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EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA E A CONSTITUIÇÃO DE COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS NO SUDOESTE DE GOIÁS
Ângela Maria Martins Peixoto Universidade Federal de Goiás-UFG
Déborah Evellyn Irineu Pereira Universidade Federal de Goiás-UFG
Helena de Moraes Borges Universidade Federal de Goiás-UFG
Adriano Rodrigues de Oliveira Universidade Federal de Goiás-UFG
Instituto de Estudos Socioambientais-IESA [email protected]
Resumo O texto está fundamentado na análise do processo de expansão da fronteira agrícola na região Centro-Oeste e na compreensão da constituição e atuação dos Complexos Agroindustriais em Goiás, com ênfase a região Sudoeste deste estado. Constata-se que o avanço da fronteira e a consolidação das atividades dos Complexos Agroindustriais estão essencialmente vinculadas à forte atuação estatal que implementou diversos programas e políticas públicas visando incentivar a transformação das áreas de Cerrado no principal sustentáculo da produção de commodities para o mercado externo. Por fim, destaca-se a recente disputa territorial entre os complexos agroindustriais de grãos e carnes e o complexo agroindustrial vinculado ao setor sucroalcooleiro. Palavras-chave: Fronteira agrícola. Complexos agroindustriais. Programas de desenvolvimento. Políticas públicas. Disputa territorial. Introdução
O presente trabalho está pautado na análise do processo de expansão da fronteira
agrícola para a consolidação do processo de modernização da agricultura na região do
Centro-Oeste do território brasileiro. Para tanto, busca-se compreender a constituição e
atuação dos Complexos Agroindustriais na região do Sudoeste de Goiás, com destaque
para o desenvolvimento do binômio Grãos e Carnes num primeiro momento e
posteriormente a territorialização do Complexo Sucroalcooleiro.
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O texto está estruturado em duas partes, além das considerações finais. Na primeira
parte, apresentamos o processo de expansão da fronteira agrícola por meio da forte
atuação estatal que por meio dos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND’s)
elaborou e implementou o POLOCENTRO e o PRODECER. Na segunda parte,
destacamos a constituição dos Complexos Agroindustriais no segmento produtor de
grãos e carnes e mais recentemente na produção sucroalcooleira.
A expansão da fronteira agrícola na região Centro-Oeste e os seus desdobramentos para o estado de Goiás A atual configuração produtiva do estado de Goiás, consubstanciada nas extensas
plantações de grãos com resultados que propiciaram grande representatividade nacional,
tem sua explicação no processo de consolidação da fronteira agrícola nesta região, uma
vez que “[...] a expansão da fronteira agrícola se converteu na principal fonte de
crescimento da produção agrícola brasileira” (MULLER, 1985 apud ALVES;
SALGADO, 2007).
O avanço da fronteira agrícola em uma determinada região, de acordo com
Alves;Salgado (2007) está consubstanciado na: [...] mudança significativa no padrão tecnológico, associada à modernização conservadora da agricultura e fortemente relacionada com o nível de investimento. Assim, no processo de integração econômica promovido no Brasil a fronteira agrícola é uma área onde acontecem significativas transformações sociais e espaciais, com a introdução de novas relações de produção e de novos padrões tecnológicos, mercantis e financeiros. (ALVES; SALGADO, 2007, p. 3-4).
Na região sudoeste de Goiás (figura 01), essas características podem ser notadas, entre
outros fatores, na intensa implantação dos Complexos Agroindustriais (CAIs), sobre os
quais discorreremos mais adiante.
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Figura 1: Mapa de Localização da região do Sudoeste de Goiás.
Org. Os autores, 2012.
Pensar o avanço da fronteira agrícola no Centro-Oeste e, mais especificamente no
estado de Goiás, requer uma análise detalhada de diversos elementos que foram
decisivos para a transformação estrutural dessa região no que se refere à produção,
amparada historicamente em diferentes incentivos para tal processo. Assim, devem ser
elencados fatores como: disponibilidade de áreas, a localização geográfica, as
características climáticas e as condições topográficas, as políticas governamentais,
dentre outros.
A importância dada à agricultura como uma das alavancas do desenvolvimento
econômico do país é resultado de um processo histórico, iniciado na política de Getúlio
Vargas, que incentivou a partir de 1930 a valorização do setor industrial devido a
instabilidade do país ter uma economia baseada na monocultura de exportação após
acontecer a crise de 1929. Dessa forma, as atividades ficaram concentradas na região
Sudeste do Brasil e atribui-se ao setor rural a tarefa de fornecer matéria-prima e mão-de-
obra, além do abastecimento de alimentos para o mercado interno, constituindo uma
“subordinação do campo ao setor urbano-industrial”, conforme enfatiza Fernandes
(2006, p. 67).
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Por conseguinte, o cenário nacional indicava que a produção agrícola serviria de
sustentação ao desenvolvimento econômico pautado no modelo urbano-industrial e,
assim Bezerra; Cleps Jr (2004) apontam que o desenvolvimento agrícola da região Centro-Oeste é intensificado a partir da década de 1930, com o objetivo de atender ao mercado consumidor de produtos agrícolas da região Sudeste, assim, o desenvolvimento agrícola do Centro-Oeste esteve diretamente ligado ao desenvolvimento industrial do país, que se iniciou na região Sudeste nesse período. (BEZERRA; CLEPS JR, 2004, p. 30-31).
Dessa forma, ainda segundo os autores supracitados, o estado de Goiás ao fornecer bens
primários para a consolidação do capital industrial passou a compor a nova dinâmica
capitalista do país.
Até a década de 1960, o estado de Goiás apresentava baixos níveis de produtividade
como resultado das práticas tradicionais utilizadas na agricultura, incluindo as técnicas
de cultivo inapropriadas aos solos do Cerrado. Somente a partir da década de 1970 que
o desenvolvimento agrícola de toda a região Centro-Oeste é intensificado, e diretamente
vinculado à concretização da fronteira agrícola, conforme assinalam Bezerra; Cleps Jr
(2004).
Inicialmente não se estabelece de forma efetiva a modernização da agricultura, a
principal ocorrência é a incorporação de novas áreas, por isso Graziano da Silva (1998,
p.17) afirma que: “o crescimento com base no aumento das áreas cultivadas perdurou
até o final da década de 60, aproveitando-se das fronteiras próximas aos pólos mais
urbanizados do Centro-Sul”. Mas, ainda conforme este autor, a partir do pós-guerra há
um processo de modernização da base técnica da agricultura, materializado na
importação de máquinas agrícolas e fertilizantes.
Para a efetivação de tal processo foi fundamental o desenvolvimento de programas
governamentais com o objetivo de incorporar no âmbito produtivo as áreas dessa região,
tendo como principal ferramenta a modernização das atividades. “Desde os anos 70, a
região passou a contar com iniciativas públicas e privadas que mudaram seu perfil, com
a introdução de tecnologias modernas de exploração do potencial agrícola,
destacadamente para a produção de grãos”. (PIRES, 2000, p.113).
Nessa perspectiva, é válido destacar dois programas que proporcionaram a incorporação
de terras à fronteira agrícola, são eles: o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados
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(POLOCENTRO) e o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para Desenvolvimento
dos Cerrados (PRODECER).
O POLOCENTRO foi criado em 1975 no âmbito das ações definidas pelo II PND
(Plano Nacional de Desenvolvimento) durante o governo militar. De acordo com Pires
(2000, p. 120), o objetivo do programa era a difusão de tecnologias adequadas às
condições encontradas no cerrado, e assim visava “estimular os produtores rurais a
adotar inovações tecnológicas visando à otimização dos resultados econômicos de seus
empreendimentos”.
Mas esse programa não teve grande duração, e segundo Inocêncio; Calaça (2010, p.
286) foi desativado no início da década de 1980 devido ao baixo crescimento da
produção e da produtividade considerando os recursos investidos. No tocante aos
resultados, Inocêncio (2010, p.73) enfatiza as mudanças causadas pelo POLOCENTRO,
pois “sua vigência favoreceu um padrão de acumulação monopolista prevalecente no
setor urbano-industrial da economia brasileira e acelerou o processo de penetração
capitalista no campo e de transformação da estrutura produtiva no Cerrado”.
Posteriormente, foi desenvolvido o PRODECER, que acarretou transformações mais
significativas, visto que de acordo Inocêncio; Calaça (2010) “representou o programa de
maior abrangência e resultados, dentro do Cerrado”. Este programa é resultado da
integração dos governos brasileiro e japonês, numa parceria que perdura até a
atualidade.
O objetivo do programa era o desenvolvimento da fronteira agrícola na região do
Cerrado, assim buscou aumentar a oferta internacional de alimentos com a exportação
de produtos agrícolas e teve longa duração desenvolvendo estratégias de incorporação
do campo brasileiro ao circuito produtivo capitalista mundial (INOCÊNCIO; CALAÇA,
2010).
Inocêncio (2010) confirma o caráter decisivo do programa na concretização de práticas
agrícolas nas áreas de Cerrado: “Este programa foi, dentre todos os outros que visavam
a ocupação do Cerrado, o de maior abrangência, pois tornou tecnicamente viável a
inserção deste território ao circuito produtivo capitalista [...]” (p. 86).
Consequentemente houve um aumento das áreas plantadas, sendo esse um fator que se
consolidou com o passar do tempo, como pode ser visualizado na tabela 1, que
demonstra lavouras de grande representatividade no Estado:
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Tabela 1: Estado de Goiás – Área plantada em hectares
Lavoura/Ano 2006 2007 2008 2009 2010
Milho 697.357 831.804 905.710 906.25 862.841
Soja 2.494.060 2.169.241 2.180.571 2.315.888 2.445.600
Sorgo 223.274 229.150 310.160 304.165 245.308
Fonte:IBGE, Produção Agrícola Municipal – 2010. Org.: Os autores, 2012.
Posto isso, é possível afirmar tal como Silva; Miziara (2011) que “estas ações
pretendiam re-estruturar o território, com a inserção de infraestrutura econômica e
incentivo ao aumento da produção agropecuária” (p. 400).
De fato, no que tange ao aumento da produtividade nas áreas de Cerrado e a sua
inserção no cenário produtivo nacional, é indiscutível a participação do Estado e das
políticas de incentivo, tal como salienta Gonçales (2008, p. 53): “A partir do final da
década de 1960, Goiás, fronteira agrícola, tornou-se um importante lugar para a
produção de alimentos, e ainda mais atrativo para o fluxo migratório, ampliando-se a
integração do território à dinâmica econômica nacional”.
Ainda segundo este autor, também foi decisivo para a configuração dessa produção
agropecuária de Goiás a criação do Fundo de Participação e Fomento à industrialização
do Estado de Goiás (FOMENTAR) a partir da Lei Estadual n° 9.489, de 19 julho de
1984, que tinha como principal característica a isenção fiscal, “o Fundo nasceu com
objetivo de incrementar a implantação e a expansão das atividades industriais,
preferencialmente as do ramo da agroindústria que efetivamente contribuíssem
para o desenvolvimento econômico do Estado” (p. 64).
Gonçales (2008) destaca ainda a substituição do FOMENTAR pelo Programa de
Desenvolvimento Industrial de Goiás (PRODUZIR) a partir da Lei nº 13.591 em janeiro
de 2000. Assim, assinala que o objetivo era alavancar a produção através de incentivos
financeiros, mas sem oferecer isenção fiscal: O PRODUZIR visava amparar projetos industriais direcionados à implantação de novos empreendimentos; expansão e diversificação da capacidade produtiva; modernização tecnológica; gestão ambiental; aumento de competitividade; revitalização de unidade industrial paralisada. (GONÇALES, 2008, p. 78).
Portanto, a criação de todos os programas já citados possuem caráter decisivo para a
consolidação da transformação da agricultura no estado de Goiás, visto que
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representaram o grande estímulo a todas as mudanças ocorridas, tais como
modernização da base técnica e instalação de novas indústrias.
Mas, existem outros aspectos que também contribuíram para a efetivação da fronteira
agrícola nesta região, a exemplo, da criação em 1973 da Empresa Brasileira de
Pesquisas Agropecuárias – EMBRAPA, com o objetivo de “criar e difundir tecnologia,
visando ao aumento de produtividade no setor agrícola, aumentando os excedentes
exportáveis e nivelando as microrregiões no processo de desenvolvimento agrícola no
país”, destacado por Pires (2000, p.115), uma vez que novas áreas puderam ser
incorporadas ao processo produtivo.
Outro importante fator que deve ser ressaltado, e caracteriza um componente das
políticas públicas que favoreceram a ocupação das áreas de cerrado, é o crédito agrícola,
sendo ofertado “em função da necessidade de aumentar a demanda por máquinas e
insumos por parte dos empresários e fazendeiros rurais” como considera Alves; Salgado
(2007, p. 8). E para complementar, Pires (2000) argumenta de forma crítica o caráter
desse incentivo governamental: [...] as linhas de crédito implantadas pelo governo estavam atreladas à compra de insumos modernos, ampliando a dependência do setor produtivo agrícola ao setor produtor de insumos. O Estado fornecia incentivos e subsídios e, assim, criava demanda aos produtos do complexo agroindustrial, impulsionando os setores dinâmicos da economia, notadamente o da indústria. (PIRES, 2000, p. 116).
Ao chegar à região Centro-Oeste, a fronteira agrícola promoveu o desenvolvimento
agrícola de Goiás tendo em vista que há um incremento da base produtiva e,
consequentemente, a ampliação da produtividade. Assim, Pedroso; Silva (2005)
afirmam: Com a incorporação das áreas de cerrado na expansão da fronteira agrícola, e com o novo padrão tecnológico da Revolução Verde, culturas que até então não eram comuns nesta região, como é o caso da soja, foram introduzidas substituindo o antigo padrão praticado nas áreas de cerrado: pecuária extensiva e produção de alimentos básicos. (PEDROSO; SILVA, 2005, p. 24).
Assim, como é assinalado por Silva; Miziara (2011, p. 400-1), “o termo expansão de
fronteiras agrícolas, atualmente, refere-se às modificações na forma de uso, ocupação e
implementação de tecnologia na terra”, sendo importante ressaltar a contribuição das
condições climáticas e topográficas dessa região para a plena execução dessas novas
formas de produção.
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A partir da consolidação da fronteira agrícola no estado de Goiás é possível destacar
uma característica peculiar decorrente desse processo que se traduz no fato de ter
ocorrido paralelamente a afirmação do latifúndio enquanto modelo de propriedade
predominante, tendo em vista que apenas “[...] uma pequena parcela dos produtores
rurais foi beneficiada pelo Programa [POLOCENTRO], de modo geral, as linhas de
financiamento agrícola primaram pela seletividade, patrocinando prioritariamente os
grandes latifundiários integrados ao mercado.”conforme salientam Cavalcanti; Barreira
(2011, p.185, grifo nosso).
Neste sentido, um aspecto apresentado por Alves; Salgado (2007, p. 9) contribui para
corroborar tal afirmação, pois afirmam que as transformações técnico-produtivas e o
decorrente fluxo de empresários procedentes do Sul e Sudeste “ocasionou uma maior
concentração fundiária a partir de 1970, levando à valorização das terras”. Essa é uma
característica negativa desse processo que, portanto, não abarcou todos os tipos de
produtores agrícolas, como o pequeno produtor, por exemplo, e contribuiu para acentuar
as desigualdades do ponto de vista produtivo.
Outro importante resultado pode ser visto na dinâmica de produção que se instalou em
Goiás, uma vez que é possível a completa integração entre a indústria e a agricultura tal
como afirma Fernandes (2006): A partir da década de 1960, a integração indústria /agricultura assumiu uma nova configuração, a qual se consolida com os Complexos Agroindustriais, a junção entre agroindústrias (as quais compram produtos agropecuários para a industrialização, sub-setores da indústria), setor agropecuário e indústrias fornecedoras de insumos e equipamentos. (FERNANDES, 2006, p. 44).
Salientando o caráter de avanço e aprimoramento da produção agrícola no estado como
grandes conquistas desse processo pautado na realização de programas como o
POLOCENTRO, um fator deve ser ressaltado no tocante a incorporação quantitativa das
áreas de cerrado. A partir desse programa, constatou-se que essas são áreas viáveis
economicamente à agricultura comercial, e assim transformou-se o Planalto Central “em
um dos maiores celeiros mundiais” (CAVALCANTI; BARREIRA, 2011, p. 185).
Dessa forma, os índices de produtividade sofreram grandes alterações durante esse
processo tendo em vista que as políticas públicas representam o grande impulso para
essa nova realidade produtiva do estado de Goiás conforme aponta Gonçales (2008, p.
62), pois são “decisivas na aceleração do processo de diferenciação e de diversificação
da produção agrícola”. Assim, destacam-se produtos como cana-de-açúcar, algodão,
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soja, milho, sorgo, feijão, tomate, dentre outros, como pode ser visualizado a partir de
dados do IBGE (2010) na tabela 2 que indica os principais produtos agrícolas, sendo
que a produção de grãos do estado representa aproximadamente 10% da produtividade
nacional.
Tabela 2: Principais produtos agrícolas no estado de Goiás - 2010
Produto (em Toneladas) Quantidade Produzida Participação Goiás/Brasil
Cana-de-açucar 48.00.163 6,69%
Soja (em grão) 7.252.926 10,54%
Milho (em grão) 4.707.013 8,49%
Tomate 1.377.322 33,47%
Sorgo (em grão) 611.665 39,92%
Feijão (em grão) 288.816 9,14%
Algodão herbáceo (em caroço) 180.404 6,11%
Abacaxi* 52.213 3,55%
Alho 39.247 37,69%
Fonte: Produção Agrícola Municipal (PAM)/IBGE (2010). * Mil frutos. Org.: Os Autores.
Cabe realçar que todas as características que colaboraram para a expressiva
incorporação da região Centro-Oeste, e principalmente o estado de Goiás, ao processo
de modernização da produção agrícola foram determinantes para as diversas
transformações desencadeadas pelaconsolidação da fronteira agrícola. Assim,
intensificou-se o uso do solo nas áreas de Cerrado e diversificou-se a produção, sendo a
representativa participação no mercado nacional e, até mesmo a presença nas
comercializações internacionais, os resultados mais significativos em termos
econômicos para o estado.
A dinâmica de atuação dos Complexos Agroindustriais no Sudoeste de Goiás A expansão da fronteira agrícola, com a modernização do campo, proporcionou em
Goiás a instalação dos Complexos Agroindustriais (CAIs), que estão associados
também à industrialização do campo, pois, os CAIs ligam atividades agrárias aos
setores da agroindústria, e sua estrutura produtiva é intermediada pelos mercados
internos e externos “os quais influenciam na articulação e re-articulação dos setores do
complexo” (BORGES, 2006, p. 25).
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Sendo assim, a agricultura nessa região visa à exportação e a sustentação dos
Complexos Agroindustriais. Neste sentido, Borges (2006) destaca a Perdigão
Agroindustrial, que ao ser instalada torna-se um front para o CAI de carnes, e abre
espaço para a agroindustrialização. Para isso, o autor salienta a importância do projeto
Buriti, que foi instalado pela própria empresa, em Rio Verde, com o objetivo de
estabelecer os primeiros contatos e parcerias com alguns produtores rurais para a
produção de matrizes.
No município de Mineiros, a instalação da Perdigão se deu por vias do projeto
Araguaia: o projeto terá investimentos da ordem de 510 milhões, desse total a empresa arcará com cerca de 240 milhões, com o apoio do financiamento do Programa de Crédito Especial do Governo de Goiás e de recursos do BNDES. Os outros 270 milhões serão aplicados pelos produtores integrados na construção dos módulos, com recursos do FCO, como ocorreu com o "Projeto Buriti" em Rio Verde, e do FAT (Fundo de Aparo ao Trabalhador). (BORGES, 2006, p. 194).
Dessa forma, fica evidente a importância dos incentivos fiscais e recursos do Estado
como fatores que impulsionaram a expansão da fronteira agrícola e a instalação de
Complexos Agroindustriais, tomando com exemplo a empresa Perdigão, tanto no
município de Rio Verde quanto de Mineiros: Mais uma vez, pode-se perceber que os investimentos são fortemente custeados pelo Estado, tanto na esfera federal quanto nas estadual e municipal. A empresa irá aplicar um valor reduzido de recursos próprios, a exemplo do que ocorreu com a unidade de Rio Verde. (BORGES, 2006, p.194).
Ainda conforme a análise do autor supracitado, acerca do processo de instalação e
atuação da Perdigão Agroindustrial no município de Rio Verde, para se integrarem ao
sistema produtivo os agricultores adequam a produção às necessidades da empresa, e
assim, muitos têm que diversificar suas atividades. Além disso, o autor afirma que
aliado a esses fatores ocorre a inserção de um “conjunto de informações técnicas e de
mercado”.
Essas informações técnicas estão também relacionadas às políticas de desenvolvimento
econômico do Cerrado, como o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados
(POLOCENTRO) e o Programa de Cooperação Nipo-brasileira para o Desenvolvimento
dos Cerrados (PRODECER), que foram políticas públicas que visavam o
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desenvolvimento econômico da região, assim como os programas FOMENTAR e
PRODUZIR.
Como resultado da forte atuação estatal por meio destes programas especiais de
desenvolvimento do Cerrado e das políticas públicas o estado de Goiás se constitui
como um dos maiores produtores de grãos do país, tendo em vista que se destaca como
o quarto maior produtor de soja, com uma área de 2.445.600 hectares e uma produção
de 7,2 milhões de toneladas, conforme os dados do IBGE (2010). Tal rentabilidade tem
sido garantida pelas condições naturais favoráveis e pela incorporação do que há de
mais avançado em biotecnologia no mundo e disponível no Brasil.
Com relação ao POLOCENTRO, que tinha como um dos objetivos precípuos a
adequação do Cerrado à produção de grãos, a atuação da EMBRAPA no
desenvolvimento e na geração de novas tecnologias. (FERREIRA; MENDES, 2009).
Dada a relevância desse programa, Carmo et al.(2002) ressaltam que essas políticas de
desenvolvimento “consolidaram a cultura da soja na região, que se tornaria a base do
complexo agroindustrial de grãos/carnes que viria em seguida” (p.2).
Tanto os programas de desenvolvimento (como PRODECER e POLOCENTRO),
quanto os CAIs são motores do desenvolvimento tecnológico no campo que conforme
Borges (2006) e Ferreira; Mendes (2009) é algo bastante presente na região sudoeste de
Goiás, uma vez que se investe cada vez mais em pesquisa e tecnologia para a
modernização e aumento da produção agropecuária. Um exemplo disso é dado por
Carmo et al (2002): a Cooperativa Mista dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) instalou um Centro Tecnológico em uma área de 114 hectares, aplicando em torno de R$ 500 mil em projetos de investigação científica e tecnológica nas culturas de milho, algodão, soja, trigo, sorgo e arroz (CARMO et al. 2002 p.4).
Ainda em relação à tecnificação da agricultura no sudoeste goiano, Borges (2006) faz
uma crítica a esse modelo de desenvolvimento que desfavorece e exclui o pequeno
produtor: “as políticas agrícolas quase sempre são setoriais e atingem parcelas de
produtos, ou são destinadas à tecnificação da produção, onde os pequenos produtores
ficam excluídos” (BORGES, 2006, p.5).
Os altos índices de produção de grãos e elevado nível de tecnificação são características
semelhantes entre os municípios de Rio Verde, Mineiros e Jataí, além da vegetação
predominante de Cerrado. Porém, é importante ressaltar que cada um desses municípios
possui suas especificidades.
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Carmo et al. (2002) apontam que Rio Verde é o mais desenvolvido dentre os três
municípios, e Mineiros o menos desenvolvido. Essa afirmação corrobora com Borges
(2006 p.14), que destaca Rio Verde como “o maior arrecadador de impostos sobre
produtos agrícolas, uma vez que é o maior produtor de grãos do estado de Goiás e
centro difusor de novas tecnologias no campo”.
O Produto Interno Bruto (PIB) de Rio Verde, arrecadado em 2007 foi responsável pelo
destaque do município em nível estadual, conforme o relatório elaborado pela Secretaria
do Estado de Gestão e Planejamento (SEPLAN): “Rio Verde gerou um Produto Interno
Bruto (PIB), em 2007, de R$ 3,083 bilhões, posicionando-se como o terceiro município
mais rico de Goiás” (SEPLAN, 2010.)
Em 2009, esse valor atingiu a cifra de R$ 4,260 bilhões. Nos mesmos períodos (2007 e
2009) o PIB do município de Jataí correspondeu a R$1,330 bilhões e R$ 1,930 bilhões,
em Mineiros os valores de 2007 e 2009 foram de R$ 0,622 bilhões e R$ 0,886 bilhões
respectivamente (SEPLAN, 2012).
Possivelmente devido ao crescimento econômico, a população de Rio Verde é
expressivamente maior: 176.424 habitantes (92,7% urbana e 7,3% rural), conforme os
dados do censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
enquanto Jataí possui 88.006 habitantes (92,1% urbana e 8,0% rural), e Mineiros 52.935
habitantes (91,2% urbana e 8,8% rural). Essas comparações são válidas para
ressaltarmos as especificidades e diferenças dos municípios em questão, sobretudo
relacionado ao seu desenvolvimento socioeconômico.
O município de Jataí ocupa uma posição intermediária dentre esses três municípios, em
termos de infraestrutura. Assim, é destacado que embora não possua o dinamismo
econômico de Rio Verde, apresenta uma infraestrutura mais completa comparada ao
município de Mineiros.(CARMO et. al. 2002).
O município de Mineiros, embora figure entre os três municípios mais desenvolvidos da
região do Sudoeste de Goiás é considerado o menos dinâmico, pois “[...]é o mais carente
em termos de infraestrutura, tanto pública como privada (CARMO et al. 2002)”. Além
disso, segundo esses autores, possui características como: produtores mais ligados à
pecuária, e imigrantes sulistas produzem grãos empregando alta tecnologia, aproveitando
terras anteriormente inaptas ao cultivo. Carmo et al. (2002) também discorrem sobre as
dificuldades enfrentadas pelo pequeno produtor, sobretudo o de leite, devido aos baixos
preços pagos pelo produto. Porém de acordo com o relatório da SEPLAN (2010), com a
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instalação da Perdigão Agroindustrial,as estatísticas do município estão mudando,
ocorrendo um aumento na arrecadação de ICMS e crescimento do PIB.
A partir de um panorama geral desses três municípios é possível perceber que embora
tenham especificidades em termos de desenvolvimento, há semelhanças no que
concerne a estrutura produtiva que está pautada na atuação dos Complexos
Agroindustriais e no modelo exportador do agronegócio, tal como fica evidente nos
mapas da figura 02. Além disso, a modernização e industrialização, que não ocorrem de
maneira homogênea nestes municípios, são fatores importantes para a compreensão de
suas dinâmicas econômicas e produtivas.
Figura 2: Evolução espacial das principais atividades agrícolas na região do Sudoeste de Goiás
Org.: Os autores. Dessa maneira, embora os municípios da região do Sudoeste de Goiás se assemelhem
em termos de produção econômica, o desenvolvimento não se dá de maneira
homogênea, uma vez que fatores como a modernização, industrialização, políticas
públicas e incentivos fiscais (entre outros fatores), podem influenciar significativamente
no crescimento e desenvolvimento da região.
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A partir dos anos 2000, nota-se a territorialização do Complexo Agroindustrial
Sucroalcooleiro especialmente a partir de 2005, no estado de Goiás, embora o estado já
tenha se constituído em área de investimento do PROALCOOL na década de 1980.
No ano de 2011 a área ocupada com cultivo de cana-de-açúcar foi de 678.420 hectares e
produção de 48.032.100 toneladas, conforme os dados do CONAB (2012) o que indica
aumento considerável comparando-se com os dados referentes a à safra 2006/07 cujos
dados indicam área cultivada de 234.900 ha e produção de 18.723.400 toneladas de cana
de açúcar (CONAB, 2007).
O avanço da cana-de-açúcar nas áreas do Cerrado de uma maneira geral, e no estado de
Goiás ocorre nas áreas até então ocupadas pelo cultivo de grãos com destaque para a
soja, bem como nas áreas de pastagens conforme salientam CASTRO et. al. (2010).
Esse processo provoca aumento da população dos municípios onde se instalam as usinas
e o cultivo de cana de açúcar. A tendência é de aumento da população urbana, pois além
da imigração, em razão da geração de empregos verifica-se tambéma migração de
produtores e trabalhadores rurais para a cidade aumentando a população urbana. Os
dados referentes a população dos municípios de Rio Verde, Jataí e Mineiros
apresentados anteriormente, são elucidativos neste sentido.
Constata-se a existência de disputas territoriais entre os atores territoriais doComplexo
de Grãos e Carnes e àqueles do ComplexoSucroalcooleiro, em Goiás, com
envolvimento de toda sociedade local. Isto pode ser evidenciado, no caso do município
de Rio Verde onde foi promulgada lei municipal em 2006 (Lei nº 5.200/2006)
estabelecendo limitação para o cultivo de cana a 10% da área territorial do município.
No caso do município de Jataí, foi apresentado o Projeto de Lei nº 070/2010, com o
claro objetivo de regulamentar a expansão do Complexo Sucroalcooleiro no território
municipal, conforme destaca Silva (2011): Diante da possibilidade de que o cultivo de cana-de-açúcar avance sobre áreas de chapadões do município de Jataí, diversos sojicultores e algumas associações de classe pleitearam junto ao executivo municipal a criação de mecanismos para impedir que suas atividades fossem prejudicadas pelo avanço do setor sucroenergético. A resposta do executivo municipal foi dada através da proposição de um Projeto de Lei (PL) junto à Câmara Municipal, com a finalidade de criar mecanismos de ordenamento espacial que fossem capazes de impedir que o plantio de cana avançasse sobre as lavouras. (SILVA, 2011, p. 171).
A ação do poder público municipal tanto em Rio Verde, quanto em Jataí visa
claramente atender aos interesses do Complexo Agroindustrial de Grãos e Carnes,
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capitaneado pelo grupo Perdigão Agroindustrial, dentre outras empresas, que dependem
da produção de grãos e outros produtos agrícolas para o fornecimento de matéria-prima
para o processamento industrial.
Considerações finais Buscamos no presente trabalho, analisar a expansão da fronteira agrícola na região
Centro-Oeste e a consolidação dos Complexos Agroindustriais decorrente deste
processo em Goiás, com destaque para a região sudoeste deste estado.
Conforme se verificou a atuação estatal, tanto federal quanto estadual, foi fundamental
para a territorialização da fronteira agrícola não somente no estado de Goiás, mas em
todas as regiões que se configuram enquanto domínio do Cerrado.
Dentre os grupos econômicos beneficiados com a atuação estatal, tendo em vista que
usufruíram direta e/ou indiretamente dos incentivos propiciados pelos Programas Especiais
de incorporação do Cerrado à fronteira agrícola, estão os vinculados aos Complexos
Agroindustriais de Grãos e Carnes, e mais recentemente do Complexo Sucroalcooleiro.
O territorialização do Complexo Sucroalcooleiro na última década inaugurou uma era
de disputas territoriais tanto no âmbito do controle das áreas produtivas quanto na esfera
do acesso aos incentivos propiciados pelas políticas públicas e programas especiais
governamentais (federal, estadual e municipal).
A atuação dos governos municipais de Jataí e Rio Verde, no sudoeste goiano, é
elucidativa da pressão dos grupos econômicos vinculados ao Complexo Agroindustrial
de Grãos e Carnes, capitaneados pela Perdigão Agroindustrial. Conforme
demonstramos, ambos os municípios agiram na tentativa de ordenar o território
municipal para limitação da territorialização do Complexo Sucroalcooleiro em áreas
destinadas para a produção de grãos que se constituem como matérias-primas
fundamentais para o desenvolvimento do Complexo de Carnes.
Em que pese as disputas territoriais entre estes grupos sociais hegemônicos, nossa
preocupação está centrada no papel desenvolvido pela produção familiar na região do
sudoeste de Goiás, que via de regra, mesmo sendo desprovida do acesso direto aos
programas e políticas de desenvolvimento do Cerrado, possui um protagonismo singular
na produção de alimentos e no desenvolvimento de estratégias econômicas para a
manutenção de suas propriedades e o desenvolvimento sociocultural de suas famílias.
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