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FAQ – Faculdade XV de Agosto ANÁLISE DO NÍVEL DE ESTRESSE NO SETOR PÚBLICO NA ÁREA DA SAÚDE Miriam Maria Rielli Socorro 2008

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FAQ – Faculdade XV de Agosto

ANÁLISE DO NÍVEL DE ESTRESSE NO SETOR

PÚBLICO NA ÁREA DA SAÚDE

Miriam Maria Rielli

Socorro

2008

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FAQ – Faculdade XV de Agosto

ANÁLISE DO NÍVEL DE ESTRESSE NO SETOR

PÚBLICO NA ÁREA DA SAÚDE

Aluna: Miriam Maria Rielli

Orientadores: Profª. Ms. Claudia Cobêro Prof. Ms. Luiz Antônio Fernandes

Socorro

2008

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade XV de Agosto, curso de Administração.

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Agradecimento

Agradeço a todos que de forma direta ou indireta colaboraram na elaboração desta

pesquisa. De forma direta, aos meus colegas da faculdade, orientadores e a todos os colegas

da empresa onde se realizou esta pesquisa. De forma indireta, a todos que de alguma forma

me incentivaram a estar aqui neste momento de minha vida, principalmente minha família e

amigos. E a Deus, de todas as formas.

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“Oscilo em meio a contradições, exasperam-me às vezes

fatos mínimos e catástrofes poderão deixar-me indiferente.

Contudo, a minha vida é hoje mais apaixonante do que

nunca.”

Charles Chaplim

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Resumo

Este trabalho de pesquisa foi elaborado visando descobrir a diferença do nível de estresse de diferentes funções em um Setor Público Municipal na área de saúde. Procurou-se elaborar informações pertinentes para que o gestor possa melhorar os níveis de estresse na equipe de trabalho. Questionou-se qual o nível de estresse destes colaboradores na empresa, fazendo uso de método de pesquisa exploratória. Para tanto, se formulou um questionário com perguntas fechadas, aplicado aos profissionais através da colaboração dos gerentes das Unidades de Saúde e pela própria pesquisadora. Foram pesquisados 85 colaboradores atuantes em várias áreas desta Diretoria de Saúde. Com os resultados analisados, percebeu-se que existem alguns grupos de profissionais mais afetados pelo estresse que outros. A empresa, com posse destas informações, tem a possibilidade de implementar metas e ações para uma melhoria destes índices.

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Sumário 1 . Introdução .................................................................................. 6

1.1 Empresa Analisada ............................................................ 7

2. Referencial Teórico ................................................................... 09

2.1 O Estresse .......................................................................... 09

2.1.1 Principais Sintomas do Estresse ........................................ 10

2.1.2 Como se Cria o Estresse .................................................... 10

2.1.3 Fases e Manifestações do Estresse .................................... 11

2.1.4 O Estresse no Trabalho ..................................................... 12

2.1.5 A Síndrome de Burn-Out .................................................. 13

2.1.6 Controle de Estresse da Empresa ...................................... 14

2.1.7 O Estresse Trazendo Benefícios ........................................ 16

2.1.8 Atitudes de Prevenção e Cura do Estresse ........................ 17

2.2 O Trabalhador da Saúde .................................................... 18

3. Metodologia ................................................................................ 20

3.1 Amostragem ..................................................................... 20

3.2 Material ............................................................................ 21

3.3 Procedimentos ................................................................. 22

4. Resultados e Análises ................................................................ 23

4.1 Dados Nominais ................................................................. 23

4.2 Dados Intervalares .............................................................. 24

4.3 Dados sobre Nível de Estresse por Função ........................ 33

4.4 Correlação entre os Itens .................................................... 35

5. Considerações Finais.................................................................. 37

Referências Bibliográficas......................................................... 38

Anexo 1 - Questionário ............................................................... 39

Anexo 2 - Planilha Excel ............................................................. 40

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1 – Introdução

Nos dias de hoje pergunta-se constantemente o que o mundo quer do homem, o

que o homem quer do mundo e o que o homem quer do homem. Existem muitas cobranças às

perguntas e respostas de tudo, uma aceleração do tempo e uma insegurança constante.

Neste quadro, vislumbra-se o profissional da área da saúde com suas expectativas

muitas vezes não atendidas e as conseqüências desta relação. Profissionais desmotivados,

desinteressados, doentes e por que não dizer incentivados a novas atitudes que podem ser

criativas ou destrutivas.

O funcionário público em saúde apresenta algumas especificidades: é um

profissional que carece uma política de recursos-humanos, justa e coerente. Sofre com a

insatisfação da população com relação ao atendimento em saúde pública e acaba por vezes

oferecendo qualidade insatisfatória nos serviços, por falta de equipamentos, qualificação

profissional e quantidade de pessoal.

O profissional de saúde ainda sofre a pressão da sua responsabilidade quanto à

vida de seu cliente que depende de sua avaliação e ação para obter saúde ou manter a própria

vida.

Neste segmento estão os profissionais que atuam mais diretamente com esta

condição, como médicos e enfermeiros e os que trabalham de forma indireta, como os

profissionais administrativos que também não deixam de ter sua medida de responsabilidade.

A importância desta pesquisa está na descoberta e atuação dos agentes formadores

de estresse no trabalho destes profissionais para, posteriormente poder planejar ações

amenizadoras ou mesmo eliminadoras de parte ou de alguns dos elementos de estresse na área

de saúde de um setor público.

A qualidade de vida que se tem, pode mostrar suas conseqüências no desempenho

profissional do trabalhador e, vale lembrar que quase todos passam a maior parte do tempo de

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sua vida no local de trabalho. Conseguir estar bem neste período apesar de todas as pressões,

é uma grande conquista de cada um.

Considerando todas estas questões, este trabalho irá analisar o seguinte problema

de pesquisa: Qual o nível de estresse no setor público na área de saúde na instituição

analisada?

Tratará como objetivo, a percepção do nível e condições de estresse a que estão

expostos os colaboradores de um setor público na área de saúde, conhecer seu perfil e

encontrar principais fatores de estresse no trabalho.

1.1 Empresa Analisada

A pesquisa foi executada em uma empresa do setor público, na área da saúde de

uma cidade de aproximadamente dezesseis mil habitantes, que tem uma população flutuante

devido a sua característica de estância turística.

A Diretoria de Saúde está subordinada a prefeitura municipal e quem responde

por ela em última instância é o prefeito, entretanto, o responsável direto por ela é um diretor

de saúde. Esta Diretoria é responsável pela manutenção da vida e saúde da população e

procura cada vez mais, investir em prevenção.

Conta com uma equipe multidisciplinar de 135 colaboradores aqui citados:

médicos clínicos e especialistas, enfermeiras, odontólogos, terapeuta ocupacional,

fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudióloga.

Conta também com: farmacêuticas, veterinário, técnicos de enfermagem, auxiliar

de enfermagem, auxiliar de serviços, auxiliar de odontologia, escriturários, agentes sanitários,

agentes de saúde e comunitárias, motoristas, estagiários e guarda – mirim.

Vale lembrar que essa diretoria conta com colaboradores concursados,

contratados, colaboradores do estado emprestados à prefeitura, prestadores de serviços,

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colaboradores prestadores de serviço de um consórcio do qual a prefeitura participa,

estagiários e guardas - mirim.

O setor de saúde estudado é composto de nove unidades, sendo: Diretoria da

Saúde, onde se trata de assuntos administrativos; Centro de Atenção Psicosocial, que trata

clientes com transtornos psicológicos e Ambulatório de Especialidades, onde oferece

atendimentos em especialidades.

Também conta com: duas Unidades Básicas de Saúde; uma Central de

Agendamento; um Pronto Atendimento; duas Estratégias de Saúde da Família; dois Centros

Odontológicos e duas Farmácias.

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2 – Referencial Teórico

Neste capítulo serão apresentadas algumas das definições e bases teóricas usadas

para o desenvolvimento do trabalho.

2.1 O Estresse

Para Ferreira (1994, p. 279), a definição de estresse é: “Conjunto de reações do

organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras, capazes de perturbar-lhe

a homeostase.”, definindo homeostase como o equilíbrio dos meios internos do organismo.

Mudanças muito rápidas na forma de vida, problema que é uma constante na

atualidade, fazem com que o organismo não consiga se adaptar, ficando com a mensagem

anterior, sua realidade primeira. Neste contexto, cria uma situação de estresse constante e, o

que era positivo, como força de mudança, passa a ser destrutivo e trazer conseqüências físicas

e psíquicas. (BERNARDO & DIAS, 2004).

De acordo com Carvalho & Serafim (1995), o estresse está ligado diretamente a

fatores psicológicos, a pessoa estressada não dá conta da carga emocional envolvida e os

descontroles fisiológicos por ele causados, tendo como conseqüências, perda de suas respostas

psicológicas. O estresse envolve desgastes físicos e emocionais e de acordo com a

predisposição do indivíduo pode-se verificar desânimo, ansiedade, ou até manifestações

físicas mais graves como: úlcera, infarto e até mesmo tendência ao suicídio.

O estresse pode ter como causa, a forma como se lida com as frustrações; as

ameaças constantes ocasionando atitudes de recuo ou afastamento; competitividade; falta de

tempo para si, para criar metas para suas prioridades. Cita-se também a ansiedade, com

sentimentos de aflição contínua; baixa estima; e o estresse de final de carreira, por não estar

preparado para esta nova fase em sua vida.

Para McLellan; Bragg & Cacciola (1988) o estresse é uma condição da vida

humana, portanto só nos livramos dele com a morte.

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2.1.1 Principais Sintomas do Estresse

Para Carvalho & Serafim (1995) as manifestações do estresse se diferenciam de

indivíduo para indivíduo, tendo alguns mais e outros menos sintomas, variando de acordo

com a estrutura psíquica da pessoa.

No processo de estresse há transformações químicas no corpo que podem trazer

transtornos mentais ou físicos, entre eles destaca-se: cansaço, angústia, perda de memória,

perturbação, aceleração do batimento cardíaco, úlcera, colite, alteração no desempenho de

suas funções, dor de cabeça, bruxismo, pânico, agitação, diarréia, entre outros.

2.1.2 Como se Cria o Estresse

Arroba & James (1994) mostram algumas maneiras mais fáceis de perceber a

criação de estresse nos dias de hoje:

Ameaça futura: A imaginação do futuro é uma capacidade importante no sistema

de defesa, pois pode haver prevenção e reação a perigos, no entanto é preciso não fantasiar as

previsões e criar medidas certas para respostas a possíveis perigos. É preciso ter informações

objetivas e uma conversa, honesta e baseada na realidade, consigo mesmo, para ter reações

adequadas à situação de estresse.

Lembranças: As lembranças de vivências passadas podem causar interpretações

diferentes de uma mesma realidade para duas pessoas distintas. Portanto a forma como se

trata um acontecimento hoje pode estar influenciado em experiências passadas. Como muitas

vezes estas lembranças podem não ser favoráveis é preciso se desvencilhar destas memórias.

Frustração: Pode ocorrer quando não há definição do que se quer e, portanto

nunca estar satisfeito; pode-se querer o que não está nem nunca estará disponível. Agir de

forma a reduzir suas possibilidades de conseguir o que se quer e ter expectativas irreais de

como conseguir suprir suas necessidades.

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Necessidade de reconhecimento e contato: A ausência de contato com pessoas

no trabalho pode ser tão penosa quanto seu excesso, mas em qualquer dos casos há sempre a

necessidade de aprovação pelo grupo, reconhecimento da presença e realizações. E, é a dose

destes reconhecimentos que trarão bem-estar ou desalento à pessoa.

Necessidade de estrutura e estabilidade: Fatores de instabilidade tanto no lar

quanto no trabalho, podem perturbar a sensação de segurança e previsibilidade,

transformando-se em ameaças antes mesmo de acontecer. Nas empresas vivem-se muitas

situações de mudanças que causam problemas de enfrentamentos diretos, ou seja, lidar com

novas estruturas, chefes, esquema, e de enfrentamento indireto como o dizer adeus ao antigo.

Necessidade de variedade e estímulo: Há uma medida adequada de variedade e

estímulo que é tão saudável para o funcionário quanto para a empresa. Estímulos muito baixos

ou altos se tornam ameaçadores. Pode-se também criar estímulos perigosos para suprir

necessidades de excitação mesmo fora do ambiente do trabalho, como dirigir um veículo

perigosamente.

2.1.3 Fases e Manifestações do Estresse

Para Carvalho & Serafim (1995) as características gerais do estresse, podem ser

divididas nas seguintes fases:

Primeira fase: A pessoa não tem consciência do que está acontecendo, apesar dos

sintomas, pode ser bastante desagradável, mas através da conscientização e combate ao

problema, pode-se obter bons resultados;

Segunda fase: O organismo tende a se adaptar a essa nova condição, permitindo

esse desequilíbrio e situação de constante tensão. Se não houver conscientização nesta fase, o

estresse pode se instalar.

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Terceira fase: Depois da tensão permanente, havendo novos agentes estressantes,

provavelmente o organismo irá se debilitar, tornando-se vulnerável a várias doenças físicas ou

mentais.

De acordo com Arroba & James (1994), o estresse manifesta-se em quatro áreas

principais do corpo:

Emocional: Reações a mudanças de sentimentos podem ter manifestações não

específicas como uma sensação generalizada de depressão ou entusiasmo; ou específica como

pânico ou culpa.

Mental: Quando há uma mudança no padrão de raciocínio geralmente se percebe

uma alteração do nível de pressão. Aparecem dificuldades de estabelecer prioridades,

protelação, visão estreita e raciocínio confuso e ilógico, tornando muito angustiado o

profissional que precisa exatamente destas aptidões para desenvolver seu trabalho.

Comportamentais: Podem-se perceber alterações de comportamentos pelo uso

de linguagem rude, tom de voz elevado e comportamento hostil; outra reação é o aumento de

atividades físicas, movimentos mais intensos, fala mais rápida e oscilação no tom de voz. Por

outro lado o oposto também pode ocorrer, um comportamento mais retraído, mais calado e

apático. Pode acontecer também a diminuição da coordenação motora, chegando a causar

acidentes de trabalho.

Fisiológicas: Entre tantas reações fisiológicas, encontramos mudanças físicas nos

casos de indigestão, dores de cabeça e tensão muscular.

2.1.4 O Estresse no Trabalho

Segundo Dejours (1987), quando o trabalhador tem seus limites de tolerância ao

estresse ultrapassados, pode ocorrer a troca de setor ou mudança de empresa. Pode também

surgir o absenteísmo, onde o funcionário tem sofrimento mental ou fadiga - sintomas que não

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se mostram claramente como uma doença - o que não justifica o abandono do serviço, mas

cria um círculo de esforços para conter os sintomas e se manter em equilíbrio.

Para Mclellan; Bragg & Cacciola (1988), uma das causas mais marcantes do

estresse no trabalho é a competição, colocada como algo inevitável. A solução como forma de

lidar com este sentimento é encarar como oportunidade de reflexão e aprendizagem para lidar

com novas situações e obtenção de soluções.

Segundo Arroba & James (1994), o estresse dentro de uma empresa pode ser visto

primordialmente de duas maneiras, em uma delas, o profissional estressado que representa

para a empresa uma situação de status, pois demonstra que trabalha muito e geralmente está

num cargo hierárquico mais alto.

Encontra-se também o profissional estressado que acaba sendo considerado fraco,

onde é admissível queixar-se das pressões, mas não, ter problemas para suportá-las. Neste

caso as pessoas acabam não medindo esforços para encobrir quaisquer sintomas do estresse

para não sofrer críticas com relação a sua competência profissional

De acordo com Bernardo & Dias (2004), os seis fatores básicos de estresse no

trabalho pelo padrão da EU, podem ser assim descritos: autonomia ou controle do trabalho; o

conteúdo do trabalho, sua relação com o todo organizacional. Também a previsibilidade,

conhecimento do que pode acontecer; apoio social, relação com seus colegas de trabalho;

recompensa, salários e justiça; demanda de trabalho justa qualitativa e quantitativa.

2.1. 5 A Síndrome de Burn- Out

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil (2001), a síndrome do esgotamento

profissional ou síndrome de burn-out é a resposta ao estresse emocional e interpessoal

prolongado e crônico no trabalho.

O profissional antes muito envolvido afetivamente com seu trabalho e

principalmente com seus clientes, sofre desgaste, perde a energia necessária para continuar e

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perde o sentido de relação com o trabalho, sentindo que qualquer esforço seu será inútil. Essa

síndrome envolve atitudes negativas quanto aos usuários, clientes e a própria organização do

trabalho. Pode estar suscetível ainda a doenças físicas, uso de álcool, outras drogas ou mesmo

ao suicídio.

Os profissionais da área de serviços e cuidados como trabalhadores da saúde

educação, policiais, assistentes sociais, agentes penitenciários são os que mais sofrem com

esta síndrome.

Em geral os fatores relacionados com o trabalho estão mais ligados a esta

síndrome, do que questões pessoais ou biográficas. Os fatores laboriais que mais predispõem

o profissional a doença são: papel conflitante, perda do controle ou autonomia e ausência de

suporte social.

A síndrome de burn-out é caracterizada por: grande envolvimento com a

profissão, chegando mesmo a ganhar um caráter de missão; sentimento de vazio afetivo;

insensibilização com o cliente (despersonalização) e queixa de sentimento de incompetência.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2001).

2.1.6 Controle de Estresse da Empresa

Para Arroba & James (1994), assim como as pessoas, as empresas também podem

sofrer os efeitos das pressões quando elas não estão equilibradas, formando organizações

estressadas. Lidar com este estresse organizacional pode ser um processo complexo, que irá

trabalhar em um contexto fortemente emocional e, qualquer modelo de resolutividade pode

não ser eficiente, também havendo um grande desgaste emocional das pessoas envolvidas.

Sugerem então o modelo de controle de estresse organizacional baseados em

quatro estágios distintos e seqüenciais:

Colocar o estresse na agenda organizacional: é preciso primeiramente admitir a

existência do estresse, o que pode acontecer de duas maneiras: alertar as pessoas e tornar

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presente a consciência deste problema ou, quando os próprios envolvidos começam a ter a

percepção do problema e sentem a necessidade de se tratar disso.

Treinando indivíduos no controle do estresse: a criação de treinamentos nesta

área pode igualmente aumentar a consciência da existência do estresse, o que pode alertar

para algo não percebido, assim como pode criar o sentimento que a empresa tem preocupação

com os problemas de seus colaboradores. Essas técnicas de controle de estresse devem estar

disponíveis a todos os níveis hierárquicos da empresa. Depois desta etapa as pessoas estarão

mais preparadas para lidar e ter a percepção sob o estresse tanto organizacional como pessoal.

Fornecendo técnicas de auxílio: Depois do profissional ter aprendido técnicas de

controle de estresse, a empresa deve se preocupar com o apoio a continuidade desta solução.

Há três opções para esta implantação: a primeira é contratar alguém tecnicamente

preparado para aconselhamentos, geralmente um assistente social, o que pode tornar este

profissional o maior detentor de estresse devido ao possível excesso de consultas. Temos a

segunda maneira que é a criação de conselheiros dentro da própria empresa em todos os níveis

hierárquicos, encontrar pessoas com habilidades potenciais e prepará-las para esta atividade,

tem sem mostrado bastante eficaz.

Finalmente temos a terceira opção que é uma forma semelhante à segunda, com o

diferencial de que só são treinadas as pessoas com responsabilidade gerencial.

Exame crítico do estresse: Nesta etapa já houve a conscientização do problema,

o uso de técnicas para controle do estresse e o aconselhamento disponibilizado pela empresa.

Agora ela já está pronta para a etapa final que é examinar os fatores que causam o estresse

organizacional e as medidas cabíveis para preparar a empresa para enfrentá-los. Isso pode

significar admitir que o estresse seja causado pela própria organização. Portanto é a hora de

diagnosticar os problemas e propor soluções para o estresse organizacional.

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2.1.7 O Estresse Trazendo Benefícios

Geralmente se associa o conceito de estresse a idéias desagradáveis, porém

algumas situações de estresse podem ser benéficas e é conhecido como eustress e estimula a

uma ação, tornando o indivíduo produtivo. (MCLELLAN; BRAGG & CACCIOLA,1988).

Bernardo & Dias (2004) colocam que a primeira função do estresse para a vida

humana é a própria conservação da vida (ataque e fuga). Na vida selvagem ou primitiva a

caça e o caçador, onde é o estresse que possibilita essa sobrevivência ou não, e nos dias de

hoje a fuga de um carro vindo em sua direção também pode fazer a diferença entre a vida e a

morte.

Segundo Arroba & James (1994), as pressões são as somatórias de exigências

depositadas no indivíduo. O estresse é a resposta a um nível de pressão inadequado. Há uma

medida de pressão ideal para cada pessoa para não ocorrer o estresse, ele só se manifesta sob

pressão alta ou baixa demais.

No ambiente de trabalho, quando há poucas exigências e baixa pressão, a reação

geralmente é de pouca atenção e redução de energia, tornando a atividade enfadonha, criando

atitudes de apatia. Conforme o nível de pressão aumenta, aumenta também o nível de

prontidão e atenção tornando o profissional mais energizado e motivado.

Há um nível ideal de pressão e este varia de pessoa a pessoa e nem sempre se

pode mensurá-lo. Quando esta pressão começa a passar do ideal aparecem as tensões e o

estresse causado pelo aumento de exigências, a pessoa começa a gastar energia tentando

aparentar calma e equilíbrio, mas a tensão e desconforto continuarão presentes. Portanto há

um ponto ideal de pressão e estresse para tornar a atividade profissional satisfatória e

motivante e ele tem a medida exata para cada profissional. (ARROBA & JAMES ,1994).

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2.1.8 Atitudes de Prevenção e Cura do Estresse

De acordo com Mclellan; Bragg & Cacciola (1988), a prática de meditação,

relaxamento, exercícios físicos e novas atividades, são formas mais demoradas, mas, mais

seguras e eficazes na ação de combate e prevenção do estresse para tornar o indivíduo mais

independente e mais autoconfiante.

A prevenção da síndrome de esgotamento profissional deve envolver mudanças na

cultura organizacional, estabelecer limites à exploração do desempenho do profissional;

diminuir a intensidade do trabalho assim como a competição. Requer uma política de ação

integrada de assistência e vigilância. O diagnóstico de mais de uma ocorrência pode indicar

um quadro de epidemiologia. (MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL, 2001).

Muitas das pessoas estressadas fazem uso de drogas ilícitas, álcool e drogas de rua

para fugir do estresse negativo, isso só traz um alívio imediato e uma conseqüente gama de

riscos, como a tolerância e dependência do produto (MCLELLAN; BRAGG &

CACCIOLA,1988).

Para Arroba & James (1994), positivar a atitude diante da vida e seus problemas é

uma forma valiosa de tornar o estresse um aliado. Em uma pesquisa com executivos

percebeu-se que melhorar a alimentação, praticar atividades físicas, planejar viagens e

reavaliar a própria vida são fatores que melhoram a qualidade de vida.

Apesar desta constatação, não haviam tomado estas atitudes anteriormente

justificando duas razões principais: perceberam que carregavam mensagens que atrapalhavam

o planejamento de uma vida melhor e que não sabiam por onde começar. Nas mensagens

negativas pode-se detectar a idéia que não é importante preocupar-se consigo mesmo, que não

se deve pedir ajuda e que os outros sempre precisam mais de você que você deles.

Ainda Arroba & James (1994) afirmam que para se conquistar uma qualidade de

vida equilibrada é necessário se reportar as zonas de estabilidade que podem ser colocadas

como:

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Lugares: qualquer lugar físico que traga conforto e segurança;

Valores e crenças: são valores sólidos que por si só trazem aumento de

capacidade para enfrentamento das pressões diárias;

Coisas: objetos que podem estar ligados a lembranças ou sentimento de conforto;

Pessoas: é o que se encontra num relacionamento longo e íntimo, a satisfação das

necessidades de reconhecimento e contato;

Organizações: não necessariamente a empresa, mas um local onde se encontra o

sentimento de participação e contato social;

Atividades: pode encontrar satisfação tanto na própria atividade profissional

como no lazer, trazendo sensações agradáveis.

2.2 O Trabalhador da Saúde

Para Bernardo & Dias (2004), o trabalho é o que dá sentido a vida em sociedade, é

onde se produz produtos ou serviços com valor, para uso e melhoria da qualidade de vida de

todos. Neste contexto, o trabalhador é dono de sua força de trabalho onde oscila entre

emprego e trabalho.

A organização do tipo de trabalho em uma empresa é ditada pela sua política,

poder de organização dos trabalhadores, situação do mercado ou a tecnologia empregada.

Dentro de uma organização flexível, percebe-se um aumento de autonomia para algumas

categorias de trabalhadores, o trabalho em equipe, relações de trabalho individualizadas,

intensificação do controle (autocontrole e cliente) e o trabalho invadindo o tempo livre

(excesso de dedicação). (BERNARDO & DIAS, 2004).

As relações de disputa e poder no ambiente de trabalho são históricas. No

ambiente de trabalho na área da saúde há uma disputa clássica de poder entre a medicina e

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enfermagem, pois seus objetivos se interagem. Nas equipes ainda há as disputas de gênero:

entre homem e mulher, de relações afetivas: prestígio e subordinação; ciência e senso comum

e classes sociais, entre outras. (OS DESAFIOS..., 2005)

Especificamente na área da saúde há disputas entre vários profissionais que atuam

nela, como: Agentes Comunitários de Saúde e Auxiliares de Enfermagem, Auxiliares de

Enfermagem e Enfermeiros, Médicos e Cirurgiões Dentistas, Enfermeiros e Gerentes,

Administradores e Médicos, entre outros.

Dentro deste emaranhado de conhecimentos e saberes, encontra-se o profissional

de saúde para cuidar das pessoas, gerenciar os serviços de saúde e formular novos projetos a

favor da vida. É uma equipe muito dinâmica, alternando entre momentos de desânimo,

resistência, criação e inovação.

Portanto, a simples colocação de trabalhadores juntos num mesmo ambiente não

condiz necessariamente com uma equipe, eles precisam ser agenciados para se transformar em

um modo – de – equipe para o trabalho. Essa equipe vai conviver com conflitos, onde apesar

de existirem aspectos nocivos, evidenciam as diferenças para a produção de uma

homogeneização de pensamentos, é dentro dela que o cliente será acolhido. (OS

DESAFIOS..., 2005)

Para Benevides & Ribeiro (2005), acolher é receber bem, ouvir, compreender e

solidarizar-se com o acolhido. Nos serviços de saúde ainda deve-se respeitar o momento

existencial de cada um, sabendo colocar os limites necessários. Os profissionais da saúde e a

organização da saúde deverão responsabilizar-se pela intervenção nas suas realidades de

atuação.

Deve-se procurar a promoção da saúde com uma relação acolhedora e

humanizada, tanto a nível individual quanto coletivo. A equipe acolhedora usa da escuta,

diálogo e respeito do saber dos usuários. Constrói vínculos para eliminar sofrimentos e

perceber as reais necessidades dos clientes. (BENEVIDES & RIBEIRO, 2005)

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3 – Metodologia

A metodologia possibilita uma escolha do caminho a seguir para se chegar a um

objetivo que será a possibilidade de resposta à pergunta de pesquisa, e nesta busca, para esta

pesquisa foi usado o método de pesquisa exploratória.

Segundo Trípoli (1991 apud LAKATOS et al. 1975:42-71) a pesquisa de campo

se divide em três grandes grupos que são: quantitativo-descritivo, exploratório e experimental.

Ainda segundo o autor citado, a pesquisa exploratória é uma investigação

empírica para formular questões ou problemas com as finalidades de desenvolver hipóteses,

familiarizar o autor com o objeto a ser pesquisado e clarear conceitos.

3.1 Amostragem

Considerando uma população de 135 profissionais, um nível de confiabilidade de

95% e uma margem de erro de 7%, a amostragem foi composta por um total de 85

profissionais, os quais foram escolhidos de forma aleatória.

Houve aplicação em 123 colaboradores, sendo o universo de funcionários de 135.

Destes, 90 colaboradores participaram efetivamente respondendo o questionário e ainda 5

questionários tiveram que ser descartados pelo seu não aproveitamento por alguma

inconsistência.

A porcentagem de profissionais que compuseram a amostra foi de: 15% de

motoristas, 9% de médicos, 9% de balcão, 10% de administrativo, 15% técnico de

enfermagem, 11% dentista, 6% auxiliar de dentista, 7% enfermeira e 18% agentes de saúde,

comunitário e sanitário.

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3.2 Material

Para coleta de dados foi utilizado questionário (ANEXO 1) com perguntas

fechadas e direcionadas, com 8 questões nominais onde se solicitou a colocação da função e,

9 questões intervalares com uma escala likert de 5 pontos onde tem-se: 5. concordo

totalmente; 4. concordo; 3. concordo parcialmente; 2. discordo e 1. discordo totalmente.

Nas questões nominais usaram-se as seguintes numerações: 1. balcão; 2.

motorista; 3. médico; 4. administrativo; 5. técnico de enfermagem; 6. dentista; 7. agentes

sanitários, de saúde e comunitários; 8. auxiliar de dentista e 9. enfermeira. Já nas questões

intervalares enumeradas de 1 a 9, buscou-se responder questionamentos com relação a

sintomas físicos, motivacionais , de conflito ambiental, espaço físico e carga de trabalho.

No questionário houve também a preocupação de incluir uma carta de

apresentação (ANEXO1) onde se explicita o motivo da pesquisa, o caráter sigiloso e a

aprovação da Diretoria de Saúde e da Faculdade XV de Agosto. Estas medidas foram tomadas

para o colaborador se sentir seguro e a vontade para responder as questões.

Após a coleta de dados, houve a tabulação deles, utilizando uma planilha excel

(ANEXO 2) e, realizou-se tratamentos estatísticos, tais como médias aritméticas, desvio

padrão e correlação entre os itens.

Depois, elaborou-se um gráfico de nível de estresse por função, onde o máximo

de pontos possíveis nas respostas seria de 45. Para se chegar a este número, consideraram-se

as situações onde as respostas de um colaborador, ou seja, as 9, fossem respostas - concordo

totalmente, que tem peso 5. Multiplicando-se os dois valores chegou-se ao valor de 45 pontos,

o que indicaria o nível máximo de estresse. A partir daí, este valor foi dividido em três níveis,

sendo: 0 a 15 – nível baixo, 16 a 30 – nível médio e 31 a 45 – nível alto.

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3.3 Procedimentos

A aplicação da pesquisa aos funcionários da saúde, foi previamente autorizada e

aprovada pela diretora e pela assessora de saúde, onde mostraram inclusive interesse no uso

dos resultados para posterior aplicação.

Após a aprovação do questionário pela Faculdade e pela Diretoria de Saúde, a

pesquisa foi aplicada com a colaboração de cada gerente de unidade ou de classe de

profissionais e, na diretoria, pela própria pesquisadora.

Depois de esclarecidos e motivados a colaborar com a pesquisa, estes gerentes

levaram para suas unidades os questionários e uma urna. Na Unidade, solicitou aos seus

colaborados que respondessem e depositassem os questionários nas urnas, o que se deu em

horário normal de expediente. Em seguida, foram devolvidos à pesquisadora.

Estipulou-se o prazo de uma semana para a devolução, sendo que houve

necessidade de maior maleabilidade para alguns casos, em favor de não haver prejuízo à

pesquisa.

Houve a preocupação de esclarecer que o instrumento seria usado somente para

fins de pesquisa acadêmica, sendo todo o processo totalmente sigiloso e seus resultados

usados sem a necessidade de divulgação de respostas pessoais. Esta idéia foi reforçada pela

carta de apresentação inclusa no questionário aplicado. (ANEXO 1)

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4 – Resultados e Análises

Neste capítulo serão tratadas as análises dos resultados encontrados nesta pesquisa

com relação ao nível de estresse.

4.1 Dados Nominais

FUNÇÂO

9%

15%

9% 9%

15%

11%

18%

6%7%

0%2%4%6%8%

10%12%14%16%18%20%

Bal

cão

Mot

oris

ta

Méd

ico

Adm

inis

trat

ivo

Tec

. Enf

erm

agem

Den

tista

Age

nte

com

unitá

rio/s

aúde

/san

Aux

. Den

tista

Enf

erm

eira

Figura 1: Porcentagem de funções analisadas

Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

O primeiro resultado encontrado mostra a porcentagem de profissionais

participantes da pesquisa atuantes na Diretoria de Saúde. Percebe-se que motoristas; técnicos

de enfermagem e agentes de sanitários, comunitários e de saúde são as funções mais

representativas na pesquisa com total de 48 %, sendo que os 52% restantes envolvem as 6

outras funções.

A diferença entre a maior representatividade e a menor, é de 12 pontos

percentuais que se encontra entre os auxiliares de dentista e agentes.

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4.2 Dados Intervalares

Neste tópico serão apresentados os resultados referentes às questões intervalares.

Concordo 9%

Concordo Parcialmente

23%Discordo

22%

Discordo Totalmente

37%

Não respondeu2%

Concordo Totalmente

7%

Figura 2: Apresento dor de cabeça frequentemente Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

O fator dor de cabeça tem uma freqüência pouco representativa entre os

trabalhadores da saúde pesquisados. Da amostragem, 59% não apresentaram o sintoma

frequentemente, 23% não concordaram totalmente, enquanto apenas 16% mostraram ter

sentido efetivamente dores de cabeças freqüentes, podendo inclusive advir de outros fatores

que não o estresse profissional.

Considerando uma escala de 1 a 5, onde 5 significa concordo totalmente; 4,

concordo; 3, concordo parcialmente; 2, discordo e 1, discordo totalmente, a média obtida foi

de 2,19. Isso significa dizer que no quesito avaliado, apresento dor de cabeça frequentemente,

a média ficou entre as categorias concordo parcialmente e discordo, tendendo mais para o

discordo.

No que diz respeito ao desvio padrão (1,29), demonstra muita dispersão nas

respostas dos pesquisados, havendo divergências na escolha delas, ou seja, as respostas

oscilaram na escala de valores.

Desvio Padrão:1,29 Média: 2,19

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Concordo 14%

Concordo Parcialmente

21%

Discordo24%

Discordo Totalmente

29%

Não respondeu1%

Concordo Totalmente

11%

Figura 3: Sinto-me sonolento e/ou cansado

Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Os sintomas de sonolência e canseira podem ocorrer com freqüência quando o

profissional se encontra estressado, mostrando sinais de esgotamento, inclusive podendo

causar acidentes e doenças do trabalho.

Na figura nota-se certo equilíbrio entre as respostas, pois 53% discordam quanto a

sentir-se sonolento e/ou cansado e 46% tem esta sensação pelo menos esporadicamente.

Porém, quase 50% de profissionais demonstrando sintomas de sonolência ou cansaço pode ser

um percentual a se considerar.

No questionamento sinto-me sonolento e/ou cansado, a média de 2,47, mostra que

as respostas ficaram entre as categorias discordo e concordo parcialmente, tendendo

levemente para discordo.

Desvio Padrão:1,36 Média: 2,47

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Concordo 11%

Concordo Parcialmente

26%

Discordo21%

Discordo Totalmente

26%

Não respondeu1%

Concordo Totalmente

15%

Figura 4: Não me sinto valorizado

Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

A valorização de um profissional é muito importante para sua satisfação e para

efetuar suas funções com prazer. Pesquisas indicam que esta valorização não precisa ser

necessariamente financeira.

A questão da valorização encontrada na pesquisa mostra que 47% dos

colaboradores não se sentem desvalorizados, enquanto 52% têm este sentimento. Percebe-se

que mais da metade sofre desta angústia no ambiente de trabalho, o que demonstra valor

significativo deste problema, o qual deve ser dado atenção especial, visto que nem sempre a

valoração do funcionário é medida pelo salário.

No quesito não me sinto valorizado, a média de 2,62 mostra que este ficou entre

as categorias concordo parcialmente e discordo, com uma maior tendência para concordo

parcialmente.

Desvio Padrão:1,40 Média: 2,62

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Concordo 14%

Concordo Parcialmente

19%

Discordo21%

Discordo Totalmente

26%

Não respondeu0%

Concordo Totalmente

20%

Figura 5: As poucas perspectivas de crescimento na carreira

têm me deixado desmotivado. Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Uma questão singular no serviço público é a falta de perspectivas de crescimento

profissional na empresa por não haver planos de carreira, ou mesmo quando da existência

deles, serem vagos e pouco resolutivos.

Diante desta realidade, vislumbra-se um quadro onde a maior parte dos

colaboradores, 53%, se diz desmotivado por não encontrar perspectivas de crescimento dentro

da empresa e 47% que não se sentem afetados por isso. Pelos motivos explicitados acima,

pode-se encontrar aí a justificativa para as conhecidas acomodações dos funcionários públicos

e seu desinteresse em se doar mais à sua função.

A média de 2,78 para a pergunta: as poucas perspectivas de crescimento na

carreira têm me deixado desmotivado, mostra uma tendência às respostas discordo e concordo

parcialmente, com maior tendência para concordo parcialmente.

Desvio Padrão:1,48 Média: 2,78

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Concordo 6% Concordo

Parcialmente13%

Discordo37%

Discordo Totalmente

36%

Não respondeu1%

Concordo Totalmente

7%

Figura 6: Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas acima ou

abaixo de minhas condições Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Tarefas e atribuições não compatíveis com a capacidade ou preparação do

profissional podem ser motivo de desmotivação ou fadiga. Nota-se que este problema se

mostra pouco atuante na empresa já que apenas 26% concordam com a pergunta e o total de

73% diz não sofrer deste fator de estresse.

No questionamento tratado, a média de 2,05 ficou entre as categorias discordo e

concordo parcialmente, tendendo bastante para discordo.

Desvio Padrão: 1,19 Média: 2,05

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Concordo 6%

Concordo Parcialmente

11%

Discordo38%

Discordo Totalmente

44%

Não respondeu1%

Concordo Totalmente

0%

Figura 7: Normalmente tenho que me esforçar para ir trabalhar

Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Quando questionados com relação ao esforço para ir trabalhar, pode-se notar que a

maioria não se sente afetada por esta dificuldade, o que muitas vezes acontece quando o

profissional está muito cansado ou com grande grau de insatisfação com seu trabalho. Nota-se

que 82% dos colaboradores responderam discordar da questão e apenas 17% concordaram,

aparentando, portanto uma questão não demonstrativa de estresse.

Na pergunta, normalmente tenho que me esforçar para ir trabalhar, obteve-se uma

média de 1,73, o que mostra maior quantidade de respostas discordo totalmente e discordo,

sendo mais tendenciosa para discordo.

Já o desvio padrão de 0,89, o mais baixo da pesquisa, ainda demonstra muita

dispersão entre as respostas, sendo ainda um desvio padrão alto.

Desvio Padrão: 0,89 Média: 1,73

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Concordo 9%

Concordo Parcialmente

20%Discordo

26%

Discordo Totalmente

31%

Não respondeu0%

Concordo Totalmente

14%

Figura 8: Sinto-me envolvido ou afetado por conflitos no ambiente de trabalho

Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Geralmente, em todos os ambientes de trabalho há conflitos, seja onde o

profissional está envolvido direta ou indiretamente. Esta doença no ambiente pode afetar

muito o profissional, sendo possível causador de estresse. No resultado encontra-se 57% dos

profissionais afirmando não se sentir afetado por conflitos e 43% com este sentimento.

Embora a porcentagem de concordantes seja menor que a metade, profissionais

que lidam diretamente com a possibilidade de vida ou morte de outras pessoas não deveriam

ser tão afetados por conflitos que podem influenciar nas suas decisões e procedimentos.

No quesito avaliado, a média obtida de 2,48 significa que a média das respostas

ficou entre as categorias concordo parcialmente e discordo, tendendo levemente para o

discordo.

Desvio Padrão: 1,39 Média: 2,48

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Concordo 8% Concordo

Parcialmente16%

Discordo33%

Discordo Totalmente

36%

Não respondeu1%

Concordo Totalmente

6%

Figura 9: Não me sinto confortável no espaço físico onde atuo

Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Pelo conhecimento dos ambientes físicos estruturais desta empresa, pode-se

perceber que as respostas foram pontuais, pois há ambientes bastante adequados e outros

totalmente inadequados para o funcionamento das atividades de saúde.

No resultado, observa-se que 69% dos questionados discordam do problema e

30% concordam, isto é uma minoria concordante, mas que, em seu ambiente se sentem

bastante desconfortáveis. É um problema bastante grande, mas para uma minoria.

Quando analisado o questionamento, não me sinto confortável no espaço físico

onde atuo, a média de 2,10, mostra que obteve-se a maioria das respostas entre concordo

parcialmente e discordo, sendo maior para discordo.

Desvio Padrão: 1,19 Média: 2,10

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Concordo 9%Concordo

Parcialmente12%

Discordo37%

Discordo Totalmente

33%

Não respondeu1%

Concordo Totalmente

8%

Figura 10: Sinto minha carga de trabalho excessiva Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Muitos profissionais têm sua carga de trabalho excessiva, o que causa a exaustão

pelo ritmo de trabalho no expediente normal, ou pelo excesso de horas extras. Ambas as

situações podem acarretar o estresse profissional.

No resultado demonstrado, percebe-se que este problema afeta uma porcentagem

pequena dos profissionais de saúde, apenas 29% e que, 70% não se sentem afetados por esta

questão. Provavelmente então, este fator não influencia no nível de estresse destes

profissionais.

Na escala considerada, a média de 2,17 no quesito analisado leva a tendência de

respostas entre concordo parcialmente e discordo, com alguma tendência a discordo,

Desvio Padrão: 1,26 Média: 2,17

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4.3 Dados Sobre Nível de Estresse por Função

Função Média Classificação Auxiliar de dentista 12,2 Baixa Motorista 19,08 Média Agente comunitário/saúde/sanitário 19,27 Média Técnico de enfermagem 20 Média Médico 20,75 Média Enfermeira 21 Média Dentista 21,78 Média Balcão 24,5 Média Administrativo 28,5 Média

Tabela 1: Classificação do nível de estresse por função Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Bal

cão

Mo t

ori s

ta

Méd

ico

Ad m

ini s

t ra t

i vo

Tec

. En f

e rm

age

m

De

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Ag e

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r io/

saúd

e/s a

n

Aux

. D

enti s

t a

Enf

erm

eir a

0

5

10

15

20

25

30

Figura 11: Nível de estresse por função

Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

Deve-se citar novamente, antes de qualquer coisa, Arroba & James (1994), que

diz haver uma medida de estresse ideal para cada pessoa, aquela medida que torna o

profissional producente e satisfeito com suas atividades. Portanto os níveis de estresse

estudados aqui, nos dão um parâmetro geral para esta avaliação.

Diante dos resultados, percebe-se que os profissionais menos afetados pelo

estresse são os auxiliares de dentista, com um nível baixo, o que pode inclusive mostrar

algum aspecto desmotivante. Pode ser interessante pesquisar se este nível baixo não é devido

à falta de interesse ou apatia, pelo trabalho ser repetitivo ou sem novos desafios.

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Desta classificação, observa-se que não há uma coesão no nível médio de estresse

e há ainda uma classe de profissionais com nível baixo, o que demonstra uma grande

diferenciação de nível de estresse entre os colaboradores.

Destacam-se os profissionais ligados à área administrativa que obtiveram maior

índice de estresse, se aproximando do nível alto, devendo ser, portanto objeto de maior

atenção do gestor.

Numa análise geral dos resultados, vê-se que as respostas das questões

intervalares tenderam em sua maioria para o concordo parcialmente e discordo, sendo mais

para discordo, com desvios padrão bastante altos. Porém nas questões: não me sinto

valorizado e sobre as poucos perspectivas de crescimento, as respostas tenderam mais para

concordo parcialmente.

A única exceção foi para a questão que trata do esforço para ir trabalhar onde se

constatou mais respostas entre discordo e discordo totalmente.

Portanto não se vê questões muito expressivas para concordo totalmente ou

discordo totalmente, todos se mantiveram em uma média entre as respostas citadas acima,

mas mesmo assim percebe-se uma maior concordância para as questões que tratam de

assuntos motivacionais e de valorização do profissional.

Quando se trata dos desvios padrões, pode-se afirmar que foram muito altos na

maioria dos quesitos, pois em todas as variáveis analisadas houve dispersão nas respostas.

Isso era esperado por se tratar de sintomas individuais, sendo, portanto, respostas muito

pessoais.

Já no quesito nível de estresse, tem-se duas funções a serem observadas, que são

os auxiliares de dentista, com média baixa e os administrativos, com média tendendo para

alta.

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4.4 Correlação entre os Itens

Ap

rese

nto

dor

de c

abeç

a

Sin

to-m

e so

nole

nto

e/ou

can

sado

Não

me

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os

Não

con

fort

o no

am

bien

te fi

sico

Car

ga d

e tr

abal

ho e

xces

sivo

Apres. Dor de cabeça 1,000

Sinto-me cansado 0,529 1,000

Não me sinto valorizado 0,428 0,427 1,000

Me deixam desmotivado 0,416 0,377 0,699 1,000

Incomodo 0,366 0,365 0,510 0,535 1,000

Me esforço para ir trabalhar 0,587 0,600 0,423 0,416 0,398 1,000

Afetado por conflitos 0,404 0,428 0,529 0,548 0,525 0,325 1,000

Desconforto no amb. Físico 0,258 0,391 0,489 0,432 0,345 0,305 0,538 1,000

Carga excessiva 0,332 0,499 0,459 0,311 0,387 0,360 0,297 0,313 1,000

Correlação Positiva

Tabela 2: Correlação entre os itens

Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora

No resultado encontrado, vêem-se muitas correlações positivas, o que leva a

perceber grande coerência nas respostas conseguidas na pesquisa.

Percebe-se alta correlação (0,699) entre a pergunta: “As poucas perspectivas de

crescimento na carreira têm me deixado desmotivado” e “Não me sinto valorizado”, o que

significa dizer que os colaboradores que se sentem desmotivados pelas poucas perspectivas de

crescimento na carreira, tendem a não se sentirem valorizados. Esta é a maior correlação da

pesquisa.

Tem-se também alta correlação (0,600) entre as questões: “normalmente tenho

que me esforçar para ir trabalhar” e “sinto-me sonolento e/ou cansado”, o que significa dizer

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que todos que responderam que normalmente tem que se esforçar para ir trabalhar tendem a

responder também que se sentem sonolentos e/ou cansados.

Já, com correlação de 0,587, encontram-se as perguntas: “normalmente tenho que

me esforçar para ir trabalhar” e “ apresento dor de cabeça frequentemente” o que significa que

todos que responderam positivamente a questão de ter que se esforçar para ir trabalhar tendem

a responder também afirmativamente para o questionamento sobre apresentar dor de cabeça

frequentemente.

Pode-se perceber que a questão “não me sinto valorizado”, tem correlação

positiva com todos os outros questionamentos, o que mostra que, todos que responderam não

se sentir valorizados, também tendem a responder positivamente a todas as outras perguntas.

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5 – Considerações Finais

O trabalho de pesquisa pôde responder como se encontra o profissional da

saúde na empresa analisada, no que diz respeito ao estresse relacionado ao trabalho. De um

modo mais amplo, notamos que os fatores estressantes mais atuantes nestes profissionais são

os relacionados a questões motivacionais e de valoração do profissional.

Diante do exposto e apesar de haver uma diferenciação entre a empresa pública e

a privada nas possibilidades de remuneração, deverão ser criados instrumentos de valoração

do colaborador. Isto deverá acontecer até mesmo para que, dentro da motivação, o funcionário

faça valer a quebra do paradigma de que funcionário público não tem comprometimento com

o seu serviço.

Com este quadro em mãos, a sugestão aos gestores é agregar maior valor aos seus

funcionários, sendo um dos instrumentos, a criação de um bom plano de carreira, assim como

outras formas de incentivos possíveis dentro de uma gestão pública.

Para se chegar aos resultados, houve a preocupação de aplicar os questionários em

época anterior a que precede as eleições municipais, para que não ocorressem possíveis

conflitos de interesses, o que poderia prejudicar o andamento e resultados da pesquisa, ou

mesmo, haver influências que pudessem distorcer as respostas do questionário.

Durante o andamento do processo de pesquisa, houve bastante colaboração de

todos os profissionais envolvidos no trabalho e a gerência se interessou pelos resultados

decorrentes da pesquisa. Após seu término houve mudança da gerência, mas estes também se

mostraram simpáticos a ela e ao aproveitamento de seus resultados.

Durante todo o processo da pesquisa, pude perceber minha mudança de

perspectiva com relação à visão de pesquisa, tanto bibliográfica quanto de campo. Adquiri

um novo olhar, mais científico e criterioso em relação aos problemas que permeiam o

ambiente de trabalho.

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BENEVIDES, R. & RIBEIRO, E. M. Humanização: Compartilhando compromissos em prol da saúde pública brasileira. In: Pólo de Educação Permanente do Leste Paulista, 2005. Águas de Lindóia. Campinas, SP: NUDRHES, 2005, 4p.

BERNARDO, M. H. & DIAS, M. D. A. Riscos relacionados à organização do trabalho e suas conseqüências. Curso de atualização em saúde do trabalhador e saúde ambiental. unicamp. Agosto a Outubro 2004.

CARVALHO, A. V. & SERAFIM, O. C. Administração de recursos humanos. São Paulo: Thomson Pioneira, 1995, v.2. 212 p.

DEJOURS C. A Loucura do trabalho: Estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Oboré Editorial, 1987,163 p.

FERREIRA, A. B. H. Dicionário Aurélio básico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, fascículos Folha de São Paulo, outubro de 1994 a fevereiro de 1995. p 279 e 344.

LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991, p. 187 - 188.

MCLELLAN, T.; BRAGG, A.; CACCIOLA, J. Tudo sobre drogas: ansiedade e stress. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

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Anexos

Anexo 1: Questionário

Atuação: ( ) balcão ( ) administrativo ( ) agente Comun/saúde/sanitário ( ) motorista ( ) tec enfermagem ( ) aux. dentista ( ) médico ( ) dentista ( ) enfermeira

Leia as questões abaixo e anote, em cada uma, o símbolo que melhor corresponde ao que você sente As perguntas se referem ao período das últimas semanas:

5. Concordo totalmente

4. Concordo

3. Concordo parcialmente

2. Discordo

1. Discordo totalmente

1. Apresento dor de cabeça frequentemente

2. Sinto-me sonolento e/ou cansado

3. Não me sinto valorizado 4. As poucas perspectivas de crescimento na carreira têm me deixado desmotivado

5. Tenho me sentido incomodado por trabalhar em tarefas acima ou abaixo de minhas condições

6. Normalmente tenho que me esforçar para ir trabalhar

7. Sinto-me envolvido ou afetado por conflitos no ambiente de trabalho

8. Não me sinto confortável no espaço físico onde atuo

9. Sinto minha carga de trabalho excessiva

Anexo 1: Questionário para pesquisa de nível de estresse Fonte:Dados de pesquisa elaborados pela autora

CARTA DE APRESENTAÇÃO Prezado Colega Na busca de um tema para meu trabalho de conclusão de curso (TCC) da faculdade de administração, escolhi o tema referente ao estresse no trabalho. Sua contribuição consiste em responder as questões propostas, garantindo-lhe que suas respostas serão mantidas sob sigilo e em anonimato, com o único propósito de pesquisa para formulação deste TCC. Este projeto de pesquisa foi analisado quanto às suas questões pela Faculdade de Administração XV de Agosto através da Professora Claudia Cobero e Prof.: Luiz Antonio Fernandes e autorizado pela Diretora do Setor. Agradeço antecipadamente sua colaboração.

Águas de Lindóia, maio de 2008.

Miriam Maria Rielli RA 3143FYU

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Anexo 2: Planilha Excel

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Anexo 2: Planilha Excel Fonte: Dados de pesquisa elaborados pela autora