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http://fazendofazendo.blogspot.com 15 a 29 JUL. 2011 (Con)fundimo-nos para nos esclarecer Fotomontagem Rui Morisson - Vencedor do Concurso “Fazes?”

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boletim do que por cá se faz

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Fechamos a terceira temporada do Fazendo com os resultados do concurso ‘Fazes?’, promovido em parceria com a ES Manuel de Arriaga. Mais umas vez contámos com uma excelente participação dos alunos e recebemos um variadíssimo leque de trabalhos. Da fotografia mais simples a montagens mais ou menos elaboradas, da colagem ao desenho, vários géneros de trabalhos gráficos e uma surpreendente dose de propostas de cariz interventivo espelham a diversidade de abordagens que nos foram submetidas.

Com este concurso pretendemos também criar uma janela entre a escola e o resto da comunidade ao dar a oportunidade aos estudantes a criar trabalhos que poderão saltar para fora do âmbito escolar. Neste sentido, para além do trabalho vencedor patente na capa desta edição, são seleccionados alguns trabalhos que serão expostos em vários outdoors espalhados pela cidade.Envolver, estimular, discutir, promover. São estas as linhas que têm orientado o Fazendo ao longo dos últimos 3 anos e que ambicionamos continuar a seguir no futuro. Sempre com mais pessoas, mais ideias, maior diversidade e maior dinamismo. Um grande bem haja a todos os colaboraram neste projecto, a todos os que nos contactaram com ideias e propostas e que nos abordam com palavras de estímulo ou de crítica e que nos ajudaram a melhorar. O Fazendo é um organismo colectivo e dinâmico que vive da envolvimento e colaboração de todas as partes.

O nosso e-mail é o [email protected], os sites fazendofazendo.blogspot.com e facebook.com/assoc.fazendo, o telefone 967567254 e cremos que não será difícil encontrar-nos num qualquer ponto da cidade da Horta. Até Setembro.

FICHA TÉCNICA: FAZENDO - Isento de registo na ERC ao abrigo da Lei de Imprensa 2/99 de 13 de Janeiro, art. 9º, nº2 - DIRECÇÃO GERAL: Jácome Armas - DIRECÇÃO EDITORIAL: Pedro Lucas - COORDENAÇÃO GERAL: Aurora Ribeiro

COORDENADORES TEMÁTICOS: Albino, Anabela Morais, Carla Cook, Filipe Porteiro, Helena Krug, Luís Menezes, Miguel Valente, Pedro Gaspar, Pedro Afonso, Rosa Dart - COLABORADORES: Ana Correia, Carla Dâmaso, Fernando Nunes,

Hortaludus, Luís São Bento, Paulo Mendes, Sara Soares, Tomás Melo - PROJECTO GRÁFICO: Nuno Brito e Cunha - PROPRIEDADE: Associação Cultural Fazendo SEDE: Rua Rogério Gonçalves nº 18 9900 Horta - PERIODICIDADE: Quinzenal

TIRAGEM: 400 exemplares IMPRESSÃO: Gráfica o Telégrapho CONTACTOS: [email protected]

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opinião

Em defesa do olhar

Fernando Nunes

APOIO:DIRECÇÃO REGIONAL DA CULTURA

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Pretendem envolver toda a comunidade na reflexão filosófica e na construção da sociedade, não apenas as pessoas directamente relacionadas com o meio escolar

Um dos elementos mais importantes da Nouvelle Vague, Jean-Luc Godard, escreveu no ano de 1967: “O cinema deve ir a todo o lado. O que é preciso é fazer a lista de todos os lugares onde ele ainda não chegou e dizer: ele deve ir aí. Se não está nas fábricas, deve ir às fábricas. Se não está nas universidades, há que o levar lá. Se não está nos bordéis, deve ir aos bordéis. O cinema deve abandonar os lugares onde está e ir para aqueles onde não está”. Quatro décadas depois, aquilo que designamos por cinema tem hoje uma presença residual nas salas e nos cineteatros, refugiando-se muito concretamente na casa de cada um ou nas sessões fortuitas dos cineclubes ou programação dos festivais. O que é que, entretanto, vai mudando na paisagem das cidades para hoje já não ser possível ver um filme de Ingmar Bergman, Sergio Leone, Tarkovski, François Truffaut ou de realizadores que ainda fazem filmes como Almodovar, Agnès Varda, Nanni Moretti ou Woody Allen numa sala de bairro, cidade ou mesmo de uma ilha?

Não me lembro, por isso quando é que este espectador ficou recluso em casa. Não consigo precisar a hora, o momento preciso do dia. Não me lembro exactamente quando terá sido a data exacta, mas porventura julgo ter sido em Novembro que tudo se conjugou, para que este revisse de uma assentada os filmes de Ingmar Bergman, versão dvd, no aconchego do lar, com o controle remoto na mão.

Havia ali uma nostalgia de qualquer coisa, a saudade sincera de outro tempo, a memória de uma ideia de cinema que já foi, a convicção de que aquilo a que se convencionou chamar sétima arte tinha passado a ser, definitivamente, outra coisa. A ideia bem presente de que o cinema podia ser um lugar da descoberta, da exaltação da curiosidade e da interrogação, portanto, a poltrona ideal para se estar e apreender “o mundo”, participar no ar do tempo e da vida. Não me recordo também do porquê da fixação deste espectador no olhar da Liv Ullmann, nem os motivos e intenção das primeiras linhas deste texto, subitamente eis que as frases se foram juntando e compondo de unidade, ganhando ritmo e direcção, o fulgor de um corpo e de sentido. Um corpo que foi crescendo com o tempo, ficando refeito à medida que a autocrítica se impunha, à força de tanto alterar frases, vírgulas, sintaxe, repetições. Até que se decide mostrar aos outros, aqueles que também escrevem e, sobretudo, lêem, como se alguém fosse capaz de compreender as razões de tamanha reclusão forçada e auto imposta. Este jornal foi assim o primeiro espaço a dar conta dessa intenção, desse tributo e dessa maqueta elaborada em conjunto – infelizmente, o Paulo Neves já cá não está - daí agora termos o Tiago Vouga, o Tiago Silva, a Ana Sequeira, o João Silva, a Aurora Ribeiro, o Daniel Seabra Lopes e a Isabel Lhano enquanto companheiros desta aventura. Passado um ano que foi, aqui está esta ânsia, este desejo de cantar o olhar de Liv, de

Ou a memória do cinema

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torná-lo audível, visível, e disponível para quem quiser partilhar connosco este momento na Fábrica da Baleia, com a indispensável colaboração do OMA que nos cedeu o espaço para ensaiar e trabalhar.

Este(s) texto(s), ou visão como quiserem, tem como propósito dar a conhecer, partilhar e, sobretudo, lembrar. Lembrar que o cinema já foi e pode ser outra coisa, que podemos e devemos defender intransigentemente o nosso olhar, lutar pela memória do cinema, e que este teve muitos e tantos outros caminhos a que nós não nos importaríamos de voltar. Enquanto a magia durasse…

EditorialFazendo

Resultados do Concurso “Fazes?”

Rui Morisson Ana FurtadoMónica Dias1 2 3

arquitectura e artes plásticas

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Em defesa do olhar

artista plástico português

Ou a memória do cinema

Ana CorreiaUma jovem artista integrada no contexto contemporâneo nacional, Ana Telhado nasceu em Lisboa em 1981. Licenciou-se em Artes Plásticas – Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, em 2005, e fez o Mestrado em Pintura na mesma faculdade, em 2010.

O seu trabalho assenta na fotografia analógica e é criado substancialmente nas suas viagens a locais como o Brasil, Guiné Bissau, Índia ou Cabo Verde.

Ana Telhado permanece no seu destino escolhido durante meses, recusando uma mera reportagem fotográfica. Prefere conhecer a fundo as raízes, o quotidiano, as pessoas e as vivências, conseguindo assim fotografar

autênticos retratos antropológicos. Segundo a artista, “se o disparo fosse minutos, horas ou dias antes ou depois, a imagem seria a mesma”. Há uma intemporalidade subjacente.

Ana Telhado diz ainda que, se formos aos locais onde fotografou e ali nos soubermos demorar, a realidade íntima que encontraremos será esta mesma que fotografa.

A beleza escultórica destes corpos, integrados na paisagem, nos elementos arquitectónicos locais e no seu contexto familiar, dão ao trabalho da artista uma riqueza plástica incontornável que nos faz querer ver mais... e esperar que Ana Telhado viaje mais e mais, continuando a produzir obras assim.

Ana Telhado

se formos aos locais onde fotografou e ali nos soubermos demorar, a realidade íntima que

encontraremos será esta mesma que fotografa.

A Hortaludus organizou (em parceria com a Câmara Municipal e o Museu Jorge Vieira) um conjunto de exposições e oficinas para os meses de Verão:

Exposição Colectiva de PinturaNuno Mendes, Carlos Campos, Inês Cunha, Carla Dias, Oleksandr Prokopenko e Ana Correia

7 a 28 de Agosto

Centro de Cultura e Exposições da Horta (Banco de Portugal)Org: Hortaludus e CMH

Exposição de Cerâmica e Pinturade Teresa Cortez“O imaginário das nossas histórias” 2 a 25 de SetembroTerça a domingo das 16h00 às 20h00

Centro de Cultura e Exposições da Horta (Banco de Portugal)

Org: Hortaludus, Museu Jorge Vieira e CMH

Workshop de Pintura em Cerâmicapor Teresa Cortez 3 e 4 de Setembro de 2011

Centro de Cultura e Exposições da Horta (Banco de Portugal)

Programa:

Dia 3 de Setembro (9h30 – 12h30)- Breve explicação sobre a técnica da pintura sobre azulejo- Pintura em azulejo

Dia 4 de Setembro (9h30 – 12h30)- Pintura em azulejo ou objectos de cerâmica

Para informações e inscrições é favor contactar a Hortaludus:Telf: 292 292 [email protected]

Org: Hortaludus e Museu Jorge Vieira

Teresa Cortez nasceu em Leiria. Fez o curso em Formação e Cerâmica Decorativa, Imagem e Desenho Têxtil da Escola António Arroio. Estagiou com Querubim Lapa, participou em várias exposições individuais e colectivas em Portugal e no Estrangeiro, tem vários trabalhos cerâmicos integrados em projectos de arquitectura (Bolseira da Fundação Gulbenkien [1988] em Trabalho de Investigação sobre Desenho Têxtil, orientado pelo Engº Melo e Castro). Foi galardoada em 1970 com a Medalha de Bronze do Salão de Arte Moderna do Estoril e em 1987 com o 1º Prémio de Azulejos da Câmara Municipal de Lisboa.

Exposições e WorkshopsHortaludus

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Imagino a vida como um comboio, ou vários, que se cruzam a alta velocidade, ou que andam lado a lado, que se ultrapassam com todo o frenesim, que se avistam ao longe em direcções opostas, ou que simplesmente galgam solitários as paisagens da natureza. Magníficos choques frontais proporcionam-nos por vezes esplêndidos sobressaltos, e os destroços não são mais do que aquilo que se deixa para trás para se poder prosseguir. Por vezes somos maquinistas, outras vezes meros passageiros destes belos engenhos. Seja qual for a nossa função, o importante é a viagem.

Jorge Lima Barreto viajou sempre lá à frente, nas paisagens da vanguarda, e muitas vezes se viu o seu comboio a levitar sobre os carris. Musicólogo, músico, compositor intérprete, escritor e conferencista, JLB desafiou os cânones impostos pela academia, e criou novos conceitos e uma nova abordagem à música contemporânea. Ainda nos anos 60 iniciou-se nos caminhos do jazz experimental, vídeo e performance, e em 1972 fundou os Anar Band com Rui Reininho, um laboratório de improvisação na estética do free--jazz e electroacústica, e considerado o primeiro projecto de música experimental em portugal. Em 1973, fundou com Carlos Zíngaro a Associação de Música Conceptual,

“Não ouvi e não gostei”

Gaspar Pedro

e em 1982, os Telectu, com Vítor Rua (então vocalista de saída dos GNR). É este último projecto que o acompanha ao longo destes quase 30 anos, e que se expressa numa vastíssima discografia e em concertos e performances nos quatro cantos do mundo, com a participação de músicos gigantes no panorama da música electrónica, experimental e minimal–repetitiva, tais como Garry Hemingway, Elliot Sharp, Chris Cutler, Sunny Murray, Eddie Prévost, Jac Berrocal, Louis Sclavis, Evan Parker, Daniel Kientzy, entre outros. O próprio termo e conceito de “música minimal-repetitiva” é da sua autoria, através da junção da então minimal music inglesa e da musique répétitif que nos anos 70 dava os primeiros passos em França. Ao longo do seu percurso escreveu sobre jazz, rock, música electrónica, música concreta, contemporânea, erudita e improvisada. Como musicólogo era um pensador da música e expressava-o sempre de uma forma peculiar e original. O seu génio e a sua aversão à dita Muzak (que na sua definição mais simplista se assemelha à dita música de elevador) expressa-se em diversos artigos, como este - Reco-Reco ou Tratactus Porcomusicologicus: ht t p : //d o a r c o d ave l h a . b lo g s p o t .com/2008/03/o-jorge-lima-barreto-passou-se.html - onde de uma forma sarcástica e acutilante faz

uma analogia entre o mercado e um chiqueiro de porcos. As suas conferências à volta do mundo eram muito apreciadas, não só pelo conhecimento que demonstrava, mas sobretudo pela forma pioneira como desafiava os saberes instituídos. Trabalhou estruturas inovadoras na concepção de música para teatro, performance, instalação, poesia, vídeo e cinema, tendo colaborado com dezenas de artistas como Ernesto de Sousa (existe actualmente uma Bolsa Ernesto de Sousa - http://www.ernestodesousa.com/?cat=3 – apoiada pela fundação Luso-Americana e pela fundação Calouste Gulbenkian para arte experimental intermédia), Eugénio de Andrade, Luis Miguel Cintra ou o artista plástico António Palolo. Teve um programa de rádio sobre jazz em Macau, e um dia entrevistou o Frank Zappa. Muitas outras particularidades poderiam ser ditas sobre Jorge Lima Barreto, mas o mais fácil para quem quiser aprofundar o seu conhecimento, é consultar a internet.

Na paisagem dos anos 80, eu viajava no comboio infantil de iniciação musical, pelo país das maravilhas. Nos anos 90, já em máquinas mais ambiciosas e caminhos tortuosos e belos, apenas por breves momentos avistei comboios futuristas, ao longe, a apitarem a todo o vapor.

Sons estranhos saíam das suas janelas, e desvaneciam-se assim que olhava a realidade à minha volta. Foi já na década passada que através de Emanuel Pimenta (músico sobre o qual escrevemos na edição anterior do Fazendo, e amigo de JLB), e mais recentemente após ter conhecido o Vítor Rua (músico co-fundador dos Telectu com JLB) me permiti explorar o universo da música experimental, aleatória, repetitiva, minimalista e conceptual, a música que rompe barreiras, incomoda, e nos dá outra dimensão da nossa existência humana. Aconselho uma viagem. Só têm de se dirigir à estação mais próxima e perguntar os horários. A viagem pode ser desconfortável, mas para conforto têm os sofás de vossa casa.

Apesar de a obra de Jorge Lima Barreto ter sido sempre menosprezada pela comunicação social, atitude deplorável que em detrimento do comercial tem privado muitos portugueses de alargarem os seus horizontes musicais e de adquirirem uma melhor noção do que de diferente se vai fazendo em Portugal, o seu desaparecimento deixa um legado musical muito importante às gerações futuras e ao futuro da música. Desapareceu o maquinista, mas o comboio continua a todo o vapor.

Jorge Lima Barreto (1949-2011)

Não sei o que mais impressiona o desatento ouvinte que, como eu, choca despreocupadamente à esquina com José da Lata. Se o belo nome de guerra, se a história de vida de pastor- -cantor-poeta, se o poder da sua voz límpida que nos atira com palavras de um passado mais ou menos longínquo das gravações de bobine directamente para o momento em que se faz luz nos sentidos.

O título é retirado do disco póstumo (2004) que junta gravações de 1952 e 1962 feitas pelo etnomusicólogo Artur Santos e pelo Rádio Clube de Angra, respectivamente. Uma homenagem,

a quem ‘de facto mais chamou a atenção para a nossa música tradicional durante o período em que viveu, permancendo ainda hoje a ser referência quase única de uma determinada época’, como diz Miguel Costa, o organizador desta edição da Direcção Regional da Cultura.

Zé da Lata (1898-1965) nasceu, cresceu, tornou-se pastor de gado bovino e manobrador de touros nas corridas à corda, e foi desde tenra idade cantor de modas e de outras canções na ilha Terceira. Rezam as crónicas que era não só o melhor pastor de gado bravo, mas também o melhor animador de

festas. A figura forte e castiça, de bonomia e de orgulhosa forma de ser homem da(quela) terra não deixa muitas dúvidas sobre o que possa ter sido a forma de vida deste homem. Se as houver, é deixar correr a lata e ouvi-lo nas suas palavras:

Ser pastor, viver na serra,Braços nus, faces vermelhasComer os frutos da terra,Vestir a lã das ovelhas

Não há registo escrito nem filmado do Zé da Lata. Há a memória das gentes e, felizmente para nós, estas gravações que nos adoçam os sentidos

Pedro Afonso

José da Latae nos fazem cantar e até bailhar.As coisas da vida são como são, já lá diz a moda que me acompanha desde há dias na voz sábia do Zé da Lata, tão bem abalada no som profundo da viola da terra dos Mestres Laureano dos Reis e Aniceto Batista:

O sol a nascer é reiE ao meio dia é morgadoÀ tarde já vai doente,E à nôte é sepultado

O sol préguntou à luaQuando havia amanhecerÀ vista dos olhos teusQue vem o sol cá fazer?

cinemae teatro

Está a decorrer no auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça um Ciclo de Cinema Português Contemporâneo promovido pelo Instituto Açoriano de Cultura, com a colaboração da Periferia Filmes, ao qual a BPARJJG gostosamente se associou.

Este evento iniciou-se no passado dia 30 de Junho com o documentário do realizador João Trabulo “LH – Saber Ver, Demora”(2001), sobre a vida e a obra do pintor Fernando Lanhas, focando o processo de montagem de uma exposição deste artista na Casa de Serralves.

No próximo dia 21 de Julho, pelas 21:30 h, será apresentada a longa-metragem ”Sem Companhia”(2010), do mesmo realizador. Um filme sobre a juventude perdida dos reclusos Ernesto e Gaspar e do longo caminho que os espera quando saírem da prisão. Um diálogo permanente entre documentário e ficção.

No âmbito deste ciclo de cinema serão ainda projectados os seguintes filmes:

SETEMBRO“Côa – Rio das Mil Gravuras”(2007) de Jean-Luc Bouvret.

Este documentário revela-nos as gravuras pré-históricas existentes ao longo das margens do rio Côa.

Ciclo de cinema português contemporâneoLuís São Bento

OUTUBRO“Fantasia Lusitana”(2010) de João Canijo.

O realizador aborda a relação do povo português com os estrangeiros refugiados da Segunda Guerra Mundial, a forma como a sua estadia no nosso país influenciou (ou não) o nosso olhar sobre a guerra. Uma interpretação da história portuguesa do século XX construída a partir de imagens de arquivo e da leitura de testemunhos desses refugiados pelas vozes de Hanna Schygulla, Rudiger Vogler e Christian Patey.

NOVEMBRO“Sombras – Um Filme Sonâmbulo”(2007) de João Trabulo.

Esta longa-metragem mostra-nos um homem silencioso, de instinto vulcânico e visionário, que habita num velho casarão com a empregada e o motorista. Acordado de um longo sono, sai de casa certa manhã e percorre num automóvel estradas e caminhos. O espírito desse homem, acossado por vultos e fantasmas, vagueia sonâmbulo e disperso por entre a densa bruma de uma floresta. Projectada na paisagem magnética e fluida, a sua sombra vai imaginando personagens, espectros desgrenhados que passam fantasmagoricamente pelo mundo, e vivem, para sempre, nos seus actos e palavras.

Na passada sexta-feira (8 de Julho) foi iniciado um ciclo de cinema dedicado à obra de Kut Hamsun (1859-1952), escritor Norueguês agraciado com o prémio Nobel da Literatura em 1920, através da exibição do filme “Pan” (1995) do realizador Henning Carlsen.“Pan” é uma adaptação cinematográfica do romance homónimo de Knut Hamsun, sendo- -nos apresentado como as memórias de um Tenente que se isola numa cabana durante alguns meses no norte da Noruega, junto a uma pequena vila piscatória, numa tentativa de entrar em comunhão com a natureza. A sua rotina diária, bem como o seu sossego, são postos em causa quando conhece Edvarda, filha única de um rico armador. O Tentente Thomas Glahn rapidamente se apaixona pela rapariga que, de início, parece

corresponder ao seu amor, mas cujo comportamento pueril e inconstante leva a que Glahn, ora respeitado, ora desprezado, adopte igualmente comportamentos infantis tornando o romance entre ambos numa guerra psicológica de poder e domínio com consequências dramáticas.

Esta exibição foi a primeira de um conjunto de cinco exibições tendo como tema a obra e vida de Knut Hamsun, cuja organização está a cargo da biblioteca da Horta (BPARJJG) tendo o apoio da Embaixada da Noruega através da oferta e autorização de exibição dos referidos filmes.

Ficamos, pois, à espera dos próximos capítulos.

Hamsun no cinema

ciclo

Miguel Valente

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LeãoA constelação de Leão é das mais bonitas do céu. De grandes proporções e estrelas muito brilhantes, a sua forma assemelha-se realmente a um leão deitado no céu e por isso todas as civilizações ocidentais viram nela, invariavelmente, a forma desse animal.

O leão é desde tempos antigos associado à figura do rei e vice-versa. Inúmeros monarcas o utilizaram como símbolo nas suas armas, retratos, em elementos arquitectónicos dos seus palácios e até nos seus nomes. O leão é o rei dos animais, não só pela sua força e poder, mas também pela majestade e dignidade que emana da sua pose felina e que representam

o que se espera de um rei: poder, justiça, magnanimidade. Hoje em dia confinado à África sub-sahariana e a algumas zonas da Ásia, o leão já ocupou territórios muito mais vastos, acreditando-se que há 10.000 anos ele existisse desde a Europa Ocidental até à Índia e na América desde o Alasca ao Peru. A ser verdade, fica explicada a massiva presença desta figura nas mitologias de todo o mundo, que lhe emprestam uma fortíssima simbologia, mesmo em zonas onde tradicionalmente já não existem leões há muito tempo.

Régulo, a estrela mais brilhante, está situada na zona onde seria o coração do leão, e é mesmo esse o

significado do seu nome árabe: Qalb Al-’asad. Noutras línguas o seu nome significa Rei, ou pequeno rei: Régulus (latim), Basiliscus (Grego). Os persas chamavam-lhe Venant e era uma das quatro estrelas reais. Na astrologia indiana é a Nakshatra Magha, “Nobre” ou “Grande” e representa pessoas com olhos poderosos como os dos leões e que são poderosas em sociedade. Até os chineses, cuja leitura do céu é tão diferente da nossa, chamam a esta estrela “o Imperador Amarelo”.

Astrologicamente a interpretação não se afasta muito desta ideia. Sendo o signo do meio do verão, do calor, do sol, é obviamente um signo de fogo, que vive da sua própria força

e energia. É um signo egocêntrico, movido pela sua própria vontade, uma vontade reguladora.

Chega assim ao fim esta rúbrica, depois de uma viagem pelos doze signos. Muito mais há para descobrir neste universo de estrelas, planetas e constelações. A autora agradece a todos os leitores a sua atençãozinha e a pedido de pelo menos uma meia centena, deixa aqui informações recolhidas em primeira mão, através de um engenhoso estudo de movimentos e translacções astrais: o futuro vai ser mais ou menos.

auróscopoAurora Ribeiro

de 22 de Julho a 22 de Agosto

literatura

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O que foi isso de Açoriando

A ilusão do Mar

Paulo MendesViver numa ilha tem uma dimensão romântica mas, simultaneamente, acarreta um lado sombrio e tremendamente nostálgico. É o mar que nos permite acreditar que, do outro lado, para além de horizonte, existe qualquer coisa de muito melhor; que, passando aquela linha aparentemente infinitiva, teremos uma outra e renovada esperança. Enquanto escrevo estas linhas e penso neste sentimento contraditório associado ao mar, vem--me à memória Manuel Lopes, um dos expoentes máximos da literatura cabo-verdiana. Em 1944, Manuel Lopes foi transferido da cidade do Mindelo para a Horta. A “Chuva Braba”, “O galo cantou na baía”, “Os f lagelados do vento leste”, “Poemas que quem ficou” constituem apenas algumas obras a partir das quais Manuel Lopes deu a conhecer a fome, as calamidades, as angústias mas também a esperança do povo cabo- -verdiano.

Dito de outro modo, Manuel Lopes via no mar uma prisão mas, ao mesmo tempo e perante as dificuldades, um factor de alento para uma vida melhor. Uma vida melhor, algures nos Estados Unidos onde, à semelhança da dinâmica migratória dos açorianos, se alicerçou uma forte comunidade de imigrantes impulsionada pela pesca da baleia. Para quem conhece os imigrantes açorianos na costa leste dos Estados Unidos, percebe perfeitamente do que é que estou a falar. Mas quando abordo o mar, e fazendo a ponte com um outro arquipélago, S. Tomé e Príncipe, recordo também a imigração cabo-verdiana concretizada nos anos quarenta para aquele arquipélago e em condições de ultimato de sobrevivência.

Hoje ainda existe uma grande comunidade cabo-verdiana como

consequência desta migração forçada para S. Tomé e Príncipe que, de resto, serviu para a existência de “sodade”, que a Cize – a diva dos pés descalços – cantou e continua a cantar em todos os cantos e recantos por onde tem passado.

As migrações potenciam sentimentos dúbios, contraditórios e com picos de (in) compreensões. Quem imigra faz um contrato com uma contradição e não existe fatalidade nenhuma nisso. Temos apenas de aprender a lidar com esta paradoxal existência e a literatura, em particular, a dos espaços insulares, está povoada destas contradições. Quantos amores não resistiram à distância que este mar ingrato e incompreensível criou e alimenta? Quantos filhos cresceram sem o pai ou a mãe e, em muitas circunstâncias, sem um e outro?

Quantas vezes este mar nos permite ver a mudança no nosso bairro, da Vizinha D. Nhanha, que com as remessas dos filhos já construiu mais um piso e conseguiu ter água canalizada? Quantas vezes esse mar azul nos deixa na terra longe que, no fundo, é também a terra de quem emigra? Porém, esse mar ingrato transporta-nos para a nossa terra e deixamos para trás o nosso espaço de crescimento e oportunidades, cujos cheiros e gentes também a prendemos a amar. Este mesmo mar que nos leva para ir matar as saudades da nossa terra de nascimento e que arquitecta em nós uma outra saudade: a saudade da nossa segunda ou primeira terra, dependendo da perspectiva. Prefiro não hierarquizar e digo simplesmente as minhas terras.

Por isso, o mar é o “veículo” que nos transporta para os dois lados, lados estes que, sendo contraditórios, já não vivem um sem o outro, pelo menos para quem migra.

açoriando

Carla Cook

Depois de uma temporada a coordenar esta página e a fazer essa rubrica de nome duvidoso, resolvi que era mesmo melhor responder a esta pergunta que, a princípio, foi sussurrada e depois chegou-me por todos os lados (norte, sul, este, oeste, esquerda, direita e, naturalmente, centro que é quem manda e - como é do conhecimento geral - quem manda quer saber).

Em Setembro de 2010, estávamos a pensar que rubrica nova se havia de introduzir na página de Literatura… Porque é que não ficou tudo como estava? Bem, isso é a pergunta que se faz acerca de quase tudo, porque, como já dizia Mignon McLaughlin no Neurotic’s Notebook, toda a sociedade honra sempre os seus conformistas vivos e os seus não-conformistas mortos. Portanto, arriscando essa imensa glória que é ser conhecido numa cidade com 9.000 habitantes – digamos que é menos de metade do que o número de alunos da Universidade de Coimbra, mas isso não interessa nada… - , decidimos mudar as coisas. Só um bocadinho, claro está, não fossemos ficar honrados (isto é, mortos) muito rapidamente.

Disseram-me, então, que o Fazendo tinha inicialmente sido pensado para dar destaque às coisas desta terra. Que rubrica literária melhor eu podia arranjar para dar destaque às coisas da terra do que uma rubrica onde se destacassem autores açorianos? Pareceu-me ideal (não muito genial, porque era realmente óbvio, mas ideal na mesma… Mais ou menos como o ovo de Colombo). Mas se optasse por apenas destacar autores, a coisa ficava tipo Enciclopédia Bibliográfica, o que, convenhamos, era um bocado

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opes

limitativo. Então, se calhar, o melhor mesmo era destacar um livro de um autor açoriano. No entanto, se me ficasse só por aí, corria o sério risco de poucos saberem de que escritor se tratava. Sim, porque não é linear que os habitantes dos Açores conheçam assim tão bem os autores açorianos (já por esta altura os queridos leitores me atiraram a sétima pedra, estando eu, portanto, na mesma situação que as mulheres do Médio Oriente apedrejadas pelos seus pecados…)

Assim nasceu o Açoriando. O nome foi um gerúndio inventado para combinar com Fazendo. Convido todos os puristas da língua a escreverem e-mails sentidos sobre esta questão fulcral: não devia ser “Açoreando”? Teriam os senhores muita razão, caso houvesse um verbo “Açorear”, devia sim senhor. Condicionalmente falando, claro, pois creio que a única coisa que existe de parecido é “assorear” que é, como sabemos, - agora que somos todos, mas mesmo todos nestas nossas ilhas, especialistas do domínio marítimo – outra coisa completamente diferente (oitava pedra).

O Açoriando falou de livros de autores açorianos e desses mesmos autores. Não muito para não irritar, claro. Ainda nos acusavam de estarmos a dar ideias ou, infinitamente pior, de sabermos alguma coisa sobre o que andámos a dizer.

PS: Para ser autor açoriano, um livro de poemas com duas linhas cada um, edição de autor, não nos chegava… às vezes, somos assim antiquados. Gostamos de ler coisas que tenham o mínimo de “suminho” (nona pedra e cai).

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A pesca nos Açores começou com os primeiros homens que aqui chegaram. Esta actividade, que durante séculos foi de subsistência, tem uma importância histórica, cultural, social e económica ímpar no contexto das nossas comunidades insulares.A relação histórica que mantivemos, e mantemos, com o mar e com as zonas costeiras em particular, desenvolveu--nos uma percepção única dos ambientes marinhos e dos recursos que eles acomodam. Neste contexto, descobrimos que comer um apetitoso e suculento peixe, molusco ou crustáceo é um supremo prazer gastronómico.

O consumo de pescado revela-se de extrema importância em Portugal. Em média, cada português consume por ano cerca de 55 kg de pescado, um valor apenas ultrapassado pelos japoneses e islandeses. Nos Açores este valor tem ainda uma maior expressão, e os açorianos tem um consumo per capita médio de cerca de 76 kg de pescado por ano!

Num relatório publicado este ano pela plataforma Oceans 2012 (www.ocean2012.eu), foi calculado o “Dia da Dependência de Peixe” para cada um dos países da EU. Este dia corresponde ao dia a partir do qual os cidadãos de cada país deixariam de comer peixe se apenas consumissem aquele capturado nas suas águas. Em Portugal, não comeríamos peixe depois do dia 26 de Abril. Um exercício semelhante feito para os Açores, com os dados de capturas referentes a 2010, mostra que teríamos peixe para consumir até ao dia 30 de Dezembro, caso não houvesse exportação. Isto é, os Açores seriam auto-suficientes no que ao pescado diz respeito. Claro, que estas contas simples e de merceeiro não contabilizam as capturas feitas por pescadores não profissionais, que segundo parece, têm crescido de forma significativa nos últimos anos, embora

O Melhor Pescado do Mundo

Carla Dâmaso e Filipe Porteiro

dop / universidade dos açores

não sejam conhecidos valores relativos à pesca recreativa local.

Actualmente, as pescarias açorianas exploram cerca de 80 espécies de peixes, das mais de 550 inventariadas para estes mares. A frota pesqueira comercial açoriana é composta maioritariamente por pequenas embarcações e em muitas ilhas continua a praticar-se uma pesca marcadamente artesanal, utilizando--se essencialmente aparelhos de linha e anzol. Num cenário ideal teríamos um sector que ao garantir a sustentabilidade biológica dos recursos e o equilíbrio dos sistemas naturais, garantiria a sustentabilidade social e económica desta actividade ancestral.

Com este fito, os Açores desenvolveram mecanismos próprios para promover uma pesca que permita a conservação dos seus recursos biológicos marinhos. As artes de linha e anzol, usadas maioritariamente na região, são menos destrutivas do meio ambiente, quando comparadas com outras, como redes de cerco ou de emalhar derivantes ou, especialmente, com o arrasto de fundo, cujo seu uso foi proibido por iniciativa regional e regulamentação europeia no arquipélago. Outras medidas de gestão, como a interdição de artes de pesca específicas, como o palangre-de-fundo, em áreas sensíveis do arquipélago, como as orlas das ilhas, promovem ainda a conservação dos recursos. Neste contexto, considera-se também que a criação de Áreas Marinhas Protegidas vem beneficiar um grande número de habitats e espécies, incluindo as comerciais.

Perante este cenário, poderíamos pensar que a sustentabilidade biológica e sócio-económica da pesca estava garantida. No entanto, nos últimos anos têm surgido indicações empíricas e científicas que o estado actual e futuro dos stocks de algumas

ciência e ambiente

destas espécies comerciais é crítico e preocupante. Por isso, considera-se que há uma necessidade efectiva e urgente de refreamento do esforço de pesca. Se esta preocupação é real ao nível das espécies de fundo, ou demersais, à escala da região, ela torna-se mais abrangente, quando se consideram as populações atlânticas de espécies pelágicas migradoras, como é o caso dos atuns, espadartes e tubarões. Por exemplo, os stocks de atuns explorados por pesca de salto e vara pelos pescadores locais, justamente agraciada com um selo ecológico de “Dolphin Safe”, são alvo de grande pressão por pescarias internacionais e industriais à escala desta bacia oceânica.

A pretensão justificada e premente de promovermos pescarias sustentáveis, prende-se também, pelo interesse em continuarmos a usufruir do indiscutível valor alimentar e gastronómico do pescado!

Este tipo de alimento contém substâncias nutritivas em qualidade e quantidade que o distingue dos restantes. A sua composição bioquímica complexa, rica, diversa e equilibrada, promove o funcionamento saudável do nosso corpo. Populações que incluem com regularidade pescado na sua dieta são mais saudáveis e estão menos vulneráveis a doenças. Ao seu valor alimentar intrínseco, acresce o valor acrescentado dado pela sua diversidade. Hoje usufruímos de peixes demersais e pelágicos, litorais e oceânicos, residentes e migradores sazonais, herbívoros, zooplanctívoros ou mesmo predadores de topo, que se reproduzem nas épocas frias e quentes, com taxas de crescimento e longevidade muito variáveis, etc. Esta diversidade biológica e ecológica das espécies comerciais revela-se também nos seus aspectos nutritivos e organolépticos, proporcionando diferentes tipos e

O pescado dos Açores, considerado de alta qualidade entre os demais, desafia e refina a faceta gastronómica de todos os que se predispõem a saboreá-lo.

combinações de proteínas, gorduras, vitaminas, sais minerais, texturas, sabores e prazeres, potenciados pelas mil e uma maneiras de as preparar e servir.

O pescado dos Açores, considerado de alta qualidade entre os demais, desafia e refina a faceta gastronómica de todos os que se predispõem a saboreá-lo.

A implementação e valorização das boas práticas na pesca e ao longo da cadeia de comercialização dos seus produtos têm sido indispensáveis para garantir a qualidade do nosso produto. A promoção do “Peixe dos Açores” junto dos consumidores locais, dos turistas que nos visitam e dos mercados de exportação, tem mostrado a excelência do pescado regional. Por exemplo, em Lisboa, existem restaurantes de referência que se distinguem pela positiva por oferecerem aos seus clientes exclusivamente peixe proveniente do Mar dos Açores.

Neste contexto, é indispensável consolidar e fomentar o reconhecimento já alcançado, garantindo que este é um produto de qualidade proveniente de pescarias sustentáveis, a todos os níveis. Esta é a melhor forma de nos assegurarmos que as gerações futuras possam também desfrutar deste legado natural e cultural único.

PS. É caricato que alguém que passe pelo Faial e queira se deliciar com o nosso peixe, usufruindo da magnífica vista para o Pico, se depare com uma dificuldade: na ilha não existe um restaurante cuja especialidade seja peixe fresco. É importante promover, mas é importante e imprescindível assegurar o acesso àquilo que se promove, que neste caso é o que de melhor temos!

SEX. 15 JUL. conferênciaO ASTRONOMO EPOPULARIZADORMELO E SIMAS. ENTREGRANADAS, PLANETASE COMETAS.com Ana SimõesBiblioteca Pública - 21h

SÁB. 16 JUL.cinemaSINFONIA IMATERIALRealizador: Tiago PereiraTeatro Faialense - 21h30

SÁB. e DOM. 16 e 17 JUL.festasIMPÉRIO DA CONCEIÇÃOOrganização: Irmandade

Gatafunhos Tomás Melo

8 15 a 29 JUL. 2011 http://fazendofazendo.blogspot.com

AgendaJul.

DOM. 17 JUL.cinemaA MINHA VERSÃO DO AMORde Richard J. LewisTeatro Faialense 21h30

SEG. 18 a SEX. 22 JUL.workshopEXPRESSÃO PLÁSTICA:O LUXO DO LIXOBanco de Portugal - 9h30 às 12h30Inscrições limitadas e grátis na CMH [email protected]

QUA. 20 JUL.animaçãoÀ QUARTA O PALCO É SEUcom Daniela Medeiros, Jessica Gomese Grupo HipHopPraça do Infante - 21h30

SÁB. 23 e DOM. 24 JUL.cinemaTHORde Kenneth BranaghTeatro Faialense - 21h30

SEG. 25 a SEX. 29 JUL.oficina de pinturaE QUANTAS CORES HÁ?com Margarida MadrugaBiblioteca Pública - 10h30 às 12hCrianças dos 5 aos 12 anos

QUA. 27 JUL.animaçãoÀ QUARTA O PALCO É SEUcom a Orquestra de Música Ligeirada CMH

SEX. 29 JUL.encontroCOMUNIDADE DE LEITORESBiblioteca Pública - 18h

SEX. 29 a DOM. 31 JUL.animaçãoFESTAS DE VERÃO DA CONCEIÇÃOParque da Alagoa

SÁB. 30 JUL.festaFESTA DO CHICHARROParque de Campismo do Salão20h00 – Distribuição gratuita de Chicharros23h00 – Baile Onda Jovem

SÁB. 30 e DOM. 31 JUL.cinemaARTHURde Jason WinerTeatro Faialense - 21h30