excipientes são as substâncias que existem nos medicamentos e que completam a massa ou volume esp
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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS - UnilesteMG
Ciências da Saúde - Curso de Farmácia
Disciplina: Estágio Supervisionado II (Oficina de manipulação)
“OS EXCIPIENTES UTILIZADOS NA PRÁTICA DE
MANIPULAÇÃO MAGISTRAL.”
Nome:Thiago Alves Dias
Ipatinga-MG
Julho de 2008
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OS EXCIPIENTES UTILIZADOS NA PRÁTICA DE
MANIPULAÇÃO MAGISTRAL.
Excipientes
Excipientes: são as substâncias que existem nos medicamentos e que completam a massa ou volume
especificado. Um excipiente é uma sustância farmacologicamente inativa usada como veículo para o
princípio ativo. Na formulação, pode atuar como aglutinante, desintegrante, ligante, lubrificante,
tensoativo, solubilizante, suspensor, espessante, diluente, emulsificante, estabilizante, conservante, corante,
flavorizante.Além disso substâncias ou componentes que agem como solventes ou bases para pomadas e
supositórios são definidos como excipientes.
Outras definições:
Substâncias que têm pouco ou nenhum valor terapêutico, mas são necessários na fabricação, composição,
armazenamento, etc., de preparações farmacêuticas ou nas formas de dosagem do medicamento. Abrangem
os SOLVENTES, diluentes, e agentes para suspensão e emulsão. Também, ANTIOXIDANTES,
CONSERVANTES FARMACÊUTICOS, AGENTES CORANTES, AROMATIZANTES, VEÍCULOS,
EXCIPIENTES e BASES PARA POMADAS.
Solventes Farmacêuticos
Informações gerais
A água é O solvente ou veículo mais desejável e o mais comumente empregado na preparação de
formas farmacêuticas líquidas.
Entre outros solventes freqüentemente empregados encontram-se o álcool etílico, a glicerina, O
propilenoglicol e o polietilenoglicol 400.
Alguns solventes orgânicos são empregados em farmácia para a preparação de formas
farmacêuticas intermediárias, para a análise de medicamentos ou, ainda, para a produção de formas
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farmacêuticas especiais. Como exemplos, podem ser citados a acetona, o éter e o clorofórmio.
Entre os óleos empregados como veículos ou solventes estão incluídos vários óleos vegetais, bem
como o óleo mineral.
ÁGUA
Quando empregada na preparação de produtos farmacêuticos oficiais, a água deve apresentar os
critérios especificados pela USP para cada tipo de medicamento a ser produzido. Por exemplo, a água em-
pregada para a fabricação de formas farmacêuticas de uso parenteral deve apresentar os requisitos exigidos
para injetáveis. A matéria-prima de partida para a obtenção de todos os tipos de água descritos na USP é a
água potável. "A água que apresenta os requisitos potabilidade, segundo a Federal Environmental
Protection Agency (EPA)" pode ser empregada na preparação de substâncias oficiais"(1). Isso significa que
a água potável pode ser empregada na fabricação e obtenção de fármacos USP, bem como na obtenção de
outros tipos de água. A água potável não encontra, entretanto, as especificações necessárias para a
preparação de formas farmacêuticas. Nesse caso, deve-se empregar um dos seguintes tipos:
Água Purificada USP:
1. Preparação:
A. Produzida a partir da água potável descrita segundo regulamentação da Federal Environmental
Protection Agency (EPA).
B. Purificada por meio de destilação, tratamento em coluna de troca iônica, osmose inversa ou outro
método aceitável.
C. Não são adicionadas outras substâncias (tais como os conservantes).
2. Descrição: líquido claro, incolor e inodoro.
ÁLCOOIS:
NOTA:
Em química orgânica, os álcoois apresentam a fórmula geral R-OH. Em farmácia, quando o termo álcool é
empregado, apresenta um significado mais restrito.
"Álcool- Todas as percentagens de teor alcoólíco referem-se à percentagem por volume de C2H5OH a
15,56°. Onde a referência é feita com C2H5OH, toma-se a concentração da entidade química como sendo
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absoluta (100%).
Portanto, quando a prescrição médica ou outra fórmula farmacêutica apresentar o álcool como um dos
componentes, o produto descrito na monografia Alcohol USP deverá ser utilizado. Quando o emprego de
outros tipos de álcool é desejável (p. ex., álcool isopropílico), deve ser especificado na fórmula
farmacêutica. Os diferentes álcoois não devem ser substituídos na prescrição ou formulação, a menos que
haja um consenso entre manipulador, farmacêutico e médico.
GLICÓIS:
Glicerina USP(glicerol), Propilenoglicol USP, Polietilenoglicol NF.
CETONAS:
Acetona, sendo este liquido, transparente, incolor. Apresenta odor característico. Propriedades físicas e
químicas especificas.
ÓLEOS:
Alguns óleos descritos na USP23/NF18.
Obs: estes óleos devem apresentar características físicas e químicas especificas de acordo USP DI Vol. III
(14).
Óleo de amêndoas NF, óleo rícino USP, óleo de milho NF, óleo de algodão NF, óleo mineral USP, óleo de
oliva NF, óleo de cárdamo USP, óleo de soja USP.
Antioxidantes
Reações de oxidação/redução (redox) envolvem a transferência de um ou mais átomos de hidrogênio ou
oxigênio ou a transferência de elétrons.
Antioxidantes: São substâncias que previnem ou inibem as oxidações, adicionados às formas
farmacêuticas, protegem os componentes da formulação suscetíveis à degradação química por oxidação.
Usos: Antioxidantes e/ou agentes quelantes devem ser adicionados às preparações extemporâneas quando
estas contêm substâncias, tanto a substância ativa como outro componente da forma farmacêutica, que
sejam suscetíveis à degradação química por oxidações.
Propriedades de um agente antioxidante/quelante ideal.
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Efetivo em uma concentração baixa e não-tóxica.
Estável e efetivo nas condições normais de uso, em um intervalo amplo de temperatura e pH.
Solúvel na concentração requerida.
Compatível com uma grande variedade de fármacos e excipientes.
Livre de odor e sabor desagradável ou picante.
Incolor tanto na forma original como na forma oxidada.
Não-tóxico e não-sensibilizante tanto externa como internamente na concentração requerida.
Custo razoável.
Não-reativo (não deve absorver, penetrar ou interagir) com o material de acondicionamento e
embalagem.
Alguns antioxidantes listados na USP 23-NF 18
Antioxidantes para sistemas aquosos;
Àcido ascórbico, ácido hidorofosfórico, monotioglicerol, formaldeído sulfoxilado de sódio, metabissulfito
de potássio.
Antioxidantes para sistemas oleosos;
Butil-hidroxianisol(BHA), butil-hidroxitolueno(BHT), excipiente de tocofenol, palmitato de ascorbila,
propilgalatom tocofenol.
Agentes quelantes listados na USP 23-NF 18
A. EDTA dissódico e EDTA ácido são dois compostos listados pela USP23-NF 18 como agentes
quelantes.
B. Embora não citados na USP como agentes quelantes, os ácidos cítrico USP e tartárico NF são
substâncias que pode atuar como agentes quelantes.
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Conservantes
Conservantes antimicrobianos são substâncias adicionadas às formas farmacêuticas com a intuito de
protegê-las de contaminações microbianas. Essas substâncias são utilizadas principalmente em recipientes
de dose múltipla para inibir o crescimento de microrganismos, que podem ser introduzidos
inadvertidamente durante ou após o processo de manufatura.Agente antimicrobianos não devem ser usados
com a finalidade de reduzir a contagem de microrganismos viáveis como substituto às B.P. de
manipulação.
Usos: conservantes devem ser adicionados nas formulações preparadas extemporaneamente quando há
possibilidade de contaminação e crescimento microbiano, tanto durante a preparação como durante o uso
pelo paciente responsável.
Propriedades de um conservante ideal.
Efetivo em uma concentração baixa e não-tóxica contra um grande variedade de microrganismos.
Quimicamente estável sob condições normais de uso, em um intervalo amplo de temperatura e Ph.
Solúvel na concentração requerida.
Compatível com uma grande variedade de fármacos e excipientes.
Isento de sabor, cor ou odor desagradáveis e não-causador de sensação de ardência.
Não tóxico e não sensibilizante nas concentrações requeridas, tanto interna quanto externamente.
Custo razoável.
Não reativo(não absorver, penetrar ou interagir) com o material de acondicionamento ou embalagem.
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Alguns conservante antimicrobianos listados:
Acetado de fenilmercúrio, ácido benzóico, ácido deidroacético, benzoato de potássio, butilparabeno,
Cresol, Fenol, propilparabeno, timerosal, timol, clorobutanol, etc.
Uso de conservante em formas farmacêuticas inclui; uso oral, tópico, oftálmicas.
Principais conservante utilizados são: álcoois e glicóis. Os conservantes oftalmológicos devem ser estéreis.
Ex: conservante oftalmológico, clorobutanol.
Tampões e Agentes de ajuste do PH
Definições:
A. Um ácido pode ser definido como:
1. Uma substância que, quando dissolvida em água, fornece íons hidrogênio, H+ (teoria de Arrhenius).
2. Espécies que doam prótons, H+ (teoria de Bronsted-Lowry).
3. Um aceptor de pares de elétrons (teoria de Lewis).
B. Uma base pode ser definida como:
1. Uma substância que, quando dissolvida em água, fornece íons hidroxilas, OR (teoria de Arrhenius).
2. Espécies que podem aceitar prótons, H+ (teoria de Bronsted-Lowry).
3. Um doador de pares de elétrons (teoria de Lewis).
Usos:
A. Em sistemas farmacêuticos, geralmente trabalhamos com soluções aquosas e, portanto, as definições de
Arrhenius e de Bronsted-Lowry são as mais aceitáveis.
B. O tampão é uma substância ou uma mistura de substâncias que, quando presente em uma
solução,resiste à mudança no pH pela adição de quantidades pequenas de, dcidos ou bases.
C. A capacidade de um tampão é a medida da resistência à alteração ó'c pH da solução, quando ácidos
D. ou bases são adicionados a ela.
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Usos:
Os tampões ou agentes reguladores do pH podem ser adicionados nas preparações farmacêuticas por
alguma das seguintes razões:
A. Nas preparações destinadas à aplicação em membranas sensíveis, como dos olhos ou das vias respi-
ratórias, ou que devem ser injetadas em músculos, vasos sangüÚ1.eos, órgãos, tecidos ou lesões, é de-
sejável ajustar seu pH em nível próximo ao pH fisiológico. Esse ajuste é realizado objetivando evitar a dor
ou o desconforto do paciente.
B. A absorção e, portanto, a eficácia terapêutica de certos fármacos podem ser melhoradas quando eles
são apresentados em solução na forma ionizada ou não-ionizada. Essa forma pode ser escolhida e mantida
pelo ajuste do pH do meio.
Selecionando um sistema-tampão ou agente de ajuste do Ph
1. As substâncias empregadas para usos sistêmico não devem ser tóxicas.
2. Em preparações líquidas destinadas à administração oral, as substâncias tamponantes não devem
apresentar sabor desagradável.
3. Agentes tamponantes empregados nas preparações parenterais devem ser estéreis ou esterizados.
4. Por fim, não devem causar irritação, independentemente da via de administração.
Viscosidade e agentes de viscosidade
Definição:
A viscosidade é a medida da resistência ao fluxo de um sistema após a aplicação de um
estresse. Quanto maior a viscosidade, maior será a força a ser aplicada para produzir o fluxo com uma
determinada velocidade. A viscosidade é expressa matematicamente pela Lei de Newton.
Agentes de viscosidade são colóides hidrofílicos constituídos de macromoléculas solúveis ou
de colóides partículados de associação. As macromoléculas são polímeros de cadeia linear ou
ramíficada que se dissolvem "molecularmente" em água. Essas soluções são classificadas como
dispersões coloidais, pois as moléculas apresentam tamanhos nos limítes coloidais, ultrapassando 50-
100 Ã. São classificados em três grupos: derivados semí-sintétícos da celulose, polímeros naturais e
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polímeros sintéticos. Os colóides de associação são partículas insolúveis em água, mas se hidratam
fortemente na sua presença. Entre eles estão incluídas os silicatos inorgãnicos, o dióxido de silício
coloidal e a celulose mícrocristalina. Os agentes de viscosidade interagem com as moléculas de água,
formando sistemas estruturados que interrompem o fluxo de moléculas presentes nas proximidades.
O papel da viscosidade na formulação de medicamentos
O aumento da viscosidade pode oferecer vantagens e desvantagens à formulação de preparações
farmacêuticas líquidas e semi-sólidas. O entendimento do significado de viscosidade e dos vários tipos
de comportamentos é de grande utilidade ao farmacêutico para a seleção apropriada dos adjuvantes.
Nas preparações de uso tópico, uma viscosidade apropriada é essencial para obter a suavidade e a
consistência desejáveis, fazendo com que o produto seja facilmente aplicável, permaneça em contato
com a área afetada e produza uma sensação agradável ao paciente.
A palatabilidade de preparações líquidas orais é freqüentemente melhorada pelo desenvolvimento
de formulações de viscosidade adequada. Essa viscosidade produz aquilo que é, algumas vezes, referi-
do como sensação. Veículos viscosos também podem melhorar o sabor de preparações líquidas por
meio da redução do contato dos fármacos com as papilas gustativas da língua.
A elevada viscosidade é desvantajosa para a dissolução de fármacos no preparo das soluções; a
velocidade de dissolução diminui com o aumento da viscosidade. Esta é a razão pela qual o fármaco
não é dissolvido de forma direta em veículos viscosos, mas preferencialmente em uma quantidade
mínima de água ou de outro solvente de baixa viscosidade. Após a dissolução, a solução resultante é,
então, misturada ao veículo.
Alguns agentes que aumentam a viscosidade
Agente Suspensor:
Agente que aumenta a viscosidade, usado para reduzir a velocidade de sedimentação das
partículas(do fármaco) dispersas em um veículo no qual não são solúveis. As suspensões resultantes
podem ser formuladas para uso oral, parenteral, oftálmico, tópico ou por outras vias.( SMOLINSKE,
2000)
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Tensoativos e Agentes Emulsionantes
Tensoativos:
São utilizados na formulação de fármacos pouco solúveis e podem exercer um papel muito
importante na biodisponibilidade. Podem agir por umectação, solubilização ou formação de complexos
com as partículas do fármaco e/ou favorecendo a permeabilidade das membranas biológicas absorventes.
De um modo geral aumentam biodisponibilidade das substâncias ativas, porém em alguns casos
apresentam ação contrária (VIDAL & PLÁ DELFINA, 1983).
Emulsão:
É a mistura entre dois líquidos imiscíveis em que um deles (a fase dispersa) encontra-se na forma
de finos glóbulos no seio do outro líquido (a fase contínua). Exemplos de emulsões incluem manteiga e
margarina, maionese, café expresso e alguns cosméticos como cremes e loções. As emulsões mais
conhecidas consistem de água e óleo.
Corantes, Flavorizantes, Edulcorantes e Essências
Corante
1. Corantes são substâncias adicionadas aos produtos farmacêuticos com o propósito de conferir cor.
Devem ser não-tóxicos e farmacologicamente inativos.
2. Não devem ser adicionados em preparações injetáveis ou oftálmicas.
3. Não devem ser empregados para disfarçar a qualidade insatisfatória do produto.
Corantes são empregados para melhorar a aceitação do medicamento pelo paciente.
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O corante adicionado em produtos de uso oral deve combinar com o fIavorizante; por exemplo,
produtos com sabor de cereja devem ser corados com corantes vermelhos, e os com sabor laranja, com
corantes de cor laranja.
Corantes que apresentam tonalidade semelhante à da pele podem ser adicionados em preparações
tópicas para que o produto seja menos visível após aplicação.
Os corantes podem ser classificados em naturais ou sintéticos.
Os corantes naturais usados em farmácia podem ser subdivididos em minerais e vegetais.
Exemplos de pigmentos de origem mineral incluem o óxido férrico e o óxido de titânio. O óxido férrico
é um componente que, quando adicionado ao óxido de zinco em pó, conduz à formação de um pó cor-de-
rosa, a calamina. O óxido de titânio é o corante branco, freqüentemente adicionado aos invólucros das
cápsulas para torná-Ias opacas.
Pigmentos de origem vegetal incluem o indigo, o açafrão e o caroteno.
Corantes sintéticos:
a. Como o nome indica, são aqueles obtidos por sintese. Os primeiros corantes dessa classe foram obtidos
a partir da anilina. Uma vez que a anilina era extraída do coaltar, essa classe de corantes é freqüentemente
referida como pigmentos da anilina ou do coaltar.
b. A cor dos corantes sintéticos deve-se à presença de certos grupos insaturados na molécula,
denominados cromóforos. A cor ou sua intensidade pode ser alterada pela presença de outros grupos
químicos denominados auxocromos.
c. Corantes empregados em alimentos, medicamentos e cosméticos devem ser autorizados pelo Food and
Drug Administration* para o respectivo uso.
A. Corantes designados como FD&C podem ser empregados em alimentos, medicamentos e cosméticos.
B. Corantes designados como D&C são autorizados para uso em medicamentos e cosméticos.
C. Corantes D&C de uso externo apresentam emprego restrito aos medicamentos e cosméticos aplicados
externamente
Os corantes podem ser afetados por variações no pH e, na maioria das vezes, são instáveis frente às reações
de oxidação e redução. Essas mudanças podem conduzir à alteração da sua solubilidade e afetar ou destruir
completamente a cor da preparação.
Concentrações recomendadas em medicamentos:
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Concentrações apropriadas de corantes podem ser determinadas experimentalmente. As recomendações
gerais apresentadas a seguir podem ser úteis.
Líquidos:
A concentração de corante necessária para produzir cor satisfatória em uma preparação
liquida deve ser minima e, para tal. é conveniente preparar uma solução-estoque e adiciona-lá gota a
gota ou com auxilio de uma seringa.
A cor pode desenvolver-se com concentrações de 0,001% a 0,0005%; uma ligeira tonalidade pode ser
resultante da adição de concentrações menores que 0,0001 % (2).
Em vez de adquirir corantes em pó, alguns farmacêuticos preferem comprar corantes alimentícios em
lojas especializadas. Entretanto, apesar deSE"'~ corantes serem FD&C, sua estabilidade na preparação é
menos previsível. a menos que o rótulo especifique a sua composição. Alguns rótulos fornecem essa
informação. Por exemplo, um frasco de corante alimentício verde é rotulado da seguinte maneira: água,
propilenoglicol, FD&C Azul#l, FD&C amarelo#S e propilparabeno 0.1 %, como conservante.
Pós:
Uma concentração de aproximadamente 0,1% produz um tom pastel em UIII pó branco. O corante
deve ser incorporado empregando-se o método da diluição geométrica eda trituração.
Flavorizantes e Edulcorantes.
Embora intuitivamente saiba-se o que é um flavorizante, essa propriedade é de difícil dl'finição e
quantificação, uma vez que engloba um grupo de sensações que inclui sabor, odor, tato, visão l' audição.
Mesmo uma simples sensação como o sabor é de difícil descrição; embora os quatro sabores primários
sejam doce, amargo, salgado e azedo, não se poderia esperar que uma combinação destes descreva o sabor
produzido por um morango maduro ou um copo de cerveja gelada.
Flavorizantes e edulcorantes são adicionados às formas farmacêuticas de uso oral para melhorar a aceitação
do medicamento pelo paciente. A seleção do flavorizante é importante, pois a adesão do paciente ao
tratamento pode depender do gosto do medicamento, especialmente em pacientes pediátricos.
1. Flavorizantes podem ser adicionados para melhorar ou mascarar o sabor desagradável de uma
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substância ativa. O sabor amargo é o menos aceito pelos pacientes e é, infelizmente, o sabor mais
comumente produzido pelos fármacos.
2. Da mesma maneira que os corantes, a determinação do tipo e da quantidade de flavorizante e de
edulcorante é realizada experimentalmente.
3. Quando possível, a seleção de um flavorizante deve ser realizada após consulta ao paciente.
O sabor salgado está associado à presença de substâncias iônicas inorgânicas ou orgânicas de baixo
peso molecular, tais como cloreto de sódio, cloreto de amônio e salicilato de sódio.
Quando um dos íons do sal apresenta elevado peso molecular, como no cloridrato de difenidramina, o
sabor é geralmente amargo. Bases livres e arnidas, como cafeína, anfetamina e codeína, também
apresentam sabor amargo.
O sabor doce é mais freqüentemente associado à presença de compostos poliidroxilados de baixo peso
molecular, como a sacarose, o sorbitol e o manitol, mas outros grupamentos químicos também podem
conferir sabor doce intenso à substância. A presença de imidas, como na sacarina, e combinações de
aminoácidos;como aquela do aspartame, produzem sabor muito doce. Entretanto, essas relações estrutura-
atividade são imprevisíveis e, de fato, ambos compostos, amplamente empregados como adoçantes, foram
descobertos por acidente.
1. Mistura:
a. Misturas de flavorizantes freqüentemente produzem melhorias no sabor. Por exemplo, o espírito de
laranja composto, que é exemplificado a seguir, é uma mistura de compostos de sabor agradável.
b. Tente selecionar um flavorizante que se misture ou que seja associado ao sabor do fármaco.
c. Melhorias adicionais podem ser alcançadas pelo emprego de edulcorantes ou de flavorizantes
complementares.
O sabor de um fármaco azedo é melhorado com a adição de flavorizantes cítricos ou frutais mais a
adição de um edulcorante.
Antiácidos são freqüentemente associados ao sabor de menta, sendo, portanto, uma boa escolha para a
preparação. O sabor será melhorado pela adição de um edulcorante.
O sabor amargo pode ser melhorado pela adição de um flavorizante salgado, doce ou azedo.
2. Mascaramento:
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Adicione um flavorizante e/ ou edulcorante cujo sabor seja mais intenso e duradouro que o sabor do
fármaco para mascará-lo.
O aumento da concentração de flavorizante ou edulcorante aumenta a intensidade de seu sabor.
3. Métodos físicos:
Uma vez que a solubilidade é requisito para a sensação do sabor, o gosto desagradável de um fármaco
pode ser evitado pelo emprego de uma forma insolúvel ou pela sua precipitação da solução, alterando-se o
pH ou o sistema solvente da formulação.
Óleos podem ser emulsionados; por exemplo, a emulsão de óleo de fígado de bacalhau é mais tolerável
que o óleo de fígado de bacalhau puro, quando administrada pela via oral.
Um veículo viscoso pode ser empregado para reduzir o contato do fármaco com as papilas gustativas
da língua.
4. Métodos químicos:
Os métodos químicos são usados mais freqüentemente no processo de fabricação do fármaco.
Nesse caso, o fármaco pode ser complexado e um pró-fármaco ser sintetizado, e assim por diante.
5. Métodos fisiológicos:
A adição de quantidades extremamente pequenas de anestésicos pode ser realizada. Exemplos incluem
o mentol, a hortelã e o fenolato de sódio.
A preparação pode ser tomada efervescente ou o paciente pode ser orientado para tomar o me-
dicamento com uma bebida carbonatada. O dióxido de carbono anestesia as papilas gustativas.
A preparação pode ser armazenada no refrigerador. O frio reduz o sabor desagradável e anestesia as
papilas gustativas.
Edulcorantes:
1. As propriedades desejáveis dos eduIcorantes são: ser inodoro e incolor, solúvel em água em con-
centração suficiente para produzir o sabor doce sem deixar sabor residual, ser quimicamente estável à
temperatura-ambiente e em uma ampla faixa de pH, não ser carcinogênico ou tóxico.
2. Compostos poliidroxilados
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a. Sacarose:
Descrição: apresenta-se na forma de pó ou de cristais brancos ou incolores; é inodora, de sabor doce e
neutro ao papel de tomassol.
Disponivel como pó ou cristais e na forma de xarope.
b. Sorbitol:
Descrição: apresenta-se na forma de flocos, grànulos ou um pó branco; é higroscópico,
inodoro e neutro ao papel de tomassol.
Disponivel como pó ou como uma solução de sorbitol 70% USP.
c. Manitol:
Descrição: apresenta-se na forma de grânulos ou de um pó cristalino, branco; é inodoro e neutro ao papel
de tornassol.
Solubilidade: facilmente solúvel em água, ligeiramente solúvel em etanol.
Poder adoçante: aproximadamente 0,7 vezes ao da sacarose, produz sensação de suavidade na boca .
3. Sacarina e compostos relatados:
a. Sacarina:
Descrição: apresenta-se na forma de pó ou cristais brancos e inodoros.
Poder adoçante: 60 mg equivalente ao poder adoçante de 30 g de sacarose.
b. Sacarina sódica (também conhecida como sacarina solúvel):
Descrição: apresenta-se na forma de pó ou cristais brancos e inodoros.
Solubilidade: 1 g/l,5 mL de água, 50 mL de etanol.
Poder adoçante: aproximadamente 300 vezes ao produzido pela sacarose, em soluções
diluídas. A presença de sabor residual amargo é perceptível em moderadas e elevadas concentrações.
Desde 1974, quando estudos sobre o aparecimento de tumor de bexiga induzido pela sacarina em
ratos foram publicados pela Canadian Health Protection Branch, há controvérsias sobre a segurança dessa
substância. Produtos industrializados que contenham a sacarina devem apresentar uma advertência quanto
à possível carcinogenicidade desse composto. Geralmente é aceito que, em quantidades moderadas, a
sacarina é segura para consumo humano. A Joint Food and Agriculture Organization/World Health
Organization (FAO /WHO) Expert Committee on Food Additives. recomenda 2,5 mg/kg como sendo uma
quantidade diária aceitável de sacarina ou de seu sal .
c. Aspartame: combinação de dois aminoácidos ácido L-aspártico e L-fenilalanina na sua forma metiléster.
Descrição: Apresenta na forma de pó branco e inodoro. Poder adoçante 180 vezes mais doce que a
sacarose.
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Flavorizantes
Uma ampla variedade de flavorizantes concentrados é comercialmente disponibilizada e por distribuidores
de fármacos e outras substâncias químicas ou por lojas de alimentos. Muitos são encontrados disponíveis
como óleo ou como soluções alcoólicas concentradas.Também um grande número de ésteres possuem
aromas e/ou sabores agradáveis, sendo usados como flavorizantes na forma pura ou misturadas.
Nome do éster Fórmula Aroma/sabor
Butanoato de etila C3H7 - COO - C2H5 abacaxi
Formato de isobutila H - COO - C4H9 framboesa
Formato de etila H - COO - C2H5 pêssego
Butanoato de pentila C3H7 - COO - C5H11 abricó
Acetato de pentila CH3 - COO - C5H11 pêra
Etanoato de octila CH3 - COO - C8H17 laranja
Etanoato de benzila CH3 - COO - CH2 - C6gardênia
Ectanoato de 3-metilbutila CH3 - COO - C5H11 banana
Heptanoato de etila C6H13 - COO - C2H5 vinho
3-metilbutanoato de 3-metilbutilaC4H9 - COO - C5H11 maçã
Nonilato de etila C8H17 - COO - C2H5 rosa
Antranilato de metila H2N - C4H6 - COO - CHjasmim
Caprilato de etila C5H11 - COO - C2H5 pinha
Acetato de etila CH3 - COO - C2H5 menta
Essências
As essências podem ser adicionadas em preparações tópicas para melhorar seu apelo estético.
Duas essências prontamente disponíveis são:
1. Salicilato de metila NF, que é o óleo sintético da guaItéria.
2. Essência de rosas, disponível em várias formas.
a. As formas oficiais são o óleo de rosas NF, que é um líquido incolor ou amarelado, e a água de rosas
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forte, uma solução saturada de óleo de rosas em água. A água de rosas forte pode ser diluída com igual
volume de água purificada para produzir a água de rosas.
b. Os fornecedores de matérias-primas farmacêuticas também possuem a essência de rosas como óleo de
rosas artificial e/ou fluido de rosas solúvel.
Alguns fornecedores de matérias-primas farmacêuticas são especializados no comércio de flavorizantes e
essências para manipulação.
Bases de Pomadas
São preparações semi-sólidas usadas topicamente para se obter efeitos emolientes protetores ou como
veículo para administração local de medicamentos.Embora géis e pastas sejam encaixados na definição
oficial da USP de um pomada, eles são classificados separadamente.
Definição: Várias misturas de gorduras, ceras, óleos animais e vegetais, e hidrocarbonetos sólidos e
líquidos; veículos para substâncias medicinais dirigidos para aplicação externa; há quatro classes: com base
de hidrocarboneto, de absorção, de água removível e solúvel em água; muitas são também emolientes.
Propriedades desejáveis de uma base de pomada:
Ser química e fisicamente estável sob condições de uso e armazenamento.
Ser compatível e não reagir com uma ampla variedade de fármacos e adjuvantes.
Ser livre de odor desagradável.
Não ser tóxica, irritante ou sensibilizante.
Ser esteticamente agradável, fácil de aplicar e não ser graxa.
Permanecer em contato com a pele até que a remoção seja desejada e, então, ser fácil remoção.
Exemplos:
Hidrófobas (oleaginosas): Vaselina branca, gordura vegetal, pomada branca.
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Absorção anidra: Vaselina hidrofílica, Lanolina, aquafor (reg.), aquabase (reg.).
Absorção, emulsão água-em-óleo: Lanolina hidratada, cold cream, pomada de água-de-rosas.
Removível (emulsão óleo em água): pomada hidrofílica, creme evanescente, dermabase(reg.).
Hidrossolúvel: Pomada de polietilenoglicol.
Bases de supositórios
São bases gordurosas, como a manteiga de cacau, óleos hidrogenados ou glicerogelatina que são sólidos
a temperatura ambiente, mas se dissolvem em temperatura corporal.
De acordo com a USP 23, há cinco classes gerais de bases para supositórios:
1. Manteiga de cacau.
2. Substitutos da manteiga de cacau.
3. Gelatina glicerinada.
4. Base de polietilenoglicol
5. Base tensoativa
Propriedades ideais das bases de supositórios:
A. Quimicamente e fisicamente estáveis sob condições normais de uso e armazenamento
B. Não reativas e compatíveis com uma ampla variedade de fármacos e excipientes.
C. Livre de odores desagradáveis.
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D. Aspecto esteticamente atraente.
E. Não-tóxicos, não sensibilizantes e não irritantes para os tecidos sensíveis.
F. Capacidade de contração apropriada para facilitar a remoção dos moldes de resfriamento.
G. Capacidade de fundir-se ou derreter no local de administração para liberar o fármaco.
H. Não deve ligar-se aos fármacos.
I. Capacidade de misturar ou absorver pequenas quantidades de água.
J. Viscosidade suficiente baixa para fluir com facilidade quando fundido e alta suficiente para manter
incorporadas as partículas sólidas de um fármaco.
K. Capacidade de umectação e /ou emulsificação para que se estenda, disperse e libere a(s)
substância(s) ativa(s) no local de administração.
Tipos de excipientes utilizados em comprimidos e cápsulas e outras formas
farmacêuticas.
Diluentes
Os diluentes ou material de enchimento são os adjuvantes adicionados em maior proporção na
formulação de comprimidos e cápsulas. Podem ocasionar a formulação de complexos absorbatos que
diminuem a velocidade de dissolução. Cada formulação deve ser previamente estudada in vitro com
relação a dissolução para que se possa antecipar os problemas de biodisponibilidade decorrentes da
utilização desses adjuvantes (LIEBERMAN e col., 1990).
Deslizante para comprimidos
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Agentes usados nas formulacoes de comprimidos e cápsulas para melhorar as propriedades de fluxo das
misturas em pó.( SMOLINSKE, 2000)
Antiaderentes
Facilitam a liberação dos comprimidos da matriz ou das punções.( SMOLINSKE, 2000)
Ligantes
São responsáveis pela firmeza e resistência dos comprimidos.
A firmeza é influenciada tanto pelo excipiente como pela pressão de compressão.
Usar sempre a menor quantidade possível, quanto mais ligante menor é o poder deslizante.
Um ligante que atua atrasando a liberação do medicamento é o polietileno glico de baixo peso
molecular.
Aglutinantes
Normalmente são compostos naturais ou sintéticos, do tipo polimérico.
Atuam aumentando a viscosidade e formam, no momento de sua dissolução, uma película que circula
as partículas, podendo retardar a dissolução do fármaco em presença de fluidos aquosos no local de
absorção.
Em outros casos, no entanto, o uso de aglutinantes pode favorecer a dissolução ao hidrofilizar a
superfície de contato entre as partículas do fármaco e os fluidos biológicos (VIDAL & PLÁ DELFINA,
1983).
Desintegrantes
A desintegração é um passo prévio a dissolução efetiva e, quase sempre, seu fator limitante.
A função dos desintegrantes se limita a permitir que o fármaco fique em condições de dissolver-se.
Dependendo da solubilidade da substância ativa escolhem-se o tipo de desintegrante e a concentração
adequada para cada formulação (AIACHE e col., 1983, VIDAL & PLÁ DELFINA, 1983).
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Ligantes
São responsáveis pela firmeza e resistência dos comprimidos.
A firmeza é influenciada tanto pelo excipiente como pela pressão de compressão.
Usar sempre a menor quantidade possível, quanto mais ligante menor é o poder deslizante.
Um ligante que atua atrasando a liberação do medicamento é o polietileno glico de baixo peso
molecular
Lubrificantes
São adicionados para assegurar a fluidez dos pós ou granulados e facilitar, assim, a dosificação dos
mesmos.
Como normalmente são utilizadas substâncias hidrofóbicas, dificultam a umectação e, portanto, a
dissolução das substâncias ativas.
Os lubrificantes derivados de ácidos graxos podem sofrer fusão durante a compressão, recobrindo as
partículas e dificultando a dissolução do mesmo.
Quando os grânulos são de natureza hidrofóbica a utilização de lubrificantes tensoativos solúveis, como
lauril sulfato de sódio, pode aumentar notavelmente a velocidade de dissolução da substância ativa.
Os lubrificantes devem ser utilizados em uma concentração que permita um fluxo adequado e a
tamisação uniforme da força de compressão no interior do comprimido e que, ao mesmo tempo, seja
inferior à que provocaria uma excessiva hidrofobia da substância ativa devido ao recobrimento das
partículas através deles.
Além dos problemas relacionados com a umectação do comprimido, os lubrificantes também podem
ocasionar a adsorção de substâncias ativas ou causar reações de hidrólise devido à alcalinidade de alguns
desses adjuvantes (AIACHE e col., 1983).
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BIBLIOGRAFIA:
A PRATICA FARMACÊUTICA NA MANIPULÇÃO DE MEDICAMENTOS, Jutith E. Thompson.
PORTAL DA FÁRMACIA.
Fonte: http://www.ccs.ufsc.br/farmacia/TCCGenericos/Biodisponibilidade/excipientes.html
BIBLIOTECA VIRTUAL DA SAÚDE
Fonte: http://www.bireme.br/php/decsws.php?tree_id=D26.650&lang=pt
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