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R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 3 Palavra do presidente Fotos capa: Arquivo EMATER-MG EXPEDIENTE Empresa de AssistŒncia TØcnica e Extensªo Rural do Estado de Minas Gerais Vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, PecuÆria e Abastecimento Presidente: JosØ Silva Soares Diretor Administrativo e Financeiro: Vicente JosØ Gamarano Diretor de Promoçªo e Articulaçªo Institucional: Fernando JosØ Aguiar Mendes Conselho Editorial: ˚nio Resende de Souza Everton Augusto de P. Ferreira Harildo Norberto Ferreira MÆrcio Stoduto de Melo Maria de FÆtima Singulano Maria JosØ Nunes Ruben Ramalho Sobrinho SØrgio Pereira Carvalho Assessoria de Relaçıes Pœblicas e Imprensa: Harildo Norberto Ferreira RG 2.731 SJPMG Redatores: ´ngela Barbosa Edna de Souza Harildo Norberto Ferreira Fernanda Vasques (estagiÆria) Projeto GrÆfico: Roberto Caio e MÆrcia Rezende Artes GrÆficas: Divisªo de Recursos Materiais DIREM/EMATER-MG Tiragem: 10.000 exemplares A reproduçªo dos artigos, total ou parcial, pode ser feita desde que citada a fonte inas Sem Fome e AgroMinas fazem parte dos 30 programas estruturadores do Governo de Minas Gerais. Por determina- çªo do governador AØcio Neves, os dois programas estªo sob gerŒncia estadual de extensionistas da EMATER-MG. O Minas Sem Fome, embora tenha uma interface com o programa Fome Zero, do Governo Federal, tem sua singulari- dade marcada pela metodologia e estra- tØgias diferenciadas nas açıes que serªo desenvolvidas para reduzir a fome e a desnutriçªo no Estado. Aqui, a elimina- çªo da fome e a inclusªo social se farªo por meio do trabalho no setor agrope- cuÆrio, com produçªo coletiva de alimen- tos e trabalhos comunitÆrios de agroin- dustrilizaçªo, entre outros. Seu pœblico alvo sªo as famílias em situaçªo de vul- nerabilidade social nos meios rural e ur- bano, principalmente nas pequenas e mØ- dias cidades, e deve atender 83% das fa- mílias que vivem abaixo da linha de po- breza em Minas Gerais. O Minas Sem Fome Ø uma parceria da Secretaria de Estado de Agricultura, PecuÆria e Abastecimento, por meio da EMATER-MG, Secretaria de Desenvol- vimento Social e Esportes e CONSEA Conselho Estadual de Segurança Ali- mentar, que elaboraram conjuntamen- te as diretrizes do programa e atuam em parceria na aprovaçªo de projetos elaborados nos municípios, definiçªo dos critØrios tØcnicos e planejamento de pri- oridades para investimentos. Alguns dos projetos do Minas Sem Fome fazem parte das açıes tradicionais da EMA- TER-MG, como os programas de lavou- ras comunitÆrias, produçªo coletiva em agroindœstrias artesanais, hortas comu- nitÆrias e escolares, organizaçªo de gru- pos de produtores para criaçªo de pe- quenos animais, e outras formas em par- ceria para produçªo de alimentos e se- gurança alimentar de famílias em situa- çªo de risco social. Com o Minas Sem Fome, estas açıes terªo, no Governo AØcio Neves, novas dimensıes, abrangŒncias, metodologias e estratØgias, com alcance efetivamente es- tadual e, sobretudo, o carÆter inovador ao se estabelecer como açªo coordena- da e integrada para a inclusªo social e econômica de populaçıes vítimas da fome em Minas Gerais. AlØm de recur- sos do Governo estadual, as açıes prio- ritÆrias definidas pelo Minas sem Fome serªo apresentadas à bancada mineira de deputados no Congresso Nacional para que tambØm sejam viabilizados recursos do Orçamento Geral da Uniªo para o Programa. Planejado para quatro anos, o Minas Sem Fome estÆ no início de suas açıes, e certamente estarÆ melhor a cada ano, na medida que novos parceiros se enga- jarem em suas açıes. AtØ o final do atual Governo, quinhentas mil famílias serªo atendidas, ou trŒs milhıes e quinhentas mil pessoas, em mais de 600 municípi- os mineiros. Algumas das principais metas do Minas Sem Fome sªo, entre outras, o plantio de 7.200 lavouras co- munitÆrias em 72.000 hectares de Ærea plantada, com produçªo coletiva de ce- reais, leguminosas e tubØrculos (arroz, milho, feijªo e mandioca) e a implanta- çªo de 500.000 hortas (domiciliares, es- colares e comunitÆrias) em 600 muni- cípios, para produ- çªo de hortaliças como fontes de vitaminas, mi- nerais e fibras. JosØ Silva Soares M R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 3

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  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 3

    Palavra dopresidente

    Fotos capa:Arquivo EMATER-MG

    EXPEDIENTE

    Empresa de Assistência Técnica eExtensão Rural do Estado

    de Minas Gerais

    Vinculada à Secretaria de Estado deAgricultura, Pecuária e Abastecimento

    Presidente:José Silva Soares

    Diretor Administrativo e Financeiro:Vicente José Gamarano

    Diretor de Promoção eArticulação Institucional:Fernando José Aguiar Mendes

    Conselho Editorial:Ênio Resende de Souza

    Everton Augusto de P. FerreiraHarildo Norberto FerreiraMárcio Stoduto de Melo

    Maria de Fátima SingulanoMaria José Nunes

    Ruben Ramalho SobrinhoSérgio Pereira Carvalho

    Assessoria de RelaçõesPúblicas e Imprensa:

    Harildo Norberto FerreiraRG 2.731 SJPMG

    Redatores:Ângela BarbosaEdna de Souza

    Harildo Norberto FerreiraFernanda Vasques (estagiária)

    Projeto Gráfico:Roberto Caio e Márcia Rezende

    Artes Gráficas:Divisão de Recursos Materiais

    DIREM/EMATER-MG

    Tiragem: 10.000 exemplares

    A reprodução dos artigos, total ouparcial, pode ser feita desde

    que citada a fonte

    inas Sem Fome e AgroMinasfazem parte dos 30 programasestruturadores do Governo deMinas Gerais. Por determina-

    ção do governador Aécio Neves, os doisprogramas estão sob gerência estadualde extensionistas da EMATER-MG. OMinas Sem Fome, embora tenha umainterface com o programa Fome Zero,do Governo Federal, tem sua singulari-dade marcada pela metodologia e estra-tégias diferenciadas nas ações que serãodesenvolvidas para reduzir a fome e adesnutrição no Estado. Aqui, a elimina-ção da fome e a inclusão social se farãopor meio do trabalho no setor agrope-cuário, com produção coletiva de alimen-tos e trabalhos comunitários de agroin-dustrilização, entre outros. Seu públicoalvo são as famílias em situação de vul-nerabilidade social nos meios rural e ur-bano, principalmente nas pequenas e mé-dias cidades, e deve atender 83% das fa-mílias que vivem abaixo da linha de po-breza em Minas Gerais.

    O Minas Sem Fome é uma parceriada Secretaria de Estado de Agricultura,Pecuária e Abastecimento, por meio daEMATER-MG, Secretaria de Desenvol-vimento Social e Esportes e CONSEA Conselho Estadual de Segurança Ali-mentar, que elaboraram conjuntamen-te as diretrizes do programa e atuamem parceria na aprovação de projetoselaborados nos municípios, definição doscritérios técnicos e planejamento de pri-oridades para investimentos. Alguns dosprojetos do Minas Sem Fome fazemparte das ações tradicionais da EMA-TER-MG, como os programas de lavou-ras comunitárias, produção coletiva emagroindústrias artesanais, hortas comu-nitárias e escolares, organização de gru-pos de produtores para criação de pe-quenos animais, e outras formas em par-ceria para produção de alimentos e se-gurança alimentar de famílias em situa-ção de risco social.

    Com o Minas Sem Fome, estas açõesterão, no Governo Aécio Neves, novasdimensões, abrangências, metodologias eestratégias, com alcance efetivamente es-

    tadual e, sobretudo, o caráter inovadorao se estabelecer como ação coordena-da e integrada para a inclusão social eeconômica de populações vítimas dafome em Minas Gerais. Além de recur-sos do Governo estadual, as ações prio-ritárias definidas pelo Minas sem Fomeserão apresentadas à bancada mineira dedeputados no Congresso Nacional paraque também sejam viabilizados recursosdo Orçamento Geral da União para oPrograma.

    Planejado para quatro anos, o MinasSem Fome está no início de suas ações,e certamente estará melhor a cada ano,na medida que novos parceiros se enga-jarem em suas ações. Até o final do atualGoverno, quinhentas mil famílias serãoatendidas, ou três milhões e quinhentasmil pessoas, em mais de 600 municípi-os mineiros. Algumas das principaismetas do Minas Sem Fome são, entreoutras, o plantio de 7.200 lavouras co-munitárias em 72.000 hectares de áreaplantada, com produção coletiva de ce-reais, leguminosas e tubérculos (arroz,milho, feijão e mandioca) e a implanta-ção de 500.000 hortas (domiciliares, es-colares e comunitárias) em 600 muni-cípios, para produ-ção de hortaliçascomo fontes devitaminas, mi-nerais e fibras.

    José Silva Soares

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    Com o objetivo de mensurar a im-portância econômica de uma nas-cente, foi realizado pela EMATER-MG, no primeiro semestre deste ano,um treinamento para produtores ru-rais, com um dia-de-campo na pro-priedade rural do secretário de Go-verno Danilo de Castro, no municí-pio de Ervália. O processo de inves-tigação permitiu mostrar aos produ-tores da região a importância de umanascente em uma propriedade rural.

    O dia-de-campo, que teve as pre-senças dos secretários Danilo deCastro e Odelmo Leão, da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento e dopresidente da EMATER-MG JoséSilva, foi conduzido pelo extensionis-ta Francisco Ofeni, da EMATER-MG em Muriaé. Os dados da nas-cente são os seguintes:w Vazão por segundo: 180 mlw Vazão por hora: 648 litrosw Vazão por dia: 15.552 litros

    Finalidades:w Abastecimento domici-

    liar de sete residências napropriedade, servindo 21pessoas. Em valores equiva-lentes a taxas cobradas pelaCOPASA, corresponde a R$1.680,00anual;w Abastecimento de água ao cur-

    ral onde se mantêm 30 vacas esta-buladas, com valor equivalente deR$1.153,00;w Piscicultura de 1.000 m², com

    uma produção de 500 kg de peixe,que gera uma renda de R$1.500,00;w Fornecimento de água para o

    equipamento de produção do cafécereja descascado.

    Somando todos esses valores, con-clui-se que a nascente (648 litros/hora) faz parte do processo que pro-porciona um ganho anual deR$64.333,00 na propriedade.

    Na avaliação final, realizada jun-

    tamente com os produtores presentesao dia-de-campo, ficou evidente a im-portância desta nascente dentro do pro-cesso produtivo. Depois que o produ-tor tomou conhecimento do valor eco-nômico da nascente, iniciou um tra-balho de reflorestamento visando oaumento da produção e sua longevi-dade. Finalmente, a atividade desen-volvida teve o objetivo de informar econscientizar os produtores presentessobre a importância econômica e es-tratégica de uma nascente, e da ne-cessidade de ações preservacionistase de recuperação ambiental.

    Avaliação de uma Nascente

    Os benefícios econômicos e sociais das Áreas de Preservação AmbientalComunidade se desenvolve com organização comunitária

    Assentados se estruturam e melhoram qualidade de vida Cinturão verde e preservação ambiental

    Parcerias e compromisso para vencer a desnutrição55 anos de Extensão Rural em Minas Gerais

    Fábrica comunitária potencializa produção na agricultura familiar Produção agroartesanal: uma receita de sucesso

    CTNOR é referência para produtoresExtensão Rural será fortalecida

    Expedição Manuelzão desce o Rio das VelhasOs primeiros frutos da nova agricultura

    Organização, parcerias e desenvolvimento socialProjeto da EMATER-MG e Agência Nacional de

    Águas para Recuperar o São FranciscoFeira Livre é vantagem para produtores e consumidores

    Tomate desitratado esbarra na comercializaçãoAtividade agrícola em áreas urbanas promove inclusão social

    O uso do gesso agrícola Tornar Minas Gerais o melhor Estado para se vivers

    um

    ár

    ioFrancisco Ofeni, secretário Danilode Castro e o presidente José Silva

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    wAlfenas - fone: (35)3292-1170- Fax: (35)3292-5144 - E-mail:[email protected] wAlmenara - fone: (33)3721-1152- Fax: (33)3721-2378 - E-mail: [email protected] wAraçuai - fone: (33)3731-1514-Fax: (33)3731-1801 - E-mail: [email protected] wAraguari - fone:(34)3241-7522- Fax: (34)3242-8990 - E-mail: [email protected]í - fone: (37)3431-2305 - E-mail: [email protected] - fone: (32)3331-0655- Fax: (32)3331-5901 - E-mail:[email protected] wBelo Horizonte - fone: (31)3349-8347- Fax:(31)3349-8244 - E-mail: [email protected] wBelo Horizonte -fone: (31)3349-8345- Fax: (31)3349-8121 - E-mail:[email protected] wCapelinha - fone: (33)3516-2028 - E-mail:[email protected] wCataguases - fone: (32)3421-7374- Fax:(32)3421-5972 - E-mail: [email protected] wCaxambú - fone:(35)3341-4772- Fax: (35)3341-4772 - E-mail: [email protected] - fone: (38)3721-5757- Fax: (38)3721-6572 - E-mail:[email protected] wDiamantina - fone: (38)3531-1345- Fax:(38)3531-1345 - E-mail: [email protected] wDivinópolis - fone:(37)3222-7816- Fax: (37)3222-7816 - E-mail: [email protected] Valadares - fone: (33)3271-7288- Fax: (33)3271-7288 - E-mail:[email protected] wGuanhães - fone: (33)3421-2580- Fax: (33)3421-1538 - E-mail: [email protected] wGuaxupé - fone: (35)3551-5671-Fax: (35)3551-5671 - E-mail: [email protected] wIpatinga - fone:(31)3821-6882- Fax: (31)3821-6882 - E-mail: [email protected]á - fone: (35)3623-2576- Fax: (35)3623-2576 - E-mail:[email protected] wJanaúba - fone: (38)3821-1450- Fax:(38)3821-2145 - E-mail: [email protected]

    wJanuária - fone: (38)3621-1019- Fax: (38)3621-2660 - E-mail:[email protected] wJuiz de Fora - fone: (32)3224-5389- Fax:(32)3224-5389 - E-mail: [email protected] wLavras - fone: (35)3821-0010- Fax: (35)3821-3784 - E-mail: [email protected] wManhuaçu - fone:(33)3331-2060- Fax: (33)3331-2060 - E-mail: [email protected] Claros - fone: (38)3221-9055 - E-mail:[email protected] wMuriaé - fone: (32)3722-5799- Fax: (32)3722-8373 - E-mail: [email protected] wPassos - fone: (35)3522-1166-Fax: (35)3522-4194 - E-mail: [email protected] wPatos de Minas -fone: (34)3823-1551- Fax: (34)3823-1539 - E-mail:[email protected] wPirapora - fone: (38)3741-3502- Fax:(38)3741-3502 - E-mail: [email protected] wPonte Nova - fone:(31)3817-1556- Fax: (31)3817-1556 - E-mail: [email protected] Alegre - fone: (35)3422-3777- Fax: (35)3422-8985 - E-mail:[email protected] wSalinas - fone: (38)3841-1304- Fax: (38)3841-1304 - E-mail: [email protected] wSão Francisco - fone:(38)3631-1386- Fax: (38)3631-1386 - E-mail: [email protected]ão João Del Rei - fone: (32)3372-1035- Fax: (32)3372-1227 - E-mail:[email protected] wSete Lagoas - fone: (31)3774-1273-Fax: (31)3774-9986 - E-mail: [email protected] wTeófilo Otoni -fone: (33)3522-5722- Fax: (33)3522-5726 - E-mail: [email protected] - fone: (34)3338-6618- Fax: (34)3338-6634 - E-mail:[email protected] wUberlândia - fone: (34)3236-0122- Fax:(34)3236-0964 - E-mail: [email protected] wUnaí - fone:(38)3676-1764 - E-mail: [email protected] wViçosa - fone:(31)3891-3155 - E-mail: [email protected]

    Unidades Regionais da EMATER-MG

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    Mais de 500 pessoas participaram do I Fórum de Desenvolvimento Municipal Sustentável de Carneirinho, município do Pontaldo Triângulo Mineiro, no dia 18 de outubro. Ao final do encontro, que tratou de questões divididas em cinco áreas de desenvolvi-mento (infra-estrutura, saúde, educação, meio ambiente e assistência social), os grupos temáticos que debateram cada área entrega-ram à Comissão do Fórum as propostas prioritárias para o desenvolvimento econômico e social do município, levantadas emdiagnósticos realizados com o envolvimento de toda a população.

    Este momento certamente é histórico para nossa comunidade, e aponta os caminhos e as formas de ação para atingirmos umciclo de desenvolvimento sustentável em Carneirinho, afirmou o extensionista da EMATER-MG no município, OsórioTales Carneiro. O Fórum, que teve a participação do presidente da EMATER-MG José Silva Soares e do diretor dePromoção e Articulação Institucional, Fernando Mendes, foi realizado em parceria pela Prefeitura, Câmara Municipal eEMATER-MG, com o apoio de organizações associativas como Conselhos Municipais e Associações Rurais e diversasentidades da região.

    De acordo com o diretor do Departamento de Desen-volvimento de Carneirinho, Edmur Queiroz de Lima, umdos coordenadores do I Fórum, a participação superou asexpectativas: Este engajamento da sociedade, ao lado dasparcerias firmadas em todo o processo, é a maior força paraatingirmos nossos objetivos. Todo o processo, aliás, superouas expectativas, inclusive com a aprovação, pela plenária doFórum, para realizarmos o Plano Diretor do município, quenão constava preliminarmente do diagnóstico realizado.

    O presidente José Silva disse que Carneirinho dá umaprova contundente da força de uma sociedade organizada,planejando de forma participativa os caminhos para seudesenvolvimento sustentável. O município tem sua baseeconômica no agronegócio, com uma área de 2.005 km2,organizado com 15 associações rurais, 11 patrulhas meca-nizadas e cerca de 300 famílias de produtores rurais reali-zando gestão coletiva de programas de desenvolvimentoeconômico e social.

    Carneirinho realiza Fórum Municipal deDesenvolvimento Sustentável

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    nidades de Proteção Ambiental APA - são áreas que incluempropriedades privadas e/oupúblicas, onde se definem usos

    sustentáveis para a proteção dos ecos-sistemas regionais e melhoria da quali-dade de vida da população local, pormeio de zoneamento e regulamentação.Destinadas a proteger e conservar a qua-lidade ambiental e os sistemas naturaisexistentes nessas áreas são admitidas, noentanto, explorações de parte dos recur-sos disponíveis em regime de manejosustentável, sujeitas às limitações legais.

    A partir de 1996 Minas Gerais san-cionou a Lei 12.040/95, a chamada LeiRobin Hood, para incentivar os muni-cípios a conservarem e preservar omeio ambiente local, com sustentabili-dade, além de disponibilizar recursospara o desenvolvimento da regiãoabrangida pela APA.

    A EMATER-MG, por meio de suaUnidade de Consultoria e Projetos -UNCOP, tem elaborado dezenas de pro-jetos de implantação de APA em todo oEstado. Para os municípios é um tra-balho importante, pois além de estarempreservando seu meio ambiente, há ain-

    da um ganho adicional com o repassedo chamado ICMS Ecológico, afirmao técnico da UNCOP em Juiz de Fora,engenheiro florestal Gilberto Malafaiade Oliveira.

    Na entrevista que segue, GilbertoMalafaia fala sobre as vanta-gens da criação de uma Áreade Preservação Ambiental eseus impactos ecológicos, so-ciais e econômicos para osmunicípios.

    Revista da EMATER-MG: Quais são as vanta-gens de um município tersua APA?

    Gilberto Malafaia: Agrande vantagem é compati-bilizar a conservação da na-tureza com o uso sustentável de parce-la de seus recursos naturais, garantindoa perenidade desses recursos e dos pro-cessos ecológicos, mantendo a biodiver-sidade e os demais atributos ecológicos,de modo socialmente justo e economi-camente viável. Além disso, o municípiopassa a receber uma quota-parte refe-rente ao ICMS - critério Meio Ambien-te, como forma de compensação e pre-miação por investimentos no meio ambi-ente, de forma responsável.

    RE: Áreas de Preservação Am-biental devem ser áreas intocáveisou não há esta necessidade?

    Gilberto: Uma APA não é intocá-vel. Ela é uma Unidade de Conserva-ção (UC) que pertence ao Grupo dasUnidades de Uso Sustentável. Portanto,são áreas normalmente vastas, com cer-to grau de ocupação humana, proprie-

    dades privadas e/ou públicas,nas quais, através do zonea-mento, se definem usos sus-tentáveis objetivando mantera qualidade ambiental do con-junto. Ela é considerada deuso sustentável por promo-ver e assegurar proteção par-cial dos atributos naturais, ad-mitida a exploração de partedos recursos disponíveis emregime de manejo sustenta-

    do, sujeita às limitações legais.Uma APA não impede o desenvolvimen-to de uma região. Ao contrário, as ativi-dades produtivas existentes são permi-tidas nas áreas de preservação, com aressalva de que devem ser orientadaspara coibir a predação e degradação dosrecursos naturais.

    RE: Para efeito de zoneamentoe regulamentação, como identificaruma área e quais as condições paraseu uso e ocupação?

    Gilberto: O ideal é que a APA sejauma área onde se concentre grande parteda vegetação nativa em boas condiçõesde conservação. Mas ela não é forma-

    da apenas pelos fragmentosflorestais. Outros atributoscompletam uma APA: nas-centes, fauna, hidrografia,atrativos naturais e belezascênicas (rios, cachoeiras, re-mansos, grutas, afloramen-tos rochosos, regiões mon-tanhosas, etc). Além dessesatributos naturais, cito ain-da os atributos históricos eculturais, se for o caso, dealta relevância. Como zone-amento ambiental entende-se a compartimentação des-se espaço geográfico em uni-dades ambientais homogê-

    Os benefícios econô Áreas de Preser

    Edna de SouzaArquivo EMATER-MG (fotos)

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    6 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    Toda APAtem queter seu

    ConselhoGestor, porexigência

    legal

    Vista parcial APA de Guarda-Mór

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    neas, de acordo com a capacidadede suporte e assimilação de dife-rentes intervenções de atividadesantrópicas. No caso de APA ondepermanece o domínio privado so-bre a terra, o zoneamento tem afunção de ordenar o uso e ocupa-ção da área de modo que, tanto ouso social da propriedade seja efe-tivado, como o direito à proprie-dade não seja obstruído, resultan-do o que se pode denominar deuso socialmente responsável dapropriedade.

    RE: Como um municípiopode participar e quais açõesdeve realizar para receber o re-passe do ICMS Ecológico de-finido pela Lei Robin Hood?

    Gilberto: Para um municípiose habilitar deve ser realizado umestudo técnico de caracterizaçãode APA com o seu ZoneamentoAmbiental (Projeto Técnico). Deposse desse estudo, a Câmara Mu-nicipal sanciona a Lei de Criaçãoda APA que, após aprovada e pu-blicada, é encaminhada ao IEF, jun-tamente com o Projeto Técnico,para análise e parecer final. É im-

    micos e sociais dasvação Ambiental

    portante observar que, sendo oIEF o órgão gestor das UC emMinas Gerais, ele é o órgão res-ponsável pelo reconhecimento einclusão da APA no cadastro dasUC no Estado.

    RE: Ao se referir à quota-parte do ICMS, pode explicar-nos como é feito o cálculo dosub-critério - Unidades deConservação, já que os muni-cípios são distintos, com por-tes e áreas naturais diferentes?

    Gilberto: Basicamente, essecálculo envolve os seguintes com-ponentes: o tamanho da área a serpreservada APA; o tamanho daárea do município; o Fator deConservação (FC) - um índice de-finido pela Categoria de Manejo,que mostra qual será o valor des-se fator: quanto mais restritivofor o uso da área, maior será essevalor. Assim como o tamanho daZona de Vida Silvestre (preserva-ção e conservação), por exemplo.Após a sua criação, um Fator deQualidade (FQ) define parâmetrospara avaliação periódica do esta-do de conservação da APA.

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    Repasse dos valores de ICMS aos municípiosJaneiro a Julho de 2003

    Cachoeira SãoRomão: atrativonatural existente naAPA de Guarda-Mór

    Couto de Magalhães

    Guanhães

    Guaraciaba

    Guarda-Mor

    Guidoval

    Guiricema (2 APAs)

    Rosário Limeira (2 APAs)

    Santa Rita Jacutinga

    São Pedro do Suaçuí

    Urucânia

    Inhaúma

    Gouveia

    Ponto dos Volantes

    Município Total até Setembro

    54.010,03

    81.377,75

    89.128,95

    18.134,40

    22.831,91

    103.089,92

    67.110,08

    59.051,55

    26.893,30

    17.297,71

    20.139,01

    8.357,45

    856,90

  • 8 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    organização comunitária emPorteiras, no município deVárzea da Palma, no Nortede Minas, tem possibilitado

    a melhoria da qualidade de vida dos mo-radores. Em uma área de 18 ha, cedidapela Prefeitura Municipal, um grupo deirrigantes, composto por 18 famílias,participa do Projeto de Irrigação Co-munitária. Esta é uma das comunida-des mais desenvolvidas e organizadasdo município e vem crescendo com es-forço, afirma o extensionista da EMA-TER-MG em Várzea da Palma Maril-son Dalla Bernardina.

    De acordo com o extensionista, aparticipação de todos é que propicia umgrande poder de reivindicação. O ge-rente da EMATER-MG em Pirapora,Álvaro Goulart, informa que nos mu-nicípios que compõem a Unidade Regi-onal a organização de produtores emassociações é uma das prioridades dotrabalho da Extensão Rural: Isto tempossibilitado uma melhor mobilizaçãodos produtores, negociação de progra-mas e o desenvolvimento de açõescomo compra conjunta de insumos evenda da produção, e também facilita otrabalho de atendimento aos agriculto-res familiares, informa.

    Com o apoio da EMATER-MG, aorganização das famílias com interes-ses comuns, que começou com a cria-ção da Associação de Pais e Mestres,foi crescendo e ampliando para a áreaprodutiva. O impulso para atividadescoletivas foi dado em 1991, com recur-sos do Programa de Apoio ao PequenoProdutor PAPP e da Prefeitura, e con-trapartida da comunidade, depois dacriação da Associação de Desenvolvi-mento Comunitário de Porteiras, em1987. Os produtores se organizaram emgrupos, dividindo tarefas e produzindo,principalmente, milho e feijão para sub-

    Comunidade se organização

    Ângela BarbosaRoberto Carioca/Foto Caravelas (fotos)

    sistência e comercialização do exceden-te, aumentando a renda familiar.

    Com este trabalho de organização,a realidade de Porteiras foi se alteran-do. Com recursos do PAPP foram ad-quiridos tratores, equipamentos, máqui-nas e o kit para irrigação por aspersão,

    que possibilitou o plantio de lavourascomunitárias mesmo em períodos deseca. Um Centro Comunitário foiconstruído para a realização de ativi-dades e eventos sociais, funcionandotambém como creche para 60 crian-ças de 2 a 6 anos. Uma casa de má-

    Várz

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    >>

    A comunidade é bem organizada e tem infra-estruturaconstruída com o apoio de todos. No Centro comunitário,

    construído para realização de atividades eeventos sociais funciona a creche

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 9

    desenvolve comcomunitária

    Da colheita realizada pelo grupo,20% vão para a Associação que admi-nistra o trabalho e os equipamentos agrí-colas, uma parte é reservada para a se-mente e o restante é dividido entre osparticipantes, que pode ser comercializa-do pela Associação ou individualmenteno comércio do município e na vizinhaPirapora. Nesta safra foram plantados16 ha de feijão carioquinha, com pers-pectiva de colheita de 30 sacas por hec-tare, o dobro da média da região.

    Destas lavouras saem os alimentose ainda os recursos para a compra de

    roupas e melhoria das mo-radias e outras necessida-des para uma melhor qua-lidade de vida, diz a presi-dente da Associação. Fran-cisco Rodrigues de Jesus,um dos irrigantes que hádoze anos participa da la-voura comunitária, confir-ma o que diz Zita de Souzae conta que com a produ-ção criou e educou os dezfilhos. Dediquei minha

    vida toda à lavoura, antes tra-balhava como meeiro, depois que pas-sei a participar da lavoura comunitáriaficou bem melhor, sobra mais do meutempo e da produção, e a alimentaçãomelhorou em 100%.quinas foi construída para armazenar a

    produção. A comunidade também re-cebeu energia elétrica e servida comágua tratada. Em um posto de saúde,quinzenalmente é feito o atendimentomédico e odontológico. Um galpão deserraria acaba de ser adquirido pelo gru-po de irrigantes, com recursos própri-os. Com o resultado da próxima colhei-ta, a previsão é ampliar a oficina.

    As questões relativas à comunidadee ao grupo são discutidas em reuniõesmensais da Associação, que é atuante e

    Acomunidadetambém está

    envolvidaem projetosde proteção

    ao meioambiente

    Marilson Bernardina (centro) téc-nico da EMATER-MG trabalha emconjunto com a presidente da As-

    sociação Zita Rodrigues de Souza

    se preocupa com o bem-estar da popu-lação: Temos procurado melhorar asnossas condições de vida, afirma a pre-sidente da Associação Zita Rodrigues deSouza. A gente tem que disponibilizaro tempo para ir atrás e conhecer as ne-cessidades da comunidade, acrescen-tou. A comunidade também está envol-vida em projetos de proteção ao meioambiente e está atuando junto ao Pro-jeto Manuelzão para a recuperaçãoe a revitalização da bacia do Rio dasVelhas.

    Qualidade de vida

    Mas nem tudo é facilida-de para o grupo de irrigan-tes, que muitas vezes não temrecurso suficiente para oplantio da lavoura. Procu-ramos plantar com tecnolo-gia, como aconselha a EMA-TER-MG, mas nem sempretemos os recursos para in-vestir na lavoura da safra se-guinte, por isso, a necessida-de de recorrer aos bancos.Neste ano, tomamos emprés-timo do Programa Nacional de Apoio àAgricultura Familiar - PRONAF C, paracusteio agrícola, no Banco do Nordes-te, informa a presidente da Associa-ção Zita de Souza.

    R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 9

  • 10 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    Projeto de Assentamento Cor-rentes, em Várzea da Palma,no Norte de Minas, é o tercei-ro maior de Minas Gerais em

    número de famílias assentadas. São 238famílias ocupando uma área territorial de11.679 hectares, que em apenas três anosestão se estruturando de forma organiza-da, buscando o apoio de diversas institui-ções para superarem as dificuldades detransformar em terra produtiva a terrabruta que encontraram.

    A fazenda das Garças, hoje denomina-do Projeto de Assentamento Correntes, foidesapropriada em novembro de 1999 eobteve a emissão de posse, concedida peloIncra Instituto Nacional de Colonizaçãoe Reforma Agrária, em agosto de 2000.Com área variando de 28 a 54 ha, as famí-lias receberam, inicialmente, créditos doIncra para construção de moradias e com-pra de ferramentas e animais. Posterior-mente elegeram a EMATER-MG paraprestar assistência técnica ao assentamen-to. Em maio de 2002, os extensionistas daEmpresa no município elaboraram o Pla-no de Desenvolvimento Sustentável do As-sentamento PDA, para a prestação deserviços, com vigência de quatro anos.

    Com a elaboração do PDA, o assen-tamento foi dividido em sete núcleos, comaproximadamente 30 famílias cada. Cadanúcleo elegeu seus representantes paralevarem, posteriormente, à diretoria daAssociação dos Assentados o resultadodas questões relativas ao assentamento.

    A divisão por núcleo facilitará, no fu-turo, o trabalho de assistência técnica, quepoderá ser grupal, ao invés de individualcomo acontece hoje, por estar ainda emfase de acompanhamento dos projetos,explica o extensionista Marilson DallaBernardina. De acordo com o gerente daUnidade Regional da EMATER-MG emPirapora Álvaro Goulart (Várzea da Pal-ma está ligada a esta Unidade), esta for-

    Assentados se estr melhoram qualida

    mílias que optaram pelo projeto coletivode perfuração do poço tubular e tambémparticipam do plantio na área coletiva:Quando chega o período das chuvas, au-menta o número de famílias que utiliza estaárea coletiva, informa o produtor.

    Boas perspectivas

    Os extensionistas da EMATER-MGMarilson Dalla Bernardina, Oliveiros Es-teves Ramalho, Marilda Menezes Nevese Ocrades dos Santos Ferreira, a equipeem Várzea da Palma, informam que 95%

    ma de atuação tem possibilitado trabalharas diferenças e potencializar os pontos po-sitivos dos grupos.

    Por meio do PDA, a EMATER-MGidentificou as maiores demandas dos as-sentados, que careciam de empréstimopara tornar produtiva a propriedade, eelaborou projetos para financiamento noPrograma Nacional de Apoio à Agricul-tura Familiar - PRONAF A (custeio e in-vestimento), via Banco do Nordeste.

    Com os recursos liberados, algumasfamílias optaram por projetos coletivos deirrigação, com tubulação enterrada em 5,2ha, aquisição de tratores e perfuração depoço tubular. Trabalhos coletivos tambémserão realizados em uma área de 300 ha,que foi destinada a 180 famílias que rece-beram áreas menos férteis. Nesta área,cinco famílias estão cultivando hortaliçasutilizando irrigação por inundação em 3ha. O assentado Paulino da Conceição Pe-reira e sua família fazem parte das 32 fa-

    Ângela BarbosaRoberto Carioca/Foto Caravelas (fotos)

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    >>

    O assentado Luiz Gonzaga Cardo-so Ruas e a mulher Natalina Ruas,

    um exemplo de boautilização dos recursos

    Técnicos da EMATER-MG Marilson Bernadina (esq.),Ocrades Ferreira e Oliveiros Esteves

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 11

    uturam ede de vida

    dos recursos do PRONAF foram usadosadequadamente e os projetos estão emfase de implantação, com formação depastagens, capineiras, construção de cer-cas, aquisição de vacas e novilhas meio-sangue e perfuração de cisternas, entreoutras obras rurais.

    Um exemplo de boa utilização dos re-cursos é o de Luiz Gonzaga Cardoso Ruas.Como a maioria dos assentados,Ruas tem sua história ligada aomeio rural. Filho de ex-agri-cultor familiar, nasceu no cam-po e cresceu na cidade. De-sempregado, ficou sem con-dição de manter a família.Sem emprego, é triste terdois filhos para criar e ter quesair atrás de trabalho esporá-dico. Aqui, amanhece e eu te-nho o que fazer, nunca passei neces-sidade e tudo melhorou, diz o assentado.

    Trabalho é que não falta para ele e aesposa Natalina de Jesus Ruas no loteonde estão assentados. Ela cuida da hor-ta, dos animais e da plantação de mandio-ca, além da casa e dos filhos. Ele, comrecursos do PRONAF, está formando pas-to, planta cana-de-açúcar e cuida do gado.Por enquanto estamos nos mantendo,mas daqui a um ano, quando o projetoelaborado pela EMATER-MG estivernos dando retorno financeiro, espero terfartura e mais conforto. O projeto pre-vê também a ampliação do curral, cons-

    trução de cerca e aquisi-ção de animais. Queroproduzir queijo, leite ecom a sobra desenvolvera suinocultura, conta.Luiz Gonzaga não des-perdiça nada, está desto-cando a área e utilizandoa madeira para construção de cercas e pro-

    dução de carvão.Como ele, vários assen-

    tados também estão sendobeneficiados com o desma-tamento autorizado peloIEF. Da área total, 20%, oequivalente a 2.335,8 ha, fo-ram destinados à reservalegal, o restante está sendodestocado e a madeira

    aproveitada para fazer cer-cas e carvão vegetal. Um fator interes-sante, segundo Ocrades Ferreira, é queno processo de destoca e preparo do car-vão vegetal, os assentados estão contra-tando diaristas e gerando emprego na co-munidade.

    O PDA elaborado pela EMATER-MG também prevê projetos comunitá-rios de piscicultura, caprinocultura, bo-vinocultura de leite, suinocultura e avi-cultura. A vocação do assentamento temsido com predominância pela bovinocul-tura de leite, diz Oliveiros Ramalho. Se-gundo ele existem, aproximadamente,duas mil cabeças de gado no assentamen-to. Para proporcionar melhor capacita-ção aos assentados, os extensionistas daEMATER-MG têm promovido cursossobre alimentação e nutrição e agricul-tura orgânica, e excursões a outras co-munidades. Recentemente a extensionis-ta Marilda Menezes levou alguns associ-ados ao Projeto de Assentamento FrutaDAnta, em João Pinheiro, para conhece-rem o trabalho realizado para agregaçãode valor e comercialização de produtos daagroindústria artesanal.

    Revendo a história do assentamento,que ainda é recente, o presidente da As-sociação dos Assentados, Geraldo Ma-

    gela de Sousa, disse que sempre foi difí-cil para os assentados administrar todosos escassos recursos recebidos: Com oapoio da Prefeitura e de um funcionáriodo Incra, nos organizamos e fizemos acompra coletiva do material para cons-trução das casas, direto da fábrica, e mon-tamos a infra-estrutura do acampamen-to, como construção de estradas. Ondeera só mato, hoje tem estradas, permi-tindo acesso a todos os lotes, informaMagela. Mas nem tudo está funcionan-do bem: Ainda falta energia elétrica, quesó tem um ponto na sede, o que é insu-ficiente. Também falta água em váriossetores do acampamento. Mas, com oapoio de todos, esperamos resolver tudoisso com ações coletivas e solidárias, diz.

    Acreditamos no sucesso deste assen-tamento e temos dado todo o apoio ne-cessário, afirma o prefeito de Várzeada Palma Arnaldo Marques de Souza. APrefeitura tem contribuído com cessãode tratores e outros equipamentos, umfuncionário à EMATER-MG para a pres-tação de assistência técnica, e tambémcolocou outro funcionário à disposiçãodos assentados, que trabalha como arti-culador entre a Prefeitura e eles. O pre-feito diz ainda que para atender melhoraos assentados ampliou todos os seto-res, como transporte escolar, unidademóvel de saúde, e nos comprometemosa encaminhar todos os processos parabeneficiá-los, e estamos buscando o apoiodo Estado. Acreditamos que com a par-ceria da Prefeitura/EMATER-MG/In-cra/IEF e Sindicato dos TrabalhadoresRurais vamos conseguir infra-estruturasuficiente para garantir o desenvolvimen-to social e do agronegócio no assentamen-to , concluiu.

    Arnaldo Marques de Souza,prefeito de Várzea da Palma

    Algumasfamílias

    optaram porprojetos

    coletivos deirrigação

  • 12 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    ão Joaquim de Bicas, na regiãometropolitana de Belo Horizon-te, faz parte do cinturão verdeda Capital mineira. Esses cintu-

    rões, um dos trabalhos pioneiros da Ex-tensão Rural em Minas Gerais, têm gran-de importância econômica e social nasregiões metropolitanas, sobretudo nosprocessos de abastecimento, garantindoqualidade alimentar das médias e grandescidades do Estado.

    A principal atividade econômica domunicípio é a olericultura, com ênfase nocultivo de chuchu, tomate e pimentão. Deacordo com o extensionista local da EMA-TER-MG, Raul Machado, 133 agriculto-res familiares são assistidos pela empresa.Nós orientamos as famílias, realizamosdias-de-campo e procuramos difundir co-nhecimento, salienta o extensionista.

    Fernanda VasquesAlexandre Soares (fotos)

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    Grande parte da comunidade viveda produção e comercialização de horta-liças. A produção é responsável pela se-gurança alimentar, garantia de renda eemprego das famílias, enfatiza RaulMachado. Segundo ele, por ser uma re-gião próxima do mercado consumidor,São Joaquim de Bicas tem facilidade paraescoar a produção, comercializada sobre-tudo na CEASA de Belo Horizonte. Ocultivo do pimentão tem aumentado subs-tancialmente, apesar da grande oferta, ge-rando concorrência e preços diferencia-dos, dependendo da qualidade. Hoje, são22.000 pés de pimentão no município:Atualmente, grande parte do que é pro-duzido é vendida para a CEASA. O res-tante da produção atende à demanda doMercado Central em Belo Horizonte.

    A fim de minimizar os problemas deinserção do produto no mercado, os agri-cultores familiares se organizaram e fun-daram a Associação dos Produtores Ru-rais. O agricultor familiar Célio de Castro,há 11 anos na atividade, reclama: Há mui-

    ta oferta de produtos inferiores no mer-cado que acabam ganhando a concorrên-cia. Para superar estas dificuldades, osprodutores procuram novas formas deagregar valores aos seus produtos: O pi-mentão é processado, bem embalado. Pos-to no mercado, não há quem resista.

    Inovação tecnológica

    A implementação de inovações tec-nológicas, juntamente com a utilização sus-tentável dos recursos naturais, tem con-tribuído para o aumento da produção dopimentão. Em São Joaquim de Bicas, autilização do mulching (plástico para for-rar os canteiros) foi implementada pelaEMATER-MG há um ano, e é uma dastecnologias que vêm potencializando a pro-dução de pimentão.

    Além de aumentar a produtividade, omulching é responsável pela melhoria daqualidade do pro-duto final,diminuiçãoda capina

    12 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    Cinturão e preservação

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 13

    e a redução da incidência de pragas. Oprincipal inseto que ataca o pimentão é otripes. O mulching tem dois plásticos, umescuro que fica embaixo, próximo à ter-ra, e um claro que fica por cima. O pri-meiro impede a realização de fotossínte-se, pois não há passagem de luz, evitan-do a proliferação de pragas. A luz do solbate no plástico claro e é refletida, funci-onando como um repelente do tripes,explica Raul Machado.

    O agricultor Célio de Castro possui umhectare e tem uma renda de R$ 3 a 4 milreais mensais com o cultivo de pimentão.Célio utiliza o mulching e acredita que oscustos são baixos em relação ao ganho deprodutividade: Os investimentos supe-ram os problemas com comercializaçãoque enfrentamos. Outra tecnologia utili-zada pelos produtores é a irrigação locali-zada, conhecida como fertirrigação, feitapor meio de uma fita gotejadora. A qua-lidade dos pimentões produzidos com afertirrigação é muito superior em compa-ração com o processo convencional, afir-ma o extensionista.

    A irrigação localizada garante boa pro-dutividade durante todo o ano, inclusivenos períodos de entressafra. Entretanto,o destaque desse processo é para o usoracional da água e da energia elétrica. An-tes, o produtor tinha de ligar a bomba deágua pela manhã e só desligava à tarde. O

    gasto de energia era considerá-vel. A água é um recurso

    escasso e, com a fita go-tejadora, é possível evi-tar desperdícios, ressal-ta o extensionista.

    Segundo Raul Ma-chado, há uma econo-mia de 2/3 de água emrelação ao processo

    convencional. Além dis-so, a fertirrigação minimi-

    za os gastos com insumosagrícolas, melhora o aproveitamen-

    to dos defensivos e da mão-de-obra, utili-za de forma mais eficiente os fertilizan-tes, possibilita um ambiente mais seco, re-

    Preocupação ambiental

    verdeambiental

    duzindo o número de doenças.O produtor Alex Ribeiro da Silva acu-

    mula 14 anos de experiência em olericul-tura e avalia positivamente a irrigação lo-calizada para o pimentão: Evita a erosão

    do solo e permite o uso racional da água.Além disso, ele destaca o trabalho realiza-do pela EMATER-MG: A assistência ésistematizada. O extensionista traz idéiasnovas e troca experiências conosco.

    O extensionista Raul Machado (esq.) assiste os agricultores familiares

    Na produção comercial de olerícolas, a preocupação maior é com a preserva-ção dos recursos naturais. Água e solo são intensamente utilizados na produção, eé preciso cuidados redobrados com a questão ambiental. Neste sentido, numaparceria da EMATER-MG, os produtores e a Prefeitura de São Joaquim deBicas, foi criada a Central de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxi-cos, com o objetivo de dar um tratamento adequado às embalagens de agroquí-micos, bastante utilizados na olericultura.

    Funcionando há um ano, na Central os produtores são orientados a realizar atríplice lavagem nas embalagens utilizadas e entregá-las no local. A Central inspe-ciona e verifica se as embalagens foram lavadas corretamente. Caso o produtornão tenha realizado a tríplice lavagem, as embalagens são encaminhadas para osetor de contaminadas, explica o extensionista. Segundo Raul Machado, 90%dos resíduos agroquímicos conseguem ser eliminados com esse procedimento e,de acordo com ele, a EMATER-MG tem papel fundamental no processo deconscientização dos produtores.

    O produtor Célio de Castro confia no funcionamento da Central: A iniciativafoi excelente. Temos de tirar da Natureza o que ela pode oferecer de melhor,respeitando o meio ambiente. Já o produtor Alex Ribeiro enfatiza o fato deagora os agricultores terem um local para armazenar as embalagens. Antes, nãotínhamos onde descartar as embalagens, uma falha que felizmente foi corrigidacom a construção da Central. Isso representa também um ganho em qualidadede vida, declara Alex Ribeiro.

  • 14 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    fome e a desnutrição consti-tuem-se, ainda nos dias atu-ais, em flagelo permanentepara parte significativa da

    população brasileira. Nas áreas perifé-ricas das cidades e zonas rurais a gravi-dade do quadro nutricional apresentaíndices alarmantes, atingindo especial-mente crianças, mulheres e idosos. Estasituação, aliada às condições precáriasde saneamento básico, encontra-se tam-bém no município de Ouro Preto, exi-gindo atitudes efetivas na busca imedi-ata de sua reversão.

    Levantamentos realizados pelaEMATERMG em Ouro Preto e Es-cola de Nutrição da Universidade Fe-deral de Ouro Preto UFOP, em1998, nas comunidades de Piedade,Moreira e Mata do Gama, no distritode Santa Rita sobre o estado nutricio-nal e o consumo alimentar revelarama inadequação no consumo de cálcio,ferro, proteínas e vitaminas A, B2 eC, tanto nos adultos quanto nas cri-anças, evidenciando alto grau de ane-mia e desnutrição.

    No trabalho de modificar esse qua-dro, a EMATER-MG, a Secretaria Mu-nicipal de Agropecuária e Meio Ambi-ente, a Escola de Nutrição da Univer-sidade Federal de Ouro Pretoe a Associação de Desenvol-vimento Comunitário de Pi-edade se integram no Progra-ma Piloto de Melhoria da Quali-dade de Vida das Comunidadesde Piedade, Moreira e Mata doGama por meio de projetosde melhoria da produção, doconsumo e do aproveita-mento biológico dos alimen-tos que promovam condi-ções satisfatórias de nutriçãoe saúde.

    Parcerias e para vencer

    Ângela BarbosaArquivo EMATER-MG (fotos)

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    reto

    >>

    Participam do projeto aproxima-damente 90 famílias de agri-cultores familiares, que pro-duzem em uma topografiaacidentada e localizada par-cialmente em área de pre-servação ambiental, comespaço para o cultivo de ali-mentos básicos como mi-lho, arroz e feijão bastantereduzido, o que não permi-te uma produção suficien-te para atender a subsistên-

    cia das famílias.O Projeto elaborado por meio da

    parceria da Associação Comunitária,EMATERMG, Escola de Nutrição/UFOP, Secretarias Municipais de Saú-de e Agropecuária e Meio Ambiente foiimplementado em 2002, e prevê o au-mento da produção e da produtividadedas culturas de milho e feijão, implanta-ção de hortas e pomares, criação de avesde raça melhorada visando a produçãode carne e ovos. Durante todas as eta-pas de desenvolvimento deste trabalhotêm sido realizadas atividades de edu-cação alimentar e sanitária contandocom a efetiva participação das famílias.

    Para participar do programa as fa-

    Participamdo projetoaproxima-

    damente 90famílias deagricultoresfamiliares

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 15

    compromissoa desnutrição

    mílias foram cadastradas pela Associa-ção Comunitária e visitadas individual-mente pelos técnicos da EMATERMGe Secretaria Municipal de Agropecuá-ria, quando recebiam as primeiras ori-entações técnicas para preparo da áreade culturas, horta e pomar. Várias reu-niões e demonstrações técnicas foramrealizadas com os produtores.

    Produção de alimentos básicos

    Para implementação do projeto bus-cou-se a parceria da iniciativa privadaatravés do programa de Doação e Pa-trocínio da Alcan Alumínio do Brasil, que

    contribuiu com recursos de R$ 7.000,00(sete mil reais) para aquisição dos insu-mos para a horta, mudas frutíferas dopomar e pintinhos da raça label rouge.

    As hortas domésticas foram implan-tadas com sete variedades dehortaliças para produziremdurante todo o ano. Para opomar foram distribuídas emmédia 15 mudas variadas delaranja, limão, acerola, figo euva. Para cada família foramdistribuídas aves de raçamelhorada, visando a melho-ria do plantel existente paramaior oferta de ovos e car-ne. Com a produção deovos que temos agora, alémda melhoria da alimentação jáestá sobrando para o comércio. Hoje,todas as famílias da comunidade estãotirando o alimento da própria terra, nãotemos mais problemas de fome, diz aagricultora Rosária de Fátima BatistaMartins, que além da horta domésticarecebeu aves melhoradas, mudas fru-tíferas e sementes para produção dearroz, milho e feijão.

    As comunidades de Piedade, Mo-reira e Mata do Gama são compostasde famílias rurais carentes de recursos,o que reflete na baixa produtividade eprodução de alimentos básicos e napouca utilização de insumos, sobretu-do uma semente de boa qualidade.Assim, com os objetivos de diminuir ocusto de produção, aumentar a produ-tividade das explorações, multiplicar se-mentes de boa qualidade para as sa-fras futuras, gerar excedentes para co-mercialização e garantir oferta de ali-mentos para o consumo próprio e paraa merenda escolar, apresentamos este

    projeto para a Secretaria Municipal deAgropecuária e Meio Ambiente, afir-ma a extensionista da EMATER-MGGeralda Berenice Esteves Lima

    A Secretaria Municipal de Agrope-cuária e Meio Ambiente disponibilizousementes de boa qualidade de milho,variedade BR 106, arroz de sequeirocaiapó e feijão preto FT Bio Nobre,sendo 402 quilos de sementes de mi-lho para 46 produtores, 335 quilos desemente de feijão para 50 produtores

    e 280 quilos de sementes dearroz para 26 produtores.O valor pago pela Secre-taria na aquisição das se-mentes foi de R$ 2.l55,44.

    Para cada quilo de se-mente recebido, o produ-tor devolveu em dobro nacolheita, sendo que umaparte foi doada para a me-renda dos 430 alunos dasnove escolas municipais ea outra reservada para o

    próximo plantio. Quando agente recebia cesta básica dava parapoucos dias, mas agora, recebendo se-mente boa, nós plantamos e temos oalimento sempre e vindo de nossa ter-ra, afirma a agricultora Clotilde Apo-linária Ferreira, que plantou horta, po-mar e grãos. Segundo o agricultor ecoordenador da Pastoral da Criançana comunidade, José Inácio Ferreira,o programa de produção de alimen-tos vem sendo referência para as co-munidades vizinhas, que têm visitadoas comunidades que participam doprograma. A gestão do projeto é deresponsabilidade da Associação de De-senvolvimento Comunitário da Pieda-de. O programa sensibilizou tanto aSecretaria Municipal de Agropecuáriae Meio Ambiente que direcionou o ser-viço da patrulha mecanizada para oatendimento prioritariamente para osprodutores participantes, conclui o ex-tensionista da EMATER-MG FrankMarcelo Lopes.

    Para cadaquilo de

    semente re-cebido, oprodutordevolveuem dobro

    na colheita

    José Inácio (esq.), Rosária deFátima e Clotilde assistidos pe-los técnicos da EMATER-MGBerenice Esteves e Frank Lopes

  • 16 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    m 06 de dezembro de 1948,era criado o primeiro serviçobrasileiro de assistência téc-nica e extensão rura l , a

    ACAR -Associação de Crédito e As-sistência Rural, que, em 1976, pas-sou a se chamar EMATER-MG Empresa de Assistência Técnica eExtensão Rural de Minas Gerais. Oprimeiro diretor-executivo da ACARfoi o americano Walter Crawford e oprimeiro presidente da Junta Adminis-trativa foi o engenheiro agrônomo

    Paulo Pena de Salvo, natural

    55 anos de Eem Minas

    Harildo FerreiraCentro de Documentação da EMATER-MG (fotos)

    Belo

    Hori

    zon

    te

    >>

    Opioneirismoé uma dasmarcas daExtensão

    Rural

    de Curvelo. Desde então, a Empresavem construindo uma história mar-cada pelo pioneirismo e o com-promisso extensionista detrabalhar e contribuir como desenvolvimento susten-tável das comunidades ru-rais e de toda a sociedademineira.

    Sua marca pioneiraestá, por exemplo, na in-trodução da cultura dasoja no Triângulo Mineiroe Alto Paranaíba, hoje umdos produtos estratégicos napauta de exportação brasileira, e con-tribuindo para a geração de renda etrabalho nestas regiões do Estado. Deacordo com o ex-presidente da EMA-TER-MG, engenheiro agrônomo Pau-

    lo Severino de Rezende, 95%

    do cerrado no Triângulo e Alto Pa-ranaíba não eram cultivados, com ex-

    ceção de pequenas áreas comabacaxi e arroz:

    Diante desta realida-de, começamos um traba-lho com os produtores eo Banco do Desenvolvi-mento de Minas Geraispara solução do proble-ma, surgindo daí o Pro-grama de Crédito Integra-do PCI, que incluía tam-bém a conser vação de

    solo, possibilitando o desen-volvimento da área do cerrado, nãosó com práticas conservacionistas,mas também com o seu desbrava-mento, conta.

    Um outro exemplo de pioneiris-mo, este no desenvolvimento de umamicrorregião, foi a participação da

    Extensão Rural na criaçãodo pólo de aviculturaem Pará de Minas, a 70km de Belo Horizonte.Com cerca de 70 mil ha-bitantes, o município ini-ciou, na década de 60,esta atividade que é hojeuma de suas forças eco-nômicas e fonte de empre-gos na região. Um depoi-mento sobre este trabalhoé do extensionista aposen-tado da EMATER-MG,médico veterinário José Ale-xandre Ferreira:

    Realizados os diagnósti-cos que apontaram a avicul-tura como uma alternativa deboas perspectivas para o mu-nicípio, os primeiros trabalhosda Extensão Rural foram a ela-boração de projetos técnicos,implantação de granjas, o as-sociativismo dos produtores,contatos com as principais em-presas ligadas à avicultura, trei-

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 17

    xtensão RuralGerais

    namentos profissionalizantes ediversos encontros técnicos en-tre produtores e técnicos da Ex-tensão, disse.

    Para o presidente da EMA-TER-MG, engenheiro agrônomoJosé Silva Soares, esta marca depioneirismo tem-se revelado umaforça diretiva da Empresa, tornan-do-a ao longo desses 55 anos umafonte de experiências e trabalhosbem-sucedidos para as demais em-presas brasileiras do setor. Nos úl-timos dez anos, afirma o presiden-te, esta vocação de pioneirismo serevelou em áreas como o turismo ru-ral, o planejamento participativo dodesenvolvimento rural e os trabalhosde conservação e recuperação ambi-ental:

    Numa época em que se falavamuito pouco de questões ambientais,a EMATER-MG criou uma coorde-nadoria estadual de meio ambiente,e a Empresa, desde então, tem-se des-tacado e recebido o reconhecimentoda sociedade, conquistando váriosprêmios pela qualidade de seu traba-lho na área ambiental. Entre estes es-tão o Prêmio Super Ecologia 2002,concedido pela Revista Superinteres-sante, da Editora Abril, a Medalha500 Anos do Rio São Francisco, con-cedido pela Assembléia Legislativa deMinas Gerais, e o prêmio Minas Eco-logia Categoria Água, em 2002, ou-torgado pela Universidade NewtonPaiva e Associação Mineira de De-fesa Ambiental AMDA. São prê-mios que nos honram, e mostram quea Extensão Rural está no caminhocerto em atuar na preservação e con-servação ambiental em Minas Ge-rais, afirma o presidente.

    Ao comemorar 55 anos de vida,a EMATER-MG, mais uma vez, serenova. Seguindo as diretrizes doGoverno de Minas, sob a liderança ecoordenação da Secretaria de Esta-

    do de Agricultura, Pecuária eAbastecimento, a EMATER-MGajusta seu foco de atuação consoan-te as demandas e anseios dos produ-tores rurais e os demais agentes queatuam no setor. Desenvolvimentorural sustentável, com planejamentoparticipativo e gestão social de pro-gramas para o desenvolvimento, é onovo foco das ações da ExtensãoRural em Minas Gerais.

    De acordo com o presidente JoséSilva, funcionário de carreira daEMATER-MG, para cumprir estasdiretrizes de Governo e alcançar osresultados planejados, a Extensão de-senvolve dois tipos de ações: um deabrangência local e outro em escalamicrorregional ou regional. Com atu-ação dentro do município, busca or-

    ganizar os agriculto-res familiares, pautando-se pelos con-ceitos de pólos rurais e centros mu-nicipais de integração rural. Atuan-do sempre em parcerias e entre es-tas se destacam as Prefeituras e Câ-maras Municipais, os Conselhos Mu-nicipais e Regionais de Desenvolvi-mento Rural Sustentável, sindicatose cooperativas, entre outras a Ex-tensão Rural vem cumprindo estasdiretrizes, inclusive internamente naEmpresa, com programas de valori-zação de pessoas, nosso maior pa-trimônio, para que sejamos cada vezmelhor em nossas ações de contri-buir para a melhoria da qualidadede vida da população rural, para asegurança alimentar, com a geraçãode renda e oportunidades de empre-go e negócios para toda a socieda-de, concluiu o presidente.

  • 18 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    Fábrica comuni produção na ag

    Edna de SouzaOsmane F. de Oliveira (fotos)

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    naugurada em junho deste ano, a Fá-brica Comunitária de Cachaça daComunidade de São Pedro, no mu-nicípio de São João do Paraíso,

    mostra que qualidade e agregação devalor à produção são fundamentaispara o sucesso no agronegócio e parao desenvolvimento municipal, poten-cializando a geração de emprego eoportunidades para a melhoria da ren-da familiar. Além disso, o trabalho emparceria, a organização e o associati-vismo dos produtores são também im-portantes nesse tipo de projeto. Em SãoJoão do Paraíso, este trabalho coletivotem a participação da EMATER-MG,da Prefeitura Municipal e do Conse-lho Municipal de DesenvolvimentoRural Sustentável - CMDRS.

    Principal lavoura no município, acana-de-açúcar ocupa uma área plan-tada de 600 hectares, com boa tecno-logia, desde a análise do solo até cala-

    I

    gem com aplicação de calcário,plantio em sulco e adubação. Segun-do o extensionista da EMATER-MG e coordenador do projeto daFábrica Comunitária, Osvaldo Eleu-tério de Souza, foram utilizados re-cursos de R$ 69 mil do PRONAFInfra-estrutura e contrapartida daPrefeitura de R$ 10 mil para a im-plantação da unidade de produção.Antes mesmo da inauguração jáforam produzidos cerca de 800 li-tros de cachaça de qualidade. Dife-rente das lavouras de grãos, que so-frem com a incidência de pragas e

    Equipe de trabalhadores na moagem da cana

    Dornas de armazenamento:madeiras indicadas para maiorpaladar à cachaça

    18 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 19

    tária potencializaricultura familiar

    a falta de chuvas, a cana temmaior facilidade de cultivona região, sendo mais tole-rante à seca, informa Os-valdo de Souza.

    Em uma área de 1.200m2 (150 m2 de área cons-truída), cedida pelo produ-tor rural José Ribeiro, exis-te hoje o mais completoequipamento para produçãode cachaça na região. Sãoequipamentos para realiza-ção de análises de teor deacidez, de álcool e de co-bre, instalados em três gal-pões onde ainda se faz amoagem da cana. Um tonelde três mil litros e dois de500 litros cada, de madei-ras recomendadas para darmelhor paladar e qualidadeà cachaça, como jequitibá,umburana e bálsamo, rece-bem o líquido, depois de re-alizados os controles, parao armazenamento.

    A produção, informa Osvaldo Eleu-tério, é dividida entre o produtor (50%)e os trabalhadores da fábrica (40%).São quatro pessoas que são acompa-nhadas e orientadas pelo presidente daAssociação dos Produtores Rurais deSão Pedro, o agricultor José Martins.Os 10% restantes são revertidos paraa manutenção das instalações. Osval-do conta que antes da implantação dafábrica só existiam engenhos domés-ticos rústicos e sem os devidos cuida-dos de higiene: O rendimento dessesengenhos era muito baixo, cerca de 40litros de cachaça. Na Fábrica Comu-nitária, hoje, para a mesma quantida-de de cana utilizada pode-se produzir60 litros, com a vantagem de se utili-zar ainda o bagaço da cana para ali-mentação da caldeira, sem necessida-de do uso de madeira, explica.

    O produtor Antônio Pereira deSouza está satisfeito com os resulta-

    dos que vem alcançando com o seutrabalho na Fábrica Comunitária. Elediz que a produção de cachaça é mai-or que nos engenhos rústicos e a qua-lidade também é bastante superior.Em análise realizada em Salinas, oproduto ficou abaixo do mínimo exi-gido com relação ao teor de cobre,acidez e álcool.

    Para o prefeito de São João do Para-

    Um decreto presidencial assegura que cachaça é a denominação típicae exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil e que caipirinha éa bebida típica brasileira. A medida foi publicada no Diário Oficial daUnião dia 03/10/2003. O objetivo é evitar episódio semelhante ao docupuaçu, fruta amazônica que foi patenteada por uma empresa japonesa.Com o decreto presidencial denominou-se a origem da caipirinha paraevitar que a França e alguns outros países pudessem usar essa denomina-ção, segundo o chefe da Divisão de Bebidas e Vinagres do Ministério daAgricultura Hiroshi Arima.

    Bebida típica brasileira

    íso, Manoel Andrade Capuchinho, a fina-lidade do projeto é criar emprego e ren-da para a região: Com a coordenaçãoda EMATER-MG, que acompanhou deperto todo o processo, a participação daassociação e de moradores da comuni-dade, vamos conseguir um maior de-senvolvimento para a nossa região. Ou-tros recursos irão chegar e estamosaguardando liberação, concluiu.

    Venero Ribeiro trabalha em alambique para a produção da cachaça

  • 20 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    tradição na fabricação de qui-tandas e a disponibilidade damão-de-obra feminina levou20 famílias a se organizarem,

    com o acompanhamento técnico daEMATER-MG, e a formar a Associa-ção dos Produtores Rurais de Cassi-miro, em Governador Valadares. Oobjetivo foi criar a fábrica de Pro-dutos da Nossa Terra, que já existehá cinco anos.

    Como a cultura da banana é a prin-cipal fonte de renda da comunidade deBananal do Melquíades, os agricultoresfamiliares resolveram aproveitar a pro-dução excedente com a agroindustriali-zação. Chegando a produzir 2,8 tonela-das de doces/mês, nove mulheres da co-munidade beneficiam a banana, comer-cializada para a merenda escolar dos alu-

    Produção agroartes uma receita de suc

    Fernanda VasquesAlexandre Soares (fotos)

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    nos da rede pública de Valadares.A idéia de processar coletivamente

    quitandas, como biscoitos de farinha detrigo, surgiu a partir de algumas reuni-ões, quando algumas mulheres da Co-munidade do Córrego doBugre levavam esses produ-tos para servir nos encon-tros. O excedente da pro-dução leiteira foi aprovei-tado e se tornou a maté-ria-prima para iniciar a ati-vidade. Atualmente, sãoproduzidas 2,5 toneladas/mês de biscoito.

    Resultado de uma parce-ria da EMATER-MG com a Prefeitu-ra de Valadares, por meio das Secreta-rias de Educação, Saúde, Agricultura,Meio Ambiente e Abastecimento, As-sociação dos Produtores Rurais de Cas-simiro e as mulheres das comunidades,o esforço conjunto tem garantido a ma-nutenção dessas famílias no campo comdignidade e qualidade de vida.

    De acordo com a extensionista daEMATER-MG em Valadares, SandraMaria La-Gatta Martins, o projeto Pro-dutos da Nossa Terra tem proporcio-nado o aumento da renda, a diversifi-

    cação dos produtos, o gerenci-amento coletivo, e contribuipara que as famílias tenhamcondições de permanecerno meio rural. Capacitaçãoprofissional, qualidade dosprodutos, incentivo à susten-tabilidade econômica da ati-vidade, rotulagem, gestão eorganização do grupo são as

    principais ações da EMATER-MG, relata a extensionista.

    Segundo Sandra Maria, o trabalhonas fábricas é responsável por um con-siderável crescimento sócio-econômicoe cultural das mulheres das comunida-des: Além da conquista de seus direi-tos básicos de cidadania, o trabalhocontribui para que saibam interagir como mercado consumidor de forma ade-quada. Muitas já voltaram a estudar econseguiram tirar os documentos deidentificação pessoal, conta.

    Mercado institucional

    De acordo com a extensionista, umdos problemas enfrentado pelas comu-nidades é a precariedade das estradas:Quando chove, a situação fica crítica.É muito difícil chegar ou sair da comu-nidade. Por causa disso, o escoamentoda produção é comprometido. Se porum lado há dificuldades, por outro háperspectivas de crescimento. A próxi-ma vantagem competitiva da agroindús-tria artesanal será a implementação decódigo de barra nas embalagens: Des-sa forma, será mais fácil vender os do-ces e rosquinhas para as redes de su-

    O mercadoinstitucio-

    nal é oprincipal

    consumidor

    Da esq. para dir. Vera Lúcia eSames Madureira, da Secretariade Educação e Sandra La-Gattafalam da importância da parceria

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 21

    anal:esso

    permercados, porexemplo, explica San-dra Maria.

    O mercado institucionalé o principal consumidor, ga-rantindo a compra de 80% da pro-dução. Para a secretária municipal deEducação Sames Assunção Madureira,a parceria é de grande valor: Os pro-dutos atendem às crianças, são nutriti-vos, têm boa aceitação por parte dosalunos e melhoram a qualidade alimen-tar, que está diretamente ligada à apren-dizagem. A secretária se sente orgu-lhosa por ter a Secretaria como par-ceira do projeto: A educação vai alémda escola. Essa ação tem reflexos dire-tos na comunidade e os alunos passama ter noções de cidadania, explica Sa-mes Assunção.

    Para a diretora do Departamento deApoio ao Educando, Vera Lúcia da Sil-va Araújo Abreu, a merenda escolarcom produtos da agroindústria local foia realização de um grande sonho. An-tes a merenda vinha de Belo Horizon-te. Com a descentralização foi possívelincorporar ao hábito alimentar dos alu-nos os produtos da agricultura familiar,vindos diretamente do campo, ecologi-camente corretos, explica a diretora.Segundo ela, a agroindústria teve suces-so no município porque houve um gran-de empenho dos parceiros e vontadepolítica para que se concretizasse: Bastaquerer, ter vontade. Garantimos o mer-cado local, a continuidade da produção,a valorização dos produtos e evitamoso êxodo rural.

    Renda e cidadania

    A Feira da Agricultura Familiar tam-bém é um mercado crescente que ab-sorve os produtos das duas comunida-des. Em setembro, a produção do docee da rosquinha garantiu o primeiro lu-

    gar nacomercializa-ção de produtos na feira. Dovalor total comercializado, três por cen-to vão para o Fundo da Feira e o res-tante é dividido igualmente entre as fa-mílias. Dignidade, crescimento pessoale profissional, mercado de trabalho,complementação da renda e retomadada auto-estima. É assim que as mulhe-res das comunidades definem a impor-tância da agroindustrialização.

    Maria Aparecida Álbaris de Sá, 36anos, tem uma renda mensal deR$300,00 e explica como sua vida mu-dou com a abertura da unidade agroin-dustrial: Foi uma ótima oportunidadepara melhorar nossa qualidade de vida,trabalhar coletivamente e adquirir co-nhecimento. Além disso, aumentamosnossa renda familiar. É uma vitória para

    n ó se para a comuni-

    dade, afirma. Segundo ela, a fá-brica já se tornou ponto de referênciade trabalho coletivo na região e diz queseu trabalho é motivo de orgulho paraseus três filhos e marido.

    Geralda das Dores da Silva, 38anos, conta como se sentia antes decomeçar a trabalhar na fábrica de do-ces: Eu me achava uma pessoa infe-rior, não tinha auto-estima. Quando co-meçamos, muita gente criticou. Acha-vam que não daríamos conta de man-ter a produção. Hoje me sinto muitofeliz, sendo ajudada e ajudando aos ou-tros. É um espaço também para a ami-zade, um ambiente de muita alegria.A renda líquida mensal de dona Geral-da com a venda dos doces é deR$300,00.

    Equipamentos, instalações e higie-ne para qualidade dos produtos

  • 22 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

    CTNOR é referênciapara produtores

    ocalizado em Brasília deMinas, o Centro de Trei-namento Norte de Minas CTNOR, da EMA-

    TER-MG, foi inaugurado em 26de julho de 1999. Com o Centro,com capacidade de hospedagempara 34 pessoas, produtores rurais,técnicos e parceiros que trabalhamcom agropecuária passaram a teruma referência para capacitação,reciclagem, cursos, seminários eeventos do setor agrícola.

    Com área construída de 600m2, suas instalações foram refor-madas e adaptadas e hoje, o CT-NOR, além de hospedagem con-fortável, tem estruturas modernas comoum auditório com 80 lugares, uma salade reunião para 20 pessoas, sala de TV,lavanderia, refeitório e uma cozinha equi-pada para capacitação e processamentode alimentos, transformada em UnidadeDidática para todo o Norte de Minas.

    A princípio, o Centro foi criado paracapacitação de técnicos da EMATER-MG. Com as reformas, abriga produto-res rurais, técnicos e estudantes da áreaagrícola para capacitação, cursos profis-

    sionalizantes, semi-nários e outroseventos. A UnidadeDidática de Proces-samento de Ali-mentos mantéme q u i p a m e n t o scomo fogão indus-trial, geladeiras e se-cadores de frutas.Para os produtores

    Espaço para transformar teorias em práticas eficazes

    Cozinha equipa-da, inauguradaem 2002, setransformou emUnidadeDidática

    Edna de SouzaArquivo EMATER-MG (fotos)

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    de toda a região, segundo o gerente daUnidade Regional da EMATER-MG emSão Francisco e coordenador do Cen-tro, José Ricardo Ramos Roseno, o es-paço é uma oportunidade de transfor-mar teorias e conhecimentos em práti-cas eficazes:

    A criação desse espaço está em sin-tonia com as diretrizes de trabalho daEmpresa, de agregar valores aos produ-tos por meio de agroindústrias, e melho-rar o desempenho na atividade agrícolacom os cursos de capacitação profissio-nal. A região teve ganhos econômicos sig-nificativos com a instalação do Centroda EMATER-MG, tanto no campo es-pecífico da agropecuária quanto em ou-tras áreas, como as de comércio e servi-ços em Brasília de Minas, com a cons-tante presença de pessoas que deman-dam o Centro para treinamentos, afir-ma o gerente.

    Para contatos e informações, ligar para(38) 3631-1386, na Unidade Regional daEMATER-MG em São Francisco.

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 23

    A EMATER-MG sediou emoutubro passado, em sua sede,reunião de representantes daSecretaria de Agricultura Fami-

    liar do Ministério do DesenvolvimentoAgrário MDA, das Empresas de Exten-são Rural da região Sudeste (Minas Ge-rais, Rio de Janeiro, São Paulo e EspíritoSanto) e da EMBRAPA (Empresa Brasi-leira de Pesquisa Agropecuária). O assun-to em pauta foi a formação de uma redede assistência técnica e extensão rural e acriação de uma bancada da extensão ru-ral no Congresso Nacional, sob a coorde-nação da ASBRAER Associação Brasi-leira de Empresas de Extensão Rural,buscando parceria institucional para ofortalecimento dos serviços de extensãorural e, com isso, acelerar os processos dedesenvolvimento da agricultura familiar.

    Com a formação da bancada no Con-gresso, articulada pelo líder da bancadamineira em Brasília, deputado federalNárcio Rodrigues, o objetivo é atuar or-ganicamente no fortalecimento dos ser-viços da Extensão, sobretudo na alocaçãode recursos orçamentários e construindouma política que dê à extensão rural umaatuação mais forte, coordenada nacional-mente. Com isso, afirma o presidente daEMATER-MG, José Silva, estamos ten-tando construir uma grande rede de as-sistência técnica e extensão rural no País,e com isso retomar a participação e oapoio mais efetivo do Governo federalao sistema nos Estados, afirmou.

    Silva informou ainda que as proposi-ções para a efetivação da rede serão mon-tadas com participação de diversas enti-dades governamentais e não-governamen-tais que atuam em assistência técnica nosEstados. Até mesmo as principais univer-sidades que trabalham com extensão ru-ral foram convidadas a participar, sobre-

    Extensão Ruralserá fortalecida

    Edna de SouzaAlexandre Soares (fotos)

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    tudo para que os novos profissionaisde ATER tenham condições de atuar deacordo com as novas metodologias queserão propostas para a extensão rural.

    Rural, há 13 anos, o Governo Federaldeixou de repassar recursos para as Ema-teres: Esse período ocasionou um vácuona política de construção da ATER, queesperamos poder retomar, passando paraum novo modelo, acrescentou.

    A expectativa do presidente da EMA-TERMG, José Silva Soares, é de queessa retomada contribua para que osagricultores familiares tenham mais assis-tência técnica, refletindo na melhoria desua qualidade de vida. Num primeiromomento, mesmo com orientação doGoverno, a política unificada não aconte-ceu. Hoje, já notamos as diferenças, co-meçamos a ver resultados, vislumbrandomaiores produtividades. O sentimento éde que o fortalecimento do sistema deExtensão Rural já começa a acontecer.

    A Política Nacional de ATER foi apro-vada no Seminário Nacional realizado emBrasília, nos dias 24 e 25 de setembropassado. Participaram do encontro Argi-leu Martins da Silva e Hur Ben Corrêada Silva (DATER/MDA), Nilton Salo-mão (EMATER-Rio), Pedro Burnier(INCAPER-ES), José Carlos Rossetti(CATI-SP), Nicolau Schaun (EMBRA-PA) e a diretoria executiva da EMATER-MG, José Silva Soares (presidente) Vi-cente José Gamarano (diretor adminis-trativo e financeiro) e Fernando Men-des (diretor de promoção e articulaçãoinstitucional).

    Extensão em Minas

    De acordo com Argileu Martins, ge-rente de Assistência Técnica e ExtensãoRural da Secretaria de Agricultura Fami-liar do Ministério do DesenvolvimentoAgrário, este diálogo que se desenrola en-tre as empresas brasileiras de extensãorural busca, também, a construção coleti-va de novas metodologias para a exten-são: Vamos trazer de volta o extensio-nista educador, que seja sobretudo umarticulador e organizador, com postura par-ticipativa e habilidades de administrar con-flitos, somando grupos de interesse, comoagente do desenvolvimento, um constru-tor de técnicas e conhecimentos se arti-culando com entidades de pesquisa parauma visão sistêmica do processo.

    Para o gerente, a reunião aconteceuem Minas Gerais não só porque os diri-gentes da EMATER-MG estão tambémà frente do processo, mas porque emMinas Gerais é onde a extensão rural faza diferença, disse. No encontro em BeloHorizonte, o diretor-executivo da ASBRA-ER - Associação Brasileira de ExtensãoRural, Hur Ben, disse que desde a extin-ção da EMBRATER Empresa Brasi-leira de Assistência Técnica e Extensão

  • 24 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3

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    ara comemorar os seis anos detrabalhos do Projeto Manu-elzão na preservação e recu-

    peração da Bacia do Rio das Ve-lhas, foi realizada a expedição Manu-elzão desce o Rio das Velhas. Três na-vegadores desceram o rio, de caiaque,da nascente na Cachoeira das Andori-nhas, em Ouro Preto, até a foz do São

    Francisco, na Barra do Guaicuí, emVárzea da Palma, de 12 de se-

    tembro a 11 de outubro.Durante um mês, com

    apoio de dois barcos sal-va-vidas e de uma equi-

    Ângela BarbosaProjeto Manuelzão (fotos)

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    reto

    >> pe em terra, eles percorreram 761 qui-lômetros na calha principal do rio das

    Velhas, parando em 33 pontos em vári-os dos 51 municípios que integram aBacia Hidrográfica do Rio das Velhas.Nosso objetivo foi chamar a atençãoda população para as necessi-dades de se preservar e re-cuperar a bacia. Por ondepassaram, os navegadores fi-zeram registros, coletaram edivulgaram informaçõesque permitem uma reflexãosobre o processo que temgerado a degradação no Riodas Velhas, informou o pro-fessor Apolo Heringer, co-ordenador do Projeto Ma-nuelzão e presidente do Co-mitê da Bacia do Rio das Ve-lhas (CBRV). O Projeto Ma-nuelzão é coordenado pela UFMG etem a parceria de empresas públicas eprivadas, da EMATER-MG e de diver-sas organizações não-governamental.

    Inspirada na trajetória que o pesqui-sador inglês Richard Burton empreen-deu em 1867, registrada em seu livroViagem de Canoa de Sabará ao Ocea-no Atlântico, a expedição refez trechosdo percurso de Burton, comparando ascondições atuais da bacia com as do sé-culo XIX. Além do monitoramento am-biental, os pesquisadores levantaram jun-to à população ribeirinha suas princi-pais reivindicações, visando estimular a

    Expedição Manuelzão desce o

    participação nos comitês locais do Pro-jeto Manuelzão.

    Terminada a expedição, o ProjetoManuelzão está preparando um livrodividido em duas partes. A primeiraconterá o diário de bordo dos expedi-

    cionários, incluindo descri-ções de suas experiênciase contrapontos com asobservações relatadas porBurton. A segunda partetrará ensaios de diversosautores sobre vários as-pectos da bacia, como pa-trimônio cultural, fauna,flora, qualidade da água,geologia, relevo e solos daregião, dentre outros. Ostécnicos da EMATER-MG Maurício Fernandes,

    Argileu Martins da Silva e aestagiária Flávia Leão serão autores deum dos capítulos que tratará sobre arealidade rural e ambiental desta ba-cia. Os organizadores pretendem queo livro se torne uma referência da rea-lidade da Bacia Hidrográfica do Riodas Velhas, com muitas informações,fotos e mapas.

    Viagem

    Participaram da equipe de remado-res o produtor rural Ronald de Carva-lho Guerra, o transportador autônomoe ambientalista Rafael Bernardes e oprofessor universitário Roberto Varejão.Em alguns locais, onde a degradação dorio é maior, em função do despejo deesgotos doméstico e industrial, os rema-dores usaram máscaras como equipa-mentos de proteção. Os navegadorescorreram o risco que a população ribei-rinha corre todos os dias. E essa situa-ção pode ser revertida desde que nãovejamos mais os rios como local de lixoe esgoto, diz Apolo Heringer. Paralela-mente à descida, aconteceram várioseventos, como caminhadas, palestras eapresentações de teatro e música nosmunicípios às margens do rio. O obje-tivo foi mobilizar a população, desper-

    O objetivofoi mobili-zar a popu-lação, des-pertando anoção de

    pertencimentoà bacia

  • R e v i s t a d a E M A T E R - M G l D e z e m b r o 2 0 0 3 25

    tando a noção de pertencimento à ba-cia hidrográfica do Velhas e alertandopara a necessidade de revitalizar este am-biente, informa ainda o coordenadordo Projeto.

    No primeiro dia de descida do Riodas Velhas, no distrito de São Bartolo-meu, em Ouro Preto, os navegadoresforam recebidos com muito entusias-mo pela população, que quer, além davolta dos peixes, ver o rio totalmentelivre de poluição. O Rio das Velhas àmontante de São Bartolomeu ainda nãoestá poluído, estando apto para recrea-ção aquática. Já à jusante começa a sur-gir fontes de poluição. Na manifesta-ção popular houve caminhada ecológi-ca, manifestações folclóricas, com a par-ticipação do distrito de Glaura, e umaexposição de produtos artesanais e da in-dústria caseira, numa parceria da Prefei-tura de Ouro Preto com a EMATER-MG, IMA, IEF, CODEMA, Associações

    Rio das Velhas

    Comunitárias e a Escola Municipal dou-tor Washington de Araújo Dias.

    Assim como em São Bartolomeu,onde a EMATER-MG, por meio deseus técnicos Geralda Berenice Este-ves Lima e Frank Marcelo Lopes apoi-aram a expedição, os demais técnicosdos escritórios da Empresa nos muni-cípios ribeirinhos estão envolvidos como Projeto Manuelzão.

    Nesta expedição, a Secretaria deAgricultura e seus órgãos vinculados,principalmente a EMATER-MG eIMA, participou ativamente com a pre-paração de boletins informativos so-bre a realidade de cada sub-bacia hi-drográfica que integra a bacia do Riodas Velhas e no acompanhamento daexpedição nas diversas paradas ondeocorreram eventos. Em uma unidademóvel foi montado um escritório daSecretaria da Agricultura, com distri-buição de cartilhas, folderes e boletins

    sobre a realidade rural e ambiental decada uma dessas sub-bacias.

    A EMATER-MG, por desenvolvertrabalhos com objetivos semelhantes aodo Projeto Manuelzão, como o Projetode Recuperação e Preservação das Sub-bacias Hidrográficas Formadoras dosAfluentes Mineiros do Rio São Fran-cisco e os Projetos de Manejo Integra-do de Sub-bacias Hidrográficas em 200municípios na porção mineira da Baciado São Francisco e na Bacia do Riodas Velhas, colocou seus técnicos apoi-ando essa expedição, afirma o coor-denador de Meio Ambiente da Empre-sa e membro do Comitê do Rio dasVelhas, Ênio de Souza. Para ele, estaexpedição é um marco na história doRio das Velhas tanto pela mobilizaçãosocial quanto pela geração de dados einformações sobre a realidade dessaimportante bacia hidrográfica de Mi-nas Gerais.

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    Os primeiros frutos Odelmo Leão *Arquivo (fotos)

    Belo

    Hori

    zon

    te

    >>

    Um dosfatores

    responsáveispelas

    projeçõespositivas é oaumento daprodução de

    soja noTriângulo e

    AltoParanaíba.

    produtor sabe produzir, masprecisa de condições paraaumentar a produção e a

    produtividade. Ciente disso,o Governo de Aécio Neves definiu en-tre suas prioridades o fortalecimentodas estratégias de apoio ao homem docampo e, conseqüentemente, aos seg-mentos das cadeias produtivas de ali-mentos em geral. Mas o fortalecimen-to da base, ou seja, da produção degrãos e dos criatórios de animais, ésempre o primeiro e mais importantepasso. Após dez meses de governo,que coincidem com a comemoraçãodos 55 anos da EMATER-MG (ex-Acar), já se pode fazer uma avaliaçãopositiva do trabalho desenvolvido comessa finalidade.

    Depois de fazeruma radiografiacompleta da agri-cultura em Mi-nas, com arealização daI Confe-

    rência Estadual sobre Políticas Públi-cas para o Desenvolvimento Sustentá-vel do Agronegócio Mineiro e de im-plementar políticas de incentivo aosprodutores mineiros, já podemos con-ferir na prática que a política do Go-verno estadual para o desenvolvimen-to da produção rural está nocaminho certo.

    O setor agropecuário fi-cara estagnado 13 anos, per-dendo importantes posiçõesno ranking nacional. Essa si-tuação se refletia na própriaestrutura da Secretaria deAgricultura, Pecuária e Abas-tecimento. Portanto, a novaAdministração assumiu oduplo desafio de buscar a re-cuperação da agricultura, oque pressupõe antes de tudoo resgate da confiança doprodutor, e realizar a tarefade reorganização das institui-ções da Seapa, a fim de ga-rantir o necessário fomento

    à produção e à produti-vidade.

    Com seus órgãos vinculados(EMATER-MG, IMA, EPAMIGe Ruralminas) trabalhando harmo-nicamente e ajustados aos propó-

    sitos de apoiar a recuperação doagronegócio, a SEAPA teve condições

    de incrementar a ação da estrutura desuporte da política agrícola e pecuá-

    ria do Estado. Além de fortalecero papel do Conselho Estadual deDesenvolvimento Rural Susten-tável, importante ferramentapara dar novo alento ao agrone-

    gócio em Minas e incentivar aagricultura familiar, a SEAPA re-vigorou o Conselho Estadual dePolítica Agrícola (CEPA). Com acriação das Câmaras Técnicas,constituiu-se um fórum que vemsubsidiando a formulação das po-líticas de apoio aos segmentos daprodução de alimentos.

    É no Conselho que o Gover-no, produtores e empresários, es-tes representados por suas entida-des, trabalham em parceria para

    tornar realidade os objetivos de desen-volvimento do agronegócio mineiro.Os representantes da produção agrí-cola e pecuária debatem seus proble-mas e apresentam suas propostas desolução diretamente aos órgãos doGoverno que atuam nas áreas especí-

    ficas e também estão repre-sentados no CEPA.

    As demandas apresen-tadas pelas Câmaras Téc-nicas confirmam os levan-tamentos da SEAPA, pormeio de 700 conferênci-as municipais e das 18Conferências Regionaispara o DesenvolvimentoSustentável do Agronegó-cio Mineiro realizadas en-tre abril e maio de 2003,sobre a situação da agri-cultura e da pecuária mi-neiras. Com base nessasdemandas e em outros in-dicadores das necessida-des dos produtores rurais,o governo de Minas defi-

    niu programas de apoio à sa-fra 2003/2004, formalizando parce-rias com o Banco do Brasil e outrasinstituições.

    O resultado desse trabalho foi aoferta de crédito de R$ 2,1 bilhões paraa produção agrícola, quase três vezesmais do que os recursos destinadospara a safra passada. Os números re-ferentes à aplicação de recursos parainvestimento e custeio nas lavouras,com base em levantamentos realiza-dos de julho a outubro, mostram queos agricultores estão correspondendoao estímulo oferecido pelo Governodo Estado. Levantamentos feitos pe-las entidades que congregam a indús-tria de adubos e corretivos agrícolastambém mostram elevação das ven-das dos insumos, confirmando as pro-jeções de aumento da produção e daprodutividade.

    De acordo com esses números ini-ciais, Minas apresenta crescimento su-perior às médias nacionais tanto em re-lação ao volume de contratos quantoaos valores aplicados. Em conseqüên-

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    da nova agriculturacia do aumento de apli-cações nas lavouras,prevê-se uma evoluçãode 8.660.000 tonela-das de grãos para maisde 9 milhões de tone-ladas. Um dos fatoresresponsáveis pelas pro-jeções positivas é o au-mento da produção deso ja no Tr iângulo eAlto Paranaíba.

    Na parte de custeio,o número de contratosregistrados em Minassubiu de 30.797 para40.010, com evoluçãode 29,92%. No Brasil,o volume de contratosnessa área cresceu de473.608 para 564.286,correspondendo a umaevolução de apenas19,15%.

    Destaca-se o itemrelativo ao volume decontratos de investi-mento feitos no período. Em Minas,o número elevou-se de 2.147 para4.304, ou 100,47%. É a resposta doagricultor ao estímulo à produção dealimentos no Governo de Aécio Ne-ves. Os números mostram os produ-tores mineiros em grande dianteirano contexto nacional, pois o volu-me total de contratos de investimen-to do Brasil subiu de 35.580 para39.877, o que representa evoluçãode apenas 12,08% .

    O somatório desses númerosmostra que a evolução do volumede contratos de custeio e investi-mento em Minas foi de 34,51%, en-quanto no país o crescimento nãopassou de 18,65%.

    O quadro da aplicação de recur-sos confirma o crescimento per-centual da agricultura mineira, prin-cipalmente na parte do custeio: de R$359.234.604 para R$ 571.054.818,ou evolução de 58.96,96%. A somados recursos aplicados em custeio,em todo o Pa í s , evo lu iu de R$4.315.401.141 para 6.577.807.697,

    ou 52,43%.Quanto aos recursos em investi-

    mento, a diferença é ainda mais evi-dente, pois os agricultores de Minasaumentaram as aplicações de R$66.475.750 para R$ 99.415.708, ou49,55%. As aplicações em investimen-to, no Brasil, tiveram queda de R$984.220.016 para R$ 773.158.675, oque representa menos 21,44%.

    Com esses números, enquantoMinas registrou da safra passadapara a a tua l uma evo lução de57,49% na aplicação de recursospara custeio e investimento, o totaldo país nessas modalidades evoluiu38,71%.

    A análise dos resultados na partedo Pronaf (Agricultura Familiar)também mostra o melhor desempe-nho da agricultura mineira, com ele-vação de 23.374 para 33.459 no vo-lume de contratos, portanto evoluçãode 43,15%. A soma dos contratos fei-tos no país subiu de 344.938 para422.391, ou 22,45%. Estes númerosse refletirão principalmente nas safras

    de milho e feijão, culturas típicas daagricultura familiar.

    Ainda com relação ao Pronaf, aaplicação de recursos pelos agriculto-res em Minas c resceu de R$76.924.715 para R$ 133.771.152, ou73,90%. No Brasil, o valor das apli-cações nos programas da agricultu-ra familiar subiu de R$ 705.239.728para R$ 1.181.724.686, ou 67,56%.

    O desempenho da agricultura mi-neira poderá até superar as previ-sões, caso se mantenham o ritmo dosinvestimentos, as aquisições de adu-bos e sobretudo se as chuvas con-tribuírem. Dado o salto inicial, oGoverno do Estado cont inuaráaprimorando seus instrumentos deapoio ao desenvolvimento do agro-negócio, porque este é o setor doqual todos os outros dependem e omais capacitado para ajudar a recu-perar a economia de Minas.

    (*) Odelmo Leão é Secretário de Estadode Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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    ito famílias da comunidade doFunil, em Virgem da Lapa, noVale do Jequitinhonha, encontra-

    ram na horticultura a opção paravencer o desemprego, a exclusão no pro-cesso produtivo, a garantia de uma alimen-tação saudável e renda com a produção.Em uma área de um hectare estão sendoproduzidas mensalmente, desde marçodeste ano, em uma horta comunitária,cerca de 10 mil pés de alface, 800 kg decouve, 300 kg de beterraba e 350 kg decenoura, além de outras hortaliças comoquiabo, repolho e tomate.

    Estes produtos, além de servirem paraa alimentação familiar, abastecem o res-taurante da GR - Eurest Support Servi-ce, responsável pela manutenção de seismil refeições diárias para os funcionáriosda Usina de Irapé, administrada pelo con-sórcio formado pela Andrade Gutierreze Norberto Odebrech. Também é co-mercializada em feiras livres de Virgemda Lapa e Araçuaí.

    O Projeto Folha Verde surgiu numfórum criado pelo consórcio construtorda Usina de Irapé, com a participação dosoito municípios do entorno da usina, ondesão discutidos os problemas e oportuni-dades para estes municípios com a cons-trução da usina. Lançada a idéia da hortacomunitária, de imediato teve o apoio da

    Organização, parcerias Ângela BarbosaMaria da Glória Aguilar - Foto Dila (fotos)

    Vir

    gem

    da L