farmacologia dos anestésicos locais farmacologia dos anestésicos locais disciplina de farmacologia...
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Farmacologia dos
Anestésicos LocaisDisciplina de Farmacologia
FAMERP
J V Paiva
Anestésicos Locais Drogas Disponíveis
Benzocaína Formulações associadas com outrosfármacos utilizados no alívio da dor dapele e mucosas
Lidocaína Preparações a 2 %
Tetracaína Preparações a 1 %
Bupivacaína Preparações de 0.25 % a 0.5 %
Prilocaína Preparações a 3 % e associações comLidocaína em forma de pomada
Ropivacaína Preparações a 0.2 % e 0,7 % (anestesiaperidural)
Proximetacaína Preparações de 5 mg (anestesia tópica dacórnea e conjuntiva)
Classificação dos anestésicos locais de acordocom sua origem química
Derivados de ésteres BenzocaínaProcaínaTetracaína
Derivados de amidas LidocaínaPrilocaínaBupivacaínaRopivacaína
Importância dessa classificação
1- Os derivados ésteres são metabolizados no sangue pelas esterases plasmáticas
2- Os derivados amidas são metabolizados no fígado pelo sistema microssomal hepático. São mais potentes de apresentam menos efeito adversos
Farmacologia dos Anestésicos Locais
Os anestésicos locais são moléculas com um grupo lipofílico,Frequentemente um anel aromático.
- NH - C - CH2 - N
CH3
CH3
C2H5
C2H5
Lidocaína
O
Grupo Lipofílico
Os anestésicos locais são “bases fracas”, que no organismo setransformam em base não carregada ou como cátion.
Farmacocinética dos Anestésicos Locais - ABSORÇÃO
Injeções nas áreas ondeestão as fibras nervosasque desejamos anestesiar
Nos dois casos, a drogadeverá difundir-se para periferia dos nervos
A aplicação tópica é maisaconselhada nas mucosas
nervos
Anestésicos LocaisInfiltrações locais
Aplicação para procedimentosde artrocentese e artroscopia
Pequenas cirurgias superficiais podemser realizadas com anestesia local
Farmacocinética dos Anestésicos Locais - ABSORÇÃO
Aspectos importantes relacionados com a absorção dosanestésicos locais:
1- O anestésico poderá sofrer absorção sistemica a partir do local onde foi aplicado. Vários fatores influenciam:
- Vascularização local e dose administrada- Presença ou não de fármacos vasoconstritores (epinefrina)
2- Fármacos vasoconstritores como a epinefrina, reduzem os riscos de difusão sistemica. Na presença de vasoconstritores, teremos maior concentração do anestésico no local onde se encontram os feixes nervosos
3- Se o anestésico local atingir níveis elevados no coração, há risco de bradicardia e até assistolia – lembre-se: a lidocaína é um antiarritimico
Mecanismo de Ação – Anestésicos Locais
axônio
Canal de Na Voltagem Dependente
impulso
Na+
K+
AnestésicoAnestésicoLocalLocal
Bloqueio do canal de Na+
Voltagem Dependente
X
Inibição doImpulso
Com aplicação do AL ocorrerá um bloqueio progressivodos canais de sódio - Esse bloqueio é tempo dependentee esta relacionado ao grau de ativação dos canais
O aumento do Ca++ extracelular poderá limitar a ação dos AL
Canal VoltagemDependente
Aspectos relevantes da ação dos AL
1- Ações sobre os nervos: Os AL agem em todos os nervos A ação depende do tamanho (diâmetro) e da mielinização
As fibras menores (aferentes da dor) são bloqueadas primeiro As fibras maiores (tato e função motora) são bloqueadas depois As fibras mielinizadas também são mais sensíveis
2- Ações sobre outras membranas excitáveis:
Junções neuro/efetoras (músculo estriado) são sensíveis as ações bloqueadoras dos AL, mas sem um significado clínico relevante.
As ações sobre as fibras cardíacas tem importância. A ação antiarrítimica da Lidocaína é baseada nesse efeito
Anestésicos locais – Duração da ação
Fármacos de curta duração
Fármacos de ação média
Fármacos de ação longa
LidocaínaPrilocaína
TetracaínaBupivacaínaEtidocaína
Procaína
Na prática podemos associar: um anestésico de inicio rápido de açãocom um de longa duração para manter o efeito anestésico prolongado
Lidocaína (1%) Lidocaína (1%) + Tetracaína (0,2%)
Início de ação (min) 2 2
Duração da ação (min) 120 270
Anestésicos locais associados a vasoconstritores (epinefrina)
Objetivos:
Aumentar o tempo de permanência do anestésico nolocal da aplicação – maior tempo de ação anestésica
Riscos:
Poderá ocorrer necrose no local da aplicação por isquemia do tecido anestesiado
Em odontologia é comum a ocorrência de hemorragiano local da intervenção, causada por uma vasodilatação“rebote”, quando termina a ação vasoconstritora da epinefrina
É totalmente desaconselhável utilizar vasoconstritores emcirurgias onde existe circulação terminal – Ex: fimose
Anestésicos Locais - Destaque para:
Absorção a partir do local de aplicação
Depende da região, da dose, da taxa de ligação droga/tecido, da presençade vasoconstritores e propriedades físico-químicas da droga.
Metabolismo e excreção
Os anestésicos tipo amida (lidocaína, mepivacaína, bupivacaína ...) sãobiotransformados pelo Citocromo P-450A bupivacaína - eliminação lentaA lidocaína, prilocaína e mepoivacaína - eliminação rápida
Os anestésicos tipo éster (procaína) são hidrolizados rapidamente no sangue
ANESTÉSICOS LOCAIS - APLICAÇÕES CLÍNICASANESTÉSICOS LOCAIS - APLICAÇÕES CLÍNICAS
Anestesia infiltrativa: Após a injeção o anestésico atinge a regiãopor infusão, bloqueando a condução nervosalocal. Via de regra, qualquer droga utilizada agirá comrapidez – Ex: Lidocaína a 1 %
Bloqueio de nervo Técnica que exige conhecimento anatômico daperiférico região (vias nervosas). Nesse tipo, a quantidade
de anestésico é pequena
Bloqueio no conduto Anestesia periduralvertebral Anestesia intra-aracnoideana
Anestesia tópica Usado na forma liquida ou gel. Os melhores agentessão: Tetracaína e lidocaína
Outros usos dos anestésicos locais
Antiarrítmicos Lidocaína age de maneira semelhante a quinidinaÉ indicada nas arritmias ventriculares (já estudado)
Bloqueio (anestesia) do Contudo VertebralNoções Gerais
Existem dois procedimentos:
1- Anestesia peridural: A solução anestésica é introduzida no conduto vertebral, fora do compartimento dural. Não há perfuração do folheto dura-máter –aracnóide. Pode ser realizado em toda extensão da coluna, menos na região cervical. É comum nas regiões: lombar (frequente) e na região toráxica.
2- Anestesia intra-aracnoidiana: É conhecida como “raquianestesia” A agulha da seringa perfura a dura-máter-aracnóide e atinge o espaço onde esta o liquor ou líquido cefalorraquidiano. Os locais mais adequados são os espaços inter espinhosos L2-L3, L3-L4 e L4-L5 (níveis mais altos são evitados) As vantagens desse procedimento em relação a peridural são:
- período de latência menor- relaxamento muscular maior- doses menores de anestésicos são necesárias
Os anestésicos mais utilizados são
Lidocaína a 5%, associada a glicose 7.5%, compondo uma soluçãohiperbárica (mais pesada que o líquido cefaloraquidiano)
Tetracaína que deve ser diluída em glicose a 10% para evitar a cristalizaçãodo anestésico.
Prilocaína a 5%, também associada a glicose 7.5% pelos motivos explicadospara a Lidocaína.
Alguns anestesistas adiciona adrenalina – 0,25%) para aumentar o tempoda anestesia
Anestesias no conduto vertebral (visão prática)
Dura-máter
Peridural Intra-aracnoidiana
Anestésicos Locais - Toxicidade
Neurotoxicidade periférica: Maior risco em doses elevadasPode ocorrer perdas sensoriais prolongadas nas anestesiasespinhais em decorrência do acúmulo do AL na cauda equina.
Sistema Cardiovascular: Bloqueio dos canais de sódio dasfibras cardíacas. Deprimem a atividade marca/passo, a excitabilidadee a condução do estímulo.A bupivacaína tem elevado potencial cardiotóxico. A analise do ECGrevela QRS largo. Bradicardia é o principal sinal de toxicidade.
Sangue: Altas doses de prilocaína (> 10 mg/kg) produz acumulode metabólito tóxico (toluidina), capaz de transformar a hemoglobinaem meta-hemoglobina
SNC: Agitação, tremores, desorientação e convulsões