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EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE COMO PROMOÇÃO DE SAÚDE EM
ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DO COLÉGIO ESTADUAL SÃO
CRISTOVÃO DA CIDADE DE UNIÃO DA VITÕRIA – PR
RICARDO RABELO1
GLÁUCIA ANDREZA KRONBAUER2
RESUMO
O tema flexibilidade como promoção de saúde foi desenvolvido com os alunos do 1º ano do ensino médio, com o objetivo de descrever a flexibilidade e seu papel na aptidão física e na saúde. A partir da compreensão das estruturas envolvidas na flexibilidade e qual a sua influência na saúde postural dos alunos, foram propostos exercícios para desenvolver essa valência física, na tentativa de minimizar síndromes dolorosas e alterações posturais que possam se desenvolver ao longo da vida. Palavras chave: Flexibilidade. Isquiotibiais. Postura.
1 Professor PDE.
2 Orientador. Mestre em Ciências do Movimento Humano, UFGRS, 2009; Professora da Universidade
Estadual do Centro-Oeste, Paraná.
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1 INTRODUÇÃO
A crescente mudança de hábitos de vida imposta pela sociedade, que limita,
sob o olhar da atividade física, a liberdade de movimento pela carência de espaço
seguro e estímulos aos jogos livres infantis, torna o adolescente sedentário e
acomodado, empobrecendo seu acervo motor.
Tais hábitos de vida, gerados pela insegurança, entretenimentos estáticos
como jogos eletrônicos e a tendência das maquinas e computadores executarem as
tarefas cotidianas, resultam no fenômeno social caracterizado por um estilo de vida
hipocinético, o que pode influenciar negativamente na aptidão física dos
adolescentes.
Estudos demonstram que um estilo de vida ativo pode favorecer
significativamente o desenvolvimento adequado da aptidão física enquanto fator
preponderante para performance motora e a boa saúde. Entre as constituintes da
aptidão física podemos citar valências como a velocidade, agilidade, força,
resistência e a flexibilidade entre outras (VARGAS NETO, 1999).
A flexibilidade, definida como a mobilidade passiva máxima de um dado
movimento articular, é uma das variáveis da aptidão física relacionadas à saúde e
representa um fator fundamental para o desempenho do corpo e do movimento, seja
em modalidades desportivas ou cênicas, em que a graciosidade e a beleza dos
movimentos sejam relevantes (ARAÚJO, 2004).
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais 2008, o corpo deve ser
entendido em sua totalidade, ou seja, o ser humano é o seu corpo, que sente, pensa
e age. As preocupações com o corpo e com os significados que o mesmo assume
na sociedade constituem um dos aspectos que precisam ser tratados no interior das
aulas de educação Física, para que sejam desmistificadas algumas perspectivas
ingênuas no trato com essa questão (PARANÁ, DCE, 2008).
Considerando os aspectos pedagógicos, a escola também deve enfatizar
ações promotoras da saúde de forma preventiva, além de ampliar a capacidade de
lidar com as limitações advindas do sedentarismo. As medidas adotadas devem ser
diretas sobre as condições determinantes da saúde, para alcançar um estado de
bem-estar físico, mental e social. Como afirma Guedes:
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Em uma sociedade, onde significativa proporção de pessoas adultas contribuem substancialmente para o aumento das estatísticas associadas às doenças crônico-degenerativas em consequência de hábitos de vida não-saudáveis, principalmente no que se relaciona com a prática de atividade física, parece existir fundamento lógico para a modificação da orientação oferecida às aulas de educação física para um enfoque de educação para a saúde (1999, p.10).
O autor destaca ainda que a “[...] formação dos educandos direcionada à
manutenção e à preservação da saúde é ainda reconhecida como algo bem pouco
relevante em nossa estrutura de ensino” (GUEDES, 1999, p.10). Nesse sentido,
trabalhar a flexibilidade no contexto escolar justifica-se pela sua influência na saúde,
mas também para o reconhecimento do corpo e das diversas possibilidades de
relação deste com o mundo.
A flexibilidade consiste na capacidade de amplitude de uma ou múltiplas
articulações em realizar tarefas específicas. E sua redução ao longo dos anos pode
causar dificuldades na realização de tarefas diárias exemplo disso são achados de
Badley, Wagstaff e Wood (1984), que observaram em 95 indivíduos com idade entre
28 e 84 anos, a relação entre a flexibilidade de diferentes movimentos com a
realização de tarefas diárias. Os resultados indicaram que a habilidade de
deslocamento correlacionava-se, de forma significante, com o movimento de
extensão do joelho; a habilidade de curvar-se para o chão apresentava correlação
com a flexão de quadril; e as habilidades que requeriam o uso de mãos e braços
correlacionavam-se com os movimentos de extensão de membros superiores.
Além da idade, o gênero e o nível de atividade física são fatores que
influenciam diretamente na flexibilidade. Indivíduos com maior nível de atividade
física apresentam maior amplitude de movimento. Com relação ao gênero, a maioria
dos estudos indica que as mulheres apresentam maiores níveis de flexibilidade
quando comparadas aos homens.
Exercícios que trabalhem a flexibilidade apresentam inúmeros benefícios no
aspecto saúde e quando se inicia um treinamento desta capacidade física, os
benefícios são ilimitados (ALTER, 1988; CORBIN, 1984; FOX, FOX, KIRBY, 1987).
Silva, Palma e Araújo (2000), citam que na área de medidas e avaliação em
Educação Física tem, há muito tempo, despertado o interesse dos profissionais e
pesquisadores dessa área. Dentro desse contexto, a flexibilidade, tem sido alvo de
vários estudos que buscam uma maneira de avalia-la. Manter uma boa flexibilidade
tem implicações diretas (benefícios). Principalmente na adolescência, período de
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crescimento anatômico, mas que exige que os indivíduos passem boa parte do seu
tempo sentado em cadeiras escolares, exercícios físicos que envolvem a
flexibilidade podem trazer benefícios como:
a) profilaxia de lesões;
b) profilaxia postural e de desequilíbrio muscular;
c) otimização das capacidades motoras e coordenativas.
Assim sendo, para concluir e subsidiar a avaliação desta prática de nosso
objeto de estudos tornou-se premente, um levantamento da importância da
flexibilidade e seu papel na aptidão física e na saúde. Foram objetivos deste estudo
promover exercícios de flexibilidade nas aulas de educação física, verificar a
flexibilidade antes e depois da realização dos exercícios específicos e intensificando
a prática de exercícios de flexibilidade para as articulações dos membros inferiores e
também as impressões dos alunos a respeito deste trabalho, desenvolvido.
2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
Este estudo foi desenvolvido no ambiente escolar, mais especifico no Colégio
Estadual São Cristovão na Cidade de União da Vitória, Paraná. A intervenção se
realizou com os alunos do primeiro ano do ensino médio de ambos os sexos.
Verificou-se em um primeiro momento o peso, altura e flexibilidade de
membros inferiores (IT) destes alunos, durante suas aulas de educação física no
período matutino, utilizando para os testes banco de Wells. Para a avaliação da
flexibilidade dos Isquiotibiais no presente estudo foi utilizado teste linear. Os testes
Lineares são os mais difundidos por prescindirem de instrumentos específicos para
serem realizados. Será utilizado o teste “Sentar e alcançar”, do inglês Sit and Reach
(ACSM, 1998).
Achour Jr. (1996), descreve em seu livro que o instrumento é composto de
uma caixa de madeira com dimensão de 30,5 x 30,5 x 30,5 centímetros e com
superfície de 56,5 centímetros de comprimento (Figura 1). Nessa é colocada a
escala de medida, coincidindo o valor 23 cm a posição dos pés do avaliado contra a
caixa; o limite da escala é 50 cm, com valores de 0,50 cm entre elas.
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Figura 1 – Banco de Wells
Fonte: Fastcommerce (2011)
2.1 PROTOCOLO
O executante senta-se com os joelhos estendidos (o avaliador pode segurar
os joelhos do executante), apoia os pés descalços na caixa e posiciona uma mão
sobre a outra. Mantém os dois dedos indicadores unidos e sobrepostos apoiados
sobre a superfície plana da caixa. O avaliado flexiona a coluna vertebral com a
cabeça entre os braços até alcance máximo do movimento não forçado (insistido),
permanece estático por aproximadamente 2 segundos, quando o avaliador realiza a
leitura na escala. São realizadas três tentativas. Foi aceita como indicadora do
alcance máximo do movimento a maior das três medidas.
Foi realizada uma avaliação antes da intervenção e uma avaliação após a
intervenção, para verificar os efeitos da mesma na flexibilidade dos alunos. No início
do segundo semestre do ano letivo 2011, o projeto de intervenção pedagógica foi
apresentado na semana pedagógica para à Direção, à Equipe Pedagógica e aos
professores, do colégio Estadual São Cristovão.
Um programa de exercícios de alongamento foi realizado no inicio das aulas
de educação física precedendo de um leve aquecimento com corridas com no
máximo de 5 min. aplicado aos alunos da 1ª serie do ensino médio de ambos os
sexos, ao considerar que esta prática corporal é um instrumento eficiente a
promoção da saúde.
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Segundo as recomendações da ACSM (American College of Sports Medicine,
1998), intervenções a prática do alongamento para adultos incluem exercícios que
contemplem grandes grupos musculares, com a frequência de 2 a 3 sessões
semanais utilizando o método estático. Para o método estático preconiza-se a
permanência entre 10 a 30 segundos em cada posição. Lauffenburger (citado por
ACHOUR JR., 1996) recomenda de 10 -20 segundos em alongamento estático,
perfazendo 12 minutos em uma aula de 60 minutos. Sendo 5 minutos de
alongamento após o aquecimento inicial, e mais 7 minutos no final da aula.
Dentro deste programa de exercícios foram observados os conteúdos
estruturantes da Educação Física (esporte, jogos e brincadeiras, ginástica, lutas e
dança) propostos nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (PARANÁ, DCE,
2008, p.32).
Os elementos articuladores contidos nas Diretrizes Curriculares de educação
Física (PARANÁ, DCE, 2008, p.21), propõem “[...] integrar e interligar as práticas
corporais de forma mais reflexiva e contextualizada”. Ainda de acordo com as
Diretrizes “[...] podemos nos valer desses elementos para construir possibilidades
concretas e alterar a configuração do trabalho pedagógico na Educação Física”.
Dentre os elementos articuladores que vem de encontro ao objetivo deste trabalho,
destacando: a Cultura Corporal e Saúde.
Os escolares da 1ª série do período matutino tiveram três aulas semanais,
utilizado aulas expositivas e práticas: as aulas práticas foi utilizado a quadra de
esporte do colégio, e na sala de aula foi realizado as aulas expositivas onde a
utilização de recursos como TV pen drive que teve um grande auxilio para estas
aulas. Nas quais os alunos puderam apresentar seus trabalhos referentes ao
assunto e para as discussões da evolução das aulas.
Para verificar o efeito do programa de exercícios propostos, foi executada
uma avaliação da flexibilidade já nós primeiros dias de aula pós as férias de julho de
2011, e uma reavaliação em dezembro de 2011.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este trabalho foi desenvolvido tendo em vista uma abordagem teórico prática
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e, teve como principal propósito, motivar discussões e despertar o interesse dos
alunos sobre a flexibilidade. Os alunos mostraram-se, na maioria das vezes,
entusiasmados em conhecer os benefícios desta atividade, que lhes ensina a
relacionar estes benefícios em seu dia-a-dia. Para concluir e subsidiar a avaliação
desta prática de nosso objeto de estudos tornou-se premente, um levantamento de
dados com teste especifico para avaliação antes e depois.
A Tabela 1 apresenta a média e o desvio padrão das características
antropométricas antes e depois da intervenção. Observa-se que não houve grandes
alterações nessas variáveis. Destaca-se que esses dados foram utilizados apenas
para caracterizar os sujeitos.
Tabela 1 – Média e Desvio Padrão (D.P.) das características
antropométricas dos avaliados
PESO ESTATURA
Pré-intervenção Média 55,8 164,61
D.P. 8,6 6,7
Pós-intervenção Média 55,95 165,15
D.P. 8,7 6,9
Fonte: do autor (2012).
Nas tabelas 2, 3 e 4 são apresentados os valores absolutos médios
encontrados nas avaliações iniciais e finais da flexibilidade dos músculos
isquiotibiais. Dos 28 alunos avaliados, oito têm 14 anos de idade, 17 têm 15 anos de
idade e três têm 16 anos de idade. Observamos que os valores de flexibilidade
atingidos variam entre 11 e 46 centímetros antes da intervenção e entre 15 e 47
centímetros depois da intervenção. Em relação às médias os resultados variaram
entre 12 e 45 centímetros antes da intervenção e entre 18 e 46 centímetros depois
da intervenção. Esses resultados são superiores aos encontrados por Lamari e
outros (2007), e indicam o aumento dos valores mínimos e máximos depois da
intervenção.
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Tabela 2 – Valores de Flexibilidade (cm) para os alunos no teste Sentar e Alcançar
PRÉ-INTERVENÇÃO PÓS-INTERVENÇÃO
1ª 2ª 3ª MÉDIA 1ª 2ª 3ª MÉDIA
14 ANOS
11,8 12,1 14 12,6 15,4 21,7 22,3 19,8
30 31,5 32,5 31,3 33 33,6 35 33,9
34,2 32,7 31,6 32,8 35,2 34,7 37,2 35,7
26,6 29,6 29,2 28,5 30,2 29 31 30,1
29,4 32,1 33 31,5 26,8 32,5 33,5 30,9
22,7 28,8 28,6 26,7 33,8 35,4 36,5 35,2
22,5 30,4 29,6 27,5 27,3 25,6 27,9 26,9
25,7 28 29,5 27,7 27 28,7 29,7 28,5
15 ANOS
21,5 21,5 25 22,7 32,8 36 38,8 35,9
13 13,3 15,3 13,9 21 19,5 25 21,8
21,5 25,5 25,3 24,1 28,5 31 30,5 30,0
33,4 33 34,3 33,6 33,6 36,1 36,5 35,4
20,5 21,5 24,6 22,2 30 35,3 33 32,8
36 37,8 39,4 37,7 38 41,3 41,4 40,2
26,8 28,5 27,6 27,6 24,3 25,7 27,1 25,7
22 23,4 22,3 22,6 29,2 30 31,6 30,3
22,7 21,5 21,7 22,0 27,4 28 27,5 27,6
18 20 17,8 18,6 16,7 19,2 18,9 18,3
30,9 31 32,5 31,5 30,8 32,1 33,2 32,0
23,4 24,5 25 24,3 26,6 27,6 27,4 27,2
43 45 46,5 44,8 47,2 43,6 46 45,6
23,4 30,7 31,7 28,6 31,2 28 30,5 29,9
19,2 20 17,3 18,8 27,3 27,5 25,7 26,8
17,8 19,2 20,5 19,2 23,6 23,3 24,8 23,9
29 29 30,5 29,5 28,2 27,7 29,3 28,4
16 ANOS
21,5 23,2 23 22,6 29,7 33 34,8 32,5
29 31 32,7 30,9 34,2 35,3 36,7 35,4
34 36,8 38,6 36,5 40 40,8 44,2 41,7
Fonte: do autor (2012).
Observa-se que apenas quatro alunos não atingiram resultados superiores
depois da intervenção, mas as médias dos grupos são superiores em relação às
médias antes da intervenção, conforme apresentado no Gráfico 1. Em relação à
esse aspectos destaca-se que os alunos de 14 e 15 anos ainda possuem traços
mais marcantes das modificações anatômicas e fisiológicas em consequência da
puberdade. Nesse período os exercícios de flexibilidade competem com as
alterações do crescimento, que nem sempre acontecem ao mesmo tempo e na
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mesma velocidade em todos os tecidos e membros do corpo, ou seja, é possível que
os efeitos do exercício não foram suficientes para superar o crescimento dos
membros inferiores (LAMARI et al., 2007).
Gráfico 1 – Comportamento dos valores de flexibilidade (cm) por idade.
Fonte: do autor (2012).
Os resultados encontrados foram classificados pelos dados de referência do
PROESP (2012). O PROESP – Projeto Esporte Brasil está vinculado ao Ministério
do Esporte que tem realizado avaliações físicas em escolares em todo país para
organizar um banco de dados capaz de oferecer referências de valores para essas
avaliações, guiar estratégias de intervenção para aumentar a prática de atividade
física e, consequentemente, a aptidão física dos alunos e, ao mesmo tempo,
identificar possíveis talentos esportivos para o futuro. Essas referências
estabelecem escalas de classificação com os conceitos: muito fraco, fraco, razoável,
bom e muito bom. Em relação aos resultados encontrados, observamos uma
transição dos alunos para classificações superiores depois da intervenção.
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Tabela 3 – Número de alunos distribuídos pelos valores de referência do
PROESP por idade e momento de avaliação
PRÉ-INTERVENÇÃO PÓS-INTERVENÇÃO
CLASSIFICAÇÃO 14 ANOS 15 ANOS 16 ANOS 14 ANOS 15 ANOS 16 ANOS
Muito Fraco 1 4
1 Fraco
6 1 1 2
Razoável 1 3
1 8 Bom 3 2 1 3 2 1
Muito Bom 3 2 1 3 4 2
Fonte: do autor (2012).
Outros estudos têm utilizado as normativas do PROESP para traçar o perfil
somatomotor, a qualidade de vida e o estilo de vida de alunos, atletas ou praticantes
de atividade física como lazer em idade escolar (BERGMANN et al., 2005; KREBS;
MACEDO, 2005; NOLL; DE SÁ, 2008; PALANDRANI JR., 2008) e grande parte
deles encontra resultados preocupantes sobre a aptidão física e, especificamente,
sobre a flexibilidade para esta população. Guedes explica que:
Em razão dos jovens na idade escolar raramente apresentar sintomas associados às doenças degenerativas, tem-se investido muito pouco em sua formação escolar quanto à adoção de hábitos de vida que possa inibir no futuro o aparecimento dessas doenças. O fato dos sintomas provenientes das doenças degenerativas ainda não terem se manifestado nessa fase, não significa que os jovens estão imune aos fatores de risco que na sequência possam induzir a um estado de morbidez (1999, p. 10).
Ou seja, a adolescência é um período crítico em que se constroem as bases
para uma vida saudável e, ao mesmo tempo, é um período em que as
consequências do sedentarismo parecem muito distantes do indivíduo. Mas como
afirma o autor, esta é também a idade em que processos iniciais de doenças
degenerativas desencadeados na infância podem ainda ser revertidos. Destacamos,
neste caso, que houve um deslocamento dos indivíduos para classificações
superiores, o que indica avanços na flexibilidade que certamente terá influências na
saúde e na aptidão física desses alunos, bem como em seus hábitos do estilo de
vida.
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4 CONCLUSÕES
A prática de exercícios de flexibilidade para indivíduos nesta faixa etária
consiste numa importante ferramenta para a melhoria da postura, diminuição de
risco de lesões músculo esquelética, e consequentemente, da qualidade de vida
desta população. Aumentos na força e na potência muscular importante para a
manutenção do equilíbrio muscular.
Os dados encontrados no presente estudo indicam que o protocolo utilizado
foi capaz de produzir aumento da mesma. È importante ressaltar que apesar de a
técnica de alongamento aqui empregada não ser especifica para o grupo muscular
dos isquiotibiais, demonstrou sua eficácia para esse grupo, o que permite inferir a
influência dos protocolos administrados para a flexibilidade.
Contudo, mais estudos investigando o efeito da flexibilidade dos isquiotibiais
necessitam ser feitos, visto que aspectos como a posição e a estabilidade dos
exercícios parecem influenciar nas modificações do equilíbrio após o programa de
treinamento. Além disso, vale ressaltar que a prescrição de atividades físicas deve
ser feita após a realização de avaliação médica criteriosa, evitando assim, o
aparecimento de lesões secundárias.
5 REFERÊNCIAS
ACHOUR JR, A. Bases para exercícios de alongamento. Londrina: Midiograf, 1996. ALTER, M.J. Science of stretching. Human Kinetcs, 1988. ARAÚJO, C.G.S.; ARAÚJO, D.S.M.S. Flexiteste: utilização inapropriada de versões condensadas. Rev Bras Med Esporte, v.10, n.5, p.381, 2004. ACSM. American College of Sports Medicine. The Recommended Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory and Muscular fitness, and Flexibility in Healthy Adults. Med Sci Sports Exerc, v.30, n.6, p.975-991, 1998.
12
BADLEY, E.M.; WAGSTAFF, S., WOOD, P.H. Measures of functional ability (disability) in arthritis in relation to impairment of range of joint movement. Ann Rheum Dis, v.43, n. 4, p.563-569, 1984. BERGMANN, G., GARLIPP, D., MARQUES, A.C., ARAÚJO, M., LEMOS, A. MACHADO, D., ET AL. Aptidão Física relacionada a saúde de crianças e adolescentes do Estado do Rio Grande do Sul. Revista Perfil. Dossiê PROJETO ESPORTE RS, p.12-21, 2005. CORBIN, C.B. Flexibility. Clinics in sports medicine, v.3, n.1, 1984. FASTCOMMERCE. Disponível em: Chttp://www.fastcommerce.com.br/sistema/ ListaProdutos.asp?IDLoja=7850&cch=&Amp=True&IDProduto=1908780&q=Banco+de+Wells+Port%E1til+-+Physical+-+Azul> Acesso em: 13 maio 2011 FOX, E.L.; FOX, A.R.; KIRBY, T.E. Bases of Fitness. Leisure Press, p.123-4, 1987. GUEDES, D.P. Educação para a saúde mediante programas de educação física escolar. Motriz, v.5, n.1, p.10-14, 1999. KREBS, R.J.; MACEDO, F.O. Desempenho da aptidão física de crianças e adolescentes. EfDeportes, n.85, 2005. LAMARI, N.; MARINO, L.C.; CORDEIRO, J.A.; PELLEGRINI, A.M. Flexibilidade anterior do tronco no adolescente após o pico da velocidade de crescimento em estatura. Acta Ortop Bras, v.15, n.1, p.25-29, 2007. NOLL, M.; DE SÁ, K.B. Avaliação da Flexibilidade em Escolares do Ensino Fundamental da cidade de Westfália, RS. EfDeportes, v.13, n.123, 2008. PALANDRANI JR., V. Perfil físico e nível de atividade física em adolescentes escolares da rede pública de ensino. In.: Anais do 6° Congresso de Pós-Graduação da UNIMEP. Piracicaba, 30 de set. a 2 de out de 2008. PARANÁ, Secretária de Estado da Educação do Paraná. DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2008. PROESP. Projeto Esporte Brasil. Tabelas Normativas. Disponível em: <http://www.esef.ufrgs.br/proesp-br/tabelas.htm> Acesso em 20 maio 2012.