poli esportivas, pista para bicicletas,

13 quadras iluminadas, campo de adestramento de cães, pistas de passeio e descanso, viveiro de plantas (Viveiro

Manequinho Lopes) lanchonetes e áreas de recreação infantis.

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3.4 Pesquisa de Campo

A visita ao Parque do Ibirapuera foi feita em dois sábados pela manhã, horário em que o Parque está bastante

movimentado. Nesta pesquisa realizamos cerca de 30 entrevistas com pessoas de diferentes idades e sexo. Através

desta entrevista que estará demonstrada abaixo, pudemos efetuar uma análise sobre o perfil do freqüentador do

parque e realizar uma proposta de intervenção no Parque.

* Entrevista. 30 amostras dentro do Parque.

Sexo:

Feminino 19

Masculino 11

Idade:

16 a 25 anos 20

26 a 45 anos 5

46 a 65 anos 5

O que primeiro lhe traz a mente a palavra Ibirapuera?

Lazer 16

Esporte 10

Tranqüilidade 3

Outros 1

Em sua opinião, o que simboliza do Parque do Ibirapuera?

Lazer 16

Esporte 10

Cultura 4

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Com que freqüência você vem ao Parque Ibirapuera?

Todo dia 18

1 vez por semana 8

1 vez por mês 2

1 vez por ano

Qual o meio de transporte que você utiliza?,

Carro 13

Ônibus 2

Bicicleta 2

À pé 13

Com que freqüência você vai à um Parque?

1 vez por semana 20

1 vez por mês 8

1 vez por ano 2

Em sua opinião, os parques são seguros e limpos?

Seguros 3

Limpos 3

Seguros e limpos 24

Quais os atrativos que você considera importante no Parque Ibirapuera?

Lazer 13

Esporte 8

Cultura 6

Outros 3

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24

Você anda de bicicleta?

Sim 24

Não 6

* Entrevista. 15 amostras fora do Parque.

Sexo:

Feminino 7

Masculino 8

Idade:

16 a 25 anos 11

26 a 45 anos 2

46 a 65 anos 2

O que primeiro lhe traz a mente a palavra Ibirapuera?

Lazer 10

Esporte 2

Tranqüilidade 2

Outros 1

Em sua opinião, o que simboliza do Parque do Ibirapuera?

Lazer 10

Esporte 2

Cultura 3

Com que freqüência você vem ao Parque Ibirapuera?

Todo dia 12

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25

1 vez por semana 2

1 vez por mês 1

Qual o meio de transporte que você utiliza?,

Carro 8

À pé 13

Com que freqüência você vai à um Parque?

1 vez por semana 7

1 vez por mês 5

1 vez por ano 3

Em sua opinião, os parques são seguros e limpos?

Seguros 3

Limpos 3

Seguros e limpos 9

Quais os atrativos que você considera importante no Parque Ibirapuera?

Lazer 8

Esporte 5

Cultura 2

Você anda de bicicleta?

Sim 12

Não 3

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4. Análise

A visita que fizemos nos levou a perceber que a grande maioria das pessoas só possuem elogios a fazer ao Parque

do Ibirapuera, e que em poucos casos existem críticas. Uma das reclamações que ouvimos foi acerca do

estacionamento, que frequentemente está lotado, e também em relação à segurança, embora esse seja um problema da

cidade como um todo.

A entrevista nos mostrou que existe um equilíbrio entre o número de homens e mulheres que frequentam o

Parque. A média de idade costuma ser de 16 a 25 anos, ou seja, jovens. Em muitas perguntas, percebemos a frequência

da palavra lazer como resposta, o que mostra a busca do cidadão paulistano por uma área que ofereça espaços com

diversas opções de entretenimento.

Com base nestas conclusões acerca dos frequentadores do Parque, buscamos um espaço, dentro do Parque, que

ainda estivesse livre de edificações. Nesta espaço propomos a inserção de um projeto voltado para o lazer das pessoas,

que costumam passar os fins de semana com a família no local.

Nosso projeto seria um cinema ao ar livre com capacidade para até 1500 pessoas sentadas em local coberto por

uma tenda e com uma tela de 15m por 25m e que contaria com um restaurante de apoio e um lounge coberto para

espera de sessões.

Acreditamos que um projeto assim consolidaria o Parque como o maior local da cidade destinado ao lazer de toda

a população. Principalmente por se tratar de uma forma de diversão acessível a todo cidadão.

A área que escolhemos para inserir o cinema é o local onde existem menos edificações e mais áreas verdes,

justamente por se tratar de um projeto grandioso e que necessita de um local mais isolado.

Abaixo exibiremos um mapa do local de inserção do projeto e também um croqui ilustrativo da proposta do

cinema e suas áreas de apoio.

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5. Proposta de Intervenção

5.1 Mapa/Local de intervenção

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6.Considerações Finais

Com o crescimento desordenado das cidades, o Estatuto da Cidade, assim como os planos diretores, aparecem

como uma importante ferramenta na luta contra as mazelas citadinas. A natureza teórica dos instrumentos

urbanísticos, assim como o seu papel e objetivos, é de importância inegável. Contudo, diversas são as dificuldades

encontradas na aplicação e efetivação desses instrumentos.

O “como aplicar” ainda é um empecilho presente tanto nas esferas administrativa (integração entre as

secretarias, “comando” da prefeitura, etc.) e econômica (recursos), quanto no campo técnico/teórico, que diz respeito

aos responsáveis pelos planos diretores e urbanísticos da cidade. Dentre os principais erros ou falhas cometidas pelos

planejadores e administradores estão o transplante de planos de outros sítios urbanos para suas respectivas cidades,

não considerando as singularidades desses, a imobilidade frente ao Estatuto, não aplicando instrumentos ausentes nele,

portanto, não havendo inovação, e a própria ausência de diversos instrumentos nos planos diretores.

Em São Paulo a presença dessas dificuldades torna-se ainda mais forte, já que ela é considerada a principal

cidade do Brasil, seja do ponto de vista social, econômico ou político. É a capital do estado de São Paulo, sendo a maior

cidade brasileira do hemisfério Sul do planeta. Sua população recenseada em 1o de julho de 2005, estima uma população

de cerca 10.927.985 habitantes. A área do município, segundo o IBGE, é de 1.524 km² e a sua altitude média é de 760

metros sobre o nível do mar. Sua região metropolitana tem aproximadamente 20.237.000 habitantes, o que a torna a

metrópole mais populosa do Brasil e a 3ª do mundo depois de Tóquio e Cidade do México. O lema da cidade (presente

em seu brasão) é a frase latina "Non Ducor, Duco", que em português significa "Não sou conduzido, conduzo".

Oferecer um local onde as pessoas possam se divertir é dever de todo governo. Todo cidadão tem o direito de

usufruir do espaço onde reside segundo o Estatuto da Cidade. Embora a cidade de São Paulo seja uma das mais

populosas do mundo e com inúmeros problemas sociais, podemos citar o Parque do Ibirapuera como um local que se

caracteriza pelo aproveitamento do espaço público de forma a servir a população. O Parque agrega lazer, cultura e

esporte e permite a todo cidadão a oportunidade de aproveitar deste espaço destinado ao convívio social.

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7.Anexos

7.1 Biografias

7.1.1 Oscar Niemeyer

Nascido no Rio de Janeiro, em 1907, Oscar Niemeyer tem sido o arquiteto brasileiro que acumula o maior

número de prêmios internacionais, bem como exibe um conjunto de obras realizadas no Brasil e no exterior que o coloca

como um dos expoentes da arquitetura universal. Formado em 1934 pela Escola Nacional de Belas Artes, o primeiro

trabalho que elaborou - como membro da equipe liderada por Lúcio Costa e consultoria de Le Corbusier - para a sede do

Ministério de Educação e Saúde em 1936, caracterizou-se como um marco da arquitetura moderna mundial. Em 1939,

em colaboração com Lúcio Costa, executa o projeto Pavilhão do Brasil para a exposição em Nova York.

Em 1940, com a obra da Pampulha - Cassino, Casa do Baile, Iate Clube e a Igreja de São Francisco de Assis -

passa a ser conhecido internacionalmente, demonstrando com formas livres as possibilidades do concreto armado,

destoantes da linguagem corrente da arquitetura racionalista de então.

Em 1947 participa da equipe responsável pelo projeto da sede da Organização das Nações Unidas - ONU, em

Nova York. Nos dez anos seguintes consolida sua obra no país até que, em 1960, com a construção da nova capital -

Brasília - alcança prestígio e reconhecimento internacional ao projetar os principais edifícios públicos e palácios-sede

do governo, como o Palácio da Alvorada, da Justiça, do Planalto, dos Arcos, e a Catedral de Brasília -, todos eles

marcados pelo arrojo estrutural e inovadores da estética arquitetônica. Criador e fundador da Universidade de

Brasília, com a implantação do regime militar, juntamente com a maioria dos seus docentes, afasta-se da mesma, e o

período de perseguições e repressão política se instala a seguir no país, leva-o a aceitar diversos convites de trabalho

no exterior.

Com escritório montado em Paris e tendo recebido do governo francês o prêmio "Legião de Honra da França",

"Medalha de Ouro" da Academia de Arquitetura da França e membro do Comitê dos Conselheiros Artísticos da

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UNESCO, realiza obras no mundo inteiro, das quais se destacam o Edifício-Sede da Editora Mondadori, na Itália; o

Centro Cultural do Havre e sede do Partido Comunista Francês, na França; Universidade de Constantine, em Argel; e os

planos da Cidade de Neveg, em Israel; Plano de Urbanização do Algarve, em Portugal; Centro Cívico e Administrativo de

Argel; Centro Residencial de Estudantes em Oxford, Inglaterra, entre outros.

De volta ao Brasil, continua em intensa atividade, destacando-se em 1983 as obras da Passarela do Samba

(Sambódromo) e o conjunto de escolas pré-fabricadas - CIEPs, no Rio de Janeiro. Entre seus projetos mais recentes

encontram-se a Sede do Jornal "L'Humanité", na França; o Panteão da Liberdade, na Praça dos Três Poderes, em

Brasília; o projeto para a Embaixada Brasileira em Cuba, o Memorial da América Latina, em São Paulo.

Entre os inúmeros prêmios recebidos destacam-se o Prêmio Lênin da Paz em 1963; Prêmio "Lorenzo il

Magnífico", Itália, 1980; Membro Honorário da Academia de Artes da URSS, 1983; Membro Titular da Academia

Européia das Ciências, Artes e Letras, 1983; Doutor "Honoris Causa" da Academia de Construção da República

Democrática Alemã, 1988; Pritzker Architecture Prize - Estados Unidos, 1988; Membro Honorário do "Royal Institute

of British Architects", Inglaterra, 1989 e, no mesmo ano, o Prêmio Príncipe de Asturias de Las Artes, Espanha.

No campo da escultura, são conhecidos os projetos do Monumento a Carlos Fonseca Amador, Nicaraguá, 1982;

Monumento Cabanagem, Pará, 1984; Monumento "Tortura Nunca Mais", Rio de Janeiro, 1986; Monumento aos “Três

operários assassinados” durante a greve de novembro de 1988 em Volta Redonda e a escultura na Praça Cívica do

Memorial da América Latina, 1989.

7.1.2 Burle Marx

Roberto Burle Marx foi um dos maiores paisagistas do nosso século, distinguido e premiado

internacionalmente. Artista de múltiplas artes foi também, desenhista, pintor, tapeceiro, ceramista, escultor,

pesquisador, cantor e criador de jóias, sensibilidades que conferiram características específicas a toda

a sua obra.

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Nasceu em São Paulo, a quatro de agosto de 1909, passando a residir no Rio de Janeiro a partir de 1913. De

1928 a 1929 estudou pintura na Alemanha, tendo sido freqüentador assíduo do Jardim Botânico de Berlim, onde

descobriu, em suas estufas, a flora brasileira. Seu primeiro projeto paisagístico foi para a arquitetura de Lúcio Costa e

Gregori Warchavchik, em 1932, passando a dedicar-se ao paisagismo, paralelamente à pintura e ao desenho.

Em 1949, com a compra de um sítio de 365.000 m2, em Barra de Guaratiba, no Rio de Janeiro, organizou uma

grande coleção de plantas. Em 1985 doou esse Sítio, com todo o seu acervo, à extinta Fundação Nacional Pró Memória,

atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN.

Em 1955 fundou a firma BURLE MARX & CIA LTDA., pela qual passou a elaborar projetos de paisagismo,

fazer a execução e manutenção de jardins residenciais e públicos. Desde 1965, até seu falecimento, contou com a

colaboração do arquiteto Haruyoshi Ono, que ainda hoje dirige a empresa.

Roberto Burle Marx faleceu no dia quatro de junho de 1994, no Rio de Janeiro, aos 84 anos.

7.1.3 Manequinho Lopes

Na década de 1920, o Prefeito José Pires do Rio decidiu criar um parque nos moldes dos parques europeus, numa

várzea que se chamava, em tupi, Ypy-ra-ouêra, ou pau podre. Manuel Lopes de Oliveira, o Manequinho Lopes,

entomologista e jornalista, foi o primeiro administrador dessa área. Ali foram plantados eucaliptos australianos para

drenar o solo da várzea, bem como diversas espécies ornamentais nativas e exóticas, destinadas à arborização da

cidade e de seus parques e jardins. Manequinho organizou o viveiro semeando árvores como Pau-ferro, Ipê, Pau-Brasil,

Tipuana, Pau-Jacaré e Sibipiruna, além de plantas arbustivas e herbáceas, notadamente floríferas.

Em 1934, Manuel Lopes foi indicado Chefe da Divisão de Matas, Parques e Jardins. Com seu conhecimento,

prestou inúmeros serviços e distribuiu beleza pela cidade. Após seu falecimento, em fevereiro de 1938, o viveiro foi

batizado com seu apelido – Manequinho Lopes – através de um decreto do prefeito Fábio Prado, de 14 de março de

1938. O trabalho de Manequinho teve continuidade através de Arthur Etzel, que administrou o viveiro por mais de 50

anos.

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7.2 Cidade e cidadania: o sentido da política urbana.

A cidadania consiste num conjunto indissociável de direitos e deveres do indivíduo, perante o Estado e a

Sociedade, os quais caracterizam a democracia. A cidadania fundamenta-se nos princípios da lei e da igualdade: todos

são iguais perante a lei e todos têm o direito de participar, direta ou indiretamente, do processo de elaboração dessas

mesmas leis (participação política). A cidadania implica, ainda, direitos sociais ou, como bem coloca Marshall (1967), o

“direito de participar, por completo, na herança social, e levar a vida de um ser civilizado de acordo com os padrões que

prevalecem na sociedade”.

Discutindo a questão da educação para a cidadania reafirmamos que a cidadania não é apenas um conjunto de

direitos, mas implica também a participação responsável na esfera pública e na vida social, nas quais o cidadão “deverá

desenvolver atividade no sentido de lutar pela integração social, conservação do ambiente, justiça social, solidariedade,

segurança, tolerância, afirmação da sociedade civil versus arbitrário do poder”.

A cidade deve ser, portanto, o lugar do exercício pleno da cidadania. Isso significa que, não só a cidade deve

proporcionar as condições para que o ser humano se desenvolva material e culturalmente, mas que a própria cidade deve

ser fruto do desejo e obra de todos os seus cidadãos. Assim, a política de desenvolvimento urbano deve ser fruto

desse exercício.

O Estatuto da Cidade estabelece que a função social da propriedade e o direito à cidade são os fundamentos

da política urbana. O que isso significa? Significa primeiramente que o interesse público sobrepõe-se aos interesses

privados e que a propriedade urbana deve adequar-se aos princípios do bem-estar coletivo e da justiça social.

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A implantação do Estatuto da Cidade e o exercício da função social da propriedade dependem de um

instrumento fundamental: o Plano Diretor. Este é o instrumento básico da política urbana, tornado obrigatório pela

Constituição de 1988 para todas as cidades com mais de 20 mil habitantes. O Plano Diretor é uma lei, aprovada pela

Câmara Municipal, que estabelece as diretrizes para a expansão urbana (delimitação da zona urbana e de expansão

urbana, ou seja, para onde a cidade deve crescer), para o zoneamento urbano (controle do uso do solo: locais mais

apropriados para a instalação de indústrias, áreas comerciais, edifícios residenciais, conjuntos habitacionais etc.), para

a implantação de loteamentos, para a Lei Federal 10.257 aprovada em julho e 2001 que definiu as diretrizes gerais da

política urbana no Brasil.

O Estatuto da Cidade determina que, na elaboração do Plano Diretor, deve haver, obrigatoriamente, a

participação da população, diretamente e indiretamente, através de suas associações representativas. Devem ser

feitas conferências da cidade, debates e audiências públicas e os estudos, diagnósticos e propostas elaboradas devem

ser amplamente divulgadas pelos meios de comunicação, para que todos possam participar em igualdade de condições.

O direito à cidade é muito mais do que o direito à moradia, é o direito a uma vida digna dentro de tudo aquilo

que uma cidade pode proporcionar: escolas, postos de saúde, hospitais, praças, áreas verdes, água, esgoto, coleta de

lixo, enfim, todos os equipamentos sociais e infra-estrutura que possam tornar a vida urbana saudável e segura.

A construção de uma cidade de todos e para todos demanda um fórum permanente de debates políticos e uma

agenda social que se traduza em leis, planos e ações.

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“O Parque do Ibirapuera é um lugar único, se gasta pouco e se diverte muito. Bom pra curtir uma bicicleta e trocar olhares, se exercitar e

contemplar a natureza, é um cantinho do Paraíso aqui na terra e em São Paulo!”

Roberto (freqüentador do Parque do Ibirapuera)

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8.Bibliografia:

Sites:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_do_Ibirapuera#Conjunto_Arquitet.C3.B4nico

http://www.sampa.art.br/saopaulo/Ibira.htm

http://sp450anos.terra.com.br/interna/0,,OI236671-EI2551,00.html

http://revistaturismo.cidadeinternet.com.br/passeios/ibirapuera.html

http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc125/mc125.asp

http://www.arcoweb.com.br/debate/debate84.asp

http://www.br360.com.br/panos.htm#

http://gowheresp.terra.com.br/41/ibirapuera.htm

http://www.ufscar.br/simpgeu/Relatos/Mesa02.doc

http://ns.rc.unesp.br/igce/planejamento/carta%20de%20atenas.pdf

http://www.pdturismo.ufsj.edu.br/legislacao/cartas/atenas.shtml

Livros:

BRUAND, Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1981, p.162.

KLIASS, Rose Grená, Parques Urbanos de SP, Pini.