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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA 2015 Claudia Marseli Lima Ciotta Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Florianópolis, Março de 2016

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Page 1: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIEcircNCIAS DA SAUacuteDE

DEPARTAMENTO DE SAUacuteDE PUacuteBLICACURSO DE ESPECIALIZACcedilAtildeO MULTIPROFISSIONAL NA ATENCcedilAtildeO BAacuteSICA 2015

Claudia Marseli Lima Ciotta

Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos ediabeacuteticos em um Centro de Sauacutede da Famiacutelia de Seara

- SC

Florianoacutepolis Marccedilo de 2016

Claudia Marseli Lima Ciotta

Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticos emum Centro de Sauacutede da Famiacutelia de Seara - SC

Monografia apresentada ao Curso de Especi-alizaccedilatildeo Multiprofissional na Atenccedilatildeo Baacutesicada Universidade Federal de Santa Catarinacomo requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Es-pecialista na Atenccedilatildeo Baacutesica

Orientador Priscila Orlandi BarthCoordenador do Curso Prof Dr Antonio Fernando Boing

Florianoacutepolis Marccedilo de 2016

Claudia Marseli Lima Ciotta

Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticos emum Centro de Sauacutede da Famiacutelia de Seara - SC

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoEspecialista na aten-ccedilatildeo baacutesicardquo e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Sauacutede Puacuteblica da Uni-versidade Federal de Santa Catarina

Prof Dr Antonio Fernando BoingCoordenador do Curso

Priscila Orlandi BarthOrientador do trabalho

Florianoacutepolis Marccedilo de 2016

ResumoHipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) satildeo doenccedilas crocircnicas cadavez mais incidentes na populaccedilatildeo representando importantes fatores de risco cardiovas-cular e por isso satildeo responsaacuteveis por alta morbimortalidade No Centro de Sauacutede daFamiacutelia (CSF) Industrial em Seara ndash SC pelos dados levantados provavelmente haacute umsubdiganoacutestico dessas patologias pois a prevalecircncia eacute baixa se comparada agraves taxas na-cionais Devido a esse fato torna-se necessaacuterio um plano de intervenccedilatildeo com objetivode aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM para assim realizar detecccedilatildeo precoce dessascondiccedilotildees e tratamento adequado aumentando a sobrevida dos pacientes Este projetoseraacute desenvolvido no CSF Industrial de fevereiro a julho de 2016 atraveacutes de uma ficha deanamnese que contempla itens como idade sexo peso altura pressatildeo arterial glicemiacapilar histoacuteria preacutevia de HAS ou DM histoacuteria familiar de infarto agudo do miocaacuterdio(IAM) e perfil lipiacutedico Aleacutem de diagnosticar HAS e DM essa ficha visa tambeacutem estratifi-car o risco cardiovascular dos indiviacuteduos participantes a fim de direcionar uma estrateacutegiamais individualizada e acompanhamento rigoroso para os casos necessaacuterios Atraveacutes desseprojeto tambeacutem seraacute realizada capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede do CSF qualificando oatendimento em sauacutede para a populaccedilatildeo

Palavras-chave Hipertensatildeo Arterial Diabetes Mellitus Subdiagnoacutestico

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS ESPERADOS 23

REFEREcircNCIAS 25

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1 Introduccedilatildeo

Para introduzir meu proejto de intervenccedilatildeo situo o meu local de atuaccedilatildeo que eacute noCentro de Sauacutede de Famiacutelia Industrial (CSF) em Seara-SC um dos cinco CSF do muni-ciacutepio Seara fica localizada no oeste de Santa Catarina e possui 16936 habitantes (IBGE2015) Pela uacuteltima coleta de dados referente ao CSF Industrial realizada em novembrode 2015 pelo e-SUS a populaccedilatildeo de abrangecircncia era de 5003 habitantes sendo 4283indiviacuteduos com idade maior ou igual a 15 anos Do total dos habitantes 247 estavamcadastrados como portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) e 59 com DiabetesMellitus (DM) ou seja para a HAS a prevalecircncia foi de 493 e para DM foi de 117

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a prevalecircncia da HAS no Brasil variade 22 a 44 em adultos (32 em meacutedia) chegando a mais de 50 em idosos (SBC2010) Jaacute para o DM a prevalecircncia mundial foi estimada em 9 (GRILLO et al 2013)No Brasil a prevalecircncia foi de 76 por volta de 1980 e em 2003 passou a 12 nos homense 16 nas mulheres (GUSSO LOPES 2012) Isto tambeacutem eacute apresentado pela SBD (SBD2015)

Portanto podemos notar que haacute um subdiagnoacutestico dessas doenccedilas crocircnicas no CSFem questatildeo o que tambeacutem se repete no restante do municiacutepio o qual possui apenas 111de sua populaccedilatildeo cadastrada com HAS e 171 com DM (BRASIL 2015) Isso pode es-tar ocorrendo por vaacuterios motivos visualizados no cotidiano do serviccedilo de sauacutede dentreeles pouca busca do CSF por parte de pacientes com maior risco de doenccedilas crocircnicascomo pacientes a partir da quarta deacutecada de vida e idosos obesos tabagistas e etilistasinexistecircncia de dados e controle de acompanhamento da populaccedilatildeo com essas patolo-gias inexistecircncia de grupo de informaccedilotildees e educaccedilatildeo em sauacutede sobre HASDM faltade informaccedilotildees tanto por parte dos profissionais de sauacutede quanto da populaccedilatildeo sobre odiagnoacutestico dessas doenccedilas e suas implicaccedilotildees afericcedilatildeo incorreta da pressatildeo arterial (PA)nas salas de triagem com descaso aos valores limiacutetrofes de PA muitas vezes orientandoinadequadamente o paciente naquele momento

Outra razatildeo possiacutevel para ocorrecircncia desse problema eacute o sistema em que ocorre os aten-dimentos meacutedicos nos CSF do municiacutepio o qual se daacute exclusivamente por livre demandasem agendamento de consultas Ou seja natildeo haacute atendimento garantido agrave populaccedilatildeo quenecessita dificultando o acesso aos serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso esse modelo facilitauma abordagem meacutedica apenas curativista pois trabalha com uma grande demandaocasionando falta de tempo nos atendimentos aos pacientes com muacuteltiplas queixas ou co-morbidades e preenchimento de dados inadequados no prontuaacuterio meacutedico Por fim todaessa situaccedilatildeo pode acabar afastando os pacientes com doenccedilas crocircnicas como HAS e DMque na maioria satildeo assintomaacuteticos e precisam de acompanhamento meacutedico frequenteprincipalmente devido a alta morbimortalidade relacionadas a suas patologias de base

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Os estudo de Brandatildeo Amodeo e Nobre (2012) Gusso e Lopes (2012) SBC (2010)e Lotufo (2008) destacam que a HAS e o DM satildeo os mais importantes fatores de riscopara doenccedilas cardiovasculares as quais por sua vez constituem-se as principais causas demortalidade na populaccedilatildeo de Seara e a segunda causa de internaccedilatildeo hospitalar assim comoocorre na maior parte do paiacutes e do mundo ocasionando custos meacutedicos e socioeconocircmicoselevados

Devido a esses dados levantados sugere-se um plano de intervenccedilatildeo com objetivo deaumentar o diagnoacutestico de HAS e DM posteriormente tambeacutem avaliando o risco car-diovascular dos pacientes participantes do projeto em um segundo momento a fim deindividualizar condutas terapecircuticas para um melhor controle e acompanhamento dascomorbidades Essa problemaacutetica e a intervenccedilatildeo necessaacuteria para solucionaacute-la estatildeo di-retamente relacionadas agrave rotina da equipe de sauacutede desde os profissionais que realizamtriagem (teacutecnicos de enfermagem) ateacute o enfermeiro e o meacutedico Por isso antes de realizaro protocolo para diagnosticar mais portadores de HAS e DM precisa-se tambeacutem capa-citar a equipe de sauacutede atentando principalmente para o diagnoacutestico precoce e corretodas patologias cardiovasculares assim como a identificaccedilatildeo de seus fatores de risco

11

2 Objetivos

21 Objetivo geral- Elaborar uma ficha de anamnese para uso no CSF Industrial a fim de aumentar

a incidecircncia e prevalecircncia do diagnoacutestico de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e DiabetesMelitus riscos cardiovasculares e fatores de risco

22 Objetivos Especiacuteficos- Realizar capacitaccedilotildees sobre Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Diabetes Melitus afim

de transformar o processo de trabalho da equipe e qualificar o atendimento prestado agraveesse usuaacuterio

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3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

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adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

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Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

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4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

21

Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

25

Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

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SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 2: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

Claudia Marseli Lima Ciotta

Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticos emum Centro de Sauacutede da Famiacutelia de Seara - SC

Monografia apresentada ao Curso de Especi-alizaccedilatildeo Multiprofissional na Atenccedilatildeo Baacutesicada Universidade Federal de Santa Catarinacomo requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Es-pecialista na Atenccedilatildeo Baacutesica

Orientador Priscila Orlandi BarthCoordenador do Curso Prof Dr Antonio Fernando Boing

Florianoacutepolis Marccedilo de 2016

Claudia Marseli Lima Ciotta

Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticos emum Centro de Sauacutede da Famiacutelia de Seara - SC

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoEspecialista na aten-ccedilatildeo baacutesicardquo e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Sauacutede Puacuteblica da Uni-versidade Federal de Santa Catarina

Prof Dr Antonio Fernando BoingCoordenador do Curso

Priscila Orlandi BarthOrientador do trabalho

Florianoacutepolis Marccedilo de 2016

ResumoHipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) satildeo doenccedilas crocircnicas cadavez mais incidentes na populaccedilatildeo representando importantes fatores de risco cardiovas-cular e por isso satildeo responsaacuteveis por alta morbimortalidade No Centro de Sauacutede daFamiacutelia (CSF) Industrial em Seara ndash SC pelos dados levantados provavelmente haacute umsubdiganoacutestico dessas patologias pois a prevalecircncia eacute baixa se comparada agraves taxas na-cionais Devido a esse fato torna-se necessaacuterio um plano de intervenccedilatildeo com objetivode aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM para assim realizar detecccedilatildeo precoce dessascondiccedilotildees e tratamento adequado aumentando a sobrevida dos pacientes Este projetoseraacute desenvolvido no CSF Industrial de fevereiro a julho de 2016 atraveacutes de uma ficha deanamnese que contempla itens como idade sexo peso altura pressatildeo arterial glicemiacapilar histoacuteria preacutevia de HAS ou DM histoacuteria familiar de infarto agudo do miocaacuterdio(IAM) e perfil lipiacutedico Aleacutem de diagnosticar HAS e DM essa ficha visa tambeacutem estratifi-car o risco cardiovascular dos indiviacuteduos participantes a fim de direcionar uma estrateacutegiamais individualizada e acompanhamento rigoroso para os casos necessaacuterios Atraveacutes desseprojeto tambeacutem seraacute realizada capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede do CSF qualificando oatendimento em sauacutede para a populaccedilatildeo

Palavras-chave Hipertensatildeo Arterial Diabetes Mellitus Subdiagnoacutestico

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS ESPERADOS 23

REFEREcircNCIAS 25

9

1 Introduccedilatildeo

Para introduzir meu proejto de intervenccedilatildeo situo o meu local de atuaccedilatildeo que eacute noCentro de Sauacutede de Famiacutelia Industrial (CSF) em Seara-SC um dos cinco CSF do muni-ciacutepio Seara fica localizada no oeste de Santa Catarina e possui 16936 habitantes (IBGE2015) Pela uacuteltima coleta de dados referente ao CSF Industrial realizada em novembrode 2015 pelo e-SUS a populaccedilatildeo de abrangecircncia era de 5003 habitantes sendo 4283indiviacuteduos com idade maior ou igual a 15 anos Do total dos habitantes 247 estavamcadastrados como portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) e 59 com DiabetesMellitus (DM) ou seja para a HAS a prevalecircncia foi de 493 e para DM foi de 117

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a prevalecircncia da HAS no Brasil variade 22 a 44 em adultos (32 em meacutedia) chegando a mais de 50 em idosos (SBC2010) Jaacute para o DM a prevalecircncia mundial foi estimada em 9 (GRILLO et al 2013)No Brasil a prevalecircncia foi de 76 por volta de 1980 e em 2003 passou a 12 nos homense 16 nas mulheres (GUSSO LOPES 2012) Isto tambeacutem eacute apresentado pela SBD (SBD2015)

Portanto podemos notar que haacute um subdiagnoacutestico dessas doenccedilas crocircnicas no CSFem questatildeo o que tambeacutem se repete no restante do municiacutepio o qual possui apenas 111de sua populaccedilatildeo cadastrada com HAS e 171 com DM (BRASIL 2015) Isso pode es-tar ocorrendo por vaacuterios motivos visualizados no cotidiano do serviccedilo de sauacutede dentreeles pouca busca do CSF por parte de pacientes com maior risco de doenccedilas crocircnicascomo pacientes a partir da quarta deacutecada de vida e idosos obesos tabagistas e etilistasinexistecircncia de dados e controle de acompanhamento da populaccedilatildeo com essas patolo-gias inexistecircncia de grupo de informaccedilotildees e educaccedilatildeo em sauacutede sobre HASDM faltade informaccedilotildees tanto por parte dos profissionais de sauacutede quanto da populaccedilatildeo sobre odiagnoacutestico dessas doenccedilas e suas implicaccedilotildees afericcedilatildeo incorreta da pressatildeo arterial (PA)nas salas de triagem com descaso aos valores limiacutetrofes de PA muitas vezes orientandoinadequadamente o paciente naquele momento

Outra razatildeo possiacutevel para ocorrecircncia desse problema eacute o sistema em que ocorre os aten-dimentos meacutedicos nos CSF do municiacutepio o qual se daacute exclusivamente por livre demandasem agendamento de consultas Ou seja natildeo haacute atendimento garantido agrave populaccedilatildeo quenecessita dificultando o acesso aos serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso esse modelo facilitauma abordagem meacutedica apenas curativista pois trabalha com uma grande demandaocasionando falta de tempo nos atendimentos aos pacientes com muacuteltiplas queixas ou co-morbidades e preenchimento de dados inadequados no prontuaacuterio meacutedico Por fim todaessa situaccedilatildeo pode acabar afastando os pacientes com doenccedilas crocircnicas como HAS e DMque na maioria satildeo assintomaacuteticos e precisam de acompanhamento meacutedico frequenteprincipalmente devido a alta morbimortalidade relacionadas a suas patologias de base

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Os estudo de Brandatildeo Amodeo e Nobre (2012) Gusso e Lopes (2012) SBC (2010)e Lotufo (2008) destacam que a HAS e o DM satildeo os mais importantes fatores de riscopara doenccedilas cardiovasculares as quais por sua vez constituem-se as principais causas demortalidade na populaccedilatildeo de Seara e a segunda causa de internaccedilatildeo hospitalar assim comoocorre na maior parte do paiacutes e do mundo ocasionando custos meacutedicos e socioeconocircmicoselevados

Devido a esses dados levantados sugere-se um plano de intervenccedilatildeo com objetivo deaumentar o diagnoacutestico de HAS e DM posteriormente tambeacutem avaliando o risco car-diovascular dos pacientes participantes do projeto em um segundo momento a fim deindividualizar condutas terapecircuticas para um melhor controle e acompanhamento dascomorbidades Essa problemaacutetica e a intervenccedilatildeo necessaacuteria para solucionaacute-la estatildeo di-retamente relacionadas agrave rotina da equipe de sauacutede desde os profissionais que realizamtriagem (teacutecnicos de enfermagem) ateacute o enfermeiro e o meacutedico Por isso antes de realizaro protocolo para diagnosticar mais portadores de HAS e DM precisa-se tambeacutem capa-citar a equipe de sauacutede atentando principalmente para o diagnoacutestico precoce e corretodas patologias cardiovasculares assim como a identificaccedilatildeo de seus fatores de risco

11

2 Objetivos

21 Objetivo geral- Elaborar uma ficha de anamnese para uso no CSF Industrial a fim de aumentar

a incidecircncia e prevalecircncia do diagnoacutestico de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e DiabetesMelitus riscos cardiovasculares e fatores de risco

22 Objetivos Especiacuteficos- Realizar capacitaccedilotildees sobre Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Diabetes Melitus afim

de transformar o processo de trabalho da equipe e qualificar o atendimento prestado agraveesse usuaacuterio

13

3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

15

adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

17

Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

19

4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

21

Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

25

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MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

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26 Referecircncias

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  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 3: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

Claudia Marseli Lima Ciotta

Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticos emum Centro de Sauacutede da Famiacutelia de Seara - SC

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenccedilatildeo do tiacutetulo de ldquoEspecialista na aten-ccedilatildeo baacutesicardquo e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Sauacutede Puacuteblica da Uni-versidade Federal de Santa Catarina

Prof Dr Antonio Fernando BoingCoordenador do Curso

Priscila Orlandi BarthOrientador do trabalho

Florianoacutepolis Marccedilo de 2016

ResumoHipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) satildeo doenccedilas crocircnicas cadavez mais incidentes na populaccedilatildeo representando importantes fatores de risco cardiovas-cular e por isso satildeo responsaacuteveis por alta morbimortalidade No Centro de Sauacutede daFamiacutelia (CSF) Industrial em Seara ndash SC pelos dados levantados provavelmente haacute umsubdiganoacutestico dessas patologias pois a prevalecircncia eacute baixa se comparada agraves taxas na-cionais Devido a esse fato torna-se necessaacuterio um plano de intervenccedilatildeo com objetivode aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM para assim realizar detecccedilatildeo precoce dessascondiccedilotildees e tratamento adequado aumentando a sobrevida dos pacientes Este projetoseraacute desenvolvido no CSF Industrial de fevereiro a julho de 2016 atraveacutes de uma ficha deanamnese que contempla itens como idade sexo peso altura pressatildeo arterial glicemiacapilar histoacuteria preacutevia de HAS ou DM histoacuteria familiar de infarto agudo do miocaacuterdio(IAM) e perfil lipiacutedico Aleacutem de diagnosticar HAS e DM essa ficha visa tambeacutem estratifi-car o risco cardiovascular dos indiviacuteduos participantes a fim de direcionar uma estrateacutegiamais individualizada e acompanhamento rigoroso para os casos necessaacuterios Atraveacutes desseprojeto tambeacutem seraacute realizada capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede do CSF qualificando oatendimento em sauacutede para a populaccedilatildeo

Palavras-chave Hipertensatildeo Arterial Diabetes Mellitus Subdiagnoacutestico

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS ESPERADOS 23

REFEREcircNCIAS 25

9

1 Introduccedilatildeo

Para introduzir meu proejto de intervenccedilatildeo situo o meu local de atuaccedilatildeo que eacute noCentro de Sauacutede de Famiacutelia Industrial (CSF) em Seara-SC um dos cinco CSF do muni-ciacutepio Seara fica localizada no oeste de Santa Catarina e possui 16936 habitantes (IBGE2015) Pela uacuteltima coleta de dados referente ao CSF Industrial realizada em novembrode 2015 pelo e-SUS a populaccedilatildeo de abrangecircncia era de 5003 habitantes sendo 4283indiviacuteduos com idade maior ou igual a 15 anos Do total dos habitantes 247 estavamcadastrados como portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) e 59 com DiabetesMellitus (DM) ou seja para a HAS a prevalecircncia foi de 493 e para DM foi de 117

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a prevalecircncia da HAS no Brasil variade 22 a 44 em adultos (32 em meacutedia) chegando a mais de 50 em idosos (SBC2010) Jaacute para o DM a prevalecircncia mundial foi estimada em 9 (GRILLO et al 2013)No Brasil a prevalecircncia foi de 76 por volta de 1980 e em 2003 passou a 12 nos homense 16 nas mulheres (GUSSO LOPES 2012) Isto tambeacutem eacute apresentado pela SBD (SBD2015)

Portanto podemos notar que haacute um subdiagnoacutestico dessas doenccedilas crocircnicas no CSFem questatildeo o que tambeacutem se repete no restante do municiacutepio o qual possui apenas 111de sua populaccedilatildeo cadastrada com HAS e 171 com DM (BRASIL 2015) Isso pode es-tar ocorrendo por vaacuterios motivos visualizados no cotidiano do serviccedilo de sauacutede dentreeles pouca busca do CSF por parte de pacientes com maior risco de doenccedilas crocircnicascomo pacientes a partir da quarta deacutecada de vida e idosos obesos tabagistas e etilistasinexistecircncia de dados e controle de acompanhamento da populaccedilatildeo com essas patolo-gias inexistecircncia de grupo de informaccedilotildees e educaccedilatildeo em sauacutede sobre HASDM faltade informaccedilotildees tanto por parte dos profissionais de sauacutede quanto da populaccedilatildeo sobre odiagnoacutestico dessas doenccedilas e suas implicaccedilotildees afericcedilatildeo incorreta da pressatildeo arterial (PA)nas salas de triagem com descaso aos valores limiacutetrofes de PA muitas vezes orientandoinadequadamente o paciente naquele momento

Outra razatildeo possiacutevel para ocorrecircncia desse problema eacute o sistema em que ocorre os aten-dimentos meacutedicos nos CSF do municiacutepio o qual se daacute exclusivamente por livre demandasem agendamento de consultas Ou seja natildeo haacute atendimento garantido agrave populaccedilatildeo quenecessita dificultando o acesso aos serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso esse modelo facilitauma abordagem meacutedica apenas curativista pois trabalha com uma grande demandaocasionando falta de tempo nos atendimentos aos pacientes com muacuteltiplas queixas ou co-morbidades e preenchimento de dados inadequados no prontuaacuterio meacutedico Por fim todaessa situaccedilatildeo pode acabar afastando os pacientes com doenccedilas crocircnicas como HAS e DMque na maioria satildeo assintomaacuteticos e precisam de acompanhamento meacutedico frequenteprincipalmente devido a alta morbimortalidade relacionadas a suas patologias de base

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Os estudo de Brandatildeo Amodeo e Nobre (2012) Gusso e Lopes (2012) SBC (2010)e Lotufo (2008) destacam que a HAS e o DM satildeo os mais importantes fatores de riscopara doenccedilas cardiovasculares as quais por sua vez constituem-se as principais causas demortalidade na populaccedilatildeo de Seara e a segunda causa de internaccedilatildeo hospitalar assim comoocorre na maior parte do paiacutes e do mundo ocasionando custos meacutedicos e socioeconocircmicoselevados

Devido a esses dados levantados sugere-se um plano de intervenccedilatildeo com objetivo deaumentar o diagnoacutestico de HAS e DM posteriormente tambeacutem avaliando o risco car-diovascular dos pacientes participantes do projeto em um segundo momento a fim deindividualizar condutas terapecircuticas para um melhor controle e acompanhamento dascomorbidades Essa problemaacutetica e a intervenccedilatildeo necessaacuteria para solucionaacute-la estatildeo di-retamente relacionadas agrave rotina da equipe de sauacutede desde os profissionais que realizamtriagem (teacutecnicos de enfermagem) ateacute o enfermeiro e o meacutedico Por isso antes de realizaro protocolo para diagnosticar mais portadores de HAS e DM precisa-se tambeacutem capa-citar a equipe de sauacutede atentando principalmente para o diagnoacutestico precoce e corretodas patologias cardiovasculares assim como a identificaccedilatildeo de seus fatores de risco

11

2 Objetivos

21 Objetivo geral- Elaborar uma ficha de anamnese para uso no CSF Industrial a fim de aumentar

a incidecircncia e prevalecircncia do diagnoacutestico de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e DiabetesMelitus riscos cardiovasculares e fatores de risco

22 Objetivos Especiacuteficos- Realizar capacitaccedilotildees sobre Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Diabetes Melitus afim

de transformar o processo de trabalho da equipe e qualificar o atendimento prestado agraveesse usuaacuterio

13

3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

15

adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

17

Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

19

4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

21

Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

25

Referecircncias

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26 Referecircncias

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TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 4: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

ResumoHipertensatildeo arterial sistecircmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) satildeo doenccedilas crocircnicas cadavez mais incidentes na populaccedilatildeo representando importantes fatores de risco cardiovas-cular e por isso satildeo responsaacuteveis por alta morbimortalidade No Centro de Sauacutede daFamiacutelia (CSF) Industrial em Seara ndash SC pelos dados levantados provavelmente haacute umsubdiganoacutestico dessas patologias pois a prevalecircncia eacute baixa se comparada agraves taxas na-cionais Devido a esse fato torna-se necessaacuterio um plano de intervenccedilatildeo com objetivode aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM para assim realizar detecccedilatildeo precoce dessascondiccedilotildees e tratamento adequado aumentando a sobrevida dos pacientes Este projetoseraacute desenvolvido no CSF Industrial de fevereiro a julho de 2016 atraveacutes de uma ficha deanamnese que contempla itens como idade sexo peso altura pressatildeo arterial glicemiacapilar histoacuteria preacutevia de HAS ou DM histoacuteria familiar de infarto agudo do miocaacuterdio(IAM) e perfil lipiacutedico Aleacutem de diagnosticar HAS e DM essa ficha visa tambeacutem estratifi-car o risco cardiovascular dos indiviacuteduos participantes a fim de direcionar uma estrateacutegiamais individualizada e acompanhamento rigoroso para os casos necessaacuterios Atraveacutes desseprojeto tambeacutem seraacute realizada capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede do CSF qualificando oatendimento em sauacutede para a populaccedilatildeo

Palavras-chave Hipertensatildeo Arterial Diabetes Mellitus Subdiagnoacutestico

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS ESPERADOS 23

REFEREcircNCIAS 25

9

1 Introduccedilatildeo

Para introduzir meu proejto de intervenccedilatildeo situo o meu local de atuaccedilatildeo que eacute noCentro de Sauacutede de Famiacutelia Industrial (CSF) em Seara-SC um dos cinco CSF do muni-ciacutepio Seara fica localizada no oeste de Santa Catarina e possui 16936 habitantes (IBGE2015) Pela uacuteltima coleta de dados referente ao CSF Industrial realizada em novembrode 2015 pelo e-SUS a populaccedilatildeo de abrangecircncia era de 5003 habitantes sendo 4283indiviacuteduos com idade maior ou igual a 15 anos Do total dos habitantes 247 estavamcadastrados como portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) e 59 com DiabetesMellitus (DM) ou seja para a HAS a prevalecircncia foi de 493 e para DM foi de 117

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a prevalecircncia da HAS no Brasil variade 22 a 44 em adultos (32 em meacutedia) chegando a mais de 50 em idosos (SBC2010) Jaacute para o DM a prevalecircncia mundial foi estimada em 9 (GRILLO et al 2013)No Brasil a prevalecircncia foi de 76 por volta de 1980 e em 2003 passou a 12 nos homense 16 nas mulheres (GUSSO LOPES 2012) Isto tambeacutem eacute apresentado pela SBD (SBD2015)

Portanto podemos notar que haacute um subdiagnoacutestico dessas doenccedilas crocircnicas no CSFem questatildeo o que tambeacutem se repete no restante do municiacutepio o qual possui apenas 111de sua populaccedilatildeo cadastrada com HAS e 171 com DM (BRASIL 2015) Isso pode es-tar ocorrendo por vaacuterios motivos visualizados no cotidiano do serviccedilo de sauacutede dentreeles pouca busca do CSF por parte de pacientes com maior risco de doenccedilas crocircnicascomo pacientes a partir da quarta deacutecada de vida e idosos obesos tabagistas e etilistasinexistecircncia de dados e controle de acompanhamento da populaccedilatildeo com essas patolo-gias inexistecircncia de grupo de informaccedilotildees e educaccedilatildeo em sauacutede sobre HASDM faltade informaccedilotildees tanto por parte dos profissionais de sauacutede quanto da populaccedilatildeo sobre odiagnoacutestico dessas doenccedilas e suas implicaccedilotildees afericcedilatildeo incorreta da pressatildeo arterial (PA)nas salas de triagem com descaso aos valores limiacutetrofes de PA muitas vezes orientandoinadequadamente o paciente naquele momento

Outra razatildeo possiacutevel para ocorrecircncia desse problema eacute o sistema em que ocorre os aten-dimentos meacutedicos nos CSF do municiacutepio o qual se daacute exclusivamente por livre demandasem agendamento de consultas Ou seja natildeo haacute atendimento garantido agrave populaccedilatildeo quenecessita dificultando o acesso aos serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso esse modelo facilitauma abordagem meacutedica apenas curativista pois trabalha com uma grande demandaocasionando falta de tempo nos atendimentos aos pacientes com muacuteltiplas queixas ou co-morbidades e preenchimento de dados inadequados no prontuaacuterio meacutedico Por fim todaessa situaccedilatildeo pode acabar afastando os pacientes com doenccedilas crocircnicas como HAS e DMque na maioria satildeo assintomaacuteticos e precisam de acompanhamento meacutedico frequenteprincipalmente devido a alta morbimortalidade relacionadas a suas patologias de base

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Os estudo de Brandatildeo Amodeo e Nobre (2012) Gusso e Lopes (2012) SBC (2010)e Lotufo (2008) destacam que a HAS e o DM satildeo os mais importantes fatores de riscopara doenccedilas cardiovasculares as quais por sua vez constituem-se as principais causas demortalidade na populaccedilatildeo de Seara e a segunda causa de internaccedilatildeo hospitalar assim comoocorre na maior parte do paiacutes e do mundo ocasionando custos meacutedicos e socioeconocircmicoselevados

Devido a esses dados levantados sugere-se um plano de intervenccedilatildeo com objetivo deaumentar o diagnoacutestico de HAS e DM posteriormente tambeacutem avaliando o risco car-diovascular dos pacientes participantes do projeto em um segundo momento a fim deindividualizar condutas terapecircuticas para um melhor controle e acompanhamento dascomorbidades Essa problemaacutetica e a intervenccedilatildeo necessaacuteria para solucionaacute-la estatildeo di-retamente relacionadas agrave rotina da equipe de sauacutede desde os profissionais que realizamtriagem (teacutecnicos de enfermagem) ateacute o enfermeiro e o meacutedico Por isso antes de realizaro protocolo para diagnosticar mais portadores de HAS e DM precisa-se tambeacutem capa-citar a equipe de sauacutede atentando principalmente para o diagnoacutestico precoce e corretodas patologias cardiovasculares assim como a identificaccedilatildeo de seus fatores de risco

11

2 Objetivos

21 Objetivo geral- Elaborar uma ficha de anamnese para uso no CSF Industrial a fim de aumentar

a incidecircncia e prevalecircncia do diagnoacutestico de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e DiabetesMelitus riscos cardiovasculares e fatores de risco

22 Objetivos Especiacuteficos- Realizar capacitaccedilotildees sobre Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Diabetes Melitus afim

de transformar o processo de trabalho da equipe e qualificar o atendimento prestado agraveesse usuaacuterio

13

3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

15

adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

17

Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

19

4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

21

Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

25

Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

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SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 5: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

Sumaacuterio

1 INTRODUCcedilAtildeO 9

2 OBJETIVOS 1121 Objetivo geral 1122 Objetivos Especiacuteficos 11

3 REVISAtildeO DA LITERATURA 13

4 METODOLOGIA 19

5 RESULTADOS ESPERADOS 23

REFEREcircNCIAS 25

9

1 Introduccedilatildeo

Para introduzir meu proejto de intervenccedilatildeo situo o meu local de atuaccedilatildeo que eacute noCentro de Sauacutede de Famiacutelia Industrial (CSF) em Seara-SC um dos cinco CSF do muni-ciacutepio Seara fica localizada no oeste de Santa Catarina e possui 16936 habitantes (IBGE2015) Pela uacuteltima coleta de dados referente ao CSF Industrial realizada em novembrode 2015 pelo e-SUS a populaccedilatildeo de abrangecircncia era de 5003 habitantes sendo 4283indiviacuteduos com idade maior ou igual a 15 anos Do total dos habitantes 247 estavamcadastrados como portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) e 59 com DiabetesMellitus (DM) ou seja para a HAS a prevalecircncia foi de 493 e para DM foi de 117

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a prevalecircncia da HAS no Brasil variade 22 a 44 em adultos (32 em meacutedia) chegando a mais de 50 em idosos (SBC2010) Jaacute para o DM a prevalecircncia mundial foi estimada em 9 (GRILLO et al 2013)No Brasil a prevalecircncia foi de 76 por volta de 1980 e em 2003 passou a 12 nos homense 16 nas mulheres (GUSSO LOPES 2012) Isto tambeacutem eacute apresentado pela SBD (SBD2015)

Portanto podemos notar que haacute um subdiagnoacutestico dessas doenccedilas crocircnicas no CSFem questatildeo o que tambeacutem se repete no restante do municiacutepio o qual possui apenas 111de sua populaccedilatildeo cadastrada com HAS e 171 com DM (BRASIL 2015) Isso pode es-tar ocorrendo por vaacuterios motivos visualizados no cotidiano do serviccedilo de sauacutede dentreeles pouca busca do CSF por parte de pacientes com maior risco de doenccedilas crocircnicascomo pacientes a partir da quarta deacutecada de vida e idosos obesos tabagistas e etilistasinexistecircncia de dados e controle de acompanhamento da populaccedilatildeo com essas patolo-gias inexistecircncia de grupo de informaccedilotildees e educaccedilatildeo em sauacutede sobre HASDM faltade informaccedilotildees tanto por parte dos profissionais de sauacutede quanto da populaccedilatildeo sobre odiagnoacutestico dessas doenccedilas e suas implicaccedilotildees afericcedilatildeo incorreta da pressatildeo arterial (PA)nas salas de triagem com descaso aos valores limiacutetrofes de PA muitas vezes orientandoinadequadamente o paciente naquele momento

Outra razatildeo possiacutevel para ocorrecircncia desse problema eacute o sistema em que ocorre os aten-dimentos meacutedicos nos CSF do municiacutepio o qual se daacute exclusivamente por livre demandasem agendamento de consultas Ou seja natildeo haacute atendimento garantido agrave populaccedilatildeo quenecessita dificultando o acesso aos serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso esse modelo facilitauma abordagem meacutedica apenas curativista pois trabalha com uma grande demandaocasionando falta de tempo nos atendimentos aos pacientes com muacuteltiplas queixas ou co-morbidades e preenchimento de dados inadequados no prontuaacuterio meacutedico Por fim todaessa situaccedilatildeo pode acabar afastando os pacientes com doenccedilas crocircnicas como HAS e DMque na maioria satildeo assintomaacuteticos e precisam de acompanhamento meacutedico frequenteprincipalmente devido a alta morbimortalidade relacionadas a suas patologias de base

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Os estudo de Brandatildeo Amodeo e Nobre (2012) Gusso e Lopes (2012) SBC (2010)e Lotufo (2008) destacam que a HAS e o DM satildeo os mais importantes fatores de riscopara doenccedilas cardiovasculares as quais por sua vez constituem-se as principais causas demortalidade na populaccedilatildeo de Seara e a segunda causa de internaccedilatildeo hospitalar assim comoocorre na maior parte do paiacutes e do mundo ocasionando custos meacutedicos e socioeconocircmicoselevados

Devido a esses dados levantados sugere-se um plano de intervenccedilatildeo com objetivo deaumentar o diagnoacutestico de HAS e DM posteriormente tambeacutem avaliando o risco car-diovascular dos pacientes participantes do projeto em um segundo momento a fim deindividualizar condutas terapecircuticas para um melhor controle e acompanhamento dascomorbidades Essa problemaacutetica e a intervenccedilatildeo necessaacuteria para solucionaacute-la estatildeo di-retamente relacionadas agrave rotina da equipe de sauacutede desde os profissionais que realizamtriagem (teacutecnicos de enfermagem) ateacute o enfermeiro e o meacutedico Por isso antes de realizaro protocolo para diagnosticar mais portadores de HAS e DM precisa-se tambeacutem capa-citar a equipe de sauacutede atentando principalmente para o diagnoacutestico precoce e corretodas patologias cardiovasculares assim como a identificaccedilatildeo de seus fatores de risco

11

2 Objetivos

21 Objetivo geral- Elaborar uma ficha de anamnese para uso no CSF Industrial a fim de aumentar

a incidecircncia e prevalecircncia do diagnoacutestico de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e DiabetesMelitus riscos cardiovasculares e fatores de risco

22 Objetivos Especiacuteficos- Realizar capacitaccedilotildees sobre Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Diabetes Melitus afim

de transformar o processo de trabalho da equipe e qualificar o atendimento prestado agraveesse usuaacuterio

13

3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

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adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

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Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

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4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

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  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 6: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

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1 Introduccedilatildeo

Para introduzir meu proejto de intervenccedilatildeo situo o meu local de atuaccedilatildeo que eacute noCentro de Sauacutede de Famiacutelia Industrial (CSF) em Seara-SC um dos cinco CSF do muni-ciacutepio Seara fica localizada no oeste de Santa Catarina e possui 16936 habitantes (IBGE2015) Pela uacuteltima coleta de dados referente ao CSF Industrial realizada em novembrode 2015 pelo e-SUS a populaccedilatildeo de abrangecircncia era de 5003 habitantes sendo 4283indiviacuteduos com idade maior ou igual a 15 anos Do total dos habitantes 247 estavamcadastrados como portadores de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) e 59 com DiabetesMellitus (DM) ou seja para a HAS a prevalecircncia foi de 493 e para DM foi de 117

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a prevalecircncia da HAS no Brasil variade 22 a 44 em adultos (32 em meacutedia) chegando a mais de 50 em idosos (SBC2010) Jaacute para o DM a prevalecircncia mundial foi estimada em 9 (GRILLO et al 2013)No Brasil a prevalecircncia foi de 76 por volta de 1980 e em 2003 passou a 12 nos homense 16 nas mulheres (GUSSO LOPES 2012) Isto tambeacutem eacute apresentado pela SBD (SBD2015)

Portanto podemos notar que haacute um subdiagnoacutestico dessas doenccedilas crocircnicas no CSFem questatildeo o que tambeacutem se repete no restante do municiacutepio o qual possui apenas 111de sua populaccedilatildeo cadastrada com HAS e 171 com DM (BRASIL 2015) Isso pode es-tar ocorrendo por vaacuterios motivos visualizados no cotidiano do serviccedilo de sauacutede dentreeles pouca busca do CSF por parte de pacientes com maior risco de doenccedilas crocircnicascomo pacientes a partir da quarta deacutecada de vida e idosos obesos tabagistas e etilistasinexistecircncia de dados e controle de acompanhamento da populaccedilatildeo com essas patolo-gias inexistecircncia de grupo de informaccedilotildees e educaccedilatildeo em sauacutede sobre HASDM faltade informaccedilotildees tanto por parte dos profissionais de sauacutede quanto da populaccedilatildeo sobre odiagnoacutestico dessas doenccedilas e suas implicaccedilotildees afericcedilatildeo incorreta da pressatildeo arterial (PA)nas salas de triagem com descaso aos valores limiacutetrofes de PA muitas vezes orientandoinadequadamente o paciente naquele momento

Outra razatildeo possiacutevel para ocorrecircncia desse problema eacute o sistema em que ocorre os aten-dimentos meacutedicos nos CSF do municiacutepio o qual se daacute exclusivamente por livre demandasem agendamento de consultas Ou seja natildeo haacute atendimento garantido agrave populaccedilatildeo quenecessita dificultando o acesso aos serviccedilos de sauacutede Aleacutem disso esse modelo facilitauma abordagem meacutedica apenas curativista pois trabalha com uma grande demandaocasionando falta de tempo nos atendimentos aos pacientes com muacuteltiplas queixas ou co-morbidades e preenchimento de dados inadequados no prontuaacuterio meacutedico Por fim todaessa situaccedilatildeo pode acabar afastando os pacientes com doenccedilas crocircnicas como HAS e DMque na maioria satildeo assintomaacuteticos e precisam de acompanhamento meacutedico frequenteprincipalmente devido a alta morbimortalidade relacionadas a suas patologias de base

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Os estudo de Brandatildeo Amodeo e Nobre (2012) Gusso e Lopes (2012) SBC (2010)e Lotufo (2008) destacam que a HAS e o DM satildeo os mais importantes fatores de riscopara doenccedilas cardiovasculares as quais por sua vez constituem-se as principais causas demortalidade na populaccedilatildeo de Seara e a segunda causa de internaccedilatildeo hospitalar assim comoocorre na maior parte do paiacutes e do mundo ocasionando custos meacutedicos e socioeconocircmicoselevados

Devido a esses dados levantados sugere-se um plano de intervenccedilatildeo com objetivo deaumentar o diagnoacutestico de HAS e DM posteriormente tambeacutem avaliando o risco car-diovascular dos pacientes participantes do projeto em um segundo momento a fim deindividualizar condutas terapecircuticas para um melhor controle e acompanhamento dascomorbidades Essa problemaacutetica e a intervenccedilatildeo necessaacuteria para solucionaacute-la estatildeo di-retamente relacionadas agrave rotina da equipe de sauacutede desde os profissionais que realizamtriagem (teacutecnicos de enfermagem) ateacute o enfermeiro e o meacutedico Por isso antes de realizaro protocolo para diagnosticar mais portadores de HAS e DM precisa-se tambeacutem capa-citar a equipe de sauacutede atentando principalmente para o diagnoacutestico precoce e corretodas patologias cardiovasculares assim como a identificaccedilatildeo de seus fatores de risco

11

2 Objetivos

21 Objetivo geral- Elaborar uma ficha de anamnese para uso no CSF Industrial a fim de aumentar

a incidecircncia e prevalecircncia do diagnoacutestico de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e DiabetesMelitus riscos cardiovasculares e fatores de risco

22 Objetivos Especiacuteficos- Realizar capacitaccedilotildees sobre Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Diabetes Melitus afim

de transformar o processo de trabalho da equipe e qualificar o atendimento prestado agraveesse usuaacuterio

13

3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

15

adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

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Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

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4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 7: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

10 Capiacutetulo 1 Introduccedilatildeo

Os estudo de Brandatildeo Amodeo e Nobre (2012) Gusso e Lopes (2012) SBC (2010)e Lotufo (2008) destacam que a HAS e o DM satildeo os mais importantes fatores de riscopara doenccedilas cardiovasculares as quais por sua vez constituem-se as principais causas demortalidade na populaccedilatildeo de Seara e a segunda causa de internaccedilatildeo hospitalar assim comoocorre na maior parte do paiacutes e do mundo ocasionando custos meacutedicos e socioeconocircmicoselevados

Devido a esses dados levantados sugere-se um plano de intervenccedilatildeo com objetivo deaumentar o diagnoacutestico de HAS e DM posteriormente tambeacutem avaliando o risco car-diovascular dos pacientes participantes do projeto em um segundo momento a fim deindividualizar condutas terapecircuticas para um melhor controle e acompanhamento dascomorbidades Essa problemaacutetica e a intervenccedilatildeo necessaacuteria para solucionaacute-la estatildeo di-retamente relacionadas agrave rotina da equipe de sauacutede desde os profissionais que realizamtriagem (teacutecnicos de enfermagem) ateacute o enfermeiro e o meacutedico Por isso antes de realizaro protocolo para diagnosticar mais portadores de HAS e DM precisa-se tambeacutem capa-citar a equipe de sauacutede atentando principalmente para o diagnoacutestico precoce e corretodas patologias cardiovasculares assim como a identificaccedilatildeo de seus fatores de risco

11

2 Objetivos

21 Objetivo geral- Elaborar uma ficha de anamnese para uso no CSF Industrial a fim de aumentar

a incidecircncia e prevalecircncia do diagnoacutestico de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e DiabetesMelitus riscos cardiovasculares e fatores de risco

22 Objetivos Especiacuteficos- Realizar capacitaccedilotildees sobre Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Diabetes Melitus afim

de transformar o processo de trabalho da equipe e qualificar o atendimento prestado agraveesse usuaacuterio

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3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

15

adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

17

Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

19

4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

25

Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

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MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

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26 Referecircncias

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TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 8: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

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2 Objetivos

21 Objetivo geral- Elaborar uma ficha de anamnese para uso no CSF Industrial a fim de aumentar

a incidecircncia e prevalecircncia do diagnoacutestico de Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e DiabetesMelitus riscos cardiovasculares e fatores de risco

22 Objetivos Especiacuteficos- Realizar capacitaccedilotildees sobre Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica e Diabetes Melitus afim

de transformar o processo de trabalho da equipe e qualificar o atendimento prestado agraveesse usuaacuterio

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3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

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adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

17

Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

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4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

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BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

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MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

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26 Referecircncias

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TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 9: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

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3 Revisatildeo da Literatura

Hipertensatildeo Arterial SistecircmicaClinicamente a Hipertensatildeo Arterial Sistecircmica (HAS) pode ser definida como o niacutevel

de Pressatildeo Arterial (PA) no qual o tratamento adequado reduz a morbidade e mortalidadeassociada Os criteacuterios cliacutenicos atuais para definir HAS baseiam-se na meacutedia de duas oumais afericcedilotildees da PA na posiccedilatildeo sentada durante cada uma de duas ou mais consultasambulatoriais sendo caracterizada por niacuteveis elevados e sustentados de PA (PA 14090mmHg) (BRASIL 2013b) A classificaccedilatildeo mais utilizada em todo o mundo eacute baseadanas diretrizes norte-americanas (Tabela 1) e recomenda criteacuterios de PA para definir a PAnormal preacute-hipertensatildeo hipertensatildeo estaacutegio 1 e 2 e hipertensatildeo sistoacutelica isolada ocor-recircncia comum entre os idosos (FAUCI et al 2008) Bibliografias mais recentes sugeramque PA 180100 mmHg mesmo que em medida uacutenida tambeacutem eacute diagnoacutestico de HAS(DASKALOPOULOU et al 2015)

A medida da PA deve ser realizada em todas as consultas e procura do paciente peloserviccedilo de sauacutede seja por meacutedicos enfermeiros e outros profissionais da aacuterea atraveacutes dateacutecnica correta (Quadro 1) Os procedimentos de medida da PA satildeo simples e de faacutecilrealizaccedilatildeo poreacutem nem sempre satildeo realizados de forma adequada Condutas que podemevitar erros satildeo por exemplo o preparo apropriado do paciente como evitar verificara PA em situaccedilotildees de estresse fiacutesico (dor) e emocional (luto ansiedade) uso de teacutecnicapadronizada e equipamento calibrado (SBC 2010)

A HAS eacute um grave problema de sauacutede puacuteblica no Brasil e no mundo Estima-se queessa patologia seja responsaacutevel por 6 das mortes em todo o mundo A cada ano morremcerca de 76 milhotildees de pessoas em todo o mundo devido agrave HAS sendo que cerca de 80dessas mortes ocorrem em paiacuteses emergentes e em desenvolvimento e mais da metade dasviacutetimas tecircm entre 45 e 69 anos (BRANDAtildeO AMODEO NOBRE 2012)

Nos EUA aproximadamente 584 milhotildees de indiviacuteduos (287 da populaccedilatildeo) apre-sentam HAS Esta eacute mais prevalente nos homens do que nas mulheres no iniacutecio da vida

Tabela 1 ndash Tabela 1- Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial em adultos

Classificaccedilatildeo da pressatildeo arterial Sistoacutelica (mmHg) Diastoacutelica (mmHg)

Normal lt120 e lt80Preacute-hipertensatildeo 120 a 139 ou 80 a 89

Hipertensatildeo estaacutegio 1 140 a 169 ou 90 a 99Hipertensatildeo estaacutegio 2 gt=160 ou gt= 100

Hipertensatildeo sistoacutelica isolada gt= 140 e lt90

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

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adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

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Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

19

4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

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BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

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DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

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26 Referecircncias

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TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 10: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

14 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

Tabela 2 ndash Quadro 1 - Procedimentos recomendados para a medida da pressatildeo arterialSBC 2010

Preparo do paciente

1 Explicar o procedimento ao paciente e deixaacute-lo em repouso por pelo menos 5minutos em ambiente calmo Deve ser instruiacutedo a natildeo conversar durante a medida

Possiacuteveis duacutevidas devem ser esclarecidas antes ou apoacutes o procedimento2 Certificar-se de que o paciente NAtildeO estaacute com a bexiga cheia praticou exerciacutecios

fiacutesicos haacute pelo menos 60 minutos ingeriu bebidas alcooacutelicas cafeacute ou alimentos fumounos 30 minutos anteriores

3 Posicionamento do paciente Deve estar na posiccedilatildeo sentada pernas descruzadas peacutesapoiados no chatildeo dorso recostado na cadeira e relaxado O braccedilo deve estar na alturado coraccedilatildeo (niacutevel do ponto meacutedio do esterno ou 4o espaccedilo intercostal) livre de roupas

apoiado com a palma da matildeo voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletidoPara a medida propriamente

1 Obter a circunferecircncia aproximadamente no meio do braccedilo Apoacutes a medidaselecionar o manguito de tamanho adequado ao braccedilo

2 Colocar o manguito sem deixar folgas 2 a 3 cm acima da fossa cubital3 Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a arteacuteria braquial

4 Estimar o niacutevel da pressatildeo sistoacutelica pela palpaccedilatildeo do pulso radial O seureaparecimento corresponderaacute agrave PA sistoacutelica

5 Palpar a arteacuteria braquial na fossa cubital e colocar a campacircnula ou o diafragma doestetoscoacutepio sem compressatildeo excessiva

6 Inflar rapidamente ateacute ultrapassar 20 a 30 mmHg o niacutevel estimado da pressatildeosistoacutelica obtido pela palpaccedilatildeo

7 Proceder agrave deflaccedilatildeo lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo)8 Determinar a pressatildeo sistoacutelica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff)que eacute em geral fraco seguido de batidas regulares e apoacutes aumentar ligeiramente a

velocidade de deflaccedilatildeo9 Determinar a pressatildeo diastoacutelica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff)

10 Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do uacuteltimo som para confirmar seudesaparecimento e depois proceder agrave deflaccedilatildeo raacutepida e completa

11 Se os batimentos persistirem ateacute o niacutevel zero determinar a pressatildeo diastoacutelica noabafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da

sistoacutelicadiastoacutelicazero12 Sugere-se esperar em torno de um minuto para nova medida embora esse aspecto

seja controverso101113 Informar os valores de pressotildees arteriais obtidos para o paciente e anotar os

valores exatos sem ldquoarredondamentosrdquo e o braccedilo em que a pressatildeo arterial foi medida

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adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

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Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

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4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

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TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 11: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

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adulta embora entre os indiviacuteduos mais velhos a prevalecircncia eacute maior para as mulheresAleacutem disso a carga de HAS aumenta com a idade e entre os indiviacuteduos com 60 anos oumais a prevalecircncia chega a 654 (FAUCI et al 2008)

No Brasil sua prevalecircncia varia entre 22 e 44 para adultos (32 em meacutedia)chegando a mais de 50 para indiviacuteduos com 60 a 69 anos e 75 em indiviacuteduos com maisde 70 anos (SBC 2010) Em Seara ndash SC apenas 111 da populaccedilatildeo estaacute cadastrada comoportadora de HAS (BRASIL 2015) No CSF Industrial do total de 5003 habitantes 247estavam cadastrados como portadores de HAS totalizando uma prevalecircncia de 493segundo coleta de dados realizada em novembro de 2015 para o e-SUS

Aleacutem da alta prevalecircncia a HAS eacute responsaacutevel tambeacutem por grande morbimortalidadena populaccedilatildeo em geral Essa patologia se comporta como um dos mais importantes fatoresde risco para o desenvolvimento de doenccedilas cardiovasculares cerebrovasculares e renais Eacutede responsabilidade da HAS pelo menos 40 das mortes por acidente vascular encefaacutelico(AVE) 25 das mortes por doenccedila arterial coronariana e em combinaccedilatildeo com o diabetes50 dos casos de insuficiecircncia renal terminal (GUSSO LOPES 2012)

Essa multiplicidade de consequecircncias coloca a HAS na origem de muitas doenccedilascrocircnicas natildeo transmissiacuteveis e portanto caracteriza-a como uma das causas de maiorreduccedilatildeo da expectativa e da qualidade de vida dos indiviacuteduos (DUNCAN SCHMIDTGIUGLIANI 2004)

O risco de complicaccedilotildees cardiovasculares incluindo doenccedila coronariana cerebrovascu-lar doenccedila renal crocircnica doenccedila arterial perifeacuterica retinopatia e oacutebito estaacute diretamenterelacionado aos niacuteveis pressoacutericos e agrave presenccedila de fatores de risco associados principal-mente o DM (GUSSO LOPES 2012) E embora a terapia anti-hipertensiva claramentereduza os riscos de doenccedilas vascular e renal grande parte dos hipertensos ou natildeo satildeotratados ou satildeo tratados de maneira inadequeda (FAUCI et al 2008)

Dados de sauacutede internacionais mostram inadequado rastreamento tratamento e con-trole dos fatores de risco para doenccedilas cardiovasculares principalmente a HAS o quecontribui substancialmente para a morbidade e a mortalidade por esta doenccedila Ademaisuma caracteriacutestia importante da HAS eacute seu caraacuteter silencioso Eacute uma doenccedila frequente-mente assintomaacutetica ou seja o indiviacuteduo geralmente natildeo se sente doente Isso pode aleacutemde retardar o diagnoacutestico da HAS dificultar a adoccedilatildeo de mudanccedilas no estilo de vida e aadesatildeo ao tratamento farmacoloacutegico (GUSSO LOPES 2012)

A prevenccedilatildeo primaacuteria e a detecccedilatildeo precoce satildeo as formas mais efetivas de evitar as do-enccedilas como a HAS Poreacutem a implementaccedilatildeo dessas medidas representa ainda um grandedesafio para os profissionais e gestores da aacuterea de sauacutede Em nosso paiacutes cerca de 75da assistecircncia agrave sauacutede da populaccedilatildeo eacute feita pela rede puacuteblica do Sistema Uacutenico de Sauacutede(SUS) (SBC 2010) Por isso os desafios de prevenccedilatildeo diagnoacutestico e controle da HASe suas complicaccedilotildees satildeo sobretudo das equipes de atenccedilatildeo baacutesica (inseridas no CSF)as quais devem ser multiprofissionais e devem estabelecer viacutenculo com a comunidade e a

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

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Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

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4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
Page 12: Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e ... · Ficha de anamnese para diagnóstico de hipertensos e diabéticos em um Centro de Saúde da Família de Seara - SC Monografia

16 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

clientela adscrita levando em conta a diversidade racial cultural religiosa e os fatoressociais envolvidos (BRASIL 2013b)

Estudos sugerem que estabelecer um processo de educaccedilatildeo permanente com os pro-fissionais da atenccedilatildeo primaacuteria possibilita a construccedilatildeo de novas praacuteticas e mudanccedilas nosprocessos de trabalho os quais ateacute entatildeo natildeo produziam os resultados esperados Os ob-jetivos mais importantes das accedilotildees de sauacutede em HAS satildeo o controle da PA e a reduccedilatildeoda morbimortalidade aumentando dessa maneira a sobrevida dos pacientes Portantointervenccedilotildees educativas sistematizadas e permanentes com os profissionais da aacuterea satildeode fundamental importacircncia para modificar as praacuteticas em relaccedilatildeo a esses problemas(BRASIL 2013b)

Diabetes MellitusO Diabetes Mellitus (DM) eacute um distuacuterbio metaboacutelico que tem como caracteriacutestica

primordial a hiperglicemia crocircnica isto eacute niacuteveis sanguiacuteneos de glicose elevados por lon-gos periacuteodos Existe vaacuterios tipos distintos de DM que satildeo causados por uma interaccedilatildeocomplexa de fatores geneacuteticos e ambientais No DM tipo 2 tipo do qual se trata estetrabalho os fatores que contribuem para a hiperglicemia incluem secreccedilatildeo reduzida de in-sulina menor utilizaccedilatildeo e maior produccedilatildeo de glicose A desregulaccedilatildeo metaboacutelica associadaao DM acarreta alteraccedilotildees fisiopatoloacutegicas secundaacuterias em muitos sistemas orgacircnicos asquais impotildeem uma enorme sobrecarga aos indiviacuteduos diabeacuteticos assim como ao sistemade sauacutede em que esses indiviacuteduos estatildeo inseridos (FAUCI et al 2008)

Atualmente satildeo quatro os criteacuterios aceitos para o diagnoacutestico de DM glicemia de jejum 126 mgdl confirmada em segundo teste glicemia de 2 horas poacutes-sobrecarga de 75 g deglicose gt 200 mgdl HbA1c (hemoglobina glicosilada) gt 65 confirmada em segundoteste sintomas de poliuacuteria polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual gt200 mgdl (compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do diaindependentemente do horaacuterio das refeiccedilotildees) (SBD 2015)

Devido ao envelhecimento populacional e agrave crescente prevalecircncia de obesidade e se-dentarismo o DM estaacute atingindo proporccedilotildees epidecircmicas e aumentando sua importacircnciasendo um seacuterio problema de sauacutede puacuteblica (GUSSO LOPES 2012) A prevalecircncia mun-dial do DM em adultos foi estimada em 9 No Brasil a prevalecircncia foi de 76 na deacutecadade 1980 e em 2003 passou a 12 nos homens e 16 nas mulheres (GRILLO et al 2013)Em 2013 estimou-se que existiriam 11933580 indiviacuteduos na faixa etaacuteria de 20 a 79 anoscom DM em nosso paiacutes Em muitos locais o aumento da incidecircncia do DM ocorre commaior intensidade nos grupos etaacuterios mais jovens (SBD 2015)

Aleacutem disso estudos apontam alto grau de desconhecimento da doenccedila jaacute que na maiorparte dos casos possui um longo periacuteodo assintomaacutetico o que contribui de forma signi-ficativa para que no momento do diagnoacutestico jaacute tenhamos a presenccedila de complicaccedilotildeesaleacutem de um provaacutevel subdiagnoacutestico dessa condiccedilatildeo (BRASIL 2013a)

O risco de complicaccedilotildees crocircnicas aumenta em funccedilatildeo da duraccedilatildeo da hiperglicemia

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Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

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4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

25

Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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17

Habitualmente elas se tornam evidentes a partir da segunda deacutecada da doenccedila e porafetar muitos sistemas orgacircnicos satildeo responsaacuteveis pela maior parte da morbimortalidadeassociada ao DM As complicaccedilotildees do DM podem ser divididas em vasculares e natildeovasculares As complicaccedilotildees vasculares satildeo subdivididas em microvasculares (retinopatianeuropatia nefropatia) e macrovasculares (doenccedila arterial coronariana doenccedila arterialperifeacuterica doenccedila vascular cerebral) As natildeo vasculares satildeo representadas por problemascomo gastroparesia infecccedilotildees e alteraccedilotildees cutacircneas (FAUCI et al 2008)

A doenccedila macrovascular do paciente com DM eacute a proacutepria doenccedila ateroscleroacutetica queincide em uma populaccedilatildeo natildeo diabeacutetica Eacute entretanto mais precoce mais frequente emais grave As doenccedilas cardiovasculares e cerebrovasculares satildeo as principais causas deoacutebito em diabeacuteticos (SBD 2015) As complicaccedilotildees agudas e crocircnicas do DM causam altamorbidade com elevadas taxas de internaccedilotildees hospitalares e mortalidade acarretandoaltos custos para os sistemas de sauacutede (BRASIL 2013a)

A prevenccedilatildeo da doenccedila cardiovascular no DM estaacute associada ao tratamento dos fato-res de risco frequentemente presentes no diabeacutetico como HAS dislipidemia obesidadetabagismo e sedentarismo Esses fatores tecircm sido denominados conjuntamente como riscocardiometaboacutelico Na praacutetica eacute importante o reconhecimento de que a presenccedila de umdesses fatores de risco leva obrigatoriamente agrave necessidade de procurar outros fatores econsequentemente ao tratamento e controle adequado Aleacutem disso deve-se notar que essesfatores constituem risco tanto para DM quanto para HAS e para doenccedilas cardiovasculares(SBD 2015)

O DM eacute um problema de sauacutede considerado condiccedilatildeo sensiacutevel agrave atenccedilatildeo primaacuteria ouseja evidecircncias demonstram que o bom manejo deste problema ainda na atenccedilatildeo baacutesicaevita hospitalizaccedilotildees e mortes por complicaccedilotildees cardiovasculares e cerebrovasculares Aleacutemdisso atraveacutes de anaacutelise epidemioloacutegica e socioeconocircmica do nuacutemero crescente de pessoasque vivem com DM nota-se a necessidade da implantaccedilatildeo de poliacuteticas puacuteblicas de sauacutedeque minimizem as dificuldades dessas pessoas e de suas famiacutelias e propiciem a manutenccedilatildeoda sua qualidade de vida (BRASIL 2013a)

Estudos sugerem obstaacuteculos em obter o diagnoacutestico precoce e em realizar accedilotildees deprevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria em DM (BRASIL 2013a) Por isso alguns autores de-fendem o uso generalizado da glicemia de jejum como teste de triagem para DM tipo 2pois (1) muitos indiviacuteduos que preenchem os atuais criteacuterios para DM satildeo assintomaacuteticose natildeo estatildeo cientes de que sofrem desse distuacuterbio (2) os estudos epidemioloacutegicos sugeremque o DM tipo 2 pode estar presente por ateacute uma deacutecada antes de ser feito o diagnoacutestico(3) ateacute 50 dos indiviacuteduos com DM tipo 2 apresentam uma ou mais complicaccedilotildees espe-ciacuteficas do DM na eacutepoca em que eacute feito seu diagnoacutestico (4) o tratamento do DM tipo 2pode alterar favoravelmente a histoacuteria natural da doenccedila Eacute recomendada a triagem emtodos os indiviacuteduos acima de 45 anos a cada 3 anos e a triagem de indiviacuteduos em umaidade mais jovem quando eles tem sobrepeso e se tem fatores de risco adicionais para DM

18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

19

4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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18 Capiacutetulo 3 Revisatildeo da Literatura

ndash HAS sedentarismo obesidade dislipidemia doenccedila vascular (FAUCI et al 2008)Estrateacutegias de prevenccedilatildeo primaacuteria jaacute se demonstraram efetivas na reduccedilatildeo significa-

tiva da incidecircncia do DM e consequentemente de suas complicaccedilotildees O acesso efetivo aosistema de sauacutede a garantia de tratamento adequado a educaccedilatildeo em sauacutede e a adesatildeodos diabeacuteticos agrave terapecircutica e agraves accedilotildees voltados ao DM reduziriam a carga dessa doenccedilaPor todo o exposto acima a detecccedilatildeo precoce do DM e da HAS atraveacutes de estrateacutegias derastreamento parece uma medida acertada (TOSCANO 2004)

Fatores de risco cardiovascularConsideram-se HAS DM dislipidemia e tabagismo os fatores de risco cardiovascular

de maior importacircncia Sendo assim o risco cardiovascular pode ser estimado utilizando-seescores que utilizam esses fatores de risco Um escore bastante utilizado e recomendadotanto em consultas meacutedicas como de enfermagem eacute o escore de Framingham o qualfornece a probabilidade de cada indiviacuteduo desenvolver um evento cardiovascular em 10anos Esse escore eacute calculado a partir dos fatores de risco cardiovasculares como idadegecircnero pressatildeo arterial niacuteveis de colesterol total e HDL presenccedila de DM e tabagismo(BRASIL 2010) O escore de Framingham abaixo de 10 entre 10 e 20 e maior que20 indica um risco baixo moderado e alto respectivamente Os pacientes de maior riscocardiovascular se beneficiam de intervenccedilotildees e acompanhamento mais rigorosos (MURAD2014)

Assim a avaliaccedilatildeo de vaacuterios fatores de risco ao mesmo tempo permite identificarpacientes com alto risco motivar pacientes para aderir agrave terapecircutica e modular os esforccedilosde reduccedilatildeo de risco A possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos permiteaccedilotildees preventivas principalmente para dirigir a estrateacutegia populacional e individualizar oscasos necessaacuterios objetivando a reduccedilatildeo da morbimortalidade por doenccedila cardiovascular(PIMENTA CALDEIRA 2014)

19

4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

21

Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

25

Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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4 Metodologia

Este projeto de intervenccedilatildeo trata-se de um projeto de intervenccedilatildeo isto eacute seraacute de-senvolvido de fevereiro a julho de 2016 no CSF Industrial em Seara-SC As accedilotildees seratildeorealizadas em ambiente interno do CSF e em local especiacutefico no seu proacuteprio territoacuterio aser definido pela equipe No CSF aleacutem de capacitaccedilatildeo da equipe e preparo dos materiaisnecessaacuterios seraacute utilizado uma ficha de anamnese (Figura 1) no momento da triagemdos pacientes que consultaratildeo com os meacutedicos e odontoacutelogos Essa ficha seraacute preenchidapelos teacutecnicos de enfermagem devidamente capacitados em reuniatildeo preacutevia no periacuteodo demarccedilo a maio de 2016 Somente participaraacute do preenchimento da ficha de anamnese ospacientes que obedecerem aos criteacuterios de inclusatildeo descritos adiante

Aleacutem disso haveraacute tambeacutem ldquomutirotildeesrdquo com coleta de dados e atividades informativasao puacuteblico participante Esses ldquomutirotildeesrdquo ocorreratildeo em local especiacutefico com tamanhoadequado e localizado na comunidade em horaacuterios diferenciados os quais ainda seratildeodefinidos pela equipe de sauacutede em conjunto com a secretaria de sauacutede a depender dadisponibilidade do proacuteprio local e de recursos humanos como por exemplo em finais desemana (saacutebado ou domingo) em trecircs ocasiotildees (cerca de uma vez a cada mecircs) nos mesesde marccedilo a maio de 2016 O preenchimento das fichas de anamnese nessas accedilotildees seraacutetambeacutem de responsabilidade dos teacutecnicos de enfermagem do CSF assim como dos (as)enfermeiros (as) e meacutedicos (as) disponiacuteveis naquele momento

Figura 1 - Ficha de anamnese para diagnoacutestico de hipertensos e diabeacuteticosCaso seja possiacutevel os profissionais do Nuacutecleo de Atenccedilatildeo agrave Sauacutede da Famiacutelia (NASF)

seratildeo convidados a participar desses ldquomutirotildeesrdquo atraveacutes de orientaccedilotildees sobre alimenta-ccedilatildeo saudaacutevel atividade fiacutesica cessaccedilatildeo de tabagismo aceitaccedilatildeo e experiecircncia das doenccedilascrocircnicas entre outros temas definidos com a equipe Os profissionais odontoacutelogos tambeacutempodem participar para palestrar sobre a influecircncia dessas patologias para a sauacutede bucalOs meacutedicos e enfermeiros envolvidos no projeto deveratildeo realizar atividades educativassobre HAS DM e obesidade abrangendo seu diagnoacutestico sinais e sintomas complica-ccedilotildees e tratamento utilizando-se de linguagem e metodologia acessiacutevel e de entendimentofacilitado aos pacientes

A populaccedilatildeo que participaraacute do projeto seraacute composta por indiviacuteduos que procuraremo CSF durante o periacuteodo das atividades e nas accedilotildees fora do CSF e que aceitarem participardo projeto Aleacutem disso devem respeitar os seguintes criteacuterios de inclusatildeo idade maior ouigual a 25 anos de qualquer gecircnero Seratildeo excluiacutedos do projeto indiviacuteduos com idadeinferior a 25 anos a natildeo ser os sabidamente hipertensos ou diabeacuteticos que estejam nessafaixa etaacuteria

Anteriormente ao preenchimento da ficha de anamnese pelos profissionais deveraacute serrealizado uma reuniatildeo para capacitaccedilatildeo da equipe onde os (as) meacutedicos (as) e enfermeiros

20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

21

Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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20 Capiacutetulo 4 Metodologia

Figura 1 ndash

(as) devem aleacutem de abordar aspectos cliacutenicos da HAS e do DM orientar quanto a maneiraadequada de afericcedilatildeo da PA (Quadro 1) para assim buscar padronizar a teacutecnica e evitarresultados falsos

Apoacutes todas as accedilotildees as fichas de anamnese devem ser avaliadas pelos meacutedicos e enfer-meiros responsaacuteveis Seraacute realizado uma somatoacuteria dos pontos do escore de Framingham(Figura 2) para posteriormente definir o risco cardiovascular Para se obter o colesteroltotal e HDL dos pacientes deveratildeo tambeacutem ser analisados os prontuaacuterios individualmentepara verificar se haacute algum desses exames laboratoriais feitos recentemente Se natildeo hou-ver e se possiacutevel (de acordo com disponibilidade de recursos o que deve ser acordadocom a secretaria de sauacutede) deveraacute ser solicitado o perfil lipiacutedico para caacutelculo completodo escore Na sequecircncia os pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares em 10anos de acordo com o escore deveratildeo ser acompanhados atraveacutes de consulta meacutedica e deenfermagem com conduta individualizada

Figura 2 ndash Escore de Framingham (retirado de BRASIL 2010)Quanto ao diagnoacutestico de HAS e DM de acordo com as bibliografias (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA 2010 DASKALOPOULOU 2015) pacientes com

21

Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

23

5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

25

Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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Figura 2 ndash

PA 180100 mmHg jaacute tem diagnoacutestico de HAS mesmo se foi aferida a PA em uma uacutenicaocasiatildeo Os pacientes com PA 14090 mmHg ou com fatores de risco (DM obesidadetabagismo) devem ser avaliados em um segundo momento com nova afericcedilatildeo da PA odiagnoacutestico de DM atraveacutes da glicemia capilar realizada em horaacuterio qualquer (como nasaccedilotildees) eacute confirmado se gt 200 mgdl associado a sintomas de DM (conforme jaacute citado)sendo que pacientes em risco devem ser avaliados posteriormente com glicemia de jejumTOTG ou hemoglobina glicosilada

Os pacientes sabidamente diabeacuteticos e hipertensos devem passar por avaliaccedilatildeo meacutedicase essa ocorreu haacute mais de 6 meses o que deve ser verificado em prontuaacuterio jaacute quesatildeo pacientes considerados de alto risco cardiovascular independentemente do escore deFramingham Os pacientes diagnosticados com HAS nas accedilotildees tambeacutem devem passar porconsulta individual com os profissionais para tratamento orientaccedilotildees e acompanhamentoaleacutem de pesquisa de sinais de HAS secundaacuteria lesotildees em oacutergatildeo-alvo e doenccedilas associadasO mesmo deve ocorrer com os pacientes diagnosticados com DM

CronogramaA capacitaccedilatildeo da equipe de sauacutede seraacute realizada pelos (as) enfermeiros (as) e meacutedicos

(as) responsaacuteveis com participaccedilatildeo de toda a equipe (incluindo teacutecnicos de enfermagem

22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
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22 Capiacutetulo 4 Metodologia

Tabela 3 ndash Tabela 2 - Cronograma das atividades

Feve-reiro

MarccediloAbrilMaio Ju-nho

Ju-lho

Capacitar a equipe XEncontrar local para realizar as accedilotildees

na comunidadeX

Imprimir material XAccedilotildees na comunidade X X X

Accedilotildees no CSF X X XAvaliaccedilatildeo dos questionaacuterios e

contabilizaccedilatildeo dos pontos do escoreX

Consultas individuais dos pacientescom alto risco (agendamento)

X

e agentes comunitaacuterios de sauacutede) atraveacutes de atividades educativas e informativas sobreHAS e DM seus respectivos sinais e sintomas diagnoacutestico tratamento complicaccedilotildees eacompanhamento e de orientaccedilatildeo a respeito do funcionamento do projeto para haveruniformizaccedilatildeo na coleta dos dados da ficha de anamnese

A procura de um local para realizar as accedilotildees que seratildeo voltadas a comunidade (ldquomu-tirotildeesrdquo) seraacute feita pela equipe de enfermagem assim como a impressatildeo do material queseraacute utilizado nos dias de atividade

As accedilotildees na comunidade e no CSF atraveacutes do protocolo criado deveraacute ser realizadapor toda a equipe nos dias de mutiratildeo e pelos teacutecnicos de enfermagem no momento datriagem dos pacientes no CSF A avaliaccedilatildeo dos questionaacuterios um a um e a somatoacuteria dospontos do escore com posterior definiccedilatildeo do risco cardiovascular seraacute feita pelo meacutedicoe enfermeiro responsaacuteveis assim como as consultas individualizadas que ocorreratildeo nasequecircncia para os pacientes selecionados

Recursos necessaacuteriosPara o projeto proposto seraacute necessaacuterio recursos financeiros e materiais como folhas

e impressatildeo das fichas de anamnese canetas balanccedila estadiocircmetro aparelho de HGT(hemoglucoteste) e fitas para verificar a glicemia capilar esfignomanocircmetro calibrado eestetoscoacutepio recursos humanos sendo toda a equipe do CSF para preencher os dadosverificar PA e HGT e NASF para orientaccedilotildees sobre haacutebitos de vida Aleacutem disso seraacutenecessaacuterio o local para realizar as atividades e auxiacutelio por parte da secretaria da sauacutede aqual deveraacute entrar em um acordo com os funcionaacuterios a reseito da carga horaacuteria jaacute queestes atuaratildeo em regime de hora extra pois haveraacute accedilotildees em horaacuterio diferenciado

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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

GRILLO M de F F et al Efeito de diferentes modalidades de educaccedilatildeo para oautocuidado a pacientes com diabetes Rev assoc med bras v 54 n 4 p 400ndash405 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 16

GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
  • Folha de aprovaccedilatildeo
  • Resumo
  • Sumaacuterio
  • Introduccedilatildeo
  • Objetivos
    • Objetivo geral
    • Objetivos Especiacuteficos
      • Revisatildeo da Literatura
      • Metodologia
      • Resultados Esperados
      • Referecircncias
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5 Resultados Esperados

Com a intervenccedilatildeo proposta espera-se aumentar o diagnoacutestico de HAS e DM no CSFem questatildeo assim como ser possiacutevel quantificar e individualizar o risco cardiovasculardos pacientes participantes Aleacutem disso ao longo prazo objetiva-se diminuir a morbi-mortalidade cardiovascular relacionada a HAS e DM obtendo diagnoacutestico precoce dessaspatologias tratamento e controle adequado e prevenccedilatildeo de complicaccedilotildees como lesotildees deoacutergatildeo-alvo internaccedilotildees e mortalidade

Aleacutem disso por estratificar o risco cardiovascular absoluto em dez anos dos indiviacuteduosparticipantes o projeto proposto possibilita dirigir uma estrateacutegia populacional e planejaraccedilotildees em sauacutede com foco principalmente na prevenccedilatildeo primaacuteria e secundaacuteria aleacutem dapromoccedilatildeo agrave sauacutede Outro resultado esperado eacute a qualificaccedilatildeo da equipe de sauacutede doCSF Industrial a qual atraveacutes da capacitaccedilatildeo estaraacute mais preparada para atender acomunidade e os pacientes portadores de condiccedilotildees crocircnicas

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Referecircncias

BRANDAtildeO A A AMODEO C NOBRE F Hipertensatildeo Rio de Janeiro Elsevier2012 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 13

BRASIL M da Sauacutede do Caderno de Atenccedilatildeo Primaacuteria ndeg 29 Rastreamento BrasiacuteliaMinisteacuterio da Sauacutede 2010 Citado na paacutegina 18

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicadiabetes mellitus Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 36 Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 2013Citado 2 vezes nas paacuteginas 16 e 17

BRASIL M da Sauacutede do Estrateacutegias para o cuidado da pessoa com doenccedila crocircnicahipertensatildeo arterial sistecircmica Cadernos de atenccedilatildeo baacutesica n 37 Brasiacutelia Ministeacuterio daSauacutede 2013 Citado 3 vezes nas paacuteginas 13 15 e 16

BRASIL M da Sauacutede do Informaccedilotildees de Sauacutede (TABNET) 2015 Disponiacutevel emlthttpwww2datasusgovbrDATASUSindexphparea=0203gt Acesso em 03 Dez2015 Citado 2 vezes nas paacuteginas 9 e 15

DASKALOPOULOU S S et al The 2015 canadian hypertension education programrecommendations for blood pressure measurement diagnosis assessment of riskprevention and treatment of hypertension Canadian Journal of Cardiology v 31 p549ndash568 2015 Citado na paacutegina 13

DUNCAN B B SCHMIDT M I GIUGLIANI E R J Medicina ambulatorialcondutas de atenccedilatildeo primaacuteria baseadas em evidecircncias Porto Alegre Artes Meacutedicas2004 Citado na paacutegina 15

FAUCI A S et al Medicina interna Rio de Janeiro McGraw-Hill 2008 Citado 4vezes nas paacuteginas 13 15 16 e 17

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GUSSO G LOPES J M C Tratado de medicina de famiacutelia e comunidade princiacutepiosformaccedilatildeo e praacutetica Porto Alegre Artmed 2012 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 15 e 16

IBGE I B de Geografia e E Infograacuteficos dados gerais do municiacutepio 2015 Disponiacutevelem lthttpwwwcidadesibgegovbrpainelpainelphpcodmun=421750ampsearch=|searaamplang=gt Acesso em 03 Dez 2015 Citado na paacutegina 9

LOTUFO P A O escore de risco de framingham para doenccedilas cardiovasculares RevMed (Satildeo Paulo) v 87 n 4 p 232ndash237 2008 Citado na paacutegina 9

MURAD N Hipertensatildeo diabetes e dislipidemia ndash mecanismos envolvidos Rev BrasHipertens v 21 n 2 p 92ndash97 2014 Citado na paacutegina 18

PIMENTA H B CALDEIRA A P Fatores de risco cardiovascular do escore deframingham entre hipertensos assistidos por equipes de sauacutede da famiacutelia Ciecircnc sauacutedecoletiva v 19 n 6 p 1731ndash1739 2014 Citado na paacutegina 18

26 Referecircncias

SBC S B de C Vi diretrizes brasileiras de hipertensatildeo Arq Bras Cardiol v 95 n 1 p1ndash51 2010 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 13 e 15

SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

TOSCANO C M As campanhas nacionais para detecccedilatildeo das doenccedilas crocircnicasnatildeo-transmissiacuteveis diabetes e hipertensatildeo arterial Ciecircnc sauacutede coletiva v 9 n 4 p885ndash895 2004 Citado na paacutegina 18

  • Folha de rosto
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Referecircncias

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26 Referecircncias

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26 Referecircncias

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SBD S B de D Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2014-2015 Satildeo PauloAC Farmacecircutica 2015 Citado 3 vezes nas paacuteginas 9 16 e 17

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