exercÍcios de portuguÊs.pdf
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EXERCÍCIOS
DE
PORTUGUÊS
1 - Mais de 60 milhões de brasileiros usam a
internet, à qual dedicam em média 44 horas
mensais. Dentre as novas formulações para o
segmento destacado, a única que deve ser
rejeitada, por não estar em concordância com o
padrão culto escrito, é:
a) com a qual se vêem envolvidos.
b) da qual não se desconectam.
c) que os absorve.
d) cuja frequência é.
e) a que se aplicam.
2 - Desastres naturais não provocam apenas
mortes e prejuízos. Deixam a sociedade mais
suscetível a discursos apocalípticos. Depois da
virada (e do bug) do milênio, o fantasma da vez
são as supostas profecias maias de que o mundo
vai acabar em 2012. Para quem acredita nelas,
as catástrofes deste semestre seriam apenas o
começo do fim. Pouco importa que, segundo
cientistas, a Terra registre 50 mil tremores todos
os anos e esse número não esteja aumentando.
Para o físico e astrônomo da Universidade
Estadual Paulista (Unesp) Othon Winter,
paradoxalmente a sociedade da informação reage
aos desastres naturais de forma muito
semelhante à dos povos da antiguidade. "Os
fenômenos eram mais locais. Uma cheia do rio
Nilo poderia ser indício de que os deuses
estavam zangados com os homens. Na
antiguidade, o acesso ao conhecimento era
mínimo e as pessoas com um pouco mais de
informação conduziam outras. O medo decorria
da falta de informação. Hoje, todo mundo tem
informação demais e, por isso, teme", acredita. A
psicóloga Eda Tassara, do Laboratório de
Psicologia Ambiental da Universidade de São
Paulo (USP), acha que o excesso de informação
também contribui para a disseminação do pânico.
"Não sei se há uma intensificação das chamadas
catástrofes, mas sei que o acesso à informação
sobre elas se intensificou muito." Para ela,
fenômenos como a erupção do vulcão islandês
passaram a ser vistos como catástrofes por conta
do atual estágio de organização da sociedade. "A
dimensão da erupção foi amplificada pelos seus
danos econômicos. Sob esse ponto de vista,
pode ser considerada uma catástrofe, mas, na
verdade, é um acidente de dimensões locais."
Eventos como a passagem de cometas e a virada
de milênios sempre provocaram tensão. Os
temores de catástrofes cósmicas têm origem na
crença de que eventos terrenos e celestes
estariam fisicamente conectados. Em seu livro, o
astrônomo lembra que a aparição de um cometa
em 1664 foi interpretada como responsável pela
peste bubônica que dizimou 20% da população
europeia. Para Eda, até mesmo questões
relevantes da atualidade, como a do aquecimento
global, são contaminadas por um discurso
apocalíptico que lembra o dos profetas religiosos.
Ele traz consigo a culpa e a noção de castigo.
Você tem culpa das mazelas do planeta porque
come carne ou anda de avião. É como comer a
maçã e ser expulso do Paraíso.
(Karina Ninni. O Estado de S. Paulo, Especial,
H5, 30 de abril de 2010, com adaptações)
A concordância verbal e nominal está
inteiramente correta na frase:
a) O impacto econômico causado pela ocorrência
de fenômenos naturais estão atingindo os mais
variados setores de produção em todo o mundo.
b) Quando se tratavam de questões relativas aos
conhecimentos espirituais, era os profetas
religiosos que traduziam os sinais contidos nos
astros.
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c) A ocorrência de eventos naturais, nem sempre
explicável para os povos primitivos, deram origem
às mais diversas teorias sobre o fim do mundo.
d) Quando se discutem questões em que se
misturam profecias e evidências científicas fica
difícil o pensar com racionalidade.
e) Fenômenos naturais, muitas vezes de
proporções locais, como a erupção de um vulcão,
é visto como catástrofes que afetam toda a vida
no planeta.
3 - Considerando as estruturas do texto, assinale
a opção correta no que diz respeito à
concordância.
a) A alteração de "sejam garantidas" (l.25) para
seja garantido não interfere na correção
gramatical do período.
b) As formas verbais "garantem" (l.31) e
"obrigam" (l.32) concordam com "eleições
periódicas" (l.31).
c) A inserção da forma verbal manterem no lugar
de "manter", em "manter um olho na opinião do
povo" (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto.
d) A oração existia alguns fatores inviabilizadores
parafraseia de modo gramaticalmente correto o
trecho "alguns fatores se apresentaram como
inviabilizadores" (l.7-8).
e) Ainda que o vocábulo "necessidade" (l.15)
estivesse flexionado no plural, a forma verbal
"identificou" (l.14) deveria permanecer no
singular.
4 - O triunfo humano sobre as forças da natureza
é, desta vez, um triste sintoma da saúde do
planeta. Dois cargueiros alemães estão prestes a
se tornarem os primeiros a navegar por inteiro a
Passagem Nordeste, como é conhecido o trajeto
via Ártico entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Essa rota marítima mais curta entre a Europa e a
Ásia sempre foi um risco no mapa impossível de
ser navegado. Durante o verão, quando a
camada de gelo da calota polar se retrai, somente
comboios liderados por navios quebra-gelo
trafegam pela imensa costa russa - e apenas em
trechos curtos. Essa situação já tem data
marcada para acabar. Salvo algum contratempo
imprevisível, os dois navios, que já ultrapassaram
os trechos mais difíceis, devem completar a
viagem até o fim do mês. E aqui está a má
notícia: a proeza dos cargueiros alemães só foi
possível devido ao encolhimento progressivo da
calota polar do Ártico, provocada pelo
aquecimento global. Em 2007 e 2008, a superfície
congelada se reduziu ao menor tamanho já
registrado. A camada de gelo também está mais
fina: sua espessura encolhe, em média, 17
centímetros por ano.
Toda a fauna adaptada ao clima único da região
está ameaçada. As focas criam seus filhotes
durante as primeiras semanas em placas de gelo
flutuantes, para que acumulem gordura suficiente
antes de se aventurar pela água gelada do mar.
O degelo precoce dos glaciares pode resultar na
separação prematura desses filhotes, diminuindo
suas chances de sobrevivência. Estudos preveem
que, devido à diminuição de seu território de
caça, a população de ursos polares estará
reduzida a um terço da atual até 2050. Morsas,
renas e baleias típicas da região também sofrem
com os efeitos da mudança climática. Mas o
impacto do derretimento dos polos não se limitará
a esses rincões mais frios. As calotas polares
ajudam a manter o clima global ameno e
alimentam as correntes marítimas, que
redistribuem o calor pelo planeta. O paradoxo do
aquecimento é que, à medida que o gelo derrete,
o Oceano Ártico se abre à navegação e viabiliza a
exploração de riquezas até então intocadas.
Estima-se que a região concentre 13% das
reservas de petróleo e 30% de todo o gás natural
do planeta. Cinco países que fazem fronteira com
o Círculo Polar Ártico (Estados Unidos, Canadá,
Rússia, Noruega e Dinamarca) disputam o
controle desses recursos. (Thomaz Favaro. Veja,
23 de setembro de 2009, pp. 106-108, com
adaptações)O triunfo humano sobre as forças da
natureza é, desta vez, um triste sintoma da saúde
do planeta. Dois cargueiros alemães estão
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prestes a se tornarem os primeiros a navegar por
inteiro a Passagem Nordeste, como é conhecido
o trajeto via Ártico entre os oceanos Atlântico e
Pacífico. Essa rota marítima mais curta entre a
Europa e a Ásia sempre foi um risco no mapa
impossível de ser navegado. Durante o verão,
quando a camada de gelo da calota polar se
retrai, somente comboios liderados por navios
quebra-gelo trafegam pela imensa costa russa - e
apenas em trechos curtos. Essa situação já tem
data marcada para acabar. Salvo algum
contratempo imprevisível, os dois navios, que já
ultrapassaram os trechos mais difíceis, devem
completar a viagem até o fim do mês. E aqui está
a má notícia: a proeza dos cargueiros alemães só
foi possível devido ao encolhimento progressivo
da calota polar do Ártico, provocada pelo
aquecimento global. Em 2007 e 2008, a superfície
congelada se reduziu ao menor tamanho já
registrado. A camada de gelo também está mais
fina: sua espessura encolhe, em média, 17
centímetros por ano. Toda a fauna adaptada ao
clima único da região está ameaçada. As focas
criam seus filhotes durante as primeiras semanas
em placas de gelo flutuantes, para que acumulem
gordura suficiente antes de se aventurar pela
água gelada do mar. O degelo precoce dos
glaciares pode resultar na separação prematura
desses filhotes, diminuindo suas chances de
sobrevivência. Estudos preveem que, devido à
diminuição de seu território de caça, a população
de ursos polares estará reduzida a um terço da
atual até 2050. Morsas, renas e baleias típicas da
região também sofrem com os efeitos da
mudança climática. Mas o impacto do
derretimento dos polos não se limitará a esses
rincões mais frios. As calotas polares ajudam a
manter o clima global ameno e alimentam as
correntes marítimas, que redistribuem o calor pelo
planeta. O paradoxo do aquecimento é que, à
medida que o gelo derrete, o Oceano Ártico se
abre à navegação e viabiliza a exploração de
riquezas até então intocadas. Estima-se que a
região concentre 13% das reservas de petróleo e
30% de todo o gás natural do planeta. Cinco
países que fazem fronteira com o Círculo Polar
Ártico (Estados Unidos, Canadá, Rússia, Noruega
e Dinamarca) disputam o controle desses
recursos.
(Thomaz Favaro. Veja, 23 de setembro de 2009,
pp. 106-108, com adaptações)
A concordância verbal e nominal está
inteiramente correta na frase:
a) A descoberta de rotas navegáveis no polo
ártico foi feito por dois navios alemães, quando
venceram os trechos mais difíceis.
b) A viagem, apesar dos perigos trazidos pelas
placas de gelo flutuantes, devem se completar até
o fim do mês.
c) As placas de gelo flutuantes, que se vê em
toda a região ártica, serve de berçário para os
filhotes de focas.
d) A passagem que resultou do derretimento do
gelo na região do polo ártico desperta os
interesses comerciais de países próximos.
e) O controle desses recursos estão sendo
disputados por países que se dispõe a investir na
região do polo ártico.
05 - No exercício de funções governamentais de
responsabilidade, um tipo de conhecimento
indispensável é aquele que se caracteriza pela
aptidão para entender o conjunto das coisas.
Esse tipo de conhecimento, associado à
compreensão da relação entre meios disponíveis
e fins desejáveis, é o que confere ao governante
perícia estratégica para perceber o que está
aberto às possibilidades futuras. Tal
conhecimento tem a feição de uma "visão global".
É uma espécie de "quadro mental", fruto da
experiência, da sensibilidade e do domínio de
assuntos, que permite a um governante, sem
perder o sentido de direção, ir contextualizando a
informação fragmentada que provém do mundo
complexo e interdependente em que vivemos.
Entender o conjunto das coisas que estão
ocorrendo no mundo, com destaque para a crise
econômico-financeira, que a partir dos EUA se
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espraiou globalmente, é uma dificuldade
compartilhada em todos os lugares por
governantes e governados.
Qual é o significado e o alcance dessa crise, que
aprofunda tensões difusas em todos os países,
inclusive no Brasil? Os economistas fazem uma
distinção entre risco e incerteza. O risco comporta
cálculo, enseja alguma previsibilidade e abre
horizontes para cenários de possibilidades que o
imprevisto pode trazer. Os vários tipos de seguro,
desde a sua origem, como o seguro marítimo, os
hedges, são uma expressão de um cálculo
probabilístico que permite a gestão de riscos. A
incerteza, ao contrário, não comporta cálculo e
por isso tende a propiciar o imobilismo, do qual
são exemplos os bancos que não emprestam, os
investimentos empresariais que se suspendem e
o consumo dos particulares que se contém.
O risco é uma característica da sociedade
moderna e o capitalismo nela identifica um
caminho de inovação e progresso. Nesta nossa
era de globalização, Anthony Giddens chama a
atenção para o novo risco do risco. Este provém
de um maior desconhecimento do nível de risco,
manufaturado pela ação humana. Disso são
exemplos o risco ecológico, o nuclear e o da
direção do conhecimento científico-tecnológico
que, com suas constantes inovações, transpõe
continuamente barreiras antes tidas como
naturais. A crise financeira, como crise de
confiança, é uma expressão do risco
manufaturado pelo sistema financeiro global que,
por conta de suas falhas de avaliação, gestão
temerária, carência de supervisão e de normas,
se transformou num não debelado curto-circuito
de incerteza.
A crise é global e os seus efeitos estão se
internalizando na vida dos países, em maior ou
menor grau, à luz de suas especificidades.
(Trecho do artigo de Celso Lafer. O Estado de S.
Paulo, A2, 15 de fevereiro de 2009, com
adaptações)
A concordância verbal e nominal está
inteiramente correta na frase:
a) Medidas sem precedentes em vários países,
voltadas para conter o pânico no mercado
financeiro internacional, ainda não conseguiu
conter o impacto da crise.
b) A gestão dos riscos e das incertezas, que são
responsabilidade de governantes, trouxeram-lhe
novos desafios: encontrar meios e modos de
superar a crise.
c) A falta de transparência dos produtos
financeiros e do funcionamento do mercado
econômico globais deram origem à atual crise
que se expandiu no mundo todo.
d) Não se poderia manter intocável as ações e a
ampla circulação de instrumentos financeiros,
sem os necessários mecanismos de supervisão e
de controle.
e) Os desequilíbrios do sistema financeiro global
redundaram em inúmeros prejuízos à medida que
despencou o valor das ações e se retraíram as
ofertas de crédito.
06 - Consenso entre a maioria dos ambientalistas:
durante a década de 1990 quase 8% das
florestas tropicais em todo o mundo foram
desmatadas. Isso significa que, entre 1990 e
2000, destruíram-se anualmente 5 milhões de
hectares - ou 30 campos de futebol a cada
minuto. Considerado uma das principais causas
do aquecimento global, o desmatamento tornou-
se o vilão-chefe da questão. Essa tese, em parte,
está sendo contestada pelo biólogo americano
Joseph Wright. É claro que ele não defende o
desmatamento nem nega a sua influência no
aquecimento do planeta. Mas, segundo ele, as
florestas secundárias que vão nascendo em
terras agrícolas devastadas podem substituir com
a mesma eficácia a mata original.
A polêmica está armada, no momento em que a
ONU se prepara para lançar o mapa mundial das
florestas de segunda geração. O biólogo explica
que o abandono de áreas provoca naturalmente o
nascimento de nova geração de vegetação, que
pode ajudar a combater as mudanças climáticas e
abrigar espécies em extinção. A queda na
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produção de alimentos (causada pelo declínio no
crescimento populacional do planeta) fará com
que sejam esquecidas cada vez mais terras,
futuros palcos de matas que virão tão ricas em
biodiversidade quanto suas antecessoras. Diz ele
ainda que, para que a produtividade se repita,
basta deixar o terreno intocável por um período
médio de 30 anos.
Para ilustrar sua teoria, Wright analisou uma
floresta tropical do Panamá - antiga terra usada
para o cultivo de manga e banana e que é hoje
uma região repleta de árvores, macacos, lagartos
e insetos. "Os biólogos estavam agindo como se
apenas a floresta original tivesse valor de
conservação, o que está errado." A teoria é
controversa. Não há dúvida de que as matas
secundárias absorvem da atmosfera e
contribuem para frear o aquecimento global. Mas
e a biodiversidade? "Uma floresta secundária
nunca substituirá uma primária", diz Thais
Kasecher, analista de biodiversidade da ONG
Conservação Internacional. "Um pasto
abandonado não vai passar pelos mesmos
processos naturais por que uma floresta passou
até chegar ao seu clímax. E sua biodiversidade
nem se compara à de uma vegetação que passou
milhares de anos evoluindo. Acima das
divergências, o que está em jogo é a
sobrevivência do planeta. O bom senso manda
que cuidemos com racionalidade de nossas
florestas.
(Tatiana de Mello, Istoé, 11 de fevereiro de 2009,
p. 78, com adaptações)
... que cuidemos com racionalidade de nossas
florestas. (final do texto) O verbo que exige o
mesmo tipo de complemento que o grifado acima
está na frase:
a) ... e abrigar espécies em extinção.
b) ... até chegar ao seu clímax.
c) ... o desmatamento tornou-se o vilão-chefe da
questão.
d) ... nem nega a sua influência no aquecimento
do planeta.
e) ... podem substituir com a mesma eficácia a
mata original.
07 - Com as alterações feitas nos segmentos
grifados, a concordância permanece correta em:
a) com que sejam esquecidas cada vez mais
terras // seja esquecido.
b) Acima das divergências, o que está em jogo //
as que estão.
c) quase 8% das florestas tropicais em todo o
mundo foram desmatadas // desmatados.
d) destruíram-se anualmente 5 milhões de
hectares // destruiu-se.
e) Essa tese, em parte, está sendo contestada //
contestado.
08 - Essa tese, em parte, está sendo contestada
pelo biólogo americano Joseph Wright. (1º
parágrafo)
A frase em que o verbo admite a mesma
transposição grifada acima é:
a) Pesquisadores se debruçam sobre várias
hipóteses de preservação de condições ideais do
meio ambiente.
b) Especialistas apostam nos resultados de seus
estudos, como solução para o aquecimento do
planeta.
c) A garantia da biodiversidade das florestas
tropicais procede de um constante processo
natural de evolução.
d) Com o desmatamento de florestas, cresceu a
preocupação de especialistas com o aumento do
aquecimento global.
e) O biólogo americano Joseph Wright analisou o
desenvolvimento de uma floresta tropical do
Panamá.
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Mantém-se a correção do texto, tornando-o mais
adequado à formalidade do assunto, com a
substituição de
a) "criticar" (L.1) por criticarmos.
b) "forem" (L.3) por foram.
c) "haverá" (L.3) por haveremos.
d) "saltar" (L.6) por suprimir.
e) "gostaríamos" (L.8) por apreciam.
10 -
Assinale a opção em que a forma verbal está
empregada em função de dêixis, por referir-se ao
sujeito autor do texto.
a) "tem de ser" (L.2)
b) "tornar-se" (L.3)
c) "vincula" (L.7)
d) "Gostaria" (L.10)
e) "recebe" (L.13)
GABARITOS:
01 - D 02 - D 03 - B 04 - D 05 - E
06 - B 07 - C 08 - E 09 - D 10 - D
1 - Pelo mundo afora, os jornais sentem a
agulhada de uma conjunção de fatores
especialmente desfavoráveis: a recessão
mundial, que reduz os gastos com publicidade, e
o avanço da internet, que suga anúncios,
sobretudo os pequenos e rentáveis classificados,
e também serve como fonte - em geral gratuita -
de informações. Na Inglaterra, para sobreviver, os
jornais querem leis menos severas para fusão e
aquisição de empresas.
Na França, o governo duplicou a verba de
publicidade e dá isenção tributária a
investimentos dos jornais na internet. Mas em
nenhum outro lugar a tormenta é tão assustadora
quanto nos Estados Unidos. A recessão atropelou
os dois maiores anunciantes - o mercado
imobiliário e a indústria automobilística - e a
evolução da tecnologia, com seu impacto sísmico
na disseminação da informação, se dá numa
velocidade alucinante no país. O binômio
recessão-internet está produzindo uma
devastação. Vários jornais, mesmo bastante
antigos e tradicionais, fecharam suas portas.
O fechamento de um jornal é o fim de um negócio
como outro qualquer. Mas, quando o jornal é o
símbolo e um dos últimos redutos do jornalismo,
como é o caso do New York Times, morrem mais
coisas com ele. Morrem uma cultura e uma visão
generosa do mundo. Morre um estilo de vida
romântico, aventureiro, despojado e corajoso que,
como em nenhum outro ramo de negócios, une
funcionários, consumidores e acionistas em um
objetivo comum e maior do que interesses
particulares de cada um deles.
Desde que os romanos passaram a pregar em
locais públicos sua Acta Diurna, o manuscrito em
que informavam sobre disputas de gladiadores,
nascimentos ou execuções, os jornais
começaram a entrar na veia das sociedades
civilizadas. Mas, para chegar ao auge, a
humanidade precisou fazer uma descoberta até
hoje insubstituível (o papel), duas invenções
geniais (a escrita e a impressão) e uma vasta
mudança social (a alfabetização). Por isso, um
jornal, ainda que seja um negócio, não é como
vender colírio ou fabricar escadas rolantes.
(André Petry. Revista Veja, 29 de abril de 2009,
pp. 90-93, com adaptações)
Na França, o governo duplicou a verba de
publicidade ... (1º parágrafo) O verbo que exige o
mesmo tipo de complemento que está grifado
acima se encontra em:
a) ... e também serve como fonte - em geral
gratuita - de informações.
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b) Mas em nenhum outro lugar a tormenta é tão
assustadora quanto nos Estados Unidos.
c) Vários jornais, mesmo bastante antigos e
tradicionais, fecharam suas portas.
d) ... quando o jornal é o símbolo e um dos
últimos redutos do jornalismo ...
e) Mas, para chegar ao auge ...
02 - Representatividade ética
Costuma-se repetir à exaustão, e com as
consequências características do abuso de frases
feitas e lugares-comuns, que as esferas do poder
público são o reflexo direto das melhores
qualidades e dos piores defeitos do povo do país.
Na esteira dessa convicção geral, afirma-se que
as casas legislativas brasileiras espelham
fielmente os temperamentos e os interesses dos
eleitores brasileiros. É o caso de se perguntar:
mesmo que seja assim, deve ser assim? Pois
uma vez aceita essa correspondência mecânica,
ela acaba se tornando um oportuno álibi para
quem deseja inocentar de plano a classe política,
atribuindo seus deslizes a vocações
disseminadas pela nação inteira... Perguntariam
os cínicos se não seria o caso, então, de não
mais delegar o poder apenas a uns poucos, mas
buscar repartilo entre todos, numa grande e
festiva anarquia, eliminando-se os intermediários.
O velho e divertido Barão de Itararé já
reivindicava, com a acidez típica de seu humor:
"Restaure-se a moralidade, ou então nos
locupletemos todos!".
As casas legislativas, cujos membros são todos
eleitos pelo voto direto, não podem ser vistas
como uma síntese cristalizada da índole de toda
uma sociedade, incluindo-se aí as perversões, os
interesses escusos, as distorções de valor. A
chancela da representatividade, que legitima os
legisladores, não os autoriza em hipótese alguma
a duplicar os vícios sociais; de fato, tal
representação deve ser considerada, entre outras
coisas, como um compromisso firmado para a
eliminação dessas mazelas. O poder conferido
aos legisladores deriva, obviamente, das
postulações positivas e construtivas de uma
determinada ordem social, que se pretende cada
vez mais justa e equilibrada.
Combater a circulação dessas frases feitas e
lugares comuns que pretendem abonar situações
injuriosas é uma forma de combater a estagnação
crítica ? essa oportunista aliada dos que
maliciosamente se agarram ao fatalismo das
"fraquezas humanas" para tentar justificar os
desvios de conduta do homem público. Entre as
tarefas do legislador, está a de fazer acreditar que
nenhuma sociedade está condenada a ser uma
comprovação de teses derrotistas.
(Demétrio Saraiva, inédito)
As casas legislativas, cujos membros são todos
eleitos pelo voto direto, não podem ser vistas
como uma síntese cristalizada da índole de toda
uma sociedade (...).
Considerando-se aspectos de construção da
frase acima, é correto afirmar que
a) o segmento cujos membros são todos eleitos
pode ser adequadamente substituído por em
cujas os membros são todos eleitos.
b) a eliminação das duas vírgulas em nada
alteraria o sentido veiculado pela frase.
c) a transposição para a voz ativa do segmento
não podem ser vistas resultará na forma não se
veem.
d) o segmento como uma síntese pode ser
adequadamente substituído por tal uma síntese.
e) o segmento de toda uma sociedade está
empregado no sentido de qualquer sociedade.
03 - Quem caminha pelos mais de 70 quilômetros
de praia da Ilha Comprida, no litoral sul de São
Paulo, pode perceber uma paisagem peculiar. Em
meio às dunas da restinga, onde deveria existir
apenas vegetação rasteira, grandes pinheiros
brotam por toda parte. A sombra das árvores é
um bem-vindo refresco para os moradores da
região, mas a verdade ecológica é que elas não
deveriam estar ali - assim como os pombos não
deveriam estar nas praças das cidades, nem as
tilápias nas águas dos rios, nem o mosquito da
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dengue picando pessoas dentro de casa ou as
moscas varejeiras rondando raspas de frutas nas
feiras.
São todas espécies exóticas invasoras,
originárias de outros países e de outros
ambientes, mas que chegaram ao Brasil e aqui
encontraram espaço para proliferar. Algumas são
exóticas também no sentido de "diferentes" ou
"esquisitas", mas muitas já se tornaram tão
comuns que parecem fazer parte da paisagem
nacional tanto quanto um pau-brasil ou um
tucano. Outros exemplos, apontados pelo
Programa Global de Espécies Invasoras e por
cientistas brasileiros, incluem o pinus, o
dendezeiro, as acácias, a mamona, a abelha-
africana, o pardal, o barbeiro, a carpa, o búfalo, o
javali e várias espécies de gramíneas usadas em
pastos, além de bactérias e vírus responsáveis
por doenças importantes como leptospirose e
cólera.
Nenhuma delas é nativa do Brasil. Dependendo
das circunstâncias, podem ser meras "imigrantes"
inofensivas ou invasoras altamente nocivas.
Dentro do sistema produtivo, por exemplo, o
búfalo e o pinus são apenas espécies exóticas.
Quando escapam para a natureza, entretanto,
muitas vezes tornam-se organismos nocivos aos
ecossistemas "naturais". Espécies invasoras não
têm predadores naturais e se multiplicam
rapidamente. São fortes, tipicamente agressivas e
controlam o ambiente que ocupam, roubando
espaço das espécies silvestres e competindo com
elas por alimento - ou se alimentando delas
diretamente.
Por sua capacidade de sobrepujar espécies
nativas, as espécies invasoras são consideradas
a segunda maior ameaça à biodiversidade no
mundo - atrás apenas da destruição dos hábitats.
Ao assumirem o papel de pragas e vetores de
doenças, elas também causam impactos
significativos na agricultura e na saúde humana.
(Adaptado de Herton Escobar. O Estado de S.
Paulo, Vida&, 23 de julho de 2006, A25)
... elas também causam impactos significativos na
agricultura e na saúde humana. (final do texto)
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento
que o do grifado acima está na frase:
a) ... grandes pinheiros brotam por toda parte.
b) ... mas que chegaram ao Brasil ...
c) ... e aqui encontraram espaço ...
d) ... o búfalo e o pinus são apenas espécies
exóticas.
e) ... e competindo com elas por alimento.
04 - Nem só de problemas vive o campo. O
agronegócio brasileiro desenvolveu um grau de
diversificação que possibilita a coexistência de
boas e más notícias. Enquanto estrelas de
primeira grandeza como a soja vergam sob uma
conjuntura desfavorável, produtos como o café e
o açúcar atravessam um bom momento. No caso
da cana-de-açúcar, a fase é gloriosa. A
diminuição de barreiras ao açúcar na Europa e as
cotações generosas empolgam os usineiros - e,
apesar disso, eles se dão ao luxo de aumentar a
produção de álcool em detrimento do açúcar.
A razão é a alta do petróleo, que torna o álcool
um combustível atraente. No Brasil, mais da
metade dos automóveis novos vendidos é
bicombustível. No exterior, a demanda é forte,
mas não ainda plenamente atendida. Para fazer
frente à procura, a produção de cana é crescente
e há meia centena de novas usinas projetadas ou
em construção. Planeja-se praticamente dobrar a
produção de álcool até 2009.
(Exame, 23 de novembro de 2005, p. 42)
... e as cotações generosas empolgam os
usineiros ... (1º parágrafo)
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento
que o do grifado acima está na frase:
a) Nem só de problemas vive o campo.
b) Enquanto estrelas de primeira grandeza como
a soja vergam sob uma conjuntura desfavorável
...
c) A razão é a alta do petróleo ...
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d) ... e há meia centena de novas usinas
projetadas ...
e) ... que torna o álcool um combustível atraente.
05 - "Guerra!", escreveu Thomas Mann em
novembro de 1914. "Sentimo-nos purificados,
libertos, sentimos uma enorme esperança."
Muitos artistas exultaram com o início da Grande
Guerra; era como se suas mais extravagantes
fantasias de violência e destruição houvessem se
tornado realidade.
Schoenberg foi acometido por aquilo que mais
tarde chamou de "psicose de guerra", e traçou
comparações entre os ataques do exército
alemão à França e suas próprias investidas
contra os valores da burguesia decadente. Em
carta a Alma Mahler, datada de agosto de 1914,
demonstrou um entusiasmo extremado pela
causa alemã, atacando de um só golpe a música
de Bizet, Stravinski e Ravel. "É hora de acertar as
contas!", disparou Schoenberg. "Reduziremos,
agora, esses defensores do kitsch à escravidão e
lhes ensinaremos a venerar o espírito germânico
e a adorar o Deus alemão." Durante parte da
guerra, manteve um diário meteorológico,
acreditando que determinadas formações de
nuvens pressagiavam a vitória ou a derrota
alemã. Berg também sucumbiu à histeria, pelo
menos no início. Ao terminar a marcha das Três
Peças, escreveu ao professor dizendo ser "muito
vergonhoso acompanhar esses importantes
eventos como mero espectador". O massacre de
Dinant, o incêndio de Louvain e outras
atrocidades de agosto e setembro de 1914 não
foram apenas acidentes de guerra. Tais ações se
enquadravam no programa do estado-maior
alemão, visando à destruição "total dos recursos
materiais e intelectuais do inimigo". A noção de
guerra total exibia um desagradável grau de
semelhança com a mentalidade apocalíptica da
arte austrogermânica recente. Nem todos foram
vítimas da "psicose de guerra". Richard Strauss,
por exemplo, se recusou a assinar um manifesto
no qual 93 intelectuais alemães negavam
qualquer ato ilícito do exército em Louvain. Em
público, declarava que, como artista, não queria
se envolver em confusões políticas, mas em
particular sua posição parecia claramente isenta
de patriotismo. "É revoltante", escreveu alguns
meses depois a Hofmannsthal, "ler nos jornais
sobre a regeneração da arte alemã [...] sobre
como a juventude da Alemanha emergirá limpa e
purificada dessa guerra 'gloriosa', quando, na
verdade, devemos agradecer se pudermos ver
esses infelizes livres de piolhos e percevejos,
curados de suas infecções e, uma vez mais,
afastados do hábito do assassinato!" A
declaração parece uma resposta à apologia da
violência de Mann. Da próxima vez que a
Alemanha entrasse em guerra, os dois trocariam
de lugar; Strauss seria a figura de proa, Mann, o
dissidente.
(Alex Ross. O resto é ruído. Trad. de Claudio
Carina e Ivan Weisz Kuck. São Paulo: Cia. das
Letras, 2009, p. 81-2)
A noção de guerra total exibia um desagradável
grau de semelhança... (4º parágrafo)
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de
complemento que o grifado acima é:
a) Tais ações se enquadravam no programa do
estadomaior alemão...
b) ... intelectuais alemães negavam qualquer ato
ilícito do exército em Louvain.
c) Muitos artistas exultaram com o início da
Grande Guerra...
d) ... a juventude da Alemanha emergirá limpa e
purificada dessa guerra 'gloriosa'...
e) ... mas em particular sua posição parecia
claramente isenta de patriotismo.
06 - A multiplicação de desastres naturais
vitimando populações inteiras é inquietante:
tsunamis, terremotos, secas e inundações
devastadoras, destruição da camada de ozônio,
degelo das calotas polares, aumento dos
oceanos, aquecimento do planeta,
envenenamento de mananciais, desmatamentos,
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ocupação irresponsável do solo,
impermeabilização abusiva nas grandes cidades.
Alguns desses fenômenos não estão diretamente
vinculados à conduta humana. Outros, porém,
são uma conseqüência direta de nossas maneiras
de sentir, pensar e agir. É aqui que avulta o
exemplo de Hans Jonas. Em 1979 ele publicou O
Princípio Responsabilidade. A obra mostra que
as éticas tradicionais - antropocêntricas e
baseadas numa concepção instrumental da
tecnologia – não estavam à altura das
consequências danosas do progresso tecnológico
sobre as condições de vida humana na Terra e o
futuro das novas gerações. Jonas propõe uma
ética para a civilização tecnológica, capaz de
reconhecer para a natureza um direito próprio. O
filósofo detectou a propensão de nossa civilização
para degenerar de maneira desmesurada, em
virtude das forças econômicas e de outra índole
que aceleram o curso do desenvolvimento
tecnológico, subtraindo o processo de nosso
controle. Tudo se passa como se a aquisição de
novas competências tecnológicas gerasse uma
compulsão a seu aproveitamento industrial, de
modo que a sobrevivência de nossas sociedades
depende da atualização do potencial tecnológico,
sendo as tecnociências suas principais forças
produtivas. Funcionando de modo autônomo,
essa dinâmica tende a se reproduzir
coercitivamente e a se impor como único meio de
resolução dos problemas sociais surgidos na
esteira do desenvolvimento. O paradoxo consiste
em que o progresso converte o sonho de
felicidade em pesadelo apocalíptico - profecia
macabra que tem hoje a figura da catástrofe
ecológica. [...] Jonas percebeu o simples: para
que um "basta" derradeiro não seja imposto pela
catástrofe, é preciso uma nova conscientização,
que não advém do saber oficial nem da conduta
privada, mas de um novo sentimento coletivo de
responsabilidade e temor. Tornar-se inventivo no
medo, não só reagir com a esperteza de "poupar
a galinha dos ovos de ouro", mas ensaiar novos
estilos de vida, comprometidos com o futuro das
próximas gerações.
(Adaptado de Oswaldo Giacoia Junior. O Estado
de S. Paulo, A2 Espaço Aberto, 3 de abril de
2010)
Em 1979 ele publicou O Princípio
Responsabilidade. (início do 3º parágrafo)
A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de
complemento que o grifado acima é:
a) ... a sobrevivência de nossas sociedades
depende da atualização do potencial tecnológico
...
b) ... que não advém do saber oficial nem da
conduta privada ...
c) ... que as éticas tradicionais [...] não estavam à
altura das consequências danosas do progresso
tecnológico ...
d) ... para degenerar de maneira desmesurada ...
e) ... que aceleram o curso do desenvolvimento
tecnológico ...
07 - Num encontro pela liberdade de opinião
Vimos aqui hoje para defender a liberdade de
opinião assegurada pela Constituição dos
Estados Unidos e também em defesa da
liberdade de ensino. Por isso mesmo, queremos
chamar a atenção dos trabalhadores intelectuais
para o grande perigo que ameaça essa liberdade.
Como é possível uma coisa dessas? Por que o
perigo é mais ameaçador que em anos
passados? A centralização da produção acarretou
uma concentração do capital produtivo nas mãos
de um número relativamente pequeno de
cidadãos do país. Esse pequeno grupo exerce um
domínio esmagador sobre as instituições
dedicadas à educação de nossa juventude, bem
como sobre os grandes jornais dos Estados
Unidos. Ao mesmo tempo, goza de enorme
influência sobre o governo. Por si só, isso já é
suficiente para constituir uma séria ameaça à
liberdade intelectual da nação. Mas ainda há o
fato de que esse processo de concentração
econômica deu origem a um problema
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anteriormente desconhecido - o desemprego de
parte dos que estão aptos a trabalhar. O governo
federal está empenhado em resolver esse
problema, mediante o controle sistemático dos
processos econômicos - isto é, por uma limitação
da chamada livre interação das forças
econômicas fundamentais da oferta e da procura.
Mas as circunstâncias são mais fortes que o
homem. A minoria econômica dominante, até hoje
autônoma e desobrigada de prestar contas a
quem quer que seja, colocou-se em oposição a
essa limitação de sua liberdade de agir, exigida
para o bem de todo o povo. Para se defender,
essa minoria está recorrendo a todos os métodos
legais conhecidos a seu dispor. Não deve nos
surpreender, pois, que ela esteja usando sua
influência preponderante nas escolas e na
imprensa para impedir que a juventude seja
esclarecida sobre esse problema, tão vital para o
desenvolvimento da vida neste país. Não preciso
insistir no argumento de que a liberdade de
ensino e de opinião, nos livros ou na imprensa, é
a base do desenvolvimento estável e natural de
qualquer povo. Possamos todos nós, portanto,
somar as nossas forças. Vamos manternos
intelectualmente em guarda, para que um dia não
se diga da elite intelectual deste país:
timidamente e sem nenhuma resistência, eles
abriram mão da herança que lhes fora transmitida
por seus antepassados - uma herança de que
não foram merecedores.
(Albert Einstein, Escritos da maturidade.
Conferência pronunciada em 1936)
Está correto o emprego de ambas as expressões
sublinhadas na frase:
a) As pessoas com quem devemos prestar contas
são aquelas cujos direitos os setores dominantes
não costumam dar atenção.
b) Nem sempre conseguem os homens sobrepor-
se diante de suas circunstâncias ou redimir-se
perante seus fracassos.
c) Os direitos em cuja defesa devemos nos
empenhar são os mesmos pelos quais os
acumuladores de capital demonstram desprezo.
d) O alerta de Einstein de que nos mantenhamos
em guarda é, de fato, um imperativo moral do
qual não podemos deixar de atender.
e) Os métodos legais de cujos se valem os
detentores do poder econômico reforçam a má
distribuição de renda em que os trabalhadores
são vítimas.
08 - Texto I
O jivaro
Um sr. Matter, que fez uma viagem de exploração
à América do Sul, conta a um jornal sua conversa
com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a
cabeça de um morto até ela ficar bem pequenina.
Queria assistir a uma dessas operações, e o índio
lhe disse que exatamente ele tinha contas a
acertar comum inimigo. O Sr. Matter: ? Não, não!
Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um
macaco.
o índio: Por que um macaco? Ele não me fez
nenhum mal!
(Rubem Braga, Recado de primavera)
Texto II
Anedota búlgara
Era uma vez um czar naturalista que caçava
homens. Quando lhe disseram que também se
caçam borboletas [e andorinhas ficou muito
espantado e achou uma barbaridade.
(Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia)
Quando lhe disseram que também se caçam
borboletas e andorinhas... (Texto II)
A frase do Texto I cujo verbo, também grifado,
apresenta regência idêntica à do grifado na frase
acima é:
a) Ele não me fez nenhum mal!
b) ... que fez uma viagem de exploração à
América do Sul...
c) ... que sabem reduzir a cabeça de um morto...
d) Queria assistir a uma dessas operações...
e) ... que ele tinha contas a acertar...
09 - Orgulho ferido
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Um editorial da respeitada revista britânica The
Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma
polêmica com pesquisadores latino-americanos.
O texto da revista sugeriu que o país pode
mergulhar num caos após a morte do ditador
Fidel Castro, que sofre de câncer, tal como
ocorreu nos países do Leste Europeu após a
queda de seus regimes comunistas. E conclamou
os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária
para os cubanos. De quebra, a publicação insinua
que há dúvidas sobre a capacidade do sistema de
saúde cubano fazer frente a esse quadro.
"O editorial é um desrespeito à soberania de
Cuba", diz Maurício Torres Tovar, coordenador-
geral da Alames (Associação Latino-Americana
de Medicina Social). "A atenção do Estado
cubano para com a saúde de sua população é um
exemplo para todos. Cuba tem uma notável
vocação solidária, ajudando, com remédios e
serviços de profissionais, diversos países
atingidos por catástrofes", afirmou. Sergio
Pastrana, da Academia de Ciências de Cuba,
também protestou: "Temos condição de decidir se
precisamos de ajuda e direito de escolher a quem
pedi-la."
(Revista Pesquisa Fapesp. Outubro 2006, n.
128)
Estão corretos o emprego e a flexão dos verbos
na frase:
a) A polêmica que o editorial tinha aceso entre os
latino-americanos também acerrou os ânimos de
intelectuais progressistas europeus.
b) Atitudes colonialistas costumam insulflar
ressentimentos entre os povos que buscam
imergir de suas fundas penúrias.
c) A revista The Lancer descriminou os cubanos,
tratando- os como bem lhe aprouveu.
d) Se os cubanos interviessem em outros países
do modo como já intervieram as grandes
potências, seriam duramente rechaçados.
e) Que ninguém se surprenda se os cubanos
recomporem seu estilo de vida, após uma
eventual ruptura política.
10 - Apesar da queda relativa, a Região Sudeste
ainda responde por mais da metade do PIB
nacional. O Estado de São Paulo apresentou a
maior queda relativa nos últimos anos, mas
responde por cerca de um terço da riqueza
produzida no País. Historicamente baseado na
agricultura e na indústria, o Sudeste está
rapidamente descortinando sua vocação para os
serviços. O chamado setor terciário - que engloba
o comércio, a área financeira e todos os tipos de
serviços - já é majoritário nos quatro Estados da
Região. Segundo o professor de economia da
Universidade de São Paulo, Carlos Azzoni, a
região está se sofisticando e se especializando na
prestação de serviços. O Sudeste está se
transformando numa referência na América Latina
nas áreas de saúde, educação, tecnologia e
informática. O setor financeiro mais sofisticado
deve permanecer concentrado na região por
longos anos. Para o mercado de trabalho, a
mudança da vocação regional significa a perda de
vagas fixas e a abertura de muitas oportunidades
de trabalho menos rígidas. A agricultura deverá
manter sua força na Região, mas precisa investir
em culturas extensivas para garantir a
competitividade. A tendência será concentrar a
produção em culturas com maior produtividade
que se encaixam nesse perfil, como a cana-de-
açúcar, a laranja e as flores.
Embora as facilidades logísticas desobriguem as
empresas de produzir junto ao mercado, a força
de consumo do Sudeste ainda cria muitas
oportunidades. Alguns centros no interior de São
Paulo e Minas Gerais têm força equivalente à de
capitais de Estados menores. Essas cidades
médias possuem, além do mercado, mão-de-obra
qualificada e custos reduzidos em relação aos
grandes centros. Por isso, a interiorização do
desenvolvimento é uma tendência irreversível,
segundo os especialistas. Outra aposta
recorrente está na área de logística e distribuição,
da qual as empresas dependem cada vez mais,
por ser um setor que se desenvolve
necessariamente junto aos grandes mercados.
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(Adaptado de Karla Terra, Novo mapa do Brasil,
O Estado de S. Paulo, H2, 11 de dezembro de
2005)
... da qual as empresas dependem cada vez mais
... (final do texto)
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento
que o do grifado acima está na frase:
a) ... a Região Sudeste ainda responde por mais
da metade do PIB nacional.
b) ... já é majoritário nos quatro Estados da
Região.
c) ... a mudança da vocação regional significa a
perda de vagas fixas ...
d) ... a força de consumo do Sudeste ainda cria
muitas oportunidades.
e) ... a interiorização do desenvolvimento é uma
tendência irreversível ...
GABARITOS:
01 - C 02 - D 03 - C 04 - D 05 - B
06 - E 07 - C 08 - A 09 - D 10 - A
1 - A palavra em destaque está adequadamente
empregada na seguinte frase:
a) Esse é o produto anticético mais poderoso já
utilizado no hospital.
b) Temendo que sua fala fosse caçada, evitou
agressões.
c) Esse estrato social é o mais afetado quando há
chuvas torrenciais.
d) A correta emersão dos pães no caldo é que vai
garantir o sucesso da receita.
e) O ilícito tráfego de influências que praticava o
levou ao banco dos réus.
02 - Sobre a crença e a ciência
A pergunta que mais me fazem quando dou
palestras é se acredito em Deus. Quando
respondo que não acredito, vejo um ar de
confusão, às vezes até de medo no rosto das
pessoas. "Mas como é que o senhor consegue
dormir à noite?" Não há nada de estranho em
perguntar a um cientista sobre suas crenças.
Mesmo o grande Newton via um papel essencial
para Deus na natureza: Ele interferia para manter
o cosmo em xeque, de modo que os planetas não
desenvolvessem instabilidades e acabassem
todos amontoados no centro, junto ao Sol. Porém,
logo ficou claro que a natureza podia cuidar de si
mesma. O Deus que interferia no mundo
transformou- se no Deus criador: após criar o
mundo, deixou-o à mercê de suas leis. Mas,
nesse caso, o que seria de Deus? Se essa
tendência continuasse, a ciência tornaria Deus
desnecessário? Foi dessa tensão que surgiu a
crença de que a agenda da ciência é roubar Deus
das pessoas. Eu conheço muitos cientistas
religiosos que não vêem qualquer conflito entre a
sua ciência e a sua crença. Para eles, quanto
mais entendem o Universo, mais admiram a obra
do seu Deus. (São vários) Mesmo que essa não
seja a minha posição, respeito os que creem. A
ciência se propõe simplesmente a interpretar a
natureza, expandindo nosso conhecimento do
mundo natural. Sua missão é aliviar o sofrimento
humano, aumentando o conforto das pessoas,
desenvolvendo técnicas de produção avançadas,
ajudando no combate de doenças. O problema se
torna sério quando a religião se propõe a explicar
fenômenos naturais: dizer que o mundo tem
menos de 7.000 anos ou que somos
descendentes diretos de Adão e Eva é
equivalente a viver no século 16 ou antes disso. A
insistência em negar os avanços e as
descobertas da ciência é, francamente,
inaceitável.
Podemos dizer que há dois tipos de pessoa: os
naturalistas e os sobrenaturalistas: estes veem
forças ocultas por trás dos afazeres dos homens,
escravizados por crenças inexplicáveis, e aqueles
aceitam que nunca teremos todas as respostas.
Mas, em vez de temer o desconhecido, os
naturalistas abraçam essa ignorância como um
desafio, e não uma prisão. É por isso que eu
durmo bem à noite.
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(Adaptado de Marcelo Gleiser, cientista e
professor de física teórica. Folha de S. Paulo,
28/03/2010)
O Deus que interferia no mundo transformou-se
no Deus criador: após criar o mundo, deixou-o à
mercê de suas leis.
A frase acima permanecerá correta e manterá o
sentido caso se substituam os elementos
sublinhados, respectivamente, por:
a) imiscuía ao - tornou-o à deriva em
b) intercalava ao - pô-lo ao acaso de
c) intervinha no - abandonou-o às
d) entronizava no - confiou-o às
e) imputava ao - manteve-o entregue às
03 - Representatividade ética
Costuma-se repetir à exaustão, e com as
consequências características do abuso de frases
feitas e lugares-comuns, que as esferas do poder
público são o reflexo direto das melhores
qualidades e dos piores defeitos do povo do país.
Na esteira dessa convicção geral, afirma-se que
as casas legislativas brasileiras espelham
fielmente os temperamentos e os interesses dos
eleitores brasileiros. É o caso de se perguntar:
mesmo que seja assim, deve ser assim? Pois
uma vez aceita essa correspondência mecânica,
ela acaba se tornando um oportuno álibi para
quem deseja inocentar de plano a classe política,
atribuindo seus deslizes a vocações
disseminadas pela nação inteira... Perguntariam
os cínicos se não seria o caso, então, de não
mais delegar o poder apenas a uns poucos, mas
buscar repartilo entre todos, numa grande e
festiva anarquia, eliminando-se os intermediários.
O velho e divertido Barão de Itararé já
reivindicava, com a acidez típica de seu humor:
"Restaure-se a moralidade, ou então nos
locupletemos todos!".
As casas legislativas, cujos membros são todos
eleitos pelo voto direto, não podem ser vistas
como uma síntese cristalizada da índole de toda
uma sociedade, incluindo-se aí as perversões, os
interesses escusos, as distorções de valor. A
chancela da representatividade, que legitima os
legisladores, não os autoriza em hipótese alguma
a duplicar os vícios sociais; de fato, tal
representação deve ser considerada, entre outras
coisas, como um compromisso firmado para a
eliminação dessas mazelas. O poder conferido
aos legisladores deriva, obviamente, das
postulações positivas e construtivas de uma
determinada ordem social, que se pretende cada
vez mais justa e equilibrada.
Combater a circulação dessas frases feitas e
lugares comuns que pretendem abonar situações
injuriosas é uma forma de combater a estagnação
crítica ? essa oportunista aliada dos que
maliciosamente se agarram ao fatalismo das
"fraquezas humanas" para tentar justificar os
desvios de conduta do homem público. Entre as
tarefas do legislador, está a de fazer acreditar que
nenhuma sociedade está condenada a ser uma
comprovação de teses derrotistas.
(Demétrio Saraiva, inédito)
Considerando-se o contexto, traduz-se
adequadamente o sentido de um segmento em:
a) são o reflexo direto (1º parágrafo) = constituem
a condicionante básica.
b) Na esteira dessa convicção (1º parágrafo) =
em que pese a tal certeza.
c) síntese cristalizada (2ºparágrafo) = tópico
transparente.
d) postulações positivas (2º parágrafo) =
demandas afirmativas.
e) abonar situações injuriosas (3º parágrafo) =
retificar ações caluniosas.
04 - "Guerra!", escreveu Thomas Mann em
novembro de 1914. "Sentimo-nos purificados,
libertos, sentimos uma enorme esperança."
Muitos artistas exultaram com o início da Grande
Guerra; era como se suas mais extravagantes
fantasias de violência e destruição houvessem se
tornado realidade. Schoenberg foi acometido por
aquilo que mais tarde chamou de "psicose de
guerra", e traçou comparações entre os ataques
do exército alemão à França e suas próprias
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investidas contra os valores da burguesia
decadente. Em carta a Alma Mahler, datada de
agosto de 1914, demonstrou um entusiasmo
extremado pela causa alemã, atacando de um só
golpe a música de Bizet, Stravinski e Ravel. "É
hora de acertar as contas!", disparou Schoenberg.
"Reduziremos, agora, esses defensores do kitsch
à escravidão e lhes ensinaremos a venerar o
espírito germânico e a adorar o Deus alemão."
Durante parte da guerra, manteve um diário
meteorológico, acreditando que determinadas
formações de nuvens pressagiavam a vitória ou a
derrota alemã. Berg também sucumbiu à histeria,
pelo menos no início. Ao terminar a marcha das
Três Peças, escreveu ao professor dizendo ser
"muito vergonhoso acompanhar esses
importantes eventos como mero espectador". O
massacre de Dinant, o incêndio de Louvain e
outras atrocidades de agosto e setembro de 1914
não foram apenas acidentes de guerra. Tais
ações se enquadravam no programa do estado-
maior alemão, visando à destruição "total dos
recursos materiais e intelectuais do inimigo". A
noção de guerra total exibia um desagradável
grau de semelhança com a mentalidade
apocalíptica da arte austrogermânica recente.
Nem todos foram vítimas da "psicose de guerra".
Richard Strauss, por exemplo, se recusou a
assinar um manifesto no qual 93 intelectuais
alemães negavam qualquer ato ilícito do exército
em Louvain. Em público, declarava que, como
artista, não queria se envolver em confusões
políticas, mas em particular sua posição parecia
claramente isenta de patriotismo. "É revoltante",
escreveu alguns meses depois a Hofmannsthal,
"ler nos jornais sobre a regeneração da arte
alemã [...] sobre como a juventude da Alemanha
emergirá limpa e purificada dessa guerra
'gloriosa', quando, na verdade, devemos
agradecer se pudermos ver esses infelizes livres
de piolhos e percevejos, curados de suas
infecções e, uma vez mais, afastados do hábito
do assassinato!" A declaração parece uma
resposta à apologia da violência de Mann. Da
próxima vez que a Alemanha entrasse em guerra,
os dois trocariam de lugar; Strauss seria a figura
de proa, Mann, o dissidente.
(Alex Ross. O resto é ruído. Trad. de Claudio
Carina e Ivan Weisz Kuck. São Paulo: Cia. das
Letras, 2009, p. 81-2)
O segmento cujo sentido está corretamente
expresso em outras palavras é:
a) extravagantes fantasias = perfectíveis
quimeras.
b) diário meteorológico = jornal de variedades.
c) mentalidade apocalíptica = pensamento
inconcebível.
d) isenta de patriotismo = permeada pelo
nacionalismo.
e) apologia da violência = enaltecimento da
brutalidade.
05 - "Tratamos de Obama a Osama nos hospitais
e postos de saúde da organização não
governamental Emergency. Não sou terrorista." O
desabafo acaba de ser pronunciado por um
médico especializado em cirurgias traumáticas
emergenciais. Gino Stada trabalha nos cenários
de guerra e de insurgências em nome da
Emergency, que fundou com a esposa, Teresa
Sarti, em 1994. Nas zonas de conflito, Stada e
sua organização declaram-se neutros. A
preocupação centra-se nas vítimas das violências
bélicas. Em outras palavras, a Emergency, com
um corpo composto de mais de mil profissionais,
faz, sem indagar sobre ideologias e
partidarismos, cirurgias de urgência e reabilita
lesionados com próteses e terapias. Humanista
de 61 anos nascido em Milão, Stada instalou e
administra postos de saúde e hospitais no
Afeganistão, Serra Leoa, Camboja, Sri Lanka,
República Centro-Africana e Iraque. No mês de
abril, uma "arapuca", a caracterizar terrorismo de
Estado, foi montada a fim de desmoralizar o
médico, que estava em Veneza. A meta era
provocar um escândalo internacional, de modo a
levar o governo afegão a cassar as licenças para
funcionamento da Emergency. Com efeito,
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agentes do serviço de inteligência do Afeganistão
prepararam uma falsa situação de flagrante e
prenderam nove funcionários da Emergency.
Dentre eles, o cirurgião Marco Garatti e os
paramédicos Matteo Pagani e Matteo Dell'Aira. O
flagrante preparado consistiu numa blitz em sala
da administração do hospital de Lashkar Gah. Os
007 de Karzai fingiram-se surpresos com o
encontro de duas pistolas, nove granadas e dois
cinturões costurados com explosivos. Durante
oito dias, os funcionários da Emergency ficaram
incomunicáveis. Enquanto isso, Karzai falava que
os serviços de inteligência tinham abortado um
plano dos terroristas talebans para matar o
governador da província de Helmand. Nesse
plano figuravam como suspeitos o cirurgião
Marco Garatti e os demais presos. Após as
prisões, o coronel Tood Vician, porta-voz da Otan,
informou que soldados da força internacional não
tinham participado das prisões. Não sabia o
coronel Vician que, imediatamente, Stada,
ladeado de jornalistas, acionou o celular do
cirurgião Marco Garatti. A ligação completou- se
com um soldado britânico a responder que não
podia informar nada sem autorização dos seus
superiores hierárquicos. Numa segunda
chamada, limitou-se a dizer que todos os nove
presos estavam bem. Sequestrados em 10 de
abril, os integrantes da Emergency foram
colocados em liberdade às 18 horas do domingo,
dia 18, depois de forte mobilização de
organizações humanitárias internacionais e do
Estado italiano. Para Karzai, ficou provada a
inocência deles. O móvel dessa urdidura remonta
a março de 2007, quando da libertação do
correspondente de guerra do jornal italiano La
Repubblica, Daniele Mastrogiacomo, seqüestrado
pelos talebans. Stada aceitou procurar os
talebans com a condição de o governo afegão e
as forças de ocupação se afastarem das
tratativas. Teve sucesso pela sua força moral e
isso ainda não foi digerido por Karzai, pela Otan,
pela CIA ou pelos 007 da rainha da Inglaterra.
(Adaptado de Wálter Maierovitch. "Um humanista
e o terror de Estado", CartaCapital, 30/04/2010.
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=
2&a2=5&i=6585)
A palavra "arapuca", utilizada pelo autor no
segundo parágrafo, tem seu sentido retomado por
meio da seguinte expressão, também presente no
texto:
a) escândalo internacional.
b) falsa situação de flagrante.
c) forças de ocupação.
d) serviço de inteligência.
e) plano dos terroristas talebans.
06 - Uma nação se forja graças à sua memória.
Ninguém melhor do que os franceses para cultuar
a sua História, bem apresentada na Biblioteca
François Mitterrand, em Paris, com a exposição
sobre os heróis, denominada De Aquiles a
Zidane. Curioso o título da mostra, a indicar o
surgimento de um novo modelo de herói. Na
exposição se percorre uma longa trajetória, que
vai dos heróis gregos, como Aquiles, um bravo,
corajoso, impiedoso combatente, que preferiu a
vida breve gloriosa a uma vida longa obscurecida,
até as figuras de gibi e televisão, como Superman
e Homem-Aranha, para finalizar com uma
celebridade do contagiante futebol. Dos pés de
Aquiles, seu único ponto fraco, aos pés de
Zidane, seu ponto forte.
Sendo o herói de hoje efêmero, que tem seu
rápido momento de glória registrado pela mídia
para ser logo esquecido, teve-se de recorrer, para
marcar o herói dos tempos atuais, às figuras
imaginárias do Superman, do Homem-Aranha,
consagradas nas revistas e nas telas de cinema
ou televisão.
Como diz Michela Marzano sobre a morte
espetáculo, "as fronteiras entre a ficção e
realidade são cada vez mais vagas". Os heróis de
hoje não são de carne e osso, são super-heróis
indestrutíveis de um espetáculo de divertimento,
mas que podem confundir-se com o real, como
fez o garoto de Santa Catarina que, vestido de
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Homem-Aranha, penetrou nas chamas e retirou a
menininha do berço incendiado.
Mas a mostra rememora os heróis franceses a
serem cultuados e seguidos. Os heróis são
símbolos nacionais ou religiosos cujos prodígios
se caracterizam pela bravura, pela temeridade,
pela renúncia, pelo idealismo. Põem acima do
próprio instinto de conservação a busca do bem
coletivo. O herói ressalta-se por sua vontade de
vencer, pela força do caráter, pela grandeza de
alma, pela elevada virtude, que o faz enfrentar
sobranceiramente a morte. [...]
Lembrei o exemplo de mártires que, sem
desprezo pela morte, a enfrentaram com
estoicismo, alimentados por suas crenças em luta
corajosa para a eliminação da injustiça e a
transformação da sociedade em benefício de
todos. Não foram estes homens combatentes de
grandes feitos militares, portadores de
estratagemas ou forças invencíveis. Foram
pessoas comuns, que tiveram destino diverso das
demais por aceitarem enfrentar os perigos em
nome de uma causa, com a virtude da renúncia
aos próprios interesses. São heróis, não super-
heróis ou celebridades, como os "heróis" de hoje.
Nós, brasileiros, também temos exemplos de
heróis de carne e osso, em nossa História, que
morreram na luta por suas crenças. Lembro três:
Zumbi, Frei Caneca e Marçal de Souza Tupã-Y.
Malgrado existam estes exemplos, dentre outros,
assusta a resposta colhida em pesquisa feita, por
internet, entre 60 mil brasileiros, a quem se
indagou qual a figura mais importante de nossa
História. A resposta majoritária foi, num leque de
opções, o próprio povo brasileiro. Tal indica que
deixamos de ter modelos, valores a serem
perseguidos. Perdeu-se a memória.
(Adaptado de Miguel Reale Júnior. O Estado de
S. Paulo, A2, 1 de dezembro de 2007)
São heróis, não super-heróis ou celebridades,
como os "heróis" de hoje. (final do 4º parágrafo)
As aspas em "heróis" assinalam
a) intenção de realçar o sentido da palavra, por
sua repetição na frase.
b) emprego desnecessário da palavra, por ter
sido utilizada anteriormente.
c) palavra empregada como gíria, com sentido fiel
ao contexto das histórias de ficção.
d) explicação necessária do sentido específico da
palavra, como esclarecimento no contexto.
e) sentido particular, diferente daquele com que a
palavra foi empregada anteriormente na frase.
07 - Num encontro pela liberdade de opinião
Vimos aqui hoje para defender a liberdade de
opinião assegurada pela Constituição dos
Estados Unidos e também em defesa da
liberdade de ensino. Por isso mesmo, queremos
chamar a atenção dos trabalhadores intelectuais
para o grande perigo que ameaça essa liberdade.
Como é possível uma coisa dessas? Por que o
perigo é mais ameaçador que em anos
passados? A centralização da produção acarretou
uma concentração do capital produtivo nas mãos
de um número relativamente pequeno de
cidadãos do país. Esse pequeno grupo exerce um
domínio esmagador sobre as instituições
dedicadas à educação de nossa juventude, bem
como sobre os grandes jornais dos Estados
Unidos. Ao mesmo tempo, goza de enorme
influência sobre o governo. Por si só, isso já é
suficiente para constituir uma séria ameaça à
liberdade intelectual da nação. Mas ainda há o
fato de que esse processo de concentração
econômica deu origem a um problema
anteriormente desconhecido - o desemprego de
parte dos que estão aptos a trabalhar. O governo
federal está empenhado em resolver esse
problema, mediante o controle sistemático dos
processos econômicos - isto é, por uma limitação
da chamada livre interação das forças
econômicas fundamentais da oferta e da procura.
Mas as circunstâncias são mais fortes que o
homem. A minoria econômica dominante, até hoje
autônoma e desobrigada de prestar contas a
quem quer que seja, colocou-se em oposição a
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essa limitação de sua liberdade de agir, exigida
para o bem de todo o povo. Para se defender,
essa minoria está recorrendo a todos os métodos
legais conhecidos a seu dispor. Não deve nos
surpreender, pois, que ela esteja usando sua
influência preponderante nas escolas e na
imprensa para impedir que a juventude seja
esclarecida sobre esse problema, tão vital para o
desenvolvimento da vida neste país. Não preciso
insistir no argumento de que a liberdade de
ensino e de opinião, nos livros ou na imprensa, é
a base do desenvolvimento estável e natural de
qualquer povo. Possamos todos nós, portanto,
somar as nossas forças. Vamos manternos
intelectualmente em guarda, para que um dia não
se diga da elite intelectual deste país:
timidamente e sem nenhuma resistência, eles
abriram mão da herança que lhes fora transmitida
por seus antepassados - uma herança de que
não foram merecedores.
(Albert Einstein, Escritos da maturidade.
Conferência pronunciada em 1936)
A centralização da produção acarretou uma
concentração do capital produtivo nas mãos de
um número relativamente pequeno de cidadãos
do país.
As expressões sublinhadas podem ser
substituídas, respectivamente, sem prejuízo para
a correção e o sentido da frase acima, por:
a) estribou-se numa - comparavelmente
b) incluiu-se em uma - um tanto quanto
c) implicou-se numa - mais ou menos
d) deveu-se a uma - moderadamente
e) originou uma - em certa medida
08 - Orgulho ferido
Um editorial da respeitada revista britânica The
Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma
polêmica com pesquisadores latino-americanos.
O texto da revista sugeriu que o país pode
mergulhar num caos após a morte do ditador
Fidel Castro, que sofre de câncer, tal como
ocorreu nos países do Leste Europeu após a
queda de seus regimes comunistas. E conclamou
os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária
para os cubanos. De quebra, a publicação insinua
que há dúvidas sobre a capacidade do sistema de
saúde cubano fazer frente a esse quadro.
"O editorial é um desrespeito à soberania de
Cuba", diz Maurício Torres Tovar, coordenador-
geral da Alames (Associação Latino-Americana
de Medicina Social). "A atenção do Estado
cubano para com a saúde de sua população é um
exemplo para todos. Cuba tem uma notável
vocação solidária, ajudando, com remédios e
serviços de profissionais, diversos países
atingidos por catástrofes", afirmou. Sergio
Pastrana, da Academia de Ciências de Cuba,
também protestou: "Temos condição de decidir se
precisamos de ajuda e direito de escolher a quem
pedi-la."
(Revista Pesquisa Fapesp. Outubro 2006, n.
128)
Quatro ações são atribuídas, no primeiro
parágrafo do texto, ao editorial da revista britânica
The Lancer: acender, sugerir, conclamar e
insinuar. Considerandose o contexto, não
haveria prejuízo para o sentido se tivessem sido
empregados, respectivamente,
a) ensejar ? aventar ? convocar ? sugerir
b) instigar ? propor ? reiterar ? infiltrar
c) dirimir ? conceder ? atribuir ? insuflar
d) solapar ? retificar ? conceder ? induzir
e) conduzir ? insinuar ? proclamar ? confessar
09 - Na primeira metade do século XIX, as
ferrovias surgiam como o meio quase mágico que
permitiria transpor enormes distâncias com
rapidez e grande capacidade de carga,
atravessando qualquer tipo de terreno. No Brasil,
onde a era ferroviária se iniciou em 1854,
algumas vozes apontaram o descompasso que
tenderia a se verificar entre as modestas
dimensões da economia nacional e os grandes
investimentos requeridos para as construções
ferroviárias. Mas pontos de vista como esse
foram vencidos pela fascinação exercida pelo
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trem de ferro e pela fé em seu poder de
transformar a realidade.
De um ponto de vista econômico, não seria
propriamente incorreto dizer que a experiência
ferroviária no Brasil não passou de um relativo
fracasso - que se traduziria, hoje, no predomínio
das rodovias, ao contrário do ocorrido em outros
países de grandes dimensões. De acordo com
supostas explicações, o triunfo das rodovias no
Brasil teria sido obtido graças a um complô que
envolveria governos e grandes empresas
petrolíferas e automobilísticas. Mas a verdade é
que, além de outras deficiências estruturais, o
setor ferroviário nacional nunca chegou a formar
uma autêntica rede cobrindo todo o território.
Como a economia dependia da agroexportação, o
problema consistia simplesmente em ligar as
regiões produtoras aos portos marítimos. A partir
dos anos 30, quando se colocou o desafio da
efetiva integração econômica do país como parte
do processo de expansão do mercado interno, os
transportes rodoviários mais ágeis, necessitando
de uma infra-estrutura muito menor que a das
vias férreas - demonstraram uma flexibilidade que
o trem não tinha como acompanhar. Isso não
significa que as ferrovias não tenham
desempenhado um importante papel econômico
no país. Elas foram fundamentais no período
dominado pela agroexportação e continuaram a
ser importantes também no contexto da
industrialização acelerada. Mas as estradas de
ferro não podem ser analisadas apenas mediante
critérios estritamente econômicos. No Brasil, as
ferrovias criaram novas cidades, como Porto
Velho, e revitalizaram antigas. Representaram
uma experiência indelével, freqüentemente
dramática, para os trabalhadores mobilizados nas
construções. Objeto de fascínio, elas impuseram
um novo ritmo de vida, marcado pelos horários
dos trens, e reorganizaram espaços urbanos, nos
quais as estações se destacavam como
"catedrais" da ciência e da técnica.
(Adaptado de Paulo Roberto Cimó Queiroz, Folha
[Sinapse], p. 20-22, 22 de fevereiro de 2005)
Como a economia dependia da agroexportação, o
problema consistia simplesmente em ligar as
regiões produtoras aos portos marítimos. (final do
2º parágrafo)
As duas afirmativas do período acima transcrito
denotam relação de
a) conclusão e ressalva.
b) condição e finalidade.
c) causa e conseqüência.
d) finalidade e conclusão.
e) conseqüência e condição.
10 -
Traduz-se corretamente, em outras palavras, o
sentido original de:
a) na corrente cultural do nosso tempo = numa
época plena de informações.
b) no enfrentamento das mais diversas situações
= com problemas de difícil solução.
c) evidência mais estridente dessa febre =
reconhecimento do sucesso de tais obras.
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d) essa enxurrada de regras compiladas em livros
= inúmeras publicações que dependem de
aceitação pública.
e) um vácuo de paradigmas = uma ausência de
modelos de comportamento.
GABARITOS:
01 - C 02 - C 03 - D 04 - E 05 - B
06 - E 07 - E 08 - A 09 - C 10 – E
01 - Quem caminha pelos mais de 70 quilômetros
de praia da Ilha Comprida, no litoral sul de São
Paulo, pode perceber uma paisagem peculiar. Em
meio às dunas da restinga, onde deveria existir
apenas vegetação rasteira, grandes pinheiros
brotam por toda parte. A sombra das árvores é
um bem-vindo refresco para os moradores da
região, mas a verdade ecológica é que elas não
deveriam estar ali - assim como os pombos não
deveriam estar nas praças das cidades, nem as
tilápias nas águas dos rios, nem o mosquito da
dengue picando pessoas dentro de casa ou as
moscas varejeiras rondando raspas de frutas nas
feiras. São todas espécies exóticas invasoras,
originárias de outros países e de outros
ambientes, mas que chegaram ao Brasil e aqui
encontraram espaço para proliferar. Algumas são
exóticas também no sentido de "diferentes" ou
"esquisitas", mas muitas já se tornaram tão
comuns que parecem fazer parte da paisagem
nacional tanto quanto um pau-brasil ou um
tucano. Outros exemplos, apontados pelo
Programa Global de Espécies Invasoras e por
cientistas brasileiros, incluem o pinus, o
dendezeiro, as acácias, a mamona, a abelha-
africana, o pardal, o barbeiro, a carpa, o búfalo, o
javali e várias espécies de gramíneas usadas em
pastos, além de bactérias e vírus responsáveis
por doenças importantes como leptospirose e
cólera. Nenhuma delas é nativa do Brasil.
Dependendo das circunstâncias, podem ser
meras "imigrantes" inofensivas ou invasoras
altamente nocivas. Dentro do sistema produtivo,
por exemplo, o búfalo e o pinus são apenas
espécies exóticas. Quando escapam para a
natureza, entretanto, muitas vezes tornam-se
organismos nocivos aos ecossistemas "naturais".
Espécies invasoras não têm predadores naturais
e se multiplicam rapidamente. São fortes,
tipicamente agressivas e controlam o ambiente
que ocupam, roubando espaço das espécies
silvestres e competindo com elas por alimento -
ou se alimentando delas diretamente. Por sua
capacidade de sobrepujar espécies nativas, as
espécies invasoras são consideradas a segunda
maior ameaça à biodiversidade no mundo - atrás
apenas da destruição dos hábitats. Ao assumirem
o papel de pragas e vetores de doenças, elas
também causam impactos significativos na
agricultura e na saúde humana.
(Adaptado de Herton Escobar. O Estado de S.
Paulo, Vida&,23 de julho de 2006, A25)
... elas também causam impactos significativos na
agricultura e na saúde humana. (final do texto)
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento
que o do grifado acima está na frase:
a) ... grandes pinheiros brotam por toda parte.
b) ... mas que chegaram ao Brasil ...
c) ... e aqui encontraram espaço ...
d) ... o búfalo e o pinus são apenas espécies
exóticas.
e) ... e competindo com elas por alimento.
02 - ... Virgília cingiu-me com seus magníficos
braços, murmurando:
- Amo-te, é a vontade do céu.
E esta palavra não vinha à toa; Virgília era um
pouco religiosa. Não ouvia missa aos domingos, é
verdade, e creio até que só ia às igrejas em dia
de festa, e quando havia lugar vago em alguma
tribuna. Mas rezava todas as noites, com fervor,
ou, pelo menos, com sono.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás
Cubas. Obra completa. Org. A. Coutinho. Volume
I. Rio de Janeiro: Aguilar, 1959, p. 474)
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O e inicial em E esta palavra não vinha à toa tem
a função de
a) ligar à fala de Virgília a oração que inicia.
b) subordinar todo o parágrafo que o segue ao
texto que o antecede.
c) coordenar esta palavra não vinha à toa a amo-
te.
d) avolumar o período, sem que assuma função
em sua organização sintática.
e) introduzir uma noção de oposição entre o
parágrafo seguinte e o antecedente.
03 - São elementos interferentes na estrutura das
orações em que, respectivamente, se inserem,
sem que nela exerçam função sintática,
propriamente,
a) um pouco - até.
b) com fervor - com sono.
c) é verdade - pelo menos.
d) até - só.
e) à toa - com sono.
04 - ... e creio até que só ia às igrejas em dia de
festa, e quando havia lugar vago em alguma
tribuna.
O e sublinhado no segmento acima
a) marca uma oposição entre dias de festa e lugar
vago em alguma tribuna.
b) tem a função de acentuar a oposição entre
igrejas e festa.
c) é preposição que marca direção.
d) é advérbio, com o sentido de mesmo, ainda,
inclusive.
e) coordena dois termos de idêntica função
sintática na oração, ainda que sob estruturas
diferentes.
05 - ... e creio até que só ia às igrejas em dia de
festa, e quando havia lugar vago em alguma
tribuna.
Até, tendo em vista seu emprego nesse
segmento, classifica-se como
a) preposição acidental.
b) conjunção subordinativa temporal.
c) palavra denotativa de inclusão.
d) advérbio de tempo.
e) palavra denotativa de realce.
06 - I. Perdeu-se a fórmula da receita do sucesso.
II. Não se repetiu o sucesso.
III. É verdade.
As orações acima estão corretamente
organizadas em um só período, composto por
subordinação, em
a) A fórmula da receita do sucesso perdeu-se e
ele não se repetiu, onde isso é verdade.
b) É verdade que não se repetiu o sucesso cuja a
fórmula da receita se perdeu.
c) O sucesso, perdeu-se a fórmula, e é verdade
que ele não se repetiu.
d) É verdade que não se repetiu o sucesso, de
cuja receita se perdeu a fórmula.
e) A receita, a fórmula do sucesso se perdeu e, é
verdade, não se repetiu.
07 - Nos anos 90, o Brasil estabilizou sua
economia e deslanchou um importante processo
de reformas estruturais, com o forte impulso dado
à privatização e à reorientação da política social.
Tais mudanças, não é preciso repetir, deram-se
como resposta ao precedente modelo de
crescimento via substituição de importações, por
um lado, e à aceleração da globalização, por
outro. Esse conjunto de transformações alterou
profundamente as percepções e estratégias
"normais" de ascensão social, cujo horizonte
deixa de ser apenas individual para tornar-se
coletivo. De fato, milhões de brasileiros passam a
experimentar a mobilidade social em um contexto
de mudança no plano das identidades coletivas;
de mudanças que dizem respeito não apenas a
taxas ou a padrões individuais de mobilidade,
mas ao próprio sistema de estratificação social. A
classe C deixa de ser "baixa" e começa a ser
"média", disputando espaço com os estratos
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situados imediatamente acima dela - ou seja, as
classes médias tradicionais.
Na análise da ascensão da classe C, a questão
central é a da sustentabilidade. Se a nova classe
média resulta, em grande parte, do encurtamento
de distâncias sociais em função da difusão do
consumo, como irão seus integrantes gerar a
renda necessária para sustentar os novos
padrões? Serão sustentáveis ? ou antes, sob que
condições serão sustentáveis – os índices de
expansão do que se tem denominado a "nova
classe média"? Dada a extrema desigualdade no
perfil brasileiro de distribuição de renda, os bons
e os maus caminhos bifurcam-se logo adiante.
Por um lado, por si só a megamobilidade social a
que fizemos referência implica redução das
desigualdades de renda. Por outro, o risco de
fracasso é alto, o que significa estagnação e, no
limite, dependendo de circunstâncias
macroeconômicas, até regressão na tendência de
melhora na distribuição de renda. Deixando de
lado a dinâmica macroeconômica, concentramos
nossa atenção em fatores ligados à motivação e à
autocapacitação (denominados fatores
weberianos) na formação de novos valores
sociopolíticos. De fato, o crescimento econômico
dos últimos anos traduziu-se em forte expansão
da demanda por bens e serviços. Mas as
oscilações da renda familiar geradas por
empregos pouco estáveis ou atividades por conta
própria sinalizam dificuldades para as faixas de
renda mais baixa manterem o perfil de consumo
ambicionado. Endividando-se além do que lhes
permitem os recursos de que dispõem, as
famílias situadas nesse patamar defrontam-se
com um risco de inadimplência que passa ao
largo das famílias da classe média estabelecida.
(Amaury de Souza e Bolívar Lamounier. O
Estado de S. Paulo, Aliás, J5, 7 de fevereiro de
2010, com adaptações)
Considerando-se o 3º parágrafo do texto, está
INCORRETO o que se afirma em:
a) A noção transmitida pelo segmento grifado em
Dada a extrema desigualdade no perfil brasileiro
de distribuição de renda permanecerá a mesma
se ele for substituído por Devido à extrema
desigualdade.
b) As expressões os bons e os maus caminhos
referem- se, respectivamente, à redução das
diferenças sociais e aos riscos de que tais
avanços se tornem insustentáveis.
c) Substituindo-se o segmento grifado em por si
só a megamolibidade social (...) implica redução
por os resultados da megamobilidade social, as
palavras só e implica deverão ir para o plural, em
respeito às normas de concordância.
d) Os substantivos estagnação e regressão,
mesmo distantes por conta da articulação de
frases no período, constituem o complemento
exigido pelo verbo significa.
e) O segmento grifado na expressão na tendência
de melhora na distribuição de renda é exemplo de
complemento verbal, no caso, completando o
sentido do verbo dependendo.
08 - O Brasil abriga 13% das espécies da fauna e
da flora existentes em todo o mundo - e a maior
parte delas está na Amazônia. A floresta de 4,2
milhões de quilômetros quadrados é habitada por
centenas de milhares de plantas, animais, fungos,
bactérias. Um refúgio de suas matas ou um braço
de seus rios pode conter mais espécies do que
continentes inteiros. As estimativas dos cientistas
são de que só 10% das espécies existentes na
Amazônia brasileira sejam conhecidas. Talvez
menos. Ainda, assim, na escala amazônica, 10%
já englobam números espantosos. Só de anfíbios
são 250 espécies catalogadas, ante as 81 da
Europa. Os mamíferos são 311, com mais de 20
espécies de macacos e 122 de morcegos. As
abelhas são 3 mil; borboletas e lagartas, 1.800.
Em uma única árvore da Amazônia já foram
encontradas 95 espécies de formigas - 10 a
menos do que em toda a Alemanha.
Mas há uma imensidão ainda a ser desbravada. E
não é preciso ir longe para encontrar novas
espécies: mesmo no rio Amazonas, o mais
explorado da região, as descobertas são
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rotineiras - em 2005, foi identificado um exemplar
de piraíba, que pode chegar a mais de dois
metros. Levantamentos recentes feitos com redes
de arrasto revelaram um universo de peixes
elétricos e outros animais exóticos, que vivem nas
áreas mais profundas do rio, em escuridão total.
A maior parte da Amazônia ainda é território
inexplorado pela ciência. Estima-se que até 70%
das coletas feitas sobre a biodiversidade estão
restritas ao entorno de Manaus e Belém - onde
estão o Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa), o Museu Goeldi e as principais
universidades. Diante do tamanho e da
heterogeneidade da região, é o mesmo que
observá-la por um buraco de fechadura. Faltam
respostas para perguntas básicas: quantas
espécies existem na região? Como elas estão
distribuídas? Qual o papel de cada uma na
natureza? Ninguém sabe dizer ao certo. A maior
biodiversidade do planeta é também a mais
desconhecida.
(Adaptado de Herton Escobar. Amazônia. O
Estado de S. Paulo, nov/dez 2007, p.30/31)
O Brasil abriga 13% das espécies da fauna e da
flora existentes em todo o mundo... (início do
texto)
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento
que o do grifado acima está na frase:
a) ... e a maior parte delas está na Amazônia.
b) ... 10% já englobam números espantosos.
c) As abelhas são 3 mil ...
d) ... que vivem nas áreas mais profundas do rio
...
e) ... quantas espécies existem na região?
09 -
... é que elas não têm cheiro, nem temperaturas,
nem ruídos, nem mosquitos... (início do texto)
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento
que o do grifado acima está na frase:
a) Nada, enfim, do que acontece nas
desconfortáveis paisagens reais.
b) Agradeci-lhe, horrorizado.
c) Porque a poesia não é apenas a verdade...
d) Jamais acreditei em observação direta...
e) Não se pode conhecer nada num minuto...
10 - Orgulho ferido
Um editorial da respeitada revista britânica The
Lancer sobre o futuro de Cuba acendeu uma
polêmica com pesquisadores latino-americanos.
O texto da revista sugeriu que o país pode
mergulhar num caos após a morte do ditador
Fidel Castro, que sofre de câncer, tal como
ocorreu nos países do Leste Europeu após a
queda de seus regimes comunistas. E conclamou
os Estados Unidos a preparar ajuda humanitária
para os cubanos. De quebra, a publicação insinua
que há dúvidas sobre a capacidade do sistema de
saúde cubano fazer frente a esse quadro.
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"O editorial é um desrespeito à soberania de
Cuba", diz Maurício Torres Tovar, coordenador-
geral da Alames (Associação Latino-Americana
de Medicina Social). "A atenção do Estado
cubano para com a saúde de sua população é um
exemplo para todos. Cuba tem uma notável
vocação solidária, ajudando, com remédios e
serviços de profissionais, diversos países
atingidos por catástrofes", afirmou. Sergio
Pastrana, da Academia de Ciências de Cuba,
também protestou: "Temos condição de decidir se
precisamos de ajuda e direito de escolher a quem
pedi-la." (Revista Pesquisa Fapesp. Outubro
2006, n. 128)
Está clara e correta a redação da seguinte frase:
a) Ficou tão evidente no texto o quanto Cuba é
solidária que tem para isso uma notável vocação.
b) Onde a vocação de Cuba é realmente notável
está no fator de sua incontestável solidariedade.
c) Amplamente vocacionada para tanto, Cuba
também já demonstrou, ainda assim, o quanto é
solidária.
d) Cuba já demonstrou, sobejamente, o quanto é
vocacionada para o exercício da solidariedade.
e) Nunca faltou à solidariedade de Cuba a
vocação para se mostrar respectivamente notável
nisso.
GABARITOS:
01 - C 02 - A 03 - C 04 - E 05 - C
06 - D 07 - E 08 - B 09 - E 10 - D
01 - A frase que respeita totalmente o padrão
culto escrito é:
a) Exmo. Sr. Senador, acabo de receber o projeto
que Vossa Excelência me encaminhou e pretendo
lhe enviar o parecer solicitado no prazo de, no
máximo, um mês.
b) Acredito que Vossa Senhoria, Exmo. Sr.
Secretário, não deve se preocupar com questões
que não demandem diretamente vossa decisão.
c) Tal foram as exigências deles, que Maria, ela
própria, desistiu da compra, não sem antes avisar
que, qualquer que fossem as alegações, nada a
impediria de lhes denunciar.
d) Cada um de todos aqueles grupos que se
cuidem, pois as armadilhas que impuseram um
ao outro acredito que pode ter consequências.
e) Ao se dirigir àquele Senhor, passou-lhe os
documentos que necessitava para ir adiante ao
processo já iniciado.
02 - A frase que respeita totalmente o padrão
culto escrito é:
a) Exmo. Sr. Senador, acabo de receber o projeto
que Vossa Excelência me encaminhou e pretendo
lhe enviar o parecer solicitado no prazo de, no
máximo, um mês.
b) Acredito que Vossa Senhoria, Exmo. Sr.
Secretário, não deve se preocupar com questões
que não de mandem diretamente vossa decisão.
c) Tal foram as exigências deles, que Maria, ela
própria, desistiu da compra, não sem antes avisar
que, qualquer que fossem as alegações, nada a
im pediria de lhes denunciar.
d) Cada um de todos aqueles grupos que se
cuidem, pois as armadilhas que impuseram um
ao outro acredito que pode ter consequências.
e) Ao se dirigir àquele Senhor, passou-lhe os
documentos que necessitava para ir adiante ao
processo já iniciado.
03 - A frase que respeita totalmente o padrão
culto escrito é:
a) De dissensões entre mentes lúcidas e
independentes não se deve temer, porquanto o
debate, ao suscitar reflexão, traz luz a questões
controversas.
b) Consta naquele livro já bastante saudado pela
crítica os nomes de vários integrantes de
movimentos de resistência ao regime ditatorial.
c) O eminente orador enrubeceu quando arguido
sobre sua anuência ao polêmico pacto, mas quiz
se mostrar seguro de si e respondeu-lhe de
imediato.
d) Esse exercício indicado pelos assessores do
preparador físico é eficaz para intumescer alguns
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músculos, mas se mostra de efeito irrisório se
mau realizado.
e) Havia excesso de material a ser expedido, por
isso as folhas mandadas à última hora, apesar do
empenho, não coube no malote.
04 - A respeito dos padrões de redação de um
ofício, é INCORRETO afirmar que:
a) Deverá constar, resumidamente, o teor do
assunto do documento.
b) O texto deve ser redigido em linguagem clara e
direta, respeitando-se a formalidade que deve
haver nos expedientes oficiais.
c) O fecho deverá caracterizar-se pela polidez,
como por exemplo: Agradeço a V. Sa. a atenção
dispensada.
d) Deve conter o número do expediente, seguido
da sigla do órgão que o expede.
e) Deve conter, no início, com alinhamento à
direita, o local de onde é expedido e a data em
que foi assinado.
05 -
O fecho acima deve ser aposto ao seguinte
documento oficial:
a) ofício.
b) requerimento.
c) relatório.
d) memorando.
e) aviso.
06 -
É preciso corrigir, por falha estrutural, a redação
da frase:
a) Montaigne não vê senão excesso na reação
supostamente virtuosa da mãe de Pausânias, ou
na do ditador Postúmio.
b) A alegoria do arqueiro demonstra, de modo
prático e objetivo, que a virtude não deve ser
buscada nos extremos.
c) Nenhuma das virtudes está imune aos defeitos
que representam os excessos com que podem
ser exercidas.
d) Os excessos da prática de uma virtude podem
constituir o mesmo defeito do qual, por princípio,
se desejaria combater.
e) O autor considerou uma sutileza filosófica o
que expressa o texto citado, no qual também
acusa um jogo de palavras.
07 - Considere as afirmativas seguintes sobre
redação de documentos.
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I. Correspondência oficial utilizada por
autoridades, para tratar de assuntos de serviço ou
de interesse da Administração.
II. Com estrutura específica, esse documento
deve, de início, ser numerado em ordem
sequencial, com sigla do órgão expedidor e data.
III. Na exposição do assunto, os parágrafos
devem ser numerados, com exceção do primeiro
e do fecho.
IV. Encerra o assunto a fórmula Atenciosamente
ou Respeitosamente, seguida da assinatura e do
cargo do emitente.
Trata-se de
a) parecer.
b) portaria.
c) ofício.
d) requerimento.
e) ata.
08 - Considere as afirmativas seguintes sobre
redação de documentos.
I. Correspondência oficial utilizada por
autoridades, para tratar de assuntos de serviço ou
de interesse da Administração.
II. Com estrutura específica, esse documento
deve, de início, ser numerado em ordem
sequencial, com sigla do órgão expedidor e data.
III. Na exposição do assunto, os parágrafos
devem ser numerados, com exceção do primeiro
e do fecho.
IV. Encerra o assunto a fórmula Atenciosamente
ou Respeitosamente, seguida da assinatura e do
cargo do emitente.
Trata-se de
a) requerimento.
b) ata.
c) parecer.
d) portaria.
e) ofício.
09 - Considere as afirmativas seguintes:
I. O padrão culto da linguagem é estabelecido por
seu uso específico nos atos e comunicações
oficiais, com preferência por determinadas
expressões e formas sintáticas, tendo em vista
tratar-se de uma variante da linguagem técnica.
II. Um dos princípios da redação oficial é a
impessoalidade na comunicação de determinado
assunto, considerando-se que ela é feita em
nome do serviço público para um destinatário
entendido como público, portanto, também
impessoal.
III. A necessidade de se empregar o padrão culto
da língua na redação oficial decorre tanto do
caráter público dos atos emitidos quanto de sua
qualidade, que é informar os cidadãos com
clareza e objetividade.
É correto o que se afirma em:
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) I, II e III.
10 - O choque dos alimentos está produzindo
enormes estragos globais: semeia inflação,
desarranja o abastecimento, precipita
protecionismos e fermenta crises políticas. Para
observadores atentos, é uma forte ameaça à
democracia, especialmente nos países pobres.
Efeito colateral do mesmo choque é o desmonte
do conceito de segurança alimentar, pelo menos
como enunciado hoje.
As políticas de segurança alimentar surgiram na
Europa logo após a Primeira Guerra e se
intensificaram após a Segunda. A enorme
escassez desse período levou os governos a
garantir a produção interna dos alimentos
indispensáveis ao sustento da população, não
importando a que custo. Foi essa a base do
protecionismo agrícola dos países ricos, que
provocou grandes distorções. Impossibilitou, por
exemplo, que muitos países da África e da
América Latina desenvolvessem sua agricultura
por incapacidade de competir com o produto
subsidiado dos países centrais.
O conceito de segurança alimentar não ficou
apenas na busca da garantia do abastecimento
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interno. Foi também associado a políticas
demográficas e ambientais. Assim, governos
europeus adotaram medidas protecionistas para
impedir o esvaziamento populacional do interior
do país. Depois, razões de preservação ambiental
foram usadas para bloquear o desenvolvimento
de pesquisas e culturas transgênicas.
O professor Fernando Homem de Melo,
especialista em Economia Agrícola da
Universidade de São Paulo, lembra que as
aplicações desse princípio foram tão exacerbadas
que até o nome mudou. Hoje, em vez de
segurança alimentar, fala-se em
Multifuncionalidade Agrícola, e as exigências se
multiplicaram. A agricultura tem agora de garantir
a preservação da paisagem, do turismo agrícola,
da cultura rural dos antepassados e por aí vai.
O problema é que acabou a fartura, os estoques
estão cada vez mais baixos também nos países
ricos e agora se vê que a globalização dos
mercados impõe um jogo novo e desconhecido. O
aumento do consumo asiático produziu escassez
e disparada dos preços e não há o que detenha a
inflação dos alimentos.
(Celso Ming. O Estado de S. Paulo, B2 Economia,
11 de maio de 2008, com adaptações)
Atenção: Considere os padrões de Redação
Oficial para responder a esta questão.
Se o articulista do jornal desejar obter novas
informações do Professor especialista em
Economia Agrícola, poderá dirigir-se a ele por
meio de
a) carta circular, para conhecimento de todos os
envolvidos na obtenção e divulgação dos dados
necessários.
b) requerimento, com todos os dados do emissor,
além do fecho de cortesia: Respeitosamente.
c) ofício, com endereçamento ao especialista e
com o assunto a ser tratado, cujo fecho conterá a
fórmula: Atenciosamente.
d) relatório, em que seja especificado o período a
ser observado e os efeitos produzidos pela
situação em análise.
e) ata, em que constem claramente os objetivos
do solicitante e o uso a ser feito dos dados
obtidos.
GABARITOS:
01 - A 02 - A 03 - A 04 - C 05 - B
06 - D 07 - C 08 - E 09 - D 10 - C
01 - Desastres naturais não provocam apenas
mortes e prejuízos. Deixam a sociedade mais
suscetível a discursos apocalípticos. Depois da
virada (e do bug) do milênio, o fantasma da vez
são as supostas profecias maias de que o mundo
vai acabar em 2012. Para quem acredita nelas,
as catástrofes deste semestre seriam apenas o
começo do fim. Pouco importa que, segundo
cientistas, a Terra registre 50 mil tremores todos
os anos e esse número não esteja aumentando.
Para o físico e astrônomo da Universidade
Estadual Paulista (Unesp) Othon Winter,
paradoxalmente a sociedade da informação reage
aos desastres naturais de forma muito
semelhante à dos povos da antiguidade. "Os
fenômenos eram mais locais. Uma cheia do rio
Nilo poderia ser indício de que os deuses
estavam zangados com os homens. Na
antiguidade, o acesso ao conhecimento era
mínimo e as pessoas com um pouco mais de
informação conduziam outras. O medo decorria
da falta de informação. Hoje, todo mundo tem
informação demais e, por isso, teme", acredita. A
psicóloga Eda Tassara, do Laboratório de
Psicologia Ambiental da Universidade de São
Paulo (USP), acha que o excesso de informação
também contribui para a disseminação do pânico.
"Não sei se há uma intensificação das chamadas
catástrofes, mas sei que o acesso à informação
sobre elas se intensificou muito." Para ela,
fenômenos como a erupção do vulcão islandês
passaram a ser vistos como catástrofes por conta
do atual estágio de organização da sociedade. "A
dimensão da erupção foi amplificada pelos seus
danos econômicos. Sob esse ponto de vista,
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pode ser considerada uma catástrofe, mas, na
verdade, é um acidente de dimensões locais."
Eventos como a passagem de cometas e a virada
de milênios sempre provocaram tensão. Os
temores de catástrofes cósmicas têm origem na
crença de que eventos terrenos e celestes
estariam fisicamente conectados. Em seu livro, o
astrônomo lembra que a aparição de um cometa
em 1664 foi interpretada como responsável pela
peste bubônica que dizimou 20% da população
europeia. Para Eda, até mesmo questões
relevantes da atualidade, como a do aquecimento
global, são contaminadas por um discurso
apocalíptico que lembra o dos profetas religiosos.
Ele traz consigo a culpa e a noção de castigo.
Você tem culpa das mazelas do planeta porque
come carne ou anda de avião. É como comer a
maçã e ser expulso do Paraíso.
(Karina Ninni. O Estado de S. Paulo, Especial,
H5, 30 de abrilde 2010, com adaptações)
A erupção de um vulcão provocou perdas ......
economia europeia bem superiores ...... trazidas
pelos atentados terroristas de 2001, fato que
obrigou a ONU ...... criar um plano internacional
de redução dos riscos de acidentes.
As lacunas da frase acima estarão corretamente
preenchidas, respectivamente, por:
a) a - aquelas - a
b) a - àquelas - à
c) à - aquelas - a
d) à - aquelas - à
e) à - àquelas - a
02 - Consenso entre a maioria dos ambientalistas:
durante a década de 1990 quase 8% das
florestas tropicais em todo o mundo foram
desmatadas. Isso significa que, entre 1990 e
2000, destruíram-se anualmente 5 milhões de
hectares - ou 30 campos de futebol a cada
minuto. Considerado uma das principais causas
do aquecimento global, o desmatamento tornou-
se o vilão-chefe da questão. Essa tese, em parte,
está sendo contestada pelo biólogo americano
Joseph Wright. É claro que ele não defende o
desmatamento nem nega a sua influência no
aquecimento do planeta. Mas, segundo ele, as
florestas secundárias que vão nascendo em
terras agrícolas devastadas podem substituir com
a mesma eficácia a mata original.
A polêmica está armada, no momento em que a
ONU se prepara para lançar o mapa mundial das
florestas de segunda geração. O biólogo explica
que o abandono de áreas provoca naturalmente o
nascimento de nova geração de vegetação, que
pode ajudar a combater as mudanças climáticas e
abrigar espécies em extinção. A queda na
produção de alimentos (causada pelo declínio no
crescimento populacional do planeta) fará com
que sejam esquecidas cada vez mais terras,
futuros palcos de matas que virão tão ricas em
biodiversidade quanto suas antecessoras. Diz ele
ainda que, para que a produtividade se repita,
basta deixar o terreno intocável por um período
médio de 30 anos.
Para ilustrar sua teoria, Wright analisou uma
floresta tropical do Panamá - antiga terra usada
para o cultivo de manga e banana e que é hoje
uma região repleta de árvores, macacos, lagartos
e insetos. "Os biólogos estavam agindo como se
apenas a floresta original tivesse valor de
conservação, o que está errado." A teoria é
controversa. Não há dúvida de que as matas
secundárias absorvem da atmosfera e
contribuem para frear o aquecimento global. Mas
e a biodiversidade? "Uma floresta secundária
nunca substituirá uma primária", diz Thais
Kasecher, analista de biodiversidade da ONG
Conservação Internacional. "Um pasto
abandonado não vai passar pelos mesmos
processos naturais por que uma floresta passou
até chegar ao seu clímax. E sua biodiversidade
nem se compara à de uma vegetação que passou
milhares de anos evoluindo. Acima das
divergências, o que está em jogo é a
sobrevivência do planeta. O bom senso manda
que cuidemos com racionalidade de nossas
florestas.
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(Tatiana de Mello, Istoé, 11 de fevereiro de 2009,
p. 78, com adaptações)
Uma floresta secundária apresenta, segundo
estudo recente, biodiversidade semelhante ......
da floresta original, embora haja especialistas que
contestam o fato de que as matas de segunda
geração evoluam de modo ...... garantir as
condições ideais de sobrevivência ...... cada uma
das espécies.
As lacunas da frase acima estarão corretamente
preenchidas, respectivamente, por
a) a - à - à
b) à - a - à
c) à - a - a
d) a - à - a
e) à - à - a
03 - "Nenhum homem é uma ilha", escreveu o
inglês John Donne em 1624, frase que
atravessaria os séculos como um dos lugares-
comuns mais citados de todos os tempos. Todo
lugar- comum, porém, tem um alicerce na
realidade ou nos sentimentos humanos - e esse
não é exceção. Durante toda a história da
espécie, a biologia e a cultura conspiraram juntas
para que a vida humana adquirisse exatamente
esse contorno, o de um continente, um relevo que
se espraia, abraça e se interliga. A vida moderna,
porém, alterou-o de maneira drástica. Em certos
aspectos partiu o continente humano em um
arquipélago tão fragmentado que uma pessoa
pode se sentir totalmente separada das demais.
Vencer tal distância e se reunir aos outros,
entretanto, é um dos nossos instintos básicos. E é
a ele que atende um setor do mercado editorial
que cresce a passos largos: o da autoajuda e, em
particular, de uma autoajuda que se pode
descrever como espiritual. Não porque tenha
necessariamente tonalidades religiosas (embora
elas, às vezes, sejam nítidas), mas porque se
dirige àquelas questões de alma que sempre
atormentam os homens. Como a perda de uma
pessoa querida, a rejeição ou o abandono, a
dificuldade de conviver com os próprios defeitos e
os alheios, o medo da velhice e da morte,
conflitos com os pais e os filhos, a frustração com
as aspirações que não se realizaram, a
perplexidade diante do fim e a dúvida sobre o
propósito da existência. Questões que, como
séculos de filosofia já explicitaram, nem sempre
têm solução clara - mas que são suportáveis
quando se tem com quem dividir seu peso, e
esmagadoras quando se está só. As mudanças
que conduziram a isso não são poucas nem sutis:
na sua segunda metade, em particular, o século
XX foi pródigo em abalos de natureza social que
reconfiguraram o modo como vivemos. O campo,
com suas relações próximas, foi trocado em
massa pelas cidades, onde vigora o anonimato.
As mulheres saíram de casa para o trabalho, e a
instituição da "comadre" virtualmente
desapareceu. Desmanchou-se também a ligação
quase compulsória que se tinha com a religião, as
famílias encolheram drasticamente não só em
número de filhos mas também em sua extensão.
A vida profissional se tornou terrivelmente
competitiva, o que acrescenta ansiedade e reduz
as chances de fazer amizades verdadeiras no
local de trabalho. Também o celular e o
computador fazem sua parte, aumentando o
número de contatos de que se desfruta, mas
reduzindo sua profundidade e qualidade. Perdeu-
se aquela vasta rede de segurança que, é certo,
originava fofoca e intromissão, mas também
implicava conselhos e experiência, valores
sólidos e afeição desprendida, que não aumenta
nem diminui em função do sucesso ou da beleza.
Essa é a lacuna da vida moderna que a autoajuda
vem se propondo a preencher: esse sentido de
desconexão que faz com que em certas ocasiões
cada um se sinta como uma ilha desgarrada do
continente e sem meios de se reunir novamente a
ele.
(Isabela Boscov e Silvia Rogar. Veja, 2 de
dezembro de 2009, pp. 141-143, com
adaptações)
Orientação espiritual ...... todas as pessoas é um
dos propósitos ...... que escritores e pensadores
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vêm se dedicando, porque a perplexidade e a
dúvida são inevitáveis ...... condição humana.
As lacunas da frase acima estarão corretamente
preenchidas, respectivamente, por:
a)
b)
c)
d)
e)
04 - "Tratamos de Obama a Osama nos hospitais
e postos de saúde da organização não
governamental Emergency. Não sou terrorista." O
desabafo acaba de ser pronunciado por um
médico especializado em cirurgias traumáticas
emergenciais. Gino Stada trabalha nos cenários
de guerra e de insurgências em nome da
Emergency, que fundou com a esposa, Teresa
Sarti, em 1994. Nas zonas de conflito, Stada e
sua organização declaram-se neutros. A
preocupação centra-se nas vítimas das violências
bélicas. Em outras palavras, a Emergency, com
um corpo composto de mais de mil profissionais,
faz, sem indagar sobre ideologias e
partidarismos, cirurgias de urgência e reabilita
lesionados com próteses e terapias. Humanista
de 61 anos nascido em Milão, Stada instalou e
administra postos de saúde e hospitais no
Afeganistão, Serra Leoa, Camboja, Sri Lanka,
República Centro-Africana e Iraque. No mês de
abril, uma "arapuca", a caracterizar terrorismo de
Estado, foi montada a fim de desmoralizar o
médico, que estava em Veneza. A meta era
provocar um escândalo internacional, de modo a
levar o governo afegão a cassar as licenças para
funcionamento da Emergency. Com efeito,
agentes do serviço de inteligência do Afeganistão
prepararam uma falsa situação de flagrante e
prenderam nove funcionários da Emergency.
Dentre eles, o cirurgião Marco Garatti e os
paramédicos Matteo Pagani e Matteo Dell'Aira. O
flagrante preparado consistiu numa blitz em sala
da administração do hospital de Lashkar Gah. Os
007 de Karzai fingiram-se surpresos com o
encontro de duas pistolas, nove granadas e dois
cinturões costurados com explosivos. Durante
oito dias, os funcionários da Emergency ficaram
incomunicáveis. Enquanto isso, Karzai falava que
os serviços de inteligência tinham abortado um
plano dos terroristas talebans para matar o
governador da província de Helmand. Nesse
plano figuravam como suspeitos o cirurgião
Marco Garatti e os demais presos. Após as
prisões, o coronel Tood Vician, porta-voz da Otan,
informou que soldados da força internacional não
tinham participado das prisões. Não sabia o
coronel Vician que, imediatamente, Stada,
ladeado de jornalistas, acionou o celular do
cirurgião Marco Garatti. A ligação completou- se
com um soldado britânico a responder que não
podia informar nada sem autorização dos seus
superiores hierárquicos. Numa segunda
chamada, limitou-se a dizer que todos os nove
presos estavam bem. Sequestrados em 10 de
abril, os integrantes da Emergency foram
colocados em liberdade às 18 horas do domingo,
dia 18, depois de forte mobilização de
organizações humanitárias internacionais e do
Estado italiano. Para Karzai, ficou provada a
inocência deles. O móvel dessa urdidura remonta
a março de 2007, quando da libertação do
correspondente de guerra do jornal italiano La
Repubblica, Daniele Mastrogiacomo, seqüestrado
pelos talebans. Stada aceitou procurar os
talebans com a condição de o governo afegão e
as forças de ocupação se afastarem das
tratativas. Teve sucesso pela sua força moral e
isso ainda não foi digerido por Karzai, pela Otan,
pela CIA ou pelos 007 da rainha da Inglaterra.
(Adaptado de Wálter Maierovitch. "Um humanista
e o terror de Estado", CartaCapital, 30/04/2010.
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=
2&a2=5&i=6585)
Se há uma diferença entre o terrorismo de Estado
e outros tipos de terrorismo, é que estes atuam
...... margem da lei, e desse modo ...... suas
vítimas é dado recorrer ao Estado em busca de
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proteção ou reparação; contra ...... elas quase
nada podem fazer.
Preenchem corretamente as lacunas da frase
acima, na ordem dada:
a) à - à - àquele
b) à - a - aquele
c) a - a - aquele
d) à - a - àquele
e) a - à - àquele
05 -
Observa-se que há um grande número de
pessoas ...... procura de uma vaga no mercado
de trabalho, mas diversos fatores ...... levam ......
desistir dessa busca.
As lacunas da frase apresentada estão
corretamente preenchidas, respectivamente, por
a) à - às - à.
b) à - as - à.
c) à - as - a.
d) a - às - a.
e) a - as - à.
06 - Na pré-história, quando os homens eram
apenas coletores e caçadores, não havia grande
necessidade de regras, senão aquelas básicas,
ditadas pela frágil condição humana diante das
forças descomunais da natureza. A escassez de
espaço e de comida no período subseqüente, que
se encerrou há 11.000 anos, o da Idade do Gelo,
desencadearia a criação de regras que
acompanham a humanidade desde então.
Nossos antepassados tiveram a necessidade
premente de estabelecer normas mais complexas
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de convivência. Foi nesse período que o Homo
sapiens desenvolveu os conceitos de família, de
religião e de convivência social. Esses homens
legaram evidências arqueológicas de uma
revolução criativa que inclui desde os
espetaculares desenhos nas cavernas até os
rituais de sepultamento dos mortos. "Naquele
período era preciso definir quem pertencia à
família ou não, e com quem se deveriam
compartilhar os alimentos. Portanto, era
necessário criar regras específicas", diz a
arqueóloga Olga Soffer, da Universidade de
Illinois. O antropólogo americano Ian Tattersall
afirma ainda que as primeiras regras sobre
propriedade foram criadas nessa fase. Enquanto
o território pertencia ao grupo, algumas
categorias de objetos passaram a ser individuais.
Boa parte das regras de convivência tem como
base esse conjunto de normas ancestrais: não
mate, não roube, respeite pai e mãe, proteja-se
do desconhecido, tema o invisível ... As religiões,
em seu aspecto comunitário, nada mais são do
que criadoras e garantidoras do cumprimento de
regras, sob pena de punição divina.
(Adaptado de Okky de Souza e Vanessa Vieira.
Veja, 9 de janeiro de 2008, p. 55/56)
O respeito ...... uma série de regras foi
fundamental ...... organização dos grupos sociais,
permitindo, dessa forma, ...... evolução da
humanidade.
As lacunas da frase acima estarão corretamente
preenchidas, respectivamente, por:
a) à - à - a
b) a - à - à
c) à - a - a
d) a - a - à
e) a - à - a
07 - Exclusão social
A humanidade tem dominado a natureza a fim de
tornar a vida cada vez mais longa e mais cômoda.
Essas vantagens se expandiram para um número
crescente de seres humanos. Graças à
combinação dessas duas tendências, os homens
imaginaram que seria possível construir uma
utopia em que todos teriam acesso a tudo: todos,
pelas mudanças sociais; a tudo, por causa dos
avanços técnicos. No século XX, numa
demonstração de arrogância, muitos chegaram a
marcar o ano 2000 como a data da inauguração
dessa utopia.
Neste início de século, vemos que a técnica
superou as expectativas. Os seres humanos
dispõem de uma variedade de bens e serviços
inimagináveis até há bem pouco tempo, que
aumentaram substancialmente a esperança de
vida, ampliaram o tempo livre a ser usufruído e
ainda oferecem a possibilidade de realizar sonhos
de consumo. Mas a história social não cumpriu a
parte que lhe cabia no acordo, e uma parcela
considerável da humanidade ficou excluída dos
benefícios. Ainda mais grave: o avanço técnico
correu a uma velocidade tão grande que passou a
aumentar a desigualdade e a ameaçar a
estabilidade ecológica do planeta. A exclusão
deixou de ser vista como uma etapa a ser
superada: é um estado ao qual bilhões de seres
humanos - os excluídos da modernidade – estão
condenados.
Na modernidade técnica, o processo social, tanto
entre os capitalistas mais liberais quanto entre os
socialistas mais ortodoxos, é analisado do ponto
de vista econômico, ignorandose ou relegando-se
a um segundo plano os aspectos sociais e os
éticos. Já no século XIX, na luta pela abolição da
escravidão, Joaquim Nabuco procurava encarar o
processo social sob três óticas: a moral, a social e
a econômica. Mais de um século passado, é
urgente retomar essa visão triangular, se se
deseja superar a barbárie da exclusão.
(Cristovam Buarque. Admirável mundo atual. S.
Paulo: Geração Editorial, 2001, pp. 188 e 328)
Há falta ou ocorrência indevida do sinal de
crase no período:
a) Não se estenderam os benefícios da tecnologia
àqueles que sempre viveram à margem do
progresso.
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b) Ao pensamento do autor opõem-se àqueles
que preferem a exclusividade à universalização
dos benefícios trazidos pela tecnologia.
c) É sobretudo à luz da ética e da política que se
revela claramente a exclusão que tem sido
imposta à grande maioria da população do
planeta.
d) Não se devem levar àqueles que estão
excluídos informações falsas, como a de que os
avanços tecnológicos servem a todas as pessoas.
e) Quando se atribui a não importa quem seja
algum direito exclusivo, a essa exclusividade
corresponderão muitas exclusões.
08 - Janelas de ontem e de hoje
Os velhinhos de ontem costumavam, sobretudo
nos fins de tarde, abrir as janelas das casas e
ficar ali, às vezes com os cotovelos apoiados em
almofadas, esperando que algo acontecesse: a
aproximação de um conhecido, uma correria de
crianças, um cumprimento, uma conversa, o pôr
do sol, a aparição da lua. Eles se espantariam
com as crianças e os jovens de hoje, fechados
nos quartos, que ligam o computador, abrem as
janelas da Internet e navegam por horas por um
mundo deimagens, palavras e formas quase
infinitas.
O homem continua sendo um bicho muito curioso.
O mundo segue intrigando-o. O que ninguém
sabe é se o mundo está cada vez maior ou
menor. O que eu imagino é que, de suas janelas,
os velhinhos viam muito pouca coisa, mas
pensavam muito sobre cada uma delas. Tinham
tempo para recolher as informações mínimas da
vida e matutar sobre elas. Já quem fica nas
janelas da Internet vê coisas demais, e passa de
uma para outra quase sem se inteirar plenamente
do que está vendo. Mudou o tempo interior do
homem, mudou seu jeito de olhar. Mudaram as
janelas para o mundo - e nós seguimos olhando,
olhando, olhando sem parar, sempre com aquela
sensação de que somos parte desse espetáculo
que não podemos parar de olhar, seja o cachorro
de verdade que se coça na esquina da padaria,
seja o passeio virtual por Marte, na tela colorida.
(Cristiano Calógeras)
Quanto à necessidade do uso do sinal de crase, a
frase inteiramente correta é:
a) Não se sabe à partir de quando as janelas
perderam a sua condição de posto de observação
do mundo.
b) Já não interessa à muita gente ficar olhando a
vida a partir da janela de uma casa.
c) Os velhinhos ficavam assistindo à tudo das
janelas, para onde levavam as almofadas.
d) Das janelas assistia-se à vontade à
movimentação das pessoas na rua.
e) Antigamente, à despeito de não haver muito o
que fazer, as pessoas pareciam mais dispostas à
observar os detalhes do mundo.
09 -
Quanto à observância do sinal de crase, a frase
inteiramente correta é:
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a) Triste de quem só se reconhece à partir da
imagem que os outros ficam à construir.
b) Não nos desanime à espera que uma auto-
análise requer para que cheguemos à uma
imagem verdadeira de nós mesmos.
c) Nossa imagem artificial fica à distância de nós
mesmos, embora achemos que ela corresponda
as nossas verdades mais profundas.
d) Entre a imagem superficial e a imagem
profunda de nós mesmos, costuma-se atribuir
mais valor àquela do que a esta.
e) Assim como um bom médico assiste à paciente
debilitada, assim também deveríamos nos
preocupar em reanimar à verdade do nosso ser.
10 - A arte brasileira da conversa não é de fácil
aprendizado. Como toda arte, exige antes de
mais nada uma verdadeira vocação. E essa
vocação se aprimora ao longo do caminho que
vai da inocência à experiência. Como em toda
arte. [...] Falo precisamente no bate-papo, erigido
numa das mais requintadas instituições nacionais.
Mas por que arte brasileira? Os outros povos
acaso não batem papo? [...] Este não deve ter
finalidade alguma, senão a de matar o tempo da
melhor maneira possível. É coisa de latino em
geral e de brasileiro em particular: fazer da
conversa não um meio, mas um fim em si
mesmo. Se não me engano, essa é a distância
que separa a ciência da arte.
No papo bem batido, a discussão não passa de
uma motivação, sem intuito de convencer
ninguém, nem de provar que se tem razão. Os
que nela se envolvem devem estar sempre
prontos a reconhecer, no íntimo, que poderiam
muito bem passar a defender o ponto de vista
oposto, desde que os que o defendem fizessem o
mesmo. Os temas devem ser de uma
apaixonante gratuidade, a ponto de permitir que,
no desenrolar da conversa, de súbito ninguém
mais saiba o que se está discutindo. [...]
Além disso a discussão, ainda que gratuita, pode
exaurir o papo diante de uma impossível opção,
como a de saber qual é o melhor, Tolstoi ou
Dostoievski, Corcel ou Opala, Caetano ou Chico.
A menos que ocorra ao discutidor o recurso
daquele outro, hábil em conduzir o papo, que teve
de se calar quando, no melhor de sua
argumentação sobre energia atômica, soube que
estava discutindo com um professor de física
nuclear:
Você é presidencialista ou
parlamentarista? – perguntou então.
Presidencialista.
Pois eu sou parlamentarista.
E recomeçaram a discutir.
Mais ardente praticante do que estes, só
mesmo o que um dia se intrometeu na nossa
roda, interrompendo animadíssima conversa:
Posso dar minha opinião? Todos se
calaram para ouvi-lo. E ele, muito sério:
Qual é o assunto?
(Fernando Sabino. Deixa o Alfredo falar!
Record: Rio de Janeiro, 1976, p. 28-31)
Todos conhecem pessoas dispostas ...... um bom
batepapo, ...... mesa de um bar, tratando de
temas que vão da previsão do tempo ...... sérias
discussões filosóficas.
As lacunas da frase acima estão corretamente
preenchidas, respectivamente, por
a) a - à - à
b) à - à - a
c) a - à - a
d) a - a - à
e) à - a - a
GABARITOS:
01 - E 02 - C 03 - C 04 - B 05 - C
06 - E 07 - B 08 - D 09 - D 10 - C