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FACULDADE MERIDIONAL – IMED
ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO
Gislaine Alves Schio
Jardim Botânico
Passo Fundo
2017
2
Gislaine Alves Schio
Jardim Botânico
Relatório do Processo Metodológico de Concepção do Projeto Arquitetônico e Urbanístico e Estudo Preliminar de Projeto apresentado na Escola de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Meridional – IMED, como requisito parcial para a aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, sob orientação da Professora Mestre Liliany Schramm da Silva Gattermann.
Passo Fundo
2017
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“Sem compreender as necessidades de uma cidade
e, principalmente sem compreender as funções das
áreas verdes, o paisagista não poderá realizar
jardins”.
Roberto Burle Marx
AGRADECIMENTOS
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A Deus por estar ao meu lado em todos os momentos.
Aos meus filhos queridos Eduarda e Luiz Felipe, pelo carinho e amor que me dedicam.
Ao meu companheiro e marido Sr. Felipe Anversa Scherer por todo apoio, paciência e amor.
Ao meu amado pai, Sr. Jairo Luiz Schio, maior incentivador, aquele que compartilhou de
ensinamentos e idéias ao longo desse percurso.
À minha “mãedrasta”, Sra. Marili Dalvit pelo seu entusiasmo e reflexões.
À minha delicada mãe, Sra. Namir T. Alves por suas orações, carinhos e dedicação.
À minha avó Sra. Maria Lupatini Schio, por seu amor e insistência.
Aos meus irmãos Bianca, Cristiane, Edicarson e Kaliandra pela alegria e incentivo que me
dedicam.
À minha cunhada Edinéia Baungart pela ajuda e amizade.
Aos amigos fiéis Algimiro Josué Varella Scherer e Fatima Reis Scherer pelo carisma,
carinho e pelas maravilhosas que me dedicam.
Ao Arq. Luiz Roberto Gosch pela gentileza e ânimo.
À Profa. Dra. Caliane C. O. de Almeida pelos ensinamentos, total entusiasmo pelo tema
escolhido e pelo exemplo de intelectual dedicada.
À minha querida orientadora, Profa. Mestre Liliany Scharamm Gattermann pela atenção
disponibilidade, carinho e incentivo.
À Professora Cláudia Anahí Aguilera Larrosa pelo auxílio e disponibilidade.
À Professora Linessa Busatto, pelos conselhos e por sua disponibilidade.
Ao Professor e amigo Daltro Bonatto, por ser prestimoso.
A querida Arquiteta Marcele Salles Martins, por seu empenho e colaboração.
As amigas, amigos Bruna Wernner, Carine Giacomolli, Évilen Gnoatto, Gyane Franco ,
Laura Biavatti e Maurício Caron, e colegas da IMED pelo companheirismo e alegrias que
passamos juntos.
Aos Professores e funcionários da IMED pelo excelente funcionamento do curso de
Graduação.
Aos funcionários e amigos da Jardinagem Schio que muitas vezes dispuseram seu tempo
para me ajudar, ouvir, tirar dúvidas e pela descontração dada á mim.
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RESUMO
A compreensão do estudo de inserção das árvores no meio urbano vai além dos estudos de
Paisagismo, Arquitetura e Urbanismo, Intervenção Urbana e Restauro, aqui apresenta-se
um quadro que traz com si a importância da educação ambiental para que possamos inserir
o tecido arbóreo ao meio urbano. Compreender o fenômeno urbano e o estudar todos os
fatores que levam para um projeto acessível e harmonioso aos seus usuários, levando em
consideração todo seu entorno para que não se perca traços importantes para a origem do
local destinado para o projeto. A cultura e educação são de extrema importância, pois para
estruturação de conceitos e projetos ambos necessitam de entendimento e saber, e nada
melhor do que transmitir o conhecimento e entendimento sobre a vegetação ao meio
urbano.
Palavras chave: Arquitetura Paisagística, Revitalização e Urbanização.
ABSTRACT
Understanding the study of integration of trees in urban areas goes beyond Landscaping
studies, Architecture and Urban Planning , Urban Intervention and Restoration , here
presents a framework that brings with it the importance of environmental education so that
we can enter the tree tissue to the urban . Understanding the urban phenomenon and study
all the factors that lead to an affordable and harmonious design to its users , taking into
account all your surroundings so you do not miss important traits for the origin of the place
intended for the project. Culture and education are very important , because for structuring
concepts and projects both require understanding and knowledge, and nothing better than to
pass on the knowledge and understanding of greenery to the urban environment .
Keywords: Landscape Architecture , Revitalization and Urbanization .
LISTA DE FIGURAS
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Figura 01 – Jardim Suspenso da Babilônia............................................................................18
Figura 02 – Jardim Botânico do Rio de Janeiro.....................................................................19
Figura 03 – Bambu.................................................................................................................22
Figura 04 – Painéis de ETFE.................................................................................................22
Figura 05 – Jardim Botânico de Medellín...............................................................................23
Figura 06 – Planta de Localização Jardim Botânico de Medellín...........................................24
Figura 07 – Imagem acesso Jardim Botânico de Medellín.....................................................25
Figura 08 – Edificações vista de cima – JB Medellín.............................................................26
Figura 09 – Edificação Científica – JB Medelín......................................................................26
Figura 10 – Edificação de acesso – JB Medellín....................................................................27
Figura 11 – Orquidorama........................................................................................................27
Figura 12 – Edificação Orquidorama......................................................................................27
Figura 13 – Mapa área de uso público...................................................................................28
Figura 14 – Mapa Jardim Botânico do Rio de Janeiro............................................................29
Figura 15 – Mapa Aleias Jardim Botânico do Rio de Janeiro.................................................30
Figura 16 – Mapa eixo............................................................................................................31
Figura 17 – Orquidário jardim Botânico do rio de Janeiro......................................................31
Figura 18 – Fachada Museu do Meio Ambiente JB do RJ.....................................................32
Figura 19 – Museu Meio Ambiente do JB do RJ....................................................................32
Figura 20 – Éden Botanical Gardens.....................................................................................32
Figura 21 – Mapa do Éden.....................................................................................................33
Figura 22 – Vista de cima do Éden........................................................................................34
Figura 23 – Jardim do Éden...................................................................................................34
Figura 24 – Éden Botanical....................................................................................................35
Figura 25 – Éden Botanical – interior do Bioma.....................................................................35
Figura 26 – Centro de Visitantes Éden...................................................................................35
Figura 27 – Cúpulas...............................................................................................................36
Figura 28 – Planta Cúpula......................................................................................................36
7
Figura 29 – Core.....................................................................................................................36
Figura 30 – Vista de cima do Core.........................................................................................36
Figura 31 – Localização de Projeto........................................................................................41
Figura 32 – Mapa Nolli............................................................................................................41
Figura 33 – Mapa de Usos.....................................................................................................42
Figura 34 – Mapa de Alturas..................................................................................................43
Figura 35 – Mapa Rede Viária e Tráfegos..............................................................................45
Figura 36 – Mapa de Rede de Água.......................................................................................46
Figura 37 – Mapa de Rede de Esgoto....................................................................................47
Figura 38 – Mapa de Rede de Energia...................................................................................48
Figura 39 – Mapa de Vegetação do entorno..........................................................................49
Figura 40 – Mapa de Situação................................................................................................50
Figura 41 – Mapa de Vegetação existente no terreno............................................................51
Figura 42 – Topografia...........................................................................................................52
Figura 43 – Mapa Condicionantes Físicos.............................................................................53
Figura 44 – Mapa Visuais do Terreno....................................................................................54
Figura 45 – Imagem A1..........................................................................................................55
Figura 46 – Imagem A2..........................................................................................................55
Figura 47 – Imagem B1..........................................................................................................55
Figura 48 – Imagem B2..........................................................................................................55
Figura 49 – Imagem B3..........................................................................................................55
Figura 50 – Imagem C1..........................................................................................................55
Figura 51 – Imagem C2..........................................................................................................55
Figura 52 – Imagem D1..........................................................................................................56
Figura 53 – Imagem D2..........................................................................................................56
Figura 54 – Imagem E2..........................................................................................................56
Figura 55 – Imagem E1..........................................................................................................56
Figura 56 – Imagem F1..........................................................................................................56
8
Figura 57 – Imagem F2..........................................................................................................56
Figura 58 – Fachada Leste....................................................................................................57
Figura 59 – Fachada Sul........................................................................................................57
Figura 60 – Fachada Norte....................................................................................................57
Figura 61 - Fachada Oeste.....................................................................................................57
Figura 62 - Desenvolvimento das Sementes.........................................................................59
Figura 63 – Escola de Arte – Cingapura................................................................................61
Figura 64 – Estação Manchester Picadily..............................................................................61
Figura 65 – Organograma Recepção.....................................................................................65
Figura 66 – Organograma Estufas e apoio do Jardim............................................................65
Figura 67 - Organograma Oficinas, lazer e serviço................................................................68
Figura 68 – Fluxograma..........................................................................................................68
LISTA DE TABELAS
9
Tabela 01 - Programa de necessidades Jardim Botânico Medellín.......................................23
Tabela 02 - Programa de necessidades Jardim Botânico do RJ............................................29
Tabela 03 - Programa de necessidades Jardim Botânico Éden.............................................33
Tabela 04 - Programa de Necessidades Proposta Projeto....................................................63
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Sumário RESUMO ............................................................................................................................... 5
ABSTRACT ........................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13
1.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1.2 TEMA DO PROJETO ............................................................................................ 14
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO ................................................. 15
CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 17
2.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 17
2.1.1 Origem do Jardim Botânico no mundo .................................................................................. 17
2.1.2 Jardim Botânico no Brasil ................................................................................................... 18
2.1.3 Jardim Botânico no Rio Grande do Sul ................................................................................. 19
2.1.4 Jardim Botânico em Passo Fundo ......................................................................................... 19
2.2 Características arquitetônicas/ urbanísticas pertinentes ao tema ................................... 19
2.3 Sustentabilidade .......................................................................................................... 20
2.3.1 Bambu ........................................................................................................................................ 21
2.3.2 Painéis de ETFE - Etileno Tetrafluoretileno ......................................................................... 21
2.4 ESTUDOS DE CASO .................................................................................................... 22
2.4.1 Jardim Botânico Joaquín Antonio Uribe ................................................................................ 22
2.4.1.1 Autor e localização do projeto ............................................................................................. 22
2.4.1.2 Implantação ............................................................................................................................ 22
2.4.1.3 Programa de Necessidades ................................................................................................ 24
2.4.1.4 Funcionalidade ...................................................................................................................... 24
2.4.1.5 Forma ...................................................................................................................................... 25
2.4.1.6 Técnicas construtivas e materiais ...................................................................................... 26
2.4.2 Jardim Botânico do Rio de Janeiro ........................................................................................ 27
2.4.2.1 Autor e localização do projeto ............................................................................................. 27
2.4.2.2 Implantação ............................................................................................................................ 27
2.4.2.3 Programa de Necessidades ................................................................................................ 28
2.4.2.4 Funcionalidade .................................................................................................................... 29
2.4.2.5 Forma ...................................................................................................................................... 29
2.4.2.6 Técnicas construtivas e materiais ...................................................................................... 30
2.4.3 Éden Botanical Gardens.......................................................................................................... 31
2.4.3.1 Autor e localização do projeto ............................................................................................. 31
11
2.4.3.2 Implantação ............................................................................................................................ 32
2.4.3.3 Programa de Necessidades ................................................................................................ 33
2.4.3.4 Funcionalidade ...................................................................................................................... 33
2.4.3.5 Forma ...................................................................................................................................... 34
2.4.3.6 Técnicas construtivas e materiais ...................................................................................... 34
2.5 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO ..................................................................................... 36
CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO .......................................... 38
3.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 38
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL .............................................................................. 38
3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES ................................. 39
3.3.1 Uso do solo ................................................................................................................................ 39
3.3.2 Mapa de alturas ....................................................................................................................... 40
3.4 INFRAESTRUTURA URBANA ....................................................................................... 41
3.4.1 - Rede viária .............................................................................................................................. 41
3.4.2 - Rede de água ......................................................................................................................... 43
3.4.3 Rede de esgoto ......................................................................................................................... 44
3.4.4 Rede de energia ....................................................................................................................... 45
3.4.5 Vegetações Urbanas ............................................................................................................... 46
3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO .................................................... 48
3.5.1 Dimensões do terreno.............................................................................................................. 48
3.5.2 Topografia .................................................................................................................................. 50
3.5.3 Condicionantes Físicos............................................................................................................ 50
3.5.4 Visuais do terreno e entorno imediato .................................................................................. 52
3.5.5 Skyline ........................................................................................................................................ 54
3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS ........................................................... 55
CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS .................................................. 57
4.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 57
4.2 CONCEITO DO PROJETO ............................................................................................ 57
4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA ................................................................................. 58
4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS ...................................................................................... 60
CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL ........................................................................................ 61
5.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 61
5.3.1ORGANOGRAMA ..................................................................................................................... 63
5.3.2 FLUXOGRAMA ......................................................................................................................... 64
5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO ................................................................................ 64
12
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 66
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 67
ANEXOS ............................................................................................................................. 69
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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
O conceito do projeto de TCC 1 baseia-se no Jardim Botânico e na germinação das
espécies, que crescem se desenvolvem e evoluem, tendo assim como conceito semente.
Dessa forma, o parque a ser proposto será disposto arquitetonicamente como a
desenvoltura de um vegetal, realçando a importância da arquitetura paisagística e urbana.
Resgatando origens e trazendo a modernidade através da nova edificação.
Tendo como tema dessa pesquisa Jardim Botânico, a Revitalização da área e do Silo
da Cesa, localizado na Avenida Brasil Leste, Bairro Petrópolis, na cidade de Passo Fundo,
irá se buscar um elo entre a edificação existente e o projeto novo, fazendo com que não se
perca a história local, nem os seus traços, mas sim que os usuários relembrem a história
através da imagem do Silo. Mas, que um novo olhar, voltado ao Jardim Botânico, realce a
beleza e harmonia do novo ambiente que se formará, levando em consideração a integração
do Jardim Botânico com o Parque Linear do Sétimo Céu.
Logo, seu objetivo geral é projetar um Jardim Botânico voltado para a população de
Passo Fundo, por meio de intervenção paisagística e urbana. Como objetivos específicos:
- Criar estar contemplativos através de praça-jardim com efeito de ligação entre
edificação existente e prédio novo;
- Ofertar dentro do complexo oficinas de paisagismo, com âmbito em trazer a cultura
e educação botânica;
- Projetar estufas para o cultivo do acervo botânico nativo, valorizando sempre as
espécies da região;
- Restaurar o espaço degradado, resgatando a identidade do bairro, através da
cultura e lazer que ali será proporcionado, cultura que será transmitida pelas oficinas e lazer
acontecerá ao longo do percurso que os usuários terão pelo parque;
- Intervir no meio urbano por meio de sinalização adequada dos passeios,
melhorando assim, os canteiros e passeios públicos; criar espaços para contemplação da
vegetação, especialmente árvores nativas, remetendo à história e à identidade local;
- Criar espaços recreativos para o público priorizando as atividades físicas e
circulação dos usuários do espaço;
- Intervir no meio urbano fazendo elo do Jardim Botânico ao Parque Linear do Sétimo
Céu, através de calçadões e dando continuidade a ciclovia existente;
- Ofertar espaços destinados à educação ambiental se conforma com os objetivos.
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1.2 TEMA DO PROJETO
Como tema de pesquisa Jardim Botânico, que tem como objetivo o cultivo de flores,
plantas e árvores ornamentais, uma coleção e classificação botânica preocupada com a
identificação da vegetação nativa do local, espaço voltado para as relações entre o meio
ambiente e o ser humano, levando sempre em consideração que o manter o meio ambiente
é de suma importância para todos os seres humanos.
Segundo a UNESCO, “Educação ambiental é uma disciplina bem estabelecida que enfatiza
a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo, preservá-lo e de
administrar seus recursos adequadamente” (2005). Assim, percebe-se o quanto é
importante a implantação de uma área de preservação botânica na cidade de Passo Fundo.
Como característica específica ao tema escolhido, vem a relevância para despertar
de interesse do público em geral pela botânica; despertar curiosidades de origem das
plantas e como as manter saudáveis; interesse na educação ambiental, preocupação com a
conservação e preservação ambiental; construção de valores sociais no âmbito de gerar
consciência ecológica aos usuários; enfim gerar a comunidade de Passo Fundo o interesse
ao resgate das origens locais, fazendo com que a história não se perca ao longo do tempo.
Para tanto, será adotado como partido o respeito às condições locais, dando ênfase
ao entorno da área escolhida, e priorizando o passeio do transeunte. Serão preservados os
traços originais do terreno existente, e a edificação nova irá remeter leveza por meio do sol,
pele de vidro, com um novo programa contrapondo-se ao concreto do prédio existente. Irá
se propor a revitalização do prédio existente e a conservação do mesmo, fazendo reuso
apenas da área térrea para a demonstração das origens locais, história local, localização e
informações dos usuários ao parque.
Ainda no prédio existente, se conformará o uso como mirante, tendo como base um
observatório para que os usuários do jardim botânico tenham acesso há observação,
admiração e/ou contemplação pelos 59.730,31 m² de área que o local oferta. Esse mirante
servirá de apoio para uma conexão que haverá entre o prédio existente e a nova edificação.
Os acessos ao Jardim Botânico acontecerão de duas maneiras: acesso principal que
será pela via arterial, Avenida Brasil Leste, e o acesso secundário ou de serviço que
ocorrerá pela rua lateral, Rua Rodrigues Alves. Já a volumetria da edificação virá através de
jogo volumétrico, onde a edificação existente ganhará contraposição de formas com a nova
edificação, dando imponência á técnicas construtivas como o uso do vidro e estruturas
metálicas.
Do uso paisagístico, será adotado o formato praça-jardim, onde o paisagismo será
um resgate do acervo botânico nativo, estufas com coleções de plantas exóticas, alpinas e
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tropicais, integrado ao lazer dos usuários, fazendo com que os mesmos tenham satisfação
ao longo do percurso, com total acessibilidade.
Ainda como partido tem-se a ideia do elo entro o Jardim Botânico e a atual
Revitalização do Parque Linear do Sétimo Céu, fazendo assim, continuidade da ciclovia e
para unir o Parque ao Jardim Botânico um calçadão com total acessibilidade se confortará
ao longo da Rua Rodrigues Alves.
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO
Tendo em vista que a cidade escolhida está carente de espaços abertos, onde a
população possa interagir entre si, como também com o meio ambiente, trazer o paisagismo
para o cotidiano das pessoas, transformando o verde em cultura urbana. Segundo Milano e
Dalcin (2000), a arborização traz benefícios como: tornar estável o microclima local, poluição
atmosférica e sonora regridem com a arborização, obtendo progresso na conceituação da
beleza da cidade.
Pretende-se trazer valores benéficos que se perderam ao longo dos anos, pois o
plantio das espécies muitas vezes acontece de maneira incorreta sem validação de
especialistas ou técnicos sobre o assunto. Geralmente, a população adquire as espécies em
comércios locais, fazendo o plantio das mesmas nos passeios, sem planejamento e
preocupação em como será para manter as mesmas nos locais.
De acordo com Silva (2015), na predileção das espécies, existem alguns fatores
importantes, tais como o ritmo e exigências para a evolução, porte, tipo de copa, folhagem,
floração e frutos, dilemas como a toxidez, rusticidade, derrama e resistência natural, que
consiste em fator determinante para a altura e raízes. Além das caracterizações citadas,
devem ser levado em conta fatores como: a largura do passeio, fiação elétrica, solo e
umidade do local e clima, que são determinantes e demonstram a importância na avaliação
e na seletiva das espécies botânicas na utilização das mesmas nos projetos paisagísticos,
arquitetônicos e/ ou urbanos.
Na cidade, há um parque, Parque da Gare, que foi revitalizado recentemente, muito
bem equipado, com acessibilidade, projeto com ótima desenvoltura, locais de excelente
visuais e com ampla área de estacionamentos, porém atualmente a demanda da população
local cresceu, abrindo assim possibilidades e necessidades da população em relação há um
novo ponto de visitação com áreas destinadas ao lazer; vem daí a justificativa de projetar
um Jardim Botânico, pois além de proporcionar o lazer, traz consigo a preservação
ambiental, algo que com o passar do tempo está sendo desaprendido.
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A ideia é revitalizar o espaço urbano, por meio essencialmente de jardins, criando e
projetando espaço de ligação da cultura existente com a edificação nova, baseado no
desejo veemente dos usuários por revitalizar essa área, hoje interditada, por motivos de
alagamento e proliferação de insetos que transmitem doenças. Trazer a imagem que
anteriormente, quando silo, a comunidade dispunha de uma área para lazer, tal como,
campo de futebol. A partir desse aspecto, percebe-se a necessidade de uma área de lazer
na qual a identidade local não seja abalada e sim revitalizada.
Busca-se, nessa área, priorizar a topografia do terreno, deixando o mais natural e
sem agredir o visual, levando em consideração que por esse local irão passar pessoas de
todas as faixas etárias, desde as crianças até os idosos, tendo em vista total acessibilidade.
Espaços criados para aprendizagem e ao cultivo de determinadas espécies, voltados para a
educação e conscientização ambiental. Tendo em vista que a jardinagem se torna um
mecanismo educativo importante o complexo ofertará oficinas de paisagismo e plantio. De
acordo com Kato (1993) e Lynch (1999); esses locais são de valor incondicional para a
comunidade, com fatores como: circulação, social e de contemplar, remetendo no
conhecimento de moldar as cidades.
Dessa forma, busca-se, por meio desse estudo, mostrar a importância em que se
tem a revitalização da área do Silo da Cesa, localizada na cidade de Passo Fundo, região
norte do estado. Segundo Oliveira (2008), a revitalização de uma área se dá através da
consistência de se desenvolver. Para isso é fundamental o planejamento e estudos, que
busquem a melhoria do local, em níveis diversos: estéticos, ambientais, sociais e
econômicos.
Tendo em vista que a arquitetura não está em simplesmente modelar, projetar um
local novo, mas evidenciar que ali existem vidas, e que essas vidas geram a caracterização
de um ambiente, lembrando que a área estudada já é caracterizada por lembranças e traços
de um Silo que para o bairro é ponto referencial.
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CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte, serão apresentados os assuntos referentes à revisão de literatura,
sendo estes: origem dos Jardins Botânicos no mundo, Jardim Botânico no Brasil, Jardim
Botânico no Rio Grande do Sul, Jardim Botânico em Passo Fundo, Análise arquitetônica/
urbanísticas pertinentes ao tema. Técnicas construtivas e materiais. Sustentabilidade de
acordo com o tema da pesquisa Além disso, os estudos de caso servem como referencial
para o projeto.
2.1.1 Origem do Jardim Botânico no mundo
Segundo Rocha e Cavalheiro (2001), existem indícios de que a existência de Jardins
Botânicos aconteceram na antiguidade em regiões do Antigo Egito, América Pré-
Colombiana e Mesopotâmia, mais precisamente na Babilônia, os Jardins Suspensos da
Babilônia, foram constituídos a mando do Rei Nabucodonosor, não existem indícios de sua
subsistência em pesquisas arqueológicas, sendo ela considerada uma das Sete Maravilhas
do Mundo Antigo. Na Grécia em meados de 370-285 a. C, foi criado o primeiro Jardim
Botânico. Desde já esses espaços já eram vistos como locais de lazer e de estudos da flora.
O primeiro Jardim Botânico moderno se ateve ao século XVI, com origem na Europa;
teve sua fundamentação ao cultivo de plantas medicinais, o que deu início aos primeiros
estudos e à primeira coletânea de plantas desidratadas para a realização de estudos
científicos. De acordo com Cerati (2006), o primeiro Jardim Botânico, localizado em Pisa, na
Itália foi criação de Luca Ghidi, por volta de 1543, dessa época em diante foram fundados
outros jardins, ainda na Europa.
Figura 1: Jardins Suspensos da Babilônia
Fonte: Infoescola, 2017.
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2.1.2 Jardim Botânico no Brasil
No Brasil, os Jardins Botânicos tem sua origem, segundo Pereira e Costa (2010),
com o príncipe Mauricio de Nassau. O mesmo foi quem deu origem ao Jardim Botânico
junto ao Palácio de Friburgo, localizado em Recife/ Pernambuco, visando o cultivo de ervas
medicinais. De acordo com Miranda e Colombini (2009), “a primeira metade do século XX no
Brasil foi marcada pelo intenso desmatamento da mata atlântica”. Seguindo o crescimento
industrial e urbano, o Brasil deu ênfase a grandes áreas verdes, denominadas Jardins
Botânicos.
Já, com a percepção de consciência ambiental, em 1991, foi fundada a Rede
Brasileira de Jardins Botânicos, sem fins lucrativos; essa associação visa à concepção de
novos Jardins Botânicos, ajuda para cooperar os existentes e suas fundamentações.
Cadastrados no Brasil, pela RBJB- Rede Brasileira de Jardins Botânicos são no total 36
Jardins Botânicos em funcionamento.
Definição para Jardim Botânico, segundo a resolução do CONAMA nº 339/2003:
Área protegida, constituída no seu todo ou em parte, por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas, com a finalidade de estudo, pesquisa e documentação do Patrimônio florístico do País, acessível ao público, no todo ou em parte, servindo à educação, à cultura, ao lazer e à conservação do meio ambiente.
De acordo com Pereira e Costa (2010) em 1808, aconteceu a vinda da família real ao
Brasil; motivo que impulsionou, possibilitando e facilitou a vinda de novos profissionais da
área ambiental, a fazer estudos na região brasileira, foi fundamentada a constituição do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em seguida o Jardim Botânico de Olinda- PE, e na
sequência o Jardim Botânico de São Paulo – SP.
Figura 2: Jardim Botânico do Rio de Janeiro Fonte: JBRJ, 2017.
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2.1.3 Jardim Botânico no Rio Grande do Sul
Os Jardins Botânicos no Rio Grande do Sul aconteceram na sequência da criação do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, pois o fundador do Jardim Botânico do RJ, foi quem
enviou ao Estado as primeiras mudas de árvores, porém estas mudas foram obtidas apenas
na cidade de Rio Grande, o qual ainda hoje existem. Foram efetuadas outras tentativas pra
a existência do jardim Botânico de Porto Alegre, mas foi no dia 26 de outubro de 1953, que
uma área de 81,5 hectares foi designada para sua criação (FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA
DO RIO GRANDE DO SUL, 2009).
A partir da fundação do Jardim Botânico de Porto Alegre, deu-se origem aos demais
Jardins Botânicos gaúchos, todos eles foram criados e fundamentados com o mesmo
propósito, visando sempre a biodiversidade das espécies e o cultivo da educação ambiental.
2.1.4 Jardim Botânico em Passo Fundo
No município de Passo Fundo, existem áreas de preservação, mas não há a
existência de um Jardim Botânico, e nessa ordem percebe-se a importância da implantação
de um Jardim Botânico, com área para preservação do meio ambiente, e diversificação das
espécies locais e também exóticas. De acordo com Willison (2003), “os jardins botânicos
desempenham um papel óbvio e vital na conservação vegetal, mas ela não pode ser bem-
sucedida sem a ajuda da educação”.
Conforma-se então, a ideia de que não só está carente de uma área para
preservação das espécies vegetais, como Passo Fundo merece ter um povo culto em
educação ambiental. Nada melhor do que haver um local onde a população de Passo fundo
possa interagir e aprofundar seus conhecimentos, como na implantação de um Jardim
Botânico, portanto.
2.2 Características arquitetônicas/ urbanísticas pertinentes ao tema
Com referência ao Silo, prédio existente que passará por revitalização, o mesmo
possuía a função de armazenamento de grãos, no formato torre, do tipo alvenaria mista,
tijolo e concreto amado, tendo sua estrutura formada por pilares e cintas de concreto
armado. A Companhia Estadual de Silos e Armazéns (CESA) foi criada em 1952, com
grande ascensão na década de 70, onde a estocagem de alimentos era precária, com a
base na estocagem de grãos. Os principais produtos para estocagem eram trigo, milho, soja
20
e arroz. Atualmente, seu estado de abandono prejudicou sua estrutura, mas a revitalização
trará sua forma, traços e cores novamente, fazendo com que aquele depósito de grãos
renasça através das vidas das espécies que ali serão cultivadas.
A partir da década 90, a CESA começou a perder impulso, pois os agricultores
começaram a utilizar as pequenas cooperativas rurais para fazer seu depósito. A unidade de
Passo Fundo foi desativada em 2013, pois suas dividas superam o valor do patrimônio da
companhia, e como forma de diminuir gastos, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns,
vem desativando algumas unidades.
Com relação ao levantamento e diagnóstico, bem como das soluções possíveis das
patologias encontradas na edificação existente, será realizado e apresentado no Trabalho
de Conclusão de Curso II, o levantamento esquemático do prédio existente (Silo), encontra-
se nos anexos.
Quanto ao terreno escolhido, está localizado em uma via arterial, na cidade de Passo
Fundo, a Avenida Brasil Leste; essa avenida é referencial na cidade. O uso da topografia do
terreno será favorável, pois terá como fundamentação manter suas curvas de nível ao
máximo, fazendo o Jardim Botânico adequar-se á elas. Segundo Domingues (1979), a
finalidade do uso da topografia está associada na determinação de seus contornos e suas
dimensões, tendo como importância o uso de sua locação no terreno, e em projetos
específicos.
Do uso de sua localização, tem-se que a área está localizada na porção nordeste, da
cidade de Passo Fundo, que está localizada ao Norte do estado do Rio Grande do Sul. Essa
região da cidade tem seu microclima temperado. O bairro em que está inserido o terreno é o
Bairro Petrópolis; é composto por uma boa desenvoltura, possui vários equipamentos
urbanos. Nele, os moradores encontram com facilidades locais para suprirem suas
necessidades, tais como: supermercados, escolas, farmácias, bancos e até uma unidade de
saúde, o CAIS da Petrópolis. É um bairro misto, composto por área residencial de alto,
médio e inclusive baixo padrão; nele existe acesso direto à Avenida Brasil, no qual existe a
predominância comercial. A rua lateral ao terreno, Rua Rodrigues Alves, tem acesso à zona
industrial que passa pelo Mirante conhecido como Sétimo Céu.
2.3 Sustentabilidade
Com ênfase no paisagismo e educação ambiental, não se pode perder o elo que
consiste em sustentabilidade nas edificações do Jardim Botânico, portanto serão analisados
as técnicas empregadas e seus materiais. Busca-se através da sustentabilidade alternativas
de baixo impacto ambiental, assim fazendo com que a natureza seja valorizada, tanto no
âmbito de projeto como na educação ambiental. Nas novas edificações, serão adotados
telhados verdes, com intuito de ligação entre os usuários e as edificações. A
21
sustentabilidade torna-se viável quando empregada nas oficinas que serão oferecidas ao
público pelo Jardim Botânico.
Outra forma será no emprego dos recursos naturais ao projeto arquitetônico, através
de peles de vidro, como iluminação natural. Esse método será utilizado nas estufas da flora
exótica, tropical e nativa, além do uso de ventilação cruzada, que será estudo para utilização
da maneira mais adequada conforme plantas arquitetônicas. Finalizando ainda será de total
importância o uso das fachadas norte e sul, conforme incidência solar, fazendo o uso oeste
e leste para as área de menor impacto solar.
2.3.1 Bambu
O bambu será um material utilizado na ponte lago artificial. O bambu é uma espécie
de gramínea, que se desenvolve em cores verde ou amarela; cresce e se espalha
rapidamente, também é chamado de capim, devido a sua forma de crescimento. Seu
crescimento é rápido, algumas espécies crescem até um metro por dia, cada dia ele se
fortalece, podendo chegar a vinte e cinco metros, e em aproximadamente três anos ele já
está desenvolvido a ponto de ser retirado para que seja utilizado na construção civil, móveis
e etc.
Na área da arquitetura ecológica, é considerado material nobre, e em países
asiáticos esse material é utilizado na construção de casas. É de fácil manuseio, renovável e
baixo custo. No quesito resistência, ele consegue superar o aço em relação ao seu peso
próprio. Material bastante utilizado na arquitetura, pois traz leveza ao ambiente, além do fácil
manuseio e facilidade de formas.
Esse material será usado no projeto com ênfase na ecologia, próximo ao lago, e
realçando ainda mais o sentido de preservação do meio ambiente.
2.3.2 Painéis de ETFE - Etileno Tetrafluoretileno
O ETFE é um polímero, ou seja, um tipo de plástico translúcido, que usualmente vem
substituindo o uso do vidro. Se for comparado ao vidro, esse polímero tem maior
elasticidade, flexibilidade, isolamento , e seu custo é mais acessível (24 % a 70% mais
baixo), por se tratar de um plástico chega a ser 99% mais leve e transmissor de luz com
maior intensidade que o vidro. Esse material vem sendo utilizado em estádios, estufas,
centro aquáticos e terminais de metrôs. É um material de fácil manuseio, pode ser esticado
até três vezes em relação ao seu comprimento, sem que perca elasticidade.
Quanto à manutenção e limpeza, existe uma superfície antiaderente, que apenas as
águas das chuvas exercem o papel de limpeza; geralmente são painéis de fácil acesso, o
22
que facilita a sua manutenção. Material altamente resistente, tendo como prazo de
durabilidade em torno de 50 anos.
Figura 3: Bambu – casa de Grenn Village - Bali Figura 4: Painéis de ETFE – Arena Allianz – Munique - Alemanha
Fonte: NAMU, 2017. Fonte: Canteiro de Obras, 2017.
2.4 ESTUDOS DE CASO
Dando continuidade à pesquisa, seguem os estudos de caso pertinentes ao tema.
Foram escolhidos três estudos de caso: Jardim Botânico Joaquín Antonio Uribe, Jardim
Botânico do Rio de Janeiro e Éden Botanical Gardens.
2.4.1 Jardim Botânico Joaquín Antonio Uribe
2.4.1.1 Autor e localização do projeto
O Jardim Botânico Joaquín Antonio Uribe está localizado em Medellín, na Colombia,
nas proximidades da Universidade de Antioquia. Considerado um refúgio da fauna e flora
colombiana, história e pesquisas científicas da flora. O Jardim Botânico foi uma criação de
uma organização sem fins lucrativos, que denominou-se: Jardim Botânico Joaquín Antonio
Uribe, antes era uma fazenda que foi povoada por naturalistas e botânicos, tanto que seu
nome é uma homenagem ao seu fundador e botânico Joaquín Uribe Villegas. Esse jardim
sofreu uma grave crise, que desencadeou em seu projeto de Renovação em 2007, que foi
assinado pelos escritórios de Arquitetura Plan B Arquitectos e JPRCR Arquitectos, tendo
como seus projetistas os arquitetos, Felipe Mesa, Alejandro Bernal, Camilo Restrepo e J.
Paul Restrepo.
2.4.1.2 Implantação
Na concepção conceitual do projeto, foi inaugurado em 1972, com a finalidade de
Jardim Botânico. O que foi analisado como essencial está ligado ao paisagismo,
infraestrutura do local e o seu formato que tem uma ligação direta do público, tendo já na
23
recepção uma estrutura chamada de “flor árvore” que simboliza que cada flor tem a
estrutura de flor, mas em tamanho real de árvores.
Figura 5: Imagem aérea do estudo do Jardim Botânico de Medellín Fonte: Google Maps, 2017.
Conforme se percebe na planta de localização do projeto, há integração do mesmo
ao seu meio, ganhando assim um aproveitamento melhor de toda a área. A preservação e
conservação das áreas verdes, assim como a história local que é transmitida através do
lago.
Figura 6: Planta de localização
Fonte: NA Arquitetura.design, 2017.
24
2.4.1.3 Programa de Necessidades
Quanto ao programa de necessidades, percebe-se que o Jardim Botânico possui um
programa completo, e com diferentes atividades ao longo do percurso, assim pode-se
perceber que nele encontramos áreas setorizadas como: administrativa, apoio, eventos e
lazer/social. Totalizando uma área de 14, 2 hectáres.
Tabela 1: Programa de Necessidades
Fonte: Autora, 2017.
2.4.1.4 Funcionalidade
Figura 7: Imagem acessos
Fonte: NA Arquitetura.design, adaptado pela autora, 2017.
Conforme figura 7, do estudo de caso, percebe-se que seu percurso acontece pela
extensão parque, mas de maneira sutil, interferindo sem agredir as áreas verdes. A
organização das edificações fica visível, pois cada prédio tem uma funcionalidade e se
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Edifício científica 1.500m² Administrativo/ biblioteca/ laboratórios e herbário
Edifício de acesso Edificação pórtico de entrada
Orquideorama 4.200m² Espaço coberto, áreas de visitação de diversas espécies
Casa das azaléas - Casa preservada composta por jardins
Senderos - Caminhos/acessos
Sura teatro - Parede verde/ palco de apresentações
25
dispersa ao longo do Jardim Botânico. Nota-se que sua integração com a natureza é plena,
tendo áreas abertas e longos fluxos, fazendo com que cada passeio seja satisfatório.
2.4.1.5 Forma
Conforme figura 8 abaixo, conforma-se que a organização das edificações se
apresenta de forma separada, trazendo a mata como a integração uma da outra.
Figura 8: Imagem edificações vista de cima Fonte: Google Maps, 2017.
E seus traços, trazem a total acessibilidade às edificações, conforme figura 9. Esse
traçado torna-se importante a esses espaços tanto os externos quanto internos, pois além
de uma transparência, ter total acesso aos locais faz com que o Jardim Botânico tenha
condições de confortar os usuários.
Figura 9: Imagem Edificação Científica do jardim Botânico Fonte: Jardim Botânico de Medellín, 2017.
26
2.4.1.6 Técnicas construtivas e materiais
Quanto à utilização de determinados materiais, o Jardim conforma-se que cada
edificação recebe uma tipologia e um conceito, todos ligados à natureza, assim como
acontece logo na edificação de acesso, conforme figura 8. Essa edificação traz consigo a
dureza do cimento transformando-se em beleza da natureza, sua forma circular, faz com
que os usuários assimilem entradas e saídas, fora o aconchego do espelho d’água central,
que tem a intenção de resfriar o ambiente.
Figura 10: Imagem Edificação de Acesso Fonte: Jardim Botânico de Medellín, 2017.
Como mostram as imagens 10 e 11, a edificação Orquidorama, usa estrutura
metálica e madeira, trazendo seu conceito “flor-árvore”, fazendo com que a paisagem e a
natureza sem conformem. Ali conjuntos paisagísticos e da flora se transformam em obras de
artes, com seus fluxos dispersos à edificação.
Figura 11: Imagem Edificação Orquidorama, vista de cima
Figura12: Imagem Edificação Orquidorama
Fonte: Jardim Botânico de Medellín, 2017. Fonte: Jardim Botânico de Medellín, 2017.
27
2.4.2 Jardim Botânico do Rio de Janeiro
2.4.2.1 Autor e localização do projeto
O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, ou como é conhecido
jardim Botânico do Rio de Janeiro, fundado em 13 de junho de 1808, pelo príncipe Dom
João VI, localizado no bairro Jardim Botânico, na cidade do Rio de Janeiro/ Brasil. Tem uma
área de 54 hectares de espaços ao ar livre e estufas para conservação da flora, 83 hectares
de áreas com remanescentes da Mata Atlântica, totalizando 137 hectares de Jardim
Botânico.
2.4.2.2 Implantação
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro tem por finalidade oferecer espaço para
visitação e conservação da biodiversidade, apesar de estar inserido em uma área de grande
conturbação seu intuito é de tranquilizar os usuários, fazer com que eles sintam-se bem em
estar fazendo a visitação e a contemplação da área. Com a percepção na planta abaixo,
consegue-se perceber a intenção de contemplação na planta; são áreas muito bem
distribuídas, facilitando o acesso, com caminhos sugeridos ou simplesmente por opção dos
usuários. Existe um grande número de atrações.
Figura 13: Mapa área de uso público Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro 200 anos, p. 91, 2008.
28
2.4.2.3 Programa de Necessidades
No que se refere ao programa de necessidades, avalia-se que o Jardim Botânico do
rio de Janeiro, possui características completas, pois estão ligados, a entrada suas
bilheterias, estacionamentos e alimentação. Assim, nesse contexto, acontece a integração
do setor administrativo ao social e sucessivamente das áreas abertas para as áreas de
visitação e contemplação. Veemente se tem a noção de que o setor administrativo acontece
pelos portões 1008 e 920, que estão ligados diretamente à associação, teatro e museu.
Conforme figura 13, conseguimos entender a intenção de áreas muito bem planejadas e de
total acessibilidade.
Figura 14: Mapa Jardim Botânico do Rio de Janeiro Fonte: Google imagens, 2017.
Tabela 2: Programa de Necessidades
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Bilheterias - -
Centro de visitantes 500m² Hall entrada
Área alimentação - Dispões de espaços para refeições
Cactário 5000m² Exposição de cactus
Estufa de plantas Insetívoras 1000m² Estufa
Museu sítio Arqueológico 1000m² Galerias
Orquidário 700m² Estufa
Bromeliário 600m² Estufa
Coleção plantas medicinais 300m² Área aberta
29
Fonte: Autora, 2017.
2.4.2.4 Funcionalidade
O desenvolvimento da implantação do Jardim Botânico acontece de forma em que
seus fluxos são muito bem configurados, seus caminhos são delimitados por “Aleias”, como
se fossem ruas, mas como é rodeado de árvores denomina-se aleia. Levando em conta que
cada aleia tem um nome para que os guias consigam fazer a localização de cada ponto,
sendo assim os visitantes conseguem identificar sua localização. Os acessos acontecem por
dois portões, neles encontram-se as bilheterias. Na figura 14, consegue-se entender a
organização das aleias.
Figura 15: Mapa Aleias Jardim Botânico RJ Fonte: Google Imagens, 2017.
2.4.2.5 Forma
Na figura 15, pode-se ver o uso de eixos organizadores de espaços, existem três
eixos angulares, com sentido de organização de espaço amplo ao espaço restrito. Nota-se
Memorial Mestre Valentin - Espaço aberto com escultura
Museu do meio ambiente 1000m² Galeria
Espaço Tom Jobin 342m² Galpão de artes
Associação Amigos do Jardim Botânico
- -
30
que ao percorrer o caminho não acontece simetria de espaços, até por se tratar de espaços
verdes, onde foram preservadas a beleza da natureza e a intenção foi agredir o mínimo
possível a flora local. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro possui algumas formas
geométricas e orgânicas no seu percurso. A disposição das aleias acontece de forma
geométrica, em formato de quadras, já os caminhos acontecem em formatos orgânicos,
acompanhando as formas irregulares da mata.
Figura 16: Mapa eixo
Fonte: Leandro Design, 2017.
2.4.2.6 Técnicas construtivas e materiais
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é composto por edificações que remetem ao
ano de 1808, assim é o que ocorre com a estufa Orquidário, que foi fundada no ano de
1890, toda em madeira, e que foi reconstruída na década de trinta de estrutura ferro e pele
de vidro. Assim como podemos analisar na figura 16, a estufa em vidro no formato
octagonal, formato original.
31
Figura 17: Orquidário Jardim Botânico do RJ Fonte: JBRJ, 2017.
Já a estrutura do Museu do Meio Ambiente, primeiro museu da américa Latina
voltado ao meio sociocultural, inaugurado em 2008, sofreu reformas nos anos de 2010 e
2012, constituído de uma estrutura de pilares e alvenaria, remete às relações entre
arquitetura e paisagem, como mostram as figuras 17 e 18.
Figura 18: Fachada Museu do meio Ambiente JBRJ Figura 19: Museu do meio Ambiente JBRJ Fonte: JBRJ, 2017. Fonte: JBRJ, 2017.
2.4.3 Éden Botanical Gardens
2.4.3.1 Autor e localização do projeto
O Éden Botanical Gardens está localizado em Cornwall na Inglaterra: tem como
designer Tim Smit, que recebeu ajuda e colaboração de empresas e do arquiteto Nicolas
Grimshaw e da Land Use consultores, inaugurada em 2001, sem fins lucrativos, entidade
designada para ações de caridade na área da biodiversidade da flora e recuperação das
espécies. O Éden foi construído sobre um poço de argila antigo, com aproximadamente 163
hectares.
32
Figura 20: Éden Botanical Gardens Fonte: Google Imagens, 2017.
2.4.3.2 Implantação
O Éden foi projetado para transmitir a beleza, importância e recuperação da flora
para uma melhora da biodiversidade no planeta. Com uma cultura voltada para a
sustentabilidade, mostrando também a recuperação da área degradada, que antes foi uma
mina. No mapa da figura 20, pode-se notar que a topografia do terreno foi mantida e o que
foi ressaltado são as edificações que são voltadas para iluminação natural. O projeto é
dividido em três áreas, de zonas climáticas diferentes, sendo a externa voltada para as
espécies nativas, com clima local ou semelhante.
A área interna é especificamente voltada ao bioma tropical e bioma mediterrâneo. E
os passeios tornam-se orgânicos, mantendo ao máximo a topografia da área.
Figura 21: Mapa Éden Fonte: Blog da Arquitetura, 2017.
33
2.4.3.3 Programa de Necessidades
O programa de necessidades do Éden é formado por: apoio, social/lazer, escola e
estufas. Quando criado, foi efetivada a ideia de ser um projeto de grande amplitude mas, de
fácil acesso, onde os usuários conseguissem fazer o percurso e utilização correta do local. A
tabela a seguir mostrará as medidas dos espaços
Tabela 3: Programa de Necessidades
Fonte: Autora, 2017.
2.4.3.4 Funcionalidade
No Éden Botanical Garden, os sinais marcantes são seus fluxos, acessíveis e
orgânicos, essa funcionalidade orgânica vem dos traços do terreno, e a preocupação de
fluxos/ rampas tornam o projeto mais flexível e encantador, pois cada patamar garante um
paisagismo local encantador. Quanto aos acessos, no Jardim Botânico Éden, existe apenas
um acesso, pois a área em que ele foi construído era uma mina de argila, então o acesso
acontece por um portão apenas, um acesso principal e uma saída. Como mostra a figura 21,
e na figura 22 conseguimos perceber os deslumbrantes patamares ajardinados.
Figura 22: Vista de cima Éden/ acesso principal Figura 23: Jardim do Éden/ escultura abelha Fonte: Google Imagens, 2017. Fonte: Google Imagens, 2017.
Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
Centro de visitantes 4.000m² Apoio
Arena - Espaço ao ar livre
Core 15000 m² e 100 m de altura Oficinas e galeria
Bioma mediterrâneo 6.500m² Estufa
Bioma tropical 15.600m² Estufa
Stage - Entrada Éden
34
2.4.3.5 Forma
O Projeto do Éden se dá de formas sinuosas, com arquitetura futurista e seus jardins
contemporâneos. A modelagem da implantação do Éden resulta em uma arquitetura
organicista, na qual a preocupação com a topografia da área foi importante para a tomada
de decisões, pois agredir o menos possível a antiga mina se fazia inevitável, e os designer e
arquitetos optaram por uma modelação moderna e orgânica, de tal forma, que o público
visitante se sentisse atraído e encantado ao longo do seu percurso.
O espaço projetado tenta ao máximo fazer com que a relação homem/natureza se
aproxime, e nada melhor que fazer esse conceito aparecer como a forma em que a
implantação do Éden propõe, a arquitetura modelando a natureza. Na figura 23 e 24 abaixo
se consegue perceber.
Figura 24: Éden Botanical Gardens Figura 25: Éden Botanical Gardens/ interior bioma
Fonte: Google Earth, 2017. Fonte: Google imagens, 2017.
2.4.3.6 Técnicas construtivas e materiais
O Jardim do Éden possui quatro edificações, que se conformam no programa de
necessidades do mesmo. Cada uma com um traço diferenciado com arquitetura e técnicas
diversas, cada uma com uma intenção.
Na edificação, Centro de visitantes, tem como objetivo ser o elo entre os biomas,
edificação em formato de uma banana. Essa edificação foi projetada com a estratégia de
localizar-se em um ponto mais elevado da topografia do terreno, possibilitando assim, toda a
visual do Jardim Botânico. Tem sua estrutura de telhado em aço e sua construção com uso
de terra batida, elemento usual em Cornwall, a estrutura tem estatura baixa. Abaixo figura
25.
35
Figura 26: Centro de visitantes Éden Fonte: Wikiarquitectura, 2017.
A segunda e a terceira edificação projetada no Éden Botanical Garden, corresponde
aos Biomas, estão localizadas na parte de topografia mais baixa do terreno. São cúpulas,
que correspondem ao chamado domos geodésicas, foi utilizada uma das técnicas mais
sofisticadas do mundo para exercer a localização exta desses domos, para que
conseguissem alcançar o melhor posicionamento solar. Suas estruturas são formadas por
cubos de aço galvanizados de tamanhos variados, sua cobertura acontece através de
painéis de ETFE (ethyltetrafluoroethylene), material que absorve o calor necessário, para
cada espécie e tipo de bioma. É um termoplástico transparente, com alta resistência, é um
material reciclável, de fácil limpeza e equivale a 1% do peso vidro. Esses painéis de ETFE
fornecem energia solar para o fornecimento de água ao centro de visitantes.
Figura 27: Cúpulas Figura 28: Planta cúpula Fonte: Wikiarquitectura, 2017. Fonte: Wikiarquitectura, 2017.
A quarta edificação e a última a ser projetada no Éden, foi o núcleo ou originalmente
chamado: Core. É uma edificação voltada ao ensino, galerias de exposições e salas de
oficinas (aula). Aberto em dezembro de 2005, seu telhado tem forma de madeira em
ascensão, sua cobertura de cobre. Seu conceito baseia-se em “espirais opostas”,
encontradas em muitas plantas como pinhas, abacaxis e sementes de girassóis.
36
Figura 29: Core Figura 30: vista de cima do Core Fonte: Wikiarquitectura, 2017. Fonte: Wikiarquitectura, 2017.
2.5 CONCLUSÕES DO CAPÍTULO
Conclui-se que a proposta de implantação de um Jardim Botânico, na localização da
cidade de Passo Fundo, mais precisamente no Bairro Petrópolis, próximo ao mirante do
Sétimo Céu, torna-se de suma importância para a conservação da biodiversidade, tendo em
vista ajudar a ofertar aos visitantes desses locais uma percepção e consciência aguçada
dos impactos ambientais causados pelas ações humanas. Segundo Bediaga (2007), os
Jardins Botânicos tiveram fundamentação em espécies medicinais; nos dias de hoje, com a
contemporaneidade, esses locais visam cultivar e estudar espécies nativas e exóticas,
passando o máximo de cultura ambiental aos seus usuários.
Dessa forma, toma-se como exemplo os estudos de caso, que tornam-se
fundamental para a fundamentação teórica dessa pesquisa, a partir deles fica explícita a
ideia de integrar o homem a natureza, tornando assim o projeto arquitetônico acessível para
todas as faixas etária e qualquer condições físicas.
De cada estudo de caso foram analisados pontos estratégicos e aproveitáveis no
projeto estudado. De acordo com informações obtidas no estudo de caso, conformam-se os
seguintes pontos:
- Disposição da edificação Orquidorama, pois consiste em uma área conceitual
baseada nas flores árvores;
- Área coberta com aproveitamento de jardins da flora nativa;
Já conforme análises feitas no estudo de caso 2 se faz importante determinados
pontos:
- A disponibilidade das edificações;
- A preservação da flora local;
37
- Fluxograma muito bem definido;
- Funcionalidade de acessos;
Com ênfase no estudo de caso 3, pode-se tirar como conveniente para agregar ao
estudo dessa pesquisa, os seguintes itens:
- A arquitetura organicista;
- A intervenção urbana, como por exemplo, a área de estacionamentos;
- a intenção sustentável do projeto, tais como: o aproveitamento solar e técnicas de
aproveitamento para a melhor insolação nas estufas;
- Contemplação da topografia;
- Preservar a identidade local;
- Disponibilidade e facilidade das edificações;
- Projeto totalmente acessível, topografia aproveitada através de rampas;
Por fim, percebe-se por esse estudo, que é relevante ter cuidados com a
preservação da área a ser implantado o novo projeto, levar em consideração os fatores,
como homem/ natureza. E ter fortalecido a visibilidade e estabilidade dos usuários,
modelando o projeto de acordo com os traços da natureza.
38
CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
3.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentado o diagnóstico da área de implantação, que se localiza na
Avenida Brasil Leste, esquina com Rua Rodrigues Alves, bairro Petrópolis, Passo Fundo –
RS.
3.2 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL
Passo Fundo é uma cidade que está localizada no Brasil, estado do Rio Grande do
Sul, mais precisamente na região norte do estado, a maior cidade do norte do estado. De
acordo com dados do IBGE (2017), a cidade possui diversos edifícios o que resulta em ser
uma das cidades mais densas do estado. Sua emancipação aconteceu em 28 de janeiro de
1857, herdou o nome Passo Fundo, em função do Rio Passo Fundo, que os tropeiros
utilizavam para aguar-se e dar água aos seus animais no século XVIII.
Passo Fundo tem aproximadamente 197.798 hab., considerada uma cidade mais
populosa por ser polo universitário e comercial na parte norte do estado, conhecida também
por ser a “Capital Nacional da Literatura”, tem em seu histórico pólo em saúde, pois possui o
terceiro maior centro médico do sul do país. A cidade abriga um festival de nível
internacional, o Festival Internacional de Folclore, que tem por objetivo o resgate a cultura
de todas as nações.
Possui clima agradável sendo ele temperado, segundo índices do IBGE (2017). É
composto por vegetação predominante nativa, como a araucária. São denominados 13
distritos pertencentes à cidade, também possui 37 bairros. Passo Fundo possui em seu
contexto museus, patrimônios históricos, entidades tradicionalistas, catedrais, e
recentemente foi revitalizado o único parque na cidade, o Parque da Gare.
Passo Fundo é uma cidade aconchegante, tem por sinônimo a sua hospitalidade,
sua desenvoltura e uma diversificação de lazer, como boates, bares, hotéis, praças e área
verdes, para o convívio e contemplação do bom viver. Nesse contexto cultural e
contemplação da vida, entra a ideia da implantação desse projeto.
A implantação de um Jardim Botânico, na cidade de Passo Fundo, ocorre na
localização do Bairro Petrópolis, o segundo bairro mais valorizado da cidade, tendo como
delimitador o Rio Passo Fundo e a BR 285, provido de uma infra estrutura completa,
segundo dados do BID (2017).
O terreno em que a proposta de implantação de um Jardim Botânico está localizado
na Avenida Brasil Leste, esquina com rua Rodrigues Alves; é um terreno de topografia
sinuosa, no qual está localizado uma área de APP, banhado, no qual será preservado e
39
localizado um lago. O bairro Petrópolis é um local que possui infra estrutura, como: bancos,
rede elétrica, água/ esgoto e equipamentos urbanos.
No bairro, os moradores encontram uma gama de atividades que funcionam
corretamente e viabilizam o melhoramento de locomoção, assim não encontrando nenhuma
dificuldade de acessos, tendo linhas de ônibus que percorrem o bairro todo. Além disso,
existe um comércio fluente, que cresce a cada dia em um ritmo acelerado. Escolas públicas,
escolas municipais e escola de educação infantil privada. Encontra-se em ótima localização,
redes bancárias, supermercados, faculdades, farmácias e um posto médico, o Cais
Petrópolis. Ainda encontram o mirante revitalizado, que hoje é chamado de Parque Linear
do Sétimo Céu, que receberá dispositivos urbanos como forma de elo ao Jardim Botânico.
A área escolhida para a implantação do Jardim Botânico está em localização
privilegiada, pois além de ser um bairro em crescimento, abriga residências e um grande
número de usuários locais.
Figura 31: Localização Fonte: Google (2017), adaptado pela autora.
3.3 MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES
Através do Mapa Nolli, podemos perceber que a área estudada possui entorno rico
em habitações, por ter em seu percurso a Avenida Brasil Leste, temos uma linear comercial
fluente e um entorno residencial. A área escolhida para a pesquisa divide-se em dois
pontos, área que atravessa a Avenida e a área que condiz às ruas.
Figura 32: Mapa Nolli Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.3.1 Uso do solo
Temos abaixo o mapa de uso do solo, como se percebe conseguimos ver o quanto o
uso varia, tendo em seus traços marcantes o uso residencial, seguido do uso comercial. Nos
40
lotes vizinhos ao lote da área de implantação, nota-se um vazio, pois existe a ferrovia. Na
área que predomina a cor verde, refere-se ao mirante, chamado hoje de Parque Linear do
Sétimo Céu, área revitalizada, onde dispõe de equipamentos urbanos e ciclovia.
Figura 33: Mapa usos Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.3.2 Mapa de alturas
Diante do mapa de alturas, temos a percepção clara que na área de implantação da
pesquisa desenvolve-se um nível de até dois pavimentos na edificações pela cor amarela,
sofre alguma elevação em até 5 pavimentos demonstrado pela cor laranja, e com
representação vermelha é notável a alteração mínima das edificações de até dez
pavimentos, e que nesse entorno não acontece a interferência de edificações maiores que
onze pavimentos. Com isso tem-se a preocupação de não agredir a visual e nem ser
desconforme com as edificações existentes.
41
Figura 34: Mapa de alturas Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.4 INFRAESTRUTURA URBANA
No trato da infraestrutura da área de implantação estudada, nota-se que o bairro é
bem provido de iluminação pública alta, tem em sua grande maioria tratamento de esgoto,
distribuição de água potável existentes pontos com áreas verdes em sua extenção.
3.4.1 - Rede viária
No que trata da rede viária podemos relevar o sentido dos tráfegos de cada via,
percebe-se o fluxo de transporte público e a intensidade de cada via demonstrada através
das cores conforme legenda. As vias possuem característica de sentido duplo em sua
maioria. Nos pontos próximos a Avenida Brasil Leste, percebe-se um fluxo mais alto de
circulação, já no que diz respeito à centralização da área um fluxo de baixo a médio.
42
43
Figura 35: Mapa rede viária e tráfegos Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.4.2 - Rede de água
No que refere-se a Rede de Abastecimento de Água, no mapeamento da área de
implantação do estudo nota-se que existe uma rede completa, apesar de o bairro Petrópolis
ser um dos bairros mais antigos da cidade. A demonstração da rede segue abaixo.
44
Figura 36: Mapa rede água Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.4.3 Rede de esgoto
Quanto a Rede de esgoto tanto cloacal como o pluvial, é de suma importância, por
isso percebe-se que na área estudada acontecem os dois sistemas de forma regular, no
percurso da área foi notável a conservação da rede de esgoto pluvial, e quanto ao esgoto
cloacal, por toda extensão estão estruturados, como pode-se ver abaixo, através do
mapeamento da rede.
45
Figura 37: Mapa rede esgoto Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.4.4 Rede de energia
A Rede de Energia do bairro Petrópolis, mais precisamente da área de implantação
da pesquisa, é formada por iluminação alta, muito bem equipada, porém nessa região
existem lotes grandes não edificados, o que torna esses espaços mais escuros e em vista
da falta de residências nesses locais. Abaixo, no mapa, percebe-se que existe fornecimento
de energia em todo o entorno da pesquisa.
46
Figura 38: Mapa rede elétrica Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.4.5 Vegetações Urbanas
No entorno da área de implantação da pesquisa, existem diversas espécies de
árvores, a maioria está localizada nos canteiros centrais da Avenida Brasil Leste, árvores de
porte médio e alto, nas demais ruas foram encontradas algumas espécies, todas de porte
alto.
47
Figura 39: Mapa da vegetação no entorno Fonte: Elaborado pela autora (2017).
48
3.5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO TERRENO
3.5.1 Dimensões do terreno
Figura 40: Planta de situação. Fonte: Elaborado pela autora (2017).
49
O terreno da área de implantação da pesquisa mede 5 hectares, dentro de uma área
mista residencial e comercial, tem fluxo fluente pela Avenida Brasil Leste. É um terreno de
esquina, entre Avenida Brasil Leste e rua Rodrigues Alves. Percebe-se pela figura 39, que a
distância da esquina mais próxima é de 99,90m. Está posicionado na lateral norte, no eixo
de duas quadras, sendo nela situadas as ruas Paissandu e Uruguai.
Está situada na extensão do terreno, mais precisamente parte oeste do terreno, uma
área com residências irregulares, contendo nela 207 residências, que serão realocadas,
para um terreno próximo, localizado na Avenida Rui Barbosa, sendo ele uma quadra, entre
as Ruas Princesa Isabel, Antoninho de Moraes e Hugo Lisboa. Essa área foi escolhida por
ser próxima ao terreno invadido, mantendo os vínculos com ao bairro dos que ali residem
irregularmente.
Figura 41: Mapa de vegetação existente no terreno Fonte: Elaborado pela autora (2017).
50
3.5.2 Topografia
A topografia da área é muito relevante, está a 3,0m abaixo do nível da Avenida Brasil
Leste, suas laterais também estão localizadas nesse nível, sendo de suma importância
manter o formato já que na área está localizado a edificação do antigo Silo da Cesa, que
também respeitou a topografia do terreno.
Figura 42: TOPOGRAFIA Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.5.3 Condicionantes Físicos
De acordo com a área e localização na cidade, conforme dados da EMBRAPA, os
ventos predominantes nessa região são NE, sua fachada norte está localizada na rua
Rodrigues Alves, sendo de grande incidência de águas de chuva também. Apesar de sua
topografia abaixo do nível da rua, os ventos são influenciáveis no terreno. Conforme figura
41, percebem-se os condicionantes.
51
Figura 43: Mapa condicionantes físicos Fonte: Elaborado pela autora (2017).
52
3.5.4 Visuais do terreno e entorno imediato
Figura 44: Mapa visuais do terreno Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Conforme mapa de visuais, no trajeto A, com a imagem A1, podemos perceber a
fachada frontal do terreno, com acesso pela Avenida Brasil Leste. Na figura A2, pode-se ver
a diagonal do terreno com Avenida e Rua Rodrigues Alves.
53
Figura 45: Imagem A1 Figura 46: Imagem A2 Fonte: Autora (2017). Fonte: Autora (2017).
De acordo com o trajeto B, nota-se pela imagem B2, que as Edificações em seu
entorno lateral, que acontece na rua Rodrigues Alves a edificação mais alta não ultrapassa
três pavimentos, e conforme imagens B1 e B3 conforma-se a área do terreno, atualmente
degrada.
Figura 47: Imagem B1 Figura 48: Imagem B2 Figura 49: Imagem B3 Fonte: Autora (2017). Fonte: Autora (2017). Fonte: Autora (2017).
No trajeto C, conforme imagem C1 e C2 conseguimos perceber o entorno da área de
implantação, nota-se também alguns lotes sem edificação o que proporciona no horário da
noite certa insegurança para população local.
Figura 50: Imagem C1 Figura 51: Imagem C2 Fonte: Autora (2017). Fonte: Autora (2017).
Com o percurso D1, consegue-se ter a percepção de que a área de implantação da
pesquisa, com a Edificação do antigo Silo, tem uma visual que se salienta, pois entre as
edificações existentes, ela é a que tem maior amplitude, sendo assim, destaca-se
novamente a ideia de preservação da área como identidade local. Já a imagem D2 podemos
ter noção do entorno do local na rua Paissandu.
54
Figura 52: Imagem D1 Figura 53: Imagem D2 Fonte: Elaborado pela autora (2017). Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Com o trajeto E, e com a imagem E2 entorno em direção ao terreno escolhido e E1 a
dimensão da Avenida Brasil Leste sentido BR 285.
Figura 54: Imagem E2 Figura 55: Imagem E1 Fonte: Autora (2017). Fonte: Autora (2017).
Com o Trajeto F, Conseguimos perceber pela Figura F1 o desnível da Rua em relação ao
terreno e com a figura F2 o quão íngreme é o terreno na altura da Avenida Rui Barbosa.
Figura 56: Imagem F1 Figura 57: Imagem F2 Fonte: Autora (2017). Fonte: Autora (2017).
3.5.5 Skyline
A Skyline traz os traços das fachadas na área do entorno, mostrando novamente que
a altura da edificação existente no terreno é mais significativa perante seu entorno imediato,
traça também os equipamentos urbanos no local e sua diferença topográfica.
55
Figura 58: Fachada Rua Rodrigues Alves Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Figura 59: Fachada Avenida Brasil Leste Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Figura 60: Fachada Norte Fonte: Elaborado pela autora (2017).
A fachada oeste é a única que apresenta baixo índice de vegetação entre os lotes e
em seu interior, apresenta grande elevação topográfica em relação ao lote vizinho, que está
acima do nível da rua, e o terreno escolhido abaixo do nível da Avenida Brasil Leste, mesmo
com a diferença topográfica a área do antigo silo destaca-se.
Figura 61: Fachada Oeste Fonte: Elaborado pela autora (2017).
3.6 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS
Pesquisa documental, dando ênfase as normas e leis pertinentes ao projeto a ser
desenvolvido, tais como:
- Ênfase na acessibilidade, NBR 9050 (2015);
- Representação de projetos, NBR 6492;
- Resoluções, Ministério do meio Ambiente, ênfase na área de preservação para
constituição de Jardim Botânico;
- NBR 15401, no que diz respeito ao turismo sustentável;
56
- Código de Obras de Passo Fundo;
- Plano Diretor de Passo Fundo;
57
CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS
4.1 INTRODUÇÃO
Com vista na área escolhida, e o tema de projeto, surgiu à ideia conceitual para o
projeto, baseada na estrutura do silo existente, e levando em consideração o lado humano
do projeto, que se configura na identidade local, fazendo com que a comunidade do entorno,
que tem como referência local o antigo Silo sinta-se confortada.
A partir desse desenvolvimento de ideias e emoções, obtém-se o conceito Semente.
Essa escolha vem da ideia de acolher os integrantes do bairro há um local novo, mas que
eles se sintam pertencentes a ele, integrando a parte antiga ao novo, fazendo com que
novos usuários que virão a frequentar o local usufruam não só do Jardim Botânico, mas
também tenham livre acesso a revitalização feita a pouco pela Prefeitura Municipal de Passo
Fundo, o Parque Linear do sétimo Céu.
A ideia de integração do Jardim Botânico ao Parque Linear do sétimo Céu tem
ênfase em fazer a população de Passo Fundo, aprender a cultivar a biodiversidade da flora
interagindo com o lazer dos usuários. Vem dai o partido conceitual, algo que lembra-se que
ali no local escolhido, existe e havia lembranças na qual a comunidade pertencente lembra
com muito estima.
4.2 CONCEITO DO PROJETO
O Conceito do projeto do Jardim Botânico baseia-se em Semente logo, na
germinação das espécies, que crescem se desenvolvem e evoluem. Dessa forma o Jardim
Botânico á ser proposto, será disposto arquitetonicamente como a desenvoltura de uma
planta, realçando a importância na arquitetura paisagística e urbana. Resgatando origens e
trazendo a modernidade através da nova edificação. Tendo esse conceito como ideia para
projeto, pode-se perceber na figura 51, o desenvolvimento de uma semente.
Figura 62: Desenvolvimento das sementes Fonte: Cientic (2017).
58
A partir dessa imagem consegue-se ter a percepção de que o Silo será mantido
como a semente do projeto, em seguida ganha forma na germinação da semente através de
uma edificação de conexão entre o passado e o futuro, sendo tratado o antigo Silo como a
base do projeto. E o futuro vem representado pelas edificações novas, tais como a
edificação das oficinas que será o prédio “crescer”, na sequencia tem-se a desenvoltura da
planta com as estufas, que serão o prédio “desenvolver” e para finalização e obtenção da
planta se ganha à evolução dela, com isso teremos a evolução da área, dotada de um lago
e preservação das espécies.
Tendo em vista que o evoluir da planta em projeto vem à transformação de uma área
degradada e em total abandono, em um local para contemplação da vida, a importância que
tem uma área verde em meio à área urbana, a transformação do antigo Silo em Jardim
Botânico e sua ligação ao Parque Linear do Sétimo Céu, além de integração da população
terá como intenção funcional a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental. Segundo
resolução do CONAMA, tem como área verde de domínio público:
O espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização. (CONAMA 369/2006)
4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA
No projeto do Jardim Botânico a prioridade como já foi citado, será na topografia do
terreno, que se adequará as curvas de níveis, e a edificação do Silo será mantida, com
função de fazer continuidade à identidade local.
Quanto a edificação do antigo silo, será implantado uma revitalização do prédio,
fazendo com que seus traços e cores sejam preservados, quanto a sua estrutura que está
totalmente degradada, o emprego de estrutura metálica pertinente fará uso, como também
uma estrutura externa terá uso para um mirante do espaço.
Já na edificação conectora entre as edificações o uso de pele de vidro e passarela
verde se adequará para que o sentido conceitual Semente possa ser sentido pelos usuários
que por ali passarão, a ideia será uma conexão de vidro para o publico interno, e a
passarela verde para o público externo.
59
Figura 63: Escola de Arte, Design e Mídia na Universidade Tecnológica de Nanyang – Cingapura – Telhado verde Fonte: BlogAEC (2017).
No que diz respeito ao prédio “crescer”, será a edificação que abrigará as oficinas
para estudo paisagístico e de estudo da educação ambiental, mostra e apresentação
voltada à cultura ambiental. Esse local ganhará uso de alvenaria, estrutura de conforto
ambiental, fazendo uso correto de ventilações cruzadas e orientação solar pertinente aos
usos.
Na edificação denominada “evoluir”, edificações que abrigará as estufas será
implantado o uso de material de ETFE (ethyltetrafluoroethylene), material projetado para ter
resistência a diversas temperaturas e alta resistência a radiações. Sua estrutura ganhará o
abrigo de estrutura metálica, também será aplicado aproveitamento de energia solar,
gerando o abastecimento de prédios como o das oficinas. Ainda nesse local será
empregado um sistema de irrigação para as plantas que ali estarão abrigadas.
Figura 64: Estação Manchester Picadilly – estrutura ETFE Fonte: Wikipedia (2017).
Quanto ao uso do Jardim botânico serão empregadas áreas para a contemplação e
preservação do local, assim como áreas de integração com o entorno. O uso de ciclovias
dando continuidade à ciclovia revitalizada do Parque Linear do Sétimo Céu. Uso de pontes
60
para dar acesso ao lago artificial, fazendo uso de bambu, assim como total acessibilidade
aos demais locais do Jardim Botânico.
No que diz respeito a iluminação será empregado o uso de iluminação baixa,
priorizando o passeio e visão imediata, uso de iluminação médias para facilitar o passeio ao
longo do percurso e iluminação alta para segurança do local e dos usuários.
4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS
O entorno ganhará iluminação adequada, assim como a continuidade da ciclovia que
inicia no Parque Linear do Sétimo Céu, passará por dentro do Jardim Botânico dando
continuidade ao percurso existente na cidade. Além da ciclovia a criação de um calçadão na
Rua Rodrigues Alves dando ênfase a integração do parque ao Jardim Botânico.
Também faz parte das diretrizes urbanas melhorar a sinalização urbana e trazendo
assim, conforto e segurança a área que encontra-se em situação de abandono. Preservação
das espécies e plantio de novas espécies ao longo do calçadão.
Equipamentos urbanos, como, lixeiras, bancos para contemplação, paradas de
ônibus se necessário.
61
CAPÍTULO 5: PARTIDO GERAL
5.1 INTRODUÇÃO
Nesta parte será apresentado o partido geral do projeto do Jardim Botânico de Passo Fundo
- RS.
5.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES
Tabela 4: Programa de Necessidades Espaços Área Dimensões (em m²) Mobiliário essencial
R
EC
EP
ÇÃ
O Silo – recepção 890 m² Hall com espaços para sentar
História do local Expositores
Mapa do jardim Expositores
Mirante - externo 485m² Estrutura para visualizar jardins
C
ON
EC
TO
R
Rampa de acesso externo – rampa verde
991m² Acesso externo
Passarela vidro- conexão 294m² Acesso interno
O
FIC
INA
S
Praça de alimentação Cadeiras, mesas e lixeiras
Restaurante
Cozinha 40m² Pia, fogão, geladeiras, coifa, forno, balcões
Despensa/ depósito 20m² Prateleiras e freezeres
Serviço 17m² Vestiário feminino e vestiário masculino, guarda volume, bancos.
Atendimento 12m² Balcão de atendimento, caixa e cadeira
Café Mini cozinha 10m² Pia, mesa e fogão, geladeira
Atendimento 4m² Balcão de atendimento, mesas, cadeiras, espaço para cafeteiras e armários para armazenamento de café
Despensa 4m² Prateleiras
Lancheria Mini cozinha 15m² Pia, mesa e fogão, geladeira
Atendimento 4m² Balcão de atendimento, mesas, cadeiras, espaço para cafeteiras e armários para armazenamento de lanches quente e frios
Despensa 3m² Prateleiras
Sanitários 25m² Bacia sanitária, mobília com cuba e torneiras.
Sanitário de serviço 7m² Bacia sanitária, mobília com cuba e torneiras, bancos e armários guarda volume
Administrativo Escritório 30m² Mesas e cadeiras
Atendimento 10m²m² Balcão atendimento e cadeiras
Almoxarifado 30m² Escritório e prateleiras
Sala de aula 52m² Mesas, cadeiras, mesa escritório e quadro branco.
Sala dos professores 25m² Mesa, cadeiras, sofás, guarda volume
Direção das oficinas 10m² Mesas e cadeiras de escritório para atendimento ao público
62
Depósito materiais de uso em aulas 50m² Prateleiras e armários para armazenagem de equipamentos e materiais
Biblioteca 350m² Prateleiras, mesas, cadeiras e guarda volume.
Mini auditório 200m² Assentos e palco
E
ST
UF
AS
Estufa mediterrâneo
Exposição 600m² Plantas mediterrâneas
Depósito ferramenta 35m² Prateleiras, mesa e cadeira
Depósito adubos 32m² Prateleiras, mesa e cadeira
Serviço 15m² Guarda volume e vestiário
Sanitários 25m² Bacia sanitária, mobília com cuba e torneiras.
Estufa tropical
Exposição 600m² Plantas tropicais
Depósito ferramentas 35m² Prateleiras, mesa e cadeira
Depósito adubos 32m² Prateleiras, mesa e cadeira
Serviço 10m² Guarda volume e vestiário
Sanitários 27m² Bacia sanitária, mobília com cuba e torneiras.
Orquidário
Exposição 800m² Orquídeas exóticas
Depósito de ferramentas 35m² Prateleiras, mesa e cadeira
Depósito de adubos 32m² Prateleiras, mesa e cadeira
Serviço 15m² Guarda volume e vestiário
Sanitários 25m² Bacia sanitária, mobília com cuba e torneiras.
LA
ZE
R
Concha acústica 330m² Apresentações externa , espaço aberto, estilo arquibancada
Quadra 300m² Poliesportiva
Ciclovia - -
Calçadão externo - Espaços para contenplação
Estares contemplativos - Espaços destinados ao descanso
AP
OIO
LA
ZE
R
Quiosque lanches
Mini cozinha 10m² Pia, mesa, fogão e forno
Atendimento
5m² Balcão de atendimento e cadeira, armários e expositores de lanches
Despensa 2m² Prateleiras
Quiosque sucos
Mini cozinha 10m² Pia, mesa e fogão, geladeira
Atendimento
4m² Balcão de atendimento, e espaço com aparelhos para preparação de sucos.
Despensa 2m² Prateleiras
Quiosque café Mini cozinha 10m² Pia, mesa e fogão, geladeira
Atendimento
4m² Balcão de atendimento, mesas, cadeiras, espaço para cafeteiras e armários para armazenamento de café
Despensa 2m² Prateleiras
Sanitários 15m² Bacia sanitária, mobília com cuba e torneiras.
LA
GO
Lago artificial
- Passarela
SERVIÇO
Hall 3m² Espaço com assentos e sofás
Vestiário 7m² Guarda volume e bancos
Sanitários 10m² Bacia sanitária, mobília com cuba e torneiras.
Cozinha 15m² Pia, fogão, mesas e cadeiras
Refeitório 50m² Mesas e cadeiras
Espaço lazer 40m² Áreas de descanso e jogos
Depósito ferramentas
50m² Equipamentos necessários para manutenção do jardim
Depósitos de adubos 10m² Prateleiras e estrados para armazenamento de adubos líquidos, terras e adubos orgânicos.
Recebimento e Abastecimento de plantas e materiais
30m² Prateleiras, mesa e cadeiras
Fonte: Autora (2017).
63
5.3.1ORGANOGRAMA
Organograma do setor de Apoio do Jardim, será o acesso de primeiro impacto dos
visitantes.
Figura 65: Organograma recepção Fonte: Autora (2017).
Organograma das Estufas e do Apoio Lazer, refere-se as áreas que serão da biodiversidade
da fauna e apoio das áreas de lazeres que estarão dispostas ao longo do percurso do
Jardim Botânico.
Figura 66: Organograma das Estufas e Apoio lazer Fonte: Autora (2017).
Organograma das áreas de Serviço, que servirá para funcionários que prestarão auxílio na
conservação do parque, assim como armazenamento para ferramentas, já o setor de
oficinas refere-se a áreas que oferecerão salas para oficinas de paisagismo e educação
ambiental, por fim o setor lazer, abrigará as áreas destinadas ao conforto e lazer dos
usuários.
64
Figura 67: organograma oficinas, lazer e serviço Fonte: Autora (2017).
5.3.2 FLUXOGRAMA
Fluxograma refere-se à integração dos setores e devidos fluxos.
Figura 68: Fluxograma Fonte: Autora (2017).
5.4 PROPOSTAS DE ZONEAMENTO
No decorrer dos estudos, foram criadas três propostas de zoneamento, a partir dos
estudos de caso pesquisados. A decisão de fazer uma proposta que usasse eixos surgiu
65
como zoneamento um. Com o zoneamento um, surge a proposta de zoneamento dois, na
tentativa de deixar o projeto mais orgânico assim, como a natureza.
A proposta escolhida para dar seguimento ao projeto de Arquitetura e Urbanismo foi
o zoneamento três; nessa proposta, consegue-se obter formato orgânico, com ênfase no
conceito de projeto, que é semente, fazendo a germinação através das edificações e
ganhando vida a cada percurso pelo Jardim Botânico.
Além da forma, a preocupação foi em criar uma proposta que trouxesse leveza e que
acolhesse seu público, encantando-os e fazendo ter vontade de percorrer os espaços, fazer
de cada espaço algo especial, lembrando sempre o conceito e pensando no público como
se estivessem em suas casas, por isso cria-se diversas áreas de lazer, para que cada uma
tenha algo interessante que traga os usuários para dentro do Jardim Botânico.
A integração do Jardim Botânico ao Parque Linear do Sétimo Céu ganha sentido
quando sua ciclovia ganha vida por meio de um calçadão de acesso ao Jardim, e no meio
do percurso torna-se aconchegante por meio das áreas de contemplação que farão parte do
calçadão. Por fim, essa proposta foi escolhida por trazer aconchego e leveza à forma.
66
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se com a realização e desenvolvimento da pesquisa e proposta de projeto,
que se torna importante para o contato físico com o meio ambiente e cultura botânica
dos usuários. A contemplação e integração com o Parque Linear do Sétimo Céu,
também faz parte da educação ambiental.
Toda essa pesquisa e proposta de projeto conformam-se base relevante para a
etapa seguinte no Trabalho de Conclusão de Curso II, tendo em vista a amplitude de
contato com o meio ambiente.
67
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS