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entrevista joão de barro maio 2008 2 Previdência Social para todos EXTINÇÃO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO João de Barro - O projeto de extinção do Fator Previdenciário ainda precisa ser aprovado na Câ- mara e sancionado pelo presiden- te Lula, quais são as chances dele sair vitorioso nessas instâncias? Senador Paulo Paim - O projeto 296/03 que extingue o Fator Pre- videnciário foi aprovado por unanimida- de no Senado. Se houver pressão popu- lar por meio de mensagens eletrônicas, cartas, telegramas, moções de apoio, abaixo-assinados, telefonemas e outros, ele poderá ser aprovado também pela Câmara dos Deputados e, na mesma li- nha, sancionado pelo presidente Lula. Sem isso, ele poderá ser derrotado na Câmara. Depende da população pedir aos deputados e ao presidente Lula que aprovem o projeto e, não apenas ele, mas também o PLC 42/07 - projeto que garan- te reajustes anuais do salário mínimo até 2011 - da forma que foi aprovado no Se- nado: com a emenda de nossa autoria que estende a todos aposentados e pensionis- tas, até 2023, o mesmo percentual de rea- juste dado ao salário mínimo. João de Barro - O que os já apo- sentados ganham com a aprova- ção do projeto? Paim - Com a aprovação do fim do Fator Previdenciário, o trabalhador dei- xará de perder até 40%, valor que é re- duzido atualmente de seus benefícios no momento das aposentadorias. Já com a emenda ao PLC 42/07, todos os aposen- tados do Regime Geral, terão seus ven- cimentos reajustados na mesma propor- ção do salário mínimo. As matérias be- neficiam tanto ativos quanto inativos. João de Barro - Muitas pessoas consideram a Previdência brasilei- ra deficitária. Por que essa insis- tência? Paim - Porque essas pessoas consi- deram os recursos que formam a Previ- dência de forma equivocada. Eles aca- bam computando apenas a contribuição sobre a folha de pagamentos e esque- cem que nossa Constituição determina que os recursos da Seguridade sejam des- tinados à Previdência, assim como par- te da tributação sobre os lucros, do PIS/PASEP, do arrecadado via jogos lotéricos entre outros. Se levarmos em consideração todos esses itens e a CPMF, extinta há pouco, veremos que não existe déficit. João de Barro - Alguns críticos dizem que com a aprovação do projeto corre-se o risco de abrir um rombo nas contas da Previ- dência, o que o senhor pensa sobre essa teoria? Paim - Discordo totalmente, até por- que, segundo a ANFIP, no ano passado o saldo da Seguridade Social foi de R$ 60,6 bilhões. De mais a mais, graças à dinâmica econômica do governo, tivemos cerca de oito milhões de pessoas con- tratadas com carteira assinada. Ou seja, são mais pessoas contribuindo para a Previdência. Se as empresas lucram mais, a Previdência também aumenta seus recursos. Não existe a menor pos- sibilidade desse projeto causar rombo nas contas previdenciárias. João de Barro - A extinção do Fator Previdenciário é uma antiga luta do Senador Paim, como o se- nhor se sente vencendo parte des- sa batalha? Paim - É como dizem, vencemos a batalha, mas a guerra ainda está por ser vencida. As matérias foram aprovadas no Senado por unanimidade, agora é pre- ciso que todas as baterias se voltem para a Câmara dos Deputados para que lá a gente também vença. Como a vitória foi parcial, devo dizer que estou parcialmente satisfeito. Só ficarei completamente sa- tisfeito quando aprovarmos os dois pro- jetos na Câmara. É importante ressaltar que com essas matérias serão benefici- ados cerca de 40 milhões de trabalhado- res do Regime Geral. Também destaco que os mais atingidos pelo fator são aque- les que recebem de um a cinco salários mínimos. Como sempre digo, os altos salários não têm a incidência do fator e ainda contam com a paridade. João de Barro - Qual a previdên- cia ideal para os brasileiros? Paim - A melhor previdência para os brasileiros é aquela que garantir direitos iguais para todos os aposentados, sejam do Regime Geral ou do serviço público. A previdência ideal é aquela em que to- dos se aposentem de acordo com os va- lores de suas áreas. Os cálculos atuariais é que irão definir quanto cada um rece- berá, mas serão valores corresponden- tes aos salários e às contribuições. Não podemos admitir que algumas pessoas da cúpula dos três poderes recebam salári- os de até R$ 25 mil e não sofram os pre- juízos da falta de paridade e da aplicação do fator. Precisamos de uma previdência universal, e é o que estamos buscando. João de Barro - A proposta de reajuste dos benefícios pelo mes- mo índice de reajuste do salário mínimo não pode transformar-se em um inibidor de reajuste do mí- nimo, em face dos reflexos na Pre- vidência? Paim - Em hipótese nenhuma, até porque se o PIB cresceu, isso significa que o país tem mais dinheiro, está mais rico. E, se ficou mais rico, não há porque não pensar com mais carinho em nossos idosos. Por isso, defendo que o reajuste dos benefícios de aposentados e pensio- nistas tenham os mesmos reajustes con- cedidos ao salário mínimo. Defendemos essa política porque da forma como está a previdência, daqui a 15 ou 20 anos to- dos aposentados brasileiros estarão re- cebendo apenas o equivalente a um sa- lário mínimo. E, assim, quem vai querer contribuir sobre valores maiores? Se no futuro as pessoas não quiserem contri- buir acima de um mínimo, a previdência irá falir. Ou seja, as mudanças que estamos propondo não vão quebrar a Previdência. O que pode fazer isso é continuarmos da forma como estamos. Temos de lembrar sempre que o enve- lhecimento populacional cresce a cada dia. Essa lógica de não dar o mesmo que é dado ao salário mínimo para os apo- sentados e pensionistas só agrada aos que defendem a previdência privada, ao sis- tema financeiro. Agência Senado No dia 9 de abril, o Senado aprovou os projetos de extinção do Fator Previdenciário (FP) e de correção dos benefícios confor- me o aumento do salário mínimo. Aprovado em 1999, através da Lei n.º 9.876, o FP modificou os critérios de cálculo dos benefícios de prestação continuada, ampliando o período de contribuição. Em função disso, o brasileiro passou a ter que trabalhar mais para se aposentar sem perdas no valor de seus benefícios. De acordo com o Senador Paulo Paim (PT/RS), au- tor do PLS 296/03 que revoga o Fator Previdenciário, o critério penaliza aqueles que começaram a trabalhar cedo. Para entrar em vigor, os dois projetos ainda precisam ser aprovados na Câmara e sancionados pelo presidente Lula. NOVO PLANO: SOLUÇÃO AOS EX-PMPPs Para esclarecer dúvidas sobre o Novo Plano, APCEF e Agea promoveram um encontro com o coordenador da presidên- cia da Funcef, Eugênio Fábio de Resende, no início deste mês. Resende defendeu a adesão ao Novo Plano como solução para os problemas enfrentados pelo gru- po denominado ex-PMPP - Programa de Melhoria de Proventos e Pensões. O pro- cesso de adesão ao Novo Plano encerra em 31 de maio. Entre os problemas enfrentados pelos integrantes do Programa está a ausência de reajustes há mais de 10 anos, o que também causa riscos atuariais e legais para a Fundação. Segundo Resende, a Caixa entendeu que a solução para es- ses problemas seria a adesão desse gru- po ao Novo Plano. A medida irá beneficiar mais de mil apo- sentados e pensionistas que agora fa- zem parte do Novo Plano e recebem um contracheque da Funcef e outro do INSS. No início do encontro, Resende fez um breve histórico das negociações envol- vendo o PMPP, desde a sua criação, em 1977, até as últimas negociações, em março deste ano. Na ocasião, foi reali- zada a assinatura do contrato de integralização de reservas técnicas para cobertura de compromisso com o grupo de assistidos do extinto PMPP. O acor- do viabilizou a adesão dos aposentados e pensionistas do PMPP ao Novo Plano.

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entrevista joão de barro maio 2008 2

Previdência Social para todosEXTINÇÃO DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

João de Barro - O projeto deextinção do Fator Previdenciárioainda precisa ser aprovado na Câ-mara e sancionado pelo presiden-te Lula, quais são as chances delesair vitorioso nessas instâncias?

Senador Paulo Paim - O projeto296/03 que extingue o Fator Pre-videnciário foi aprovado por unanimida-de no Senado. Se houver pressão popu-lar por meio de mensagens eletrônicas,cartas, telegramas, moções de apoio,abaixo-assinados, telefonemas e outros,ele poderá ser aprovado também pelaCâmara dos Deputados e, na mesma li-nha, sancionado pelo presidente Lula.Sem isso, ele poderá ser derrotado naCâmara. Depende da população pediraos deputados e ao presidente Lula queaprovem o projeto e, não apenas ele, mastambém o PLC 42/07 - projeto que garan-te reajustes anuais do salário mínimo até2011 - da forma que foi aprovado no Se-nado: com a emenda de nossa autoria queestende a todos aposentados e pensionis-tas, até 2023, o mesmo percentual de rea-juste dado ao salário mínimo.

João de Barro - O que os já apo-sentados ganham com a aprova-ção do projeto?

Paim - Com a aprovação do fim doFator Previdenciário, o trabalhador dei-xará de perder até 40%, valor que é re-duzido atualmente de seus benefícios nomomento das aposentadorias. Já com aemenda ao PLC 42/07, todos os aposen-tados do Regime Geral, terão seus ven-cimentos reajustados na mesma propor-ção do salário mínimo. As matérias be-neficiam tanto ativos quanto inativos.

João de Barro - Muitas pessoasconsideram a Previdência brasilei-ra deficitária. Por que essa insis-tência?

Paim - Porque essas pessoas consi-deram os recursos que formam a Previ-dência de forma equivocada. Eles aca-bam computando apenas a contribuiçãosobre a folha de pagamentos e esque-cem que nossa Constituição determinaque os recursos da Seguridade sejam des-tinados à Previdência, assim como par-te da tributação sobre os lucros, doPIS/PASEP, do arrecadado via jogoslotéricos entre outros. Se levarmos emconsideração todos esses itens e aCPMF, extinta há pouco, veremos quenão existe déficit.

João de Barro - Alguns críticosdizem que com a aprovação doprojeto corre-se o risco de abrirum rombo nas contas da Previ-dência, o que o senhor pensa

sobre essa teoria?Paim - Discordo totalmente, até por-

que, segundo a ANFIP, no ano passadoo saldo da Seguridade Social foi de R$60,6 bilhões. De mais a mais, graças àdinâmica econômica do governo, tivemoscerca de oito milhões de pessoas con-tratadas com carteira assinada. Ou seja,são mais pessoas contribuindo para aPrevidência. Se as empresas lucrammais, a Previdência também aumentaseus recursos. Não existe a menor pos-sibilidade desse projeto causar rombo nascontas previdenciárias.

João de Barro - A extinção doFator Previdenciário é uma antigaluta do Senador Paim, como o se-nhor se sente vencendo parte des-sa batalha?

Paim - É como dizem, vencemos abatalha, mas a guerra ainda está por servencida. As matérias foram aprovadasno Senado por unanimidade, agora é pre-ciso que todas as baterias se voltem paraa Câmara dos Deputados para que lá agente também vença. Como a vitória foiparcial, devo dizer que estou parcialmentesatisfeito. Só ficarei completamente sa-tisfeito quando aprovarmos os dois pro-jetos na Câmara. É importante ressaltar

que com essas matérias serão benefici-ados cerca de 40 milhões de trabalhado-res do Regime Geral. Também destacoque os mais atingidos pelo fator são aque-les que recebem de um a cinco saláriosmínimos. Como sempre digo, os altossalários não têm a incidência do fator eainda contam com a paridade.

João de Barro - Qual a previdên-cia ideal para os brasileiros?

Paim - A melhor previdência para osbrasileiros é aquela que garantir direitosiguais para todos os aposentados, sejam

do Regime Geral ou do serviço público.A previdência ideal é aquela em que to-dos se aposentem de acordo com os va-lores de suas áreas. Os cálculos atuariaisé que irão definir quanto cada um rece-berá, mas serão valores corresponden-tes aos salários e às contribuições. Nãopodemos admitir que algumas pessoas dacúpula dos três poderes recebam salári-os de até R$ 25 mil e não sofram os pre-juízos da falta de paridade e da aplicaçãodo fator. Precisamos de uma previdênciauniversal, e é o que estamos buscando.

João de Barro - A proposta dereajuste dos benefícios pelo mes-mo índice de reajuste do saláriomínimo não pode transformar-seem um inibidor de reajuste do mí-nimo, em face dos reflexos na Pre-vidência?

Paim - Em hipótese nenhuma, atéporque se o PIB cresceu, isso significaque o país tem mais dinheiro, está maisrico. E, se ficou mais rico, não há porquenão pensar com mais carinho em nossosidosos. Por isso, defendo que o reajustedos benefícios de aposentados e pensio-nistas tenham os mesmos reajustes con-cedidos ao salário mínimo. Defendemosessa política porque da forma como estáa previdência, daqui a 15 ou 20 anos to-dos aposentados brasileiros estarão re-cebendo apenas o equivalente a um sa-lário mínimo. E, assim, quem vai querercontribuir sobre valores maiores? Se nofuturo as pessoas não quiserem contri-buir acima de um mínimo, a previdênciairá falir. Ou seja, as mudanças queestamos propondo não vão quebrar aPrevidência. O que pode fazer isso écontinuarmos da forma como estamos.Temos de lembrar sempre que o enve-lhecimento populacional cresce a cadadia. Essa lógica de não dar o mesmo queé dado ao salário mínimo para os apo-sentados e pensionistas só agrada aos quedefendem a previdência privada, ao sis-tema financeiro.

Agência Senado

No dia 9 de abril, o Senado aprovou os projetos de extinção doFator Previdenciário (FP) e de correção dos benefícios confor-me o aumento do salário mínimo. Aprovado em 1999, atravésda Lei n.º 9.876, o FP modificou os critérios de cálculo dosbenefícios de prestação continuada, ampliando o período decontribuição. Em função disso, o brasileiro passou a ter quetrabalhar mais para se aposentar sem perdas no valor de seusbenefícios. De acordo com o Senador Paulo Paim (PT/RS), au-tor do PLS 296/03 que revoga o Fator Previdenciário, o critériopenaliza aqueles que começaram a trabalhar cedo. Para entrarem vigor, os dois projetos ainda precisam ser aprovados naCâmara e sancionados pelo presidente Lula.

NOVO PLANO: SOLUÇÃO AOS EX-PMPPsPara esclarecer dúvidas sobre o Novo

Plano, APCEF e Agea promoveram umencontro com o coordenador da presidên-cia da Funcef, Eugênio Fábio de Resende,no início deste mês. Resende defendeua adesão ao Novo Plano como soluçãopara os problemas enfrentados pelo gru-po denominado ex-PMPP - Programa deMelhoria de Proventos e Pensões. O pro-cesso de adesão ao Novo Plano encerraem 31 de maio.

Entre os problemas enfrentados pelosintegrantes do Programa está a ausênciade reajustes há mais de 10 anos, o quetambém causa riscos atuariais e legaispara a Fundação. Segundo Resende, aCaixa entendeu que a solução para es-

ses problemas seria a adesão desse gru-po ao Novo Plano.

A medida irá beneficiar mais de mil apo-sentados e pensionistas que agora fa-zem parte do Novo Plano e recebem umcontracheque da Funcef e outro do INSS.

No início do encontro, Resende fez umbreve histórico das negociações envol-vendo o PMPP, desde a sua criação, em1977, até as últimas negociações, emmarço deste ano. Na ocasião, foi reali-zada a assinatura do contrato deintegralização de reservas técnicas paracobertura de compromisso com o grupode assistidos do extinto PMPP. O acor-do viabilizou a adesão dos aposentadose pensionistas do PMPP ao Novo Plano.

joão de barro maio 2008 3antena

SANTIAGO

www.apcefrs.org.brPágina da Associação do Pesso-

al da Caixa Econômica Federal. In-formações e uma série de serviços à dis-posição dos associados.

www.feebrs.org.brPágina da Federaçãodos Bancários do RS.

www.contrafcut.com.brPágina da Confederação Nacional dos

Trabalhadores do Ramo Financeiro.

www.fenae.org.brPágina da Federação Nacionaldos Empregados da Caixa.

Página do Sindicato dos Bancáriosde Porto Alegre.

www.sindbancarios.org.br

www.funcef.com.brPágina da Fundação dosEconomiários Federais.

www.moradiaecidadania.org.brPágina da ONG Moradia e Cidadania dosEmpregados da Caixa.

?? ?R$ 417 milhões

Delegado sindical

Esse é o valor a ser pago por institui-ções bancárias ao INSS. A dívidacorresponde à diferença, corrigida pelainflação e a taxa básica de juros, entreas contribuições previdenciárias recebi-das pelos bancos e o valor repassado aoInstituto em 1991, período de hiperin-flação. Entre os bancos, estão o Bancodo Brasil e Caixa Econômica Federal.

A maioria dos sindicatos de bancáriosdo Rio Grande do Sul está organizando aeleição para delegado sindical na Caixa,para o mandato 2008/2009. O delegadotem a função de representar o Sindicatono local de trabalho.

Durante o mandato, o delegado contacom a estabilidade no emprego. Podemconcorrer e votar todos os empregadosda Caixa. A eleição ocorre no local detrabalho. Confira com seu sindicato oprocesso eleitoral e participe.

Saldamento Grupo Estratégio esclarece dúvidas ....................5Comunicação Fórum de Mídia Livre quer mais democracia.........8Meio Ambiente Entrevista com o professor Flávio Lewgoy ................8Ações judiciais A importância do Seguro Jurídico da APCEF .................9GILIE/PO O trabalho de quem ajuda pessoas na conquista de moradia .......9Festas Comemorações nas Regionais da APCEF ..............................10João de Barro O que foi notícia nas edições passadas .............10Música APCEF prepara o 10º Festival de Música .......................10Emoção História de vida na Oficina de Criação de Romance Histórico .....11Fenae Os projetos da nova diretoria ........................................11

A Comissão de Seguridade Social eFamília aprovou no dia 14 de maio, o pro-jeto de lei que estende o prazo da licen-ça maternidade de quatro para seis me-ses. A proposta será analisada pelas co-missões de Finanças e Tributação e pelade Constituição e Justiça, depois seguepara o Senado. Pelo projeto, a conces-são dos dois meses a mais é opcional,mas as empresas que concederem o be-nefício receberão isenção em alguns im-postos. O projeto foi proposto pela sena-dora Patrícia Saboya (PDT/CE) a pedi-do da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Mais tempo

Você sabia que a Declaração Universaldos Direitos Humanos, da ONU, está com-pletando 60 anos, em 2008?

55 ANOS DA APCEFJANTAR-BAILE14 de junho21h30min

Música ao vivo com Expressão Banda Show

Ilha de massas, saladas e sobremesa, bebida incluídaGinásio da Colônia A (Av. Cel. Marcos, 627)

Funcef: Hora de participar da eleição

Impunidade

Maquiagem verde

Maria da PenhaDia 25 de abril, foi instalado, no Foro

Central de Porto Alegre, o Juizado deViolência Doméstica e Familiar contra aMulher. O órgão visa a garantir agilida-de na aplicação da Lei Maria da Penha.A iniciativa da Corregedoria-Geral daJustiça será expandida para o Interior doestado. Hoje, 5.187 processos tramitamno novo juizado, com média de 47 novoscasos/dia. Em abril, já foram realizadasmais de 600 audiências com mulheresvítimas de violência doméstica.

Mais uma vitória contra a falta de respei-to com o consumidor. O Greenpeace, em par-ceria com outras ONGs e órgãos do gover-no, moveu uma ação contra a Petrobrás.Mesmo mantendo no mercado um diesel al-tamente poluente, anúncios da empresa afir-mavam o seu compromisso com a quali-dade ambiental, o desenvolvimento susten-tável e a responsabilidade social. O Conarsuspendeu os anúncios da petrolífera.

Absurda a decisão do Tribunal do Júride Belém do Pará em absolver um dosfazendeiros acusados de mandar assas-sinar, em 2005, Dorothy Stang, religiosanorte-americana que defendia a popula-ção pobre do Xingu e a preservação dafloresta amazônica.Entre os dias 19 a 26 de maio, os

associados da Funcef irão eleger ummembro efetivo e um suplente paraos Conselhos Deliberativo e Fiscalda Fundação. Podem votar todos osparticipantes ativos (as), aposenta-das (os) e pensionistas com benefí-cio vitalício. Para aposentadas (os),pensionistas e afastados por licençamédica ou férias, a votação será fei-ta através do telefone 0800 7227860ou pela página eletrônica da Fun-dação (www.funcef.com.br), medi-ante senha, que será enviada à resi-dência dos eleitores. Os associadosna ativa votam pelo SisRH da Cai-xa opção 4.1.Duas chapas foram inscritas: a

Chapa 1, a Chapa do Movimento ea Chapa 2, Em Defesa da Funcef. Adiretoria da APCEF apóia a Chapa1, que se pauta pela aprovação dosassuntos de interesse dos emprega-

dos da Caixa nos fóruns de discus-são e no Conecef.O resultado da eleição será divul-

gado no dia 27 de maio e a posse dosconselheiros acontece no dia 2 de junho.Chapa 1 – A Chapa do MovimentoConselho DeliberativoEfetivo: Fabiana Cristina MenegueleMatheus (SP)Suplente: Marco Antônio de OliveiraMoita (RJ)Conselho FiscalEfetivo: Renata Marotta (SP)Suplente: Antoci Neto de Almeida (RS)

Chapa 2 – Em Defesa da FuncefConselho DeliberativoEfetivo: Ana Fátima de Brito (SP)Suplente: Ciro Cormarck Júnior (RJ)Conselho FiscalEfetivo: Mária da Penha LoureiroRangel Neves (DF)Suplente: Rômulo Bulik (RN)

joão de barro maio 2008 4editorial

Esta edição do João de Barro fechou naredação no dia 15 de maio de 2008.

GESTÃO 2006-2009Presidenta: Célia Margit ZinglerVice-presidente: Marcelo Marimon Gonçalves

DIRETORIA EXECUTIVATITULARESAposentados, Saúde e Previdência: Amanda AngélicaGonzales CardosoComunicação: Marcos Leite de Matos TodtCultura: Almeri Espíndola de SouzaEsportes: Sérgio Aveline SqueffPatrimônio: Paulo Ricardo BelottoRelações de Trabalho: Tiago Vasconcellos PedrosoSocial e Lazer: Andrea Lima SpinelliSUPLENTES: Francisco de Assis Kuhn Magalhães,Felisberto Machado de Souza, Gilmar Cabral Aguirre,Jailson Bueno Prodes, Vera Lúcia Reck de Araújo, PauloCésar Ketzer, Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt,Sandro Dias Fernandes.CONSELHO FISCALTITULARES: Presidente: Claudio Morais Soares. Secre-tário Geral: Guaracy Padilha Gonçalves. Geraldo OtoniXavier Brochado.SUPLENTES: Celso Danieli, Marisa Zancan Godoy, SandraMaria FariaCONSELHO DELIBERATIVOPresidente: Ricardo Luiz Müller; Secretário Geral: PauloDaisson Gregório Casa Nova.Regional Porto Alegre TITULARES: Carlos Alberto Träsel,Cláudio Stern da Cunha Filho, Devanir Camargo da Silva,Maria Regina Pereira Figueiró, Maristela da Rocha, PauloDaisson Gregório Casa Nova. SUPLENTES: Jorge Peixotode Mattos, Juarez Machado de Oliveira, Marcela Nunes deAguiar, Renato de Castro Becker, Volmar Fernando AlvesDal Santo. Alto Uruguai: Ricardo Luiz Müller, Vanda MariaBianzin Grzeidak. Centro: Marcelo Husek Carrion, AthosRonaldo Miralha da Cunha. Fronteira Oeste: Jefferson Arau-jo da Silva, Flávio Dornelles Paré. Fronteira Sul: VilmarVallenoto da Silva, Vagner Kobe Braga. Litoral Norte: NeiGlades de Francisco, Carmem Rejane Ramos. Litoral Sul:Jonas Aguiar, Marco Antônio Botelho Gomes. Missões: Mo-acir Scheuer Deves, Marcos Maicá. Passo Fundo: PauloCésar Kunzler, Régis Moreno Nogueira Santos. Serra: Mar-cos Mazzutti de Castro, Marcos Alexandre Streck. Sul: Cristinade Souza Gularte, Luiz Antonio Reck de Araújo. Vale doParanhana: João Alberto Holsbach, Dirceu D’Ávila Sampaio.Vale do Rio Pardo: Gilberto Castoldi, Adroaldo SchmidtCarlos. Vale do Taquari: Rafael Reckziegel, Luiz AntônioSieben. Vale dos Sinos: Nestor Francisco Imhoff.COORDENADORES DAS REGIONAISAltivo Goularte Rodrigues (Centro); Ricardo Luiz Sulzbach(Vale do Taquari); Carmem Rejane Ramos (Litoral Norte);Cláudio Batista Rodrigues Osório (Fronteira Oeste), JoãoBruno Schmitz (Vale do Paranhana); Paulo Cesar Reis Pe-reira (Missões); Evandro de Moura Hahn (Passo Fundo);Luiz Roberto Portantiolo (Sul); Jonas Aguiar (Litoral Sul); CleoFernandes Rodrigues (Fronteira Sul); Nilson Roque Urban(Vale do Rio dos Sinos); Deise Fátima Pauletti (Alto Uru-guai); João Aristeu Moraes de Oliveira (Vale do Rio Pardo);Vladimir Tadeu Bettiol (Serra).

joão de barroJornal da Associação do Pessoal da CaixaEconômica Federal do Rio Grande do SulCONSELHO EDITORIAL: Almeri Souza, Amanda Car-doso, Andrea Spinelli, Célia Zingler, Marcelo Marimon, Mar-cos Todt, Tiago Vasconcellos.PRODUÇÃO (Projeto Gráfico, reportagem, edição, foto-grafia, diagramação e composição):

Rua José do Patrocínio, 721/201, Porto Alegre, RS, CEP90050-003. Fone 51 3221 2829 Fax 51 3211 0773.E-mail: [email protected]ção e reportagem: Jair Giacomini (RJP 7844), JosianePicada (RPJ 6486) e Carla Rossa (RJP 7866).Ilustrações: Elias Monteiro Charge: Santiago

Fotolito e Impressão: Gazeta do SulTiragem: 8500 exemplares Periodicidade: mensalDistribuição gratuita para associados da APCEF

Os artigos assinados publicados no João de Barro não refletemnecessariamente o pensamento da diretoria da APCEF.

Avenida Coronel Marcos, 851,Bairro IpanemaPorto Alegre - RS -CEP: 91.760-000Fone: 51 3268.1611Fax: 51 3268.2700E-mail: [email protected]

ASSESSORIAJURÍDICA

A APCEF oferece aos seus associados asses-soria jurídica em diferentes áreas, através de doisescritórios de advocacia. Além disso, os associa-dos podem marcar horário nos plantões semanais.Para atendimento, é necessário agendar horárionos telefones indicados abaixo.

Escritório de Direito Social (Seguro Jurídico)Defesa Previdenciária, Administrativae Tributária.51 3215 [email protected]ão: quintas-feiras, das 14h às 17h40minAV. Borges de Medeiros, número 612, conj. 21

Advocacia Fagundes, Meyer, SchneiderAções Trabalhistas,Tíquetes e Cesta-Alimentaçãoaposentados e ativos51 3595 477551 3268-1611 (para agendar horário)Plantão: Quintas-feiras, na APCEFdas 16h às 18h, [email protected]

AGENDA APCEF

AMÉRICA CAFÉ NO INTERIORO grande sucesso do grupo de teatro da APCEF, Caixa de Pandora, estápronto para percorrer os palcos do interior do estado. Leve o musical para

a sua cidade e prestigie o talento de seus colegas atores. Entre emcontato com o setor de eventos da APCEF, fone 51 3268 1611.

O Placar idealNestes últimos dois meses, a proposta de carrei-

ra para um banco público ideal, elaborada pelosintegrantes do GT PCS foi dividida com os demaiscolegas de Caixa. Os componentes do GT se reuni-ram, em uma série de encontros e viagens, com cen-tenas de trabalhadores da empresa para apresen-tar a proposta e ouvir opiniões. Percorreram as uni-dades da capital e do interior do estado para fazerdo Plano de Carreira um projeto conhecido, demo-craticamente debatido e aprovado pela grandemaioria.

Participação é a forma de coletivizar o sonhoda Caixa que se quer, cada vez mais identificadacom a sua missão de banco público, propulsor dodesenvolvimento econômico e social do país.

O Plano de Carreira, abreviado na sigla Placar,sugere um trocadilho, um jogo de palavras que nosremete a muitos significados, entre eles à idéia deconquista, vitória, triunfo. Pois é assim que o pes-soal do GT se sente, vitorioso por construir umaproposta que busca contemplar os desejos e sonhosda grande maioria. O Placar pretende triunfar nãoapenas na defesa dos direitos dos empregados daCaixa, mas também quanto às expectativas da soci-edade. O Plano busca oferecer aos bancários con-dições dignas de trabalho e remuneração, objetivaestabelecer regras para o crescimento dos colegas

dentro da empresa, extinguir a terceirização, e qua-lificar o atendimento aos clientes.

A primeira etapa foi vencida. Agora é divulgar aproposta também nos outros estados e encaminhar oprojeto às instâncias deliberativas dos empregadosda Caixa.

FFFFFAAAAATOR PREVIDENCIÁRIOTOR PREVIDENCIÁRIOTOR PREVIDENCIÁRIOTOR PREVIDENCIÁRIOTOR PREVIDENCIÁRIO - A extinçãodo Fator Previdenciário (FP) é outra luta coletivaque pode se tornar realidade. O João de Barro en-trevistou o senador Paulo Paim, autor do PL 296/03 que propõe a extinção da lei que penalizou mi-lhares de brasileiros, principalmente aqueles quecomeçaram a trabalhar cedo, em sua grande maio-ria trabalhadores de menores rendimentos. Para quemais essa batalha seja vencida, é necessário pres-são popular. A sociedade deve se empenhar paraque o FP, triste legado do governo FernandoHenrique Cardoso, seja derrubado. E como diz osenador Paim, a batalha está vencida, mas a guer-ra não. O projeto foi aprovado por unanimidadeno Senado, mas agora precisa ser aprovado naCâmara dos Deputados e sancionado pelo presi-dente Lula. Todos podem participar dessa luta,pressionando através de abaixo-assinados, cartas ee-mails os deputados em Brasília, e participando dasatividades promovidas pelos sindicatos e associações.

Terças-feiras, 20 horas,no Galpão Crioulo da APCEFEncontro do Núcleo de Cultura Gaúcha

Maio24 - Seletiva para os Jogos da Fenae 2008. NaColônia B da APCEF (Av. Coronel Marcos, 851), emPorto Alegre, às 9h. Modalidades individuais: tênis decampo masculino (simples e duplas), xadrez, damas ecanastra.31- Treinos para os Jogos da Fenae, modalidadescoletivas: voleibol masculino (ginásio da Colônia A - Av.Coronel Marcos, 627), das 9h às 11h; voleibol feminino(ginásio da Colônia A), das 11h às 13h; futebol soçaite(campo Colônia B - Av. Cel. Marcos, 851), das 10h às12h; futsal (ginásio da Colônia A), das 14h às 16h ebasquete (ginásio da Adesban (Rua Dr. Mário Tota, 108- Tristeza), das 13h às 15h.31- Seletiva para os Jogos da Fenae 2008. Modalida-de: Tênis de quadra feminino (Colônia B da APCEF)

Junho11 - Reunião de aposentados/as e pensionistas14 - Festa de aniversário da APCEF, 21h30min,Ginásio da Colônia A.

joão de barro maio 2008 5em pauta

Desmistificando o SaldamentoFUNCEF

O REG/Replan Saldado tem sido alvode inúmeros questionamentos, de-

correntes do desconhecimento sobre otema. Para esclarecer alguns deles, oGT Estratégico APCEF elaborou algu-mas questões.

O Saldamento reduziu os di-reitos dos participantes?

Ao contrário, o Saldamento mante-ve todos os direitos e deveres previstosno REG/Replan, alterando, apenas, o cri-tério de reajuste do benefício para INPC(fim da paridade e desvinculação do be-nefício do INSS). Além disso, introduziunovos direitos, tais como participação narentabilidade da Fundação, através doFundo para Revisão de Benefícios, quejá distribuiu 13,26% de reajuste nos be-nefícios saldados (além do INPC e doincentivo de 10,79%), e o Fundo de Acu-mulação de Benefício, que estabeleceque a(o) associada (o) ao atingir a idadepara o benefício (48 anos para a mulhere para o homem 53 anos) e não o re-querer, passará a ter o direito mensal-mente do valor do benefício, que será de-positado num fundo, e corrigido mensal-mente pela variação do INPC e, no mo-mento da aposentadoria/concessão dobenefício, o valor do fundo determinaráum valor mensal que será acrescido aoBenefício Saldado.

O Saldamento utilizou recursosdo REG/Replan, prejudicando osparticipantes que não optaram?

Não, o Saldamento utilizou apenas osrecursos dos optantes. Importante sali-entar que não houve migração de re-cursos, apenas segregação contábil. OSaldamento utilizou os recursos (reser-vas) dos participantes que optaram, semconsiderar sequer um níquel dos direitosdos participantes não optantes. O pro-cesso que culminou na aprovação doSaldamento foi precedido do pagamentoda dívida pela Caixa, atualização das pre-missas defasadas do REG/Replan (tábuade mortalidade da AT 49 para a AT 83agravada de 2 anos) e de alteração dasregras que diferenciavam participantes (fimdo limite etário para todos os planos), oque proporcionou um aumento na renta-bilidade, inclusive do REG/Replan nãosaldado, gerando maior superávit e au-mentando as garantias do plano.

A isenção da contribuição noREG/Replan Saldado des-capita-liza o REG/Replan não saldado?

Não. A isenção da contribuição noSaldamento não resulta na descapita-lização do plano. O saldamento do REG/Replan corresponde à quitação do bene-

fício no momento da adesão. Portanto, aisenção da contribuição decorre do fatode que não ocorrerá mais acumulaçãode reservas para o participante, pois seubenefício não mais se alterará por razõesexternas à Funcef (política salarial daCaixa e política previdenciária do gover-no), mas por critérios vinculados à Funcef(INPC e rentabilidade da Fundação). Oativo será vinculado ao Novo Plano a par-tir da adesão, suspendendo suas contri-buições ao REG/Replan. O assistido re-ceberá o benefício sem ter mais a con-tribuição, porque já tem suas reservas to-talmente integralizadas.

O Saldamento congela asperdas do período FHC?

Não. O Saldamento não significa con-gelamento das perdas. Ao contrário, osaldamento significa a única possibilida-de para o participante e assistido daFuncef recuperarem o poder aquisitivodos seus benefícios afetados pela nefas-ta política de arrocho salarial impostapelo governo FHC. Essa recuperação éproporcionada pelo Fundo para Revisãode Benefícios, constituído por 50% do re-sultado anual da Funcef (consideradoapenas os recursos dos participantes/as-sistidos do saldado). É um instrumentoimportante para os associados recupe-rarem suas perdas, através de aumentos

reais, a exemplo do que já ocorreu des-de setembro de 2006, com aumento realde 13,26% (4% + 3,54% + 5,16%).

O Saldamento reduziu as ga-rantias dos participantes?

Não. A afirmação de que não existegarantia no Saldamento decorre dedesinformação, porque tanto o REG/Replan como o REG/Replan Saldado têmas mesmas responsabilidades da Patro-cinadora (Caixa) no equilíbrio dos pla-nos: solidariedade com o participante emcaso de déficit. Ou seja, não existe dife-rença entre o REG/Replan e o Saldado,no tocante à responsabilidade da Caixaem caso de um eventual déficit.

Por que a Funcef não utilizao superávit do REG para melho-rar os benefícios de todos osparticipantes?

Porque as regras não permitem. Comrelação à utilização do superávit, a legis-lação impõe regras próprias e destinaçãoespecífica. No REG/Replan o superávit éutilizado para a redução da contribuição dapatrocinadora/participantes, na mesma pro-porção da contribuição entre as partes.

No Saldamento, o risco passaa ser somente do participante?

Não. Tanto para o aposentado como

para o ativo, a parte saldada mantém asmesmas responsabilidades da Caixa.

Os riscos são diferentes: no REG/Replan não saldado o risco está na polí-tica salarial da Caixa e na políticaprevidenciária do governo. No REG/Replan Saldado está somente na políticaprevidenciária do governo - parcelaINSS, pois, para a parcela Funcef, estágarantido o reajuste da inflação (INPC)e há a participação na rentabilidade daFuncef, o que poderá proporcionar rea-justes reais. Além disso, o benefício sal-dado corresponderá ao direito acumula-do até a data do Saldamento, mantendoa premissa de crescimento salarial de1,5% ao ano até os 53 anos de idade,para os homens, e 48, para as mulheres.

Qual o risco no Novo Plano?No Novo Plano, o risco, durante o pe-

ríodo de contribuição é somente do par-ticipante, pois a responsabilidade da Cai-xa se caracteriza apenas na ocorrênciade déficit e, no Novo Plano, não há défi-cit nesse período porque não há valorpreestabecido de benefício. Porém, foiaumentada a contribuição da patrocina-dora para 12% sobre o total da folha depagamento, incluindo os valores deCTVA, o qual passa a integrar o saláriode participação para fins previdenciários(inexistente no REB e no REG/Replan).No REB a contribuição máxima da Cai-xa era de 7% e no REG/Replan estavaem 8%. Na fase de pagamento do bene-fício, o Novo Plano mantém o caráter deBenefício Definido para os Assistidos,aposentados e pensionistas, mantendo asmesmas características presentes noREG/Replan de solidariedade e mu-tualismo entre participantes e responsa-bilidade da patrocinadora.

Os novos empregados devemassociar-se à Funcef?

Com certeza, sim. Os companheiros,que desestimulam os novos empregadosa associar-se à Fundação, estão totalmen-te equivocados, quando dizem que estãoinstruindo (na verdade prejudicando) osnovos empregados da Caixa a não ade-rirem ao Novo Plano por causa do risco.

Primeiro, porque estão fazendo comque o empregado deixe mensalmente dereceber da Caixa uma contribuição cor-respondente ao valor da sua contribui-ção (outro FGTS), cujo saldo, em casode rescisão de contrato com a Caixa, po-derá ser resgatado em 100%. Além dis-so, o Novo Plano é a única solução paraa contribuição sobre o CTVA, pois, noNovo Plano, passa a ter contribuiçãosobre essa parcela, de forma paritária deaté 12%, limitado ao teto do plano.

GT estratégico da APCEF esclarece algumas dúvidas de associados em relação ao Saldamento e o Novo Plano da Funcef.

joão de barro maio 2008 6em pauta

O que diz o PlacarO João de Barro apresenta o resumo das propostas do Plano de Carreira elaborado pelo GT gaúcho.

CARTILHA

O Plano de Carreira(Placar) é o resulta-do de estudo elabora-

do pelo GT do Rio Grande doSul, com base nos mais atuaisconhecimentos acadêmicos so-bre gestão de pessoas. Nasceuda necessidade de se construirum Plano de Carreira que per-mita à Caixa consolidar seu pa-pel de indutor do desenvolvimen-to econômico e social e que valo-rize e qualifique os empregadosque viabilizam o cumprimento des-sa missão. A seguir, o resumo dosprincipais pontos do Plano.

OBJETIVOSEstratégico: aprimorar o

perfil de banco público servindoà sociedade, principalmente asua parcela mais necessitada.

Tático:construir um planode carreira que seja adequadoao objetivo estratégico, consoli-dando na sociedade o papel defomento da Caixa.

Para ter um desempenho àaltura das necessidades que asdiretrizes da Caixa impõem, épreciso uma perspectiva de pro-gressão funcional que valorize otempo de serviço, a experiência,a formação e o desempenho.Porém, com o Plano de Cargos eSalários (PCS) que temos hoje,isso não acontece. Por isso nas-ceu o Placar, uma nova propostade Plano de Carreira construídapelos trabalhadores, em que to-dos saem ganhando: Sociedade,Caixa e empregados.

Desatualização doPCS criado em 1998: oPlano de Cargos e Salários vi-gente não condiz com a atualmissão da Caixa. Naquela épo-ca, o banco estava sendo redire-cionado para funcionar aos mol-des de uma empresa privada,com foco nos lucros. As carrei-ras foram transformadas em"ascensão via cargos em comis-são", e a competitividade inter-na virou um triste "motivador"dos empregados. Os resultadosforam a desconstrução de seto-res históricos (Habitação) e es-tratégicos (Informática e RH)da Caixa, além da desvaloriza-ção dos bancários e a piora noatendimento ao público. O PCS98 somente estimulou a luta de-sesperada por cargos em comis-

são, única maneira de crescimen-to. Hoje, vivemos um novo perío-do, onde a Caixa privilegia suafunção de agente de fomento dodesenvolvimento urbano e de pro-gramas e serviços de caráter so-cial, sem deixar de intermediarrecursos e negócios financeiros.Porém, o PCS continua sob a óti-ca de Banco Privado.

PLACAROs principais objetivos do

Placar são: adequar a gestão depessoal como atividade estraté-gica para o desenvolvimento daCaixa; garantir a isonomia en-tre todos os trabalhadores; ga-rantir a promoção por mereci-mento como um direito, indepen-dentemente de disponibilidadeorçamentária; introduzir o pla-nejamento participativo, visandodemocratizar a definição dasmetas da unidade, corrigir as ne-cessidade de pessoal, de ca-pacitação e de melhoria das con-dições de trabalho; valorizar o pisosalarial dos trabalhadores da Cai-xa; ter critérios objetivos de no-meação e exoneração para fun-ções técnicas e ter um plano decarreira democrático e com aparticipação dos trabalhadores.

CARREIRAA proposta prevê que todas

as atividades realizadas dentrode um banco são atividades ban-cárias, portanto a carreira deve

ser única, abrangendo três níveisde hierarquia: serviços gerais,administrativa e profissional, se-gundo critérios de educação for-mal. Integrariam a carreira osextintos cargos de serviços ge-rais, os cargos de escriturário,técnico bancário, técnico bancá-rio superior e os cargos profissio-nais. Para avançar na carreira, oPlano considera: tempo de servi-ço (de dois em dois anos), pois énecessário valorizar a experiên-cia acumulada; promoção pormerecimento (de dois em doisanos), através da avaliaçãoparticipativa inserida no planeja-mento participativo da unidade, epromoção por capacitação (semperiodicidade fixa, mas com umlimite máximo de níveis).

A avaliação participativa serárealizada semestralmente, me-diante instrumentos a seremaplicados à chefia, à equipe detrabalho, (incluindo aos usuári-os/clientes e uma auto-avalia-ção; os critérios para comporos instrumentos de avaliaçãodevem levar em conta os meiose as condições de trabalho dis-poníveis e o contexto sócio-eco-nômico da unidade, bem comoverificar o cumprimento ou nãodas metas estabelecidas no pla-nejamento participativo e o por-quê. O sistema de capacitaçãodeve ser organizado, público etransparente, visando, além degarantir o próprio desenvolvi-

mento da instituição, permitir queos trabalhadores tenham oportu-nidades iguais de ascensão nacarreira.

CARGOS TÉCNICOSÉ necessário estabelecer cri-

térios objetivos para nomeaçãoe exoneração de cargos técni-cos. Para nomeação: provas ouprovas e títulos, conforme o car-go em questão e de acordo comos pré-requisitos estabelecidospara cada processo seletivo. Naprova de títulos, podem ser con-siderados cursos do ensino for-mal, profissionalizante (incluin-do Universidade Caixa), parti-cipação em congressos, semi-nários e grupos de trabalho emáreas afins de atuação, etc. Paraexoneração: três resultados ne-gativos em quatro avaliaçõessemestrais de desempenho ouinfringência grave nos deveresde seu cargo comissionado,sempre com recurso à instân-cia superior de RH. Outra pro-posta, apresentada no EncontroEstadual de Delegados Sindi-cais, prevê exoneração median-te avaliação técnica.

CRESCIMENTONA CARREIRA

O Plano de Carreira cons-truído pelos trabalhadores apre-senta 36 referências, com pro-posta alternativa de 31 referên-cias, apresentada no Encontrode Delegados Sindicais. Ouseja, com a implantação do Pla-car, a cada ano haveria uma pro-moção: alternadamente, portempo de serviço e por mereci-mento. Assim, ao cabo do tem-po de serviço é possível aposen-tar-se no topo da carreira.

Interstício: O GT defen-de que o percentual entre cadareferência seja fixo.

Planejamento parti-cipativo: Quem faz, planeja.

O Placar torna objetivos os cri-térios de avaliação de desempe-nho da unidade e do empregado.Defendemos que cada unidadeelabore seu planejamento, emconsonância com o Planejamen-to Estratégico da Caixa, com aparticipação de todos os trabalha-dores, passando por uma avalia-ção a cada seis meses.

Avaliação semestral

de desempenho: Juntocom o Planejamento Partici-pativo será realizada a avaliaçãode desempenho de cada empre-gado. Ela constará de quatro ins-trumentos avaliativos: da equipede trabalho, da chefia, do usuárioe do próprio empregado (auto-avaliação). Utilizando os critéri-os definidos no planejamentoparticipativo, o processo será con-cluído ao final de quatro semes-tres e servirá como critério parapromoção por merecimento.

Fim das terceiriza-ções: todos os empregados de-vem ser caracterizados comobancários. Em respeito ao traba-lhador e à qualidade dos serviços,copeiras, motoristas, vigilantes,entre outros, passariam a integraro quadro permanente de Servi-ços Gerais.

Cargos técnicos Xcargos de confiança:queremos que haja uma separa-ção clara entre os cargos de na-tureza técnica e os de confiança.Continuariam como cargos deconfiança aqueles que têm, den-tre suas atribuições definir dire-trizes, porque acreditamos não serbenéfico para a empresa quequem os ocupe tenha concepçãoestratégica antagônica à da dire-ção ou do governo. Já os cargos,cujas atribuições seja imple-mentar diretrizes previamentedefinidas, devem ser considera-dos de natureza técnica.

TABELASA Caixa não se propôs a de-

bater Plano de Carreira, nemPCS. Propôs somente a unifi-cação de Tabelas a partir do PCS98, sem resolver o problema dafalta de isonomia, do CTVA, dodesrespeito à jornada de trabalho,da ausência de segurança e trans-parência para a carreira técnica,da supervalorização da funçãoem relação ao salário base. Nos-sa proposta para negociação daUnificação de Tabelas: enqua-dramento por tempo de serviçopara garantir igualdade de trata-mento e possibilitar ganhos ime-diatos; número de referências quegarantam a chegada ao topo dacarreira; progressão por mereci-mento como um direito e aumen-to do piso, tendo como referênciao piso estabelecido pelo Dieese.

joão de barro maio 2008 7em pauta

Desde abril, cerca de20 municípios gaú-chos já receberam a

visita do GT PCS. O grupo temse dividido e se revezado paracontatar o maior número possí-vel de colegas, nas unidades dacapital e do interior do estado.A idéia é divulgar as propostasdo plano de carreira idealizadopelos empregados da Caixa.

Popularizar o plano, incenti-var o debate e enriquecer o con-teúdo da cartilha são os objetivosdos encontros. Nas reuniões, é fei-ta a apresentação do trabalho, eem seguida, é aberta a discussãocom espaço para esclarecimen-tos e coleta de sugestões apre-sentadas pelos colegas.

Para o GT , a proposta finaldeve contemplar a totalidade dacategoria. A cartilha é o resul-tado de seis meses de reuniõessemanais entre os integrantes doGT, formado por representantesda APCEF/RS, Feeb/RS, Sind-Bancários e Fórum de Delega-dos Sindicais.

PARTICIPAÇÃOCom os encontros, o grupo

PLANO DE CARREIRA

GT visita colegas da CaixaIntegrantes do Grupo de Trabalho debatem a cartilha nas unidades da empresa.

quer popularizar o tema Planode Carreira no estado, possibi-litar espaços de discussão no âm-bito das agências e tornar o pro-cesso mais aberto e participativo.Além das unidades da capital, oGT já esteve em Alegrete, BentoGonçalves, Canoas, Caxias do Sul,Cruz Alta, Erechim, Esteio, Ijuí,Lajeado, Rio Grande, Santa Cruzdo Sul, Santana do Livramento,Santa Rosa, Santo Ângelo, SãoLeopoldo, Taquara, Uruguaiana eGravataí.

A adesão dos colegas temsido positiva. Em Cruz Alta, porexemplo, os bancários organiza-

ram um café da manhã para tor-nar o encontro mais atrativo. Se-gundo Angelino Rogério, dele-gado sindical dessa cidade, asreuniões serviram para trazer adiscussão do plano de carreiraao âmbito das agências, tornan-do o processo mais aberto. Si-nal disso, foi a participação qua-se maciça de empregados emtodas as agências onde ocorre-ram os debates. Em Taquara, osindicato do Vale do Paranhanaprovidenciou um galeto paraencerrar a apresentação do GT.

Para os integrantes do GT,os encontros atingem o objetivo

Sem definiçõesA última rodada de nego-

ciação permanente entreContraf-Cut e Caixa, no dia 30de abril, não teve grandes avanços.O tema central voltou a ser a unifi-cação das tabelas do Plano de Car-gos e Salários (PCS). A única novi-dade foi a proposta da Caixa de in-clusão dos Técnicos Bancários Su-periores na nova tabela. Esses tra-balhadores desistiriam de sua con-dição de TBS e passariam a serTécnicos Bancários regulares, sendoenquadrados numa referência com-patível com seu nível salarial. As-sim, teriam a possibilidade de secandidatar a cargos em comissão.

PROMOÇÃOA Caixa manterá como crité-

rio para ascensão na carreira, apromoção por merecimento eantigüidade. No entanto, quer vin-cular a promoção por mereci-mento a metas por desempenho,em um processo que, se a unida-de não atinge determinada meta,

NEGOCIAÇÃO

todos os trabalhadores estariamexcluídos da promoção.

Na avaliação dos represen-tantes dos empregados, esse mo-delo visa ao fortalecimento dosmecanismos de pressão sobre osempregados no atingimento dasmetas. Permite, ainda, o estímuloa um ambiente de competitividadeentre as unidades da empresa.

Após a crítica dos representan-

tes dos empregados, a Caixa acei-tou rediscutir o assunto, mas aindaconsidera que o desempenho daunidade deve ter peso na avaliação.

RESUMOA proposta da Caixa para a

criação da tabela unificada doPCS resume-se no seguinte:

Níveis - 72 referênciasPiso - R$ 1.244 (ref. 101 do

PCS 98)Teto - aproximadamente R$

3.700 (ref 95 do PCS 89 + VPsalário padrão (1/3 SP) + VP/GIPTS)

Interstício - 1,5470547% (pa-gamento de R$ 30 para quemmigrar para a nova tabela, desdeque recebesse menos de R$ 1500em setembro de 2004)

Ascensão na tabela - pormeio de promoção por mereci-mento e antigüidade

Ações Judiciais - A Caixacontinua irredutível em relação àobrigatoriedade de desistência deações e direitos colidentes. Tam-bém em relação a obrigatoriedadede migração para o Novo Planoda Funcef, ou seja, não seria dadaa possibilidade de migração paraa nova tabela ao empregado queesteja vinculado ao REG/Replan.

O movimento dos emprega-dos se posiciona contrário a talexigência, alegando seu caráterinconstitucional.

de tornar o Plano de Carreira as-sunto de discussão na categoria.

NACIONALO GT sugeriu a entidades

nacionais como a Fenae e aContraf/CUT a estimularemsuas filiadas a constituírem gru-pos semelhantes em suas cida-des e estados. Para o GT, ape-nas uma forte mobilização podegarantir a implantação de umPlano de Carreira que atendaaos anseios dos empregados.

Organizada pela Confede-ração Nacional dos Trabalhado-res do Ramo Financeiro (Con-traf/CUT), uma plenária nacionalcom esse objetivo será realizadaem 16 de maio. Na ocasião, o GTgaúcho vai apresentar a sua pro-posta de Plano de Carreira comoalternativa para a construção deum projeto nacional. O trabalhoserá encaminhado aos congres-sos estaduais e Conecef paraapreciação. Posteriormente seránegociado com a Caixa.

Reunião em Taquara.

Reunião em Ijuí.

Tiago VasconcellosArquivo APCEF

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Sem democracia nãohá comunicação

joão de barro maio 2008 8em pauta

Acomunicação brasileiranão reflete os avançosda sociedade em outras

áreas, o que impede a democra-cia e a justiça social no país. Essaé a avaliação do Fórum Mídia Li-vre, um movimento que envolvejornalistas, estudantes, professo-res e pessoas atuantes na áreada comunicação. Nos dias 14 e

advogado e diretor do boletimimpresso Carta Maior (www.cartamaior.com.br). Nesta entre-vista, ele fala sobre a importân-cia de se democratizar a comuni-cação no Brasil.

João de Barro - Comosurgiu a idéia do Fórum?

Joaquim Palhares - A idéianasceu a partir de uma reuniãorealizada no dia 8 de março desteano, em São Paulo, que teve aparticipação de 42 jornalistas, pro-fessores ou simplesmente pesso-as atuantes na área da comuni-cação, todos ligados, de diferen-tes formas ao campo da chama-da "imprensa ou mídia alternati-vas". O centro do debate foi anecessidade de ampliar a lutacontra a hegemonia conservado-

ra na construção e disseminaçãoda informação. Após essa reu-nião, foram realizados uma sériede encontros em outras capitaisdo país. Ficamos impressionadoscom a grande procura por esse tipode debate. Ele está represado hámuito tempo. As pessoas sentemque há muita coisa errada na co-municação, muita manipulação ementira, mas não sabem direito oque fazer. Decidimos então, promo-ver um encontro nacional para reu-nir todas essas pessoas interessa-das em discutir seriamente a agen-da da democratização da comuni-cação no país.

João de Barro - Qual asua avaliação sobre a comu-nicação no Brasil?

Palhares - Um dos problemascentrais que devemos enfrentar é aconcentração dos meios de comu-nicação no Brasil nas mãos de umaspoucas famílias. É impossível falara sério sobre a democratização doEstado brasileiro sem falar no pro-blema da concentração da mídia.Essa concentração fere um dos di-reitos básicos reconhecidos na nos-sa Constituição: o direito à informa-ção. Fere porque a concentraçãodos meios de comunicação nasmãos de umas poucas empresaspriva a sociedade da possibilidadede pluralidade de informações eporque transforma a própria infor-mação em uma mercadoria.

Sozinha, a Rede Globo detémmais da metade do mercadotelevisivo brasileiro. Além do imen-so poderio da Globo, outros seisgrandes grupos regionais se desta-cam. A família Sirotsky comanda aRede Brasil Sul de Comunicações,controlando o mercado midiático noRio Grande do Sul e em SantaCatarina. A família Jereissati estápresente no Ceará e em Alagoas.A família Daou tem grande influ-ência no Acre, Amapá, Rondôniae Roraima. A mídia da Bahia per-tence à família Magalhães. Sãoesses grupos que definem hoje oque é produzido e divulgado nosmeios de comunicação.

João de Barro - É possí-vel chegarmos a uma demo-cratização na comunica-ção? Quais os passos?

Palhares - Creio que não hánenhuma fórmula pronta ou re-ceita mágica para isso. Trata-sede um processo de longo prazo.Há um tema mais abrangente aí,relacionado à necessidade de de-mocratização do Estado brasilei-ro e à idéia de regulação. Falarem necessidade aqui significareconhecer que há um proble-ma crônico no Brasil (e no mun-do de um modo geral) que vemse agravando nos últimos anos:a crescente apropriação do pú-blico pelo privado.

Trata-se de um fenômenoenraizado na estrutura de poderda sociedade brasileira, da qual,obviamente, a mídia faz parte.Neste contexto, falar em re-gulação significa falar, entre ou-tras coisas, em descon-centraçãode poder, em democratização dosespaços públicos. Enquanto a di-mensão econômica dos grandesgrupos empresariais que coman-dam hoje a comunicação no mun-do não for seriamente questiona-da, inclusive do ponto de vista ju-rídico, o debate sobre a democra-tização do Estado e da vida políti-ca, dificilmente avançará.

João de Barro - Em maiode 2007, o governo flexibi-lizou as regras do primeiroZAS, causando a demissãoda secretária estadual doMeio Ambiente e do presi-dente da Fundação Estadu-al de Proteção Ambiental(Fepam), fale um pouco des-se episódio?

Lewgoy - Assumiram a Se-cretaria do Meio Ambiente (e apresidência do Conselho Estadu-al do Meio Ambiente - Consema),o promotor Carlos OtavianoBrenner de Moraes e a presidên-

cia da Fepam, Ana Pellini (doisilustres desconhecidos na áreaambiental) com a missão explíci-ta de empurrar goela abaixo dostécnicos da Fepam e do Consemaum ZAS que fosse da conveni-ência das empresas. Foi elabora-do em um ano um segundo ZAS,com grandes concessões (2007)que também foi rejeitado, comoo primeiro, até que, em lances queforam publicados na mídia alter-nativa, foi imposto à força um ter-ceiro, que provocou um pedido devistas da "bancada" ambientalista,que foi rejeitado usando um arti-

fício legal por Brenner de Moraes,assim como uma liminar concedi-da por uma juiza, mediante pressãopessoal do presidente do Consemajunto ao desembargador presidentedo Tribunal de Justiça/RS, que noseu despacho afirmou que o RS"não podia perder R$100 milhões emilhares de empregos" se a delon-ga na concessão de licenças para oplantio das monoculturas prosse-guisse, visto que, supostamente, aspapeleiras ameaçavam retirar osseus investimentos se o que deseja-vam não fosse concedido.

João de Barro - Quais asconseqüências dessa ex-pansão de lavouras deeucalipto?

Lewgoy - Afirmam cientis-tas e técnicos conceituados, daprópria SMA e de universidadesregionais, que os impactosambientais e socio-econômicosdo plantio de monoculturas flores-tais em regiões não adequadas,

dada a sua grande biodiversidadeanimal e vegetal, vulnerabilidadea grandes maciços vegetais quevampirizam as reservas hídricase causam o empobrecimento dossolos, serão graves.

João de Barro - Qual arelação entre a flexibili-zação das regras do zonea-mento com a nova fábricada Aracruz em Guaíba?

Lewgoy - O problema daAracruz, na verdade, era a apro-vação do EIA-RIMA da sua ex-pansão, que os especialistas daFepam, na forma apresentada, re-jeitavam. A dirigente do órgão, AnaPellini, pressionou pela aprovação.

João de Barro - Quais asvantagens e as desvanta-gens para o RS nesse tipode negócio?

Lewgoy - O número de em-pregos gerados é bem menor doque apregoam as empresas, se-

15 de junho deste ano, será reali-zado o I Fórum Mídia Livre, noRio de Janeiro. A proposta doFórum é discutir o avanço domovimento de comunicação damídia livre em todo o país, comouma maneira de enfrentar osgrandes monopólios de comuni-cação do Brasil.

Joaquim Palhares é membrodo Comitê Executivo Nacional doFórum Mídia Livre. Palhares é

Joaquim Palhares

gundo análises de especialistas,dado o grau de mecanização queo manejo dessas grandes mono-culturas necessita. A médio pra-zo, avalia-se que poderá haver oque já aconteceu no Uruguai:drenagem de aquíferos, desapa-recimento de pequenos rios,arenização dos solos e diminui-ção da biodiversidade animal evegetal. A produção agrícola depequeno e médio porte poderáser prejudicada.

João de Barro - Existe o ris-co de faltar comida no mun-do? Se existe, o RS estariacontribuindo com isso?

Lewgoy - Os alimentos já ti-veram alta de preços, pelas causasapontadas acima. Quanto a um ce-nário de carência, ele existia e vaicrescer em regiões pobre do glo-bo. Se os projetos das megapas-teiras se concretizarem, a produ-ção de alimentos no RS poderáser prejudicada.

SILVICULTURA

Um bonito papel?

Oassunto ZoneamentoAgrossilvopastoril(ZAS) tem gerado polê-

mica entre ambientalistas, governodo estado e papeleiras. A seguir, en-trevista com um dos maiores de-fensores do bioma pampa e dabiodiversidade brasileira, o profes-sor aposentado do Departamento deGenética da Ufrgs, Flávio Lewgoy. Flávio Lewgoy

Arquivo pessoal

Josiane Picada

No ano em que completasete anos de existência,o Seguro Jurídico Pre-

videnciário, está propondo uma sé-rie de novas ações em defesa dosassociados da APCEF.

A criação do Seguro Jurídi-co foi aprovada pelos associa-dos em assembléia geral emabril de 2001. Na época, a prin-cipal motivação do Seguro erabarrar o decreto 3.721/01, quealterava o limite de idade míni-ma para complemento de apo-sentadoria. Também foi alvo deação a migração de reservas fi-nanceiras do REG e Replanpara o recém-criado REB. Des-de sua implantação, o SeguroJurídico da APCEF tem obtidoimportantes conquistas para osassociados da APCEF.

A participação do Seguro Ju-rídico foi fundamental para aaprovação do Saldamento doREG/Replan na Funcef. As pro-postas surgidas no Grupo

joão de barro maio 2008 9em pauta

SEGURO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO

Segurança para os associados

Extratégico da APCEF serviramde base para o Saldamento.

NOVA AÇÃO - A APCEF,por meio do Seguro JurídicoPrevidenciário, está propondouma nova ação judicial de revi-são do imposto de renda sobreações judiciais. Ações como asreclamatórias trabalhistas de

cobrança de horas-extras, ticketrefeição/alimentação. Ou, ainda,ações previdenciárias já encer-radas - processos movidos con-tra a Funcef -, por exemplo,ações 10% mulher, integraçãode parcelas trabalhistas no be-nefício complementar.

É uma ação oferecida paratodos(as) associados(as) apo-

sentados(as), pensionistas eativos(as) que tiveram recla-matórias trabalhistas finalizadasou pagas nos últimos cinco anos.Para participar da ação é neces-sário ser integrante do SeguroJurídico. Os interessados devementrar em contato com aAPCEF pelo telefone 51 32681611 ou pelo e-mail [email protected].

NOVO PRAZO - O prazopara associação à APCEF e aoSeguro Jurídico para participardas novas ações judiciais foi pror-rogado até o dia 31 de maio. Paraparticipar de ações como a derecuperação de perdas do CTVA,terceiro grupo “efeito gangorra”,e revisão do benefício para quemsacou Benefício Único Antecipa-do (BUA) é necessário partici-par do Seguro Jurídico.

CTVA - CTVA é uma parcelasalarial para quem exerce fun-

ções de confiança na Caixa eque é considerado salário departicipação somente no NovoPlano da Funcef. A ação coleti-va para recuperar perdas relativasao CTVA é destinada tanto paraquem está na ativa, como paraquem já se aposentou.

BENEFÍCIO ÚNICOANTECIPADO (BUA) - AAPCEF também ingressará comação coletiva de revisão do cálculodo benefício para quem sacou oBUA, por ocasião do Saldamento.A perda ocorrida com o saque doBUA refere-se ao cálculo do be-nefício retroativo a agosto de2001 ou à data da aposentadoriaou pensão, se posterior.

Mais informações podemser obtidas com o advogado daAssessoria Jurídica Previden-ciária e Tributária da APCEF/RS, Fábio Barbosa, pelo telefo-ne 51 3227 5598 ou pelo [email protected].

O dia 18 de abril será lem-brado sempre por 179 fa-

mílias do bairro Partenon, emPorto Alegre. Foi nesse dia queos aprovados receberam as cha-ves de seus apartamentos noResidencial Jardim Guanabara. Oempreendimento foi construídograças ao Programa de Arrenda-mento Residencial (PAR), daCaixa. A obra também faz partedo Plano Nacional de Habitaçãopara Profissionais de SegurançaPública, do Programa Nacional deSegurança Pública com Cidadania(Pronasci), que articula políticas desegurança com ações sociais. Aintegração do PAR e do Pronasciproporciona acesso à habitação aservidores da segurança pública debaixa renda. O Jardim Guanabarafoi o primeiro lançamento peloPronasci em todo o país. Outro con-domínio residencial pelo Pronasciestá em obras no bairro Camaquã,em Porto Alegre.

O Residencial JardimGuanabara é apenas um dosexemplos. No Rio Grande do Suljá foram entregues 100 empre-endimentos, totalizando mais de17 mil unidades habitacionais. Eesse é um dos orgulhos dos 34empregados que trabalham na

Gerência de Alienar Bens Móveise Imóveis da Caixa, filial daSUINF que atende todo o RS. Aconquista desses números foi co-memorada em reunião entre osempregados da GILIE/PO e o su-perintendente da SUINF, VulpiusBandeira Vargas, no dia 22 de abril.

O PAR é uma das áreas deação da filial. A tarefa da unida-de é participar de todas as etapasdo processo de arrendamento.Este procedimento é padrão paratodos os empreendimentos, pri-meiro ocorre a seleção dos no-mes. A segunda fase é a avalia-ção de risco de crédito para sa-ber quem tem condições de par-ticipar do programa. Depois vemo sorteio das unidades e assina-tura do contrato. Além disso, éfeito todo o acompanhamento daadministração do condomínio. “ Asadministradoras contratadas, atra-vés de licitação, trabalham den-tro do condomínio, com a nossaorientação”, afirma a gerente defilial, Leila Jacques. O analistaMarcos Ferreira lembra que mui-tas vezes, os empregados da Gilieagem como conselheiros nasquestões de convivência dos mo-radores. “É o vizinho que está fa-zendo muito barulho, são as reu-

niões de condomínio, tudo passapela gente”|. O sorteio das uni-dades é a melhor etapa, segundoLeila. É sorteada uma senha e onovo morador escolhe a casa ouapartamento onde quer morar. “Issoque é o legal do PAR, a participa-ção de todo mundo”, lembra.

AQUISIÇÃOANTECIPADAO PAR oferece a possibilida-

de de compra da moradia após15 anos de arrendamento. A par-tir deste ano, uma nova opção doPrograma será a Aquisição An-tecipada. Todo o arrendatário

adimplente que tiver cinco anosde arrendamento no seu CPFpoderá comprar a moradia à vis-ta ou via parcelamento. Para aaquisição pode ser utilizado FGTSou dinheiro próprio. Para facilitarainda mais a convivência dos no-vos moradores, a GILIE/PO estáorganizando um curso para síndi-cos. Com a possibilidade da com-pra, os novos donos terão a res-ponsabilidade pela organização docondomínio, “Estamos preparan-do esse curso que é mais uma ini-ciativa dentro da Responsabilida-de Social Empresarial (RSE) quefaz parte da missão da nossa

A partir desta edição, o João de Barro conta um pouco de cada área da Caixae sua importância nas políticas públicas do país. O início é com a GILIE/PO.

QUEM FAZ A CAIXA

Ajudando a realizar sonhos

SUINF”, salienta Leila.

VENDASA GILIE/PO também traba-

lha com a alienação. Imóveis depropriedade da Caixa que não sãomais usados são vendidos pelaárea. Os feirões da casa própriarealizados nacionalmente pelaCaixa iniciaram na filial, com a ven-da apenas dos adjudicados na épo-ca. A GILIE é responsável aindapelas doações da Caixa. Todo aquelematerial que não será mais utilizadopela empresa é repassado à áreapara doação. O penhor também éresponsabilidade da GILIE, comexposição de até 8 mil garantias mêsno RS, objetivando a venda e a re-dução da inadimplência.

Esses são apenas alguns dosexemplos do trabalho da GILIE/PO. “Aqui tudo é muito versátil,sempre temos algo novo”, lem-bra Leila Jacques.

Josiane PicadaArquivo GILIE/PO

Inauguração do Residencial Jardim Guanabara.

Piazza dei Fiori, Caxias do Sul.

joão de barro maio 2008 10enfoque

Décadas revisitadas...Nesta edição, o espaço décadas revisitadas daseção JB 50 Anos relembra o que foi notíciaem maio de 1988 e em maio de 1998 nas pági-nas do jornal da APCEF.

O congelamento da URP para os funcionários públicos e empregadosdas estatais e sua manutenção para a iniciativa privada teve o condão dedividir o movimento dos trabalhadores brasileiros arrochados em seu po-der aquisitivo pela política salarial do governo. De repente, muitos esque-ceram que a própria URP não consegue repor aquilo que a inflação corrói esentiram-se aliviados por escapar do pior. Os que trabalham para o governoe suas empresas, porém, injustamente acusados de contribuir para umdéficit público que na verdade tem outras origens, foram surpreendidoscom a decisão. Uma tentativa de reação emergiu com a greve geralconvocada para o último dia três de maio, mas o tempo para a organizaçãoera curto, os meios de comunicação dominados pelo sistema maisdesinformavam do que ajudavam na compreensão dos fatos e os resulta-dos foram tímidos.

Maio 1988URP congelada

Maio 1998APCEF é campeã

A conquista do primeiro lugar geral nos Jogos da Fenae foi umaconseqüência do trabalho de equipe e do incentivo dado ao esportepela Associação. Os atletas estavam mobilizados para a obtenção doprêmio máximo desde o início dos treinamentos. “Eu destacaria muitoo profissionalismo, o espírito de competição e a vontade de ganharde todo o pessoal do RS. Os técnicos foram extremamente profissi-onais e os atletas estavam muito unidos”, salienta a ex-vice-presi-dente da APCEF Sonia Guterres.

Festas nas RegionaisREGIONAL SERRAMais um ano de sucesso.

Assim foi a 11ª edição doCostelão da Regional Serra (fo-tos). O evento realizado para co-memorar o Dia do Trabalhadorreúne todos os anos centenas deassociados da APCEF e familia-res. A organização do encontropela coordenação da Regional foimais uma vez excelente.

Para animar mais ainda afesta e celebrar a confraterniza-ção entre os associados, os músi-cos Caborteiro de Bagé e Sabiáda Serra apresentaram cançõesdo tradicionalismo gaúcho.

REGIONAL VALEDO RIO PARDOOs empregados da agência

Santa Cruz do Sul também esti-veram reunidos na sede daAACEF para um almoço deconfraternização, no dia 3 de maio.O almoço é realizado todos os anos.

Diretores da APCEF compar-tilharam com os associados es-ses momentos de descontração.

A APCEF é campeã geral dos Jogos da Fenae. A vitória foi con-quistada graças a união de atletas e torcida. Os Jogos foram realiza-dos na Bahia.

Fotos APCEF

A Casa Brasil é um projeto dogoverno federal que busca le-var a inclusão digital e socialpara as comunidades carentes.A proposta é de diminuir a desi-gualdade social, proporcionan-do a formação e capacitaçãoem tecnologia aliada à cultura,arte, entretenimento e participa-ção popular. Um espaço comu-nitário, de uso gratuito e aces-so irrestrito. O projeto está sen-do implantado em todo o país.No Rio Grande do Sul existem cin-co unidades, duas em Caxias doSul e uma unidade em Pelotas,Santa Maria e Porto Alegre. ACasa Brasil surgiu de uma pro-posta da ONG Moradia e Cidada-

nia dos Empregados da Caixa. Asunidades contam com telecentro,sala de leitura, auditório e um la-boratório de metareciclagem.

A Casa Brasil Porto Alegre ficana rua Voluntários da Pátria,2552 e o horário de funciona-mento é das 10h às 18h, de se-gunda a sexta-feira. O local re-cebe doação de livros e neces-sita de participação de voluntá-rios. Os interessados podementrar em contato pelo telefone51 3346 2326 ou acessar as pá-ginas eletrônicas www.casabrasil.gov.br, www.moradiaecidadania.org.br ou, ain-da, http:/casabrasil poars.blogspot.com.

UM PROJETO PARAA IGUALDADE

FALA, ASSOCIADA(0)

A crônica é de Gabriel Bolzan Motta, 18 anos, estudante de CiênciasSociais na Ufrgs e filho do empregado da Caixa e associado daAPCEF Nilo Motta. Gabriel é aluno da Oficina de Criação deRomance Histórico, uma iniciativa do SindBancários, patrocinadapela Caixa e apoiada pela APCEF. A oficina é ministrada pelo professore historiador Alcy Cheuiche, às quintas-feiras, na Casa dos Bancários.O texto foi produzido durante as aulas.

Ah, ver aquelas pernas e seios descobertos me faziam perdera noção de tranqüilidade. Meus olhos não se aquietavam,querendo gravar tudo o que estava diante deles. E quando nossosolhos se encontravam, eu podia ver nela uma imensidão de amor.

Eu ouvia cada movimento. Ouvia sua roupa quando caía nochão, sua voz enternecida e quente no meu ouvido. Eu conseguiaouvir até mesmo os batimentos do seu coração e me perdia nosom da sua voz.

Tudo o que eu queria era tocar sua pele. Correr minhas mãosdesde seus tornozelos até o pescoço, fazendo-lhe sentir arrepios,poder sentir meus dedos acariciando seu rosto macio. Percebere delirar com suas pernas perdidas entre as minhas.

O perfume do nosso amor tomava lugar na casa, corria entreas janelas. Aquele cheiro dela era um perfume doce e forte, eraquente. Ela me hipnotizava.

Nunca esqueci o gosto dos seus beijos. A sua boca tinha o melmais doce que experimentei na vida. Meus lábios não seapressavam em descolar dos dela, nem se cansavam de trazertodo aquele prazer para minha alma sedenta de paixão.

Mas era somente ela que sabia. Ela podia ver o estado em queme encontraria agora. Todas elas sempre sabem. Eu sofro aolembrar daquilo com que me drogava, e que nunca mais podereiter outra vez.

DELÍRIO

MÚSICANA APCEFAssociação aguardatalentos para festivalem outubro.

Associados (as)compositores,cantores e intér-pretes já podemcomeçar os en-

saios para subir no palco do10º Festival de MúsicaAPCEF, previsto para ocor-rer em outubro. Os vence-dores dessa etapa estadu-al participarão do 10º Mú-sica Fenae, marcado paradezembro em Maceió.Os interessados devem

acompanhar o regulamen-to e realizar sua inscriçãona página eletrônica daAPCEF www.apcefrs.org.br a partir de junho.Não perca a oportunidade

de mostrar o seu talento.Inscreva-se e participe demais essa iniciativa culturalda APCEF.

enfoque joão de barro maio 200811

Momento histórico APCEF, SindBancários e Caixa homenageiam a primeira bancária do Banrisul.

OFICINA LITERÁRIA

Emocionante. O adjetivonão poderia ser outropara qualificar o senti-

mento que envolveu professor,alunos, patrocinadores e a ho-menageada da Oficina de Cria-ção de Romance Histórico, naCasa dos Bancários, em PortoAlegre. A aula do dia 8 de maioserá memorável pelo inusitado, aocontar com a presença da apo-sentada Sylvia Montim Teixeira,88 anos, a primeira mulher a in-gressar como funcionária no Ban-co do Estado do Rio Grande doSul (Banrisul). “Esse momento vaificar na história e o Banrisul fica-rá sabendo”, disse Sylvia, ao sereferir ao fato de a iniciativa emhomenageá-la ter partido de alu-nos de uma oficina cultural patro-cinada pela Caixa.

No encontro, também com-pareceram para representar aCaixa - patrocinadora da Ofici-na - o superintendente ValdemirColla e o gerente regional Ru-bem Danilo Pickrodt, da Supe-

rintendência Regional Porto Ale-gre, que receberam os agradeci-mentos da diretora Cultural daAPCEF, Almeri Espíndola de Sou-za, em nome dos alunos da ofici-na e das instituições promotorasdo projeto. Também participaramdo evento diretores do SindBan-cários e a presidenta da APCEFCélia Margit Zingler. “A Caixatem em seu estatuto a definição

de contribuir com a cultura. Nãoconheço outra empresa que te-nha isso em seu estatuto. Proje-tos como esse muito nos orgulham,por isso, nós é que agradecemosa oportunidade”, disse Colla.

A homenagem à primeirabancária banrisulense foi cele-brada com um coquetel. Emo-cionada, mas sem perder o hu-mor, Sylvia recebeu flores dos

CIA DE ARTE

AtividadesCAFÉMusical, terças-feiras,

18h às 21hEvento Nós da Noite,

musical, quintas-feiras,18h às 21hSambas, Chorinhos c/

grupo Flor de Ebano.TEATRO17 de maioGrupo Gawasy, Espetá-

culo de Dança do Ventre,21 horas18 de maioFormatura Escola Spala

de Música, 16 horas30 de maioGrupo de Dança Cuba-

nos, 21 horasOFICINASTeatro, Dança, Técnica

vocal, Capoeira, Teatro debonecos, Iluminaçao cêni-ca, Bonecos gigantesENSAIOSCoral e Grupos de teatro

Rua dos Andradas, 1780, tele-fone 3225 9189, Porto Alegre.

colegas de profissão.

TEMA DE CASAA Oficina de Criação de Ro-

mance Histórico é ministradatodas as quintas-feiras, à noite,pelo historiador, professor e es-critor gaúcho Alcy Cheuiche, naCasa dos Bancários.

Sylvia fez parte da oficinapor sugestão de Cheuiche.

Como tema de casa, o professorsolicitou aos alunos que fizessemtextos e crônicas envolvendo a pri-meira bancária como personagemcentral das histórias. Os textosforam copiados e encadernados,e serão expostos na biblioteca doSindBancários. “A história se pre-ocupa em narrar os fatos, e nósem recriar os personagens tam-bém”, justificou o professor.

A Oficina encerra em no-vembro e foi proposta com a fi-nalidade de fomentar a cultura,despertar o interesse pela lite-ratura e oportunizar o aprendi-zado da pesquisa e da constru-ção do romance histórico. A ini-ciativa também homenageia os75 anos do Sindicato dos Ban-cários, comemorados este ano.O projeto visa ainda resgatar emlivro a história do movimento sin-dical gaúcho, no período de 1933a 2008. O romance históricodos bancários deverá ser lança-do, em Porto Alegre, na Feirado Livro de 2008.

Grupo da Oficina de Criação de Romance Históricojunto com a homenageada (ao centro com as flores).

Sylvia Montim Teixeira.

Fotos Josiane Picada

João de Barro - Quais osdesafios para esse próximoperíodo?

Pedro Eugenio Leite - Agente encerrou uma gestão mui-to importante, talvez a melhor ges-tão para a Fenae em termos decrescimento da entidade. Então,teremos o desafio de dar seqüên-cia ao trabalho que foi feito,aprofundar algumas coisas e cri-ar novas. Em julho, faremos osJogos da Fenae, que é o maiorevento da Fenae. E outro queestamos junto com as Associa-ções e o movimento sindical queé a implantação do novo plano decargos. A gente precisa imple-mentar um plano de cargos queatenda aos interesses da maioriados empregados da Caixa. Outrodesafio para a Fenae e as Asso-ciações é o de aumentar o núme-ro de associados.

João de Barro - Atualmen-te, o principal problema naCaixa é a falta de pessoal?

Leite - Hoje, a Caixa é o prin-

A Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal da Fenae para o triênio 2008-2011 tomou posse no dia 29 de abril.O novo presidenteda Fenae, Pedro Eugenio Beneduzzi Leite é empregado da Caixa desde 1982. Na Fenae, foi diretor administrativo e financeiro evice-presidente na gestão anterior. Nesta entrevista, ele fala sobre mais um desafio.

Novos desafios a enfrentar

cipal instrumento do governo fe-deral para as políticas públicas,mas a Caixa começa a perder ne-gócios por falta de empregados.Acontecem situações, como porexemplo, de Porto Alegre, que oEscritório de Negócios fez umanegociação extraordinária paraconseguir a conta da Prefeitura,mas é preciso ter estrutura parafazer o atendimento. Para a Cai-xa é o maior problema, para osempregados é um grande proble-ma, porque a sobrecarga de tra-balho é imensa. O empregado da

Caixa é, sem sombra de dúvida,o bancário que mais trabalha. Masnós temos outros problemas séri-os. Temos que lutar pela valori-zação da carreira, aqui entra oPCS. Eu acho que o piso do ban-cário da Caixa é baixo. E isso aca-ba refletindo em tudo. Temos quefechar a questão da Funcef, ain-da temos três mil empregados forada Funcef. Melhorar as condi-ções do nosso plano de saúde.

João de Barro - Qual asua avaliação da postura da

Caixa na negociação donovo plano de carreira?

Leite - Esse é um assuntoque a direção da Caixa já deviater enfrentado. E o formato queestão propondo é ruim. Eu me sur-preendi quando a Caixa veio comessa proposta. É um plano que,de novo, as pessoas não conse-guem atingir o final de carreira.A carreira que eles estão propon-do é melhor que a que os técni-cos bancários têm hoje, mas pa-dece do mesmo pecado, as pesso-as não conseguem chegar ao finalde carreira, não resolve a questãodos anos que estamos sem os del-tas por merecimento, que faziamparte da nossa carreira. A Caixa nãopropõe nada para isso. E vem com72 níveis, eu estava trabalhando comuma perspectiva de 36 níveis e nãopor acaso, já que é o que a Caixaimplementou no final de 2006 paraas carreiras profissionais. E agoraa empresa propõe para a carreiraprofissional 36 níveis e para a admi-nistrativa, 72. Não dá para concor-dar com isso.

FENAE

Fenae

Pedro Eugenio Leite

joão de barro maio 2008 12

ciano magenta amarelo preto

esporte

O s Jogos da Fenaeestão se aproxi-mando e os atletas

da APCEF aprimoram os trei-namentos. No dia 3 de maio,aconteceu o primeiro treinonas modalidades coletivas. Aseletiva para as modalidadesindividuais e duplas de tênis decampo masculino, xadrez, da-mas e canastra, ocorrem no dia24 de maio, na Colônia B daAssociação (Av. Cel. Marcos,851). No dia 31, acontece aseletiva para o tênis de cam-po feminino, na Colônia B.

Os atletas que se associa-ram à APCEF até o dia 31 dejaneiro deste ano podem par-ticipar dos Jogos da Fenae, queacontecem entre os dias 26 de

Aquecendo os motoresJOGOS DA FENAE

Atletas na LibertadoresPaulo Pasqualotti - GIFUG/POErnesto Nunes - BagéAnderson Zambiasi - EstrelaLucas Petter - GIFUG/POPaulo Leanderson Souza - Volta do GuerinoCharles Scopel - Frederico WestphalenIvan Verardi - Otávio RochaLeandro Von Muhlen - São JerônimoDiego Feron - PAB Justiça Federal POARafael Azevedo - CanudosSamuel Hauschild - Ret MontenegroCarlos Viegas - RERET MetropolitanaAlexsandro Alves - Ret Vila IpirangaRicardo Beneduzi - Ret EncantadoRuy Dalbem - RESEC/POLuciano Falkenbach - Praça Rui BarbosaLeonardo Bisognin - MarauMarcus Xavier - AlvoradaRodrigo Pastl - Cel. Bordini

Atletas da APCEF já iniciaram os treinamentos para os Jogos que acontecem este ano.

julho e 2 de agosto, em Brasília.Para participar das seleti-

vas, os atletas devem preen-cher a ficha de pré-inscriçãona página eletrônica www.apcefrs. org.br ou enviar e-mail para [email protected]. Os atletas do interiorpodem se hospedar na Colô-nia A da APCEF, para isso, énecessário fazer a reserva. Asdespesas com o transporte,para os atletas do interior, paraos treinamentos e torneios se-letivos serão reembolsadaspela Associação.

Os Jogos da Fenae estãoem sua oitava edição. Desde1991, a APCEF já conquistouduas vezes o título de campeãe duas de vice-campeã.

Conquista adiadaA APCEF conquistou o terceiro lugar na Copa Libertadores

Bancária disputada nos dias 25 e 26 de abril, em Porto Alegre.A equipe da APCEF buscava o título inédito, mas a conquistateve que ser adiada. A Associação representava o Brasil na dis-puta juntamente com o Santander. As outras duas equipes fo-ram do banco HSBC da Argentina e do Paraguai.

A Associação perdeu a primeira partida para o HSBCparaguaio por dois gols a um. Na disputa pelo terceiro lugar,venceu o Santander pelo mesmo placar. A final ocorreu entre asequipes do HSBC da Argentina e do Paraguai. Os argentinos le-vantaram a taça goleando os paraguaios por cinco gols a um.

CampeonatoBancário

A APCEF está fora da finaldo Campeonato Bancário deFutebol de Campo. A equipeperdeu na última rodada da pri-meira fase para o Banrisul pordois gols a um. No primeirojogo, a Associação empatoucom o Bradesco em dois gols.A APCEF foi campeã em 2007e tentava levar o título pela oi-tava vez.

Banrisul e Santander, Bra-desco e Itaú garantiram vagae se enfrentam na semifinal.As partidas serão disputadasno dia 17 deste mês.

SindBancários

Fotos Filipe Caldeira

Douglas Pereira