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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Computador e internet: a importância do uso pedagógico no trato da informação e
comunicação para a produção do conhecimento
Autor Edmilson Izauro Dias
Escola de Atuação Colégio Estadual Duque de Caxias – EFM
Município da escola Santo Antonio do Caiuá, PR
Núcleo Regional de Educação Paranavaí, PR
Orientadora Professora Mestra Isabel Cristina Ferreira
Instituição de Ensino Superior UEM / UNESPAR – Campus Paranavaí
Disciplina/Área (entrada no PDE) Gestão Escolar
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes
disciplinas compreendidas no
trabalho)
Não
Público Alvo
(indicar o grupo com o qual o
professor PDE desenvolveu o
trabalho: professores, alunos,
comunidade...)
Gestores, Pedagogos e Professores
Localização
(identificar nome e endereço da
escola de implementação)
Rua São Miguel, 40
Apresentação:
(descrever a justificativa, objetivos
e metodologia utilizada. A
informação deverá conter no
máximo 1300 caracteres, ou 200
palavras, fonte Arial ou Times
New Roman, tamanho 12 e
espaçamento simples)
Esta Produção Didático Pedagógica (Unidade Didática) foi
desenvolvida para o Programa de Desenvolvimento Educacional –
PDE, destinado aos professores da Rede Estadual de Ensino do
Estado do Paraná como capacitação continuada, oferecido pela
Secretaria Estadual de Ensino – SEED em parceria com a
Universidade Estadual de Maringá - UEM e Universidade Estadual do
Paraná – UNESPAR/FAFIPA – Campus Paranavaí, na área de Gestão
Escolar, como requisito parcial à obtenção do título de Professor
PDE, durante o primeiro semestre de 2011 que tem como tema de
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estudo a utilização das novas tecnologias da informação e
comunicação – TIC’s, especificamente o Computador e a Internet,
com o título do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola:
Computador e Internet: a importância do uso pedagógico no trato
da informação e comunicação para a produção do conhecimento.
Este material tem por objetivo ofertar subsídios teórico-
metodológicos para a implementação do Projeto de Intervenção
Pedagógica no Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino
Fundamental e Médio, município de Santo Antônio do Caiuá -
Paraná, Núcleo Regional de Ensino de Paranavaí - Paraná, para os
Professores da Rede Estadual de Ensino, atuantes nas Escolas
Estaduais do município citado, através de curso de capacitação a ser
desenvolvido durante o segundo semestre de 2011.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Novas Tecnologias, Capacitação, Aprendizagem Colaborativa
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SUMÁRIO
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA.......................... 1
INTRODUÇÃO................................................................................................................... 4
RESULTADO DA COLETA DE DADOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DO
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DO COLÉGIO ESTADUAL DUQUE DE
CAXIAS – EFM, NO PERÍODO DE SETEMBRO A NOVEMBRO DE 2010.................
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RESULTADO DA PESQUISA INVESTIGATIVA SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS
TIC´S PELOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DO
MUNICIPIO DE SANTO ANTÔNIO DO CAIUÁ............................................................
10
A EVOLUÇÃO DO COMPUTADOR................................................................................. 21
BREVE HISTÓRICO DA INTERNET............................................................................... 23
A INTERNET NO BRASIL................................................................................................ 24
A IMPLANTAÇÃO DA COMPUTAÇÃO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E
PARANAENSE.................................................................................................................... 24
O COMPUTADOR E A INTERNET NA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA
PROFESSORES EM TECNOLOGIA TELEMÁTICA....................................................... 28
EDUCAÇÃO COLABORATIVA....................................................................................... 32
REDE COLABORATIVA DE APRENDIZAGEM ........................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 37
4
INTRODUÇÃO
As Tecnologias da Comunicação e Informação –TIC´s tem produzido mudanças
significativas em nossa sociedade numa velocidade exponencial ponto de provocar revoluções
em determinados setores, essas novas tecnologias principalmente as telemáticas, ou seja, a
junção das telecomunicações com a informática tem provocado alterações variadas em todos
os setores, seja ele comportamental, profissional, industrial, comercial, econômico, político,
social, entre outros, provocando interferências antes nunca visto, tais mudanças tem
provocado alterações importantes na vida de todas as pessoas interferindo diretamente na
forma de se relacionar, trabalhar e viver como um todo. A educação como instituição do
conhecimento sistematizado não pode estar alheia a essas transformações. Os primeiros
passos para a implantação da informática nos Sistemas de Ensino é antigo com início na
década de 70 com programas interessantes, mas no Brasil, um país de dimensão continental,
os projetos demoram a ser concretizados. No Paraná foram implantados programas nessa área,
onde podemos destacar o PROEM, o PROINFO e mais recente o PRDIGITAL,
caracterizando a distribuição de varias máquinas para as escolas dando um verniz de
modernidade. Com a implantação desses programas realizei a coleta de dados no colégio
citado anteriormente, quanto à utilização do laboratório de informática pelos professores e
alunos, em seguida apliquei um questionário para os diretores, pedagogos e professores da
rede estadual sobre a utilização das Tic´s, os resultados obtidos serviram de objeto de estudos
e análises, embasando a proposição atividades visando à utilização mais efetiva e
sistematizada dessas novas tecnologias que deverão ser incorporadas e integradas de forma a
contribui para o avanço e a melhoria da forma de ensinar e aprender.
Topo
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RESULTADO DA COLETA DE DADOS SOBRE A UTILIZAÇÃO DO
LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DO COLÉGIO ESTADUAL DUQUE DE
CAXIAS – EFM, NO PERÍODO DE SETEMBRO A NOVEMBRO DE 2010.
Os dados foram oferecidos pela secretaria do colégio onde era feito o simples
agendamento pelos professores para a utilização do laboratório de informática com os alunos no
horário normal das aulas. Foram coletados os dados do trimestre compreendido entre setembro a
novembro de 2010. Neste trimestre o colégio ofertava no período matutino 4 turmas do Ensino
Fundamental e 3 turmas do Ensino Médio, no período vespertino 4 turmas de Ensino Fundamental e
no período noturno 3 turmas do Ensino médio. Durante os três meses houve 59 dias letivos que
multiplicados pelas 5 aulas diárias durante os três períodos perfazendo um total de 885 aulas
disponíveis, sendo utilizadas 226 aulas do total disponível. O tratamento dos dados foi feito sob a
ótica da estatística descritiva, onde foi usado o programa Microsoft Word para as construções das
tabelas de freqüência e de percentagens com os dados que foram tabulados inicialmente que
apresentou os seguintes resultados:
Quadro 1 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010.
Laboratório de Informática Frequência Porcentagem
Aulas disponíveis 885 100,000%
Aulas utilizadas 226 25,540%
Quadro 2 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010 –
Período Matutino
Laboratório de Informática Frequência Porcentagem
6
Aulas disponíveis 295 100,000%
Ensino Médio 54 12,880%
Ensino Fundamental 38 18,310%
Total de aulas utilizadas 92 31,190%
Quadro 3 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010 –
Período Vespertino
Laboratório de Informática Frequência Porcentagem
Aulas disponíveis 295 100,000%
Ensino Fundamental 49 16,610%
Total de aulas utilizadas 49 16,610%
Quadro 4 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010 –
Período Noturno
Laboratório de Informática Frequência Porcentagem
Aulas disponíveis 295 100,000%
Ensino Médio 85 28,810%
Total de aulas utilizadas 85 28,810%
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Quadro 5 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010 –
Período Noturno
Dias da Semana Frequência Porcentagem
Segunda-feira 36 15,930%
Terça-Feira 32 14,160%
Quarta-Feira 41 18,140%
Quinta-Feira 47 20,800%
Sexta-Feira 70 30,970%
Total de aulas utilizadas 226 100,000%
Quadro 6 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010 –
Por disciplina – Ensino Fundamental Matutino
Disciplinas da Grade Curricular Frequência Porcentagem
Arte 5 13,160%;
ciências 7 18,420%;
Educação Física 5 13,160%
Ensino Religioso 1 2,630%
Geografia 2 5,260%
História 0 0,000%
Língua Portuguesa 2 5,260%
8
Matemática 16 42,100%
LEM-Inglês 0 0,000%.
Total de aulas utilizadas 38 100,000%
Quadro 7 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010 –
Por disciplina – Ensino Fundamental Vespertino
Disciplinas da Grade Curricular Frequência Porcentagem
Arte 4 8,160%
Ciências 18 36,730%
Educação Física 12 24,490%
Ensino Religioso 1 2,040%
Geografia 4 8,160%
História 3 6,120%
Língua Portuguesa 6 12,240%
Matemática 1 2,040%
LEM-Inglês 0 0,000%.
Total de aulas utilizadas 49 100,000%
Quadro 8 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010 –
Por disciplina – Ensino Médio Matutino
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Disciplinas da Grade Curricular Frequência Porcentagem
Arte 0 0,000%
Biologia 8 14,810%
Educação Física 6 11,110%
Filosofia 5 9,260%
Física 10 18,520%
Geografia 4 7,410%
História 1 1,850%
Língua Portuguesa 8 14,810%
Matemática 1 1,850%
Química 6 11,110%
Sociologia 5 9,260%
LEM-Inglês 0 0,000%
Total de aulas utilizadas 54 100,000%
Quadro 9 – Utilização do Laboratório de Informática no trimestre setembro a novembro de 2010 –
Por disciplina – Ensino Médio Matutino
Disciplinas da Grade Curricular Frequência Porcentagem
Arte 0 0,000%
Biologia 10 11,770%
Educação Física 8 9,410%
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Filosofia 2 2,350%
Física 3 3,530%
Geografia 8 9,410%
História 2 2,350%
Língua Portuguesa 6 7,060%
Matemática 28 32,940%
Química 10 11,770%
Sociologia 3 3,530%
LEM-Inglês 5 5,880%
Total de aulas utilizadas 85 100,000%
O resultado deste levantamento evidenciou que algumas disciplinas e
consequentemente os respectivos professores não utilizaram o laboratório de informática
neste trimestre. Que a utilização do laboratório estava mais vinculado ao professor que a
disciplina e a série, ou seja, a utilização das TIC´s não faz parte de um planejamento definido
pedagogicamente.
Topo
RESULTADO DA PESQUISA INVESTIGATIVA SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS
TIC´S PELOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DO MUNICÍPIO
DE SANTO ANTÔNIO DO CAIUÁ.
O resultado anterior da coleta de dados evidenciou que algumas disciplinas e
consequentemente os respectivos professores não utilizaram o laboratório de informática no
trimestre investigado, então apliquei um questionário no mês de dezembro de 2010 com a finalidade
investigativa para coleta de dados sobre o uso das TIC´s, especificamente o computador e a internet
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para os professores da rede estadual de ensino do município de Santo Antônio do Caiuá das duas
Instituições de Ensino Estadual existentes, o Colégio Estadual Duque de Caxias-EFM – Ceduca e
Escola de Educação Especial Sol Nascente – Apae, , enviados 32 questionários, sendo 24 para
professores do Ceduca e 8 para professoras da Apae, tendo uma que trabalha nos dois
Estabelecimentos, todos foram devolvidos no mesmo mês, além das questões foram acrescidas
algumas informações adicionais quanto ao vínculo empregatício, faixa etária e tempo de serviço no
estado, apresentando o seguinte resultado:
Quadro 10 – Vínculo Empregatício dos Professores da Rede Estadual de Ensino, atuantes no
município de Santo Antônio do Caiuá
Vínculo Frequência Porcentagem
QPM - Quadro Próprio do Magistério 22 68,750 %
Contratos Temporários 10 31,250%
Total 32 100,000%
Quadro 11 – Faixa Etária dos Professores da Rede Estadual de Ensino, atuantes no município de
Santo Antônio do Caiuá
Faixa Etária Frequência Porcentagem
21 a 30 anos 6 18,750%
31 a 40 anos 9 28,125%
mais de 40 anos 17 53,125%
Total 32 100,000%
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Quadro 12 – Tempo de Serviço na Rede Estadual de Ensino
Tempo de Serviço Frequência Porcentagem
até 5 anos 15 46,870%
6 a 10 anos 4 12,500%
11 a 15 anos 2 6,250%
16 a 20 anos 2 6,250%
mais de 20 anos 8 25,000%
Não respondeu 1 3,125%
Total 32 100,000%
O questionário foi elaborado com 20 questões objetivas em que podia possuir mais de uma
resposta com a finalidade de conhecer a realidade de algumas questões relacionadas ao uso do
computador e da internet pelos profissionais envolvidos que servirão de base para o trabalho de
intervenção pedagógica no colégio, após a tabulação apresentou o seguinte resultado:
Quadro 13 – Quanto à posse de computador pessoal
Possui computador de uso particular Frequência Porcentagem
Não possui computador 1 3,125%
Computador de mesa (desktop etc.) 28 87,500%
Computador portátil (laptop etc.) 7 21,875%
Computador de mão (palmtop etc.) 1 3,125%
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Quadro 14 – Quanto ao domínio do computador
Domínio da informática Frequência Porcentagem
Informática básica 31 96,875%
Informática avançada 1 3,125%
não domina 0 0,000%
Quadro 15 - Quanto ao tipo de sistema operacional utilizado
Sistema operacional Frequência Porcentagem
Microsoft/Windows 30 93,750%
Linux 11 34,375%
Outro 00 0,000%
Não sabe 02 6,250%
Quadro 16 – Quanto à forma de obtenção das habilidades para o uso do computador
Forma de obtenção das habilidades para o uso do
computador
Frequência Porcentagem
Por conta própria 18 56,250%
Em cursos de treinamento pago (como uma escola de
informática)
12 37,500%
Com parentes, amigos ou colegas de trabalho 23 71,875%
Em uma instituição formal de ensino (escola etc.) 3 9,375%
Em cursos de treinamento gratuito (governos ONGs, 4 12,500%
14
associações)
Em cursos de treinamento oferecidos pela SEED 6 18,750%
De outra forma 0 0,000%
Quadro 17 - Quanto ao domínio das habilidades relacionadas ao uso do computador
Domínio das habilidades relacionadas ao uso do
computador
Frequência Porcentagem
Usar o mouse 32 100,000%
Copiar ou mover um arquivo ou uma pasta 22 68,750%
Usar um editor de texto (Ex. Word) 28 87,500%
Usar uma planilha de cálculo (Ex. Excel) 4 12,500%
Usar um editor de slides (Ex. PowerPoint) 6 18,750%
Conectar ou instalar periféricos e programas 5 15,625%
Nenhuma das mencionadas 0 0,000%
Quadro 18 - Quanto ao emprego do computador na ambiente escolar
Emprego do computador no ambiente escolar Frequência Porcentagem
Editar (textos, avaliações, slides, etc...) 24 75,000%
Conectado ao projetor e/ou TV Pen drive para projeção
de textos, fotos, slides, filmes, etc.
10 31,250%
Para acessar a internet ( Baixar arquivos, vídeos, etc.
para preparar aulas).
23 71,875%
Outros 1 3,125%
Não respondeu 4 12,500%
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Quadro 19 - Quanto ao acesso a internet
Frequência de acesso a internet Frequência Porcentagem
Não acessa 0 0,000%
Diariamente 23 71,875%
Pelo menos uma vez por semana 8 25,000%
Pelo menos uma vez por mês 0 0,000%
Não respondeu 1 3,125%
Quadro 20 - Quanto ao local de acesso a internet
Local de acesso a internet Frequência Porcentagem
No domicílio 29 90,625
No trabalho (escola) 26 81,250%
Centros públicos de acesso gratuito 0 0,000%
Centros públicos de acesso pago (Ex. lanhouse ) 0 0,000%
Outros locais. 0 0,000%
Quadro 21 - Quanto ao domínio das habilidades relacionadas ao uso da internet
Domínio das habilidades relacionadas ao uso da internet Frequência Porcentagem
Usar um mecanismo de busca da informação (ex.
Google)
31 96,875%
Enviar e´mail com arquivos anexados 21 65,625%
Enviar mensagens em salas de bate-papo, etc. 15 46,875%
Baixar e instalar softwares 02 6,250%
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Criar uma página na web 0 0,000%
Nenhuma das relacionadas 0 0,000%
Quadro 22 - Quanto ao tipo de conta de e´mail utilizada
Tipo de conta de e´mail utilizada Frequência Porcentagem
Grátis 19 59,375%
Pago 5 15,625%
Institucional ( expresso e´mail da SEED) 19 59,375%
Não tem conta de e´mail 01 3,125%
Quadro 23 - Quanto às atividades desenvolvidas na internet
Atividades desenvolvidas na internet Frequência Porcentagem
Comunicação 28 87,500%
Lazer 28 87,500%
Busca de informações e serviços on line 30 93,750%
Capacitação e educação 29 90,625%
Outras atividades 03 9,375%
Quadro 24 - Quanto às atividades desenvolvidas na internet – COMUNICAÇÃO
Atividades desenvolvidas na internet –
COMUNICAÇÃO
Frequência Porcentagem
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Participar de sites de relacionamento (ex. Orkut) 18 56,250%
Participar de listas de discussão ou fóruns 15 46,875%
Criar ou atualizar blogs e/ou websites 1 3,125%
Outras atividades relacionadas à comunicação 14 43,750%
Quadro 25 - Quanto às atividades desenvolvidas na internet – LAZER
Atividades desenvolvidas na internet – LAZER Frequência Porcentagem
Ler jornais e revistas 25 78,125%
Jogar ou fazer o download de jogos 13 40,625%
Assistir filmes ou vídeos (ex. YouTube) 18 56,250%
Fazer o download de filmes, músicas ou softwares 09 28,125%
Ouvir rádio e/ou assistir televisão 15 46,875%
Participar de ambiente de simulação ou realidade virtual
(ex. Second Life)
1 3,125%
Outras atividades de lazer 07 21,875%
Quadro 26 - Quanto às atividades desenvolvidas na internet – BUSCA DE
INFORMAÇÃOES E SERVIÇOS ON LINE
Atividades desenvolvidas na internet – BUSCA DE
INFORMAÇÃOES E SERVIÇOS ON LINE
Frequência Porcentagem
Procurar informações sobre bens e serviços 22 68,750%
Procurar informações relacionadas à saúde ou a serviços
de saúde
20 62,500%
Procurar informações relacionadas à diversão e
entretenimento
18 56,250%
18
Outras atividades de busca de informações e serviços on
line
16 50,000%
Quadro 27 - Quanto às atividades desenvolvidas na internet – CAPACITAÇÃO E
EDUCAÇÃO
Atividades desenvolvidas na internet –
CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO
Frequência Porcentagem
Realizar atividades/ pesquisas escolares 27 84,375%
Checar a disponibilidade de livros na biblioteca/ fazer o
download de material online
10 31,250%
Buscar informações sobre cursos de graduação, pós-
graduação
15 46,875%
Fazer cursos online 14 43,750%
Outras atividades relacionadas à educação 9 28,125%
Quadro 28 – Quanto ao uso da internet no ambiente escolar
Uso da internet no ambiente escolar Frequência Porcentagem
Pesquisa individual 25 78,125%
Pesquisa com os alunos (laboratório de informática) 19 59,375%
Formação continuada 14 43,750%
Troca de informações através de e´mails, chats, blogs,
fóruns, etc
14 43,750%
Não utiliza a internet no trabalho 02 6,250%
Outros 00 0,000%
Não respondeu 02 6,250%
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Quadro 29 - Quanto à opinião pessoal sobre a importância das novas TIC´s – Tecnologias da
Informação e Comunicação (computador/Internet) como ferramenta para a melhoria do ensino
e aprendizagem.
Importância das novas TIC´s – Tecnologias da
Informação e Comunicação (computador/Internet)
como ferramenta para a melhoria do ensino e
aprendizagem.
Frequência Porcentagem
Muita importância 28 87,500%
Média importância 06 18,750%
Pouca importância 0 0,000%
Nenhuma importância 0 0,000%
Quadro 30 - Quanto à intenção de participar de curso de capacitação sobre o uso do
computador/internet no ambiente escolar?
Participar de curso de capacitação sobre o uso do
computador/internet no ambiente escolar?
Frequência Porcentagem
Sim 29 90,625%
Não 0 0,000%
Não respondeu 03 9,375%
Os resultados apresentados evidenciam dados importantes como: a posse e o acesso a
internet, o domínio básico da informática e o interesse pela capacitação, no entanto a grande
maioria aprendeu a manipular a máquina com parentes, amigos ou sozinhos e ainda a sua
utilização pedagógica é pouco aplicada.
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A difusão das tecnologias com a inserção dos computadores no ambiente escolar cria
a necessidade de ações para que a sua utilização ultrapasse a barreira da simples
instrumentalização repassada nos cursos de capacitação ofertados aos professores.
No entanto a instrumentalização é um fator que não pode ser negado e para que haja
uma utilização mais uniforme, onde todos os professores e todas as disciplinas possam
apropriar desta ferramenta é necessário o domínio dos aplicativos e programas
computacionais, e com a atual realidade das escolas do Paraná com seus laboratórios de
informática do Paraná Digital sobre a plataforma Linux, tornou-se necessário a capacitação
sobre o domínio básico e uso pedagógico dos aplicativos: processador de textos “BrOffice-
Writer, planilha “BrOffice-Calc” e apresentação “BrOffice-Impress” e em nível mais
avançado a Internet e suas ferramentas: (Websites, Sites de busca, E´mail, Chats, Fórum,
Lista de discussão, Blog...), voltada para um trabalho em Rede Colaborativa de
Aprendizagem que será ofertada aos professores da Rede Estadual de Ensino atuantes nos
Estabelecimentos Estaduais do município durante aplicação do Projeto de Intervenção
Pedagógica na escola sobre a forma de curso de extensão através da UNESPAR – Campus
Paranavaí. As apostilas: “BrOffice-Writer, “BrOffice-Calc”, “BrOffice-Impress”,
“Ferramentas da Internet”, “Netinqueta” e “Rede Colaborativa de Aprendizagem”, que
serão utilizadas no curso estarão disponibilizadas aos cursistas no meu blog: http://prof-
dias.blogspot.com
A intervenção pedagógica na escola será através do curso de extensão fundamentado
nos autores: BEHRENS, CANTINI, DELORS, FREITAS, MERCADO, MORAN,
TERUYA, TONO, pautado na busca constante do aprender a aprender através da
aprendizagem colaborativa, e através da Internet a ampliação da aprendizagem eletrônica no
desenvolvimento de redes colaborativa de aprendizagem e projeto de aprendizagem
colaborativa.
A simples instrumentalização não garante a melhoria na qualidade do ensino e
aprendizagem, será necessária uma busca constante de uma concepção do uso pedagógico
desta ferramenta pautada num processo de reflexão-ação crítica para uma prática pedagógica
emancipatória para uma transformação da qualidade do ensino aprendizagem embasado na
apropriação do conhecimento.
Topo
21
A EVOLUÇÃO DO COMPUTADOR
O desenvolvimento do computador moderno como conhecemos hoje, foi o resultado
dos avanços nas tecnologias e na necessidade do homem em quantificar, como o papiro
ajudou o homem primitivo para registrar linguagens e números, o ábaco foi uma das primeiras
máquinas de contagem, então desde os primórdios da humanidade, tem-se buscado a
produção de ferramentas para atender as necessidades humanas, essa busca gera uma
evolução constante, e, portanto na evolução do computador, podemos citar o ábaco como a
primeira calculadora que se tem notícias, de origem chinesa, do século V a.C (antes de Cristo)
capaz de efetuar operações algébricas elementares, surgindo depois às mecânicas e várias
evoluções sucedeu. Já na década de 1940 com a invenção do computador ENIAC (Eletronic
Numerical Integrator And Computer) pelos cientistas americanos JOHN PRESPER ECKERT
E JOHN W. MAUCHLY, surgindo à primeira geração do computador, que era composto das
primeiras válvulas eletrônicas, para atender as necessidades do exército americano nos
cálculos de balística; a segunda geração do computador, foi a partir de 1947 com a utilização
do primeiro transistor, produzido pela Bell Telefone Laboratories. Esta descoberta
revolucionou a eletrônica, pois os circuitos consumiam menos energia e ocupavam menos
espaços.
Em 1954 teve início a produção comercial dos transistores pela Texas Instruments; nos
anos 60 aumentou muito o uso do computador com a utilização dos circuitos integrados
diminuindo o espaço e o custo, marcando a terceira geração do computador, os primeiros
circuitos integrados (CI), possuía cerca de 8 a 10 transistores por cápsula (chip); em
novembro de 1971, da início a quarta geração do computador, quando a Intel introduziu o
primeiro microcomputador comercial o 4004, em 1972 lança o computador 8008 primeiro
microprocessador de 8 bits com 3.500 transistores, em 1974 lança o microcomputador 8080
com um microprocessador de 8 bits com 6.000 transistores, a partir deste modelo outros
fabricantes começaram a lançar seus microcomputadores, com destaque para companhia
AMD, quando lança o clone AMD 8080, que anos mais tarde viria a ser a principal
concorrente da Intel, essa concorrência comercial alavanca um grande avanço tecnológico na
área computacional que perdura até os dias atuais; no ano de 1978 a Intel lança o modelo
8086, o primeiro da família x86, utilizando instruções reais de 16 bits, o dobro das versões
concorrentes e sua arquitetura ainda serve de base para uma grande parte dos computadores
22
atuais, da família x86, podemos citar: em 1982 a Intel lança o modelo 80186, em 1983 o
modelo 80286 e em 1985 o modelo 80386 com a versão de 32 bits e 1989 o modelo 80486, a
quinta geração é marcada pela entrada no mercado do Pentium P55C ou MMX (Multimídia
Extentions), para atender a evolução das aplicações multimídia, envolvendo gráficos, imagens
e sons, na década de 90 nasce a família Pentium da Intel, precisamente em 1993 o Pentium I,
o equivalente a dois 80486, em 1997 o Pentium II, quando em 1998 a AMD entra de vez no
mercado lançando o modelo K6-2 com um processador x86 com 9,3 milhões de transistores e
respectivamente 1999 o Athlon, 2000 o Duron, 2003 Athlon 64 e o Opteron, 2004 o Sempron
e uma previsão do lançamento do Fusion para 2011, enquanto isso a Intel lança em 1999 o
Pentium III, em 2000 o Pentium IV e em 2005 o Pentium D, em 2006 com o lançamento do
modelo Core 2 Duo, marca a substituição da família Pentium utilizada desde 2003, os
modelos mais comuns são os Core 2 Duo com dois núcleos de processamento e os modelos
Core 2 Quad com quatro núcleos de processamentos, em 2007 a Intel retoma a marca Pentium
lançando o Pentium Dual Core, em 2008 o modelo Pentium Core i7 sendo o primeiro
processador lançado com a microarquitetura Intel Nehalem, sucedendo o Intel Core 2, com
três modelos atuais e de futuro dos processadores de quatro núcleos (Quad-core).
Os microprocessadores de silício são a base do mundo da computação há mais de 40
anos. Nesta evolução os fabricantes têm aumentado cada vez mais a inserção de dispositivos
eletrônicos nos microprocessadores.
O atual processo usado para compactar mais e mais transistores em um chip é
chamado de litografia ultra-violeta profunda (DUVL), uma técnica como a da fotografia, que
foca a luz através de lentes para gravar padrões de circuitos em pastilhas de silício. A DUVL
começou a alcançar seu limite por volta de 2005, quando passaram a aplicar a litrografia ultra-
violeta extrema (EUVL) para ampliar a vida do silício para desenhá-lo mais precisamente.
Pesquisadores buscam alternativas para superar esse processo convencional dos
microprocessadores. As duas tecnologias emergentes são os computadores de DNA (biochips)
e os computadores quânticos, tecnologias futurísticas da nova geração do computador que esta
por vir.
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23
BREVE HISTÓRICO DA INTERNET
A Internet é a rede mundial entre computadores que teve seu início desde as primeiras
gerações de computadores, quando originaram as pequenas redes denominadas de pré-
internet. A ARPANET ( Advanced Research Projects Agency Network ), foi criada pela
ARPA (Advanced Research Projects Agency) ligada ao Departamento de Defesa Norte
Americano é considerada como a primeira rede mundial de pacote operacional de comutação
que deu origem a Internet como a conhecemos hoje, foi criada nos Estados Unidos da
América (USA), um produto científico financiado pelos militares estadunidenses em plena
Guerra Fria, devido ao contexto histórico, sua criação foi divulgada como sendo para
finalidades especificamente militares, mas na verdade a idéia norteadora foi acadêmica com
finalidades específicas para interligar os centros de pesquisas. A origem fundada em caráter
acadêmico explica em grande parte o seu sucesso, por ter sido construída de forma
colaborativa, adotando padrões abertos.
A Internet foi definida pelo Conselho Federal Norte-Americano da Rede (em inglês:
Federal Networking Council – FNC) como:
...sistema de informações globais que estiver logicamente unido por um endereço único e
global, baseado no IP ou extensões subseqüentes; (ii) suportar comunicações TCP/IP
(Transmission Control Protocol/Internet Protocol) seguidas ou extensões subseqüentes ou
outros protocolos compatíveis ao IP; e (iii) fornecer, usar ou acessar, publica ou
privadamente, serviços de alto nível, baseados na comunicação e relacionados à estrutura
descrita acima (tradução livre)
Tecnicamente, é possível afirmar que a Internet nada mais é do que um conjunto de
protocolos do padrão TCP/IP, que permitem a comunicação entre diferentes computadores.
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24
A INTERNET NO BRASIL
A internet no Brasil teve origem na década de 80 por iniciativas da área acadêmica. A
primeira rede importante foi a RNP ( Rede Nacional de Pesquisa ), a qual foi responsável pela
disseminação de outras redes como BITNET, a HEPNET e, finalmente a Internet. Com a
disseminação e fixação da rede foi criado em 1995 o CGI.br ( Comitê Gestor da Internet no
Brasil ), composto por membros do governo, da área acadêmica, de operadores de
telecomunicações, de provedores de acesso e dos usuários.
O Comitê foi criado com a função de controlar e coordenar a governança da infra
estrutura lógica da Internet no país, incluindo a administração dos nomes de domínio ―.br‖ e a
distribuição dos números de IP no país como um bem da comunidade e a identidade do Brasil
na Internet.
Como o CGI não tinha personalidade jurídica, foi criada uma sociedade civil sem fins
lucrativo chamada de Núcleo e Informação e Coordenação do ―.br‖ (NIC.br), que sob a
gerência e supervisão do CGI, passa a ser a entidade executiva do comitê com as suas
atribuições definidas.
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A IMPLANTAÇÃO DA COMPUTAÇÃO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E
PARANAENSE
De acordo com TERUYA (2003), desde a década de 1970 já era pensada a utilização
de computadores na educação brasileira através de ações políticas governamentais para a
inserção da tecnologia da informática na educação com o objetivo de melhorar a educação
brasileira, quando foi criada a Secretaria Especial de Informática – SEI, órgão executivo do
Conselho da Segurança Nacional da Presidência da República.
Em 1981, foi realizado o I Seminário Nacional de Informática na Educação na
Universidade de Brasília.
25
Em 1982, O MEC, SEI e o CNPq promoveram, na Universidade Federal da Bahia, o
II Seminário Nacional de Informática na Educação, com o objetivo de viabilizar as aplicações
do uso do computador em todas as modalidades do ensino: do Ensino Fundamental até o
Ensino Superior.
A partir de 1982, o Ministério da Educação – MEC criou o Centro de Informática do
MEC – Ceinfor e somente em 1983, foi implantado o projeto EDUCOM – Educação com
computador – o Projeto Brasileiro de Informática na Educação.
Com a criação dos Centros de Informática Educativa – CIEds em diferentes estados
do Brasil, nos períodos de 1988 e 1989, o MEC iniciou as atividades de capacitação dos
professores dos sistemas estaduais do ensino público, feito pelo Projeto FORMAR, oferecido
pela Unicamp.
Para TONO, CANTINI e FREITAS no artigo sobre Políticas Públicas de Inclusão
Digital no Paraná de 1995 a 2006, apresenta que em 27 de maio de 1996 o Decreto nº 1.917
criou a Secretaria de Educação à Distância (SEED), como um órgão integrante do MEC,
responsável pela definição e implantação da política de educação à distância. Em setembro de
1996, na III Reunião Extraordinária do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de
Educação (CONSED) foi apresentada proposta para implementação do Programa Nacional de
Informática na Educação – PROINFO, o qual seria monitorado pela SEED, e objetivaria
disseminar o uso do computador nas escolas públicas estaduais e municipais de todos os
estados brasileiros e criar Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) para concentrar ações de
sensibilização e de capacitação dos professores das escolas para incorporar esta ferramenta
em seu trabalho pedagógico. Consta exposto nas diretrizes do PROINFO o regime de estreita
colaboração entre o MEC, o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação -
CONSED e os governos estaduais representados por suas Secretarias de Educação e
encontram-se elencados quatro objetivos principais do Programa referentes ao ensino, são
eles:
1) melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem;
2) possibilitar a criação de uma nova ecologia cognitiva nos ambientes escolares,
mediante incorporação adequada das tecnologias da informação pelas escolas;
3) propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico;
26
4) educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente
desenvolvida.
Ainda no ano de 1997 o PROINFO solicitou às Secretarias da Educação de todos os
Estados brasileiros, a criação de um Projeto Estadual de Informatização das escolas públicas,
que deveria ser encaminhado ao PROINFO para aprovação. Os projetos deveriam prever a
contrapartida do Estado, com recursos financeiros para a adequação física dos ambientes
escolares, para instalação dos computadores e periféricos, aquisição de softwares e para a
instalação de NTEs que seriam distribuídos pelos Estados para disseminar o uso de
tecnologias no processo de ensino-aprendizagem das escolas dentro de um raio de
abrangência de 100 quilômetros correspondente em média de 50 escolas por NTE. Os
profissionais que atuariam no NTE se responsabilizariam pelas seguintes ações: incentivo e
orientação das escolas para incorporação da tecnologia em seu ambiente, capacitação dos
professores para uso da informática em sua prática, assessoria pedagógica para uso da
tecnologia no processo de ensino-aprendizagem, apoio para resolução de problemas técnicos
resultantes do uso de computador na escola e acompanhamento e avaliação do processo de
informatização das escolas. Aprovado o Projeto do Paraná, em seguida, o PROINFO previu
para o Estado a instalação de 13 NTEs, os quais foram implantados de 1998 a 2000 nas
cidades de Curitiba (2), Cascavel, Ponta Grossa, Cornélio Procópio, Pato Branco, Campo
Mourão, Foz do Iguaçu, Maringá, Umuarama, Guarapuava, Londrina e Telêmaco Borba. Em
cada um dos 13 NTEs atuavam em média 6 Multiplicadores e possuía ate o ano de 2002 um
laboratório de informática com 21 computadores e periféricos, no qual eram ministrados
cursos de capacitação intitulados "Metodologia aplicada à informática pedagógica" e
destinados a professores das escolas públicas estaduais e municipais. Do total de números de
computadores estimados para o Estado (6440), foram repassados até dezembro de 2002, cerca
de 3.000 computadores na plataforma Windows. E a partir do ano de 2004, o PROINFO
iniciou o repasse de computadores para as escolas no sistema operacional Linux, que até
dezembro de 2006, foram repassados aproximadamente 1000 computadores para escolas
públicas estaduais e municipais do Paraná.
No estado do Paraná, a inserção dos computadores nas escolas estaduais ocorreu
através da política da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, pela qual o
governo propôs o Programa Expansão Melhoria e Inovação no Ensino Médio do Paraná –
PROEM. Esse programa objetivava a construção e instalação de um laboratório de
27
Informática nas escolas que aderissem ao PROEM com a proposta de melhoria da qualidade
da escola, o Plano de Ação-Gestão compreendeu o período de 1996 a 1998.
Desde o ano de 2003, a SEED/PR tem implantado Política de inclusão digital que
delineou ações de ordem administrativa, gerencial, técnica e pedagógica no que tange a
integração de tecnologias de informação e comunicação com a educação básica, a égide do
Programa Paraná Digital – PRD - a proposta deste Programa tem como princípio, a
democratização do acesso para a totalidade das 2.077 escolas públicas estaduais existentes,
visando desenvolver a cultura do software livre e o uso do sistema operacional Linux no
ambiente escolar público da rede básica de ensino, considerando a experiência do
Departamento de Informática da Universidade Federal do Paraná - UFPR no aspecto
estritamente técnico (hardware e software), com repasse progressivo de ―know-how‖
tecnológico para a Companhia de Informática do Paraná (CELEPAR), enquanto o aspecto
político e pedagógico amadurecido no contexto gestacional da SEED/PR. O Programa PRD é
essencialmente constituído por três estruturas fundamentais:
- Estrutura tecnológica e logística do Programa Paraná Digital: Esta vertente
corresponde ao parque de computadores, aos mobiliários para os laboratórios de informática
das escolas e a conectividade.
- Estrutura do Portal educacional da SEED/PR: Para fortalecer o processo de
disseminação do uso do computador para as escolas, foi criado em 2004, um portal
educacional, identificado por ―Portal Dia-a-dia Educação‖ como um ambiente virtual
institucionalizado da SEED/PR, destinado à busca, troca e publicação de informações de
cunho educacional, de acesso livre para todos os gestores, educadores, alunos, e enfim, para a
comunidade educacional em geral do Paraná.
- Estrutura metodológica para qualificação docente na apropriação pedagógica
de tecnologias: Implantação das 32 (CRTEs) - Coordenação Regional de Tecnologia na
Educação nos Núcleos Regionais de Educação organizadas segundo a assessoria técnica-
pedagógica e de capacitação ocorridas diretamente nas escolas. Cada Assessor da CRTE deve
atuar diretamente na Escola sob sua responsabilidade, orientando Direção, Equipe Pedagógica
e professores em atividades relacionadas ao uso das tecnologias como ferramentas
contribuintes do processo de ensino e de aprendizagem.
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O COMPUTADOR E A INTERNET NA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA
PROFESSORES EM TECNOLOGIA TELEMÁTICA
Estamos vivendo numa sociedade cada vez mais complexa, riquíssima em informação
e pautada no conhecimento. Para viver, aprender e trabalhar nesta sociedade, criou-se a
necessidade do aluno se tornar cada vez mais qualificado para o uso de tecnologias da
informação, pessoa que busca, analisa, reflita, organiza, depura, sintetiza e avalia a
informação, para tomada de decisões e aplicação nas resoluções de problemas, tornando-se
usuário criativo, reflexivo, comunicador, colaborador, editor e produtor do conhecimento.
Neste contexto da aprendizagem, o professor é o principal agente, responsável para
criar ambiente propício para estabelecer e oportunizar as aprendizagens que facilite o uso da
tecnologia. Portanto, torna essencial que todos professores estejam preparados para oferecer
essas possibilidades para os alunos.
Para MORAM (2009, pp. 11-15) o campo da educação está pressionado por
mudanças. Percebe-se que a educação é o caminho fundamental para transformar a sociedade.
Pressões de grupos financeiros procuram implantar as tecnologias telemáticas de alta
velocidade, para conectar alunos, professores e administradores. Objetivo principal é ter
classes conectadas a internet e cada aluno com um notbook criou-se a expectativa de que
novas tecnologias nos trarão soluções rápidas para o ensino, mas é claro que se ensinar
dependesse só da tecnologia já teríamos encontrado melhores soluções há muito tempo. Sem
dúvida elas são importantes, mas não resolve as questões, pois ensinar e aprender são desafios
complexos que enfrentamos em todas as épocas e particularmente agora em que estamos
pressionados pela transição do modelo industrial para o da informação e do conhecimento.
Há uma busca e cobrança das instituições para uma educação de qualidade. Não
podemos falar em educação de qualidade sem promover um ensino de qualidade.
[...] Ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino organiza-se uma série de
atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do
conhecimento (ciências, história, matemática). Na educação o foco, além de ensinar
é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma
visão de totalidade. Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a
encontrar nosso caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que
contribua para modificar a sociedade que temos. (idem, p.12).
29
Na verdade temos um ensino que predominam a fala massiva e massificante, um
número excessivo de alunos por sala de aula, professor mal preparado, mal remunerado,
pouco motivado, por outro lado, alunos que valorizam mais o diploma que a aprendizagem,
que faz o mínimo (em geral) para ser aprovado.
Nosso grande desafio é oferecer um ensino e uma educação de qualidade, que integre
todas as dimensões do ser humano, que envolve muitas variáveis:
. Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico coerente,
aberto, participativo, com infra-estrutura adequada, atualizada, confortável; tecnologias
acessíveis, rápidas e renovadas.
. Uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual, emocional,
comunicacional e eticamente; bem remunerados, motivados e com boas condições
profissionais, e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação afetiva com os alunos que
facilite conhecê-los, acompanhá-los, orientá-los.
. Uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectualmente e
emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal.
Segundo MORAN (2009, pp.18-21) o processamento da informação para a construção
do conhecimento na sociedade da informação acontece de várias formas, segundo o nosso
objetivo e o nosso universo cultural. A forma mais habitual é o processamento lógico-
sequencial, que se expressa na linguagem falada e escrita, em que vamos construindo o
sentido aos poucos, em sequencias espacial ou temporal, dentro de um código relativamente
definido que é a língua, com maior liberdade na fala e na escrita pessoal ou coloquial.
Em outros momentos processamos a informação de forma hipertextual, contando
histórias, relatando situações que se interconectam e ampliam, e, nos levam a novos
significados importantes, inesperados ou que terminam diluindo-se nas ramificações de
significados secundários. É a comunicação ―linkada‖, através de nós intertextuais. A leitura
hipertextual é feita como ―ondas‖, em que uma leva a outra, acrescentando novas
significações, com a implantação do computador e da internet nos ambientes escolares
aumenta a utilização dessa linguagem. Nesta linha, MERCADO (1999, p.68) afirma que ―A
30
base da internet é o hipertexto, sistemas que estão cada vez mais se disseminando no ensino
apoiado por novas tecnologias, por ser totalmente dirigidos pelo usuário‖. E acrescenta que:
O Hipertexto pode ser definido como um sistema que permite criar e manter
conjunto de trechos em textos interligados de forma não seqüencial. Quando além de
trechos e gráficos, o sistema suporta outros meios, tais como fotografias, filmes,
animação, voz, música, recebe o nome de hipermeios ou hipermídias, ou seja, são
documentos em hipertexto, que envolve gráficos, texto, som, vídeo. [...] (Idem, p
68).
Atualmente, cada vez mais processamos também a informação de forma multimídica,
juntando pedaços de textos de várias linguagens superpostas simultaneamente, que compõem
um mosaico impressionista, na mesma tela, e que se conectam com outras telas multimídia.
MERCADO (1999, p.69) ―multimídia é um recurso característico da Internet, com o uso
multisensorial, integrado, intuitivo e interativo da informação reunindo diversas tecnologias
num só sistema, [...]. A leitura é cada vez menos seqüencial. As conexões são tantas que o
mais importante é a visão ou leitura em ―flash‖, no conjunto, uma leitura rápida, que cria
significações provisórias, dando uma interpretação rápida para o todo.
Neste sentido o autor relata que convivemos com essa diferente forma de
processamento e de acordo com os objetivos pretendidos predominará o processamento
seqüencial, hipertextual ou o multímidico, ou seja para objetivos bem específico e bem
determinado, predominará o processamento seqüencial, para pesquisas, projetos de médio
prazo, interessará hipertextual e se tivermos de dar respostas imediatas e situar-nos
rapidamente, precisaremos do multimídico, mas ressalta que quanto mais mergulhamos na
sociedade da informação, mais rápidas são as demandas por respostas instantâneas, em
síntese, cada vez mais são difundidas as formas de informação multimídica ou hipertextual e
menos a lógica-sequencial. As crianças e jovens estão totalmente sintonizados com a
mutimídia e quando lidam com texto fazem-no mais facilmente com texto conectado através
de links, de palavra-chave, o hipertexto. Por isso o livro se torna uma opção inicial menos
atraente; podemos utilizar todos os momentos, mas teremos maior repercussão se
começarmos pela mutimídica, passarmos para hipertextual e, em estágios mais avançados,
concentrarmo-nos na lógico-sequencial.
31
Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e
de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de
comunicação. Uma das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a
variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em
espaços menos rígidos, menos engessados. Temos informação demais e dificuldades
em escolher quais são significativas para nós em conseguir integrá-las dentro da
nossa mente e da nossa vida. (MORAN, 2009, p.29).
O acúmulo de muitos dados, muita informação não significam necessariamente mais e
melhor conhecimento, as tecnologias podem trazer, hoje, textos, dados, imagens, sons,
resumos de forma mais rápida e atraente e o papel principal do professor é ajudar e orientar o
aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los para ter significados a eles.
Vale ressaltar que para MORAM (2009, pp. 30-32), afirma que o professor com o
acesso das tecnologias e telemáticas pode se tornar um orientador/gestor do processo de
aprendizagem e apresenta alguns princípios norteadores:
. Integrar tecnologias, metodologias, atividades. Integrar texto escrito, comunicação
oral, escrita, hipertextual, multimídica. Aproximar as mídias, as atividades,
possibilitando que transitem facilmente de um meio para o outro, de um formato para
o outro. Experimentar as mesmas atividades em diversas mídias. Trazer o universo do
audiovisual para dentro da escola.
. Variar a forma de dar aula, as técnicas usadas em sala de aula e fora dela, as
atividades solicitadas, as dinâmicas propostas, o processo de avaliação. A
previsibilidade de que o docente vai fazer pode tornar-se um obstáculo intransponível.
A repetição pode tornar-se insuportável, a não ser que a qualidade do professor
compense o esquema padronizado de ensinar:
. Planejar e improvisar, mudar, adaptar-se ás circunstâncias, ao novo. Diversificar,
mudar, adptar-se continuamente a cada grupo, a cada aluno, quando necessário.
. Valorizar a presença no que ela tem de melhor e a comunicação virtual no que ela
nos favorece. Equilibrar a presença e a distância, a comunicação ―olho no olho‖ e a
telemática.
O importante na utilização do computador e da internet é o acesso a essas tecnologias.
É imprescindível a existência de equipamentos e salas adequadas para garantir o acesso
32
freqüente dos professores e alunos, seguido da capacitação para o uso do computador e seus
aplicativos em um estágio básico, avançando para a utilização da internet suas ferramentas:
e´mail, fóruns, lista de discussão, pesquisa em sites de busca, construção de página entre
outras. É claro que a sua utilização deverá estar pautada sempre no uso pedagógico em favor
de uma aprendizagem cada vez mais colaborativa.
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EDUCAÇÃO COLABORATIVA
Com as mudanças exponenciais pelo uso das tecnologias nesta sociedade caracterizada
como a sociedade do conhecimento e com o efeito da globalização acelera ainda mais a
mudança em todos os níveis da sociedade, exigindo uma educação cada vez mais planetária,
onde as nações passaram a experimentar as integrações financeiras, econômicas, políticas,
culturais e sociais, gerando uma relação de interdependência dentro de uma estrutura
capitalista sobre uma versão neoliberal, uma mudança pautada na transição de uma sociedade
industrial para uma sociedade de bens materiais e consumo - o que aumentou a disparidade
entre as nações ricas e pobres – onde o conhecimento é uma estrutura de poder, a produção
intelectual e científica exige o uso intenso da tecnologia, essa transição afeta todos os setores
da sociedade, principalmente a educação que é considerada o pilar de sustentação do
conhecimento sistematizado.
Para BEHRENS, 2009 o novo paradigma de ciências pelo advento da física quântica,
tornou-se fato marcante no século XX, em especial nas últimas décadas, com o
desmoronamento da proposição newtoriana-cartesiana. A tradicional visão cartesiana, que
acompanhou todas as áreas no século XIX e grande parte do século XX, não dá mais conta
das exigências da comunidade científica na sociedade moderna. A proposição mecanicista e
reducionista que levou à fragmentação e deve ser superada pelo paradigma da sociedade do
conhecimento que propõe uma visão holística.
As exigências de uma sociedade globalizada afetam diretamente a formação
profissional em todas as áreas do conhecimento. A sociedade contemporânea exige uma
33
formação qualitativa de profissionais que precisam estar preparados para aprender ao longo da
vida podendo intervir, adaptar-se e criar novos cenários.
Neste momento histórico da sociedade do conhecimento desencadeou mudanças para
ultrapassar a visão de terminalidade nos cursos de graduação profissional, para uma formação
continuada permanente. Nesta perspectiva, professor precisa repensar a sua prática
pedagógica, pois o universo informacional aumentou exponencialmente e, vai continuar
expandindo, precisa ter consciência de que é humanamente impossível absorver todo esse
universo da informação para transmitir a seus alunos, portanto o eixo da ação docente precisa
passar do ensinar para enfocar o aprender, principalmente, o aprender a aprender.
A produção do conhecimento demanda ações que levem professor e aluno a buscar o
processo de investigação e pesquisa. A grande quantidade de informações acumulada em
todas as áreas, com potencial real de armazenamento em bancos de dados variados, gera a
necessidade de aprender acessar essas informações disponíveis em redes informatizadas, que
agiliza e desafia o docente a buscar nova metodologia para ultrapassar o seu papel em suma
autoritário, dono da verdade absoluta, para tornar um investigador, um pesquisador do
conhecimento crítico e reflexivo. Nesta nova visão, o professor deve mudar o foco do ensino
reprodutivo do conhecimento para a aprendizagem, em especial ―aprender a aprender‖,
superando a reprodução abrindo espaços coletivos de busca investigativa, crítica e reflexiva
para produção do conhecimento seu e do aluno. Portanto o professor precisa refletir e
realinhar sua prática pedagógica no sentido de criar possibilidades de instigar a aprendizagem
do aluno. Então, o foco passa da ênfase do ensinar para a ênfase do aprender.
O paradigma baseado na transmissão do conhecimento pelo professor para alunos
silenciosos, sentados, enfileirados que passivamente procuravam assimilar a aprendizagem
através da escuta, leitura, escrita e memorização não retrata a realidade. No contexto atual, há
necessidade de docentes inovador, criativo, articulador, coordenador e parceiro de aluno,
buscando e estimulando sempre a análise, a criatividade, a criticidade, a reflexão e a pesquisa,
num processo organizado e sistematizado para a produção coletiva do conhecimento.
Conforme BEHRENS,
O desafio imposto aos docentes é mudar o eixo do ensinar para optar pelos caminhos
que levem ao aprender. Na realidade, torna-se essencial que professores e alunos
estejam num permanente processo de aprender a aprender. (BEHRENS, 2009, p. 73)
34
JAQUES DELORS (1998) coordenou o ―Relatório para a UNESCO da Comissão
Internacional sobre Educação para o Século XXI‖, no qual aponta a necessidade de uma
educação continuada ao longo de toda vida, apresentando aprendizagens fundamentais
pautada em quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e
aprender a ser.
O autor enumera como primeiro pilar, o aprender a conhecer:
Este tipo de aprendizagem que visa não tanto à aquisição de um repertório de
saberes codificados, mas antes o domínio dos próprios instrumentos do
conhecimento pode ser considerado, simultaneamente, como um meio e como uma
finalidade da vida humana. Meio, porque se pretende que cada um aprenda a
compreender o mundo que o rodeia, pelo menos na medida em que isso lhe é
necessário para viver dignamente, para desenvolver as suas capacidades
profissionais, para comunicar. Finalidade, porque seu fundamento é o prazer de
compreender, de conhecer, de descobrir. (DELORS, 1998, p. 91)
Como segundo pilar, o autor aponta aprender a fazer:
Aprender a fazer não pode, pois, continuar a ter o significado simples de preparar
alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo participar no fabrico
de alguma coisa. Como conseqüência, as aprendizagens devem evoluir e não podem
mais ser consideradas como simples transmissão de práticas mais ou menos
rotineiras, embora estas continuem a ter um valor formativo que não é de desprezar.
(Idem, p. 93)
O terceiro pilar enumerado por DELORS refere-se ao aprender a viver juntos:
A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a
diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das
semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta. Desde
tenra idade a escola deve, pois, aproveitar todas as ocasiões para esta dupla
aprendizagem. (Ibidem, pp. 97,98)
35
Esse pilar alerta que ―as escolas precisam rever seus processos pedagógicos que ainda
neste momento histórico instigam o trabalho individual, competitivo e mecanicista‖
(BEHRENS, 2001, p.82). Na interpretação da autora:
A visão holística implica pensar coletivamente, uns dependendo do
sucesso dos outros, das parcerias, do trabalho coletivo. Portanto, a
escola precisa oferecer situações de problematizações, fazendo refletir
sobre a realidade, para que os alunos aprendam a administrar
conflitos, pensamentos divergentes, respeitar a opinião dos outros,
saber contra-argumentar sem que esse processo seja de luta, agressão
e competitividade. (Idem, p. 82)
O Quarto pilar refere-se ao aprender a ser. DELORS destaca:
A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa — espírito e
corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal,
espiritualidade. Todo o ser humano deve ser preparado, especialmente graças à
educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos
e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si
mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. (DELORS, 1998, p. 99)
O relatório apresenta um novo paradigma para a educação, o foco principal é a
aprendizagem, o aprender passa a ocupar o centro educacional e a aprendizagem passa ater
um novo significado, sendo concebida como um processo contínuo de apropriação individual
para superar a simples acumulação do conhecimento, pois coloca o próprio indivíduo como
responsável pela sua formação, devendo procurá-la, analisá-la e selecioná-la de acordo com as
suas necessidades do conhecimento para sua integração ou sobrevivência na sociedade.
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36
REDE COLABORATIVA DE APRENDIZAGEM
Vivemos num mundo tecnológico e o seu emprego em determinadas áreas apresentam
contrastes interessantes, por exemplo, na educação enquanto há professores que usa e abusa
do quadro e giz, há professores interconectados na rede mundial de computadores. Existe uma
atualização tecnológica numa velocidade impressionante, que em determinadas áreas do
conhecimento a obsolescência é quase imediata, mas em educação a integração dos recursos
tecnológicos é muito importante, uma nova tecnologia não substitui à velha e a integração
dessas tecnologias é fundamental, diante das inovações a formação continuada dos
professores é extremamente necessária para não ficar ultrapassado no tempo.
A forma mais utilizada para a formação continuada é a Educação a Distância (EAD),
que emprega vários recursos tecnológicos desde os impressos, auditivos e os visuais.
Atualmente está sendo empregados os recursos digitais, especialmente a internet, esse novo
recurso chamado de E-learning (aprendizagem eletrônica). Através da E-learning a EAD
tornou-se mais rápida, encurtando o espaço e o tempo, além de integrar vários recursos
tecnológicos tornando o processo mais eficiente e produtivo.
A E-learning utiliza de novos recursos tecnológicos, alguns bem conhecidos como:
pagina da web, e`mail, chats, fóruns, lista de discussão, videoconferência, entre outros. Essa
aprendizagem eletrônica criou uma pedagogia emergente que pode ser chamada de ―rede
colaborativa de aprendizagem‖, onde o aluno assume o papel de aprendiz e passa a ser o
sujeito ativo de sua aprendizagem, devendo interagir com seus colegas, através de recursos
tecnológicos, onde cada participante possa expressar suas idéias, defendê-las, depurá-las e
redefini-las para a construção individual e coletiva do conhecimento. O professor assume uma
nova função neste processo de aprendizagem, passando a ser um facilitador em vez de mero
transmissor de conhecimento, buscando desenvolver a consciência no aluno sobre a
importância da integração participativa, acompanhando, organizando, fazendo as
interferências necessárias para bom desenvolvimento das atividades colaborativas, onde os
discentes possam expressar seus pensamentos, opiniões de várias formas com reflexão e
criticidade para reafirmar e ordenar conceitos. A forma de avaliação desta pedagogia deve ser
diferenciada, as provas devem ser substituídas por um acompanhamento individualizado da
participação do aluno.
37
A utilização da rede colaborativa de aprendizagem, através do uso dos novos recursos
tecnológicos é uma nova pedagogia e a sua utilização evidencia algumas barreiras formativas
que precisam ser transpostas, pois existem resistências as inovações, normalmente as pessoas
rejeitam o que não dominam antes mesmo de conhecer, por isso esta nova pedagogia deve ser
aprendida para a sua apropriação e utilização a contento.
O professor ao apresentar uma metodologia emergente, baseadas em formas
diferenciadas de apropriação do conhecimento e produção do próprio conhecimento, pode
enfrentar resistências por parte dos alunos e colegas de profissão. O poder de convencimento
do professor devera estar pautado na sua atuação e qualificação profissional.
Topo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
DELORS, Jacques et al. Learning: the treasure within. Trad. de José Carlos Eufrázio.
SãoPaulo: Cortez Editora, 1998. Disponível em
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