eurobaromètre spécial / vague 75.1 Índice introduÇÃo 2 ... · economia da ue na sua...
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1
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ........................................................2 RESUMO................................................................5 1. OS EUROPEUS E A POUPANÇA DE ENERGIA ......7 1.1 Comportamento individual..............................7 1.2 Medidas para reduzir as facturas de energia................................................................13 2. A INFLUÊNCIA DAS TARIFAS ENERGÉTICAS NA LUTA CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL ...............................................................19 3. AS OPINIÕES DOS EUROPEUS SOBRE UMA POLÍTICA COMUM DA ENERGIA...........................24 3.1 O objectivo da União Europeia ......................24 3.2 As principais vantagens de uma rede energética europeia integrada ...........................27 3.3 A criação de uma Comunidade Europeia da Energia...............................................................31 CONCLUSÃO........................................................35
Eur
obar
omèt
re S
péci
al /
Vag
ue 7
5.1
2
INTRODUÇÃO
A energia desempenha um papel essencial na vida da União Europeia, pois afecta
não só o quotidiano e o bem-estar dos cidadãos europeus, mas também a
economia da UE na sua globalidade. Nessa conformidade, as instituições
europeias decidiram consagrar uma atenção especial às questões energéticas no
âmbito da estratégia de crescimento da UE para a próxima década, denominada
estratégia "Europa 2020". Esta estratégia compreende diversos objectivos relacionados com energia1, nomeadamente uma meta de redução a nível interno
dos gases com efeito de estufa, uma meta de utilização eficiente dos recursos e
uma meta de redução do consumo de energia.
A resolução das questões energéticas em prol do futuro da União Europeia e dos
seus 500 milhões de cidadãos é ainda mais essencial quando se tem em conta os
alargamentos da UE que se desenham no horizonte e que irão exacerbar os
problemas que a União já enfrenta para fazer face ao desafio energético: alguns
dos novos Estados-Membros terão não só infra-estruturas energéticas obsoletas,
mas também sectores de energia menos competitivos.
Além disso, a situação que se vive nos países do Médio Oriente e do Magrebe
suscita preocupações em torno do aprovisionamento energético à União Europeia:
a Líbia, por exemplo, fornece cerca de 10% do petróleo e 3% do gás da UE, mas
20% do petróleo da Itália.
Neste contexto, o Parlamento Europeu encomendou o presente inquérito
Eurobarómetro a fim de proceder a uma análise profunda da opinião pública
europeia sobre questões relacionadas com a energia.
Importa referir que o trabalho de campo para o presente inquérito Eurobarómetro
decorreu entre o final de Fevereiro e o início de Março de 2011, antes da
catástrofe de Fukushima. O presente Eurobarómetro foi encomendado pela
Direcção-Geral da Comunicação do Parlamento Europeu. O trabalho de campo foi
realizado pela TNS Opinion & Social: foram entrevistados frente-a-frente 26 836
cidadãos europeus com idade igual ou superior a 15 anos, pelos entrevistadores
da rede da TNS Opinion & Social (o entrevistador fez as perguntas no domicílio do
inquirido). A metodologia utilizada é a das sondagens normalizadas do
Eurobarómetro da Direcção-Geral da Comunicação do Parlamento Europeu
("Unidade de Acompanhamento da Opinião Pública"). Encontra-se anexada ao
presente relatório uma nota técnica relativa às entrevistas conduzidas pelos
institutos da rede da TNS Opinion & Social. O presente relatório especifica a
metodologia utilizada nestas entrevistas, bem como os intervalos de confiança.
O inquérito abrange os 27 Estados-Membros e faz parte da vaga EB 75.1. É
1 http://www.europarl.europa.eu/oeil/file.jsp?id=5844842¬iceType=null&language=en
3
composto por perguntas novas, incluindo também uma pergunta já formulada no
inquérito Eurobarómetro realizado em Abril-Maio de 20062, o que nos permite
medir as eventuais evoluções registadas.
A análise geral e as análises sociodemográficas baseiam-se nos resultados da
UE27, ou seja, a média dos resultados dos vinte e sete Estados-Membros. Esta
média é ponderada de modo a reflectir a população real de cada Estado-Membro.
Acrescentámos igualmente um comentário breve acerca da forma como as
respostas variam de acordo com um conjunto de características
sociodemográficas dos inquiridos (género, idade, etc.), e alguns indicadores de
outra natureza, como por exemplo dificuldades em pagar as contas.
O sítio Internet dos inquéritos Eurobarómetro do Parlamento Europeu pode ser consultado no seguinte endereço:
http://www.europarl.europa.eu/parliament/public/staticDisplay.do?language=EN&id=40
Aproveitamos esta oportunidade para agradecer a todos os entrevistados, nos
vários países da Europa, que concederam o seu tempo a este inquérito. Sem a sua participação activa, o presente estudo não teria sido possível.
2 http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_262_en.pdf
4
Nota
No presente relatório, os países são referidos pela sua abreviatura oficial.
ABREVIATURAS
UE27 União Europeia (27 Estados-Membros) NS Não sabe
BE Bélgica CZ República Checa BG Bulgária DK Dinamarca DE Alemanha EE Estónia EL Grécia ES Espanha FR França IE Irlanda IT Itália CY República de Chipre LT Lituânia LV Letónia LU Luxemburgo HU Hungria MT Malta NL Países Baixos AT Áustria PL Polónia PT Portugal RO Roménia SI Eslovénia SK Eslováquia FI Finlândia SE Suécia UK Reino Unido
*****
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RESUMO
As principais ilações do presente inquérito Eurobarómetro sobre energia são as
seguintes:
- Durante o último ano, mais de oito em cada dez europeus alteraram o
seu comportamento de forma a reduzir o consumo de energia.
Apenas 17% não adoptaram quaisquer medidas de poupança de energia,
uma redução de 4 pontos desde Abril de 2006.
- Para economizar energia, os europeus evidenciam uma preferência
clara por medidas destituídas de impacto financeiro: mais de
metade cortaram na iluminação e na utilização de electrodomésticos
(55%) e mais de quatro em cada dez cortaram no aquecimento e/ou no ar
condicionado (43%).
- A instalação generalizada de contadores inteligentes é considerada
a melhor forma de reduzir a factura da energia, citada por 47% dos
europeus. As outras medidas que poderão contribuir para a redução da
factura da energia são os incentivos fiscais para as pessoas que aumentem
a eficiência energética das suas casas (40%), seguida de perto pela
concorrência entre fornecedores de energia (36%). Referida com menor
frequência (23%) foi a simplificação das facturas de energia, de modo a
torná-las mais fáceis de compreender.
- Mais de seis em cada dez europeus consideram que a introdução de
uma política de tarifas energéticas específicas para pessoas em
situação de risco poderia ajudá-las a evitar a pobreza e a exclusão social
(62%). A maioria dos inquiridos em 23 dos 27 Estados-Membros considera
que uma diminuição dos preços da energia teria um impacto positivo na
luta contra a pobreza e a exclusão social.
- Oito em cada dez europeus querem que o objectivo de redução do
consumo de energia em 20% até 2020 seja tornado obrigatório para
os 27 Estados-Membros da União Europeia. Esta opinião é partilhada por
uma vasta maioria de inquiridos em todos os Estados-Membros.
- Os europeus consideram que as principais vantagens de uma futura rede
energética europeia integrada, preconizada pelo Parlamento Europeu,
seriam a diminuição do custo da energia (59%) e uma melhor utilização
dos diferentes tipos de energia, designadamente as energias renováveis
(47%).
6
- Mais de três quartos dos europeus concordam em que a criação de
uma Comunidade Europeia da Energia aumentaria a influência
internacional da União Europeia em questões energéticas.
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1. OS EUROPEUS E A POUPANÇA DE ENERGIA
Para se atingir algumas das metas da estratégia Europa 2020, em particular a
redução das emissões de gases com efeito de estufa em 20% do seu nível de
1990 até 2020, é necessário poupar energia; e, neste ponto, os cidadãos podem
dar o seu contributo através da alteração de comportamentos.
1.1 Comportamento individual [QA16]3
- Uma vasta maioria de europeus tomou medidas para poupar energia -
Começámos por perguntar aos europeus o que têm feito a nível individual para
reduzir o seu consumo de energia.
Durante o último ano, mais de oito em cada dez europeus adaptaram o seu
comportamento de forma a reduzir o consumo de energia. Apenas 17% não
adoptaram quaisquer medidas de poupança de energia.
- Para economizar energia, os europeus evidenciam uma preferência clara
por medidas destituídas de impacto financeiro: mais de metade
cortaram na iluminação e na utilização de electrodomésticos (55%)
e mais de quatro em cada dez cortaram no aquecimento e/ou no ar
condicionado (43%).
3 QA16 No último ano, realizou alguma das acções a seguir enunciadas para poupar energia?
8
- As outras medidas propostas, mais onerosas ou mais restritivas,
foram referidas com muito menos frequência: 19% dos inquiridos
isolaram as suas casas, o que representa um custo. Uma pequena
percentagem de europeus modificou os seus hábitos de mobilidade: 19%
utilizaram menos o automóvel, 14% utilizaram mais os transportes
públicos e 12% reduziram a velocidade de circulação. Porém, apenas
6% dos europeus trocaram o automóvel por um com menor consumo
de combustível. Por último, 7% dos europeus tomaram iniciativas
para poupar energia no trabalho.
Há a registar algumas alterações desde que esta pergunta foi efectuada pela
primeira vez, em Abril-Maio de 2006, mas, no cômputo geral os dados são
relativamente estáveis. Verificou-se uma subida de 7 pontos nas referências
feitas à medida citada com maior frequência, cortar na iluminação e na
utilização de electrodomésticos, enquanto a percentagem de inquiridos que
optaram por reduzir a velocidade de circulação caiu de forma significativa
(12% ou -4 pontos). A outra alteração evidente é o declínio da percentagem de
inquiridos que nada fez para economizar energia (de 21% para 17%): parece ter
aumentado a consciencialização da necessidade de poupar.
Variações entre Estados-Membros
Uma análise preliminar por grupos de países revela diferenças de
comportamento entre os Estados-Membros da UE pré-20044 e aqueles
que aderiram à UE desde 20045. Enquanto 46% dos inquiridos nos países
pré-2004 cortaram no aquecimento e/ou no ar condicionado para poupar
energia durante o último ano, apenas um terço dos entrevistados nos países
pós-2004/2007 (33%) seguiu esse exemplo. Além disso, mais de um em cada
cinco inquiridos nos países pré-2004 utilizaram menos o automóvel (21%),
em comparação com apenas 11% nos países pós-2004/2007. Por outro lado, um
quarto dos inquiridos nos países que aderiram à UE em 2004 ou em 2007 isolou
as suas casas, em comparação com 17% dos países pré-2004 .
4 Os Estados-Membros da UE antes de Maio de 2004 eram os seguintes: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e Reino Unido. No presente inquérito, serão referidos como países pré-2004. 5 Os países que aderiram à UE em Maio de 2004 ou em Janeiro de 2007 foram a Bulgária, República Checa, Estónia, Chipre, Lituânia, Letónia, Hungria, Malta, Polónia, Roménia, Eslovénia e Eslováquia. No presente inquérito, serão referidos como países pós-2004/2007.
9
Não obstante algumas variações entre Estados-Membros, em todos os
países, pelo menos três quartos dos inquiridos tomaram medidas para
reduzir o seu consumo de energia. Em Malta, quase todos os habitantes
tomaram medidas com vista à poupança de energia (97%). Um número
especialmente elevado de inquiridos no Luxemburgo (92%), e também na Suécia
e na Eslovénia (ambas 90%), adoptou igualmente medidas de poupança de
energia. Em contrapartida, os inquiridos em Espanha (21%), na Letónia (22%),
na Roménia (23%) e na Grécia (24%), todos eles países que enfrentam graves
dificuldades económicas, são os que menos tendem a envidar esforços para
economizar energia.
Mais precisamente:
- Em Malta (87%), Portugal (76%), Eslovénia (70%) e Chipre (67%), mais
de dois terços dos inquiridos reduziram a iluminação e a utilização de
electrodomésticos, em comparação com menos de metade na Irlanda,
Itália, França, Países Baixos, Eslováquia, República Checa e Bélgica. No
total, em 20 Estados-Membros, uma maioria absoluta de inquiridos
reduziu a iluminação e a utilização de electrodomésticos para poupar
energia.
- Mais de metade dos inquiridos reduziram o aquecimento e/ou o ar
condicionado em Malta (68%), na Alemanha (59%), no Luxemburgo
(57%) e na Eslovénia (53%). No entanto, um número bastante inferior de
inquiridos procedeu a esses cortes nos Estados bálticos: Letónia (8%),
Lituânia (10%) e Estónia (18%).
- No Luxemburgo, Alemanha, Suécia, Áustria e França, pelo menos um
quarto dos inquiridos utilizou menos o automóvel para economizar
energia. Os inquiridos na Bulgária, na Polónia e na Roménia são os que
menos tendem a fazer reduções neste domínio.
- Os resultados relativos à maior utilização dos transportes públicos
reflectem as tendências da utilização do automóvel, o que é lógico visto
que a primeira pode ser consequência da segunda: assim, os inquiridos no
Luxemburgo e na Suécia tendem mais a uma maior utilização dos
transportes públicos. Inversamente, os inquiridos na Irlanda, em Portugal
e no Chipre são os que menos tendem a alterar o seu comportamento
neste sentido.
10
Cut down on lighting and the use of domestic electrical
appliances
Cut down on heating or/ and air conditioning
Used your car lessInsulated your house (walls, windows, etc.)
Used public transport more
Reduced your driving speed
Took initiatives to save energy at work
Changed your car to another one which uses less fuel
None
EU27 55% 43% 19% 19% 14% 12% 7% 6% 17%
PRE-2004 54% 46% 21% 17% 15% 14% 8% 7% 17%
POST-2004/07 59% 33% 11% 25% 10% 5% 6% 4% 18%
BE 48% 50% 22% 29% 16% 18% 10% 11% 14%
BG 53% 46% 10% 19% 11% 2% 5% 2% 19%
CZ 45% 30% 14% 30% 14% 5% 5% 5% 20%
DK 64% 38% 19% 23% 12% 13% 13% 14% 17%
DE 64% 59% 26% 16% 15% 18% 8% 11% 15%
EE 55% 18% 17% 40% 17% 5% 10% 6% 12%
IE 51% 52% 24% 24% 10% 13% 9% 7% 18%
EL 56% 50% 22% 7% 10% 8% 4% 2% 24%
ES 58% 38% 16% 5% 15% 11% 6% 2% 21%
FR 46% 46% 25% 21% 13% 23% 7% 6% 16%
IT 49% 33% 14% 16% 10% 5% 6% 5% 20%
CY 67% 55% 20% 13% 3% 8% 6% 6% 19%
LV 61% 8% 11% 23% 12% 4% 6% 4% 22%
LT 62% 10% 12% 30% 14% 4% 8% 6% 18%
LU 62% 57% 30% 26% 30% 25% 13% 13% 8%
HU 65% 42% 13% 25% 12% 5% 4% 1% 11%
MT 87% 68% 15% 6% 15% 11% 19% 7% 3%
NL 46% 46% 20% 18% 16% 13% 9% 7% 16%
AT 50% 40% 25% 18% 18% 13% 10% 6% 18%
PL 65% 30% 9% 20% 9% 5% 6% 5% 15%
PT 76% 33% 11% 16% 4% 4% 5% 2% 12%
RO 54% 33% 9% 28% 10% 3% 6% 2% 23%
SI 70% 53% 22% 35% 15% 17% 10% 10% 10%
SK 45% 42% 11% 37% 7% 4% 8% 6% 18%
FI 53% 31% 24% 16% 16% 10% 4% 7% 19%
SE 63% 32% 26% 15% 29% 16% 13% 14% 10%
UK 50% 50% 24% 25% 21% 14% 10% 9% 16%
QA16 During the past year, have you done any of the following to save energy?- MULTIPLE ANSWERS POSSIBLE -
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per country
Lowest percentage by item
11
Análise sociodemográfica
Uma análise dos resultados do presente inquérito revela algumas diferenças
sociodemográficas:
- As diferenças de género não são significativas, embora as mulheres
tendam ligeiramente mais do que os homens a reduzir a iluminação e a
utilização de electrodomésticos, bem como a reduzir o aquecimento e/ou o
ar condicionado, para economizar energia. No entanto, os homens tendem
mais a alterar os seus hábitos de viagem, em particular a utilização do
automóvel.
- A idade dos inquiridos é um critério mais determinante: Os
inquiridos mais jovens, não obstante o facto de geralmente liderarem em
matéria de sensibilização ambiental, são os que menos tendem a alterar o
seu comportamento, enquanto os inquiridos da faixa etária dos 40 aos 54
anos são os que mais tendem a tomar medidas com vista à redução do
consumo de energia.
- As diferenças de habilitações têm um impacto relativamente
reduzido: de notar apenas que os inquiridos que abandonaram a escola
mais cedo tendem menos a alterar os hábitos de transporte.
- Por último, os inquiridos com mais dificuldades financeiras são
também os que fizeram mais poupanças, quer reduzindo a iluminação
e a utilização de electrodomésticos, quer reduzindo a utilização do
aquecimento e/ou do ar condicionado; Este facto pode-se explicar com
toda a lógica, uma vez que estas poupanças de energia resultam em
poupanças financeiras imediatas. No entanto, essas pessoas tendem
ligeiramente menos a alterar os seus hábitos de deslocação e viagem,
talvez porque utilizem o seu veículo para fins profissionais.
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Cut down on lighting and the use of
domestic electrical appliances
Cut down on heating or/ and air conditioning
Used your car less
Insulated your house (walls,
windows, etc.)
Used public transport more
Reduced your driving speed
Took initiatives to save energy
at work
Changed your car to another one
which uses less fuel
None
EU27 55% 43% 19% 19% 14% 12% 7% 6% 17%
Male 53% 41% 21% 20% 13% 14% 7% 7% 18%
Female 57% 44% 17% 18% 14% 10% 7% 6% 16%
15-24 44% 33% 12% 11% 21% 5% 5% 4% 27%
25-39 56% 43% 19% 18% 13% 13% 9% 8% 16%
40-54 58% 46% 21% 21% 12% 15% 11% 7% 15%
55 + 57% 44% 20% 21% 13% 11% 4% 6% 16%
15- 57% 43% 16% 16% 10% 9% 4% 4% 19%
16-19 55% 44% 20% 19% 11% 12% 7% 6% 17%
20+ 57% 46% 24% 24% 17% 16% 11% 9% 13%
Still studying 46% 32% 10% 11% 26% 5% 5% 3% 26%
Most of the time 58% 47% 15% 15% 12% 10% 4% 4% 19%
From time to time 55% 43% 17% 16% 13% 10% 6% 5% 18%
Almost never 55% 43% 21% 21% 14% 13% 8% 8% 16%
Difficulties paying bills
QA16 During the past year, have you done any of the following to save energy?- MULTIPLE ANSWERS POSSIBLE -
Gender
Age
Education (End of)
13
1.2 Medidas para reduzir as facturas de energia [QA18]6
- A instalação generalizada de contadores inteligentes é
considerada a forma mais eficaz de reduzir as facturas de energia -
Além das medidas tomadas a nível individual, os cidadãos europeus foram
igualmente inquiridos sobre as medidas que consideram mais eficazes para
reduzir as suas facturas de energia. Foram solicitados a escolher duas de quatro
medidas recomendadas pelo Parlamento Europeu que lhes permitiriam reduzir as
suas facturas de energia.
Quase metade dos europeus (47%) consideram que a instalação generalizada
de contadores inteligentes seria uma forma eficaz de reduzir as facturas de
energia. Quatro em cada dez inquiridos optaram pelos benefícios fiscais para
os consumidores que aumentem a eficiência energética das suas casas
(40%), e mais de um terço consideram que a concorrência entre
fornecedores de energia também ajudaria a diminuir as facturas de energia
(36%). Por último, cerca de um quarto dos europeus consideram que a
simplificação das facturas de energia, de modo a torná-las mais fáceis de
compreender, contribuiria para a sua redução (23%).
6 QA18 Enquanto consumidor de energia, quais são, na sua opinião, as duas das seguintes medidas que lhe permitiriam reduzir as suas facturas de energia?
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Variações entre Estados-Membros
Uma análise dos resultados por data de adesão à União Europeia revela
algumas diferenças. Os inquiridos nos países pré-2004 tendem mais do aqueles
nos Estados-Membros mais recentes da UE a referir a instalação generalizada
de contadores inteligentes e benefícios fiscais (49% e 41%
respectivamente, em comparação com 42% e 35%). No entanto, os inquiridos
nos países pós-2004/2007 tendem mais a referir a concorrência entre
fornecedores de energia (40% contra 34%), à qual atribuem o segundo lugar
entre as medidas tendentes a reduzir as facturas de energia.
De resto, os resultados desta pergunta são bastante heterogéneos e
diferem de país para país. Por outro lado, uma percentagem significativa
de inquiridos apoia as quatro medidas propostas. Mais precisamente:
- Catorze países mostram-se favoráveis à instalação generalizada de
contadores inteligentes de modo a permitir às famílias utilizar a energia
no horário em que esta é mais barata e regular o seu consumo de energia:
esta é a medida mais frequentemente referida na Itália, Suécia,
Dinamarca, Áustria, em Portugal, na República Checa, Irlanda, Grécia,
Hungria, Reino Unido, Estónia (a par com a concorrência entre
fornecedores de energia), Polónia e Espanha. Embora não fosse a proposta
mais frequentemente referida, a utilização de contadores inteligentes foi
citada por mais de 50% dos inquiridos no Chipre, na Eslovénia e nos
Países Baixos.
- Em sete outros países, a medida referida com maior frequência foi a
concessão de benefícios fiscais aos consumidores que aumentem a
eficiência energética das suas casas (e, portanto, limitem o consumo
desnecessário de energia): Chipre, Países Baixos, Malta, Eslovénia,
Finlândia, Luxemburgo e França.
- Sete outros Estados-Membros consideram que a concorrência entre
fornecedores de energia seria a melhor forma de reduzir as facturas de
energia: Eslováquia, Lituânia, Letónia, Alemanha, Roménia, Bélgica e
Estónia (equivalente em relação à instalação generalizada de contadores
inteligentes).
15
- Por último, na Bulgária parece existir um problema com a complexidade
das facturas de energia, tendo sido esta a primeira resposta citada, com
45% dos inquiridos a dizerem que a medida de simplificação das
facturas de energia para as tornar mais fáceis de compreender
contribuiria para reduzir as facturas de energia. Em contrapartida, esta
medida ficou em último lugar em 24 dos 27 Estados-Membros. Além da
Bulgária, a Áustria e o Reino Unido foram os dois únicos países onde esta
medida não ficou em último lugar.
16
Widespread installation of “smart” energy meters in each household
Tax breaks for consumers who improve the energy efficiency of their household
Creating the conditions for different energy providers to compete
Making energy bills simpler and easier to understand
EU27 47% 40% 36% 23%
PRE-2004 49% 41% 34% 23%
POST-2004/07 42% 35% 40% 24%
BE 46% 40% 42% 32%
BG 41% 29% 42% 45%
CZ 51% 36% 41% 21%
DK 58% 55% 29% 27%
DE 47% 39% 49% 28%
EE 42% 27% 42% 21%
IE 49% 42% 36% 21%
EL 48% 41% 46% 27%
ES 40% 36% 36% 26%
FR 49% 53% 33% 14%
IT 59% 34% 29% 17%
CY 57% 64% 37% 19%
LV 33% 43% 52% 11%
LT 36% 37% 54% 16%
LU 47% 54% 32% 11%
HU 48% 43% 33% 23%
MT 37% 59% 36% 23%
NL 52% 59% 20% 18%
AT 54% 46% 29% 33%
PL 41% 34% 36% 22%
PT 52% 22% 42% 15%
RO 37% 32% 44% 24%
SI 54% 57% 35% 20%
SK 46% 30% 55% 19%
FI 45% 56% 39% 19%SE 59% 51% 37% 20%UK 44% 39% 20% 27%
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per country
Lowest percentage by item
QA18 According to you as an energy consumer, which two of the following measures would allow you to de crease your energy bills?- MAX. 2 ANSWERS -
17
Análise sociodemográfica
Uma análise sociodemográfica dos resultados torna mais claras as diferenças
existentes entre categorias populacionais:
- Os homens tendem ligeiramente mais do que as mulheres a
considerar que os benefícios fiscais e a concorrência entre
fornecedores de energia ajudariam a reduzir as facturas de
energia. De um modo geral, as respostas evidenciam poucas diferenças
baseadas no género.
- Embora a idade também tenha um impacto relativamente limitado,
ainda assim existem algumas diferenças: as pessoas mais idosas
tendem menos do que média a considerar que a instalação generalizada
de contadores inteligentes, os benefícios fiscais e a concorrência entre
fornecedores de energia ajudariam a reduzir as facturas de energia. Por
outro lado, mostram-se mais propensas a acreditar que a simplificação das
facturas contribuiria para a sua redução: parecem ter mais dificuldades em
compreender as facturas de energia do que as restantes faixas etárias.
- O nível de habilitações é um critério mais determinante: à
semelhança das pessoas mais idosas, os inquiridos com menos
habilitações mostram menos propensão para referir os vários tópicos, com
excepção da simplificação das facturas de energia que é a medida que
mais tendem a citar.
- As dificuldades financeiras também dão azo a diferenças, em
especial no que respeita à ideia de benefícios fiscais para as pessoas que
aumentem a eficiência energética das suas casas: 43% das pessoas que, a
maior parte das vezes, sentem dificuldades em pagar as suas contas
referiram esta opção, em comparação com 32% das pessoas que quase
nunca sentem tais dificuldades.
18
Widespread installation of “smart” energy meters in each household
Tax breaks for consumers who improve the energy
efficiency of their household
Creating the conditions for different energy providers
to compete
Making energy bills simpler and easier to
understand
EU27 47% 40% 36% 23%
Male 47% 42% 37% 22%
Female 48% 38% 34% 24%
15-24 48% 38% 35% 20%
25-39 50% 43% 38% 20%
40-54 50% 42% 37% 22%
55 + 43% 36% 33% 27%
15- 42% 33% 32% 28%
16-19 48% 39% 37% 24%
20+ 51% 47% 37% 18%
Still studying 48% 39% 36% 19%
QA18 According to you as an energy consumer, which two of the following measures would allow you to de crease your energy bills?- MAX. 2 ANSWERS -
Age
Education (End of)
Gender
19
2. A INFLUÊNCIA DAS TARIFAS ENERGÉTICAS NA
LUTA CONTRA A POBREZA E A EXCLUSÃO SOCIAL
Vários inquéritos Eurobarómetro conduzidos em nome do Parlamento Europeu
têm demonstrado que a luta contra a pobreza e a exclusão social é, de longe, a principal questão que os europeus querem ver tratada no Parlamento Europeu7;
daí que seja interessante apurar se eles consideram que uma política de tarifas
energéticas pode ter um impacto positivo nesta matéria.
Por conseguinte, os europeus foram inquiridos a respeito das suas opiniões nesta
matéria. Mas, primeiro, foram recordados da existência de 116 milhões de
cidadãos europeus em situação de risco de pobreza e de exclusão social8.
- Uma clara maioria dos europeus considera que medidas de tarifas
energéticas específicas podem ajudar a combater a pobreza e a exclusão
-
Mais de seis em cada dez europeus consideram que uma política de tarifas
energéticas específicas pode ajudar pessoas vulneráveis a evitar uma situação de
pobreza e de exclusão social (62%, incluindo 24% que estão firmemente
convictos deste facto e responderam "sim, com certeza").
No entanto, uma minoria considerável de europeus mostra-se mais céptica:
quase um terço dos inquiridos não acredita que a adaptação de tarifas
energéticas possa ajudar pessoas vulneráveis a evitar a pobreza e a exclusão
(32%).
7 Ver nomeadamente: Os europeus e a crise: http://www.europarl.europa.eu/parliament/public/staticDisplay.do?language=EN&refreshCache=yes&pageRank=4&id=40 8 QA 20 116 milhões de cidadãos europeus (ou seja, quase um quarto da população europeia) correm o risco de pobreza e de exclusão. Considera que o estabelecimento de tarifas energéticas específicas pode contribuir para evitar que essa ameaça se concretize?
20
Variações entre Estados-Membros
Nesta pergunta, as diferenças entre Estados-Membros são muito mais
acentuadas. Uma análise dos resultados por grupo de países revela diferenças
bastante vincadas: assim, nos países da zona euro, a maioria dos inquiridos
considera que medidas de tarifas energéticas específicas podem ajudar as
pessoas mais vulneráveis a evitar uma situação de pobreza e de exclusão (58%),
mas uma forte minoria duvida da influência que uma política desta natureza
possa ter (38%). As opiniões nos países fora da zona euro são mais
inequívocas (67% são de opinião que as tarifas energéticas específicas podem
ajudar a proteger pessoas vulneráveis, enquanto 25% discordam). As opiniões
sobre esta questão diferem a nível dos Estados-Membros:
- A percentagem de inquiridos que consideram que uma política de tarifas
energéticas específicas pode ajudar algumas pessoas a evitar uma
situação de pobreza e de exclusão varia entre 83% em Malta e 36% na
Dinamarca. A variedade de respostas é, portanto, bastante ampla, ainda
que a maioria dos inquiridos concorde com a proposta.
21
- Em 23 dos 27 Estados-Membros, a maioria considera que uma diminuição
dos preços de energia teria um impacto positivo na luta contra a pobreza e
a exclusão. Apenas quatro países se destacam desta tendência geral:
Dinamarca (50% dos inquiridos responderam "não"), Finlândia (52%),
Alemanha (54%) e Países Baixos (56%). Exceptuando os três países
nórdicos – todos eles entre os mais cépticos acerca do impacto positivo de
tarifas energéticas específicas na luta contra a pobreza e a exclusão – não
se denota qualquer coerência geográfica real entre os restantes países da
UE: por exemplo, as respostas registadas nos países do Benelux são
relativamente díspares, o mesmo acontecendo nos países bálticos.
22
Curiosamente, os resultados não parecem ser influenciados pelo nível de riqueza
dos países avaliado em termos de PIB: o PIB per capita não tem praticamente
nenhuma influência no resultado. Malta, o país com mais inquiridos a considerar
que as medidas de tarifas energéticas específicas podem influenciar a luta contra
a pobreza e a exclusão social (83%), tem um PIB per capita inferior à média
europeia. Porém, nesta classificação, Malta é seguida do Reino Unido (78%), cujo
PIB per capita é superior à média europeia. No outro extremo da escala, os
países menos convencidos da eficácia de uma tarifa energética específica são os
Países Baixos (41%), com um PIB per capita elevado (o quarto maior da União
Europeia), e a Estónia (51%) que ocupa o 22.º lugar em termos de PIB per capita
na UE. Por conseguinte, é possível que os resultados desta pergunta sejam, no
fundo, mais influenciados pelas tarifas de energia praticadas nos diversos países.
.
.
.
.
..
.
.
.
.
..
.
. .
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.
.. . . .
.
..
.
. .
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
GD
P p
er
cap
ita (i
n th
ou
san
ds
of
eu
ros/
he
ad
)
% Yes
LU
DK
CZ
BE
FR
IEAT
SEFI
DE
NL
LV PL LTRO
PT
CY
MT
UK
SI
BG
HU
SK
EL
EU27ES
EE
IT
*Resultados segundo o critério PIB per capita: Eurostat 2008
23
Análise sociodemográfica
Nesta pergunta, as diferenças sociodemográficas são bastante
irrelevantes: em todas as categorias, uma maioria sólida de inquiridos
considera que uma tarifa energética específica pode ajudar as pessoas
vulneráveis a evitar uma situação de pobreza e exclusão social.
- O nível de vida dos inquiridos parece, todavia, ser um factor
determinante. Aqueles que, a maior parte das vezes, têm dificuldades
em pagar as contas e que poderiam beneficiar mais directamente de uma
tarifa de energia desta natureza são os que mais tendem a considerar que
este tipo de medida pode ajudar as pessoas mais vulneráveis a evitar a
pobreza e a exclusão social. Os inquiridos que quase nunca têm
dificuldades em pagar as contas no fim do mês tendem ligeiramente
menos do que a média a acreditar que tarifas especiais protegeriam as
pessoas vulneráveis de uma situação de pobreza e de exclusão social.
Total 'Yes' Total 'No' Don't know
EU27 62% 32% 6%
Most of the time 67% 26% 7%
From time to time 65% 30% 5%
Almost never 59% 36% 5%
QA20 Do you think that specific energy tariff measures could contribute toavoiding these people falling into poverty and excl usion?
Difficulties paying bills
24
3. AS OPINIÕES DOS EUROPEUS SOBRE UMA
POLÍTICA COMUM DA ENERGIA
3.1 O objectivo da União Europeia
- Uma grande maioria de europeus concorda que o objectivo de reduzir o
consumo de energia em 20% até 2020 deveria ser obrigatório para todos
os Estados-Membros -
Mais de oito em cada dez europeus querem que o objectivo estabelecido pela
União Europeia e respectivos Estados-Membros de redução do consumo de
energia em 20% até 20209 passe a ser obrigatório para os 27 Estados-Membros
da UE. Uma análise minuciosa das respostas revela que quase metade dos
europeus se mostram firmemente favoráveis a tornar este objectivo obrigatório:
48% responderam "sim, com certeza" e 33% "sim, provavelmente". Apenas 14%
dos inquiridos não querem que este objectivo passe a ser obrigatório para todos
os Estados-Membros da UE (10%, "não, provavelmente não", e 4% "não, com
certeza").
9 QA17 A UE e os seus Estados-Membros estabeleceram o objectivo de reduzir o consumo de energia em 20% até 2020. Pensa que, para ser realizado, este objectivo deve ter carácter obrigatório em todos os Estados-Membros da UE?
25
Variações entre Estados-Membros
As diferenças entre Estados-Membros são relativamente diminutas: em
todos os países, pelo menos sete em cada dez inquiridos acreditam que o
objectivo de redução do consumo de energia deveria passar a ser
obrigatório para todos os Estados-Membros. No entanto, a força do apoio a esta
proposta varia. A data de adesão à União Europeia é um factor que pesa: mais
de metade dos inquiridos nos países pré-2004 acreditam firmemente que deveria
ser obrigatório, para todos os Estados-Membros, o cumprimento do objectivo de
20% de poupança de energia fixado pela UE e pelos seus Estados-Membros (51%
responderam "sim, com certeza", enquanto 30% responderam "sim,
provavelmente"). Os inquiridos nos países pós-2004/2007 mostraram-se menos
convictos: 37% responderam "sim, com certeza", ao passo que 42%
responderam "sim, provavelmente". Entre Estados-Membros, as diferenças são
ainda maiores:
- A percentagem de respostas "sim, com certeza" varia significativamente
de país para país. Pelo menos, seis em cada dez inquiridos na Suécia
(60% de respostas "sim, com certeza"), na Eslovénia (63%), na Bélgica
(64%), em França (65%), no Chipre (66%) e mais notoriamente no
Luxemburgo (74%) estão convictos de que o objectivo de reduzir o
consumo de energia em 20% até 2020 deveria passar a ser obrigatório
para todos os Estados-Membros da UE.
- Em contrapartida, apenas um terço ou menos dos inquiridos na Áustria
(32%), na Irlanda (29%), em Portugal (28%) e na República Checa (26%)
responderam num tom tão peremptório. Contudo, estas diferenças de tom
não alteram em nada o facto de uma vasta maioria de inquiridos
considerar que todos os países devem ser obrigados a cumprir o objectivo
de redução do consumo de energia até 2020.
26
Análise sociodemográfica
Uma análise sociodemográfica revela poucas diferenças: em todas as categorias,
uma grande maioria dos inquiridos considera que o objectivo de reduzir o
consumo de energia em 20% até 2020 deve passar a ser obrigatório para todos
os Estados-Membros.
27
3.2 As principais vantagens de uma rede energética europeia
integrada [QA19]10
- A principal vantagem de uma rede energética integrada seria a
diminuição do custo da energia -
Questionados acerca das possíveis vantagens da criação de uma rede energética
europeia integrada, os europeus foram solicitados a indicar primeiro a principal
vantagem dessa rede ("em primeiro lugar?", só uma resposta) e, em seguida, as
restantes vantagens ("e em segundo?", possibilidade de múltiplas respostas). A
nossa análise baseia-se, portanto, na primeira resposta e no conjunto das
respostas múltiplas seguintes.
Um ponto destaca-se de forma bastante acentuada enquanto principal
vantagem de uma rede energética integrada (resposta, "em primeiro
lugar?"): a diminuição do custo da energia foi o primeiro tópico citado por mais
de um terço dos inquiridos (36%), bem à frente dos restantes factores. Em
segundo lugar, a melhor utilização dos diferentes tipos de energia, em especial as
energias renováveis, foi referida por um quinto dos entrevistados (20%), seguida
de uma maior segurança do aprovisionamento de energia (16%), uma maior
capacidade de negociação com países ou grupos de países terceiros (10%) e, por
último, uma maior solidariedade entre os Estados-Membros da UE (8%).
10 QA19 Devido à existência de 27 redes nacionais, a UE não possui uma rede energética integrada. Quais seriam, na sua opinião, as principais vantagens da criação de uma rede integrada? Em primeiro lugar? (SÓ UMA RESPOSTA) E em segundo? (POSSIBILIDADE DE RESPOSTAS MÚLTIPLAS)
28
Esta ordem mantém-se inalterada quando avaliamos todas as respostas
em conjunto (respostas,"em primeiro lugar?";"em segundo?"). Quase seis em
cada dez inquiridos referiram uma diminuição do custo da energia (59%), à
frente de uma melhor utilização dos diferentes tipos de energia, designadamente
as energias renováveis (47%), como principal vantagem de uma rede energética
europeia integrada. A maior segurança do aprovisionamento de energia foi
referida por um pouco mais de um terço dos inquiridos (35%), enquanto 28%
citaram a maior capacidade da UE para negociar contratos importantes com
países terceiros. Por último, um quarto dos europeus considera que uma rede
energética integrada proporcionaria uma maior solidariedade entre os Estados-
Membros.
A percentagem de respostas "NS" é relativamente baixa nesta pergunta (9%), o
que parece sugerir que os inquiridos estão convictos das vantagens que
decorreriam de uma rede energética europeia.
Variações entre Estados-Membros
A força das respostas varia de país para país, embora o primeiro tópico citado na
maioria dos Estados-Membros seja a diminuição do custo da energia.
- Em 21 Estados-Membros, uma diminuição do custo da energia é
considerada a principal vantagem da criação de uma rede energética
europeia integrada. Na Eslovénia, este tópico ficou classificado ao mesmo
nível da melhor utilização das fontes de energias renováveis (58% em
ambos os casos).
- No entanto, em seis países uma melhor utilização dos diversos
tipos de energia, em particular a energia renovável, é referida em
primeiro lugar: Dinamarca (66%), Suécia (63%), Áustria (59%),
Alemanha (54%), Países Baixos (51%) e Finlândia (45%). Estes são os
países que, tradicionalmente, estão mais conscientes da questão das
fontes de energias renováveis.11
- Na Áustria (54%) e na Grécia (50%), pelo menos metade dos inquiridos
consideram que uma rede energética europeia integrada contribuiria para
uma maior segurança do aprovisionamento de energia. Este tópico
foi igualmente referido com grande frequência na Alemanha (49%), na
Bulgária (48%) e em Malta (47%).
- Por último, os inquiridos no Chipre (41%) e em França (40%) são os que
mais tendem a considerar que a solidariedade entre os Estados-
11 Ver nomeadamente a sondagem normalizada EB standard 74. 2.4: As prioridades no domínio da energia: http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/eb/eb74/eb74_eu20_en.pdf
29
Membros aumentaria com a rede energética integrada. Os inquiridos na
Eslovénia (40%) e na Alemanha (39%) são os que mais tendem a
acreditar que uma rede energética europeia iria reforçar a capacidade da
UE para negociar contratos importantes.
Decrease in energy costs
Better use of varying types of energy,
particularly use of renewables
Safer delivery of energy
Greater capacity for the EU to negotiate major contracts with
countries outside its borders or with regional networks as the
Mediterranean or Baltic networks
Increased solidarity among the EU Member
States
EU27 59% 47% 35% 28% 25%
BE 69% 43% 24% 31% 38%
BG 51% 44% 48% 24% 26%
CZ 65% 57% 28% 29% 26%
DK 43% 66% 29% 34% 23%
DE 51% 54% 49% 39% 31%
EE 48% 38% 34% 23% 18%
IE 72% 55% 33% 32% 24%
EL 71% 54% 50% 32% 27%
ES 66% 46% 42% 21% 20%
FR 50% 45% 18% 29% 40%
IT 70% 51% 37% 26% 20%
CY 75% 62% 45% 22% 41%
LV 58% 33% 39% 19% 24%
LT 52% 37% 42% 19% 23%
LU 49% 45% 24% 31% 28%
HU 73% 51% 35% 28% 18%
MT 55% 35% 47% 31% 19%
NL 50% 51% 26% 32% 24%
AT 56% 59% 54% 37% 38%
PL 62% 40% 41% 19% 22%
PT 72% 47% 34% 15% 26%
RO 70% 44% 37% 25% 28%
SI 58% 58% 31% 40% 33%
SK 67% 52% 41% 25% 23%
FI 39% 45% 38% 28% 16%
SE 34% 63% 31% 32% 24%
UK 55% 36% 27% 23% 12%
QA19T Main advantages of putting in place a EU inte grated energy network
Highest percentage per countryHighest percentage by item
Lowest percentage per country
Lowest percentage by item
30
Análise sociodemográfica
Uma análise sociodemográfica revela algumas diferenças, embora ligeiras.
- Os inquiridos com mais habilitações tendem um pouco mais a
considerar que a construção de uma rede energética europeia integrada
resultaria numa melhor utilização das energias renováveis, ao invés dos
que abandonaram a escola mais cedo, que se mostram mais propensos a
referir a diminuição do custo da energia e a maior segurança do
aprovisionamento de energia. - Aqueles que, muitas vezes, têm dificuldades em pagar as contas
tendem mais do que aqueles que nunca têm problemas financeiros a
referir a diminuição do custo da energia, talvez porque esperam que uma
rede energética europeia integrada venha a ter este tipo de efeito.
Decrease in energy costs
Better use of varying types of energy,
particularly use of renewables
Safer delivery of energy
Greater capacity for the EU to negotiate major contracts with countries outside its borders or with regional networks as the
Mediterranean or Baltic networks
Increased solidarity among the EU Member
States
EU27 59% 47% 35% 28% 25%
15- 64% 40% 38% 21% 22%
16-19 61% 47% 37% 28% 25%
20+ 53% 52% 32% 34% 27%
Still studying 55% 52% 33% 26% 25%
Most of the time 65% 45% 37% 23% 23%
From time to time 66% 48% 37% 26% 24%
Almost never 55% 47% 35% 30% 26%
Difficulties paying bills
QA19T Main advantages of putting in place a EU int egrated energy network
Education (End of)
31
3.3 A criação de uma Comunidade Europeia da Energia
[QA21]12
- A criação de uma Comunidade Europeia da Energia permitiria à União
Europeia ter uma voz mais forte na cena internacional -
Convictos que estão das vantagens da criação de uma rede energética europeia
integrada, os europeus estão igualmente persuadidos que a criação da
Comunidade Europeia da Energia permitiria à UE ter uma voz mais forte na cena
internacional em questões relacionadas com a energia. Mais de três quartos dos
europeus reconhecem as vantagens, em termos de influência internacional em
questões energéticas, que a União Europeia iria retirar da criação de uma
Comunidade Europeia da Energia (78%, incluindo 27% que "concordam
totalmente" com a proposta). Uma pequena percentagem de inquiridos não
concorda com a proposta (13%) e 9% não manifestaram opinião.
12 QA 21 O Parlamento Europeu gostaria que fosse criada uma Comunidade Europeia da Energia. Nesse contexto, diga, por favor, em que medida concorda ou discorda da seguinte afirmação: A criação de uma Comunidade Europeia da Energia permitiria à UE, nomeadamente, ter uma voz mais forte na cena internacional em questões relacionadas com a energia.
32
Variações entre Estados-Membros
As diferenças nesta pergunta são relativamente diminutas: uma clara
maioria em todos os Estados-Membros concorda em que a criação de uma
Comunidade Europeia da Energia permitiria à UE ter uma voz mais forte na cena
internacional em questões relacionadas com a energia.
O apoio é mais generalizado na Bélgica e na Grécia (89% em ambos os países),
em Malta (88%) e no Chipre (84%). Por outro lado, os inquiridos no Reino Unido,
em Portugal, na Letónia e na Estónia (73% nos quatro países), assim como na
Roménia e na República Checa (ambas 72%), tendem ligeiramente menos a
apoiar esta proposta.
Se nos centrarmos nas respostas dos que "concordam inteiramente", observamos
que os inquiridos no Chipre se destacam dos demais europeus, com quase dois
terços de inquiridos a manifestar um forte apoio a esta proposta (64%). São
seguidos a alguma distância pelos inquiridos de Malta (46%) e da Bélgica (41%).
Em contrapartida, a oposição mais enfática é muito pouco significativa: a
percentagem dos que "discordam totalmente" ficou abaixo dos 10%, incluindo no
Reino Unido (9%).
34
Análise sociodemográfica
As diferenças sociodemográficas nesta pergunta são ligeiras: todas as
categorias concordam que a criação de uma Comunidade Europeia da Energia
permitiria à União Europeia ter uma voz mais forte na cena internacional em
questões relacionadas com a energia. Os inquiridos com mais habilitações (82%)
e os gestores (84%) tendem ligeiramente mais do que a média (78%) a dar o
seu acordo.
Total 'Agree' Total 'Disagree' Don't know
EU27 78% 13% 9%
15-24 81% 9% 10%
25-39 82% 10% 8%
40-54 79% 14% 7%
55 + 75% 14% 11%
15- 72% 13% 15%
16-19 79% 13% 8%
20+ 82% 13% 5%
Still studying 83% 8% 9%
Self- employed 78% 15% 7%
Managers 84% 12% 4%
Other white collars 81% 12% 7%
Manual workers 80% 12% 8%
House persons 73% 12% 15%
Unemployed 79% 10% 11%
Retired 73% 15% 12%
Students 83% 8% 9%
Respondent occupation scale
QA21 The European Parliament would like to put in place a Euro pean Community forenergy. In this case, please tell me to what extent you agree o r disagree with thefollowing statement: Establishing a European Community fo r energy would, amongother things, allow the EU to have a stronger voice on the inte rnational sceneconcerning energy issues.
Age
Education (End of)
35
CONCLUSÃO
O presente inquérito Eurobarómetro foi realizado num contexto em que, cada vez
mais, as questões energéticas assumem uma posição de destaque no debate
europeu. Além disso, a estratégia Europa 2020 integra diversas metas no domínio
da energia, quanto mais não seja porque, a médio prazo, o objectivo da União
Europeia consiste em garantir a disponibilidade física ininterrupta de produtos e
serviços energéticos no mercado, a um preço acessível, a todos os consumidores
europeus, tanto empresas como particulares.
Os principais resultados do presente inquérito Eurobarómetro são os seguintes:
Em primeiro lugar, a percentagem de europeus que tomaram medidas de
poupança de energia aumentou ligeiramente desde 2006. Naquela data,
21% dos inquiridos disseram espontaneamente que nada tinham feito durante o
ano anterior para poupar energia, um valor que caiu entretanto para 17%.
Para economizar energia, os europeus começaram por tomar medidas
que não acarretam gastos suplementares: mais de metade reduziram a
utilização de dispositivos de iluminação e de aparelhos eléctricos e mais de quatro
em cada dez reduziram a utilização de aparelhos de aquecimento e/ou de ar
condicionado.
Várias medidas são consideradas formas eficazes de reduzir as facturas
de energia: a instalação generalizada de contadores inteligentes foi referida por
quase metade dos europeus. Quatro em cada dez inquiridos consideram que
benefícios fiscais para as pessoas que aumentem a eficiência energética das suas
casas ajudariam a diminuir as facturas de energia, um pouco mais de um terço
defendem a concorrência entre fornecedores de energia e um pouco menos de
um quarto querem a simplificação das facturas de energia.
Numa União Europeia ainda marcada pelos efeitos da crise económica e
financeira, as medidas envolvendo tarifas energéticas específicas são
consideradas um meio eficaz de luta contra a pobreza e a exclusão social. Mais de
seis em cada dez europeus concordam neste ponto, sendo esta a opinião
maioritária em 23 Estados-Membros. Apenas nos Estados nórdicos e nos Países
Baixos existe uma maioria de inquiridos cépticos a este respeito.
Os europeus preferem soluções comuns de energia: uma vasta maioria
gostaria que o objectivo de reduzir o consumo de energia em 20% até 2020
passasse a ser obrigatório nos 27 Estados-Membros. Esta opinião é defendida por
uma vasta maioria de inquiridos em todos os Estados-Membros.
36
Em segundo lugar, os inquiridos vêem vantagens na criação de uma rede
energética europeia integrada: a primeira é uma diminuição do custo da
energia, referida por quase seis em cada dez inquiridos, seguida de uma melhor
utilização dos diferentes tipos de energia, designadamente as energias
renováveis, citada por quase metade dos europeus.
Por último, considera-se que a criação de uma Comunidade Europeia da
Energia proporcionaria um outro tipo de vantagens, em termos da
influência da União Europeia no contexto mundial: mais de três quartos dos
europeus consideram que essa medida permitiria à UE ter uma voz mais forte na
cena internacional em questões relacionadas com a energia.