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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 64 - outubro/novembro/dezembro de 2001 • OS DIAS ANTES DO DIABETES • NA HORA CERTA, O ADOLESCENTE RETOMA SEU EQUILÍBRIO • ADOLESCÊNCIA E DIABETES • A IMPORTÂNCIA DE APRENDER • BICHOS COM DIABETES EXEMPLAR DE ASSINANTE VENDA PROIBIDA

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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 64 - outubro/novembro/dezembro de 2001

• OS DIAS ANTESDO DIABETES

• NA HORA CERTA,O ADOLESCENTERETOMA SEUEQUILÍBRIO

• ADOLESCÊNCIAE DIABETES

• A IMPORTÂNCIADE APRENDER

• BICHOS COMDIABETES

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eu filho(a) é um(a)adolescente! E agora?Para a maioria dos pais

esta é uma fase da vida dos filhosque gera muita angústia. Imaginepara o filho? Revoluçõeshormonais e comportamentais,enfim é uma fase de auto-afirmação que é vivenciada portodos (lembre-se: todos nóspassamos por essa fase).Para o adolescente portador dediabetes isso também acontece,só que as pessoas acabamconfundindo a mudançacomportamental, típica nessafase, como um problema geradopelo diabetes.Nessa edição convidamos pessoasque entendem desse assunto paraabordar o tema da adolescênciasob os aspectos emocional,médico e nutricional, como a dra.Sandra Ferreira e a nutricionistaLuciani Bresciani, profissionaisque contam com largaexperiência nessa matéria. Além

delas, colocamos o depoimentode Norton Mello que relatou emlivro a sua experiência com odiabetes na época de suajuventude, mostrando comoconviver e até direcionar a suavida profissional pela disfunção.A edição 63 traz também umartigo excelente do dr. LeãoZagury sobre a “importância doaprender” para o portador deDiabetes Mellitus. Finalizando,apresentamos uma matéria muitointeressante sobre diabetes emanimais de estimação com dicase informações passadas pelaveterinária Márcia MarquesJericó.Após a leitura desta nova ediçãoda revista BD Bom Dia, acreditoque você leitor concordarácomigo que o tempo investidofoi muito útil.Um abraço.

* Rafaele Madormo é Gerente deMarketing - Diabetes Healthcare

Editorial

por RAFAELE MADORMO*

2 15

Criança

EXPEDIENTEPublicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Sto. Antonio.

CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097.Diretora da Divisão Consumer Healthcare: Simone Agra

Diretor da publicação: Rafaele MadormoCoordenação de Educação em Diabetes: Márcia Camargo de Oliveira

Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)Revisão: Solange Eira

Design e Editoração: RNnewad - (0xx11) 5641-6615As matérias desta publicação podem ser reproduzidas,

desde que citada a fonte.Tiragem: 100 mil exemplares.

Indispensável paraa saúde humana

P s i c o l o g i a

É NATAL!autora énutricionista

clínica comespecialização emdiabetes e atua há 18anos na área. A profa Celestecondensou os conceitos básicos e orientações geraispara um programa de alimentação, com dicas paraa elaboração de cardápios e métodos adequadospara a preparação das refeições. As característicasnutricionais dos alimentos e as diferenças entre osdiversos tipos de adoçantes dietéticos sãoapresentadas em linguagem de fácil compreensão.Há também dicas úteis para a alimentação emsituações especiais como em festas, restaurantes,lanchonetes, em viagens aéreas e marítimas. Oguia é vendido a R$ 12,00 e pode ser solicitadopelos tels. (0xx11) 3901-2771, 3884-1957, pelofax (0xx11) 3887-3872, ou através do e-mail:[email protected]

A

com Diabetes

om o objetivo de promover a educação em diabetesaos jovens e familiares, o Instituto da Criança com

Diabetes do Rio Grande do Sul lançou recentemente ummanual ilustrado com orientações básicas sobre o assunto.O Instituto da Criança com Diabetes do RS tem comometa construir até 2002 um centro de educação e tratamentopara crianças, adolescente e suas famílias. Atualmente, talproposta já colocada em prática pelo Instituto, num imóvelcedido pelo Grupo Hospitalar Conceição. A renda obtidacom O Manual da Criança com Diabetes (R$ 10,00) serátotalmente revertida para ajudar na construção do centro.O Manual da Criança com Diabetes conta a história deum menino que, junto com seus pais e profissionais desaúde, aprendeu o caminho para ter boa saúde. O manualexplica através de joguinhos o que é diabetes, como e porque tomar insulina, a importância dos testes de glicemiae como seguir um bom plano de alimentação. O trabalhotrata com bastante clareza o que são as hiper, hipoglicemiase cetonas.Quem quiser adquirir este belo manual e contribuir como Instituto da Criança com Diabetes do RS, deve entrarem contato com Simonepelo tel.(0xx51) 3362-7371 ousolicitá-lo peloe-mail:[email protected]

lança manualInstituto da Criança

Celeste Elvira

de AlimentaçãoGuia Prático

para o diabético

C

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idéia que a garotada deve ter desua alimentação é de um planosaudável que as permita manter a

glicemia em níveis adequados, favorecendoseu desenvolvimento e fornecendo todaaquela energia necessária para jogar futebol,dançar, nadar, surfar, andar de bicicleta,enfim, brincar. Com isso, dá para entenderque os hábitos alimentares das crianças quetêm diabetes não são tão diferentes dos quenão têm. Todos querem crescer com saúdee energia suficiente para todo esse agito.No entanto, há uma diferença a favor dequem tem diabetes, que é seguir a “regrados 3 Qs”: Qualidade, Quantidade eQuando. Na verdade, essa regra deveria serrespeitada por todo mundo, com ou semdiabetes.

QualidadeA regra da Qualidade é saber escolher ecombinar os alimentos dos seguintes grupos:• Grupo do pão – São os alimentos

energéticos, contêm carboidratos que sãonecessários para gerar energia ao corpo.Ex.: pães, bolachas, arroz, batatas, pizzae massas em geral.

• Grupo das frutas – Alimentos reguladores,contém vitaminas, sais minerais e fibras.Regulam as diversas reações que ocorremno nosso corpo. Ex.: maçã, laranja,abacaxi e outras frutas.

• Grupo dos vegetais – São reguladores e,como as frutas, possuem vitaminas,minerais e fibras. Ex.: alface, brócolis,cenoura, tomate.

• Grupo das carnes – Contém proteínas,são alimentos construtores, porqueajudam a construir e reparar lesões do

corpo. Ex.: as carnes brancas (frango,peixe) e vermelhas (carne de boi) além deovos.

• Grupo do leite – Também são alimentosconstrutores, contêm proteínas e minerais.Ex.: leite e seus derivados como iogurtee queijos.

Qualquer pessoa (nem precisa ter diabetes)pode pedir ajuda ao nutricionista paraorientar como se alimentar bem,combinando todos estes alimentos de formamuito gostosa e equilibrada.

QuantidadeRegra da Quantidade: comer de acordo comum plano alimentar, baseando-se no seupeso, idade, altura, atividade, além dosvalores dos testes de gota de sangue(monitorização).

QuandoA terceira regra, do Quando, diz que quemusa insulina não deve pular ou atrasar asrefeições combinadas com a nutricionista.Como você já deve ter percebido, é precisocomer alimentos de todos os grupos da regrada Qualidade. Não vale só comer pizza oumassas, pois para que o açúcar fique numnível bem próximo ao normal e você cresça,é preciso comer alimentos também dosoutros grupos: a laranja, o frango, alface,leite e tudo mais. Isso não é uma invençãodo nutricionista ou de seus pais para quevocê coma de tudo o que está nos gruposdos alimentos. São idéias baseadas emtrabalhos sérios feitos por pesquisadores domundo inteiro, cientistas que depois demuitos estudos descobriram estas coisas.Se você precisa de uma prova de que comer

os alimentos de todosos grupos vai tefazer bem, então aívai uma sugestão:siga a regra dos 3Q e confiradepois dealgum tempoa suaglicemia. Etem mais:comoainda nãotemos acura dodiabetes, oscientistascontinuampesquisandopara descobrí-la. Por isso ébom você também participardesta busca: basta manter-se saudável paraquando a cura vier.

Controlando as quantidadesCostumo dizer que não existem alimentosproibidos, mas quantidades que devem sercontroladas. Se tenho vontade de comerpizza ou x-burguer, posso comer emquantidade adequada ao meu planoalimentar, uma vez que estes alimentos sãomuito gordurosos e gordura não faz bempara ninguém. Posso colocar nesse x-burgueralface, tomate (x-salada com um pouco demaionese light) e escolher uma pizza comtomate, com cobertura de escarola ousalpicada com rúcula. Para sobremesa, possoescolher uma fruta, pois as fibras das

A

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com a regra dosComer é quase uma brincadeira

3QsSilvana C. SchwartsmannNutricionista voluntária do Instituto da Criança com Diabetes do Rio Grande do Sul

NutriçãoReportagem

com fantasia de odalisca. Ela garante: “foium arraso!”

Tem que ser xeretaSe por um lado, ter medo do diabetes nãonos ajuda a derrotar o nosso adversário (odescontrole da glicemia) também de nadaadianta nos revoltarmos contra ele. NathalieCarrel chegou a esta conclusão quando,num acesso de raiva, atirou sua caneta deinsulina contra uma parede do seu quarto.“Eu me descontrolei, sei lá, perdi a paciênciacom as aplicações. Quando vi a canetaespatifada no chão, percebi que tinha feitouma grande besteira, aquilo não ia meajudar”, reconhece a garotinha de SãoPaulo com apenas 9 anos de idade,diagnosticada há cerca de 2 anos.O médico de Nathalie, o dr. Jairo TabacowHidal, avalia que a revolta é uma das fasestípicas de quem tem diabetes. Segundo ele,a

raiva envolve o encadeamento de emoçõese isso pode ser canalizado para uma formapositiva de comportamento. “A indiferençaem relação ao diabetes é bem pior do quesentir raiva e ódio da situação”, garante.O dr. Jairo explica que a pessoa indiferentecom o seu diabetes passa a ignorar asrecomendações médicas, toma insulina sóquando acha que deve fazê-lo, não sealimenta corretamente e nem se preocupase dentro de alguns anos passará a sofrercom as complicações crônicas resultantesdas glicemias muito alteradas. “Quem temdiabetes e não liga para isso é como alguémque assume o controle de um avião, semsaber como pilotá-lo e segue num vôocego”, compara.Na opinião do dr. Jairo a criança e seuspais devem sempre tentar descobrirnovidades sobre. “Tem que ser um xereta,procurar saber tudo sobre o assunto,perguntar para o médico e os profissionaisdo grupo de apoio. O portador de diabetesque age passivamente sempre serádependente de seu médico e isso não éinteressante para o seu tratamento. Ograu de liberdade que o portador podeter é proporcional ao seu nível deconhecimento sobre o diabete”,argumenta. Também para ele, não háfórmulas pré-concebidas para alcançarboas taxas de glicemia. O dr. Jairorecomenda que para saber como lidar bemcom isso, as crianças e seus pais devemfreqüentar as associações e entidades deapoio que existem no Brasil.No começo, as aplicações em Nathalie eramfeitas por sua mãe, Cristiane de Castilho epor seu avô, Manuel Bittencourt (70 anosde idade e 50 anos de diabetes tipo 1!).Freqüentando a Associação de DiabetesJuvenil-ADJ, a menina conheceu outrascrianças como ela. “Eu vi outras criançasque já sabiam aplicar insulina e decidi quetambém poderia fazer isso sozinha”, conta.Foi assim que ela se encheu de coragem epassou a fazer a auto-aplicação. Hoje,Nathalie nunca sai sem seu estojo comcaneta, agulhas, insulina, álcool swabs,glicosímetro e fitinhas para testes deglicemia capilar. “É interessante comominha filha tornou-se responsável emrelação ao controle de seu diabetes. Acredito

que isso tem a ver com o treinamento dadopela ADJ”, observa a mãe Cristiane.Nathalie aprendeu a encarar a situaçãocom realismo, desde o primeiro momento.Logo nos primeiros dias após o diagnótico,seu pai, Robert Charrel, procurou explicar-lhe tudo o que sabia a respeito para nãocriar falsas esperanças na menina. Para odr. Jairo, este senso de responsabilidade dacriança e dos pais em relação ao tratamentoé fundamental para se chegar a bonsresultados. “Muitas vezes, percebo quealguém está procurando soluçõesmirabolantes para a cura do diabetes,através de chá, ervas e outras alternativasde tratamento. O médico precisa ser umpouco flexível nessas situações e argumentar

com a pessoa que ela pode tomar o chá,desde que não deixe de tomar a insulina”,pondera.Atém bem pouco tempo, Nathalie praticavanatação para ajudar a controlar o açúcar.No entanto, há poucos meses ela assumiuseu gosto por “esportes radicais”, ou seja,escalada. Ela garante que escalar montanhase paredões é muito mais gostoso do quebrincar com bonecas, até por se tratar deuma atividade que desenvolve o equilíbrio,a coordenação motora, força muscular,autoconfiança e percepção de espaço. “Émuito legal subir bem alto, olhar para baixoe ver o quanto a gente é capaz”, afirma.

Nathalie com sua mãe Cristiane e seusirmão Rodrigo e Stefano.

O dr. Jairo Tabacow Hidal é clínico geralcom especialização em Endocrinologiae vice-presidente do Hospital IsraelitaAlbert Einstein.

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verduras e das frutas ajudam a diminuir aquantidade de açúcar no sangue (isso écomprovado pelos cientistas). Além disso,a pizza ou o x-burguer também devem fazerparte do plano alimentar, como opções deum almoço ou jantar, masnão comidos como um pratoextra.Na alimentação saudável,devemos usar a idéia dasubstituição ao invés daadição. Assim, numdeterminado dia você podesair com seus amigos ecomer uma pizza ou um x-burguer, tomar umrefrigerante diet e já que vocêé esperto, vai escolher uma pizza maissaudável com vegetais, ou x-burguer-saladados nossos exemplos acima e quando chegarem casa irá saborear aquela fruta gostosa.Fácil e gostoso!Teremos assim a Qualidade (grupo de

alimentos), a Quantidade (quanto de pizzadevo comer) e Quando vou comer (afreqüência, mas não se esqueça que este tipode comida não vai sumir do planeta e poderáser colocado no seu plano alimentar na

semana seguinte). É só uma questão decombinar e não deixar de fora outrosalimentos como alface, tomate, couve-flor,maçã, leite, frango e tudo mais dos 5 grupos.Você não gosta de couve-flor?Combinado: ou você a experimenta numa

outra oportunidade ou come outro tipo devegetal, pode ser alface ou cenoura, desdeque você coma alimentos também do grupodos vegetais. Parece razoável, ou você nãofaz parte da geração saúde?

Para finalizar, mas tambémmuito importante: não seesqueça que a geração saúdeé a que faz atividade física.Faça algo: jogue futebol,pratique dança, natação, judô,qualquer coisa, desde que semexa e goste do que faz,porque aí você fará com maisvontade e prazer. Só não valeficar parado. Pode estar certoque seu corpo vai te agradecer

(olha o bumbum durinho, a barriguinhasarada, os braços fortes!), mas certamenteé o seu diabetes que vai se dar melhor,porque a atividade física ajuda a controlara quantidade de açúcar no sangue. Palavrados estudiosos!

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Nutrição

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“…não existem alimentos proibidos,mas quantidades que devem ser

controladas. Se tenho vontade decomer pizza ou x-burguer, posso

comer em quantidade adequada aomeu plano alimentar.”

Maior espaçopara os vegetais

vezes é preciso negociar com agarotada que não tolera vegetais.Há até o caso daquele rapaz que

demonstrou toda a sua aversão a verdurase legumes quando fez um desafio ànutricionista. “Quero ter uma prova de queacelga, couve-flor, quiabo e brócolis vãomelhorar o meu diabetes”.Sem radicalizar, existem mães queestão “fazendo as cabeças” deseus filhos e conseguindo que elescomam um pouco de vegetais eoutros alimentos com fibras. Éo caso de Simone Matte Andreis,mãe de Thiago um garotão de 13anos de Porto Alegre (RS).“Ele sempre gostou demacarronada, mas teve de

diminuir os pratos a base de massa depoisque ficou com diabetes”, conta dona Simone.Logo depois que recebeu o diagnóstico,Thiago passou a acompanhar as orientaçõesde sua nutricionista e vinha mantendo ótimastaxas de glicemia. Com o diabetes bemcontrolado, o menino achou que estarialiberado para comer tudo aquilo que sempre

gostou, em grande quantidades e voltou aabusar dos pratos ricos em calorias ecarboidratos. O resultado não poderia seroutro: hiperglicemias freqüentes.Como aquela situação de descontrole daglicemia não poderia perdurar, Thiagovoltou a seguir o programa alimentarproposto por sua nutricionista, Silvana

Schwartsmann – agora com umainovação: a contagem decarboidratos. Atualmente, ele atéjá está admitindo alface, tomatee cenoura em suas refeições.“Espero que com esta saladinhao Thiago comece a gostar deoutras verduras e legumes”, dizdona Simone.

À

maior conhecimento sobre o diabetes,Rafael tem participado da colônia DiabetesWeekend, onde recebe o treinamentonecessário. Segundo seus pais, oenvolvimento com outras crianças de suaidade que vivem a mesma condição, vemservindo para aumentar a segurança e darmais liberdade ao menino. “É importanteque os pais da criança não a coloquemnuma redoma de superproteção, pois issopode gerar uma série de conflitos nofuturo”, avisa o dr. Levimar. Nesse aspecto,ele observa que a ansiedade dos pais acabainterferindo na glicemia dos filhos comdiabetes. “Se por um lado nós temos umalto grau de aceitação do diabetes por parteda criança, por outro, muitos pais ficamapavorados com as hiperglicemias do filhopré-adolescente, pois não conseguementender que isso ocorre devido às fortesmudanças hormonais próprias desta fase”,explica.A vida de Rafael é bastante agitada. Alémde cumprir com suas obrigações escolares,ele gosta muito de andar de bicicleta, brincare praticar natação. “Isso me ajuda a queimarenergia e manter a glicemia em equilíbrio”explica.

Culpa de ninguémVez ou outra o adversário fica com posede valente e aquela cara de monstro,apontando o dedo para os pais como quedizendo: “a culpa é de vocês!”. Nessashoras, é bom sair da defesa e voltar a atacaro adversário. É o que fez o casal Geílson eConceição Gomes, pais de Karolyne, umagarotinha do Rio de Janeiro de 11 anos.Em janeiro passado, de repente, a meninacomeçou a beber muita água. Devia ser porcausa do calor típico do verão carioca. Masela passou a se queixar de dores nas pernase sua mãe o levou a um posto de saúde.Depois de alguns exames, ficou confirmadoque Karolyne tinha Diabetes Mellitus tipo1. Foi aí que as cabeças de seus paisentraram em parafuso. “Não sabíamos oque fazer e ficamos tão transtornados queemagrecemos vários quilos”, conta o pai.Conceição admite que chegou a sentir-seculpada pelo que tinha acontecido com afilha. “Como trabalhamos fora, eu tinhaque deixar o almoço pronto para nossas

meninas. Mas a maior parte do prato deKarolyne ia para o lixo, pois ela não comiadireito. Achava que seu diabetes pudesseter sido causado por isso”, confessa. “Nocomeço eu chorava muito, porque tinha detomar as aplicações de insulina e não podiamais comer doces”, lembra a garota.As falsas idéias e hábitos errados começarama ser mudados quando a família conheceuo dr. Jorge Lüescher. Logo na primeiraconsulta com o médico, Karolyne percebeuque poderia ter uma vida normal e ser atémais saudável do que muitas pessoas semdiabetes. “Eu acho que o dr. Jorge quis sermeu amigo, porque nós conversamos muitoe ele me explicou como fazer para mealimentar bem e aplicar a insulina nas horascertas”, conta. O dr. Jorge salienta que osentimento de culpa dos pais acaba gerandoconflitos no casal, provocando angústia eestresse da criança. “Procurar um culpadosó serve para atrapalhar no controle daglicemia”, avisa.Segundo o médico, não existe uma formulamágica para a criança aceitar seu diabetese adotar um tratamento visando o controle.Isso depende da qualidade das informaçõessobre diabetes, da motivação da criança eda família. Além disso, todos, inclusive omédico e a equipe multidisciplinar, precisamestar muito envolvidos na causa. “Devemosorientar os pais com informações básicassobre o que é diabetes, hiper e hipoglicemias,

como aplicar a insulina”, recomenda. Taisorientações preliminares são úteis paracriança eliminar certos temores em relaçãoao tratamento e resguardar sua própriasaúde.Quando atinge 10 anos de idade, a criançajá pode executar uma série de tarefas, comou sem supervisão dos adultos. Dormir nacasa de amigos ou primos, saber como fazerum teste de glicemia ou uma auto-aplicaçãode insulina e até mesmo estar preparadospara enfrentar uma hipo, são coisas quepodem contribuir para a afirmação dosmeninos e menina. O dr. Jorge recomendaque os pais evitem comentários negativoscomo “você não aplica a insulina direito”.O médico diz que é preciso destacar ospontos positivos dos filhos, com elogios dotipo ‘você faz muito bem os testes deglicemia capilar’. Isso é ótimo para estimulara independência doas crianças”, observa.Seguindo as recomendações do dr. Jorge,Karolyne passou a freqüentar os cursos epalestras administrados no Hospital daUFRJ onde funciona o Instituto dePuericultura e Pediatria Martagão Gesteria.Quem a leva é a mãe, dona Conceição eambas estão tirando grande proveito dotrabalho realizado pelos educadores emdiabetes. “Tem sido uma ótimaoportunidade para conhecermos tambémoutras crianças e pais que nos contam suaspróprias experiência e, assim, nos preparampara qualquer situação de crise de hipo oude cetocidose”, diz Conceição.adora dançar, nadar e brincar. RecentementeKarolyne descobriu a dança do ventrequando entrou numa academia de ginásticapróxima a sua casa e se apaixonou por esteestilo de dança. Até já fez uma apresentação

Reportagem

Karolyne (em pé) com suas colegas Júliae Carolina preparando uma sobremesadiet

Dr. Jorges Lüescheré endocrinologistapediátrico doInstituto dePuericultura ePediatriaMartagão Gesteira(Hospital daUniversidadeFederal do Rio deJaneiro).

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afael de Moura Gomides tomouum susto quando lhe disseram quetinha diabetes, há pouco mais dedois anos. Ele nunca tinha ouvido

aquela palavra esquisita. “Fiquei pensando:o que ia acontecer comigo?”, lembra estemenino de 12 anos de idade que vive emBelo Horizonte. Seus pais, Carlos FredericoBarbosa Gomides e Mara Lúcia de MouraGomides, procuraram apoio e as primeirasorientações que conseguiram foi através doDisque BD Bom Dia (0800 11 5097).“Recebemos diversos materiais educativos,como a revista BD Bom Dia e o manualDiabetes Sem Mistério, com informaçõesque nos ajudaram bastante”, conta MaraLúcia.No jogo para controlar o diabetes, éfundamental um “técnico” e um grupo deapoio que tire o máximo rendimento dos“jogadores” (o portador, seus pais e outrosintegrantes da família). A família Gomidesconheceu um ótimo técnico, o dr. LevimarRocha Araújo, um médico acostumado alidar com crianças como Rafael. “Já quecada pessoa reage ao tratamento de umjeito, temos que agir de formas diferentescom cada um”, diz. Ele comenta que existemalgumas situações em que o diagnóstico do

diabetes é apresentado com um certodescaso, do tipo “é só um aumento na taxade açúcar no sangue”. Porém, em seguidasão feitas inúmeras restrições à criança e aprimeira delas é: “você não pode mais comerdoces”. Na opinião do dr. Levimar isso éuma coisa muito forte, muito chata de serouvida, principalmente por uma criança.“É mais interessante mostrar o lado positivodo diabetes. Se pensarmos que todas aspessoas deveriam levar uma vida igual à dequem tem diabetes, com um programa dealimentação balanceada e de atividade física,todo mundo viveria muito melhor”, garante.Um time vencedor tem uma equipeconsciente, que treina, é unida e disciplinada.Rafael concorda com isso. Os testes deglicemia capilar e as três doses diária de

insulina que ele mesmo se aplica, são tarefasque incorporou em sua rotina a partir dosensinamentos que sua própria mãe lhepassou. Mara Lúcia aprendeu todos ospassos para fazer os testes de monitorizaçãoda glicemia e da preparação e administraçãode insulina para poder ensinar a seu filho.“Na equipe que trabalha com o dr. Levimar,encontramos as pessoas certas para nosajudar e adotar novos hábitos”, afirma. Omédico ressalta que para chegar a bonsresultados, todos os profissionais da equipemultidisciplinar devem falar a mesmalinguagem.Para melhorar suas habilidades e adquirir

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É como uma partida de xadrez, um jogo de futebol ou um videogame. O adversário aparece vestido com as cores domedo, da dor e da revolta. Para derrotar este adversário precisamos conhecer seus pontos fracos, estar bem treinadose habilidosos, ter paciência, disciplina e muita determinação. Com isso, sempre vamos perceber que o conhecido pordiabetes, o adversário, não é nenhum monstro. É apenas mais um dos inúmeros desafios de nossas vidas.

SEM MEDO DE VENCER

R

Reportagem

Rafael e seu irmão mais novo, João Vitor.

Dr. Levimar Rocha Araújo é professor deFisisologia da Faculdade de CiênciasMédicas de Minas Gerais e Coordenadordo Projeto Educacional Diabetes Weekend.

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Receitas

Este é o site do Centro BD de Educação em Diabetes.Informações, dicas, produtos

e agora com Fórum, uma tabela para calcularo seu IMC e a Turma da Pracinha

Torta de abacaxi

Receitas criadas por Maria Christina Carvalho e Eliana M. Zucarelli, autoras do livro Receitas de Doces sem Açúcar (Editora Traço).

Preparo da massaMisture muito bem todos os ingredientes comas mãos. Depois deixe a massa descansar por30 minutos. Abra a massa e coloque-a numaforma grande de torta. Perfure-a toda com ogarfo e leve para assar.

Ingredientes da massa:• 3 ovos• 1 colher de chá de baunilha (5ml)• 3_ xícaras de farinha (385g)• 20 envelopes de adoçante não calórico• 4 colheres de sopa de suco de laranja (60ml)• _ xícara de margarina (100g)• 2 colheres de chá de fermento (8g)

Ingredientes do creme• 3 gemas• 8 envelopes de adoçante não calórico• 4 colheres de sopa de maisena (32g)• 2_ xícaras de leite desnatado (500ml)

Preparo do cremeCombine os ingrediente numa panela eleve ao fogo brando, mexendo sempre,com uma colher de pau até engrossar. Deixeesfriar.

Ingredientes do recheio de abacaxi• _ abacaxi cortado em cubos (180g)• 1 xicara de água• 3 envelopes de adoçante não calórico

Preparo da coberturaBata a clara em neve até formar pico. Adicione o leite em pó e o adoçanteaos pouco e continue batendo. Cubra toda a torta com esse suspiro. Levepara gelar.

Preparo do recheio de abacaxiCombine os ingredientes e leve ao fogo atéamolecer. Coe e misture ao creme, despejandotudo por cima da massa assada.

Massa: igual a da tora de abacaxiCreme: igual ao da torta de abacaxiCobertura de morango: lave bem 200 gramas demorangos enfeitando todo o creme. Prepare _ pacotede gelatina dietética de morangos e leve a geladeira.Quando a gelatina endurecer um pouco, cubra atorta e leve-a a geladeira

Torta de morango

Rendimento: 20 porções164 calorias cada porçãoProteínas: 6,5gLipídeos: 6,2gCarboidratos: 20,1g

Ingredientes da cobertura• 5 claras• 7 envelopes de sopa de leite em pó desnatado (52g)• 12 envelopes de adoçante não calórico

Rendimento: 20 porções150 calorias cada porçãoProteínas: 5,0gLipídeos: 6,1gCarboidratos: 18,3g

“Quando percebo que a pessoa tem poucaexperiência no assunto, dou orientaçõesbásicas sobre anatomia humana, mostrandoo que é o pâncreas, que ele fica no abdomenpróximo ao fígado e como a insulinaque é o principal hormônio responsávelpela utilização da glicose em nossocorpo, é produzida por este órgão.Atuamos mais como educadores doque simples comerciantes de produtospara o tratamento do diabetes”, afirma.Para prestar este serviço diferenciado,o Espaço do Diabético conta com aparticipação e a experiência do maridode Saney, o endocrinologista dr. EdsonPerrotti, que também tem diabetes tipo1 há quase 30 anos.Na opinião de Saney, o impacto quando apessoa recebe a notícia de que terá de tomarinjeções de insulina pelo resto da vida deveser atacado com objetividade e coragem.“Todas as vezes que inicio a orientaçãosobre preparo e administração de insulinacom um cliente recém-diagnosticado, eumesma me aplico com a agulha BD Ultra-Fine, como se eu fosse realmente tomarinsulina. O cliente vê isso e reconhece quea aplicação quase não dói, pois se doessemuito eu não me aplicaria. É o tipo dedemonstração que funciona”, argumenta.As pessoas carentes que se dirigem aoEspaço do Diabético acabam sempre tendoalgum tipo de apoio. “É gente com poucosrecursos, mas que abrem mão de qualquercoisa para poderem manter o seutratamento. Quando dispomos de amostrasgrátis repassamos para estes clientes. Nóssempre encontramos uma soluçãoemprestando canetas, glicosímetros e outrosmateriais. Apesar de humildes, são pessoashonestas e de muita dignidade, pois voltampara acertar a dívida”, comenta.

Decisão felizMuitas vezes, a iniciativa de se abrir umaloja ocorre quando alguém da família temdiabetes. É o que aconteceu no Rio deJaneiro (RJ) com o casal Carlos Alberto daSilva e Vera Lúcia Rodrigues, proprietáriosda Abelinha Diet, cuja filha, Viviane foidiagnosticada há 7 anos. Na época, seuspais ficavam desesperados diante dasdificuldades de encontrar a insulinaprescrita pelo médico, além dos produtosindispensáveis ao tratamento - sem falarna completa falta de orientação sobre comoutilizá-los. “Nós não tínhamos a mínimaidéia do que era diabetes e o que fazer”,

conta Vera.Hoje, Viviane é uma moça com 18 de idade,ótima saúde e, para os seus pais, ela é amaior prova de sucesso no tratamento.“Criar a loja foi uma decisão feliz, poisisso proporcionou à nossa filha o convíviocom outras pessoas como ela. Ironicamente,ainda atendemos pessoas recém-diagnosticadas com as mesmas dúvidas e

angústias que experimentamos no passado.Com nossa experiência e a lição de vida deViviane, procuramos orientar essas pessoaspara que também possam encontrar ocaminho certo e enfrentar o diabetes comsucesso”, diz Carlos Alberto.Os proprietários da loja confirmam que hágrande resistência de algumas pessoas comdiabetes recém-diagnosticado. “A nãoaceitação do tratamento indicado e aprópria rejeição dos fatos são conseqüênciasda desinformação. Para solucionar oproblema, procuramos dar orientaçõespersonalizadas ao cliente”, observa VeraLúcia. Isso é feito através de explicações

individuais sobre manuseio deglicosímetros, utilização correta decanetas e seringas, demonstrações deaplicações de insulina, indicações paraa escolha da agulha correta com baseno cálculo de Índice de Massa Corpórea(IMC) e demais informaçõesimportantes para o controle daglicemia. O estabelecimento tambémpromove palestras, cursos e grupos detrabalho com profissionais de saúdeque atuam na educação em diabetes.

Para o casal que dirige a Abelinha Diet, odiálogo é a estratégia que melhoresresultados proporciona a quem busca apoionos cuidados com o diabetes. “Vem muitagente aqui em péssimo estado emocional epsicológico, grande parte devido àsrestrições impostas pelo tratamento. Nessescasos, mostramos que pensar negativo sóatrapalha. No final, tais pessoas acabamentendendo que precisam se ajustar a umanova realidade para conquistarem umavida mais saudável, com mais qualidade eduradoura”, conclui.

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Lojas

Serviço

• Casa do DiabéticoAv. Monsenhor Tabosa, 1.277, Fortaleza (CE),tel. (0xx85) 248-2923.E-mail: [email protected]

• Espaço do DiabéticoRua Jangadeiros Alagoanos, 1.153-A, Maceió(AL), tel. (0xx82) 337-5078.E-mail: [email protected]

• Abelinha DietEstrada do Galeão, 717, sala 203, Cacuia, Ilhado Governador, RJ, tel. (0xx21) 2467-8863.E-mail: [email protected]

Carlos Alberto da Silva proprietárioda loja Abelinha Diet

“…estas lojas se dedicamprincipalmente em oferecerorientações a seus clientes,procurando acompanhá-lospara que tenham saúde e

qualidade de vida..”

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uando surgiram há quase 20 anos,as primeiras lojas de produtos paradiabetes vieram ao encontro dasnecessidades de um público carente

de produtos básicos para oratamento ealternativas alimentícias. No entanto, o quecomeçou como um simples estabelecimentocomercial, acabou se tornando um serviçode apoio e educação onde as pessoas podemobter maiores conhecimentos sobre diabetes.Hoje, mais do que vender insulinas, materialpara aplicações e monitorização, comidase bebidas diets, estas lojas se dedicamprincipalmente em oferecer orientações aseus clientes, procurando acompanhá-lospara que tenham saúde e qualidade de vida.

Convite para a saúdeEm meados dos anos 80, a nutricionistaAna Sofia Rocha Hissa notou a dificuldadede quem tinha diabetes em encontrar, numsó lugar, todos os medicamentos e produtosque existiam na época para o controle daglicemia. Para suprir esta carência emFortaleza, ela resolveu a criar a Casa doDiabético. “Quando montei a loja, procureiuma maneira de transportar para a minhacidade o sorvete dietético que naquele temposó era produzido no sul do Brasil”, lembra.Durante dois anos, freqüentemente AnaSofia tinha de correr ao aeroporto da capitalcearense para retirar grandes quantidadesde sorvete diet que chegavam em caixas de

isopor e colocá-lo imediatamente no freezerda loja, antes que tudo derretesse.No convívio com os clientes, Ana Sofiapercebeu que poderia criar um espaçoeducacional junto à loja, para realizarpalestras, debates, apresentação de vídeose reuniões entre os portadores de diabetese profissionais de saúde de Fortaleza. Foiassim que nasceu o Núcleo de Apoio aoDiabético, um serviço que vem atingindoobjetivos: orientar as pessoas a seguirem asrecomendações médicas, além de educá-lasna alimentação, nas atividades físicas, naprevenção de lesões dos pés, na correçãoda hipoglicemia, nos procedimentos corretosde monitorização, na preparação e auto-aplicação de insulina, ou seja, em todas asdemais etapas envolvidas no processo decontrole da glicemia.Segundo Ana Sofia, muitos pais de criançase adolescentes recém-diagnosticados comdiabetes tipo 1 ficam aflitos por respostasimediatas para inúmeras questões. Asprincipais dúvidas giram em torno dasbruscas oscilações nas taxas de glicemia.“Procuramos conscientizar os jovens e seuspais para que comam de forma equilibrada,variando os alimentos e observando comoo organismo reage através dos testes deglicemia capilar”, explica. Com otreinamento dados por profissionais desaúde, os freqüentadores do Núcleo deApoio ao Diabético acabam aprendendocomo comer bem e controlar o açúcar coma dose de insulina necessária, a partir dosresultados indicados nos testes de glicemia.“Verificamos que, no primeiro momento,o jovem e seus pais sentem-se um poucoinibidos diante do médico, mas ficam maisà vontade com o enfermeiro, o nutricionistae o psicólogo. Através de nossos cursos epalestras, estes profissionais estão passandoo conceito de que para viver bem comdiabetes basta modificar alguns hábitos”,comenta.Ana Sofia ressalta que este tipo deexperiência também tem dado certo com os

portadores de diabetes tipo 2. Ela observaser muito comum as pessoas acima de 60anos com algum tempo de diabetes,tomarem medicamentos orais e, mesmoassim, não conseguirem um bom controle,por não adotarem hábitos alimentaresadequados. “Nós convidados estas pessoasa participarem de nossas reuniões, parareceber informações, esclarecer dúvidas etrocar experiências que as levem a sealimentarem de forma saudável. Osresultados estão sendo animadores”, garante.

Liberdade no conhecimentoA proposta de se estabelecer como um localde apoio aos portadores de diabetes é umdos principais fatores para o sucesso de umaloja. Foi com esta idéia que Saney MontePerrotti Santo criou, há quase um ano, oEspaço do Diabético na cidade de Maceió(AL). A filosofia da loja baseia-se na buscade uma maior aproximação entre o portadorde diabetes e o profissional de saúde, comuma postura ética de respeito àsrecomendações médicas. “Queremos ter aliberdade de entrar em contato com o médicodo cliente no caso de haver dúvidas emrelação à prescrição”, assegura Saney.Embora tenha ocorrido amplodesenvolvimento na área de educação emdiabetes e novos produtos sejam lançadoscom freqüência, seja em Maceió comotambém nas demais regiões do Brasil, muitosproblemas que influem no controle daglicemia ainda precisam ser trabalhados esuperados. Para Saney, um dos aspectosmais negativos nesse sentido é o medo.“Muita gente tem medo das complicações,medo de serem rejeitadas pela sociedade ehá aqueles que ficam inseguros diante daperspectiva de falta de medicamentos. Se omedo é fruto do desconhecimento e dadesinformação, então é nesse âmbito quedevemos atuar”, alega.Para transmitir informações a seus clientescom pouco conhecimento sobre diabetes,Saney chega a adotar métodos didáticos.

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Lojas

Apoio paratodos os diasQ

Ana Sofia, da Casa do Diabético emfortaleza, em treinamento para clientes

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8 9

O que é diabetes

• O pâncreas diminui a produção de insulina e/ou a insulina produzida não é bem usadapelo organismo.

• Representa 90% das pessoas que têm diabetes.• Mais comum em adultos acima de 40 anos de idade.• Geralmente existem pessoas na família com diabetes.• Início lento dos sintomas que podem não ser percebidos por longos períodos. Isso pode dificultar o

diagnóstico e o tratamento• O início do tratamento nem sempre inclui medicação oral ou aplicação de insulina

O palavra diabetes mellitus origina-se do grego e do latim : Diabetes (líquido que passadireto por um sifão) Mellitus (mel). Esta expressão pode ser traduzida por “urinarmuito e doce”.Em todo o mundo, cerca de 160 milhões de pessoas têm diabetes. Os estudiosos no assuntoacreditam que, esse número dobrará nos próximos 25 anos. No Brasil, quase 8% da

população entre 30 e 70 anos de idade tem diabetes, ou seja, cercade 10 milhões de pessoas. Segundo o Ministério da Saúde,

50% destas pessoas não sabem que estão com diabetes.

Afinal, o que é diabetes? É uma disfunção causada pelafalta de insulina, ou pela diminuição na produção ou ainda pelaincapacidade em exercer suas funções, provocando o aumento da glicemia (açúcar no

sangue).

Para entender melhor o diabetes, é preciso conhecer a função do açúcar e da insulina em nossoorganismo. Assim como uma locomotiva é movida através da energia produzida pela queima de carvão,

nós também necessitamos de um “combustível”: é o açúcar que vai gerar energia para nosso organismo funcionar, mas issosó ocorre se houver a insulina. Portanto, a função da insulina é garantir aentrada de glicose nas células para a produção de energia.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, um órgão que fica noabdome entre o estômago e a coluna vertebral. Quando nos alimentamos,ingerimos vitaminas, proteínas, sais minerais e glicose (açúcar). Esta glicoseé absorvida no intestino, entra na corrente sangüínea e, com a ajuda dainsulina, penetra nas células para produzir energia e assim garantir ofuncionamento do organismo.

Os principais tipos de diabetes mellitus são chamados de tipo 1 e tipo 2.

Diferenças entre tipos de diabetes

• O pâncreas deixa de produzir insulina.• Representa 5 a 10% do total de pessoas que têm diabetes.• É mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens.• Início súbito dos sintomas (muita sede, muita urina, muita fome, perda de peso)• Evolução clínica rápida, podendo levar ao coma hiperglicêmico em poucos dias• O início do tratamento inclui aplicações de insulina.

Quanto ao tratamento o diabetes deve deixar de ser encarado somente como restrição do açúcar e contar com oequilibrio entre: atividade física, monitorização da glicemia, medicação oral e insulina e plano nutricional. Esteequilibrio pode ser alcançado através da educação em diabetes.

“A Educação em diabetes não é somente parte do tratamento do diabetes, é o próprio tratamento”Elliot Joslin, 1930

Conte com a equipe e serviços do Centro BD de Educação em Diabetes para atendê-lo e contribuir para que vocêtenha uma vida saudável.

Tipo 2

Tipo 1

Muita sede Muita fome Muita urina Perda de peso

Desânimo Alterações visuais Infecções frequentes Lesões nas pernas

Diabetes sem mistério

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O que é diabetes

• O pâncreas diminui a produção de insulina e/ou a insulina produzida não é bem usadapelo organismo.

• Representa 90% das pessoas que têm diabetes.• Mais comum em adultos acima de 40 anos de idade.• Geralmente existem pessoas na família com diabetes.• Início lento dos sintomas que podem não ser percebidos por longos períodos. Isso pode dificultar o

diagnóstico e o tratamento• O início do tratamento nem sempre inclui medicação oral ou aplicação de insulina

O palavra diabetes mellitus origina-se do grego e do latim : Diabetes (líquido que passadireto por um sifão) Mellitus (mel). Esta expressão pode ser traduzida por “urinarmuito e doce”.Em todo o mundo, cerca de 160 milhões de pessoas têm diabetes. Os estudiosos no assuntoacreditam que, esse número dobrará nos próximos 25 anos. No Brasil, quase 8% da

população entre 30 e 70 anos de idade tem diabetes, ou seja, cercade 10 milhões de pessoas. Segundo o Ministério da Saúde,

50% destas pessoas não sabem que estão com diabetes.

Afinal, o que é diabetes? É uma disfunção causada pelafalta de insulina, ou pela diminuição na produção ou ainda pelaincapacidade em exercer suas funções, provocando o aumento da glicemia (açúcar no

sangue).

Para entender melhor o diabetes, é preciso conhecer a função do açúcar e da insulina em nossoorganismo. Assim como uma locomotiva é movida através da energia produzida pela queima de carvão,

nós também necessitamos de um “combustível”: é o açúcar que vai gerar energia para nosso organismo funcionar, mas issosó ocorre se houver a insulina. Portanto, a função da insulina é garantir aentrada de glicose nas células para a produção de energia.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, um órgão que fica noabdome entre o estômago e a coluna vertebral. Quando nos alimentamos,ingerimos vitaminas, proteínas, sais minerais e glicose (açúcar). Esta glicoseé absorvida no intestino, entra na corrente sangüínea e, com a ajuda dainsulina, penetra nas células para produzir energia e assim garantir ofuncionamento do organismo.

Os principais tipos de diabetes mellitus são chamados de tipo 1 e tipo 2.

Diferenças entre tipos de diabetes

• O pâncreas deixa de produzir insulina.• Representa 5 a 10% do total de pessoas que têm diabetes.• É mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens.• Início súbito dos sintomas (muita sede, muita urina, muita fome, perda de peso)• Evolução clínica rápida, podendo levar ao coma hiperglicêmico em poucos dias• O início do tratamento inclui aplicações de insulina.

Quanto ao tratamento o diabetes deve deixar de ser encarado somente como restrição do açúcar e contar com oequilibrio entre: atividade física, monitorização da glicemia, medicação oral e insulina e plano nutricional. Esteequilibrio pode ser alcançado através da educação em diabetes.

“A Educação em diabetes não é somente parte do tratamento do diabetes, é o próprio tratamento”Elliot Joslin, 1930

Conte com a equipe e serviços do Centro BD de Educação em Diabetes para atendê-lo e contribuir para que vocêtenha uma vida saudável.

Tipo 2

Tipo 1

Muita sede Muita fome Muita urina Perda de peso

Desânimo Alterações visuais Infecções frequentes Lesões nas pernas

Diabetes sem mistério

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uando surgiram há quase 20 anos,as primeiras lojas de produtos paradiabetes vieram ao encontro dasnecessidades de um público carente

de produtos básicos para oratamento ealternativas alimentícias. No entanto, o quecomeçou como um simples estabelecimentocomercial, acabou se tornando um serviçode apoio e educação onde as pessoas podemobter maiores conhecimentos sobre diabetes.Hoje, mais do que vender insulinas, materialpara aplicações e monitorização, comidase bebidas diets, estas lojas se dedicamprincipalmente em oferecer orientações aseus clientes, procurando acompanhá-lospara que tenham saúde e qualidade de vida.

Convite para a saúdeEm meados dos anos 80, a nutricionistaAna Sofia Rocha Hissa notou a dificuldadede quem tinha diabetes em encontrar, numsó lugar, todos os medicamentos e produtosque existiam na época para o controle daglicemia. Para suprir esta carência emFortaleza, ela resolveu a criar a Casa doDiabético. “Quando montei a loja, procureiuma maneira de transportar para a minhacidade o sorvete dietético que naquele temposó era produzido no sul do Brasil”, lembra.Durante dois anos, freqüentemente AnaSofia tinha de correr ao aeroporto da capitalcearense para retirar grandes quantidadesde sorvete diet que chegavam em caixas de

isopor e colocá-lo imediatamente no freezerda loja, antes que tudo derretesse.No convívio com os clientes, Ana Sofiapercebeu que poderia criar um espaçoeducacional junto à loja, para realizarpalestras, debates, apresentação de vídeose reuniões entre os portadores de diabetese profissionais de saúde de Fortaleza. Foiassim que nasceu o Núcleo de Apoio aoDiabético, um serviço que vem atingindoobjetivos: orientar as pessoas a seguirem asrecomendações médicas, além de educá-lasna alimentação, nas atividades físicas, naprevenção de lesões dos pés, na correçãoda hipoglicemia, nos procedimentos corretosde monitorização, na preparação e auto-aplicação de insulina, ou seja, em todas asdemais etapas envolvidas no processo decontrole da glicemia.Segundo Ana Sofia, muitos pais de criançase adolescentes recém-diagnosticados comdiabetes tipo 1 ficam aflitos por respostasimediatas para inúmeras questões. Asprincipais dúvidas giram em torno dasbruscas oscilações nas taxas de glicemia.“Procuramos conscientizar os jovens e seuspais para que comam de forma equilibrada,variando os alimentos e observando comoo organismo reage através dos testes deglicemia capilar”, explica. Com otreinamento dados por profissionais desaúde, os freqüentadores do Núcleo deApoio ao Diabético acabam aprendendocomo comer bem e controlar o açúcar coma dose de insulina necessária, a partir dosresultados indicados nos testes de glicemia.“Verificamos que, no primeiro momento,o jovem e seus pais sentem-se um poucoinibidos diante do médico, mas ficam maisà vontade com o enfermeiro, o nutricionistae o psicólogo. Através de nossos cursos epalestras, estes profissionais estão passandoo conceito de que para viver bem comdiabetes basta modificar alguns hábitos”,comenta.Ana Sofia ressalta que este tipo deexperiência também tem dado certo com os

portadores de diabetes tipo 2. Ela observaser muito comum as pessoas acima de 60anos com algum tempo de diabetes,tomarem medicamentos orais e, mesmoassim, não conseguirem um bom controle,por não adotarem hábitos alimentaresadequados. “Nós convidados estas pessoasa participarem de nossas reuniões, parareceber informações, esclarecer dúvidas etrocar experiências que as levem a sealimentarem de forma saudável. Osresultados estão sendo animadores”, garante.

Liberdade no conhecimentoA proposta de se estabelecer como um localde apoio aos portadores de diabetes é umdos principais fatores para o sucesso de umaloja. Foi com esta idéia que Saney MontePerrotti Santo criou, há quase um ano, oEspaço do Diabético na cidade de Maceió(AL). A filosofia da loja baseia-se na buscade uma maior aproximação entre o portadorde diabetes e o profissional de saúde, comuma postura ética de respeito àsrecomendações médicas. “Queremos ter aliberdade de entrar em contato com o médicodo cliente no caso de haver dúvidas emrelação à prescrição”, assegura Saney.Embora tenha ocorrido amplodesenvolvimento na área de educação emdiabetes e novos produtos sejam lançadoscom freqüência, seja em Maceió comotambém nas demais regiões do Brasil, muitosproblemas que influem no controle daglicemia ainda precisam ser trabalhados esuperados. Para Saney, um dos aspectosmais negativos nesse sentido é o medo.“Muita gente tem medo das complicações,medo de serem rejeitadas pela sociedade ehá aqueles que ficam inseguros diante daperspectiva de falta de medicamentos. Se omedo é fruto do desconhecimento e dadesinformação, então é nesse âmbito quedevemos atuar”, alega.Para transmitir informações a seus clientescom pouco conhecimento sobre diabetes,Saney chega a adotar métodos didáticos.

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Lojas

Apoio paratodos os diasQ

Ana Sofia, da Casa do Diabético emfortaleza, em treinamento para clientes

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Receitas

Este é o site do Centro BD de Educação em Diabetes.Informações, dicas, produtos

e agora com Fórum, uma tabela para calcularo seu IMC e a Turma da Pracinha

Torta de abacaxi

Receitas criadas por Maria Christina Carvalho e Eliana M. Zucarelli, autoras do livro Receitas de Doces sem Açúcar (Editora Traço).

Preparo da massaMisture muito bem todos os ingredientes comas mãos. Depois deixe a massa descansar por30 minutos. Abra a massa e coloque-a numaforma grande de torta. Perfure-a toda com ogarfo e leve para assar.

Ingredientes da massa:• 3 ovos• 1 colher de chá de baunilha (5ml)• 3_ xícaras de farinha (385g)• 20 envelopes de adoçante não calórico• 4 colheres de sopa de suco de laranja (60ml)• _ xícara de margarina (100g)• 2 colheres de chá de fermento (8g)

Ingredientes do creme• 3 gemas• 8 envelopes de adoçante não calórico• 4 colheres de sopa de maisena (32g)• 2_ xícaras de leite desnatado (500ml)

Preparo do cremeCombine os ingrediente numa panela eleve ao fogo brando, mexendo sempre,com uma colher de pau até engrossar. Deixeesfriar.

Ingredientes do recheio de abacaxi• _ abacaxi cortado em cubos (180g)• 1 xicara de água• 3 envelopes de adoçante não calórico

Preparo da coberturaBata a clara em neve até formar pico. Adicione o leite em pó e o adoçanteaos pouco e continue batendo. Cubra toda a torta com esse suspiro. Levepara gelar.

Preparo do recheio de abacaxiCombine os ingredientes e leve ao fogo atéamolecer. Coe e misture ao creme, despejandotudo por cima da massa assada.

Massa: igual a da tora de abacaxiCreme: igual ao da torta de abacaxiCobertura de morango: lave bem 200 gramas demorangos enfeitando todo o creme. Prepare _ pacotede gelatina dietética de morangos e leve a geladeira.Quando a gelatina endurecer um pouco, cubra atorta e leve-a a geladeira

Torta de morango

Rendimento: 20 porções164 calorias cada porçãoProteínas: 6,5gLipídeos: 6,2gCarboidratos: 20,1g

Ingredientes da cobertura• 5 claras• 7 envelopes de sopa de leite em pó desnatado (52g)• 12 envelopes de adoçante não calórico

Rendimento: 20 porções150 calorias cada porçãoProteínas: 5,0gLipídeos: 6,1gCarboidratos: 18,3g

“Quando percebo que a pessoa tem poucaexperiência no assunto, dou orientaçõesbásicas sobre anatomia humana, mostrandoo que é o pâncreas, que ele fica no abdomenpróximo ao fígado e como a insulinaque é o principal hormônio responsávelpela utilização da glicose em nossocorpo, é produzida por este órgão.Atuamos mais como educadores doque simples comerciantes de produtospara o tratamento do diabetes”, afirma.Para prestar este serviço diferenciado,o Espaço do Diabético conta com aparticipação e a experiência do maridode Saney, o endocrinologista dr. EdsonPerrotti, que também tem diabetes tipo1 há quase 30 anos.Na opinião de Saney, o impacto quando apessoa recebe a notícia de que terá de tomarinjeções de insulina pelo resto da vida deveser atacado com objetividade e coragem.“Todas as vezes que inicio a orientaçãosobre preparo e administração de insulinacom um cliente recém-diagnosticado, eumesma me aplico com a agulha BD Ultra-Fine, como se eu fosse realmente tomarinsulina. O cliente vê isso e reconhece quea aplicação quase não dói, pois se doessemuito eu não me aplicaria. É o tipo dedemonstração que funciona”, argumenta.As pessoas carentes que se dirigem aoEspaço do Diabético acabam sempre tendoalgum tipo de apoio. “É gente com poucosrecursos, mas que abrem mão de qualquercoisa para poderem manter o seutratamento. Quando dispomos de amostrasgrátis repassamos para estes clientes. Nóssempre encontramos uma soluçãoemprestando canetas, glicosímetros e outrosmateriais. Apesar de humildes, são pessoashonestas e de muita dignidade, pois voltampara acertar a dívida”, comenta.

Decisão felizMuitas vezes, a iniciativa de se abrir umaloja ocorre quando alguém da família temdiabetes. É o que aconteceu no Rio deJaneiro (RJ) com o casal Carlos Alberto daSilva e Vera Lúcia Rodrigues, proprietáriosda Abelinha Diet, cuja filha, Viviane foidiagnosticada há 7 anos. Na época, seuspais ficavam desesperados diante dasdificuldades de encontrar a insulinaprescrita pelo médico, além dos produtosindispensáveis ao tratamento - sem falarna completa falta de orientação sobre comoutilizá-los. “Nós não tínhamos a mínimaidéia do que era diabetes e o que fazer”,

conta Vera.Hoje, Viviane é uma moça com 18 de idade,ótima saúde e, para os seus pais, ela é amaior prova de sucesso no tratamento.“Criar a loja foi uma decisão feliz, poisisso proporcionou à nossa filha o convíviocom outras pessoas como ela. Ironicamente,ainda atendemos pessoas recém-diagnosticadas com as mesmas dúvidas e

angústias que experimentamos no passado.Com nossa experiência e a lição de vida deViviane, procuramos orientar essas pessoaspara que também possam encontrar ocaminho certo e enfrentar o diabetes comsucesso”, diz Carlos Alberto.Os proprietários da loja confirmam que hágrande resistência de algumas pessoas comdiabetes recém-diagnosticado. “A nãoaceitação do tratamento indicado e aprópria rejeição dos fatos são conseqüênciasda desinformação. Para solucionar oproblema, procuramos dar orientaçõespersonalizadas ao cliente”, observa VeraLúcia. Isso é feito através de explicações

individuais sobre manuseio deglicosímetros, utilização correta decanetas e seringas, demonstrações deaplicações de insulina, indicações paraa escolha da agulha correta com baseno cálculo de Índice de Massa Corpórea(IMC) e demais informaçõesimportantes para o controle daglicemia. O estabelecimento tambémpromove palestras, cursos e grupos detrabalho com profissionais de saúdeque atuam na educação em diabetes.

Para o casal que dirige a Abelinha Diet, odiálogo é a estratégia que melhoresresultados proporciona a quem busca apoionos cuidados com o diabetes. “Vem muitagente aqui em péssimo estado emocional epsicológico, grande parte devido àsrestrições impostas pelo tratamento. Nessescasos, mostramos que pensar negativo sóatrapalha. No final, tais pessoas acabamentendendo que precisam se ajustar a umanova realidade para conquistarem umavida mais saudável, com mais qualidade eduradoura”, conclui.

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Lojas

Serviço

• Casa do DiabéticoAv. Monsenhor Tabosa, 1.277, Fortaleza (CE),tel. (0xx85) 248-2923.E-mail: [email protected]

• Espaço do DiabéticoRua Jangadeiros Alagoanos, 1.153-A, Maceió(AL), tel. (0xx82) 337-5078.E-mail: [email protected]

• Abelinha DietEstrada do Galeão, 717, sala 203, Cacuia, Ilhado Governador, RJ, tel. (0xx21) 2467-8863.E-mail: [email protected]

Carlos Alberto da Silva proprietárioda loja Abelinha Diet

“…estas lojas se dedicamprincipalmente em oferecerorientações a seus clientes,procurando acompanhá-lospara que tenham saúde e

qualidade de vida..”

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afael de Moura Gomides tomouum susto quando lhe disseram quetinha diabetes, há pouco mais dedois anos. Ele nunca tinha ouvido

aquela palavra esquisita. “Fiquei pensando:o que ia acontecer comigo?”, lembra estemenino de 12 anos de idade que vive emBelo Horizonte. Seus pais, Carlos FredericoBarbosa Gomides e Mara Lúcia de MouraGomides, procuraram apoio e as primeirasorientações que conseguiram foi através doDisque BD Bom Dia (0800 11 5097).“Recebemos diversos materiais educativos,como a revista BD Bom Dia e o manualDiabetes Sem Mistério, com informaçõesque nos ajudaram bastante”, conta MaraLúcia.No jogo para controlar o diabetes, éfundamental um “técnico” e um grupo deapoio que tire o máximo rendimento dos“jogadores” (o portador, seus pais e outrosintegrantes da família). A família Gomidesconheceu um ótimo técnico, o dr. LevimarRocha Araújo, um médico acostumado alidar com crianças como Rafael. “Já quecada pessoa reage ao tratamento de umjeito, temos que agir de formas diferentescom cada um”, diz. Ele comenta que existemalgumas situações em que o diagnóstico do

diabetes é apresentado com um certodescaso, do tipo “é só um aumento na taxade açúcar no sangue”. Porém, em seguidasão feitas inúmeras restrições à criança e aprimeira delas é: “você não pode mais comerdoces”. Na opinião do dr. Levimar isso éuma coisa muito forte, muito chata de serouvida, principalmente por uma criança.“É mais interessante mostrar o lado positivodo diabetes. Se pensarmos que todas aspessoas deveriam levar uma vida igual à dequem tem diabetes, com um programa dealimentação balanceada e de atividade física,todo mundo viveria muito melhor”, garante.Um time vencedor tem uma equipeconsciente, que treina, é unida e disciplinada.Rafael concorda com isso. Os testes deglicemia capilar e as três doses diária de

insulina que ele mesmo se aplica, são tarefasque incorporou em sua rotina a partir dosensinamentos que sua própria mãe lhepassou. Mara Lúcia aprendeu todos ospassos para fazer os testes de monitorizaçãoda glicemia e da preparação e administraçãode insulina para poder ensinar a seu filho.“Na equipe que trabalha com o dr. Levimar,encontramos as pessoas certas para nosajudar e adotar novos hábitos”, afirma. Omédico ressalta que para chegar a bonsresultados, todos os profissionais da equipemultidisciplinar devem falar a mesmalinguagem.Para melhorar suas habilidades e adquirir

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É como uma partida de xadrez, um jogo de futebol ou um videogame. O adversário aparece vestido com as cores domedo, da dor e da revolta. Para derrotar este adversário precisamos conhecer seus pontos fracos, estar bem treinadose habilidosos, ter paciência, disciplina e muita determinação. Com isso, sempre vamos perceber que o conhecido pordiabetes, o adversário, não é nenhum monstro. É apenas mais um dos inúmeros desafios de nossas vidas.

SEM MEDO DE VENCER

R

Reportagem

Rafael e seu irmão mais novo, João Vitor.

Dr. Levimar Rocha Araújo é professor deFisisologia da Faculdade de CiênciasMédicas de Minas Gerais e Coordenadordo Projeto Educacional Diabetes Weekend.

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verduras e das frutas ajudam a diminuir aquantidade de açúcar no sangue (isso écomprovado pelos cientistas). Além disso,a pizza ou o x-burguer também devem fazerparte do plano alimentar, como opções deum almoço ou jantar, masnão comidos como um pratoextra.Na alimentação saudável,devemos usar a idéia dasubstituição ao invés daadição. Assim, numdeterminado dia você podesair com seus amigos ecomer uma pizza ou um x-burguer, tomar umrefrigerante diet e já que vocêé esperto, vai escolher uma pizza maissaudável com vegetais, ou x-burguer-saladados nossos exemplos acima e quando chegarem casa irá saborear aquela fruta gostosa.Fácil e gostoso!Teremos assim a Qualidade (grupo de

alimentos), a Quantidade (quanto de pizzadevo comer) e Quando vou comer (afreqüência, mas não se esqueça que este tipode comida não vai sumir do planeta e poderáser colocado no seu plano alimentar na

semana seguinte). É só uma questão decombinar e não deixar de fora outrosalimentos como alface, tomate, couve-flor,maçã, leite, frango e tudo mais dos 5 grupos.Você não gosta de couve-flor?Combinado: ou você a experimenta numa

outra oportunidade ou come outro tipo devegetal, pode ser alface ou cenoura, desdeque você coma alimentos também do grupodos vegetais. Parece razoável, ou você nãofaz parte da geração saúde?

Para finalizar, mas tambémmuito importante: não seesqueça que a geração saúdeé a que faz atividade física.Faça algo: jogue futebol,pratique dança, natação, judô,qualquer coisa, desde que semexa e goste do que faz,porque aí você fará com maisvontade e prazer. Só não valeficar parado. Pode estar certoque seu corpo vai te agradecer

(olha o bumbum durinho, a barriguinhasarada, os braços fortes!), mas certamenteé o seu diabetes que vai se dar melhor,porque a atividade física ajuda a controlara quantidade de açúcar no sangue. Palavrados estudiosos!

4

Nutrição

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“…não existem alimentos proibidos,mas quantidades que devem ser

controladas. Se tenho vontade decomer pizza ou x-burguer, posso

comer em quantidade adequada aomeu plano alimentar.”

Maior espaçopara os vegetais

vezes é preciso negociar com agarotada que não tolera vegetais.Há até o caso daquele rapaz que

demonstrou toda a sua aversão a verdurase legumes quando fez um desafio ànutricionista. “Quero ter uma prova de queacelga, couve-flor, quiabo e brócolis vãomelhorar o meu diabetes”.Sem radicalizar, existem mães queestão “fazendo as cabeças” deseus filhos e conseguindo que elescomam um pouco de vegetais eoutros alimentos com fibras. Éo caso de Simone Matte Andreis,mãe de Thiago um garotão de 13anos de Porto Alegre (RS).“Ele sempre gostou demacarronada, mas teve de

diminuir os pratos a base de massa depoisque ficou com diabetes”, conta dona Simone.Logo depois que recebeu o diagnóstico,Thiago passou a acompanhar as orientaçõesde sua nutricionista e vinha mantendo ótimastaxas de glicemia. Com o diabetes bemcontrolado, o menino achou que estarialiberado para comer tudo aquilo que sempre

gostou, em grande quantidades e voltou aabusar dos pratos ricos em calorias ecarboidratos. O resultado não poderia seroutro: hiperglicemias freqüentes.Como aquela situação de descontrole daglicemia não poderia perdurar, Thiagovoltou a seguir o programa alimentarproposto por sua nutricionista, Silvana

Schwartsmann – agora com umainovação: a contagem decarboidratos. Atualmente, ele atéjá está admitindo alface, tomatee cenoura em suas refeições.“Espero que com esta saladinhao Thiago comece a gostar deoutras verduras e legumes”, dizdona Simone.

À

maior conhecimento sobre o diabetes,Rafael tem participado da colônia DiabetesWeekend, onde recebe o treinamentonecessário. Segundo seus pais, oenvolvimento com outras crianças de suaidade que vivem a mesma condição, vemservindo para aumentar a segurança e darmais liberdade ao menino. “É importanteque os pais da criança não a coloquemnuma redoma de superproteção, pois issopode gerar uma série de conflitos nofuturo”, avisa o dr. Levimar. Nesse aspecto,ele observa que a ansiedade dos pais acabainterferindo na glicemia dos filhos comdiabetes. “Se por um lado nós temos umalto grau de aceitação do diabetes por parteda criança, por outro, muitos pais ficamapavorados com as hiperglicemias do filhopré-adolescente, pois não conseguementender que isso ocorre devido às fortesmudanças hormonais próprias desta fase”,explica.A vida de Rafael é bastante agitada. Alémde cumprir com suas obrigações escolares,ele gosta muito de andar de bicicleta, brincare praticar natação. “Isso me ajuda a queimarenergia e manter a glicemia em equilíbrio”explica.

Culpa de ninguémVez ou outra o adversário fica com posede valente e aquela cara de monstro,apontando o dedo para os pais como quedizendo: “a culpa é de vocês!”. Nessashoras, é bom sair da defesa e voltar a atacaro adversário. É o que fez o casal Geílson eConceição Gomes, pais de Karolyne, umagarotinha do Rio de Janeiro de 11 anos.Em janeiro passado, de repente, a meninacomeçou a beber muita água. Devia ser porcausa do calor típico do verão carioca. Masela passou a se queixar de dores nas pernase sua mãe o levou a um posto de saúde.Depois de alguns exames, ficou confirmadoque Karolyne tinha Diabetes Mellitus tipo1. Foi aí que as cabeças de seus paisentraram em parafuso. “Não sabíamos oque fazer e ficamos tão transtornados queemagrecemos vários quilos”, conta o pai.Conceição admite que chegou a sentir-seculpada pelo que tinha acontecido com afilha. “Como trabalhamos fora, eu tinhaque deixar o almoço pronto para nossas

meninas. Mas a maior parte do prato deKarolyne ia para o lixo, pois ela não comiadireito. Achava que seu diabetes pudesseter sido causado por isso”, confessa. “Nocomeço eu chorava muito, porque tinha detomar as aplicações de insulina e não podiamais comer doces”, lembra a garota.As falsas idéias e hábitos errados começarama ser mudados quando a família conheceuo dr. Jorge Lüescher. Logo na primeiraconsulta com o médico, Karolyne percebeuque poderia ter uma vida normal e ser atémais saudável do que muitas pessoas semdiabetes. “Eu acho que o dr. Jorge quis sermeu amigo, porque nós conversamos muitoe ele me explicou como fazer para mealimentar bem e aplicar a insulina nas horascertas”, conta. O dr. Jorge salienta que osentimento de culpa dos pais acaba gerandoconflitos no casal, provocando angústia eestresse da criança. “Procurar um culpadosó serve para atrapalhar no controle daglicemia”, avisa.Segundo o médico, não existe uma formulamágica para a criança aceitar seu diabetese adotar um tratamento visando o controle.Isso depende da qualidade das informaçõessobre diabetes, da motivação da criança eda família. Além disso, todos, inclusive omédico e a equipe multidisciplinar, precisamestar muito envolvidos na causa. “Devemosorientar os pais com informações básicassobre o que é diabetes, hiper e hipoglicemias,

como aplicar a insulina”, recomenda. Taisorientações preliminares são úteis paracriança eliminar certos temores em relaçãoao tratamento e resguardar sua própriasaúde.Quando atinge 10 anos de idade, a criançajá pode executar uma série de tarefas, comou sem supervisão dos adultos. Dormir nacasa de amigos ou primos, saber como fazerum teste de glicemia ou uma auto-aplicaçãode insulina e até mesmo estar preparadospara enfrentar uma hipo, são coisas quepodem contribuir para a afirmação dosmeninos e menina. O dr. Jorge recomendaque os pais evitem comentários negativoscomo “você não aplica a insulina direito”.O médico diz que é preciso destacar ospontos positivos dos filhos, com elogios dotipo ‘você faz muito bem os testes deglicemia capilar’. Isso é ótimo para estimulara independência doas crianças”, observa.Seguindo as recomendações do dr. Jorge,Karolyne passou a freqüentar os cursos epalestras administrados no Hospital daUFRJ onde funciona o Instituto dePuericultura e Pediatria Martagão Gesteria.Quem a leva é a mãe, dona Conceição eambas estão tirando grande proveito dotrabalho realizado pelos educadores emdiabetes. “Tem sido uma ótimaoportunidade para conhecermos tambémoutras crianças e pais que nos contam suaspróprias experiência e, assim, nos preparampara qualquer situação de crise de hipo oude cetocidose”, diz Conceição.adora dançar, nadar e brincar. RecentementeKarolyne descobriu a dança do ventrequando entrou numa academia de ginásticapróxima a sua casa e se apaixonou por esteestilo de dança. Até já fez uma apresentação

Reportagem

Karolyne (em pé) com suas colegas Júliae Carolina preparando uma sobremesadiet

Dr. Jorges Lüescheré endocrinologistapediátrico doInstituto dePuericultura ePediatriaMartagão Gesteira(Hospital daUniversidadeFederal do Rio deJaneiro).

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idéia que a garotada deve ter desua alimentação é de um planosaudável que as permita manter a

glicemia em níveis adequados, favorecendoseu desenvolvimento e fornecendo todaaquela energia necessária para jogar futebol,dançar, nadar, surfar, andar de bicicleta,enfim, brincar. Com isso, dá para entenderque os hábitos alimentares das crianças quetêm diabetes não são tão diferentes dos quenão têm. Todos querem crescer com saúdee energia suficiente para todo esse agito.No entanto, há uma diferença a favor dequem tem diabetes, que é seguir a “regrados 3 Qs”: Qualidade, Quantidade eQuando. Na verdade, essa regra deveria serrespeitada por todo mundo, com ou semdiabetes.

QualidadeA regra da Qualidade é saber escolher ecombinar os alimentos dos seguintes grupos:• Grupo do pão – São os alimentos

energéticos, contêm carboidratos que sãonecessários para gerar energia ao corpo.Ex.: pães, bolachas, arroz, batatas, pizzae massas em geral.

• Grupo das frutas – Alimentos reguladores,contém vitaminas, sais minerais e fibras.Regulam as diversas reações que ocorremno nosso corpo. Ex.: maçã, laranja,abacaxi e outras frutas.

• Grupo dos vegetais – São reguladores e,como as frutas, possuem vitaminas,minerais e fibras. Ex.: alface, brócolis,cenoura, tomate.

• Grupo das carnes – Contém proteínas,são alimentos construtores, porqueajudam a construir e reparar lesões do

corpo. Ex.: as carnes brancas (frango,peixe) e vermelhas (carne de boi) além deovos.

• Grupo do leite – Também são alimentosconstrutores, contêm proteínas e minerais.Ex.: leite e seus derivados como iogurtee queijos.

Qualquer pessoa (nem precisa ter diabetes)pode pedir ajuda ao nutricionista paraorientar como se alimentar bem,combinando todos estes alimentos de formamuito gostosa e equilibrada.

QuantidadeRegra da Quantidade: comer de acordo comum plano alimentar, baseando-se no seupeso, idade, altura, atividade, além dosvalores dos testes de gota de sangue(monitorização).

QuandoA terceira regra, do Quando, diz que quemusa insulina não deve pular ou atrasar asrefeições combinadas com a nutricionista.Como você já deve ter percebido, é precisocomer alimentos de todos os grupos da regrada Qualidade. Não vale só comer pizza oumassas, pois para que o açúcar fique numnível bem próximo ao normal e você cresça,é preciso comer alimentos também dosoutros grupos: a laranja, o frango, alface,leite e tudo mais. Isso não é uma invençãodo nutricionista ou de seus pais para quevocê coma de tudo o que está nos gruposdos alimentos. São idéias baseadas emtrabalhos sérios feitos por pesquisadores domundo inteiro, cientistas que depois demuitos estudos descobriram estas coisas.Se você precisa de uma prova de que comer

os alimentos de todosos grupos vai tefazer bem, então aívai uma sugestão:siga a regra dos 3Q e confiradepois dealgum tempoa suaglicemia. Etem mais:comoainda nãotemos acura dodiabetes, oscientistascontinuampesquisandopara descobrí-la. Por isso ébom você também participardesta busca: basta manter-se saudável paraquando a cura vier.

Controlando as quantidadesCostumo dizer que não existem alimentosproibidos, mas quantidades que devem sercontroladas. Se tenho vontade de comerpizza ou x-burguer, posso comer emquantidade adequada ao meu planoalimentar, uma vez que estes alimentos sãomuito gordurosos e gordura não faz bempara ninguém. Posso colocar nesse x-burgueralface, tomate (x-salada com um pouco demaionese light) e escolher uma pizza comtomate, com cobertura de escarola ousalpicada com rúcula. Para sobremesa, possoescolher uma fruta, pois as fibras das

A

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com a regra dosComer é quase uma brincadeira

3QsSilvana C. SchwartsmannNutricionista voluntária do Instituto da Criança com Diabetes do Rio Grande do Sul

NutriçãoReportagem

com fantasia de odalisca. Ela garante: “foium arraso!”

Tem que ser xeretaSe por um lado, ter medo do diabetes nãonos ajuda a derrotar o nosso adversário (odescontrole da glicemia) também de nadaadianta nos revoltarmos contra ele. NathalieCarrel chegou a esta conclusão quando,num acesso de raiva, atirou sua caneta deinsulina contra uma parede do seu quarto.“Eu me descontrolei, sei lá, perdi a paciênciacom as aplicações. Quando vi a canetaespatifada no chão, percebi que tinha feitouma grande besteira, aquilo não ia meajudar”, reconhece a garotinha de SãoPaulo com apenas 9 anos de idade,diagnosticada há cerca de 2 anos.O médico de Nathalie, o dr. Jairo TabacowHidal, avalia que a revolta é uma das fasestípicas de quem tem diabetes. Segundo ele,a

raiva envolve o encadeamento de emoçõese isso pode ser canalizado para uma formapositiva de comportamento. “A indiferençaem relação ao diabetes é bem pior do quesentir raiva e ódio da situação”, garante.O dr. Jairo explica que a pessoa indiferentecom o seu diabetes passa a ignorar asrecomendações médicas, toma insulina sóquando acha que deve fazê-lo, não sealimenta corretamente e nem se preocupase dentro de alguns anos passará a sofrercom as complicações crônicas resultantesdas glicemias muito alteradas. “Quem temdiabetes e não liga para isso é como alguémque assume o controle de um avião, semsaber como pilotá-lo e segue num vôocego”, compara.Na opinião do dr. Jairo a criança e seuspais devem sempre tentar descobrirnovidades sobre. “Tem que ser um xereta,procurar saber tudo sobre o assunto,perguntar para o médico e os profissionaisdo grupo de apoio. O portador de diabetesque age passivamente sempre serádependente de seu médico e isso não éinteressante para o seu tratamento. Ograu de liberdade que o portador podeter é proporcional ao seu nível deconhecimento sobre o diabete”,argumenta. Também para ele, não háfórmulas pré-concebidas para alcançarboas taxas de glicemia. O dr. Jairorecomenda que para saber como lidar bemcom isso, as crianças e seus pais devemfreqüentar as associações e entidades deapoio que existem no Brasil.No começo, as aplicações em Nathalie eramfeitas por sua mãe, Cristiane de Castilho epor seu avô, Manuel Bittencourt (70 anosde idade e 50 anos de diabetes tipo 1!).Freqüentando a Associação de DiabetesJuvenil-ADJ, a menina conheceu outrascrianças como ela. “Eu vi outras criançasque já sabiam aplicar insulina e decidi quetambém poderia fazer isso sozinha”, conta.Foi assim que ela se encheu de coragem epassou a fazer a auto-aplicação. Hoje,Nathalie nunca sai sem seu estojo comcaneta, agulhas, insulina, álcool swabs,glicosímetro e fitinhas para testes deglicemia capilar. “É interessante comominha filha tornou-se responsável emrelação ao controle de seu diabetes. Acredito

que isso tem a ver com o treinamento dadopela ADJ”, observa a mãe Cristiane.Nathalie aprendeu a encarar a situaçãocom realismo, desde o primeiro momento.Logo nos primeiros dias após o diagnótico,seu pai, Robert Charrel, procurou explicar-lhe tudo o que sabia a respeito para nãocriar falsas esperanças na menina. Para odr. Jairo, este senso de responsabilidade dacriança e dos pais em relação ao tratamentoé fundamental para se chegar a bonsresultados. “Muitas vezes, percebo quealguém está procurando soluçõesmirabolantes para a cura do diabetes,através de chá, ervas e outras alternativasde tratamento. O médico precisa ser umpouco flexível nessas situações e argumentar

com a pessoa que ela pode tomar o chá,desde que não deixe de tomar a insulina”,pondera.Atém bem pouco tempo, Nathalie praticavanatação para ajudar a controlar o açúcar.No entanto, há poucos meses ela assumiuseu gosto por “esportes radicais”, ou seja,escalada. Ela garante que escalar montanhase paredões é muito mais gostoso do quebrincar com bonecas, até por se tratar deuma atividade que desenvolve o equilíbrio,a coordenação motora, força muscular,autoconfiança e percepção de espaço. “Émuito legal subir bem alto, olhar para baixoe ver o quanto a gente é capaz”, afirma.

Nathalie com sua mãe Cristiane e seusirmão Rodrigo e Stefano.

O dr. Jairo Tabacow Hidal é clínico geralcom especialização em Endocrinologiae vice-presidente do Hospital IsraelitaAlbert Einstein.

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eu filho(a) é um(a)adolescente! E agora?Para a maioria dos pais

esta é uma fase da vida dos filhosque gera muita angústia. Imaginepara o filho? Revoluçõeshormonais e comportamentais,enfim é uma fase de auto-afirmação que é vivenciada portodos (lembre-se: todos nóspassamos por essa fase).Para o adolescente portador dediabetes isso também acontece,só que as pessoas acabamconfundindo a mudançacomportamental, típica nessafase, como um problema geradopelo diabetes.Nessa edição convidamos pessoasque entendem desse assunto paraabordar o tema da adolescênciasob os aspectos emocional,médico e nutricional, como a dra.Sandra Ferreira e a nutricionistaLuciani Bresciani, profissionaisque contam com largaexperiência nessa matéria. Além

delas, colocamos o depoimentode Norton Mello que relatou emlivro a sua experiência com odiabetes na época de suajuventude, mostrando comoconviver e até direcionar a suavida profissional pela disfunção.A edição 63 traz também umartigo excelente do dr. LeãoZagury sobre a “importância doaprender” para o portador deDiabetes Mellitus. Finalizando,apresentamos uma matéria muitointeressante sobre diabetes emanimais de estimação com dicase informações passadas pelaveterinária Márcia MarquesJericó.Após a leitura desta nova ediçãoda revista BD Bom Dia, acreditoque você leitor concordarácomigo que o tempo investidofoi muito útil.Um abraço.

* Rafaele Madormo é Gerente deMarketing - Diabetes Healthcare

Editorial

por RAFAELE MADORMO*

2 15

Criança

EXPEDIENTEPublicação trimestral do Centro BD de Educação em Diabetes. Rua Alexandre Dumas, 1976, Chácara Sto. Antonio.

CEP 04717-004. São Paulo, SP. Tel.: 0800-115097.Diretora da Divisão Consumer Healthcare: Simone Agra

Diretor da publicação: Rafaele MadormoCoordenação de Educação em Diabetes: Márcia Camargo de Oliveira

Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTB 12460-SP)Revisão: Solange Eira

Design e Editoração: RNnewad - (0xx11) 5641-6615As matérias desta publicação podem ser reproduzidas,

desde que citada a fonte.Tiragem: 100 mil exemplares.

Indispensável paraa saúde humana

P s i c o l o g i a

É NATAL!autora énutricionista

clínica comespecialização emdiabetes e atua há 18anos na área. A profa Celestecondensou os conceitos básicos e orientações geraispara um programa de alimentação, com dicas paraa elaboração de cardápios e métodos adequadospara a preparação das refeições. As característicasnutricionais dos alimentos e as diferenças entre osdiversos tipos de adoçantes dietéticos sãoapresentadas em linguagem de fácil compreensão.Há também dicas úteis para a alimentação emsituações especiais como em festas, restaurantes,lanchonetes, em viagens aéreas e marítimas. Oguia é vendido a R$ 12,00 e pode ser solicitadopelos tels. (0xx11) 3901-2771, 3884-1957, pelofax (0xx11) 3887-3872, ou através do e-mail:[email protected]

A

com Diabetes

om o objetivo de promover a educação em diabetesaos jovens e familiares, o Instituto da Criança com

Diabetes do Rio Grande do Sul lançou recentemente ummanual ilustrado com orientações básicas sobre o assunto.O Instituto da Criança com Diabetes do RS tem comometa construir até 2002 um centro de educação e tratamentopara crianças, adolescente e suas famílias. Atualmente, talproposta já colocada em prática pelo Instituto, num imóvelcedido pelo Grupo Hospitalar Conceição. A renda obtidacom O Manual da Criança com Diabetes (R$ 10,00) serátotalmente revertida para ajudar na construção do centro.O Manual da Criança com Diabetes conta a história deum menino que, junto com seus pais e profissionais desaúde, aprendeu o caminho para ter boa saúde. O manualexplica através de joguinhos o que é diabetes, como e porque tomar insulina, a importância dos testes de glicemiae como seguir um bom plano de alimentação. O trabalhotrata com bastante clareza o que são as hiper, hipoglicemiase cetonas.Quem quiser adquirir este belo manual e contribuir como Instituto da Criança com Diabetes do RS, deve entrarem contato com Simonepelo tel.(0xx51) 3362-7371 ousolicitá-lo peloe-mail:[email protected]

lança manualInstituto da Criança

Celeste Elvira

de AlimentaçãoGuia Prático

para o diabético

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Uma publicação do CENTRO BD DE EDUCAÇÃO EM DIABETES - Ano XV - Nº 64 - outubro/novembro/dezembro de 2001

• OS DIAS ANTESDO DIABETES

• NA HORA CERTA,O ADOLESCENTERETOMA SEUEQUILÍBRIO

• ADOLESCÊNCIAE DIABETES

• A IMPORTÂNCIADE APRENDER

• BICHOS COMDIABETES

EXEM

PLAR D

E ASSI

NANT

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IBID

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