fgv - saude ocupacional e segurança no tr

Upload: dani-oliveira

Post on 15-Jul-2015

49 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Centro de Polticas Sociais

Sade Ocupacional e Segurana no Transporte Rodovirio

Sumrio Executivo

Junho de 2001

SOS Transporte Rodovirio

1. VISO GERAL O Centro de Polticas Sociais (CPS) da Fundao Getulio Vargas realizou para a Fundacentro a pesquisa Sade Ocupacional e Segurana no Transporte Rodovirio (SOS - Transporte Rodovirio). A pesquisa consiste na anlise de um conjunto amplo de base de dados com um recorte para as regies do Rio de Janeiro, So Paulo, Minas Gerais e Bahia. Os temas abordados na pesquisa foram os seguintes: sade ocupacional, segurana no trnsito, aspectos ergonmicos no transporte rodovirio de passageiros e cargas, as condies de vida e trabalho dos trabalhadores rodovirios e suas famlias, transporte rural e o transporte de cargas perigosas. Alm da anlise de informaes secundrias e microdados j existentes o CPS realizou tambm uma pesquisa de campo entre os taxistas no Estado do Rio de Janeiro. 2. OBJETIVOS Objetivos centrais: 1- Ampliar o acervo de informaes, diagnsticos e proposies de poltica; 2- Estudar os determinantes das condies de segurana dos profissionais de veculos automotores e dos usurios desses meios de transporte; 3- Estudar os determinantes das condies de sade ocupacional e dos usurios desse setor; 4- Traar um perfil dos atributos scio-econmicos e condies laborais dos trabalhadores do setor transporte, sejam formais ou informais. 5- Traar um perfil das condies de vida dos trabalhadores do setor transporte rodovirio e de suas famlias. 6- Fazer um levantamento da intensidade e dos determinantes das ocorrncias de acidentes de trabalho no setor transporte; 7- Traar um perfil das empresas informais do setor transporte rodovirio; 8- Fazer um levantamento das novas ocupaes e setores no segmento do transporte rodovirio; 9- Fazer o diagnstico da situao de segurana e de ergonomia da frota de veculos automotores; 10- Analisar as condies de segurana e sade no setor de taxis a partir de trabalho de campo. Objetivos secundrios: 1- Montar banco de dados geo-referenciado e plotar mapas a nvel de municpios e meso-regies sobre condies de trabalho, sade e vida dos trabalhadores do setor rodovirio e dos acidentes decorrentes do transporte; 2- Analisar as condies de segurana e sade nos setores de transporte rural e de cargas perigosas; 3- Perfil Estatstico de Acidentes de Trnsito, dos acidentes de trajeto e dos acidentes de trabalho do setor rodovirio; 4- Montar plano de polticas de segurana no segmento rodovirio.

2

SOS Transporte Rodovirio

3. SADE OCUPACIONAL NO TRANSPORTE RODOVIRIO

Viso Geral A anlise das condies de vida (origem, grau de instruo, moradia, alimentao), condies de trabalho (acesso assistncia mdica, caractersticas dos veculos, durao da jornada de trabalho), o ambiente de trabalho (rudo, vibrao, poluentes qumicos), entre outros so alguns aspectos que vo determinar situaes adversas na vida, trabalho e sade dos trabalhadores no transporte rodovirio de passageiros e cargas. O quadro abaixo apresenta alguns fatores de riscos e conseqncias para os motoristas profissionais, empresas e sociedade. CONDIES DE TRABALHO E SADE DOS MOTORISTAS PROFISSIONAIS FATORES: 1 - RUDO 2 - CALOR E VENTILAO 3 - ASPECTOS ERGONMICOS 4 - POLUIO 5 - JORNADA DE TRABALHO 6 - CONGESTIONAMENTOS 7 - HBITOS COMPORTAMENTAIS FATORES DE RISCOS E SUAS CONSEQNCIAS

CONDIES DE TRABALHO

conseqncias coseqncias para a conseqncias para a 1. Rudo: pode causar doenas no aparelho auditivo e problemas mentais. para os empresa sociedade - aumento do absentesmo - diminuio da qualidade do servio condutores- distrbios emocionais - distrbios fsicos - aumento da rotatividade - aumento dos conflitos - aumento do nmero de acidentes - aumento do custo do servio

3

SOS Transporte Rodovirio

Reviso da Literatura: Principais Resultados 1. Rudo: Pode causar doenas no aparelho auditivo e problemas mentais.Motoristas de nibus tm 2,7 vezes mais chances de apresentar doenas no aparelho auditivo do que motoristas convencionais

Aspectos de Discusso: tipo do motor, localizao do motor e localizao da porta dianteira 2. Calor e Ventilao: Os principais problemas de sade so: distrbios circulatrios, internao ou insolao, cimbras de calor, desidratao e erupes na pele.33,3% dos nibus urbanos apresentam temperatura efetiva maior de 28o C e essas temperaturas podem chegar a 50o C, por exemplo, nos meses de vero na cidade do Rio de Janeiro.

Excesso de calor Irritabilidade Buzinar com maior freqncia nmero de ultrapassagens Aumento na taxa de acidentes 3. Aspectos Ergonmicos

Aumenta

Medidas que viabilizam melhor interao VOLANTE - PAINEL - PEDAISDor de coluna, tendes e juntas atinge 35% dos motoristas e 80,5% dos motoristas j experimentaram dor nas costas ou coluna.

Altura do assento Distncia do banco-pedais Distncia do volante ao assento Altura do volante Inclinao do encosto Inclinao do volante

4. Poluio Motores de nibus dianteiros e interno sem devida conservao e manuteno podem exalar gs no interior do veculo nibus exalam expressivas cargas de monxido de carbono19,25% dos motoristas queixam-se de distrbios respiratrios

Necessidade de medidas de controle da poluio

4

SOS Transporte Rodovirio

5. Jornada de Trabalho: Intensiva jornada de trabalho alto fator de risco de acidentes e problemas de sade47% dos motoristas que percorrem longa distncia afirmam j ter dormido ao volante

50% dos motoristas apresentam sintomas de distrbios relacionados ao sono

57% dos motoristas trabalhavam mais de sete horas, 12% trabalhavam nove horas e 11% por mais de dez horas. A fadiga atinge 53% dos motoristas.

6. Congestionamentos: Risco potenc ial de acidentes de trnsitoConsequncias entre motoristas: fadiga mental (45,4%), fadiga fsica (53%), irritabilidade (20,6%), doenas cardiovasculares (35%), hipertenso arterial (34%)

7. Hbitos Comportamentais e Higinicos: Os pontos ou terminais no dispem de instalaes sanitrias e locais para realizar refeiesConsequncias entre motoristas: tabagismo (43%), cafesmo/ uso de estimulantes (15,8%) e uso de lcool (48%)

3.1 AVALIAO EMPRICA TRANSPORTE RODOVIRIO

DAS

CONDIES

DE

SADE

NO

Na pesquisa Suplemento Sade PNAD 1998/IBGE analisamos um conjunto de variveis relacionadas sade do trabalhador lanando mo de duas abordagens alternativas: tica do trabalhador e tica do usurio. A tica do trabalhador, por sua vez, pode ser analisada do ponto de vista da ocupao, do setor de atividade e local de trabalho em veculo automotor. As principais tcnicas utilizadas ao longo do trabalho foram as anlises bivariada e multivariada. A anlise bivariada analisa o papel de cada atributo tomado isoladamente. Isto , desconsideramos possveis e provveis inter-relaes das "variveis explicativas". Exemplificando: desconsideramos o fato de que indivduos mais educados tendem a apresentar melhores condies de sade independentemente do setor de atuao. A anlise multivariada investiga interrelaes atravs de regresses de diversas variveis explicativas tomadas conjuntamente. A anlise multivariada visa proporcionar um experimento melhor controlado que a anlise bivariada. O objetivo captar o padro de correlaes parciais entre as variveis de interesse e as variveis explicativas. Por outras palavras, na anlise multivariada captamos as relaes de cada varivel mantendo as demais variveis constantes. Por exemplo, comparamos as chances de indivduos no setor com mesma idade,

5

SOS Transporte Rodovirio

sexo, escolaridade ter problemas de sade. Doravante, chances um experimento melhor controlado. Resultados A pesquisa Suplemento Sade da PNAD/IBGE separa as variveis de sade em cinco grupos: 1. Auto-avaliao do estado de sade: (Considera Seu Estado De Sade)83,1% dos ocupados no setor avaliaram seu estado de sade normal(bom ou muito bom) contra o total de ocupados. Do ponto de vista dos usurios, quanto maior o tempo de transporte, menor a chance de considerar seu estado de sade normal.

2. Restrio das Atividades: (Deixou De Realizar Atividades; Quantos Dias No Realizou Atividades; Principal Motivo Que O Impediu; Esteve Acamado Nas 2 ltimas Semanas; Quantos Dias Esteve Acamado)Do total de ocupados no setor de passageiros e cargas, 4,6% e 3,6%, respectivamente, deixaram de realizar suas atividades por motivo de sade. As chances de deixar de realizar atividades aumentam se o trabalhador chefe de famlia (22%) e um trabalhador de 55 a 60 anos tem a chance aumentada em 83%.

A mdia de dias de perda de atividade da populao ocupada de 5,3 dias, enquanto esse valor 6,35 dias para trabalhadores no setor de transporte de passageiros e cargas e 7,75 dias no caso de motoristas e cobradores.

11,3% dos motorista e cobradores e 13,7 % dos trabalhadores no setor de passageiros e cargas afirmam deixar de realizar suas atividades por problemas cardacos. Os trabalhadores no setor de cargas tm chances aumentadas em sofrer esse problema em 40% com relao aos ocupados em outros setores.

% de chance de adquirir doenas cardiovasculares segundo faixa etria do trabalhador (categoria referncia idade entre 35 e 40 anos).

% de chances

600 400 200 0 -200 15 15 a 20 20 a 25 25 a 30 30 35 40 a a a 35 40 45 faixa etria 45 a 50 50 a 55 55 a 60 60 a 65 65 a 70 % hipertenso % corao

6

SOS Transporte Rodovirio

As chances de ocupados com 15 anos de idade sofrerem de hipertenso so 98% menores se comparados com trabalhadores entre 35 a 40 anos de idade, enquanto que para profissionais com 65 a 70 anos de idade so 349% maiores em relao mesma categoria de referncia. As chances para doenas do corao, chegam a 63% a menos para ocupados com 15 anos de idade e 565% a mais para trabalhadores com idade entre 65 e 70 anos.4,3% dos motoristas e cobradores deixaram de realizar suas ativ idades por estresse e problemas mentais com relao ao total de pessoas que deixaram de realizar atividades por problemas mentais. Os trabalhadores do setor de cargas tm chances aumentadas em 16% de deixaram de realizar suas atividades por problemas mentais.

Dor nos braos e nas mos constituem um dos principais problemas desses profissionais, sendo que os motoristas tm a chance aumentada em 10% se comparada s outras ocupaes.

Com relao deixar de realizar suas atividades por acidentes no local de trabalho observa -se que os trabalhadores de veculos automotores tm incidncia mais freqente, 8,9%, do que a populao ocupada (3,2%).

As chances de ficarem acamados nas prximas duas semanas so 60% maiores entre cobradores com relao s demais ocupaes. Do ponto de vista do usurio, as chances so aumentadas em 33% para os trabalhadores que levam mais de uma hora de tempo de transporte com relao aos que gastam at 30 minutos.

3. Doenas Crnicas : (Tem Doena De Coluna Ou Costas; Tem Artrite Ou Reumatismo; Tem Cncer; Tem Diabetes; Tem Bronquite Ou Asma; Tem Hipertenso; Tem Doena Do Corao; Tem Doena Renal Crnica; Tem Depresso; Tem Tuberculose; Tem Tendinite Ou Tenossinovite; Tem Cirrose)Dor nas costas e na coluna atinge 19,9% dos ocupados no setor, sendo 21,6% entre motoristas e cobradores.

Segundo os dados do Ministrio da Sade encontramos alguns fatores de risco de natureza scio-demogrficas que estariam associados s doenas de coluna ou costas. Um desses fatores seria ser chefe de famlia, que tem suas chances aumentadas em 47%. O mesmo se observa em relao idade, onde as chances, comparadas com idade entre 35 a 40 anos, so aumentadas medida que os trabalhadores ficam mais velhos, o que estaria fortemente relacionado ao processo de envelhecimento natural e desgaste postural. Trabalhadores com idade entre 15 a 35 anos possuem uma associao negativa e

7

SOS Transporte Rodovirio

decrescente com tais problemas com o passar dos anos de vida. O mesmo acontece com trabalhadores com mais de 40 anos de vida, ou seja, as chances crescem com a idade.% de chance de adquirir doenasdecolunas oucostas segundofaixa etria dotrabalhador ( categoria referncia idade entre 35 e 40 anos). 150% de chances

100 50 0 -50 -100 -150faixa etria

15

15 a 20

20 a 25

25 a 30

30 a 35

35 a 40

40 a 45

45 a 50

50 a 55

55 a 60

60 a 65

65 a 70

Com relao ao principal motivo que impediu de realizar atividades segundo a tica do trabalhador destacamos um conjunto de problemas de sade com relao populao total, total de ocupados, ocupados no setor de passageiros e cargas conjuntamente e separados, para a ocupao de motorista e cobrador e para os ocupados cujo local de trabalho um veculo automotor, conforme demonstra a tabela abaixo.

Principal Motivo que o Impediu de Relizar Atividades (tica do trabalhador) Ocupados no Local de Ocupados no Ocupados no Ocupados Populao Setor de Trabalho Ocupados Setor de Setor de Motoristas e Total Passageiros e Veculo Passageiros Cargas Cobradores Cargas Automotor Diarria Ou Vmito Problema Respiratrio Problema De Corao Ou Presso Dor Nos Braos Ou Nas Mos Problema Mental Ou Emocional Problema Odontolgico Acidente No Local De Trabalho Acidente No Trnsito Outro Acidente Agresso Outro Motivo Outra Doena 6,1 13,1 12,9 4,3 5,9 1,2 1,3 1,1 3,3 0,2 9,9 40,8 5,5 9,0 10,7 5,9 4,3 1,7 3,2 1,9 3,4 0,3 11,4 42,7 3,2 3,9 13,7 5,2 4,5 4,0 4,5 15,7 45,3 6.4 5.9 9.4 2.5 2.7 5.0 16.1 51.9 1.8 17.9 0.0 7.8 0.0 6.4 7.9 4.0 15.4 38.8 5,5 8,4 11,3 1,7 5,6 0,4 4,9 7,1 6,0 15,0 34,0 2,4 7,5 15,3 7,7 8,9 3,9 19,4 34,9

4. Acesso sade: (Tem Direito A Plano De Sade; Plano De Assistncia Ao Servidor Pblico; Avaliao Do Plano De Sade; Titular Ou Dependente No Plano; Titular Do Plano Morador No Domiclio; Tem Dependente Ou Agregado No Plano; Tem Dependente Morador No Domiclio; Tem Dependente Do Plano No Morador; Quem Paga O Plano De Sade; Classe De Valor Da Mensalidade; Modalidade Contratual-Servios Prprios; Modo ContratualServios Credenciados; Modalidade Contratual-Reembolso; Atendimento Em

8

SOS Transporte Rodovirio

Outros Municpios; Cobertura-Consultas Mdicas; Cobertura-Exames Complementares; Cobertura-Internaes Hospitalares; Cobertura-Medicamento Fora Internao; Cobertura-Assistncia Odontolgica; Pagamento Adicional Pelo Servio; Tem Outro Plano Apenas Odontolgico; Normalmente Procura Mesmo Servio; Tipo De Servio Normalmente Procurado)As chances de ter acesso sade so aumentadas com os atributos ser chefe de famlia, da cor branca e com maior idade.

Ocupados com 60 a 65 anos tm 95% a mais de chance de possuir planos de sade com relao aos ocupados de 35 a 40 anos Os ocupados no setor de passageiros tm 31% a mais de chance de possuir plano em relao aos demais trabalhadores, enquanto que os trabalhadores no setor rodovirio de cargas tm chances diminudas em 34%

5. Utilizao dos Servios de sade (Consultou Mdico Nos ltimos 12 Meses; Quando Consultou Dentista Pela ltima Vez; Procurou Servio De Sade 2 ltimas Semanas; Motivo Principal Da Procura; Quantas Vezes Procurou).Os trabalhadores no setor de transporte rodovirio de passageiros tm 11% a mais de chance de procurar servio mdico em relao aos outros trabalhadores, principalmente os cobradores (chances aumentadas em 22% com relao s outras ocupaes).

9

SOS Transporte Rodovirio

5. SEGURANA NO TRNSITO

Viso Geral A formulao de propostas de medidas de preveno de acidentes e doenas no setor transporte constitui uma preocupao central do governo pois o problema afeta de maneira direta e indireta a toda sociedade brasileira. O desenvolvimento de polticas para a preveno de acidentes no setor de transporte urbano e rural de passageiros e de cargas atravs da proposio de medidas operacionais e estruturais baseada na gerao de anlises empricas, conforme apresentado no esquema abaixo: POLTICAS DE SEGURANA NO SETOR TRANSPORTETIPOS DE POLTICAS OPERACIONAIS COMUNICAO (i.e., Propaganda) FISCALIZAO (Ex. Blitz) ESTRUTURAIS LEGISLAO (i.e., Cdigo de Transito) EDUCACIONAIS (i.e., Retreinamento)

AUMENTO DA SEGURANA NO TRANSPORTE

ESFERAS DAS POLTICAS POLTICAS REGIONAIS POLTICAS SAZONAIS (i.e., Carnaval, Festas) POLTICAS SETORIAIS (i.e., Txi, nibus) POLTICAS LIGADAS ATRIBUTOS PESSOAIS (i.e., Jovens, Usurios de lcool)

No grupo de medidas estruturais figur am polticas preventivas de carter repressivo como mudanas na legislao do trnsito, como, por exemplo, o cmputo dos pontos perdidos de multas com vistas a eventual suspenso da habilitao profissional de conduo. Polticas educativas ligadas educao do trnsito como a sua incluso no currculo do ensino mdio, ou de maneira mais focada, a oferta de cursos de treinamento a motoristas infratores ou cursos voluntrios oferecidos no mbito dos sindicatos de condutores. Entre as medidas operacionais, temos mais uma vez polticas de cunho repressivo ou fiscalizatrio e aes na rea de comunicao (e.g., propaganda, interao com a mdia etc.). Em todos os casos, uma anlise dos atributos trabalhadores do setor transporte e dos fatores correlacionados com os acidentes e as doenas pode ser de extrema valia na escolha do foco de medidas operacionais ou estruturais.

10

SOS Transporte Rodovirio

importante ressaltar tambm que o problema de segurana no trnsito est intrinsicamente ligado a externalidades. Isto , por melhor que sejam as condies de segurana no setor formal de transporte, a existncia de formas alternativas de transporte vai comprometer os nveis de segurana de todo o sistema.

Acidentes de Trabalho Segundo o Cadastro de Acidentes de Trabalho (CAT) do Ministrio da Previdncia e Assistncia Social (MPAS), o nmero de acidentes registrados nos quatro estados cai de 339 mil em 1995 para 264 mil em 1998. O aumento da participao relativa dos acidentes de trajeto (aquele que o trabalhador incorre no seu transporte para/do trabalho) sobre de 7% para 9% em relao ao conjunto total de acidentes registrados. Este resultado explica a crescente preocupao com acidentes de trnsito O aumento mais expressivo foi no Rio de Janeiro que sobe nesse perodo de 6% para 9%. Outra fonte alternativa de acidentes de trabalho so os registros administrativos do prprio Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE) como o Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (CAGED) que capta causas de desligamentos extremas ligadas a sade como aquelas relacionadas a falecimentos e aposentadoria por invalidez, ambas relativas a acidentes de trabalho ou de doena profissional. Segundo estas estatsticas o adicional de periculosidade relativa dos segmentos de transporte de passageiros e de carga s relativa ao conjunto de setores formais de: 39.7% em So Paulo, 36.3% no Rio, 33.9% em Minas e 5.8% na Bahia durante o anos de 1998. Em So Paulo, o adicional aberto por segmentos do transporte rodovirio de 48% no de passageiros e 31.5% no de cargas. No transporte de passageiros rural e no de cargas perigosas a mesma estatstica atinge 120% e 38%, respectivamente. Cabe por fim observar a melhora desta estatstica paulista no perodo recente de 82% em 1996 para os 38% mencionados para 1998. Finalmente, a anlise estatstica das causas extremas de desligamentos relacionadas a sade no transporte rodovirios controlada por atributos pessoais e empregatcios revela que mais forte nos segmentos jovens, menos escolarizados, com maiores jornadas de trabalho, menores remuneraes, vinculos empregatcios mais recentes e em estabelecimentos menores. Estas estatsticas definem o perfil prioritrio do pblico alvo das aes pblicas nas reas de segurana ocupacional no setor. Acidentes Totais Unidade de Federao 1995 Bahia Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo Total6,112 56,249 16,172 260,171 338,704

Ano 19967,548 49,019 26,858 175,954 259,379

199710,321 51,494 25,382 194,862 282,059

19988,622 45,217 24,425 186,228 264,492

Total32,603 201,979 92,837 817,215 1,144,634 11

SOS Transporte Rodovirio

Composio HorizontalQUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO URBANO REGISTRADO

Anos 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999

Total Tpico

MotivoTrajeto Doena de Trabalho

100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000

93.422 92.868 91.124 91.625 92.188 90.753 90.190 88.344 82.404 82.470 83.926 84.473

6.071 6.587 8.124 7.382 6.253 5.508 5.878 6.788 8.774 8.832 8.716 9.704

0.507 0.545 0.752 0.993 1.558 3.739 3.919 4.868 8.822 8.698 7.358 5.823

O percentual de acident es de trabalho consideravelmente maior entre vtima de veculos pesados, o que podemos verificar com relao entre a razo da taxa de desligamento no setor de transporte rodovirio com relao aos demais setores, principalmente no transporte de cargas em Minas Gerais.

Anlise bi-variada acidentes de trnsito x acidentes de trabalho, segundo qualidade da vtima qualidade da vtima % pedestre % veic. 2 rodas % automovel % veic. pesado % outros % onibus acid. de trabalho 6,2 10 15,54 76,92 15,05 0 no acid. trabalho 93,8 90 84,46 23,08 84,95 100

Razo entre o Setor de Transporte Rodovirio e o Total dos Outros Setores da Taxa de Desligamentos Referentes Sade e SeguranaSubatividades Bahia Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo

Transporte Rodoviario de Passageiros Transporte Rodoviario de Carga Total

1.0159 1.1575 1.0576

1.1180 1.6653 1.3386

1.3652 1.3569 1.3630

1.4800 1.3147 1.3972

12

SOS Transporte Rodovirio

Acidentes de Trnsito Os acidentes de transporte terrestre representaram, em todo territrio nacional, 35.281 bitos no ano de 1996, o que equivale cerca de 3,9% do total das mortes ocorridas nesse mesmo ano. Aproximadamente, metade das mortes por acidentes de transporte no pas (49,7%) ocorreram nos estados de Minas Gerais (10,2%), So Paulo (25,6%), Rio de Janeiro (10,5%) e Bahia (3,3%). Observa-se que o estado do Rio de Janeiro e de So Paulo apresentam um coeficiente acima da mdia nacional, ao passo que Minas Gerais e, principalmente, Bahia obtm um valor abaixo da projeo do pas. Em parte, a concentrao populacional em grandes reas urbanas, favorecem os problemas no trfego de veculos e, conseqentemente, os acidentes de trnsito. Nesse caso, a frota de veculos e o fluxo de transporte terrestre superior nos estados do Rio de Janeiro e So Paulo em relao a Minas Gerais e Bahia. Quanto ao ms de ocorrncia verifica-se que o ms de maior nmero de vtimas fatais dezembro, 30% maior com relao ao ms anterior. E segundo os dados do Ministrio da Sade (1996), o nmero de bitos ocorrem principalmente entre as faixas etrias de 25 a 34 anos (19,5) e 35 a 44 anos (18,8%). Estes dados podem ser teis na definio do pblico alvo (jovens) e medidas sazonais (dezembro) de campanhas educativas.

Nmero de mortes por acidentes de trnsito segundo ms de ocorrncia - RJ, SP, MG, BA, total

1580RJ S P M G

1280

bitos

980

B A total

680

380

80 jan fev mar abr m a i jun jul ago set out nov dez

ms de ocorrncia

13

SOS Transporte RodovirioProporo dos bitos por acidentes de trnsito em "condutores de veculos" em relao ao total de bitos por esse motivo Mesoregies dos estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e So Paulo

Total de bitos de acidentes de trnsito segundo faixa etria e qualidade da vtima MG, BA, MG e SP

40,0 outros pedestre 30,0 veic. 2 rodas bitos % 20,0 automovel veic pessados nibus

10,0

0,0 75

faixa etria

Veja abaixo alguns resultados do Datasus/ Ministrio da Sade por mesoregies:

6. ASPECTOS DE ERGONOMIA E SEGURANA DA FROTA DE VECULOS

A ergonomia tem importante papel na busca de solues da inter-relao entre homemmquina. A avaliao dos intrumentos so fundamentais: Equipamentos: bancos, cabine, sistema de cmbio, direo, encosto dianteiro e traseiro, cinto de segurana de 3 pontos, freio ABS, brake- light, barras de proteo, banco do motorista com regulagem de altura, volante regulvel. Caractersticas: aderncia lateral, distncia de frenagem, distncia dianteira, distncia entre bancos traseiro e dianteiro, distncia entre eixos, altura do banco. Ambiente: espao, conforto, barulho, vibrao, iluminao, temperatura, visibilidade, ventilao. A anlise das condies ergonmicas dos veculos nacionais e importados, vans e kombis revelam a falta de segurana e conforto nos veculos nacionais, sendo ainda mais grave com relao s vans e kombis, com baixa aderncia lateral e distncia de frenagem. O

14

SOS Transporte Rodovirio

aumento do transporte clandestino nas cidades faz com que desviemos a ateno para esse tipo de transporte (segundo pesquisa da Fetranspor 47% das pessoas entrevistadas responderam que utilizam van ou kombi).

Utilizao do transporte por Vans ou Kombis 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0% No Sim No sabe

53% 47%

Nos fazemos um levantamento extensivo das condies e existncia de equipamentos relacionados ergonomia na frota de veculos nacionais e importados; contudo notamos que a recente abertura comercial da econo mia brasileira levou a um aumento das vendas de veculos que possuem equipamentos de segurana, o que podemos verificar, por exemplo, com relao a alguns itens como brake-light e cinto de segurana trs ponto a partir de 1994. De acordo com os grficos abaixo verificamos uma melhora em algumas caractersticas entre os modelos vendidos entre 1994 e 97 com relao a brake-light (de 0% para aproximadamente 10%) e, um pouco menos expressivo, quanto cinto de segurana de trs pontos (de 0% em 1994 para 1% em 1997).Brake Light

Cintos segurana de trs pontos traseiro15% 10% 5% 0% 92 93 94 95 96 97

1% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 92 93 94 95 96 97

A idade da frota constitui um importante ponto de anlise para a formulao de polticas. O mapa abaixo mostra a taxa de veculos emplacados no Rio de Janeiro, isso nos permite inferir sobre a sofisticao da frota com relao ao uso de equipamentos de segurana e ergonmicos. Dessa forma, as polticas podem ser direcionadas a diferentes

15

SOS Transporte Rodovirio

segmentos quanto na formao de motoristas, pavimentao das estradas, conduo de veculos (e.g. fiscalizao)

Rio de Jane iro - Taxa de veculos emplacados por ano de fabricao - 1999

t x em 9 9 1 % a 3% 3 % a 4% 4 % a 5% 5 % a 8% 8 % a 15 %

Perfil dos Trabalhadores Segundo processamento sobre os microdados da PNAD-IBGE, o nmero de motoristas e cobradores no Brasil de 2.3 milhes contra 1.3 milhes nos quatro estados. Trocando a tica ocupacional pela setorial temos cerca 2.1 milhes de trabalhadores do transporte rodovirio de passageiros e de cargas no Brasil contra 1.2 milhes nos quatro estados. O perfil dos trabalhadores no transporte rodovirio de passageiros e cargas mostra que 98% dos trabalhadores so homens, 74% so chefes de famlia, 63% so brancos, 51% so trabalhadores com carteira, com tempo de empresa de 1 a 3 anos (30%) e localizam-se nas reas metropolitanas (52%). A mdia salarial desses trabalhadores 8.3% acima do nvel nacional (697 reais contra 644 reais). Enquanto o nvel educacional no difere muito da mdia dos ocupados brasileiros: 6,4 anos completos de estudo. Nas reas metropolitanas destes quatro estados segundo o Suplemento Especial da PME-IBGE, observamos um grau de sindicalizao mais forte destes trabalhadores em relao ao conjunto de ocupados (37.6% contra 30.7%). Similar diferencial observado quando restringimos a amostra apenas queles sindicalistas que frequentam pelo menos quatro reunies anuais (4.41% contra 3.61) ou aqueles que no so sindicalizados hoje mas j o foram nos ltimos cinco anos (21.9% contra 16.5%).

16

SOS Transporte Rodovirio

A principal vantagem desta base de dados vis a vis os registros administrativos incluir os trabalhadores pertencentes ao setor informal. Outra permitir captar o surgimento de novas ocupaes, formais ou no, atravs de respostas livres. Buscamos atravs deste quesito definir a insero dos trabalhadores por tipo de veculo. No Grande Rio teramos 58 mil taxistas com escolaridade mdia de 8.3 anos de estudo e renda de 1045 reais contra 426 mil motoristas de nibus com escolaridade mdia de 7.2 anos de estudo e renda de 611 reais. Uma outra utilidade das pesquisa domiciliares captar dados sobre as famlias dos trabalhadores e suas condies de vida. 4.1 milhes de pessoas vivem em famlias chefiadas por motoristas e cobradores com renda domiciliar per capita mdia de 319 reais Apesar da renda domiciliar per capita das famlias chefiadas por trabalhadores nos sub-setores e sub-ocupaes do transporte rodoviria ser ligeiramente inferior renda domiciliar das famlias chefiadas por ocupadas, a proporo de pobres nestes dois universos do setor transporte cerca de 60% menor daquela encontrada no conjunto total de ocupados (8.5% contra 20.9%). Esta disparidade relativa entre as razes da proporo de pobres e da renda mdia explicada pelo menor nvel de desigualdade observada entre os trabalhadores no setor transporte rodovirio.Ocupados Total Vs. Ocupados do Setor Transporte - 1996 a 1999 Populao Brasil Ocupados Total Motoristas e Cobradores Transporte Rodovirio de Passageiros e de Cargas 65,195,057 2,304,853 2,068,752 RJ, SP, MG e BA 32,434,719 1,279,211 1,178,505 % 49.8% 55.5% 57.0%

Ocupados Total Vs. Ocupados do Setor Transporte - 1996 a 1999 Renda do Trabalho Principal Brasil Ocupados Total Motoristas e Cobradores Transporte Rodovirio de Passageiros e de Cargas 481.6 644.3 709.8 RJ, SP, MG e BA 572.3 697.5 763.1 % 118.8% 108.3% 107.5%

17

SOS Transporte Rodovirio

A pesquisa analisou tambm as condies de vida e trabalho de todos os trabalhadores do setor de transporte aberto por municpios com base no Censo de 1991. Nessa anlise espacial e geogrfica apresentamos como exemplo um mapa sobre a taxa de ocupados no setor de passageiros e cargas no Estado do Rio de Janeira.

Rio de Janeiro - Taxa de ocupados no Setor transporte rodovirio de passageiros e cargas em relao ao total de ocupados - 1991

T ax a de ocupao setorial Sem ident ificao 1% a 2 % 2% a 3 % 3% a 4 % 4% a 6 % 6% a 9 %

Fonte: Cen s o D e mogr fic o - 1 991/IB GE

E labor a o: C PS /IBR E/F GV

18

SOS Transporte Rodovirio

6. SOS TAXISTAS Pesquisa de Campo no Municpio do Rio De acordo com a pesquisa de campo realizada entre os taxistas no estado do Rio de Janeiro verificamos que com relao a jornada de trabalho, os motoristas que trabalham no horrio de 0 s 18 horas tm uma maior freqncia de acidentes (29,82%), seguidos dos que trabalham de 18 s 22h (26,3), 22 s 24h (21,9), e das 18 s 20h (20,1). Desse modo, percebe-se que maior a exposio ao trfego, maiores s freqncias de acidentes de trnsito. Dicotomia: Permissionrios e Auxiliares Devido ao recente debate no Rio de Janeiro com relao liberalizao de novas licenas, o que faria com que a categoria de auxiliar passasse a ser permissionrio autnomo, esse corte torna-se relevante nessa discusso. Jornada de Trabalho 32,01% dos permissionrios autnomos tm jornada de trabalho compreendida entre 0h e 18h contra 30,94% dos auxiliares 12,21% dos permissionrios no tem folga, sendo ainda mais grave para os auxiliares (21,89%). Em geral estas categorias tm um dia de folga: 41,9% dos permissionrios e 38,8% dos auxiliares. A quilometragem mdia entre esses trabalhadores, em geral, de 200 a 300 km, isto , 43,9% dos permissionrios e 52,8% dos auxiliares afirmam percorrer essa distncia.

Relao de Trabalho 94% dos permissionrios so conta-prpria, enquanto que 79,6% dos auxiliares so sem carteira Para 87,1% dos permissionrios o txi que dirigia era prprio, enquanto para 87,1% dos auxiliares o txi era alugado de terceiros 65,7% dos permissionrios contribuem para a previdncia contra 49.8% dos auxiliares Qualidade da Frota 49,81% dos auxiliares e 47,85% dos permissionrios entrevistados afirmaram que o ano do carro era anterior a 1994 Equipamentos de Segurana Entre 88,4% dos txis dos permissionrios possuiam apoio de cabea e 93,2% para os auxiliares 39,9% dos permissionrio s acham equipamentos de primeiros socorros irrelevantes e no tem, sendo que este percentual ainda maior para os auxiliares, 44,1%.

19

SOS Transporte Rodovirio

Com relao freio ABS h uma demanda reprimida de 49,2% no caso dos taxis dirigidos por permissionrios autnomos e de 38,1% para os auxiliares. 95,4% dos permissionrios usam cinto de segurana e 64% usam por motivo de segurana. E 91,3% dos auxiliares usam cinto, sendo 53,9% tambm por motivo de segurana. A demanda de cinto de trs pontos satisfeita por 73,6% dos permissionrios autnomos e 79,2% dos auxiliares. Caractersticas de Sade 47,8% dos permissionrios afirmam ter dores na coluna ou costas contra 43% dos auxiliares Dores nos braos, ombros ou p atingem 32,3% dos permissionrios e 30,9% dos auxiliares O stress ou depresso atinge 30,4% dos permissionrios e 29,06% dos auxiliares 11,2% dos permissionrios deixou de realizar atividades por motivo de sade contra 9,06% dos auxiliares, mas quando verificamos se deixou de realizar atividades por algum dia observa-se que 87% dos permissionrios e 89,4% dos auxiliares no deixaram nenhum dia de realizar suas atividades. A maioria dos taxistas entrevistados no bebem, 63% entre os permissionrios e 55% entre auxiliares. Mas elevado o percentual de taxistas que afirma beber frequentemente ou raramente aps o trabalho: 11,8% e 24,7% para os permissionrios e 16,6% e 27,5, respectivamente, para os auxiliares. O Hbito de fumar tambm no frequente entre os taxistas, sendo que 22,77% dos permissionrios afirmam fumar frequentemente contra 37,7% dos auxiliares Em relao presena freqente de assaltos e agresses, os taxistas da categoria auxiliares (77%) com relao ao permissionrio autnomo (79%). Outra varivel analisada a freqncia que ocorrem os intervalos reduzidos para o descanso. Os taxistas da categoria auxiliares so atingidos por esse problema em 61%, enquanto que 62% dos permissionrios autnomos afirmam sofrer desse problema. Por outro lado, 28% dos auxiliares afirmaram ter tido algum curso de capacitao contra 21% na categoria permissionrio autnomo. O elevado percentual da categoria empresa, reflete o fato dessas exigirem de seus motoristas um melhor preparo, pois esto sujeitas as responsabilidades de eventuais acidentes que possam ser provocados por seus funcionrios. Isso reflete nas caractersticas de multas de trnsito. Verificamos que o percentual de indivduos que receberam multas maior entre permissionrio autnomo (43%) com relao aos auxiliares (36%).

20

SOS Transporte Rodovirio

Anlise Univariada BLOCO 1 CARACTERSTICAS PESSOAISSEXO ESCOLARIDADE 98,4% SO DO SEXO MASCULINO

67,0% TEM SEGUNDO GRAU INCOMPLETO

BLOCO 2 CARACTERSTICAS DE TRABALHO

RELAO DE TRABALHO

60,0% SO CONTA-PRPRIA 38% SO SEM CARTEIRA

POSSE DO VECULO

58,5% DIRIGEM VECULO PRPRIO 23,0% NO TEM DIA DE FOLGA 54,1 % TEM UM DIA DE FOLGA

JORNADA DE TRABALHO

BLOCO 3 CARACTERSTICAS DE SADE

45% QUEIXARAM-SE DE DORES NA COLUNA

31,2% QUEIXARAMSE DE DORES NOS BRAOS/OMBROS

31,2% QUEIXARAMSE DE STRESS/ DEPRESSO

13% QUEIXARAM-SE DE PRESSO ALTA PROBLEMAS CRNICOS DE SADE 7,8% QUEIXARAM-SE DE PROBLEMAS RELACIONADOS O SONO

12,4% QUEIXARAMSE DE VARIZES

6,3% QUEIXARAMSE DE TENDINITE

6,3% QUEIXARAMSE DE PROBLEMAS RESPIRATRIOS

4,8% QUEIXARAMSE DE PROBLEMAS DO CORAO

4% QUEIXARAM-SE DE PROBLEMAS AUDITIVOS 21

SOS Transporte Rodovirio

BLOCO 3 - CARACTERSTICAS DE SADE

AUTO-AVALIAO DO ESTADO DE SADE

76,0% AUTO-AVALIARAM SEU ESTADO DE SADE BOM E MUITO BOM

CONSUMO DE BEBIDA ALCOLICA

14,8% CONSOMEM BEBIDA ALCOLICA APOS O TRABALHO

FUMA

30% FUMA FREQUENTEMENTE

HORAS DE SONO

MDIA DE 7 HORAS DIRIAS 37% DOS TAXISTAS ESTO ABAIXO DESSA MDIA

58% QUEIXARAM-SE DE FEBRE/DOR DE CABEA

33% QUEIXARAM-SE DE PROBLEMAS DIGESTIVOS

PRINCIPAIS MOTIVOS QUE O IMPEDIU DE TRABALHAR NOS LTIMOS 3 MESES

37% QUEIXARAM-SE DE DOR DE CABEA

33% QUEIXARAM-SE DE DOR NOS BRAOS/COLUNA

33% QUEIXARAM-DE PROBLEMAS RESPIRATRIOS

22

SOS Transporte Rodovirio

BLOCO 4 CARACTERSTICAS DE SEGURANA

CINTO DE SEGURANA

94% USAM CINTO DE SEGURANA 64% USAM POR MOTIVO DE SEGURANA

ENTRE OS QUE NO USAM 68 % ACHAM INCMODO

CONDIES DE TRABALHO

80,3% RECLAMARAM DE CONGESTIONAMENTOS

ASSALTO

61,0% J PRESENCIOU OU SOFREU ALGUM ASSALTO COM MDIA DE 3,8 VEZES

B BLOCO 5 CARACTERSTICAS DE TREINAMENTOTREINAMENTO 74,6 % NO POSSUEM QUALQUER TIPO DE TREINAMENTO OU CAPACITAO PARA CONDUZIR VECULO

BLOCO 6 CARACTERSTICAS DO RENDIMENTO82% SO RESPONSVEIS PELO SUSTENTO DA FAMLIA COM RENDIMENTO MDIO DE R$1.419,54 54,0% GANHAM ABAIXO DA MDIA

RENDIMENTO MDIO

23

SOS Transporte Rodovirio

7. TRANSPORTE RURAL O transporte rural apresenta um importante foco de estudo com relao polticas setoriais no transporte. A falta e a precariedade de transporte nas reas rurais aumenta os riscos de sade e segurana dos trabalhadores no setor, como principalmente as pessoas que utilizam deste servio. Os principais problemas destacados nesse trabalho so: a improvisao de meios de transporte, excesso de lotao e falta de higiene e segurana. Para a implementao de polticas deve-se focalizar os principais clientes no transporte rural: os que residem ou trabalham na rea rural, as pessoas que vo cidade obter bens ou servios e os estudantes, relacionando com o nmero de viagens e tempo de viagem. Segundo os dados da Pesquisa sobre Padres de Vida, o tempo gasto de ida ao mdico nas reas rurais quase o dobro do tempo gasto das pessoas que moram nas reas urbanas, principalmente no nordeste e com relao demanda por transporte rural para ida escola verificamos que o problema aumenta medida que nvel escolar aumenta. Tempo mdio, em minutos, gasto para ir ao trabalho no Nordeste perodo - maro 1996 - maro 199740 35 30 25 20 15 10 5 0 Regio Metropolitana de Salvador Regio Metropolitana de Recife Regio Metropolitana de Fortaleza Urbana Rural

36 32 32 28 24

Tempo mdio, em minutos, gasto para ir ao trabalho no Sudeste perodo - maro 1996 - maro 199750 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0

43.0

43.0 35.0 24.0 21.0

Regio Metropolitana de So Paulo

Regio Metropolitana do Rio de Janeiro

Regio Metropolitana de Belo Horizonte

Urbana

Rural

24

SOS Transporte Rodovirio

Tempo mdio gasto com transporte de ida para o trabalho (em minutos), por tipo de transporte utilizado, segundo o estrato geogrfico perodo maro 1996 - maro 1997 Estrato geogrfico A p Carro/moto Coletivo Outros Regio Nordeste Urbana Rural Regio Metropolitana Fortaleza Recife Salvador Regio Sudeste Urbana Rural Regio Metropolitana Belo Horizonte Rio de Janeiro So Paulo

19 26

21 28

39 53

26 32

20 17 15

25 28 41

52 42 39

35 53 32

15 18

20 25

36 60

27 28

15 16 15

24 29 31

47 54 63

27 52 26

Tempo mdio gasto com transporte de ida para o estabelecimento de ensino (em minutos), por tipo de transporte utilizado, segundo a regio de residncia e situao do domiclio perodo maro 1996 - maro 1997 Regio de residncia e Prprio Prprio situao do domiclio Coletivo Escolar motorizado no-motorizado Outros A p Regio de residncia Nordeste Sudeste Situao do domiclio Urbana Rural

30 26

37 30

15 12

16 13

11 12

14 12

27 30

34 31

13 17

12 19

11 17

11 19

25

SOS Transporte Rodovirio

Razo da Taxa das Causas de Desligamento Relacionadas Segurana e Sade do Transporte Rodovirio de Passageiros, Regular, no Urbano com a Taxa do Total dos Outros Setores - 1998 (BA, MG, RJ e SP)2.5000

2.0000

1.5000

1.0000

0.5000

0.0000 SP RJ MG BA

8. TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS Com relao ao transporte de cargas perigosas verificamos que a mdia de desligamentos no setor de carga entre os que faleceram decorrente de acidente de trnsito nove vezes maior com relao aos demais ocupados. Devido a essa falta de segurana nesse tipo de transporte podemos ressaltar que os problemas apresentados no transporte de cargas perigosas dividem-se com relao a falta de fiscalizao, treinamento e equipamentos especficos, excesso de horas trabalhadas, falta de informao e legislao. Notamos portanto o quanto o problema grave em So Paulo (taxas acima de 1, isto , os desligamentos no transporte de produtos perigosos superior ao verificado em outros setores, embora se verifique uma queda entre 1996 e 1998).Razo da Taxa de Desligamento do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos com a Taxa do Total dos Outros Setores - SP2.0 1.8 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 1996 1997 1998

26