ficha para identificaÇÃo produÇÃo didÁtico · póstumas de brás cubas e dom casmurro de...
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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: Com licença, sou mulher: diálogo entre figuras femininas machadianas e mulheres da vida real
Autor Maria Sívia Vieira Pellegrini
Disciplina/Área (ingresso no PDE) Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização
Colégio Estadual “Marcílio Dias” – Ensino Fundamental, Médio
e Normal
Município da escola Itambaracá
Núcleo Regional de Educação Cornélio Procópio
Professor Orientador Marcos Hidemi de Lima
Instituição de Ensino Superior UENP - CCP
Relação Interdisciplinar (indicar,
caso haja, as diferentes disciplinas
compreendidas no trabalho)
História, Artes, Sociologia
Resumo
(descrever a justificativa, objetivos
e metodologia utilizada. A
informação deverá conter no
máximo 1300 caracteres, ou 200
palavras, fonte Arial ou Times New
Roman, tamanho 12 e
espaçamento simples)
Este trabalho tem como finalidade apresentar uma
proposta de leitura alternativa e prazerosa das obras
clássicas Memórias póstumas de Brás Cubas e
Dom Casmurro de Machado de Assis, analisando
suas personagens femininas e sua posição social
frente ao regime patriarcal da época, a fim de
estabelecer um diálogo com as mulheres da vida
real, valendo-se, para isso, de diversos gêneros
textuais como imagens, letras de músicas, charges,
tiras, filmes. Mediante essas múltiplas leituras,
buscam-se práticas que contemplem o processo de
letramento literário, relacionando-se leitura dos
clássicos com outras obras não clássicas, de modo
a fazer que o educando torne-se um leitor apto e
autônomo, capaz de desenvolver uma leitura crítica
do mundo.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) personagens femininas; posição social; diálogo
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo (indicar o grupo para
o qual o material didático foi
desenvolvido: professores, alunos,
comunidade)
2º ano do Ensino Médio
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
NRE: Cornélio Procópio Município: Itambaracá
Nome: Maria Sívia Vieira Pellegrini
Email: [email protected]; [email protected];
Escola: Colégio Estadual Marcílio Dias
Fone: 35431371
Disciplina: Língua Portuguesa/ Literatura
Série: 2º ano Ensino Médio
Conteúdo Estruturante: O discurso como prática social
Conteúdo Específico: Personagens femininas de Machado de Assis
Orientador: Prof. Dr. Marcos Hidemi de Lima
Caracterização do material didático: Unidade didática
Sinopse: Este trabalho tem como finalidade apresentar uma proposta de leitura
alternativa e prazerosa das obras clássicas Memórias póstumas de Brás Cubas e
Dom Casmurro de Machado de Assis, analisando suas personagens femininas e
sua posição social frente ao regime patriarcal da época, a fim de estabelecer um
diálogo com as mulheres da vida real, valendo-se, para isso, de diversos gêneros
textuais como imagens, letras de músicas, charges, tiras, filmes. Mediante essas
múltiplas leituras, buscam-se práticas que contemplem o processo de letramento
literário, relacionando-se leitura dos clássicos com outras obras não clássicas, de
modo a fazer que o educando torne-se um leitor apto e autônomo, capaz de
desenvolver uma leitura crítica do mundo.
Motivação
Observe as imagens a seguir:
Figura 1 Figura 2
http://www.google.com.br http://portuguesemissesdressy.com
Questão 1
a) Que características são possíveis notar na mulher da figura 1?
Escreva sobre sua expressão fisionômica, seu vestuário, sua postura.
b) Em que época você imagina que vivia essa mulher? Como era o
seu estilo de vida?
Questão 2
a) Que características você pode observar na mulher da figura 2?
Como é sua expressão, vestuário, postura? Que época ela representa?
b) Qual das duas imagens lhe chama mais atenção? Por quê?
Questão 3
Você conhece alguma mulher que tenha se destacado na história? Qual (is)?
Atividades
- Pesquise em jornais, livros, revistas, internet, mulheres que se destacaram
na história da humanidade. Recolha fotos, recortes de jornais, revistas ou mesmo
imprima imagens dessas mulheres e traga para sala de aula.
- Montar um painel com as imagens pesquisadas para que possam ser
apreciadas pela comunidade escolar.
Agora, com o painel montado tendo as mulheres em destaque devido a sua
contribuição para a história, responda:
Como seria a sociedade sem a presença da
figura feminina?
Escreva a sua resposta em cartões coloridos cole-a ao lado do painel
montado.
Introdução
Pesquise sobre Machado de Assis: vida, obras e características
que singularizam seus textos. Essa atividade pode será feita no próprio
laboratório de informática da escola, onde também pode ocorrer a impressão
do material.
Abram uma discussão sobre os resultados e organizem uma
exposição em um painel para a apreciação da comunidade escolar.
Vocês sabiam
que as mulheres
e seus amores são
uma temática
recorrente na
obra de Machado
de Assis?
Leitura
Algumas personagens femininas são conhecidas pelas obras Memórias
póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro de Machado de Assis.
Essas personagens femininas são tão relevantes que chegam, muitas vezes,
a concentrar toda a atenção do narrador sobre elas.
Já ouviram falar sobre Marcela? Virgília? Eugênia? E Capitu?
Analisem as capas das várias edições que encontramos dos
romances Memórias póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro.
http://www.atica.com.br
http://lerlivronocelular.com.br/livro-dom-casmurro-baixar-download/
Então vamos iniciar a leitura da obra Memórias póstumas de Brás Cubas
de Machado de Assis.
1ª parte
Vamos ler o primeiro capítulo da obra em classe, e depois continuar a leitura
extraclasse até o capítulo XVII.
Intervalo 1
Sugestão de atividade 1:
Após a leitura desses capítulos podemos perceber uma das personagens
femininas. Quem é ela? Escreva sobre essa personagem, suas características,
modo de ser, atitude, posição social. Registre no caderno. Depois em grupo de no
máximo três alunos, desenhem em papel craft o contorno de como vocês imaginam
que seria o seu corpo (perfil) levando em consideração as características da
personagem descrita. Escreva as características levantadas dessa personagem
dentro desse contorno.
Sugestão de atividade 2:
Leitura do texto
COMPORTAMENTO
Prostituição na era da tecnologia
Revista superinteressante março/2011
http://super.abril.com.br/cotidiano/prostituicao-era-tecnologia-623042.shtmle
Após ter conhecido a personagem Marcela de Machado de Assis e ter lido o
texto da revista Superinteressante, faça uma comparação da personagem com as
prostitutas modernas. Escreva as semelhanças e/ou diferenças.
2ª parte
Intervalo 2
Após ter lido até o capítulo XXXIII, descobrimos outra personagem feminina
que foi denominada “a flor da moita”
Sugestão de atividade 1:
Escreva sobre Eugênia suas características, modo de ser, atitude, posição
social. Registre no caderno. Depois, em grupo de no máximo três alunos, desenhem
em papel craft o contorno de como vocês imaginam que seria o seu corpo (perfil)
levando em consideração as características da personagem descrita. Escreva as
características levantadas dessa personagem dentro desse contorno.
Sugestão de atividade 2:
Apreciação e análise da tela “O Nascimento de Vênus” de Sandro Botticelli,
têmpera sobre tela:
Data: 1483 (529 anos) Dimensões: 172,5cm X 278,5cm
Localização: Galleria degli Uffizi, Florença fonte:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/tvmultimidia/imagens/4portugues/4Ona
scimentodaVenusenascimento_venus.jpg
Qual é a temática dessa tela e o que mostra ao interlocutor?
Quais as cores que predominam na obra?
O que a escolha desses tons revela?
A forma do corpo e as ações das personagens que compõem a
cena transmitem quais sentimentos?
Registre suas impressões em cartões coloridos
Expor a obra num painel e colar os cartões coloridos com as impressões
escritas.
Sugestão de atividade 3
Assista ao videoclipe da música “Mulher” de Elba Ramalho, com a leitura da
letra da canção e discussão sobre as impressões causadas pelas imagens e
fotografia do clipe.
http://letras.mus.br/elba-ramalho/468413/
http://www.vagalume.com.br/elba-ramalho/mulher.html#ixzz24wnuIYhO
Qual trecho dessa canção podemos fazer relação com a personagem
Eugênia de Machado de Assis? Justifique sua
resposta, faça suas observações e anote-as no
caderno.
Sugestão de atividade 4
Mafalda representa o estereótipo da mulher
contemporânea, emancipada: ela é bem informada,
contestadora, “revolucionária”. Preocupa-se com os
problemas mundiais e políticos e não com os afazeres
domésticos, o que é o maior motivo de crítica em
relação à sua mãe que é, frequentemente, humilhada
pela filha por não ser formada e assumir o papel de
“mulher submissa”. Para Mafalda a vida doméstica da
mãe está totalmente relacionada ao seu fracasso
pessoal.
Mafalda coloca sua mãe, como alvo principal de observação e de críticas, em
virtude da atitude submissa e totalmente entregue à própria sorte de dona de casa.
Leia com atenção a tira de Mafalda e responda as perguntas as seguir:
http://blogueirasfeministas.com
1) No 1º quadrinho, Mafalda observa a mãe, arrumando o uniforme
que irá usar pela primeira vez para ir à escola. Ambas as personagens
demonstram preocupação.
a) Qual é a preocupação de Mafalda?
b) Qual é a preocupação de sua mãe?
2) No 2º quadrinho Mafalda usa uma estratégia para acalmar sua
mãe. Que estratégia é essa?
Você sabia que
Brás Cubas é o
“livro de
cabeceira” de
Woody Allen?
CINEASTA DESTACA AS CINCO OBRAS QUE MAIS CAUSARAM IMPACTO EM SUA VIDA; O CLÁSSICO DA LITERATURA BRASILEIRA DE MACHADO DE ASSIS ESTÁ ENTRE ELES
SE VOCÊ QUISER SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO ACESSE:
WWW. HTTP://OGLOBO.GLOBO.COM/CULTURA/WOODY-ALLEN-ELEGE-MEMORIAS-
POSTUMAS-DE-BRAS-CUBAS-COMO-UM-DE-SEUS-LIVROS-FAVORITOS-
2773696
3) No 3º quadrinho nota-se um julgamento da Mafalda sobre a
atitude de sua mãe. Fale sobre isso.
4) No 4º e último quadrinho Mafalda usa de ironia depois de ter tido
uma verdade a sua mãe. Em que consiste essa ironia?
5) Observando as falas de Mafalda e os seus gestos na tira, qual é
a ideia que Mafalda faz dos estudos?
3ª parte
Intervalo 3
Após ter lido a obra até o capítulo LXIII, já conhecemos mais uma
personagem feminina: Virgília.
Sugestão de atividade 1
Escreva sobre Virgília suas características, modo de ser, atitude, posição
social. Registre no caderno. Depois em grupo de no máximo três alunos, desenhem
em papel craft o contorno de como vocês imaginam que seria o seu corpo (perfil)
levando em consideração as características da personagem descrita. Escreva as
características levantadas dessa personagem dentro desse contorno.
Sugestão de atividade 2
Atividades de Comparação de Textos
Vamos ouvir as músicas “Ai, que saudades da Amélia”
(Autoria: Mário Lago, música: Ataulfo Alves-1941) e
“Desconstruindo Amélia” da cantora Pitty.
http://vagalume.com.br
http://letras.mus.br
Curiosidades da MPB.
A música “Ai, que saudades da Amélia”
(gravada em 1941 e sucesso no
Carnaval de 1942), grande sucesso de
Ataulfo Alves e Mário Lago, teve como
inspiração, segundo pesquisadores, um
fato real. A história foi contada por
pessoas do ciclo de amizade dos dois
autores com pequenas alterações nas
versões. Mário Lago não gostou muito
das alterações que Ataulfo Alves fez na
letra (tratava-se de um poema de três
quadras), a fim de adequá-la à melodia
que compusera. Segundo os
historiadores da MPB Tárik de Souza e
José Ramos Tinhorão os dois discutiram
bastante, mas os ânimos esfriaram e
acabaram fazendo outras parcerias
como, por exemplo, “Atire a primeira
pedra” (1943).
http://www.drzem.com.br
Depois de conhecer o 1º texto (música “Ai, que Saudades da Amélia”) e o
2º texto (vídeo musical, “Desconstruindo Amélia”), vamos analisá-los:
1) Observe o título do 1º texto e do 2º texto. O que eles têm em comum?
2) No 1º texto são destacados dois tipos de mulher. Basicamente, quais são os
valores que caracterizam uma e outra?
3) O título do 2º texto é “Desconstruindo Amélia”. O que você entende por
desconstruir?
4) Em qual estrofe do 2º texto faz uma referência a Amélia do 1º texto?
Justifique com partes do texto.
5) Que mudança de estado ocorre no texto “Desconstruindo Amélia” e em que
estrofe?
6) Os dois textos coloca em confronto dois tipos distintos de mulher, cada um
valorizado de modo diferente segundo o ponto de vista de quem analisa.
a) Segundo o ponto de vista do narrador do 1º texto, qual dos dois tipos
de mulher é mais valorizado?
b) Segundo o ponto de vista do narrador do 2º texto, que tipo de mulher
tem mais valor?
7) Para você, o que é ser mulher de verdade?
8) Pela leitura da obra Memórias póstumas de Brás Cubas até o momento
sabemos que a personagem Virgília era diferente das demais mulheres de
sua época. Para a sociedade, ela cumpria o seu papel de mulher submissa:
esposa fiel, mãe dedicada. No entanto, era uma mulher que buscava os seus
anseios como “mulher”. Tornou-se amante e adúltera.
Sabendo disso, em qual perfil das personagens dos dois textos ela melhor se
encaixa e por quê?
9) Pesquise em diversas fontes imagens de mulheres executivas, independentes
e realizadas profissionalmente. Escolha uma delas e, por escrito, destaque
aspectos positivos e negativos que esta mulher enfrenta nos dias de hoje.
Marina Colasanti
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arq
uivos/File/tvmultimidia/imagens/2010/lingua
_portuguesa/marina.jpg
Marina Colasanti, contista, cronista e poeta,
é também autora de livros infanto-juvenis.
Nascida em Asmara, Etiópia, morou 11
anos na Itália, antes de vir para o Brasil. Por
duas vezes recebeu o Prêmio Jabuti, com
Eu sei mas não devia e Rota de Colisão.
Publicou ainda: E por falar em amor, Contos
de amor rasgados, Aqui entre nós,
Intimidade pública, Eu sozinha, Zoológico, A
morada do ser, A nova mulher, Mulher
daqui pra frente, Gargantas abertas, O
leopardo é um animal delicado (de onde foi
extraído o texto acima), Uma ideia toda
azul, e Doze reis e a moça do labirinto de
vento.
Sugestão de atividade 2
Leitura e análise do conto: “É a alma, não é?” de
Marina Colasanti
1. No conto a personagem Marta faz uma análise
do seu casamento, que não é mais o mesmo de
antes. A que ela se compara?
2. Qual foi o motivo que fez com que ela iniciasse
uma reflexão sobre o seu casamento?
3. A que conclusão ela chegou sobre o seu
casamento após essa reflexão?
4. A distância entre ela e o marido não termina
com o fim do conto, pelo contrário, a autora não
concluiu os pensamentos de Marta com uma
atitude da personagem que guiaria ao divórcio.
Na sua opinião, Marta está certa de continuar
presa no seu âmbar? Justifique sua resposta.
Sugestão de atividade 3
Charge eletrônica
http://charges.uol.com.br/2012/08/24/dilma-canta-glamurosa/
1) Quem é parodiado no texto?
2) Qual o assunto dessa charge?
3) Que críticas podem ser observadas no texto?
4) Qual é a importância da escolha musical ao conteúdo do texto?
5) O que Dilma quis dizer que estando na frente de Cristina e das outras
mulheres citadas “isso não se paga”?
6) Na sua opinião, Dilma é qualificada para ser presidente do Brasil? Justifique
sua resposta.
Primeira Interpretação
1ª parte:
Leitura da obra em cordel
Nesta adaptação de Memórias
póstumas para o cordel, o poeta Varneci
Nascimento conserva a essência do original,
primando pela concisão e clareza. Em estrofes de
seis versos, a ironia e o humor refinado de Machado de Assis podem ser
percebidos por aqueles que conhecem o original.
Com a pena da galhofa,
Tinta da melancolia,
Vou contar depois de morto
Como eu vivi um dia,
Cumprindo uma obrigação
Que para o mundo eu devia.
2ª parte
Após a leitura da obra em cordel vamos as seguintes atividades:
1) O poema lido obedece à estrutura da narrativa? (O que aconteceu, com quem
aconteceu, quando e onde, houve um clímax, como foi o epílogo?)
2) Explore a estrutura apresentada no poema. (Esquema de rimas, estrofes,
versos...)
3) Alguns dos mitos do cordel aparecem no texto?
4) Se existe um narrador neste texto, que papel ele desempenha?
5) Você apreciou a obra escrita em cordel? Justifique sua opinião.
6) Faça uma xilogravura para representar esta obra.
Quem é Varneci Nascimento?
O poeta Varneci Santos do Nascimento nasceu em Banzaê, Bahia, no dia 24 de abril de 1978. Revelação da poesia popular, Varneci é autor de cerca de 150 folhetos de Cordel, muitos dos quais contam histórias bíblicas. Seu primeiro folheto foi escrito em 1998. Graduado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, profere palestras e ministra oficinas sobre literatura de cordel. Atualmente, reside em São Paulo. Autor, entre outros, dos seguintes títulos: O massacre de Canudos, A morte e a justiça, Cangaço – um movimento social, Visita de Lampião a Padre Cícero no céu. Para a Coleção Clássicos em Cordel, escreveu Memórias Póstumas de Brás Cubas e A escrava Isaura.
Contextualização histórica
Quem desperdiça seu voto votando em branco ou nulo não imagina quantas
pessoas morreram pelo direito de escolher seus governantes. Até meados do
século XIX, as mulheres serviam somente para afazeres domésticos e
procriação. Não tinham direito nenhum, muito menos ao voto!
O que você sabe sobre o movimento sufragista?
Mulheres e política
Pesquise sobre o Movimento sufragista no
mundo e no Brasil.
Fatos que marcaram a luta feminina
Lei de cotas na política
Participação feminina no Brasil
Com os textos pesquisados monte um painel para
a apreciação de toda comunidade escolar.
http://freedomdefined.org/File:Fd_sq_icon_sa.svg
Fonte para pesquisa: http://www.educacional.com.br/reportagens/eleicoes_mulheres-
politica/parte-04.asp
Redija um ensaio respondendo a pergunta
“Mulher vota em mulher?”
Contextualização temática
Você irá conhecer outra personagem também de Machado de Assis pertencente
à obra Dom Casmurro – Capitu.
http://www.google.com.br
CXXIII – OLHOS DE RESSACA
Bentinho é surpreendido pela mulher ao vê-la encarando, com olhos de ressaca, o amigo
Escobar que estava morto no caixão. Será que ele sentiu ciúmes nesse momento? Não era para ele
chorar a perda do amigo nesta ocasião tão triste? Não seria uma desconsideração para com o amigo
morto? Leia o capítulo e comente.
Enfim, chegou a hora da encomendação e da
partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o
desespero daquele lance consternou a todos. Muitos
homens choravam também, as mulheres todas. Só
Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si
mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio
dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente
fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas ...
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa,
olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga,
e quis levá-la; mas o cadáver parece que a tinha também. Momento houve em que
os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras
desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar
também o nadador da manhã (MACHADO DE ASSIS, 1900, p. 160).
Olhos de cigana oblíqua e dissimulada
1) Na sua opinião, por que Capitu conteve as lágrimas no velório
de Escobar? Justifique.
2) Pela história de Dom Casmurro fica claro que o filho de
Bentinho com Capitu, Ezequiel, se parece com Escobar, amigo do
casal. Esse fato colabora para que a desconfiança de Bentinho com a
esposa Capitu aumente ainda mais.
a) Na sua opinião, essa semelhança poderia ser verdadeira
ou era o ciúme doentio de Bentinho que turvava a sua visão?
b) Esse fato aconteceu no século XIX. E se tivesse
acontecido nos dias de hoje, como essa situação se resolveria,
levando em consideração o avanço da ciência e da medicina?
CXXXV – OTELO
Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu
não vira nem lera nunca; sabia apenas o assunto, e estimei a coincidência. Via as
grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, - um simples lenço! - e aqui dou
matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes, pois não me
pude furtar à observação de que um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e
compor a mais sublime tragédia deste mundo. Os lenços perderam-se, hoje são
precisos os próprios lençóis; alguma vez nem lençóis há, e valem só as camisas.
Tais eram as ideias que me iam passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida
que o mouro rolava convulso, e lago destilava a sua calúnia. Nos intervalos não me
levantava da cadeira; não queria expor-me a encontrar algum conhecido. As
senhoras ficavam quase todas nos camarotes, enquanto os homens iam fumar.
Então eu perguntava a mim mesmo se alguma daquelas não teria amado alguém
que jazesse agora no cemitério, e vinham outras incoerências, até que o pano subia
e continuava a peça. O último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu devia morrer.
Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas e puras, e a fúria do
mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público.
_ E era inocente, vinha eu dizendo rua abaixo; - que faria o público, se ela
deveras fosse culpada, tão culpada como Capitu? E que morte lhe daria o mouro?
Um travesseiro não bastaria; era preciso sangue e fogo, um fogo intenso e vasto,
que a consumisse de todo, e a reduzisse a pó, e o pó seria lançado ao vento, como
eterna extinção...
Vaguei pelas ruas o resto da noite. Ceei, é verdade, um quase nada, mas o
bastante para ir até à manhã. Vi as últimas horas da noite e as primeiras do dia, vi
os derradeiros passeadores e os primeiros varredores, as primeiras carroças, os
primeiros ruídos, os primeiros albores, um dia que vinha depois do outro e me veria
ir para nunca mais voltar. As ruas que eu andava como que me fugiam por si
mesmas. Não tornaria a contemplar o mar da Glória, nem a serra dos Órgãos, nem a
fortaleza de Santa Cruz e as outras. A gente que passava não era tanta, como nos
dias comuns da semana, mas era já numerosa e ia a algum trabalho, que repetiria
depois; eu é que não repetiria mais nada.
Cheguei a casa, abri a porta devagarinho, subi pé ante pé, e meti-me no
gabinete; iam dar seis horas. Tirei o veneno do bolso, fiquei em mangas de camisa,
e escrevi ainda uma carta, a última, dirigida a Capitu. Nenhuma das outras era para
ela; senti necessidade de lhe dizer uma palavra em que lhe ficasse o remorso da
minha morte. Escrevi dois textos. O primeiro queimei-o por ser longo e difuso. O
segundo continha só o necessário, claro e breve. Não lhe lembrava o nosso
passado, nem as lutas havidas, nem alegria alguma; falava-lhe só de Escobar e da
necessidade de morrer. (MACHADO DE ASSIS, 1900)
Pesquisa
Neste capítulo da obra Dom Casmurro há referência à peça Otelo.
Leia, pesquise e traga informações sobre Otelo para debater com a classe.
Quem escreveu Otelo? Qual é o enredo dessa peça?
O que o narrador afirma sobre Otelo?
Qual a semelhança e relações entre a obra Dom Casmurro e a peça, quanto
à temática?
Em que se baseia Otelo para matar?
Em que se baseia Bentinho para desejar matar ou morrer?
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv00180a.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/838-2.pdf
2ª Interpretação
Vídeo/Filme:
Título original: “Io sono l’amore”
Título no Brasil: “Um Sonho de Amor"
Data de estreia: 19/08/2011
Gênero: Drama/Romance
País de origem: Itália
Ano de lançamento: 2009
Tempo de duração: 120 minutos http://emeirajunior.blogspot.com.br
Direção: Luca Guadagnino
Estúdio: Paris filmes
Sinopse: Há mais de duas décadas, Emma deixou a Rússia atrás de Tancredi
Recchi, que a pediu em casamento. Fazendo parte de uma poderosa família de
Milão ela se torna mãe de três filhos. Mas Emma, embora não seja infeliz, sente-se
perdida na sua vida. Até que um dia um talentoso chef de cozinha, amigo e sócio de
seu filho, desperta desejos em Emma. Não demora muito para que ela embarque
em uma perigosa relação com o jovem.
Após assistir ao filme, fazer uma apreciação crítica escrita. Observar aspectos
positivos e negativos da atitude da personagem principal. Destacar a (s)
personagem (ns) que mais lhe chamou a atenção e justificar.
Expansão
Para extrapolar o processo de leitura, vamos buscar em outros textos a
possibilidade de diálogo com a obra lida.
Texto fílmico:
Parahyba Mulher Macho (1983), dirigido por Tizuka Yamazaki,
baseado no livro Anayde – paixão e morte na Revolução de 30,
escrito por José Joffily, além do contexto histórico abordado em seu
pano de fundo – a morte de João Pessoa, governador da Paraíba,
que culminou com a Revolução de 30 em que Getúlio Vargas
assumiu a presidência da República – vem possibilitar o
questionamento do papel da mulher na sociedade, ao retratar a vida
amorosa e profissional de Anayde Beiriz (1905-1930), uma das
primeiras professoras de ensino de jovens e adultos do Brasil,
amante de João Dantas, o homem que matou João Pessoa.
Com atitudes revolucionárias para a época, Anayde Beiriz antecipa a
luta das mulheres contra a dominação e o pensamento patriarcal,
que só viria a ser fortemente combatido com a Revolução Feminista,
na década de 60, quando finalmente as vozes das mulheres não
puderam mais ser silenciadas.
Livro: Anayde – paixão e morte na revolução de 30 (José Joilly)
Outras sugestões:
Filme “O sorriso de Monalisa”
Recria a atmosfera e os costumes do início da década de 1950. Conta a
história de uma professora de arte que, educada na liberal Universidade de
Berkeley, na Califórnia, enfrenta uma escola feminina, tradicionalista –
Wellesley College, onde as melhores e mais brilhantes jovens mulheres dos
Estados Unidos recebem uma dispendiosa educação para se transformarem
em cultas esposas e responsáveis mães. No filme, a professora irá tentar
abrir a mente de suas alunas para um pensamento liberal, enfrentando a
administração da escola e as próprias garotas.
Para incentivar o gosto pela obra “Dom Casmurro”, indica-se o filme “DOM”.
Nele se pode ver o enredo de Dom Casmurro transposto para a atualidade.
Livro: “O doce veneno do escorpião” do jornalista Jorge Tarquini.
Contextualização de Virgília “Madame Bovary” de Gustave Flaubert.
“São Bernardo” de Graciliano Ramos.
“A sorte dos pobres: Eugênia” de Roberto Schwarz
Referências
COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto,
2006.
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. 39 ed. São Paulo: Ática, 2000.
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 28 ed. São Paulo:
Ática, 2001.
SOUZA, Ana Lúcia Silva; CORTI, Ana Paula; MENDONÇA, Márcia. Letramentos no
ensino médio. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
GUIMARÃES, Alexandre Huady Torres; BATISTA, Ronaldo de Oliveira. Língua e
Literatura: Machado de Assis na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial,
2012.
NASCIMENTO, Varneci. Memórias póstumas de Brás Cubas em cordel. 2ª ed.
São Paulo: Nova Alexandria, 2010.
Links consultados: http://super.abril.com.br/cotidiano/prostituicao-era-tecnologia-623042.shtmle
http://letras.mus.br/elba-ramalho/468413/
http://www.vagalume.com.br/elba-ramalho/mulher.html#ixzz24wnuIYhO
http://blogueirasfeministas.com
http://www.drzem.com.br
http://charges.uol.com.br
http://www.educacional.com.br
http://www.dominiopublico.gov.br
Imagens:
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