fb | revista on petrópolis #03
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Chegamos à On #3 com um profissional que tem o dom de fazer bem ao paladar. O chef Sormany Justen apresenta sua história, dificuldades e conquistas ao longo do caminho que o colocaram no topo das listas gastronômicas. Por falar em gastronomia, há a estreia da editoria “Sabores”, com Bernadete Mattos, Luiz César e pratos deliciosos para você fazer em casa. As dicas de decoração para o ano que ainda inicia estão nas próximas páginas. Sabe o que acontece nos jardins do Imperial? Fomos descobrir para te contar. No caminho, a força de pessoas que lutam pela vida quando se descobrem com câncer, nos motivou a contar essas outras histórias petropolitanas. Ah, a arte ainda tem espaço com um artista que utiliza a madeira como matéria prima para a criatividade. Delicie-se com as próximas páginas. Buon appetito!TRANSCRIPT
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Chegamos à On #3 com um profissional que tem o dom de fazer bem ao paladar. O chef Sormany Justen apresenta sua história,
dificuldades e conquistas ao longo do caminho que o colocaram no topo das listas gastronômicas.
Por falar em gastronomia, há a estreia da editoria “Sabores”, com Bernadete Mattos, Luiz César e pratos deliciosos para você fazer em casa.
As dicas de decoração para o ano que ainda inicia estão nas próximas páginas. Sabe o que acontece nos jardins do Imperial? Fomos descobrir para te contar. No caminho, a força de pessoas que lutam pela vida quando se descobrem com câncer, nos motivou a contar essas outras histórias petropolitanas.
Ah, a arte ainda tem espaço com um artista que utiliza a madeira como matéria prima para a criatividade. Delicie-se com as próximas páginas. Buon appetito!
Editorial#3
Direção e Produção GeralFelipe Vasconcellosfelipe@fi obranco.com.br
Produção Sabrina VasconcellosHeverton da Mata
EdiçãoRafael Moraesrafael@fi obranco.com.br
RedaçãoPriscila OkadaFrederico Nogueira
ComercialIgor Pacháigorpacha@fi obranco.com.br(24) 8864-8524
CriaçãoFelipe VasconcellosRobson Silva
Colaboração Aline RicklyBernadete MattosFernanda TavaresJosé ÂngeloKitty D’AngeloLeonardo FarrocoLeticia KnibelLuiz Cezar
EstagiárioNeílson Júnior
DistribuiçãoPetrópolis, Itaipava, Nogueira,Corrêas, Pedro do Rio e Posse
Produção Gráfi caWalPrint
Tiragem 5.000
Foto de capa Ezio Philot | Cia Fotográfi ca
Fiobranco EditoraRua Prefeito Walter Francklin, 13/404 Centro | Três Rios - RJ25.803-010
Sugestão de [email protected]
Trabalhe [email protected]
5revistaon.com.br
ÍndiceOpinião
Cultura
Lazer
Eu sei fazer
Saúde
Design e Decoração
Inspiração
Esporte
Papo de Colecionador
Aconteceu
Sabores
Viagem
Espaço Festas
Guia
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Chegamos à On #3 com um profissional que tem o dom de fazer bem ao paladar. O chef Sormany Justen apresenta sua história,
dificuldades e conquistas ao longo do caminho que o colocaram no topo das listas gastronômicas.
Por falar em gastronomia, há a estreia da editoria “Sabores”, com Bernadete Mattos, Luiz César e pratos deliciosos para você fazer em casa.
As dicas de decoração para o ano que ainda inicia estão nas próximas páginas. Sabe o que acontece nos jardins do Imperial? Fomos descobrir para te contar. No caminho, a força de pessoas que lutam pela vida quando se descobrem com câncer, nos motivou a contar essas outras histórias petropolitanas.
Ah, a arte ainda tem espaço com um artista que utiliza a madeira como matéria prima para a criatividade. Delicie-se com as próximas páginas. Buon appetito!
Editorial#3
Direção e Produção GeralFelipe Vasconcellosfelipe@fi obranco.com.br
Produção Sabrina VasconcellosHeverton da Mata
EdiçãoRafael Moraesrafael@fi obranco.com.br
RedaçãoPriscila OkadaFrederico Nogueira
ComercialIgor Pacháigorpacha@fi obranco.com.br(24) 8864-8524
CriaçãoFelipe VasconcellosRobson Silva
Colaboração Aline RicklyBernadete MattosFernanda TavaresJosé ÂngeloKitty D’AngeloLeonardo FarrocoLeticia KnibelLuiz Cezar
EstagiárioNeílson Júnior
DistribuiçãoPetrópolis, Itaipava, Nogueira,Corrêas, Pedro do Rio e Posse
Produção Gráfi caWalPrint
Tiragem 5.000
Foto de capa Ezio Philot | Cia Fotográfi ca
Fiobranco EditoraRua Prefeito Walter Francklin, 13/404 Centro | Três Rios - RJ25.803-010
Sugestão de [email protected]
Trabalhe [email protected]
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Henrique é um jovem contemporâneo, de maneira que vive numa época marcada por um profundo relativis-mo, onde tudo depende tão somente
de um ponto de vista. E como diz Leonardo Boff: todo ponto de vista é a vista de um ponto. Se as-sim é, será a verdade apenas um ponto de vista, variante segundo a subjetividade de cada pessoa? Henrique é um rapaz incomodado com o relati-vismo atual.
Alguns de seus amigos que gostam de refletir – e são poucos – sustentam com ele que o relativis-mo atual é positivo, ou seja, é maravilhoso viver numa sociedade múltipla. No entanto, Henrique retruca dizendo que essa postura pode levar à falsa ideia de que “tudo é válido”, o que fatalmente é um retrocesso social. Infinitas discussões acadêmicas nas muradas da Universidade Católica de Petrópo-lis (UCP).
Enfim, Henrique é um intelectual. Em casa, é cercado por pais também formados em universi-dade e que, assim como ele, curtem os avanços do mundo moderno, só que, curiosamente, não nu-trem os mesmos questionamentos do rapaz. Vivem a vida no aqui e agora, sem maiores indagações físicas ou metafísicas. Por exemplo, a mãe é fre-quentadora assídua de academia e é uma mulher de 47 anos, exuberante. Certa feita, Henrique pre-senciou o seguinte diálogo entre os pais. Ela recla-mava do marido: você só está interessado em meu corpo! − engano seu, também sou amarradão no meu, respondeu o marido. Estas eram as circuns-tâncias do lar de Henrique.
Virada de ano, família toda reunida, tios, tias, avós, sobrinhos e muita bebida. Todos co-memoravam o início de mais um ano. No final
da festa, os estragos eram visíveis, havia gente deitada por todos os lados da casa, cada um mais ressaqueado que o outro. Logo ali, todavia, esta-va Henrique refletindo sobre o novo ano que se iniciara há pouco. Aproveitou que sua bela mãe se aproximou dele na varanda e, olhando para ela, falou-lhe: − estou sentindo um vazio..., e a mãe disse: − aproveite e vá malhar. − Não sei bem mãe, acho que estou com uma sensação de insegurança..., a mãe: − bobagem, vá ao shop-ping dar um passeio com a namorada. Henrique, então: − estou sentindo uma angústia aqui no peito, mãe. − Já sei meu filho, tome um lexo-tan (medicamento usado, entre outras situações, para ansiedade, tensão e outras queixas somá-ticas ou psicológicas associadas à síndrome de ansiedade) e após entre no twitter, no facebook e vá bater um papo, que isso passa.
Veja você que Henrique era um “chato”, bus-cava no fundo no fundo: a verdade. Mas quem pode apresentar a verdade a ele num mundo onde sequer a questão da verdade é posta em questão. Em meio a dúvidas, foi se retirando da varanda com o cuidado de não pisotear as pessoas que ja-ziam “mortas”.
Ao passar próximo à vó, sentada num confortá-vel sofá, lascou-lhe um beijo na testa. A vó, meiga, segurou o braço do neto e, sem falar qualquer pa-lavra, puxou-lhe para perto, abriu carinhosamente sua mão e colocou em sua palma, um belo crucifi-xo de remota data, não sem antes sussurrar-lhe ao ouvido: − foi de seu avô que era lindo e inquieto como você. Henrique, tocado com o gesto, e peito emproado, saiu a caminhar firme em meio a cor-pos caídos pela varanda e sala, com o crucifixo apertado em suas mãos.
Henrique e suas circunstânciasVeja você que Henrique era um “chato”, buscava no fundo no fundo, a verdade
Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal,
mestre em direito tributário - UCAM-Rio,
professor de direito tributário da UCP –
Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.
Roberto Wagner A insegurança na sociedade atual cons-titui um grande obstáculo ao exercício dos direitos de cidadania, de maneira que tarefas rotineiras como estacionar
o carro têm se tornado cada vez mais árdua. Neste cenário, percebe-se que a ação do famigerado flane-linha se tornou um grande problema em Petrópolis, principalmente em áreas comerciais e nas proximi-dades de grandes eventos. Trata-se de um indivíduo que se vale do medo natural do cidadão diante da violência urbana, para oferecer um suposto servi-ço de vigilância sobre os veículos estacionados em vias públicas. Colocam os condutores em uma in-cômoda situação de constrangimento, de forma que o motorista deve optar entre pagar ao guardador ou ter seu veículo ou até mesmo sua integridade física atingida. Uma análise atenta dos jornais locais é ca-paz de evidenciar o catastrófico impacto da conduta sobre o município: loteamento de ruas, intimidação e extorsão de motoristas, danos a veículos e dispu-tas por território, são apenas alguns dentre os mui-tos fatos abomináveis já relatados pela mídia.
O governo federal até tentou regulamentar esta atividade através da lei 6.242, editada na déca-da de 70, que condiciona o exercício da suposta “profissão” ao preenchimento de uma série de re-quisitos, dentre eles a ausência de antecedentes criminais e registro em órgãos públicos compe-tentes. Por óbvio, tal estratégia não funcionou e, hoje, esta norma é mais uma “letra morta” na le-gislação pátria, afinal é um absurdo tentar colocar fita colorida em um embrulho de marginalidade e violência. Não se trata de uma questão social ou trabalhista, mas sim uma matéria relativa à segu-rança pública e a liberdade de ir e vir do cidadão.
Felizmente, a tendência do legislador nacional é a criminalização da atividade dos flanelinhas, como pretende o projeto de lei 2.701, recentemente
apresentado no Congresso Nacional pelo deputa-do Fábio Trad. Algumas cidades, como Belo Ho-rizonte, já se adiantaram, vedando expressamente a conduta em seu código municipal de posturas. Em outras, como Vitória e Ribeirão Preto, já fo-ram ajuizadas ações civis públicas com objetivo de pleitear, no judiciário, que o poder público seja obrigado a retirar todos os guardadores das ruas.
Enquanto o projeto de criminalização não é aprovado, o motorista petropolitano, vítima desta conduta, poderá requerer a repressão policial com base em delitos já existentes. Via de regra, todos os guardadores que atuam sem a autorização ex-pressa do poder público cometem a contravenção penal de exercício irregular de profissão ou ati-vidade (mesmo que esteja apenas “pedindo para tomar conta”, tal delito estará configurado). Caso o flanelinha não faça apenas um pedido ao condu-tor, mas sim uma cobrança, exigindo pagamento antecipado pela utilização da vaga, e com isso impedindo o motorista de estacionar sem efetuar a pagamento, tal ato configurará o crime de cons-trangimento ilegal. Se esta cobrança se der de forma ameaçadora, mesmo que a ameaça esteja implícita, tal fato configura o crime de extorsão.
Em suma, como muitas outras cidades do Bra-sil, Petrópolis vive hoje um grande problema de segurança pública com a ação dos flanelinhas e todos devem assumir sua parcela de responsa-bilidade na solução do problema, até mesmo o motorista, que jamais deve ser conivente. É de se imaginar que surgirão reações contrárias a essa necessária repressão penal, um ato típico daque-les que buscam justificar na questão social todo tipo de criminalidade. Mas para estes, deixo aqui uma incômoda pergunta, cuja resposta negativa costuma implicar em consequências deletérias: “Pode vigiar o carro aí, patrão? Hein?”
Flanelinhas em PetrópolisA indesejada conduta dos guardadores clandestinos de veículos
Oneir Vitor Guedes formou-se em direito
pela Universidade Federal de Juiz de Fora
e, atualmente, atuacomo advogado e
consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunistado Três Rios Online.
Oneir Vitor [email protected]
OPINIÃO
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Henrique é um jovem contemporâneo, de maneira que vive numa época marcada por um profundo relativis-mo, onde tudo depende tão somente
de um ponto de vista. E como diz Leonardo Boff: todo ponto de vista é a vista de um ponto. Se as-sim é, será a verdade apenas um ponto de vista, variante segundo a subjetividade de cada pessoa? Henrique é um rapaz incomodado com o relati-vismo atual.
Alguns de seus amigos que gostam de refletir – e são poucos – sustentam com ele que o relativis-mo atual é positivo, ou seja, é maravilhoso viver numa sociedade múltipla. No entanto, Henrique retruca dizendo que essa postura pode levar à falsa ideia de que “tudo é válido”, o que fatalmente é um retrocesso social. Infinitas discussões acadêmicas nas muradas da Universidade Católica de Petrópo-lis (UCP).
Enfim, Henrique é um intelectual. Em casa, é cercado por pais também formados em universi-dade e que, assim como ele, curtem os avanços do mundo moderno, só que, curiosamente, não nu-trem os mesmos questionamentos do rapaz. Vivem a vida no aqui e agora, sem maiores indagações físicas ou metafísicas. Por exemplo, a mãe é fre-quentadora assídua de academia e é uma mulher de 47 anos, exuberante. Certa feita, Henrique pre-senciou o seguinte diálogo entre os pais. Ela recla-mava do marido: você só está interessado em meu corpo! − engano seu, também sou amarradão no meu, respondeu o marido. Estas eram as circuns-tâncias do lar de Henrique.
Virada de ano, família toda reunida, tios, tias, avós, sobrinhos e muita bebida. Todos co-memoravam o início de mais um ano. No final
da festa, os estragos eram visíveis, havia gente deitada por todos os lados da casa, cada um mais ressaqueado que o outro. Logo ali, todavia, esta-va Henrique refletindo sobre o novo ano que se iniciara há pouco. Aproveitou que sua bela mãe se aproximou dele na varanda e, olhando para ela, falou-lhe: − estou sentindo um vazio..., e a mãe disse: − aproveite e vá malhar. − Não sei bem mãe, acho que estou com uma sensação de insegurança..., a mãe: − bobagem, vá ao shop-ping dar um passeio com a namorada. Henrique, então: − estou sentindo uma angústia aqui no peito, mãe. − Já sei meu filho, tome um lexo-tan (medicamento usado, entre outras situações, para ansiedade, tensão e outras queixas somá-ticas ou psicológicas associadas à síndrome de ansiedade) e após entre no twitter, no facebook e vá bater um papo, que isso passa.
Veja você que Henrique era um “chato”, bus-cava no fundo no fundo: a verdade. Mas quem pode apresentar a verdade a ele num mundo onde sequer a questão da verdade é posta em questão. Em meio a dúvidas, foi se retirando da varanda com o cuidado de não pisotear as pessoas que ja-ziam “mortas”.
Ao passar próximo à vó, sentada num confortá-vel sofá, lascou-lhe um beijo na testa. A vó, meiga, segurou o braço do neto e, sem falar qualquer pa-lavra, puxou-lhe para perto, abriu carinhosamente sua mão e colocou em sua palma, um belo crucifi-xo de remota data, não sem antes sussurrar-lhe ao ouvido: − foi de seu avô que era lindo e inquieto como você. Henrique, tocado com o gesto, e peito emproado, saiu a caminhar firme em meio a cor-pos caídos pela varanda e sala, com o crucifixo apertado em suas mãos.
Henrique e suas circunstânciasVeja você que Henrique era um “chato”, buscava no fundo no fundo, a verdade
Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal,
mestre em direito tributário - UCAM-Rio,
professor de direito tributário da UCP –
Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.
Roberto Wagner A insegurança na sociedade atual cons-titui um grande obstáculo ao exercício dos direitos de cidadania, de maneira que tarefas rotineiras como estacionar
o carro têm se tornado cada vez mais árdua. Neste cenário, percebe-se que a ação do famigerado flane-linha se tornou um grande problema em Petrópolis, principalmente em áreas comerciais e nas proximi-dades de grandes eventos. Trata-se de um indivíduo que se vale do medo natural do cidadão diante da violência urbana, para oferecer um suposto servi-ço de vigilância sobre os veículos estacionados em vias públicas. Colocam os condutores em uma in-cômoda situação de constrangimento, de forma que o motorista deve optar entre pagar ao guardador ou ter seu veículo ou até mesmo sua integridade física atingida. Uma análise atenta dos jornais locais é ca-paz de evidenciar o catastrófico impacto da conduta sobre o município: loteamento de ruas, intimidação e extorsão de motoristas, danos a veículos e dispu-tas por território, são apenas alguns dentre os mui-tos fatos abomináveis já relatados pela mídia.
O governo federal até tentou regulamentar esta atividade através da lei 6.242, editada na déca-da de 70, que condiciona o exercício da suposta “profissão” ao preenchimento de uma série de re-quisitos, dentre eles a ausência de antecedentes criminais e registro em órgãos públicos compe-tentes. Por óbvio, tal estratégia não funcionou e, hoje, esta norma é mais uma “letra morta” na le-gislação pátria, afinal é um absurdo tentar colocar fita colorida em um embrulho de marginalidade e violência. Não se trata de uma questão social ou trabalhista, mas sim uma matéria relativa à segu-rança pública e a liberdade de ir e vir do cidadão.
Felizmente, a tendência do legislador nacional é a criminalização da atividade dos flanelinhas, como pretende o projeto de lei 2.701, recentemente
apresentado no Congresso Nacional pelo deputa-do Fábio Trad. Algumas cidades, como Belo Ho-rizonte, já se adiantaram, vedando expressamente a conduta em seu código municipal de posturas. Em outras, como Vitória e Ribeirão Preto, já fo-ram ajuizadas ações civis públicas com objetivo de pleitear, no judiciário, que o poder público seja obrigado a retirar todos os guardadores das ruas.
Enquanto o projeto de criminalização não é aprovado, o motorista petropolitano, vítima desta conduta, poderá requerer a repressão policial com base em delitos já existentes. Via de regra, todos os guardadores que atuam sem a autorização ex-pressa do poder público cometem a contravenção penal de exercício irregular de profissão ou ati-vidade (mesmo que esteja apenas “pedindo para tomar conta”, tal delito estará configurado). Caso o flanelinha não faça apenas um pedido ao condu-tor, mas sim uma cobrança, exigindo pagamento antecipado pela utilização da vaga, e com isso impedindo o motorista de estacionar sem efetuar a pagamento, tal ato configurará o crime de cons-trangimento ilegal. Se esta cobrança se der de forma ameaçadora, mesmo que a ameaça esteja implícita, tal fato configura o crime de extorsão.
Em suma, como muitas outras cidades do Bra-sil, Petrópolis vive hoje um grande problema de segurança pública com a ação dos flanelinhas e todos devem assumir sua parcela de responsa-bilidade na solução do problema, até mesmo o motorista, que jamais deve ser conivente. É de se imaginar que surgirão reações contrárias a essa necessária repressão penal, um ato típico daque-les que buscam justificar na questão social todo tipo de criminalidade. Mas para estes, deixo aqui uma incômoda pergunta, cuja resposta negativa costuma implicar em consequências deletérias: “Pode vigiar o carro aí, patrão? Hein?”
Flanelinhas em PetrópolisA indesejada conduta dos guardadores clandestinos de veículos
Oneir Vitor Guedes formou-se em direito
pela Universidade Federal de Juiz de Fora
e, atualmente, atuacomo advogado e
consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunistado Três Rios Online.
Oneir Vitor [email protected]
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Helder Caldeira é escritor, articulista
político, palestrante, conferencista, colunista
do Três Rios Onlinee autor do livro “A 1ª
Presidenta”, primeira obra publicada no
Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff e que já
está entre os livros mais vendidos do país em
2011. É apresentador do quadro “iPOLÍTICA”
com comentários no telejornais da
Rede Record.
O Brasil comemora a aprovação, pelo Supremo Tribunal Federal, da vigên-cia da lei da ficha limpa já para as elei-ções de 2012, declarando-a constitu-
cional. A partir de agora, cidadão “ficha suja” não poderá mais ser candidato a cargos eletivos. Mas será que isso eliminará da vida pública os ban-didos, larápios nacionais, canalhas engravatados, que infestam a administração dos municípios, es-tados e do país? Claro que não! Infelizmente, a abrangência da nova lei, apesar de princípio de-mocrático óbvio, não atinge as famigeradas no-meações para cargos públicos comissionados.
Nesse sentido, as administrações fluminenses se tornaram um exemplo tétrico da falta de responsa-bilidade com a “Res Publica”, com a coisa pública. É comum assistirmos políticos serem defenestrados da esfera federal por suspeitas de “malfeitos”, cor-rupção e afins absurdos e ganhando “cargos de con-fiança” em prefeituras e até no Governo do Estado do Rio de Janeiro. O governador peemedebista Sér-gio Cabral Filho tem feito isso com certa frequência para dar sustância à “pseudoaliança” que estabele-ceu com Lula, Dilma e o PT, para atingir seus opo-sicionistas César Maia e Anthony Garotinho. Nessa querela, quem perde é o povo fluminense. Porque, quando a descarga é dada em Brasília, “tudo que é leve” vem boiar aqui no Rio de Janeiro.
Vejamos dois exemplos clássicos. Quando a his-tórica petista Benedita da Silva foi exonerada do primeiro governo Lula após ser flagrada utilizando recursos públicos para uma viagem pessoal à Ar-gentina, aonde ela veio parar? Foi nomeada secre-tária estadual de Assistência Social e Direitos Hu-manos, cargo que ocupou – usou e abusou – até ser
eleita deputada federal em 2010. Uma de suas as-sessoras que a acompanhou durante o “Café da Ma-nhã de Oração” argentino, despencou de Brasília e se tornou presidente da FIA/RJ (Fundação para a Infância e a Adolescência do Rio de Janeiro) e hoje é pré-candidata à prefeitura de Italva, no noroeste do estado. Em Petrópolis, uma das assistentes de Benedita veio ocupar um cargo de diretoria na en-tão Secretaria Municipal de Ação Social, Trabalho e Cidadania, durante o governo Rubens Bomtempo.
Esse foi só um dos casos emblemáticos. Outro acaba de acontecer! Há quatro meses, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi exonerado do posto de ministro do Trabalho e Emprego após gra-víssimas acusações de irregularidades nos contratos e repasses de recursos públicos para Organizações Não-Governamentais (ONGs) ligadas a seu partido político. Quando uma pessoa desse naipe fica de-sempregada? Nunca! Eis que na sexta-feira, dia 17 de fevereiro de 2012, véspera do feriadão de Carna-val, o Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro estampou a nomeação de Carlos Lupi para o cargo de assessor especial do prefeito peemedebista da ca-pital, Eduardo Paes. Segundo informações do gabi-nete, o ex-ministro fará “um trabalho de ponte entre Brasília e os interesses do Rio de Janeiro”. É mole?!
Infelizmente, reitero, a lei da ficha limpa não é mais severa e ainda não abarca as nomeações politiqueiras para cargos públicos. Enquanto isso não acontece, seguiremos a contemplar as suji-dades boiando nos rios. Ou melhor, no Rio. Mas estamos dando os primeiros passos. Estamos co-meçando a limpar a casa política. Ainda que a fa-xina não seja totalmente eficiente e completa. Um dia chegaremos lá!
Boiando no Rio
Helder Caldeira
A abrangência da lei da fi cha limpa, apesar de princípio democrático óbvio, não atinge as famigeradas nomeações para cargos públicos comissionados
Recentemente, em uma conversa infor-mal com amigos que residiram fora do Brasil, cheguei à conclusão de que em nosso país, de maneira geral, a classe
dos advogados não atinge um elevado índice de respeitabilidade perante a sociedade, ao contrá-rio do que se verifica na maioria dos lugares do mundo (ex. EUA, Europa e Japão), e isto se dá devido à má preparação científica dos mesmos e a uma postura indesejável adotada por muitos “profissionais” no mercado de trabalho.
Nesta ponderação, traçamos aqui, uma breve diretriz, em oito dicas, para orientar jovens ope-radores do direito, de forma a demonstrar que o profissional de sucesso, respeitável e confiável, é o “advogado de fato”, e não o “advogado de direito”.
O advogado de direito, geralmente, é aquele “profissional” que não trabalhou de forma efeti-va na vida acadêmica, ou seja, que não estagiou de maneira produtiva, e, de certa forma, ao ter-minar o curso de direito, é “atirado” ao mercado de trabalho sem nenhum preparo, apenas empu-nhando uma carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O advogado de fato não se sedimenta da noite para o dia. Isto, tendo em vista que, para tanto, é necessário percorrer uma longa jornada, tortuo-sa, no entanto, extremamente gratificante àqueles que a ela se entregam.
Desta forma, para se tornar um profissional de qualidade (advogado de fato) é fundamental que se tenha disciplina e personalidade para seguir os
passos adiante traçados:ESTAGIE: o quanto antes, estagie na vida
acadêmica, especialmente em um escritório de advocacia com grande demanda, no qual possa conhecer as mais variadas áreas do direito, de forma a tornar aguçadas suas preferências no campo jurídico;
CONHEÇA-SE: defina sua identidade com base no que você é. Identifique seus principais valores e tire partido de suas virtudes. Determine o que é ter sucesso para você. Isto é fundamental para traçar seus futuros objetivos;
ESPECIALIZE-SE: cada vez mais, o cliente está à procura de especialistas, pois todos estão em busca de respostas rápidas e eficientes. A es-pecialização conduz à confiabilidade e ao respei-to, de forma a criar uma referência em seu âmbito de atuação no campo jurídico;
APRIMORE-SE: quem se aperfeiçoa naquilo que gosta tem mais chances de alcançar seus ob-jetivos. Os advogados com mais horas de prática serão sempre os melhores. “Somos aquilo que fa-zemos repetidamente. Portanto, a excelência não é um ato, mas um hábito.” (Aristóteles)
Nesse diapasão, com estas quatro orientações iniciais, denominadas como “bases para capaci-tação profissional”, encerra-se a primeira etapa do planejamento de carreira jurídica aqui propos-ta. Na próxima edição, estamparemos as quatro considerações finais, que tratarão das “bases para visibilidade profissional”.
Aos amigos operadores, aos acadêmicos de di-reito e aos pleiteantes à carreira jurídica, até breve!
O advogado de fato e o advogado de direitoSingelas diretrizes para o aperfeiçoamento profi ssional e o preparo acadêmico
David Elmôr é advogado criminalista,
originário de uma das mais respeitáveis
bancas de direito do Brasil (SAHIONE
Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR &
CORRÊA Advogados
David Elmô[email protected]
OPINIÃO
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Helder Caldeira é escritor, articulista
político, palestrante, conferencista, colunista
do Três Rios Onlinee autor do livro “A 1ª
Presidenta”, primeira obra publicada no
Brasil com a análise da trajetória da presidente Dilma Rousseff e que já
está entre os livros mais vendidos do país em
2011. É apresentador do quadro “iPOLÍTICA”
com comentários no telejornais da
Rede Record.
O Brasil comemora a aprovação, pelo Supremo Tribunal Federal, da vigên-cia da lei da ficha limpa já para as elei-ções de 2012, declarando-a constitu-
cional. A partir de agora, cidadão “ficha suja” não poderá mais ser candidato a cargos eletivos. Mas será que isso eliminará da vida pública os ban-didos, larápios nacionais, canalhas engravatados, que infestam a administração dos municípios, es-tados e do país? Claro que não! Infelizmente, a abrangência da nova lei, apesar de princípio de-mocrático óbvio, não atinge as famigeradas no-meações para cargos públicos comissionados.
Nesse sentido, as administrações fluminenses se tornaram um exemplo tétrico da falta de responsa-bilidade com a “Res Publica”, com a coisa pública. É comum assistirmos políticos serem defenestrados da esfera federal por suspeitas de “malfeitos”, cor-rupção e afins absurdos e ganhando “cargos de con-fiança” em prefeituras e até no Governo do Estado do Rio de Janeiro. O governador peemedebista Sér-gio Cabral Filho tem feito isso com certa frequência para dar sustância à “pseudoaliança” que estabele-ceu com Lula, Dilma e o PT, para atingir seus opo-sicionistas César Maia e Anthony Garotinho. Nessa querela, quem perde é o povo fluminense. Porque, quando a descarga é dada em Brasília, “tudo que é leve” vem boiar aqui no Rio de Janeiro.
Vejamos dois exemplos clássicos. Quando a his-tórica petista Benedita da Silva foi exonerada do primeiro governo Lula após ser flagrada utilizando recursos públicos para uma viagem pessoal à Ar-gentina, aonde ela veio parar? Foi nomeada secre-tária estadual de Assistência Social e Direitos Hu-manos, cargo que ocupou – usou e abusou – até ser
eleita deputada federal em 2010. Uma de suas as-sessoras que a acompanhou durante o “Café da Ma-nhã de Oração” argentino, despencou de Brasília e se tornou presidente da FIA/RJ (Fundação para a Infância e a Adolescência do Rio de Janeiro) e hoje é pré-candidata à prefeitura de Italva, no noroeste do estado. Em Petrópolis, uma das assistentes de Benedita veio ocupar um cargo de diretoria na en-tão Secretaria Municipal de Ação Social, Trabalho e Cidadania, durante o governo Rubens Bomtempo.
Esse foi só um dos casos emblemáticos. Outro acaba de acontecer! Há quatro meses, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi exonerado do posto de ministro do Trabalho e Emprego após gra-víssimas acusações de irregularidades nos contratos e repasses de recursos públicos para Organizações Não-Governamentais (ONGs) ligadas a seu partido político. Quando uma pessoa desse naipe fica de-sempregada? Nunca! Eis que na sexta-feira, dia 17 de fevereiro de 2012, véspera do feriadão de Carna-val, o Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro estampou a nomeação de Carlos Lupi para o cargo de assessor especial do prefeito peemedebista da ca-pital, Eduardo Paes. Segundo informações do gabi-nete, o ex-ministro fará “um trabalho de ponte entre Brasília e os interesses do Rio de Janeiro”. É mole?!
Infelizmente, reitero, a lei da ficha limpa não é mais severa e ainda não abarca as nomeações politiqueiras para cargos públicos. Enquanto isso não acontece, seguiremos a contemplar as suji-dades boiando nos rios. Ou melhor, no Rio. Mas estamos dando os primeiros passos. Estamos co-meçando a limpar a casa política. Ainda que a fa-xina não seja totalmente eficiente e completa. Um dia chegaremos lá!
Boiando no Rio
Helder Caldeira
A abrangência da lei da fi cha limpa, apesar de princípio democrático óbvio, não atinge as famigeradas nomeações para cargos públicos comissionados
Recentemente, em uma conversa infor-mal com amigos que residiram fora do Brasil, cheguei à conclusão de que em nosso país, de maneira geral, a classe
dos advogados não atinge um elevado índice de respeitabilidade perante a sociedade, ao contrá-rio do que se verifica na maioria dos lugares do mundo (ex. EUA, Europa e Japão), e isto se dá devido à má preparação científica dos mesmos e a uma postura indesejável adotada por muitos “profissionais” no mercado de trabalho.
Nesta ponderação, traçamos aqui, uma breve diretriz, em oito dicas, para orientar jovens ope-radores do direito, de forma a demonstrar que o profissional de sucesso, respeitável e confiável, é o “advogado de fato”, e não o “advogado de direito”.
O advogado de direito, geralmente, é aquele “profissional” que não trabalhou de forma efeti-va na vida acadêmica, ou seja, que não estagiou de maneira produtiva, e, de certa forma, ao ter-minar o curso de direito, é “atirado” ao mercado de trabalho sem nenhum preparo, apenas empu-nhando uma carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O advogado de fato não se sedimenta da noite para o dia. Isto, tendo em vista que, para tanto, é necessário percorrer uma longa jornada, tortuo-sa, no entanto, extremamente gratificante àqueles que a ela se entregam.
Desta forma, para se tornar um profissional de qualidade (advogado de fato) é fundamental que se tenha disciplina e personalidade para seguir os
passos adiante traçados:ESTAGIE: o quanto antes, estagie na vida
acadêmica, especialmente em um escritório de advocacia com grande demanda, no qual possa conhecer as mais variadas áreas do direito, de forma a tornar aguçadas suas preferências no campo jurídico;
CONHEÇA-SE: defina sua identidade com base no que você é. Identifique seus principais valores e tire partido de suas virtudes. Determine o que é ter sucesso para você. Isto é fundamental para traçar seus futuros objetivos;
ESPECIALIZE-SE: cada vez mais, o cliente está à procura de especialistas, pois todos estão em busca de respostas rápidas e eficientes. A es-pecialização conduz à confiabilidade e ao respei-to, de forma a criar uma referência em seu âmbito de atuação no campo jurídico;
APRIMORE-SE: quem se aperfeiçoa naquilo que gosta tem mais chances de alcançar seus ob-jetivos. Os advogados com mais horas de prática serão sempre os melhores. “Somos aquilo que fa-zemos repetidamente. Portanto, a excelência não é um ato, mas um hábito.” (Aristóteles)
Nesse diapasão, com estas quatro orientações iniciais, denominadas como “bases para capaci-tação profissional”, encerra-se a primeira etapa do planejamento de carreira jurídica aqui propos-ta. Na próxima edição, estamparemos as quatro considerações finais, que tratarão das “bases para visibilidade profissional”.
Aos amigos operadores, aos acadêmicos de di-reito e aos pleiteantes à carreira jurídica, até breve!
O advogado de fato e o advogado de direitoSingelas diretrizes para o aperfeiçoamento profi ssional e o preparo acadêmico
David Elmôr é advogado criminalista,
originário de uma das mais respeitáveis
bancas de direito do Brasil (SAHIONE
Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR &
CORRÊA Advogados
David Elmô[email protected]
10 revistaon.com.br
É coordenador do curso de jornalismo da
Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis).
Jornalista, mestre em ciência política
Está difícil de acreditar
Eduardo de Oliveira
Previsões espetaculares sobre epidemias, revoluções, guerras, crises econô-micas, questões ambientais etc, podem até preocupar muita gente, mas, na privilegiada ótica retrospectiva, é difícil acreditar piamente nestas “profecias”.
Desde sua origem, a imprensa tem um notório interesse pelo sensacional. E, mais particularmente, pelas previsões sensacionais. E esta característica, que
surge com os primeiros jornais, ainda no século 18, há algumas décadas conta com um poderoso aval: a ciência – ou, pelo menos, pesquisas feitas pela cha-mada comunidade científica. O problema é que a credibilidade da palavra “ciência”, embora sirva para respaldar o anúncio de grandes descobertas, endossa também grandes bobagens. Particularmente, no que diz respeito ao futuro: previsões espetaculares sobre epidemias, revoluções, guerras, crises econômicas, questões ambientais etc, podem até preocupar muita gente, mas, na privilegiada ótica retrospectiva, é di-fícil acreditar piamente nestas “profecias”. Mesmo quando surgidas de um trabalho científico.
Quem já passou dos 40, ou nem isso talvez, provavelmente se lembra da infância e de aterro-rizantes previsões científicas para os dias de hoje. Para começar, há algumas décadas ainda havia uma coisa chamada guerra fria. E a destruição do plane-ta, graças à guerra nuclear entre EUA e URSS, não era uma questão de “se”, mas de “quando”. Naque-le tempo, se houvesse um confronto dessa natureza certamente seria uma catástrofe, o fim do mundo, uma desgraça, mas, de forma alguma, uma surpresa.
Não bastasse isso, a imprensa de então ainda falava em tom grave sobre outras questões. Sobre a poluição, por exemplo. Era grande a preocupação dos cientistas com o resfriamento global (sim, era resfriamento mesmo). Os resultados? Mais mortes e destruição. Acompanhadas, é claro, de epidemias de “novas” doenças e, a princípio, incuráveis.
Se aquelas previsões estivessem corretas, a vida hoje seria bem diferente, para não dizer di-fícil. A quantidade de alimentos produzidos em todo o planeta não bastaria para nem metade da
humanidade. Ah! Também não haveria água. Uma dessas previsões, vinda lá dos anos 70, era de que as reservas hídricas potáveis estariam reduzidas a menos de 10% em 2010. Petróleo, então, nem pensar: a crise de 1973 ensejou a divulgação de inúmeras projeções sobre as reservas do produto. A mais otimista era que elas estariam esgotadas bem antes de 2020. Enquanto isso, e em algum momento qualquer, um terremoto já teria feito o mar cobrir várias cidades litorâneas no Pacífico e, talvez, aqui no Atlântico também. Mesmo as pre-visões “boas” falavam de como hoje seria banal viajar para a Lua, colonizar Marte ou da facilida-de de implantação de membros artificiais.
Enfim: estava tudo errado.O número de previsões espetaculares (e análises
preocupantes) continua grande. No passado, a maio-ria não passava de rematada bobagem, mesmo que fosse uma bobagem “científica”. A pergunta, pois, é óbvia: se havia tanta previsão errada no passado, porque elas deverão estar certas agora? Em tempos de aquecimento global, tsunamis, mais epidemias, ameaças de guerra mundial etc. Aqui e ali, ainda encontramos na mídia o mesmo cenário do passa-do: um clima de “o fim está próximo”, que existe há muito tempo sem que “o fim” jamais tenha chegado.
Isto quer dizer, portanto, que no quesito “pre-visões catastróficas” devemos duvidar da ciên-cia? Ou da imprensa? Ou de ambos? Pelo visto, muitas vezes parece que sim. Talvez as mais acertadas previsões científicas, boas ou más, já tenham sido feitas há muito tempo. Talvez até tenham virado notinhas escondidas em algum jornal. Mas, por algum estranho motivo, sempre foram (ou ainda são) as previsões erradas que têm um espaço garantido na mídia. O que é sensacio-nal e “cientificamente comprovado”, nestes ter-mos, parece sempre mais atraente que a verdade.
OPINIÃO
11revistaon.com.br
Museu petropolitano preserva histórias e curiosidades da 2ª Guerra Mundial
POR LEONARDO FARROCO FOTOS REVISTA ON
MemóriaExpedicionária
É coordenador do curso de jornalismo da
Universidade Estácio de Sá (Campus Petrópolis).
Jornalista, mestre em ciência política
Está difícil de acreditar
Eduardo de Oliveira
Previsões espetaculares sobre epidemias, revoluções, guerras, crises econô-micas, questões ambientais etc, podem até preocupar muita gente, mas, na privilegiada ótica retrospectiva, é difícil acreditar piamente nestas “profecias”.
Desde sua origem, a imprensa tem um notório interesse pelo sensacional. E, mais particularmente, pelas previsões sensacionais. E esta característica, que
surge com os primeiros jornais, ainda no século 18, há algumas décadas conta com um poderoso aval: a ciência – ou, pelo menos, pesquisas feitas pela cha-mada comunidade científica. O problema é que a credibilidade da palavra “ciência”, embora sirva para respaldar o anúncio de grandes descobertas, endossa também grandes bobagens. Particularmente, no que diz respeito ao futuro: previsões espetaculares sobre epidemias, revoluções, guerras, crises econômicas, questões ambientais etc, podem até preocupar muita gente, mas, na privilegiada ótica retrospectiva, é di-fícil acreditar piamente nestas “profecias”. Mesmo quando surgidas de um trabalho científico.
Quem já passou dos 40, ou nem isso talvez, provavelmente se lembra da infância e de aterro-rizantes previsões científicas para os dias de hoje. Para começar, há algumas décadas ainda havia uma coisa chamada guerra fria. E a destruição do plane-ta, graças à guerra nuclear entre EUA e URSS, não era uma questão de “se”, mas de “quando”. Naque-le tempo, se houvesse um confronto dessa natureza certamente seria uma catástrofe, o fim do mundo, uma desgraça, mas, de forma alguma, uma surpresa.
Não bastasse isso, a imprensa de então ainda falava em tom grave sobre outras questões. Sobre a poluição, por exemplo. Era grande a preocupação dos cientistas com o resfriamento global (sim, era resfriamento mesmo). Os resultados? Mais mortes e destruição. Acompanhadas, é claro, de epidemias de “novas” doenças e, a princípio, incuráveis.
Se aquelas previsões estivessem corretas, a vida hoje seria bem diferente, para não dizer di-fícil. A quantidade de alimentos produzidos em todo o planeta não bastaria para nem metade da
humanidade. Ah! Também não haveria água. Uma dessas previsões, vinda lá dos anos 70, era de que as reservas hídricas potáveis estariam reduzidas a menos de 10% em 2010. Petróleo, então, nem pensar: a crise de 1973 ensejou a divulgação de inúmeras projeções sobre as reservas do produto. A mais otimista era que elas estariam esgotadas bem antes de 2020. Enquanto isso, e em algum momento qualquer, um terremoto já teria feito o mar cobrir várias cidades litorâneas no Pacífico e, talvez, aqui no Atlântico também. Mesmo as pre-visões “boas” falavam de como hoje seria banal viajar para a Lua, colonizar Marte ou da facilida-de de implantação de membros artificiais.
Enfim: estava tudo errado.O número de previsões espetaculares (e análises
preocupantes) continua grande. No passado, a maio-ria não passava de rematada bobagem, mesmo que fosse uma bobagem “científica”. A pergunta, pois, é óbvia: se havia tanta previsão errada no passado, porque elas deverão estar certas agora? Em tempos de aquecimento global, tsunamis, mais epidemias, ameaças de guerra mundial etc. Aqui e ali, ainda encontramos na mídia o mesmo cenário do passa-do: um clima de “o fim está próximo”, que existe há muito tempo sem que “o fim” jamais tenha chegado.
Isto quer dizer, portanto, que no quesito “pre-visões catastróficas” devemos duvidar da ciên-cia? Ou da imprensa? Ou de ambos? Pelo visto, muitas vezes parece que sim. Talvez as mais acertadas previsões científicas, boas ou más, já tenham sido feitas há muito tempo. Talvez até tenham virado notinhas escondidas em algum jornal. Mas, por algum estranho motivo, sempre foram (ou ainda são) as previsões erradas que têm um espaço garantido na mídia. O que é sensacio-nal e “cientificamente comprovado”, nestes ter-mos, parece sempre mais atraente que a verdade.
CULTURA
12 revistaon.com.br
Em 2012, a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial completa 60 anos. A data simbólica convida a refletir sobre a importância do
conflito que moldou o mundo das décadas seguintes. Em Petrópolis existe um local que se dedica a preservar a memória do conflito, o museu da FEB (Força Expedi-cionária Brasileira), localizado na Avenida Koeller, 255, atrás do Palácio Rio Negro. Além de Petrópolis, existem outros museus semelhantes pelo Brasil: em Curitiba (PR), Campo Grande (MS) e no Forte de Copa-cabana, no Rio de Janeiro.
Mesmo distante da Europa, o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial com mais de 20 mil soldados que deixaram suas famílias para trás para lutar na Itália. No museu é possível encontrar painéis que permitem remontar histórias e curiosidades da época. Entre os objetos doados pelos ve-teranos - no total são 478 fotos e 195 outros itens - é possível descobrir peças curiosas, cada uma contando uma história: meda-lhas, cantis, munições, livros de bolso de italiano e francês, uma bíblia. Ao observar
cada um dos objetos, é possível montar um quebra-cabeça, remontar situações do dia a dia da convivência entre os soldados, suas angústias e momentos de felicidade duran-te os oito meses de campanha na Itália.
Um dos guias do museu, Manoel Ro-berito Filho, não foi para o combate, mas toda a semana ele doa parte de seu tempo para mostrar aos visitantes, curiosidades da época e da Guerra.
Além das peças trazidas da Itália, no local também há um mural com o nome dos petropolitanos que participaram do conflito. Manoel conta que esta parte do museu desperta atenção especial entre as crianças que visitam o local, pois segun-do ele “elas se animam enquanto procu-ram o nome de algum parente”.
História Viva
“Eu não matei ninguém”. As primei-ras palavras do veterano Cleber But-turini na entrevista, deixam claro que ele tem intenção de um relato sincero
de sua participação na Segunda Guerra Mundial. A afirmação é sustentada com orgulho, por ter “cumprido meu dever, quando meu país assim solicitou”.
A notícia do chamado para a batalha veio em uma lista publicada no jornal. Pouco tempo depois, uma carta con-firmando a informação chegou em sua casa: era a convocação oficial. Nesta hora, restava apenas se despedir dos fa-miliares e se preparar para a viagem.
Ao ser convocado, Cleber tinha 19 anos e era torneiro mecânico na indústria têxtil. Como o exército precisava de sol-dados com esta qualificação para realizar a manutenção de armamentos e veículos, ele foi escalado para fazer parte da Com-panhia de Manutenção Leve, a 1ª DIE.
Filho de um alfaiate italiano, a viagem foi a primeira de Cleber a outro país - ainda que durante a campanha, ele não tenha vi-sitado a província natal de seu pai.
Não estar na linha de frente ou partici-par de ataques a posições inimigas não era garantia de segurança. “Dois amigos meus morreram em acidentes de trabalho. Che-guei a sofrer um, mas não foi grave”.
Em uma conversa com um veterano nem tudo precisa ser sobre guerra. “Você sabia que não é o sol que derrete a neve? É a chuva!” A descoberta deste fato, conta
Os objetos do museu ajudam a remontar situações do dia a dia da convivência entre os soldados
MEMÓRIA DE BATALHA
Insígneas nazistas trazidas
por soldados brasileiros
IMPROVISO
Além dos soldados do eixo, o
idioma também era um adversário
A VETERANA
Maria de Lurdes foi a única
petrolitana a participar da guerra
FÉ
No campo de batalha os soldados
buscavam forças em suas crenças
Cleber, chamou a atenção dos brasileiros acostumados com o clima tropical.
Além das memórias, ele também trouxe da Itália uma lembrança que car-rega até hoje em volta do pescoço: um crucifixo abençoado pelo Papa Pio XII no Vaticano em 1942.
Hoje, em seus 89 anos, se dedica a um hobby que cultiva desde a juventude: a música. É com orgulho que ele mostra suas habilidades no teclado, bateria e pandeiro – neste último inclusive, ele afirma ser “capaz de bater de frente com qualquer pagodeiro que tenha por aí”.
E a cobra fumou
Visitar o museu da FEB permite viajar no tempo e conhecer essa parte importan-te da história do Brasil. Um ponto curioso é o brasão da Força Expedicionária Bra-sileira: uma cobra fumando um charuto.
De onde teria surgido a ideia do desenho? Até 1942, o Brasil havia adotado uma
postura de neutralidade na Guerra, manten-do relações tanto com o Eixo quanto com os Aliados. Ao ser indagado sobre as chan-ces do Brasil participar do conflito, Getúlio Vargas chegou a responder que “mais fácil uma cobra fumar do que a FEB embar-car”. Em função dos navios mercantes brasileiros afundados pela Alemanha, o Brasil declarou guerra aos países do Eixo
em 22 de agosto de 1942. A cobra fumou.Um ponto curioso é que durante esse
período, a expressão representava algo que dificilmente poderia acontecer. Atu-almente o sentido é outro, sendo usado para ilustrar a algo que vai ocorrer de forma intensa ou violenta.
Petrópolis na Guerra
Dos 25 mil e 700 soldados da Força Expedicionária Brasileira, 204 eram de Petrópolis. Cinco perderam suas vidas no conflito: João Maurício Campos de Medei-ros, Justino José Ladeira, Fernando Fontes, Hivio Domênico Naliato e Francisco Luiz Roberto Boening. Os dois últimos nomes são familiares para moradores de Petrópo-lis, pois localidades da cidade fazem home-nagem a estes combatentes.
Outra curiosidade é que entre todos os petropolitanos enviados para os cam-pos da Itália, havia apenas uma mulher: Maria de Lurdes Mercês, que participou como enfermeira. Após o conflito ela chegou a ser capitã.
Atualmente, os soldados de Petrópo-lis participam de reuniões da associação de veteranos da cidade. As palavras do ex-combatente Cleber resumem o senti-mento de seus colegas: “Me sinto feliz ainda hoje. Principalmente por ter cum-prido o meu dever”. É para manter viva a lembrança dos sacrifícios sofridos na Itália, que o museu da FEB ajuda a per-ceber a importância da paz.
Dos soldados brasileiros enviados à Guerra, 204 eram de Petrópolis
TRIBUTO
Mural com as fotos dos
pracinhas petropolitanos
APRESENTANDO MEMÓRIAS
Manoel Filho é um dos guias do museu
CULTURA
13revistaon.com.br
Em 2012, a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial completa 60 anos. A data simbólica convida a refletir sobre a importância do
conflito que moldou o mundo das décadas seguintes. Em Petrópolis existe um local que se dedica a preservar a memória do conflito, o museu da FEB (Força Expedi-cionária Brasileira), localizado na Avenida Koeller, 255, atrás do Palácio Rio Negro. Além de Petrópolis, existem outros museus semelhantes pelo Brasil: em Curitiba (PR), Campo Grande (MS) e no Forte de Copa-cabana, no Rio de Janeiro.
Mesmo distante da Europa, o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial com mais de 20 mil soldados que deixaram suas famílias para trás para lutar na Itália. No museu é possível encontrar painéis que permitem remontar histórias e curiosidades da época. Entre os objetos doados pelos ve-teranos - no total são 478 fotos e 195 outros itens - é possível descobrir peças curiosas, cada uma contando uma história: meda-lhas, cantis, munições, livros de bolso de italiano e francês, uma bíblia. Ao observar
cada um dos objetos, é possível montar um quebra-cabeça, remontar situações do dia a dia da convivência entre os soldados, suas angústias e momentos de felicidade duran-te os oito meses de campanha na Itália.
Um dos guias do museu, Manoel Ro-berito Filho, não foi para o combate, mas toda a semana ele doa parte de seu tempo para mostrar aos visitantes, curiosidades da época e da Guerra.
Além das peças trazidas da Itália, no local também há um mural com o nome dos petropolitanos que participaram do conflito. Manoel conta que esta parte do museu desperta atenção especial entre as crianças que visitam o local, pois segun-do ele “elas se animam enquanto procu-ram o nome de algum parente”.
História Viva
“Eu não matei ninguém”. As primei-ras palavras do veterano Cleber But-turini na entrevista, deixam claro que ele tem intenção de um relato sincero
de sua participação na Segunda Guerra Mundial. A afirmação é sustentada com orgulho, por ter “cumprido meu dever, quando meu país assim solicitou”.
A notícia do chamado para a batalha veio em uma lista publicada no jornal. Pouco tempo depois, uma carta con-firmando a informação chegou em sua casa: era a convocação oficial. Nesta hora, restava apenas se despedir dos fa-miliares e se preparar para a viagem.
Ao ser convocado, Cleber tinha 19 anos e era torneiro mecânico na indústria têxtil. Como o exército precisava de sol-dados com esta qualificação para realizar a manutenção de armamentos e veículos, ele foi escalado para fazer parte da Com-panhia de Manutenção Leve, a 1ª DIE.
Filho de um alfaiate italiano, a viagem foi a primeira de Cleber a outro país - ainda que durante a campanha, ele não tenha vi-sitado a província natal de seu pai.
Não estar na linha de frente ou partici-par de ataques a posições inimigas não era garantia de segurança. “Dois amigos meus morreram em acidentes de trabalho. Che-guei a sofrer um, mas não foi grave”.
Em uma conversa com um veterano nem tudo precisa ser sobre guerra. “Você sabia que não é o sol que derrete a neve? É a chuva!” A descoberta deste fato, conta
Os objetos do museu ajudam a remontar situações do dia a dia da convivência entre os soldados
MEMÓRIA DE BATALHA
Insígneas nazistas trazidas
por soldados brasileiros
IMPROVISO
Além dos soldados do eixo, o
idioma também era um adversário
A VETERANA
Maria de Lurdes foi a única
petrolitana a participar da guerra
FÉ
No campo de batalha os soldados
buscavam forças em suas crenças
Cleber, chamou a atenção dos brasileiros acostumados com o clima tropical.
Além das memórias, ele também trouxe da Itália uma lembrança que car-rega até hoje em volta do pescoço: um crucifixo abençoado pelo Papa Pio XII no Vaticano em 1942.
Hoje, em seus 89 anos, se dedica a um hobby que cultiva desde a juventude: a música. É com orgulho que ele mostra suas habilidades no teclado, bateria e pandeiro – neste último inclusive, ele afirma ser “capaz de bater de frente com qualquer pagodeiro que tenha por aí”.
E a cobra fumou
Visitar o museu da FEB permite viajar no tempo e conhecer essa parte importan-te da história do Brasil. Um ponto curioso é o brasão da Força Expedicionária Bra-sileira: uma cobra fumando um charuto.
De onde teria surgido a ideia do desenho? Até 1942, o Brasil havia adotado uma
postura de neutralidade na Guerra, manten-do relações tanto com o Eixo quanto com os Aliados. Ao ser indagado sobre as chan-ces do Brasil participar do conflito, Getúlio Vargas chegou a responder que “mais fácil uma cobra fumar do que a FEB embar-car”. Em função dos navios mercantes brasileiros afundados pela Alemanha, o Brasil declarou guerra aos países do Eixo
em 22 de agosto de 1942. A cobra fumou.Um ponto curioso é que durante esse
período, a expressão representava algo que dificilmente poderia acontecer. Atu-almente o sentido é outro, sendo usado para ilustrar a algo que vai ocorrer de forma intensa ou violenta.
Petrópolis na Guerra
Dos 25 mil e 700 soldados da Força Expedicionária Brasileira, 204 eram de Petrópolis. Cinco perderam suas vidas no conflito: João Maurício Campos de Medei-ros, Justino José Ladeira, Fernando Fontes, Hivio Domênico Naliato e Francisco Luiz Roberto Boening. Os dois últimos nomes são familiares para moradores de Petrópo-lis, pois localidades da cidade fazem home-nagem a estes combatentes.
Outra curiosidade é que entre todos os petropolitanos enviados para os cam-pos da Itália, havia apenas uma mulher: Maria de Lurdes Mercês, que participou como enfermeira. Após o conflito ela chegou a ser capitã.
Atualmente, os soldados de Petrópo-lis participam de reuniões da associação de veteranos da cidade. As palavras do ex-combatente Cleber resumem o senti-mento de seus colegas: “Me sinto feliz ainda hoje. Principalmente por ter cum-prido o meu dever”. É para manter viva a lembrança dos sacrifícios sofridos na Itália, que o museu da FEB ajuda a per-ceber a importância da paz.
Dos soldados brasileiros enviados à Guerra, 204 eram de Petrópolis
TRIBUTO
Mural com as fotos dos
pracinhas petropolitanos
APRESENTANDO MEMÓRIAS
Manoel Filho é um dos guias do museu
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Nos jardins do Museu Imperial“O vento morno embala a vida que dança no jardim fl orido. Uma borboleta revoa movida por grande anseio renascido. Ouve-se o canto de um canário que, na árvore, faz seu ninho. Perto do lago, gato sedentário. É um novelo de lã enroladinho. A jovem, imóvel, livro ao colo, loira boneca, no banco, divaga. Vive sua história... Desejo tolo, ser real a encantadora saga. Um galante cavaleiro mouro, atraído por tão linda visão, para mirar tal tesouro fi ca, extasiado pela paixão.” (Mardilê Friedrich Fabre)
POR FERNANDA TAVARES FOTOS REVISTA ON
Petrópolis é conhecida interna-cionalmente como a única Ci-dade Imperial das Américas. O título reflete cada vestígio da
monarquia encontrado em residências, bairros e ponto turísticos. O diferencial da cidade é que os elementos que recons-tituem a história do reinado de dom Pe-dro II encontram-se totalmente incluídos na paisagem moderna de uma metrópo-le. Um exemplo disso são os jardins do Museu Imperial. Localizados em pleno centro urbano, reúnem no mesmo lugar, exemplares exóticos da flora, estátuas, inclusive uma de dom Pedro II, lagos e espaços para a realização de atividades alternativas.
A beleza toma conta do lugar já nos portões de entrada. Árvores centenárias abrigam esquilos, macaquinhos e várias espécies de pássaros, como sabiás. Pro-jetados pelo paisagista francês Jean Bap-tiste Binot, sob orientação pessoal do im-perador dom Pedro II, os jardins abrigam árvores de incenso, jaqueiras, ciprestes lusitanos, magnólias, azaleas, palmeiras australianas, manacás, pau-brasil, cambu-cás e amélias.
A beleza emociona os visitantes e mo-radores que, diariamente, visitam o es-paço para fazer uma caminhada entre as ruelas. “Esse lugar é lindo. Aqui encon-tramos paz, não escutamos os barulhos
dos carros, apenas os cantos dos pássaros. Sempre trago os meus netos para passe-arem por aqui, eles correm, visitam os peixinhos e vêem de perto todas as lindas formas da natureza preservada”, disse a aposentada Sueli Paiva, 54.
Além das caminhadas, os pátios do museu são palco de várias atividades fí-sicas, voltadas para todas as idades. Uma delas, a prática de Tai Chi Chuan, ocorre
às segundas, quartas e sextas, das 7h30 às 8h, sob a coordenação da professora Be-gõna Javares e às terças e quintas, das 8h às 9h e das 9h às 10h com a orientação do professor Rafael Motta.
“A prática do Tai Chi Chuan, também conhecido como Taijiquan, proporciona vários benefícios para a saúde do corpo e da mente. Um deles é o desenvolvimento do conhecimento da biomecânica huma-na, ou seja, através da prática constante, aprimoramos os movimentos bilaterais e estimulamos as motricidades. O exercí-cio da ginástica do taijiquan, o qigong, estimula as regiões do cérebro que nor-malmente não utilizamos. O exercício também melhora o funcionamento da memória, através de técnicas de fixação dos movimentos, a mente se torna pré--disposta a manter sempre uma linha clara de raciocínio e fácil memorização”, afir-mou Rafael, 30, que cursa educação física e é formado como professor da técnica pelo grupo “Gesto Cotidiano”, há 20 anos orientando a prática da técnica nos jardins do museu.
Segundo o professor, a procura pelo Tai Chi Chuan é grande porque ao lon-go dos anos, o praticante percebe o for-talecimento, de um modo geral, do cor-po físico. “Até o sistema imunológico melhora, a respiração, estrutura óssea e a correção da postura são benefícios do
HISTÓRIA NACIONAL
Estátua de dom Pedro
II no jardim central
DANÇA ALEMÃ
Grupos se apresentam todos os sábados
LAZER
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Petrópolis é conhecida interna-cionalmente como a única Ci-dade Imperial das Américas. O título reflete cada vestígio da
monarquia encontrado em residências, bairros e ponto turísticos. O diferencial da cidade é que os elementos que recons-tituem a história do reinado de dom Pe-dro II encontram-se totalmente incluídos na paisagem moderna de uma metrópo-le. Um exemplo disso são os jardins do Museu Imperial. Localizados em pleno centro urbano, reúnem no mesmo lugar, exemplares exóticos da flora, estátuas, inclusive uma de dom Pedro II, lagos e espaços para a realização de atividades alternativas.
A beleza toma conta do lugar já nos portões de entrada. Árvores centenárias abrigam esquilos, macaquinhos e várias espécies de pássaros, como sabiás. Pro-jetados pelo paisagista francês Jean Bap-tiste Binot, sob orientação pessoal do im-perador dom Pedro II, os jardins abrigam árvores de incenso, jaqueiras, ciprestes lusitanos, magnólias, azaleas, palmeiras australianas, manacás, pau-brasil, cambu-cás e amélias.
A beleza emociona os visitantes e mo-radores que, diariamente, visitam o es-paço para fazer uma caminhada entre as ruelas. “Esse lugar é lindo. Aqui encon-tramos paz, não escutamos os barulhos
dos carros, apenas os cantos dos pássaros. Sempre trago os meus netos para passe-arem por aqui, eles correm, visitam os peixinhos e vêem de perto todas as lindas formas da natureza preservada”, disse a aposentada Sueli Paiva, 54.
Além das caminhadas, os pátios do museu são palco de várias atividades fí-sicas, voltadas para todas as idades. Uma delas, a prática de Tai Chi Chuan, ocorre
às segundas, quartas e sextas, das 7h30 às 8h, sob a coordenação da professora Be-gõna Javares e às terças e quintas, das 8h às 9h e das 9h às 10h com a orientação do professor Rafael Motta.
“A prática do Tai Chi Chuan, também conhecido como Taijiquan, proporciona vários benefícios para a saúde do corpo e da mente. Um deles é o desenvolvimento do conhecimento da biomecânica huma-na, ou seja, através da prática constante, aprimoramos os movimentos bilaterais e estimulamos as motricidades. O exercí-cio da ginástica do taijiquan, o qigong, estimula as regiões do cérebro que nor-malmente não utilizamos. O exercício também melhora o funcionamento da memória, através de técnicas de fixação dos movimentos, a mente se torna pré--disposta a manter sempre uma linha clara de raciocínio e fácil memorização”, afir-mou Rafael, 30, que cursa educação física e é formado como professor da técnica pelo grupo “Gesto Cotidiano”, há 20 anos orientando a prática da técnica nos jardins do museu.
Segundo o professor, a procura pelo Tai Chi Chuan é grande porque ao lon-go dos anos, o praticante percebe o for-talecimento, de um modo geral, do cor-po físico. “Até o sistema imunológico melhora, a respiração, estrutura óssea e a correção da postura são benefícios do
HISTÓRIA NACIONAL
Estátua de dom Pedro
II no jardim central
DANÇA ALEMÃ
Grupos se apresentam todos os sábados
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Tai Chi Chuan. Muitas pessoas procuram o exercício como forma de recolhimento e silêncio interno, o que permite que as emoções sejam trabalhadas no cultivo da serenidade. Alguns alunos ficam marca-dos pela melhora da interação social, já que a cultura da atividade aponta valores como formação do indivíduo, respeito mútuo, disciplina, dedicação e compa-nheirismo”, ressaltou.
Além do Tai Chi Chuan, os jardins recebem, ainda, dezenas de pessoas que fazem, diariamente, caminhadas e alon-gamentos no entorno do museu, além de Yoga. As aulas de Yoga ocorrem no primeiro e no terceiro domingo de cada mês, das 9h30 às 11h. Nos encontros, são trabalhadas técnicas respiratórias e de concentração, exercícios psicofísicos de força e flexibilidade, entre outros. To-dos os sábados, grupos de dança alemã se apresentam a partir das 15h no pátio cen-tral do museu.
Para o diretor do espaço, o historia-dor Maurício Vicente, o Museu Imperial estuda, preserva e comunica acervos pú-blicos de diferentes naturezas: o históri-co, o artístico, o arquitetônico e o paisa-gístico. No entanto, esses trabalhos não são vistos, pelo público em geral, com
o mesmo status ou importância atribuída aos outros acervos.
“Quase sempre, os jardins do museu são vistos como um corredor que leva o público aos itens de maior interesse, como o prédio e o circuito de exposição permanente. Por isso, estamos empenha-dos em comunicar melhor a importância do acervo paisagístico no âmbito do com-plexo casa-jardim e, o ponto de partida é o estabelecimento de situações prazerosas do público com os jardins do imperador d. Pedro II. Para isso, existe um projeto, chamado de ‘Nos jardins do Museu Impe-rial’ que visa, sobretudo, aproximar duas dimensões até então distintas: a memória
individual e a institucional. Pretendemos registrar, organizar e divulgar histórias protagonizadas por frequentadores nos jardins do Museu Imperial para formar um conjunto de memórias individuais que farão parte do registro institucional. É o frequentador construindo a memória da instituição”, declarou Maurício.
Som e Luz
Nas noites de quinta, sexta e sábados, os jardins do museu ganham vida própria. Voltar no tempo e reviver alguns dos mais importantes momentos do segundo reinado no Brasil, é esse o objetivo do espetáculo “Som e Luz”. A superprodução utiliza efei-tos especiais de iluminação e sonorização para reviver a história de dom Pedro II. A viagem começa no dia do baile das prince-sas, quando as irmãs Isabel e Leopoldina são apresentadas a seus futuros maridos: o conde d'Eu e o duque de Saxe. Toda a corte está subindo a serra para comparecer ao evento.
Enquanto a narração em off – na voz de Paulo Autran – guia os espectadores pelo jardim do atual museu (simulando o trajeto de subida da serra), a iluminação cenográ-
REPOUSO
Local de descanso em
frente ao prédio do museu
TAI CHI CHUAN
A professora Begona
Tavares pratica a arte
milenar com um aluno
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DIVERSIDADE
Visitantes observam
fl ora e fauna do local
fica complementa a magia do espetáculo. De frente para a fachada do prédio, uma das principais surpresas do espetáculo: o palácio está iluminado e pronto para a festa, como há 150 anos. Inclusive, é pos-sível ver através das janelas, a silhueta de d. Pedro II.
Mas como a viagem apenas começou, o “Som e Luz” Petrópolis prepara outra sur-presa: uma cortina torna-se a tela em que são projetadas cenas do filme que comple-menta o show. O espetáculo ainda reserva espaço para contar sobre a guerra do Pa-raguai, a assinatura da lei Áurea e termina com a chegada da república. Em 45 minu-tos, a noite petropolitana é iluminada pelos
efeitos especiais que permitem oferecer uma das mais inesquecíveis e emocionan-tes aulas de história brasileira.
Serviço:
O Museu Imperial fica aberto diaria-mente. “Som e Luz”: as apresentações acontecem de quinta a sábado, às 20h. Adultos pagam R$ 20. Estudantes, profes-sores e idosos com mais de 60 anos pagam meia. Menores de sete anos e maiores de 80 não pagam. Às sextas, os moradores de Petrópolis pagam o preço promocional de R$ 5, mediante a apresentação de identida-de e comprovante de residência.
Um pouco de história...
O Museu Imperial, erguido, primeiramente como Palácio da Concórdia foi construído para ser a residência de verão da família imperial brasileira. Em 1822, numa de suas viagens em direção a Villa Rica, na busca de apoio para a independência do nosso país, d. Pedro I fi cou encantado com aquele aprazível vale entre as montanhas, no coração da Mata Atlântica. Hospedou-se na Fazenda do Padre Corrêa e chegou a fazer uma oferta para adquiri-la. Como a proposta não foi aceita, ele resolveu comprar as terras vizinhas, a Fazenda do Córrego Seco, por 20 contos.O Imperador não teve tempo para realizar seu sonho de construir a residência de verão. Com a crise política e sucessória em Portugal, d. Pedro I teve que voltar à Europa e não mais regressou ao Brasil. Ao morrer, deixa de herança aquelas terras para seu fi lho, d. Pedro II. O novo imperador levou adiante o sonho do pai e começou a construir o prédio, em estilo neoclássico, em 1845. Dezessete anos mais tarde a obra estava concluída. Para dar início à construção, d. Pedro II assinou um decreto em 16 de março de 1843, criando Petrópolis. Uma grande leva de imigrantes europeus, principalmente alemães, sob o comando do engenheiro Júlio Frederico Koeler, foi incumbida de levantar a cidade, construir o Palácio e colonizar a região. Em 29 de março de 1940 o presidente Getúlio Vargas cria o Museu Imperial. A inauguração do espaço acontece em 16 de março de 1943, durante as comemorações do centenário de Petrópolis.
ARTE MILENAR
Os praticantes do Tai Chi Chuan fazem os
exercícios em frente a fachada do museu
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LAZER
17revistaon.com.br
Tai Chi Chuan. Muitas pessoas procuram o exercício como forma de recolhimento e silêncio interno, o que permite que as emoções sejam trabalhadas no cultivo da serenidade. Alguns alunos ficam marca-dos pela melhora da interação social, já que a cultura da atividade aponta valores como formação do indivíduo, respeito mútuo, disciplina, dedicação e compa-nheirismo”, ressaltou.
Além do Tai Chi Chuan, os jardins recebem, ainda, dezenas de pessoas que fazem, diariamente, caminhadas e alon-gamentos no entorno do museu, além de Yoga. As aulas de Yoga ocorrem no primeiro e no terceiro domingo de cada mês, das 9h30 às 11h. Nos encontros, são trabalhadas técnicas respiratórias e de concentração, exercícios psicofísicos de força e flexibilidade, entre outros. To-dos os sábados, grupos de dança alemã se apresentam a partir das 15h no pátio cen-tral do museu.
Para o diretor do espaço, o historia-dor Maurício Vicente, o Museu Imperial estuda, preserva e comunica acervos pú-blicos de diferentes naturezas: o históri-co, o artístico, o arquitetônico e o paisa-gístico. No entanto, esses trabalhos não são vistos, pelo público em geral, com
o mesmo status ou importância atribuída aos outros acervos.
“Quase sempre, os jardins do museu são vistos como um corredor que leva o público aos itens de maior interesse, como o prédio e o circuito de exposição permanente. Por isso, estamos empenha-dos em comunicar melhor a importância do acervo paisagístico no âmbito do com-plexo casa-jardim e, o ponto de partida é o estabelecimento de situações prazerosas do público com os jardins do imperador d. Pedro II. Para isso, existe um projeto, chamado de ‘Nos jardins do Museu Impe-rial’ que visa, sobretudo, aproximar duas dimensões até então distintas: a memória
individual e a institucional. Pretendemos registrar, organizar e divulgar histórias protagonizadas por frequentadores nos jardins do Museu Imperial para formar um conjunto de memórias individuais que farão parte do registro institucional. É o frequentador construindo a memória da instituição”, declarou Maurício.
Som e Luz
Nas noites de quinta, sexta e sábados, os jardins do museu ganham vida própria. Voltar no tempo e reviver alguns dos mais importantes momentos do segundo reinado no Brasil, é esse o objetivo do espetáculo “Som e Luz”. A superprodução utiliza efei-tos especiais de iluminação e sonorização para reviver a história de dom Pedro II. A viagem começa no dia do baile das prince-sas, quando as irmãs Isabel e Leopoldina são apresentadas a seus futuros maridos: o conde d'Eu e o duque de Saxe. Toda a corte está subindo a serra para comparecer ao evento.
Enquanto a narração em off – na voz de Paulo Autran – guia os espectadores pelo jardim do atual museu (simulando o trajeto de subida da serra), a iluminação cenográ-
REPOUSO
Local de descanso em
frente ao prédio do museu
TAI CHI CHUAN
A professora Begona
Tavares pratica a arte
milenar com um aluno
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DIVERSIDADE
Visitantes observam
fl ora e fauna do local
fica complementa a magia do espetáculo. De frente para a fachada do prédio, uma das principais surpresas do espetáculo: o palácio está iluminado e pronto para a festa, como há 150 anos. Inclusive, é pos-sível ver através das janelas, a silhueta de d. Pedro II.
Mas como a viagem apenas começou, o “Som e Luz” Petrópolis prepara outra sur-presa: uma cortina torna-se a tela em que são projetadas cenas do filme que comple-menta o show. O espetáculo ainda reserva espaço para contar sobre a guerra do Pa-raguai, a assinatura da lei Áurea e termina com a chegada da república. Em 45 minu-tos, a noite petropolitana é iluminada pelos
efeitos especiais que permitem oferecer uma das mais inesquecíveis e emocionan-tes aulas de história brasileira.
Serviço:
O Museu Imperial fica aberto diaria-mente. “Som e Luz”: as apresentações acontecem de quinta a sábado, às 20h. Adultos pagam R$ 20. Estudantes, profes-sores e idosos com mais de 60 anos pagam meia. Menores de sete anos e maiores de 80 não pagam. Às sextas, os moradores de Petrópolis pagam o preço promocional de R$ 5, mediante a apresentação de identida-de e comprovante de residência.
Um pouco de história...
O Museu Imperial, erguido, primeiramente como Palácio da Concórdia foi construído para ser a residência de verão da família imperial brasileira. Em 1822, numa de suas viagens em direção a Villa Rica, na busca de apoio para a independência do nosso país, d. Pedro I fi cou encantado com aquele aprazível vale entre as montanhas, no coração da Mata Atlântica. Hospedou-se na Fazenda do Padre Corrêa e chegou a fazer uma oferta para adquiri-la. Como a proposta não foi aceita, ele resolveu comprar as terras vizinhas, a Fazenda do Córrego Seco, por 20 contos.O Imperador não teve tempo para realizar seu sonho de construir a residência de verão. Com a crise política e sucessória em Portugal, d. Pedro I teve que voltar à Europa e não mais regressou ao Brasil. Ao morrer, deixa de herança aquelas terras para seu fi lho, d. Pedro II. O novo imperador levou adiante o sonho do pai e começou a construir o prédio, em estilo neoclássico, em 1845. Dezessete anos mais tarde a obra estava concluída. Para dar início à construção, d. Pedro II assinou um decreto em 16 de março de 1843, criando Petrópolis. Uma grande leva de imigrantes europeus, principalmente alemães, sob o comando do engenheiro Júlio Frederico Koeler, foi incumbida de levantar a cidade, construir o Palácio e colonizar a região. Em 29 de março de 1940 o presidente Getúlio Vargas cria o Museu Imperial. A inauguração do espaço acontece em 16 de março de 1943, durante as comemorações do centenário de Petrópolis.
ARTE MILENAR
Os praticantes do Tai Chi Chuan fazem os
exercícios em frente a fachada do museu
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18 revistaon.com.br
Até os mais céticos devem acre-ditar no ditado popular “filho de peixe, peixinho é”. Des-cendente de um carpinteiro,
Marcelo Monteiro Pezzuto, 44, herdou do pai a habilidade para trabalhar com a ma-deira. Essa história relembra épocas remo-tas, quando os filhos seguiam as profissões dos pais, dando continuidade à história da família, aos ensinamentos, às experiências passadas de geração em geração.
Aos 13 anos aprendeu o ofício por um conhecido chamado Eclair, que costuma-va expor as peças de madeira que fazia na praça d. Pedro, no centro de Petrópolis. Como o então jovem trabalhava para ele na época, acabou aprendendo a entalhar. O professor não possuía nenhuma peça feita por ele em casa, a primeira que ga-nhou foi entalhada por seu aprendiz. “As placas mais detalhadas, eu aprendi a fazer com o Eclair, porém as peças com nomes eu fiz sozinho”, rememora Marcelo.
Suas mãos transformam pedaços de madeira em verdadeiras obras de arte. E esta é apenas uma das formas para desig-
nar o entalhador, habilidade que se resume na arte de cortar ou esculpir pedaços de madeira. O trabalho desse tipo de artesão implica no uso de diferentes desenhos que dão feitio às mais diversas esculturas em alto relevo, desde uma simples placa com um nome à mais complexa e detalhada produção de um casario, transformando a madeira natural em objeto de decoração.
O artesão explica que não teve muita dificuldade em aprender a técnica. Basi-camente ele risca um esboço do desenho sobre a madeira e depois começa. Mas, de um jeito muito simples, disse que a principal técnica usada para fazer suas obras é a paciência.
Ainda no processo de produção, há a preocupação com o formato e a pintura das
placas, pois existem diferentes maneiras de reproduzir o desenho ou o nome na peça de madeira através de determinados produ-tos utilizados. Assim, é possível colorir a madeira com verniz, tinta a base d’água ou viochene (produto utilizado para dar uma coloração mais forte na madeira).
Marcelo explica que, dependendo do
POR LETICIA KNIBEL FOTOS REVISTA ON
Aentalhar
de arte
O trabalho do artesão é apenas uma prova de que “na natureza
nada se cria, nada se perde, tudo se transforma,” como
dizia Antoine Lavoisier.
A paciência é a principal técnica para produzir as obras
INÍCIO DO PROCESSO
A madeira vai ganhando
forma nas mãos habilidosas
do artesão
19revistaon.com.br
Até os mais céticos devem acre-ditar no ditado popular “filho de peixe, peixinho é”. Des-cendente de um carpinteiro,
Marcelo Monteiro Pezzuto, 44, herdou do pai a habilidade para trabalhar com a ma-deira. Essa história relembra épocas remo-tas, quando os filhos seguiam as profissões dos pais, dando continuidade à história da família, aos ensinamentos, às experiências passadas de geração em geração.
Aos 13 anos aprendeu o ofício por um conhecido chamado Eclair, que costuma-va expor as peças de madeira que fazia na praça d. Pedro, no centro de Petrópolis. Como o então jovem trabalhava para ele na época, acabou aprendendo a entalhar. O professor não possuía nenhuma peça feita por ele em casa, a primeira que ga-nhou foi entalhada por seu aprendiz. “As placas mais detalhadas, eu aprendi a fazer com o Eclair, porém as peças com nomes eu fiz sozinho”, rememora Marcelo.
Suas mãos transformam pedaços de madeira em verdadeiras obras de arte. E esta é apenas uma das formas para desig-
nar o entalhador, habilidade que se resume na arte de cortar ou esculpir pedaços de madeira. O trabalho desse tipo de artesão implica no uso de diferentes desenhos que dão feitio às mais diversas esculturas em alto relevo, desde uma simples placa com um nome à mais complexa e detalhada produção de um casario, transformando a madeira natural em objeto de decoração.
O artesão explica que não teve muita dificuldade em aprender a técnica. Basi-camente ele risca um esboço do desenho sobre a madeira e depois começa. Mas, de um jeito muito simples, disse que a principal técnica usada para fazer suas obras é a paciência.
Ainda no processo de produção, há a preocupação com o formato e a pintura das
placas, pois existem diferentes maneiras de reproduzir o desenho ou o nome na peça de madeira através de determinados produ-tos utilizados. Assim, é possível colorir a madeira com verniz, tinta a base d’água ou viochene (produto utilizado para dar uma coloração mais forte na madeira).
Marcelo explica que, dependendo do
POR LETICIA KNIBEL FOTOS REVISTA ON
Aentalhar
de arte
O trabalho do artesão é apenas uma prova de que “na natureza
nada se cria, nada se perde, tudo se transforma,” como
dizia Antoine Lavoisier.
A paciência é a principal técnica para produzir as obras
INÍCIO DO PROCESSO
A madeira vai ganhando
forma nas mãos habilidosas
do artesão
EU SEI FAZER
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tipo de placa, costuma fazer a reprodu-ção à “mão livre.” Ele esclarece que a maioria das letras e formatos utilizados nas placas com nomes é criação dele. Desta forma, chega a uma figura rústica e ao mesmo tempo característica para o trabalho. É como se fosse sua marca.
A irmã do artesão, Maria do Carmo Pezzuto, conta que adora esse tipo de trabalho e que suas placas preferidas são as naturais, sem tinta. “Tem que ter dom, talento e dedicação para realizar esse tipo de artesanato”, destaca Maria.
As madeiras mais utilizadas na con-fecção das peças são eucalipto, cedro e angico branco. As duas últimas são ma-deiras de lei (mais resistentes a agentes externos e insetos como o cupim, por exemplo, elas precisam autorização para serem cortadas) e a produção é feita com sobras compradas de indústrias movelei-ras. “A melhor peça para fazer as placas é o cedro. Por ser muito macia, nem pre-ciso bater o martelo para moldar,” desta-ca Marcelo. O artesão demonstra, dessa forma, sua preocupação com a natureza ao trabalhar de maneira ecologicamente correta e dentro da lei, principalmente.
Após algumas tentativas sem sucesso de expor seu trabalho em algumas feiras e estradas locais (nas quais muitos turistas passam), Marcelo Pezzuto foi convida-do para montar um estande no Concurso Hípico de Inverno, no Brejal, em 2008. Além de ter seu trabalho divulgado e fa-zer bastante sucesso no evento, parte do dinheiro que ganhou com as vendas de suas peças foi doado ao Atelier e Oficina Arte em Comum, localizado no Brejal.
O artesão faz peças sob encomenda. “As placas mais pedidas são as de no-mes, principalmente para sítios”, explica. O tempo de produção dessas obras de-pende do tamanho e do desenho pedido, mas, em geral, precisa de até uma sema-na para entalhar uma placa de madeira grande, rica em detalhes. Marcelo conta, também, que independente do tempo que leva para fazer uma obra dessas, o valor das peças varia de acordo com o tamanho do desenho, da madeira, formato e outros detalhes que ele avalia. As placas com nomes, ele cobra R$ 5 cada letra, inde-pendente do tamanho e do formato.
Apesar de não ser sua principal fonte de renda, o trabalho como artesão ajuda a pagar as contas no final do mês. No entan-to, para Pezzuto, o entalhe é muito mais que uma forma de ganhar dinheiro, é uma terapia. “Quando era criança meu tio fez uma placa de madeira com meu nome e eu fiquei todo alegre. Só que na época ele estava aprendendo e sempre falava que não tinha ficado bom, mas eu adorei. É in-crível a paciência que ele tem. São traba-lhos lindos e de muita sensibilidade. Ele é realmente um talento”, elogia a sobrinha Catierine Pezzuto Morelli.
Para quem vê, apenas paciência não é suficiente para explicar o trabalho feito pelo artesão. Talento, dom e habilidade são peças fundamentais para compor essas obras de arte. Nos projetos futuros, está a confecção de desenhos das antigas fazen-das de São José do Vale do Rio Preto, além de esculturas com os nomes dos países par-ticipantes da Copa do Mundo, em 2014.
Artesanato local
O Brejal, bairro da Posse, quinto dis-trito de Petrópolis, é o local do Atelier e Oficina Arte em Comum, lugar na co-munidade no qual diferentes formas de artesanatos são ensinados às mulheres. Além de atrair turistas, esse tipo de ati-vidade visa, principalmente, ajudar na renda mensal das famílias locais. Pode--se encontrar trabalhos feitos em tricô, crochê, palha nativa (taboa) e também em madeira natural ou pintada.
Para o artesão, o entalhe na madeira é uma terapia
O ARTESÃO E A “XODÓ”
Marcelo expõe, orgulhoso,
sua placa preferida
MATERIAL DE TRABALHO
As ferramentas de trabalho
tornaram-se companheiras
de Marcelo
PROJETO FUTURO
Dentre seus planos está a produção de
uma placa da antiga fazenda de São
José do Vale do Rio Preto
EU SEI FAZER
21revistaon.com.br
tipo de placa, costuma fazer a reprodu-ção à “mão livre.” Ele esclarece que a maioria das letras e formatos utilizados nas placas com nomes é criação dele. Desta forma, chega a uma figura rústica e ao mesmo tempo característica para o trabalho. É como se fosse sua marca.
A irmã do artesão, Maria do Carmo Pezzuto, conta que adora esse tipo de trabalho e que suas placas preferidas são as naturais, sem tinta. “Tem que ter dom, talento e dedicação para realizar esse tipo de artesanato”, destaca Maria.
As madeiras mais utilizadas na con-fecção das peças são eucalipto, cedro e angico branco. As duas últimas são ma-deiras de lei (mais resistentes a agentes externos e insetos como o cupim, por exemplo, elas precisam autorização para serem cortadas) e a produção é feita com sobras compradas de indústrias movelei-ras. “A melhor peça para fazer as placas é o cedro. Por ser muito macia, nem pre-ciso bater o martelo para moldar,” desta-ca Marcelo. O artesão demonstra, dessa forma, sua preocupação com a natureza ao trabalhar de maneira ecologicamente correta e dentro da lei, principalmente.
Após algumas tentativas sem sucesso de expor seu trabalho em algumas feiras e estradas locais (nas quais muitos turistas passam), Marcelo Pezzuto foi convida-do para montar um estande no Concurso Hípico de Inverno, no Brejal, em 2008. Além de ter seu trabalho divulgado e fa-zer bastante sucesso no evento, parte do dinheiro que ganhou com as vendas de suas peças foi doado ao Atelier e Oficina Arte em Comum, localizado no Brejal.
O artesão faz peças sob encomenda. “As placas mais pedidas são as de no-mes, principalmente para sítios”, explica. O tempo de produção dessas obras de-pende do tamanho e do desenho pedido, mas, em geral, precisa de até uma sema-na para entalhar uma placa de madeira grande, rica em detalhes. Marcelo conta, também, que independente do tempo que leva para fazer uma obra dessas, o valor das peças varia de acordo com o tamanho do desenho, da madeira, formato e outros detalhes que ele avalia. As placas com nomes, ele cobra R$ 5 cada letra, inde-pendente do tamanho e do formato.
Apesar de não ser sua principal fonte de renda, o trabalho como artesão ajuda a pagar as contas no final do mês. No entan-to, para Pezzuto, o entalhe é muito mais que uma forma de ganhar dinheiro, é uma terapia. “Quando era criança meu tio fez uma placa de madeira com meu nome e eu fiquei todo alegre. Só que na época ele estava aprendendo e sempre falava que não tinha ficado bom, mas eu adorei. É in-crível a paciência que ele tem. São traba-lhos lindos e de muita sensibilidade. Ele é realmente um talento”, elogia a sobrinha Catierine Pezzuto Morelli.
Para quem vê, apenas paciência não é suficiente para explicar o trabalho feito pelo artesão. Talento, dom e habilidade são peças fundamentais para compor essas obras de arte. Nos projetos futuros, está a confecção de desenhos das antigas fazen-das de São José do Vale do Rio Preto, além de esculturas com os nomes dos países par-ticipantes da Copa do Mundo, em 2014.
Artesanato local
O Brejal, bairro da Posse, quinto dis-trito de Petrópolis, é o local do Atelier e Oficina Arte em Comum, lugar na co-munidade no qual diferentes formas de artesanatos são ensinados às mulheres. Além de atrair turistas, esse tipo de ati-vidade visa, principalmente, ajudar na renda mensal das famílias locais. Pode--se encontrar trabalhos feitos em tricô, crochê, palha nativa (taboa) e também em madeira natural ou pintada.
Para o artesão, o entalhe na madeira é uma terapia
O ARTESÃO E A “XODÓ”
Marcelo expõe, orgulhoso,
sua placa preferida
MATERIAL DE TRABALHO
As ferramentas de trabalho
tornaram-se companheiras
de Marcelo
PROJETO FUTURO
Dentre seus planos está a produção de
uma placa da antiga fazenda de São
José do Vale do Rio Preto
Rua da Bandeira, n.º 41 - Loja 2 - Centro - Três Rios / RJ 24 2255-4202(24) 2222-3202Estrada União e Indústria, 10126 Arcádia Mall - Itaipava, Petrópolis - RJ
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22 revistaon.com.br
Um motivo para acreditar na vidaDescobrir a existência de uma grave doença como o câncer desmotiva qualquer pessoa, que vê a sua
frente apenas um caminho: a morte. Pensando nisso, instituições fi lantrópicas prestam assistência psicológica aos pacientes através de atividades que os inspiram a reencontrar a vontade de viver.
POR JOSÉ ÂNGELO COSTA FOTOS REVISTA ON
Superar a enfermidade com tra-balhos motivacionais. Este é o objetivo principal de grupos ou entidades filantrópicas que assis-
tem os portadores de câncer em Petrópo-lis. A APPO (Associação Petropolitana de Pacientes Oncológicos) nasceu em 1992, através de um movimento organizado para evitar que 50% do tratamento fosse corta-do na cidade. A atual presidente da insti-tuição, Ana Cristina Coelho Mattos, está engajada no projeto desde sua criação, contribuindo na melhoria da qualidade de vida e amenizando o sofrimento dos pa-cientes. “Nós sempre priorizamos o aten-dimento ao paciente até porque tentamos ter todo um cuidado com ele. Não pode-mos expor essas pessoas e, por isso, temos que protegê-las”, destaca.
Os voluntários, na maioria ex-pacien-tes, estão predestinados a apoiar psico-logicamente aos que estejam internados no CTO (Centro de Terapia Oncológica)
e que, de alguma forma, necessitam de uma atenção especial. Neste ponto, a ex-periência vivida durante o tratamento é fundamental. “Fazemos um trabalho de orientação com os que estão na quimiote-rapia”, garante. Ana afirma que, apesar de a sociedade estar mais receptiva, no início, o preconceito atrapalhou o trabalho. “Mui-ta gente ainda acha que vai morrer por este problema e prefere se omitir”. Além da assistência emocional, recebem ainda alimentos, vestuário, medicação, bolsa de higiene e limpeza, além de empréstimos de perucas, cadeiras de rodas, colchões, próteses e atendimento jurídico.
Desde 2004, são organizadas palestras de conscientização e aplicação de ques-tionários, em vias públicas, para traçar um perfil de hábitos e costumes da po-pulação petropolitana. Geralmente, esse tipo de ação acontece em igrejas, escolas, hospitais e clubes como forma de orien-tar a sociedade quantos aos riscos, caso a
ANA CRISTINA COELHO MATTOS
Presidente da APPO diz que o
objetivo da instituição é preservar
a imagem do paciente oncológico
SAÚDE
23revistaon.com.br
identificação não seja feita precocemente. As campanhas sociais também se torna-ram constantes. Uma delas, “Quem ama, se cuida!”, tem por meta salientar a ma-nutenção de hábitos saudáveis como fator preponderante na prevenção. A principal, entretanto, é a “Saúde da mama, uma nova caminhada”, a favor da saúde das mulhe-res.
A vendedora autônoma Solimar Me-deiros Fortuna, 61 anos, descobriu que es-tava doente há nove anos. A primeira sus-peita foi durante o auto exame no banho. No dia seguinte, em uma consulta médica, pediu para fazer o exame de mamografia onde foi confirmada a presença de um nó-dulo no seio. Com a detecção, começou a pensar que a situação não teria jeito e iria morrer. Logo em seguida, passou por uma cirurgia e ficou na expectativa entre 15 e 18 dias para o resultado da biópsia onde foi evidenciado o câncer de mama. “A no-tícia não foi fácil. Comecei a quimiotera-pia”, conta. Ela obteve a cura e, hoje, atua como colaborada em palestras, visitas e campanhas promovidas pela entidade.
Outra mulher que conseguiu se re-cuperar foi Sônia Leite Guimarães, 62. Para ela, a superação é variável, ou seja, há altos e baixos, mas é necessário buscar forças e encarar a realidade. “Eu acho que tudo na sua vida é destino e, a gente, quan-do nasce, já está determinado. Sou espírita e acredito em reencarnação, em carmas. É o resgate de vidas passadas e tinha que
passar por isso”, acredita. Hoje ela atua na APPO. Sônia conta que pelo fato de ter acompanhado de perto a quantidade de pessoas precisando de ajuda, poderia fa-zer alguma coisa para ajudar. Atualmente, aproveita cada momento como se nada de mau ocorresse. “Estou ótima, muito bem. Vou para a praia, piscina, coloco o biquí-ni”, disse animada, acrescentando que se sente uma jovem.
Criado no ano 2000, o Grupo Realizar surgiu com a meta de reconduzir o doente ao prazer de viver estimulando o aprendi-zado e o desenvolvimento do seu poten-cial artístico. A vice-presidente, Cristina Volker, é psicóloga na área de oncologia. Na visão dela, proporcionar atividades como aulas de dança de salão, Yoga e pintura em tela, por exemplo, podem con-tribuir com o processo de superação das dificuldades emocionais durante a terapia médica descobrindo habilidades que ja-mais imaginavam ter. “É aprender a tirar proveito de uma coisa que foi ruim e pode--se equilibrá-la. Abrem-se possibilidades desconhecidas e, ao mesmo tempo, os pa-cientes acreditam mais neles”, elucida.
Dentro da ONG é realizada uma meto-dologia de estudos e resultados para ava-liar a influência dos cursos oferecidos no avanço da autoestima. A médica mostra como essas ações podem favorecer quem está em circunstância delicada. “Tive uma paciente que fez 80 anos e estava com cân-cer de mama. Essa mulher ficou abalada e não sabia escrever. Tem uma filha que mora em outro lugar e gastava uma for-tuna com telefone para se comunicar com ela. Então, a incentivei a entrar no curso de alfabetização e começou a redigir cartas.
Após isso, foi para a dança de salão, arru-mou um namorado, mas a doença voltou. Hoje, está tendo o apoio justamente dele”, descreve.
Capacidade interna e força para su-perar
A psicóloga Marília Antunes Dantas trabalhou em hospitais psiquiátricos e ge-rais com pacientes pré e pós-operatórios. Segundo ela, todos os atendimentos de amparo são considerados benéficos, toda-via, dois eventos são fundamentais para obter evolução no tratamento. “A primeira delas é a relação com a própria vida. Uma notícia de um câncer é um tsunami na ca-beça da pessoa. Se ela tem uma tendên-cia depressiva, não conseguirá suportar o peso dessa informação. A outra questão tem a ver com capacidade interna e a força para lidar com esta realidade”, esclarece. No entender da especialista, a doença ge-ralmente está associada a palavra “morte” e, assim, não há forças para lutar.
O livro “Sobre a Morte e o Morrer”, é sugerido pela especialista para elucidar as fases pelas quais o ser humano atravessa após tomar conhecimento de algo muito sério, ou seja, descobrir que está grave-mente adoentado, por exemplo. “Você tem revolta, barganha, depressão. São cinco etapas até o sujeito aceitar essa con-dição. Eu acho que essa obra é essencial para quem presta serviços de adesão aos pacientes terminais ou com outras enfer-midades”, finalizou.
Para a presidente da APPO, Ana Cristina Coelho Mattos, a entidade prioriza o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes oncológicos com visitas motivacionais de ex-pacientes às pessoas que estão em tratamento quimioterápico.
SUPERAÇÃO
Solimar Medeiros Fortuna afi rma que
conseguiu superar a doença graças ao
apoio da entidade e da família
GRUPO REALIZAR
A psicóloga e vice-presidente da
ONG, Cristina Volker, acredita que, ao
receberem assistência motivacional, os
pacientes superam a adversidade
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Luzes, cores e acessórios. Perme-ar o mundo dos arquitetos e de-signers de interiores é abrir um leque de possibilidades. Para
quem está em busca de um novo concei-to para a casa, o importante é ficar atento às novidades do mercado, que oferecem reminiscências da década de 1970, com cores fortes como amarelo, verde, laranja e vermelho nos móveis, abajures e luzes adicionais. Tapetes coloridos e feitos com materiais artesanais, móveis em madeira e pisos perfeitos são indicados para os que buscam boa imagem sem muito trabalho.
A palavra de ordem é simplificação. As tendências das casas brasileiras se-guem o que foi indicado pela moda européia. “Nós, que trabalhamos com decoração, sabemos que as tendências criativas são lançadas nas grandes feiras que ocorrem no início de cada ano, fora do Brasil. Nós, brasileiros, percebemos o que pode ser incorporado dentro da nossa cultura e transformamos em de-sign”, explica a arquiteta Kity Amaral.
O forte da decoração vai de encontro às cores da moda para tecidos de sofás, almofadas, cortinas e acessórios conjuga-dos.
“Esse mundo da decoração é muito abstrato. É difícil seguir uma tendência. Temos que levar em consideração diversos fatores como clima e gosto pessoal, an-tes de modificar o ambiente de uma casa.
Podemos afirmar que pedra e madeira são muito utilizadas nas decorações das casas que ficam em climas frios, como Petrópo-lis. Os americanos e europeus já buscam os laminados madeirados, porque não é costu-me deles usar a madeira de lei nos móveis e na decoração”, desmistifica Kity.
De forma geral, quem procura por or-namentação vai estar sempre atento às cores e tecidos que estão em alta em cada ano. “Hoje podemos encontrar cozinhas em vermelho, amarelo, verde, seguindo o estilo retrô dos anos 70. Tudo é muito pessoal, mas, sempre se percebe uma li-gação forte com as cores que entram na moda. Apesar dessa linha, a decoração depende muito do gosto de cada cliente. As roupas, as pessoas seguem, podem ser baixas, altas, gordas ou magras, todos en-tram na moda de determinada grife. Ago-ra, com decoração é diferente. Os móveis são eternos, tem que se pensar muito antes
Criatividade, cores fortes e elementos cleanEstar atento às novidades do mercado, às cores da moda e às inovações dos móveis. Todos esses detalhes devem conduzir aqueles que procuram por uma ornamentação diferente para a casa neste ano de 2012. Mas, além de estar de olho nas tendências, o gosto pessoal é o forte da decoração.
POR FERNANDA TAVARES FOTOS REVISTA ON
“Dos elementos que nunca saem de moda em cidades frias como Petrópolis, a madeira e pedra são, sempre, grandes pedidas em qualquer local e acessório”
DESIGN E DECORAÇÃO
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Luzes, cores e acessórios. Perme-ar o mundo dos arquitetos e de-signers de interiores é abrir um leque de possibilidades. Para
quem está em busca de um novo concei-to para a casa, o importante é ficar atento às novidades do mercado, que oferecem reminiscências da década de 1970, com cores fortes como amarelo, verde, laranja e vermelho nos móveis, abajures e luzes adicionais. Tapetes coloridos e feitos com materiais artesanais, móveis em madeira e pisos perfeitos são indicados para os que buscam boa imagem sem muito trabalho.
A palavra de ordem é simplificação. As tendências das casas brasileiras se-guem o que foi indicado pela moda européia. “Nós, que trabalhamos com decoração, sabemos que as tendências criativas são lançadas nas grandes feiras que ocorrem no início de cada ano, fora do Brasil. Nós, brasileiros, percebemos o que pode ser incorporado dentro da nossa cultura e transformamos em de-sign”, explica a arquiteta Kity Amaral.
O forte da decoração vai de encontro às cores da moda para tecidos de sofás, almofadas, cortinas e acessórios conjuga-dos.
“Esse mundo da decoração é muito abstrato. É difícil seguir uma tendência. Temos que levar em consideração diversos fatores como clima e gosto pessoal, an-tes de modificar o ambiente de uma casa.
Podemos afirmar que pedra e madeira são muito utilizadas nas decorações das casas que ficam em climas frios, como Petrópo-lis. Os americanos e europeus já buscam os laminados madeirados, porque não é costu-me deles usar a madeira de lei nos móveis e na decoração”, desmistifica Kity.
De forma geral, quem procura por or-namentação vai estar sempre atento às cores e tecidos que estão em alta em cada ano. “Hoje podemos encontrar cozinhas em vermelho, amarelo, verde, seguindo o estilo retrô dos anos 70. Tudo é muito pessoal, mas, sempre se percebe uma li-gação forte com as cores que entram na moda. Apesar dessa linha, a decoração depende muito do gosto de cada cliente. As roupas, as pessoas seguem, podem ser baixas, altas, gordas ou magras, todos en-tram na moda de determinada grife. Ago-ra, com decoração é diferente. Os móveis são eternos, tem que se pensar muito antes
Criatividade, cores fortes e elementos cleanEstar atento às novidades do mercado, às cores da moda e às inovações dos móveis. Todos esses detalhes devem conduzir aqueles que procuram por uma ornamentação diferente para a casa neste ano de 2012. Mas, além de estar de olho nas tendências, o gosto pessoal é o forte da decoração.
POR FERNANDA TAVARES FOTOS REVISTA ON
“Dos elementos que nunca saem de moda em cidades frias como Petrópolis, a madeira e pedra são, sempre, grandes pedidas em qualquer local e acessório”
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de escolher um elemento que vai acompa-nhar a decoração da sua casa por muito tempo”, afirmou a arquiteta.
Para mudar a ornamentação sem dei-xar de lado o gosto pessoal e sem estar por fora das tendências, a dica é abusar nos acessórios. “As pessoas devem in-vestir em luminárias, abajures, tapetes e cortinas, acessórios de decoração que dão uma repaginada no visual da casa, estão sempre na moda com elementos e cores novas e são de fácil renovação, ou seja, não custam muito para serem troca-dos mais tarde”, aconselha Kity.
Para o vendedor de móveis Daniel Marques, as pessoas estão em busca de qualidade. “Percebo que o preço é leva-do em consideração, mas, não mais do que o visual e o material de que é feito o produto. A redecoração de uma casa, por exemplo, mexe com os sentimentos das pessoas que buscam um acessório que transmita traços de sua personalidade. As vendas no começo do ano são sempre boas e neste isso não tem sido diferen-te”, conta.
Os sofás podem receber capas colori-das ou mantas feitas com elementos arte-sanais, feitos a mão. Para a iluminação, a tendência é deixar de usar as grandes luminárias de teto apenas em locais de referência como sala de jantar e estar. Alguns abajures modernos conseguem agregar informação ao ambiente, ilu-minar uma parte maior da residência e fazer parte da decoração nova. A ideia
de “mais vale uma peça grande e ele-gante do que uma dúzia de pequenas peças” é o forte do ano.
Para os demais ambientes, superfícies e linhas limpas são a melhor escolha. Um grande espaço aberto com janelas e tetos altos está em alta. Espelhos e janelas são
muitas vezes usados em conjunto. Esta é uma grande técnica do design: usar a luz natural para adicionar um toque na ilumi-nação de determinado ambiente. Outra tendência que tem norteado os projetos de decoração é a da substituição: bambu em vez de madeira, usado em pisos e móveis, é um novo recurso renovável. Existem diferentes tipos de bancos de couro, para descansar os pés, muito elegantes. O la-ranja, o amarelo dourado e o verde limão, dão tons muito populares, como aconte-ceu há décadas. Desenhos marcantes e pa-drões de flores para almofadas, cortinas e roupas de cama. Diferentes tons de tinta de parede estão na moda. Dentre elas, castanho, preto e creme. Também exis-tem técnicas para adicionar textura a casa, como imagens nas paredes. O design de teto é aplicado como forma de melhorar o ambiente. Móveis de jardim e materiais estão disponíveis em diferentes estilos e cores na decoração deste ano. Existem muitos estilos de mobiliário de jardim.
“A ideia é conseguir melhorar o am-biente com uma iluminação especial em um determinado canto ou peça. Pode-mos iluminar uma escultura, por exem-plo. Usar um abajur de pé revestido com papel de arroz em um canto da sala de estar. Além de versáteis, algumas peças ficam bonitas em qualquer espaço e são econômicas”, garante Kity.
Para facilitar a limpeza dos locais e dar uma aparência de modernidade, os tacos e pisos amadeirados estão de volta. “São muito mais fáceis de limpar e são lindos. Alguns elementos que dão trabalho e fa-
APARÊNCIA CLEAN
Detalhe para o papel de parede, a
luminária e acessórios modernos
Para a arquiteta Kity Amaral, as pessoas devem investir em luminárias, abajures, tapetes e cortinas, acessórios que dão uma repaginada no visual da casa
LUMINÁRIA
Moderna, ela substitui
os cristais pelo aço
DESIGN E DECORAÇÃO
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zem mal à saúde como os carpetes, feliz-mente saíram de moda. A ideia agora é o piso de madeira ou amadeirado com gran-des tapetes decorativos. Além de deixar o local mais bonito, esses elementos criam um ambiente mais acolhedor, muito acon-chegante em cidades frias como Petrópo-lis”, completa Amaral.
Para os tecidos, a ideia é misturar a fi-bra natural e rústica com a seda. Já os aces-sórios, devem ser singulares. Os cristais e pratas foram abandonados por causa do trabalho com a limpeza. Entram os acessó-rios de madeira e acetato para os ambien-tes que pedem um visual mais eclético.
“A decoração vem de encontro com a modernidade. Temos que levar em consi-deração que estamos no Brasil. As tendên-cias que são lançadas fora do país demo-ram, às vezes, quatro anos para chegarem aqui, como no caso das gavetas de cozinha que são projetadas para fecharem sozinhas. Os conceitos são lançados, mas cada fabri-cante cria o que deseja para vender e no
tempo dele”, disse Cris Moura, arquiteta.A dona de casa Maria Cristina Azevedo
acredita que os acessórios básicos ainda são os mais procurados. “Gosto de ver essas novidades nas cores dos móveis,
tapetes e sofás, mas, apesar de achar lindo, dou preferência às cores mais comuns como branco, preto e bege, porque não tem erro, ficam sempre charmosas e na moda”, acredita.
GERAL
A tendência é utilizar elementos
retrôs em todos os ambientes
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SormanyJustenConsiderado um dos mais renomados chefs de cozinha, o petropolitano, nascido em 14 de julho de 1963 e criado na região da Duarte da Silveira, tem uma origem muito humilde. Perdeu o pai de forma precoce e a vida difícil fez com que tomasse uma iniciativa ousada para um jovem de família modesta. Deixou o Brasil em meados da década de 1980 e decidiu trabalhar em restaurantes nos Estados Unidos. E foi na terra do Tio Sam que adquiriu toda a base para se tornar um profi ssional com reconhecimento na gastronomia típica da Itália.
POR JOSÉ ÂNGELO COSTA FOTOS ARQUIVO PESSOAL
DA SIMPLICIDADE AO SUCESSO
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HIL
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CIA
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TOG
RÁ
FIC
A
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SormanyJustenConsiderado um dos mais renomados chefs de cozinha, o petropolitano, nascido em 14 de julho de 1963 e criado na região da Duarte da Silveira, tem uma origem muito humilde. Perdeu o pai de forma precoce e a vida difícil fez com que tomasse uma iniciativa ousada para um jovem de família modesta. Deixou o Brasil em meados da década de 1980 e decidiu trabalhar em restaurantes nos Estados Unidos. E foi na terra do Tio Sam que adquiriu toda a base para se tornar um profi ssional com reconhecimento na gastronomia típica da Itália.
POR JOSÉ ÂNGELO COSTA FOTOS ARQUIVO PESSOAL
DA SIMPLICIDADE AO SUCESSO
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Ao completar nove anos, Sor-many entrou para o coral dos Canarinhos de Petrópolis e lá ficou até os 18. Antes de sair
do grupo, entretanto, decidiu fazer um curso de torneiro mecânico no Senai. Em seguida, entrou para a Celma (empresa que faz revisão e reparo de turbina, par-tes e acessórios aeronáuticos) e ocupou o cargo de auxiliar de mecânica de inspeção da linha do jato, tornando-se profissional após concluir exames de especialização na área. Mas isso ainda era pouco para os an-seios dele, que sempre gostou de trabalhar com produtividade. Era quase impossível, para ele, atuar em um único local e fazer a mesma coisa toda hora. Se tornaria chato, cansativo. Nesse período, tinha o emprego durante o dia, estudava à noite e ainda era segurança de boate na cidade, além de ter que arrumar tempo para a academia. E não parou por aí. Resolveu arriscar com ven-das. Iniciou em uma confecção sediada no município, depois em uma firma de Blu-menau e, mais tarde, abriu a própria loja de roupas no Edifício Marquese.
Por falta de experiência, capital e pelo fato de ser muito jovem, não conse-guiu manter o negócio e decidiu, então, viajar para os Estados Unidos em maio de 1985 na tentativa de buscar melhores condições de vida. Desembarcando no país norte-americano, enfrentou todas as
dificuldades possíveis. “Cheguei lá com apenas US$ 146 no bolso. Era dinheiro emprestado de dois amigos meu”, reve-la. A recepção também foi feita por dois conterrâneos que já residiam naquele país. A partir deste dia, iniciou a traje-tória até se tornar um dos mais conheci-dos chefs de cozinha. “Comecei lavando prato e trabalhando como padeiro em uma rede de bolinhos e docinhos. Esse foi meu primeiro emprego”, revela. Em outra ocasião, viu um anúncio no jor-nal sobre um restaurante mexicano que precisava de cozinheiro. Sormany Jus-ten estava somente há quatro meses na América e não pronunciava uma palavra sequer em inglês, todavia, decidiu arriscar e pedir a vaga.
A direção do estabelecimento aceitou fazer o teste, mas, logo no primeiro dia, o gerente quis mandá-lo embora porque não sabia falar a língua local. Durante a entrevista, Justen ressalta a importância dessa história. Com a negação do admi-nistrador, a luz no fim do túnel partiu do chef de cozinha que deu uma segunda oportunidade. Foi-lhe entregue o cardá-pio e repassada a tarefa, que consistia em decorar pelo menos 30 ou 40% dos pratos disponíveis no cardápio até o dia seguinte. Naquela noite, o jovem brasi-
leiro não dormiu e, quando retornou à loja, conhecia tudo. “Qualquer coisa que o cara perguntasse eu respondia. Daí eu fiquei e ganhei a chance de chegar ao cargo de subchefe de cozinha através de cursos. Depois, consegui fazer outros para ser chef de cozinha”, explica.
No momento em que passou por vá-rias experiências, descobriu o interesse pela culinária e também a necessidade de se transferir para restaurantes mais
INFÂNCIA
Na foto de 1964,
Sormany Justen com
apenas um ano de idade
CANARINHOS
Integrou o grupo de meninos
cantores até completar os 18 anos
FAMÍLIA
Com quatro meses de vida, no
colo da mãe e ao lado do pai
33revistaon.com.br 33revistaon.com.br
sofisticados, pois, àquela altura, o ser-viço exercido até então estava penoso. Sormany conta que ainda não se sentia um cozinheiro, mesmo contratado como um. “Era preciso aprender tudo muito rápido, pois nos Estados Unidos as pes-soas não têm essa paciência. A quantida-de de gente em busca de emprego é tão grande que te dispensam na hora. Assim, enquanto um levantava uma caixa de to-mate, eu erguia duas. Enquanto dois se dividiam pra arrastar um saco de batata, eu fazia sozinho. Tudo eu realizava em dobro para mostrar a minha pretensão em aprender”, relata.
A culinária italiana
Foi justamente pelo empenho e força de vontade que o petropolitano conseguiu ser contratado por um restaurante italiano como ajudante de cozinha, onde prepara-va o molho, a massa e também aprendeu fazer pizza. Depois, se transferiu para um francês e, desde então, só ficou nesta es-pecialidade. Foi nesse momento, enquan-to falava da comida francesa, que o chef deu a dica para interessados em seguir a profissão. “Tem que conhecer a base da cozinha francesa. Caso contrário, nunca será um”, garante. Mas a culinária tradi-cional da Itália era o que realmente des-pertava seu interesse e a chance surgiu quando ele começou a trabalhar com um chef nascido naquele país. “Só queria
atuar na cozinha italiana. Meu sonho era ter um restaurante”, frisa.
Desde então, Sormany aprimorou seus conhecimentos em cidades como Roma, Toscana, Úmbria, Varese, Tren-tino investiu em vários negócios em Pe-trópolis, entretanto, o restaurante atual-mente dirigido por ele é o que mais deu resultados. Nele, o chef oferece opções de pratos especiais para os amantes da comida italiana. Dentre eles estão osso-buco de vitelo, risoto de camarão com
creme de abóbora, risoto de funghi, ra-vióli de muzzarella e grana padano com tomates e manjericão, além,, Piemonte e Lugano (Suíça). Empreendedor por na-tureza é claro, da clássica pizza. Todas estas variedades de cardápio, assim como a preparação de massas, são experiências adquiridas ao longo de sua afanosa, po-rém proveitosa, jornada nos EUA.
Carta de vinhos
O restaurante comandado por Sor-many Justen possui uma enoteca com-posta por 750 rótulos, que lhe renderam no ano passado o título de 8ª Melhor Carta de Vinhos do Brasil. Para o chef de cozinha, a classificação no Guia Qua-tro Rodas acabou sendo uma surpresa. “Na hora me emocionei. Peguei o tele-fone na mesma hora, liguei para o meu
Quando chegou à América do Norte, o primeiro emprego de Sormany foi em um restaurante lavando pratos
EMPREENDEDOR
O sonho de Sormany em ter um
restaurante se tornou realidade em 2004
O INÍCIO
Preparando a massa no primeiro
restaurante em que trabalhou nos EUA
34 revistaon.com.br34 revistaon.com.br
sommelier, que é o Carlos Henrique, e dei os parabéns. Porque é lógico, sem ele eu não conseguiria fazer esse traba-lho. Aliás, não é só sem ele. Na verdade, passaram por aqui vários degustadores e todos são meus amigos até hoje. Gran-des profissionais que estão no mercado do Rio de Janeiro. Eles ajudaram a cons-truir esta carta”, acredita.
Ao todo, são 3.000 tipos de vinhos que ficam armazenados. Antes de serem colocadas para a degustação, as bebidas são analisadas e escolhidas por Sor-many, na companhia de sommeliers. A casa trabalha com diversas importadoras que garantem a venda do produto. “A prova disso tudo é que eu sou um cara que presto consultoria para diversas em-presas, tanto na gastronomia quanto no ramo de vinhos. Já fiz mais de 12 menus de degustações com produtores de países como Argentina, Itália, França e Espa-nha”, conta o chef.
O apoio dos funcionários
Sormany tem 16 funcionários que o ajuda a manter o restaurante inaugurado em 2004, na Estrada União e Indústria, em Itaipava. Um desses colaboradores é o subchefe de cozinha Maurício Pires. Desde que chegou ao local, iniciou o aprendizado com o mestre e hoje agra-dece por ter se tornado um profissional. “Eu vim para cá e aprendi muito. Tudo o que sei foi através dele. Agora, depois de dois anos, ele me passou a respon-sabilidade de atuar na cozinha, porque está sempre viajando para buscar novi-dades”, destaca. O estímulo, entretanto, não o faz menos exigente no momento em que os pratos devem ser preparados para servi-los aos clientes. “Ele fica em cima para fazermos tudo certo”.
Sommelier e um dos gerentes do estabelecimento dirigido pelo chef de cozinha, Carlos Henrique acompanha o dia a dia do patrão há quase quatros anos e, neste tempo, passou a conhecer as vontades e particularidades de Sor-many. Uma delas é oferecer aos clientes somente produtos de qualidade, como forma de promover um diferencial no cardápio. O degustador de vinhos diz ter tido a chance de descobrir novidades a partir do momento em que começou a
trabalhar ao lado do chef e considera a história de vida dele muito interessante, principalmente, pela superação. “É legal ver a pessoa desde pequena sempre bata-lhando e buscando o melhor pra si. Com certeza, é algo que a gente se baseia”, salienta o colaborador.
Amigos e família
O fotógrafo petropolitano André Car-valho chegou aos Estados Unidos antes mesmo de Sormany Justen. Foi ele quem o recebeu no apartamento onde residia com outras pessoas, quando o chef de-cidiu partir para a América do Norte. Naquele tempo, sempre havia alguém no Brasil querendo ir morar lá e por isso, eram feitos contatos por cartas, com os que já estavam lá. Foi assim que André ficou sabendo do interesse do amigo. A re-lação amistosa vinha de cedo, pois os dois estudaram juntos no segundo grau. “Ficou dormindo na sala da nossa casa, no chão mesmo. Não tinha colchão, não tinha nada. Dormia em cima de um tapete”, relembra.
Uma curiosidade desta época é que a ocupação do lugar onde viviam só deveria ser feita por duas pessoas. O fato é que havia mais gente e a turma ficou ainda maior com a chegada de Justen. Por isso, quase não podia andar em pé pela sala durante o dia, porque se o dono
O restaurante de Sormanyjá foi eleito o oitavo coma melhor carta devinhos do Brasil
AMIGOS
O chef Roberto Ravioli ao lado de Sormany
ENOTECA
A adega possui mais de 3.000
vinhos armazenados na área
climatizada e em exposição
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soubesse, todos ali seriam prejudica-dos. “Nós sabíamos quantos [ocupantes] tinham. O senhorio tinha a chave e na hora que ele quisesse, podia entrar nos quartos. Essa história parece mentira não é? Não se falava uma palavra”, descreve.
Família
Casado e pai de duas filhas, Sormany Justen não restringe a preocupação apenas com a esposa e as meninas, pois a mãe, Aide Maria de Avellar Justen, de 78 anos, sempre recebeu atenção especial. Ela foi uma das responsáveis por fazer o chef buscar melhores condições de vida no ter-ritório norte-americano. De acordo com a aposentada, o principal objetivo do filho era ajudar na construção de uma residên-cia para ela. “Disse que só voltaria pra cá quando conseguisse fazê-la. A obra durou três anos e meio e toda semana perguntava sobre o andamento do serviço”, fala.
Quando viajou para os Estados Uni-dos, dona Aide ficou apreensiva pelo fato de ser muito novo e ainda não dominar
a língua, contudo, conseguiu alcançar os objetivos desejados e nunca abandonou a família. O carinho e a atenção com os parentes, por sinal, tem sido uma priori-dade contínua. “Destaco a preocupação
com os familiares. Ele quer formar as fi-lhas e faz o impossível pra dar conta de tudo. Ele não paga conta atrasada de jeito nenhum. Pra mim, nunca deu trabalho e foi sempre foi maravilhoso”, concluiu.
CARINHO
Ao lado da patroa
mais querida
O crescimento de Três Rios é notável. São empresas e pes-soas chegando, gostando e ficando. A princípio, os bons
ventos são favoráveis, mas o município está preparado para acolher estes novos moradores e deixar que os filhos da terra possam escolher viver sem a agitação tí-pica de uma cidade em evolução? Agora sim!
Em primeiro de março, aconteceu o lançamento do Residencial Park dos Ipês. Localizado a três quilômetros do centro, 1.869 lotes foram divididos em uma área de 97 hectares. Foram seis meses de pla-nejamento pela Shangri-Lá Empreendi-mentos até que os terrenos estivessem disponíveis.
Perto da natureza, o cronograma da obra conta com a instalação de rede de água, esgoto, energia elétrica, ruas com asfalto e iluminação pública. São três vi-suais que os moradores poderão aprovei-tar: um voltado para o vale do rio Parai-buna, com vista para as corredeiras; outro voltado para a represa do Clube Caça e Pesca; e um terceiro da BR-040. O resi-dencial fica a 700 metros da rodovia.
As vendas já começaram e os futuros
moradores já podem conhecer o espaço. Após tantos benefícios, se estiver pen-sando que este investimento está distante de sua realidade, está enganado. Os lotes têm parcelas a partir de R$199. A dife-rença entre valores mais altos e mais bai-xos não acontece por um lote ser maior que o outro, mas pela localização e con-formação do solo. Assim que o terreno é adquirido, a casa própria já pode começar a ser planejada e construída.
Para o pagamento, não há restrição cadastral nem a necessidade de compro-vação de renda. O financiamento próprio pode ser feito em até 180 meses.
Totalmente legalizado, aprovado pela prefeitura e registrado no cartório, o Re-sidencial Park dos Ipês é indicado para você, que busca melhorar a qualidade de vida de toda a sua família. O sonho da casa própria fica ainda mais agradável cercado pela natureza e distante do agito urbano.
Para outras informações e visitas ao local, ligue para (24) 2255-4183 ou entre em contato através do e-mail parkdos ipes@shangr i - la .com.br . Enquanto Três Rios cresce, seus sonhos se realizam no Park dos Ipês.
Surge um novo bairro em Três Rios
Próximo ao centro da cidade, a melhor notícia vem agora: você pode morar lá!
ESTRUTURA
O residencial tem energia elétrica,
rede de água, asfalto e iluminação
no cronograma da obra
PREÇOS
Os valores também atraem
a chegada de moradores
ao novo espaço
VENDAS
Corretores capacitados estão no
local para prestar atendimento
aos futuros moradores
NATUREZA
O ambiente é cercado
por verde e próximo
ao rio Paraibuna
FOTOS DIVULGAÇÃO
PUBLIEDITORIAL
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O crescimento de Três Rios é notável. São empresas e pes-soas chegando, gostando e ficando. A princípio, os bons
ventos são favoráveis, mas o município está preparado para acolher estes novos moradores e deixar que os filhos da terra possam escolher viver sem a agitação tí-pica de uma cidade em evolução? Agora sim!
Em primeiro de março, aconteceu o lançamento do Residencial Park dos Ipês. Localizado a três quilômetros do centro, 1.869 lotes foram divididos em uma área de 97 hectares. Foram seis meses de pla-nejamento pela Shangri-Lá Empreendi-mentos até que os terrenos estivessem disponíveis.
Perto da natureza, o cronograma da obra conta com a instalação de rede de água, esgoto, energia elétrica, ruas com asfalto e iluminação pública. São três vi-suais que os moradores poderão aprovei-tar: um voltado para o vale do rio Parai-buna, com vista para as corredeiras; outro voltado para a represa do Clube Caça e Pesca; e um terceiro da BR-040. O resi-dencial fica a 700 metros da rodovia.
As vendas já começaram e os futuros
moradores já podem conhecer o espaço. Após tantos benefícios, se estiver pen-sando que este investimento está distante de sua realidade, está enganado. Os lotes têm parcelas a partir de R$199. A dife-rença entre valores mais altos e mais bai-xos não acontece por um lote ser maior que o outro, mas pela localização e con-formação do solo. Assim que o terreno é adquirido, a casa própria já pode começar a ser planejada e construída.
Para o pagamento, não há restrição cadastral nem a necessidade de compro-vação de renda. O financiamento próprio pode ser feito em até 180 meses.
Totalmente legalizado, aprovado pela prefeitura e registrado no cartório, o Re-sidencial Park dos Ipês é indicado para você, que busca melhorar a qualidade de vida de toda a sua família. O sonho da casa própria fica ainda mais agradável cercado pela natureza e distante do agito urbano.
Para outras informações e visitas ao local, ligue para (24) 2255-4183 ou entre em contato através do e-mail parkdos ipes@shangr i - la .com.br . Enquanto Três Rios cresce, seus sonhos se realizam no Park dos Ipês.
Surge um novo bairro em Três Rios
Próximo ao centro da cidade, a melhor notícia vem agora: você pode morar lá!
ESTRUTURA
O residencial tem energia elétrica,
rede de água, asfalto e iluminação
no cronograma da obra
PREÇOS
Os valores também atraem
a chegada de moradores
ao novo espaço
VENDAS
Corretores capacitados estão no
local para prestar atendimento
aos futuros moradores
NATUREZA
O ambiente é cercado
por verde e próximo
ao rio Paraibuna
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ESPORTE
Bicampeões até no vermelhoO time de hóquei do Esporte Clube Corrêas é o único remanescente no Estado do Rio de Janeiro e que ainda mantém Petrópolis ligada à história deste esporte. Conquistou dois títulos nacionais, sendo o primeiro em 2002 e o segundo, ano passado, após vencer em casa o Sport Recife, um dos mais fortes e tradicionais de todo o país. Este reconhecimento, entretanto, não é sufi ciente para esconder a outra realidade vivida por jogadores, comissão técnica e direção: a falta de investimentos e infraestrutura adequada para o custeio da equipe.
FOTOS REVISTA ONPOR JOSÉ ÂNGELO COSTA
O primeiro contato da cidade com o hóquei aconteceu na época do então presidente Ge-túlio Vargas, entre as décadas
de 30 e 50, quando havia uma área de pa-tinação, hoje o Rink Marowil, na Praça da Liberdade. Desde então, o esporte ga-nhou a simpatia da população. O apreço foi tanto que clubes como o Petropolita-no, Serrano, Internacional e Sesi tiveram equipes próprias. Mas foi no Corrêas, que a modalidade começou a ganhar projeção nacional e até internacional. Em 1997, a agremiação resolveu apostar na iniciativa, porém, as dificuldades estruturais não per-mitiram que o profissionalismo fosse im-plantado e diversificado.
Segundo o presidente Marco Antonio Motta, a recomposição de todos os itens utilizados em treinos e torneios depende de muito dinheiro pelo fato de serem im-portados de outros países. “Para suprir o desgaste dessas peças, nós dependemos de patrocínio, coisa que agora não temos”, conta. As instalações internas sofreram
um processo de mudanças ao longo dos anos graças ao hóquei, entretanto, ainda são consideradas deficitárias pela falta de espaço para acomodar os equipamentos e os troféus obtidos durante as competições. “Dependemos de mais investimentos para fazer um trabalho legal. Veja que na esco-linha nós temos 130 crianças treinando. É o material que se gasta no dia a dia”, escla-rece. Para o dirigente, conciliar a carência de incentivos com o status de bicampeão brasileiro não é uma tarefa das mais fáceis, pelo fato de os atletas não terem um salá-rio.
O bom desempenho obtido nas quadras e a vontade de competir dependem sim-plesmente da paixão em atuar no hóquei, mas, ainda assim, o lado financeiro pode ser decisivo na manutenção de um elenco. Motta revelou que recebe apenas o auxílio da secretaria municipal de Esportes e do MEP (Movimento Esportivo de Petrópo-lis). Contudo, é necessária uma colabora-ção fixa do empresariado para se organizar e sustentar o plantel. “Não carecemos exa-tamente de dinheiro, mas precisamos de material de boa qualidade e ter condições de pagar profissionais para o treinamento da equipe que, atualmente, é realizado por jogadores e ex-jogadores”, elucida o presi-dente do clube.
Ricardo Bondhardlt, conhecido como “Bucha”, é o atual técnico da equipe do Corrêas. Antes, no entanto, atuou como goleiro e, ao encerrar a carreira, passou a se
dedicar ao treinamento do grupo. De acor-do com ele, desde o início, o trabalho sem-pre foi difícil porque não havia estrutura, quadras e vestiários. “Tudo é importado. As joelheiras, os tacos, as caneleiras. Esse detalhe é a maior dificuldade que temos”, frisa. Rememorando os tempos do Ser-rano Futebol Clube, o treinador comenta que, devido à ausência de investimentos, a modalidade esportiva foi interrompida por um tempo na cidade, retornando mais tarde para o Sesi. “Naquele momento, ob-servamos que ali também não teria mais espaço e, então, foi para o Corrêas”.
Na ocasião, foi montado o primeiro elenco, talvez um dos mais fortes, que se tornaria campeão brasileiro em 2002,
OS HERÓIS
Equipe que conquistou o
bicampeonato brasileiro
de hóquei em 2011
DIV
ULG
AÇ
ÃO
MARCO ANTONIO MOTTA
Para o presidente do clube, não há
como permanecer com a equipe
de hóquei sem investimentos
O presidente Marco Antonio Motta diz que a substituição do material desgastado só será possível se a equipe de hóquei tiver o patrocínio do empresariado
MATERIAL OBSOLETO
Tacos como este são usados nas
quadras, mas estão danifi cados
e precisam ser repostos
ESPORTE
39revistaon.com.br
Bicampeões até no vermelhoO time de hóquei do Esporte Clube Corrêas é o único remanescente no Estado do Rio de Janeiro e que ainda mantém Petrópolis ligada à história deste esporte. Conquistou dois títulos nacionais, sendo o primeiro em 2002 e o segundo, ano passado, após vencer em casa o Sport Recife, um dos mais fortes e tradicionais de todo o país. Este reconhecimento, entretanto, não é sufi ciente para esconder a outra realidade vivida por jogadores, comissão técnica e direção: a falta de investimentos e infraestrutura adequada para o custeio da equipe.
FOTOS REVISTA ONPOR JOSÉ ÂNGELO COSTA
O primeiro contato da cidade com o hóquei aconteceu na época do então presidente Ge-túlio Vargas, entre as décadas
de 30 e 50, quando havia uma área de pa-tinação, hoje o Rink Marowil, na Praça da Liberdade. Desde então, o esporte ga-nhou a simpatia da população. O apreço foi tanto que clubes como o Petropolita-no, Serrano, Internacional e Sesi tiveram equipes próprias. Mas foi no Corrêas, que a modalidade começou a ganhar projeção nacional e até internacional. Em 1997, a agremiação resolveu apostar na iniciativa, porém, as dificuldades estruturais não per-mitiram que o profissionalismo fosse im-plantado e diversificado.
Segundo o presidente Marco Antonio Motta, a recomposição de todos os itens utilizados em treinos e torneios depende de muito dinheiro pelo fato de serem im-portados de outros países. “Para suprir o desgaste dessas peças, nós dependemos de patrocínio, coisa que agora não temos”, conta. As instalações internas sofreram
um processo de mudanças ao longo dos anos graças ao hóquei, entretanto, ainda são consideradas deficitárias pela falta de espaço para acomodar os equipamentos e os troféus obtidos durante as competições. “Dependemos de mais investimentos para fazer um trabalho legal. Veja que na esco-linha nós temos 130 crianças treinando. É o material que se gasta no dia a dia”, escla-rece. Para o dirigente, conciliar a carência de incentivos com o status de bicampeão brasileiro não é uma tarefa das mais fáceis, pelo fato de os atletas não terem um salá-rio.
O bom desempenho obtido nas quadras e a vontade de competir dependem sim-plesmente da paixão em atuar no hóquei, mas, ainda assim, o lado financeiro pode ser decisivo na manutenção de um elenco. Motta revelou que recebe apenas o auxílio da secretaria municipal de Esportes e do MEP (Movimento Esportivo de Petrópo-lis). Contudo, é necessária uma colabora-ção fixa do empresariado para se organizar e sustentar o plantel. “Não carecemos exa-tamente de dinheiro, mas precisamos de material de boa qualidade e ter condições de pagar profissionais para o treinamento da equipe que, atualmente, é realizado por jogadores e ex-jogadores”, elucida o presi-dente do clube.
Ricardo Bondhardlt, conhecido como “Bucha”, é o atual técnico da equipe do Corrêas. Antes, no entanto, atuou como goleiro e, ao encerrar a carreira, passou a se
dedicar ao treinamento do grupo. De acor-do com ele, desde o início, o trabalho sem-pre foi difícil porque não havia estrutura, quadras e vestiários. “Tudo é importado. As joelheiras, os tacos, as caneleiras. Esse detalhe é a maior dificuldade que temos”, frisa. Rememorando os tempos do Ser-rano Futebol Clube, o treinador comenta que, devido à ausência de investimentos, a modalidade esportiva foi interrompida por um tempo na cidade, retornando mais tarde para o Sesi. “Naquele momento, ob-servamos que ali também não teria mais espaço e, então, foi para o Corrêas”.
Na ocasião, foi montado o primeiro elenco, talvez um dos mais fortes, que se tornaria campeão brasileiro em 2002,
OS HERÓIS
Equipe que conquistou o
bicampeonato brasileiro
de hóquei em 2011
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ULG
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ÃO
MARCO ANTONIO MOTTA
Para o presidente do clube, não há
como permanecer com a equipe
de hóquei sem investimentos
O presidente Marco Antonio Motta diz que a substituição do material desgastado só será possível se a equipe de hóquei tiver o patrocínio do empresariado
MATERIAL OBSOLETO
Tacos como este são usados nas
quadras, mas estão danifi cados
e precisam ser repostos
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ESPORTE
composto por jogadores em nível de se-leção e outros vindos da Europa. “Nós conseguimos manter esse time porque tínhamos patrocínio e tudo o que há hoje no clube foi por causa dessa empresa que nos promoveu. Tinha acompanhamento médico e odontológico”, admite. Após a saída dos patrocinadores, só permaneceu a escolinha e o grupo principal teve que ser desmanchado. Ricardo passou a ajudar, mas apenas com o time de base do hóquei que acabou sendo o embrião da equipe que ganharia a taça contra o Sport Recife em 2011. “Naquele tempo, existia um inter-câmbio estudantil e uns portugueses que atuavam no continente europeu. Eles trei-navam no Corrêas para não perder o ritmo e jogaram o campeonato”.
Bucha conta que, sem dinheiro, real-mente fica difícil a realização de um tra-balho com mais qualidade e profissiona-
lismo. Segundo ele, todos são obrigados a se virar, economizando do próprio bolso e, por isso, é necessário que apareçam novos incentivadores. “Terá que ser feita algu-ma coisa no futuro. O material vai acabar e tem que ter grana para se repor. Acho que também falta mais interesse por par-te do governo e as empresas precisaram aparecer mais. Teria que ser feito como no vôlei, cuja uma organização patrocina o time”, diz acrescentando que a prefeitura colabora com as passagens para a disputa de torneios em outras regiões do país.
Jogadores
Jacson Nascimento integrou o elenco em 2006 e retornou ano passado para a dis-puta do Brasileiro. Para o atleta, no Brasil, o hóquei não tem a mesma estrutura de muitos clubes do primeiro mundo onde o esporte é mais valorizado. “Até mesmo aqui na América do Sul, países como Ar-gentina e Chile, dão uma ótima condição aos seus esportistas”. Assim como o téc-nico, ele acredita que a ausência de infra-estrutura interfere, e muito, nas partidas. Contribui para os atletas não renderem o ideal nas quadras. “Quando vamos a um campeonato, temos que passar por cima de todos esses aspectos. Fomos vitoriosos em 2011 sem ter condições adequadas”.
Da mesma forma, pensa Sahmi Henri-
que da Conceição Pacheco, 16. “Mesmo sendo bicampeão, tento me manter no hóquei. É um esporte caro. Sobrevive-mos sem patrocínio. Nós conseguimos o segundo lugar no campeonato juvenil sem muito apoio”, conta. O jovem salienta que a equipe sempre tem a colaboração do próprio presidente Marco Antonio Motta. Ainda de acordo com ele, a manutenção vem do orçamento do clube. O time, se-gundo Henrique, é bom e está preparado para brigar por qualquer título, ainda que com dificuldades. Para ele, todos estão empenhados em se destacar cada vez mais no esporte. “Nós somos os únicos no Es-tado do Rio. Petrópolis tem uma tradição muito grande, mas pouca gente sabe”, conclui.
Ao menos cinco integrantes do femini-no estão atuando na Seleção Brasileira e no masculino, o Jacson (Nascimento). A determinação permanece sempre visando o prazer em competir. “Mesmo com os contratempos vamos tentando conservar o grupo. Não temos espaço. Os troféus ficam junto com as ferramentas e o ma-terial. Entramos em qualquer etapa para competir”. Na opinião dele, apesar do comprometimento, o desinteresse da ini-ciativa privada em investir afeta direta ou indiretamente o rendimento. “Prejudica, porque na maioria dos casos, até as cate-gorias de base recebem para treinar. Então
ATLETAS
A falta de estrutura pode
prejudicar o desempenho
do time dentro de quadra.
Para o jogador Jacson Nascimento, a paixão pelo esporte faz com que os atletas superem os obstáculos estruturais resultando no bom desempenho da equipe durante as competições
SEM ESPAÇO
Devido à carência de infraestrutura,
os equipamentos são obrigados a
fi car em um único lugar
chegamos aqui sem incentivo financeiro”, expõe.
Para os jovens, é mais complicado ter que conciliar o trabalho, os estudos e a ativi-dade esportiva. Marcinho Gomes, 17, é um deles. Há seis anos no clube, diz ser muito ruim ter que treinar sem qualquer tipo de
estrutura. “Nós viemos porque gostamos. Do contrário, não estaríamos aqui”, decla-ra. O grupo gasta com passagem de ônibus para ir ao local e se depara com equipamen-tos obsoletos. “O material atrapalha muito também. Ao viajar, temos que ficar pedindo dinheiro, procurando patrocinadores. Pas-samos um aperto grande, mas adoramos o hóquei”. A esperança agora é a torcida por um futuro promissor. “Vamos ver se apare-ce algum parceiro”, torce.
Poder público
A secretaria de Esporte destinou uma pequena verba para ajudar o hóquei do Es-porte Clube Corrêas. Era uma divisão do projeto “Canhotinha de Ouro”. A entidade deveria receber R$ 3 mil, todavia, por não ter legitimidade, devido à falta de certidões e dívidas junto aos tributos municipais, es-taduais e federais, tiveram dificuldade de obter a quantia. “Foi feita uma proposição que fosse repassado para a Liga Petropo-litana de Desportos e esta encaminhasse
para eles. Só que a entidade também não está com legitimidade. Daí buscou-se a alternativa de um instituto e esse proces-so está em tramitação junto à secretaria de Educação porque o ‘Canhotinha’ era desta pasta”, esclarece o secretário de Esporte e Lazer, Carlos Alberto Lanceta.
Mesmo com recursos escassos, a secretaria teve como amparar na competição realizada em Petrópolis e na viagem para Sertãozinho. Este socorro, por sinal, tem sido contundente através de repasses feitos pela secretaria de Fazenda. Carlos Alberto Lanceta espera que, a partir da nova constituição da lei orgânica do município, e do Fundel (Fundo Municipal de Desenvolvimento do Esporte e Lazer), possa ajudar este ano de forma mais eficaz. “Dentro da divisão de recursos do Fundel, que é a lei específica 6.766, o dinheiro é carimbado. Trinta por cento será para o esporte educacional e o comunitário. Outra parte, 40%, para o desporto. Poderia colaborar se eu tivesse essa verba, mas não tenho”, finalizou o secretário.
CARLOS ALBERTO LANCETA
Secretário de Esportes diz que
espera poder ajudar o clube
com mais efi ciência no futuro
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composto por jogadores em nível de se-leção e outros vindos da Europa. “Nós conseguimos manter esse time porque tínhamos patrocínio e tudo o que há hoje no clube foi por causa dessa empresa que nos promoveu. Tinha acompanhamento médico e odontológico”, admite. Após a saída dos patrocinadores, só permaneceu a escolinha e o grupo principal teve que ser desmanchado. Ricardo passou a ajudar, mas apenas com o time de base do hóquei que acabou sendo o embrião da equipe que ganharia a taça contra o Sport Recife em 2011. “Naquele tempo, existia um inter-câmbio estudantil e uns portugueses que atuavam no continente europeu. Eles trei-navam no Corrêas para não perder o ritmo e jogaram o campeonato”.
Bucha conta que, sem dinheiro, real-mente fica difícil a realização de um tra-balho com mais qualidade e profissiona-
lismo. Segundo ele, todos são obrigados a se virar, economizando do próprio bolso e, por isso, é necessário que apareçam novos incentivadores. “Terá que ser feita algu-ma coisa no futuro. O material vai acabar e tem que ter grana para se repor. Acho que também falta mais interesse por par-te do governo e as empresas precisaram aparecer mais. Teria que ser feito como no vôlei, cuja uma organização patrocina o time”, diz acrescentando que a prefeitura colabora com as passagens para a disputa de torneios em outras regiões do país.
Jogadores
Jacson Nascimento integrou o elenco em 2006 e retornou ano passado para a dis-puta do Brasileiro. Para o atleta, no Brasil, o hóquei não tem a mesma estrutura de muitos clubes do primeiro mundo onde o esporte é mais valorizado. “Até mesmo aqui na América do Sul, países como Ar-gentina e Chile, dão uma ótima condição aos seus esportistas”. Assim como o téc-nico, ele acredita que a ausência de infra-estrutura interfere, e muito, nas partidas. Contribui para os atletas não renderem o ideal nas quadras. “Quando vamos a um campeonato, temos que passar por cima de todos esses aspectos. Fomos vitoriosos em 2011 sem ter condições adequadas”.
Da mesma forma, pensa Sahmi Henri-
que da Conceição Pacheco, 16. “Mesmo sendo bicampeão, tento me manter no hóquei. É um esporte caro. Sobrevive-mos sem patrocínio. Nós conseguimos o segundo lugar no campeonato juvenil sem muito apoio”, conta. O jovem salienta que a equipe sempre tem a colaboração do próprio presidente Marco Antonio Motta. Ainda de acordo com ele, a manutenção vem do orçamento do clube. O time, se-gundo Henrique, é bom e está preparado para brigar por qualquer título, ainda que com dificuldades. Para ele, todos estão empenhados em se destacar cada vez mais no esporte. “Nós somos os únicos no Es-tado do Rio. Petrópolis tem uma tradição muito grande, mas pouca gente sabe”, conclui.
Ao menos cinco integrantes do femini-no estão atuando na Seleção Brasileira e no masculino, o Jacson (Nascimento). A determinação permanece sempre visando o prazer em competir. “Mesmo com os contratempos vamos tentando conservar o grupo. Não temos espaço. Os troféus ficam junto com as ferramentas e o ma-terial. Entramos em qualquer etapa para competir”. Na opinião dele, apesar do comprometimento, o desinteresse da ini-ciativa privada em investir afeta direta ou indiretamente o rendimento. “Prejudica, porque na maioria dos casos, até as cate-gorias de base recebem para treinar. Então
ATLETAS
A falta de estrutura pode
prejudicar o desempenho
do time dentro de quadra.
Para o jogador Jacson Nascimento, a paixão pelo esporte faz com que os atletas superem os obstáculos estruturais resultando no bom desempenho da equipe durante as competições
SEM ESPAÇO
Devido à carência de infraestrutura,
os equipamentos são obrigados a
fi car em um único lugar
chegamos aqui sem incentivo financeiro”, expõe.
Para os jovens, é mais complicado ter que conciliar o trabalho, os estudos e a ativi-dade esportiva. Marcinho Gomes, 17, é um deles. Há seis anos no clube, diz ser muito ruim ter que treinar sem qualquer tipo de
estrutura. “Nós viemos porque gostamos. Do contrário, não estaríamos aqui”, decla-ra. O grupo gasta com passagem de ônibus para ir ao local e se depara com equipamen-tos obsoletos. “O material atrapalha muito também. Ao viajar, temos que ficar pedindo dinheiro, procurando patrocinadores. Pas-samos um aperto grande, mas adoramos o hóquei”. A esperança agora é a torcida por um futuro promissor. “Vamos ver se apare-ce algum parceiro”, torce.
Poder público
A secretaria de Esporte destinou uma pequena verba para ajudar o hóquei do Es-porte Clube Corrêas. Era uma divisão do projeto “Canhotinha de Ouro”. A entidade deveria receber R$ 3 mil, todavia, por não ter legitimidade, devido à falta de certidões e dívidas junto aos tributos municipais, es-taduais e federais, tiveram dificuldade de obter a quantia. “Foi feita uma proposição que fosse repassado para a Liga Petropo-litana de Desportos e esta encaminhasse
para eles. Só que a entidade também não está com legitimidade. Daí buscou-se a alternativa de um instituto e esse proces-so está em tramitação junto à secretaria de Educação porque o ‘Canhotinha’ era desta pasta”, esclarece o secretário de Esporte e Lazer, Carlos Alberto Lanceta.
Mesmo com recursos escassos, a secretaria teve como amparar na competição realizada em Petrópolis e na viagem para Sertãozinho. Este socorro, por sinal, tem sido contundente através de repasses feitos pela secretaria de Fazenda. Carlos Alberto Lanceta espera que, a partir da nova constituição da lei orgânica do município, e do Fundel (Fundo Municipal de Desenvolvimento do Esporte e Lazer), possa ajudar este ano de forma mais eficaz. “Dentro da divisão de recursos do Fundel, que é a lei específica 6.766, o dinheiro é carimbado. Trinta por cento será para o esporte educacional e o comunitário. Outra parte, 40%, para o desporto. Poderia colaborar se eu tivesse essa verba, mas não tenho”, finalizou o secretário.
CARLOS ALBERTO LANCETA
Secretário de Esportes diz que
espera poder ajudar o clube
com mais efi ciência no futuro
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Dizem por aí que a cobiça por motos é algo inexplicável. Não é simplesmente um meio de transporte, mas um instrumento de admiração ou adoração e até mesmo de classe, entre variados grupos de pessoas, principalmente, se a maioria deles é formada por homens. Agora, imagine esse entusiasmo transformado em uma vasta coleção que reúne diferenciados modelos.
Da monareta em diante
FOTOS REVISTA ONPOR JOSÉ ÂNGELO COSTA
SHU
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STO
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Em um enorme galpão situado na rua Cândido Portinari, no bairro Mosela, estão guardadas as 80 motocicletas que fazem
parte da coleção do gerente de importa-ção e exportação de uma empresa que faz manutenção em motores de aviões, Guaraci de Oliveira e Silva. A maioria delas é importada do Japão e foi restau-rada com os itens originais. O petropo-litano revela que a paixão por veículos em duas rodas vem de berço, pois desde criança é apaixonado pelo negócio, além de ter herdado o gosto do pai.
A ideia de reunir marcas antigas come-çou por volta de 1987, quando na com-panhia de outra pessoa, visitou um ferro--velho no distrito de Itaipava em busca de peças para carro. Chegando ao local, deparou-se com uma moto pequena que lá estava e decidiu levá-la para casa. De tan-to mexer nesse tradicional meio de trans-porte, se deu conta de como seria interes-sante colecionar modelos clássicos, entre eles Honda, Yamaha, Suzuki e Kawazaki.
Por muitos anos, as raridades ficaram entulhadas na garagem de apenas 100 m na residência do próprio Guaraci. Pensando na mobilidade, aumento da demanda e ver-satilidade do negócio, adquiriu, em abril do ano passado, o galpão, onde antes funcio-nava uma gráfica. O novo espaço, com 600
m de extensão, tornou-se mais apropriado para abrigar confortavelmente a coleção. “As motos estavam apertadas, umas nas outras. Agora, separadas aqui, tem até como você circular. Ficou mais visual”, garante. Desde então, o empreendimento acabou virando um ponto de encontro en-tre amigos e conhecidos, que aproveitam a oportunidade para bater papo sobre o as-sunto. De sexta a sábado, o colecionador recebe várias pessoas. Ele sempre apro-veita para adquirir novos conhecimentos através das dicas dadas por colegas que conhecem ou vislumbram motocicletas.
Almejando um caminho mais rentável e amplamente atrativo, está em andamento o projeto de implantação do primeiro mu-seu de Petrópolis especializado neste ramo. Tudo foi planejado visando colocá-lo em atividade muito em breve. “Espero que fi-que pronto nos próximos meses o alvará do município. A ideia é criar uma entrada, um roteiro para a cidade e ter lucro. Se eu con-seguir manter isso aqui aberto e o pessoal pagando, já vai ser ótimo”, acredita. Quem
EXPECTATIVA
O colecionador aguarda apenas o alvará do
município para poder, enfi m, abrir o museu de
motocicletas antigas, o primeiro da Petrópolis
O galpão de 600 m guarda a coleção de 80 motocicletas
PAPO DE COLECIONADOR
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Dizem por aí que a cobiça por motos é algo inexplicável. Não é simplesmente um meio de transporte, mas um instrumento de admiração ou adoração e até mesmo de classe, entre variados grupos de pessoas, principalmente, se a maioria deles é formada por homens. Agora, imagine esse entusiasmo transformado em uma vasta coleção que reúne diferenciados modelos.
Da monareta em diante
FOTOS REVISTA ONPOR JOSÉ ÂNGELO COSTA
Em um enorme galpão situado na rua Cândido Portinari, no bairro Mosela, estão guardadas as 80 motocicletas que fazem
parte da coleção do gerente de importa-ção e exportação de uma empresa que faz manutenção em motores de aviões, Guaraci de Oliveira e Silva. A maioria delas é importada do Japão e foi restau-rada com os itens originais. O petropo-litano revela que a paixão por veículos em duas rodas vem de berço, pois desde criança é apaixonado pelo negócio, além de ter herdado o gosto do pai.
A ideia de reunir marcas antigas come-çou por volta de 1987, quando na com-panhia de outra pessoa, visitou um ferro--velho no distrito de Itaipava em busca de peças para carro. Chegando ao local, deparou-se com uma moto pequena que lá estava e decidiu levá-la para casa. De tan-to mexer nesse tradicional meio de trans-porte, se deu conta de como seria interes-sante colecionar modelos clássicos, entre eles Honda, Yamaha, Suzuki e Kawazaki.
Por muitos anos, as raridades ficaram entulhadas na garagem de apenas 100 m na residência do próprio Guaraci. Pensando na mobilidade, aumento da demanda e ver-satilidade do negócio, adquiriu, em abril do ano passado, o galpão, onde antes funcio-nava uma gráfica. O novo espaço, com 600
m de extensão, tornou-se mais apropriado para abrigar confortavelmente a coleção. “As motos estavam apertadas, umas nas outras. Agora, separadas aqui, tem até como você circular. Ficou mais visual”, garante. Desde então, o empreendimento acabou virando um ponto de encontro en-tre amigos e conhecidos, que aproveitam a oportunidade para bater papo sobre o as-sunto. De sexta a sábado, o colecionador recebe várias pessoas. Ele sempre apro-veita para adquirir novos conhecimentos através das dicas dadas por colegas que conhecem ou vislumbram motocicletas.
Almejando um caminho mais rentável e amplamente atrativo, está em andamento o projeto de implantação do primeiro mu-seu de Petrópolis especializado neste ramo. Tudo foi planejado visando colocá-lo em atividade muito em breve. “Espero que fi-que pronto nos próximos meses o alvará do município. A ideia é criar uma entrada, um roteiro para a cidade e ter lucro. Se eu con-seguir manter isso aqui aberto e o pessoal pagando, já vai ser ótimo”, acredita. Quem
EXPECTATIVA
O colecionador aguarda apenas o alvará do
município para poder, enfi m, abrir o museu de
motocicletas antigas, o primeiro da Petrópolis
O galpão de 600 m guarda a coleção de 80 motocicletas
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visita o espaço tem a oportunidade de observar a criatividade do colecionador. Nas paredes ao fundo do imóvel, um pai-nel exibe fotos que destacam o motoci-clismo, todas extraídas de revistas e ca-tálogos como forma de chamar a atenção do público. Em outro ponto, foi montado um mini-bar com TV de LCD, mesas e cadeiras para oferecer mais comodidade aos visitantes.
Uma das novidades da própria coleção é uma área implantada nas instalações do fu-turo museu, onde Guaraci pode fazer a res-tauração dos veículos. Ela apresenta todo o estilo de uma oficina mecânica tradi-cional, com ferramentas e outros equipa-mentos essenciais para o reparo das mo-tocicletas. Com a ajuda de um auxiliar, o colecionador consegue deixá-las pratica-mente do jeito em que foram fabricadas. “Eu tenho o Otávio que trabalha comigo há sete anos. É o meu braço direito. Tá sempre fazendo a manutenção, deixando limpas as motos e a oficina também”. O colecionador ainda revela que pretende reformar motos de terceiros. “É o meu sá-bado. Fico o dia inteiro aqui, só fazendo a conservação de alguma coisa, desmontan-do outra e vendo detalhes”, frisa.
Quanto à aquisição das motos, diz pre-ferir comprá-las através de sites na internet pelo fator preço. “Adquiro pra acabar de montar, porque não consigo muita coisa aqui no Brasil, devido aos modelos serem importados. No país, acaba sendo um pre-
ço mais caro. Tem gente que vem aqui e também oferece. Geralmente, comenta que tem um amigo e pergunta se interessa”, re-vela. “Estou sempre escutando as pessoas para tentar aproximar ao máximo e ter um negócio dedicado, a cópia fiel de quando foram lançados os motociclos”, acrescenta.
Amigos
Guaraci de Oliveira e Silva sempre dei-xou claro, durante a entrevista, o prazer em compartilhar seu gosto pessoal com os ami-gos, além de trocar ideias sobre o assunto. Um deles é Ralf Kyllar, diretor de uma loja de motocicletas em Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense. Na condição de co-nhecedor do ramo, acredita no sucesso do projeto do colega petropolitano. “É uma coisa que se expande no Brasil inteiro. A gente sempre dá orientações para ele, por-que temos mais experiência. Com certeza, vai dar certo”, confia. Sobre a abertura do museu, Ralf também avalia positivamente a iniciativa pelo fato de ser algo inovador e um novo atrativo para a cidade. “É algo bem diferente dos museus de Petrópolis. Interage com o novo e o antigo. Acredito que vai se renovando a cada dia”, assegura.
Família
A concretização de se tornar cole-cionador não foi uma das mais fáceis tarefas. Para isso, Guaraci recebeu toda a ajuda necessária, principalmente dos familiares. Neste grupo, um personagem destaca-se: Lorival de Oliveira e Silva, 81 anos, pai do colecionador. Visando a felicidade do filho, fez de tudo na tenta-tiva de obter os recursos indispensáveis para organizar o acervo. “Não tenha dú-vida, nós demos muita força a ele, inclu-sive na época que estava para comprar o galpão. Eu tinha um apartamento lá em Peró. Falei que se precisasse eu me desfazia dele, pois a vontade de arrumar o espaço era grande. Fizemos uma reunião e minha filha também tinha imóvel e ven-deu. Assim, fomos juntando dinheiro. Eu não acreditava que iria conseguir”.
Recordando a linha do tempo, o aposen-
INSTALAÇÕES
Ao todo, o galpão possui 600 metros
de extensão é tornou-se ideal para
abrigar as 80 motocicletas
INOVAÇÃO
Esta é a pequena ofi cina montada
para fazer a restauração da coleção
tado revela fatos curiosos sobre a vida do filho desde a juventude e os primeiros con-tatos com motos. “Ele tinha a monareta que havíamos dado para ele. Isso foi em 1980, quando tinha 13 anos, comprei a motoci-cleta e daí passou a andar nela. O resul-tado é que tomou conta. Parei de ir ao
trabalho com ela e deixei com ele. Este foi o início de tudo”, desvenda. Lorival acompanhou todo o progresso da cole-ção e também ajudou a desenvolvê-la. “A primeira que veio foi uma adquirida no ferro-velho. A segunda, fomos em Corrêas porque eu queria comprar um
Jipe. Chegamos em um posto e vimos uma moto antiga vermelhinha. Daí eu perguntei se o cara vendia. O rapaz disse que sim e levamos a moto. Deste dia em diante, iniciou tudo”, relata.
Detalhes
Segundo Lorival, o filho sempre res-taura as motocicletas conforme os pa-drões tradicionais de fabricação e não admite que nada esteja engatilhado, como se diz popularmente. “O negócio dele é colocar peça original. Inclusive, tem até uma pessoa que faz para ele. Eu fico admirado. Até para-lama, cano de descarga, o sujeito já fez perfeitinho. Igual você não acha para comprar. Gua-raci já foi duas vezes no Uruguai buscar peças, porque lá ainda existe. Tem muita moto velha lá. Ele pegou amizade com uma mulher que vende peças de moto. Ele falou que fica às vezes três ou quatro horas conversando com ela”, revelou o aposentado.
IMPORTADAS
Quem visitar o galpão terá a chance de
curtir modelos japoneses tradicionais
como Honda, Yamaha e Suzuki
PAPO DE COLECIONADOR
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visita o espaço tem a oportunidade de observar a criatividade do colecionador. Nas paredes ao fundo do imóvel, um pai-nel exibe fotos que destacam o motoci-clismo, todas extraídas de revistas e ca-tálogos como forma de chamar a atenção do público. Em outro ponto, foi montado um mini-bar com TV de LCD, mesas e cadeiras para oferecer mais comodidade aos visitantes.
Uma das novidades da própria coleção é uma área implantada nas instalações do fu-turo museu, onde Guaraci pode fazer a res-tauração dos veículos. Ela apresenta todo o estilo de uma oficina mecânica tradi-cional, com ferramentas e outros equipa-mentos essenciais para o reparo das mo-tocicletas. Com a ajuda de um auxiliar, o colecionador consegue deixá-las pratica-mente do jeito em que foram fabricadas. “Eu tenho o Otávio que trabalha comigo há sete anos. É o meu braço direito. Tá sempre fazendo a manutenção, deixando limpas as motos e a oficina também”. O colecionador ainda revela que pretende reformar motos de terceiros. “É o meu sá-bado. Fico o dia inteiro aqui, só fazendo a conservação de alguma coisa, desmontan-do outra e vendo detalhes”, frisa.
Quanto à aquisição das motos, diz pre-ferir comprá-las através de sites na internet pelo fator preço. “Adquiro pra acabar de montar, porque não consigo muita coisa aqui no Brasil, devido aos modelos serem importados. No país, acaba sendo um pre-
ço mais caro. Tem gente que vem aqui e também oferece. Geralmente, comenta que tem um amigo e pergunta se interessa”, re-vela. “Estou sempre escutando as pessoas para tentar aproximar ao máximo e ter um negócio dedicado, a cópia fiel de quando foram lançados os motociclos”, acrescenta.
Amigos
Guaraci de Oliveira e Silva sempre dei-xou claro, durante a entrevista, o prazer em compartilhar seu gosto pessoal com os ami-gos, além de trocar ideias sobre o assunto. Um deles é Ralf Kyllar, diretor de uma loja de motocicletas em Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense. Na condição de co-nhecedor do ramo, acredita no sucesso do projeto do colega petropolitano. “É uma coisa que se expande no Brasil inteiro. A gente sempre dá orientações para ele, por-que temos mais experiência. Com certeza, vai dar certo”, confia. Sobre a abertura do museu, Ralf também avalia positivamente a iniciativa pelo fato de ser algo inovador e um novo atrativo para a cidade. “É algo bem diferente dos museus de Petrópolis. Interage com o novo e o antigo. Acredito que vai se renovando a cada dia”, assegura.
Família
A concretização de se tornar cole-cionador não foi uma das mais fáceis tarefas. Para isso, Guaraci recebeu toda a ajuda necessária, principalmente dos familiares. Neste grupo, um personagem destaca-se: Lorival de Oliveira e Silva, 81 anos, pai do colecionador. Visando a felicidade do filho, fez de tudo na tenta-tiva de obter os recursos indispensáveis para organizar o acervo. “Não tenha dú-vida, nós demos muita força a ele, inclu-sive na época que estava para comprar o galpão. Eu tinha um apartamento lá em Peró. Falei que se precisasse eu me desfazia dele, pois a vontade de arrumar o espaço era grande. Fizemos uma reunião e minha filha também tinha imóvel e ven-deu. Assim, fomos juntando dinheiro. Eu não acreditava que iria conseguir”.
Recordando a linha do tempo, o aposen-
INSTALAÇÕES
Ao todo, o galpão possui 600 metros
de extensão é tornou-se ideal para
abrigar as 80 motocicletas
INOVAÇÃO
Esta é a pequena ofi cina montada
para fazer a restauração da coleção
tado revela fatos curiosos sobre a vida do filho desde a juventude e os primeiros con-tatos com motos. “Ele tinha a monareta que havíamos dado para ele. Isso foi em 1980, quando tinha 13 anos, comprei a motoci-cleta e daí passou a andar nela. O resul-tado é que tomou conta. Parei de ir ao
trabalho com ela e deixei com ele. Este foi o início de tudo”, desvenda. Lorival acompanhou todo o progresso da cole-ção e também ajudou a desenvolvê-la. “A primeira que veio foi uma adquirida no ferro-velho. A segunda, fomos em Corrêas porque eu queria comprar um
Jipe. Chegamos em um posto e vimos uma moto antiga vermelhinha. Daí eu perguntei se o cara vendia. O rapaz disse que sim e levamos a moto. Deste dia em diante, iniciou tudo”, relata.
Detalhes
Segundo Lorival, o filho sempre res-taura as motocicletas conforme os pa-drões tradicionais de fabricação e não admite que nada esteja engatilhado, como se diz popularmente. “O negócio dele é colocar peça original. Inclusive, tem até uma pessoa que faz para ele. Eu fico admirado. Até para-lama, cano de descarga, o sujeito já fez perfeitinho. Igual você não acha para comprar. Gua-raci já foi duas vezes no Uruguai buscar peças, porque lá ainda existe. Tem muita moto velha lá. Ele pegou amizade com uma mulher que vende peças de moto. Ele falou que fica às vezes três ou quatro horas conversando com ela”, revelou o aposentado.
IMPORTADAS
Quem visitar o galpão terá a chance de
curtir modelos japoneses tradicionais
como Honda, Yamaha e Suzuki
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Realizado entre os dias 02 e 05 de fevereiro, o Festival MPB Petrópolis ofereceu encontros inusitados no palco do The-
atro dom Pedro com importantes nomes da atual geração da Música Popular Bra-sileira. O cantor, compositor e arranjador Danilo Caymmi, filho do eterno ídolo Do-rival Caymmi, foi o escolhido para fazer o show de abertura do evento. Na com-panhia do contrabaixista Ney Conceição, considerado um dos maiores do país e do mundo, interpretou várias canções pres-tando uma homenagem ao pai. As pessoas lotaram as cadeiras na parte de baixo do teatro para acompanhar a apresentação. A cantora Mako, uma simpática e talen-tosa japonesa, porém com alma brasileira, destacou-se no segundo dia, dividindo es-paço com Roberto Menescal, Wanda Sá e Pian Orquestra.
Dando procedência, Nuno Netto, visto como um artista popular iniciou o tercei-ro dia, mas foi Leila Maria quem exalou emoção no palco com sua capacidade de improvisação adquirida no Jazz. O encer-ramento da jornada musical ocorreu em pleno domingo de verão, com muito ca-lor e sol, mas que nem assim espantou os petropolitanos. Como parte da alteração feita no roteiro, o Trio Dubrá, um grupo de jovens artistas representando o valor da tradição local, tocou às 18h. A missão de fechar o festival ficou com Marcelo Powell e Thais Motta. Eles homenage-aram a Banda Powell e ofereceram, aos admiradores, uma releitura de clássicos da composição nacional. Canções como
Berimbau foram explora-das ritmicamente na parte vocal e instrumental.
Criado pela Promove Arte e Eventos, o MPB surgiu a partir de um las-tro do Petrópolis Jazz e Blues, evento ocorrido em outubro de 2011, consi-derado sucesso devido ao foco turístico do municí-pio, assistido por pessoas de várias partes do Brasil e também da Argentina. “Isso nos demonstrou que, no segmento de um proje-to com caráter de festival, chama a atenção do público, cria um cli-ma ‘festivo-cultural’ e também pomove o desenvolvimento econômico da cidade. Todos esses fatores fizeram que tomásse-mos esse rumo”, afirma o produtor Edigar Silva. Segundo ele, a iniciativa começou a ser organizada logo após o término do Jazz e Blues e a escolha de fevereiro, pelo fato de a região ter mais uma atividade al-ternativa, antecipando o carnaval. “Tenta-mos trabalhar em caráter de antecedência para que tudo funcionasse bem”, frisa.
A seleção do espaço físico que sediou as atra-ções musicais também foi algo estrategicamente pensado. O organizador preocupou-se com a pos-sibilidade de ocorrência de fortes chuvas, além de oferecer comodidade para as pessoas. “Mas não é só por isso. Foi uma questão de explorar os espaços de Petrópolis. Uma das coi-sas que a gente tem ideia é não colocar o evento só em um determinado lo-cal, mas sim usar espaços
do Centro até o final de Itaipava. Assim, beneficiamos a população e o comércio. Essa é a proposta”, comenta Edigar. Na avaliação da produtora Ana Paula Teixei-ra, quem compareceu ao festival demons-trou satisfação ao curtir uma atração cul-tural diferente. “Fizemos todo o possível para divulgar esse evento e a programação foi escolhida a dedo. Eu gostei e as pessoas que vieram também. A gente quer manter, levantar a bandeira da boa música e valori-zá-la cada vez mais”, garante.
Festival MPB reuniunova geração de artistas
“Acho importante para a Região Serrana ter um evento cultural desta natureza”,Danilo Candido Tostes Caymmi
TRADIÇÃO LOCAL
O Trio Dubrá, grupo de jovens cantores com raízes
petropolitanas, se destacou no início do show de encerramento
ORGANIZADOR
O produtor Edigar Silva
planejou o MPB Petrópolis
seguindo a iniciativa do Jazz
e Blues Festival, realizado
em outubro do ano passado
POR JOSÉ ÂNGELO COSTA FOTOS REVISTA ON
ACONTECEU
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Segundo ela, o município é muito rico culturalmente e está estrategicamente situado próximo ao Rio de Janeiro, facilitando a diversificação deste tipo de iniciativa. “Acho que temos que ter cada vez mais produções desta nature-za aqui. O potencial é muito grande. Vamos voltar com a segunda edição do Jazz e Blues, que foi em outubro do ano passado. Temos mais planos para a cidade”. Quanto à realização de um segundo MPB, Ana Paula confirma a ideia, todavia, serão necessários ajustes para que a recep-tividade do público seja melhor ainda. “Acho que nesta época, algumas coisas influenciaram. Por causa do perío-do de pré-carnaval, muitas coisas acontecem e as pessoas vão se programando. Além disso, tem o pessoal voltando de férias. Foi bom esse amadurecimento e sentimos o fe-edback”, esclarece.
Participantes
Nascido em 7 de março de 1948, Danilo Candido Tos-tes Caymmi iniciou a carreira artística ainda na adoles-cência tocando flauta e violão. O seu primeiro trabalho registrado como compositor foi a música “De Brincadei-ra”, feita em parceria com Edmundo Souto e interpretada por Mário Castro Neves em 1967. Daí em diante, se des-tacou entre os maiores nomes das canções populares. Ao ser convidado para participar do MPB Petrópolis, o artista ressaltou o valor do festival para a cidade. “Eu acho im-portante para a Região Serrana ter um evento cultural des-
RECEPTIVIDADE
Os petropolitanos marcaram presença
para acompanhar as atrações
ta natureza, já que passou por uma visibilidade não muito agradável das chuvas de 2011. Então, isso funcionou até como um bálsamo trazendo uma música boa e de qualidade que minha família sempre pretende fa-zer nas gerações. É com prazer enorme e redobrado que estamos aqui”, salientou.
A cantora japonesa Mako mostrou-se satisfeita em poder fazer parte de um show voltado para a música popular e ao final de sua exibição no palco revelou a impressão diante do público. “No início fiquei meio preocupada, mas acredito que todo mundo tenha curtido. Achei mara-vilhoso, um máximo e tomara que continuem a fazê-lo”, disse. Assim como os demais artistas, o instrumentista Marcelo Powell, que encerrou o festival, acredita no potencial do município e na possibilidade de que o evento possa galgar caminhos progressistas no futuro. “Com certeza, isso pode contribuir muito e eu torço para que isso aconteça para que haja um incentivo ainda maior e que ocorra de uma maneira mais frequente. Digamos anualmente, mês a mês ou semanalmente até”, concluiu.
50 revistaon.com.br
Na gastronomia mundial exis-tem pratos que ultrapassam o tempo e se tornam len-dários. Um deles é o prato
italiano Carpaccio, criado no famoso Harry´s Bar em Veneza, Itália.
No ano de 1930, o americano Harry Pickering, com sua tia e o namorado dela, hospedaram-se no luxuoso Hotel Europa-Britannia, em Veneza, para uma temporada de férias. Frequentavam dia-riamente o Bar, onde Giuseppe Cipriani preparava drinks para os clientes. Passa-dos dois meses, a tia e o namorado desa-pareceram depois de uma briga e aban-donaram Harry com uma dívida imensa. Logicamente, ele deixou de frequentar o local. Cipriani percebeu que o problema de seu cliente e amigo era financeiro.
Com pena desse jovem americano, co-locou à sua disposição o dinheiro que ha-via poupado. Com esse montante, Harry pagou as despesas com o hotel e cruzou o Atlântico de volta a sua terra. Tempos depois o jovem regressou, saldou sua dívida e como forma de agradecimento, entregou-lhe mais 30 mil liras. Era capital mais que suficiente para, juntos, poderem abrir o bar que Cipriani tanto sonhava...
O bar foi batizado de Harry´s Bar, na Via Vallaresso, número 11.323, próxi-mo ao embarcadouro de San Marco. Logo, o Harry`s se transfor-
mou em um sucesso. Dentre os frequen-tadores famosos estão: Orson Welles, Aristóteles Onassis, Truman Capote, Peggy Guggenheim, Charlie Chaplin, Barbara Hutton e mais cabeças coroadas da Europa como Afonso 13 da Espanha, Rainha Guilhermina dos Países Baixos, Rei Paulo da Grécia e até mesmo Lady Diana e o Príncipe Charles.
Entre as criações preparadas por Giu-seppe Cipriani, encontram-se bebidas simples, mas geniais como o Bellini e o Tiziano. No entanto, a criação mais famo-sa é o Carpaccio. Ele foi inventado para a cliente e amiga Condessa Amália Nani Mocenigo, que teve prescrição médica de uma dieta rica em carne crua, para curar sua anemia. Hoje, embora esse prato seja servido com diferentes molhos, encontra--se em quase todos os cardápios italianos e em vários países. É com muito carinho que brindamos você com as receitas ori-ginais do Carpaccio e do Bellini. Salute!
60 ml de maionese fresca
3 colheres de creme de leite
1 colher de chá de mostarda ou gotas de
limão
1 colher de chá de molho inglês
Pimenta branca moída
300g de Carpaccio (fatias fi nas)
Rúcola para guarnecer
Para acompanhar, o Bellini. Essa bebida também foi criada por Giuseppe Cipriani.Em sua composição: três pêssegos frescos batidos no liquidificador e 200 ml de prosecco gelado.O preparo é fácil. Basta despejar os pêssegos batidos num copo gelado. Depois encha com prosecco e sirva imediatamente.
PORÇÃO PARA UMA PESSOA BEBIDA
Carpaccio di Cipriani Finíssimas fatias de carne crua, com uma maionese temperada com limão, creme de leite, molho inglês, sal e pimenta branca moída.
Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia [email protected]
Luiz Cesar Turismólogo estudioso da culinária [email protected]
pagou as despesas com o hotel e cruzou o Atlântico de volta a sua terra. Tempos depois o jovem regressou, saldou sua dívida e como forma de agradecimento, entregou-lhe mais 30 mil liras. Era capital mais que suficiente para, juntos, poderem abrir o bar que Cipriani tanto sonhava...
O bar foi batizado de Harry´s Bar, na Via Vallaresso, número 11.323, próxi-mo ao embarcadouro de San Marco. Logo, o Harry`s se transfor-
ginais do Carpaccio e do Bellini. Salute!
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Olá
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Desde
1853 v
ocê não
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SE FOR DIRIGIR, NÃO BEBA.
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Na gastronomia mundial exis-tem pratos que ultrapassam o tempo e se tornam len-dários. Um deles é o prato
italiano Carpaccio, criado no famoso Harry´s Bar em Veneza, Itália.
No ano de 1930, o americano Harry Pickering, com sua tia e o namorado dela, hospedaram-se no luxuoso Hotel Europa-Britannia, em Veneza, para uma temporada de férias. Frequentavam dia-riamente o Bar, onde Giuseppe Cipriani preparava drinks para os clientes. Passa-dos dois meses, a tia e o namorado desa-pareceram depois de uma briga e aban-donaram Harry com uma dívida imensa. Logicamente, ele deixou de frequentar o local. Cipriani percebeu que o problema de seu cliente e amigo era financeiro.
Com pena desse jovem americano, co-locou à sua disposição o dinheiro que ha-via poupado. Com esse montante, Harry pagou as despesas com o hotel e cruzou o Atlântico de volta a sua terra. Tempos depois o jovem regressou, saldou sua dívida e como forma de agradecimento, entregou-lhe mais 30 mil liras. Era capital mais que suficiente para, juntos, poderem abrir o bar que Cipriani tanto sonhava...
O bar foi batizado de Harry´s Bar, na Via Vallaresso, número 11.323, próxi-mo ao embarcadouro de San Marco. Logo, o Harry`s se transfor-
mou em um sucesso. Dentre os frequen-tadores famosos estão: Orson Welles, Aristóteles Onassis, Truman Capote, Peggy Guggenheim, Charlie Chaplin, Barbara Hutton e mais cabeças coroadas da Europa como Afonso 13 da Espanha, Rainha Guilhermina dos Países Baixos, Rei Paulo da Grécia e até mesmo Lady Diana e o Príncipe Charles.
Entre as criações preparadas por Giu-seppe Cipriani, encontram-se bebidas simples, mas geniais como o Bellini e o Tiziano. No entanto, a criação mais famo-sa é o Carpaccio. Ele foi inventado para a cliente e amiga Condessa Amália Nani Mocenigo, que teve prescrição médica de uma dieta rica em carne crua, para curar sua anemia. Hoje, embora esse prato seja servido com diferentes molhos, encontra--se em quase todos os cardápios italianos e em vários países. É com muito carinho que brindamos você com as receitas ori-ginais do Carpaccio e do Bellini. Salute!
60 ml de maionese fresca
3 colheres de creme de leite
1 colher de chá de mostarda ou gotas de
limão
1 colher de chá de molho inglês
Pimenta branca moída
300g de Carpaccio (fatias fi nas)
Rúcola para guarnecer
Para acompanhar, o Bellini. Essa bebida também foi criada por Giuseppe Cipriani.Em sua composição: três pêssegos frescos batidos no liquidificador e 200 ml de prosecco gelado.O preparo é fácil. Basta despejar os pêssegos batidos num copo gelado. Depois encha com prosecco e sirva imediatamente.
PORÇÃO PARA UMA PESSOA BEBIDA
Carpaccio di Cipriani Finíssimas fatias de carne crua, com uma maionese temperada com limão, creme de leite, molho inglês, sal e pimenta branca moída.
Bernadete Mattos Consultora graduada em gastronomia [email protected]
Luiz Cesar Turismólogo estudioso da culinária [email protected] JU
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SE FOR DIRIGIR, NÃO BEBA.
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Uruguai Capital Montevidéu Área 176.215 km² População 3,4 milhões (estimativa 2010) Moeda Peso uruguaio – 1,00 = R$ 0,09 Fuso Horário GMT-3
ArgentinaCapital Buenos Aires Área 2.780.092 km²População 40 milhões (estimativa 2010) Moeda Peso argentino – 1,00 = R$ 0,41 Fuso Horário GMT-3
VIAGEM DIÁRIO DE BORDO
urante muitos anos, vi circular Land Rover maravilhosos que aguçavam minha ima-ginação sobre viagens a destinos remotos. Uma sensação de plena liberdade. Hoje, com minha mulher, realizei quase todos os
sonhos do passado. Encontramos o que procurávamos por caminhos difíceis, de aventura, porém prazerosos. Guar-damos fotos e lembranças de viagens a Ushuaia na Argen-tina, Lençóis Maranhenses, Atacama, Pantanal, Machu--Pichu, Huaraz no Peru, Patagônia, Lima e tantos outros.
Desta vez, porém, decidimos por um roteiro urbano. Passamos por Guarujá, Nova Petrópolis, Gramado, Colônia de Sacramento, Carmelo, Buenos Aires, Montevidéu , Punta del Leste, Punta Ballenas no Uruguai, Morretes, Garopaba e Maresias. Roteiro para 27 dias de viagem e mais de 6.500km de estrada.
Após uma passagem por Guarujá, chegamos a Gramado na semana do Natal. Nas ruas, cobertas por iluminação e decoração espetaculares, centenas de turistas na ci-dade que se tornou referência natalina. O “Circuito Romântico”, pelas estradas da re-gião, é passeio obrigatório, bem como um almoço típico no restaurante Colina Verde.
Entrando no Uruguai, chegamos à Colônia do Sacramento, ex-pedaço do Brasil português. A cidade, parada no tempo, oferece um charme todo especial com restau-
DMurilo Galvão
Onde comer Colina Verde, em Nova
Petrópolis/RS - Refeição colonialSetentaesete, em Garopaba/SCMercado del Puerto, em Monte-vidéu - Carnes e peixesRestaurante do Teatro Sollis - Tradicional
O que fazer Off-road leve pelas lagoas
dos Patos e dos Peixes
Quando ir De setembro a dezembro ou de
abril a junho, quando as temperaturas são mais agradáveis
Como chegar Percurso no Brasil para uma
viagem mais rápida, pelas principais BR. Para melhor aproveitá-la, pelo interior do Paraná e Santa CatarinaNo Uruguai: entrar por Rivera ou Chui e seguir em direção a Colônia de Sacramento, pelo litoral (mais agradá-vel e caro) ou pelo interiorPara chegar a Buenos Aires: ferry--boat (o rápido cruza em aproximada-mente 60 minutos)
Onde fi car Punta Trouville Apart, em Montevidéu, tel: (598) 2712
0903, USD 110 a estadia diária para um casal com café da manhã - www.booking.comPousada El Capillo, em Colônia de Sacramento, USD 120 a estadia diária para um casal com café da manhã - www.booking.comBuenos Aires Design Hotel, tel: (54 11) 5237 3100Pousada Recanto das Palmeiras, em Nova Petrópolis, tel: (54) 3281 2288, R$230 a estadia diária para um casal
Museu de Arte Latino-americana de Buenos AiresFeira de Santelmo, em Buenos AiresTeatro Sollis, em MontevidéuCircuito Romântico, em Nova Petrópolis
Antes de viajar Seguro saúde e o seguro Carta
Verde para o auto, contra terceiros, obrigatório para todos os estrangeiros circulando no Mercosul (cerca de R$300 por 30 dias ou frações)
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ArgentinaCapital Buenos Aires Área 2.780.092 km²População 40 milhões (estimativa 2010) Moeda Peso argentino – 1,00 = R$ 0,41 Fuso Horário GMT-3
VIAGEM DIÁRIO DE BORDO
urante muitos anos, vi circular Land Rover maravilhosos que aguçavam minha ima-ginação sobre viagens a destinos remotos. Uma sensação de plena liberdade. Hoje, com minha mulher, realizei quase todos os
sonhos do passado. Encontramos o que procurávamos por caminhos difíceis, de aventura, porém prazerosos. Guar-damos fotos e lembranças de viagens a Ushuaia na Argen-tina, Lençóis Maranhenses, Atacama, Pantanal, Machu--Pichu, Huaraz no Peru, Patagônia, Lima e tantos outros.
Desta vez, porém, decidimos por um roteiro urbano. Passamos por Guarujá, Nova Petrópolis, Gramado, Colônia de Sacramento, Carmelo, Buenos Aires, Montevidéu , Punta del Leste, Punta Ballenas no Uruguai, Morretes, Garopaba e Maresias. Roteiro para 27 dias de viagem e mais de 6.500km de estrada.
Após uma passagem por Guarujá, chegamos a Gramado na semana do Natal. Nas ruas, cobertas por iluminação e decoração espetaculares, centenas de turistas na ci-dade que se tornou referência natalina. O “Circuito Romântico”, pelas estradas da re-gião, é passeio obrigatório, bem como um almoço típico no restaurante Colina Verde.
Entrando no Uruguai, chegamos à Colônia do Sacramento, ex-pedaço do Brasil português. A cidade, parada no tempo, oferece um charme todo especial com restau-
DMurilo Galvão
Onde comer Colina Verde, em Nova
Petrópolis/RS - Refeição colonialSetentaesete, em Garopaba/SCMercado del Puerto, em Monte-vidéu - Carnes e peixesRestaurante do Teatro Sollis - Tradicional
O que fazer Off-road leve pelas lagoas
dos Patos e dos Peixes
Quando ir De setembro a dezembro ou de
abril a junho, quando as temperaturas são mais agradáveis
Como chegar Percurso no Brasil para uma
viagem mais rápida, pelas principais BR. Para melhor aproveitá-la, pelo interior do Paraná e Santa CatarinaNo Uruguai: entrar por Rivera ou Chui e seguir em direção a Colônia de Sacramento, pelo litoral (mais agradá-vel e caro) ou pelo interiorPara chegar a Buenos Aires: ferry--boat (o rápido cruza em aproximada-mente 60 minutos)
Onde fi car Punta Trouville Apart, em Montevidéu, tel: (598) 2712
0903, USD 110 a estadia diária para um casal com café da manhã - www.booking.comPousada El Capillo, em Colônia de Sacramento, USD 120 a estadia diária para um casal com café da manhã - www.booking.comBuenos Aires Design Hotel, tel: (54 11) 5237 3100Pousada Recanto das Palmeiras, em Nova Petrópolis, tel: (54) 3281 2288, R$230 a estadia diária para um casal
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Antes de viajar Seguro saúde e o seguro Carta
Verde para o auto, contra terceiros, obrigatório para todos os estrangeiros circulando no Mercosul (cerca de R$300 por 30 dias ou frações)
rantes acolhedores, construções históri-cas e museus. Chivitos, peixes, carnes e o bom Tannat uruguaio não faltaram em nosso programa de três dias.
Buenos Aires foi a próxima parada e onde passamos o Natal. Apesar dos problemas econômicos do país, segue sofisticada e oferece muitas opções de lazer. Como já estivemos por lá muitas vezes, preferimos viver a vida da cida-de, sem preocupações típicas de turis-tas, como uma manhã de domingo na Recoleta, um garimpo na feira de San-telmo e uma visita ao Malba (Museu de Arte Latino-Americano).
Outra viagem no “buquebus” e já estávamos de volta ao Uruguai, desta vez, rumo a Montevidéu. A convivên-cia com o passado dá a marca da capi-tal uruguaia. Um almoço no Mercado del Puerto, uma visita ao Teatro Sollis e uma caminhada pela Costanera, são programas obrigatórios. Também ocu-pada por brasileiros, com eles dividimos o espaço na noite alegre do Réveillon.
Carrasco, Maldonado, Punta del Este,
Barra e San Ignácio são os balneários so-fisticados da costa uruguaia que esbanjam alegria, colorido e preços altos que não pa-recem assustar seus visitantes.
Em Punta Ballenas, uma visita a Casa Pueblo é um programa imperdível pela vista maravilhosa, exposições e a sim-patia do próprio artista, Carlos Vilaró, que nos recebeu e ofertou uma de suas serigrafias, devidamente autografada.
De volta ao Brasil, uma pequena aventura off-road pelas lagoas dos Patos e a dos Peixes, santuários de aves, com dunas e pequenas lagoas.
Morretes parece parada no tempo com seu casario colonial intocado e uma vida que passa sem contagem do tempo, diferente da nossa. Na saída, a bela estrada da Graciosa.
Garopaba e Maresias nos ofe-receram o descanso merecido na reta de chegada, após tantos qui-lômetros rodados. Já em casa, mais uma coletânea de fotos e lem-branças e, ainda com as malas por des-fazer, pensando na próxima ...
lagoa dos patos
cOLoNIA sACRAMENTO
54 revistaon.com.br54 revistaon.com.br
55revistaon.com.br 55revistaon.com.br
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Talita e SérgioData 21/01/2012 Cerimônia Sagrado Coração de Jesus - Vale do Cuiabá Recepção Quinta da Paz Resort
FOTOS CIA FOTOGRÁFICA / ÉZIO PHILOT E RODRIGO BITTENCOURT
ESPAÇO FESTAS
57revistaon.com.br
Talita e Sérgio se conheceram na escola, quando ainda estavam no ensino médio. Começaram a namorar no terceiro ano. Desde
então, passaram nove anos e meio. “Já estávamos planejando o casamento, mas, no Réveillon de 2011 para 2012, o Sér-gio chegou lá em casa com as alianças de noivado sem eu saber e me pediu em ca-samento. Ele é comunicativo, mas na hora de fazer o pedido oficial, ficou nervoso. Só saiu o ‘quer casar comigo?’”, conta Talita.
“Começamos a planejar a cerimônia oito meses antes. A escolha da recepção foi porque eu tinha ido em um casamento na Quinta da Paz Resort e achado bo-nito. Logo depois, o Sérgio me levou no dia dos namorados, em 2011, para come-morarmos lá e aí ficou de vez na nossa cabeça. O resultado final foi um evento bem pessoal. Nunca vi uma cerimônia tão legal quanto a nossa”, afirma Talita.
A escolha da igreja foi baseada, além da simplicidade, na localização, pois fica próxima ao resort. O clima diferente en-contrado por Talita também contribuiu com a opção dos noivos em realizar a cerimônia no Sagrado Coração de Jesus do Vale do Cuiabá. Embora não estivesse nervosa, a noiva diz ter chorado muito. E não foi só ela, o noivo também derramou lágrimas no grande dia. “Foi diferente de
tudo o que já havia sentido antes. Um ner-vosinho o dia inteiro, mas uma coisa boa. Fiquei hospedada no resort dias antes e isso ajudou a tranquilizar porque estava um clima bom. Na hora de entrar fiquei bem calma, mas muito chorona”, enfatiza.
Na igreja, a presença de velas era gran-de. O branco e o verde predominavam. Tanto as flores quanto o tapete era bran-co. A luz não era forte. Talita entrou ao som de “Pompa e Circunstância”, uma composição do autodidata em música Edward Elgar. A missa foi celebrada pelo amigo do casal, Frei Leonardo. Um dife-rencial no casamento foi a presença de demoiselles – damas de honra adultas . Talita convidou duas amigas que usaram um modelo amarelo no estilo de vestido grego, de um ombro só, para entrarem junto com as damas. Já na festa, as cores foram puxadas para o laranja, tudo deco-rado por Anderson Barcellos. As flores eram misturadas em tons de laranja, forte e claro, rosa e etc.
Talita vestiu um modelo “tomara que caia” off light Tutti Sposa, com bordados delicados, brilhos prateados, aplicações de renda, saia de tule e uma cauda que prendia no próprio vestido, o que possibilitou que a noiva aproveitasse a festa depois. As damas de honra foram vestidas pela marca Ponto Elegante, em tons de pérola, com faixa amarela. A mãe
da noiva optou por um modelo vermelho da Gamela, já a mãe do noivo escolheu o Atelier 55. O noivo usou um terno preto da Vila Romana, com detalhes no tecido, camisa branca e gravata prata.
O bufê foi responsabilidade de Maria Luiza Campos. Foram servidos, salgadinhos, bobó de camarão, filet picadinho, entre outros pratos. Além disso, teve também comida japonesa feita pelo Sushi Imperial e open bar com Oswaldo Lounge e Cia.
A festa para 330 convidados foi animada pelo cantor Ricky Vallen e pela empresa de som Pólux. “Durante todo o evento tivemos assessoria completa da ProMolter que prestou um excelente trabalho. Não precisei me preocupar com nada, muito pelo contrário, eu dancei a festa inteira. A equipe foi dez”, destaca a noiva.
Depois da cerimônia o casal curtiu a lua de mel no Caribe, passando pela Colômbia. “A escolha foi baseada em um local que tivesse praia. Vimos vários, mas decidimos pelo Caribe e consultamos a agência Objetiva Viagens e Turismo em Petrópolis”, ressalta Talita.
SUSHI IMPERIAL
Os convidados puderam desfrutar
da comida japonesa
ANDERSON BARCELLOS
Toda a decoração da festa foi
voltada para o laranja
QUINTA DA PAZ RESORT
Meses antes do casamento, os
apaixonados passaram o dia dos
namorados no espaço
58 revistaon.com.br
NOITE DE NÚPCIAS
Após a cerimônia os noivos
foram para o Caribe
BIA GELLI
Talita exibe seu buquê
antes do casamento
A escolha da igreja foi baseada na simplicidade e localização, pois é próxima ao resort
SERVIÇOS
Foto Cia Fotográfica / Ézio Philot e
Rodrigo Bittencourt
Filmagem Cristiano Oliveira
Cerimonial ProMolter
Recepção Quinta da Paz Resort
Decorador Anderson Barcellos
Mobiliário pista e projeto ProMolter
Toldo Seriflex
Religiosa Frei Leonardo
Música de Cerimônia Pompa e
Cirscunstância
DJ e empresa de som Pólux
Cantor Ricky Vallen
Bufê Maria Luiza Campos
Bolo Tânia Sabaia
Doces Liliana Rodrigues
Chocolate Vera Brand
Sushi Sushi Imperial
Bem casados Fabiana Figueirinha /
Gabriela Rabelo
Open Bar Oswaldo Lounge e Cia.
Cabelo e Maquiagem Marcos e Beto
– Espaço MeB
Vestido da Noiva Tutti Sposa
Roupa do Noivo Vila Romana
Vestido das damas Ponto Elegante
Roupa mãe da noiva Gamela
Roupa mãe do noivo Atelier 55
Agência de Turismo Objetiva
Viagens e Turismo
Convite Rasa dos Convites
Buquê Bia Gelli
Identidade Visual Duda Design
Manobra e Segurança ItaTrade
ESPAÇO FESTAS
59revistaon.com.br
60 revistaon.com.br
Mariela e GustavoData: 09/04/2011 Cerimônia: Igreja do Sion Recepção: Quinta do Bosque
FOTOS CIA FOTOGRÁFICA / ÉZIO PHILOT “Sem dúvidas foi o dia mais espe-cial que vivi até hoje, um sonho concretizado diante de lutas e di-ficuldades. Parece como um toque
de mágica. Lógico, que com muita dedi-cação e preocupação, mas foi incrível! Estava com muito medo que chovesse, que alguma coisa desse errado, mas gra-ças a Deus, tudo deu certo”, diz Mariela.
O casal se conheceu no trabalho, em-bora ele estivesse na área de engenharia e ela no setor comercial. Depois de um tempo, ficaram mais próximos, quando Gustavo foi morar em Macaé e Mariela foi atrás dele. Após um namoro de seis anos, os dois resolveram se casar. “Co-meçamos a planejar tudo com um ano de antecedência. Procuramos os profis-sionais, escolhemos a igreja com muita cautela, porque optamos pela mesma que o Gustavo fez a primeira comunhão e a crisma, além de ter sido onde os pais dele se casaram”, revela.
Mariela se arrumou no Solar do Im-pério, hotel onde também passou a noi-te de núpcias. A noiva usou um modelo San Patrick, vindo direto de Barcelona para a ocasião. O vestido branco e to-mara que caia, tinha uma cauda longa e vários babados. Sua única dama de honra vestiu um modelo parecido da Isa
Drummond. A mãe da noiva escolheu um verde da Art em Núpcias, enquan-to a mãe do noivo optou por um modelo prata da Isa Drummond. O noivo en-trou com um terno preto.
A Igreja do Sion foi decorada por Anderson Barcellos. Mariela entrou sozinha ao som da marcha nupcial tradi-cional, com o diferencial dos trompetes e clarins, feitos por Samuel dos trom-petes. “A decisão de entrar sozinha, foi porque perdi meu pai aos 14 anos e prometi que quando casasse ninguém entraria no altar comigo. É como se ele estivesse presente ali”, esclarece.
A recepção aconteceu na Quinta do Bosque. O Bufê ficou por conta da Sandra’s Buffet. “Conhecia a Sandra de longa data e sempre dizia que ela iria fazer o meu casamento e foi o que re-almente aconteceu”, comenta Mariela. Foram servidos salgados, além da tradi-cional mesa de frios, arroz à piamontese e scalopinho ao molho madeira, paejas e escondidinho de carne seca, entre outros. Quanto à decoração da igreja, o branco foi a cor escolhida com exceção do ta-pete que foi vermelho e a festa, em tons de vermelho e rosa. “Quando vi a casa de festas fiquei boquiaberta uns cinco segundos. O Anderson Barcellos supe-
rou todas as minhas expectativas. Recebi muitos elogios. Foi como se ele tivesse adivinhado meus pensamentos”, diz.
O bolo todo branco foi obra de Tânia Sabaia. O detalhe dos noivinhos foi pro-duzido por Bianca Pires. Mariela com sua cachorrinha, Vida, que ela queria que estivesse presente na festa de al-guma forma, e o Gustavo, com a roupa característica, por trabalhar embarcado.
A festa foi animada pela Bateria da União da Ilha. “Foi um prêmio ter eles no meu casamento. Morei na Ilha duran-te 25 anos e passei toda a juventude lá. Quando eles entraram com o samba, os convidados ficaram surpresos”, lembra Mariela.
“Tudo durante a cerimônia e a recep-ção foi perfeito, sem dúvidas o fator que contribuiu foi a escolha dos profissio-nais envolvidos”, ressalta.
A lua de mel foi comemorada na Poli-nésia Francesa, no Taiti. O casal conhe-ceu ilhas como Bora Bora e Morea. “As passagens foram uma surpresa do Gusta-vo. Eu queria ir para a Itália. Mas fiquei muito feliz com a escolha dele. Nunca vi nada mais lindo na vida como o Taiti”, elogia Mariela.
LILIANA RODRIGUES
A festa teve doces
de diversos tipos
BIANCA PIRES
Os noivinhos foram
feitos de acordo com a
personalidade dos noivos
ANDERSON BARCELLOS
A decoração da igreja
foi baseada no branco
ESPAÇO FESTAS
61revistaon.com.br
Mariela e GustavoData: 09/04/2011 Cerimônia: Igreja do Sion Recepção: Quinta do Bosque
FOTOS CIA FOTOGRÁFICA / ÉZIO PHILOT “Sem dúvidas foi o dia mais espe-cial que vivi até hoje, um sonho concretizado diante de lutas e di-ficuldades. Parece como um toque
de mágica. Lógico, que com muita dedi-cação e preocupação, mas foi incrível! Estava com muito medo que chovesse, que alguma coisa desse errado, mas gra-ças a Deus, tudo deu certo”, diz Mariela.
O casal se conheceu no trabalho, em-bora ele estivesse na área de engenharia e ela no setor comercial. Depois de um tempo, ficaram mais próximos, quando Gustavo foi morar em Macaé e Mariela foi atrás dele. Após um namoro de seis anos, os dois resolveram se casar. “Co-meçamos a planejar tudo com um ano de antecedência. Procuramos os profis-sionais, escolhemos a igreja com muita cautela, porque optamos pela mesma que o Gustavo fez a primeira comunhão e a crisma, além de ter sido onde os pais dele se casaram”, revela.
Mariela se arrumou no Solar do Im-pério, hotel onde também passou a noi-te de núpcias. A noiva usou um modelo San Patrick, vindo direto de Barcelona para a ocasião. O vestido branco e to-mara que caia, tinha uma cauda longa e vários babados. Sua única dama de honra vestiu um modelo parecido da Isa
Drummond. A mãe da noiva escolheu um verde da Art em Núpcias, enquan-to a mãe do noivo optou por um modelo prata da Isa Drummond. O noivo en-trou com um terno preto.
A Igreja do Sion foi decorada por Anderson Barcellos. Mariela entrou sozinha ao som da marcha nupcial tradi-cional, com o diferencial dos trompetes e clarins, feitos por Samuel dos trom-petes. “A decisão de entrar sozinha, foi porque perdi meu pai aos 14 anos e prometi que quando casasse ninguém entraria no altar comigo. É como se ele estivesse presente ali”, esclarece.
A recepção aconteceu na Quinta do Bosque. O Bufê ficou por conta da Sandra’s Buffet. “Conhecia a Sandra de longa data e sempre dizia que ela iria fazer o meu casamento e foi o que re-almente aconteceu”, comenta Mariela. Foram servidos salgados, além da tradi-cional mesa de frios, arroz à piamontese e scalopinho ao molho madeira, paejas e escondidinho de carne seca, entre outros. Quanto à decoração da igreja, o branco foi a cor escolhida com exceção do ta-pete que foi vermelho e a festa, em tons de vermelho e rosa. “Quando vi a casa de festas fiquei boquiaberta uns cinco segundos. O Anderson Barcellos supe-
rou todas as minhas expectativas. Recebi muitos elogios. Foi como se ele tivesse adivinhado meus pensamentos”, diz.
O bolo todo branco foi obra de Tânia Sabaia. O detalhe dos noivinhos foi pro-duzido por Bianca Pires. Mariela com sua cachorrinha, Vida, que ela queria que estivesse presente na festa de al-guma forma, e o Gustavo, com a roupa característica, por trabalhar embarcado.
A festa foi animada pela Bateria da União da Ilha. “Foi um prêmio ter eles no meu casamento. Morei na Ilha duran-te 25 anos e passei toda a juventude lá. Quando eles entraram com o samba, os convidados ficaram surpresos”, lembra Mariela.
“Tudo durante a cerimônia e a recep-ção foi perfeito, sem dúvidas o fator que contribuiu foi a escolha dos profissio-nais envolvidos”, ressalta.
A lua de mel foi comemorada na Poli-nésia Francesa, no Taiti. O casal conhe-ceu ilhas como Bora Bora e Morea. “As passagens foram uma surpresa do Gusta-vo. Eu queria ir para a Itália. Mas fiquei muito feliz com a escolha dele. Nunca vi nada mais lindo na vida como o Taiti”, elogia Mariela.
LILIANA RODRIGUES
A festa teve doces
de diversos tipos
BIANCA PIRES
Os noivinhos foram
feitos de acordo com a
personalidade dos noivos
ANDERSON BARCELLOS
A decoração da igreja
foi baseada no branco
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“Tudo durante a cerimônia e a recepção foi perfeito, sem dúvidas o fator que contribuiu foi a escolha dos profi ssionais envolvidos”
SERVIÇOS
Foto Cia Fotográfica / Ézio Philot
Filmagem Cristiano Oliveira
Cerimonial ProMolter
Recepção Quinta do Bosque
Decorador Anderson Barcellos
Mobiliário ProMolter
Religiosa Padre Pedro Paulo
DJ e empresa de som Pólux
Bateria União da Ilha
Músicos Com Classe
Bufê Sandra’s Buffet
Bolo Tânia Sabaia
Doces Liliana Rodrigues
Chocolate Vera Brand
Bem casados Fabiana Figueirinha
Cabelo e Maquiagem Isabel Soares
Vestido da Noiva San Patrick -
Internovias
Vestido da dama Isa Drummond
Roupa mãe da noiva Art em Núpcias
Roupa mãe do noivo Isa Drummond
Agência de Turismo CVC
Buquê Bia Gelli
IGREJA DO SION
Após a cerimônia os
noivos foram para a
casa de festas
CVC
Gustavo surpreendeu Mariela
quando lhe entregou as passagens
de lua de mel para o Taiti
ESPAÇO FESTAS
63revistaon.com.br
“Tudo durante a cerimônia e a recepção foi perfeito, sem dúvidas o fator que contribuiu foi a escolha dos profi ssionais envolvidos”
SERVIÇOS
Foto Cia Fotográfica / Ézio Philot
Filmagem Cristiano Oliveira
Cerimonial ProMolter
Recepção Quinta do Bosque
Decorador Anderson Barcellos
Mobiliário ProMolter
Religiosa Padre Pedro Paulo
DJ e empresa de som Pólux
Bateria União da Ilha
Músicos Com Classe
Bufê Sandra’s Buffet
Bolo Tânia Sabaia
Doces Liliana Rodrigues
Chocolate Vera Brand
Bem casados Fabiana Figueirinha
Cabelo e Maquiagem Isabel Soares
Vestido da Noiva San Patrick -
Internovias
Vestido da dama Isa Drummond
Roupa mãe da noiva Art em Núpcias
Roupa mãe do noivo Isa Drummond
Agência de Turismo CVC
Buquê Bia Gelli
IGREJA DO SION
Após a cerimônia os
noivos foram para a
casa de festas
CVC
Gustavo surpreendeu Mariela
quando lhe entregou as passagens
de lua de mel para o Taiti
64 revistaon.com.br
DecoradorAnderson Barcellos (24) 2245.0612
Bolo Tânia Sabaia (24)2242.9293
Bem casadoFabiana Figueirinha (24) 2231.4865
VelasMarcia Nina (24) 2222.2594
Topo de BoloBianca Pires (24) 2242.0015
BuffetSandra’S (24) 2231.4242
65revistaon.com.br
sofi sticação
qualidadetecnologia
estrutura
inspiração seu evento com o
charme da serra
beleza
profi ssionais
Fotografi aCia Fotografi ca (24) 2245.2929
DoceLiliana Rodrigues (24) 2237.5468
FilmagemCristiano Oliveira (24) 2237.6917
Agência de TurismoHemisfério Turismo(24) 2246.1583
Iluminação/Sonorização/DJPólux - Carlinhos(24) 2291.4940
Cerimonial e locação de móveisProMolter (24) 2245.2255
66 revistaon.com.br
A ARTE DA PAQUERA
É preciso saber se relacionar nos dias de hoje. Thiago de Almei-da e Daniel Ma-deira reuniram conceitos, resul-
tados de pesquisas e conhecimento sobre o assunto para tornar o ato da sedução algo mais simples. (Letras do Brasil, R$32)
DUAS FACESJAM SESSION
Comemorando 40 anos de carreira, Alcione gravou o show com as presenças de Áurea Martins, Djavan, Emílio Santiago, Lenine, Maria Bethânia e Marti-nho da Vila. (R$29,90)
TÂNIA MARAACÚSTICO
Um show apenas para con-vidados, contou com as par-ticipações de Paula Fernan-des e da dupla Fernando & Sorocaba. No repertório, canções inéditas como “Amor infi nito” e “Roda gi-gante”. (R$29,90)
A INVENÇÃO DE HUGO CABRET
Hugo é um me-nino órfão que vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Ele guarda
um incrível segredo, que é posto em risco quando o dono da loja de brin-quedos cruza o caminho do garoto. (Edições Sm/ Lafonte, R$33,90)
O MENINO DO PIJAMA LISTRADO
Uma fábula so-bre amizade em tempos de guer-ra. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma
cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama. Entre elas está Shmuel. (Companhia das Letras, R$26,90)
O SEGREDO DE LUÍSA
Luísa tem a com a ideia de abrir uma empresa para vender a deliciosa goia-bada que sua tia produz. Fer-
nando Dolabela ensina tudo o que é preciso saber para ir do sonho ao mercado. (Sextante/GMT, R$29,90)
Livros
DVDDVD
Música Cinema
Os ingredientes para o início da Sob Efeito
não se diferem de outras bandas de rock: jovens,
garagem e instrumentos. Em 2001, Bruno Jordão
e os irmãos Bernardo e Gustavo Cabral come-
çaram a estudar música e se reunir todo fi nal de
semana para colocar em prática o que aprendiam.
Infl uenciados por bandas como Pink Floyd,
Led Zeppelin, U2 e Red Hot Chili Peppers, a ban-
da teve em sua formação Luana Chaves no vocal.
Após o primeiro álbum, Luana saiu e Raphael
Curioni assumiu, compondo a formação atual.
Cheia de energia, a Sob Efeito se prepara para
mais um CD. Para ouvir, acesse:
http://www.myspace.com/sobefeito
Um fi lme mudo e em preto e branco. A
produção francesa “O Artista”, de Michel
Hazanavicius, levou a estatueta de melhor
fi lme na última edição do Oscar. Ambientado
na Hollywood dos anos 20, o fi lme conta a
história de George Valetin (Jean Dujardin),
um astro do cinema mudo que se recusa a
participar de produções faladas. Ele acaba se
apaixonando por Peppy Miller (Bérénice Bejo),
nova musa do cinema falado.
A queda da bolsa de 1929 e o surgimento de
novas técnicas de produção de vídeo estão
presentes no fi lme, que mostra, de forma
divertida e emocionante, a decadência do
cinema mudo. Os críticos veem a obra como
uma homenagem aos artistas do cinema mudo
e à história do cine mundial.
Simples, cômico, musical, emocionante. Mesmo
não sendo tão atraente para os dias atuais,
esteticamente falando, “O Artista” mostra que
é capaz de acordar um lado adormecido nos fãs
da sétima arte e levar prazer com muito pouco.
Afi nal, há ótimos perfumes em pequenos frascos.
SOB FEITO
O Artista(Michel Hazanavicius – 2011)
GUIA
67revistaon.com.br
A ARTE DA PAQUERA
É preciso saber se relacionar nos dias de hoje. Thiago de Almei-da e Daniel Ma-deira reuniram conceitos, resul-
tados de pesquisas e conhecimento sobre o assunto para tornar o ato da sedução algo mais simples. (Letras do Brasil, R$32)
DUAS FACESJAM SESSION
Comemorando 40 anos de carreira, Alcione gravou o show com as presenças de Áurea Martins, Djavan, Emílio Santiago, Lenine, Maria Bethânia e Marti-nho da Vila. (R$29,90)
TÂNIA MARAACÚSTICO
Um show apenas para con-vidados, contou com as par-ticipações de Paula Fernan-des e da dupla Fernando & Sorocaba. No repertório, canções inéditas como “Amor infi nito” e “Roda gi-gante”. (R$29,90)
A INVENÇÃO DE HUGO CABRET
Hugo é um me-nino órfão que vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Ele guarda
um incrível segredo, que é posto em risco quando o dono da loja de brin-quedos cruza o caminho do garoto. (Edições Sm/ Lafonte, R$33,90)
O MENINO DO PIJAMA LISTRADO
Uma fábula so-bre amizade em tempos de guer-ra. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma
cerca, e, para além dela, centenas de pessoas de pijama. Entre elas está Shmuel. (Companhia das Letras, R$26,90)
O SEGREDO DE LUÍSA
Luísa tem a com a ideia de abrir uma empresa para vender a deliciosa goia-bada que sua tia produz. Fer-
nando Dolabela ensina tudo o que é preciso saber para ir do sonho ao mercado. (Sextante/GMT, R$29,90)
Livros
DVDDVD
Música Cinema
Os ingredientes para o início da Sob Efeito
não se diferem de outras bandas de rock: jovens,
garagem e instrumentos. Em 2001, Bruno Jordão
e os irmãos Bernardo e Gustavo Cabral come-
çaram a estudar música e se reunir todo fi nal de
semana para colocar em prática o que aprendiam.
Infl uenciados por bandas como Pink Floyd,
Led Zeppelin, U2 e Red Hot Chili Peppers, a ban-
da teve em sua formação Luana Chaves no vocal.
Após o primeiro álbum, Luana saiu e Raphael
Curioni assumiu, compondo a formação atual.
Cheia de energia, a Sob Efeito se prepara para
mais um CD. Para ouvir, acesse:
http://www.myspace.com/sobefeito
Um fi lme mudo e em preto e branco. A
produção francesa “O Artista”, de Michel
Hazanavicius, levou a estatueta de melhor
fi lme na última edição do Oscar. Ambientado
na Hollywood dos anos 20, o fi lme conta a
história de George Valetin (Jean Dujardin),
um astro do cinema mudo que se recusa a
participar de produções faladas. Ele acaba se
apaixonando por Peppy Miller (Bérénice Bejo),
nova musa do cinema falado.
A queda da bolsa de 1929 e o surgimento de
novas técnicas de produção de vídeo estão
presentes no fi lme, que mostra, de forma
divertida e emocionante, a decadência do
cinema mudo. Os críticos veem a obra como
uma homenagem aos artistas do cinema mudo
e à história do cine mundial.
Simples, cômico, musical, emocionante. Mesmo
não sendo tão atraente para os dias atuais,
esteticamente falando, “O Artista” mostra que
é capaz de acordar um lado adormecido nos fãs
da sétima arte e levar prazer com muito pouco.
Afi nal, há ótimos perfumes em pequenos frascos.
SOB FEITO
O Artista(Michel Hazanavicius – 2011)
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