ficha de identificaÇÃo · turma 2016 título: histÓrico da populaÇÃo indÍgena no estado do...
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FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGOGICA
TURMA 2016
Título: HISTÓRICO DA POPULAÇÃO INDÍGENA NO ESTADO DO PARANÁ SEUS DESDOBRAMENTOS E POSSIBILIDADES EDUCATIVAS
Autora: Dilma Portes de Oliveira Carrano
Disciplina/ Área Historia
Escola de implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual do Campo José de Alencar EFMN
Rua Francisco de Paula nº 208
Município: Braganey
Núcleo Regional: Cascavel
Professor orientador: Francisco Ferreira Junior
Instituição de Ensino Superior: UNIOESTE- Marechal Cândido Rondon
Relação interdisciplinar: História e Geografia
Resumo Resumo: A presente Produção
Didática Pedagógica propõe o
estudo sobre a temática indígena,
visando ampliar o conhecimento
sobre a cultura dos povos
indígenas do estado do Paraná
que tem como objetivo desconstruir
junto com os alunos a ideia do
vazio demográfico anterior à
chegada dos colonizadores e
demonstrar a presença maciça dos
ameríndios, questionando seu
paulatino desaparecimento. Para
assim aprimorar o conhecimento e
a valorização sobre o histórico da
cultura indígena paranaense. A
qual aponta para a necessidade da
construção de um novo olhar sobre
a história, ressaltando a influência
e a contribuição destes povos para
a formação da sociedade
brasileira.
Desenvolvendo atividades teóricas
e práticas as quais se apresentam
em: Aula expositiva, leitura e
interpretação de textos, resolução
de atividades, confecção de mural,
amostra de artesanato indígena e
exploração da culinária indígena
focando a tapioca alimento típico
dos indígenas a serem aplicadas
em 32 aulas aos alunos do 8º ano
“A” do período matutino do colégio
Estadual do Campo José de
Alencar EFMN.
PALAVRA CHAVE Cultura indígena; valorização;
vazio demográfico; colonizadores
Formato Unidade Didática
Público alvo 8º ano A Período Matutino do
Colégio Estadual José de Alencar
EFMN
APRESENTAÇÃO
A disciplina de História vem sofrendo cotidianamente com a resistência
dos alunos por normalmente desconhecerem e ou mesmo julgarem temática
estudada neste caso em especial relacionada aos indígenas do estado do
Paraná considerando que o a história destes povos não fazem parte da
atualidade, considerando que os mesmos já se fizeram presentes na história
em tempos remotos, motivo este que não desperta interesse aos estudantes.
Para os professores que ministra aula de História, temos a plena convicção da
importância desta abordagem na educação e na formação do cidadão, tendo
em vista que pretendemos formar sujeitos críticos e ativos na sociedade.
Nesta proposta de implementação busco realizar um elo de ligação entre o
passado e o presente visando compreender o processo histórico dos
indígenas no Paraná bem como seus desdobramentos ao longo do tempo.
Uma vez que a História visa estudar elementos do passado que auxilia
entender acontecimentos no presente.
Ensinar e aprender história requer a utilização de práticas pedagógicas
diversificadas, as quais permeiam atividades formativas do Programa de
Desenvolvimento Educacional da Secretaria do Estado da Educação- PDE.
Desta forma busco neste trabalho desenvolver atividades teóricas e praticas
no intuito de despertar maios interesse aos educando e ampliar o
conhecimento sobre a problemática abordada.
Neste sentido, necessário se faz apresentar, discutir e valorizar as
raízes indígenas não apenas enquanto tradições, cultura e folclore – mas,
fomentar a discussão e trazer à comunidade, ainda mais nos ambientes
escolares – o histórico da presença dos indígenas no Estado do Paraná e
a valorização destes povos, suas contribuições à formação do povo
brasileiro, fundamentado nas Diretrizes Curriculares da disciplina de
História, que postula:
a afirmação das identidades étnicas, a recuperação das memórias históricas, a valorização das línguas e ciências dos povos indígenas e o acesso aos conhecimentos e tecnologias relevantes para a sociedade nacional” (BRASIL, 1996, p. 79).
Partido da problemática vivenciada pelos povos indígenas na atualidade,
onde os mesmos lutam desde tempos remotos em prol de seu
reconhecimento enquanto sujeito ativo, buscando manter sua própria
identidade, seus usos e costumes na formação histórica do Paraná e do
Brasil. Sendo assim venho refletir juntamente com os alunos a
desconstrução da ideia do vazio demográfico anterior a chegada dos
colonizadores e demonstrar a presença maciça dos indígenas questionando
seu paulatino desaparecimento.
Diante a predominância do grande equívoco que retrata os livros didáticos
enfatizando a ideia do “vazio populacional” e somente com a chegada dos
colonizadores europeus que se teria a ocupação do território paranaense,
mas precisamente a região oeste do Paraná. Fato este que auxilia para
explicar o desinteresse das pessoas em relação à questão indígena na
atualidade.
Segundo Sarah Ribeiro.
A representação do oeste paranaense desocupado ou pelo menos, destituído de pessoas a alçá-los ás esferas do progresso é tributária de metas de expansão do capitalismo, “que incorpora uma nova área ao seu sistema produtivo desmistificando a noção de um processo harmonioso e pacífico elaborado pela ótica colonialista.” Diante desta concepção, possessões indígenas são qualificadas como espaços ideais a serem inseridos no âmbito da economia nacional e subsequentemente capitalista. Atribui- se a preferência pelos sítios aludidos a suposta ociosidade que distingue estas terras e, ao mesmo tempo, à propalada fertilidade dos seus solos (RIBEIRO,2005, p. 27)
Mesmo diante da falsa concepção do “vazio demográfico” apresentado é
facilmente localizado em diversas regiões de nosso estado artefatos da
cultura indígena que expressam vestígios históricos destes povos, anterior á
chegada dos colonizadores. Mediante ao fato fica consumado a presença
dos indígenas na maior parte do território paranaense.
Considerando que os povos indígenas foram os pioneiros desta terra
chamada Brasil, e consequentemente também do Estado do Paraná,
partícipes efetivos da constituição do povo e da cultura brasileira, evidencia-
se a necessidade de se pensar, questionar sobre a postura dos alunos,
muitas vezes, de descaso, desvalorização e ignorância em relação a este
povo. As razões para tais comportamentos poderiam estar relacionadas a
diversos fatores, como por exemplo, a uma política de valorização da cultura
europeia em detrimento das demais etnias que fizeram parte do processo de
formação da população atual? Ou mesmo pela necessidade de supremacia
de uma cultura sobre as demais, envolvendo interesses e ideologias
subjacentes ao ato de ensinar, como no sentimento de inferioridade e
discriminação aos sujeitos indígenas por desconhecimento da real história
vivida por estes povos ao longo do processo de deteriorização de sua
história?
Neste sentido, quais seriam os motivos do desinteresse, do descaso dos
alunos frente à temática em questão? Que tipo de abordagem estão sendo ou
poderão ser realizadas para sanar tais questionamentos.
Sendo assim a proposta Pedagógica tem como objetivo Desconstruir
juntamente com os alunos a ideia do vazio demográfico anterior a chegado dos
colonizadores, demonstrando a presença maciça dos indígenas. Fazer com
que os mesmos entendam as transformações ocorridas ao longo da formação
da sociedade, desmistificando ideias e concepções (pré) adquiridas geralmente
carregadas de sentidos negativos. Para reconstruir um novo olhar sobre a
história ressaltando a contribuição destes povos na constituição da nação
brasileira. Sendo assim a Proposta Pedagógica tem com objetivo levar os
alunos refletir sobre a questão do pioneirismo dos ameríndios, bem como seus
usos, costumes, culinária, artefatos e língua que permeiam na sociedade.
2 - PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
Todo processo desenvolvido no decorrer proposta pedagógica será registrado
em momentos pelos alunos, e sempre pela professora que acompanhará os
trabalhos fazendo anotações, apontamentos e receberá as produções
realizadas pelos alunos diariamente. Os mesmos serão observados no
decorrer da aplicabilidade da implementação quanto ao desenvolvimento na
participação oral, na escrita, e na produção em grupo, tornando assim uma
avaliação acumulativa e contínua durante o processo de ensino e
aprendizagem.
ATIVIDADE- 1 Aula
Objetivo: Levantar o conhecimento prévio dos alunos em relação a temática
a ser estudada.
Fazer uma sondagem com os alunos, no intuito de averiguar o conhecimento
destes para com os povos indígenas existentes no estado onde vivem. Para
realizar a sondagem farei a seguinte questão:
O que você sabe sobre os indígenas que vivem no estado do Paraná, bem
como seus usos, costumes?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
Cada aluno deverá responder a questão mediante o conhecimento que já
possui sobre a temática.
ATIVIDADE-2 1 Aula
Objetivo: Levar ao conhecimento dos educando a luta constante travada
pelos indígenas ao longo de sua trajetória.
Apresentar aos alunos slides com imagens de indígenas pertencentes às
tribos que vivem no do Estado do Paraná. Salientando as dificuldades
enfrentadas por esses povos, bem com as lutas travadas para sobrevivem
com dignidade na sociedade atual.
https://www.dropbox.com/s/8nmomxmwjcyi9ri/POVOS%20IND%C3%8DGE
NAS%20DO%20PARAN%C3%81%20SLAID.pptx?dl=0
Atividade – 3 2 Aulas
Objetivo: Localizar as reservas indígenas existente no estado do Paraná
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ATIVIDADE -3 2 aulas
Promover o debate e a reflexão valorizando a complexidade e a diversificação de atividades em cada um dos campos setoriais.
Passar o vídeo os indígenas no estado do Paraná, o qual retrata parte da
história dos povos indígenas enfocando seus usos, costumes e tradições.
Abordando a trajetória vivida pelos ameríndios ao longo dos tempos,
apontando também os fatores que contribuíram para o desaparecimento da
maioria dos nativos e a resistência daqueles que ainda permanecem em
constante luta no atual território Paranaense.
O vídeo encontra se disponível no site do DIAADIA EDUCAÇÃO relacionado
abaixo:
http://www.educacao.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=18945
ATIVIDADE-4 2 aulas
Oportunizar a construção do conhecimento acerca das tribos indígenas no Paraná considerando a singularidades de diferente culturas e a etnia na formação do povo paranaense e brasileiro
Será proporcionada aos alunos cópia do texto abaixo relacionado, para leitura, discussão e resolução das atividades propostas:
COMUNIDADE INDÍGENA.
O Paraná constitui um marco linguístico e histórico no cenário nacional. É o
único que conjuga estado, capital e o ponto inicial de colonização em tupi-
guarani: Curitiba significa "muitos pinhões" "ou terra dos pinheirais"; Paraná
quer dizer "semelhante ao mar" e Paranaguá, "mar redondo" ou "Grande
Baía".
Existem três etnias indígenas no Paraná: Kaingang, Xetá e Guarani
Os Kaingang encontravam-se disseminados pelo Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná (Palmas e Guarapuava, sertões do Tibagi e Ivaí) e em
áreas do atual estado de São Paulo
Outrora, além da caça, da pesca e da coleta, viviam da agricultura,
apresentando maior grau de sedentarismo.
Os Kaingang falam a língua do tronco linguístico JÊ, representam hoje a
terceira etnia indígena em população no País e habitam nos Estados do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Viveram sempre no
Centro Sul do Brasil, nunca para o leste e nem para o oeste, ou seja, sempre
no miolo dos estados.
Os Guaranis habitavam a região litorânea no sul do Brasil, entre Cananéia e
o Rio Grande do Sul, o Estuário do Prata, às margens do Rio Paraná, parte
do território do Paraguai, Argentina, Uruguai e Bolívia.
Os Guaranis mantêm, ainda hoje, hábitos imemorais. Falam a língua Tupi e
foram atualmente a maior etnia indígena do Brasil em população.
Representavam uma sociedade de agricultores e habitavam as melhores
áreas do Cone Sul, sendo, por isso, sempre escorraçados de suas terras.
Vivem agora nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do
Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também
Argentina, Paraguai e Bolívia.
Subgrupos: M’byá, Kaioá e Avá-xiripá (Nhandewa).
A linguagem dos Xetás nunca chegou a ser grafada, escrita ou estudada em
sua gramática: praticamente desapareceu junto com o seu povo.
O Kaingang passou a ser sistematizado a partir dos anos setenta e o Tupi-
guarani na década de oitenta. Só então os índios do Paraná tiveram os
instrumentos para traduzir suas lendas, histórias e cultura em sua própria
escrita.
O nomadismo foi e é prática comum entre os M’byá. Além da crença na "Terra
sem Males", lugar de vida eterna, onde tudo cresce e nada morre, situada
sempre a leste, como impulso conhecido de perambulação, há ainda registros
de migrações tribais relativos à chamada era "pré-colombiana", ou seja,
anterior aos colonizadores. O idioma – traço de extrema importância para a
manutenção da cultura étnica – é hoje mais marcante entre os Guaranis.
Existem ainda no Estado do Paraná em torno de uma dezena de índios
remanescentes do povo Xetá. Esta tribo só ocorria aqui, os únicos
genuinamente paranaenses. Foram encontrados no início dos anos 50, na
região da Serra dos Dourados. Viviam, à época, na idade da pedra lascada.
Com a colonização cafeeira, a chegada do "homem branco" e surtos de gripe e
sarampo, a tribo foi dizimada em menos de uma década. Os que sobreviveram
foram levados para outras reservas. Hoje, temos conhecimento que restam
apenas cinco Xetás – quatro homens e uma mulher aldeados – outros cinco
desaldeados, fadados à extinção enquanto grupo étnico.
Destas etnias, tiramos muitas informações, os caminhos a percorrer, a extração
dos alimentos, as ervas medicinais etc. Delas herdamos nomes, que hoje
caracterizam cidades, ruas, rios, pessoas.
Os Kaingang sempre foram muito aguerridos e fugiam do processo de
colonização. Por isso, foram pacificados depois dos Guaranis. Estes, mais
humildes, menos guerreiros, acabaram por perder todas as suas terras.
No final da década de 70, instalaram-se grandes conflitos no Paraná pela
reconquista de áreas indígenas suprimidas ou invadidas por não índios. Nesta
fase, vivia-se um processo de despopulação entre os índios. Em 1975, existiam
em torno de 2.500 indígenas no Estado. Em 1985, já somavam 5.000.
Hoje, a população indígena paranaense é de cerca de 9.000 índios. A
população indígena vem crescendo mais do que o dobro dos não índios. A
reversão do quadro se deve a três causas principais: extrusão de invasores das
terras indígenas; tratamento sanitário; produção de alimentos em áreas das
reservas anteriormente ocupadas por pelo homem branco.
Além das áreas demarcadas para os Kaingang, no momento estão sendo
recuperadas terras para os Guaranis. Com relação a estes, observa-se, nas
duas últimas décadas, um movimento de retorno ao litoral, onde se
encontravam, no início da colonização, com a denominação de "Carijós".
O referente texto acessado em 18/08 2016 encontre se disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/estaticas/alunos/indios_nos
sos.php
Após a leitura, fazer uma breve discussão levando os alunos a repensarem as
formas de vida dos indígenas na atualidade e posteriormente interpretar o texto
resolvendo às questões abaixo relacionadas:
1-Relacione as três etnias indígenas existentes no Paraná atualmente:
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2-Explique como viviam os indígenas no Paraná antes da chegada dos
colonizadores
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3- Durante muito tempo a diminuição da população indígena foi brusca, porém
nos últimos anos houve um considerável aumento dos povo indígenas no
Paraná, o que atribui a esse crescimento?
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4-Quais foram os que fatores contribuíram para a drástica diminuição da etnia
Xetá?
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5- Que tribo foi descoberta somente na década de 50? E como encontra se
atualmente?
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De acordo com as informações contidas no texto acima leia as dicas e
complete as frases:
ATIVIDADE- 5 2 aulas
Objetivo: Conhecer a trajetória dos povos indígenas Kaingang maior tribo
resistente no estado do Paraná.
Através do texto didático abaixo faremos uma abordagem dos índios Kaingang
enfocando o breve histórico destes povos suas lutas e resistência ao longo
processo de ocupação do território paranaense. Mediante a leitura do texto
didático produzido para aprofundar o conhecimento sobre a presença dos
caingangues no Paraná. Será realizada uma aula expositiva e resolução de
atividades propostas. O texto didático foi elaborado a partir de leituras
realizadas nos artigos escritos por Lúcio Tadeu Motta e Kimiye Tommasino .
Dentre os quais abordam a temática dando ênfase à trajetória dos
Caingangues.
Kaingang, Kaingank ou ainda cainguangue significa habitante das
matas, era dessa forma que eles mesmos se autodeterminavam. Esse termo
foi utilizado em 1882, por Telêmaco Morocines Borba para nomear os
indígenas não Guarani que viviam nos estados de São Paulo, e na região sul
do Brasil, os quais inicialmente eram conhecidos como Coroado, Bugre,
,Xokleng e Botocudo. Eles são culturamente relacionados ao um grupo
meridional pertencente à família Jê, tendo sua origem hipoteticamente em
algum lugar entre as nascentes do Rio Araguaia e São Francisco. Os quais
teriam iniciado a sua imigração em direção ao sul por volta de 3.000 anos,
porém não se tem conhecimento do real motivo que gerou essa migração,
talvez estivessem a procura de um relevo característico ao que eles já
habitavam.
Cultivavam muitos mitos e crenças, o que definiam profundamente a sua
ligação com a mãe natureza. O antropólogo Egon Shaden percorrendo a região
do baixo Iguaçu no Paraná em 1947 obteve dados mitológicos que coincidem
com relatos de outros grupos Kaingang a respeito da origem do homem. Velho
Xê conta que os primeiros Kaingngue foram filton e o “iambre”(cunhado )
dele. Viveram muito, muito antes da grande chuva que provocou a
inundação de todo mundo. Filton era chefe dos Kanherú e o outro do
Kamé. Vieram do interior da terra. O chão tremeu e houve um estouro.
Enxergaram a claridade e saíram de dentro da terra
Esse mito revela a profunda ligação deles com a terra, pois acreditam
que dela são oriundos, brotaram como uma semente que germina de dentro do
chão e por isso mantém um vínculo de ligação muito forte com a natureza o
que zela pela incansável defesa de habitat.
Os constantes deslocamentos dentro de seu território marcavam
profundamente a vida dos Kaingang, condicionado ao seu modo de vida, seu
utensílios domésticos e seus objetos de uso pessoal. Circulavam nas matas e
campos das regiões que viviam, tinham geralmente uma morada fixa
acampamentos montados nas clareiras das matas. Ali plantavam suas roças
cultivando milho, feijão, abóbora entre outros, assim que terminavam as
plantações dirigiam se em grupos de família para o interior das matas em
busca da coleta de frutos, mel, pinhão e larvas. Praticavam também a caça de
aves com paca, antas catetos, tatus e outros. Acampavam se também as
margens dos rios para a pesca em armadilha chamada pari.
Partido da hipótese de que os grupos Jê que se deslocaram do Brasil central
para o sul foram ocupando regiões semelhantes as que habitavam em seu
local de origem, iniciaram a ocupação dos campos gerais no Paraná, região
que compreendem desde o sul de São Paulo até Itararé. No século XVII os
padres jesuítas fundaram as reduções, para catequizar os indígenas, anotaram
a presença dos não- Guarani os quais denominaram de Cabeludos e
Gualachos.
No século XVIII com o início da vinda dos tropeiros saindo de Vacaria no Rio
Grande do Sul para Sorocaba no estado de São Paulo, houve muitos relatos da
presença dos Kaingang ao longo do caminho de Viamão no planalto
paranaense. Em 1820 Auguste de Sait-Hilaire em passagem pela província do
Paraná descreve as marcas da guerra entre os Kaingang e os brancos na
região, a qual foi simbolizada com uma cruz na fazenda Boa Vista, perto da
divisa com São Paulo. Os conflitos foram se tornado constante entre brancos e
índios, eram soldados bem preparados que atacavam os nativos matando os
adultos e aprisionavam as mulheres e as crianças menores. De um lado
estavam os fazendeiros almejando avançar suas fazendas sobre as terras
indígenas e do outro encontravam se os ameríndios na luta em defesa de seu
território que não aceitavam pacificamente a situação,reagiam ameaçando
invadir cidades, matando trabalhadores e muitas vezes incendiavam as sedes
das fazendas.
Ao longo dos anos no confronto com os Kaingang houve aldeamentos
pacíficos com alguns grupos, lutas sangrentas com outros diante a resistência
ocorreram muita morte com um grande número de baixa da população
indígena devido às desvantagens com que os mesmos se deparavam. Entre
elas podemos destacar as armas de fogo, a vulnerabilidade dos nativos quanto
a doença trazida pelo branco, abertura de estradas e a invasão das terras
foram os principais fatores que contribuíram para o acentuado extermínio dos
coroados no território paranaense.
Após a leitura, levar os alunos ao laboratório de informática a fim de
realizar uma pesquisa referente á localização atual dos kaingang no Estado do
Paraná.
ATIVIDADE – 6 3 aulas
Objetivo: Conhecer a contribuição da língua Tupi Guarani para a formação da
língua portuguesa brasileira.
Confecção do mural
Para a realização da atividade cinco, os alunos serão distribuídos em grupo
de quatro componentes, que serão encaminhados para o laboratório de
informática para fazer uma pesquisa das palavras oriundas do tronco Tupi-
Guarani que se encontram presente na língua Portuguesa. Após concluir a
pesquisa será confeccionado cartazes para exposição no mural que será
fixado no saguão da escola.
Pesquise e complete o significado das palavras de origem tupi guarani
abaixo relacionadas:
Paraná:
Curitiba:
Caatinga:
Catapora:
Guarapuava
Mandioca:
Guarani:
Sugestão de Links a serem pesquisados para a realização desta atividade:
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_tupi
http://aprendendoaensinarensinandoaaprender.blogspot.com.br/2012/11/pala
vras-de-origem-tupi-na-lingua.html
ATIVIDADE -6 4 aulas
Objetivo: Conhecer os artefatos produzidos e comercializado pelos indígenas
e a importância destes para a sobrevivência.
Para você professor: Nesta atividade os alunos deverão visitar sites que
contemplem objetos feitos pelos indígenas, observando assim sua habilidade
e bom gosto pela arte. Em outros tempos moldavam suas vasilhas para o
uso cotidiano e adorno de enfeite para o corpo. Hoje a grande maioria da
produção é para comercialização, o que garante a sobrevivência.
Depois de ter conhecido as artes online é hora de fazer a diferença:
Localizar peças indígenas nos familiares, vizinhos para expor em amostra na
escola, possibilitando a apreciação das peças de toda comunidade escolar.
ATIVIDADE-7 2 aulas
Conhecer a história da Lenda das Cataratas, contada pelos índios kaingang,
tribo com maior número de componentes residente no estado.
A LENDA DAS CATARATAS
Os índios, que em remotos tempos habitaram a região de confluência dos
rios Paraná e Iguaçu, recorreram à fantasia para explicar a formação das
Cataratas e produziram uma lenda transmitida pela tradição oral e registrada
por historiadores. Com algumas variantes, essa lenda traz o seguinte enredo:
Os índios caigangues, que habitavam as margens do rio Iguaçu,
acreditavam que o mundo era governado por M`boy, o deus Serpente, filho
de Tupã. O cacique da tribo, Ignobi, tinha uma bela filha chamada Naipi.
Devido a sua beleza, Naipi seria consagrada ao deus M’Boy, passando a
viver somente para seu culto. Havia, porém, entre os caigangues, um jovem
guerreiro chamado Tarobá, que ao ver Naipi, por ela se apaixonara. No dia
em que foi anunciada a festa de consagração da bela índia, enquanto o
cacique e o pajé bebiam “cauim” (bebida feita de milho fermentado) e os
guerreiros dançavam, Tarobá fugiu com Naipi, em uma canoa, que seguiu rio
abaixo, arrastados pela correnteza. Quando M’Boy soube da fuga, ficou
furioso. Penetrou então nas entranhas da terra e, retorcendo o seu corpo,
produziu uma enorme fenda, que formou uma catarata gigantesca.
Envolvidos pelas águas dessa imensa cachoeira, os fugitivos caíram de
grande altura. Naipi transformou-se em uma rocha abaixo da cachoeira,
perpetuamente fustigada pelas águas revoltas e Tarobá foi convertido em
uma palmeira e achasse à entrada de uma gruta onde o monstro vingativo
vigia eternamente, as suas duas vítimas. Em outra versão da lenda das
Cataratas, Naipi foi convertida em uma rocha que o fogo subterrâneo escalda
sem cessar como o amor por Tarobá escaldou seu coração. Desde então, as
águas das violentas corredeiras banham seu corpo para apagar os ardores
de seu amor sacrílego. Já quanto ao destino de Tarobá, há concordância nas
diferentes versões: foi convertido em árvore à beira do abismo e condenado
a contemplar a imagem de sua amada, que vê com olhos de pedra sem
poder beijá-lo. De uma gruta o Deus Serpente, vingativo, espreita
incessantemente suas duas vítimas, impedindo que se libertem e possam
voltar a se unir no amor.
Coletânea de textos Língua Portuguesa
Sala de apoio à aprendizagem
Professor após ler o texto recomenda se passar o vídeo que mostra a beleza
estonteante em uma vista panorâmica que canta ao som da natureza e
vislumbra num desencadear contínuo de imagens oferecendo uma visão
singular e sincrônica de cores que encantam os visitantes.
https://www.youtube.com/watch?v=hENLm6v0Qow
ATIVIDADE – 8 4 aulas
Objetivo Aprender a fazer e degustar a tapioca, principal alimento
indígena derivado da mandioca
ALIMENTAÇÃO DOS INDÍGENAS
Tapioca: um dos alimentos mais consumidos pelos índios
Alimentação indígena
Podemos dizer que a alimentação indígena é natural, pois eles
consomem alimentos retirados diretamente da natureza. Desta forma,
conseguem obter alimentos isentos de agrotóxicos ou de outros produtos
químicos. A alimentação indígena é saudável e rica em vitaminas, sais
minerais e outros nutrientes.
Como os índios não consumem produtos industrializados ficam livres dos
efeitos nocivos dos conservantes, corantes artificiais, realçadores de sabor e
outros aditivos artificiais usados na indústria alimentícia.
Somada a uma intensa atividade física, a alimentação indígena
proporciona aos integrantes da tribo uma vida saudável. Logo, podemos
observar nas aldeias isoladas (sem contatos com o homem branco),
indivíduos fortes, saudáveis e felizes. Obesidade, estresse, depressão e
outros males encontrados facilmente nas grandes cidades passam longe das
tribos.
Numa aldeia indígena, o preparo dos alimentos é de responsabilidade
das mulheres. Aos homens, cabe a função de caçar e pescar.
Os principais alimentos consumidos pelos indígenas eram frutas, legumes,
raízes, carnes oriundas da caça e de peixes, castanhas. A tapioca, espécie
de pão fino feito com a fécula da mandioca, o pirão caldo grosso resultado da
farinha de mandioca com peixe feito com peixe em molho e o beiju fazem
parte dos pratos típicos da culinária indígena.
Obs: Este texto refere se aos indígenas que não entraram em contato com a
civilização, e continua seu modo de vida nas tribos e que ainda luta para
manter sua cultura, porém diante aos diversos fatores muitas tribos deixaram
de lado a alimentação saudável e passaram a consumir produtos
industrializados.
HORA DE POR A MÃO NA MASSA: Professor para a realização desta atividade é necessário explicar o processo de fabricação da fécula, o qual inicia com o ato de arrancar a mandioca e logo em seguida deve lavar, raspar e ralar a raiz. Após deve ser feito a prensa da massa e do líquido extraído deixar repousar para realizar a coleta da fécula e por último secar ao sol e está pronto à fécula ou também conhecido como polvilho. Preparar a farinha de tapioca para que os alunos possam perceber a alimentação natural e degustar o quitute. Vamos à receita: FRINHA DE TAPIOCA Um quilo de (fécula) polvilho azedo Um quilo de (fécula) polvilho doce Água o suficiente para dar ponto à massa O recheio fica a gosto, podendo ser doce ou salgado.
.
HUMMM DELÍCIA!
ATIVIDADE -9 10 aulas
VISITA A TRIBO INDÍGENA – NOVA LARANJEIRAS
Aprender História não se restringe a atividades somente na sala de aula. É
preciso ultrapassar os muros escolares e levar os alunos a ter contato com
objetos de estudo a campo para observarem e perceberem a realidade que os
cercam, como visitar praças, parques, museus, tribos entre outros.
Sabe se que a História estuda o cotidiano de homens e mulheres em épocas e
locais diferentes e que essa vivência pode ser observada por meios de
vestígios preservados e ou encontrados. Porém a história permite ser analisada
e experimentada na sua realidade.
Nessa atividade queremos conhecer o modo de vida dos índios
Kaingang que vivem na tribo Rios das Cobras, região que abriga várias famílias
indígenas que reluta desde de tempos remotos e com muita resistência ainda
permanecem ao local. Ao visitar a tribo o sentido da História se materializa
reavivando o contexto histórico do momento. O contato com os indígenas
possibilita conhecer seu habitat, refletirmos sobre seu modo de vida, tipo de
moradia, alimentação fabricação de artesanatos dentre outros. Diante as
observações levar os alunos a entender as transformações ocorridas ao longo
dos tempos na cultura dos ameríndios.
A aula visita à tribo será organizada juntamente com comunidade escolar,
com reunião de esclarecimentos e colocação dos objetivos da visita aos pais
ou responsáveis pelos alunos e a direção e equipe pedagógica. Diante a
concordância de todos, será reservado um ônibus e as despesas divididas
entre todos os que irão na visita. O tempo estimado para a visita será em torno
de 8 horas, com saída prevista ás 08:00 horas e retorno previsto as 16:00
horas, uma vez que a tribo Rio das Cabras fica distante de Braganey 180 km.
Contando com o tempo de viagem, a visita a tribo tempo de parada para lanche
que cada aluno levará junto.
ROTEIRO PARA A VISITA AO MUSEU
O roteiro que se segue é baseado no livro de Maria Auxiliadora Schmidt e
Marlene Cainelli, ENSINAR HISTÓRIA, no capítulo 9, página 157.
Antes da visita:
- Objetivos da visita;
- Explicar aos alunos o que é um museu, quais as regras, por que não
devemos
tocar nos objetos;
- É importante preparar bem a visita para desmistificar a ideia de que o
indígena não é ultrapassado eles são gente que pensa,vivem e tem os mesmos
direitos que o homem branco;
-Entrar em contato com a tribo antes para tomar conhecimento da rotina da
mesma e ver a possibilidade de alguém acompanhar a visita passando roteiro.
- Ver possibilidade de fotografar a visita;
Durante a visita
- Observar o trajeto de ida e volta, principalmente á mecanização que foi um
dos fatores que contribuiu para o desmatamento (abrigo indígena) para que a
viagem não seja uma mero passeio
- O roteiro estabelecido deve permitir aos alunos observarem tipos de
moradia,utensílios domésticos e os objetos que fazem parte do cotidiano da
cultura indígena na atualidade. Assim é possível perceberem que os nativos
também são sujeitos ativos no processo histórico.
Após a visita
- Retomar em sala de aula o que foi discutido na visita;
- Construir narrativas com os alunos sobre a visita e sobre os conteúdos
abordados com as aulas anteriores
-Exposição com as fotos de viagem.
Aproximando se da reta final dos trabalhos da Produção Didática iniciada com
o histórico da população da indígena no Paraná enfocando sempre os fatores
que contribuíram para a drástica diminuição das tribos indígenas. Quando será
feita uma exposição das fotografias e dos trabalhos realizados pelos alunos em
forma de painel e amostra dos objetos indígenas coletado.
Essa exposição será aberta a comunidade escolar, pais, alunos, professores,
funcionário e comunidade, para que todos tenham oportunidade de apreciar e
ampliar o conhecimento sobre a temática.
10- ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Prezado professor as orientações metodológicas todas as atividades que
compõem a Produção didática pedagógica estão ligadas à temática indígena, e
as orientações metodológicas encontram se vinculadas em cada uma das
atividades, sendo elas teóricas e práticas com possibilidade de serem
trabalhadas em sala de aula. A ações serão realizadas no decorrer da
implementação pedagógica, as quais serão distribuídas em 32 aulas, sendo
que algumas atividades serão realizadas em período matutino e outras devido
à especificidade de tempo e local para a efetivação da mesma, necessitam de
espaço mais livre e materiais diferenciados, favorecendo assim a execução em
contra turno, como é o caso da realização das oficinas. As atividades teóricas
serão abordadas por meio de leitura, aula expositiva, pesquisa e resolução de
atividades propostas. Também será utilizado recursos tecnológicos visando a
diversificação da metodologia e melhor assimilação dos conteúdos. Já para a
realização das atividades práticas serão necessários uso de materiais não
pedagógicos, mas que a priori terá aprovação por parte dos alunos, tendo em
vista que essas possibilita ações diferenciadas do cotidiano escolar.
As diversas práticas utilizadas tornarão as aulas mais atraentes, conseguindo
desta forma mais envolvimento, atenção e participação dos alunos levando os
a conscientizar se da importância de conhecer e valorizar a cultura dos povos
indígenas.
11- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL. Lei n. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
CUNHA, Manuela Carneiro. História dos Índios no Brasil. In: Jennings, Francis,1975.The Invasion of América: Indians, colonialism and the cant of conquest. São Paulo: Companhia das Letras: Secretaria Municipal de Cultura: Fapesp, 1992
MARCHANT, Alexander. Do escambo à escravidão: As relações econômicas de portugueses e índios na colonização do Brasil. Nacional, São Paulo. 1980. MOTTA, Lucio Tadeu. NOELLI, Francisco Silva. KIMIYE, Tommasino (org):URI WÃXI - Estudos Interdisciplinares dos Kaingang Ed. UEL 2000. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, 2008. In: RUSEN,J. Studies in metahistory. Pretoria: HRSC Publishers, 1993a
RIBEIRO, Sarah I. G. T. Fronteiras e espacialidade: O caso guarani no Oeste doParaná. In: Varia Scientia: Revista Multidisciplinar da Unioeste/Universidade
Estadual do Oeste do Paraná. a.1, n 1. (2001) Cascavel: Edunioeste, 2001.
SILVA. Edson. Povos indígenas: história, culturas e o ensino a partir da lei 11.645. Petrolina: Revista Historien, v. 7, p. 39 - 49, 2012.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora M. S. História do cotidiano Paranaense. Letraviva, Curitiba, 1996. SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO,Coletânea de textos: língua portuguesa, sala de apoio à aprendizagem. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental,- Curitiba:SEED – Pr., 2005 p.65
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Acessado em: 11/11/2016
Disponívelhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/estaticas/alunos/indios_terras.php acessado em 19 de novembro 2016
Disponível https://www.youtube.com/watch?v=hENLm6v0Qow Acessado em 19 de novembro de 21016