explosiv os

22
1. DEFINIÇÃO: É uma substância ou misturas de substâncias químicas que tem a propriedade de, ao ser iniciada convenientemente, sofrer transformações químicas violentas e rápidas, transformando-se em gases que resultam na liberação de grandes quantidades de energia em reduzido espaço de tempo. 2. VELOCIDADE DE TRANSFORMAÇÃO: A transformação de um explosivo nunca é instantânea como parece aos nossos sentido, varia de explosivo para explosivo e depende dos seguintes fatores: a. quantidade de explosivo; b. condições e forma de emprego (Ex. Explosivos comprimidos, fundido, em palhetas, em forma de estrela, esféricos); c. pureza e estado de conservação. Assim sendo, os fenômenos observados são : a) a queima reação lenta caracterizada como uma combustão normal; b) a deflagração combustão de baixa velocidade (600 a 1500 m/s). Não gera onda de choque. Acontece com os baixos explosivos que são usados para projeções; c) a explosão combustão que compreende velocidades de 1.500 a 4.000 m/s. d) a detonação combustão que atinge velocidade superior a 4.000 m/s e temperaturas elevadíssimas. Podem ser altos explosivos e explosivos iniciadores.

Upload: valtertinoco

Post on 26-Jul-2015

70 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Explosiv Os

1. DEFINIÇÃO:

É uma substância ou misturas de substâncias químicas que tem a

propriedade de, ao ser iniciada convenientemente, sofrer transformações

químicas violentas e rápidas, transformando-se em gases que resultam na

liberação de grandes quantidades de energia em reduzido espaço de

tempo.

2. VELOCIDADE DE TRANSFORMAÇÃO:

A transformação de um explosivo nunca é instantânea como parece aos

nossos sentido, varia de explosivo para explosivo e depende dos seguintes

fatores:

a. quantidade de explosivo;

b. condições e forma de emprego (Ex. Explosivos comprimidos, fundido,

em palhetas, em forma de estrela, esféricos);

c. pureza e estado de conservação.

Assim sendo, os fenômenos observados são :

a) a queima

reação lenta caracterizada como uma combustão normal;

b) a deflagração

combustão de baixa velocidade (600 a 1500 m/s). Não

gera onda de choque. Acontece com os baixos explosivos que são

usados para projeções;

c) a explosão

combustão que compreende velocidades de 1.500 a 4.000

m/s.

d) a detonação

combustão que atinge velocidade superior a 4.000 m/s e

temperaturas elevadíssimas. Podem ser altos explosivos e explosivos

iniciadores.

Page 2: Explosiv Os

3. EXCITAÇÃO:

Normalmente é necessário uma excitação para se iniciar a transformação

de um explosivo, mesmo uma excitação involuntária ou imprevista (choque,

calor) se faz necessária.

3.1.TIPOS DE EXCITAÇÃO:

a. mecânica - dispositivo de percussão das armas, choque, atrito, etc.;

b. fisica - corrente elétrica, chama, centelha, aumento de temperatura, etc.;

c. química - acontece através da simpatia ou contato.

3.2. ONDA EXPLOSIVA:

Considerando-se uma esfera de explosivo. Se o início da transformação se

der no centro da esfera, notamos que as esferas intermediárias se

transformarão uma a uma. Cada uma dessas esferas intermediárias

caracterizam uma onda explosiva.

3.3. ONDA CHOQUE:

Um explosivo uma vez iniciado cria ao seu redor uma onda choque

provocada pela quantidade de gases gerados pela iniciação do explosivo.

Esta onda irá se propagar no espaço e diminuirá em força à medida que se

afasta do ponto que houve a iniciação. Esta onda de choque poderá iniciar

outro explosivo que esteja próximo, o que irá caracterizar uma explosão pôr

simpatia.

Page 3: Explosiv Os

4. COMPOSIÇÃO DOS EXPLOSIVOS:

Os explosivos contêm determinados componentes que figuram de forma

indispensável à sua existência e, outros elementos que têm pôr finalidade

dar-lhe outras características.

4.1. ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS:

a. um comburente - à base de oxigênio. Usam-se os nitratos, os cloratos,

etc..

b. um combustível - à base de Hidrogênio, Carbono, Enxofre, Alumínio,

etc.. Usam-se o carvão vegetal, amidos, celulose, óleo, etc..

4.2.ELEMENTOS FACULTATIVOS:

Como elementos facultativos na composição do explosivo temos os

seguintes:

a. elemento suporte - liga o comburente ao combustível e permite às

vezes, maior volume de gases. Ex.: azodo, enxofre etc.;

b. elementos auxiliares - não alteram o valor explosivo das substâncias,

mas emprestam-lhes determinadas características necessárias São os

seguintes os elementos facultativos auxiliares:

dissolventes - álcool, éter, acetona, etc.;

gelatinizantes - dissolvem a substância dando uma forma de gelatina

Ex.: Glicerina;

estabilizantes, - dão estabilidade ao explosivo precavendo-se de calor,

umidade, etc.. Ex.: parafina, vaselina, resina, goma, pinche, etc.;

Absorventes - empregados para absorver substâncias explosivas. Ex.:

Ácido sulfúrico, farinha de Kielsegunr.

Page 4: Explosiv Os

5. CLASSIFICAÇÃO DOS EXPLOSIVOS:

5.1. SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO QUÍMICA

a. explosivos químicos;

b. explosivos mecânicos;

c. explosivos químicos-mecânicos.

5.2. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A VELOCIDADE DE REAÇÃO:

a. explosivos lentos, baixos explosivos, progressivos e propulsores

são

explosivos cuja velocidade de transformação se dá de forma lenta,

normalmente são empregados para cargas de artifícios pirotécnicos e

para carga de projeção. Ex. Pólvoras mecânicas e químicas;

b. explosivos rápidos, altos explosivos e rompedores

são substâncias

cuja velocidade de transformação é muito grande, possuem grande

poder destrutivo e brizância elevada;

c. explosivos primários iniciadores e detonadores

têm como principal

função fornecer a energia de ativação para os altos explosivos.

Normalmente são iniciados através do calor.

5.3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ESTADO FÍSICO

a. Sólidos - pólvoras, trinitrotolueno, etc.;

b. Líquidos - nitroglicerina, tetril, etc.;

c. Gasosos - GLP, acetileno, etc..

6. PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS EXPLOSIVOS:

a. Força

é a medida da quantidade de energia liberada por um explosivo

na detonação.

Page 5: Explosiv Os

b. Higrospicidade

é a capacidade que um explosivo tem de absorver

unidade do ambiente;

c. resistência a água

intervalo de tempo que um explosivo pode ficar em

contato com a água sem perder suas características explosivas;

d. resistência ao armazenamento

intervalo de tempo que os explosivos

podem ficar estocados. Varia de 02 meses a 01 ano.

e. Densidade

relação entre o peso e o volume do explosivo. Quanto

maior a densidade do explosivo maior será a energia liberada para

execução de uma detonação.

f. resistência ao choque

capacidade que um explosivo tem de não

detonar quando submetido a choques acidentais;

g. sensibilidade

é a maior ou menor aptidão que tem um explosivo de

iniciar através de combustão ou choque;

h. exsudação

é o suor liberado pelos explosivos nitroglicerinados quando

submetidos a condições de estocagem desfavoráveis;

i. brisância

é a capacidade que um explosivo tem de destruir seu

recipiente.

7. TIPOS DE EXPLOSIVOS:

Os explosivos industriais mais comuns são:

a. explosivos à base de nitroglicerina;

b. explosivos à base de nitrato de amônio;

Page 6: Explosiv Os

c. explosivos bombeáveis;

d. pólvoras químicas e mecânicas.

7.1. Explosivos Nitroglicerinados:

O nome comercial é dinamite. Existem três tipos básicos:

a) Gelatinas;

b) Semi-Gelatinas;

c) Granulares.

As gelatinas e as semi-gelatinas combinam a nitroglicerina com

nitrocelulose para formar a estrutura de gel.

As granulares combinam nitrato de amônio e nitrato de sódio com uma

pequena quantidade de nitroglicerina.

Principais características desses explosivos:

a) alta velocidade;

b) boa resistência à água;

c) Alta brisância;

d) Boa sensibilidade;

e) Boa força;

f) Baixa resistência ao choque.

7.2. Explosivos à base de nitrato de amônio:

O principal explosivo desse grupo é o ANFO (Amonium Nitrate and Fuel

Oil). Este explosivo é o mais utilizado no mundo.

O ANFO consiste de uma mistura entre dois componentes principais.

Nitrato de Amônio e óleo combustível. Além desses, outros componentes

Page 7: Explosiv Os

podem ser adicionados, tais como alumínio em pó, microbolhas de ar,

serragem, etc..

Tal explosivo foi descoberto a cerca de 100 anos, porém sua utilização

somente se tornou eficiente na década de 50, com o desenvolvimento do

nitrato em forma de partículas esféricas (PRILL). Este nitrato possui

microporos que facilitam a penetração do combustível.

Principais características:

a) baixo custo;

b) fácil confecção;

c) elevada higrospicidade

10% de umidade torna o ANFO insensível

(destrói os micrósporos);

d) baixa resistência a água

usa revestimento plástico ou papel laminado

para prevenir o contato acidental;

e) boa segurança para o operador;

f) seu poder destrutivo é maior utilizando-se explosivos com densidade de

0,8 a 0,85. Acima de 1,2 torna-se inerte.

g) Pouco sensível

necessita em alguns casos de reforçadores para

iniciação.

h) Boa força

i) Boa brisância.

7.3. Explosivos Bombeáveis ou Emulsões

São os explosivos mais recentes no mercado. Tal explosivo é constituído

de emulsões que são misturados no local de detonação por equipamentos

próprios (unidades móveis) e só se tornam explosivos após sua colocação

no furo a ser detonado.

Page 8: Explosiv Os

O desenvolvimento deste explosivo foi acompanhado da redução

progressiva do tamanho das partículas, passando desde sólido até as

soluções salinas com sólidos e por último a microgotas de uma solução

explosiva coberta por óleo. O tamanho das microgotas é cerca de 100

vezes menos do que o tamanho do prill do ANFO.

Principais características:

a) preço baixo;

b) boa resistência a água;

c) excelente segurança na fabricação e manuseio;

d) fácil carregamento do furo;

e) apresenta alterações em baixas temperaturas;

f) não pode ser armazenado por longos períodos de tempo;

g) há necessidade de utilização de reforçadores;

h) baixísssima sensibilidade;

i) boa força;

j) boa brisância;

k) é possível conseguir melhor trabalho útil com densidades entre 1 e

1,45 g/cm³.

7.4. Pólvoras Químicas e Pólvoras Mecânicas:

As pólvoras podem ser de 02 tipos básicos:

7.4.1. Pólvoras Mecânicas

Page 9: Explosiv Os

São pólvoras que possuem sua composição básica de nitrato, enxofre e

carvão vegetal. A pólvora mais conhecida deste grupo é a pólvora negra.

A pólvora negra é usada nos trabalhos em pedreiras para cortar pedras de

pequenos dimensões e nos trabalhos de escavação em geral.

Existem 02 tipos básicos de pólvoras negras:

a) a pólvora negra de ruptura A (à base de nitrato de Potássio) e a B (à

base de nitrato de sódio);

b) pólvora negra prensada.

Principais características:

a) deixa muito resíduos;

b) gera muita fumaça;

c) são extremamente sensíveis ao calor, choque ou atrito;

d) possuem elevada higrospicidade;

e) sua velocidade de queima é inversamente proporcional ao tamanho

das partículas;

f) possui pouca força;

g) possui pouca brisância;

h) gera grande quantidade de gases de forma descontrolada;

7.4.2. Pólvoras Químicas:

São as pólvoras sem fumaça, que normalmente são utilizadas como

propulsores.

As pólvoras químicas podem ser:

a) base simples

à base de nitrocelulose;

Page 10: Explosiv Os

b) base dupla

à base de nitroglicerina e nitrocelulose;

c) multibase

à base de nitroglicerina, nitrocelulose e nitrogranidina.

Principais características:

a) não gera fumaça;

b) deixa pouco resíduo;

c) são menos sensíveis que as mecânicas;

d) ao ar livre não explodem;

e) possui menos higrospicidade;

f) gera queima controlada;

8. ACESSÓRIOS PARA DETONAÇÃO:

Para detonação das cargas explosivas e o conseqüente aproveitamento do

trabalho resultante da energia liberada sob a forma de ondas de choque,

necessário se faz a utilização de equipamentos e dispositivos denominados

acessórios de detonação.

8.1. ESTOPIM:

Consiste em um núcleo de pólvora negra ou misto equivalente, envolvido

pôr fios de algodão, rayon ou juta, revestido com massa asfaltica ou

plástica. Cada metro queima aproximadamente em 120 segundos. Para

facilitar o acendimento é aconselhável o corte das pontas livres (cerca de

10 cm). Devem ser guardados em local seco, evitando-se torções ou

dobramentos que afetam o núcleo de pólvora,

Page 11: Explosiv Os

8.2. ESPOLETA COMUM OU PIROTÉCNICA:

A espoleta comum consta de uma cápsula de alumínio, dentro da qual está

colocado uma carga base (em geral nítropenta), que é iniciada pôr uma

carga primária de Azida de Chumbo e Trinitroresorciriol. Uma das

extremidades da cápsula está aberta e pôr ela se introduz o estopim que

funciona como iniciador da espoleta;

8.3. ESPOLETA ELÉTRICA:

São semelhantes as espoletas comuns exceto pela iniciação que é elétrica.

Consiste pôr uma resistência elétrica coberta pôr uma carga explosiva.

Esta resistência faz ponte entre os fios de ligação que saem da espoleta. É

detonada pelo aquecimento da ponte e ignição da mistura quando

atravessada pôr corrente elétrica.

Page 12: Explosiv Os

8.4. CORDEL DETONANTE:

É constituído pôr um núcleo de nitroperita envolvido pôr fios de rayon e

algodão e revestido externamente pôr uma camada plástica à prova d'água.

É iniciado pôr espoleta fixada pôr fita adesiva.

Sua finalidade é transmitir a detonação para toda a coluna de explosivos e

permitir a ligação de diversos furos numa só detonação.

8.5. RETARDO PARA CORDEL DETONANTE:

Consta de um tubo metálico revestido de plástico. A detonação do cordel

num dos lados se propaga à carga explosiva contínua que, pôr sua vez

acende o elemento de retardo do outro lado, cujo tempo de queima é o

necessário para o retardamento da detonação. Quando o elemento de

retardo acaba de queimar, provoca a detonação imediata da carga ao seu

lado, que se transmite ao cordel do outro lado e ao resto da linha.

Page 13: Explosiv Os

8.6. REFORÇADORES:

Para explosivos pouco sensíveis ao choque, as espoletas não conseguem

iniciar a detonação. Há necessidade, portanto, de se usar um reforçador,

que consiste em dois elementos explosivos: o primário ou cerne, que é

iniciado pelo cordel detonante e o secundário ou amplificador, que dá a

brisância necessária ao conjunto.

9. ESTOCAGEM DOS EXPLOSIVOS:

A estocagern de explosivos e acessórios é regulamentada pelo R-

105/SFPC de modo muito rígido, contundente e normativo. Assim sendo,

convém uma consulta ao SFPC para correto enquadramento das regras de

localização, construção e operação dos depósitos de explosivos.

9.1. LOCALIZAÇÃO DOS DEPÓSITOS:

A localização dos depósitos é comumente sugerida pelo órgão de

fiscalização levando em consideração as distâncias mínimas exigidas em

relação à habitação, rodovias, ferrovias e entre depósitos, conforme a

capacidade de armazenamento pretendida (ver R-105 e portaria 3214, NR-

19).

Os depósitos de explosivos e acessórios devem seguir alguns requisitos:

a. construidos especificamente para armazenamento único e exclusivo de

explosivos e acessórios;

b. construidos em locais apropriados, com terreno firme e seco;

Page 14: Explosiv Os

c. salvo de inundações, podendo ser aproveitados acidentes naturais como

elevações e vegetações altas;

d. devem possuir uma faixa do terreno limpo, com cerca de 20m de

comprimento, ao seu redor.

9.2. CONSTRUÇÃO DOS DEPOSITOS:

Devem ser seguidos os seguintes requisitos:

a. paredes de alvenaria, rebocadas interna e externamente;

b. pé direito de 2,70m; piso de cimento queimado;

c. 30cm de altura do piso em relação ao nível do terreno;

d. porta de madeira abrindo para fora;

e. cadeados nas portas;

f. calçada em tomo dos depósitos com cerca de 50cm. de largura;

g. laje de concreto;

h. telhado sobre a laje com espaço entre ambos para ventilação;

i. possuir janelas pequenas para ventilação;

j. deverão conter placas de advertência, tais como:

PERIGO! EXPLOSIVOS.

PROIBIDO A ENTRADA DE PESSOAS ESTRANHAS NA ÁREA;

NÃO FUME! EXPLOSIVOS;

l. deverão possuir guarítas para vigias;

m. cercas de proteção colocadas a 10m das paredes dos depósitos, com

postes de cimento ou moirões de madeira com 12 fios de arame farpado;

n. não deverão possuir instalações elétricas;

o. deverão possuir extintores de incêndio;

9.3. OPERAÇÕES DOS DEPÓSITOS

Durante a operação dos depósitos de explosivos deverão ser seguidas as

seguintes normas, de segurança:

a. as caixas devem ser empilhadas sobre estrados de madeira modulares;

Page 15: Explosiv Os

b. as caixas devem ficar afastadas das paredes cerca de 10cm e do teto

cerca de 70cm;

c. as pilhas de caixas devem ficar separadas, entre si, cerca de 60cm;

d. fazer a montagem das pilhas obedecendo o método de amarração;

e. as caixas devem Ter o rótulo virado para a passagem;

f. os depósitos devem ser trancados de cadeados;

g. as pilhas de caixas não deverão ultrapassar a altura de 2m;

h. deverão ser confeccionados os seguintes documentos:

registro de depósito : fornece o tipo de produto, as especificações sua

localização e a quantidade estocada;

registro produto: fornece a quantidade em estoque, sua localização e o

movimento de entrada e saída;

registro de data de fabricação: mantém controle do tempo de fabricação

dos explosivos.

10. TRANSPORTES DE EXPLOSIVOS:

As normas de transporte de explosivos estão definidas no R-105/SFPC,

editado pelo Ministério do Exército.

As normas de transporte dos explosivos dos depósitos à área de detonação

devem seguir os seguintes princípios:

a. antes de se levar os explosivos para área de detenção, devem ser

interrompidos todos os trabalhos;

b. o transporte deve ser efetuado em veículo em perfeitas condições de

funcionamento;

c. o veículo deverá possuir 02 extintores de incêndio (01 de 10 litros de

água e 01 de 04 Kg de pó químico);

d. os veículos deverão possuir placas indicativas de advertência;

e. a carga deve estar fixada firmemente no caminhão e não deverá

ultrapassar a altura da carroceria do caminhão;

Page 16: Explosiv Os

f. durante as operações de carga e descarga os caminhões deverão estar

freados e calçados;

g. é proibido fumar durante o transporte de explosivos;

h. é proibido transportar explosivos e acessórios num mesmo veículo;

i. é proibidos estacionar os veículos carregados próximos a locais

habitados;

j. nunca se deve dar caronas;

k. nunca se deve carre-ar ou descarregar o caminhão em situações de

tempestades;

l. deve-se manter o chassis do veículo ligado ao terra.

11. EMPREGO E MANUSEIO DE EXPLOSIVOS:

Os explosivos devem ser manuseados somente pôr pessoal

especializado;

Jamais utilize ferramentas metálicas para abrir caixas com explosivos e

acessórios;

Nunca risque fósforos, não fume e não acenda fogueira junto a

explosivos e acessórios;

Não deixar explosivos e acessórios expostos ao calor, fagulhas ou

impactos;

Jamais carregar consigo explosivos ou acessórios;

Ao iniciar uma perfuração, verifique a existência de explosivos falhados

nas proximidades;

Não se deve iniciar um carregamento, enquanto houver perfuração nas

proximidades;

Caso seja necessário perfurar um cartucho de explosivos, fazê-lo com

furadores de madeira;

Jamais devemos forçar uma espoleta a entrar no cartucho de explosivo;

Antes de iniciar o carregamento do furo, verificar as perfeitas condições

do mesmo;

Page 17: Explosiv Os

Não force o explosivo, principalmente cartucho com a escorva, quando

estiver carregando um furo;

Nunca tente retirar a carga de uma espoleta comum ou elétrica,- jamais

bata com qualquer uma delas em lugar algum ou com qualquer

ferramenta ou objeto; devendo no caso das espoletas elétricas,

conservar os 02 fios da espoleta ligados em curto um com o outro antes

de ligá-la ao circuito;

Não carregar a detonação, principalmente com espoleta elétrica, quando

estiver trovejando ou relampejando;

Efetuar a escorva ou o almogamento do estopim na espoleta em local

isolado, nunca dentro do paiol de explosivos, devendo-se manter a

escorva longe do explosivo até utilizá-la no furo;

As ligações de cordel devem ser sempre bem firmes, evitando-se assim

os cruzamentos da linha tronco sobre as derivações;

Fechar as ligações com a linha tronco, de tal forma que as linhas

tenham, no mínimo, dois caminhos diferentes para chegar a um mesmo

ponto comum da rede;

Fixar bem firme a espoleta iniciadora ou de retardo ao cordel detonante;

Nunca deixar a extremidade do cordel detonante imerso na água;

Caso seja necessário realizar uma socagern do explosivo no furo,

utilizar um soquete de madeira, sem partes de metal;

Nunca deixe as pontas do estopim dentro de água;

Não dobre os estopins;

Os pedaços de estopim devem ser suficientemente longos para que

depois do acendimento haja tempo suficiente para se alcançar um lugar

seguro antes da detonação;

Recomenda-se verificar o tempo de queima do estopim, expresso na

embalagem do fabricante, antes do acendimento;

Corte o estopim sempre em secção reta;

Nunca enfie prego, arame ou outro objeto dentro de uma espoleta

simples ou elétrica;

Page 18: Explosiv Os

Jamais levar explosivos ou outros acessórios quando for acender o

estopim;

Recolha aos paióis todos os explosivos e acessórios que tenham

sobrado da detonação;

Nunca faça uma detonação sem antes Ter absoluta certeza de que

todas as pessoas que se acham nas proximidades do fogo estejam

abrigadas e de que o tráfego de veículos na área foi interrompido;

Sempre que precisar desfazer-se de explosivos ou acessórios procure o

Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército;

12. DESTRUIÇÃO DOS EXPLOSIVOS:

Os explosivos e acessórios, bem como as munições, quando em mau

estado, tomam-se perigosos devido ao aumento de sensibilidade devendo

portanto, serem destruidos.

A destruição deverá ser feita pôr pessoal habilitado em local limpo de

vegetação, afastado de habitações, rodovias, ferrovias e depósitos.

12.1. MOTIVOS MAIS FREQUENTES PARA DESTRUIÇÃO:

Os motivos mais freqüentes para a destruição de materiais explosivos são:

a. envelhecimento do explosivo;

b. danificação;

c. interrupção dos trabalhos;

d. falha dos explosivos.

12.1.1. ENVELHECIMENTO DOS EXPLOSIVOS:

O explosivo é um material perecível e com o tempo sofrerá modificações. O

tempo normal de garantia do fabricante é de 06 meses após a data de

fabricação impressa no rótulo da caixa, sendo que a partir do vencimento

deste período, recomenda-se sua destruição.

Page 19: Explosiv Os

12.1.2. DANIFICAÇÃO NO TRANSPORTE OU ENCHENTE:

Os explosivos podem sofrer danos ou alterações durante o transporte, quer

pôr vibração excessiva, quer pôr sua decomposição ou até pôr danos

materiais em suas embalagens que podem ser gerados pôr acidentes com

o veículo ou pôr agentes atmosféricos como chuva ou enchentes.

12.1.3. INTERRUPÇÃO DOS TRABALHOS:

A obra pode ser paralisada ou mesmo terminada e se fazer necessário

destruir o explosivo.

12.1.4. EXPLOSIVOS FALHADOS:

Nos desmontes com explosivos, eventualmente podem ocorrer falhas de

detonação, ficando cargas intactas alojadas no furo ou lançadas junto com

material fragmentado.

Estes explosivos nunca deverão ser usados como carga para novos

desmontes, devendo ser separados para posterior destruição.

12.2. MANEIRAS DE SE DESTRUIR EXPLOSIVOS:

Dependendo da espécie e quantidade do produto a inutilizar e dos meios

disponíveis, a destruição de explosivos poderá ser feita pôr:

a. queima;

b. explosão ou detonação;

c. imersão no mar;

d. dissolução em água corrente.

12.2.1. DESTRUIÇÃO POR QUEIMA

O explosivo deve ser retirado de sua embalagem, os cartuchos

cortados longitudinalmente, separados em duas metades e espalhados em

camadas de 0,10m de largura e no máximo 0,075m de espessura sobre o

material combustível (papel, papelão ou serragem). Derrama-se sobre o

explosivo óleo combustível, óleo diesel ou querosene (não usar gasolina).

Page 20: Explosiv Os

Os explosivos, em função de suas peculiaridades, devem se r dispostos de

modo adequado para a queima:

a. EXPLOSIVOS DE RUPTURA ENCARTUCHADOS:

Os cartuchos devem ser cortados longitudinalmente, separados em 02

metades, colocados na cama de forma a ficarem ao longo da maior

dimensão, em paralelo sem entretanto se tocarem.

b. EXPLOSIVOS DE RUPTURA A GRANEL:

Espalha-se sobre a cama em camada fina de espessura de 5 a 6 mm;

c.CORDEL DETONANTE:

Distribuir no máximo de 20 pedaços de até 3m de comprimento, esticados

em uma mesma cama, separados de 5mrn ou mais entre si;

d.ESTOPIM:

Procede-se como se faz com o cordel. Em caso de estopim espoletado,

deve-se primeiro separar as espoletas dos estopins e depois proceder com

os estopins como se faz com o cordel detonante.

e. PÓLVORA NEGRA

Espalha-se em faixas de 5cm. de largura, distantes entre si 3m. A queima

deve ser iniciada com rastilho de material combustível com comprimento

mínimo de 1 10m;

f. PÓLVORA QUÍMICAS

Espalha-se em faixas de 10 em de largura, distantes entre si 3m. A queima

deve ser iniciada com rastilho de material combustível com comprimento de

10m.

Page 21: Explosiv Os

12.2.2. DESTRUIÇÃO POR EXPLOSÃO OU DETONAÇÃO:

É mais utilizada par munições de guerra como granadas, minas, rojões,

bombas de avião, etc., e para as espoletas.

12.2.3. DESTRUIÇÃO POR IMERSÃO NO MAR:

Este é o método mais seguro e fácil para destruir munições, explosivos e

acessórios, porém devem ser tomadas as seguintes precauções:

a) consultar as autoridades navais;

b) escolher regiões de grandes profundidades;

c) os produtos a destruir deverão ser previamente retirados de suas

embalagens e ser suficientemente pesados para que possam atingir o

fundo do mar.

12.2.4. DESTRUIÇÃO POR DISSOLUÇÃO EM ÁGUA CORRENTE:

Este processo só deve ser utilizado para destruição de pólvora ou nitrato

de amônio, produtos que não contém elementos explosivos não solúveis.

BIBLIOGRAFIA:

A. APOSTILA DA EMPRESA RECOMEX - REPRESENTAÇÕES E

COMÉRCIO DE EXPLOSIVOS E ACESSÓRIOS LTDA.;

B. R-105 - REGULAMENTO PARA O SERVIÇO DE FISCALIZAÇÃO DA

IMPORTAÇÃO, DEPÓSITO E TRÁFEGO DE PRODUTOS

CONTROLADOS, EDITADO PELO MINISTÉRIO DO EXÉRCITO;

C. NR-19, DA PORTARIA 3214, DO MINISTÉRIO DO TRABALHO.

Page 22: Explosiv Os

This document was created with Win2PDF available at http://www.win2pdf.com.The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.