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Estudo sobre
Avaliao do projecto de campos de frias
Consultores: Hamadou Boiro (Coordenao) Zeca Jandi
Inqueridores : Albertino Cabi ; Carlos Humberto B. C Saico Bald ; Ivanildo Nancassa
Reviso de texto : Joo Ribeiro Butiam C
Outubro - 2013
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Resumo analtico
Em Agosto de 2012, devido greves dos professores, o UNICEF e seus parceiros
organizaram a iniciativa Campos de Frias destinados aos alunos do ensino bsico, a fim de
evitar a perda do ano lectivo em curso. O projecto Campos de Frias, implementado um
pouco por todo o pas, representa a primeira experincia interventiva do gnero na Guin-
Bissau no sector educativo, em matria de recuperao dos contedos escolares (perdidos)
decorrentes das paralisaes cclicas das aulas. A nvel nacional, 310 escolas, num total de
44.492 alunos, entre quais 23,864 (53,6%) do sexo masculino e, 20,628 (46,4%) do sexo
feminino, foram contemplados pelo plano de campos de frias, durante cinco dias teis. A
implementao foi feita por 18 ONGs nacionais e internacionais.
O presente estudo denominado Avaliao do projecto de Campos de Frias, realizado pelo
Centro de Estudo de Histria e Antropologia do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa
(INEP), visa compreender o impacto e a apropriao dos resultados dos referidos Campos de
Frias pelos alunos, professores, pais e encarregados de educao, animadores das ONGs,
directores das escolas (beneficirias) e a comunidade em geral, no domnio das competncias
disciplinares, sobretudo, nas disciplinas de portugus, matemtica e em contedos
considerados transversais. E, por outro lado, produzir melhores recomendaes para futuras
implementaes. O estudo est estruturado em trs partes, segundo os objectivos do mesmo.
A primeira parte refere o contexto e a metodologia aplicada, atravs da descrio das
circunstncias e formas de realizao do estudo. A segunda refere os resultados, os actores e
instituies que constituem a populao-alvo, tendo em conta a idade, os nveis e o gnero,
atravs de uma anlise comparativa. A terceira, e ltima parte, sublinha as discusses e,
consequente, recomendaes finais.
A metodologia de realizao (do estudo) combinou a abordagem quantitativa e qualitativa, de
modo a ter uma viso holstica dos impactos. Assim, cinco escolas primrias e uma pr-
escolar foram escolhidas entre as quatro regies selecionadas (SAB, Biombo, Oio, Gabu).
Para uma anlise comparativa das notas de portugus e matemtica, uma amostra de 168
alunos (de 3 a 6 classe) foi considerada, sendo 50% para os que tero participado nos
Campos de Frias e 50% para os que no participaram. Por outro lado, os testes de
conhecimentos transversais, em matria da sade, foram realizados a 112 alunos de 4 a 6
classe, repartidos de igual modo segundo o volume ou/no de participao. As entrevistas
semiestruturadas foram feitas a 120 pais e encarregados de educao, segundo os dois
critrios (de ter ou/no ter filho(a) participado); 15 directores e professores foram igualmente
contactados para as entrevistas, bem como 6 animadores, entre o universo dos que
participaram na implementao do programa.
No que concerne ao cumprimento dos programas escolares nas disciplinas de portugus e
matemtica, apesar de algumas dificuldades, foi possvel cumprir os programas pr-
estabelecidos nas referidas disciplinas. A comparao das notas de matemtica e de portugus
no nos permitiu definir de forma clara as vantagem dos alunos que beneficiaram do
programa, apesar de ter sido testemunhado a recuperao e assimilao dos contedos. O que
poder ter muito a ver com os escassos cinco dias que o programa foi implementado.
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As diferenas foram mais notrias em contedos transversais, com maior pendor para os
beneficirios do programa. A maior parte de alunos que participaram no projecto apresentava
melhor competncia em responder de forma completa e coerente as questes que lhes foram
colocadas. Em consequncia, o impacto da mudana de comportamentos (nestas crianas) foi
naturalmente constado pelos pais e encarregados de educao, em matria de sade, higiene e
saneamento,
No domnio de reforo institucional e de capacitao dos directores das escolas beneficirias,
os materiais didticos doados aos alunos (rdios gravadores e respectivos CDs) com lies de
matemtica e de portugus, jogaram um importante papel na capacitao dos alunos e dos
professores, como ferramentas recursos das aulas. Embora tenha havido professores que
testemunharam no terem recorrido aos materiais, por no terem recebido a formao
necessria.
De forma geral, todos os actores envolvidos no processo louvaram a iniciativa do projecto de
Campos de Frias. Os pais e encarregados de educao constataram mudanas de
comportamento dos seus educandos, no s na higine e saneamento mas, tambm, na
valorizao da escola. Isto, porque, as crianas passaram a estudar em casa, o que no era
habitual. Em descompensao, os pais e encarregados de educao que no tinham filhos nos
beneficirios do programa sublinharam a sua insatisfao, por terem ficado fora do processo.
Para os directores, a iniciativa foi boa, por isso, para o futuro, ela deve envolver mais
professores e criar as condies para que todas as crianas possam beneficiar de igual modo.
Assim, os professores abordaram a necessidade de reforar a sua formao, sobretudo, a dos
animadores, por estes ltimos no terem formao pedaggica (necessria) para transmitir os
contedos de disciplinas como a matemtica e o portugus. Por sua vez, os animadores
louvaram a iniciativa, a participao dos envolvidos e sua implicao no aproveitamento
escolar das crianas.
Assim, como recomendao, importante a consolidao do projecto atravs de uma
experincia pilota nas regies mais vulnerveis, onde todos os alunos podero participar, com
total garantia de formao dos professores e os animadores de modo a maximizar os
resultados.
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ndice geral
Resumo analtico ..................................................................................................................................... 2
Acrnimos ............................................................................................................................................... 8
ndice de grficos .................................................................................................................................... 9
1. Introduo e enquadramento ............................................................................................................. 13
1.1 - Contexto .................................................................................................................................... 13
1.2 - Justificao ................................................................................................................................ 13
1.3 - Objectivos da avaliao ............................................................................................................ 14
1.3.1 - Objectivo geral ................................................................................................................... 14
1.3.2 - Objectivos especficos ........................................................................................................ 14
1.4 - Resultados esperados ................................................................................................................ 14
2 - Metodologia ..................................................................................................................................... 15
2.1 - Populao em estudo ................................................................................................................. 15
2.2 - Tcnicas e instrumentos de colheita de dados ........................................................................... 15
2.2.1 - A recolha das notas de portugus e de matemtica nas escolas primrias ......................... 15
2.2.2 - Teste de conhecimentos transversais dos alunos sobre sade e higiene ............................ 15
2.2.3 - As entrevistas semiestruturadas ......................................................................................... 15
2.3 A amostra ................................................................................................................................. 15
2.4 - Os stios de estudo ..................................................................................................................... 16
2.5 - Tratamento e anlise de dados .................................................................................................. 16
2.6 - Os limites e constrangimentos de estudo .................................................................................. 16
3 Resultados ....................................................................................................................................... 17
3.1 Campos de Frias e os contedos/programas de portugus e de matemtica ........................... 17
3.1.1 Apreciao das notas na escola Justado Vieira (Bissau) ................................................... 17
3.1.2 Apreciao das notas na escola Algodo (Gabu) .............................................................. 18