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FESTIVAL DE MÚSICA RELIGIOSA DE GUIMARÃES 2017 Guimarães tem já uma vasto património de programação cultural. E, ano após ano, vai aumentando a sua oferta de uma forma sustentada, pensando o território como espaço para uma teia de relações que importa promover, implicando o tecido sociocultural do concelho e envolvendo os cidadãos, na procura do cumprimento do desígnio da democracia cultural. Um bom exemplo do bom fruto que pode ser colhido da cooperação entre os diversos agentes culturais da cidade é o Festival de Música Religiosa de Guimarães que, em 2017, dá continuidade ao projeto iniciado no ano anterior, apresentando, entre 2 e 16 de abril, a sua 2ª edição. Nesta segunda edição, apostamos no crescimento do evento. Este ano, para além da Câmara Municipal de Guimarães, Santa Casa da Misericórdia de Guimarães e Sociedade Musical de Guimarães, contamos com a prestigiante colaboração organizativa da Arquidiocese de Braga. Mantemos a qualidade da programação artística e cultural, a cargo do Professor José M. Pedrosa Cardoso. Repetimos o programa expositivo “A Paixão em Guimarães”, a cargo do Museu de Alberto Sampaio. Desta feita, com nova roupagem e contando com a participação da Igreja de S. Dâmaso como novo espaço expositivo. Por todas as razões expostas, será seguramente uma 2ª edição que dará continuidade ao sucesso da anterior, procurando, paulatinamente, impor-se no roteiro cultural da Páscoa, nacional e internacionalmente. José Bastos — Vereador da Cultura ORGANIZAÇÃO EXPOSIÇÃO APOIO PATROCÍNIOS

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FESTIVAL DE MÚSICA RELIGIOSA DE GUIMARÃES 2017

Guimarães tem já uma vasto património de programação cultural. E, ano após ano, vai aumentando a sua oferta de uma forma sustentada, pensando o território como espaço para uma teia de relações que importa promover, implicando o tecido sociocultural do concelho e envolvendo os cidadãos, na procura do cumprimento do desígnio da democracia cultural. Um bom exemplo do bom fruto que pode ser colhido da cooperação entre os diversos agentes culturais da cidade é o Festival de Música Religiosa de Guimarães que, em 2017, dá continuidade ao projeto iniciado no ano anterior, apresentando, entre 2 e 16 de abril, a sua 2ª edição. Nesta segunda edição, apostamos no crescimento do evento. Este ano, para além da Câmara Municipal de Guimarães, Santa Casa da Misericórdia de Guimarães e Sociedade Musical de Guimarães, contamos com a prestigiante colaboração organizativa da Arquidiocese de Braga. Mantemos a qualidade da programação artística e cultural, a cargo do Professor José M. Pedrosa Cardoso. Repetimos o programa expositivo “A Paixão em Guimarães”, a cargo do Museu de Alberto Sampaio. Desta feita, com nova roupagem e contando com a participação da Igreja de S. Dâmaso como novo espaço expositivo.Por todas as razões expostas, será seguramente uma 2ª edição que dará continuidade ao sucesso da anterior, procurando, paulatinamente, impor-se no roteiro cultural da Páscoa, nacional e internacionalmente.José Bastos — Vereador da Cultura

ORGANIZAÇÃO

EXPOSIÇÃO

APOIO

PATROCÍNIOS

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O PROGRAMA E O CONVITE

O Festival de Música Religiosa de Guimarães 2017, na continuidade do êxito alcançado no ano passado junto da população local e visitante, vem oferecer novamente de uma forma intensa o desfrute da grande música que foi composta ao longo dos séculos sob o signo da religião. Esta música, religiosa na sua essência, embora não necessariamente sacra ou litúrgica, que preenche grande parte dos arquivos musicais de todo o mundo, foi composta no seu tempo à sombra das igrejas e graças ao interesse dos que as visitam ou respeitam. É precisamente o tesouro da grande música religiosa de todos os tempos que a cidade de Guimarães, reconhecida no mundo pelos seus pergaminhos históricos, e também musicais, se prepara para oferecer, abundantemente e em ambiente de inegável espiritualidade, qual é a Semana Santa, a todos os seus habitantes e forasteiros. Fá-lo na consciência de preencher uma lacuna entre os festivais de música deste país, no qual, pese embora a sua matriz essencialmente cristã, não há um único com a marca exclusiva de um devotamento à grande música religiosa e no tempo espiritual da Semana Santa. Embora ainda de recursos limitados, conseguiu-se mesmo assim apresentar a divina música numa grande diversidade de estilos e grupos: recitais,

cantochão, música coral, música de conjuntos da chamada música antiga e música coral-sinfónica. Em matéria de recitais, haverá um de órgão com Daniel Ribeiro e um de piano com José Eduardo Martins, que apresentarão respectivamente música para órgão ibérico, com um programa alargado desde Johann Kuhnau a Carlos Seixas, passando por J. S. Bach, e um programa diversiicado de música de piano desde o grande barroco (J. Kuhnau), ao romântico (Franz Liszt) e aos contemporâneos (Almeida Prado e Eurico Carrapatoso). Em segundo lugar, haverá música essencialmente coral: de Santiago de Compostela, o coro de câmara Vox Stellae vem fazer a música das catedrais de Santiago e Tui; da Póvoa de Varzim, o Coral Ensaio vai interpretar a Via Crucis de F. Liszt; o Coral vimaranense Vilancico irá apresentar novamente a música do Passionário Polifónico de Guimarães; inalmente, já no dia da Páscoa, o Orfeão de Guimarães, a celebrar o seu 100º aniversário, fechará o Festival com a Missa Alemã de Franz Schubert, além de outras peças festivas do seu reportório.No que respeita a conjuntos de música antiga, a Orquestra Barroca da Casa da Música renovará a sua presença neste Festival com o grande barroco italiano e a Orquestra Divino Sospiro representará o barroco hispano-português, com obras signiicativas

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de Francisco J. García Fajer e José Joaquim dos Santos.Já no repertório coral-sinfónico ouvir-se-á a Sinfonia nº 2, Lobgesang, de Felix Mendelssohn Bartholdy com a Orquestra de Guimarães, o Ensemble Vocal Pro Musica e o Coro do Conservatório de Guimarães e a Missa pela Paz, The armed Man, de Karl Jenkins, com a Orquestra e Coro da Universidade do Minho.A música antiga será servida com abundância, com o curso de iniciação ao canto gregoriano e com a intervenção do Coro Gregoriano Solemnis, de Lisboa, na celebração da Missa da Ceia do Senhor, na quinta-feira santa. Já no capítulo da polifonia clássica, ouvir-se-á música polifónica das catedrais de Santiago e Tui, com o coro Vox Stellae, e a música singular do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, existente nos arquivos da Sociedade Martins Sarmento (Passionário Polifónico de Guimarães), pelo Coro Vilancico. No âmbito da música barroca, teremos a oportunidade de ouvir a Orquestra Barroca da Casa da Música, com o programa barroco de Itália “O Pranto de Maria”, e também a orquestra Divino Sospiro, com um ambicioso programa temático que se quis intitular de Harmonia Ibérica da Paixão, de dois notáveis compositores ibéricos.Mas é a música romântica que se ouvirá mais neste Festival: no qual Liszt, o

primeiro compositor de música sacra plenamente romântica, se fará ouvir com o seu Via Crucis, pelo Coral Ensaio, e as suas duas Lendas Franciscanas, ao piano com José Eduardo Martins, seguido-se F. Schubert, com sua Missa Alemã pelo Orfeão de Guimarães, e inalmente Mendelssohn com a sua Sinfonia nº 2, Lobgesang (Cântico de Louvor), com a Orquestra de Guimarães, o Ensemble Vocal Pro Musica e o Coro do Conservatório de Guimarães. Finalmente, a música contemporânea estará presente com a grande Missa pela Paz, “The Armed Man”, de Kar Jenkins, com peças várias de Manuel Faria e outros e com os estudos de música litúrgica de E. Carrapatoso. Nas circunstâncias presentes, não era possível fazer melhor: deu-se a devida importância a grupos locais (cinco de onze concertos), relevou-se ao máximo a música ibérica (executada por inteiro em três concertos), abriu-se o horizonte para o país (dois concertos por grupos de Lisboa, um por um grupo do Porto e outro por um grupo de Póvoa de Varzim) e para além fronteiras (um de Santiago de Compostela e outro de São Paulo).Mas a festa da música não é apenas som: ela será alargada à formação das pessoas – curso de Introdução ao Canto Gregoriano, pelos responsáveis do Coro Solemnis de Lisboa, e duas conferências pelos ilustres professores,

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Nuno Saldanha e Manuel Pedro Ferreira – e ainda ao culto do gosto e do conhecimento, através da exposição de arte sacra "A Paixão em Guimarães", patente nos Museus e nas Igrejas da cidade.Num espaço de 9 dias, conseguiu-se concentrar uma grande festa de música religiosa, indo ao encontro do ambiente que caracteriza a Semana Santa e a Páscoa, dentro do tempo de lazer e espiritualidade que marca, velis nolis, o período da Semana Santa. É tempo alargado de distensão, com férias e festas, oportunidade para o passeio e as artes, para a visita às belas igrejas e museus da cidade, a que se junta, em grande plano, a prenda cultural da música.Fica aqui a oferta a toda a população de Guimarães, cidade e concelho, com o convite sempre gratuito a todos os forasteiros, de Portugal, de Espanha e do resto do mundo. Visitar Guimarães nunca foi tão aliciante como nos dias espiritualmente cheios da Semana Santa e Páscoa, com a programação do seu Festival de Música Religiosa 2017.

José M. Pedrosa Cardoso — Diretor artístico

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PROGRAMA GERAL

MISSA CAMPAL

02.04.2017 | 16h00

LARGO REPÚBLICA DO BRASIL

Missa Campal, celebrada por Sua Excelência Reverendíssima o Sr. Arcebispo D. Jorge Ortiga

ABERTURA OFICIAL

08.04.2017 | 11h00

BASÍLICA DE S. PEDRO

Abertura Oicial do Festival de Música Religiosa de Guimarães 2017

Inauguração da ExposiçãoA Paixão em Guimarães

EXPOSIÇÃO

08.04.2017 a 15.04.2017 10h00-12h00 | 15h00-17h00

VÁRIOS ESPAÇOS DA CIDADE

A Paixão em Guimarães

CONCERTOS

08.04.2017 | 19h00

IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DOS CAPUCHOS

Recital de Órgão, com Daniel Ribeiro

09.04.2017 | 17h00

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA

Ensemble Vox StellaeQuaresma e Semana Santa nas Catedrais de Santiago e Tui

21h30

IGREJA DE S. FRANCISCO

Coro e Orquestra da Universidade do MinhoThe armed man (O Homem Armado), de K. Jenkins

10.04.2917 | 21h30

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA

Coral Ensaio (Póvoa de Varzim)Via Crucis, de F. Liszt

11.04.2017 | 21h30

IGREJA DE S. FRANCISCO

Orquestra Barroca da Casa da MúsicaO Pranto de Maria

12.04.2017 | 21h30

IGREJA DA MISERICÓRDIA

Coro VilancicoA Paixão de Guimarães

13.04.2017 | 18h30

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA

Concerto e Missa de Gregoriano

14.04.2017 | 17h00

IGREJA DE S. FRANCISCO

Orquestra Divino SospiroHarmonia Ibérica da Paixão

22h00

CENTRO CULTURAL VILA FLOR

Orquestra de Guimarães, solistas e corosSinfonia nº 2, “Lobgesang”, de Mendelssohn

15.04.2017 | 17h00

SOCIEDADE MARTINS SARMENTO

Recital de Piano, por José Eduardo Martins

16.04.2017 | 17h00

IGREJA DE S. FRANCISCO

Orfeão de Guimarães

CONFERÊNCIAS

10.04.2017 | 18h30

SOCIEDADE MARTINS SARMENTO

Tradição e Modernidade - o Concílio de Trento e a Iconograia Pós-TridentinaNuno Saldanha (M.A./Ph.D.)

11.04.2017 | 18h30

SOCIEDADE MARTINS SARMENTO

O som que preenche a igreja: facetas do antigo canto litúrgico.Manuel Pedro Ferreira

CURSO DE CANTO

11, 12 e 13. 04. 2017 | 10h00-12h30 e 14h30-17h00ACIG - ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE

GUIMARÃES

Curso de iniciação ao canto Gregoriano

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FMRG - EDIÇÃO 2017

02.04.2017 | 16h00LARGO REPÚBLICA DO BRASIL

Missa Campal, celebrada por Sua Excelência Reverendíssima o Sr. Arcebispo D. Jorge OrtigaCOM A PARTICIPAÇÃO DE:

. Orquestra de Sopros do Conservatório de Guimarães

. Grupo Coral de Azurém

. Orfeão de Guimarães

. Grupo Coral de Ponte

. Grupo Capella Jubilemus (Ponte)ORGANIZAÇÃO: REAL IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO E SANTOS PASSOS E FESTIVAL DE MÚSICA RELIGIOSA DE GUIMARÃES

08.04.2017 | 11h00BASÍLICA DE S. PEDRO

Abertura Oicial do Festival de Música Religiosa de Guimarães 2017

Inauguração da ExposiçãoA Paixão em Guimarães

08.04.2017 a 15.04.2017 10h00-12h00 | 15h00-17h00

A Paixão em Guimarães

Trata-se de um percurso pelas igrejas, passos da Paixão e museus vimaranenses, através do qual o público poderá ficar a conhecer um número

significativo de peças de elevada qualidade artística relacionadas com a Paixão.Em cada igreja e museu, o visitante poderá apreciar três peças relacionadas com o tema da Paixão pertencentes ao acervo dessas instituições. O booklet da exposição conterá um espaço próprio a ser carimbado em cada local do percurso, como prova da visita. Por cada dois museus ou igrejas visitadas será oferecido um marcador. O percurso de visita contempla também os cinco Passos da Paixão que se encontram espalhados pela urbe vimaranense. São dezanove locais diferentes que constituem um itinerário que o visitante pode iniciar e terminar onde e quando quiser, entre os dias 8 e 16 de abril. As celebrações litúrgicas que terão lugar em alguns dos espaços poderão obrigar o visitante a voltar mais tarde.

PERCURSO

1. Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos

2. 1.º Passo da Paixão: Jesus cai pela primeira vez 3. Igreja de S. Francisco4. Igreja Paroquial de S. Sebastião5. Igreja Paroquial de S. Domingos6. Sociedade Martins Sarmento7. Igreja de S. Pedro8. Igreja da Misericórdia9. 5.º Passo da Paixão: Jesus é despojado das suas

vestes10. Oratório do Senhor dos Desamparados11. 2.º Passo da Paixão: Jesus encontra sua mãe12. Museu de Alberto Sampaio13. Igreja de Nossa Senhora da Oliveira14. 3.º Passo da Paixão: Jesus cai pela segunda vez15. 4.º Passo da Paixão: Jesus consola as mulheres

de Jerusalém 16. Igreja da Venerável Ordem Terceira do Carmo17. Paço dos Duques de Bragança18. Igreja de Santo António dos Capuchos19. Igreja de S. Dâmaso20. Cruzeiro da Paixão

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08.04.2017 | 19h00IGREJA DE SANTO ANTÓNIO DOS CAPUCHOS

Recital de Órgão, com Daniel Ribeiro

PROGRAMA

J. S. Bach (1685 – 1750)Concerto em Ré Menor BWV 974. Andante. Adagio. Presto

Girolamo Frescobaldi (1583 – 1643)Messa degli Apostoli – Toccata per l’Elevazione

Johann Kuhnau (1660 – 1722)Biblische Sonate nº 4 – “Der todtkrancke und wieder gesunde Hiskias”

Samuel Scheidt (1587 – 1654)Da Jesus an dem Kreuze stund

Carlos Seixas (1704 – 1742)Sonata nº 27 em Ré menorSonata nº 75 em Lá menor

Johann Pachelbel (1653 – 1706)O Lamm Gottes, unschuldig

J. S. Bach (1685 – 1750)Chaconne em Ré Menor BWV 1004

BIOGRAFIAS

Daniel Pereira Ribeiro

Nasceu na cidade de Paredes em 1982, tendo iniciado os seus estudos musicais em 1998 com o Pe. João Carrapa. Em 1999, ingressou no Conservatório de Música do Porto, onde frequentou o curso de piano na classe da Prof.

Anne Marie Soares. Nessa data, iniciou também os seus estudos em órgão sob a orientação da Prof. Rosa Amorim.Concluiu o Mestrado em Música Sacra na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, tendo estudado Órgão e Improvisação com Giampaolo Di Rosa, Composição com Eugénio Amorim, Música de Câmara com Cesário Costa, e Direção Coral com Barbara Franke e Jorge Matta. Concluiu o Mestrado em performance musical na Hochschule für Musik und Tanz Köln (Colónia – Alemanha), na classe do Prof. Winfried Bönig.Atualmente frequenta o mestrado em ensino da música na Universidade Católica Portuguesa.Participou em cursos orientados pelos Profs. Graham Barber, Stefan Baier e Hans-Ola Ericsson.Possui uma atividade musical regular, a solo ou integrando diversas formações instrumentais. Participou em diversos festivais e ciclos de música para órgão em Portugal e no estrangeiro.Leciona a disciplina de Órgão no Conservatório de Música de Barcelos e no Seminário Maior do Porto.

09.04.2017 | 17h00IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA

Ensemble Vox StellaeQuaresma e Semana Santa nas Catedrais de Santiago e Tui

PROGRAMA

Domingo I de Quaresma: Matías García Benayas (+1737) Tui QUI HABITAT (a4) M. G. Benayas (+1737) TuiDUCTUS EST JESUS (a4)

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Domingo de Paixão: Órgão: Anónimo (s. XVIII) TuiVERSOS DE I TON Diego Muelas (1698-1743)DICEBAT JESUS TURBIS (a4) Anónimo (s. XVII) TuiSAEPE EXPUGNAVERUNT ME (a4)

Sext-Feira de Dores: Diego Verdugo (1644 - c. 1700) Santiago CUIUS ANIMAM (a4)

Domingo de Ramos:Órgão: Anónimo (s. XVII) SantiagoMARCHA DE CHARAMELAS Anónimo (s. XVI) SantiagoGLORIA LAUS ET HONOR (a4) Anónimo (s. XVI) SantiagoISRAEL ES TU (a4)

Quinta-Feira Santa:Órgão: Anónimo (s. XVIII) TuiGLOSAS SOBRE O TANTUM ERGO M. G. Benayas (+1737) TuiTANTUM ERGO (a4)

Sexta-Feira Santa: VEXILLA REGIS (cantochão e polifonía)Atrib. Alonso Ordóñez (s. XVI) SantiagoQUAE VULNERATA (a4) Atrib. Alonso Ordóñez (s. XVI) SantiagoARBOR DECORA (a4) M. G. Benayas (+1737) TuiO CRUX AVE (a4)

Sábado Santo: Órgão: Anónimo (s. XVIII) TuiVERSOS DE IV TOM

Atrib. Francisco de Logroño (s. XVI) Santiago: LAMENTAÇÃO De lamentatione (a5)Ghimel (a5)Misericordiae Domini (a5)Aleph (a5)Novi diluculo (a5)Pars mea (a4)Jerusalem convertere (a9)

Domingo de Páscoa: Órgão: TENTO Joaquín Sánchez (s. XVIII) SantiagoAtrib. Pedro Periáñez (s. XVI-XVIII) SantiagoREGINA CAELI (a5)

VOX STELLAE

Aida Cruz, Aida López, Sara Moreno — SopranosMariola González, Óscar Mato, Martín Viaño — AltosDaniel Canosa, Marcos Mato, Diego Neira — TenoresFrancisco Alonso, Felipe Sar — BaixosAndrés Díaz — BaixónAna Pazos — CornettoJoaquín Barreira — ÓrgãoLuís Martínez — Direção

NOTAS AO PROGRAMAO programa que hoje apresentamos combina músicas provenientes das catedrais de Santiago de Compostela e Tui, compostas para as festividades mais importantes da Quaresma e Semana Santa, entre o final do séc. XVI e início do séc. XVIII. No séc. XVI generaliza-se o uso da polifonia em toda a Península Ibérica, fenómeno que começa no reinado dos Reis Católicos, graças à influência do estilo de composição importado da Flandres; que a partir de Carlos I ofereceria um modelo a seguir para quase todos os polifonistas ibéricos. Na catedral de Santiago, floresce o estilo com uma plenitude particular. Os mestres de capela de Compostela inundam de composições uma liturgia soleníssima que às vezes usou o tremendo e a teatralidade, mas sempre refletiu o espírito musical definido no Concílio de Trento e que foi distintivo da polifonia espanhola, portuguesa e italiana. As composições Dicebat Iesu turbo e Cuius Animam são amostras tardias desse estilo expressivo e teatral tão cultivado na sede compostelana até aos nossos dias. Como contraste, as antífonas Glória, Laus et Honra e Israel és tu, para a procissão do Domingo de Ramos, representam o severo e eficaz estilo romano, adequado para interpretar a severidade dos dias mais importantes da liturgia anual. Era frequente que na procissão se interpretassem versos polifónicos, dentro e fora do templo, alternadamente. A versão do hino Vexilla regis prodeunt, que se cantava durante a adoração da cruz, é resultado do alternar entre canto chão e polifonia. Tomamos a liberdade de misturar os versos Arbor decora e quaes vulnerata, provavelmente obra de Alonso Ordóñez, escritos num estilo severo e arcaico; e o verso O Crux, ave, obra de García Benayas, concebido inicialmente como motete separado do resto do hino. Para o canto chão usamos a melodia conhecida como

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more hispano, de uso mais frequente na época, na Península Ibérica. Dentro da música para o Tríduo Pascal, ocupavam um lugar solitário as Lamentações do Sábado Santo. A presente, atribuída a Francisco Logroño, oferece uma espetacular distribuição a 5, 4 e 9 vozes, e apresenta certas diferenças de textura entre os versos latinos e as letras hebréias. A explosão de júbilo da manhã do dia de Páscoa está magnificamente representada pela luminosa antífona Regina Caeli, que nesse se cantava pela primeira vez. Ainda que se desconheça a sua autoria, tudo aponta para que o seu autor seja Pedro Periáñez e a sua data de composição se situe perto da mudança de século.No cerimonial das catedrais espanholas convivem as missas a canto monódico: em que se interpretam alguns monódicos em latim. As Missas a canto de órgão ou canto de facistol, que incluem peças polifónicas escritas em sistema modal, com participação de órgão e instrumentos de sopro. E missas em que são usadas línguas vernáculas e instrumentos de corda, e em que a linguagem avança para a tonalidade e textura homofónicas, muitas vezes poli-coral. A transição estilística foi lenta e desigual. Os compositores continuam a trabalhar no sistema de modos enquanto se incorpora o sistema tonal, o que faz com que alguns dos procedimentos transitem de um estilo para outro. As composições de García Benayas, o mestre mais importante da sede de Tui, são um exemplo claro desse estilo de transição que combina o contraponto clássico com inesperados atrevimentos harmónicos, secções homofónicas e passagens moduladoras. Desde Tui, catedral periférica e não muito importante na Espanha de Felipe V, Matías García Benayas conviveu ao longo do tempo com figuras como José de Vaquedano, José de Torres, Francisco Valls ou José de Nebra, que ocuparam as praças mais importantes, como a Capela Real e as catedrais de Barcelona, Santiago, Salamanca ou Toledo.Das composições de Benayas extraímos o motete e trato para o Domingo I da Quaresma e o verso Tantum Ergo, que se interpreta na Quinta-feira Santa durante a procissão de translação do Santíssimo para a custódia. Tanto a elaboração polifónica de Benayas como a obra de órgão

precedente baseiam-se no cantus firmus do Pange Lingua more hispano, música atraente e muito popular, cujo uso se circunscreve à Península Ibérica.As obras para orgão contidas nos livros de tecla das catedrais de Tui e Santiago, todas do séc. XVIII, são uma clara amostra do estilo de composição da época em Espanha. É necessário destacar a tentativa de Joaquín Sánchez, autor que, que se saiba, apenas deixou 3 obras compostas. Também merece menção especial a Marcha de Chirimías, escrita para conjunto de menestréis. Esta marcha gozou de tanto sucesso que se continua a interpretar hoje na catedral de Santiago (com chirímias, trompa e fagote) no início de todas as solenidades, tendo conhecido diferentes versões e instrumentações.

BIOGRAFIAS

Vox Stellae

Vox Stellae nasce em 2003, por ocasião de uma conferência do musicólogo José López Calo sobre a música na Catedral de Santiago. Um dos sinais da sua identidade é a divulgação da música portuguesa, tanto dos arquivos das catedrais como da criação contemporânea e da música popular. Vox Stellae deu concertos em todo o território galego, participou em atos institucionais e interpretou o seu programa didático “O rodovalho com botas” para mais de 2000 estudantes. Tem atuado em diversas temporadas clássicas, ciclos e festivais: Via Stellae, Semana de Música de La Laguna, Festival Província de Palencia, Espazos Sonoros, De lugares e Órganos, Xornadas de Música Contemporánea (INAEM), Ciclo de Música Sacra de Castela e Leão, Outono dos sentidos na Ribeira Sacra, Jornadas Jacobeias Internacionais, Ciclo de Música Religiosa de Barcia de Mera ... Vox Stellae colabora com grupos e solistas como a Orquestra de Câmara de Tenerife, Orquestra de Câmara Galega, Finis Terrae Brass, Os Menestreis

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de 1500, Taller Atlántico Contemporáneo, Cristina Pato, Joaquín Barreira, Manuel Vilas, Juan Manuel Varela, Fernando Buíde, Uxia Senlle, João Afonso ou o dramaturgo Maximino Queizán. De entre o seu vasto repertório, destaque para a estreia em Espanha da Missa em Sol a Santiago de Compostela (A. Tucapsky) e as reestreias de Prece (J. Baldomir) e Missa em Dó M (Frei R. Salvado), a recuperação da Missa Rodericus Cardinal (C. de Medrano) ou a estreia na Galiza de Rothko Chapel (Morton Feldman). O seu primeiro disco Defensor almée Hispaniae (2013), com música inédita do mestre de capela da catedral de Tui, M. Garcia Benayas (+1737), recebeu o Melómano de Ouro (outubro 2015). O segundo álbum Gaude Maria Virgo (2014), encomendado pelo Santuário da Franqueira, inclui uma seleção de obras para o culto mariano entre os sécs. XIII e XVIII. Em setembro de 2016, apresentou o seu terceiro álbum, Salvete Flores, continuando o projeto de divulgação e registo da música da catedral de Tui. "O trabalho do coro de câmara de Compostela Vox Stellae na gravação do disco é impoluto" (Bruno Díaz, Atlântico Diário). "A interpretação vocal e instrumental é simplesmente impecável, à altura de um ensemble internacional" (Pablo F. Cantalapiedra, Melómano).

Luís Martínez - Diretor

Nascido em Vigo, estudou piano e Linguagem Musical nos conservatórios de Santiago e Vigo. É Mestre especialista em Educação Musical e Licenciado em Pedagogia pela USC. Assistiu a aulas de aperfeiçoamento em diferentes áreas da análise e interpretação musical com mestres da craveira de Miro Moreira, Dominique Velarde, Pier Paolo Scattolin, Daniel Vega, Owen Reese, Peter Philips, Artur Carneiro, Constantin Alex,

Bernd Valentin, Tu Shi Chiao, J. Carlos rolo, J. López Calo, Carmen Cruz ou Mercedes Padilla. É membro do Orfeão Terra a Nossa e a Capela da Catedral de Santiago, grupos com os quais participou como solista em vários concertos e registos discográficos. Colabora com agrupamentos como Capela Compostelana, Capilla de Extravagantes, Capela Lauda Sion, Grupo Siglo XX ou Hércules Brass. Como ator e recitador interpretou a História do Soldado (I. Stravinsky) e participou na estreia absoluta de Enigmas da la Temporalidad (J. Vara) com a Real Filharmonía de Galicia. No âmbito da musicologia, colabora com Joám Trillo na edição da música do arquivo da Catedral de Tui.

Joaquín Barreira - Organista

Nascido em Vigo, inicia a sua formação musical em Caldas de Reis, onde recebe as primeiras lições de Solfejo de seu pai, continuando os seus estudos nos conservatórios de Santiago de Compostela e Municipal de Barcelona. De entre os seus professores, destacam-se Maximino Zumalave e Martín Millán (piano), Montserrat Torrent (órgão), Ireneu Segarra (gregoriano e música coral).A partir de 1979, divide os estudos de piano com a sua atividade como organista da Igreja de Santo Tomás de Caldas. Foi titular do órgão da Basílica de Santa Maria de Pontevedra e da Catedral de Santiago de Compostela.Colabora com Vox Stellae desde a sua fundação, e tem dado recitais em diferentes cidades da Espanha, Portugal, Alemanha, Itália, França, Finlândia e Reino Unido. Em 2009, gravou no órgão da Catedral de Santiago o disco intitulado "Cores litúrgicas" com música de Manuel Cela.

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09.04.2017 | 21h30IGREJA DE S. FRANCISCO

Coro e Orquestra da Universidade do MinhoThe armed man (O Homem Armado) ,

de K. Jenkins

PROGRAMAKarl Jenkins (1944 -) - The armed man - A mass for peace (O Homem Armado – Uma missa para a Paz)1. L’Homme Armé (O Homem Armado)

2. The Call to Prayers (Adhaan)

3. Kyrie

4. Save me from bloody men (Salvai-me dos homens sangrentos)

5. Sanctus

6. Hymn before action (Hino que antecede a ação)(Rudyard Kipling)

7. Charge (Ataque)

8. Angry Flames (Labaredas em fúria)

9. Torches (Tochas)

10. Agnus Dei

11. Now the Guns have stopped (Agora as armas pararam) (Guy Wilson)

12. Benedictus

13. Better is peace (Melhor é a paz)

ORQUESTRA ACADÉMICA DA UNIVERSIDADE DO MINHOCORO DE ALUNOS DA LICENCIATURA EM MÚSICA DA UNIVERSIDADE DO MINHOPedro Telles — BarítonoPatrícia Quinta — Mezzo sopranoErtug Korkmaz — Direção

NOTAS AO PROGRAMA

Obra encomendada pela “Royal Armouries” como parte de suas comemorações para a passagem do milénio, foi estreada em Londres em 25 de Abril de 2001 e tornou-se uma das mais frequentes peças executadas por coros através do mundo.As letras foram selecionadas (algumas traduzidas, outras escritas) pelo mestre do Museu Real

dos Cavaleiros Armados quando a obra foi encomendada. A peça foi composta por Karl Jenkins que a dedicou ao povo do Kosovo que sofria os reveses da guerra. A intenção da encomenda era para uso educacional, ou seja, encorajar os jovens, através da performance da obra, a pensarem sobre as consequências da guerra e paz.Intercalando as partes litúrgicas da missa aparecem momentos de poesia e prosa sobre a história das guerras pelo mundo e o horror inevitável de seus resultados. Termina com uma oração para um futuro melhor e mais pacífico.O título e inspiração veio de uma canção escrita na corte de Charles the Bold of Burgundy, entre 1450 e 1463, chamada “L’Homme Armé”, muito utilizada até o século XVI como tema de várias missas.A missa inicia com batidas de tambores militares e a orquestra vai gradualmente preparando a entrada do coro, que canta o tema do séc. XV “The armed man”. Todo o movimento está marcado por esta batida militar e por toques de trompetes.A seguir, o estilo e o sentimento mudam e o ouvinte é preparado para uma reflexão, primeiro pela chamada do “Muçulmano” aos fiéis para rezarem e, depois, pelo “Kyrie”.No número seguinte podemos ouvir palavras de salmos pedindo a Deus ajuda contra nossos inimigos e, quase no fim, há uma grande batida seca de tambores que prepara a frase final “Save us from bloody men” (Salve-nos do Homem sanguinário).O “Sanctus” que se segue possui um ritmo tribal e poderoso que conota uma certa ameaça que pressagia o inevitável início da guerra.Esta ameaça consolida-se no número seguinte, “Hino que antecede a ação”, na sua frase final: Senhor dá-nos força para morrer!A guerra é inevitável: “Charge!” (Ataque!), seguida pela “Angry Flames” (Chamas Enraivecidas) que são excertos de poemas sobre o ataque a Hiroshima, escritos por um poeta que presenciou todo o horror e que morreu em 1953 devido a exposição às irradiações. O mesmo clima está na peça seguinte: “Torches”.Quanto ao “Agnus Dei”, trata-se de um coral lírico que nos faz lembrar o último sacrifício de Cristo. Segue-se uma pequena e dramática peça que nos mostra que a dor e o mal da guerra não terminam

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com o fim da guerra. Os sobreviventes carregam as feridas para o resto das suas vidas.O “Benedictus”, apesar de ainda nos lembrar o horror, começa a mostrar o processo de cicatrização, com o seu movimento lento. Culmina no fortíssimo “Hossanna in excelsis”, como afirmação de fé em Deus, o que nos conduz a um final de esperança, retornando ao tema do séc. XV, com a afirmação de que “a Paz é melhor do que a Guerra”e nos versos finais encontra na Bíblia (Apocalipse 21, v 4) a afirmação desta possível paz.

TRADUÇÃO

1. L’Homme Armé (O Homem Armado)Homem, homem, homem armado,Homem armadoDo homem armado deve duvidar-se, deve duvidar-se.

Fizeram saber por toda a parteQue cada um deve vir armadoCom armadura de ferro.

3. Kyrie

4. Save me from bloody men (Salvai-me dos homens sangrentos)Sê misericordioso para mim, ó DeusOs homens querem engolir-me completamente.É uma luta diária contra a opressão.Meus inimigos tentam diariamente engolir-me:Eles são muitos a lutarem contra mim.Oh! Tu mais alto!Defende-me deles e das suas inquietudes,E salva-me destes sangrentos homens!

5. Sanctus

6. Hymn before action (Hino que antecede a ação) (Rudyard Kipling)A terra esta cheia de fúriaOs mares estão escuros de iraAs nações se armam contra nossos caminhos.

Antes que se percam as legiões,Antes ainda de sacarmos as espadas,Jeová dos trovões, Senhor Deus das batalhas, ajude-nos!

Grande cobiça e perverso gesto,Coração orgulhoso, fronte rebelde,Ouvidos surdos e alma desesperada.Nós pedimos a Tua clemência!

Os pecadores que Te repudiaram,Os tolos que Te renegaram,É chegada a hora de nos prostrarmos perante Ti.Senhor dá – nos forças para morrermos!

7. Charge (Ataque)O clamor dos trompetes acirram-nos para as armas,Acirram-nos para as armas!

Com sons agudos de fúria e toques mortais,De fúria e toques mortais!

Quão abençoado é aquele que morre por sua pátria,Aquele que por sua pátria morre!

O repicar dos trovejantes tamboresDos trovejantes tambores!

Gritam: Atenção, os inimigos chegam,Os inimigos chegam!

Ao ataque!Já é muito tarde para retroceder.

Atacar! Atacar! Atacar!Ah!

8. Angry Flames (Labaredas em fúria)Mover-se através da fumaça,Num mundo meio escurecido,Coberto por uma nuvem.

Uma mortalha em formato de cogumelo encobriu o céu.Preto, vermelho, azul, dançam no ar.Unir, misturar!

Espalham faíscas reluzentes Já muito altas por cima de toda a cidade.Tremendo como algas marinhas.

Uma confusão de labaredas jorram, avançado para frente.Deslocando-se para fora em espiral de fogo.Inumeráveis seres humanos rastejando.

Numa confusão de brasas que despontam e desabam, desmoronam.Cabelos destroçados. Rigidez de morte!Está latente uma calamidade, uma desgraça!

9. Torches (Tochas)Os animais dispersam em todas as direções soltando terríveis gritos.Muitos ardiam sobre outros já queimados.Todos estavam esgotados e fugindo desvairadamenteDe olhos arregalados!Alguns abraçavam seus filhos,Outros seus pais e mães, incapazes de os deixarem.E assim morriam!Outros soltavam aos milhares com suas faces desfiguradasE eram consumidos pelo fogo.Por toda parte havia corpos contorcidos pelo chão,Asas, olhos e patas, todos a arderem!Soltam o seu último suspiro como tochas vivas.Tochas!

10. Agnus Dei

11. Now the Guns have stopped (Agora as armas pararam) (Guy Wilson)Silêncio.Está tudo tão silencioso agora.Agora as armas estão paradas.Eu sobrevivi a tudo!E eu que achava que não sobreviveria!

Mas agora não estás aqui.Vou voltar para casa sozinha

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E devo tentar viver a vida como antesE esconder a minha tristeza.

Para ti, meu mais querido amigo.Que tinhas de estar comigo agora.Não frio. Demasiado cedo.E em seu túmulo, sozinho.

12. Benedictus

13. Better is peace (Melhor é a paz)

A paz é sempre melhor que a guerra.Soem alto milhares de velhas guerras.Toquem os sinos com mais rapidez para novos milhares de anos de paz.Soem alto os sinos para o velho.Toquem os sinos com mais rapidez para o novo.Soem sinos alegres através da neve.O tempo passado vai. Deixe-o ir.Soem os sinos para a falsidade,Mas toquem mais forte para a verdade.Soem os sinos para as velhas e doentias atitudes orgulhosas,Soem também para a luxúria do ouro.Soem os sinos como lembrança dos milhares de guerras passadas.Soem muito forte para os milhares de anos de paz.

Soem alto para o Homem valente e livre,O maior coração, A mão generosa.Soem para as trevas da terra.Soem mais forte para o Cristo que aqui está. Deus vai secar todas as lágrimas E não haverá mais guerra,Nem tristeza, nem pranto. Não haverá mais gritos nem dor! (Apocalipse 21, v 4)

Salve o Senhor!Salve o Senhor!

© Jairo Grossi. Reproduzido com autorização graciosa

BIOGRAFIAS

Ertug Korkmaz - Maestro

Formação em Direção com Gürer Aykal no Conservatório Estatal de Ankara. Efetuou estudos de Composição e Direção em Londres Alfred Nieman, George Nicholson and Alan Haseldine na Guildhall School of Music and Drama. Trabalhou aí também música contemporânea com Hans Werner Henze, Karlheinz Stockhausen e Peter Maxwell Davies. Apresentou-se em festivais internacionais de música enquanto maestro e compositor, em países como o Japão, Itália, França, Bélgica, Portugal, Espanha, Suiça, Dinamarca, Polónia, Brasil, Argentina, México, Rússia, Venezuela, Reino Unido e Estados Unidos da América. Em Fevereiro de 2001, gravou em Londres com a Royal Philharmonic Orchestra o seu poema sinfónico “Shades – And”, obra entretanto interpretada também pela Orquestra Filarmónica de Leningrado e apresentada, em 2002, no concerto inaugural do Euro Classic Summer Music Festival, em Berlim. Em 2003, foi convidado a fundar o conservatório e orquestra da Universidade de Baskent, e designado delegado da Turquia no IRC – International Music Council, da UNESCO. Em Outubro de 2005, apresentou-se no concerto inaugural do IV Saint Petersburg International Piano Festival, no Saint Petersburg Philharmonic Hall. Colaborou com artistas como Salvatore Accardo, Rocco Filippini, Martin Berkovsky, Gustav Rivinius e Alexander Rudin. É Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra Académica de Baskent.

Patrícia Quinta - Mezzo soprano 

Natural do Porto, efetuou os seus estudos de canto no Conservatório Superior de Música de Gaia, realizando o Curso Superior de Canto Teatral na classe de Fernanda Correia. Em 2004, ingressou na Universidade de Música e Artes do Espetáculo de Viena, onde continuou a sua formação de canto com Margit Klaushofer, especializando-se no domínio do Lied e Oratória com Charles Spencer e no domínio da Ópera com Reto Nickler. Atualmente, terminada a sua formação académica, trabalha com Christa Ludwig na continuação do seu

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aperfeiçoamento artístico. Participou nas óperas L’incoronazione di Poppea (Octavia), de C. Monteverdi, Juliette (Kleiner Araber, Junger Matrose e Hotelboy) de B. Martinu, ambas produções da Universidade de Música e Artes do Espetáculo de Viena. Integrou o elenco da ópera A Flauta Mágica (Segunda Dama), de W. A. Mozart, numa coprodução do Ciclo Portuense de Ópera e Orquestra Nacional do Porto. Interpretou o papel de Mãe na ópera Mavra de Stravinsky, numa produção da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi 2003, onde lhe foi atribuído o prémio Bocage (cantor revelação). No domínio da oratória, foi solista na Missa de Coroação e Requiem de Mozart, Stabat Mater de Pergolesi, Cantata de Natal de Saint-Säens, Petite Messe Solenelle e Stabat Mater de Rossini e Missa em Dó de Beethoven. Tem realizado vários recitais de Lied e galas de ópera em Portugal e em Viena, sob a direção de maestros como Manuel Ivo Cruz, Mário Mateus, Ferreira dos Santos, Rui Massena, Nicola Giusti, Johannes Willig, Ivan Parik, Ingomar Rainer, Cesário Costa, João Paulo Santos e Walter Kobera. Frequentou classes de aperfeiçoamento com Hilde Zadek, Ulf Bästlein, Enza Ferrari, Elsa Saque, Laura Sarti, António Salgado, Rudolf Piernay e Grace Bumbry. É Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Pedro Telles - Barítono

Natural do Porto, iniciou os seus estudos de canto com a Professora Fernanda Correia. Na classe da mesma Professora, terminou os seus estudos superiores em Canto Teatral, na Fundação Conservatório Regional de Gaia.No domínio da Oratória, foi solista em várias Oratórias, destacando-se o Magnificat, a Cantata Ich habe genug, Cantata 147, as quatro Missas Brevis e a Paixão segundo S. João de Bach. A Missa Solene de S. Cecília de Gounod. A Via Crucis de Liszt. Missa Dolorosa de Caldara. Missa em Ré Maior de Otto Nicolai. Missa da Coroação e no Requiem de Mozart. Passio de Arvo Part. A Fantasia de Natal de Vaughan Williams. A Oratória de Natal de Saint Säens. Missa Solene e Stabat Mater de Rossini. Missa das crianças de John Rutter. Requiem de Fauré. Requiem de Donizzetti. The armed Man de Karl Jenkins. Realizou, em 1ª audição, a personagem de Jesus na obra Paixão

segundo S. João de P. Ferreira dos Santos.Cantou na Casa da Música o solo barítono dos Carmina Burana de Carl Orff.No campo da Ópera, interpretou os papéis de Papageno na Flauta Mágica de Mozart, Giorgio Germont em La Traviata de Verdi, Don Colagianni no Il Maestro di Musica de Pergolesi, Doutor Malatesta no Don Pasquale de Donizetti, Eneas em Dido e Eneas de Purcell, Figaro nas Bodas de Figaro de Mozart, Marcello em La Bohéme de Puccini, Rigoletto no Rigoletto de Verdi, Sábio em A Floresta de Eurico Carrapatoso e Dottor Bartolo no Barbeiro de Sevilha de Rossini. Realizou em estreia absoluta com Orquestra do Norte sob direção de Ferreira Lobo a ópera O Crepúsculo do Crítico de Manuel Faria.No decorrer do seu percurso, cantou sob a direção dos maestros Manuel Ivo Cruz, Mário Mateus, Gunther Arglebe, Ferreira dos Santos, Ferreira Lobo, Eugénio Amorim, Cesário Costa, Evgueni Zouldikine, Gaetano Soliman, Belarmino Soares, Marc Tardue, Julian Reynolds, Fernando Lapa, António Baptista, António Lourenço, Jairo Grossi, Armando Vidal, Sérgio Ferreira, Filipe Veríssimo e Lawrence Golan.  Tem realizado concertos em Portugal, Espanha, Suiça, França, Brasil e Polónia.Frequentou cursos ministrados por Paul von Schillawsky, Ileana Cotrubas, Charles Hamilton, Amin Feres, Charles Spencer, Rudolph Piernay, António Salgado, Rio Novello, Neyde Thomas e Luciana Serra.Estuda desde sempre com a Professora Fernanda Correia e regularmente com Hilde Zadek, em Viena.É um dos maestros do Coro de S.Tarcísio e docente na Escola de Música de Costa Cabral no Porto.  

Coro da Licenciatura em Música da Universidade do Minho

Com uma atividade regular desde 2008, o coro é resultado do trabalho musical realizado no ramo da interpretação na Licenciatura em Música, procurando promover a experiência interpretativa dos alunos, estimular a maturidade musical e aproximar profissionalmente os discentes do mundo da interpretação. Presentemente, conta com um elenco de 80 cantores, atuando em formação coral-

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sinfónica ou como grupo a capella e interpretando, essencialmente, obras corais do repertório barroco, clássico e romântico. Das suas apresentações, destacam-se Gloria A. Vivaldi; Sinfonia nº 9 e Fantasia Coral de Beethoven; Polovtsian Dances do Príncipe Igor de A. Borodin; Te Deum de Joaquim dos Santos; Te Deum nº 2 de Haydn; Glória e Requiem de J. Rutter; Requiem Cherubini; Requiem de G. Fauré; Requiem de D. Bomtempo e Requiem de Mozart. Ao longo do seu percurso, tem sido dirigido por diferentes  maestros, designadamente Francesco Belli, Jorge Mata, Pedro Neves, Toby Hofmann, Roberto Perez, Rui Massena, e Vítor Matos. Desde 2008, Vítor Lima é Maestro titular do Coro.

Orquestra da Universidade do Minho (OUM)

Criada em 2006, a OUM integra, nas diversas formações, os docentes e discentes do Departamento de Música, bem como instrumentistas de orquestra, solistas, e maestros convidados. A OUM materializa, no domínio dos Estudos Musicais,a valorização estatutariamente consagrada da criatividade, das artes, e da cultura, que, radicandono domínio da formação científico-pedagógica, se reflete no domínio da extensão à comunidade. Com uma regular atividade anual de aproximadamente 15 concertos, destaca-se no repertório interpretado obras sinfónicas e coral-sinfónicas como o Requiem de Mozart, Requiem de Fauré, os Carmina Burana de Carl Orff, a Sinfonia nº 1 de Brahms, e as sinfonias nºs 5, 6, 7 e 9 de Beethoven, bem como concertos para instrumentos solistas e orquestra de Haydn, Mozart, Beethoven, Weber, Chopin Tchaikovsky e Brahms. Desde a sua estreia, a OUM tem-se apresentado com solistas como Ana Maria Pinto, Ângelo Martingo, Bruno Rafael, Cristiana Oliveira, Carlos Guilherme, Dora Rodrigues, Eliot Lawson, Fernando Guimarães, Gary Hofmann, Harri Mäki, Ilya Grubert, João Merino, João Terleira, Magna Ferreira, Nelson Alves, Pavel Gomziakov, Pedro Burmester, Picky Resende, Raquel Fernandes, Roberto Erculiani, Sara Amorim, Sara Braga Simões, Sérgio Ramos, Vasco Faria, e Vítor Matos, e sob a direção dos maestros António Vitorino d’Almeida, Christopher Bochmann, Daniel

Gazon, Ertug Korkmaz, Francesco Belli, François Benda, Hans Casteleyn, Jean-Marc Burfin, Julian Lombana, Luís Filipe Machado, Pedro Carneiro, Pedro Neves, Roberto Perez, Toby Hofmann, e Vitor Matos. Por ocasião do 40º aniversário da Universidade do Minho, a OUM interpretou, sob a direção de António Vitorino de Almeida, a Sinfonia UMinho, expressamente escrita para a efeméride.

10.04.2917 | 21h30IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA

Coral Ensaio (Póvoa de Varzim)Via Crucis, de F. Liszt

PROGRAMA

CAMINHO PARA A REDENÇÃOFranz Liszt (1811-1886): Via Crucis, S. 53IntroduçãoEstação I – Jesus é condenado à morteEstação II – Jesus com a Cruz às costasEstação III – Jesus cai pela primeira vezEstação IV – Jesus encontra a sua Santa Mãe (Órgão)Estação V – Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a Cruz (Órgão)Estação VI – Santa VerónicaEstação VII – Jesus cai pela segunda vezEstação VIII – As mulheres de JerusalémEstação IX – Jesus cai pela terceira vezEstação X – Jesus é despojado das suas vestes (Órgão)Estação XI – Jesus é pregado na CruzEstação XII – Jesus morre na CruzEstação XIII – Jesus é descido da Cruz (Órgão)Estação XIV – Jesus é depositado no túmulo

G. F. Haendel (1685-1759): Messias, HWV 56HALLELUYA! CORAL “ENSAIO” DA ESCOLA DE MÚSICA DA PÓVOA DE VARZIMCarlos Meireles — BarítonoAntónio Mário Costa — ÓrgãoJosé Abel Carriço — Direção

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NOTAS AO PROGRAMA

Os textos sagrados referentes à Semana Santa, nomeadamente à penosa caminhada do Filho de Deus para o Calvário, testemunham a assumida condição humana de Jesus Cristo, que se expressa na Sua dor e angústia, provocada pela injustiça e ingratidão do homem.Este concerto de Semana Santa “CAMINHO PARA A REDENÇÃO”, preparado para ser apresentado numa igreja, assenta no Via Crucis, da autoria de F. Liszt (1811-1886), e no Halleluya, pequeno excerto de “Messias”, composto por G. F. Haendel (1685-1759). Assim, procura-se proporcionar a vivência dos últimos passos de Cristo na Sua vida terrena que culmina com a alegria da Ressurreição. Para uma maior proximidade e envolvência do público, haverá a projeção de diapositivos alusivos aos diferentes momentos contidos nos textos (traduzidos do latim, inglês e alemão) e expressos pela linguagem musical que o Coral “Ensaio” da Póvoa de Varzim, barítono e órgão, interpretarão, a partir dessas obras.

TRADUÇÃO

IntroduçãoOs estandartes do rei avançam;O mistério da Cruz na qual a vida suportou a morte,E, através da morte produziu a vida, resplandece.Realizaram-se os factosQue David anunciou num canto fiel,Dizendo às naçõesQue Deus reinaria a partir do madeiro. Amen.Salve, ó Cruz, esperança única deste tempo de Paixão:Aumenta a graça aos que são piedosos,Apaga as faltas dos culpados.

Estação I – Jesus é condenado à mortePilatos: Eu estou inocente do sangue deste justo.

Estação II – Jesus com a Cruz às costasSalve ó Cruz!

Estação III – Jesus cai pela primeira vezEstava a Mãe dolorida, chorando, ao pé da Cruz,Da qual pendia o seu Filho.

Estação IV – Jesus encontra a sua Santa Mãe (Órgão)

Estação V – Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a Cruz (Órgão)

Estação VI – Santa VerónicaÓ chefe coberto de feridas, cheio de dor e escárnios.Ó chefe ridiculamente coroado de espinhos.Ó chefe em outros lugares rodeado das maiores honras

E ornatos,Mas agora supremamente injuriado.Ó chefe eu Te saúdo!

Estação VII – Jesus cai pela segunda vezEstava a Mãe dolorida, chorando, ao pé da Cruz,Da qual pendia o seu Filho.

Estação VIII – As mulheres de JerusalémJesus: Não choreis por Mim, mas por vós e pelos vossos filhos.Estação IX – Jesus cai pela terceira vezEstava a Mãe dolorida, chorando, ao pé da Cruz,Da qual pendia o seu Filho.

Estação X – Jesus é despojado das suas vestes (Órgão)

Estação XI – Jesus é pregado na CruzCrucifica-O! Crucifica-O!

Estação XII – Jesus morre na CruzJesus: Senhor, Senhor, porque Me abandonaste?Nas Tuas mãos entrego o meu espírito.Tudo está terminado.Ó tristeza, ó sofrimento do coração,Não havemos de o lamentar?O Filho único de Deus PaiÉ levado para o túmulo.Ó tristeza, ó sofrimento do coração!

Estação XII – Jesus é descido da Cruz (Órgão)

Estação XIV – Jesus é depositado no túmuloSalve, ó cruz, esperança única,Salvação e glória do mundo,Aumenta a justiça aos piedososConcede o perdão aos culpados.Salve, ó cruz!

G. F. HAENDEL (1685-1759) - HALLELUYA (Messias, HWV 56)Aleluia, …Porque reina o Senhor Deus omnipotente,Aleluia, …O reino deste mundo está a tornar-seO reino do nosso Senhor e de Cristo seu filho;E Ele reinará para todo o sempre.Rei dos Reis, e Senhor dos Senhores,E Ele reinará para todo o sempre,Aleluia!

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BIOGRAFIAS

Carlos Meireles

Iniciou seus estudos em canto com Pedro Telles na escola Maiorff.  É Licenciado e Mestre em Música (Canto) pela Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo (ESMAE), tendo sido aluno de José de Oliveira Lopes, Margarida Reis e Rui Taveira. No âmbito do Mestrado em Interpretação Artística redigiu a dissertação A Voz Absoluta, ser cada vez mais humano, na qual explorou a técnica do Fio de Voz derivada de mantras hindus e aplicada ao canto lírico. Neste momento é aluno do Mestrado em Ensino da Música ESMAE/ESE. É diretor artístico do Absolute Vocem Ensemble, que se apresenta regularmente na Igreja de São José das Taipas, no Porto. É membro da Capella Sactae Crucis dirigido por Tiago Simas Freire, tendo participado na gravação do primeiro CD deste grupo e que será lançado este ano pela Harmonia Mundi; do Bando de Surunyo dirigido por Hugo Sanches, e foi recentemente admitido em audição no Huelgas Ensemble dirigido por Paul Van Nevel. É professor assistente convidado na cadeira Voz e Música no Departamento de Teatro da ESMAE. É professor de Canto na Escola Diocesana de Ministérios Litúrgicos, Porto. Destacam-se na sua larga e diversificada experiência: papel principal (Mac the Knife) na Ópera dos Três Vinténs de Kurt Weill com encenação de António Durães; Patriarca em Ordo Virtutum de Hildegard Von Bingen; solista na obra Dona Nobis Pacem de Vaughan Williams; solista e coralista na Kantate Freue dich und sei fröhlich de Christoph Graupner sob a direção de Ana Mafalda Castro; Evangelista na estreia absoluta da Paixão segundo S. João de Osvaldo Fernandes, sob a direção de José Eduardo Gomes; Evangelista e coralista na  Weihnachts Oratorium de J. S. Bach  sob a direção de Barbara Francke; Exerceu também funções de assistência de encenação no domínio musical no espetáculo “Os Ultimos dias da Humanidade” de Karl Kraus com encenação de Nuno Carinhas e Nuno M. Cardoso, 2016.

António Mário Costa

É natural do Porto, iniciou os seus estudos musicais no Curso de Música Litúrgica da Diocese do Porto e no Conservatório de Música do Porto. Teve como primeiro professor de Órgão o Pe. Dr. Ferreira dos Santos. Com apenas 15 anos de idade tornou-se maestro do Orfeão de Gondomar, cargo que exerceu durante quatro anos. Foi membro do Coro da Sé Catedral do Porto e por variadas vezes dirigiu o mesmo Coro e o conjunto instrumental "Solemnium Concertus". De 1989 a 1994 frequentou a Academia Superior de Música Sacra de Regensburg, onde estudou órgão com o professor Franz Josef Stoiber e Direção de Coro com o professor Roland Büchner. Concluiu em julho de 1993, o Curso Superior de Música Sacra, em Regensburg, e, em julho de 1994, a licenciatura pedagógica em órgão, na Escola Superior de Música de Munique. Tem realizado inúmeros concertos como organista, quer a solo quer realizando baixo contínuo, em várias localidades de Portugal. Tem tido também intensa atividade como diretor de coro, tendo dirigido inúmeros concertos em Portugal, Espanha, França, Itália e Alemanha. Desde setembro de 1994, é professor de Órgão e de Análise e Técnicas de Composição no Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian. Em outubro de 1995 foi nomeado Organista Titular da Sé Catedral do Porto e é também, desde outubro de 2003, o responsável pelo Coro do Seminário Maior do Porto. É também o Diretor do Coro de Câmara Capella Antiqua e do Coro de Santa Joana – Aveiro.

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José Abel Carriço

Cedo iniciou os estudos musicais, nos Seminários Diocesanos de Braga, tendo, posteriormente, frequentado o Conservatório de Música do Porto, onde completou o Curso Superior de Canto (1986), na classe da Professora Fernanda Correia. Mais tarde, após a obtenção da licenciatura (2006), concluiu o mestrado (2008), em Estudos Superiores Especializados em Educação Musical, na Universidade do Minho - Braga.Participou em diversos cursos de aperfeiçoamento em Direção Coral e de Orquestra, Técnica Vocal, Análise e Técnicas de Composição, destacando-se, entre os mestres com quem trabalhou, J. Borges Coelho, Peter Phillips, Erwin Liszt, G. Keegelman, Robert Houlian e, do Instituto Superior de Música Sacra de Regensbourg, Herbert Velten e Joseph Stoiber. Como resultado da pesquisa que tem vindo a realizar, a nível biográfico e de obras musicais, de autores poveiros, para além de alguns artigos, já proferiu conferências sob os temas: A cultura cénica e musical, na Póvoa de Varzim, no início do século XX, no III Simpósio GUIMARAMUS, em Guimarães (2009); A música na devoção e na diversão poveira no alvor do século XX, no Arquivo Municipal da Póvoa de Varzim (2010); A música na Igreja Matriz da Póvoa de Varzim no século XVIII, no Congresso Musical de Guimarães Capital Europeia da Cultura (2012); A Solenidade Musical na Bênção da Nova Igreja da Misericórdia, na Misericórdia da Póvoa de Varzim (2014). Também já publicou os livros, intitulados: Arnaldo Moreira (1879/1962) – Doze temas de Natal (2000); Josué Trocado (1882/1962) – Uma presença musical (2004); “O Caloiro” (1913) de Josué Trocado (1882-1962) - Um contributo escolar para o desenvolvimento social e cultural da Póvoa de Varzim (2013). A propósito deste interesse pelo património local, já teve a seu cargo a direção musical de alguns espectáculos levados à cena, no Teatro Garrett, desta cidade.Entre 2009 e 2013, assumiu a Direção Executiva da Escola de Música da Póvoa de Varzim, fazendo parte

do corpo docente, desde a sua criação (1988). Nesta Escola fundou o Coral “Ensaio” (1989), com o qual já realizou inúmeros concertos, em várias localidades de Portugal, em Espanha, na Bélgica e na Holanda. Atualmente, tendo sido o seu promotor (2007), também é o Diretor da Escola de Música Arnaldo Moreira, de S. Pedro de Rates, e o Diretor Artístico do Ciclo de Música Sacra da Igreja Românica de Rates – Póvoa de Varzim.

Coral Ensaio

Iniciou a sua atividade em Janeiro de 1989, sob a direção do Prof. José Abel Carriço. Inicialmente, este projeto surgiu com a criação da Escola Municipal de Música da Póvoa de Varzim, pelo Município desta cidade, em Maio de 1988, sendo formado por alunos, encarregados de educação e melómanos dedicados. Ao longo da sua existência, apresentou-se em audições públicas da Escola de Música e em variados momentos culturais da localidade e de várias cidades de Portugal, Espanha, Bélgica e Holanda. Organizou e participou no 1º e 2º Encontro Internacional de Coros Amadores da Póvoa de Varzim, em 1995 e 1996, onde estiveram coros vindos de Espanha e de França. Tem-se apresentado em concerto, com alguma frequência, no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, e tem sido presença constante nas edições do Ciclo de Música Sacra da Igreja Românica de Rates. Em 2013 e 2014 participou no Encontro de Música Coral da Póvoa de Varzim.Gravou para a edição em CD de "Os Melhores Coros Amadores da Região Norte", nomeadamente, com temas populares poveiros. Ao longo da sua intensa atividade, vem praticando um vasto repertório histórico, profano e sacro, incluindo autores portugueses, nomeadamente poveiros. A sua presença em concerto tem sido “A Capella" ou em parceria com distintas formações instrumentais e destacados solistas.

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12.04.2017 | 21h30IGREJA DA MISERICÓRDIA

Coro VilancicoA Paixão de Guimarães

PROGRAMA

A PAIXÃO POLIFÓNICA DE GUIMARÃESAnónimo (c. 1580): Pasio Domini Nostri Jesu Christi secundum Mathaeum D. Pedro de Cristo (? – 1618) – Bradados da Paixão segundo S. Mateus1. Introdução2. Ceia Pascal3. Getsemani4. Processo de Jesus5. Calvário6. Sepultura de Jesus

11.04.2017 | 21h30IGREJA DE S. FRANCISCO

Orquestra Barroca da Casa da MúsicaO Pranto de Maria

PROGRAMA

Antonio Vivaldi (1678-1741)Sinfonia al Santo Sepolcro, RV 169Giovanni Battista Ferrandini (1710-1791)Il pianto di MariaFrancesco Geminiani (1687-1762)Concerto grosso op.7 nº 2Tomaso Albinoni (1671-1751)Concerto para oboé op.9 nº 2Antonio VivaldiSalve ReginaPieter Hellendaal (1721-1799)Concerto grosso op.3 nº 1

ORQUESTRA BARROCA CASA DA MÚSICALaurence Cummings — Cravo e direção musicalMónica Monteiro — SopranoPedro Castro — Oboé

NOTAS AO PROGRAMA

Num programa desenhado para celebrar a Páscoa, a Orquestra Barroca Casa da Música acompanha a voz da soprano portuguesa Mónica Monteiro em obras-primas escritas em louvor da Virgem Maria. Durante muito tempo atribuído a Handel, Il pianto de Maria é uma das obras mais notáveis do compositor italiano Giovanni Battista Ferrandini. Exemplo máximo do estilo italiano, o Salve Regina de Vivaldi é uma das peças vocais favoritas do período Barroco. Completam o programa outras composições extremamente célebres, incluindo um belíssimo Concerto para oboé de Albinoni apresentado na interpretação de Pedro Castro. 

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Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus (excertos)

TRADUÇÃO

C = Narrador; + = Cristo; S = Personagens

1 INTRODUÇÃO

C.(a 3v). PÁSSIO DÓMINI NOSTRI JESU CHRISTI SECUNDUM MATHAEUM. IN ILLO TÉMPORE

dixit Jesus discípulis suis:+ Scitis quia post bíduum Pascha fiet et Flius hóminis tradetur ut crucifigatur.

C. Tunc congregati sunt príncipes sacerdotum et seniores pópuli in átrium príncipis sacerdotum qui dicebatur Cáiphas: et concílium fecerunt ut Jesum dolo tenerent et occíderent. Dicebant autem:

SS. NON IN DIE FESTO NE FORTE TUMULTUS FÍERET IN POPULO.

C. Cum autem esset Jesus in Bethania, in domo Simonis leprosi, accessit ad eum múlier habens alasbastrum unguenti pretiosi, et effudit super caput ipsius recumbentis. Videntes autem discípuli, indignati sunt dicentes:

SS. UT QUID PERDÍTIO HAEC? PÓTUIT ENIM UNGUENTUM ISTUD VENÚNDARI MULTO ET DARI PAUPÉRIBUS.

2. CEIA PASCAL

C. Prius autem die azymorum accesserunt discípuli ad Jesum dicentes:

SS. UBI VIS PAREMUS TIBI COMÉDERE PASCHA?

C. Coenántibus autem illis, accepit Jesus panem, et benedixit ac fregit deditque discípulis suis e ait:

+ (a 3 v). ACCÍPITE ET COMÉDITE: HOC EST CORPUS MEUM.

3. GETSEMANI

C. Et assumpto Petro et duobus fíliis Zebedaei coepit contristari et moestus esse. Tunc ait illis:

+ (a 3 v). TRISTIS EST ÁNIMA MEA USQUE AD MORTEM: SUSTINETE HIC ET VIGILATE MECUM.

C. Et progressus pusillum prócidit in fáciem suam orans et dicens:

1 INTRODUÇÃO

C. (a 3v). Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus. Naquele tempo

disse Jesus aos seus discípulos:+ Sabeis que daqui a dois dias se vai realizar a Páscoa e o Filho do Homem vai ser entregue para ser crucificado

C. Reuniram-se, então, os principes dos sacerdotes e os anciãos na sala do sumo pontífice que se chamava Caifás e combinaram uma estratégia para prenderem e matarem Jesus. Mas eles disseram:

SS. Não num dia de festa para que o povo se não revolte

C. Estando Jesus em Betânia, em casa do leproso Simão, aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro com um bálsamo precioso e derramou-o sobre a sua cabeça quando ele estava sentado à mesa. Vendo isto, os discípulos, indignados, disseram:

SS. Para quê este desperdício? Este bálsamo, com efeito, poderia ser vendido por muito dinheiro para ser dado aos pobres.

2. CEIA PASCAL

C. Antes do dia dos ázimos, os discípulos vieram ter com Jesus e disseram:

SS. Onde queres que te preparemos a ceia da Páscoa?

C. Estando a cear com eles, Jesus pegou no pão, partiu-o, abençoou-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo:

+ (a 3 v.)Tomai e comei: isto é o meu corpo.

3. GETSEMANI

C. Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, disse-lhes:

+ (a 3 v.) A minha alma está triste até à morte: Ficai aqui e vigiai comigo.

C. E avançando um pouco, prostrou-se com o rosto no chão rezando e dizendo:

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+ (a 3 v). PATER MI, SI POSSÍBILE EST TRÁNSEAT A ME CALIX ISTE. VERÚNTAMEN NON SICUT EGO VOLO SED SICUT TU.

C. Et venit ad discípulos suos et invenit eos dormientes. Et dicit Petro:

+ Sic? Non potuistis una hora vigilare mecum? Vigilate et orate ut non intretis in tentationem. Spíritus quidem promptus est, caro autem infirma.

C. Et íterum ábiit et oravit dicens:

+ (a 3 v). PATER MI, SI NON POTEST HIC CÁLIX TRANSIRE NISI BIBAM ILLUM FIAT VOLUNTAS TUA.

4. PROCESSO DE JESUS

C. Príncipes autem sacerdotum et omne concílium quaerebant falsum trestimónium contra Jesum, ut eum morte tráderent. Et non invenerunt, cum multi falsi testes accessissent. Novíssime autem venerunt duo falsi testes et dixerunt: SS. HIC DIXIT: POSSUM DESTRÚERE TEMPLUM DEI ET POST TRÍDUUM REAEDIFICARE ILLUD.

C. Tunc prínceps sacedotum scidit vestimenta sua dicens:

S. Blasphemavit! Quid adhuc egemus testibus? Ecce nunc audistis blasphemiam. Quid vobis videtur?

C. At illi respondentes dixerunt:

SS. REUS EST MORTIS.

C. Tunc expuerunt in fáciem ejus et cólaphis eum ceciderunt. Alii autem palmas in fáciem ejus dederunt dicentes:

SS. PROPHETIZA NOBIS, CHRISTI, QUIS EST QUI TE PERCUSSIT.

C. Et íterum negavit cum juramento quia non novit hominem. Et post pusillum accesserunt qui stabant et dixerunt Petro:

SS. VERE TU EX ILLIS EST, NAM ET LOQUELA TUA MANIFESTUM TE FACIT.

C. Tunc videns Judas, qui trádidit eum, quod damnatus esset, poenitentia ductos, rétulit triginta argénteos princípibus sacerdotum et senioribus, dicens:

S (Sumo Sacerdote): S. Peccavi, tradens sánguinem justum.

C. At illi dixerunt:

SS. QUID AD NOS? TU VIDERIS.

+ (a 3 v.) Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice. No entanto faça-se com tu queiras e não como eu quero.

C. E voltou junto dos discípulos e encontrou-os a dormir. E disse a Pedro:

+ Como? Não conseguistes vigiar uma hora comigo? Vigiai e rezai para não entrardes em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.

C. Retirou-se, de novo e rezava dizendo:

+ (a 3 v.) Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a Tua vontade.

4. PROCESSO DE JESUS

C. Porém os príncipes dos sacerdotes e todo o conselho procuravam algum testemunho falso contra Jesus para que o pudessem condenar à morte. Mas não encontraram, mesmo com muitas testemunhas que se apresentaram. Mas apareceram no fim duas falsas testemunhas que disseram:

SS. Este disse: posso destruir o templo de Deus e reedifica-lo em três dias.

C. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes dizendo:

S. Blasfemou! Para que precisamos ainda de testemunhas? Ouvistes agora uma blasfémia. Que vos parece?

C. Eles, respondendo, disseram:

SS. É Réu de morte

C. Cuspiram-lhe, então, na cara e golpearam-no. Outros esbofetearam-no dizendo:

SS. Profetiza-nos, Cristo, quem te bateu?

C. E de novo jurou sob juramento que não conhecia o homem. Pouco depois chegaram uns que ali estavam e disseram a Pedro:

SS. Verdadeiramente tu és um deles, com efeito até a tua fala te dá a conhecer.

C. Então, vendo Judas, que o entregara, que fora condenado, tocado pelo arrependimento, levou de volta as trinta moedas aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo :

S. Pequei, entregando o sangue de um justo

C. Mas eles disseram:

SS. Que nos interessa isso? Isso é contigo!

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C. Et projectis argénteis in templo, recessit et abiens laqueo se suspendit. Príncipes autem sacerdotum, acceptis argénteis, dixerunt:

SS. NON LICET EOS MÍTTERE IN CORBONAM QUIA PRÉTIUM SÁNGUINIS EST.

C. Príncipes autem sacerdotum et seniores persuaderunt pópulis ut péterent Barabbam, Jesum vero pérderent. Respondens autem praeses ait illis:

S. Quem vultis vobis de duobus dimitti?

C. At illi dixerunt:

SS. BARABBAM.

C. Dicit illis Pilatus:

S. Quid igitur faciam de Jesu qui dicitur Christus?

C. Dicunt omnes:

SS. CRUCIFIGATUR!

C. Ait illis praeses:

S. Quid enim mali fecit?

C. At illi magis clamabant dicentes:

SS. CRUCIFIGATUR!

C. Et respondens universus pópulus dixit:

SS. SANGUIS EJUS SUPER NOS ET SUPER FILIOS NOSTROS.

C.Et genu flexo ante eum illudebant ei dicentes:

SS. AVE, REX JUDEORUM

5. CALVÁRIO

C. Tunc crucifixi sunt cum eo duo latrones, unus a dexteris et alius a sinistris. Praetereuntes autem blasphemabant eum, moventes capita sua et dicentes:SS. VAH! QUI DÉSTRUIS TEMPLUM DEI ET IN TRÍDUO REAEDÍFICAS ILLUD: SALVA TEMETIPSUM. SI FÍLIUS DEI ES, DESCENDE NUNC DE CRUCE.

C. Simíliter et príncipes sacerdotum iludentes com scribis et senióribus dicebant:

SS. ÁLIOS SALVOS FECIT, SE IPSUM NON POTEST SALVUM FÁCERE. SI REX ISRAEL EST, DESCENDAT NUNC DE CRUCE ET CRÉDIMUS EI. CONFIDIT IN DEO, LÍBERET NUNC SI VULT EUM. DIXIT ENIM QUIA FILIUS DEI SUM.

C. E arremessando as moedas no templo, saiu e enforcou-se com um laço. Os príncipes dos sacerdotes, pegando nas moedas, disseram:

SS. Não é lícito colocá-las no cofre porque é preço de sangue.

C. Mas os príncipes dos sacerdotes persuadiram o povo para que pedissem Barrabás e que fizessem morrer Jesus. Fazendo o governador esta pergunta, disse-lhes:

S. Dos dois, quem quereis que vos solte?

C. E eles disseram:

SS. Barrabás.

C. Disse-lhes Pilatos:

S. Que hei-de fazer, então, de Jesus que se diz Cristo?

C. Todos responderam:

SS. Seja crucificado!

C. Disse-lhes o governador:

S. Mas que mal fez ele?

E eles mais clamavam dizendo:

SS. Seja crucificado!

C. E respondendo todo o povo disse:

SS. Que o seu sangue [caia] sobre nós e sobre os nossos filhos.

C. E ajoelhados diante dele, escarneciam e diziam:

SS. Salve, Rei dos Judeus.

5. CALVÁRIO

C. Então foram crucificados com ele dois ladrões um à direita e outro à esquerda. Os que passavam blasfemavam-no, abanado a cabeça e dizendo:SS. Ah! Tu que destróis o templo de Deus e o reedificas em três dias: salva-te a ti próprio. Se és filho de Deus. Desce agora da cruz.

C. Do mesmo modo também os príncipes dos sacerdotes, escarnecendo com os escribas e os anciãos, diziam:

SS. Salvou os outros e não consegue salvar-se a si próprio. Se é o rei de Israel, desça agora da cruz e acreditaremos nele. Confiou em Deus, que o livre agora se quiser. Com efeito ele disse: Eu sou filho de Deus.

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C. A sexta autem hora, ténebrae factae sunt super universam terram usque ad horam nonam. Et circa horam nonam exclamavit Jesus voce magna dicens:

+ (a 3 v). ELI, ELI, LAMMA SABACHTÁNI.

C. Hoc est:

+ (a 3 v). DEUS MEUS, DEUS MEUS, UT QUID DERELIQUISTI ME?C. Quidam autem illic stantes et audientes dicebant:

SS. ELIAM VOCAT ISTE.

C. Et contínuo currens unus ex eis, acceptam spóngiam implevit aceto et impósuit arúndini et dabat ei bíbere. Céteri vero dicebant:

SS. SINE VIDEAMUS NA VÉNIAT ELIAS LÍBERANS EUM.

C.Jesus autem clamans voce magna:

( a 3 v) EMISIT SPÍRITUM.

C. Centúrio autem et qui cum eo erant custodientes Jesum, viso terraemotu et his quae fiebant timueurnt valde dicentes:

SS. VERE FILIUS DEI ERAT ISTE.

6. SEPULTURA DE JESUS

C. Et accepto córpore, Jóseph involvit illud in síndone munda et pósuit illud in monumento suo novo quod excíderat in petra. Et advolvit saxum magnum ad hóstium monumenti et ábiit.

(a 3 v). ERANT AUTEM IBI MARIA MAGDALENE ET ÁLTERA MARIA SEDENTES CONTRA SEPULCHRUM

C. Desde a hora sexta até à hora nona, caíram as trevas sobre toda a terra. E cerca da hora nona, Jesus exclamou em voz alta dizendo:

+ (a 3 v.) Eli, Eli, Lamma Sabachtani.

C. Isto é:

+ (a 3 v.) Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?C. Alguns que estavam ali e ouvindo-o disseram:

SS. Este chama por Elias.

C. E imediatamente um deles, correndo, pegando numa esponja ensopou-a com vinagre e colocou-a numa cana e dava-lhe a beber. Mas outros diziam:

SS. Vejamos se de facto chega Elias para o libertar.

C. Porém Jesus, clamando num alto brado

(a 3 v.) Expirou.

C. Então o centurião e os que com ele estavam a guardar Jesus, tendo visto o terramoto e as coisas que se passavam, tiveram grande medo e diziam:

SS. Este era verdadeiramente o Filho de Deus.

6. SEPULTURA DE JESUS

C. E tomando o corpo, José envolveu-o num lençol limpo e depositou-o no seu sepulcro novo que havia escavado na rocha. E colocou uma grande pedra à entrada do sepulcro e retirou-se.

(a 3 v.) Estavam porém ali Maria Madalena e outra Maria sentadas diante do sepulcro.

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singulares ou colectivos, intervenientes no relato da Paixão, para além de Cristo), com música do Cod. 59, da BN, e da autoria de D. Pedro de Cristo), livro este proveniente de Mosteiro de Santa Clara de Guimarães.

José M. Pedrosa Cardoso

BIOGRAFIAS

Coro Vilancico (do Conservatório de Guimarães):

Criado em 2004, no seio do Conservatório de Guimarães (ex Academia de Música Valentim Moreira de Sá) / Sociedade Musical de Guimarães, o Grupo Vilancico é uma formação a capella que se dedica ao estudo e interpretação de música vocal dos períodos da Idade Média e da Renascença. O grupo apresentou-se por diversas vezes na Feira Afonsina, de Guimarães e, a partir do ano de 2009, começa a desenvolver uma atividade regular, realizando cerca de uma dezena de concertos por ano, na cidade e concelho de Guimarães e em diversos concelhos do norte do país (Cabeceiras de Basto, Vieira do Minho, Matosinhos, Póvoa de Varzim, Felgueiras, Póvoa de Lanhoso, Porto, Braga, Vila Verde, Lamego, Famalicão e Amarante).Em 2012, no âmbito da programação de Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, o grupo participou no projeto Mi casa es tu casa e na curta-metragem Just in Time, realizada por Peter Greenaway, entre outros.Em 2015, participou, na Póvoa de Varzim, no X Concerto de Música Sacra e no concerto de Natal, em Guimarães, com o Coro “Solovoces”, de Lugo (Espanha); Em 2016, participou, entre outros, no 1º Festival de Música Religiosa de Guimarães, num concerto em Lugo (Galiza), no “Guimarães Allegro 2016” e no IV Encontro de Música Coral da Póvoa de Varzim. O grupo é dirigido por Domingos Salvador.

Margarida Salvador, Maria Ferrero, Luísa Salamanca — Sopranos Esmeralda Lobo, Manuela Felgueiras, Maria José Nobre, Micaela Duarte — Contraltos

NOTAS AO PROGRAMA

Este concerto resulta de um importante códice musical existente na Sociedade Martins Sarmento (Gs SL 11-2-4), composto cerca de 1580. Ele contém música da Semana Santa, na qual é especialmente relevado o canto dramático da Paixão de Cristo, tal como se cantava em Santa Cruz de Coimbra no século XVI. Sabe-se desta evidência pelo facto de existir na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra um códice similar, infelizmente maltratado (Cug MM 56), que teria sido usado na Liturgia do Domingo de Ramos, da terça, quarta e fexta-feira Santas. O facto de este livro de música se encontrar em Guimarães deve explicar-se pela mesma razão de, entre os três livros de música existentes da Biblioteca Nacional de Portugal que pertenceram ao Convento de Santa Clara de Guimarães, existir um (Ln LC 59) proveniente de Santa Cruz de Coimbra com música de D. Pedro de Cristo, um dos principais compositores daquele mosteiro crúzio e o autor provável das principais polifonias deste códice: uma explicação que a história regista devido à irradiação da importante música criada no dito Mosteiro de Coimbra por outros centros religiosos do nosso país.Descoberto que foi este códice, devidamente estudado e contextualizado em tese de doutoramento, primeiro, e logo preparado para sair a público em edição fac-similada e cuidadosamente apresentada, com a respetiva transcrição para música moderna, graças ao investimento de Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, assim se tornou possível esta execução moderna da música utilizada na Semana Santa de Coimbra e Guimarães. Na música da Paixão segundo S. Mateus, que aqui vai ser cantada, e em relação ao que acontecia já em todas as igrejas portuguesas do século XVI, em que o tonus passionis era muito diferente do praticado em toda a cristandade, sobressaem duas novidades: a primeira é a existência de alguns versículos da Paixão cantados a três vozes, especialmente alguns ditos de Cristo, assim obviamente enfatizados; e a segunda é um canto monofónico claramente mensurado, isto é, submetido a regras de ritmo por vezes muito diferenciado. Tudo o qual se explica pela mística da Paixão vivida no Mosteiro de Santa Cruz, justificando bem o seu nome, e pela fama que tiveram os cantores do mesmo Mosteiro reconhecida até na vizinha Espanha.O concerto de hoje, com a música conhecida e certamente executada historicamente em Guimarães, completa-se com a execução dos Bradados, ou cantos do Sinagoga (as intervenções dos personagens,

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Manuel Fernandes, Filipe Ribeiro, José Carlos Pacheco, Filipe Gomes, Leonel Gomes — Tenores João Felgueiras, Kevin de Latour, Luís Santos, Pedro Arantes — Baixos Domingos Salvador — Direção

Domingos Salvador

Concluiu o curso superior de canto, na classe da professora Fernanda Correia. Fez parte do Coral de Letras da Universidade do Porto, sob a direção do Maestro José Luis Borges Coelho e dos grupos Música Reservata, Grupo de Música Vocal Contemporânea e do Coro do Conservatório Regional de Gaia, sob a direção do Maestro Mário Mateus.Presentemente, é professor de Educação Musical no ensino regular e é diretor pedagógico do Conservatório de Guimarães.      

13.04.2017 | 18h30IGREJA DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA

Concerto e Missa de Gregoriano

PROGRAMA

MINI CONCERTO(Antes da celebração da Ceia do Senhor)ANTE SEX DIESAntífona, de Domingo de RamosIMPROPERIUM EXPECTAVITOfertório, de Domingo de RamosPOTUM MEUMComúnio, de 4ª Feira SantaTE LUCIS ANTE TERMINUMHino, de Completas do Domingo da PaixãoIN MONTE OLIVETIResponsório, do P. Pascal PiriouTRISTIS EST ANIMA MEAResponsório, do P. Pascal Piriou VINEA MEA ELECTAResponsório, do P. Pascal Pirou

CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHORNOS AUTEM GLORIARIIntroitoGLORIADa Missa IXCHRISTUS FACTUS ESTGradual

LAVA-PÉSMANDATUM NOVUMAntífonaDOMINE, TU MIHI LAVASAntífona c/Fabordão 5º ModoMANEANT IN VOBISAntífonaBENEDICTA SITAntífona c/ Fabordão 2º ModoUBI CARITASOfertórioSANCTUSDa Missa IXAGNUS DEIDa Missa IX

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Ante sex dies solemnis Paschae, Quando venit Dominus in civitatem Jerusalem, occurrerunt ei pueri: Et in manibus portabant ramos palmarum, Et clamabant você magna dicentes: Hosanna in excelsis: benedictus Qui venisti in multitudine misericordiae: Hosanna in excelsis. Improperium expectavit cor meum, Et miseriam: et sustinui qui simul Contristaretur, et non fuit: Consolantem me quaesivi, et non inveni: Et dederunt in escam meam fel, Et in siti mea potaverunt me aceto.

Potum meum cum letu temperabam: Quia elevans allisisti me: Et ego sicut foenum arui: Tu autem, Domine, in aeternum permanes: Tu exsurgens misereberis Sion, Quia venit tempus miserendi ejus.

Te lucis ante terminum, Rerum Creator poscimus Procul recedant somnia Et noctium phantasmata: Hostemque nostrum comprime, Ne polluantur corpora. Praesta, Pater piissime, Patrique compar Unice, Cum Spiritu Paraclito, Regnans per omne saeculum. Amen.

In Monte Oliveti oravit ad Patrem: Pater, si ieri potest, transeat a me Calix iste: Spiritus quidem promptus est, Caro, autem inirma. V/ - Vigilate, et orate, ut non intretis in tentationem. Tristis est anima mea usque ad mortem: Sustinete hic, et vigilata mecum: Nunc videbitis turbam, quae circundabit me: Vos fugam capietis , et ego vado Immolari pro vobis. V/ - Ecce appropinquat hora, Et Filius hominis tradetur in manus peccatotum.

Seis dias antes da Festa da Páscoa,Quando o Senhor vem para a cidadede Jerusalém, correram para Ele meninos:que nas mãos ostentavam ramos de palmeirase clamavam em voz alta, dizendo:Hossana no mais alto dos Céus: bendito és Tuque vieste, cheio de misericórdia: Hossana no mais alto dos Céus A infâmia e as humilhaçõesDilaceraram-me o coração:esperei que alguém se compadecessede mim, e não encontrei.Deram-me fel como alimento, e Vinagre para me matar a sede. Misturo a minha bebida com lágrimas:Porque vós me elevastes e precipitastes:Estou ressequido como o feno:mas Vós, Senhor, permaneceis eternamente.Levantai-vos e compadecei-vos de Sião,Pois chegou o tempo da misericórdia. Antes de o dia terminar,nós Vos suplicamos, ó Criador detodas as coisas, que nos guardeis e defendais, pela Vossa misericórdia. Afastai de nós os sonhos e fantasmasnoturnos, e repeli o nosso inimigo,para não mancharmos os corpos.Concedei, ó Pai Piedosíssimo isto que Vos pedimos, Vós que reinais com o Vosso Filho Unigénito, igual a Vós, e com o Espírito Consolador,pelos séculos dos séculos. Amen No Monte das Oliveiras, Jesus orou ao Paie disse: Pai, se é possível, afasta de mimeste cálice: O espírito está irme, Mas a carne é fraca.V/ - Vigiai, e orai, para não cairdesEm tentação.

A minha alma está triste até à morte:Ficai aqui um pouco, e vigiai comigo. Agora vereis a multidão que me rodeia:Vós fugireis, mas eu irei serImolado por vós.V/ - Eis que se aproxima a hora em que oFilho do homem vai ser entreguenas mãos dos pecadores.

DOMINUS JESUS, c/ Ps. 22Antífona c/ Fabordão 2º ModoPANGE LINGUANa Transladação do SS. Sacramento

PROGRAMA DO MINI CONCERTO(Antes da celebração da Ceia do Senhor)

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Vinea mea electa, ego te plantavi: Quomodo conversa es in amaritudinem, Ut me cruciigeres et Barrabbam dimitteres? V/ - Sepivi te, et lapides elegi ex te, Et aediicavi turrim.

CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR INTRÓITONos autem gloriari oportet In Cruce Domini nostri Jesu Christi: In quo est salus, vita, et resurrectio nostra: Per quem salvati et liberati sumus. Ps.66 – Deus misereatur nostri, Et benedicat nobis: illuminet vultum suum Et misereatur nostri. GLORIAGloria in excelsis Deo. Et in terra pax hominibus Bonae voluntatis. Laudamus te. Benedicimus te. Adoramus te. Gloriicamus te. Gratias agimus tibi Propter magnam gloriam tuam. Domine Deus, Rex caelestis, Deus Pater omnipotens. Domine Fili Unigenite Jesu Christe. Dominus Deus, Agnus Dei, Filius Patris. Qui tollis peccata mundi, Miserere nobis. Qui tollis peccata mundi, Suscipe deprecationem nostram. Qui sedes ad dexteram Patris, Miserere nobis. Quoniam tu solus sanctus. Tu solus Dominus. Tu solus Altissimus, Jesu Christe. Cum Sancto Spiritu, In gloria Dei Patris,. Amen.

GRADUALChristus factus est pro nobis Obediens usque ad mortem, Mortem autem crucis. V/ – Propter quod Deus exaltavit illum: Et dedit illi nomen, Quod est super omne nomen.

CREDO Credo in unum Deum, Patrem omnipotentem, Factorem caeli et terrae, Visibilium omnium et invisibilium. Et in unum Dominum Jesum Christum,

Ó minha vinha eleita! Eu próprio te plantei:Como te converteste em amargura, Para me cruciicares e soltares Barrabás?V/ - Cerquei-te com uma sebe, Tirei-te as pedras e ediiquei uma torre.

CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR INTRÓITONós devemos gloriar-nosna Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, em que está, para todos nós, a salvação,vida e ressurreição.Por ele fomos salvos e resgatados.S.66 – Senhor, tende compaixão de nóse abençoai-nos; brilhe para nós a sua faceE tenha compaixão de nós. GLORIAGlória a Deus nas Alturase na terra paz aos homens De boa vontade.Nós Vos louvamos.Nós Vos bendizemos.Nós Vos adoramos.Nós Vos gloriicamos.Nós Vos damos graçasPor Vossa imensa glória.Senhor Deus, Rei dos céus,Deus Pai, todo poderoso!Senhor Jesus CristoFilho Unigénito.Senhor Deus, Cordeiro de Deus,Filho do Pai.Vós, que tirais os pecados do mundo,Tende piedade de nós.Vós, que tirais os pecados do mundo,Acolhei a nossa súplica.Vós, que estais sentado à direita do Pai,Tende piedade de nós.Porque só Vós sois o Santo, Só Vós o Senhor,Só Vós, o Altíssimo, Jesus Cristo,com o Espírito Santo,na glória de Deus Pai. Amen.

GRADUALCristo fez-se, por nós,obediente até à morteE morte de cruzV/ - Por isso, Deus o exaltoue lhe deu um nomeQue está acima de todo o nome.

CREDO Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,criador do céu e da terra,De todas as coisas, visíveis e invisíveis.Creio em um só Senhor Jesus Cristo,

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Filium Dei Unigenitum Et ex Patre natum ante omnia saecula Deum de Deo, lumen de lúmine, Deum verum de Deo vero. Genitum, non factum, consubstantialem Patri: per quem omnia facta sunt. Qui propter nos, homines, Et propter nostram salutem Descendit de caelis. Et incarnatus est de Spiritu Sancto Ex Maria Virgine: Et homo factus est. Cruciixus etiam pro nobis: Sub Pontio Pilato passus, Et sepultus est. Et Resurrexit tertia die, Secundum Scripturas. Et ascendit in caelum: Sedet ad dexteram Patris. Et iterum venturus est cum Gloria Judicare vivos et mortuos: Cujus regni non erit inis. Et in Spiritum Sanctum, Dominum et viviicantem: Qui ex Patre, Filioque procedit. Qui cum Patre, et Filio simul adoratur et congloriicatur: Qui locutus est per Prophetas. Et unam, sanctam, catholicam Et apostolicam Ecclesiam. Coniteor unum baptisma In remissionem peccatorum. Et exspecto resurrectionem mortuorum. Et vitam venturi saeculi. Amen. M A N D A T U MMandatum novum do vobis: Ut diligatis invicem, sicut dilexi vos, vos Dicit Dominus. Ps. Beati immaculati in via: Qui ambulant in lege Domini. Domine, tu mihi lavas pedes? Respondit Jesus et dixit ei: Si non lavero tibi pedes, Non habebis partem mecum. V/- Venit ergo ad Simonem Petrum, Et dixit ei Petrus. Domine... V/- Quod ego facio, tu nescis modo: Scies autem postea. Domine...

MANEANT in vobis (virtudes):ides, spes, caritas, tria haec: major autem horum est caritas. V/- Nunc autem manent, Fides, spes, caritas, tria haec: Major autem horum est caritas. Maneant ...

Filho Unigénito de Deus,nascido do Pai antes de todos os séculos; Deus de Deus, Luz da Luz,Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;gerado, não criado, consubstancial ao Pai,Por ele todas as coisas foram feitas.E por nós, homens, e para nossa salvaçãoDesceu dos céus.E incarnou pelo Espírito Santo,No seio da Virgem Maria e se fez homem.Também por nós foi cruciicadosob Pôncio Pilatos; padeceu eFoi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, Conforme as Escrituras; e subiu aos céus, Onde está sentado à direita do Pai. De novo há-de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos;E o seu reino não terá im.Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,E procede do Pai e do Filho;e com o Pai e o Filhoé adorado e gloriicado:Ele que falou pelos profetas.Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica. Professo um só BaptismoPara a remissão dos pecados.E espero a ressurreição dos mortose a vida do mundo que há-de vir. Amen. M A N D A T U M“Dou-vos um mandamento novo:que vos ameis uns aos outros, como amei”, diz o Senhor. Ditosos os de caminhos irrepreensívelQue andam na lei do Senhor.Senhor, Tu vais lavar-me os pés?Jesus respondeu-lhe:Se não te lavar os pés, Não terás parte comigo. Veio então a Simão Pedro,E disse-lhe Pedro:Senhor...O que agora faço, tu não o sabes;Sabê-lo-ás depois.Senhor... PERMANEÇAM em vós estas três (virtudes):fé, esperança, caridade. Porém a maior delas é a caridade.Agora permaneçam estas três virtudes:fé, esperança, caridade.Mas a maior delas é a caridade.Permaneçam...

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Benedicta sit santcta Trinitas, Atque indivisa Unitas: Conitebimur ei, quia fecit nobiscum Misericordiam suam. V/ - Benedicamus Patrem et Filium, Cum Santo Spiritu. Ps/ - Quam dilecta tabernacula, Domine virtutum! Concupiscit, et deicit anima mea In átrio Domini. Benedicta.... Cor meum et caro mea, Exultaverunt in Deum vivum. Benedicta …. OFERTÓRIOUbi caritas et amor, Deus ibi est. Deus.V/ - Congregavit nos in unum Christi amor. V/- Exsultemus et in ipso jucundemur. V/- Timeamus et amemus Deum vivum. V/- Et ex corde diligamus nos sincero. Ubi caritas et amor, Deus ibi est. V/- Simul ergo cum in unum congregamur. V/- Ne nos mente dividamur, caveamus. V/- Cessent jurgia maligna, cessent lites. V/- Et in medio nostri sit Christus Deus.

Ubi caritas et amor, Deus ibi est. V/- Simul quoque cum beatis videamus. V/- Glorianter vultum tuum, Christus Deus: V/- Gaudium, quod est immensum, Atque probum. V/- Saecula per ininita saeculorum. Amen.

SANCTUSSanctus, Sanctus, Sanctus Dominus Deus Sabaoth. Pleni sunt caeli et terra gloria tua. Hosana in excelsis. Benedictus qui venit in nomine Domini. Hosana in excelsis. AGNUS DEIAgnus Dei, qui tollis peccata mundi: Miserere nobis Agnus Dei, qui tollis peccata mundi: Miserere nobis. Agnus Dei, qui tollis peccata mundi: Dona nobis pacem.

DOMINUS JESUS, postquam coenavit Cum discipulis suis, Lavit pedes eorum, et ait illis: Scitis quid fecerim vobis, Ego, Dominus et Magister? Exemplum dedi vobis, Ut vos ita faciatis.

Bendita seja a Santíssima Trindadee indivisível Unidade:Louvemo-La, porque fez connoscoA Sua misericórdia.V/ - Bendigamos ao Pai e ao FilhoCom o Espírito Santo.Sl/ - Como são amáveis as Vossas moradas,Senhor dos Exércitos!A minha alma desfalecida consome-se,Suspirando pelos átrios do Senhor.Bendita ….o meu coração e a minha carne,Exultam no Deus vivo. Bendita …. OFERTÓRIOOnde está a caridade e o amor, aí está Deus.V/-O amor de Cristo reuniu-nos aqui todos.V/- Exultemos e alegremo-nos nele.V/-Temamos e amemos o Deus vivo.V/- E amemo-nos com um coração puro.

Onde está a caridade e o amor, aí está Deus. V/- Cuidemos de não nos dividirmos em espírito. V/- Acabem as rixas e dissenções.V/- No meio de nós reine Cristo Deus.

Onde está a caridade e o amor, aí está Deus V/- Fazei que vejamos conjuntamente com os bem-aventurados,V/- o vosso rosto glorioso, ó Cristo Deus.V/- Isto será para nós alegria imensa e pura.V/- Por todos os séculos sem im. Amen.

SANCTUSSanto, Santo, SantoSenhor Deus dos exércitosCheios estão os céus e a terra da vossa glória.Hossana no mais alto dos céus.Bendito o que vem em nome do Senhor.Hossana no mais alto dos céus. AGNUS DEICordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,Tende piedade de nós.Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,Tende piedade de nós.Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,Dai-nos a paz. O SENHOR JESUS, depois de cear com os seus discípulos,lavou-lhes os pés e disse-lhes:Scitis quid fecerim vobis, Eu, Senhor e Mestre?Dei-vos o exemplo,Para que assim façais também.

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Ps .22 Dominus regit me, et nihil mihi deerit: In loco pascuae ibi me colocavit. Super aquam refectionis educavit me Animam meam convertit.*Deduxit me super semitas justitiae: Propter nomen suum. Nam et si ambulavero in medio umbrae mortis, non timebo mala: quoniam tu mecum es. * Virga tua, et baculus tuus: Ipsa me consolata sunt. Parasti in conspectu meo mensam: Adversus eos qui tribulant me. Impinguasti in óleo caput meum: Et cálix meus inebrians quam praeclarus est. Et misericordia tua subsequetur me, Omnibus diebus vitae meae.* Et ut inabitem in domo Domini, In longitudinem dierum. Gloria Patri et Filio, Et Spiritui Sancto. Sicut erat in principio et nunc et semper, Et in saecula saeculorum. Amen. * * - Antífona DOMINUS JESUS … Pange lingua gloriosi Corporis mysterium, Sanguinisque pretiosi, Quem in mundi pretium Fructus ventris generosi Rex efudit gentium. Nobis datus, nobis natus Ex intacta Virgine, Et in mundo conversatus, Sparso verbi semine, Sui moras incolatus Miro clausit ordine.

In supremae nocte caenae Recumbens cum fratribus, Observata lege plene Cibis in legalibus Cibum turbae duodenae Se dat suis manibus.

Verbum caro,panem verum Verbo carnem eicit: verdadeiro Fitque sanguis Christi merum,

Et si sensus deicit, Ad irmandum cor sincerum Solla ides suicit.

Tantum ergo sacramentum, Veneremur cernui: Et antiquum documentum Novo cedat ritui: Praestet ides supplementum Sensuum defectui. Genitori, Genitoque

Salmo 22O Senhor é meu pastor, nada mefalta, em verdes prados me faz descansar. Conduz-me às águas refrescantes:reconforta a minha alma. * Pelos caminhos retos me conduz,Por amor do Seu nome.Ainda que atravesse o vale escuro.nada temerei, pois estais comigo. *Vosso bordão e Vosso báculoSão o meu amparo. Preparais para mim a mesa,à vista de meus inimigos.Ungis de óleo a minha cabeça,e a minha deliciosa taça Transborda.E a Tua misericórdia há-de seguir-me,Por todos os dias da minha vida. *E habitarei na casa do Senhor,Na amplidão dos tempos.Glória ao Pai e ao Filho,E ao Espírito Santo.Como era no princípio agora e sempreE pelos séculos dos séculos. Amen. *

* - Antífona DOMINUS JESUS … Canta, ó línguao mistério do Corpo glorioso,e do Sangue precioso que o Rei dos povos,Fruto do ventre fecundoDerramou para resgate do mundo.Foi-nos dado, para nós nasceuda Virgem toda pura;e, depois, depois de viver na terra,espalhando a semente da Verdade,pôs termo ao seu exílioCom uma instituição admirável.

Na noite da última ceia,reclinado com os discípulos,depois de ter cumprido com elesas prescrições legais do banquete pascal,deu-se por suas próprias mãos, O Verbo incarnado converte, com uma só palavra, em Sua carne verdadeiropão e, em Seu sangue converte o vinho.

E, ainda que isto não compreendamos,para convencer os corações sinceros,a fé só, é bastante.

Perante tão alto mistério,prostremo-nos em adoração.Os velhos símbolosdêem lugar ao novo rito,a fé ilumine e completeO que falta aos sentidos, para o entender.Seja dado ao Pai e ao Filho

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BIOGRAFIAS

Coro Gregoriano Solemnis

O Coro Gregoriano Solemnis, a comemorar o seu 20º aniversário, tem como objetivo a divulgação do canto litúrgico por excelência, na sua vertente musical e na língua latina que o enforma, seguindo o espírito dos monges de Solesmes.Fundado em 1995, e constituído por elementos com larga experiência na arte do canto gregoriano, tem tido uma atividade intensa por todo o país, com participações em celebrações litúrgicas e concertos, a convite de diversas entidades.Fazem parte do Coro Gregoriano Solemnis António Lopes, Duarte Ferreira, fr. Fernando Ferreira, João Crisóstomo, João Luís Ferreira, Jorge Santos, José Araújo, José João Gomes, José Luís de Matos, José Mendonça, Manuel de Freitas Carvalho, Manuel de Matos, Nuno Henrique Silva, Pedro Carvalho e Tiago André.A sua direção musical está, desde a sua fundação, a cargo do professor João Crisóstomo.

João Crisóstomo

Licenciado em Direção Coral pela Escola Superior de Música de Lisboa, estudou direção coral com Pierre Koelin, Michel Corboz e José Aquino, e foi durante vários anos professor da Escola de Música do Conservatório Nacional, onde concluiu o Curso Superior de Canto de Concerto.

Laus et jubilatio, Salus, honor, virtus quoque Sit et benedictio: Procedenti ab utroque Compar sit laudatio. Amen.

louvor e glória,salvação e honra,poder e benção.Ao que de ambos procede,Tributemos igual louvor. Amen.

Foi componente do Coro Gulbenkian durante cerca de trinta anos, sendo ao longo de quinze um dos assistentes de direção. Dirigiu ainda diversos outros coros, nomeadamente o Coro da Basílica da Estrela, o Coral Paz e Bem, que fundou em Oeiras, o Coral Vértice, o Coro do Metropolitano de Lisboa e o Coro da Região Sul da Ordem dos Engenheiros. Presentemente dirige o Coro de Gregoriano Solemnis.

14.04.2017 | 17h00IGREJA DE S. FRANCISCO

Orquestra Divino SospiroHarmonia Ibérica da Paixão

PROGRAMA

Francisco J. García Fajer (1730-1809)Siete Palabras de Cristo en La Cruz1. Introdução (Al calvário...)2. Primeira Palavra – Pater dimitte illis...3. Segunda Palavra – Hodie mecum eris in paradiso4. Terceira Palavra – Mulier ecce filius tuus5. Quarta Palavra – Deus meus, Deus meus...6. Quinta Palavra – Sitio7. Sexta Palavra – Consummatum est8. Sétima Palavra – In manus tuas, Domine...

José Joaquim dos Santos (1747-1801)STABAT MATER em Sol menor 1. (S1, S2, B) Stabat Mater dolorosa – Adagio, sol m.2. (S1) Cuius animam gementem – Andantino Moderato, SIb3. (S1S2) O quam tristes et aflicta Adagio, MIb4. (S1,S2,B) Quis est homo. Largo stacatto dó m5. (S2) Vidit suum dulcem natum. Adagio, MIb6. (S1,S2,B) Fac ut ardeat cor meum. Allegro, Fuga, SIb7. (S1,S2) Sancta Mater istud agas. Andante, FÁ8. (S1) Iuxta crucem tecum stare. Adagio, FÁ9. (B) Fac ut portem Christi mortem. Largo stactto non molto, SIb10. (S2) Fac me plagis vulnerari. Adagio, MIb11. (S1,S2,B) Quando corpus morietur. Andantino, Sol m12. (S1S2B) Amen. Allegro Fuga, Solm

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NOTAS AO PROGRAMA

Harmonia ibérica da Paixão = Uma Dor Mediterrânica = Uma dor que não conhece ocaso = Uma visão da piedade culta e popular sobre o tema das Sete Palavras e do Stabat Mater na tradição ibérica. Neste contexto, epicentro desta proposta, as Siete Palabras de Cristo en la Cruz encontram o seu lugar de eleição. Ao compor musicalmente as Siete Palabras de Cristo en la Cruz, Garcia Fajer situa-se dentro de uma tradição antiga em Espanha (remontando até ao Século XVI). Mas a grande diferença encontra-se na forma, invulgar e só aparentemente incomum, com que Garcia trata o texto musical e “literário”; duas vozes de soprano e cordas descrevem e sublinham aquelas que são verdadeiras meditações, escritas em castelhano, relativamente ao conteúdo de cada uma das palavras do Senhor. A peça abre com uma introdução que nos prepara para a “dramaturgia”, acabando numa verdadeira “Liturgia da Palavra” com uma das vozes a declamar sozinha, sem acompanhamento, os últimos versos deixando o espaço no mais completo silêncio.José Joaquim dos Santos, no seguimento de uma tradição devocional muito longa, compôs vários Stabat Mater, o último dos quais foi publicado em Lisboa com a data de 1792 e com o título de Stabat Mater a três voces, Dois Supranos, Baxo, com duas Violetas e Violoncelo, sendo a única peça de música sacra publicada em Lisboa na segunda metade do século XVIII. Ela acaba por corresponder ao estilo italiano, então largamente difundido em Portugal, graças à presença neste país de grandes compositores, entre os quais se destaca o italiano David Perez, e ainda ao envio de estagiários portugueses a Itália que de lá trouxeram abundantemente o gosto e o estilo. Trata-se de uma peça, de origem litúrgica (sequência da Missa), que canta o sofrimento da Mãe de Cristo, de pé junto da Cruz, que o crente pretende partilhar, na intenção de obter a sua intercessão na hora da morte. Utilizado fora da Liturgia, em novenas devocionais, deu origem a grandes composições, de que ficou modelar, no estilo barroco, a de Pergolesi. E pode ter sido a execução deste em Lisboa em 1787, que motivou de perto esta nova composição de José Joaquim dos Santos. De facto, ele utiliza basicamente a mesma forma musical de Pergolesi, convertendo as 22 estrofes da sequência em 12 andamentos distribuídos por três, dois ou apenas um solista. Este compositor, “Mestre da Muzica do Real Seminario da Santa Igreja Patriarcal e compositor da mesma”,

que não esteve propriamente em Itália, soube utilizar subtilmente, além da forma, os mesmos barroquismos estilísticos de Pergolesi no tratamento das palavras e dos versos da antiga sequência litúrgica, como se poderá apreciar neste concerto.

Francisco Javier García Fajer (Logroño, 1730 - Zaragoza 1809)

Desde 1748 teve uma longa estadia em Itália, em Nápoles, onde estudou no “Conservatorio della Pietá dei Turchini”, um dos mais prestigiados de Itália. Teve aí aulas com Nicola Fago, Grão- Mestre da música sacra, e Antonio Brunetti. Começou a produzir música sacra, que ficará marcante na produção deste compositor, sendo depois chamado a exercer o cargo de Mestre de Capela na Sé de Zaragoza em 1756. Desde então será autor de Missas, Lamentações, um Magnificat, um Stabat Mater, Miserere, motetes, salmos, Ofício de Defuntos e arias sacras. Entre as composições mais significativas figura a “Siete palabras de Cristo en la cruz”, com texto em Castelhano, composição que, não sendo propriamente litúrgica, é densamente impregnada de espirito devocional.

José Joaquim dos Santos (Óbidos, 1747 - … 1801)

José Joaquim dos Santos nasceu em 1747 em Óbidos, Portugal. O seu Stabat Mater terá sido considerado muito especial, pois foi a única obra sacra editada ainda durante o final do Século XVIII ainda em vida do compositor. O Stabat Mater tem uma longa tradição litúrgica e devocional, tanto erudita como popular, que remonta pelo menos ao século XIV. O Stabat Mater a tres voces (Dois Sopranos e Baixo), com duas Violetas e Violoncelo. O instrumentarium realizado por cordas graves, com duas violetas concertantes é tanto mais significativo se consideramos a raridade com a qual este conjunto era utilizado na época setecentista; Esta característica tem uma especificidade de “colorir” o texto de intensa dramaticidade de forma perfeita, constituindo um arquétipo que acabou por ser reutilizados por outros compositores até aos nossos dias.

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TRADUÇÃO

As Sete Palavras de Cristo na Cruz

IntroducciónAl calvário almas llegad,Que nuestro Dulce Jesus,Desde el ara de la cruz,Hoy a todos quiere hablar

IntroduçãoVinde almas ao calvário, Que o nosso doce Jesus, Desde o ala da cruz, Hoje a todos quer falar.

1ª Palavra(Pater domitte illis quia nesciunt quid faciunt, Lucas 23,3)Pues que fui vuestro enemigo,Mi Jesus, como conieso,Rogad por mí, pues con eso,,Seguro ell perdón consigo, seguro el perdón os pido.Cuando loc te ofendí,No supe lo que me hacía, ay Jesus del alma mía,rogad al Padre por mí.

1ª Palavra(Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que faze, Lucas 23,3)Já que fui vosso inimigo,Como confesso, meu Jesus,Rogai por mim, pois assimTerei seguramente o perdão,Peço-vos sinceramente perdãoQuando louco te ofendi,Não sabia o que fazia,Ai Jesus da minha alma, Pedi ao Pai por mim.

2ª Palavra(Hodie mecum eris in paradiso, Lucas 23, 43)Reverente el buen ladrón, imploró vuestras piedadesyo también de mis maldades os pido, Señor, perdón.Si al ladrón arrepentidoDaus lugar allá en el cielo,Ya yo también sin receloLa gloria, mi Dueño, os pido.

2ª Palavra(Hoje estarás comigo no paraíso, Lucas 23, 43)Reverente o bom ladrão, Implorou a vossa piedade.Eu também da minha maldade,Vos Peço, Senhor, perdão.Se ao ladrão arrependidoDais lugar lá no céu,Eu também sem receioA glória, meu Dono, vos peço.

3ª Palavra(Mulier, ece ilius tuus, João 19,26)Jesús en su testamentoA la Virgen hoy nos da.Oh María, quién podráExplicar tu sentimentoHijo vuestro quiero ser,Sed vos mi madre, Seõra,Que os prometo desde ahoraFinalmente obedecer.

3ª Palavra(Mulher, eis aí o teu ilho, João 19, 26)No seu testamento JesusDá-nos hoje a sua mãe.Oh Maria, quem poderáExplicar o teu sentimento?Quero ser vosso ilho, Sede vós minha mãe, Senhora.Que vos prometo desde agoraFinalmente obedecer.

4ª Palavra(Deus meus, Deus meus, ut quid dereliquisti me? Marcos 15, 34)Desamparado se ve de su Padre el Hijo amado.Ah, maldito mi pecado,Que de esto la causa fue.Quien quisiere consolar A Jesus en su tormentoDiga de veras, Señor,Me pesa, no mas pecar.

4ª Palavra(Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Marcos, 15, 34)O Filho amado sente-seDesamparado do seu Pai.Ah maldito o meu pecado, que foi a causa disto.Quem quiser consolar Jesus no seu tormentoDiga deveras, Senhor,Pesa-me, não pecarei mais.

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5ª Palavra(Sitio, João, 19, 28)Sed disse Cristo que tiene.Mas si quieres mitigarLa sed que le llega a ahogar,Darle lágrimas conviene.La hiel que le brinda el ministroSi la gusta no la bebe.Cómo quieres tu que pruebeLa hiel de tu culpa Cristo?

5ª Palavra(Tenho sede, João 19, 28)Cristo disse que tem sede, Mas se queres mitigarA sede que o faz afogar,Convém dar-lhe lágrimas.O fel que o ministro lhe serve,Ao prová-lo no o bebe.Como queres que proveCristo o fel das tuas culpas?

6ª Palavra(Consumatum est, João 19, 39)Con voz quebrada mi DiosHabla ya muy desmayadoY disse, que del pecadoLa redención consumó.Ya Jesus se ve expirar.Ya Jesús se ve morir.Quién, pues, no llega a rendirLa vida con el pesar?

6ª PPalavra(Está consumado, João, 19, 39)O meu Deus com voz quebradaFala já a desmaiarE disse que do pecadoConsumou a redenção.Vê-se Jesus a expirar, Vê-se Jesus a morrer.Quem é que não chega a entregarA vida com o pesar?

7ª Palavra(In manus tuas, Domine, conmendo spiritum meum, Lucas 23, 46)A su Eterno Padre yaSu espírito recomenda.Si tu vida no se enmienda,En que manos parará?En las tuyas, desde ahora, mi alma entrego, Jesús mío.No me mires con desvioEn aquella hora fatal.Si tu vida no se enmienda,En que manos parará?

7ª Palavra(Nas tuas mãos. Senhor, entrego o meu espírito, Lucas 23, 46)Já ao seu Pai EternoO seu espírito encomenda.Se a tua vida não se emenda, Em que mãos irá parar?Nas tuas, desde agora,Meu Jesus, entrego a minha alma.Não desvies de mim os teus olhosNaquela hora fatal.Se a tua vida não se emenda, Em que mãos irá parar?

Stabat Mater (S12B)1. Stabat mater dolorosa,Iuxta crucem lacrimosa,Dum pendebat ilius.

(S1) 2. Cuius animam gementemContristatam et dolentemPertransivit gladius.

(S1S2) 3. O quam tristis et alictaFuit illa benedictaMater unigeniti.Quae maerebat et dolebat.Pia Mater dum videbatNati poenas incliti.

(S1S2B) 4. Quis est homo qui non leret,Matrem christi si videretIn tanto supplicio?Quis non posset contristari,Christi matrem contemplariDolentem cum ilio?Pro peccatis suae gentisVidit Jesum in tormentisEt lagellis subditum.

A Mãe dolorosaEstava de pé lacrimejanteJunto da cruz donde pendia o Filho.

Um espada atravessouA sua alma gemente,Contristada e dorida.

Oh como estava triste e alitaAquela benditaMão do seu ilho único.Uma Mãe piedosa, entristecida pela dor enquanto assistia ao sofrer do seu ilho ínclito.

Quem é que não chorariaSe visse a Mãe de CristoEm tão grande sofrimento?Quem é que não deveria entristecer-seAo contemplar a Mãe de CristoA sofrer com o seu Filho?Ela viu Jesus em tormentosSujeito a lagelos Pelos pecados do seu povo.

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(S2) 5. Vidit suum dulcem natumMoriendo desolatumDum emisit spiritum.Eja mater fons amoris,Me sentire vim dolorisFac ut tecum lugeam.

(S1S2B) 6. Fac ut ardeat cor meumIn amando Christum Deum,Ut sibi complaceam.

(S1S2) 7. Sancta mater, istud agas,Cruciixi ige plagasCordi meo valide.Tui nati vulneratiTam dignati pro me pati,Poenas mecum divide!Fac me tecum pie lere,Cruciixo condolere,Donec ego vixero.

(S1) 8. Juxta crucem tecum stareEt me tibi sociareIn planctu desidero. Virgo virginum praeclara,Mihi jam non sis amara,Fac me tecum plangere.

(B) 9.Fac ut portem Christi mortem,Passionis fac consortemEt plagas recolere.

(S2) 10. Fac me plagis vulnerari,cruce hac inebriariob amorem ilii. Inlamatus et accensus,Per te ,virgo, sim defensusIn die judicii. Fac me cruce custodiri , Morte Chrtisti praemuniriConfoveri gratia.

(S1S2B) 11. Quando corpus morieturFac ut animae doneturParadisi gloria. Amen.

(S1S2B) 12. Amen.

Viu o seu doce ilhoA morrer desoladoQuando expirou.Oh Mãe fonte de amor,Faz-me sentir a força da dorPara eu chorar contigo.

Faz que o meu coração ardaAmando Cristo Senhor,Para lhe agradar.

Santa Mãe, faz-me sentirNo meu coração eicazmenteAs chagas do Cruciicado. Divide comigo o sofrimentoDo teu Filho ferido que Se dignou sofrer por mim.Faz-me chorar piedosamenteContigo, condoer-me com o cruciicadoEnquanto viver.

Desejo estar de pé junto da cruzE associar-me ao teu pranto.Ilustre Virgem das virgens,Não sejas amarga comigoFaz-me chorar contigo.

Faz-me levar a morte de Cristo,Faz-me participar da sua PaixãoE cultivar a suas chagas.

Faz-me sofrer as suas chagas, Inebriar-me na sua cruz Por amor do teu Filho.Inlamado e fervoroso,Seja defendido por tiNo dia do juízo.Faz-me guardar a cruz,Defender-me com morte de Cristo,Ser protegido pela graça.

Quando o meu corpo morrer,Faz que à minha alma se concedaA glória do paraíso. Amém.

Amém.

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BIOGRAFIAS

Bárbara Barradas, Soprano Lirico-coloratura

Apontada por Ingo Kolonerics Intendant - Opera im Berg Festival, como “an outstanding artist, a born singer (...) with a round and beautiful voice, an exceptional stage presence, and a messa di voce that after Caballe was barely to find”. Nascida em Lisboa, estudou canto na EMCN com José Carlos Xavier. Aos 20 anos, bolseira da Fundação C. Gulbenkian, ingressou na GSMD em Londres, onde estudou com Susan Waters, concluindo o Bmus e Mmus em Canto com Distinção. Fez parte do Flandres Opera Studio e da WIAV dirigida por Dennis O’Neill e Dame Kiri Te Kanawa. Atualmente estuda com Lúcia Lemos e Paula Anglin. Participou em Masterclasses com Mara Zampiere, Ann Murray, Graham Johnson, Yvonne Minton, Sarah Walker, Dennis O'Neill, Dame Kiri Te Kanawa, Nelly Miricioui, Tom Krause (ENOA), Andrzej Dobber (ENOA) e Aldona Farrugia (ENOA), Claudio Desideri, entre outros. Teve o privilégio de trabalhar com a grande soprano Elisabete Matos e a conceituada Pianista e Correpetidora Enza Ferrari. Ganhou vários prémios nacionais e internacionais como: o Prémio Bocage no Concurso de Canto Lírico Luísa Todi (2005); o 2º Prémio na Guildhall Aria Award Competition (2009); o Prémio do Público no Concurso Lírico da Fundação Rotária Portuguesa (2010); o 3º Prémio no International Rotary Opera Contest. O 3º Prémio, o Prémio melhor interpretação de Canção e o Prémio do Público no 5º Concurso Lírico da Fundação Rotária Portuguesa (2012). Foi finalista no Leyla Gencer Competition 2012. Em 2013 ganhou o 1o Prémio e o Prémio do Público no 7º Concurso Lírico da Fundação Rotária Portuguesa; o Donizetti Prize (Papel de Lucia em Lucia di Lammermoor – 2015 no Oper im Berg Festival em Salzburg) no Grandi Voci competition também em Salzburg; e recentemente ganhou o 1º Prémio no Concurso Jovéns Classicos do Forum Luísa Todi. Representou os papéis de: Barbarina – Le Nozze di Figaro – Mozart na F. C. Gulbenkian, dirigido pelo

Maestro Paul McCreesh (Janeiro, 2015); Dama di Lady Macbeth – Macbeth - Verdi - Teatro Nacional de São Carlos – Lisboa (Fevereiro, 2015); Lucia - Lucia di Lammermoor – Donizetti em De Nederlandse Opera (Workshop ENOA), em Amsterdam (2014) e também foi Substituta do papel de Lucia em Opera Holland Park – Londres (2012) ; Branca - Tição Negro – Augusto Machado – Teatro Aberto – dirigido por João Paulo Santos e encenado por João Lourenço (2014); Delia - Il Viaggio a Reims – Rossini - TNSC (2014); Frasquita - Carmen - Bizet – Woodhouse Festival – UK (2013); Susanna - Le Nozze di Figaro - Fundação C. Gulbenkian – Maestro Paul McCreesh (2013); Princesa - O Gato das Botas - Montsalvatge at TNSC – Maestro João Paulo Santos (2012); Donna Anna - Don Giovanni - Mozart no Zêzere Arts Festival (2012); Gilda (2009) - Rigoletto – Verdi no Óbidos Opera Festival e Gilda – Victor Hugo Project – Flandres Operastudio – Dirigido por Vicent Van den Elshout (2010); Queen of the Night - Mozart Project – Flandres Operastudio – dirigido por Helen Suyderhoud (2010); Emmie (cover) - Albert Herring - Britten, G.S.M.D. (2010); Maria (2008/09) - West Side Story – Bernstein no Teatro Politeama; Belinda (2006) - Dido and Aeneas - Purcel, G.S.M.D.; Zerlina (2006) - projeto Ma guarda il Catalogo! Allora capirai!- Mozart, E.M.C.N. Participou em vários concertos como: Soprano convidada na Opera Gala dos 70º aniversário do Tenor Carlos Guilherme, cantando com este em duo com a Orquestra Metropolitana dirigida pelo Maestro João Paulo Santos (Julho 2015); Opera Gala com Orquestra da Cidade no Teatro Tivoli em Lisboa (Junho 2015); Opera Gala no St James Theatre em Londres e no Hotel Merriot em Veneza, com Classical Kick’s; Opera Gala com a Orquestra do Algarve, dirigida pelo Maestro Rui Pinheiro, no Auditório Principal no Centro Cultural de Belém (Maio 2015); Opera Gala com Carlos Cardoso (tenor) e Maestro João Paulo Santos – Teatro Luísa Todi – Portugal (Novembro 2014); Solista na Gala de Natal da Lisbon Film Orchestra (Dezembro, 2014); Opera Gala com Orquestra do Clássica do Centro – Portugal – David Loyd (maestro); Concerto Dias da Música no CCB – “De Gounod a Messiaen-100 anos de Mélodie” – acompanhado pelo Maestro João Paulo Santos (piano); Verdi Gala no TNSC; Concerto Inauguração do Salão Nobre do Palácio da Pena em Sintra; Soprano I na Missa em Dó menor – Mozart em Christchurch - UK; Opera Holland Park Chorus 2012; Concertos no Floyer do TNSC com Maestro João Paulo Santos; Concertos com

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Classical Kick’s – no mundialmente famoso Jazz Club – Ronnie Scott's - London, e no Henley Festival no Reino Unido; Glyndebourne Chorus Opera Festival 2011; Lieder Concert com Graham Jonhson (Piano); Mozart Project como Rainha da Noite no Flandres Operastudio dirigido por Helen Suyderhoud; Opera Gala com Clonter Opera Farm Music Trust; Opera Gala no De Singel em Antuérpia com a Jeugd en Muziek Orchestra, onde cantou várias e ensembles da Rainha da Noite, Fiordiligi, Konstanze e Nanetta; Concerto Final no Festival de Ópera em Óbidos com a Orquestra do Algarve, maestro Osvaldo Ferreira. Fez recentemente o seu Debut em Salzburgo com a Lucia – Lucia di Lammermoor – Donizetti - no Oper im Berg Festival, onde foi bastante acarinhada pela crítica e pelo público. Futuros compromissos incluem Soprano convidada para gala de encerramento da Temporada 2015/16 da F.C.Gulbenkian (Junho 2016), Soprano com F.C.Gulbenkian Orchestra – Festival de Música de Almada (Julho 2016); Soprano solista na 9ª Sinfonia de Beethoven com a Orquestra Metropolitana de Lisboa (Setembro 2016); e vários concertos em Portugal e Londres.

Lucia Napoli

Tem os cursos de Violino e de Canto adquirido com a nota máxima nos Conservatórios «F. Morlacchi» de Perugia e «G. B. Pergolesi» de Fermo. Venceu diversos concursos de canto, entre os quais o Concurso Internacional de Canto Barroco «Francesco Provenzale» promovido pelo Centro de Música Antiga Pietà de’Turchini de Nápoles; o concurso internacional de Canto de Clermont-Ferrand, o Concurso Città di Cagli e o de Cità di Terni.  Especializou-se em belcanto, música barroca e de câmara na Academia «Arturo Toscanini» de Parma com nomes de que se salientam Sara Mingardo, Gloria Benditelli, Dalton Balwind, Micheal Aspinall e Gioacchino Zarrelli. Aprofundou o estudo da música de J. S. Bach com Michael Radulescu, sob cuja direção interpretou numerosas cantantas, o Magnificat, as Paixões, o Salmo 51 e os Motetes.

Desenvolve uma intensa atividade concertística, sendo convidada para festivais de prestígio, em salas das mais importantes do mundo: Festival di Musica Antica Resonanzen, de Viena, Summer Internationale Barocktage Stift Melk, MiTo SettembreMusica, Ravenna Festival, Maggio Musicale Fiorentino, Salzburger Festspiele, White Light Festival Lincoln Center New York, Concertgebouw Amsterdam, Teatro «La Fenice» di Venezia,Teatro Olimpico di Vicenza, etc. Tem o privilégio de colaborações artísticas na qualidade de solista com diretores como Riccardo Muti, Gustav Leonhardt, Sigiswald Kuijken, Sir J. E. Gardiner, Pàl Nemeth, Paul Dombrecht, Philippe Herreweghe, Christopher Hogwood, Franz Brüggen, Fabio Ciofini, Claudio Cavina, Michael Radulescu, Umberto Benedetti Michelangeli, Sergio Balestracci, Francesco Cera e outros.  É solista em numerosos ensembles italianos e europeus como La Petite Bande, Ensemble Arte Musica, Accademia Hermans, Concerto Romano e La Stagione Armonica. Gravou numerosos CD para diversas etiquetas discográficas, e interpretou obras de Nino Rota, Gioacchino Rossini, Claudio Monteverdi, Marc-Antoine Charpentier e Henry Purcell. Leciona Canto e Música de Câmara na Associazione Enarmonia de Montefiascone e desde 2013 profere conferências sobre história da música em associações e círculos culturais da província de Viterbo.

André Baleiro | Barítono

André Baleiro iniciou a sua formação musical e vocal aos 10 anos de idade no Instituto Gregoriano de Lisboa. Após frequentar o Curso de Direção Coral e Formação Musical na Escola Superior de Música de Lisboa, deslocou-se para Berlim para estudar Canto na Universidade das Artes com o Prof. Kammersänger Siegfried Lorenz, Axel Bauni e Eric Schneider.Em 2016, ganhou o Concurso Internacional Robert Schumann, em Zwickau na Alemanha – um dos mais prestigiados concursos na área do Lied – bem como o Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa em Lisboa.

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André Baleiro colabora regularmente com a Ópera de Câmara de Munique onde se estreou em 2016 no papel de Figaro (Il Barbiere di Siviglia) e em 2014 se apresentou no papel principal da nova produção Kaspar Hauser (música de F. Schubert, libreto de D. Wilgenbus). Outros papéis de destaque incluem Don Parmenione (L’occasione fa il ladro – G. Rossini) no Teatro Pérez Galdós em Las Palmas, Conte Belfiore (Fra due litiganti – G. Sarti) e Capitaine (Les trois Souhaits - B. Martinu) no Uni.T (UdK Berlin), o papel principal da nova ópera ‘Ainda não vi-te as mãos’ (2011) (Ayres d’Abreu) no Teatro Municipal de Santarém, e Caporale (Il cappello di paglia di Firenze – Nino Rota) e Pantalone (Turandot – F. Busoni) no Teatro Nacional de São Carlos (TNSC). Da sua atividade de concerto destacam-se a Paixão sg. São Mateus (J. S. Bach) na Fundação Calouste Gulbenkian, a Cantata “Dona nobis pacem” (R. Vaughan Williams) no TNSC em Lisboa, Ein deutsches Requiem (J. Brahms) na Salle Métropole em Lausanne, e o Requiem de G. Fauré no festival “La Folle Journée” em Nantes e em Tokyo.Apresenta-se regularmente em recital na Alemanha e em Portugal com diversos pianistas, dentre os quais se destacam o maestro João Paulo Santos e David Santos pela longa colaboração. Com Eric Schneider, interpretou em 2015 no Piano Salon Christophori em Berlim o ciclo Italienisches Liederbuch de Hugo Wolf.Foi bolseiro da Fundação Walter & Charlotte Hamel em Hannover e da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa.

Massimo Mazzeo

Diplomado pelo Conservatório de Veneza, aperfeiçoou-se, sucessivamente, em viola-d’arco com Bruno Giuranna e Wolfram Christ, e em música de câmara e quarteto de cordas com os membros dos célebres Quarteto Italiano e Quarteto Amadeus. De seguida, fez parte de algumas das mais representativas orquestras do panorama musical italiano dirigidas por ilustres maestros, entre os quais se destacam Leonard Bernstein, Zubin Metha, Carlo Maria Giulini, Yuri Temirkanov, Giuseppe Sinopoli, Georges Prêtre, Lorin Maazel, Valery Gergiev. Massimo Mazzeo

já atuou em prestigiadas orquestras de câmara, tais como I Virtuosi di Roma, I Virtuosi di Santa Cecilia, Accademia Strumentale Italiana, Musica Vitae Chamber Orchestra (Suécia), Caput Ensemble de Reykjavik.Na área da música antiga, depois de ter colaborado com agrupamentos e artistas de grande renome em Itália, forma, no ano de 2004, a orquestra barroca Divino Sospiro, que se afirma, num curto espaço de tempo, como uma das orquestras de referência em Portugal. Com este grupo, já se apresentou em alguns dos mais prestigiados festivais a nível internacional. Massimo Mazzeo dirigiu orquestras em vários festivais, nacionais e estrangeiros, entre os quais se destacam o Auditório Nacional de Espanha - Madrid, Centro Cultural de Belém - Lisboa, Orquestra Gulbenkian e colaborou com alguns dos solistas mais prestigiados tais como Karina Gauvin, Giuliano Carmignola, Gemma Bertagnolli, Deborah York, Christophe Coin, Pedro Burmester, Ana Quintans, Fernando Guimarães. Dedica o seu percurso interpretativo à procura de um estilo singular e de um equilíbrio entre uma visão historicamente informada e uma atitude que olha para a essência da música, transcendendo posições pré-concebidas. Desde vários anos colabora com as mais importantes entidades artísticas do País como o Fundação Calouste Gulbenkian, Companhia Nacional de Bailado, Centro Cultural de Belém entre outros. Massimo Mazzeo tem gravado para as editoras BMG, Erato, Harmonia Mundi France, Deutsche Harmonia Mundi, Nuova Era, Movieplay, Nichion e Dynamic.É diretor artístico e fundador da orquestra barroca Divino Sospiro, desde 2014, é diretor do Centro de Estudos Setecentistas de Portugal, sediado no Palácio Nacional de Queluz, em colaboração com a Parques de Sintra – Monte da Lua, através do qual se tem dedicado a um minucioso programa de recuperação de Património (recuperação e edição crítica das Serenatas escritas para Queluz), atividade de programação musical, projetos científicos e pedagógicos.

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Divino Sospiro

Divino Sospiro é um projeto fundado sobre a qualidade e fidelidade da interpretação, mas que aborda o repertório antigo sem nunca abdicar do próprio instinto criativo, com o objetivo de despertar um novo gosto estético, uma nova paixão pelo “ouvir”, uma nova reflexão sobre o objetivo da música e dos músicos.Desde a sua criação, participou em alguns dos mais prestigiados festivais e apresentou-se em concerto nalgumas das mais importantes salas de Portugal, incluindo a Casa da Música do Porto,  Fundação Calouste Gulbenkian, CCB, CNB, Teatro Nacional de São Carlos. Participou ainda em alguns dos mais prestigiados Festivais e auditórios estrangeiros, entre os quais  se destacam o Folle Journée de Nantes (França), Folle Journée au Japon (Japão), Folle Journée de Bilbao (Espanha), Bremen Musik Fest (Alemanha), Auditório Nacional de Espanha em Madrid, e o conceituado Festival d’Ambronay (França).Entretanto, foram muitos os registos e gravações deste agrupamento, entre os quais destacamos os realizados pela Radio France, Antena 2 e RAI. A gravação de um CD para a editora japonesa Nichion, com repertório de W. A. Mozart, mereceu o galardão de bestseller naquele país; enquanto a sua última gravação – “Antigono” (estreia mundial absoluta) em 2013 – mereceu 5 Diapason da eminente revista francesa. Muitos foram também os registos efetuados para o Canal Mezzo, RTP e RDP. Durante o ano de 2012, Divino Sospiro apresentou o seu novo trabalho discográfico – “1700, Século dos portugueses”, dedicado a obras de música portuguesa de setecentos, em estreia mundial – lançado pela etiqueta transalpina “Dynamic”, que recebeu críticas entusiasmadas da parte do público e da crítica, tanto nacional como internacional, como por exemplo as da revista especializada "Diverdi", que o descreveu com palavras lisonjeadoras tais como ..."un disco sobérbio"...“Os Divino”, como simpaticamente são chamados os músicos do agrupamento, ocupam hoje um lugar incontornável na vida musical de Lisboa e do País, sendo reconhecidos pela sua entrega, curiosidade e pela forma viva e intensa com que abordam o desafio

da interpretação musical historicamente informada. Com a passagem dos anos estes fatores foram-se tornando a imagem de marca do grupo.Sob a direção artística de Massimo Mazzeo, e em colaboração com artistas de renome, Divino Sospiro orgulha-se de ver o seu repertório e o número dos seus concertos aumentarem ao longo dos anos, numa diversidade de formações que vão desde o agrupamento de câmara até a uma orquestra de ópera, apresentando-se não só em Portugal como também em digressões por todo o mundo.   Apostado na internacionalização desde a sua fundação, o agrupamento está na vanguarda da divulgação do património cultural português e dos seus intérpretes, através das suas digressões e participações nos festivais mais importantes.Seguindo a vocação para a recuperação da tradição musical setecentista portuguesa, Divino Sospiro apresentou-se várias vezes no evento do Te Deum apresentado pela Temporada Gulbenkian na véspera de São Silvestre; os concertos foram gravados em direto pela RTP e transmitidos pelo Canal Mezzo.   Finalmente, durante o Ano de 2013, Divino Sospiro abriu o Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (DS-CEMSP), em colaboração com a empresa Parques de Sintra – Monte da Lua. Desde então o Centro tem realizado temporadas de música nos Palácios Nacionais de Queluz, Pena e Sintra, colóquios internacionais, exposições, projetos de formação e sensibilização para a música e as artes, além de ter dado vida a um importante projeto de recuperação do acervo histórico do Palácio, consistindo nos seus instrumentos e no repertório a eles associado, especialmente focado num conjunto de Serenatas único na Europa.    

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14.04.2107 22h00CENTRO CULTURAL VILA FLOR

Orquestra de Guimarães, solistas e corosSinfonia nº 2, “Lobgesang”, de Mendelssohn

PROGRAMAFelix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847) -Sinfonia em SIb “Lobgesang” (Canto de Louvor), op. 52  1. SinfoniaMaestoso con moto – AllegroAllegretto un poco agitatoAdagio religioso2. Coro; Soprano o coral femininoAllegro moderato maestoso – AnimatoAlles, was Odem hat, lobe den Herrn! (Todo o que respira louve o Senhor)Allegro di molto Lobt den Herrn mit Saitenspiel (Louvai o Senhor com instrumentos de cordas)Molto più moderato ma con fuoco Lobe den Herrn, meine Seele (Louva minha alma o Senhor)3. Tenor – Recitativo e AriaRezitativ Saget es, die ihr erlöst seid durch den Herrn (Falai os que fostes redimidos)Allegro moderato Er zählet unsre Tränen in der Zeit der Not (Ele conta as nossas lágrimas nas dificuldades)4. CoroA tempo moderato Sagt es, die ihr erlöset seid (Dizei os que fostes salvos)5. Dueto Soprano I e II, CoroAndante Ich harrete des Herrn, und er neigte sich zu mir (Eu esperei no Senhor e ele inclinou-se para mim)6. TenorAllegro un poco agitato Stricke des Todes hatten uns umfangen (Cercaram-nos laços de morte)Allegro assai agitato Wir riefen in der Finsternis (Gritámos nas trevas)Tempo I, moderato Der Hüter aber sprach (E o guarda falou)

Soprano Die Nacht ist vergangen! (A noite passou)7. CoroAllegro maestoso e molto vivace Die Nacht ist vergangen (A noite passou)8. CoroChoral: Andante con moto Nun danket alle Gott (Agora agradecei todos a Deus) Un poco più animato Lob, Ehr’ und Preis sei Gott (Louvor, honra e adoração ao Senhor) 9. Dueto: Soprano e TenorAndante sostenuto assai Drum sing’ ich mit meinem Liede (Por isso eu canto o meu hino) 10. Coro FinalAllegro non troppo Ihr Völker, bringet her dem Herrn Ehre und Macht! (Povos, dai ao Senhor, honra e poder) Più vivace Alles danke dem Herrn! (Todos louvem o Senhor) Maestoso como I Alles, was Odem hat, lobe den Herrn (Todo o que respira louve o Senhor) Allegro moderato maestoso – Animato

(CORO, SOLISTAS)Solistas:Ana Maria Pinto — SopranoMargarida Reis — Mezzo sopranoAndré Lacerd — TenorCoros:Ensemble Vocal Pro Musica / Coro Valentim Moreira de SáVítor Matos — Direção Musical

NOTAS AO PROGRAMA

Lobgesang (Canto de louvor)Lobgesang. Eine Symphonie-Cantate nach Worten der Heiligen Schrift (Canto de Louvor. Uma Sinfonia-Cantata com palavras da Sagrada Escritura)Como o seu título de origem indica, trata-se de uma verdadeira cantata sinfónica, o que faz pensar numa forma híbrida. Por um lado temos uma verdadeira cantata, na melhor tradição barroca, com abertura, coros, árias e recitativos, números concertantes e até com o popular coral alemão. Por outro lado, aquilo a que podemos chamar abertura instrumental (assim considerada pelo compositor ao atribuir-lhe simplesmente o n.º 1) corresponde realmente aos três primeiros andamentos de uma sinfonia clássica.

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Neste sentido, toda a cantata corresponderia ao quarto andamento da tal sinfonia, a qual, conforme a pretensão de alguns musicólogos, estaria inspirada na Sinfonia Coral de Beethoven.A verdade é que Mendelssohn se interessou por uma obra de vulto que correspondesse à efeméride para que tinha sido encomendada: a celebração em Leipzig (1840) do 4º centenário da invenção da imprensa. O autor de Paulus e Elias viu nesta data histórica o triunfo do engenho humano sobre o obscurantismo e a ignorância, bem como a vitória da luz divina sobre as trevas deste mundo. Em tempo de ação de graças, nada melhor do que utilizar textos da Sagrada Escritura (a Bíblia terá sido o primeiro livro a sair de uma imprensa tipográfica): a maioria são versos isolados de salmos, mas há também citações do profeta Isaías e das cartas de S. Paulo. Todavia, a palavra mais importante, a que vai ficar ligada ao tema principal da obra, na sua introdução e na sua conclusão, sobretudo, é o último verso do Salmo 150: “Tudo o que respira louve o Senhor!”Vejamos agora, sumariamente, o conteúdo de cada número da sinfonia-cantata.1. O primeiro andamento (número um) abre com uma breve introdução (Maestoso con moto): um tema solene, marcial, que aparece no diálogo inicial dos trombones com a orquestra. É este motivo, qual “ideia fixa”, que está na base de toda a obra. Já o Allegro apresenta os dois temas contrastantes da forma sonata –o primeiro, rítmico e dinâmico, e o segundo mais calmo e melodioso, como convém – e termina com um breve cadência do clarinete, atacando o Allegretto un poco agitato. Este, em forma de ABA, quase sempre sobre pizzicato das cordas, com uma melodia ágil, verdadeira “canção sem palavras” orquestral, apresenta-se em gracioso diálogo de pares: violino e violoncelo com oboé e fagote. Na secção central, o compositor insere um tema coral, em modo maior, antes de regressar a A. Por sua vez o Adagio religioso (repare-se, mais uma vez, no paralelismo formal com a IX Sinfonia de Beethoven) é um verdadeiro canto místico, apresentado em toda a orquestra com simplicidade mas com interesse sempre renovado, que termina com uma transição curiosa, tal como em Beethoven, para o andamento coral.2. Com o número dois da partitura começa rigorosamente a cantata. Após a exposição do motivo central por parte dos sopros, aparece o coro em acordes solenes, numa primeira secção, seguindo logo em fugado (Animato), e adotando mais dois motivos,

terminando com a exposição simultânea dos três motivos em alarde de técnica contrapontística, mas deixando bem clara a primazia do motivo gerador. Uma nova secção (molto più moderato ma con fuoco) começa com o soprano solista, em melodia simples, interrompida pelas vozes femininas do coro : Lobe den Herrn meine Seele.3. Recitativo e Ária do Tenor. A nova secção é preenchida inteiramente pelo solo do Tenor, primeiro em recitativo acompanhado e logo (Allegro moderato) com uma espécie de cavatina sobre as últimas palavras daquele. 4. O Coro (A tempo moderato) ataca com o mesmo texto e com um tema saído da melodia do Tenor, podendo notar-se a influência haendeliana, ao estabelecer a continuidade entre coro e solista.5. Segue-se um dueto de sopranos (Andante) tão belo como formalmente perfeito. A intervenção do coro, com papel responsorial, enriquece a secção, generalizando o clima de esperança cantado pelos solistas.6. Tenor. E, precisamente, no centro da cantata, a intervenção solística do Tenor reveste-se de grande dramatismo, cujo clímax é atingido quando canta Hüter, ist die Nacht bald hin? (Guarda, já passou a noite?) repetidamente sobre o silêncio da orquestra, até que surge na pureza solitária do soprano (a orquestra calada): Die Nacht ist vergangen (A noite já passou).7. Ataca o Allegro maestoso e molto vivace, com a orquestra a tecer uma explosão luminosa da vitória sobre as trevas. Novamente o coro retoma as palavras do Soprano solista, desenvolvendo-as triunfalmente em separados e em divisi, logo sobre uma fuga So lasst uns ablegen die Werke der Finsternis. E o grandioso coro vai terminar fazendo ouvir mais uma vez o grito triunfante: “A noite já passou”.8. Um coral a cappella aparece agora marcando bem o caráter popular, quase litúrgico, da obra, prosseguindo (Un poco più animato) em nova secção coral. 9. Logo a seguir, um dueto do soprano e do tenor (Andante sostenuto assai) vem afirmar a possibilidade lírica do canto de louvor, indo ao encontro de uma intimidade personalista sensível ao transcendente, de algum modo percetível na suavidade da orquestra e, sobretudo, na expressividade dos violoncelos.10. O coro final corresponde à dimensão da obra, no caráter e na dimensão. A fuga inicial (Allegro non tropo) lembra o motivo gerador, recorrente

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ao longo da Sinfonia-Cantata. Cada naipe do coro representa uma instância da criação (os povos, os reis, o céu e aterra), empenhada no louvor de Deus. Em demonstração de domínio da técnica de composição, vozes e orquestra empenham-se em dar o seu melhor. Com apoteose final do coro e da orquestra (Allegro moderato maestoso – Animato) proclama-se pela última vez a palavra-chave do Lobgesang: “Tudo o que respira louve o Senhor”J. M. Pedrosa Cardoso (do texto para a Orquestra e Coro Gulbenkian, em 22 e 23 de Maio de 1985).

BIOGRAFIAS

Ana Maria Pinto - Soprano

Ana Maria Pinto nasceu no Porto e formou-se no Conservatório de Música do Porto, Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo e na Universidade das Artes de Berlim. Na prova final do seu mestrado em ópera obteve classificação máxima. No final do ano 2011, foi convidada a integrar o estúdio de ópera da Ópera de Lyon. Foi bolseira da Fundação Walter-Kaminsky (Munique) durante 1 ano, e da Fundação Calouste Gulbenkian durante 3 anos.Em ópera destacam-se os papéis de Susanna (Le nozze di Figaro), Elle (La voix humaine), Blanche de La Force (Dialogues des Carmélites), Musetta (La Bohème), Micaela (Carmen) Kumudha (A flowering tree de John Adams); e as obras de oratória, “A Criação” de J. Haydn, "Exultate Jubilate" de Mozart, “Ein deutsches Requiem” de J. Brahms, “Shéhérazade” de M. Ravel, 4ª Sinfonia de Mahler, "Jeanne d'Arc au Bûcher" de Honnegger, , "Chanson de la mer et de l'amour" de Chausson, "Carmina Burana" de Carl Orff, "9ª Sinfonia" e "Missa Solemnis" de Beethoven, “Alfama” de Andreia Pinto Correia, e “O Abismo e o Silêncio” e “Shyir” de João Pedro Oliveira. Trabalhou com os maestros Marc Tardue, Cesário Costa, Ferreira Lobo, Lawrence Foster, Joana Carneiro, Michel Corboz, Bertrand de Billy e Simone Young, com as mais importantes orquestras do país. No estrangeiro apresentou-se em salas como o Victoria Hall em Genebra, o Teatro Nacional

de Kosice (Hungria) o Hebbel Theater (Berlim), a Catedral de Berlim ou a Chapelle de la Trinité de Lyon. Interpretou o papel de Cecilia no filme “Casanova Variations”, onde contracenou com John Mallkovich e cantou com o tenor Jonas Kaufmann.Em Agosto de 2009, gravou canções de Fernando Lopes Graça e Viana da Mota com o pianista Nuno Vieira de Almeida. Neste álbum de estreia, a crítica do Expresso classificou o soprano Ana Maria Pinto como “uma revelação”. Trabalha em duo com a pianista Joana Resende, em projetos que visam aprofundar o sentido de interação entre a palavra poética e a música. O duo lançou o seu primeiro CD “Anterianas” dedicado a Antero de Quental e com música de Luís de Freitas Branco e Franz Schubert, a 7 de Janeiro deste ano. Das suas obras destacam-se os dois ciclos de canções dedicados a Jorge de Sena (Casa-Museu Teixeira Lopes 2014), “A balada do marinheiro-de-estrada” (Namíbia 2015), “A dança de Xinganje e Kaviula” (2015 com Orquestra Juvenil da Bonjóia) e “Os elementos da Natureza em Concerto” (Gondomar 2016). Desenvolve o projeto “Xinganje e Kaviula” com o músico angolano Zé Beato (álbum de estreia sairá em 2017), e o projeto “Pasisagens de Som e Paz” com Hugo Maioto (Gongs e taças tibetanas). É fundadora e presidente de direção da NOVATERRA, Associação Cultural Arte e Ambiente que acolhe projectos que visam a inovação e criação de pontes entre realidades distantes, projetos como o Classic meets Africa, Clube dos Poetas em Flor, Programa Harmonia ou o Método Azul. É professora e mentora de vários projetos no Porto e em Gondomar que fundem a ligação da educação artística com a educação ambiental. É uma das mentoras do "programa de mentores" do projeto 100.000 árvores para o futuro (CRE Porto).

Margarida Reis, Mezzo-soprano

Natural de Águeda, Margarida Reis finalizou em 1999 a Licenciatura em Canto na Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo do Porto, na classe da Professora Fernanda Correia. No domínio da Oratória destacam-se as suas participações no

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Requiem e na Missa da Coroação de Mozart, na Missa das Catedrais de Gounod, no Gloria e Stabat Mater de Vivaldi, no Requiem op. 60 de Rheinberger, no Stabat Mater de Pergolesi, na 9ª Sinfonia de Beethoven, no Requiem de Duruflé, no Te Deum de Bruckner e no Requiem de Verdi. No campo operático, interpretou Frau Pitchum da Die Dreigroschenoper de Kurt Weill, Miss Baggott de The Little Sweep de Britten, Suor Angélica da ópera com o mesmo nome de Puccini e Dorabella da ópera Così Fan Tutte de Mozart. Em coprodução do Círculo Portuense de Ópera, do Coliseu do Porto e da Orquestra Nacional do Porto, interpretou ainda Meg Paige de Falstaff de Verdi e Marcellina de Le Nozze di Fígaro de Mozart sob a direção do Maestro Marc Tardue.  Cantou ainda o papel da Mãe na Ópera Der Jasager de Kurt Weill no Festival Obra Aberta promovido pela Casa da Música. Interpretou La Mére d’ Iseut de Le Vin Herbé de Franck Martin, no Teatro Aberto sob a direção do maestro João Paulo Santos e Flora de La Traviata, de Verdi, com a Orquestra do Norte sob a direção do maestro Ferreira Lobo.Recentemente interpretou o papel de Tulipa na Ópera O Rapaz de Bronze de Nuno Côrte-Real, em estreia mundial na Casa da Música, sob a direção da Maestro Christoph König. Cantou El Amor Brujo de Falla sob a direção dos Maestros Rui Massena e Marc Tardue, e Rapsódia para Contralto de Brahms sob a direção do Maestro António Vassalo Lourenço. Interpretou canções de Luís de Freitas Branco – algumas em estreia absoluta – com o pianista Francisco Sassetti, num recital transmitido em direto pela RDP – Antena 2, integrado no Festival Luís de Freitas Branco.  Participou em inúmeros concertos e recitais em Portugal, França, Inglaterra, Bélgica e Brasil. Trabalha regularmente com o pianista Jaime Mota, com quem gravou um CD dedicado a compositores do Porto do séc. XX e, recentemente, “Um breve olhar musical sobre a poesia de Florbela Espanca” – encomenda da Câmara Municipal de Matosinhos.

André Lacerda, Tenor

André Lacerda nasceu em Vila Nova de Gaia em

1989.Começou os seus estudos musicais na Academia de Música de Vilar do Paraíso, onde frequentou as disciplinas de piano, formação musical, coro, entre outras.Teatro Musical: “Jesus Christ Superstar”, “West Side Story”, “Fiddler on the Roof”, “Annie”, “O meu pé de laranja lima”, “O Feiticeiro de Oz”, “A Ilha do Tesouro” e ”Aladdin Jr.”. Oratória e Concerto: “Paixão Segundo S. João, BWV 245” – J. S. Bach, dir. Barbara Francke; “Requiem em Ré menor, K. 626” – W. A. Mozart, dir. Carlos Meireles; “Missa S. Nicolai, Hob. XXII:6” – J. Haydn, dir. Pedro Sousa; “Serenade, op. 31” - B. Britten, dir. Ernst Schelle, “Paixão Segundo S. Mateus, BWV 244” – J. S. Bach, dir. António Vassalo Lourenço; “As 7 Últimas Palavras de Cristo na Cruz, Hob. XX:1” – J. Haydn, dir. Paul Hillier; “Missa em Ré Maior, op. 86”, A. Dvořák, dir. Martin Lutz; “All Night Vigil, op. 37” – S. Rachmaninoff, dir. Paul Hillier; “Magnificat, BWV 243” – J. S. Bach, dir. Paul Hillier; “Dichterliebe, op. 48” – R. Schumann; “Oratorio de Noel, op.12” – C. Saint-Saens, dir. A. V. Lourenço; “Vesperae solennes de confessore, K.339” – W. A. Mozart, dir. A. V. Lourenço.Ópera: “As Bodas de Fígaro”, W. A. Mozart, dir. António Vassalo Lourenço; “Orfeu nos Infernos”, J. Offenbach, dir. António Vassalo Lourenço; “Madame Butterfly”, G. Puccini, dir. José Maria Moreno; “La Bohéme”, G. Puccini, dir. José Ferreira Lobo; e Bastien und Bastienne”, W. A. Mozart, dir. Emanuel Henriques; “O pequeno limpa-chaminés”, B. Britten, dir. António Vassalo Lourenço. Desde 2012 que trabalha com regularidade com a Orquestra Filarmonia das Beiras e Orquestra do Norte.Desde 2014 que integra a formação base do Coro Casa da Música, onde tem vindo a trabalhar com vários maestros entre os quais: Paul Hillier, Laurence Cummings, Olari Elts, José Luís Borges Coelho, Christoph König, Michail Jurowski, Baldur Brönnimann, Gregory Rose e Nicolas Fink.

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Desde 2016 tem colaborado regularmente com o grupo de música antiga Ludovice Ensemble, dir. Fernando Miguel Jalôto. É licenciado em Música – Canto pela Universidade de Aveiro, onde estudou com a profª. Isabel Alcobia.Alexandra Moura, João Henriques, Carlos Meireles, Mónica Pais, Pierre Mak, Susan Waters, Nuno Dias, João Lourenço, Jaime Mota, António Chagas Rosa e João Paulo Santos são alguns dos professores com quem trabalhou. Atualmente frequenta o Mestrado em Interpretação Artística – Canto, na ESMAE, na classe do Prof. António Salgado.

Ensemble Vocal Pro Musica

O Ensemble Vocal Pro Musica é um projeto de interligação Escola-Comunidade, fundado na cidade do Porto, em 1991, pelo Prof. José Manuel Pinheiro e por alguns dos seus alunos.Inicialmente, integraram este projecto elementos oriundos de vários grupos que partilhavam uma mesma direção musical. Nos seus primeiros doze anos de existência teve como objectivos a promoção e realização de concertos corais mais participados, favorecendo um maior intercâmbio, inter-ajuda e sociabilização entre agrupamentos com diferentes características. Realizou nesse período cerca de 80 concertos (acompanhados por alunos e/ou professores do Centro de Música da Valentim de Carvalho, pela Orquestra do Norte ou por Quintetos de Metais) em diversas Igrejas e Salas de Espetáculo de Portugal, onde procurou desfazer a ideia negativa que muitas pessoas têm dos coros e da música coral.Dinamizar a atividade coral através da promoção de espetáculos diferentes, promover o gosto pelo canto em grupo e muito especialmente promover a investigação e inovação na área coral são objetivos que se perseguem com particular atenção neste projeto.Por ser um grupo jovem, procura dentro da sua atividade musical, explorar a componente lúdica, sem esquecer a componente educativa e por isso "viaja", no tempo e no espaço, fazendo música de diferentes tipos, estilos, países e épocas. Procura, em cada concerto, fugir à rotina e ao formalismo. Por isso experimenta, sempre que possível, situações novas, como por exemplo: a interligação da expressão musical com a expressão dramática e corporal, disposições diferentes, uso do movimento associado à música, participação ativa do público, utilização de instrumentos e fontes sonoras pouco vulgares, ... , surpresas!

Um dos objetivos do grupo é a participação em concursos internacionais, o que contribui de forma decisiva para a sua excecional motivação, evolução musical e artística, pois possibilita-lhe o contacto com a realidade coral internacional e o convívio com grupos oriundos de vários continentes e com níveis artísticos muito elevados.

Coro Valentim Moreira de Sá

O Coro Valentim Moreira de Sá integra jovens estudantes do Conservatório de Guimarães, sendo um projeto curricular complementar da sua formação como instrumentistas. Tem desenvolvido ao longo dos anos uma atividade concertística regular na cidade, interpretando repertório barroco, clássico e contemporâneo, destacando-se a Missa em Sol Maior de Mozart, a Missa Festiva de John Leavitt, Come Ye Sons of Art de Purcell, o Passionário de Guimarães, o Gloria de Vivaldi, a Missa das Crianças e o Magnificat de John Rutter, o Messias de Haendel (com a Orquestra de Guimarães) e Navidad Nuesta de Ariel Ramirez. Integrou também projetos cénicos no domínio da ópera - Noe’s Fludd e Little Sweep de Britten e L’Enfant et les sortileges de Ravel (em Guimarães 2012- Capital Europeia da Cultura) e da oratória - Paixão segundo S. João de J.S. Bach.

Orquestra de Guimarães

A Orquestra de Guimarães, projeto cultural criado pela Câmara Municipal apresenta-se como uma medida ambiciosa e singular que pretende integrar e potenciar o talento de artistas da região, proporcionando-lhes o contacto com a prática musical orquestral sinfónica. Baseado nos fortes laços criados entre a comunidade e as artes performativas, este projeto visa a criação de uma rede artística, salvaguardando assim dois fatores fundamentais para o sucesso do projeto: a sustentabilidade e a estabilidade.Com a direção artística de Vítor Matos, a Orquestra de Guimarães tem como principais objetivos promover a prática orquestral de excelência com objetivos artísticos e programáticos bem

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delineados, proporcionar o contacto com a prática musical orquestral sinfónica aos jovens com qualidade artística, baseado em fortes princípios afetivos e pedagógicos que permitam o desenvolvimento artístico e interpretativo dos seus intervenientes. Ao mesmo tempo, pretende-se desenvolver a partilha de conhecimentos, amizade e respeito mútuo entre artistas da região.

Vítor Hugo Matos

Vítor Hugo Ferreira de Matos (nascido em 1977), estudou nos Conservatórios de Música de Braga e do Porto, nas classes dos professores José Matos e Moreira Jorge, com quem concluiu o curso de clarinete. Em 2001 obteve o diploma de Licenciatura na ESMAE, onde estudou com os Professores António Saiote, Carlos Alves e Luís Silva. Frequentou cursos de aperfeiçoamento com António Saiote, Michel Arrignon, Paul Mayer, Guy Deplus e Philippe Cupper. Desde 2000, estuda regularmente em Itália, com o clarinetista Alessandro Carbonare.Tem realizado diversos recitais em Roma, a convite do Instituto Santo António dos Portugueses, interpretando várias obras em primeira audição, destacando-se o Concerto para Clarinete e Orquestra que o compositor Joaquim dos Santos lhe dedicou. Como instrumentista colaborou com a Orquestra do Norte, Sinfonieta do Porto, Orquestra de Câmara Musicare, Filarmonia das Beiras e Gulbenkian. Apresentou-se a solo e em música de Câmara nos seguintes festivais internacionais de música: Encontros de Primavera-Guimarães, Póvoa de Varzim, Gaia, Cascais, Mateus, Toulouse e Música Viva. Estudou direção de orquestra com o Maestro Cesário Costa.No campo da direção de orquestra tem dirigido diversas orquestras entre as quais Orquestra do Norte, Fundação Orquestra Estúdio, Orquestra de Câmara do Minho, Orquestra Académica da Universidade do Minho, Orquestra do Conservatório e Teatro de Kaiserslautern e, da Rádio Sul da Alemanha, interpretando obras do período barroco ao contemporâneo.

Foi assistente do maestro Ferreira Lobo e Gunther Arglebe nas Óperas Carmen de Bizet, e Elixir d’ Amore de G. Donizetti. No campo da Ópera, dirigiu o O Pequeno Limpa Chaminés, Arca de Noé de B. Britten e a Carmen de Bizet, todas elas produções nacionais. No campo operático, no âmbito da Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, dirigiu a ópera de Maurice Ravel, L'Enfants et les Sortilèges.Teve o privilégio de dirigir solistas de prestígio tais como Patrizia Porgio, Peter Arnold, Ilya Grubert, Dora Rodrigues Luís Pipa, Angêlo Martingo, Pavel Gomziakov, Samuel Bastos, entre outros. Foi galardoado no âmbito de direção de orquestra, por diversas vezes, destacando-se os prémios obtidos em Barcelona e em Roma (Prémios “Bachetta d’oro” para melhor maestro, “Bachetta de argento” como melhor interpretação). Em 2007, dirigiu a Orquestra da Escola Sinfónica de Madrid no âmbito dos Cursos de Especialização em Música Contemporânea e Direção de Orquestra, na Universidade de Alcala de Henares (Madrid) com os maestros Arturo Tamayo e Jesus Lopez Coboz.A experiência de ensino inclui master classes em Guimarães (Cursos Internacionais), Escolas Profissionais de Música de Viana do Castelo e JOBRA, Madeira, Horschule de Kaisrslautern. Destacam-se na sua classe vários alunos premiados em Concursos Nacionais e Internacionais. Em dezembro de 2010, foi jurado de Concurso Internacional de Clarinete e Música de Câmara “Marco Fiorindo” em Turim. A convite da Presidência da República, dirigiu a Orquestra do Norte no concerto do dia 10 de junho em 2006 (Dia de Portugal). Foi nomeado pela Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, Maestro e diretor artístico da Orquestra Sub-21 e Sub-12. Atualmente Vítor Matos é Professor Convidado Equiparado a Auxiliar do Departamento de Música do ILCH da Universidade do Minho e Diretor Pedagógico no Conser vatório de Guimarães. É maestro titular da Orquestra de Guimarães.É doutorado pela Universidade de Évora em Música Musicologia.

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15.04.2017 17h00SOCIEDADE MARTINS SARMENTO

Recital de Piano, por José Eduardo Martins

PROGRAMA

Johann Kuhnau (1660-1722)Sonata Bíblica nº 1 (O combate de David e Golias):A arrogância de GoliasO medo dos israelitas e suas preces ao verem o gigante.A determinação de David frente a Golias e sua confiança em DeusO combate, a pedra arremessada da funda por David e a queda fatal de Golias A fuga dos filisteus perseguidos pelos israelitasA alegria dos vitoriosos israelitasO concerto das mulheres em honra de DavidA alegria geral e as danças do povo feliz

Sonata Bíblica nº 2 (Saul salvo pela música de David) A melancolia e os acessos de fúria do rei SaulOs sons reconfortantes da harpa de DavidA alma tranquilizada de Saul

Eurico Carrapatoso (1962- )Extraídas da Missa sem Palavras (cinco estudos litúrgicos):KyrieGloriaAgnus Dei

Almeida Prado (1943-2010)Extraída das Três Profecias em forma de Estudo:Profecia nº 1

Franz Liszt (1811-1886)Nuages grisDuas Lendas:São Francisco de Assis falando aos pássarosSão Francisco de Paula caminhando sobre as ondas

BIOGRAFIAS

José Eduardo Martins

Nasceu em 1938 na cidade de São Paulo, onde começou seus estudos com o professor russo José Kliass. Mais tarde, trabalhou durante alguns anos em Paris com Marguerite Long e Jean Doyen, e matérias teóricas com Louis Saguer. Martins tem 23 CD's gravados no estrangeiro e lançados pelos selos Labor (U.S.A.), Portugaler, PortugalSom/Numérica (Portugal), Esolem (França), PKP e principalmente De Rode Pomp (Bélgica). Seis deles são dedicados à música portuguesa: Carlos Seixas, Francisco de Lacerda, Fernando Lopes-Graça, Jorge Peixinho e Eurico Carrapatoso. É autor de vários livros publicados no Brasil e no estrangeiro, salientando entre os últimos "Impressões sobre a Música Portuguesa" (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011) e Série Témoignages nº 4 - le pianiste brésilien José Eduardo Martins (Université Paris-Sorbonne, 2012). Professor catedrático aposentado da Universidade de São Paulo, Doctor Honoris Causa pela Universidade Estatal Constantin Brancusi da Romênia, Académico Honorário da Academia Brasileira de Música. Recebeu em Bruxelas a Ordem do Rio Branco do Governo do Brasil. É Officier de la Couronne da Bélgica, condecoração outorgada pelo Rei Alberto II. Em maio de 2016 tornou-se membro honorário da Associação Lopes-Graça de Lisboa.

NOTAS DE PROGRAMAHá almas que amam os sons...Franz Liszt

O programa do presente recital de piano apreende relevantes obras de períodos distintos, que se estendem de 1700 a 2012. Nesse amplo leque de composições com temáticas diferenciadas, o fio condutor que as liga perpassa intensidades próximas no quesito fulcral do sentimento religioso.Johann Kuhnau (1660-1722) foi um sábio. Compositor, organista, regente, jurista, escritor e

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matemático, Kuhnau conhecia várias línguas antigas e modernas. Kantor da Igreja de São Tomás em Leipzig, de 1710 até a morte, em 1722, teria como sucessor Johan Sebastian Bach. Ao compor as seis "Sonatas Bíblicas" para teclado (1700), não as direciona para um instrumento específico, estampando a capa da partitura impressa originalmente com gravura de uma mulher frente a um órgão doméstico. Compõe uma maiúscula criação de originalidade ímpar, pois se trata da primeira obra para teclado programática da História. Kuhnau, para cada Sonata a contar um enredo bíblico, insere frases em italiano (a língua corrente quanto à terminologia musical), dando à sequência da ação o seu conteúdo real, objetivo, "teatral", a não permitir tergiversação. Sob outro aspecto, as possibilidades do piano moderno propiciam às "Sonatas Bíblicas" a plena exploração de conteúdos inerentes idealizados por Johann Kuhnau, após interpretação dos textos bíblicos, pois há diversificação de sentimentos e ações: fé, coragem, prece, dor, sofrimento, idílio, dúvida, desconfiança, alegria, medo, desespero, abatimento, delicadeza e a crença em Deus, sempre presente. Batalhas e fugas de combatentes, assim como festejos após vitórias dos israelenses fazem parte desse cenário pleno de riqueza. Quanto aos instrumentos, nomeados ou não, nas frases do programa temos: lira, trompetes, tambores, harpa, conjunto de instrumentos durante as festas, e o gesto da dança a dimensionar euforias. Dir-se-ia que sentimentos e timbres povoam toda a extensa obra. Gravei a integral das "Sonatas Bíblicas" para o selo belga De Rode Pomp e, ao apresentá-la em público, faço-o quase sempre com datashow preparado pelo professor e musicólogo José Maria Pedrosa Cardoso. As seis Sonatas estão no YouTube, com montagem de Elson Otake, e para as frases propostas por Kuhnau, imagens de iluminuras do século XII a pinturas da contemporaneidade ilustram os enredos diferenciados da obra. No programa teremos as duas primeiras Sonatas da coletânea: "O combate de David e Golias" e "Saul restabelecido pela música de David". Eurico Carrapatoso (1962- ), ao compor a "Missa sem palavras" (cinco Estudos Litúrgicos), propõe perspectiva outra para o Estudo como gênero musical. Trata-se de um conjunto singular de peças para piano no qual o compositor despoja-se do aspecto exteriorizado que é conferido habitualmente ao gênero e penetra num universo místico, a não admitir superficialidade, virtuosismo, o que fará com que a "Missa sem palavras" futuramente seja visitada mais por músicos do que simplesmente por pianistas.

Escreve Eurico Carrapatoso: "Trata-se, antes, de uma viagem pelo mundo interior, introspectiva, ao sabor das inflexões produzidas pela leitura de um texto expresso na partitura. Este texto refulge no fragor bronzino do latim. Escrito na partitura, faz dela parte intrínseca. Mas não será verbalizado, no sopro da voz. Está lá para dele ser feita uma leitura íntima, secreta. O intérprete cantará os mistérios do texto canônico através dos seus dedos e não da sua voz. Os dedos serão como os de Pepino, o Breve, rei dos franceses: taumatúrgicos, operando prodígios pelo toque". Três segmentos da "Missa sem palavras" estão contemplados no programa: "Kyrie", "Gloria" e "Agnus Dei".José Antônio de Almeida Prado (1943-2010), um dos nomes mais representativos da composição brasileira, ao criar as "Três Profecias em forma de Estudo" (1988) dá sequência às composições voltadas à religiosidade. Explora, como já fizera na monumental série "Cartas Celestes", todas as possibilidades do piano instrumento. A primeira "Profecia" tem como subtítulo "Estudo de Ressonâncias" e busca criar "cores e figurações novas através dos harmônicos", como escreve o autor. Significativo o versículo bíblico inserido entre dois segmentos da obra: "Levantando de novo os olhos, olhei e vi quatro carros que saíam dentre duas montanhas: estas eram montanhas de bronze" (Zacarias, 6.1).Franz Liszt (1811-1886) tem parte de sua imensa produção, distribuída nos mais variados gêneros, dedicada à música religiosa. Em 1865 o músico entra para a ordem terceira franciscana, acentuando-se sua inclinação mística."Nuages Gris" (1881) poderia ser considerada como síntese da síntese de sua obra. O despojamento é absoluto. O virtuosismo, a feérica atividade musical, o convívio com a aristocracia ficaram ao largo. "Nuages Gris", em seus 48 compassos, impregna-se contudo de tantas conquistas do passado. Dir-se-ia, multum in minimo. René Leibowitz, em seu livro "L'évolution de la Musique" (1951), comenta que essa preciosa peça "... contribui para a linguagem musical de seu tempo, contudo relacionada a certos desenvolvimentos futuros, pelos quais Liszt é diretamente responsável". Sob outra égide, depreende-se de "Nuages Grises" estímulos voltados ao misticismo, à tendência lúgubre e à reflexão plena.Liszt, ao compor as "Deux Légendes" (1866), "S. Francisco de Assis falando ao pássaros" e "S. Francisco de Paula caminhando sobre as ondas", independentemente do conteúdo religioso explícito, volta-se a uma de suas características essenciais, a

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música de programa, mesmo que não explicitada na partitura, mas exposta nos textos introdutórios. Dir-se-ia que programático, descritivo, fantasia, poesia, misticismo, religiosidade e outros atributos, frutos da observação e da reflexão, povoaram a mente de Franz Liszt durante a produção do vastíssimo legado composicional que deixou. Seu despojamento aos pertences terrenos, acentuados mormente nos últimos anos de vida, fez com que fosse enterrado com o único bem material que ainda mantinha, a batina.

José Eduardo Martinswww.joseeduardomartins.com

16.04.2017 17h00IGREJA DE S. FRANCISCO

Orfeão de Guimarães

PROGRAMA

Franz Schubert (1797-1828)DA MISSA ALEMÃ (Coro e órgão)"Gesänge zur Feier des heiligen Opfers der Messe"(Cânticos para a celebração do Santo Sacrifício da Missa), D 872, compostos em 1826 a pedido do autor dos textos Johann Philipp Neumann.

1. Zum Kyrie (Ao Kyrie)2. Zum Glória (Ao Glória)3. Zum Evangelium und Credo (Ao Evangelho e Credo)4. Zum Offertorium (Ao Ofertório)5. Zum Sanctus (Ao Santo)6. Nach der Wandlung (Após a elevação)7. Zum Agnus Dei (Ao Cordeiro de Deus)8. Zum Schlub (No final)

ENSEMBLE CANT'ARTEM. Faria (1918-1983)MATERNIDADE M. FariaSANGUE DE CRISTO M. FariaÓ VIRGEM FORMOSA F. Shubert (1797-1828)SALVE REGINA

ORFEÃO DE GUIMARÃESMark Ehlert (1973 - )PFINGST SEQUENZE D. Bortnianski (1751-1825)TEBE POEM O. Pitonni (1657-1743)LAUDATE DOMINUM M. Simões (1924-1995)CANÇÃO A NOSSA SENHORA M. FariaO SANTISSIMA (Órgão e Coro)A. Lotti (1666-1740)REGINA COELI (Órgão e Coro)

José Carlos Azevedo — Direção Artística e Órgão

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Deutsche Messe (Missa Alemã)1.Wohin soll ich mich wenden,wenn Gram und Schmerz mich drücken? Wem künd' ich mein Entzücken, wenn freudig pocht mein Herz? Zu dir, zu dir, o Vater, komm ich in Freud' und Leiden, du sendest ja die Freuden, du heilest jeden Schmerz.

1.Para onde me hei-de voltar já que o desgosto e a dor me oprimem? A quem gritarei de felicidade quando o meu coração vibrar de alegria Para Ti me volto, ó Pai, quer na alegria, quer na dor, porque tu és a fonte de toda a alegria e alívio em todo o sofrimento.

2. Ehre, Ehre sei Gott in der Höhe!Singet der Himmlischen selige Schar. Ehre, Ehre sei Gott in der Höhe! Stammeln auch wir, die die Erde gebar. Staunen nur kann ich und staunend mich freu'n; Vater der Welten! doch stimm' ich mit ein: Ehre sei Gott in der Höhe!

2. Glória a Deus no mais alto dos céus! cantam os santos do céu. Glória a Deus no mais alto dos céus, repetimos nós cá na terra, sem jeito. Eu não consigo senão espantar-me e alegrar-me, Pai do universo! E todavia eu canto Glória a Deus.

3.Noch lag die Schöpfung formlos da, nach heiligem Bericht;da sprach der Herr: Es werde Licht! Er sprach's und es ward Licht. Und Leben regt, und reget sich, und Ordnung tritt hervor. Und überall, allüberall tönt Preis und Dank empor.

3.Ainda o informe precedia a criação,Segundo a santa escritura.Então disse o Senhor: Faça-se a luz!Ele o disse e a luz fez-se.E tudo é vida, e mexe, e se ordena.E toda a terra canta um coro de louvor e reconhecimento.

4. Du gabst, o Herr, mir Sein und Leben,und deiner Lehre himmlisch Licht. Was kann dafür, ich Staub, dir geben? Nur danken kann ich, mehr doch nicht.

4. Deste-me Senhor, o ser, a vida e a luz celestial do Teu ensino. Que posso eu, apenas pó, dar-te em troca? Nada mais do que o meu reconhecimento.

5. Heilig, heilig, heilig, heilig ist der Herr!Heilig, heilig, heilig, heilig ist nur er! Er, der nie begonnen, er, der immer war, ewig ist und waltet, sein wird immer dar.

5. Santo, Santo, Santo é o Senhor!Santo, Santo, Santo é apenas Ele!Ele que não não teve começo,Ele que sempre existiu,É eterno e reina, existirá sempre.

6. Betrachtend deine Huld und Güte, o mein Erlöser, gegen mich, seh ich, beim letzten Abendmahle im Kreise deiner Teuren dich. Du brichst das Brot, du reichst den Becher. Du sprichst: Dies ist mein Leib, mein Blut, nehm hin und denket meiner Liebe, wenn opfernd ihr ein Gleiches tut.

6. Imbuído da tua clemência e bondade para comigo, meu Salvador, Vejo-te na última ceia entre aqueles que amavas.Partes o pão, elevas a taça e dizes:Isto é o me corpo, isto é o meu sangue, Comei e bebei e lembrai-vos do meu amor sempre que celebrardes este sacrifício.

7. Mein Heiland, Herr und Meister! Dein Mund so segenreich, sprach einst das Wort des Heiles: »Der Friede sei mit Euch!« O Lamm, das opfernd tilgte der Menschheit schwere Schuld, send' uns auch deinen Frieden durch deine Gnad' und Huld.

7. Meu Salvador, Senhor e Mestre!A tua boca, tão propensa para a bênção, um dia fez ouvir as palavras da saudação: “A paz esteja convosco”.Ó Cordeiro, cujo sacrifício livrou da humanidade do peso das suas faltas pela tua graça e pela tua clemência, dá-nos a tua paz!

8. Herr, du hast mein Fleh'n vernommen, selig pocht's in meiner Brust, in die Welt hinaus, in's Leben folgt mir nun des Himmels Lust. Dort auch bist ja du mir nahe, überall und jederzeit. Allerorten ist dein Tempel, wo das Herz sich fromm dir weiht. Segne, Herr, mich und die Meinen, segne unsern Lebensgang! Alles unser Tun und Wirken sei ein frommer Lobgesang.

8. Tu ouviste, Senhor, a minha prece,O meu coração bate cheio de alegria,Onde quer que vá sobre a terra,Onde quer que a vida me conduza, A alegria celeste me acompanha agora. Em toda a paret e sempre estás perto de mim.Qualquer lugar se torna um templo, quando um coração piedoso a ti se consagra.Abençoa-me, Senhor, abençoa os meus e a nossa vida!Que todos os nossos atos, todos os nossos gestos, sejam pieodoso hinos de louvor.

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Tebe

Tebe poem Tebe blagoslovim Tebe blagodarim, Gospodi I molim Ti sia, Bozhe nash.

Gloriicamos-Te, louvamos-Te, damos-Te graças, Senhor, e a Ti oramos, ó Deus nosso!

Laudate Dominum

Laudate Dominum in sanctis eius.Laudate eum in irmamento virtutis eius.Laudate eum in virtutibus eius.Laudate eum in sono tubae.Laudate eum in psalterio et citara.Laudate eum in timpano et choro.Laudate eum in cimbalis bene sonantibus.Laudate eum in cimbalis iubilationibus.Laudat Dominum!Alleluia.

Louvai a Deus no seu santuário.Louvai-o no irmamento do seu poder,Louvai-o pelos seus atos poderosos.Louvai-o ao som da trombeta.Louvai-o com saltério e com harpa.Louvai-o com adufe e com danças,Louvai-o com címbalos retumbantes.Ela louva o Senhor!Aleluia

Pfingst Sequenz

Veni, Sancte Spiritus,et emitte caelituslucis tuae radium.Veni, pater pauperum,veni, dator munerum,veni, lumen cordium.Consolator optime,dulcis hospes animae,dulce refrigerium.In labore requies,in aestu temperies,in letu solatium.O lux beatissima,reple cordis intimatuorum idelium.Sine tuo numine,nihil est in homine,nihil est innoxium.Lava quod est sordidum,riga quod est aridum,sana quod est saucium.Flecte quod est rigidum,fove quod est frigidum,rege quod est devium.Da tuis idelibus,in te conidentibus,sacrum septenarium.Da virtutis meritum,da salutis exitum,da perenne gaudium.

Vinde, Espírito Santo,Enviai o celestialResplendor de Vossa luz.Vinde, pai dos pobres,Vinde, benfeitor supremo,Vinde, luz dos corações.Vinde Consolador,Doce hóspede das almas,Doce consolo.No trabalho, sois repouso,No calor, sois temperança,Nas lágrimas, sois consolação.Ó luz bendita,Enchei o mais íntimo do coração dos vossos iéis.Sem a vossa graça,Nada há em nós que não seja prejudicial.Limpai o que é impuro,Regai a aridez,Curai os feridos.Dobrai os inlexíveis,Aquecei os corações refrigerados,Corrigi os extraviados.Dai os sete dons aos que em Vós coniam.Concedei-nos a recompensa da virtude,Concedei-nos a libertação da salvação,Concedei-nos a alegria eterna.

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Salve Regina

Salve, Regina, Mater misericordiae,Vita, dulcedo, et spes nostra, salve.Ad te clamamus, exsules ilii Hevae,Ad te suspiramus, gementes et lentesIn hac lacrimarum valle.Eia, ergo, advocata nostra, illos tuosMisericordes oculos ad nos converte;Et Jesum, benedictum fructum ventris tui,Nobis post hoc exilium ostendeO clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.

Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura e espe-rança nossa, salve! A vós bradamos os degredados ilhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei. E depois deste desterro, mos-trai-nos Jesus, bendito fruto de vosso ventre. Ó clemente! ó piedosa! ó doce Virgem Maria!

O Santissima

O sanctIssima, o piissima, dulcis Virgo Maria!Mater amata, intemerata, ora, ora pro nobis.

Ó Santíssima, Ó Piíssima, doce Virgem Maria! Mãe amada, imaculada, rogai por nós.

Regina Coeli

Regina coeli, laetare, Aleluia!Quia quem meruisti portare, Aleluia!Resurrexit sicut dixit, Aleluia!Ora pro nobis Deum, Aleluia!

Rainha dos céus, alegra-te, Aleluia!Porque aquele que trouxeste no seio, Aleluia!Ressuscitou conforme dissera, Aleluia!Roga por nós a Deus, Aleluia!

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BIOGRAFIAS

Orfeão de Guimarães

O Orfeão de Guimarães teve o seu início no dia 8 de janeiro de 1917. Depois de várias interrupções, renasce em 1980 graças à iniciativa da Sociedade Musical de Guimarães tendo sido a sua direção artística entregue ao maestro Fernando José Teixeira que lhe incutiu vida nova. Apresentou-se, assim, à cidade e ao concelho de Guimarães disposto a divulgar a música e, através dela, elevar o nível cultural do povo.Das muitas atividades que vieram a partir de então, destacam-se duas atuações na Radiotelevisão Portuguesa e dois memoráveis concertos: um em Leiria, aquando das comemorações do 6º Centenário da Batalha de Aljubarrota, e outro em Grenoble (França) por convite da comunidade de emigrantes portugueses aí radicados.Em março de 2004 razões de força maior levaram-no a interromper a sua atividade. Mas em outubro de 2006 retoma-a novamente, agora sob a orientação do diretor artístico José Carlos Azevedo, natural de Guimarães. Logo surgiram vários concertos na cidade e concelho de Guimarães. Participou, conjuntamente com mais cinco coros de Guimarães e com a Orquestra de Sopros da Academia de Música Valentim Moreira de Sá, também desta cidade, em concertos e na gravação de um CD com os hinos de Guimarães, Nacional e da Europa. Ao longo dos anos tem vindo a divulgar o seu vasto e variado repertório em vários pontos do país.Atualmente integra o Grupo Musicalis Communio formado por três coros: Orfeão de Guimarães, Coro Polifónico ASSANES da Vila de Prado – Vila Verde e Coro Litúrgico da Vila de Joane – Vila Nova de Famalicão. Integrado neste Grupo participou em diversos concertos, nomeadamente em Guimarães, Vila de Joane e Vila de Prado, juntamente com a Orquestra de Sopros da Academia de Música Valentim Moreira de Sá. Ainda integrado no mesmo Grupo participou numa homenagem ao Compositor Padre Dr. Joaquim dos Santos, na passagem do primeiro aniversário do seu falecimento, organizada pela Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto e pela paróquia de Refojos de Basto.

No âmbito do protocolo assinado com a Câmara Municipal de Guimarães, tem dado vários concertos, só ou com outros coros, na cidade e no concelho. Tem participado nas comemorações de datas importantes da História de Portugal como por exemplo os concertos Sons da Liberdade integrados nas comemorações do 25 de abril de 1974. No âmbito da Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura, participou com a Fundação Orquestra Estúdio na cerimónia de inauguração da Plataforma das Artes e da Criatividade. Desde há vários anos, no mês de maio, tem vindo a organizar/realizar Concertos Marianos em diversas igrejas da cidade de Guimarães. De resto, sempre que solicitado, tem colaborado com as várias instituições e paróquias da cidade.Existe no seio do Orfeão de Guimarães, um Coro de Câmara denominado Ensemble Cant’Arte, Coro este que se apresenta juntamente com o orfeão e muitas vezes a solo.

Ensemble Cant’arte

É um grupo que nasce no seio de uma família em que todos os seus elementos são profissionais da música e aos quais se juntaram alguns amigos que têm em comum o gosto pela música, em particular da música vocal/coral.Têm a particularidade de pertencer todos ao Orfeão de Guimarães, sendo também denominado como coro de câmara deste orfeão.O seu repertório é muito variado, passando pelos mais variados estilos musicais e pelos mais variados compositores, tanto nacionais como estrangeiros. Apesar da grande parte da música que interpretam ser de caráter vocal/polifónico, apresentam-se também muitas vezes com música instrumental, uma vez que quase todos os seus elementos possuem formação nessa área. Tem participado em diversos concertos por todo o norte de Portugal.

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José Carlos Vieira Azevedo

Natural de Guimarães, iniciou os seus estudos musicais aos doze com professores particulares.Licenciado em Educação Musical pela Universidade do Minho.Licenciado em Órgão pela Escola Superior de Música de Lisboa.Frequentou o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga, onde concluiu o Curso Complementar de piano, (oitavo grau), o Curso Geral de Composição, (quinto grau) e o Curso Complementar de Educação Musical, (oitavo grau).Frequentou o Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro, onde concluiu o quinto e o oitavo graus de Órgão.Frequentou de 1989 a 1992 o Curso de Música Sacra, na Escola Diocesana do Porto. Frequentou de 1991 a 1994 o primeiro Curso de Órgão Litúrgico, nível A, em Fátima.Frequentou em 1996 e 1997 o Curso de “Interpretação do Canto Gregoriano Hoje”, orientado pelo Prof. Dr. Johannes Göschl, organizado pela Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional do Porto.Em Piano, trabalhou com os professores José Alexandre Reis, Maria de Lurdes Ribeiro, Joel Bello Soares, Luís Pipa entre outros.Em Órgão, estudou com António Mário Costa, Rosa Amorim, Maestro António Ferreira dos Santos, António Mota, Nicolas Roger, Giampaolo di Rosa, Gerard Doderer, Franz Josef Stoiber, Hans-Ola Ericsson, Graham Barber, António Esteireiro e João Vaz.Tem participado em concertos um pouco por todo o país como solista, como acompanhador e como regente coral.Durante cerca de vinte e cinco anos foi professor de Órgão na Sociedade Musical de Guimarães/Academia de Música. É professor de Educação Musical na Escola EB 2,3 de Abação em Guimarães.É diretor artístico do Grupo Coral Assanes da Vila de Prado desde 1994; do Coro Litúrgico de Joane desde 1984 onde é também Organista Titular do Órgão “de

tubos” e do Orfeão de Guimarães desde outubro de 2006.Colabora com a Igreja de Nossa Senhora da Oliveira como organista. Tem colaborado com muitos coros um pouco por todo o Minho.

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10.04.2017 18h30SOCIEDADE MARTINS SARMENTO

Tradição e Modernidade - o Concílio de Trento e a Iconografia Pós-TridentinaNuno Saldanha (M.A./Ph.D.)IADE/Universidade EuropeiaUNIDCOM/IADECHAM/U.N.L.

Em resposta aos avanços dos movimentos da Reforma Protestante, o célebre Concílio de Trento marca um momento de viragem substancial da Arte e da Iconografia cristã, em particular da heterodoxia católica. A questão da Arte e das Imagens só ocupa uma parcela reduzida e derradeira das sucessivas sessões do Concílio, mais precisamente, do seu 3º Período, que decorre entre 1562 e 1563, durante o pontificado de Pio IV.No entanto, os seus decretos foram sucessivamente repetidos, interpretados e ampliados por diversos escritores, religiosos e laicos, ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, promovendo assim uma importantíssima revolução artística e iconográfica.Propõe-se aqui fazer um breve apanhado daquilo que consistiu a nova teoria e práticas da imagem religiosa, mormente no conflito entre as acusações recíprocas de idolatria e iconoclastia entre protestantes e católicos, e a questão do Decoro na Imagem religiosa.Embora ainda subsistam muitas imagens e tradições da imagética medieval, paralelamente, desenvolve-se a criação de uma nova linguagem iconográfica, que acompanha naturalmente de perto os novos preceitos teológico-religiosos e litúrgicos, a sensibilidade devocional ou a piedade popular – da moderna imagem da Virgem, dos santos, dos Sacramentos, da Paixão, do Martírio, ou mesmo do surgimento de uma iconografia inédita, associada às novas devoções.Trata-se sem dúvida de um dos períodos mais ricos e interessantes da História da Arte e da Iconografia cristã, e essência para o entendimento da Cultura Visual ocidental da Idade Moderna.

Nuno Saldanha (M.A./PhD)

Historiador da Arte, tem vários livros publicados, e artigos em diversas revistas, catálogos e dicionários, sobre Iconografia, História da Arte, História da Arquitetura Naval, Crítica e Teoria da Arte (Sécs. XVIII-XIX). É Professor, Coordenador do Curso de Fotografia e Cultura Visual, Coordenador da Área Científica de Belas Artes do IADE/Universidade Europeia. É Investigador associado da UNIDCOM/IADE e do CHAM/U.N.L. Na área museológica, foi Diretor da Galeria de Pintura Rei D. Luís/Palácio Nacional da Ajuda, Assessor de Direção do Museu da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva, Diretor da Casa-Museu dos Patudos, e Comissário de várias exposições. Membro da Academia Nacional de Belas Artes, da College Art Association e da Association of Art Historians.

11.04.2017 18h30SOCIEDADE MARTINS SARMENTO

O som que preenche a igreja: facetas do antigo canto litúrgico.Manuel Pedro Ferreira

Manuel Pedro Ferreira (n. 1959)

Doutorou-se em Musicologia na Universidade de Princeton (1997), sendo desde 2001 Professor Associado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde coordena, desde 2005, o Centro de Estudos de

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Sociologia e Estética Musical (CESEM). Tem-se dedicado sobretudo ao ensino e à investigação da música da Idade Média e do Renascimento, sem descurar a interpretação musical: dirige desde 1995 o grupo Vozes Alfonsinas, com o qual gravou cinco discos. Como musicólogo, publicou mais de cem artigos científicos e dirigiu vários projetos de investigação. Foi responsável pela publicação facsimilada do Cancioneiro de Elvas (Lisboa, 1989) e do manuscrito 714 da Biblioteca Pública Municipal do Porto (Porto, 2001); o seu livro O Som de Martin Codax (Lisboa, 1986) foi premiado pelo Conselho Português da Música. Entretanto escreveu ou coordenou quinze outros títulos, entre os quais: Cantus coronatus — Sete cantigas d'amor d’El-Rei Dom Dinis (Kassel, 2005); Dez compositores portugueses. Percursos da escrita musical no século XX (Lisboa, 2007); Antologia de Música em Portugal na Idade Média e no Renascimento, 2 vols. (Lisboa, 2008); Medieval Sacred Chant: from Japan to Portugal (Lisboa, 2008); A Sé de Braga. Arte, Liturgia e Música, do final do século XI à época tridentina (Lisboa, 2009); Aspectos da Música Medieval no Ocidente Peninsular, 2 vols. (Lisboa, 2009-2010); Revisiting the Music of Medieval France: from Gallican chant to Dufay (Farnham-Burlington, 2012); Harmonias do Céu e da Terra: A música nos manuscritos de Guimarães (séculos XII-XVII) (Lisboa-Guimarães, 2012); e Musical exchanges, 1100-1650: Iberian connections (Kassel, 2016). Tem também exercido com regularidade o ofício de crítico musical e feito incursões pela composição musical e pela poesia. É membro da Academia Europeia (desde 2010) e da direção da Sociedade Internacional de Musicologia (desde 2012).

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11, 12 e 13. 04. 2017 | 10h00-12h30 e 14h30-17h00ACIG - ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE GUIMARÃES

Curso de iniciação ao canto GregorianoO Canto Gregoriano foi durante séculos a música oficial da Igreja. Da sua importância sobressai o facto de ser ele a origem da polifonia culta ocidental, de ter sido o cantus firmus sobre o qual se construiu a ciência da composição desde o século XIV, pelo menos. Fundamento e símbolo de toda a música medieval, ele serviu de inspiração a quase todos os compositores renascentistas, a muitos românticos, tais como Berlioz, Liszt, e ainda a compositores do século XX, que procuravam nos modos gregorianos o que a tonalidade não lhes dava, como é o caso de Debussy e Luís de Freitas Branco.

Utilizado na Igreja Católica como canto oficial, perdeu a sua força no Concílio Vaticano II, 1962-1965, dando lugar a cânticos em língua vernácula muitas vezes de gosto duvidoso. De resto ficou reduzido a liturgias de exceção e a concertos de música histórica.

O seu estilo monódico (canto-chão, ou cantochão), simples e de ritmo livre, confere-lhe um caráter único de calma e espiritualidade que conquistam facilmente o interesse de todo o mundo na sociedade ocidental, ao ponto de merecer respeito e saudade por parte de muita gente, sendo o seu estudo e a sua pratica incentivada um pouco por toda a parte.

O Curso de Iniciação ao Canto Gregoriano pretende ocupar um papel de muito interesse, à sombra do Festival de Música Religiosa de Guimarães, cujos concertos de alguma forma prepara e fundamenta, e serve de preparação ao concerto e Missa da Ceia do Senhor de Quinta-feira Santa, dado pelo Coro Solemnis de Lisboa.

Com a direção do Prof. João Crisóstomo, coadjuvado por um membro do Coro Solemnis, ele pretende lançar as bases para a leitura e compreensão do reportório gregoriano adequando-se a todos os que, com conhecimentos básicos de música, tenham interesse em iniciar-se no mesmo.

O curso decorrerá nos espaços da ACIG (Associação Comercial e Industrial de Guimarães), à Rua da Rainha, com o seguinte horário: terça e quarta-feira, das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 17h00; na quinta-feira (ensaio para a Missa), de manhã e ao

princípio da tarde. Da sua participação será passado o diploma respetivo.

Informações e inscrições na página do Conservatório de Guimarães em http://www.smguimaraes.pt ou através do seguintes contactos: Tel. 253 517 049 ou [email protected].

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