excursao docente e sua concepcaopdf
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trabalho academico de conxclusao do curso com foco em pedagocia o que se refere a direcao do professor num ensino de qualidade e significativo pelos alunosTRANSCRIPT
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REGIO ACADMICA III
UNIVERSIDADE 11 DE NOVEMBRO
INSTITUTO SUPERIOR DE CINCIAS DE EDUCAO
ISCED - CABINDA
Departamento de Ensino e Investigao em Biologia
Anlise do enquadramento das excurses docentes no ensino
e aprendizagem da Biologia na 7 Classe: um estudo na Escola
Santa Catarina Ano Lectivo 2014
Trabalho de Fim do Curso Apresentado e
Defendido, Para Obteno do Grau de
Licenciatura em Cincias de Educao.
Opo: Ensino de Biologia
Autora:
Estrela das Dores Massaqui
Trabalho n ____________
CABINDA, SETEMBRO DE 2015
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REGIO ACADMICA III
UNIVERSIDADE 11 DE NOVEMBRO
INSTITUTO SUPERIOR DE CINCIAS DE EDUCAO
ISCED - CABINDA
Departamento de Ensino e Investigao em Biologia
Anlise do enquadramento das excurses docentes no ensino e
aprendizagem da Biologia na 7 Classe: um estudo na Escola Santa
Catarina Ano Lectivo 2014
Trabalho de Fim do Curso Apresentado e
Defendido, Para Obteno do Grau de
Licenciatura em Cincias de Educao.
Opo: Ensino de Biologia
Autora:
Estrela das Dores Massaqui
Tutor: Fernando Abel Mavungo, MSc.
CABINDA, SETEMBRO DE 2015
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I
DEDICATRIA
Dedico o presente trabalho minha famlia, em especial aos meus pais,
Pedro Andr Massaqui e Ana Maria (in memoriam), pelo carinho, incentivo e
pacincia que prestaram ao longo da minha formao.
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II
AGRADECIMENTOS
Agradeo, em primeira instncia, a Deus Pai Todo-Poderoso, pela vida,
fora, coragem e proteco que me tem concedido ao longo da minha
existncia humana, pois, sem elas, no seria possvel esta longa caminhada no
mundo do saber cientfico.
Agradeo aos meus pais, Pedro Andr Massaqui e Ana Maria (in
memoriam). Aos meus irmos, Antnio Avelino, Avelino Pinto, Maria Nlando,
Esperana Ndembi, Andr Finda e Florinda Pedro. Aos meus sobrinhos,
Nzinga Eliseu, Miguel Joaquim, Ernesto da Conceio, Flix Avelino, Palmira
Ndembi, Selton Capita, Liedson Capita, Esmenia Pinto, etc .
De igual modo, agradeo a todos os docentes do ISCED-Cabinda, em
geral, e, em especial, os do curso de Biologia, pela forma sbia e pedaggica
que tm transmitido os conhecimentos, e pela oportunidade que me
concederam para a minha formao. Ao Mestre Fernando Abel Mavungo, pelo
apoio, pacincia e sapincia que orientou-me para a concretizao deste
trabalho.
direco da escola do I Ciclo N172 da Santa Catarina e aos
professores de Biologia da Escola pela informao prestada.
A todos os colegas da caminhada, pelo apoio moral que me prestaram
nos momentos difceis deste longo processo. A todos aqueles que
directamente ou indirectamente, me ajudaram na realizao deste humilde
estudo.
A minha profunda gratido
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III
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1- Distribuio da populao por estratos e gnero ............................................ 29
Quadro 2- Distribuio da amostra por estrato e gnero ................................................. 30
Figura: 1-Estrutura Organigrmica da Escola de Santa Catarina em Cabinda. ............. 27
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IV
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Respostas dos alunos inqueridos sobre o gosto pela disciplina de Biologia 34
Tabela 2- Respostas dos alunos se alguma vez j ouviro falar do termo excurso
docente. ..................................................................................................................................... 35
Tabela 3- Respostas dos alunos sobre o local onde decorrem as aulas de Biologia. .. 36
Tabela 4- Respostas dos alunos sobre as vezes que j participaram de uma excurso
docente....................................................................................................................................... 37
Tabela 5- Respostas dos alunos sobre a importncia que atribuem realizao da
excurso docente ..................................................................................................................... 38
Tabela 6-Respostas dos professores inqueridos sobre o tempo que lecciona a
disciplina de Biologia ............................................................................................................... 39
Tabela 7- Respostas dos professores inqueridos sobre o seu nvel acadmico ........... 40
Tabela 8- Respostas dos professores em torno da questo J ouviram falar sobre a
excurso docente? .................................................................................................................. 41
Tabela 9- Respostas dos professores sobre as formas de organizao do processo de
ensino e aprendizagem da Biologia que utilizam ................................................................ 43
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V
SUMRIO
INTRODUO ................................................................................................... 1
CAPITULO I FUNDAMENTAO TERICA .................................................. 5
1.1 Definio de Termos e Conceitos ............................................................................... 5
1.1.1. Processo de ensino-aprendizagem ...................................................................... 5
1.1.2. Ensino ....................................................................................................................... 6
1.1.3. Aprendizagem .......................................................................................................... 7
1.1.4. Biologia ..................................................................................................................... 8
1.1.5. Excurso docente .................................................................................................... 8
1.2- Formas de organizao utilizadas no processo de ensino e aprendizagem da
Biologia..................................................................................................................................... 9
1.3 Excurso Docente: Breve Historial e Outras Abordagens .................................... 10
1.3.1. Tipos de Excurses e Critrios de Classificao das Excurses .................. 11
1.3.2. Fases da Realizao de Uma Excurso Docente ............................................ 15
1.3.3. Objectivos e Funes da Excurso Docente .................................................... 18
1.4. A excurso docente: sua relao com os contedos da Biologia da 7 Classe . 19
1.4.1-Objectivos de Ensino de Biologia em Angola .................................................... 21
1.4.2 O Princpio da Vinculao Teoria Com Prtica ............................................. 22
1.5 Importncia da Excurso Docente no Ensino de Biologia ................................... 24
CAPTULO II PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ................................ 26
2.1 Localizao e Descrio da Escola ......................................................................... 26
2.2 Populao e Amostra ................................................................................................. 28
2.2.1 - Populao ............................................................................................................. 28
2.2.2 - Amostra ............................................................................................................... 29
2.3 - Mtodos e Tcnicas de Recolha de Dados............................................................. 30
2.3.1- Mtodos de pesquisa ............................................................................................ 30
-
VI
2.3.2 - Tcnicas de recolha de dados ................................................................................... 32
2.4- Tipos de Pesquisa ............................................................................................................. 33
CAPTULO III - APRESENTAO, ANLISE E INTERPRETAO DOS
RESULTADOS ................................................................................................. 34
3.1 Resultados do Questionrio Dirigido aos alunos da 7 Classe da Escola do I
Ciclo n 172 Santa Catarina em Cabinda ......................................................................... 34
3.2- Resultados do Questionrio Dirigido aos professores de Biologia da 7 Classe
da Escola do I Ciclo n 172 da Santa Catarina em Cabinda ........................................ 39
3.3. Proposta de Aces Para Promoo da Excurso Docente no Ensino de
Biologia na Escola do I Ciclo da Santa Catarina. ............................................................ 47
CONCLUSES ................................................................................................ 51
SUGESTES ................................................................................................... 52
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................. 53
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VII
RESUMO
O presente trabalho de Monografia intitula-se "Anlise do
enquadramento das excurses docentes no ensino e aprendizagem da biologia
nas turmas da 7 classe: um estudo na Escola Santa Catarina no ano lectivo
2014". Tem como problema cientfico, Que enquadramento os professores de
Biologia da 7 Classe da Escola do I Ciclo N 172 da Santa Catarina, fazem das
excurses docentes na sua prtica pedaggica? Como objectivo geral, analisar
o uso das excurses docentes na prtica pedaggica dos professores de
Biologia da 7 classe na Escola do I Ciclo N 172 da Santa Catarina, em
Cabinda. Para a obteno dos dados e a fundamentao do trabalho, sendo
uma pesquisa de natureza predominantemente qualitativa, usou-se mtodos
empricos, tericos e estatsticos. Foram usados dois questionrios semi-
estruturados, um para os professores e outro para os alunos, e uma entrevista
aberta aos professores. Os tipos de pesquisas foram a Bibliogrfica e a
Descritiva. Dos resultados obtidos, concluiu-se que existem fundamentos
tericos e metodolgicos que explicam o enquadramento das excurses
docentes no processo de ensino e aprendizagem da Biologia. Caracterizou-se
o estado actual da realizao de excurses docentes pelos professores e
concluiu-se que no se realizam excurses docentes, e no fazem o uso de
outras formas de organizao do ensino da biologia, apesar dos 15% dos
alunos e 80% de professores terem ouvido falar da excurso docente.
Finalmente apresentou-se uma proposta de um conjunto de indicaes
metodolgicas que podem contribuir na promoo e realizao de excurses
docentes pelos professores de Biologia na sua prtica pedaggica.
Palavras-chave: processo de Ensino e a Aprendizagem; Biologia;
Excurso docente.
-
VIII
ABSTRACT
This research of monograph is entitled "Analysis framework of the
teaching excursions in biology teaching and learning in classes of 7th grade: a
study in the School Santa Catarina in the academic year 2014". Its scientific
problem, which the framework biology teachers of Grade 7 School of the First
Cycle in 172 of Santa Catarinado tours teachers in their teaching? The overall
objective, to analyse the use of the excursions teachers in pedagogical practice
of the 7th grade biology teachers at the School of the First Cycle in 172 of
Santa Catarina, in Cabinda. To obtain the data and the reasons for the work,
being a predominantly qualitative research, it was used empirical, theoretical
and statistical methods. They used two semi-structured questionnaires, one for
teachers and one for students, and an open interview to teachers. The types of
research were the Bibliographical and Descriptive. From the results, it was
concluded that there are theoretical and methodological foundations that
explain the framework of the excursions teachers in the teaching and learning of
biology process. It characterized the current state of realization of excursions
teachers by teachers and it was concluded that teachers do not realize
excursions, and do not make use of other forms of organization of biology
teaching, despite the 15% of students and 80% of teachers having heard of the
teaching tour. Finally showed up a proposal for a set of methodological
guidelines that can contribute to the promotion and realization of excursions
teachers by biology teachers in their teaching.
Keywords: Process of Teaching and Learning; Biology; Teaching
excursion.
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1
INTRODUO
Quando se pensa numa educao e num processo de ensino e
aprendizagem de qualidade, sobretudo em cincias da natureza,
indispensvel que se articulem as actividades que se desenvolvem em sala de
aula com as actividades de campo.
O presente trabalho de Monografia surgiu no intuito de compreender o
papel que os professores de Biologia da Escola Santa Catarina atribuem s
excurses docentes na abordagem dos contedos de Biologia da 7 Classe,
visto que se trata de uma forma de organizao com enormes contribuies na
qualidade das aprendizagens dos alunos.
As actividades de campo permitem a explorao dos contedos, tanto
de natureza factual, quanto conceitual, procedimentais como atitudinais. Assim,
a abordagem dos contedos com essa viso possibilita trabalhar diversas
dimenses da educao nos alunos, como o caso da Educao Ambiental,
Educao para Sade, higiene e segurana, entre outras.
Com essa perspectiva, a construo dos contextos de aprendizagem
nos quais se enquadram as excurses pressupe um trabalho de planificao
srio para no ser apenas um passeio. Faz-se necessria a previso no s
dos resultados, como dos meios, dos recursos, enfim, a disponibilidade de toda
logstica material didctica necessria, como forma para o asseguramento do
sucesso das actividades.
Em nosso entender, as excurses docentes constituem uma forma de
organizao com enormes potencialidades no ensino e aprendizagem da
Biologia. Contribuem na formao da personalidade do aluno, cria o ambiente
profcuo socializao das crianas, adolescentes e jovens, facilitando a sua
aprendizagem. Por outro lado, as excurses tambm fornecem contribuies
no que diz respeito ao interesse e aprendizagem efectiva em prol do
desenvolvimento de diversas habilidades, como a observao, acuidade visual
e anlise de dados, entre outras.
Hoje, essa forma de organizao do processo de ensino e aprendizagem
uma importante ferramenta pedaggica que visa levar o aluno a vivenciar, in
locus, as aprendizagens propostas pelo professor em sala de aula. Nesta base,
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2
pesquisadores, como Carvalho apud Zuzi (2012), nos lembra que o contacto
com a realidade, determina por si s, o incio de todo processo de
aprendizagem. Neste contexto, para que esse processo ocorra necessrio
um grande planeamento, especialmente no sentido pedaggico, pois
fundamental que a sada ao campo faa sentido para os alunos e que esses
possam enxergar um estreito relacionamento entre as aprendizagens vividas
em salas de aulas e as proposies de estudo no campo, permitindo, cumprir-
se em parte o princpio de vinculao da teoria com a prtica.
Relativamente aos estudos feitos em Cabinda, versando sobre este
assunto, as buscas feitas no permitiram identificar trabalhos relevantes.
Apenas localizmos o trabalho de Monografia defendido por Zuzi (2012). O
mesmo objectivava propor indicaes metodolgicas e um modelo de guia de
actividades para a concepo da excurso docente.
No entanto, conforme explicita este estudo e os discursos
compartilhados entre os professores de biologia de vrias escolas sedeadas
em Cabinda, as excurses docentes no so tidas nem concebidas pelos
professores de Biologia, tal como recomenda a Didctica ou Metodologia de
Ensino de Biologia (ANTNIO, 2008), as chamadas excurses que so
realizadas nessas escolas, se limitam a fazer uma diverso entre os alunos, e
estes entre os professores, isto , com um carcter apenas recreativa
(msicas, danas, desfiles, comer, beber, entre outros), e pouco ou nada se faz
para a consolidao dos conhecimentos tericos adquiridos pelos alunos ao
longo de uma unidade didctica, trimestre ou ano lectivo.
Consideramos que a natureza desta pesquisa, abordando o
enquadramento das excurses docentes na especificidade dos contedos e
objectivos do processo de ensino e aprendizagem da Biologia parece no ter
sido ainda pesquisado no ISCED- Cabinda. Neste contexto, nesta lacuna que
este trabalho de monografia se situa quando nos propusemos responder a
seguinte questo cientfica: Que enquadramento os professores de Biologia da
7 Classe da Escola do I Ciclo No 172 da Santa Catarina fazem das excurses
docentes na sua prtica pedaggica? Dito de outro modo, busca-se enxergar o
como esses professores enquadram as excurses docentes na abordagem dos
contedos de biologia da 7 Classe.
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3
Em nosso entender, a construo das respostas em torno desta questo
cientfica torna esta pesquisa relevante. Pois, vai reforar o saber sistematizado
nesta rea e contribuir para a melhoria da qualidade do processo de ensino e
aprendizagem da Biologia na referida Escola.
Por outro lado, tambm pode-se acreditar que este estudo vai despertar
a ateno dos professores em face da valorizao e aplicao desta forma de
organizao do processo de ensino e aprendizagem, proporcionando-lhes as
contribuies tericas e metodolgicas necessrias. Pois, a incluso desta
forma de organizao no processo de ensino da Biologia, dada as
potencialidade dos contedos deste programa, pode ser uma condio
indispensvel para a apropriao eficaz dos saberes ensinados, dentro e fora
da sala de aula.
Assim, o trabalho aqui apresentado tem como titulo: Anlise do
enquadramento das excurses docentes no ensino e aprendizagem da Biologia
na7 Classe: um estudo na Escola Santa Catarina Ano Lectivo 2014.
Vale ressaltar, que na realizao desta pesquisa definiu-se um conjunto
de objectivos, sendo o objectivo geral:
Analisar o enquadramento das excurses docentes na prtica
pedaggica dos professores de Biologia da 7 classe da Escola do I Ciclo No
172 do Ensino Secundrio de Santa Catarina em Cabinda.
Como objectivos especficos, delinearam-se os seguintes:
1) Determinar os pressupostos terico-metodolgicos que explicitam o
enquadramento das excurses docentes no mbito do processo de ensino e
aprendizagem da Biologia nas escolas.
2) Identificar, no Programa de Biologia da 7 Classe, os contedos que
possibilitam a realizao de excurses docentes.
3) Caracterizar o estado actual da realizao de excurses docentes
pelos professores de Biologia da 7 Classe na Escola do I Ciclo N,172 do
Ensino Secundrio de Santa Catarina em Cabinda.
4) Propor um conjunto de indicaes metodolgicas que podem
contribuir na promoo e realizao de excurses docentes pelos professores
de Biologia.
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Para possibilitar a concretizao destes objectivos e proporcionar a
soluo do problema identificado, foram determinadas as seguintes tarefas
cientficas:
1) Determinao dos pressupostos terico-metodolgicos que explicitam
o enquadramento das excurses docentes no mbito do processo de ensino e
aprendizagem da Biologia nas escolas.
2) Identificao, no Programa de Biologia da 7 Classe, os contedos
que possibilitam a realizao de excurses docentes.
3) Caracterizao do estado actual da realizao de excurses docentes
pelos professores de Biologia da 7 Classe na Escola do I Ciclo do Ensino
Secundrio de Santa Catarina em Cabinda.
4) Elaborao da proposta dum conjunto de indicaes metodolgicas
que contribuem na promoo e realizao de excurses docentes pelos
professores de Biologia na sua prtica pedaggica.
O presente trabalho est estruturado em trs captulos, o primeiro trata
da fundamentao terica do estudo, comeando com a definio de termos e
conceitos e a abordagem de outros aspectos que possibilitam a compreenso
do assunto em estudo. O segundo captulo trata da metodologia escolhida para
a realizao da pesquisa, onde se caracteriza a rea de estudo, bem como se
apresenta a populao e amostra, os mtodos, as tcnicas de pesquisa e os
tipos de pesquisa.
O terceiro captulo traz a apresentao a anlise e a interpretao dos
resultados, tendo em conta fundamentalmente o nosso referencial terico.
Finalmente, se apresentam as concluses, as sugestes, as referncias
bibliogrficas e o apndice.
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CAPITULO I FUNDAMENTAO TERICA
Como proposto num dos objectivos especficos, este captulo faz uma
abordagem terica sobre os principais conceitos que nortearam esta pesquisa.
Os poucos autores encontrados sobre as excurses pedaggicas nos ajudaram
a criar o referencial terico.
1.1 Definio de Termos e Conceitos
1.1.1. Processo de ensino-aprendizagem
Relativamente ao termo processo de ensino-aprendizagem, na viso de
Libneo (1994, p.32 ), " um processo organizado no qual se articulam duas
actividades, a transmisso e aquisio de conhecimentos, desenvolvimento de
capacidades, atitudes e aptides".
Para esse autor, esse termo constitui um processo dinmico que requer
do aluno um papel activo e crtico na aprendizagem, consistindo a funo do
professor, planificar, dirigir, orientar, induzir e estimular as aprendizagens. um
processo complexo que requer utilizao de mtodos, tcnicas e, acima de
tudo, meios de ensino apropriados que so o veculo para a boa conduo do
processo.
Ainda para o autor, este processo complexo pressupe uma integridade
entre os termos ensino e aprendizagem, pois, na sua viso, no se pode falar
do ensino e aprendizagem sem falar dos elementos que nele agem e
interagem, processando-se, portanto, atravs de componentes, que podem ser
compreendidos em componentes pessoais e componentes no pessoais. Entre
os componentes pessoais temos o professor e o aluno, sendo ambos sujeitos
do processo. Professor dirigente, orientador e estimulador das aprendizagens
do processo de ensino, o aluno o sujeito activo da aprendizagem, enquanto
que os no pessoais so os objectivos, como sendo as metas a atingir no
processo de ensino.
J os contedos, para este autor, so a base dos objectivos,
conhecimentos sistematizados. Os mtodos so os procedimentos utilizados
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6
para a transmisso dos conhecimentos e os meios de ensino so encarados
como tudo que o professor utiliza para tornar possvel a transmisso e a
assimilao dos conhecimentos.
Contudo, os componentes no pessoais do processo de ensino e
aprendizagem, para alm dos mencionados por esse autor, tambm se incluem
dentro destes as formas de organizao do processo de ensino e
aprendizagem, assim como a avaliao, no s no que concernem as
aprendizagens dos alunos como tambm do prprio processo de ensino e
aprendizagem.
Portanto, o processo de ensino e aprendizagem engloba vrios termos,
a saber: o ensino e a aprendizagem.
1.1.2. Ensino
Referindo-se ao termo ensino, Queiroz (2008, p. 100) define-o como "a
aco na qual um indivduo mais experiente transmite conhecimentos gerais,
ou especficos, para que o outro indivduo possa compreender ou assimilar".
J Libneo (1994, p.89), entende o termo ensino como "uma
combinao adequada entre a conduo do processo de ensino pelo professor
e assimilao activa, como actividade autnomo e independente do aluno".
No que concerne ao ensino da Biologia, na viso de Antnio (2008), este
assenta-se na observao e na experimentao. O professor deve planificar e
orientar as observaes e as experincias dos alunos no sentido de permitir
com que sejam actividades realmente enriquecedoras.
Para esse pesquisador, as observaes de factos, fenmenos, seres,
so feitas em condies naturais. J a experimentao, ocorre em meios
artificiais. Neste mbito, importante que o professor recorra ao auxlio de um
suporte material que o facilite no seu papel de ensinar, de igual modo, tambm,
o educando, na assimilao activa dos contedos.
Relativamente s observaes de factos, na perspectiva de Antnio
(2008, p.32), "no ensino da Biologia destacam-se os objectos naturais, os quais
podem obter-se directamente de algumas dependncias, tais como as hortas
escolares, jardim e o museu. Estes meios de ensino de Biologia classificam-se
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7
em: bactrias, fungos, protistas, plantas e animais vivos ou conservados,
rgos conservados preparaes microscpicas e representaes de objectos
e fenmenos naturais (modelos, esquemas, etc.), fotos, quadros".
Portanto, Antnio (2008, p. 136) explicita que "no estudo do reino
vegetal, o professor pode e deve fazer o uso de plantas completas ou as suas
partes (raiz, caule, folha, fruto e semente)".
O mesmo autor ressalva que no caso em que no h objectos naturais,
pode-se recorrer s suas representaes, que na verdade tambm criam um
impacto e interesse dos alunos em aprender.
Uns podem ser elaborados pelo professor, os outros em nossa opinio, encontrados na instituio. Por outro lado, sob a orientao do professor, os alunos podem tambm elaborar alguns meios que futuramente viro a ser utilizados na aula, valendo ento essa actividade como extra-escolar que pode ser enquadrado no mtodo de trabalho independente do aluno (ANTNIO, 2008, p. 136).
1.1.3. Aprendizagem
Em relao ao termo aprendizagem, Pinto (2001) o percebe como sendo
uma mudana relativamente permanente no comportamento e no
conhecimento, devido prtica ou experincia. Para esse autor,
as mudanas operadas na aprendizagem ocorrem devido prtica anterior ou experincias passadas e distinguem-se de outros tipos de mudanas comportamentais resultantes da maturao dos organismos, de doenas, estados de ansiedade e tomada de drogas (2001, p.54).
Pinto percebe que a aprendizagem est envolvida em qualquer rea do
conhecimento e comportamento. Ao longo da vida, uma pessoa aprende
conhecimentos factuais, habilidades motoras, expresses emocionais, regras
sociais, valores morais e at mesmo aprender a saber morrer com dignidade.
A aprendizagem nem sempre correcta e adequada; a criana pode aprender erros na escola, ou por distraco confundindo o que o professor diz, ou lendo informaes erradas nos livros que os autores inadvertidamente julgavam correctas e fundamentadas. Pode ainda aprender a ser egosta, violenta e agressiva, ou a ter medo da escola, ou porque foi castigada, ou
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porque os colegas no aceitam. e os adultos podem aprender de forma inadequada a sentar-se ou levantar volumes pesados produzindo, com o passar do tempo, roturas na coluna e dores de costas (PINTO,2001, p.54).
1.1.4. Biologia
Quanto ao termo Biologia, no qual se encerra este estudo, isto , o
objecto desta pesquisa, etimologicamente, uma expresso moderna
composta de duas palavras gregas: bio, que significa "vida" e logos, que
significa "cincia, estudo, tratado". Por conseguinte, cincia da vida. Entretanto,
de acordo com Roque e Russo (2002, p.7), "a Biologia a cincia que estuda
os seres vivos e as relaes existentes entre si. Portanto, abrange o estudo de
todos os seres vivos, sua classificao, organizao, constituio qumica,
funcionamento, comportamento e interaco com o meio".
Em nossa opinio, a cincia biolgica trata do funcionamento dinmico
dos organismos desde uma escala molecular subcelular at ao nvel
populacional e interaccional, tanto intra-especificamente quanto inter-
especificamente, bem como, a interaco da vida com seu ambiente fsico-
qumica.
1.1.5. Excurso docente
De acordo com Faria (1973), uma actividade complementar ao
trabalho escolar que envolve a sada de grupos de aluno, com a orientao e a
superviso docente por perodo de tempo varivel.
Para Oliveira et al. (1991, p.12), "a excurso um modelo de educao
onde os alunos aprendem em contacto com o real, com as coisas em sua volta,
com os objectos de aprendizagem".
Com essa viso, a excurso docente refere-se ao conjunto de actividades extra-docente que se realizam em um lugar da natureza ou da sociedade, com objectivos docentes bem definidos e que pode ter uma durao variada em dependncia do plano concebido, em funo desses objectivos (PREZ et
al, 2004).
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Portanto, neste trabalho admite-se que a excurso docente faz parte
integrante, isto , uma parte inseparvel do processo de ensino e
aprendizagem, particularmente no tocante ao processo docente educativo da
disciplina de Biologia.
1.2- Formas de organizao utilizadas no processo de ensino e
aprendizagem da Biologia
Segundo Antnio (2008, p.120), " o ponto de vista didctico, as formas
de organizao do ensino da biologia, constituem o marco organizativo exterior
em que se estabelecem as relaes entre o professor e o aluno, que propiciam
a formao da personalidade do educando. No ensino da Biologia destacam-se
as seguintes formas organizativas intimamente relacionadas: A aula, as
actividades prticas e as excurses docentes".
Para Libneo (1994), referindo-se aula, a forma predominante de
organizao do processo de ensino. Na viso desse autor, na aula se criam, se
desenvolvem e se transformam as condies necessrias para que os alunos
assimilem conhecimentos, habilidades, atitudes e convices e, assim,
desenvolvem as suas capacidades cognitivas.
Antnio (2008) entende que a aula a forma fundamental de
organizao do processo docente educativo, nela tem lugar, sob orientao do
professor, o complexo do processo de ensino e aprendizagem da Biologia,
onde estudam os contedos essncias dos programas de Biologia. O autor
alenca, alm da aula, outras formas de organizao do processo de ensino e
aprendizagem. Para ele,
os alunos assimilam os conhecimentos, formam e desenvolvem habilidades, hbitos, convices e atitudes com vista formao da sua personalidade dotada de uma concepo cientfica do mundo. Enfim, a aula agrega e integra outras formas de organizao como: a tarefa para casa, as revises e os trabalhos extra-escolares (2008, p.120).
As tarefas para a casa, como forma de organizao no ensino da
Biologia, tm como objectivo a organizao do trabalho individual dos alunos
em casa, sob a direco do professor. Perante a realizao de tarefas que
derivam fundamentalmente do contedo abordado na aula, os alunos podem
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consolidar os seus conhecimentos e as habilidades assimiladas atravs da
auto-preparao, tornando-se mais preparados em face da abordagem dos
novos contedos.
Trabalhos extra-escolares, crculos de interesses, consistem em
actividades que os alunos realizam fora do horrio escolar, de forma opcional,
de modo a incrementar o interesse dos alunos pelas disciplinas biolgicas,
vincular os conhecimentos biolgicos com a prtica social e em particular
contribuir para a orientao profissional e vocacional dos alunos.
Trabalhos extra-aula: Recoleco e montagem individual ou em grupo
de herbrio.
As actividades prticas so a forma de organizao que permite
relacionar os alunos com os fenmenos e processos biolgicos, com as
caractersticas externas e internas dos organismos atravs da observao e
experimentao.
As excurses docentes compreendem a forma de organizao, que se
realiza com todos os alunos, fora da sala de aulas e da escola, com o objectivo
de observar os objectos, fenmenos e os processos biolgicos no seu meio
natural ou criado artificialmente pelo homem.
1.3 Excurso Docente: Breve Historial e Outras Abordagens
De acordo com Giral, apud Prez (2004), desde o surgimento do homem
at actualidade, a excurso surge e desenvolve-se como uma forma geral de
organizar uma actividade com fins especficos.
Nos primeiros tempos da humanidade, a excurso constitui uma necessidade de subsistncia no movimento constante de busca de recursos. O desenvolvimento da vida e a integrao territorial das comunidades implicou um cmbio na evoluo desta forma de actividade, determinado por movimento na busca de alimentos cada vez a lugares mais distantes (GIRAL, apud PREZ, 2004, p ).
A humanidade tem evoludo, passando a nveis superiores de
organizao econmica. Por tanto, o carcter da excurso sofre mudana
tendo em conta o contexto sociocultural dos envolvidos. Contudo, o termo
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excurso pode ser definido como sendo, uma jornada de passeio de instruo
ou de recreio. Tambm pode ser uma viajem de recreio.
Segundo Prez et al.(2004,p.240), "vrios pedagogos tm definido o
termo excurso. Alguns o consideram como forma de trabalho docente, outros
como forma de organizao do processo docente-educativo; existem os que a
definem como uma visita, passeio ou caminhadas com objectivo didctico e
no faltam os que a definem como uma actividade extra-docente, ou como
aulas extra-escolares, existindo divergncia em outros elementos".
No sentido didctico, quando nos referimos ao termo excurso docente,
est relacionado ao conjunto de actividades extra-docentes, organizadas e
dirigidas a objectivos de carcter educativo e instrutivo que realiza a escola
com os alunos, e permite a utilizao racional do tempo livre. Estas actividades
influem directamente sobre a aprendizagem dos alunos, de acordo com os
contedos que desenvolvem as diferentes disciplinas.
A excurso pode ou no ser uma aula, pode estar planificada ou no no programa da disciplina da classe, pode inclusive desenvolver-se como uma actividade de um programa de interesses ou sociedade cientfica. O mais importante que, em qualquer situao, sempre que for possvel, deve-se explorar no mximo as possibilidades instrutivas e educativas (PREZ et al. 2004, p.240).
Para o mesmo autor, esta forma de organizao do ensino da Biologia
possui um grande valor pedaggico, pois, permite a vinculao dos
conhecimentos mediante a observao de objectos e fenmenos em seu
prprio ambiente, ou seja, que converte a realidade em um meio de ensino.
1.3.1. Tipos de Excurses e Critrios de Classificao das Excurses
As cincias avanam, o homem evolui e as excurses foram perfilando-
se em diferentes direces, dando o surgimento dos diversos tipos de
excurses que existem. Para Bosque et al. (1993,p.5), existe basicamente trs
tipos de excurses a destacar: excurso turstica recreativa, excurso
investigativa e excurso docente".
A excurso turstica recreativa, em si, tem a ver com passeios e
recreao. J a excurso investigativa, envolve investigaes e explorao de
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12
uma certa rea, visando obter dados biolgicos, geogrficos, histricos, entre
outros. Quanto excurso docente, aquela realizada pelos docentes no
mbito do ensino e aprendizagem.
Actualmente, existem diferentes critrios de classificao da excurso.
Nesta monografia, vamos apenas destacar as que tm como indicador o
momento que se vai realizar; a escolha do lugar; a distncia ou ponto de
referncia; numero de participantes e a especificidade das actividades que
sero desenvolvidas.
Para o mesmo autor, as excurses de acordo com o momento em que
vo ser realizadas classificam-se em: excurso introdutora; excurso
generalizadora e excurso do contedo.
1. Excurso introdutora: aquela que realizada no inicio de um curso
ou unidade, com objectivo de recolher o material para o ano ou unidade.
2. Excurso generalizadora: aquela que realizada no final do
programa ou ano, de forma que os alunos generalizam, relacionam o contedo
terico com o que v e observa na natureza.
3. Excurso do contedo: aquela que se realiza por intermdio do
programa.
O xito da excurso depende da escolha do lugar, da determinao dos
lugares em que decorre a excurso, assim como tambm da qualidade da
orientao feita pelo professor. Para Bosque et al. (1993, p.5),"uma excurso
pode ser realizada atravs de caminhadas docentes em arredores da escola,
centros de produo industrial, entre outros".
As caminhadas docentes aplicam-se nas primeiras classes do ensino
primrio, isto , da 1 4 classe, principalmente na disciplina de Estudo do
Meio. Podem tambm ser aplicadas em outras disciplinas com o objectivo de
alcanar vivncias na mente dos alunos concernente a tudo que ocorre nos
arredores da escola, de maneira que possam conhecer o meio ambiente da
localidade. Essa actividade permite os alunos fazerem observaes,
investigaes sensveis e tirar concluses.
Nas classes como a 5 e 6 Classe, as excurses na natureza podem
consistir em visitas a um jardim botnico, museu, jardim zoolgico, aqurio e
outras instalaes, pode se fazer tambm em centros agrcolas, fazendas etc.
-
13
A visita dirigida utiliza-se mais nas disciplinas de Biologia, Geografia e
Histria para realizar passeios em centros de interesse onde se pode
intercambiar ideias e pontos de vistas com os trabalhadores, tendo como
objectivo obter informaes sobre os problemas ambientais, as contribuies
econmicas e sociais desses locais de trabalhos.
Prez et al.(2004, p 242) "faz uma classificao das excurses docentes
tendo em conta as caractersticas ou a natureza do lugar. Assim, estes autores
identificam os seguintes tipos: excurses docentes na natureza, excurses
docentes em centros de produo de alimentos, excurses docentes em
centro de produo de materiais".
As excurses docentes na natureza podem ser num rio; numa praia;
num parque natural; num bosque; numa mina de extraco de ouro, diamante,
ferro, carvo, etc; numa queda de gua e zonas prximas; numa gruta e seus
arredores; num lugar com elevaes, numa montanha.
As excurses realizadas nestes locais proporcionam nos alunos muitas
habilidades, sobretudo a que diz respeito capacidade de observao, a qual
lhes permite descrever, analisar e explicar os objectos e fenmenos da
natureza, as plantas e animais. As excurses, tambm, quando decorrem em
zonas com elevaes ou em terrenos montanhosos, se exige uma srie de
exerccios que se traduzem em benefcios para a sade fsica e mental dos
educandos.
Relativamente s excurses docentes em centros de produo de
alimentos, elas podem ser realizadas numa fbrica de cerveja; fbrica de
produtos lcteos; centro de cultivo; centro agro-pecurio; avirio, entre outros.
J as excurses docentes em centro de produo de materiais, estas podem
ser feitas em indstrias txtil; indstrias de produtos cosmticos; fbrica de
detergente; fabrica de sapatos; centros artesanais; indstrias de produtos e
utenslios domsticos. Outras excurses docentes podem ter lugar em locais
tais como, parque zoolgico; museu de cincias naturais; laboratrios de
medicina verde; laboratrios farmacolgicos; cultivo de flores; numa galeria de
arte, entre outros.
As excurses docentes em lugares de produes de alimentos ou de
materiais em geral, permite que os alunos se familiarizem com os processos
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produtivos, com as matrias-primas que so utilizadas, que podem ser
substncias ou sistemas dispersos estudados em aulas. Nessas visitas os
alunos podem realizar clculos, medies, tomar dados numricos de
diferentes magnitudes ou dados econmicos, elaborar tabelas, fazer distintos
grficos, recolher amostras de minerais, fosseis, plantas, rochas, matrias-
primas, produtos, sementes, folhas, etc, podendo estas informaes ser teis
inclusive para a montagem posteriormente de uma exposio na escola.
De acordo com Prez et al. (2004, p.144), as excurses podem ser
classificadas "quanto a distncias ou ponto de referncia, elas podem ser:
distncias curtas (translado a p), distncias medias (translado misto) e
distncias longas (translado em veculos)".
As excurses a distncias curtas so realizadas a p em mesmo lugar
onde os alunos estudam ou vivem, bem como, em lugares vedados. A ida e o
regresso se efectuam no mesmo dia, estando em dependncia de vrios
factores, tais como: a idade dos alunos, os objectivos da excurso, as
dificuldades do percurso (latitude geogrfica, estao do ano, estado do tempo,
hora, o lugar por onde se faz a caminhada, as caractersticas do relevo, entre
outros).
As excurses distncias mdias ou excurses mistas, podem ser
realizadas num percurso de ida a p e o regresso em transporte, tendo em
conta que pode existir algum cansao fsico nos participantes ou um
esgotamento intelectual, mudanas das condies atmosfrica do local da
excurso, tambm alguns podem se deslocar a p e os outros de veculos.
As excurses a distncias longas so propcias para alunos do II Ciclo
do Ensino Secundrio e estudantes universitrios, necessitando, para o seu
translado, de veculos. Estas podem ser como movimentos passivos at ao
ponto de referncia; movimentos activos at ao ponto de referncia, com
movimentos at um ponto intermedirio, donde podem aplicar-se as trs
variantes (a p, mistas e com transporte).
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1.3.2. Fases da Realizao de Uma Excurso Docente
Para Bosque et al (1993) o professor deve possuir o plano como guia ou
suporte para realizar a actividade docente, evitando assim o improviso, desvio,
rotina, desperdcio de energia e promover o ensino de qualidade e o alcance
dos objectivos sendo este o ponto de partida. Portanto, imperioso salientar
que todas as exigncias a uma aula usual so vlidas para a excurso, mas
explorando as possibilidades metodolgicas e formativas que esta forma
oferece.
De acordo com os mesmos autores, a realizao da excurso
compreende trs etapas fundamentais: etapa de organizao ou preparao;
etapa de desenvolvimento ou execuo e a etapa de concluso. Contudo, para
Prez et al. (2004), a realizao de excurso docente compreende as etapas
de planificao; preparao; orientao; desenvolvimento ou execuo; analise
critica do processo da excurso e apresentao dos resultados da excurso.
A nosso ver, apesar de que estes autores, percebem seis (6) distintas
etapas necessrias para a realizao da excurso docente, as trs (3) etapas
explicitadas por Bosque et al. (1993), na sua essncia, tambm, oferecem as
condies para a realizao das outras etapas abordadas por Perez,
nomeadamente a planificao, a orientao, a apresentao dos resultados e a
anlise crtica da excurso.
A etapa de organizao ou preparao reveste uma enorme importncia, pois, compreende as actividades previstas tericas e prticas que realizam os intervenientes do processo, isto , o professor, os excursionistas e o pessoal de apoio, para alcanar o bom desenvolvimento da excurso". ( BOSQUE et al. 1993, p.18).
Para a realizao das excurses, exige-se que o professor saiba com
anterioridade o local e o itinerrio (percurso) da excurso, a localizao exacta
dos objectos e factos de interesses biolgicos, geogrficos e histricos
significativos que merecem ser observados, e elaborar com antecipao as
actividades para cada equipa. Tambm necessrio preparar com
antecedncia os alunos, explicar-lhes o objectivo e as actividades que sero
realizadas na excurso, motivar-lhes para as mesmas. Por outro lado,
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16
imprescindvel conhecer as normas de conduta que devem ser mantidas
durante a excurso.
O outro aspecto preponderante nesta etapa a necessidade de
realizar uma preparao que abrange o estudo bibliogrfico, os mapas do
espao territorial, as consultas aos especialistas ou pessoas conhecedores do
lugar, assim como um trabalho de campo em torno da rea, de maneira que se
conheam detalhadamente quais so os elementos a ter em conta para
desenvolver as diferentes actividades.
Segundo Bosque et al. (1993,p.22), a realizao de uma excurso
docente pressupe que o professor tenha em conta vrios aspectos como
direco, participao, apoio tcnica e apoio material. Para os mesmos
autores, na etapa de preparao em que se deve elaborar o plano da
excurso, considerando os elementos seguintes:
1) Titulo ou tema principal da excurso;
2) Objectivos gerais e especficos;
3) Lugar da excurso;
4) Hora e ficha;
5) Itinerrio e estaes;
6) Plano de actividades principais;
7) Plano de actividades colaterais;
8) Participantes;
9) Formas de organizao dos participantes;
10)Orientaes para o trabalho independente;
11)Avaliao.
Nisso, para Bosque et al. (1993), bom se ter em conta que para a
preparao dos alunos em torno das actividades, pode-se entregar uma guia
de perguntas ou orientaes para o trabalho a desenvolver, antes, durante e
depois da excurso. Portanto, necessrio ter em conta as caractersticas dos
participantes e o tipo de excurso a se desenvolver, estes autores sugerem
que o professor previamente considere os seguintes elementos:
objectivos a cumprir; caractersticas dos sujeitos que participam
na excurso; caractersticas do pessoal especializado que complementa o
trabalho de quem dirige a excurso; sistemas de actividades complementares,
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17
o tempo de descanso, lugar para o descanso, materiais a utilizar habitualmente
(pequeno almoo, almoo, jantar); e situao meteorolgico histrica e
prognostica.
Na segunda etapa, isto o desenvolvimento da excurso, compreende
etapas gerais donde se realizam diferentes actividades, estas etapas so: tapa
motivacional e etapa activacional. A etapa motivacional abrange trs
importantes fases que so: primeira fase, segunda fase e terceira fase.
A primeira fase tem o seu incio desde a sala de aula, ou recinto
donde se preparam os excursionistas. necessrio que, antes de comear o
percurso, o professor verifique se cada participante dispe dos materiais
orientados. A segunda fase, consiste em uma explicao do modo a recordar
os objectivos da excurso e os lugares a visitar.
Na terceira fase, uma vez chegado ao palco da excurso, importante
reforar os excursionistas, solicitando-lhes que realizem uma contemplao
geral do meio que os rodeiam, expondo de forma precisa os objectivos e as
actividades a realizar.
Na etapa activacional, necessrio ter em conta cinco elementos
fundamentais: o contedo da disciplina, a actividade de quem dirige a
excurso, a actividade de quem participa na excurso; as condies materiais
que se necessitam; e caractersticas dos programas que so documentos
reitores.
As actividades de quem dirige a excurso, neste caso o docente, estaro
em dependncia dos anos de experincia, o conhecimento sobre o lugar, assim
como a qualidade e o tipo de metodologia que ele adapta para a realizao das
actividades.
As condies materiais que se necessitam referem-se tanto aos
materiais e logstica necessria para a realizao da excurso, como o lugar
idneo para a sua execuo, entre outros elementos, a integrao geogrfica
da escola, aproximao ou no aos lugares que oferecem possibilidades reais
de estudo, as possveis e seguras vias de acesso a lugares, entre outros
elementos.
-
18
A terceira etapa, isto , a concluso, tambm joga um papel
preponderante no desenvolvimento dos alunos. Uma excusso pode culminar
no mesmo lugar donde se realiza ou desenvolveu a excurso.
Assim, a elaborao deste trabalho assenta-se fundamentalmente nas
etapas propostas e explicitadas por Bosque et al. (1993), em concordncia,
tambm, com a esquematizao das etapas propostas por Prez et al.(2004),
que a seguir se apresenta.
1.3.3. Objectivos e Funes da Excurso Docente
O sucesso de uma excurso docente passa, em grande parte, pelo nvel
de cumprimento dos objectivos preconizados para sua concretizao, as suas
funes assim como a importncia a ela atribuda. Relativamente aos
objectivos da excurso, na actualidade, para Faria (1973), as excurses
oferecem aos estudantes de todas as idades, os seguintes objectivos:
-Assegurar as melhores condies para a observao do real e do vivo;
- Garantir o equilbrio entre motivaes para assistir e as motivaes
para participar;
-Proporcionar as oportunidades para vivenciar com outras experincias e
situaes novas, imprevisveis, desconhecidas e nicas;
-Despertar e assegurar aos educandos a alegria e a felicidade pelas
vivncias de cordialidades e cooperao humana.
Na perspectiva de Faria (1973), a excurso possui as seguintes funes:
-Romper com as rotinas;
-Estimular a cooperao;
- Satisfazer a curiosidade natural;
- Dar expresso as energias vitais;
- Acrescentar a experincia pessoal as vivncias em ambientes
diferentes do domstico e do escolar;
- Apresentar os assuntos da aprendizagem em fontes naturais de
informao.
-
19
1.4. A excurso docente: sua relao com os contedos da Biologia da 7
Classe
Para Bosque et al. (1993), os contedos que configuram nos programas
curriculares do estudo do meio e das disciplinas biolgicas, so dirigidos no
sentido de que os alunos se familiarizem com os objectos e fenmenos da
natureza e da sociedade. Mediante a realizao de actividades prticas, os
alunos podem fazer observaes e executar diferentes aces de forma directa
com os objectos e fenmenos da natureza, o qual assegura as condies para
a construo de saberes que constituem os alicerces no desenvolvimento da
sua personalidade.
Por isso, tarefa de todos os professores construir actividades prticas
inovadoras no seu fazer pedaggico, nas quais se incluem as excurses
docentes que possibilitem ao educando conhecer o pas em que nasceu.
Constitui uma das vias para alcanar nos educando os sentimentos de amor a
natureza, a ptria, ao prximo, sendo este essencial para o seu
desenvolvimento e engrandecimento.
Esta disciplina tem um carcter iminente prtico, pelo que o professor
deve planificar e executar actividades donde se alcana uma participao
activa dos alunos fora da aula, com o que os educandos dessas idades se
enriquecem e ampliam as suas vivncias, que j possuem sobre o mundo em
que vivem. Assim, podem conhec-lo, am-lo e cuid-lo melhor ao mesmo
tempo que se educam e se preparam para a sua futura vida pessoal, social e
laboral.
Resulta, por tais razes, de grande importncia a realizao de
excurses docentes que possibilitem o contacto directo com o meio ambiente
que rodeia os escolares. O professor no mbito destas actividades deve
esperar que os seus alunos no somente memorizem verdades cientficas,
seno que os prepare para encontrar os objectos, fenmenos e processos na
realidade, descrev-los, compar-los, investig-los e explic-los, desde o ponto
de vista cientfico e para aplicar os conhecimentos e habilidades, assim como
os valores formados em sua vida diria.
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20
No concernente ao Programa de Biologia da 7 Classe, este constitui-se
de duas unidades temticas, nas quais se explicitam os seguintes contedos:
Tema A- Estrutura e Funcionamento dos Ecossistemas. Essa unidade
apresenta cinco (5) subunidades, entre as quais: A1- Diversidade de
Ecossistemas, A2- Classificao dos seres vivos, A3- Diversidade de Seres
Vivos, A4 - Diversidade de Plantas e A5 - Grande diversidade de animais.
Quanto ao Tema B- Factores do Ambiente, este apresenta duas (2)
subunidades, a saber: B1- Factores Abiticos e B2- Factores Biticos.
Na abordagem de todos esses contedos, em nossa opinio, para alm
da diversificao dos mtodos de ensino, tambm deve-se constituir um
sistema de formas de organizao, nas quais se tenha em conta a realizao
de excurses docentes. Neste contexto, o professor, depois das aulas tericas
em sala de aula, pode levar os seus alunos para o laboratrio, afim de que
tenham a oportunidade de manejarem o microscpio e observarem os seres
vivos invisveis a olho nu como o caso das bactrias e os protistas, entre
outros. O professor, tambm, pode orientar diferentes actividades de carcter
extra docente e extra-escolar nas quais os alunos desenvolvem actividades
que se relacionam com os contedos curriculares abordados em sala de aula.
Assim, para uma adequada apropriao dos saberes em torno dos
conceitos, habilidades, hbitos e convices desenvolvidas nas diferentes
formas de organizao no mbito da abordagem do Programa de Biologia da
7 Classe, constitui uma obrigatoriedade didctico-pedaggica a realizao de
excurses docentes nas quais os alunos tenham a oportunidade de vivenciar
os seres vivos, ora estudados na sala de aula assim como as condies
naturais vividas por estes.
Este facto justifica-se tendo em conta a natureza dos contedos
referentes a essa classe assim como as condies e o contexto geogrfico da
nossa Provncia, profcuas para a realizao dessa abordagem de ensino. Em
nossa opinio, as potencialidades dos contedos desta classe, tendo em vista
os objectivos do ensino desta cincia em Angola, a excurso docente constitui-
se em estratgia na qual o professor pode estabelecer o princpio da
vinculao da teoria com a prtica, de modo a tornar mais significativas as
aprendizagens dos seus educandos.
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21
1.4.1-Objectivos de Ensino de Biologia em Angola
De acordo com Estrada et al.(2002), a finalidade da educao novas
geraes de crianas, jovens e adultos, isto , em toda a populao a
concepo cientfica do mundo. Dito de outro modo, desenvolver toda a
plenitude humana dos educandos, as suas capacidades intelectuais, fsicas e
fomentar neles, elevados sentimentos de gostos estticos, converter os
princpios ideolgicos, polticos e morais em convices pessoais e hbitos de
condutas dirios.
Para esse pesquisador, a formao da concepo cientfica do mundo
nos alunos por meio do ensino da Biologia pressupe a seleco dos
contedos das cincias biolgicas os conhecimentos disponveis, tais como os
conceitos, habilidades, leis, factos, teorias, etc. que contribuem para formar nos
alunos os fundamentos de uma cultura geral, desenvolver habilidades para
aplicao dos conhecimentos biolgicos na pratica, com base para a
compreenso dos fenmenos da natureza, da sociedade e do pensamento, e
expressar na sua actuao diria os valores morais mais puros do nosso povo.
Com esse pressuposto, Estrada et al.(2002), ressalta que o ensino da
Biologia no contexto de Angola tem entre os seus objectivos essenciais, o
desenvolvimento de um sistema de habilidades nos alunos que lhes permitem
aplicar os conhecimentos na soluo de problemas especficas das disciplinas
biolgicas e da prtica social mediante o desenvolvimento das aulas, as
actividades prticas as excurses etc.
No entendimento dessas autoras, o ponto de partida sobre a importncia
da Biologia e a concepo da personalidade que se quer formar se expressa
na interrogao, para qu ensinar e aprender Biologia? A resposta constitui a
orientao principal do processo de ensino da Biologia, e corresponde com a
categoria Didctica dos objectivos. Neste contexto, os objectivos de Biologia,
expressam-se nos programas, determinando o contedo de ensino, orienta a
seleco dos mtodos e meios de ensino, a avaliao e as formas
organizativas do trabalho docente.
Os objectivos gerais da disciplina da Biologia esto dirigidos a:
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22
a. Contribuir em formar os alunos na concepo cientfica do mundo,
mediante a utilizao dos conhecimentos biolgicos, na explicao da
unidade e diversidade que se manifesta nos nveis de organizao da
matria viva, assim como a sua materialidade e cognitibilidade;
b. Prover nos alunos conhecimentos evolutivos que lhes permitam
interpretar o desenvolvimento histrico do mundo orgnico.
c. Formar e desenvolver conhecimentos e habilidades, em
correspondncia com o conhecimento actual das cincias biolgicas,
que lhes permita reconhecer a importncia dos conhecimentos
biolgicos na sua aplicao em situaes concretas da vida diria;
d. Contribuir para que apliquem, em situaes Docentes na vida diria, os
princpios biolgicos na qual sustentam a proteco da sade humana e
a proteco e conservao da natureza;
e. Formar valores relacionados com as diferentes esferas da
personalidade, a partir do material biolgico;
f. Desenvolver independncia cognitiva, para a alcanar o nvel de criao
no trabalho biolgico.
A abordagem dos diferentes contedos da 7 classe, pressupe a
determinao de um sistema de objectivos especficos atravs dos quais se
cumprem os objectivos gerais acima citados, assim sendo, a realizao de
excurses docente joga um papel crucial no processo de ensino e
aprendizagem da Biologia.
1.4.2 O Princpio da Vinculao Teoria Com Prtica
Segundo o colectivo de autores cubanos (1989), este princpio muitas
vezes conhecido como o princpio de unidade entre a teoria e a pratica no
ensino da Biologia. Neste contexto, temos a destacar que, a unidade entre a
teoria e a prtica uma das leis mais importantes do conhecimento cientfico,
que nos serve como guia, tanto na cincia como nas actividades sociais
produtivas.
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23
No que diz respeito ao ensino da disciplina da Biologia, a nosso ver, a
observncia desse princpio didctico reveste-se de um valor enorme, dada a
importncia redobrada da prtica, ou seja, da experimentao. A prtica no
ensino da Biologia no s vale para reforar os conhecimentos transmitidos de
forma terica na sala de aula, mas, sobretudo, para estimular os alunos em
face das actividades experimentais decorrentes no laboratrio da escola, nas
excurses, nos trabalhos de grupo, entre outros.
O ensino da Biologia, dada a particularidade do seu objecto de estudo,
resulta necessrio e importante desenvolver nos alunos as indispensveis
competncias para o saber, saber fazer, o saber ser e o saber estar. Quando
se prope aos alunos uma actividade experimental, por exemplo, lhes pedido
indirectamente que, atravs dos procedimentos explicitados e as premissas,
possam chegar a uma concluso cientfica sobre o tema em estudo. Estas
actividades servem para ilustrar na prtica o que foi transmitido teoricamente
pelo professor.
Assim sendo, o estimulo ao raciocnio e capacidade de pensar
fundamental para a preparao das novas geraes, de modo a que sejam
pessoas activas e crticas na construo da sociedade, e consequentemente
na evoluo do pas. Neste contexto, as unidades didcticas do Programa de
Biologia da 7 Classe referente ao estudo das plantas e animais tm enormes
potencialidades para o incentivo das actividades de carcter prtico, com certa
relao com a agro-pecuria.
Nesta perspectiva, a abordagem desses contedos pode assegurar aos
alunos as condies que lhes permitem conhecer os principais fundamentos da
produo de origem animal e vegetal. Com isso, o ensino adquire uma viso
politcnica por meio da abordagem de uma multiplicidade de tcnicas da
prtica laboral.
Em suma, o cumprimento do princpio da relao entre a teoria e a
prtica no ensino da Biologia assenta as bases para um racional
aproveitamento das riquezas da natureza, sua proteco e preservao e
manuteno para a melhoria da sua qualidade de vida.
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24
1.5 Importncia da Excurso Docente no Ensino de Biologia
Segundo Prez et al. (2004), A excurso docente no Ensino de Biologia,
proporciona um vnculo nos alunos com a vida, com a natureza, com o
trabalho, com a comunidade.
uma actividade com muitas potencialidades para a formao de
valores relacionados com as diferentes esferas da personalidade, isto , a
educao sexual, educao para a sade, educao ambiental, educao
esttica e para aquisio da aprendizagem sendo o aluno o prprio
protagonista do mesmo.
A excurso constitui em uma via para o desenvolvimento do esprito de
criatividade. Desperta altas emoes, sentimentos estticos, interesse pela
natureza assim como de conhec-la. Forma nos educandos a convico para a
necessidade de proteger a natureza, permite a realizao de observaes,
proporcionando imagens claras dos objectos naturais, motivam os educandos
em face da aprendizagem e activam as suas funes intelectuais para a
aquisio de conhecimentos, contribui para que o ensino de Biologia seja
activo, permitindo assim, a aplicao dos conhecimentos adquiridos, garantindo
deste modo a vinculao da teoria com a prtica.
Segundo Prez et al.(2004, p. 241), a aplicao das excurses
docentes deve ser concebida em forma de um sistema que permita o
conhecimento integral dos alunos. Ao estabelecer um sistema de excurses,
dirigidas ao desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, hbitos e valores,
tem-se um alto significado pedaggico e prtico onde se tem presente o
seguinte:
1- A necessria integrao dos saberes das reas de cincias;
2- A relao entre os contedos partilhados ou por partilhar durante as
classes em aulas e actividades que a prpria excurso gera;
3- A estreita relao que deve existir entre as actividades individuais e
colectivas que se realizam entre uma excurso e a outra, mediado por
trabalhos prticos;
4- A formao de uma cultura meio ambiental nos alunos.
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25
Com essa viso, importa ressaltar que s excurses docentes bem
concebidas e sabiamente organizadas por professores podem constituir-se em
uma via que propicia a aprendizagem interdisciplinar e integrada das cincias.
Assim, podem constituir-se em ambientes onde os educandos exercitam o
esprito de ajuda mtua, o companheirismo, a solidariedade, assim como as
relaes de respeito e cortesia entre os mesmos, seus professores, o qual
favorece o desenvolvimento de uma cultura geral integral.
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26
CAPTULO II PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
2.1 Localizao e Descrio da Escola
A Escola do I Ciclo do Ensino Secundrio n 172 da Santa Catarina,
uma instituio pblica de carcter definitiva que existe desde o ano 2000.
Localiza-se no Bairro Povo Grande na zona de Santa Catarina, na regio Sul
da cidade de Cabinda, no troo que liga a fronteira do Yema, da Repblica de
Angola, com a Repblica Democrtica do Congo (RDC), mais concretamente
entre a zona de So Pedro e Sende.
A referida escola foi construda pelo Fundo de Apoio Social (FAS) e
Programa Especial de Apoio as Comunidades Rurais (PEACOR), uma
combinao de esforos do executivo da Provncia para minimizar as
condies em que estudam as crianas das comunidades e reas
circunvizinhas. At no ano lectivo 2012 esta escola era composta por oito (8)
salas de aulas. Na altura, a mesma contava com alunos desde a pr 9
classe. Mas com a abrangncia da Reforma Educativa no nosso Pas, a
Escola deixou de ser do I, II e III Nvel, passando a ser uma escola do I Ciclo
do Ensino Secundrio.
Hoje, a escola passou a funcionar com dezasseis (16) salas de aulas,
ministrando as 7, 8, 9 Classes. Conta ainda com um ncleo do PUNIV, que
uma novidade neste ano lectivo, com alunos matriculados nas 10 classe e
com a perspectiva de, paulatinamente, incluir as classes subsequentes.
Essa instituio escolar, possu uma rea Administrativa composta pelos
gabinetes do Director da escola, do Subdirector Administrativo, da Subdirectora
Pedaggica, 1 Secretria geral, uma (1) sala de professores. A instituio ainda
possui trs (3) balneares, sendo um para professores e dois para os alunos de
ambos os gneros.
Por outro lado, importa explicitar que, nesta escola, vive-se uma
carncia de gua canalizada, que contribui na falta de higiene nos balneares,
sobretudo dos alunos. Tambm, nota-se a falta de uma biblioteca escolar, de
-
27
cantina, anfiteatro e de laboratrios, nomeadamente o de biologia, qumica,
fsica e de informtica.
Desde o ponto de vista da direco da escola, esse estabelecimento de
ensino tem um total de 3 elementos principais, sendo um Director, uma
Subdirectora Pedaggica e um Subdirector Administrativo. Fazem ainda parte
da mesma o Chefe da Secretaria, os respectivos coordenadores de turnos
(matinal, vespertino e nocturno); um coordenador para cada rea,
nomeadamente para as Actividades extra-escolares, Comisso Disciplinar, e a
Comisso de pais e Encarregados de Educao. Por outro lado, tambm existe
um coordenador para cada disciplina leccionada na escola.
Figura: 1-Estrutura Organigrmica da Escola de Santa Catarina em Cabinda.
Fonte: Pesquisa de campo na Escola do I Ciclo n 172 da Santa Catarina Cabinda/2014.
Quanto matricula estudantil, a escola possui um total de 2.706 alunos,
dos quais 1.242 correspondentes ao gnero feminino e 1.464 ao gnero
masculino, distribudos em trs turnos, matinal, vespertino e nocturno. De
acordo com a informao estatstica da escola, essa instituio possui
noventas (90) funcionrios, destes oitenta e trs (83) constituem a classe do
professorado, dos quais vinte (20) correspondem ao gnero feminino e 63 do
gnero masculino. As idades dos mesmos variam dos 28-60 anos, o nvel das
Director da Escola
Subdirectora
Pedaggica
Subdirector
Administrativo
Director
de Turma
Coordenador
de Turno
Coordenador
de Disciplina
Delegado
de Turma
Chefe da
Comisso de
pppppais ePais
Coordenador de
Actividades Extra-escolar
Chefe da
Secretaria
-
28
habilitaes vai desde o Ensino Mdio at licenciatura, e o restante so
trabalhadores no docentes.
2.2 Populao e Amostra
2.2.1 - Populao
Segundo Lakatos e Marconi (2008), a populao um conjunto de seres
animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma caracterstica em
comum. Portanto, a Populao um conjunto de seres, coleco de objectos,
resultados experimentais com caractersticas comuns sobre os quais se
pretendem realizar um estudo. No que concerne partilha de pelo menos uma
caracterstica em comum, para que um conjunto de indivduos seja considerado
populao de pesquisa, Tamo (2012) corrobora com as autoras atrs citadas.
Nesta pesquisa se considera como populao, os professores e
professoras da Escola do I Ciclo do Ensino Secundrio n172 da Santa
Catarina, que leccionam a disciplina de Biologia na 7 classe, assim como os
alunos que frequentam a 7 classe, tal como ilustra o quadro 1. Ora, a
populao que apresentamos parece no concordar com o conceito defendido
por Lakatos e Marconi (2008) e Tamo (2012), por serem professores e alunos.
Mas, aprofundando a nossa reflexo, podemos verificar que, tratando-se
dos principais agentes do processo de ensino-aprendizagem que decorre num
mesmo espao e tempo, ambos partilham alguma caracterstica em comum:
tanto os professore como os alunos da 7 classe da Escola do I Ciclo do Ensino
Secundrio n 172, da aldeia Santa Catarina, participam do mesmo processo; a
excluso de um anula o processo. Neste sentido, consideramos a nossa
populao como estratificada, ou seja, formado por grupos diferentes; de
alunos e professores da Escola
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29
Quadro 1- Distribuio da populao por estratos e gnero
Estratos
Gnero
Total Geral Masculino Feminino
Fr. % Fr. % Fr. %
Alunos 465 52 435 48 900 100
Professores 03 43 04 57 07 100
Fonte: Pesquisa de campo na Escola do I Ciclo n172 da Santa Catarina em Cabinda/2014
Tal como o quadro n 1 acima mostra, a populao para esta pesquisa
conformada em 900 alunos da 7 Classe, dos quais, 465 do gnero masculino
e 435 do gnero feminino. Tambm, contamos com os sete (7) professores que
leccionam a disciplina de Biologia, sendo 3 do gnero masculino e 4 do gnero
feminino.
2.2.2 - Amostra
Segundo Lakatos e Marconi (2008, p. 27), uma amostra um
subconjunto da populao que se observa o objecto de tirar concluses para o
universo de onde foi extrado. Sendo assim, a amostra a pequena poro da
populao na qual se realiza um estudo. Para o desenvolvimento deste
estudo, a amostra professoral constitui-se de 5 professores, sendo 2 do gnero
masculino que correspondem 40% e 3 do gnero feminino que correspondem
60%, constituindo uma percentagem de 100% do total de professores de
Biologia na escola.
Era nossa inteno trabalhar com todos os professores que leccionam a
disciplina de Biologia na Escola em estudo, mas como dois, dos sete
professores, no puderam comparecer ao local, no momento, da aplicao do
inqurito, decidimos trabalhar com os presentes, isto , com cinco professores
de Biologia.
Quanto amostra, a mesma compreende 120 alunos, sendo 65 do
gnero masculino que correspondem 54% e 55 do gnero feminino com 46%,
conforme mostra o quadro 2 a seguir. O nico critrio de seleco da amostra
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30
dos alunos foi a ordem de chegada, o que nos remete a uma amostra aleatria
simples.
Quadro 2- Distribuio da amostra por estrato e gnero
Amostra
Gnero
Total Geral Masculino Feminino
Fr. % Fr. % Fr. %
Alunos 65 54 55 46 120 100
Professores 02 40 03 60 05 100
Fonte: Pesquisa de campo na Escola do I Ciclo n172 da Santa Catarina em Cabinda/2014
2.3 - Mtodos e Tcnicas de Recolha de Dados
2.3.1- Mtodos de pesquisa
Na abordagem de Marconi e Lakatos (2008, p. 21),o mtodo um
conjunto de processos, procedimentos ou regras adaptadas no
encaminhamento de uma pesquisa, ou ainda, o conjunto de actividades
racionais que com maior segurana e economia, permite alcanar o objectivo.
Tendo em conta a natureza qualitativa desta pesquisa, conforme nos
lembram Bodgan e Biklen (1994) apud Mavungo (2014, p. 87), a fonte directa
de dados o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento
principal.
Exige-se que o investigador frequente e se introduza na escola, na sala
de aula, na famlia no local de estudo, com o propsito de elucidar as questes
e obter as informaes e os dados pertinentes da sua pesquisa. Os
investigadores qualitativos necessariamente devem frequentar os locais de
estudo porque importante compreender o contexto, entendem que as aces
podem ser melhor compreendidas, quando so observadas no seu ambiente
habitual de ocorrncia" (BODGAN & BIKLEN, 1994,apud MAVUNGO, 2014, p.
87).
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31
Na viso destes autores, a investigao qualitativa descritiva. Os
dados so recolhidos no local, em forma de palavras e imagens, incluem
transcries de entrevistas, notas de campo, fotografias, vdeos, documentos
pessoais e outros registos oficiais; o investigador age de modo exaustivo e no
reduz as pginas dos seus registos. Os investigadores qualitativos interessam-
se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos.
Assim, o que interessa aos pesquisadores a histria natural do que
pretendem estudar, as definies que os sujeitos envolvidos no estudo tm de
si prprio e dos outros. Contudo, no se coloca de lado o aspecto quantitativo,
tenha vista os instrumentos de colecta de dados utilizados neste estudo.
Em consonncia com o acima referenciado e esclarecido, neste trabalho
foram utilizados os seguintes mtodos:
a) Mtodos Empricos:
Na viso de Estrada et al. (2002, p. 9), a utilizao dos mtodos "permite
a obteno dos dados e o conhecimento dos factos fundamentais que
caracterizam o fenmeno objecto de estudo. Por outro lado, so tambm
indispensveis na etapa de verificao e preciso das concluses".
Entre os mtodos empricos considerados neste estudo temos como
exemplos: A observao no participativa, anlise de documentos escolares,
os quais, permitiram estudar os fenmenos observveis e confirmar as teorias.
A observao um procedimento emprico de natureza sensorial [], ao
mesmo tempo em que permite a colecta de dados de situaes, envolve
percepo sensorial do observador, distinguindo-se, enquanto prtica cientfica
da observao de rotina diria (MARTINS e THEPHILO, 2009, p.86).
Os mesmos autores reforam que a observao uma tcnica de
colecta de informaes, dados e evidencias, que utiliza os sentidos para
obteno de determinados aspectos da realidade. Neste caso, a observao
permitiu a apreciao dos diferentes comportamentos que os professores e os
alunos manifestaram e que motivaram a abordagem desta temtica.
b) Mtodos Tericos:
Segundo Estrada et al. (2002), os mtodos tericos no seguimento de
uma pesquisa permitem elaborar e desenvolver a teoria cientfica pedaggica e
o enfoque geral do problema. Portanto, possibilitaram a anlise e a explicao
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32
dos dados colectados, assegurando, assim, a obteno de resultados e
concluses cientificamente fiveis, em face dos questionamentos levantados
na pesquisa.
c) Mtodos estatsticos:
O mtodo estatstico, na perspectiva de Marconi e Lakatos (2008, p.93),
significa a reduo de fenmenos ambientais, sociolgicos, polticos,
econmicos, entre outros, a termos quantitativos e a manipulao estatstica,
que permite comprovar as relaes dos fenmenos entre si, e obter
generalizaes sobre a natureza, ocorrncia ou significado.
Neste contexto, o mtodo estatstico serviu de apoio para se apresentar
em quadros os dados da populao e amostra do estudo, bem como
possibilitou se transformar tambm em nmeros, os resultados da pesquisa
que foram apresentados em tabelas e com valores percentuais no terceiro
captulo.
2.3.2 - Tcnicas de recolha de dados
Quanto s tcnicas de recolha de dados, usou-se o questionrio. um
importante instrumento de colecta de dados para uma pesquisa social. Trata-se
de um conjunto ordenado e consistente de perguntas a respeito de variveis e
situaes que se deseja medir ou descrever (MARTINS e THEPHILO, 2009,
p.94).
Este consistiu na elaborao de uma ficha de inqurito que foi dirigido a
populao alvo, contendo questes que permitiram obter alguns pontos de
vista acerca do assunto em estudo. Os sujeitos foram os cinco (5) professores
de biologia e 120 alunos das diferentes turmas da 7 Classe. O questionrio
que foi aplicado aos professores tinha uma natureza um tanto quanto
quantitativa como qualitativa, pois, possua pergunta fechadas e abertas,
respectivamente.
Relativamente ao questionrio que foi aplicado aos alunos, este
predominantemente tinha um carcter quantitativo, pois, todas as perguntas,
com excepo de apenas uma, foram fechadas.
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33
2.4- Tipos de Pesquisa
Quanto aos tipos de pesquisa, foram utilizadas as seguintes: pesquisa
bibliogrfica e pesquisa descritiva. A pesquisa bibliogrfica, trata-se de uma
estratgia de pesquisa necessria para a conduo de qualquer pesquisa
cientfica, na qual, segundo Martns &Thephilo (2009, p.54), o pesquisador
procura explicar e discutir um assunto, tema ou problema com base em
referncias publicadas em livros, peridicos, revistas, dicionrios, etc. Esta
consistiu em sintetizar algumas obras de autores nacionais e internacionais,
que abordam o tema objecto de estudo e que contribuiu na fundamentao
terica do trabalho de pesquisa.
J a pesquisa descritiva, objectiva a descrio das caractersticas de
certa populao ou fenmeno ou estabelecer relaes entre variveis. Como
forma de levantamento. Exige o emprego de tcnicas padronizadas de colecta
de dados, tais como o questionrio e a observao sistemtica (SIENA, 2007,
p.65).
Consistiu em acompanhar os sujeitos alvos de perto, ou seja, in locus
com a mesma finalidade que de colher os dados necessrio objecto da nossa
interpretao e anlise. Portanto, uma pesquisa de natureza qualitativa e
quantitativa, na qual foram utilizadas as ferramentas correspondentes,
nomeadamente os questionrios, as observaes, entre outras.
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34
CAPTULO III - APRESENTAO, ANLISE E INTERPRETAO DOS
RESULTADOS
Aps a realizao do trabalho emprico, os dados colectados foram
tratados em tabelas permitindo a anlise percentual dos mesmos. assim que
neste captulo, fazemos a sua exposio, em tabelas, seguida da interpretao
dos resultados que deles emanaram.
3.1 Resultados do Questionrio Dirigido aos alunos da 7 Classe da
Escola do I Ciclo n 172 Santa Catarina em Cabinda
Relativamente questo no1, em que os alunos foram solicitados a
explicitar sobre o gosto pela disciplina de Biologia, a seguir se apresentam os
resultados da mesma na Tabela n01.
Tabela 1- Respostas dos alunos inqueridos sobre o gosto pela disciplina
de Biologia
Respostas
Gnero
Total Masculino Feminino
Fr. % Fr. % Fr. %
Sim 55 45,8 50 41,7 105 87,5
No 01 0,8 00 00 01 0,8
Um pouco 09 7,5 05 4,1 14 11,6
Total 65 54,1 55 45,8 120 100
Fonte: Pesquisa de Campo na Escola do I Ciclo Santa Catarina em Cabinda 2014
Tal como mostra a tabela 1, observa-se que a maioria dos alunos
inqueridos, revela gostar da disciplina de Biologia, sendo 87,5% do total.
Destes, 45,8% so do gnero masculino e 41,7% do gnero feminino.
Entretanto, importa ressaltar que um aluno, correspondente a 0,8% dos alunos,
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35
declarou no gostar dessa disciplina. Por outro lado, um total de 11,6% dos
alunos afirmou gostar um pouco essa disciplina, destes 7,5% do gnero
masculino e 4,1% do gnero feminino.
Fazendo uma anlise profunda dos dados obtidos na tabela 1,
importante frisar que, apesar de alguns alunos declararem no gostar ou gostar
pouco da disciplina de Biologia, a maioria gosta dessa disciplina. Isso, a nosso
ver, pode ser o reflexo do fazer pedaggico dos professores, desde o ponto de
vista dos mtodos, procedimentos, meios de ensinos, assim como as
estratgias, o ambiente e as relaes aluno-professor- aluno que os mesmos
estabelecem durante o processo de transposio didctica. Por isso, a
vinculao das aulas tericas com a prtica pode tornar esta disciplina, cada
vez mais, atraente aos alunos e facilitando ao mesmo tempo a assimilao e a
formao de habilidades, hbitos e atitudes nos educandos.
Tabela 2- Respostas dos alunos se alguma vez j ouviro falar do termo
excurso docente.
Respostas
Gnero
Total Masculino Feminino
Fr. % Fr. % Fr. %
Sim 05 54,1 14 11.7 19 15,8
No 60 50 41 34,1 101 84,1
Total 65 54,1 55 45,8 120 100
Fonte: Pesquisa de campo na Escola do I Ciclo n172 da Santa Catarina em Cabinda/2014
Referindo-se a 2 pergunta que teve como objectivo saber se os alunos
j ouviram falar sobre o termo excurso ao docente, dos 120 alunos
questionados, 15,8% afirmaram que sim, ao passo que 84,1% responderam
que no.
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36
Em nosso ponto de vista, os dados recompilados nesta questo, revelam
o quo poucos os professores de Biologia atribuem sentidos e significados as
excurses docentes na sua prtica pedaggica. de referir que a natureza dos
contedos implicitados e explicitados no programa dessa classe, possuem
potencialidades que permitem a diversificao das formas de organizao do
processo, em especial, para a realizao das excurses docentes.
Neste contexto, a excurso docente assegura aos alunos o contacto
com a realidade do meio natural. Estes relacionam os seus saberes tericos
adquiridos na sala de aula, contribuindo, deste modo, na formao de uma
personalidade dotada de habilidades, hbitos e atitudes de inegvel valor em
face da necessidade social da conservao e preservao do meio ambiente.
Na questo n 03 que objectivava perceber os locais onde decorrem as aulas
de Biologia, eis a seguir os resultados.
Tabela 3- Respostas dos alunos sobre o local onde decorrem as aulas de
Biologia.
Respostas
Gnero
Total Masculino Feminino
Fr. % Fr. % Fr. %
Na sala de aula 65 54,1 55 45,8 120 99,9
Recinto escolar 00 00 00 00 00 00
Excurso fora da escola 00 00 00 00 00 00
Total 65 54,1 55 45,8 120 100
Fonte: Pesquisa de campo na Escola do I Ciclo n172 da Santa Catarina em Cabinda/2014
No mbito desta questo, como mostra a tabela acima, dos 120 alunos
questionados 100% destes declararam a sala de aula como local habitual da
decorrncia das aulas de Biologia. Neste contexto, os alunos explicitam nunca
pelo menos o recinto escolar serviu como local para a decorrncia das aulas.
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37
A nosso ver, apesar de muitos alunos gostarem da disciplina de Biologia,
o facto de os professores manterem a mesma rotina dentro da sala de aula,
pode reflectir negativamente na qualidade das aprendizagens e
consequentemente nos resultados finais dos alunos. A diversificao das
formas de organizao do processo, assente numa anlise adequada dos
contedos programticos e no contexto sociocultural, uma condio essencial
para uma aprendizagem desenvolvedor.
Tabela 4- Respostas dos alunos sobre as vezes que j participaram de
uma excurso docente
Respostas
Gnero
Total Masculino Feminino
Fr. % Fr. % Fr. %
De uma a trs vezes 00 00 00 00 00 00
De trs a cinco vezes 00 00 00 00 00 00
Mais de cinco vezes 00 00 00 00 00 00
Nunca 65 54,1 55 45,8 120 100
Total 65 54,1 55 45,8 120 100
Fonte: Pesquisa de campo na Escola do I Ciclo n172 da Santa Catarina em Cabinda/2014
Os dados anteriores mostram o como tem sido a participao dos alunos
sujeitos deste estudo nas excurses docentes. Os resultados da tabela revelam
que 100% destes nunca participaram de uma excurso docente. Destes, 54,1
% so do gnero masculino e 45,8% do gnero feminino.
Com estes dados pode-se perceber que os professores de Biologia
desta escola no privilegiam as outras formas de organizao do processo
docente educativo. necessrio que os professores tenham a conscincia de
que a excurso docente, o trabalho independente, a actividade extra-aula, aula
extra-escola e muitos outros, constituem importantes instrumentos para a
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consolidao dos conhecimentos tericos adquiridos na sala de aulas.
Constituem vias facilitadoras no s da assimilao e compreenso dos
saberes ensinados, como tambm, para o cultivo do amor pela natureza para a
consciencializao dos educandos sobre as preocupaes contemporneas da
humana sobre os desequilbrios ambientais, a necessidade da conservao,
proteco e preservao da biodiversidade, entre outros. Ainda estes alunos
afirmaram que, nessa escola, nunca se realizaram excurses docentes, as
excurses que so realizadas so excurses recreativas, onde decorrem
algumas actividades como: desfiles, danas e convvios entre alunos e
professores.
Tabela 5- Respostas dos alunos sobre a importncia que atribuem
realizao da excurso docente
Respostas
Gnero
Total Masculino Feminino
Fr. % Fr. % Fr. %
No acho nenhuma
importncia
51 42,5 37 30,8 88 73,3
Estudar o meio natural 03 2,5 06 05 09 7,5
Conhecer a estrutura
das plantas
11 9 12 10 23 19
Total 65 54 55 45,8 120 100
Fonte: Pesquisa de campo na Escola do I Ciclo n172 da Santa Catarina em Cabinda/2014
Na tabela n 5 sobre a importncia que os alunos atribuem a realizao
de excurso docente, como estes alunos nunca tinham participado numa
excurso docente, 73,3% deles, sedo 42,5 do gnero masculino e 30,8 so do
gnero feminino, no atribuem importncia para essa actividade.
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39
importante salientar que, o uso de todas as formas de organizao do
ensino da Biologia, manifestam o principio do carcter educativo do ensino, a
combinao das diferentes formas de organizao, na abordagem de uma
unidade temtica, contribui para a formao de conceitos, desenvolvimento de
habilidades, hbitos, valores etc. Por vezes, a criatividades dos professores,
proporciona aprendizagens significativas nos alunos, uma aprendizagem que
o aluno carrega para toda vida, as excurses docentes motivam e activam os
alunos para uma assimilao rpida, porque so realidades vividas em salas
de aulas ou no nosso quotidiano e tambm fazem com os alunos sejam
criativos das suas prprias aprendizagens.
3.2- Resultados do Questionrio Dirigido aos professores de Biologia da
7 Classe da Escola do I Ciclo n 172 da Santa Catarina em Cabinda
Entre as questes que foram colocadas aos professores no mbito desse
questionrio, temos a que diz respeito sobre o tempo ou os anos que estes j
vem leccionando a disciplina de biologia. Os resultados da mesma podem ser
apreciados na tabela 6.
Tabela 6-Respostas dos professores inqueridos sobre o tempo que
lecciona a disciplina de Biologia
Respostas
Gnero
Total Masculino Feminino
Fr. % Fr. % Fr. %
1-3 anos 01 20 02 40 03 60
3-5 anos 01 20 00 00 01 20
Mais